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VICTOR BARBOSA FELIX
CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO E
DESCONFORTO LOCAL EM SALAS CIRÚRGICAS
Dissertação apresentada à Escola
Politécnica da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de
Mestre em Engenharia
São Paulo
2008
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VICTOR BARBOSA FELIX
CONDIÇÕES DE CONFORTO TÉRMICO E
DESCONFORTO LOCAL EM SALAS CIRÚRGICAS
Dissertação apresentada à Escola
Politécnica da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de
Mestre em Engenharia
Área de Concentração:
Engenharia Mecânica
Orientador:
Prof. Dr. Arlindo Tribess
São Paulo
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Felix, Victor Barbosa
Condições de conforto térmico e desconforto local em salas
cirúrgicas. São Paulo, 2008.
80p.
Dissertação (Mestrado) Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo. Departamento de Engenharia Mecânica.
1. Ar condicionado 2. Conforto térmico 3. Ambientes cirúrgicos 4.
Qualidade do ar. I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica.
Departamento de Engenharia Mecânica II. t
i
À minha adorável esposa, Katarina Cerboncini
Felix, que com toda sua ternura, alegria e amor
completam minha vida.
Ao meu amado filho, Arthur Cerboncini Felix, que
com seu sorriso mostra que todo esforço vale a
pena.
Aos meus pais, José de Souza Felix Neto e Maria
Aparecida Barbosa Felix, por todos os esforços
realizados ao longo de suas histórias diante das
adversidades.
ii
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Arlindo Tribess, pelo esforço e paciência, que ao longo
desses anos muito me ensinou, contribuindo para meu crescimento intelectual, profissional
e pessoal.
Aos colegas Marcelo Luiz Pereira e Danilo de Moura pela ajuda prestada nos ensaios
experimentais e na elaboração da dissertação.
À Prof. Dra. Brenda Chaves Coelho Leite e ao Prof. Dr. Maurício Silva Ferreira pelas
relevantes contribuições para o aprimoramento deste trabalho.
Ao CNPq pela bolsa concedida.
À Dra. Linda Ferreira Maximiano, ao Prof. Dr. José Pinhata Otoch e à Enfermeira Andréa
Tamancoldi Couto pela receptividade, colaboração e apoio nos ensaios realizados no
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.
Ao Prof. Dr. Flávio Galvão pelo entusiasmo e ajuda prestada para a realização de ensaios
na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Ao Eng. Tomaz Puga Leivas pela constante disposição e contribuição para a realização dos
ensaios no Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas.
Aos colegas do programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da EPUSP
Aos colegas docentes da Universidade Cruzeiro do Sul – Unicsul.
A todos que colaboraram na realização deste trabalho.
iii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS v
LISTA DE FIGURAS vii
LISTA DE SÍMBOLOS ix
RESUMO x
ABSTRACT xi
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 Objetivos 8
1.2 Organização do trabalho 9
2 CONFORTO TÉRMICO 10
2.1 Introdução 10
2.2 O sistema termorregulador 10
2.3 Balanço térmico do corpo humano 13
2.4 Método de avaliação do conforto térmico pelo modelo proposto por Fanger 15
2.5 Avaliação de ambientes térmicos 18
2.5.1 Voto médio estimado (PMV) 19
2.5.2 Percentagem de pessoas insatisfeitas (PPD) 23
2.5.3 Desconforto térmico local 23
3 AMBIENTES CIRÚRGICOS 26
3.1 Qualidade do ar em ambientes cirúrgicos 26
3.2 Distribuição de ar em salas cirúrgicas 34
3.2.1 Sistemas com fluxo turbulento 35
3.2.2 Sistemas com fluxo unidirecional (fluxo “laminar”) 36
4 MÉTODO DE TRABALHO 41
4.1 Introdução 41
4.2 Condições de ensaio 42
4.2.1 Ensaios A e B 43
4.2.2 Ensaio C 45
4.2.3 Ensaio D 46
4.2.4 Equipe cirúrgica 48
4.2.5 Medições das variáveis ambientais 50
4.2.6 Análise subjetiva 54
4.2.7 Desconforto local 55
iv
5 RESULTADOS DOS ENSAIOS E ANÁLISE 56
5.1 Introdução 56
5.2 Variáveis ambientais 56
5.3 Comparações entre os valores de PMV calculados e PMV dos questionários 58
5.4 Análise das condições de conforto térmico 61
5.5 Variação da sensação térmica durante o procedimento cirúrgico 64
5.6 Avaliação de desconforto local 66
5.7 Comparação dos resultados com outros trabalhos 69
6 CONCLUSÕES 73
6.1 Proposta para trabalhos futuros 74
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75
ANEXO A – MODELO DE QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA AVALIAÇÃO
SUBJETIVA
ANEXO B – DADOS UTILIZADOS
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Metabolismos para diferentes atividades 17
Tabela 2.2 Escala de sensação térmica da ASHRAE 18
Tabela 2.3 Determinação do voto médio estimado - PMV
(ISO 7730,1994). Atividade sedentária (met = 1.0) e
umidade relativa do ar de 50% 22
Tabela 3.1 Recomendações para condições de trabalho em ambientes
cirúrgicos. (Balaras et al., 2006) 34
Tabela 4.1 Condições estudadas 42
Tabela 4.2 Valores de resistência de roupa e nível de atividade para os
membros da equipe cirúrgica 50
Tabela 4.3 Características dos instrumentos utilizados 51
Tabela 4.4 Sensação térmica, PMV e PPD (Fanger, 1972) 55
Tabela 5.1 Variáveis ambientais na zona 1 e temperatura do ar insuflado 57
Tabela 5.2 Variáveis ambientais na zona 2 e condições ambientais externas
à sala 57
Tabela 5.3 Diferenças entre temperaturas do ar (
o
C) 58
Tabela 5.4 Valores ideais de temperatura do ar (zona 1), temperatura do ar
insuflado e resistência da roupa (zona 2) 63
Tabela 5.5 Respostas referentes a suor e aquecimento devido ao foco
cirúrgico (ZONA 1). 66
Tabela 5.6 Respostas referentes a suor e desconforto local (ZONA 2) 67
Tabela 5.7 Porcentagem de pessoas insatisfeitas 68
Tabela 5.8 Valores utilizados para os cálculos da temperatura equivalente 71
Tabela 5.9 Comparação dos valores de temperaturas equivalentes
preferenciais 72
Tabela B.1 Valores das variáveis ambientais na zona 2
Tabela B.2 Valores das variáveis ambientais na zona 1
Tabela B.3 Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação
térmica durante a cirurgia
Tabela B.4 Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação
térmica no início da cirurgia
Tabela B.5 Valores das variáveis ambientais na zona 2
vi
Tabela B.6 Valores das variáveis ambientais na zona 1
Tabela B.7 Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação
térmica durante a cirurgia
Tabela B.8 Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação
térmica no início da cirurgia
Tabela B.9 – Valores das variáveis ambientais na zona 2
Tabela B.10 – Valores das variáveis ambientais na zona 1
Tabela B.11 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
durante a cirurgia
Tabela B.12 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
no início da cirurgia
Tabela B.13 – Valores das variáveis ambientais na zona 2
Tabela B.14 – Valores das variáveis ambientais na zona 1
Tabela B.15 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
durante a cirurgia
Tabela B.16 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
no início da cirurgia
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Zonas das salas de cirurgia segundo critérios de assepsia 5
Figura 2.1 Centros de controle do hipotálamo 11
Figura 2.2 Modelo cilíndrico da interação térmica: corpo humano –
meio envolvente 14
Figura 2.3 Carta psicrométrica com a indicação da zona de conforto em
ambientes climatizados segundo a norma ASHRAE 55 (2004) 23
Figura 2.4 Relação entre PMV e PPD 24
Figura 3.1 25% de renovação do ar 30
Figura 3.2 Eficiência de filtros HEPA 31
Figura 3.3 Redução da concentração de partículas de filtros HEPA em
função do número ACH de trocas de ar por hora 32
Figura 3.4 Efeito do UVGI 33
Figura 3.5 Insuflamento pelo teto 35
Figura 3.6 Insuflamento pela parede 36
Figura 3.7 Insuflamento diagonal 36
Figura 3.8 Fluxo laminar com painéis 38
Figura 3.9 Painéis de proteção localizado a 2 m do piso 38
Figura 3.10 Fluxo de ar com cortina de ar 39
Figura 3.11 Fluxo laminar com cortina plástica 39
Figura 3.12 Sistema sem proteção 40
Figura 4.1 Vista em planta e seção das regiões nas salas cirúrgicas 42
Figura 4.2 Layout da sala cirúrgica utilizada para a realização dos
ensaios A e B 43
Figura 4.3 Sistema de ar condicionado condição do ensaio A 44
Figura 4.4 Sistema com insuflamento pela parede (detalhe da
grelha de insuflamento) 44
Figura 4.5 Layout da sala cirúrgica utilizada para a realização
do ensaio D 45
Figura 4.6 Sistema de ar condicionado condição do ensaio C 46
Figura 4.7 Sistema com insuflamento pelo teto 46
Figura 4.8 Layout da sala cirúrgica utilizada para a realização do
ensaio D 47
viii
Figura 4.9 Sistema de ar condicionado nas condições do ensaio D 47
Figura 4.10 Sistema de ar condicionado com fluxo unidirecional 48
Figura 4.11 Sensor de temperatura do ar e anemômetro omnidirecional 51
Figura 4.12 Sensor de temperatura do ar, velocidade e termômetro de
Globo 52
Figura 4.13 Módulo de aquisição de dados 52
Figura 4.14 Pedestal de suporte e sistema de aquisição de dados 53
Figura 4.12 Software de aquisição - Aba das Temperaturas dos Pedestais 53
Figura 4.13 Software de aquisição - Aba das velocidades dos pedestais 54
Figura 4.14 Disposição dos equipamentos 54
Figura 5.1 Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio A 59
Figura 5.2 Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio B 59
Figura 5.3 Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio C 60
Figura 5.4 Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio D 60
Figura 5.5 Valores de PMV calculados 62
Figura 5.6 Variação da sensação térmica nas condições do ensaio A 64
Figura 5.7 Variação da sensação térmica nas condições do ensaio B 65
Figura 5.8 Variação da sensação térmica nas condições do ensaio C 65
Figura 5.9 Variação da sensação térmica nas condições do ensaio D 66
Figura 5.10 Perfis de temperatura do ar na zona 2 68
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
C Calor perdido pela pele por convecção [W/m²]
C
R
Calor convectivo perdido pela respiração [W/m²]
E
dif
Calor perdido pela pele por difusão de vapor de vapor d’água [W/m²]
E
es
Calor perdido pela pele por evaporação de suor [W/m²]
E
R
Calor evaporativo perdido pela respiração [W/m²]
I
R
Índice de isolamento da roupa [clo]
M Metabolismo [W/m
2
]
p
var
Pressão parcial do vapor d’água no ambiente [kPa]
Q
pele
Calor total perdido pela pele [W/m²]
Q
respiração
Calor total perdido pela respiração [W/m²]
R Calor perdido pela pele por radiação [W/m²]
T
ar
Temperatura do ar [°C]
T
g
Temperatura de globo [ºC]
T
p
Temperatura da pele [ºC]
r
T
Temperatura média radiante [°C]
T
u
Intensidade de turbulência [%]
U
&
Taxa de variação de energia interna [W/m²]
V
ar
Velocidade média do ar [m/s]
W Trabalho externo [W/m²]
φ Umidade Relativa [%]
x
RESUMO
Hospitais e demais instalações médicas constituem-se em ambientes complexos,
que requerem sistemas de tratamento de ar e de ventilação adequados para o conforto e
segurança de pacientes, de pessoal e de visitantes.
Em ambientes cirúrgicos as condições de conforto térmico precisam ser as
melhores possíveis, para que o cirurgião e a equipe médica trabalhem em condições
favoráveis para o sucesso do procedimento cirúrgico. Simultaneamente, os riscos de
infecção do paciente e dos profissionais de saúde, causadas por partículas transportadas
pelo ar, devem ser minimizados.
Neste trabalho foram realizadas avaliações experimentais de condições de conforto
térmico e desconforto local em salas cirúrgicas com três diferentes tipos de sistemas de
distribuição de ar. O procedimento experimental consistiu de medições e avaliações
subjetivas (questionários). As avaliações de condições de conforto térmico foram
realizadas segundo os critérios de conforto de Fanger e conforme previsto nas normas
ISO 7730 e ASHRAE 55.
A aplicação do método de Fanger na avaliação de condições de conforto térmico
em salas cirúrgicas mostrou-se adequada, embora seja necessário cuidado especial na sua
utilização e na análise dos resultados. Verificou-se que é muito difícil prover condições de
conforto térmico para toda a equipe cirúrgica, principalmente devido a fatores pessoais
como o tipo de vestimenta e o nível de atividade, bem como de fatores específicos do
ambiente cirúrgico, como o calor liberado pelo foco cirúrgico.
Os resultados obtidos permitiram verificar que o sistema de fluxo unidirecional
apresentou melhores condições de conforto térmico. Esse sistema também apresenta um
maior potencial de controle de contaminantes no campo cirúrgico.
Finalmente, resultados de estudo comparativo com trabalhos de outros autores
mostram valores praticamente iguais de temperaturas equivalentes de conforto térmico em
torno de 22
o
C para todos os membros da equipe cirúrgica. Esse resultado é
particularmente útil para avaliar diferentes condições ambientais e pessoais em propiciar
condições de conforto térmico aos diferentes membros da equipe cirúrgica.
xi
ABSTRACT
Hospitals and medical centers are complex environments which request special air
treatment and ventilation systems for the comfort and safety of patients, personnel and
visitors.
In surgical environments the thermal comfort conditions need to be the best as
possible in order to the surgeons and the medical team work in favorable conditions for the
success of the surgical procedure. Simultaneously, the risks of infection caused by airborne
particles should be minimized.
In the present work experimental evaluations of thermal comfort and local
discomfort conditions were carried out for surgical rooms with three different types of air
distribution systems. Measurements and subjective evaluations (questionnaires) were
accomplished. The evaluations of thermal comfort conditions were done according to the
Fanger comfort criteria and as foreseen in the norms ISO 7730 and ASHRAE 55.
The use of the Fanger method in the evaluation of thermal comfort conditions in
surgical rooms is appropriate, although it is necessary special care in its use and in the
analysis of the results. It was verified that it is very difficult to provide conditions of
thermal comfort for the whole surgical team, mainly due to personal factors like clothing
and activity level, as well as surgical-specific environmental factors like the heat of the
surgical focus.
The analysis shows that the unidirectional flow system presented better conditions
of thermal comfort. Additionally, this system also presents greater potential of pollutants
control in the surgical field.
Finally, results of comparative study with other authors' works show practically
same values of equivalent temperatures of thermal comfort around 22
o
C for all of the
members of the surgical team. That result is particularly useful to evaluate different
environmental and personal conditions in propitiating conditions of thermal comfort to the
different members of the surgical team.
1
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, por diversas circunstâncias, as pessoas passam cada vez mais tempo
de suas vidas em ambientes fechados, seja em casa ou no trabalho, sujeitas às condições
destes ambientes. Quando estes ambientes não apresentam características adequadas ao uso
podem muitas vezes gerar uma má qualidade do ar interior, ocasionando desconforto,
problemas de saúde e perda de produtividade do trabalhador.
Quando estes ambientes internos são de hospitais e demais instalações médicas, é
importante uma atenção ainda maior, pois constituem ambientes complexos que requerem
ventilação adequada para o controle de contaminação aérea, o conforto de pacientes, de
pessoal e visitantes.
Segundo a Associação Americana de Higiene Industrial - American Industrial
Hygiene Association (AIHA, 1996), em hospitais os sistemas de ventilação e
condicionamento de ar (HVAC), possuem as funções fundamentais de:
Proteger os funcionários e pacientes susceptíveis a agentes patogênicos
transportados pelo ar;
Manter a temperatura e a umidade no recinto em níveis confortáveis para os
funcionários, pacientes, e visitantes;
Controlar odores;
Remover o ar contaminado;
Minimizar os riscos de transmissão de agentes patogênicos transportados
pelo ar por pacientes infectados.
Em ambientes cirúrgicos, as intervenções cirúrgicas complexas e demoradas, que
se fazem hoje, exigem atividades intensas, uma grande equipe de pessoas e o uso de muitos
tipos de equipamentos. Esta situação torna importante o controle eficaz das variáveis que
interferem na saúde, conforto e bem-estar do paciente e da equipe cirúrgica (Dhara e Pittet,
2002).
Assim, o principal objetivo dos sistemas de tratamento de ar e de ventilação em
ambientes cirúrgicos é diminuir os riscos de infecções, do paciente e dos profissionais de
2
saúde, que podem ser causadas por partículas transportadas pelo ar. Para que isso ocorra de
forma adequada os sistemas de distribuição de ar devem trabalhar com uma ventilação
especial baseada em taxas fixas de geração de contaminantes, diferenciais de pressão,
umidade, entre outros parâmetros (Hermans, 2000).
Simultaneamente, os sistemas de ventilação e de distribuição de ar em salas
cirúrgicas devem garantir o conforto térmico do paciente e da equipe cirúrgica durante a
cirurgia; o que na maioria das vezes fica em segundo plano. Condições térmicas
confortáveis ajudam a equipe cirúrgica a trabalhar melhor e previnem possíveis problemas
ao paciente, como a hipotermia e suas conseqüências.
Pelo uso de sistemas bem projetados é possível controlar a expansão de agentes
patogênicos transmitidos pelo ar em edifícios hospitalares e prover condições de bem estar.
O contrário também é verdadeiro. Quando os dispositivos de controle são mal projetados,
mal instalados ou ainda não recebem a devida manutenção, podem contribuir para o
aumento de problemas que agridem a saúde e o bem estar das pessoas (Pereira e Tribess,
2004a).
Segundo Holcátová et al. (2003) em salas cirúrgicas sem sistemas de ar
condicionado ou com sistemas ineficientes, por exemplo, o estresse térmico e a presença
de gases anestésicos constituem os mais importantes fatores de risco para a equipe médica.
Como forma de reduzir a exposição microbiológica e química durante o
procedimento cirúrgico são utilizadas centrais de tratamento de ar, onde o ar da sala
cirúrgica é renovado (parcial ou totalmente), passa por filtros e é resfriado (ou aquecido).
O ar é introduzido na sala cirúrgica através de sistemas de distribuição de ar e a forma mais
comum, em salas cirúrgicas modernas (principalmente para cirurgias ortopédicas), tem
sido a utilização de sistema de insuflamento de ar com fluxo unidirecional (“laminar”). Na
maioria dos sistemas de tratamento do ar, contudo, o insuflamento de ar na sala cirúrgica é
feito por grelhas ou difusores pela parede ou pelo teto (fluxo turbulento).
Mesmo não sendo adequado, ainda existem muitas salas cirúrgicas em que não
ocorre qualquer tratamento do ar, sendo utilizada ventilação mecânica ou natural somente.
Muito comum também é a utilização de sistema de resfriamento sem renovação de
ar e com filtros inadequados, como é o caso da utilização de sistema split ou de ar
condicionado de janela, onde ar de recirculação é resfriado e insuflado novamente na sala
cirúrgica.
3
Resultado do sistema de ventilação e tratamento de ar utilizado, as condições de
conforto térmico e desconforto local em ambientes internos estão diretamente relacionadas
com a forma como o ar se movimenta no interior do ambiente. A movimentação do ar no
interior do ambiente terá um padrão característico do sistema de insuflamento utilizado,
com perfis de temperatura e velocidade completamente diferentes daqueles verificados em
outros ambientes com outros tipos de sistemas de ventilação (Pereira e Tribess, 2004b).
Ainda existem muito poucos estudos de avaliação de conforto térmico em salas
cirúrgicas encontrados na literatura. Trabalho pioneiro foi realizado na década de 1960 na
Inglaterra (Wyon et al., 1968). Os autores avaliaram as condições de conforto térmico da
equipe médica (somente) para servirem de orientação no projeto e operação de salas
cirúrgicas nas ilhas britânicas. Trata-se de um trabalho bastante extenso em que foram
avaliadas condições de conforto térmico em 25 salas cirúrgicas ao longo das quatro
estações do ano. Nas visitas às instalações foram respondidos questionários, anotados
detalhes da vestimenta, sexo, idade, função exercida, tipo de cirurgia, duração, bem como
realizadas medições de temperatura, velocidade e umidade do ar e de temperatura de
globo. Não foram fornecidos detalhes do sistema de ventilação. Aparentemente, as
avaliações foram feitas em condições de ventilação natural.
Wyon et al. (1968) verificaram que existe uma diferença significativa entre as
condições ambientais para o conforto térmico dos cirurgiões, anestesistas e outros
membros da equipe cirúrgica. Ressaltaram, como igualmente importante, que os requisitos
para a especificação de um ambiente térmico confortável em salas cirúrgicas diferem
daqueles de ambientes de escritórios, ambientes fabris e outros ambientes estudados até
então. Isto porque, enquanto os ambientes térmicos convencionais são ocupados por um
grande número de pessoas e nos quais se procura obter condições de conforto ao maior
número possível destes ocupantes, em salas cirúrgicas o conforto dos cirurgiões deve ser
priorizado e o desconforto para os demais deve ser minimizado.
Wyon et al. (1968) definiram um “índice de temperatura” (similar ao da
temperatura equivalente)
1
, como uma combinação da temperatura do ar, da temperatura
radiante média em um ambiente com 50% de umidade relativa e velocidade do ar de
0,13 m/s (25 pés/min). Os autores encontraram que este índice de temperatura, no qual a
1
Temperatura equivalente: temperatura de um invólucro imaginário com a temperatura radiante média igual
à temperatura do ar e ar parado, no qual a pessoa troca a mesma quantidade de calor por radiação e
convecção que nas condições reais .
4
maioria do pessoal da equipe cirúrgica estaria confortável, seria de 20,5 ºC; sendo que para
o maior conforto dos cirurgiões deveria ser de 18 ºC e para os anestesistas de 21,5 ºC.
Mais recentemente Mora et al. (2001) realizaram estudo em duas salas cirúrgicas
em um hospital no Canadá. As salas cirúrgicas eram providas de sistema convencional de
HVAC (com 100% de ar de renovação, volume de ar constante (VAC), reaquecimento
terminal e um fan-coil dedicado para cada sala cirúrgica) com sistema de distribuição de ar
com fluxo unidirecional. Foram realizados oito testes em sala cirúrgica de fluxo
unidirecional com painéis, que são proteções colocadas em torno da mesa cirúrgica com o
objetivo de restringir a movimentação do ar para que este não se misture com o ar das
demais partes da sala e três testes em sala de fluxo unidirecional com cortina de ar,
envolvendo cirurgias ortopédicas. Os autores realizaram avaliação de conforto térmico nas
três zonas apresentadas na Figura 1.1; assim divididas em função do grau de assepsia
(Woods et al., 1986). A zona 1 é ocupada pelos cirurgiões, o paciente e o foco cirúrgico
(precisa ser a zona mais limpa); a zona 2 é a zona estéril, e contém os instrumentos e
equipamentos cirúrgicos (a enfermeira instrumentadora circula entre as duas áreas); e a
zona 3 (a menos limpa), onde circulam as demais enfermeiras, os técnicos e os
anestesistas.
Mora et al. (2001) realizaram medições de temperaturas e velocidades em alguns
níveis acima do piso (0,1m, 1,1m e 1,7m), além da umidade do ar, nas três zonas da Figura
1.1, durante o procedimento cirúrgico. Medições também foram realizadas na zona 1 sem a
ocorrência do procedimento cirúrgico. Após cada cirurgia, os membros da equipe cirúrgica
preencheram questionários.
No trabalho de Mora et al. (2001) os testes foram realizados com temperatura
média na sala cirúrgica em torno de 21,5 ºC, com variações entre 19 ºC e 25 ºC, devido a
problemas no controle do sistema de HVAC. Em adição aos questionários, o modelo de
conforto de Fanger (Fanger, 1972; ISO 7730, 1994) foi adotado para avaliar as condições
de conforto térmico da equipe cirúrgica e do paciente com diferentes tipos de vestimentas
(resistências de roupa, clo). Também foram verificadas condições de desconforto local não
previstas no modelo de Fanger, tais como: assimetria de radiação, diferença de temperatura
entre os pés e a cabeça e correntes de ar (drafts).
5
Figura 1.1 - Zonas das salas de cirurgia segundo critérios de assepsia.
(Mora et al., 2001).
Mora et al. (2001) também verificaram que, em função das condições do ambiente
e das condições das pessoas (vestimenta, atividade, posição no ambiente), não é possível
prover condições de conforto térmico para todos os membros da equipe cirúrgica.
Verificaram também que o desconforto dos cirurgiões (que muitas vezes suam) ocorre
principalmente devido à assimetria de radiação causada pelo foco cirúrgico. Baseado no
modelo de Fanger, os autores concluíram que a temperatura do ar deveria ficar em torno de
19 ºC para prover condições de conforto para os cirurgiões. Contudo, nesta temperatura as
enfermeiras e anestesistas deveriam estar com roupas com pelo menos 0,9 clo e o paciente
coberto com pelo menos 1,6 clo.
Cassey et al. (2004) utilizaram manequim térmico e equipamento com insuflamento
de ar quente para estudar os efeitos do ambiente na hipotermia de crianças durante o
procedimento cirúrgico. Os autores estudaram o impacto de diferentes temperaturas do ar
ambiente e de ar quente na temperatura da pele ao longo do corpo.
Outro trabalho com a utilização de manequim foi realizado por Felix et al. (2005).
Neste trabalho foram realizadas medições utilizando manequim com sensores aquecidos,
que simulam a troca de calor entre diferentes partes do corpo e o ambiente, com o intuito
de se verificar a influência de diferentes potências dos focos cirúrgicos nas condições de
desconforto local de cirurgiões e instrumentadores.
Hwang et al. (2006) avaliaram condições de conforto térmico de pacientes internados
em enfermarias em hospitais de Taiwan. Os autores avaliaram pacientes internados tanto
6
em enfermarias da ala hospitalar como em enfermarias da ala cirúrgica e verificaram que
existe uma influência elevada das condições de saúde do paciente em sua sensação térmica.
As avaliações foram realizadas por meio de respostas a questionários, seguindo a escala de
sensação térmica da ASRHAE, e de medições de grandezas físicas, tais como velocidade
do ar, umidade relativa do ar, temperatura do ar e temperatura de globo.
O trabalho de Balaras et al. (2007) traz um levantamento de vários trabalhos
relacionados com condições térmicas em ambientes cirúrgicos, servindo de guia para
projetos, instalações e operação de sistemas de tratamento de ar. Os autores apresentam
valores ideais para variáveis como temperatura, velocidade, umidade do ar baseados em
normas e recomendações internacionais. Os autores fizeram monitoramento das variáveis
ambientais em 20 salas cirúrgicas dos 10 maiores hospitais da Grécia e constataram que na
maioria dos casos os resultados encontrados não atendem ao recomendado nos guias e
normas internacionais.
É importante ressaltar que, além da avaliação experimental, uma outra forma de se
avaliar as condições de conforto rmico em ambientes é a utilização de simulação
numérica utilizando técnicas de dinâmica dos fluidos computacional (CFD). As técnicas de
modelagem matemática para simulação do comportamento do escoamento do ar em salas
cirúrgicas têm sido alvo de investigação que vem crescendo (Memarzadeh e Manning,
2002; Kameel e Khalil, 2003; Moura et al., 2007).
No entanto, a simulação numérica de salas cirúrgicas por ser bastante complexa,
devido à grande variedade de fatores que influenciam no escoamento de fluidos e
transmissão de calor e massa, tais como: a ocupação, as formas irregulares, as cargas
térmicas existentes nos espaços, a presença de obstáculos e as diferentes entradas e saídas
de ar e de pessoas, ainda apresenta resultados poucos confiáveis e necessita de outros
dados para a sua validação (Memarzadeh e Manninig, 2002; Kameel e Khalil, 2003, Moura
et al., 2007).
Na revisão bibliográfica realizada foi encontrado somente um artigo no Brasil sobre
avaliação das condições de conforto térmico em salas cirúrgicas; que o foi o trabalho de
Melhado e Bayer (2004), onde os autores realizaram simulação computacional utilizando
programa Energy Plus, que permite calcular a temperatura média do ar nos ambientes (e,
portanto, uma “condição global média de conforto térmico”) e não a distribuição de
velocidades e temperaturas no ambiente para determinar condições de conforto térmico e
7
de desconforto local na sala, função do sistema de tratamento de ar e de ventilação
utilizado e das trocas de calor que ocorrem no ambiente.
Enfim, o projeto de sistemas de tratamento de ar e de ventilação em salas cirúrgicas
ainda constitui-se em um grande desafio. Estes sistemas precisam prover ar limpo e
condições adequadas de distribuição e movimentação do ar nas salas cirúrgicas para
minimizar/prevenir contaminação por partículas aéreas viáveis (contendo microrganismos)
e manter a equipe médica e o paciente confortáveis.
Diferentemente do que ocorre em edifícios de escritórios, onde sistemas de
climatização são projetados para prover condições de conforto térmico, em hospitais (e
mais especificamente em salas cirúrgicas), o conforto térmico ainda é considerado questão
secundária; o que explica em parte o pequeno número de trabalhos realizados e publicados
sobre o assunto.
Contudo, adicionalmente à condição de segurança para diminuir riscos de
infecções, condições de conforto térmico do cirurgião e da equipe médica precisam ser as
melhores possíveis para que trabalhem em condições favoráveis para o sucesso do
procedimento cirúrgico. Também é necessário atenção especial para as condições do
paciente, para que condições altamente desfavoráveis de conforto térmico não
comprometam ainda mais o seu estado de saúde.
Assim, condições de conforto térmico em salas cirúrgicas devem ser analisadas
simultaneamente com condições de distribuição e movimentação do ar interior para
diminuir possibilidade de contaminação aérea da ferida cirúrgica; de elevada influência em
infecções hospitalares (Beggs, 2003; Howorth, 1993; Whyte et al., 1992; Whyte al., 1982)
A diminuição de infecções hospitalares é particularmente importante, pois
representa um importante problema de saúde pública. Como conseqüência de infecções
hospitalares há incremento na taxa de mortalidade, no tempo médio de internação e
também nos custos hospitalares. Como exemplo, nos EUA, as infecções hospitalares são a
sexta causa de mortalidade, depois de doenças cardiovasculares, cânceres, pneumonia,
gripes e acidentes. Com as infecções hospitalares existe um prolongamento médio de
5 a 10 dias no tempo de internação, o que representa uma despesa adicional aos hospitais
do país de 5 a 10 bilhões de dólares anuais (Lacerda, 1995). Ainda, segundo Lacerda
(1995), na Europa e nos EUA, cerca de 5 a 10% dos pacientes hospitalizados eram vítimas
de infecções após intervenções cirúrgicas. O centro para controle de doenças, nos EUA,
8
constatou que hospitais que desenvolvem programas efetivos de controle de infecções
hospitalares conseguem reduzir em até um terço sua incidência, sendo que uma redução de
5% nas infecções produz retornos suficientes para manutenção de um bom programa de
prevenção, inclusive com profissionais qualificados (Mangram et al., 1999)
Fica evidente a importância de estudos referentes às condições de conforto térmico em
ambientes cirúrgicos, priorizando o conforto rmico do cirurgião (maior responsável pelo
sucesso do procedimento cirúrgico), e a análise conjunta da movimentação do ar, como
forma de diminuir os riscos de infecção durante o procedimento cirúrgico.
1.1 Objetivos do trabalho
Em decorrência do que foi apresentado, o objetivo principal deste trabalho é avaliar,
por meio de medições e de avaliações subjetivas (questionários), as condições de conforto
térmico e de desconforto local em salas cirúrgicas com diferentes tipos de sistemas de
distribuição de ar.
Para atingir tais objetivos, foram realizadas as seguintes etapas:
Avaliação geral das salas cirúrgicas analisadas, descrevendo sua localização no
edifício, dimensões, equipamentos instalados, o tipo de sistema de distribuição
de ar adotado e suas características gerais;
Medições de temperaturas (de globo e do ar), velocidades e umidade do ar,
sem a realização de cirurgia, pois em determinadas locais da sala não é
permitido o uso de equipamentos durante a cirurgia por motivo de segurança e
tais variáveis são essenciais para a avaliação;
Coleta, durante os procedimentos cirúrgicos, dos dados referentes ás variáveis
temperatura de globo, temperatura, velocidades e umidade do ar nos locais
onde não há risco de prejudicar a segurança do procedimento cirúrgico;
Aplicação de questionários, respondidos pela equipe cirúrgica ao final da
cirurgia para poder ser realizado a comparação entre a avaliação experimental
e subjetiva das condições de conforto térmico dos membros da equipe
cirúrgica.
9
1.2 Organização do trabalho
Inicialmente, no capítulo 2 é apresentada uma revisão sobre a teoria de conforto
térmico e de avaliação de ambientes térmicos, considerando o trabalho de Fanger (1972) e
as normas ISO 7730 (1994) e ASHRAE 55 (2004).
No capítulo 3 são apresentadas características de um ambiente cirúrgico; fatores que
influenciam na qualidade do ar, com enfoque na contaminação aérea; aspectos
relacionados com a distribuição de ar e os principais tipos de sistemas de distribuição de ar
utilizados em salas cirúrgicas.
No capítulo 4 são apresentados os métodos utilizados para a realização do trabalho,
destacando as condições de ensaio e instrumentos utilizados.
No capítulo 5 são apresentados os resultados obtidos e feita uma análise dos
resultados de conforto térmico e desconforto local juntamente com a movimentação do ar.
No capítulo 6 são apresentadas conclusões e considerações finais sobre o trabalho e
propostas para trabalhos futuros. Finalmente, no capítulo 7 são apresentadas as referências
bibliográficas.
10
Capítulo 2
CONFORTO TÉRMICO
Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos de conforto térmico e de
avaliação de ambientes térmicos baseados no trabalho de Fanger (1972) e nas normas ISO
7730 (1994) e ASHRAE 55 (2004).
2.1 Introdução
Nos dias de hoje, em muitas situações, as pessoas ficam sujeitas a ambientes
térmicos criados artificialmente para que se sintam em conforto e possam produzir melhor
as suas tarefas. Isto acontece tanto em ambientes de escritórios, hospitalares, em aeronaves,
automóveis etc. Se o objetivo é atingido, a pessoa tem uma sensação de bem estar,
expressa pela sua satisfação com aquele ambiente térmico.
Por isso o conforto térmico é definido, segundo a norma ASHRAE 55 (2004),
como sendo “um estado de espírito que reflete satisfação com o ambiente térmico que
envolve a pessoa”. Caso o ambiente proporcione tais condições a pessoa apresenta uma
sensação de bem estar com o meio. Do contrário, se o ambiente não proporciona tais
condições, o organismo provoca reações desencadeadas pelo sistema termorregulador, que
vai atuar com a finalidade de manter constante a temperatura interna do corpo em função
das variações térmicas externas.
O calor do corpo humano é gerado continuamente por meio da digestão de
alimentos e do trabalho físico dos músculos, sendo que os principais substratos do
metabolismo responsáveis pela produção de calor são: glicose (4,1 kcal.kg
-1
), proteína (4,1
kcal.kg
-1
) e lipídios (9,3 kcal.kg
-1
) (Biazzoto et al., 2006). Esse calor gerado é dissipado
para o ambiente a fim de se manter a temperatura interna do corpo constante ou sob
pequenas variações para poder evitar o desconforto. A sensação de desconforto térmico
ocorre quando o sistema termorregulador entra em ação com o objetivo de aumentar ou
diminuir essa dissipação de calor.
2.2 O sistema termorregulador
Os homeotermos são os animais que, apesar das variações das condições térmicas
do ambiente, são capazes de manter sua temperatura interna constante. Para os seres
11
humanos, que se enquadram nesta categoria, a temperatura interna do corpo, sob condições
normais em atividade sedentária, deve ficar em torno de 37 ºC. Para que isso ocorra é
necessário haver um equilíbrio entre o calor produzido no corpo e o dissipado para o
ambiente. Essa temperatura normalmente varia por volta de ± 0,6 ºC.
Nos mamíferos, incluindo o homem, o balanço térmico é controlado principalmente
pelo hipotálamo, que é parte do sistema nervoso central (SNC) que atua como um
termostato. A figura 2.1 apresenta os centros de controle do hipotálamo.
Figura 2.1 - Centros de controle do hipotálamo (Guyton, 1997).
O hipotálamo regula a temperatura do corpo por meio dos impulsos térmicos
provenientes da medula espinhal e do sistema nervoso central que, por sua vez, integram os
impulsos provenientes da superfície cutânea e dos tecidos profundos. A temperatura
corporal média é a amostragem integrada dos impulsos térmicos provenientes de quase
todos os tecidos do organismo, e é nessa amostragem que se baseiam as repostas
termorreguladoras (Vanni e Braz, 1999). Quando a temperatura corporal aumenta ou
diminui excessivamente, os centros térmicos do hipotálamo desencadeiam procedimentos
apropriados com o objetivo de manter a temperatura do corpo em um valor adequado.
Segundo Guyton (1997), a pessoa nua pode ficar exposta a temperaturas de 15 ºC
até 55 ºC, em ambientes secos, e ainda manter a temperatura corporal interna quase
12
constante. Segundo o autor, os mecanismos envolvidos no controle da temperatura
corporal representam um sistema de controle maravilhosamente planejado.
Os tecidos subcutâneos, a gordura e a pele atuam como isolantes térmicos do corpo,
e assim ajudam na manutenção da temperatura interna. A gordura é o melhor isolante
térmico, pois possui a menor condutividade térmica. O isolamento térmico pode variar de
acordo com o sexo da pessoa, e também de pessoa para pessoa, com indivíduos possuindo
quantidades diferentes de gordura (Ferreira, 1997).
A transferência de calor entre o corpo e o ambiente ocorre na sua maioria através
da epiderme, região externa da pele. Essa energia é trocada com o ambiente basicamente
por meio de troca calor por radiação, convecção e evaporação. Uma parte da energia
gerada internamente no corpo é transferida até a pele por condução através dos tecidos
celulares e devido ao fluxo de sangue. Devido a isso, uma das maneiras mais efetivas do
corpo em se defender contra variações das condições térmicas externas é por meio da
variação do fluxo de sangue, isto é, com a utilização do mecanismo vasomotor (Ferreira,
2001). O fluxo sangüíneo cutâneo pode ser dividido em duas partes, um nutricional,
representado pelos capilares, e o outro termorregulador, representado pelos desvios
arteriovenosos.
Em ambientes frios, com o objetivo de diminuir o fluxo de calor do interior do
corpo até a pele, ocorre a vasoconstrição, com os vasos sanguíneos se contraindo e
diminuindo a passagem de sangue. Esse mecanismo de defesa do sistema termorregulador
é a primeira e mais importante resposta à hipotermia, estado onde a temperatura corporal
fica menor que 36 ºC, muito comum em pacientes durante cirurgias. Neste caso a perda de
calor para o ambiente diminui em aproximadamente 25%. No entanto, quando a contração
dos vasos se aproxima do limite, estado onde o fluxo de sangue tende a zero, a troca de
calor ocorre apenas por condução.
Por outro lado, em ambientes quentes onde, para se manter a temperatura interna do
corpo constante a necessidade em se aumentar a troca de calor entre o interior do corpo
e a pele, ocorre a vasodilatação, com os vasos sanguíneos se dilatando e aumentando o
fluxo de sangue nos vasos sanguíneos.
Outra maneira na qual o sistema termorregulador age com o objetivo de manter
constante a temperatura interna do corpo é por meio da transpiração, que ocorre quando
uma grande quantidade de calor tem que ser liberada do corpo de pessoas expostas a
13
ambientes quentes. O suor é gerado pelas glândulas sudoríparas e levado à superfície
externa da pele por meio de dutos, onde é evaporado para o ambiente. É importante
ressaltar que, quando a temperatura ambiente é superior à temperatura da superfície
externa da pele, o único modo do corpo perder calor é por meio do suor. Ao contrário,
quando o individuo fica exposto a ambientes frios, além da vasoconstrição, o sistema
termorregulador também pode agir na estimulação hipotalâmica dos calafrios e na
termogênese sem tremores.
A estimulação hipotalâmica dos calafrios ocorre quando a vasoconstrição em seu
grau máximo não é suficiente para a manutenção da temperatura corporal. Uma parte do
hipotálamo denominado de centro motor primário é excitada por sinais de frio oriundos da
pele e da medula espinhal. Esses sinais proporcionam um aumento na energia produzida no
corpo por meio do aumento do tônus dos músculos, isto é, transformando trabalho em
calor. Durante o calafrio máximo, a produção de energia pelo corpo pode aumentar até
quatro ou cinco vezes o normal (Ferreira, 2001).
A termogênese sem tremores (Vanni e Braz, 1999; Biazzotto et al., 2006) ou
termogênese química (Guyton, 1997; Ferreira, 1997) ocorre pelo aumento da produção
metabólica de energia interna e do consumo de oxigênio, sem aumento do trabalho
muscular. Suas principais fontes são o músculo esquelético e o tecido adiposo marrom. A
gordura marrom é um tipo de gordura que contém mitocôndrias em suas células, e é
encontrada em muitos animais, crianças recém nascidas e crianças pequenas. O homem
adulto quase não possui gordura marrom. O grau de termogênese química é proporcional à
quantidade de gordura marrom. Devido a isso, em um homem adulto, o aumento na
produção de calor raramente é maior que 10 a 15 %, tendo uma pequena contribuição para
a manutenção da temperatura corporal.
Por outro lado nos lactentes, que possuem uma pequena quantidade de gordura
marrom no espaço interescapular, a termogênese química pode fazer aumentar a taxa de
produção de calor em 100%; sendo o principal mecanismo termorregulador em recém
nascidos e crianças pequenas.
2.3 Balanço térmico do corpo humano
O corpo humano troca calor com o ambiente por meio da condução, convecção,
radiação e evaporação. Assim a temperatura interna do corpo humano é mantida constante
somente se ocorrer equilíbrio entre a energia produzida pelo corpo e o calor perdido para o
14
ambiente. A figura 2.2 apresenta a interação do corpo humano com o meio que o envolve.
Figura 2.2 - Modelo cilíndrico da interação térmica: corpo humano - meio envolvente
(adaptado da ASHRAE, 2005).
Para avaliar a transferência de calor do corpo humano com o meio envolvente
aplica-se a lei da termodinâmica, apresentada na equação 2.1, e reapresentada na
equação 2.2 de forma mais detalhada para os mecanismos de troca de calor do corpo
humano.
respiracaopele
Q - Q - W - M U =
&
[W/m
2
] (2.1)
(
)
(
)
C + E - EE + R + C - W - M U
RRdifes
+=
&
[W/m
2
] (2.2)
onde:
U
&
Taxa de variação de energia interna [W/m²]
15
M Metabolismo [W/m²]
W Trabalho externo [W/m²]
Q
pele
Calor total perdido pela pele [W/m²]
Q
respiração
Calor total perdido pela respiração [W/m²]
C Calor perdido pela pele por convecção [W/m²]
R Calor perdido pela pele por radiação [W/m²]
E
es
Calor perdido pela pele por evaporação de suor [W/m²]
E
dif
Calor perdido pela pele por difusão de vapor d’água [W/m²]
E
R
Calor evaporativo perdido pela respiração [W/m²]
C
R
Calor convectivo perdido pela respiração [W/m²]
A partir do balanço térmico do corpo humano e aplicando-se as equações que
descrevem os mecanismos de transferência de calor são obtidas as variáveis de conforto
térmico (Fanger, 1972), que podem ser divididas em dois grupos:
Variáveis pessoais: o tipo de atividade (M) e a isolação da vestimenta (I
R
)
;
Variáveis ambientais: a temperatura do ar ambiente (T
ar
); a temperatura radiante
média (
r
T
); a velocidade do ar (V
ar
) e a umidade relativa do ar (φ).
2.4 Método de avaliação do conforto térmico pelo modelo proposto por Fanger
Segundo Fanger (1972) existem três condições para que uma pessoa se sinta em
conforto térmico exposta a um dado ambiente por um período longo:
A primeira condição é que haja equilíbrio das trocas de calor entre o corpo e o
ambiente, isto é, não variação da energia interna com o tempo. Isto pode ser
representado pela equação 2.3.
U
=
&
(2.3)
A segunda condição é que a temperatura média da pele (T
p
) seja dada pela equação
2.4, obtida a partir de dados experimentais realizados em ensaios com 1300
pessoas.
(
)
WMT
p
=
0275,07,35
(
o
C) (2.4)
16
A terceira condição é que a produção de suor (E
es
) seja dada pela equação 2.5 que,
assim como a anterior, foi obtida a partir de dados experimentais.
(
)
2,5842,0
=
WME
es
(W/m
2
) (2.5)
Inserindo as Eqs. 2.3 a 2.5, juntamente com as equações de transferência de calor,
na Eq. (2.2), obtém-se a equação de conforto de Fanger (Fanger, 1972), dada por:
[
]
(
)
[
]
( )
( )
( )
( )
( )
[ ]
27327310 x 96,3 +
340014,087,5 0173,0 +
+ 007,073,505,358,2-W-M0,42 =W -
4
4
8-
++
+++
+
rroupaR
arroupacRarv
v
TTf
TThfTMpM
pWMM
ar
ar
(2.6)
com a temperatura da roupa T
roupa
dada pela equação 2.7.
( )
( ) ( )
[
]
( )
( )
( )
T
M W M W p
M W M p
roupa
v
v
ar
ar
=
+
+
35,7 -0,0275 M - W Iroupa
M 34 -T
ar
0155
3 05 5 73 0 007
0 42 58 2 0 0173 587
0 0014
,
, , ,
, , , ,
,
(2.7)
(
)
(
)
( )
1,12T 2,38 para ; 1,12
1,12T 2,38 para ; T 2,38
= h
25,0
roupa
25,0
roupa
25,0
roupa
c
ararar
ararar
VTV
VTT
(2.8)
clo 0,5
I para ; I 0,1 + ,051
clo 5,0 I para ; I 2,0 0,1
= f
R
R
RR
R
+
(2.9)
onde:
M Metabolismo [W/m
2
]
W Trabalho externo [W/m
2
]
I
R
Índice de isolamento da roupa [clo]
T
ar
Temperatura do ar [°C]
V
ar
Velocidade média do ar [m/s]
p
var
Pressão parcial do vapor d’água no ambiente [kPa]
r
T
Temperatura média radiante [°C]
17
A equação 2.6 relaciona os fatores pessoais (M, I
R
) e ambientais (T
ar
, V
ar
,
p
var,
r
T
)
para conforto térmico.
O metabolismo, função da atividade, normalmente é expresso em termos de
unidades de metabolismo met (1 met = 58,2 W/m²). Na tabela 2.1 são apresentados valores
de metabolismo para diferentes atividades. Nas tabelas encontradas na literatura,
normalmente, não constam valores de metabolismo de componentes de equipes cirúrgicas.
No presente trabalho serão utilizados valores recomendados por Mora et al. (2001),
conforme apresentado no capítulo 4, que são de 1,6 met para os cirurgiões e 1,4 met para o
restante da equipe cirúrgica.
Tabela 2.1 – Metabolismos para diferentes atividades (ASHRAE, 2005)
Atividade W/m² met
Descansando
Dormindo 40 0,7
Reclinado 45 0,8
Sentado, quieto 60 1,0
Em pé, relaxado 70 1,2
Atividades de escritório
Lendo, sentado 55 1,0
Escrevendo 60 1,0
Digitando 65 1,1
Arquivando, sentado 70 1,2
Arquivando, em pé 80 1,4
Andando 100 1,7
Dirigindo/voando
Carro 60 a 115 1,0 a 2,0
Avião, rotina 70 1,2
Avião, pousando 105 1,8
Avião, combate 140 2,4
Veículo pesado 185 3,2
Outra variável pessoal é o isolamento da roupa, I
r
, que representa a resistência da
roupa à troca de calor entre o corpo e o meio e é representada pela unidade clo
(1 clo = 0,155 m².ºC/W).
18
Por exemplo, uma vestimenta leve (calça comprida, camisa de manga curta, sapato
e meia), apresenta um clo em torno de 0,5. Em atividades de escritório, no Brasil, a
vestimenta mais usual é a calça comprida, camisa de manga comprida, gravata, sapato e
meias, que corresponde a um clo em torno de 0,7 (Leite, 2003).
uma vestimenta mais pesada, de inverno, com calça comprida, camisa de manga
comprida, gravata, sapato, meia e paletó assume valores em torno de 1,0 clo. No presente
trabalho os valores para a resistência da roupa da equipe cirúrgica foram os valores
recomendados por Mora et al. (2001), conforme apresentado no capítulo 4, que são 0,86
clo para cirurgiões e instrumentadores e 0,42 para anestesista e enfermeiros .
Para a obtenção das variáveis ambientais: velocidade média do ar, V
ar
, temperatura
média radiante,
r
T
, temperatura do ar, T
ar
e umidade do ar: umidade absoluta, ω, e
umidade relativa, φ, são realizadas medições no ambiente. A norma ISO 7726 (1998)
apresenta procedimentos de medição e métodos para a determinação destas variáveis
ambientais. No capítulo 4 são apresentados, de forma detalhada, os procedimentos
utilizados para o levantamento dessas variáveis.
2.5 Avaliação de ambientes térmicos
Como a sensação de conforto térmico depende das pessoas e a equação de
conforto de Fanger (Eq, 2.6) é a combinação dos parâmetros (M, I
R
, T
ar
, V
ar
, p
var
,
r
T
)
que causam conforto rmico, a necessidade de avaliação das pessoas quanto às
condições de conforto que o ambiente térmico proporciona. Esta avaliação subjetiva,
normalmente, é realizada por meio do voto das pessoas segundo critérios definidos na
escala de sensação térmica da ASHRAE, apresentada na tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Escala de sensação térmica da ASHRAE (ASHRAE, 2005).
+3 muito quente
+2 Quente
+1 ligeiramente quente
0 Neutro
-1 ligeiramente frio
-2 Frio
-3 muito frio
19
2.5.1 Voto médio estimado (PMV)
Fanger (1972) realizou ensaios onde pessoas, desempenhando certa atividade
(metabolismo, M) e vestindo certa roupa (clo), foram colocadas em câmaras climatizadas
onde eram controladas as condições ambientais. Cada pessoa preenchia um questionário
com o seu voto, que representava a sua sensação térmica, baseando-se nos valores da
tabela 2.2. Destes votos resultou a equação do voto médio estimado (PMV Predicted
Mean Vote) que correlaciona as variáveis pessoais (M, I
R
), as variáveis ambientais (T
ar
,
V
ar
, p
var
,
r
T
) e o voto (sensação) das pessoas.
A norma ISO 7730 (1994) de conforto térmico foi baseada no trabalho de Fanger
(1972). Com o intuito de agilizar a avaliação de um ambiente térmico, devido ao fato de
que o cálculo do voto médio estimado (PMV) é um pouco trabalhoso, Fanger (1972) e a
ISO 7730 (1994) apresentam tabelas e uma rotina para utilização em microcomputador,
que permitem determinar o PMV para diferentes atividades, tipos de vestimenta e
condições ambientais. A tabela 2.3 apresenta um exemplo dessas tabelas.
A norma ASHRAE 55 (2004) também apresenta gráficos para a determinação das
condições de conforto térmico em ambientes condicionados - as Cartas de Conforto da
ASHRAE. A Figura 2.3 mostra uma carta psicrométrica com a zona de conforto
representada pela área hachurada.
A tabela 2.3 e a figura 2.3 apresentam valores de temperatura operativa, T
o
, que é a
temperatura de um meio imaginário (envolvendo ar e superfícies) com o qual a pessoa
troca a mesma quantidade de calor por convecção e radiação que aquela trocada com o
meio real.
A equação 2.10 apresenta a temperatura operativa T
o
em função da temperatura do
ar, T
ar ,
e a temperatura radiante média
r
T
(ASHRAE 55, 2004; ISO 7730, 1994)
.
(
)
r
aro
TaTaT += 1
(2.10)
onde a constante a varia de acordo com a velocidade do ar (
V
AR
):
V
ar
(m/s) 0 – 0,2 0,2 – 0,6 0,6 – 1,0
a
0,5 0,6 0,7
20
A temperatura radiante média
r
T é definida como a temperatura uniforme de um
ambiente imaginário no qual a troca de calor por radiação do corpo humano é igual à troca
de calor por radiação num ambiente real não uniforme. Utilizando um termômetro de globo
pode-se obter este valor fazendo um balanço de energia entre o globo e o meio envolvente,
que é dado pela equação 2.11.
0=+
cr
qq (2.11)
onde:
q
r
Troca de calor por radiação entre as superfícies e o globo [W/m²]
q
c
Troca de calor por convecção entre o ar e o globo [W/m²]
Com os valores das variáveis velocidade do ar (V
ar
), temperatura do ar (T
ar
) e
temperatura de globo (T
g
) é possível estimar o valor da temperatura radiante média usando
as equações 2.12 a 2.17.
(
)
44
g
r
r
TTq =
σε
(2.12)
onde:
σ
Constante de Stefan-Boltzman (σ = 5,67x10
8
) [W/m².K
4
]
ε
Emissividade do globo
r
T Temperatura radiante média [K]
T
g
Temperatura de globo [K]
)(
garcgc
TThq = (2.13)
onde:
h
cg
Coeficiente de troca de calor por convecção [W/m².K]
T
ar
Temperatura do ar [K]
21
Para o cálculo do coeficiente de troca de calor por convecção, h
cg
, deve ser
utilizado as equações 2.14 e 2.15, sendo para convecção natural
25,0
4,1
=
D
TT
h
arg
cg
(2.14)
e para convecção forçada
4,0
6,0
3,6
D
V
h
ar
cg
=
(2.15)
onde:
D Diâmetro do globo [m]
V
ar
Velocidade do ar [m/s]
A definição de convecção natural e convecção forçada segundo a norma ISO 7726
(1998) é de acordo com o maior valor encontrado entre as equações 2.14 e 2.15. Assim, no
caso de convecção natural a temperatura radiante média é dada pela equação 2.16.
(
)
(
)
[
]
27310.4,0273
25,0
25,1
8
4
++=
argg
r
TTTT
(2.16)
No caso de convecção forçada a temperatura radiante média é dada pela equação
2.17.
(
)
(
)
[
]
273.10.5,2273
25,0
6,0
8
4
++=
argarg
r
TTVTT
(2.17)
onde todos os valores de temperatura do ar (T
ar
), temperatura de globo (T
g
) e temperatura
radiante média é dada em ºC
No presente trabalho foram utilizados termômetros de globo com diâmetro (D)
igual a 0,15 m e com emissividade (
ε
) de aproximadamente 0,95.
22
Tabela 2.3 -
Determinação do voto médio estimado - PMV (ISO 7730, 1994).
Atividade sedentária (met = 1.0) e umidade relativa do ar de 50%
Vestimenta Velocidade Relativa do ar – m/s
CLO
m
2
ºC
W
Temperatura
Operativa
ºC
< 0.10 0.10 0.15 0.20 0.30 0.40 0.50 1.00
0
0
26
27
28
29
30
31
32
33
– 1.62
– 1.00
– 0.39
0.21
0.80
1.39
1.96
2.50
– 1.62
– 1.00
– 0.42
0.13
0.68
1.25
1.83
2.41
– 1.96
– 1.36
– 0.76
– 0.15
0.45
1.08
1.71
2.34
– 2.34
– 1.69
– 1.05
– 0.39
0.26
0.94
1.61
2.29
0.25
0.039
24
25
26
27
28
29
30
31
– 1.52
– 1.05
– 0.58
– 0.12
0.34
0.80
1.25
1.71
– 1.52
– 1.05
– 0.61
– 0.17
0.27
0.71
1.15
1.61
– 1.80
– 1.33
– 0.87
– 0.40
0.07
0.54
1.02
1.51
– 2.06
– 1.57
– 1.08
– 0.58
– 0.09
0.41
0.91
1.43
– 2.47
– 1.94
– 1.41
– 0.87
– 0.34
0.20
0.74
1.30
– 2.24
– 1.67
– 1.10
– 0.53
0.04
0.61
1.20
– 2.48
– 1.89
– 1.29
– 0.70
– 0.10
0.50
1.12
– 2.66
– 1.97
– 1.28
– 0.58
0.11
0.83
0.50
0.078
23
24
25
26
27
28
29
30
– 1.10
– 0.72
– 0.34
0.04
0.42
0.80
1.17
1.54
– 1.10
– 0.74
– 0.38
– 0.01
0.35
0.72
1.08
1.45
– 1.33
– 0.95
– 0.56
– 0.18
0.20
0.59
0.98
1.37
– 1.51
– 1.11
– 0.71
– 0.31
0.09
0.49
0.90
1.30
– 1.78
– 1.36
– 0.94
– 0.51
– 0.08
0.34
0.77
1.20
– 1.99
– 1.55
– 1.11
– 0.66
– 0.22
0.23
0.68
1.13
– 2.16
– 1.70
– 1.25
– 0.79
– 0.33
0.14
0.60
1.06
– 2.22
– 1.71
– 1.19
– 0.68
– 0.17
0.34
0.86
0.75
0.118
21
22
23
24
25
26
27
28
– 1.11
– 0.79
– 0.47
– 0.15
0.17
0.49
0.81
1.12
– 1.11
– 0.81
– 0.50
– 0.19
0.12
0.43
0.74
1.05
– 1.30
– 0.96
– 0.66
– 0.33
– 0.01
0.31
0.64
0.96
– 1.44
– 1.11
– 0.78
– 0.44
– 0.11
0.23
0.56
0.90
– 1.66
– 1.31
– 0.96
– 0.61
– 0.28
0.09
0.45
0.80
– 1.82
– 1.46
– 1.09
– 0.73
– 0.37
0.00
0.36
0.73
– 1.95
– 1.58
– 1.20
– 0.83
– 0.46
– 0.08
0.29
0.67
– 2.36
– 1.95
– 1.55
– 1.14
– 0.74
– 0.33
0.08
0.48
1.00
0.155
20
21
22
23
24
25
26
27
– 0.85
– 0.57
– 0.30
– 0.02
0.26
0.53
0.81
1.08
– 0.87
– 0.60
– 0.33
– 0.07
0.20
0.48
0.75
1.02
– 1.02
– 0.74
– 0.46
– 0.18
0.10
0.38
0.66
0.95
– 1.13
– 0.84
– 0.55
– 0.27
0.02
0.31
0.60
0.89
– 1.29
– 0.99
– 0.69
– 0.39
– 0.09
0.21
0.51
0.81
– 1.41
– 1.11
– 0.80
– 0.49
– 0.18
0.13
0.44
0.75
– 1.51
– 1.19
– 0.88
– 0.56
– 0.25
0.07
0.39
0.71
– 1.81
– 1.47
– 1.13
– 0.79
– 0.46
– 0.12
0.22
0.56
1.50
0.233
14
16
18
20
22
24
26
28
– 1.36
– 0.94
– 0.52
– 0.09
0.35
0.79
1.23
1.67
– 1.36
– 0.95
– 0.54
– 0.13
0.30
0.74
1.18
1.62
– 1.48
– 1.07
– 0.64
– 0.22
0.23
0.68
1.13
1.56
– 1.58
– 1.15
– 0.72
– 0.28
0.18
0.63
1.09
1.56
– 1.72
– 1.27
– 0.82
– 0.37
0.10
0.57
1.04
1.52
– 1.82
– 1.36
– 0.90
– 0.44
0.04
0.52
1.01
1.48
– 1.89
– 1.43
– 0.96
– 0.49
0.00
0.49
0.98
1.47
– 2.12
– 1.63
– 1.14
– 0.65
– 0.14
0.37
0.89
1.40
2.00
0.310
10
12
14
16
18
20
22
24
– 1.38
– 1.03
– 0.68
– 0.32
0.03
0.40
0.76
1.13
– 1.39
– 1.05
– 0.70
– 0.35
– 0.00
0.36
0.72
1.09
– 1.49
– 1.14
– 0.79
– 0.43
– 0.07
0.30
0.67
1.05
– 1.56
– 1.21
– 0.85
– 0.48
– 0.11
0.26
0.54
1.02
– 1.67
– 1.30
– 0.93
– 0.56
– 0.18
0.20
0.59
0.98
– 1.74
– 1.37
– 0.99
– 0.61
– 0.23
0.16
0.55
0.95
– 1.80
– 1.42
– 1.04
– 0.65
– 0.26
0.13
0.53
0.93
– 1.96
– 1.57
– 1.17
– 0.77
– 0.37
0.04
0.45
0.87
Valores de PMV = 0 representam condições de neutralidade térmica.
23
Bulbo úmido
Bulbo úmido
g
Figura 2.3 -
Carta psicrométrica com a indicação da zona de conforto em ambientes
climatizados segundo a norma ASHRAE 55 (2004).
2.5.2 Percentagem de pessoas insatisfeitas (PPD)
É importante ressaltar que os valores de PMV não são suficientes para definir a
sensação de desconforto, pois qualquer valor da escala não indica o quão insatisfeitas as
pessoas estão. Para tanto, Fanger (1972), associou aos índices de voto médio estimado
(PMV) com a percentagem de pessoas insatisfeitas (PPD - Predicted Percentage of
Dissatisfied).
Na Figura 2.4 é mostrada a relação entre PMV e PPD. É possível notar que, mesmo
com PMV igual a zero (neutralidade térmica), 5% estão insatisfeitos.
2.5.3 Desconforto térmico local
As condições de conforto térmico de Fanger foram obtidas para o corpo como um
todo. Contudo, uma pessoa pode sentir neutralidade térmica (PMV = 0), mas pode não
estar confortável se uma parte do corpo está mais “quente” ou mais “fria”. Portanto, para
se estar em condições de conforto é necessário também que não haja desconforto local
(quente ou frio) em diferentes partes do corpo.
24
Figura 2.4 -
Relação entre PMV e PPD
O desconforto térmico local pode ser causado por:
Correntes de ar (“draft” ou “draught”);
Assimetria de radiação;
Diferença de temperatura vertical do ar entre os pés e a cabeça;
Diferença de temperatura entre os pés e o piso.
- Correntes de ar
As correntes de ar (“draft” ou “draught”) ocorrem quando o movimento do ar gera um
resfriamento localizado de uma determinada região do corpo. Assim, ocorrem com mais
freqüência em regiões do corpo que não estão protegidas pela vestimenta, tais como
pescoço, cabeça, mãos entre outros. É possível verificar o porcentual de insatisfação (DR-
Draught Rate) por meio da equação 2.18 (ISO 7730, 1994).
(
)
(
)
[
]
(
)
14,3..37,0.05,034
62,0
+=
uararar
TVVTDR
(2.18)
onde:
T
ar
Temperatura do ar [ºC]
T
u
Intensidade de turbulência [%]
V
ar
Velocidade média do ar no local [m/s]
A intensidade de turbulência pode ser calculada dividindo-se o desvio padrão
(variação da velocidade do ar) pela velocidade média do ar. Tais valores são referentes à
Voto médio estimado
-
PMV
Percentual de pessoas insatisfeitas
-
PPD
25
região na altura do tronco e da cabeça. A norma ISO 7730 (1994) recomenda um valor
limite de 15% para considerar condições de conforto térmico.
- Assimetria de radiação
A assimetria de radiação nada mais é que a não uniformidade da radiação em torno
da pessoa. Isto ocorre tanto por proximidade de superfícies frias ou de superfícies quentes
como, por exemplo, a radiação do foco cirúrgico.
- Diferença vertical de temperatura
A diferença vertical da temperatura entre os pés e a cabeça, ou a estratificação da
temperatura, é a diferença da temperatura do ar medido entre o valor 0,10 m (altura dos
pés) e 1,10 m (altura da cabeça) caso esteja sentada e 0,10 m (altura dos pés) e 1,70 m
(altura da cabeça) caso a pessoa estiver de pé.
Segundo as normas ASHRAE 55 (2004) e ISO 7730 (1994) essa variação não pode
ser maior que 3 ºC, para vestimentas com isolamento de 0,5 a 0,7 clo, para que a pessoa
não sinta desconforto térmico.
- Diferença de temperatura entre os pés e o piso
O desconforto causado pela diferença de temperatura entre os pés o piso ocorre
quando uma pessoa, mesmo calçada, sente frio ou calor devido ao contato direto com o
piso. A temperatura do piso para pessoas não sentirem desconforto por esta causa deve
estar entre 19 ºC e 29 ºC, segundo a norma ASHRAE 55 (2004).
26
Capítulo 3
AMBIENTES CIRÚRGICOS
Neste capítulo são apresentadas, de forma detalhada, algumas características de
um ambiente cirúrgico. Como em um ambiente cirúrgico as condições de conforto térmico
e a qualidade do ar devem ser controladas de forma simultânea, inicialmente são
apresentados fatores que influenciam na qualidade do ar, com enfoque na contaminação
aérea que apresenta um grande problema com relação à qualidade do ar nestes ambientes.
Em seguida, são discutidos aspectos relacionados com a movimentação de ar em salas
cirúrgicas e apresentados os principais tipos de sistemas de distribuição de ar utilizados.
3.1 Qualidade do ar em ambientes cirúrgicos
Quando o objetivo é propiciar condições de conforto térmico em um ambiente
cirúrgico é de vital importância que se pense, simultaneamente, em manter a boa qualidade
do ar interior para minimizar os riscos de infecções.
Infecção hospitalar ou nosocomial (das palavras gregas nósos, que significa
"doença", e komeion, que significa "hospital") é, como a própria palavra diz, uma doença
adquirida em hospitais. Comumente tal termo se refere à infecção adquirida por pacientes
internados em hospitais, cujos sintomas da infecção manifestam-se durante a internação ou
mesmo depois da “alta do paciente” (ANVISA, 2000).
Os objetivos que justificam a adoção de medidas criteriosas para o controle das
infecções é reduzir a mortalidade e o sofrimento dos pacientes, o tempo de internação e os
custos. No Brasil esse controle é feito principalmente mediante a aplicação de antisépticos
e antibióticos (Pereira, 2002). Entretanto, além do impacto sobre o custo do tratamento, o
uso desses recursos traz dois sérios inconvenientes, que são:
Os antibióticos propiciam o desenvolvimento de cepas bacterianas cada vez
mais resistentes. Bactérias que antes podiam ser combatidas com
antibióticos comuns resistem a antibióticos cada vez mais poderosos. Na
corrida dos antibióticos contra as bactérias, estas têm levado vantagem
(Pereira, 2002);
27
O uso de antibióticos acaba propiciando o desenvolvimento de fungos.
Considerando o organismo humano como habitat, pode-se dizer que as
variadas espécies de fungos e bactérias que nele convivem estão em
constante competição. Os antibióticos, ao combater bactérias, patogênicas
ou não, acabam por desequilibrar a disputa em favor dos fungos. Num
organismo com as defesas imunológicas reduzidas em virtude da doença,
o ataque de fungos pode ser extremamente virulento e até fatal (Pereira,
2002).
As infecções hospitalares se enquadram em duas categorias, podendo ser endógenas
ou exógenas (Magram et al., 1999). No caso das infecções endógenas, provenientes da
flora do paciente, necessidade de se evitar que microrganismos presentes no próprio
organismo do paciente possam contaminar tecidos ou órgãos nos quais se tornem
virulentos (Horan et al., 1993). Apenas como exemplo, pode ser citado o fungo Candida
albicans, que é relativamente inofensivo na boca, mas é fatal em 60% dos casos de
penetração na corrente sangüínea.
No caso das infecções exógenas, microrganismos presentes no ambiente hospitalar
conseguem infectar o paciente. O mais comum é que a infecção se durante
procedimentos invasivos, como os que ocorrem em cirurgias. Um dos principais meios de
infecção exógena é por meio da contaminação da ferida por partículas. As partículas
contendo microrganismos depois de se precipitarem na ferida, devido à gravidade,
contaminam-na pelo contato direto (Horan et al., 1993). Por outro lado, pode ocorrer a
contaminação de modo indireto quando esses agentes aéreos contaminam superfícies em
contato com o ar e partículas depositadas sobre superfícies de instrumentos cirúrgicos,
vestimentas e outros objetos são transportadas até a ferida cirúrgica (Edmiston et al.,
1999).
Os microorganismos não usam o ar como meio para seu crescimento, mas
utilizam as partículas existentes no ar como meio de transporte. Os microorganismos são
carregados em partículas de poeira, em grandes gotas que sedimentam rapidamente e em
núcleo de gotas que resultam da evaporação de pequenas gotas líquidas. Estes
microorganismos carregados podem se depositar sobre feridas cirúrgicas, instrumentos,
superfícies, etc. Também podem ser inalados por indivíduos e causar ou agravar doenças.
Por isso, o maior problema quanto à qualidade do ar em ambientes cirúrgicos está
na transmissão de agentes patogênicos e ainda existem poucas alternativas de solução de
28
engenharia que, por sua vez, apresentam parâmetros de desempenho e projetos bastante
vagos para garantir a eficácia neste controle (Pereira e Tribess, 2004a).
Os métodos disponíveis para o controle de agentes infecciosos transmitidos pelo ar
incluem a ventilação com renovação de ar, filtração, irradiação ultravioleta e isolamentos
por níveis de pressão. Cada uma destas tecnologias tem vantagens e limitações. Contudo,
com um projeto bem adequado é possível controlar a expansão desses agentes transmitidos
pelo ar em um edifício hospitalar.
Na literatura existe um bom número de normas e de regras publicadas para as taxas
de ventilação, eficiência dos filtros e controle de pressão, que têm sido adotadas como
requisitos para os projetistas.
O controle da infecção normalmente não é considerado um parâmetro de projeto e
os mecanismos de controle de infecção aérea ainda não são bem entendidos pela maioria
dos projetistas. Os projetistas geralmente utilizam valores exigidos e pressupõem que eles
são absolutos, usando-os na faixa entre o mínimo e o máximo estabelecidos. Uma melhor
compreensão das razões dessas exigências ajudaos projetistas a determinarem quando
pode haver necessidade de exceder o mínimo ou o máximo recomendado por essas regras
no sentido de se garantir a saúde e o bem estar das pessoas (Pereira e Tribess, 2004b).
Na proteção dos ocupantes de uma sala cirúrgica, o controle de partículas viáveis,
odor, vírus e microorganismos carreados pelo ar, substâncias químicas perigosas e
substâncias radioativas são considerados essenciais (Lidwell et al., 1987; Friberg et al.,
1998). Desta forma, no controle preciso das condições ambientais e a diluição e remoção
desses agentes, alguns requisitos devem ser considerados, tais como: a restrição do
movimento do ar internamente e entre vários setores, necessidades específicas de
ventilação e filtragem, necessidade de controle de temperatura e umidade do ar, etc.
É importante ressaltar que, além do risco de infecção em um ambiente cirúrgico,
também é importante ter atenção com relação a agentes químicos dispersos no ar, pois em
ambientes cirúrgicos são encontrados materiais que possuem propriedades alergênicas e
irritantes ao sistema respiratório.
Um exemplo de agente químico é o metilmetacrilato, que é um produto comumente
usado como cimento ósseo em cirurgias ortopédicas (Willians e Syderham, 1996).
Também em cirurgias a laser alguns irritantes são produzidos, tais como, aldeídos, os
COVs (compostos orgânicos voláteis) e os hidrocarbonetos aromáticos polinucleares.
Bellina et al. (1982), enfocaram o potencial de efeitos nocivos à saúde do pessoal do centro
cirúrgico quando tumores eram irradiados com laser de dióxido de carbono (CO
2
).
29
A contaminação ambiental por gases anestésicos em um hospital é um problema
extremamente sério aos profissionais da saúde. Vários estudos comprovam que os
ocupantes destes ambientes são constantemente expostos à ação dos gases anestésicos. A
exposição crônica a baixos níveis de gases anestésicos constitui um risco à saúde para as
pessoas nas salas de cirurgia (Pereira et al., 2004). Muitos estudos têm indicado que a
exposição de mulheres ao óxido nitroso no segundo e terceiro mês de gestação, a níveis
excedentes aos valores das diretivas, pode aumentar o risco de aborto espontâneo,
natimortos e anomalias congênitas nas crianças (Buring, 1985; Miller, 1989). Para resolver
este problema há a necessidade de renovação de ar e de sistema de ventilação adequado.
Sistemas de ventilação e condicionamento de ar em ambientes cirúrgicos incluem
dispositivos de tomada ou entrada de ar externo, filtros, sistemas de
umidificação/desumidificação (controle de umidade), sistema de aquecimento e/ou
resfriamento de ar, ventiladores, sistema de distribuição de ar, dispositivo para descarga de
ar, registros, difusores ou grelhas de distribuição de ar (ACGIH, 1998; ASHRAE, 2005).
No processo de ventilação, a ventilação geral tem as seguintes funções:
Diluição e remoção de contaminantes por filtração e renovação de ar por hora;
Controle dos padrões de movimentação do ar em quartos ou em áreas ;
Controle da direção da movimentação do ar no interior dos ambientes;
Controle do diferencial de pressão nas áreas de cuidados.
A renovação de ar é o meio mais eficiente em se conseguir a pureza do ar. Para isso
o ar do meio externo mistura-se com o ar de retorno, e é em seguida insuflado para o
ambiente através dos dutos de distribuição. Com isso uma diluição dos contaminantes
como, por exemplo, odores, gases anestésicos, entre outros. Como exemplo disto a figura
3.1 mostra a redução do número de agentes patogênicos com um percentual de 25% de
renovação do ar em um determinado ambiente com concentração inicial de 500 cfu/m
3
(unidades formadoras de colônia por metro cúbico).
30
Figura 3.1
- 25% de renovação do ar (Kowalsk e Bahnfleth , 1998).
É possível, por meio do controle do ar de insuflamento e exaustão, criar um
diferencial de pressão para o controle de agentes patogênicos. Com isso se pode controlar a
movimentação do ar em centros cirúrgicos.
O sistema de filtragem desenvolve um papel fundamental no sentido de manter uma
atmosfera controlada nos diversos ambientes. Os dispositivos de filtragem devem abranger
dois aspectos fundamentais: um é a proteção da instalação, em particular da central de
tratamento de ar e da rede de dutos contra os efeitos prejudiciais das partículas, e o outro
aspecto é a proteção dos ambientes e de seus ocupantes dos contaminantes (Pereira e
Tribess, 2004b).
Em ambientes onde forem recomendados dois leitos filtrantes, o leito n
o
1 deve ser
localizado antes dos equipamentos de ar condicionado, e o leito filtrante n
o
2 deve ficar
após os dispositivos de suprimento de ar, umidificadores, etc. Quando apenas um leito
filtrante for indicado, este deve estar localizado após todos os componentes (Pereira e
Tribess, 2004b).
Filtros com eficiência de 90 a 95% podem remover 99,9% de todas as bactérias
presentes em um ambiente cirúrgico (ASHRAE, 2005). Isto se porque as bactérias se
encontram em colônias com dimensões maiores que 1 µm. Algumas organizações
(ASHRAE, 2005; AIA, 2006; ACGIH, 1998) recomendam o uso de filtros de alta
eficiência (HEPA) testados com partículas de dioctilftalato (DOP), que apresentam uma
eficiência de filtragem de 99,97% para partículas que possuem 0,3 µm de diâmetro (Pereira
e Tribess, 2004b). Estes tipos de filtros devem ser usados em locais onde são tratados
31
pacientes de alto risco de infecção, por exemplo, em pacientes com: leucemia,
queimaduras, HIV e também em casos de transplante de medula óssea e de órgãos. Os
filtros HEPA também devem ser usados em locais onde são processados materiais
infectantes ou altamente radioativos. Uma desvantagem em se utilizar os filtros tipo HEPA
é seu elevado custo de manutenção, mas a sua vida útil pode aumentar em
aproximadamente 25% com a utilização de pré-filtros. É possível instalar antes de um filtro
HEPA um pré-filtro com eficiência de 90%, e com isso a vida útil dos filtros pode
aumentar em até 900%. Este conceito, é chamado de filtragem "progressiva", o que
permite que os filtros HEPA em áreas hospitalares sejam usados por até 10 anos ou mais
(ACGIH, 1998).
A figura 3.2 apresenta as curvas de desempenho de alguns filtros. A figura 3.3
apresenta a redução da concentração de partículas com o tempo com a utilização de filtros
HEPA para alguns números de trocas de ar.
Figura 3.2
– Eficiência de filtros HEPA (Kowalsk e Bahnfleth , 1998).
O controle da umidade relativa e temperatura do ar desempenham um papel
importante tanto na manutenção da qualidade do ar como no controle das condições de
conforto térmico.
32
Figura 3.3
- Redução da concentração de partículas de filtros HEPA em função do número
de trocas de ar por hora (ACH - Air Changes per Hour) (Kowalsk e Bahnfleth , 1998).
Segundo Sterling et al. (1985) o crescimento de organismos, que podem se tornar
viáveis, isto é aumentar o risco de infecções, tem sido associado à umidade relativa. Por
exemplo, em ambientes com baixos veis de umidade o resultado é o ressecamento das
membranas mucosas que em muitas doenças respiratórias provoca a susceptibilidade dos
ocupantes aos agentes biológicos. Estes tecidos secos podem ser menos resistentes à
infecção (Green, 1985). Experimentos feitos com animais mostram que o índice de
infecção aumenta tanto com baixos veis de ventilação quanto de umidade relativa
elevada (Pereira e Tribess, 2004b). Sterling et al. (1985) sugerem que a taxa de umidade
relativa aceitável e de 40 a 60%. Ainda, a diminuição excessiva do vel de umidade
relativa pode causar um leve aumento dos alérgenos e vírus (Hermans, 2000; Sterling et al.
1985). Além dos fatores citados acima é importante destacar que ambientes muito secos
favorecem a dispersão de partículas pelo ar (Pereira e Tribess, 2004a).
Por outro lado, em ambientes com procedimentos cirúrgicos com altos veis de
umidade relativa, estudos laboratoriais mostram que, quando a taxa de umidade relativa
está entre 70 e 80% com temperatura do ar a 25 ºC, são criadas condições favoráveis para o
crescimento e desenvolvimento de microrganismos (Hermans, 2000; Sterling et al. 1985).
O limite de 60% de umidade relativa estabelecido por Sterling também é interessante por
razões puramente práticas. Ar com elevado teor de umidade é a causa principal da
condensação nos dutos de distribuição de ar e nos filtros. Isto gera uma outra fonte para
proliferação de fungos e bactérias (Hermans, 2000; Sterling et al. 1985). Assim, no caso
33
do controle da umidade relativa do ar para propiciar condições de conforto térmico é
necessário uma atenção especial com relação a valores que possam prejudicar a qualidade
do ar.
Uma estratégia de controle em um ambiente cirúrgico para se manter uma boa
qualidade do ar é a utilização de raios ultravioletas para a esterilização do ar (UVGI). O
uso do UVGI em ambientes hospitalares reduz a concentração de bactérias
aerotransportadas, mas não é muito eficiente no combate de esporos de fungos. Esta
técnica, usada desde a década de 1940, não se mostrou tão eficiente quanto o uso da
técnica de filtragem.
O UVGI pode ser aplicado no retorno de sistemas de distribuição de ar, pode estar
montado em teto ou paredes, onde a fonte luminosa é direcionada para o interior do
ambiente com o fim de combater os organismos presentes no ar. Os principais fatores que
influenciam na eficiência desta técnica são: o nível global de contaminação no ar, a taxa de
renovação de ar, tipo de sistema, a freqüência de limpeza das fontes luminosas e o nível de
atividade no ambiente (Pereira e Tribess, 2004b).
Devido aos perigos de lesões cutâneas que estes dispositivos podem provocar aos
ocupantes do ambiente, a sua utilização tem sido limitada (Kowalsk e Bahnfleth, 2000;
Philips, 1985). Kowalsk e Bahnfleth (2000) e Philips (1985) ressaltam que esta restrição é
devido à necessidade de uma maquinaria dispendiosa, da difícil manutenção e os
resultados podem não trazer benefícios significantes. A figura 3.4 apresenta o efeito do
UVGI, com potência de 25 µW/m
2
, no combate à contaminação em um ambiente com 25%
de recirculação de ar.
Figura 3.4
- Efeito do UVGI (Kowalsk e Bahnfleth, 2000).
34
A tabela 3.1 apresenta condições internas para ambientes cirúrgicos recomendadas
por algumas referências internacionais.
Tabela 3.1
Recomendações para condições de trabalho em ambientes
cirúrgicos. (Balaras et al., 2007).
Temperatura
a
do ar (ºC)
Umidade (%) Ventilação Fontes/referências
20-23 30-60
Pressão Positiva. Ter no mínimo
15 ACH
c
sendo pelo menos 3
ACH do ar externo. Todo ar
recirculado filtrado por filtros com
no nimo 90% de eficiência.
Escoamento do ar unidirecional de
cima para baixo.
AIA (2006)
17-27 45-55
Pressão positiva. No mínimo 25
ACH com no mínimo 5ACH do ar
exterior.
ASHRAE (2005)
20-24 30-60
Pressão positiva. No mínimo
20ACH com no mínimo 4 ACH do
ar exterior.
Norma
ASHRAE:170P
(2006)
22-26
b
50-60
Pressão positiva. Com pelo menos
20 ACH.
Norma DIN 1946
(1999)
a
O uso de valores maiores e menores é aceitável quando condições médicas requerem, por
exemplo procedimentos em cirurgias cardíacas requerem uma temperatura do ar de 17 ºC.
b
Com vazões de ar a taxa de 0,67 m³/s.
c
ACH (Air Changes per Hour – Trocas de ar por hora)
3.2 Distribuição de ar em salas cirúrgicas
Para se conseguir um desempenho aceitável, as salas cirúrgicas devem cumprir um
dos mais complexos conjuntos de exigências de controle, tendo como critério de
desempenho a proteção e o conforto para os pacientes e equipe médica
Um dos fatores mais importantes no controle da contaminação aérea é a
movimentação do ar no ambiente cirúrgico, que afeta não só a qualidade do ar, mas
35
também as condições de conforto térmico dos ocupantes. Uma boa revisão do estudo da
movimentação do ar em salas cirúrgicas no controle da contaminação aérea é apresentada
por Pereira e Tribess (2005).
A movimentação do ar no ambiente é função direta do sistema de distribuição de ar
utilizado.
3.2.1 Sistemas com fluxo turbulento
Em salas cirúrgicas que utilizam sistemas com fluxo turbulento o ar tratado é
insuflado através de difusores instalados no teto ou na parede. O ar insuflado mistura-se
rapidamente e uniformemente com o ar do ambiente provocando uma diluição do teor de
contaminantes. Desta forma, a contaminação originada de certa fonte é distribuída de
maneira uniforme ao longo de toda a sala, assim como a uniformidade da temperatura é
atingida rapidamente (Howorth, 1993; Woods et al., 1986).
Esta concepção de insuflamento de ar é uma das mais utilizadas na maioria dos
centros cirúrgicos. A distribuição turbulenta diminui a formação de ilhas estáticas de ar ao
longo da sala. O projeto desses sistemas tem uma boa flexibilidade e os filtros e o sistema
de distribuição de ar o menos complexos e de fácil manutenção. Porém, a sua grande
desvantagem é que, quando a troca de ar é pequena, a recuperação do ambiente a partir de
uma condição contaminada é lenta (Lewis, 1993).
A figura 3.5 mostra um esquema de uma sala cirúrgica com um sistema de fluxo
turbulento com vários difusores localizados no teto.
Figura 3.5
– Fluxo turbulento com insuflamento pelo teto (Schmidt, 1987)
a figura 3.6 mostra um sistema com fluxo turbulento com a grelha de
insuflamento de ar localizada em uma das paredes da sala. Após o ar passar pelo
36
equipamento de condicionamento de ar é conduzido pelos dutos e insuflado para o interior
do ambiente através dos difusores (Lewis, 1993; Howorth, 1993). A figura 3.7 mostra um
esquema de uma sala cirúrgica com um sistema com fluxo turbulento com insuflamento
em diagonal.
Figura 3.6
- Fluxo turbulento com insuflamento pela parede (Schmidt, 1987)
Figura 3.7
- Fluxo turbulento com insuflamento diagonal (Schmidt, 1987)
3.2.2 Sistemas com fluxo unidirecional (fluxo “laminar”)
Os sistemas cirúrgicos como fluxo de ar unidirecional também denominados de
fluxo “laminar”, têm sido muito estudados e utilizados em cirurgias ortopédicas. Segundo
alguns autores (Lidwell et al., 1987, 1993; Lidwell,1988; TAT, 1997), em procedimentos
ortopédicos, como por exemplo em substituição de articulação, precauções assépticas
37
devem prevalecer para compensar os riscos de contaminação da ferida devido à grande
exposição e pelo implante massivo, principalmente quando cimentado.
Nos sistemas que fornecem fluxo de ar unidirecional, o ar se movimenta
uniformemente em uma velocidade de aproximadamente 0,45 m/s, em linhas de fluxo
paralelas (ASHRAE, 2005).
Algumas concepções de movimentação unidirecional permitem que toda a
contaminação gerada dentro do ambiente seja levada para fora deste ambiente o mais
rápido possível. Neste tipo de movimentação do ar, o equipamento pode insuflar o ar na
direção horizontal ou vertical. Quando o insuflamento é horizontal, o ar normalmente é
insuflado por toda a parede. Quando insuflado na direção vertical o ar é insuflado a partir
de todo o forro.
A disposição vertical tem a vantagem de ter a ação da gravidade na precipitação e
eliminação das partículas maiores, obtendo-se, portanto, um sistema de elevada eficiência
(Turpin, 1998).
A maioria dos sistemas de fluxo unidirecional é equipado com filtros HEPA,
garantindo ar livre de partículas acima de 0,3 µm (remoção de 99,97%) e removendo assim
grande parte das bactérias, fungos e até alguns vírus maiores (TAT, 1997). Esta filtração
assegura ar essencialmente estéril, que é renovado constantemente.
Para se garantir movimentação uniforme da corrente de ar em um sistema com
fluxo unidirecional, são propostos vários tipos de proteções para estes sistemas, como
painéis laterais e cortinas de ar. Nos sistemas de fluxo unidirecional protegidos com
painéis, a corrente de ar se movimenta paralelamente varrendo todo o campo asséptico. O
ar é estratificado de forma que não existe praticamente contaminação cruzada. As
partículas eventualmente em suspensão em uma linha de fluxo tendem a permanecer nesta
linha até serem captadas na parte inferior das paredes.
Para se garantir movimento de ar uniforme com pouca mistura, a velocidade do ar
deve ser suficientemente elevada para vencer as correntes de ar térmicas originadas das
fontes de calor internas (Woods et al., 1986). A figura 3.8 mostra um sistema com fluxo
unidirecional com insuflamento pelo teto protegido com painéis laterais.
Embora os sistemas com painéis tenham sido bem sucedidos com relação ao
controle microbiológico do ar (Friberg, 1998; Howorth, 1993), eles provocam uma
considerável restrição à movimentação dos cirurgiões, aos outros membros da equipe
cirúrgica e o posicionamento dos instrumentos e de todos os itens que estão no interior da
sala cirúrgica. Para evitar estes tipos de problemas são propostos os sistemas com os
38
painéis de proteção localizados aproximadamente a 2 m do piso. A figura 3.9 mostra um
sistema com fluxo unidirecional com insuflamento pelo teto com este tipo de proteção
(Lewis, 1993; Howorth, 1993).
Figura 3.8
- Fluxo unidirecional com painéis (Schmidt, 1987).
Figura 3.9
– Fluxo unidirecional com painéis de proteção localizado a 2 m do piso
(Schmidt, 1987)
Uma outra concepção de proteção da uniformidade do fluxo, são os
difusores de fluxo unidirecional protegidos com cortina de ar. Neste caso o ar é insuflado
nos quatros lados da mesa cirúrgica, criando uma cortina de ar em torno desta área, em
função do ar ser insuflado em alta velocidade e inclinado em relação à vertical. (Lewis,
1993). A figura 3.10 mostra um exemplo deste tipo de sistema (Lewis, 1993; Howorth,
1993).
39
Figura 3.10
- Fluxo unidirecional com cortina de ar (Schmidt, 1987)
A cortina de ar torna-se uma barreira física entre o ar filtrado do difusor
unidirecional e o ar contaminado do ambiente, inclusive ao nível do teto, onde o ar do
difusor unidirecional se mistura mais com o ar ambiente. A cortina de ar também induz a
saída do ar contaminado através das grelhas de retorno, diluindo a contaminação.
Um outro tipo de sistema com proteção lateral de fluxo unidirecional é a cortina
plástica. A figura 3.11 mostra um sistema com este tipo de proteção (Lewis, 1993,
Howorth, 1993).
Figura 3.11
- Fluxo unidirecional com cortina plástica (Schmidt, 1987)
Finalmente, um outro tipo de sistema com fluxo unidirecional são sistemas sem
proteção lateral. Estes tipos de dispositivos possuem pouca utilização em salas cirúrgicas
em função de sua baixa eficiência no combate de partículas infecciosas. A figura 3.12
40
apresenta um exemplo deste tipo de sistema. A limitação deste sistema está associada com
a facilidade de contaminação do ar insuflado. O ar insuflado pelo difusor pode se misturar
facilmente com o ar do ambiente por indução (Lewis, 1993; Howorth, 1993).
Figura 3.12
– Fluxo unidirecional sem proteção (Schmidt, 1987).
41
Capítulo 4
MÉTODO DE TRABALHO
Neste capítulo são apresentados os procedimentos utilizados para a realização do
trabalho experimental de avaliação de condições de conforto térmico e desconforto local
nas salas cirúrgicas estudadas.
4.1 Introdução
Na avaliação de condições de conforto térmico foi utilizado o modelo desenvolvido
por Fanger (1972). Para tal foram realizadas medições de variáveis que caracterizam as
condições ambientais nas salas cirúrgicas estudadas: temperatura do ar, T
ar
, velocidade do
ar, V
ar
, temperatura de globo, T
g
, e umidade relativa do ar, φ. As medições foram
realizadas durante a realização dos procedimentos cirúrgicos.
Também foram aplicados questionários (Anexo 1), em que cada membro da equipe
cirúrgica respondia, ao final das cirurgias, qual a sua sensação térmica segundo a escala de
sensação térmica da ASHRAE (Tab. 2.2) e questões referentes à sensação de desconforto
local. As respostas relativas à sensação térmica foram utilizadas para verificação da
adequação de utilização do método de Fanger, desenvolvido para ambientes de escritório
em regime permanente, na avaliação de condições de conforto térmico em salas cirúrgicas.
Além disto, para a aplicação do modelo de Fanger também são necessários valores
de variáveis que caracterizam o indivíduo, tais como: nível de atividade, M, da pessoa, e
resistência térmica da roupa, I
R
, usada pela pessoa. No presente trabalho foram utilizados
valores adotados no trabalho de Mora et al. (2001) e na norma ASHRAE 55 (2004).
Para a realização das medições foram utilizados procedimentos e aparato
experimental similar ao utilizado na avaliação de condições de conforto térmico em
ambientes de escritórios com insuflamento de ar frio pelo piso, na tese de doutorado de
Leite (2003).
A seguir são apresentados, de forma detalhada, os procedimentos utilizados para o
estudo das condições de conforto térmico (medições, aplicação de questionários), as
condições de ensaio, assim como as características dos instrumentos utilizados.
42
4.2 Condições de ensaio
Foram estudadas quatro condições de movimentação do ar, função do sistema de
distribuição de ar utilizado, conforme apresentado na tabela 4.1. Para cada condição de
ensaio foram realizadas medições e avaliações em aproximadamente oito cirurgias. O
estudo das condições de conforto com o sistema de ventilação desligado foi possível de ser
realizado em procedimentos cirúrgicos bastantes simples, onde o risco de infecção é
extremamente baixo.
Tabela 4.1 -
Condições estudadas
Condições
Características do sistema
Ensaio A
Sistema de ventilação desligado
Ensaio B
Sistema com insuflamento pela parede na parte superior e retorno pela mesma
parede na parte inferior, lado oposto.
Ensaio C
Sistema com insuflamento pelo teto e retorno pelo teto.
Ensaio D
Sistema com fluxo unidirecional vertical
Em todos os ensaios as salas cirúrgicas foram divididas em duas zonas (fig. 4.1), de
acordo com a posição onde se encontra cada membro da equipe cirúrgica. A região
denominada zona 1 é referente ao espaço em torno da mesa cirúrgica com raio de mais ou
menos 1m, onde se encontram somente os cirurgiões, instrumentadores e o paciente. Esta
zona é considerada a zona mais limpa da sala cirúrgica caracterizada pelo grau de assepsia.
A região denominada zona 2 é o espaço externo à zona 1, que compreende o restante da
sala. Nesta zona é onde ficam posicionados os anestesistas e os enfermeiros circulantes.
Esta zona é considerada uma região menos limpa comparada com a zona 1.
Figura 4.1 -
Vista em planta e seção das regiões nas salas cirúrgicas.
43
A maioria das cirurgias foi realizada em dias característicos de verão, com
temperaturas externas do ar variando entre 25 e 35 ºC e umidade relativa do ar entre 40 e
60%. Em alguns dias os testes foram realizados no começo da manhã, com temperaturas do
ar externo variando entre 13 e 17ºC, e umidade relativa do ar em torno de 70%.
Estas diferenças nas condições externas do ar, contudo, não alteraram as condições
ambientais internas em uma mesma sala cirúrgica entre uma cirurgia e outra, pois as salas
cirúrgicas estudadas possuem sistema de tratamento de ar com controle de temperatura e
umidade. Mesmo na sala em que o sistema de ventilação permaneceu desligado não se
verificaram variações significativas.
4.2.1 Ensaios A e B
Os ensaios A e B foram desenvolvidos na mesma sala cirúrgica, sendo que na
condição A o sistema de ventilação permaneceu desligado. Para a condição B o sistema de
ventilação ficou ligado durante toda a cirurgia. A figura 4.2 apresenta uma planta com as
dimensões e mobiliário da sala estudada.
Figura 4.2 –
Disposição da sala cirúrgica utilizada para a realização dos ensaios A
e B.
44
O sistema de ventilação da sala insufla o ar para o ambiente por meio de um difusor
tipo grelha localizada na parte superior de uma das paredes da sala cirúrgica, logo acima da
porta de acesso, e retorna também por meio de uma grelha localizada na extremidade
oposta da mesma parede na parte inferior próximo ao piso, como mostrado nas figuras 4.3
e 4.4. As cirurgias feitas nesta sala eram, na maioria, cirurgias de hérnia e varizes com
duração de aproximadamente uma hora e meia. Estas cirurgias são consideradas cirurgias
de pequeno porte que tem como equipe cirúrgica: um cirurgião, um cirurgião que realiza a
função de instrumentador, um anestesista e um enfermeiro circulante somente.
Figura 4.3 –
Sistema de distribuição de ar da condição de ensaio A.
Figura 4.4 –
Sistema com insuflamento pela parede (detalhe da grelha de insuflamento).
45
As cirurgias foram realizadas tanto com a porta menor da sala aberta como fechada,
não apresentando alterações significativas na avaliação dos resultados.
4.2.2 Ensaio C
O ensaio C foi desenvolvido em uma sala cirúrgica de um centro obstétrico. Os
ensaios foram realizados tanto para cirurgias de parto normal como cirurgias de cesárea. O
procedimento cirúrgico leva em média uma hora e a equipe cirúrgica é formada
principalmente por: um cirurgião, dois instrumentadores, um anestesista e um enfermeiro
circulante. O ar resfriado na sala entra por três difusores de insuflamento, posicionados no
teto, em um lado da sala e o retorno ocorre através de três grelhas posicionadas no teto do
outro lado da sala, como mostram as figuras 4.5 e 4.6. A figura 4.7 apresenta em detalhe o
difusor de insuflamento.
Todas as cirurgias foram realizadas com a porta fechada, sendo que em algumas
cirurgias houve certo número de alunos (residentes) que entravam e saiam da sala
constantemente.
Figura 4.5 –
Disposição da sala cirúrgica utilizada para a realização do ensaio C.
46
Figura 4.6 -
Sistema de distribuição de ar da condição de ensaio C.
Figura 4.7 –
Sistema com insuflamento pelo teto.
4.2.3 Ensaio D
O ensaio D foi realizado em uma sala cirúrgica onde são feitas cirurgias ortopédicas
de pequeno porte. A maioria das cirurgias realizadas nesta sala foram cirurgias de limpeza
de próteses.
A equipe cirúrgica, assim como nas situações anteriores, era formada por um
cirurgião, um instrumentador, um anestesista e um enfermeiro circulante. A sala possui
sistema de ar condicionado com sistema de fluxo unidirecional vertical, com retorno pela
parede na parte inferior e exaustão de anestésicos na parte superior. As figuras 4.8, 4.9 e
4.10 apresentam um layout da sala cirúrgica e características do sistema de insuflamento de
ar utilizado.
47
Figura 4.8
– Disposição da sala cirúrgica utilizada para a realização do ensaio D.
Figura 4.9 -
Sistema de distribuição de ar nas condições do ensaio D.
Em função de cirurgias ortopédicas serem de alto risco, todas as cirurgias foram
realizadas com a porta fechada.
48
Figura 4.10
- Sistema com fluxo unidirecional.
4.2.4 Equipe cirúrgica
Nas avaliações subjetivas foram aplicados questionários a quatro diferentes tipos de
membros da equipe cirúrgica formada pelo cirurgião, instrumentador, anestesista e
enfermeiros circulantes. Em algumas cirurgias a equipe era formada por dois
instrumentadores, mas isso não ocorreu com freqüência.
Analisando os membros da equipe, a principal diferença entre eles eram as
vestimentas, o tipo de atividade que cada um exerce (que influencia diretamente no
metabolismo) e a posição em que se encontram na sala. Devido ao fato das cirurgias serem
executadas praticamente no mesmo intervalo de tempo, por volta de uma hora a uma hora e
meia, e não ter se notado diferenças na atividade exercida ao longo dos ensaios, o vel de
atividade para cada membro da equipe cirúrgica foi considerado o mesmo ao longo dos
ensaios para as diferentes condições. Por exemplo, os cirurgiões exerceram as mesmas
atividades em todos os ensaios.
O mesmo ocorreu com as vestimentas utilizadas por cada membro da equipe
cirúrgica. Embora os ensaios tenham sido realizados em diferentes hospitais, a vestimenta
de cada membro foi padrão em todos os hospitais.
A seguir são apresentadas as principais características para cada membro da equipe
cirúrgica.
Os cirurgiões ficam posicionados todo o tempo durante a cirurgia na região da sala
denominada de zona 1. Por isso eles sofrem muito a influência do calor liberado
49
pelo foco cirúrgico. Sua principal atividade é executar o procedimento cirúrgico.
Assim, seu nível de atividade é o mais alto entre os membros da equipe cirúrgica.
Suas vestimentas são as seguintes: blusa manga curta, calça, avental de manga
comprida, sapatos, touca, máscara e luvas. Os cirurgiões, por estarem próximo à
ferida cirúrgica, devem estar vestidos de tal maneira que nenhuma parte do corpo,
exceto parte do rosto que a máscara não cobre, fique exposta. Tal característica é
obrigatória unicamente para cirurgiões e instrumentadores.
Os instrumentadores ficam posicionados na mesma região que os cirurgiões,
também sofrendo a influência do calor liberado pelo foco cirúrgico. Muitos dos
instrumentadores avaliados eram cirurgiões ou alunos (residentes) que exerciam a
função de instrumentadores, diferentemente do encontrado na literatura, onde os
instrumentadores eram na maioria enfermeiros (as). Sua principal atividade é de
auxiliar o cirurgião com os instrumentos necessários no procedimento cirúrgico.
Suas vestimentas são as seguintes: blusa manga curta, calça, avental de manga
comprida, sapatos, touca, máscara e luvas. Assim como os cirurgiões, os
instrumentadores não devem ter nenhuma parte corpo exposta, exceto a parte do
rosto que a máscara não cobre.
Os anestesistas entram na região denominada zona 1 no início da cirurgia para
poder aplicar a anestesia ao paciente. Ao longo do procedimento cirúrgico eles
ficam na região denominada de zona 2. Após a aplicação da anestesia os
anestesistas observam as condições vitais do paciente através dos painéis
localizados nos carros anestésicos. Suas vestimentas são: blusa manga curta, calça,
sapatos, touca, máscara e luvas.
Os enfermeiros ficam posicionados na região denominada de zona 2. Sua principal
atividade é deixar todos os instrumentos utilizados nas cirurgias em mesas, antes do
início da cirurgia. Caso falte algum instrumento ou o cirurgião necessite de algum
instrumento que não esteja nas mesas, o enfermeiro fica responsável pela obtenção
de tal instrumento. Por isso os enfermeiros são chamados de enfermeiros
circulantes. Os enfermeiros são também responsáveis pela acomodação do paciente
na mesa cirúrgica antes de iniciar a cirurgia, a retirada do paciente da mesa
cirúrgica após o término da cirurgia e pela locomoção do paciente até a sala de
recuperação pós-operatória. Suas vestimentas são: blusa manga curta, calça,
sapatos, touca, máscara e luvas.
50
Para a avaliação das condições de conforto térmico utilizando o modelo de Fanger
(1972) é necessário conhecer, como apresentado anteriormente, o valor da resistência I
R
da
roupa para cada membro da equipe cirúrgica. Devido à semelhança nas vestimentas dos
membros da equipe cirúrgica com aquelas descritas no trabalho de Mora et al. (2001),
foram utilizados os mesmos valores apresentados naquele trabalho. Para os cirurgiões e
instrumentadores foram considerados valores de resistência de roupa de 0,86 clo e para
enfermeiros e anestesistas valores de 0,42 clo. Em algumas cirurgias ortopédicas os
membros da equipe cirúrgica usavam sobre a vestimenta padrão uma manta de chumbo,
com o propósito de proteger o corpo da radiação liberada pelos equipamentos utilizados
nas cirurgias. Mas estes tipos de cirurgias não foram considerados no presente trabalho.
O nível de atividade para os membros da equipe cirúrgica foi obtido da norma
ASHRAE 55 (2004), considerando atividades similares. Para os cirurgiões foram
considerados valores de 1,6 met e para o restante da equipe foram considerados valores de
1,4 met. Estes valores também foram utilizados por Mora et al. (2001).
A tabela 4.2 apresenta os valores de resistência da roupa e do nível de atividade
para cada membro da equipe cirúrgica.
Tabela 4.2
Valores de resistência de roupa e nível de atividade para os membros da equipe
cirúrgica.
Resistência da roupa I
R
(clo)
Nível de atividade (met)
Cirurgiões
0,86 1,6
Instrumentadores
0,86 1,4
Anestesistas
0,42 1,4
Enfermeiros
0,42 1,4
4.2.5 Medição das variáveis ambientais
Conforme apresentado anteriormente, a sala cirúrgica foi dividida em duas regiões,
sendo a zona 1 a região onde se encontram o cirurgião, o instrumentador e o paciente, e a
zona 2 a região onde se encontram os anestesistas e enfermeiros, como mostrado na figura
4.1. As variáveis ambientais medidas, em cada uma das regiões, foram: temperatura do ar,
velocidade do ar, temperatura de globo e umidade relativa do ar.
A temperatura de globo foi medida com o intuito de se obter a temperatura radiante
média, que segundo a norma ISO 7726 (1998) é definida como a temperatura uniforme de
um ambiente interno imaginário em que a transferência de calor por radiação do corpo
51
humano é igual à transferência de calor por radiação do corpo humano em um ambiente
real não uniforme. Para ser obter a temperatura radiante média, a partir da temperatura de
globo, foi considerada condição de convecção forçada e utilizada a eq. (2.17).
Na região denominada de zona 1 foram feitas inicialmente medições com a sala
vazia. Isto foi feito com o objetivo de se obter uma característica mais precisa do
comportamento do ar nessa região, pois com o intuito de se manter o conforto e a
segurança do paciente durante o procedimento cirúrgico, era permitido apenas um sensor
medidor localizado acima da mesa cirúrgica. Tal sensor media a temperatura e umidade do
ar. A temperatura de globo foi medida em 4 pontos ao longo da mesa cirúrgica durante a
cirurgia, o termômetro de globo foi colocado na extremidade da região denominada zona 1
a aproximadamente 1 m de altura. Os valores de velocidade do ar utilizados na avaliação
de conforto térmico dos ocupantes da região denominada zona 1, utilizando o modelo de
Fanger (1972), foram os valores medidos com a sala vazia.
Na região denominada zona 2 os valores de temperaturas e velocidades do ar foram
medidos em quatro alturas diferentes que foram por volta de 0,1 m; 0,6 m; 1,1 m; e 1,7 m
do nível do piso e em quatro pontos diferentes ao longo da sala, totalizando 16 pontos. Para
isso foram utilizados anemômetros omnidirecionais e medidores de temperatura do ar
como mostrado na figura 4.11.
Figura 4.11 -
Medidor de temperatura do ar e anemômetro omnidirecional.
A temperatura de globo foi medida em quatro pontos ao longo da zona 2 a uma
altura de mais ou menos 1m. O sensor utilizado para medição da temperatura de globo é
apresentado na figura 4.12. A tabela 4.3 apresenta as principais características dos sensores
utilizados segundo o manual do fabricante.
52
Tabela 4.3
– Características dos instrumentos utilizados.
Variáveis Faixa de medição
Incertezas
Temperatura
0 a 50 ºC 0,3 ºC
Velocidade 0 a 1 m/s ± (0,05 ± 3% V) m/s
Umidade 20 a 90% ± 5%
Figura 4.12 -
Medidor de temperatura do ar, velocidade e termômetro de globo.
As medições foram realizadas durante a cirurgia. Para isso foram utilizados quatro
pedestais com quatro pares de sensores de velocidade e temperatura, distribuídos ao longo
das alturas, e um sensor de globo. Tais sensores eram conectados a um sistema de
aquisição de dados (figura 4.13), que conectado ao computador, como apresentado na
figura 4.14, fazia a aquisição dos dados no intervalo de 1 minuto.
Figura 4.13
– Módulo de aquisição de dados.
53
SISTEMA DE
AQUISIÇÃO DE DADOS
Figura 4.14
– Pedestal de suporte e sistema de aquisição de dados
Para a visualização de dados foi utilizado um software de interface entre o sistema
de aquisição e o computador. A verificação dos dados em tempo real foi feita através do
computador (vídeo). As figuras 4.15 e 4.16 apresentam o a tela de interface do software
utilizado na visualização de dados. A figura 4.17 apresenta um exemplo da disposição dos
equipamentos nas salas cirúrgicas.
Figura 4.15
– Tela de interface - Aba das Temperaturas dos Pedestais
54
Figura 4.16
– Tela de interface - Aba das velocidades dos pedestais
SISTEMA DE
AQUISIÇÃO DE DADOS
Figura 4.17
– Disposição dos equipamentos.
4.2.6 Análise subjetiva
Para a obtenção dos valores de PMV subjetivos, ao término de cada cirurgia foi
entregue à equipe cirúrgica um questionário referente às sensações térmicas que cada um
experimentou durante a cirurgia. O questionário, apresentado no Anexo A, foi baseado no
questionário aplicado por Mora et al. (2001) com adaptações. Conforme apresentado
anteriormente, os valores de PMV obtidos com os questionários foram comparados com os
valores de PMV calculados pelo modelo de Fanger (1972), constantes da norma ISO 7730
(1994). Os valores de PMV obtidos dos questionários também foram baseados na escala de
sensações térmicas utilizada por Fanger (1972). A tabela 4.4 apresenta a relação entre a
escala de sensações térmicas, o PMV e o PPD.
55
Tabela 4.4
– Sensação térmica, PMV e PPD (Fanger, 1972)
Escala de sensação térmica
PMV
-3 -2 -1 0 1 2 3
Sensação
térmica
Muito
frio
frio
Leve
sensação
de frio
neutra
Leve
sensação
de calor
quente
Muio
quente
PPD
100% 78% 26% 5% 26% 78% 100%
Ao todo foram respondidos 120 questionários. Em seguida, foi feita uma
comparação entre os valores de PMV obtidos por meio dos questionários e os valores de
PMV calculados pelo modelo de Fanger para verificação da adequação da utilização do
modelo de Fanger em ambientes cirúrgicos.
Nos questionários também questões referentes à sensação térmica do indivíduo
antes do início da cirurgia. Com isto foi possível verificar a tendência da sensação térmica
dos membros da equipe ao longo do tempo durante o procedimento cirúrgico. Outras
perguntas eram referentes a desconforto local, que pode ocorrer devido ao aquecimento do
foco cirúrgico, correntes de ar.
4.2.7 Desconforto local
Para a análise do desconforto local foram utilizadas especificações da norma
ASHRAE 55 (2004) e ISO 7730 (1994) com relação à diferença da temperatura do ar entre
a região da cabeça (1,7 m) e os pés (0,1 m) e devido a correntes de ar (DR- Draught Rate).
Também foram analisadas as respostas dadas nos questionários com relação ao desconforto
ocasionado por situações específicas.
56
Capítulo 5
RESULTADOS DOS ENSAIOS E ANÁLISE
5.1 Introdução
Neste capítulo são apresentados os resultados levantados em campo para as
condições de ensaio:
Ensaio A - Sistema de ventilação desligado;
Ensaio B - Sistema com insuflamento pela parede, parte superior, e retorno pela
mesma parede, parte inferior, lado oposto;
Ensaio C - Sistema com insuflamento pelo teto e retorno pelo teto;
Ensaio D - Sistema com fluxo unidirecional.
5.2 Variáveis ambientais
Neste item são apresentados os valores das variáveis ambientais, juntamente com as
incertezas, representativas da zona 1 (cirurgiões e instrumentadores) e da zona 2
(anestesistas e enfermeiros) para cada condição de ensaio.
Os valores das variáveis são a média dos valores médios ao longo das cirurgias em
cada condição de ensaio estudada. As incertezas são o resultado da combinação das
incertezas dos equipamentos e dos desvios padrão em cada condição de ensaio (Coleman e
Steele, 1989; Orlando, 1993 e Vuolo, 1996; INMETRO, 1998).
Na tabela 5.1 são apresentados os valores das variáveis ambientais na zona 1 e as
temperaturas do ar insuflado. Na tabela 5.2 são apresentados os valores das variáveis
ambientais na zona 2, bem como as condições ambientais externas à sala cirúrgica,
medidas no corredor de acesso. Nas tabelas 5.1 e 5.2 a temperatura radiante média foi
obtida a partir dos resultados de medição da temperatura de globo, utilizando a eq. (2.17).
Os resultados dos valores médios das variáveis ambientais ao longo de cada
cirurgia, para cada condição de ensaio (utilizados na obtenção dos valores das tabelas 5.1 e
5.2), são apresentados no Anexo B.
57
Tabela 5.1
- Variáveis ambientais na zona 1 e temperatura do ar insuflado
Ensaio A Ensaio B Ensaio C Ensaio D
Temperatura média do ar (ºC)
26,0 ± 0,4 24,2 ± 0,7 27,1 ± 1,0 27,3 ± 1,0
Temperatura radiante média (ºC)
29,0 ± 0,4 28,6± 0,6 29,5± 0,5 29,4 ± 0,7
Umidade relativa média do ar (%)
45 ± 8 42 ± 8 37 ± 6 36 ± 7
Velocidade média do ar (m/s)
0,10 ± 0,05
0,20 ± 0,07
0,25 ± 0,09
0,20 ± 0,06
Temperatura do ar insuflado (ºC)
- - 15,6 ± 0,5 20,3 ± 0,4
21,7 ± 0,5
- - sistema de ventilação desligado
Tabela 5.2
- Variáveis ambientais na zona 2 e condições ambientais externas à sala
Ensaio A Ensaio B Ensaio C Ensaio D
Temperatura média do ar (ºC)
23,5 ± 0,6 20,3 ± 0,8 22,9 ± 0,4
22,2 ± 0,4
Temperatura radiante média (ºC)
25,6 ± 0,4 23,0 ± 0,8 24,1 ± 0,5
25,6 ± 0,4
Umidade relativa média do ar (%)
50 ± 5 48 ± 8 44 ± 5
45 ± 5
Velocidade média ar (m/s)
0,10± 0,05
0,25± 0,07
0,30 ± 0,08
0,20 ± 0,05
Umidade relativa externa (%)
51 ± 8 50 ± 7 42 ± 7 45 ± 8
Verifica-se na tabela 5.1 que a maior temperatura do ar na zona 1 foi encontrada no
ensaio D e a menor no ensaio B, devido à menor temperatura do ar insuflado. É possível
verificar também que, embora o ensaio A tenha sido realizado com o sistema desligado, a
temperatura foi menor que nos ensaios C e D, pois a sala encontrava-se com temperatura
bem menor quando do início das cirurgias.
Comparando-se os resultados da tabela 5.1 com aqueles da tabela 5.2, verifica-se
que todas as temperaturas na zona 2 são menores que as temperaturas na zona 1, função,
principalmente, do calor liberado pelo foco cirúrgico.
A tabela 5.3 apresenta os valores das diferenças de temperatura do ar entre o
insuflamento e as zonas 1 e 2 e as diferenças de temperatura do ar entre as zonas 1 e 2,
onde se verificou que:
a) As menores diferenças de temperaturas do ar nas zonas 1 e 2 ocorreram com o
sistema de ventilação desligado (Ensaio A).
58
b) O sistema com insuflamento pela parede, parte superior, e retorno pela mesma
parede, lado oposto inferior (Ensaio B) apresentou a menor diferença entre as zonas
1 e 2 comparado com os outros sistemas (Ensaios C e D),
c) O sistema com fluxo de ar unidirecional (Ensaio D) apresentou a menor diferença de
temperaturas entre o insuflamento e as zonas 1 e 2.
Tabela 5.3 -
Diferenças entre temperaturas do ar (
o
.C)
Ensaios
Insuflamento/Zona 1
Insuflamento/Zona 2
Zona1/Zona 2
A
-- -- 2,5
B
8,6 4,7 3,9
C
7,0 2,6 4,4
D
5,6 0,5 5,1
5.3 Comparação entre valores de PMV calculados e de PMV dos questionários
Os valores medidos de temperatura do ar T
ar
, umidade relativa φ, temperatura
radiante média
R
T e velocidade do ar V
ar
, apresentados nas tabelas 5.1 e 5.2, conjuntamente
com os valores de resistência da roupa I
cl
e nível de atividade M de cada membro da equipe
cirúrgica, apresentados na tabela 4.2, foram utilizados no modelo de Fanger (1972) no
cálculo do voto médio estimado (PMV – Predicted Mean Vote).
Paralelamente, foram obtidos os valores de PMV dos questionários preenchidos
pelos membros da equipe cirúrgica, após as cirurgias, em cada condição de ensaio. Os
resultados de avaliação subjetiva são apresentados no Anexo B.
As figuras 5.1 a 5.4 apresentam a comparação entre os valores de PMV calculados,
utilizando método de Fanger, e os de PMV dos questionários, obtidos com os votos dos
membros da equipe cirúrgica.
Analisando-se os valores da figura 5.1 é possível verificar que apesar da existirem
algumas diferenças, os valores de PMV obtidos com os votos das pessoas e os valores
obtidos por meio do método de Fanger seguem uma mesma tendência. Pode-se verificar
que não houve variações significativas para os membros da equipe cirúrgica.
59
Valores de PMV
Ensaio A
-3
-2
-1
0
1
2
3
Cir
u
r
gi
ão
I
nstr
u
mentad
or
a
A
ne
s
tesista
Enferme
ir
a
Fanger Questionário
Figura 5.1
– Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio A.
Valores de PMV
Ensaio B
-3
-2
-1
0
1
2
3
Cirur
g
ião
Instrumentad
or
a
A
ne
stes
is
t
a
Enfermeira
Fanger Questionário
Figura 5.2
– Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio B.
Analisando-se os valores da figura 5.2 verifica-se uma pequena diferença entre os
valores relativos à sensação manifestada pela equipe cirúrgica e os valores calculados pelo
modelo de Fanger (1972). Porém, assim como no ensaio A, os valores de PMV referentes à
sensação térmica de cada membro da equipe cirúrgica seguiram uma mesma tendência.
Para os cirurgiões e enfermeiros a diferença foi de aproximadamente 0,5 no valor de PMV,
e para os instrumentadores e anestesistas as diferenças foram de aproximadamente 0,3.
60
Valores de PMV
Ensaio C
-3
-2
-1
0
1
2
3
C
ir
ur
g
o
Instr
ument
adora
Anest
esi
sta
E
nfer
mei
r
a
Fanger Questionário
Figura 5.3
– Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio C.
Valores de PMV
Ensaio D
-3
-2
-1
0
1
2
3
Ci
r
urg
i
ão
Ins
tr
umen
tad
ora
Anestesista
E
n
f
e
rm
e
ir
a
Fanger Questionário
Figura 5.4
– Valores de PMV levantados nas condições do Ensaio D.
Nas condições do ensaio C (figura 5.3) houve diferenças entre os valores de PMV
referentes aos anestesistas e enfermeiros de aproximadamente 0,2 e para os cirurgiões de
aproximadamente 0,8. Por outro lado, para os instrumentadores foram encontradas as
maiores diferenças de aproximadamente 1.
Nas condições dos ensaios D (figura 5.4), assim como nas anteriores, houve
algumas diferenças entre os valores de PMV calculados pelo modelo de Fanger (1972) e os
61
manifestados pela equipe por meio dos questionários, mas seguindo uma mesma tendência.
No caso dos instrumentadores não houve diferenças e para os cirurgiões a diferença é de
aproximadamente 0,1. Por outro lado, para os resultados dos anestesistas e enfermeiros a
diferença foi de aproximadamente 0,3.
Com isso é possível verificar que, apesar de encontradas algumas diferenças
significativas entre os valores de PMV calculados pelo modelo de Fanger (1972) e os
valores obtidos com os questionários, em todos os ensaios foi encontrado uma mesma
tendência dos valores de PMV, sendo que a maior diferença foi de aproximadamente 1.
É importante verificar que os valores usados na escala de sensação térmica utilizada
nos questionários apresentam valores inteiros variando de -3
PMV
3. Assim, cada um
dos membros da equipe cirúrgica, na escolha do valor que melhor representa a sua
sensação térmica, tinha apenas a opção de valores inteiros com variação de +1 ou -1.
Também é importante ressaltar que o ensaio C, onde ocorreu a maior variação, tem uma
característica bastante diferenciada dos outros ensaios, pois neste ensaio a maioria das
cirurgias (principalmente aqueles de partos normais) não eram programadas, e muitas
vezes os questionários eram apresentados no momento da cirurgia a profissionais que não
estavam familiarizados com a pesquisa.
Por outro lado, existe grande dificuldade em se determinar os valores de resistência
da roupa e do nível de atividade; o que acarreta diferenças nos valores de PMV calculados.
Adicionalmente, deve-se considerar que o método de Fanger foi desenvolvido para
condições em regime permanente e, embora as condições ambientais (temperaturas,
velocidades e umidade do ar) em salas cirúrgicas sejam bastante estáveis, o nível de
atividade e o metabolismo, principalmente do cirurgião, varia muito ao longo da cirurgia.
Feitas estas considerações, verifica-se que a utilização do método de Fanger na
avaliação de condições de conforto térmico em salas cirúrgicas constitui-se em ferramenta
adequada, mas que é necessário cuidado especial na sua utilização e na análise dos
resultados.
5.4 Análise das condições de conforto térmico
Uma vez verificada a adequação na utilização do método de Fanger na avaliação de
condições de conforto térmico em salas cirúrgicas, a figura 5.5 apresenta a comparação
entre os valores de PMV calculados, de cada condição de ensaio, para cada membro da
equipe cirúrgica.
62
Valores de PMV
-3
-2
-1
0
1
2
3
C
i
ru
r
g
o
Instrumentador
A
n
e
stesista
Enfermeiro
PMV
Ensaio A Ensaio B Ensaio C Ensaio D
Figura 5.5 -
Valores de PMV calculados.
Na figura 5.5 pode-se notar que existe uma divergência grande nas sensações
térmicas entre a equipe formada por cirurgiões e instrumentadores e a equipe formada por
anestesistas e enfermeiros. Nas condições estudadas em nenhum ensaio os cirurgiões e
instrumentadores trabalharam sob condições de conforto térmico. Os anestesistas e
enfermeiros trabalharam em melhores condições quando o sistema de ventilação estava
desligado (ensaio A). Essa condição, porém, foi possível em cirurgias onde os riscos de
infecções eram mínimos, pois o sistema de tratamento de ar e de ventilação em um
ambiente cirúrgico é de extrema importância para que o ar seja renovado e filtrado visando
a segurança do paciente e da equipe cirúrgica.
Assim, é importante ressaltar que apesar das condições do ensaio A terem sido
favoráveis para os membros da equipe que permanecem na região denominada zona 2 da
sala cirúrgica, tal condição não é aconselhável. Deve-se atentar para o fato de que a
qualidade do ar interior em um ambiente cirúrgico, visando o controle da concentração de
partículas e de microorganismos, gases anestésicos, etc., também é de extrema importância
juntamente com as condições de conforto térmico. Por outro lado, o bem estar do cirurgião
também tem que ser visto como um dos principais requisitos de um ambiente cirúrgico
adequado.
Em função de diferentes atividades e da resistência térmica das roupas, é possível
verificar que não há como prover condições de conforto para todos os membros da equipe
63
cirúrgica. Uma vez que os cirurgiões e instrumentadores trabalham sob condições nas
quais sentem calor, é necessário diminuir a temperatura do ar na sala, já que as vestimentas
utilizadas não podem ser modificadas devido à assepsia necessária nesta região. Neste
caso, os anestesistas e enfermeiros seriam prejudicados, pois trabalhariam sob condições
nas quais sentiriam muito frio. Mas, tal fato pode ser alterado com o aumento da
resistência térmica da roupa, isto é, caso os anestesistas ou enfermeiros venham a sentir
muito frio será necessária a utilização de roupas mais grossas ou vestimentas que cubram
uma parte maior do corpo.
Por meio do uso de tabelas da norma ISO 7730 (1994), isto é, das equações de
PMV e PPD de Fanger, é possível encontrar valores de temperatura do ar ideais para que o
cirurgião trabalhe sob condições de conforto térmico. Para isso foram mantidas algumas
características do ambiente, tais como velocidade do ar, umidade relativa do ar e
temperatura radiante média, e as características individuais como vestimenta e nível de
atividade.
Uma vez determinadas as temperaturas ideais do ar na zona 1, é possível determinar
a temperatura do ar de insuflamento necessária para se atingir esta condição. Para tal foram
utilizadas as diferença de temperatura entre a zona 1 e do ar de insuflamento apresentadas
na tabela 5.3
Os valores de temperatura máxima do ar nas quais os cirurgiões trabalhariam sob
condições de conforto térmico, os valores de temperatura do ar de insuflamento
correspondente, e os valores de resistência da roupa mínima necessária para que os
anestesistas e enfermeiros trabalhassem em condições similares de conforto o
apresentados na tabela 5.4
Tabela 5.4 -
Valores ideais de temperatura do ar para os cirurgiões, temperatura do ar
insuflado e resistência da roupa (zona 2).
Ensaio A
Ensaio B
Ensaio C
Ensaio D
Temperatura do ar (ºC)
(zona 1)
17,5 19,5 18,5 18,3
Temperatura do ar insuflado
(ºC)
- - 11,0 11,5 12,5
Resistência da roupa (clo)
(anestesistas e enfermeiros)
0,73 0,86 0,86 0,86
A temperatura mais baixa do ar na zona 1 acarreta uma diminuição da temperatura
do ar na zona 2, isso faz com que os anestesistas e enfermeiros trabalhem sob condições de
64
menores temperaturas. Para que a sensação térmica dos membros que ocupam a zona 2 se
mantenha dentro da faixa confortável é necessário que a vestimenta tenha um isolamento
térmico maior, apresentado na tabela 5.4. Para os ensaios realizados a resistência mínima
necessária da roupa para que o anestesista e enfermeiros trabalhassem em condições
confortáveis seria 0,73 clo para o ensaio A e 0,86 para os ensaios B, C e D. Isto é, a
resistência da roupa usada pelos enfermeiros e anestesista seria similar àquela dos
cirurgiões e instrumentadores, que também é de aproximadamente 0,86 clo.
Considerando que sistemas centrais de tratamento de ar trabalham com
insuflamento de ar em torno de 12 a 14
o
C, a alternativa mais viável seria a condição de
ensaio D.
5.5 Variação da sensação térmica durante o procedimento cirúrgico
Nas figuras 5.6 a 5.9 são apresentados resultados de variação do valor de PMV,
relatados nos questionários pelos membros da equipe cirúrgica, do início ao final do
procedimento cirúrgico.
Estes resultados mostram que ocorre variação das sensações térmicas de quem está
posicionado na zona 1 e na zona 2. Os cirurgiões e instrumentadores (zona 1) tendem a
sentir calor ao longo da cirurgia, algumas vezes até chegando a suar. Isso ocorre devido a
fatores como o tipo de atividade realizada e tipo de vestimenta, pois eles têm que estar com
o corpo totalmente coberto para o controle de assepsia, e o efeito da radiação liberada pelo
foco cirúrgico. Com os anestesistas e enfermeiros (zona 2), ocorre o contrário, com
tendência a sentirem frio com o transcorrer da cirurgia devido, principalmente, à
diminuição do metabolismo (pouca atividade).
ENSAIO A
-3
-2
-1
0
1
2
3
Início da cirurgia Durante a cirurgia
PMV
Cirurgião
Instrumentadora
Anestesista
Enfermeira
Figura 5.6
– Variação da sensação térmica nas condições do ensaio A.
65
ENSAIO B
-3
-2
-1
0
1
2
3
Início da cirurgia Durante a cirurgia
PMV
Cirurgião
Instrumentadora
Anestesista
Enfermeira
Figura 5.7
– Variação da sensação térmica nas condições do ensaio B.
ENSAIO C
-3
-2
-1
0
1
2
3
Início da cirurgia Durante a cirurgia
PMV
Cirurgião
Instrumentadora
Anestesista
Enfermeira
Figura 5.8
– Variação da sensação térmica nas condições do ensaio C.
66
ENSAIO D
-3
-2
-1
0
1
2
3
Início da cirurgia Durante a cirurgia
PMV
Cirurgião
Instrumentadora
Anestesista
Enfermeira
Figura 5.9
– Variação da sensação térmica nas condições do ensaio D.
5.6 Avaliação de desconforto local
Algumas perguntas do questionário (anexo A) entregue à equipe cirúrgica foram
referentes à interpretação de fatores que poderiam ocasionar sensações de desconforto aos
membros da equipe. Tais fatores, como o calor devido ao aquecimento do foco cirúrgico,
correntes de ar e frio ocasionado por proximidades a superfícies frias, foram percebidos
por alguns membros da equipe cirúrgica. Com os questionários foi possível verificar a
porcentagem de pessoas avaliadas que sentiram tais fatores ao longo dos ensaios e também
as que suaram durante a cirurgia; fato muito comum entre os cirurgiões. As tabelas 5.5 e
5.6 apresentam a porcentagem de membros da equipe cirúrgica que sentiram tais fatores
para cada condição de ensaio.
Tabela 5.5
– Respostas referentes a suor e aquecimento devido ao foco cirúrgico
(ZONA 1).
Cirurgião Instrumentador
Causas
Ensaio
A
Ensaio
B
Ensaio
C
Ensaio
D
Ensaio
A
Ensaio
B
Ensaio
C
Ensaio
D
Suor
0 % 35 % 60 % 70 % 0 % 0 % 20 % 0 %
Aquecimento
devido ao
foco
20 % 70 % 60 % 85 % 0 % 0 % 35 % 25 %
67
Tabela 5.6
– Respostas referentes a frio devido a proximidade de superfícies frias e
causadas por correntes e ar
(ZONA 2).
Anestesista Enfermeira
Causas
Ensaio
A
Ensaio
B
Ensaio
C
Ensaio
D
Ensaio
A
Ensaio
B
Ensaio
C
Ensaio
D
Frio devido a
proximidade
de superfícies
frias
25 % 20 % 20 % 0 % 25 % 35 % 20 % 0 %
Frio causado
por correntes
de ar
10 % 35 % 35 % 0 % 0 % 0 % 20 % 30 %
Analisando a tabela 5.5 é possível verificar que a maioria dos cirurgiões chegou a
suar nas condições do ensaio C e D e que o calor ocasionado pelo aquecimento do foco
cirúrgico foi percebido em todos os ensaios, com mais de 60% nas condições de ensaio B,
C e D. Houve uma porcentagem pequena de instrumentadores que responderam as
questões referentes ao suor e aquecimento do foco cirúrgico, e apenas no ensaio C e D.
Isso ocorreu porque os instrumentadores não necessitam permanecer exatamente debaixo
do foco cirúrgico, ao contrário dos cirurgiões que necessitam que a iluminação esteja
focada na ferida cirúrgica.
Na tabela 5.6 verifica-se que nas condições de ensaio A, B e C parte dos
anestesistas percebeu a movimentação do ar. Também nos mesmos ensaios parte dos
anestesistas e enfermeiros avaliados respondeu ter sentido frio devido à proximidade de
superfícies frias. Tais superfícies foram por eles relatadas como sendo as mesas de apoio
utilizadas para anotações.
Uma das principais causas do desconforto térmico local ocorre devido à diferença
de temperatura na posição vertical, isto é, a estratificação de temperatura. Segundo a ISO
7730 (1994) e ASHRAE 55 (2004), o valor máximo de variação da temperatura entre a
região dos pés a cabeça de uma pessoa sentada, isto é de 0,1m a 1,10m, deve ser de, no
máximo, 3ºC.
A figura 5.10 apresenta o perfil de temperatura com a altura para cada condição de
ensaio. Tais dados são referentes à zona 2, onde ficam posicionados os anestesistas e
enfermeiros. Uma vez que, para cada condição de ensaio foram feitas várias medições e em
vários pontos ao longo da sala, o gráfico da figura 5.10 apresenta os perfis de temperatura
nos pontos onde foram encontradas as maiores diferenças de temperatura do ar para cada
68
ensaio. Assim, é possível verificar qual foi a maior diferença de temperatura do ar ao longo
das alturas para cada condição avaliada.
Os perfis de temperatura apresentados na figura 5.10 mostram que na zona 2 não
ocorreram grandes diferenças de temperaturas com a altura. Nesta região a maior variação
de temperatura encontrada foi de 0,8
o
C, no ensaio C com insuflamento pelo teto e retorno
pelo teto.
Perfis de Temperatura do ar
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
20,0 20,5 21,0 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 24,0 24,5 25,0
Temperatura (ºC)
Altura (m)
Ensaio A
Ensaio B
Ensaio C
Ensaio D
Figura 5.10
– Perfis de temperatura do ar na zona 2.
Outra forma de análise das condições de desconforto local foi por meio do cálculo
de Draught Rate DR (correntes de ar), que foi realizado segundo as normas ISO 7730
(1994) e ASHRAE 55 (2004), utilizando a eq. (2.18).
A tabela 5.7 apresenta a maior porcentagem (pior condição) de pessoas insatisfeitas
devido a correntes de ar, para cada condição de ensaio e cada zona da sala (zonas 1 e 2).
Os valores utilizados para o cálculo são referentes a pontos localizados na altura entre
1,1m (mãos) e 1,7m (cabeça).
Tabela 5.7
– Porcentagem de pessoas insatisfeitas
Condições
DR - Zona 1 DR - Zona 2
Ensaio A
2,5 % 3,5 %
Ensaio B
12,5 % 17,5 %
Ensaio C
14,5 % 22,0 %
Ensaio D
15,0 % 23,0 %
69
É possível verificar que na zona 1 a pior condição foi a do ensaio D, onde a
porcentagem de pessoas insatisfeitas foi de 15 %, valor ainda dentro do limite
recomendado pela norma ISO 7730 (1994). Por outro lado, na região denominada zona 2 a
única condição onde as pessoas não sentiram desconforto com relação a correntes de ar foi
a condição de ensaio A (sistema desligado), pois em todas as outras os valores estão acima
do limite de 15 %.
5.7 Estudo comparativo com resultados de outros trabalhos
A seguir é realizado um estudo comparativo dos resultados obtidos no presente
trabalho com resultados obtidos por Wyon et al. (1968) e Mora et al. (2001). Para realizar
o estudo comparativo é necessário, primeiro, definir qual o índice que será utilizado para a
comparação de resultados de condições do ambiente que proporcionam condições de
conforto térmico aos membros da equipe cirúrgica.
Wyon et al. (1968) apresentaram valores de condições do ambiente que
proporcionam conforto por meio de um “índice de temperatura”, que foi obtido por uma
análise de regressão que relaciona todas as variáveis ambientais e pessoais com as
respostas subjetivas dos membros da equipe cirúrgica com relação à sua sensação térmica.
Os autores avaliaram a relação que cada variável analisada tem na influência da resposta
das pessoas com relação à sua sensação térmica e definiram este índice como sendo a
temperatura de um ambiente onde pessoas, sob condições específicas, tais como a
temperatura do ar igual à temperatura radiante média, velocidade do ar em torno de 0,15
m/s e a umidade relativa do ar em torno de 50%, deverão manifestar, por meio de votos, a
mesma resposta de sensação térmica que manifestarão no ambiente estudado.
Embora este índice englobe todas as variáveis ambientais relacionadas com o
conforto térmico, a definição do “índice de temperatura” é particularizado para
determinada condição de velocidade e de umidade relativa do ar.
Mora et al. (2001), por sua vez, utilizaram a temperatura do ar para referenciar
condições ambientais de conforto de cada membro da equipe cirúrgica. Embora a
temperatura do ar possa ser considerada como a variável mais importante na sensação
térmica experimentada pelas pessoas (Rohles, 2007), não é possível utilizar um índice que
não considere as demais variáveis ambientais na sua formulação.
Uma forma de se considerar todas as variáveis ambientais em um único índice é o
da temperatura equivalente, que é definida como a temperatura de um ambiente
70
imaginário, com temperatura radiante média igual à temperatura do ar e velocidade do ar
igual a zero, onde uma pessoa troca a mesma quantidade de calor por convecção e radiação
que trocaria em um ambiente real.
Segundo Nilsson (2004) a vantagem da temperatura equivalente é que ela expressa
os efeitos das variáveis térmicas combinadas para uma única pessoa, de forma que a
interpretação é simples, sendo particularmente útil para a avaliação de diferentes condições
ambientais.
Bohm et al. (1990 apud Nilsson, 2004) e Schwab et al. (1999 apud Nilsson, 2004)
verificaram que, para condições próximas da neutralidade térmica e com variações
pequenas das variáveis ambientais, o valor da temperatura equivalente sempre representa a
mesma resposta subjetiva independente do tipo de combinação das trocas de calor.
O conceito de temperatura equivalente foi introduzido inicialmente por Dufton
(1932 apud Nilsson, 2004), que construiu um sensor especial constituído de um cilindro
oco de cobre pintado de preto para medir a temperatura equivalente. Mais tarde Bedford
(1936 apud Nilsson, 2004) propôs uma expressão para o cálculo da temperatura
equivalente, apresentada na equação 5.1.
(
)
ararrareq
TVTTT += 8,37.21,0.478,0.522,0
(5.1)
onde:
T
eq
Temperatura equivalente [ºC]
V
ar
Velocidade média do ar [m/s]
r
T
Temperatura média radiante [°C]
T
ar
Temperatura do ar [°C]
Embora a equação 5.1 descreva os efeitos da velocidade do ar, ela não leva em
consideração o tipo de vestimenta usada; o que foi feito por Madsen (1984), que
desenvolveu a expressão apresentada na equação 5.2.
( )
ar
R
ar
rareq
T
I
V
TTT
+
++= 5,36.
1
.75,024,0
.45,0.55,0
(5.2)
71
onde:
I
R
Índice de isolamento da roupa [clo]
Na tabela 5.8 são apresentados os valores utilizados para o cálculo de temperatura
equivalente para cada membro da equipe cirúrgica, considerando os trabalhos de Wyon et
al. (1968), de Mora et al. (2001) e aqueles do presente trabalho.
Tabela 5.8 –
Valores utilizados para os cálculos da temperatura equivalente
Cirurgião Instrumentador
T
ar
(ºC)
V
ar
(m/s)
I
R
(clo)
r
T
(ºC)
T
ar
(ºC)
V
ar
(m/s)
I
R
(clo)
r
T
(ºC)
WYON
19,5 0,13 0,86 24,0 20,1 0,13 0,86 24,0
MORA
19,0 0,25 0,86 27,0 19,0 0,25 0,86 27,0
Ensaio
B
19,5 0,20 0,86 28,6 19,0 0,20 0,86 28,6
Ensaio
C
18,5 0,25 0,86 29,5 19,0 0,25 0,86 29,5
Ensaio
D
18,3 0,20 0,86 29,4 19,0 0,20 0,86 29,4
Anestesista Enfermeiro
T
ar
(ºC)
V
ar
(m/s)
I
R
(clo)
r
T
(ºC)
T
ar
(ºC)
V
ar
(m/s)
I
R
(clo)
r
T
(ºC)
WYON
21,5 0,13 0,42 24,0 19,5 0,13 0,42 24,0
MORA
23,0 0,20 0,42 23,0 23,00 0,20 0,42 23,0
Ensaio
B
22,0 0,25 0,42 23,0 22,00 0,25 0,42 23,0
Ensaio
C
22,0 0,30 0,42 24,1 22,00 0,30 0,42 24,1
Ensaio
D
22,0 0,20 0,42 25,6 22,00 0,20 0,42 25,6
Na tabela 5.8 todos os valores de variáveis ambientais são médias dos valores
obtidos em cada trabalho. No trabalho de Wyon et al. (1968) os valores de resistência das
roupas não foram apresentados, tendo sido adotados os mesmos valores do trabalho de
Mora et al. (2001) e do presente trabalho.
72
Os valores de temperatura do ar de conforto para os instrumentadores, anestesista e
enfermeiros foram obtidos da mesma maneira que os valores apresentados na tabela 5.4, ou
seja, por meio das tabelas da norma ISO 7730 (1994) e das equações de PMV e PPD de
Fanger. Foram mantidas as condições ambientais de velocidade do ar, umidade relativa do
ar e temperatura radiante média, e as características pessoais como vestimenta e nível de
atividade. Em seguida foram encontrados valores de temperatura do ar ideais para que os
instrumentadores, anestesista e enfermeiros trabalhem sob condições de conforto térmico.
Utilizando a equação 5.2 foram obtidos os valores de temperaturas equivalentes
apresentados na tabela 5.9. O ensaio A não foi considerado, pois foi realizado com o
sistema ar condicionado desligado; o que não é recomendado na maioria dos
procedimentos cirúrgicos.
Tabela 5.9 –
Quadro comparativo de temperaturas equivalentes preferenciais (
o
C).
Cirurgião Instrumentador
Anestesista
Enfermeiros
Wyon et al. (1968)
21,3 21,6 22,4 21,2
Mora et al. (2001)
21,6 21,6 22,5 22,5
Ensaio B
22,7 22,3 21,0 21,0
Ensaio C
22,0 22,4 21,2 21,2
Ensaio D
22,3 22,7 22,5 22,5
Da análise da tabela 5.9 verifica-se que a temperatura equivalente média de todos
os resultados apresentados é de 21,9
o
C, com desvio padrão de ± 0,6
o
C dentro da faixa
de incertezas de medição.
O resultado da análise mostra que nos três trabalhos chegou-se a valores
praticamente iguais de temperaturas equivalentes de conforto térmico em torno de 22
o
C
para todos os membros da equipe cirúrgica.
Esse resultado é particularmente útil, pois permite, juntamente com a utilização da
equação 5.2, avaliar diferentes condições ambientais e pessoais em propiciar condições de
conforto térmico aos diferentes membros da equipe cirúrgica.
73
Capítulo 6
CONCLUSÕES
A aplicação do método de Fanger na avaliação de condições de conforto térmico
em salas cirúrgicas mostrou-se adequada, embora seja necessário cuidado especial na sua
utilização e na análise dos resultados. Embora as condições ambientais (temperaturas,
velocidades e umidade do ar) em salas cirúrgicas sejam bastante estáveis, o nível de
atividade e o metabolismo, principalmente do cirurgião, variam muito ao longo da cirurgia,
dificultando a análise dos resultados.
Verificou-se que é difícil prover condições de conforto térmico para toda a equipe
cirúrgica, principalmente devido a fatores pessoais, como o tipo de vestimenta e o nível de
atividade, e de fatores locais, como o calor do foco cirúrgico.
Por se tratar do profissional mais importante da equipe cirúrgica, com maior grau
de responsabilidade, é de fundamental importância prover melhores condições de conforto
para o cirurgião. Nos casos analisados verificou-se que:
O ar deveria ser insuflado com temperaturas menores e/ou vazões maiores. Vazões
maiores podem propiciar um melhor resultado, porque não haveria a necessidade de
se baixar tanto a temperatura do ar, mas requer atenção com relação ao desconforto
local devido a correntes de ar;
Os membros da equipe cirúrgica, como anestesistas e enfermeiros, deveriam
aumentar a resistência térmica da vestimenta acrescentando mais roupas, para que
não venham a sentir frio;
Para evitar risco de hipotermia do paciente, pode haver a necessidade de utilização
de manta térmica em casos onde não atrapalhe o procedimento cirúrgico.
Os resultados obtidos também permitiram verificar que o sistema de fluxo
unidirecional (“laminar”) apresentou melhores condições de conforto térmico.
Adicionalmente, este sistema também apresenta maior potencial de controle de
contaminantes no campo cirúrgico (zona 1). Isto ocorre em função do tipo de
movimentação do ar, com insuflamento de ar diretamente no campo cirúrgico, com
menores diferenças de temperaturas ao longo da sala e maior eficiência na remoção de
material particulado.
74
Enfim, os resultados mostraram que há necessidade de cuidados redobrados quando
se está tratando de climatização em salas cirúrgicas. Se, por um lado, o bem estar da equipe
cirúrgica é importante para o sucesso do procedimento cirúrgico, os riscos de
contaminação aérea não podem ser negligenciados de forma alguma.
Assim, a solução do problema deve considerar simultaneamente os efeitos da
movimentação do ar na diminuição da possibilidade de contaminação aérea e na obtenção
das melhores condições possíveis de conforto térmico.
Finalmente, resultados de estudo comparativo com trabalhos de outros autores
mostraram que temperaturas equivalentes em torno de 22
o
C correspondem a condições de
conforto térmico para os diferentes membros da equipe cirúrgica.
6.1 Propostas para trabalhos futuros
Para trabalhos futuros, ficam como proposta:
Realizar comparações de resultados de trabalhos experimentais com aqueles de
simulação numérica, visando condições de conforto térmico e minimização da
concentração de partículas;
Realizar testes em ambientes controlados (laboratórios), pois em ambiente
cirúrgicos existe uma grande dificuldade em se fazer análise durante o
procedimento cirúrgico, por motivos de segurança;
Estudar formas de diminuição da incidência de radiação térmica proveniente do
foco cirúrgico;
Fazer análise utilizando outros métodos de avaliação de condições de conforto
térmico, como por exemplo, a utilização de manequins térmicos;
75
Capítulo 7
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AnexoA
MODELO DE QUESTIONÁRIO UTILIZADO PARA
AVALIAÇÃO SUBJETIVA
QUESTIONÁRIO PARA A EQUIPE CIRÚRGICA
Data (dd/mm/aa): _________________ Duração: _____________________
1. Tipo de cirurgia: ______________________________________________________
2. Sexo (M/F): _____________ Idade: Entre 20 e 30 anos:
Entre 31 e 40 anos:
Entre 41 e 50 anos:
Mais que 50 anos:
3. Para qual categoria da equipe cirúrgica você pertence? (detalhe se necessário)
Cirurgião ___________________________________
Anestesista ___________________________________
Enfermeira ___________________________________
Instrumentadora ___________________________________
4. Como você avalia sua sensação térmica no momento em que entrou na sala cirúrgica
para iniciar a cirurgia:
Muito gelada gelada fria pouco fria neutra pouco morna morna quente muito quente
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
5. Como você avalia sua sensação térmica durante a operação:
Muito gelada gelada fria pouco fria neutra pouco morna morna quente muito quente
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
6. Você sentiu alguma corrente de ar durante a operação: Não Sim
Sentiu resfriamento local do corpo causado pelo movimento do ar
7. Liste as roupas que você vestia dentro da sala de operação:
_________________________________________________________________________
8. Você suou durante a cirurgia? Não Sim
9. Você sentiu desconforto térmico devido: Não Sim
Aquecimento do foco cirúrgico:
Se sim especifique em que parte do corpo (pescoço, cabeça, etc.):_________________
Aquecimento de um equipamento específico:
Se sim especifique o equipamento: _________________
Frio por causa de correntes de ar:
Se sim especifique em que parte do corpo: _________________
Frio por estar próximo de superfícies frias:
Se sim especifique a superfície que incomodou você: __________________
Frio em alguma parte do corpo. Causa desconhecida:
Se sim especifique em que parte do corpo (pescoço, cabeça, etc.):_________________
Aquecimento em alguma parte do corpo. Causa desconhecida:
Se sim especifique em que parte do corpo (pescoço, cabeça, etc.):_________________
10. Em que zona(s) (1,2) da sala cirúrgica você trabalha?
(Veja a planta)
1
2
Anexo B
DADOS UTILIZADOS
B.1 Valores referentes aos dados das condições do ensaio A
Tabela B.1 – Valores das variáveis ambientais na zona 2.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,7 23,5 23,1 23,7 0,11 0,07 0,10 0,11
1
25,0 50
1,1m
22,7 23,5 23,0 23,6 0,11 0,05 0,07 0,12
2
24,9 49
0,6m
22,6 23,0 23,0 23,3 0,06 0,07 0,11 0,13
3
25,0 50
Cirurgia
1
0,1m
22,6 23,0 22,9 23,4 0,05 0,08 0,12 0,07
4
25,0 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,2 22,6 22,5 23,0 0,05 0,10 0,10 0,09
1
25,0 50
1,1m
22,2 22,3 22,8 23,0 0,07 0,13 0,09 0,10
2
24,9 49
0,6m
22,1 22,4 22,5 22,8 0,05 0,07 0,10 0,13
3
25,0 50
Cirurgia
2
0,1m
22,1 22,2 22,4 22,5 0,01 0,06 0,10 0,11
4
25,0 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,5 23,5 23,7 23,9 0,07 0,16 0,09 0,10
1
25,0 50
1,1m
23,6 23,4 23,6 23,7 0,05 0,15 0,10 0,09
2
24,7 50
0,6m
23,5 23,1 23,5 23,5 0,04 0,13 0,10 0,10
3
25,1 50
Cirurgia
3
0,1m
23,5 23,3 23,6 23,4 0,08 0,11 0,12 0,10
4
24,9 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,0 23,3 23,5 23,5 0,07 0,12 0,09 0,12
1
25,0 49
1,1m
22,8 23,0 23,6 23,6 0,08 0,07 0,10 0,08
2
25,2 50
0,6m
23,0 23,1 23,7 23,6 0,05 0,08 0,11 0,10
3
25,1 50
Cirurgia
4
0,1m
22,7 22,9 23,5 23,4 0,07 0,10 0,12 0,12
4
25,0 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,0 23,2 24,0 23,7 0,05 0,11 0,11 0,13
1
25,3 48
1,1m
22,8 23,2 23,7 23,7 0,07 0,09 0,12 0,08
2
25,2 47
0,6m
23,1 23,0 23,6 23,6 0,06 0,08 0,10 0,09
3
25,1 50
Cirurgia
5
0,1m
22,4 22,7 23,7 23,5 0,08 0,11 0,13 0,10
4
25,1 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,5 23,5 24,3 23,8 0,06 0,10 0,10 0,11
1
25,2 50
1,1m
23,5 23,4 24,0 23,8 0,05 0,08 0,11 0,09
2
25,0 50
0,6m
23,5 23,8 24,1 23,7 0,05 0,10 0,12 0,07
3
25,0 50
Cirurgia
6
0,1m
23,4 23,4 23,8 23,9 0,07 0,11 0,12 0,09
4
25,1 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,6 23,6 -- -- 0,07 0,14 -- --
1
25,3 49
1,1m
23,5 23,7 -- -- 0,06 0,09 -- --
2
25,3 50
0,6m
23,4 23,8 -- -- 0,08 0,12 -- --
3
25,2 49
Cirurgia
7
0,1m
23,1 23,4 -- -- 0,05 0,10 -- --
4
25,0 --
Figura B.1 – Disposição dos medidores na zona 2 – Ensaio A.
Tabela B.2 – Valores das variáveis ambientais na zona 1.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-A P-B
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
1,7m
26,1 27,0 0,12 0,09
1
27,9 46
1,1m
26,0 26,0 0,07 0,10
2
28,0 46
0,6m
25,5 25,5 0,08 0,11
3
28,0 43
0,1m
24,6
2
4,3
0,10
0,12
4
28,0
--
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-A P-B
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
1,7m
26,5 26,6 0,11 0,09
1
28,0 45
1,1m
26,9 26,8 0,09 0,10
2
27,8 45
0,6m 25,6 26,1 0,08 0,10 3 27,9 45
0,1m
24,8 24,7 0,11 0,11
4
27,9 --
Tabela B.3 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação térmica
durante a cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
1 1 1 0
2 2 1 0 0
3
1 2 0 0
4
1 1 0 0
5
2 2 1 0
6
1 2 0 0
7
2 1 1 0
8
1 1 1 1
9
-- 1 -- 0
Tabela B.4 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação térmica no
início da cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
1 0 1 2
2
0 0 0 2
3
1 1 1 0
4
1 1 1 1
5
1 0 1 1
6
2 1 1 1
7
1 1 2 0
8
1 1 1 1
9
-- 1 -- 1
B.2 Valores referentes aos dados das condições do ensaio B
Tabela B.5 – Valores das variáveis ambientais na zona 2.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
21,1 22,0 21,5 -- 0,27 0,10 -- --
1
22,0 49
1,1m
20,5 21,7 21,4 -- 0,30 0,12 0,30 --
2
22,0 46
0,6m
20,7 21,7 21,3 -- 0,25 0,10 0,10 --
3
22,0 45
Cirurgia
1
0,1m
20,7 21,5 21,1 -- 0,20 0,08 0,25 --
4
22,0 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 19,9 19,8 20,3 19,9 0,27 0,11 0,20 0,32 1
21,9 49
1,1m 19,8 19,3 20,5 20,4 0,26 0,15 0,06 0,30 2
22,0 49
0,6m 19,9 19,4 20,9 20,5 0,29 0,16 0,06 0,24 3
22,1 49
Cirurgia
2
0,1m 20,1 19,7 20,8 20,4 0,30 0,10 0,09 0,25 4
21,0 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 19,7 20,0 20,6
20,1
0,29 0,10 0,27
0,30
1
21,5 48
1,1m 20,0 19,9 20,9
20,0
0,27 0,15 0,29
0,32
2
21,9 47
0,6m 19,8 19,7 20,7
19,8
0,31 0,26 0,26
0,20
3
22,0 45
Cirurgia
3
0,1m 19,8 19,4 20,4
20,3
0,31 0,10 0,20
0,25
4
21,5 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 22,6 22,8
22,7 20,5
0,26 0,13 0,17
0,35
1
22,0 45
1,1m 22,3 23,0
22,9 20,4
0,28 0,15 0,16
0,32
2
22,1 45
0,6m 22,3 22,7
23,0 20,4
0,29 0,11 0,25
0,20
3
21,8 45
Cirurgia
4
0,1m 22,3 22,5
22,6 20,3
0,35 0,05 0,11
0,25
4
22,1 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 20,2 22,5 20,9
--
0,25 0,18 0,20 0,42 1
21,0 45
1,1m 20,1 22,2 21,0
--
0,23 0,17 0,30 0,35 2
21,2 44
0,6m 19,8 22,2 21,8
--
0,32 0,17 0,20 0,27 3
21,1 40
Cirurgia
5
0,1m 19,5 22,4 20,7
--
0,33 0,09 0,11 0,18 4
21,5 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
20,0 21,0 21,0 20,1
0,28 0,18 0,22 0,42 1
22,0 40
1,1m
19,9 20,3 21,1 20,0
0,29 0,17 0,27 0,30 2
22,1 42
0,6m
19,7 20,3 21,0 19,5
0,21 0,15 0,25 0,25 3
21,5 40
Cirurgia
6
0,1m
20,3 20,5 20,7 19,8
0,32 0,05 0,10 0,15 4
21,4 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
20,0 20,3 20,3 20,1
0,28 0,16 0,20 0,45 1
21,6 49
1,1m
20,0 19,7 20,0 20,2
0,29 0,19 0,26 0,37 2
21,5 48
0,6m
19,5 20,1 20,5 19,5
0,23 0,15 0,21 0,24 3
21,3 49
Cirurgia
7
0,1m
19,8 19,9 20,4 19,9
0,25 0,02 0,15 0,18 4
21,1 --
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 20,2 20,5 20,6 19,7 0,27
0,17
0,23 0,41 1
21,0 50
1,1m 20,1 20,2 21,2 20,0 0,29
0,13
0,24 0,39 2
21,5 49
0,6m 19,8 20,2 21,3 19,8 0,36
0,15
0,26 0,25 3
21,3 49
Cirurgia
8
0,1m 19,5 20,4 20,7 19,8 0,22
0,07
0,20 0,15 4
21,3 --
Figura B.2 – Disposição dos medidores na zona 2 – Ensaio B.
Tabela B.6 – Valores das variáveis ambientais na zona 1.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-A P-B
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
1,7m
25,5 25,7 0,14 0,10
1
26,5 40
1,1m
24,7 24,4 0,30 0,15
2
26,5 40
0,6m
24,0 23,0 0,20 0,20
3
27,0 45
0,1m
--
2
2
,
2
0,25
0,30
4
26,9
--
Tabela B.7 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação térmica
durante a cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
0 1 -2 -2
2
1 0 -1 -2
3
1 1 -1 -1
4
0 0 -1 -2
5
0 0 -2 -2
6
1 1 -1 -1
7
1 1 -2 -1
8
0 1 -1 -2
9
-- -- -- --
Tabela B.8 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes a sensação térmica no
início da cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
-1 -1 -1 -2
2
-1 0 -1 -2
3
-2 0 -1 -1
4
-2 -1 -2 -2
5
-1 -1 -2 -2
6
-1 -1 -1 -2
7
-1 -1 -1 -1
8
-1 -1 -2 -1
9
-- -- -- --
B.3 Valores referentes aos dados das condições do ensaio C
Tabela B.9 – Valores das variáveis ambientais na zona 2.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,0 23,7 22,5 21,7 0,35 0,27 0,35 0,33
1
23,5 50
1,1m
22,6 23,9 22,4 22,3 0,40 0,32 0,32 0,38
2
23,5 45
0,6m
22,5 24,2 22,1 22,5 0,29 0,28 0,28 0,26
3
23,7 44
Cirurgia
1
0,1m
22,6 23,5 21,9 21,5 0,27 0,19 0,21 0,17
4
23,5 43
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,8 23,7 22,3 21,9 0,25 0,29 0,40 0,35
1
23,5 40
1,1m
22,7 23,5 22,2 22,0 0,29 0,32 0,31 0,30
2
23,5 44
0,6m
22,4 23,9 22,5 21,5 0,22 0,19 0,26 0,14
3
23,5 45
Cirurgia
2
0,1m
22,2 22,9 21,9 21,3 0,20 0,10 0,19 0,20
4
23,5 48
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,9 24,3 22,9 -- 0,30 0,27 0,41 0,38
1
23,7 40
1,1m
23,8 23,9 23,2 -- 0,31 0,29 0,33 0,32
2
23,7 45
0,6m
23,2 24,0 22,7 22,5 0,30 0,29 0,30 0,17
3
23,7 44
Cirurgia
3
0,1m
23,2 23,7 22,4 22,0 0,19 0,12 0,16 0,18
4
23,5 43
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,5 23,3 22,5 22,0
0,32 0,34 0,43
0,45
1
23,5 45
1,1m
23,2 23,5 22,2 21,9
0,35 0,33 0,40
0,42
2
23,0 43
0,6m
22,8 24,0 22,8 22,5
0,33 0,32 0,38
0,37
3
23,0 44
Cirurgia
4
0,1m
22,7 23,7 22,7 22,2
0,26 0,20 0,29
0,31
4
23,5 42
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,1 23,7 22,7 --
0,33 0,34 0,40 0,41 1
23,5 44
1,1m
22,6 23,5 23,0 21,9
0,29 0,36 0,39 0,37 2
23,5 43
0,6m
22,4 23,6 22,9 22,3
0,31 0,32 0,35 0,32 3
23,0 44
Cirurgia
5
0,1m
22,6 22,9 22,3 22,0
0,21 0,23 0,27 0,27 4
23,5 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,7 24,1 21,9 21,8
0,29 0,27 0,37 0,35 1
23,5 45
1,1m
23,9 24,0 22,2 22,3
0,31 0,29 0,31 0,28 2
23,5 43
0,6m
23,7 24,0 22,0 22,3
0,30 0,28 0,27 0,31 3
24,0 42
Cirurgia
6
0,1m
23,6 23,7 21,4 22,2
0,24 0,15 0,20 0,20 4
23,7 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
23,8 24,0 21,6 22,0
0,31 0,33 0,39 0,30 1
23,7 44
1,1m
23,9 23,7 22,2 22,2
0,30 0,28 0,29 0,32 2
23,5 46
0,6m
23,5 24,1 22,3 22,0
0,28 0,32 0,30 0,28 3
23,5 48
Cirurgia
7
0,1m
23,3 23,5 21,5 22,1
0,22 0,26 0,24 0,24 4
23,7 46
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,8 23,5 21,6 --
0,32
0,27
0,27 0,29 1
23,0 44
1,1m
22,7 23,8 22,2 --
--
0,22
0,29 0,31 2
23,2 45
0,6m
22,4 24,1 22,3 --
0,28
0,19
0,24 0,33 3
23,5 45
Cirurgia
8
0,1m 22,6 23,2 21,5 -- 0,20 0,17 0,21 0,21 4 23,5 42
Figura B.3 – Disposição dos medidores na zona 2 – Ensaio C.
Tabela B.10 – Valores das variáveis ambientais na zona 1.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-A P-B
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
1,7m
27,9 28,0 0,26 0,32
1
28,0 35
1,1m
26,9 27,2 0,29 0,30
2
28,1 39
0,6m
26,2 27,0 0,27 0,18
3
28,0 40
0,1m
2
4
,9
25,2
0,20
0,17
4
28,0
36
Tabela B.11 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
durante a cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
3 0 0 -1
2
1 0 -1 0
3
1 0 -2 -1
4
1 1 -1 0
5
2 0 0 0
6
3 0 -1 -1
7
3 0 0 0
8
3 0 -1 -1
9
-- 0 -- --
Tabela B.12 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
no início da cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
1 -1 0 -1
2
0 -1 0 -1
3
0 0 -1 -1
4
0 -1 0 0
5
0 0 0 0
6
0 -1 0 -1
7
1 0 0 -1
8
0 -1 -1 -1
9
-- -1 -- --
B.4 Valores referentes aos dados das condições do ensaio D
Tabela B.13 – Valores das variáveis ambientais na zona 2.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,2 22,1 22,2 22,2 0,20 0,22 0,20 0,22
1
23,5 40
1,1m
22,0 21,9 22,1 22,2 0,15 0,23 0,21 0,25
2
24,0 50
0,6m
22,3 22,2 22,1 21,9 0,20 0,17 0,24 0,22
3
23,7 50
Cirurgia
1
0,1m
21,8 21,7 21,8 22,0 0,17 0,20 0,19 0,20
4
24,2 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,3 22,2 22,1 22,3
0,22 0,25 0,15 0,20 1
24,0 45
1,1m
22,1 22,3 22,2 22,0
0,20 0,22 0,18 0,21 2
24,0 45
0,6m
22,3 22,2 22,2 22,0
0,19 0,20 0,20 0,20 3
24,0 45
Cirurgia
2
0,1m
21,8 22,0 21,9 22,0
0,18 0,19 0,19 0,17 4
24,0 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,2 22,1 22,4 22,0
0,30 0,25 0,19
0,23
1
24,0 50
1,1m
21,9 22,0 22,3 21,7
0,25 0,20 0,21
0,19
2
24,0 48
0,6m
22,0 22,3 22,0 21,9
0,15 0,23 0,30
0,31
3
23,7 45
Cirurgia
3
0,1m
21,9 22,0 22,2 22,0
0,20 0,24 0,15
0,21
4
24,2 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,4 22,7 22,3 22,8
0,32 0,29 0,10
0,05
1
24,0 50
1,1m
22,,3 22,5 22,3 22,5
0,27 0,40 0,05
0,12
2
24,2 45
0,6m
22,5 22,5 22,1 22,7
0,34 0,33 0,12
0,08
3
24,0 40
Cirurgia
4
0,1m
22,1 22,3 22,0 22,3
0,12 0,31 0,09
0,17
4
24,0 40
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 22,9 23,0 22,8
22,6
0,30 0,35 0,30 0,10 1
24,5 45
1,1m 22,8 22,9 22,5
22,4
0,25 0,29 0,32 0,15 2
24,5 45
0,6m 22,5 23,1 22,3
22,6
0,27 0,30 0,15 0,25 3
24,5 45
Cirurgia
5
0,1m 22,5 22,7 22,1
22,5
0,31 0,17 0,17 0,10 4
24,2 45
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,2 22,2 22,4 22,2
0,25 0,20 0,08 0,10 1
24,0 45
1,1m
22,0 22,3 22,3 22,1
0,35 0,15 0,19 0,06 2
24,0 42
0,6m
22,0 22,1 22,0 21,9
0,29 0,12 0,05 0,20 3
24,3 45
Cirurgia
6
0,1m
22,1 22,1 22,0 21,7
0,22 0,07 0,04 0,13 4
24,0 43
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m
22,5 22,4 22,1 22,0
0,25 0,20 0,35 0,20 1
24,0 48
1,1m
22,6 22,4 22,3 21,9
0,30 0,19 0,50 0,23 2
24,0 50
0,6m
22,1 22,6 22,2 21,8
0,15 0,17 0,21 0,15 3
23,8 45
Cirurgia
7
0,1m
22,2 22,5 22,1 21,5
0,12 0,21 0,20 0,19 4
23,5 40
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-C P-D P-A P-B P-C P-D
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa (%)
1,7m 22,7 22,0 21,9 22,0 0,45
0,31
0,15 0,20 1
24,5 45
1,1m 22,6 21,8 21,5 21,9 0,32
0,24
0,17 0,22 2
24,0 45
0,6m 22,3 21,9 21,7 22,0 0,41
0,25
0,21 0,31 3
24,0 42
Cirurgia
8
0,1m 22,0 21,8 21,4 22,2 0,32
0,20
0,16 0,19 4
24,0 40
Figura B.4 – Disposição dos medidores na zona 2 – Ensaio D.
Tabela B.14 – Valores das variáveis ambientais na zona 1.
Temperatura do ar (ºC) Velocidade do ar (m/s)
Alturas P-A P-B P-A P-B
Pontos a
1metro do
piso
Temperatura
de globo (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
1,7m
28,1 28,4 0,20 0,20
1
28,0 35
1,1m
27,5 27,9 0,25 0,23
2
28,3 38
0,6m
27,2 26,8 0,20 0,15
3
27,0 35
0,1m
26,5
26,2
0,15
0,07
4
29,0
35
Tabela B.15 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
durante a cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
2 2 0 -1
2
1 1 0 0
3
1 2 0 -1
4
2 0 0 -1
5
1 1 0 -1
6 2 2 -1 0
7
2 1 0 -1
8
1 1 0 -1
9
-- -- -- --
Tabela B.16 – Valores de PMV obtidos pelos questionários referentes à sensação térmica
no início da cirurgia.
Cirurgião Instrumentador Anestesista Enfermeiros
1
0 1 1 0
2
0 0 0 0
3
1 1 0 1
4
0 0 0 1
5
1 1 0 1
6
0 1 0 0
7
0 0 1 0
8
0 0 0 0
9
-- -- -- --
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