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CORSO, Marinês Paula. Estudo da extração de óleo de sementes de gergelim
(Sesamun indicum L.) empregando os solventes dióxido de carbono
supercrítico e n-propano pressurizado. 2008. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Química) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
RESUMO
A extração de óleos vegetais tem sido efetuada principalmente através do uso de
solventes orgânicos por métodos convencionais, porém devido à busca pela
obtenção de óleos com maior qualidade, sem degradação térmica de componentes
desejados e técnicas seguras com redução de contaminação pelos solventes, um
grande interesse tem sido demonstrado no desenvolvimento de processos com
fluidos supercríticos em indústrias de óleos e gorduras. Portanto, o presente trabalho
visou investigar a extração de óleo de sementes de gergelim, utilizando os fluidos
dióxido de carbono supercrítico e n-propano pressurizado. Inicialmente efetuou-se a
caracterização das sementes, e após secagem moagem e peneiramento, as
mesmas foram submetidas à extração de óleo com os fluidos CO
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supercrítico sob
diferentes condições de temperatura (40, 50 e 60 ºC) e de pressão (19, 22 e 25
MPa) e com n-propano nas condições de temperatura de 30, 45 e 60 ºC e de
pressão de 8, 10 e 12 MPa. Os experimentos foram conduzidos através de
planejamento fatorial com ponto central do tipo 2
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e os processos foram comparados
com a extração convencional em conjunto soxhlet com solvente n-hexano. As
amostras de óleo foram submetidas às análises de quantificação de ácidos graxos e
calorimetria diferencial de varredura e a torta foi analisada quanto ao seu teor
protéico. Com os dados obtidos nas extrações, foram testados os modelos: Sovová,
Tan e Liou e um modelo cinético empírico de segunda ordem. Pelos resultados
constatou-se que para as extrações com CO
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supercritico nas condições estudadas,
pressões mais elevadas e temperaturas mais baixas aumentaram a solubilidade do
óleo, apresentando, ambas as variáveis, efeitos significativos (p<0,05). Para as
extrações com n-propano pressurizado, as melhores solubilidades foram obtidas em
condições de maior temperatura, independente da pressão, porém estatisticamente,
as variáveis pressão e temperatura não apresentaram efeitos significativos sobre a
solubilidade. O fluido n-propano apresentou maior taxa de extração, com maior
proporção massa de óleo por massa de solvente, utilizando condições de pressão
inferiores, sendo, portanto, consideravelmente mais vantajoso do que CO
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supercrítico. Em relação a extração convencional com n-hexano, a mesma
apresentou um alto rendimento, porém com tempo de extração extremamente alto
se comparado ao tempo utilizado para extração com n-propano pressurizado. O óleo
extraído tanto em condições supercríticas com CO
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, como o extraído com n-propano
pressurizado apresentou melhor estabilidade oxidativa, indicada pelo tempo de
indução da oxidação, do que o extraído convencionalmente com n-hexano. Quanto à
composição de ácidos graxos, os óleos extraídos sob os deferentes processo não
apresentaram diferença significativa. Quanto ao teor protéico da torta, com n-
propano pressurizado também foi possível obter uma torta semelhante à obtida com
CO
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supercrítico, porém em tempo de extração bem inferior. Para as extrações
realizadas com CO
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, os modelos de Sovová e Souza et al. foram os que melhor se
ajustaram.
Palavras-chave: extração supercrítica, oxidação, farelo.