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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ODAELSON ANTONIO CLEMENTINO DA SILVA
A INFLUÊNCIA DO CAPITAL SOCIAL PARA
POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: Um
estudo comparativo entre duas comunidades no
município de
Bananeiras – Paraíba
JOÃO PESSOA
2007
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ODAELSON ANTONIO CLEMENTINO DA SILVA
A INFLUÊNCIA DO CAPITAL SOCIAL PARA POLÍTICAS
DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: Um estudo comparativo
entre duas comunidades no município de Bananeiras Paraíba
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal da
Paraíba como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção.
Professor orientador: Prof. Gesinaldo Ataíde Cândido, Dr
Área de concentração: Gestão da Produção
Subárea: Tecnologia, Trabalho e Organizações
.
JOÃO PESSOA-PB
2007
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S586 Silva, Odaelson Antonio Clementino da
A influência do capital social para políticas de desenvolvimento local:
um estudo comparativo entre duas comunidades no município de
Bananeiras Paraíba / Odaelson Antonio Clementino da Silva - João Pessoa:
UFPB, 2007.
149f.: il.
Orientador: Prof Dr Gesinaldo Ataíde Cãndido
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade
Federal da Paraíba - Centro de Tecnologia – PPGEP.
1. Desenvolvimento Local 2. Capital Social 3. Políticas Públicas I.
Título.
CDU: 658.5 (043)
ODAELSON ANTONIO CLEMENTINO DA SILVA
A INFLUÊNCIA DO CAPITAL SOCIAL PARA POLÍTICAS
DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: Um estudo comparativo
entre duas comunidades no município de Bananeiras -Paraíba
Dissertação __________________________como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de
Produção no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da
Universidade Federal da Paraíba.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Gesinaldo Ataíde Cândido, Dr.
Universidade Federal de Campina Grande
Orientador
____________________________________________________
Prof. Guilherme de Albuquerque Cavalcanti, Dr.
Universidade Federal da Paraíba
Examinador
_____________________________________________________
Prof. Geraldo Maciel, Dr.
Universidade Federal da Paraíba
Examinador
_____________________________________________________
Profª. Rita de Cássia de Faria Pereira, Dra.
Universidade Federal da Paraíba
Examinadora
Dedico este trabalho ao meu Deus e à
minha família:
Antonio Alves da Silva, Josefa
Clementino da Silva, e Odaci
Clementino da Silva: pai, mãe e irmão
companheiros de todas as horas.
E à minha noiva amada Alessandra por sua
paciência e companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus por me amar, sustentar e capacitar para a realização deste
trabalho e vencer a cada dia;
À minha Família, pelo apoio, em todas as horas especialmente aos meus
pais pelo exemplo de honestidade e perseverança;
À Alessandra Fernandes, minha amada pelo companheirismo a todo
momento assim como o exemplo de fé, ternura e dedicação;
À Gesinaldo Ataíde Cândido, (Gil), pela orientação, pelo exemplo de
profissionalismo, dedicação e perseverança, assim como pelos
ensinamentos transmitidos.
À Francisco de Assis, Roberto, Ricardo, Rosivaldo, Márcia e Kadidja
que ao longo do tempo se mostraram amigos leais;
À Dona Cícera, Betania, Roberto e Nil, pelo acolhimento em todas as
horas;
Aos meus colegas da CAGEPA pelo companheirismo demonstrado ao
longo destes anos de convivência;
Aos meus colegas do PPGEP pela amizade demonstrada ao longo dos
nossos estudos.
“Quando tomamos consciência de que
alguém venceu, logo pensamos no seu
estado de sorte. Se olharmos com atenção
ali houve sacrifício, determinação,
mérito, perseverança, e vontade de
vencer.”
(Autor: desconhecido)
RESUMO
Diante do fenômeno da globalização e do macro contexto político
econômico atual, extremamente excludente referente a regiões ineficientes
ou inertes em promover desenvolvimento, políticas e estratégias de
promoção do desenvolvimento local, vêm sendo adotadas como resposta à
estes, em função de possibilitar a inserção de esferas locais em ambientes
mais amplos, como mercados globalizados por exemplo, através do
aproveitamento adequado de suas potencialidades econômicas. O presente
estudo foi desenvolvido com o intuito de investigar qual a influência do
capital social para projetos e políticas públicas implantadas com objetivo
de promover realidades de desenvolvimento local no município de
Bananeiras. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e
documental e um estudo de caso múltiplo, buscando levantar a incidência
do capital social nas comunidades selecionadas para realização deste
estudo. A pesquisa caracterizou-se como um estudo exploratório
descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa focalizada na
interpretação e comparação dos dados obtidos. Os resultados desta
pesquisa mostram maior incidência de capital social na comunidade
Raposa, que no programa de desenvolvimento local implantado apresentou
resultados não muito positivos, ao contrario da comunidade de Roma que
apresentou resultado satisfatório segundo os órgãos que implantaram o
programa. Isto contradiz o pressuposto deste trabalho, que esperava como
projeto mais eficaz o projeto implantado onde houvesse maior incidência
de capital social, daí a conclusão de que o maior ou menor nível de
capital social não haver sido o fator determinante nas políticas de
desenvolvimento local implantadas nas comunidades selecionadas para
este estudo, e que outros fatores como econômico, político ou ambiental
podem e devem ser observados com mais cautela nas comunidades
estudadas.
Palavras-chave: Desenvolvimento local. Capital Social. Políticas
públicas.
ABSTRACT
Before the phenomenon of the globalization and of the macro political
economical current context extremely excludent of referring to inefficient
or inert regions to the development, politics and strategies of promotion
of the local development are adopted like answer to these, in function of
making possible the insertion of local spheres in more spacious
environments, like globalized markets for example, through the
appropriate use of his economical potentialities. The present study was
developed with the intention of investigating which influences are of the
equity capital for the success or failure of projects and politics you
publish when they were introduced with objective to promote fact of local
development in the local authority of Bananeiras, for so much has
happened there in a bibliographical and documentary inquiry and a
multiple case study, looking to lift the incidence of the equity capital in
the communities selected for realization of this study. The inquiry was
characterized like a study exploration descriptively, with qualitative and
quantitative approach focused in the interpretation and comparison of the
obtained data. The results of this inquiry demonstrate bigger incidence of
equity capital in the community of Raposa, what contradicts the
presupposition of this work, which waited as more effective project the
one of larger incidence of social capital. The result of the research
demonstrated in the case studied in this work, larger incidence of the
social capital in the less effective community in the local development
project implanted, then the conclusion that the largest or smaller level of
social capital have not been the decisive factor for the success or failure
in relation to the local development politics implanted in the selected
communities in this study, and that other factors as economical, political
or environmental should be observed with more caution in the studied
communities.
Key words: Local development. Social Capita., Public politicians.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Dimensões Categorias e Parâmetros............................................................................ 60
Quadro 2 - Resultado Geral da Pesquisa........................................................................................ 94
LISTA DE SIGLAS
ADECOR Associação para o Desenvolvimento Comunitário de
Roma
B M Banco Mundial
BNB Banco do Nordeste do Brasil
CFT Curso de Formação de Tecnólogos
CS Capital Social
DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
EMEPA Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba
IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
ONU Organização das Nações Unidas
PA Projeto de Assentamento
PIB Produto Interno Bruto
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar
QI MCS Questionário Integrado Para Medir Capital Social
UFPB Universidade Federal da Paraíba
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 12
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA .................................................... 12
1.2 OBJETIVOS................................................................................................................... 16
1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................................. 16
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 16
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA............................................................................... 18
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONCEITOS DE CAPITAL SOCIAL ...................... 19
2.2 GENEALOGIA DA CONCEPÇÃO SOBRE CAPITAL SOCIAL ............................... 20
2.3 CONCEITOS DE CAPITAL SOCIAL .......................................................................... 21
2.4 PAPEL, IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DO CAPITAL SOCIAL PARA
VIABILIZAÇÃO DE PROJETOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS ........... 25
2.5 A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL SOCIAL E AS POLÍTICAS PARA
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO .................................................... 30
2.6 O CONTEXTO RECENTE EM QUE SE INSEREM O ESTADO E AS POLÍTICAS
PÚBLICAS..................................................................................................................... 32
2.7 CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO................................................................... 35
2.7.1 Algumas Visões Econômicas do Desenvolvimento ....................................................... 37
2.7.2 A Mudança de Enfoque do Desenvolvimento................................................................ 40
2.8 O DESENVOLVIMENTO LOCAL............................................................................... 43
2.9 ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS EM POLÍTICAS PÚBLICAS: MECANISMOS
CAPAZES DE CRIAR / FORTALECER O CAPITAL SOCIAL................................. 46
2.10 NOVAS ABORDAGENS SOBRE CAPITAL SOCIAL: DIMENSÕES
DIFERENCIADORAS................................................................................................... 48
2.10.1 Dimensões do Capital Social.......................................................................................... 48
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS............................................................... 53
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA......................................................................... 53
3.1.1 Quanto aos fins ............................................................................................................... 53
3.1.2 Quanto aos meios utilizados para realização da pesquisa e levantamento dos dados .... 54
3.1.2.1 A Ferramenta Para Medir Capital Social do Banco Mundial......................................... 55
3.2 ESTRATÉGIA DE COLETA DE DADOS.................................................................... 57
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS................................................................ 57
3.3.1 Dimensões e Categorias.................................................................................................. 57
3.4 SEQÜÊNCIA METODOLÓGICA PARA CONDUÇÃO DA PESQUISA .................. 60
3.5 CARACTERIZAÇÃO DAS COMUNIDADES E SEUS RESPECTIVOS PROJETOS61
3.5.1 Comunidade de Roma..................................................................................................... 61
3.5.2 Projeto de Assentamento Nsa. Sra. do Perpétuo Socorro (Raposa)................................ 63
3.6 POPULAÇÃO E AMOSTRA ........................................................................................ 66
3.7 TRATAMENTO DOS DADOS..................................................................................... 68
4 APRESENTAÇAO E DISCUSSÁO DOS RESULTADOS...................................... 69
4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................................... 69
4.1.1 Dimensão 1: Apoio Comunitário.................................................................................... 69
4.1.2 Dimensão 2: Capital Social Estrutural............................................................................ 77
4.1.3 Dimensão 3: Redes e Organizações de Apoio Mútuo .................................................... 81
4.1.4 Dimensão 4: Ação Coletiva Prévia................................................................................. 90
4.1.5 Dimensão 5: Capital Social Cognitivo............................................................................ 85
4.1.6 Dimensão 6: Perfil Organizacional................................................................................. 90
5 - CONCLUSÃÕ E RECOMENDAÇÕES............................................................................. 105
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 102
APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA MEDIR CAPITAL SOCIAL
ENVOLVENDO DOMICÍLIO, ORGANIZAÇÕES E COMUNIDADES.................. 107
APÊNDICE B - TABELAS DE DISPONIBILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DAS
PESQUISAS EM ROMA E RAPOSA......................................................................... 120
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Problemas econômicos, sociais, políticos e ambientais podem ser
solucionados de forma mais equilibrada e sustentável a partir de
programas e iniciativas de desenvolvimento local integrado e participativo
como resposta a políticas de crescimento meramente econômico e
conseqüentemente excludente por deixar de lado aspectos humanos,
geográficos, culturais, sociais e ambientais.
Antigos conceitos de desenvolvimento atrelados apenas ao
crescimento econômico, difundidos pelo fenômeno dinâmico da
globalização, ocasionaram a necessidade de países subdesenvolvidos
reagirem à nova conjuntura dinâmica mundial em função de mercados
locais estarem inseridos direta ou indiretamente em mercados
globalizados e competirem com países de tecnologia mais avançada como
Japão, Estados Unidos ou de preços mais competitivos como China.
Diante dessa nova realidade, surgiu a idéia de desenvolvimento
local como estratégia alternativa para países subdesenvolvidos ou
emergentes como Brasil, México e outros Latino-Americanos reverterem
os efeitos excludentes da atual conjuntura econômica mundial, e como
forma de promover o desenvolvimento econômico nestes países através da
inclusão e união de várias localidades, formando um macro ambiente
interativo econômico, político e social.
Frente a isso, algumas instituições internacionais, como o Banco
Mundial (2002), caracterizam desenvolvimento local como a possibilidade
de unir regiões diferentes através da valorização da comunidade e do
apoio de entidades estimuladoras e capacitadoras. Esta instituição estuda
a nível mundial o tema capital social atrelado ao desenvolvimento local
em regiões como África, Ásia e, na América Latina, em países como
Brasil, estimulando políticas que busquem promovê-lo.
Como resultado, o Banco Mundial (2002) afirmou que o capital
social afeta o desenvolvimento econômico, principalmente por facilitar
transações entre indivíduos membros da sociedade local, indo desde
13
indivíduos membros da mesma residência a membros de vários grupos em
outros países, por exemplo.
Nesse contexto, ainda segundo o Banco Mundial (2002), o
desenvolvimento local apresenta-se como alternativa para, através do
aproveitamento das potencialidades locais de forma racional e
sustentável, proporcionar inclusão social, estabelecer atividades
produtivas, formar mercados locais e regionais, e seqüencialmente inserí-
los em mercados mais amplos fornecendo produtos regionais aos mercados
globais como resposta às ameaças da globalização em regiões inertes ao
desenvolvimento.
Aliado a esta possibilidade, o capital social foi abordado neste
trabalho como fator que, por sua notoriedade e desenvoltura em estudos
sobre fatores influentes em processos de desenvolvimento econômico e
local apresenta-se como extremamente importante em estratégias que
busquem desenvolvê-lo. Este tema ganhou tal notoriedade entre cientistas
e organizações nacionais e internacionais, como o próprio Banco Mundial,
que, conforme D’Araújo (2003), passou a distingui-lo como uma das
formas de capital na sua avaliação de projetos de desenvolvimento,
somando-se aos capitais natural, financeiro e humano.
O tema foi ganhando maior abrangência, especialmente no campo do
desenvolvimento, no que diz respeito à influência e organização da
sociedade e às relações sociais voltadas para o mesmo. Franco (2000)
caracterizou capital social como influenciando diretamente em processos
de desenvolvimentos com respeito aos níveis de organização de uma
sociedade.
Já Putnam (1993), em seu estudo na Itália sobre capital social,
destaca a influência do tema na sociedade como um todo através do
fortalecimento de sentimentos como civismo, que fortalece a democracia
através da inclusão participativa, gerando sucessivamente cidadãos mais
inseridos e atuantes na comunidade a qual pertençam, mudando sua
realidade, podendo o mesmo ser entendido como elemento que possibilita
uma resposta ao grande desafio da atualidade em promover
desenvolvimento econômico de forma includente através da valorização
das várias esferas da sociedade, passando pelas áreas econômica, social,
política e ambiental, frente ao atual contexto econômico mundial.
14
A contribuição do capital social para projetos e políticas que
buscam promover o desenvolvimento local como estratégia para promoção
de desenvolvimento econômico apresentados neste trabalho é relevante
para o pesquisador, assim como para a sociedade, pelo fato de levantar a
influência de fatores como cooperação, confiança, e ajuda mútua, que
caracterizam o capital social utilizado para montagem de projetos visando
o estabelecimento de atividades produtivas locais e desenvolvimento.
Este fato ocorre através da organização de certos mercados cujos
protagonistas sejam os próprios membros da comunidade em resposta a
problemas como inadequação tecnológica, relações de trabalho arcaicas e
ineficiência produtiva de atividades de baixo valor que agem mantendo o
baixo nível das atividades produtivas tradicionais, como atividades agro-
silvo-pastoris de baixa eficiência econômica, refletindo em índices muito
elevados de subemprego ou desemprego aberto, déficits sociais agudos e
pressão intensa sobre os recursos naturais.
Como resposta a tais problemas, a cidade de Bananeiras, possuidora
de variáveis positivamente influentes para um cenário de desenvolvimento
local, dentre as quais menciona-se, proximidade a grandes centros como a
capital paraibana João Pessoa, 120 km, Campina Grande, segundo maior
centro econômico do Estado, 74 km, Natal RN, 160 km, e Recife PE, 240
km, todas interligadas por rodovias asfaltadas, o que demonstra
proximidade à mercados consumidores e favorece o escoamento da
produção, além de outras características positivas como população,
segundo o censo 2000 composta por 21.800 habitantes, 6,07% da
população do Estado, sendo que destes, 68,5% encontram-se distribuídos
na zona rural e apenas 31,5% na zona urbana o que mostra uma
característica particular desta em relação a outras realidades a nível
estadual e nacional, onde se evidencia a importância da agricultura e
produção animal para o município. Outro fator positivo é a existência de
um campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com dois cursos
técnicos na área agrícola, e três cursos superiores, estação de piscicultura
do IBAMA, entre outros, que estudam atividades agrícolas e criação de
animais praticados no município de Bananeiras.
Através de dois projetos de desenvolvimento local, implantados
aproveitando suas potencialidades, e respeitando suas respectivas
15
diferenças ambientais, a cidade de Bananeiras buscou promover realidades
de desenvolvimento local. Um dos projetos estudados, o da piscicultura,
foi implantado numa região do município que goza de ambiente geográfico
favorável para esta atividade, uma vez que a realização de ações que
levam ao desenvolvimento econômico, social e ambiental num contexto
local envolve o bom aproveitamento das oportunidades da localidade.
Diante disso, a Prefeitura Municipal de Bananeiras pôs em prática um
projeto de difusão da piscicultura no município especificamente na região
denominada Roma, um distrito rural do município.
O segundo projeto estudado foi o de desenvolvimento da
caprinocultura na região de assentamento rural, densamente povoada no
Curimataú, uma área de clima mais seco e vegetação rasteira propícia ao
desenvolvimento da pecuária caprina, segundo especialistas no projeto.
Objetiva-se através de projetos de natureza social, política,
econômica e cultural como estes transformar a realidade local, e neste
processo de transformação econômica e social, há a possibilidade de
transformar a realidade de uma região pela formação e ou inclusão de
mercados locais muitas vezes isolados em ambientes de interação
econômica.
O estudo deste tipo de capital, que vem somar-se aos demais
capitais como capital físico, financeiro dentre outros, e o de sua
influência como elemento potencialmente importante para políticas de
desenvolvimento econômico mostrou-se bastante importante pelo mesmo,
ser observado atualmente como fator influente nestas políticas.
Acredita-se que as contribuições deste trabalho proporcionarão
benefícios positivos de ordem teórica, pela ampliação do referencial
teórico sobre o tema aliado ao embasamento empírico através da pesquisa
de campo, assim como de ordem prática, através do estudo e compreensão
da influência do capital social em políticas e iniciativas de implantação
de desenvolvimento local.
Dentro deste contexto, o presente trabalho procurou responder ao
seguinte problema de pesquisa:
Qual a influência do capital social nas políticas e ações
direcionadas para geração de desenvolvimento local no município de
Bananeiras - Paraiba?
16
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a influência do capital social na implementação e nos
resultados obtidos nas políticas e ações direcionadas à promoção do
desenvolvimento local em duas comunidades específicas no município de
Bananeiras – Paraíba.
1.2.2 Objetivos Específicos
Explorar conceitos e abordagens relacionadas a desenvolvimento
local e capital social, e a partir daí escolher os que mais se
adequaram ao problema de pesquisa;
Conhecer o contexto e a forma de aplicação dos projetos de
piscicultura e caprinocultura implantados nas comunidades do
município selecionadas para este estudo;
Caracterizar as comunidades em termos de ações políticas e sociais
para geração de desenvolvimento local;
Verificar as evidências de como o capital social influenciou nas
proposições, encaminhamentos e resultados obtidos nos referidos
projetos.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos organizados de
forma a atender aos objetivos propostos: No primeiro Capítulo
apresentaram-se os fatores que motivaram a realização do trabalho, a
delimitação do problema de pesquisa e os objetivos propostos. No
Capítulo 2 desenvolveu-se a fundamentação teórica que engloba assuntos
relativos à contribuição de vários autores diretamente ligados ao tema
17
capital social, sua genealogia, seus conceitos, seu papel, importância e
necessidade para viabilização de projetos políticos, econômicos e sociais,
a relação entre capital social e as políticas para promoção do
desenvolvimento, o contexto recente em que se inserem o Estado e as
políticas públicas, alguns conceitos de desenvolvimento, algumas visões
econômicas de desenvolvimento, a mudança de seu enfoque,
desenvolvimento local, estratégias operacionais em políticas públicas:
mecanismos capazes de criar/fortalecer o capital social, e novas
abordagens sobre capital social, formas e dimensões diferenciadoras.
O Capítulo 3 apresentou a metodologia utilizada para realização da
pesquisa tanto para os fins quanto para os meios, delimitando-a e
apresentando a estratégia para coleta e tratamento dos dados, assim como
o instrumento utilizado para coleta.
No Capítulo 4 demonstraram-se a apresentação e discussão dos
resultados obtidos, e finalmente no Capítulo 5 foram colocadas a
conclusão e as sugestões para pesquisas futuras.
2 FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
Á medida que a competição internacional firmou-se através da
abertura econômica dos países, formando uma nova realidade global
extremamente exigente e excludente frente a economias não competitivas,
que não atendam as novas exigências mundiais, nasceu a necessidade e
oportunidade de reação através da valorização da esfera local como forma
de promover a inclusão econômica e social.
A formação de mercados locais que interajam e incluam-se em
contextos cada vez mais amplos, através do aproveitamento de eventuais
vocações econômicas locais, foi visto como uma oportunidade para esferas
locais se lançarem rumo ao mercado globalizado e como forma de
promoção do desenvolvimento.
Programas de desenvolvimento local vêm sendo abordados como
estratégias potenciais adotadas por países subdesenvolvidos ou em vias de
desenvolvimento por possibilidade de reação ao fenômeno da globalização
e suas conseqüências para os menos favorecidos economicamente num
contexto global.
Este novo cenário que se forma exige uma visualização diferente das
esferas locais e da forma como estas são trabalhadas em função das
relações entre as pessoas na família, á nível de domicílio, entre vizinhos,
com outras comunidades e até nas relações de poder.
Esta resposta ao atual cenário econômico mundial exige o
desenvolvimento da comunidade ou localidade não somente proporcionado
pelo mero crescimento econômico, mas passa pelas mudanças das
condições de vida das pessoas, e exige mudanças econômicas, sociais e
políticas.
Frente a isso, surgiu uma nova forma de capital, denominada
segundo estudos anteriores, capital social que apresentou-se como
constituído pelas formas e tipos de relações existentes entre os indivíduos
membros do domicílio, da comunidade ou vizinhança, indo até contextos
mais amplos como relações entre os indivíduos com o Estado, ou
organizações privadas.
19
Ao capital social atribui-se, o papel de promover interação social,
econômica e política, formando redes de apoio mútuo baseadas em
relacionamentos de confiança e cooperação.
Estes valores, confiança e cooperação, formam ativos sociais e,
consequentemente, econômicos capazes de dinamizar a economia, a
princípio local, indo por efeito cascata até contextos mais amplos como o
regional, e até nacional.
Este fator não age sozinho, mas interage com os outros capitais,
como o capital humano, natural e econômico, através da interligação dos
fatores produtivos como mão-de-obra, recursos naturais, e recursos
financeiros, tornando-os melhor aproveitados pela sociedade como um
todo. O papel do capital social é agregar valor através das relações de
parceria entre os atores ou agentes locais que trabalhando juntos somam
os vários capitais, dinamizando potencialidades locais através do
desenvolvimento das pessoas e da sociedade pela inclusão social,
econômica e política. Ao longo deste trabalho este tipo de capital foi
melhor explicitado desde sua genealogia até sua relação com o
desenvolvimento.
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONCEITOS DE CAPITAL SOCIAL
Capital Social é um novo conceito que vem somar-se aos antigos
conceitos de capital como o físico, econômico, humano e natural no papel
de fator importante e influente na geração de desenvolvimento econômico.
Novos conceitos de desenvolvimento atentaram para a importância
da democracia através da descentralização administrativa e política,
consolidação cívica, maior participação popular e consolidação da
cidadania ativa como resposta à falência de governos totalitários e
centralizadores em promover desenvolvimento.
No século XX, este novo tipo de capital foi tratado de uma forma
mais abrangente, e visto como ferramenta capaz de auxiliar em programas
e políticas de desenvolvimento, especificamente em programas de
desenvolvimento local como estratégia para promoção do tão almejado
desenvolvimento econômico.
20
Para melhor compreensão deste, se observou um pouco do
desenvolvimento do tema capital social, desde sua origem, até seus
conceitos mais contemporâneos e atuais segundo alguns autores, assim
como sua influência em projetos e políticas de desenvolvimento local.
2.2 GENEALOGIA DA CONCEPÇÃO SOBRE CAPITAL SOCIAL
Observando-se a genealogia do termo capital social, percebe-se a
evolução do termo como fator influente na literatura econômica e política
em relação a políticas para formação do desenvolvimento.
O termo foi empregado em diferentes contextos, porém convergentes
em pontos chaves como será visto posteriormente. Sua origem está no
trabalho de Lyda Judson, (apud D’ARAUJO, 2003), que em 1916, ao ligar
diretamente o crescimento da pobreza em centros comunitários de escolas
rurais dos Estados Unidos ao decréscimo da sociabilidade deu origem ao
termo capital social. Essa ligação feita pelo autor levantou a importância
da participação e interação entre pessoas no que chamou de envolvimento
da comunidade.
Desde sua origem, o tema vincula-se à importância da participação,
interação das pessoas e envolvimento da sociedade civil como essenciais
para o desenvolvimento, a princípio a nível comunitário, abrangendo
posteriormente maior espaço e notoriedade tornando-se influente em
contextos mais amplos de desenvolvimento sempre ligados a fatores como
organização social.
Para Franco (2001), Aléxis de Tocqueville numa comparação entre
seu país, a França, e os Estados Unidos em seu livro Democracy in
América (1835-1840) foi a primeira pessoa a descrever o fenômeno ou a
idéia que esse conceito quer expressar ao observar nos americanos um
item fundamental para o capital social: o hábito de reunir-se em
associações de voluntários para fins tanto triviais como sérios, além de
possuir muita prática em organizar-se com interesses civis afins e
políticos, fato este não observado na França.
Tocqueville (apud FRANCO, 2001) enfatiza também algumas
características importantes para existência do capital social, dentre as
21
quais destacava a capacidade de auto-organização, participação ativa das
pessoas na composição das leis pela escolha democrática dos legisladores,
e já observava o empoderamento da sociedade civil americana ao
interessar as pessoas pela coisa pública, através do fortalecimento do
civismo e pela difusão de hábitos cooperativos incorporados em sua
cultura, proporcionando a boa governança.
A contribuição de Tocqueville foi observar a natureza e importância
política que o tema manifestava através da liberdade democrática,
proporcionando o empoderamento não de alguns cidadãos meramente, mas
de toda a sociedade.
Novos estudos na área foram surgindo e o tema capital social foi se
proliferando, como afirma Franco (2001), ao comentar a idéia de capital
social de Jane Jacobs, sobre a importância das pessoas que forjaram a
rede de relações do bairro, constituindo capital social urbano, necessário
ao funcionamento da autogestão de um lugar. Para o autor, este conceito
contribui para o viver coletivo, ao explicar a importância e o caráter
associativo da vizinhança e da teia ou rede de relações constituída por
pessoas da comunidade, formadas através do relacionamento entre a
vizinhança ou entre pessoas que têm algo em comum e integram
instituições como associações de bairro, religião ou igreja ou ainda
participam de diretórios.
Percebe-se no primeiro momento, a ênfase no fator político
democrático e dos pressupostos do “empowerment”, empoderamento dos
cidadãos, com as colocações de Tocqueville e no segundo momento a
percepção das redes sociais, através do caráter associativo intra e ultra-
comunitário, como colocado por Jacobs.
O conceito de capital social passou por outras áreas da ciência como
economia, ciências políticas, entre outras; no decorrer do estudo o tema
foi observado de um ponto de vista mais voltado para área de
desenvolvimento, segundo o interesse deste trabalho. Antes desta
discussão observaram-se vários outros conceitos a respeito do tema.
2.3 CONCEITOS DE CAPITAL SOCIAL
22
Apesar da ausência de uma definição conceitual entre os diversos
autores há consenso quanto à sua importância na definição de variáveis e
de sua conjuntura, no sentido de promover a coordenação de atividades
participativas, atuantes e cooperativas rumo à construção de uma
realidade de projetos de benefícios comuns à sociedade, através de
comportamentos sociais mais voltados para o coletivo.
Dentre alguns fatores que compõem consensualmente o capital
social em seus diversos conceitos pode-se citar a cooperação mútua,
confiança, e uma estrutura social embasada em aspectos coletivos, que
ajudam a desenvolver a coordenação e a cooperação como forma de
produzir benefícios comuns.
Portes (apud LIMA, 2005) afirma que a primeira análise sistemática
do capital social foi realizada por Bordieu (1985), ao tratar o tema como
um recurso ligado à posse de uma forte rede social de relações mais ou
menos institucionalizadas. Essas relações eram baseadas em compromisso
e reconhecimento mútuo, onde os benefícios se revertem pela participação
de um determinado grupo através da solidariedade. Para o autor, capital
social pode ser entendido como conjunto de relações e redes de ajuda
mútua que podem ser mobilizadas para beneficiar um indivíduo ou sua
classe social.
Um outro autor influente no tema, Coleman (1990), enfatiza a
importância de regras e normas internalizadas pelas pessoas membros da
comunidade funcionando como referência para o que é certo ou errado.
Para o autor, capital social é definido por sua função de promover uma
estrutura social que facilite ações benéficas dos atores, sejam estes
pessoas ou instituições. O mesmo autor caracteriza capital social como a
soma de recursos sócio-estruturais que constituem um ativo de capital
para indivíduos que estão dentro desta estrutura.
Coleman (1990) especificou três formas de capital social: A
primeira refere-se a nível de confiança atrelado ao real nível de extensão
das obrigações existentes na sociedade, nas quais o maior nível de capital
social é explícito onde as pessoas confiam mais umas nas outras pela
aceitação e cumprimento mútuo de obrigações; na segunda enfatiza a
existência de canais de interação em função de um maior fluxo e troca de
informações e idéias; na terceira forma, as normas e sanções que
23
encorajam os indivíduos a trabalhar por um bem comum abandonando
interesses próprios e imediatistas.
Nesta percepção, no plano individual enfatiza-se a capacidade de
relacionamento do indivíduo, sua rede de contatos sociais baseada em
expectativas de reciprocidade e comportamentos confiáveis que
conjuntamente melhoram a eficiência individual e coletiva.
Outra grande contribuição para o tema capital social foi dada por
Putnan (1993), quando em sua obra Making Democracy work” relatou a
idéia do capital social embasada no envolvimento individual em
atividades coletivas, possibilitando a construção de redes de confiança
mútua formadas no cerne da comunidade na qual o indivíduo reside
fomentando o civismo.
Segundo Putnan (1993), este envolvimento das pessoas nas decisões
da comunidade através da formação de virtudes cívicas torna os cidadãos
mais atuantes, e consequentemente as comunidades mais democráticas
proporcionando o surgimento de políticas públicas mais justas e menos
tendenciosas a interesses particulares.
Em seu trabalho sobre a criação dos governos regionais na Itália,
Putnan (1993) concebe uma das maiores contribuições aos estudiosos a
respeito de capital social. Seu trabalho segue como referência obrigatória
a qualquer estudo a respeito do tema ao analisar a criação dos governos
regionais em 1970 desde a reunificação da Itália, ocorrida em 1870,
quando ainda não existia nenhuma forma de governo regional.
Um outro estudioso do tema, Fukuyama (1996), define capital social
como normas informais que promovem a cooperação entre dois ou mais
indivíduos. Segundo o mesmo autor, as normas que constituem o capital
social podem alcançar desde normas de reciprocidade entre dois amigos,
até as que gerem informalmente mercados ou uma sociedade, por exemplo.
Ainda segundo Fukuyama (1996), o tema diz respeito às relações
sociais entre as pessoas que compõem a sociedade formando um ambiente
de cooperação mútua que não deve ser irresponsável a ponto de encobrir
situações ilegais, mas de promover confiança mútua e parcerias na
comunidade em geral, pois visa o bem estar da comunidade como um todo
e não um bem estar particular.
24
Definições mais atuais surgiram, através de novos estudiosos do
tema como pode-se mencionar Perez (2000, p.6) que define capital social
como: “o tecido social que mantêm a coesão das sociedades, e baseia-se
na confiança entre as pessoas e na rede de relacionamento entre elas e os
grupos sociais que formam as comunidades”.
Para Perez (2000), este relacionamento que envolve toda a sociedade
de um determinado local passa por todas as camadas; política, econômica,
religiosa e legal, daí sua importância como fator determinante para o
desenvolvimento econômico, pois, muitas vezes, uma determinada cidade
pode até ser mais rica ou possuir mais recursos econômicos e financeiros,
mas não ser tão desenvolvida como outras menos privilegiadas no mesmo
sentido, justamente por falta de interação entre a sociedade e as pessoas
que as compõem, impactando na qualidade de vida das pessoas.
Percebe-se a importância da presença de normas socialmente
reconhecidas, sanções sociais e relações de confiança entre os agentes
revelando-se como essenciais para que as relações econômicas floresçam
além de limites familiares ou de vizinhança.
Para Durston (apud CASTILHOS, 2002), as culturas são derivadas
de relações sociais que resultam de processos históricos de aprendizagem,
nas quais os indivíduos e grupos sociais esperam receber benefícios,
portanto as normas e as relações que constituem o capital social não
existem de forma independente dos efeitos esperados, quer dizer, de suas
funções. Ainda segundo o mesmo, as variáveis nas quais estão baseadas o
capital social são, confiança, reciprocidade e cooperação.
Na concepção de Durston (apud CASTILHOS, 2002), o capital social
está estritamente vinculado com a complexidade social correspondente às
várias realidades sociais diferentes mais importantes para promover a
participação cívica e superar a pobreza.
Num conceito mais abrangente em incluir também instituições, o
capital social é definido como “a argamassa que as mantêm em contato
entre si e as vincula aos cidadãos visando a produção do bem comum.”
(D’ARAUJO, 2003, p.10).
Nesta definição, se observa a presença das instituições tanto
públicas como privadas na perspectiva do capital social em função de
serem constituídas por pessoas que interagem formando um ambiente e
25
cultura comum. Essas pessoas, por sua vez, trazem consigo crenças,
valores, e necessidades que moldam seus comportamentos, daí a
necessidade de criar ambientes coletivos mais dinâmicos, democráticos,
participativos, cooperativos e honestos através do capital social e da
mudança a partir das pessoas.
Os conceitos mencionados mostram vários pontos de vista
diferenciados, mas que concretizam a importância do capital social, sua
evolução e multidisciplinaridade de contextos e atuações em áreas sociais,
políticas e econômicas.
Adiante serão mencionadas a importância e necessidade do capital
social para projetos políticos, econômicos e sociais, e posteriormente
conceitos mais adequados à nova conjuntura econômica mundial e suas
dimensões e formas de modo mais minucioso.
2.4 PAPEL, IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DO CAPITAL SOCIAL PARA
VIABILIZAÇÃO DE PROJETOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS
Observando-se a genealogia do tema capital social desde sua origem
até as definições mais atuais, percebe-se a relevante presença de
elementos como, participação, interação social e relacionamentos
baseados na cooperação mútua, parceria e confiança entre as pessoas e
também entre as instituições públicas e privadas nas esferas social,
política, cultural, econômica e pessoal.
Através destes fatores as pessoas se tornam mais atuantes por
participar mais ativamente na sociedade da qual fazem parte, solicitando
direitos e assumindo responsabilidades. O capital social se apresenta no
papel de importante recurso para a viabilização de projetos políticos,
econômicos e sociais em função de promover estas relações e torná-las
mais dinâmicas formando redes baseadas em relações de confiança e
parceria fundamentadas em valores democráticos.
Percebe-se a importância destas relações ao observar-se um
importante fator para dinamização da economia local, os custos de
transação que podem definir-se, segundo Farina et al (1997) como os
custos necessários para se colocar o mecanismo econômico e social em
26
funcionamento. Segundo os autores, estes não estão ligados à produção,
mas surgem à medida que os agentes se relacionam entre si quando
problemas de coordenação de suas ações emergem.
Diante deste conceito percebe-se sua relação com capital social
diretamente atrelada ao fato deste ser constituído basicamente, dentre
outros, pelos fatores cooperação e confiança, e estes valores contribuírem
para a minimização dos custos e dificuldades para pôr em pleno
funcionamento este mecanismo econômico e social, enfatizando a
importância dos contratos morais e atitudes socialmente corretas.
O valor da cooperação é comentado por Putnan (1993) ao expressar
a importância da comunidade cívica como mantida por contratos morais
havendo como sanção para eventuais transgressores a exclusão da rede
social de cooperação. Já a confiança tem importante papel na formação do
capital social por facilitar os relacionamentos entre as pessoas e com
instituições, enfim, entre todos que compõem o ambiente social. Esta
facilita o fluxo de negócios por permitir-lhes realizar-se de modo mais
confiável retirando custos como descumprimento de contratos ou
diminuindo índices de inadimplência.
Para que uma sociedade funcione eficientemente é necessário
observação e atendimento de normas de reciprocidade, que funcionam
regrando e enxugando o funcionamento da sociedade, à medida que
diminuem a burocracia estatal, gastos com problemas judiciais, e conflitos
internos à sociedade, por exemplo.
Fukuyama (1996) diz que a base para a existência de capital social é
a confiança que nasce da junção dos comportamentos estáveis, honestos, e
cooperativos baseados em normas compartilhadas pelos membros desta
comunidade, o que possibilita às empresas, corporações, redes e similares
a auto-organizarem-se.
Segundo o mesmo autor, o estado através de contratos, leis e outros
tipos de racionalidade econômica fornecem uma base necessária, mas
insuficiente tanto para a estabilidade quanto para a prosperidade da
sociedade, daí a importância de elementos como reciprocidade, obrigações
morais, deveres em relação à comunidade e confiança para a viabilização
de qualquer projeto ou política econômica e social para geração de
desenvolvimento local.
27
Ao analisar-se esta lógica de raciocínio, observa-se que no sentido
oposto, onde impera a desconfiança e falta de cooperação, as instituições
são frágeis, conseqüentemente inviabilizando a democracia assim como
projetos e políticas econômicas e sociais.
Como exemplo disto menciona-se o fracasso de economias
centralizadas e antidemocráticas em gerar desenvolvimento econômico,
daí a importância do capital social em agir como recurso influente no
desenvolvimento da democracia e conseqüentemente gerar comunidades
mais participativas, moldando a forma de pensar e agir das pessoas em
grupo.
Para Abramovay (2000) a sociedade é formada por um conjunto de
indivíduos independentes, que se combinam e interagem socialmente
formando um todo. Segundo o mesmo autor, a noção de capital social
permite ver que os indivíduos não agem independentemente, formando
estruturas sociais vistas como recursos, ou ativo de capital que a
sociedade e os indivíduos podem dispor para promover transformações nas
localidades, daí a necessidade de descobrir formas de aumentar este ativo
e usá-lo a favor da viabilização de projetos benéficos à comunidade.
Segundo Baquero (2002), o relacionamento entre estado e sociedade
deve basear-se em valores morais, políticos e culturais fundamentados na
confiança e cooperação. O autor afirma ainda que para a sociedade
manter-se eficiente deve atingir um nível de amadurecimento democrático
baseado na mediação eficiente entre estado e sociedade.
Diante disso vê-se a necessidade de induzir a população a agir
ativamente participando da governabilidade de sua cidade, seu país,
promover um sentimento de pertencimento, construir uma realidade cívica
na qual haja uma consciência política que, segundo Hentshel (apud
BAQUERO, 2002) só depende diretamente da predisposição da sociedade
em transformar seus cidadãos em membros ativos da comunidade.
Assim, Baquero (2002) enfatiza a questão da construção do capital
social, pois o mesmo age na comunidade como ferramenta capaz de
facilitar e promover a cooperação entre os cidadãos.
Nesta perspectiva, surge uma nova conotação para capital social, ao
invés do mesmo influenciar, como afirma Putnan (1993), em função da
sociedade posteriormente já apresentar-se bem dotada deste, e
28
conseqüentemente pressionar para que haja maior participação social,
política e econômica da maior parte da sociedade.
Alguns autores como Evans (apud LIMA, 2005) destacam a
necessidade do emprego de capital social na compreensão ou utilização
para desenvolvimento, sendo importante que o Estado tenha a capacidade
e habilidade para construir aparato burocrático eficiente para gerir as
demandas sociais. Para o autor, as normas de cooperação, parceria e redes
sociais de engajamento cívico entre cidadãos comuns devem ser
incentivadas por agências públicas e usadas para fins de desenvolvimento
através da utilização de organizações existentes na sociedade para
implementação e geração de capital social.
Tudo isso ocorreria segundo Lima (2005), pela promoção da sinergia
entre Estado-sociedade proporcionada pelo envolvimento direto entre
cidadãos e agentes públicos, através de instituições como sindicatos,
igrejas e outras formas de atuação organizada, e pela quebra de relações
de clientelismo, corrupção dentre outros aspectos que impedem uma
relação mais adequada e confiável por parte da sociedade frente a
instituições públicas, e instituição de relações baseadas na confiança e em
regras claras.
Nesta concepção, o governo incentiva e favorece engajamento
cívico, que posteriormente favorece o bom governo, ou seja, o Estado
interfere na criação e desenvolvimento do capital social, e à medida que
este é utilizado e exercitado através das instituições organizadas aumenta
de intensidade influenciando positivamente para a boa governança,
conforme a Figura 1.
Engajamento Cívico
Bom Governo
Figura 1 - Ilustração da teoria de Evans
Fonte: Elaborado com base em Evans (apud LIMA, 2005).
29
Daí a importância do capital social, pois este, quer relacionado à
sua existência prévia ou à necessidade de políticas e estratégias
governamentais para promovê-lo, busca permitir que os membros assumam
através da sociedade organizada, o papel de intervir cobrando e até
assumindo eventuais distorções frente à ausência de competência estatal
em cumprir suas atribuições, pela entrada dos cidadãos, preenchendo
eventuais lacunas deixadas pelo aparelho estatal, contribuindo para que a
sociedade se torne cada vez mais justa.
30
2.5 A RELAÇÃO ENTRE CAPITAL SOCIAL E AS POLÍTICAS PARA
PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
O tema desenvolvimento e políticas que buscam promovê-lo vem
sendo estudado por órgãos do mundo inteiro como o Banco Mundial,
Organização das Nações Unidas (ONU) através do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que financia estudos nesta área,
entre outros.
Para D’Araújo (2003), projetos nesta área estão cada vez mais
voltados para a importância dos valores culturais das diversas regiões.
Atualmente, vários projetos desta natureza dedicam-se a promover um
resgate de valores grupais que foram perdidos e através deste promover a
auto-estima dos membros das comunidades, promovendo inserção social e
proporcionando cada vez mais que estado e sociedade possam interagir de
forma cada vez menos hierarquizada.
No tocante a este trabalho, observou-se a importância do capital
social e sua relação com políticas e programas desta natureza, assim como
sua importância para tais.
Assim, segundo Baquero (2002), o capital social apresenta-se com o
objetivo de transformar confiança recíproca em políticas públicas voltadas
para o desenvolvimento econômico e social. Seu papel é, segundo o autor,
embasar e direcionar um conjunto de esforços institucional, cultural,
político, e econômico que proporcionem melhor funcionamento das
instituições públicas e privadas através de uma cultura predisposta à
cooperação e voltada para a cidadania.
Percebe-se através destes fatores o objetivo de formar uma dimensão
reivindicatória na sociedade civil pela capacidade desta em formar redes
sociais de ajuda mútua que empoderam os indivíduos membros das
sociedades pela ação coletiva, promovendo o surgimento de uma
democracia participativa, na qual, a sociedade age em prol de um bem
comum diante de certa ineficiência do estado, por exemplo.
O fato do empoderamento dos indivíduos é gerado através do
envolvimento destes na gestão política e econômica das localidades, pois
através da descentralização, do repasse de responsabilidades e
democratização do poder, estes passam a interagir melhor, compreender e
31
assumir responsabilidades e conseqüências, podendo decidir no
direcionamento da sua comunidade através do civismo.
Putnan (1993) associa a existência de virtudes cívicas ao
desempenho democrático dos governos, pois para o autor, esta seria
responsável potencialmente em modelar o desempenho de governos
democráticos.
Baquero (2002) afirma como um grave problema para programas e
políticas de desenvolvimento tentativas de estabelecimento destas sem
mudanças adequadas e necessárias no ambiente social e institucional,
através da reedição de práticas clientelistas, personalistas, e
patrimonialistas, onde poucos ganham e muitos ficam submissos a uma
minoria que controla a comunidade através das práticas citadas.
Assim, as expectativas criadas pelos cidadãos de uma cultura
democrática participativa são frustradas, e conseqüentemente, a confiança
e expectativas das pessoas nas instituições são as piores possíveis não
havendo nenhuma confiança intracomunitária tão necessária para seu
desenvolvimento.
Este fato impossibilita a democracia participativa, ou participação
ativa dos membros da comunidade nas decisões ou no seu direcionamento
em função do descrédito, desinteresse, exclusão social, política e
econômica pela submissão de muitos aos interesses de poucos.
Para Lima (2005), o capital social funciona como indutor de
relações de confiança entre Estado e sociedade que assim o torna elemento
crucial para estabelecimento de políticas públicas participativas e mais
eficientes.
O capital social segundo Putnan (1996), através da formação de
hábitos de cooperação, solidariedade, auxílio mútuo, responsabilidade
comum, espírito público, articulação e agregação assume o papel de fator
importante para que interesses comuns sejam objetivados ao invés de
interesses individuais ou parciais.
Portes (apud LIMA, 2005) diz que o capital social vem assumindo a
dimensão de instrumento na recuperação das conseqüências positivas da
sociabilidade e de suas relações não monetárias, daí sua importância como
um fator gerador de desenvolvimento. Sua utilização está, também, na
vinculação do funcionamento das instituições econômicas e políticas a
32
questões culturais a partir da interação social dos indivíduos. Para o
autor, a importância da construção de uma sinergia entre Estado e
sociedade é essencial no funcionamento das instituições democráticas
numa realidade que privilegie não só a esfera privada, mas a estatal e
social em políticas de desenvolvimento.
Para que isso ocorra são necessárias mudanças nos Estados em suas
respectivas políticas públicas como forma de reagir e adequar-se às novas
realidades e exigências das geopolíticas econômicas.
2.6 O CONTEXTO RECENTE EM QUE SE INSEREM O ESTADO E AS POLÍTICAS
PÚBLICAS
O atual ambiente globalizado no qual estão inseridas as economias
vem influenciando cada vez mais na organização dos Estados e suas
políticas públicas para promoção do desenvolvimento, ocasionando
extremas mudanças que buscam adaptá-los aos novos desafios econômicos.
Cândido (2004) ressalta a decadência do modelo do Estado do bem-estar
social implantado na década de 1930, atingindo seu apogeu entre as
décadas de 1950 e 1970, e logo após decaindo em função das despesas
públicas passarem a ter taxas de crescimento maiores que as do Produto
Interno Bruto (PIB) formando um déficit orçamentário cada vez maior e
nocivo à economia.
Segundo o autor, em função da impossibilidade do Estado em prover
a população dos benefícios tradicionalmente ofertados, surgiram novas
propostas de gestão pública, que envolvem duas tendências principais:
a) a neoliberal, com ênfase no afastamento gradativo do Estado na
economia, e aumento da prestação de serviços pela sociedade,
em particular pelos setores privados;
b) a progressista, com ênfase na presença do Estado na oferta de
serviços sociais, tendo como saída para efeitos não desejáveis
ou incapacidade da ação estatal uma parceria ou abertura de
comunicação entre o Estado e a sociedade civil na forma de
agências públicas para promoção do desenvolvimento.
33
Como continuação, Raud (apud CÂNDIDO, 2004) diz que os
neoliberais partidários do "Consenso de Washington" apostam em
reformas estruturais, menor participação do Estado e recuperação da
capacidade financeira deste, além da política de privatização e
liberalização econômica como suficientes para garantir o crescimento e
desenvolvimento econômico.
Segundo o autor, paralelo a este pensamento há a teoria dos
partidários da "crise do Estado", que defendem sua inoperância em
conseqüência do déficit público, causado pelas formas ineficientes dessa
intervenção.
Mais recentemente, diversos estudos sobre políticas de
desenvolvimento têm reforçado a idéia do planejamento participativo
como alternativa para os modelos tradicionais de planejamento.
O atual contexto de inserção das economias nacionais no fenômeno
da globalização vem criando um novo padrão produtivo baseado na
flexibilização do trabalho, transferência do comando das infra-estruturas
nacionais para o setor privado, e agravamento da exclusão social.
Segundo Franco (2000), como resposta aos modelos de sistema
produtivos globalizados surge a possibilidade de desenvolvimento local
como estratégia para promoção de desenvolvimento. Este torna-se viável
pela necessidade desta nova realidade da diversificação sócio-espacial dos
mercados, e dos fatores de produção em um sistema complexo.
As atuais diferenças entre mercados, estruturas produtivas,
mercados consumidores regidos por diferentes sistemas normativos são um
grande desafio imposto pela globalização, daí a dificuldade em atender
tantas diferenças nas diversas partes do mesmo sistema evitando disputas
no mesmo âmbito.
Um fator relatado pelo autor nesta alternativa é a descentralização
dos processos de gestão, fato extremamente importante, pois sem estas,
economias crescentes teriam dificuldades para coordenarem-se. Estes
fatores vêm conduzindo a uma mudança de estratégias das políticas
públicas, passando a valorizar esferas locais como propensas a gerar
desenvolvimento.
Outros autores como Hernandez (2002) dizem que a criação de
comunidades locais auto-governáveis em negócios locais é uma estratégia
34
alternativa para reverter os efeitos negativos da globalização dentre os
quais este autor cita a exclusão.
Hernandez (2002) afirma ainda que, para que as políticas públicas
sejam eficientes na promoção de desenvolvimento, é necessário que estas
sejam includentes e orientadas para o desenvolvimento humano e
requerem a democracia como plataforma para tomadas de decisões.
Para o autor, se faz necessário a gestão de projetos de
desenvolvimento com uma forte base comunitária que gere acesso
democrático dos atores locais aos recursos produtivos promovendo e
fortalecendo conseqüentemente sua participação e responsabilidade sobre
projetos e programas de desenvolvimento da sua comunidade.
Para Franco (2000), a globalização criou a necessidade de formação
de identidades e conseqüentemente diferenciação de setores e também de
localidades como forma de reagir à exclusão econômica e social
potencialmente gerada por ela.
Estratégias econômicas e políticas vêm sendo difundidas por
instituições nacionais e internacionais que convergem quanto à
necessidade e importância do estabelecimento de uma democratização
participativa, e da virtude cívica como modeladora do desempenho
democrático dos governos. Este fato em especial objetiva impedir que
desenvolvimento local seja limitado apenas ao papel do fator econômico,
tornando-o como determinante de todos os outros fatores de
desenvolvimento.
O novo desafio para o Estado é promover políticas públicas que
rompam com as tradicionais e incorporem estratégias de descentralização,
articulação e focalização das ações em locais determinados, através de
articulações e parcerias entre empresários, Estado e sociedade civil
promovendo empoderamento dos atores locais, o que lhes atribui direitos
e deveres participativos (FRANCO, 2000).
Em alguns países há maior participação dos Estados onde os mesmos
têm mais autonomia para direcionar sua legislação e economia numa
submissão menos hierarquizada como acontece nos Estados Unidos, onde
se pode observar uma realidade de poder mais horizontal que vertical em
relação à brasileira, por exemplo, e na Itália como citado por Putnan após
35
as mudanças institucionais que proporcionaram a descentralização
administrativa.
Os conceitos de desenvolvimento amadureceram bastante ao longo
dos anos e cada vez mais se observa a necessidade da presença da
sociedade, da iniciativa privada e do Estado interferindo ativamente na
política e na economia, evitando que um prepondere demasiadamente
sobre o outro.
2.7 CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO
O amadurecimento do termo desenvolvimento, mostra que o mesmo
foi utilizado a princípio em função de atender aos interesses dos países
ricos em detrimento aos países subdesenvolvidos tendo sido empregado
como um conceito teórico diferenciador de nações ricas e pobres, através
do termo, países desenvolvidos e países subdesenvolvidos. O conceito de
desenvolvimento econômico foi, a priori, manipulado pelos países ricos
ou desenvolvidos de uma forma diferenciada no que dizia respeito aos
países emergentes ou subdesenvolvidos.
Segundo Nicácio (2002), os países ricos através de sua crescente
influência e manipulação econômica, ideológica e militar sobre as
economias emergentes, direcionaram suas políticas econômicas em busca
da estabilização econômica e formação do livre comércio de forma a
atender aos interesses particulares dos países ricos como garantir e dar
segurança ao capital externo.
Esse modelo de desenvolvimento e crescimento econômico,
desenvolvido pelas nações ricas para as economias emergentes, resume-se
numa forma de expansão das fronteiras comerciais, através da criação de
um elo de dependência, caracterizado pela manipulação feita pelos países
ricos através do desenvolvimento, obtenção e manutenção da tecnologia de
ponta e dos recursos financeiros disponíveis.
Ainda segundo Nicácio (2002), os ganhos financeiros do capital e os
lucros das empresas transnacionais desempenham importante papel no
desenvolvimento, crescimento e qualidade de vida, nas economias
nacionais dos países do G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo),
36
validando assim a crença de que possa existir um processo de manipulação
global com interesse de fazer com que os países emergentes continuem
mantendo o alto padrão de vida dos países ricos.
Este conceito de desenvolvimento vem passando ao longo do tempo
por algumas diferentes interpretações a respeito de seu real significado na
continuidade em atender aos objetivos dos países ricos como os Estados
Unidos e os membros da União Européia, em relação às políticas de
desenvolvimento impostas aos países emergentes e pobres.
Segundo Sachs (apud NICÁCIO, 2002), o conceito de
desenvolvimento e seus efeitos foram construídos após a Segunda Guerra
Mundial com o colapso da economia européia quando os Estados Unidos
aproveitaram a chance de assumir o controle da economia mundial. Estes
moldaram um conceito unilateral de desenvolvimento que favoreceu um
dos lados, através do apelo para que todas as nações seguissem suas
recomendações e seu modelo de desenvolvimento.
Neste aspecto, percebe-se uma visão de desenvolvimento dirigida
aos países emergentes meramente atrelada ao crescimento econômico, o
que deixa de lado aspectos importantíssimos ao desenvolvimento de uma
sociedade, como fatores políticos e sociais, culturais, tecnológicos,
humanos, além dos meramente econômicos.
Este fato é extremamente agravado pela dinâmica da globalização
que é conduzido pelos países ricos e imposto aos países seguidores ou em
desenvolvimento através de modelos prontos com vantagens unilaterais.
Para Sachs (2004), o atual ambiente internacional desfavorável, a
falta de um compromisso autêntico dos países ricos no sentido de dar
assistência aos emergentes e pobres, e a manutenção de políticas
econômicas excludentes para o terceiro mundo formam uma armadilha de
pobreza estrutural, em virtude do acentuado grau de subdesenvolvimento e
dependência de suas economias e forças produtivas.
Como resposta ou saída a esta armadilha, o autor sugere estratégias
de desenvolvimentos nacionais includentes, sustentáveis e sustentadas,
capazes de quebrar o ciclo vicioso de subdesenvolvimento e pobreza,
através da formação de um esquema de economias mistas, devidamente
regulamentadas por Estados desenvolvimentistas e democráticos.
37
Dentro deste pensamento, percebe-se um conceito de
desenvolvimento obsoleto principalmente para países como o Brasil, e um
novo paradigma de desenvolvimento, que vai além do crescimento
meramente econômico e do atendimento a interesses unilaterais passando
pelos ambientes político, social, humano tecnológico e ambiental como
resposta ao primeiro e tem no desenvolvimento local uma possível
estratégia reativa aos efeitos negativos da globalização para países
emergentes.
Para contextualizar melhor o fenômeno do desenvolvimento, e sua
correlação com este trabalho, algumas visões econômicas fazem-se
necessárias, assim como alguns direcionamentos e influências destas
visões, para isto seguem alguns pontos de vistas econômicos.
2.7.1 Algumas Visões Econômicas do Desenvolvimento
Existem pelo menos três visões diferentes sobre o pensamento
econômico:
A visão clássica desenvolvida pelo escocês Adam Smith e sua ênfase
nas virtudes do mercado auto-regulador e do equilíbrio instantâneo, que
correlaciona desenvolvimento à flexibilidade dos preços e salários,
mantendo assim a economia crescendo com pleno emprego, na qual
expõem-se os indivíduos como capazes de estruturar a sua vida econômica
e moral sem restringir-se às intenções do Estado, e pelo contrário, as
nações seriam tanto mais fortes e prósperas quanto mais permitissem que
os indivíduos pudessem viver de acordo com a sua própria iniciativa.
Esta teoria defendeu o fim das regulamentações do Estado assim
como dos grandes monopólios estatais ou similares, e diz que o governo
não deveria tomar posição no funcionamento livre do mercado. A mesma
teoria tentou explicar como o mercado com certas precondições se auto-
regularia por intermédio das decisões individuais e produziria muito mais
eficientemente do que os pesados mercados regulados que eram a norma
no seu tempo.
As suas premissas eram as de que o papel do governo não deveria
ter uma intervenção em áreas onde o lucro não poderia ser a motivação, e
prevenir os indivíduos de usarem da força ou fraude para alterarem a livre
38
competição, comércio e produção. Defendia que os governos deveriam
apenas intervir fiscalmente em áreas onde as mesmas não tivessem
impacto nos custos econômicos. (ESCOLA KEYNESIANA, 2007).
Esta teoria teve seu declínio no final do século XIX, com a quebra
da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929 e a subseqüente Grande
depressão o liberalismo decaiu rapidamente. A partir daí, o liberalismo
caiu em descrédito e ganhou força, as teorias de intervenção do Estado na
economia, notadamente as idéias de Keynes, implementadas no “New
Deal” do presidente norte-americano Franklin Roosevelt.
A visão Keynesiana não acredita na capacidade do mercado de
manter o pleno emprego e defende a intervenção do Estado ativamente na
economia seja regulando o mercado de capitais, criando empregos e
promovendo obras de infra-estrutura ou fabricando bens da capital.
Seqüencialmente surgiu outra visão econômica, a Schumpeteriana,
com ênfase sobre os investimentos do empresário empreendedor que
incorpora as inovações técnicas, considerando-as como base do
crescimento econômico e dos novos empregos, porque promovem a
mudança da estrutura produtiva.
A teoria Schumpeteriana considera, segundo Delfim Neto (1999
apud NICÁCIO, 2002), o processo de mudança técnica como elemento
fundamental da dinâmica econômica, pois as inovações são estimuladas
por investimentos em pesquisa e desenvolvimento, formando acervos
tecnológicos à disposição dos empresários.
A função dos empresários é adaptar-se aos desafios da concorrência,
adotando novas combinações, introduzindo novos produtos e abrindo
novos mercados, influenciando assim no processo de desenvolvimento
dinamizando a economia como na montagem de novas fábricas,
modernização de equipamentos, novos estudos e projetos, aquisição de
crédito bancário, tudo realizado através do ciclo produtivo que se forma.
Segundo essa teoria, o elemento fundamental para promoção do
desenvolvimento é a existência de empresários empreendedores que estão
sempre procurando adaptar-se às novas exigências e condições do mercado
extremamente competitivo em razão dos seguintes pontos:
a) existência de outros empreendedores com inovações
tecnológicas;
39
b) mudanças da política econômica do governo;
c) concorrências das importações.
Com o desenrolar destes conceitos temos segundo a teoria
econômica, os fatores produtivos como sendo terra, trabalho, capital, e a
partir da revolução industrial, empresários que são os responsáveis por
organizar as empresas e os recursos produtivos.
Na atualidade, observa-se o atentar para novas variáveis que
influenciam no processo de desenvolvimento econômico. Segundo as
teorias mencionadas anteriormente, há sempre algum fator em evidência
como principal, frente aos coadjuvantes.
Como alguns destes fatores, podemos mencionar a tecnologia, o
conhecimento, e o capital humano como primordiais em qualquer política
de desenvolvimento a ser implantada. Além destes, podemos mencionar o
capital social como fator importante neste processo na função de
democratizar o acesso aos demais fatores.
Delfim Neto (1999 apud NICÁCIO, 2002) afirma numa lógica
simples, que desenvolvimento econômico e competitividade são
sustentados por fatores como capacidade de inovação tecnológica, que
exige investimento em conhecimento e educação. O mesmo define
desenvolvimento e/ou crescimento econômico como sendo alcançado a
longo prazo, a partir de uma nova abordagem de mundialização do capital
através da globalização. Para o mesmo autor, a observação de alguns
fatores é necessária, dentre os quais o mesmo menciona fatores políticos,
econômicos, ideológicos, tecnológicos, demográficos, e culturais dos
países, sendo mais eficiente em economias abertas, com alto nível de
capital humano (pessoas qualificadas preparadas para as exigências
profissionais do mercado) e que lidem eficientemente com o meio
ambiente de forma a transformá-lo num recurso produtivo sendo explorado
de forma sustentável, no que ele chama a soma destes recursos
competitividade dos países.
A partir da crise do petróleo de 1973, seguida pela onda
inflacionária que surpreendeu os Estados de Bem-Estar Social e o fim do
padrão de dólar-ouro, o liberalismo gradativamente voltou à cena, com o
nome de neoliberalismo. (NEOLIBERALISMO, 2007).
40
Segundo esta teoria, a inflação como resultado do aumento da oferta
de moeda pelos bancos centrais, impostos elevados e os tributos
excessivos, juntamente com a regulamentação das atividades econômicas
foram culpados pela queda da produção.
Uma das políticas econômicas (neoliberalismo) sugere como
solução, o desmonte gradativo do Estado, diminuição de tributos,
privatização das empresas estatais e redução do controle estatal sobre os
preços diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos. Estes fatos
gerariam novas perspectivas de emprego e investimento, a estes aspectos
somar-se-ia a abertura dos mercados numa competição global onde a livre
economia de mercado não pode ser vista somente a nível nacional, mas
afetada pelo fenômeno da globalização.
Diante do exposto, esbarra-se num paradigma de desenvolvimento no
qual os países emergentes ou subdesenvolvidos se deparam com uma
realidade na qual terão que desenvolver meios para alcançar um desejado
estado de desenvolvimento e para isso necessitam cortar laços de extrema
dependência junto aos países ricos.
Diante das novas realidades dos mercados globalizados houve
mudanças na conjuntura mundial, e conseqüentemente necessidade por
parte de todos os países de adequar-se a mudança de enfoque do
desenvolvimento de forma proveitosa.
2.7.2 A Mudança de Enfoque do Desenvolvimento
Ao contrário de antigos conceitos atrelados meramente ao
crescimento econômico como único gerador de desenvolvimento, novos
fatores como promoção da riqueza material dos países ou regiões, assim
como o bem estar econômico de seus habitantes passaram a ser levados em
consideração.
O processo de desenvolvimento econômico supõe que ajustes
institucionais, fiscais e jurídicos sejam necessários, além de incentivos
para inovações e investimentos em educação e novas tecnologias, além de
formas de fornecer condições para um sistema eficiente de produção e
41
distribuição de bens e serviços à população (DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO, 2006).
Outras visões a respeito do tema surgiram como definido por
Bresser Pereira (2003 apud CÂNDIDO, 2004), onde o mesmo afirma que o
desenvolvimento é um processo de transformação econômica, política e
social, através do qual o crescimento do padrão de vida da população
tende a tornar-se automático e autônomo.
Para o autor, se o desenvolvimento econômico não trouxer consigo
modificações de caráter social e político, e se o desenvolvimento social e
político não for a um tempo o resultado e a causa de transformações
econômicas será porque de fato não ocorreu desenvolvimento.
Neste caso, obtém-se um conceito de desenvolvimento que evoluiu e
abrange os demais aspectos mencionados passando a ser entendido como
um processo que abrange, de forma atrelada, as esferas, econômica,
política, social e ambiental com o objetivo de obter como resultado
direto, o crescimento do padrão de vida da população tornando o interesse
coletivo, alvo principal dos esforços em busca do desenvolvimento.
Sen (1999 apud PEREZ, 2002) afirma que fatores como privação da
liberdade de mercado como forma regulatória, carência de oportunidades
econômicas, democráticas e destituição social sistemática, além da
negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferência
excessiva de Estados repressivos são um forte enclave ao
desenvolvimento.
Para o autor, estes fatores interferem direta e negativamente em
qualquer processo de desenvolvimento seja ele local, regional, nacional
ou em qualquer âmbito em função de privar as pessoas de sua liberdade de
escolha, e oprimir suas iniciativas tornando assim a economia e o Estado
ineficientes e estáticos em matéria de desenvolvimento.
Fatores como desequilíbrio na distribuição de renda retiram a
democratização da qualidade de vida entre todos os que vivem no
território, isto geralmente é ocasionado por políticas de desenvolvimento
embasadas quase sempre em subvenções financeiras e concessão de
incentivos e subsídios fiscais, pois ignoram disparidades sociais e
econômicas regionais, levando em consideração o crescimento meramente
42
econômico através de políticas assistencialistas ao invés de promover
ambientes de competitividade.
Na verdade, estas políticas são destruidoras inoportunas de qualquer
programa de desenvolvimento por não reconhecerem e nem estimularem a
articulação do poder público local junto à população do território.
Cândido (2004) ressalta como uma abordagem para o
desenvolvimento econômico o seu relacionamento direto com a capacidade
dos indivíduos fazerem escolhas. Neste sentido, é levantada pelo autor a
visão de desenvolvimento exigindo uma definição positiva de liberdade
indo além do que poderia se entender como simplesmente ausência de
restrições.
O autor ressalta ainda o desenvolvimento como não podendo ser
pensado fora das condições concretas de uma participação mais atuante
das diversas camadas da sociedade. Releva-se a necessidade de não apenas
garantir legalmente certos direitos, mas promover realidades de
indivíduos ativos na sociedade da qual são membros, reivindicando seus
direitos e cumprindo com suas obrigações e chegando democraticamente a
exercer cargos de liderança política, por exemplo.
Como resultado surgem relações humanas enriquecedoras e que
propiciem o crescimento individual e conseqüentemente coletivo como
fruto da participação direta e ativa nos mercados possível através do
desenvolvimento não somente econômico, mas social e político.
Uma nova visão de desenvolvimento privilegia esferas locais através
do desenvolvimento local, o que Franco (2000) chama de vertente
sustentabilista na qual a esfera local atua como elemento de
transformação sócio-político-econômico, representando ambiente
favorável para o exercício de novas práticas e políticas de
desenvolvimento.
O autor é enfático em afirmar que o local não pode ter nenhum
controle sobre este processo dinâmico de globalização, que é modelado
por eventos que ocorrem a milhas de distância, porém o mesmo tem
possibilidade de influir na sua dinâmica, assim o desenvolvimento local
apresenta-se como uma estratégia alternativa à promoção do
desenvolvimento.
43
2.8 O DESENVOLVIMENTO LOCAL
O conceito de desenvolvimento local vem adquirindo força e
conotação pelo fato de atualmente fazer parte das pautas a respeito de
estratégias competitivas e de promoção de desenvolvimento como eventual
resposta frente ao fenômeno da globalização.
Este apresenta-se como uma compreensível reação a dois
pressupostos básicos: o primeiro reza que a disparidade nos níveis de
crescimento, na prosperidade e no bem-estar entre os países seria
resolvida automaticamente pelo mercado segundo a teoria clássica de
Adam Smith. O segundo enfatizava a importância de certas infra-
estruturas como pré-requisitos a que o desenvolvimento ocorresse através
da intervenção do estado como dizem alguns pressupostos da teoria
Keynesiana.
Segundo Abramovay (1998), a idéia de desenvolvimento local
procura colocar ênfase em mecanismos institucionais específicos capazes
de mobilizar energias produtivas que o funcionamento dos mercados acaba
por inibir e que a simples presença de certas infra-estruturas mostrou-se
inapta a despertar.
A enorme diversidade de configurações socioeconômicas e culturais,
assim como as dotações de recursos que prevalecem em diferentes regiões
nos níveis micro, macro e meso inviabilizam a aplicação de estratégias
generalizadas uniformes de desenvolvimento pelas diferenças em seus
contextos étnicos, econômicos, sociais, culturais, geográficos entre outros
que não podem ser ignorados ou desrespeitados simplesmente.
Franco (2002) enxerga desenvolvimento local como uma nova
perspectiva de desenvolvimento ou saída eventualmente proposta ou
adotada por países emergentes.
Esta nova estratégia supõe formação de mercados locais
competitivos que procuram interagir e adequar-se a nova economia global,
e inserir estes novos mercados de forma competitiva através da
transformação das potencialidades locais em oportunidade de
aproveitamento do fenômeno da globalização.
Assim o desenvolvimento local apresentou-se como uma estratégia
em resposta à globalização através da montagem de ambientes produtivos
44
em localidades, aproveitando suas potencialidades e transformando-as em
vantagens competitivas flexibilizando suas economias e formas de
governos.
Para que isso ocorra é necessário um ambiente propício formado por
atores locais que participem do processo, essa participação é baseada em
cooperação, confiança, disposição ao trabalho conjunto, e por parte dos
órgãos públicos disponibilidade em gerar indivíduos mais esclarecidos e
atuantes na vida pública da comunidade.
O desenvolvimento local é construído além dos atributos naturais
pela capacidade dos atores locais em estabelecer relações mercantis e não
mercantis que favoreçam a troca de informações, a conquista conjunta de
novos mercados, além da pressão coletiva pela existência de bens públicos
e de administrações participativas e capazes de dinamizar a vida regional.
O grande objetivo de políticas sérias de desenvolvimento local é
transformar realidades de inadequação tecnológica, relações de trabalho
arcaicas, estagnação e ineficiência econômica, e muitas vezes de total
dependência de repasses públicos para uma realidade de mercados
competitivos compostos por democracia local participativa, cooperação e
confiança mútua e inserção de localidades em novos contextos mais
amplos através da interação econômica intra e ultra-comunitária o que
diminui os custos de transação.
O desenvolvimento local visa através do explicitado anteriormente,
apresentar respostas aos problemas mais urgentes e a eventuais aspirações
de cada comunidade em superar suas limitações e maximizar recursos
potenciais e ociosos canalizando assim suas energias unidirecionalmente
rumo ao desenvolvimento além do mero crescimento econômico local,
através do fomento de atividades produtivas e de políticas de inclusão
social, democráticas e participativas.
Daí a importância do planejamento territorial nos níveis municipal,
regional, buscando re-agrupar vários distritos unindo-os em torno de um
só objetivo através das suas características de identidade cultural e
interesses comuns.
Diante disto, desenvolvimento local pode ser conceituado como um
processo endógeno de mobilização das energias sociais em espaços de
pequena escala (municípios, localidades, microrregiões) que implementam
45
mudanças capazes de elevar as oportunidades sociais, a viabilidade
econômica e as condições de vida da população (BUARQUE, 2002).
Num contexto mais amplo, o Banco Mundial (2002) caracteriza
desenvolvimento local como a possibilidade de unir regiões diferentes
através da valorização da comunidade e do apoio de entidades
estimuladoras e capacitadoras.
Segundo Franco (2000), um distrito, um município, uma
microrregião, uma região de um país, um país, uma região do mundo pode
ser tido como local, isso irá depender, como coloca o autor, do que ele
chama de “alvo sócio territorial das ações” de desenvolvimento em curso.
Anteriormente os principais beneficiados com o planejamento
realizado para a promoção do desenvolvimento quase sempre não eram
consultados, mas vistos como meros atores coadjuvantes ou meros
espectadores que ficavam a margem das ações realizadas, e lucravam nada
ou quase nada com elas.
Novos conceitos de desenvolvimento local surgiram com mudanças
em seu arcabouço, as pessoas de coadjuvantes tornaram-se ingredientes
fundamentais, passando a protagonistas nos planos de ação.
Em relação a isto, segundo Frantz (2002), desenvolvimento local
pode ser entendido como a melhoria das condições locais de vida de uma
população sob todas as suas dimensões, uma vez que desenvolvimento é
um processo fundado em relações sociais associativas que induzem a uma
maior participação popular nas decisões em seu espaço econômico.
Para Franco (2000), tornar dinâmica uma potencialidade significa
identificar uma vocação, descobrir a vantagem da localidade sobre as
demais e proporcionar às pessoas acesso a oportunidades, a renda,
riqueza, conhecimento e poder proporcionando assim uma participação
democrática e responsável, este fato somente ocorre segundo o autor de
forma democrática e participativa.
Assim, entidades e organizações indutoras de desenvolvimento
começaram a desenvolver e implantar metodologias de promover
desenvolvimento local, e através destas surgiram novos paradigmas
ressaltando-se que não existe uma metodologia específica para o estímulo
do desenvolvimento local, os agentes indutores utilizam diversas
metodologias de planejamento participativo, e até fazem combinações de
46
metodologias adaptando-as às realidades de cada localidade (OLIVEIRA,
2001).
Desenvolvimento local está atrelado à questão da sustentabilidade,
uma vez que os recursos não podem ser explorados de forma
irresponsável, pois acarretaria na sua extinção do ponto de vista
econômico provocando conseqüências sociais e políticas.
Diante do exposto, surge uma preocupação com a exploração
sustentável das riquezas e potencialidades locais, daí a necessidade de
atrelar ao desenvolvimento local do fator sustentabilidade como resguardo
para as gerações futuras das riquezas presentes.
2.9 ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS EM POLÍTICAS PÚBLICAS: MECANISMOS
CAPAZES DE CRIAR / FORTALECER O CAPITAL SOCIAL
O capital social como fator influente em políticas geradoras de
desenvolvimento necessita ser estimulado para que, à medida que ele
aumente suas conseqüências na comunidade ou localidade, sejam mais
eficazes e eficientes. Para isso há algumas maneiras ou estratégias além
de mecanismos capazes de criar ou fortalecer capital social.
Putnan (1993) aponta ser a eficiência institucional diretamente
proporcional ao estoque de capital social presente na sociedade e que seu
acúmulo facilita ações coordenadas, estimula a cooperação espontânea, e
inibe os comportamentos oportunistas.
Segundo Baquero (2002), como indicadores de capital social tem-se
utilizado a participação das pessoas em organizações sociais e a confiança
demonstrada entre os membros de uma comunidade. Assim, para o autor, o
capital social está diretamente ligado a alcançar uma ação coletiva na
qual as pessoas internalizem valores, regras de reciprocidade, respeito,
apoio mútuo, participação, baseados na cooperação e confiança.
Nesse contexto, uma democracia consolidada e sustentável está
intimamente ligada a fatores de confiança não somente entre as pessoas
individualmente, mas também entre as pessoas e as instituições públicas e
privadas, nas várias esferas da sociedade, o que somente é possível
através de um sistema político, democrático e participativo que
47
proporcione aos cidadãos participarem ativamente na sociedade local a
que pertencem.
Alguns fatores como, funcionamento apropriado das instituições
políticas, respeito à opinião pública, inclusão dos cidadãos na esfera
pública e funcionamento harmônico destes fatores, constituem importante
fator na formação ou fortalecimento de capital social.
Para Franco (2001), a criação e/ou aumento do capital social não
deve ocorrer através de programas sociais assistencialistas ao que o autor
denomina “programas mortos para as sociedades mortas.” Para o autor,
este tipo de programa impede a gestação, nascimento e crescimento de
comunidades, pelo fato de medidas de aumento do capital humano ou
financeiro ser insuficiente para gerar capital social, por este não ser
resultado de somatório de muito capital humano ou financeiro, mas de
uma função sistêmica por parte da sociedade.
Seguindo este raciocínio, busca-se a promoção, criação ou aumento
do nível de capital social através de políticas públicas direcionadas ao
desenvolvimento local pelo aumento e melhoramento da participação nas
localidades, percebe-se o empoderamento dos membros como necessário,
pois os direitos, deveres e as obrigações quanto ao controle social,
político e econômico, dos mercados e da comunidade passam a ser
divididos com a sociedade civil que passa a suprir as deficiências, e a
preencher a lacuna deixada pela ineficiência e inoperância do estado.
Para Durston (apud CASTILHOS, 2002) o empoderamento como uma
estratégia social é um processo seletivo consciente que tem como objetivo
a igualdade de oportunidades entre os atores sociais. O capital social
induz ou tem como intenção construir empoderamento e pode ser
correlacionada à estratégia de empoderamento de setores sociais.
A intenção é criar mecanismos externos que possibilitem aos grupos
sociais que concretizem o seu próprio processo de empoderamento, auto-
gestionário e sem paternalismos ou clientelismo cobrando mais e tomando
conta da coisa pública, como pertencente à sociedade evitando que
conceitos de coisa pública, como sem dono ou pertencente a quem está no
poder, desinteressem as pessoas pelo coletivismo, e pelo civismo.
Até aqui a noção de capital social foi vista como demasiadamente
importante, porém em decorrência das políticas e processos dinâmicos de
48
desenvolvimento houve mais aprofundamento no estudo do tema e novas
contribuições surgiram. Para o entendermos melhor vejamos mais
intimamente sua tipologia, e adequação a realidade recente através de
novas abordagens do tema.
2.10 NOVAS ABORDAGENS SOBRE CAPITAL SOCIAL: DIMENSÕES
DIFERENCIADORAS
Com as mudanças nos contextos econômicos e sociais, os estudiosos
do tema capital social continuaram a desenvolver novas aplicações e
aprimoramentos para o tema. O Banco Mundial desenvolveu uma
ferramenta para mensuração do nível de capital social nos vários países
onde atua na qual há definições do tema, e diferentes dimensões que lhe
proporcionam maior amplitude e abrangência.
Grootaert e Bastelaer (apud BANCO MUNDIAL, 2002) afirmam que
o capital social vem assumindo um papel de crescente importância no
mundo através da estratégia de redução da pobreza do Banco Mundial.
Segundo os autores, neste relatório, o capital social é visto como um dos
pilares para esta estratégia, aliado ao empoderamento e reformas
institucionais que removam barreiras sociais formando um tripé.
Neste trabalho os autores definiram capital social de uma forma
mais ampla como “instituições, relações, atitudes e valores que governam
as interações entre as pessoas e contribuem para o desenvolvimento
econômico e social.” (GROOTAERT; BASTELAER, 1988 apud BANCO
MUNDIAL, 2002, p.2).
As várias dimensões estabelecidas na ferramenta do Banco Mundial
buscam levantar informações justamente que atendam e permitam embasar
essa definição em sua amplitude, daí sua necessidade, conforme segue.
2.10.1 Dimensões do Capital Social
Segundo o Banco Mundial (2002), as várias dimensões a princípio
devem ser acessadas individualmente, porém servem de embasamento
49
possibilitando posteriormente o enriquecimento dos resultados, através de
sua variação de abordagens.
Diante do colocado observaram-se seis dimensões que abordam
informações diferenciadas utilizadas na ferramenta do Banco Mundial
possibilitando segundo o mesmo pela convergência de alguns dados
chegar-se a informações importantes e mais aprofundadas a respeito do
capital social:
a) apóio comunitário – esta dimensão engloba segundo o Banco
Mundial (2002) informações que indicam a extensão de que
soluções para problemas comuns podem ser encontradas na
própria comunidade. Assim o capital social neste sentido ajuda
possibilitando que instituições de apoio auxiliem na busca por
soluções mais fáceis para eventuais problemas, sendo
necessário para este fim engajamento e participação. Este fato
somente ocorre quando nas comunidades existem iniciativas que
incentivem maior integração dos membros entre si e com as
instituições, em resumo incentivam práticas cada vez mais
democráticas através da descentralização do poder e do
empowerment” dos cidadãos.
b) capital social estrutural – segundo Krishna (2000 apud
BANCO MUNDIAL, 2002), esta dimensão é composta por
elementos que podem ser relatados como constituídos por
atitudes aceitas como regras e comportamentos esperados de
forma coletiva que permitam maior interação entre vários
grupos internos, à comunidade, e até além dela, que facilitem
processos de comunicação pelo auxílio na tomada de decisões
mais acertadas evitando comportamentos oportunistas.
Ela está associada à facilidade de relação entre as
organizações e pessoas favorecendo a criação e crescimento de
uma realidade cooperativa benéfica ao desenvolvimento do bem
comum, como por exemplo, relações mercantis necessárias para
formação de mercados e comercialização da produção. Este tipo
de relacionamento social é a base para o bom funcionamento de
instituições locais, atividades produtivas e comerciais, a nível
50
intra-comunitário e com outras comunidades, além de interferir
no apoio comunitário.
c) redes e organizações de apoio mútuo – a dimensão, redes e
organizações de apoio mútuo, mostra-se importante por
apresentar uma série de questões envolvendo situações que
exigiriam envolvimento em ações coletivas e solidariedade. Os
resultados expõem, se o capital social for alto, numa alta
participação em organizações assim como em expectativas
positivas em relação a outros comportamentos coletivos no
futuro. Este indicador é importante em função de revelar o grau
de envolvimento pessoal principalmente em momentos difíceis,
e indica um nível significativo de capital social, união e ajuda
mútua, identificando atitudes egoístas, e o grau de interação
coletiva no sentido de evitar que interesses particulares se
sobreponham a interesses comuns como limitação de acesso a
serviços públicos, ou exclusão de membros da comunidade para
atender a interesses particulares de políticos ou empresários,
por exemplo.
d) ação coletiva prévia – essa dimensão levanta informações a
respeito da predisposição a participar e agir coletivamente, e
atitudes relacionadas a decisões a respeito de projetos de
desenvolvimento comum de forma participativa. Sua
importância edifica-se em levantar o grau de união e
predisposição da comunidade em deixar de lado interesses
particulares em função de reivindicar interesses coletivos, como
infra-estrutura ou prestação de serviços públicos de qualidade
junto a políticos.
e) capital social cognitivo – a dimensão capital social cognitivo
enfatiza a importância do que se pode definir como valores,
atitudes, e convicções relatadas para solidariedade, confiança e
reciprocidade constituída pela formação de processos mentais
“cognitivos” reforçados e ao mesmo tempo influentes na cultura
e ideologia dos vários grupos, pois é constituído no
relacionamento entre as pessoas no aspecto pessoal.
51
Esta dimensão procura levantar dados de como níveis de
confiança, aceitação, engajamento e prosperidade podem ajudar
a promover mais interação na comunidade, assim como
resolução de conflitos internos de forma pacífica e eficiente,
fatores estes que favorecem a realização e engajamento em
trabalhos voltados para o bem comum dos indivíduos.
Segundo o Banco Mundial (2002) aí se forma a base para
edificação de valores coletivos, a princípio em nível de
indivíduos, posteriormente indivíduo e organizações ou
instituições e seqüencialmente entre instituições.
f) perfil organizacional - esta dimensão objetiva levantar dados
das organizações relacionados a revelar como é a liderança das
instituições existentes nas comunidades, o quanto esta é
efetiva, o grau de participação dos seus membros, e como essas
organizações se interligam ou interagem. Sua contribuição está
em procurar mostrar a importância do capital social no sentido
de promover maior confiança e interação entre indivíduos,
grupos, organizações e instituições buscado maior promoção do
bem comum. Através destes referidos aspectos há uma
possibilidade de melhorar o desempenho desde níveis
individuais até institucionais concatenando-os e melhorando a
eficiência e qualidade das instituições.
Observando-se todo o referenciado, desde políticas e iniciativas de
promoção do desenvolvimento, desenvolvimento local, e formas dimensões
e importância do capital social, percebeu-se a necessidade do
conhecimento e aprofundamento destes temas atrelados, pois o capital
social apresentou-se de suma importância e influência na viabilização de
projetos de desenvolvimento em função de possibilitar maior
envolvimento da sociedade, potencialmente redirecionando suas diretrizes
e conseqüências, tornando o desenvolvimento mais democrático e
participativo, de modo a atender as necessidades da maioria das pessoas,
evitando assim um desenvolvimento que priorize interesses de minorias ou
que seja meramente crescimento econômico, negligenciando as esferas
sociais, humanas, ambientais e políticas, interferindo negativamente nas
52
localidades por não proporcionar melhorias duradouras ou que permitam
mudanças benéficas nas condições de vidas das pessoas, mas uma mera
exploração econômica do local.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo estão descritos os passos metodológicos utilizados e
realizados na elaboração deste trabalho científico, uma vez que a ciência
apresenta-se como um processo de investigação decorrente de
conhecimentos sistematizados e seguros. Daí, a necessidade de se planejar
o processo de investigação traçando o curso de ação a seguir no processo
de investigação científica.
Há então a necessidade de formulação e explanação do método para
se atingir determinados objetivos. Vergara (2003, p.12) define método
como um caminho, uma forma lógica de pensamento. Assim o método
apresenta-se como o caminho percorrido ao longo da pesquisa.
Para Lakatos e Marconi (1992), o método pode ser definido como o
conjunto de atividades sistemáticas e racionais que buscam alcançar
determinados objetivos com segurança, em função de traçar o caminho a
seguir.
Diante do explicitado, os passos percorridos para execução desta
pesquisa em função dos objetivos propostos serão explanados a seguir.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
3.1.1 Quanto aos fins
Esta pesquisa tem como objetivo identificar qual a influência do
capital social em dois projetos e políticas de desenvolvimento local
implantados em duas comunidades selecionadas no município de
Bananeiras - PB, a comunidade de Lagoa do Matias, “também denominada
Roma”, e o Projeto de Assentamento Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
“conhecido como Comunidade Raposa.”
Para atingir este objetivo, realizou-se uma pesquisa exploratória
em função de não haver estudos anteriormente realizados nas comunidades
mencionadas no tocante ao tema proposto neste trabalho. A mesma
também procurou descrever ou explicitar a opinião de
54
membros das respectivas comunidades, daí sua natureza descritiva, em
função de expor características da população.
Quanto à abordagem, esta pesquisa caracterizou-se como
quantitativa e qualitativa.
3.1.2 Quanto aos meios utilizados para realização da pesquisa e levantamento dos dados
Como meios utilizados para viabilização da pesquisa, que é do tipo
quantitativa e qualitativa, utilizaram-se: pesquisa bibliográfica,
construída com base em material publicado em livros, revistas, jornais,
redes eletrônicas disponíveis sobre assuntos como desenvolvimento local,
capital social e desenvolvimento econômico, todos levantados nos
referidos meios; investigação documental realizada em documentos
conservados no interior de órgãos públicos e privados ou com pessoas,
como por exemplo, parceiros dos projetos nas respectivas comunidades
dentre os quais, BNB entre outros, dos seus respectivos projetos de
desenvolvimento local, além das associações existentes nestas. O método
estudo de caso múltiplo foi utilizado por seu caráter de profundidade,
importante para este estudo por tratar-se de projetos de desenvolvimento
local em comunidades ainda não estudadas, além de permitir a realização
do estudo comparativo entre os resultados obtidos nas respectivas
comunidades.
Este método é importante para Vergara (2003, p.48) por ser
circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa,
família, empresa, órgão público, comunidade ou até mesmo país. Segundo
outros autores, como Ludke e André (1986), o estudo de caso é um tipo de
pesquisa que apresenta como características fundamentais objetivar a
descoberta, e buscar retratar a realidade de forma completa, daí sua
identificação com este trabalho.
Realizou-se também uma pesquisa de campo através de entrevista
estruturada composta por 91 questões com seu roteiro previamente
construído.
Este estudo comparativo nas duas comunidades mencionadas foi
realizado objetivando-se idêntificar a influência do capital social no
55
sucesso ou fracasso de políticas de desenvolvimento local implantadas
nestas. Para isso utilizou-se como ferramenta o questionário integrado
para medir capital social (QI-MCS), que foi desenvolvido pelo Banco
Mundial com objetivo de fornecer maiores conhecimentos e possibilitar
questões essenciais em dimensões importantes para o desenvolvimento do
tema.
Estes dados são disponibilizados a todos os interessados em gerar e
trabalhar dados quantitativos nas várias dimensões propostas na
ferramenta.
3.1.2.1 A Ferramenta Para Medir Capital Social do Banco Mundial
A importância que o capital social vem assumindo para o
desenvolvimento local e sustentável segundo o Banco Mundial, motivou
sociólogos, cientistas e políticos a demonstrar o papel extremamente
importante de instituições, redes de relacionamento, regras e valores
recíprocos pertinentes às diferentes culturas nos mais diversos lugares
para geração do desenvolvimento. Assim, entidades como o Banco
Mundial vêm empenhando-se para contribuir com iniciativas de
mensuração e desenvolvimento do capital social.
A ferramenta desenvolvida por esta instituição foi utilizada como
subsídio na aplicação da pesquisa nas duas comunidades selecionadas em
função de sua iniciativa em gerar dados quantitativos distribuídos em
várias dimensões do capital social disponibilizada a quem interessar-se
em trabalhar e gerar dados quantitativos.
Este instrumento foi desenvolvido com base na larga experiência em
pesquisas sociais desta instituição em continentes como África, Ásia e
Europa, além da América Latina, verificando ao longo de suas pesquisas
relacionadas ao tema que, independente a diversidades geográficas, maior
habilidade de estruturas sociais aumenta a eficiência do coletivo e
influencia significativamente em processos de desenvolvimento econômico
e social demonstrando assim o papel crítico de fatores como interação
social, confiança, e reciprocidade.
56
Segundo Grootaert (2002), esta organização deu tal importância ao
Capital Social que em sua estratégia de redução da pobreza observa-o
como fator crítico em trabalhos que buscam proporcionar empoderamento
dos indivíduos de uma sociedade, assim como programas de reformas
institucionais em trabalhos relacionados à redução da pobreza que
promovam bem-estar e remoção de barreiras sociais.
Diante da grande variedade dos dados quantitativos que podem ser
conseguidos através da ferramenta do Banco Mundial, foram feitas
algumas adaptações com o objetivo de adequar esta ferramenta à realidade
deste estudo, assim como das comunidades selecionadas, levantando assim
informações relevantes para responder aos objetivos do trabalho.
Diante dos fatos, nosso instrumento de pesquisa foi dividido em seis
dimensões, e 91 questões analisadas posteriormente segundo parâmetros
pré-definidos.
a) apóio comunitário – nesta dimensão há questões relacionadas a
programas e instituições envolvidas na geração de
desenvolvimento, participação, nível de organização da
comunidade, mobilização coletiva, e programas ou instituições
envolvidas na geração do desenvolvimento local.
b) capital social estrutural – nesta dimensão encontram-se
questões relacionadas à infra-estrutura, participação como
líder, diferença entre os membros, e influência da liderança.
c) redes e organizações de apóio mútuo – aqui há questões
relacionadas a diferenças, suas conseqüências, e
disponibilidade e acesso a serviços.
d) ação coletiva prévia – esta dimensão inclui questões
relacionadas à interação entre a comunidade e líderes políticos,
e formas de decisão relacionadas a projetos de
desenvolvimento.
e) capital social cognitivo – nesta dimensão há questões
relacionadas a apoio e solidariedade, confiança, níveis de
conflitos, individualismo, respeito a opinião alheia,
prosperidade, aceitação e engajamento.
f) perfil organizacional – esta dimensão contém questões
relacionadas a mudanças dos propósitos da organização, tipos
57
de ajuda que a organização recebeu de fora, participação,
capacidade e competência da organização, capacidade
organizacional de conviver com conflitos, e liderança
organizacional.
Esta ferramenta desenvolvida pelo Banco Mundial se mostra
bastante flexível e eficiente ao abordar estas variáveis e promover sua
conexão permitindo uma correlação entre as várias dimensões indo desde
o nível individual até o coletivo, organizacional e institucional.
Este aspecto permite verificar, ao comparar dados obtidos nas duas
comunidades, se o capital social influencia na obtenção de sucesso ou
fracasso nos referidos projetos.
3.2 ESTRATÉGIA DE COLETA DE DADOS
No tocante à obtenção dos dados secundários, os mesmos foram
levantados através do acesso a acervos documentais dos projetos
implantados nas referidas comunidades, e as instituições que participaram
destes como BNB, Prefeitura Municipal, entre outras.
Em relação aos dados primários, estes foram levantados através de
entrevistas estruturadas realizadas com membros das comunidades que
participaram direta e ativamente nos referidos projetos, como líderes das
respectivas comunidades, pessoas que estiveram à frente dos projetos
como participantes, membros das diretorias e associações criadas para
implantação e implementação destes. Também foram realizadas
observação não participante, e visitas in loco às referidas comunidades.
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
3.3.1 Dimensões, categorias e parâmetros
Como roteiro para realização das entrevistas estruturadas utilizou-se
os parâmetros criados por Costa (2006) a qual introduziu as dimensões do
QI-MCS (questionário integrado para medir capital social) do Banco
58
Mundial, as dimensões, categorias e respectivos parâmetros expostos nos
quadros a seguir:
Dimensões
Categorias Parâmetros
Participação das pessoas nas
instituições locais
Quanto maior a participação,
maior a possibilidade de
existência de maior CS.
Participação por gênero Quanto mais eqüitativo o
percentual, maior a possibilidade
de CS.
Participação por faixa-
etária
Quanto mais eqüitativo o
percentual, maior a possibilidade
de CS.
Participação por estado de
emprego
Quanto maior for à quantidade de
trabalhadores e desempregados
participando juntos maior a
possibilidade de CS.
Nível de organização da
comunidade
Quanto maior o nível de
organização da comunidade, e o
numero de ações que mobilizaram
as pessoas para superação de uma
necessidade, maior a possibilidade
de CS
Mobilização das pessoas e/ou
instituições para resolução de
problemas
Quanto maior a mobilização de
pessoas e/ou instituições para
solução de problemas maior a
possibilidade de CS
Apoio
comunitário
Programas ou instituições
envolvidas na geração de
desenvolvimento local
Quanto maior o número de
programas e instituições
envolvidas na geração de
desenvolvimento local, maior a
possibilidade de CS.
Infra-estrutura Quanto maior a disponibilidade de
locais públicos e privados para
encontros e reuniões, assim como
o número de casas próprias, maior
a possibilidade de CS.
Participação do líder Quanto maior a participação do
líder, maior a possibilidade de
Capital Social.
Diferença entre os
membros (diversidade)
Quanto mais diferentes forem os
membros participantes de grupos,
associações, instituições,etc.,
maior a possibilidade de capital
social.
Capital
social
estrutural
Influencia dos líderes
Quanto mais ativa a participação
da liderança maior o CS.
Níveis de diferenças Quanto menor forem as diferenças,
maior a existência de CS.
Problemas decorrentes das
diferenças
Quanto menos problemas, e
conseqüente violência decorrente
das diferenças ocorrerem, maior a
possibilidade de existência de CS.
Redes e
organizaçõe
Disponibilidade de serviços Quanto menor for o número de
serviços negados, maior a
possibilidade de CS.
59
Dimensões
Categorias Parâmetros
s de apoio
mútuo
Problemas de acesso a
serviços
Quanto mais motivos apresentados
para negar serviços, menor a
possibilidade de capital social.
Interação entre a comunidade e
líderes políticos na solicitação de
ações de desenvolvimento
Quanto mais freqüentemente forem
as relações entre a comunidade e
políticos, e ações que prosperaram
maior a possibilidade de CS.
Ação
coletiva
prévia
Formas de decisão relacionada a
projetos de desenvolvimento
Quanto maior a freqüência de
encontros entre os membros e a
participação da comunidade nas
decisões, maior o CS.
Apoio e Solidariedade
Quanto maior for o nível de
relacionamento entre as pessoas,
maiores as atitudes de apoio e
solidariedade entre os membros da
comunidade e esses com as
instituições maior será o nível de
CS.
Confiança Quanto maior for o nível de
confiança demonstrada entre os
atores locais, maior também será a
existência do CS.
Níveis de Individualismo Quanto menor for o nível de
individualismo maior será o nível
de CS.
Níveis de Respeito e Atenção à
opinião alheia
Quanto maior for o nível de
respeito e atenção à opinião
alheia, maior será o envolvimento
inter-pessoal desse grupo e assim
maior será o nível de Capital
Social.
Capital
social
cognitivo
Nível de Prosperidade Quanto maior o nível de
prosperidade de uma comunidade,
maior será a possibilidade de CS.
Nível de Aceitação Quanto maior for o nível de
influência e aceitação, maior será
a legitimidade dos lideres e
instituições facilitando a
cooperação e ação coordenada
elevando assim o nível de CS
dessa comunidade.
Nível de Conflito Quanto menor a existência de
conflitos entre os membros de uma
comunidade, maior será a
possibilidade de existência de CS.
Engajamento Quanto maior for o engajamento
dos membros da comunidade em
ações que promovam o
desenvolvimento coletivo maior a
possibilidade de existência de CS
Mudanças nas estruturas e
propósitos da organização
Quanto mais flexível for a
estrutura da organização, maior a
possibilidade de CS.
Tipo de ajuda organizacional Quanto maior for a ajuda de
instituições externas, maior a
existência de CS.
Participação organizacional
Quanto melhor a percepção das
pessoas em relação à qualidade, a
60
Dimensões
Categorias Parâmetros
transparência e a participação das
pessoas nas organizações, maior
será a possibilidade de CS.
Capacidade das organizações para
conviver com conflitos
Quanto mais democrático for a
solução de conflitos, maior a
possibilidade de CS
Capacidade e competência das
organizações
Quanto maior a capacidade de
levar a frente atividades,
especialidades, e de reagir a
mudanças, maior a possibilidade
de CS
Perfil
organizacio
nal
Liderança organizacional Quanto mais pessoas puderem
ocupar posições de liderança, mais
democrático seu acesso, maior for
o número de pessoas participando
das organizações, maior
valorização da capacidade
profissional, e maior participação
de mulheres, maior será a
possibilidade de CS
Quadro 1- Dimensões Categorias e Parâmetros
Fonte: Adaptado com base em Costa (2006).
3.4 SEQÜÊNCIA METODOLÓGICA PARA CONDUÇÃO DA PESQUISA
A efetuação da pesquisa obedeceu as seguintes etapas:
1º) Foram selecionadas as comunidades a serem confrontadas no
início da pesquisa através da análise dos documentos em
órgãos públicos que eventualmente participaram da
implantação de projetos de desenvolvimento local em
comunidades no município de Bananeiras, e da observação não
participante em comunidades que participaram destes;
2º) Após a primeira etapa, selecionadas as duas comunidades,
foram escolhidas as pessoas que participaram mais ativamente
nos referidos projetos dentre todos os participantes, ou seja,
aqueles que fizeram ou faziam parte ou se envolveram de
forma mais atuante, como em diretorias dos projetos ou de
associações existentes nesta comunidade para viabilização dos
projetos de desenvolvimento local implantados, selecionados
segundo análise de documentos e observação não participante,
além de visitas às associações;
61
3º) Realizou-se uma pesquisa documental junto aos órgãos que
participaram diretamente na implantação e implementação dos
referidos projetos e nas associações das comunidades
selecionadas em termos das ações voltadas para a geração do
desenvolvimento local sustentável;
4º) Foram realizadas entrevistas estruturadas junto às pessoas
pré-selecionadas nas respectivas comunidades;
5º) Nesta etapa, foram realizadas observações não participativas,
realizadas em visitas técnicas aos referidos projetos, e
participação como ouvinte em reuniões nas associações das
comunidades selecionadas.
6º) Após a coleta dos dados foi utilizado o software SPHINX para
análise das entrevistas de forma quantitativa e análise de
conteúdo para análise qualitativa.
3.5 CARACTERIZAÇÃO DAS COMUNIDADES E SEUS RESPECTIVOS
PROJETOS
3.5.1 Comunidade de Roma
O projeto de implantação da piscicultura no município de
Bananeiras-PB começou em 2003, especificamente na comunidade de
Roma no Sítio Lagoa do Matias Esta comunidade foi escolhida por sua
vocação natural, a atividade piscícola, e seu potencial de produção além
dela localizar-se a 10km da sede do município ligada por estrada, 20%
pavimentada e 80% asfaltada, e de sua proximidade com grandes centros
como João Pessoa, 120 km, Campina Grande, segundo maior centro
econômico do estado, 74 km, Natal/RN, 160 km, e Recife/PE, 240 km.
Este projeto pode ser contextualizado como implantado através de
uma metodologia facilmente entendida pelos produtores que constituem
seu público alvo, além de levar em consideração as informações técnicas
mais relevantes e algumas experiências que se revelaram bem sucedidas na
área de piscicultura em Bananeiras-PB.
62
A metodologia do projeto adotou como linhas de estratégias de ação:
a) Cadastramento de famílias participantes;
b) Visitas técnicas para identificação da aptidão da área a ser
trabalhada;
c) Realização de cursos específicos na referida área antes do
início da atividade de piscicultura que disponibilizem maior
conhecimento e capacidade gerencial aos membros da
comunidade;
d) Execução dos peixamentos/povoamentos (suprimento de peixes
para os viveiros) e o acompanhamento dos produtores para
avaliação do desenvolvimento da atividade piscícola ao longo
de sua atividade.
O referido projeto foi proposto pela Prefeitura Municipal de
Bananeiras, e teve como parceiros o SEBRAE, Sindicato dos trabalhadores
Rurais de Bananeiras, Banco do Nordeste, IBAMA, e o Centro de
Formação de Tecnólogos da Universidade Federal da Paraíba - Campus IV.
O projeto teve como objetivos:
a) Incentivar a difusão da piscicultura no município como meio de
gerar renda e ocupação para os produtores rurais e
conseqüentemente melhorias da qualidade de vida de suas
famílias através da capacitação dos produtores familiares
promovendo o desenvolvimento local;
b) Introduzir sistemas de produção piscícolas e exploração de
espécies adequadas e já difundidas permitindo o surgimento de
unidades empresariais na área de interesses do projeto;
c) Promover a organização dos produtores em torno da atividade
da piscicultura, fortalecendo seus relacionamentos sociais e
econômicos e a agricultura familiar como um todo;
d) Organizar um sistema produtivo baseado no conceito de cadeia
produtiva da piscicultura através da sistematização e
implantação de processos de produção e comercialização de
excedente produzido;
e) Criar oportunidades de ocupação complementar da mão-de-obra
familiar.
63
Como resultado do projeto, hoje há uma comunidade rural produtora
de peixe da espécie tilápia, com produção anual média acima de 70
toneladas, que segundo os produtores em 2006 superou esta média ficando
acima de 75 toneladas de peixe comercializado, gerando emprego e
ocupação direta para 18 famílias participantes de uma associação de
piscicultores, proporcionando renda e fomentando outras atividades agro-
silvo-pastoris que funcionam até hoje como forma também de manutenção
das famílias na zona rural impedindo o êxodo rural, fixando o homem no
campo e evitando o inchaço das cidades.
Tudo isso proporcionado pelo desenvolvimento local através da
melhoria da condição de vida da população e inclusão social, além de
incluir a comunidade num contexto mais amplo de interação e
comercialização de sua produção.
A comunidade de Roma apresenta-se inserida em vários projetos
sociais e conta inclusive com um centro de geração de emprego e renda, e
uma outra associação rural, a dos agricultores. A comunidade em parceria
com a Prefeitura Municipal tenta promover formas de manutenção das
pessoas no campo, desenvolvendo atividades que proporcionem a
utilização correta de seus recursos naturais como produção de bananas,
bovinocultura, entre outras.
A referida comunidade caracteriza-se pela existência e
preponderância de pequenas propriedades, além de agricultura e mão-de-
obra familiar com produção e comercialização de excedentes produtivos
formando, inclusive, um pequeno mercado local de comercialização destes
excedentes. No entanto, a piscicultura vem se destacando dentre as demais
pela correta utilização dos recursos naturais como a água e permitir que
outras atividades sejam praticadas conjuntamente a esta.
Assim, se pode caracterizar esta comunidade participante em
projetos de desenvolvimento sustentável ainda de forma incipiente, porém
com grande perspectiva de sucesso, caso devidamente aproveitadas suas
potencialidades.
3.5.2 Projeto de Assentamento Nsa. Sra. do Perpétuo Socorro (Raposa)
64
O projeto de Assentamento Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
(comunidade Raposa) foi criado após a desapropriação das terras de uma
fazenda pelo Governo Federal através do INCRA em 1997 transformando-a
em um PA, formando assim uma associação de pequenos produtores da
Raposa.
A partir daí, a comunidade participou em nível de ações políticas e
sociais voltadas para geração de desenvolvimento local sustentável, do
projeto de introdução e desenvolvimento da caprinocultura de leite e
posteriormente foi inserida no Desenvolvimento Local integrado e
Sustentável (DLIS), programa este do governo federal em parceria com o
governo municipal.
O projeto de desenvolvimento da criação de caprinos
(caprinocultura) foi implantado no Projeto de Assentamento (PA) Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro no ano de 2002 e teve como parceiros,
INCRA, Banco do Nordeste do Brasil, Prefeitura Municipal de Bananeiras,
Governo Federal e UFPB. O mesmo contou com a participação de 51
famílias, todas assentadas no referido PA.
Esta comunidade foi selecionada em função de sua localização ser
ideal para referida atividade com clima e geografia favoráveis ao seu
pleno desenvolvimento e ainda contar com uma boa experiência por parte
dos seus membros nesta atividade uma vez que a caprinocultura já era
explorada em pequena escala, pois a EMEPA em parceria com a
associação, já mantinha um núcleo de caprinos leiteiros com finalidade de
difundir e melhorar o rebanho.
A referida comunidade situa-se a 21 km da sede do município de
Bananeiras, o que facilita o acesso, aquisição de insumos, escoamento e
comercialização da produção e, conseqüentemente, proporciona
diminuição de custos com transporte, pois seu mercado consumidor são as
cidades circunvizinhas. Além disso, no município existem alguns núcleos
de beneficiamento do leite dentre os quais pode-se mencionar o Centro de
Formação de Tecnólogos CFT – UFPB, além de outras fazendas.
O projeto teve em seu contexto como objetivo assegurar o bem-estar
econômico e social das famílias assentadas, garantindo uma melhoria
substantiva na qualidade de vida através de uma infra-estrutura baseada
na atividade de caprinocultura semi-intensiva de leite.
65
Este projeto foi implantado seguindo algumas etapas como:
a) Participação dos envolvidos em programas conjuntos de
capacitação de recursos humanos conduzidos diretamente pelo
Banco do Nordeste, ou por parceiros referenciados;
b) Implantação de um sistema de acompanhamento contábil para
subsidiar a tomada de decisões;
c) Sistema de seleção, classificação e padronização da produção;
d) Implantação de um programa permanente de combate ao
desperdício e diminuição dos custos.
Segundo o Banco do Nordeste foram investidos neste projeto
R$404,866,40 no ano de 2002 com recursos do PRONAF, com carência de
36 meses e prazo de 84 meses, com uma taxa de 0,0% de juros.
Em 2006, segundo observação não participante, há apenas 1 criador
de caprino na região mencionada que produz 4 litros de leite diários
possuidor de 45 cabeças, mais voltadas para o comércio de animais.
Esta comunidade situa-se numa região de transição entre o brejo e
curimataú onde a caprinocultura é uma atividade potencial de geração de
emprego e renda e fixação do homem no campo.
O referido projeto teve como aspectos relevantes que demonstram
sua preocupação com a sustentabilidade:
a) Manter a conservação da biodiversidade das unidades
produtivas, planejando e implementando estratégias de manejo
de áreas para o pastoreio, buscando reduzir os impactos
negativos sobre a fauna e a flora silvestre;
b) Evitar o desmatamento e as queimadas;
c) Utilização de técnicas como rotação de pastos, número limitado
de animais;
d) Utilização de mão-de-obra composta pelos membros da própria
comunidade através da mão-de-obra familiar capacitando-os
cada vez mais para se tornarem pequenos produtores;
e) Utilização de ecotécnicas – (emprego de materiais alternativos
como os decorrentes de reciclagem e manejo alternativos como
rotação de pastos), cujo uso não agrida o meio ambiente
permitindo que seus recursos sejam poupados sem perda das
66
características de funcionalidade e economicidade, estimulando
assim a utilização de materiais locais reduzindo a dependência
de indústrias de outras regiões;
f) Manutenção dos recursos hídricos racionalizando sua captação,
armazenamento e utilização e ampliação dos mesmos;
g) Inserção desta comunidade num contexto mais amplo de
comercialização de sua produção e aquisição de bens junto a
outras comunidades.
Outros projetos sociais foram implantados na comunidade como o
projeto de construção de cisternas, construção de casas para os
assentados, construção de uma escola municipal. Estas ações
proporcionaram melhorias nas condições de vida objetivando facilitar a
permanência da população e sua condição de vida.
Através do projeto de implantação da caprinocultura que teve dentre
outros objetivos a geração de emprego e renda aos membros desta
comunidade, se buscou promover o desenvolvimento auto-sustentável
através da promoção e geração de emprego e renda que possibilitassem
maior independência financeira das pessoas.
3.6 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Para seleção das comunidades foram feitas inferências junto a
algumas pessoas envolvidas direta e indiretamente na implantação dos
projetos como consultores do SEBARE, Técnicos da EMATER, secretário
da agricultura e outros funcionários públicos municipais com respeito aos
resultados obtidos através da aplicação da metodologia utilizada pela
Prefeitura Municipal de Bananeiras e seus parceiros nas comunidades,
além de evidências de capital social nestas.
A comunidade de Roma foi apontada como caso de sucesso, e a
comunidade Raposa como caso de insucesso nos projetos de
desenvolvimento local implantados pela Prefeitura Municipal de
Bananeiras e seus parceiros.
67
Para a identificação dos atores locais foram selecionados nas duas
comunidades lideranças, pessoas junto às quais foram colhidas
informações. Para escolha dessas pessoas se utilizou como critérios sua
influência, participação ativa no respectivo projeto, tempo de convivência
e conhecimento da realidade local.
A população é constituída por todos os membros dos projetos de
introdução da piscicultura no povoado de Roma, 18 famílias, e os
membros do projeto de introdução da caprinocultura, no Projeto de
Assentamento Nsa. Sra. do Perpétuo Socorro, 51 famílias.
A amostra em ambos os casos para as entrevistas foi do tipo não
probabilística intencional, que caracteriza-se segundo Seltis (1974) como
feita através da escolha dos sujeitos que devem ser incluídos e assim
chegar a amostras satisfatórias às necessidades do trabalho.
Para Gil (2002), este tipo de amostra constitui em selecionar um
sub-grupo da população que com base nas informações disponíveis possa
ser representativo de toda a população.
A amostra foi composta pelas lideranças que constituíram as
respectivas associações envolvidas nos projetos em ambos os casos,
selecionadas segundo seu envolvimento nas respectivas diretorias das
associações criadas ou constituídas para os projetos. Nestes casos foram
entrevistados lideres comunitários, representantes políticos participantes
nos projetos, e membros das atuais e antigas diretorias.
Os sujeitos da amostra foram 8 atores, dentre as 18 famílias
envolvidas no projeto implantado na comunidade de Roma, e 14 atores na
comunidade Raposa (Projeto de Assentamento Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro) dentre as 51 famílias envolvidas.
Como critérios para seleção dos entrevistados foram utilizados sua
participação e atuação como membro ativo envolvido diretamente nos
projetos, participação em instituições e organizações na comunidade, sua
representatividade e reconhecimento pela comunidade como atuante.
Através desta atitude procurou-se homogeneizar o perfil e a quantidade de
entrevistados em função do seu envolvimento com os projetos.
Na comunidade de Roma foram entrevistadas duas lideranças
políticas, presidente e vice da associação, tesoureiro, conselheiro, e dois
68
fiscais, uma mulher com mais de trinta anos, e sete homens com faixa
etária acima de trinta anos.
Na comunidade Raposa foram entrevistados o presidente e vice das
duas diretorias empossadas, dois tesoureiros, dois lideres políticos, três
professoras lideres comunitárias, dois comerciantes, sendo sete mulheres
e seis homens todos acima de trinta anos.
3.7 TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados secundários foram analisados através de métodos
interpretativos e comparativos pelo autor, com base em pesquisas
bibliográficas e documentais em livros, artigos, documentos digitais entre
outros a respeito de capital social, desenvolvimento local,
sustentabilidade, e temas relacionados ao estudo.
Dados primários obtidos através de entrevista estruturada foram
organizados e trabalhados com o suporte do software SPHINX, para
realização da análise quantitativa.
A análise qualitativa foi realizada através da aplicação da técnica
análise de conteúdo a partir da categorização prévia das variáveis do
estudo. Posteriormente, alguns dados foram analisados qualitativamente
por meio de análise interpretativa e comparativa pelo autor.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram apresentados seguindo-se a seqüência das
respectivas dimensões e categorias conforme segue abaixo.
4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Com o intuito de responder ao problema de pesquisa, e atender aos
objetivos propostos, buscou-se levantar a influência do capital social
sobre as políticas públicas para implantação de programas de
desenvolvimento local em duas comunidades no município de Bananeiras-
PB através da utilização dos procedimentos metodológicos explicitados
para realização da pesquisa.
A partir das dimensões propostas no QI-MCS do Banco Mundial e
dos parâmetros estabelecidos para as respectivas questões, estas foram
tratadas de forma quantitativa e qualitativa, as tabelas com os resultados
quantitativos estão expostos no apêndice B:
4.1.1 Dimensão 1: Apoio Comunitário
Segundo o Banco Mundial (2001), esta dimensão engloba a
participação das pessoas em instituições locais e reflete o capital social à
medida que identifica o grau de engajamento e participação dos
indivíduos em programas ou instituições que busquem promover o
desenvolvimento da comunidade assim como sua disponibilidade em agir
buscando maior integração, ou seja, o nível de organização da
comunidade.
Percebe-se sua importância ao observar a capacidade da comunidade
em agir organizada e coletivamente por interesses comuns baseados em
ações comunitárias integradas, como fatores que proporcionam sua
viabilização e existência. Dentre alguns fatores pode-
70
se mencionar maior participação dos membros da comunidade em decisões
coletivas como elaboração e implementação de diretrizes ou projetos de
interesse comum à comunidade, democratização do poder político, e maior
empoderamento das pessoas através do maior acesso ao poder público.
Esta dimensão está relacionada às características colocadas por
Tocqueville mencionadas por Franco (2001) como importantes à existência
de capital social, dentre as quais menciona-se a capacidade de auto-
organização da comunidade e participação ativa das pessoas na
composição das leis pela escolha democrática dos legisladores, assim
como no colocado por Putnan (1996) no seu conceito de comunidade
cívica, baseado na maior participação em processos que envolvam
questões de interesse comum, como participação ativa na vida pública,
ações solidárias, dentre outras.
1) A primeira categoria, Participação das pessoas nas instituições
locais, (questões 10 e 11) levanta o grau de predisposição das pessoas em
participar de organizações dentro da comunidade, mostrando seu maior ou
menor grau de envolvimento e participação. Relacionado ao capital social,
esta categoria enfatiza a existência dos grupos e a importância da
participação das pessoas promovendo maior interação na comunidade, esta
se faz importante também por proporcionar sentimentos de pertencimento
e responsabilidade das pessoas em relação à comunidade.
Os dados referentes a esta categoria foram tratados de forma
qualitativa, conforme segue abaixo.
“[...] Eu atuo na associação dos piscicultores eles participam,
deixa eu ver, tem a Associação dos Agricultores, também
participam da Igreja Católica, do religioso tem grupos de
jovens.” (Entrevistado 1)
“A Igreja... o pessoal sempre se reúne semanalmente, a
associação que se reúne mensalmente, e a reunião de pais e
mestres na escola é bem freqüentada.” (Entrevistado 2)
“Grupos de Produtores Rurais, no caso as que mais participam,
o de Psicultores, acho que o grupo de águas, aqui existem umas
doze a treze famílias que já estão atuando nisso, e o comitê da
escola é uma coisa nova criada este ano.” (Entrevistado 3)
“[...] Associações Comunitárias podem ser citados grupos
financeiros e de crédito... grupo de produtores de banana que é
o que as pessoas mais participam aqui, e associação de
agricultores.” (Entrevistado 7)
71
Obtiveram-se as seguintes repostas na comunidade Raposa:
“A Igreja, o grupo político e o grupo mesmo da
associação.”(Entrevistado 7)
“ O primeiro o dos produtores, e o grupo religioso que tem a
mulher a presidente que trabalha na pastoral da criança.”
(Entrevistado 10)
“Só o projeto mesmo, o projeto de Nossa Senhora do Perpetuo
Socorro, a associação.”( Entrevistado 10)
“Eu só participo da associação local.”(Entrevistado 13)
Como conclusão para esta categoria observa-se, comparando as
respectivas respostas para as comunidades Roma e Raposa, maior
participação destas em diversos grupos, indo desde grupos de produtores
até grupos religiosos na comunidade de Roma, o que demonstra maior
participação coletiva das pessoas em instituições ou organizações nesta
comunidade.
2) Na categoria participação por gênero, (questão 3), se objetivou
identificar o grau de eqüidade na participação entre homens e mulheres,
pois na ótica do capital social, quanto maior for a participação de homens
e mulheres equiparados significando ausência de exclusão por gênero, e
evidenciando ação conjunta, maior a possibilidade de capital social,
demonstrando maior dinâmica na convivência, melhor diálogo entre as
diferenças, mais participação e interação de todos na comunidade
buscando superação de problemas comuns e maior eficiência do coletivo.
Como resultado obteve-se maior possibilidade de capital social nesta
categoria na comunidade Raposa demonstrando-se nessa, maior interação
entre os gêneros e consequentemente, maior possibilidade de capital
social.
3) Na categoria participação por faixa etária, (questão 4), buscou-
se observar quais as pessoas mais participativas ou atuantes no sentido de
resolver problemas relacionados à comunidade, levantando a participação
e interação das diversas faixas etárias, e envolvimento das pessoas de
várias idades buscando resolver problemas comuns a comunidade. Como
resultado obteve-se maior possibilidade de capital social na comunidade
72
Raposa, evidenciando nesta maior envolvimento das pessoas das diversas
faixas etárias na busca por objetivos coletivos comuns.
4) A categoria participação por estado de emprego, (questão 5)
procurou levantar o quanto as pessoas que trabalham ou não participam
resolvendo problemas relacionados à comunidade, sua importância no
tocante ao capital social se enquadra na perspectiva de interação entre
pessoas economicamente ativas ou não e organizações, pois se subentende
que quanto maior o número de pessoas por classes envolvidas na solução
de problemas comunitários, maior a possibilidade de capital social.
Os dados destas referidas categorias foram tratados de forma
quantitativa, os dados completos encontram-se disponíveis nas respectivas
tabelas dos resultados obtidos mostrados no apêndice B deste trabalho.
Como resultado nas três categorias, observou-se que na participação
por gênero, por faixa etária, e estado de emprego há maior incidência de
capital social na comunidade Raposa.
5) Na categoria nível de organização da comunidade, (questões 6 e
7) levantou-se a freqüência e capacidade de se articular e organizar com
objetivo de resolver alguma necessidade ou problema comum.
Para que isto ocorra se faz importante e necessário a existência de
fatores como confiança, participação e solidariedade, diante disso há
necessidade também de articulação dos grupos internos, com vistas a
melhorar a eficiência do coletivo, daí sua importância na percepção do
capital social. Os dados desta questão foram tratados de forma
quantitativa e qualitativa:
No referente à comunidade encontrar-se para solução de problemas
comuns obtiveram-se como resultados quantitativos, (disponível no
apêndice B), maior facilidade e eficiência em organizar-se para solucionar
um problema comum na comunidade Raposa demonstrando neste aspecto
maior possibilidade de capital social na referida comunidade.
Relacionado à existência de temas que mobilizaram a comunidade
para superação de um problema comum obteve-se através de dados
qualitativos, maior possibilidade de capital social na comunidade Roma,
em função de haver maior número de temas que mobilizaram a comunidade
como se pode observar nas respostas abaixo respectivamente nas
comunidades Roma e Raposa.
73
“[...] o problema que o pessoal aqui, não é nem de três anos
são muitos anos vem reclamando, procurando, se mobilizando é
fazer o calçamento da rua João Paulo segundo que da acesso a
escola João Paulo Segundo e a igreja ... E o segundo maior é o
ensino de jovens e adultos da segunda fase, o pessoal a muitos
anos vêm pedindo só que agora eles conseguiram já ta havendo
o de quinta a oitava série” (Entrevistado 1)
“Nós fizemos esse esgoto aqui canalizado, o pessoal deu mão
de obra de graça aqui pra tirar esgoto do meio da rua, a gente
usou pessoal aqui da vila pra fazer mutirão sabe, fizemos aqui
um almoço e pegamos dez doze homens pra fazer, também
quando há um idoso ou uma casa caída a gente faz mutirão para
fazer a casa, nós conseguimos material com familiares e
fazemos a casa” (Entrevistado 2)
“[...] problemas ligados à comunidade, um dos principais é
desemprego, e o segundo é união porque não tinha união antes”
(Entrevistado 7)
Como resposta na comunidade Raposa obteve-se:
“Se organizou em primeiro lugar pra resolver o problema das
cisternas, eletrificação não existia de forma alguma.”
(Entrevistado 8)
“O primeiro problema ainda o ano passado que se juntaram para
resolver foi o problema dessas terras que foram devastadas
quando pegaram barro para barragem.” (Entrevistado 10)
“Para resolver o problema dessas terras da gente que foram
destruídas pela barragem e a gente tem que receber indenização
e ate agora não teve resposta ainda.” (Entrevistado 11)
Como conclusão para esta categoria obteve-se um empate em função
da comunidade Raposa apresentar maior capacidade em se articular e
organizar para solução de problemas comuns, e Roma demonstrar maior
número de temas que mobilizaram a comunidade para superação de
problemas.
6) Na categoria mobilização das pessoas e/ou instituições para
resolução de problemas, (Questões 24,25,26,27), procurou-se levantar o
envolvimento das pessoas em propor soluções com intuito de resolver
eventuais contratempos como, por exemplo, problemas que interfiram
negativamente na educação, saúde, agricultura ou outra atividade
importante para a comunidade, esse envolvimento ou interferência da
comunidade proporciona resultados positivos para a existência e aumento
74
do capital social, os dados desta categoria foram tratados de forma
qualitativa.
Como resultado relacionado a atitudes da comunidade frente à
necessidade de resolver um problema, como a falta de professor na escola
primária ou um problema que afetasse a comunidade inteira, à exemplo de
um surto de doença animal, obteve-se através dos dados qualitativos as
seguintes respostas, respectivamente nas comunidades de Roma e Raposa.
“Para resolver o problema a prefeita local e a comunidade
porque eles brigam mesmo eles vão atrás, dos problemas
deles... o Governo local e os líderes políticos.”(Entrevistado 1)
“Acho que a população nesse caso ai quando fala em
prejudicado a gente se une mesmo sabe, comunidade com
certeza”.(Entrevistado 2)
“Governo local, associação de vizinhos, a comunidade inteira e
os líderes agindo juntos.” (Entrevistado 3)
“A população inteira da comunidade.” (Entrevistado 5)
Já na comunidade Raposa, obteve-se um maior índice de respostas
ligadas a presidente da associação.
“a presidente, tudo é mais passado para a presidente.”
(Entrevistado 11)
Como resultado tem-se que na comunidade Roma, as pessoas estão
mais habituadas a reunirem-se e intervir juntos apoiando-se mutuamente
na busca por soluções para problemas comunitários.
7) A categoria programas ou instituições envolvidas na geração de
desenvolvimento local, (questões 1 e 8), diz respeito à intensidade do
envolvimento e das relações que proporcionem maior participação de
instituições no sentido de colaborar com a melhoria na governança local,
assim como programas envolvidos em ações para geração de
desenvolvimento local.
Como exemplo pode-se mencionar parcerias com entidades públicas
e privadas que venham a ajudar ou suprir carências, ineficientismo, ou até
incapacidade por parte do poder público local na viabilização de
propostas e iniciativas de desenvolvimento local.
O papel do capital social está diretamente atrelado à atuação destas
diversas instituições, e sua postura em relação à transparência e
75
compromisso como instrumentos importantes para promover inclusão
social, empoderamento, e sucessivamente mobilização e mudança da
postura das pessoas influindo na vida coletiva da comunidade.
Os dados abaixo foram obtidos sequencialmente nas comunidades
Roma e Raposa:
“Essa comunidade foi ajudada pelo Cooperar do Estado, que
realmente ajudou mais, teve a ajuda do SEBRAE que ajudou
com cursos de capacitação.” (Entrevistado 1)
“Por ordem projeto cooperar Governo do Estado e podemos
citar o SEBRAE que deu apoio logístico e iniciou os trabalhos,
orientou os trabalhos, capacitou deu curso de capacitação de
tilápia, de filetagem de tilápia então foi o SEBRAE que deu
apoio logístico.”(Entrevistado 2)
“Quem mais ajudou de um modo geral foi o Governo local um
que ajudou muito aqui, poderia colocar outras... EMATER e
cooperar.” (Entrevistado 3)
“Governo já teve uma participação muito grande com certeza,
Governo Estadual, e o Governo Local também que foi através
dele que nós chegamos ao Governo Estadual, sem isso não
tinha. Tivemos uma ajuda grande do Cooperar, o SEBRAE nos
ajudou muito desde o inicio”. (Entrevistado 7)
Na comunidade Raposa obteve-se as seguintes respostas:
“Bem o Governo Federal e a Igreja campanha pastoral da
terra.” (entrevistado 3)
“Aqui nós recebemos ajuda do Governo Federal e do municipal,
a Prefeitura ajuda mais” (entrevistado 7)
“Em primeiro lugar a igreja, a Diocese de Guarabira, o
Governo local também ajudou.” (Entrevistado 11)
Os dados desta categoria, tratados de forma qualitativa,
apresentaram evidências de existência do maior número de instituições e
programas que se envolveram na geração de desenvolvimento local na
comunidade de Roma, se observa a presença de instituições como
SEBRAE, EMATER, governo local, governo estadual, e projeto cooperar.
Com relação a programas e instituições de apoio mais envolvidas na
atualidade com ações para geração do desenvolvimento local obteve-se
como respostas nas respectivas comunidades Roma e Raposa:
“[...] Os dois programas instituições podem ser a Prefeitura,
acho que quem ta fazendo alguma coisa a mais é a Prefeitura, o
banco acho que o Banco do Nordeste é um parceiro também.”
(Entrevistado 1)
76
“Em primeiro lugar esta a Prefeitura que tem nos dado apoio
material financeiro essas coisa, e a associação comunitária
daqui a ADECOR que conseguiu muitos projetos muita coisa foi
quem fez alguma coisa pela gente.” (Entrevistado 2)
“Principais: Prefeitura e o segundo Cooperar e o SEBRAE
também pode ser citado, mais os dois que mais nos ajudam são
a prefeitura e o projeto cooperar.” (entrevistado 7)
Obtiveram-se como respostas na comunidade Raposa:
“A prefeitura, nos estamos com um projeto de peixe pra fazer
criação de peixe na barragem pela Prefeitura, quer dizer o
funcionamento é pelo SEBRAE, a contra partida é pela
Prefeitura.” (Entrevistado 2)
“Eu acho que a Prefeitura.”(Entrevistado 9)
“Aqui tem o projeto de peixe pra criar pelo SEBRAE.”
(Entrevistado 13)
Comparando-se os dados obtidos nas duas comunidades observa-se
maior número de programas e instituições de apoio envolvidas na
atualidade com ações para geração do desenvolvimento local também na
comunidade de Roma, demonstrando nesta maior possibilidade de capital
social.
Tal evidência mostra que mais instituições se envolveram na
implantação do projeto de desenvolvimento local na comunidade Roma,
assim como na atualidade há mais instituições de apoio na mesma
comunidade, demonstrando maior possibilidade de capital social em
função da presença destes na implementação de projetos com vistas ao
desenvolvimento local da comunidade.
Como conclusão para a dimensão apoio comunitário, se observou
nesta, segundo os parâmetros previamente estabelecidos, igual
possibilidade de capital social em ambas as comunidades, com Roma
apresentando respectivamente maior possibilidade da existência deste nas
categorias participação das pessoas nas instituições locais, mobilização
das pessoas e instituições para resolução de problemas, e programas e
instituições envolvidas na geração de desenvolvimento local. Já a
comunidade Raposa apresentou melhor possibilidade de capital social nas
categorias participação por gênero, faixa etária, e por estado de emprego.
Ambas as comunidades apresentaram-se em igualdade referente à
77
possibilidade de capital social na categoria nível de organização da
comunidade.
Observou-se uma dimensão com diferenças específicas entre as duas
comunidades, no entanto, há boa capacidade em ambas de envolvimento
das pessoas com objetivo de agir junto organizada e coletivamente
buscando maior integração e organização comunitária.
4.1.2 Dimensão 2: Capital Social Estrutural
Esta dimensão proporciona e facilita ações coletivas, influenciando
em processos de tomada de decisão e na vida comunitária pelo estímulo à
formação de redes sociais embasadas pelo estabelecimento de regras e
normas formais e informais que permitem relacionamentos intra e ultra-
comunitários, e se enquadra no colocado por Jacob (apud FRANCO,
2001), ao mencionar a importância das redes de relações da comunidade, e
a importância do caráter associativo das pessoas que têm algo em comum
e integram instituições como associações, entre outras.
Sua importância no tocante ao capital social está no favorecimento
de comportamentos coletivos cooperativos, assim como em proporcionar
padrões de comportamento esperados e desejáveis ao bom funcionamento
das redes sociais, e no fortalecimento das relações coletivas.
1) A categoria infra-estrutura, apresentou dados tratados de forma
qualitativa (questão 2) e quantitativa (9), e objetivou levantar através da
disponibilidade de locais públicos ou privados, como igrejas, casas
particulares, prédios de associações, centros comunitários, dentre outros
utilizados para reuniões e outros eventos, além da situação das casas dos
membros da comunidade, o nível de capital social nas respectivas
comunidades.
Este fato se faz importante por revelar a capacidade destas em
organizar-se no sentido de disponibilizar locais tanto públicos como
privados, para benefício comum, como realização de reuniões que
proporcionam trabalho conjunto, troca e disseminação de informações e
maior interação, fatores estes que proporcionam maior eficiência do
trabalho conjunto por benefícios comuns.
78
No caso de Roma, 100% das casas são próprias, e na comunidade
Raposa, as casas fazem parte de um projeto de assentamento havendo uma
carência de 20 anos para todos começarem a pagar por elas. Na questão
dos prédios utilizados para realização de reuniões obtiveram-se as
seguintes respostas tratadas qualitativamente nas comunidades de Roma e
Raposa respectivamente:
“O grupo e o centro de geração de emprego e renda, mas
sempre é no grupo escolar.”(Entrevistado 6)
“Se reúne no grupo escolar, às vezes é na ADECOR outra
associação.”(Entrevistado 5)
“São prédios municipais.” (Entrevistado 7)
“Tem o centro da associação aqui dos agricultores, temos esse
aqui que é do município o centro de geração de emprego e
renda, e também nos utilizamos o salão paroquial também lá no
cruzeiro de Roma, os dois mais utilizados são o centro
comunitário e o centro de geração de emprego e renda que é da
Prefeitura.” (Entrevistado 7)
Como respostas na comunidade Raposa obtiveram-se:
“Esse aqui é uma sede de associação, que debate as reuniões,
todos os interesses são resolvidos aqui.”(Entrevistado 8)
“O grupo escolar que a gente usa e antes usava o armazém que
ficou para a sede que a gente tem a reunião.” (Entrevistado 3)
“Era aqui na escola, más agora esta sendo na sede da
associação.” (Entrevistado 5)
“O grupo escolar e essa casa aqui que se chama escritório de
uma obra que tinha aqui e hoje é a sede.”(Entrevistado 9)
Conforme se observou, a comunidade de Roma apresenta maior
disponibilidade de locais para realização de reuniões e 100% das casas
são próprias, o que implica nesta categoria maior possibilidade de capital
social na comunidade de Roma.
2) Na categoria participação do líder, (questão 12) objetivou-se
evidenciar o envolvimento das pessoas tomando a postura de lideranças
locais na comunidade nos vários grupos que participam, lutando por
interesses comuns para seu desenvolvimento como políticas e projetos que
venham a beneficiá-las. A postura de atuar como líder revela o maior grau
de envolvimento uma vez que se sub-entende a tomada de iniciativa dos
79
participantes, não como meros expectadores, mas agindo ativamente
nestas instituições, influenciando e apoiando medidas que mobilizem e
beneficiem a todos conjuntamente, além de mobilizar os demais
participantes dos grupos.
No que diz respeito ao nível de capital social, quanto maior for o
envolvimento de forma ativa nas instituições, por parte de seus líderes,
maior a possibilidade de existência do mesmo demonstrando assim maior
engajamento das pessoas nos grupos. Os dados desta categoria foram
tratados de forma quantitativa, os respectivos resultados são
demonstrados no apêndice B com suas respectivas tabelas.
Segundo os dados obtidos, há maior incidência nesta categoria de
capital social na comunidade Raposa, demonstrando maior grau de
participação dos líderes nas instituições e grupos locais.
3) Na categoria diferença entre os membros, diversidade (questões
de 13 à 20), procurou-se levantar informações entre as pessoas que
participam dos grupos internos da comunidade, se os participantes destes
são da mesma família, religião, gênero, partido político, e se têm a mesma
ocupação, mesma faixa etária, e nível educacional. Evidências de que haja
diferenças entre os membros demonstram a capacidade destas em conviver
com diferenças culturais e respeito a outras maneiras de pensar e agir,
além da participação de pessoas de várias famílias e origens dificultar o
atendimento a interesses particulares, democratizando os grupos,
evidenciando maior possibilidade de capital social pela diversidade de
pessoas e de subgrupos diferentes formando os grupos internos das
comunidades, evitando assim que interesses particulares se sobreponham a
interesses coletivos, segundo os dados obtidos e tratados
quantitativamente há maior possibilidade de capital social nesta categoria
na comunidade de Roma.
4) A categoria influência dos líderes, (questão 22) procura
evidenciar a influência e efetividade dos líderes das respectivas
comunidades, e como estes influenciam em suas decisões. Sua importância
relacionada ao tema capital social está em revelar quanto efetiva é a
atuação e o reconhecimento da liderança, para efeito de maior incidência
ou não de capital social, num ambiente ou comunidade onde haja líderes
efetivos, participativos, que influenciem os demais membros da
80
comunidade a participar mais em iniciativas para seu desenvolvimento
maior será sua incidência, uma vez que espera-se da verdadeira liderança
este papel indutor e direcionador rumo a melhoria coletiva. Os dados
desta categoria foram tratados de forma quantitativa.
Como resultado referente a esta categoria, obtivemos que há maior
possibilidade de capital social em relação à influência dos líderes na
comunidade Raposa, mostrando maior participação e efetividade da
liderança, o que é importante para projetos de desenvolvimento local em
função dos líderes conduzirem, de acordo com sua legitimidade e
envolvimento, os demais membros.
Como conclusão desta dimensão, se observou um determinado
equilíbrio em relação às categorias, com Roma apresentando maior
possibilidade de capital social nas categorias infra-estrutura e diferença
entre os membros, mostrando assim maior facilidade e disponibilidade de
locais para reuniões e eventos comunitários proporcionando maior
integração, e capacidade de conviver com diferenças, enfatizando assim
maior facilidade no viver coletivo, o que é importante para o
desenvolvimento local.
Com relação à participação e influência das lideranças, na
comunidade Raposa há maior possibilidade de incidência do capital
social, o que mostra maior facilidade e legitimidade da liderança,
influenciando assim positivamente em projetos de desenvolvimento local
por facilitar a interação e direcionamentos de interesses em direção ao
coletivo.
Observa-se uma dimensão bem eqüitativa no tocante ao nível de
capital social com diferenças distintas entre as categorias com Roma
apresentando maior infra-estrutura e maior diferença entre os membros e a
comunidade Raposa apresentando vantagem nas categorias, participação
do líder e influência dos líderes demonstrando nesta dimensão igual
possibilidade de capital social nas duas comunidades por apresentar
igualdade na soma das categorias favoráveis.
81
4.1.3 Dimensão 3: Redes e Organizações de Apoio Mútuo
Nesta dimensão estão incluídas questões relacionadas a níveis de
diferenças, problemas decorrentes destes, disponibilidade e problemas de
acesso a serviços. As redes e organizações de apoio mútuo são sistemas
sociais constituídos por conexões entre indivíduos, grupos e organizações.
Essas redes podem ser observadas como mais freqüentes à medida que
houver não ausência, mas menores índices de diferenças, e menos
conseqüência.
As inter-relações em redes estão baseadas nos fatores sociais e
culturais como graus de parentesco, educação, religião, etnia, e condições
históricas e políticas.
1) Na categoria níveis de diferenças, (questões de 28 a 36)
objetivou-se levantar setores que causam problemas de isolamento ou
dividem as pessoas na comunidade, como diferenças de nível educacional,
riqueza, gênero e afiliação a partidos políticos, uma vez que quanto menor
esta tendência a problemas por diferenças, maior a possibilidade de
incidência de capital social, evitando divisões e possibilitando maior
união comunitária, participação e interação nas redes e organizações, já
que o espírito participativo é um importante fator para geração de
desenvolvimento local. As questões desta categoria foram tratadas de
forma quantitativa e seus respectivos resultados e tabelas disponibilizados
no apêndice B.
Como resultado desta categoria se obteve que na comunidade Raposa
há maior possibilidade de capital social, com relação a menores índices de
divisões causadas por diferenças de riqueza, status social, gerações jovens
e idosas, moradores novos e antigos, afiliações a partidos políticos,
religiões e etnias. Isso mostra maior possibilidade de união e
participação, influenciando positivamente na formação de um maior
espírito participativo, e na ausência de exclusão.
2) Na categoria problemas decorrentes das diferenças, (questões
37,38,39), procurou-se levantar evidências de problemas decorrentes dos
níveis de diferenças da comunidade além de levantar quem geralmente
ajuda ou intervêm para controlá-los. No tocante ao capital social, este irá
existir em maior ou menor incidência em função do número de conflitos
82
existentes, e como e por quem estes são resolvidos, o que mostra maior ou
menor interação e maior ou menor união, facilidade de convivência,
capacidade de resolver problemas internamente por parte da comunidade e
maior facilidade de trabalhar em conjunto, o que resulta em maior
disposição coletiva pelo desenvolvimento comunitário.
Os dados desta categoria foram tratados de forma quantitativa e
qualitativa, com dados quantitativos e suas respectivas tabelas
disponibilizadas no apêndice B.
Como conclusões para esta categoria, temos que há maior incidência
de capital social na comunidade Raposa, em função da mesma apresentar
menores índices de problemas como diferenças, e destes conduzirem à
violência, o que mostra maior interação e convivência, facilidade em
resolver problemas internamente e conseqüentemente trabalhar em
conjunto, fatores extremamente importantes para estratégias de
desenvolvimento local.
3) Na categoria disponibilidade de serviços (questões 40 e 41)
levanta-se alguns serviços prestados à comunidade que ocasionalmente
sejam negados ou restritos a determinados membros, evidenciando
possíveis restrições. No que se refere a capital social quanto maior for o
número de serviços negados a membros da comunidade, menor a existência
de capital social. Os dados desta categoria foram tratados de forma
qualitativa e quantitativa.
Como resultados, obtivemos que há maior índice de restrição de
serviços a algumas pessoas na comunidade de Roma conforme dados
obtidos e demonstrado desta comunidade expostos abaixo:
“Para mim não, más para outro membro da comunidade é
política, sempre existe isso.” (Entrevistado 2)
“Segurança, porque praticamente nós vivemos proclamando a
palavra do Senhor, mais que segurança ninguém tem, é
negado.” (Entrevistado 6)
“Segurança e não é que foi negado mas que eu creio que
treinamento profissional, se você não tiver se você fizer parte
de uma coisa dessa (associação) você participa se não fizer....”
(Entrevistado 7)
Relacionado aos dados quantitativos, estes demonstraram que há
maior índice de outras pessoas com problemas de acesso a serviço também
83
na comunidade Roma. Segundo os dados há na comunidade Raposa maior
possibilidade de capital social.
4) A categoria problemas de acesso a serviços, (Questão 42) está
ligada a razões que ocasionam a exclusão das pessoas do acesso a serviços
essenciais básicos. No que diz respeito ao capital social quanto mais
pessoas excluídas, assim como mais razões houverem para este tipo de
exclusão, menor a possibilidade de capital social, pois contribui
negativamente para o desenvolvimento econômico e social destas, aqui os
dados foram tratados de forma qualitativa.
Estes demonstram que há motivos em ambas as comunidades para
exclusão, dentre os quais os mais mencionados foram afiliação política e
nível de renda, no entanto na comunidade de Roma estes aparecem com
mais veemência, principalmente aspectos políticos. Como conclusão para
esta categoria observou-se maior possibilidade de capital social na
comunidade Raposa.
Concluiu-se para a “dimensão redes e organizações de apoio mútuo”,
após analisadas as respectivas categorias, a comunidade Raposa mais
propensa a construir e promover capital social por apresentar melhores
resultados nos níveis de diferença, menores problemas decorrentes das
diferenças e melhor disponibilidade de serviços.
4.1.4 Dimensão 4: Ação Coletiva Prévia
Esta dimensão tem como objetivo levantar informações a respeito
dos tipos de atividades desenvolvidas coletivamente, o grau de ação
coletiva prévia, e obter uma percepção geral da iniciativa para cooperar e
participar de iniciativas coletivas na comunidade, daí valor deste
indicador em mostrar a importância do capital social, pois esta dimensão
somente é perceptível quando há certo grau deste capital na comunidade,
enfatizando a posição privilegiada do interesse público sobre o privado.
1) Na categoria interação entre a comunidade e líderes políticos
na solicitação de ações de desenvolvimento, (questões 43 e 44),
procurou-se mostrar se há uma relação de proximidade entre a sociedade
84
civil e o poder público, ou seja, entre comunidade e líderes políticos, e
sua necessidade com vistas a promover o desenvolvimento local.
Na essência do capital social, esta mostra a importância da atuação
conjunta por parte das pessoas da comunidade junto ao poder político,
pressionando com interesse coletivo. Daí a importância da atuação
conjunta frente a outras esferas da sociedade, e seu reflexo promissor no
referente à obtenção de benefícios coletivos. Nesta categoria os dados
foram tratados unicamente de forma quantitativa.
Como resultado obteve-se que na comunidade de Roma há maior
possibilidade de existência do capital social, pela melhor interação entre
a comunidade e os líderes políticos em ações visando o desenvolvimento
desta, o que se mostra bastante importante em função da necessidade e
importância do envolvimento de líderes políticos e instituições públicas
para estabelecimento do desenvolvimento local.
2) A categoria formas de decisão relacionadas a projetos de
desenvolvimento, (questão 21, 45 e 46), buscou levantar como a
comunidade se relaciona para tomar decisões sobre projetos de
desenvolvimento comunitário, e se estas decisões são coletivas e
democráticas ou impositivas. Sua importância junto ao tema capital social
está em demonstrar o grau de interação a nível de comunidade para
resolver tais problemas, e a participação na tomada de decisões que
envolvam interesses comunitários. Os dados desta categoria foram
trabalhados de forma quantitativa e demonstraram a comunidade Raposa
com maior possibilidade de capital social nesta categoria.
Como resultados para a dimensão “ação coletiva prévia”, segundo
as categorias avaliadas, constatou-se maior possibilidade de
desenvolvimento do capital social em relação a promover uma realidade
de parceria entre a comunidade, líderes políticos e instituições públicas
na comunidade de Roma, formando um ambiente favorável à interação
para o desenvolvimento coletivo, através da ponte entre os interesses
comunitários e os políticos, expandindo o relacionamento da comunidade
com outras instituições.
No entanto, referente a maior participação das pessoas nas decisões
tomadas na comunidade, existe maior participação coletiva na comunidade
85
Raposa, demonstrando assim maior interesse por parte de seus membros
em participar de processos de tomada de decisão.
Os resultados obtidos demonstraram diferenças específicas nesta
dimensão quanto à existência do capital social nas duas comunidades.
Pelos dados obtidos deduz-se igual possibilidade de capital social nesta
dimensão em ambas as comunidades, em função do igual número de
categorias favoráveis.
4.1.5 Dimensão 5: Capital Social Cognitivo
Capital social cognitivo diz respeito à formação do comportamento
cooperativo embasado em atitudes resultantes da cultura e ideologia, ou
seja, normas sociais, valores, crenças que interferem na maneira de agir
formando comportamentos comuns aceitos por todos como padrões
esperados de ações.
Através do capital social cognitivo os indivíduos, em função do seu
nível, são ou não mais predispostos ao trabalho coletivo e a desenvolver
comportamentos cooperativos. Normas, crenças, valores, hábitos, atitudes,
que embasam o capital social cognitivo são importantes para o
desenvolvimento comunitário por influenciar e direcionar a comunidade
numa direção comum evitando distorções de interesses.
1) Na categoria Apoio e solidariedade (questões 47, 49, 50, 54, 55),
procurou-se informações do quanto atitudes de apoio e solidariedade são
comuns na comunidade por parte dos seus membros.
Este fator se apresenta importante do ponto de vista do capital
social por proporcionar laços sociais baseados na cooperação, induzindo
as pessoas a desenvolverem hábitos solidários, formando sistemas sociais
ricos estruturados em valores coletivos, que almejam lutar por interesses
e necessidades de pessoas cooperativas e da comunidade, daí seu valor
para o desenvolvimento comunitário. Os dados desta categoria foram
tratados de forma quantitativa e qualitativa, os dados quantitativos
encontram-se disponíveis nas tabelas do apêndice B.
Numa situação de necessidade de passar um tempo fora com a
família, na comunidade Raposa as pessoas poderiam contar mais com a
86
sede da associação, familiares e amigos em relação a Roma, além das
pessoas desta comunidade apresentarem, segundo os dados, melhor
espírito de participação, o que pelo parâmetro estabelecido, demonstra na
comunidade Raposa, no aspecto apoio e solidariedade, maior possibilidade
de capital social.
2) Na categoria confiança, (questões 51, 52, 53 e 57) buscou-se
levantar informações que mostrem o nível de confiança entre as pessoas
na comunidade, o que favorece, segundo a perspectiva do capital social, o
surgimento e desenvolvimento de mecanismos de cooperação entre os
indivíduos e conseqüentemente nas instituições, favorecendo atitudes
positivas e maior motivação ao trabalho honesto, coletivo e valorização
da comunidade.
Este fator é de extrema importância para o desenvolvimento
comunitário como parte essencial do capital social por permitir maior
integração entre as pessoas, predisposição a confiar e desenvolver
comportamentos confiáveis, favorecendo a participação. Os dados desta
categoria foram tratados de forma quantitativa, e segundo os dados
obtidos, na comunidade Roma as pessoas tendem a confiar mais umas nas
outras e esse nível de confiança é maior que em outras comunidades.
3) Na categoria níveis de individualismo, (questão 56) objetivou-se
levantar o nível de algo extremamente nocivo ao capital social, e
conseqüentemente ao desenvolvimento comunitário, por valorizar
comportamentos individualistas e egocêntricos. A criação e existência de
capital social está diretamente ligada à existência de redes de confiança e
ajuda mútua com a finalidade de desenvolver comportamentos coletivos
participativos favoráveis à promoção do bem comum como estratégia para
promoção do desenvolvimento local, daí a importância dos dados desta
categoria para conhecer a realidade do capital social. Os dados desta
categoria foram tratados de forma quantitativa e dispostos no apêndice B.
Pelos dados obtidos nesta categoria as pessoas da comunidade Roma
são mais individualistas que as da comunidade Raposa, e tendem a olhar
mais para o bem estar das próprias famílias, o que caracteriza ausência ou
baixo nível de capital social na primeira citada, e maior possibilidade de
capital social nesta categoria na comunidade Raposa.
87
4) A categoria nível de respeito à opinião alheia, (questão 58)
levanta informações do quanto é importante para as pessoas da
comunidade a opinião dos demais membros, sua importância para o capital
social está no fato de proporcionar maior sentimento de coletivismo, e de
acordo com o nível deste, dentro das redes horizontais e verticais,
evidencia o quanto as pessoas valorizam a participação e contribuição de
todos. Os dados desta categoria tratados de forma quantitativa mostraram
maior atenção à opinião alheia na comunidade de Roma, evidenciando
nesta maior possibilidade de capital social.
5) Na categoria nível de prosperidade, (questão 59) procurou-se
levantar a percepção dos entrevistados em relação ao desenvolvimento ou
não da comunidade nos últimos cinco anos, isto demonstra se houve ou
não melhorias no bem-estar, maior satisfação das necessidades básicas, e
até de certas condições ambientais e econômicas, uma vez que a
prosperidade não está atrelada somente a recursos econômicos e
financeiros, mas a toda esta gama de fatores.
Com relação ao capital social, esta categoria reflete a imagem que
as pessoas têm da sua comunidade e a disposição no que diz respeito a
lutar juntos para conquistar melhorias, já que todos almejam por
prosperar, mas nem todos têm a iniciativa de realizar o que for necessário
para isso, assim políticas públicas que busquem fazer com que haja
prosperidade devem ser reforçadas pela ação pública evidenciando assim,
em função do grau participação o nível de capital social.
Segundo os dados tratados quantitativamente, há maior percepção de
prosperidade pelos membros da comunidade de Roma mostrando assim
maior possibilidade de capital social.
6) Na categoria nível de aceitação, (questões 48 e 60), levantou-se
o sentimento do indivíduo em sentir-se influente e aceito por parte da
comunidade, vendo-os como colaboradores influentes em programas e
projetos de desenvolvimento local. Daí sua importância em relação ao
tema capital social, por evidenciar o valor do sentimento pertencimento e
influência das pessoas para viabilização de projetos importantes ao
desenvolvimento comunitário.
Segundo os dados obtidos, e tratados quantitativamente, há maior
possibilidade de capital social nesta categoria na comunidade Raposa
88
demonstrando assim sentimento de aceitação e influência das pessoas
nesta comunidade.
7) A categoria nível de conflito, (questões 61 e 62), procurou
levantar o nível de disputa interna por interesses particulares, o que é
extremamente nocivo à existência de capital social e funciona minando a
capacidade de lutar conjuntamente por interesses comuns ao
desenvolvimento comunitário.
A existência de conflitos é algo normal a todo sistema social, no
entanto se faz necessário haver condições de resolvê-los pacificamente. A
presença de conflitos freqüentes pode caracterizar entre outras coisas alto
grau de desconfiança, existência de exclusão social ou ainda indicar
dificuldade por parte das pessoas em agir coesamente o que dificulta e
pode até impedir projetos de desenvolvimento local. As questões desta
categoria foram tratadas de forma quantitativa.
Pelos dados tratados quantitativamente, em ambas as comunidades a
concepção de todas as pessoas entrevistadas em relação a suas
comunidades é que são calmas, porém comparadas a outras comunidades,
na comunidade de Roma os conflitos são menores, mostrando nesta maior
possibilidade de existência de capital social.
8) A categoria engajamento, (Questões 23, 63, 64, 65, 66), buscou
levantar evidências do grau de relacionamento e envolvimento das pessoas
membros da comunidade em órgãos, instituições, grupos, movimentos
sociais, partidos políticos onde seja possível observar as formas de
interação através das quais as pessoas busquem atitudes que objetivem ao
desenvolvimento local da comunidade. Os dados desta categoria foram
tratados de forma quantitativa e qualitativa.
Relacionado à forma como a instituição foi criada analisando as
respostas dos entrevistados percebeu-se em ambos os casos a sua criação
através do poder publico para formação das respectivas associações, no
caso da comunidade Raposa, através do INCRA comum em todos os
projetos federais de assentamento, e Prefeitura Municipal de Bananeiras
como forma de desenvolver relações sociais de parceria na comunidade.
“Através do INCRA.... Essa terra aqui não era da gente, era de
Sr. Mozart, ele vendeu paro o INCRA, aí passou a ser nós aqui,
através disso, veio uma diretoria que foi formada com 8-10
pessoas e decidiram formar a Associação. (Entrevistado 1)
89
“foi criada porque toda associação que o INCRA cria tem que
ter”. (Entrevistado 12)
Na comunidade de Roma a associação dos piscicultores foi a
princípio criada por vontade política para através dessa associação
conseguir recursos com objetivo de desenvolver a atividade da
piscicultura.
“Ela foi criada pela imposição política, na época, depois ela
tomou outro rumo.” (entrevistado 3)
“Ela foi criada através dos órgãos municipais, foi quem nos
procurou, incentivou e depois abandonou”. (Entrevistado 7)
“A associação foi criada com interesse político na cidade de
Bananeiras” (Entrevistado 6)
Segundo o conjunto dos dados obtidos nesta categoria há maior
possibilidade de capital social na comunidade de Roma no tocante a
aquisição de novos conhecimentos, participação dos grupos internos na
comunidade, em relação às pessoas contribuírem com tempo e dinheiro
para metas de desenvolvimento comum, e em relação aos líderes
intervirem atuando para resolver um problema entre membros da
comunidade. Com relação à participação de pessoas da própria
comunidade na formação da associação há consenso da formação em ambas
as comunidades, das associações por iniciativa da prefeitura e de outros
órgãos federais, e não a princípio dos membros. Diante destes fatos
evidencia-se que há maior possibilidade de capital social na comunidade
de Roma.
Como conclusão para esta dimensão, englobando as diversas
dimensões especificadas obteve-se a comunidade Roma com vantagem no
número de categorias favoráveis apresentando melhor possibilidade de
capital social nas categorias confiança, nível de respeito a opinião alheia,
nível de prosperidade, nível de conflito e engajamento. Referente à
comunidade Raposa esta apresentou resultados mais favoráveis nas
categorias apóio e solidariedade, níveis de individualismo e nível de
aceitação.
90
4.1.6 Dimensão 6: Perfil Organizacional
Nesta dimensão, procurou-se levantar evidências de características
internas à comunidade em relação ao seu relacionamento entre pessoas e
instituições, assim como características internas a organizações existentes
nas comunidades, levantando a existência de redes entre as organizações.
Na perspectiva do capital social esta dimensão tem como objetivo
mostrar a importância de fatores como confiança recíproca existente desde
entre indivíduos até o nível de instituições, buscando interesses coletivos
comuns. Nela estão contidas as necessidades de formar padrões
participativos na comunidade relacionados à qualidade da percepção das
pessoas participantes, permitindo maior interação e envolvimento nas
organizações existentes, observando se estas se comportam com maior ou
menor confiança, transparência.
Nesta procurou-se levantar eventuais mudanças de propósitos das
organizações existentes nas respectivas comunidades, tipo de ajuda
organizacional recebida de fora, participação organizacional, resolução de
conflitos internos, capacidade e liderança organizacional, e participação a
reuniões.
1) Na categoria mudanças e propósitos das organizações, (questões
67 e 68) objetivou-se saber se as organizações existentes nas comunidades
estudadas permanecem com os mesmos direcionamentos ou mudaram seus
propósitos. A importância desta categoria está em tentar mostrar se as
organizações existentes na comunidade se adequaram ao ambiente externo,
e reagem a mudanças tornando-se flexíveis e abertas à participação de
várias pessoas da comunidade ou permanecerem fechadas e inflexíveis
através da presença somente dos mesmos líderes que as conduzem por seus
próprios direcionamentos, tornando-as excludentes de outros membros, e
contribuindo negativamente para o desenvolvimento do capital social e
para projetos de desenvolvimento local. Os dados desta categoria foram
tratados de forma qualitativa e quantitativa.
As respostas qualitativas no caso da comunidade Raposa mostraram
que a organização existente na comunidade tem se envolvido em
atividades produtivas.
91
“Criação de ovelhas, de caprinocultura, de gado... melhor o
gado que caprinocultura.” (Entrevistado 8)
“Aqui sempre é mais agricultura.” (entrevistado 9)
Na comunidade de Roma as respostas mostraram a evolução das
atividades da associação passando de somente produção para
comercialização dando continuidade a atividade econômica principal.
“Só na criação de peixe mesmo, e geração de emprego e renda.”
(Entrevistado 1)
“A ASPIB somente criação de peixe mesmo.” (Entrevistado 2)
“Acho que comércio porque de todo jeito a gente é muito forte
o comércio a criação de peixe é pro comercio.” (Entrevistado
7)
Referente aos dois casos, observou-se que nesta categoria segundo
os dados obtidos há maior flexibilidade institucional na comunidade
Raposa, embora as duas comunidades estejam inseridas em atividades
produtivas. Diante destes fatos a comunidade Raposa apresenta-se como
mais propensa a desenvolver capital social.
2) Na categoria tipo de ajuda organizacional, (questão 69)
objetivou-se levantar que tipos de ajuda as organizações receberam de
fora contribuindo para seu desenvolvimento. Relacionado ao tema capital
social, à medida que estas organizações forem abertas e dinâmicas,
contando com ajuda de pessoas ligadas à comunidade e não somente com
interesses particulares ou políticos, maior a possibilidade de existência do
mesmo assim como sua contribuição para o desenvolvimento local. Os
dados desta categoria forma tratados de forma qualitativa, conforme segue
abaixo.
Obteve-se como resultado que na comunidade de Roma, segundo
100% das respostas, recebeu-se apoio unicamente do governo, na
comunidade Raposa observou-se segundo as respostas obtidas e tratadas
qualitativamente haver maior participação de outros órgãos como governo,
parceiros, entre outros, esta apresenta-se com maior possibilidade de
capital social mostrando maior facilidade desta em envolver-se com outros
agentes para promoção de desenvolvimento local.
Dados da comunidade Raposa:
92
“Ajuda da campanha pastoral da terra.” (Entrevistado 7)
A associação recebeu ajuda da campanha pastoral da terra.
“(Entrevistado 2)”.
“Aqui quem mais ajuda é o governo.” (Entrevistado 6)
“Aqui os recursos que chegaram foi de governadores.”
(Entrevistado 4)
3) A categoria participação organizacional, (questões 70 a 75, 87 à
91) objetivou levantar informações de como as pessoas vêem a
participação e qualidade da participação nas organizações existentes nas
comunidades em relação à transparência, e democratização de
interesses,assim como participação á reuniões .
A importância desta categoria esta em mostrar o grau de
transparência e participação eqüitativa dos vários sub-grupos dentro da
comunidade, e levantar seu nível de participação e assiduidade a reuniões,
levantando o grau de participação e envolvimento, e mostrando, referente
ao capital social, maior possibilidade de sua e incidência em função da
maior ou menor participação das pessoas. Os dados desta dimensão foram
tratados de forma quantitativa.
Segundo os dados obtidos na comunidade de Roma há maior
possibilidade de incidência e desenvolvimento do capital social, segundo
a percepção das pessoas entrevistadas, demonstrando maior abertura nas
instituições nesta comunidade o que se faz de importante fator para o
desenvolvimento local.
4) Na categoria capacidade das organizações para conviver com
conflitos, (Questão 76) levantaram-se dados da capacidade organizacional
das instituições existentes na comunidade para resolver conflitos internos
democraticamente. Sua importância para o capital social se enquadra na
instituição de maior participação organizacional de todos os membros
proporcionando maior transparência na solução de conflitos, e trabalhando
melhores divergências transformando-as em oportunidade de inovação,
proporcionando confiabilidade e envolvimento de todos, fator importante
para programas e projetos de desenvolvimento local. Os dados desta
categoria foram trabalhados de forma qualitativa.
Como resultados, obteve-se que em ambas as comunidades há nível
eqüitativo de capital social em função das organizações existentes na
93
comunidade resolverem seus conflitos reunindo seus membros e
conversando.
5) Na categoria capacidade e competência das organizações
(questões 77 e 78) avaliou-se a percepção das pessoas da comunidade a
competência e as formas que as instituições têm de desenvolver e levar à
frente atividades especializadas que busquem contribuir com o
desenvolvimento da comunidade, e de reagir a mudanças ambientais. Os
dados desta categoria foram tratados de forma qualitativa.
Segundo os dados obtidos em ambas as comunidade há baixa
capacidade de levar à frente atividades especializadas e reagir a
mudanças, assim como baixo índice de capital social implicando
negativamente para projetos e programas de desenvolvimento local.
6) Na categoria liderança organizacional, (questões 79 a 86)
buscou-se levantar informações de como ocorre o acesso à liderança das
organizações locais e do compromisso das lideranças comunitárias,
refletindo na legitimação das organizações junto a pessoas, este fator
evidencia a inclusão e empoderamento das pessoas à medida que lhes
proporciona acesso a cargos de liderança mais democraticamente
mostrando sua importância para o capital social promovendo
empoderamento dos indivíduos. Os dados desta categoria foram tratados
de forma quantitativa.
Segundo os dados obtidos, há maior possibilidade de capital social
nesta categoria na comunidade Raposa, mostrando assim maior
possibilidade de mobilização por parte da liderança nas organizações
influenciando positivamente em programas e projetos de desenvolvimento
local.
Como resultado geral desta dimensão, concluiu-se que na
comunidade Raposa, há maior confiança entre indivíduos grupos e
instituições, esta maior interação comprova maior possibilidade de capital
social nesta categoria, fato importante para projetos de desenvolvimento
local.
A seguir encontram-se discriminados os resultados obtidos através
da realização desta pesquisa (quadro 14), referente a cada dimensão do
capital social, propostas pela metodologia do Banco Mundial utilizada por
Costa (2006) e neste trabalho, e suas respectivas categorias.
94
PARAMETROS (+/-)
DIMENSÕES CATEGORIAS
ROMA RAPOSA
Participação das pessoas nas instituições locais
V
Participação por gênero
V
Participação por faixa-etária
V
Apoio Comunitário
Participação por estado de emprego
V
Nível de organização da comunidade
V V
Mobilização das pessoas e/ou instituições para
resolução de problemas
V
Participação das pessoas nas instituições locais
V
Infra-estrutura
V
Participação como líder
V
Capital Social Estrutural
Diferença entre os membros- diversidade
V
Influência como líderes
V
Níveis de diferenças
V
Redes e Or
g
.de A
p
oio Mútuo
Problemas decorrentes das diferen
ç
as
Disponibilidade de serviços
V
Problemas de acesso a serviços
V
Ação Coletiva
Interação entre a comunidade e líderes políticos na
solicita
ç
ão de a
ç
ões de desenvolvimento.
V
Prévia
Formas de decisão relacionada a projetos de
desenvolvimento
V
Apoio e Solidariedade
V
Confiança
Níveis de Individualismo
V
Capital Social Cognitivo
Níveis de Respeito e Atenção à opinião alheia
V
(Nível) de Prosperidade
V
(
Nível
)
de Aceita
ç
ão
Nível de Conflito
V
Engajamento
V
Mudanças nas estruturas e propósitos da
Organização
V
Tipo de ajuda organizacional
V
Perfil
Participação organizacional
V
Organizacional
Capacidade das organizações para conviver com
conflitos
V V
Capacidade e competência das organizações
V V
Liderança organizacional
V
Quadro 2 - Resultado Geral da Pesquisa
Fonte: Dados da Pesquisa (2006).
Consideraram-se as diversas dimensões e variáveis para medir o
capital social num território, assim como as respectivas categorias, como
resultado obteve-se maior possibilidade de capital social na comunidade
de Raposa.
95
Pelos resultados, na comunidade de Roma, do total de 31 categorias
12 (38,7%) podem ser consideradas positivas, tomando como referência os
parâmetros para avaliação das variáveis do capital social. Referente à
comunidade Raposa, 16 (51,6%) das categorias são consideradas positivas,
e em igual intensidade há 3 (9,7%) das categorias.
Referente às dimensões, a comunidade Raposa sai vencedora em 2
dimensões: redes e organizações de apoio mútuo, e perfil organizacional.
Nas dimensões apoio comunitário, capital social estrutural e ação coletiva
prévia, houve empate no número de categorias referente a ambas as
comunidades das seis dimensões adotadas, na dimensão capital social
cognitivo, houve maior possibilidade de capital social na comunidade
Roma.
Com cada dimensão observada separadamente obteve-se que na
dimensão apoio e solidariedade, a comunidade Raposa obteve pontuação
positiva em 42,8% das categorias, a comunidade Roma obteve sucesso em
42,8% das categorias, e em 14,4% houve empate entre ambas as
comunidades.
Na dimensão capital social estrutural houve empate na pontuação
obtida nas categorias, com cada uma obtendo 50% das categorias.
Na dimensão redes e organizações de apoio mútuo a comunidade
Raposa obteve 100% de sucesso na pontuação referente às categorias
estabelecidas.
A dimensão ação coletiva prévia apresentou como resultado para
ambas as comunidades 50% de pontuação para cada caracterizando assim
uma equiparação na possibilidade de capital social.
Na dimensão capital social cognitivo, obteve-se a comunidade de
Roma com pontuação positiva em 62,5% das categorias, já a comunidade
Raposa obteve sucesso em 37,5% das categorias.
Na dimensão perfil organizacional a comunidade Raposa obteve
50% de sucesso nas categorias desta dimensão em relação a 16,6% de
sucesso obtido pela comunidade Roma, e 33,35% de categorias
apresentaram mesmo resultado em ambas as comunidades.
5 – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Este trabalho explorou o tema “a influência do capital social para
programas de desenvolvimento local em duas comunidades no município
de Bananeiras-PB”, através de um estudo comparativo entre as duas
comunidades selecionadas, nas quais foram abordados aspectos
relacionados aos níveis de capital social nas dimensões do questionário
integrado para medir capital social, QI-MCS, do Banco Mundial utilizados
por Costa (2006) e também neste trabalho. As conclusões dos estudos
serão apresentadas a seguir.
Em conformidade com o proposto no problema de pesquisa e
objetivos do trabalho com vistas a levantar o papel do capital social em
programas e políticas de desenvolvimento local com base no seu conceito,
que incorpora valores como práticas coletivas, cooperação, formação de
redes de apoio mútuo, valores democráticos, a exemplo do civismo, e do
empoderamento dos atores sociais com intuito de promover maior
participação dos mesmos na vida ativa das suas comunidades, relacionou-
se as diversas formas e possibilidades de interação entre os próprios
indivíduos, destes com instituições, e entre as mesmas, em função da
existência de relacionamentos e práticas de confiança e reciprocidade
entre os vários atores e instituições.
Neste sentido o capital social apresenta-se, segundo vários autores
consultados, como instrumento para auxiliar na formação de condições
para construção do desenvolvimento local através das ligações existentes
entre as próprias pessoas e com instituições envolvidas nas várias
camadas da sociedade, suas estruturas econômica, ambiental,
institucional, entre outras.
A importância do maior envolvimento dos vários atores sociais
locais, conciliando seus interesses com os da comunidade gera maior
participação coletiva, o que contribui com a democracia e maior cidadania
participativa.
97
Nos dois projetos de desenvolvimento estudados, “caprinocultura na
comunidade Raposa e piscicultura na comunidade de Roma”, observou-se
ambos aplicados num contexto geral respeitando e aproveitando as
respectivas potencialidades naturais de forma sustentável sem agressão ao
meio ambiente, através da predisposição a criação de caprinos na região
seca de curimataú, e peixes na região propícia no Brejo com bastante
água, além do conhecimento prévio da prática da atividade econômica
desenvolvida pelos produtores.
Ambos os projetos foram propostos e implantados pela Prefeitura
Municipal de Bananeiras, e apoiadas por instituições públicas, através
destes objetivou-se assegurar e melhorar as condições econômicas e
sociais das pessoas da comunidade, e proporcionar sua permanência nas
localidades evitando o êxodo rural; estes foram introduzidos de forma
democrática e participativa, contando com apoio do poder público nas
esferas federal, estadual e municipal através de projetos como o
COOPERAR, do governo do Estado, e instituições de apoio como o
SEBRAE.
Em termos de ações políticas e sociais voltadas para geração do
desenvolvimento local, a comunidade de Roma encontra-se inserida em
vários projetos sociais que buscam mudar a realidade local e tentam
promover formas de manutenção das pessoas no campo, a mesma conta
com um centro de treinamento profissional, (centro de geração de emprego
e renda) e conta com uma outra associação, a ADECOR, “associação do
desenvolvimento comunitário de Roma” desenvolvendo atividades que
proporcionem a utilização correta de seus recursos naturais como
produção de bananas, bovinocultura, entre outras.
A referida comunidade caracteriza-se pela existência e
preponderância de pequenas propriedades, além de agricultura e mão-de-
obra familiar com produção e comercialização de excedentes produtivos
formando inclusive um pequeno mercado local de comercialização destes
excedentes, no entanto, a piscicultura vem se destacando dentre as demais
pela correta utilização dos recursos naturais como água além de permitir
que outras atividades sejam praticadas conjuntamente a esta.
A comunidade Raposa encontra-se inserida em projetos e políticas
sociais voltadas para geração do desenvolvimento como por exemplo o
98
projeto de construção de cisternas, construção de casas, construção de
uma escola municipal, estas ações proporcionam melhorias significativas
nas condições de vida da população local. Além destes, através do projeto
de desenvolvimento da caprinocultura objetivou-se a geração de emprego
e renda para os membros desta comunidade e maior independência
financeira.
Assim ambas as comunidades podem ser caracterizadas como
participantes em projetos de desenvolvimento sustentável ainda de forma
incipiente, porém com grande perspectiva de melhorias nas condições de
vida da comunidade, caso devidamente aproveitadas suas potencialidades.
Observando-se os resultados obtidos através da pesquisa realizada, a
comunidade Raposa apresentou maior possibilidade de capital social em
relação à comunidade de Roma, o que contradiz o pressuposto deste
trabalho, de que haveria maior possibilidade de sucesso em apresentar
melhores resultados no respectivo projeto de desenvolvimento local que
apresentasse maior intensidade de capital social. Ambas apresentaram
condições distintas na existência de capital social.
A comunidade Raposa apresentou maior possibilidade de capital
social, segundo as seis dimensões levantadas, nas respectivas redes e
organizações de apoio mútuo, e perfil organizacional.
As redes e organizações de apoio mútuo são sistemas sociais
constituídos por conexões entre indivíduos, grupos e organizações; essas
redes são mais freqüentes onde houver menores índices de diferenças
eventualmente causadas por educação, riqueza, status social, e
seqüencialmente menor incidência de conseqüências negativas causadas
pelas diferenças. Estas inter-relações em redes estão baseadas em fatores
sociais e culturais como graus de parentesco, educação, religião, etnia, e
condições históricas e políticas de ajuda entre indivíduos e englobam
também menores problemas de disponibilidade e acesso a serviços.
Referente ao perfil organizacional, a comunidade Raposa
apresentou segundo os dados, maior possibilidade de capital social em
função de obter mais ajuda de órgãos externos ou parceiros, maiores
mudanças organizacionais adaptando-se à mudanças do ambiente, e
liderança organizacional.
99
Ambas as comunidades apresentaram mesmo nível de capital social
nas dimensões: apoio comunitário, capital social estrutural e ação
coletiva prévia.
Referente ao capital social estrutural, a comunidade Raposa
apresentou resultados positivos em relação à participação dos líderes nos
grupos locais, e melhor influência da liderança, demonstrando assim,
melhor relacionamento desta com seus líderes.
A dimensão ação coletiva prévia demonstrou o maior grau de
interação e aproximação da comunidade de Roma junto ao poder público, e
a órgãos de fomento de desenvolvimento local. No entanto referente a
formas de decisão ligadas a projetos de desenvolvimento da comunidade,
estas são mais democráticas e participativas na comunidade Raposa.
Concluiu-se que o capital social não foi o fator único e fundamental
em relação às políticas de desenvolvimento local implantadas nas
comunidades estudadas, “projeto de desenvolvimento da caprinocultura na
comunidade Raposa e de piscicultura na comunidade de Roma”, no entanto
o mesmo apresenta importante papel ao dinamizar relações sociais
permitindo a facilitação de conquistas coletivas.
Diante deste fato tem-se que o capital social não foi o determinante
único para programas de desenvolvimento local implantados nas duas
comunidades rurais estudadas em Bananeiras, embora tenha sido
importante para tal por facilitar as relações sociais, assim comunidades
mais predispostas à ajudar-se mutuamente, e a agir conjuntamente
apresentam-se com um fator a mais em seu favor, as relações sociais mais
adequadas para se atingir realidades de melhor índice de desenvolvimento
econômico; porém outros fatores devem ser levados em consideração como
políticos econômicos ou ambientais, cujos mesmos apresentaram-se mais
influentes no caso estudado nas duas comunidades do que o maior ou
menor nível de capital social
Referente a evidências de como o capital social influenciou nas
proposições, encaminhamentos e resultados obtidos nos referidos projetos,
observou-se na comunidade Raposa a influência do capital social no
sentido de proporcionar maior participação das pessoas em relação a
gênero, faixa etária, e estado de emprego de forma mais eqüitativa, assim
como maior participação e melhor percepção da atuação dos líderes. Isto
100
influenciou no projeto de desenvolvimento implantado nesta comunidade
proporcionando maior participação coletiva das pessoas na associação
comunitária e no respectivo projeto.
Outro fator observado nesta comunidade foi a melhor possibilidade
de convivência coletiva demonstrada nas categorias nível de diferença,
problemas decorrentes destas, assim como menores problemas de acesso a
serviços por parte dos membros, o que facilitou a interação entre as várias
pessoas na comunidade, o decisionamento mais democrático, maior nível
de apoio e solidariedade e menor nível de individualismo tornando as
pessoas mais envolvidas nas decisões comunitárias.
Tudo isso evidenciado na participação das pessoas na associação
local de forma mais eqüitativa, no entanto, relacionado ao projeto de
desenvolvimento local, este envolvimento poderia ser mais voltado para
melhoramento da capacidade produtiva, e do treinamento
profissionalizante especificamente na área do projeto, além de promover
melhor interação entre a comunidade e os líderes políticos e desta com
outras comunidades.
Foi observada à influência do capital social nos projetos de
desenvolvimento local implantados nas comunidades selecionadas através
de evidências de sinergia, cooperação por projetos e ações que busquem o
desenvolvimento da comunidade envolvendo órgãos federais, estaduais e
municipais, assim como os membros da comunidade em ambos os projetos.
No entanto outros fatores como econômicos, políticos e ou ambientais
precisam ser melhor observados e levados em consideração uma vez que
uma maior ou menor incidência de capital social não foi suficiente para
determinar o sucesso destes projetos.
Em ambos os projetos se observou que melhorias na educação,
principalmente treinamento e capacitação profissional ajudaria a melhor
aproveitar suas atividades produtivas. Estreitar a relação entre as pessoas
de forma coletiva e sequencialmente promover maior empoderamento e
responsabilidade dos atores locais frente a projetos de desenvolvimento
local pode ser um gerador de oportunidades de melhorias econômicas,
sociais, e políticas.
Isso promoveria uma realidade de viabilidade e competitividade das
vocações econômicas locais, e de suas potencialidades e atividades
101
produtivas melhorando a renda e a distribuição desta riqueza
simultaneamente ao correto uso dos recursos naturais.
Formar pessoas mais atuantes especialmente junto a setores públicos
é essencial para realização de projetos e aquisição de recursos, uma
atuação do poder público no sentido de formar cidadãos mais envolvidos
socialmente e promover ações que incentivem o aumento da auto-estima
local são necessárias para melhor aproveitamento de seus recursos.
O tema abordado no presente estudo vem sendo estudado com ênfase
nos últimos anos, dado a necessidade de desenvolvimento local nas
diversas regiões pelo mundo.
Fatores que influenciam em programas de desenvolvimento local são
extremamente importantes para o sucesso destas iniciativas, assim o papel
do capital social pode e deve ser abordado de diversas formas.
Sugere-se para estudos futuros especialmente relacionados a
verificar a influência do capital social em programas de desenvolvimento
local o desenvolvimento de novas metodologias para medi-lo, outros
temas sugeridos para pesquisa são:
Estratégias para desenvolver capital social em dimensões
diferenciadas;
Novas ferramentas para medir capital social;
Influências específicas do capital social em dimensões que
favoreçam mais ao desenvolvimento;
Identificar a partir dos resultados e conclusões do estudo possíveis
adequações aos referidos projetos, ou que novos encaminhamentos e
diretrizes possam ser adotados, de forma a contribuir para que os
resultados esperados em termos do desenvolvimento local sejam
mais efetivos e duradouros.
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VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.
4. ed. Sao Paulo: Atlas 2003.
WOOLCOOCK, Michael. 1999. Managing Risk, Socks, and opportunity
in developing economies: The role of Social Capital: In Word Bank 2003,
Integrated Questionnaire for the Measurement of Social Capital.
WORLD Bank.2002 Empowerment and Poverty Reduction – A
Sourcebook Washington D.C.Disponível em: <www.worldbank.com
>.
Acesso em: 8 dez. 2006.
107
APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA MEDIR CAPITAL
SOCIAL ENVOLVENDO DOMICÍLIO, ORGANIZAÇÕES E
COMUNIDADES
Este questionário tem como objetivo avaliar o nível de capital social e sua
importância para projetos de desenvolvimento local - Estudo de caso
realisado em duas comunidades em Bananeiras-PB
Período : 1 ° semestre de 2006 Organização:
1. Que pessoas ou organizações participaraM/ajudaram no Programa
de desenvolvimento da comunidade(piscicultura /
caprinocultura) ?
1. Governo local
2. governo estadual
3. Governo federal 4. Políticos
5. Organizações religiosas
6. Escolas, professores
7. ONGs
8. Grupos empresariais
9. Clubes
10. Cidadãos prósperos
11. A comunidade como um todo 12. Instituições de apoio (Sebrae,
Senai, etc.)
13. Outras
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (2 no máximo)
2. Quais prédios são usados regularmente pelas pessoas desta
comunidade para realizar encontros?
1. Centro comunitário 2. Casas particulares
3. Casas de políticos líderes 4. Casas ou outros locais de lideres
5. Igrejas ou outros prédios
religiosos
6. Centro de saúde escolas
7. Centros comerciais 8. Outros (especifique)
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (2 no máximo)
3. Quais membros do município participam mais, resolvendo problemas
enfrentados pela comunidade? Por gênero:
1. Homens
2. Mulheres
3. Homens e mulheres equiparados
4. Nenhum participa
5. Outros
108
4. Quais membros do município participam mais, resolvendo problemas
enfrentados pela comunidade? Por idade:
1. Jovens e adolescentes 2. Adultos
3. Pessoas mais velhas
4. Jovens adultos e idosos
equiparados
5. Nenhum participa 6. Outros
5. Quais membros do município participam mais, resolvendo problemas
enfrentados pela comunidade? Através de estado de
smprego:
1. Trabalhadores 2. Desempregado
3. Trabalhadores e desempregados 4. Nenhum participa
5. Outros
6. Nos últimos três anos, a comunidade tem se organizado para
solucionar uma necessidade ou problema?
1. sim 2. não
7 Identifique 2 temas que mobilizaram as pessoas e/ou instituições
para a superação de uma necessidade ou problema?
8 Quais os dois principais programas e/ou instituições de apoio estão
mais envolvidas com ações para geração do desenvolvimento scal na
comunidade?
9 Em geral, as casas nessa comunidade são:
1. Própria e completamente paga 2. Própria com uma hipoteca
3, Alugado 4. Dado em troca de serviços
5. Colonizada 6. Outro (especifique)
10 Qual o nome e o tipo da organização que você atua?
109
11. Por ordem de importância, cite três tipos de grupo, organização ou
associação que as pessoas nesta comunidade participam:
1. Grupos de produtores,
caprinocultores
2. ONGs
3. Cooperativas 4. Grupos religiosos
5. Associação de negociantes 6. Associações culturais
7. Associação profissional 8. Grupos políticos
9. União de negócios 10. Grupos jovens
11. Grupos financeiros e de credito 12. Grupos de mulheres
13. Grupo de água e esgotos 14. Grupos de pais
15. Associação de bairros e
vizinhos
16. Comité escolar
17. Grupos civis 18. Comité de saúde
19. Grupos de esporte 20. Outros
21. Nenhum
Ordenar 3 respostas.
12. Qual o grau de participação?
1. Líder 2. Muito ativo 3. Um pouco ativo 4. Não ativo
13. No geral, as mesmas pessoas destes três diferentes grupos são as
mesmas ou há pequenas diferenças entre os membros?
1. As mesmas 2. Poucos membros
3. Alguns membros 4. Muitos membros
14. Considerando os grupos citados anteriormente, os participantes
dos grupos são, em sua maioria, da mesma família?
1.sim 2. não
15. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros são da
mesma religião?
1.sim 2. não
16. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros são do
mesmo género?
1. sim 2. não
17. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros são do
mesmo partido político?
1. sim 2. não
18. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros tem a
mesma ocupação?
110
1. sim 2. não
19. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros tem a
mesma faixa etária?
1. sim 2. não
20. Considerando os grupos citados anteriormente, os membros tem o
mesmo nivel educacional?
1. sim 2. não
21. Considerando os grupos citados anteriormente, Como o grupo toma
decisões?
1. O líder decide sozinho 2. O líder consulta os membros e então
decide
3. A decisão é conjunta 4. outra
22. Considerando os grupos citados anteriormente, o quanto efetiva é a
liderança do grupo?
1. Muito efetiva 2. Mais ou menos efetiva 3. Não
efetiva
23. Considerando os grupos citados anteriormente,você acredita que
através deste grupo os membros tenham adquirido novos
conhecimentos ou aprendido algo de valor?
1. sim 2. não
24. Se a escola primaria desta comunidade ficasse um longo período
sem professores primários, diga-se seis meses ou mais, que pessoas
desta comunidade ficariam juntas para tomar alguma atitude?
1. Ninguém na comunidade ficaria junto
2. Governo municipal / associações local de vizinhos
3. Pais de crianças da escola
4. A população inteira da comunidade
5. Outro (especifique)
indique as respostas marcando uma ou várias casas (3 no máximo)
25. Quem tomaria a iniciativa (ato como líder)?
26. Se houvesse um problema que afetasse a comunidade inteira ex:
zona (Rural: doença nos animais; Urbana: violência) quem trabalharia
junto para resolve esta situação?
1. Cada pessoa trabalharia só 2. Vizinhos
3. Governo local/lideres políticos 4. lideres comunitários agindo juntos
5. A comunidade inteira 6. Outros
111
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (3 no máximo)
27. Quem tomaria a iniciativa (ato como líder)?
28. Até que ponto diferenças na educão tende a dividir as pessoas em
sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
29. Até que ponto diferenças em riqueza/posses matérias tendem a
dividir as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
30. Até que ponto diferenças no status social tende a dividir as pessoas
em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
31. Até que ponto diferenças entre homens e mulheres tende a dividir
as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
32. Até que ponto diferenças entre gerações jovens e idosas tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
33. Até que ponto diferenças entre habitantes antigos e novos tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
34. Até que ponto diferenças em afiliações a partido políticos tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
112
35. Até que ponto diferenças entre religiões e crenças tendem a dividir
as pessoas em sua comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
36. Até que ponto diferenças étnicas tende a dividir as pessoas em sua
comunidade?
1. nenhuma 2. pouca 3. alguma 4. muita
37. Estas diferenças causam problemas?
1. sim 2.não
38. Por quem estes problemas são geralmente controlados?
1. Pessoas trabalham fora entre eles 2. Familiares membros da casa
intervêm
3. Os vizinhos intervêm 4. Os líderes de Comunidade
mediam
5. Os líderes Religiosos mediam 6. Os líderes Judiciais mediam
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (2 no máximo)
39. Tais problemas sempre conduzem a violência?
1. sim 2. não
40. Há alguns serviços que para você ou membros de sua casa são
ocasionalmente negados ou há oportunidades limitadas de usar?
1. Educação /escolas 2. Serviços de saúde/clinicas
3. Assistência domiciliar 4. Treinamento profissional
5. Credito/financeiro 6. Transporte
7. Distribuição de água 8. Serviço sanitário
9. Extensão agrícola 10. Justiça / resolução de conflitos
11. Segurança / serviço de
policiamento
12. outro
13. nenhum
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (4 no máximo)
41. Você acredita que há outros membros da comunidade que tenham
os mesmos problemas de acesso?
1.sim 2. não
42. Quais as razões ou critérios pêlos quais algumas pessoas são
excluídas destes serviços?
1. Nível de renda 2. ocupaçao
3. Estado social (classe) 4. Género M/F
113
5. Linguagem 6. Afiliação Política
7. Idade 8 Raça / etnia
9. convicções Religiosas 10. Outros
Indique as respostas marcando uma ou várias casas (4 no máximo)
43. No ultimo ano, com que frequência os membros desta comunidade
estiveram junto a funcionários do governo ou líderes políticos
solicitando o desenvolvimento da comunidade?
1. Nunca 2. Uma vez
3. De tempos em tempos 4. Frequentemente
5. Outros
44. Algumas das ações solicitadas prosperou?
1. Sim, todas tiveram êxito
2. Algumas tiveram êxito e outros não
3. Não, nenhuma teve êxito
45. Com que frequência no último ano você se reuniu junto com outros
moradores para discutir um assunto comum?
1. Nenhuma vez 2. Uma vez 3. Duas vezes 4. Frequentemente
46. Se alguma decisão relacionada a um projeto de desenvolvimento
precisasse ser feito nesta comunidade, você acha que:
1. A comunidade inteira decid
2. Os líderes da comunidade tomam as decisões
47. No geral, como você vê o espírito de participação nesta
comunidade?
1. Muito baixo 2. Baixo 3. Médio 4. Alto 5. Muito alto
48. Quanta influência você acha que pessoas como você deve ter para
fazer esta comunidade um lugar melhor para viver?
1. Muita 2. aIguma 3. Não muit 4. Nenhuma
49. Suponha que a alguém tenha acontecido um infortúnio, como a
morte súbita de um pai.A quem você pensa que eles poderiam recorrer
por ajuda nesta situação? Registre três:
1. ninguem 2. Família
3. vizinhos 4. Amigos
5. Líder religioso ou de grupo 6. Lider da comunidade
7. Líder empresarial 8. Policia
9. Tribunal familiar 10. juiz Protetor bem, feitor
11. Líder político 12. Grupo de apoio mútuo do qual
pertença
13. organização de ajuda da qual 14. Outro (especifique)
114
ele não pertença
Ordenar 3 respostas.
50. Suponha que seu vizinho sofreu uma perda econômica.Nessa
situação quem ajudaria financeiramente? Registre três:
1. Ninguém ajudaria 2. Família
3. Vizinhos 4. Amigos
5. Líder religioso ou de grupo 6. Lider da comunidade
7. Líder empresarial 8. policia
9. Tribunal familiar 10. juiz
11. Protetor bem, feitor 12. Líder político
13. Grupo de apoio mútuo do qual
pertença
14. Organização de ajuda da qual
ele não pertença
15. Outro (especifique)
Ordenar 3 respostas.
51. Você acha que as pessoas da comunidade, geralmente confiam umas
nas outros em assuntos de emprestar e pedir emprestado?
1. Confiam 2. Não confiam
52. Nos últimos três anos, este nível de confiança melhorou pirou ou
ficou aproximadamente o mesmo?
1. Melhorou 2. Permaneceu o mesmo 3. Piorou
53. Comparado a outros comunidades vizinhanças o quanto as pessoas
desta cidade confiam uns nos outros em assuntos de emprestar e pedir
emprestado?
1. Menos que em outras comunidades
2. Igual a outras comunidades
3. Mais que em outro comunidades
54. Suponha alguém da comunidade teve que passar algum tempo fora
junto com sua família. Na casa de quem eles poderiam ficar
(rural: sua terra; urbano: a casa)? Registre três:
1. Outro membro da família
2. Vizinho
3. Alguém da comunidade para este propósito
4. Outro (especifique)
5. Ninguém
Ordenar 3 respostas.
115
55. Se você de repente tivesse que sair por um dia ou dois, com quem
você poderia contar para cuidar de suas crianças? (Registre os três
primeiros mencionados)
1. Outro membro da família 2. Vizinho
3. Outro (especifique) 4. Não tenho crianças
56. Você concorda ou discorda que as pessoas aqui olham
principalmente para o bem-estar das próprias famílias e não são muito
interessados com bem-estar da comunidade?
1. concordo fortemente 2. concordo
3. Não concordo 4. Não concordo fortemente
57. De um modo geral, a maioria das pessoas nesta comunidade são
honestas e confiáveis?
1. concordo fortemente 2. concordo
3. nao concordo 4. nao concordo fortemente
58. De modo geral, eu não presto atenção na opinião dos outros nesta
comunidade?
1. concordo fortemente 2. concordo
3. Não concordo 4. Não concordo fortemente
59. De modo geral, esta comunidade tem prosperado nos últimos cinco
anos?
1. concordo fortemente 2. concordo
3. Não concordo 4. Não concordo fortemente
60. Eu sinto que sou bem aceito como membro desta comunidade?
1. concordo fortemente 2. concordo
3. Não concordo 4. Não concordo fortemente
61. Em sua opinião, esta comunidade e geralmente calma ou
conflitante?
1. Calma 2. Conflitante
62. Comparada a outras comunidades, os conflitos aqui são?
1. Mais 2. menos 3. igual
63. As pessoas nesta comunidade contribuem com tempo e dinheiro
para metas de desenvolvimento comuns?
1. Eles contribuem muito ou pouco
2. Eles contribuem muito pouco ou nada
116
64. Suponha que duas pessoas nesta comunidade tiveram uma disputa
razoavelmente séria entre si. Quem você acha que iria ajudar a
solucionar a disputa?
1. Ninguém 2. as pessoas resolvem isto fora
entre eles
3. familiares 4. Vizinhos
5. Líderes da comunidade 6. Líderes religiosos
7. Líderes Judiciais 8. Outro (especifique)
65. Como sua organização foi criada?
66. Quem foi responsável por sua criação (por exemplo, mandato de
governo, decisão de comunidade, sugestão de ONG externo)?
67. Em quais tipos de atividades a organização tem se envolvido?
68. Ao longo de sua existência, a organização mudou suas estruturas e
propósitos?
l.sim 2. não
69. Que tipo de ajuda a organização recebeu de fora?
1. apoio do governo 2. fundadores
3. fontes não governamentais 4. parceiros
70. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de atendimento aos conhecimentos internos e
externos?
1. Alta 2. Média 3. Baixa
71. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de consultar processos com organizações de
base na comunidade?
1. Alta 2. Média 3. Baixa
72. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de desenvolver debates incluindo posições
opostas e honestas?
1. Alta 2. Média 3. Baixa
73. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos do número de mulheres, jovens, pobres, que
trabalham na organização e ocupam posições de responsabilidade?
1. Alta 2. Media 3. Baixa
117
74. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de grupos internos na organização se sentirem
excluídos?
1. Alta 2. Média 3. Baixa
75. Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos do nível de participação das famílias mais
prosperas na organização?
1. Alta 2. Média 3. Baixa
76. Como esta organização convive e resolve seus conflitos internos e
externos?
77. Como você caracteriza a capacidade desta organização em termos
de levar a frente atividades especializadas (por exemplo, credito,
comercialização)?
78. Como você caracteriza a capacidade desta organização em termos
de reagir a mudanças circunstanciais como mudanças de governo?
79. A liderança organizacional muda regularmente?
1.Sim 2. Não
80. Há possibilidade de reeleger os líderes prósperos?
1.Sim 2. Não
81. Quantas pessoas dentro da organização tem adquirido a capacidade
e qualidade de serem lideres efetivos?
1. Nenhuma 2. Poucas
3. Somente 4 ou 5 4. Muito mais que 6
82. Como as pessoas são escolhidas para tarefas de liderança?
1. Poucos são promovidos para serem lideres
2. O grupo de candidatos é limitado mas adequado
3. Nunca há uma falta de candidatos
118
83. Como líderes anteriores continuam participando na organização?
1. Não ha lideres anteriores, a organização é nova
2. Quase não há participação de antigos lideres
3. Alguma participação de antigos lideres
4. Participação ativa de antigos lideres
84. Esses lideres tendem a vir:
1. Dos mesmos grupos
2. De vários grupos dentro da comunidade
3. De todos os grupos dentro da comunidade
85. Qual o perceutual de mulheres ocupando cargos de liderança?
1. Menos de 10%
2. Entre 10% e 25%
3. Entre 26% e 50%
4. Mais que 50%
86. Que nível da aceitação e de legitimação tem a liderança,
especialmente entre as organizações da comunidade sub-
representadas?
1. são abertamente aceitos e tem legitimação
2. são aceitos pela maioria e tem legitimação
3. são aceitos pela minoria e tem pouca legitimação
4. não são aceitos e não tem legitimação
87. Em comparação com encontros anteriores mais próximos este nível
de participação melhorou, piorou ou permaneceu mesmo em ralação as
mulheres?
1. Melhorou 2. Piorou 3. Permenaceu o mesmo
88. Em comparação com encontros anteriores mais próximos este nível
de participação melhorou, piorou ou permaneceu o mesmo em relação
aos jovens?
1. Melhorou 2. Piorou 3. Permaneceu o mesmo
89. Em comparação com encontros anteriores mais próximos este nível
de participação melhorou, piorou ou permaneceu mesmo em relação
aos mais pobres
1. Melhorou 2. Piorou 3. Permanedceu o mesmo
119
90. Em que grau as famílias mais prósperas na comunidade
comparecem a reuniões, tomam a frente, ou participam em atividade
da organização?
1. Ativamente 2. Moderadamente 3. Pouco ou nenhum
91. Quantos membros conhecem os procedimentos, normas e valores da
organização?
1. A maioria dos membros 2. Alguns membros 3. Nenhum membro
120
APÊNDICE B – TABELAS DE DISPONIBILIZAÇÃO DOS RESULTADOS
DA PESQUISA DAS LOCALIDADES ROMA E RAPOSA
Questão 3 Quais membros do município participam mais, resolvendo
problemas enfrentados pela comunidade? Por gênero:
Tabela 1: Participação por gênero
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 1 13%
Não responderam 1 7%
Homens 3 38%
Homens 0 0%
Mulheres 0 0%
Mulheres 4 29%
Homens e mulheres 4 50%
Homens e mulheres 8 57%
Nenhum participa 0 0% Nenhum participa 1 7%
Outros 0 0% Outros 0 0%
Total de entrevistas 8 100%
Total de entrevistas 14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 4 - Quais membros do município participam mais, resolvendo
problemas enfrentados pela comunidade? Por idade:
Tabela 2: participação por faixa etária
Opções de resposta Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Na responderam 1 13% Jovens e adolescentes 0 0%
Jovens e adolescentes 1 13% Adultos 8 57%
Adultos 5 63% Pessoas mais velhas 2 14%
Pessoas mais velhas
0 0%
Jovens, adultos e
idosos equiparados
3 21%
Jovens, adultos e
idosos equiparados
1 13%
Nenhum participa
1 7%
Nenhum participa 0 0% Outros 0 0
Outros 0 0% TOTAL 14 100%
TOTAL 8 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 5 - Quais membros do município participam mais, resolvendo
problemas enfrentados pela comunidade? Através de estado de
smprego:
Tabela 3: participação por estado de emprego
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Trabalhadores
6 75%
Trabalhadores
8 57%
Desempregados
0 0%
Desempregados
3 21%
Trabalhadores e
desempregados
0 0%
Trabalhadores e
desempregados
2 14%
Nenhum participa
2 25%
Nenhum participa
1 7%
Outros
0 0%
Outros
0 0%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
121
Questão 6 - Nos últimos três anos, a comunidade tem se organizado para
solucionar uma necessidade ou problema?
Tabela 4: nível de organização da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Sim 6 75% Sim 11 79%
Não 2 25% Não 3 21%
TOTAL 8 100%
Total 14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 9 - Em geral, as casas nessa comunidade são:
Tabela 5: tipo de moradia
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Própria
completamente paga
8 100%
Própria completamente
paga
0 0%
Própria com uma
hipoteca
0 0%
Própria com uma
hipoteca
0 0%
Alugado 0 0% Alugado 0 0%
Dado em troca de
serviços
0 0%
Dado em troca de
serviços
0 0%
Colonizado 0 0% Colonizado 0 0%
Outro 0 0% Outro 14 100%
TOTAL 8 100
Total 14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 12 - Qual o grau de participação?
Tabela 6: participação como líder
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações2 Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 2 14%
Líder 1 13% Líder 6 43%
Muito ativo 3 38% Muito ativo 2 14%
Pouco ativo 3 38% Pouco ativo 3 21%
Não ativo 1 13% Não ativo 1 7%
TOTAL 8 100%
TOTAL 14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 13 - No geral, as mesmas pessoas destes três diferentes grupos
são as mesmas ou há pequenas diferenças entre os membros?
Tabela 7: diferença entre os membros
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
As mesmas
2 25%
As mesmas
2 14%
Poucos membros
6 75%
Poucos membros
6 43%
Alguns membros
0 0%
Alguns membros
1 7%
Muitos membros
0 0%
Muitos membros
3 21%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 14 - Considerando os grupos citados anteriormente, os
participantes dos grupos são, em sua maioria, da mesma família?
122
Tabela 8: diferença entre os membros por família
Opções de resposta
Qt.
Citações
freqüência
Opções de resposta Qt. Citações freqüência
Nao responderam
0 0%
Ao responderam
2 14%
Sim
1 13%
Sim
9 64%
Não
7 88%
Não
3 21%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 15 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
são da mesma religião?
Tabela 9: diferença entre os membros por religião
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
Sim
4 50%
Sim
12 86%
Não
4 50%
Não
0 0%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 16 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
são do mesmo género?
Tabela 10: diferença entre os membros por gênero
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
Sim
1 13%
Sim
2 14%
Não
7 88%
Não
10 71%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 17 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
são do mesmo partido político?
Tabela 11: diferença entre os membros por partido político
Opções de resposta Qt. citações freqüência
Opções de resposta Qt. citações freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
Sim
0 0%
Sim
7 50%
Não
8 100%
Não
5 36%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: pesquisa do autor 2006
123
Questão 18 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
têm a mesma ocupação?
Tabela 12: diferença entre os membros por ocupação
Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
Sim
2 25%
Sim
12 86%
Não
6 75%
Não
0 0%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 19 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
tem a mesma faixa etária?
Tabela 13: diferença entre os membros por faixa etária
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam
0 0%
Não responderam
2 14%
Sim
3 38%
Sim
7 50%
Não
5 63%
Não
5 36%
TOTAL
8 100
TOTAL
14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 20 - Considerando os grupos citados anteriormente, os membros
têm o mesmo nivel educacional?
Tabela 14: diferença entre os membros por nível educacional
Opções de resposta Qt.citações Freqüência Opções de resposta Qt.citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 2 14%
Sim 2 25% Sim 4 29%
Não 6 75% Não 8 57%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: pesquisa do autor 2006
Questão 21 - Considerando os grupos citados anteriormente, Como o
grupo toma decisões?
Tabela 15: influência dos lideres nas decisões comunitárias
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Nos responderam 0 0% Nos responderam 2 14%
O líder decide
sozinho
1 13%
O líder decide sozinho
0 0%
O líder consulta os
membros e então
decide
2 25%
O líder consulta os
membros e então
decide
1 7%
A decisão é conjunta 5 63% A decisão é conjunta 11 79%
Outra 0 0% Outra 0 0%
TOTAL 8 100%
TOTAL 14 100%
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
124
Questão 22 - Considerando os grupos citados anteriormente, o quanto
efetiva é a liderança do grupo?
Tabela 16: influencia dos lideres
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 2 14%
Muito efetiva 1 13% Muito efetiva 3 21%
Mais ou menos
efetiva
5 63%
Mais ou menos efetiva
9 64%
Não efetiva 2 25% Não efetiva 0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 23 - Considerando os grupos citados anteriormente,você acredita
que através deste grupo os membros tenham adquirido novos
conhecimentos ou aprendido algo de valor?
Tabela 17: aquisição de novos conhecimentos
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 2 14%
Sim 7 88% Sim 11 79%
Não 1 13% Não 1 7%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 28 - Até que ponto diferenças na educação tende a dividir as
pessoas em sua comunidade?
Tabela 18: divisões causadas por nível de educação
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Nenhuma 1 13% Nenhuma 1 7%
Pouca 4 50% Pouca 3 21%
Alguma 1 13% Alguma 7 50%
Muita 2 25% Muita 3 21%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 29 - Até que ponto diferenças em riqueza/posses matérias tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 19: divisões causadas por riquezas posses
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Nenhuma 0 0% Nenhuma 1 7%
Pouca 6 75% Pouca 11 79%
Alguma 2 25% Alguma 2 14%
Muita 0 0% Muita 0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
125
Questão 30 - Até que ponto diferenças no status social tende a dividir as
pessoas em sua comunidade?
Tabela 20: divisões causadas por status social
Opções de resposta Qt.citações Frequecia Opções de resposta Qt.citações Frequecia
Nenhuma 0 0% Nenhuma 1 7%
Pouca 7 88% Pouca 8 57%
Alguma 1 13% Alguma 3 21%
Muita 0 0% Muita 2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 31 - Até que ponto diferenças entre homens e mulheres tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 21: divisões causadas por diferença de gênero
Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 1 13% Nenhuma 1 7%
Pouca 5 63% Pouca 9 64%
Alguma 1 13% Alguma 1 7%
Muita 1 13% Muita 3 21%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 32 - Até que ponto diferenças entre gerações jovens e idosas
tende a dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 22: divisões causadas por diferenças de gerações
Opções de resposta Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 0 0% Nenhuma 1 7%
Pouca 6 75% Pouca 9 64%
Alguma 2 25% Alguma 1 7%
Muita 0 0% Muita 3 21%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 33 - Até que ponto diferenças entre habitantes antigos e novos
tende a dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 23: divisões causadas por diferença entre moradores antigos e novos
Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 1 13% Nenhuma 2 14%
Pouca 4 50% Pouca 8 57%
Alguma 2 25% Alguma 2 14%
Muita 1 13% Muita 2 14%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
126
Questão 34 - Até que ponto diferenças em afiliações a partido políticos
tende a dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 24: diferenças causadas por partidarismo
Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 0 0% Nenhuma 2 14%
Pouca 2 25% Pouca 7 50%
Alguma 2 25% Alguma 4 29%
Muita 4 50% Muita 1 7%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 35 - Até que ponto diferenças entre religiões e crenças tende a
dividir as pessoas em sua comunidade?
Tabela 25: divisões causadas por diferença de religião
Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 0 0% Nenhuma 4 29%
Pouca 3 38% Pouca 6 43%
Alguma 1 13% Alguma 3 21%
Muita 4 50% Muita 1 7%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 36 - Até que ponto diferenças étnicas tende a dividir as pessoas
em sua comunidade?
Tabela 26: divisões causadas por diferenças étnicas
Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Observações
Freqüência
Nenhuma 1 13% Nenhuma 3 21%
Pouca 6 75% Pouca 7 50%
Alguma 1 13% Alguma 4 29%
Muita 0 0% Muita 0 0%
Total 8 100
Total 10 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 37 - Estas diferenças causam problemas?
Tabela 27: existência de problemas decorrentes das diferenças
Opções de resposta Qt,.citações Freqüência Opções de resposta Qt,.citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 1 7%
Sim 5 63% Sim 3 21%
Não 3 38% Não 10 71%
Total 8 100
Total 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
127
Questão 39 - Tais problemas sempre conduzem a violência?
Tabela 28: violência decorrente dos problemas
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 3 38% Não responderam 9 64%
Sim 3 38% Sim 3 21%
Não 2 25% Não 2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 41 - Você acredita que há outros membros da comunidade que
tenham os mesmos problemas de acesso?
Tabela 29: existência de outros membros da comunidade com os mesmos problemas de
acesso
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 5 63% Não responderam 12 86%
Sim 3 38% Sim 2 14%
Não 0 0% Não 0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 43 - No ultimo ano, com que frequência os membros desta
comunidade estiveram junto a funcionários do governo ou líderes
políticos solicitando o desenvolvimento da comunidade?
Tabela 30: freqüência de encontros com lideranças políticas para reivindicar
desenvolvimento comunitário
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Nunca 2 25% Nunca 2 14%
Uma vez 2 25% Uma vez 1 7%
De tempos em
tempos
1 13%
De tempos em tempos
7 50%
Freqüentemente 3 38% Freqüentemente 4 29%
Outros 0 0% Outros 0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 44 - Alguma das ações solicitadas prosperou?
Tabela 31: ações prosperas
Opções de resposta Qt. Citações
Freqüê
ncia
Opções de resposta
Qt.
Citaçõe
s
Freqüência
Não responderam 2 25% Não responderam 2 14%
Sim todas tiveram êxito 2 25% Sim todas tiveram êxito 2 14%
Algumas tiveram êxito e outras
não.
4 50%
Algumas tiveram êxito e
outras não.
6 43%
Não nenhuma teve êxito 0 0% Não nenhuma teve êxito 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 45 - Com que frequência no último ano você se reuniu junto com
outros moradores para discutir um assunto comum?
128
Tabela 32: reuniões junto a outros moradores
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Nenhuma vez 2 25% Nenhuma vez 5 36%
Uma vez 1 13% Uma vez 0 0%
Duas vezes 1 13% Duas vezes 2 14%
Freqüentemente 4 50% Freqüentemente 7 50%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 46 - Se alguma decisão relacionada a um projeto de
desenvolvimento precisasse ser feito nesta comunidade, você acha que:
Tabela 33: forma de decisão relacionada a projetos de desenvolvimento
Opções de resposta Qt. Citações Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
A comunidade inteira
decide
3 38%
A comunidade inteira
decide
9 64%
Os lideres da
comunidade tomam
as decisões
5 63%
Os lideres da
comunidade tomam as
decisões
5 36%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 47 No geral, como você vê o espírito de participação nesta
comunidade?
Tabela 34: nível do espírito participativo na comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Muito baixo 0 0% Muito baixo 2 14%
Baixo 0 0% Baixo 0 0%
Médio 7 88% Médio 10 71%
Alto 1 13% Alto 1 7%
Muito alto 0 0% Muito alto 1 7%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 48 - Quanta influência você acha que pessoas como você deve ter
para fazer esta comunidade um lugar melhor para viver?
Tabela 35: nível de influencias das pessoas
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Muita 5 63% Muita 11 79%
Alguma 3 38% Alguma 3 21%
Não muita 0 0% Não muita 0 0%
nenhuma 0 0% nenhuma 0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
129
Questão 51 - Você acha que as pessoas da comunidade, geralmente
confiam umas nas outros em assuntos de emprestar e pedir
emprestado?
Tabela 36: confiança entre as pessoas da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Confiam 6 75% Confiam 13 93%
Não confiam 2 25% Não confiam 1 7%
TOTAL 8 100%
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 52 - Nos últimos três anos, este nível de confiança melhorou
pirou ou ficou aproximadamente o mesmo?
Tabela 37: melhoria no nível de confiança entre as pessoas da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Melhorou 4 50% Melhorou 3 21%
Permaneceu o mesmo 3 38% Permaneceu o mesmo 9 64%
Piorou 1 13% Piorou 2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 53 - Comparado a outras comunidades vizinhanças o quanto as
pessoas desta cidade confiam uns nos outros em assuntos de emprestar
e pedir emprestado?
Tabela 38: nível de confiança entre as pessoas da comunidade em relação a outras
comunidades
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Menos que em outras
comunidades
0 0%
Menos que em outras
comunidades
4 29%
Igual a outras comunidades
6 75%
Igual a outras comunidades
8 57%
Mais que em outras
comunidades
2 25%
Mais que em outras
comunidades
2 14%
TOTAL 8 100 TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 55 - Se você de repente tivesse que sair por um dia ou dois, com
quem você poderia contar para cuidar de suas crianças?
Tabela 39: solidariedade entre os membros da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Outro membro da família 6 75% Outro membro da família 9 64%
Vizinho 2 25% Vizinho 3 21%
Outro 0 0% Outro 1 7%
Não tenho crianças 0 0% Não tenho crianças 1 7%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 56 - Você concorda ou discorda que as pessoas aqui olham
principalmente para o bem-estar das próprias famílias e não são muito
interessados com bem-estar da comunidade?
130
Tabela 40: nível de individualismo
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Concordo fortemente 1 13% Concordo fortemente 4 29¨%
Concordo 5 63% Concordo 7 50%
Não concordo 2 25% Não concordo 1 7%
Não concordo
fortemente
0 0%
Não concordo
fortemente
2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 57 - De um modo geral, a maioria das pessoas nesta comunidade
são honestas e confiáveis?
Tabela 41: percepção doa atores locais frente a honestidade dos demais membros
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Concordo fortemente 0 0% Concordo fortemente 2 14%
Concordo 7 88% Concordo 10 71%
Não concordo 1 13% Não concordo 1 7%
Não concordo
fortemente
0 0%
Não concordo
fortemente
1 7%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do
autor (2006).
Questão 58 - De modo geral, eu não presto atenção na opinião dos outros
nesta comunidade?
Tabela 42: nível de atenção a opinião dos demais membros
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Concordo fortemente 0 0% Concordo fortemente 1 7%
Concordo 2 25% Concordo 8 57%
Não concordo 4 50% Não concordo 3 21%
Não concordo
fortemente
2 25%
Não concordo
fortemente
2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
131
Questão 59 - De modo geral, esta comunidade tem prosperado nos últimos
cinco anos?
Tabela 43: prosperidade comunitária
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Concordo fortemente 3 38% Concordo fortemente 2 14%
Concordo 4 50% Concordo 5 36%
Não concordo 1 13% Não concordo 5 36%
Não concordo
fortemente
0 0%
Não concordo
fortemente
2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 60 - Eu sinto que sou bem aceito como membro desta
comunidade?
Tabela 44: aceitação das pessoas como membros da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Concordo fortemente 0 0% Concordo fortemente 4 29%
Concordo 8 100%
Concordo 10 71%
Não concordo 0 0% Não concordo 0 0%
Não concordo
fortemente
0 0%
Não concordo
fortemente
0 0%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 61 - Em sua opinião, esta comunidade e geralmente calma ou
conflitante?
Tabela 45: nível de conflitos da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Calma 8 100% Calma 14 100%
Conflitante 0 0% Conflitante 0 0%
TOTAL 8 100%
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 62 - . Comparada a outras comunidades, os conflitos aqui são?
Tabela 46: relação do nível de conflitos desta comunidade frente a outras
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Mais 0 0% Mais 1 7%
Menos 6 75% Menos 10 71%
Igual 2 25% Igual 3 21%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
132
Questão 63 - As pessoas nesta comunidade contribuem com tempo e
dinheiro para metas de desenvolvimento comuns?
Tabela 47: nível de contribuição das pessoas da comunidade
Capital social cognitivo
Qt.
Citações
Freqüência
Capital social cognitivo
Qt.
Citações
Freqüência
Eles contribuem muito ou
pouco
3 37%
Eles contribuem muito ou
pouco
1 7%
Eles contribuem pouco ou
nada
5 63%
Eles contribuem pouco ou
nada
13 93%
TOTAL 8 100 TOTAL 14 100
Fo
nte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 64 - Suponha que duas pessoas nesta comunidade tiveram uma
disputa razoavelmente séria entre si. Quem você acha que iria ajudar a
solucionar a disputa?
Tabela 48: membros que ajudariam a solucionar disputas internas
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Ninguém 0 0% Ninguém 1 7%
As pessoas resolvem isto
fora entre eles
0 0%
As pessoas resolvem isto
fora entre eles
0 0%
Familiares 5 63% Familiares 4 29%
Vizinhos 0 0% Vizinhos 4 29%
Lideres da comunidade 2 25% Lideres da comunidade 3 21%
lideres religiosos 0 0% lideres religiosos 1 7%
Lideres judiciais 0 0% Lideres judiciais 0 0%
Outro 1 13% Outro 1 7%
TOTAL 8 100 TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 68 - Ao longo de sua existência, a organização mudou suas
estruturas e propósitos?
Tabela 49: mudanças de propósitos das organizações da comunidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Sim 5 63% Sim 12 86%
Não 3 37% Não 2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
133
Questão 69 - Que tipo de ajuda a organização recebeu de fora?
Tabela 50: tipos de ajuda organizacional
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 2 14%
Apoio do governo 8 100% Apoio do governo 7 50%
Fundadores 0 0% Fundadores 0 0%
Fontes não
governamentais
0 0%
Fontes não
governamentais
2 14%
Parceiros 0 0% Parceiros 3 21%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 70 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de atendimento aos conhecimentos internos e
externos?
Tabela 51: qualidade da participação organizacional em atender conhecimentos internos e
externos à organização
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 0 0%
Alta 2 25% Alta 1 7%
Media 5 63% Media 9 64%
Baixa 1 13% Baixa 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 71 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de consultar processos com organizações de
base na comunidade?
Tabela 52: qualidade da participação organizacional em atender a base comunitária
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 1 7%
Alta 1 13% Alta 2 14%
Media 5 63% Media 6 43%
Baixa 2 25% Baixa 5 36%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
134
Questão 72 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de desenvolver debates incluindo posições
opostas e honestas?
Tabela 53: qualidade da participação organizacional em desenvolver debates democráticos
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 1 7%
Alta 1 13% Alta 0 0%
Media 5 63% Media 10 71%
Baixa 2 25% Baixa 3 21%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 73 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos do número de mulheres, jovens, pobres, que
trabalham na organização e ocupam posições de responsabilidade?
Tabela 54: qualidade da participação organizacional em relação à participação de jovens,
mulheres e pobres ocupando posição de responsabilidade
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 0 0%
Alta 0 0% Alta 3 21%
Media 4 50% Media 7 50%
Baixa 4 50% Baixa 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 74 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos de grupos internos na organização se sentirem
excluídos?
Tabela 55: qualidade da participação organizacional em relação a exclusão de grupos
internos
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 1 7%
Alta 1 13% Alta 0 0%
Media 3 38% Media 4 29%
Baixa 4 50% Baixa 9 64%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
135
Questão 75 - Como você caracterizaria a qualidade da participação nesta
organização em termos do nível de participação das famílias mais
prosperas na organização?
Tabela 56: qualidade da participação organizacional em relação a participação das famílias
mais prosperas
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Não responderam 0 0% Não responderam 0 0%
Alta 2 25% Alta 2 14%
Media 5 63% Media 6 43%
Baixa 1 13% Baixa 6 43%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 79 - A liderança organizacional muda regularmente?
Tabela 57: mudança da liderança organizacional
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Sim 4 50% Sim 9 64%
Não 4 50% Não 5 36%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 80 - Há possibilidade de reeleger os líderes prósperos?
Tabela 58: possibilidade de reeleição de lideres prósperos
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Sim 8 100% Sim 10 71%
Não 0 0% Não 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Tabela 59: aquisição da capacidade de liderança
Questão 81 - Quantas pessoas dentro da organização tem adquirido a
capacidade e qualidade de serem lideres efetivos?
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Nenhuma 0 0% nenhuma 0 0%
Poucas 7 88% Poucas 6 43%
Somente 4 ou 5 1 13% Somente 4 ou 5 3 21%
Muito mais que 6 0 0% Muito mais que 6 5 36%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
136
Questão 82 - Como as pessoas são escolhidas para tarefas de liderança?
Tabela 60: como acontece a seleção para tarefas de liderança
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta
Qt.
citações
Freqüência
Poucos são
promovidos para
serem lideres
5 63% Poucos são promovidos para
serem lideres
2 14%
O grupo de
candidatos é limitado,
mas adequado.
1 13% O grupo de candidatos é
limitado, mas adequado.
2 14%
Nunca há falta e
candidatos
2 25%
Nunca há falta e candidatos
10 71%
TOTAL 8 100 TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 83 - Como líderes anteriores continuam participando na
organização?
Tabela 61: participação de antigos lideres na organização
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta
Qt.
citações
Freqüência
Não há lideres
anteriores, a
organização é nova
2 25%
Não há lideres
anteriores, a
organização é nova
0 0%
Quase não há
participação de
antigos lideres
4 50%
Quase não há
participação de antigos
lideres
3 21%
Alguma participação
de antigos lideres
1 13%
Alguma participação
de antigos lidereS
5 36%
Participação ativa de
antigos lideres
1 13%
Participação ativa de
antigos lideres
6 43%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 84 - Esses lideres tendem a vir:
Tabela 62: origem dos lideres
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Dos mesmos grupos 5 63% Dos mesmos grupos 4 29%
De vários grupos
entro da comunidade
0 0%
De vários grupos entro
da comunidade
0 0%
De todos os grupos
dentro da
comunidade
3 38% De todos os grupos
dentro da comunidade
10 71%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
137
Questão 85: Qual o perceutual de mulheres ocupando cargos de
liderança?
Tabela 63: percentual de mulheres ocupando cargos de liderança
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Menos de 10% 7 88% Menos de 10% 8 57%
Entre 10 e 25% 0 0% Entre 10 e 25% 1 7%
Entre 26 e 50% 1 13% Entre 26 e 50% 2 14%
Mais que 50% 0 0% Mais que 50% 3 21%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 86 - Que nível da aceitação e de legitimação tem a liderança,
especialmente entre as organizações da comunidade sub-
representadas?
Tabela 64: nível de aceitação e legitimação dos lideres frente a subgrupos
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta Qt. citações Freqüência
São abertamente
aceitos e tem
legitimação
2 25%
São abertamente
aceitos e tem
legitimação
2 14%
São aceitos pela
maioria e tem
legitimação
2 25%
São aceitos pela
maioria e tem
legitimação
10 71%
São aceitos pela
minoria e tem
legitimação
4 50%
São aceitos pela
minoria e tem
legitimação
0 0%
Não são aceitos e não
tem legitimação
0 0%
Não são aceitos e não
tem legitimação
2 14%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do a
utor (2006).
Questão 87 - Em comparação com encontros anteriores mais próximos este
nível de participação melhorou, piorou ou permaneceu mesmo em
ralação as mulheres?
Tabela 65: participação das mulheres á reuniões
Opções de resposta Qt. citações Freqüência Opções de resposta Qt. citações Freqüência
Melhorou 4 50% Melhorou 9 64%
Piorou 1 13% Piorou 0 0%
Permaneceu o mesmo 3 38% Permaneceu o mesmo 5 36%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
138
Questão 88 - Em comparação com encontros anteriores mais próximos este
nível de participação melhorou, piorou ou permaneceu o mesmo em
relação aos jovens?
Tabela 66: participação dos jovens a reuniões
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Melhorou 5 63% Melhorou 4 29%
Piorou 1 13% Piorou 2 14%
Permaneceu o mesmo 2 25% Permaneceu o mesmo 8 57%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 89 - Em comparação com encontros anteriores mais próximos este
nível de participação melhorou, piorou ou permaneceu mesmo em
relação aos mais pobres
Tabela 67: participação dos mais pobres a reuniões
Opções de resposta
Qt. citações Freqüência
Opções de resposta
Qt. citações Freqüência
Melhorou 4 50% Melhorou 3 22%
Piorou 1 13% Piorou 1 7%
Permaneceu o mesmo 3 38% Permaneceu o mesmo 10 71%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 90 - Em que grau as famílias mais prósperas na comunidade
comparecem a reuniões, tomam a frente, ou participam em atividade
da organização?
Tabela 68: participação das famílias mais prosperas a reuniões
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
Ativamente 2 25% Ativamente 5 36%
Moderadamente 3 38% Moderadamente 5 36%
Pouco ou nenhum 3 38% Pouco ou nenhum 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
Questão 91 - Quantos membros conhecem os procedimentos, normas e
valores da organização?
Tabela 69: conhecimentos dos procedimentos e normas da organização por parte dos seus
membros
Opções de resposta
Qt.
Citações
Freqüência Opções de resposta Qt. Citações Freqüência
A maioria dos
membros
5 63%
A maioria dos
membros
7 50%
Alguns membros 3 38% Alguns membros 3 21%
Nenhum membro 0 0% Nenhum membro 4 29%
TOTAL 8 100
TOTAL 14 100
Fonte: Pesquisa do autor (2006).
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