5
Antunes (1999), fragmenta e parcela a ação operária, dividindo os trabalhadores entre os
pensantes (intelectuais) e os executares de tarefas repetitivas.
De acordo com Behring e Boschetti (2006), o final dos anos de 1960 e início dos
anos de 1970 são marcados pela crise do capital, rompendo com os modelos de
produção Fordista e Taylorista, bem como com o pleno emprego fordista-Keynesiano
3
introduzido na primeira metade do século XX, como estratégia de superação da primeira
crise do capital de 1929. Ainda segundo as autoras:
O que ocorreu na verdade, foi uma crise clássica de superprodução, se
observadas as tendências de longo prazo fundadas na lei do valor. O já
presente agravamento do problema do desemprego (não nas proporções
atuais) pela introdução de técnicas capital-intensivas e poupadoras de mão
de obra, a alta dos preços de matérias-primas importantes, a queda do
volume do comércio mundial, e um poder de barganha de pleno emprego no
capitalismo central (BEHRING
e
BOSCHETTI, 2006, p. 116).
Princípio de planejamento, que consiste em substituir o critério individual do operário, a improvisação e o
empirismo por métodos planejados e testados; 2) Princípio de preparação dos trabalhadores, que consiste
em selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e treiná-los para
produzirem mais e melhor, de acordo com o método planejado, e em preparar as máquinas e
equipamentos em um arranjo físico e disposição racional, o que pressupõe o estudo das tarefas ou dos
tempos e movimentos e da Lei da fadiga; 3) Princípio do controle, que consiste em controlar o trabalho
para se certificar de que o mesmo está sendo executado de acordo com o método estabelecido segundo o
plano de produção; 4) Princípio da execução, que consiste em distribuir distintamente as atribuições e
responsabilidades para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível. Nas palavras de
Harvey (1992) o método de administração científica de Taylor permitiu ao capital enfrentar a relação de
dependência da habilidade manual da força de trabalho, mediante a dissociação dos processos produtivos
das especialidades dos trabalhadores; separação do trabalho de concepção e de execução; utilização do
conhecimento para controlar cada fase da produção e seu modo de execução.
2
O modelo Fordista pode ser entendido por uma série de características: “meticulosa separação entre
projeto e execução, iniciativa e atendimento de comandos, liberdade e obediência, invenção e
determinação, com o estreito entrelaçamento dos opostos dentro de cada uma das posições binárias e a
suave transmissão de comando do primeiro elemento de cada par ao segundo” (Bauman, 2001, p. 68 apud
Fraga, 2005, p. 36); baixa mobilidade dos trabalhadores; homogeneização da mão-de-obra; “mão-de-obra
numerosa e predominantemente masculina” (Beynon, 1995: 6 apud Fraga, 2005, p. 37); produção em
massa, consumo em massa; rotinas de trabalho; controle do tempo, adaptação ao ritmo da máquina; e
homogeneidade dos produtos. O Fordismo, método de racionalização da produção em massa, integrou-se
ao Taylorismo, tendo seu inicio na indústria automobilística Ford Motor Company, trasladando-se
posteriormente a todos os setores industriais e inclusive o de serviços. O conjunto de práticas produtivas,
cunhado de fordismo, é característico da modernidade sólida ou do capitalismo pesado, nas palavras de
Bauman, sendo importante para a organização da produção até meados da década de 1970. “Entre os
principais ícones dessa modernidade estavam a fábrica fordista, que reduzia as atividades humanas a
movimentos simples, rotineiros e predeterminados, destinados a serem obedientes e mecanicamente
seguidos, sem envolver as faculdades mentais e excluindo toda espontaneidade e iniciativas mental
(Bauman, 2001, p. 33/34 apud Fraga, 2005).
3
Esse padrão de desenvolvimento, fordista/Keynesiano - que se caracterizava pelo investimento,
tanto na esfera da produção, como da reprodução, tendo como uma de suas características centrais, a
elaboração de Políticas Sociais, principalmente de pleno emprego - possibilitou o avanço de certas
conquistas no campo do bem-estar, especialmente nos países desenvolvidos, por meio do conhecido
Estado de Bem Estar Social (BEHRING, 2002).