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BENEFÍCIOS DA CROTALÁRIA NA NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO DE
MANGUEIRA, GRAVIOLEIRA E NEEM E NAS ALTERAÇÕES DE
CARACTERÍSTICAS DO SOLO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS
KELLY RIBEIRO LANICA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY
RIBEIRO – UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
JULHO - 2008
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BENEFÍCIOS DA CROTALÁRIA NA NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO DE
MANGUEIRA, GRAVIOLEIRA E NEEM E NAS ALTERAÇÕES DE
CARACTERÍSTICAS DO SOLO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS
KELLY RIBEIRO LANICA
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Produção Vegetal”
Orientadora: Prof
a
.
Deborah Guerra Barroso
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
JULHO – 2008
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BENEFÍCIOS DA CROTALÁRIA NA NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO DE
MANGUEIRA, GRAVIOLEIRA E NEEM E NAS ALTERAÇÕES DE
CARACTERÍSTICAS DO SOLO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS
KELLY RIBEIRO LANICA
“Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Produção Vegetal”
Aprovada em: 11 de julho de 2008
Comissão Examinadora:
____________________________________________________________________
Prof. Fábio Cunha Coelho (Dr.Fitotecnia) - UENF
____________________________________________________________________
Prof. José Geraldo de Araújo Carneiro (PhD. Silvicultura)
____________________________________________________________________
Prof
a
. Luciana Aparecida Rodrigues (Dra. Produção Vegetal) - ISTCA
____________________________________________________________________
Prof
a
. Deborah Guerra Barroso (Dra. Produção Vegetal) - UENF
(Orientadora)
ii
A Deus;
À minha família e amigos, pelo incentivo e ajuda.
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus que permitiu a realização deste trabalho;
Aos meus pais Antônio Carlos e Vânia Maria, aos meus irmãos Fabiano, Ana Paula e
Raphael, ao meu sobrinho Yan, à minha madrinha Lenilda e a toda minha família,
pelo incentivo e ajuda;
A UENF pela oportunidade de realização do curso e pela concessão da bolsa e a
FAPERJ pela aprovação do projeto que permitiu a realização do trabalho;
A RESPA (Indústria e comércio LTDA) por ceder o pomar para a realização dos
experimentos e pela colaboração na condução do experimento;
À professora Deborah pela paciência, confiança, orientação e amizade;
Ao professor José Geraldo, pelo apoio e amizade;
Aos professores Fábio, Gilmar e Luciana, pelas sugestões que contribuíram na
realização deste trabalho;
Ao professor Monnerat e ao técnico Acácio, pelo auxílio e paciência nas análises
químicas;
Aos professores;
Aos meus colegas e amigos do laboratório de Fitotecnia: Armando, Dani, Detony,
Fábio, Geisa, Isa, Jô, Marcela, Marcelo, Míriam, Patrícia, Renata, Silvio, Tátila, Tiago
(s), Teresa e Vanerson. Em especial agradeço Ernando e Tiago Ribeiro, pela
amizade e ajuda constante nos trabalhos, e a Gleicia, uma grande amiga, que
iv
durante estes dois anos dividiu os trabalhos comigo, sempre com muita
determinação;
Aos meus amigos Cíntia, Karine, Marcos Vinícius e Rozana, entre outros pela
amizade e ajuda;
A todos aqueles que contribuíram de alguma maneira para realização deste trabalho.
v
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................... vii
ABSTRACT....................................................................................................
ix
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................
01
2. OBJETIVOS ..............................................................................................
03
3. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 04
3.1. Sistemas agroflorestais......................................................................... 04
3.2. Azadirachta indica A. Juss (neem).........................................................
07
3.3. Mangifera indica L. (mangueira).............................................................
09
3.4. Annona muricata L. (gravioleira)............................................................ 11
3.5. Adubação verde..................................................................................... 12
3.6. Crotalaria juncea (crotalária)..................................................................
14
3.7. Atividade microbiana..............................................................................
16
4. Material e Métodos.................................................................................... 20
4.1. Descrição da área.................................................................................. 20
4.2. Condução do experimento..................................................................... 22
4.3. Avaliações.............................................................................................. 25
4.3.1. Quantificação, avaliação da decomposição e qualidade nutricional
da fitomassa produzida pela parte aérea da crotalária................................. 25
4.3.2. Determinação da atividade enzimática microbiana do solo................ 27
4.3.3. Análises químicas e físicas do solo..................................................... 29
4.3.4. Avaliação do crescimento e estado nutricional das frutíferas e do
neem..............................................................................................................
30
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................
32
5.1. Quantificação e qualidade nutricional da fitomassa da parte aérea da
crotalária........................................................................................................
32
5.2. Decomposição e liberação de nutrientes da fitomassa da crotalária..... 37
5.3. Avaliação da atividade enzimática microbiana do solo.......................... 42
vi
5.3.1. Atividade enzimática sob a copa das frutíferas durante a
decomposição da fitomassa da parte aérea da crotalária.............................
42
5.3.2. Atividade enzimática sob a copa do neem ......................................... 44
5.4. Análises químicas e físicas do solo........................................................
46
5.5.Crescimento e estado nutricional das frutíferas e do neem.................... 53
5.5.1.Crescimento e estado nutricional das mangueiras...............................
53
5.5.2.Crescimento e estado nutricional das gravioleiras............................... 56
5.5.3.Crescimento e estado nutricional do neem.......................................... 58
6. RESUMO E CONCLUSÕES..................................................................... 62
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................... 65
vii
RESUMO
LAMÔNICA, Kelly Ribeiro. Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro. Julho de 2008. Benefícios da crotalária na nutrição e crescimento de
mangueira, gravioleira e neem e nas alterações de características do solo em
sistemas agroflorestais.
Orientadora: Deborah Guerra Barroso. Co-orientador: José
Geraldo de Araújo Carneiro.
O objetivo deste trabalho foi avaliar sistemas agroflorestais com mangueira,
gravioleira, crotalária e neem, quanto ao benefício para estas culturas de interesse
econômico e às alterações nas características do solo. Em um pomar misto de
mangueira e gravioleira foram implantados quatro sistemas de produção: mangueira
e gravioleiras (testemunha - F); mangueira, gravioleira e neem (FN); mangueira,
gravioleira, neem e crotalária (FNC); mangueira, gravioleira e crotalária (FC). Para as
avaliações, cada sistema foi dividido em nove subáreas, sendo seis selecionadas, ao
acaso, para a realização das amostragens. O neem foi plantado um ano após as
frutíferas e a crotalária semeada dois anos após a implantação do pomar. A
crotalária foi submetida a dois cortes (74 e 128 dias). A fitomassa produzida foi
dividida e adicionada sob a copa das frutíferas no sistema FC e sob a copa das
frutíferas e do neem no sistema FNC. Para quantificação da fitomassa, foram
coletados, em ambos os cortes, três amostras de 1 m
2
por subárea selecionada. Foi
determinada a taxa de decomposição da crotalária em “litterbags” (0, 3, 6, 10, 15, 30,
60, 90, 120 e 150 dias após o corte). Nas mesmas épocas foram realizadas análises
viii
para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg, S e C. Teores de lignina e celulose
foram determinados no dia do corte e aos 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o corte.
Foi determinada a atividade enzimática microbiana sob a copa das frutíferas nos
sistemas F e FC (0, 10, 20, 40, 80, 100 e 120 dias após o corte da crotalária). Na
estação de seca e chuvosa foi determinada a atividade enzimática microbiana sob a
copa do neem nos sistemas FN e FNC. Foram feitas determinações de pH, N, P, K,
Ca, Mg, H+Al e C orgânico do solo, antes e depois dos cortes da crotalária. Em 2007,
determinaram-se a densidade do solo, porosidade total, micro e macroporosidade (0-
5 e 5-10 cm) dos diferentes sistemas. As frutíferas e o neem foram monitorados
quanto à altura (H) e ao diâmetro à altura do solo (DAS). A avaliação do estado
nutricional das frutíferas e do neem foi realizada dos 45 e 33 meses após o plantio,
respectivamente. A produção de fitomassa e teores de nutrientes da crotalária foram
elevados nos sistemas, com maior quantidade de nutrientes depositados no sistema
FC. A decomposição da fitomassa da crotalária e a liberação de nutrientes foram
rápidas. Não houve efeito da crotalária sobre a atividade enzimática microbiana do
solo durante o período de decomposição sob a copa das frutíferas. Houve aumento
da atividade enzimática microbiana do solo sob a copa do neem na estação chuvosa,
com relação à estação seca. Entretanto, houve diferença entre os sistemas na
estação de seca, com maior atividade no sistema FNC. A adubação verde com a
crotalária aumentou o K e reduziu o H+Al do solo, colaborou na manutenção dos
níveis de Ca e Mg no sistema FC e aumentou os valores de soma de base na
camada de 0-5 cm do solo. As características físicas do solo não foram alteradas
pelos diferentes sistemas de produção. O sistema FC resultou em maior crescimento
de DAS das mangueiras em relação à testemunha. A adubação verde resultou em
maiores teores foliares de N nas mangueiras. O crescimento do neem foi beneficiado
pela presença da crotalária.
Palavras chaves: Azadirachta indica A. Juss, Mangifera indica L., Annona muricata
L., Crotalaria juncea, adubação verde
ix
ABSTRACT
LAMÔNICA, Kelly Ribeiro. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro. July 2008. Agroforest systems with mango, soursup, crotalaria and neem.
Professor Advisor: Deborah Guerra Barroso. Co-advisor: José Geraldo de Araújo
Carneiro.
The objective of this work was to evaluate agroforest
systems constituted by mango,
soursup, crotalaria and neem, regarding for there benefit for the economical cultures
and changes in the characteristics of the soil. In a mango and soursup mixed orchard,
four mixed production systems were implanted: mango and soursup (control - F);
mango, soursup and neem (FN); mango, soursup, neem and crotalaria (FNC);
mango, soursup and crotalaria (FC). Each system was divided in nine plots, six of
them were to take samplings selected at random. The neem was planted one year
after the fruit trees and the crotalaria was sowed two years after the orchard
implantation. The crotalaria was submitted to two cuts (74 and 128 days). The
biomass produced was divided and added under the canopy of the fruit trees in the
FC system and under the canopy of the FC and neem in the FNC system. Three
samples of 1 m
2
in the selected plots, were collected, in both cuts, for the biomass
quantification. The decomposition rate of the crotalaria was determined in litterbags
(0, 3, 6, 10, 15, 30, 60, 90, 120 and 150 days after the cut). At the same times the N,
P, K, Ca, Mg, S and C content were determined. The lignin and cellulose content
x
were determined in the day and at 30, 60, 90, 120 and 150 days after the cut. The
microbial enzymatic activity under the canopy of the tree fruits was determined in the
systems F and FC (0, 10, 20, 40, 80, 100 and 120 days after the cut of the crotalaria).
In the drought and rainy season was determined the microbial enzymatic activity
under the canopy of the neem in the FN and FNC systems. Determinations of pH, N,
P, K, Ca, Mg, H+Al and organic C of the soil, were carried out before and after the
cuts of the crotalaria. In 2007 there the soil density, porosity, micro and macroporosity
(0-5 and 5-10 cm) of the different systems were determined. The tree fruits and the
neem were monitored regarding height (H) and diameter at the soil level (DAC). The
nutritional status of the tree fruits and neem was evaluated 45 and 33 months after
the planting, respectively. The biomass production and nutrients content of the
crotalária were high in the systems, with larger nutrients amount deposited in the
system FC. The biomass decomposition of the crotalaria and the nutrients liberation
were fast. There was not effect of the crotalaria on the microbial enzymatic activity of
the soil during the decomposition period under the canopy of the tree fruits. Increase
of the microbial enzymatic activity of the soil under the canopy of the neem was
observed in the rainy station, compared to the dry season. However there was only
difference among the systems in the dry season, with higher activity in the FNC
system. The green manure with crotalária increased the K and reduced H+Al of the
soil, sustaining the Ca and Mg levels in the FC system and increased the base sum
values at the 0-5 cm depth layer of the soil. Four production systems did not show
difference in the physical characteristics of the soil. The FC system resulted in higher
growth of DAS of the mango in relation to the control. The green manure resulted in
higher leaf content of N in the mango. The growth of the neem was stimulated by the
crotalaria.
Key words: Azadirachta indica A. Juss, Mangifera indica L., Annona muricata L.,
Crotalaria juncea, green manure
1
1. INTRODUÇÃO
O município de Campos dos Goytacazes-RJ tem sua atividade agrícola
baseada no monocultivo de cana-de-açúcar e na pecuária bovina, onde os solos
foram, ou são, intensamente explorados. A fruticultura vem destacando-se na região
como atividade agrícola bastante promissora, capaz de aumentar a renda do
produtor rural. Entretanto, o monocultivo de frutíferas pode acarretar maior exposição
do solo, com diminuição de sua fertilidade, pela redução da matéria orgânica e
aumento da lixiviação dos nutrientes, o que exige uma constante reposição com
adubos químicos, para a manutenção da produção e da fertilidade do solo.
A fruticultura orgânica constitui uma alternativa promissora, onde o manejo
menos impactante sobre o solo pode resultar em um sistema sustentável e
economicamente mais viável. Entretanto, neste sistema é necessária a utilização de
técnicas adequadas para manter a produtividade, tais como rotação de culturas,
adubação verde, compostagem, entre outros.
O manejo orgânico do suprimento de nutrientes para a planta é,
notoriamente, mais complexo que o fornecimento de nutrientes por meio de
fertilizantes sintéticos. Faz-se necessária à compreensão dos fatores que
determinam a decomposição dos materiais orgânicos e, conseqüentemente, se os
nutrientes liberados são retidos ou perdidos no sistema e se a velocidade de
2
decomposição pode ser manipulada para melhorar a eficiência do manejo (Gomes et
al., 2005).
Entre os benefícios trazidos pela adubação orgânica ao solo estão as
melhorias nas suas propriedades químicas, por meio de fornecimento de nutrientes,
aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), aumento na estabilidade de
agregados e melhoria na estrutura do solo, que se traduz em melhor aeração,
permeabilidade, retenção de água e resistência à erosão, aumentando a atividade
biológica do solo.
Nos últimos anos, os sistemas agroflorestais (SAF’s) m sido bastante
difundidos, atribuindo-se à combinação de espécies arbóreas com culturas agrícolas
e, ou, animais a melhoria nas propriedades físico-químicas dos solos, assim como a
atividade de microrganismos, devido ao aumento da matéria orgânica do solo e à
ciclagem de nutrientes. Estes sistemas podem ser, portanto, uma boa alternativa
para utilizar recursos que podem aumentar a produtividade, com um nível maior de
sustentabilidade na fruticultura.
Os SAF’s com cultivo intercalar de adubos verdes têm possibilitado aumento
da eficiência de utilização dos nutrientes no solo, uma vez que os sistemas
radiculares de diferentes culturas disponibilizam nutrientes perdidos por lixiviação
e/ou de pouca mobilidade no solo, tornando-os mais disponíveis à cultura de
interesse. Além disso, as raízes das plantas utilizadas na adubação verde aumentam
a aeração, a infiltração de água e a agregação do solo, diminuindo os riscos de
erosão. No entanto, mais pesquisas devem ser realizadas, visando, principalmente, o
desenvolvimento de sistemas de produção agroflorestais com frutíferas, buscando
melhor compreensão das interações existentes entre os componentes, para viabilizar
sua adoção entre os produtores.
Neste contexto, espera-se que o cultivo orgânico de frutíferas como
Mangifera indica L. (mangueira) e Annona muricata L. (gravioleira), em sistema
agroflorestal com a leguminosa Crotalaria juncea (crotalária) e a espécie florestal
Azadirachta indica (neem), proporcione aumento na eficiência do sistema de
produção, pelo fornecimento e ciclagem de nutrientes, aumento da diversidade do
sistema e agregação de valor às frutas que, conduzidas organicamente, apresentam
maior valor comercial.
3
2. OBJETIVOS
Avaliar sistemas agroflorestais em um pomar orgânico de mangueira e
gravioleira, em fase de formação, consorciadas com neem e crotalária, com base nos
seguintes parâmetros:
a) Acúmulo de fitomassa, taxa de decomposição e qualidade nutricional da parte
aérea da crotalária em dois sistemas de produção;
b) Alterações na atividade enzimática do solo com a adição da fitomassa da parte
aérea da crotalária na projeção da copa das frutíferas e no neem;
c) Potencial dos diferentes sistemas de produção na melhoria das características
químicas e físicas de solos de tabuleiro;
d) Crescimento e o estado nutricional das frutíferas em quatro sistemas de produção,
e do neem, em dois sistemas de produção.
4
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Sistemas agroflorestais
São muitas as definições sobre sistemas agroflorestais (SAF’s), dentre as
quais: “Um sistema de manejo sustentado da terra que aumenta o seu rendimento,
combinando a produção de plantas florestais com cultivos agrícolas e/ou animais,
simultânea ou consecutivamente, de forma deliberada, na mesma unidade de
terreno, envolvendo práticas de manejo em consonância com a população local“
(Medrado, 2000).
Segundo Campello et al. (2006), os sistemas integrados de produção, tais
como os sistemas agroflorestais, possibilitam a melhoria do ambiente e a promoção
socioeconômica do setor, possibilitando a redução de custos de produção e a
inserção de seus produtos em nichos de mercados altamente competitivos, que
valorizam a qualidade dos serviços sócio-ambientais.
A sustentabilidade é uma característica inerente aos sistemas agroflorestais,
pois estão alicerçados em princípios básicos que envolvem aspectos ecológicos,
econômicos e sociais. Todo método ou sistemas de uso da terra somente será
sustentável se for capaz de manter o seu potencial produtivo também para gerações
futuras. Além disso, os SAF’s para serem considerados sustentáveis devem ser
5
socialmente justos, economicamente viáveis e ecologicamente corretos (Siqueira et
al., 2006).
Os sistemas agroflorestais podem ser utilizados na recuperação de áreas
que foram degradadas pelas atividades agropecuárias, principalmente aquelas cujos
fatores de produção são ineficientes para recomposição natural de seu potencial
produtivo (Franco et al., 2002). Nas últimas décadas, sua utilização foi bastante
difundida como alternativa para recuperação destas áreas, atribuindo-se à
combinação de espécies arbóreas com culturas agrícolas e/ou animais a melhoria
nas propriedades físico-químicas de solos degradados, bem como na atividade de
microrganismos, considerando a possibilidade de um grande número de fontes de
matéria orgânica (Mendonça et al., 2001).
A ciclagem de nutrientes constitui-se em uma
das funções mais importantes
para a regulação do funcionamento e do desenvolvimento dos ecossistemas.
Contudo, a magnitude dos benefícios da ciclagem de nutrientes para a produção de
cultivos agrícolas nos sistemas agroflorestais carece de metodologias de pesquisas
apropriadas. Os sistemas agro florestais
podem ser auto-suficientes em N, pelo uso
de leguminosas; entretanto, para o P, especialmente no sistema de aléias, não são
capazes de suprir quantidades suficientes para manter a produção dos cultivos. Além
disso, há poucos dados experimentais sobre os demais nutrientes (Gama-Rodrigues,
2004).
Queiroz (2006) avaliou leguminosas como fontes de N para a cultura do
milho em sistema de aléias, com e sem adubação de P, por dois ciclos de cultivo,
constatando que para ter acréscimos de produtividade com leguminosas arbóreas, a
cultura do milho requer adubação de fósforo. No primeiro ano, independente da
aplicação de P, a maior produtividade de fitomassa seca da parte aérea foi obtida
pelo guandu, produzindo 102% a mais de fitomassa seca que canafístula (segundo
melhor tratamento), enquanto no experimento sem P, a diferença foi ainda maior,
pois essa produtividade foi 221% maior que a canafístula. No segundo ano, na
presença de P, a leucena e a canafístula assemelharam-se ao guandu na
produtividade de fitomassa, indicando resposta à adubação com este nutriente.
6
Arato et al. (2003) quantificaram a produção e decomposição de serapilheira
em um sistema agroflorestal
em Viçosa-MG, composto por espécies nativas e
frutíferas, comparando a produção de serapilheira com resultados obtidos em
florestas estacionais semideciduais da região sudeste do Brasil. A área do sistema
agroflorestal
apresenta distribuição das espécies de forma irregular e a regeneração
natural de espécies nativas foi mantida desde sua implantação, dez anos antes da
avaliação. A produção de serapilheira foi estimada em 10,16 Mg ha
-1
, valor este,
segundo os autores, situado dentro da faixa de valores obtidos em florestas
estacionais semideciduais, inferindo que o sistema vem se comportando como uma
floresta nativa em termos de dinâmica da serapilheira.
Nóbrega et al. (2002) avaliaram a biomassa vegetal depositada sobre o solo,
oriunda da poda periódica das árvores, em um sistema agroflorestal com base na
regeneração natural (SAFRA), composto por frutíferas e espécies florestais,
implantado em janeiro de 2000, em um planossolo degradado em Seropédica, RJ. O
sistema agroflorestal apresentava espaçamentos diferentes para as espécies
utilizadas, buscando minimizar a competição entre as mesmas. Foram realizadas
três podas durante o ano de 2001 e 2002, e em todas elas o material foi depositado
sobre o solo, sendo que as duas primeiras foram efetuadas para uniformização e a
terceira, cerca de 150 dias após a segunda foi utilizada para quantificação. As podas
adicionaram grandes quantidades de biomassa e aumentaram a disponibilidade de
nutrientes às culturas intercaladas. A análise dos nutrientes da biomassa vegetal
depositada representa um aporte total de 247,74 kg ha
-1
de N, 17,42 kg ha
-1
de P,
105,92 kg ha
-1
de K, 170,02 kg ha
-1
de Ca e 34,83 kg ha
-1
de Mg. Segundo os
autores, estes aportes de nutrientes são bem expressivos, principalmente no caso do
N e K. Contudo, como o sistema possui elevada densidade de frutíferas, constatou-
se a oferta insuficiente de nutrientes para algumas espécies, que apresentaram
sintomas de deficiência, especialmente o abacaxi.
A utilização de espécies frutíferas em sistemas agroflorestais é viável desde
que sejam manejadas corretamente. Essas espécies, desde que selecionadas
adequadamente, considerando sua integração com os demais componentes do
sistema, podem ser utilizadas em SAF’s de subsistência e em SAF’s comerciais. Na
7
subsistência, a diversificação é um imperativo, e no comercial devem ser priorizadas
duas ou, no máximo, três espécies frutíferas para que se tenha escala de produção
(Carvalho, 2006).
A definição de espécies frutíferas a serem utilizadas em SAF’s deve ser
considerada de forma abrangente, em função de diversos aspectos, dentre os quais
merecem destaque: integração entre espécies, sustentabilidade econômica, impacto
sobre a mão-de-obra, variedades, métodos de propagação, manejo, espaçamento,
logística de transporte e finalidade da produção, ou seja, se para o consumo familiar
ou para comercialização. Para os SAF’s comerciais, é imprescindível que se
considerem as perspectivas de mercado para as frutas que serão produzidas, sob
pena de frustração futura (Carvalho, 2006).
3.2. Azadirachta indica A. Juss (neem)
O neem (Azadirachta indica) é uma árvore que pertence à família Meliaceae.
É uma espécie de origem asiática, natural de Burma e das regiões áridas do
subcontinente indiano, onde existem, aproximadamente, 18 milhões de árvores
(Neves et al., 2003).
Seu plantio e uso têm se ampliado para outros locais, como Filipinas,
República Dominicana, Nicarágua, Estados Unidos, Austrália e países da África
(Martinez, 2002; Neves et al., 2003). Seu estudo no Brasil como inseticida foi iniciado
no Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), em 1986, quando se introduziu neem
proveniente das Filipinas (Martinez, 2002).
O neem é uma espécie muito resistente e de crescimento rápido, que
alcança, normalmente, de 10 a 15 m de altura e, dependendo do tipo de solo e das
condições climáticas, pode atingir até 25 m. Não apresenta exigências edáficas,
porém não tolera locais encharcados e salinos (Neves et al., 2003).
Quanto ao clima, é mais adaptada a climas tropicais e subtropicais, com
precipitação pluvial anual entre 400 e 800 mm e faixa ideal de temperatura de 21 a
32
o
C. É tolerante a altas temperaturas, inclusive acima de 44
o
C, por curtos
períodos, e resistente a longos períodos secos. Porém, não tolera geadas e, caso
8
ocorram temperaturas abaixo de 8
o
C, o crescimento é interrompido (Neves et al.,
2003).
Ao atingirem 50 cm, após três a cinco meses, as mudas estão prontas para
serem transplantadas. O espaçamento recomendado para o neem depende do
objetivo do plantio e das condições ambientais. No Brasil, recomenda-se de 5 a 8 m
entre árvores (Martinez, 2002).
Segundo Neves et al. (2003), o neem é uma espécie que pode ser utilizada
para diversas finalidades como no controle de insetos, nematóides, alguns fungos,
bactérias e vírus, na medicina humana e animal, no reflorestamento, na indústria de
cosméticos, no paisagismo, na adubação e a madeira, muito resistente, pode ser
utilizada na indústria moveleira, na construção civil e para fins energéticos.
Entretanto, somente extratos de folhas e óleos de sementes têm potencial no
controle de pragas.
Extratos e óleos de plantas com potencial inseticida representam uma
alternativa no controle de pragas, especialmente quando agroquímicos sintéticos não
são permitidos, como em cultivos orgânicos (Mourão et al., 2004). Prates et al.
(2003) avaliaram a atividade de extrato aquoso de folhas de neem sobre a lagarta-
do-cartucho (Spodoptera frugiperda) do milho, confirmando o potencial inseticida
natural do neem no controle dessa praga.
Mourão et al. (2004) também estudaram o efeito de extratos de neem no
controle do ácaro-vermelho-do-cafeeiro (Oligonychus ilicis), constatando que a taxa
instantânea de crescimento populacional de O. ilicis diminuiu, linearmente, com o
aumento da concentração dos extratos de óleos de torta, sementes e folhas de neem
até 0,075, 15 e 144 mg mL
-1
, respectivamente, a partir das quais as populações
foram extintas. A toxicidade crônica ocorreu segundo o autor pela atividade acaricida
da azadiractina e por outros compostos desses extratos, com efeitos irreversíveis e
progressivos em processos fisiológicos essenciais para o desenvolvimento de O.
ilicis.
A madeira do neem apresenta um poder calorífico de 4.088,5 (kcal kg
-1
),
rendimento em carvão de 38,20%, teor de cinzas de 2,11% e porcentagem de
carbono fixo de 81,82%, o que revela a qualidade desta espécie como material
energético. A densidade básica encontrada para a madeira pode ser relacionada à
9
idade do povoamento florestal utilizado. Assim, os povoamentos mais maduros
produzirão madeiras mais densas e com melhores características para fins
energéticos (Araújo et al., 2000).
O neem é uma espécie valiosa na Índia e na África e está se tornando
popular na América Central. Por ser uma espécie robusta, é ideal para programas de
reflorestamento e para recuperação de áreas degradadas, áridas e costeiras, sendo
também utilizada como quebra-vento. Em áreas de poucas chuvas e ventos fortes,
protege as culturas da dessecação (Neves et al., 2003).
3.3. Mangifera indica L. (mangueira)
O Brasil, segundo estimativas da FAO, vem se apresentando como um dos
maiores produtores mundiais de frutas, participando com cerca de 7% da produção
mundial, principalmente de mamão, manga, laranja, maracujá entre outras frutas
(Cavalcante et al., 2006). Dentre os principais produtos da fruticultura brasileira
encontra-se a manga, que é economicamente a mais importante fruta da família
Anarcardiacea (Mendonça et al., 2006).
A produção de manga do Brasil teve um significativo crescimento nos
últimos anos, principalmente nas áreas irrigadas. O maior rendimento por área, em
relação aos cultivos tradicionais, e a expansão dos mercados externos e internos
podem ser apontados como as principais causas desse crescimento (Silva e Lima,
2001; Carvalho et al., 2004; Fernandes, 2006). O Brasil produz manga de setembro a
março, época de entressafra dos principais países produtores e exportadores, o que
lhe confere vantagens comerciais, desfrutando de preços mais elevados, pela menor
concorrência no mercado na época de sua produção, o que explica, em grande
parte, o extraordinário desempenho das exportações brasileiras de manga (Almeida
et al., 2001). A adoção de técnicas de pós-colheita tem sido de fundamental
importância para adequar essa produção às exigências do mercado externo (Perosa
e Pierre, 2002).
Existe mais de 150 cultivares de manga produzidas no mundo, sendo o
gênero alimentício mais importante para os habitantes dos trópicos, depois da
10
banana (Mendonça et al., 2006). Os frutos da mangueira variam em seus tamanhos,
formatos, cores e sabores, sendo consumidos in natura ou processados (Cunha e
Neto, 2000b).
Devido à sua alta capacidade adaptativa, a mangueira pode ser cultivada
sob condições tropicais e subtropicais (Cunha e Neto, 2000a). As áreas que mais se
adaptam ao cultivo da mangueira são as que têm as estações secas e chuvosas bem
definidas. O período de estiagem deve ocorrer antes do florescimento, a fim de
permitir o repouso vegetativo da planta, e prolongar-se até a frutificação, para evitar
danos causados pela antracnose e oídio (Cunha, 2000).
A mangueira é uma espécie rústica que vegeta e frutifica tanto em solos
arenosos como argilosos, ligeiramente ácidos ou alcalinos (Cunha, 2000). No
entanto, desenvolve-se melhor em solos profundos (>2m), bem drenados e sem
problemas de salinidade (Magalhães e Borges, 2000). Segundo Cunha e Neto
(2000c), o espaçamento pode variar de 10 x 10 m a 7,0 x 4,5 m.
A floração da mangueira é um fenômeno complexo que se estende por um
período de 18 a 28 dias, embora a iniciação floral dure de 2 a 3 meses. O processo
de florescimento pode ser adiantado ou atrasado por meios naturais ou artificiais e é,
significativamente, influenciado pelas condições climáticas prevalecentes, pela
produtividade da safra anterior e por práticas culturais, como o uso de
fitorreguladores, poda, adubação nitrogenada, etc. (Cunha e Neto, 2000b).
Quanto à exportação média de nutrientes pelos frutos da mangueira (casca,
polpa e semente), segundo Magalhães e Borges (2000), são exportados 1,23 kg de
N; 0,15 Kg de P; 1,57 kg de K; 0,28 kg de Ca; 0,20 kg de Mg; 0,15 kg de S; 1,22 g de
B; 3,53 g de Cu; 4,19 g de Fe; 2,71 g de Mn e 3,27 g de Zn por Mg de frutos.
Medeiros et al. (2005) determinaram a composição mineral dos frutos de
mangueira, cv. Tommy Atkins, sob cultivo irrigado em três diferentes classes de solos
no Rio Grande do Norte, observando entre os plantios variação na composição
mineral que foram: 0,52 - 0,97 g kg
-1
de N; 0,14 - 0,30 g kg
-1
de P; 0,87 - 2,39 g kg
-1
de K; 0,56 - 3,09 g kg
-1
de Ca; 0,18 - 1,44 g kg
-1
de Mg; 5 - 13 mg kg
-1
de Zn; 22 - 33
mg kg
-1
de Cu; 130 - 316 mg kg
-1
de Fe e 6 - 21 mg kg
-1
de Mn. As diferenças nas
11
concentrações dos nutrientes entre os plantios foram atribuídas à fertilidade natural
do solo e às variações na produção dos frutos, que oscilou entre 130 e 240 frutos por
planta, com peso médio entre 377 - 496 g.
De acordo Ponciano et al. (2004), a cultura da manga apresenta viabilidade
econômica no Norte e Noroeste Fluminense.
3.4. Annona muricata L. (gravioleira)
A gravioleira é uma frutífera da família Annonaceae, que apresenta ótimo
potencial de comercialização no mercado interno e com grandes perspectivas para
exportação. Espécie bastante difundida em países subtropicais e tropicais, encontra
na região do nordeste brasileiro condições edafoclimáticas compatíveis com suas
exigências nutricionais e fisiológicas (Pinto e Silva, 1994; Cavalcante et al., 2001),
apresentando perspectivas de produção e mercado em quase todo território
brasileiro (Cavalcante et al., 2001).
Apesar da expansão da área cultivada, o Brasil importa graviola de países
como África do Sul e Venezuela (Nobre et al., 2003). Existe uma demanda crescente
dos frutos, cujas qualidades organolépticas possibilitam a utilização, tanto para
consumo in naturaquanto para o aproveitamento pela agroindústria. A gravioleira
também possui propriedades utilizadas na medicina e na culinária caseira, sendo
aproveitada sob as mais diversas formas (Batista et al., 2003).
As pesquisas com gravioleira no Brasil são relativamente recentes e,
portanto, poucos resultados práticos foram efetivamente alcançados (Kitamura e
Lemos, 2004).
A propagação da gravioleira pode ser feita via semente ou via material
vegetativo como, por exemplo, borbulhas ou garfos (Pinto e Silva, 1994). Um dos
problemas da gravioleira é a germinação lenta, devido a um impedimento tegumentar
e à própria fisiologia da semente (Santos Filho et al., 2006).
Em geral, as gravioleiras produzidas de sementes iniciam a floração no
terceiro ou quarto ano do plantio, dependendo das condições climáticas da região.
As plantas enxertadas são mais precoces e, na maioria das vezes, iniciam a floração
antes mesmo de concluído seu primeiro ano de plantio (Pinto e Silva, 1994).
12
Ao estudar o estabelecimento de mudas de gravioleira inoculadas com
fungos micorrízicos arbusculares no campo, Samarão et al. (2006) constataram que
os fungos micorrízicos promoveram maior crescimento, produção de matéria seca e
conteúdo de P na parte aérea e raízes das mudas.
A baixa frutificação da gravioleira decorre de vários fatores, tais como a
presença de pragas e doenças, que provocam a queda prematura das flores, o clima
e os próprios tratos culturais. Estes fatores são também os responsáveis pela grande
diversidade de produção mencionada na literatura (Pinto e Silva, 1994). No Brasil
têm sido relatadas produtividades de 8 a 12 Mg ha
-1
(Sacramento et al., 2006).
Silva e Silva (1997), comparando dados de quantidades de alguns nutrientes
exportados pelos frutos de graviola na colheita, obtidos por diversos autores,
encontraram variações que foram: 2,70 - 3,12 kg Mg
-1
de N; 0,13 - 0,53 kg Mg
-1
de P;
2,53 - 3,60 kg Mg
-1
de K; 0,26 - 0,99 kg Mg
-1
de Ca e 0,15 - 0,24 kg Mg
-1
de Mg. As
diferenças verificadas entre estes resultados são justificadas segundo os autores
pelas condições de clima e solo, bem como aos efeitos genéticos.
Vários problemas fitossanitários limitam o cultivo da gravioleira. A broca-do-
fruto, Cerconota anonella (Sepp.) (Lepidoptera.: Oecophoridae) e a broca-da-
semente, Bephratelloides pomorum (Fab.) (Hymenoptera: Eurytomidae) são
consideradas as pragas mais importantes, pelos danos expressivos que causam à
cultura. A utilização de invólucros que não prejudiquem o desenvolvimento normal
dos frutos e garantam proteção contra as pragas tem sido incentivada. Esta prática é
considerada profilática e assegura bom controle, se for iniciada assim que os frutos
tiverem aproximadamente 2,5 cm de comprimento (Micheletti et al., 2001).
De acordo Ponciano et al. (2004), a cultura da graviola apresenta viabilidade
econômica no Norte e Noroeste Fluminense.
3.5. Adubação verde
Atualmente, a preocupação com o avanço do processo degradativo instalado
em grande parte dos solos brasileiros, e com a prevenção da degradação de novas
áreas, tem conduzido à necessidade do uso de práticas de adição de matéria
orgânica ao solo. Entre essas, destaca-se a adubação verde, reconhecida como uma
13
alternativa viável na busca da sustentabilidade para solos agrícolas (Alcântara et al.,
2000).
Calegari et al. (1993a) definiram adubação verde como a utilização de
plantas em rotação, sucessão ou consorciação com as culturas, incorporando-as ao
solo ou deixando-as na superfície, visando-se à proteção superficial, bem como à
manutenção e melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo,
inclusive a profundidades significativas.
A família das leguminosas (Fabeaceae) é a mais utilizada como adubo
verde. A principal vantagem do emprego de espécies leguminosas na adubação
verde é reduzir a aplicação de N via adubo químico, pois essas plantas fixam este
nutriente do ar, quando em simbiose com bactérias diazotróficas, enriquecendo o
solo (Silva et al., 2002).
Segundo Calegari et al. (1993a), entre os efeitos da adubação verde sobre a
fertilidade do solo estão o aumento do teor de matéria orgânica, da disponibilidade
de nutrientes, da capacidade de troca de cátions efetiva (t) do solo, o favorecimento
da produção de ácidos orgânicos, de fundamental importância para a solubilização
de minerais, a diminuição dos teores de alumínio trocável, através de sua
complexação, a diminuição da acidez do solo e o incremento da capacidade de
reciclagem e mobilização de nutrientes lixiviados ou pouco solúveis, que estejam nas
camadas mais profundas do perfil.
Segundo Alcântara et al. (2000), os efeitos promovidos pela adubação verde
nas propriedades químicas do solo são bastante variáveis, dependendo de fatores
como: a espécie utilizada, o manejo dado à biomassa, a época de plantio e corte do
adubo verde, o tempo de permanência dos resíduos no solo, as condições locais e a
interação entre esses fatores.
Castro et al. (2004) avaliaram a utilização de adubação verde como fonte de
N para a cultura da berinjela em sistema orgânico, constatando que o uso de
leguminosas em pré-cultivo e consórcio contribui para o fornecimento deste nutriente
sendo suficiente para compensar o N exportado pela colheita dos frutos. A maior
produção de matéria seca das plantas usadas na adubação verde foi da Crotalaria
juncea, que foi de 6,5 Mg ha
-1
, o que representou 126 kg ha
-1
de N.
14
Perin et al. (2004a) avaliaram o efeito residual do cultivo isolado e
consorciado dos adubos verdes Crotalaria juncea e Pennisetum americanum sobre a
transferência de nitrogênio (N) e produção de brócolo, em sucessão ao milho, na
ausência e presença da adubação de 150 kg ha
-1
de N. Não foi detectado efeito dos
adubos verdes sobre o diâmetro, peso da matéria seca das inflorescências e
produção de matéria seca do brócolo, tanto na ausência quanto na presença de N-
fertilizante. A crotalária isolada em pré-cultivo elevou o teor e acúmulo de N nas
folhas e inflorescências de brócolo, na ausência e na presença de N-fertilizante. O
aproveitamento do N proveniente da fixação biológica pela inflorescência de brócolo
foi de 9,15% para a crotalária isolada e de 8,48% quando consorciada, valores estes,
baixos segundo os autores.
A prática de adubação verde, embora apresente várias vantagens, é pouco
utilizada pelos agricultores, principalmente durante o verão, pois para eles o cultivo
de uma espécie de adubo verde não propicia retorno econômico imediato, ou seja,
ocupa o espaço de outra cultura de renda. Isto ocorre em função do
desconhecimento dos efeitos benéficos das plantas de cobertura nos sistemas de
produção (Dourado et al., 2001).
3.6. Crotalaria juncea (crotalária)
A crotalária é uma leguminosa subarbustiva, originária da Índia e Ásia
tropical, de porte alto (2 a 3 m), com caule ereto, semilenhoso, ramificado na parte
superior. É planta anual, de crescimento inicial rápido, com efeito alelopático e/ou
supressor de invasoras bastante expressivo. Quanto ao clima é uma planta de clima
tropical e subtropical, não resistindo a geadas, apresentando bom comportamento
nos solos argilosos e arenosos (Calegari et al., 1993b).
Dentre as diversas leguminosas usadas como adubo verde, a crotalária é
muito eficiente como produtora de massa vegetal e como fixadora de N (Salgado et
al.,1982). Segundo Souza e Pires (2002), esta espécie é uma das mais utilizadas
para adubação verde no Brasil.
15
A semeadura deve ser feita de setembro até dezembro, nos locais onde
probabilidade de ocorrência de geadas nos meses de abril/maio. Onde não
ocorrência de geadas pode ser semeada até março/abril (Calegari et al., 1993b).
O ciclo completo da cultura é em torno de 270 a 300 dias. O corte da
biomassa deve ser realizado na fase de pré-florescimento, ao redor de 100 dias, em
razão de apresentar posteriormente um elevado desenvolvimento do caule,
dificultando a operação (Calegari et al., 1993b).
Silva et al. (2002) avaliaram a produção de matéria verde e seca e
quantidade de nutrientes incorporados ao solo pelo cultivo intercalar de diversas
espécies para adubo verde em pomar de laranjeira-pêra, constatando que a C.
juncea foi a espécie que mais destacou-se como produtora de biomassa (13,1 Mg ha
-
1
de matéria seca) e incorporadora de nutrientes. Sendo as quantidades médias de
nutrientes incorporadas ao solo pelo cultivo da crotalária nos anos de 1989/90 a
1992/93 de 183,4 kg ha
-1
de N, 17,04 kg ha
-1
de P
,
170,33 kg ha
-1
de K, 104,8 kg ha
-1
de Ca, 52,4 kg ha
-1
de Mg e 13,1 kg ha
-1
de S.
Wutke (1993), citado por Dourado et al. (2001), diz que a C. Juncea pode
fixar 150 a 165 kg ha
-1
ano
-1
de N no solo, podendo chegar a 450 kg ha
-1
ano
-1
em
certas ocasiões, produzindo 10 a 15 Mg de matéria seca, o que corresponde a 41 e
217 kg ha
-1
de P
2
O
5
e K
2
O, respectivamente.
Em um experimento realizado por Menegucci et al. (1995), em um pomar de
citros, observaram-se modificações nos parâmetros de fertilidade analisados nas
profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm em área com e sem C. juncea para
adubação verde. Na camada de 0-20 cm do solo, a C. juncea o promoveu
alterações aparentes nas variáveis e na camada de 20-40 cm, verificou-se que a C.
juncea aumentou a soma de bases, a capacidade de trocas de cátions efetiva, o teor
de C, os teores de Ca e Mg e reduziu a acidez potencial.
Perin et al. (2004b) avaliaram os efeitos dos cultivos isolados e consorciados
dos adubos verdes de verão crotalária (C. juncea) e milheto (Pennisetum
americanum) na produção de fitomassa, nos teores e acúmulos de nutrientes e na
fixação biológica de N (FBN), constatando que a crotalária apresentou maior
produção de fitomassa, 108% maior que a da vegetação espontânea e 31% superior
à do milheto. O acúmulo de P e Mg foi fortemente influenciado pela produção de
16
fitomassa, atingindo valores elevados com a presença da crotalária, ao passo que o
acúmulo de N e Ca resultou tanto dos maiores teores quanto da maior produção de
fitomassa nos tratamentos com a leguminosa. Do total de N acumulado, a FBN foi
responsável por 61% na leguminosa, quando consorciada, e 57% quando isolada,
sendo o restante proveniente do solo, incorporando ao solo, via FBN, 89 e 173 kg ha
-
1
, respectivamente, em função da diferença na produção de fitomassa dos sistemas,
constituído-se excelente estratégia de incremento de N ao solo.
Amabile et al. (2000) estudaram o comportamento de espécies de adubo
verde em diferentes épocas de semeadura e espaçamento na região dos cerrados,
constatando que o atraso da semeadura (janeiro e março) em relação à época
considerada como mais favorável (novembro) reduziu os rendimentos de fitomassa
verde e seca da crotalária, o que indica, possivelmente, que a espécie foi afetada
pelo fotoperíodo. Quanto aos espaçamentos de 0,40 m e 0,50 m, não alteraram a
idade do florescimento, nem a produção de fitomassa verde e seca.
Como a crotalária é uma planta usada para prática da adubação verde, não é
adotada pelo agricultor brasileiro que visa à implantação de culturas rentáveis.
Portanto, como opção de renda extra, pode-se cultivar a crotalária para fins de
produção de sementes, associando-se ainda a adubação fosfatada e a prática de
podas, para aumento dessa produção (Dourado et al., 2001).
3.7. Atividade microbiana
A atividade biológica pode ser definida como toda reação bioquímica
catalisada pelos organismos do solo, que pode resultar também em atividade física,
como no caso do efeito da excreção de polissacarídeos na agregação do solo. As
atividades microbianas podem ser divididas em dois tipos: as gerais e as específicas.
As atividades gerais são aquelas decorrentes de todos ou quase todos os
microrganismos do solo, como a respiração e a produção de calor, apresentando,
portanto, valor significativo como índice de atividade total no solo. As atividades
específicas são medidas por grupos específicos de microrganismos existentes no
solo, dentre os quais se podem citar os fixadores de N e os nitrificantes, entre outros.
Ambos os tipos podem ser medidos ex situou in situ”. As atividades in situsão
17
feitas diretamente no campo, sob condições naturais, em amostras não pertubadas
(Moreira e Siqueira, 2002).
A manutenção e melhoria da qualidade do solo são características chave
para a estabilidade, sustentabilidade e produtividade de ecossistemas naturais e de
agroecossistemas. Para monitorar a qualidade do solo, torna-se necessário o uso de
indicadores apropriados (Marriel et al., 2005). A microbiota dos solos tem sido
preconizada como um dos indicadores mais sensíveis para detecção de
interferências em ecossistemas (Costa e Siqueira, 2004). O potencial do uso de
bioindicadores (indicadores microbianos) reside no fato de serem capazes de
detectar rapidamente alterações, em função das práticas de manejo, mesmo quando
os atributos químicos e físicos do solo ainda não tenham sido alterados (Marriel et
al., 2005).
Dentre os parâmetros utilizados para quantificar a atividade microbiana pode-
se citar a respiração, o ATP, a produção de calor e a atividade enzimática (Moreira e
Siqueira, 2002). Métodos para avaliar a atividade microbiana no solo são
fundamentais no monitoramento ambiental de áreas degradadas (Pereira et al.,
2004). Os microrganismos podem ocupar 5% do espaço poroso do solo e a
ocorrência de um microrganismo em determinado solo é a expressão de sua reação
às condições ambientais, dentro dos limites das características genéticas dos
mesmos (Silva et al., 2004b).
Costa e Siqueira (2004) realizaram análise do DNA e a atividade enzimática
como bioindicadores de diversidade microbiana do solo de diferentes sistemas,
constatando que ambos os bioendicadores foram eficientes na caracterização da
qualidade do solo. Dentre os sistemas de reflorestamentos avaliados, o solo com
espécies nativas apresentou maior atividade enzimática, 118,73 µg FDA hidrolisada
60min
-1
8g
-1
, o que ocorreu, provavelmente, por este apresentar maior acúmulo de
matéria orgânica. Quando comparado ao solo de mata atlântica este foi inferior
25,12% (158,56 µg FDA hidrolisada 60min
-1
8g
-1
). o solo não reflorestado
apresentou atividade próxima de zero. Maior diversidade genética também foi
observada nos solos de reflorestamento com espécies nativas e de mata atlântica, o
que indica que o solo deste reflorestamento está recuperando o equilíbrio entre os
diversos organismos e os domínios funcionais.
18
Silva et al. (2004a) avaliando
a atividade microbiana em função da
incorporação de resíduos vegetais adicionados ao solo, através da respiração
edáfica, concluíram que, dentre as espécies utilizadas, a maior e a menor produção
de CO
2
ocorreu, respectivamente, nos tratamentos com serrapilheira de angico
(Anadenanthera sp.) e algoroba (Carapa guianensis Aubl).
Silva et al. (2004c) avaliaram, em condições controladas, o efeito da
compactação sobre a atividade microbiana e mineralização de C orgânico do solo,
constatando que, com o aumento da compactação, houve redução da biomassa
microbiana e da mineralização do C orgânico, o que pode ser explicado pelo
aumento da percentagem de microporos onde os materiais orgânicos foram
encerrados e fisicamente protegidos do ataque microbiano.
Matsuoka et al. (2003) avaliaram o C da atividade microbiana (CBM) e a
atividade enzimática de microrganismos de solos, na camada de 0-5 cm, em
vegetação nativa (cerradão), de vinhedo na linha (VL) e na entrelinha (VE) e do
cultivo anual de soja (CA), sendo avaliadas as enzimas do solo associadas ao ciclo
do C, β-Glucosidase; ao ciclo do P, fosfatase ácida; e ao ciclo do S, arilsulfatase.
Observaram que, em relação ao cerradão, os sistemas VE, VL e CA apresentaram,
respectivamente, reduções de 68, 66 e 75%. O manejo diferenciado na VE, com a
utilização do capim como cobertura viva, proporcionou maior atividade da enzima β-
Glucosidase dentre os sistemas avaliados. No caso da fosfatase ácida foi observada
maior atividade no cerradão em relação a VE e CA, o que é justificado pela
importância dessa enzima na mineralização do P orgânico nas áreas sob vegetação
nativa, onde a matéria orgânica é a principal fonte de nutrientes para o crescimento
das plantas. Maior atividade da arilsulfatase também foi observada no cerradão,
evidenciando a importância da ciclagem do S orgânico nas áreas nativas. Os autores
concluíram que as atividades das enzimas são indicadores biológicos sensíveis para
identificar alterações no solo de acordo com os diferentes sistemas de uso da terra.
Paulucio et al. (2004) avaliaram a atividade microbiana em áreas degradadas
pela extração de argila, revegetadas com leguminosas e eucalipto, utilizando
hidrólise do diacetato de fluoresceína, concluindo que a revegetação da cava de
extração de argila aumentou a atividade enzimática no solo. Concluíram ainda que
esse indicador de qualidade biológica do solo pode ser utilizado para auxiliar nas
19
estratégias de manejo de recuperação dessas áreas. O método da hidrólise de
diacetato de fluoresceína (FDA) é um método que avalia a atividade hidrolítica, que é
realizado por várias enzimas (lípases, proteases e esterases) presentes nos
microrganismos e, por esse motivo, tem sido usado com sucesso para avaliar a
atividade microbiana nas amostras de solo, apresentando menor variação entre as
amostras (Silva et al., 2004b).
Ribeiro (2008) avaliou a influência da adubação verde sobre a atividade
microbiana do solo em um pomar de mangueiras e gravileiras conduzido
organicamente, utilizando o método de hidrólise de FDA, constatando que não houve
influência da adubação verde sobre a atividade microbiana.
Microbiologia
20
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Descrição da área
O experimento foi implantado em uma área de cinco hectares de pomar
orgânico de mangueira (Mangifera indica) e gravioleira (Annona muricata), situada
em Campos dos Goytacazes, RJ. A latitude local é de 21
o
36’49,6’’ (S) e longitude de
41
o
16’25,7’’ (W).
O solo é Argissolo amarelo com relevo plano, típico dos tabuleiros costeiros
(Costa et al., 2004). O clima é do tipo Awa, pela classificação de Köppen, com
predominância do clima quente e úmido, sem inverno pronunciado. O regime
pluviométrico apresenta chuvas no verão e estiagem no inverno, com precipitação
média anual em torno de 1095,03 mm, nos anos de 2005 a 2007. Na Figura 1, são
apresentados os dados de precipitação, temperatura máxima, média e mínima
mensal de novembro de 2004 a novembro de 2007, conforme dados obtidos na
PESAGRO-RIO (Laboratório de Engenharia Agrícola - LEAG/CCTA/UENF), em
Campos dos Goytacazes, RJ.
A área foi utilizada para cultivo da cana-de-açúcar por longo tempo e,
posteriormente, esta cultura foi eliminada, ocorrendo regeneração natural e mantida
sob pousio por dez anos, aproximadamente.
21
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
nov
/
04
j
an/05
m
ar/05
mai/05
j
ul
/
05
set
/05
nov/05
j
an/06
mar/
06
m
ai/
06
j
ul
/
0
6
set
/06
no
v/
06
jan/
0
7
mar/
0
7
mai
/
07
jul/07
set/
07
no
v/
07
Precipitação (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Temperatura (ºC)
Precipitão Temp. mínima Temp. média Temp. máxima
Figura 1. Temperatura máxima, média e nima e precipitação pluviométrica mensal
em Campos dos Goytacazes - RJ, segundo a estação climatológica da Pesagro-Rio.
No ano de 2002 foi plantado milho e nas entrelinhas foi semeanda crotalária.
A crotalária foi roçada 40 dias após o plantio, deixando-se os restos culturais na
superfície do solo como adubação verde. Com a rebrota, a crotalária permaneceu até
a produção de sementes. Após a colheita do milho, os restos culturais do milho e
crotalária foram incorporados por uma gradagem leve. Isto proporcionou a
germinação das sementes de crotalária, que cobriu completamente a área de plantio,
permanecendo até o plantio das frutíferas.
Com a finalidade de desenvolver um sistema agrícola de produção orgânica
na região com mangueira e gravioleira, em setembro de 2003, foram feitas covas na
dimensão de 0,5 x 0,5 m, com espaçamento de 8 x 8 m, sendo adubadas com
material de compostagem de casca de eucalipto e farinha de carne e ossos.
Também foram adicionados 300 g de calcário dolomítico por cova. O plantio foi
realizado em novembro de 2003 com mudas de mangueira, variedade Tommy
Atkins, e gravioleira, variedades Morada e Criola, dispostas em linhas homogêneas e
alternadas.
22
4.2. Condução do experimento
Na área do pomar implantado, conduzido de forma orgânica, com finalidade
comercial foram implantados os sistemas de cultivo apresentados na Tabela 1. Cada
sistema foi estabelecido em uma área de 4608 m
2
. Em novembro de 2004 foram
plantadas mudas de neem e em novembro de 2005 foi semeada a crotalária nos
respectivos sistemas de produção.
Tabela 1. Sistemas agroflorestais
implantados em um pomar de cultivo orgânico de
mangueira e gravioleira com crotalária e neem, em Campos dos Goytacazes - RJ
Sistemas de
produção
(Sigla)
Componentes Descrição
F
Frutíferas (testemunha) Entre as linhas das frutíferas foi mantida a
vegetação de ocorrência natural, com
roçadas periódicas (Figura 2)
FN Frutíferas + neem Uma linha de neem foi plantada entre as
linhas das frutíferas em quincôncio e nas
entrelinhas foi mantida a vegetação de
ocorrência natural, com roçadas periódicas
(Figura 3)
FNC Frutíferas + neem +
crotalária
Uma linha de neem foi plantada entre as
linhas das frutíferas em quincôncio e nas
entrelinhas das frutíferas e do neem foi
semeada crotalária (Figura 4)
FC Frutíferas + crotalária A crotalária foi semeada entre as linhas das
frutíferas (Figura 5)
23
Figura 2. Croqui do sistema de produção das frutíferas - testemunha
Figura 3. Croqui do sistema de produção frutíferas + neem
24
Figura 5. Croqui do sistema de produção frutíferas + crotalária
Figura 4. Croqui do sistema de produção frutíferas + neem + crotalária
25
Cada sistema de produção foi dividido em nove subáreas de 512 m
2
, cada
uma constituída de oito frutíferas (quatro gravioleiras e quatro mangueiras). Destas
nove subáreas, seis foram selecionadas, ao acaso, para a realização das
amostragens.
As mudas de neem foram produzidas a partir de sementes, de um
povoamento em Natividade - RJ, e o plantio foi realizado, em novembro de 2004,
entre as linhas das frutíferas, em quincôncio. As mudas foram plantadas em covas
de 30 x 30 x 30 cm que receberam cinco litros de composto orgânico.
A crotalária foi semeada em novembro de 2005, entre as linhas das frutíferas
e do neem, no sistema de produção FNC, e entre as linhas das frutíferas, no sistema
de produção FC, sendo mantida uma distância de 1,5 m das frutíferas e 1,0 m do
neem. A semeadura foi feita em covas com o auxílio de matraca, onde foram
colocadas aproximadamente cinco sementes por cova, com espaçamento de 0,5 m
nas entrelinhas e 0,2 m entre as covas na linha.
Em maio e novembro de 2006 (2,5 e 3 anos após o plantio das frutíferas), as
frutíferas foram adubadas com material de compostagem de casca de eucalipto,
esterco bovino, farinha de carne e ossos, cinza, restos de culturas e de madeira.
Foram aplicados aproximadamente 10 litros em cada frutífera em todos os sistemas
de produção.
A crotalária foi cortada no dia 10 de fevereiro de 2006, 74 dias após a
semeadura, no início do seu florescimento. Após a rebrota, realizou-se o segundo
corte no dia 05 de abril de 2006, 54 dias após o primeiro corte. Os cortes foram
efetuados a uma altura de cinco a dez cm de solo. A fitomassa foi dividida
equitativamente e adicionada sob a copa das fruteiras e do neem, nos tratamentos
correspondentes.
4.3. Avaliações
4.3.1. Quantificação, avaliação da decomposição e qualidade nutricional da
fitomassa produzida pela parte aérea da crotalária
26
Para quantificação, foram coletadas, em ambos os cortes, a fitomassa
produzida em três amostras de 1 m
2
por subárea, sendo avaliadas as seis subáreas
selecionadas por sistema de produção. Esta avaliação foi realizada no sistema de
produção FNC (frutíferas + neem + crotalária) e FC (frutíferas + crotalária).
As taxas de decomposição foram estimadas utilizando-se o método do
“litterbags”, que consiste no uso de sacos de decomposição, confeccionados com
tela de polietileno, com dimensões de 35 x 28 cm e malha de 1 mm, permitindo a
entrada da microfauna e parte da mesofauna. Cada saco de decomposição recebeu
50 gramas de fitomassa recém-cortada
(primeiro corte) e, posteriormente, foi
costurado nas laterais com linhas de nylon.
Foram distribuídos 48 sacos de decomposição no sistema de produção FC.
Os sacos, contendo o material da poda da crotalária, foram colocados sobre o solo e
misturados ao material proveniente do corte, que foi adicionado sob a copa das
frutíferas, sendo nove sacos de decomposição em cada subárea, um para cada
época de avaliação. Foi quantificada a massa seca residual e realizadas as análises
nutricionais. As amostragens foram simples, ao acaso, realizadas no dia do corte
(aos 74 dias após a semeadura), aos 3, 6, 10, 15, 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o
corte. Em cada época foram coletados seis sacos de decomposição, correspondendo
a uma amostra por subárea selecionada.
Após cada coleta, o material foi limpo, para retirar o excesso de terra, e
levado para estufa de circulação forçada de ar seco, à temperatura de 65
o
C, por 72
horas. Após a secagem o material foi pesado, para estimar a massa seca, e triturado
em moinho (Tipo Wiley), com peneira de 20 mesh,
Posteriormente, as amostras foram submetidas às digestões sulfúrica e
nítrico-perclórica (Malavolta et al, 1997) e os extratos utilizados para a determinação
dos teores de P, K, Ca, Mg, S e C. O P foi determinado por colorimetria; o K, por
fotometria de chama; o Ca e Mg, por espectrofotometria de absorção atômica; o S,
por turbidimetria com cloreto de bário (Jones jr. et al., 1991; Malavolta et al., 1997); N
total (N
Total
) pela digestão Kjeldahl e o C, por oxidação com dicromato de potássio em
meio ácido (Anderson e Ingram, 1996).
27
Foram também determinados os teores de lignina e celulose no dia do corte,
aos 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o corte, pelo método do fracionamento das fibras
em detergente ácido (FDA), descrito por Van Soest e Wine (1968).
As análises estatísticas dos dados da fitomassa produzida e adição de
nutrientes foram realizadas por média e intervalo de confiança (COCHRAN, 1955),
considerando o nível de significância α igual a 5 %, admitindo-se uma amostra
representativa de uma população infinita. Para taxa de decomposição da fitomassa
e liberação de nutrientes foram calculadas as médias e ajustados os modelos de
decaimento para o comportamento das variáveis ao longo do tempo, descrita por
uma equação exponencial simples: Y
t
= a e
–bt
. Onde, Y
t
= massa ou nutriente
remanescente no “litterbag”; t = tempo em dias; a = massa inicial ou nutriente inicial; -
b = taxa de decomposição. As curvas de decaimento e suas respectivas equações
matemáticas foram obtidas através de regressões, utilizando-se o programa
estatístico SigmaPlot (2001), que também foi utilizado para a confecção dos gráficos.
4.3.2. Determinação da atividade enzimática microbiana do solo
Foi avaliada a atividade enzimática do solo sob as frutíferas ao longo do
período de decomposição da crotalária, no sistema de produção F (frutíferas que não
receberam os resíduos da crotalária) e o sistema de produção FC (frutíferas que
receberam os resíduos da crotalária). As coletas das amostras de solo foram feitas
no momento do corte da crotalária e aos 10, 20, 40, 80, 100 e 120 dias após o corte.
A coleta das amostras de solo foi realizada na profundidade de 0-5 cm, a 50
cm do tronco das árvores. As amostras de solo recém-coletado
foram passadas em
uma peneira com malha de 2 mm e conservadas em câmara fria até a análise.
A amostragem foi realizada, retirando-se quatro amostras simples de solo
por subárea, para compor uma amostra composta (0,5 - 1 kg), sendo duas sob a
copa de mangueiras e duas sob a copa de gravioleiras, que foram escolhidas
aleatoriamente. Foram avaliadas seis subáreas por sistema de produção e sete
períodos de coleta, totalizando 42 amostras compostas por sistema de produção.
Também foi determinada a atividade enzimática do solo sob a copa do neem
nos sistemas de produção FN e FNC para avaliar a influência da crotalária sobre
28
atividade microbiana no solo em contato com o neem. No sistema de produção FN
as plantas de neem não receberam os resíduos de fitomassa da crotalária e no
sistema de produção FNC as plantas de neem receberam os resíduos da fitomassa
da crotalária proveniente do corte. Para isso, foram retiradas amostras pontuais no
início de agosto de 2006 (estação seca) e fevereiro de 2007 (estação chuvosa). Para
determinação da atividade enzimática, foram retiradas três amostras simples por
subárea para compor uma amostra composta (0,5 - 1 kg) e, como cada subárea
apresenta três plantas de neem, uma amostra simples foi retirada de cada planta.
Foram avaliadas seis subáreas por sistema de produção, totalizando seis amostras
compostas por sistema de produção. O procedimento de coleta das amostras de solo
sob a copa do neem foi o mesmo utilizado sob a copa das frutíferas.
A atividade enzimática foi determinada pelo método de hidrólise do diacetato
de fluoresceína, descrito por Chen et al. (1988), que se baseia em estimar a
fluoresceína produzida no solo tratado com solução de diacetato de fluoresceína e
incubado a 24
o
C.
Foram pesados 5 g da amostra úmida do solo (peso A) que, posteriormente,
foi seca em estufa a 60
o
C por, aproximadamente, 12 horas, obtendo-se o peso seco
do solo (peso B). Foi pesado solo úmido, equivalente a 5 g de solo seco, em
erlenmeyer de 125 mL, com quatro repetições por amostra. Em cada erlenmeyer
foram colocados 20 mL de solução tampão (fosfato de sódio 60 mM, pH 7,6) e
depois 200 µL (0,2 mL) da solução de diacetato a 2 mg mL
-1
, sendo fechados com
folha de alumínio. A mistura foi incubada em agitador a 150 rpm, a 24
o
C, por 20
minutos. Após este período de incubação a reação foi interrompida e foram
adicionados 20 mL de acetona. Foi feita a leitura do sobrenadante no
espectrofotômetro para a determinação da absorbância.
A curva foi feita colocando cinco gramas de solo em cada erlenmeyer, com
duas repetições para cada ponto da curva, sendo os pontos da curva as
concentrações 0, 100, 200, 300 e 400 µg de FDA, correspondendo respectivamente
a 0, 50, 100, 150 e 200 µL de solução de diacetato de fluoresceína. Foram colocados
5 mL de solução tampão em tubos fechados e adicionados 0, 50, 100, 150 e 200 µL
de solução de diacetato em cada tubo. Os tubos foram tampados, fervidos a 100
o
C,
por cinco minutos em banho-maria
e resfriados em um banho com gelo. Depois
29
foram colocadas em cada erlenmeyer as respectivas concentrações preparadas nos
tubos fechados e adicionados 15 mL de solução tampão. Os erlenmeyers foram
agitados por 20 minutos e após este período a reação foi interrompida, sendo
adicionados 20 mL de acetona.
Durante duas horas as amostras foram deixadas em repouso, ocorrendo à
deposição do solo no fundo do erlenmeyer, foi retirado então o sobrenadante para
centrifugação por 10 minutos. Foi feita a leitura do sobrenadante em
espectrofotômetro para a determinação da concentração de fluoresceína, estimando-
se assim a atividade microbiana no solo que foi determinada diretamente na curva ou
pela equação da curva padrão.
As análises estatísticas dos dados da atividade enzimática das amostras
pontuais sob o neem e das amostras sob as frutíferas foram realizadas por dia e
intervalo de confiança (COCHRAN, 1955), considerando o nível de significância α
igual a 5 %, admitindo-se uma amostra representativa de uma população infinita.
4.3.3. Análises químicas e físicas do solo
Em outubro de 2005 e 2006 foram coletadas amostras de solo nas seis
subáreas selecionadas em cada sistema de produção. Foi retirada, em cada
subárea, uma amostra composta de quatro subamostras, nas profundidades de 0-5,
5-10 e 10-20 cm. A amostragem do solo foi feita, ao acaso, sob a copa das frutíferas
a aproximadamente 80 cm do tronco das frutíferas.
Foram feitas as seguintes determinações, conforme os métodos descritos
por EMBRAPA (1999): pH em água; P e K extraíveis por Mehlich
-1
determinados,
respectivamente, por colorimetria e fotometria de chama; Ca e Mg extraíveis por KCl
1 mol L
-1
, determinados por espectrofotometria de absorção atômica; H + Al, por
acetato de cálcio 0,5 mol L
-1
a pH 7,0; N total, pelo método Kjeldahl e C-orgânico, por
oxidação com K
2
Cr
2
O
7
1,25 mol
c
L
-1
em meio ácido (Anderson & Ingram, 1996).
Determinaram-se ainda, nas amostras de solo coletadas em outubro de
2005, a densidade de partículas e a composição granulométrica, conforme
procedimentos descritos por EMBRAPA (1997). A composição granulométrica e a
classe textural são apresentadas na Tabela 2.
30
Em setembro de 2007, foram coletadas, em cada subárea selecionada, seis
amostras indeformadas de solo por profundidade (0-5 e 5-10 cm), sendo três sob a
copa de mangueiras e três sob a copa de gravioleiras para determinação da
densidade do solo, porosidade total, micro e macroporosidade. As análises destas
características foram realizadas conforme procedimentos descritos por EMBRAPA
(1997).
As análises estatísticas dos dados das análises químicas e físicas foram
realizadas por dia e intervalo de confiança (COCHRAN, 1955), considerando o
nível de significância α igual a 5 %, admitindo-se uma amostra representativa de uma
população infinita.
Tabela 2. Análise granulométrica e classe textural de solos de
diferentes sistemas
agroflorestais
coletadas em outubro de 2005, em Campos do Goytacazes - RJ
Sistema de
Profundidade
Areia Silte Argila
Classe textural
produção (cm) ------------g kg
-1
-----------
0-5cm 726,48
75,57 197,95
Franco arenosa
5-10 cm 693,78
84,63 221,58
Franco argilo arenosa
Frutíferas
(testemunha)
10-20 cm 702,71
85,57 211,72
Franco argilo arenosa
0-5cm 719,69
75,71 204,60
Franco arenosa
5-10 cm 671,77
85,37 242,87
Franco argilo arenosa
Frutíferas +
Neem
10-20 cm 652,43
86,33 261,24
Franco argilo arenosa
0-5cm 740,51
70,70 188,79
Franco arenosa
5-10 cm 719,64
73,38 206,99
Franco arenosa
Frutíferas +
Neem +
Crotalária
10-20 cm 729,92
69,72 200,36
Franco arenosa
0-5cm 761,06
86,18 152,76
Franco argilo arenosa
5-10 cm 768,33
81,51 150,15
Franco argilo arenosa
Frutíferas +
Crotalária
10-20 cm 762,35
81,84 155,82
Franco argilo arenosa
4.3.4. Avaliação do crescimento e estado nutricional das frutíferas e do neem
As frutíferas das seis subáreas selecionadas em cada sistema de produção
foram medidas aos 13, 22, 26, 31, 39 e 45 meses após o plantio, quanto à altura e
diâmetro à altura do solo (DAS).
31
As plantas de neem dos sistemas de produção FN e FNC foram medidas aos
3, 6, 12, 18, 24 e 30 meses após o plantio, quanto à altura e DAS.
A avaliação do estado nutricional da mangueira e gravioleira foi realizada aos
45 meses após o plantio, sendo retiradas quatro amostras simples por subárea para
compor uma amostra composta, para cada uma das espécies. A amostra simples da
mangueira foi realizada segundo Magalhães e Borges (2000), consistindo na retirada
de quatro folhas adultas por planta, em todos os quadrantes, a uma altura mediana
da copa, em todas as plantas da subárea. Para formar as amostras simples da
gravioleira, foram retiradas quatro folhas adultas, coletadas com pecíolo, da porção
mediana da copa e do ramo, uma de cada quadrante da planta (Pinto et al., 2001).
Foram avaliadas seis subáreas por sistema de produção, sendo duas amostras
compostas (uma para cada fruteira) por subárea, totalizando seis amostras
compostas por espécie, em cada sistema de produção.
A avaliação do estado nutricional das plantas de neem foi realizada aos 33
meses após o plantio. Foram retiradas três amostras simples por subárea para
compor uma amostra composta. A amostra simples foi realizada retirando-se quatro
folhas compostas por planta, um em cada quadrante, a uma altura mediana da copa,
nas três plantas da subárea, sendo uma amostra simples por planta. Na amostragem
retiraram-se folhas na parte mediana dos ramos. Foram avaliadas seis subáreas por
sistema de produção (FN e FNC), sendo uma amostra composta por subárea,
totalizando seis amostras compostas por sistema de produção.
As amostras foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas em
estufa de circulação forçada de ar, à temperatura constante de 65
o
C, por 72 horas e,
posteriormente, este material foi analisado para determinação dos teores de N, P, K,
S, Ca, Mg, Fe, Mn e Zn. O N foi determinado pelo método de Nessler (Jackson,
1965); o P, por colorimetria; o K, por fotometria de chama; Ca, Mg, Fe, Zn e Mn, por
espectofotometria de absorção atômica e o S, por turbidimetria com cloreto de bário,
segundo Jones Jr. et al. (1991) e Malavolta et al. (1997).
As análises estatísticas dos dados do crescimento em altura e DAC e dos
teores dos nutrientes nas frutíferas e no neem foram realizadas por média e intervalo
de confiança (COCHRAN, 1955), considerando o nível de significância α igual a 5 %,
admitindo-se uma amostra representativa de uma população infinita.
32
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Quantificação e qualidade nutricional da fitomassa da parte aérea da
crotalária
Com o manejo dos dois cortes da crotalária foi adicionado ao solo no sistema
de produção FNC, aproximadamente, 9,62 Mg ha
-1
de fitomassa fresca,
correspondente à cerca de 2,79 Mg ha
-1
de fitomassa seca. No sistema de produção
FC, a produção foi de 15,31 Mg ha
-1
de fitomassa fresca, o que correspondente a,
aproximadamente, 4,59 Mg ha
-1
de fitomassa seca (Tabela 3). O sistema de
produção FNC produziu menos fitomassa seca, nos dois cortes, em comparação ao
sistema de produção FC. Uma possível explicação é a presença do neem, que
representa mais uma espécie no sistema de produção, reduzindo a área de plantio
da crotalária.
No segundo corte a produção de fitomassa foi maior, para os dois sistemas
de produção, o que se deve, provavelmente, ao maior volume de sistema radicular e
ao aumento da umidade do solo, com as chuvas dos meses de dezembro e janeiro
(Tabela 3).
Cada frutífera recebeu com o manejo dos dois cortes no sistema de
produção FNC e FC um total de, aproximadamente, 44,78 kg e 97,98 kg de
fitomassa fresca, respectivamente. No sistema de produção FNC a produção de
33
fitomassa da crotalária foi dividida por 99 plantas, sendo 27 plantas de neem, 36
mangueiras e 36 gravioleiras e no sistema de produção FC a produção foi dividida
pelas 72 frutíferas.
Tabela 3: Produção de fitomassa fresca e seca da parte aérea da Crotalaria juncea
em dois sistemas de produção nos dois cortes após a semeadura, em Campos dos
Goytacazes - RJ
Fitomassa fresca Fitomassa seca
frutíferas +
neem+crotalária
frutíferas +
crotalária
frutíferas +
neem+crotalária
frutíferas +
crotalária
Corte
(DAS
1
)
---------------------------Mg ha
-1
------------------------
74
3,14 ± 0,56 Ba
4,85 ± 1,28 Ba
1,00 ± 0,15 Bb 1,71 ± 0,36 Ba
128
6,48 ± 1,42 Ab 10,46 ± 1,64 Aa 1,79 ± 0,38 Ab 2,88 ± 0,50 Aa
Médias seguidas da mesma letra, minúscula na mesma linha e variável e maiúscula na coluna, não
diferem entre
si pelo intervalo de confiança, em nível de 5% de probabilidade;
1
DAS = Dias após a semeadura.
Silva et al. (2002) ao avaliarem a produção de fitomassa de crotalária
semeada entre as linhas de um pomar de laranjeira-pêra (50% da área total),
obtiveram uma produção média de 3,6 Mg ha
-1
de fitomassa seca no primeiro ano,
efetuando-se o corte aos 113 dias após a semeadura. Ao continuar a avaliação nos
três anos seguintes, os valores de produção de fitomassa aumentaram, o que,
segundo os autores, é justificado pela melhoria na fertilidade do solo e das condições
para o desenvolvimento da crotalária semeada posteriormente. Comparando a
produção de 3,6 Mg ha
-1
de fitomassa seca com as produções obtidas no presente
trabalho, observa-se que o sistema FNC apresentou produção 23% menor.
Entretanto, a produção do sistema FC foi 21% maior, o que demonstra adaptação
similar da espécie no sistema, considerando que a área de semeadura neste sistema
foi de 62,5% da área total.
Amabile et al. (2000), em Senador Canedo - GO, avaliaram a semeadura de
crotalária no início, meado e final da estação chuvosa, com corte das plantas ao
atingirem 50% de florescimento, que ocorreu aos 118, 88 e 67 dias após a
semeadura. A produção de fitomassa seca foi de 17,27, 7,99 e 6,00 Mg ha
-1
,
respectivamente. Tais resultados foram maiores em comparação com as produções
obtidas no presente trabalho, o que pode ser justificado pelo manejo diferenciado no
34
qual a semeadura foi mecanizada e após dez dias da emergência, executou-se o
desbaste, estabelecendo uma lotação de 25 plantas por metro. A semeadura foi
realizada em toda área de produção, diferente dos sistemas FNC e FC, que tiveram
suas áreas de semeadura reduzidas para 50% e 62,5%, respectivamente.
Em Viçosa - MG, Perin et al. (2004b) obtiveram uma produção de fitomassa
seca de crotalária de 9,34 Mg ha
-1
, aos 68 dias após a semeadura, produção esta
maior que as observadas nos sistemas de produção FNC e FC, tanto em função da
semeadura ter sido realizada em toda área de produção, quanto pela boa adaptação
da espécie às condições edafoclimáticas.
Entretanto, Torres et al. (2005) obtiveram resultados de produção de
fitomassa seca de crotalária de 3,9 e 3,7 Mg ha
-1
(corte aos 110 dias após a
semeadura) em Uberaba - MG, em 2000 e 2001, respectivamente, produções estas
similares às observadas no presente trabalho.
Em Campos dos Goytacazes - RJ, Queiroz et al. (2007) avaliaram a
produtividade de fitomassa seca de albízia, canafístula, gliricídia, guandu, leucena,
sabiá e sesbânia no sistema de aléias, sem adubação de P, verificando médias de
0,19 a 5,37 e 0,463 a 4,49 Mg ha
-1
, no ano de 2004 e 2005, respectivamente, médias
estas resultantes da soma de duas podas a 1,5 m de altura. Os resultados obtidos
por estes autores são menores que os obtidos nos dois manejos da crotalária nos
sistemas de produção FNC e FC, com exceção do guandu, que apresentou a maior
produção nos dois anos. O manejo da poda parcial das copas, o porte e as
características das espécies explicam tais resultados.
Na Tabela 4, são apresentados os valores médios dos teores de nutrientes
na fitomassa da parte aérea da crotalária no sistema de produção FNC e FC,
verifica-se que não houve diferença estatística nos resultados de N, P, S e C entre os
sistemas. Os teores de K e Mg foram maiores e o de Ca menor no sistema FC.
35
Tabela 4: Valores médios dos teores de nutrientes na fitomassa da parte aérea da
Crotalaria juncea, em Campos dos Goytacazes - RJ
Nutriente
Frutíferas + neem +
crotalária
Frutíferas + crotalária
N (g kg
-1
)
32,13 ± 5,10 a 32,54 ± 4,03 a
P (g kg
-1
)
1,33 ± 0,16 a 1,41 ± 0,07 a
K (g kg
-1
)
9,56 ± 1,14 b 14,74 ± 1,34 a
Ca (g kg
-1
)
18,15 ± 0,93 a 12,87 ± 1,73 b
Mg (g kg
-1
)
4,43 ± 0,25 b 5,53 ± 0,75 a
S (g kg
-1
)
1,74 ± 0,31a 1,70 ± 0,24 a
C (%)
41,86 ± 0,87 a 40,55 ± 0,73 a
Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem significativamente entre si pelo intervalo de
confiança (IC), em nível de 5% de probabilidade.
Em Bebedouro - SP, Silva et al (2002) obtiveram, em quatro anos de
avaliação, os teores médios de 14 g kg
-1
de N, 1,3 g kg
-1
de P, 13 g kg
-1
de K, 8 g kg
-
1
de Ca, 4 g kg
-1
de Mg e 1,0 g kg
-1
de S, na fitomassa da parte aérea da crotalária
consorciada com laranja-pêra. Verifica-se que para todos os nutrientes foram obtidos
valores inferiores aos sistemas de produção FNC e FC, exceto para o K, no sistema
de produção FNC. Sabe-se que concentrações mais elevadas de Ca e Mg no solo
podem acarretar em menor absorção de K pelo sistema radicular, o que,
possivelmente, justifica a menor concentração de K, uma vez que os teores de Ca
foram muito maiores no presente trabalho.
De posse dos resultados de produção média de fitomassa seca (Tabela 3) e
teores médios de nutrientes (Tabela 4) calculou-se a quantidade de nutrientes
depositados ao solo para os dois sistemas de produção, nos dois cortes da parte
aérea (Tabela 5). Assim, constata-se que a crotalária incorporou quantidades
expressivas de nutrientes, pela ciclagem e fixação e proporcionou a disponibilização
destes para as frutíferas, uma vez que sistema radicular desta espécie traz para
parte aérea nutrientes perdidos por lixiviação e/ou de pouca mobilidade no solo.
36
Tabela 5: Quantidade de nutrientes depositados ao solo, em dois cortes da parte
aérea da Crotalaria juncea, em dois sistemas de produção, em Campos dos
Goytacazes - RJ
Frutíferas + neem + crotalária
Frutíferas + crotalária
Nutriente
Corte
(DAS
1
)
--------------------------kg ha
-1
------------------------
74
32,13 ± 5,10 Bb 55,64 ± 6,89 Ba
N
128 57,51 ± 9,13 Ab 93,72 ± 11,61 Aa
74
1,33 ± 0,16 Bb 2,41 ± 0,12 Ba
P
128 2,38 ± 0,28 Ab 4,06 ± 0,20 Aa
74
9,56 ± 1,14 Bb 25,21 ± 2,29 Ba
K
128 17,11 ± 2,04 Ab 42,45 ± 3,86 Aa
74
18,15 ± 0,93 Ba 22,01 ± 2,96 Ba
Ca
128 32,49 ± 1,66 Aa 37,07 ± 4,98 Aa
74
4,43 ± 0,25 Bb 9,46 ± 1,28 Ba
Mg
128 7,93 ± 0,45 Ab 15,93 ± 2,16 Aa
74
1,74 ± 0,31 Bb 2,91 ± 0,41 Ba
S
128 3,11 ± 0,55 Ab 4,90 ± 0,69 Aa
74
418,60 ± 8,70 Bb 693,41 ± 12,48 Ba
C
128 749,29 ± 15,57 Ab 1167,84 ± 21,02 Aa
Médias seguidas da mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na mesma coluna e variável, não
diferem e entre si pelo intervalo de confiança, em nível de 5% de probabilidade;
1
DAS =
Dias após a semeadura.
A quantidade de nutrientes incorporados nos dois sistemas seria suficiente
para repor a exportação de nutrientes pelos frutos de mangueira em fase inicial de
produção, segundo os dados de quantidade de nutrientes exportados em média por
tonelada de frutos de manga, variedade Tommy Atkins, apresentados por Magalhães
e Borges (2000) que foram de 1,09 kg de N, 0,12 kg de P, 0,91 kg de K, 0,25 kg de
Ca, 0,24 kg de Mg e 0,12 kg de S por tonelada de frutos.
Na Tabela 5, verifica-se que, no segundo corte, houve maior deposição de
nutrientes nos dois sistemas de produção, devido à maior produção de fitomassa
(Tabela 3). Quanto às diferenças entre os sistemas de produção, verificou-se que
todos os nutrientes, nos dois cortes, foram significativamente superiores no sistema
37
de produção FC, devido à maior produção de fitomassa neste sistema, com exceção
do Ca, nos dois cortes, que não diferiu entre os sistemas de produção.
Silva et al. (2002) verificaram que a quantidade média de nutrientes
incorporados ao solo pelo cultivo da crotalária, em quatro anos de cultivo foi de 91,70
kg ha
-1
de N, 8,52 kg ha
-1
de P, 85,17 kg ha
-1
de K, 52,40 kg ha
-1
de Ca, 26,20 kg ha
-1
de Mg e 6,55 kg ha
-1
de S. Comparando as quantidades de nutrientes depositados
nos sistemas do presente trabalho com estas médias, verifica-se que apenas as
quantidades de N, Ca e S do sistema FC foram maiores, o que é justificado pelas
maiores produções de fitomassa obtidas por estes autores, durante os quatro anos
do experimento.
As médias estimadas da produção de fitomassa no manejo dos dois cortes
da crotalária e a adição de nutrientes mostram que a espécie pode suprir uma boa
parte da demanda nutricional do pomar, especialmente quanto ao nitrogênio. Cada
frutífera recebeu, aproximadamente, nos sistemas de produção FNC e FC, 0,41 kg e
0,95 kg de N, respectivamente. No sistema FNC as plantas de neem também
receberam aproximadamente 0,41 kg de N, após os dois cortes.
Segundo Viégas e Frazão (2004), a recomendação para adubação da
graviola no terceiro e quarto ano é de 80 g de N por planta, o que confirma que a
adubação verde realizada nos dois sistemas neste presente trabalho foi suficiente
para suprir a exigências deste nutriente pelas plantas. Quanto ao K cada frutífera
recebeu 0,12 kg e 0,43 kg nos sistemas FNC e FC, respectivamente, resultados
estes maiores que os 0,13 kg de K
2
O recomendados para adubação, segundo os
mesmos autores.
5.2. Decomposição da fitomassa da parte aérea da crotalária
Os resultados de fitomassa seca remanescente da curva de decaimento da
crotalária apresentam uma perda de 17%, aproximadamente, nos primeiros 15 dias
e, posteriormente, de 50% aos 50 dias, o que demonstra uma decomposição rápida.
Em torno dos 50 dias de decomposição o processo de perda de fitomassa começa a
ficar mais lento devido à dificuldade dos microrganismos decompositores utilizarem a
fração mais recalcitrante da fitomassa, como alguns componentes da parede celular.
38
Outra explicação é a redução da temperatura e da precipitação que pode ser
observada na Figura 1, diminuindo a atividade dos microrganismos decompositores.
Ao final dos 150 dias o total de fitomassa perdida foi de aproximadamente 88%
(Figura 6).
Silva e Menezes (2007) obtiveram uma taxa de decomposição da fitomassa
seca da crotalária mais pida inicialmente, sendo que, aos 7 dias, 22% já tinham
sido perdidas, enquanto no presente trabalho apenas 7%, neste intervalo de tempo.
Aos 82 dias esta diferença foi reduzida, apresentando valores aproximados de 73%
da fitomassa seca decomposta em comparação aos 69% no presente trabalho.
Tempo (dias)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Fitomassa seca remanescente (%)
0
20
40
60
80
100
120
Fitomassa seca remanescente
yt= 103,1298e
-0,0145 t
R
2
= 0,95 b
p
<0,0001
Figura 6. Fitomassa seca remanescente em resíduos da parte aérea de Crotalaria
juncea, no período de decomposição, em Campos dos Goytacazes - RJ
As curvas de decomposição do C e da celulose apresentaram tendência
semelhante. Isto porque a celulose representa a maior parte do C fixado pelas
plantas. A fitomassa apresentou, aos 30 dias de decomposição, uma perda de
aproximadamente 36% de C e 37% de celulose e ao final dos 150 dias somente
restavam 9% de C e 12% de celulose (Figuras 7 e 8).
Como a celulose representa boa parte dos resíduos vegetais, com maior
percentual de C, as curvas de taxa de decomposição de C e celulose foram
semelhantes à da decomposição de fitomassa seca, apresentando uma taxa de
39
decomposição maior nos primeiros 50 dias, dado que a fração mais prontamente
assimilável da fitomassa é rapidamente utilizada pelos microrganismos
decompositores. À medida que o substrato mais prontamente assimilável (celulose
entre outros substratos) é decomposto, o material mais recalcitrante (lignina entre
outros substratos), por ser de difícil assimilação pelos microrganismos
decompositores, permanece na fitomassa e a taxa de decomposição é desacelerada.
A curva de decomposição da lignina apresentou uma perda de
aproximadamente 10% aos 30 dias e de 47% aos 150 dias (Figura 7). Esta baixa
taxa de decomposição da lignina é explicada por Moreira e Siqueira (2002), que
mencionam a alta recalcitrância da lignina em função do seu alto peso molecular e
estrutura química tridimensional, que lhe conferem alta estabilidade, tornando a sua
degradação por microrganismos muito mais difícil.
Figura 7. Massa de lignina e celulose remanescente em resíduos da parte aérea de
Crotalaria juncea, no período de decomposição, em Campos dos Goytacazes - RJ
A curva ajustada para a taxa de liberação do N apresenta aproximadamente
aos 50 dias uma perda de 61% e aos 150 dias de 95% (Figura 8). A alta taxa de
liberação inicial ocorreu devido ao ataque de microrganismos decompositores, que
utilizam o N disponível para o crescimento da população microbiana que vai
Tempo (dias)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Lignina e celulose remanescentes (%)
0
20
40
60
80
100
120
Lignina remanescente (%)
Celulose remanescente (%)
Y
t
= 103,5019 e
-0,0045 t
R
2
= 0,90 b
p
=0,0040
Y
t
= 97,0132 e
-0,0142 t
R
2
= 0,95 b
p
=0,0016
40
degradar a fitomassa. Este nutriente parte de proteínas (maior parte), ácidos
nucléicos e muitos outros constituintes celulares, este se encontra mais prontamente
disponível à assimilação dos microrganismos, acelerando a taxa de decomposição
inicial. Logo que a parte mais assimilável é degradada, a taxa de liberação diminui.
Silva e Menezes (2007) obtiveram, assim como para fitomassa seca da
crotalária, uma taxa de liberação de N mais rápida inicialmente, sendo de 44% aos 7
dias, enquanto que, no presente trabalho, apenas 26%, aproximadamente, do N
tinha sido liberado no mesmo período. Aos 52 dias restavam, aproximadamente,
16% do N que permaneceu praticamente até o fim da avaliação, aos 82 dias, quando
os resultados se aproximaram aos do presente trabalho que foi de 20%.
Figura 8. Carbono e Nitrogênio remanescentes em resíduos da parte aérea de
Crotalaria juncea, ao longo do período de decomposição, em Campos dos
Goytacazes - RJ
A taxa de liberação do P foi mais lenta que a do N. Aos 30 dias,
aproximadamente, 25% do P havia sido liberado, enquanto o N apresentava 41% de
liberação (Figuras 8 e 9). Entre suas funções, o P é responsável pela estabilidade de
Tempo (dias)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
C e N remanescente (%)
0
20
40
60
80
100
120
Carbono remanescente (%)
Nitrogênio remanescente (%)
Y
t
= 104,7064 e
-0,0162 t
R
2
= 0,95 b
p
< 0,0001
Y
t
= 107,0047 e
-0,0201 t
R
2
= 0,94 b
p
= 0,0002
41
membranas, o que pode dificultar sua liberação quando comparado ao N. Aos 150
dias, aproximadamente, 79% do P foi liberado.
A taxa de liberação do K foi acelerada, com liberação de 72% em 30 dias e
96% aos 80 dias (Figura 9). Esta pida liberação ocorre porque o K não faz parte de
nenhuma estrutura ou molécula orgânica na planta. O K encontra-se,
predominantemente, como cátion livre e pode, facilmente, ser deslocado das células
ou dos tecidos da planta. Resultados similares de liberação de K foram obtidos por
Padovan et al. (2006) na decomposição de resíduos da soja cortada em diferentes
estádios de desenvolvimento e Silva e Menezes (2007) na decomposição de
crotalária.
Quanto à taxa de liberação do S, aos 60 dias foram liberados 51%. A maior
parte deste nutriente encontrado nas plantas está nas proteínas e estas, ao serem
degradadas por microrganismos, liberam o S (Taiz e Zeiger, 2004). Ao final dos 150
dias 85% do S foram liberados (Figura 9).
Tempo (dias)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
P, K e S remanescente (%)
0
20
40
60
80
100
120
Fósforo remanescente (%)
Potássio remanescente (%)
Enxofre remanescente (%)
Y
t
= 105,1738 e
-0,0129 t
R
2
=0,97 b
p
<0,0001
Y
t
= 85,6172 e
-0,0482 t
R
2
=0,94 b
p
=0,0014
Y
t
= 96,6159 e
-0,0108 t
R
2
=0,98 b
p
<0,0001
Figura 9. Fósforo, potássio e enxofre remanescentes em resíduos da parte aérea de
Crotalaria juncea, no período de decomposição, em Campos dos Goytacazes - RJ
As curvas ajustadas para taxa de liberação de Ca e Mg mostram que a perda
de Ca é mais lenta do que a do Mg. Ao longo de 60 dias 48% do Ca foi liberado,
enquanto que para Mg, no mesmo período, foram liberados 64% e ao término de 150
dias foram liberados 82% do Ca e 93% de Mg (Figura 10). A mineralização mais
42
lenta do Ca ocorre porque este se encontra, em sua maior parte, firmemente ligada à
parede celular e membrana plasmática, o que dificulta sua liberação. Já o Mg por ser
móvel na planta e devido às suas funções na ativação enzimática, regulação do pH e
balanço cátion-ânion, apresenta liberação mais rápida (Taiz e Zeiger, 2004).
Padovan et al. (2006) ao
avaliarem a decomposição de resíduos de soja, e
Boer et al. (2007), os de amaranto e milheto, obtiveram também uma liberação mais
lenta de Ca em relação ao Mg. Muitas funções do Ca estão ligadas à composição
estrutural de macromoléculas e relacionadas à sua capacidade de coordenação, o
que confere ligações intermoleculares estáveis, mas reversíveis, principalmente nas
paredes celulares e na membrana plasmática (Vitti et al., 2006).
Figura 10. Cálcio e magnésio remanescentes em resíduos da parte aérea de
Crotalária juncea, no período de decomposição, em Campos dos Goytacazes - RJ
5.3. Avaliação da atividade enzimática microbiana no solo
5.3.1. Atividade enzimática sob a copa das frutíferas, durante a decomposição
da fitomassa da parte aérea da crotalária
Tempo (dias)
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Ca e Mg remanescentes (%)
0
20
40
60
80
100
120
Cálcio remanescente (%)
Magnésio remanescente (%)
Y
t
= 102,0833 e
-0,0106 t
R
2
=0,98 b
p
< 0,0001
Y
t
= 94,5961 e
-0,0181 t
R
2
=0,98 b
p
< 0,0001
43
Para subsidiar a interpretação dos resultados de atividade enzimática
durante a decomposição, são apresentados na Figura 11 os dados de temperatura
média e precipitação pluviométrica acumulada, durante os três dias anteriores à
coleta das amostras de solo.
Figura 11. Temperatura média e precipitação pluviométrica acumulada, durante os
três dias anteriores à amostragem do solo para análise da atividade enzimática, em
Campos dos Goytacazes - RJ, segundo a estação climatológica da Pesagro - Rio
Na Figura 12, observa-se que no momento do corte da crotalária a atividade
enzimática do solo sob a copa das frutíferas era maior na área do sistema F, e que,
aos 10 dias após a adição dos resíduos da crotalária, a atividade enzimática
aumentou nos dois sistemas. O sistema FC apresentou um aumento de 182%, e no
sistema F de 25%, embora não exista diferença entre os sistemas. Com relação à
precipitação e temperatura, não se observam mudanças que justifiquem o aumento
da atividade enzimática.
Diferenças de atividade enzimática sob a copa das frutíferas não foram
observadas entre os dois sistemas de produção nas demais coletas. Entretanto,
verifica-se uma tendência a maior atividade enzimática sob a copa das frutíferas que
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
0 10 20 40 80 100 120
Tempo após o corte (dias)
Temperatura (o C)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Precipitação (mm)
Precipitão acumulada do período Temperatura média do período
44
receberam os resíduos de crotalária em todas as coletas de solo durante o período
de decomposição.
Aos 54 dias após a deposição dos resíduos de crotalária, provenientes do
primeiro corte, sob a copa das frutíferas, foram adicionados os resíduos do segundo
corte da crotalária. Na coleta, aos 80 dias após a primeira adição (26 dias após a
segunda adição de resíduos), observou-se aumento de, aproximadamente, 25% no
sistema de produção FC, enquanto no sistema F o aumento foi de 8%, não existindo
diferença entre as áreas.
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
0 10 20 40 80 100 120
Tempo (dias)
µg de FDA g
-1
solo
h
-1
Frutíferas Frutíferas + Crotalária
Figura 12. Atividade enzimática microbiana do solo sob a copa das frutíferas ao
longo do período de decomposição dos resíduos de Crotalaria juncea, em Campos
dos Goytacazes - RJ
5.3.2. Atividade enzimática sob a copa do neem
Na Figura 13 são apresentados os dados de atividade enzimática do solo, na
estação de seca e na estação chuvosa, sob a copa do neem no sistema FN (não
receberam resíduos da parte aérea da crotalária) e no sistema FNC (receberam
resíduos da parte aérea da crotalária).
Constatou-se que o sistema FNC apresentou maior atividade enzimática
microbiana do solo nas duas estações, sendo significativo apenas na estação seca.
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
b
a
a
a
45
Uma possível explicação é que a adição dos resíduos da crotalária tenha conservado
mais a umidade do solo e que este tenha apresentado condições ambientais
melhores à ação de microrganismos, mantendo a atividade enzimática durante o
período de seca.
Na estação chuvosa, apesar do incremento nos dois sistemas, a diferença na
atividade enzimática microbiana foi menor entre os manejos adotados, devido à
maior umidade do solo nos dois sistemas de produção e ao maior tempo após a
adição dos resíduos de crotalária (um ano após a adição).
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
Estação seca Estão chuvosa
µg de FDA g
-1
solo h
-1
Frutíferas + neem Frutíferas + neem + crotalária
Figura 13. Atividade enzimática microbiana do solo sob a copa de plantas de
Azadirachta indica em dois sistemas de produção agrícola, em Campos dos
Goytacazes - RJ
No município de Umbaúba, Costa e Siqueira (2004) estudaram a atividade
enzimática como bioindicadores de diversidade microbiana em solos reflorestados:
com 10 espécies nativas da mata atlântica; com nove espécies exóticas; com neem,
sucupira e pau-pombo; não reflorestado e sob mata atlântica nativa. Os autores
verificaram valores de 118,73; 112,40; 52,63; próximo de zero e 158,56 µg FDA
hidrolisada 60 min
-1
8g
-1
, respectivamente. Estes valores são menores que os
observados neste trabalho, nos dois sistemas de produção na estação chuvosa.
Quanto à estação de seca, somente o solo sob mata atlântica nativa apresentou
valores maiores de atividade enzimática microbiana que os dois sistemas
a
a
a
b
46
implantados neste trabalho. Entretanto, devem-se considerar as diferenças nas
condições edafoclimáticas entre os locais de avaliação.
Existem poucos trabalhos que utilizam o método de diacetado de
fluoresceína (FDA) para avaliar a atividade enzimática, o que dificulta comparações
dos resultados obtidos com outros trabalhos. Além disso, segundo Ribeiro (2008),
este método tem-se mostrado sensível a variações da precipitação pluviométrica.
5.4. Análises químicas e físicas do solo
Nas Tabelas 6, 7 e 8 são apresentados os dados referentes à química do
solo, nos quatro sistemas de produção, nos anos de 2005 e 2006, em três
profundidades. Houve aumento do pH do solo de um ano para o outro em todos os
sistemas de produção, nas profundidades de 0-5 e de 5-10 cm, com exceção do
sistema FN, onde não houve diferença entre os anos (Tabelas 6 e 7). Esta elevação
de pH não se relaciona com o manejo da crotalária, visto que a adubação realizada
com o composto orgânico contendo farinha de carne e osso, rica em Ca, que eleva o
pH do solo, colaborou para este aumento. Na camada de 10-20 cm houve aumento
de pH ao longo do tempo apenas no sistema FNC (Tabela 8). O sistema FN em 2006
apresentou pH menor do que a testemunha, nas camadas de 0-5 e 5-10 cm.
Com relação à diferença no tempo, observou-se redução do N nas
profundidades de 0-5 cm no sistema FC (Tabela 6), de 5-10 cm do sistema FN
(Tabela 7) e de 10-20 cm do sistema F (Tabela 8). Não foi observada variação de N
no solo em função dos tratamentos nas profundidades de 0-5 e de 5-10 cm, o que
possivelmente é justificado pela rápida liberação deste nutriente dos resíduos de
crotalária que foram adicionados em fevereiro e abril de 2006, com amostragem do
solo em outubro de 2006.
47
Tabela 6. Análise química do solo, na profundidade de 0 a 5 cm, em diferentes sistemas de produção agrícola, em solo de tabuleiro, no
município de Campos dos Goytacazes - RJ
Sistemas de Produção
Variável Ano
Testemunha - frutíferas
(F)
Frutíferas + neem
(FN)
Frutíferas + neem + crotalária
(FNC)
Frutíferas + crotalária
(FC)
2005
5,85 ± 0,14 b 5,47 ± 0,29 a 5,43 ± 0,17 b* 5,57 ± 0,19 b
pH
(H
2
O)
2006
6,82 ± 0,24 a 5,69 ± 0,26 a* 6,87 ± 0,60 a 6,68 ± 0,36 a
2005
1,23 ± 0,09 a 1,30 ± 0,13 a 1,25 ± 0,22 a 1,48 ± 0,23 a
N
total
g kg
-1
2006
1,12 ± 0,09 a 1,10 ± 0,17 a 1,10 ± 0,11 a 1,07 ± 0,17 b
2005
15,14 ± 2,08 b 10,00 ± 0,81 b* 35,86 ± 6,30 b* 22,89 ± 3,53 b*
P
mg dm
-3
2006
132,99 ± 40,8 a 81,00 ± 12,41 a 93,81 ± 5,25 a 89,28 ± 8,49 a
2005
0,06 ± 0,01 b 0,14 ± 0,04 a* 0,07 ± 0,01 b 0,08 ± 0,02 b
K
cmol
c
dm
-3
2006
0,12 ± 0,01 a 0,12 ± 0,02 a 0,16 ± 0,02 a* 0,20 ± 0,02 a*
2005
2,13 ± 0,33 a 2,66 ± 0,48 a 2,62 ± 0,24 a 1,53 ± 0,12 b*
Ca
cmol
c
dm
-3
2006
2,34 ± 0,24 a 2,27 ± 0,14 a 2,68 ± 0,23 a 1,93 ± 0,19 a
2005
1,18 ± 0,05 a 1,24 ± 0,26 a 1,25 ± 0,24 a 0,96 ± 0,13 a*
Mg
cmol
c
dm
-3
2006
0,68 ± 0,13 b 0,75 ± 0,05 b 0,87 ± 0,07 b 0,91 ± 0,10 a
2005
0,87 ± 0,10 a 2,43 ± 0,42 a* 2,28 ± 0,42 a* 1,27 ± 0,19 a* H + Al
cmol
c
dm
-3
2006
0,36 ± 0,10 b 1,22 ± 0,13 b* 0,18 ± 0,07 b* 0,16 ± 0,05 b*
2005
2,09 ± 0,21 a 1,70 ± 0,30 a 2,12 ± 0,20 a 1,44 ± 0,11 a*
MO
(%)
2006
1,61 ± 0,14 b 1,26 ± 0,15 a* 1,40 ± 0,11 b 1,25 ± 0,09 a*
2005
3,42 ± 0,33 a 4,02 ± 0,82 a 4,02 ± 0,39 a 2,64 ± 0,71 a
SB
cmol
c
dm
-3
2006
3,44 ± 0,34 a 3,31 ± 0,65 a 3,89 ± 1,31 a 3,44 ± 1,07 a
2005
4,29 ± 0,18 a 6,45 ± 0,98 a* 6,30 ± 1,13 a* 3,91 ± 0,74 a CTC
cmol
c
dm
-3
2006
3,81 ± 0,27 b 4,52 ± 1,25 a 4,06 ± 0,33 b 3,60 ± 0,80 a
2005
79,64 ± 3,75 b 62,33 ± 6,84 b* 63,82 ± 5,32 b* 67,40 ± 15,94 b
V(%)
2006
90,50 ± 2,56 a 73,08 ± 2,98 a* 95,64 ± 1,39 a* 95,56 ± 2,12 a*
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna e variável, não diferem entre si pelo intervalo de confiança, em
nível de 5% de probabilidade
(n = 6); * Média difere da média da testemunha, na mesma linha, em nível de 5% de probabilidade.
48
Tabela 7. Análise química do solo, na profundidade de 5 a 10 cm, em diferentes sistemas de produção agrícola, em solo de tabuleiro,
no município de Campos dos Goytacazes - RJ
Sistemas de Produção
Variável Ano
Testemunha - frutíferas
(F)
Frutíferas + neem
(FN)
Frutíferas + neem + crotalária
(FNC)
Testemunha - frutíferas
(F)
2005
5,59 ± 0,20 b 5,35 ± 0,25 a 5,32 ± 0,18 b 5,48 ± 0,21 b
pH
(H
2
O)
2006
6,48 ± 0,27 a
5,46 ± 0,30 a*
6,63 ± 0,44 a 6,92 ± 0,47 a
2005
1,24 ± 0,20 a 1,24 ± 0,19 a 0,95 ± 0,20 a 1,24 ± 0,09 a
N
total
g kg
-1
2006
0,98 ± 0,09 a 0,82 ± 0,08 b 0,87 ± 0,13 a 1,03 ± 0,20 a
2005
15,45 ± 1,93 b
7,75 ± 0,67 b*
14,98 ± 3,83 b 15,31 ± 2,33 b
P
mg dm
-3
2006
59,02 ± 20,48 a 34,05 ± 8,53 a 90,38 ± 27,27 a 39,43 ± 5,05 a
2005
0,05 ± 0,01 a 0,04 ± 0,01 a 0,05 ± 0,01 b
0,08 ± 0,01 a* K
cmol
c
dm
-3
2006
0,05 ± 0,02 a 0,05 ± 0,01 a
0,13 ± 0,03 a*
0,08 ± 0,02 a
2005
2,26
± 0,66 a 2,59 ± 0,54 a 2,87 ± 0,68 a 1,60 ± 0,23 a
Ca
cmol
c
dm
-3
2006
2,09 ± 0,39 a 2,06 ± 0,15 a 2,51 ± 0,30 a 1,59 ± 0,20 a
2005
1,10 ± 0,07 a 1,00 ± 0,16 a 1,07 ± 0,20 a
0,84 ± 0,17 a*
Mg
cmol
c
dm
-3
2006
0,61 ± 0,11 b 0,68 ± 0,05 b 0,66 ± 0,07 b 0,66 ± 0,07 a
2005
1,54
± 0,38 a 2,13 ± 0,26 a
2,26 ± 0,18 a*
1,36 ± 0,10 a H + Al
cmol
c
dm
-3
2006
0,44 ± 0,08 b
1,00 ± 0,17 b* 0,61 ± 0,07 b*
0,55 ± 0,10 b
2005
2,14 ± 0,35 a
1,58 ± 0,14 a*
1,88 ± 0,43 a
1,57 ± 0,13 a* MO
(%)
2006
1,47 ± 0,14 b
1,22 ± 0,05 b* 1,18 ± 0,08 b* 1,17 ± 0,10 b*
2005
3,46 ± 0,40 a 3,72 ± 0,50 a 4,06 ± 0,51 a 2,58 ± 0,57 a
SB
cmol
c
dm
-3
2006
2,87 ± 0,46 b 2,91 ± 0,40 a 3,52 ± 0,22 a 2,61 ± 0,74 a
2005
5,00 ± 1,24 a 5,85 ± 0,74 a 6,32 ± 0,92 a 3,94 ± 0,92 a CTC
cmol
c
dm
-3
2006
3,31 ± 0,41 b 3,90 ± 0,42 b
4,14 ± 0,29 b*
3,16 ± 0,63 a
2005
69,14 ± 16,78 b 63,57 ± 3,62 b 64,24 ± 3,94 b 65,46 ± 3,88 b
V(%)
2006
86,66 ± 5,48 a
74,46 ± 3,93 a*
85,14 ± 2,10 a 82,51 ±1,44 a
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna e variável, não diferem entre si pelo intervalo de confiança, em
nível de 5% de probabilidade
(n = 6); * Média difere da média da testemunha, na mesma linha, em nível de 5% de probabilidade.
49
Tabela 8. Análise química do solo, na profundidade de 10 a 20 cm, em diferentes sistemas de produção agrícola, em solo de tabuleiro,
no município de Campos dos Goytacazes - RJ
Sistemas de Produção
Variável Ano
Testemunha - frutíferas
(F)
Frutíferas + neem
(FN)
Frutíferas + neem + crotalária
(FNC)
Frutíferas + crotalária
(FC)
2005
5,48 ± 0,22 a 5,18 ± 0,25 a 5,46 ± 0,09 b 5,91 ± 0,30 a
pH
(H
2
O)
2006
5,68 ± 0,50 a 4,97 ± 0,35 a 6,11 ± 0,54 a 5,98 ± 0,29 a
2005
1,27 ± 0,04 a
0,95 ± 0,20 a* 1,00 ± 0,19 a* 1,04 ± 0,12 a* N
total
g kg
-1
2006
0,82 ± 0,08 b
1,20 ± 0,21 a*
0,92 ± 0,08 a 0,84 ± 0,09 a
2005
14,90 ± 2,26 b
8,40 ± 1,27 b* 10,30 ± 2,07 b*
18,53 ± 3,66 b
P
mg dm
-3
2006
27,60 ± 8,82 a 15,96 ± 3,24 a
57,49 ± 13,38 a*
28,48 ± 4,87 a
2005
0,06 ± 0,00 a
0,04 ± 0,01 a* 0,03 ± 0,01 b*
0,07 ± 0,01 a
K
cmol
c
dm
-3
2006
0,02 ± 0,00 b
0,04 ± 0,01 a* 0,06 ± 0,01 a* 0,05 ± 0,01 a*
2005
2,05 ± 0,79 a 1,71 ± 0,33 a 2,40 ± 0,29 a 1,65 ± 0,25 a
Ca
cmol
c
dm
-3
2006
1,90 ± 0,32 a 1,93 ± 0,24 a 2,45 ± 0,28 a
1,30 ± 0,08 b*
2005
1,10 ± 0,10 a
0,84 ± 0,15 a*
1,05 ± 0,10 b
0,86 ± 0,16 a*
Mg
cmol
c
dm
-3
2006
0,86
± 0,10 b 1,04 ± 0,13 a
1,36 ± 0,08 a*
0,66 ± 0,07 a
2005
1,72 ± 0,33 a 2,18 ± 0,31 a
2,95 ± 0,38 a*
1,24 ± 0,21 a H + Al
cmol
c
dm
-3
2006
0,96 ± 0,18 b 1,15 ± 0,16 b 0,67 ± 0,16 b 0,86 ± 0,15 b
2005
1,86 ± 0,32 a
1,65 ± 0,19 a*
1,72 ± 0,16 a 1,56 ± 0,05 a
MO
(%)
2006
1,24 ± 0,14 b
1,05 ± 0,03 b*
1,18 ± 0,07 b 1,07 ± 0,07 b
2005
3,26 ± 0,23 a 2,68 ± 0,46 a 3,55 ± 0,36 a 2,65 ± 0,41 a
SB
cmol
c
dm
-3
2006
2,58 ± 0,33 b 2,71 ± 0,32 a
3,19 ± 0,27 a* 2,05 ± 0,11 b*
2005
4,98 ± 0,27a 4,85 ± 0,58 a 6,50 ± 1,77 a 3,89 ± 1,02 a CTC
cmol
c
dm
-3
2006
3,53 ± 0,20 b 3,86 ± 0,90 a
3,86 ± 0,11 b* 2,90 ± 0,35 a*
2005
65,46 ± 4,63 a
55,19 ± 4,43 a* 54,61 ± 4,90 b*
68,09 ± 16,45 a
V(%)
2006
72,91 ± 8,73 a 70,15 ± 14,99 a 82,69 ± 4,63 a 70,45 ± 4,86 a
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna e variável, não diferem entre si pelo intervalo de confiança, em
nível de 5% de probabilidade
(n = 6); * Média difere da média da testemunha, na mesma linha, em nível de 5% de probabilidade.
50
Na profundidade de 10-20 cm, em 2005, todos os sistemas apresentaram
teores de N menores ao da testemunha, mas em 2006, após o cultivo da crotalária
os valores igualaram-se aos da testemunha, contudo o sistema FN, sem crotalária,
apresentou valores maiores que a testemunha, devido tanto ao aumento do N
observado neste sistema, quanto à redução na testemunha, neste período.
A quantidade de P aumentou de 2005 para 2006 em todos os sistemas de
produção devido à aplicação do composto rico neste nutriente, com redução das
médias na medida em que a profundidade aumenta, devido a pouca mobilidade
deste nutriente no solo. Em 2005 o sistema FN apresentava valores menores que a
testemunha em todas as profundidades, e os sistemas FNC e FC valores maiores na
profundidade de 0-5 cm, entretanto com o aumento do P no ano de 2006 tais
diferenças não foram observadas (Tabelas 6, 7 e 8).
Quanto aos valores médios de K, observou-se aumento de 2005 para 2006,
em todas as profundidades no sistema FNC e na profundidade de 0-5 cm do sistema
F (testemunha) e FC. Quando comparado à testemunha, o sistema FNC em todas as
profundidades e o sistema FC nas profundidades de 0-5 e 10-20 cm foram
significativamente maiores em 2006, o que possivelmente ocorreu devido à
adubação verde com crotalária. Alcântara et al. (2000) também verificaram aumento
do K no solo que recebeu adubação verde com crotalária, em comparação a uma
área de pastagem degradada.
Com relação ao Ca não foi observada variação significativa nos sistemas de
2005 para 2006, exceto para o sistema FC que apresentou aumento na profundidade
de 0-5 cm e redução na de 10-20 cm. Em comparação com a testemunha, somente o
sistema FC diferiu, sendo menor na profundidade de 0-5 cm em 2005, antes do
plantio da crotalária (Tabela 6), o que não foi observado em 2006, em função do
aumento deste nutriente ao longo do tempo. Esse aumento foi observado apenas no
sistema com maior deposição de fitomassa.
Do ano de 2005 para 2006 verificou-se redução de Mg nos sistemas de
produção nas três profundidades (Tabelas 6, 7 e 8), com exceção do sistema FC.
As médias de Mg no sistema FC em 2005 foram significativamente menores
em comparação à testemunha em todas as profundidades e, em 2006, estas não
diferiram. Observa-se que a alta produção de fitomassa colaborou na manutenção
51
dos níveis deste nutriente. Menegucci et al. (1995) e Alcântara el al. (2000)
verificaram aumento de Mg no solo, após adubação verde com crotalária.
Verificou-se que a acidez potencial (H+Al) foi reduzida em todos os sistemas
de produção de 2005 para 2006, que condiz com os resultados de elevação do pH.
Como H+Al do solo foi reduzido em todos os sistemas de produção nestes períodos,
a CTC foi influenciada e reduzida também. Os sistemas FNC e FC apresentavam
valores maiores de H+Al que a testemunha em 2005 e no ano seguinte esses valores
foram menores, como resultado da adubação verde. A redução da H+Al do solo após
adubação verde com crotalária também foi observado por Menegucci et al. (1995).
Com relação à matéria orgânica (MO), observou-se redução em todos os
sistemas de produção de 2005 para 2006, o que contribuiu para redução da CTC do
solo nos sistemas. Entretanto, a redução não foi significativa nos sistemas FN e FC
na profundidade de 0-5 cm do solo.
Na comparação dos sistemas com a testemunha, nenhum dos manejos
adotados elevou a MO em comparação com a testemunha e o sistema FC, que
apresentava menor quantidade de MO em 2005, mesmo com elevada deposição de
fitomassa, manteve-se com valores inferiores à área da testemunha em 2006.
Menegucci et al. (1995) verificaram que a CTC e a MO do solo aumentaram após a
adubação verde com a crotalária, resultados não observados no presente trabalho.
Entretanto, Mendonça et al. (2001) mencionam que as quantificações das
mudanças ocorridas em alguns nutrientes no solo, como o C orgânico, utilizado para
calcular a MO do solo, não devem ser feitas precocemente, visto que é considerada
improvável a percepção de modificações em um prazo inferior a três anos.
A soma de bases (SB) não diferiu nos sistemas entre 2005 e 2006, exceto
para o sistema F (testemunha) que apresentou redução nas profundidades de 05-10
e 10-20 cm, e no sistema FC de 10-20 cm. Os sistemas consorciados contribuíram
com a manutenção da SB ao longo do tempo. Na comparação dos sistemas com a
testemunha, não houve efeito dos tratamentos nas profundidades de 0-5 e de 5-10
cm (Tabela 8).
Como percentagem de saturação de bases (V) é a SB expressa como
percentagem de CTC, esta aumentou com a redução do CTC do solo de 2005 para
2006, com resultados não significativos nos sistemas F, FN e FC na profundidade de
52
10-20 cm. Os valores dos sistemas FNC e FC foram maiores que os da testemunha
na profundidade de 0-5 cm em 2006, o que mostra o efeito da adubação verde
nestas áreas (Tabelas 6, 7 e 8). Alcântara et al. (2000) também verificaram aumento
da saturação de bases com adubação verde de crotalária em relação a uma área
degradada com Brachiaria decumbens Stapf.
De forma geral, foram poucas as alterações nas características químicas do
solo em função dos diferentes sistemas de produção implantados no pomar, o que é
explicado pelo pouco tempo de manejo dos sistemas. Entretanto, pode-se inferir que
adubação verde com a crotalária aumentou o K e reduziu o H+Al nos dois sistemas
de produção, colaborou na manutenção dos níveis de Ca e Mg no sistema FC e
aumentou os valores de V na profundidade de 0-5 cm nos dois sistemas.
Os sistemas de produção avaliados não diferiram com relação à densidade
do solo, porosidade total, microporosidade e macroporosidade nas profundidades de
0-5 e 5-10 cm (Tabela 9). Resultados estes esperados, já que o tempo de manejo
dos sistemas foi curto e atributos físicos do solo não são facilmente alterados.
Tabela 9. Propriedades físicas
do solo em diferentes sistemas de produção
agrícola, aos 46 meses após o plantio das frutíferas, em Campos dos Goytacazes -
RJ
Densidade
de
partícula
Densidade
do
solo
Porosidade
total
Microporosidade
Macroporosidade
Sistema de
produção
Prof.
(cm)
--------mg m
-3
--------- -----------------------m
3
m
-3
----------------------
0-5 2,475
1,56 ± 0,07 0,37 ± 0,03
0,23 ± 0,02 0,14 ± 0,04
Frutíferas
(testemunha)
5-10 2,471
1,64 ± 0,06 0,34 ± 0,02
0,22 ± 0,01 0,11 ± 0,03
0-5 2,561
1,53 ± 0,11 0,40 ± 0,04
0,21 ± 0,01 0,19 ± 0,05
Frutíferas +
Neem
5-10 2,426
1,65 ± 0,06 0,32 ± 0,02
0,22 ± 0,01 0,10 ± 0,02
0-5 2,492
1,47 ± 0,14 0,41 ± 0,06
0,20 ± 0,04 0,21 ± 0,06
Frutíferas +
Neem
+ Crotalária
5-10 2,476
1,62 ± 0,06 0,35 ± 0,02
0,21 ± 0,03 0,14 ± 0,04
0-5 2,495
1,46 ± 0,13 0,41 ± 0,05
0,21 ± 0,02 0,22 ± 0,05
Frutíferas
+ Crotalária
5-10 2,466
1,64 ± 0,11 0,34 ± 0,05
0,20 ± 0,02 0,15 ± 0,04
53
5.5. Crescimento e estado nutricional das frutíferas e do neem
5.5.1. Crescimento e estado nutricional das mangueiras
O crescimento em altura das mangueiras não diferiu entre os sistemas de
produção estudados em nenhuma medição (Figura 14). Entretanto, apesar de o
significativo observou-se que o sistema de produção F apresentou valores dios de
altura menores que os demais sistemas a partir da medição aos 31 meses após o
plantio.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
13 22 26 31 39 45
Meses após o plantio
Altura (m) das mangueiras
Frutíferas Frutíferas + Neem
Frutíferas + Neem + Crotalária Frutíferas + Crotalária
Figura 14. Altura de Mangifera Indica L. em diferentes sistemas de produção, em
Campos dos Goytacazes - RJ
Com relação ao crescimento em diâmetro à altura do solo (DAS), observou-se
que, inicialmente, as plantas não apresentavam diferenças entre os sistemas e que
aos 22 e 26 meses após o plantio, as mangueiras, dos sistemas F apresentaram
médias menores que o sistema FN e FNC (Figura 15).
Nas medições realizadas após a adubação verde constatou-se crescimento
maior em DAC nas mangueiras do sistema FNC e, principalmente, nas do sistema FC
(Figura 15). Na última avaliação as mangueiras do sistema FC apresentaram médias
maiores do que a testemunha, não diferindo dos demais sistemas. As frutíferas deste
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
54
sistema receberam quantidades maiores de nutrientes na adubação verde, o que,
possivelmente, influenciou no maior crescimento das mangueiras.
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
13 22 26 31 39 45
Meses após o plantio
DAS (cm) das mangueiras
Frutíferas Frutíferas + Neem
Frutíferas + Neem + Crotalária Frutíferas + Crotalária
Figura 15. Diâmetro à altura do solo de Mangifera Indica L. em diferentes sistemas
de produção, em Campos dos Goytacazes - RJ
Na Tabela 10, são apresentadas as análises nutricionais das mangueiras dos
quatro sistemas de produção. A faixa dos teores adequados de nutrientes nas folhas
desta frutífera, segundo Assis (2004), são de 12 a 14 g kg
-1
de N; 0,8 a 1,6 g kg
-1
de
P; 5 a 10 g kg
-1
de K; 20 a 35 g kg
-1
de Ca; 2,5 a 5,0 g kg
-1
de Mg; 0,8 a 1,8 g kg
-1
de
S; 50 a 200 mg kg
-1
de Fe; 50 a 200 mg kg
-1
de Mn e 20 a 40 mg kg
-1
de Zn.
Comparando os teores médios dos nutrientes dos sistemas de produção do presente
trabalho com os resultados deste autor, observa-se que o N e o Zn encontram-se
abaixo e que todos os demais nutrientes estão dentro da faixa adequada.
Medeiro et al. (2005) avaliaram a concentração de nutrientes nas folhas de
mangueiras Tommy Atkins’ em três plantios, na fase de pré-floração, a mesma fase
de avaliação do presente trabalho, também observando maiores teores de N e Zn, na
faixa de 11,5 a 12,9 g kg
-1
e 18 a 96 mg kg
-1
, respectivamente. Ainda comparando os
teores de nutrientes destes autores, observa-se que os demais nutrientes do
presente trabalho estão dentro das faixas de teores observados.
a
a
a
a
b
a
b
a
a
a
b
ab
ab
b
a
a
ab
a
ab
b
ab
a
ab
55
Tabela 10. Análise nutricional foliar de Mangifera Indica L., em diferentes sistemas
de produção agrícola, aos 45 meses após o plantio, em Campos dos Goytacazes -
RJ
Sistema de produção
Nutriente
Testemunha -
frutíferas
(F)
Frutíferas +
neem
(FN)
Frutíferas + neem
+ crotalária
(FNC)
Frutíferas +
crotalária
(FC)
N (g kg
-1
)
9,62 ± 0,23 9,32 ± 0,83 10,94 ± 0,52* 10,85 ± 0,53*
P (g kg
-1
)
1,09 ± 0,11 1,05 ± 0,06 1,58 ± 0,17* 1,14 ± 0,08
K (g kg
-1
)
9,93 ± 0,69 10,63 ± 0,46 7,49 ± 0,99* 6,49 ± 0,59
Ca (g kg
-1
)
24,08 ± 1,59 22,95 ± 1,37 25,45 ± 1,36 24,32 ± 1,87
Mg (g kg
-1
)
3,23 ± 0,36 3,11 ± 0,46 3,32 ± 0,30 3,50 ± 0,23
S (g kg
-1
)
1,79 ± 0,09 1,78 ± 0,15 1,96 ± 0,14 1,74 ± 0,07
Fe (mg kg
-1
)
136,63 ± 11,29 135,15 ±11,25 203,20 ± 20,79* 182,37 ± 15,70*
Mn (mg kg
-1
)
102,18 ± 16,40 142,10 ± 12,24* 129,10 ± 17,75 97,47 ± 13,60
Zn (mg kg
-1
)
13,89 ± 1,38 14,32 ± 1,84 15,94 ± 1,51 14,60 ± 0,90
* Média difere da média da testemunha, na mesma linha, em nível de 5% de probabilidade.
Nos sistemas FNC e FC os teores médios de N foram significativamente
maiores do que os da testemunha, o que possivelmente ocorreu em função da
adubação verde nestes sistemas, que aumentou a disponibilidade deste nutriente
para plantas, apesar da análise de solo não ter indicado maior quantidade deste
nutriente nestes sistemas, o que pode ser justificado pela alta mobilidade no solo.
Estes teores médios mais elevados de N, possivelmente, justificam o maior
incremento em altura e DAC (Figuras 14 e 15) das mangueiras após a adubação
verde nestes sistemas.
Observou-se que as mangueiras do sistema de produção FNC e FC
apresentaram teores médios menores de K em comparação com o teor médio da
testemunha, entretanto estas médias encontram-se dentro da faixa adequada deste
nutriente em mangueiras. Esperava-se que os teores fossem maiores nestes
sistemas, que receberam adubação verde e a análise química do solo de 2006
apresentou quantidades maiores de K em relação à testemunha (Tabela 6).
Com relação aos teores de Ca, Mg, S e Zn, não foram observadas diferenças
entre os sistemas de produção. Para os teores de Fe observaram-se maiores valores
nos sistemas que receberam adubação verde em comparação aos demais sistemas
(Tabela 10).
56
5.5.2. Crescimento e estado nutricional das gravioleiras
O crescimento em altura das gravioleiras nos diferentes sistemas de
produção apresentou resultados semelhantes ao observado nas mangueiras, não
diferindo entre os sistemas de produção em nenhuma das seis medições (Figura 16).
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
13 22 26 31 39 45
Meses após o plantio
Altura (m) das gravioleiras
Frutíferas Frutíferas + Neem
Frutíferas + Neem + Crotalária Frutíferas + Crotalária
Figura 16. Altura de Annona muricata L. em diferentes sistemas de produção, em
Campos dos Goytacazes – RJ
Com relação ao DAS, foram observadas diferenças apenas nas medições
aos 22 e 26 meses, quando as gravioleiras do sistema FNC apresentavam maior
diâmetro que as gravioleiras da testemunha (Figura 17). As gravioleiras dos sistemas
FNC e FC apresentaram tendência a maior crescimento em altura e diâmetro após a
adubação verde, sendo os valores médios maiores do que os demais sistemas aos
39 e 45 meses, entretanto estes resultados não diferiram entre os sistemas.
Na Tabela 11 o apresentados as análises nutricionais das gravioleiras nos
diferentes sistemas de produção, verificando-se que não houve diferença entre os
teores foliares de macronutrientes entre os sistemas de produção, exceto para o Mg,
cujo teor foi maior no sistema FC. Quanto aos micronutrientes, foram observados
maiores teores de Fe e Zn no sistema FC, e de Mn no sistema FNC em relação à
testemunha.
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
a
57
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
13 22 26 31 39 45
Meses após o plantio
DAS(cm) das gravioleiras
Frutíferas Frutíferas + Neem
Frutíferas + Neem + Crotalária Frutíferas + Crotalária
Figura 17. Diâmetro à altura do solo de Annona muricata L. em diferentes sistemas
de produção, em Campos dos Goytacazes - RJ
Tabela 11. Análise nutricional foliar de Annona muricata L. em diferentes sistemas
de produção agrícola, aos 45 meses após o plantio, em Campos dos Goytacazes -
RJ
Sistema de produção
Nutriente
Testemunha -
frutíferas
(F)
Frutíferas +
neem
(FN)
Frutíferas +
neem + crotalária
(FNC)
Frutíferas +
crotalária
(FC)
N (g kg
-1
)
13,40 ± 1,36 13,84 ± 0,40 13,76 ± 0,52 13,06 ± 1,44
P (g kg
-1
)
1,49 ± 0,15 1,58 ± 0,12 1,77 ± 0,20 1,66 ± 0,18
K (g kg
-1
)
7,74 ± 0,92 9,46 ± 1,60 9,15 ± 1,25 8,51 ± 0,86
Ca (g kg
-1
)
23,00 ± 2,30 21,67 ± 1,01 24,85 ± 2,59 23,64 ± 2,02
Mg (g kg
-1
)
3,39 ± 0,32 3,21 ± 0,22 3,30 ± 0,23 4,13 ± 0,28*
S (g kg
-1
)
1,73 ± 0,10 1,74 ± 0,09 1,81 ± 0,10 1,66 ± 0,05
Fe (mg kg
-1
)
160,21±32,81 151,95 ± 18,23 229,72 ± 42,45 234,49 ± 15,20*
Mn (mg kg
-1
)
19,54 ± 2,93 22,22 ± 3,02 27,01 ± 4,20* 23,92 ± 4,70
Zn (mg kg
-1
)
10,25 ± 0,72 9,84 ± 0,42 11,08 ± 0,62 11,52 ± 0,22*
* Média difere da média da testemunha, na mesma linha, em nível de 5% de probabilidade.
Segundo Viégas e Frazão (2004), os teores foliares adequados de nutrientes
em gravioleiras encontram-se acima de 14,30 g kg
-1
para o N; de 0,8 a 1,0 g kg
-1
para
o P; de 11,90 a 13,10 g kg
-1
para o K; de 12,85 a 15,71 g kg
-1
para o Ca; de 3,23 a
3,96 g kg
-1
para o Mg; de 3,88 a 5,96 g kg
-1
para o S. Os teores de N, K e S das
a
a
a
a
a
a
ab
ab
a
a
a
a
a
a
a
b
ab
a
ab
a
b
a
a
a
58
gravioleiras nos quatro sistemas foram menores, os de P e Ca foram maiores e os de
Mg encontram-se dentro da faixa adequada descrita pelos autores. Entretanto,
somente os teores de S indicam deficiência nutricional, segundo os mesmos autores.
Ao comparar os teores de S das gravioleiras do presente trabalho com os
teores foliares obtidos no trabalho de Batista et al. (2003), que foram de 5,32 g Kg
-1
no tratamento com todos os nutrientes e 2,30 g Kg
-1
no tratamento com omissão
deste nutriente, observa-se que os teores do presente trabalho foram mais baixos do
que o tratamento com omissão de S, indicando uma possível carência deste
nutriente em todos os sistemas de produção. Entretanto, Filho et al. (2006)
observaram teores foliares de 1,6 a 2,5 g Kg
-1
de S e sem a presença de sintomas de
deficiência deste nutriente.
Segundo Filho et al. (2006), as gravioleiras absorvem nutrientes na seguinte
ordem decrescente: N, K, Ca, Mg, S e P, ordem esta que tem a posição do Mg e S
invertidas nos trabalhos de Batista et al. (2003) e Viégas e Frazão (2004). No
presente trabalho, observou-se ordem semelhante dos teores foliares das
gravioleiras para todos os sistemas de produção, sendo o Ca o nutriente de maior
teor, seguido, em ordem decrescente, pelo N, K, Mg, S e P.
Ao comparar os teores foliares de gravioleira, variedade morada, obtidos por
Gazel Filho et al. (1997), cujos teores foram de 22,1 g kg
-1
de N, 1,3 g kg
-1
de P, 15,2
de K, 15,2 g kg
-1
de Ca, 2,1 g kg
-1
de Mg, 215,18 mg kg
-1
de Fe, 12,32 mg kg
-1
de Zn
e 21,46 g kg
-1
de Mn, observa-se que o presente trabalho apresentou valores mais
baixos de N, K, Fe, Mn e Zn. Os menores teores de K nos sistemas, possivelmente,
ocorreram devido à maior concentração de Ca e Mg no solo (Tabelas 7, 8 e 9), que
diminuem a absorção do K.
5.5.3. Crescimento e estado nutricional do neem
A altura média das plantas de neem do sistema de produção FN foi superior,
quando comparada à média obtida no sistema de produção FNC, até os 12 meses
de idade. A partir dos 24 meses o sistema de produção FNC se destacou,
apresentando plantas com maior altura, diferença esta que aumentou aos 30 meses
(Figura 18).
59
Como a semeadura e a posterior decomposição da fitomassa da crotalária
ocorreram entre os 12 e 18 meses após o plantio do neem, possivelmente as plantas
do sistema de produção FNC se beneficiaram da maior disponibilidade de nutrientes
(Tabela 5), o que acarretou em maior crescimento em altura após os 24 meses
(Figura 18). Entretanto, não se observaram alterações entre os solos dos dois
sistemas quanto ao N (Tabelas 6, 7 e 8).
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
3 6 12 18 24 30
Meses após o plantio
Altura (m) do neem
Fruferas + Neem Frutíferas + Neem + Crotalária
Figura 18. Altura de Azadirachta indica A. Juss em diferentes sistemas de produção
em Campos dos Goytacazes - RJ
Em relação ao diâmetro à altura do solo (DAS) das plantas de neem,
comportamento semelhante ao observado na altura foi obtido, verificando-se que,
nas medições a partir dos 18 meses, o sistema FNC apresentou gravioleiras com
tendência a maior crescimento em diâmetro, comparadas às do sistema FN. As
diferenças entre os dois sistemas também aumentaram ao longo do tempo, sendo
maiores 20% aos 18 meses, 32% aos 24 meses e 66% aos 30 meses, com diferença
significativa somente aos 30 meses (Figura 19). O manejo de adubação verde com
crotalária beneficiou o crescimento inicial das plantas de neem no campo.
Deve-se ressaltar a carência de trabalhos que informem a altura e o DAS em
plantas de neem ao longo do seu crescimento. Neves et al. (2003) mencionaram que
a planta chega a atingir 1,5 m em um ano, valor este compatível com os dois
sistemas de produção do presente trabalho (Tabela 18).
b
a
a
b
a
a
a
b
a
a
a
a
60
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
3 6 12 18 24 30
Meses após o plantio
DAS (cm) do neem
Frutíferas + Neem Frutíferas + Neem + Crotalária
Figura 19. Diâmetro à altura do solo de Azadirachta indica A. Juss, em diferentes
sistemas de produção, em Campos dos Goytacazes - RJ
Na Tabela 12 é apresentada à análise nutricional das plantas de neem aos
33 meses após o plantio nos sistemas de produção FN e FNC. Observou-se que os
teores de N, P e Mn foram mais elevados no sistema de produção FNC. Os teores
mais elevados de N refletem a adubação verde com a crotalária no sistema FNC,
apesar da análise química de solo não ter indicado diferenças entre os sistemas,
quanto ao N (Tabelas 7, 8 e 9), o que possivelmente é justificado pela rápida
liberação deste nutriente pela biomassa da crotalária (Figura 8).
Com relação aos teores de P, os valores mais elevados nas plantas do
sistema de produção FNC são justificados pela análise de solo que apresenta
médias mais elevadas em todas as profundidades em 2005 e 2006 neste sistema
(Tabelas 6, 7 e 8). Isto também pode ter contribuído para o crescimento em altura e
DAS que foram maiores neste sistema (Figuras 18 e 19).
O sistema de produção FN apresentou plantas com teores mais elevados de
K e Mg em relação ao sistema FNC, sendo que os teores de Mg não diferiram entre
os sistemas (Tabela 12).
Observou-se que os teores foliares de Ca, Fe e Zn nas plantas de neem não
diferiram entre os sistemas de produção.
b
a
a
a
a
a
a
a
a
a
b
a
61
Tabela 12. Análise nutricional foliar de Azadirachta indica A. Juss, aos 33 meses
após o plantio, em dois sistemas de produção, em Campos dos Goytacazes, RJ
Sistema de produção
Nutriente
Frutíferas + neem
(FN)
Frutíferas + neem + crotalária
(FNC)
N (g
kg
-1
)
11,86 ± 2,06 b 15,36 ± 1,08 a
P (g
kg
-1
)
1,07 ± 0,08 b 1,61 ± 0,25 a
K (g
kg
-1
)
5,65 ± 0,97 a 4,06 ± 0,58 b
Ca (g
kg
-1
)
27,81 ± 3,62 a 32,04 ± 1,27 a
Mg (g
kg
-1
)
7,74 ± 1,20 a 6,78 ± 0,61 a
S (g
kg
-1
)
2,63 ± 0,23 a 2,23 ± 0,22 a
Fe (mg
kg
-1
)
260,90 ± 28,87 a 305,82 ± 78,24 a
Mn (mg
kg
-1
)
23,05 ± 2,45 b 32,69 ± 2,72 a
Zn (mg
kg
-1
)
17,41 ± 1,31 a 19,09 ± 2,50 a
Médias seguidas da mesma letra na linha, não diferem pelo intervalo de confiança, em vel de 5%
de probabilidade.
Assim como para o crescimento em altura e DAS, também não foram
encontrados trabalhos na revisão de literatura que forneçam dados sobre os teores
de nutrientes em plantas de neem. Oliveira et al. (2005) mencionaram a falta na
literatura mundial de estudos sobre adubação e nutrição mineral do neem. Estes
mesmos autores descreveram os sintomas visuais de deficiência dos macro e
micronutrientes, entretanto não informaram as faixas de teores adequados, o que
impede a comparação com os teores apresentados neste trabalho. Com relação aos
sintomas de deficiência nutricional observados no trabalho de Oliveira et al. (2005),
não foram observados nos dois sistemas de produção deste trabalho.
Os resultados de altura, DAS e análise
nutricional foliar das plantas de neem
apresentados mostram que a espécie se adaptou bem nos dois sistemas de
produção, entretanto a adubação verde com crotalária favoreceu o crescimento das
plantas.
62
6. RESUMO E CONCLUSÕES
O objetivo deste trabalho foi avaliar sistemas agroflorestais
com mangueira,
gravioleira, crotalária e neem, quanto ao benefício para as culturas de interesse
econômico e alterações nas características do solo. Em um pomar misto de
mangueira e gravioleira foram implantados quatro sistemas de produção: mangueira
e gravioleiras (testemunha - F); mangueira, gravioleira e neem (FN); mangueira,
gravioleira, neem e crotalária (FNC); mangueira, gravioleira e crotalária (FC). Para as
avaliações, cada sistema foi dividido em nove subáreas e, destas, seis foram
selecionadas, ao acaso, para a realização das amostragens. As mudas das frutíferas
e o neem foram plantas em novembro de 2003 e 2004, respectivamente. Em
novembro de 2005, foi feita a semeadura da crotalária e esta foi cortada aos 74 dias
após a semeadura. Após a rebrota, realizou-se o segundo corte aos 54 dias após o
primeiro. As fitomassas produzidas foram divididas e adicionadas sob a copa das
frutíferas no sistema FC e sob a copa das frutíferas e do neem no sistema FNC. Para
quantificação da fitomassa, foram coletados, em ambos os cortes, 3 amostras de 1
m
2
por subárea selecionada. A fitomassa da crotalária foi introduzida em “litterbags”,
para avaliação da taxa de decomposição, que foram colocados sobre o solo,
misturados ao material proveniente do corte. Os mesmos foram coletados aos 0, 3,
6, 10, 15, 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o corte, para quantificação da massa seca
residual. Nas mesmas épocas foram determinados
os teores de N, P, K, Ca, Mg, S e
63
C, e os teores de lignina e celulose no dia e aos 30, 60, 90, 120 e 150 dias após o
corte. Foi coletada uma amostra composta de solo por subárea sob a copa das
frutíferas no sistema F e FC no dia do corte e aos 10, 20, 40, 80, 100 e 120 dias após
o corte da crotalária para determinação da atividade enzimática microbiana, ao longo
do período de decomposição da crotalária. Na estação de seca e chuvosa foi
avaliada a influência da crotalária sobre atividade microbiana no solo em contato com
o neem nos sistemas FN e FNC. Em outubro de 2005 e 2006 foram determinados
pH, N, P, K, Ca, Mg, H+Al e C orgânico do solo, nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-
20 cm. Determinou-se, ainda, nas amostras do ano de 2005 a densidade de partícula
e a composição granulométrica. Em setembro de 2007, foram determinadas a
densidade do solo, porosidade total, micro e macroporosidade (0-5 e 5-10 cm). As
frutíferas foram medidas aos 13, 22, 26, 31, 39 e 45 meses após o plantio, quanto à
altura (H) e diâmetro à altura do solo (DAS). As plantas de neem foram medidas aos
3, 6, 12, 18, 24 e 30 meses após o plantio, quanto à altura e DAS. A avaliação do
estado nutricional das frutíferas e do neem foram realizadas aos 45 meses e 33
meses após o plantio. Para análise da taxa de decomposição da fitomassa da
crotalária foi calculada a média e foram ajustados modelos de decaimento para o
comportamento das variáveis ao longo do tempo e os demais dados foram
analisados por média e intervalo de confiança. As conclusões foram as seguintes:
A produção de fitomassa e teores de nutrientes da crotalária foram elevados
nos dois sistemas de produção, com maior quantidade de nutrientes
depositados no sistema de frutíferas + crotalária (FC). Houve rápida
decomposição da croltalária e liberação de nutrientes nas condições do
experimento;
Não houve efeito da crotalária sobre a atividade enzimática microbiana do solo
durante o período de decomposição dos resíduos, no sistema FC;
Houve aumento da atividade enzimática microbiana do solo sob a copa do
neem na estação chuvosa, com relação à estação seca, entretanto houve
diferença entre os sistemas na estação de seca, com maior atividade no
sistema de frutíferas + neem + crotalária (FNC);
64
A adubação verde com a crotalária aumentou o potássio e diminuiu o H+Al do
solo, colaborou na manutenção dos níveis de Ca e Mg no sistema FC e
aumentou os valores de saturação de bases na camada de 0-5 cm do solo;
As características físicas do solo não foram alteradas pelos diferentes
sistemas de produção;
Não houve efeito dos consórcios sobre a altura e diâmetro à altura do solo
(DAS) das gravioleiras. O sistema FC resultou em maior crescimento de DAS
das mangueiras em relação ao plantio somente com as frutífera (F) ;
A adubação verde resultou em maiores teores foliares de N nas mangueiras;
O crescimento do neem foi beneficiado pelo consórcio com a crotalária.
65
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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