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FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU
UNESP –
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Daniela Fernandes Lima
FATORES DE PREDIÇÃO DE MORTALIDADE EM
PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
CRÔNICA EM USO DE OXIGENOTERAPIA
DOMICILIAR PROLONGADA
Botucatu
2009
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Daniela Fernandes Lima
FATORES DE PREDIÇÃO DE MORTALIDADE EM
PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
CRÔNICA EM USO DE OXIGENOTERAPIA
DOMICILIAR PROLONGADA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Fisiopatologia em Clínica Médica da
Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP –
para obtenção do título de Mestre
Orientadora: Profª. Adjunta Irma de Godoy
Botucatu
2009
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Lima, Daniela Fernandes.
Fatores de predição de mortalidade em pacientes com insuficiência respira-
tória crônica em uso de oxigenoterapia domiciliar prolongada / Daniela
Fernandes Lima. – Botucatu : [s.n.], 2009.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina de Botucatu, 2009.
Orientadora: Irma de Godoy
Assunto CAPES: 40101002
1. Insuficiência respiratória 2. Oxigênio 3. Dispnéia 4.
Respiração artificial 5. Mortalidade
CDD 616.2
Palavras-chave: DPOC; Insuficiência respiratória crônica; Oxigenoterapia
domiciliar Prolongada; Mortalidade; Sobrevida
10
Dedicatória
À minha mãe Eunize
Exemplo de honestidade e coragem. Agradeço pela devoção e
paciência. Seu imenso AMOR fortalece cada minuto da minha vida.
11
Agradecimentos
À Deus, sem a TUA presença maravilhosa e misericordiosa em minha vida,
nada teria acontecido.
À Minha mãe pelo apoio e por todo sacrifício dedicado a minha educação e
ao meu crescimento profissional e pessoal. Obrigada!!! Sou muito
abençoada por ser sua filha.
Ao meu namorado André, meu amor, pela compreensão, companheirismo,
pelas palavras de carinho, pelo incentivo em todos os momentos.
Aos meus familiares, em especial tia Elza, tia Nide e tia Bete que tanto
rezam pela minha felicidade.
Às minhas “irmãs” Ana Cristina e Elisângela pela amizade sincera, apoio
nos momentos de angústia e de alegria.
À amiga Karina, companheira em todos os momentos. Obrigada pela
paciência e pelos ensinamentos desde o início no Serviço de ODP, exemplo
de dedicação, responsabilidade e seriedade no trabalho.
Às minhas chefas do hospital São Camilo, e em especial a Ciça pela
confiança em mim depositada e pelo incentivo à pesquisa e ao crescimento
profissional.
Às amigas e colegas do São Camilo pelo apoio e compreensão dos
momentos de ausência total, dedicados às atividades do Mestrado.
Ao grupo de pesquisa da Dra. Irma: Nilva, Suzana, Fernanda, Márcia,
Renata Ferrari, Renata Amaral, Laura, Paulo, e ao Vitor que me apresentou
à UNESP. A realização deste trabalho foi possível devido ao intenso
trabalho em equipe.
À diretoria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Botucatu e à Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Botucatu e
outras regiões pelo empenho em possibilitar o fornecimento de Oxigênio
aos pacientes.
12
Aos pneumologistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Botucatu, pelas avaliações clínicas dos pacientes, em especial a Dra.
Suzana.
À UNESP e a CAPES, pelo suporte financeiro para a realização desta
pesquisa.
À Eva pelas gasometrias colhidas, carinho e comprometimento, dedicado
não só a mim, mas principalmente aos pacientes.
Às enfermeiras Hilda e Rosana pela ajuda no serviço de ODP.
À Profª. Liciana Silveira pela análise estatística dos nossos dados.
Às funcionárias do laboratório de função pulmonar: Lurdinha, Lúcia e
Mary. Agradeço a ajuda e a paciência.
Aos funcionários do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
Medicina de Botucatu.
Aos funcionários do Setor de Eletrocardiograma do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina de Botucatu: Sibele Ap. Della Coletta, Rodrigo
Rodrigues.
Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de
Botucatu.
A todos os pacientes envolvidos nessa pesquisa, pelos grandes
ensinamentos que me proporcionaram, principalmente pelas histórias de
vida.
13
Agradecimento Especial
Drª. Irma de Godoy
Obrigada pela oportunidade, confiança e paciência.
Sinto-me privilegiada por te sido orientada por uma pessoa
tão competente, honesta e profissional. Sua sabedoria e
dedicação à pesquisa é um grande exemplo para mim.
14
SUMÁRIO
Lista de Abreviaturas
Resumo
Abstract
Introdução
.....................................................................................................
7
Objetivo .......................................................................................................
17
Pacientes e Métodos ......
..............................................................................
18
Pacientes ............................
..............................................................
18
Métodos ..........................................................................................
20
Análise Estatística .........................................................................
27
Resultados ...................................................................................................
28
Discussão ...................................................................................................
46
Conclusões .................................................................................................. 58
Referências ...................................................................................................
59
Anexos ..........................................................................................................
74
15
LISTA DE ABREVIATURAS
BDI - Índice de dispnéia basal
Carga tab. - Carga tabágica
CVF - Capacidade vital forçada
DPI - Doença pulmonar intersticial
DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crônica
DVP - Doença vascular pulmonar
FMB - Faculdade de Medicina de Botucatu
FPM - Força de preensão manual
Hb - Hemoglobina
HAP - Hipertensão arterial pulmonar
Htc - Hematócrito
IMC - Índice de massa do corpo
IMMC - Índice de massa magra do corpo
IRespC - Insuficiência respiratória crônica
MG - Massa de gordura
MMC - Massa magra do corpo
O
2
- Oxigênio
ODP - Oxigenoterapia domiciliar prolongada
PaCO
2
- Pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial
PaO
2
- Pressão parcial de oxigênio no sangue arterial
PAP - Pressão da artéria Pulmonar
SaO
2
- Saturação arterial de oxigênio
16
SAOS - Síndrome da apnéia obstrutiva do sono
SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
SGRQ - Questionário de qualidade de vida na doença respiratória do
Hospital Saint George
SpO
2
- Saturação periférica de oxigênio
VEF
1
-
Volume expiratório forçado no primeiro segundo
17
RESUMO
Introdução: A fase avançada de pneumopatias, cardiopatias e doenças
sistêmicas está associada com o desenvolvimento de insuficiência respiratória
crônica (IRespC). O tratamento desta complicação inclui o uso de
oxigenoterapia domiciliar prolongada. Na literatura nacional poucos estudos
avaliaram a sobrevida em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) ou com IRespC recebendo oxigenoterapia domiciliar prolongada
(ODP). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores de predição de
mortalidade em pacientes com IRespC tratados com ODP no período de um,
dois e três anos. Pacientes e Métodos: Foram avaliados e acompanhados pelo
período mínimo de três anos ou até o óbito, 142 pacientes cadastrados no
ambulatório de oxigenoterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB)
até julho de 2005. Na avaliação inicial, foram coletados dados de identificação
pessoal, história de tabagismo, o uso de medicação, composição corporal, força
de preensão manual, função pulmonar, gases sanguíneos e hemograma. Tamm
foram aplicados a escala de dispnéia de Borg, o índice de dispnéia basal (BDI) e
o questionário de qualidade de vida na doença respiratória do Hospital Saint
George (SGRQ). Resultados: Durante os três anos de estudo; 83 pacientes
(58%) morreram: 37 (26%) durante o primeiro ano de acompanhamento, 23
(16%) no segundo ano e 23 (16%) no período de três anos. O grupo óbito
apresentou valores de hematócrito e hemoglobina significativamente menores,
maior sensação de dispnéia, avaliada pelo BDI e Borg, e apresentou maior
18
comprometimento do estado de saúde, avaliado pelos domínios, impacto,
atividade e total do SGRQ. Os principais preditores de mortalidade, na avaliação
que incluía todos os pacientes, no período de três anos foram: gênero masculino
(HR=2,67, CI=1,15-6,18, p=0,02), menores valores de hemoglobina (HR=0,85,
CI=0,74-0,98, p=0,02), e de PaCO
2
(HR=0,95, CI=0,92-0,99, p=0,02), maior
intensidade de dispia avaliada pelo BDI (HR=0,87, CI=0,76-0,99, p=0,03), e
hipoxemia mais acentuada avaliada pela SpO
2
(HR=0,93, CI=0,89-0,97,
p=0,001). No mesmo período, os preditores de mortalidade para o grupo de
pacientes com DPOC foram: menores valores de PaCO
2
(HR=0,95, CI=0,90-
0,99, p=0,03); a presença de dispnéia mais intensa avaliada pelo BDI (HR=0,83,
CI=0,68-1,00, p=0,05) e a presença de hipoxemia mais acentuada avaliada pela
SpO
2
(HR=0,94, CI=0,89-0,99, p=0,02). Conclusões: Em conclusão, este estudo
mostrou que a mortalidade de pacientes com hipoxemia crônica é alta no
período de três anos, e que a sensação de dispnéia e gravidade da hipoxemia
foram os principais preditores em pacientes com IRespC em uso de ODP. Além
disso, a PaCO
2
teve efeito contrário ao esperado e a presença de valores menores
de hematócrito e hemoglobina também influenciariam a mortalidade no período.
Palavras-Chave: Insuficiência respiratória crônica; DPOC; oxigenoterapia
domiciliar prolongada; sobrevida; mortalidade.
19
ABSTRACT
Introduction: The advanced stage of lung, heart and systemic diseases
is associated with the development of chronic respiratory failure (CRF). The
treatment of this complication includes the use of long term oxygen therapy
(LTOT). In the national literature few studies have assessed the survival of
patients with chronic obstructive pulmonary disease (COPD) or with chronic
respiratory failure treated with LTOT. Aim: The aim of this study was to
evaluate the predictors of mortality in patients with CRF treated with oxygen in
the period of one, two and three years. Patients and Methods: One hundred
forty two patients were evaluated and followed for the minimum period of three
years or until death. The study group consisted of patients with CRF, clinically
stable, seen at the Oxygen Therapy Outpatient Clinic of Botucatu School of
Medicine Hospital. Information about the demographic characteristics, smoking
history, comorbidity conditions and treatment were collected during the first
visit; evaluation of body composition, handgrip strength, lung function and
blood gases and blood counts were also undertaken at this time. In addition, the
dyspnea sensation (basal dyspnea index - BDI - and Borg scale) and health
related quality of life (Saint George Respiratory Questionnaire) scores were
calculated. Results: During the follow-up, 83 (58%) patients died; 37 (26%)
during the first year of follow-up, 23 (16%) in the second year and 23 (16%)
considering in three years. The group of death showed significantly lower
20
hematocrit and hemoglobin, increased sensation of breathlessness, measured by
BDI and Borg, and showed greater impairment of health status as measured by
impact, activity and total score of SGRQ. The main predictors of mortality, after
three years of follow-up were male gender (HR=2.67, CI=1.15-6.18, p=0.02),
lower values of hemoglobin (HR=0.85, CI=0.74-0.98, p=0.02), and PaCO
2
(HR=0.95, CI=0.92-0.99, p=0.02), the greater intensity of dyspnea evaluated by
BDI (HR=0.87, CI=0.76-0.99, p=0.03), and the presence of severe hypoxemia
evaluated by SpO
2
(HR=0.93, CI=0.89-0.97, p=0.001). In the same period, the
main predictors for the patients with COPD were lower values of PaCO
2
(HR=0.95, CI=0.90-0.99, p=0.03); the presence of more intense dyspnea
evaluated by BDI (HR=0.83, CI=0.68-1.00, p=0.05) and SpO
2
measured by
severe hypoxemia (HR=0.94, CI=0.89-0.99, p=0.02). Conclusions: In
conclusion, this study showed that mortality of patients with chronic hypoxemia
is high in three years, and the sensation of dyspnea and severity of hypoxemia
were the main predictors in patients with CRF treated with LTOT. Furthermore,
the PaCO
2
effect was contrary to the expected and the presence of lower values
of hematocrit and hemoglobin also influence the mortality in the period.
Key words: chronic respiratory failure; COPD; long term oxygen therapy;
survival; mortality.
21
Introdução
7
1. INTRODUÇÃO
A fase avançada de pneumopatias, cardiopatias e doenças sistêmicas
está associada com o desenvolvimento de insuficiência respiratória crônica
(IRespC). O tratamento desta complicação inclui o uso de oxigenoterapia
domiciliar prolongada (ODP), com o objetivo de melhorar a oferta de Oxigênio
(O
2
) para as células, impedir a policitemia secundária, reduzir o estresse
miocárdico e as arritmias cardíacas causados pela hipoxemia, especialmente
durante o sono (SBPT, 2000).
A partir dos anos 70 se confirmou que a ODP melhora a qualidade e
prolonga a expectativa de vida de pacientes portadores de doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC) com hipoxemia crônica (SBPT, 2000). A
fundamentação científica para o uso da ODP em pacientes portadores de
hipoxemia crônica, preso parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO
2
)<55
mmHg, está baseada em dois trabalhos clássicos: o norte-americano Nocturnal
Oxygen Therapy Trial (NOTT) e o britânico Medical Research Council (MRC),
publicados no início dos anos 80, os quais mostraram que a oxigenoterapia
aumenta a sobrevida dos portadores de DPOC e hipoxemia grave (SBPT, 2000).
No estudo do MRC, foram avaliados 77 pacientes alocados em dois grupos; em
um, os pacientes receberam oxigênio no mínimo durante 15h/dia, e grupo
controle que não recebeu oxigênio (MRC, 1981). No estudo norte-americano
foram avaliados 203 pacientes, um grupo recebeu ODP 24h/dia e o outro
somente durante 12h noturnas (NOTT, 1980). Os pacientes avaliados nos dois
8
estudos eram similares quanto à gravidade da doença; entretanto, os pacientes do
NOTT eram mais velhos e a pressão parcial do gás carbônico arterial (PaCO
2
)
foi maior no MRC. Quando as curvas de sobrevida do NOTT e do MRC foram
combinadas, a menor sobrevida foi a do grupo sem oxigênio do MRC e a melhor
foi a do grupo do NOTT com oxigenoterapia contínua (>18h/dia). Portanto,
qualquer quantidade de oxigênio traz benefícios para a sobrevida e o uso
contínuo (24h/dia) é melhor do que o uso durante 12 ou 15h/dia. Após cinco
anos, a sobrevida dos pacientes que receberam ODP 24h/dia foi de 62% versus
16% para o grupo sem oxigênio (NOTT, 1980 e MRC, 1981).
ODP reverte a policitemia, melhora a função cardíaca ventricular
direita e esquerda, a tolerância aos exercícios e a hipertensão arterial pulmonar
(HAP) (SBPT, 2000). Estudos prospectivos mostram que a oxigenoterapia pode
prevenir a progressão da HAP (Weitzenblum et al., 1985; Zielinski et al., 1998).
A correção da hipoxemia arterial reduz a dispnéia, melhora o funcionamento
cerebral e conseqüentemente a qualidade de vida (SBPT, 2000). Eaton et al.
(2004), acompanharam 68 pacientes com DPOC muito grave, durante um
período de seis meses. Um grupo (n=43) usava ODP e o outro grupo (n=23) não.
Este estudo mostrou que a introdução da ODP foi associada com melhora
significativa da qualidade de vida nos dois primeiros meses e que permaneceu
até os seis meses de acompanhamento. Outro benefício da ODP é a diminuição
das complicações decorrentes das exacerbações agudas da doença de base e a
diminuição do número de internações hospitalares (SBPT, 2000).
9
Constituem indicação para a prescrição de ODP: a presença de
PaO
2
<55 mmHg, ou entre 56-59 mmHg na presença de sinais sugestivos de cor
pulmonale ou eritrocitose (hematócrito [Htc]>55%). O objetivo da
suplementação é a manutenção da saturação arterial da oxiemoglobina (SaO
2
)
acima de 90% (SBPT, 2004).
A DPOC é a causa mais comum de hipoxemia crônica em
pneumologia e é a patologia presente em aproximadamente 67,8% a 81,6% dos
pacientes em ODP (Ström et al., 1993; Zielinski et al., 1993; Silverman et al.,
1997; Chaney et al., 2002; McDonald et al., 2005; Coleta, 2006). O prognóstico
de pacientes com DPOC complicado pela hipoxemia, retenção de gás carbônico
(CO
2
) e cor pulmonale é ruim (Skwarski et al., 1991). Estudos mostraram que
apesar dos benefícios da ODP a sobrevida de pacientes hipoxêmicos com DPOC
é baixa. A sobrevida em um ano variou entre 70% e 80% (Dubois et al., 1994;
Foucher et al., 1998; Crockett et al., 2001; Chailleux et al., 2003; Cranston et al.,
2004; Marti et al., 2006; Coleta et al., 2008). Em dois anos a variação foi de
50% a 70% (Dubois et al., 1994; Foucher et al., 1998; Crockett et al., 2001;
Chailleux et al., 2003; Cranston et al., 2004; Marti et al., 2006) e em três anos
variou de 34% a 43% (Dubois et al., 1994; Chailleux et al., 2003). Após cinco
anos, apenas 19% a 40% estavam vivos (MRC, 1981; Miyamoto et al., 1995;
Foucher et al., 1998; Crockett et al., 2001; Cranston et al., 2004; Katsura et al.,
2001); e após dez anos apenas 1,1% a 10% (Foucher et al., 1998; Crockett et al.,
2001; Cranston et al., 2004).
Dois estudos que avaliaram pacientes com IRespC
10
em uso de ODP, a sobrevida em dois anos variou de 49% a 58% (Ström et al.,
1993; Toth et al., 2004).
Vários estudos avaliaram os fatores de predição da mortalidade em
pacientes com DPOC recebendo ODP (Skwarski et al., 1991; Dubois et al.,
1994; Chailleux et al., 1996; Foucher et al., 1998; Crockett et al., 2001;
Machado et al., 2006; Martinez et al., 2006). A idade é considerada um
importante fator de predição de mortalidade em diversas pesquisas (Dubois et
al., 1994; Oswald-Mammosser et al., 1995; Foucher et al., 1998; Piccioni et al.,
1998; Toth et al., 2004; Marti et al., 2006; Martinez et al., 2006). A idade mais
elevada está associada à piora da sobrevida em pacientes com DPOC em uso de
ODP (Dubois et al., 1994; Oswald-Mammosser et al., 1995; Foucher et al.,
1998; Piccioni et al., 1998; Marti et al., 2006; Martinez et al., 2006) e também
em pacientes com IRespC após o início de ODP (Toth et al., 2004).
A influência do nero na sobrevida de pacientes com DPOC em uso
de ODP foi pouco investigada e os resultados são controversos. Miyamoto et al.
(1995) avaliaram pacientes com IRespC recebendo ODP e a sobrevida foi
significativamente maior nas mulheres. Em estudo realizado no Brasil e
publicado em 2006, as mulheres eram mais jovens e tinham menor carga
tabágica que os homens apesar de valores de volume expiratório forçado no
primeiro segundo (VEF
1
), PaO
2
e PaCO
2
semelhantes. Na análise multivariada,
as mulheres tiveram risco maior de morrer quando comparadas aos homens
(Machado et al., 2006). No estudo de Franklin et al. (2007) as mulheres eram
11
mais jovens, tinham menor carga tabágica, menor PaO
2
e maior PaCO
2
que os
homens. A sobrevida em um ano foi 77% (95% IC=0,75-0,79) nas mulheres e
69% (95% IC=0,67-0,71) nos homens. O risco relativo de morte entre homens
versus mulheres foi 1,21 (95% IC=1,14-1,28), de acordo com a regressão de
Cox ajustada pela idade.
A função pulmonar está entre os fatores de predição de mortalidade em
pacientes com DPOC em uso de ODP. Dubois et al. (1994), estudaram 270
pacientes, em análise multivariada mostraram que a diminuição da relação
VEF
1
/capacidade vital forçada (CVF) foi um fator independentemente associado
à mortalidade. Outros estudos também mostraram que quanto menor o valor de
VEF
1
, menor o tempo de sobrevida, em pacientes com DPOC em uso de ODP
(Cooper et al., 1987; Chailleux et al., 1996; Piccioni et al., 1998; Machado et al.,
2006).
Alguns estudos avaliaram a influência da gravidade da hipoxemia e da
HAP na mortalidade dos pacientes com DPOC em uso de ODP. (Skwarski et al.,
1991; Oswald-Mammosser et al.,1995 ). Skwarski et al. (1991) estudaram os
preditores de sobrevida em 179 pacientes e mostraram relação positiva entre a
PaO
2
e a sobrevida e que a pressão de artéria pulmonar (PAP) média elevada foi
associada com menor sobrevida. O estudo mostrou que valores de PaO
2
<53
mmHg e de PAP média>29 mmHg foram associados com pior prognóstico em
pacientes tratados com ODP. Oswald-Mammosser et al. (1995) estudaram os
fatores prognósticos em 84 pacientes com DPOC em uso de ODP. A PAP média
12
mostrou-se o melhor fator prognóstico e os pacientes com PAP média<25
mmHg tiveram maior sobrevida. Em 1998, Zielinski et al. investigaram os
efeitos de seis anos de ODP na hemodinâmica de pacientes com DPOC. O uso
de ODP resultou em pequena redução da HAP depois de dois anos de
seguimento e com subseqüente estabilização da PAP depois de seis anos. Neste
estudo a sobrevida não foi avaliada.
Os dados sobre a influência da hipercapnia na sobrevida de pacientes
com DPOC em uso de ODP são controversos. Alguns estudos mostram que o
aumento da PaCO
2
está relacionado com a mortalidade em pacientes com DPOC
hipoxêmicos em uso de ODP (Skwarski et al., 1991; Foucher et al., 1998). No
trabalho de Foucher et al. (1998) foram avaliados 252 pacientes com DPOC
hipoxêmicos em uso de ODP e a análise multivariada realizada por meio de dois
modelos (COX e Hakulinen) mostrou que a hipercapnia foi fator prognóstico
negativo. Por outro lado, alguns estudos encontraram o aumento da PaCO
2
como
fator prognóstico positivo (Dubois et al., 1994; Chailleux et al., 1996). No
estudo de Dubois et al. (1994), 270 pacientes com DPOC e hipoxemia grave
(PaO
2
55 mmHg) foram separados em três grupos: hipocápnicos (PaCO
2
<34
mmHg), normocápnicos (PaCO
2
=34 a 46 mmHg) e hipercápnicos (PaCO
2
>45
mmHg). A sobrevida foi significativamente diferente entre estes grupos e o risco
relativo de mortalidade foi 1,9 para hipocápnicos, 1,14 para normocápnicos e
0,86 para pacientes hipercápnicos.
13
A presença de desnutrição é um dos fatores de grande importância
como preditor de mortalidade em pacientes em uso de ODP. A depleção
nutricional, definida por índice de massa do corpo (IMC) baixo, foi associada
com aumento da mortalidade (Toth et al., 2004; Machado et al., 2006),
independentemente da gravidade da obstrução da via aérea (Chailleux et al.,
2003). No estudo de Chailleux et al. (2003), foram avaliados 4088 pacientes
com DPOC em uso de ODP, o risco relativo de morte foi: 1,4 para pacientes
com IMC entre 25 e 29 kg/m
2
; 1,8 para IMC entre 20 e 24 kg/m2; 2,4 para
IMC<20 kg/m
2
. Em 2006, Marti et al., estudaram 128 pacientes com DPOC em
uso de ODP>15 horas/dia acompanhados durante aproximadamente 3,2 anos.
No final do seguimento 78 (61%) pacientes tinham morrido. Os pacientes que
morreram tinham IMC<25 kg/m
2
e maior mero de comorbidades (índice de
Charlson 2) quando comparados com os sobreviventes.
Chambellan et al. (2005) avaliaram associação entre Htc e o
prognóstico de 2524 pacientes com DPOC recebendo ODP. Anemia foi definida
pelo Htc<39%, para homens, e <36%, para mulheres. A taxa de sobrevida foi de
24% em pacientes com Htc<35% e 70% em pacientes com Htc>55%. A
influência prognóstica do Htc foi significativa em homens e mulheres. O modelo
Cox mostrou que aumento de 5% no Htc foi associado com melhora da
sobrevida, e que Htc foi fator prognóstico tão importante quanto a idade.
A farmacoterapia e a influência dos medicamentos na sobrevida dos
pacientes com DPOC também foi estudada.
Em 1998, Ström et al. analisaram a
14
influência da farmacoterapia na morbidade e mortalidade de 403 pacientes com
DPOC recebendo ODP e observaram que o uso de corticóide oral aumentou a
mortalidade em mulheres e não teve influência na sobrevida dos homens.
Em resumo, em pacientes com IRespC, principalmente secundária a
DPOC, a idade, o nero, a carga tabágica, a função pulmonar, as alterações de
troca gasosa e suas conseqüências, a presença de comorbidades, o estado
nutricional e o uso crônico de corticóide, são relacionados com a sobrevida.
Na literatura nacional poucos estudos avaliaram a sobrevida em
pacientes com DPOC ou com IRespC recebendo ODP. Em 2006, Machado et al.
estudaram 435 pacientes com DPOC em uso de ODP, e avaliaram o efeito do
gênero na sobrevida. Neste estudo as mulheres eram mais jovens, fumavam
menos e tinham comprometimento da função pulmonar e das trocas gasosas
similares aos homens. Valores baixos de PaO
2
e VEF
1
, maior carga tabágica,
menores valores de IMC, foram associados com maior mortalidade. Em análise
multivariada, as mulheres tinham aumento de 54% do risco de morte depois de
iniciado ODP, quando comparado aos homens. Em tese de mestrado realizada
em nosso serviço, 118 pacientes portadores de IRespC de qualquer etiologia,
foram avaliados e acompanhados, no Ambulatório de ODP da Faculdade de
Medicina de Botucatu. Após um ano de acompanhamento, 75,9% dos pacientes
estavam vivos. Os pacientes que morreram apresentavam valores menores de
saturação periférica de oxigênio (SpO
2
), maior índice de comorbidade de
Charlson, sensação de dispnéia mais acentuada, avaliada tanto pela escala de
15
Borg como pelo índice de dispnéia basal (BDI), e maior comprometimento do
estado de saúde avaliado pelo escore do domínio impacto do questionário do
Hospital Saint George na doença respiratória (SGRQ). A análise individual da
composição corporal mostrou que a prevalência de desnutrição (IMC<20 kg/m
2
)
foi mais alta nos pacientes que morreram. Após análise de regressão logística
múltipla, a intensidade de dispnéia avaliada pelo BDI foi o único fator
estatisticamente significativo relacionado com a mortalidade (OR:0,52;
IC=0,31-0,86; p<0,05). Portanto, para os pacientes com IRespC em uso de ODP
avaliados neste estudo a intensidade de dispnéia foi o principal fator de predição
da mortalidade (Coleta, 2006).
Neste mesmo estudo, avaliou-se em separado a sobrevida do subgrupo
de pacientes com DPOC recebendo ODP por um período de um ano. Setenta e
oito pacientes foram incluídos e após um ano de acompanhamento, 15,4% deles
tinham morrido. O modelo Cox mostrou que valores menores de SpO
2
e PaO
2
,
maior PaCO
2
, maior comprometimento do estado de saúde avaliado pelo escore
do domínio impacto do SGRQ, foram associados com a redução da sobrevida.
Após análise multivariada, a intensidade de dispnéia avaliada pelo BDI foi fator
estatisticamente significativo relacionado com a mortalidade (OR:0,50;
IC=0,31-0,81; p=0,005) e a severidade da hipoxemia provou também ser um
fator preditor da mortalidade (OR:0,49; IC=0,26-0,95; p=0,04) (Coleta et al.,
2008).
16
Em continuação ao estudo citado acima, a presente investigação
avaliou a sobrevida de maior mero de pacientes em uso de ODP no período de
três anos.
17
2. OBJETIVOS
Avaliar os fatores de predição de mortalidade em pacientes com
IRespC tratados com ODP no período de um, dois e três anos.
Avaliar os fatores de predição de mortalidade em pacientes com
DPOC tratados com ODP no período de um, dois e três anos.
Comparar as características coletadas no momento basal dos pacientes
do grupo óbito e não óbito no período de três anos.
18
3. PACIENTES E MÉTODOS
PACIENTES
Foram avaliados e acompanhados, pelo período mínimo de três
anos, 157 pacientes cadastrados no ambulatório de oxigenoterapia da
Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) até julho de 2005. Entretanto, em
15 pacientes os dados estavam incompletos; portanto, nesta pesquisa serão
apresentados os resultados referentes a 142 pacientes. Os pacientes eram
portadores de IRespC de qualquer etiologia, clinicamente esveis, e em uso
de medicação adequada para a patologia em questão de forma regular. Foi
considerada estabilidade clínica, o período de três meses sem exacerbação da
doença ou modificações no esquema terapêutico antes da inclusão no estudo.
Todos preenchiam os critérios de ODP recomendados para pacientes com
DPOC (SBPT, 2000). A causa da IRespC foi determinada utilizando critérios
diagnósticos estabelecidos para a patologia, avaliados pelo médico
responsável pelo paciente.
A indicação de ODP em nosso serviço é realizada de acordo com as
recomendações utilizadas para pacientes com DPOC e hipoxemia crônica
(SBPT, 2000). São indicações de oxigenoterapia de forma contínua:
PaO
2
55 mmHg ou SaO
2
88%, ou
PaO
2
=56-59mmHg ou SaO
2
=89% com evidência de cor pulmonale
e/ou hematócrito>55%.
19
A presença de hipoxemia crônica e a estabilidade clínica do paciente
no momento da primeira avaliação foram os critérios de inclusão e não houve
critérios de exclusão.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (Anexo 1) e todos os pacientes foram informados sobre os
procedimentos da pesquisa e assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido (Anexo 2).
20
MÉTODOS
Na avaliação inicial (Anexo 3) foram coletados os seguintes dados:
identificação pessoal (idade, gênero, diagnóstico principal e doenças
associadas), composição corporal (peso, estatura, IMC, massa magra e massa de
gordura do corpo), força de preensão manual (FPM), uso de medicação
(corticosteróide oral), história de tabagismo (anos/maço), função pulmonar
(VEF
1
, CVF e VEF
1
/CVF), gases sanguíneos (PaO
2
, PaCO
2
e SpO
2
) e
hemograma (Hb e Htc). Também foram avaliados, o índice de dispnéia basal
(BDI) e os escores dos domínios e total do SGRQ.
Durante a avaliação inicial foi realizada a titulação e feita a
prescrição de oxigênio. A titulação é feita com o paciente sentado e em
repouso, com aumento do fluxo de O
2
(0,5 l/min) a cada 20 minutos, até obter
SpO
2
90%. Ao fluxo de oxigênio indicado durante o dia em repouso, é
recomendado o acréscimo de 1,0 l/min durante a noite (SBPT, 2000). Os
pacientes que eram fumantes ativos foram intensamente orientados a cessar o
tabagismo e encaminhados para tratamento. Foi dada orientação para os
pacientes e seus familiares sobre o uso adequado de oxigênio e manuseio do
concentrador.
Após a avaliação inicial, os pacientes foram acompanhados com
retornos a cada três meses (Anexo 4) durante o primeiro ano de seguimento;
após o primeiro ano, os pacientes foram acompanhados com retornos a cada 6
21
meses. Nos retornos se verificava: aderência ao tratamento (fluxo e número de
horas de oxigênio prescritas) e número de exacerbações e hospitalização no
período. Os faltosos eram contatados e no caso de óbito a causa foi
investigada. As exacerbações foram definidas como necessidade de alteração
na medicação de rotina em virtude do aumento da sintomatologia (dispnéia,
aumento da expectoração e/ou expectoração purulenta) associada com a
necessidade de introduzir o uso de corticóide e/ou antibiótico.
1. Função pulmonar
A espirometria foi efetuada em sistema computadorizado de função
pulmonar (Med-Graph 1070; Medical Graphics Corporation, St. Paul, MN,
USA), de acordo com os critérios da American Thoracic Society (ATS, 1987).
Foram medidos a CVF em litros (L) e o VEF
1
em litros (L), e calculada a
razão entre as duas medidas (VEF
1
/CVF). As medidas foram obtidas antes e
20 minutos após o uso de fenoterol 400 mcg dosimetrado como medicação
broncodilatadora. Os valores de CVF e VEF
1
foram também expressos em
porcentagem dos valores de referência (Knudson et al., 1983).
2. Gases sanguíneos e oximetria de pulso
Os gases arteriais foram coletados por punção na artéria radial, com
o paciente em repouso respirando em ar ambiente por no mínimo 20 minutos.
22
Utilizou-se analisador de gases (Stat Profile 5 Plus; Nova Biomedical,
Waltham, MA, USA). A monitorização da SpO
2
foi realizada com ometro
portátil Onyx (Model 9500 Oximeter; Nonin Medical Inc., Minneapolis, MN,
USA).
3. Hemograma
Exames hematológicos foram realizados de acordo com os critérios
e utilizando os métodos empregados na realização dos exames de rotina da
Seção Técnica de Laboratório e Análises Clínicas do HC/UNESP/Botucatu.
Os valores considerados como referências para anemia foram: para mulheres
(Hb<12g/dl ou Htc<35%) e para homens (Hb<13g/dl ou Htc<40%) (Lee et
al., 1998).
4. Comorbidades
A presença de comorbidades foi avaliada pelo Índice de Charlson
(Charlson et al., 1994). Este índice foi desenvolvido para calcular o risco de
morte dos pacientes com doença crônica, combinando a idade com as doenças
associadas. Cada doença tem uma pontuação específica, proporcional à
gravidade. Pontuação 1 é atribuída a infarto do miocárdio, insuficiência
cardíaca congestiva, doença vascular periférica, doença cerebrovascular,
demência, doença pulmonar crônica, doença do tecido conjuntivo, doença
23
ulcerosa gástrica, hepatopatia leve e diabetes. Pontuação 2 é atribuída a
diabetes com lesão de órgão alvo, hemiplegia, doença renal e doenças
malignas, incluindo leucemia e linfoma. Pontuação 3 é atribuída para
hepatopatia moderada a grave, enquanto que AIDS e tumor sólido metastático
recebem pontuação 6. Para cada cada de vida acima dos 40 anos, adiciona-
se 1 ponto ao risco.
5. Composição do corpo
Foi realizado o exame antropométrico que consistiu das seguintes
medidas: estatura e peso do corpo que foram quantificados em balança Filizola
com o paciente usando roupas leves e sem calçados. O índice de massa do corpo
(IMC) foi obtido pela relação peso/estatura
2
, sendo utilizados os limites de
cortes sugeridos por Schols et al. (2005): IMC<21 (baixo peso), 21IMC<25
(normal), 25IMC<30 (sobrepeso) e IMC30 (obeso). A composição corporal
foi avaliada empregando-se a impencia bioelétrica (BIA 101, RJL systems,
Detroit, MI, USA). A reatância e a resistência foram medidas na posição supina,
do lado direito do corpo, de acordo com o protocolo da ESPEN (2004). A massa
magra do corpo (MMC) foi calculada pela equação de regressão grupo
específico (Schols et al., 1991):
MMC = (3,32+(0,44 x estatura (cm)
2
/Resistência)+(0,13 x peso))/0,732
24
A massa de gordura (MG), em kg, foi calculada por meio da subtração
do valor da MMC do valor do peso do corpo. O índice de massa magra do corpo
(IMMC), em kg/m
2
, foi calculado (MMC/estatura
2
). Foram considerados
portadores de depleção de massa magra os pacientes com valores de IMMC<16
kg/m
2
, para homens, e IMMC<15 kg/m
2
, para mulheres (Schols et al., 2005).
6. Força de preensão manual
A força de preensão manual foi determinada por meio de
dinamômetro de mão (TEC - 60; Technical Products, Clifton, NJ, USA). Os
pacientes realizaram três compressões, cada uma com duração de quatro a seis
segundos, alternadamente, com o ombro aduzido, cotovelo flexionado a 90°,
antebraço em posição neutra, o punho entre 0 e 30° de extensão e 0 a 15° de
desvio ulnar e não apoiado. A força gerada foi lida no kilograma-força (kgf).
A leitura mais elevada foi utilizada na análise dos dados (Mathiowetz et al.,
1984).
7. Escore de dispnéia
Para avaliação da dispnéia foram utilizadas as seguintes
ferramentas: a escala de Borg e o índice de dispnéia basal (BDI). A escala de
dispnéia de Borg (Anexo 5) foi aplicada para todos os pacientes em repouso e
respirando ar ambiente. A escala é subjetiva, varia de zero a dez, sendo:
25
0=nenhuma falta de ar e 10=falta de ar muito intensa (máxima) (Borg, 1982).
Foi utilizada a versão traduzida para a língua e cultura brasileiras do Baseline
Dyspnea Index (BDI) desenvolvido por Mahler et al. (1984). O BDI avalia
três aspectos importantes: primeiro é avaliada a intensidade da tarefa
responsável por desencadear a dispnéia, no segundo a intensidade de esforço
responsável por desencadear dispnéia é avaliada e, no terceiro é estimada a
incapacidade funcional que a dispnéia causa ao paciente. Cada item varia de
zero a quatro, sendo o escore total obtido pela soma dos três itens. Quanto
menor a pontuação maior a intensidade de dispnéia (Anexo 6).
8. Estado de Saúde
Foi aplicada a versão validada para a língua e cultura brasileiras do
questionário de qualidade de vida na doença respiratória do Hospital Saint
George (SGRQ) (Souza et al., 2000). O SGRQ consiste em três domínios:
sintoma, cobrindo o desconforto devido aos sintomas respiratórios; impacto, que
avalia o impacto global da doença nas atividades diárias e no bem estar do
paciente; a atividade, que avalia as alterações da atividade física e o escore total
que correspondente à somatória dos três domínios. O escore de cada domínio e o
escore total tem pontuação de zero (ausência de disfunção) a 100 (disfunção
máxima). Os resultados são expressos em porcentagem, sendo que valores acima
26
de 10% refletem qualidade de vida alterada naquele domínio (Jones et al., 1992)
(Anexo 7).
9. Ecocardiograma
Todos os exames foram realizados por ecocardiografista no
Laboratório de Ecocardiografia da Disciplina de Cardiologia da FMB. Foi
utilizado o aparelho da marca Philips, modelo HDI - 5000, equipado com
transdutor multifrequencial (2,0 4,0 MHz). A análise morfofuncional e dos
dados hemodinâmicos (Doppler) foi feita de acordo com as recomendações da
American Society of Echocardiography (Lang et al., 2005).
27
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi utilizado o pacote estatístico SigmaStat 3.2 (Inc, Chicago, IL,
USA) e o SAS for Windows 9.1.3 (SAS Institute Inc., Cary, NC, USA). Os
dados da análise descritiva foram apresentados em média e desvio-padrão. As
análises descritivas das variáveis quantitativas foram realizadas pelo método
t-Student para variáveis com distribuição normal e pelo teste Mann-Whitney
para variáveis com distribuição não normal. O estudo da associação entre as
variáveis qualitativas e o óbito foi realizado utilizando o teste Qui-Quadrado
(χ
2
) e para aqueles com freqüência menor que cinco foi utilizado o teste exato
de Fischer. A colinearidade foi evitada por meio de exclusão de uma das
variáveis em que a correlação entre elas fosse conhecida. Para análise de cada
variável com a resposta (tempo de vida) foi aplicado o estimador Kaplan-
Meier (no caso de variáveis categorizadas) e modelo de Cox para cada
variável contínua. As variáveis que obtiveram um valor de p0,20 foram
colocadas num modelo de regressão múltipla de Cox. Todas as conclusões, no
presente estudo, foram discutidas no nível de 5% de significância.
28
4. RESULTADOS
Descrição da amostra e comparação entre o grupo óbito e não óbito
Foram acompanhados 142 pacientes durante os três anos de estudo; 83
(58%) morreram: 37 (26%) durante o primeiro ano de acompanhamento, 23
(16%) no segundo ano e 23 (16%) no período de três anos. Dos pacientes que
morreram no período de três anos, 52 (63%) pacientes apresentavam o
diagnóstico de DPOC. As causas dos óbitos dos pacientes avaliados foram:
53% das causas foram respiratórias e 14% das causas de óbito foram por
doenças cardiovasculares (Figura 1).
53%
9%
5%
14%
19%
causas respiratórias
doenças cardiovasculares
neoplasias
outras causas
sem informação
Figura 1 Causas de óbito dos pacientes com IRespC em uso de ODP no
período de três anos
As características gerais de todos os pacientes e a comparação dos
grupos óbito e não óbito estão apresentadas na Tabela 1.
29
Tabela 1 - Características gerais dos pacientes e a comparação dos
grupos óbito e não óbito no momento basal
Variável
Todos
Óbito
n = 83
Não óbito
n = 59
Valor de p
nero (M/F)
74/68
49/34 25/34 0,07
Idade (anos)
64,6 ± 12,9 66,2 ± 13,8 62,4 ± 11,8 0,08
Carga tab. (anos/maço)
51,9 ± 39,4
53,8 ± 41,2
49,5 ± 37,2 0,56
Hb (g/dl)
14,9 ± 2,6 14,4 ± 2,6 15,5 ± 2,5
0,01
Htc (%)
47,2 ± 8,4 45,8 ± 8,6 49,1 ± 7,9
0,02
Anemia (sim/não)
24/116 19/63 5/53
0,04
CVF (%)
71,8 ± 22,7 70,2 ± 23,2 73,9 ± 22,1
0,27
VEF
1
(%)
50,1 ± 25,4 50,6 ± 27,1 49,4 ± 23,5
0,91
VEF
1
/CVF (%)
55,1 ± 17,3 56,2 ± 18,4 53,7 ± 15,8
0,51
PaO
2
(mmHg)
53,1 ± 11,8 53,1 ± 13,4 53,3 ± 8,9
0,90
PaCO
2
(mmHg)
44,1 ± 9,6 42,9 ± 10,3 45,8 ± 8,2
0,09
SpO
2
(%)
84,4 ± 8,6 83,0 ± 10,1 86,3 ± 5,7
0,11
Indice Charlson
4,0 (3,0-5,0)
4,0 (3,0-5,0)
4,0 (3,0-5,0)
0,15
FPM md (kgf)
25,3 ± 11,1 24,5 ± 11,2 26,6 ± 10,9
0,30
FPM mnd (kgf)
23,4 ± 11,4
22,7 ± 11,7 24,3 ± 10,9
0,39
Exacerbação (n°/ano)
0,5 (0,0-1,3)
0,3 (0,0-1,7)
0,7 (0,3-1,2)
0,76
Os dados estão apresentados como média
±
desvio padrão ou mediana (quartil 1-quartil 3).
M/F=masculino/feminino. Carga tab.=carga tabágica. Hb=hemoglobina. Htc=hematócrito.
CVF=capacidade vital forçada. VEF
1
=volume expiratório forçado no primeiro segundo.
PaO
2
=pressão parcial de oxigênio no sangue arterial. PaCO
2
=pressão parcial de gás carbônico
no sangue arterial. SpO
2
=saturação periférica de oxigênio. Índice Charlson=índice de
comorbidade de Charlson. FPM md=força de preensão manual da mão dominante. FPM
mnd=força de preensão manual da mão não dominante.
30
Não houve diferença entre a proporção de homens e mulheres, idade,
carga tabágica, testes de função pulmonar, troca gasosa, força de preensão
manual, presença de comorbidades e taxa de exacerbação entre os grupos óbito e
não óbito. Apenas o hematócrito e a hemoglobina foram significativamente
menor no grupo óbito (p<0,05) e a presença de anemia foi associada ao óbito
(p=0,04).
No Quadro 2 estão relacionados os medicamentos de manutenção
utilizados pelos pacientes, de acordo com a classe farmacológica. Em geral,
os pacientes usavam mais de uma classe de medicamentos. Não encontramos
diferença entre os grupos óbito e não óbito com relação ao uso de corticóide
oral (p=0,12).
Quadro 2 - Classe de medicamentos em uso contínuo pelos pacientes
estudados
Medicamentos Total Óbito Não óbito
β
2
estimulante de curta duração 66 38 28
β
2
estimulante de longa duração 48 28 20
Corticóide Inalado 24 15 9
Brometo Ipratrópio 74 44 30
Corticóide V.O. 12 9 3
V.O. = via oral.
Em 95 pacientes (67%) o diagnóstico principal foi DPOC. Outros
diagnósticos em ordem de prevalência foram: doença pulmonar intersticial
31
(DPI) em 13 pacientes (9%); doença vascular pulmonar (DVP) em 9 (6%);
bronquiectasia em 6 (4%); síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) em
4 (3%), cardiopatias em 4 (3%) e 11 pacientes (8%) apresentavam miscelânea
de diagnósticos (Figura 2). A prevalência de diferentes diagnósticos foi
similar nos grupos óbito e não óbito. (p=0,53). Quando comparamos risco de
óbito entre DPI e DPOC, temos que pacientes com DPI apresentavam maior
risco de óbito que pacientes com DPOC (RR=1,54, IC=1,16-2,08; p=0,04)
(Figura 3).
13
9
4
6
4
11
95
DPOC
DPI
DVP
SAOS
bronquiectasia
cardiopatias
miscenea
Figura 2 - Diagnóstico principal dos pacientes com IRespC
32
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
DP OC DP I DVP SAOS bro nquiectas ia cardio patias mis celânia
óbito
o óbito
Figura 3 - Diagnóstico principal dos pacientes com IRespC nos
grupos óbito e não óbito
Os resultados referentes ao estado nutricional no momento basal não
foram diferentes entre os dois grupos (Tabela 2).
porcentagem de pacientes
DPOC=Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. DPI=Doença Pulmonar Intersticial.
DVP=Doença Vascular Pulmonar. SAOS=Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono.
* pacientes com DPI apresentaram risco de óbito significativamente maior que
DPOC (p=0,04)
*
33
Tabela 2 - Composição corporal dos pacientes no momento basal
Variável
Todos
n = 142
Óbito
n = 83
Não óbito
n = 59
Valor de p
IMC (kg/m
2
) *
24,7 ± 6,5 24,1 ± 6,6 25,6 ± 6,3 0,06
MMC (%) **
66,2 ± 9,5 66,4 ± 8,7 65,9 ± 10,5 0,8
MG (%) **
33,8 ± 9,5 33,6 ± 8,7 34,0 ± 10,5 0,8
MMC (kg)**
40,6 ± 9,8 40,0 ± 9,1 41,4 ± 10,5 0,5
MG (kg)**
22,0 ± 11,2 21,8 ± 11,1 22,4 ± 11,5 0,7
IMMC
(kg/m
2
)**
16,3 ± 3,0 15,9 ± 2,6 16,7 ± 3,4 0,2
Na análise individual, verificamos que 30% dos pacientes (34% dos
óbitos e 17% dos não óbitos) apresentaram (IMC<21 kg/m
2
); sobrepeso
(IMC>25 kg/m2) foi encontrado em 21% do total de pacientes (19% dos
óbitos e 22% dos não óbitos) e obesidade (IMC>30 kg/m
2
) em 20% de todos
os pacientes (17% dos óbitos e 20% dos não óbitos). A Tabela 3 mostra que
não houve associação entre desnutrição ou sobrepeso/obesidade e o óbito
(p=0,06).
Dados apresentados como média
±
desvio padrão. IMC=índice de massa do corpo.
MMC=massa magra do corpo. MG=massa de gordura. IMMC=índice de massa magra corpo.
*Pacientes que realizaram as medidas para cálculo do IMC: n= 80 no grupo óbito e n=58 no
grupo não óbito. **Pacientes que realizaram bioimpedância elétrica (MMC, MG, IMMC)
n=54 no grupo óbito e n=45 no grupo não óbito.
34
A avaliação da IMMC por meio de bioimpedância foi realizada em 99
pacientes (54 do grupo óbito e 45 no grupo não óbito). Entre estes pacientes, a
prevalência de depleção de IMMC (IMMC<16 kg/m
2
para homens e
IMMC<15 kg/m
2
para mulheres) (Schols et al., 2005) foi de 53% no grupo
óbito e 44% no grupo não óbito. Não houve associação de depleção de IMMC
e óbito (p=0,46) (Tabela 3).
Tabela 3 - IMC e IMMC associados com a mortalidade
IMC = índice de massa do corpo. Teste χ
2
=0,06. IMMC = índice de massa magra corpo.
Teste χ
2
= 0,46
A sensação da dispnéia, avaliada pelo BDI (p<0,001) e Borg (p<0,05)
foi mais intensa nos pacientes que morreram durante o seguimento. No
mesmo sentido, o comprometimento da qualidade de vida, avaliada pelos
domínios, impacto, atividade e total do SGRQ (p<0,05), foi maior no grupo
óbito (Tabela 4).
IMC
IMMC
Grupo
< 21 kg/m
2
> 25 kg/m
2
Total
< 15 ou 16 kg/m
2
15 ou 16 kg/m
2
Total
Óbito
28 30 58 28 26 54
Não óbito
10 25 35 20 25 45
35
Tabela 4 - Avaliação inicial dos escores de dispnéia e estado de
saúde
Todos
n = 142
Óbito
n = 83
Não óbito
n = 59
Valor de
p
BORG
1,5 ± 1,8 1,8 ± 1,9 1,1 ± 1,4 0,05
BDI
3,5 ± 2,9 2,8 ± 2,6 4,5 ± 3,1 < 0,001
SGRQ
Sintoma (%)
64,6 ± 23,7
66,5 ± 22,6
62,0 ± 25,1
0,27
Atividade (%)
72,1 ± 19,0 75,2 ± 17,3 67,7 ± 20,5 0,03
Impacto (%)
48,2 ± 19,5 52,0 ± 19,2 43,0 ± 18,9 0,007
Total (%)
58,2 ± 17,5 61,5 ± 16,9 53,7 ± 17,6 0,01
Dados apresentados como média
±
desvio padrão. Borg=escala de dispnéia de Borg n=58
grupo não óbito. BDI=índice basal de dispnéia. n=57 grupo não óbito n=77 grupo óbito.
SGRQ=questiorio de qualidade de vida do Hospital Saint George. Sintoma=escore de
sintoma. Atividade=escore de atividade. Impacto=escore de impacto. Total=escore total.
n=57 grupo não óbito, n= 79 grupo óbito.
36
Análise dos fatores preditores de mortalidade
Foram realizados testes de regressão para identificar as características
basais dos pacientes estudados, relacionadas com a mortalidade no 1°., 2°. e
3º. ano. As análises foram realizadas incluindo todos os pacientes e, em
separado, somente para os pacientes com DPOC. Foram incluídas na análise
univariada, as seguintes variáveis categóricas: Gênero (F=0 e M=1), IMMC
para homens (IMMC<16 kg/m
2
=0 e IMMC16 kg/m
2
=1), IMMC para
mulheres (IMMC<15 kg/m
2
=0 e IMMC15 kg/m
2
=1), anemia para mulheres
(Hb<12g/dl ou Htc<35%=1 e Hb12g/dl ou Htc35%=0) anemia para
homens (Hb<13g/dl ou Htc<40%=1 e Hb13g/dl ou Htc40%=0), uso de
Corticóide V.O. (não=0, sim=1), ECO-HP (não=0 sim=1), presença ou não
de DPOC como diagnóstico (não=0 sim=1). As seguintes variáveis contínuas
também foram analisadas: idade, carga tabágica, Hb, Htc, VEF
1
, PaO
2
,
PaCO
2
, SpO
2
, MMC, FPM md, SGRQt, BDI. A taxa de exacerbação foi
colocada em todos os modelos, porém quando foi incluída, não estava
associada com a mortalidade. Para análise múltipla dos três anos, devido à
colinearidade do BDI e SGRQt, foram realizados dois modelos. Quando o
BDI foi substituído pelo escore total do SGRQ esta variável não teve relação
com a mortalidade no primeiro ano, teve relação com a mortalidade para os
dois grupos no segundo ano e apenas no grupo que incluía todos os
pacientes, na análise do terceiro ano; como os resultados das outras variáveis
37
foram similares, optou-se pelo modelo que incluía o BDI. Os resultados da
análise univariada para mortalidade no primeiro ano de todos os pacientes e
do grupo com DPOC estão apresentados na Tabela 5.
38
Tabela 5 - Análise univariada de todos os pacientes e do grupo de
pacientes com DPOC no primeiro ano
Todos os pacientes DPOC
Variável Valor de p Valor de p
nero (M/F)
0,21 0,49
Idade (anos)
0,38 0,61
Carga tab. (anos/maço)
0,24 0,19
Hb (g/dl)
0,28 0,77
Htc (%)
0,30 0,80
Anemia (sim/não)
0,84 0,75
VEF
1
(%)
0,26 0,40
PaO
2
(mmHg)
0,65 0,02
PaCO
2
(mmHg)
0,40 0,23
SpO
2
(%)
0,002 0,006
MMC (kg)
0,60 0,97
IMMC (kg/m
2
)
0,08 0,07
FPM md (kgf)
0,03 0,68
SGRQt
0,008 0,17
BDI
0,001 0,02
Cort. VO
0,90 0,89
ECO-HP
0,23 0,87
DPOC (sim/não)
0,22 -----
M/F=masculino/feminino. Carga tab.=carga tabágica. Hb=hemoglobina. Ht=hematócrito. VEF
1
=volume
expiratório forçado no primeiro segundo. PaO
2
=pressão parcial de oxigênio no sangue arterial. PaCO
2
=pressão
parcial de gás carbônico no sangue arterial. SpO
2
=saturação peririca de oxigênio. MMC=massa magra do
corpo. IMMC=índice de massa magra corpo. IMMC para homens (IMMC<16 kg/m
2
=0 e IMMC16 kg/m
2
=1),
IMMC para mulheres (IMMC<15 kg/m
2
=0 e IMMC15 kg/m
2
=1) FPM md=força de preensão manual da mão
dominante. SGRQt=questionário de qualidade de vida do Hospital Saint George (escore total). BDI=índice de
dispnéia basal. Cort VO=uso de corticóide via oral. ECO-HP=presença de hipertensão pulmonar no exame de
ecocardiograma. DPOC (sim/não)=presença ou não de DPOC como diagnóstico.
39
No modelo de regressão COX para análise múltipla, foram incluídas as
variáveis que apresentavam p<0,20 na alise univariada, para pelo menos um
dos grupos (Total ou DPOC): carga tabágica, IMMC, FPM md, SpO
2
, SGRQt
ou BDI. A PaO
2
foi significativa apenas no grupo de pacientes com DPOC e
devido à colinearidade com a SpO
2
, ela não foi incluída na análise múltipla.
Quando todos os pacientes foram incluídos na análise, o IMMC, a intensidade
de dispnéia e a SpO
2
estavam significativamente associadas com a mortalidade
no primeiro ano. Para os pacientes com DPOC, apenas o BDI apresentou
(p=0,08) associação com a mortalidade (Tabela 6) ao nível de 10% de
significância.
40
Tabela 6 - Análise múltipla para óbito no primeiro ano
Variável Todos os pacientes DPOC
hazard ratio
(95% IC)
Valor de p hazard ratio
(95% IC)
Valor de p
Carga tab.
(anos/maço)
0,982
(0,961 – 1,003)
0,0908 0,987
(0,965 – 1,009)
0,2424
SpO2 (%)
0,938
(0,888 – 0,991)
0,0228 0,955
(0,896 – 1,018)
0,1563
IMMC (kg/m
2
)
0,260
(0,073 – 0,933)
0,0389 0,458
(0,116 – 1,804)
0,2645
FPM md (kgf)
0,948
(0,885 – 1,016)
0,1314 0,956
(0,890–1,026)
0,2108
BDI
0,743
(0,551 – 1,003)
0,0526 0,756
(0,550 – 1,038)
0,0837
Carga tab.=carga tabágica. SpO
2
=saturação periférica de oxinio. IMMC=índice de massa
magra corpo. FPM md=força de preensão manual da mão dominante. BDI=índice de dispnéia
basal.
A alise univariada para o segundo ano encontrou as seguintes
variáveis com p<0,20: idade, Hb, Htc, anemia, SpO
2
, IMMC, FPM, BDI e
SGRQt (Tabela 7).
41
Tabela 7 - Análise univariada de todos os pacientes e do grupo de
pacientes com DPOC no segundo ano
Todos os pacientes DPOC
Variável Valor de p Valor de p
nero (M/F)
0,29 0,30
Idade (anos)
0,14 0,24
Carga tab. (anos/maço)
0,66 0,86
Hb (g/dl)
0,03 0,08
Htc (%)
0,01 0,06
Anemia (sim/não)
0,19 0,16
VEF
1
(%)
0,97 0,70
PaO
2
(mmHg)
0,44 0,31
PaCO
2
(mmHg)
0,27 0,85
SpO
2
(%)
<0,0001 0,01
MMC (kg)
0,13 0,36
IMMC (kg/m
2
)
0,005 0,01
FPM md (kgf)
0,009 0,03
SGRQt (%)
<0,0001 0,001
BDI
< 0,0001 0,0002
Cort. VO
0,68 0,86
ECO-HP
0,27 0,66
DPOC (sim/ não)
0,31 ----
M/F=masculino/feminino. Carga tab.=carga tabágica. Hb=hemoglobina. Ht=hematócrito.
Anemia=presença ou não de anemia. VEF
1
=volume expiratório forçado no primeiro segundo.
PaO
2
=pressão parcial de oxigênio no sangue arterial. PaCO
2
=pressão parcial de gás carbônico
no sangue arterial. SpO
2
=saturação periférica de oxinio. MMC=massa magra do corpo.
IMMC=índice de massa magra corpo. IMMC para homens (IMMC<16 kg/m
2
=0 e IMMC16
kg/m
2
=1), IMMC para mulheres (IMMC<15 kg/m
2
=0 e IMMC15 kg/m
2
=1) FPM md=força
de preensão manual da mão dominante. SGRQt=questionário de qualidade de vida do
Hospital Saint George (escore total). BDI=índice de dispnéia basal. Cort VO=uso de
cortiide via oral. ECO-HP=presença de hipertensão pulmonar no exame de ecocardiograma.
DPOC (sim/não)=presença ou o de DPOC como diagnóstico.
42
As variáveis incluídas na análise múltipla do segundo ano, de todos os
pacientes e do grupo de pacientes com DPOC foram: Idade, Hb, Htc, SpO
2
,
IMMC, FPM, BDI. Os resultados do modelo multivariado mostraram que a
sensação de dispnéia (BDI) e a SpO
2
foram associadas com a mortalidade nos
dois grupos (Tabela 8). A exacerbação foi
incluída, e mostrou não ter influência
nas variáveis que tiveram relação com a mortalidade. Devido à colinearidade
entre Hb/Htc e anemia, realizamos três modelos no segundo e terceiro ano,
porém a anemia não foi relacionada com a mortalidade em nenhum dos anos,
portanto optamos por incluir o modelo que incluía a variável Hb tanto na alise
múltipla do segundo como do terceiro ano.
43
Tabela 8 - Análise múltipla para óbito no segundo ano
Variável Todos os pacientes DPOC
hazard ratio
(95% IC)
Valor de p
hazard ratio
(95% IC)
Valor de p
Idade (anos)
1,012
(0,981 – 1,044)
0,4584 1,012
(0,958 – 1,069)
0,6729
Hb (g/dl)
0,951
(0,820 – 1,104)
0,5126 0,952
(0,796 – 1,138)
0,5874
SpO
2
(%)
0,929
(0,893 – 0,967)
0,0003 0,944
(0,898 – 0,992)
0,0220
IMMC (kg/m
2
)
0,653
(0,324 – 1,317)
0,2340 0,820
(0,323 – 2,080)
0,6763
FPM md (kgf)
0,971
(0,929 – 1,014)
0,1810 0,971
(0,924 – 1,021)
0,2497
BDI
0,729
(0,600 – 0,887)
0,0016 0,693
(0,532 – 0,902)
0,0064
Hb= hemoglobina. SpO
2
=saturação periférica de oxigênio. IMMC=índice de massa magra
corpo. FPM md=força de preensão manual da mão dominante. BDI=índice de dispnéia basal.
A análise univariada também foi realizada no terceiro ano de
seguimento. As variáveis com p< 0,20, independente do grupo foram: nero,
idade, Hb, Htc, anemia, FPM md, PaCO
2
, SpO
2
, SGRQt, IMMC, BDI, presença
ou não de DPOC (DPOC [sim/não]) (Tabela 9).
44
Tabela 9 - Análise univariada de todos os pacientes e do grupo de
pacientes com DPOC no terceiro ano
Todos os pacientes DPOC
Variável Valor de p Valor de p
nero (M/F)
0,09 0,16
Idade (anos)
0,09 0,24
Carga tab. (anos/maço)
0,90 0,72
Hb (g/dl)
0,008 0,07
Htc (%)
0,009 0,05
Anemia (sim/não)
0,07 0,22
VEF
1
(%)
0,87 0,45
PaO
2
(mmHg)
0,71 0,46
PaCO
2
(mmHg)
0,04 0,66
SpO
2
(%)
0,0008 0,03
MMC (kg)
0,29 0,51
IMMC (kg/m
2
)
0,02 0,07
FPM md (kgf)
0,07 0,18
SGRQt (%)
0,001 0,02
BDI
<0,0001 0,002
Cort. VO
0,22 0,58
ECO-HP
0,53 0,83
DPOC (sim ou não)
0,12 -----
M/F=masculino/feminino. Carga tab.=carga tabágica. Hb=hemoglobina. Ht=hematócrito.
Anemia=presença ou não de anemia. VEF
1
=volume expiratório forçado no primeiro segundo.
PaO
2
=pressão parcial de oxigênio no sangue arterial. PaCO
2
=pressão parcial de gás carbônico
no sangue arterial. SpO
2
=saturação periférica de oxinio. MMC=massa magra do corpo.
IMMC=índice de massa magra corpo. FPM md=força de preensão manual da mão dominante.
SGRQt=questionário de qualidade de vida do Hospital Saint George (escore total).
BDI=índice basal de dispnéia. Cort. VO=uso de cortiide via oral. ECO-HP=presença de
hipertensão pulmonar no exame de ecocardiograma. DPOC(sim/não)=presença ou o de
DPOC como diagnóstico.
45
A tabela 10 mostra a análise múltipla no terceiro ano. As variáveis
BDI, PaCO
2
e SpO
2
tiveram relação com a mortalidade tanto no grupo de todos
os pacientes quanto no grupo de pacientes com DPOC. As variáveis, gênero e
Hb tiveram relação com a mortalidade no grupo que incluía todos os pacientes.
Tabela 10 - Análise múltipla para óbito no terceiro ano
Variável
Todos os pacientes DPOC
hazard ratio
(95% IC)
Valor de
p
hazard ratio
(95% IC)
Valor de
p
nero (M/F)
2,669
(1,153 – 6,179)
0,0219 2,826
(0,762 – 10,478)
0,1202
Idade (anos)
1,008
(0,981 – 1,035)
0,5660 0,998
(0,939 – 1,061)
0,9499
Hb (g/dl)
0,853
(0,744 – 0,979)
0,0241 0,857
(0,728 – 1,008)
0,0625
PaCO
2
(mmHg)
0,955
(0,919 – 0,992)
0,0190 0,949
(0,905 – 0,994)
0,0274
SpO
2
(%)
0,930
(0,889 – 0,972)
0,0012 0,942
(0,895 – 0,992)
0,0238
IMMC (kg/m
2
)
1,136
(0,595 – 2,169)
0,6985 1,545
(0,626 – 3,814)
0,3457
FPM md (kgf)
0,969
(0,925 – 1,015)
0,1870 0,959
(0,898 – 1,024)
0,2091
BDI
0,869
(0,763 – 0,990)
0,0352 0,829
(0,687 – 1,000)
0,0504
M/F=masculino/feminino. Hb=hemoglobina. PaCO
2
=pressão parcial de gás carbônico no
sangue arterial. SpO
2
=saturação periférica de oxigênio. IMMC=índice de massa magra corpo.
FPM md=força de preensão manual da mão dominante. BDI=índice de dispnéia basal.
46
5. DISCUSSÃO
No presente estudo, avaliamos a sobrevida e os preditores de
mortalidade em pacientes com insuficiência respiratória crônica e um subgrupo
de pacientes com DPOC usando ODP. Os principais achados foram que os
pacientes que morreram no período de três anos apresentaram valores menores
de Hb e Ht e intensidade da dispnéia, avaliada pelo BDI e Borg, mais intensa.
No mesmo sentido, o comprometimento do estado de saúde, avaliado pelos
domínios, impacto, atividade e total do SGRQ (p<0,05), foi maior no grupo
óbito. Os principais preditores de mortalidade identificados nos pacientes
hipoxêmicos foram: a sensação de dispnéia e a intensidade da hipoxemia,
independentemente da patologia de base. Quando foram analisados todos os
pacientes, a depleção foi preditora de mortalidade apenas no primeiro ano, e a
Hb e o gênero masculino apenas no terceiro ano. Paradoxalmente, o aumento da
PaCO
2
foi associado com a diminuição da mortalidade, em todos os pacientes e
nos pacientes com DPOC, no terceiro ano.
A prevalência de pacientes do gênero masculino em nosso estudo foi
de 52%, de acordo com dados prévios (51 a 80%) (NOTT, 1980; MRC, 1981;
Cooper et al., 1987; Schenkel et al., 1996; Silverman et al., 1997; Machado et
al., 1999; Plywaczewski et al., 2000; Chaney et al., 2002; Cano et al., 2004). O
gênero masculino foi variável preditora de mortalidade na análise para todos os
pacientes, no terceiro ano de seguimento. O risco de óbito nos homens foi duas
47
vezes maior em comparação com as mulheres, no presente estudo; de acordo
com Miyamoto et al. (1995) que avaliaram 9759 pacientes com IRespC (DPOC,
seqüela de tuberculose e DPI) e encontraram maior sobrevida nas mulheres
independentemente da patologia. Franklin et al. (2007) estudaram 5689
pacientes (2894 mulheres e 2795 homens) com DPOC em uso de ODP e a
sobrevida foi maior nas mulheres que nos homens (77% versus 69%).
Contrastando com nosso resultado, Machado et al. (2006) estudaram a
diferenças entre os neros em pacientes com DPOC em uso de ODP,
encontraram em análise multivariada que as mulheres tinham o risco
significativamente maior de óbito quando comparado aos homens (HR=1,54;
IC=1,15-2,07; p=0,004). A idade média dos pacientes avaliados (64,6±12,9
anos) está na faixa relatada em outros estudos, entre 63±9,9 anos e 66,7±5,9
anos (Oswald-Mammosser et al., 1995; Sant'Anna et al., 2003; Martinez et al.,
2006) e não se associou a mortalidade.
A prevalência dos diferentes diagnósticos foi similar nos grupos óbito
e não óbito. A população estudada é semelhante às relatadas em outros
estudos que avaliaram pacientes recebendo ODP. DPOC foi o diagnóstico
inicial em 67% dos nossos pacientes; na literatura a proporção deste
diagnóstico varia entre 67,8% e 84% (Ström et al., 1993; Zielinski et al.,
1993; Silverman et al., 1997; Chaney et al., 2002; Toth et al., 2004; Coleta,
2006). A DPI foi o diagnóstico principal em 9% de nossos pacientes e variou
entre 7 e 9% na literatura relacionada (Ström et al., 1993; Zielinski et al.,
48
1993; Chaney et al., 2002). A prevalência de outras patologias na literatura
foi: seqüela de tuberculose 6 a 9% (Ström et al., 1993; Zielinski et al., 1993);
deformidade da caixa torácica (3%) (Ström et al., 1993); bronquiectasia
(2,9%), cifoescoliose (2,9%), silicose (0,4%) (Zielinski et al., 1993). A
miscelânea de diagnósticos variou 8 e 9% (Zielinski et al., 1993; Chaney et
al., 2002).
A comparação entre o grupo óbito e não óbito mostrou que o
hematócrito e a hemoglobina foram significativamente menores no grupo óbito.
A hemoglobina foi preditora de mortalidade no terceiro ano de seguimento para
o grupo que incluía todos os pacientes. Estes dados estão de acordo com os
resultados de estudo que avaliou 2524 pacientes com DPOC em uso de ODP
(Chambellan et al., 2005) e mostraram que a taxa de sobrevida em três anos foi
de 24% nos pacientes que apresentavam Htc<35% e 70% em pacientes com
Htc>55%. Martinez et al. (2006) mostraram também que a diminuição da
hemoglobina estava independentemente associada com maior mortalidade
(OR=1,38; IC=1,00-1,89; p=0,05). A DPOC é uma doença inflamatória crônica
e está associada com várias manifestações sistêmicas (Fabri et al., 2003). Os
níveis de hemoglobina em pacientes com DPOC refletem o balanço entre a
estimulação da eritropoiese pela hipoxemia e sua depressão por inflamação.
Níveis inadequados de hemoglobina poderiam agravar a hipóxia tecidual e
justificar o seu efeito negativo no prognóstico (Chambellan et al., 2005).
Contudo, as evidências atuais o preliminares e a verdadeira prevalência de
49
anemia na DPOC ainda não foi avaliada, portanto a associação entre anemia,
gravidade da doença e seus efeitos no prognóstico devem ser mais explorados
(Similowski et al., 2006).
O estado de saúde mostrou-se significativamente mais comprometido
nos pacientes do grupo óbito, avaliado pelos domínios atividade, impacto e total
(SGRQt). A variável SGRQt foi associada com a mortalidade na análise
univariada durante os três anos de avaliação, o resultado foi similar ao estudo de
Coleta et al. (2008); entretanto devido à colinearidade entre BDI e SGRQt,
foram realizados dois modelos e quando o BDI foi substituído pelo escore total
do SGRQ, esta variável teve relação com a mortalidade no primeiro e segundo
ano para todos os pacientes e pacientes com DPOC, e no terceiro ano apenas
para o grupo que incluía todos os pacientes. Janssens et al. (1997) estudaram 79
pacientes em uso de ODP e o estado de saúde avaliado pelo SGRQ não foi
associado à mortalidade. Não encontramos na literatura, estudos que mostraram
associação entre o estado de saúde e a sobrevida em pacientes em uso de ODP.
Quando comparamos o grupo óbito e não óbito em relação à
intensidade da dispnéia, observamos que os pacientes do grupo óbito
apresentavam dispnéia mais intensa, avaliada tanto pela escala de Borg quanto
pelo BDI. Sant'Anna et al. (2003) avaliaram 36 pacientes com DPOC em uso de
ODP e um grupo controle (n=33) de pacientes com DPOC sem ODP; os
pacientes em uso de ODP, eram mais hipomicos, tinham mais dispnéia, porém
apresentavam o mesmo grau de obstrução. Neste estudo a sobrevida não foi
50
avaliada. No presente estudo, a sensação de dispnéia, avaliada pelo BDI foi
selecionado como importante preditor de sobrevida, em todos os anos,
independentemente da patologia de base. Na análise univariada, o BDI foi
associado à mortalidade tanto para o grupo que incluía todos os pacientes quanto
para o grupo de pacientes com DPOC, no primeiro, segundo e terceiro anos de
avaliação. Em alise múltipla de Cox, o BDI foi associado com a mortalidade
nos três momentos da avaliação para o grupo que incluía todos os pacientes, e
no segundo e terceiro anos para o grupo de pacientes com DPOC. Além disso, o
domínio impacto do SGRQ apresentou maior escore nos pacientes do grupo
óbito. Este domínio está relacionado com a repercussão psicológica da doença e
contém várias questões sobre a influência da dispnéia na capacidade funcional
do paciente (Jones et al., 1992).
A dispnéia é uma percepção subjetiva de desconforto respiratório, é o
resultado de um mecanismo complexo e multifocal. Isto inclui anormalidades no
controle do sistema respiratório, receptores neuroquímicos, ventilação, músculos
respiratórios e trocas gasosas. A dispnéia varia entre os pacientes com o mesmo
grau de obstrução (Wolkove et al., 1989; ATS, 1999). Nishimura et al. (2002)
acompanharam 227 pacientes por cinco anos e avaliaram os efeitos da dispnéia e
gravidade da doença e sugeriram que a classificação da DPOC pelo nível da
dispnéia, mostrou ser mais significativamente relacionado com a sobrevida que
a classificação pelo VEF
1
. O risco relativo de morte foi comparado com a classe
II de dispnéia (referência) foi 2,21, 8,31 e 61,3 para as classes III, IV e V, de
51
intensidade de dispnéia, respectivamente. Oga et al. (2006) também mostraram
que o BDI foi significativamente correlacionado com a sobrevida em pacientes
com DPOC moderado à grave, acompanhados durante cinco anos. Coleta et al.
(2008) avaliaram 78 pacientes DPOC em uso de ODP e a intensidade de
dispnéia avaliada pelo BDI foi o principal preditor da mortalidade. Neste estudo
o ponto de corte definido para o BDI foi 3, valor associado com grave
comprometimento funcional e dispnéia aos pequenos esforços (Coleta et al.,
2008).
A gravidade da hipoxemia, avaliada pela SpO
2
foi associada com
mortalidade tanto na alise univariada como na análise multivariada para o
grupo que incluía todos os pacientes nos três momentos de avaliação, ou seja,
1°, e anos. Para o grupo de pacientes com DPOC, a SpO
2
foi associada
com a mortalidade na análise univariada nos três momentos da avaliação e na
análise multivariada, no segundo e terceiro anos de seguimento. A hipoxemia foi
considerada por vários autores, um importante fator prognóstico em pacientes
com DPOC em uso ou não de ODP (Zielinski et al., 1993; Dubois et al., 1994;
Piccioni et al., 1998; Cano et al., 2004; Nizet et al., 2005). Em um estudo com
179 pacientes com DPOC tratados com ODP, o modelo Cox mostrou que a PaO
2
e a PAP dia estavam associadas com a sobrevida (Skwarski et al., 1991).
Dubois et al. (1994) avaliaram 270 pacientes com DPOC em uso de ODP e
observaram que a PaO
2
<65 mmHg foi independentemente associada com a
sobrevida. No estudo de Coleta et al. (2008), a presença de hipoxemia acentuada
52
foi selecionada em análise multivariada como preditor do primeiro ano de
sobrevida em pacientes com DPOC em uso de ODP. Porém alguns estudos
discordam desses achados (Keller et al., 1985; Oswald-Mammosser et al., 1995).
Keller et al. (1985) estudaram 87 pacientes em uso de ODP e o aumento na
hipertensão pulmonar foi o maior fator limitante do prognóstico, enquanto que
as trocas gasosas o foram selecionadas como variáveis preditoras. Oswald-
Mammosser et al. (1995) avaliaram 84 pacientes com DPOC em uso de ODP e
encontraram que o nível de PAP foi o melhor fator prognóstico, ao contrário do
grau de obstrução ou da troca gasosa que não foram selecionados como fator
prognóstico. O nível de PAP média não foi estimado em nosso estudo,
avaliamos apenas a presença ou não de HAP pelo ecocardiograma e não
encontramos associação entre esta variável e a mortalidade. Entretanto, a
intensidade da HAP esrelacionada com a PaO
2
e efeito de colinearidade entre
a HAP e a PaO
2
pode ter influenciado os resultados dos estudos acima (Keller et
al., 1985; Oswald-Mammosser et al., 1995).
Em nosso estudo, o aumento da PaCO
2
foi associado com a diminuição
da mortalidade, em todos os pacientes e nos pacientes com DPOC, no terceiro
ano. A literatura mostra resultados controversos em relação a PaCO
2
e a
sobrevida de pacientes em uso de ODP. Dubois et al. (1994) avaliaram 270
pacientes com DPOC em uso de ODP e o risco de mortalidade foi menor nos
pacientes hipercápnicos (RR=0,86). Neste estudo, os autores sugeriram que deve
ser feita distinção entre a hipercapnia progressiva causada por insuficiência
53
respiratória crônica terminal e a hipercapnia que ocorre com o objetivo de
diminuir o trabalho respiratório. Embora este mecanismo possa causar queda
acentuada da PaO
2
, devido à hipoventilação, a hipoxemia poderia ser corrigida
com o uso de ODP. Chailleux et al. (1996) analisaram os preditores de sobrevida
para 26140 pacientes recebendo ODP ou ventilação mecânica e mostraram que a
mortalidade foi maior em pacientes com valores menores de PaCO
2
. Em 1998,
Aida et al. avaliaram a hipercapnia como fator prognóstico em pacientes com
IRespC (4552 pacientes com DPOC e 3028 pacientes com seqüela de
tuberculose) recebendo ODP e mostraram que a hipercapnia crônica foi um fator
independente para prognóstico favovel em pacientes com tuberculose.
Entretanto, a PaCO
2
não foi selecionada com o fator prognóstico em pacientes
com DPOC. Por outro lado, Foucher et al. (1998), analisaram a sobrevida em
252 pacientes com DPOC em uso de ODP e identificaram a hipercapnia como
fator prognóstico negativo.
No presente estudo não houve diferença nos testes de função pulmonar
entre os grupos óbito e não óbito. Nishimura et al. (2002) também não
encontraram diferenças em relação aos valores de função pulmonar em seu
estudo. A gravidade da obstrução foi selecionada como preditor de mortalidade
em rios estudos realizados para avaliar a sobrevida em pacientes com DPOC e
IRespC (Skwarski et al., 1991; Dubois et al., 1994; Piccioni et al., 1998;
Chailleux et al., 2003) e alguns investigadores sugeriram que VEF
1
es
inversamente associado com a mortalidade (Cooper et al., 1987; Gorecka et al.,
54
1997). Porém em estudo de Marti et al. (2006), a função pulmonar não mostrou
associação com a mortalidade. possíveis explicações para inexistência de
diferenças nas variáveis que indicam obstrução brônquica entre nossos grupos
óbito e não óbito. Em primeiro lugar, todos os pacientes com IRespC incluídos
no estudo, apresentavam valores médios de VEF
1
muito baixos
e isto pode ter
interferido na identificação de diferenças entre os grupos. Além disso, na
maioria dos estudos anteriores em que os valores de função pulmonar foram
selecionados como preditores de mortalidade, a avaliação da sensação de
dispnéia, realizada em nosso estudo, não estava incluída (Cooper et al., 1987;
Gorecka et al., 1997; Foucher et al., 1998; Hjalmarsen et al., 1999; Chailleux et
al., 2003).
Não houve diferença em relação à carga tagica entre os grupos óbito
e não óbito; e esta variável não foi selecionada como preditora de mortalidade
em nenhum momento do estudo. Em dois estudos anteriores, a história de
tabagismo e o estado tagico foram associados com a mortalidade em pacientes
com DPOC muito grave (Hersh et al., 2004; Nizet et al., 2005). O estudo de
Hersh et al. (2004) avaliou 139 pacientes com DPOC grave (VEF
1
19,4 ± 7,4%)
e observaram que a carga tabágica (38,9 ± 21,6 anos/maço) e a persistência do
tabagismo durante o período de estudo foram significativamente associadas com
pior sobrevida. Em 2005, Nizet et al. analisaram os fatores prognósticos de 47
pacientes com DPOC, hipercápnicos e estáveis e a mortalidade foi
55
significativamente mais elevada nos tabagistas persistentes (OD: 7,0; IC
95%=1,4-35,3). Os pacientes do estudo de Hersh et al. (2004) eram mais jovens
(47,9 ± 4,8 anos) versus 66,3 ± 6,7 anos do estudo de Nizet et al. (2005).
Portanto, o tabagismo ativo, mais que a carga tabágica, parece estar associado ao
prognóstico e o resultado negativo em nosso estudo pode ser devido à pequena
porcentagem de tabagistas ativos (10%).
O uso prolongado de corticosteróide oral foi considerado importante
fator de risco para mortalidade em pacientes com IRespC e com DPOC
(Groenewegen et al., 2003; Cano et al., 2004). Não encontramos diferença entre
os grupos óbito e não óbito com relação ao uso de corticosteróide oral;
provavelmente, por que tínhamos um número pequeno, apenas 11 (8%) dos
pacientes usavam esta medicação, de acordo com as recomendações atuais para
o tratamento da DPOC (Fabri et al., 2003).
Estudos longitudinais mostraram que a depleção nutricional, refletida
por baixos valores de IMC ou IMMC, foi fator de risco independentemente da
mortalidade em pacientes com DPOC (Gorecka et al., 1997; Chailleux et al.,
2003; Marti et al., 2006). Em nossa análise, 30% dos pacientes (34% dos óbitos
e 17% dos não óbitos) apresentaram IMC<21 kg/m
2
; sem diferença estatística
entre os grupos e, além disso, não houve associação entre desnutrição ou
sobrepeso/obesidade e o óbito. Marti et al. (2006) mostraram que a mortalidade
em pacientes com DPOC em uso de ODP foi maior naqueles que tinham
56
IMC<25 kg/m
2
. No presente estudo, em análise múltipla, o IMMC foi preditor
de mortalidade apenas no grupo que incluía todos os pacientes e somente
durante o primeiro ano de seguimento. Não encontramos na literatura estudos
sobre IMMC e sobrevida em pacientes em uso de ODP. Entretanto, Schols et al.
(2005) avaliaram 412 pacientes com DPOC moderada a grave e mostraram que
IMMC foi preditor independente de sobrevida (RR=0,90; CI=0,84-0,96;
p=0,003).
Quando comparamos risco de óbito entre DPI e DPOC, temos que
pacientes com DPI apresentaram maior risco de óbito em comparação aos
pacientes com DPOC. De acordo com Chailleux et al. (1996), o prognóstico
diminui em pacientes com fibrose pulmonar quando o padrão puramente
restritivo está presente no teste de função pulmonar. Nesse sentido, mostraram
que a mortalidade aumentou nos pacientes que apresentavam maiores valores de
VEF
1
, expressos em porcentagem do previsto, e da relação VEF
1
/CVF.
A sobrevida em nosso estudo foi similar para todos os pacientes e
pacientes com DPOC. No primeiro ano (74% versus 77%), no segundo (58%
versus 60%) e no terceiro ano (42% versus 45%). Nossos resultados foram
similares a alguns estudos com IRespC e pacientes com DPOC em uso de ODP
que encontraram taxa de sobrevida no primeiro ano entre 70 e 80% (Dubois et
al., 1994; Foucher et al., 1998; Crockett et al., 2001; Cranston et al., 2004; Marti
et al., 2006), outros estudos encontraram sobrevida ainda maior entre 84% e
93% (Cano et al., 2004; Coleta et al., 2008). De acordo com a literatura, a
57
sobrevida em 2 anos está na faixa entre 50 e 70% (Dubois et al., 1994; Foucher
et al., 1998; Crockett et al., 2001; Cranston et al., 2004; Cano et al., 2004; Toth
et al., 2004; Marti et al., 2006). Os estudos mostram que a sobrevida variou de
30 e 43% após três anos de seguimento (Dubois et al., 1994; Marti et al., 2006).
Em resumo, os resultados do presente estudo mostraram que os
pacientes do grupo óbito apresentaram valores menores de Hb e Htc, e tinham
pior estado de saúde; a intensidade da dispnéia e a hipoxemia acentuada foram
os principais preditores de mortalidade nos grupos estudados durante os três
anos de seguimento.
58
6. CONCLUSÕES
A mortalidade de pacientes com hipoxemia cnica é alta no
período de três anos e comparável à literatura;
Pacientes que morreram no período de três anos tinham menores
valores de Hb e Htc, hipoxemia e dispnéia acentuada, e pior estado de
saúde;
A intensidade de dispnéia, avaliada pelo BDI, e a presença de
hipoxemia acentuada, avaliada pela SpO
2
, foram os principais preditores
da mortalidade independentemente da patologia de base;
A presença de depleção foi preditor de mortalidade a curto prazo
quando pacientes com hipoxemia de qualquer etiologia foram
considerados;
O sexo masculino, a presença de valores menores de hemoglobina e
de PaCO
2
foram preditores de mortalidade a longo prazo.
59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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74
ANEXO 1 – Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Medicina de Botucatu
75
ANEXO 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA
Fatores de predição da mortalidade em pacientes com Insuficiência
Respiratória Crônica
Eu “_______________________________________________”, RG “ ____________”,
Declaro estar ciente de que os dados clínicos coletados durante minha avaliação no Serviço de
Oxigenoterapia do HC/FMB/UNESP serão utilizados, com garantia de sigilo e privacidade,
na pesquisa Fatores de predição da mortalidade em pacientes com Insuficiência
Respiratória Crônica”.
Declaro ainda ter recebido informações sobre a metodologia e objetivos dessa pesquisa e estar
ciente de que posso retirar ou recusar o consentimento sem qualquer penalização ou prejuízo
ao meu tratamento.
___________________________ ____________________________
Paciente Pesquisador
Pesquisadora: Daniela Fernandes Lima
Rua Manoel Bento Cruz, 1355 – Bauru-SP. Telefone (14) 32270170
E-mail: dani_[email protected]
Orientadora: Profª. Adjunta Irma de Godoy
Disciplina de Pneumologia/ Departamento de Clínica Médica
Faculdade de Medicina Botucatu - Telefone: (14) 3882-2969 ou 3882-3822
E-mail: irma@fmb.unesp.br
76
ANEXO 3Ficha de Avaliação Inicial
SERVIÇO DE OXIGENOTERAPIA
DISCIPLINA DE PNEUMOLOGIA
BOTUCATU, SP – RUBIÃO JUNIOR – CEP. 18618-970 – CP. 584 – FONE-(14)
6822-2969 – FAX (14) 6822-2238
RESP: Profª. Adjunta Irma de Godoy
FICHA INICIAL
IDENTIFICAÇÃO
1. Nome: _________________________________________________________ R.G. __________________
2. Idade: ________ anos Data Nasc.:___/___/_____ Sexo: F ( ) M ( )
3. Peso: ________ Estatura: _________ IMC: ___________
%PI: _________
4. Reac: ____ / ____ / ____ Resist: ____ / ____ / ____
5. Endereço: _____________________________________________________________________________
_______________________________________________________ Tel.: _________________________
DADOS CLÍNICOS
6. Diagnóstico de base/tempo de duração da doença: ____________________________________________
7. Doenças associadas: ____________________________________________________________________
8. Medicações em uso:
Beta
2
Inalado curta: S ( ) N ( ) Dose diária ___________________
Beta
2
Inalado longa: S ( ) N ( ) Dose diária ___________________
Cort
Inalado: S ( ) N ( ) Dose diária ___________________
Brom
Ipratropio: S ( ) N ( ) Dose diária ___________________
Cort VO manutenção: S ( ) N ( ) Dose diária ___________________
Outras Medicações:____________________________________-___________________________
_______________________________________________________________________________
9. Tabagismo: S ( ) N ( ) Carga tabágica: _______________
Idade início ________tempo: _________ nº. de cigarros/dia _________ Parou Há _________
10. Peak Flow: ___________ L/min
11. Escala de Borg: ___________
12. Dinamometria: Mão dominante: ____ / ____ / ____
Mão não dominante: ____ / ____ / ____
unesp
C
C
L
L
Í
Í
N
N
I
I
C
C
A
A
M
M
É
É
D
D
I
I
C
C
A
A
77
13. Sinais de cor pulmonale: _______________________________________________________
14. SpO
2
de repouso: _______________________________________ Data ____/____/______
15. SpO
2
de esforço: _______________________________________ Data ____/____/______
16. SpO
2
noturna: __________________________________________ Data ____/____/______
17. Gasometria
1
ar ambiente:
pH: ______ PaO
2
: _______ PaCO
2
: ______ HCO
3
: ______ BE: _____ SaO
2
: ______
Data: ____ / ____ / _______
18. Gasometria
2
ar ambiente:
pH: ______ PaO
2
: _______ PaCO
2
: ______ HCO
3
: ______ BE: _____ SaO
2
: ______
Data: ____ / ____ / _______
19. Espirometria:
CVF_______ L ( %) VEF
1
_______L ( %) VEF
1
/CVF: ______ Data ____ / ____ / _____
20. ECG: ______________________________________________________________________________
____________________________________________________________ Data ____ / ____ / ______
21. Ecocardiograma inicial: ________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
PMAP estimada:__________________________________________ Data ____ / ____ / ______
22. Hb: _____________________ Ht: ________________________ Data ____ / ____ / ______
23. Rx tórax: ____________________________________________________________________________
________________________________________________________ Data ____ / ____ / ______
24. Suporte ventilatório não invasivo: SIM ( ) NÃO ( ) Tipo:_________ Duração_________
PRESCRIÇÃO DA OXIGENOTERAPIA
25. Início: ____ / ____ / ______
26. Fonte: Concentrador de O
2
( ) Cilindro ( ) Líquido ( ) Cilindro Portátil ( )
27. Fluxo de O
2
: ________ L/min (dia) ________ L/min (noite) ________ L/min (esforços)
28. Tempo de Uso: 24h/dia ( ) 18h/dia ( ) Noturno ( ) Intermitente ( ) ________ ( )
29. Via de administração: Cateter nasal ( ) Traqueostomia ( ) Transtraqueal ( )
30. SpO
2
com fluxo de O
2
prescrito: _________________________________________________
31. Data do retorno: ____ / ____ / ______ Data da Alta: ____ / ____ / ______
Responsável pela prescrição:
Nome: __________________________________________________________________________
Instituição: _______________________________________________ Data ____ / ____ / ______
78
ANEXO 4 Ficha de Retorno
SERVIÇO DE OXIGENOTERAPIA
FICHA EVOLUTIVA
Nome: __________________________________________________ RG: ______________ Pág.nº. ______
DATA
Fonte de O
2
Prescrição O
2
(L/min.-h/dia)
Aderência (S/N)
Medicações em uso
Beta
2
inalado curta / dose
Beta
2
inalado longa / dose
Cort.
inalado / dose
Brom.
ipratropio / dose
Cort VO manutenção / dose
Outros
Exacerbações (nº.)
Hospitalizações (nº.)
Intercorrências (n
o
)
Edema MMII (S/N)
Borg
Peak Flow (L/min)
Peso
Reatância
Resistência
Dinamometria (dom)
Dinamometria (não dom)
Hemoglobina (g/dl)
Hematócrito (%)
pH
PaO
2
/PaCO
2
HCO
3
/BE
SaO
2
ar ambiente
Resposta ao tratamento
(boa/ruim/inalterada)
SpO
2
ar ambiente
SpO
2
repouso/fluxo em uso
SpO
2
esforço
SpO
2
noturno
SpO
2
novo fluxo prescrito
Nova prescrição (L/min.-h/dia)
OBS:______________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
79
ANEXO 5 – Escala de dispnéia de Borg
ESCALA DE BORG
0 NENHUMA
1 MUITO LEVE
2 LEVE
3 MODERADA
4 POUCO INTENSA
5 INTENSA
6
7 MUITO INTENSA
8
9 MUITO, MUITO INTENSA
10
XIMA
80
ANEXO 6Índice de Dispnéia Basal - BDI
1. Incapacidade Funcional
( ) Grau 4
Nenhuma incapacidade: Capaz de realizar atividades usuais do (cotidiano) e ocupações sem falta
de ar
( ) Grau 3
Incapacidade discreta: Prejuízo em pelo menos uma atividade, mas nenhuma atividade
completamente abandonada. Redução das atividades no trabalho ou nas atividades usuais (do
cotidiano) que parece leve ou não claramente causada pela falta de ar
( ) Grau 2
Incapacidade moderada: O paciente trocou de atividade no trabalho e/ou pelo menos uma
atividade do cotidiano pela falta de ar
( ) Grau 1
Incapacidade acentuada: Paciente incapaz de trabalhar e ou abandonou a maioria ou todas as
atividades costumeiras pela falta de ar
( ) Grau 0
Incapacidade muito acentuada: Incapaz de trabalhar e abandonou a maioria ou todas as
atividades habituais pela falta de ar
( ) W
Quantidade incerta: O paciente tem incapacidade devido à dispnéia, mas a intensidade não pode
ser especificada. Os detalhes disponíveis não são suficientes para que a incapacidade seja
categorizada
( ) X
Desconhecido: Informação não dispovel sobre dispnéia e incapacidade
( ) Y
Incapacidade por outras causas que não a dispnéia: Por exemplo, problemas neuromusculares ou
dor tocica.
2. Magnitude da Tarefa
( ) Grau 4
Extraordinária: Tem falta de ar apenas com atividades extraordinárias, tais como carregar cargas
muito pesadas no plano, cargas mais leves ao subir ladeiras ou escadas, ou correndo. Nenhuma
falta de ar com atividades ordinárias
( ) Grau 3
Maior: Tem falta de ar com atividades maiores como subindo ladeira forte, mais de três lances
de escadas, ou carregando carga moderada no plano.
( ) Grau 2
Moderada: Tem falta de ar com atividades moderadas tais como subir uma ladeira suave, menos
de três lances de escadas ou carregando uma carga leve no plano.
( ) Grau 1
Leve: Tem falta de ar com atividades leves tais como andando no plano, tomando banho,
permanecendo em pé ou fazendo compras.
( ) Grau 0
Nenhuma tarefa: Falta de ar em repouso, enquanto sentado ou deitado.
( ) W
Quantidade incerta: A capacidade do paciente realizar tarefas está prejudicada devido à dispnéia,
mas a intensidade não pode ser especificada. Os detalhes não são suficientes para a incapacidade
ser categorizada
( ) X
Desconhecido: Ausência da informação disponível relacionada à intensidade da tarefa
( ) Y
Incapacidade por outras razões: Por exemplo, doenças neuromusculares ou dor tocica.
3. Magnitude do Esforço
( ) Grau 4
Extraordinário: Tem falta de ar com o maior esforço imaginável. Sem falta de ar com esforços
ordinários
( ) Grau 3
Maior: Tem falta de ar com esforço distintamente submáximo, mas de proporção maior. Tarefas
realizadas sem pausa, a menos que requeiram esforço extraordinário.
( ) Grau 2
Moderado: Falta de ar com esforço moderado. Tarefas realizadas com pausas ocasionais e
precisando de mais tempo do que as pessoas normais
( ) Grau 1
Leve: Tem falta de ar com pouco esforço. Tarefas realizadas com muito esforço ou tarefas mais
difíceis realizadas com pausas freqüentes, requerendo um tempo 50 a 100% maior do que uma
pessoa média.
( ) Grau 0
Nenhum esforço: Falta de ar em repouso, enquanto sentado ou deitado.
( ) W
Quantidade incerta: A capacidade de se exercitar do paciente está prejudicada devido à dispnéia,
mas a intensidade não pode ser especificada.
( ) X
Desconhecido: Ausência da informação disponível relacionada à intensidade do esforço
( ) Y
Incapacidade por outras razões: Por exemplo, doenças neuromusculares ou dor tocica.
81
ANEXO 7 – Questionário de qualidade de vida na doença respiratória
The St. George’s Respiratory Questionnaire – Paul Jones
PARTE 1
Nas questões abaixo assinale aquela que melhor identifica seus problemas respiratórios no
último ano.
Obs.: Assinale um só quadrado para as questões de 1 a 8.
Maioria dos dias
da semana (5-7
dias)
Vários dias
da semana
(2-4 dias)
Alguns dias
no mês
Só com
infecções
respiratórias
Nunca
1. Durante o último ano
tossi
( )
80,6
( )
63,2
( )
29,3
( )
28,1
( )
0
2. Durante o último ano
tive catarro
( )
76,8
( )
60,0
( )
34,0
( )
30,2
( )
0
3. Durante o último ano
tive falta de ar
( )
87,2
( )
71,4
( )
43,7
( )
35,7
( )
0
4. Durante o último ano
tivechiado no peito"
( )
86,2
( )
71,0
( )
45,6
( )
36,4
( )
0
5. Durante o último ano, quantas crises graves de problemas respiratórios você teve:
Mais de 3 3 2 1 Nenhuma
( )
86,7
( )
73,5
( )
60,3
( )
44,2
( )
0
6. Quanto tempo durou a pior dessas crises?
(passe para pergunta 7 se não teve crises graves)
1 semana ou mais 3 ou mais dias 1 ou 2 dias Menos de 1 dia
( )
89,7
( )
73,5
( )
58,8
( )
41,9
7. Durante o último ano, em uma semana considerada como habitual, quantos dias bons (com
poucos problemas respiratórios) você teve:
Nenhum dia 1 ou 2 dias 3 ou 4 dias Quase todos os dias Todos os dias
( )
93,3
( )
76,6
( )
61,5
( )
15,4
( )
0
8. No caso de ter tido “chiado no peito”, ela é pior de manhã?
Não Sim
( )
0
( )
62,0
82
PARTE 2
Seção 1
A) Assinale um só quadrado para descrever sua doença respiratória:
É o meu maior
problema
Causa-me muitos
problemas
Causa-me alguns
problemas
Não me causa nenhum
problema
( )
83,2
( )
82,5
( )
34,6
( )
0
B) Em relação ao seu trabalho, assinale um dos quadrados:
(passe para a Seção 2, se você não trabalha)
Minha doença respiratória obrigou-me a parar de trabalhar ( )
88,9
Minha doença respiratória interfere com o meu trabalho normal ou me
obrigou a mudar de trabalho
( )
77,6
Minha doença respiratória não afeta meu trabalho ( )
0
Seção 2
As respostas abaixo se referem às atividades que podem provocar falta de ar.
A) Assinale com um x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não,
de acordo com o seu caso atualmente:
Sim Não
Sentado ou deitado ( ) 90,6 ( ) 0
Tomando banho ou vestindo-se ( ) 82,8 ( ) 0
Caminhando dentro de casa ( ) 80,2 ( ) 0
Caminhando em terreno plano ( ) 81,4 ( ) 0
Subindo um lance de escada ( ) 76,1 ( ) 0
Subindo ladeiras ( ) 75,1 ( ) 0
Praticando esportes ou jogos que impliquem esforço físico ( ) 72,1 ( ) 0
Seção 3
A) Assinale com um x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não,
para definir o estado de sua tosse e falta de ar atualmente:
Sim Não
Minha tosse causa-me dor ( ) 81,1 ( ) 0
Minha tosse deixa-me cansado ( ) 79,1 ( ) 0
Falta-me o ar quando falo ( ) 84,5 ( ) 0
Falta-me o ar quando dobro o corpo para frente ( ) 76,8 ( ) 0
Minha tosse ou falta de ar perturba o meu sono ( ) 87,9 ( ) 0
Fico exausto com facilidade ( ) 84,0 ( ) 0
83
Seção 4
A) Assinale com um x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não,
para definir o efeito que a doença respiratória tem sobre você:
Sim Não
Minha tosse ou falta de ar deixam-me envergonhado em público ( ) 74,1 ( ) 0
Minha doença respiratória é inconveniente para minha família,
amigos ou vizinhos
( ) 79,1 ( ) 0
Tenho medo ou mesmo pânico quando não consigo respirar ( ) 87,7 ( ) 0
Sinto que minha doença respiratória escapa ao meu controle ( ) 90,1 ( ) 0
Eu não espero nenhuma melhora da minha doença respiratória ( ) 82,3 ( ) 0
Minha doença debilitou-me física e mentalmente, o que faz com
que eu precise de ajuda de alguém
( ) 89,9 ( ) 0
Parece-me perigoso fazer exercício ( ) 75,7 ( ) 0
Tudo o que faço parece ser demais para minha capacidade ( ) 84,5 ( ) 0
Seção 5
A) Assinale com um x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não,
para definir os efeitos da medicação na sua doença respiratória: (passe para a Seção 6 se não
toma medicamentos)
Sim Não
Minha medicação não está me ajudando muito ( ) 88,2 ( ) 0
Fico envergonhado ao tomar medicamentos em público ( ) 53,9 ( ) 0
Minha medicação provoca-me efeitos colaterais desagradáveis ( ) 81,1 ( ) 0
Minha medicação interfere muito com o meu dia a dia ( ) 70,3 ( ) 0
Seção 6
A) Assinale com um “x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não
para indicar as atividades que podem ser afetadas pela sua respiração:
Sim Não
Levo muito tempo para lavar-me ou vestir-me ( ) 74,2 ( ) 0
Demoro muito tempo ou não consigo tomar banho de chuveiro ou na
banheira
( ) 81,0 ( ) 0
Ando mais devagar que as outras pessoas, ou tenho que parar descansar ( ) 71,7 ( ) 0
Demoro muito tempo para realizar as tarefas como o trabalho de casa,
ou tenho que parar para descansar
( ) 70,6 ( ) 0
Quando subo um lance de escada, vou muito devagar, ou tenho que
parar para descansar
( ) 71,6 ( ) 0
Se estou apressado ou caminho mais depressa, tenho que parar
descansar ou ir mais devagar
( ) 72,3 ( ) 0
Por causa da minha respiração, tenho dificuldade para desenvolver
atividades como: subir ladeiras, carregar objetos subindo escadas,
dançar, praticar esporte leve
( ) 74,5 ( ) 0
Por causa da minha respiração, tenho dificuldades para desenvolver
atividades como: carregar grandes pesos, fazer “cooper” ou nadar
( ) 71,4 ( ) 0
Por causa da minha respiração, tenho dificuldade para desenvolver
atividades como: trabalho manual pesado, correr, andar de bicicleta,
nadar rápido ou praticar esportes de competição
( ) 63,5 ( ) 0
84
Seção 7
A) Assinale com um x” no quadrado de cada questão abaixo, indicando a resposta Sim ou Não,
para indicar outras atividades que geralmente podem ser afetadas pela sua doença respiratória:
Sim Não
Praticar esportes ou jogos que impliquem esforço físico ( ) 64,8 ( ) 0
Sair de casa para me divertir ( ) 79,8 ( ) 0
Sair de casa para fazer compras ( ) 81,0 ( ) 0
Fazer o trabalho da casa ( ) 79,1 ( ) 0
Sair da cama ou da cadeira ( ) 94,0 ( ) 0
B) A lista seguinte descreve uma série de outras atividades que o seu problema respiratório pode
impedir você de realizar.
- Dar passeios a ou passear com o seu cão
- Fazer o trabalho doméstico ou jardinagem
- Ter relações sexuais
- Ir à igreja, bar ou a locais de divero
- Sair com mau tempo ou permanecer em locais com fumaça de cigarro
- Visitar a família e os amigos ou brincar com as crianças
Por favor, escreva qualquer outra atividade importante que seu problema respiratório pode impedi-lo
de fazer.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
______________________________________
C)
Das questões abaixo relacionadas, assinale somente aquela que melhor define a forma como
você é afetado pela sua doença respiratória:
Não me impede de fazer nenhuma das coisas que eu gostaria de
fazer
( )
0
Impede-me de fazer uma ou duas coisas que eu gostaria de fazer ( )
42,0
Impede-me de fazer a maioria das coisas que eu gostaria de fazer
( )
84,2
Impede-me de fazer tudo o que eu gostaria de fazer ( )
96,7
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