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BEATRIZ MARTINS DA COSTA FURTADO DE OLIVEIRA
A INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL EM ARRANJOS PRODUTIVOS
LOCAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Dissertação apresentada ao curso de mestrado em Engenharia de
Produção da Escola de Engenharia da Universidade Federal de
Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Engenharia de Produção.
Área de Concentração: Gestão pela Qualidade e
Desenvolvimento de Produtos
Linha de Pesquisa: Metodologia do Produto e Gestão do Design
Orientador: Professor Eduardo Romeiro Filho Departamento de
Engenharia de Produção - UFMG
Escola de Engenharia - Departamento de Engenharia de Produção
Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte – Minas Gerais
2007
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II
Agradeço
Aos Professores Eduardo Romeiro Filho por sua impecável orientação e João
Martins da Silva pela confiança em mim depositada,
às amigas Andréa Franco Pereira pelo estímulo, Cristina Abjaode Nascimento
pela partilha e Ângela M. Furtado pela paciência e
ao Professor Dijon de Moraes Junior por sua participação na banca.
Dedico este trabalho aos meus amores:
Gegê, meu marido e Lívia e Daniel, meus filhos.
“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí
afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
Guimarães Rosa
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III
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................... 11
ABSTRACT ........................................................................................................... 12
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.............................................................................. 13
1.1 Contextualização ......................................................................................... 14
1.2 Problema ..................................................................................................... 16
1.3 Hipótese ...................................................................................................... 16
1.4 Objetivo Geral............................................................................................. 17
1.5 Objetivos Específicos .................................................................................. 17
1.6 Justificativa ................................................................................................. 17
CAPITULO 2 – O SETOR MOVELEIRO.............................................................. 19
2.1 Panorama Internacional do Setor Moveleiro ................................................ 20
2.2 Panorama Nacional do Setor Moveleiro....................................................... 23
2.3 Panorama Estadual do Setor Moveleiro ....................................................... 30
2.3.1 Madeira de Eucalipto Cultivada................................................................... 31
CAPITULO 3 – O VALE DO JEQUITINHONHA: CARACTEREIZAÇÃO DAS
EMPRESAS DO SETOR MOVELEIRO.................................................. 35
3.1 O Vale do Jequitinhonha.............................................................................. 36
3.2 Caracterização das empresas do setor moveleiro do Vale do Jequitinhonha
anterior à intervenção.............................................................................................. 38
CAPÍTULO 4 – UM CASO DE INTERVENÇÃO: O PROJETO AVALOR........ 44
4.1 Arranjo Produtivo Local .............................................................................. 45
4.2 Políticas do Governo do Estado de Minas Gerais de estímulo aos APLs
Moveleiros.............................................................................................................. 47
4.3 A Intervenção Governamental: Projeto AVALOR ....................................... 49
4.4 Os Resultados da Intervenção através do Projeto AVALOR ........................ 57
CAPITULO 5 – A SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ADQUIRIDO E
GERAÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS ........................................ 60
5.1 O conhecimento nas organizações ............................................................... 61
5.2 A Dinâmica do Conhecimento Aplicado ao setor moveleiro do Vale do
Jequitinhonha.......................................................................................................... 64
IV
CAPÍTULO 6 – METODOLOGIA.......................................................................... 72
6.1 A Metodologia ............................................................................................ 73
6.2 Método........................................................................................................ 74
6.2.1 Primeiro módulo.......................................................................................... 74
6.2.2 Segundo Módulo ......................................................................................... 75
6.2.3 Terceiro módulo .......................................................................................... 76
CAPÍTULO 7 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................. 77
7.1 Análise 1 .................................................................................................... 78
7.1.1 Porte das Empresas...................................................................................... 79
7.1.2 Produção ..................................................................................................... 81
7.1.3 Desenvolvimento de Produtos ..................................................................... 83
7.1.4 Matéria-Prima ............................................................................................. 87
7.2 Análise 2 ..................................................................................................... 88
7.2.1 Mão-de-Obra............................................................................................... 89
7.2.2 Produção ..................................................................................................... 92
7.2.3 Desenvolvimento de Produtos ..................................................................... 96
CAPÍTULO 8 – CONCLUSÕES............................................................................ 103
8.1 Conclusões da Análise 1............................................................................ 104
8.2 Conclusões da Análise 2............................................................................ 106
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 109
ANEXOS ................................................................................................................. 119
Cronologia da Indústria Moveleira ........................................................................ 120
Grupo de Participantes Análise 1........................................................................... 124
Modelo Questionário 1 – Análise 1 ....................................................................... 125
Tabulação dos dados – Análise 1........................................................................... 131
Grupo de Participantes – Análise 2........................................................................ 136
Grupo de Não-Participantes – Análise 2................................................................ 138
Modelo Questionário 2 - Análise 2........................................................................ 139
Tabulação dos dados – Análise 2........................................................................... 146
V
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cadeia Produtiva do Setor Moveleiro.......................................................... 25
Figura 2 – Fluxo de Produção ..................................................................................... 27
Figura 3– Vale do Jequitinhonha................................................................................. 36
Figura 4 – Caracterização das empresas moveleiras - 2003.......................................... 43
Figura 5 - Esquema da metodologia desenvolvida para o Projeto AVALOR ............... 51
Figura 6 – Fase Nivelamento....................................................................................... 55
Figura 7 – Fase Prototipagem...................................................................................... 56
Figura 8 – Dinâmica do Conhecimento Aplicado: ....................................................... 63
Figura 9 – A Dinâmica do Conhecimento Aplicado - Setor Moveleiro ..Erro! Indicador
não definido.
Figura 10 – DCA – Diagnóstico.................................................................................. 67
Figura 11 – DCA – Proposição e Experimentação....................................................... 68
Figura 12 – DCA – Avaliação e Sistematização .......................................................... 69
Figura 13 – DCA -Operação e Reavaliação................................................................. 70
Figura 14 – DCA – Esquema Final.............................................................................. 70
Figura 15 – Grupo de Participantes - 2006 ................................................................ 101
Figura 16 – Grupo de Não-Participantes – 2006........................................................ 102
VI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Principais Países Produtores e Consumidores de Móveis - 1996 ................. 20
Tabela 2 - Principais pólos moveleiros........................................................................ 24
Tabela 3 - Desempenho das Exportações de Móveis no Brasil..................................... 29
Tabela 4 - Desempenho dos Pólos Moveleiros - MG................................................... 31
Tabela 5 – Produtos de Madeira de Eucalipto.............................................................. 32
Tabela 6 – Componentes do Índice de Exclusão Social (Pochmann e Amorim, 2003) . 37
Tabela 7 - Mostra dos Arranjos Produtivos Locais ...................................................... 47
Tabela 8 - Empresas do Vale do Jequitinhonha ........................................................... 52
VII
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Desempenho das Exportações ................................................................... 29
Gráfico 2 – Índice de Exclusão Social – Turmalina e Capelinha.................................. 38
Gráfico 3 – Principais Produtos Produzidos- 2003....................................................... 40
Gráfico 4 – Desenvolvimento de Projetos - 2003......................................................... 41
Gráfico 5 – Fatores Colaboradores para a Competitividade dos Produtos - 2003 ......... 42
Gráfico 6 – Dificuldades mais representativas – 2003-2006 ........................................ 79
Gráfico 7 – Porte das empresas – 2003-2006............................................................... 80
Gráfico 8 – Faturamento Anual – 2003-2006 .............................................................. 81
Gráfico 9 – Tipos de produção – 2003-2006................................................................ 82
Gráfico 10 – Layout industrial – 2003-2006................................................................ 83
Gráfico 11 – Fatores mais importantes para a competitividade do produto – 2003-2006
............................................................................................................................ 84
Gráfico 12 – Frequência de lançamento de novos produtos – 2003-2006..................... 85
Gráfico 13 – Responsável pelo desenvolvimento de projetos – 2003-2006 .................. 86
Gráfico 14 – Utilização de normas técnicas referentes ao segmento – 2003-2006........ 86
Gráfico 15 – Madeiras mais utilizadas – 2003-2006 .................................................... 87
Gráfico 16 – Aquisição de madeira – 2003-2006......................................................... 88
Gráfico 17 – Número de Funcionários – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes ........................................................................................................ 89
Gráfico 18 – Grau de instrução – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes ........................................................................................................ 90
Gráfico 19 – Número de funcionários em função específica – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes.......................................................... 90
Gráfico 20 – Avaliação da mão-de-obra – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de
Não-Participantes................................................................................................. 91
Gráfico 21 – Dificuldade na obtenção de mão-de-obra – 2006-Grupo de Participantes e
Grupo de Não-Participantes ................................................................................. 92
Gráfico 22 – Linha de produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes ........................................................................................................ 93
Gráfico 23 – Avaliação da linha de produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de
Não-Participantes................................................................................................. 93
VIII
Gráfico 24– Atualização e racionalização do processo produtivo – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes.......................................................... 94
Gráfico 25– Métodos de realização de atualização e racionalização do processo
produtivo – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes............... 94
Gráfico 26– Fatores determinates do produto e volume produzido – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes.......................................................... 95
Gráfico 27 – Problemas no processo produtivo – 2006-Grupo de Participantes e Grupo
de Não-Participantes ............................................................................................ 96
Gráfico 28 – Forma de desenvolvimento de produtos – 2006-Grupo de Participantes e
Grupo de Não-Participantes ................................................................................. 97
Gráfico 29 – Responsável pelo desenvolvimento deprodutos – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes.......................................................... 97
Gráfico 30 – Foco do desenvolvimento de novos produtos – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes.......................................................... 98
Gráfico 31 – Fontes utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos – 2006-Grupo
de Participantes e Grupo de Não-Participantes ..................................................... 99
Gráfico 32 – Utilização de computação gráfica no desenvolvimento de produtos – 2006-
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes ........................................ 100
IX
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABIMÓVEL - Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário
ACIU – Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba
APL – Arranjo Produtivo Local
CETEC - Centro Tecnológico de Minas Gerais
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
CONECIT – Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia
DCA – Dinâmica do Conhecimento Aplicado
ED-UEMG – Escola de Design da Universidade do estado de Minas Gerais
EE-UFMG – Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais
EPI –Equipamento de Proteção Individual
FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos
GETEC - Gerência de Estudos e Projetos Tecnológicos
IEL - Instituto Euvaldo Loddi
INDI – Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais.
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial.
INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial
INTERSIND - Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá
MCT - Ministério de Ciência e Tecnologia
MDF - Médium Density Fiberboarde
PCP – Planejamento de Controle da Produção
PIB – Produto Interno Bruto
RMMG – Rede Mineira de Metrologia e Ensaios
RTA - Ready-to Assembly
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECT – Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
SINDIMOV – Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira
X
UFLA – Universidade Federal de Lavras
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UFV - Universidade Federal de Viçosa
11
RESUMO
Esta pesquisa objetiva estudos que avaliem, sob o âmbito da Engenharia de Produção,
os efetivos resultados de ações governamentais voltadas para a melhoria das condições
dos Arranjos Produtivos Locais do setor moveleiro. É apresentado um estudo de caso de
uma destas intervenções, realizado na Região do Vale do Jequitinhonha, em Minas
Gerais. Essa região é reconhecida por sua pobreza e exclusão social, onde se encontra
um aglomerado de micro empresas com baixíssimo grau tecnológico e gerencial,
tornando-se, portanto um objeto oportuno para tal estudo.
A partir deste estudo, entende-se que esta intervenção governamental produziu impacto
positivo no meio produtivo do setor moveleiro do Arranjo Produtivo Local do Vale do
Jequitinhonha e ainda, esses impactos puderam ser mensurados no âmbito da
Engenharia de Produção, considerando os critérios de Estrutura da o-de-Obra,
Produção, Qualidade, Desenvolvimento de Produtos e Manutenção.
Palavras-chave:
Design, setor moveleiro, Vale do Jequitinhonha, Arranjos Produtivos Locais, projeto do
produto, Engenharia de Produção.
12
ABSTRACT
This research has in view the studies which evaluate the effective results of
governmental actions towards the improvement of conditions of Local Productive
Arrangements of the furniture sector under the view of Production Engineering. It is
presented a case study of one of these interventions done in the Region of Jequitinhonha
Valley in Minas Gerais. This region is known by its poverty and social exclusion. One
can find an agglomeration of micro-enterprises which have very little technological and
managing knowledge which makes it an appropriate object of this study.
From this study, one can see that this governmental intervention has generated a
positive impact in the production area of the furniture sector of Local Productive
Arrangement of Jequitinhonha Valley, and also that these impacts could be measured in
the ambit of Production Engineering, considering the criteria of Structure of Labor,
Production, Quality, Development of Products and Maintenance.
Key-words:
Design, furniture sector, Jequitinhonha Valley, Local Productive Arrangements, project
of the product, Production Engineering
13
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
14
1.1 Contextualização
O governo federal e o governo estadual têm adotado políticas de apoio e estímulo ao
desenvolvimento da indústria. Dentre elas, vêm se destacando as iniciativas estaduais
aplicadas em Arranjos Produtivos Locais, que são concentrações geográficas de
empresas e instituições que se relacionam em um setor particular (BNDES, 2003).
O setor Madeira e Móveis do Estado de Minas Gerais tem sido estimulado através de
sindicatos patronais, universidades como UEMG Universidade do Estado de Minas
Gerais, UFMG Universidade Federal de Minas Gerais, instituições de pesquisa como
CETEC Centro Tecnológico de Minas Gerais e instituições de fomento como
SEBRAE-MG–Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, IEL-MG-
Instituto Euvaldo Loddi, CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, SECTES Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas Gerais,
FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, FINEP -
Financiadora de Estudos e Projetos. Diversos projetos foram implantados em Arranjos
Produtivos Locais, dentre os quais:
Projeto AVALOR Mecanismos para o Desenvolvimento de Produtos
Madeireiros de Alto Valor Agregado. Seus agentes financiadores são a FINEP e
o CNPq. Sua execução esteve a cargo do Departamento de Estruturas da Escola
de Engenharia da UFMG, coordenadora do projeto, do Núcleo da Madeira da
Escola de Design da UEMG, do CETEC e da RMMG - Rede Mineira de
Metrologia e Ensaios. Seus intervenientes são a CAF Arcelor Brasi l- Santa
Bárbara e o SINDIMOV-MG - Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de
Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais. Conta com o apoio do LIDEP
- Laboratório de Design e Engenharia do Produto do Departamento de
Engenharia de Produção da UFMG e de instituições locais, Delegacia Regional
do SINDIMOV-MG e Prefeitura de Turmalina.
Projeto CERTIM - Desenvolvimento de Produtos Moveleiros aptos a receber
Certificação, financiado pela FAPEMIG, co-executado pela ACIU Associação
Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba - MG, Faculdade de Ciências
Econômicas do Triângulo Mineiro e UEMG.
15
Projeto Carmo do Cajurú - Diagnóstico de Design de Produtos Região Centro-
Oeste. IEL – Instituto Euvaldo Lodi e SINDIMOV – MG.
Projeto PRÓ-UBÁ - Fortalecimento do Pólo Moveleiro de Ubá pelo Design
Integrado: Desenvolvimento de Produtos para a Certificação. Região da Zona da
Mata. MCT- Ministério da Ciência e Tecnologia, FINEP, CNPq , UFMG,
UEMG, CETEC , RMMG, INTERSIND e SENAI –
Projeto IDI-M - Inserção do Design Industrial no Pólo Moveleiro da Região
Metropolitana de Belo Horizonte. Região Metropolitana de Belo Horizonte.
CNPq, UEMG, FUMEC e SINDIMOV - MG.
Projeto Coleção Ubá Móveis de Minas. Ubá MG. Programa SEBRAE / Via
Design.
Projeto Coleção Móveis do Jequitinhonha. Região do Vale do Jequitinhonha
MG. Programa SEBRAE / Via Design.
Projeto MOVALE - Implantação de Oficina-Escola. Região do Vale do
Jequitinhonha. Recursos do Ministério da Integração Nacional e participação do
sistema FIEMG, através do IEL, Acesita e Prefeitura Municipal de Turmalina.
Workshop Internacional Brasil Itália 2006. Instituto Politécnico de Torino -
Itália, ED –UEMG Escola de Design da Universidade do Estado de Minas
Gerais e SECTES.
No que pesem os esforços governamentais em Minas Gerais para a melhoria das
condições dos Arranjos Produtivos Locais voltados para o setor moveleiro, não foram
observados estudos que avaliem, do ponto de vista dos setores produtivos os efetivos
resultados destas ações. A partir destas avaliações torna-se possível uma revisão das
metodologias aplicadas, com o intuito de se atingir um patamar de maior eficácia,
16
pretendendo-se um real benefício para as empresas locais e conseqüentemente o
crescimento do setor.
Diante disso, propõe-se que seja realizado o estudo de caso de uma destas intervenções,
o Projeto AVALOR, acima citado, focando a análise na melhoria das empresas, sob o
âmbito da Engenharia de Produção. O fato de este projeto ter sido realizado na Região
do Vale do Jequitinhonha, região de reconhecida pobreza e exclusão social, na qual se
encontra um aglomerado de micro empresas com baixíssimo grau tecnológico e
gerencial, faz dele um objeto oportuno para tal estudo. Além disso, vale informar que
após esta intervenção governamental outros projetos foram implantados na região, o que
reforça a política do governo estadual, evidenciando a necessidade de discussão dos
resultados.
1.2 Problema
Não são observados estudos que avaliem, do ponto de vista dos setores produtivos, os
efetivos resultados das ações governamentais voltadas para a melhoria das condições
dos Arranjos Produtivos Locais do setor moveleiro. Considera-se que esse tipo de
avaliação pode contribuir para um melhor planejamento destas ações governamentais,
na medida em que explicita alguns dos resultados efetivamente alcançados, ao mesmo
tempo em que pode vir a demonstrar eventuais lacunas existentes.
.
1.3 Hipótese
Considerando os depoimentos de pesquisadores e empresários envolvidos
especificamente em uma das interferências governamentais, o Projeto AVALOR
implementado na Região do Vale do Jequitinhonha, esta pesquisa parte da hipótese de
que:
1. Esta intervenção governamental produziu impactos positivos no meio
produtivo do setor moveleiro regional.
17
2. Estes impactos podem ser mensurados no âmbito da Engenharia de
Produção, considerando os critérios de Estrutura da Mão-de-Obra,
Produção, Qualidade, Desenvolvimento de Produtos e Manutenção.
1.4 Objetivo Geral
O objetivo desta pesquisa é discutir se a intervenção governamental aplicada ao setor
moveleiro da Região do Vale do Jequitinhonha provocou impactos significativos nos
meios produtivos, a partir de uma abordagem da Engenharia de Produção. Esses
impactos serão mensurados a partir dos resultados do Projeto AVALOR.
1.5 Objetivos Específicos
Realizar um levantamento em um grupo de empresas que se envolveram na
intervenção, comparando os resultados obtidos com os resultados do diagnóstico
realizado antes da intervenção.
Promover um novo levantamento em um grupo de empresas moveleiras que
sofreram a intervenção, tendo como foco a Produção, Estrutura da Mão-de-Obra,
Qualidade, Desenvolvimento de Produtos e Manutenção.
Proceder o mesmo levantamento em empresas moveleiras que não sofreram a
intervenção.
Comparar os resultados entre os dois grupos visando esclarecer se as alterações
observadas foram decorrentes da realização da ação governamental.
1.6 Justificativa
Dentre as políticas governamentais de estímulo ao desenvolvimento da indústria vêm se
destacando as iniciativas estaduais aplicadas em Arranjos Produtivos Locais focados no
desenvolvimento sustentável regional. O setor Madeira e Móveis do Estado de Minas
Gerais tendo sido contemplado com a implementação tanto de projetos quanto de ações
18
estruturadoras descritas no Capítulo 4. Diante desta constatação evidenciam-se as
diretrizes das políticas do governo do Estado em promover o desenvolvimento dos pólos
moveleiros no Estado de Minas Gerais.
Destaca-se aqui a importância de analisar os efetivos resultados destes esforços
governamentais, a partir de dados mensuráveis do setor produtivo das empresas que
sofreram a intervenção. Este estudo é base para se rever as metodologias a então
aplicadas, com vistas a um aprimoramento e mesmo adequações destes procedimentos.
A partir de uma abordagem da Engenharia de Produção os resultados destas
intervenções podem ser mensurados quando observados os quesitos de Produção,
Estrutura da Mão-de-Obra, Qualidade, Desenvolvimento de Produtos e Manutenção.
Acredita-se que a análise do setor produtivo elucida as alterações ocorridas em cada
uma das empresas envolvidas nas interferências permitindo a discussão do crescimento
destas empresas, e conseqüentemente o fortalecimento do Arranjo Produtivo Local
como um todo.
O Projeto AVALOR como citado anteriormente, contemplou o setor moveleiro do Vale
do Jequitinhonha, região de reconhecida pobreza e exclusão social, na qual se encontra
um aglomerado de micro empresas com baixíssimo grau tecnológico e gerencial. Trata-
se, portanto de uma pesquisa aplicada, uma situação real, o que valida a intenção deste
estudo e o torna relevante, uma vez que se propõe a entender, organizar e sistematizar
seus resultados, sob os critérios da Engenharia de Produção. Esta foi uma das pioneiras
destas iniciativas, considerada de grande porte devido à soma disponibilizada de
aproximadamente R$ 350 mil reais para o seu desenvolvimento. Envolveu o MCT -
Ministério de Ciência e Tecnologia, a Escola de Engenharia da UFMG, a Escola de
Design da UEMG, o CETEC, a RMMG, o CNPq, o SINDIMOV – Sindicato das
Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira do Estado de Minas Gerais e a CAF
CAF Santa Bárbara Ltda. Foram disponibilizados cerca de doze pesquisadores destas
instituições para o desenvolvimento das atividades propostas sendo dezessete empresas
participantes do Projeto. Mais detalhes referente a esse Projeto é apresentado em
capítulo específico.
Além do mais, esta pesquisa poderá vir a ser um instrumento de disseminação de
informações que de alguma forma contribua para futuras propostas neste âmbito.
19
CAPITULO 2 – O SETOR MOVELEIRO
20
2.1 Panorama Internacional do Setor Moveleiro
A indústria mundial de móveis é considerada tradicional, intensiva em trabalho e
constituída por um contingente numeroso de empresas, predominantemente médias e
pequenas, formando extensas cadeias produtivas. Os principais segmentos do comércio
internacional de móveis são em primeiro lugar as cadeiras e assentos, seguidos pelos
móveis de metal e móveis plásticos. A produção mundial deste setor está estimada em
US$ 200 bilhões sendo que, 79% deste montante a parcela de 64% cabe aos Estados
Unidos, Itália, Japão, Alemanha, Canadá, França e Reino Unido. A parcela restante de
21% cabe aos países emergentes em destaque a China, xico e Polônia (COUTINHO
et al 2001).
O comércio de móveis envolve cerca de 50 países e novamente os países mais
desenvolvidos são os principais importadores - Estados Unidos, Alemanha, França,
Reino Unido, Japão e Canadá, e exportadores – Itália, Canadá, Alemanha, China,
Estados Unidos, Polônia e França. No que tange à produção e consumo, também cabe
aos países desenvolvidos a maior parcela. Já os países em desenvolvimento, estes
também possuem grandes mercados internos que são atendidos basicamente pela
produção local (VALENÇA et al 2002). Na tabela abaixo estão apresentados os
principais países produtores e consumidores de móveis.
Tabela 1 - Principais Países Produtores e Consumidores de Móveis - 1996
Fonte: IEL e SINDIMOV (2003)
País Consumo
US$milhões
%
Produção
US$milhões
%
Estados Unidos 58.739 37,7 48.660 31,2
Alemanha 19.177 12,3 18.414 11,6
França 12.112 7,8 7.502 4,8
Itália 11.921 7,7 16.638 10,5
Reino Unido 10.052 6,5 7.502 4,8
Japão 6.927 4,4 - -
Espanha 6.559 4,2 4.092 2,6
Subtotal 125.467 60,6 102.536 65,8
Outros 30.242 19,4 53.191 34,2
Total 155.729 100 155.729 100
21
Em países desenvolvidos, as médias e pequenas empresas predominantemente se
ocupam do fornecimento de peças, partes e componentes para a indústria de móveis ou
então se concentram em determinado segmento do setor, enquanto as grandes empresas
se concentram na produção final, montagem e acabamento do produto. Desta forma,
observa-se a existência de pólos moveleiros constituídos de extensas cadeias produtivas,
compostas por empresas com elevado grau de especialização. A partir da especialização
das empresas o sistema produtivo tornou-se mais eficiente, possibilitando ganhos de
escala e agilidade nas etapas do processo produtivo e com isso reduzindo custos
industriais e aumentando a eficiência da cadeia produtiva (GORINI, 2003).
Ainda segundo a autora, nos países em desenvolvimento por outro lado o que se
observa, na grande maioria das empresas, ainda é a verticalização da produção, em que
todos os componentes do móvel são produzidos pela mesma empresa. Em muitos desses
países ao-de-obra é abundante, não especializada e considerada de baixo custo o que
somado a um parque tecnológico ultrapassado faz com que as empresas não consigam
competir internacionalmente restringindo seu mercado ao comércio local. Além disso,
as empresas tornam-se competitivas entre si, uma vez que produzem os mesmos móveis
de um determinado segmento.
As novas tecnologias de produção, responsáveis pela introdução de equipamentos e
máquinas automatizados com base na microeletrônica concorrem para o incremento da
produtividade e para a flexibilização dos processos de produção. Apesar dessa recente
modernização, não existem limitações para a utilização de máquinas antigas e modernas
em uma mesma linha de produção. O que, somado à adoção de novas técnicas de gestão
empresariais também tem contribuído com o aumento dos índices de produtividade,
bem como a introdução de novas matérias-primas e diversos materiais para
revestimento. Dentre estes se destacam o MDF - Médium Density Fiberboard e as
madeiras cultivadas como o eucalipto que vem sendo introduzido no setor moveleiro do
Brasil, Austrália, Nova Zelândia, Chile e a seringueira na Malásia, Indonésia, Filipinas e
Ceilão (INDI, 2000).
O aperfeiçoamento do design, como estratégia de diferenciação do produto, vem
conseguindo assim obter um valor diferencial advindo da exclusividade. Esta estratégia
tem sido utilizada principalmente em países onde se observa a escassez de recursos de
22
naturais (madeira) que através da combinação das diferentes matérias-primas
encontradas no mercado inovam o produto final. Por outro lado, a indústria alocada em
países de matéria-prima abundante, tende a explorar a oferta elástica de seus recursos
naturais. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, deixam o design próprio em
segundo plano e em geral, limitando às cópias das inovações de produto, principalmente
as alemãs e italianas (op cit GORINI).
Os Estados Unidos, principal consumidor e produtor mundial, detêm uma indústria
fragmentada em aproximadamente 4.000 empresas. Seu principal segmento é o móvel
para uso residencial, destacando o estilo casual/funcional. Este estilo inclui a categoria
ready-to-assembly RTA (pronto para montar) que nos últimos anos vem apresentando
elevadas taxas de crescimento. Cabe ainda ressaltar que o mercado para partes e
componentes também está em ascensão (COUTINHO et al 2001).
A Alemanha, segundo maior consumidor e produtor mundial, ainda segundo o autor,
possui cerca de 1.200 empresas. Apesar de considerada uma das mais evoluídas
economias moveleiras da Europa, atualmente apresenta-se em estado de estagnação com
tendência declinante. Grande parte dos componentes e produtos semi-acabados dos
móveis são importados e algumas etapas da produção o realizadas em outros países,
como estratégia de redução de custos.
A Itália detém uma indústria moveleira extremamente fragmentada com
aproximadamente 39.000 empresas, distribuídas principalmente entre pequenas e
médias, apresentando forte participação na economia informal. A horizontalização da
produção é marcante, cerca de 30 mil empresas empregam menos de dez operários e
concentram sua produção na confecção de peças, componentes e produtos semi-
acabados a grandes empresas. O universo destas grandes empresas se resume a nada
mais que 35 unidades com mais de 200 operários.(op cit GORINI). O design ocupa um
importante lugar na indústria moveleira constituindo-se em um fator estratégico,
propiciando inovação no produto final também e redução dos custos. Os móveis muitas
das vezes são compostos por diferentes matérias-primas dentre elas a madeira, o metal,
o vidro e pedra e estas inovações têm sido responsáveis pela inserção do produto no
mercado internacional. Além de o seu produto apresentar um preço extremamente
competitivo, sabe-se que a Itália define padrões de modernidade no mercado mundial
23
Cabe esclarecer, entretanto que as empresas inovadoras detêm uma pequena parcela da
indústria moveleira do país, algo em torno de 5%, cabendo a maior parte, 80%, àquelas
que seguem estas tendências juntamente com empresas de outros países (INSTITUTO
POLITÉCNICO DE TORINO et al., 2006).
VALENÇA op cit destaca o aumento do grau de abertura, dimensionado como a razão
entre importação e consumo dos diversos mercados, ocorrido nos últimos anos como o
fator estruturador mais relevante do setor moveleiro mundial.
2.2 Panorama Nacional do Setor Moveleiro
A indústria brasileira de móveis é constituída por aproximadamente 16.000 empresas
formais que geram aproximadamente 189.000 empregos. A ABIMOVEL estima, no
entanto, que o número de empresas informais no país é muito significativo e quando
incluído neste rol o total salta para 50.000 unidades produtoras de móveis. Este universo
se constitui predominantemente por micro e pequenas, com uma pequena parcela de
médias, se considerado o porte de seus estabelecimentos. Em sua grande maioria, são
empresas tradicionais, familiares, de capital inteiramente nacional e voltadas para o
mercado interno.(VALENÇA, op cit). O setor moveleiro apesar de apresentar baixa
participação no PIB Produto Interno Bruto, é relevante em termos de geração de
empregos, conforme apresentado na Tabela 2 (IEL et al, 2003).
Ao longo dos últimos anos, alguns segmentos da indústria moveleira têm
experimentado mudanças significativas em sua base produtiva e uma rapidez muito
grande em se ajustar às novas condições de abertura comercial da economia brasileira e
de globalização dos mercados em nível mundial. Apesar de todo o esforço que vem
sendo feito pelo segmento, o produto nacional o é competitivo no mercado
internacional e sua cadeia produtiva apresenta-se ineficiente, se comparado aos de maior
valor agregado como os produzidos por países mais competitivos como Itália,
Alemanha e Estados Unidos principalmente. COUTINHO et al (2001) destacam dentre
os fatores que influenciam esta realidade, a elevada verticalização da produção, devido
ao baixo grau de especialização das empresas na produção de partes, componentes e
produtos semi-acabados para móveis. Esta situação impede os encadeamentos
produtivos intra-setoriais, fundamentais para os ganhos de escala e redução dos custos
24
industrias. Além disso, o não estabelecimento de normas técnicas contribui para a
atuação de produtores no setor informal da economia. Isso provoca dificuldades no
processo de especialização da produção, uma vez que os fornecedores o seguem
normas pré-estabelecidas, e inibe as exportações para países desenvolvidos onde os
produtos o avaliados segundo normas técnicas. Ainda cabe ressaltar o estimulo à
importação de produtos de baixa qualidade, particularmente os produzidos no Leste
Asiático e a exportação de madeira bruta como matéria-prima e não o móvel, produto
final, com valor agregado.
Outro fator relevante é a heterogeneidade do padrão tecnológico, que varia de acordo
com o porte das empresas. Encontram-se empresas, apesar de em pequeno número, cujo
padrão tecnológico e administrativo podem ser comparados aos internacionais e, em
contrapartida, a grande parcela restante é detentora de parque tecnológico ultrapassado,
composto por equipamentos e sistema produtivos desatualizados (INDI, 2000).
As empresas estão distribuídas por todo o território nacional, sendo sua maior
concentração na região centro-sul do país, constituindo-se em alguns estados pólos
moveleiros, a exemplo de Bento Gonçalves, RS; São Bento do Sul, SC; Ubá, MG;
Linhares, ES; Arapongas, PR; Mirassol, Votuporanga e São Paulo, SP. A Tabela 2, a
seguir apresenta o número de empregos gerados pelo setor moveleiro, distribuídos nos
principais pólos e seus principais mercados.
Tabela 2 - Principais pólos moveleiros
Pólo Moveleiro Estado Empresas Empregados Principais mercados
Arapongas PR 145 5.500 Todos os estados/exportação
Bento Gonçalves RS 370 10.500 Todos os estados/exportação
Bom Despacho MG 117 2.000 MG
Lagoa Vermelha RS 60 1.800 RS,SP,PR,SC/exportação
Linhares e Colatina ES 130 3.000 SP,ES,BA/exportação
Mirassol SP 210 8.500 PR,SC,SP/exportação
São Bento do Sul SC 210 8.500 PR,SC,SP/exportação
Tupã SP 54 700 SP
Ubá MG 300 3.150 MG,SP,RJ,BA/exportação
Fonte: ABIMÓVEL (2005)
25
A cadeia produtiva do setor moveleiro, Figura 1, se constitui de um elo de atividades
que o desde o processamento da matéria-prima, sua transformação em produtos, a
distribuição e a comercialização. A configuração de cadeia permite visualizar o
processo de produção beneficiando a análise da eficácia de cada estágio, possibilitando
ajustes no processo produtivo, redução de custos, alcance de novos mercados e a
melhoria da capacidade de gestão da empresa. Este conceito pode ainda ser estendido,
se considerado a análise do ciclo de vida do produto até a fase de seu descarte. GORINI
op cit tece comentários a respeito do incremento do ciclo de reposição de móveis que
devido às novas tendências de mercado os móveis hoje aos olhos do consumidor são
vistos como bens não duráveis.
Figura 1 - Cadeia Produtiva do Setor Moveleiro
Fonte: GETEC- Gerência de Estudos e Projetos Tecnológicos in IEL et al (2003)
Cabe citar as considerações apresentadas por op cit GORINI
Silvicultur
a e
Exploraçã
o
Desdobra-
mento da
madeira
Fabr. Estruturas
de madeira e
carpintaria
Fabr. Madeira
laminada, prens.,
compens., aglom.
Indústria Madeireira
Artefatos
têxteis
Artefatos
de couro
Trabalhos
em pedra
de artigoss
de vidro
Diversos Indústria Metalúrgica
Produção
de relami.
tref. de aço
Metalurgia
do alumín..
e suas ligas
Produção
de tubos
de aço
de
Ferragen
s
em geral
Fabr. tintas,
vernizes,la
-
cas e esmalte
Fabricação
adesivos
e selantes
Artefatos
diversos
de plástico.
Fabr. imper
-
meabilizantes
e solventes
Fabr. lamina.
Pl planos e tubul.
plástico
Indústria Química
Fabricação de
móveis de
madeira
Fabricação de
móveis de
metal
Fabricação de
móveis de
outros materiais
Fabricação de
colchões
Atacado e
varejo
Representante
comercial
Transformação
Mercado
Interno e
externo
26
“A indústria de móveis caracteriza-se pela reunião de diversos processos de produção,
envolvendo diferentes matérias-primas e uma diversidade de produtos finais, podendo ser
segmentada, principalmente em função de materiais com que os móveis são confeccionados
(madeira, metal e outros), assim como de acordo com os usos a que são destinados (em especial
móveis para residências e escritórios). Além disso, devido a aspectos técnicos e mercadológicos,
as empresas em geral, são especializadas em um ou dois tipos de móveis, como, por exemplo,
cozinha e banheiro, estofados, entre outros”.
O fluxo geral de trabalho para a produção de móveis confeccionados em madeira é
flexível para o uso tanto de painéis quanto de madeira maciça conforme mostra o
diagrama abaixo.
27
Figura 2 – Fluxo de Produção
As categorias predominantes o os móveis residenciais que participam com 60% da
produção total do setor, com destaque para a produção de dormitórios, seguidos de
armários, incluindo os armários para cozinha, e conjuntos de mesas e cadeiras; os
móveis para escritório, com 25% de participação da produção total, seguida pelos
Madeiras maciças
(toras e pranchões)
Chapas
(aglomerados,
compensados e
laminados de
madeira natural)
Insumos
(lixas, colas, tintas,
vernizes e
cupinicidas)
Componentes
(dobradiças,
puxadores,
cantoneiras, frisos e
revestimentos de papel
e plástico)
Beneficiamento
(transformação em
chapas, sarrafos e
tábuas
)
Secagem
(ao ar livre ou estufa)
Estocagem
Pré-corte
(corte de chapas em
tamanho
aproximado ao final)
Beneficiamento
(corte, furação, fresamento,
torneamento e perfilamento)
Acabamento
(lixamento, colagem de
laminados e pintura)
Recebimento de matéria-prima
Montagem
(somente móveis que são
transportados montados)
Embalagem
Expedição
28
móveis institucionais para escolas, consultórios, hospitais restaurantes, hotéis e
similares, com 15% da produção (apud cit INDI).
Segundo VALENÇA et al (2003) dentre as matérias-primas mais utilizadas pela
indústria de móveis brasileira, a madeira maciça ocupa um lugar significativo. A
madeira maciça oriunda de florestas nativas é utilizada principalmente pelas micro e
pequenas empresas e o declínio de produtividade deste segmento é eminente se se
mantiver nos padrões atuais, diante da pressão de políticas ambientais em favor de
extração sustentável da madeira nativa, que estão sendo implementadas com vistas no
vigoroso comércio de madeira, principalmente da região da Amazônia. Esta madeira
vem sendo substituída pelo pínus e pelo eucalipto provenientes de florestas plantadas,
representado um mercado com excelentes perspectivas, com vistas às restrições
ambientais ao comércio de madeira nativa. Estima-se que 60% da madeira maciça
utilizada na fabricação de móveis é proveniente de plantios. No que se refere
especificamente à madeira de eucalipto, sua utilização pelo setor moveleiro vem se
acentuando sendo utilizada tanto em sua forma maciça quanto em forma de painéis de
madeira reconstituída (em capítulo especifico este tema é abordado mais
detalhadamente). Estas considerações são reforçadas por GONÇALES e MACEDO
(2003) quando comentam:
“Dentre as espécies alternativas que estão sendo introduzidas para o uso da indústria
madeireira, o eucalipto vem merecendo uma atenção especial. É um nero de pido
crescimento e de boa aparência, com características físicas e mecânicas desejáveis ou
passíveis de melhoramento, potencializando-o como matéria-prima alternativa para o
mercado madeireiro”.
Destacam-se também as chapas de madeira processada – aglomerado e MDF – na
produção de móveis seriados. O MDF constituí-se de fibras de madeira, aglutinadas
com resinas sintéticas através de temperatura e pressão. Possui consistência similar à da
madeira maciça e tem sido amplamente utilizado pelas empresas do setor. É
considerado pelos produtores como um material versátil, substituto tanto da madeira
maciça quanto do aglomerado e do compensado e também ser utilizado junto a outros
materiais, permitindo uma maior diferenciação no produto final. As principais
vantagens na utilização do MDF citadas por GORINI (2000) são a queda dos índices de
29
refugo, da freqüência e custo de manutenção; menores custos de transporte, decorrentes
do menor peso do produto final e o aumento da velocidade operacional.
A mudança tecnológica observada nas grandes indústrias moveleiras promoveu um
crescimento significativo nas exportações, o que tem estimulado o desenvolvimento da
capacidade de produção, bem como a elevação do patamar de qualidades de seus
produtos. Como demonstrado na tabela e gráfico abaixo, o desempenho das exportações
é significativo nos últimos anos.
Tabela 3 - Desempenho das Exportações de Móveis no Brasil
(*até maio de 2005)
ANO US$
1990 39.744.595
1991 57.295.962
1992 125.694.839
1993 266.069.681
1994 293.545.956
1995 336.558.513
1996 351.324.802
1997 366.331.006
1998 338.081.212
1999 385.202.520
2000 485.174.452
2001 479.085.232
2002 532.486.497
2003 661.556.905
2004 940.574.475
2005* 404.001.646
Fonte: ABIMOVEL, 2005.
Gráfico 1 - Desempenho das Exportações
Exportações anuais
0
200.000.000
400.000.000
600.000.000
800.000.000
1.000.000.000
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
US$ Exportações anuais
Fonte: ABIMOVEL, 2005.
30
Os maiores mercados importadores são a Europa, com 50% das exportações,
representada pelos países da Alemanha, França, Holanda, Inglaterra e Suécia; os
Estados Unidos com 17%, e o Mercosul com 15% das exportações, sendo a Argentina o
principal importador. Um dos problemas detectados na exportação de móveis é o fato de
as empresas executarem projetos desenvolvidos pelos importadores, sendo que as
empresas exportadoras apresentam um elevado padrão tecnológico e, portanto capazes
de desenvolver seus próprios produtos e inseri-los no mercado externo (COUTINHO et
al 2001).
Em anexo está apresentada a cronologia da indústria moveleira nacional contendo os
principais fatos ocorridos a partir do ano de 1897, que foi elaborada pela Associação
Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÒVEL (2005)
2.3 Panorama Estadual do Setor Moveleiro
O Estado de Minas Gerais é constituído por 853 municípios distribuídos em 10
microrregiões e está entre os mais industrializados do país, apresentando o PIB de R$
109,52 bilhões o que correspondente a 9,93 % do total brasileiro. Neste contexto, o setor
“madeira e mobiliário” segundo o Censo Demográfico (2000) está inserido em 408
municípios, empregando 62.063 pessoas (IEL et al 2003).
Uma vez evidenciada, a indústria moveleira do Estado de Minas Gerais é um dos
fatores de sustentação de importantes pólos regionais de desenvolvimento, estando as
empresas concentradas em diferentes regiões, constituindo-se em pequenos e médios
aglomerados de empresas moveleiras, denominados por arranjos produtivos locais,
clusters,pólos industriais, redes, dentre outras (este tema se tratado em capítulo
específico).
Segundo VALENÇA et al (2002), além dos tradicionais pólos existem outros menores,
nos quais estão muitas micro e pequenas empresas, não se constituindo formalmente em
um pólo moveleiro”. Em Minas Gerais são considerados como pólos Ubá, Bom
Despacho, Martinho Campos, Uberaba, Uberlândia e Carmo do Cajurú. Governador
Valadares e o Vale do Jequitinhonha não são considerados como pólos. A Tabela 4
31
apresenta o número de estabelecimentos por micro-região e o percentual de crescimento
no período de 1994 a 2001.
Tabela 4 - Desempenho dos Pólos Moveleiros - MG
Ranking
Microrregiões Total % (2001/1994)
1 Belo Horizonte 21,1
- 19,30
2 Ubá 17,7
12,03
3 Divinópolis 6,1
8,13
4 São João del-Rei 3,6
54,12
5 Uberlândia 3,1
27,69
6 Juiz de Fora 2,7
-25,69
7 Bom Despacho 2,4
0,19
8 Uberaba 2,2
5,52
9 Ipatinga 2,1
-31,00
10 Poços de Caldas 2,1
76,92
Fonte: IEL et al (2003)
O INDI (2000) destaca o pólo moveleiro de Ubá e região como o mais expressivo do
estado e vem se fortalecendo na última década, sendo a madeira a matéria-prima mais
utilizada na produção dos móveis. Verifica-se um desenvolvimento acelerado deste
setor no Triângulo Mineiro, constituído por empresas em Uberlândia e Uberaba e na
microrregião de Divinópolis constituído por empresas principalmente de Carmo do
Cajurú.
2.3.1 Madeira de Eucalipto Cultivada
A implantação de florestas cultivadas constitui-se em um fator de grande relevância
para a preservação das florestas nativas brasileiras. O setor florestal brasileiro mantém
hoje cerca de 4,8 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 3 milhões de
hectares de eucalipto e 1,8 milhões de nus. Os estados do Paraná, Santa Catarina, São
Paulo e Bahia somam 73% do total plantado de pínus e o plantio do eucalipto está mais
concentrado na Região Sudeste. Cabe ao estado de Minas Gerais, cerca de 51% do total
da região, colocando-o à frente de todos os outros estados e evidenciando sua vocação
para a produção de madeira cultivada (AZEVEDO, 2003). A Região do Vale do
Jequitinhonha detém 220 mil hectares de eucalipto plantado para usos múltiplos.
32
O gênero Eucalyptus, pertence à família das Miráceas, e de acordo com PAOLIELLO
(2001) apresenta um rápido desenvolvimento e excelente adaptação às condições
climáticas do país e tem se mostrado como uma matéria-prima estratégica para o
desenvolvimento da indústria brasileira.
Segundo AZEVEDO op cit atualmente o Brasil detém uma das tecnologias mais
avançadas para desenvolvimento de florestas plantadas e, com vistas à utilização
máxima de seu potencial muitos estudos têm sido realizados gerando uma grande
diversidade de produtos, dentre eles os produtos madeireiros. Faz-se aqui também
necessária uma colocação no que tange às questões de sustentabilidade ambiental,
retiradas dos estudos de PEREIRA et al (2003).
A madeira é em si uma matéria prima renovável. Certamente algumas espécies se renovam de
forma mais lenta, como é o caso da maioria das árvores tropicais nativas no Brasil. Outras
apresentam uma dinâmica de renovação mais rápida, como é o caso do pínus elioti e do
eucalipto, por esta razão, usados largamente em sistemas de cultivo. Em ambos os casos, para
que as árvores possam ser utilizadas comercialmente e para que o processo de renovação
ocorra causando o menor dano aos ecossistemas, é preciso que sua exploração seja feita através
de manejo criterioso, seguindo preceitos legais”.
A maior parte das florestas está comprometida com a produção de matéria-prima para
usos industriais específicos, quais sejam, a produção do carvão vegetal e celulose. Nos
últimos anos, produtos madeireiros têm sido incluídos neste rol, ainda que em baixa
representatividade. Segundo LEITE (2006), uma grande parcela do abastecimento do
setor industrial brasileiro de base florestal é representada pela madeira de eucalipto,
sendo relevante sua contribuição na economia nacional, como mostra a tabela.
Tabela 5 – Produtos de Madeira de Eucalipto
Produto Produção anual
Celulose 7,8 milhões toneladas
Carvão vegetal 18,8 milhões toneladas
Energia 21 milhões toneladas
Chapa de Fibra 558 mil m3
Chapa de Fibra Aglomerada 500 mil m3
Madeira Serrada 500 mil m3
Fonte: SILVA in LEITE (2006)
33
A experiência silvicultural brasileira, segundo SILVA (2003), se resume na produção de
florestas jovens, de ciclo curto e de rápido crescimento. Os resultados das análises sobre
as aplicações da madeira de eucalipto em produtos madeireiros, serraria, movelaria,
marcenaria, lâminas, compensados e construção civil, demonstram serem muito
limitados ainda estes estudos. O autor, quando foca o segmento moveleiro, considera a
madeira de eucalipto, dentre as outras disponíveis, a que tem melhores perspectivas.
Parte das madeiras consumidas pela indústria moveleira em Minas Gerais é oriunda de
florestas plantadas para a produção de outros produtos, como celulose ou carvão e,
portanto inadequadas para a produção de móveis. Esta matéria-prima necessita de
procedimentos genéticos e silviculturais, adicionados a técnicas corretas de
processamento e uso para se tornar adequada para a fabricação de móveis e hoje são
produzidas pela Empresa Aracruz Produtos de Madeiras S.A. (BA) e pela Empresa CAF
Santa Bárbara Ltda. (MG), as quais detêm tecnologia apropriada para garantir a
qualidade do produto madeireiro (INDI, 2000).
NAHUZ (2003), descreve que o eucalipto de boa qualidade vem sendo utilizado em
substituição às madeiras nativas em estruturas de móveis estofados em alguns dos
principais pólos moveleiros dentre eles o de Colatina (ES), Ubá (MG), Arapongas (PR),
São Bento do Sul (SC) e Bento Gonçalves (RS). o eucalipto serrado e seco, de cor e
densidade uniformes tem sido utilizado como matéria-prima na confecção de móveis
maciços com boa aceitação no mercado interno. Observa-se esta matéria-prima está
sendo inserida no mercado de exportação na forma de móveis de madeira certificada em
cadeia de custódia.
GORNI (2002) tece considerações sobre a utilização de madeira oriunda de florestas
certificadas na produção de móveis e encara este fato como sinal de modernização dos
empresários brasileiros, frente às exigências do mercado externo que tem colocado
restrições nas importações de produtos fabricados com madeira nativa.
A demanda do mercado interno em adquirir madeira de boa qualidade ainda não é
plenamente atendida, tanto pelo volume quanto pelo preço, o que leva a algumas
empresas a utilizar madeiras de eucalipto inapropriadas para fabricação de móveis. Esta
atitude compromete a qualidade de seu produto e conseqüentemente cria uma imagem
34
negativa desta matéria-prima que não corresponde à realidade. GORNI op cit sustenta
que é de responsabilidade do designer fornecer subsídios para a indústria moveleira no
que se refere à utilização de madeiras de florestas plantadas, considerando as restrições
projetuais que estas impõem. E ainda, reforça que a preocupação ambiental deve se
tornar quesito integrante do desenvolvimento de projetos de móveis, inserindo a
utilização de madeiras certificadas oriundas de espécies de florestas plantadas onde se
utilizem técnicas de manejo sustentável.
35
CAPITULO 3 – O VALE DO JEQUITINHONHA:
CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS DO SETOR MOVELEIRO
36
3.1 O Vale do Jequitinhonha
O Vale do Jequitinhonha está situado na região norte do Estado de Minas Gerais,é
constituído por 51 municípios agrupados em cinco microrregiões: Almenara, Araçuaí,
Capelinha, Diamantina e Pedra Azul. É uma região amplamente conhecida devido aos
seus baixos indicadores sociais.
Figura 3– Mesorregiões e microrregiões de Minas Gerais
Fonte: IBGE e FJP (2007)
É considerada a quarta região mais carente do mundo, segundo o Boletim UFMG
(2006). Para confirmar essa realidade, a tabela abaixo apresenta seus índices de
excçlusão social: padrão de vida, conhecimento e risco juvenil. A população convive
com baixos veis de renda e oferta precária de serviços de saúde, educação e
saneamento básico.
37
Tabela 6 – Componentes do Índice de Exclusão Social (Pochmann e Amorim, 2003)
Aspecto Índice Peso / %
Padrão de vida
digno
pobreza dos chefes de família no município 17,0
taxa de emprego formal sobre a população em idade ativa 17,0
desigualdade de renda (razão entre o número de chefes de família que
ganham acima de 10 salários mínimos e os que ganham abaixo disso)
17,0
Conhecimento taxa de alfabetização de pessoas acima de 5 anos 5,7
número médio de anos de estudo do chefe do domicílio 11,3
Risco juvenil percentagem de jovens na população 17,0
número de homicídios por 100.000 habitantes 15,0
SAFFAR et al (2004)
O estudo apresentado por SAFFAR et al (2004) reforça este quadro, quando o Vale do
Jequitinhonha é analisado sob os três aspectos considerados determinantes da inclusão
social, quais sejam, dignidade do padrão de vida, risco juvenil e conhecimento. Como
resultado os índices são extremamente baixos.
A região apresenta grande degradação ambiental, conseqüência da prática predatória de
mineração e extração de diamantes somado às alterações climáticas que provocam
longos períodos de seca. O valor do artesanato regional tem sido muito reconhecido e
explorado nas últimas décadas (CARRASCO, et al 2004). A atividade florestal do Vale
do Jequitinhonha caracteriza-se pelo cultivo do eucalipto para usos múltiplos ocupando
220 mil hectares na região, conforme citado anteriormente, o que incrementou a recente
vocação do setor moveleiro em determinados municípios.
É neste contexto que se encontra um aglomerado de empresas moveleiras localizado nos
municípios de Capelinha, Turmalina e Carbonita, constituindo-se em um APL - Arranjo
Produtivo Local, detalhado a seguir, do setor moveleiro. O Gráfico 2 apresentado a
seguir apresenta o índice de exclusão social de alguns municípios brasileiros, deixando
clara a situação dos municípios de Turmalina e Capelinha que compõe o APL
Moveleiro do Vale do Jequitinhonha, objeto de estudo desta pesquisa.
38
Gráfico 2 – Índice de Exclusão Social – Turmalina e Capelinha
Gráfico 4.1 - Índide de Exclusão Social (ano 2000)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
S.Caetano, SP B.Horizonte,
MG
Capelinha, MG Turmalina,
MG
Carbonita, MG S.J.Missões,
MG
Jordão, AC
Fonte: SAFFAR et al, 2004
3.2 Caracterização das empresas do setor moveleiro do Vale do Jequitinhonha
anterior à intervenção
O Arranjo Produtivo Local do setor moveleiro do Vale do Jequitinhonha está inserido
num ambiente de limitações devido às carências da região a qual pertence conforme
descritas anteriormente, sendo este fator considerado determinante em todo o contexto
do setor.
Os dados que estão descritos abaixo são resultantes do diagnóstico, realizado no ano de
2003 como parte das atividades propostas para o desenvolvimento do Projeto
AVALOR, aplicado ao APL moveleiro do Vale do Jequitinhonha, o qual está descrito
detalhadamente no Capítulo 3. A pesquisa foi realizada em 17 empresas localizadas nos
municípios de Capelinha, Turmalina e Carbonita, através do Questionário de
Identificação de Empresas, em anexo.
No que se refere às empresas, grande parte delas, 65%, foi criada na década de 90 e
15% a partir do ano 2000. Constata-se a partir destes dados que as atividades moveleiras
na região são recentes e, portanto desprovidas de tradição, o que contraria o observado
em outros pólos moveleiros do estado. Grande parte destas empresas é informal, sendo
que dezesseis delas se enquadram na categoria de micro-empresa e apenas uma na
categoria de pequena-empresa, usando como referência a classificação do porte das
39
empresas estabelecida pelo SEBRAE em função do número de funcionários. Em
períodos de maior demanda de serviços, funcionários extras são contratados, fato este
que pode vir a acarretar alterações quanto à classificação destas empresas. O
faturamento anual de cerca de 65% das empresas é de até de R$ 49 mil reais e os outros
35% restantes se situam na faixa entre R$ 50 mil e R$ 199 mil. o é identificada a
prática de utilização de recursos financeiros através de instituições de fomento.
(AVALOR, 2003).
Os empresários constituem um grupo cuja educação formal é heterogênea, como uma
das conseqüências dos problemas socioeconômicos do Vale do Jequitinhonha.
Acumulam funções diversificadas na empresa, assumindo operacionalmente a gerência
do negócio, a criação de produtos, a produção, a comercialização e a distribuição. Não
possuem formação gerencial e são autodidatas. Em PEREIRA et al (2003) é observado:
“... o conhecimento, apesar de tratar de dados fundamentais ligados à escolaridade, revela
algumas bases que definem o caráter de informalidade com o qual é conduzida a produção pelas
empresas, que, por ignorância (entendendo-se como a falta de instrução), adotam práticas
inadequadas e adaptadas segundo critérios bastante aleatórios”.
A produção destas empresas se através de um sistema semi-artesanal utilizando um
maquinário tradicional de marcenaria em sua linha de produção, considerado básico. No
que se refere ao layout das empresas, percebe-se a falta de planejamento, o que facilita a
ocorrência de acidentes e ainda compromete a eficiência da produção elevando o custo
do produto final. O produto somente é produzido sob demanda e de três maneiras
diferentes: uma única unidade, de acordo com o projeto específico do cliente; uma única
unidade de acordo com o projeto desenvolvido pela empresa; ou uma pequena série de
acordo com o projeto tanto do cliente quanto da própria empresa, porém, mesmo neste
caso, não é realizada uma produção seriada efetiva.
A madeira maciça é muito utilizada na fabricação dos produtos, sendo comum o uso do
angelim, jatobá, sucupira, cedro, com destaque para o eucalipto cujo consumo está em
torno de 80% em relação às demais. Esta matéria-prima é adquirida na Empresa Aracruz
Produtos de Madeiras S.A. (BA), na Empresa CAF Santa Bárbara Ltda. (MG) e de
pequenos produtores da região (o tema referente ao uso da madeira de eucalipto na
40
indústria moveleira é tratado no Capítulo 2. Os painéis de compensado o utilizados
numa proporção bem menor, devido à valorização regional do “móvel maciço”.
Os móveis residenciais são os mais produzidos por estas empresas, seguidos por
esquadrias de portas e janelas, carteiras escolares e colméias, como se pode observar no
gráfico abaixo.
Gráfico 3 – Principais Produtos Produzidos- 2003
Principais ProdutosProduzidos - 2003
21%
18%
18%
18%
13%
6%
5%
1%
0% 5% 10% 15% 20% 25%
Guarda-Roupas
Camas
Armários de Cozinha
Jogo de Sala
Esquadrias
Cômodas
Carteiras Escolares
Colméias
Não foi identificado nenhum planejamento de marketing, sendo a comercialização
realizada de forma empírica, bem como a sua distribuição. A classe média é responsável
pelo consumo de 41% dos produtos, a classe baixa de 36% e a classe alta de 23%. O
maior mercado consumidor é a própria região sendo que uma parcela bem pequena de
empresas consegue atingir os mercados de cidades maiores do estado, como Belo
Horizonte e Montes Claros e até mesmo fora do estado, em São Paulo e Rio de Janeiro.
Faz-se pertinente citar PEREIRA et al (2003) em sua observação em relação às classes
sócio-econômicas:
“Importante ressaltar que essas classificações se apresentam bastante relativas, que a
maioria da produção é escoada na própria região. Os critérios de identificação das classes
sócio-econômicas podem variar, sobremaneira, quando se tratar de mercados outros, como por
exemplo, os das capitais do País”.
No que tange ao produto, este é desenvolvido pelo próprio empresário de forma
empírica, a partir de sua experiência na marcenaria, com base em algumas publicações
41
especializadas do segmento, no produto concorrente, na participação em eventos, o que
pode ser observado no gráfico desenvolvimento do projeto. Do total das empresas, 40%
consideram importante a contratação de profissionais de design, porém quando
procurados, no caso arquitetos e decoradores da região, são descartados devido ao custo
ser considerado alto.
Gráfico 4 – Desenvolvimento de Projetos - 2003
Desenvolvimento de Projeto 2003
50%
41%
6%
3%
0%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Pesquisa em Feiras e Revistas
Pelo Proprietário
Pelos Funcionários
Outros
Por Designers
Por T écnicos
Além dos dados específicos relatados os empresários consideram como dificuldades
significativas, a produção, a gestão e obtenção da matéria-prima. Enxergam como
fatores de competitividade a melhoria dos itens relacionados no gráfico abaixo:
42
Gráfico 5 – Fatores Colaboradores para a Competitividade dos Produtos - 2003
Fatores mais Importantes para Tornar o Produto mais Competitivo - 2003
20%
15%
15%
12%
10%
9%
8%
6%
5%
0% 5% 10% 15% 20% 25%
Acabamento
Estética
Resistência Física
Pro
Facilidade de Uso
Matéria-Prima
Tradição da Empresa
Propaganda
Logística
As empresas que constituem este APL, em breve conclusão, apresentam baixas
condições trabalho, possuem uma mão-de-obra desqualificada, um parque tecnológico
ultrapassado e um sistema de produção lento. Enfrentam dificuldades em diversos
aspectos como na gestão da empresa, na obtenção de matéria-prima, no
desenvolvimento de seus produtos, dentre outros. As fotografias a seguir ilustram este
contexto.
43
Figura 4 – Caracterização das empresas moveleiras – 2003
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
Fonte AVALOR, 2003.
Foto 1 – Modelo produto fabricado
Foto 2 – Organização da marcenaria
Foto 3 – Cabine de pintura e verniz
Foto 4 – Estrutura física de uma empresa
44
CAPÍTULO 4 – UM CASO DE INTERVENÇÃO: O PROJETO
AVALOR
45
4.1 Arranjo Produtivo Local
Na busca por uma definição de Arranjo Produtivo Local, sobre aglomerações de
empresas e suas diversas denominações adotadas, CASSIOLATO e LASTRES in
FISCHER (2002) argumenta:
“Assim, partindo de uma definição ampla sobre aglomerações, englobando
redes de produtores e consumidores, fornecedores e bens de serviços,
instituições criadoras de conhecimento, que, conjuntamente, criam/adicionam
valor, pode-se dizer que qualquer dos tipos de aglomerados produtivos referidos
na literatura tais como distritos, pólos industriais, clusters, redes e outros
podem ser identificados em tal definição”.
Neste trabalho, estes aglomerados serão, portanto, tratados por APLs e adota-se o
conceito proposto pelo BNDES in MACHADO (2003):
“APL é uma concentração geográfica de empresas e instituições que se
relacionam em um setor particular. Inclui, em geral, fornecedores
especializados, universidades, associações de classe, instituições
governamentais e outras organizações que provêem da educação, informação,
conhecimento e/ou apoio técnico e entretenimento”.
Segundo SANTOS et al (2004), os APLs podem ser pontos-chave para o incremento da
indústria brasileira e percebe-se que seu potencial ainda tem muito a ser explorado.
Sugerem ainda que a política governamental deve prever responsabilidades de:
Prover infra-estrutura que suporte o crescimento dos APLs, apoiar o ensino e a
capacitação da mão-de-obra, apoiar atividades e centros de pesquisa e
desenvolvimento;
Financiar investimentos cooperativos que permitam às empresas atingirem escalas que
não teriam acesso individualmente e assim oferecer serviços especializados antes não
disponíveis no APL;
Fazer investimentos públicos que gerem externalidades importantes para o APL e que
por falta de lucratividade não são viáveis para os empresários;
46
Ser interlocutor, estruturador e razão de existência e aperfeiçoamento para que as
entidades representativas dos empresários funcionem como catalisadoras da
cooperação e do investimento coletivo.”
O sucesso social e econômico de diversos agrupamentos de empresas de um mesmo
setor em um determinado espaço territorial no mundo, segundo op cit FISCHER
provocou o crescimento de estudos na literatura econômica sobre a importância dos
aspectos locais para o desenvolvimento econômico e a competitividade das empresas. E
ainda argumentam os autores que tais discussões ocorrem num momento em que o
sistema produtivo mundial passa por profundas e importantes transformações, como
conseqüências do acirramento da competição, a emergência do paradigma das
tecnologias de informação e comunicação e a aceleração do processo de globalização
que tem apresentado um impacto significativo sobre a forma como se realiza o
desenvolvimento industrial e tecnológico.
MACHADO op cit cita a chamada Terceira Itália como exemplo de um APL bem
sucedido. As empresas que o constituem produzem bens de consumo e se caracterizam
pela concentração geográfica, especialização em fases do processo produtivo,
enfatizando a inovação e o design. São tecnologicamente competitivas no âmbito
internacional, trabalham de forma intensa em cooperação vertical, do tipo
cliente/fornecedor, e pouca cooperação horizontal, entre as empresas concorrentes.
Segundo CROCCO e GALINARE (2002) é importante destacar que este fenômeno
ocorreu também em outros países, em diferentes setores da indústria em Baden
Württemberg, no sudoeste da Alemanha, Jutland West, na Dinamarca e o Vale do
Silício nos EUA. O autor argumenta ainda a importância da possibilidade surgida em
função da proximidade sica das empresas, propiciando uma interação cooperativa em
prol de solução de problemas comuns,
No Brasil destacam-se os APLs conforme apresentado na tabela abaixo:
47
Tabela 7 - Mostra dos Arranjos Produtivos Locais
Franca SP
Calçados
São João Batista SC
Cerâmica Vermelha
Palmas TO
Apucarana PR
Nova Friburgo RJ
Caicó RN
Brasília DF
Confecções
Jarag GO
Fruticultura
Petrolina/Juazeiro PE/BA
Gesso
Araripina PE
Macapá AP
Paragominas PA
Madeira e Móveis
Ubá MG
Metalmecânico
Caxias do Sul RS
Rochas Ornamentais
Cachoeiro do Itapemirim
ES
Tecnologia da Informação
Campina Grande PB
Fonte: BNDES - (2005)
O desenvolvimento nacional dos APLs é incentivado, entre outros programas, pelas
estratégias dos Fóruns de Competitividade do Governo Federal e faz-se importante
ressaltar que a observação das especificidades do APL através da participação dos
agentes locais e regionais, desde a concepção até a elaboração e implementação dos
planos de ação, é de fundamental importância para o sucesso de qualquer estratégia de
competitividade com base na metodologia de APLs (SANTOS et al, 2004).
4.2 Políticas do Governo do Estado de Minas Gerais de estímulo aos APLs
Moveleiros
Dentre as políticas governamentais de estímulo ao desenvolvimento da indústria, como
descrito anteriormente, vêm se destacando as iniciativas estaduais aplicadas em
Arranjos Produtivos Locais focados no desenvolvimento sustentável regional. O setor
Madeira e Móveis do Estado de Minas Gerais foi incrementado ao longo dos últimos
48
anos com uma cifra de aproximadamente R$ 4 bilhões (SECT-MG, 2007) tendo sido
contemplado com a implementação tanto de projetos quanto de ações estruturadoras.
Visando garantir a sustentabilidade sócio-econômica ao Vale do Jequitinhonha o
governo federal e governo estadual, através da Secretaria de Estado de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior – SECTES-MG, estabeleceu uma política específica
constituída em programas e ações voltados para a utilização em usos múltiplos da
matéria-prima eucalipto oriundo de florestas plantada e disponível na região conforme
já descrito anteriormente.
Para tal, foi muito significativo o lançamento do Programa de Usos Múltiplos de
Florestas Renováveis, do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia - CONECIT, em
1999. Em decorrência, foram publicados dois editais pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais -FAPEMIG, com o objetivo de financiar projetos
para a solução de gargalos tecnológicos:
Em 2001 o edital Apoio à Criação da Rede de Certificação de Madeira no
Estado de Minas Gerais, no valor de R$ 1 milhão através do qual foi criada a
Rede de Certificação de Madeira no Estado de Minas Gerais, uma parceria
entre UFMG, UFV- Universidade Federal de Viçosa, UFLA – Universidade
Federal de Lavras e CETEC, que tem como objetivo, consolidar uma rede de
laboratórios de ensaios junto ao INMETRO para a caracterização de madeiras e
produtos de madeira nos vários estágios de produção;
Em 2002, o edital Sólidos de Eucalipto com Qualidade para Uso Industrial, no
valor de R$ 600 mil visa fomentar projetos para a avaliação de materiais
genéticos de eucalipto a fim de se obter madeira de elevado desempenho,
voltada para a indústria moveleira e construção civil.
A partir do estímulo do Programa Mineiro de Desenvolvimento Industrial na parceria
firmada entre a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e o Banco do Nordeste, e
na Plataforma do Arranjo Produtivo de Madeira e Móveis do Norte de Minas, em
Montes Claros em 2002, foi lançado o programa:
49
“Uso Múltiplo de Florestas Renováveis Produto de Madeira de Eucalipto, a
partir do qual outros projetos de pesquisa foram aprovados nas áreas de móveis
escolares, desenvolvimento de peças estruturais e desenvolvimento de produtos
utilizando resíduos de madeira.
Ainda em 2002, foi aprovado o projeto:
Mecanismos para o Desenvolvimento de produtos madeireiros de Alto Valor
Agregado AVALOR” com o apoio financeiro do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico FNDCT, no âmbito do Programa
de Cooperação Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento Regional
Fundo Setorial Verde-Amarelo / Arranjos Produtivos Locais, com recursos de
aproximadamente R$ 300mil reais. Como mencionado anteriormente, a
análise dos resultados deste projeto constitui-se no objeto de estudo desta
pesquisa e, portanto, ele está detalhado em capítulo específico.
Esta explanação se atém ao princípio destas iniciativas, fazendo-se pertinente citar
brevemente outras ações estruturadoras e projetos implementados ou em
implementação nos APLs moveleiros a partir de então, como o Projeto CERTIM, o
Projeto Carmo do Cajurú, Projeto PRÓ-UBÁ, Projeto IDI-M, Projeto Coleção Móveis
do Vale do Jequitinhonha, Projeto MOVALE, dentre outros.
4.3 A Intervenção Governamental: Projeto AVALOR
O Projeto AVALOR foi enquadrado no Programa de Arranjos Produtivos Locais do
Ministério de Ciência e Tecnologia e no Programa de Uso Múltiplo de Florestas
Renováveis da Secretaria de Ciência,Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas
Gerais. Seus agentes financiadores são a FINEP e o CNPq. Sua execução esteve a cargo
do Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia da UFMG, coordenadora do
projeto, do Núcleo da Madeira da Escola de Design da UEMG, do CETEC e da
RMMG. Seus intervenientes são a CAF Santa Bárbara e o SINDIMOV-MG. Conta com
o apoio do LIDEP - Laboratório de Design e Engenharia do Produto do Departamento
de Engenharia de Produção da UFMG e de instituições locais, Delegacia Regional do
SINDIMOV-MG e Prefeitura de Turmalina.
50
Seu objetivo geral foi a melhoria do processo produtivo das pequenas e micro empresas
do setor moveleiro do Vale do Jequitinhonha, através da disponibilização de
mecanismos de agregação de valor aos produtos moveleiros utilizando a madeira de
eucalipto como principal matéria-prima na fabricação dos produtos em consonância
com as exigências normativas e de conformidade. Através desta proposta busca–se
promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região por meio de
geração de renda, de manutenção de emprego e de fixação de mão-de-obra,
considerados pilares da sustentabilidade (CARRASCO et al, 2004).
No que se refere à conduta metodológica, esta está fundamentada na transferência e
geração de conhecimentos, atendo-se às peculiaridades e potencialidades do pólo
moveleiro em questão, de forma a possibilitar a criação de mecanismos que promovam
melhorias no processo produtivo, aumentar a qualidade do produto e otimizar o uso da
matéria-prima empregada, tornando o produto mais competitivo e conseqüentemente
expandindo seu mercado consumidor (PEREIRA et al, 2004).
O Projeto foi desenvolvido em três grandes módulos, como mostra a figura 5.
1. Prospecção,
2. Nivelamento e Prototipagem / Projeto do Produto
3. Ensaios e Certificação
51
Figura 5 - Esquema da metodologia desenvolvida para o Projeto AVALOR
As atividades propostas são interdependentes, tendo sido uma parte delas realizada em
Belo Horizonte, sede das instituições de pesquisa envolvidas e parte na região do Vale
do Jequitinhonha, sede das empresas envolvidas e são descritas abaixo.
1. Prospecção
O trabalho de prospecção teve como objetivos:
A definição das empresas que participaram do Projeto;
A geração do diagnóstico do setor moveleiro regional, citado no Capítulo 2;
O estabelecimento das ações a serem desenvolvidas, atendo-se às
especificidades e necessidades das empresas da região, detectadas pelo
diagnóstico.
Quanto à definição das empresas, esta foi realizada contando com o apoio do
SINDIMOV, delegacia local e instituições públicas, uma aproximação com os
empresários dos municípios de Turmalina, Capelinha e Carbonita, considerados como
os mais atuantes no setor moveleiro da região, conforme demonstrado na Tabela 8.
Foram realizadas palestras com a explanação do projeto e estiveram presentes
representantes da Prefeitura de Turmalina, Banco do Nordeste, SEBRAE e 20
Fonte: PEREIRA
e
t al
(2004)
52
empresários, dos quais 17 garantiram a adesão e o comprometimento para com os
objetivos definidos no Projeto. (AVALOR, 2003).
Tabela 8 - Empresas do Vale do Jequitinhonha
Empresas moveleiras
Cidade
Sindicalizadas
Não-
sindicalizadas
Total
Capelinha 1 3 4
Turmalina 10 6 16
Carbonita - 5 5
Minas Novas - 2 2
Itamarandiba - 8 8
Total 11 24 35
Fonte: Antunes in SAFFAR, et al (2003)
Para a realização do diagnóstico foi aplicado em cada uma das empresas o
Questionário de Identificação das Empresas” de forma semidirigida, investigando
questões referentes à empresa, o produto, a produção, a comercialização a distribuição.
O planejamento das ões foi elaborado a partir dos resultados do diagnóstico e foram
detectadas duas variáveis: uma sob a perspectiva dos marceneiros, denominada
problemas existentese planejadas para ser trabalhada na fase prototipagem e a outra,
sob a perspectiva da equipe de pesquisadores, denominada necessidades
identificadas”, planejadas para serem trabalhadas na fase de nivelamento” detalhadas a
seguir.(PEREIRA et al, 2004).
2. Nivelamento e Prototipagem / Projeto de Produto
Nivelamento
Os empresários da região constituem um grupo cuja educação formal é heterogênea,
como uma das conseqüências dos problemas sócio-econômicos do Vale do
Jequitinhonha, conforme descrito em Capítulo 3. O nivelamento de conhecimento no
grupo, no que tange às questões produtivas, foi considerado uma ação de extrema
53
relevância para se alcançar os objetivos propostos pelo Projeto. Para tal, a partir das
“necessidades identificadas” na fase de prospecção, foram selecionados os temas a
serem abordados junto aos empresários, descritos a seguir:
Documentação Técnica
Foi realizada a explanação dos conteúdos do Desenho Projetivo, Vistas Ortogonais e
Perspectivas, Leitura e Interpretação do Desenho Técnico e Normas Técnicas segundo a
ABNT. Enfatizou-se a necessidade de se estabelecer o critério de documentar
tecnicamente o produto, juntamente com a importância de se instituir um sistema
organizado para a produção que permita a repetição de tarefas, assim como a revisão de
projetos e a análise do processo produtivo. (AVALOR, 2003).
Planejamento da Produção
Foi realizada a explanação de conteúdos relativos ao Planejamento da Produção,
Programas de Qualidade e Ergonomia do Trabalho. Enfatizaram-se questões como
prevenção de acidentes, fluxo de produção e layout. (AVALOR, 2003).
Restrições Técnicas
Em um primeiro momento, foram trabalhados os conteúdos relativos à restrição técnica
referentes à matéria-prima e aos equipamentos. Dentro desta abordagem, foram tratadas
questões relativas à organização, marketing, aquisição de equipamentos e materiais,
gabaritos e dispositivos de fabricação. Num segundo momento, foram trabalhados
conteúdos considerados mais abstratos, como restrições técnicas referentes a fatores
ergonômicos do produto e restrições ambientais (AVALOR, 2003).
Análise Funcional e Análise do Problema
Através de dinâmica de grupo foram trabalhados os quesitos sobre a análise funcional
do produto e a configuração das soluções, enfatizando-se os conceitos sobre valor e
função. Por meio de uma simulação de processo projetual todos os conceitos
ministrados nesta fase foram aplicados, de forma a preparar o grupo para a fase
54
seguinte. Com o intuito de ilustração, estão ao término deste item fotografias destas
atividades, Figura 6.
Projeto de Produto e Prototipagem
O objetivo desta fase é sedimentar os conhecimentos de Projeto de Produto para que
sejam implementados de forma sistematizada na empresa. Uma equipe de designers
juntamente com grupos de interesses pré-estabelecidos, formados por empresários,
desenvolveu 3 produtos, pertencentes a 3 diferentes categorias, quais sejam:
1. Categoria Personalizado – Gabinete de cozinha
2. Categoria Institucional – Carteira escolar
3. Categoria Comercial – Cama de solteiro
O desenvolvimento destes produtos se deu a partir dos fundamentos da metodologia de
projeto de produto descrita em BAXTER (2001) e adotada pela Escola de Design da
UEMG. A partir dessa experiência puderam compreender todo o processo desde a
criação até a prototipagem do produto. Os protótipos foram desenvolvidos em oficina
local, instalada para este fim, de acordo com os requisitos do Projeto AVALOR, e no
decorrer das atividades foram trabalhados os “problemas identificados” pelos
marceneiros na fase de Prospecção. Ao final deste item são apresentadas fotografias que
ilustram estas atividades, Figura 7.
3. Ensaios e Certificação
Os ensaios dos protótipos foram previstos para serem realizados em dois laboratórios,
Laboratório de Ergonomia da Escola de Design da UEMG e Laboratório de
Conformidade de Móveis da Escola de Engenharia da UFMG, com o objetivo de testar
os produtos quanto aos aspectos perceptivos e de conforto e quanto a segurança,
insumos, resistência e biomecânica, respectivamente (CARRASCO et al, 2004).
Foi prevista também a estruturação do organismo de certificação de produtos da
madeira, a Fundação Instituto Xilon (SAFFAR et al, 2003) com objetivo de emissão de
certificados de conformidade.
55
Figura 6 – Fase Nivelamento
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
Fonte: AVALOR, 2003.
Foto 1 – Nivelamento em Documentação Técnica
Foto 2 – Nivelamento em Planejamento da Produção
Foto 3 – Nivelamento em Restrições Técnicas
Foto 4 Nivelamento - Análise Funcional e Análise do Problema Dinâmica com os
empresários
56
Figura 7 – Fase Prototipagem
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
Fonte: AVALOR, 2003.
Foto 1 – Construção do protótipo
Foto 2 – Construção do protótipo
Foto 3 – Experimentação e análise do produto
Foto 4 – Produto: Categoria Comercial – Cama de Solteiro
57
4.4 Os Resultados do Projeto AVALOR
Os resultados aqui apresentados foram reproduzidos tal qual foram apresentados no
Relatório Final do Projeto AVALOR, a fim de se manter fidedigno ao trabalho, em
consonância com o procedimento metodológico adotado nesta pesquisa. Estes
resultados somados a outros oriundos da discussão desta pesquisa são novamente
comentados em capítulo específico posterior.
No Relatório Final do Projeto AVALOR, apresenta como resultados:
Aplicabilidade
Três fatores comprovam a aplicabilidade da conduta metodológica adotada no Projeto
AVALOR:
Os depoimentos dos empresários tomados quando da conclusão do projeto
indicam resultados positivos;
A aprovação de artigos publicados em anais de congressos demonstra a
aceitação da comunidade científica;
A aprovação de novos projetos similares confirma a aprovação dos órgãos
de fomento (FINEP e FAPEMIG).
Efeito multiplicador
Contribuiu para o desencadeamento de um processo de melhoria do produto
do Pólo Moveleiro do Vale do Jequitinhonha, observado através de
realização de outros projetos de incremento da produção, através do
Ministério da Integração Social, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio e SEBRAE.
Contribuiu para a ampliação dos conhecimentos desenvolvidos e adquiridos
através da re-aplicação da metodologia nos pólos moveleiros de Ubá -Projeto
PRO-UBÁ "Fortalecimento do pólo moveleiro de Ubá pelo design integrado:
desenvolvimento de produtos para a certificação e Uberaba Projeto Certim
“Desenvolvimento de produtos moveleiros aptos a receber certificação”.
Incorporação de técnicas e novos conhecimentos
58
Implementação de procedimentos adequados de produção pelas empresas:
organização da fábrica, arquivamento de documentação técnica (croquis) e
adoção de EPI).
Desenvolvimento de metodologias: execução do projeto dos produtos,
ensaios laboratoriais, técnicas de organização dos trabalhos e interação,
formulários de relatório, de comunicação interna e realização de reuniões.
Geração de produtos, registros e processos de transferência
Desenvolvimento de três produtos;
Elaboração de procedimentos de ensaio laboratoriais a fim de parametrizar
soluções projetuais e repassar ao setor produtivo, através de referências para
procedimento de certificação.
Formação de recursos humanos
Ampliou e disseminou novos conhecimentos e procedimentos: na esfera do
público atendido, os empresários, alvo da transferência de conhecimentos
acadêmicos, sistematizados ligados ao projeto, produção e qualidade do produto
e na esfera dos executores, através de troca de informações interdisciplinares
entre os bolsistas, especialistas graduados e alunos.
Geração de início de dissertação de mestrado referente ao tema, Departamento
de Engenharia de Produção da UFMG, 2005 (mestranda: Beatriz Martins da
Costa Furtado de Oliveira, orientador: Prof. Eduardo Romeiro Filho).
Interação (inter e intra-institucional)
A equipe técnica é caracterizada pela multidisciplinaridade, considerado como um fator
de extrema relevância, vinculada a instituições parceiras. Em destaque, a montagem da
Rede de Certificação de Madeiras de Minas Gerais (2001 2002) e a realização da
Plataforma Tecnológica do Arranjo Produtivo de Madeira e Móveis do Norte de Minas,
em 2002.
Equipe Técnica
Participação em eventos técnico-científicos e similares;
59
Participação no Congresso da ABIPTI - Associação Brasileira das Instituições
de Pesquisa Tecnológica,Belo Horizonte, 2004.
Convite para apresentação do trabalho em plenária no Congresso Florestal em
São Paulo, 2003.
Geração de publicações
Publicação de 6 artigos completos em anais de congressos;
Engajamento de bolsistas que retornaram de treinamento
Treinamento na RMMG.
Absorção dos bolsistas DTI
Os bolsistas DTI ligados à ED/UEMG, foram absorvidos como bolsistas
BDTI da FAPEMIG, no Projeto CERTIM – Uberaba, MG.
As bolsistas DTI ligadas à Escola de Engenharia/UFMG e CETEC foram
absorvidas como bolsistas DTI da FINEP/CNPq, no Projeto PRÓ-UBÁ.”
60
CAPITULO 5 – A SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
ADQUIRIDO E GERAÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS
61
Diante da constatação do grande número de carências no setor moveleiro do Vale do
Jequitinhonha, o Projeto AVALOR adotou uma conduta metodológica considerada
apropriada às especificidades das empresas, como relatado anteriormente,
fundamentada na transferência e criação de conhecimento. A sistematização desse
conhecimento adquirido bem como a geração de novos conhecimentos pretende ser
referência para atuação junto a outras pequenas e micro empresas
5.1 O conhecimento nas organizações
Sabe-se que no contexto do mercado atual, a utilização do conhecimento tem sido
reconhecida pelas organizações como estratégia para se criar vantagens competitivas.
FERREIRA (2004) acredita que a estratégia empresarial necessitará estar fortemente
apoiada na educação continuada dos empresários e empregados, capital humano das
organizações, através de programas estruturados, de forma a valorizar o raciocínio
criativo, a resolução de problemas, o desenvolvimento de lideranças, a efetividade na
comunicação e o desenvolvimento tecnológico.
Segundo NONAKA e TAKEUCHI (1997), a essência da estratégia de uma empresa está
no desenvolvimento da capacidade organizacional de adquirir, criar, acumular e
explorar o domínio do conhecimento, expandindo o escopo competitivo e o horizonte
tecnológico da empresa. Os autores refletem sobre o fato da grande maioria das
empresas considerar apenas produtos e serviços ao formularem sua estratégia
organizacional e consideram este comportamento limitador, uma vez que, produtos e
serviços têm fronteiras limitadas e por outro lado, as fronteiras do conhecimento por
serem mais obscuros e indefiníveis, os que pode propiciar a expansão do horizonte
tecnológico da empresa e de seu escopo competitivo. DAVENPORT E PRUSAK
citados em FERREIRA op cit reforçam a teoria de ser o conhecimento fonte
propiciadora de vantagem sustentável, com retornos crescentes e avanços continuados
em uma organização. Ao abordar o tema, GUERRA (2002) cita a abordagem filosófica
de SILVA (1989) na qual considera o conhecimento como uma constante na experiência
e determinação racional do ser humano, sendo ainda universal na reflexão filosófica,
uma característica construtiva da civilização científico-tecnológica ocidental.
62
No que se refere à gestão do conhecimento organizacional, teorias têm sido
desenvolvidas com diferentes concepções, na busca de um modelo ideal que atenda às
especificidades da empresa. Em seus estudos, FERREIRA op cit cita quatro publicações
consideradas por ele fundamentais para a reflexão desse tema, quais sejam: LEONARD-
BARTON, que em suas análises desenvolveram um processo de criação e
gerenciamento do conhecimento, denominado “abrasão criativo”, cuja idéia principal
consiste em combinar estilos cognitivos diferentes, a fim de evitar a limitação de visão e
de soluções, bem como favorecer a identificação e desenvolvimento de (novas) aptidões
estratégicas. DAVENPORT E PRUSAK que enfatizam os aspectos que propiciam a
aquisição de conhecimento seja através de compra, aluguel ou fusão. Destacam ainda, a
necessidade de as empresas observarem as circunstâncias e seu ambiente de atuação,
atendo-se à dinâmica de mudanças, externas ou internas, a que toda organização está
sujeita. KROGH, ICHIJO E NONAKA consideram de fundamental importância a
elaboração de uma estratégia eficiente no que tange ao gerenciamento do conhecimento,
a fim de se evitar equívocos que possam levar à instituição de barreiras no ambiente
interno. NONAKA E TAKEUCHI elaboram um mecanismo denominado “espiral”
fundamentado na conversão do conhecimento cito em conhecimento explícito,
tecendo considerações sobre a complexidade de se transmitir o conhecimento tácito.
Nesta abordagem, os autores sugerem que o “espírito experimentalista” dos
trabalhadores deve ser estimulado, pois o acúmulo de experiências permite o
desenvolvimento do aprendizado.
Encontra-se na literatura um amplo acervo de estudos referentes ao tema conhecimento
no ambiente das grandes organizações, porém em se tratando de pequenas e micro-
empresa faz-se necessária uma interpretação dos conceitos encontrados de forma que
sejam aplicáveis neste outro contexto. As empresas moveleiras do Vale do
Jequitinhonha, cujas dificuldades já foram anteriormente relatadas, não se diferem das
grandes organizações no tocante aos aspectos relacionados ao homem, enquanto
trabalhador, agente consumidor e disseminador do conhecimento no ambiente
organizacional. PEREIRA et al (2004) considera fundamental a elaboração de
estratégias eficazes às especificidades do referido Arranjo atendo-se às questões o
somente de “o que se fazer” mas de “como se fazer”.
63
Acreditando ser o desenvolvimento da capacidade de abstração para formatar métodos e
técnicas adequados essencial para se obter resultados sustentáveis nas organizações e
focado no desenvolvimento do potencial humano no contexto organizacional, SILVA
(2003) desenvolveu o conceito da DCA- Dinâmica do Conhecimento Aplicada. Trata-se
de uns conceitos abstratos, apropriados para incluir os desafios da aprendizagem e
pequenas melhorias e inovações, podendo ser referido tanto ao indivíduo quanto às
organizações. Seu principal objetivo é atestar sua funcionalidade e imprescindibilidade
ao processo de desenvolvimento do potencial humano, no ambiente empresarial. Está
representado em forma de diagrama, como pode ser visto na figura abaixo, onde se
destacam os aspectos-chave em interação dinâmica, sendo eles: Ideação,
Experimentação, Sistematização, Operação e mais dois momentos de avaliação. A
seqüência das etapas claramente planejadas contribui para sua fácil interpretação,
constituindo-se em uma dinâmica que gira em torno da pergunta “satisfaz?” permitindo
tomadas de decisões refletidas e analisadas .
Figura 8 – Dinâmica do Conhecimento Aplicado:
Dinâmica do Conhecimento Aplicado:
Imitação Aperfeiçoamento Inovação
Fonte: SILVA (2002)
FERREIRA (2004) descreve as etapas do diagrama, como mostra a Figura 8,
apresentando a etapa Ideação, que consiste na geração e desenvolvimento de idéias,
inclui criar e processar as idéias, desenvolvendo os modelos de ação. Na etapa
Experimentação, o conceito se transforma em produto real e será testado sob os quesitos
operacionais e de uso. A etapa Sistematização tem como objetivo a sistematização dos
Idealização
Operação
Experimentação
Sistematização
Satisfaz
Satisfaz
64
procedimentos, permitindo a aquisição de conhecimento e assegurar o domínio
tecnológico. A etapa 4, Operação, constitui-se da produção em si, na qual é ressaltada a
importância do trabalhador estar preparado para tomar decisões no seu espaço de ação.
Essa fase, no contexto de sistemas de produção, consiste em seguir padrões, lidar com
imprevistos, melhorar padrões e construir um bom ambiente de trabalho.
O conceito da Dinâmica do Conhecimento Aplicado consolida a prática da reflexão e do
pensamento estratégico em sintonia com o conhecimento, na qual considera-se o
trabalhador um “cientista” ao aplicar seus conhecimentos nos momentos de avaliação.
Este conceito, portanto, está focado no desenvolvimento do potencial humano (SILVA
2003).
A interpretação da intervenção governamental que se deu através do Projeto AVALOR,
sob a ótica da Dinâmica do Conhecimento Aplicado explicita o conhecimento adquirido
pelos empresários e funcionários envolvidos e sendo esta uma situação real, a
sistematização da transferência e geração de conhecimentos, pode tornar-se referência
para outras ações governamentais desta natureza.
5.2 A Dinâmica do Conhecimento Aplicado ao setor moveleiro do Vale do
Jequitinhonha
O procedimento adotado no projeto se constituiu em uma metodologia apropriada às
especificidades das empresas, fundamentada em questões identificadas como mais
relevantes, sobretudo no que se refere à ampliação do conhecimento dos empresários.
Lembrando que assenta a sua estratégia de execução nas seguintes etapas:
Realização de um diagnóstico, a fim de se levantar as características de cada
empresa participante, para então definir metas e planejar as atividades.
Nivelamento a partir dos resultados do diagnóstico constatou-se uma grande
heterogeneidade quanto ao nível de conhecimento dos empresários, desde a
escolaridade aa especialização, fazendo-se necessário um nivelamento como
subsídio para a realização das atividades subseqüentes. Os temas mais relevantes
são: documentação técnica; planejamento da produção; restrições técnicas
65
abrangendo materiais e equipamentos, fatores econômicos, ergonômicos e
ambientais; análise funcional e definição de problemas.
Desenvolvimento de Produto: o objetivo desta fase é sedimentar os
conhecimentos de Projeto de Produto para que sejam implementados de forma
sistematizada na empresa.
Prototipagem: incentivar a prática de análise e solução de problemas
Ensaios e certificação: testar os produtos quanto aos aspectos perceptivos e de
conforto e quanto à segurança, insumos, resistência e biomecânica,
respectivamente, a fim de receberem a certificação emitida por órgão criado no
âmbito do projeto.
Com o objetivo de evidenciar a necessidade da sistematização do conhecimento
existente e do conhecimento adquirido, está apresentado a seguir, através de diagramas,
o desenrolar das etapas acima descritas, sob o âmbito da Dinâmica do Conhecimento
Aplicado - DCA.
A figura abaixo apresenta o conceito da DCA, no contexto das empresas do setor
moveleiro do Vale do Jequitinhonha. Constitui-se em um esquema simples e claro,
podendo ser facilmente interpretado pelos marceneiros.
66
Figura 9 – A Dinâmica do Conhecimento Aplicado - Setor Moveleiro
Fonte:OLIVEIRA et al (2005)
67
Como está demonstrado na Figura 10, o diagnóstico é a base que antecede todos os
procedimentos
Figura 10 – DCA – Diagnóstico
Fonte: OLIVEIRA et al (2005)
Na Figura 11, estão apresentadas as fases de Ideação (A) e Experimentação (B). O
produto é concebido enquanto questões de projeto de produto e processo de produção
são trabalhadas, e a etapa (B) na qual se dará o desenvolvimento dos protótipos e a
instalação dos laboratórios de ensaios.
Empresa
Produto
Mão
-
de
-
obra
Matéria
-
prima
Mercado
Logística
Diagnóstico
1
C
68
Figura 11 – DCA – Proposição e Experimentação
Fonte:OLIVEIRA et al (2005)
O momento Avaliação antecede a fase (C), apresentado na figura abaixo, quando o
móvel é testado quanto aos seus aspectos formais, funcionais e estruturais. Se
constatado algum problema, deve-se voltar ao ponto B, e reiniciar o procedimento. Uma
vez alcançada a fase Sistematização (C), os métodos propostos são consolidados
apoiados por sistemas de qualidade e paralelamente o trabalho de criação dos
organismos de certificação dos móveis são concluídos.
Novos produtos e processos de
produção
Novas soluções construtivas
Novos materiais para
acabamento
Comportamento
estrutural
Desenvolvimento de protótipos
Acompanhamento da produção
de protótipos
Instalação de
laboratórios
Experimentação
Proposição
A
B
Pesquisa
aplicada
Desenvolvimento
tecnológico
industrial
69
Figura 12 – DCA – Avaliação e Sistematização
Fonte: OLIVEIRA et al (2005)
Do ponto C, chega-se à última fase Operação, na qual é observado o processo
produtivo, a gestão da produção e do mercado, para em seguida se fazer uma nova
avaliação (Reavaliação), e a partir de então encerrar o processo ou então voltar ao ponto
1, como mostra a figura a seguir, caso algum problema ou insatisfação seja observado.
Organismos de cetificação
Especificações e normas
Sistemas de qualidade
Consolidação de métodos
Avaliação
Sistematização
Aspectos
formais
funcionais
Satisfaz
B
C
Sim
70
Figura 13 – DCA - Operação e Reavaliação
Fonte: OLIVEIRA et al (2005)
A Figura 14 contém o conceito da Dinâmica do Conhecimento Aplicado, adaptado à
situação real aqui apresentada.
Figura 14 – DCA – Esquema Final
Fonte: OLIVEIRA et al (2005)
A transferência de conhecimento somada ao conhecimento existente e à percepção da
necessidade permanente de criar e adquirir novos conhecimentos, constitui-se na mais
Diagnóstico
Reavaliação
Operação
Satisfaz?
Proposição
Experimentação
Avaliação
Satisfaz?
Sistematização
Sim
Não
Sim
Não
Operação
Processo produtivo
Gestão de produção
Gestão de mercado
Reavaliação
Satisfaz
C
1
Sim
Não
71
eficaz das estratégias para aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas
no contexto aqui apresentado
A interpretação deste movimento sob a ótica da Dinâmica do Conhecimento Aplicado
evidencia e facilita o processo de geração e gestão do conhecimento. Trata-se da
explicitação do processo, servindo como modelo para outras organizações, uma vez que
esta dinâmica induz o trabalhador a fazer reflexões sobre o seu trabalho de forma
sistemática, permitindo seu crescimento e gerando a realização de seu potencial.
72
CAPÍTULO 6 – METODOLOGIA
73
6.1 A Metodologia
O objetivo desta pesquisa é avaliar se a intervenção governamental aplicada ao setor
moveleiro da Região do Vale do Jequitinhonha provocou impactos significativos nos
meios produtivos, a partir de uma abordagem da Engenharia de Produção.
As características relevantes do ambiente e do problema devem ser fielmente relatadas
de forma a garantir a confiabilidade dos resultados conforme é descrito no estudo de
FERNANDES (2005). Em decorrência disso, existiu o cuidado por parte do pesquisador
(uma vez que foi integrante da equipe de implantação da intervenção governamental) na
seleção da metodologia desta pesquisa, de forma que o acontecesse interferências na
análise a ser realizada.
A metodologia adotada nesta pesquisa é o Estudo de Caso e esta definição foi embasada
nos conceitos descritos por YIN (1994), que considera como característica deste tipo de
estudo a impossibilidade tanto de controlar os eventos observados quanto de separar
assim o fenômeno de seu contexto. Neste contexto, essa escolha propicia o alinhamento
aos interesses da pesquisa, que sejam: um relato de alteração do status das empresas em
momentos diferenciados (anterior à intervenção e posterior a ela), apresentação de
depoimentos dos empresários e a compreensão das relações envolvidas nestas
mudanças.
As limitações e dificuldades encontradas nas empresas estão diretamente relacionadas
às carências do ambiente sócio-econômico no qual está inserido o APL em estudo,
constatação esta confirmada por MACHADO (2003), quando descreve a dificuldade em
estabelecer limites entre o objeto de análise e o meio-ambiente.
A observação de cada fenômeno deve se ater ao meio e às circunstâncias a ele inerentes
em uma análise qualitativa, que permite o estudo de situações específicas. Isso vem de
encontro com requisitos da Engenharia de Produção que são evitar generalizações e
soluções universais, contextualizar o fenômeno observado ao tipo de setor, produto e
empresa (FERNANDES, op cit).
74
Atendo-se aos sistemas produtivos do setor moveleiro em pequenas e micro empresas,
observa-se que estes vêm se tornando cada vez mais complexos e demandam novas
formas de organização do trabalho e da produção. Neste contexto se enquadra a
Engenharia de Produção que se ocupa de promover melhorias e evolução nas
organizações produtivas, objetivando atender as necessidades tanto dos produtores
quanto dos consumidores. A Engenharia de Produção ocupa uma posição intermediária
e difícil de ser demarcada entre as Engenharias, a Administração, a Psicologia e a
Economia, visto que se trata de um sistema composto de homens, máquinas e
equipamentos e suas interfaces. A distinção de seus domínios é realizada por uma
relação dinâmica onde a Engenharia de Produção se diferencia pela natureza de seus
problemas e pelo nível em que os aborda. Antes de ser este um fator que a isola das
outras disciplinas requer, ao contrário, relações e contribuições mútuas (LIMA, 1994).
A Engenharia de Produção trata de quesitos relacionados ao setor produtivo, se
preocupando com a organização do trabalho, a interação dos trabalhadores no processo,
as condições ergonômicas de trabalho, qualidade dentre outras. Não se atem às diversas
formas de gestão analisadas pela Administração, ao domínio das máquinas e automação,
encargos estes das outras engenharias. Torna-se uma técnica na medida em que
incorpora os conhecimentos desenvolvidos na pesquisa científica para a solução de
problemas práticos. Ao mesmo tempo, o engenheiro de produção é sempre um
administrador que necessita do aporte das ciências humanas.
Adotando a abordagem de CONTADOR (2001), são considerados como quesitos da
Engenharia de Produção: Produção, Qualidade, Organização da Produção, Planejamento
e Controle e Estratégia de Operações.
6.2 Método
A pesquisa de campo é realizada junto às empresas do segmento moveleiro no Vale do
Jequitinhonha, em três módulos, quais sejam:
6.2.1 Primeiro módulo
Consiste em uma análise qualitativa, denominada “Análise 1”, realizada através de um
estudo comparativo (em dois momentos diferentes) de um grupo constituído por 10
75
empresas que sofreram a intervenção governamental. A discussão abrange os temas
relativos ao porte das empresas, a produção, ao processo de desenvolvimento de
produtos, à utilização de matérias-primas, estrutura da mão-de-obra e a comercialização
dos produtos. Os dados são fruto do questionário formulado pelo Projeto AVALOR,
“Questionário de Identificação das Empresas”, e complementados por entrevistas o
estruturadas, tendo sido gravadas com o consentimento dos entrevistados.
Estas empresas são avaliadas em dois momentos diferentes: o primeiro momento é
anterior à intervenção, em 2003, e o segundo é posterior à intervenção, em 2006, sendo
que a intervenção foi finalizada em 2004.
A coleta de dados realizada em 2003 foi feita pela equipe de pesquisadores do Projeto
AVALOR, em 2003, e abrangeu um universo de 17 empresas. Deste universo foram
selecionadas 10 empresas que se constituem no grupo de amostragem desta pesquisa,
denominado “Grupo de Participantes” e como os dados existiam são o ponto de
partida para a realização deste estudo de caso. A avaliação posterior à intervenção
realizada em 2006 se deu no mesmo formato da anterior, a fim de se manter uma
coerência para discussão dos resultados, abrangendo as mesmas empresas, Grupo de
Participantes
A partir da comparação dos dados coletados nestes dois momentos torna-se possível
tecer comentários no que tange às questões produtivas e mesmo num contexto mais
global.
A relação das 10 empresas analisadas que constituem o “Grupo de Participantes”, o
modelo do questionário aplicado “Questionário de Identificação das Empresas” bem
como as tabulações dos dados coletados estão em anexo.
6.2.2 Segundo Módulo
Constitui-se por uma análise qualitativa, denominada “Análise 2, realizada através do
estudo comparativo de dois grupos diferentes. O primeiro é o “Grupo dos Participantes”
composto por 10 empresas que sofreram a intervenção, conforme descrito no primeiro
módulo e o segundo grupo, denominado “Grupo de Não-Participantes” é constituído por
76
6 empresas que não sofreram a intervenção governamental. Esta comparação é realizada
em um momento, posterior à intervenção, em 2006, lembrando que a intervenção foi
finalizada em 2004.
Os dados coletados são fruto do questionário formulado segundo os quesitos da
Engenharia de Produção (CEAG-SC et al, 1975), “Questionário 2 Setor Produtivo” e
complementado por entrevistas não estruturadas, tendo sido gravadas com o
consentimento dos entrevistados. A discussão abrange os temas relativos ao porte das
empresas, à produção, ao processo de desenvolvimento de produtos, à utilização de
matérias-primas e estrutura da mão-de-obra.
A relação das 16 empresas analisadas que constituem estes grupos, ”Grupo de
Participantes” e “Grupo de Não-Participantes”, o modelo do Questionário 2 Setor
Produtivo” bem como a tabulação dos dados coletados está em anexo.
6.2.3 Terceiro módulo
São as conclusões dos resultados das Análises 1 e Análise 2 respeitando os conceitos da
metodologia aqui adotada, Estudo de Caso.
A análise proposta nesta pesquisa é baseada na comparação qualitativa das respostas
destes quatro questionários, aportadas pelas gravações das entrevistas, tendo sido
elaborada a partir dos conceitos apresentados no decorrer dessa explanação, quais
sejam, o relato isento de interferência, a impossibilidade de separação entre evento e
contexto, a compreensão das relações envolvidas, o estudo de situações específicas sem
generalizações e soluções universais e a transferência de conhecimento.
As atividades da intervenção governamental realizada através do Projeto AVALOR
foram documentadas e seu acervo se constitui de relatórios de viagens, de reuniões, de
planos de ações e das atividades a elas correspondentes, de planilhas de custos,
fotografias, dentre outros. Encontra-se disponível no Centro de Estudos em Design da
Madeira na Escola de Design da UEMG.
77
CAPÍTULO 7 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
78
7.1 Análise 1
Esta análise qualitativa é um estudo comparativo de um grupo constituído por 10
empresas que sofreram a intervenção governamental. Estas empresas estão sendo
avaliadas em dois momentos diferentes: o primeiro momento é anterior à intervenção,
em 2003, e o segundo é posterior à intervenção, em 2006, sendo que a intervenção foi
finalizada em 2004, conforme citado anteriormente.
A partir da comparação dos dados coletados nestes dois momentos torna-se possível
tecer comentários no que tange às questões produtivas e mesmo num contexto mais
global.
Os dados aqui apresentados são fruto dos questionários formulados pelo Projeto
AVALOR e complementados por entrevistas não estruturadas, tendo sido gravadas com
o consentimento dos entrevistados. Conforme descrito na metodologia, a avaliação
anterior à intervenção foi realizada pela equipe de pesquisadores do Projeto AVALOR,
em 2003, ou seja, o dados existentes sendo o ponto de partida para a realização
deste estudo de caso. A avaliação posterior à intervenção foi realizada em 2006, no
mesmo formato a fim de se manter uma coerência para discussão.
A relação das 10 empresas analisadas que constituem este grupo, o modelo do
questionário aplicado bem como a tabulação dos dados está em anexo.
A discussão abrange os temas relativos ao porte das empresas, a produção, ao processo
de desenvolvimento de produtos, à utilização de matérias-primas, estrutura da mão-de-
obra e a comercialização dos produtos.
As dificuldades mais citadas pelos empresários, quando entrevistados nos dois
momentos (2003 e 2006) estão apresentadas no gráfico abaixo. Referem-se à visão dos
empresários, sendo esta restrita aos limites de conhecimento e posturas individuais.
Percebe-se que o APL ainda não tem uma identidade de cooperativismo e de
conscientização de grupo e que os problemas são comuns a todos, oriundos do contexto
sócio-econômico regional.
79
Gráfico 6 – Dificuldades mais representativas – 2003-2006
Grupo de Participantes
Dificuldades mais Representativas
90%
60%
60%
30%
30%
10%
80%
60%
80%
70%
40%
30%
50%
80%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Produção
Empresa
Matéria-Prima
Comercialização
Produto
Transporte
Mercado
2003 2006
As diferenças encontradas nos dois momentos indicam uma percepção mais ampla das
dificuldades por parte dos empresários e não um aumento significativo da dificuldade
em si. Observa--se a partir das visitas e entrevistas que parte delas está em permanente e
incipiente processo de estruturação, notando-se que as dificuldades permanecem, mas
são encaradas de uma forma um pouco mais madura e detalhada. Estas dificuldades
permeiam todas as áreas das empresas desde a administração a a distribuição dos
produtos.
7.1.1 Porte das Empresas
O número de empregados em uma empresa é referência de porte e indicador de
crescimento. O gráfico abaixo indica que houve crescimento do setor e, embora
incipiente, ele é significativo quando se considera a mudança de patamar, de micro para
pequena empresa. A informalidade do setor moveleiro na região é muito alta,
esclarecendo que na relação de funcionários não há distinção entre os formais, informais
e temporários.
Não foram abordadas nestes momentos questões mais profundas sobre a estrutura de
qualificação da mão-de-obra. Por via das entrevistas denota-se pouca especialização e a
80
falta de opções para formação técnica do setor, o que é reforçado por SILVA et al,
(2002) quando comenta que existe falta de tradição cultural de profissionalização formal
na marcenaria, não sendo esta uma exigência para o exercício da profissão. Grande
parte dos marceneiros adquire seus conhecimentos por meio de interações sociais dentro
da própria família e os fatores econômicos dificultam a formalização do conhecimento.
Percebe-se que a partir da experiência de participação no Projeto AVALOR, o grupo
tornou-se mais preparado para usufruir as possibilidades oferecidas por programas
governamentais subseqüentes, destacando o MOVALE, gerido pelo IEL na implantação
de oficina escola e Coleção Móveis do Jequitinhonha, gerido pelo SEBRAE, que trata
do desenvolvimento de produtos moveleiros.
Gráfico 7 – Porte das empresas – 2003-2006
Grupo de Participantes
Número de Funcionários
0%
90%
10%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Até 19 funcionários (micro
empresa)
De 20 a 99 funcionários
(pequena empresa)
2003 2006
Em relação ao faturamento, os indicadores mostram crescimento de 20% das empresas
como mostra o gráfico abaixo. Este índice é relevante uma vez que o baixo faturamento
é característica do setor moveleiro no âmbito nacional por ser constituído na sua maioria
por pequenas e micro empresa (INDI, 2000).
81
Gráfico 8 – Faturamento Anual – 2003-2006
Grupo de Participantes
Faturamento anual
30%
50%
50%
70%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Até 49 mil reais
De 50 a 199 mil reais
2003 2006
7.1.2 Produção
O gráfico abaixo apresenta algumas mudanças cabendo destacar os itens “layout da
fábrica” e “custo de produção” que podem ser consideradas mais significativas sob o
olhar dos empresários. A partir das entrevistas e visitas percebe-se uma clara
compreensão do arranjo físico da fábrica, incluindo o armazenamento de matéria-prima,
o maquinário, gabaritos e os produtos acabados, dentre outros. Não existe um
procedimento formal na linha de produção, sendo que o controle da produção é
realizado ainda de forma empírica. Porém denota-se uma forte mudança no que se refere
ao nível de exigência por parte dos empresários, incluindo a qualidade da matéria-
prima, o acabamento final do produto, a atualização de maquinário e a inserção de
projetos de desenvolvimento de produtos com ênfase nas atividades de design.
Ainda assim é preciso um olhar cuidadoso em relação a estas alterações no processo
produtivo porque sofrem influências inerentes do contexto regional. A partir deste
panorama estas questões mais pertinentes são comentadas no decorrer desta explanação.
No que se refere ao tipo de produção, conforme demonstrado no gráfico abaixo, não
houve alteração. As empresas trabalham sob encomenda ou em pequenas séries com
planejamento em curto prazo. CENACHI e ROMEIRO (2005), observaram que a
preocupação identificada com a redução do número de itens fabricados é uma estratégia
para o aumento da produtividade, mas esta prática ainda não é adotada de forma
82
sistematizada. Este fato é evidente ao avaliar empresas que produzem pequenas séries,
intermitentes, especificamente fabricantes de mobiliário escolar, atreladas às condições
das licitações governamentais.
Gráfico 9 – Tipos de produção – 2003-2006
Grupo de Participantes
Tipos de Produção
30%
0%
90%
30%
0%
90%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Sob encomenda - peças
únicas
Em série sob encomenda
Em série
2003 2006
No segundo momento percebe-se através das visitas que grande parte das empresas
mantém máquinas e equipamentos tradicionais, porém com atualização e modernização.
Uma pequena parte delas apresenta ações em busca de melhoria de tecnologia com a
aquisição de novos equipamentos com funções diferentes das já utilizadas.
O layout das empresas é caracterizado pelo arranjo físico funcional típico de pequenas
empresas de produção intermitente, segundo conceitos descritos por CONTADOR
(1998). Neste contexto vale ressaltar que a atenção dispensada pelos empresários a esse
assunto é muito grande e bem diferente do que foi observado no primeiro momento,
antes da interferência da intervenção. Esta referência é percebida através das entrevistas
não sendo evidente pela análise dos gráficos.
83
Gráfico 10 – Layout industrial – 2003-2006
Grupo de Participantes
Layout Industrial
20%
10%
20%
30%
0%
20%
50%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Planejado por profissionais
Mal planejado
Não planejado
Adaptado
2003 2006
Não são observadas grandes mudanças na adoção de técnicas de armazenagem na
fábrica, o que é compreensível devido ao tipo de produção baseada em encomendas de
produtos únicos ou em pequena escala. Em referência a estas pequenas escalas percebe-
se uma preocupação na organização da armazenagem tanto de produtos acabados
quanto de matéria-prima.
7.1.3 Desenvolvimento de Produtos
Quando questionados sobre o grau de ocorrência dos fatores que interferem na
competitividade de seus produtos, as respostas foram díspares nos dois momentos. Isso
pode ser decorrente de vários fatores dentre eles a não compreensão da abrangência e
dos termos técnicos nas perguntas, devido às limitações sócio-culturais do ambiente e
bem como a falta da prática de uma visão sistemática do processo de desenvolvimento
de produtos.
Alguns itens como desmontabilidade, propaganda e funcionalidade fazem parte de um
universo ainda distante da rotina da empresa. O tipo de produto, a escala reduzida de
produção, a clientela e a forma de venda não necessita maiores atenções estando o
empresário de certa forma confortável quanto a estas questões.
84
Gráfico 11 – Fatores mais importantes para a competitividade do produto – 2003-2006
Grupo de Participantes
Fatores importantes para a competitividade do Produto
50%
90%
50%
50%
40%
30%
0%
0%
90%
100%
60%
80%
80%
10%
80%
40%
20%
0%
60%
90%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Acabamento
Estética
Qualidade - durabilidade
Preço
Funcionalidade
Matéria-Prima
Tradição da Empresa
Propaganda
Logística
Desmontabilidade
2003 2006
Detecta-se um aumento no lançamento de produtos, sem uma periodicidade
sistematizada. Os conceitos de desenvolvimento de novos produtos foram a temática do
projeto governamental, objeto de estudo desta pesquisa e o contato dos empresários com
profissionais da área é responsável por este incremento. Cabe aqui ressaltar que esta
alteração significa uma iniciativa espontânea por parte dos empresários em aumentar a
linha de produtos, derivada dos resultados da intervenção. É evidente a busca dos
empresários por produtos mais atuais bem como a noção da inadequação da forma de
seus produtos. Produtos diferenciados não são tão bem aceitos no mercado regional, que
ainda é o principal mercado.
No desenvolvimento dos produtos tradicionais, o foco nos concorrentes é a principal
fonte de referência bem como pesquisa em revistas do segmento de decoração e projetos
fornecidos pelo próprio cliente. Nestas situações são feitas pequenas modificações com
vistas muitas vezes à redução de custos, otimização de processo, adequação à matéria-
prima e aspectos estéticos.
85
Gráfico 12 – Frequência de lançamento de novos produtos – 2003-2006
Grupo de Participantes
Frequência de Lançamento de Novos Produtos
0%
0%
70%
30%
0%
0%
0%
40%
60%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Anual
Bienal
Trienal
Não lança
Sem periodicidade
2003 2006
Os aspectos questionados referentes ao desenvolvimento de produtos indicam uma
pequena alteração na responsabilidade de criação do produto, sendo de pouca
relevância, pois ainda não envolve profissional capacitado para tal. O processo de
desenvolvimento de produto deve abranger os aspectos mercadológicos, ergonômicos,
de manufatura e de qualidade o que justifica a presença de profissional da área e sua
contratação ainda é considerada como inviável dentro do contexto financeiro das
empresas. Segundo CLARK & WHEELWRIGHT (1993), a importância de se
sistematizar o processo de desenvolvimento de projetos é que ele se constitui como o
veículo primário para a construção da competência de recursos humanos e
organizacionais. Este fator é relevante uma vez que o contexto no qual estão inseridas
estas empresas é extremamente carente de conhecimentos sistematizados que conduza a
crescimento do setor.
86
Gráfico 13 – Responsável pelo desenvolvimento de projetos – 2003-2006
Grupo de Participantes
Responsável pelo desenvolvimento de projetos
20%
20%
0%
0%
90%
20%
0%
0%
0%
80%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Proprietário
Funcionários
Outros
Designers
Técnicos
2003 2006
O desconhecimento dos empresários em relação às linhas de fomento no que tange ao
desenvolvimento de produtos, não apresentou alterações significativas quando avaliados
os dois momentos, muito embora tenha participado do Projeto SEBRAE, focado no
desenvolvimento de produtos, o que mais uma demonstra o ambiente de limitações no
qual estão inseridos estes empresários.
É pertinente observar a grande alteração ocorrida no que tange aos conhecimentos
adquiridos sobre as normas técnicas muito embora elas não estejam sendo utilizadas
como referência para todos os produtos, apresentado no gráfico 14.
Gráfico 14 – Utilização de normas técnicas referentes ao segmento – 2003-2006
Grupo de Participantes
Utilização de normas técnicas referente ao segmento
0%
10%
0%
60%
60%
90%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Desconhece
Conhece e utiliza
Conhece mas não utiliza
2003 2006
87
7.1.4 Matéria-Prima
Indiscutivelmente a matéria-prima mais comum na fabricação dos móveis é a madeira
de eucalipto utilizada em sua forma maciça, não apresentando alterações nesta questão.
A recente presença do MDF é decorrente de algumas empresas estarem focando a sua
linha de produtos para a produção de armários de cozinha, banheiro e quarto, sendo este
material mais adequado tecnicamente e financeiramente para tal.
Gráfico 15 – Madeiras mais utilizadas – 2003-2006
Grupo de Participantes
Madeiras mais utilizadas
20%
0%
90%
20%
10%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Eucalipto
Outras (angelim, jatobá,
sucupira, cedro, cedrinho,
roxinho)
MDF
2003 2006
A madeira de eucalipto é adquirida na cidade de Martinho Campos - MG, sendo o
fornecedor a Empresa CAF Santa rbara e na cidade de Nova Viçosa - BA, através da
Empresa Aracruz. As outras madeiras de lei como sucupira, cedro, roxinho, angelim,
jatobá, dentre outras, são adquiridas no estado de Rondônia, muitas vezes em sistema de
cooperação entre as empresas, como demonstrado no gráfico 16.
Este APL tem se referenciado na madeira maciça do eucalipto como uma identidade,
explorando o valor identificado no mercado por móveis maciços, de qualidade e
durabilidade.
88
Gráfico 16 – Aquisição de madeira – 2003-2006
Grupo de Participantes
Aquisição de Madeira
60%
40%
10%
20%
10%
50%
50%
80%
10%
20%
0%
70%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Martinho Campos - MG
Nova Viçosa - BA
Turmalina e região
Belo Horizonte e outras
cidades de MG
Rondônia
Mato Grosso
2003 2006
7.2 Análise 2
Esta análise qualitativa é um estudo comparativo de dois grupos diferentes. O primeiro é
constituído por 10 empresas e denominado “Grupo dos Participantes” que sofreram a
intervenção governamental. O segundo grupo, denominado “Grupo dos Não-
Participantes”, é constituído por 6 empresas que não sofreram a intervenção
governamental conforme explicitado no Capítulo Metodologia.
A coleta de dados é realizada em um momento, posterior à intervenção, em 2006,
lembrando que a intervenção foi finalizada em 2004.
Os dados aqui apresentados são fruto do questionário formulado segundo os quesitos da
Engenharia de Produção, Questionário 2 Setor Produtivo”, e complementados por
entrevistas não estruturadas, tendo sido gravadas com o consentimento dos
entrevistados. A discussão abrange os temas relativos ao porte das empresas, a
produção, ao processo de desenvolvimento de produtos, à utilização de matérias-primas,
estrutura da mão-de-obra e a comercialização dos produtos.
A relação das 16 empresas analisadas que constituem estes dois grupos, o modelo do
questionário aplicado bem como a tabulação dos dados está em anexo.
89
7.2.1 Mão-de-Obra
Através do número de funcionários, o porte das empresas que constituem o Grupo Não-
Participante da intervenção não se difere do Grupo de Participantes, sendo também
classificadas como micro e pequenas empresas. Apresentam as mesmas influências do
contexto regional, como demonstra o gráfico 17.
Gráfico 17 – Número de Funcionários – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Número de Funcionários
14%
86%
19%
81%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Administrão
Produção
Não Participantes
Participantes
O que aqui se faz pertinente é observar a relação percentual entre o número de funções
alocadas na área administrativa e produtiva da empresa. O que se observa neste aspecto,
gráfico 17, é que os grupos são semelhantes, considerando que a diferença percentual é
pouco significativa. Isso demonstra o perfil das empresas deste APL moveleiro que se
caracteriza por empresas essencialmente fabris, com a maior parte da mão-de-obra
concentrada no setor produtivo. Vale ressaltar que os empresários estão incluídos neste
rol, tanto na administração quanto na produção, muitas vezes acumulam as duas
funções.
90
Gráfico 18 – Grau de instrução – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grau de instrução
0%
70%
60%
0%
0%
12%
10%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Sem instrão
Primeiro grau
Segundo grau
Superior
Não Participantes
Participantes
Em relação ao grau de instrução dos funcionários, gráfico 18, os dois grupos possuem a
maioria dos funcionários com o Primeiro Grau completo e nenhum dos dois possui
funcionários com Nível Superior. Este aspecto faz-se relevante frente à abordagem
sócia-técnica de BIAZZI (1994) na qual é relatada que o conteúdo do trabalho demanda
capacidades intelectuais e criativas dos indivíduos, permite um aprendizado contínuo,
gera um suporte social e reconhecimento e que tenha uma clara relação com a vida
social do trabalhador e com os valores que este partilha com a sociedade.
91
Gráfico 19 – Número de funcionários em função específica – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de
Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Número de Funcionários em funções específicas
14%
86%
19%
81%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Administração
Produção
Não Participantes
Participantes
A eficiência da o-de-obra empregada é vista como satisfatória pelos dois grupos de
empresas como está demonstrado no gráficos 20 e 21, abaixo. O que não implica que
esta seja realmente eficiente, pois o índice de função especializada é identificado como
baixo nos dois grupos, sendo que o índice do Grupo de Não-Participantes é inferior
quando comparado com o outro grupo.
Gráfico 20 – Avaliação da mão-de-obra – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Avaliação da mão-de-obra
80%
20%
0%
83%
17%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Boa
Regular
Ruim
Não Participantes
Participantes
Este fato é confirmado quando se observa os gráficos que tratam da dificuldade na
obtenção de mão-de-obra, mostrando que a diferença nos índices percentuais pode ser
decorrente do nível de exigência de cada um dos grupos na contratação de funcionários.
92
Gráfico 21 – Dificuldade na obtenção de mão-de-obra – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Dificuldade na obtenção de mão-de-obra
100%
0%
67%
33%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Sim
Não
Não Participantes
Participantes
O Grupo dos Participantes, que sofreu a intervenção, demonstrou uma dificuldade maior
na obtenção de mão-de-obra, o que indica que este nível de exigência pode ter sido
apurado a partir das experiências adquiridas na intervenção. Afirmam que aprendizes e
auxiliares estão disponíveis no mercado, mas a necessidade da empresas está voltada
para profissionais especializados.
A característica de baixa escolaridade deste Arranjo Produtivo é um fator de extrema
importância, pois afeta diretamente a produtividade do trabalhador, a percepção de
desenvolvimento da fábrica por parte do empresário, que inclusive pertence a este grupo
também. Para a valorização do trabalhador, segundo a abordagem sócio-técnica, esta
capacitação básica torna-se seu ponto de partida.
7.2.2 Produção
A linha de produtos fabricada nos dois grupos avaliados é essencialmente residencial,
seguida pelo mobiliário escolar com pequena participação, gráfico 22. Ambos os grupos
consideram a linha de produtos “razoáveis” na escala entre “avançada” e “superada”.
No que tange aos fatores que determinam o volume de produtos a serem fabricados
também eles não se diferem, pois a produção sob encomenda é característica comum
das pequenas e micro empresas, gráfico 23.
93
Gráfico 22 – Linha de produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Linha de produtos / Madeira
80%
20%
40%
30%
100%
0%
0%
0%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Residencial
Escritório
Escolar
Outros
Não -Participantes
Participantes
Gráfico 23 – Avaliação da linha de produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Avaliação / Linha Produtos
10%
50%
40%
0%
0%
33%
50%
17%
0%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Superada
Razoável
Atual
Avançada
Não soube opinar
Não -Participantes
Participantes
A compreensão dos conceitos de atualização e racionalização do processo produtivo,é
heterogênea e esta análise não pode ser desvinculada do contexto cultural, social e
econômico da região deste APL. Esta compreensão de fato demanda conhecimentos
mais abrangentes e visão sistêmica de processos fabris relacionados a abordagens sócio-
técnica e tecnologias. Diante disto constata-se que o Grupo de Participantes demonstra
uma proximidade maior com estes conceitos e em muitas das vezes os aplicam na
empresa. A atenção destes empresários está mais concentrada no layout, atendo-se ao
arranjo físico funcional, à segurança, ergonomia e fluxo, e no processo produtivo que se
estende ao desenvolvimento de máquinas e dispositivos especiais, mas ainda num nível
muito elementar. Este Grupo de Participantes compreende, de fato, a necessidade de
94
obtenção de novos conhecimentos, que é o maior valor a ser considerado. O Grupo de
Não-Participantes apresenta um grau de envolvimento e conhecimento inferior diante
destas questões, demonstrado nos gráfico 24 e 25.
Gráfico 24 – Atualização e racionalização do processo produtivo – 2006-Grupo de Participantes e Grupo
de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Atualização / Racionalização do Processo Produtivo
70%
30%
23%
67%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Sim
Não
Não -Participantes
Participantes
Gráfico 25 – Métodos de realização de atualização e racionalização do processo produtivo – 2006-Grupo
de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Método de Realização de Atulalização /Racionalização do Processo Produtivo
14%
29%
86%
29%
86%
14%
17%
0%
17%
0%
17%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Desenvolvimento de Máquinas
especiais
Desenvolvimento de
Dispositivos adicionais nos
Equipamentos
Modificação do processo
produtivo
Atulizão de conhecimento de
novas tecnologias
Utilização de novo Layout
flexivel
Utilização de células de
manufatura
Não -Participantes
Participantes
Nos dois grupos analisados, os critérios de Planejamento e Controle da Produção não
são detectados como ões nas empresas devido a produção se caracterizar pela
fabricação de produtos únicos sob encomenda e pequenas séries intermitentes, sem a
95
visão sistêmica organizacional, o que ainda colabora para a dificuldade de aplicação de
métodos, ferramentas e procedimentos de Planejamento de Controle de Qualidade.
Gráfico 26 – Fatores determinates do produto e volume produzido – 2006-Grupo de Participantes e Grupo
de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Fatores determinantes do produto e volume produzido
90%
20%
100%
17%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Encomenda
Meta de produção mensal
Não -Participantes
Participantes
Os problemas mais apontados no processo produtivo das empresas pelo Grupo de
Participantes são a qualidade da matéria-prima e a qualificação de o-de-obra,
seguidos da desatualização do processo de produção e a limitação do espaço físico, por
ordem de incidência. Este conjunto caracteriza mais uma vez este setor, como está
demonstrado no gráfico 27. Até mesmo porque o Grupo de Não Participantes apresenta
resultados semelhantes. O que difere é um grau mais elevado de exigência do Grupo
que sofreu a intervenção, explicitado nas entrevistas.
96
Gráfico 27 – Problemas no processo produtivo – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Problemas Processo Produtivo
90%
80%
90%
30%
90%
60%
10%
0%
0%
50%
33%
50%
0%
67%
67%
0%
17%
33%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Qualidade da matéria-prima
Máquinas e equipamentos
Qualificão da mão-de-obra
Rotatividade da mão-de-obra
Processo antiquado de produção
Limitação do espaço físico
Fornecimento irregular de energia elétrica
Localização da fábrica ( poluição,umidade)
Condição de trabalho (barulho, iluminação)
Não -Participantes
Participantes
A qualidade do produto é medida através da satisfação do mercado (preço, função,
durabilidade e estética), atendimento às normas (segurança e resistência) e processo
produtivo adequado (custo). Pelos dados obtidos os dois grupos afirmam que se
preocupam com o controle de qualidade e quando questionados sobre os métodos
adotados para tal, todas as empresas citam a inspeção informal na linha de produção e
no produto acabado como o procedimento adotado. Isto demonstra que o conceito de
qualidade no APL se restringe à satisfação do mercado, que é preço, função,
durabilidade e estética.
7.2.3 Desenvolvimento de Produtos
O desenvolvimento de projetos é realizado de forma assistemática pelos dois grupos.
No gráfico 28, o Grupo de Participantes apresenta uma incipiente iniciativa na
contratação de designers, fato este que se torna relevante demonstrando uma evolução
no grau de compreensão desta necessidade. Ainda neste grupo, a maior parte dos
projetos é desenvolvida por funcionários experientes, incluindo os empresários, sendo
este procedimento adotado também pelo Grupo de Empresas Não-Participantes, como
mostra o gráfico 29.
97
Gráfico 28 – Forma de desenvolvimento de produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de Não-
Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Forma de desenvolvimento de produtos
0%
0%
100%
0%
0%
100%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
De forma assistemática
De forma sistemática
Não desenvolve
Não-Participantes
Participantes
Gráfico 29 – Responsável pelo desenvolvimento deprodutos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de
Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Responvel pelo desenvolvimento de produtos
10%
100%
0%
0%
100%
0%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Por designers próprios
Por designers contratados
Por funcionários
experientes/proprietário
Não-Participantes
Participantes
As fontes utilizadas para o desenvolvimento de novos projetos de produtos pelo Grupo
dos Participantes como demonstrados no gráfico o consultas a revistas referentes ao
setor, produtos dos concorrentes e participação em feiras, nesta ordem de incidência. No
Grupo de o Participantes o produto da concorrência é a fonte mais citada, seguida da
consulta a revistas e projetos de clientes.
98
Novamente, conforme o gráfico 30, o Grupo de Participantes demonstra uma
maturidade maior na identificação de demanda de novos produtos que é baseada na
necessidade de atualização dos produtos existentes, nas informações oriundas das
vendas e no desempenho da concorrência, embora ainda exista uma pequena parcela de
empresas que não se atém a estas questões, muitas vezes por trabalharem somente com
modelos de móveis trazidos pelos clientes.
Gráfico 30 – Foco do desenvolvimento de novos produtos – 2006-Grupo de Participantes e Grupo de
Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Foco do desenvolvimento de novos produtos
80%
60%
90%
60%
100%
100%
17%
100%
100%
90%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Qualidade
Formas atuais
Flexibilidade (universalidade
das peças)
Compatibilizão com o
processo produtivo
Produtos dos concorrentes
Não-Participantes
Participantes
O Grupo dos Não-Participantes se remete ao contato com o cliente no momento da
venda, considerado nos gráficos como setor de vendas, e a necessidade de atualização
dos móveis de forma pouco significativa, sendo muito relevante a parcela de empresas
que não se preocupa com este tópico, como apresentado no gráfico 31.
99
Gráfico 31 – Fontes utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos – 2006-Grupo de Participantes
e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Fontes utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos
0%
90%
80%
40%
60%
0%
30%
0%
10%
0%
0%
83%
100%
17%
0%
0%
50%
0%
17%
10%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Normas técnicas
Bancos de dados de patentes
Publicações e catálogos nacionais e estrangeiros
Produtos concorrentes
Auxílio de fornecedores
Viagens a outras cidades em busca de novidades
Auxílio de centros tecnológicosQuais
Projetos de clientes
Não pesquisa
Outras
Não-Participantes
Participantes
Segundo ROMEIRO (2005)
A aplicação de tecnologias informatizadas de apoio ao processo projetual pode ter uma
importante relação com o nível de competitividade apresentado pelas empresas sendo um
instrumento importante para a passagem do Brasil a um novo patamar de desenvolvimento
industrial independente”.
O comentário é muito pertinente neste momento porque confirma a necessidade desta
sistematização nas empresas apresentada no gráfico, pois a utilização da computação
gráfica no desenvolvimento de projetos de produtos é incipiente e pouco significativa.
Isto é decorrente do contexto no qual estas empresas estão inseridas quais sejam, de
baixo desenvolvimento econômico e formação educacional. Nesta questão os grupos
não se diferem de forma significativa como demonstrado no gráfico 32.
100
Gráfico 32– Utilização de computação gráfica no desenvolvimento de produtos – 2006-Grupo de
Participantes e Grupo de Não-Participantes
Grupo de Participantes e Grupo de Não-Participantes
Utilização de computação gráficano desenvolvimento de produtos
90%
10%
0%
83%
17%
0%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Sim
Não
Às vezes
Não-Participantes
Participantes
Estas discussões são a base para as conclusões apresentadas no próximo capítulo,
fazendo-se importante enfatizar que os tópicos analisados dizem respeito à intervenção
do Projeto AVALOR, focando os quesitos do setor produtivo no âmbito da Engenharia
de Produção.
101
Figura 15 – Grupo de Participantes – 2006
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
Fonte: AVALOR, 2003.
Foto 1 – Organização da produção
Foto 2 – Estoque produtos acabados
Foto 3 – Utilização de EPI.
Foto 4 – Organização fábrica
102
Figura 16 – Grupo de Não-Participantes – 2006
Foto 1 Foto 2
Foto 3 Foto 4
Fonte: AVALOR, 2003.
Foto 1 – Tipo de organização
Foto 2 – Aplicação de verniz e pintura
Foto 3 – Tipo de organização
Foto 4 – Disposição de máquinas
103
CAPÍTULO 8 – CONCLUSÕES
104
8.1 Conclusões da Análise 1
Estas conclusões se referem à Análise 1 que é constituída de discussões e resultados a
partir de dados coletados do Grupo de Participantes em dois momentos diferentes:
anterior à intervenção em 2003, e posterior à intervenção em 2006, conforme descrito
na Metodologia.
A partir das discussões pode-se concluir que o Arranjo Produtivo Local do setor
moveleiro do Vale do Jequitinhonha ainda não possui uma identidade de
cooperativismo e de conscientização de grupo. Os problemas identificados através da
Análise1 são, em grande parte, comuns a todas as empresas e oriundos do contexto
sócio-econômico regional. A visão dos empresários é restrita e se remete aos limites de
conhecimento e de posturas individuais.
A detecção do crescimento das empresas, em relação aos quesitos de porte e
faturamento médio anual, pode ser derivado de mudanças nos demais setores da
empresa, tanto na área administrativa quanto no setor produtivo. Este dado isolado não é
suficiente como indicativo da eficácia da intervenção, mas se considerado parte do
conjunto dos quesitos analisados, torna-se um forte indicador de crescimento.
No que tange à estrutura da mão-de-obra observa-se que a partir da experiência de
participação no Projeto AVALOR, o grupo tornou-se mais preparado para usufruir as
possibilidades oferecidas por programas governamentais subseqüentes, destacando o
MOVALE, gerido pelo IEL na implantação de oficina escola e Coleção Móveis do
Jequitinhonha, gerido pelo SEBRAE, que trata do desenvolvimento de produtos
moveleiros.
Os diferenciais apresentados quando analisadas as questões de produção - a redução do
número de itens fabricados como fator de aumento de produtividade, a modernização
das máquinas existentes, a aquisição de quinas com novas funções, a atenção ao
layout sico da fábrica, incluindo a armazenagem de produtos e matéria-prima, apesar
de incipientes são relevantes, considerando o porte e o contexto das empresas. Isto
indica um aumento do nível de conhecimento advindo da ênfase dada a estas questões
quando da intervenção. No segundo momento percebe-se que grande parte das empresas
105
mantém máquinas e equipamentos tradicionais, porém com atualização e modernização.
Uma pequena parte delas apresenta ações em busca de melhoria de tecnologia com a
aquisição de novos equipamentos com funções diferentes das já utilizadas.
O aumento detectado no lançamento de novos produtos não assegura que esta seja uma
prática sistematizada pela empresa, por não apresentar uma periodicidade. O importante
é a mudança de intenção por parte dos empresários que é percebível no
estabelecimento das diretrizes da empresa. Esse é um dos fundamentos da intervenção,
que pode ser confirmada por esta análise e pelo desempenho positivo que as empresas
apresentaram quando da participação da intervenção subseqüente do SEBRAE-MG, O
Móvel do Jequitinhonha, cujo foco é o desenvolvimento de novos produtos. O contato
dos empresários com profissionais da área é responsável por este incremento. Cabe aqui
ressaltar que esta alteração significa uma iniciativa espontânea por parte dos
empresários em aumentar a linha de produtos, derivada dos resultados da intervenção. É
evidente a busca dos empresários por produtos mais atuais bem como a noção da
inadequação da forma de seus produtos.
Os aspectos questionados referentes à responsabilidade de criação e desenvolvimento do
produto, indicam uma pequena alteração considerada incipiente uma vez que ainda o
envolve profissional capacitado para tal.
O fato de as normas técnicas ainda não terem sido implantadas quando do
desenvolvimento de todos os produtos, não se atém somente a este APL sendo detectado
em grande parte dos pólos moveleiros do país, característica de micro e pequenas
empresas focados na produção de produtos únicos ou pequenas séries. Na avaliação do
Programa PROMÓVEL criado para estimular a utilização de normas técnicas, STEIN
(2000) tece considerações a despeito de que os produtos fabricados dentro de padrões
técnicos garantem aos consumidores a aquisição de produtos seguros e de qualidade,
dentro dos padrões internacionais. Estas questões são enfatizadas na intervenção, uma
vez que é prevista a certificação dos produtos desenvolvidos. Como conseqüência
evidencia-se o incremento do nível de conhecimento dos empresários sobre utilização
de normas.
106
Um dos focos principais da intervenção está associado à utilização do eucalipto maciço
oriundo de florestas plantadas buscando o desenvolvimento sustentável, bem como a
certificação destes produtos subentendendo a certificação da matéria-prima para a
fabricação de móveis. Isto contribui para institucionalizar o Arranjo Produtivo Local
como produtor de móveis de eucalipto maciço e hoje, os empresários afirmam que a
utilização da madeira maciça de eucalipto é um fator de agregação de valor ao produto,
tornando-o mais competitivo no mercado.
8.2 Conclusões da Análise 2
Estas conclusões se referem à Análise 2, na qual é realizado um estudo comparativo
entre os grupos de Participantes e Não-Participantes,após a intervenção no ano de 2006.
O Grupo dos Participantes, que sofreu a intervenção, demonstrou uma dificuldade maior
na obtenção de mão-de-obra, o que indica que este nível de exigência pode ter sido
apurado a partir das experiências adquiridas na intervenção. Afirmam que aprendizes e
auxiliares estão disponíveis no mercado, mas a necessidade da empresas está voltada
para profissionais especializados.
Não houve alteração como resultado da intervenção quando se trata do tipo de produto e
da forma de produção, mantendo-se a linha de móveis residenciais em primeiro lugar e
a fabricação sob encomenda, respectivamente. Esta alteração não era esperada visto que,
o foco da intervenção é voltado para o processo de desenvolvimento de produtos e
processos produtivos.
Como descrito na discussão dos resultados, os critérios de Planejamento e Controle da
Produção não são detectados como ações nas empresas, devido à produção se
caracterizar pela fabricação de produtos únicos sob encomenda e pequenas séries
intermitentes, sem a visão sistêmica organizacional, o que impede, ou no mínimo
dificulta, a aplicação de métodos, ferramentas e procedimentos de Planejamento de
Controle da Produção. Estes conceitos são aplicáveis tanto em grandes fábricas quanto
nas micro e pequenas, com as características acima descritas. O que vai determinar a
necessidade e a forma com que serão introduzidos é o grau de maturidade da estrutura
organizacional.
107
A percepção de problemas no processo produtivo é presente em ambos os grupos,
porém o grupo que sofreu a intervenção tem maior consciência da amplitude dos
problemas, o que demonstra uma absorção dos conceitos abordados quando da
intervenção. Mais uma vez, o resultado da intervenção está associado à transferência de
conhecimento e não somente transferência de informação técnica.
A intervenção se ateve a tratar os conceitos de controle de qualidade de uma forma
introdutória, servindo como base para a explicitação do processo de Projeto de Produto
e não do processo de Desenvolvimento de Produto. Os conceitos que pertencem ao
universo de desenvolvimento de produtos são complexos e ainda mais se considerar o
grau de conhecimento dos empresários e funcionários deste APL. São muitas as
questões a serem aprofundadas, que demandam continuidade deste processo de
aprendizagem através de outras interferências, de acordo com o grau de maturidade do
Arranjo.
Retomando a consideração de ROMEIRO (2005) sobre a utilização de tecnologia
informatizada como ferramenta de competitividade e de desenvolvimento industrial, a
incipiente utilização de informática no desenvolvimento de projetos de móveis é reflexo
da limitação instrucional e financeira em que estas empresas estão inseridas.
As principais matérias-primas utilizadas pelos dois grupos não se diferem
significativamente, a não ser pela introdução de chapas representada por uma pequena
parcela do Grupo de Participantes, ou seja, o maior consumo é o eucalipto maciço para
a produção dos móveis. Este APL tem se referenciado na madeira maciça do eucalipto
como uma identidade, explorando o valor identificado no mercado por móveis maciços,
de qualidade e durabilidade. Esta madeira quando adquirida na região, através de
pequenos produtores, ainda não apresenta boa qualidade se comparada com a produzida
por empresas que detêm processos tecnológicos de secagem adequados essenciais para a
produção de madeiras para uso na indústria moveleira. A distância em que estas
empresas se encontram da região do Vale do Jequitinhonha é considerada como um
fator que dificulta sua aquisição bem como o seu custo, mas mesmo assim, esta
madeira é muito utilizada pelas marcenarias devido à sua alta qualidade. Entretanto,
como uma alternativa para abrandar estes constrangimentos em relação à obtenção da
madeira de eucalipto pode-se observar a existência de novas serrarias na região, a partir
108
de 2003, voltadas para a produção de buas de eucalipto maciço com foco no
abastecimento do mercado moveleiro regional.
É perceptível um comportamento mais maduro do grupo que sofreu a intervenção na
busca de referências para o desenvolvimento de seus produtos. Este fato vem
demonstrar uma característica inerente a este grupo que é a busca de novas informações
vindo de encontro ao interesse em participar desta intervenção, evidenciando o
comportamento pró-ativo destes empresários. A intervenção estimulou, sem dúvida, as
empresas conscientes da importância na busca por novas informações, mais uma vez
confirmadas através da inerente preocupação com o lançamento de novos projetos de
móveis.
Analisado o processo produtivo evidencia-se o bom aproveitamento dos programas
governamentais como veículo de disseminação de informação e de geração de
conhecimentos, uma vez que alguns dos conceitos discutidos são internalizados e
aplicados na empresa, considerando as limitações do contexto regional. Este quesito de
transferência de conhecimento é o embrião do desenvolvimento da empresa e
conseqüentemente do setor.
Esta pesquisa se atém em estudos que avaliem, do ponto de vista dos setores produtivos,
os efetivos resultados de ações governamentais voltadas para a melhoria das condições
dos Arranjos Produtivos Locais do setor moveleiro. A partir destas conclusões, entende-
se que esta intervenção governamental produziu impacto positivo no meio produtivo do
setor moveleiro do Arranjo Produtivo Local do Vale do Jequitinhonha e ainda que estes
impactos puderam ser mensurados no âmbito da Engenharia de Produção, considerando
os critérios de Estrutura da Mão-de-Obra, Produção, Qualidade, Desenvolvimento de
Produtos e Manutenção.
109
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119
ANEXOS
120
Cronologia da Indústria Moveleira
A Associação Brasileira das Indústrias de Móveis ABIMÓVEL elaborou o
Panorama do Setor Moveleiro Brasileiro (2005) e, nesta publicação foram relacionados
os principais fatos do setor, organizados de forma cronológica, até o ano de 2003. Este
material norteou a exposição abaixo apresentada:
1836 - Michel Thonet (1796-1871) utiliza folhas de madeira compensadas na produção
de móveis. Alemanha.(SIC)
1890 - Início das atividades da empresa Companhia de Móveis Curvados. Produção de
móveis em escala, utilizando moldes de peças austríacas. Rio de Janeiro.
1897 - Início das atividades da empresa Gelli - Indústria de Móveis SA. Produção de
móveis sob medida. Ainda em atividade. Petrópolis, RJ.
1913 – Início das atividades da empresa antecessora de Móveis Cimo SA. Serraria para
produção de tábuas de pinho e imbuia. Foi vendida para o grupo paulista Lutfalla em
1979 e encerrou suas atividades em 1981. Rio Negrinho, distrito de São Bento do Sul,
SC.
1919 Início das atividades da Fábrica de Móveis Ronconi. Ainda em atividade, é
considerada uma das mais antigas na produção de colchões e estofados. Curitiba, PR.
1927 – Início das atividades da Empresa Bergamo Companhia Industrial.
Início das atividades da Empresa Lafer. Responsável por inovações na área de
estruturas de estofados e vencedora de prêmios nacionais e internacionais em design.
São Bernardo do Campo,S P.
1935 Fundação do Sindicato da Indústria de Marcenaria do Estado de São Paulo
SINDIMOV
1936 - Primeiro Concurso de Mobília Proletariado do Brasil. Promovido pelo
Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo, sob a gestão de Mário
de Andrade.
1938 - Início das atividades da Empresa Móveis Rudinick. São Bento do Sul, SC.
1945 – Início das atividades da empresa Artefama. Especializada em artefatos de
madeira, iniciou a produção de móveis em 1960. SC.
1951 – Início das atividades da empresa Eucatex. Produção de chapas de fibra de
madeira e painéis industriais.
1953 – Início das atividades da Fábrica de Móveis Florense Ltda. Flores da Cunha, RS.
121
1961 Início das atividades da empresa Móveis Carraro S.A.. Considerada atualmente
a maior produtora de móveis do estado. Bento Gonçalves, RS.
1962 - Fundação da Escola de Desenho Industrial do Rio de Janeiro - ESDI.
1962 - Início das atividades da Indústria e Comércio de Móveis AB Pereira Ltda.
Iniciou a formação e consolidação de um pólo moveleiro na região.
1962 - Início das atividades da empresa Simbal SA. Considerada uma das maiores
fabricantes de estofados do país. Arapongas PR
1964 - Inserção do Duraplac no mercado pela Duratex inaugurada em 1951.
1964 - Início das atividades da Empresa Itatiaia Móveis S.A.. Ubá, MG.
1966 - Inserção das chapas aglomeradas no mercado pela Placas do Paraná.
Revoluciona o setor moveleiro.
1968 Início da produção de móveis pela Empresa Todeschini S.A., até então
produtora de instrumentos musicais. Entra no segmento de móveis para cozinhas.
Bento Gonçalves, RS.
1968 – Início das atividades da Sayerlack Indústria Brasileira de Vernizes S.A., em São
Paulo.
1971 Criação do Sindicato do Mobiliário de São Bento do Sul, sucessor da
Associação dos Fabricantes de Móveis de São Bento do Sul, criada em 1961. SC.
1971 - Início das atividades da Empresa Rodial Móveis Ltda. Lagoa Vermelha, RS.
1972 - Criação da Associação Brasileira das Indústrias de Madeiras Compensadas
ABINCE - transformada depois em Associação Brasileira das Indústrias de Madeiras
Compensadas e Industrializadas - ABINCI.
1973 - Início das atividades da Fábrica de Móveis Madeprado. Antônio Prado, RS. Em
1979 foi considerado o quarto pólo moveleiro gaúcho.
1974 - Início das atividades da Indústria de Móveis Movelar SA, transformando-se na
maior indústria moveleira do Estado. Linhares, ES.
1975 - Criação da Associação Profissional das Indústrias da Construção e do
Mobiliário de Bento Gonçalves, posteriormente transformada no SINDOMÓVEIS.
1976 Realização da primeira edição da FENAVEM, promovida pela Empresa
Guazzelli & Associados. Realizada anualmente até o ano de 1993. São Paulo.
1977 - Fundação da Associação Nacional dos Fabricantes de Móveis –AFAN.
1978 - Realização da I Mostra do Mobiliário de Bento Gonçalves, precursora da
MOVELSUL.
122
1978 - Fundação do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas. PR
1980 – Realização da primeira reunião de fabricantes de máquinas e equipamentos para
madeira, originando o Departamento Nacional de Máquinas para Madeira, do
SINDIMAQ/ABIMAQ.
1980 - O Sindicato das Indústrias de Marcenaria de São Bernardo do Campo é
instalado com base territorial sobre sete cidades.
1981 - Publicação do primeiro número da revista Móbile, Alternativa Editorial Ltda.
1983 - Criação do Centro Tecnológico do Mobiliário do Senai (Senai-Cetemo). Bento
Gonçalves, RS.
1985 - Criação da Associação dos Moveleiros de São Paulo - MOVESP.
1986- Realização da Feira Sulbrasileira da Indústria do Mobiliário - EXPOMÓVEL.
1987 - Criação da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul –
MOVERGS.
1989 - Criação do Sindicato da Construção Civil de Pequenas Estruturas e do
Mobiliário de Votuporanga. São Paulo.
1990 - Criação do Sindicato das Indústrias de Móveis, Marcenarias, Carpintarias,
Artefatos de Madeira, Serrarias, Madeiras Laminadas e Compensadas de Rio Negro.
PR
1991 - Criação do Sindicato do Mobiliário e Artefatos de Madeira de Minas Gerais.
1992 - Criação da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário – ABIMÓVEL.
1993 - Realização da I Feira Internacional de Máquinas, Matérias Primas e Acessórios
para Indústria Moveleira – FIMMA.
1994 - Implantação do Curso Superior da Tecnologia em Produção Moveleira da
Universidade de Caxias do Sul –UCS.
1994 - Realização da primeira edição da Feira de quinas e Móveis de Ubá e Região
FEMMUR. Dois anos depois, subdivide-se em Feira de Móveis de Ubá e Região
FEMUR e Feira de Máquinas e Matérias Primas para a Indústria Moveleira – FEMAP.
1994 - Criação da Associação Brasileira das Indústrias de Painéis de Madeira
ABIPA, sucessora da Associação Brasileira das Indústrias de Madeira Aglomerada
ABIMA.
1995 - Implantação do Curso de Produção Industrial de Móveis pela Universidade de
Santa Catarina.
1995 - Realização da primeira edição da Feira de Móveis do Interior de São Paulo
123
MOVINTER.
1995 Primeira concessão do certificado de qualidade ISSO 9002 do país,é feita à
Empresa Dell Anno Móveis Ltda. Bento Gonçalves,RS .
1996 - Integração do setor moveleiro ao Programa Brasileiro do Design.
1997 Construção do espaço Centro de Exposições EXPOARA e realização da
primeira edição da MOVELPAR. Arapongas, PR.
1998- Assinatura do Programa Brasileiro de Incremento à exportação de móveis -
PROMÓVEL.
2001- Instalação do Fórum de Competitividade da Cadeia Produtiva da Madeira e do
Móvel.
2003 - Lançamento do Fórum Nacional da Indústria para discussão e viabilização de
soluções para o setor, pela Confederação Nacional da Indústria – CNI.
2003 - Ampliação das exportações do setor para mercados da Europa, América Latina,
Golfo Árabe, México, Japão e Estados Unidos.
124
Grupo de Participantes Análise 1
Questionário 1-Questionário de Identificação de Empresas
1. Carpintaria Pinheiro Ltda.
Rua Rio Branco, 1315.
Capelinha
2. Germadeiras Ltda.
Rua Goiás, 456 – Bairro Campo.
Turmalina
3. Godinho Móveis Ltda.
Avenida do Contorno, 310 – Bairro Progresso, Distrito Industrial
Turmalina
4. JR Móveis Ltda.
Avenida Espírito Santo, 153 – Bairro Progresso, Distrito Industrial
Turmalina
5. Marcenaria Gomes Ltda.
Rua Francisco de Assis, 203 – Bairro Planalto.
Capelinha
6. Marcenaria Pereira Ltda.
Avenida Dois, 190 – Bairro Progresso Distrito Industrial.
Turmalina
1. Marcenaria São Jose
Rua Bocaiúva, 212 – Vila São José.
Turmalina
2. Mobilhar Ltda.
Avenida Minas Gerais, 141 - Bairro Progresso Distrito Industrial
Turmalina
3. Rocha Móveis Ltda.
Avenida Minas Gerais, 260 - Bairro Progresso Distrito Industrial
Turmalina
10. Fábrica de Móveis Santos Rocha Ltda
Rua Bem-te-vi, 100 – Bairro Nova Turmalina, Distrito Industrial
Turmalina
125
Modelo Questionário 1 – Análise 1
Questionário de Identificação de Empresas.
Questionário de Identificação de Empresas.
R. Social:
N. Fantasia
Rua:
Nº:
Bairro:
Cidade:
Município:
Fone:
Fax.:
-
E-Mail:
-
Contato:
Cargo:
1. Sobre a Empresa:
1.1 Qual é a data da fundação da empresa? _____/_____/_______
1.2 Número de funcionários:
até 19 (Micro) de 20 a 99 (Pequena) de 100 a 499 (Média)
acima de 500 (grande)
1.3 Existem filiais?
sim o Onde?
__________________________________________________________
1.4 Faturamento médio anual:
até 49 mil reais de 50 a 199 mil reais de 200 a 599 mil
de 600 a 999 acima de 1 milhão de reais.
1.5 Dentro de suas dificuldades quais são mais representativas? Especifique.
empresa:
produto:
mercado (tendências, público alvo, exportações):
produção:
matéria-prima
comercialização sem metas/
logística:
___________________________________________
126
2. Sobre o Produto:
2.1 Quais são os produtos carros-chefes de sua produção? Cite-os em ordem de
importância e quanto representa no total de sua produção:
1º: _______________________________________________ ( )%
2º: _______________________________________________ ( )%
3º: _______________________________________________ ( )%
2.2 Como são desenvolvidos os projetos de sua empresa:
por designers; por técnicos;
pelo proprietário; pesquisas em feiras e revistas;
pelos funcionários; compra de direitos;
outros (quais?) ____________________________________________
2.3 Em relação à disponibilidade de profissionais de design no mercado, qual é a sua
percepção?
é muito difícil de encontrá-los mas, assim mesmo contrato-os;
é muito difícil de encontrá-los mas, não acho necessário;
encontro-os com facilidade mas não acho necessários;
encontra-os mas o preço destes profissionais inviabiliza a contratação;
encontra-os com facilidade e contrato-os.
2.4 Nos desenvolvimentos de seus produtos o pesquisadas e utilizadas as normas
técnicas referente ao seu segmento?
conheço-as, mas não utilizo desconheço-as utilizo-as
2.5 Em sua visão, quais são os fatores mais importantes para tornar os produtos mais
competitivos? Liste pela ordem de importância:
acabamento; facilidade de uso; estética;
resistência física; matéria-prima; preço;
tradição da empresa; propaganda; logística.
Outros (quais?) ____________________________________________
2.6 Seus móveis são produzidos para atender qual público?
classe alta; classe média; popular;
Outras:
__________________________________________________________
__________________________________________________________
127
2.7 Sua empresa utiliza ou utilizou recursos técnicos e/ou financeiros cedidos por
instituições como SEBRAE, bancos, federações etc. para desenvolvimento de
projetos/produtos?
sim não Por que ?
__________________________________________________________
3. Sobre a Produção:
3.1 Quais os problemas ou dificuldades mais freqüentes em sua produção? Cite-os
pela ordem de importância:
acabamento; falta de novos projetos;
aplicação de pintura; falta de maquinário adequado;
aplicação de verniz; matéria-prima;
custo de produção; layout da fábrica;
tempo de produção; outros (quais?) _________________
3.2 Sua produção é feita:
em série sob encomenda; sob encomenda; em série;
outros (quais?) ____________________________________________
3.3 Em relação aos três produtos mais importantes de sua empresa, qual é a média de
produção/mês?
1º: _________________________
2º: _________________________
3º: _________________________
3.4 Relacione as máquinas e quantidade que possui em sua linha de produção:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
128
3.5 Qual é o arranjo e fluxo de produção adotado. Quais os problemas apresentados?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Croqui:
3.6 Como considera o layout industrial de sua fabrica
Não houve planejamento fizemos o planejamento, mas não funciona.
Adaptamos para a fábrica Contratamos profissionais especializados
Outras (quais) _____________________________________________
__________________________________________________________
4. Sobre a Comercialização (Venda):
4.1 Como é feita a divulgação de seus produtos?
Através de catálogos Participação de feiras
Propaganda em rádio Através de representantes
Propaganda em TV Outros (quais?) _________________
__________________________________________________________
4.2 Seus móveis são vendidos em outras regiões?
apenas cidades vizinhas; principais cidades do Estado;
principais cidades do país alguns países da América do Sul;
outros (quais?) ____________________________________________
4.3 Quais dos pontos de venda abaixo são os mais importantes para o seu mercado?
lojas próprias; representantes comerciais;
supermercados e magazines; participação em eventos da área;
outros (quais?) ____________________________________________
Já houve outros?
sim não
Quais? ____________________________________________________
_________________________________________________________________
___________________________________________________
129
4.4 Como identifica as necessidades de mercado para lançar novos produtos?
não identifica; pelas publicações do segmento;
através dos concorrentes; por participação de eventos;
por pesquisa de mercado; através de vários fatores;
outros (quais?) ____________________________________________
__________________________________________________________
4.5 Em média, qual a freqüência que lança novos produtos no mercado?
a cada ano; de 3 em 3 anos de 5 em 5
de 2 em 2 anos; de 4 em 4 anos; sem previsão
4.6 Pela sua experiência, considerando o público que atende, quais são os fatores
mais importantes que são levados em consideração pelo consumidor na hora de
se decidir uma compra?
design (uso e estética) preço do produto; prazo;
assistência ao consumidor; marca e tradição; publicidade;
outros (quais?): ___________________________________________
5. Sobre a Distribuição (Logística):
5.1 Seus produtos são projetados com a preocupação de serem desmontados para
otimizar o transporte?
sim não Por que ?
_________________________________________________________________
___________________________________________________
5.2
Se seus produtos são desmontados a montagem é feita:
em atendimento domiciliar pelo consumidor; pelo distribuidor
5.3 Em caso positivo, possui técnico treinado para executar as montagens, no destino
final dos produtos?
sim não Por que ?
_________________________________________________________________
___________________________________________________
5.4 Considera o fator da “desmontabilidade” importante para a comercialização do
produto?
sim não Por que ?
_________________________________________________________________
130
5.5 Possui frota própria para fazer a distribuição de seus móveis?
sim não
5.6 Tem prejuízos com danificação de seus produtos durante o transporte?
sim não às vezes
Quais os mais freqüentes?_____________________________________
_________________________________________________________________
___________________________________________________
5.7
Adota sistema de armazenagem?
sim não às vezes
próximo aos distribuidores na própria fábrica; no distribuidor
Se há problemas, quais os mais freqüentes?
_________________________________________________________________
___________________________________________________
6. Considerações Finais:
6.1 Existem algumas considerações que gostaria de fazer?
sim não Quais?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
______________________________________________
7. Documentação Fotográfica:
131
Tabulação dos dados – Análise 1
Questionário 1 – Questionário de Identificação de Empresas
Questionário de Identificação de Empresas
Número de Funcionários 2003
2006
Até 19 funcionários (micro empresa) 100%
90%
De 20 a 99 funcionários (pequena empresa) 0%
10%
Faturamento anual 2003
2006
Até 49 mil reais 70%
50%
De 50 a 199 mil reais 30%
50%
Dificuldades mais Representativas 2003
2006
Produção 80%
80%
Empresa 90%
60%
Matéria-Prima 60%
80%
Comercialização 60%
70%
Produto 30%
40%
Transporte 30%
30%
Mercado 10%
50%
Responsável pelo desenvolvimento de projetos 2003
2006
Proprietário 80%
90%
Funcionários 20%
20%
Outros 20%
0%
Designers 0%
0%
Técnicos 0%
0%
Profissionais de design no mercado 2003
2006
Difícil de encontrar, mas acha necessário. 70%
50%
Difícil de encontrar, mas contrata. 10%
10%
Encontra, mas o é custo inviável. 10%
70%
Encontra com facilidade, mas não acha necessário. 0%
0%
Encontra com facilidade e contrata 0%
0%
Não respondeu 10%
0%
Utilização de normas técnicas referentes ao segmento 2003
2006
Desconhece 90%
0%
Conhece e utiliza 0%
60%
Conhece mas não utiliza 10%
60%
Fatores importantes para a competitividade do Produto
2003
2006
Acabamento 90%
100%
Estética 50%
60%
Qualidade - durabilidade 90%
80%
Preço 50%
80%
132
Funcionalidade 50%
10%
Matéria-Prima 40%
80%
Tradição da Empresa 30%
40%
Propaganda 0%
20%
Logística 0%
0%
Desmontabilidade 90%
60%
Público-Alvo 2003
2006
Classe Média 80%
60%
Classe Popular 20%
70%
Classe Alta 10%
10%
Recursos Financeiros para o Desenvolvimento de
Produtos 2003
2006
Não 100%
100%
Sim 0%
0%
Problemas ou dificuldades mais freqüentes na
produção 2003
2006
Tempo de Produção 100%
70%
Custo de Produção 70%
100%
Falta de Novos Projetos 70%
60%
Matéria-Prima 80%
90%
Aplicação de Pintura 60%
50%
Layout da Fábrica 50%
20%
Falta de Maquinário Adequado 60%
60%
Aplicação de Verniz 50%
50%
Acabamento 50%
60%
Outros 20%
0%
Tipos de Produção 2003
2006
Sob encomenda - peças únicas 90%
90%
Em série sob encomenda 30%
30%
Em série 0%
0%
Existência de Filiais 2003
2006
Sim 10%
10%
Não 90%
90%
Produtos mais vendidos 2003
2006
Guarda-Roupas 21%
21%
Camas 18%
18%
Armários de Cozinha 18%
18%
Jogo de Sala 18%
18%
Esquadrias (Portas e Janelas) 13%
13%
Cômodas 6%
6%
Colméias 5%
5%
133
Madeiras mais utilizadas 2003
2006
Eucalipto 100%
90%
Outras (Angelim, jatobá, sucupira, cedro, cedrinho,
roxinho)
20%
20%
MDF 0%
10%
Aquisição de Madeira 2003
2006
Martinho Campos - MG 70%
50%
Nova Viçosa - BA 60%
50%
Turmalina e região 40%
80%
Belo Horizonte e outras cidades de MG 10%
10%
Rondônia 20%
20%
Mato Grosso 10%
0%
Forma de aquisição da madeira 2003
2006
Direto 53%
53%
Por Cooperativa 47%
47%
Layout Industrial 2003
2006
Planejado por profissionais 0%
30%
Mal planejado 20%
0%
Não planejado 10%
20%
Adaptado 20%
50%
Divulgação de Produtos 2003
2006
"Boca-a-boca" 60%
80%
Propaganda em rádio 40%
20%
Através de representantes 30%
10%
Participação de feiras 30%
20%
Através de catálogos 20%
20%
Propaganda em TV 10%
10%
Propaganda em jornal 10%
0%
Comercialização dos Produtos 2003
2006
Região 90%
100%
Principais cidades do estado 10%
20%
Principais cidades do país 40%
10%
Distribuição - Pontos de Vendas 2003
2006
Representantes 10%
20%
Lojas próprias 10%
20%
Lojas do setor 20%
10%
Feiras 10%
0%
Na fábrica / opção inexistente em 2003
100%
Fontes de identificação para lançamento de novos
produtos 2003
2006
Publicações do setor 30%
60%
Produtos concorrentes 40%
80%
134
Não identifica 40%
0%
Feiras 10%
40%
Cliente 10%
10%
Pesquisa de mercado 0%
0%
Freqüência de Lançamento de Novos Produtos 2003
2006
Anual 0%
0%
Bienal 0%
0%
Trienal 0%
0%
Não lança 70%
40%
Sem periodicidade 30%
60%
Fatores colaboradores para a decisão de compra 2003
2006
Uso e estética 90%
90%
Preço 80%
80%
Assistência ao consumidor 70%
70%
Prazo para pagamento 80%
20%
Marca e tradição 50%
50%
Propaganda 10%
10%
Qualidade 10%
40%
Existência de preocupação em projetar produtos
desmontados para otimização do transporte 2003
2006
Sim 69%
69%
Não 31%
31%
Formas de montagem dos produtos 2003
2006
Em atendimento domiciliar 85%
85%
Pelo distribuidor 15%
15%
Pelo consumidor 0%
0%
Existência de funcionários especializados para executar
as montagens no destino final dos produtos 2003
2006
Sim 75%
50%
Não 25%
50%
Considera o fator da “desmontabilidade” importante
para a comercialização do produto 2003
2006
Sim 88%
100%
Não respondeu 12%
0%
Existência de frota própria 2003
2006
Não 90%
90%
Sim 10%
10%
Danos ao produto causados durante a distribuição 2003
2006
Às vezes arranhões 53%
¨69%
Não 47%
31%
135
Adota sistema de armazenagem? 2003
2006
Sim 40%
69%
Não 60%
31%
136
Grupo de Participantes – Análise 2
Questionário 2 - Questionário de Identificação da Empresa
Carpintaria Pinheiro Ltda.
Rua Rio Branco, 1315.
Capelinha
Germadeiras Ltda.
Rua Goiás, 456 – Bairro Campo.
Turmalina
Godinho Móveis Ltda.
Avenida do Contorno, 310 – Bairro Progresso, Distrito Industrial
Turmalina
JR Móveis Ltda.
Avenida Espírito Santo, 153 – Bairro Progresso, Distrito Industrial
Turmalina
Marcenaria Gomes Ltda.
Rua Francisco de Assis, 203 – Bairro Planalto.
Capelinha
Marcenaria Pereira Ltda.
Avenida Dois, 190 – Bairro Progresso Distrito Industrial.
Turmalina
Marcenaria São Jose
Rua Bocaiúva, 212 – Vila São José.
Turmalina
Mobilhar Ltda.
Avenida Minas Gerais, 141 - Bairro Progresso Distrito Industrial
Turmalina
137
Rocha Móveis Ltda.
Avenida Minas Gerais, 260 - Bairro Progresso Distrito Industrial
Turmalina
Fábrica de Móveis Santos Rocha Ltda
Rua Bem-te-vi, 100 – Bairro Nova Turmalina, Distrito Industrial
Turmalina
138
Grupo de Não-Participantes – Análise 2
Alternativa Móveis Ltda.
Avenida Minas Gerais, 58 – Bairro Progresso
Turmalina
João Antônio G. Santos
Rua Santa Catarina, 08.
Turmalina
Marcenaria do Belo
Rua Bahia 254, Bairro São J. Batista
Turmalina
Marcenaria Barbosa
Rua Maranhão, 280 – Bairro São João Batista
Turmalina
3 JD – Indústria e Comércio de Móveis
Rua Diamantina, 30 – Bairro São Francisco
Carbonita
Serraria e Marcenaria Santa Rosa LTDA.
Avenida das Indústrias, 40.
Carbonita
139
Modelo Questionário 2 - Análise 2
Questionário Setor Produtivo
IDENTIFICAÇÃO
Razão Social
Endereço
Cx Postal. Fone E-mail
Município Cep
Pessoa para contato Cargo
Tipo jurídico
Data de Fundação
ESTRUTURA DA MÃO DE OBRA
Informar o número de pessoas ocupadas na presente data:
a. Administração
b. Produção
Informar o número de empregador por grau de instrução:
a. Analfabetos
b. Primeiro grau
c. Segundo grau
d. Superior
Informar o número de empregados em função da especiaização:
a. Número de empregados especializados
b. Número de empregados não-especializados
Qual a sua avaliação da mão-de-obra hoje empregada?
a. Boa
b. Regular
c. Ruim
comente
A empresa encontra dificuldades na obtenção de mão-de-obra ?
a. Sim
b. o
PRODUÇÂO
Identificar as principais linhas de produtos:
móveis madeira
a. Residencial
b. Escritório
c. Outros
140
Qual a sua avaliação sobre a linha de produtos atual?
a- Razoável
b- Superada
c- Moderna
d- Muito avançada
e- Não soube opinar
Comente
Existe controle de qualidade na produção?
a- Sim
b- Não
Caso positivo quais métodos adotados?
a- Inspeção informal na linha ou no fina do produto acabado
b- Através de inspetores de qualidade
c- Círculo de Controle de Qualidade (CCQ)
d- Controle de Qualidade Total (TQC)
e- Outros. Especifique
A empresa desenvolve atividades de atualização e racionalização do processo produtivo?
a. Não realiza
b. Realiza, através do desenvolvimento de máquinas especiais
c. Realiza, através do desenvolvimento de dispositivos adicionais nos
equipamentos
d. Realiza, através da modificação do processo produtivo
e. Realiza, através da atualização de conhecimento de novas tecnologias
disponíveis de processos de produção e equipamentos
f. Realiza, através da utilização de um novo”layout” flexível
g. Realiza, através da utilização de células de manufatura
O que determina o produto e o volume a ser produzido?
a. Encomendas
b. Metas de produção mensais
c. Outros. Especifique
Quais os critérios de planejamento e controle da produção adotados pela empresa?
a. Kanban ou outros desta natureza. Especifique
b. Informatização
c. Sistemas de ordem de produção
d. Outros. Especifique
Quais os fatores relacionados a seguir, constituem-se em problemas no processo
produtivo da empresa.(Enumere por ordem de importância):
a. Qualidade da matéria-prima
b. quinas e equipamentos
c. Qualificação da mão-de-obra
d. Rotatividade da mão-de-obra
141
e. Processo antiquado de produção
f. Limitação do espaço físico
g. Fornecimento irregular de energia elétrica
h. Localização da fábrica ( poluição,umidade)
i. Condição de trabalho (barulho, iluminação)
j. Outros. Especifique
Quais as causas da ociosidade da utilização da capacidade instalada?
a. Mercado
b. Capital de giro
c. Falta de mão-de-obra
d. Escassez de matéria-prima
e. Outras. Especifique
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
A empresa desenvolve seus produtos?
a. Sim, de forma assistemática.
b. Sim, de forma sistemática.
c. Não. Justifique
Como é feito o desenvolvimento de produtos?
a. Por designers próprios
b. Por designers contratados
c. Por funcionários experientes
d. Outros. Especifique
Existe um local específico destinado às criações?
e. Sim
f. Sim, mas não em boas condições.
g. o
Há execução de protótipos?
h. Sim
i. Não
Quais as fontes utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos?
a. Normas técnicas
b. Bancos de dados de patentes
c. Publicações e catálogos nacionais e estrangeiros
d. Produtos concorrentes
e. Auxílio de fornecedores
f. Viagens a outras cidades em busca de novidades
g. Auxílio de centros tecnológicos. Quais?
h. Outras. Especifique
As pessoas envolvidas na criação têm ou tiveram contato com o processo produtivo da
empresa ?
142
a. Sim
b. o
Qual o período médio de geração de um produto até o seu lançamento em linha?
De que forma é detectada a necessidade de novas criações ?
a. Informação do setor de vendas
b. Obsolescência dos produtos (necessidade de modernização)
c. Pesquisas de mercado
d. Outras. Especifique
Quantos produtos foram lançados desde 2003?
a. Número de produtos totalmente novos
b. Número de produtos com pequenas modificações
Os lançamentos com pequenas modificações visavam:
a. Adequação ás matérias-primas
b. Melhoria do processo produtivo
c. Satisfação das exigências de estética (aperfeiçoamento)
d. Redução de custos
e. Outros. Especifique
No desenvolvimento de novos produtos a empresa se preocupa com:
a. qualidade
b. Formas modernas
c. Flexibilidade (universalidade das peças)
d. Compatibilização com o processo produtivo
e. Produtos dos concorrentes
f. Outros. Especifique
O processo de desenvolvimento de produtos inclui o desenvolvimento de gabaritos?
a. Sim
b. o
É feito um estudo de viabilidade econômico-financeira para o e de
senvolvimento de
novos produtos?
a. Sim
b. o
É utilizada a computação gráfica para o desenvolvimento de novos produtos?
a. Sim
b. o
Existe um histórico de desenvolvimento de produtos de modo a identificar e repassar
informações nos processo de geração de novos produtos?
a. Sim
b. o
143
COMPRAS
Informar as principais matérias-primas consumidas pela empresa e o consumo mensal:
As matérias-primas consumidas pela empresa são originárias de:
a. Minas Gerais
b. Espírito Santo
c. Outros estados.
d. Citar
A empresa encontra dificuldades na obtenção de matérias-primas?
a. Sim
b. o
Em caso positivo, enumere-as por ordem de importância.
a. Disponibilidade no mercado
b. Prazo de entrega
c. Qualidade da matéria-prima
d. Prazo para pagamento
e. Custo da matéria-prima
f. Outras. Especifique
Existe algum documento formal que define os pré-requisitos para a aceitação da matéria-
prima?
a. Sim
b. o
É utilizada alguma técnica moderna de compras e estoques?
a. Sim
b. o
c. Quais
VENDAS
Informe os principais produtos que são comercializados pela empresa e sua participação
no faturamento:
Informe o destino de sua produção:
a. Mesma cidade
b. Cidades vizinhas
c. Cidades mais distantes,mesmo estado
d. Outros estados. Especifique
Quais as principais formas de comercialização dos produtos:
a. Lojas próprias
b. Revendas
c. Outros. Especifique
144
A empresa encontra dificuldades na área de comercialização?
a. Sim
b. o
Quais os meios de propaganda utilizados pela empresa?
a. Rádio
b. Jornal
c. Não realiza
d. Outros. Especificar
A que classe sócias destinam-se seus produtos?
a. Classe A
b. Classe B
c. Classe C
d. Outros. Especifique
Como vêm se comportando as vendas nestes últimos 4 anos?
a. Aumentaram
b. Permaneceram inalteradas
c. Diminuíram
MANUTENÇÃO
A empresa possui setor de manutenção?
a. Sim
b. o
Tipos de manutenção adotados pela empresa:
a. Manutenção de emergência - paradas imprevistas dos equipamentos; é
solicitadas pela produção.
b. Manutenção corretiva – corrige a manutenção de emergência ou a evita.
c. Manutenção programada executada segundo planejamento e uma
programação prévia.
d. Manutenção preditiva Executada através do controle e monitoramento
dos equipamentos
A empresa realiza reforma de suas máquinas?
a. Sim
b. o
Em média quantas horas por mês foram perdidas por problemas de paradas de
equipamentos?
a. horas
b. o soube responder
Cite os principais problemas e especifique os equipamentos:
145
INVESTIMENTOS
Qual o montante de recursos destinados aos investimentos no ano de:
a. 2003
b. 2004
c. 2005
d. 2006
Qual foi o valor aplicado no desenvolvimento de novos produtos?
a. 2003
b. 2004
c. 2005
d. 2006
Informe a origem dos recursos destinados aos investimentos:
a. Próprios
b. Associação com outras empresas
c. Recursos de terceiros
d. Outros. Especifique
Quais são as necessidades de investimentos e sua programação:
a. Obras civis
b. Maquinário
c. Desenvolvimento de novos produtos
d. Desenvolvimento de recursos humanos
e. Outros
Responsável pelas informações
Assinatura
146
Tabulação dos dados – Análise 2
Questionário 2 – Setor Produtivo – 2006
Mão-de-obra Participantes
Não
Participantes
Número de Funcionários em funções específicas
Administração 14%
19%
Produção 86%
81%
Número de funcionários em função da
especialização
Função especializada 28%
32%
Grau de instrução
Sem instrução 0%
0%
Primeiro grau 70%
12%
Segundo grau 60%
10%
Superior 0%
0%
Avaliação da mão-de-obra
Boa 80%
0%
Regular 20%
0%
Ruim 0%
0%
Dificuldade na obtenção de mão-de-obra
Sim 100%
0%
Não 0%
0%
Produção Participantes
Não -
Participantes
Linha de produtos / Madeira
Residencial 80%
100%
Escritório 20%
0%
Escolar 40%
0%
Outros 30%
0%
Avaliação / Linha Produtos
Superada 10%
33%
Razoável 50%
50%
Atual 40%
17%
147
Avançada 0%
0%
Não soube opinar 0%
0%
Controle Qualidade
Sim 100%
100%
Não 0%
0%
Métodos Adotados para Controle Qualidade
Inspensão informal na linha / produto acabado 90%
100%
Inspetores 0%
0%
Círculo de Controle de Qualidade (CCQ) 0%
0%
Controle de Qualidade Total (TQC) 0%
0%
Outros 10%
0%
Atualização / Racionalização do Processo
Produtivo
Sim 70%
23%
Não 30%
67%
Método de Realização de Atulalização
/Racionalização do Processo Produtivo
Desenvolvimento de Máquinas especiais 14%
17%
Desenvolvimento de Dispositivos adicionais nos
Equipamentos
29%
0%
Modificação do processo produtivo 86%
17%
Atulização de conhecimento de novas tecnologias 29%
0%
Utilização de novo Layout flexivel 86%
17%
Utilização de células de manufatura 14%
0%
Fatores determinantes do produto e volume
produzido
Encomenda 90%
100%
Meta de produção mensal 20%
17%
Outros
Critérios de planejamento e controle da
produção
Ferramentas, Métodos 0%
0%
Informatização 0%
17%
Procedimento 0%
17%
Problemas Processo Produtivo
Qualidade da matéria-prima 90%
50%
Máquinas e equipamentos 80%
33%
148
Qualificação da mão-de-obra 90%
50%
Rotatividade da mão-de-obra 30%
0%
Processo antiquado de produção 90%
67%
Limitação do espaço físico 60%
67%
Fornecimento irregular de energia elétrica 10%
0%
Localização da fábrica ( poluição,umidade) 0%
33%
Condição de trabalho (barulho, iluminação) 0%
17%
Causas de ociosidade
Mercado 70%
50%
Capital de giro 30%
50%
Falta de mão-de-obra 20%
0%
Escassez de matéria-prima 20%
17%
Não apresenta ociosidade 30%
50%
Desenvolvimento de Produtos Participantes
Não-
Participantes
Forma de desenvolvimento de produtos
De forma assistemática 100%
100%
De forma sistemática 0%
0%
Não desenvolve 0%
0%
Responsável pelo desenvolvimento de produtos
Por designers próprios 0%
0%
Por designers contratados 10%
0%
Por funcionários experientes/proprietário 100%
100%
Execução de protótipos
Sim 0%
17%
Não 100%
83%
Fontes utilizadas para o desenvolvimento de
novos produtos
Normas técnicas 10%
0%
Bancos de dados de patentes 0%
0%
Publicações e catálogos nacionais e estrangeiros 90%
83%
Produtos concorrentes 80%
100%
Auxílio de fornecedores 40%
17%
Viagens a outras cidades em busca de novidades 60%
0%
Auxílio de centros tecnológicos. Quais 0%
0%
Projetos de clientes 30%
50%
Não pesquisa 0%
0%
Outras 10%
17%
Responsável pelo desenvolvimento de produtos
149
conhece o processo produtivo
Sim 100%
100%
Não 0%
0%
Fonte de detecção de necessidade de novos
produtos
Informação do setor de vendas 20%
17%
Obsolescência dos produtos ( modernização) 50%
17%
Pesquisas de mercado 10%
0%
Através de concorrentes 20%
40%
Não detecta 40%
83%
Através clientes 25%
Objetivos de lançamentos de produtos com
pequenas modificações
Otimização na utilização das matérias-primas 70%
Melhoria do processo produtivo 80%
Satisfação das exigências de estética
(aperfeiçoamento) 50%
Redução de custos 60%
Foco do desenvolvimento de novos produtos
Qualidade 90%
100%
Formas atuais 80%
100%
Flexibilidade (universalidade das peças) 60%
17%
Compatibilização com o processo produtivo 90%
100%
Produtos dos concorrentes 60%
100%
Inclusão de gabaritos no processo de
Desenvolvimento de produtos
Sim 50%
50%
Não 10%
33%
As vezes 40%
17%
Recursos financeiros de terceiros para o
desenvolvimento produtos
Sim 100%
83%
Não 0%
17%
Utilização de computação gráfica no
desenvolvimento de produtos
Sim 0%
0%
Não 90%
83%
Às vezes 10%
17%
150
Existência de histórico de desenvolvimento de
produtos
Sim 40%
17%
Não 60%
83%
Compras Participantes
Não
Participantes
Principais matérias-primas utilizadas
Madeira de eucalipto
100%
100%
Madeira de pinus
10%
0%
Madeiras nativas
20%
67%
Chapas
80%
17%
Origem das principais matérias-primas
Região de Turmalina - MG
80%
83%
Martinho Campos - MG
50%
33%
Rondônia
60%
33%
Nova Viçosa - BA
70%
17%
Dificuldades na obtenção de matérias-primas
Sim
70%
83%
Não
30%
17%
Tipos de dificuldades
Disponibilidade no mercado
30%
33%
Prazo de entrega
50%
83%
Qualidade da matéria-prima
20%
33%
Prazo para pagamento
20%
83%
Custo da matéria-prima
60%
83%
Existência de documento formal p/ recebimento
da matéria-prima
Sim
0%
0%
Não
100%
100%
Utilização de técnica específica para compras e
estoques
Sim
40%
17%
Não
100%
83%
151
Manutenção Participantes
Não
Participantes
Existência de setor de manutenção
Sim 0%
0%
Não 100%
100%
Tipos de manutenção adotados
Manutenção de emergência - paradas imprevistas
dos equipamentos; é solicitadas pela produção 10%
33%
Manutenção corretiva – corrige a manutenção de
emergência ou a evita. 100%
100%
Manutenção programada – executada segundo
planejamento e uma programação prévias. 0%
0%
Manutenção preditiva – Executada através do
controle e monitoramento dos equipamentos 0%
0%
Realização de reforma máquinas
Sim 100%
100%
Não 0%
0%
Média de horas perdidas/problemas máquinas
e equipamentos
Horas 0%
0%
Não soube responder 100%
100%
Cite os principais problemas e especifique os
equipamentos
Não soube responder 100%
100%
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