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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Departamento de Química
Programa de Pós-Graduação em Química
TESE DE DOUTORADO
“Avaliação Termoanalítica e Cinética de Medicamentos
Antiretrovirais (Estavudina, Lamivudina, Zidovudina)
e síntese de novos produtos derivados dos antiretrovirais”
Marcos Antonio Feitosa de Souza
João Pessoa – PB
Abril – 2008
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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Departamento de Química
Programa de Pós-Graduação em Química
TESE DE DOUTORADO
“Avaliação Termoanalítica e Cinética de Medicamentos
Antiretrovirais (Estavudina, Lamivudina, Zidovudina)
e síntese de novos produtos derivados dos antiretrovirais”
Marcos Antonio Feitosa de Souza
Orientadores: Profº. Dr. Antonio Gouveia de Souza
Profº. Dr. Bruno Freitas Lira
*Bolsista: CAPES
João Pessoa – PB
Abril – 2008
Tese apresentada ao Centro de
Ciências Exatas e da Natureza, Universidade
Federal da Paraíba, em cumprimento às
exigências para obtenção do título de Doutor
em Química (Orgânica).
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Dedico esta tese a minha mãe:
In memorian (Telma Lúcia),
Ao meu filho Pedro Ivo, minha irmã Ana Valeria,
toda minha família e todos os meus amigos
por terem me apoiado em todos os instantes.
Agradecimentos
A Deus e a Nossa Senhora, por terem concedido a graça de poder realizar
mais um trabalho acadêmico na minha vida;
Aos meus pais e familiares, por me darem forças, conselhos e todo o apoio
possível;
Aos meus orientadores, Dr. Antônio Gouveia de Souza e Dr. Bruno Freitas
Lira, pelo profissionalismo, orientações, amizade, além de tornarem possível a
realização deste trabalho;
Às professoras Dra. Iêda Mª. Garcia dos Santos, Dra. Marta Maria da
Conceição e a Dra. Marta Célia D. Silva, pelo apoio, ensinamento, sugestões
contidas neste trabalho e amizade;
Aos professores Drª. Crislene Rodrigues da Silva Morais, Dra. Mª da
Conceição Barreto (Tia Conça), Dr. Regis Botelho, pela amizade, apoio e
esclarecimentos de dúvidas;
À turma maravilhosa da qual fiz parte, com muita honra, do ciclo de amizade:
Roberlúcia, Soraya Alves, Geuza, Daniele Jaguaribe, Ivanete e Fabiana, pela
amizade, cumplicidade e orientações de vida em todos os momentos;
À galera animada do LaCoM, a qual faz do laboratório uma grande família, de
modo que, nestes 4 anos de tese, convivi com pessoas maravilhosas como:
Raul, Soraia (Mama), Camila, Daniele, Márcia, Mary, Carol, Sayonara
(Espeto), Jailson, Amanda, Carlos Emmerson, José Carlos, Herbert, Luiza,
Aline, Fagner, Renata, Nataly, Marileide, Evaneide, Christiano, Júlio, André,
Kassandra, Glauco, Adriana etc. pelo companheirismo e amizade;
Aos técnicos Lúcia e Rogério pela seriedade, competência e apoio em realizar
as análises de TG e IR, respectivamente. E ao técnico Vicente da Central
Analítica, em realizar ás análises de RMN¹H e C
13
. E aqueles que
contribuíram na realização das demais análises contidas neste estudo;
Ao amigo Marcos Pequeno (Secretário) e Gloria (secretária) pela amizade e
ajuda prestada;
À CAPES, pelo financiamento concedido neste estudo;
E a todos que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
iv
Souza, Marcos A F de
Título: Avaliação Termoanalítica e Cinética de Medicamentos Antiretrovirais (Estavudina,
Lamivudina, Zidovudina) e síntese de novos produtos derivados dos Antiretrovirais.
Autor: Marcos Antonio Feitosa de Souza
Orientadores: Prof. Dr. Antônio Gouveia de Souza
Prof. Dr. Bruno Freitas Lira
Resumo
Neste trabalho, os princípios ativos da Estavudina, Lamivudina e Zidovudina com atividade
biológica antiretroviral, usadas nos medicamentos para o tratamento da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, foram estudados por meio da análise térmica. A decomposição
térmica foi avaliada, objetivando conhecer a estabilidade térmica dessas substâncias, suas
interações com os excipientes, propor o mecanismo e obter os parâmetros cinéticos do
processo, tais como energia de ativação e fator pré-exponencial, em diferentes atmosferas,
para efeito de comparação. Os princípios ativos comprovaram uma maior estabilidade em
atmosfera de Nitrogênio do que em Ar Sintético. Na maioria dos princípios ativos, os
melhores mecanismos, segundo Coats–Redfern, no modo não–isotérmico, o que melhor se
adequaram aos cálculos cinéticos foram F1 e F3, enquanto para isotérmica foi o Am4. Na
análise por Calorimetria Exploratória Diferencial utilizou-se uma mistura física 1:1 m/m dos
princípios ativos com os excipientes para verificação da interação entre eles. Na proporção
utilizada, em alguns casos, a interação foi intensa e sugeriu-se mudança de excipiente. Na
Calorimetria Exploratória Diferencial por Pressão, observou-se a temperatura de oxidação
de cada princípio ativo, e na Calorimetria Exploratória Diferencial por Temperatura
Modulada, foram observadas as mudanças reversíveis e irreversíveis. Estas técnicas
complementares foram utilizadas para obter informações de algumas características físico-
químicas que são desconhecidas no processo de industrialização. Na segunda fase do
trabalho foram realizadas sínteses de novos princípios ativos, tendo a molécula Isocianato
adicionada em suas estruturas. Os novos compostos foram caracterizados através da
Ressonância Magnética Nuclear, do Infravermelho e dos Pontos de Fusão, com perspectiva
de um novo produto, não só aplicados no coquetel para o tratamento do Virus da
Imunodeficiência Humana, mas também para outra atividade biológica, como
anticancerígena.
Palavras-Chave: Termogravimetria, Antiretrovirais, Parâmetros cinéticos.
v
Souza, Marcos A F de
Title: Thermal analytical and kinetic evaluation of antiretroviral medicine (Stavudine,
Lamivudine, Zidovudine) and synthesis of new products derived from the antiretroviral.
Author: Marcos Antonio Feitosa de Souza
Supervisiers: Prof. Dr. Antônio Gouveia de Souza
Prof. Dr. Bruno Freitas Lira
Abstract
In this work, the active principles Stavudine, Lamivudine and Zidovudine, which display
antiretroviral biological activity and are used in drugs for the treatment of AIDS, were studied
by thermal analysis. The thermal behavior of these compounds was evaluated, aiming at
knowing the thermal stability of these substances, their interaction with analytical techniques,
applying the non-isothermal and isothermal modes. By means of thermal analysis, the
thermal decomposition was studied, aiming at evaluating their thermal stability, their
interactions with excipients. The work also aims at obtaining the mechanism and the kinetic
parameters of the process, such as activation energy and pre-exponential factor, at different
atmospheres, for comparison. The active principles presented a higher stability in an inert
atmosphere (N
2
) than in synthetic air. In the majority of the active principles, the best
mechanisms according to the kinetic calculations of the Coats – Redfern method, using a
non-isothermal mode, was considered to be F1 and F3, whereas for the isothermal mode it
was the Am4. For the tests using differential scanning calorimetry, a 1:1 m/m physical
mixture of the active principles with the excipients was used, aiming at evaluating the
interactions between them. In such proportions, in some cases, the interaction was intense
and a change of excipients was suggested. By means of the pressurized differential
scanning calorimetry, it was determined the oxidation temperature of each active principle
and by temperature modulated differential scanning calorimetry the reversible and
irreversible changes were observed. These complementary techniques were employed to
obtain information on some physicochemical characteristics information of the samples,
which are unknown in the industrial process. In the second phase of this work, the synthesis
of new active principles was carried out, with the addition of isocyanate to the active
principles. The modified drugs were characterized by nuclear magnetic resonance (NMR)
and Fourier-transformed infrared spectroscopy, besides the melting point determination. The
results obtained suggest the perspective of a new product, with application not only in
cocktails for Human Immunodeficiency Virus treatments but also for another biological
activities.
Keywords: Thermogravimetry, Antiretroviral, Kinetic parameters.
vi
Souza, Marcos A F de
Publicações Decorrente do Trabalho
Souza, M. A. F.; Conceição, Marta M. ; Silva, M. C. D.; Soledade, L. E. B. ; and
Souza A. G., THERMAL AND KINETIC STUDY OF STATINS – Simvastatin and
Lovastatin , Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, Vol. 87 (2007) 3, 859–
863.
vii
Souza, Marcos A F de
Sumário
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... IX
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ....................................................................... XIV
1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS …………………………………………………………….16
1.1
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17
1.2
OBJETIVOS ..................................................................................................................... 17
Objetivo Geral ................................................................................................................. 17
Objetivos Específicos...................................................................................................... 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 20
2.1
MEDICAMENTOS ANTIRETROVIRAIS.................................................................................. 21
2.2
ANÁLISE TÉRMICA ........................................................................................................... 26
2.2.1 Reações de Decomposição Térmica ..................................................................... 28
2.2.2 Equações Cinéticas para Decomposição Térmica de Sólidos .............................. 30
2.2.3 Estudo Cinético das Reações de Decomposição Térmica de Sólidos por
Termogravimetria ............................................................................................................ 34
2.2.4 Tratamento Matemático das Equações Cinéticas Não-Isotérmicas ..................... 38
2.2.5 Determinação do Modelo Cinético ......................................................................... 45
2.2.6 Efeito da Compensação Cinética........................................................................... 46
2.2.7 Comparação entre os Métodos Não-isotérmico e Isotérmico ................................ 48
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................... 52
3.1
SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS ......................................................................................... 52
3.2
CARACTERIZAÇÃO TÉRMICA DOS PÓS ............................................................................. 52
3.2.1 Termogravimetria ................................................................................................... 52
3.2.1.1 Termogravimetria Não – Isotérmica ............................................................... 53
3.2.1.2 Termogravimetria Isotérmica ......................................................................... 53
3.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) .......................................................... 53
3.2.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada (MDSC) ............................... 54
3.2.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial por Pressão (PDSC) ............................ 54
3.3
CINÉTICA QUÍMICA POR TERMOGRAVIMETRIA ................................................................... 54
3.3.1 Determinação dos Parâmetros Cinéticos Não – isotérmicos ................................. 54
3.3.2 Determinação dos Parâmetros Cinéticos Isotérmicos ........................................... 55
3.4
SÍNTESE DE NOVOS PRODUTOS ATRAVÉS DOS PRINCÍPIOS ATIVOS COMO UMA
PERSPERCTIVA PARA NOVOS COMPOSTOS COM POSSÍVEIS ATIVIDADES BIOLOGICAS
. ......... 55
viii
Souza, Marcos A F de
3.4.1 Material .................................................................................................................. 55
3.4.2 Preparação de E
1
. .................................................................................................. 56
3.4.3 Preparação de L
1
................................................................................................... 56
3.4.4 Preparação de Z
1
................................................................................................... 57
3.5
PONTO DE FUSÃO ........................................................................................................... 57
3.6
ESPECTRO VIBRACIONAL DE ABSORÇÃO NA REGIÃO MÉDIA DO INFRAVEMELHO ................ 57
3.7
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN) .................................................................. 58
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 60
4.1
CARACTERIZAÇÃO DOS PÓS ............................................................................................ 60
4.1.1 Comportamento térmico pelo método Não–Isotérmico dos pós em atmosfera N
2
60
4.1.2 – Comportamento térmico pelo método Não – Isotérmico dos pós em atmosfera
Ar Sintético ..................................................................................................................... 68
4.2
AVALIAÇÃO DAS CURVAS DSC EM ATMOSFERA DE N
2
...................................................... 70
4.2.1 Avaliação por DSC das Misturas (Excipientes e Princípio Ativo) .......................... 73
4.2.2 Avaliação da Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada dos princípios Ativos
dos Antiretrovirais ........................................................................................................... 75
4.2.3 Calorimetria Exploratória diferencial por Pressão (PDSC) .................................... 77
4.3
CINÉTICA ........................................................................................................................ 80
4.3.1 Cinética Não-isotérmicas em N
2
............................................................................ 80
4.3.2 Cinética Não-isotermicas em Ar – Sintético ........................................................... 81
4.3.3 Efeito da compensação cinética para sistema não-isotérmico .............................. 82
4.3.4 Estudo do Método Isotérmico ................................................................................ 84
4.4
MECANISMO DE REAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS DERIVADOS DOS PRINCÍPIOS ATIVOS. ....... 87
4.4.1 Mecanismo de reação para derivados da Estavudina ........................................... 87
4.5
PONTO DE FUSÃO ........................................................................................................... 89
4.6
ESPECTROSCOPIA INFRAVERMELHO ................................................................................ 90
4.7
CARACTERIZAÇÕES ATRAVÉS DO RMN DE
1
H E
13
C
DOS PRINCÍPIOS ATIVOS E NOVOS
COMPOSTOS SINTETIZADOS ............................................................................................. 93
5. CONCLUSÃO …………………………………………………………….……………….102
5.1
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 103
5.2
PERSPECTIVAS PARA TRABALHOS FUTURO .................................................................... 104
6. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................105
ix
Souza, Marcos A F de
Lista de Figuras
Figura 2. 1 Estrutura do princípio ativo da Estavudina. ............................................. 23
Figura 2. 2 Estrutura do princípio ativo da Lamivudina. ............................................ 24
Figura 2. 3 Estrutura do princípio ativo da Zidovudina. ............................................. 24
Figura 3.1 Síntese dos produtos derivados dos princípios ativos......................... 55
Figura 3. 2 Esquema da sintese da E
1
. ................................................................. 5656
Figura 3. 3 Esquema da sintese da L
1
. ..................................................................... 56
Figura 3. 4 Esquema da sintese da Z
1
. ..................................................................... 57
Figura 4. 1 Curvas TG/DTG do princípio ativo da Estavudina em razão de
aquecimento de 10ºC min
-1
e nas razãoes de aquecimento 10, 15 e 20 ºC min
-1
. .... 61
Figura 4. 2 Curva TG/DTG do princípio ativo da Lamivudina em razão de ............... 62
Figura 4. 3 Curva TG/DTG do princípio ativo da Zidovudina na razão de aquecimento
de 10ºC min
-1
em atmosfera de N
2
e nas tres razões de aquecimento ..................... 63
Figura 4. 4 Curvas TG dos excipientes Amido de milho (a) e Celulose Microcristalino
(b) e Lactose anidro (c) em razão de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
. ................... 65
Figura 4. 5 Curvas TG dos medicamentos comerciais dos antiretrovirais (a)
Lamivudina e (b) Zidovudina (b) em razão de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
. ...... 66
Figura 4. 6 Curvas TG/DTG do princípio ativo da Estavudina em razão de
aquecimento de 10ºC.min
-1
e nas razãoes de aquecimento 10 15 e 20 ºC.min
-1
. .... 68
Figura 4. 7 Curvas TG/DTg do princípio ativo da Zidovudina em razão de
aquecimento de 10 ºC.min
-1
e nas razãoes de aquecimento 10, 15 e 20 ºC.min
-1
... 69
Figura 4. 8 Curvas DSC do princípio ativo da Estavudina (a), Lamivudina (b) .......... 71
Figura 4. 9 Curvas DSC dos excipientes dos antiretrovirais: amido de milho (a),
Celulose microcristalino (b) e Lactose Anidra (c). ..................................................... 73
Figura 4. 10 Curvas DSC do princípio ativo da Estavudina, Celulose Microcristalina
(a), Lactose (b) e Misturas físicas (1:1 m/m). ............................................................ 74
Figura 4. 11 Curvas DSC do princípio ativo da Lamivudina, Amido de milho (a),
celulosa Microcristalino (b), e misturas físicas (1:1 m/m). ......................................... 74
Figura 4. 12 Curvas DSC do princípio ativo do Zidovudina, Amido de milho (a),
Celulose Microcristalino (b) e Mistura física (1:1m/m). .............................................. 75
Figura 4. 13 Curvas MDSC do princípio ativo da Estavudina. ................................... 76
Figura 4. 14 Curvas MDSC do princípio ativo da Lamivudina. .................................. 76
Figura 4. 15 Curvas MDSC do princípio ativo da Zidovudina. ................................... 77
x
Souza, Marcos A F de
Figura 4. 16 Curvas do PDSC no modo dinâmico do princípio ativo da Estavudina(a),
Lamivudina (b) e da Zidovudina (c). .......................................................................... 78
Figura 4. 17 Curvas do PDSC no modo Isotérmico do princípio ativo da Estavudina
(a), Lamivudina (b) e da Zidovudina (c). .................................................................... 79
Figura 4. 18 Gráfico do efeito da compensação cinética em N
2
(a) e Ar sintético (b)
para Estavudina. ....................................................................................................... 82
Figura 4. 19 Gráfico do efeito da compensação cinética em N
2
da Lamivudina. ....... 82
Figura 4. 20 Gráfico do efeito da compensação cinética em N
2
(a) e Ar sintético (b)
para Zidovudina. ........................................................................................................ 83
Figura 4. 21 Isotermas dos princípios ativos da Estavudina (a), Lamivudina (b) e da
Zidovudina (c). ........................................................................................................... 85
Figura 4. 22 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto a partir da
Estavudina................................................................................................................. 87
Figura 4. 23 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto derivado a partir
da Lamivudina. .......................................................................................................... 88
Figura 4. 24 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto derivado a partir
da Zidovudina. ........................................................................................................... 89
Figura 4. 25 Estrutura numerada do princípio ativo da Estavudina (a) e do E
1
(b). ... 94
Figura 4. 26 Estrutura numerada do princípio ativo da Lamivudina (a) e da L
1
(b). .. 96
Figura 4. 27 Estrutura numerada do princípio ativo da Zidovudina (a) e do Z
1
(b). ... 98
Figura A. 1 Espectro de infravermelho de Estavudina em KBr. ............................... 120
Figura A. 2 Espectro de infravermelho de E
1
em KBr. ............................................ 120
Figura A. 3 Espectro de infravermelho de Lamivudina em KBr. .............................. 121
Figura A. 4 Espectro de infravermelho de L
1
em KBr. ............................................. 121
Figura A. 5 Espectro de infravermelho do Zidovudina em KBr. ............................... 122
Figura A. 6 Espectro de infravermelho do Z
1
em KBr. ............................................. 122
Figura B. 1 Espectro de RMN
1
H de Estavudina (DMSO-d
6
, 200 MHz). .................. 124
Figura B. 2 Expansão do espectro de RMN
1
H de Estavudina ................................. 124
Figura B. 3 Expansão do espectro de RMN
1
H de Estavudina ................................. 125
Figura B. 4 Espectro de HMN
13
C (APT) de Estavudina (DMSO-d6, 50 MHz). ....... 125
Figura B. 5 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Estavudina .................... 126
Figura B. 6 Espectro de RMN
1
H da E
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz). ................................ 126
Figura B. 7 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
............................................... 127
Figura B. 8 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região
de δ 8.5 – 11.5 ppm. ................................................................................................ 127
xi
Souza, Marcos A F de
Figura B. 9 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
............................................... 128
Figura B. 10 Espectro de HMN
13
C (APT) de E
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz)..................... 128
Figura B. 11 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de E
1
................................ 129
Figura B. 12 Espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d6, 200 MHz). ............... 129
Figura B. 13 Expansão do espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d6, 200 MHz)
na região de δ 5.0 – 8.2 ppm. .................................................................................. 130
Figura B. 14 Expansão do espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d
6
, 200 MHz)
na região de δ 2.6 – 5.5 ppm. .................................................................................. 131
Figura B. 15 Espectro de HMN 13C (APT) de Lamivudina (DMSO-d
6
, 50 MHz). .... 131
Figura B. 16 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Lamivudina ................. 131
Figura B. 17 Espectro de RMN
1
H de L
1
(DMSO-d6, 200 MHz). .............................. 132
Figura B. 18 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
............................................. 132
Figura B. 19 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
............................................. 133
Figura B. 20 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
............................................. 133
Figura B. 21 Espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz). .................... 134
Figura B. 22 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
................................ 134
Figura B. 23 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
................................ 135
Figura B. 24 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
................................ 135
Figura B. 25 Espectro de RMN
1
H de Zidovudina (DMSO-d6, 200 MHz). ................ 136
Figura B. 26 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina ............................... 136
Figura B. 27 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina ............................... 137
Figura B. 28 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina ............................... 137
Figura B. 29 Espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina (DMSO-d
6
, 50 MHz). ...... 138
Figura B. 30 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina .................. 138
Figura B. 31 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina .................. 139
Figura B. 32 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina .................. 139
Figura B. 33 Espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz). .............................. 140
Figura B. 34 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
............................................. 140
Figura B. 35 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
............................................. 141
Figura B. 36 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
............................................. 141
Figura B. 37 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
............................................. 142
Figura B. 38 Espectro de HMN
13
C (APT) de Z
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz). .................... 142
Figura B. 39 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Z
1
................................ 143
xii
Souza, Marcos A F de
Lista de Tabelas
Tabela 2. 1 Métodos de desenvolvimento de técnicas farmacêuticas combinados
com aplicações de técnicas de analise térmica. ........... Erro! Indicador não definido.
Tabela 2. 2 Equações cinéticas para a decomposição térmica de sólidos. .......... Erro!
Indicador não definido.
Tabela 3. 1 Produtos fornecidos pelo LAFEPE e reagentes do laboratorio. ........ Erro!
Indicador não definido.2
Tabela 4. 1 Resultados de TG/DTG para Estavudina em atmosfera de N
2
na razão
de aquecimento de 10 ºC min
-1
. ................................................................................ 61
Tabela 4. 2 Resultados de TG/DTG para Lamivudina em atmosfera de N
2
em razão
de aquecimento de 10 ºC min
-1
. ................................................................................ 62
Tabela 4. 3 Resultados de TG/DTG para Zidovudina em atmosfera de N
2
em razão
de aquecimento de 10ºC min
-1
. ................................................................................. 63
Tabela 4. 4 Resultados de TG/DTG para dos excipientes dos anti-retrovirais em
razão de 10 ºC min
-1
sob atmosfera de N
2
. ............................................................... 65
Tabela 4. 5 Resultados de TG/DTG dos Medicamentos comerciais dos antiretrovirais
em razão de 10 ºC min
-1
sob atmosfera de N
2
. ......................................................... 67
Tabela 4. 6 Resultados de TG/DTG para Estavudina em atmosfera de ar sintético em
razões de 10 ºC min
-1
. ............................................................................................... 69
Tabela 4. 7 Resultados de TG/DTG para Zidovudina em atmosfera de Ar Sintético
em razão de 10 ºC min
-1
. ........................................................................................... 70
Tabela 4. 8 Mecanismo de decomposição de acordo com COATS-REDFERN para
os princípios ativos dos Antiretrovirais, para 1ª etapa de decomposição. ................. 80
Tabela 4. 9 Parâmetros cinéticos em atmosfera de Ar sintético e N
2
para
Antiretrovirais. ........................................................................................................... 81
Tabela 4. 10 Valores da constante de velocidade (k), do coeficiente de correlação
linear (r) e do desvio padrão (s) obtidos a partir da equação g(α) = kt + k
o
para os
princípios ativos dos antiretrovirais. .......................................................................... 83
Tabela 4. 11 Valores dos pontos de fusões dos princípios ativos. ............................ 86
Tabela 4. 12 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de
alguns grupos funcionais de Estavudina e E
1.
........................................................... 89
Tabela 4. 13 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de
alguns grupos funcionais de Lamivudina e L
1.
........................................................... 90
xiii
Souza, Marcos A F de
Tabela 4. 14 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de
alguns grupos funcionais de Zidovudina e Z
1
. ........................................................... 91
Tabela 4. 15 Deslocamentos químicos (em ppm)
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em
(DMSO – d
6
) do princípio ativo Estavudina e E
1.
....................................................... 92
Tabela 4. 16 Deslocamento químico
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em (DMSO – d
6
)
do princípio ativo Lamivudina e L
1
. ............................................................................ 94
Tabela 4. 18 Deslocamento químico de
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em (DMSO –
d
6
) do princípio ativo Zidovudina e Z
1
........................................................................ 96
xiv
Souza, Marcos A F de
Lista de Siglas e Abreviaturas
δ – Deslocamento químico em partes por milhão;
υ – freqüência (s-1);
A3 – Mecanismo de nucleação caótica (n = 3);
A4 – Mecanismo de nucleação caótica (n = 4);
s – singleto;
dd – duplo dupleto;
t – tripleto;
m – multipleto;
DMSO – dimetilsulfóxido;
RMN
13
C – Ressonância Magnética Nuclear de Carbono;
RMN
1
H – Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio;
TG – Termogravimetria;
DTG – Termogravimetria Derivada;
DSC – Calorimetria Exploratória Diferencial;
MDSC – Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada;
PDSC – Calorimetria Exploratória Diferencial por Pressão
IV – Infravermelho;
k – Constante de velocidade de decomposição térmica;
Ea – Energia de Ativação Aparente;
A – Fator Pré-Exponencial;
n – Ordem de reação;
α – Fração decomposta;
T – Temperatura;
t – tempo;
CR – Coats-Redfern;
PF – Ponto de Fusão;
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana;
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Introdução e Objetivos
Capítulo 1
Souza, Marcos A F de
17
1.1 Introdução
Desde início do descobrimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS), têm-se poucas informações, na literatura, do aspecto físico-químico dos
medicamentos antiretrovirais, usados no combate a esta doença. A pesquisa se
limita muito mais na ação terapêutica, ou seja, em sua atividade biológica. Este
trabalho vem propor um conhecimento de alguns princípios ativos, no aspecto físico
físico-químico, onde algumas destas informações podem ajudar no processo
industrial, além de propor um novo produto derivado destes princípios ativos,
podendo ser utilizado em outras atividades biológicas, como antibacteriano,
anticancerígeno e etc.
1.2 Objetivos
Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho foi analisar a estabilidade térmica, identificar
os produtos de decomposição de princípios ativos de Antiretrovirais (Estavudina,
Lamivudina e Zidovudina), comercializados na forma de comprimidos, utilizando as
técnicas termoanalíticas, e sintetizar novos compostos derivados a partir destes
princípios ativos.
Objetivos Específicos
Definir perfis termoanalíticos, estudar a estabilidade térmica dos princípios
ativos Estavudina, Lamivudina e Zidovudina, usados nos medicamentos
comerciais, dos excipientes e dos medicamentos comerciais, através da
termogravimetria TG/DTg, Calorimetria Exploratória Diferencial por Pressão
(PDSC) e Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada (MDSC), para
observação dos processos reversíveis e irreversíveis;
Avaliar a grau de pureza do princípio ativo, através do Ponto de Fusão,
utilizando a técnica da Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC);
Avaliar a interação dos princípios ativos com os excipientes, que estão
presentes em maior quantidade nos medicamentos comerciais, a proporção
Souza, Marcos A F de
18
da misturas analisadas em massa dos princípios ativos e excipientes foram de
1:1(m/m);
Obter melhores mecanismos e determinar parâmetros cinéticos, pelos
métodos não isotérmicos e isotérmicos em atmosfera inerte (N
2
) e em Ar
Sintético, tais como energia de ativação (Ea), fator pré-exponencial (A) e
ordem de reação (n), dos princípios ativos presentes nos medicamentos
antiretrovirais.
Sintetizar novos produtos, derivados a partir dos princípios ativos, e
caracterizá-los, através das técnicas de Ressonância Magnética Nuclear
(RNM), Espectroscopia do Infravermelho e Ponto de Fusão.
Fundamentação Teórica
Capítulo 2
Souza, Marcos A F de
20
2 Fundamentação Teórica
O início do tratamento de doenças por meio de drogas perde-se na
antiguidade, tendo precedido a história escrita. As primeiras drogas foram de origem
natural, extraídas principalmente de plantas superiores, e destinavam-se à terapia de
doenças infecciosas. Os antigos Chineses, Hindus, Maias e povos do Mediterrâneo,
séculos antes de nossa era, já conheciam o emprego terapêutico de certas plantas e
de alguns minerais. O imperador chinês Shen Nung (cerca de 3.000 a.C.), em seus
escritos sobre ervas medicinais, recomendava o uso da planta Ch’ang shang para o
tratamento de malária, planta que contém alcalóides – dotados de ação antimalária.
Os índios brasileiros empregavam raízes da ipeca para desinteria e diarréia. O
grande impulso se deu à Química Farmacêutica com a descoberta, feita por Paul
Ehrlich no século XX, conhecido como pai da Quimioterapia moderna, resultando
nas descobertas de muitos agentes quimioterápicos, entre os quais sobressaíram os
antibióticos (MEZ-MANGOLD – SALLES, 1971).
A química farmacêutica foi definida pela IUPAQ (União Internacional de
Química Pura e Aplicada) como – “uma ciência que se preocupa com a descoberta,
o desenvolvimento, a identificação e a interpretação do modo de ação dos
compostos biologicamente ativos ao nível molecular”. A ênfase desta ciência não se
restringe somente à fabricação, mas abrange também os compostos bioativos.
(KOROLKOVAS et al, 1988).
Podemos classificar os medicamentos em três categorias:
Medicamentos Genéricos – são medicamentos que contêm o mesmo
fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica,
administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do
medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança
que o medicamento de referência, podendo ser intercambiável. O
Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), avalia os testes de bioequivalência entre o
genérico e seu medicamento de referência, apresentados pelos
fabricantes, para comprovação da sua qualidade;
Souza, Marcos A F de
21
Medicamentos similares – são medicamentos que possuem o mesmo
fármaco, a mesma concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de
referência (ou marca), mas não têm sua bioequivalência com o
medicamento de referência comprovada;
Medicamentos de marcas – são medicamentos, normalmente
inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente, por ocasião do registro junto ao Ministério da Saúde,
através da ANVISA. Geralmente se encontram há bastante tempo no
mercado e possuem uma marca comercial conhecida.
Os medicamentos genéricos são produtos que oferecem uma série de
vantagens sobre os outros, entre eles baixo custo, pois são, em média, 30% mais
baratos que os demais e sua eficácia e segurança são asseguradas pelos testes de
bioequivalência.
2.1 Medicamentos Antiretrovirais
A ciência prática médica moderna tem a sua disposição medicamentos
eficazes no tratamento de doenças, medicamentos estes que variam dos
anticépticos, às vacinas e aos antibióticos. Um campo em que a medicina encontra-
se historicamente deficiente, entretanto, consiste em encontrar drogas para tratar
das infecções virais. Vacinas altamente eficazes têm sido desenvolvidas
recentemente para impedir tais doenças, mas anteriormente, quando alguém
contraía um vírus, havia pouco a ser feito. Recomendava–se o repouso e a
abundância de ingestão de líquidos até que a doença desaparecesse. Os primeiros
antiretrovirais experimentais foram desenvolvidos nos meados dos anos 60, para
tratar a maior parte dos herpesviruses.
As drogas antivirais consistem em uma classe de medicamentos usadas
especificamente para tratamento e profilaxia de doenças causadas por infecções
virais. Similar aos antibióticos, os antiretrovirais específicos são usados para vírus
específicos. As drogas antiretrovirais são uma classe dos antimicrobianos, um grupo
maior que inclui também drogas antibióticas, antifungais e antiparasitas. São
Souza, Marcos A F de
22
relativamente inofensivas ao anfitrião, e podem conseqüentemente ser usadas no
tratamento de infecções.
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença infecto
contagiosa, causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), descrito pela
comunidade científica. Porém, não se trata de uma doença comum, pois é
responsável por um grande número de óbitos na maioria dos países
subdesenvolvidos (AMATO et al., 1996).
O HIV é um vírus que é transmitido pelo contato sexual, sangue e
hemoderivados (produtos fabricados através do plasma humano), pelo uso de
agulhas contaminadas e para o feto, através da mãe. A transmissão do HIV, através
da transfusão de sangue e hemoderivados, diminuem significativamente, em
conseqüência da realização prévia de testes sorológicos para seleção de doadores
de sangue, e devido ao tratamento térmico dos concentrados de fatores de
coagulação (SERB & YEUNG, 1994).
O número de casos de AIDS tem crescido assustadoramente e o mais
perverso e evidente crescimento ocorre no continente africano. Na região
subsaariana, formada por 45 países, considerados os mais pobres, vivem mais de
28 milhões dos mais de 40 milhões de infectados pelo HIV no mundo. Nestes
países, morrem mais de 2 milhões de pessoas por ano, o que representa 80% do
total de mortos pela epidemia, e hoje em dia são mais 33,2 milhões de infectados
por todo o mundo. (BALINT, 2001; UNAIDS/WHO, 2001; UNAIDS/WHO, 2002, AIDS
Alert, 2008)
A epidemia de AIDS foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1982, na
Região Sudeste. Considerando-se o conhecimento sobre a história natural e período
de latência da infecção pelo HIV, deduz-se que a introdução do vírus no país deve
ter ocorrido no final da década de 70, e a sua difusão, em um primeiro momento,
esteve concentrada nas principais áreas metropolitanas da Região Sul e Sudeste.
Logo em seguida, iniciou-se um processo de disseminação para as demais regiões
do país (BRASIL, 1999).
No Brasil, mais de 610 mil pessoas têm o HIV. Desde a descoberta da
doença, foram registrados mais 203 mil casos de AIDS no país, com 113 mil mortes
(BRASIL, 1999; UNAIDS/WHO, 2002). Uma vez que a doença não tem cura, a
garantia de qualidade de vida adequada aos doentes infectados pelo vírus HIV se
Souza, Marcos A F de
23
faz pela administração de combinação de fármacos antiretrovirais, o chamado
“coquetel”. Nas Figuras 2.1, 2.2 e 2.3 são mostradas as estruturas dos princípios
ativos (Estavudina, Lamivudina e Zidovudina) usados para medicação comercial nos
tratamentos aos portadores de HIV. Como estes medicamentos são dispendiosos,
países como o Brasil e a Índia estão sendo beneficiados com a produção de
genéricos contra a AIDS, pois atualmente, mesmo pagando os royalties aos
detentores da patente, o Brasil reduziu o custo anual do tratamento de US$ 15.000
para US$ 3.000 por paciente. O Ministério da Saúde tem conseguido obter
antiretrovirais a um custo mais baixo do que o praticado pela indústria farmacêutica
em outros países. Este fato deve-se ao programa de aquisição em larga escala e à
produção em laboratórios estatais (Farmanguinhos, LAFEPE, IQUEGO, FURP), que
estão fornecendo medicamentos com custo inferior (CHEQUER et al., 2001).
No entanto, segundo a Resolução n° 10 da ANVISA, de 2 de janeiro de 2001,
que regulamenta os medicamentos genéricos, é necessário que se realizem estudos
experimentais para a validação dos métodos analíticos, para assegurar a
confiabilidade dos resultados em relação aos parâmetros de validação como
precisão, exatidão, linearidade, entre outros; e aplicação de métodos em estudos de
estabilidade das diferentes especialidades farmacêuticas existentes comercialmente.
Além disso, vários estudos de quantificação e de estabilidade de
antiretrovirais são realizados em plasma e fluidos biológicos (KNUPP et al., 1990;
LANGTRY E CAMPOLI-RICHARDS, 1989; TAN e BOUDINOT, 2000; WUTZLE e
THUST, 2001; TOSCANO et al, 2004), mas poucos estudos foram feitos em
formulações farmacêuticas contendo estes fármacos isolados ou em associações.
HO
O
NH
N
O
O
CH
3
Figura 2. 1 Estrutura do princípio ativo da Estavudina.
Souza, Marcos A F de
24
Figura 2. 2 Estrutura do princípio ativo da Lamivudina.
NHN
O
O
CH
3
O
OH
N
3
Figura 2. 3 Estrutura do princípio ativo da Zidovudina.
A aplicação das técnicas de Análise Térmica em medicamentos é de extrema
importância, não só devido às constantes e contínuas descobertas de fármacos para
tratamentos de novas e antigas enfermidades, como também usada no controle de
qualidade, indicação da estabilidade térmica e informações sobre o comportamento
em relação às transformações dos medicamentos em outros, nos processos de
industrialização, umidade dos medicamentos, interação com outros compostos
alterando a sua classe terapêutica e/ou pureza da droga, já que essas funções
dependem de propriedades físico-químicas dos medicamentos a serem
comercializados. Algumas aplicações citadas por Danièle Giron (1998) sobre a
analíse térmica para produtos farmacêuticos podem ser exemplificadas pela Tabela
2. 1.
S
O
N
N
NH
2
O
CH
2
OH
Souza, Marcos A F de
25
Tabela 2. 1 Métodos de desenvolvimento de técnicas farmacêuticas combinado com
aplicações de técnicas de analíse térmica.
Principais Aplicações Técnicas Térmicas Referências
Polimorfismo:
Matéria prima; caracterização,
controle de cristalização, secagem,
DSC, TG, DSC-
espectroscopia
Microcalorimetria, DSC–x–
raio, Termomicroscopia
- GIRON ,1995;
- KELLNER R et al. 1971
- GIRON ,2007
Condição de estocagem da
matéria prima
DSC, TG, Absorção e
Isotermas
- GIRON ,1997
Desenvolvimento da droga:
Controle do processo,
granulométria, misturas, fusão,
liofilização
DSC, TG, DSC-Raman, DSC-
IR
- EVANS et al, 1996.
Estados Amorfos:
Temperatura T
g
de transições
vítreas dos princípios ativos,
excipientes e das misturas
DSC, MDSC - GIRON ,1986
Otimização das Fórmulas:
Quantificação, liofilização,
micropartículas, encapsulamento
DSC, MDSC - GIRON ,1988
Pureza:
Matéria prima, purificação,
estabilidade
DSC - GIRON ,1988
Estabilidade:
Decomposições térmicas, cinéticas,
compatibilidade
TG, DSC, TG-MS/CG, TG-IR
e Microcalorimetria
- GIRON ,1986
A escolha dos medicamentos antiretrovirais para este trabalho decorreu do
fato de que estes medicamentos foram poucos explorados, via análise térmica e
cinética no estado sólido. Surgerindo uma reformulação na estrutura molecular, com
um acréscimo de uma nova molécula de isocianato de fenila, para possíveis
averiguações de estudos com atividades biológicas.
Souza, Marcos A F de
26
2.2 Análise Térmica
O uso das técnicas termoanalíticas no estudo de fármacos teve início em
1963, quando Wendlant e Hoiberg (BUCCI, 2000: MACÊDO, 2000) estudaram
alguns ácidos orgânicos através da Análise Térmica Diferencial (DTA). Nesse
mesmo ano, Montagut e colaboradores (WENDLAND,1963) estudaram a dipirona e
mencionaram a possibilidade da aplicação de TG e DTA no estudo quantitativo.
Estudos sobre a aplicação das técnicas de Análise Térmica, principalmente a
Termogravimetria (TG), a Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e a Análise
Térmica Diferencial (DTA) no controle de qualidade de medicamentos, sejam eles
princípios ativos ou excipientes, têm despertado o interesse de muitos
pesquisadores (MOARGOMENOU-LEONIDOPOULOU, 1970; WENDLANDT et al,
1974; BARK and GREENHOW, 1992; BURNHAM, 2002).
Domagalina e Slawik, em 1978, estudaram a decomposição térmica do ácido
acetilsalícilico através das técnicas TG/DTG e DTA até a temperatura de 330 ºC.
Essas técnicas foram utilizadas com o objetivo de obter as temperaturas de
decomposição térmica e analisar as frações contidas nesse resíduo. Neste mesmo
ano, Chauvet e Masser (1978) avaliaram a fenilbutazona utilizando o DSC e o DTA
entre outras técnicas. Nesses estudos descreveram a temperatura de fusão e
entalpia da mesma. Em 1979, Radecki e Wesolwski utilizaram as técnicas DTA e
TG/DTg e estudaram 117 preparações farmacêuticas sólidas. Esses estudos
descreveram, de maneira genérica, a potencialidade dessas técnicas na
identificação e determinação quantitativa de princípios ativos de medicamentos.
A partir do início da década de 90, foi verificado um crescente interesse no
estudo de fármacos através das técnicas termoanalíticas, tais como TG e DSC. Na
classe de medicamentos antiretrovirais, onde pouco tem sido explorado em análise
térmica, um dos pioneiros nestes estudos foi Adriano (2003), que estudou em
especifico o antiretroviral Zidovudina, demostrando os produtos de decomposição,
através da termogravimetria (ADRIANO et al,2005; VIANA et AL, 2008; LIRA, 2007).
Nesse sentido, vários trabalhos envolvendo medicamentos estão sendo
desenvolvidos por pesquisadores de todo o mundo, principalmente pela facilidade na
determinação de parâmetros cinéticos, os quais irão contribuir para as informações
sobre a estabilidade térmica e procedimento de armazenamento desses fármacos
Souza, Marcos A F de
27
(VYAZOVKIN and GORIYACHKO, 1992; FINI et al, 1999; BURNHAM et al, 2000;
DARMIAN et al, 2001; TOSCANO et al, 2004, MARTINS e ARAUJO, 2003,
GAISFORD and BUCKTON,2001; MURA, 2003).
As vantagens da Análise Térmica são muitas, podendo ser destacadas:
necessidade de uma pequena quantidade de amostra para a realização dos ensaios,
fácil preparação da amostra e sua aplicabilidade em diversas áreas (alimentícia,
catálise, cerâmica, engenharia civil, farmacêutica, inorgânica, orgânica,
petroquímica, polímeros, vidros e outros). No entanto, há algumas desvantagens
como o custo relativamente alto dos equipamentos.
Atualmente as técnicas termoanalíticas mais utilizadas são:
Termogravimetria (TG);
Análise Térmica Diferencial (DTA);
Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC);
Análise Termomecânica (TMA);
Termoluminescência (TL).
Algumas dessas técnicas, quando acopladas a outros sistemas, propiciam um
melhoramento na caracterização dos produtos gasosos liberados (DOLLIMORE et
al., 1984; FLYNN, 1992; MOTHÉ e AZEVEDO, 2002; FERNÁNDEZ e SÁNCHES,
2003; FARIAS et al., 2002). Podemos citar entre eles: Termogravimetria -
Espectrometria de Massa (TG-MS); Termogravimetria-Cromatrografia à Gás e
Espectrometria de Massa (TG-CG-MS), etc.
Wendlant (1986) destaca três critérios que devem ser seguidos para uma
técnica ser aceita como termoanalítica:
Uma propriedade física deve ser medida;
A medida deve ser expressa, direta ou indiretamente em função da
temperatura ou do tempo;
A medida deve ser feita utilizando um programa de temperatura
controlada.
Além disso, a termogravimetria pode ser utilizada como uma técnica para
síntese de novas substâncias, uma vez que durante a termodecomposição da
amostra ocorrer à formação de produtos intermediários.
Existem vários fatores que podem influenciar nos resultados das análises,
assim como em qualquer outra técnica instrumental; neste caso os fatores que
Souza, Marcos A F de
28
afetam a natureza, precisão e exatidão dos resultados, podem ser devido a: fatores
instrumentais (razão de aquecimento, atmosfera do forno, composição do porta-
amostra (platina, alumina, aluminium, etc) e geometria do porta-amostra); e
características da amostra (natureza e quantidade da amostra, empacotamento,
condutividade térmica, granulometria etc) (WENDLAND, 1986).
Segundo Giolito, Ianashiro (1980) e Silva (2004), algumas das muitas
aplicações da análise termogravimétrica são:
Verificação da estabilidade térmica da substância;
Definição da estequiometria;
Determinação da composição e estabilidade térmica dos compostos
intermediários;
Determinação dos parâmetros cinéticos de reação e cristalização;
Umidade da amostra (detecta até 0,5% de umidade).
Diagrama de fases;
Transições vítrea e fusão.
Com todas essas aplicações, Vogel (1992) ainda destaca quatro aplicações
da termogravimetria que tem importância particular para o químico analista:
Determinação da pureza e da estabilidade térmica de padrões
primários e padrões secundários;
Investigação das temperaturas corretas de secagem e forma de
pesagem para análise gravimétrica;
Aplicação direta em problemas analíticos (termogravimétrica
automática);
Determinação da composição de misturas complexas.
A Análise Térmica não só implica na análise química e composicional, mas
também é uma excelente ferramenta para os seguintes estudos: processos como
catálise e corrosão; propriedades térmicas e mecânicas como expansão térmica ou
amolecimento e equilíbrio de fases e transformações (MOTHÉ e AZEVEDO, 2002).
2.2.1 Reações de Decomposição Térmica
As substâncias, quando submetidas a tratamentos térmicos, podem sofrer
transformações físicas e químicas tais como: fusão, recristalização e decomposição
térmica. Em todos estes processos, é evidente a alteração da concentração de
Souza, Marcos A F de
29
defeitos cristalinos na rede cristalina. As reações de decomposição térmica nos
sólidos são processos onde os constituintes que pertencem à rede cristalina, pois ao
sofrerem tratamentos térmicos, desfazem-se e dão origem a outras substâncias.
Estas transformações podem ocorrer mesmo abaixo do ponto de fusão normal do
sólido, mesmo que as equações estequiométricas que as descrevem sejam simples,
freqüentemente ocorrem diversos estágios intermediários, o que requer bastante
atenção nas análises cinéticas.
O conhecimento da cinética e do provável mecanismo das reações de
decomposição térmica de sólidos, devido a sua utilidade prática na indústria,
produção de materiais de construção e de óxidos catalíticos, preparação de metais
de alto grau de pureza etc, constitui-se em um ponto fundamental da investigação
química.
O estudo da decomposição térmica de sólidos compreende três etapas
principais:
1. Isolamento e identificação dos intermediários e produtos finais da reação;
2. Determinação das constantes de velocidade;
3. Determinação dos parâmetros cinéticos que caracterizam as reações de
decomposição térmica.
O desenvolvimento de uma reação de decomposição térmica de sólidos
depende de vários fatores, que são classificados em internos e externos.
Os principais fatores internos (PYSIAK, 1989, PYSIAK et al., 1992) são’ :
Conteúdos energéticos dos reagentes e dos produtos da reação;
Energia de ativação do processo;
Defeitos na rede cristalina;
Estado de dispersão dos reagentes;
Os principais fatores externos (GALWEY, 1967, PYSIAK et al., 1984) são:
Temperatura;
Pressão e composição da fase gasosa;
Granulometria da amostra;
Razão de aquecimento;
Tipo de porta-amostra;
Compactação da amostra;
Presença de aditivos e de catalisadores.
Souza, Marcos A F de
30
Alguns fatores podem ser controlados tais como: granulometria da amostra,
temperatura, tempo de reação, pressão, composição do produto gasoso e razão de
aquecimento da amostra. A velocidade da reação é função dos parâmetros que
descrevem as condições do processo estudado; o objetivo principal do estudo da
cinética é encontrar a expressão analítica correspondente.
As reações estudadas na análise térmica são consideradas reações
heterogêneas (BROW, 1988, BRAGA, 1989). A classificação dos processos
heterogêneos é geralmente complexa e fornece pouca informação com relação à
natureza física. Uma classificação mais adequada, pode ser dada do ponto de vista
do mecanismo do processo.
Entre as reações que envolvem sólidos, as mais exploradas são as do tipo:
A
(s)
B
(s)
+ C
(g)
(1.1)
Estas reações são mais fáceis de serem estudadas experimentalmente, pois
a fração decomposta (α) pode ser determinada em função da perda de massa do
reagente e por expressões matemáticas mais simples.
2.2.2 Equações Cinéticas para Decomposição Térmica de Sólidos
Nos estudos de sólidos as equações são bastante complexas e têm sido
propostas, na tentativa de desenvolver-se, uma expressão matemática geral a qual
relaciona a formação do produto com o crescimento nuclear, como função do tempo
ou da temperatura. Entretanto, têm-se introduzido simplificações no tratamento dos
dados experimentais e na interpretação da cinética de reação (MACHADO et al.,
1999, RANGEL et al., 1999).
A equação cinética deve obedecer a, pelo menos, duas condições básicas:
Descrever de forma menos complexa a equação de velocidade de
reação;
Descrever o processo total dentro do intervalo de valores da fração
decomposta, (α) entre 0 e 1.
Geralmente, a velocidade de reação homogênea da forma da equação 1.1 é
medida pela diminuição da concentração do reagente A, ou o aumento da
concentração de um dos produtos, à temperatura constante. A equação de
velocidade é dada por:
Souza, Marcos A F de
31
)(Ckfv
=
(1.2)
A velocidade específica, k, é função da temperatura e é dada pela equação
de Arrhenius:
RT
Ea
Aek
=
(1.3)
Em que:
R = Constante dos gases;
A = Fator pré-exponencial;
Ea = Energia de ativação aparente.
A maioria das reações do estado sólido pode ser representada por equações do tipo:
tTkg )()(
=
(1.4)
Onde: α é a fração decomposta no tempo t, e k(T) é a constante de velocidade e
g(α) é a forma matemática integrada que representa o modelo cinético da reação.
A expressão cinética que melhor representa a decomposição térmica de um
sólido, geralmente, é determinada analisando-se os dados experimentais e
utilizando a equação que proporcione um melhor ajuste da curva experimental. As
expressões cinéticas mais utilizadas (CRIADO et al., 1984, NORRIS, 1980) para a
decomposição térmica de sólidos estão listadas na Tabela 1.2.
De um modo geral, as equações cinéticas que descrevem a decomposição
térmica de sólidos, dependendo do evento determinante, podem ser classificadas
em diferentes tipos de processos, denominadas de processos controlados por
nucleação, por mecanismos de difusão e por reações na fase limítrofe, os quais
incluem aspectos geométricos e físico-químicos (YOSHIDA, 1993):
I. Processos controlados por Nucleação
Ocorre quando a nucleação é seguida pelo crescimento nuclear, com ou sem
superposição de núcleos, e as velocidades de ambas as etapas são consideradas
por serem significativas na descrição cinética de decomposição (BROW, 1988).
Pertencem a este grupo as seguintes equações:
Lei de Potência;
Equação de Avrami-Erofeyev;
Souza, Marcos A F de
32
Equação de Prout-Tompkins;
Equação de Ordem 1.
II. Processos controlados pelos Mecanismos de Difusão
Ocorrem nos processos onde a nucleação é instantânea e que o
prosseguimento da reação baseia-se na interpenetração das partículas reagentes,
que, por hipótese, é a etapa determinante da velocidade do processo (SESTAK et
al., 1971, SESTAK et al., 1973), provavelmente, tem-se um dos seguintes
mecanismos:
D1 (difusão unidimensional);
D2 (difusão bidimensional);
D3 (difusão tridimensional, equação de Jander);
D4 (difusão tridimensional, equação de Ginstiling-Brounshtein).
III. Processos controlados por Reações na Fase Limítrofe
Quando a difusão é extremamente rápida, impedindo que os reagentes se
combinem tão rapidamente na interface da reação a fim de estabelecer o estado de
equilíbrio, o processo será controlado pela fase limítrofe (HUBERT, 1969, FEVRE et
al., 1975). A velocidade de transformação é governada pelo movimento da interface,
e as relações entre α e t podem ser encontradas a partir de considerações
geométricas. Estes modelos são conhecidos também por “geometria em contração”
(TANAKA et al., 1982) e são denominados de:
R1 (Crescimento Nuclear Unidimensional);
R2 (Crescimento Nuclear Bidimensional);
R3 (Crescimento Nuclear Tridimensional).
A Tabela 2.2 resume a discussão feita sobre modelos cinéticos para a
decomposição térmica dos sólidos. Os símbolos usados para representar as
equações são usualmente encontrados na literatura (CRIADO et al., 1984, NORRIS
et al. 1980).
Tabela 2. 2 Equações cinéticas para a decomposição térmica de sólidos.
Souza, Marcos A F de
33
Símbolo
da
função
Mecanismo
g(
α
)
1. Curvas
α
x t aceleratórias
Pn
Lei da potência
crescimento uni, bi, ou
tridimensional à velocidade constante, sem
superposição de núcleos.
n/1
α
E1
Lei exponencial
α
ln
2. Curvas
α
x t sigmoidais
Am
Avrami-Erofeyev
nucleação caótica seguida do
crescimento nuclear à velocidade constante, sem
superposição de núcleos (n = 2, 3, 4).
n/1
)]1ln([
α
Na
Prout-Tompkins
nucleação em cadeias
ramificadas independentes do tempo.
C
+
)]1/(ln[
α
α
Ax
Prout-Tompkins modificado
nucleação em
cadeias ramificadas com superposição de núcleos e
velocidade de ramificação inversamente
proporcional a t.
C
+
)]1/(ln[
α
α
3. Curvas
α
x t desaceleratórias
3.1 – Baseadas nos modelos geométricos:
R1
Ordem 0
reação na fase limítrofe, crescimento
nuclear unidimensional, simetria plana.
)1(1
α
R2
Ordem 1/2
reação na fase limítrofe, crescimento
nuclear bidimensional, simetria cilíndrica.
2/1
)1(1
α
R3
Ordem 2/3
reação na fase limítrofe, crescimento
nuclear tridimensional, simetria esférica.
3/1
)1(1
α
3.2 - Baseados nos mecanismos de difusão:
D1
Difusão unidimensional
Simetria plana, lei
parabólica.
2
α
D2
Difusão bidimensional
Simetria cilíndrica.
ααα
+ )1ln()1(
D3
Difusão tridimensional
Simetria esférica, equação
de Jander.
23/1
])1(1[
α
D4
Difusão tridimensional
Simetria esférica, equação
de Gistling-Brounshtein.
/2
)1()3/21(
αα
3.3 – Baseados na “ordem de reação”:
F1
1ª Ordem
nucleação caótica, único núcleo por
partícula - Lei de decaimento unimolecular
(Mampel).
)1ln(
α
F2
2ª Ordem.
)1/(1
α
F3
3ª Ordem.
2
)]1/(1[
α
Souza, Marcos A F de
34
2.2.3 Estudo Cinético das Reações de Decomposição Térmica de Sólidos por
Termogravimetria
No objetivo de tentar elucidar a cinética e o provável mecanismo da reação no
estado sólido, o desenvolvimento de estudos referentes ao assunto, tem crescido
nos últimos anos, tanto pela instrumentação, que está cada vez mais robusta e
disponível para os pesquisadores, como pelo fato da necessidade deste
conhecimento (TANAKA et al., 1982). Alguns estudos cinéticos foram feitos com
fármacos para verificar a compatibilidade estre produtos farmacêuticos (CIDES et al,
2006). Estes estudos têm sido realizados através de métodos isotérmicos e não-
isotérmico, para determinar parâmetros cinéticos utilizando vários modelos
matemáticos, os quais foram desenvolvidos com a finalidade de descrever o
comportamento das reações.
O estudo cinético baseado na Termogravimetria é um método efetivo na
elucidação dos prováveis mecanismos de reações do estado sólido tais como: a
decomposição térmica e as desidratações. Vários autores propuseram diversos
métodos de determinação de parâmetros cinéticos através de dados
termogravimétricos. A diferença verificada entre os valores dos parâmetros cinéticos
calculados nos diferentes métodos levou ao questionamento da precisão dos
métodos propostos. Porém, em vários casos, esta diferença é considerada pequena
e a concordância entre os parâmetros cinéticos obtidos através dos diferentes
métodos é bastante satisfatória, se comparada com os erros experimentais
(YOSHIDA, 1993). A precisão das medidas termogravimétricas depende de vários
fatores experimentais, estes fatores tornam a decomposição térmica de sólidos um
processo bastante complicado, de tal forma que sua descrição não pode ser
realizada através de uma única equação que descreva todos os casos.
O procedimento cinético mais utilizado neste estudo consiste na determinação
da fração decomposta (α) em função do tempo de reação, quer em processos
ocorrendo à temperatura constante, quer em processos onde a temperatura varia
linearmente com o tempo. A partir de 1960, os valores de (α) passaram a ser
freqüentemente determinados por técnicas de análise térmica, particularmente a
Termogravimetria, pois, é a mais utilizada. O uso destas técnicas representa uma
substancial simplificação na obtenção dos dados experimentais (NUNES, 1995).
Souza, Marcos A F de
35
A velocidade da reação geralmente é definida em função da fração
decomposta (α) onde, nas medidas termogravimétricas a mesma, corresponde à
perda de massa num tempo (t), ou temperatura (T), e a perda de massa total para
um dado estágio da reação (FREEMAN et. al., 1958):
=
mm
mm
t
0
0
α
(1.5)
Em que:
m
0
= massa inicial da amostra;
m
= massa da amostra no final da etapa em estudo;
m
t
= Massa da amostra em um determinado tempo t, ou temperatura, T.
As definições para α podem ser obtidas em termos de quantidade de calor
absorvido ou liberado.
As análises cinéticas de reações de decomposição térmica de sólidos podem
ser feitas por dois tratamentos teóricos denominados: Isotérmico e Não - Isotérmico
ou Dinâmico.
1. Método Isotérmico
Quando o método utilizado é o isotérmico, obtém-se como resultado curvas
cinéticas que ilustram a relação entre a fração decomposta (α), e o tempo (t). O
estudo da cinética de reações de decomposição térmica de sólidos usando o método
isotérmico é fundamentado na seguinte equação de velocidade:
)()(
α
α
fTk
d
t
d
v ==
(1.6)
Em que:
α = Fração decomposta;
t = Tempo de reação;
T = Temperatura da amostra.
A função f(α) é determinada experimentalmente e indica o provável
mecanismo através do qual a reação de decomposição térmica se processa.
Souza, Marcos A F de
36
Desenvolvendo a Equação 1.6, temos:
===
t
dtTkfdtdTk
f
d
fTk
dt
d
00
)()(/)()(
)(
)()(
α
αα
α
α
α
α
(1.7)
Fazendo
=
α
ααα
0
)(/)( fdg
(1.8) temos:
ktg
=
)(
α
(1.9)
A função g(α) é determinada tentando-se ajustar as equações mostradas na
Tabela 1.2, com o auxílio de programas. A função k(T), que descreve a constante de
velocidade da reação em relação à temperatura, é usualmente descrita pela lei de
Arrhenius, (Equação 1.3). Esta expressão é totalmente aceita para reações
homogêneas e então estendida para reações heterogêneas, apesar do significado
dos parâmetros serem questionáveis neste caso. Assim, para distinguir entre
reações homogêneas e heterogêneas no estado sólido, os parâmetros cinéticos
devem ser designados aparentes. Deste modo, o fator pré-exponencial (A), deve ser
chamado de fator pré-exponencial e a energia de ativação (Ea) deve ser chamada
de energia de ativação aparente.
Cada curva cinética é tratada matematicamente e este tratamento consiste na
determinação dos coeficientes de regressão linear de todas as equações testadas.
O melhor modelo é aquele que apresenta o menor desvio padrão e o maior
coeficiente de correlação linear entre os valores experimentais e calculados de g(α),
como também um valor aceitável para a energia. Definido o modelo cinético que
descreve a reação em estudo (Equação 1.3), a repetição do experimento em
diferentes temperaturas permite que se calcule a energia de ativação e o fator pré-
exponencial através da Equação de Arrhenius na forma linearizada:
RTEaAk /lnln
=
(1.10)
Plotando-se o gráfico de lnk versus 1/T, obtém-se o fator pré-exponencial pelo
coeficiente linear da reta (ln A) e a energia de ativação aparente pelo coeficiente
angular da reta (-Ea/R) (CONCEIÇÃO, 2005).
Souza, Marcos A F de
37
2. Método não-Isotérmico
O método não-isotérmico através da técnica termogravimétrica tem sido
difundido com rapidez nas últimas décadas, em estudos cinéticos de decomposição
térmica de sólidos. No entanto, embora o método esteja sujeita a várias críticas e
tenha sido seriamente questionada por vários autores, um grande número de
trabalhos sobre o tema continua a ser publicado, inclusive com a proposição de
novos métodos.
A partir de 1958, foram inseridos os primeiros conceitos de cinética dinâmica
através de Akahira (1958). Porém, só a partir da década de 60 é que esta técnica
tornou-se interessante, em virtude dos vários trabalhos pioneiros publicados por
(BORCHARDT e DANIELS, 1957, FREEMAN e CARROLL, 1958, DOYLE. 1961,
HOROWITZ e METZGER, 1963, COATS e REDFERN, 1964, OZAWA, 1965,
OZAWA, 1970, REICH, 1966, ZSAKÓ, 1968, SHARP e WENTWORTH, 1968), entre
outros.
Assim como no método isotérmico, os cálculos cinéticos da Termogravimetria
dinâmica são baseados na Equação 1.6:
)()(
α
α
fTk
dt
d
v ==
Em que o valor de k(T), que geralmente aplica-se em intervalos limitados de
temperatura (SESTAK, 1966, ZSAKÓ, 1996), é substituído de acordo com a
equação de Arrhenius, Equação 1.4 e incluindo-se a razão de aquecimento:
dt
Td )(
=
φ
(1.11)
Temos a seguinte Equação:
(
)
()
dTe
A
f
d
RT
Ea
=
φα
α
(1.12)
Escrevendo a Equação 1.12 na forma integral temos:
()
()
dTe
A
g
f
d
T
RT
Ea
=
=
==
0
1
0
φ
α
α
α
α
α
(1.13)
O primeiro termo da Equação 1.13 é de fácil resolução e depende da função
f(α), no entanto, a integral da exponencial não apresenta solução analítica, mesmo
Souza, Marcos A F de
38
assim, têm sido propostas várias aproximações para a resolução do cálculo desta
equação, originando assim, métodos diferentes para a obtenção dos cálculos dos
parâmetros cinéticos (WENDLANDT et. al., 1973, COATS et. al., 1964).
A Equação 1.14 freqüentemente é expressa:
() ()
xp
R
AEa
g
φ
α
=
(1.14)
Em que p(x) representa a integral conhecida como integral de temperatura:
()
xp
R
Ea
dx
x
e
R
Ea
dTe
x
x
T
RT
Ea
=
=
2
0
(1.15)
Em que: x = Ea/RT
Uma aproximação freqüentemente utilizada para a integral p(x) é obtida por
Doyle (1961):
()
RT
E
xp 4567.0315.2log =
(1.16)
Tabelas de p(x) publicadas por Doyle, (1961) e Zsakó, (1968), são todas em
função da energia de ativação e da temperatura, de grande utilidade na aplicação
dos métodos matemáticos propostos.
2.2.4 Tratamento Matemático das Equações Cinéticas não-Isotérmicas ou
Dinâmicas
Várias soluções para obter os parâmetros Ea e A como também a forma de
f(α) têm sido propostas onde, estas soluções são classificadas com base no método
matemático utilizado. Portanto, o tratamento matemático das equações cinéticas
dinâmicas é realizado através dos métodos:
Diferencial;
Aproximação;
Integral.
A Equação 1.13 representa a expressão matemática que descreve a curva
termogravimétrica dinâmica:
Souza, Marcos A F de
39
()
dTe
A
g
T
RT
Ea
=
0
φ
α
Em que g(α) representa o provável mecanismo da reação de decomposição
térmica e é obtida baseada nas expressões contidas na Tabela 1.2. Como o
segundo termo não possui solução analítica, a resolução do mesmo só é possível
através de métodos numéricos aproximados. Desta forma, várias aproximações para
o cálculo deste termo, têm sido propostas (HOROWITZ e METZGER, 1963, COATS
e REDFERN, 1964, OZAWA, 1965), (ZSAKÓ, 1968, FLYNN e WALL, 1966, SESTÁK
et al., 1973), originando assim, diferentes métodos para determinar os parâmetros
cinéticos a partir das curvas termogravimétricas.
Métodos Diferenciais
Entre estes métodos, o mais difundido é o de Freeman - Carrol (1958), o qual
utiliza apenas uma curva para determinar os parâmetros cinéticos. De acordo com
os autores, a equação 1.1, descreve a reação de decomposição.
A expressão da velocidade de consumo do reagente A é dada por:
n
RT
Ea
XAe
d
dt
=
α
(1.17)
Em que:
n = ordem de reação;
x = relação existente com a perda de massa, W, dado por:
dW
W
m
dx
=
0
(1.18)
Integrando a Equação 1.18 temos;
)(
0
WW
W
m
X =
(1.19)
Em que:
m
0
= massa inicial da amostra;
W
= perda de massa no final do estágio;
W = perda de massa numa dada temperatura.
Souza, Marcos A F de
40
Substituindo-se as Equações 1.18 e 1.19 na Equação 1.17 e diferenciando a forma
logarítmica teremos:
T
Ea
n
W
dt
dW
r
1
303,2log
)log(
=
(1.20)
Em que:
Wr = diferença entre a perda de massa no final do estágio e a perda de massa a
uma dada temperatura (W
- W
0
).
A Equação 1.20 é a equação de Freeman-Carroll (1958). Para comprovar a
validade da equação proposta, os autores a aplicaram na decomposição térmica do
oxalato de cálcio, obtendo bons resultados com relação aos dados experimentais
encontrados na literatura. Outros métodos diferenciais têm sido propostos, como o
método de Flynn - Wall (1966), o qual se baseia na perda de massa estimada a
diferentes razões de aquecimento.
Métodos de Aproximação
Estes métodos baseiam-se na Equação 1.14, onde no segundo termo da
equação a integral é aproximada com a inclusão da temperatura do pico da DTG.
Poucas equações foram propostas utilizando este tratamento matemático por
aproximações, entre elas, destacam-se:
Van Krevelen e Colaboradores (1951);
Horowitz e Metzger (1963).
A equação de Horowitz - Metzger foi a que mais se destacou, onde os autores
tomaram por base a Equação 1.13:
(
)
()
=
T
RT
Ea
dTe
A
f
d
00
φα
α
α
Em que, a função f(α) pode assumir qualquer um dos valores abaixo:
f(α) = (1 - α) quando a ordem de reação for igual a 1.
F(α) = (1 - α)n quando a ordem de reação for diferente de 1.
Souza, Marcos A F de
41
Métodos Integrais
Normalmente, os métodos integrais são os preferidos, pois não apresentam a
desvantagem da dispersão de dados, que freqüentemente impossibilita ou dificulta a
utilização dos métodos diferenciais e de aproximação (FLYNN et al., 1966; SESTAK
et al., 1971, ZSAKÓ, 1973, SESTAK, 1979,). Contudo, com relação aos sistemas
nos quais os parâmetros cinéticos mudam durante o progresso da reação de
decomposição térmica, os métodos derivados apresentam vantagem decisiva
ZSAKÓ, (1996). Várias equações foram propostas, dentre elas destacam-se as de
DOYLE, (1961); ZSAKÓ, (1968); COATS e REDFERN, (1964); MADHUSUDANAN,
et al., (1993); OZAWA, (1965); OZAWA, (1970); REICH e STIVALA, (1978), entre
outros.
Os métodos integrais originam-se de diferentes aproximações propostas para
resolver a integral representada na Expressão 1.15. Entre estes métodos destaca-se
o de Coats - Redfern (1964), pois, é o mais simples e o mais largamente utilizado.
Os princípios do método de Coats - Redfern (1964) estão descritos abaixo. Na
reação da equação 1.1. A velocidade de consumo de A é expressa pela Equação
1.13:
()
()
dTe
A
g
f
d
T
RT
Ea
=
=
==
0
1
0
φ
α
α
α
α
α
Em que, a função f(α) utilizada pelo autor é a que melhor representa o modelo de
ordem de reação.
O lado direito da Equação 1.13 não possui solução exata, no entanto,
fazendo-se a substituição µ = Ea/RT e usando a aproximação feita pelos autores,
temos:
=
+
0
1
1
)()1(
n
n
nn
bb
b
ede
µ
µµµ
µ
µ
µ
(1.21)
Em que, os termos com n > 2 são desprezados.
A Equação 1.13 torna-se:
Souza, Marcos A F de
42
RT
Ea
e
Ea
RT
Ea
AR
T
g
=
2
1
)(
2
φ
α
(1.22)
Aplicando logaritmo, teremos:
RT
Ea
Ea
RT
Ea
AR
T
g
=
2
1ln
)(
ln
2
φ
α
(1.23)
Na maioria dos casos, o termo
E
RT2
1
é muito próximo de 1, pois 2RT <<
E. Logo, a Equação 1.23 torna-se:
RT
Ea
Ea
AR
T
g
=
φ
α
ln
)(
ln
2
(1.24)
O gráfico do primeiro termo da Equação 1.24 versus 1/T resulta numa linha
reta com inclinação (-Ea/R) para o correto valor da ordem de reação (n); são
determinados os valores de energia de ativação (Ea), e o fator pré-exponencial (A),
através dos coeficientes angular e linear. Se a função g(α) for desconhecida pode-se
testar as funções para sólidos, ver Tabela 1.2, escolhendo-se a função que
apresentar um melhor coeficiente de correlação (COATS e REDFERN, 1964,
BRAGA, 1989), levando em conta apenas os mecanismos do tipo “ordem de reação”
se obtêm as seguintes expressões:
Para n = 1
RT
Ea
Ea
AR
T
=
φ
α
ln
)1ln(
ln
2
(1.25)
Para n 1
RT
Ea
Ea
AR
Tn
n
=
φ
α
ln
)1(
)1(1
ln
2
1
(1.26)
O método de Coats - Redfern (1964) é válido e foi comprovado através de sua
aplicação na reação de decomposição térmica do oxalato de cálcio monohidratado,
apresentando boa relação com os resultados obtidos na literatura.
Souza, Marcos A F de
43
Reich-Stivala (1978), propôs um método que tem como referência a Equação
1.26 como também, métodos numéricos e gráficos para determinar n, Ea e A.
Assim, para um dado par de valores experimentais (α1, T1) e (α2, T2), a
Expressão 1.27 torna-se:
=
12
2
1
1
2
2
2
1
11
)1(
)1(1
ln
TTR
Ea
T
T
n
n
α
α
(1.27)
O fator pré-exponencial (A), é denominado por:
RT
Ea
T
k
n
+
=
2
1
)1(1
lnln
α
(1.28)
Em que:
Ea
nAR
k
φ
)1(
=
(1.29)
A Expressão 1.14, foi escrita por Zsakó (1968), na forma logarítmica:
B
Ea
AR
xpg ==
φ
α
log)(log)(log
(1.30)
Onde o mesmo, observou que o segundo termo desta equação deve ser
independente de α e T. Logo, a partir desta consideração, propôs um método de
tentativa e erro para determinar g(α), Ea e A. Utilizando-se dos dados Tabelados de
p(x), são testadas várias funções g(α), escolhendo-se a forma de g(α) e o valor de E
que torna o parâmetro B o mais aproximado de uma constante. Assim, o valor do
fator pré-exponencial é determinado de acordo com a expressão:
EaRBA log)log(log
+
=
φ
(1.31)
Ozawa (1965 e 1970), baseado na Equação 1.30 e na aproximação de Doyle,
Equação 1.16, propôs um método que determina o valor de Ea, independentemente
do conhecimento do mecanismo de reação, baseando-se nas várias curvas
termogravimétricas obtidas em diferentes razões de aquecimento. Portanto,
combinando-se estas duas relações, torna-se possível escrever:
RT
Ea
Rg
AEa
4567,0315,2
)(
loglog
=
α
φ
(1.32)
Souza, Marcos A F de
44
Assim, se o valor de α for mantido invariável, um gráfico de log
φ
versus 1/T
deverá ser linear, permitindo a determinação de Ea. O valor de Ea pode ser
encontrado para vários valores de α, escolhendo-se como valor mais provável, a
média dos resultados verificados. Nos casos onde o mecanismo da reação é
alterado com o seu desenvolvimento, observa-se que o valor de E varia
significativamente quando o valor de α é modificado. Se a função g(α) for também
conhecida, o fator pré-exponencial poderá ser determinado pelo parâmetro linear
deste mesmo gráfico. Caso contrário, (OZAWA, 1965, OZAWA, 1970), define uma
variável φ, denominada de tempo de conversão, pela expressão:
)(xp
R
Ea
=
φ
φ
(1.33)
Substituindo-se na Equação 1.14, temos:
θ
α
Ag
=
)(
(1.34)
Um gráfico de g(α) versus θ será linear, quando a função escolhida for a
correta, e sua inclinação, igual ao fator pré-exponencial.
Na maior parte dos trabalhos matemáticos podem ser aplicados não apenas
aos dados termogravimétricos, mas também aos dados de outras técnicas térmicas
tais como DTA e DSC. Todos os métodos matemáticos, sejam derivados ou
integrais, estão sujeitos a alguma inexatidão que influênciam a precisão dos
resultados (SESTAK, 1966). Portanto, os mesmos devem ser empregados com
cautela, pois quase sempre se encontra um conjunto de parâmetros cinéticos (Ea, A
e n) adequados aos dados experimentais, independentemente destes parâmetros
possuírem ou não significado físico ou contribuírem para o entendimento do
mecanismo de reação estudada (FLYNN et al., 1966). Uma das formas de evitar
parâmetros cinéticos falsos é observar o processo em diferentes razões de
aquecimento e utilizar pelo menos três métodos matemáticos distintos. Se os
parâmetros cinéticos estimados apresentarem resultados próximos entre si, os
parâmetros cinéticos serão verdadeiros.
Souza, Marcos A F de
45
2.2.5 Determinação do Modelo Cinético
A análise cinética baseia-se na utilização de relações que fornecem
informações precisas do mecanismo do processo de decomposição térmica. No
entanto, a identificação do mecanismo do processo requer atenção, pois a
aproximação formal não elimina a possibilidade de se dar interpretações incorretas
das relações cinéticas observadas.
Na prática, a determinação do modelo cinético de uma reação, é realizada
ajustando-se algumas equações, com auxílio de programas. As equações mais
utilizadas nas reações de decomposição térmica de sólidos foram resumidas na
Tabela 1.2. O tratamento matemático das curvas cinéticas consiste na determinação
dos coeficientes de regressão linear de todas as equações testadas. O critério de
seleção do melhor modelo cinético baseia-se no valor do coeficiente de correlação
linear mais próximo da unidade e do menor desvio padrão, entre os valores
experimentais e calculados de g(α). As curvas obtidas para o modelo que melhor se
ajustar aos dados experimentais são utilizadas no cálculo dos parâmetros cinéticos.
Segundo Simmons e Wendlant (1972), um bom ajuste não depende da
função g(α) e sim das condições experimentais e do método de análise de dados.
Contudo, a lei cinética, mesmo sendo insuficiente, é condição essencial que deve
ser satisfeita pelo provável mecanismo da reação de decomposição térmica.
Diversos trabalhos foram realizados com o intuito de obter a forma da função
g(α) relacionada com os efeitos de temperatura, pressão, natureza da amostra, etc.
Então, como conseqüência, tem surgido modelos cinéticos com complexidade
variável, e muitos deles necessitando de conceitos novos, como por exemplo, o
efeito da compensação interna (PYSIAK, 1989). No entanto, todas as dificuldades
resultam, principalmente, da ausência de uma teoria correta e praticável de energia
de ativação (Ea) e fator pré-exponencial (A) na equação de Arrhenius, em relação às
reações do estado sólido, embora muitos esforços tenham sido realizados visando
este objetivo (MACHADO et al., 1999, RANGEL et al., 1999).
Diversas reações envolvendo sólidos podem ser caracterizadas pela
constante de velocidade, k, e pela ordem de reação aparente, n. Alguns valores de n
são coerentes com modelos físicos simples que representam o mecanismo da
reação; entretanto, pelo fato do valor particular de n ser obtido através de dados
Souza, Marcos A F de
46
experimentais não se pode provar que o modelo escolhido descreve corretamente a
reação (MACHADO et al., 1999).
Norris (1980) encontrou valores de n (entre 0,2 e 0,6), e mostra ainda que k
independe do valor exato da ordem de reação aparente. No entanto, é impossível
chegar a conclusões precisas, no modo isotérmico, sobre o mecanismo da reação
ou forma das partículas a partir de gráficos aparentemente lineares, que são obtidos
de valores de n idealizados preliminarmente.
2.2.6 Efeito da Compensação Cinética
No estudo cinético tradicional que envolve reações homogêneas, a avaliação
dos parâmetros energia de ativação (Ea), e fator pré-exponencial (A), assume
importância relevante, por serem considerados indicativos do mecanismo de reação.
Porém, quando envolve reação heterogênea, tais como as reações no estado sólido,
estes parâmetros perdem sua importância em virtude dos conceitos de “ordem de
reação” e “contração” não serem aplicáveis (PYSIAK et. al., 1984). Portanto, os
valores de Ea e A não possuem um significado bem definido, sendo tratados
meramente como parâmetros derivados.
Dados na literatura têm mostrado a dependência da energia de ativação (Ea)
com relação a vários fatores experimentais, tais como, tamanho e distribuição da
amostra, razão de aquecimento, presença de impurezas na amostra, atmosfera
gasosa em torno da amostra etc. Assim, é importante o questionamento em relação
a esses parâmetros, pois têm algum significado para sua aplicação prática. A
resposta parece ser verdadeira, pois, é observado que, para reações similares ou
para uma dada reação sob várias condições experimentais, tem sido verificada uma
relação linear entre o logaritmo do fator pré-exponencial e a energia de ativação.
Esta relação é conhecida como “efeito da compensação cinética” ou “efeito
isocinético” (AGRAWAL, 1986), o qual afirma que, para qualquer variação na energia
de ativação, originária de mudanças experimentais, uma correspondente variação no
fator pré-exponencial também ocorre, o que pode ser expresso matematicamente
através da seguinte relação (ZSAKÓ, 1976, DOLLIMORE et al., 1978, PYSIAK et al.,
1981, PYSIAK et al., 1984, PYSIAK et al., 1989,):
Souza, Marcos A F de
47
a
bEaA
+
=
ln
(1.35)
Em que a e b são constantes características do sistema.
Esta relação linear pode ser associada de acordo com a equação de
Arrhenius, Equação. 1.10, como:
iso
iso
RT
Ea
KA += lnln
(1.36)
Em que k
iso
é a constante de velocidade isocinética e T
iso
, a temperatura isocinética
(AGRAWAL, 1986).
Evidências do comportamento do efeito da compensação cinética foram
primeiramente informadas nos estudos de catálise e, em seguida, confirmadas em
várias outras reações como pirólise de piche e de materiais celulósicos (COLLET et
al., 1980, FAIRBRIDGE, 1975, CHORNET, et al., 1980). Devido à complexidade do
mecanismo de pirólise de materiais celulósicos, é interessante verificar se o efeito da
compensação cinética pode fornecer informações sobre este mecanismo
(AGRAWAL, 1986). Este efeito também foi verificado na decomposição térmica não-
isotérmica de polímeros sob várias situações, tais como: polímeros com o mesmo
componente principal, mas com diferentes ingredientes em quantidades variadas;
em polímeros submetidos ao envelhecimento acelerado através de mudanças na
temperatura e tempo de aquecimento; no mesmo material polimérico em diferentes
razões de aquecimento e em polímeros com energia de ativação que depende do
grau de degradação (BUDRUGEAC et al., 1991, BUDRUGEAC et al., 1993).
Alguns autores sugeriram a investigação quantitativa do efeito da
compensação cinética, utilizando várias razões de aquecimento e informando que
isto só é possível com o conhecimento preciso da função g(α), que descreve o
mecanismo de reação. Assim, o valor da constante de velocidade, determinada pela
Equação 1.36, é comparável pelos métodos dinâmico e isotérmico (KOGA et al.,
1988).
Várias teorias publicadas têm procurado predizer o efeito da compensação
cinética. As mesmas sugerem que a ocorrência do efeito da compensação cinética,
provavelmente, é devido à relação entalpia-entropia; à relação entre a entropia de
transição e mudanças nos níveis de energia do estado de transição; à ocorrência de
reações simultâneas na superfície dos centros, envolvendo diferentes energias de
Souza, Marcos A F de
48
ativação; à existência de um comportamento cinético inter-relacionado dentro de um
grupo de velocidades de reação e às variações de propriedades físico-químicas, tais
como: pressão parcial do gás, energia livre, gradientes de concentração e outros.
(BONDE, 1962, CREMER, 1955, KOGA, 1994).
A temperatura isocinética tem sido sugerida para caracterizar a temperatura
inicial da reação; a temperatura onde as velocidades relativas de um grupo de
reações relacionadas sofrem uma inversão; ou para representar a temperatura onde
a constante de velocidade, para toda série de reações, tem o mesmo valor
(GALWEY, 1977, BUDRUGEAC et al., 1995).
2.2.7 Comparação entre os Métodos Não-isotérmico e Isotérmico
Nos estudos cinéticos de decomposição térmica de sólidos, o método
dinâmico tem sido largamente difundido, embora esta técnica esteja sujeita a várias
críticas e questionada por diversos autores. Com relação à validade do tratamento
de dados cinéticos através de condições dinâmicas, surge na literatura objeção a
este método, indicando que o tratamento simultâneo de três variáveis (fração
decomposta, tempo e temperatura) poderiam aumentar o erro na determinação da
ordem de reação e dos parâmetros de Arrhenius, o que é minimizado no método
isotérmico onde apenas uma variável (tempo) é envolvida (HOUSE et al., 1989,
REICH et al., 1983, BENOIT et al., 1985, SCHWENKER et al., 1969). Se a cinética
da reação variar dentro do intervalo de temperatura considerado no método não-
isotérmico, não é possível realizar a análise cinética destes dados não-isotérmico.
Como conseqüência, os parâmetros cinéticos: energia de ativação, fator pré-
exponencial e ordem de reação podem não ser corretos, requerendo um tratamento
matemático dos dados experimentais mais complexo do que o método isotérmico
(RANGEL, 1999). Entretanto, no método não-isotérmico, as constantes cinéticas são
influenciadas por parâmetros experimentais, tais como massa inicial da amostra,
razão de aquecimento e pressão dos produtos gasosos. Entretanto, a determinação
de parâmetros cinéticos pelo método dinâmico apresenta uma série de vantagens,
quando comparado ao método isotérmico:
Souza, Marcos A F de
49
Uma única curva termogravimétrica é suficiente para determinar
parâmetros cinéticos, ou seja, uma quantidade limitada de dados é
suficiente para a realização do estudo;
Os parâmetros cinéticos podem ser calculados sobre um intervalo inteiro
de temperatura, de modo contínuo;
É possível determinar a temperatura inicial da decomposição (T
0
) com
bastante precisão, o que é praticamente impossível pelo método
isotérmico.
As bases teóricas deste método são contestadas por alguns autores. Os
mesmos contestam, as bases teóricas sobre as quais os métodos não-isotérmicos
se assentam e defendem que a determinação de parâmetros cinéticos só tem
significado quando realizados sob condições isotérmicas, contudo, vários outros
pesquisadores divergem dessas afirmações. A controvérsia gerada por essa gama
de questionamentos, porém não impediu que um vasto número de trabalhos sobre o
tema continue a ser publicado (BRAGA, 1989). Este tema é sem dúvida muito
polêmico, mas de importância indiscutível e desperta o interesse de pesquisadores
de diversas áreas, pelas possibilidades que o método dinâmico oferece para a
obtenção rápida dos dados cinéticos (NUNES, 1995).
No método isotérmico, a desvantagem é a dificuldade de se observar o
evento inicial da reação, devido à brusca variação de temperatura causada sobre a
amostra.
Com o intuito de mostrar que o método dinâmico deve ser precedido de
estudos isotérmicos, vários autores estudaram a decomposição térmica de vários
compostos utilizando ambos os métodos e chegaram às seguintes conclusões
(SILVA et al, 2004, BENOIT, 1985, RANGEL, 1999, NUNES 1995):
Qualquer análise cinética não-isotérmica deve ser precedida da
isotérmica, com o objetivo de verificar se a ordem de reação se mantém
constante através do intervalo de temperatura de interesse;
Apenas o método isotérmico revela processos reversíveis, paralelos ou
autocatalíticos que ficam ocultos no método não-isotérmico;
Nas reações que seguem a ordem zero, existe uma excelente correlação
entre os dois métodos;
Souza, Marcos A F de
50
Ferrillo e Granzow (1980) através da termogravimetria estudaram a cinética e
concluíram que para a elucidação da cinética de decomposição térmica de
complexos, o método isotérmico é mais aplicável do que o não-isotérmico.
Tanaka e colaboradores (1982), destacaram que o modelo cinético correto
g(α), correspondente à desidratação isotérmica do CaC
2
O
4
.H
2
O, não pode ser
escolhido baseando-se apenas nos gráficos de g(α) versus t; os valores de n nas
reações de fase limítrofe (Rn) e de m dos processos de nucleação caótica seguida
do crescimento nuclear (Am) podem atingir valores apropriados nos intervalos 1 n
3 e 1 m 4. Assim, qualquer função g(α) que produza gráficos de g(α) versus t
lineares fornecerão parâmetros cinéticos praticamente idênticos, levando a uma
dificuldade na determinação correta do modelo cinético.
Tanaka e Koga (1990) verificaram a cinética da decomposição térmica do
acetato de cobre (II) monohidratado (Cu(CH
3
COO)
2
.H
2
O), variando a granulometria
da amostra e utilizando os dois modos de aquecimento (não-istotérmico e
isotérmico). Verificaram como resultado da comparação entre os métodos utilizados
que a desidratação isotérmica dos cristais simples obedeciam ao modelo Rn (2 < n <
3) e o método não-isotérmico eram descritas pelo modelo D4, especificamente nas
curvas obtidas com elevadas razões de aquecimento e nos estágios finais da
reação. No entanto, quando utilizaram amostras pulverizadas, a decomposição
isotérmica foi também descrita pelo modelo de reação na fase limítrofe (Rn) porém
com 1 < n < 2 (n 1,4); na reação não-isotérmica, o melhor ajuste de dados deu-se
inicialmente com o modelo de Avrami-Erofeyev (Am), porém à medida que a reação
avançava, o mecanismo passava a ser de difusão (D2), principalmente para as
amostras de granulometrias mais finas. E concluíram que à medida que a
granulometria da amostra aumenta, os modelos se aproximam do comportamento
correspondente à amostra não pulverizada (PONTES, 1997).
Parte Experimental
Capítulo 3
Souza, Marcos A F de
52
3 Procedimento Experimental
3.1 Seleção de Medicamentos
Os princípios ativos (Estavudina, Lamivudina e Zidovudina) como os
excipientes dos medicamentos foram fornecidos pelo laboratório da Secretaria de
Saúde do Estado de Pernambuco (LAFEPE) na forma sólida, acomodados em
pacotes de saco plásticos. Os mesmo foram pesados e acondicionados em
recipientes de vidros e plásticos em dessecador com cloreto de cálcio anidro. Na
Tabela 3.1 encontrar-se todos os princípios ativos, excipiente e medicamentos que
foram usados para o trabalho realizado nesta pesquisa.
Tabela 3. 1 Produtos fornecidos pelo LAFEPE e reagentes do laboratorio.
Produto Nome Lote com Validação
Princípios Ativos
Estavudina 14153 – 12/2008
Lamivudina 14247 – 12/2008
Zidovudina 14105 – 12/2008
Excipientes
Amido de Milho 14234 – 02/2007
Celulose Microcristalina 14275 – 10/2009
Lactose Anidra 14157 – 09/2006
Medicamento Comercial
Lamivudina 05030558 – 03/07
Zidovudina 05030558 – 05/07
Reagentes para nova
síntese
Piridina (Fluka Chemical) 99% de Pureza
N – Hexano (Cinética) 99% de Pureza
Isocianato Fenila (Aldrich) 99% de Pureza
Etanol (Cinética) 99% de Pureza
Acetona (Cinética) 99% de Pureza
3.2 Caracterização Térmica dos Pós
3.2.1 Termogravimetria
As curvas Termogravimétricas (TG/DTG) foram obtidas em um Analisador
Térmico, marca TA Instruments, modelo SDT 2960, sob atmosferas de nitrogênio e
ar sintético, com fluxo 110 mL.min
–1
,
nos modos de aquecimento: não-isotérmico
Souza, Marcos A F de
53
(dinâmico) e isotérmico, nas razões de aquecimento de 10, 15 e 20 ºC.min
-1
com
massa de 10,0 + 0,5 mg, usando-se cadinhos de alumina, com o intuito de se
estudar a estabilidade dos princípios ativos, dos excipientes e dos medicamentos
comerciais, bem como determinar os parâmetros cinéticos das reações de
decomposições.
3.2.1.1 Termogravimetria Não-Isotérmica
As curvas termogravimétricas não–isotérmicas dos princípios ativos,
excipientes e dos medicamentos, foram obtidas para verificar o perfil da reação de
decomposição térmica, utilizando-se razões de aquecimento de 10, 15 e 20 ºC.min
-1
,
intervalo da temperatura ambiente até 1200 ºC. As curvas termogravimétricas dos
excipientes e dos comerciais foram realizadas em razão de 10 ºC.min
-1
, para
determinar a estabilidade térmica.
3.2.1.2 Termogravimetria Isotérmica
As curvas termogravimétricas isotérmicas dos princípios ativos, foram obtidas
com o intuito de verificar o perfil da decomposição térmica, compará-los com o perfil
não-isotermico e determinar o provável mecanismo do processo de decomposição
térmica, utilizando-se a razão de aquecimento 10ºC.min
-1
. As temperaturas das
isotermas foram determinadas baseadas no intervalo de decomposição térmica
indicado nas curvas não-isotérmicas.
Com relação ao programa de aquecimento no início da análise, a amostra foi
introduzida no forno à temperatura ambiente, em seguida foi submetida a uma razão
de aquecimento elevada, determinada pela programação do equipamento, até atingir
a temperatura desejada, permanecendo então, nesta temperatura, com o tempo de
300 min, tempo necessário para que ocorra perda de massa que irá possibilitar a
determinação da constante de velocidade de decomposição térmica.
3.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)
Souza, Marcos A F de
54
As análises calorimétricas foram obtidas em um calorímetro, marca TA
Instruments, modelo 2920 Modulated, em fluxo de 50 mL.min
-1
e razão de
aquecimento de 10 ºC.min
-1
, na faixa de temperatura ambiente à 500ºC.
3.2.2.1 Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada (MDSC)
As curvas do MDSC foram obtidas em um calorímetro, marca TA Instruments,
modelo 2920 Modulated, com modulação ± 0,20 a 60”, razão de aquecimento de 5
ºC.min
-1
, na faixa de temperatura da ambiente até 350ºC, a fim de verificar as
transições entálpicas (endotérmicas e/ou exotérmicas) reversíveis e/ou irreversíveis
envolvidas no processo, além de determinar a perda de produto ou não, durante
este intervalo de temperatura.
3.2.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial por Pressão (PDSC)
As análises de PDSC foram obtidas em um calorímetro, marca TA
Instruments, modelo 2920, em atmosfera de oxigênio sob uma pressão de 200 Psi
com razão de aquecimento de 10 ºC.min
-1
, para as análises não-isotérmicas, a fim
de verificar a temperatura de oxidação no intervalo da temperatura ambiente até
300ºC. No modo isotérmico verificou-se a temperatura da primeira etapa de
oxidação para cada respectivo princípio ativo, num espaço de tempo de 1200
minutos, com um intuito de observar o tempo de oxidação a uma pressão constante.
3.3 Cinética Química por Termogravimetria
3.3.1 Determinação dos Parâmetros Cinéticos Não-isotérmicos
O estudo cinético corresponde à determinação do provável mecanismo da
reação e dos parâmetros cinéticos: ordem de reação (n), constante de velocidade de
decomposição térmica (k), energia de ativação aparente (Ea) e fator pré-exponencial
(A), utilizando-se as melhores condições experimentais pelo método de Coats-
Redferm com cálculos de programa desenvolvido por Machado et al (1999), intervalo
de fração decomposta (α) de 0,10 a 0,90 nas condições não-isotérmicas.
Souza, Marcos A F de
55
3.3.2 Determinação dos Parâmetros Cinéticos Isotérmicos
A determinação dos parâmetros cinéticos foi feita pelo programa de regressão
linear por mínimos quadrados, fração decomposta entre o intervalo de (α) de 0,20 a
0,80 nas condições isotérmicas. Para isso, utilizaram-se as constantes de velocidade
referentes ao mecanismo de reação que melhor se adequaram ao modelo de
decomposição térmica de cada composto (MORAIS, 2004).
3.4 Síntese de novos produtos através dos princípios ativos como uma
persperctiva para novos compostos com possíveis atividades biológicas.
3.4.1 Material
Os reagentes e solventes utilizados, de diversas procedências, continham
grau PA ou espectrométrico, os que não apresentavam qualidades adequadas,
quando necessário dependendo da finalidade do uso foram purificados e secos. Na
Figura 3.1, o esquema de síntese destes novos produtos derivados dos princípios
ativos.
Figura 3.1 Esquena da síntese dos produtos derivados dos princípios ativos.
Souza, Marcos A F de
56
3.4.2 Preparação de E
1
.
NCO
+
Piridina
60
o
C, 8 h
Agitação
2
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
OH
13
H
14
O
15
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
5
4
O
16
O
17
CH
3
18
12
O
13
N
19
H
20
21'
21
22'
22
23
H
Figura 3. 2 Esquema estrutural da síntese da E
1
.
Como descrito na síntese na Figura 3.1, foi adicionado aos poucos sob
agitação magnética 0,5g (2,23 moles) de isocianato de fenila a uma solução de
0,53g (4,46 moles) de Estavudina previamente diluída em 10 ml de piridina. Após
oito horas de agitação vigorosa a 60
o
C, adicionou-se cerca de 50 ml de hexano na
qual formou um precipitado que foi lavado com mais (3 x 50 ml) de hexano para
eliminar todo excesso de piridina e isocianato de fenila. O precipitado formado foi
recristalizado em uma mistura etanol/água, fornecendo 0,67g de cristais brancos
com rendimento de 88,1%
3.4.3 Preparação de L
1
10
11
9
N
6
N
8
7
3
O
4
2
5
S
1
O
14
NH
2
15
12
OH
13
23
10
11
9
N
6
N
8
7
3
O
4
2
5
S
1
O
13
NH
14
12
O
22
15
O
16
O
24
N
17
21
20'
20
19'
19
18
N
25
27
26
28
27'
29
28'
H
H
NCO
+
Piridina
60
o
C, 8 h
Agitação
2
Figura 3. 3 Esquema estrutural da síntese de L
1
.
Souza, Marcos A F de
57
Conforme descrito no esquema da síntese na Figura 3.1, utilizando-se 0,50g
(2,22 mmoles) de Lamivudina e 0,52g (4,44 mmoles) de isocianato de fenila, foram
obtidos 0,81g de cristais brancos com rendimento de 79,4%.
3.4.4 Preparação de Z
1
NCO
+
Piridina
60
o
C, 8 h
Agitação
2
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
OH
13
N
3
H
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
O
17
N
3
13
23
24
22
23'
21
22'
N
20
18
O
19
H
H
Figura 3. 4 Esquema estrutural da síntese de Z
1
.
Conforme descrito no esquema de síntese na Figura 3.1, utilizando-se 0,5g
(1,87 mmoles) de Estavudina e 0,46g (3,74 mmoles) de isocianato de fenila, foram
obtidos 0,63g de cristais brancos com rendimento de 87,5%.
3.5 Ponto de Fusão
As determinações dos pontos de fusão, foram feitas em placa de aquecimento
de platina Kofler acoplada a microscópio Carl-Zeiss e não sofreram correções
(LTF/UFPB).
3.6 Espectro Vibracional de Absorção na Região Média do Infravemelho (FTIR)
Os espectros de Infravermelho foram obtidos num aparelho BOMEM-
MICHELSON SERIES (CCEN-UFPB) e Bruker IFS66 (DQF-UFPE), empregando-se
pastilhas de KBr e registrados em números de ondas entre 400 a 4.000 cm
-1
.
Souza, Marcos A F de
58
3.7 Ressonância Magnética Nuclear (RMN)
Os espectros de RMN
1
H e
13
C foram obtidos em aparelhos VARIAN
MERCURY de 200 MHz para
1
H e 50 MHz para
13
C TMS (LTF/UFPB), como
referência interna e DMSO-d
6
como solventes.
Os deslocamentos químicos (δ) foram expressos em partes por milhão (ppm)
e foram referenciados por RMN
1
H pelo sinal do TMS ou do hidrogênio pertencente á
fração não deuterado do DMSO em ((H - δ 2,5) e para o carbono -13 em (C 39,50).
As multiplicidades das bandas em RMN
1
H foram indicadas segundo as
convenções: s (singleto), sl (singleto largo), d (dubleto), dd (duplo dubleto), dl
(dubleto largo), t (tripleto), dt (duplo tripleto), q (quarteto), sept (septeto) e m
(multipleto).
O padrão de hidrogenação dos carbonos em RMN
13
C foi determinado
através da utilização da técnica APT, com sinais CH e CH
3
com amplitude para
baixo em oposição aos C e CH
2
.
Resultados e Discussão
Capítulo 4
Souza, Marcos A F de
60
4. Resultados e Discussão
Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados referentes à
caracterização, estabilidade e ao estudo da cinética de decomposição térmica dos
princípios ativos, dos excipientes e dos medicamentos comerciais estudados. Neste
capítulo foram utilizadas técnicas abaixo relacionadas para caracterizar o
comportamento térmico dos mesmos. Em seguida, são apresentados os possíveis
parâmetros cinéticos (constante de velocidade, energia de ativação, ordem de reação
e fator pré-exponencial) determinados por termogravimetria isotérmica e não-
isotérmica.
4.1 Caracterização dos Pós
4.1.1 Comportamento térmico pelo método Não-Isotérmico dos pós em
atmosfera N
2
a) Princípios Ativos
A Figura 4.1, demonstrar os princípios ativos nas três razões de aquecimentos
(10, 15 e 20 ºC.min
-1
), não foram
observadas nenhuma alteração no perfil das curvas,
quando submetido a diferentes razões de aquecimento, havendo um deslocamento
nos gráficos devido a diferentes razões de aquecimento. Os gráficos demonstraram
duas etapas de decomposição para os princípios ativos da Estavudina, o processo
decomposição se completou a menos de 400 ºC. Logo serão apenas apresentados os
resultados referentes à decomposição térmica dos princípios ativos na razão de 10
ºC.min
-1
.
Na Figura 4.1, apresenta-se também o gráfico termogravimétrico do princípio
ativo da Estavudina na razão de 10 ºC.min
-1
. A decomposição do princípio ativo é
completa.
Souza, Marcos A F de
61
100 200 300 400 500
0
20
40
60
80
100
0,0
-0,5
-1,0
-1,5
-2,0
Perda de Massa (%)
Temperatura (
º
C)
10ºC min
-1
100 200 300 400 500
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (°C)
10
15
20
Estavudina
DTG (% ºC
-1
)
Figura 4. 1 Curvas TG/DTG do princípio ativo da Estavudina em razão de
aquecimento de 10ºC min
-1
e nas tres razãoes de aquecimento (10, 15 e 20 ºC min
-1
).
Tabela 4. 1 Resultados de TG/DTG para Estavudina em atmosfera de N2 na razão de
aquecimento de 10 ºC min-1.
Etapas de
decomposição
Intervalos de
Temperatura (ºC)
Perda de
Massa (%)
1
2
158 – 211
211 – 324
44
56
Na curva termogravimétrica para o princípio ativo da Estavudina, de peso
molecular 224,21 g.mol
-1
, na Figura 4.1, foi observado à decomposição completa em
uma temperatura inferior a 400 ºC, com duas etapas de decomposição, sendo
provalvemente atribuída à primeira etapa a saída da hidroxila e furano, e a segunda
etapa as carbonilas, aminas e grupo metil, com uma estabilidade térmica em torno de
150 ºC, apresentado na Tabela 4.1.
Na Figura 4.2 apresenta-se o gráfico termogravimétrico do princípio ativo da
Lamivudina na razão de 10 ºC.min
-1
e nas três razões de aquecimento 10, 15 e 20 ºC
min
-1
. Os gráficos demonstraram duas etapas de decomposição, o processo
decomposição não se completou. Observa-se que na razão de 15 ºC.min
-1
um
deslocamento para cima do gráfico, na temperatura de aproximadamente 300 ºC,
provalvelmente a reação de decomposição e a cinética variam de acordo com esta
Souza, Marcos A F de
62
razão. Logo serão apenas apresentados os resultados referentes à decomposição
térmica dos princípios ativos na razão de 10 ºC.min
-1
.
Devido às limitações do equipamento não foi possível chegar ao final de toda
decomposição, pois a sua decomposição se estender além de 1200 ºC.
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
0,
-0
-1
-1
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10ºC min
-1
200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10
15
20
Lamivudina
Figura 4. 2 Curva TG/DTG do princípio ativo da Lamivudina em razão de
aquecimento de 10ºC.min
-1
em atmosfera de N
2
e nas três razãoes de aquecimento
(10, 15 e 20 ºC.min
-1
).
Tabela 4. 2 Resultados de TG/DTG para Lamivudina em atmosfera de N
2
em razão de
aquecimento de 10 ºC min
-1
.
Etapas de
decomposição
Intervalos de
Temperatura
(ºC)
Perda de
Massa (%)
1
2
3
resíduo
195 – 312
312 – 350
350 – 418
> 418
55
4
6
35
Na curva termogravimétrica para o princípio ativo da Lamivudina, de peso
molecular 229,26 g.mol
-1
, observa – se a presença de três etapas de decomposição,
tendo em média como resíduo de 35%, provavelmente pelos cálculos
estequiométricos sendo atribuída na primeira etapa carbonila, amina e nitrilas, a
Souza, Marcos A F de
63
segunda e a terceira etapa oxigênio com o grupo metil, tendo como resíduo o enxofre,
uma estabilidade térmica até 190 ºC, apresentado a Tabela 4.2.
O princípio ativo da Zidovudina para a razão de 10 ºC.min
-1
, é demonstrado na
Figura 4.3. Devido às limitações do equipamento não foi possível chegar ao final de
toda decomposição, pois a sua decomposição se estender além de 1200 ºC.
Figura 4. 3 Curva TG/DTG do princípio ativo da Zidovudina na razão de aquecimento
de 10ºC min
-1
em atmosfera de N
2
e nas tres razões de aquecimento
(10, 15 e 20 ºC.min
-1
).
Tabela 4. 3 Resultados de TG/DTG para Zidovudina em atmosfera de N
2
em razão de
aquecimento de 10ºC.min
-1
.
Etapas de
decomposição
Intervalos de
Temperatura
(ºC)
Perda de
Massa (%)
1
2
resíduo
153 – 256
256 – 331
> 331
32
49
19
A análise termogravimétrica, na Figura 4.3, o princípio ativo da Zidovudina, de
peso molecular de 267,24 g.mol
-1
, apresentou três etapas de decomposição, tendo em
média como resíduo de 19%, pelos cálculos estequiométricos sendo provavelmente
atribuída na primeira etapa uma hidroxila, dois grupos metil e azida, segunda um
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
0,2
0,0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,0
-1,2
Tem
p
eratura
(
ºC
)
10ºC min
-1
Perda de Massa (%)
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10
15
20
DTg (% ºC
-1
)
Souza, Marcos A F de
64
grupo metil, carbonilas e amina e tendo como resíduo grupo do furano, com uma
estabilidade térmica até 153 ºC, demonstrado na Tabela 4.3.
Em atmosfera de nitrogênio, pode-se propor uma ordem de estabilidade térmica
para os antiretrovirais, diante das razões de aquecimento estudadas:
Lamivudina > Estavudina > Zidovudina
b) Excipientes
Como os medicamentos não são formados somente pelos princípios ativos,
verificou-se o perfil termogravimétrico dos excipientes.
Em forma farmacêutica sólida o amido, é largamente utilizado devido às suas
propriedades aglutinantes. Sua adição permite o aumento da coesão entre as
partículas e, ao mesmo tempo, a redução da força de conformação.
A Celulose Microcristalina, é utilizada na formação como diluente, quer na forma
de pó, quer na forma de granulado, e associado a diferentes tipos de lactose, amido
ou fosfato de cálcio. A Lactose anidrido é utilizada como agente aglutinante. Apresenta
também ação aglutinante e desagregante, o que a torna particularmente aconselhada
para desagregação. As curvas termogravimétricas dos excipientes aqui estudados são
aquelas que encontradas em maior quantidade na presença do medicamento
comercial. Nas Figuras 4.4 (a), (b) e (c), oberserva-se a decomposição em atmosfera
de N
2
na razão de aquecimento de 10ºC.min
-1
.
100 200 300 400 500 600 700 800
0
20
40
60
80
100
0,0
-0,5
-1,0
-1,5
-2,0
-2,5
Perda de Massa (%)
Tem
p
eratura
(
ºC
)
Amido de Milho
DTG(% ºC
-1
)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0
20
40
60
80
100
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Perda de Massa
(%)
Temperatura (ºC)
Celulose Microcristalino
DTG (% ºC
-1
)
(a) (b)
Souza, Marcos A F de
65
0 100 200 300 400 500 600 700
0
20
40
60
80
100
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
DTG (% ºC
-1
)
Temperatura (ºC)
Perda de Massa (%)
Lactose Anidro
(c)
Figura 4. 4
Curvas TG dos excipientes Amido de milho (a) e Celulose Microcristalino
(b) e Lactose anidro (c) em razão de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
.
Tabela 4. 4
Resultados de TG/DTG para dos excipientes dos anti-retrovirais em razão
de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
.
Excipientes
Etapas de
decomposição
Intervalos de
Temperatura
(ºC)
Perda de
Massa
(%)
Amido de Milho
1
2
resíduo
28 – 129
248 – 365
> 365
12
75
13
Celulose
Microcristalina
1
2
26 – 99
264 – 400
6
94
Lactose Anidro
1
2
3
4
residuo
36 – 52
112 – 154
189 – 256
259 – 506
> 506
0,5
1,5
19
65
14
Nas curvas termogravimétricas para os excipientes, observa-se que o único
excipiente que completou toda a decomposição foi celulose cristalina, enquanto para
os outros dois a decomposição foi incompleta, tendo no início a eliminação de água.
Para a celulose e amido de milho, demonstrado nas Figuras 4.4 (b), (c), foram
Souza, Marcos A F de
66
constatados duas etapas de decomposição, enquanto para lactose, na Figuras 4.4 (a),
houve quatro etapas de decomposição, sendo provalvemente as duas primeiras
etapas atribuídas à eliminação de água incorporada ao composto, em seguida à
própria decomposição.
A decomposição de todos os excipientes se inicia bem antes da decomposição
dos princípios ativos dos antiretrovirais, como apresenta a Tabela 4.4. Diante dos
dados, pode-se propor uma ordem de estabilidade térmica para os excipientes:
Celulose Microcristalina > Amido de Milho > Lactose anidrido
c) Medicamentos Comerciais
As curvas termogravimétricas dos medicamentos comerciais da Lamivudina e
da Zidovudina foram obtidas na razão de 10 ºC.min
-1
em atmosfera de N
2
(Figuras 4.5
(a) e (b)). Só foi possível realizar as análises destes dois medicamentos, devido à
disponibilidade do produto no laboratório fornecedor (LAFEPE).
0 200 400 600 800 1000
0
20
40
60
80
100
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
DTG (% ºC
-1
)
Temperatura (ºC)
Perda de Massa (%)
Lamivudina Comercial
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
P
er
d
a
d
e
M
assa
(%)
Temperatura (ºC)
Zidovudina Comercial
(a) (b)
Figura 4. 5
Curvas TG dos medicamentos comerciais dos antiretrovirais (a)
Lamivudina e (b) Zidovudina (b) em razão de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
.
Souza, Marcos A F de
67
Tabela 4. 5 Resultados de TG/DTG dos Medicamentos comerciais dos antiretrovirais
em razão de 10 ºC.min
-1
sob atmosfera de N
2
.
Medicamentos
Comerciais
Etapas de
decomposição
Intervalos de
Temperatura
(ºC)
Perda de
Massa
(%)
Lamivudina
1
2
3
4
residuo
192 – 316
316 – 384
384 – 496
496 – 1070
> 1070
44
11
5
30
10
Zidovudina
1
2
3
172 – 240
240 – 425
425 – 1085
15
60
25
Observa-se para o medicamento comercial Lamivudina cinco etapas de
decomposição, na Figura 4.5 (a), porém não foi possível completar toda a sua etapa
de decomposição.
Na decomposição do princípio ativo da Lamivudina restou cerca de 35% de
resíduo, encontrado na Tabela 4.2, enquanto que no comercial restou 10%, na Tabela
4.5.
Para a Zidovudina comercial, na Figura 4.5 (b), têm-se três etapas de
decomposição, sendo decomposição completa. Para o princípio ativo da Zidovudina, a
estabilidade térmica foi aumentada de 158 para 172 ºC, para o princípio ativo da
Lamivudina foi alterada, de 195 para 172 ºC. Este fato provalvemente pode ser
explicado pela presença dos excipientes que na Lamivudina leva à diminuição e no
Zidovudina aumento de sua estabilidade térmica, observado na Tabela 4.5. Em se
comparando a estabilidade térmica dos antiretrovirais comercias pode-se afirmar que a
Lamivudina é mais estável que a Zidovudina.
Souza, Marcos A F de
68
4.1.2 – Comportamento térmico pelo método Não-Isotérmico dos pós em
atmosfera Ar Sintético
a) Princípio Ativo
As análises térmicas termogravimétricas para todos os princípios ativos
analisados foram estudadas também em atmosfera de ar sintético para verificar o
efeito da atmosfera oxidante, nas Figuras 4.6 e 4.7, foi realizado também, no método
não-isotérmico nas três razões de aquecimento 10, 15 e 20 ºC.min
-1
. Não sendo
possível realizar análise com o princípio ativo da Lamivudina em atmosfera de ar, pois
com o aumento da temperatura nesta atmosfera o princípio ativo expande-se ficando
inviável sua análise.
Nas análises termogravimétricas não foram
observadas nenhuma alteração
quando submetido a diferentes razões de aquecimento (10, 15 e 20 ºC.min
-1
), os
gráficos demonstraram duas etapas de decomposição para os princípios ativos da
Estavudina e Zidovudina três etapas de decomposição, tendo perfis semelhantes,
havendo um pequeno deslocamento da temperatura de decomposição. Logo serão
apenas apresentados os resultados referentes à decomposição térmica dos princípios
ativos na razão de 10 ºC.min
-1
.
Na Figura 4.6 tem-se o perfil termogravimétrico do princípio ativo da Estavudina,
observa-se que o perfil se assemelha à mesma da atmosfera inerte (N
2
).
100 200 300 400
0
20
40
60
80
100
0,0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,0
-1,2
-1,4
-1,6
50 100 150 200 250 300 350 400
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10
15
20
Estavudina
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10ºC min
-1
DTG (% ºC
-1
)
Figura 4. 6 Curvas TG/DTG do princípio ativo da Estavudina em razão de
aquecimento de 10ºC.min
-1
e nas tres razãoes de aquecimento (10 15 e 20 ºC.min
-1
).
Souza, Marcos A F de
69
A análise termogravimétrica para o princípio ativo da Estavudina, na Figura 4.6,
foi observado à decomposição completa, apresentou duas etapas de decomposição.
Pelos cálculos estequiométricos as etapas de decomposição, provavelmente podem
ser atribuídas a primeira etapa à saída da hidroxila e furano, na segunda etapa o
grupo das carbonilas, aminas e o grupo metil, uma estabilidade térmica até 160 ºC,
demonstrado na Tabela 4.6.
Tabela 4. 6 Resultados de TG/DTG para Estavudina em atmosfera de ar sintético em
razões de 10ºC.min
-1
.
Etapas de
Decomposição
Intervalos de
Temperatura (ºC)
Perda de
Massa(%)
1
2
160 – 217
217 – 321
45
55
O princípio ativo da Estavudina apresentou uma estabilidade térmica até 160ºC,
como demonstrado na Tabela 4.6. Observa-se que a estabilidade térmica se
assemelha ao da atmosfera inerte (N
2
), podendo ser possível ter as mesma
atribuições nas perdas de massa.
O princípio ativo da Zidovudina, na Figuras 4.7, apresentou uma decomposição
completa.
0 100 200 300 400 500 600 700
0
20
40
60
80
100
0,0
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1,0
-1,2
Perda de Massa (%)
Temperatura
(
ºC
)
10 ºC min
-1
100 200 300 400 500 600 700
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
10
15
20
Zidovudina (AZT)
DTG (% ºC
-1
)
Figura 4. 7 Curvas TG/DTg do princípio ativo da Zidovudina em razão de aquecimento
de 10 ºC.min
-1
e nas tres razãoes de aquecimento (10, 15 e 20 ºC.min
-1
).
No perfil termogravimétrico, observa-se quatro etapas de decomposição em que
na análise pode-se concluir que a terceira etapa esta bem próxima da quarta podendo
Souza, Marcos A F de
70
ser observada como uma única etapa, levado a três etapas de decomposição, sendo a
primeira atribuída as carbonilas, amina e um grupo metil, a segunda hidroxila, dois
grupos metil, azida e a terceira etapa e o furano.
Tabela 4. 7 Resultados de TG/DTG para Zidovudina em atmosfera de Ar Sintético em
razão de 10 ºC.min
-1
.
Etapas de
Decomposição
Intervalos de
Temperatura (ºC)
Perda de Massa
(%)
1
2
3
181 – 257
257 – 332
332 – 651
35
35
30
O princípio ativo da Zidovudina apresentou uma estabilidade térmica até 180ºC,
demonstrado na Tabela 4.7, podendo ser possível haver as mesmas atribuições para
perda de massa, onde a única diferença para este princípio ativo está na
decomposição completa, o que ocorreu a uma temperatura menor que 1000 ºC.
Em atmosfera de Ar sintético pode-se propor a seguinte ordem de estabilidade
térmica para antiretrovirais, diante das razões de aquecimento estudadas:
Zidovudina > Estavudina
Pelos dados apresentados, em comparação entre as duas atmosferas (N
2
e Ar
sintético), observa-se que para pricípio ativo da Estavudina, analisada em N
2
e ar
sintético, apresenta o mesmo comportamento, bem como a Zidovudina.
4.2 Avaliação das Curvas DSC em Atmosfera de N
2
Nas curvas DSC dos princípios ativos dos anti-retrovirais, na razão de 10
ºC.min
-1
em atmosfera de N
2
, nas Figuras 4.8 (a), (b) e (c). Foi observao para todos
eles, um elevado grau de pureza, confirmado pela literatura através do seu ponto de
fusão, para Estavudina seu PF = 171,2 ºC (na literatura PF = 169 – 172ºC),
Lamivudina PF = 177,2 ºC (na literatura PF = 176 – 177 ºC) e Zidovudina PF = 122,83
ºC (na literatura PF = 120 – 122 ºC) (BUDAVARI et al, 1989).
Souza, Marcos A F de
71
100 200 300 400 50
0
0
50
100
T
p
= 357,6ºC
157,2J/g
T
p
= 321,4ºC
92,34J/g
T
p
= 171,2ºC
140,9J/g
T
p
= 171,2ºC
140,9J/g
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Lamivudina
T
p
= 269ºC
45,35J/g
T
p
= 177,2ºC
11,7J/g
(a) (b)
0 200 400 600 800 1000 1200
0
20
40
60
80
100
TG
T
p
= 359,8ºC
233,1J/g
T
p
= 313ºC
66,12J/g
T
p
= 240,7ºC
1085J/g
T
p
= 122,83ºC
100,5J/g
Temperatura (ºC)
Perda de Massa (%)
Zidovudina
DSC
DTG
(c)
Figura 4. 8
Curvas DSC do princípio ativo da Estavudina (a), Lamivudina (b)
e da Zidovudina (c).
O perfil das análises DSC da Estavudina, na Figura 4.8 (a) apresentou quatro
eventos endotérmicos. No princípio ativo da estavudina, na primeira transição
entalpica, a primeira fusão estar relacionada ao grau de pureza, confirmado pela
literatura, os processos de fusões e decomposição estão acontecendo
simultaneamente, seguinda de secessives fusões.
Souza, Marcos A F de
72
Na Lamivudina, na Figura 4.8 (b), o processo de fusão ocorre antes da
decomposição, tendo dois eventos entalpicos, um endotérmico e outro exotérmico.
Este evento endotérmico pode estar relacionado ao processo de cristalização.
Para o Zidovudina, Figura 4.8 (c), o processo de fusão ocorre antes da
decomposição, tendo quatro eventos entalpicos, três endotérmicos e um exotérmico.
O primeiro evento endotérmico, na faixa de temperatura de 122 ºC, sendo relacionada
ao grau de pureza, confirmado pela literatura. O evento exotérmico, na faixa de 240 ºC
pode estar relacionado a um processo de cristalização, seguinda por dois eventos
endotérmicos, na decomposição.
Foram realizados nas analises para as curvas do DSC dos excipientes dos anti-
retrovirais, em razão de 10 ºC min
-1
sob atmosfera de N
2
, nas Figuras 4.9 (a), (b) e (c).
Nas análises das curvas do DSC do amido quanto e celulose microcristalina,
observada nas Figuras 4.9 (a) e (b) foram observadas dois eventos endotérmicos. O
primeiro na faixa de 36 a 180 ºC, relativo à eliminação de água superficial e em
seguida um segundo evento na faixa de 260 – 340 ºC, sendo provavelmente uma
fusão com uma decomposição do amido. Para a celulose microcristalina da
decomposição foi observada, dois eventos entálpicos, o primeiro sendo relacionado à
desidratação seguinto por uma fusão logo após a decomposição, entre 304 – 360 ºC.
Na análise da Lactose Anidra na Figura 4.9 (c), observa duas transições endotérmicas,
onde a primeira se encontra na faixa de 140 ºC, atribuída à desidratação do excipiente
e a segunda em 234 ºC uma fusão seguida pela decomposição.
Observa-se que os excipientes começam a se decompor bem antes dos
fármacos, sendo menos estável.
100 200 300 400 500 600 700 800
0
20
40
60
80
100
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Amido de Milho
T
p
= 315ºC
136,4J/g
T
p
= 106ºC
395J/g
DSC
TG
DTG
100 200 300 400 500 600 700 800
0
20
40
60
80
100
T
p
= 339ºC
435J/g
T
p
= 100ºC
201,7J/g
Perda de Massa (%)
Temperatura (ºC)
Celulose Microcristalino
DSC
DTG
TG
(a) (b)
Souza, Marcos A F de
73
0 100 200 300 400 500 600 700
0
20
40
60
80
100
Tp = 234 ºC
E = 338,3J/g
Tp = 141 ºC
E = 20,52J/g
Temperatura (ºC)
Perda de Massa (%)
Lactose Anidro
DSC
TG
DTG
(c)
Figura 4. 9
Curvas DSC dos excipientes dos antiretrovirais: amido de milho (a),
Celulose microcristalino (b) e Lactose Anidra (c).
4.2.1 Avaliação por DSC das Misturas (Excipientes e Princípio Ativo)
Com base nos estudos de Antunes (2003) foi analisada a mistura do princípio
ativo com os excipientes, na mistura ultilizou-se o excipiente que se encontra em maior
percentagem no medicamento comercial, a proporção usada foram (1:1 m/m) com
cada princípio ativo estudado, observado nas Figuras 4. 10, 4.11 e 4.12, foram
realizados na razão de 10 ºC min
-1
, entre a temperatura ambiente ate 500 ºC, em
atmosfera de N
2
Através das análises das curvas DSC, pode-se observar interação entre os
excipientes e os princípios ativos na mistura, sendo que os excipientes diminuiram a
estabilidade dos princípios ativos. Sabe-se que os excipientes são usados em
pequenas quantidades, no entanto não existem informações sobre a percentagem do
excipiente, pois isto constitui segredo industrial. Além de diminuir a estabilidade
térmica o aumento da umidade pode provocar aparecimento de fungos e bactérias,
podendo assim comprometer o controle de qualidade dos fármacos.
Souza, Marcos A F de
74
100 200 300 400
Temperatura ºC
Estavudina
Celulose Micro
Mistura
Endo
(a)
100 200 300 400
DSC (mW/mg)
Temperatura (ºC)
Estavudina
Lactose
Misrura
Endo
(a) (b)
Figura 4. 10
Curvas DSC do princípio ativo da Estavudina, Celulose Microcristalina
(a), Lactose (b) e Misturas físicas (1:1 m/m).
Apartir das curvas que obrsevamos as misturas físicas entre os excipientes da
Estavudina (1:1 m/ m), nas Figuras 4.10 (a) e (b), tem-se que sua estabilidade térmica
diminui com a mistura física 164 para 134 ºC com a celulose e de 160 para 118 ºC
com a presença da lactose anidra.
100 200 300 400
DSC (mW/mg)
Temperatura (ºC)
Lamivudina
Amido de milho
Mistura
Endo
(a)
100 200 300 400
DSC (mW/mg)
Temperatura (ºC)
Lamivudina
Celulose
Mistura
Endo
(b)
(a) (b)
Figura 4. 11
Curvas DSC do princípio ativo da Lamivudina, Amido de milho (a),
celulosa Microcristalino (b), e misturas físicas (1:1 m/m).
Para o princípio ativo da Lamivudina na presença dos excipientes de amido de
milho na Figura 4.11 (a) e da celulose microcristalina na Figura 4.11 (b). A estabilidade
Souza, Marcos A F de
75
térmica foi alterada de 162 para 220 ºC, para a mistura da lamivudina com amido, e
162 para 231 ºC, devido o teor de umidade elevada destes excipientes, sugerindo
substituição por outros excipientes, sendo corroborado pela análise de decomposição
entre a Lamivudina comercial, que também tem sua estabilidade diminuída.
100 200 300 400
DSC (mW/mg)
Tem
p
eratura
(
ºC
)
Zidovudina
Amido
Mistura
Endo
(a)
100 200 300 400
Tem
p
eratura
(
ºC
)
Zidovudina
Celulose
Mistura
DSC (mW/mg)
Endo
(b)
(a) (b)
Figura 4. 12
Curvas DSC do princípio ativo do Zidovudina, Amido de milho (a),
Celulose Microcristalino (b) e Mistura física (1:1m/m).
Para o princípio ativo da Zidovudina na presença dos excipientes de amido de
milho na Figura 4.12 (a) e da celulose microcristalina na Figura 4.12 (b). No estudo da
estabilidade térmica observa-se uma mudança de 153 para 146 ºC, e com amido de
milho e de 153 para 181 ºC com celulose; o amido alterou o ponto de fusão do
princípio ativo em 122 para 103 ºC. Devido teor de umidade nos excipientes, pode-se
ser ou não sugerida substituição por outros excipientes.
4.2.2 Avaliação da Calorimetria Exploratória Diferencial Modulada dos princípios
Ativos dos Antiretrovirais
O estudo MDSC dos fármacos permitiu observar alguns dos fenômenos
reversíveis e irreversíveis que podem ocorrer durante o processo, dando suporte aos
resultados das análises DSC e informando quando uma substância pode ser
recuperada ou não por estes processos. A Figura 4.13, apresenta a curva do MDSC
do princípio ativo da Estavudina, entre a temperatura ambiente até 350 ºC.
Souza, Marcos A F de
76
50 100 150 200 250 300
Tp = 182,2 ºC
Er= 14,05J/g
Enr= 62,5J/g
Tp = 320ºC
Er= 146,3J/g
Enr= 51,4J/g
DSC Modulado
Temperatura (ºC)
Normal
Reversivel
Não-reversível
Estavudina
Tp = 168,2 ºC
Er= 21,82J/g
Enr= 90,9J/g
Figura 4. 13 Curvas MDSC do princípio ativo da Estavudina.
Nas análises MDSC, para princípio ativo da Estavudina, na Figura 4.13,
observa-se três eventos, no 1º a E
IR
> E
R
ocorreu um processo de fusão com rearranjo
estrutural, no 2º e no 3º eventos E
R
> E
IR
ocorreram decomposição e/ou volatilização
do novo composto, que surgiu após o 2º evento.
A Figura 4.14, apresenta a curva do MDSC do princípio ativo da Lamivudina,
entre a temperatura ambiente até 350 ºC.
50 100 150 200 250 300
Tp = 167 ºC
Er = 12,5J/g
Enr= 10,22J/g
Tp = 260 ºC
Er = 30,8J/g
Enr= 201,5J/g
Tp = 176 ºC
Er = 156,3J/g
Enr= 41,4J/g
Lamivudina
DSC
M
o
d
u
l
a
d
o
Temperatura (ºC)
Normal
Reversivel
Não-reversível
Figura 4. 14 Curvas MDSC do princípio ativo da Lamivudina.
Na curva MDSC do princípio ativo da Lamivudina, na Figura 4.14, observa-se
três eventos entálpicos, no 1º e 2º evento onde E
R
> E
IR
refere-se ao início da fusão
Souza, Marcos A F de
77
com um possível rearranjo estrutural, e na 3º evento E
IR
> E
R
recristalização seguida
por decomposição e/ou volatilização.
A Figura 4.15, apresenta a curva do MDSC do princípio ativo da Zidovudina,
entre a temperatura ambiente até 350 ºC.
50 100 150 200 250 300
Tp = 315 ºC
Er = 40 J/g
Enr= 38,6 J/g
Tp = 228 ºC
Er = 990 J/g
Enr= 1002 J/g
Tp = 123 ºC
Er = 90,4J/g
Enr= 195J/g
Temperatura (ºC)
Zidovudina
DSC Modulado
Normal
Reversivel
Não-reversível
Figura 4. 15 Curvas MDSC do princípio ativo da Zidovudina.
Nas análises de MDSC para princípio ativo da Zidovudina, na Figura 4.15
observa-se três processos entalpicos, 1º evento a E
IR
> E
R
ocorre o processo de fusão
onde pode estar se formando um novo composto, 2º evento também a E
IR
> E
R
ocorre
uma recristalização e no 3º evento a E
R
> E
IR
uma fusão.
4.2.3 Calorimetria Exploratória diferencial por Pressão (PDSC)
O estudo da calorimetria exploratória diferencial por pressão (PDSC) foi
realizado para melhor acompanhamento do estudo oxidativo indutivo, observando
assim as temperaturas de oxidação de cada princípio ativo, nas Figuras 4.16 (a), (b) e
(c), com um intuito de poder simular uma correlação entre o tempo prateleira dos
princípios ativos.
Souza, Marcos A F de
78
50 100 150 200 250 300
0
10
20
30
40
Fluxo de Calor (mW)
Temperatura (ºC)
50 100 150 200 250 30
0
-20
-10
0
10
20
Temperatura (ºC)
Fluxo de Calor (mW)
(a) (b)
50 100 150 200 250 300
-20
-10
0
10
20
30
40
Temperatura (ºC)
Fluxo de Calor (mW)
(c)
Figura 4. 16
Curvas do PDSC no modo dinâmico do princípio ativo da Estavudina(a),
Lamivudina (b) e da Zidovudina (c).
Nas análises do modo dinâmico, os princípios ativos, nas Figuras 4.16 (a), (b) e
(c), apresentaram temperatura de oxidação para Estavudina de 157 ºC, Lamivudina de
186 ºC e a Zidovudina de 187 ºC. Todos os princípios fudem antes de se oxidarem.
Com esta análise, conseguimos estabelecer uma ordem crescente de estabilidade
oxidativa para os princípios ativos:
Zidovudina < Lamivudina < Estavudina
Para o módulo isotérmico, nas Figuras 4.17 (a), (b) e (c), foi realizada a análise
com o tempo de 20 horas sobre pressão 1400 psi em atmosfera de oxigênio.
Souza, Marcos A F de
79
0 200 400 600 800 1000 1200
-2,0
-1,5
-1,0
Fluxo de Calor (mW)
Tempo (min)
Estavudina a 160ºC
0 200 400 600 800 1000 1200
-8
-6
-4
Fl
uxo
d
e
C
a
l
or
(
m
W)
Tempo (min)
Lamivudina
(a) (b)
0 200 400 600 800 1000 1200
-4
-2
Tempo (min)
Fl
uxo
d
e
C
a
l
or
(
m
W)
Zidovudina (AZT)
(c)
Figura 4. 17
Curvas do PDSC no modo Isotérmico do princípio ativo da Estavudina
(a), Lamivudina (b) e da Zidovudina (c).
No modo isotérmico, não foi possível realizar um estudo comparativo com
relação ao tempo de prateleira. Observa-se que todos os princípios ativos, possuem
uma estabilidade por um tempo de até 20 horas, como apresentado na Figura 4.17 (a),
(b) e (c).
Souza, Marcos A F de
80
4.3 Cinética
4.3.1 Cinética Não-isotérmicas em N
2
O estudo cinético, que compreende a determinação do mecanismo de reação e
dos parâmetros cinéticos, foi realizado para a primeira etapa de decomposição
térmica, utilizando-se curvas termogravimétricas não-isotérmicas e isotérmicas.
Os resultados da escolha do mecanismo de reação dos estágios de
decomposição térmica do princípio ativo foram obtidos de acordo com os diferentes
modelos cinéticos analisados e utilizando-se fração decomposta (α) de 0,1 a 0,9.
As equações da fração decomposta (α) das curvas termogravimetricas
utilizadas, foram fornecidos pelo Programa de Mecanismos de Decomposição Térmica
de Sólidos pelo Método Não-Isotermico de COATS-REDFERN (1964). Na Tabela 4.8,
estão apresentadas os mecanismos em que melhor se adquaram em atmosfera de N
2
,
nas três razões de aquecimento (10, 15 e 20 ºC.min
-1
), porém só foi analisada a
primeira etapa de decomposição térmica de todos os princípios ativos.
Tabela 4. 8 Mecanismo de decomposição de acordo com COATS-REDFERN para os
princípios ativos dos Antiretrovirais, para 1ª etapa de decomposição.
Princípios
Ativos
Mecanismos
Parâmetros
Cinéticos
Razões de Aquecimento (ºC.min
-1
)
10 15 20
Estavudina F3
n
Ea (kJmol
-1
)
A (s
-1
)
r
2,32
298,70
4,37 x10
32
0,999
2,66
292,92
6,39 x10
31
0,999
2,62
277,12
6,89 x10
29
0,999
Lamivudina F1
n
Ea (kJmol
-1
)
A (s
-1
)
r
1,05
175,62
1,16 x10
15
1,000
1,12
179,16
6,36 x10
15
1,000
0,87
191,61
2,46 x10
15
1,000
Zidovudina
(AZT)
F1
n
Ea (kJmol
-1
)
A (s
-1
)
r
0,78
174
9,01 x10
15
0,999
0,92
177,94
1,77 x10
16
0,999
0,42
72,99
7,75 x10
4
0,967
Souza, Marcos A F de
81
Na Tabela 4.8, observa-se para os antiretrovirais da Lamivudina e Zidovudina, o
modelo que melhor ajustou-se aos dados experimentais nas três razões de
aquecimento (10, 15 e 20 ºC.min
-1
), representado pelo coeficiente de correlação linear
mais próximo da unidade e menor desvio padrão, foi o modelo F1 (1ª ordem). Para o
antiretroviral Estavudina o que melhor ajustou-se foi F3 (3ª ordem). Pode-se constatar
que em atmosfera de N
2
a energia de ativação (E
a
) dos medicamentos Estavudina e
Zidovudina há um decréscimo com o aumento da razão de aquecimento e um
processo inverso para Lamivudina, característica implícita dos princípios ativos
estudados.
De acordo com estabilidade dos antiretrovirais pode se classificar pela energia
de ativação a seguinte ordem:
Estavudina > Lamivudina > Zidovudina
4.3.2 Cinética Não-isotérmicas em Ar Sintético
Em atmosfera de ar sintético, foi realizado nas três razões de aquecimento (10,
15 e 20 ºC.min
-1
), na Tabela 4.9, não sendo possível realizar análises para o
antiretroviral Lamivudina, pois o mesmo expande-se nesta atmosfera, tornando-se
impossível analisar a amostra.
Tabela 4. 92 Mecanismo de decomposição de acordo com COATS-REDFERN para os
princípios ativos dos Antiretrovirais, para 1ª etapa de decomposição.
Princípios
Ativos
Mecanismos
Parâmetros
Cinéticos
Razões de Aquecimento (ºC.min
-1
)
10 15 20
Estavudina F1
n
Ea (kJmol
-1
)
A (s
-1
)
r
2,98
325,20
6,59 x 10
25
0,999
1,45
273,49
9,68 x 10
27
0,998
1,97
261,65
1,01 x 10
28
0,999
Zidovudina
(AZT)
F1
n
Ea (kJmol
-1
)
A (s
-1
)
r
1,14
163,62
5,71 x 10
14
0,999
1,23
160,04
2,14 x 10
14
0,999
1,41
156,59
8,84 x 10
13
0,999
Souza, Marcos A F de
82
Observando a Tabela 4.9, o modelo que melhor ajustou-se para Estavudina e
Zidovudina foi F1 (1ª ordem). De acordo com energia de ativação, pode-se sugerir a
seguinte ordem de estabilidade dos antiretrovirais:
Estavudina > Zidovudina
4.3.3 Efeito da compensação cinética para sistema não-isotérmico
O efeito da compensação cinética foi efetuado para validação dos resultados
dinâmicos, sendo este efeito baseado na média aritmética dos resultados fornecidos
das três razões de aquecimentos (10, 15 e 20 ºC.min
-1
), utilizadas para o sistema não-
isotermico, nas Figuras 4.18, 4.19 e 4.20.
275 280 285 290 295 300
68
69
70
71
72
73
74
75
76
ln A (s
-
1
)
E (kJ/mol)
260 270 280 290 300 310 320 330
59
60
61
62
63
64
65
ln A (s
-1
)
E (kJ/mol)
(a) (b)
Figura 4. 18
Gráfico do efeito da compensação cinética em N2 (a) e Ar sintético (b)
para Estavudina.
174 176 178 180 182 184 186 188 190 192
34,6
34,8
35,0
35,2
35,4
35,6
35,8
36,0
36,2
36,4
36,6
ln A (s
-1
)
E(kJ/mol)
Figura 4. 19 Gráfico do efeito da compensação cinética em N
2
da Lamivudina.
Souza, Marcos A F de
83
60 80 100 120 140 160 180
10
15
20
25
30
35
4
0
ln A (s
-
1
)
E (kJ/mol)
156 157 158 159 160 161 162 163 164
32,0
32,5
33,0
33,5
34,0
ln A (s
-
1
)
E (kJ/mol)
(a) (b)
Figura 4. 20
Gráfico do efeito da compensação cinética em N
2
(a) e Ar sintético (b)
para Zidovudina.
Nas Figuras 4.18, 4.19 e 4.20 pode ser observada a linearidade dos resultados
experimentais entre o logaritmo do fator pré-exponencial (lnA) e a energia de ativação
aparente (Ea), indicando assim precisão nas análises nas duas atmosferas. Além
disso, foi calculada a constante de velocidade isocinética (K
iso
) e a temperatura
isocinética (T
iso
), observado na Tabela 4.10.
Tabela 4. 3 Parâmetros cinéticos em atmosfera de Ar sintético e N
2
para
Antiretrovirais.
Parâmetros
cinéticos
Estavudina Lamivudina Zidovudina
N
2
Ar sintético N
2
N
2
Ar
sintético
Ea (k.Jmol
-1
)
298,58 286,78 182,13
3,32 x10
15
42,34 x10
-6
947,70
141,64 160,08
A (s
-1
)
16,71x10
31
3,40 x10
27
8,90 x10
15
2,91 x10
14
K
iso
(s
-1
)
1,418 x10
-6
60,32 x10
36
1,12x10
3
7,8 x10
-5
T
iso
(ºC)
132,67 1152 272,68 180
r
0,9994 0,9858 0,9703 0,9999 0,9998
Como consta na Tabela 4.11, em atmosfera de N
2
a constante de velocidade
isocinética para os antiretrovirais apresentou maior para a Zidovudina (AZT), porém a
Souza, Marcos A F de
84
temperatura isocinética se apresentou maior para Lamivudina. Em atmosfera de ar
sintético a estavudina apresentou maior constante de velocidade isocinética e
temperatura isocinética, não foi possível realizar análise do antiretroviral Lamivudina,
pois o mesmo se expande nesta atmosfera, sendo praticamente impossível qualquer
registro no equipamento.
4.3.4 Estudo do Método Isotérmico
As avaliações das curvas isotérmicas foram feitas com objetivo de analisar o
comportamento térmico em função do tempo, usando assim estes dados para estudo
cinético das curvas. As faixas de temperatura utilizadas para realizar o estudo
isotérmico dos princípios ativos foram determinadas a partir das curvas
termogravimétricas não-isotérmicas, usando uma media aritmética da temperatura de
pico e inicial da primeira etapa de decomposição. Para todos os princípios ativos foi
atribuído um tempo de 300 minutos (5h), em atmosfera inerte (N
2
), a uma razão de 10
ºC.min
-1
, observado na Figuras 4.21 (a), (b) e (c).
Para os estudos da cinética de decomposição isotérmica foi utilizado um
intervalo de α entre 0,20 e 0,80, com base no melhor ajuste do coeficiente de
correlação linear determinamos os modelos que apresentaram um melhor resultado.
A escolha das temperaturas das isotermas em estudo foi feita pela curva TG
dinâmica na razão de 10 ºC.min
-1
, em atmosfera de N
2
. Foi tirada uma média entre
temperatura do inicio da decomposição (T
i
) e a temperatura de pico (T
p
), encontrado a
temperatura média, escolhe-se duas temperaturas acima e duas abaixo da
temperatura média encontrada, com um intervalo de 5 ºC.
0 50 100 150 200 250 300
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Tempo (min)
160
165
170
175
180
Estavudina
0 50 100 150 200 250 300
40
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Tempo (min)
235
240
245
250
255
Lamivudina
Souza, Marcos A F de
85
(a) (b)
0 50 100 150 200 250 300
30
40
50
60
70
80
90
100
Perda de Massa (%)
Tempo (min)
195
200
205
210
215
Zidovudina
(c)
Figura 4. 21
Isotermas dos princípios ativos da Estavudina (a), Lamivudina (b) e da
Zidovudina (c).
Nas curvas isotermas dos princípios ativos dos antiretrovirais Estavudina e
Lamivudina, nas Figuras 4.21 (a) e (b), foi observada apenas uma etapa de
decomposição, já a Zidovudina, na Figura 4.21 (c), apresentou duas etapas atribuídas
a processo de decomposição. Na Tabela 4.12 foram calculadas as constantes de
velocidades, de correlação, os desvios padrão nas cincos temperaturas escolhidas,
apresentada na Tabela 4.11.
Souza, Marcos A F de
86
Tabela 4. 11 Valores da constante de velocidade (k), do coeficiente de correlação
linear (r) e do desvio padrão (s) obtidos a partir da equação g(α) = kt + k
o
para os
princípios ativos dos antiretrovirais.
Princípio
Ativo
Parâmetros
Temperatura Isotérmica (ºC)
160 165 170 175 180
Estavudina
k
r
s
2,63 x10
-3
0,977
0,011
7,25 x10
-4
0,966
0,006
5,6 x10
-4
0,984
0,005
1,75 x10
-4
0,999
0,0002
1,08 x10
-4
0,981
0,002
Modelo R1 Am4 Am4 Am2 R2
Lamivudina
235 240 245 250 255
k
r
s
5,21 x10
-3
0,994
0,006
2,97 x10
-3
0,974
0,008
2,30x10
-3
0,989
0,001
2,07 x10
-3
0,974
0,008
1,60 x10
-3
0,977
0,001
Modelo Am4 Am4 Am4 Am4 Am3
Zidovudina
195 200 205 210 215
k
r
s
1,58 x10
-3
0,974
0,019
1,23 x10
-3
0,995
0,005
1,18 x10
-3
0,987
0,001
1,05 x10
-3
0,994
0,007
2,01 x10
-4
0,990
0,012
Modelo Am2 Am2 Am4 Am4 Am4
Para o modo isotérmico, o modelo que melhor ajustou-se à maioria dos
princípios ativos, observado na Tabela 4.11, foi Am4 (Equação de Avrami-Erofeye).
Este processo descreve quando a nucleação é seguida pelo crescimento nuclear, com
ou sem superposição de núcleos, e as velocidades de ambas as etapas são
consideradas por serem significativas na descrição cinética de decomposição.
Pode-se observar que a constante de velocidade está inversamente
proporcional a temperatura das isotermas.
Souza, Marcos A F de
87
4.4 Mecanismo de Reação de novos produtos derivados dos princípios ativos.
4.4.1 Mecanismo de reação para derivados da Estavudina
E1, L1 e Z1, foram sintetizados segundo método já descrito nos itens 3.4.2,
3.4.3 e 3.4.4 respectivamente. Os novos derivados foram todos purificados por
recristalização em etanol/água e obtidos com rendimentos acima de 80%.
As reações de isocianatos com grupos aminas e alcoóis dos princípios ativos
Estavudina, Lamivudina e Zidovudina, tendo como produto E1, L1 e Z1, ocorrem por
ataque nucleófílico no qual o par de elétrons não-ligante do oxigênio do grupo álcool
e/ou do grupo amina ataca o carbono do isocianato de fenila. A etapa final da reação
prossegue com o ataque de nitrogênio do grupo isocianato ao hidrogênio ligado ao
oxigênio do álcool e/ou do nitrogênio da amina, restituindo seu par de elétrons não-
ligantes, com a formação de uretanas e/ou uréias, respectivamente, como produto
final. Portanto pode-se observar um rearranjo na estrutura da molécula do princípio
ativo. (CAIRES et al, 2006)
A Figura 4.22, representa o esquema do mecanismo de reação da derivação do
produto sintetizado a parti do princípio ativo da Estavudina, de acordo com a
metodologia do item 3.4; de nomenclatura oficial: 1-[5-(hydroxymethyl)- 2,5-
dihydrofuran-2-yl] -5-methyl-1H-pyrimidine-2,4- dione. (BALZARINI, 2005 )
(a)
(b)
(c)
N
CO
N
N
O
O
O
CH
3
O
H
H
N
N
O
O
O
CH
3
O
N
O
H
H
N
N
O
O
O
CH
3
O
N
O
H
H
Figura 4. 22 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto a partir da
Estavudina.
Souza, Marcos A F de
88
Na Figura 4.24, observa-se que a reação ocoreu na extremidade onde se
encontra o grupo da hidroxila. Devido à proteção das carbonilas que estão próximas
ao grupo amina não ocorre a reação por esta extremidade, esta carbonilas impede o
rearranjo da estrutura por esta extremidade.
A Figura 4.23, representa o esquema do mecanismo de síntese do novo
composto formado a partir do princípio ativo da Lamivudina, de nomenclatura: L-2',3'-
dideoxy-3'-thiacytidine oficial pela IUPAC. (ERON et al, 1995)
(a)
(b)
(c)
N
CO
OH
O
N
O
H
O
N
O
H
N
N
O
S
O
N
NC O
HH
N
N
O
S
O
N
HH
N
CO
N
N
O
S
O
N
H
N
CO
H
Figura 4. 23 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto derivado a partir da
Lamivudina.
Na formação do novo produto derivado da Lamivudina, Figura 4.23, observa-se
que a reação ocorreu nas duas extremidades da molécula, no grupo amina, formando
um grupo uréia, como também no grupo da hidroxila formando um grupo uretana. A
ocorrência nas duas extremidades é justificada pela falta de proteção das carbonila
que existem na estrutura da estavudina e da zidovudina.
A Figura 4. 24 representa o esquema do mecanismo do novo composto
formado a partir do princípio ativo da Zidovudina, de nomenclatura oficial: 1-
[(2R,4S,5S)-4-azido-5-(hydroxymethyl)tetrahydrofuran-2-yl]-5-methylpyrimidine-
2,4(1H,3H) – Dione. (ERON et al, 1995)
Souza, Marcos A F de
89
N
CO
N
N
O
O
O
CH
3
O
N
3
H
H
N
N
O
O
O
CH
3
O
N
3
N
O
H
H
N
N
O
O
O
CH
3
O
N
3
N
O
H
H
(a)
(b)
(c)
Figura 4. 24 Esquema do mecanismo da síntese do novo produto derivado a partir da
Zidovudina.
4.5 Ponto de Fusão
Os pontos de fusão dos princípios ativos e dos novos compostos estão
apresentados na Tabela 4.12. Os resultados das analises físico-químicos, foram
realizados para corroborar com os resultados diante das novas sínteses realizadas.
Tabela 4. 12 Valores dos pontos de fusões dos princípios ativos.
Princípios
ativos
Ponto de
Fusão (ºC)
Princípios ativos
Sintetizados
Ponto de
Fusão (ºC)
Estavudina
169 – 172
E1
206 – 207
Lamivudina
160 – 162
L1
132 – 133
Zidovudina
120 – 122
Z1
204 – 207
Na Tabela 4.12, observa-se um aumento nas temperaturas de fusão para o
novo produto sintetizado E1 e Z1 em comparação aos princípios ativos que foram
derivados, este comportamento térmico por ser justificado pela semelhança das
estruturas dos princípios ativos da Estavudina e a Zidovudina. Enquanto que para L1
Souza, Marcos A F de
90
há uma dinimuição deste ponto de fusão. A partir destes novos pontos de fusão, pode-
se evidenciar uma nova ordem de estabilidade térmica:
Estavudina > Zidovudina > Lamivudina
4.6 Espectroscopia Infravermelho
Os fármacos Estavudina, Lamivudina e Zidovudina são bastante conhecidos.
Sendo assim, a confirmação espectroscópica das estruturas dos novos compostos E
1
,
L
1
e Z
1
, são analisadas através dos métodos comparativos podendo-se obter uma
confiabilidade nos resultados.
Para a identificação de alguns grupos funcionais dos princípios ativos e de sua
nova modificação estrutural, foi utilizada a espectroscopia na região do infravermelho.
No apêndice A - Figuras A.1 e A.2, esta apresentada a análise do infravermelho do
princípio ativo da Estavudina e da sua nova modificação estrutural com Isocianato de
fenila. A Tabela 4.13 está às vibrações dos espectros na região do infravermelho do
princípio ativo e das modificações.
Tabela 4. 4 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de alguns
grupos funcionais de Estavudina e E
1
.
Grupos (ν, cm
-1
)
Estavudina E
1
ν
- OH (álcool)
3327
ν
- NH (amida)
3425 3364
ν
- CH (sp
2
)
3167, 3113, 3091 e
3044
3136 e 3041
ν
- CH (sp
3
)
2958, 2931, 2890 e
2821
2950, 2919 e 2815
ν
- C=O (amida)
1697 1692
ν
- C=C
1600 e 1531
δ
- CH (sp
3
)
1462 e 1420 1445
ν
- OC=O
1223
Obs: (
ν
) Deformação axial, (
δ
) deformação angular e () não observado.
Souza, Marcos A F de
91
O espectro de infravermelho do E
1
mostrou o desaparecimento de uma banda
de absorções larga na molecula excitada de 3327 cm
-1
de (OH) álcool e formação de
um grupo (OC=O) em 1223 cm
-1
que indica o ataque nucleofílico do par de elétrons
não-compartilhado do oxigênio do grupo álcool ao carbono do isocianato de fenila
formando uretana como produto principal. Ainda no infravermelho as evidências
decisivas para a confirmação desta estrutura são a absorção característica de (CH)
aromáticos em 3136, 3041 cm
-1
e de (C=C) em 1600, 1531 cm
-1
. Outras absorções
importantes foram observadas em 3364 cm
-1
correspondente a grupo (NH) de amida,
bandas em 2950, 2919 e 2815 cm
-1
de (CH) alifáticos, absorção em 1692 cm
-1
de
(C=O), carbonila de imida e finalmente em 1445 cm
-1
de (CH), de alifático, e
confirmando assim o produto em estudo, Tabela 4.13.
No apêndice A - Figura A.3 e A.4 estão apresentados os espectros de
infravermelho do princípio ativo da Lamivudina e da sua nova modificação estrutural
com Isocianato.
Tabela 4. 5 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de alguns
grupos funcionais de Lamivudina e L
1
.
Grupos (ν, cm
-1
)
Lamivudina L
1
ν
- OH (álcool)
3331
ν
- NH
2
(amina)
3227 e 3206
ν
- NH (amida)
3385
ν
- CH (sp
2
)
3199 e 3075 3199, 3132 e 3028
ν
- CH (sp
3
)
2959 e 2836 2955
ν
- C=O (amida)
1638 e 1612 1718 e 1647
ν
- C=C
1605 e 1555
δ
- CH (sp
3
)
1497, 1493 e 1455 1493 e 1442
ν
- OC=O
1239
Obs: (
ν
) Deformação axial, (
δ
) deformação angular e () não observado.
O espectro de infravermelho do L
1
mostrou o desaparecimento de três bandas
de absorção uma larga, na molécula excitada de 3327 cm
-1
de (OH) álcool e formação
de um grupo (OC=O) em 1239 cm
-1
e as outras duas em 3327 e 3206 cm
-1
de (NH
2
)
amina primária e formação de amida (NHC=O) em 3385 cm
-1
, indicando assim o
ataque nucleofílico dos pares de elétrons não-compartilhados do oxigênio do grupo
Souza, Marcos A F de
92
álcool e do nitrogênio do grupo amina aos carbonos do isocianato de fenila formando
uretana e uréia, respectivamente, como produtos desejados. Ainda no infravermelho
as principais evidências para a confirmação desta estrutura é a absorção característica
de (CH) aromáticos em 3199, 3032, 3028 cm
-1
e de (C=C) em 1598, 1549 cm
-1
.
Outras bandas de grande importância foram observadas em 3285 cm
-1
correspondente a grupo (NH) de amida, em 2955 cm
-1
de (CH) alifáticos, em 1718,
1647 cm
-1
de (C=O) de amida e finalmente em 1495, 1444 cm
-1
de (CH), de alifático,
confirmaram assim a estrutura do composto em estudo. As principais bandas de
absorção do L
1
estão representadas na Tabela 4.14.
No apêndice A - Figura A.5 e A.6 estão apresentadas os espectros do
infravermelho do princípio ativo da Zidovudina e da sua nova modificação estrutural
com Isocianato (Tabela 4.15). Apesar dos espectros de infravermelho serem pouco
elucidativos na caracterização dos compostos sintetizados, estudos têm sido
realizados no sentido de identificar a presença de determinados grupos que possam
intensificar o procedimento da reação.
Tabela 4. 6 Principais bandas de absorção no Infravermelho (cm
-1
) em (KBr) de alguns
grupos funcionais de Zidovudina e Z
1
.
Grupos (ν, cm
-1
)
Zidovudina Z
1
OH (álcool)
3340
ν
- NH (amida)
3462 3289
ν
- CH (sp
2
)
3165, 3072 e 3034 3199, 3141 e 3059
ν
- CH (sp
3
)
2935 e 2813 2923 e 2836
ν
- N
3
(azida)
2114 e 2083 2107
ν
- C=O (amida)
1686 1691 e 1651
ν
- C=C
1598 e 1549
δ
- CH (sp
3
)
1466, 1438 e 1402 1495 e 1444
ν
- OC=O
1230
Obs: (
ν
) Deformação axial, (
δ
) deformação angular e () não observado.
Pelo espectro de infravermelho do Z
1
, pode-se de início verificar o
desaparecimento de uma banda de absorção larga na molécula excitada de 3340 cm
-1
de (OH) álcool e formação de um grupo (OC=O) em 1230 cm
-1
que indica o
susceptível ataque nucleofílico do par de elétrons não-compartilhado do oxigênio do
Souza, Marcos A F de
93
grupo álcool ao carbono do isocianato de fenila formando uretana como estrutura
estimada. Ainda no infravermelho as evidências decisivas para a confirmação desta
estrutura é a absorção característica de (CH) aromáticos em 3199, 3114, 3059 cm
-1
e
de (C=C) em 1598, 1549 cm
-1
. Outras absorções importantes foram observadas em
3289 cm
-1
correspondente a grupo (NH) de amida, duas bandas em 2923 e 2836 cm
-1
de (CH) alifáticos, outras absorções em 2107 cm
-1
de (N
3
) de azida (CAIRES et al,
1999) e 1691, 1651 cm
-1
de (C=O), carbonila de imida, confirmaram o produto
desejado. As principais bandas de absorção do Z
1
estão representadas na Tabela
4.15.
4.7 Caracterizações através do RMN de
1
H e
13
C
dos Princípios Ativos e Novos
Compostos sintetizados
Os resultados espectroscópicos da Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de
1
H e
13
C e do Infravermelho mostram que os derivados E
1
, L
1
e Z
1
, foram obtidos a
partir de reações entre isocianato de fenila e os princípios ativos Estavudina,
Lamivudina e Zidovudina respectivamente.
As atribuições dos deslocamentos químicos de
1
H e
13
C, feitas para os
compostos obtidos, basearam-se nos dados obtidos em dois experimentos de RMN,
tais como: RMN
1
H e
13
C (APT), através da comparação com a estrutura de grupos
semelhantes ao composto de partida, que permitiu propor com segurança a estrutura
molecular do novo produto sintetizado.
A Tabela 4.16, resume as atribuições feitas para cada carbono e hidrogênio
respectivamente, sendo os espectros selecionados apresentados no apêndice B –
Figura B.1 a B.5 – Estavudina e Figura B.6 a B.10 – E
1
, na seção de espectros.
As atribuições feitas para os hidrogênios e carbonos obedecem à numeração
apresentada na estrutura da Figura 4.25.
Souza, Marcos A F de
94
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
OH
13
H
17
O
18
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
5
4
O
14
O
15
CH
3
16
12
O
13
N
19
H
20
21'
21
22'
22
23
H
(a) (b)
Figura 4. 25 Estrutura numerada do princípio ativo da Estavudina (a) e do E
1
(b).
Tabela 4. 7
Deslocamentos químicos (em ppm)
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em
(DMSO – d
6
) do princípio ativo Estavudina e E
1
.
Átomos
(ppm)
Estavudina E
1
13
C
(a)
1
H
(b)
13
C
(a)
1
H
(b)
2
88.88 d 6.81, 1H 89.16 d, 6.83, 1H
3
125.98 q, 6.39, 1H 126.52 q, 6.48, 1H
4
134.95 q, 5.90, 1H 133.87 q, 6.02, 1H
5
87.31 s1, 4.75, 1H 84.02 s1, 4.99, 1H
7
150.80
150.81
9
163.87
163.78
10
108.99
109.90
11
136.79 s, 7.64, 1H 135.80 s, 8.64, 1H
12
62.26 s, 3.39, 2H 64.82 dq, 4.28, 2H
16
12.21 s, 1.71, 3H 11.92 s, 1.65, 3H
17
153.13
20
139.69
21 e 21’
128.78 d, 7.43, 2H
22 e 22’
118.16 t, 7.26, 2H
23
110.08 m, 6.98, 1H
8 (NH)
s1, 11.29, 1H
s, 11.35, 1H
13 (OH)
s1, 5.01, 1H
19 (NH)
s, 9.74, 1H
(a
) Valores deduzidos pelos espectros de RMN
13
C-BB, APT.
(b)
Multiplicidade de sinais para RMN
1
H:
singleto (s); singleto largo (s1); dubleto (d); duplo singleto (ds); duplo singleto largo (ds1); duplo dubleto
(dd); duplo quarteto (dq); quarteto (q); quinteto (qi); septeto (sept) e multipleto (m).
Souza, Marcos A F de
95
O espectro de RMN
13
C – APT a 50 MHz (Apêndice B – Figura B.9 e B.10, pág.
18) do E
1
, mostrou a presença de 15 sinais de carbono que de acordo com os
assinalamentos permitiram observar o padrão de hidrogenação correspondente a cada
átomo de carbono. Nove sinais para baixo foram associados a carbonos hidrogenados
dos quais um foi atribuído ao carbono triidrogenado de alifático do tipo sp
3
e oito
carbonos monohidrogenados sendo dois de alifáticos do tipo sp
3
e seis de aromáticos
e olefínicos do tipo sp
2
. Os seis sinais restantes todos para cima corresponderam a um
carbono dihidrogenado do tipo sp
3
e cinco carbonos não hidrogenados do tipo sp
2
.
Esses dados, comparados aos valores da Estavudina, na Tabela 4.16
(Apêndice B – Figura B.4 e B.5), permitiram estabelecer com segurança o
deslocamento químico dos carbonos da E
1
em: δ 163,78 (C-9); 150,81 (C-7); 135,80
(C-11); 133,87 (C-4); 126,52 (C-3); 109,90 (C-10); 89,16 (C-2); 84,02 (C-5); 64,82 (C-
12) e 11,92 (C-16) ppm, todos coerentes com a estrutura da Estavudina (3). Outros
deslocamentos químicos em: δ 139,69 (C-20); 128,78 (C-21 e C-21’); 118,16 (C-22 e
C-22’) e 118,08 (C-23) ppm; foram atribuídos aos carbonos aromáticos e em δ 153,13
(C-17) ppm ao grupo carbonílico da uretana confirmando assim a sua estrutura.
No espectro de RMN
1
H a 200 MHz da E
1
(Apêndice B – Figura B.6 a B.8),
observou-se a presença de doze sinais de hidrogênios, que quando comparados aos
deslocamentos químicos da Estavudina (Apêndice B – Figura B.1 a B.3) foi possível
atribuir esses assinalamentos como sendo: δ 1,65 (s, 3H, H-16); 6,48 (d, 1H, H-3);
4,99 (s, 1H, H-5); 4,28 (m, 2H, H-12); 6,02 (d, 1H, H-4); 6,83 (d, 1H, H-2); 8,64 (s, 1H,
H-11) e 11,36 (s, 1H, NH-8) ppm, todos coerentes com a estrutura do Zidovudina. Os
outros sinais em: δ 6,98 (q, 1H, H-23); 7,26 (t, 2H, H-23 e H-23’); 7,43 (d, 2H, H-22 e
H-22’) ppm foram atribuídos aos hidrogênios aromáticos e em δ 9,74 (s, 1H, NH-19)
ppm ao grupo amida da uretana, Tabela 4.16.
A Tabela 4.17, resume as atribuições feitas para cada carbono e hidrogênio
respectivamente do princípio ativo da Lamivudina e da L
1
, sendo os espectros
selecionados apresentados no apêndice B – Figura B.11 a B.15 – Lamivudina e Figura
B.16 a B.23 – L
1
, na seção de espectros.
As atribuições feitas para os hidrogênios e carbonos obedecem à numeração
apresentada na estrutura da Figura 4.26.
Souza, Marcos A F de
96
10
11
9
N
6
N
8
7
3
O
4
2
5
S
1
O
14
NH
2
15
12
OH
13
23
10
11
9
N
6
N
8
7
3
O
4
2
5
S
1
O
14
NH
15
12
O
13
16
O
17
O
24
N
18
22
21'
21
20'
20
19
N
25
27
26
28
27'
29
28'
H
H
(a) (b)
Figura 4. 26
Estrutura numerada do princípio ativo da Lamivudina (a) e da L
1
(b).
Tabela 4. 8 Deslocamento químico
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em (DMSO – d
6
) do
princípio ativo Lamivudina e L
1
.
Átomos
(ppm)
Lamivudina L
1
13
C
(a) 1
H
(b) 13
C
(a) 1
H
(b)
2
36.37 dq, 3.21, 2H 37.22 dq, 3.44, 2H
3
86.57 t, 6.19, 1H 87.12 t, 6.27, 1H
5
85.90 t, 5.15, 1H 83.92 t, 5.46, 1H
7
154.79
151.13
9
165.70
162.43
10
94.03 d, 5.73, 1H 95.10 d, 6.49, 1H
11
141.03 d, 7.81, 1H 144.03 d, 8.14, 1H
12
62.85 ds1, 3.55, 2H 63.86 d, 4.54, 2H
16
152.98
19
138.82
20 e 20’
118.41 d, 7.47, 2H
21 e 21’
128.82 q, 7.33, 2H
22
122.72 qi, 7.03, 1H
23
152.98
26
138.04
27 e 27’
119.26 d, 7.47, 2H
28 e 28’
129.08 q, 7.33, 2H
29
123.45 qi, 7.03, 1H
13 (OH)
s1, 5.32, 1H
15 (NH)
s1, 7.27, 2H
s, 10.25, 1H
18 (NH)
s, 9.91, 1H
25 (NH)
s, 11.31, 1H
(a)
Valores deduzidos pelos espectros de RMN
13
C-BB, APT.
(b)
Multiplicidade de sinais para RMN
1
H:
singleto (s); singleto largo (s1); dubleto (d); duplo singleto (ds); duplo singleto largo (ds1); duplo dubleto
(dd); duplo quarteto (dq); quarteto (q); quinteto (qi); septeto (sept) e multipleto (m).
Souza, Marcos A F de
97
No espectro de RMN
13
C - APT a 50 MHz (Apêndice B – Figura B.20 a B.23) de
L
1
, observou-se à presença de 17 sinais. A análise desse espectro permitiu
reconhecer o padrão de hidrogenação correspondente a cada átomo de carbono. Dez
sinais para baixo foram associados a carbonos monohidrogenados, dos quais dois
foram atribuídos a carbonos alifáticos do tipo sp
3
, seis a carbonos de aromáticos e
dois a carbonos olefinicos do tipo sp
2
. Os sete sinais restantes para cima
corresponderam a dois dehidrogenados do tipo sp
3
e cinco carbonos não
hidrogenados do tipo sp
2
.
Esses dados, comparados aos valores da Lamivudina Tabela 4.18 (Apêndice B
– Figura B.14 e B.15), permitiram estabelecer com segurança o deslocamento químico
dos carbonos da L
1
(Apêndice B – Figura B.20 a B.23) em: δ 162,43 (C-9); 151,13 (C-
7); 144,03 (C-11); 95.10 (C-10); 87,12 (C-3); 83,92 (C-5), 63,86 (C-12) e 37,22 (C-2)
ppm, todos coerentes com a estrutura da Lamivudina, outros deslocamentos químicos
em: δ 138,82 (C-19); 138,04 (C-26); 129,08 (C-28 e C-28’); 128,82 (C-21 e C-21’);
123,45 (C-29); 127,72 (C-22); 119,26 (C-27 e C-27’); 118,41 (C-20 e C-20’) ppm foram
atribuídos aos carbonos aromáticos e em δ 152,98 (C-23 e C-16) ppm aos grupos
carbonílicos da uretana e uréia respectivamente, confirmando assim a sua estrutura.
Pelo espectro de RMN
1
H da L
1
(Apêndice B – Figura B.18), pode-se verificar o
total desaparecimento de dois sinais de hidrogênios, um em torno de δ 5.5 ppm
característicos de OH de álcool e a outra em δ 7.8 ppm de NH
2
de amina, confirmando
assim os produtos formados.
No espectro de RMN
1
H a 200 MHz da L
1
(Apêndice B – Figura B.16 a B.19)
observou-se a presença de doze sinais de hidrogênios, que quando comparados aos
deslocamentos químicos Lamivudina (Apêndice B – Figura B.11 a B.13) foi possível
atribuir inequivocamente esses assinalamentos como sendo: δ 3,44 (dq, 2H, H-2); 4,54
(d, 2H, H-12); 5,46 (t, 1H, H-5); 6,27 (t, 1H, H-3); 6,49 (d, 1H, H-10); 8,16 (d, 1H, H-11)
ppm, todos coerentes com a estrutura do Lamivudina. Os outros sinais em: δ 7,03 (m,
2H, H-22 e H-29); 7,33 (q, 4H, H-21, H-21’ e H-28, H-28’); 7,47 (d, 4H, H-20, H-20’ e
H-27 e H-27’); 9,91 (s, 1H, NH-18); 10,25 (s, 1H, NH-15) e 11,31 (s, 1H, NH-25) ppm
foram atribuídos aos hidrogênios aromáticos e em δ 9,76 (s, 1H, NH-20) ppm ao grupo
amida da uretana, na Tabela 4.17.
As atribuições dos deslocamentos químicos de hidrogênio e carbono, feitas
para o Z
1
, basearam-se nos dados obtidos em dois experimentos de RMN, tais como:
RMN
1
H e
13
C (APT), através de comparação com a estrutura de grupos semelhantes
Souza, Marcos A F de
98
do Zidovudina caracterizado nesta tese pelo uso em conjunto de técnicas espectrais
como IV, RMN
1
H e
13
C, que permitiu propor com segurança a estrutura molecular do
Z
1
em estudo.
A Tabela 4.18, resume as atribuições feitas para cada carbono e hidrogênio
respectivamente do princípio ativo da Zidovudina e da Z
1
, sendo os espectros
selecionados apresentados no apêndice B – Figura B.24 a B.31 – Zidovudina e Figura
B.32 a B.38 – Z
1
, na seção de espectros.
As atribuições feitas para os hidrogênios e carbonos obedecem à numeração
apresentada na estrutura da Figura 4.27.
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
OH
13
N
3
H
10
11
9
N
6
N
8
7
2
O
1
3
54
O
14
O
15
CH
3
16
12
O
17
N
3
13
23
24
22
23'
21
22'
N
20
18
O
19
H
H
(a) (b)
Figura 4. 27
Estrutura numerada do princípio ativo da Zidovudina (a) e do Z
1
(b).
Souza, Marcos A F de
99
Tabela 4. 9 Deslocamento químico de
1
H (200 MHz) e
13
C (50 MHz) em (DMSO – d
6
)
do princípio ativo Zidovudina e Z
1
Átomos
(ppm)
Zidovudina Z
1
13
C
(a) 1
H
(b) 13
C
(a) 1
H
(b)
2
83.98 t 6.08, 1H 83.36 t 6.16, 1H
3
36.20 m, 2.31, 1H 35.24 dq, 2.44, 2H
4
60.16 q, 3.78, 1H 60.29 q, 4.06, 1H
5
83.38 qi, 4.38, 1H 80.75 q, 4.49, 1H
7
150.41
150.14
9
163.72
163.34
10
109.52
109.62
11
136.07 s, 7.67, 1H 135.64 s, 8.63, 1H
12
60.80 q, 3.61, 2H 63.72 dq, 4.33, 2H
16
12.25 s, 1.77, 3H 11.78 s, 1.72, 3H
18
152.24
21
139.42
22 e 22’
117.91 d, 7.46, 2H
23 e 23’
128.49 t, 7.27, 2H
24
121.51 m, 6.98, 2H
8 (NH)
s, 11.32, 1H
s, 11.34, 1H
20 (NH)
s, 9.76, 1H
13 (OH)
s, 5.22, 1H
(a)
Valores deduzidos pelos espectros de RMN
13
C-BB, APT.
(b)
Multiplicidade de sinais para RMN
1
H:
singleto (s); singleto largo (s1); dubleto (d); duplo singleto (ds); duplo singleto largo (ds1); duplo dubleto
(dd); duplo quarteto (dq); quarteto (q); quinteto (qi); septeto (sept) e multipleto (m).
No espectro de RMN
13
C (APT) a 50 MHz (Apêndice B – Figura B.32 a B.36) do
Z
1
, observou-se a presença de 15 sinais, característicos do esqueleto. Ainda neste
espectro pôde-se observar o padrão de hidrogenação correspondente a cada átomo
de carbono. Oito sinais para baixo foram associados a carbonos hidrogenados dos
quais um foi atribuído a carbono triidrogenado de alifático do tipo sp
3
, três a carbonos
monohidrogenados de alifáticos do tipo sp
3
e quatro a carbonos monohidrogenados de
aromáticos do tipo sp
2
. Os sete sinais restantes todos para cima corresponderam a
dois dihidrogenados do tipo sp
3
e cinco carbonos não hidrogenados do tipo sp
2
.
Esses dados, comparados aos valores de Zidovudina Tabela 4.18, (Apêndice B
– Figura B.28 a B.31), permitiram estabelecer com segurança o deslocamento químico
dos carbonos do Z
1
(Apêndice B – Figura B.37 e B.38) em: δ 163,34 (C-9); 150,14(C-
Souza, Marcos A F de
100
7); 135,64 (C-11); 109,62 (C-10); 83,38 (C-2); 80,75 (C-5); 63,72 (C-12);60,29 (C-4),
35,24 (C-3) e 11,78 (C-16) ppm, ambos coerentes com a estrutura do Zidovudina.
Outros deslocamentos químicos em: δ 139,42 (C-21); 128,49 (C-23 e C-23’); 121,51
(C-24) e 117,91 (C-22 e C-22’) ppm foram atribuídos aos carbonos aromáticos e em δ
152,24 (C-18) ppm ao grupo carbonílico da uretana.
O espectro de RMN
1
H a 200 MHz do Z
1
(Apêndice B – Figura B.32 a B.35)
mostrou a presença de onze sinais de hidrogênios, que quando comparados aos
deslocamentos químicos do Zidovudina (Apêndice B – Figura B.24 a B.27) foi possível
atribuir inequivocamente esses assinalamentos como sendo: δ 1,72 (s, 3H, H-16); 2,44
(m, 1H, H-3); 4,06 (q, 1H, H-5); 4,33 (m, 2H, H-12); 6,16 (t, 1H, H-2); 8,62 (s, 1H, H-11)
e 11,34 (s, 1H, NH-8) ppm, todos coerentes com a estrutura da Zidovudina. Os outros
sinais em: δ 6,98 (m, 1H, H-24); 7,27 (m, 2H, H-23 e H-23’) e 7,46 (m, 2H, H-22 e H-
22’) ppm foram atribuídos aos hidrogênios aromáticos e em δ 9,76 (s, 1H, NH-20) ppm
ao grupo amida da uretana, na Tabela 4.18.
Conclusão e Perspectivas
Capítulo 5
Souza, Marcos A F de
103
5.1 Conclusão
As análises possibilitaram o estudo do comportamento térmico e cinético dos
princípios ativos dos antiretrovirais e antilipidêmicos, indicando sua estabilidade, que
é um parâmetro importante para o processamento e armazenamento dos fármacos.
No estudo termogravimétrico dinâmico em atmosfera inerte (N
2
) os
antiretrovirais apresentaram a seguinte ordem de estabilidade: Zidovudina >
Estavudina > Lamivudina, a qual foi comparativa com seus respectivos excipientes e
medicamentos comerciais. Para atmosfera oxidante (ar sintético) a ordem de
estabilidade foi Zidovudina > Estavudina.
A reação de decomposição dos antiretrovirais (Estavudina e Zidovudina) em
atmosfera de N
2
processou-se em fase líquida na razão de aquecimento de 10
ºC.min
-1
, sendo desnecessário o controle granulométrico, já os demais no estado
sólido. Na atmosfera de ar sintético o único princípio ativo que a reação se
processou em fase liquida foi a Estavudina, demonstrando que para os estudos da
reação de decomposição em atmosfera oxidante é necessário um controle
granulométrico.
Nas curvas DSC foram confirmadas pela literatura, um alto grau de pureza,
em 99%, para todos os princípios ativos, através da comparação do ponto de fusão.
Alguns excipientes tais como amido de milho e celulose microcristalina
alteram significativamente a estabilidades das misturas, na proporção utilizada,
devido o teor de umidade elevado, sugerem-se substituição por outros excipientes.
Os parâmetros cinéticos obtidos no modo de aquecimento dinâmico
obedeceram ao efeito da compensação cinética. O modelo cinético que melhor
ajustou-se aos dados experimentais da primeira etapa de decomposição térmica, no
modo de aquecimento dinâmico, para maior parte dos princípios ativos foram os
modelos baseados na ordem de reação de 1ª e 3ª ordens (F1 e F3); enquanto para
o modo isotérmico, o modelo que melhor ajustou-se para maior parte dos princípios
foi Am4, onde todos ocorram o processo do mecanismo de nucleação.
Os estudos de RMN
1
H e
13
C e IV mostraram que a reação entre a
Estavudina, Lamivudina e Zidovudina com isocianato de fenila foram efetiva para
formar os compostos E
1
, L
1
e Z
1
.
Souza, Marcos A F de
104
5.2 Perspectivas para trabalhos futuro
Estudo de fármacos de outras classes terapêuticas;
Utilizar novas técnicas de análise para o estudo dos fármacos, como
Difratograma de Raio – x, Espectroscópia de Massa e etc;
Cálculos cinéticos em mais de uma etapa;
Sintetizar mais compostos com outros radicais das aminas primárias;
Fazer novos testes biológicos além do antiretrovirais, como
antibacterianos e etc.;
Estudar novas sínteses partindo destes princípios ativos e outros da
mesma classe terapêutica.
Souza, Marcos A F de
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Capítulo 6
Souza, Marcos A F de
106
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)(PPh
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Apêndice A
Souza, Marcos A F de
120
Figura A. 1 Espectro de infravermelho de Estavudina em KBr.
Figura A. 2 Espectro de infravermelho de E1 em KBr.
Souza, Marcos A F de
121
Figura A. 3 Espectro de infravermelho de Lamivudina em KBr.
Figura A. 4 Espectro de infravermelho de L1 em KBr.
Souza, Marcos A F de
122
Figura A. 5 Espectro de infravermelho do Zidovudina em KBr.
Figura A. 6 Espectro de infravermelho do Z1 em KBr.
Apêndice B
Souza, Marcos A F de
124
Figura B. 1 Espectro de RMN
1
H de Estavudina (DMSO-d
6
, 200 MHz).
Figura B. 2 Expansão do espectro de RMN
1
H de Estavudina
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 6.4 – 12.0 ppm.
Souza, Marcos A F de
125
Figura B. 3 Expansão do espectro de RMN
1
H de Estavudina
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 1.0 – 5.6 ppm.
Figura B. 4 Espectro de HMN
13
C (APT) de Estavudina (DMSO-d6, 50 MHz).
Souza, Marcos A F de
126
Figura B. 5 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Estavudina
(DMSO-d6, 50 MHz) na região de δ 70.8 – 140.4 ppm.
Figura B. 6 Espectro de RMN
1
H da E
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz).
Souza, Marcos A F de
127
Figura B. 7 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
(DMSO-d6, 200 MHz) na região de δ 5.0 – 7.9 ppm.
Figura B. 8 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de
δ 8.5 – 11.5 ppm.
Souza, Marcos A F de
128
Figura B. 9 Expansão do espectro de RMN
1
H de E
1
(DMSO-d6, 200 MHz) na região de δ 1,3 – 5.6 ppm.
Figura B. 10 Espectro de HMN
13
C (APT) de E
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz).
Souza, Marcos A F de
129
Figura B. 11 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de E
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 115.0 – 132.0 ppm.
Figura B. 12 Espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d6, 200 MHz).
Souza, Marcos A F de
130
Figura B. 13 Expansão do espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d6, 200 MHz)
na região de δ 5.0 – 8.2 ppm.
Souza, Marcos A F de
131
Figura B. 14 Expansão do espectro de RMN
1
H de Lamivudina (DMSO-d
6
, 200 MHz) na
região de δ 2.6 – 5.5 ppm.
Figura B. 15 Espectro de HMN 13C (APT) de Lamivudina (DMSO-d
6
, 50 MHz).
Figura B. 16 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Lamivudina
(
DMSO-d6, 50 MHz) na região de δ 70.2 – 100 ppm.
Souza, Marcos A F de
132
Figura B. 17 Espectro de RMN
1
H de L
1
(DMSO-d6, 200 MHz).
Figura B. 18 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 7.6 – 11.7 ppm.
Souza, Marcos A F de
133
Figura B. 19 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 5.4 – 8.5 ppm.
Figura B. 20 Expansão do espectro de RMN
1
H de L
1
(DMSO-d6, 200 MHz) na região de δ 2.2 – 4.8 ppm.
Souza, Marcos A F de
134
Figura B. 21 Espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz).
Figura B. 22 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 135.0 – 165.0 ppm.
Souza, Marcos A F de
135
Figura B. 23 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 114.0 – 133.0 ppm.
Figura B. 24 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de L
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 57.0 – 98.0 ppm.
Souza, Marcos A F de
136
Figura B. 25 Espectro de RMN
1
H de Zidovudina (DMSO-d6, 200 MHz).
Figura B. 26 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de 5.8 - 11.8 ppm.
Souza, Marcos A F de
137
Figura B. 27 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de 1.2 - 2.9 ppm.
Figura B. 28 Expansão do espectro de RMN
1
H de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de 1.2 - 2.9 ppm.
Souza, Marcos A F de
138
Figura B. 29 Espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina (DMSO-d
6
, 50 MHz).
Figura B. 30 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 106 – 168 ppm.
Souza, Marcos A F de
139
Figura B. 31 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 50 – 90 ppm.
Figura B. 32 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Zidovudina
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 5 – 45 ppm.
Souza, Marcos A F de
140
Figura B. 33 Espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz).
Figura B. 34 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 8.5 – 11.5 ppm.
Souza, Marcos A F de
141
Figura B. 35 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 6.5 – 8.0 ppm.
Figura B. 36 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 3.7 – 4.9 ppm.
Souza, Marcos A F de
142
Figura B. 37 Expansão do espectro de RMN
1
H de Z
1
(DMSO-d
6
, 200 MHz) na região de δ 1.4 – 2.8 ppm.
Figura B. 38 Espectro de HMN
13
C (APT) de Z
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz).
Souza, Marcos A F de
143
Figura B. 39 Expansão do espectro de HMN
13
C (APT) de Z
1
(DMSO-d
6
, 50 MHz) na região de δ 110.0 – 134.0 ppm.
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