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JOSÉ TORRES FILHO
CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA, SELEÇÃO DE
DESCRITORES E ASSOCIAÇÃO ENTRE A DIVERGÊNCIA
GENÉTICA E A HETEROSE EM MELOEIRO
MOSSORÓ-RN
2008
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JOSE TORRES FILHO
CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA, SELEÇÃO DE
DESCRITORES E ASSOCIAÇÃO ENTRE A DIVERGÊNCIA
GENÉTICA E A HETEROSE EM MELOEIRO
Tese apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, para
obtenção do Grau de Doutor em
Agronomia: Fitotecnia.
Orientador: D.Sc. GLAUBER HENRIQUE DE SOUSA NUNES
MOSSORÓ-RN
2008
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Ficha catalográfica preparada pelo setor de
classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando
Teixeira” da UFERSA
T693c Torres Filho, José.
Caracterização morfo-agronômica, seleção de descritores e
associação entre a divergência genética e a heterose no
meloeiro / José Torres Filho. -- Mossoró, 2008.
150f.: il.
Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Universidade Federal
Rural do Semi-Árido.
Área de concentração: Agricultura Tropical.
Orientador: Prof. D. Sc. Glauber Henrique de Sousa Nunes.
Co-orientadores: Prof. Ph.D. Manoel Abílio de Queiroz e
Ph.D José Jaime Vasconcelos Cavalcanti.
1. Cucumis melo. 2.Germoplasma. 3. Interação genótipos
x ambientes.
I.Título.
CDD: 635.611
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva
CRB/4 1254
JOSÉ TORRES FILHO
CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA, SELEÇÃO DE
DESCRITORES E ASSOCIAÇÃO ENTRE A DIVERGÊNCIA
GENÉTICA E A HETEROSE EM MELOEIRO
Tese apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, para
obtenção do Grau de Doutor em
Agronomia: Fitotecnia.
APROVADA EM:
BANCA EXAMINADORA
Profº. D.Sc. Glauber Henrique de Sousa Nunes
Presidente
Ph.D. José Jaime Vasconcelos Cavalcanti
Primeiro Membro
Profª. Ph.D. Manoel Abílio Queiroz
Segundo Membro
Profº. D.Sc. Josué Fernandes Pedrosa
Terceiro Membro
Prof
a
. D.Sc. Maria Zuleide de Negreiros
Quarto Membro
A minha mãe, meu pai e meu avô materno, que
pelejaram na agropecuária, vindo daí a
influência para cursar agronomia.
Dedico
A minha esposa e aos três filhos, por
tudo de bom que representam na
minha vida.
Ofereço.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), por mais uma oportunidade
para minha qualificação profissional;
Ao orientador Glauber Henrique de Sousa Nunes por ter desempenhado um papel que
transcendeu as funções da orientação;
Ao professor Manoel Abílio de Queiroz, pela visão de futuro na resolução científica
dos problemas da agricultura no Semi-Árido e contribuições para este trabalho;
Ao professor Leilson Costa Granjeiro, pela ajuda e sugestões na condução dos dois
experimentos de campo;
À professora Regina Célia de Oliveira, pela ajuda na tomada dos dados morfológicos;
Ao coordenador do programa de pós-graduação professor Francisco Bezerra Neto,
pelas necessárias cobranças para o cumprimento dos prazos;
Ao colega de doutorado José Robson da Silva, pela ajuda no campo e pelo trabalho de
fotografia realizado;
Ao colega e pesquisador do CNPAT Fernando Aragão, pelas várias contribuições ao
longo do curso de doutorado;
Aos docentes dos quais fui aluno no doutorado;
À EMBRAPA SEMI-ÁRIDO por ter cedido os acessos de melão que foram usados
neste trabalho;
Aos alunos da graduação em Agronomia Gabriel, Hamilton, Igor, Lívia, Mara e Isaías
pela enorme ajuda na coleta dos dados;
Aos pesquisadores do Embrapa Agroindústria Tropical Dr. José Jaime Vasconcelos
Cavalcanti e à Dra. Patrícia Bordallo pela atenção, paciência e orientação na coleta dos
dados;
Ao pessoal de campo da Horta do Departamento de Ciências Vegetais da UFERSA,
especialmente ao senhor Antônio, pela competência e carinho com que cuidou dos
ensaios em todos os momentos;
Enfim a todos aqueles que contribuíram da forma mais singela até aquelas mais
complexas, as quais me fizerem entender que é absolutamente fundamental o trabalho
em equipe. Muitíssimo obrigado!
RESUMO
TORRES FILHO, José. Caracterização morfo-agronômica, seleção de descritores e
associação entre a divergência genética e a heterose em meloeiro. 2008. 150. f.
Tese (Doutorado em Agronomia: Fitotecnia) Universidade Federal Rural do Semi-
árido (UFERSA).
Os objetivos do presente trabalho foram caracterizar acessos de meloeiro coletados em
áreas de pequenos agricultores do Nordeste brasileiro, selecionar descritores para o
agrupamento de acessos e cultivares, investigar os efeitos da interação genótipo x
ambiente sobre o agrupamento de acessos e cultivares e verificar a associação entre
divergência genética e heterose em meloeiro do tipo Honey Dew. Foram conduzidos
dois experimentos para caracterizar e agrupar acessos de meloeiro coletados no
Nordeste brasileiro e um terceiro experimento de avaliação de sete linhagens do tipo
Honey Dew e seus híbridos. Os experimentos foram conduzidos em blocos
casualizados com duas, duas e três repetições, respectivamente. Observou-se grande
variação entre os acessos para todos os descritores, em especial nos descritores de
fruto. Constatou-se variação entre e dentro dos grupos botânicos estudados,
principalmente no grupo Cantalupensis. De um modo geral, os acessos foram
prolíficos, produtivos, com frutos de tamanho intermediário a grandes, com baixa
firmeza da polpa e baixo teor de sólidos solúveis. O descarte de descritores foi
necessário para eliminar os problemas de colinearidade na matriz de variância-
covariância residual. O descarte dos descritores e o agrupamento dos acessos foram
dependentes das condições de avaliação, principalmente devido aos efeitos de ano e da
interação acessos x anos. Os descritores descartados na avaliação foram diâmetro do
fruto (DF) e peso do fruto (PF), em 2006; diâmetro longitudinal (DL), peso do fruto
(PF) e produção (PR), em 2007; e peso de cem sementes (PS), produção (PR) e
diâmetro longitudinal (DL) na avaliação conjunta 2006-2007. As análises conjuntas,
com e sem descarte, proporcionaram agrupamentos semelhantes, permitindo a
obtenção de cinco grupos e a discriminação entre acessos e materiais comerciais. A
divergência genética não se correlacionou com a heterose para todas as características
avaliadas.
Palavras-chave: Cucumis melo, germoplasma, colinearidade, interação genótipos x
ambientes, distância de Mahalanobis.
ABSTRACT
TORRES FILHO, José. Morpho-agronomic characterization, selection of
germplasm descriptors and association between genetic divergence and heterosis
in melon plants. 2008. 150 f. Dissertation (Doctorate in Plant Science) – Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró, 2008.
The objectives of the present work were to characterize melon plant accessions
collected in small farms of the Brazilian Northeast, to select traits for the
grouping of accessions and cultivars of melon, to investigate the effects of the
genotype x environment interaction and the environment on the grouping of
accessions and cultivars and to verify the association between genetic
divergence and heterosis in melon of the type Honey Dew. Two experiments
were carried out to characterize and to form groups of melon accessions
collected in Northeast Brazil and another experiment was conducted to evaluate
seven lines of the type Honey Dew and your hybrids. The experiments were
laid out in randomized complete blocks design with two, two and three
replications, respectively. Great variation was observed among the melon
accessions for all the descriptors, especially in the fruit descriptors. Variation
was verified among and within botanical groups, mainly in the group
Cantalupensis. Generally speaking, the accessions were prolific and
productives, with fruits of intermediate to big size, with lower pulp firmness
and content of soluble solids. The descriptors discard was necessary to
eliminate the colinearity in the residual variance-covariance matrix. The discard
of the descriptors and the grouping of the accessions were dependent of the
evaluation conditions, mainly due to the year effects and the interaction
accessions x years. The discarded descriptors in the evaluation were: fruit
diameter and fruit mass in 2006; fruit lengthwise diameter, fruit mass and
production in 2007; and weight of 100 seeds, fruit production and lengthwise
diameter in the 2006-2007 joint analysis. The joint analyses, with and without
discard, provided similar groupings, allowing the obtaining of five groups and
discrimination between accessions and commercial cultivars. The genetic
divergence was not correlated with any parameter for all the evaluated traits.
Keywords: Cucumis melo, germoplasm, colinearity, genotypic x environment
interaction, Mahalanobis´s distance.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Variação na cor da casca e na cor da polpa de frutos de acessos de
meloeiro. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007...................................
56
Figura 02
Mahalanobis. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.............................
65
Figura 03 Dendrograma baseado em UPGMA de linhagens de melão Honey
Dew avaliadas no município de Mossoró-RN, UFERSA,
200......................................................................................................
125
LISTA DE TABELAS
Tabela 01
Temperatura média, umidade relativa do ar e precipitação
pluviométrica no período de avaliação dos acessos. Mossoró-RN,
UFERSA, 2006-2007...........................................................................
47
Tabela 02 Caracterização de acessos/cultivares de meloeiro a partir de
descritores do fruto. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007...................
57
Tabela 03 Média e coeficiente de variação (entre parênteses) de nove
descritores avaliados em acessos e cultivares de meloeiro. Mossoró-
RN, UFERSA, 2006/2007...................................................................
62
Tabela 04 Caracterização de acessos/cultivares de meloeiro a partir de
descritores da semente, do caule, folha e flor. Mossoró-RN,
UFERSA, 2006/2007...........................................................................
64
Tabela 05 Esquema da análise de variância para cada ano analisado. Mossoró-
RN, UFERSA, 2006/2007………………………………………….
78
Tabela 06
Esquema da análise conjunta de variância para todos os ambientes
avaliados Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007 ...................................
79
Tabela 07 Resumo da análise de variância de 20 descritores avaliados em
acessos/cultivares de meloeiro nos anos de 2006 e 2007. Mossoró-
RN, UFERSA, 2006/2007 ..................................................................
86
Tabela 08 Resumo da análise de variância conjunta de 20 descritores avaliados
em acessos/cultivares de meloeiro cultivados em dois anos.
Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007 ……….……………………….
87
Tabela 09
Autovalor (λ), porcentagem acumulada do autovalor e ordem das
variáveis de maior peso nos últimos autovetores estimados em
análise de componentes principais realizada na avaliação de 20
descritores de acessos/cultivares de meloeiros nos anos de 2006 e
2007. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007........................................
88
Tabela 10 Descritores selecionados e descartadas pelos métodos na avaliação
de acessos de meloeiro coletados no Nordeste do Brasil. Mossoró-
RN, UFERSA, 2006/2007 ………......………………………………
90
Tabela 11
Coeficientes de correlação entre os descritores variantes descartados
pelos métodos da seleção direta e reanálise. Mossoró-RN, UFERSA,
2006/2007 ………………………………………………………….
93
Tabela 12 Tabela 12. Grupos de acessos/cultivares formados pelo critério de
Tocher a partir das distâncias generalizadas de Mahalanobis.
Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007……………………………….
95
Tabela 13 Índice de ramificação de consenso obtido a partir de dendrogaramas
gerados por UPGMA comparados dois a dois. Mossoró-RN,
UFERSA, 2006/2007 ………………………………………………..
97
Tabela 14 Contribuição relativa de 20 características avaliadas de
acessos/cultivares de meloeiros nos anos de 2006 e 2007. Mossoró-
RN, UFERSA, 2006/2007…………………………………………...
98
Tabela 15 Esquema da análise de variância do modelo II de Griffing (1956) e
esperanças matemáticas dos quadrados médios. Mossoró-RN,
UFERSA 2005…….............................................................................
117
Tabela 16
Média de nove características avaliadas em linhagens de melão
Honey Dew. Mossoró-RN, UFERSA, 2005…....……………………
123
Tabela 17 Contribuição de cada característica para divergência genética pelo
critério de Singh entre linhagens de melão Pele de sapo avaliadas no
município de Mossoró-RN. Mossoró-RN, UFERSA 2005….............
125
Tabela 18 Resumo da análise de variância do dialelo conforme modelo 1,
método II de Griffing (1956) e estimativas dos componentes
quadráticos das capacidades geral e específica de combinação de
nove características avaliadas em sete linhagens de melão Honey
Dew e seus híbridos. Mossoró-RN, UFERSA, 2005 ……………
126
Tabela 19
Estimativas dos efeitos da capacidade geral de combinação
(ĝ
i
) de nove características avaliadas em sete linhagens de
melão Honey Dew e seus híbridos.Mossoró-RN, UFERSA,
2005............................................................................................
127
Tabela 20 Estimativas da capacidade específica de combinação de nove
características avaliadas em sete linhagens de melão Honey Dew e
seus cruzamentos. Mossoró-RN, UFERSA, 2005...............................
128
Tabela 21 Estimativas da heterose em relação à média dos pais de nove
características avaliadas em sete linhagens de melão Honey Dew e
seus cruzamentos. Mossoró-RN, UFERSA, 2005..………………..
131
Tabela 22 Correlação de Spearman entre as estimativas da distância de
Mahalanobis com a capacidade específica de combinação, a
heterose e a média dos híbridos, e entre a capacidade específica de
combinação e heterose de nove características avaliadas em
linhagens de melão Honey Dew e seus híbridos. Mossoró-RN,
UFERSA, 2005....................................................................................
132
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 20
2.1 ORIGEM E DIVERSIDADE DO MELOEIRO ..................................................
20
2.2 CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA .............................................
21
2.3 SELEÇÃO DE DESCRITORES ....................................... ................................
23
2.4 INTERAÇÃO GENÓTIPOS X AMBIENTES EM MELOEIRO .......................
27
2.5 CRUZAMENTOS DIALÉLICOS .......................................................................
29
2.6 DIVERGÊNCIA GENÉTICA E HETEROSE ....................................................
32
3 REFERÊNCIAS.....................................................................................................
35
CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA DE
ACESSOS DE MELOEIRO COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
41
RESUMO...................................................................................................................
41
ABSTRACT...............................................................................................................
42
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
43
2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................
46
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL .......................................
46
2.2 MATERIAL EXPERIMENTAL .........................................................................
47
2.3 CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS ............................................................. 47
2.3.1 Avaliação em 2006............................................................................................ 47
2.3.2 Avaliação em 2007............................................................................................ 48
2.3.3 Delineamento e unidade experimental...............................................................
49
2.3.4 Caracterização dos acessos/cultivares............................................................... 49
2.3.4.1 Descritores da semente................................................................................... 49
2.3.4.2 Descritores da planta.......................................................................................
50
2.3.4.3 Descritores do caule........................................................................................
50
2.3.4.4 Descritores da folha........................................................................................
50
2.3.4.5 Descritores da flor...........................................................................................
50
2.3.4.6 Descritores do fruto........................................................................................ 51
2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................
53
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................
54
4 CONCLUSÕES .....................................................................................................
68
5 REFERÊNCIAS.....................................................................................................
69
CAPÍTULO 2 - SELEÇÃO DE DESCRITORES MORFO-AGRONÔMICOS
DE GERMOPLASMA DE MELOEIRO EM DOIS ANOS DE AVALIAÇÃO
73
RESUMO ..................................................................................................................
73
ABSTRACT ............................................................................................................ 74
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
75
2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................
77
2.1 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ..................................................................
77
2.1.1 Análises de variância univariadas (individual e conjunta)................................ 77
2.1.2 Decomposição da Interação Acessos x Ano......................................................
79
2.1.3 Seleção de descritores........................................................................................
80
2.1.4 Medida de dissimilaridade (Distância de Mahalanobis)....................................
81
2.1.5 Métodos de agrupamentos......................................................................
82
2.1.5.1 Otimização de Tocher..........................................................................
82
2.1.5.2 UPGMA...............................................................................................
83
2.1.6 Colinearidade.....................................................................................................
84
2.1.7 Processamento das análises............................................................................... 84
3 RESULTADOS...................................................................................................... 85
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 99
5 CONCLUSÕES .....................................................................................................
104
6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 106
CAPITULO 3 - ASSOCIAÇÃO ENTRE A DIVERGÊNCIA GENÉTICA E A
HETEROSE EM LINHAGENS DE MELÃO HONEY DEW.............................
109
RESUMO ..................................................................................................................
109
ABSTRACT ............................................................................................................. 110
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................
111
2. MATERIAL E MÉTODOS
113
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL .......................................
113
2.2 MATERIAL EXPERIMENTAL .........................................................................
113
2.3 CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS ............................................................. 115
2.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E CARACTERÍSTICAS AVALIADAS
116
2.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ............................................................................. 116
3 RESULTADOS...................................................................................................... 123
4 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 133
5 CONCLUSÕES .....................................................................................................
144
6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................
145
17
1 INTRODUÇÃO
A produção brasileira de melão (Cucumis melo) em 2006 atingiu cerca de 500
mil toneladas, gerando receita em torno de 316 milhões de reais e dentre os estados
produtores o Rio Grande do Norte foi o maior produtor nacional com produção
próxima a 246 mil toneladas (IBGE, 2008). O melão foi o principal produto de
exportação do setor primário referente a frutas in natura no estado do Rio Grande do
Norte em 2006 (FAERN, 2007).
O agropólo Mossoró-Assu, base produtiva da fruticultura potiguar, tem o
meloeiro como principal cultura. As grandes empresas produtoras e exportadoras
aplicam pesados investimentos em tecnologia de ponta para produção de frutos com a
qualidade requerida pelo exigente mercado europeu. A alta tecnologia envolve
modernos sistemas de irrigação, uso intensivo de insumos agrícolas e sementes
melhoradas, mais especificamente híbridos simples. Existe também uma estrutura para
garantir a qualidade do fruto e aumentar a vida pós-colheita, permitindo a chegada
com qualidade no mercado externo.
A utilização de cultivares modernas, com uniformidade e elevada
produtividade, tem aumentado a erosão genética em muitas culturas, pela diminuição
ou perda da variabilidade genética de espécies cultivadas ou seus parentes silvestres,
bem como variedades locais, gerando estreitamento da base genética. Essa situação é
preocupante para os melhoristas, que muitas vezes recorrem a cultivares tradicionais
ou parentes silvestres para promover o melhoramento genético de determinada cultura.
O Nordeste brasileiro dispõe de várias espécies de cucurbitáceas introduzidas
muitos anos por escravos e imigrantes. Essas espécies são cultivadas até hoje na
agricultura de sequeiro e subsistência em pequenos estabelecimentos agrícolas, tendo o
originado a diversas cultivares tradicionais (QUEIROZ, 1993). Para evitar a perda
18
desse rico banco de alelos presente entre os agricultores, é necessária a coleta do
material e sua caracterização.
A caracterização é uma atividade primordial para geração de conhecimentos
sobre germoplasma conservados em bancos ou coleções, por permitir um melhor
manejo dos acessos e fornecer subsídios para a conservação e preservação, bem como
para utilização em programas de melhoramento. Existem muitos trabalhos de
caracterização do meloeiro em vários países do mundo, todavia, no Brasil, não foram
encontrados na literatura trabalhos realizados com esse propósito.
A caracterização pode ser realizada com o emprego de descritores
morfológicos e agronômicos, sejam eles quantitativos ou qualitativos, ou
molecularmente, com os marcadores moleculares. Na caracterização morfo-
agronômica, muitos descritores são contemplados, exigindo maior esforço e tempo
para coleta dos dados. Todavia, em muitas situações, não há necessidade de um grande
número de descritores, sendo mais racional a seleção daqueles que melhor representam
a variabilidade existente para essa cultura. No caso do meloeiro, espécie que tem vários
descritores definidos pelo IPGRI (International Plant Genetic Resources Institute)
(IPGRI, 2003), ainda não relatos sobre a seleção de descritores capazes de
representar toda a estrutura biológica da espécie.
Outro problema pouco considerado na caracterização morfo-agronômica é o
fato dos descritores sofrerem ação ambiental e da interação de genótipos por
ambientes. A presença desses dois fatores pode alterar completamente o agrupamento
realizado por técnicas multivariadas. Há relatos em que a interação genótipos por
ambiente, em características de herança complexa como a produtividade e o teor de
sólidos solúveis, é extremamente acentuada em meloeiro (NUNES et al., 2006;
SILVA, 2006). Assim sendo, faz-se necessário estudar os efeitos da interação de
genótipos por ambiente e do ambiente sobre o agrupamento de acessos.
19
A utilização pelos melhoristas da divergência genética é muito comum a fim
de identificar cruzamentos que possibilitem populações segregantes com maior efeito
heterótico e variabilidade. Os resultados são discrepantes, pois apontam associação
entre divergência genética e heterose em alguns casos e não-associação em outros. No
caso do meloeiro, os resultados ainda são incipientes e também contraditórios. Rizzo
(1999) e Barros (2005) concluíram que não relação significativa entre esses
parâmetros, mas Garcia et al. (1998) recomendam a utilização da divergência para
definir linhagens genitoras em melão. Com efeito, necessita-se de mais informações
sobre a associação entre divergência genética e heterose.
Do exposto, o presente trabalho apresenta como principais objetivos:
a) caracterizar morfologicamente acessos de meloeiro coletados em pequenas
fazendas do Nordeste brasileiro;
b) selecionar descritores para o agrupamento de acessos e cultivares de
meloeiro;
c) investigar os efeitos da interação e do efeito ambiental sobre o agrupamento
de acessos e cultivares de meloeiro;
d) verificar a associação entre divergência genética e heterose em meloeiro do
tipo Honey Dew.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ORIGEM E DIVERSIDADE DO MELOEIRO
Para a maioria dos autores, a forma selvagem ancestral do meloeiro é
originária da África (AKASHI et al., 2001). Conforme comentam Mallick e Massui
(1986), a literatura aponta centros primário e secundário do melão. Os diferentes
centros citados foram a Índia, a Arábia Saudita e a China. Por outro lado, em um
estudo conduzido por mais de 25 anos pelo Instituto de Indústria Vegetal da antiga
União Soviética, com 4500 acessos de melões coletados em diferentes partes do
mundo, Pangalo (1951) e Filov (1960), citados por Pitrat et al. (2000), sugerem que o
melão é originário de diferentes regiões como o Irã, a Ásia menor e a Índia.
A espécie Cucumis melo L. é diplóide (2n= 2x=24 cromossomos) e
compreende duas subespécies de acordo a com a pilosidade do ovário: C. melo ssp
melo, com ovário piloso, e C. melo ssp agrestis, com ovário ceroso (JEFREY, 1980).
O meloeiro está distribuído em todo o mundo, é a espécie que possui a maior
variabilidade fenotípica no gênero. A maior parte da variação é observada em seus
frutos. O meloeiro tem frutos com formas que variam de esféricas a extremante
alongadas, com peso de poucos gramas a vários quilogramas, sabor da polpa de
amargo a doce e diferentes colorações de polpa e casca (STEPANSKY et al., 1999).
A grande variação fenotípica observada no meloeiro levou os botânicos a
proporem uma classificação intra-específica. Naudin (1859), citado por Pitrat et al.
(2000), trabalhando com uma coleção de 2.000 espécimes, dividiu a espécie Cucumis
melo em dez variedades. O trabalho pioneiro de Naudin (1859) serviu de base para
todas as outras classificações subseqüentes, como as propostas por outros autores
(HAMMER et al., 1986). Munger e Robinson (1991) propuseram uma versão
simplificada da classificação de Naudin (1958), dividiram a espécie Cucumis melo em
21
uma variedade selvagem denominada de Agrestis e seis variedades ou grupos
botânicos: cantaloupensis, inodorus, conomon, dudaim, flexuosus e momordica.
Dentro dos grupos estão os tipos de melão, sendo os mais comercializados no
Brasil: Amarelo, Honey Dew, Pele de Sapo, Cantaloupe, Gália e Charentais. Os três
primeiros tipos de melão pertencem ao grupo botânico Inodorus e se caracterizam por
serem frutos sem aroma, não climatéricos, resistentes ao transporte e elevada vida pós-
colheita. Os melões do tipo Cantaloupe (americano) e Charentais (europeu) são
aromáticos, climatéricos, têm elevado teor de sólidos solúveis e baixa conservação pós-
colheita. O melão Gália foi desenvolvido pelos israelenses em meados da década de
sessenta. Foi o primeiro brido simples desenvolvido por um programa de
melhoramento realizado em Israel. É resultante do cruzamento de uma linhagem de
melão Ogen e outra de melão Honey Dew (ODET, 1985). Os frutos de melão Gália são
esféricos, aromáticos, têm peso entre 1.000 a 1.500 g, polpa esverdeada e teor de
sólidos solúveis entre 13 e 15 % (KARCHI, 2000).
A divisão em tipos é importante, pois auxilia no processo de classificação e
comercialização. Os diversos tipos de melão podem ser cruzados entre si e, na verdade,
existe uma continuidade entre eles. As diferentes características fenotípicas dos tipos
de melão podem ser combinadas e exploradas nos programas de melhoramento dessa
cultura, propiciando a produção de genótipos superiores.
2.2 CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA
A palavra germoplasma, do ponto de vista etimológico, tem duas raízes:
germo, que significa “princípio rudimentar de um novo set orgânico”; e plasma,
palavra grega que significa “a formação” e, em sentido mais amplo, “matéria não
definida” (QUEROL, 1993). Portanto, germoplasma significa a matéria onde se
encontra um princípio que pode crescer e se desenvolver. Germoplasma, do ponto de
22
vista técnico, pode ser definido como a soma total dos materiais hereditários de uma
espécie. Assim sendo, o germoplasma constitui a base física da herança, sendo
transmitido de uma geração para outra.
O germoplasma de uma espécie está guardado em um banco de germoplasma
que constitui um reservatório de alelos. O germoplasma pode ser composto por
parentes silvestres da espécie, cultivares locais (landraces), linhagens melhoradas e
cultivares atuais (QUEROL, 1993).
As atividades de um banco de germoplasma são a coleta, caracterização,
avaliação, documentação e conservação. A coleta dos recursos genéticos pode ser
realizada em lavouras familiares, hortas e pomares caseiros, mercados, feiras e habitats
silvestres. No caso das cucurbitáceas, as principais coletas têm sido feitas em
propriedades de pequenos agricultores e feiras. Mais especificamente em meloeiro, as
coletas são feitas junto aos agricultores (QUEROL, 1993).
Uma vez disponível, o germoplasma precisa ser bem caracterizado e avaliado.
Nessas duas atividades, o papel do curador, indivíduo responsável pela coordenação do
banco de germoplasma, é fundamental, pois as informações sobre os acessos e toda a
atividade pertinente ao seu produto são suas atribuições. Na avaliação e caracterização,
cinco etapas são consideradas, quais sejam: correta identificação botânica; elaboração e
cadastro de acessos por espécie; caracterização propriamente dita; avaliação preliminar
e avaliação complementar (VALLS, 1998). Essas atividades contribuem sobremaneira
para um melhor conhecimento dos acessos, sendo possível a detecção de eventuais
duplicações indesejáveis nas coleções.
A caracterização morfo-agronômica tem sido efetuada em coleções de
germoplasma para gerar informações sobre a descrição e a classificação do material
conservado. Na maioria das coleções, é de praxe a obtenção de dados morfológicos e
agronômicos concomitantemente, o que explica a fusão dos nomes. Em plantas
perenes, os caracteres podem ser obtidos em diferentes estádios (germinação, juvenil e
23
adulto), grupos (vegetativo, reprodutivo, produtivo) e modos, ou seja, por observações,
registradas em escalas de notas (quantitativas), e/ou por mensurações (quantitativas). A
obtenção de descritores em várias etapas é feita com o objetivo de identificar caracteres
que possam ser úteis na seleção precoce. Dessa forma, têm sido comum a observação
e/ou mensuração de vários caracteres em um mesmo genótipo (CURY, 1993).
Quase sempre, as inúmeras informações obtidas são manipuladas por análise
univariada, gerando dificuldades na seleção de indivíduos desejáveis e na determinação
da diversidade, como também de medidas que visem à redução de custos e à
otimização de coleções (PEREIRA, 1989).
Procedimentos multivariados avaliam o indivíduo na sua
multidimensionalidade, proporcionando uma visão holística de cada genótipo (DIAS,
1994). Para esse autor, as técnicas multivariadas têm se mostrado muito adequadas em
discriminar caracteres e estimar a diversidade sem representar custos adicionais. No
Brasil, técnicas multivariadas têm sido empregadas na seleção de caracteres e na
quantificação da diversidade de espécies de cucurbitáceas, como melão (SENSOY et
al., 2006), melancia (SILVA, 2007), abóbora (AMARAL JÚNIOR et al.,1996).
2.3 SELEÇÃO DE DESCRITORES
Nas coleções de germoplasma, o termo descritor é utilizado para se referir a
um atributo ou caráter que se observa ou se mensura nos acessos (QUEROL, 1993),
sendo capaz de discriminar um acesso de outro. Nesses locais, freqüentemente, um
grande número de acessos que necessita ser caracterizado e avaliado, além de ser regra
geral as observações e a mensuração de um grande número de caracteres (PEREIRA,
1989).
Em muitos casos, os caracteres são obtidos sem um critério sobre sua real
contribuição para a viabilização e esse tipo de procedimento, além de produzir a
24
duplicação da mesma informação para muitos caracteres, tem contribuído para uma
análise multivariada, confusa e de difícil interpretação (DIAS, 1994).
No geral, todo caráter deve apresentar uma parcela de contribuição na variação
do germoplasma analisado. Mas uma tendência de que o aumento do número de
descritores avaliados ocasione a presença de caracteres redundantes, posto que esses
caracteres quase sempre estão associados a outros (DAHER, 1993). Logo, a eliminação
dos redundantes seria uma decisão vantajosa, pois reduziria o trabalho de tomada de
dados sem ocasionar perda na precisão da caracterização, especialmente se esses
caracteres forem de difícil mensuração e apresentarem baixa variabilidade e
estabilidade de expressão (PEREIRA, 1989).
O conjunto reduzido de caracteres após o descarte deve se mostrar efetivo na
representação da variação total, além de proporcionar uma redução nos gastos com
mão-de-obra e no tempo destinado à tomada de dados.
A seleção de descritores tem sido realizada com base em várias análises
estatísticas, podendo-se mencionar: a regressão e interdependência de dados, o
coeficiente de repetitividade, variáveis cônicas e componentes principais (CRUZ,
1990). Contudo, a análise de componentes principais vem se destacando como a
metodologia mais empregada em bancos e/ou coleções de germoplasma, pois além de
identificar os caracteres mais importantes na contribuição de variação total disponível
entre os indivíduos analisados, fornece indicação para eliminar os que pouco
contribuem (DIAS et al., 1997; ALVES, 2002).
O emprego da análise de componentes principais no descarte de caracteres foi
impulsionado a partir da publicação dos trabalhos de Jolliffe (1973). Esse autor,
analisando quatro métodos de descarte com base em dados simulados e reais, concluiu
que esse procedimento era satisfatório quando o número de caracteres rejeitados fosse
igual ao de componentes principais que apresentassem variâncias inferiores a 0,7.
Posteriormente, Mardia et al. (1979), complementando essa metodologia,
25
recomendaram o descarte com base na observação dos componentes principais que
apresentassem autovalores inferiores a 0,70 e, em cada um desses componentes, fosse
descartado o caráter com maior coeficiente de ponderação em valor absoluto
(autovetor). Esse procedimento foi denominado, por Cruz (1990), de seleção direta.
Wilches (1983), aplicando a análise de componentes principais em 34
variedades de amendoim, propôs uma seleção prévia antes da utilização da
metodologia de Jolliffe (1973) e descartou os caracteres altamente influenciados pelo
ambiente, com base na informação da análise de variância univariada realizada para
cada caráter. Cruz (1990) menciona outros trabalhos que empregaram a seleção prévia
por meio de outras análises estatísticas.
O primeiro trabalho que utilizou essa metodologia no descarte de caracteres
redundantes foi realizado por Pereira (1989), quando caracterizou 208 acessos de
mandioca com base em 28 caracteres e conseguiu descartar 50% dos caracteres
analisados, o que proporcionou redução no trabalho e facilidade na interpretação dos
dados. Daher (1993), empregando a mesma metodologia na aplicação de 22 caracteres
em 60 acessos de capim-elefante, obteve uma redução de 63,6% no conjunto analisado.
Cury (1993) e Strapasson (1997) propuseram algumas alterações para
aumentar a eficiência do descarte com o emprego da análise de componentes
principais. O primeiro autor modificou parcialmente a metodologia de Jolliffe (1973)
quando estudou 20 caracteres em 30 acessos de mandioca, propondo uma nova análise
com os remanescentes após o descarte de cada caráter, além da observação da matriz
de correlação fenotípica para auxiliar no descarte dos caracteres redundantes. O
procedimento foi realizado até não ser possível discriminar o maior autovetor no
último componente principal e considerou, a partir dessa situação, o processo
inconsciente. Com essa modificação, reduziu 30% dos caracteres, em vez dos 65%
propostos na metodologia inicial, sem perda significativa de informações e concluiu
que o número de descarte não deve ser pré-fixado, como sugerido na seleção direta.
26
Cruz (1990) denominou esse procedimento de seleção com reanálise. No segundo
trabalho, o número de acessos era bem inferior ao número de caracteres avaliados, os
quais pertenciam a diferentes grupos, descartando os redundantes, dentro de cada
grupo, com base na metodologia inicial de Jolliffe (1973). Em seguida, procedeu a
mais uma análise, utilizando todos os descritores previamente selecionados para definir
o conjunto final de descritores e concluiu que, dos 40 caracteres avaliados, apenas oito
seriam importantes na quantificação da avaliação dos acessos.
De modo geral, a seleção direta tem sido o procedimento mais adotado no
descarte de caracteres em bancos e/ou coleções de germoplasma, especialmente
quando se tomam dados de caracteres morfológicos e agronômicos, simultaneamente,
em um grande número de acessos. Um outro procedimento que tem sido adotado para
dar maior segurança na seleção de descritores, é o emprego de mais de um
procedimento no descarte dos caracteres redundantes (ALVES, 2002; DAHER, 1993;
DIAS et al., 1997).
Pelo fato de alguns trabalhos criticarem o emprego da análise de componentes
principais no descarte de caracteres, especialmente quando se utiliza o método da
seleção direta, considerando um procedimento drástico, faz-se necessária a avaliação
de sua eficiência (ALVES, 2002).
A avaliação da eficiência tem sido realizada com base na comparação do poder
discriminatório do conjunto de caracteres originais com o dos descritores selecionados.
Alguns trabalhos sugerem que essa avaliação seja feita pela comparação dos
agrupamentos formados antes e depois do descarte. Por exemplo, Cury (1993)
comparou a eficiência do descarte por meio do número de agrupamentos formados por
todos os caracteres com os obtidos pelos descritores selecionados, levando em
consideração no método de otimização de Tocher. Araújo et al. (2002) e Dias (1994)
também utilizaram esse mesmo método na comparação da eficiência de descarte em
27
acessos de cacaueiro e de cupuaçuzeiro, respectivamente, obtendo agrupamentos
próximos, sem perda de informações.
Outras metodologias vêm sendo empregadas na avaliação da eficiência do
descarte, como o estudo comparativo dos agrupamentos formados pelo dendrograma
(BEKELE et al., 1994) e a comparação por meio de medidas de similaridade,
estimativas pelo coeficiente de correlação entre os pares obtidos (r
1
) e entre dois
conjuntos de componentes (Q
1
), utilizada por Strapasson (1997). Essa última
metodologia, é indicada para condições onde o número de caracteres é superior ao
número de acessos.
2.4 INTERAÇÃO DE GENÓTIPOS POR AMBIENTES EM MELOEIRO
A interação de genótipos por ambientes pode ser entendida como a resposta
diferenciada de genótipos, quando submetidos a ambientes diferentes. Nesse caso, o
comportamento dos genótipos em um determinado ambiente pode não ser coincidente
em outro (RAMALHO et al., 1993; LYNCH e WALSH, 1998). A interação de
genótipos x ambientes tem um papel importante no contexto do melhoramento
genético vegetal. Como o objetivo do melhorista é identificar genótipos superiores, é
fácil perceber que a interação é muito importante, pois ela diminui a correlação entre
os valores fenotípicos e genotípicos (FALCONER e MACKAY, 1996).
O termo ambiente é designado por Romagosa e Fox (1993) como um termo
geral que envolve uma série de condições sob as quais as plantas são cultivadas. Nesse
sentido, o ambiente pode ser um local, ano, práticas culturais, época de semeadura ou
mesmo a junção de todos esses fatores. Com isso, quando genótipos são avaliados em
diferentes condições, estão sujeitos às variações do ambiente, e os seus
comportamentos geralmente são modificados. As variações ambientais que contribuem
para a interação com os genótipos, ainda segundo os autores citados, são classificadas
28
em dois tipos: previsíveis e não-previsíveis. No primeiro tipo de variação estão
incluídas todas as características gerais do clima, solo, comprimento do dia, insolação e
também os aspectos ambientais determinados pela ação do homem, como época de
semeadura, densidade de semeadura, níveis de adubação e outras práticas agronômicas.
Por outro lado, as variações imprevisíveis são flutuações no clima, como a quantidade
e distribuição das chuvas, variações da temperatura e outros.
A interação de genótipos x ambientes está associada a dois fatores: o primeiro,
denominado de parte simples ou quantitativa, é proporcionado pela diferença de
variabilidade entre os genótipos. Nesse caso, a classificação dos genótipos não se altera
nos ambientes contemplados no estudo. A interação simples corresponde às mudanças
nas magnitudes das diferenças entre os genótipos. O segundo fator é denominado de
parte complexa ou qualitativa, e é responsável pela falta ou pela reduzida correlação
genética entre os comportamentos dos genótipos nos ambientes. Normalmente, quando
a correlação genética é baixa, ocorre uma mudança na classificação dos genótipos, ou
seja, há genótipos que apresentam desempenho superior em alguns ambientes, mas não
em outros (CRUZ e CASTOLDI, 1991).
A quantificação da predominância do tipo de um dos componentes da interação
é muito importante na tomada de decisão por parte do melhorista (VENCOVSKY e
BARRIGA, 1992). Quando a interação deve-se principalmente à natureza simples, o
trabalho do melhorista é facilitado, pois a recomendação das cultivares pode ser feita
de maneira generalizada. A predominância de interação complexa indica a presença de
materiais adaptados a ambientes particulares, o que traz uma complicação para o
melhorista, uma vez que a recomendação é restrita a ambientes específicos (NUNES et
al., 2002).
O número de trabalhos que tratam do estudo de adaptabilidade e estabilidade
fenotípica em meloeiro é reduzido. Silva (2006), avaliando nove bridos de melão
amarelo em quatro locais do agropolo Mossoró-Assu, observou a presença da interação
29
de genótipos por ambientes. O mesmo autor indicou os híbridos Rochedo, Gold Mine e
PX 4910606 para todos os ambientes.
Nunes et al. (2006) concluíram que a maior parte da interação de genótipos por
ambientes em meloeiro avaliada no Rio Grande do Norte é de natureza complexa para
a produtividade e o teor de sólidos solúveis. Segundo esses autores, os híbridos do tipo
amarelo mais promissores foram AMR-04 e AMR-12.
Avaliando 144 famílias de melão Gália em quatro locais do Rio Grande do
Norte, Silva (2006) também observou efeito pronunciado da interação do tipo
complexa. O autor verificou que as estimativas de coeficiente de variação genética e
variância genética entre famílias são superestimadas pelo componente da interação de
genótipos x ambientes, sendo necessárias avaliações em mais de um ambiente. Além
disso, recomendou que a seleção deve ser feita com base no comportamento médio das
famílias, pois proporciona maiores ganhos com a seleção em relação àqueles obtidos
com base na seleção no ambiente individual.
2.5 CRUZAMENTOS DIALÉLICOS
Segundo Kempthorne e Curnow (1961), o emprego de cruzamentos dialélicos
teve origem após Sprague e Tatum (1942) definirem os conceitos de capacidade geral
de combinação (CGC) e capacidade específica de combinação (CEC). O sistema de
cruzamentos dialélicos corresponde ao intercruzamento de n materiais, dois a dois,
produzindo n
2
combinações possíveis, que correspondem aos n materiais, n(n-1)/2
híbridos e n(n-1)/2 recíprocos desses híbridos, perfazendo uma tabela dialélica
completa. Todavia, a obtenção da tabela dialélica completa não é o único esquema de
cruzamento utilizado. Variações desse esquema foram introduzidas, com a utilização
dos híbridos e seus recíprocos, isto é, excluindo-se apenas os genitores, totalizando
n(n-1) combinações ou tratamentos experimentais, ou a utilização dos genitores e seus
30
cruzamentos, sem os recíprocos, perfazendo n(n+1)/2 combinações, e também a
utilização apenas dos n(n-1)/2 cruzamentos em razão da não-inclusão dos genitores e
dos cruzamentos recíprocos (CRUZ e REGAZZI,1994).
De acordo com Sprague e Tatum (1942), a capacidade combinatória, em sua
forma mais geral, refere-se ao comportamento de linhagens ou cultivares, quando são
usadas em combinações híbridas em um ou vários sentidos, entre si. A capacidade
combinatória é subdividida, considerando o modo de ação gênica envolvida, em
capacidade geral de combinação (CGC) e capacidade específica de combinação (CEC).
CGC refere-se ao comportamento médio de uma linhagem em uma série de
cruzamentos ou combinações híbridas. Por outro lado, a CEC refere-se ao
comportamento particular de duas linhagens cruzadas entre si, ou seja, representa o
desvio, para melhor ou pior, de um determinado cruzamento, tendo por base a média
da CGC dos pais (GRIFFING, 1956a,b).
A capacidade combinatória é diferenciada de acordo com o modo de ação
gênica envolvida, sendo que a CGC esassociada a genes de efeitos principalmente
aditivos, além da parte dominante e epistática, porém, quando o efeito dos locos é
apenas aditivo, a variância genética total é a soma das variâncias genotípicas separadas
para cada loco. Por outro lado, a CEC depende basicamente dos alelos com efeitos
não-aditivos (dominância e/ou epistasia). Para o uso em programas de melhoramento
que visam à seleção de genótipos superiores, são mais indicados os genitores com mais
alta CGC. Porém, quando o objetivo é exploração de híbridos, a CEC passa a ter um
importante valor (GRIFFING, 1956a,b).
Existem vários relatos na literatura sobre cruzamentos dialélicos no meloeiro.
Lippert e Legg (1972) estimaram a capacidade geral e específica de combinação,
utilizando o método de Griffing (Modelo I). Foram utilizados 10 cultivares de melão
(Hale’s Best, PMR 45, Campo, Schoon’s, Honey Rock, SR 91, Spartan Rock, Pride of
Wise, Tip Top e Delicious 51) e seus 45 bridos F
1
com relação a características
31
associadas à maturação, dimensões de frutos e produção. A CGC e a CEC foram
significativas para o número de dias para a colheita do primeiro fruto e peso médio dos
primeiros três frutos colhidos em todos os cruzamentos dialélicos realizados.
Kalb e Davis (1984a) estudaram os efeitos da capacidade geral e específica de
combinação, heterose e variância genética para características qualitativas dos frutos de
melão. Foram utilizadas seis linhagens e 15 híbridos obtidos dos cruzamentos entre
essas linhagens. As capacidades geral e específica de combinação foram significativas
para todos os tratamentos, indicando a importância dos efeitos aditivos dos genes.
Foram obtidos valores altos de heterose em relação à média dos pais para densidade de
rendilhamento, conteúdo de sólidos solúveis, dimensões de polpa, espessura da casca,
dimensões da cavidade interna e teor de umidade no interior da cavidade.
Kalb e Davis (1984b) avaliaram a variância genética e determinaram a
herdabilidade da produtividade, maturação e características das plantas. Diferenças
significativas foram encontradas para a maior parte das características, exceto para
produção total e número de plantas doentes. A CGC foi altamente significativa para
todas as características e conseqüentemente maior que a CEC, indicando a importância
do efeito aditivo. A CEC foi significativa para produção, peso de fruto, número de
colheitas, número de dias para ocorrência da primeira flor feminina, para frutificação,
diâmetro e altura da planta.
Lopes (1991) avaliou cinco cultivares de melão (Eldorado-300, Fidalgo, Honey
Dew, Hale’s Best Jumbo e Caipira) e seus híbridos, e estimou a heterose, a CGC. e
CEC destes segundo o método de Griffing (Modelo 2 e 1). Observou-se que o caráter
monóico foi dominante sobre o andromonóico. O rendilhamento demonstrou
dominância parcial. A coloração da casca verde foi dominante sobre a amarela em
cruzamentos entre genótipos do grupo inodorus, enquanto que a coloração da casa
amarela foi dominante em cruzamentos entre os genótipos dos grupos inodorus e
cantalupense. A coloração de polpa laranja dominou a branca. Os genitores 1 e 4
32
apresentaram elevados valores de CGC, enquanto os híbridos 1x5 e 2x5 apresentaram
os melhores valores de CEC.
Rizzo (1999) avaliou a divergência genética, a CGC, a CEC, a ocorrência ou
não de efeitos recíprocos e os efeitos da heterose entre cinco genótipos, seus 10
híbridos F
1
e 10 recíprocos. Os efeitos da CGC revelaram que os genótipos JAB-20,
JAB-23 e ‘Bônus nº 2’ destacaram-se com relação ao número de flores masculinas por
planta e produção total de frutos por m
2
; JAB-22 e JAB-23 para diâmetro médio
longitudinal do fruto e ‘Bonus 2’, para diminuição do desprendimento da semente.
A melhor combinação híbrida foi JAB-20 x JAB-21 para menor número de flores
masculinas por planta, desprendimento de sementes, e aumento na produção total de
frutos por m
2
e diâmetro médio longitudinal do fruto. Detectou-se efeitos recíprocos
nas características: produção total de frutos por m
2
, desprendimento de sementes e
coloração do mesocarpo e epicarpo.
2.6 DIVERGÊNCIA GENÉTICA E HETEROSE
A divergência genética, com base em caracteres morfo-agronômicos, tem sido
muito utilizada pelos pesquisadores para identificar cruzamentos com potencial de se
obter populações segregantes com alta variabilidade. Os estudos de divergência
permitem uma orientação inicial, a qual auxiliará o melhorista na tomada de decisão
sobre quais cruzamentos podem ser realizados (OLIVEIRA et al., 1996).
Existem várias metodologias utilizadas na escolha de genitores, dentre as quais
está aquela que se baseia nas próprias cultivares pela estimativa da divergência
genética. Para o estudo da divergência genética, os procedimentos mais empregados
são aqueles que utilizam técnicas multivariadas como análise por componentes
principais, por variáveis canônicas, análise de fatores, de agrupamento e a distância
33
generalizada de Mahalanobis (CRUZ e REGAZZI, 1994; MACHADO et al., 2000a;
MACHADO et al., 2002).
A heterose é um termo empregado para descrever a superioridade de uma
combinação híbrida em relação à média dos seus genitores (BOS e CALIGARI, 1995).
A heterose também é denominada de vigor híbrido e é definida pela seguinte
expressão, adaptada de Falconer (1981): 2/)(
21
1
PPFh += , em que
1
F é a média
da geração filial e
1
P e
2
P
são as médias dos genitores 1 e 2 , respectivamente. A
heterose se manifesta quando a média fenotípica estimada no híbrido é maior (heterose
positiva) ou menor (heterose negativa) do que a média dos genitores. Convém ressaltar
que os pais o necessariamente precisam ser linhagens. Pode-se obter híbridos de
variedades (híbridos intervarietal) e de híbridos simples e duplos, dentre outros.
Ainda conforme Falconer (1981), a heterose pode ser definida como o produto
entre o quadrado da divergência genética (y
2
) e a dominância (d). Assim sendo, para a
manifestação da heterose é preciso que os pais sejam divergentes nos locos com
dominância. Se não houver dominância ou se a divergência entre os genitores for nula,
então a heterose não se manifesta.
No caso do meloeiro, alguns trabalhos realizados fora do país têm evidenciado
a presença de heteroses positivas e negativas para características de importância
econômica, tais como produtividade, teor de sólidos solúveis, firmeza e espessura da
polpa (LIPPERT e LEGG, 1972; KALB e DAVIS, 1984a,b; ABADIA et al., 1985;
RANDHAWA e SINGH, 1990).
No Brasil, trabalhando cultivares de melão (híbridos e variedades), Lopes
(1991) observou heteroses positivas para a produtividade, peso médio do fruto e o teor
de sólidos solúveis. Rizzo (1999), trabalhando com linhagens de melão rendilhado
constatou principalmente heteroses negativas para as principais características
avaliadas. Paiva (2002) observou heteroses positivas para a produtividade, teor de
34
sólidos solúveis e outras características do fruto e da planta, quando trabalhou com
linhagens de vários tipos de melão.
Rizzo (1999) e Barros (2005) observaram correlação não-significativa entre a
divergência genética e a heterose. Paiva (2002), avaliando a relação da divergência
genética entre linhagens de melão e a heterose de seus híbridos, verificou correlações
significativas entre a distância de Mahalanobis e a heterose para produção por planta e
diâmetro da cavidade interna. Contudo, segundo a autora, a heterose favorável nos
híbridos nem sempre ocorreu quando se utilizaram linhagens divergentes, enquanto
que cruzamentos entre linhagens com pequenas distâncias de Mahalanobis
manifestaram essa característica. Todavia, Garcia et al. (1998) recomendam a
utilização da distância genética, principalmente com base em marcadores RAPD, para
orientar cruzamentos em meloeiro.
35
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41
CAPITULO 1
CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA DE ACESSOS DE
MELOEIRO COLETADOS NO NORDESTE BRASILEIRO
RESUMO
TORRES FILHO, José. Caracterização morfo-agronômica de acessos de meloeiro
coletados no nordeste brasileiro. 2008. 150 f. Tese (Doutorado em Agronomia:
Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
O objetivo do presente trabalho foi caracterizar morfologicamente acessos de meloeiro
coletados no Nordeste brasileiro. Foram avaliados 42 acessos e quatro cultivares
comerciais, nos anos de 2006 e 2007, em dois experimentos em blocos completos
casualisados com duas repetições, conduzidos na Horta do Departamento de Ciências
Vegetais, UFERSA, Mossoró-RN. Foram utilizados 24 descritores, sendo um da
semente, 11 de frutos, sete da inflorescência, quatro da folha e dois da planta. Os
acessos pertenciam aos grupos botânicos Cantalupensis, Momordica, Conomon ,
Inodorus e a um grupo não identificado. Observou-se grande variação entre os acessos
para todos os descritores, em especial nos descritores de fruto. Constatou-se variação
entre e dentro dos grupos botânicos estudados, principalmente no grupo Cantalupensis.
De um modo geral, os acessos eram prolíficos, produtivos, com frutos de tamanho
intermediário a grandes, com baixa firmeza da polpa e baixo teor de sólidos solúveis.
A caracterização dos acessos quanto aos descritores de fruto pode auxiliar os
programas de melhoramento. Alguns acessos podem ser utilizados para aumentar a
prolificidade e a produtividade do meloeiro por meio de cruzamentos com cultivares
ou linhagens melhoradas.
Palavras-chave: Cucumis melo, recursos genéticos, germoplasma.
42
ABSTRACT
TORRES FILHO, José. Morpho-agronomic characterization of melon accessions
collected in the Brazilian Northeast Brazil. 2008. 150 f. Thesis (Doctorate in
Agronomy/Crop Science) – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
The objective of the present work was to characterize melon plant accessions collected
in Northeast Brazil. Forty two accessions and four cultivars were evaluated, in the
years of 2006 and 2007, in two experiments designed in randomized complete blocks
with two replications carried out at Horta do Departamento de Ciências Vegetais of the
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mosssoró-RN. Twenty four
descriptors were used, being one of the seed, eleven of the fruits, seven of the
inflorescence, four of the leaf and two of the plant. The accessions belonged to the
botanical group Cantalupensis, Momordica, Conomon, Inodorus and a not defined
group. Great variation was observed among the accessions for all the descriptors,
especially for the fruit descriptors. Variation was verified among and within of the
studied botanical groups, mainly in the group Cantalupensis. Generally speaking, the
accessions were prolific and productives, with fruits of intermediate to big size,
with lower pulp firmness and content of soluble solids. The characterization of the
accessions as for fruit descriptors can help the melon breeding programs. Some
accessions can be used to increase the prolificacy and the productivity of the melon
through crossings with bred cultivars and lines.
Keywords: Cucumis melo, genetic resources, germoplasm.
43
1 INTRODUÇÃO
A família botânica com grande número de espécies cultivadas, apresentando
variedades tradicionais, é a Cucurbitaceae. Dentre as espécies de importância
econômica de Cucurbitaceae com riqueza de variedades tradicionais estão as abóboras
(Cucurbita spp.), a melancia (Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & Nakai.) e o melão
(Cucumis melo L.). As variedades tradicionais, também denominadas de landraces ou
variedades crioulas, podem ser definidas como sendo plantas cultivadas, adaptadas aos
locais e culturas onde se desenvolveram, estando presentes nos bancos de sementes de
muitos agricultores, principalmente em países em desenvolvimento, justamente por se
constituírem como garantia de plantio no ano seguinte (DOMINGUEZ et al., 2000).
O meloeiro, apesar de ter seus centros de origem, domesticação primária e
secundária em regiões distantes do Brasil, possui variedades tradicionais adaptadas às
diferentes condições edafo-climáticas. As variedades tradicionais de melão,
introduzidas desde o século XVI pela imigração, ainda existem devido aos trabalhos de
seleção realizados por vários ciclos por pequenos agricultores. As referidas variedades
têm sido coletadas na agricultura de subsistência de vários estados do Nordeste
brasileiro (TAVARES, 2002), bem como em outros estados (DELWING et al., 2007).
O trabalho de coleta, multiplicação e caracterização de acessos tem grande
importância por dois aspectos. O primeiro está relacionado com a própria preservação
da variabilidade genética existente na agricultura tradicional. A intenção é manter essa
variabilidade presente nas propriedades, conservando-a em bancos de germoplasma ou
mesmo in loco, evitando, por conseguinte, a erosão genética pela introdução de
cultivares melhoradas. No caso do meloeiro, uma situação bem particular ocorreu no
agropolo Mossoró-Assu, Rio Grande do Norte e no Vale do Jaguaribe, Ceará,
principais regiões produtoras do país, a partir da década de oitenta. As grandes
empresas produtoras e exportadoras começaram a adotar alta tecnologia nas lavouras
44
meloeiras, com elevados investimentos em sistemas de irrigação modernos, grande
quantidade de insumos e sementes de híbridos simples. Essas empresas terceirizaram
parte da produção, incluindo o trabalho de médios e pequenos agricultores, do
montante de melão produzido para os mercados europeus e americanos. Essa situação
certamente ocasionou perdas de variabilidade genética do meloeiro.
Um segundo aspecto está relacionado com os programas de melhoramentos
dessa hortaliça, pois as variedades tradicionais são importantes principalmente por se
constituírem em fontes de alelos. Com efeito, as informações geradas na caracterização
auxiliam o melhorista na identificação de genitores com fenótipos desejáveis, como
resistência aos principais patógenos da cultura, alto teor de sólido solúveis e longa vida
pós-colheita. Em melão, um exemplo de sucesso no melhoramento genético é a
utilização de acessos de melão indiano, snapmelo, pertencentes ao grupo Momordica
(Roxb.) Duthie et Fuller como fontes de resistência ao fungo Podosphaera xanthii,
agente causal do oídio (DHILLON et al., 2007).
Com meloeiro, artigos caracterizando, morfologicamente e geneticamente,
acessos de diversos países, como Espanha (LÓPEZ-SESÉ et al., 2002), Portugal
(CARNIDE et al., 2004), Grécia (STAUB et al., 2004), Hungria (SZABÓ et al., 2005),
Japão (NAKATA et al., 2005), Turquia (SENSOY et al., 2006), Índia (DHILLON et
al., 2006) e Albânia (LOTTI et al., 2007). Em todos os trabalhos citados, constatou-se
grande variabilidade entre os acessos avaliados, confirmando a grande variação da
espécie Cucumis melo L.
No Brasil, foram realizados trabalhos de caracterização morfológica com C.
lanatus (ROMÃO, 2000), C. moschata (RAMOS et al., 2000) e C. maxima (AMARAL
JUNIOR et al., 1996). Não obstante, não trabalho de caracterização de
germoplasma coletadas nos agrossistemas brasileiros, sendo, portanto, necessária a sua
realização.
45
Diante dessas considerações, o objetivo do presente trabalho foi investigar a
magnitude da variabilidade morfo-agronômica entre os acessos de meloeiro coletados
no nordeste brasileiro.
46
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL
Os experimentos foram conduzidos na Horta Experimental e Laboratório de
Pós-colheita do Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do
Semi-árido - UFERSA. Mossoró-RN, nos períodos de 12/09/2006 a 5/12/2006 e de
15/08/2007 a 17/10/2007.
O município de Mossoró está situado na latitude sul 5º 11’, longitude 37º 20’ a
oeste de Greenwich e com altitude de 18 m. O clima, segundo a classificação de
Koppen é ‘BSWh’ (muito seco, com estação de chuva no verão atrasando-se para o
outono) (CARMO FILHO e OLIVEIRA, 1989).
O solo da área experimental foi classificado como Argissolo Vermelho-
Amarelo Eutrófico abrupto, textura areia-franca (EMBRAPA, 1999), relevo plano.
Foram retiradas amostras da área experimental, cuja análise química, processada no
Laboratório de Análises de Solo, Água e Planta da Empresa de Pesquisa Agropecuária
do Rio Grande do Norte S/A - EMPARN, revelou os resultados apresentados a seguir:
pH (água 1:2,5)= 7,94; Ca = 2,83 cmol
c
kg
-1
; Mg = 0,69 cmol
c
kg
-1
; Al = 0,0 cmol
c
kg
-1
;
(H + Al)= 0,36; P= 233 mg kg
-1
; K=70 mg kg
-1
; Na= 37 mg kg
-1
e condutividade
elétrica extrato (1:5 dS.m
-1
)= 0,043.
Os dados de temperatura média, umidade relativa do ar e precipitação pluvial
estão apresentados na Tabela 1.
47
Tabela 1. Temperatura média, umidade relativa do ar e precipitação pluvial do período
de avaliação dos acessos. Mossoró-RN, UFERSA, 2006-2007.
Mês 2006
2007
T (ºC) UR (%)
PP (mm)
T (ºC) UR (%)
PP (mm)
AGO 27,5
62,9 39,6
27,7 55,8 3,6
SET 28,3 62,1 9,7 28,5 57,0 0,0
OUT 28,8 62,7 0,0 28,7 58,5 0,0
NOV 28,6 66,4 0,0 28,8 62,9 0,0
DEZ 28,7 74,3 0,0 28,8 66,6 33,2
T(ºC): temperatura média; UR (%): umidade relativa do ar; PP (mm): precipitação
pluviométrica.
2.2 MATERIAL EXPERIMENTAL
Foram avaliados quarenta e dois acessos de meloeiro oriundos do Banco Ativo
de Germoplasma de Cucurbitáceas do Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico
Semi-árido (CPATSA) e quatro cultivares comerciais (Tabela 2).
2.3 CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS
2.3.1 Avaliação em 2006
O preparo do solo constou de uma aração e uma gradagem, seguidas de
sulcamento em linhas espaçadas de 2,0 m com profundidade de aproximadamente 20
cm, onde foi realizada a adubação de fundação, utilizando-se 4,0 t ha
-1
de polifértil e
120 kg ha
-1
de P
2
O
5
na forma de superfosfato simples. Os adubos foram aplicados nos
sulcos de plantio e incorporados com enxada rotativa. As adubações de cobertura
foram realizadas via fertirrigação, com início sete dias após o transplantio. Foram
utilizadas as seguintes fontes: uréia e ácido nítrico: 126,7 kg ha
-1
; cloreto de potássio:
252,2 kg ha
-1
e ácido fosfórico: 66,1 kg ha
-1
. A partir da segunda semana, foram feitas
adubações foliares, semanalmente, junto com os defensivos, empregando, 40 mL por
48
20,0 L de solução dos produtos contendo: 0,6 g L
-1
de Mg; 0,8 g L
-1
de Ca; 0,05 g L
-1
de B; 0,3 g L
-1
de Zn; 0,2 g L
-1
de Mn e 0,01 g L
-1
de Mo.
As sementes dos acessos/cultivares foram semeadas em bandejas de
poliestireno expandido com 128 células compostas do substrato comercial Plantmax®,
sendo o transplantio realizado quando as mudas estavam com um par de folhas
definitivas.
Foi aplicado semanalmente Vertemec para controlar a mosca-minadora
(Liriomyza trifolii L.). Realizaram-se as demais práticas culturais de acordo com Nunes
et al., 2004.
2.3.2 Avaliação em 2007
O preparo do solo constou de uma aração e uma gradagem, seguidas de
sulcamento em linhas, espaçadas de 2,0 m com profundidade de aproximadamente 20
cm, onde foi realizada a adubação de fundação, utilizando-se 4,0 t ha
-1
de polifértil e
120 kg ha
-1
de P
2
O
5
. Os adubos foram aplicados nos sulcos de plantio e incorporados
com enxada rotativa. As adubações de cobertura foram realizadas via fertirrigação,
com início sete dias após o transplantio. Foram utilizadas as seguintes fontes: uréia e
ácido nítrico: 127,0 kg ha
-1
; cloreto de potássio: 253,2 kg ha
-1
e ácido fosfórico: 68,1
kg ha
-1
. A partir da segunda semana, foram feitas adubações foliares, semanalmente,
junto com os defensivos, empregando, 40 mL por 20,0 L de solução dos produtos
contendo: 0,6 g L
-1
de Mg; 0,8 g L
-1
de Ca; 0,05 g L
-1
de B; 0,3 g L
-1
de Zn; 0,2 g L
-1
de
Mn e 0,01 g L
-1
de Mo.
As sementes dos acessos/cultivares foram semeadas em bandejas de
poliestireno expandido, com 128 células compostas do substrato comercial Plantmax®,
sendo o transplantio realizado quando as mudas estavam com um par de folhas
definitivas.
49
Foi aplicado semanalmente Vertemec para controlar a mosca-minadora
(Liriomyza trifolii L.). As demais práticas culturais foram realizadas de acordo com
Nunes et al., 2004.
2.3.3 Delineamento e unidade experimental
Os dois experimentos foram conduzidos em blocos completos casualizados
com 46 tratamentos (acessos e cultivares) e duas repetições. A unidade experimental,
em 2006, foi composta por uma linha de 2,5 metros, totalizando 5 plantas por parcela.
Em 2007, a unidade experimental foi composta por uma linha de 6,0 metros,
totalizando 12 plantas por parcela. O espaçamento da cultura foi de 2,0 m entre linhas
por 0,5 m entre plantas.
2.3.4 Caracterização dos acessos/cultivares
Os acessos e cultivares foram caracterizados a partir dos seguintes descritores
morfo-agronômicos, relacionados a partir da relação do IPGRI (International Plant
Genetic Resources Institute) (IPGRI, 2003).
2.3.4.1 Descritores da semente
- Peso de 100 sementes: obtido pela pesagem de 100 sementes em balança de
precisão. As sementes foram retiradas dos frutos e colocadas para secar em papel
jornal em condições ambiente, durante 15 dias. Foi feita uma mistura (bulk) das
sementes dos frutos selecionados ao acaso.
50
2.3.4.2 Descritores da planta
- Comprimento da haste principal: medido com o auxílio de régua graduada em
milímetro. A mensuração foi feita a partir do colo da planta até a extremidade final da
haste, no final do ciclo da planta;
- Número de hastes secundárias: obtido a partir da contagem das hastes,
excetuando-se a principal, no final do ciclo da planta.
2.3.4.3 Descritores da folha
- Número de lóbulos: obtido pela contagem do número de lóbulos da folha;
- Razão foliar: obtido pela razão entre o comprimento e a largura da folha. O
comprimento da folha correspondeu à distância entre o ponto de inserção do pecíolo e
a extremidade oposta do limbo. A largura foliar correspondeu à maior distância
horizontal entre as bordas extremas;
- Comprimento do pecíolo: obtido pela mensuração com régua graduada em
milímetro.A mensuração foi feita a partir da base do pecíolo até a sua extremidade
final.
2.3.4.4 Descritores da flor
- Número de dias para o florescimento: foram contados o número de dias para o
aparecimento da primeira flor masculina em 50% das plantas da parcela;
51
- Comprimento da pétala: obtido pela mensuração com gua graduada em milímetro.
O comprimento da pétala correspondeu à distância das duas extremidades
longitudinais;
- Comprimento da corola: obtido pela mensuração com régua graduada em milímetro.
O comprimento da corola correspondeu à distância das duas extremidades
longitudinais;
- Largura da corola: obtido pela mensuração com régua graduada em milímetro. O
comprimento da corola correspondeu a maior distância horizontal entre as bordas;
- Comprimento do cálice: obtido pela mensuração com gua graduada em milímetro.
O comprimento do cálice correspondeu à distância das duas extremidades
longitudinais.
2.3.4.6 Descritores do fruto
- Cor principal da casca: verificada pela observação visual de cada fruto;
- Cor principal do mesocarpo: verificada pela observação visual de cada fruto;
- Número médio de frutos por planta: obtido pela razão entre todos os frutos colhidos
da parcela e o número de plantas da parcela (stand final);
- Massa média do fruto: obtida pela razão entre a massa total dos frutos colhidos e pelo
número de frutos. Os frutos foram pesados em balança eletrônica com capacidade de
25,0 kg e precisão de 0,01 g. O resultado foi expresso em kg . fruto
-1
.
52
- Produtividade da planta: obtida pela pesagem de todos os frutos colhidos da parcela.
Os frutos foram pesados em balança eletrônica com capacidade de 25,0 kg. e precisão
de 0,01g O resultado foi expresso em t . ha
-1
;
- Diâmetro longitudinal médio do fruto: obtido pela mensuração com régua graduada
em milímetro.Os frutos foram seccionados longitudinalmente e a mensuração foi
realizada em uma banda de cada fruto, medindo-se o seu maior comprimento desde a
inserção do pedúnculo até a extremidade oposta, expresso em cm;
- Diâmetro transversal médio do fruto: obtido pela mensuração com régua graduada em
milímetro. Os frutos foram seccionados longitudinalmente e foi realizada a mensuração
do diâmetro de uma banda de cada fruto, expresso em cm;
- Índice de formato: obtido pela razão entre o diâmetro longitudinal médio e o diâmetro
transversal médio;
- Espessura média da polpa: obtida pela mensuração com régua graduada em
milímetro. Os frutos foram seccionados longitudinalmente e as mensurações foram
realizadas em cada lado de uma das bandas de cada fruto, medindo-se na parte mediana
o comprimento do mesocarpo, excluindo-se a casca. Efetuou-se a média de duas
mensurações. Expressa em cm.;
- Firmeza média da polpa: o fruto foi seccionado longitudinalmente, e em cada banda
foi medida a resistência através de um penetrômetro com pluger de ponta cônica de 8
mm de diâmetro, na região mediana comestível de cada parte do fruto (quatro leituras
por fruto em regiões diferentes), eqüidistante em relação ao comprimento e à espessura
53
do mesocarpo. Os resultados no aparelho foram expressos em libras (lb),
posteriormente convertidas em Newton (N), em que um Newton correspondente a uma
libra x 4,45;
- Teor de sólidos solúveis: determinado através de refratometria digital, obtido pela
retirada de uma fatia de cada um dos frutos, cortada longitudinalmente, pressionando-a
manualmente até a liberação do suco no visor do refratômetro, Modelo PR-100 Paletti
com correção automática de temperatura. Realizaram-se duas leituras, calculando-se o
valor médio do fruto, expresso em percentagem de ºBrix.
Para avaliação dos descritores do fruto, foi considerada uma amostra aleatória
de 10 frutos por parcela.
2.3.5 Análise estatística
Foram estimadas as médias aritméticas, os valores mínimos e máximos para os
acessos, considerando as duas avaliações em conjunto de cada descritor. Estimou-se o
coeficiente de variação entre as médias dos acessos para cada descritor. Utilizou-se o
programa R
®
2.6.2 para processar todas as análises.
54
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 DESCRITORES DO FRUTO
Dos 42 acessos coletados, aproximadamente 50% pertenciam ao grupo
botânico Cantalupensis, seguido pelos grupos Momordica (19,05%) e Conomon
(14,29%). Todavia, quase um quinto dos acessos não foram identificados quanto ao
grupo botânico (Tabela 2).
Observou-se uma grande variação na cor da casca e na cor da polpa entre os
acessos (Figura 1). A maioria dos acessos apresentou coloração de casca amarela
(43,48%), seguida pelas cores branca (30,43%) e verde (21,74%). Apenas o híbrido
‘HDRF’ possui coloração creme, enquanto que o acesso A-32 possui casca de tipo
rajada em verde e amarela.
Com relação à cor da polpa, a maior parte dos acessos tem cor de polpa branca
(58,70%), seguida da cor salmão (23,91%) e branco-esverdeada (10,87%). Apenas três
acessos tinham cor de polpa verde (6,52%).
Os acessos diferiram quanto ao número de frutos por planta, com uma
amplitude de 10,1 frutos por planta. Os acessos A-16 e A-17, grupo Conomon, foram
os mais prolíficos, com 11,0 e 7,3 frutos por planta; seguidos do acesso A-15, grupo
Momordica, com 6,9 frutos por planta. Considerando o coeficiente de variação, esse
descritor foi o mais variável entre os avaliados (Tabela 2).
Houve grande variação quanto ao peso médio do fruto, com pesos de 0,4 a 2,4
kg e um coeficiente de variação 34%. Conforme a lista dos descritores do meloeiro
publicada pelo IPGRI, existem acessos de frutos pequenos ( 0,4 kg), pequenos a
intermediários ( 0,8 kg), intermediários ( 1,2 kg), intermediários a grandes ( 1,6
kg), grande ( 2,0 kg) e grandes a muito grandes ( 2,6 kg). Os acessos A-34 e A-35
55
destacaram-se com frutos superiores a 2,0 kg, enquanto os acessos A-9, A-11, A-12,
A-16, A-17, A-21 e A-32 possuíram frutos menores do que 1,0 kg. Dentre os referidos
acessos, apenas A-12 e A-32 não pertencem ao grupo botânico Conomon.
Com relação à produtividade, observou-se a segunda maior variação, com
amplitude total de 52,7 kg.ha
-1
e o segundo maior coeficiente de variação (38,8%). Os
acessos A-2, A-15, A-20, A-35, A-36 e A-38 foram os mais produtivos (Tabela 2),
enquanto os acessos A-10, A-34, A-43 e A-46 foram os menos produtivos.
Os frutos variaram quanto ao índice de formato, definido como a relação entre
o comprimento longitudinal e o transversal, com valores entre 1,1 e 2,5 apresentando
um coeficiente de variação de 21,0 %. A variabilidade no formato do fruto pode ser
observada na Figura 1. Segundo Paiva (2000), frutos com forma esférica têm índice de
formato inferior ou igual a 1,0; com forma oval, têm índice de formato entre 1,01-1,50;
e comprido, têm valor superior a 1,5. Considerando essa classificação, os acessos
possuem frutos com formatos oval e comprido. A variação no índice de formato reflete
a variabilidade encontrada nos diâmetros longitudinal e transversal.
56
Figura 1. Variação na cor da casca e na cor da polpa de frutos de acessos de meloeiro.
Mossoró-RN, UFERSA, 2008.
57
Tabela 2. Caracterização de acessos/cultivares de meloeiro a partir de descritores do fruto. Mossoró-RN, UFERSA,
2006/2007.
Acesso GRUPO CC
CP
NF MF PR DL DT IF EP FP SS
A-01 Cantaloupensis Ve
Sa 2,4 1,5 31,1 19,5 13,2 1,5 2,9 24,0 5,8
A-02 Cantaloupensis Am
Br 5,2 1,4 58,6 26,2 10,9 2,4 2,7 17,8 4,5
A-03 Cantaloupensis Ve BV 1,6 1,4 22,5 19,1 11,9 1,7 3,0 29,3 5,9
A-04 Cantaloupensis Am Sa 1,9 1,3 26,4 17,4 11,9 1,5 2,4 32,0 5,9
A-05 ND Ve Br 4,0 1,3 44,9 21,0 10,4 2,0 2,7 18,2 5,4
A-06 Cantaloupensis Am Sa 1,5 1,8 25,0 21,5 12,7 1,7 3,2 23,6 6,0
A-07 Cantaloupensis Am Sa 2,4 1,3 30,0 18,5 11,9 1,6 3,0 22,7 6,5
A-08 ND Br
Br 1,7 1,3 24,3 18,8 12,0 1,6 3,2 26,7 6,9
A-09 Conomon Am Br 4,0 0,6 26,3 16,1 8,4 1,9 2,2 23,1 5,8
A-10 Cantaloupensis Am BV 1,0 1,3 11,9 16,5 12,9 1,3 3,4 24,4 7,8
A-11 Conomon Br Br 5,9 0,7 30,5 14,8 9,1 1,6 2,2 25,8 6,8
A-12 ND Am Br 4,7 0,6 21,9 16,0 8,4 2,0 2,0 28,0 5,9
A-13 Cantaloupensis Ve Ve 2,3 1,0 20,9 16,4 10,6 1,5 2,3 35,1 6,5
A-14 Cantaloupensis Am BV 1,6 1,5 23,7 20,0 12,5 1,7 2,6 22,2 6,2
A-15 Momordica Br Br 6,9 1,2 63,8 24,2 12,9 2,0 2,6 16,4 4,7
A-16 Conomon Am Br 11, 0,4 42,9 11,6 7,6 1,5 2,0 40,9 4,1
A-17 Conomon Am Br 7,3 0,6 34,9 15,1 8,8 1,7 2,1 26,7 6,0
58
Cont…
A-18 Cantaloupensis Am Br 4,4 1,1 41,6 19,2 10,6 1,9 2,7 18,7 5,6
A-19 ND Br Br 2,2 1,6 27,6 15,0 13,3 1,1 3,4 20,0 6,7
A-20 Momordica Br Br 5,4 1,3 57,7 25,4 10,0 2,5 2,5 17,8 3,9
A-21 Conomon Am BV 6,7 0,6 35,2 14,6 9,0 1,6 2,2 24,0 7,5
A-22 Cantaloupensis Ve Ve 2,0 1,5 31,1 20,8 11,9 1,8 2,9 23,1 6,3
A-23 Momordica Br Br 4,8 1,1 49,7 22,3 10,5 2,1 2,3 30,7 6,1
A-24 Cantaloupensis Am Sa 3,2 1,1 41,6 21,0 10,8 1,9 2,6 26,7 6,7
A-25 Cantaloupensis Am Sa 1,6 1,9 29,7 20,1 13,4 1,6 3,0 18,7 6,6
A-26 ND Br Br 2,2 1,9 32,9 22,4 13,5 1,7 3,5 17,3 6,6
A-27 ND Br Sa 1,9 1,6 34,4 19,9 9,6 1,6 2,5 16,4 3,8
A-28 Cantaloupensis Ve Sa 2,3 1,8 40,2 23,9 13,1 1,8 5,6 32,0 6,5
A-29 Cantaloupensis Ve BV 4,1 1,1 28,6 17,7 10,9 1,6 2,5 27,1 7,3
A-30 Momordica Br Br 1,9 1,9 33,7 19,5 13,7 1,5 3,0 21,3 6,3
A-31 Cantaloupensis Am Ve 4,3 1,3 47,4 23,6 11,2 2,1 2,5 19,6 5,0
A-32 Momordica Rj
Br 6,7 0,7 38,0 15,5 9,3 1,6 2,1 21,3 7,4
A-33 ND Am Br 2,2 1,7 23,8 20,0 13,4 1,5 2,5 28,0 6,1
A-34 Cantaloupensis Am Sa 0,9 2,1 15,9 21,2 15,2 1,4 3,2 24,0 6,1
A-35 ND Ve Sa 3,2 2,4 51,1 30,2 13,6 2,3 3,3 21,8 4,9
A-36 Cantaloupensis Ve Br 4,8 1,6 64,3 27,8 11,1 2,5 2,9 24,0 3,5
59
Cont...
A-37 Momordica Br Br 3,8 1,0 44,7 17,7 10,8 1,6 2,9 25,8 6,2
A-38 Momordica Ve Br 4,5 1,3 50,4 24,0 10,5 2,3 2,7 17,8 4,2
A-39 Cantaloupensis Cr Br 4,2 1,0 43,6 23,6 9,6 2,5 2,2 24,0 3,3
A-40 Momordica Br Br 6,8 0,5 26,1 12,9 8,6 1,5 2,0 22,7 7,8
A-41 Cantaloupensis Br Br 1,8 1,2 22,2 15,6 12,6 1,3 3,5 21,8 7,1
A-42 Momordica Br Br 2,7 1,6 37,2 22,7 12,3 1,9 2,8 20,4 5,7
‘HDRF’ Inodorus Br Sa 1,3 1,1 13,9 13,3 12,2 1,1 3,4 36,9 10,1
‘Mandacaru’ Inodorus Am Br 1,6 1,4 19,4 15,4 13,6 1,1 3,8 35,1 8,5
‘Vereda’ Inodorus Am Br 1,5 1,3 19,5 15,9 10,4 2,0 3,7 24,0 8,1
‘Goldex’ Inodorus Am Br 1,4 1,2 16,6 13,8 11,9 1,2 6,3 24,9 9,2
Mínimo 0,9 0,4 11,9 11,6 7,6 1,1 2,0 16,4 3,3
Máximo 11,4 2,4 64,3 30,2 15,2 2,5 6,3 40,9 10,1
CV(%) 62,4 34, 38,8 21,5 15,6 21, 28,3 22,9 23,25
ND: não definido.
Ve: verde; Am: amarelo; Br: branco; Rj: rajada; Cr: creme; Sa: salmão; Bv: branco-esverdeada.
Gr: grupo botânico; CC: cor da casca; CP: cor da polpa; NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em kg;
PR: produtividade, em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP:
espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em Kgf; SS: sólidos solúveis totais, em %.
60
Os acessos variaram quanto à espessura da polpa, com amplitude de 4,3 cm. O
acesso com maior valor foi o A-28, com espessura inferior a apenas o cultivar
‘Mandacaru’ (Tabela 2). Os menores valores foram dos acessos A-12, A-16 e A-40,
com média de 2,0 cm.
Quanto à espessura da polpa, destacaram-se os acessos A-4, A-13, A-16, A-28,
A-43 e A-44, com valores superiores a 30 N. Os menores valores foram observados
nos acessos A-15 e A-27, com estimativas de 16,4 N (Tabela 2).
Quanto ao teor de sólidos solúveis, as estimativas variaram de 3,3 a 10,1%.
Observou-se que os acessos possuíam valores muito baixos desse descritor,
contrastando com valores maiores das cultivares melhoradas ( 8,0 %) (Tabela 2).
Considerando apenas as estimativas dos grupos definidos (Cantalupensis,
Conomon, Momordica e Inodorus) (Tabela 3), observou-se variação entre e dentro dos
grupos de acessos avaliados. Esse fato evidencia a grande variabilidade presente na
espécie Cucumis melo para os descritores do fruto, conforme comentado por diversos
autores na literatura (STAUB et al., 2000; STAUB et al.; 2004; NAKATA et al.,
2005).
Comparando-se as estimativas dos acessos nos grupos identificados e no grupo
de acessos não identificados com os quatro híbridos, em média, os mais produtivos são
os mais prolíficos, contudo possuem frutos mais alongados, com menor espessura de
polpa, menor firmeza da polpa e menor teor de sólidos solúveis em relação aos
cultivares comerciais.
O grupo botânico Cantalupensis Naud é caracterizado pelo aroma exalado
pelos frutos maduros e reduzida vida pós-colheita. Na presente caracterização,
observou-se uma grande variabilidade em todos os descritores do fruto. Muitos desses
acessos pertenciam ao melão comumente denominado pelos agricultores de “melão de
cheiro” ou “melão caipira”. Esse tipo de melão apresentou frutos de casca amarela e
polpa salmão, tamanho de intermediário a grande e presença de gomos.
61
O grupo botânico Conomon Naud, conforme definido por Munger e Robson
(1991), é dividido em var. conomon e var. makuwa. Esses melões são cultivados no sul
e leste da Ásia, em especial no Japão, Coréias e raramente no sul da China. Suas
principais características são frutos com baixo teor de sólidos solúveis, casca lisa,
polpa branca, folhagem verde-escura e sementes pequenas (TANAKA et al., 2006).
Essas características foram observadas nos acessos avaliados no presente trabalho. O
acesso A-16 foi o mais prolífico e apresentou firmeza de polpa elevada (40,9 N). Com
efeito, o referido acesso pode ser utilizado para aumentar a prolificidade e a
produtividade do meloeiro por meio de cruzamentos com cultivares ou linhagens
melhoradas.
Os melões momordica [Cucumis melo L. Grupo. momordica (Roxb.) Duthie et
Fuller], também denominados de snapmelo, são nativos da Índia e muito utilizados em
saladas ou em picles. As principais características desses frutos são o baixo teor de
sólidos solúveis e a rachadura nos frutos maduros, também observadas na maioria dos
acessos avaliados. A principal utilidade do melão indiano é como fonte de resistência
genética a doenças e pragas, como, por exemplo, os fungos Fusarium oxysporium e
Podosphaera xanthii, o nematóide Meloidogyne incognita e os vírus PRSV (Papaya
Ring Spot Vírus) (DHILLON et al., 2007). Por outro lado, deve ser ressaltado que a
avaliação da reação dos acessos aos principais patógenos da lavoura meloeira deve ser
realizada para identificação de novas fontes de resistência. Atualmente, os principais
patógenos da cultura do melão são Podosphaera xanthii, agente causal do oídio;
Rotylenchulus reniforme, nematóide prevalente em mais de 25% das propriedades e
Acidovorax avenae, bactéria causadora da mancha-aquosa.
62
Tabela 3. Média e coeficiente de variação (entre parênteses) de nove descritores avaliados em acessos e cultivares de meloeiro.
Mossoró, UFERSA, 2006/2007.
Grupo NF MF PR DL DT IF EP FP SS
Cantalupensis
2,7
(50,2)
1,4
(21,8)
32,8
(41,4)
20,5
(15,9)
11,9
(10,8)
1,8
(20,6)
3,0
(24,2)
24,4
(19,1)
6,0
(19,2)
Conomon
7,0
(36,8)
0,6
(18,9)
34,0
(18,2)
14,4
(11,7)
8,6
(7,1)
1,7
(9,1)
2,1
(4,2)
28,0
(26,0)
6,4
(24,0)
Inodorus
1,5
(8,9)
1,3
(10,3)
17,4
(15,4)
14,6
(8,5)
12,0
(10,9)
1,4
(32,3)
4,3
(31,3)
30,2
(22,2)
8,9
(11,0)
Momordica
4,8
(37,5)
1,2
(36,2)
44,6
(27,0)
20,5
(21,1)
11,0
(15,4)
1,9
(19,4)
2,5
(13,8)
21,8
(20,6)
5,8
(24,0)
Não identificado
2,8
(39,4)
1,6
(33,6)
32,6
(32,4)
20,4
(22,8)
11,8
(17,4)
1,7
(21,4)
2,9
(18,6)
22,2
(22,0)
5,8
(18,2)
NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em kg; PR: produtividade, em t ha
-1
; DL: diâmetrog longitudinal, em cm; DT:
diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: sólidos solúveis totais,
em %.
63
3.1 DESCRITORES DA SEMENTE, CAULE, FOLHA E INFLORESCÊNCIA
Observou-se variação para o peso de 100 sementes, com valores entre 1,0 a 4,5
g (Tabela 4). Os acessos A-09, A-16 e A-11, todos do grupo Conomon, foram aqueles
com os menores valores para o peso da semente. O tamanho da semente é menor em
espécies selvagens de melão. É fato notório na literatura internacional que acessos do
grupo Conomon possuem, em média, sementes menores (STESPANSKY et al., 1999;
AKASHI et al., 2002, TANAKA et al., 2006). Cultivares de melão melhorados têm,
em sua maioria, sementes grandes, como é o caso dos híbridos dos tipos Cantaloupe,
Amarelo, Charenthais e Honew Dew. No presente trabalho, os híbridos avaliados
apresentaram sementes com estimativas elevadas para esse descritor, inclusive com as
duas maiores pertencendo aos híbridos ‘Vereda’ e ‘Goldex’ (Tabela 4).
Com relação ao tamanho da haste principal, observou-se grande variação com
coeficiente de variação de 39,0 % (Tabela 4). O acesso A-41, do grupo
Cantaloupensis, possui o menor valor (0,7 cm), enquanto que o acesso A-19, de grupo
não definido, teve o maior comprimento da haste principal (4,8 cm), totalizando uma
amplitude de 4,1 cm.
O acesso A-11 apresentou maior número de ramos (7,5 ramos por planta),
enquanto o acesso A-11 apresentou maior número de ramos (7,5 ramos por planta),
enquanto que o híbrido ‘HDRF’ teve o menor valor, com 2,1 ramos por planta. Os
quatro híbridos avaliados apresentaram valores reduzidos para esse descritor. O
número de ramos por planta é estreitamente relacionado com o número de frutos por
planta (TAHA et al., 2003). Essa é uma explicação para a prolificidade encontrada em
landraces em vários trabalhos (RAKHI e RAJAMONY, 2005; MONFORTE et al.,
2005; LOTTI et al., 2007), fato também observado nos acessos avaliados. Uma
possível explicação para o menor número de ramos por planta em cultivares
melhoradas é a seleção feita no sentido de redução do porte da planta e aumento da
64
qualidade do fruto, uma vez que o número de ramos e número de frutos por planta são
inversamente proporcionais ao teor de sólidos solúveis (TAHA et al., 2003; ZALAPA
et al., 2006). O número de frutos por planta nos híbridos cultivados no agropolo
Mossoró-Assu é reduzido, em torno de 1,5 frutos por planta, em média.
Tabela 4. Caracterização de acessos/cultivares de meloeiro a partir de descritores da
semente, do caule, folha e flor. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
Acesso PS HP NR NLo RF CPe CF
O
TS FLO CP
d
CCa LC
o
CC
o
A-01 2,3 1,5 6,1 4,5 0,8 12,7 V
c
M 23,5 3,1 4,1 0,9 1,9
A-02 2,8 2,3 4,2 4,0 0,8 15,4 V
c
M 20,0 3,1 5,1 0,7 1,4
A-03 3,2 1,9 4,5 3,0 0,9 12,2 V
c
A 23,5 3,6 5,1 1,0 2,0
A-04 3,5 1,9 6,2 5,0 0,8 15,4 V
e
A 24,5 6,2 6,2 1,3 2,7
A-05 2,3 1,9 4,9 3,0 0,8 14,8 V
e
A 23,5 4,1 5,1 1,3 2,7
A-06 2,5 1,9 4,4 4,0 0,9 13,8 V
c
M 23,5 5,1 4,6 0,9 1,9
A-07 3,6 2,1 5,2 4,0 0,8 13,3 V
c
M 23,5 4,6 5,6 0,9 1,9
A-08 2,5 2,1 6,8 4,0 0,9 17,2 V
c
M 23,5 3,6 5,1 1,1 2,2
A-09 1,2 1,3 5,1 4,0 0,9 14,8 V
e
M 23,5 3,6 5,6 1,2 2,1
A-10 3,8 1,6 3,9 3,0 0,7 14,8 V
c
A 23,5 2,1 5,1 1,0 2,3
A-11 2,4 0,9 7,5 4,0 0,8 14,3 Ve M 20,0 4,7 4,1 0,8 1,7
A-12 2,3 1,2 7,0 4,0 0,8 13,3 V
c
A 23,5 4,7 5,1 1,3 2,7
A-13 3,4 1,7 5,4 4,0 0,9 12,2 V
c
A 24,5 2,6 5,6 1,1 2,4
A-14 2,5 1,7 4,7 5,0 0,8 16,4 V
c
A 23,5 4,2 5,1 1,1 2,5
A-15 2,6 2,2 4,8 3,0 0,7 14,4 V
c
M 23,5 4,2 6,2 1,1 2,3
A-16 1,0 1,9 5,1 5,0 0,8 15,1 Ve M 23,5 3,2 4,6 0,9 1,6
A-17 1,1 1,4 6,0 4,0 0,7 14,9 Ve A 16,5 3,2 5,1 0,8 1,7
A-18 1,7 1,9 4,3 3,0 0,9 15,9 V
c
A 20,0 4,7 6,2 1,2 2,6
A-19 2,7 4,8 3,2 5,0 0,9 11,3 V
c
A 16,5 4,7 6,2 1,5 3,2
A-20 2,4 4,7 5,4 3,0 0,9 16,2 V
c
M 20,0 4,2 5,1 1,3 2,4
A-21 2,6 1,5 5,6 3,0 0,8 15,7 Ve M 20,0 3,7 5,6 1,5 2,5
A-22 3,5 1,7 6,5 6,0 0,8 11,9 V
c
A 23,5 2,6 5,6 1,4 2,8
A-23 3,0 1,6 6,5 5,0 0,7 14,6 V
c
M 23,5 3,7 5,1 1,2 2,0
A-24 2,7 2,2 6,6 3,0 0,7 16,2 V
c
A 23,5 3,7 4,6 0,7 1,5
A-25 3,5 2,2 5,4 3,0 0,9 12,2 V
c
A 23,5 3,7 5,1 0,8 1,2
A-26 3,9 2,2 5,9 4,0 0,8 13,0 V
c
A 23,5 4,2 5,6 1,0 1,7
A-27 2,5 1,8 2,7 3,8 0,7 9,4 V
c
A 19,8 3,9 4,3 1,1 1,6
65
Cont....
A-28 2,6 2,3 4,4 5,0 0,9 12,4 V
c
A 23,5 4,3 6,2 1,2 2,0
A-29 2,1 1,5 6,1 4,5 0,8 11,9 V
c
A 20,0 3,1 4,6 1,3 2,1
A-30 2,0 1,0 6,8 3,0 0,8 13,5 V
c
A 25,0 5,5 5,6 0,9 1,6
A-31 2,5 2,2 4,2 3,0 0,9 14,3 V
c
A 20,0 4,4 4,6 1,0 1,5
A-32 2,1 2,5 3,7 3,0 0,8 15,9 V
c
M 20,0 2,8 5,1 1,1 2,1
A-33 3,3 1,1 5,8 4,0 0,8 16,7 V
c
A 24,0 3,9 5,6 1,4 2,3
A-34 3,5 1,9 4,2 5,0 0,7 13,5 V
c
A 24,0 3,9 5,6 1,2 2,2
A-35 2,5 1,7 5,3 4,0 0,8 13,5 V
c
A 24,0 5,0 4,6 1,3 2,6
A-36 3,3 2,4 4,7 5,0 0,8 15,1 V
c
A 20,5 3,9 5,1 1,1 1,9
A-37 2,7 2,3 5,1 3,0 0,8 9,2 V
c
A 13,5 3,3 5,1 1,0 1,6
A-38 3,3 1,5 3,5 4,0 0,8 15,1 V
c
A 20,5 3,9 5,6 1,5 1,8
A-39 2,6 2,7 3,7 4,0 0,9 13,8 V
e
A 24,0 5,0 4,6 0,9 1,7
A-40 2,5 2,1 5,1 5,0 0,7 10,3 V
e
M 24,0 3,9 5,1 1,0 1,7
A-41 3,4 0,7 4,5 3,0 0,9 16,5 V
c
M 14,0 3,9 4,1 0,6 1,4
A-42 2,4 1,5 3,5 4,0 0,9 16,7 V
e
A 15,0 2,6 5,1 1,3 2,2
‘HDRF’ 3,0 2,8 3,3 3,0 0,8 17,8 V
c
A 14,5 4,4 4,6 1,1 2,0
‘Mandacaru’ 3,5 1,4 3,5 5,0 0,7 14,3 V
c
A 13,5 3,9 4,6 1,2 2,1
‘Vereda’ 4,3 1,9 3,4 4,0 0,8 9,7 V
c
A 13,5 3,3 5,1 1,0 1,7
‘Goldex’ 4,5 1,5 2,1 4,0 0,8 12,2 V
c
A 13,5 3,3 4,6 0,9 1,4
Mínimo 1,0 0,7 2,1 3,0 0,7 9,2 - - 3,5 2,5 4,1 1,2 0,6
Máximo 4,5 4,8 7,5 6,0 0,9 17,8 - - 15,0 8,5 6,2 3,2 1,5
CV(%) 27,2 39,0 25,4 20,0 9,3 14,9 - - 33,1 28,5 11,1 21,9 20,2
PS: peso de cem sementes, em g; HP: comprimento da haste principal, em m; NR: número de ramos; NL
o
:
número de lóbulos; RF: razão foliar; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CF
o
: cor da folha; TS: tipo
sexual; CP
d
: comprimento do pedúnculo, em cm; CC
a
: comprimento do cálice, em cm; LC
o
: largura da
corola, em cm; CC
o
: comprimento da corola, em cm;
A média do número de lóbulos foliares variou de 3,0 (acesso A-03) a 6,0
(acesso A-22) (Tabela 4). Conforme o IPGRI, a forma da folha é caracterizada pela
conformação e o número de lóbulos. Assim sendo, as folhas podem ser sem lóbulos,
tri-lobadas e penta-lobadas, entre outras variações. Foram observados 15 acessos com
folhas trilobadas (32,61%) e 10 com folhas pentalobadas (21,74%). Todavia, a maior
parte dos acessos segregou (45,65%) para esse descritor. Os acessos com média de 3,8
e 4,0 possuíam algumas plantas trilobadas e outras pentalobadas, enquanto que o
acesso A-22 segregou para plantas pentalobadas e heptalobadas.
66
A relação entre o comprimento e a largura da folha, denominada de razão
foliar pelo IPGRI, foi pouco variável, com valores entre 0,6 e 0,9 e o menor coeficiente
de variação entre os descritores (Tabela 4).
Com relação ao pecíolo foliar, verificou-se que o híbrido ‘HDRF’ possuiu o
maior comprimento do pecíolo (17,8 cm), enquanto que o acesso A-37 revelou o
menor tamanho (9,2 cm). Os pecíolos dos acessos A-27, A-37 e A-40, bem como o
híbrido ‘Vereda’, com valores próximos a 10,0 cm, o classificados como médios,
enquanto que os demais acessos são classificados como de pecíolos longos.
A maioria dos acessos possuía folhas de coloração verde-clara (78,26%),
enquanto que apenas 10 acessos possuíam folhas verde-escuras. Dentre os acessos com
folhas verde-claros, cinco pertenciam ao grupo botânico Conomon. Aliás, dentro do
referido grupo, todos os acessos tinham folha, caule e ramos de coloração verde-escura
intensa.
Quanto à expressão sexual, os acessos foram classificados como monóicos
(plantas com flores masculinas e femininas na mesma planta, mas separadas) e
andromonóicos (plantas com flores masculinas e hermafroditas na mesma planta, mas
separadas). A maioria dos acessos foi andromonóico (67,40%). A maior parte dos
acessos dos grupos Conomon e Momordica é monóica (Tabela 4). Para o
melhoramento genético, as plantas monóicas e andromonóicas são as mais utilizadas.
A maior parte dos híbridos comercializados são plantas andromonóicas, enquanto que
uma pequena parte é monóica, em especial os híbridos do tipo Charenthais. No
presente estudo, todos os híbridos eram andromonóicos. Todavia, existe uma tendência
para substituição de plantas andromonóicas por plantas monóicas devido às seguintes
razões: a) a emasculação de flores não é necessária para evitar a autofecundação; b) a
facilidade para produzir sementes híbridas e preservar direitos autorais e c) frutos de
plantas monóicas desenvolvem uma pequena cicatriz na região peduncular, resultando
67
em menor risco para infecção de microorganismos e, por conseguinte, melhor
qualidade de fruto (NOGUERA et al., 2005).
Com relação à precocidade, número de dias para o aparecimento da primeira
flor masculina após o transplantio, observou-se grande variação entre os acessos e
cultivares. As cultivares melhoradas foram extremamente precoces, exibindo a
primeira flor aproximadamente uma semana após o transplantio (Tabela 4). O ciclo do
meloeiro no Nordeste do Brasil é extremamente rápido (65-70 dias) em relação
àqueles da Europa e América do Norte (120 dias), pois o meloeiro, nas condições de
intensa luminosidade e elevada temperatura, amadurece rapidamente. A precocidade é
negativamente correlacionada com o teor de sólidos solúveis (TAHA et al., 2003).
Considerando que um dos principais objetivos nos programas de melhoramento é
aumentar o teor de sólidos solúveis do fruto, a precocidade não seria uma boa
característica. Por outro lado, materiais muito tardios não seriam aceitos pelo produtor
devido à demora no retorno econômico e, por conseguinte, menor número de safras por
ano.
O acesso A-10 apresentou o menor comprimento do pedúnculo (2,1 cm),
enquanto que o acesso A-30 revelou o maior valor de 5,1 cm. A variação observada
entre os acessos para esse descritor pode ser descrita pela magnitude do coeficiente de
variação (28,5%), o terceiro maior valor entre os descritores que constam na Tabela 4.
Quanto ao comprimento do cálice, verificou-se uma amplitude de 2,1 cm, com
maior valor de 6,2 para o acesso A-04 e o menor valor para o acesso A-10. O
coeficiente de variação foi o segundo menor dos descritores (11,1%).
O comprimento e a largura da corola apresentaram coeficientes de variação
equivalentes, 21,9 e 20,2 %, respectivamente. O acesso com as maiores estimativas de
média para os dois descritores foi o A-41, pertencente ao grupo Cantalupensis (Tabela
4).
68
4 CONCLUSÕES
uma alta variabilidade entre os acessos coletados para os descritores de
fruto, caule, folha, semente e inflorescência, com possibilidade de sua utilização para
obter populações segregantes prolíficas, com alto teor de sólidos solúveis e precoces
quando cruzados com cultivares melhoradas.
69
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73
CAPÍTULO 2
SELEÇÃO DE DESCRITORES MORFO-AGRONÔMICOS DE
GERMOPLASMA DE MELOEIRO EM DOIS ANOS DE AVALIAÇAO
RESUMO
TORRES FILHO, José. Seleção de descritores morfo-agronômicos de germoplasma
de meloeiro em dois anos de avaliação. 2008. 150 f. Tese (Doutorado em
Agronomia/Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
Os objetivos do presente trabalho foram verificar se a seleção de descritores é
necessária e eficiente na avaliação de acessos de meloeiro; verificar se o descarte de
descritores e o agrupamento de acessos depende das condições nas quais os
experimentos são conduzidos; identificar os descritores descartados e selecionados nas
avaliações e agrupar os acessos/cultivares avaliados em diferentes condições. Foram
conduzidos dois experimentos, em 2006 e 2007, no delineamento de blocos
casualizados com duas repetições. Foram utilizados 20 descritores, sendo um da
semente, nove do fruto, cinco da inflorescência, três da folha e dois do caule. Utilizou-
se a invariância e técnica de componentes principais para descarte dos descritores. O
descarte de descritores foi necessário para eliminar os problemas de colinearidade na
matriz de variância-covariância residual. O descarte dos descritores e o agrupamento
dos acessos foram dependentes das condições de avaliação, principalmente devido aos
efeitos de ano e da interação acessos x anos. Os descritores descartados na avaliação
foram diâmetro do fruto (DF) e massa do fruto (PF), em 2006; diâmetro longitudinal
(DL), massa do fruto (PF) e produção (PR), em 2007; e peso de cem sementes (OS),
produção (PR) e diâmetro longitudinal (DL) na avaliação conjunta 2006-2007. As
análises conjuntas, com e sem descarte, proporcionaram agrupamentos semelhantes,
permitindo a obtenção de cinco grupos e a discriminação entre acessos e materiais
comerciais.
Palavras-chave: Cucumis melo L., colinearidade, interação genótipos x ambientes,
componentes principais.
74
ABSTRACT
TORRES FILHO, José. Selection of morpho-agronomic descriptors of melon
germplasm in two years of evaluation. 2008. 150 f. Tese (Doctorate in
Agronomy/Crop Science) – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
The objectives of the present work were: to verify if descriptors selection is necessary
and efficient in the evaluation of melon accessions; to verify if descriptors discard and
the grouping of accessions depends on the conditions in which the experiments are
carried out; to identify the discarded and selected descriptors in the evaluations and to
group the accessions/cultivars evaluated in different conditions. Two experiments
were carried out in 2006 and 2007 in a randomized complete block design with two
replications. Twenty descriptors were used, being one of the seed, nine of fruits, five of
the inflorescence, three of the leaf and two of the stem. The descriptors discard was
necessary to eliminate the colinearity in the residual variance-covariance matrix. The
discard of the descriptors and the grouping of the accessions were dependent of the
evaluation conditions, mainly due to the year effects and the interaction accessions x
years. The analysis of variance and the principal component analysis were used to
discard descriptors. The discarded descriptors in the evaluation were: fruit
diameter and mass in 2006; fruit lengthwise diameter, fruit mass and production
in 2007; and weight of 100 seeds, fruit production and lengthwise diameter in
the 2006-2007 joint analysis. The joint analyses, with and without discard,
provided similar groupings, allowing the obtaining of five groups and
discrimination between accessions and commercial cultivars.
Keywords: Cucumis melo L., colinearity, genotypes x environments interaction,
principal components.
75
1 INTRODUÇÃO
Em razão da quantidade de germoplasma coletado entre os produtores, estudos
de divergência entre acessos tornam-se importantes para fornecer informações sobre a
variabilidade genética disponível. As informações obtidas podem ser utilizadas para
identificar duplicatas na coleção, auxiliando o curador do banco de germoplasma a
decidir quais acessos devem ser selecionados. Além disso, do ponto de vista do
melhorista, o interesse principal é a identificação de combinações híbridas que possam
proporcionar populações segregantes com grande variabilidade, aumentado a
possibilidade de recuperação de genótipos superiores (CRUZ; REGAZZI, 1994).
No estudo da divergência genética são comumente utilizados dados morfo-
agronômicos e/ou dados moleculares. Com relação aos trabalhos com dados morfo-
agronômicos, uma das questões básicas diz respeito ao número e tipo de características
ou descritores a serem avaliados, pois a maior ou menor extensão da dissimilaridade
depende dos descritores e de seu número (CRUZ et al., 1994). Os descritores
escolhidos devem ser relevantes para a classificação esperada. Os descritores
preservados na análise de divergência genética deverão ser apenas aqueles que
representem a estrutura fundamental do sistema biológico que está sendo estudado,
devendo ainda serem suficientemente diversos para representar, no mínimo, as
dimensões mais importantes do sistema (ADAMS; WIERSMAN, 1978).
Em muitas situações, os pesquisadores tenderão, naturalmente, a avaliar maior
número possível de descritores, gerando, com isso, acréscimo considerável de trabalho.
Quando o número de caracteres é muito elevado, é possível que muitos deles pouco
contribuam para a discriminação dos indivíduos avaliados, por serem relativamente
invariantes entre estes ou mesmo por serem redundantes em virtude das elevadas
correlações com outros descritores. Essa situação apresenta como conseqüência,
aumento no trabalho da caracterização, sem melhoria de precisão, além de tornar mais
76
complexa a análise e interpretação dos dados. Assim sendo, a eliminação dos
descritores redundantes, invariantes e de difícil mensuração torna-se desejável, a fim
de facilitar o estudo da divergência, reduzindo tempo e custos da experimentação.
No caso do meloeiro, os descritores mais importantes são aqueles relacionados
à produção e qualidade dos frutos. A cultivar ideal dessa cucurbitácea precisa ter alta
produtividade (superior a 25 t ha
-1
), tamanho do fruto adequado às preferências do
mercado para cada tipo de melão, elevada firmeza de polpa, característica altamente
relacionada ao tempo de vida útil s-colheita, e elevado teor de sólidos solúveis,
principal descritor da qualidade do meloeiro (NUNES et al., 2006 ). Além desses, a
precocidade e a arquitetura da planta do meloeiro (comprimento da haste principal e
número de ramos secundários) são características importantes contempladas nos
programas de melhoramento genético. Com efeito, em princípio, todos esses
descritores devem ser considerados nos estudos de divergência genética. Não obstante,
mesmo com a notória importância da cultura do meloeiro, não foram encontrados
trabalhos relacionados à seleção de descritores, sendo, portanto necessárias
informações que possam orientar trabalhos futuros tanto na área de recursos genéticos
como no melhoramento de plantas.
Diante dessas considerações, o presente trabalho foi realizado com os seguintes
objetivos:
a) verificar se a seleção de descritores é necessária e eficiente na avaliação de
acessos de meloeiro;
b) verificar se o descarte de descritores e o agrupamento de acessos depende
das condições nas quais os experimentos são conduzidos;
c) identificar os descritores descartados e selecionados nas avaliações;
d) agrupar os acessos/cultivares avaliados em diferentes condições.
77
2 MATERIAL E MÉTODOS
Todas as informações referentes à caracterização da área experimental,
material vegetal, condução experimental e descritores utilizados estão contidas nos
itens 2.1 a 2.3.3 do Capítulo 1.
2.1 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
2.1.1 Análises de variância univariadas (individual e conjunta)
Inicialmente foram realizadas as análises de variância para cada ano (Tabela
5), conforme o seguinte modelo estatístico:
y
ik
=
µ
+ c
i
+ b
k
+ e
ik
em que:
y
ik
: observação da parcela que recebeu o acesso i no bloco k;
µ
: efeito fixo da média geral do experimento, sendo E[
µ
]=
µ
e Var[
µ
]=0;
c
i
: efeito fixo do acesso i, sendo i=1, 2, ..., I ;
b
k
: efeito aleatório do bloco k, sendo k=1,2, ..., K e b
k
NID ( 0,
σ
2
B
);
e
ik
: efeito aleatório do erro experimental associado à observação y
ik
, sendo e
ik
NID (
0,
σ
2
);
78
Tabela 5. Esquema da análise de variância para cada ano analisado.
FV GL QM F
Blocos K-1 Q
1
Acesso I-1 Q
2
Q
2
/Q
3
Erro (K-1)(I-1) Q
3
Realizadas as análises de variância para cada ambiente, procedeu-se à análise
conjunta (Tabela 6), conforme o seguinte modelo estatístico:
y
ijk
=
µ
+ b
(j)k
+ a
j
+ c
i
+ (ca)
ij
+ e
ijk
em que:
y
ijk
: observação da parcela que recebeu o acesso i no bloco k, no ano j;
µ
: : efeito fixo da média geral do experimento, sendo E[
µ
]=
µ
e Var[
µ
]=0;
b
(j)k
: efeito aleatório do bloco k dentro do ano j, sendo k=1,2, ..., K com b
(j)k
NID
( 0,
σ
2
B/A
)
;
a
j
: efeito aleatório do ano j; sendo j=1,2, ..., J com a
j
NID ( 0,
σ
2
A
)
;
c
i
: efeito fixo do acesso i, sendo i=1, 2, ..., I com h
i
NID ( 0,
σ
2
C
)
;
(ha)
ij
: efeito fixo da interação do acesso i com o ambiente j, sendo ha
ij
NID
( 0,
σ
2
CA
)
;
e
ijk
: efeito aleatório do erro experimental médio associado à observação y
ijk
, sendo
e
ijk
NID (0,
σ
2
);
79
Tabela 6. Esquema da análise conjunta de variância para todos os ambientes avaliados.
CV GL QM F
Blocos/Locais J (K-1) Q
4
Ambiente (A) (J-1) Q
5
Q
5
/Q
4
Acesso (C) (I-1) Q
6
Q
6
/Q
7
A x C (J-1)(I-1) Q
7
Q
7
/Q
8
Erro médio J(K-1)(I-1) Q
8
A análise de variância multivariada individual foi utilizada para avaliar as
diferenças globais entre acessos, enquanto a análise conjunta foi utilizada para verificar
a presença dos efeitos de acessos, ano e interação ano x acesso. Utilizou-se o critério
de Wilks a 5% de probabilidade, o qual corresponde ao teste F de Snedecor da análise
univariada, para testar a significância das fontes de variação. A análise de variância
multivariada é descrita em detalhes por Ferreira (2006).
2.1.2 Decomposição da Interação Acessos x Ano
Para decompor a interação acessos x anos nas partes simples e complexa foram
realizadas análises de variâncias conjuntas de anos (2006-2007). Foi utilizada a
metodologia proposta por Cruz e Castoldi (1991) para estimação das partes simples e
complexa, conforme a seguinte expressão:
QM
CA
= [(
Q Q
j j
'
)
2
/ 2 + k .
Q Q
j j'
] + [ ( ( )
'
1
3
r Q Q
j j
)]
Parte Simples Parte Complexa
em que:
QM
CA
: Quadrado médio da interação acessos x ano;
80
Q
j
e Q
j’
: Quadrados médios do efeito de acessos nos anos j e j’;
r : Coeficiente de correlação entre os acessos nos anos j e j’;
O valor de k é obtido pela seguinte expressão: k = 1 - r -
( )1
3
r
.
2.1.3 Seleção de descritores
A seleção de descritores foi realizada conforme dois aspectos: a) invariância
dos descritores: obtida pela significância do teste F de Snedecor a 5% de probabilidade
para a fonte de variação acesso e b) técnica de componentes principais para verificar a
possibilidade de descarte dos descritores não-discriminantes (STRAPASSON, 1997).
A identificação dos descritores redundantes foi baseada em dois critérios: a)
seleção direta, proposta por Jolliffe (1973), sendo indicado para descarte todo descritor
que apresentou maior coeficiente de ponderação em valor absoluto (autovetor), no
componente principal de autovalor menor, partindo do último componente até aquele
cujo autovalor não excedeu 0,70; e b) seleção com reanálise, sugerida por Cury (1993),
em que se descarta um descritor por análise e realiza-se nova análise com os
descritores remanescentes, examinando os coeficientes de correlação do descritor
redundante com os demais descritores. A seleção com reanálise foi finalizada quando o
descritor a ser descartado se mostrou altamente correlacionado com pelo menos um
descritor descartado anteriormente. O descarte final foi realizado com base na
informação obtida nos dois procedimentos, sendo indicado para descarte o descritor
identificado simultaneamente nos dois procedimentos.
A fim de auxiliar no processo de descarte dos descritores redundantes no
método de seleção com reanálise, foram estimados os coeficientes de correlação de
Pearson entre todos os descritores, conforme descrito por Cruz e Regazzi (1994).
81
A eficiência do descarte foi realizada comparando-se os agrupamentos
formados pelos métodos UPGMA e Tocher, levando em consideração todos os
descritores selecionados.
Os diferentes dendrogramas, gerados a partir das matrizes de distâncias de
Mahalanobis, via UPGMA, foram subjetivamente comparados por inspeção visual e
pelo índice de ramificação de consenso (‘Consesus Fork Index’), obtido a partir de
dendrogaramas comparados dois a dois (SOKAL e ROLF, 1982). O referido índice
fornece uma estimativa relativa da semelhança dos dendrogramas e é obtido dividindo-
se o número de ramificações comuns entre estes pelo número máximo de ramificações
possíveis, o qual é igual a n 2 para dendrogramas integralmente construídos, sendo n
igual ao número de unidades taxonômicas, no caso 46.
2.1.4 Medida de dissimilaridade (Distância de Mahalanobis)
Inicialmente, realizou-se a análise multivariada (individual e conjunta), sendo
obtidas as matrizes de médias de cada descritor e covariâncias residuais. A partir
dessas matrizes, foram calculadas as distâncias generalizadas de Mahalanobis (D
2
ij
),
definidas pela seguinte expressão: D
2
ij
= (X
i
X
j
)’E
-1
(X
i
X
j
), em que: X
i
e X
j
são os
vetores médios associados aos acessos i e j, respectivamente; E
-1
é a matriz de
covariâncias residuais (CRUZ e REGAZZI, 1994).
Foi utilizado o critério de Singh (1981) para estimar a contribuição relativa de
cada característica para a divergência genética entre os acessos, conforme descrito em
Cruz e Regazzi (1994).
82
2.1.5 MÉTODOS DE AGRUPAMENTOS
2.1.5.1 Otimização de Tocher
Na otimização de Tocher, a partir da matriz de dissimilaridade, realiza-se a
partição do conjunto de indivíduos (acessos) em subgrupos não-vazios e mutuamente
exclusivos por meio da maximização ou minimização de uma medida pré-estabelecida.
Adota-se o critério de que a média das medidas de dissimilaridade dentro de
cada grupo deve ser menor que as distâncias médias entre quaisquer grupos.
No estabelecimento dos grupos, a distância entre o indivíduo k e o grupo
formado pelos indivíduos ij é dada por:
jkijkij
ddd +=
)(
A inclusão, ou não, do indivíduo k no grupo é feita considerando:
a) Se
θ
n
d
kgrupo)(
inclui-se o indivíduo k no grupo;
b) Se
θ
>
n
d
kgrupo)(
não inclui o indivíduo k no grupo.
Sendo n o número de indivíduos que constituem o grupo original e θ é o valor
máximo da medida de dissimilaridade encontrado no conjunto das menores distâncias
envolvendo cada indivíduo.
83
2.1.5.2 UPGMA
Foi utilizado o método aglomerativo UPGMA (Unweighted Pair Group
Method with Arithmetic Mean) para o agrupamento dos acessos.
Nesse método, a partir da distância matriz de dissimilaridade, no caso do
presente trabalho, a distância de Mahalanobis, foram identificados os dois acessos mais
similares, menor distância, os quais foram reunidos em um grupo inicial. A seguir,
calculou-se a distância do grupo inicial em relação aos demais acessos.
No método UPGMA, a distância entre um grupo e um indivíduo é fornecida
pela seguinte expressão:
2
)(
)(
bcac
cab
dd
d
+
=
Para a distância entre dois grupos, a expressão é a seguinte:
4
)(
))((
bdbcadac
cdab
dddd
d
+
+
+
=
Assim sendo, a distância entre dois grupos G
1
e G
2
, contendo n e n’ indivíduos,
respectivamente, é obtida por:
´
.
)(
1
´
1´
´
21
n
n
d
GGd
n
i
n
i
ii
= =
=
84
2.1.6 Colinearidade
A colinearidade na matriz de variância-covariância residual foi diagnosticada a
partir da estimativa do número de condição (NC). Quando esse valor é inferior a 100, a
colinearidade é fraca; quando é superior a 100 e inferior a 1000, a colinearidade é de
moderada a forte, e quando é superior a 1000, a colinearidade é severa. O número de
condição foi obtido pela razão entre o maior e o menor autovalor da matriz de
correlação residual (CRUZ, 2001).
2.1.7 Processamento das análises
Todas as análises estatísticas foram processadas pelo programa GENES,
Aplicativo Computacional em Genética e Estatística, versão 2007.0.0 (CRUZ, 2001).
85
3 RESULTADOS
3.1 ANÁLISE DE VARIÂNCIAS INDIVIDUAIS E CONJUNTA (2006 E 2007)
No ano de 2006, observou-se efeito significativo de acessos para as
características número de frutos por planta (NF), massa média do fruto (MF),
produtividade (PR), diâmetro longitudinal (DL), diâmetro transversal (DT), índice de
formato (IF), espessura da polpa (EP), firmeza da polpa (FP), teor de sólidos solúveis
(SS), número de ramos secundários (NR) e florescimento (FLO) (Tabela 7). Em 2007,
foram detectadas diferenças significativas para as mesmas características referidas em
2006, além do peso de cem sementes (PS) (Tabela 7).
Com relação às estimativas do coeficiente de variação, observou-se uma
grande variação entre os descritores e entre as estimativas para o mesmo descritor, nas
duas avaliações. Os maiores valores, nos dois anos de avaliação, foram observados no
descritor comprimento da haste principal (HP). Os menores valores foram observados
no DT, em 2006 e razão foliar (RF), em 2007.
Na análise multivariada, o critério de Wilks apontou variabilidade global entre
os acessos nos dois anos de avaliação (Tabela 7).
A análise conjunta revelou efeito de ano para os descritores NF, PF, PR, DL,
DT, FP, SS, NR, FLO, CP
e
, CC
o
, comprimento do pecíolo (CP
e
), comprimento da
corola (CC
o
), comprimento do cálice (CC
a
), RF e comprimento do pedúnculo (CP
d
)
(Tabela 8).
Constatou-se efeito significativo de acessos para todas as características, com
exceção do PS (Tabela 8).
A interação entre acessos e anos foi constatada para as características NF, PF,
PR, DL, DT, IF, FP e SS. Para todas essas características, o componente complexo da
interação foi predominante.
86
Pelo critério de Wilks, na análise multivariada conjunta, verificou-se efeito
significativo para todas as fontes de variação (Tabela 7).
Tabela 7. Resumo da análise de variância de 20 descritores avaliados em
acessos/cultivares de meloeiro nos anos de 2006 e 2007. Mossoró-RN, UFERSA,
2006/2007.
QM(2006)
QM(2007) Descritor
Acesso Erro Média
CV(%)
Acesso Erro dia
CV(%)
OS 1,24
ns
1,01 2,97 33,68
5,52
**
4,36 2,96 19,46
NF 251,36
**
30,84 16,66 33,32
1814,36
**
229,67
43,62 34,74
PF 0,73
**
0,16 1,44 27,55
0,37
**
0,07 1,13 23,66
PR 614,70
**
155,86
38,68 32,27
320,78
**
84,72 29,04 31,70
DL 38,19
**
7,82 20,11 13,90
54,78
**
8,88 18,49 16,12
DT 9,78
**
1,47 11,81 10,25
8,09
*
4,48 10,91 19,40
IF 0,31
**
0,04 1,75 11,00
0,44
**
0,19 1,72 25,14
EP 0,68
**
0,14 2,84 13,23
3,35
*
2,21 2,93 30,68
FP 2,82
**
1,02 6,19 16,31
8,53
**
1,88 4,80 28,52
SS 6,42
**
1,08 6,68 15,57
4,69
**
1,03 5,74 17,66
HP 1,89
ns
1,61 2,04 62,20
1,85
ns
1,12 1,85 57,29
NR 3,38
**
1,35 5,14 22,62
3,36
**
0,95 4,61 21,09
FLO 26,88
**
5,78 9,63 24,96
27,74
**
7,96 12,47 22,63
CP
e
3,06
ns
2,52 4,13 38,42
3,37
ns
3,96 4,56 43,66
CC
o
0,09
ns
0,09 1,02 29,36
0,12
ns
0,14 1,15 32,81
LC
o
0,30
ns
0,32 1,97 28,86
0,56
ns
0,33 2,11 31,08
CC
a
0,58
ns
0,54 5,05 14,57
0,84
ns
1,03 5,28 19,27
RF 4,28
ns
3,45 13,78 13,47
6,53
ns
4,20 12,97 15,81
CP
d
6,82
ns
8,38 13,12 22,07
12,13
ns
12,64 14,87 23,90
NL
o
1,38
ns
0,84 3,98 23,09
1,42
ns
1,11 3,92 26,85
Λ
WilksS
2,03
**
1,76
**
**,*: significativo a 1 e 5 % pelo teste F de Snedecor, na análise univariada, e pelo critério de Wilks, na análise
multivariada. ns: não significativo.
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade,
em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %; HP: comprimento da haste principal, em
cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
: comprimento
da corola, em cm; LC
O
: largura da corola, em cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP
d
: comprimento
do pedúnculo, em cm; NL
o
: número de lóbulos.
S: simples e C: complexa
87
Tabela 8. Resumo da análise de variância conjunta de 20 descritores avaliados em acessos/cultivares de meloeiro cultivados em
dois anos. Mossoró-RN, UFERSA, 2006-2007.
Descritor QM
Bl(Ano) Acesso
(A)
Ano
(a)
A x a Erro
Média
CV(%)
S(%)
C(%)
OS 2,24
ns
3,31
ns
0,01
ns
3,45
ns
2,68 2,96 35,21 50,45 50,55
NF 514,05* 1488,7
**
3342,0
**
577,3
**
1,40 3,49 33,93 44,06 55,94
PF 0,09
ns
0,79
**
4,38
**
0,30
**
0,11 1,28 26,32 34,81 65,19
PR 754,6 691,5
**
4279,8
**
243,9
**
120,29 33,86 32,40 36,40 63,62
DL 6,61 68,95
**
121,63
**
24,02
**
8,35 19,30 14,97 30,88 69,12
DT 0,91 12,42
**
36,63
**
5,45
**
2,97 11,40 15,84 22,72 77,28
IF 0,26
ns
0,54
*
0,06
ns
0,21
**
0,11 1,74 19,26 27,43 72,57
EP 0,81
ns
2,68
**
0,44
ns
1,35
ns
1,18 2,88 37,58 53,23 46,77
FP 2,92
ns
88,77
**
6,40
**
4,95
*
1,45 5,49 21,89 22,15 77,85
SS 1,43
ns
8,39
**
40,29
**
2,71
**
1,05 6,21 16,54 32,18 67,82
HP 0,05
ns
2,30
*
1,70
ns
1,44
ns
1,37 1,49 60,18 88,04 11,96
NR 14,10
ns
6,12
**
13,05
**
0,61
ns
1,15 4,88 21,98 57,60 42,40
FLO 21,18
ns
53,40
**
370,22
**
1,22
ns
6,87 11,05 23,72 78,92 21,08
CP
e
1,14
ns
6,21
**
8,48
**
0,21
ns
3,24 4,34 31,43 74,81 25,19
CC
o
0,15
ns
0,20
*
0,69
*
0,01
ns
0,12 1,08 31,80 75,19 24,81
LC
o
0,84
ns
0,78
*
0,80
ns
0,08
ns
0,38 2,04 30,08 70,67 29,33
CC
a
0,07
ns
1,27
*
2,26
**
0,15
ns
0,79 5,17 17,18 58,72 41,28
RF 4,62
ns
9,70
**
30,41
**
1,11
ns
3,82 13,37 14,62 61,26 38,74
CP
d
2,31
ns
17,43
*
141,58
**
1,52
ns
10,51 13,99 2316 73,42 26,58
NL
o
0,29
ns
2,66
**
0,14
ns
0,14
ns
0,98 3,95 25,02 68,89 31,11
Λ
Wilks
4,08
**
120,26
**
2,64
**
1,43
*
**,*: significativo a 1 e 5 % pelo teste F de Snedecor, na análise univariada, e pelo critério de Wilks, na análise multivariada. ns: não-significativo.
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; PF: peso médio do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT:
diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %; HP: comprimento da haste
principal, em cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
: comprimento da corola, em cm; LC
O
: largura da corola,
em cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP: comprimento do pedúnculo, em cm; NL
o
: número de lóbulos.
88
3.2 DESCARTE DE DESCRITORES POR ANÁLISE DE COMPONENTES
PRINCIPAIS
Ao se analisar as estimativas dos autovalores associadas aos componentes
principais e suas respectivas variâncias relativas (autovalor) e acumuladas, percebe-se
que os três primeiros componentes principais explicam 70,46, 75,03 e 54,41% da
variação total nas análises em 2006, 2007 e conjunta, respectivamente (Tabela 9).
Tabela 9. Autovalor (λ), porcentagem acumulada do autovalor e ordem das variáveis
de maior peso nos últimos autovetores estimados em análise de componentes
principais, realizada na avaliação de 20 descritores de acessos/cultivares de meloeiros
nos anos de 2006 e 2007. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
2006 2007 Conjunta
λ
% (λ)
Ordem
λ
% (λ)
Ordem
λ
% (λ)
Ordem
3,38 30,75 DL 4,15 34,60 DT 4,12 21,69 IF
2,96 57,73 PF 3,25 61,64 DL 3,66 40,94 PF
1,40 70,46 FLO 1,60 75,03 NR 2,56 54,41 LC
o
0,99 79,53 EP 1,02 83,53 PS 1,64 63,03 FLO
0,75 86,31 FP 0,66 89,01 FLO 1,56 71,25 FF
0,55 91,35 IF 0,49 93,12 SS 1,09 77,01 NL
o
0,45 95,45 EP 0,33 95,82 IF 0,79 81,15 FF
0,24 97,64 FLO 0,28 98,12 NR 0,74 85,05 CP
d
0,13 98,84 PRO 0,13 99,24 EP 0,62 88,31 EP
0,096 99,72 PF 0,06 99,72 PR 0,57 90,97 NR
0,031 100,00 DL 0,03 99,94 PF 0,45 93,34 FP
- - - 0,01 100,00 DL 0,41 95,47 HP
- - - - - - 0,26 96,85 EP
- - - - - - 0,21 97,95 EP
- - - - - - 0,14 98,71 LC
o
- - - - - - 0,12 99,35 SS
- - - - - - 0,07 99,70 PR
- - - - - - 0,03 99,93 PF
- - - - - - 0,01 100,00 DL
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade,
em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %; HP: comprimento da haste principal, em
cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
: comprimento
da corola, em cm; LC
O
: largura da corola, em cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP: comprimento
do pedúnculo, em cm; NL
o
: número de lóbulos.
89
3.2.1 Avaliação em 2006
Conforme demonstrado anteriormente, os descritores que mostrassem
invariância, ou seja, valor de F de Snedecor não-significativo, seriam automaticamente
descartados por não contribuírem para a divergência dos acessos. Assim sendo, os
descritores descartados foram PS, HP, CP
e
, CC
o
, LCo
,
CC
a
, RF, CP
d
e NL
o
(Tabela 9).
Quando se avaliou o descarte preliminar efetuado pela seleção direta na
avaliação de 2006, verificou-se que o diâmetro longitudinal (DL) foi o primeiro
descritor indicado, pois possui maior coeficiente de ponderação em módulo no último
componente principal (Tabela 9). Os demais descritores indicados para descarte
foram: PF, PR, FLO, EP e IF. Com efeito, 6 descritores foram considerados
redundantes. Esse procedimento pode ser considerado como drástico, pois eliminou
54,55 % dos descritores variantes.
No descarte feito pela seleção com reanálise, foram indicados apenas os
descritores DL e MF (Tabela 10). Comparado ao anterior, esse procedimento, em
princípio, parece ser mais adequado, pois proporcionou a retenção de mais informação.
Com base na análise simultânea dos dois procedimentos, apenas dois
descritores foram coincidentes, os quais fizeram parte do descarte final, sendo eles: DL
e MF (Tabela 10). Com esses dois descritores, somados àqueles descartados pela
invariância, totalizou-se 55% de descarte de todos os descritores avaliados.
90
Tabela 10. Descritores selecionados e descartados pelos métodos na avaliação de acessos de meloeiro coletados no Nordeste do
Brasil. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
2006 2007 Conjunta
Pré-seleção Pré-Seleção Seleção Pré-seleção Seleção
Descritores
I
N
S
D
S
R
Seleção
I
N
S
D
S
R
I
N
S
D
S
R
OS D - - D S S S S D - - D
NF S S S S S S S S S S S S
PF S D D D S D D D S D S S
PR S S S S S D D D S D D D
DL S D D D S D D D S D D D
DT S S S S S S S S S S D S
IF S D S S S D S S S S S S
EP S D S S S D S S S D S S
FP S S S S S S S S S D S S
SS S S S S S D S S S D S S
HP D - - D D - - D S D S S
NR S S S S S D S S S D S S
FLO S D S S S D S S S S S S
CP
e
D - - D D - - D S S S S
CC
o
D - - D D - - D S S S S
LC
o
D - - D D - - D S D S S
CC
a
D - - D D - - D S S S S
RF D - - D D - - D S S S S
CP
d
D - - D D - - D S S S S
NL
o
D - - D D - - D S S S S
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; PF: peso médio do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT:
diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %; HP: comprimento da haste
principal, em cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
: comprimento da corola, em cm; LC
O
: largura da corola,
em cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP: comprimento do pedúnculo, em cm; NL
o
: número de lóbulos.
SD: seleção direta por componentes principais; SR: seleção por reanálise; D: descritor descartado; I
n :
invariante: descartado devido à invariância (F de Snedecor o-
significativo) S: descritor selecionado.
91
3.2.2 Avaliação em 2007
Na avaliação de 2007, os descritores descartados pela invariância foram os
mesmos da avaliação de 2006, com exceção do descritor PS. No descarte pela seleção
direta por componentes principais, foram sugeridos os descritores DL, MF, PR, EP,
NR, IF, SS e FLO (Tabela 7), totalizando 66,67% de eliminação dos descritores
redundantes não invariantes.
Comparando com os resultados do ano 2006, o descarte foi mais drástico. No
descarte feito pela seleção com reanálise, foram indicados os descritores DL, MF e
PR.
Analisando os três métodos de descarte, foram descartados os descritores DL,
PF, PR, HP, CP
e
, CC
o
, LCo
,
CC
a
, RF, CP
d
e NL
o
, totalizando um descarte de 55% de
todas os descritores considerados, porcentagem igual àquela da avaliação de 2006.
3.2.3 Avaliação conjunta (2006-2007)
Apenas o descritor PS foi descartado como invariante (Tabela 8), enquanto que
na pré-seleção por componentes principais, foram descartados os descritores DL, MF,
PR, SS, LC, EP, HP, FP e NR (Tabela 9). No método de reanálise, foram descartados
os descritores DL, DT e PR (Tabela 10).
Na análise conjunta foram descartados apenas os descritores DL e PR,
totalizando apenas 10% dos descritores adotados na avaliação da divergência,
evidenciando que na análise em mais de um ambiente devem ser considerados mais
descritores.
Com relação às estimativas do coeficiente de correlação de Pearson entre o
conjunto de descritores redundantes e aqueles selecionados, constatou-se que o
descarte não revelou perda considerável de informação, pois os descritores
92
redundantes, seja nas avaliações por ano ou na avaliação conjunta, apresentam-se
associados a pelo menos três descritores selecionados (Tabela 11), atenuando o
descarte proposto.
Em 2006, o descritor descartado DL correlacionou-se positivamente com NF,
DT e IF e negativamente com SS. O descritor descartado PF correlacionou-se
positivamente com PR, DT e EP, enquanto com os descritores NF, IF e FP a
associação foi negativa.
Em 2007, o descritor descartado DL apresentou correlação positiva com DT,
IF e FLO. Correlacionou-se negativamente com FP e SS. O descritor PF correlacionou-
se positivamente com DT e EP e negativamente com NF e NR. A produtividade
apresentou associação positiva com NF e IF e negativa com SS.
Na análise conjunta, o descritor PS apresentou correlações significativas
positivas com NF, DT, IF e HP e negativas com FP e SS. O descritor PR
correlacionou-se positivamente com PF, DT, IF e HP e negativamente com os
descritores FP e SS.
Tabela 11. Coeficientes de correlação entre os descritores variantes descartados pelos métodos da seleção direta e reanálise. Mossoró-RN,
UFERSA, 2006/2007.
Descartados
Selecionados 2006
2007
Conjunta
DL PF
DL PF PR
OS PR DL
OS
- -
-0,13
ns
-0,09
ns
-0,10
ns
0,10
ns
0,25
ns
NF
0,65
**
-0,78
**
-0,13
ns
-0,56
**
0,65
**
0,56
*
-0,10
ns
-0,72
**
PF ou PR
0,03
ns
0,90
**
-
- -
0,03
ns
0,64
**
0,84
**
DT
0,57
**
0,40
*
0,40
*
0,76
**
-0,29
ns
0,46
**
0,51
**
0,57
**
IF
0,75
**
-0,42
*
0,65
**
0,27
ns
0,75
**
0,78
**
0,74
**
-0,32
ns
EP
-0,31
ns
0,83
*
0,23
ns
0,37
*
-0,31
ns
-0,26
ns
0,04
ns
0,54
*
FP
-0,22
ns
-0,49
*
-0,49
*
-0,09
ns
-0,22
ns
-0,36
*
-0,45
*
-0,11
ns
SS
-0,59
**
0,26
ns
-0,45
*
-0,17
ns
-0,59
**
-0,70
**
-0,67
**
0,15
ns
HP
-
-
-
-
-
0,39
*
0,45
*
0,29
ns
NR
0,03
ns
-0,14
ns
0,10
ns
-0,41
*
-0,03
ns
0,09
ns
0,01
ns
-0,24
ns
FLO
0,05
ns
0,06
ns
0,34
*
0,05
ns
0,21
ns
0,12
ns
0,31
ns
0,05
ns
CP
e
- -
- -
-0,17
ns
-0,01
ns
0,02
ns
CC
o
- -
- -
0,07
ns
0,13
ns
0,05
ns
LC
o
- -
- -
-0,07
ns
0,03
ns
0,08
ns
CC
a
- -
- -
0,10
ns
0,12
ns
0,17
ns
RF
- -
- -
-0,02
ns
0,10
ns
0,26
ns
CP
d
- -
- -
0,14
ns
0,11
ns
0,01
ns
NL
o
- -
- -
-0,17
ns
-0,06
ns
0,12
ns
**, *: significativo a 1 e 5% pelo teste t , respectivamente. ns: não significativo.
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; PF: peso médio do fruto, em g; PR: produtividade, em t
ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de
sólidos solúveis, em %; HP: comprimento da haste principal, em cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento; CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
:
comprimento da corola, em cm; LC
O
: largura da corola, em cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP: comprimento do pedúnculo, em cm; NL
o
: número de
lóbulos.
94
3.2.3 Agrupamento e eficiência do descarte de descritores
Considerando o método de otimização de Tocher, observaram-se diferenças
significativas no agrupamento realizado com descarte de descritores e sem descarte de
descritores nos anos de 2006 e de 2007 (Tabela 12). Por outro lado, considerando a
análise conjunta, as diferenças observadas foram menores entre os agrupamentos de
Tocher com e sem descarte, uma vez que apenas três descritores foram descartados
(Tabela 10).
As análises individuais, 2006 e 2007, proporcionaram maior discriminação,
sendo que na avaliação de 2006, sem descarte, ocorreu a maior discriminação, com a
formação de dezessete grupos, embora as análises conjuntas não discriminaram muito,
pois promoveram apenas 6 grupos sem descarte em 2006, e 5 com descarte (Tabela
12).
Comparando-se, dois a dois, os dendrogramas gerados por UPGMA a partir
das distâncias de Mahalanobis obtidas com e sem o descarte de descritores,
observaram-se, de modo geral, resultados semelhantes àqueles verificados no
agrupamento de Tocher (Figura 2).
Considerando o índice de ramificação de consenso entre os dendrogramas, dois
a dois, constatou-se que o maior valor (97,34) foi obtido entre os dendrogramas das
análises conjuntas com e sem descarte (Tabela 13). Além disso, considerando os
índices envolvendo as avaliações conjuntas, com ou sem descarte, os valores foram
todos superiores a 72,0, indicando concordância entre os agrupamentos realizados nas
avaliações individuais (2006 e 2007), com ou sem descarte, com aqueles obtidos nas
avaliações conjuntas.
95
Tabela 12. Grupos de acessos/cultivares formados pelo critério de Tocher a partir das
distâncias generalizadas de Mahalanobis. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
2006 S 2006 D 2007 S 2007 D Conjunta S Conjunta D
I 1 32 37 7
5 3 33
1 32 39 2
4 7 36 19
5 6 20 35
3 23 34
18 21 33
1 32 5 22
6 3 24 17
8 4 26 20
21 19 41
25 7 12
1 32 22 5
6 3 4 21
17 20 19
26 8 46
1 32 5 3 6
8 9 22 4 20
26 25 7 37
18 17 2 24
19 21 46
35 36 31
14 33 41
23 16 43
40 15 39
34 44 45
27
1 32 8 7 5
3 20 26 4
22 37 25 9
2 18 17 6
24 16 36
31 35 21
15 19 46
33 41 27
39 14 40
38 44 23
34 43 45
II 2 17 40 4
39 15 21
20
11 37 31 9 36 31
14 16 23
35
7 35 45
16 36 9
31 25 14
44
13 38 12 12 13 30
10 29
III 6 19 23
14 43
12 22 24
16
11 37 46
11 37 10 11 29 11
IV 9 36 16 13 38 14
25
13 38 33 13 38 23
40 15 12
33 39
30 42
V 12 22 24 17 40 8
42 46 43
41
15 39 2
40 44 42
42 43 28 28
VI 13 38 25 10 26 29 43 45 2 24 10 42
VII 8 45 41
46
9 28 15 18 29 18 34
VIII 18 35 27 10 28 27 29
IX 29 42 44 30 30
X 10 26 45 27 41
XI 30 30 34 28
XII 31
XIII 27
XIV 11
XV 44
XVI 28
XVII 34
96
Dissimilaridade (%)
A34
A40
A17
A21
A16
A12
A43
A46
A45
A44
A41
A42
A19
A24
A32
A23
A9
A29
A11
A8
A10
A28
A13
A7
A4
A15
A18
A38
A36
A20
A5
A37
A39
A31
A2
A35
A27
A26
A22
A30
A6
A25
A3
A33
A14
A1
0 20 40 60 80 100
Dissimilaridade (%)
A40
A21
A17
A16
A46
A44
A43
A45
A41
A42
A19
A12
A11
A32
A24
A23
A9
A10
A13
A7
A25
A22
A8
A29
A4
A37
A39
A36
A20
A15
A18
A5
A31
A38
A2
A34
A26
A35
A30
A28
A6
A27
A3
A33
A14
A1
0 20 40 60 80
2006 Sem descarte 2006 Com descarte
Dissimilaridade (%)
A45
A46
A41
A44
A43
A37
A19
A27
A39
A15
A20
A31
A36
A35
A42
A38
A2
A16
A28
A24
A23
A40
A32
A17
A12
A11
A29
A21
A18
A9
A13
A3
A10
A22
A5
A25
A30
A33
A26
A34
A7
A4
A8
A6
A14
A1
0 20 40 60 80 100 120
Dissimilaridade (%)
A16
A31
A45
A46
A44
A43
A37
A41
A19
A32
A17
A40
A12
A21
A29
A11
A27
A42
A15
A39
A36
A35
A38
A20
A2
A28
A13
A3
A23
A18
A9
A5
A25
A10
A33
A30
A34
A6
A4
A14
A22
A26
A8
A7
A24
A1
0 20 40 60 80 100
2007 Sem descarte 2007 Com descarte
Dissimilaridade (%)
A16
A45
A43
A46
A44
A41
A42
A37
A19
A40
A32
A21
A17
A24
A23
A12
A29
A11
A18
A9
A5
A38
A31
A20
A15
A36
A39
A2
A35
A27
A28
A22
A13
A34
A33
A30
A26
A25
A10
A8
A4
A7
A3
A14
A6
A1
0 20 40 60 80 100
Dissimilaridade (%)
A16
A44
A43
A46
A41
A45
A37
A19
A40
A32
A21
A17
A24
A12
A29
A23
A11
A42
A15
A39
A36
A38
A20
A9
A5
A18
A31
A2
A35
A27
A22
A13
A28
A14
A10
A8
A4
A7
A3
A33
A34
A30
A26
A25
A6
A1
0 20 40 60 80 100
Conjunta (2006-2007) Sem descarte Conjunta (2006-2007) Com descarte
Figura 2. Dendrogramas de acessos/cultivares de meloeiro, construídos pelo método UPGMA, a
partir das distancias generalizadas de Mahalanobis. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
97
Com relação à contribuição relativa de cada descritor para divergência entre
acessos, verificou-se que as estimativas variaram em função das análises e descritores
descartados. Contudo, pode-se constatar, de um modo geral, que os descritores que
mais contribuíram para divergência genética foram aqueles relacionados com o fruto
(Tabela 14). Os descritores NF, SS e FLO foram aqueles que mais contribuíram para
divergência.
Tabela 13. Índice de ramificação de consenso obtido a partir de dendrogaramas
gerados por UPGMA comparados dois a dois. Mossoró-RN, UFERSA, 2006/2007.
2006 S 2007 S Conj S 2006 D 2007 D Conj D
2006 S - 37,48 73,24 50,99 43,05 72,91
2007 S - 38,74 67,32 72,83
Conj S - 59,88 97,34
2006 D - 51,47 73,83
2007 D - 72,21
Conj S -
2006 S: avaliação em 2006 sem descarte de descritores; 2007 S: avaliação em 2007 sem descarte de
descritores; Conj S: avaliação conjunta (2006-2007) sem descarte de descritores; 2006 D: avaliação em
2006 com descarte de descritores; 2007 D: avaliação em 2007 com descarte de descritores; Conj D:
avaliação conjunta (2006-2007) com descarte de descritores.
98
Tabela 14. Contribuição relativa de 20 descritores de acessos de meloeiro, avaliados
nos anos de 2006 e 2007, pelo método de Singh (1981). Mossoró-RN, UFERSA,
2006/2007.
S
j
(%)
Característica
2006 S 2006 D 2007 S 2007 D Conjunta S Conjunta D
PS 1,94 - 1,82 4,42 1,26 -
NF 11,74 15,08 11,57 24,41 15,27 16,89
PF 9,68 - 4,69 - 7,07 7,27
PR 3,00 5,14 8,09 - 2,53 -
DL 6,73 - 27,93 - 12,25 -
DT 18,51 19,29 2,19 8,21 8,59 3,89
IF 6,66 13,80 3,69 7,38 1,77 8,31
EP 5,27 8,13 2,38 4,22 2,44 2,78
FP 4,68 8,69 4,06 12,60 3,80 4,75
SS 9,20 13,77 4,38 15,55 7,20 11,54
HP 1,14 - 2,01 - 1,38 1,68
NR 3,16 4,91 3,76 10,48 4,58 6,13
FLO 6,81 11,17 8,92 12,75 12,57 13,82
CP
e
1,65 - 2,08 - 3,38 4,02
CC
o
3,76 - 2,08 - 2,78 3,15
LC
o
0,09 - 3,97 - 3,47 4,19
CC
a
1,37 - 0,84 - 1,60 1,92
RF 1,77 - 2,09 - 2,93 3,32
CP
d
0,92 - 1,28 - 1,72 2,13
NL
o
1,91 - 2,18 - 3,40 4,16
PS: peso de cem sementes, em g; NF: número de frutos por planta; PF: peso médio do fruto, em g; PR:
produtividade, em t ha
-1
; DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice
de formato; EP: espessura da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em
%; HP: comprimento da haste principal, em cm; NR: número de ramos; FLO: dias para o florescimento;
CP
e
: comprimento do pecíolo, em cm; CC
O
: comprimento da corola, em cm; LC
O
: largura da corola, em
cm; CC
a
: tamanho do cálice, em cm; RF: razão foliar; CP: comprimento do pedúnculo, em cm; NL
o
:
número de lóbulos. 2006 S: avaliação em 2006 sem descarte de descritores; 2007 S: avaliação em 2007
sem descarte de descritores; Conjunta S: avaliação conjunta (2006-2007) sem descarte de descritores;
2006 D: avaliação em 2006 com descarte de descritores; 2007 D: avaliação em 2007 com descarte de
descritores; Conjunta D: avaliação conjunta (2006-2007) com descarte de descritores.
99
4 DISCUSSÃO
4.1 ANÁLISES DE VARIÂNCIA
Em experimentação agrícola, é fundamental que os tratamentos sejam
avaliados com a maior precisão possível. Quanto maior a precisão experimental, maior
é a probabilidade de se encontrar diferenças entre os tratamentos avaliados. O
coeficiente de variação é o parâmetro mais utilizado como indicativo da qualidade de
experimentos. Considerando a classificação realizada por Lima et al. (2004) para a
cultura do meloeiro, considera-se os CV´s para as características número total de frutos
(NF), massa média do fruto (MF), produtividade (PR), firmeza da polpa (FP) e teor de
sólidos solúveis (SS) como altos (Tabelas 7 e 8). Para as demais características, não
classificação, contudo as estimativas para o peso de 100 sementes (PS), comprimento
da haste principal (HP) e comprimento do pecíolo (CP
e
) podem ser consideradas
elevadas, em princípio.
A significância dos acessos indica heterogeneidade genética entre os materiais
coletados. Houve efeitos de acessos para a análise multivariada de variância nos dois
anos, indicando heterogeneidade global entre os acessos (Tabela 7). Considerando que
os acessos pertenciam a diferentes grupos botânicos, notadamente variáveis para
muitos descritores, era esperada a detecção dessa fonte de variação.
Assim como no presente trabalho, a interação de genótipos por ambientes foi
constatada por outros autores (GURGEL et al 2005; SILVA, 2006; NUNES et al.,
2006). A presença da interação de genótipos por ambientes pode ser entendida como a
resposta diferenciada de genótipos quando submetidos a ambientes diferentes. Nesse
caso, o comportamento dos genótipos em um determinado ambiente pode não ser
coincidente em outro (RAMALHO et al., 1993).
100
A interação é causada por dois fatores (CRUZ e CASTOLDI, 1991), o
primeiro, também denominado de parte simples ou de escala, é devido às magnitudes
das diferenças de variabilidade entre os genótipos, e o segundo, denominado de parte
complexa, depende da correlação dos genótipos nos ambientes (LYNCH e WALSH,
1998). No presente trabalho, verificou-se predomínio da parte complexa da interação
para NF, PF, PR, DL, DT, IF, FP e SS na conjunta (Tabela 8). Nunes et al. (2006)
avaliando híbridos de melão em quatro municípios do Rio Grande do Norte,
constataram prevalência da parte complexa sobre a simples, para as características
produtividade e teor de sólidos solúveis. Silva (2006), selecionando famílias de melão
Gália no agropolo Mossoró-Assu, também observou predomínio da parte complexa
para a produtividade, teor de sólidos solúveis, espessura da polpa e proporção da
cavidade interna.
Características como produtividade, peso médio do fruto, teor de sólidos
solúveis, firmeza da polpa e diâmetro do fruto têm herança poligênica e são afetadas
pelo ambiente (MONFORTE et al., 2005). Em razão disso, geralmente a presença da
interação é detectada para as mesmas. Por outro lado, para caracteres relacionados ao
caule, folha e inflorescência, com exceção do florescimento, o efeito ambiental e da
interação de genótipos por ambientes, em muitos casos, não é pronunciado
(EDUARDO et al., 2004), fato comprovado no presente trabalho (Tabela 8).
A quantificação dos fatores que compõem a interação é importante porque
informa ao melhorista sobre o grau de dificuldade no momento da seleção ou
recomendação de cultivares. Quando predomínio da parte simples, o trabalho do
pesquisador é facilitado, pois a classificação genotípica não se altera. Por outro lado,
quando a parte complexa é mais expressiva, torna a decisão mais difícil, uma vez que,
nesse caso, existem genótipos que são bem adaptados a ambientes específicos (CRUZ
e REGAZZI, 1994). Dentro do contexto da estimação da divergência genética entre
acessos de um banco de germoplasma, a presença da interação evidencia que a
101
avaliação deve ser realizada em mais de uma oportunidade, uma vez que a interação do
tipo complexa pode alterar de forma significativa o agrupamento dos acessos, em razão
de algumas características morfo-agronômicas em meloeiro serem fortemente afetadas
pela mudança de ambiente (SENSOY et al., 2006).
4.2 SELEÇÃO DE DESCRITORES E AGRUPAMENTO
A técnica de componentes principais é puramente matemática, muito utilizada
em estudos de divergência com o intuito de agrupar indivíduos. A intenção é reter em
poucos componentes principais a maior parte da variação observada. O recomendado é
que os dois primeiros componentes principais expliquem pelo menos 80% da variação
total. No presente trabalho, não foi observada essa situação nas análises individuais e
conjunta. O vel de 80% foi observado apenas com cinco componentes em 2006, três
em 2007 e seis na análise conjunta (Tabela 9). Garcia et al. (1998), utilizando essa
técnica para agrupar linhagens de melão Gália e Pele de Sapo, observou que os três
primeiros componentes principais explicaram mais de 70% da variação, fato também
observado em melão por Lotti et al. (2007). Quanto maior o número de variáveis
(descritores), mais diluída fica a variação nos primeiros componentes principais.
Outra função da técnica de componentes principais é estudar a estrutura de
correlação entre descritores e promover, por conseqüência, a eliminação de descritores
redundantes. No presente trabalho, utilizou-se a técnica de componente principal direta
(S
D
) e com reanálise (S
R
) e a invariância (S
I
) dos descritores para a sua seleção. Em
todas as situações, a aplicação direta da técnica (S
D
) promoveu um descarte drástico
(análises individuais e conjunta) (Tabela 10). Esse fato foi observado por Alves et al.
(2003), em cupuaçuzeiro. Na seleção via reanálise (S
R
), o descarte foi menor em
função das correlações entre os descritores.
102
Considerando as três técnicas, nas análises individuais ocorreu maior descarte
dos descritores (55%), enquanto que na análise conjunta o descarte foi de apenas 15%.
Uma explicação foi a invariância de nove e oito descritores nas avaliações de 2006 e
2007, respectivamente (Tabela 7). Na análise conjunta apenas um descritor foi
invariante (Tabela 8).
Os descritores selecionados e descartados devem apresentar correlações
significativas entre si, ou seja, os descritores descartados devem ser redundantes. A
redundância significa que os descritores selecionados são responsáveis pelo mesmo
tipo de informação contida nos descritores descartados. Nesse sentido, as correlações
entre os descritores descartados e os selecionados indicam que não haveria problema
de descarte das variáveis (Tabela 11). Deve ser ressaltado que a não aplicação do
critério de invariância nas análises individuais proporcionaria resultados mais similares
no descarte, uma vez que os descritores invariantes não se correlacionaram com os
descritores selecionados por componentes principais (seleção direta - S
D
e seleção com
reanálise – S
R
).
Por outro lado, os descritores selecionados devem ter baixas correlações entre
si, pois, desse modo, cada descritor será responsável por um tipo de informação
biológica exclusiva e a ação conjunta dos mesmos será complementar para a descrição
geral dos acessos. No presente estudo, as correlações entre os descritores selecionados
foram reduzidas. Por conseguinte, em todas as situações (análises individuais e
conjunta), o descarte foi necessário, pois reduziu a colinearidade da matriz de
correlação residual. A colinearidade, em 2006, na análise sem descarte foi de
NC=1542, enquanto que na análise com descarte foi de 37,12. Em 2007, a
colinearidade sem descarte foi 1457 e na análise com descarte 51,17. Por fim, na
análise conjunta, a colinearidade sem descarte foi 987,25, enquanto que na análise
com descarte 45,14. A colinearidade deve ser menor do que 100. Colinearidade
103
elevada compromete as análises de agrupamento, pois reduz sensivelmente a precisão
das estimativas.
Considerando as análises sem descarte, os agrupamentos realizados pela
técnica de Tocher em cada ano e na média dos anos foram diferentes (Tabela 12). O
mesmo foi observado quando as análises foram feitas com descarte de descritores.
Quanto as diferenças de agrupamento, na análise por UPGMA, também
observaram-se resultados semelhantes àqueles obtidos por Tocher. Os índices de
ramificação de consenso (Tabela 13) evidenciaram três situações: a) as análises
individuais, com ou sem descarte, produziram agrupamentos muito diferentes. b) as
análises conjuntas, com e sem descarte, proporcionaram agrupamentos muito
semelhantes c) os agrupamentos, com ou sem descarte, entre cada avaliação individual
e a conjunta são semelhantes.
Os resultados reforçam a idéia de que as avaliações devem ser realizadas em
mais de uma oportunidade, em razão dos efeitos do ambiente (ano) e interação acessos
x ambiente (Tabela 8). Convém ressaltar que para os descritores que mais contribuíram
para a divergência genética (Tabela 14), com exceção do florescimento, a interação
complexa foi dominante. Conforme é comentado na literatura, em meloeiro, os
descritores relacionados ao fruto são aqueles que mais discriminam os acessos
(STAUB et al., 2000; STAUB et al.; 2004; NAKATA et al., 2005). Neste estudo, a
soma da contribuição dos descritores do fruto para a divergência foi superior em todas
as análises, com ou sem descarte de descritores.
Considerando o agrupamento da análise conjunta com descarte, observou-se,
tomando como ponto de corte a média das distâncias, a formação de cinco grupos
(Figura 2, Conjunta 2006 D-2007 D) . O primeiro grupo foi composto pelo acesso A-
16 (Conomon). O segundo grupo foi formado pelos acessos A-37, A-41, A-43
(‘HDRF’), A-44 (‘Mandacaru’), A-45 (‘Vereda’) e A-46 (‘Goldex’). O terceiro grupo
pelo acesso A-19 (não definido). O quarto grupo pelos acessos A-40, A-32, A-21, A-
104
17, A-24, A-12, A-29, A-23 e A-11. Por fim, o quinto grupo constituído pelos demais
acessos.
Um fato interessante é que os descritores utilizados permitiram a diferenciação
entre acessos e cultivares comerciais. Uma explicação razoável é o fato de os
descritores número de frutos por planta, teor de sólidos solúveis e florescimento, que
juntos explicaram 42,25% (Tabela 14, Conjunta D), serem, em média, diferentes entre
acessos e cultivares. Os acessos são, em média, mais prolíficos (3,49 frutos por planta),
mais tardios (22,28 dias para o florescimento) e menos doces (5,9%) em relação às
cultivares comerciais (Inodorus).
O agrupamento do grupo de acessos avaliados permitirá a definição de futuros
cruzamentos entre os acessos e cultivares comerciais para geração de populações
segregantes com potencial para seleção nas etapas subseqüentes do programa de
melhoramento.
105
5 CONCLUSÕES
- O descarte dos descritores e o agrupamento dos acessos foram dependentes das
condições de avaliação, principalmente devido aos efeitos de ano e da interação
acessos x anos;
- Os descritores descartados na avaliação conjunta de 2006 - 2007 foram peso de cem
sementes (PS), produção (PR) e diâmetro longitudinal (DL);
- As análises conjuntas, com e sem descarte, proporcionaram agrupamentos
semelhantes, permitindo a obtenção de cinco grupos e a discriminação entre acessos e
materiais comerciais;
- Os descritores número de frutos por plantas (NF) e florescimento (FLO) são
eficientes para discriminar os acessos, pois explicam 30,71% da variância total na
análise conjunta.
106
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Piracicaba.
109
CAPÍTULO 3
ASSOCIAÇÃO ENTRE A DIVERGÊNCIA GENÉTICA E A HETEROSE EM
LINHAGENS DE MELÃO HONEY DEW
RESUMO
TORRES FILHO, José. Associação entre a divergência genética e a heterose em
linhagens de melão Honey Dew. 2008. 150 f. Tese (Doutorado em
Agronomia/Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a associação entre a divergência genética e a
heterose em linhagens de melão do tipo Honey Dew. Sete linhagens e seus híbridos
foram avaliados em delineamento em blocos casualizados com três repetições.
Estimou-se a divergência genética pela distância de Mahalanobis, a partir de nove
características. Foi utilizado o método de UPGMA para agrupar as linhagens e o
critério de Singh para estimar a contribuição relativa de cada característica. Realizou-
se a análise dialélica pelo modelo de Griffing para estimar as capacidades geral e
específica de combinação. Foram formados cinco grupos de linhagens. O primeiro
composto pela linhagem LOF-13; o segundo pela linhagem LOF-12; o terceiro pelas
LOF-05, LOF-06 e LOF-07. O quarto grupo foi constituído pela linha LOF-01 e o
quinto pela linhagem LOF-02. O teor de sólidos solúveis foi a característica que mais
contribuiu para a divergência genética. A divergência genética não se correlacionou
com nenhum parâmetro estudado para todas as características. A heterose se
correlacionou com a capacidade específica de combinação e a média do híbrido.
Palavras-chave: Cucumis melo L., escolha de genitores, distância de Mahalanobis.
110
ABSTRACT
TORRES FILHO, José. Association between genetic divergence and heterosis in
Honey Dew melon lines . 2008. 150 f. Tese (Doctorate in Agronomy/Crop Science)
Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA).
The objective of the present work was to evaluate the association between the genetic
divergence and the heterosis of melon lines of the type Honey Dew. Seven lines and
their hybrids were evaluated in a randomized complete block design with three
replications. It was estimated the genetic divergence by distance of Mahalanobis using
nine traits. The grouping of the lines was accomplished by the method UPGMA and
the estimate of the relative contribution of each characteristic for genetic divergence
was made by the Singh method. The dialell analysis using Griffing´s model was
utilized to estimate the general and specific capacities of combination. The
heterosis was estimated based on the average of the genitors. They were formed five
groups of melon lines. The first group was formed by line LOF-13; the second one by
line LOF-12; the third group was constituted by the lines LOF-05, LOF-06, and LOF-
07. The fourth group was formed by LOF-01 and the fifth group by the line LOF-02.
The content of soluble solids was the trait that contributed more to the genetic
divergence. The genetic divergence was not correlated with any parameter for all the
evaluated traits. However, the heterosis was correlated with the specific capacity of
combination and with the hybrid average.
Keywords: Cucumis melo L., choice of parents, Mahalanobis’s distance.
111
1 INTRODUÇÃO
O uso de sementes melhoradas é uma das razões do sucesso da lavoura
meloeira no Nordeste brasileiro. Híbridos simples de melão começaram a ser
cultivados no final dos anos 1980, no Rio Grande do Norte. Atualmente as cultivares
plantadas, em quase sua totalidade, são híbridos simples andromonóicos. Exceções são
variedades de polinização aberta de melão do tipo Honey Dew. A maior parte dos
híbridos cultivados no Nordeste são produzidos na Europa (França, Espanha e
Holanda) ou Estados Unidos.
Dentre os híbridos existentes, aqueles pertencentes à variedade botânica
Inodorus Naud. o os mais cultivados. O maior destaque é o tipo Amarelo, em razão
da maior conservação pós-colheita, condições mais simples de manejo e transporte. Do
melão exportado nos últimos anos, mais de 60 % pertence ao tipo Amarelo, seguido
pelo tipo Honey Dew, com 15,1 % (SALES JÚNIOR et al., 2006).
O desenvolvimento de híbridos envolve a obtenção de linhagens com vel
adequado de homozigose, avaliação das linhagens e seu cruzamento para obtenção de
semente do híbrido F
1
(FEHR, 1997). A obtenção das linhagens é facilitada porque em
cucurbitáceas a depressão por endogamia é reduzida (CARDOSO, 2001). Não
obstante, a heterose tem sido explorada no meloeiro, sendo o emprego de híbridos
uniformes uma das razões do sucesso da cultura.
Estudos de divergência genética têm sido de grande utilidade em programas de
melhoramento envolvendo hibridações, por fornecerem estimativas de parâmetros para
identificação de genitores que, quando cruzados, possibilitem maior efeito heterótico
na progênie e maior probabilidade de recuperar genótipos superiores nas gerações
segregantes (RIBEIRO et al., 2003).
A divergência genética tem sido indicativa de genitores superiores que quando
cruzados proporcionam alto efeito heterótico aos seus bridos. Tal expectativa ocorre
112
porque a heterose ou vigor de híbrido é função dos efeitos de dominância e do
quadrado da diferença de freqüências alélicas nos genitores epistáticos (FALCONER e
MAKAY, 1996). Não obstante, apesar de grandemente enfatizada a importância da
divergência genética, ainda se discute a magnitude e a significância da relação entre a
divergência genética e a heterose. A viabilidade da utilização da divergência genética
tem sido ressaltada por diversos autores. Os Coeficientes de correlação entre a
divergência genética e a heterose são indicativos da eficiência da predição do
comportamentos dos híbridos.
Resultados positivos foram encontrados em diversas culturas como tomate
(MALUF et al., 1983), pimentão (MIRANADA et al., 1988), milho (FERREIRA et
al., 1994) entre outras. No caso do meloeiro, existem poucos relatos sobre o tema.
Rizzo (1999) e Barros (2005) observaram correlações não-significativas entre a
divergência genética e a heterose. Paiva (2002) concluiu que a heterose favorável nos
híbridos nem sempre ocorreu quando se utilizaram linhagens divergentes, enquanto
que cruzamentos entre linhagens com pequenas distâncias de Mahalanobis
manifestaram essa característica. Não obstante, trabalhando com a divergência de
linhagens de melão dos tipos Gália e Pele de Sapo, Garcia et al. (1998) recomendam a
utilização das distâncias genéticas para orientar cruzamentos em meloeiro.
Do exposto, a fim de contribuir com os estudos de divergência genética no
melão na região Nordeste, o presente trabalho teve como objetivos avaliar a associação
entre a divergência genética e a heterose, os efeitos genéticos, a capacidade geral de
combinação e capacidade específica de combinação em linhagens do tipo Honey Dew.
113
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL
O experimento foi conduzido na Horta Experimental e Laboratório de Pós-
colheita do Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do
Semi-árido - UFERSA.Mossoró, RN
O município de Mossoró está situado na latitude Sul 5º 11’, longitude 37º 20’ a
oeste de Greenwich e com altitude de 18 m. O clima, segundo a classificação de
Koppen é ‘BSWh’ (muito seco, com estação de chuva no verão, atrasando-se para o
outono) (CARMO FILHO e OLIVEIRA, 1989).
O solo da área experimental foi classificado como Argissolo Vermelho-
Amarelo Eutrófico abrupto, textura areia franca e de relevo plano. Foram retiradas
amostras da área experimental, cuja análise química, processada no Laboratório de
Análises de solo, água e planta da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande
do Norte S/A - EMPARN, revelou os resultados apresentados a seguir: pH (água
1:2,5)= 7,94; Ca = 2,83 cmol
c
kg
-1
; Mg = 0,69 cmol
c
kg
-1
; Al = 0,0 cmol
c
kg
-1
; (H +
Al)= 0,36; P= 233 mg kg
-1
; K=70 mg kg
-1
; Na= 37 mg kg
-1
e condutividade elétrica
extrato (1:5 dS.m
-1
)= 0,043.
2.2 MATERIAL VEGETAL
Foram avaliadas sete linhagens do tipo Honey Dew. As linhagens LOF-01,
LOF-02 e LOF-05, com polpa do fruto de cor salmão, foram obtidas do híbrido Honey
Dew Red Flesh. As linhagens LOF-06 e LOF-07, com polpa do fruto verde, foram
114
obtidas do híbrido Saturno. Por fim, as linhagens LOF-12 e LOF-13, com polpa
salmão, foram obtidas do híbrido Orange Flesh. A expressão sexual de todas linhagens
é do tipo andromonóica.
As linhagens foram obtidas pelo método SSD (Single Seed Descendent) com
modificações. A população S
0
foi composta por 500 plantas, originadas da
autofecundação dos híbridos. As plantas foram identificadas e realizaram-se as
autofecundações por sete gerações. Em cada geração, foram colhidos dois frutos por
planta, misturaram-se as sementes de ambos e retirou-se uma semente para formar a
próxima geração de autofecundação. Durante todo o processo as plantas com má
formação de frutos e com alta susceptibilidade ao fungo Podosphaera xantii, agente
causal do oídio, foram eliminadas. As autofecundações foram realizadas conforme
descrito por Andrés et al. (1987).
As sementes híbridas foram produzidas na Horta do Departamento de Ciências
Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA, no período de
novembro/2003 a janeiro/2004.
Foram realizados todos os cruzamentos possíveis entre as sete linhagens,
obtendo-se 21 híbridos F
1
. De cada linhagem, foram cultivadas 25 plantas, no
espaçamento de 2,0 m entre linhas e 1,0 m entre plantas. As flores masculinas e
hermafroditas foram isoladas com saco de papel no dia anterior a sua antese. No caso
das flores hermafroditas, antes do isolamento foi feita a emasculação, removendo-se a
corola, o cálice e os estames com os dedos. No dia seguinte, foi feita a polinização
encostando e friccionando os estames de três flores masculinas sobre o estigma
(Andrés et al., 1987). Após a polinização, as flores foram isoladas e identificadas com
fios de lã. Cada genitor apresentou uma cor de fio de lã diferente. O fio de na flor
polinizada identificou o doador de pólen.
Após a colheita dos frutos polinizados, foram extraídas e identificadas as
sementes de cada combinação híbrida. As sementes foram lavadas e colocadas para
115
secar à sombra, em papel toalha. Posteriormente, as sementes de cada cruzamento
foram armazenadas em câmara fria e seca (15º) até o momento da semeadura.
2.3 CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS
No preparo do solo, após uma gradagem procedeu-se à abertura dos sulcos
com aproximadamente 0,20 m de profundidade e fez-se a adubação, de acordo com as
recomendações da análise do solo, aplicando-se em kg. ha
-1
130 N, 270 k
2
O
5
e 85 de P
2
O
5
, respectivamente, nas formas de uréia, cloreto de potássio e superfosfato simples.
As adubações de cobertura foram realizadas diariamente por fertirrigação após
o transplantio. As quantidades totais de adubo utilizados foram em Kg ha
-1
120 de
uréia, 450 de cloreto de potássio, 450 de nitrato de cálcio e 210 de ácido fosfórico.
A cultura foi irrigada por gotejamento, com fertirrigação, no espaçamento de
2,0 m entre linhas e 0,5 m entre gotejadores. O volume de água esteve em torno de
3.000 m
3
/ha.
As sementes dos acessos/cultivares foram semeadas em bandejas de
poliestireno expandido, com 128 células compostas do substrato comercial Plantmax®,
sendo o transplantio realizado quando as mudas estavam com um par de folhas
definitivas.
Foi aplicado semanalmente Confidor para controlar a mosca-branca (Bemisia
tabacci L.). Foram realizadas capinas manuais até trinta dias após o transplantio. As
demais práticas culturais foram realizadas conforme a recomendação de manejo para a
cultura sugeridas por Nunes et al., 2004.
A colheita foi realizada manualmente entre 10 e 20 de outubro de 2006. Os
frutos foram colocados em contentores plásticos e levados para o galpão de embalagem
para pesagem em balança eletrônica de 25 kg.
116
2.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E CARACTERÍSTICAS AVALIADAS
Adotou-se o delineamento experimental em blocos casualizados com três
repetições. Cada parcela foi constituída de duas linhas de 5,0 metros com 10 plantas.
As características avaliadas foram: mero total de frutos, produtividade,
massa média do fruto, diâmetro transversal, diâmetro longitudinal, índice de formato,
espessura da polpa, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis. A forma de
mensuração das características estão descritas no capítulo 1. Foi tomada aleatoriamente
uma amostra de 12 frutos para medir todas as variáveis, com exceção da produtividade.
2.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
2.5.1 Análise de variância
A análise de variância de cada característica foi feita conforme o modelo
estatístico apresentado no item 2 do capítulo 2:
Realizou-se o teste de comparação múltipla das médias dos tratamentos,
conforme Skott- Knott, a 5% de probabilidade. Todas as análises foram realizadas no
programa SISVAR, desenvolvido no Departamento de Ciências Exatas da
Universidade Federal de Lavras (UFLA).
2.5.2 Análise dialélica
A análise dialélica foi efetuada utilizando os dados médios considerando o
modelo II proposto por Griffing (1956 a,b), o qual utiliza os cruzamentos e os
genitores, de acordo com o seguinte modelo estatístico:
y
ij
=
µ
+ g
i
+ g
j
+ s
ij
+ e
ij
117
em que:
y
ji
: observação da parcela que recebeu o cruzamento entre o genitor i e o genitor j ;
µ
: efeito fixo da média geral do experimento, sendo E[
µ
]=
µ
e Var[
µ
]=0;
g
i
: efeito da capacidade geral de combinação do genitor i, sendo i=1, 2, ..., I ;
g
j
: efeito da capacidade geral de combinação do genitor j, sendo i=1, 2, ..., J ;
s
ij
: efeito da capacidade específica do cruzamento entre o genitor i e o genitor j;
e
ij
: efeito aleatório do erro experimental associado às médias da tabela dialélica, sendo
e
ij
NID ( 0,
σ
2
);
O esquema da análise de variância do dialelo, considerando os efeitos de
genitores como fixos e as esperanças matemáticas dos quadrados médios de cada fonte
de variação estão apresentados na Tabela 15.
Tabela 15. Esquema da análise de variância do modelo II de Griffing (1956) e
esperanças matemáticas dos quadrados médios.
CV GL QM F E(QM)
Tratamentos p(p-1) – 1 Q
1
Q
1
/Q
4
σ
2
+ Jφ T
CGC p -1 Q
2
Q
2
/Q
4
σ
2
+ (p+2)φ g
CEC p(p-1)/2 Q
3
Q
3
/Q
4
σ
2
+ φ s
Erro F
Q
4
σ
2
φ g =
2
)1/(1
i
i
gp
; φ s =
i j
ij
spp
2
)1(/2
CGC e CEC: Capacidades geral e específica de combinação, respectivamente;
p: Corresponde ao número de genitores utilizados no dialelo; f
:Corresponde ao número de graus de liberdade do
resíduo obtido na análise em blocos casualizados com dados individuais (Vide Tabela 4).
Foram estimados os componentes quadráticos que expressam a variabilidade
genética do material estudado, em termos de capacidades geral e específica de
combinação, pelas seguintes expressões:
=
g
^
φ
(Q
2
– Q4)/(p + 2) e
=
s
^
φ
(Q
3
– Q
4
)
118
A relação φ
g
/ (φ
g
+ φ
s
) fornece uma idéia da importância relativa dos efeitos
das capacidades geral e específica de combinação (MARIS, 1989), quando os
recíprocos não estão envolvidos na análise. Quando essa relação for superior a 0,5 a
CGC é a mais importante no controle genético do caráter da característica avaliada, no
entanto, se essa relação for inferior a 0,5 a CEC será a mais importante.
A estimação dos parâmetros do modelo foi realizada pelas seguintes equações
conforme Cruz e Regazzi (1994):
..
)1(
2
y
pp +
=
µ
]
2
[
2
1
])1([
2
1
......
y
p
yy
p
pyy
p
g
iiii
i
+
+
=++
+
=
µ
....
)2)(1(
2
)[(
2
1
)( y
pp
yyyy
p
yggys
jijjiiijj
i
ij
ij
++
++++
+
=++=
µ
Em que:
µ
: estimativa da média geral dos tratamentos (médias dos genitores e cruzamentos);
i
g
: estimativa da capacidade específica de combinação do genitor i;
ij
s
: estimativa da capacidade específica de combinação do cruzamento entre o genitor
i e o genitor j;
p : Número de genitores envolvidos no dialelo;
y
..
: Somatório geral dos tratamentos (médias dos genitores e cruzamentos);
y
i.
: Somatório de todos os cruzamentos envolvendo
o genitor i;
y
.j
: Somatório de todos os cruzamentos envolvendo
o genitor j;
119
y
ii
e y
jj
: Valores médios dos genitores i e j, respectivamente;
y
ij
: Valores médio do cruzamento entre os genitores i e j;
As restrições necessárias são:
0=
i
i
g
i j
ij
s = 0 e
ii
s
+ 0=
i
ij
s para todo i.
A estimação das somas de quadrados dos efeitos foi realizada segundo as
seguintes expressões:
SQ(CGC) = ]
4
)([
2
1
)(
22
.... iii
i
iii
i
i
y
p
yy
p
yyg +
+
=+
SQ(CEC) =
ij
i j
ij
ys
=
2
..
2
.
2
)2)(1(
2
)(
)2(
1
y
pp
yy
p
y
i
i
iiij
i j
++
++
+
As variâncias dos valores médios de qualquer genitor ou cruzamento, da
diferença entre quaisquer duas médias e dos efeitos e das diferenças entre efeitos,
respectivamente, foram estimadas do seguinte modo:
==
2
)(
σ
ij
yV
QM Erro (Q
4
da Tabelas 15).
2
´´
2)(
σ
=
jiij
yyV
120
As variâncias dos efeitos e das diferenças entre efeitos foram estimadas pelas
seguintes expressões:
)(
2
)(
2
pp
V
+
=
µ
2
σ
2
2
)2(
)1(
)(
σ
pp
p
gV
i
+
=
2
)2(
2
)(
σ
+
=
p
ggV
ji
2
2
)]2)(1[(
)(
σ
++
=
pp
pp
sV
ii
)]2)(1[(
)2(
)(
2
++
++
=
pp
pp
sV
ij
2
σ
, (i j)
2
2
42
)(
σ
+
=
p
p
ssV
jjii
, (i j)
2
2
22
)(
σ
+
+
=
p
p
ssV
ikîj
, (i j, k; j k)
2
)2(
2
)(
σ
+
=
p
p
ssV
kmij
, (i j, k, m; j k, m; k m)
Todas as análises dialélicas foram realizadas utilizando o programa GENES,
desenvolvido no Setor de Genética da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (CRUZ,
2001).
2.5.3 Divergência genética
Utilizando os dados médios das características avaliadas no experimento,
foram realizadas as análises uni e multivariada, sendo obtidas as matrizes de médias de
121
cada característica e covariâncias residuais. A partir dessas matrizes, foram calculadas
as distâncias generalizadas de Mahalanobis (D
2
ij
), definidas pela seguinte expressão:
D
2
ij
= (X
i
X
j
)’E
-1
(X
i
X
j
), em que: X
i
e X
j
são os vetores médios associados aos
híbridos i e j, respectivamente; E
-1
é a matriz de covariâncias residuais (Mahalanobis,
1936). Para o cálculo da distância generalizada de Mahalanobis, as variáveis foram
transformadas por condensação pivotal, em que D
2
ij
= Σ (Z
ij
Z
i´j´
)
2
, onde Z
ij
é a média
do i-ésimo
genótipo em relação à j ésima variável com variância residual igual a 1.
A análise de agrupamento foi realizada com a matriz de distâncias de
Mahalanobis entre as linhagens, utilizando o método UPGMA (Unweighted Pair
Group Method with Arithmetic Mean) para a construção do dendrograma.
Foi utilizado o critério de Singh (1981) para identificar a contribuição relativa
de cada caráter para a divergência genética. O critério é baseado na estatística (S.j.),
cujos valores percentuais se constituem na medida da importância relativa da variável j
para o estudo da divergência genética.
2.5.4 Heterose
A heterose foi calculada como porcentagem, em relação à média dos genitores, de
acordo com a expressão a seguir:
100]
2
2
[(%)
1
x
GG
GG
F
h
ji
ji
ij
+
+
=
Em que:
h
ij
(%): heterose em porcentagem;
1
F : média do cruzamento entre os genitores i e j;
122
i
G
e
j
G : médias dos genitores i e j;
2.3.5 Correlação de Spearman
O coeficiente de correlação de Spearman foi calculado a partir da seguinte
expressão:
NN
D
r
N
i
i
s
=
=
3
1
2
6
1
Em que:
r
s
: Correlação de Spearaman;
D
i
: Diferença entre postos;
N: Número de pares.
O teste t foi calculado pela seguinte expressão:
s
s
r
N
rt
=
1
2
Utilizou-se o programa BioEstat 3.0 para estimação do coeficiente de
correlação de Spearman (AYRES et al, 2003).
123
3 RESULTADOS
3.1 DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE LINHAGENS DE MELÃO HONEY DEW
As médias das características avaliadas das linhagens estão apresentadas na
Tabela 16. Observou-se efeito significativo de linhagens apenas para as características
número total de frutos (NF), produtividade (PR), massa média do fruto (MF), diâmetro
transversal (DT), firmeza da polpa (FP) e teor de sólidos solúveis (SS).
Tabela 16. Média de nove características avaliadas em linhagens de melão Honey
Dew. Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
Linhagem Médias (Características)
NF PR MF DT DL IF EP FP SS
LOF-01 20.330b 17,01ª 1,7 11,84a
11,00a
1,01a 3,44a 23,16b
9,94b
LOF-02 55.670a 16,39ª 1,50b 10,08a
10,43a
1,02a 3,13a 27,13a
10,71b
LOF-05 41.670a 19,75ª 1,40b 10,63b
10,40a
1,02a 3,23a 26,73a
10,81b
LOF-06 19.670b 17,23ª 1,43b 9,70b 10,40a
0,93a 3,18a 23,18b
10,94b
LOF-07 32.000b 16,66ª 1,37b 9,67b 10,23a
0,95a 3,18a 25,44b
11,14b
LOF-12 20.000b 19,91a
1,42b 9,67b 10,47a
0,93a 3,15a 30,12a
12,80a
LOF-13 21.000b 13,00b
1,07c 10,33b
9,83a 1,06a 2,46a 21,09b
10,00b
Médias seguidas pela mesma letra pertencem ao mesmo grupo formado pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade.
NF: número de frutos por planta (mil ha
-1
); MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha
-1
;
DL: diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura
da polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %.
As linhagens foram agrupadas em dois grupos para NF. O primeiro grupo
formado pelas linhagens LOF-02 e LOF-05, enquanto que as demais formaram o
segundo grupo.
Com relação à PR, verificou-se a formação de dois grupos. O primeiro,
formado pela linhagem LOF-13 e o segundo pelas demais linhagens.
124
Formaram-se três grupos quanto a MF, sendo o primeiro grupo formado pelas
linhagens LOF-01; o segundo, pelas linhagens LOF-02, LOF-05, LOF-06, LOF-07 e
LOF-12, e o terceiro pela linhagem LOF-13. Com relação ao tamanho do fruto, para o
caso do tipo Honey Dew, valores entre 1,0 e 1,9 kg são preferidos nos contratos
estabelecidos entre empresas exportadoras e os importadores europeus. Assim sendo,
no presente trabalho, todas as linhagens estão dentro desse intervalo, ou próximo dele.
Todas as linhagens apresentaram frutos com formatos arredondados,
característicos do melão do tipo Honey Dew. Esse fato ocorreu em razão da
equivalência entre os diâmetros transversal (DT) e longitudinal (DL), que
proporcionou índice de formatos (IF) próximos de 1,0.
Verificou-se discriminação de linhagens para FP, com a formação de dois
grupos. O primeiro grupo foi formado pelas linhagens LOF-02, LOF-05 e LOF-12,
valores acima de 26,0 N. O segundo grupo foi formado pelas linhagens LOF-01, LOF-
06, LOF-07 e LOF-13.
A linhagem LOF-12 destacou-se com a maior média de SS de 12,80%, constituindo-se
um grupo. As demais linhagens formaram o segundo grupo.
No método de UPGMA foram formados cinco grupos (Figura 3). O primeiro
grupo foi formado pela linhagem LOF-13; o segundo pela linhagem LOF-12; o terceiro
grupo foi constituído pelas linhagens LOF-05, LOF-06, e LOF-07. O quarto grupo foi
formado pela LOF-02 e o quinto grupo pela linhagem LOF-01.
125
Dissimilaridade (%)
LOF-12
LOF-13
LOF-06
LOF-07
LOF-05
LOF-02
LOF-01
0 20 40 60 80 100
Figura 3. Dendrograma baseado em UPGMA de linhagens de melão Honey Dew avaliadas no
município de Mossoró-RN. Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
Verificou-se que SS e FP foram as características que mais contribuíram para
divergência no grupo de linhagens Honey Dew (Tabela 17).
Tabela 17. Contribuição de cada característica para divergência genética pelo critério
de Singh entre linhagens de melão Pele de Sapo avaliadas no município de Mossoró-
RN. Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
Contribuição para divergência genética Característica
S
(j)
(%)
Número total de frutos (mil ha
-1
) 2194,21 12,64
Produtividade (t ha
-1
) 956,25 5,51
Peso médio do fruto (g) 1662,43 9,58
Diâmetro transversal (cm) 679,30 3,91
Firmeza da polpa (N) 9045,11 52,12
Teor de sólidos solúveis (%) 2816,07 16,23
126
3.2 ANÁLISE DIALÉLICA
Com relação ao estudo do dialelo, observou-se que os genitores diferiram
quanto à capacidade geral de combinação (CGC) para NF, PF, FP e SS (Tabela 18). O
efeito significativo da capacidade específica de combinação (CEC) foi detectado nas
características NF, PR, DT, FP e SS. Além disso, para essas mesmas características,
verificou-se que o componente da CEC foi superior ao componente da CGC.
Tabela 18. Resumo da análise de variância do dialelo conforme modelo 1, método II
de Griffing (1956) e estimativas dos componentes quadráticos das capacidades geral e
específica de combinação de nove características avaliadas em sete linhagens de melão
Honey Dew e seus híbridos. Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
FV Gl QM (Características)
NF MF PR DT DL IF EP FP SS
Tratamentos (27) 551,04
**
0,076
ns
253,46
**
1,467
*
0,471
ns
0,01
ns
0,119
ns
31,43
**
1,88
*
CGC 6 450,41
*
0,165
*
163,11
ns
0,773
ns
0,091
ns
0,01
ns
0,172
ns
44,60
*
3,02
**
CEC 21 579,78
*
0,051
ns
256,13
*
1,652
*
0,581
ns
0,01
ns
0,104
ns
27,67
*
1,55
*
Erro 54 153,38 0,045 111,25 0,590 0,570 0,05 0,100 14,46 0,81
φ
CGC
11,0 0,004 1,92 0,010 -0,018 0,00 0,03 1,12 0,08
φ
CEC
142,14 0,002 48,30 0,354 0,004 0,00 0,00 4,40 0,25
φ
(CGC/CGC+CEC)
0,07 0,67 0,04 0,03 1,29 - 1,00 0,20 0,24
*, **: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste F de Snedecor; ns: Não significativo a 5% de probabilidade
pelo teste F de Snedecor. φ CGC e φ CEC: Componentes quadráticos das capacidades geral e específica de
combinação. NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha
-1
; DL:
diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da polpa, em cm;
FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %;
As linhagens LOF-05 e LOF-02 destacaram-se com as maiores estimativas de
CGC para NF, enquanto que as linhagens LOF-06 e LOF-12 apresentaram os menores
valores (Tabela 19).
Com relação PF, a maior estimativa foi observada para a linhagem LOF-02 e a
menor para a linhagem LOF-13.
127
As linhagens LOF-07 e LOF-12 apresentaram as maiores estimativas de CGC
para FP. Os menores valores foram observados nas linhagens LOF-06 e LOF-13.
A linhagem LOF-12 apresentou a maior estimativa para SS, enquanto que as
linhagens LOF-01 e LOF-02, os menores.
Tabela 19. Estimativas dos efeitos da capacidade geral de combinação (ĝ
i
) de nove
características avaliadas em sete linhagens de melão Honey Dew e seus híbridos.
Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
Linhagem ĝ
i
NF MF PR DT DL IF EP FP SS
LOF-01 0,67 0,11 2,28 0,13 0,05 0,01 0,06 0,34 -0,39
LOF-02 2,23 0,07 -1,95 0,25 -0,05 0,03 0,07 -0,31 -0,49
LOF-05 6,52 0,00 3,84 0,14 -0,08 0,02 0,07 -0,68 0,09
LOF-06 -4,55 -0,03 -1,77 -0,16 0,01 -0,02 0,05 -1,38 0,15
LOF-07 -2,62 -0,05 -2,88 -0,16 0,06 -0,02 -0,08 1,11 0,11
LOF-12 -4,44 0,02 -0,43 -0,12 -0,04 -0,01 0,06 2,14 0,48
LOF-13 2,19 -0,12 0,90 0,08 0,08 -0,01 -0,05 -1,22 0,05
DP(g
i
) 2,20 0,04 1,88 0,13 0,13 0,02 0,06 0,68 0,16
DP(g
i
– g
ij
) 3,37 0,06 2,87 0,21 0,23 0,03 0,09 1,03 0,24
NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha-
1
; DL:
diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %;
As estimativas da CEC estão apresentadas na Tabela 20. Serão comentadas
apenas aquelas características nas quais houve significância na análise de variância do
dialelo para essa fonte de variação (Tabela 18).
Com relação a NF, constatou-se que o efeito da CEC de um genitor quando
cruzado com ele mesmo (i = j) foi positivo apenas para as linhagens LOF-02 e LOF-
07.
128
Tabela 20. Estimativas da capacidade específica de combinação de nove
características avaliadas em sete linhagens de melão Honey Dew e seus cruzamentos.
Mossoró-RN, UFERSA, 2005.
ij
s
NF MF PR DT DL IF EP FP SS
Linhagem/
Híbrido
1. LOF-01 -20.74 0.13 -13.23 -0.32 0.26 -0.06 0.15 -3.93 0.20
2. LOF-02 17.70 -0.18 -5.37 -0.98 -0.10 -0.09 -0.22 1.34 1.17
3. LOF-05 -8.00 -0.06 -13.60 -0.82 -0.08 -0.07 -0.04 1.69 0.11
4. LOF-06 -7.85 0.03 -4.90 -1.14 -0.27 -0.09 -0.09 -0.44 0.11
5. LOF-07 0.63 0.02 -3.23 -1.16 -0.54 -0.06 0.13 -3.18 0.39
6. LOF-12 -7.41 -0.07 -4.90 -1.24 -0.09 -0.11 -0.14 -0.56 1.32
7. LOF-13 -20.00 -0.14 -14.47 -0.68 -0.91 0.03 -0.45 -2.87 -0.62
1 x 2 -19.85 0.14 -8.57 0.23 -0.17 0.04 0.13 -0.89 -0.36
1 x 3 -3.37 -0.07 -1.28 0.19 0.02 0.02 -0.03 -0.48 0.02
1 x 4 9.03 -0.05 5.15 0.37 -0.50 0.10 -0.12 -2.12 -0.26
1 x 5 10.45 -0.11 6.75 0.04 0.28 -0.02 -0.21 3.39 0.32
1 x 6 14.60 0.09 12.53 0.50 0.18 0.02 -0.12 2.41 -0.36
1 x 7 30.63 -0.26 11.89 -0.69 -0.34 -0.04 0.05 5.54 0.24
2 x 3 -3.15 0.23 12.62 0.78 0.06 0.07 0.08 -3.85 -0.56
2 x 4 7.93 0.04 10.56 0.58 0.07 0.04 0.18 0.66 -0.17
2 x 5 -15.00 0.00 -5.88 0.49 0.05 0.05 -0.17 3.91 -0.84
2 x 6 -12.52 -0.05 -7.62 -0.15 -0.24 0.01 0.02 0.11 -1.23
2 x 7 7.19 0.00 9.63 0.04 0.43 -0.04 0.22 -2.61 0.83
3 x 4 3.08 -0.03 1.67 0.38 0.23 0.01 0.11 1.65 0.99
3 x 5 10.81 -0.05 8.01 -0.04 -0.39 0.03 -0.10 2.39 -0.48
3 x 6 1.63 0.00 0.18 0.55 -0.25 0.08 0.00 -0.93 -0.38
3 x 7 7.00 0.04 5.99 -0.23 0.49 -0.07 0.01 -2.15 0.18
4 x 5 -11.45 -0.08 -9.23 0.36 0.35 0.00 -0.11 -4.81 0.66
4 x 6 11.70 -0.10 3.77 -0.11 -0.44 0.03 -0.01 0.78 -0.93
4 x 7 -4.59 0.16 -2.11 0.70 0.82 -0.01 0.12 4.73 -0.51
5 x 6 1.78 0.04 2.11 0.83 0.64 0.01 0.10 0.01 -0.34
5 x 7 2.15 0.16 4.71 0.65 0.14 0.04 0.23 1.48 -0.10
6 x 7 -2.37 0.17 -1.18 0.87 0.28 0.06 0.29 -1.24 0.61
DP (s
ii
) 5.46 0.09 4.65 0.34 0.33 0.04 0.14 1.68 0.40
DP(s
ij
) 6.42 0.11 5.47 0.40 0.39 0.05 0.16 1.97 0.47
DP(s
ii
– s
jj
) 7.54 0.13 6.42 0.47 0.46 0.06 0.19 2.31 0.55
DP(s
ij
– s
ik
) 9.53 0.16 8.12 0.59 0.58 0.07 0.24 2.93 0.69
DP(s
ij
– s
kl
)
8.92 0.15 7.60 0.55 0.54 0.07 0.23 2.74 0.65
NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha-
1
; DL:
diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %;
129
Todas as linhagens apresentaram valores negativos da CEC para as
características PR e DT. Por outro lado, para SS, todas as estimativas foram positivas.
Verificou-se valores de CEC positivos e negativos das linhagens para a FP. As
linhagens LOF-02 e LOF05 apresentaram valores positivos, enquanto que as demais,
negativos.
Considerando a CEC das quinze combinações híbridas (i j), verificou-se,
para NF, que doze cruzamentos apresentaram valores positivos para CEC. Destacou-se
o cruzamento LOF-01 e LOF-13.
Para PR, apenas sete cruzamentos (33,33%) apresentaram valores negativos da
CEC. Entre os cinco cruzamentos com maiores estimativas da CEC, a linhagem LOF-
02, estava presente em três, com destaque para o cruzamento LOF-02 e LOF-05.
Para DT, as maiores CEC foram constatadas nos cruzamentos LOF-07 x LOF-
02 e LOF-12 x LOF-13.
Os cruzamentos LOF-01 x LOF-13 e LOF-06 x LOF-13 destacaram-se com as
maiores estimativas de CEC para FP.
As maiores estimativas de CEC para SS foram verificadas nos cruzamentos
LOF-05 e LOF-06 e LOF-02 e LOF-13.
3.3 HETEROSE
Na Tabela 21 estão apresentadas as estimativas da heterose média dos
genitores de todas as combinações híbridas.
A maioria das estimativas de heterose foram positivas para as características
NF, PR, DT e FP. A exceção foi constatada para SS, com treze estimativas negativas.
As maiores estimativas para heterose foram observadas para NF e PR, enquanto que
os menores valores foram observados para o teor de sólidos solúveis.
130
Para NF, as três maiores estimativas de heterose foram observadas nos
cruzamentos LOF-01 x LOF-06, LOF-01 x LOF-12 e LOF-01 x LOF-13. A linhagem
LOF-01 esteve entre as cinco maiores estimativas de heterose, enquanto que a
linhagem LOF-02 esteve entre as cinco menores.
As maiores estimativas de heterose para PF foram observadas nos
cruzamentos envolvendo a linhagem LOF-07, embora o cruzamento LOF-02 e LOF-
05 tenha sido o mais heterótico.
Os cruzamentos mais heteróticos para PR foram LOF-05 x LOF-13, LOF-02 x
LOF-05, LOF-02 x LOF-13 e LOF-01 x LOF-12.
Para DT, os cruzamentos com maior heterose foram LOF-07 x LOF-12 e
LOF-12 x LOF-13, enquanto que o cruzamento LOF-07 x LOF-12 foi o mais
heterótico para o diâmetro longitudinal.
Os cruzamentos LOF-05 x LOF-12 e LOF-01 x LOF-06 foram os mais
heteróticos para IF.
Os cruzamentos envolvendo a linhagem LOF-13 estão envolvida nas quatro
maiores estimativas de heterose para EP, com destaque para o cruzamento LOF-13 x
LOF-12 e LOF-13 x LOF-02.
O cruzamento mais heterótico observado para FP foi LOF-01 x LOF-13,
enquanto que para SS, destacou-se o cruzamento LOF-05 x LOF-06.
131
Tabela 21. Estimativas da heterose em relação à média dos pais de nove características
avaliadas em sete linhagens de melão Honey Dew e seus cruzamentos. Mossoró-RN,
UFERSA, 2005.
Heterose (%)
NF MF PR DT DL IF EP FP SS
Híbrido
1 x 2 -48.24 10.56 4.37 8.13 -2.29 11.33 5.02 1.61 -10.12
1 x 3 35.48 -6.41 66.00 7.04 -0.65 8.37 -2.55 2.59 -1.30
1 x 4 116.65 -7.94 83.06 10.58 -4.67 18.56 -4.53 0.30 -4.02
1 x 5 78.37 -11.97 89.01 7.56 3.91 4.08 -10.57 28.56 0.28
1 x 6 141.02 3.82 117.01 12.37 0.88 11.34 -3.79 17.49 -9.85
1 x 7 246.82 -18.28 171.51 -1.73 -0.14 -2.42 6.78 40.43 4.51
2 x 3 -16.44 24.14 122.30 15.77 1.49 14.71 6.60 -19.94 -11.15
2 x 4 7.96 7.85 93.34 16.15 2.45 13.85 10.62 0.81 -7.53
2 x 5 -55.13 5.92 -9.53 15.34 3.58 12.69 -3.96 18.36 -14.78
2 x 6 -46.50 5.48 -13.72 9.44 -1.44 11.79 6.37 -1.00 -21.05
2 x 7 21.74 12.84 133.00 8.29 9.28 -0.96 19.86 -7.67 5.36
3 x 4 35.87 -1.06 59.06 13.43 3.85 9.74 5.46 4.11 8.05
3 x 5 39.35 -2.53 90.22 9.36 -0.82 9.64 -4.52 12.02 -6.70
3 x 6 30.10 4.96 47.55 15.57 -1.58 17.95 2.82 -5.26 -9.28
3 x 7 67.00 11.74 122.29 4.96 9.74 -4.81 8.96 -6.52 4.18
4 x 5 -30.33 -7.86 -30.48 15.64 7.32 8.51 -4.09 -12.34 3.71
4 x 6 96.65 -5.26 46.69 11.20 -2.54 13.98 3.32 4.80 -13.82
4 x 7 45.91 17.60 50.12 16.13 13.99 1.51 13.83 28.85 -2.48
5 x 6 19.74 4.66 33.77 20.99 9.18 10.64 3.32 6.77 -9.94
5 x 7 44.64 18.03 91.44 15.70 8.67 5.47 13.83 19.36 0.19
6 x 7 54.85 22.09 51.69 18.30 7.68 9.55 20.86 1.86 2.28
NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha-1; DL:
diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %;
132
3.4 CORRELAÇÕES
Os coeficientes de correlação entre a heterose e a capacidade específica de
combinação foram elevados e positivos para todas as características (Tabela 22).
As correlações entre a heterose e a média dos híbridos foram significativas
para NF, DL, IF, EP, FP e SS. A associação entre a capacidade específica de
combinação e a média dos híbridos foi significativa para essas mesmas características.
A distância de Mahalanobis não se correlacionou com nenhum dos parâmetros
considerados em nenhuma das características.
Tabela 22. Coeficientes de correlação de Spearman entre as estimativas da distância de
Mahalanobis com a capacidade específica de combinação, a heterose e a média dos
híbridos, e entre a capacidade específica de combinação e heterose de nove
características avaliadas em linhagens de melão Honey Dew e seus híbridos. Mossoró-
RN, UFERSA, 2004.
Heterose (%)
NF MF PR DT DL IF EP FP SS
Híbrido
ij
s
e
ij
h
0,89
**
- 0,92
**
0,92
**
- - - 0,93
**
0,92
**
ij
µ
e
ij
h
0,78
**
-0,11
ns
-0,16
ns
0,27
ns
0,88
**
0,71
**
0,48
*
0,79
**
0,71
**
ij
µ
e
ij
s
0,90
**
-0,10
ns
-0,06
ns
0,37
ns
0,95
**
0,63
**
0,62
**
0,82
**
0,77
**
ij
D
e
ij
s
0,11
ns
-
-0,06
ns
-0,10
ns
- - - 0,24
ns
-0,01
ns
ij
D
e
ij
h
0,34
ns
0,13
ns
0,10
ns
-0,18
ns
0,01
ns
-0,20
ns
0,32
ns
0,33
ns
-0,03
ns
ij
D
e
ij
µ
0,08
ns
0,01
ns
0,02
ns
-0,11
ns
0,01
ns
-0,10
ns
0,23
ns
0,32
ns
0,02
ns
**: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste t; ns: Não significativo a 5% de probabilidade pelo teste
t.
ij
D
: distância de Mahalanobis;
ij
s
: capacidade específica de combinação;
ij
h
: heterose ;
ij
µ
: média.
NF: número de frutos por planta; MF: massa média do fruto, em g; PR: produtividade, em t ha-
1
; DL:
diâmetro longitudinal, em cm; DT: diâmetro transversal, em cm; IF: índice de formato; EP: espessura da
polpa, em cm; FP: firmeza da polpa, em N; SS: teor de sólidos solúveis, em %.
133
4 DISCUSSÃO
As linhagens têm massa e formato de fruto compatíveis com o tipo Honey Dew
comercializado nos portos de Natal e Fortaleza (Tabela 16). Além disso, possuem teor
de sólidos solúveis dentro do limite aceitável para comercialização. A maioria dos
países utiliza os valores do teor de sólidos solúveis como o principal guia de mercado
para a aceitação do produto. O valor mínimo recomendado para o melão Honey Dew,
segundo Filgueiras (2002), é de 10%. Todas as linhagens apresentaram estimativas
maiores ou próximas do valor mínimo aceitável. Frutos com valores abaixo de 10% têm
sido comercializados no porto de Natal (SALES JÚNIOR et al., 2004; SALES JÚNIOR
et al., 2006).
Com relação à FP, a maior parte das linhagens apresentou valores acima do
nível estabelecido para melão Honey Dew, com exceção da linhagem LOF-13 (Tabela
16). Em estudos realizados com vários tipos de melão no agropólo Mossoró-Assu,
Filgueiras (2002) observou o valor mínimo de 22 N para firmeza da polpa.
Por outro lado, com relação à produtividade, as médias observadas são
inferiores àquelas observadas em experimentos com a cultura do meloiro. Um aspecto
importante a ser ressaltado é que como se trata de linhagens, as médias são inferiores
àquelas observadas nos híbridos avaliados em estudos anteriores no agropolo Mossoró-
Assu (GURGEL et al., 2000; NUNES et al., 2004; NUNES et al, 2005, NUNES et al.,
2006). Em melão, a produtividade precisa ser de pelos menos 25 t ha
-1
para que o
produtor tenha lucro (PAIVA et al., 2002). Assim sendo, nenhuma das linhagens
estaria próxima desse nível mínimo.
Uma possível explicação pode ser a depressão por endogamia para essa
característica, embora no meloeiro, assim como na maioria das cucurbitáceas, a
depressão endogâmica seja reduzida (CARDOSO, 2001). Existem resultados
contraditórios na literatura sobre a depressão por endogamia em cucurbitáceas
134
(JOHANNSSON et al., 1998; STHEPHESON et al., 2001; CARDOSO, 2004). No
caso do meloeiro, Calvet et al. (2005) observaram, após quatro gerações de
autofecundação do híbrido Hy-Mark, que as características produtividade, formato do
fruto e espessura da polpa não apresentaram mudanças com a endogamia, mas a
maturidade, massa média do fruto e teor de sólidos solúveis foram prejudicados.
Ressalta-se que a depressão por endogamia depende do material genético utilizado,
sendo, por isso, observados resultados diferentes nos artigos publicados (MALUF,
2001; CARDOSO, 2004).
Quanto à variabilidade entre as linhagens, a partir das análises univariadas das
características utilizadas, verificou-se variabilidade entre as mesmas tanto para
características de produção, como para qualidade dos frutos (Tabela 16). A análise de
variância multivariada confirmou a variação global entre as linhagens. A variabilidade
entre as linhagens pode ser explicada, em parte, pelas suas diferentes contribuições
genéticas.
Não obstante, a formação dos grupos pelo critério hierárquico não esteve
completamente relacionada com a origem das linhagens (Figura 3). Assim sendo, as
linhagens LOF-01, LOF-02 e LOF-05, provenientes de autofecundações sucessivas do
híbrido H.D.R.F. não estavam no mesmo grupo. A linhagem LOF-05, por sinal, esteve
mais próxima das linhagens LOF-06 e LOF-07, ambas originadas do híbrido ‘Saturno’.
As linhagens do LOF-12 e LOF-13, oriundas da variedade Orange Flesh, foram mais
distantes das demais linhagens, formando grupos isolados. Garcia et al. (1998)
avaliando o relacionamento genético entre linhagens de melão dos tipos Gália e Pele de
Sapo, constataram que linhagens obtidas por autofecundação de um mesmo genitor não
foram agrupadas no mesmo grupo, mas em grupos que continham linhagens originadas
de outros genitores. Rizzo e Braz (2002) conseguiram separar linhagens de melão
rendilhado de mesma origem em grupos diferentes. Esses resultados evidenciam o fato
de que ao se autofecundar híbridos ou variedades, ocorre aumento da variação entre os
135
descendentes, com a tendência de formação de grupos diferentes (FALCONER e
MAKAY, 1996; LYNCH e WALSH, 1998).
O conhecimento da dissimilaridade genética possibilita a racionalização dos
cruzamentos. As hibridações devem ser realizadas entre indivíduos de grupos
diferentes com a intenção de aproveitar a heterose. Dentro do grupo com mais de uma
linhagem, é preciso identificar aquelas mais promissoras para o cruzamento. No caso
do grupo formado pelas linhagens LOF-05, LOF-06 e LOF-07, a diferença marcante é
quanto ao número de frutos por hectare, com destaque para a linhagem LOF-05, a mais
prolífica do grupo (Tabela 16).
Quando são consideradas muitas características, é importante saber qual delas
mais contribuiu para distinção dos materiais. No presente estudo, a firmeza da polpa e
o teor de sólidos solúveis foram aquelas de maior destaque na divergência (Tabela 17).
A firmeza da polpa é um atributo de qualidade importante, em razão dos frutos com
maior firmeza serem mais resistentes às injúrias mecânicas durante o transporte e a
comercialização. Frutos colhidos com maior firmeza da polpa têm, geralmente, maior
conservação e vida útil pós-colheita. O teor de sólidos solúveis (SS), definido como a
percentagem de sólidos solúveis no suco extraído da polpa, é um fator tradicionalmente
usado para definir a qualidade do melão, embora em alguns casos essa característica
seja considerada como um indicador de qualidade falho (ARTES et al., 1993).
Estudando a divergência entre as linhagens e a heterose de seus híbridos, Paiva (2002)
verificou que o teor de sólidos solúveis foi a característica que mais contribuiu para a
divergência com mais de 38%, seguida do formato do fruto. Rizzo e Braz (2002)
constataram que o teor de sólidos solúveis foi uma das características de maior
contribuição para a divergência genética entre linhagens de melão rendilhado, com
11,60%.
No estudo do dialelo, a significância das capacidades geral (CGC) e específica
de combinação (CEC) indica efeitos aditivos e não aditivos (dominância e epistasia)
136
envolvidos no controle genético da característica. Esse fato foi constatado nas
características NF, FP e SS (Tabela 18). Nessas características, houve predominância
dos efeitos quadráticos da CEC na composição dos efeitos genéticos quadráticos, uma
vez que a relação (Φ
CGC
/ Φ
CGC
+ Φ
CEC
) foi inferior a 0,5, conforme interpretação de
Maris (1989). Esse resultado sugere prevalência de efeitos não-aditivos. Com efeito, é
viável, para tais características, a exploração da heterose em programas de
melhoramento visando à produção de sementes híbridas.
Com relação a NF, Barros (2005) observou significância para CEC e CGC
quando cruzou híbridos simples de melão. Contudo, os trabalhos realizados Singh e
Randhawa (1990) e Kitroongruang et al. (1992) verificaram que apenas efeitos aditivos
estavam presentes, divergindo, portanto, dos resultados do presente trabalho.
Para o teor de sólidos solúveis, existem controvérsias em relação ao controle
genético. Enquanto Cuarteiro et al. (1985), Kalb e Davis (1984a), Singh e Randhawa
(1990), Melo (1991) e Barros (2005) constataram predominância de efeitos não-
aditivos, Lippert e Legg (1972), Kalb e Davis (1984a) e Rizzo (1999) não detectaram
efeito significativo da capacidade específica de combinação.
Apenas efeitos não-aditivos significativos foram detectados para PR e DT.
Rizzo (1999), trabalhando com linhagens de melão rendilhado, observou que a
produção total é controlada por efeitos aditivos e não-aditivos, com predominância do
componente quadrático da capacidade específica de combinação. Esse fato também foi
observado por Lippert e Legg (1972), Kalb e Davis (1984b), Abadia et al. (1985) e
Melo (1991). Por outro lado, Rizzo (1999) não constatou efeito significativo da
capacidade geral de combinação para o diâmetro transversal médio.
Para MF, apenas efeitos aditivos estavam envolvidos no controle genético
(Tabela 18). Nesse caso, métodos de melhoramento intra-populacionais podem ser
utilizados para incremento das freqüências dos alelos favoráveis relacionados a essa
característica. Contrastando com os resultados do presente trabalho, Lippert e Legg
137
(1972), Kalb e Davis (1984a), Singh e Randhawa (1990), Melo (1991) e Abdala e
Aboul-nars (2002) verificaram efeitos aditivos e não-aditivos para a massa média dos
frutos.
Considerando que as estimativas da CGC e da CEC dependem da freqüência
alélica e do vel de dominância, ressalta-se, portanto, que os resultados diferentes
entre trabalhos são resultante, principalmente, do grupo de genitores utilizado nos
experimentos. Em adição, o efeito do ambiente e o método de análise também
influenciam as estimativas obtidas.
Na análise dialélica, são estimadas as capacidades geral e específica de
combinação dos genitores e/ou cruzamentos. Essas estimativas fornecem informações
importantes para os melhoristas sobre o potencial de genitores para o melhoramento
intra-populacional e sua utilidade para programas inter-populacionais, bem como
extração de linhagens para produção de híbridos (VIANNA, 2000).
A capacidade geral de combinação pode informar dois aspectos de um genitor
que compõe o dialelo. O primeiro está relacionado à freqüência de alelos que
aumentam a expressão do caráter. Nesse sentido, genitores com maior ou menor CGC
contribuem para obtenção de populações segregantes com maior média de linhagens
derivadas (OLIVEIRA et al., 1996; FERREIRA et al., 2004). Ressalta-se que um
genitor com elevada CGC não pode garantir a obtenção da melhor linhagem
(OLIVEIRA et al., 1996), o que seria o ideal do ponto de vista do melhoramento.
Dentro desse primeiro aspecto, os genitores com maiores ou menores
estimativas da CGC possuem mais alelos favoráveis para determinada característica
(VIANNA, 2000). Com efeito, quando o interessante for a maior média para o caráter,
então valores elevados e positivos de CGC indicam maior freqüência de alelos
favoráveis. Por outro lado, quando a menor média da característica for benéfica para o
genótipo, valores elevados e negativos também indicam a maior freqüência de alelos
favoráveis.
138
Assim sendo, as linhagens LOF-05, LOF-02 e LOF-13, com as maiores CGC,
contribuíram para aumentar NF. As LOF-06, LOF-07 e LOF-12 contribuíram para
redução da característica (Tabela 19).
Com relação à MF, verificou-se que a linhagem LOF-01 foi aquela que mais
contribuiu para o aumento do tamanho do fruto, enquanto que LOF-13, atuou no
sentido de reduzir o valor médio da característica.
As linhagens LOF-12 e LOF-07 foram as que mais contribuíram para o
aumento da FP, enquanto que LOF-06 reduziu o seu valor.
A linhagem LOF-12 contribuiu para aumentar SS e as linhagens LOF-01 e
LOF-02 para reduzí-lo.
A pressuposição de que elevada ou baixa capacidade geral de combinação,
dependendo da característica, está relacionada a um maior número de alelos favoráveis
é corroborada pelas estimativas das médias dos genitores (Tabela 16). Todavia,
convém ressaltar que não é totalmente seguro, apenas por meio da média, inferir sobre
o potencial de um genitor em cruzamento, pois essa correlação nem sempre é elevada
(FUZATTO et al., 2002).
O segundo aspecto da capacidade geral de combinação está relacionado à
freqüência alélica do genitor em relação à freqüência alélica média dos genitores do
dialelo (FERREIRA et al., 2004). Esse comentário é perfeitamente observado na
expressão modificada, descrita por Vencovsky (1987):
])1()[( dpappg
ii
+=
,
em que
i
p é a freqüência do alelo favorável no genitor i,
p
é a freqüência média do
alelo favorável entre os genitores,
a
é o desvio dos homozigotos em relação à média
(efeito aditivo) e d é o desvio dos heterozigotos em relação à média (efeito de
dominância).
No contexto, a capacidade geral de combinação relaciona-se diretamente com a
divergência genética do genitor em relação aos demais envolvidos na análise do dialelo
(VIANNA, 2000). Além disso, conforme evidenciam FERREIRA et al. (2004) por
139
meio de simulações, a capacidade geral de combinação está estritamente
correlacionada com a capacidade específica de combinação do genitor com ele mesmo
(s
ii
). Essa relação é notória ao se observar o conteúdo genético de s
ii
, pela
expressão
dpppps
iiii
)])([(2 =
.
Conforme afirmam Cruz e Vencovsky (1989), a capacidade específica de
combinação de um genitor com ele mesmo tem importante significado genético, tanto
em seu sinal como em sua magnitude. No modelo aditivo-dominante, o estimador
ii
s
é
uma medida de divergência do genitor i, com relação à média dos outros genitores do
dialelo. Quanto maior o valor absoluto de
ii
s
maior será a divergência genética do
genitor i em relação aos demais, ou seja, mais distante estará a freqüência alélica do
genitor i em relação à freqüência média dos outros genitores.
Assim sendo, para NF, as linhagens mais divergentes seriam LOF-01, LOF-02
e LOF-13 (Tabela 20). As linhagens LOF-13, LOF-01 e LOF-05 foram as mais
divergentes para PR. Para DT, as linhagens LOF-06, LOF-07 e LOF-12 foram as mais
divergentes, enquanto as linhagens LOF-01, LOF-07 e LOF-13 foram as mais
divergentes para FP. Para SS, destacaram-se como mais divergentes as linhagens LOF-
12 e LOF-02.
Existe uma estreita relação positiva e elevada entre
i
g e
ii
s , conforme mostra
o trabalho de simulação realizado por Ferreira et al. (2004). Segundo esses autores, as
estimativas desses dois parâmetros são complementares, pois informam a freqüência de
alelos favoráveis e o nível de heterozigose nos locos do genitor. Todavia, não se
verificou essa tendência no presente trabalho. Uma possível explicação para esse fato é
o pequeno número de genitores utilizados no dialelo, uma vez que a estimativa do
coeficiente de correlação é afetada pelo número de dados (RAMALHO et al., 2000).
No presente trabalho, estimativas positivas e significativas foram observadas
para CEC entre dois genitores distintos. Para NF, PR, DT, FP e SS, destacaram-se,
140
respectivamente, os cruzamentos LOF-01 x LOF-13, LOF-02 x LOF-05, LOF-12 x
LOF-13, LOF-01 x LOF-13 e LOF-05 x LOF-06 (Tabela 20). A magnitude da
capacidade específica de combinação (CEC) indica o grau de complementação dos
genitores de um cruzamento. Magnitudes elevadas e significativas evidenciam
desempenho heterogêneo entre os genitores, não sendo possível, portanto, prever o seu
comportamento com base apenas na CGC, pois ocorrem interações entre os genitores
em função da divergência nos locos com dominância (MELO, 1996). As estimativas
elevadas de CEC indicam complementação alélica entre os genitores envolvidos. Além
disso, segundo Oliveira (1995), a CEC não depende somente da complementação entre
os genitores, mas também da proporção de locos fixados com alelos favoráveis e locos
fixados com alelos desfavoráveis. A CEC, assim como a heterose, depende da
divergência genética entre os genitores, bem como dos efeitos não-aditivos, como
dominância e epistasia (NUNES, 2006).
Com relação à heterose, as estimativas, foram na sua maioria, positivas para
todas as características, com exceção do teor de sólidos solúveis (Tabela 21). Melo
(1991) e Paiva (2002) observaram que a maioria das estimativas de heterose para o teor
de sólidos solúveis foram positivas. Todavia, Barros (2005) verificou resultado oposto
ao presente trabalho, ou seja, a maioria das estimativas de heterose foi positiva para o
teor de sólidos solúveis, enquanto que para as demais características foram negativas.
Com relação à produtividade, Rizzo (1999) observou que 50% dos valores de heterose
foram positivos. Paiva (2002) observou em 40% das estimativas, valores positivos de
heterose, enquanto Melo (1991) constatou que 80% das heteroses foram positivas.
Segundo Monforte et al. (2005), a manifestação da heterose depende dos genitores
envolvidos no cruzamento. Esses mesmos autores, cruzando uma linhagem do tipo
Pele de Sapo com treze acessos de vários grupos botânicos, constataram heteroses
positivas e negativas para as características formato do ovário, massa média do fruto,
141
comprimento do fruto, diâmetro do fruto, formato do fruto e teor de sólidos solúveis,
em função dos cruzamentos avaliados.
Outros autores observaram heterose em meloeiro tanto para características de
produção (ABDALLA e ABOUL-NASR, 2002; PAIVA, 2002), como para qualidade
dos frutos (ABADIA et al., 1985; RIZZO, 1999; PÉRIN et al., 2002). Considerando as
magnitudes das heteroses, Paiva (2002) observou, em média, valores próximos àqueles
observados no presente trabalho para o número de frutos por planta, massa média do
fruto, formato do fruto e teor de sólidos solúveis. Monforte et al. (2005) também
obtiveram estimativas semelhantes para massa média do fruto, diâmetros transversal e
longitudinal, formato do fruto e teor de sólidos solúveis. Por outro lado, os valores
observados por Barros (2005) foram inferiores àquelas desse estudo.
Heterose positiva indica superioridade da combinação brida em relação à
média dos genitores. A presença de heterose depende da dominância e da divergência
genética (FALCONER e MAKAY, 1996). Considerando que a dominância e a
divergência são dependentes da freqüência alélica dos genitores, é razoável entender
que as magnitudes e sinais da heterose variam em função dos genitores envolvidos.
Fato, aliás, comum em estudo sobre herança ou controle genético das características.
O sinal da estimativa de
ii
s
é fundamental para indicar a direção dos desvios
de dominância. Quando o sinal é negativo, indica desvios de dominância positivos,
quando é positivo, indica desvios de dominância negativos (CRUZ e VENCOSKY,
1989). Assim sendo, quando os genitores do dialelo diferem quanto ao sinal, indicam
que a heterose em relação à média dos genitores em alguns casos é positiva e em
outros negativa. Os genitores com sinais positivos contribuem para heteroses negativas
em relação aos pais, enquanto que genitores com sinais negativos indicam
predominância de heterose positiva em relação aos pais nos cruzamentos em que
participam. Essa tendência foi observada para o número total de frutos, produtividade e
142
firmeza da polpa (Tabelas 20 e 21), confirmando o comentário de Cruz e Vencovsky
(1989).
Observou-se alta correlação entre a heterose e a capacidade específica de
combinação para todas as características com presença de CEC significativa (Tabela
22). A heterose clássica, definida por Falconer (1981), depende da divergência na
freqüência alélica e da dominância. A capacidade específica de combinação tamm
depende desses dois fatores. Assim sendo, era de se esperar uma forte e positiva
associação entre esses parâmetros genéticos, fato confirmado neste trabalho (Tabela
22). Barros (2005) observou essa associação no meloeiro e Nunes (2006), por meio de
simulação, observou alta correlação em várias situações de herdabilidade, relação
alélica e presença e ausência de epistasia.
A heterose e a capacidade específica de combinação apresentaram associação
positiva com a média dos cruzamentos para as características NF, DL, IF, EP, FP e SS
(Tabela 22). Cruz et al. (1994) comentam que a média dos híbridos está relacionada
com as estimativas de heterose.
Não se observou coeficiente de correlação significativo entre a distância de
Mahalanobis e os demais parâmetros estimados (Tabela 22). Como a distância de
Mahalanobis mede a divergência entre os genitores, pode-se constatar, no presente
estudo, que a divergência não tem associação com a heterose no meloeiro, fato também
observado por Rizzo (1999) e Barros (2005). Paiva (2002), avaliando a relação da
divergência genética entre linhagens de melão e a heterose de seus híbridos, verificou
correlações significativas entre a distância de Mahalanobis e a heterose para produção
por planta e diâmetro da cavidade interna. Contudo, segundo a autora, a heterose
favorável nos híbridos nem sempre ocorreu quando se utilizaram linhagens
divergentes, enquanto que cruzamentos entre linhagens com pequenas distâncias de
Mahalanobis manifestaram essa característica. Todavia, Garcia et al. (1998)
143
recomendam a utilização das distâncias genéticas, principalmente com base em
marcadores RAPD, para orientar cruzamentos em meloeiro.
A divergência genética, com base em caracteres morfo-agronômicos, tem sido
muito utilizada, com sucesso, pelos pesquisadores, para identificar cruzamentos com
potencial de se obter populações segregantes com alta variabilidade e assim ser
possível explorar a heterose em híbridos. A associação entre divergência e heterose foi
observada em várias culturas (MALUF et al., 1983; MIRANDA et al., 1988;
FERREIRA et al.,1994; MACHADO et al. 2000; FUZATTO et al., 2002). Todavia, o
uso da divergência genética evitaria a realização de muitos cruzamentos, tendo por
conseqüência redução no trabalho e custos.
Para objetivos práticos, como a utilização comercial de bridos, o parâmetro
de maior interesse é o desempenho médio e não a heterose ou a capacidade específica
neles manifestadas, uma vez que esses parâmetros são apenas medidas relativas a seus
progenitores. Contudo, a divergência também não se correlacionou com o mesmo
(Tabela 22).
Por fim, ressalta-se que os fatores genéticos que determinam a superioridade
de um cruzamento em relação a outros possíveis entre os genitores disponíveis são
abrangentes, pois envolvem, além de efeitos não-aditivos (dominância e epistasia) e
das diferenças entre freqüências alélicas, efeitos de natureza aditiva e as interações
(CRUZ et al., 1994). Por isso esses autores recomendam selecionar cruzamentos com
CEC elevada e que pelo menos um dos progenitores possua alta CGC.
144
5 CONCLUSÕES
- A divergência genética não se correlacionou com nenhum parâmetro avaliado para
todas as características avaliadas;
- A heterose se correlacionou com a capacidade específica de combinação e com a
média dos híbridos.
145
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