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FABIANO GERONASSO SIMÕES
AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA E MICROSCÓPICA DO CIMENTO
PORTLAND COMUM - CP I E DO CIMENTO PORTLAND BRANCO
NÃO ESTRUTURAL - CPB INCLUÍDOS NA CALVÁRIA DE RATOS
São Paulo
2008
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Fabiano Geronasso Simões
Avaliação macroscópica e microscópica do Cimento Portland
Comum - CP I e do Cimento Portland Branco não estrutural - CPB
incluídos na calvária de ratos
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São
Paulo, para obter o título de Mestre pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências
Odontológicas.
Área de Concentração: Prótese Buco
Maxilo Facial
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Mesquita
Carvalho
São Paulo
2008
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Catalogação-na-Publicação
Serviço de Documentação Odontológica
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Simões, Fabiano Geronasso
Avaliação macroscópica e microscópica do cimento Portland comum – CP I e
do cimento Portland branco não estrutural – CPB incluídos na calvária de ratos /
Fabiano Geronasso Simões; orientador José Carlos Mesquita de Carvalho. -- São
Paulo, 2008.
68p.: tab., fig.; 30 cm.
Dissertação (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Ciências
Odontológicas. Área de Concentração: Prótese Buco Maxilo Facial) -- Faculdade
de Odontologia da Universidade de São Paulo.
1. Cimentos dentários – Biocompatibilidade 2. Agregado de Trióxido Mineral
3. Prótese bucomaxilofacial
CDD 617.69028
BLACK D15
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A
REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
São Paulo, ____/____/____
Assinatura:
E-mail:
FOLHA DE APROVAÇÃO
Simões FG. Avaliação macroscópica e microscópica do Cimento Portland Comum –
CP I e do Cimento Portland Branco não estrutural – CPB incluídos na calvária de
ratos [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP;
2008.
São Paulo, 21/01/2009
Banca Examinadora
1) Prof.(a). Dr.(a).___________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
2) Prof.(a). Dr.(a).___________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
3) Prof.(a). Dr.(a).___________________________________________________
Titulação: ________________________________________________________
Julgamento:__________________Assinatura___________________________
DEDICATÓRIA
Aos meus pais com carinho. Agradeço a oportunidade de ser filho de vocês.
Agradeço a oportunidade de ter recebido a melhor educação que uma criança podia
ter. Obrigado por estarem sempre presentes em mais esta etapa de minha vida.
Amo vocês.
Aos meus irmãos pela ajuda e compreensão nestes momentos ausentes. Amo
vocês.
À Alessandra, minha futura esposa, com amor, admiração e gratidão por sua
compreensão, carinho, presença e incansável apoio ao longo do período de
elaboração deste mestrado.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo milagre da vida, por todas as bênçãos a mim concebidas, hoje e
sempre.
Ao meu Orientador Prof. Dr. José Carlos Mesquita de Carvalho, cuja orientação foi
fundamental para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Reinaldo Brito Dias, pela amizade e convivência científica
compartilhada.
Aos Professores da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Faciais da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo, pela amizade e convivência científica
compartilhada.
A Belira de Carvalho e Silva um exemplo de pessoa prestativa e amorosa; e aos
demais Secretários do Departamento pela amizade e ajuda prestada durante estes
anos de convívio.
Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Prótese Buco Maxilo Faciais da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, pela amizade e
companheirismo durante estes anos.
Aos Técnicos do Laboratório e Auxiliares da Clínica de Prótese Buco Maxilo Faciais
da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, pela amizade e
conhecimento técnico compartilhado.
A CAPES pela bolsa de Mestrado.
A todos que, de alguma forma contribuíram para meu êxito diante de mais um
desafio.
Simões FG. Avaliação macroscópica e microscópica do Cimento Portland Comum -
CP I e do Cimento Portland Branco não estrutural - CPB incluídos na calvária de
ratos [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP;
2008.
RESUMO
Os biomateriais podem ser definidos como substâncias de origem natural ou
sintética que são tolerados de forma transitória ou permanente pelos diversos
tecidos que constituem os órgãos dos seres vivos. Dentre esses biomateriais
podemos citar o Agregado de Trióxido Mineral (ATM), que foi desenvolvido na
Universidade de Loma Linda na década de 90. Desde então, não cessaram
trabalhos de pesquisa envolvendo esse material e o Cimento Portland (CP); que
embora não seja um material de uso odontológico direto, pode-se afirmar que possui
basicamente os mesmos componentes químicos do ATM. O objetivo da presente
pesquisa foi avaliar a biocompatibilidade do cimento Portland comum (CP-I) e do
cimento Portland branco (CPB) não estrutural, incluídos na calvária de ratos. Foram
selecionados vinte ratos, dois foram previamente utilizados como grupo piloto; os
dezoito restantes foram distribuídos em três grupos de seis ratos que avaliados nos
tempos experimentais de 30, 60, 90 dias foram mortos para análise histopatológica.
Cada animal recebeu um implante, sendo três de Cimento Portland Comum (CP-I) e
três de Cimento Portland Branco (CPB). Os resultados mostraram que não houve
conseqüências de uma proliferação microbiológica em nenhum dos cimentos e
tempos pesquisados. Observou-se tecido conjuntivo denso, celular e ricamente
vascularizado. Também foi visualizado uma matriz óssea recém formada, adjacente
aos osteoblastos ativos e que não estava ainda calcificada; apresentava-se menos
mineralizada e com ausência de lamelas. Durantes os tempos histológicos de 30, 60
e 90 dias, o infiltrado inflamatório disperso no tecido apresentou-se: intenso,
moderado e discreto. Sugerindo a mudança do processo inflamatório de agudo a
crônico respectivamente
Palavras-Chave: Cimento Portland (CP); Agregado de Trióxido Mineral (ATM);
biocompatibilidade
Simões FG. Macroscopic and microscopic evaluation of Portland Cement Joint - CP I
and the Portland Cement White not structural - CPB included in the skull of rats
[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
ABSTRACT
The biomaterials can be defined as substances of natural or synthetic origin that are
tolerated on a temporary or permanent by the various tissues that make up the
organs of living beings. Among these biomaterials can quote the mineral trioxide
aggregate (MTA), which was developed at the University of Loma Linda, in the 90s.
Since then, it stopped work on research involving this material and Portland cement
(PC), which although not a dental material to use direct, one can say that basically
has the same chemical components of the ATM. The purpose of this study was to
evaluate the biocompatibility of common Portland cement (PC-I) and the white
Portland cement (CPB) no structural, included in the skull of rats. Twenty rats were
selected, two were previously used as a pilot group and the eighteen others were
divided into three groups of six rats that were killed and evaluated in experimental
stroke, 30, 60, and 90 days. Each animal received an implant, three of Common
Portland Cement (PC-I) and three of White Portland Cement (CPB). The results show
that there were no consequences of a microbial proliferation in any of cement and
times searched. There was also the formation of bone tissue with characteristics of
immaturity, showing gaps in some areas without osteocytes; presence of moderate
and cell tissue, richly vascularized, showing characteristics of biocompatibility, and
the potential for bone and cell differentiation.
Keywords: Portland cement (PC); Mineral Trioxide Aggregate (MTA); Biocompatibility
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4.1- Ratos machos da linhagem Wistar (Rattus novergicus). ........29
Figura 4.2- Gaiola dos ratos e alimentação................................................29
Figura 4.3- Cimento Portland Comum CP-I e o Cimento Portland Branco
não estrutural CPB; esterilizados por oxido de etileno.............30
Figura 4.4- Anestésicos utilizados na experimentação ..............................32
Figura 4.5- Pesagem dos ratos..................................................................33
Figura 4.6- Anestesia Intraperitoneal .........................................................33
Figura 4.7- Região da calvária tricotomizada.............................................36
Figura 4.8- Incisão reta de + ou - 3 cm ao longo da sutura sagital ............36
Figura 4.9- Descolamento total do retalho .................................................37
Figura 4.10- Broca Trefina em posição para ostectomia, afastamento dos
tecidos moles e irrigação abundante....................................... 37
Figura 4.11- Região da calvária após ostectomia com broca trefina............38
Figura 4.12- Descolamento do osso trefinado..............................................38
Figura 4.13 Remoção do fragmento ósseo.................................................39
Figura 4.14- Fragmento ósseo de 10mm removido da calvária...................39
Figura 4.15- Visualização do tecido cerebral ...............................................40
Figura 4.16- Cimento Portland Comum CP-I incluído na calvária................40
Figura 4.17- Cimento Portland Branco não estrutural CPB incluído na
calvária...........................................................................................41
Figura 4.18- Pós-operatório imediato................................................................41
Figura 4.19- Pós-operatório tardio.....................................................................41
Figura 5.1- Grupo I (30 dias) Cimento Portland Branco não estrutural
CPB...............................................................................................45
Figura 5.2- Grupo I (30 dias) Cimento Portland Comum CP...........................46
Figura 5.3- Grupo II (60 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CP....47
Figura 5.4- Grupo II (60 dias) Cimento Portland Comum CP..........................48
Figura 5.5- Grupo III (90 dias) Cimento Portland Branco não estrutural
CPB...............................................................................................49
Figura 5.6- Grupo III (90 dias) Cimento Portland Comum CP-I.......................50
Figura 5.7- Grupo III (90 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CPB.51
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.1- Distribuição e morte dos animais por período de tempo (dias).....34
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
Ecorr potencial de corrosão
ISO International Standard Organization
Mm milímetro
et al e colaboradores
H.E. Hematoxilina e Eosina
ATM Agregado trióxido mineral
IRM Material Restaurador Intermediário
CIV Cimento de ionômero de vidro
Ltda Limitada
EUA Estados Unidos da América
ADA American Association Dental
ISO International Organization for Standardization
CEEPA Comissão de Ética no Ensino e Pesquisa em Animais
FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
CP Cimento Portland
Super EBA Cimento de óxido de zinco e eugenol
ICP-ES Espectrometria de emissão atômica com fonte de plasma induzido
LISTA DE SÍMBOLOS
= Igual
°C Graus Celsius
ppm Partes por milhão
CaO Óxido de cálcio
SiO2 Óxido de Silício
Al2O3 Óxido de alumínio
Fe2O3 Óxido de ferro III
MgO Òxido de magnésio
CaO Òxido de cálcio
K2O Peróxido de potássio
Na2O Óxido de sódio
PGE2 Prostaciclina
% Porcentagem
CO2 Dióxido de carbono
RNA Ácido ribonucleico
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................13
2 REVISÃO DA LITERATURA ..............................................................
16
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................27
4 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................
28
5 RESULTADOS....................................................................................
44
6 DISCUSSÃO .......................................................................................
52
7 CONCLUSÕES ...................................................................................
61
REFERÊNCIAS......................................................................................
62
ANEXOS.................................................................................................
68
13
1 INTRODUÇÃO
“Pensar é o trabalho mais pesado que há. Talvez seja essa a razão para tão
poucos se dedicarem a isso."
Henry Ford.
Sanan e Haines (1997) afirmam que em épocas passadas o homem já se
preocupava em restaurar ou substituir partes danificadas do tecido ósseo humano.
Em meados do século XVII, Fallopius implantou uma placa de ouro para
restaurar um defeito craniano e, a partir daí, deu início ao uso dos implantes para a
substituição de partes danificadas do sistema ósseo. Numerosos materiais têm sido
utilizados com esta finalidade, porém poucos apresentam resultados satisfatórios já
que a maioria provoca, em maior ou menor grau, resposta imunológica do organismo
receptor.
Santos et al. (1999) relatam que os biomateriais podem ser definidos como
substâncias de origem natural ou sintética que são tolerados de forma transitória ou
permanente pelos diversos tecidos que constituem os órgãos dos seres vivos.
Arens e Torabinejad (1996), Busato et al. (1999) e Holland et al. (2001) citam
dentre esses biomateriais o Agregado de Trióxido Mineral (ATM). Substância que foi
desenvolvida na Universidade de Loma Linda na década de 90. Desde então, não
cessaram trabalhos de pesquisa envolvendo esse material e o Cimento Portland
14
(CP), que embora não seja um material de uso odontológico direto, pode-se afirmar
que possui basicamente os mesmos componentes químicos do ATM.
Tavares e Luis (1997) definem tecnicamente que cimento é um pó fino com
propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes que endurece com a ação da
água. Ele pertence à classe de materiais chamados aglomerantes hidráulicos. Esta
denominação compreende as substâncias que endurecem quando misturadas com
água, sendo também resistentes à mesma.
Em 1758, o inglês Smeaton conseguiu um produto de alta resistência por
meio da calcinação de calcários moles e argilosos.
Em 1918, o francês Vicat obteve resultados semelhantes aos do Smeaton
pela mistura de componentes argilosos e calcários, e por isso é considerado o
inventor do cimento artificial.
Em 1824, Joseph Aspdin patenteou um produto denominado cimento Portland
(CP), obtido a partir da calcinação da mistura de rochas calcárias e materiais sílico-
argilosos. Recebeu este nome por apresentar cor, propriedades de durabilidade e
solidez semelhante as das rochas da ilha britânica de Portland, na Inglaterra. O
produto calcinado, depois de finamente moído, apresentava propriedades
aglomerantes quando misturado com água. A argamassa obtida apresentava maior
facilidade de trabalho, capacidade aglomerante e estabilidade. A partir de então, a
fabricação e as características físico-químicas do cimento têm evoluído
constantemente (TAVARES; LUIZ, 1997).
As similaridades, características químicas e biológicas dos cimentos Portland
com o ATM nos intrigam e nos fornecem subsídios para realizar pesquisas com
estes materiais como possíveis biomateriais a serem utilizados futuramente na
região bucomaxilofacial.
15
O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a biocompatibilidade do cimento
Portland comum (CP-I) e do cimento Portland branco (CPB) não estrutural, incluídos
na calvária de ratos.
16
2 REVISÃO DA LITERATURA
"Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os
nossos méritos”.
Albert Einstein.
O Agregado Trióxido Mineral (ATM) foi desenvolvido na Universidade de
Loma Linda, Califórnia (EUA) para a vedação dos dentes com as superfícies
externas. O ATM é um pó que possui como principais componentes o silicato
tricálcico, aluminato tricálcico, óxido tricálcico e óxido silicato. Existem ainda,
pequenas quantidades de outros óxidos minerais que são responsáveis pelas
propriedades físicas e químicas desse agregado, tais como o óxido de bismuto, que
foi adicionado para tornar o material radiopaco (TORABINEJAD et al. 1995).
Torabinejad et al. (1994) fizeram uma comparação entre dois tipos de
cimentos e demonstraram que o ATM infiltrou significamente menos que o super
EBA (cimento de óxido de zinco e eugenol) tanto na presença como na ausência de
sangue. Os autores afirmaram ainda que o ATM pode ser usado em meio úmido
devido as suas características hidrofílicas.
17
O Agregado Trióxido Mineral (ATM) é empregado em cirurgias periapicais
como material retrobturador e para selamento das comunicações entre o sistema de
canais radiculares e o peridonto (TORABINEJAD, WATSON; PITT FORD, 1993;
TORABINEJAD et al., 1994; TORABINEJAD et al., 1995; TORABINEJAD et al.,
1997; PITT FORD et al., 1995).
Na indústria o processo de fabricação do clínquer Portland consiste na
mineração e britagem das matérias-primas, seguindo a preparação adequada da
mistura crua com posterior queima por volta de 1.400°C em forno rotativo. O material
utilizado para a fabricação deve conter em sua composição química os principais
óxidos componentes do clínquer: CaO, SiO
2,
Al
2
O
3
e Fe
2
O
3.
O calcário e a argila são
as matérias-primas mais comuns como fonte de CaO, SiO
2,
Al
2
O
3
e Fe
2
O
3
sendo o
minério de ferro, a principal fonte de Fe
2
O
3.
No caso da fabricação de cimentos
brancos, a presença de Fe
2
O
3
é restringida. Os componentes do clínquer Portland
podem ser subdivididos em três grupos distintos: os silicatos cálcicos (silicato
tricálcico e o silicato dicálcico), a fase intersticial (aluminoferrita tetracálcico,
aluminato tricálcico) e os componentes menos freqüentes como MgO, CaO, K
2
O e
Na
2
O. O gesso é o produto de adição final no processo de fabricação do cimento
Portland, com a finalidade de regular o tempo de presa por ocasião das reações de
hidratação (TAVARES; LUIZ, 1997).
Torabinejad et al. (1998), em estudo comparativo entre materiais de
retrobturação endodôntica, constataram a formação de tecido duro na presença de
implantes de ATM. Eles observaram microscopicamente a aposição de novo osso
18
adjacente ao implante de ATM, na fase pastosa, em defeitos ósseos na tíbia de
modelo animal.
Nakata, Baes e Baumgartner (1998) avaliaram a capacidade do ATM e do
Amálgama de cobre no selamento de perfurações nas bifurcações de molares
humanos extraídos, utilizando Fusobacterium nucleatum. O grupo 1 foi reparado
com ATM e o grupo 2 com amálgama. Os dentes adicionais sem perfurações
serviram de controle negativo. Montou-se um modelo de câmara dupla para
infiltração de bactérias anaeróbias. Oito das dezoito amostras de amálgama tiveram
infiltração, enquanto que nenhumas das dezoito amostras de ATM foram infiltradas.
Os autores concluíram então que o ATM foi significamente melhor do que o
amálgama de cobre na prevenção da infiltração de Fusobacterium nucleatum após o
reparo na bifurcação.
A origem e composição do ATM sempre despertaram a curiosidade daqueles
que se interessavam pelo material. Esse mistério começou a ser desvendado
quando Wucherpfening e Green (1999) publicaram um “abstract” sobre o referido
material. Nesse pequeno resumo, os autores afirmaram ter observado que esse
material era quase idêntico, macroscopicamente, microscopicamente e pela difração
de Raios X, ao cimento Portland (cimento empregado em construções). Os autores
acrescentaram que esses dois materiais tiveram comportamento similar em cultura
de células e também quando aplicados em polpas de dentes de ratos.
19
Curiosamente, essas observações não foram ainda publicadas, tendo-se limitado a
esse “abstract”.
Schwarz et al. (1999) escreveram que várias pesquisas sugerem que o ATM
permite, quando implantado, o crescimento de tecidos similares ao osso, bem como
ao cemento.
Souza et al. (1999) afirmam que a inflamação nos tecidos subjacentes,
causadas pelas perfurações, tornam duvidosos os prognósticos do dente envolvido.
Nessa revisão analisaram alguns materiais, além do Super EBA e o ATM, para o
reparo imediato de perfurações iatrogênicas. O uso do ATM mostrou ser o material
mais promissor, porém necessitando de novos estudos clínicos para uma melhor
avaliação.
Holland et al. (2001) compararam a reposta histológica produzida pelo ATM
como a causada pelo hidróxido de cálcio. Para isso, tubos de dentina com 7 mm de
comprimento foram preparados e preenchidos com ATM ou com pasta de hidróxido
de cálcio (veículo: água destilada) e implantados, na região dorsal, no subcutâneo
de quarenta ratos. Em cada rato foi implantado um tubo com ATM e um com
hidróxido de cálcio. Metade dos animais foram eutanasiados após 7 dias, e a outra
metade trinta dias depois. A análise histológica mostrou que ambos os materiais
20
estimularam a deposição de tecido duro e causaram respostas inflamatórias leves
no tecido conjuntivo, sendo biocompatíveis.
No final do século passado, o Cimento Portland (CP) foi referenciado como
um material de composição química e propriedades físicas semelhantes ao ATM,
desencadeando reações teciduais similares quando estudado em modelos animais,
porém com custo bastante inferior (ESTRELA et al., 2000).
Safavi e Nichols (2000) avaliaram os defeitos do ATM e do cimento Portland
na secreção de prostaglandinas PGE
2
(Prostaciclina) pelos monócitos. Utilizaram
monócitos provenientes de sangue fracionado e incubados a 37°c na presença de
5% de CO
2
por 2 horas. Fez-se outra incubação, desta vez por 24 horas, agora
contendo os materiais a serem testados. Os resultados mostraram diminuição da
produção de PGE
2
em contato com os materiais. Os autores concluíram que tanto o
CP como o ATM, inibem a formação de prostaglandinas secretadas pelos
monócitos, o que seria devido á solubilidade de produtos contidos nestes cimentos.
Levando em consideração de que o ATM é semelhante ao cimento Portland,
Holland et al. (2001) estudaram o cimento Portland, ATM e o hidróxido de cálcio
quimicamente puro, implantando-os em tecido subcutâneo de ratos. Os resultados
foram semelhantes entre o ATM e o cimento Portland, ou seja, foram observadas
granulações de calcita em contato com os materiais estudados. Diante dos
resultados obtidos os autores sugerem que o mecanismo de ação dos três materiais
estudados é similar. Os autores ressaltaram que todos os experimentos
21
mencionados vão de encontro aos resultados obtidos por Wucherpfennig e Green
(1999) e Estrela et al. (2000), que sugerem que o ATM e o cimento Portland são
materiais similares.
Figueiredo et al. (2001) propuseram, para avaliar a resposta tecidual causada
por diferentes cimentos endodônticos, o implante na submucosa de ratos. Os
autores discutem que o implante na área submucosa possui vantagens quando
comparado com o realizado na região do dorso dos animais.
Holland et al. (2004) analisaram o comportamento da polpa de dentes de cães
após pulpotomia e proteção do tecido remanescente com ATM e CP. Sessenta dias
após o tratamento, os animais foram sacrificados e os espécimes removidos e
preparados para análise histológica. Para os dois materiais estudados, os resultados
obtidos foram semelhantes, sendo observada formação de dentina tubular em quase
todas as amostras. Estes autores concluíram, portanto, que quando empregados
diretamente sobre a polpa dentária, os dois cimentos possibilitam a obtenção de
resultados similares.
Moraes (2002), através de um estudo clínico e radiográfico, avaliou o
comportamento do CP quando utilizado para o fechamento das perfurações de
assoalho de câmara pulpar em dois pacientes. Foi utilizado o CP (Votoram)
associado ao sulfato de bário, sendo o preenchimento da câmara pulpar realizado
com cimento de óxido de zinco e eugenol (IRM) em ambos os casos. Através do
22
controle clínico e radiográfico, realizado após um período 18 meses, foram
constatadas ausências de sintomatologia e de alterações radiográficas.
Estudando compostos (Cimentos de Fosfato de Cálcio) em fase sólida,
Yokoyama et al. (2002), implantaram corpos de prova sólidos entre o periósteo e o
osso parietal de ratos. Após 30 dias, constataram a neoformação óssea oriunda do
osso parietal, parcialmente aderida ao cimento. Muitas partes da superfície do
material implantado, que estavam aderidas ao osso neoformado, apresentaram
estruturas semelhantes a lamelas e formação de osso medular.
Guarnieri e Bovi (2002) utilizaram sulfato de cálcio hemi-hidratado (gesso) em
fase sólida para levantamento de seio maxilar e após 8 meses realizaram implantes
na região. No mesmo ato cirúrgico da instalação dos implantes, foi realizada coleta
de material para avaliação histológica da área receptora do enxerto de sulfato de
cálcio hemi-hidratado (gesso). A microscopia mostrou completa reabsorção do
sulfato de cálcio hemi-hidratado e o osso apresentou primeiramente uma estrutura
lamelar. O material enxertado apresentava reabsorção em direção centrípeta
detectável aos 60 dias. Oito meses após a realização do enxerto, o tecido ósseo
regenerado mostrou-se de boa consistência (variando entre os dois tipos ósseos I e
II). Não ocorreu invaginação de tecidos moles para o interior do osso neoformado.
Os implantes foram colocados e apresentaram 100% de osteointegração. Os
autores ressaltam que o sulfato de cálcio hemi-hidratado, quando usado como
material de enxerto para levantamento de seio maxilar, conduz para uma adequada
osteointegração de implantes dentários.
23
A ação antimicrobiana do ATM, cimento Portland, hidróxido de cálcio,
Sealapex e Dycal, e a análise dos elementos químicos presentes no ATM em duas
amostras do cimento Portland foram avaliados por Estrela et al. em 2000; por meio
de um Espectrômetro de Fluorescência de Raios X. Eles relataram que o cimento
Portland contém os mesmos elementos químicos principais do ATM, exceto que este
último também contém óxido de bismuto. Foi relatado ainda, que o cimento Portland
tem pH à atividade antimicrobiana semelhante ao ATM Outros trabalhos foram
realizados comparando o ATM com o cimento Portland, analisando e verificando a
similaridade, quando utilizados em tecido subcutâneo de ratos (HOLLAND et al.,
2001), pulpotomias em dentes de cães (HOLLAND et al., 2004; MENEZES et al.,
2001), obturação de canais radiculares em dentes de cães (HOLLAND et al., 2004),
quando implantados em mandíbulas de cobaias (SAIDON et al., 2002) e
retrobturações de canais radiculares em dentes de cães (BERNABÉ; HOLLAND,
2004). Estudos também foram realizados com intuito de verificar a
biocompatibilidade dos dois materiais, ambos mostraram-se não tóxicos e com
potencial para reparo ósseo (SAFAVI; NICHOLS, 2000; ABDULLAH et al., 2002;
SAIDON et al., 2003).
Funteas, Wallace e Fochtmam (2003) se propuseram a analisar
comparativamente a composição do Cimento Portland (CP) e do Agregado de
Trióxido Mineral (ATM). Quinze diferentes elementos presentes na composição
química do ATM e do CP serviram como amostra para este estudo. A análise
química foi realizada através de um tipo de espectrometria de emissão atômica com
fonte de plasma induzido (ICP-ES). As análises comparativas revelaram similaridade
significante entre os dois materiais, exceto a impossibilidade de se detectar a
presença do bismuto no CP. Resultados significativos foram dados para ambos os
24
materiais utilizando-se partes por milhão (ppm) e o peso em porcentagem. Os
autores concluíram que não houve diferença significativa entre os cimentos
estudados para todas as substâncias testadas.
A reação do tecido ósseo ao cimento Portland na fase pastosa foi estudada
por Saidon et al. (2003), que classificaram a reação em dois tipos: tipo I, onde
ocorreu aposição de um novo tecido em contato direto com o material e tipo II, onde
ocorreu formação de um novo osso separado do material por uma fina camada de
tecido conjuntivo fibroso. A resposta tipo I após 12 semanas, demonstra
osteointegração do material. A análise microscópica demonstrou que o osso
neoformado em contato direto com o cimento Portland é sadio. Nesse mesmo
estudo, comparou-se a resposta tissular óssea entre o cimento Portland e o ATM,
sendo que os resultados foram idênticos.
A respeito da similaridade entre o ATM e o cimento Portland, Funteas,
Wallace e Fochtman (2003) também constataram que a diferença entre os dois
materiais está apenas no acréscimo de Óxido de Bismuto no ATM. Verificaram ainda
que 14 elementos químicos presentes, eram os mesmos para os dois cimentos e
que não apresentavam diferenças quanto às quantidades.
25
Menezes et al. (2001) analisaram histologicamente dentes de cães
pulpotomizados e tratados com CP e ATM. A resposta pulpar frente à proteção com
ambos os produtos testados foi similarmente favorável.
Rossa et al. (2005) relataram o uso de materiais estranhos ao organismo
aparece como citações isoladas desde as mais remotas épocas antes de Cristo.
Essa é uma das mais importantes áreas que se destaca dentro da Prótese Buco-
Maxilo-Facial, que se preocupa com a reabilitação dos pacientes deformados pelas
mais diversas causas, visando sua reintegração à sua atividade social e profissional.
As pesquisas sobre biomateriais ocupam-se das transformações de caráter químico,
que mais convém às matérias e às energias naturais, para adaptá-las a uma melhor
utilização das necessidades humanas.
Cintra et al. (2006) implantaram ATM na fase pastosa em alvéolos de dentes
recém extraídos de ratos. Após 30 dias, verificaram a presença de tecido
mineralizado em contato direto com o material. O tecido conjuntivo estava bem
organizado, mas o osso ainda não apresentava completa cicatrização. Os autores
sugerem um período mais longo de observação, para melhor avaliação da
mineralização óssea completa.
Islam, Chang e Jin Yap (2006) compararam as propriedades físicas e
mecânicas entre o ProRoot ATM, cimento Portland Branco e o cimento Portland
cinza (convencional). Os resultados obtidos demonstraram que o ProRoot ATM e o
cimento Portland apresentaram propriedades físicas similares. A radiopacidade do
cimento Portland é muito menor do que a do ProRoot ATM, a resistência à
compressão também é menor no cimento Portland após 28 dias. O principal
26
constituinte do ProRoot ATM é o cimento Portland cinza. O cimento Portland em
estado sólido pode ser facilmente esterilizado tanto por óxido de etileno (gás) como
por autoclave, todavia não existem comprovações de que o cimento Portland esteja
pronto para ser usado na clínica em seu estado nativo.
Barbosa et al. (2007) realizaram revisão de literatura de artigos científicos
publicados em periódicos nacionais e internacionais que se propuseram a avaliar as
propriedades físicas, químicas e biológicas do CP e do ATM, bem como sua ação
antimicrobiana. Os autores concluíram que foi possível comprovar a similaridade na
composição química entre o CP e o ATM, sua efetividade no selamento das vias de
comunicação entre o canal radicular e os tecidos periodontais, ação antimicrobiana
satisfatória, além de exibir propriedades biológicas favoráveis, estimulando a
deposição cementária e sendo indutor de resposta tecidual pulpar reparadora.
Tani-Ishii et al. (2007), em sua pesquisa verificaram que o ATM causou uma
alta regulação de colágeno tipo I e osteocalcina na expressão RNA mensageiro
depois de 24 horas. Seus resultados mostraram que, na presença do ATM, as
células crescem mais rapidamente e produzem mais matriz gênica mineralizada com
expressão em osteoblastos.
27
3 PROPOSIÇÃO
"O verdadeiro significado das coisas se encontra na capacidade de dizer as
mesmas coisas com outras palavras."
Charles Chaplin.
A aceitação do uso de um determinado material deve ser calcada em
pesquisas experimentais e laboratoriais que comprovem, entre outras propriedades,
sua biocompatibilidade. Propomos nesta pesquisa verificar as alterações macro e
microscópicas do Cimento Portland Comum – CP-I (cinza) e do Cimento Portland
Branco não estrutural – CPB, empregados em fase gel coloidal (pastosa) incluídos
na calvária de ratos.
28
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
4.1.1 Animais
Para execução da pesquisa foram empregados 20 ratos machos da
Cepa Rattus novergicus, Albinos Wistar, adultos jovens com peso entre 250 e 370
gramas, provenientes do Biotério do Departamento de Cirurgia, Prótese e
Traumatologia Buco Maxilo Faciais da Faculdade de Odontologia da Universidade
de São Paulo – FOUSP (Figura 4.1). Os animais foram mantidos em gaiolas
plásticas coletivas, higienizadas, colocadas em ambiente arejado e iluminado
naturalmente, recebendo água ad libitum e alimentação constituída de ração
comercial balanceada (Figura 4.2). Previamente ao inicio do experimento, o projeto
de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa – Sub
Comissão de Bioética de Animais da FOUSP (Protocolo n° 07-07), (ANEXO A)
sendo aprovado em 09/04/2007.
29
Figura 4.1 – Ratos machos da linhagem Wistar (Rattus novergicus)
Figura 4. 2 – Gaiola dos ratos e alimentação
30
4.1.2 Cimentos
O cimento Portland comum (CP-I) é referência para composição, por suas
características e propriedades, aos 11 tipos básicos de cimento Portland disponíveis
no mercado brasileiro. Foram utilizados nesta pesquisa: O Cimento Portland Comum
(CP- I) e o Cimento Portland Branco não estrutural (CPB).
Figura 4. 3 – Cimento Portland Comum CP- I - e o
Cimento Portland Branco não estrutura CPB - ,
esterilizados por Óxido de Etileno.
A
B
A
B
31
4.1.2.1 cimento portland comum CP I – Cinza - (NBR 5732)
É um tipo de Cimento Portland sem quaisquer adições além do gesso
(utilizado como retardador da pega) é muito adequado para o uso em construções
de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas
subterrâneas. O Cimento Portland comum é usado em serviços de construção em
geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento. Também é
oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum com Adições CP I-S, com 5% de
material pozolânico em massa (Figura 4.3A).
4.1.2.2 cimento Portland Branco (CPB) – (NBR 12989)
O Cimento Portland Branco se diferencia por coloração, e está classificado
em dois subtipos: estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos
brancos para fins arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40, similares
as dos demais tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicações de classe e
é aplicado, por exemplo, em rejunte de azulejos e em aplicações não estruturais.
Pode ser utilizado nas mesmas aplicações do cimento cinza. A cor branca é obtida a
partir de matérias-primas com baixos teores de óxido de ferro e manganês, em
condições especiais durante a fabricação, tais como resfriamento e moagem do
produto e, principalmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O índice de
brancura deve ser maior que 78%. Adequado aos projetos arquitetônicos mais
ousados, o cimento branco oferece a possibilidade de escolha de cores, uma vez
que pode ser associado a pigmentos coloridos (Figura 4.3.B).
32
4.2 Métodos
4.2.1 Anestesia dos animais
Os animais de acordo com o peso foram pré-anestesiados com cloridrato de
ketamina, na dose de 25 mg/kg intraperitoneal (Fig. 4.4). Após o período de latência
de 2 a 5 minutos, a anestesia foi completada com a associação do cloridrato de
ketamina com cloridrato de xilazina, relaxante muscular, analgésico e sedativo, na
dose de 25mg/kg para 10mg/kg respectivamente. O tempo de trabalho para cada
animal foi de aproximadamente 30 minutos (Figura 4.5 e Figura 4.6).
Figura 4.4 – Pesagem dos ratos
33
Figura 4.5 – Anestésicos utilizados na experimentação
Figura 4.6 – Anestesia Intraperitoneal
34
4.2.2 Grupos Experimentais
Dos 20 ratos selecionados, dois foram previamente utilizados como grupo
piloto e os dezoito restantes foram distribuídos em 3 grupos de 6 ratos que foram
avaliados nos tempos experimentais de 30, 60, e 90 dias e mortos posteriormente
para análise histopatológica (Tabela 4.1). Cada animal recebeu um implante, sendo
três de Cimento Portland Comum (CP-I) e três de Cimento Portland Branco (CPB),
após trefinado de 10 mm de osso da calvária. Os cimentos esterilizados pelo óxido
de etileno foram ativados com soro fisiológico e introduzidos no local da remoção
óssea da calvária.
Quadro 4.1 – Distribuição e morte dos animais por período de tempo (dias)
Distribuição e Morte
dos ratos
Grupo I
30 dias
Grupo II
60 dias
Grupo III
90 dias
Total
Numero de ratos
após Inclusão do
(CP-I)
3 3 3 9
Numero de ratos
após Inclusão do
(CPB)
3 3 3 9
Total 6 6 6 18
35
4.2.3 Protocolo Cirúrgico – Inclusão dos Cimentos
Durante todos os procedimentos cirúrgicos, foram mantidos os critérios de
biossegurança. Os profissionais estavam devidamente paramentados com avental
cirúrgico, luvas cirúrgicas estéreis, propés, máscara, gorro e óculos de proteção. O
instrumental cirúrgico utilizado foi esterilizado em autoclave a 132°C com 1 atm de
pressão durante 4min.
a) Tricotomia na região da calvária; Assepsia do campo operatório com PVPI tópico
10% (Figura 4.7);
b) Incisão reta de + ou - 3 cm com lâmina n°15 ao longo da sutura sagital;
Descolamento de espessura total do tecido mole da calvária (Figura 4.8 e Figura
4.9);
c) Broca Trefina em posição para ostectomia, afastamento dos tecidos moles e
irrigação abundante (Figura 4.10);
d) Região da calvária após ostectomia com broca trefina (Figura 4.11);
e) Descolamento com Descolador de Freer do osso trefinado (Figura 4.12);
f) Remoção do fragmento ósseo com pinça (Figura 4.13);
g) Fragmento ósseo de 10 mm removido da calvária (Figura 4.14);
36
h) Aspecto clínico do tecido cerebral após remoção do fragmento ósseo (Figura
4.15);
i) Inclusão do Cimento Portland Comum (CP-I) ou do Cimento Portland Branco não
estrutural (CPB) na calvária (Figura 4.16 e 4.17);
j) Pós-operatório imediato e tardio (Figura 4.18 e 4.19);
Figura 4.7 – Região da calvária tricotomizada
Figura 4.8 – Incisão reta de + ou - 3 cm ao longo da sutura sagital
37
Figura 4.9 – Descolamento total do retalho
Figura 4.10 – Broca Trefina em posição para ostectomia, afastamento dos tecidos moles e
irrigação abundante
38
Figura 4.11 – Região da calvária após ostectomia com broca trefina
Figura 4.12 – Descolamento do osso trefinado
39
Figura 4.13 – Remoção do fragmento ósseo
Figura 4.14 – Fragmento ósseo de 10mm removido da calvária
40
Figura 4.15 – Visualização do tecido cerebral
Figura 4.16 - Cimento Portland Comum CP- I incluído na calvária
41
Figura 4.17 - Cimento Portland Branco não estrutural CPB incluído na calvária
Figura 4.18 – Pós-operatório imediato Figura 4.19 – Pós-operatório tardio
42
4.2.3 Morte dos animais e remoção dos cimentos incluídos
Decorridos os períodos experimentais de 30, 60 e 90 dias, os animais foram
novamente anestesiados e tricotomizados. A seguir, os mesmos foram mortos com
uma dose excessiva e letal de cloridrato de ketamina (anestésico) injetado no
coração. A área implantada foi dissecada, o conteúdo foi removido, fixado em
solução de formol a 10% e acondicionado em frascos tamponados unitários, com
identificação do rato, cimento e grupo.
4.2.4 Avaliação Microscópica (Histológica)
As peças com implantes foram removidas dos frascos com formol a 10%. A
seguir as mesmas foram colocadas em água destilada por uma hora, com o
propósito de diminuir a concentração de formol e lavagem. O material para estudo
histológico foi descalcificado em solução de ácido nítrico a 5% (20 ml),
aproximadamente durante oito dias. Foram realizadas avaliações de textura e
exame macroscópico para comprovação da descalcificação Para desidratação e
diafanização dos tecidos, foi utilizado o histotécnico, um processador automático de
43
tecidos, para posteriormente, as peças serem incluídas manualmente na parafina.
Depois da obtenção dos blocos de parafina, foram realizados novos cortes através
de um micrótomo semi-seriado de 5 μm. As lâminas com material montado foram
coradas pela técnica de hematoxilina e eosina (HE), fixadas em bálsamo de Canadá
e lamínula. A leitura das lâminas foi realizada em microscópio óptico Olympus com
objetiva 40 e 100 vezes. Foram utilizados microcâmera e monitor de TV, acoplados
ao microscópio óptico, para facilitar a observação e discussão das mesmas.
44
5 RESULTADOS
"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca
se arrepende.” (Leonardo da Vinci)
Macroscopicamente:
Durante a manipulação e ativação dos cimentos com soro fisiológico,
pudemos avaliar (aspecto visual e tátil) a diferença de tamanho das partículas dos
cimentos estudados, pois o Cimento Portland Comum (CP- I) forneceu uma pasta
mais espessa que o Cimento Portland Branco não estrutural (CPB). Respeitando
a mesma proporção de mistura entre os dois cimentos estudados. Para a
manipulação dos mesmos foi utilizada a proporção pó-líquido (soro fisiológico) de
3:1, chegando-se a uma consistência de pasta de vidraceiro.
Durante o acompanhamento pós-operatório dos tempos experimentais, não
foi verificado nenhuma morte dos animais estudados.
45
Microscopicamente:
Figura 5.1 - Grupo I (30 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CPB (40x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário
caracterizado pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas.
Lacunas contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de
continuidade a este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo
moderado, celular e ricamente vascularizado. Permeando este tecido conjuntivo
observou-se: infiltrado inflamatório intenso em áreas específicas, tecido fibroso,
vasos congestos, neoformação capilar, neutrófilos e macrófagos. Sugerindo um
processo inflamatório agudo. Também foi visualizado uma matriz óssea recém
formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada; menos
mineralizada e ausência de lamelas. Por baixo às estruturas descritas observa-se
fibras nervosas. Material exógeno não foi visualizado.
46
Figura 5.2 - Grupo I (30 dias) Cimento Portland Comum CP-I (100 x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário
caracterizado pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas.
Lacunas contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de
continuidade a este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo
moderado, celular e ricamente vascularizado. Permeando este tecido conjuntivo
observou-se: infiltrado inflamatório intenso em áreas específicas, tecido fibroso,
vasos congestos, neoformação capilar, neutrófilos e macrófagos. Sugerindo um
processo inflamatório agudo. Também foi visualizado uma matriz óssea recém
formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada; menos
mineralizada e ausência de lamelas. Por baixo às estruturas descritas observa-se
fibras nervosas. Material exógeno não foi visualizado.
47
Figura 5.3 - Grupo II (60 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CP (40x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário
caracterizado pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas.
Lacunas contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de
continuidade a este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo
moderado, celular e ricamente vascularizado. Permeando este tecido conjuntivo
observou-se: infiltrado inflamatório moderado, tecido fibroso, vasos congestos e não
congestos, neoformação capilar, fibroblastos jovens, neutrófilos e macrófagos.
Sugerindo uma transição de um processo inflamatório agudo para crônico. Também
foi visualizado uma matriz óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos
e que não está ainda calcificada; menos mineralizada e ausência de lamelas. Por
baixo às estruturas descritas observa-se fibras musculares e nervosas. Material
exógeno foi visualizado.
48
Figura 5.4 - Grupo II (60 dias) Cimento Portland Comum CP-I (100x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário
caracterizado pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas.
Lacunas contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de
continuidade a este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo
moderado, celular e ricamente vascularizado. Permeando este tecido conjuntivo
observou-se: infiltrado inflamatório moderado, tecido fibroso, vasos congestos e não
congestos, neoformação capilar, fibroblastos jovens, neutrófilos e macrófagos.
Sugerindo uma transição de um processo inflamatório agudo para crônico. Também
foi visualizado uma matriz óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos
e que não está ainda calcificada; menos mineralizada e ausência de lamelas. Por
baixo às estruturas descritas observa-se fibras musculares e nervosas. Material
exógeno foi visualizado.
49
Figura 5.5 - Grupo III (90 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CPB (40x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário caracterizado
pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas. Lacunas
contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de continuidade a
este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo denso
constituído por feixes de fibras colágenas, celular e ricamente vascularizado.
Permeando este tecido conjuntivo observou-se: infiltrado inflamatório discreto
apresentando infiltrado inflamatório mononuclear macrofágico disperso no tecido.
Sugerindo um processo inflamatório crônico. Também foi visualizado uma matriz
óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda
calcificada; é menos mineralizada e com ausência de lamelas. Por baixo às
estruturas descritas observou-se fibras nervosas. Material exógeno não foi
visualizado.
50
Figura 5.6 - Grupo III (90 dias) Cimento Portland Comum CP-I (100x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário caracterizado
pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas. Lacunas
contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de continuidade a
este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo denso
constituído por feixes de fibras colágenas, celular e ricamente vascularizado.
Permeando este tecido conjuntivo observou-se: infiltrado inflamatório discreto
apresentando infiltrado inflamatório mononuclear macrofágico disperso no tecido.
Sugerindo um processo inflamatório crônico. Também foi visualizado uma matriz
óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda
calcificada; é menos mineralizada e com ausência de lamelas. Por baixo às
estruturas descritas observou-se fibras nervosas. Material exógeno não foi
visualizado.
51
Figura 5.7 - Grupo III (90 dias) Cimento Portland Branco não estrutural CPB (100x)
A lâmina histológica mostra fragmento de tecido ósseo secundário caracterizado
pela presença de fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas. Lacunas
contendo osteócitos e basófilos. Encontrou-se área de solução de continuidade a
este fragmento ósseo, onde é visível a presença de tecido conjuntivo denso
constituído por feixes de fibras colágenas, celular e ricamente vascularizado.
Permeando este tecido conjuntivo observou-se: infiltrado inflamatório discreto
apresentando infiltrado inflamatório mononuclear macrofágico disperso no tecido.
Sugerindo um processo inflamatório crônico. Também foi visualizado uma matriz
óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda
calcificada; é menos mineralizada e com ausência de lamelas. Por baixo às
estruturas descritas observou-se fibras nervosas. Material exógeno não foi
visualizado.
52
6 DISCUSSÃO
Esta pesquisa foi realizada em roedores, animais experimentais que atendem
as exigências básicas necessárias para o estudo proposto. Além disso, houve pela
facilidade de acesso aos mesmos, controle da sua dieta e saúde geral, além dos
constantes cuidados necessários pós-operatórios. Foram administrados somente
analgésicos e não antimicrobianos e antiinflamatórios aos roedores para que não
houvesse a influência de fatores externos, que alterassem a reação tecidual frente
aos materiais implantados. A amostra, portanto, foi homogênea, favorecendo
resultados fidedignos. Ambos os materiais utilizados foram manipulados com soro
fisiológico, por se tratar de uma substância também estéril, assim, não haveria
influência nos resultados, até se chegar a uma consistência de pasta de vidraceiro,
como foi visto nas pesquisas Torabinejad e Chivian (1999) e Kogan et al. (2006).
Os estudos comparativos sobre a composição e comportamento biológico do
ATM (Pro root) e do Cimento Portland (CP) iniciaram-se gradativamente quando se
verificou a similaridade macroscópica destes materiais. Nos estudos de composição
química e particular foram demonstradas grandes semelhanças de acordo com
(ESTRELA et al., 2000) e, biologicamente ambos (o ATM e o PC) foram
semelhantes, tanto em subcutâneo de rato (HOLLAND et al., 2001) quanto em
pulpotomia de cão (HOLLAND et al., 2004). Ainda levando-se em consideração os
relatos sobre a semelhança de composição química entre o ATM e o Cimento
Portland, foi objetivo de Wucherpfenning e Green (1999) avaliar a biocompatibilidade
do CP. Células similares aos odontoblastos (MG-63) foram cultivadas na presença
53
do Cimento Portland e do ATM. Foi observada a formação de matriz extracelular
semelhante para os dois materiais testados. Posteriormente, experimentos in vivo
em ratos adultos foram realizados pelos mesmos autores, utilizando-se o CP e o
ATM como materiais capeadores diretos após exposição pulpar estéril. A avaliação
histológica possibilitou confirmar o efeito similar que os dois materiais testados
exerceram sobre as células pulpares; e em alguns casos, foi possível visualizar a
aposição de dentina reparadora. Dados que vem de encontro aos nossos resultados
macroscópicos de biocompatibilidade, já que em nosso estudo os dois cimentos
implantados ficaram em contato com o órgão mais especializado do corpo; o
cérebro, e não foi verificado nenhum óbito dos animais utilizados na pesquisa.
Segundo Sarkar et al. (2005), em seu estudo, usando cimentos em fase
pastosa, o inicio do processo de osteogênese é explicado pela dissolução, em meio
aos fluidos tissulares, dos íons Ca
++
, fosfato e hidroxila, formando hidroxiapatita. O
processo continua não somente na superfície do implante como em seu interior, pois
sua natureza porosa permite a penetração e adesão das células indiferenciadas
(osteocondução) levando a precipitação de íons Ca
++
, fosfato e hidroxila com
subseqüente precipitação de hidroxiapatita. A formação de tecido ósseo é um
processo dinâmico e continuo; a mineralização do tecido ósseo acontece pela
mineralização das fibras de colágeno da matriz óssea não mineralizada.
Abdullah et al. (2002) investigaram comparativamente a biocompatibilidade de
dois tipos de CP aditivados com o cimento de ionômero de vidro, o ATM e CP não
modificado. Os autores observaram os efeitos na expressão de marcadores de
remodelação óssea, através da observação da citomorfologia em osteossarcoma
(SaOS-2), quando da presença destes materiais. Foi verificado que os cimentos
54
aditivados não eram tóxicos e podiam apresentar potencial para promover
recuperação óssea.
Holland et al. (2001), trabalhando com cimento na fase pastosa,
demonstraram que o CaO, do pó do cimento ao ser preparado com H
2
O, é
convertido em Ca (OH)
2
que, em contato com os fluidos tissulares dissocia-se em
íons Ca
++
e (OH)
-
. Os íons Ca
++
, reagindo com o CO
2
dos tecidos, originam
granulações de CaCO
3.
Junto a estas granulações, acumula-se fibronectina
permitindo a adesão e diferenciação celular. A deposição de fibronectina na
superfície e no interior do implante, leva ao fenômeno de adesão celular permitindo
assim a diferenciação das células precursoras de osteoblastos e osteoclastos. Tani-
Ishii et al. (2007), em sua pesquisa verificaram que o ATM causou uma alta
regulação de colágeno tipo I e osteocalcina na expressão RNA mensageiro depois
de 24 horas. Seus resultados mostraram que, na presença do ATM, as células
crescem mais rápido e produzem mais matriz gênica mineralizada com expressão
em osteoblastos. Então, de acordo com os estudos descritos acima; de Holland et al.
(2001), Abdullah et al. (2002), Sarkar et al. (2005) e Tani-Ishii et al. (2007) em nosso
estudo, pudemos verificar uma matriz óssea recém formada, adjacente aos
osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada; menos mineralizada e ausência
de lamelas.
No estudo feito por Estrela et al. (2000), além dos componentes químicos do
Agregado de Trióxido Mineral e do Cimento de Portland, avaliaram-se: ação
antimicrobiana do ATM, Cimento de Portland, pasta de hidróxido de cálcio, Sealapex
e Dycal. Observaram os autores que tanto o ATM quanto o Cimento de Portland
apresentaram os resultados dos testes de atividade antimicrobiana similares,
55
atribuindo-se a isso o fato desses dois cimentos apresentarem basicamente à
mesma composição química, corroborando com os achados de Faraco Júnior e
Holland (2004). Em contrapartida, Dammaschke et al. (2005), mencionaram que, em
relação às propriedades físico-químicas, o Cimento de Portland apresentou
partículas maiores do que as do ATM Pro Root e que o ATM não pode ser
substituído por qualquer Cimento de Portland. Ambos os produtos são similares,
mas não iguais e exibem diferenças marcantes.
Sipert et al. (2005) estudou in vitro a atividade antimicrobiana do Fill canal,
Sealapex, ATM, CP e Endorez, nas várias espécies de microrganismos: Enterococus
faecalis ATCC 29212, Micrococus luteus ATCC 9341, Escherichia coli ATCC 25922,
Staphilococus aureus ATCC 25923, Staphilococus epidermidis ATCC 12228,
Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 e Cândida albicans ATCC 10231. O método
utilizado foi a difusão no Ágar Mueller-Hinton (MH). Os aferidores foram colocados
em poços eqüidistantes, imediatamente depois da manipulação, e os
microorganismos semeados na placa. Estas placas foram mantidas em 4°C por 2 h
para predifusão e incubação, então em 37°C por 24 h. Os resultados mostraram que
o Sealapex e o Fill Canal apresentaram ação antimicrobiana; para o ATM e o CP
apenas a E. coli não foi inibida; e nenhuma atividade antimicrobiana foi detectada
para EndoRez.
O ATM (Pro root) é o material que tem demonstrado melhor comportamento
biológico, tanto em subcutâneo de rato (HOLLAND et al., 2001) e em pulpotomia em
dentes de cães (HOLLAND et al., 2004) quanto em perfurações (HOLLAND et al.,
2004), obturações endodônticas (HOLLAND et al, 1999) e em obturações
retrógradas (TORABINEJAD et al., 1995, 1997; BERNABÉ; HOLLAND., 1998). A
composição do ATM é em torno de 60% de oxido de cálcio, o que lhe confere pH
56
inicial alto e após 3 horas também (TORABINEJAD et al., 1995). Com relação à
ação antimicrobiana em teste de difusão radial, os resultados foram semelhantes
(ESTRELA et al. 2000), ambos se difundiram no meio de cultura, porém não inibiram
totalmente os microrganismos. Resultado semelhante foi encontrado por Torabinejad
et al. (1995), na análise do ATM (Pro root). Entretanto, Duarte et al. (2002),
demonstraram que não houve crescimento de microrganismos, demonstrando a não
contaminação do ATM (Pro root) e do Cimento Portland. Tal fato pode ser explicado
pela preparação do cimento de Portland que ocorre em temperaturas altíssimas,
incompatíveis com o crescimento bacteriano. Pelo fato de o cimento de Portland
apresentar o óxido de cálcio em sua composição, ele propicia um pH de 12.3,
inicialmente, atingindo 12.9 após 3 horas (WEIDMANN; LEWIS; REID, 1994). Esta
alcalinidade é incompatível com a maioria dos microrganismos, promovendo uma
inibição enzimática (CALDWELL. 1995; ESTRELA et al., 1994, 1995). Os resultados
deste trabalho vêm corroborar as observações biológicas do cimento de Portland,
uma vez que se houvesse contaminação do mesmo ele apresentaria o
comportamento biológico observado em estudos prévios (HOLLAND et al., 2002).
Todos estes estudos acima, onde a ação antimicrobiana foi avaliada, vão de
encontro aos nossos achados macroscópicos. Pois não houve, durante todos os
tempos experimentais, resultados clínicos que indicassem a contaminação ou
colonização dos cimentos implantados.
Dammaschke et al. (2005) avaliaram as propriedades químicas e físicas do
ATM branco (ProRoot) comparando-o com dois tipos comuns de Cimentos de
Portland (CEM 1 e CEM 2). Os componentes principais foram analisados por um
espectroscópio fotoeletrônico de raios-X (XPS) e os constituintes menores por
espectroscópio ótico (XPS) e as mudanças morfológicas foram examinadas por
57
microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram que os dois
tipos de Cimentos de Portland apresentaram partículas de grande tamanho,
enquanto o ATM apresentou partículas menores. Diante de tais resultados, os
autores concluíram que, quanto às propriedades físicas e químicas, o ATM não pode
ser substituído por qualquer tipo de Cimento de Portland. Ambos os produtos são
similares, mas não iguais e exibem diferenças marcantes. Já em nosso experimento,
durante a manipulação e ativação dos cimentos com soro fisiológico, pudemos
avaliar a diferença de tamanho das partículas dos cimentos estudados, pois o
Cimento Portland Comum (CP- I) forneceu uma pasta mais espessa que o Cimento
Portland Branco não estrutural (CPB). O que foi verificado também
microscopicamente.
Foi citado por Duarte et al. (2005), que a concentração do arsênico é baixa no
CP assim como no ATM, não demonstrando nenhuma contra-indicação para o uso
destes materiais na prática clínica. Foi utilizado para este estudo parâmetros de
absorção atômica de espectrofotometria. Dado positivo e comprovado
macroscopicamente em nosso experimento. Sabe-se que o arsênico inogânico
trivalente (As
3+
) interage com grupos sulfidrilas de moléculas orgânicas, assim, se
houvesse uma grande concentração deste semi-metal em nossos cimentos,
algumas enzimas dos ratos seriam afetadas, ocasionando sérios danos na
respiração celular e consequentemente a morte dos mesmos.
Torreira et al. (2004) demonstraram a resposta do tecido ósseo à implantação
do ATM e o potencial osteocondutivo do material com um estudo histológico em
ratos. A implantação do material na fase pastosa em defeitos ósseos resultou em
regeneração óssea após quatro semanas da cirurgia. Entretanto, os autores não
consideraram significante a quantidade de novo osso formado, considerando-a
58
limitada. O que também pudemos observar em nosso estudo histológico no tempo
de 90 dias; com a presença de tecido conjuntivo denso constituído por feixes de
fibras colágenas, celular e ricamente vascularizado. Também foi visualizado uma
matriz óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está
ainda calcificada; é menos mineralizada e com a ausência de lamelas Mitchell et al.
(1999), sugerindo que, mesmo sendo pequena a solubilidade do cimento sólido,
ocorre diluição superficial do material, estimulando assim os osteoblastos a
sintetizarem citocinas. Confirma a possibilidade levantada por estes autores de que
a microestrutura cristalina do cimento possa fornecer o estímulo para a adesão e
crescimento celular. De Deus et al. (2005) avaliaram os efeitos tóxicos de dois tipos
de ATM (Pro-Raiz e Ângelus) e do CP em cultura de células endoteliais humanas, as
quais foram encubadas a 37°C, em uma atmosfera de 95%, dióxido de carbono de
5% e 100% de umidade por 7 dias. Os efeitos dos materiais foram medidos por
análise closimétrica, as quais foram repetidas por três vezes para assegurar a
reprodução. Os dois tipos de ATM analisados, assim como o CP, mostraram
inicialmente um efeito tóxico similar que diminuiu gradualmente com o tempo e
permitiu que a cultura de células se tornasse estabilizada.
Em estudo realizado por Koh et al. (1997), da ação do ATM na produção de
citocinas em osteoblastos humanos e na adesão das células a superfície do
material, utilizando meio de cultura para osteoblastos (MG-63), observou-se:
crescimento celular na superfície do ATM em 6 horas e aumento deste crescimento
até 144 horas. Os ensaios de ELISA demonstraram níveis elevados de interleucinas
(IL-1α, IL-1β e IL6) na presença do ATM. Os níveis de citocina aumentados
demostraram-se favoráveis para a estimulação da atividade de osteoclastos; porém,
o ATM apresentou-se como um estimulador de osteoblastos e parece ser a fase de
59
fosfato de cálcio do ATM a responsável pelo favorecimento da estimulação. Esta
fase, enquanto não é representada pela formação de hidroxiapatita, poderia ser
responsável pela mudança no comportamento celular que estimula o crescimento
celular sobre o ATM.
Camilleri et al. (2005) avaliaram a biocompatibilidade do ATM, e aceleraram o
cimento Portland analisando a função e proliferação metabólica celular. Para a
avaliação química do Cimento de Portland branco e cinza, do ATM branco e cinza; e
do cimento de Portland acelerado. Foram feitas análises dispersivas de energia de
difração do raio X. A biocompatibilidade dos materiais foi avaliada usando um
método direto do teste, no qual a proliferação celular foi medida quantitativamente
por meio de tintura azul de Alamar, e um método indireto em que as células se
desenvolvessem em materiais solventes e a proliferação celular fosse analisada
usando o metiltetrazolium conforme ISSO 10993. Os resultados mostraram que a
constituição química era similar. Os estudos indiretos revelaram um aumento na
atividade celular depois de 24 h, comparados com o controle no meio de cultura (p<
0.001). Os resultados indicaram que houve biocompatibilidade dos cimentos e que a
adição do óxido de bismuto não interferiu na biocompatibilidade. O Cimento de
Portland acelerado mostrou resultados similares. Em nossa pesquisa também
pudemos constatar microscopicamente a presença de tecido conjuntivo moderado,
celularizado, ricamente vascular, confirmando os resultados de Mitchell et al. (1999),
De Deus et al. (2005), Koh et al. (1997) e Camilleri et al. (2005) acima descritos.
A análise da biocompatibilidade do CP em polpas humanas, realizada por
Barbosa (2004), tornou-se possível graças aos resultados biológicos satisfatórios do
produto quando estudados in vitro e in vivo. E a indução de resposta tecidual pulpar
60
reparadora foi um dado de extrema relevância observado nos resultados do autor.
Ribeiro et al. (2005) verificaram a biocompatibilidade a respeito da toxicidade celular
do ATM e do CP regulares e brancos, avaliados in vitro, usando análise do gel da
célula (cometa) e testes alcalinos da exclusão do azul trypan, respectivamente, em
células de lipoma de ratos. Os resultados não demonstraram danos do DNA após o
uso do ATM e para CP numa concentração de até 1000 μg/ml, demonstrando que
nenhum dos materiais avaliados eram citotóxicos e não induziam a morte celular. O
que também pode ser observado macroscopicamente em nosso estudo, com a
introdução dos cimentos, em contato direto com o tecido cerebral dos ratos.
Futuras pesquisas experimentais são necessárias, para que seja avaliada a
real sugestão de inserção do Cimento Portland Comum (CP- I) e do Cimento
Portland Branco não estrutural (CPB) na utilização clínica diária.
61
7 CONCLUSÕES
Dentro das condições experimentais deste trabalho, pode-se concluir:
1 – Macroscopicamente pode-se observar que não houveram conseqüências
de uma proliferação microbiológica em nenhum dos cimentos e tempos
pesquisados. Não ocorrendo o óbito dos ratos após a inclusão dos cimentos; mesmo
com a não utilização de antimicrobianos; caracterizando a ação dos mesmos;
justificado pelo alto pH dos cimentos estudados;
2 – Durante a manipulação dos cimentos estudados pudemos constatar uma
diferença no tamanho das partículas de cada material, verificando que o Cimento
Portland Comum (CP- I) forneceu uma pasta mais espessa que o Cimento Portland
Branco não estrutural (CPB);
3 – Microscopicamente não obtivemos diferenças significativas entre os dois
cimentos; em nosso maior tempo histológico (90 dias) observou-se: a presença de
tecido conjuntivo denso constituído por feixes de fibras colágenas, celular e
ricamente vascularizado. Também foi visualizado uma matriz óssea recém formada,
adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada; é menos
mineralizada e com ausência de lamelas. Durantes os tempos histológicos de 30, 60
e 90 dias, o infiltrado inflamatório disperso no tecido apresentou-se: intenso,
moderado e discreto. Sugerindo a mudança do processo inflamatório de agudo a
crônico respectivamente.
62
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