61
Que paga dobrado;
O coito é franco,
Acceito boró,
Pago as bochechas...
Ninguém tenha dó.
Macaco, porco, jacaré, cavalo,
Águia, cachorro, camarão peru.
Bode, elephante, pachyderme, gallo,
Touro, p’requito, jaçanã, tatu;
Veado, cobra, cangaty, raposa,
Pavão, marreca, guaxinim, siry,
Burro, piolho, pulga, mariposa,
Gallinha, lebre, pato, patory;
Carneiro, mosca, jaburu, pato,
Hyena, tigre, tubarão, muçu,
Urso, jumento, jurity, socó,
Perdiz, canário, sabiá, nambu;
Guariba, gato, mucuim, pium,
Mosquito, lesma, borboleta, boto,
Preá, piaba, guargarú, mutum,
Coruja, cabra, gia, gafanhoto;
Lombriga, aranha, kangurú, lagarta,
Mutuca, víbora, emboá, leão,
Girafa, espada, tapacú, barata,
Ostra, tainha, cicie, cação;
Camello, zebra, dromedário, vacca,
Mocó, cassaco, guayamum, caçote,
Cará, trahyra, zabelê, tacaca,
Bezouro, cysne, cururu, capote;
Piau, calangro, verdelim, curica,
Pitu, jibóia, avestruz, capão,
Coelho, grillo, rouxinol, peitica,
Guará, jandaia, beija-flor, carão.
78
Afora a fauna “cearense” presente na música, pode-se ressaltar a importância do
boró enquanto prática típica da economia popular. A idéia de uma moeda informal
espalhou-se também por outros Estados brasileiros; Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais, conforme observou Raimundo de
Menezes:
78
Jogo dos Bichos (1898). In: RAMOS, Raimundo. Cantares Bohêmios. Fortaleza: Empreza Typ.
Lithographica, 1906. p. 87-88