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RENALDO FERNANDES SALES DA SILVA ARAUJO
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E FUNÇÃO RENAL DE OVINOS
ALIMENTADOS COM FENO DE ERVA-SAL (ATRIPLEX NUMMULARIA L) E
FARELO DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO A PALMA FORRAGEIRA
(OPUNTIA FÍCUS-INDICA MILL)
RECIFE
2009
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RENALDO FERNANDES SALES DA SILVA ARAUJO
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E FUNÇÃO RENAL DE OVINOS
ALIMENTADOS COM FENO DE ERVA-SAL (ATRIPLEX NUMMULARIA L) E
FARELO DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO A PALMA FORRAGEIRA
(OPUNTIA FÍCUS-INDICA MILL)
Orientadora: Profª. Ângela Maria Vieira Batista, D. Sc.
Co-orientadores: Profª. Adriana Guim, D. Sc.
Profª. Francisco Fernando Ramos de Carvalho, D. Sc.
Recife-PE
Fevereiro de 2009
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Zootecnia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
para obtenção do título de
mestre em Zootecnia.
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FICHA CATALOGRÁFICA
CDD 636. 308 52
1. Consumo
2. Macrominerais
3. Metabolismo
4. Sódio
I. Batista, Ângela Maria Vieira
II. Título
A663b Araújo, Renaldo Fernandes Sales da Silva
Avaliação nutricional e função renal de ovinos
alimentados com feno de erva-sal (atriplex nummularia l) e
farelo de milho em substituição a palma forrageira (opuntia
fícus-indica mill)/ Renaldo Fernandes
Sales da Silva Araújo. -- 2009.
46 f. : il.
Orientadora : Ângela Maria Vieira Batista
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia.
Inclui bibliografia.
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RENALDO FERNANDES SALES DA SILVA ARAUJO
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E FUNÇÃO RENAL DE OVINOS
ALIMENTADOS COM FENO DE ERVA-SAL (
ATRIPLEX NUMMULARIA L) E
FARELO DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO A PALMA FORRAGEIRA
(OPUNTIA FÍCUS-INDICA MILL)
Dissertação defendida e aprovada pela banca examinadora em 17 de fevereiro de 2009.
Orientadora:
Banca examinadora:
Adriana Guim, D. Sc
Pierre Castro Soares, D. Sc
Robson Magno Liberal Véras, D. Sc.
Ângela Maria Vieira Batista, D. Sc.
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Bibliografia do Autor
Renaldo Fernandes Sales da Silva Araujo, filho de Jarede Sales de Araujo e Maria
Amalia da Silva Araujo, nasceu no município do Cabo de Santo Agostinho-PE, no dia
09 de Julho de 1983.
Ingressou no curso técnico em agropecuária no ano de 1999, na Escola
Agrotécnica Federal de Barreiros – PE, onde teve o primeiro contato com a Zootecnia.
No ano de 2002 ingressou no Curso de Zootecnia da Universidade Federal Rural
de Pernambuco, e obteve o título de Zootecnista no ano de 2007. Foi bolsista do
Programa de Educação Tutorial-PET (MEC/SESU) no período de maio de 2003 a
dezembro de 2006.
Em março de 2007, iniciou o curso de Mestrado em Zootecnia Universidade
Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, concentrando seus estudos na área de Nutrição
de Ruminantes, tendo, em 12 de fevereiro de 2009, submetido à defesa a presente
dissertação.
6
Aos meus pais,
Por todo amor, educação, incentivo e exemplo de conduta moral.
Jarede Sales de Araujo
Maria Amalia da Silva Araujo
DEDICO
7
Agradecimentos
Agradeço a Deus, por sua graça infinita e consolo nas horas de angustia pelas
quais passei. Deus nunca me deixou e seu amor incondicional fortaleceu-me para
findar este trabalho.
A meu pai, que com seu censo de justiça e tolerância sempre me inspirou e
ajudou na minha formação pessoal.
A minha mãe, que com seu amor nunca me deixou fracassar e sempre foi um
porto seguro nas horas de conflito.
Aos meus dois irmãos, que sempre me apoiaram nas minhas escolhas cada um
de seu jeito.
A minha então noiva Genilda Inácio, que com paciência e compreensão ajudou-
me durante todo o tempo que passei na graduação e no mestrado em Zootecnia.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela seriedade no ensino e
profissionalismo de seus professores.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Centro de Pesquisas Agropecuárias do semi-árido (CPATSA), pela estrutura
cedida para realização do experimento desta dissertação.
A Profª Ângela Batista, pela forma de orientação, respeito pelos alunos e
profissionalismo.
A Profª Adriana Guim, pelo apoio e contribuições neste trabalho.
A Prof° Francisco Carvalho e ao Pesquisador do CPATSA Dr. Gherman Araujo,
por suas contribuições.
A Carla Mattos e a Valéria Ribeiro, pelo companheirismo e dedicação aos
nossos trabalhos.
Aos estagiários e estagiárias Sília, André, Gabriela, Vanessa, Clarissa, João...
que sempre estiveram prontos para contribuir na realização deste trabalho.
8
A todos os amigos da EMBRAPA semi-árido, pelos momentos de descontração
e pela disposição em sempre nos ajudar.
A todos que compõem a família Fotius em especial a Anna Fotius, pela ajuda
que todos me deram.
A Keyla Santos, pela sua seriedade, disposição e amizade.
A todos os amigos e amigas da pós-graduação, por nos dar força e também bom
humor para cumprimento das obrigações do curso.
E também a todos que diretamente ou indiretamente ajudaram a realizar este
trabalho.
9
ÍNDICE
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E FUNÇÃO RENAL DE OVINOS ALIMENTADOS
COM FENO DE ERVA-SAL (ATRIPLEX NUMMULARIA L) E FARELO DE MILHO
EM SUBSTITUIÇÃO A PALMA FORRAGEIRA (
OPUNTIA FÍCUS-INDICA MILL)
........................................................................................................................................ 11
RESUMO:....................................................................................................................... 11
ABSTRACT: .................................................................................................................. 12
KEY WORD:.................................................................................................................. 12
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 13
MATERIAL E METODOS............................................................................................ 19
RESULTADOS E DISCURSÃO...................................................................................23
CONCLUSÕES .............................................................................................................. 37
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA................................................................................ 37
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Composição química dos alimentos ............................................................... 20
Tabela 2- Composição das dietas experimentais. ........................................................... 21
Tabela 3- Consumo e digestibilidade de matéria seca e de nutrientes por ovinos, em
função do percentual de feno de atriplex e farelo de milho na dieta .............................. 26
Tabela 4- Ganho de peso médio diário, conversão alimentar e eficiência alimentar ... 28
Tabela 5- Ingestão e excreção de água por ovinos, em função da substituição de palma
forrageira por feno de atriplex e farelo de milho.....................................................29
Tabela 6- Balanço mineral,consumo, excreção fecal, urinaria e valores percentuais de
absorção, retenção por ingestão e por absorção de Ca, P, Mg, Na e
Cl.....................................................................................................................................31
Tabela 7- Produção total de urina, densidade, pH, temperatura, taxa de formação de
urina (TFU), concentração urinaria e taxa de excreção fracionaria de creatinina, uréia,
Ca, Mg, K, Na, Cl em ovinos alimentados com FAFM e substituição a palma forrageira
........................................................................................................................................ 36
11
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E FUNÇÃO RENAL DE OVINOS
ALIMENTADOS COM FENO DE ERVA-SAL (
ATRIPLEX NUMMULARIA L) E
FARELO DE MILHO EM SUBSTITUIÇÃO A PALMA FORRAGEIRA
(
OPUNTIA FÍCUS-INDICA MILL)
RESUMO:
Foram utilizados vinte carneiros, adultos, inteiros, sem padrão racial
definido, com peso vivo médio de 19 kg. Os animais foram alojados em baias
individuais, providas de comedouro, bebedouro e saleiro. O período experimental teve
15 dias para adaptação as instalações e avaliação das condições fisiológicas dos animais
e 30 dias para avaliação de consumo, digestibilidade e função renal. Os tratamentos
consistiram da substituição de palma por feno de atriplex e farelo de milho (FAFM) nos
níveis de feno de 0,0; 14,3; 30,5; 57,2 e 82,7%. As dietas foram oferecidas duas vezes
ao dia (9:00 e 15:00 horas), em forma de ração completa, sendo ajustada diariamente em
função do consumo do dia anterior, permitindo sobras de 20%. Durante o período de
coleta foram retiradas amostras dos alimentos, da água, das sobras, das fezes, da urina e
sangue dos animais. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente
casualizado, com cinco dietas e quatro repetições por tratamento. O consumo de matéria
seca, fibra em detergente neutro, proteína bruta e matéria orgânica foram influenciados
pela substituição da palma forrageia por feno de atriplex e farelo de milho. Não houve
diferença significativa de ganho de peso entre os animais distribuídos na dietas
experimentais. A absorção e a retenção de K dependem das concentrações de Na na
dieta. Dietas composta exclusivamente de palma e soja necessita de uma suplementação
de Na. Ovinos alimentados com dietas compostas por palma ou atriplex como volumoso
exclusivo não tem diferença na produção de urina.
.
PALAVRA CHAVE: consumo, macrominerais, metabolismo, sódio
12
EVALUATION NUTRICIONAL AND RENAL FUNCTION OF OVINOS FED
WITH HAY OF HERB-SALT (ATRIPLEX NUMMULARIA L) AND BRAN OF
CORN IN SUBSTITUTION THE CACTUS (OPUNTIA FÍCUS-INDICATES
MILL)
ABSTRACT
: Twenty sheep were used, adults, whole, without defined racial pattern,
with medium alive weight of 19 kg. The animals were housed in individual stalls,
provided of feeding, drinking fountain and saltcellar. The experimental period had 15
days for adaptation the facilities and evaluation of the physiologic conditions of the
animals and 30 days for consumption evaluation, digestibility and renal function. The
treatments consisted of the cacut substitution for atriplex hay and corn bran in the
levels of hay of 0,0; 14,3; 30,5; 57,2 and 82,7%. The diets were offered twice a day
(9:00 and 15:00 hours), in form of complete ration, being adjusted daily in function of
the consumption of the previous day, allowing surpluses of 20%. During the collection
period samples of the victuals were removed, of the water, of the surpluses, of the feces,
of the urine and blood of the animals. The completely randomized design with five diets
and four repetitions for treatment. The consumption of DM, NDF, CP and OM was
influenced by the substitution of the cactus it forages for atriplex hay. There was not
significant difference of weight earnings among the animals distributed in the
experimental diets. The absorption and the retention of K depend on the concentrations
of the Na in the diet. Diets composed exclusively of palm and soy needs a
suplementação of In Na the.. Diets composed exclusively of cacut and soy needs a
supplement of Na. Sheep fed by diets composed by cactus or atriplex as voluminous
exclusive, he doesn't have difference in the urine production.
KEY WORD: consumption, macrominerals, metabolism, sodium
13
INTRODUÇÃO
A criação de ovinos tem-se mostrado como uma alternativa socioeconômica
interessante para o semi-árido nordestino, tendo em vista que a disponibilidade de carne
ovina é inferior a sua demanda. Segundo Vasconcelos (2000), o déficit previsto da
demanda de carne foi equivalente a 870,3 mil cabeças. Esta alternativa pode gerar
concreta possibilidade de aumento de renda para o pequeno produtor. Porém, Leite e
Vasconcelos (2000) afirmam que a caatinga, ecossistema predominante no semi-árido,
apresenta baixa produção de forragens, sendo necessários 1,3 a 1,5 ha para manter um
ovino e que, nestas condições, é economicamente inviável a atividade pastoril neste
ambiente sem modificação na sua cobertura florística.
Nos últimos anos têm-se buscado alternativas para convivência com os longos
períodos de estiagens e a baixa oferta de biomassa da caatinga. A concentração de
chuvas em um período curto do ano tem levado a busca de forrageiras que consigam
suportar estas longas estiagens. Em contrapartida, tentativas de acúmulo de água e
manejo errôneo em cultivos irrigados tem possibilitado o aparecimento de reservatórios
salinos e áreas salinizadas dificultando a produção racional da carne ovina.
A erva-sal (
Atriplex nummularia Lind.) é uma planta halófita, que pode ser
considerada como alimento volumoso de digestibilidade aparente variando de 39% a
70% (BENJAMIN et al., 1995; SOUTO et al., 2005). Por se originar de regiões áridas, o
gênero Atriplex vem-se destacando, algumas décadas, principalmente por conseguir
produzir e manter abundante fitomassa, mesmo em ambientes de alta aridez e
salinidade, adaptando-se muito bem a regiões com precipitação ao redor de 100 a 250
mm/ano (EVERALDO et. al., 2000; ARAUJO et al., 2008).
14
Esta planta vem sendo trabalhada em áreas salinizadas, ou irrigadas com águas
de rejeito de desalinizadores, para a alimentação animal. A irrigação de plantas halófitas
com efluente salino proveniente da exploração de atividades aquícolas tem sido
sugerida como alternativa de redução dos impactos negativos causados pelo não
acondicionamento desse sub- produto da dessalinização (Miyamoto et al., 1996; Glenn
et al., 1998; Brown et al., 1999; Montenegro et al., 2000; Porto et al., 2001). Segundo
Aganga et al., (2003) o atriplex
nummularia tem em media em sua composição
concentraçoes altas de Na e K (70 e 20 g/kg MS, respectivamente) e concentrações
baixas de Ca , P e Mg (5, 2 e 4 g/kg MS, respectivamente).
Sua oferta tem sido feita na forma de pastejo direto em área de geração
espontânea da espécie, ou como feno ou silagem quando cultivada, mas a forma de feno
é a mais utilizada (PORTO et. al. , 2001). Segundo El-Shatnawi et al. (2003) o atriplex
possui de 17,7% PB nas folhas e 21,3% nos galhos. De acordo com Porto et al. (2006)
o atriplex irrigado com água de descarte dos desalinizadores pode produzir cerca de 10
t/há de MS.
A palma forrageira (Opuntia fícus-indica Mill) é uma cactácea amplamente
utilizada no semi-árido nordestino na alimentação animal. Ela apresenta valores médios
de mátria seca de 10%, proteína bruta 4%, carboidratos totais 75% e fibra em detergente
neutro 29% (VIEIRA, 2006; TOSTO et al., 2007; TIBE et al. 2008).
Segundo Vieira (2006), embora pobre em proteína, a palma forrageira tem alta
produção de matéria seca digestível, especialmente para ecossistemas semi-áridos, e
pode ser eficientemente associada com outras forrageiras adaptadas às condições do
semi-árido. Ela apresenta concentração alta de minerais em sua composição como Ca e
K em torno de 2,5 e 3 % respectivamente, porém os níveis de sódio e fósforo são
15
baixos em torno de 0,05 e 0,15% respectivamente. (SANTOS, 1992; TELES et al.,
2004; TIBE et al. 2008)
Segundo Bem Thlija (1987) citado por Gebremariam et al. (2006), o alto conteúdo
de cálcio contido na palma é promovido pela baixa umidade contida nos solos áridos, ou
seja, essas cactáceas acumulam cálcio durante a seca, mas reduzem sua concentração
quando os solos estão úmidos e o fósforo parece ter sua concentração aumentada
quando a precipitação é alta.
Ben Salem et al. (2004) destaca que
A. nummularia L e a palma são duas fontes
de alimentos complementares, uma vez que a primeira é rica em proteína, cinzas e sal,
mas pobre em energia, e a segunda contém altos níveis de carboidratos solúveis, cinzas,
cálcio e potássio, mas pobre em proteína, fibra e sódio.
O balanço mineral, também conhecido por diferença cátion-ânion da dieta ou
balanço eletrolítico (BE), representa a diferença entre os cátions e os ânions fixos totais
presentes na dieta (BARBOSA et al.2004; DEL- CLARO et al. 2006). Block (1994)
relatou que os minerais Na, K, Cl e SO
4
foram escolhidos para o cálculo do balanço
devido à importância que desempenham no metabolismo ruminal pela participação
indireta no balanço osmótico, balanço ácido-base, integridade e mecanismo de bomba
das membranas celulares.
Os elementos inorgânicos, apesar de constituírem somente 4% do peso corporal,
têm papel fundamental no metabolismo, sendo essenciais tanto na utilização de proteína
e de energia como na síntese de compostos essenciais ao organismo (SIGNORETTI et
al., 1999). Gomide et al. (2004) firma que a manipulação do balanço cátion-aniônico
interfere no metabolismo do cálcio e que com dietas catiônicas ocorre maior retenção de
cálcio do que em dietas aniônicas.
16
A água é um nutriente importante no metabolismo dos animais, ela participa de
reações químicas, dissipa calor, carreia minerais entre outras atribuições. A obtenção de
água pode ser por via de ingestão direta ou por meio da dieta (SILVA & LEÃO, 1979;
REECE, 1996;VIEIRA,2006). Segundo Silva & Leão (1979) ovinos que vivem em
ambientes com temperaturas acima de 20°C ingerem em media 3 kg de água/kg de
matéria seca. Animais alimentados com rações contendo mais de 30% de palma
forrageira na dieta, devido ao seu baixo teor de matéria seca podem ate deixar de ingerir
água diretamente (ARAUJO et al. 2004). Nestas condições, o animal pode excretar
considerável quantidades de urina, em consequência de sobrehidratação, para regular o
volume de água do corpo (REECE, 2004).
Um fator importante para maior ingestão de água é a osmoconcentração do
plamas sanguíneo. Segundo Reece (1996) maior entrada de solutos na corrente
sanguínea estimula o centro da sede no hipotálamo levando organismo a ingerir água.
Galaty et al. (2002) verificaram que a infusão de cladódios, frutos e flores de
palma forrageira aumentaram a diurese em ratos. Resultados semelhantes foram
encontrados por Vieira et al. (2006) que trabalharam com caprinos alimentados com
dietas contendo diferentes níveis de palma e feno de Tiffiton. Este mecanismo ainda não
é conhecido, mas atribui-se o efeito diurético a suas altas concentrações de potássio.
Segundo Harborne (1999) a defesa química é uma das formas de proteção das
plantas contra a predação pelos herbívoros; envolve a elaboração e acumulação de
substâncias orgânicas que, uma vez ingeridas, detêm o consumo. Estas podem ter um
sabor amargo, ser venenosas, ter um odor desagradável ou ainda ter efeitos anti-
nutricionais.
O acido oxálico é um ácido dicarboxílico, de fórmula molecular H
2
C
2
O
4
ou,
mais precisamente, HO
2
CCO
2
H. É um ácido orgânico saturado, de cadeia normal e
17
relativamente forte, sendo 10.000 vezes mais forte que o ácido acético.
Comercialmente, a forma mais usual é a diidratada, de fórmula molecular
C
2
H
2
O
4
·2H
2
O. Pode estar presente nas plantas em sua forma solúvel, ou na forma de
oxalato de cálcio insolúvel, cristalizado no interior das células vegetais (COSTA, 1978;
WIKIPÉDIA,2008) .
O oxalato geralmente reage com cátions monovalentes como potássio ou sódio
formando sais solúveis de oxalato, mas forma também quelatos menos solúveis com
cátions bivalentes como cálcio e magnésio. Esses cristais formam-se nos vacúolos de
células especializadas, que estão geralmente associados ao sistema vascular das plantas.
Quando associadas a essa fração da planta, de baixa digestibilidade, o cálcio está
essencialmente indisponível para o animal, e os cristais de oxalato tendem a passar
intactos pelo trato digestivo dos animais (WARD et al., 1979). As concentrações de
oxalato dependerão da espécie, variedade, idade da planta e época de corte (PIMENTEL
& THIAGO,1982; RAHMAN et al., 2006).
Segundo Sanders e Filho ( 1997), em vegetais, o oxalato participa da produção
de energia; em mamíferos, porém, é produto final do metabolismo de aminoácidos,
glicerol e vitamina C e não tem função definida. McConn et al (2004) relataram que
oxalatos de origem alimentar podem aumentar a excreção de oxalato urinário e que
excreção alta de oxalato urinário aumenta as chances de precipitação de oxalato de
cálcio e formação de pedra urinária.
De acordo com Cruz et al. (2001) intoxicação por oxalatos podem causar
hipocalcémia, insuficiência renal, respiração superficial, bradicárdia, incoordenação
motora, decúbito, rigidez, paralisia, insegurança, quedas e incapacidade para levantar,
espasmos musculares, corrimento nasal, hipersiália, midríase, coma e morte. Estes
18
sintomas podem ser apresentados por ruminantes de pequenos e grande porte. (James et
al., 1968; Schenk et al., 1982; Peixoto et al., 2003)
Os ruminantes de modo geral têm capacidade de suportar a ação de oxalatos
presentes nas forragens que os monogástricos normalmente não suportariam. Isto é
devido à presença do rúmem, no qual os microorganismos ali presentes previamente
adaptados atuam degradando tais substâncias (ALLISON et al.,1977; DAWSON et al.,
1980; DUNCAN et al., 2000). Porém, muitos relatos de mortes de animais causadas
por consumo de forrageiras que possuía altos níveis de oxalato( JAMES et al., 1968;
CRUZ et al., 2001).
As crassuláceas apresentam notável variação das quantidades de ácidos em seus
cladodios durante o dia (HARBONE & BAXTER, 1995). Nefzaoui e Ben Salem (2001)
escrevem que a palma (
Opuntia spp) apresenta 13% de oxalatos na MS e que 40% estão
na forma solúvel. Oxalatos presentes no gênero Opuntia spp. são oxalatos de Ca que
pode ser monohidratado (CaC
2
O
4
. H
2
O) e bihidratados (CaC
2
O
4
. 2H
2
O) e oxalatos de
Mg (MgC
2
O
4
. 2H
2
O) (Monje & Baram, 2002; Monje & Baram, 2005).
O gênero atriplex spp. em sua composição contem níveis consideráveis de
oxalatos solúveis de Na. Segundo Abu-Zanat et al. (2003) o atriplex nummularia chega
a ter níveis de 4% na matéria natural.
Objetivou-se determinar o consumo e a digestibilidade da matéria seca (MS),
matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), carboidratos totais (CHO), carboidratos
não fibrosos (CNF) e fibra em detergente neutro (FDN), ganho de peso, conversão
alimentar, o consumo e balanço do cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Potássio (K), Sódio
(Na), Cloro (Cl) e fósforo (P), quantificar a ingestão de água e a função renal de ovinos
alimentados com feno de erva-sal (atriplex nummularia l) e farelo de milho em
substituição a palma forrageira (opuntia fícus-indica mill)
19
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Centro de Pesquisas Agropecuárias do semi-árido
(CPATSA) em Petrolina - PE.
Foram utilizados vinte carneiros, adultos, inteiros, sem padrão racial definido,
com peso vivo médio de 19 ± kg. Os animais foram alojados em baias individuais,
providas de comedouro, bebedouro e saleiro. As baias tinham 1 m de largura por 2 m de
comprimento e eram cobertas com sombrite de 80%.
O período experimental teve duração de 52 dias, sendo 15 para adaptação ao
manejo e às instalações, 7 dias para adaptação as dietas experimentais e 30 para
avaliação do consumo e digestibilidade. No período de adaptação, todos os animais
recebiam a mesma dieta que era composta por farelo milho, farelo soja e capim buffel.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco
dietas e quatro repetições por tratamento.
No 16° dia, os animais foram pesados e distribuídos aleatoriamente nos diferentes
tratamentos. Do 16° ao 23° dia a dieta base foi substituída pelas dietas experimentais.
No 49° dia os animais foram transferidos para gaiolas metabólicas para avaliação da
digestibilidade da matéria seca e dos nutrientes e do balanço aparente de minerais.
As dietas experimentais foram compostas por palma forrageira, cultivar gigante
(Opuntia ficus indica, Mill), feno de atriplex (Atriplex numularia L.), farelo de soja
(Glycine max (L.), farelo milho, uréia pecuária e sal mineral (Tabela 2) cujo os
componentes encontra-se na Tabela 1.
As dietas foram oferecidas duas vezes ao dia (9:00 e 15:00 horas), em forma de
ração completa, sendo ajustada diariamente em função do consumo do dia anterior,
permitindo sobras de 20%.
20
Tabela 1. Composição química dos alimentos
*mg/L; **g/L
O sal mineral era ofertado separadamente da dieta, para avaliação do consumo
voluntario. Durante o período de coleta foram retiradas amostras dos alimentos, da água
e das sobras, as quais foram identificadas, acondicionadas e armazenadas em freezer (-
20
o
C) para posteriores análises. Semanalmente foi aferido o consumo de água e sal
mineral dos animais, entretanto, no período de avaliação da digestibilidade o consumo
de água e sal mineral foi aferido diariamente.
Todas as amostras de alimentos, sobras e fezes foram secas em estufa de
circulação forçada (55°C), por 72 horas, e moídas em moinho tipo Wiley, passando por
peneiras de um mm, para posterior determinação da composição química.
Para determinação dos teores de matéria seca (MS), matéria mineral (MM) e
proteína bruta (PB), foram utilizadas metodologias descritas por Silva e Queiroz (2002).
Para a determinação da fibra em detergente neutro (FDN) e fibra detergente ácido
(FDA) foi empregada a metodologia descrita por Van Soest (1991). A estimativa dos
carboidratos totais (CHO) a equação proposta por HALL, (2000): CHO= 100- (%PB +
Alimentos
Composição Palma Atriplex Milho Soja Sal Água
Matéria Seca (g/kg) 186,1 862,5 86,44 852,1 970,0 -------
Matéria Orgânica (g/kg MS) 911,1 941,5 954,9 934,4 ------ -------
Proteína Bruta (g/kg MS) 38,1 99,4 108,6 536,0 ------- -------
Extrato Etéreo (g/kg MS) 5,1 12,8 24,1 12,5 ------- -------
Fibra em Detergente Neutro (g/kg MS) 238,2 462,7 77,3 197,3 ------- -------
Fibra em Detergente Ácido (g/kg MS) 128,7 275,7 26,3 34,4 ------- -------
Na (g/kg MS) 0,5 22,5 0,2 0,2 96,3 0,2*
K (g/kg MS) 8,7 8,2 3,0 9,8 0,8 3,0**
P (g/kg MS) 0,6 0,4 1,1 4,3 48,8 0,2*
Mg (g/kg MS) 6,2 3,7 1,3 2,8 5,4 1,9**
Ca (g/kg MS) 16,4 8,2 7,0 2,5 64,1 -------
Cl (g/kg MS) 5,3 61,9 1,8 1,8 216,2 17,0*
21
%EE + %CZ) e os teores de nutrientes carboidratos não fibrosos (CNF) a equação
proposta também por HALL, (2000): CNF= 100 –(%PB + %EE + %CZ + % FDN).
Tabela 2. Composição das dietas experimentais.
Para avaliação da digestibilidade da MS e dos nutrientes, foram coletadas
amostras de fezes durante três dias, cuja quantidade total foi estimada por óxido
crômico (Fenton & Fenton, 1979). Durante sete dias foram ofertados dez g de oxido
crômico (cinco gramas pela manhã e cinco à tarde) e nos últimos três dias foram feitas
duas coletas de fezes ao dia (uma pela manhã, outra a tarde) para formar a amostra
composta. Posteriormente, as amostras foram digeridas usado solução de ácido sulfúrico
% feno de Atriplex e farelo de milho
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7
Farelo milho (g/kg MS) 0,0 62,9 122,1 217,2 392,2
Farelo de soja (g/kg MS) 180,0 177,1 173,9 168,8 114,8
Palma forrageira (g/kg MS) 820,0 677,0 518,0 293,0 0,0
Uréia (g/kg MS) 0,0 3,0 6,0 11,0 13,0
Feno de atriplex (g/kg MS) 0,0 80,0 183,0 310,0 480,0
Total 1000,0 1000,0 1000,0 1000,0 1000,0
Matéria seca (g/kg) 214,0 243,9 296,6 410,7 853,3
Matéria orgânica (g/kg MS) 915,0 917,7 921,7 945,0 934,9
Carboidratos totais (g/kg MS) 781,6 756,4 756,3 730,6 710,6
Carboidratos não fibrosos (g/kg MS) 542,8 506,2 492,0 446,1 404,6
Fibra em detergente neutro (g/kg MS) 238,8 250,0 264,2 284,4 306,0
Proteína bruta (g/kg MS) 121,4 130,6 144,5 164,3 177,0
Extrato Etéreo (g/kg MS) 1,3 3,9 3,3 3,2 3,0
Na (g/kg MS) 0,4 2,2 4,4 7,3 11,1
K (g/kg MS) 8,9 8,1 7,8 7,6 6,2
Ca (g/kg MS) 14,0 12,9 11,4 9,7 7,1
Mg (g/kg MS) 5,7 5,2 4,51 3,7 2,6
Cl (g/kg MS) 4,7 9,2 14,6 21,7 31,1
P (g/kg MS) 1,8 2,3 1,2 1,6 1,9
Oxalato (g/kg MS) 12,8 12,2 11,9 11,1 10,2
K:Na 20,6 3,7 1,8 1,0 0,6
K:Ca 0,6 0,7 0,7 0,7 0,9
K/Mg 1,7 1,6 1,7 1,9 2,4
Ca:P 7,8 5,6 6,3 6,1 3,7
Na:Cl 0,1 0,2 0,3 0,3 0,4
22
e perclórico e seu extrato foi lido em espectro fotômetro colorimétrico a 440nm para
determinação da quantidade de óxido crômico na fezes. Para avaliação da função renal e
do balanço de minerais foram coletadas urina e sangue.
A urina foi coletada no 2°dia da coleta de fezes, durante 24 horas, e o sangue 4
horas após a alimentação. Nesta mesma hora foi coletada uma amostra pontual (spot
sample) de urina para avaliação do volume, densidade, temperatura, concentração de
sal, condutividade (utilizando condutivímetro) e pH (utilizando um pehagâmetro).
As amostras de sangue foram obtidas por punção da jugular, usando-se tubos de
vacutainer sem anticoagulante e com anticoagulante (EDTA). As amostras de sangue
foram centrifugadas a 3.500 RPM durante 20 minutos acondicionadas em ependorf e
armazenadas em freezer a -20º C para análises de uréia, creatinina, Na, P, Ca, Mg, K e
Cl.
Para determinação dos minerais as amostras de alimentos, fezes, urina e sobras
passaram primeiramente por uma digestão nitríco-perclórica e posterior diluição (AOC,
1990), enquanto o soro foi analisado sem digestão.
Para coleta de urina foram utilizados Kits coletores de urina, desenvolvidos na
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Estes kits são compostos por bolsas
coletoras, mangueiras de borracha e garrafas pet, dentro das quais foram colocados 100
mL de ácido sulfúrico a 10% para conservação da urina durante as primeiras 12 horas.
Após esse período, a urina foi recolhida, aferido o volume e retirado uma amostra
correspondente 10% do total, e conservada em geladeira. Novamente foi adicionado ao
coletor 100 mL do ácido sulfúrico a 10%. No final das 24 horas a urina foi recolhida, o
volume aferido e retirada uma amostra correspondente a 10%. As duas amostras foram
misturadas para compor uma amostra composta das 24 horas e, em seguida, foi
congelada a –20
o
C.
23
As determinações de Na e K foram feitas por fotometria de chama, no laboratório
de Nutrição Animal do departamento de Zootecnia da UFRPE , as determinações de Ca
e Mg, através de espectrofotômetro de absorção atômica, no Centro Regional de Energia
Nuclear (CREN). Para determinação do Cl foi utilizado método de Mohr (Malavolta et
al, 1989) e para o Cl sérico e urinário foi utilizado o Kit Colorimétrico Labtest®. A
determinação de P foi realizada segundo metodologia descrita por Silva e Queiroz
(2002).
Para determinação da absorção do Na, K, Ca, P, Mg e Cl foram considerados as
concentrações dos minerais nos alimentos ingeridos pelos animais experimentais,
menos a concentração dos minerais nas fezes. a retenção dos minerais estudados foi
considerado o valor do mineral absorvido, menos o valor excretado na urina.
A taxa de depuração endógena de creatinina (TDECr) e as taxas de excreção
fracional (TE) de uréia, Ca, P, Na e K foram calculadas por meio de fórmulas descritas
por Garry et al (1990), utilizando-se o peso metabólico (PV
0,75
), que, segundo Chen et
al. (1990), apresenta melhor ajuste dos dados.
A TE reflete a fração de material filtrado pelo glomérulo que é eliminada na urina.
Essa taxa reflete tanto o esforço dos rins em manter a homeostase como os defeitos na
habilidade de realizar tal função.
Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão utilizando-se o
procedimento GLM do Statistical Analysis System Institute (SAS, 2000), com nível de
5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os consumos de MS e MO, expressos em kg/dia, % PV e g/PV
0,75
, aumentaram
linearmente (P<0.05) à medida em que aumento o nível de substituição de palma por o
24
feno de atriplex e farelo milho (FAFM), provavelmente, devido ao percentual mais alto
de MS o feno em relação à palma forrageira. Mesmo se os animais das dietas com o
maior percentual de palma tentassem equiparar o consumo em relação aos outros
animais, eles eram provavelmente limitados primeiro pelo fator físico, pois, a palma
forrageira em sua composição possui baixo teor de MS e percentual elevado de água, e
também ao chamado timpanismo espumoso atribuído aos percentuais elevados de
carboidratos não fibrosos (CNF) da palma que limitam a ingestão (Tabela 3). Este
aumento linear do consumo de MS e MO também foi encontrado por Souto et al.(2005)
trabalhando com níveis crescentes de feno de atriplex.
A substituição da palma por FAFM resultou em aumento linear (P<0,05) do
consumo de proteína bruta, expresso em kg/dia, % PV e g/PV
0,75
, em conseqüência da
variação no percentual de proteína das dietas experimentais. .
O consumo de carboidratos totais não foi influenciado (P>0,05) pelo nível de
FAFM nas dietas. Embora o consumo de MS tenha aumentado com aumento do FAM
na dieta, a redução no percentual de CHO nas dietas resultou em consumo de CHO
semelhante.
Na Tabela 3 estão descritos os resultados de consumo e digestibilidade da MS,
MO, PB, CHO, CNF e FND.
Observando-se os dados da Tabela 1, verifica-se que o feno de atriplex possui o
dobro da quantidade de FDN, em relação à palma forrageira. Em consequência, a
substituição da palma por FAFM resultou em acréscimo de FDN na dieta, o que levou
ao aumento quadrático (P<0,05) do consumo de FDN, em função da substituição de
palma por atriplex e milho (Tabela 3).
Os coeficientes de digestibilidade da MS e da MO não foram influenciados
(P>0,05) pela substituição da palma por FAFM. Isso mostra que para ovinos, o feno de
25
atriplex combinado com farelo de milho possuem digestibilidade semelhante a da
palma.
A substituição de palma por feno de atriplex e farelo milho aumentou linearmente
(P<0,05) a digestibilidade da PB. É provável que esta variação ocorra apenas na
digestibilidade aparente, devido a variação no percentual de PB. Outro aspecto a ser
considerado é o aumento no percentual de uréia nas dietas que variou de 0 a 2%,
correspondendo de 0 a 17% da proteína total. Observando se na Tabela 7 a concentração
de uréia no sangue aumentou linearmente (P<0,05) com substituição da palma por
FAFM, provavelmente houve uma maior reciclagem do N no fígado dos animais
aumentando a concentração de uréia sanguínea. Com o retorno da uréia para o rúmem
ocorreu uma diminuição na excreção de nitrogênio aumentando a digestibilidade da
proteína. Outra provável explicação para esse fato seria que, a maior taxa de passagem
da palma no rumem, diminuía o tempo de retenção das partículas e colonização dos
microorganismos causando uma transferência da digestão dos CHO para o intestino
grosso, o que aumenta a produção microbiana neste compartimento do trato
gastrointestinal e aumenta a excreção endógena de N e, consequentemente, afeta a
digestão aparente da proteína.
A digestibilidade dos carboidratos totais diminuiu linear (P<0,05) em função do
aumento da substituição da palma por FAFM. As diferentes concentrações destes
carboidratos nas dietas e os diferentes níveis de carboidratos fibrosos e não fibrosos
afetaram este parâmetro. A palma por apresentar maior quantidade de carboidratos
solúveis que são mais facilmente degradados no rumem e também no intestino
influenciou diretamente em maiores percentuais de digestibilidade nas dietas com uma
maior participação dela na composição. Souto et al.(2005), trabalhado com níveis
crescentes de inclusão de feno de atriplex em uma dieta composta por melancia
26
forrageira e raspa de mandioca para ovinos, observaram que com o acréscimo do feno
houve redução na digestibilidade dos carboidratos totais.
.
Tabela 3 Consumo e digestibilidade de matéria seca e de nutrientes por ovinos, em
função do percentual de feno de atriplex e farelo de milho na dieta
O aumento de FDN nas dietas reduziu linearmente (P<0,05) a digestibilidade. É
interessante verificar que apesar da entrada maior de FDN com o FAFM houve um
% feno de Atriplex e farelo de milho
P>F
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7
EPM L Q
Matéria seca
Ingestão
g/dia 1115,5 1207,7 1353,0 1280,4 1459,3 40,0 0,0042 ns
% PV 4,3 4,5 4,9 4,4 5,1 0,12 0,0174 ns
PV
0,75
96,9 101,7 112,4 101,3 118,4 27,8 0,0086 ns
Digestibilidade (g/kg) 602,3 621,0 584,2 547,0 589,8 214,1 ns ns
Matéria Organica
Ingestão
g/dia 1004 1065 1209,3 1148,7 1256,8 40,0 0,0006 ns
% PV 3,9 4,0 4,5 4,5 4,8 0,1 0,0023 ns
g/PV
0,75
87,2 90,9 103,4 102,4 110,4 2,7 0,0010 ns
Digestibilidade (g/kg) 654,2 659,4 615,2 595,8 624,7 206,5 ns ns
Proteína Bruta
Ingestão
g/dia 145,2 166,1 209,3 210,8 266,1 10,5 <,0001 ns
% PV 0,6 0,6 0,7 0,8 0,9 0,03 <,0001 ns
g/PV
0
,75
12,6 14,0 17,4 17,7 21,6 0,8 <,0001 ns
Digestibilidade (g/kg) 53,2 61,5 64,2 65,0 74,1 2,5 0,0001 ns
Carboidratos Totais
Ingestão
g/dia 872,2 912,5 1024,5 934,6 1036,0 25,6 0,0577 ns
% PV 3,4 3,4 3,7 3,4 3,7 0,1 ns ns
g/PV
0,75
75,8 76,8 85,0 78,6 84,3 1,8 ns ns
Digestibilidade (g/kg) 703,4 688,0 627,1 572,6 589,4 15,3 0,0006 0,0905
Carboidratos não Fibrosos
Ingestão
g/dia 663,4 673,8 753,4 699,6 723,6 15,4 ns ns
% PV 2,6 2,5 2,7 2,6 2,5 0,1 ns ns
g/PV
0,75
57,6 56,7 62,7 58,8 58,9 1,1 ns ns
Digestibilidade (g/kg) 808,7 840,9 840,0 795,1 816,7 8,8 ns ns
Fibra em Detergente Neutro
Ingestão
g/dia 245,7 284,9 335,9 326,0 397,9 14,2 0,0007 0,0048
% PV 0,9 1,0 1,2 1,2 1,4 0,04 <,0001 ns
g/PV
0,75
21,4 24,0 27,8 27,4 32,4 1,0 <,0001 ns
Digestibilidade (g/kg) 462,2 377,4 218,2 212,8 266,7 28,9 0,0108 ns
27
efeito linear decrescente sobre a digestibilidade da fibra. É provável que o volume maior
de fibra juntamente com a quantidade alta de CNF oriundos do concentrado afetou
negativamente a digestibilidade deste FDN causando esta redução e também, a
qualidade da fibra do atriplex que é inferior a da palma
Na tabela 4 estão os resultados de peso final, ganho de peso médio diário,
conversão alimentar e eficiência alimentar. Não houve diferença significativa (P<0,05)
para estes parâmetros avaliados, estes resultados demonstram que ovinos alimentados
com uma dieta contendo apenas palma forrageira e farelo de soja obtiveram um ganho
de peso médio diário acima de 100 g/dia. Os animais consumiram apenas palma como
fonte de volumoso por mais de 30 dias e ganharam em media 179g/dia.
Outro fato importante a ser destacado é o ganho de peso similar entre os animais,
mesmo com a substituição da palma por FAFM o ganho de peso não foi significativo
como também, a conversão alimentar. Mesmo com a inclusão do farelo de milho nas
dietas a conversão não foi diferente entre as dietas experimentais.
Com a substituição total da palma por FAFM (48% de feno de atriplex) foi obtido
ganho médio diário de 233g/dia. A associação do feno de atriplex com o farelo de milho
e farelo de soja promoveram ganho de peso acima dos relatados por Souto et al.(2005),
que encontraram ganhos de 190 g/ dia em ovinos consumindo dieta com 38% de feno de
Atriplex, 7% de melancia forrageira e 55% de raspa de mandioca.
28
Tabela 4 Ganho de peso médio diário, conversão alimentar e eficiência alimentar
Na Tabela 5 estão os dados referentes ao consumo e excreção de água por ovinos.
O consumo de água de bebida (Kg/dia) aumentou quadraticamente (P<0,05) em função
da substituição da palma por FAFM. Provavelmente, devido ao maior aporte de
minerais, principalmente sódio, por meio da dieta. Segundo Reece (1996) maior entrada
de solutos na corrente sanguínea estimula o centro da sede no hipotálamo levando o
organismo a ingerir água (Tabela 6). Com o acréscimo de FAFM nas dietas houve uma
ingestão forçada de sódio, o que elevou o consumo de 2,4g para 17,9g/dia. O maior
consumo de proteína pode também ter influenciando a ingestão de água de bebida nos
animais com maiores níveis de FAFM.
% feno de Atriplex e farelo de milho
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7
P>F
Peso médio Kg EPM L Q
Inicial 19,5 19,3 19,4 19,6 19,9
Final
26,0 27.2 27.6 26.7 28.4
0.47 ns ns
Ganho de peso g/dia 179.7 218.5 227.7 209.1 233.1 7.61 ns ns
Conversão Ms 6.3 5.6 6.0 6.1 6.3 0.155 ns ns
Eficiência Ms 0.16 0.18 0.16 0.16 0.16 0.004 ns ns
29
Tabela 5 Ingestão e excreção de água por ovinos, em função da substituição de palma
forrageira por feno de atriplex e farelo de milho
Quando se analisa a água ingerida por meio da dieta, verifica-se que a resposta foi
inversa ao observado na água de bebida, ou seja, o consumo diminuiu quadraticamente
(P<0,05) com a substituição de palma por FAFM. A palma, por apresentar em sua
composição valor baixo de MS, forçou os animais a ingerirem quantidades altas de água
por meio da dieta, chegando a 4 kg/dia. Vieira et al. (2006), trabalhando com níveis de
inclusão de feno de tiffiton em dietas à base de palma forrageira para caprinos,
encontraram resultados semelhates.
A excreção fecal de água diminuiu linearmente (P<0.05) em função da
substituição da palma por FAFM, devido ao efeito laxativo da palma que causou uma
excreção fecal de água maior. Segundo Nefzaoui e Ben Salem (2001) quantidades
elevadas de oxalato de cálcio nos cladódios podem explicar o efeito laxativo da palma
quando administrada aos animais.
As dietas não influenciaram a excreção de água via urina, pois, em virtude dos
consumos de água tanto via dieta com bebida e do consumo de minerais, a saída
% feno de Atriplex e farelo de milho
P>F
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7
EPM L Q
Ingestão
Bebida(kg/dia) 0,4 0,7 1,6 1,9 4,9 0,4 <,0001 0,0097
Dieta (kg/dia) 4,1 3,7 3,2 2,1 2,0 0,3 0,0059 <,0001
Total
(kg/dia) 4,5 4,4 4,9 4,0 5,2 0, 2 ns ns
g/kg PV 17,5 16,2 17,7 14,8 18,0 0,5
ns ns
kg/kgMS 4,1 3,6 3,6 3,1 3,5 0,097 0,0245 0,0225
g/PV
0, 75
394,2 369,2 405,5 337,6 416,1 11,1 ns ns
Excreção
(kg/dia)
Fezes 1,5 1,5 1,5 1,3 1,2 0,08 0,0459 ns
Urina 1,5 1,8 1,5 1,1 2,3 0,18 ns ns
Absorvida
(kg/dia) 3,0 2,9 3,4 2,7 4,0 0,14 ns ns
30
fisiológica mais eficaz para excreção do excesso de minerais na corrente sanguínea é
por meia da filtração renal. Este mecanismo permite ao animal expelir por meio urinário
os minerais e manter o balanço cátion-aniônico normal.
A ingestão de cálcio pelos animais foi alta, decrescendo linearmente (P<0,05) de
20 a 13 g dia, em função da substituição de palma por FAFM. Esta redução na ingestão
de Ca foi consequência do teor Ca nas dietas experimentais. Como a palma possui mais
Ca do que o FAFM, à medida que a FAFM aumentava na dieta, o teor de Ca era
reduzido, influenciando negativamente a ingestão desse mineral.
A excreção fecal de cálcio seguiu a tendência do consumo, ou seja, decresceu à
medida que a palma era substituída por FAFM, provavelmente, devido ao decréscimo
na ingestão. Em todas as dietas a oferta de Ca esteve acima das exigências, preconizadas
pelo AFRC (1991) para ovinos com ganho de 0,1 kg/dia, que é de 3,7g/kg MS.
Entretanto a sua absorção aparente foi baixa ou negativa. Essa baixa absorção deve-se,
provavelmente, à presença do oxalato nas dietas, que o cálcio se complexa com o
oxalato formando oxalato de cálcio. Segundo Ward et al. (1979), o oxalato forma
quelatos pouco solúveis com cátions bivalentes, como cálcio, em comparação a cátions
monovalentes como sódio, e tendem a passar intactos pelo trato digestivo dos animais.
Na Tabela 6 encontram-se os dados relativos a consumo e excreção de Ca, Mg, P,
Na, K e Cl por ovinos, em função das dietas experimentais.
31
Tabela 6 Balanço mineral,consumo, excreção fecal, urinaria e valores percentuais de
absorção, retenção por ingestão e por absorção de Ca, P, Mg, Na e Cl
% feno de Atriplex e farelo de milho
P>F
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7
EPN
L Q
Oxalato mg
14,3 14,8 16,2 13,4 14,8 0,4
ns
ns
Ca
Consumo (g/dia) 20,0 20,4 19,0 17,7 13,7 0,7 <.0001 ns
Excreção
Fezes (g/dia) 20,4 20,2 20,3 15,5 14,7 1,1 0.0248 ns
Urina (g/dia) 0,1 0,2 0,1 0,2 0,3 0,03 0.0102 ns
Absorção (%)
-2,3 2,8 -6,4 13,4 -10,7 5,1 ns ns
Retenção
% do ingerido -2,6 1,9 -7,1 12,5 -12,9 5,1 ns ns
% do absorvido 26,9 -1,8 -1,4 2,5 -1,3 5,5 ns ns
P
Consumo (g/dia) 2,7 3,4 2,0 2,8 3,4
0,2
ns ns
Excreção
Fezes (g/dia) 1,5 1,0 1,0 1,1 1,1 0,1 ns ns
Urina (mg/dia) 13,0 18,0 18,0 14,0 24,0 1,0 ns ns
Absorção (%)
40,3 70,0 50,2 58,6 61,5 4,3 ns ns
Retenção
% do ingerido 39,7 69,4 49,5 58,1 60,7 43 ns ns
% do absorvido 98,5 99,1 97,8 99,1 98,6 0,3 ns ns
Mg
ns
Consumo (g/dia) 7,5 7,5 9,1 8,3 13,3 0,6 0.0003 ns
Excreção
Fezes (g/dia) 4,8 4,6 4,6 3,6 3,0 0,3 0.0082 ns
Urina (g/dia) 0,8 0,9 0,7 0,9 0,3 0,1 ns ns
Absorção (%)
34,6 39,1 49,1 56,4 76,2 4,3 <.0001 ns
Retenção
% do ingerido 24,1 27,1 41,5 46,2 74,0 4,9 <.0001 ns
% do absorvido 66,4 64,6 85,1 81,9 97,1 4,2 0.0040 ns
K
Consumo (g/dia) 9,9 9,7 10,6 9,8 9,0 0,2 ns ns
Excreção
Fezes (g/dia) 0,7 0,8 1,0 0,8 0,9 0,1 ns ns
Urina (g/dia) 4,8 4,7 3,7 3,1 1,6 0,4 0.0041 ns
Absorção (%)
92,5 92,4 90,7 92,5 89,5 0,5 0.0028 ns
Retenção
% do ingerido 44,5 43,5 55,9 61,6 71,5 4,0 0.0072 ns
% do absorvido 48,1 47,2 61,6 66,6 79,9 4,3 0.0048 ns
Na
ns
Consumo (g/dia) 2,4 6,4 6,8 12,2 19,7 1,5 <.0001 ns
Excreção
Fezes (g/dia) 0,2 0,2 0,4 0,7 1,3 0,1 <.0001 ns
Urina (g/dia) 1,2 2,0 3,0 3,4 6,2 0,5 0.0004 ns
Absorção (%)
92,1 96,4 94,2 94,7 93,6 0,6 ns ns
Retenção
% do ingerido 31,6 61,9 51,1 67,5 62,6 7,0 ns ns
% do absorvido 33,2 64,0 54,2 71,4 66,8 7,5 ns ns
Cl
Consumo (g/dia) 9,1 19,2 22,6 32,7 50,9 3,5 <.0001 ns
Excreção
Fezes (g/dia) 0,8 1,3 1,2 1,3 1,3 0,1 ns ns
Urina (g/dia) 2,2 3,7 3,9 5,9 7,2 0,7 0.0115 ns
Absorção (%)
91,1 93,2 94,7 95,9 97,4 0,7 0.0004 ns
Retenção
% do ingerido 63,2 73,5 77,5 78,2 83,6 3,3 ns ns
% do absorvido 69,0 78,7 81,9 81,6 85,8 3,4 ns ns
32
A excreção urinária aumentou linearmente (P<0.05), indicando que,
provavelmente, houve aumento no Ca circulante. Considerando que a absorção aparente
foi nula ou negativa, este aumento pode ser também explicado pela maior ingestão do
ânion Cl, com a substituição da palma por FAFM. Del-Claro et al. (2006) verificaram
que nas dietas mais aniônicas os ovinos aumentavam a excreção de Ca. Porém,
considerando que a absorção aparente foi nula ou negativa, esta resposta parece
contraditória, embora nenhum animal tenha apresentado sintomas de hipocalcemia. Por
outro lado, a substituição da palma por FAFM, poderia melhorar a absorção do Ca, uma
vez que no feno de atriplex o oxalato encontra-se na forma de oxalato de Na. De acordo
com Blood (1991) a absorção de Ca pelos ruminantes ocorre mediante as necessidades
do animal, como os animais do presente trabalho estavam no período de crescimento
havia uma demanda de Ca favorecendo esta absorção.
Não foi observado efeito (P<0,05) da dieta sobre a ingestão ou excreção de P.
Segundo Gomide et al. (2004) em carneiros adultos, diferentes relações de cátions e
ânions na dieta não interferem no metabolismo de fósforo e magnésio. Nenhuma dieta
atendeu exigência de P, segundo o AFRC (1991), chegando ao valor máximo de 2.4g
/Kg MS, considerando-se inclusive o sal mineral consumido. Para Louvandini & Vitti
(2007) o aumento de P na urina é mais uma indicação de que os teores de P utilizados
seriam adequados para a necessidade dos ovinos, tendo a urina como uma rota de
controle da homeostase do mineral.
De acordo com ARC (1980) a exigência de Mg, NaCl e K para ovinos com ganho
de 0,2 Kg/ dia são respectivamente 0,9; 0,6 e 3,0 g/ Kg MS. Baião et al. (2004), que
trabalharam com exigência liquida de Mg, Na e K para ovinos Santa Inês, relatam que
com ganho de 0,2 kg/dia a oferta deverá ser de 0,47; 0,21 e 0,27 g/dia respectivamente.
33
A ingestão de magnésio foi superior às exigências em todas as dietas. Mesmo a
dieta composta por palma e soja supriu o necessário pra ganho de peso vivo de 200
g/dia. Ao contrário do que se esperava pela concentração de Mg nas dietas, a ingestão
deste mineral aumentou linearmente (P<0,05) em função substituição da palma por
FAFM. Este efeito foi causado por maior ingestão de água pelos animais alimentados
com dietas com maiores níveis FAFM. A água apresentou concentração elevada de Mg
(1,9 g/L), o aumento da sua ingestão influenciou diretamente na ingestão de Mg.
Verificou-se aumento linear (P<0,05) da absorção do Mg de 35 para 76%. Vários
fatores interferem com a absorção do Mg. Dentre eles, pode-se destacar altos níveis de
K e Ca na dieta. . Avaliando-se a correlação entre %/KgMS ingerida de K, Ca e Na e
absorção de Mg (g/dia), verificou-se r = -0,82814; -0,79684 e 0,76912, respectivamente
e uma probabilidade de <.0001 para todos os minerais .
Newton
et al. (1972) verificaram redução de 46% na absorção de Mg, quando o
nível de K na dieta aumentou de 0,7 para 5,5%. No presente trabalho, entretanto, o
percentual de K em todas as dietas esteve abaixo de 1,0%, porém, o percentual de
ingestão de K por kg/MS teve uma correlação negativa com a absorção de Mg,
demonstrando que mesmo com concentração baixa o K interfere na absorção do Mg.
Segundo Carvalho et al. (2005) quando o K é baixo nas dietas, os ovinos são capazes de
absorver o Mg das forragens pelo menos três vezes melhor do que os bovinos. Mas não
houve diferença no consumo de K nas dietas experimentais.
O Ca interage negativamente com o Mg prejudicando a sua absorção, entretanto,
como provavelmente o Ca estava pouco disponível, mas a associação dos efeitos
causado pela Ca e pelo K interferiram na absorção do Mg.
34
O Na é um cátion responsável pelo transporte do Mg no rumem. Com ingestão de
Na verificou-se correlação positiva (r=0,76912), a medida que o percentual de Na
aumentava com a substituição da Palma por FAFM a absorção de Mg aumentava.
A excreção fecal de Mg decresceu linearmente (P<0.05) com a substituição da
palma por FAFM, provavelmente, devido a maior ingestão de Na e menor ingestão de
Ca com a substituição de palma por FAFM.
Não houve diferença (P<0.05) na ingestão de K, excreção fecal, nem na taxa de
absorção do K. Entretanto, a excreção urinaria decresceu linearmente (P<0.05) em
função da substituição da palma por FAFM (Tabela 5). O que pode ser atribuído ao
aumento na ingestão de Na pelos animas. Com a substituição da palma por FAFM.
Houve maior aporte de Na aos animais. Segundo Dewhurst et al. (1968) há uma
correlação negativa entre a ingestão de Na e a excreção de K pelo organismo, quanto
menor a ingestão Na maior a excreção de K. Este mecanismo é ativado pela aldesterona
que estimula a atividade da Na+ - K+ - ATPase que altera o gradiente de concentração
no lume do tubo no néfron. Com isso há reabsorção de Na e difusão do K para o lúmen.
(Reece, 1996). Resultado semelhante foi encontrado em caprinos por Vieira et al.
(2006).
A ingestão de Na aumentou linearmente (P<0.05), com a substituição da palma
por FAFM, apenas a dieta (0%) apresentou valor Na abaixo das exigências para um
ganho de 0,2 Kg/dia segundo ARC (1980), com substituição da palma por FAFM
consegue-se fornecer a quantidade necessária de Na para ovinos. Este fornecimento
maior de Na oriundo principalmente do feno de atriplex aumentou linearmente o
consumo de água (P<0.05). Este consumo maior de Na afeta principalmente o equilíbrio
homeostático do animal, forçando a consumo maior de água e uma produção maior de
urina. (Reece, 1996; Underwood & Suttle, 1999)
35
Observando-se a tabela 6 verifica-se que a ingestão de Na vai de 2 g/dia até 19,6
g/dia, sua absorção foi acima de 90%. Segundo Berchielli et. al.(2006) em média a
absorção do Na é 93,64%. E esta absorção elevada força os rins a filtrarem maior
quantidade de sangue com intuito de eliminar o excesso de cátions presente na corrente
sanguinea. Animais de alta produção que forem alimentados com dieta compostas de
níveis elevados de atriplex em sua composição provavelmente podem desenvolver
algum problema renal divido ao esforço exacerbado.
A excreção urinaria de Na aumentou linearmente (P<0.05), em função da
substituição da palma por FAFM. Os animais deste experimento excretaram em media
na dieta 0% (FAFM) 1 g de Na por dia e na dieta 82,7% (FAFM) 6g de Na por dia,
demonstrando a utilização desta via como principal meio de excreção.
Na tabela 7 estão os valores da composição da urina, da taxa de excreção dos
minerais e da composição do sangue. Não houve diferença para o volume total de urina
produzida, nem para sua densidade, pH, temperatura, taxa de formação urinaria (TFU),
concentração de uréia e creatinina.
A excreção diária de creatinina, expressa em mg/dia e mg/kg PV, decresceu
linearmente (P<0.05) com a substituição da palma por FAFM. Os valores variaram de
33,4 a 24,0 mg/kg PV. A variação da excreção de creatinina entre as dietas demonstra a
imprecisão para as estimativas de produção urinaria por este composto que é formada
no tecido muscular pela remoção não enzimática e irreversível de água do fosfato de
creatina, a qual se origina do metabolismo dos aminoácidos. Kozloski et. al (2005) em
sua revisão constataram que para ovinos a concentração de creatinina variou de 17 a 37
mg/kg PV e afirmam que a estimativa de produção urinaria para ovinos por
concentração de creatinina deve ser realizada com a media de varias coletas pontuais
realizadas ao longo de 24 horas.
36
Tabela 7 Produção total de urina, densidade, pH, temperatura, taxa de formação de urina
(TFU), concentração urinaria e taxa de excreção fracionaria de creatinina, uréia, Ca,
Mg, K, Na, Cl em ovinos alimentados com FAFM e substituição a palma forrageira
A composição mineral da urina teve diferença significativa para Ca, Na, K, Cl
(P<0.05). A concentração de Ca aumentou linearmente com a substituição da palma por
FAFM, provavelmente o nível de Ca circulante aumentou levando os animais a
excretarem pela urina quantidades maiores de Ca.
A concentração de Na e Cl na urina aumentaram linearmente (P<0.05) com a
entrada de atriplex na dieta, este comportamento foi esperando pelo percentual de 2%
de Na e 6% de Cl do atriplex.
% feno de Atriplex e farelo de milho
P>F
Urina
0,0 14,3 30,5 57,2 82,7 EPN L Q
Total mL 1608,5 1904.5 1676,8 1228,5 2448 185 ns ns
Densidade 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,01 ns ns
pH 8,0 7,8 7,8 7,8 7,9 0,1 ns ns
Tem °C 31,8 31,0 30,2 29,6 30,9 0,3 ns ns
TFU 1,1 1,3 1,2 0,9 1,7 0,1 ns ns
Uréia mmol/L 7,8 9,8 64,6 17,4 14,8 10,3 ns ns
Crea mg/dL 77,0 41,5 51,3 79,0 35,8 7,9 ns ns
Creat mg/dia 868,6 777,5 762,1 797,0 680,2 21,3 0,0161 ns
Creat mg/kg PV 33,4 28,6 27,8 29,3 24,0 0,8 0,0009
ns
Ca mg/L 36,0 94,4 76,4 127,5 126,7 11,5 0,0076 ns
Mg mg/L 549,1 475,7 460,8 678,5 154,8 68,0 ns ns
Na mg/L 620,9 1106,9 1793,9 2530,2 2651,1 216,0 <,0001
ns
K mg/L 3155,6 2646,1 2372,8 2372,7 861,4 237,9 0,0008 ns
Cl mg/L 1418,0 2008,0 2422,2 4450,9 3322,56 328,8 0,007 ns
*TDECr
1.31 1.03 0.59 3.68 0.84 0.41 ns ns
Taxa excreção%
Ureia 33,1 41,9 174,8 14,6 35,6 22,7 ns ns
Ca 1,8 14,7 12,4 1,4 5,1 2,6 ns ns
Mg 223,2 307,2 391,1 195,9 170,0 60,0 ns ns
K 144,9 177,0 192,5 44,6 64,4 24,2 ns ns
Na 2,5 5,1 10,9 2,9 14,9 1,4 0,0107 ns
Cl 21,9 47,7 69,8 47,8 64,9 8,5 ns ns
Sangue
Ureia mmol/L 2,1 3,7 4,6 4,6 7,3 0.5 0,0002 ns
*
TDECr= taxa de depuração
endógena
de creatinina
37
A concentração de K diminui linearmente (P<0.05) sendo antagônica ao consumo
de Na como demonstraram Dewhurst et al. (1968). Animais alimentados com dietas que
tenha valores baixos de Na irão apresentar uma excreção maior de K e um menor
aproveitamento desse cátion.
CONCLUSÕES
O consumo de MS é influenciado positivamente pela substituição da palma
forrageira por atriplex e farelo de milho.
A palma apresenta digestibilidade de CHO e de FDN maior que o Atriplex.
Dietas compostas por palma forrageira e farelo de soja proporcionam ganho de
peso acima de 100g por dia para ovinos.
O cálcio oriundo da palma é indisponível para ovinos.
Em ovinos a absorção e a retenção de K dependem das concentrações de Na.
Dietas compostas exclusivamente de palma e farelo de soja necessitam de uma
suplementação de Na.
Ovinos alimentados com dietas composta por palma ou atriplex como volumoso
exclusivo não tem diferença na produção de urina.
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