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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA E ESTUDOS
PRELIMINARES DE PLANEJAMENTO DA FORMULAÇÃO FITOTERÁPICA
SEMI-SÓLIDA CONTENDO TINTURA DE Calendula officinalis L.
KARIANE MENDES NUNES
BELÉM-PA
2008
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KARIANE MENDES NUNES
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA E ESTUDOS
PRELIMINARES DE PLANEJAMENTO DA FORMULAÇÃO FITOTERÁPICA
SEMI-SÓLIDA CONTENDO TINTURA DE Calendula officinalis L.
Dissertação de mestrado apresentado ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da
Universidade Federal do Pará para obtenção do
título de mestre em Ciências Farmacêuticas.
Área de concentração: fármacos e medicamentos
Orientador: Prof. Dr. José Otávio Carrera Silva Júnior
BELÉM-PA
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Nunes, Kariane Mendes.
Caracterização química e físico-química e estudos
preliminares de planejamento da formulação fitoterápica semi-sólida
contendo tintura de Calendula officinalis L./ Kariane Mendes Nunes -
Belém, 2009. 141p.; il.; 30 cm.
Dissertação (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em
Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Fármacos e
Medicamentos), Faculdade de Farmácia/Universidade Federal do
Pará.
Orientador: Silva Júnior, José Otávio Carrera.
1. Calendula officinalis L. 2. Rutina. 3. Fitoterápicos. 4. Controle de
qualidade. 5. Planejamento/pré-formulação
KARIANE MENDES NUNES
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICO-QUÍMICA E ESTUDOS
PRELIMINARES DE PLANEJAMENTO DA FORMULAÇÃO FITOTEPICA
SEMI-SÓLIDA CONTENDO TINTURA DE Calendula officinalis L.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Farmacêuticas da Universidade Federal do Pará para obtenção do título de
Mestre em Ciências Farmacêuticas
Trabalho defendido e aprovado em: _____/_____/2008
Banca Examinadora
Prof. Dr. Fernando Batista da Costa
Instituição: Universidade de São Paulo
Prof. Dr
ª
. Roseane Maria Ribeiro Costa
Instituição: Universidade Federal do Pará
Prof. Dr. José Otávio Carréra Silva Júnior
Instituição: Universidade Federal do Pará
BELÉM-PA
2008
Dedicatória
À minha querida avó Zenaide Lopes, pelo apoio, cuidado e exemplo de vida
constantemente.
Aos meus pais Ileny e Barbosa pelo amor, dedicação e apoio dispensados em
todos os momentos da minha vida, juntamente com meus irmãos Karine e
Rodrigo.
À grande amiga Roberta, pelo incentivo, apoio e cima de tudo pela amizade
verdadeira.
Agradecimentos
Á Deus por permitir a realização de mais um projeto, e pela proteção
dispensada em todos os momentos.
Aos meus maravilhosos pais, irmãos e familiares pelo apoio, carinho e
incentivo demonstrados em todos os momentos.
Ao meu orientador prof. Dr. José Otávio Carrera Silva Júnior pela orientação
concedida, apoio e confiança que me foi depositado, além das oportunidades
proporcionadas durante esses dois anos de trabalho. Muito obrigada prof.
Otávio.
Ao Prof. Dr. Edemilson, pelo grande apoio e incentivo, além das colaborações
durante a realização desse trabalho.
Ao Prof. Dr. Wagner Barbosa por sua relevante colaboração científica, além de
disponibilização dos laboratórios de fitoquímica para a realização deste
trabalho.
Ao Prof. Dr. José Luiz, Prof. Dr. José Maria Vieira e Prof. Dr. Pergentino pela
atenção, apoio e amizade.
À Profª. MSc Eliene por suas contribuições e amizade.
À Profª. Dr
ª
. Roseane Maria que gentilmente contribuiu de forma relevante para
a realização do estudo de permeação.
À Profª. Drª. Eliana Ozela por disponibilizar o laboratório de bromatologia para
realização deste trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pelo auxílio financeiro na forma de bolsa.
A Universidade Federal do Pará e ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Farmacêutica, pela oportunidade de aprendizado e crescimento
profissional.
Às minhas queridas amigas do Laboratório de Toxicologia (LATOX), nia
Mara, Glaécia Nascimento, Margareth Nascimento, Larissa Borges e Daniella
Paternostro, pela amizade, incentivo e colaboração durante a realização deste
trabalho.
Às secretárias da pós-graduação Brasília e Cliciane pela doçura, apoio e
carinho dispensados a todo instante.
Aos amigos do Programa de Pós-Graduação em Ciência Farmacêutica,
Andrex, Cláudio, Luciana Bravin, Luciana Pinto, Mauro, Russane e Sara pelo
companheirismo, apoio e amizade.
Aos técnicos, Paulão, Eduardo e Maria da FCFRP-USP, pela ótima
recepção e atenção dispensadas durante minha passagem por lá.
Ao Prof. Dr. Osvaldo de Freitas da FCFRP-USP pela ótima recepção e
permissão da utilização dos laboratórios de farmacotécnica para a realização
deste trabalho. E sua aluna doutoranda Flávia de Faria Caetano pela
colaboração, carinho e atenção dispensados.
Pelo carinho, amizade e apoio permanentes das minhas grandes amigas
Cristina, Roberta e Tia Hilda.
Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização
deste trabalho, meus sinceros e profundos agradecimentos.
“Nossa Universidade atual forma, pelo mundo afora, uma
proporção demasiado grande de especialistas em disciplinas
predeterminadas, portanto artificialmente delimitadas, enquanto
uma grande parte das atividades sociais, como o próprio
desenvolvimento da ciência, exige homens capazes de um
ângulo de visão muito mais amplo e, ao mesmo tempo, de um
enfoque dos problemas em profundidade, além de novos
progressos que transgridam as fronteiras históricas das
discipli
nas”.
Lichn
erowicz
RESUMO
A fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem
crescendo visivelmente ao longo dos anos, no entanto, apesar da extensa
utilização dos fitoterápicos, a qualidade destes medicamentos muitas vezes é
deficiente e questionável. Dentre as plantas medicinais mais empregadas como
fitoterápicos, temos a Calendula officinalis L.(Asteraceae)
,
utilizada pelos seus
efeitos antiinflamatórios, antisépticos e cicatrizantes. Sendo assim, o presente
estudo objetivou aprimorar e consolidar o emprego de metodologias de
tecnologia farmacêutica na área de desenvolvimento de fitoterápicos, por meio
da realização de estudos preliminares do planejamento/pré-formulação de uma
formulação fitoterápica semi-sólida contendo tintura de C. officinalis L.,
visando o controle de qualidade das etapas do seu desenvolvimento. Na
caracterização física e físico-química do e da tintura de calêndula foi
possível obter especificações farmacognósticas condizentes com as da
literatura, além de constatar a identidade do material vegetal através da
detecção do marcador químico rutina por CCD. Por meio da validação do
método, que apresentou parâmetros recomendados pela legislação vigente,
foram determinados 463 µg/mL de rutina na tintura. Os espectros obtidos na
região do infravermelho (IV) mostraram bandas características da rutina no
extrato liofilizado, além de demonstrar a permanência dessas bandas as
sua mistura com os excipientes da formulação. As cnicas termoanalíticas
confirmaram a compatibilidade entre os excipientes e o extrato liofilizado de
calêndula. Na avaliação da estabilidade preliminar do gel, a formulação
permaneceu estável durante a realização dos ciclos em estufa (45 ± 2
0
C) e
temperatura ambiente (25 ± 2
0
C). No estudo preliminar da permeação, o gel
apresentou tendência para favorecer a permeação dos flavonóides totais
expresso em rutina para a fase receptora. Estes resultados demonstram a
importância do emprego de protocolos de controle de qualidade das matérias-
primas vegetais, além do estabelecimento de metodologias tecnológicas para
a produção de fitoterápicos.
Palavras chaves: Calendula officinalis L., rutina, fitoterápicos, controle de
qualidade, planejamento/pré-formulação.
ABSTRACT
The phytotherapy is a form of medicinal therapy that has been grown
noticeably over the years, however, despite the broad use of phytomedicines,
the quality of these drugs is often poor and questionable. Among the several
medicinal plants used as herbal medicine, the Calendula officinalis L. is known
for its anti-inflammatory, antiseptic and healing effects. Thus, this present study
aimed to enhance and consolidate the use of methods of pharmaceutical
technology in the development of phytotherapeutic agents, through the
completion of preliminary studies of the planning of a semi-solid formulation
phytotherapic containing tincture of Calendula officinalis L., for the quality
control of the stages of their development. In the physical characterization and
physical chemistry of the dust and tincture of calendula were obtained
farmacognóstics specifications consistent with the literature, and to establish
the identity of the plant material through the detection of the chemical marker
rutin by Thin-Layer Chromatography (TLC). Through the validation of the
method, that presented parameters recommended by existing legislation, was
given 463 µg/mL of rutin in tincture. The infrared (IR) spectra showed
characteristics of rutin in the lyophilised extract, in addition to demonstrate the
permanence of these bands after mixing with the excipients of the formulation.
The thermoanalytic techniques confirmed the compatibility between the
excipients and lyophilisate of calendula extract. In the preliminary assessment
of the stability of the gel formulation remained stable during the cycles in
greenhouse (45 ± 2
0
C) and temperature (25 ± 2
0
C). In the preliminary study of
the gel, permeation tended to favor the permeation of total flavonoids as rutin
for receiving phase. These results demonstrate the importance of employment
of protocols for quality control of raw materials plant, besides the establishment
of technological methods for the production of phytotherapic.
Keywords: Calendula officinalis L., rutin, phytotherapy, quality control,
planning/preformulation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Calendula officinalis L. Fonte: Thomé Flora von Deutschland,
Osterreich und der Schweiz 1885.
25
Figura 2. Estrutura química da rutina (CHOQUENET et al., 2008).
27
Figura 3: Esquema da configuração experimental utilizada para o acoplamento
da CL/UV/MS e CL/UV/RNM (QUEIROZ; HOSTETTMANN, 2006).
35
Figura 4: Estrutura da pele (http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp),
acessado em 12/2008.
43
Figura 5: Esquema representativo das vias de penetração do fármaco através
do estrato córneo via transcelular e via intercecular (MARTINS; VEIGA, 2002).
44
Figura 6: Modelo da lula de difusão. a) célula fechada, onde orifícios de
entrada (inferior) e saída (lateral) da solução receptora; b) célula aberta, 1-
parte superior da célula (CD), onde foram colocadas as amostras, 2 parte
inferior da lula (CR), que continha parte da solução receptora, 3 pinos de
vedação da célula e 4 – borracha de vêdação da membrana (ARAUJO, 2003).
67
Figura 7: Diagrama esquemático do modelo da célula de difusão com suas
respectivas medidas.
68
Figura 8: Esquema de montagem do sistema de difusão a partir da célula de
difusão. 1- banho termostatizado; 2- recipiente receptor; 3- célula de difusão; 4-
bomba peristáltica.
68
Figura 9: Determinação da distribuição granulométrica do pó de Calendula
officinalis L.
71
Figura 10: Curvas TG-DTG correspondentes ao das flores de Calendula
officinalis L.
73
Figura 11: Curva DTA correspondente ao pó das flores de Calendula officinalis
L.
73
Figura 12: Análise por CCD da tintura de Calendula officinalis L. Eluente I:
acetato de etila; ácido fórmico; ácido acético glacial; água (100:11:11:26);
revelador: NP/PEG 4000. Observação sob luz UV 365 nm; P- Padrão de rutina;
76
T- tintura de calêndula.
Figura 13: Espectro na região do infravermelho, correspondente ao extrato
liofilizado das flores de Calendula officinalis L.
77
Figura 14: Curvas TG-DTG correspondentes ao extrato liofilizado das flores de
Calendula officinalis L. (4,043mg).
78
Figura 15: Curva DTA correspondentes ao extrato liofilizado das flores de
Calendula officinalis L.
78
Figura 16: Análise qualitativa por CLAE/UV−DAD da tintura de Calendula
officinalis L.: Cromatogramas (A) padrão de rutina, (B) tintura de calêndula in
natura, (C) tintura de calêndula com padrão rutina.
81
Figura 17: Análise qualitativa por CLAE da tintura de Calendula officinalis L.:
Cromatogramas (D) padrão de quercetina (24,36 min), (E) tintura in natura, (F)
tintura de calêndula com padrão quercetina (23,49 min).
82
Figura 18: Representação gráfica da linearidade da rutina.
83
Figura 19: Representação gráfica da curva de calibração da rutina.
84
Figura 20: Espectro na região do IV, correspondente a rutina.
86
Figura 21: Curva TG correspondente ao marcador químico rutina.
87
Figura 22: Curva DTA correspondente ao marcador químico rutina.
87
Figura 23: Espectro na região do IV, correspondente ao hidroxietilcelulose, ao
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de
hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
89
Figura 24. Espectro na região do IV, correspondente ao propilenoglicol, ao
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de
propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p).
90
Figura 25: Espectro na região do IV, correspondentes ao metilparabeno,
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de
propilenoglicol/extrato liofilizado (1:1 p/p).
92
Figura 26: Curvas TG correspondentes ao hidroxietilcelulose, ao extrato
liofilizado de Calendula officinalis L. e à mistura binária de
hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
93
Figura 27: Curvas DTA correspondentes ao hidroxietilcelulose, ao extrato
liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de
hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
94
Figura 28: Curvas TG correspondentes ao propilenoglicol, ao extrato liofilizado
de Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado
(2:1 p/p).
95
Figura 29: Curvas DTA correspondentes ao propilenoglicol, ao extrato
liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato
liofilizado (2:1 p/p).
95
Figura 30: Curvas TG correspondentes ao metilparabeno, extrato liofilizado de
97
Calendula officinalis L. e mistura binária de metilparabeno/extrato liofilizado (2:1
p/p).
Figura 31: Curvas DTA correspondentes ao metilparabeno, ao extrato
liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato
liofilizado (1:1 p/p).
97
Figura 32: Amostra do gel com tintura de Calendula officinalis L. a 10%.
99
Figura 33. Perfil do pH durante o teste de estresse térmico obtido das
amostras do gel de calêndula submetidas à temperatura de 45 ± 2
0
C, e das
amostras (padrão) do gel de calêndula à temperatura ambiente (25 ± 2
0
C). Os
resultados foram expressos pela média das leituras (n=3).
100
Figura 34: Perfil de permeação dos flavonóides totais expresso em rutina
presentes na formulação fitoterápica do tipo gel contendo tintura de Calendula
officinalis L.
101
LISTA DE TABELAS
Tabela I: Gradiente de eluiçao utilizado na análise da tintura de Calendula
officinalis L. por CLAE/DAD.
63
Tabela II: Perda por dessecação e teor de cinzas totais do de Calendula
officinalis L.
72
Tabela III: Dados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA) do pó de
Calendula officinalis L.
74
Tabela IV: Densidade aparente, pH e resíduo seco da tintura de flores de
Calendula officinalis L.
74
Tabela V: Prospecção química da tintura de flores de Calendula officinalis L.
75
Tabela VI: Bandas de absorção na região do IV, correspondente ao extrato
liofilizado das flores de Calendula officinalis L.
77
Tabela VII: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA) do
extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
79
Tabela VIII: Parâmetros cromatográficos utilizados para validação da
metodologia analítica.
80
Tabela IX: Gradiente de eluiçao utilizado na análise da tintura de Calendula
officinalis L. por CLAE/UV−DAD
80
Tabela X: Média dos tempos de retenção da rutina padrão e in natura na
tintura.
83
Tabela XI: Linearidade da rutina.
84
Tabela XII: Curva de calibração da rutina
85
Tabela XIII: Bandas de absorção na região do IV, correspondente à rutina.
86
Tabela XIV: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao marcador químico rutina
88
Tabela XV: Bandas de absorção na região do IV, correspondente ao
hidroxieticelulose e mistura binária (hidroxietilcelulose/extrato liofilizado).
89
Tabela XVI: Bandas de absorção na região do IV, correspondente ao
propilenoglicol e mistura binária (propilenoglicol/extrato liofilizado).
91
Tabela XVII: Bandas de absorção na região do IV, correspondente ao
metilparabeno e mistura binária (metilparabeno/extrato liofilizado).
92
Tabela XVIII: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao hidroxietilcelulose, extrato liofilizado de Calendula
officinalis L. e mistura binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
94
Tabela XIX: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao propilenoglicol, extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
e mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p).
96
Tabela XX: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao metilparabeno, extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
e mistura binária de metilparabeno/extrato liofilizado (1:1 p/p).
98
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CCD
Cromatografia em Camada Delgada
CLAE/UV-DAD
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência/Ultravioleta com
detector de arranjo de diodos
DTA
DTG
Análise Térmica Diferencial
Termogravimetria derivativa
FDA
HEC
Food and Drug Administration
Hidroxietilcelulose
IV
Infravermelho
OMS
Organização Mundial de Saúde
PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
TG Termogravimetria
SUS Sistema Único de Saúde
OMS
Organização Mundial de Saúde
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
21
2. REVISÃO DE LITERATURA
24
2.1. Calendula officinalis L.
24
2.1.1 Histórico do uso popular 24
2.1.2 Aspectos botânicos 24
2.1.3 Características farmacognósticas 25
2.1.4 Composição química 26
2.1.5 Ensaio farmacológico experimental com Calendula officinalis L.
27
2.2 Aspectos gerais sobre política, normatização e legislação brasileira sobre
medicamentos fitoterápicos
28
2.2.1 Políticas 28
2.2.2 Normatização e legislação 31
2.3 Principais técnicas analíticas utilizadas no desenvolvimento, avaliação e controle de
qualidade de fitoterápicos
32
2.3.1 Cromatografia 32
2.3.2 Espectrometria na região do infravermelho 35
2.3.3 Fundamentos da análise térmica 35
2.4 Formulações de uso tópico 38
2.4.1 Géis 38
2.4.2 Hidroxietilcelulose 40
2.5 Desenvolvimento de formulações fitoterápicas 40
2.6 Teste de estabilidade preliminar 42
2.7 Estrutura da pele e vias de permeação percutânea 42
2.8 Estudo de permeação percutânea 45
3. OBJETIVOS
47
3.1 Geral 47
3.2 Específicos 47
4. MATERIAL E MÉTODOS
48
4.1 MATERIAL 48
4.1.1 Material vegetal 48
4.1.2. Equipamentos 49
4.1.3 Reagentes e soluções 49
4.2. MÉTODOS 49
4.2.1 Caracterização física e físico-química do pó das flores de Calendula officinalis L.
50
4.2.1.1. Determinação da distribuição granulométrica do pó das flores de Calendula
officinalis L.
50
4.2.1.2. Determinação de perda por dessecação 50
4.2.1.3. Determinação do teor de cinzas totais 51
4.2.1.4 Termogravimetria (TG) do pó das flores de Calendula officinalis L.
51
4.2.1.5 Análise térmica diferencial (DTA) do pó das flores de Calendula officinalis L.
51
4.2.2 Obtenção e caracterização química, física e físico-química da tintura de flores de
Calendula officinalis L.
51
4.2.2.1 Obtenção da tintura das flores de Calendula officinalis L.
51
4.2.2.2 Determinação da densidade aparente da tintura das flores de Calendula officinalis L.
52
4.2.2.3 Determinação do pH da tintura das flores de Calendula officinalis L.
52
4.2.2.4 Determinação do resíduo seco da tintura das flores de Calendula officinalis L.
52
4.2.2.5 Obtenção do extrato seco da tintura de Calendula officinalis L.
53
4.2.2.6 Prospecção química da tintura das flores de Calendula officinalis L.
53
4.2.2.7 Determinação do perfil cromatográfico da tintura das flores de Calendula officinalis
L. por Cromatografia em camada delgada (CCD)
58
4.2.2.8 Obtenção do extrato liofilizado a partir da tintura de Calendula officinalis L.
59
4.2.2.9 Espectroscopia na região do infravermelho extrato liofilizado de Calendula officinalis
L..
59
4.2.2.10 Termogravimetria (TG)do extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
59
4.2.2.11 Análise térmica diferencial (DTA) do extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
60
4.3 Análise quantitativa da rutina na tintura das flores de Calendula officinalis L..
60
4.3.1 Validação do método 60
4.3.1.1 Condições cromatográficas 60
4.3.1.2 Amostras e preparação das soluções padrões 61
4.3.1.3 Seletividade 61
4.3.1.4 Linearidade 61
4.3.1.5 Intervalo 62
4.3.1.6 Curva de calibração 62
4.3.1.7 Repetibilidade (precisão intra-corrida) 62
4.3.2 Análise estatística 62
4.4 Planejamento/pré-formulação preliminar da formulação fitoterápica semi-sólida
contendo tintura de flores de Calendula officinalis L.
63
4.4.1 Obtenção da formulação 63
4.4.2 Caracterização
físico-química do marcador químico rutina por espectrometria na
região do infravermelho (IV), Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA)
63
4.4.2.1 Espectrometria na região do infravermelho (IV) da rutina 64
4.4.2.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) da rutina 64
4.4.3 Ensaios preliminares de avaliação dos excipientes da formulação e suas misturas
binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L.. por Espectrometria na Região
do Infravermelho (IV) , Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA)
64
4.4.3.1 Preparo das misturas binárias 64
4.4.3.2 Espectrometria na Região do Infravermelho (IV) dos excipientes da formulação e
suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
65
4.4.3.3 Termogravimetria (TG) dos excipientes da formulação e suas misturas binárias
com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
65
4.4.3.4 Análise Térmica Diferencial (DTA) dos excipientes da formulação e suas misturas
binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
65
4.4.4 Teste de estabilidade preliminar da formulação 66
4.4.4.1 Teste de centrifugação 66
4.4.4.2 Teste do estresse térmico 66
4.4.4.3 Determinação do valor de pH 67
4.4.5 Ensaio de permeação da formulação fitoterápica tópica do tipo gel contendo tintura
de Calendula officinalis L..as difuo em modelo de biomembrana alternativo (muda de pele
ou estrato rneo de cobra)
67
4.4.5.1 Demonstração e identificação do sistema de difusão 67
4.4.5.2 Determinação de flavonóides totais expressos em rutina após permeação cutânea
in vitro em modelo de biomembrana alternativo
68
4.4.5.2.1 Solução estoque do padrão de rutina e série de diluições 69
4.4.5.2.2 Curva analítica e linearidade 69
4.4.5.3 Preparo das células de difusão para a realização do ensaio de permeação
cutânea in vitro em modelo de biomembrana alternativo
69
5. RESULTADOS
71
5.1 Caracterização química, física e físico-química do pó das flores de Calendula
officinalis L.
71
5.1.1 Determinação da distribuição granulométrica do pó das flores de Calendula
officinalis L.
71
5.1.2 Determinação de perda por dessecação e do teor de cinzas totais 72
5.1.3 Termogravimetria (TGA) e Análise Térmica Diferencial (DTA) do pó das flores de
Calendula officinalis. L
72
5.2 Caracterização química, física e físico-química da tintura de flores de Calendula
officinalis L.
74
5.2.1 Determinação da densidade aparente, pH e resíduo seco da tintura de flores de
Calendula officinalis L.
74
5.2.2 Prospecção química da tintura de flores de Calendula officinalis L.
74
5.2.3 Determinação do perfil cromatográfico da tintura de flores de Calendula officinalis L.
por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
75
5.2.4 Espectroscopia na Região do Infravermelho do extrato liofilizado de Calendula
officinalis L.
76
5.2.5 Termogravimetria (TGA) e Análise Térmica Diferencial (DTA) do extrato liofilizado
de Calendula officinalis L.
77
5.3 Análise quanlitativa da rutina na tintura de flores de Calendula officinalis L. por
Cromatografia quida de Alta Eficiência com detecção por Arranjo de Diodos (CLAE/UV-DAD)
79
5.3.1 Validação do método 79
5.3.1.1 Condições cromatográficas 79
5.3.1.2 Seletividade 80
5.3.1.3 Linearidade 83
5.3.1.4 Intervalo 84
5.3.1.5 Curva de calibração 84
5.3.1.6 Repetibilidade (precisão intra-corrida) 85
5.4 Planejamento/pré-formulação preliminar da formulação fitoterápica semi-sólida
contendo tintura de flores de Calendula officinalis L.
85
5.4.1 Caracterização
físico-química do marcador químico rutina por Espectrometria na
Região do Infravermelho (IV), Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA)
85
5.4.1.1 Espectrometria na Região do Infravermelho (IV) da rutina 85
5.4.1.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) da rutina 86
5.4.2 Ensaios preliminares de avaliação dos excipientes da formulação e suas misturas
binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L.. por Espectrometria na Região
do Infravermelho (IV) , Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA)
88
5.4.2.1 Espectrometria na Região do Infravermelho (IV) dos excipientes da formulação e
suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
88
5.4.2.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) dos excipientes da
formulação e suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L..
93
5.4.3 Teste de estabilidade preliminar da formulação 98
5.4.3.1 Teste de centrifugação 98
5.4.3.2 Teste do estresse térmico 98
5.4.3.3 Ensaio de permeação do gel contendo tintura de Calendula officinalis L. após
difusão em modelo de biomembrana alternativo (muda de pele ou estrato córneo de
cobra)
100
6. DISCUSSÃO
102
7. CONCLUSÕES 116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 118
APÊNDICES 137
1. INTRODUÇÃO
O uso de plantas e produtos naturais como recursos terapêuticos
pela medicina tradicional e popular é uma prática milenar que antecede a
química moderna, uma vez que, foi a partir da experimentação e aplicação das
plantas medicinais na prevenção e no tratamento das diversas doenças, que
foram descobertos os primeiros compostos químicos naturais dotados de
propriedades biológicas. A partir de então, deu-se início a incessantes
pesquisas científicas a cerca do potencial químico das plantas medicinais na
descoberta de compostos farmacologicamente ativos como protótipos para o
desenvolvimento de novos medicamentos (YUNES; CALIXTO, 2001;
WAGNER; WIESENAUER, 2006).
É nesses moldes que surge a necessidade de aliar o conhecimento
empírico do uso popular de plantas medicinais à pesquisa científica
fundamentada em estudos minuciosos das espécies vegetais, bem como
aspectos botânicos, fitoquímicos, farmacológicos, toxicológicos, e de
desenvolvimento de metodologias científicas e tecnológicas (PETROVICK et
al., 1997). O resultado deste avanço científico foi o desenvolvimento de um
produto vegetal terapêutico diferencial, pois ao contrário das preparações
tradicionais obtidas de plantas na medicina popular, a fundamentação científica
e tecnológica proporcionou o desenvolvimento do medicamento fitoterápico
(WAGNER; WIESENAUER, 2006; LEITE, 2008).
22
De acordo com a RDC 48/04(ANVISA), legislação em vigor que
dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos, sua definição se
estende a medicamento cujo (s) princípio (s) ativo é um derivado de droga
vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros), obtido
empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais, caracterizado
pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela
reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera como
medicamento fitoterápico aquele que inclua substâncias ativas isoladas, de
qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (BRASIL,
2004).
A fitoterapia constitui uma forma de medicina que vem crescendo
visivelmente ao longo dos anos, ao ponto que atualmente o mercado mundial
de fitoterápicos gira em torno de 22 bilhões de dólares (YUNES et al., 2001).
No entanto, apesar de sua extensa utilização, a qualidade dos medicamentos
fitoterápicos muitas vezes é deficiente e questionável, já que a qualidade de um
produto fitoterápico se por vários fatores, que vão desde a matéria-prima
vegetal até técnicas de desenvolvimento farmacêutico para a obtenção do
produto acabado (FARIAS, 2004; CARVALHO et al., 2006 ).
Dentre as diversas plantas medicinais mais utilizadas na fitoterapia,
temos a Calendula officinalis L., uma herbácea anual pertencente à família
Asteraceae. Originária do Egito, foi levada para a Europa no séc. XII e trazida
para o Brasil no séc. XVIII, sendo cultivada como planta ornamental e
medicinal. Na medicina tradicional é utilizada pelos seus efeitos
antiinflamatórios, antisépticos e cicatrizantes. As flores são as partes usadas
medicinalmente, e na maioria das preparações empregadas como extratos,
tinturas, bálsamos e formulações semi-sólidas (BALDUCCI-ROSLINDO et al.,
1999; PARENTE et al., 2002; WHO, 2002; CARVALHO, 2004; NITZ et al.,
2006).
Por sua vez, de acordo com a Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) aprovada pelo Decreto 5.813/06
(ANVISA), é imprescindível garantir à população brasileira o acesso seguro e
uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, por meio da adoção de boas
23
práticas de cultivo e manipulação de plantas medicinais e produção de
fitoterápicos. Portanto, em decorrência da importância da C. officinalis L. como
planta medicinal utilizada extensivamente na medicina tradicional e oficial em
todo o mundo, faz-se necessários estudos relevantes para o controle de
qualidade e o estabelecimento de metodologias para o desenvolvimento
tecnológico de seus derivados fitoterápicos (BRASIL, 2006).
Sendo assim, o presente estudo se no sentido de aprimorar e
consolidar o emprego de metodologias de tecnologia farmacêutica na área de
desenvolvimento de fitoterápicos, por meio da realização de estudos
preliminares de planejamento/pré-formulação da formulação fitoterápica tópica
do tipo gel contendo tintura de Calendula officinalis L., visando o controle de
qualidade das etapas de desenvolvimento tecnológico de um fitoterápico,
parâmetro fundamental para padronização de sua produção. O que resultará
na ampliação do arsenal terapêutico fitoterápico aos usuários com garantia da
sua qualidade, segurança e eficácia, na perspectiva da integralidade da
atenção à saúde pública.
24
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Calendula officinalis L.
2.1.1 Histórico do uso tradicional e popular
Cultivada pelos egípcios, gregos, hindus e árabes, a calêndula cresceu
nos jardins europeus e tem sido usada medicinalmente desde o século XII. Seu
nome tem origem na palavra latina calends, que quer dizer o primeiro dia de
todo s, por causa de seu longo período de florescimento. Porque as flores
acompanham o sol, por isso foi relacionada como signo astrológico do verão, e
para o tratamento do coração e condições causadas pelo calor.
Tradicionalmente, calêndula era usada internamente para tratar febres, e
controlar menstruações e tratamento de icterícia, além de pequenas
inflamações da pele. O mais interessante é que as flores passaram a ser
utilizadas na forma de extratos, tinturas e pomadas e aplicadas diretamente
sobre a pele para ajudar na cura de ferimentos e para aliviar a pele inflamada e
danificada (KEMPER, 1999).
As preparações derivadas de calêndula têm sido positivamente
revisadas pela promoção da cicatrização de ferimentos como um
antiinflamatório tópico (HAMBURGUER et al., 2003). Popularmente, é utilizada
como anti-inflamatória, cicatrizante, analgésica, colerética, antitumoral,
tratamento de amenorréia, gastrite, hipotensão e reumatismo, é usada sob as
mais variadas formas, tais como: infusões, tintura, ungüento, tópico, por via oral
25
e através de uso homeopático (BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999; PARENTE
et al., 2002; WHO, 2002; NITZ et al., 2006).
2.1.2 Aspectos botânicos
A calêndula é uma herbácea anual pertencente à família Asteraceae,
espécie descrita pelo botânico sueco Carl Von Linné, a qual responde pelo
binômio Calendula officinalis L. Seus nomes comuns ou populares são:
calêndula, maravilha calêndula do campo, calêndula do jardim, maravilhas do
campo, calêndula de panela e Pot Marigold (em inglês). Originária da Europa
Central e Mediterrâneo, domesticada e adaptada ao Brasil, cresce
naturalmente em localizações ensolaradas ao longo da América do Norte e
Europa. O florescimento acontece de maio até outubro, cresce mais ou menos
30 cm e com galhos múltiplos. As flores são as partes utilizadas
medicinalmente (KEMPER, 1999; CARVALHO, 2004).
2.1.3 Características morfológicas
Na descrição macroscópica, suas flores são dispostas em capítulos de 3
cm a 7 cm, envolvidas por um invólucro de 2 séries de brácteas. As flores da
periferia são liguladas, pistiladas, de 1,5 cm a 3,0 cm de comprimento e 0,5 cm
a 0,7 cm de largura na porção mediana da lígula. Corolas amareladas ou
alaranjadas, com o limbo tridentado, apresentando 4 ou 5 nervuras e tubo curto
coberto de tricomas, ocasionalmente acompanhadas de um estilete filiforme e
um estigma bífido. As flores do centro são escassas, tubulosas, pequenas,
curtas, de aproximadamente 0,5 cm de comprimento, hermafroditas, amarelas
ou alaranjadas, raro quase avermelhadas, com corola qüinqüedentada, anteras
sagitadas e estilete indiviso, conforme Figura 1. Papus ausente
(FARMACOPÉIA BRASILEIRA IV, 2001).
26
.
2.1.4 Composição química
2.1.4 Composição química
As flores liguladas da C. officinalis L. apresentam como componentes
químicos principalmente: saponinas, triterpenos e ésteres de ácidos graxos,
carotenóides, flavonóides, cumarinas, óleos essenciais, hidrocarbonetos e
ácidos graxos (HAMBURGUER et al., 2003; PARENTE et al., 2004). Os
constituintes com presença majoritária na calêndula são os triterpenos e
saponinas (2-10%), baseado em ácido oleanólico (calendulosídeos) e
flavonóides (3-O-glicosídeos e de isorhamnetina quercetina), incluindo
hyperosideos, isoquercetina e rutina (WHO, 2002).
Uma das classes de metabólitos secundários mais pesquisados na
composição química de C. officinalis L são os flavonóides, devido estudos
relevantes a cerca de sua atividade antiinflamatória e cicatrizante (BEZÀKOVA
et al., 1996; CARVALHO, 2004; KURKIN; SHAROVA, 2007; MENÉNDEZ et al.,
2007). Os flavonóides são compostos polifenólicos de ocorrência ampla no
reino vegetal. Foram descritos, aproximadamente, mais de 4.200 tipos deste
grupo de substâncias (ZUANAZZI et al., 2004).
Todos flavonóides apresentam em comum a origem biossintética, isto é,
o processo de biossíntese. Assim, sob o ponto de vista químico, são
compostos formados por um núcleo comum fundamental benzopirano ou
cromano unido a anel aromático caracterizado pelo esqueleto de carbono C6-
C3-C6. São subdivididos, sucintamente, como segue: flavonol, flavona,
catequina, flavana, flavanona, antocianidina e isoflavonóide (COSTA, 1987;
GUARDIA et al., 2001; NISHIKAWA et al., 2007).
Figura 1:
Calendula officinalis L. Fonte: Thomé Flora von Deutschland, Österreich
und der Schweiz 1885
27
Entre os flavonóides encontrados nas flores de Calendula officinalis L
destaca-se o heterosídeo flavonoídico muito comum 3-rutinosídeo quercetina
(Rutina) demonstrado na Figura 2 (ZUANAZZI et al., 2004). A rutina é um
flavonóide da classe dos flavonóis que possui ampla gama de propriedades
biológicas, tais como, promoção de efeitos benéficos em doenças, as quais
estão envolvidas com a peroxidação lipídica descontrolada, capacidade de
interagir com proteínas fosforilantes, eliminar radicais livres como antioxidante,
é empregada na prevenção ou tratamento da insuficiência venosa ou linfática e
da fragilidade ou permeabilidade capilar, além de outras atividades
farmacológicas relatadas, como seu efeito sobre o sistema imunológico, células
inflamatórias e até mesmo efeito anticarcinogênico. (BRUNETON, 1991;
ROLIM, et al., 2005; VELASCO et al., 2008). Essa riqueza de propriedades
farmacológicas da rutina pode explicar a sua grande utilização em produtos
fitocosméticos, cosméticos e fitoterápicos.
Figura 2. Estrutura química da Rutina (CHOQUENET et al., 2008).
2.1.5 Ensaios Farmacológicos com Calendula officinalis L.
Em estudos farmacológicos realizados com extratos ou frações a partir
de flores de C. officinalis L. foram detectadas as mesmas propriedades que são
reportadas na medicina tradicional. Estudos realizados por Dumenil (1980)
demonstraram que os extratos etanólicos de C. officinalis L. a 80% mostraram
atividade antibacteriana principalmente contra Staphylococcus aureus e S.
fecalis. Autores como Schipochliev (1981) e Fleischner (1985 ) conduziram
estudos que revelaram as propriedades anti-inflamatórias do extrato de
calêndula. Fleischner (1985) e Michel (1987) demonstraram o poder
28
cicatrizante dos extratos de C. officinalis em animais de experimentação e em
seres humanos (VALDÉS; GARCÍA, 1999).
Em estudo realizado por Martins e colaboradores (2003), foram
comparados os efeitos de fitoterápicos derivados da C. officinalis L., do
Symphytum officinale e do Stryphnodendron barbatiman na cicatrização de
pele por segunda intenção em eqüinos, e por meio dos resultados obtidos
observou-se que, na fase inflamatória do processo de cicatrização, as feridas
tratadas com calêndula apresentaram bordos menos edemaciados e crostas
serosas, lisas e delgadas, comparado aos demais grupos de tratamento.
Concluiu-se assim que a C. officinalis L. apresentou vantagem na fase
inflamatória do processo de cicatrização.
Menéndez e colaboradores (2007) avaliaram em suas pesquisas o
efeito cicatrizante e o nível de irritabilidade de um creme de C. officinalis L. a
1% aplicados em feridas abertas na pele de ratos para o estudo de
cicatrização, e aplicados nos olhos e na pele de coelhos para avaliação do
índice de irritabilidade. Após análises histopatológicas e clínicas, comprovou-se
que o creme favorece o processo de cicatrização na pele de ratos e
demonstrou o ser irritante na utilização dérmica e oftálmica em coelhos, com
um índice de irritabilidade inexpressivo de 0 a 0,83, respectivamente. Assim,
concluiu-se que os resultados demonstram a possibilidade de uso do creme
como agente fitoterápico tópico
2.2 Aspectos gerais sobre Política, Normatização e Legislação Brasileira
sobre Medicamentos Fitoterápicos
2.2.1 Políticas
Desde a Declaração da Alma Ata em 1978, a Organização Mundial de
Saúde (OMS) tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de
valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, tendo em conta
que 80% da população mundial utiliza essas plantas ou preparações destas no
que se refere à atenção primária de saúde. Sendo assim, a OMS, mediante a
Resolução (WHA 31.33, 1978) junto aos países membros, reconhece a
29
importância das plantas medicinais nos cuidados com a saúde e recomenda
que sejam providenciados aspectos como:
Um inventário e classificação terapêutica, atualizados periodicamente,
de plantas medicinais utilizadas nos diferentes países.
Critérios científicos e métodos para assegurar a qualidade das
preparações com plantas medicinais e sua eficácia no tratamento de
condições específicas e enfermidades.
Estandartização internacional e específica de identidade, pureza,
potência e boas práticas de fabricação.
Métodos para o uso seguro e efetivo de produtos fitoterapêuticos por
diferentes profissionais da saúde.
Disseminação de centros de investigação nos estados membros.
Designação de centros de investigação e capacidade para o estudo das
plantas medicinais.
Ainda no sentido da implementação de políticas voltadas à utilização de
plantas na medicina tradicional, em maio de 1987, a 40ª Assembléia Geral da
Organização Mundial de Saúde, através da Resolução (WHA 40.33), reiterou
os aspectos anteriores e recomendou enfaticamente aos estados-membros
"iniciar programas amplos, relativos à identificação, avaliação, preparo, cultivo
e conservação de plantas usadas em medicina tradicional; assegurar o controle
da qualidade das drogas derivadas de medicamentos tradicionais, extraídas de
plantas, pelo uso de técnicas modernas e aplicações de padrões apropriados
de Boas Práticas de Fabricação (BPF)” (MIGUEL; MIGUEL, 2004).
Logo após a fomentação desses novos paradigmas a respeito do uso de
plantas medicinais em todo mundo, no Brasil, surgiam às primeiras mudanças
por meio por meio das Diretrizes e Prioridades de Investigação em Saúde
(Portaria n° 212/81), incluindo as plantas medicina is, e regulamentação da
implantação da Fitoterapia nos serviços de saúde com criação de
procedimentos e rotinas relativas à sua prática nas unidades assistenciais
médicas pela Comissão Nacional Interministerial de Planejamento e
Coordenação (Resolução-RE CIPLAN n° 8/88).
30
Recentemente, o país aprovou documentos de suma importância que
norteiam aspectos de toda cadeia produtiva dos fitoterápicos, bem como seu
uso como terapêutica oficial, dentre os quais se destacam: a Portaria 971, de
03 de maio de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) e o Decreto n.º 5.813, de 22 de junho de 2006, que
aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF).
A PNPIC é extremamente oportuna e culmina a partir de esforços de
inúmeros órgãos de representação social e profissionais que atuam por
décadas no setor (MARQUES et al., 2007). No âmbito da Fitoterapia tem por
objetivo garantir à população brasileira o acesso ao uso racional das plantas
medicinais, promovendo o uso da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia
produtiva e a sustentabilidade da indústria nacional. De acordo com a Política,
para tornar disponíveis plantas medicinais e/ou fitoterápicos nas unidades de
saúde, foram estabelecidas as seguintes diretrizes:
Estabelecimento de políticas de financiamento para o desenvolvimento
de ações voltadas à implantação das plantas medicinais e da fitoterapia
no SUS.
Incentivo à pesquisa e desenvolvimento de plantas medicinais e
fitoterápicos, priorizando a biodiversidade do país.
Promoção do uso racional de plantas medicinais e dos fitoterápicos no
SUS.
Elaboração da Relação de Nacional de Plantas Medicinais e da Relação
Nacional dos Fitoterápicos.
Garantia do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos usuários do
SUS.
Formação e educação permanente dos profissionais de saúde em
plantas medicinais e fitoterapia.
Cumprimento dos critérios de qualidade, eficácia, eficiência e segurança
no uso.
Acompanhamento e avaliação da inserção e implementação das plantas
medicinais e fitoterapia no SUS.
31
A PNPMF estabelece diretrizes e linhas prioritárias para o
desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em torno de objetivos
comuns voltados à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas
medicinais e fitoterápicos em nosso país, ao desenvolvimento de tecnologias e
inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos
produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade e ao desenvolvimento do
Complexo Produtivo da Saúde (BRASIL, 2006).
Dentre as diretrizes estabelecidas pela PNPMF, é de suma importância
destacar algumas delas como: a necessidade de incentivar a incorporação
racional de novas tecnologias no processo de produção de plantas medicinais
e fitoterápicos e, garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no
acesso a plantas medicinais e fitoterápicos.
2.2.2 Normatização e Legislação
A qualidade de um produto terapêutico vegetal concretiza-se no conjunto
de critérios que caracterizam a matéria-prima para o uso ao qual se destina
(CARVALHO et al., 2006). Essa caracterização se estabelece desde a
obtenção da planta medicinal, adequadamente cultivada, colhida e desidratada,
avaliada quanto à sua morfologia e qualidade, até o processamento, por meio
de técnicas como a infusão, maceração, percolação, filtração, concentração e a
secagem, além da caracterização físico-química do insumo farmacêutico
vegetal obtido (tintura, extrato seco e fluido, ou óleo essencial). Portanto, a
qualidade da matéria prima vegetal é a determinante inicial da qualidade do
fitoterápico (FARIAS, 2004).
Todos os fitoterápicos industrializados devem ser registrados na ANVISA
antes de serem comercializados, a fim de garantir que a população tenha
acesso a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade comprovada
(CARVALHO et al., 2007). Desta forma, para o desenvolvimento de um
fitoterápico é imprescindível que se atenda todas as exigências da principal
legislação atual que regulamenta seu registro, a RDC n° 48/04 – ANVISA
(BRASIL, 2004).
32
A legislação RDC 48, de 16 de março de 2004, visa a normatização do
registro de medicamentos fitoterápicos, onde são estabelecidos todos os
requisitos necessários para a sua concessão. As avaliações abrangem desde a
matéria-prima vegetal, derivados da droga vegetal até o produto final.
Dentre os requisitos e parâmetros exigidos pela RDC 48, estão a
necessidade do controle de qualidade, com métodos analíticos que incluam
resultados de prospecção (screening)
fitoquímica ou perfis cromatográficos por
cromatografia em camada delgada, cromatografia líquida de alta eficiência
CLAE/ cromatografia gasosa CG, quando cabível, além de comprovação de
segurança de uso, incluindo estudos de toxicidade pré-clínica. Outras
resoluções da mesma data fornecem as referências bibliográficas para
avaliação de segurança e eficácia de fitoterápicos (Resolução-RE n°88/04
ANVISA), tratando ainda de detalhes dos estudos de toxicidade (Resolução-RE
90/04 ANVISA) e fornecendo os requisitos necess ários para o processo de
registro, além da Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos (Resolução-RE
89/04 ANVISA), onde as espécies ali registradas possuem condições
definidas como: parte usada, padronização, formas de uso, indicações/ações
terapêuticas, dose, via de administração, posologia e restrição de uso. Assim,
os fitoterápicos derivados das espécies registradas na lista, terão seu registro
na ANVISA facilitado por o haver necessidade de validação de suas
indicações terapêuticas e segurança de uso (BRASIL, 2004).
No controle de qualidade dos fitoterápicos que perpassa pelos derivados
da droga vegetal, excipientes até o produto tecnologicamente acabado, deve-
se utilizar metodologia descrita em farmacopéia ou formulários oficiais
reconhecido pela ANVISA (RDC n° 79/03), ou validar a metodologia analítica
no controle de qualidade obedecendo aos parâmetros especificados para a
validação de métodos analíticos apresentados na RE 899/03 ANVISA
(NETTO et al., 2006).
Portanto, no contexto da utilização de fitoterápicos, faz-se necessário e
imprescindível a existência de normatização a ser cumprida com a finalidade
de garantir a qualidade destes medicamentos, de forma a possibilitar um
adequado tratamento das doenças, garantindo ao cidadão o cumprimento do
33
direito a saúde conforme Constituição Federal Brasileira (OLIVEIRA et al.,
2007).
2.3 Principais Técnicas Analíticas utilizadas no Desenvolvimento,
Avaliação e Controle de Qualidade de Fitoterápicos
2.3.1 Cromatografia
Quando os constituintes químicos de uma preparação vegetal são
conhecidos, é realizada a caracterização sobre estes compostos e a
cromatografia qualitativa como a cromatografia em camada delgada (CCD) é
complementada com a determinação quantitativa das substâncias ativas por
meio de CLAE ou CG analítica, obtendo-se assim uma correlação entre
quantidade dos compostos presentes e sua eficácia terapêutica e
farmacológica. A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) permite a
realização de análises qualitativas e quantitativas de modo eficaz. Tendo
definidas as condições de análise, o cromatograma forma uma espécie de
desenho característico (perfil cromatográfico ou “fingerprint”) devido aos
diferentes tempos de retenção e intensidades de absorção de seus constituin-
tes, em que a proporção entre os seus componentes deve ser constante
(SHARAPIN, 2000).
Nas últimas três décadas, ocorreu o desenvolvimento de vários
detectores espectrofotométricos que operam em comprimento de onda variável
e houve um aumento na utilização de detectores eletroquímicos, por
fluorescência e por fluorescência induzida por laser, bem como o acoplamento
com espectrômetro de massas. Com eles, tornou-se possível a detecção de
uma faixa mais ampla de compostos e a análise de compostos em baixas
concentrações presentes em amostras complexas, como sangue, urina, solo,
alimentos, petróleo etc (COLLINS et al., 2006).
Com o auxílio de detectores espectrofotométricos, obtém-se o espectro
de absorção correspondente a cada pico do “fingerprint” que pode ser
comparado com espectros presentes em bancos de dados para auxiliar a
identificação. Devem ser utilizados padrões para comparação dos tempos de
retenção e espectros de absorção característicos para cada composto. Em
34
preparações que o se conhece a totalidade dos constituintes químicos,
compostos dominantes ou marcadores químicos podem ser utilizados para a
sua caracterização, mesmo não estando relacionados com a atividade do
extrato (VOLPATO, 2005).
Para análises qualitativas e quantitativas do perfil químico de extratos de
plantas e ou fitoterápicos, é necessário o uso de várias cnicas analíticas
acopladas ou hifenadas que permitam a separação, identificação e mesmo a
quantificação e padronização dos vários metabólitos e ou marcadores químicos
presentes na planta ou espécie vegetal de origem (ROCHA, 2000). Desta
forma, se faz possível o emprego de fitoterápicos como fonte de recurso
terapêutico seguro e eficaz.
O termo técnicas hifenadas refere-se ao acoplamento entre duas ou
mais técnicas analíticas com o objetivo de obter uma ferramenta analítica mais
eficiente e rápida que as técnicas convencionais. As cnicas analíticas
químicas mais empregadas na análise de produtos à base de plantas
medicinais são a cromatografia e a espectroscopia. As técnicas a serem
acopladas deverão gerar informações diferentes, ou seja, ser ortogonais. Um
exemplo típico é o acoplamento de métodos eficientes de separação como a
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a cromatografia gasosa (GC),
com técnicas espectrométricas como espectrofotômetro de UV-Vis (DAD),
espectrômetro de massas (MS e MS-MS) e ressonância magnética nuclear
(NMR), que fornecem informações adicionais sobre a estrutura química dos
componentes da amostra, funcionando como detectores. Desta forma, a
escolha do detector torna-se fundamental quando o analito se encontra em
nível de traços, necessitando de baixos limites de detecção (RODRIGUES et
al., 2006).
Detectores baseados em absorção de luz ultravioleta (UV),
fluorescência, índice de refração, difração de luz e eletroquímica proporcionam
uma boa detecção e sensibilidade, porém pouco ou nenhuma informação
estrutural. A introdução das técnicas de acoplamento tais como CL/UV
equipada com uma rede de detecção por fotodiodos (CL/UV-DAD) e o
acoplamento com a espectrometria de massa (CL/MS), proporcionou um real
avanço na identificação estrutural, em linha, de produtos naturais. Um exemplo
35
do esquema da configuração experimental das técnicas acopladas está
ilustrado na Figura 3 (LINDON et al., 1997;
QUEIROZ; HOSTETTMANN, 2006).
Dentre as técnicas analíticas hifenadas utilizadas no presente estudo
para a caracterização e controle de qualidade do derivado da droga vegetal
(tintura), destaca-se: cromatografia quida acoplada ao detector UV equipada
com uma rede de detecção por fotodiodos arranjo de diodos CL/UV-DAD. É
uma técnica amplamente utilizada na análise de produtos naturais desde que o
analito apresente grupos cromóforos que propiciem a absorção de luz na
região de UV-visível, identificando compostos conhecidos, através da
comparação do tempo de retenção e espectro UV com o padrão analítico
fornecido por um banco de dados (ROCHA, 2000).
Figura 3: Esquema da configuração experimental utilizada para o acoplamento da
CL/UV/MS e CL/UV/RNM (QUEIROZ; HOSTETTMANN, 2006).
2.3.2 Espectrometria na Região do Infravermelho
Quase todos os compostos contendo ligações covalentes absorvem
várias freqüências da radiação eletromagnética na região do infravermelho no
espectro eletromagnético. A radiação infravermelha na faixa aproximada de
10.000 a 100 cm
-1
quando absorvida, converte-se em energia de vibração
molecular e, como resultado, as ligações químicas sofrem deformações (axiais
e angulares). Este processo é quantizado, porém o espectro vibracional
costuma aparecer como uma rie de bandas ao invés de linhas. As linhas se
sobrepõem dando lugar às bandas observadas. São estas bandas de vibração-
36
rotação, particularmente as que ocorrem entre 4.000 e 400 cm
-1
, a porção de
maior interesse para a investigação das informações estruturais úteis de
moléculas orgânicas (SILVERSTEIN et al., 2006).
2.3.3 Fundamentos da Análise Térmica
A análise térmica é definida como grupo de técnicas por meio das quais
uma propriedade física de uma substância e/ou de seus de seus produtos de
reação é medida em função da temperatura e/ou tempo, enquanto essa
substância é submetida a um programa controlado de temperatura. Os
resultados são fornecidos na forma de curvas, as quais contêm as informações
a respeito da variação do parâmetro medido (WENDLANDT, 1986; LUCAS et
al., 2001; GIRON, 2002; SILVA et al., 2007).
As potenciais aplicações da análise térmica na indústria farmacêutica
são inúmeras em torno da investigação físico-química de produtos
farmacêuticos. Por isso, tem sido extensivamente utilizada como ferramenta
analítica confiável e essencial para o controle de qualidade e desenvolvimento
de novas formulações farmacêuticas, bem como para o estudo da estabilidade,
compatibilidade e das possíveis interações entre fármacos e excipientes e suas
misturas, contribuindo dessa forma para estudos de pré-formulação
(WENDLANDT, 1986; SANTOS et al., 2008). No desenvolvimento de diversos
estudos, é possível a associação de duas ou mais técnicas termoanalíticas,
como por exemplo, a Análise Térmica Diferencial (DTA) ou a (Calorimetria
Exploratória Diferencial) DSC com a Termogravimetria (TG). Em muitas
situações, para a solução de problemas, é necessário associar os resultados
de análise térmica a resultados obtidos por outras técnicas convencionais
físico-químicas e analíticas (MATOS; MACHADO, 2004; SILVA et al., 2007).
Dentre as técnicas termoanáliticas empregadas com maior freqüência na
indústria farmacêutica estão: a Termogravimetria (TG); Análise Térmica
Diferencial (DTA); Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) (ARAÚJO et al.,
2006).
37
Na Termogravimetria (TG) o parâmetro a ser medido é a massa, por
meio da utilização de uma termobalança que permite medir o ganho ou perda
de massa que ocorre na amostra em função de uma variação controlada de
temperatura. O transdutor ou sensor utilizado na termogravimetria é uma
balança registradora (LUCAS et al., 2001). As curvas obtidas fornecem
informações relativas à composição e estabilidade térmica da amostra, dos
produtos intermediários e do resíduo formado. Dada a natureza dinâmica da
variação de temperatura da amostra para originar curvas TG, fatores
instrumentais [razão de aquecimento, atmosfera (N
2
, ar ou outros), vazão de
gás, composição do cadinho, geometria do porta amostra e tamanho e forma
do forno] e relacionados às características da amostra (quantidade,
granulometria, forma cristalina, empacotamento, condutividade térmica,
solubilidade dos gases liberados da amostra e calor de reação envolvido)
podem influenciar a natureza, a precisão e a exatidão dos resultados
experimentais (WENDLANDT, 1986; SILVA et al., 2007).
Análise Térmica Diferencial é a técnica pela qual a diferença de
temperatura (T) entre a substância e o material de referência (termicamente
estável) é medida em função da temperatura, enquanto ambos são submetidos
a uma programação controlada de temperatura. A temperatura é medida por
termopares conectados aos suportes metálicos das cápsulas de amostra e do
material de referência, ambos contidos no mesmo forno. As variações de
temperatura na amostra são devido às transições entálpicas ou reações
endotérmicas ou exotérmicas. As curvas DTA representam os registros de
em função da temperatura (T) ou do tempo (t), de modo que os eventos são
apresentados na forma de picos. Os picos ascendentes caracterizam os
eventos exotérmicos e os descendentes os endotérmicos (WENDLANDT,
1986; SILVA et al., 2007).
A DTA, a DSC e a TG podem ser utilizadas, por ex., na compreensão
dos mecanismos físico-químicos relativos a processos de decomposição
térmica ou no estudo e desenvolvimento de novos compostos, entre outros
(ANDRADE et al., 2007). As curvas TG e DSC fornecem informações
importante sobre a propriedade física das substâncias como estabilidade,
38
compatibilidade, cinética, decomposição térmica, fase de transição e
polimorfismo (GIRON, 2002; RODRIGUES et al., 2005; SANTOS et al., 2008).
A DSC é a técnica, na qual se mede a diferença de energia fornecida à
substância e a um material de referência (termicamente estável), em função da
temperatura, enquanto a substância e o material de referência são submetidos
a uma programação controlada de temperatura (SILVA et al., 2007).
A pequena quantidade de amostra utilizada, a rapidez de resultados, a
limpeza da técnica e a possibilidade de visualização do seu perfil
termoanalítico, fazem dessas técnicas poderosas ferramentas no estudo de
padronização das matérias-primas vegetais e ensaios de pré-formulação para o
desenvolvimento tecnológico de medicamentos fitoterápicos (ARAGÃO et al.,
2002; ARAÚJO et al., 2006; SILVA JÚNIOR, 2006; ALVES, 2008).
2.4 Formulações de uso tópico
A administração tópica é conhecida como via alternativa da
administração oral de ativos medicamentosos e oferece muitas vantagens
como a ausência do efeito de primeira passagem. A habilidade de um rmaco
presente em formulações tópicas em permear a pele depende da sua
capacidade de liberação do veículo para a pele, e da difusão por esta barreira
para seu sítio de ação. Contudo, são poucos os compostos de interesse
terapêutico que possuem propriedades físico-químicas adequadas para
penetrar rapidamente a epiderme viável e principalmente o estrato córneo
constituído por células ricas em queratina envolvidas em ltiplas camadas
lipídicas que representam à principal barreira a permeação (LIRA et al., 2004).
As preparações dermatológicas, seja medicamento ou cosmético,
consistem na grande maioria em sistemas semi-sólidos. Estas formulações
caracterizam-se por serem sólidas em temperatura ambiente e se tornam
fluidos quando estressados mecanicamente durante sua aplicação na pele.
Entre os sistemas semi-sólidos podemos destacar pomadas, pastas, géis, além
de cremes e loções emulsionadas (ALLEN Jr. et al., 2007).
Os fármacos que são aplicados topicamente, ou seja, sobre a pele,
visam sobretudo uma ação local. Embora essa via também possa ser utilizada
para a liberação sistêmica de rmacos, a absorção percutânea é escassa e
39
errática com freqüência, ainda que atualmente estejam disponíveis diversos
adesivos (patches) transdérmicos, capazes de liberar o fármaco para
distribuição sistêmica. Os fármacos aplicados na pele para efeito local incluem
agentes anti-sépticos, antifúngicos e antiinflamatórios, assim como emolientes
da pele para fins de proteção (AUTON, 2005).
2.4.1 Géis
São definidos como sistemas semi-sólidos constituídos por dispersões
de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas,
encerradas ou interpretadas por um líquido. Geralmente, as substâncias
formadoras de géis são polímeros que, quando dispersos em meio aquoso,
doam viscosidade a preparação. A consistência dos géis decorre do forte
entrelaçamento da fase dispersa que retém e segura o meio de dispersão em
sua rede, existindo, portanto, uma estrutura interna possuidora de esqueleto, a
qual é responsável por sua viscosidade estrutural (AUTON, 2005; ALLEN Jr. et
al., 2007).
Os polímeros são basicamente substâncias de alto peso molecular,
também chamadas de macromoléculas. O tipo de polímero empregado na
formulação do gel pode influenciar o comportamento reológico desta e,
portanto, pode influenciar a estabilidade física do produto, assim como no seu
comportamento sobre a pele (liberação do ativo pelo veículo e formação de
filme na pele) resultando em diferentes graus de aceitação do mesmo pelo
consumidor (CORRÊA et al., 2005).
Os tipos de géis mais utilizados como formas farmacêuticas de uso
tópico são os géis hidrofílicos (hidrossolúvel, hidrogéis), obtidos pela
incorporação de agentes geleificantes à água, ao glicerol ou ao propilenoglicol,
tais como tragacanto, amido, celulose, derivados, polímeros de carboxivinil e
silicatos de magnésio-alumínio, e os géis hidrofóbicos (oleogéis) constituídos
usualmente de parafina líquida com polietileno ou óleos gordurosos com lica
coloidal ou sabões de alumínio ou zinco. Sem dúvida os géis hidrófilos são
mais utilizados ou mais comuns, sendo relativamente pequena a quantidade de
preparações apresentadas como oleogéis (PRISTA et al., 1990; GENNARO,
2004; FERREIRA; LEITE, 2008).
40
Os géis hidrofílicos têm sido usados extensivamente em produtos
cosméticos e como base dermatológica, uma vez que apresentam fácil
espalhamento, não são gordurosos e podem veicular princípios ativos
hidrossolúveis e lipossomas (CORRÊA et al., 2005). Partindo do pressuposto
de que o fármaco não se liga ao polímero, tais géis liberam bem o fármaco. Os
poros permitem a difusão relativamente livre de moléculas menores (AUTON,
2005). Desta forma, torna-se um sistema semi-sólido de grande importância
para veiculação de princípios ativos empregados no tratamento das várias
patologias acometidas pela pele.
Contudo, é importante ressaltar que um dos principais problemas que
podem ocorrer com formulações tipo gel é a incompatibilidade entre o polímero
formador do gel e os outros constituintes da fórmula, principalmente
metabólitos do extrato vegetal. Isso acontece geralmente quando se associa
um extrato rico em constituintes que apresenta carga iônica positiva como
alguns derivados de amina quaternária, com um polímero que apresenta carga
iônica negativa, ocorrendo a desestruturação do esqueleto de gel e verificando-
se a fluidificação da fórmula (LEITE, 2008). Portanto, para o desenvolvimento
de géis se faz necessário e importante conhecer as características e
estabilidade desses polímeros, com intuito de promover uma seleção adequada
dos excipientes da formulação.
2.4.2 Hidroxietilcelulose (Natrozol
®
250)
É um polímero não-iônico estável na faixa de pH 2 a 12, composto por
grupos hidroxietila ligados à cadeia de celulose e também se encontra
disponível em diferentes graus de viscosidade. Hidroxietilcelulose (HEC) é
solúvel tanto em água quente como em água fria, não formando gel sob
aquecimento (AUTON, 2005).
O gel de HEC é uma das bases de celulose de maior interesse para a
veiculação de ativos em dermatologia devido seu caráter não-iônico que
permite sua utilização em um ampla faixa de pH. É muito indicado para a
incorporação de ativos que levam a um abaixamento do pH final da formulação,
como, por exemplo, o ácido glicólico. Embora bem tolerados, pHs extremos
podem causar alterações na viscosidade (FERREIRA, 2002).
41
2.5 Desenvolvimento de formulações fitoterápicas
Os estágios iniciais de qualquer formulação nova implicam estudos para
coletar informações básicas sobre as características físicas e químicas do
fármaco a ser utilizado em uma forma farmacêutica. Os estudos básicos
compreendem o trabalho de pré-formulação, necessários antes de iniciar uma
formulação (ALLEN Jr. et al., 2007).
Forma farmacêutica é definida como o estado final de apresentação que
os princípios ativos farmacêuticos possuem após uma ou mais operações
farmacêuticas executadas com ou sem a adição de excipientes apropriados, a
fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, com
características apropriadas a determinada via de administração (BRASIL, 2006;
FERREIRA; LEITE, 2008). Nesse sentido, a obtenção de formas farmacêuticas
derivadas de matéria-prima vegetal necessita de um planejamento inicial, com
a finalidade de planejar o manejo adequado da matéria-prima vegetal e demais
excipientes de acordo com as especificações dos mesmos, além da
determinação seqüencial das ações de transformação tecnológica e
monitoramento dos pontos e metodologias de controle de qualidade mais
apropriadas segundo as legislações e normatizações vigentes, para o
desenvolvimento de fitoterápicos (TOLEDO et al., 2003; OLIVEIRA et al.,
2007).
No desenvolvimento tecnológico de um produto fitoterápico se fazem
necessários estudos prévios relativos a aspectos botânicos, agronômicos,
fitoquímicos, farmacológicos, toxicológicos, de desenvolvimento de
metodologias analíticas e tecnológicas. Com isso, evidencia-se o caráter
interdisciplinar e multidisciplinar da cadeia produtiva de fitoterápicos
(PETROVICK et al., 1997; TOLEDO et al., 2003; SONAGLIO, et al., 2004).
Contudo, um dos fatores críticos para o desenvolvimento e emprego
clínico dos medicamentos fitoterápicos pela indústria farmacêutica envolve,
especialmente, dificuldades de controle de qualidade e da estabilidade desses
produtos. Por isso, a importância do emprego de técnicas como a
cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), cromatografia em camada
delgada (CCD), espectrometria de massa (MS), ressonância nuclear magnética
(RMN), espectrometria no ultravioleta (UV) espectrometria no infravermelho
42
(IV) e análise térmica, usadas isoladamente ou em combinação, para
estabelecer critérios analíticos visando controle de qualidade e a padronização
dos medicamentos fitoterápicos (WENDLANDT, 1986; YUNES; CALIXTO,
2001; TOLEDO et al., 2003; SANTOS et al.,2008)).
O desenvolvimento e a correta formulação de uma forma farmacêutica
requerem o conhecimento das características físicas, químicas e biológicas de
todas as substâncias ativas e excipientes utilizados na preparação. Os extratos
vegetais podem ser veiculados, praticamente, a partir de todas as formas
farmacêuticas. Essa facilidade encontrada na veiculação de drogas vegetais
está relacionada ao fato de que é possível encontrar os extratos vegetais nas
formas físicas líquida, semi-sólida e seca (ALLEN Jr. et al., 2007; FERREIRA;
LEITE, 2008).
No caso de fitoterápicos, a escolha apropriada da forma farmacêutica e
da via de administração requer considerações prévias a cerca da eficácia e
segurança do marcador químico ativo presente na planta medicinal ou derivado
intermediário, de modo que, durante a transformação do material vegetal em
um produto tecnicamente elaborado, o fitoterápico, a qualidade seja
assegurada pela preservação da integridade química e farmacológica do(s)
marcador(es) químico(s) da planta, garantindo a constância de sua ação
biológica e a segurança de sua utilização, além de valorizar seu potencial
terapêutico (TOLEDO et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2007; FERREIRA; LEITE,
2008).
2.6 Teste de estabilidade preliminar
Segundo a Farmacopéia Americana (USP, 1990) estabilidade é definida
como a amplitude na qual um produto mantém, dentro de limites especificados,
as mesmas propriedades e características que possuía quando de sua
fabricação durante o seu período de armazenamento e uso.
Antes de iniciar os estudos de estabilidade, recomenda-se submeter o
produto ao teste de centrifugação. Sugere-se centrifugar uma amostra a 3.000
rpm durante 30 minutos. O produto deve permanecer estável e qualquer sinal
de instabilidade indica a necessidade de reformulação. Se aprovado nesse
teste, o produto pode ser submetido aos testes de estabilidade (BRASIL, 2004).
43
O estudo de estabilidade preliminar consiste na realização do teste na
fase inicial do desenvolvimento do produto, utilizando-se diferentes
formulações de laboratório e com duração reduzida. Empregam-se condições
extremas de temperatura (estresse térmico) com o objetivo de acelerar
possíveis reações entre seus componentes e o surgimento de sinais de
instabilidade que devem ser observados e analisados conforme as
características específicas de cada tipo de produto. Devido às condições em
que é conduzido, este estudo não tem a finalidade de estimar a vida útil do
produto, mas sim de auxiliar na triagem das formulações (BRASIL, 2004; BABY
et al., 2008; ISAAC et al., 2008).
2.7 Estrutura da pele e vias de permeação percutânea
A função primordial da pele é a proteção contra processos de
desidratação e microorganismos agressores. Desta forma, ela se faz mais ou
menos permeável às substâncias químicas e permite a passagem de
medicamentos em certas condições, podendo ser considerada uma interface
terapêutica. E mesmo que a pele represente uma barreira física à penetração
de substâncias, existem várias formas farmacêuticas de uso tópico que sofrem
absorção, inclusive as de uso sistêmico (LIRA, 2003).
A pele é composta por três camadas: a epiderme, a derme e a
hipoderme (Figura 4). A epiderme é a camada externa da pele e está
subdividida em cinco camadas ou estratos, que são denominados de dentro
para fora da pele de estrato germinativo ou basal, estrato espinhoso, estrato
granuloso, estrato lúcido e estrato córneo (ANSEL et al., 2000). A derme é o
tecido conjuntivo em que se apóia a epiderme e une a pele ao tecido celular
subcutâneo ou hipoderme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Caracteriza-se
como acelular, mas é rica em vasos sanguíneos, vasos linfáticos e terminações
nervosas (FOLDVARI, 2000). a hipoderme funciona como amortecedor
mecânico e barreira térmica, que sintetiza e estoca rapidamente substâncias
energéticas prontamente disponíveis (AUTON, 2005).
44
O estrato córneo é a barreira que limita a velocidade e restringe os
movimentos de entrada e saída de substâncias (LACHMAN, 2001). Sendo
assim, a permeação percutânea de fármacos pelo estrato córneo até as
camadas mais profundas da pele ocorre por difusão através de três vias
diferentes, as quais são descritas e ilustradas na Figura 5:
Via transcelular por difusão através das células (através dos
corneócitos e matriz lipídica intercelular);
Via intercelular por difusão entre as células (por entre os
corneócitos e pela matriz lipídica);
Via transanexal por difusão através dos folículos pilosos,
glândulas sudoríparas e sebáceas e anexos pilosebáceos
(ANSEL et al., 2000).
Figura 4:
Estrutura da pele (http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp), acessado
em 12/2008.
45
Figura 5: Esquema representativo das vias de penetração do fármaco através
do estrato córneo via transcelular e via intercelular (MARTINS; VEIGA, 2002).
Se a pele estiver intacta, a principal via de penetração dos fármacos são
as camadas epidérmicas e não os folículos pilosos ou ductos das glândulas,
pois sua área superficial é bastante pequena em comparação com a da pele
que não contém nenhum desses elementos anatômicos. Portanto, a absorção
percutânea dos medicamentos resulta da penetração direta do fármaco através
do estrato córneo, passando os tecidos epidérmicos mais profundos e atingindo
a derme que é vascularizada e onde o fármaco torna-se disponível para
absorção (ANSEL et al., 2000).
2.8 Estudos de permeação percutânea
Durante a fase de desenvolvimento de produtos dermatológicos, é
através dos estudos in vitro de liberação e absorção cutânea que se faz
possível selecionar os excipientes mais apropriados às formas farmacêuticas
de liberação dérmica, com intuito de proporcionar uma liberação adequada dos
princípios ativos, contribuindo dessa forma para o alcance do efeito terapêutico
desejado.
(ANTONIO, 2007; SATO et al., 2007). A habilidade de um fármaco
presente em formulações tópicas em permear a pele depende da sua
capacidade de liberação do veículo para a pele, e da difusão por esta barreira
para seu sítio de ação (LIRA et al., 2004).
Os estudos de permeação cutânea in vitro são realizados de modo que o
fármaco seja liberado da formulação onde está veiculado, e se difunda através
de uma membrana para uma solução receptora, a qual deve garantir condições
termodinâmicas favoráveis ao fármaco (LOPEZ et al., 1998). Desta forma,
esses estudos estabelecem-se como ferramentas valiosas e determinantes na
avaliação do comportamento de formulações semi-sólidas de uso tópico, diante
das inúmeras variáveis que comprometem o processo de desenvolvimento.
Através deles se obtém dados que possibilitam um maior entendimento dos
fatos ocorridos, desde a aplicação na pele, liberação do fármaco da forma
46
farmacêutica, retenção e absorção cutânea. (NOKHODCHI et al., 2003;
ANTONIO, 2007).
Os sistemas de difusão celular são empregados in vitro para quantificar
a velocidade de liberação dos princípios ativos das preparações tópicas.
Nesses sistemas, membranas da pele ou sintéticas podem ser empregadas
como barreira ao fluxo do rmaco e do veículo para simular um sistema in
vivo. Os estudos de penetração in vitro utilizando pele humana são limitados
devido á dificuldade de obtenção do material, armazenagem, custos e a
variabilidade da permeação. A pele retirada de animais também pode variar em
qualidade e permeabilidade (ANSEL et al., 2000).
Atualmente, percebe-se um grande interesse na utilização de mudas de
pele de cobra como modelo de biomembrana alternativo no estudo de
penetração e permeação de rmacos por pesquisadores, os quais têm
avaliado a aplicabilidade do método com respostas satisfatórias. Está é
composta por estrato córneo puro, não vivo, sem pêlos e semelhante à pele
humana, fornecendo barreira similar ao humano, e pode ser obtida
abundantemente sem a morte do animal, uma vez que a troca de pele (ou
ecdise) ocorre regularmente no animal adulto, em geral a cada 2 a 3 meses. A
muda de pele de cobra apresenta armazenamento facilitado e não apresenta
tendência à contaminação e degradação microbiológica, por não conter tecidos
vivos (ITOH et al., 1990; ITOH et al., 1990; ANSEL et al., 2000; WIDLER,
SIGRIST, GAFNER, 2002; BABY et al., 2008).
Baby e colaboradores (2008) avaliaram a penetração e a retenção
cutânea in vitro da rutina em uma emulsão cosmética que tinha como promotor
de penetração cutânea o propilenoglicol, empregando-se para isso, células de
difusão vertical com muda de pele de cobra Crotalus durissus como modelo de
biomembrana alternativo, e água destilada e álcool etílico absoluto 99,5% (1:1),
como fluido receptor. A emulsão não promoveu a penetração cutânea da rutina
através da muda de pele de C. durissus, contudo, foi verificado a retenção
cutânea da rutina no modelo de biomembrana.
47
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
Realizar estudos preliminares de planejamento/pré-formulação de uma
formulação fitoterápica semi-sólida contendo tintura de Calendula officinalis L.,
visando o controle de qualidade das etapas de desenvolvimento tecnológico de
um fitoterápico.
3.2 Específicos
Caracterizar propriedades físicas e físico-químicas da matéria-prima
vegetal (pó).
Obter e caracterizar propriedades químicas, físicas e físico-químicas do
produto intermediário (tintura).
Validar uma metodologia para a quantificação de rutina na tintura de
Calendula officinalis L.
Obter formulação semi-sólida que proporcione a incorporação da tintura
de Calendula officinalis L. de forma estável.
Caracterizar o marcador químico rutina por espectrometria na região do
infravermelho (IV) e obter seu perfil termoanalítico por Termogravimetria (TG)
e Análise Térmica Diferencial (DTA)
48
Avaliar os excipientes da formulação e suas misturas binárias com
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. por espectrometria na região do
IV, TG e DTA.
Realizar teste de estabilidade preliminar da formulação
Realizar um ensaio preliminar de permeação da formulação fitoterápica
pica do tipo gel contendo tintura de Calendula officinalis L. após difusão em
modelo de biomembrana alternativo (muda de pele ou estrato córneo de
cobra).
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
4.1.1 Material vegetal
Para o estudo foi utilizado o das flores da Calendula officinalis L.,
adquirido da Empresa Ely Martins, sediada em Ribeirão Preto, São Paulo. Os
dados descritos a seguir, são resultados da análise do controle de qualidade
conforme o laudo emitido pela empresa:
- Nome científico: Calendula officinalis. L
- Identificação botânica: Calendula officinalis. L
- Família: Asteraceae/Compositae
- Procedência: Egito
- Parte utilizada: Flores
- Método de Secagem: Secador com aquecimento
- Descontaminação: Radiação Gama
- Cor: Castanho-amarelada
- Odor: Fraco
49
- Sabor: levemente amargo
- Umidade: 11,70%
- Cinzas totais: 7,32%
- Flavonóides Totais (Hiperosídeos): 0,45%
- Granulometria: Pó fino
- Data de Fabricação: 08/2005
- Data de Validade: 08/2008
- Lote: CALE 06/02
4.1.2. Equipamentos
Estufa termoestatizada Quimis; Forno mufla; Agitador Eletromagnético
para peneiras Bertel; Balança analítica modelo BK 500; Analisador térmico
Shimadz (DTA 50; TGA 50); Potenciômetro Meter; Evaporador rotativo Buchi
Switzerland modelo R-3000; Bomba de vácuo modelo TE-058; Banho-maria
com termoestato Fisatom; Banho de ultra-som Maxiclen modelo1450; Câmara
de luz ultravioleta (254 e 365nm); Cromatógrafo líquido de alta eficiência
Merck Hitachi LaChrom
®
D-7000; Espectrofotômetro Nicolet, modelo Projete
460 com transformador de Fourrier (FTIR); Aparelho UV Meter modelo SP-
2000 UV.
4.1.3 Reagentes e soluções
Ácido sulfúrico P.A., ácido clorídrico P.A., álcool etílico absoluto P.A.,
metanol P.A., éter etílico P.A., lugol, fucsina básica 1%, azul de Astra,
glutaraldeído 2,5%, fosfato de sódio 0,1M, hidroxietilmetacrilato, solução de
hidróxido de dio (FeCl
3
) 1N e 2N, solução de hidróxido de amônio (NH
4
OH)
10 %, solução alcoólica de cloreto férrico 1%. Solução de nitroprussianato de
sódio, solução aquosa de nihidrina a 1%, solução de ácido clorídrico (HCl) 5%,
solução de HCl a 1N e 6N, solução de NH
4
OH 6N, solução alcoólica de
cloridrato de hidroxilamina 10%, solução metanólica de hidróxido de potássio
(KOH) 10 %, solução de anidrido acético, raspas de magnésio, água
oxigenada (H
2
O
2)
concentrada, reativo de Pascová, reativo de Fehling A e B,
50
reativo de Bouchard, reativo de Dragendorff, reativo de Mayer, reativo de
Bertrand e reativo de Kede e ácido fosfórico (Vetec, Brasil).
4.2. MÉTODOS
Todas as análises descritas foram realizadas nos Laboratórios P&D
Farmacotécnico, de Fitoquímica e Bromatologia da Faculdade de Farmácia-
UFPA. As análises espectroscópicas e técnicas termoanalíticas foram
realizadas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP.
4.2.1 Caracterização física e físico-química do pó das flores de Calendula
officinalis L.
4.2.1.1. Determinação da distribuição granulométrica do das flores de
Calendula officinalis L.:
Na granulometria utilizou-se um agitador eletromagnético para peneiras.
Cerca de 10 g do foram submetidos a uma série de tamizes de abertura de
malha (2,00 e 1,40 mm, 710, 355, 250, 180, 125 µm) agitados por 30 mim
(FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
4.2.1.2 Determinação de perda por dessecação
O teor de umidade baseou-se na perda por dessecação, onde cerca de
2 g do de Calendula officinalis L. foram pesados em pesa-filtros,
previamente dessecados por 30 min em estufa a 10 C, utilizando-se balança
analítica. As amostras foram submetidas a aquecimento em estufa a 105˚ C
durante duas horas, seguidos de resfriamento em dessecador e pesagem. A
operação foi repedida até obtenção de pesos constantes. (FARMACOPÉIA
BRASILEIRA, 1988).
Os resultados de três determinações foram avaliados em termos de
porcentagem ponderal sobre a quantidade da amostra, utilizando a equação 1:
% perda = Pu – Ps x 100
Pa
51
Onde:
Pa = peso da amostra (g)
Pu = peso do pesa-filtro contendo a amostra antes da dessecação (g)
Ps = peso do pesa-filtro contendo a amostra após a dessecação (g)
4.2.1.3 Determinação do teor de cinzas totais
Para estabelecer-se a quantidade de substâncias residuais não-
voláteis realizou-se a determinação de cinzas totais. Cerca de 2 g do de
Calendula officinalis. L foram pesados em cadinhos de porcelana, previamente
calcinados em forno mufla, resfriados e pesados. As amostras nos cadinhos
foram incineradas em mufla a 450 °C por duas horas, resfriadas em
dessecador sob vácuo e pesadas. A operação foi repetida a a obtenção de
pesos constantes (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).
4.2.1.4 Termogravimetria (TG) do das flores de Calendula officinalis
L.
Para obtenção da curva termogravimétrica (TG) do de C. officinalis.
L, utilizou-se cerca de 5 mg do pó, transferiu-o para um cadinho de platina.
Logo após, o pó foi submetido a uma faixa de temperatura entre 25 a 600 °C,
com auxílio de um analisador térmico Shimadzu (modelo: TGA 50), sob
atmosfera dinâmica de nitronio (25,00 mL/min) e razão de aquecimento de
5 °C/min. Os cálculos de perda de massa foram feito s com auxílio do programa
TA-50WS da Shimadzu.
4.2.1.5 Análise Térmica Diferencial (DTA) do das flores de Calendula
officinalis L.
Para obtenção da curva térmica diferencial (DTA) do pó de C. officinalis.
L, utilizou-se cerca de 5 mg do pó, e as transferiu para um cadinho de platina.
Logo após, o pó foi submetido a uma faixa de temperatura entre 25 a 600 °C,
com auxílio de um analisador rmico Shimadzu (modelo: DTA 50), sob
52
atmosfera dinâmica de nitrogênio (25,00 mL/min) e razão de aquecimento de 5
°C/min.
Os cálculos da diferença de temperatura (T) foram feitos com auxílio do
programa TA-50WS da
Shimadzu
.
4.2.2 Obtenção e caracterização química, física e sico-química da
tintura de flores de Calendula officinalis L.
4.2.2.1 Obtenção da tintura de flores de Calendula officinalis L.
Na obtenção da tintura em estudo, utilizou-se o método de extração por
maceração descrita em Farmacopéia Brasileira II (1959). Assim, 400 g do
das flores de calêndula permaneceram em maceração durante 10 dias em
2000 g de etanol 70 ºGL num percolador hermeticamente fechado ao abrigo da
luz e temperatura ambiente (25°C). A solução foi ag itada freqüentemente, e
após o término da extração, efetuou-se a filtração do macerado ou tintura.
4.2.2.2 Determinação da densidade aparente da tintura de flores de
Calendula officinalis. L.
A análise da densidade aparente da tintura foi realizada em triplicata
segundo a metodologia proposta pela Farmacopéia Brasileira IV (1988). Um
picnômetro com capacidade para 5 mL, previamente tarado, foi preenchido
com o líquido padrão (água recém-destilada e fervida) e pesado. Em seguida, o
picnômetro foi rinsado com a amostra (tintura de calêndula) e pesado. A
relação entre o peso do padrão e da amostra, em um volume fixo, forneceu o
valor da densidade relativa da tintura de calêndula.
4.2.2.3 Determinão do pH da tintura de flores de Calendula officinalis L.
A determinação do pH foi realizada em potenciômetro previamente
calibrado com soluções tampão pH 4,0 e 7,0 e os resultados correspondem à
média de três determinações independentes (FARMACOPÉIA BRASILEIRA IV,
1988).
4.2.2.4 Determinação do resíduo seco da tintura de flores de Calendula
officinalis L.
53
Para uma psula de fundo plano de cerca de 50 mm de diâmetro e
cerca de 30 mm de altura, pesou-se rapidamente 2 g da tintura. As amostras,
em triplicata, foram evaporadas à secura em banho de água e secadas na
estufa a 100-10C durante três horas. Em seguida, foram arrefecidas em
dessecador em presença gel de sílica anidro R e pesadas. Os resultados
foram expressos em percentagem m/m (FARMACOPÉIA PORTUGUESA,
2002).
4.2.2.5 Obtenção do extrato seco da tintura de Calendula officinalis L.
Adicionou-se 300 ml da tintura de calêndula num balão de fundo
redondo acoplado a um evaporador rotativo para concentração da tintura
evaporando-se o líquido extrator (etanol). A retirada do extrato do balão
volumétrico foi feita com metanol e clorofórmio, auxiliada por um banho de
ultra-som e transferido para uma placa de Petri devidamente tarada e pesada.
Logo após, obteve-se o peso do extrato seco de calêndula
4.2.2.6 Prospecção química da tintura de flores de Calendula officinalis
L.
Na análise fitoquímica da tintura, investigou-se qualitativamente a
presença de metabólitos secundários em triplicata, na concentração de 5
mg/ml, segundo Barbosa (2001). Os metabólitos secundários analisados estão
descritos a seguir.
Saponinas espumídicas
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 ml de água
destilada. Em seguida, diluídos para 15 mL e agitado vigorosamente durante 2
min em tubo fechado. A camada de espuma permanecendo estável por mais
de 30 min, indica resultado considerado positivo.
Açúcares redutores
54
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de
água destilada e filtrados. Adicionou-se 2 mL do reativo de Fehling A e 2 mL do
reativo de Fehling B. Aqueceu-se em banho-maria em ebulição durante 5
minutos. Se houver o aparecimento de um precipitado vermelho tijolo, o
resultado é considerado positivo.
Polissacarídeos
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de água
destilada e filtrados. Adicionaram-se duas gotas de lugol. O aparecimento de
coloração azul indica resultado considerado positivo.
Proteínas e Aminoácidos
Foram dissolvidos 15 mg do extrato seco de calêndula em 3 ml de água
destilada e filtrada. Adicionou-se 0,5 ml de solução aquosa de ninidrina a 0,1%
e aqueceu-se até ebulição. O aparecimento de coloração violeta persistente
indica resultado positivo.
Fenóis e Taninos
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de água
destilada e filtrados. Adicionaram-se duas gotas de solução alcoólica de FeCl
3
a 1%. Qualquer mudança na coloração ou formação de precipitado é indicativo
de reação positiva, quando comparado com o teste em branco. Coloração
inicial entre o azul e o vermelho, é indicativo da presença de fenóis, quando o
teste em branco for negativo; precipitado escuro de tonalidade azul, indica
presença de taninos pirogálicos, e verde, presença de taninos catéquicos.
Flavonóides
Geral:
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de
metanol e filtrados. Adicionaram-se cinco gotas de HCl concentrado e raspas
de magnésio. O surgimento de uma coloração sea na solução indica reação
positiva.
Por classes:
55
Antocianidinas, antocianinas, flavonas, flavononóis, xantonas, chalconas,
auronas e flavanonóis
Foram dissolvidos 35 mg do extrato seco em 20 mL de água destilada e
filtrados. Transferiu-se para três tubos de ensaio 3 mL da solução (para cada
tubo). Acidulou-se um a pH 3,0 alcalinizou-se os dois restantes a pH 8.5 e 11,0;
- A presença de coloração vermelha em pH 3,0 lilás em pH 8,5 e azul púrpura
em pH 11,0 indica resultado positivo para antocianidinas e antocianinas;
- A presença de coloração amarela em pH 11,0 indica resultado positivo para
flavonas, flavonóis, xantonas;
- A presença de coloração vermelha em pH 3,0 e vermelho púrpura em pH 11,0
indica resultado positivo para chalconas, auronas;
- A presença de coloração vermelho-laranja em pH, 11,0 indica resultado
positivo para flavanonóis.
b) Leucoantocianidinas, catequinas e flavanonas:
Foram dissolvidos 10 mg do extrato seco em 5 mL de água destilada e
filtrados. Transferiu-se para dois tubos de ensaio 3 mL da solução (para cada
tubo). Acidulou-se um a pH 1 3,0 com HCl e alcalinizou-se os outros a pH
11,0 com solução de NaOH. Aqueceu-se com auxílio de uma lâmpada de
álcool durante 2 – 3 minutos e observou-se se houve modificação na coloração,
comparando-se com os tubos utilizados no teste anterior (para antocianidinas,
antocianinas, flavonas, flavononóis, xantonas, chalconas, auronas e
flavanonóis).
- A presença de coloração vermelho em pH ácido indica resultado positivo para
Leucoantocianidinas;
- A presença de coloração pardo - amarelada em pH ácido indica resultado
positivo para catequinas (taninos catéquicos);
- A presença de coloração vermelho - alaranjado em pH alcalino indica
resultado positivo para flavanonas.
c) Flavonóis, flavanonas, flavanonóis e xantonas:
56
Transferiu-se para um tubo de ensaio 3 mL da solução extrativa usada
no teste anterior e acrescentou-se alguns miligramas de magnésio em raspas,
e 0,5 mL de HCl concentrado. Aguardou-se o término da efervescência e
observou-se, por comparação, a mudança na coloração em relação aos tubos
acidificados dos testes anteriores. O aparecimento ou intensificação da cor
vermelha é indicativo da presença dos metabólitos acima citados.
Alcalóides
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de
solução de HCl a 5% e filtrados. Separaram-se quatro porções de 1mL em
placa de toque e adicionou-se 3 gotas dos reativos de Bouchard, Dragendorff,
Mayer e Bertrand. Precipitação ou turvação em pelo menos um tubo é
indicativo de resultado positivo.
Purinas
Numa cápsula de porcelana, juntou-se 5 mg do extrato seco de
calêndula, três gotas de solução de HCl 6N e duas gotas de H
2
O
2
concentrado
(30 %) e evaporou-se em banho-maria até a formação de um resíduo corado
de vermelho. Juntou-se três gotas de solução de NH
4
OH 6N. O surgimento de
coloração violeta indica reação positiva.
Glicosídios cardíacos
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de
metanol e filtrados. Separou-se em duas porções de 2 mL cada e adicionou-se
gotas do reativo de Keede. O aparecimento de coloração azul ou violeta indica
reação positiva.
Catequinas
Foram dissolvidos 15 mg do extrato seco de calêndula em 3 mL de
metanol e filtrados. Juntou-se 1 mL de solução aquosa de vanilina a 1% e 1 mL
de HCl concentrado. O surgimento de uma coloração vermelha intensa indica
reação positiva.
57
Derivados Benzaquinonas, Naftoquinonas e Fenantraquinonas
Foram dissolvidos 15 mg do extrato seco de calêndula em 3 ml de
metanol e filtrados. Adicionaram-se duas gotas de Na
2
CO
3
a 25%, duas gotas
de formaldeido a 4% e duas gotas de o-dinitrobenzeno a 5 %. Aqueceu a
mistura em banho-maria. A coloração violeta indica reação positiva.
Lactonas serquiterpênicas
Foram dissolvidos 15 mg do extrato seco de calêndula em 3 mL de
metanol e filtrados. Adicionaram-se doze gotas de solução alcoólica de
cloridrato de hidroxilamina a 10% e duas gotas de solução metanólica de KOH
a 10 %. Aqueceu-se suavemente em banho-maria durante dois minutos. Em
seguida, resfriou-se e acidulou-se com solução de HCl a 1N e adicionou-se
uma gota de FeCl
3
1%. O surgimento de uma coloração violeta indica reação
positiva.
Esteróides e Triterpenóides:
Foram dissolvidos 50 mg do extrato seco de calêndula em 10 mL de
clorofórmio e filtrados sobre carvão ativado. Transferiu-se o filtrado para um
tubo de ensaio completamente seco e adicionou-se 1 mL de anidrido acético e
agitou-se suavemente. Em seguida, adicionou-se cuidadosamente, três gotas
de H
2
SO
4
concentrado e agitou-se novamente. O rápido desenvolvimento de
cores, que vão do azul evanescente ao verde persistente, indicam resultado
positivo.
Azulenos
Foram dissolvidos 10 mg do extrato seco de calêndula em 2 ml de
clorofórmio e filtrados. Concentrou-se até 0,5 em banho-maria e adicionou 2,5
ml da solução p-dimetilaminobenzaldeído. Aqueceu em banho-maria por cinco
minutos e, após esfriar em um funil de decantação, agitou com 10 ml de éter de
petróleo. Após as duas fases ficarem distintas, observou-se a fase aquosa. Se
houver presença de proazulenos, a fase aquosa adquire coloração azul, porém,
58
quando estes estão em pequena quantidade, a coloração observada é
esverdeada.
Carotenóides
Foram dissolvidos 15 mg do extrato seco de calêndula em 2 ml de
clorofórmio e filtrados. Juntou-se 2 ml de clorofómio saturado com tricloreto de
antimônio. O aparecimento da coloração azul indica resultado positivo.
Depsídios e Depsidonas
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de éter
etílico e filtrados. Evaporou-se todo o éter em banho-maria e juntou-se ao
resíduo 3 mL de metanol. Após agitação, adicionaram-se três gotas de solução
de FeCl
3
a 1%. O aparecimento de coloração verde, azul ou cinza, indica
reação positiva.
Derivados da Cumarina
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de éter
etílico e concentrados em banho-maria até 0,5 mL. Em papel filtro, aplicaram-
se gotas da solução etérea, de modo que se formaram duas manchas de
aproximadamente 1 cm de diâmetro cada. A uma destas, adicionou-se uma
gota de solução de NaOH 1N. Cobriu-se a metade da mancha com papel
escuro, e expôs-se a outra metade a luz ultravioleta. Descobriu-se e
compararam-se as manchas. O aparecimento de fluorescência azul na parte
exposta da mancha indica reação positiva.
Antraquinonas
Foram dissolvidos 25 mg do extrato seco de calêndula em 5 mL de
tolueno e filtrados. Adicionou-se 2 mL de solução de NH
4
OH a 10 % e agitou-
se suavemente. O aparecimento de coloração rósea, vermelha ou violeta na
fase aquosa, indica reação positiva.
4.2.2.7 Determinação do perfil cromatográfico da tintura de flores de
Calendula officinalis L. por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
59
Para a separação das substâncias e determinação do perfil
cromatográfico da tintura de calêndula in natura por CCD, foi utilizada a
técnica
de cromatografia por adsorção em placa de sílica (COLLINS et al., 2006).
Os marcadores químicos utilizados como padrão foram a rutina e
quercetina (Sigma
®
) na concentração de 1mg/mL. A validação do todo
consistiu na comparação do fator de retenção (Rf) e da cor desenvolvida pela
zona cromatográfica apresentada pela amostra analisada e padrões comerciais
concomitantemente, conforme dados descritos em literatura (WAGNER;
BLADT, 2001).
Desta forma, a tintura e os padrões foram aplicados em placas pré-fabricadas
de sílica-gel de fase normal (Merck) previamente ativadas em estufa a 105 °C
com auxilio de micropipetas nas quantidades exatas de 60 µL e 20 µL
respectivamente. A forma de desenvolvimento adotada foi a ascendente,
utilizando como fase móvel dois sistemas, sendo estes, eluente I: acetato de
etila; ácido rmico; ácido acético glacial; água (100:11:11:26) e eluente II: n-
butanol; ácido acético; água (4:1:5). As placas foram colocadas em cubas
cromatográficas previamente saturadas com a fase móvel. Após o
desenvolvimento cromatográfico, as placas foram secas e reveladas com o
reagente Natural Products polyethyleniglycol (NP/PEG 4000) específico para
visualização de polifenóis por radiação ultravioleta em comprimento de onda de
365 nm (WAGNER; BLADT, 2001). Logo após, as placas cromatográficas
foram fotografadas e o valor do fator de retenção (Rf) de cada zona
cromatográfica foi calculado.
4.2.2.8 Obtenção do extrato liofilizado a partir da tintura de flores de
Calendula officinalis L.
A tintura de calêndula foi concentrada em evaporador rotativo, em
seguida congelada e liofilizada (liofilizador Edwards - Edwards do Brasil). O
produto obtido foi devidamente acondicionado.
4.2.2.9 Espectroscopia na região do infravermelho do extrato liofilizado
de Calendula officinalis L.
60
A espectroscopia de absorção na região do infravermelho do extrato
liofilizado de C. officinalis L. foi realizada em um espectrofotômetro com
transformador de Fourier (FTIR, Nicolet modelo Projete 460) utilizando discos
de KBr na região espectral de 4000 a 500 cm
-1
.
4.2.2.10 Termogravimetria (TG) do extrato liofilizado de Calendula
officinalis L.
Para obtenção da curva termogravimétrica (TG) do extrato liofilizado de
C. officinalis. L., utilizou-se uma massa em torno de 5 mg da amostra que foi
transferida para um cadinho de platina, logo após, foi submetida a uma faixa
de temperatura entre 25 e 600 °C, com auxílio de um analisador térmico
Shimadzu (modelo:TGA 50), sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (25,00
mL/min) e razão de aquecimento de 5 °C/min.
Os cálculos de perda de massa
foram feitos com auxílio do programa TA-50WS da
Shimadzu
.
4.2.2.11 Análise Térmica Diferencial (DTA) do extrato liofilizado de
Calendula officinalis L.
Para obtenção da curva térmica diferencial (DTA) do extrato liofilizado,
utilizou-se uma massa em torno de 5 mg da amostra, a qual foi transferida para
um cadinho de platina, logo após, foi submetida a uma faixa de temperatura
entre 25 e 600 °C, com auxílio de um analisador tér mico Shimadzu (modelo:
DTA 50), sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (25,00 mL/min) e razão de
aquecimento de 5 °C/min.
Os cálculos da diferença de temperatura (T) foram feitos
com auxílio do programa TA-50WS da
Shimadzu
.
4.3 Análise quantitativa da rutina na tintura de flores de Calendula
officinalis L. por Cromatografia quida de Alta Eficiência com detecção
por Arranjo de Diodos (CLAE/UV−DAD)
4.3.1 Validação do método
A validação do método foi realizada com objetivo de garantir a
confiabilidade e segurança dos resultados obtidos (ANVISA, 2003). A detecção
e quantificação da rutina na tintura de Calendula officinalis L. foi realizada por
61
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detector UV em arranjo de diodo
(CLAE/DAD), segundo Bilia et al. (2001), com adaptações.
4.3.1.1 Condições cromatográficas
As condições cromatográficas apropriadas para o objetivo do trabalho
foram obtidas utilizando-se soluções padrão de rutina e quercetina (Sigma
®
).
Foram otimizadas a vazão, a constituição da fase vel e o comprimento de
onda de detecção foi adquirido dentro de um intervalo de 190 nm a 450 nm.
Assim, este teste teve o propósito de obter as primeiras informações sobre as
condições cromatográficas, a fim de estabelecer condições ideais de trabalho.
4.3.1.2 Amostras e preparação das soluções padrões
Para esta análise utilizaram-se amostras de tintura in natura de C.
officinalis L. de um mesmo lote e soluções padrão de rutina. As soluções foram
preparadas por dissolução da rutina em volumes apropriados de metanol, a fim
de obter concentrações de 1,2 (solução estoque), 0,96, 0,72, 0,6, 0,48, 0,2 e
0,1 mg/mL . A amostra e as soluções-padrão foram filtradas sobre membrana
de Milipore
®
0,45 µm e injetadas com volume de 50 µL.
4.3.1.3 Seletividade
É a capacidade que o método possui de medir exatamente um composto
em presença de outros componentes, tais como impurezas, produtos de
degradação e componentes da matriz (ANVISA, 2003). A seletividade do
método foi avaliada através da identificação do flavonóide rutina na amostra
por comparação entre os tempos de retenção dos picos da tintura e o tempo de
retenção do padrão de referência, bem como pela comparação do espectro no
UV do composto investigado na tintura com o espectro do padrão de referência
fornecido pela biblioteca do equipamento (BILIA et al., 2001; RIBANI et al.,
2004).
4.3.1.4 Linearidade
62
A linearidade do método foi avaliada empregando-se concentrações
crescentes da solução padrão de rutina de 0,1, 0,2, 0,48, 0,6, 0,72, 0,96 e
1,2mg/mL. Cada concentração foi injetada em quintuplicata no cromatógrafo,
em volume de 50 µL. As médias das áreas de cada concentração de rutina
foram plotadas no eixo das ordenadas e as respectivas concentrações nas
abscissas. A equação da reta foi obtida pelo método dos mínimos quadrados e
expressa por y= a + bx, onde o coeficiente angular (a) é a inclinação da reta em
relação aos eixos e o coeficiente linear (b) é a interseção da reta com o eixo y.
a faixa linear de trabalho foi determinada por intermédio do coeficiente de
correlação de Pearson (r) (FDA, 2001; ANVISA, 2003).
4.3.1.5 Intervalo
É a faixa entre os limites de quantificação superior e inferior de um
método analítico. Normalmente é derivado do estudo de linearidade e depende
da aplicação pretendida do método (ANVISA, 2003). Desta forma, a faixa de
intervalo empregada (0,1 a 0,72 mg/mL) para análise quantitativa, foi
estabelecida de acordo com a média das áreas encontrada para o pico de
rutina na tintura de calêndula (alcance de 80% a 120%).
4.3.1.6 Curva de calibração
A curva de calibração para a rutina foi construída através da faixa de
intervalo encontrado para rutina descrita no item 4.3.2.3. Sendo assim, as
médias das áreas de cada concentração de rutina foram plotadas no eixo das
ordenadas e as respectivas concentrações nas abscissas. A regressão linear
foi realizada para obtenção da equação da reta (y= a + bx) e o coeficiente de
Pearson (r) para avaliar a correlação entre a concentração e a relação das
áreas (FDA, 2001; ANVISA, 2003).
4.3.1.7 Repetibilidade (precisão intra-corrida)
A repetibilidade do método foi verificada através da injeção em
sextuplicata
da tintura in natura de calêndula no cromagrafo, em um único
63
dia. Logo após, foi calculado o valor do coeficiente de variação das injeções
para expressar a precisão do método (FDA, 2001; ANVISA, 2003).
4.3.2 Análise estatística
Os dados foram analisados no programa de estatística Bioestat 5.0 e
EXCEL®.
4.4 Planejamento/pré-formulação preliminar da formulação fitoterápica
semi-sólida contendo tintura de Calendula officinalis L.
4.4.1 Obtenção da formulação
Foi preparada uma base galênica geleificante de característica
hidrofílica empregando-se como polímero o hidroxietilcelulose (Natrozol
®
250)
comumente empregado na farmacotécnica de formas farmacêuticas semi-
lidas, na qual foi incorporada a tintura de C. officinalis L. na concentração
de 10%.
Para o preparo da base, foram pesados separadamente o
hidroxietilcelulose (HEC), propilenoglicol, metilparabeno e água destilada
q.s.p. O conservante metilparabeno foi diluído em água q.s.p e essa mistura
foi levada a uma placa aquecedora sob temperatura de 55,0 ± 2,0 ºC. Logo
após, acrescentou-se o hidroxietilcelulose umedecido em propilenoglicol,
agitando continuamente com bastão de vidro até completa dissolução desses
componentes. Obtida a dissolução, a mistura foi retirada da placa e deixada
em repouso à temperatura ambiente por 2 horas. Todos os componentes
empregados na formulação estão descritos na Tabela I.
Tabela I. Componentes e seus respectivos percentuais utilizados para o
desenvolvimento do gel com tintura de Calendula officinalis L.
Componentes
Concentração (%)
Hidroxietilcelulose 1,5
Propilenoglicol 5
Metilparabeno 0,2
Água destilada q.s.p 100
64
4.4.2 Caracterização físico-química do marcador químico rutina por
Espectrometria na região do infravermelho (IV), Termogravimetria (TG) e
Análise Térmica Diferencial (DTA)
4.4.2.1 Espectroscopia na região do infravermelho da rutina
A espectroscopia de absorção na região do infravermelho da rutina foi
realizada em um espectrofotômetro com transformador de Fourier (FTIR,
Nicolet modelo Projete 460) utilizando discos de KBr na região espectral de
4000 a 500 cm
-1
.
4.4.2.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) da
rutina
Para obtenção da curvas TG e DTA da rutina, utilizou-se uma massa em
torno de 5 mg amostra e as transferiu para um cadinho de platina, logo após,
foram submetidas a uma faixa de temperatura entre 25 a 600 °C, com auxílio
de um analisador térmico de Shimadzu (modelo: DTA 50), sob atmosfera
dinâmica de nitrogênio (25,00 mL/min) e razão de aquecimento de 5 °C/min. Os
cálculos
de perda de massa e
da diferença de temperatura (T) foram feitos
com auxílio do programa TA-50WS da Shimadzu.
4.4.3 Ensaios preliminares de avaliação dos excipientes da formulação e suas
misturas binárias com extrato liofilizado de Calendula officinalis L. por
Espectrometria na Região do Infravermelho (IV), Termogravimetria (TG) e
Análise Térmica Diferencial (DTA)
4.4.3.1 Preparo das misturas binárias
As mistura binária foram preparadas por misturas físicas dos
excipientes da formulação com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
nas seguintes concentrações:
Tintura de Calendula officinalis L.
10
65
Hidroetilcelulose/ extrato liofilizado de Calendula officinalis L (1:1
p/p)
Propilenoglicol/ extrato liofilizado de Calendula officinalis L (2:1 p/p)
Metilparabeno/ extrato liofilizado de Calendula officinalis L (1:1 p/p)
4.4.3.2 Espectroscopia na Região do Infravermelho dos excipientes da
formulação e de suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula
officinalis L.
A espectroscopia de absorção na região do infravermelho dos
excipientes da formulação e de suas misturas binárias com o extrato liofilizado,
foi realizada em um espectrofotômetro com transformador de Fourier (FTIR,
Nicolet modelo Projete 460) utilizando discos de KBr na região espectral de
4000 a 500 cm
-1
.
4.4.3.3 Termogravimetria (TG) dos excipientes da formulação e de suas
misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
Para obtenção da curva termogravimétrica (TG) dos excipientes e de
suas misturas binárias com o extrato liofilizado, utilizou-se uma massa em
torno de 5 mg de cada amostra e as transferiu para um cadinho de platina,
logo as, foram submetidas a uma faixa de temperatura entre 25 a 600 °C,
com auxílio de um analisador rmico Shimadzu (modelo:TGA 50), sob
atmosfera dinâmica de nitronio (25,00 mL/min) e razão de aquecimento de
5 °C/min.
Os cálculos de perda de massa foram
feitos com auxílio do
programa TA-50WS da Shimadzu.
4.4.3.4 Análise Térmica Diferencial (DTA) dos excipientes da formulação e
de suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
Para obtenção da curva rmica diferencial (DTA) dos excipientes e de
suas misturas binárias com o extrato liofilizado utilizou-se uma massa em torno
de 5 mg de cada amostra e as transferiu para um cadinho de platina, logo
após, foram submetidas a uma faixa de temperatura entre 25 a 600 °C, com
auxílio de um analisador térmico Shimadzu (modelo: DTA 50), sob atmosfera
66
dinâmica de nitrogênio (25,00 mL/min) e razão de aquecimento de 5 °C/min. Os
cálculos da diferença de temperatura (T) foram feitos com auxílio do programa
TA-50WS da Shimadzu.
4.4.4 Teste de estabilidade preliminar da formulação
O estudo de estabilidade preliminar consiste na realização do teste na
fase inicial do desenvolvimento do produto, empregando-se condições
extremas de temperatura (estresse térmico), com o objetivo de acelerar
possíveis reações entre seus componentes e o surgimento de sinais de
instabilidade que devem ser observados e analisados conforme as
características específicas de cada tipo de produto. (BRASIL, 2004; BABY et
al., 2008; ISAAC et al., 2008). Após 24 h do preparo da formulação, foi
submetida à avaliação preliminar da estabilidade, empregando os testes de
centrifugação e do estresse térmico.
4.4.4.1 Teste de centrifugação
Foram pesados 5,0 g do gel de calêndula em tubos de centrífuga.
Procedeu-se ao teste da centrifugação, em réplicas de três, nas seguintes
condições experimentais: temperatura ambiente (25,0 ± 2,0 ºC); velocidade de
rotação de 3.000 rpm e tempo de teste de 30 minutos (BRASIL, 2004).
4.4.4.2 Teste do estresse térmico
Para realização desse teste, utilizaram-se réplicas de 12 amostras do gel
de calêndula (peso: 5 g) do mesmo lote, as quais foram acondicionadas em
vidros neutros. Sendo assim, seis amostras foram submetidas ao aquecimento
em estufa à temperatura de 45 ± 2
0
C em 6 ciclos avaliados no intervalo de 24
h, enquanto que as outras seis amostras permaneceram à temperatura
ambiente (25,0 ± 2,0
o
C) para serem utilizadas como controle, condições onde
são esperadas as menores alterações. Logo após o término de cada ciclo, as
amostras foram avaliadas pelos seguintes parâmetros: análise macroscópica e
determinação do valor de pH. Os resultados obtidos nos tempos t
1
a t
6
do ciclo
da estufa foram comparados aos resultados das amostras de referência
(BRASIL, 2004).
67
4.4.4.3 Determinação do valor pH
Foi determinado nas dispersões das amostras em água recém-destilada
e na proporção 1:10 em réplicas de três e à temperatura ambiente (25,0 ± 2,0
o
C). As leituras de cada amostra foram realizadas em triplicata.
4.4.5 Ensaio de permeação do gel contendo tintura de Calendula officinalis L.
após difusão em modelo de biomembrana alternativo (muda de pele ou estrato
córneo de cobra)
4.4.5.1 Demonstração e Identificação do sistema de difusão
O sistema é formado por dois compartimentos 1 e 2 (Figura 6), onde o
compartimento 1 é denominado de câmara doadora (CD) e o 2 de câmara
receptora (CR). A mostra em estudo é acondicionada em CD e a solução
receptora em CR. Entre as duas câmaras a membrana é inserida e fixada por
uma borracha, acessório 4 Figura 6. A membrana fica de um lado em contato
com a amostra em estudo e, do outro, com a solução receptora. Desta forma,
todo material liberado pelo veículo e permeado pela membrana é quantificado
na fase receptora. O modelo da célula com suas medidas e o esquema de
montagem do sistema completo de difusão estão ilustrados nas Figuras 7 e 8,
respectivamente. (ARAÚJO, 2003; SILVA JÚNIOR, 2006; SILVA JÚNIOR;
PEREIRA, 2008)
a
b
68
Figura 7: Diagrama esquemático do modelo da célula de difusão com suas
respectivas medidas.
Figura 6:
Modelo da célula de difusão. a) célula fechada, onde orifícios de entrada
(inferior) e saída (lateral) da solução receptora; b) célula aberta, 1- parte superior da
célula (CD), onde foram colocadas as amostras, 2 parte inferior da célula (CR), que
continha parte da solução receptora, 3 pinos de vedação da célula e 4 borracha de
vedação da membrana (ARAUJO, 2003).
5cm
1,7cm
1,5cm
0,3cm
5.6cm
7cm
5cm
reservatório
membrana
Sentido do fluxo
Sentido do fluxo
69
4.4.5.2 Determinação de flavonóides totais expressos em rutina após
permeação cutânea in vitro em modelo de biomembrana alternativo
Empregou-se a espectrofotometria na região da radiação UV a 350 nm,
para a quantificação de flavonóides totais após permeação cutânea in vitro em
modelo de biomembrana alternativo. Como substância química de referência
foi utilizada a rutina padrão e como solvente e branco de leitura
espectrofotométrica a solução de tampão fosfato 0,2 M pH 7,4 (ROLIM, et al.,
2005).
4.4.5.2.1 Solução estoque do padrão de rutina e série de diluições
Foram pesados exatamente 10 mg de rutina e transferidos para um
balão volumétrico de 50 ml seguido de adição de solução tampão e etanol 70
ºGL na proporção de 1:1 para promover a dissolução total, e a concentração
obtida foi de 200 µg/mL. Diluições seriadas foram preparadas com tampão
fosfato para as concentrações de 2,0, 4,0, 6,0 8,0, 10,0, 20,0, 30,0, 40,0 e 60,0
µg/mL.
4.4.5.2.2 Curva analítica e linearidade
A linearidade do método analítico para a determinação de flavonóides
totais expressos em rutina após a penetração e retenção cutânea in vitro foi
avaliada por meio da curva analítica e tratamento estatístico dos dados,
envolvendo diluições seriadas da rutina padrão de referência. Foram
preparadas soluções de concentrações: 2,0, 4,0, 6,0 8,0, 10,0, 20,0, 30,0, 40,0
e 60,0 µg/mL, submetidas à leitura espectrofotométrica a 350 nm, em triplicata.
O cálculo da equação da reta da curva analítica foi realizado pela regressão
linear por meio do método dos mínimos quadrados. Para cada concentração foi
Figura 8
: Esquema de montagem do sistema de difusão a partir da célula de difusão. 1- banho
termostatizado; 2- recipiente receptor; 3- célula de difusão; 4- bomba peristáltica.
70
calculado a média das absorbâncias. A regressão linear foi realizada para
obtenção da equação da reta (y= a + bx) e o coeficiente de Pearson (r) para
avaliar a correlação entre a concentração e a relação das áreas (FDA, 2001;
ANVISA, 2003).
4.4.5.3 Preparo das células de difusão para realização do ensaio de
permeação cutânea in vitro em modelo de biomembrana alternativo
As mudas de pele íntegras de cobra de Boa constrictor, vulgarmente
conhecida como jibóia, foram cedidas pelo Instituto Paraense Museu Emílio
Goeldi. Como membranas de difusão, foram utilizados cortes da porção ventral
das mudas de pele de Boa constrictor, previamente hidratadas por 12 h em
água destilada.
Conforme esquema do processo de difusão (Figura 8) a amostra do gel
contendo tintura de C. officinalis L. (3 g) foi colocada no compartimento doador
(CD), em seguida, cortes ventrais de muda de pele de Boa constrictor foram
dispostos nas 3 células entre as câmaras doadora (CD) e receptora (CR),
fixadas por uma borracha, e diretamente em contato com amostras do gel
avaliado. Na câmara receptora, foi utilizado tampão fosfato 0,2 M pH 7,4
mantido a 37 ˚C por água circulante e sob agitação de 200 rpm com auxílio de
barras magnéticas. A área de exposição da membrana foi de 19,625 cm
2
, o
volume no compartimento receptor foi de 50 mL, e o experimento foi realizado
em triplicata. Durante o experimento, 5 mL da solução receptora foram
removidos (nos tempos; 15’, 30’, 60’, 120’, 240’, 360’, 420’, 480’) com auxílio de
uma pipeta volumétrica e reposto imediatamente com solução tampão. No final
do experimento o material coletado na solução receptora foi analisado em
comprimento de onda de 350 nm através do espectrofotômetro (SILVA
JÚNIOR, 2006; SILVA JÚNIOR; PEREIRA, 2008).
.
71
5. RESULTADOS
5.1 Caracterização química, física e físico-química do das flores de
Calendula officinalis L.
5.1.1 Determinação da distribuição granulométrica do pó das flores de C.
officinalis L.
A análise granulométrica do material vegetal moído é um parâmetro
importante a ser estabelecido, pois representa uma influência direta sobre a
eficiência no processo extrativo. Após a tamização do da droga vegetal,
constatou-se que as partículas passaram em sua totalidade pelo tamis de
malha 710 µm e menos de 40% passaram pelo tamis de malha 250 µm,
caracterizando-o como moderadamente grosso de acordo com a
Farmacopéia Brasileira (1988), conforme na Figura 9.
72
Figura 9: Determinação da distribuição granulométrica do de Calendula officinalis
L.
5.1.2 Determinação de perda por dessecação e do teor de cinzas totais
Os resultados obtidos para a perda por dessecação e teor de cinzas
totais do pó de C. officinalis L. estão apresentados na tabela II abaixo.
Tabela II: Perda por dessecação e teor de cinzas totais do de Calendula officinalis
L.
Testes ŋ Determinações (%)
Perda por dessecação 3 11,42 ± 0,2
Teor de cinzas totais 3 12,77 ± 0,43
5.1.3 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) do
das flores de Calendula officinalis L.
73
As curvas termogravimétrica (TG) e termodiferencial (DTA) do pó de
calêndula estão apresentadas nas Figuras 10 e 11, respectivamente. Os
resultados referentes ao comportamento rmico deste material vegetal estão
descritos na Tabela III, que apresentaram consideráveis números de etapas
de perdas de massa.
Figura 10
:
Curvas TG-DTG correspondentes ao pó das flores de Calendula
officinalis L.
74
Tabela III: Dados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA) do de
Calendula officinalis L
.
5.2 Caracterização química, física e físico-química da tintura de flores de
Calendula officinalis L.
5.2.1 Determinação da densidade aparente, pH e resíduo seco da tintura
de flores de Calendula officinalis L.
Os resultados obtidos para densidade aparente, pH e resíduo seco da
tintura de flores de C. officinalis L. estão descritos na tabela IV.
Amo
s
tra
Etapas
de
termodecom
posição
Temperat
u
ra
de decomp.
inicial/ °
°°
°C
Temperat
u
ra
de decomp.
final / °
°°
°C
Massa
perdida
(%)
Res
í
duo
(%)
Variação de
entalpia
(J/g)
Pó de
Calendula
officinalis
L.
1
2
3
4
5
25
116
175
278
396
116
175
278
396
600
7,96
3,35
21
23,78
13,26
30,16
-395,71
10,94
42,83
307,24
1070
Figura 11
:
Curva DTA correspondente ao pó das flores de Calendula officinalis L.
75
Tabela IV: densidade aparente, pH e resíduo seco da tintura de flores de Calendula
officinalis L.
Testes ŋ Determinações
Densidade aparente 3 0, 89067 g/cm
3
pH 3 4,79
Resíduo seco 3 9,6
5.2.2 Prospecção química da tintura de flores de Calendula officinalis L.
As alises fitoquímicas preliminares visaram estabelecer quais
metabólitos secundários estavam presentes no material vegetal intermediário
através de reações de identificações (Tabela V). Está etapa foi de
fundamental importância para o controle de qualidade da matéria prima
vegetal e caracterização do perfil fitoquímico da tintura hidroalcoólica 70 % de
C. officinalis L.
Tabela V: Prospecção química da tintura de flores de Calendula officinalis L.
Classe Positivo Negativo
Indicativo
Saponinas x
úcares redutores x
Polissacarídeos x
Proteínas e Amincidos x
Fenóis e Taninos
Indicativo p/ fenóis
Flavoides geral x
Flavonas / Flavois e Xantonas x
Leucoantocianidinas / Catequinas e
Flavanonas
x
Flavois / Flavanonas / Flavanonóis e
Xantonas
x
Alcalóides x
Purinas x
Glicosídeos cardíacos x
Catequinas x
Derivados Benzaquinonas /
Naftoquinonas e Fenantraquinonas
x
Sequiterpenolactonas e outras lactonas x
Esteróides e Triperpenóides x
76
Azulenos x
Carotenóides x
Depsídios e Depsidonas x
Derivados de Cumarina x
Antraquinona x
5.2.3 Determinação do perfil cromatográfico da tintura de flores de
Calendula officinalis L. por Cromatografia em Camada Delgada (CCD)
O perfil cromatográfico obtido para tintura de C. officinalis L. foi
desenvolvido no eluente I, constituído de
acetato de etila; ácido fórmico; ácido
acético glacial; água (100:11:11:26), apresentando uma zona cromatográfica
fluorescente amarela Rf 0,4 idêntico ao valores de Rf do padrão rutina (0,4), e
três zonas cromatográficas fluorescentes azuis atribuídas aos ácidos
clorogênico, caféico e isoclorogênico com Rfs (0,5 - 0,75 - 0,85),
respectivamente (Figura 12). Contudo, a tintura de calêndula não apresentou
zona cromatográfica referente ao padrão de quercetina.
UV
λ
=365nm
Figura 12
:
Análise por CCD da tintura de Calendula officinalis L. Eluente I: acetato de
etila; ácido fórmico; ácido acético glacial; água (100:11:11:26); revelador: NP/PEG 4000.
Observação sob luz UV 365 nm; P- padrão de rutina; T- tintura de calêndula.
77
5.2.4 Espectroscopia na Região do Infravermelho do extrato liofilizado de
Calendula officinalis L.
O espectro de absorção obtido para o extrato liofilizado de calêndula
está apresentado na Figura 13, e as interpretações referentes às bandas de
absorção de relevância para o estudo estão exemplificadas na Tabela VI.
Bandas
de absorção (cm
-
1
)
Vibrações características
Figura 13
:
Espectro na região do infravermelho, correspondente ao extrato
liofilizado das flores de Calendula officinalis L.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
0
10
20
30
Transmitância (%)
Numero de onda (cm
-1
)
3408
1628
1406
2922
1460
1053
Tabela VI
: Bandas de absorção na região do infravermelho, correspondente ao extrato
liofilizado das flores de Calendula officinalis L.
78
5.2.5 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) do
extrato liofilizado de Calendula officinalis L.
As curvas termogravimétrica (TG) e termodiferencial (DTA) do extrato
liofilizado de calêndula estão apresentadas nas Figuras 14 e 15,
respectivamente. Os resultados referentes ao seu comportamentormico
estão descritos na Tabela VII.
3408 O−H
2922 C−H
1628 C = O
1460 C = C
1406 C = C
1048 C−H
Figura 14
: Curvas TG-DTG correspondentes ao extrato liofilizado das flores de
Calendula officinalis L.
79
5.3 Análise quantitativa da rutina na tintura de flores de Calendula
officinalis L. por Cromatografia quida de Alta Eficiência com detecção
por Arranjo de Diodos (CLAE/UV−DAD)
5.3.1 Validação do método
5.3.1.1 Condições cromatográficas
Amostra
Nº de
estágios
de
decomp.
Temperat
u
ra
de decomp.
inicial/ °
°°
°C
Temperat
u
ra
de decomp.
final/ °
°°
°C
Massa
perdida
(%)
Res
í
duo
(%)
Variação
de
temperatur
a (J/g)
Extrato
liofilizado
de
Calendula
officinalis
L.
1
2
3
4
25
116
318
409
116
318
409
600
5,83
41,63
10,16
12,01
30,35
-138,36
752,0
122,16
540,08
Figura 15
: Curva DTA correspondentes ao extrato liofilizado das flores de
Calendula officinalis L.
Tabela V
II
:
Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA) do extrato
liofilizado de Calendula officinalis L
.
80
As condições cromatográficas que foram utilizadas para validação da
metodologia analítica estão apresentadas nas Tabelas VIII e IX.
Tabela VIII: Parâmetro cromatográfico utilizados para validação da metodologia
analtica.
PARÂMETRO
CONDIÇÃO
Detecção UV (λ = 250 nm)
Fluxo 1,3 mL/min
Coluna
Agilent LiChrospher 100
®
, RP18
com 5 µm e 250 x 3,0 mm.
Fase móvel Gradiente linear de acetonitrila e água
ultra-pura pH 3,0 ajustado com H
3
PO
4
a 50%.
Volume de injeção 50 µL
Temperatura do forno 26 ºC (+ ou - 1ºC).
81
Tabela IX: Gradiente de eluição utilizado na análise da tintura de Calendula officinalis
L. por
CLAE/UV−DAD
Tempo (mim) % H
2
O % CH
3
CN Fluxo (mL/mim)
0,0 88,0 12,0 1,3
10,0 82,0 18,0 1,3
15,0 82,0 18,0 1,3
30,0 55,0 45,0 1,3
35,0 0,0 100,0 1,3
42,0 0,0 100,0 1,3
5.3.1.2 Seletividade
Nestas condições cromatográficas, os tempos de retenção dos picos
referentes à rutina padrão, in natura e adicionada na tintura de Calendula
officinalis L. foram de 11,33, 12,16 e 12,16 min, respectivamente. Estes, estão
apresentados nos cromatogramas da Figura 16. Para análise qualitativa da
quercetina na tintura de C. officinalis L. foi realizada a comparação dos
cromatogramas apresentados na Figura 17, o que possibilitou detectar a
ausência do pico referente à quercetina. Na tabela X podem ser observados a
média ( ) e desvio padrão (dp) dos tempos de retenção
da
rutina padrão e in
natura na tintura.
Absorbâ
ncia (mAU)
A
250 nm
Rutina
B
250 nm
82
Figura 16
:
Análise qualitativa por CLAE/UV−DAD da tintura de Calendula
officinalis L.: Cromatogramas (A) padrão de rutina, (B) tintura de calêndula in
natura, (C) tintura de calêndula com padrão rutina.
E
250 nm
Absorbância (mAU)
250 nm
250 nm
D
83
Tabela X: Média dos tempos de retenção da rutina padrão e in natura na tintura.
5.3.1.3 Linearidade
A linearidade do método, juntamente com a equação da reta e o
coeficiente de correlação de Pearson (r) para a rutina, está expressa na Figura
18 e as áreas obtidas frente às diversas concentrações apresentada na Tabela
XI.
RUTINA
n
TEMPO DE RETENÇÃO
(X ± dp)
Padrão 6 10,71± 0,22
In natura
6 11± 0,56
Figura 17
:
Análise quantitativa por CLAE/UV-DAD da tintura de Calendula officinalis
L.: Cromatogramas (D) padrão de quercetina (24,36 min), (E) tintura in natura, (F)
tintura de calêndula com padrão quercetina (23,49 min).
84
Tabela XI
: Linearidade da rutina.
Rutina
mg/mL
n Relação das áreas
1,2 5 16.785.632
0,96 5 13.422.159
0,72 5 9.942.998
0,6 5 8.246.671,2
0,48 5 6.743.901,4
0,2 5 2.115.954,75
0,1 5 1.059.595
n= número de determinações
5.3.1.4 Intervalo
Como a área da rutina na tintura teve uma média de 6.174.118, o
intervalo estabelecido foi de 0,1 a 0,72 mg/mL.
5.3.1.5 Curva de calibração
Figura 18: representação gráfica da linearidade da rutina.
85
A curva analítica, com a respectiva equação da reta e o coeficiente de
correlação de Pearson (r) para a rutina está expressa na Figura 19 e as áreas
obtidas frente às diversas concentrações apresentada na Tabela XII.
Tabela XII
: Curva de calibração da rutina.
Rutina
µg/mL
n Relação das áreas
0,72
5 16.785.632
0,6 5
8.246.671,2
0,48 5
6.743.901,4
0,2 5
2.115.954,75
0,1 5
1.059.595
n= número de determinações
5.3.1.6 Repetibilidade (precisão intra-corrida)
O valor do coeficiente de variação intra-corrida do método
cromatográfico selecionado, calculado conforme o descrito no item 4.3.1.7 foi
de 9,05%.
Figura 19: representação gráfica da curva de calibração da rutina.
r = 0,999
Y= -549738.8603 + 14694197.4530X
86
5.4 Planejamento/pré-formulação preliminar da formulão fitotepica
semi-sólida contendo tintura de Calendula officinalis L.
5.4.1 Caracterização físico-química do marcado químico rutina por
Espectrometria na Região do Infravermelho (IV)
,
Termogravimetria (TG) e
Análise Térmica Diferencial (DTA)
5.4.1.1 Espectroscopia na Região do Infravermelho da rutina
O espectro de absorção obtido para a rutina está apresentado na Figura
20 e as interpretações referentes às bandas de absorção correspondentes a
sua molécula estão exemplificadas na Tabela XIII.
Tabela XIII: Bandas de absorção na região do infravermelho, correspondente a rutina.
3426
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
50
60
70
80
90
100
110
Transmitância (%)
Nùmero de onda (cm
-1
)
1654
1601
1503
1452
1296
802,8
1054
724,6
Figura 20: Espectro na região do infravermelho, correspondente a rutina.
87
5.4.1.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) do
marcador químico rutina
As curvas termogravimétrica (TG) e termodiferencial (DTA) obtidas para
o marcador químico rutina estão representadas nas Figuras 21 e 22,
respectivamente. Os resultados fornecidos pelo estudo do comportamento
térmico por TG, calculados em massa perdida, e DTA calculados em variação
da temperatura da rutina, estão descritos na Tabela XIV.
Bandas
de absorção (cm
-
1
)
Vibrações característ
i
cas
3426 O−H
1654 C = O
1601 C = C
1503 C = C
1452 C = C
1296 = C−O− C
1054 C−H
802,8 C−H
724,6 C−H
Figura 21
:
Curva TG correspondente ao marcador químico rutina.
88
Tabela XIV: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao marcador químico rutina.
5.4.2 Ensaios preliminares de avaliação dos excipientes da formulão e suas
misturas binárias com extrato liofilizado de Calendula officinalis L. por
Espectrometria na Região do Infravermelho (IV), Termogravimetria (TG),
Análise Térmica Diferencial (DTA)
Amo
s
tra
Etapas
de
termodecom
posição
Temperat
u
ra
de decomp.
inicial/ °
°°
°C
Tempera
t
u
ra
de decomp.
final / °
°°
°C
Massa
perdida
(%)
Res
í
duo
(%)
Variação de
temperatura
(J/g)
Rutina
1
2
3
25
145
304
145
304
600
7,99
24,72
26,58
40,69
-928,81
291,65
3000
Figura 22
:
Curva DTA correspondente ao marcador químico rutina.
89
5.4.2.1 Espectroscopia na Região do Infravermelho dos excipientes da
formulação e de suas misturas binárias com o extrato liofilizado de Calendula
officinalis L.
Nas Figuras 23 estão os espectros obtidos na região do infravermelho
para o hidroxietilcelulose, extrato liofilizado de C. officinalis L. e mistura
binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado. As interpretações das bandas
correspondentes ao hidroxietilcelulose e mistura biria
(hidroxietilcelulose/extrato liofilizado) estão descritas na Tabela XV.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
Extrato liofilizado
Hidroxietilcelulose
Mistura binària
Transmitância (u. a.)
Numero de onda (cm
-1
)
Figura 23:
Espectro na região do infravermelho, correspondente ao hidroxietilcelulose,
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de hidroxietilcelulose/extrato
liofilizado (1:1 p/p).
90
Tabela XV: Bandas de absorção na região do infravermelho, correspondente ao
hidroxietilcelulose e mistura binária (hidroxietilcelulose/extrato liofilizado).
Na Figura 24 estão os espectros obtidos na região do infravermelho
para o propilenoglicol, extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura
binária de propilenoglicol/extrato liofilizado. As interpretações das bandas
correspondentes ao propilenoglicol e mistura binária (propilenoglicol/extrato
liofilizado) estão descritas na Tabela XVI.
Hidroxietilcelulose
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3423 O−H
2929 C−H
1629 C = O
1460 C = C
1063 C = C
1048 C−H
Mistura binária
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3423 O−H
2929 C−H
1629 C = O
1460 C = C
1063 C−H
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
Extrato Liofilizado
Propilenoglicol
Mistura binària
Transmitância (u. a.)
Nùmero de onda (cm
-1
)
91
Tabela XVI: Bandas de absorção na região do infravermelho, correspondente ao
propilenoglicol e mistura binária (propilenoglicol/extrato liofilizado).
Propilenoglicol
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3408 O−H
2922 C−H
1628 C = O
1460 C = C
1406 C = C
1048 C−H
Mistura binária
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3346 O−H
2928 C−H
Figura 24
.
Espectro na região do infravermelho, correspondente ao propilenoglicol,
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de
propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p)
92
Na Figura 25 estão os espectros obtidos na região do infravermelho
para o metilparabeno, extrato liofilizado de C. officinalis L. e mistura binária de
metilparabeno/extrato liofilizado. As interpretações das bandas
correspondentes ao metilparabeno e mistura binária (metilparabeno/extrato
liofilizado) estão descritas na Tabela XVII.
1628 C = O
1462 C = C
1052 C−H
Extrato liofilizado
Metilparabeno
Mistura binària
Transmitância (u. a.)
93
Metilparabeno
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3408 O−H
2922 C−H
1628 C = O
1460 C = C
1406 C = C
1048 C−H
Mistura binária
Bandas de absorção (cm
-1
)
Vibrações características
3290 O−H
2950 C−H
1682 C = O
1602 C = C
1504 C = C
1286 C−H
Figura 25
:
Espectro na região do infravermelho, correspondentes ao metilparabeno,
extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato
liofilizado (1:1 p/p).
Tabela X
V
I
I
:
Bandas de absorção na região do infravermelho, correspondente ao
metilparabeno e mistura binária (metilparabeno/extrato liofilizado).
94
5.4.2.2 Termogravimetria (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) dos
excipientes da formulação e suas misturas binárias com extrato liofilizado de
Calendula officinalis L.
As curvas TG e DTA do hidroxietilcelulose, extrato liofilizado e mistura
binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p) estão superpostas nos
gráficos das Figuras 26 e 27, respectivamente. Os resultados referentes aos
seus percentuais de perda de massa e variação de temperatura estão descritos
na Tabela XVIII.
_
Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Hidroxietilcelulose
Figura 26
:
Curvas TG correspondentes a hidroxietilcelulose, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
95
Tabela XVIII: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes a hidroxietilcelulose, extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e
mistura binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1 p/p).
Amostra
Etapa
s
de
termodeco
mposição
Temper
a
tu
ra de
decomp.
inicial/ °
°°
°C
Temp
e
r
atura
de
decom
p. final/
°
°°
°C
Massa
perdida (%)
Res
í
du
o (%)
Variação
de
temperatu
ra (J/g)
Extrato
liofilizado
1
2
3
4
25
116
318
409
116
318
409
600
5,83
41,63
10,16
12,01
30,35
-138,36
752,0
122,16
540,08
Hidroxieti
lcelulose
(HEC)
1
2
25
80
80
600
5,5
73,17
21,33 -426
9750
Mistura
binária
(HEC x
Ext.liof.)
1
2
3
25
110
420
110
420
600
10,1
54,5
6,76
28,64
-363,63
1640
153,74
_Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Hidroxietilcelulose
Figura 27
:
Curvas DTA correspondentes ao hidroxietilcelulose, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de hidroxietilcelulose/extrato liofilizado (1:1
p/p).
96
As curvas TG e DTA do propilenoglicol, extrato liofilizado e mistura
binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p) estão superpostas nos
gráficos das Figuras 28 e 29, respectivamente. Os resultados referentes aos
seus percentuais de perda de massa e variação de temperatura estão descritos
na Tabela XIX.
Figura 28
:
Curvas TG correspondentes ao propilenoglicol, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p).
Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Propilenoglicol
_Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Propilenoglicol
Figura 29
:
Curvas DTA correspondentes ao propilenoglicol, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1
p/p).
97
Tabela XIX: Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao propilenoglicol, extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e
mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (2:1 p/p).
As curvas TG e DTA do metilparabeno, extrato liofilizado e mistura
binária de metilparabeno/extrato liofilizado (1:1 p/p) estão superpostas nos
gráficos das Figuras 30 e 31, respectivamente. Os resultados referentes aos
seus percentuais de perda de massa e variação de temperatura, estão
descritos na Tabela XX.
Amostra
Etapa
s
de
termodecom
posição
Temperat
u
r
a de
decomp.
inicial/ °
°°
°C
Temp
e
r
atura
de
decomp
. final/
°
°°
°C
Massa
perdida (%)
Res
í
du
o (%)
Variação
de
temperatu
ra (J/g)
Extrato
liofilizado
1
2
3
4
25
116
318
409
116
318
409
600
5,83
41,63
10,16
12,01
30,35
-138,36
752,0
122,16
540,08
Propilenogli
col
1 25 140 99,05 0,95 421,72
Mistura
binária
(propilenogli
col x
Ext.liof.)
1
2
25
188
188
600
73,49
18,33
8,17
-363,63
1640
153,74
98
Figura 30
:
Curvas TG correspondentes ao metilparabeno, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de metilparabeno/extrato liofilizado (2:1 p/p).
_Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Metilparabeno
_Extrato liofilizado
_ Mistura binária
_Metil
parabeno
Figura 31
:
Curvas DTA correspondentes ao metilparabeno, extrato liofilizado de
Calendula officinalis L. e mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado (1:1
p/p).
99
5.4.3. Teste de estabilidade preliminar da formulação
5.4.3.1 Teste de centrifugação
Após o gel ter sido submetido à força centrípeta para acelerar possíveis
processos de instabilidade, observou-se a não ocorrência de desestruturação
da cadeia polimérica do gel, ou seja, a formulação foi aprovada no teste de
centrifugação.
5.4.3.2 Teste do estresse térmico
Durante a realização dos ciclos em estufa e temperatura ambiente,
foram verificadas as seguintes características organolépticas: aspecto, cor e
odor (BRASIL, 2004; LIMA et al., 2008). Após 24 h do preparo da formulação,
observou-se, por análise macroscópica, que o gel apresentou aspecto de gel
Amostra
Etapa
s
de
termodecom
posição
Temperat
u
r
a de
decomp.
inicial/ °
°°
°C
Temp
e
ra
tura de
decomp.
final/ °
°°
°C
Massa
perdida (%)
Res
í
duo
(%)
Variação de
entalpia
(J/g)
Extrato
liofilizado
1
2
3
4
25
116
318
409
116
318
409
600
5,83
41,63
10,16
12,01
30,35
-138,36
752,0
122,16
540,08
Metilparab
eno
1 25 600 98,73 1,27 4060
Mistura
binária
(Metilparab
enp x
Ext.liof)
1
2
3
4
25
90
132
452
90
132
452
600
1,9
6,5
70,98
4,77
15,85
-140,13
-54,09
3620
-73,39
Tabela X
X
:
Resultados termogravimétricos (TG) e termodiferenciais (DTA),
correspondentes ao metilparabeno, extrato liofilizado de Calendula officinalis L. e mistura
binária de metilparabeno/extrato liofilizado (1:1 p/p)
100
macroscopicamente sem alterações físicas, de cor amarelo escuro e odor
característico da tintura de calêndula (Figura 32). Essas características foram
consideradas como padrão para comparação com as amostras submetidas aos
ciclos em estufa (45 ± 2
0
C). Portanto, após a análise macroscópica de cada
amostra ao término dos ciclos, não se observou quaisquer características
organolépticas diferentes das características apresentadas pela amostra
padrão.
Os valores de pH obtidos por potenciometria direta em dispersão aquosa
das amostras de gel em estufa (45 ± 2
0
C) e amostras padrões à temperatura
ambiente (25 ± 2
0
C), estão representados graficamente na Figura 33. Os
valores dos coeficientes de variação da amostra em estufa e amostras (padrão)
foram de 2,2% e 0,99%, respectivamente.
Figura 32:
Amostra do gel com tintura de Calendula officinalis L. a 10%.
101
5.4.3.3 Ensaio de permeação do gel contendo tintura de Calendula officinalis
L. após difusão em modelo de biomembrana alternativo (muda de pele ou
estrato córneo de cobra)
O perfil de permeação dos flavonóides totais expresso em rutina
realizado conforme item 4.4.5, esapresentado graficamente em função da
concentração permeada vs. tempo (Figura 34).
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
T0 1 ciclo 2 ciclo 3 ciclo 4 ciclo 5 ciclo 6 ciclo
Ciclos de Estabilidade
Valor de pH
Amostra Padrão
Figura 33
. Perfil do pH durante o teste de estresse térmico obtido das amostras do gel de
calêndula submetidas á temperatura de 45 ± 2
0
C, e das amostras (padrão) do gel de
calêndula à temperatura ambiente (25 ± 2
0
C). Os resultados foram expressos pela média
das leituras (n=3)
102
Figura 34
:
Perfil de permeação dos flavonóides totais expresso em rutina
presentes no gel contendo tintura de Calendula officinalis L.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
0 100 200 300 400 500 600
Tempo (min)
Concentração ug/mL
103
6. DISCUSSÃO
Para o desenvolvimento tecnológico de formulações fitoterápicas que
atendam as exincias e especificações da legislação vigente no país, é
indispenvel o estabelecimento de protocolos que garantam o controle de
qualidade das matérias-primas, derivados vegetais e excipientes empregados
na sua produção, assim como a validação de cnicas qualitativas e
quantitativas apropriadas aos marcadores químicos escolhidos para o
desenvolvimento do fitoterápico. Só assim é possível obter um produto
tecnologicamente acabado com qualidade assegurada (TOLEDO et al., 2003;
BASSANI et al., 2005; NETTO, et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2007).
Diante desta premissa, a primeira etapa deste trabalho se deteve na
realização de metodologias estabelecidas por protocolos de controle de
qualidade para prodão e comercialização de fitotepicos, exigidos pela
RDC 48/04 (ANVISA) e por monografia farmacopeica específica para a
espécie em estudo (C. officinalis L.), como a caracterização física e físico-
química da matéria-prima vegetal (pó das flores de calêndula) e a obtenção e
caracterização física, química e físico-química do derivado vegetal (tintura de
calêndula).
A granulometria de drogas vegetais determina a superfície de contato
disponível para interação com o solvente utilizado na obtenção do derivado
vegetal, visto isso, é um parâmetro preliminar e importante para a escolha do
processo de extração adequado, que é uma
influencia direta sobre a
eficiência do processo extrativo (SANTOS, 2000; MIGLIATO et al., 2007 ). Na
distribuição granulométrica do de calêndula ilustrada na Figura 9 (pág. 71),
foi possível classificá-lo como moderadamente grosso segundo Farmacopéia
Brasileira (1988). Este resultado foi um dos critérios determinantes para a
escolha do processo de obtenção da tintura. Contudo, este resultado foi
divergente ao emitido pelo laudo técnico da empresa fornecedora desta
matéria-prima, o que reforça a necessidade da confirmação dos resultados de
laudos técnicos emitidos por empresas fornecedoras de insumos farmacêuticos
e matérias-primas vegetais, bem como a qualificação desses fornecedores
pois, segundo Carvalho e colaboradores (2006), a qualidade da matéria-prima
104
vegetal é a determinante inicial da qualidade do fitoterápico. Por isso, se faz tão
pertinente a questão da problematização da qualidade dos fitoterápicos,
principalmente os produzidos em pequena escala como em farmácias de
manipulação ou mesmo em indústrias de médio e pequeno porte.
A perda por dessecação é um método analítico que determina o teor de
material volátil do vegetal a 105 °C, ou seja, que expressa o percentual de
umidade residual da droga vegetal. Este tipo de análise é importante, uma vez
que pode oferecer informações a cerca do armazenamento da droga vegetal. O
valor obtido nessa análise para o pó das flores de calêndula conforme descrito
na Tabela II (pág. 72) foi de 11,42 % (m/m), sendo que este se encontra dentro
dos limites estabelecidos em sua monografia farmacopeica, que permite valor
máximo de 12% (FARMACOPÉIA BRASILEIRA IV, 2001). Sob o ponto de vista
tecnológico e de produção, este resultado é de grande relevância para
assegurar a estabilidade microbiológica e química da formulação fitoterápica,
uma vez que, teores de umidade acima do especificado propiciam a
proliferação de fungos e bactérias, além de possíveis degradações de
substâncias químicas por processos de hidrólise, mesmo em um curto prazo.
Pode-se afirmar que os valores característicos da perda por dessecação, além
de informação importante do ponto de vista tecnológico, servem também como
parâmetro de controle da qualidade do de C. officinalis L (WHO, 1992;
MACIEL, et al., 2006; MIGLIATO et al., 2007 ).
Na determinação do teor de cinzas totais do pó das flores de C.
officinalis L., obteve-se o valor de 12,77 % (m/m). Este resultado, descrito na
Tabela II encontra-se acima do limite especificado por sua monografia que é de
no máximo 10 %. A realização deste ensaio permite verificar prováveis
impurezas inorgânicas não-voláteis, e quando o teor de cinzas é superior ao
permitido, provavelmente seja indício de procedimentos de colheita e pós-
colheita inadequados (SHARAPIN, 2000; SOUSA et al., 2003).
O estudo termogravimétrico (TG) do pó das flores de C. officinalis L.
apresentou um comportamento térmico com cinco etapas de
termodecomposição (Figura 10 na pág. 73, e Tabela III na g. 74). A
primeira etapa, entre 25 e 116°C, apresentou uma pe rda de massa de 7,96%,
105
que pode está relacionada com a eliminação de água adsorvida na matéria
prima, podendo ser confirmada pela curva endotérmica observada na DTA
(Figura 11), no mesmo intervalo de temperatura. Após a desidratação, foram
observadas mais ts etapas de perda de massa (116-39C) que totalizaram
um percentual de 48,13%, podendo ser visualizadas nas curvas DTG, e
apresentando uma variação de temperatura de 361,01 J/g. Essas perdas
estão associadas à decomposição térmica dos compostos orgânicos. A quinta
etapa de termodecomposição, entre 396-60C, com um a variação de
temperatura de 1,07 kJ/g, envolveu um percentual de perda de massa de
13,26%, caracterizado como a formão do material carboceo e sua
decomposição (ARAÚJO et al., 2006).
A avaliação da qualidade de uma tintura inicia-se com a análise da
maria prima ou droga vegetal utilizada para sua obtenção, atentando-se
principalmente para a identificação botânica ou zoológica (DESMICHELLE,
1987). As o processo de prodão, as tinturas devem passar por vários
ensaios dentre eles a identificação, observação de características
organolépticas, determinação da densidade, do resíduo seco, do teor
alcoólico e doseamento de compostos marcadores (FONSECA; LIBRANDI,
2008).
Todos estes ensaios o importantes para assegurar a qualidade,
atendendo a uma especificação pré-estabelecida. Seguindo este
entendimento, na caracterização e controle de qualidade da tintura obtida a
partir do pó das flores de C. officinalis L. (Tabela IV pág.74), o valor da
densidade aparente encontrado foi de 0,89 g/cm
3
, o qual se manteve dentro
do limite preconizado para tinturas 0,87 e 0,98 g/cm
3
(PRISTA et al., 1990). O
valor de pH encontrado para a tintura de calêndula foi de 4,79,
caracterizando-a como ácida. Este resultado representa um dado
determinante na escolha dos adjuvantes empregados na formulação
fitoterápica, além de ser um fator de influência na estabilidade de formulações
(MACIEL et al., 2006). O percentual de resíduo seco da tintura foi obtido a 105
°C e expresso em 9,6 % (m/m). A determinação do res íduo seco é um
parâmetro fundamental e preliminar quando se objetiva alcançar a eficácia de
106
uma formulação fitoterápica, pois este ensaio implica na quantificação das
substâncias extraídas da planta através da eliminação do solvente extrator.
Sendo assim, esse percentual é um indicativo da concentração da tintura de
calêndula (OLIVEIRA; BERRETTA, 2007).
Por meio da análise fitoquímica realizada segundo metodologia proposta
por Barbosa (2001), foi possível estabelecer o perfil químico da tintura de
calêndula, parâmetro preliminar para o seu controle de qualidade e
caracterização da matéria-prima. A Tabela V demonstra os metabólitos
secundários identificados na tintura que foram os açúcares redutores, proteínas
e aminoácidos, fenóis, flavonóides gerais, flavonas, flavonóis e xantonas,
flavanonas, flavanonóis e alcalóides. A presença de várias classes de
favonóides foi um dos importantes indícios para a certificação da identidade da
matéria-prima em estudo, como sendo a C. officinalis L.
Para investigação preliminar da presença dos flavonóides (quercetina e
rutina) na tintura de C. officinalis L. procedeu-se a analise por Cromatografia
em Camada Delgada, uma técnica analítica extremamente simples e poderosa
para a prospecção de substâncias presentes em fitoterápicos. Esta, consiste na
separação dos componentes de um extrato por migração diferencial sobre uma
camada fina de gel de sílica (fase estacionária), retida sobre uma superfície
plana por ação da fase móvel constituída por uma mistura de solventes em
proporções diferentes (ROCHA, 2006; COLLINS et al, 2006).
Assim, a determinação do perfil cromatográfico da tintura possibilitou a
comparação dos valores de Rf das substâncias da amostra com os valores de
Rf dos padrões rutina e quercetina, além da comparação das colorações
desenvolvidas pelas zonas cromatográficas. Seguindo este procedimento, o
perfil cromatográfico por CCD obtido para tintura de C. officinalis L. apresentou
melhor desenvolvimento no eluente I, constituído de
acetato de etila; ácido
fórmico; ácido acético glacial; água (100:11:11:26), pois proporcionou uma
melhor separação dos componentes e, conseqüentemente, melhor rendimento
quando comparado ao eluente II. Após o desenvolvimento do cromatograma, a
placa apresentou uma zona cromatográfica fluorescente amarela com valor de
Rf 0,4 idêntico ao valor de Rf do padrão rutina (0,4), e três zonas
107
cromatográficas fluorescentes azuis atribuídas aos ácidos clorogênico, caféico
e isoclorogênico com respectivos Rfs (0,5 - 0,75 - 0,85), ilustradas na Figura 12
pág. 76 (WAGNER; BLADT, 2001). No entanto, a tintura não apresentou
mancha referente ao padrão de quercetina. De acordo com a Farmacopéia
Brasileira IV (2001), que incluiu nesta edição com o fascículo 2 revisado, a C.
officinalis L., recomenda que para a caracterização e controle de qualidade
desta espécie, é necessário a determinação da presença, por meio de CCD, do
flavonóide rutina e do ácido clorogênico. Portanto, através da análise qualitativa
por cromatografia em camada delgada, foi caracterizada a presença destes
marcadores químicos, comprovando assim a identidade e assegurando a
qualidade da matéria-prima e conseqüentemente, do derivado vegetal obtido
(tintura).
Dentro da cadeia produtiva de fitoterápicos, um dos pontos mais críticos
é o estabelecimento de técnicas analíticas qualitativas e quantitativas
apropriadas, que permitam comprovar a presença dos marcadores químicos
responsáveis pela ação biológica. Desta forma, a Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência (CLAE) é uma técnica de análise moderna, que ocupa um lugar de
destaque devido a sua facilidade em efetuar a separação, identificação e
quantificação das espécies químicas (COLLINS et al, 2006).
Contudo, ainda é notável um grande problema relacionado à adequação
da produção dos medicamentos fitoterápicos as normas e exigências
estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores, para que se possa garantir a
qualidade, eficácia e segurança do produto final. Nesse contexto, é
imprescindível que se faça a validação das metodologias empregadas nas
etapas do desenvolvimento dos fitoterápicos, com o objetivo de demonstrar que
o método é apropriado para a finalidade pretendida, a fim de se obter a
confiabilidade dos resultados (ANVISA, 2003; NETO et al., 2006; OLIVEIRA et
al., 2007).
Segundo a RE 899/03 (ANVISA) para análises quantitativas de
princípios ativos em matérias primas vegetais, é exigido que o método
apresente os seguintes parâmetros: seletividade, linearidade, intervalo e
repetibilidade.
108
A primeira etapa realizada para o estabelecimento da metodologia de
quantificação da rutina na tintura de C. officinalis L. foi à adequação das
condições cromatográficas idéias para está análise. Os estudos realizados por
Bilia e colaboradores (2001) de caracterização da tintura de flores de calêndula
por CLAE-DAD e CLAE-MS, foram utilizados a fim de subsidiar os
experimentos de otimização da análise conforme mostrado na Tabela VIII e IX
na pág. 80.
Após o estabelecimento das condições cromatográficas ideais para a
validação, foi realizada a seletividade do método, que este parâmetro possui
a capacidade de medir exatamente um composto em presença de outros
componentes (ANVISA, 2003). Os resultados dos testes de seletividade
apresentados na Figura 16 pág. 81 confirmam a presença de rutina na tintura
de C. officinalis L., uma vez que houve um aumento significativo da área do
pico de tempo de retenção de 12,16 min do cromatograma da tintura in natura
(B), o que se deve ao aumento da quantidade de rutina detectada pelo
equipamento. A comparação das médias dos tempos de retenção da rutina
padrão e rutina na tintura in natura (Tabela X pág. 83) foi mais um parâmetro
utilizado para a confirmação da seletividade do método, pois suas médias
tiveram valores semelhantes.
Estudos realizados por Pietta e Bruno (1982) e Bilia e colaboradores
(2001) detectaram a presença de quercetina em extrato e tintura de C.
officinalis L., respectivamente. No entanto, a comparação dos cromatogramas
apresentados na Figura 17 pág. 89 possibilitou caracterizar a ausência do pico
referente à quercetina na tintura in natura.
A variabilidade do material vegetal deve-se às diferenças do
crescimento, colheita, secagem, e condições de armazenagem. A polaridade
do solvente, o modo de extração, e a instabilidade dos constituintes também
podem influenciar na composição e na qualidade dos extratos. Portanto, para
se obter um produto fitoterápico com qualidade, segurança e eficácia, é
desejável que o cultivo de plantas medicinais seja feito em condições
padronizadas (BAUER, 1998; MIGUEL; MIGUEL, 2004). Desta forma, torna-se
imprescindível a discussão a cerca do controle de qualidade das matérias-
109
primas, empregadas no desenvolvimento de fitoterápicos, adquiridas por
empresas fornecedoras desses produtos.
A linearidade apresentou baixa dispersão dos pontos experimentais com
relação de áreas diretamente proporcionais às concentrações dos analitos, que
foi caracterizado pelo coeficiente de correlação (r) superior a 0,99, critério
mínimo aceitável pela legislação em vigor (Figura 18 pág. 83 e Tabela XI pág
84) . O intervalo do método foi obtido através do estudo da linearidade do
método e baseado na área do pico de rutina na tintura de calêndula, através do
qual foi obtido intervalo de 0,1 a 0,72 mg/mL. Este intervalo foi empregado para
a construção da curva de calibração da rutina ilustrada graficamente na Figura
19 (FDA, 1994; ANVISA, 2003).
A repetibilidade do método (precisão intra-corrida) avaliada a partir do
coeficiente de variação das áreas da tintura de C. officinalis L. apresentou
valores adequados segundo as recomendações vigentes, isto é, inferior a 15%
(FDA, 1994; ANVISA, 2003).
Outra técnica utilizada para o controle de qualidade do planejamento da
formulação foi a espectroscopia na região do infravermelho. Está técnica, tem
por objetivo a identificação ou mesmo determinação de grupos funcionais
característicos dos compostos orgânicos analisadas, propiciando um estudo
preliminar de sua estrutura química (MACIEL, et al., 2002).
O espectro de absorção do marcador químico rutina ilustrado na Figura
20 apresentou bandas de absorção características dos grupos funcionais de
sua estrutura química (Tabela XIII pág. 86). Uma banda de absorção larga em
3426 cm
-1
foi atribuída ao estiramento da hidroxila fenólica, e a banda de
absorção em aproximadamente 2937 cm
-1
pode ser relacionada à deformação
axial da ligação C−H de aromáticos. Segundo Jin e colaboradores (2007), a
banda de absorção em 1655 cm
-1
,
apresentada no espectro da rutina, é
atribuída ao estiramento da carbonila (C=O); absorções em 1601 cm
-1
, 1503
cm
-1
e 1452 cm
-1
são referentes a estiramentos do anel fenil (C=C). A banda de
absorção em torno de 1295 cm
-1
foi atribuída ao estiramento C=C−O−C. a
banda de absorção em 1054 cm
-1
pode ser relacionada à deformação angular
110
no plano da ligação C−H do anel aromático (DENG, et al., 1997; OLIVEIRA;
CARVALHO, 1999; SILVERSTEIN et al., 2006; JIN et al., 2007).
A interpretação no espectro de infravermelho do extrato liofilizado de C.
officinalis L. (Figura 13 e Tabela VI pág. 77) foi realizada com base nos grupos
funcionais característicos apresentados pelo padrão de rutina, uma vez que foi
o marcador químico escolhido para a padronização e desenvolvimento da
formulação fitoterápica da espécie vegetal em estudo. Bandas de absorção
semelhantes às apresentadas pelo espectro de absorção da rutina foram
identificadas no espectro do extrato liofilizado, como em 3408 cm
-1
atribuída a
hidroxila fenólica, em 2922 cm
-1
referente à ligação C−H de aromáticos, em
1628 cm
-1
correspondente ao estiramento do grupo carbonila (C=O), em 1460
cm
-1
e 1406 cm
-1
referentes aos estiramentos do anel fenil (C=C), e a banda de
absorção em 1048 cm
-1
atribuída a ligação C−H do anel. Dessa forma, através
da comparação do espectro da rutina (padrão) com o espectro do extrato
liofilizado foi possível confirmar a presença dos grupos funcionais
característicos da rutina no extrato, concretizando-se em mais um parâmetro
de caracterização e controle de qualidade da tintura de C. officinalis L.
Os todos de extração e manipulação utilizados para o
desenvolvimento de medicamentos oriundo de plantas medicinais têm uma
significativa influência na estabilidade química e física do produto
tecnologicamente acabado. Neste contexto, justifica-se a utilização da análise
térmica neste trabalho como método de caracterização, avaliação do
comportamento térmico e da estabilidade térmica, podendo ser empregada no
controle de qualidade de matérias-primas e avaliação de desenvolvimento de
medicamentos fitoterápicos (COSTA et al., 2002; SILVA, et al., 2007; ZHANG,
et al., 2008).
A pequena quantidade de amostra utilizada, a rapidez de resultados, a
limpeza da técnica e a possibilidade de visualização do seu perfil
termoanalítico, fazem dessas técnicas poderosas ferramentas no estudo de
padronização das matérias-primas vegetais e ensaios de pré-formulação para o
desenvolvimento tecnológico de medicamentos fitoterápicos (ARAGÃO et al.,
2002; ARAÚJO et al., 2006; SILVA JÚNIOR, 2006; ALVES, 2008).
111
A caracterização rmica do marcador químico rutina apresentou ts
etapas de decomposição rmica (Figura 21, 22 pág. 87 e Tabela XIV g.
88). A primeira etapa de termodecomposição (25-145°C) apresentou um
percentual de perda de massa de aproximadamente 7,99%, que pode está
relacionada com a eliminação da água adsorvida na superfície da rutina,
confirmada pela presença de uma curva endotérmica na DTA. A segunda
etapa (145-304°C) apresentou um percentual de perda de massa de 24,72%.
Esta significante perda de massa esrelacionada com a eliminação de duas
moculas de água, decompostas com efervescência, tornando-se dessa
forma anidro, com uma varião de temperatura de 291,65 J/g (COSTA et al.,
2002). A terceira etapa de termodecomposição (26,58%) ocorreu na região de
304 a 600°C. Segundo estudos realizados por Zhang e colaboradores (2008),
essa perda corresponde à eliminação dos complexos e o início da
decomposição dos açúcares da rutina, apresentando uma variação de
temperatura de aproximadamente 3,00 kJ/g.
A curva TG do extrato liofilizado da calêndula apresentou quatro etapas
de termodecomposição (Figura 14 pág. 78). A primeira etapa ocorreu no
intervalo de 25 a 116°C, com um percentual de perda de massa de 5,83%,
que evidenciou a perda de água superficial ou de umidade. Contudo, as
demais etapas de perda de massa, ocorreram no intervalo de 116 a 600°C,
envolvendo processos de decomposição da matéria orgânica (carboidratos,
proteínas, aminoácidos, flavonóides entre outros), até a formação do material
carboceo, além do início da decomposição dos açúcares presentes na
rutina. As curvas DTA apresentaram eventos endotérmicos em todas as
etapas de perda de massa do extrato liofilizado, como podem ser observados
na Figura 15 g. 78 e Tabela VII pág. 79.
Após a obtenção do gel contendo tintura de C. officinalis L. foram
realizados estudos preliminares do planejamento/pré-formulação da formulação
obtida, com intuito de avaliar a viabilidade do seu desenvolvimento.
Desta forma, foram obtidos espectros na região do infravermelho para os
excipientes e suas misturas com o extrato liofilizado, a fim de analisar as
bandas de absorção características do marcador químico rutina no extrato
112
liofilizado de C. officinalis L., após sua mistura com os excipientes da
formulação. Os espectros das misturas binárias hidroxietilcelulose/extrato
liofilizado, propilenoglicol/extrato liofilizado e metilparabeno/extrato liofilizado
(Figura 23, 24 e 25, Tabelas XV, XVI e XVII págs. 89, 90, 91 e 92,
respectivamente) apresentaram bandas de absorção características de todos
os grupos funcionais do extrato liofilizado, inferindo assim, que mesmo depois
da mistura física dos excipientes ao extrato liofilizado, não houve mudanças
significativas que pudessem interferir no perfil do extrato liofilizado, garantindo
a permanência das bandas atribuídas ao marcador químico rutina. Estes
resultados confirmam preliminarmente a compatibilidade entre os constituintes
da formulação, além de representar um parâmetro fundamental para assegurar
a eficácia do produto fitoterápico acabado.
Portanto, o infravermelho contribuiu como uma técnica de caracterização
estrutural com intuito de confirmar a presença dos grupos funcionais
importantes para a determinação do marcador químico rutina no material
vegetal intermediário em estudo (extrato liofilizado da C. officinalis L). Além de
auxiliar nos estudos de planejamento da formulação fitoterápica, proposta por
meio da identificação de bandas características dos grupos funcionais de cada
componente da formulação, tanto isolados como em misturas binárias com o
extrato liofilizado, ainda auxiliou na comprovação de que não houve
degradação e nem interferência dos excipientes sobre a disponibilidade do
marcador.
As curvas TG dos excipientes hidroxietilcelulose, propilenoglicol e
metilparabeno comparadas com as curvas TG das suas respectivas misturas
com o extrato liofilizado de calêndula apresentaram, no decorrer do estudo
diferentes comportamentos térmicos (Figuras 26, 28 e 30 gs. 93, 95 e 97,
respectivamente). Entretanto, a análise termodiferencial (DTA) mostrou que
houve apenas ocorrência de eventos endotérmicos para todos os excipientes
e misturas birias. Os valores de variação de temperatura, referentes aos
eventos de perda de massa dos excipientes e de suas misturas binárias com
o extrato liofilizado estão descritos nas Tabelas XVIII, XIX e XX gs. 94, 96 e
98, respectivamente.
113
O hidroxietilcelulose apresentou um percentual de perda de massa de
aproximadamente 5,5%, no intervalo de 25 a 80°C. sua mistura binária
com o extrato liofilizado apresentou um percentual de perda de massa de
10,1%, no intervalo de 25 a 11C. Os resultados ob tidos inferem uma
compatibilidade entre o hidroxietilcelulose e o extrato liofilizado, uma vez que
o extrato liofilizado apresentou um percentual de perda de massa de 5,83%,
no intervalo de 25 a 116°C. Desta forma observa-se que a mistura manteve o
mesmo perfil rmico das substâncias isoladas.
As curvas TG da mistura binária de propilenoglicol/extrato liofilizado
apresentaram duas etapas de termodecomposição significativas. A primeira
etapa de perda de massa ocorreu no intervalo de 25 a 188°C, com um
percentual de perda de massa de 73,49%. O segundo intervalo entre 188 e
600°C, foi observado um percentual de perda de mass a de 18,33%. Estes
resultados indicaram que houve uma melhora do comportamento térmico do
propilenoglicol, ou seja, um aumento de sua estabilidade térmica, que na
análise termogravimétrica desse excipiente isolado pode ser observado um
percentual de perda de massa de 99,05%, no intervalo de 25 a 140°C,
indicando que a mistura entre o propilenoglicol e extrato liofilizado foi
compatível.
A Termogravimetria (TG) da mistura binária do metilparabeno/extrato
liofilizado apresentou um comportamento térmico semelhante ao do extrato
liofilizado, pois suas perdas de massa ocorreram em quatro etapas. A
primeira etapa de perda de massa da mistura binária (metilparabeno/extrato
liofilizado) ocorreu no intervalo de 25 a 90°C, com um percentual de perda de
massa de 1,9%. Este resultado infere uma melhora da estabilidade rmica do
extrato liofilizado quando misturado fisicamente com o metilparabeno, visto
que o extrato liofilizado, quando analisado isoladamente, apresentou um
percentual de termodecomposição de 4,23% no mesmo intervalo de
temperatura (25 a 90°C).
As técnicas termoanáliticas utilizadas para o planejamento do
desenvolvimento do gel de C. officinalis L. mostram-se como ferramentas
potenciais para a obtenção de parâmetros tecnológicos, em controle de
114
qualidade, compatibilidade entre os excipientes e o extrato liofilizado de
calêndula, estabilidade rmica dos constituintes da formulação fitoterápica,
além de fornecer condições adequadas de armazenamento.
O ensaio de estabilidade representa uma fase fundamental e crucial no
desenvolvimento e avaliação de medicamentos, pois a instabilidade de uma
formulação ou preparação farmacêutica modifica requisitos essenciais como a
qualidade, segurança e eficácia (BILIA et al., 2001). Partindo desse
pressuposto, o teste de estabilidade preliminar teve cunho orientativo no
desenvolvimento da formulação, a qual foi submetida a condições extremas de
temperatura e centrifugação visando acelerar possíveis processos de
instabilidade na formulação.
O primeiro teste realizado para avaliação da estabilidade preliminar da
formulação com caráter eliminatório foi o de centrifugação. Mesmo depois de a
amostra ter sido submetida a uma força centrípeta de 3000 rpm por 30 min,
não houve quaisquer sinais de instabilidade apresentado, ou seja, o teste não
provocou a desestruturação da cadeia polimérica do gel. No entanto, a não
ocorrência de sinais de instabilidade no gel não assegura sua estabilidade, mas
somente indica que o produto poderia ser submetido, sem necessidade de
reformulação, a outras condições de tensão, como o estresse térmico (BRASIL,
2004; ISAAC et al., 2008; LIMA et al., 2008).
A análise macroscópica das amostras do gel de calêndula (Figura 32
pág. 99) foi realizada comparando-se características organolépticas (aspecto,
cor e odor) das amostras submetidas ao estresse em estufa (45 ± 2
0
C) com as
características organolépticas das amostras padrões do gel à temperatura
ambiente (25 ± 2
0
C). Desta forma, foi verificado que as amostras em estufa
permaneceram aparentemente estáveis, com características organolépticas
adequadas, conforme as apresentadas pela amostra padrão, com aspecto de
gel límpido, de cor amarelo escuro e odor característico da tintura de calêndula.
Esse resultado reforça a boa estabilidade preliminar da formulação, bem como
um agradável aspecto estético ou visual. Segundo Barry (2002), é desejável
que as formulações tópicas tenham aparência homogênea, límpida e com odor
115
agradável, proporcionando estimativas melhores da adesão do paciente ao
tratamento.
No teste de estresse térmico, o parâmetro analisado foi o valor de pH, os
quais estão sendo apresentados na Figura 33 pág. 100. Como pode ser
verificado, o perfil do gráfico para os dois valores de pH da amostra em estufa
(45 ± 2
0
C) e a temperatura ambiente (25 ± 2
0
C) é semelhante, apesar do
estresse rmico sofrido pela amostra em estufa com intuito de acelerar seu
envelhecimento. Esse resultado representa a manutenção do parâmetro pH,
que não houve alterações maiores que 2,2% (QUEIROZ, 2008). Portanto,
presume-se que a base geleificante de hidroxietilcelulose 1,5% utilizada para a
incorporação da tintura de C. officinalis L. permaneceu estável, ou seja, não
apresentou desestruturação da cadeia polimérica do gel, nem mudanças
relevantes no pH durante esses estudos, o que se caracteriza em mais um
indicativo primário da estabilidade da formulação.
A realização do estudo preliminar de estabilidade foi de suma
importância para o planejamento da formulação proposta, pois possibilitou à
obtenção de resultados satisfatórios acerca da estabilidade do gel em um curto
intervalo de tempo do seu desenvolvimento inicial. Isto porque que uma das
situações mais críticas no desenvolvimento de formulações farmacêuticas
semi-sólidas é o relevante número de incompatibilidades que podem ocorrer,
simultaneamente ou não, entre os princípios ativos e os excipientes (ISAAC et
al., 2008; LIMA et al., 2008). No caso de formulações fitoterápicas do tipo gel,
essas incompatibilidades geralmente acontecem entre o polímero formador do
gel e os outros constituintes da rmula, principalmente após a incorporação de
extratos e tinturas, gerando processos de instabilidade como turbidez,
precipitação, cristalização, alteração da cor, alteração de odor, variação de
viscosidade e desestruturação da cadeia poliméricas (ZAGUE, 2008;
FERREIRA; LEITE, 2008).
A seleção do modelo de ensaio de permeação in vitro representa uma
das etapas fundamentais no desenvolvimento de formulações de uso tópico e
tem por objetivo investigar a permeação de substâncias ativas através da pele
(SCHMOOK et al., 2001; BABY et al., 2006). Sendo assim, para avaliar o perfil
116
de permeão dos flavonóides totais expresso em rutina no gel contendo
tintura de C. officinalis L., foi utilizado como modelo de biomembrana a muda
de pele de cobra Boa constrictor. Embora a muda de pele de cobra não seja
um tegumento de procedência de mamíferos, este material biológico
apresenta similaridade ao estrato rneo humano e vantagens potenciais que
a tornam um modelo de membrana para ensaios de difusão (BABY et al.,
2008).
Durante a realização do estudo preliminar de permeação in vitro, o gel
apresentou tendência para favorecer o transporte dos flavonóides totais para a
fase receptora por um período de oito horas, os quais foram detectados por
método espectrofotométrico a 350 nm. Desta forma, o perfil de difusão dos
flavonóides totais expresso em rutina obtido para o gel com tintura de C.
officinalis L. apresentou uma relação linear entre a massa cumulativa
permeada e o tempo em que o gel permaneceu em contato com a
biomembrana (Figura 34 pág. 101).
O estudo de permeação cutânea in vitro é uma ferramenta
imprescindível para o desenvolvimento e controle de qualidade de formulações
farmacêuticas semi-sólidas, pois se destaca por sua eficiência e praticidade,
implicando em uma ampla aplicabilidade (ANTÔNIO, 2007). E em se tratando
de formulações fitoterápicas semi-sólidas, seu emprego ainda é inexpressivo, o
que reforça a necessidade do estabelecimento e validação dessa metodologia
para seu emprego na averiguação da eficácia destas formulações.
Os resultados obtidos até o presente momento acerca do controle de
qualidade e planejamento da formulação fitoterápica do tipo gel contendo
tintura de C. officinalis L. demonstram a importância de se adequar à produção
de fitoterápicos as normas de regulamentação frente à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, através do emprego de protocolos de controle de
qualidade das matérias-primas vegetais, além do estabelecimento de
metodologias tecnogicas para a produção de fitoterápicos.
117
7. CONCLUSÕES
A problemática da qualidade e da insuficiência de metodologias
tecnogicas para a produção de fitotepicos no país, principalmente na
região norte, impulsionou o desenvolvimento deste trabalho conforme as
normas regulatórias estabelecidas pela legislação vigente sobre fitoterápicos.
Visto isso, após sua realização foi possível concluir que:
Através da caracterização física e físico-química da droga vegetal (pó
das flores de calêndula) e do derivado vegetal (tintura de calêndula), foi
possível obter especificações farmacognósticas além de parâmetros de
controle de qualidade condizentes com a monografia farmacopeica específica
para a espécie em estudo, além de constatar a identidade do material vegetal
como sendo C. officinalis L. através da detecção do marcador químico rutina
por CCD.
A validação do método para a quantificação da rutina na tintura de
calêndula por CLAE/UV-DAD apresentou parâmetros de desempenho
condizentes aos objetivos do trabalho e estão em conformidade com os
parâmetros recomendados pela legislação sanitária vigente no país.
A caracterização do marcador químico rutina por espectrometria na
região do infravermelho (IV) e técnicas termoanalíticas (TG e DTA) permitiu
confirmar a presença dos grupos funcionais característicos deste marcador no
118
extrato liofilizado de calêndula, além de monitorá-los após sua mistura com os
excipientes da formulação e obter seu comportamento térmico,
respectivamente.
No planejamento da formulação fitoterápica, os espectros obtidos na
região do IV para os excipientes da formulação e suas misturas binárias com
o extrato liofilizado possibilitaram detectar a permanência das bandas
atribuídas ao marcador químico rutina no extrato mesmo após sua mistura com
os excipientes, demonstrando que não houve degradação, nem interferência,
dos excipientes sobre a disponibilidade do marcador.
As cnicas termoanáliticas (TG e DTA) utilizadas para o planejamento
do desenvolvimento do gel de C. officinalis L. proporcionaram a obtenção de
parâmetros tecnológicos em controle de qualidade, confirmando a
compatibilidade entre os excipientes e o extrato liofilizado de calêndula e
fornecendo dados relevantes acerca da estabilidade térmica dos constituintes
da formulação fitoterápica.
Os resultados obtidos na avaliação da estabilidade preliminar do gel
foram considerados satisfatórios, pois a formulação permaneceu estável
durante a realização dos ciclos em estufa (45 ± 2
0
C) e temperatura ambiente
(25 ± 2
0
C), não sendo identificados quaisquer sinais de instabilidade,
atestando-se que a formulação obtida proporcionou a incorporação da tintura
de C. officinalis L. de forma estável.
No estudo preliminar da permeação do gel contendo tintura de
Calendula officinalis L. após difusão em muda de pele de Boa constrictor, o gel
apresentou tendência para favorecer a permeação dos flavonóides totais
expresso em rutina para a fase receptora.
119
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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138
APÊNDICE
139
APÊNDICE A-Curva de calibração da rutina obtida no ensaio de permeação da
formulação fitoterápica pica do tipo gel contendo tintura de Calendula
officinalis L. após difusão em modelo de biomembrana alternativo (muda de
pele ou estrato córneo de cobra)
Curva da rutina
y = 49.443x - 0.7415
r = 0.9996
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0.000 0.100 0.200 0.300 0.400 0.500 0.600 0.700 0.800 0.900
Asorbância
Concentração (ug/ml)
140
APÊNDICE B- Especificidade de flavonóides totais expressos em rutina
Foram realizadas leituras em triplicata da tintura de calêndula (diluída
em 1/200) em espectrofotômetro no comprimento de onda de 350 nm. Através
da equação da reta obtida no ensaio de permeação foi calculado a
concentração de flavonóides total expressos em rutina na tintura de calêndula.
Tabela valores relativos a absorbância e concentração de rutina (padrão)
Rutina
mg/mL
n Absorbância
(médias)
2,00 3 0,051
4,00 3 0,095
6,00 3 0,134
8,00 3 0,174
10,00 3 0,222
20,00 3 0,428
30,00 3 0,626
40,00 3 0,816
60,00 3 1,197
Quantificação de flavonóides total expresso em rutina na tintura de calêndula
Abs concentração (ug/ml) Conc. X FD
Média de
flavonóides
total
0.826 40.098 8019.684
0.835 40.543 8108.681
0.867 42.126 8425.116
8184.494
141
APÊNDICE C-Quantidade permeada de flavonoides total expresso em rutina
em função do tempo, e desvio padrão.
dp Qtidade permeada (ug/ml)
Tempo
min
0.000
0.000 0
3.445
2.70 15
3.270
5.42 30
2.755
8.04 60
4.580
14.67 120
7.664
35.63 240
4.400
57.85 360
2.544
79.16 420
1.737
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