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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE FENOTÍPICA DE LINHAGENS
DE MAMONA (Ricinus communis L.) AVALIADAS EM DUAS ÉPOCAS
DE SEMEADURA
CLEUSA ROSANA DE JESUS
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu,
para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Agricultura)
BOTUCATU-SP
Novembro - 2008
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II
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ADAPTABILIDADE E ESTABILIDADE FENOTÍPICA DE LINHAGENS
DE MAMONA (Ricinus communis L.) AVALIADAS EM DUAS ÉPOCAS
DE SEMEADURA
CLEUSA ROSANA DE JESUS
Orientador: Prof. Dr. Maurício Dutra Zanotto
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu,
para obtenção do título de Doutor em
Agronomia (Agricultura)
BOTUCATU - SP
Novembro – 2008
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III
IV
V
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à humanidade, como uma pequena contribuição na
geração de energia renovável para o planeta e comprometo-me que, no
cumprimento do meu dever de Engenheira Agrônoma sempre trabalharei
para o bem do homem; respeitarei a natureza, evitando que destruam o
equilíbrio ecológico ou poluam, colocarei todo o meu conhecimento
científico a serviço da Agricultura e desenvolvimento da humanidade;
assim sendo, estarei em paz comigo e com Deus.
VI
AGRADECIMENTOS
Ao Prof°. Dr. Maurício Dutra Zanotto pela orientação e ensinamentos.
Aos meus pais Vicente Manoel de Jesus (In Memorian) e Lázara Maria de
Jesus por terem possibilitado esta existência.
A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
pela concessão de bolsa de estudos durante o curso de Pós-Graduação.
Ao incentivador incansável, amigo e irmão de alma o Médico Everton
Sandoval Giglio pela amizade, companheirismo e apoio incondicional em todos os momentos.
“Meu desejo é que aquele que está mais próximo, que mãos e pés ilumine para sempre seu
coração e seus pensamentos”.
À FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos pelo apoio e financiamento
dos trabalhos conduzidos pelo Programa de Melhoramento de Mamona da Faculdade de
Ciências Agronômicas – UNESP - Botucatu.
Ao Prof°. Dr. Dagoberto Martins pelo incentivo e estímulo.
Ao Prof°. Dr. José Geraldo Carvalho do Amaral pelos ensinamentos,
colaboração e amizade. A alegria desta conquista e os méritos deste trabalho também são seus.
À Profª. Drª. Juliana Parisotto Poletine pelas sugestões e amizade.
À Profª. Drª. Martha Maria Mischan do Departamento de Bioestatística do
Instituto de Biociências UNESP – Botucatu pela contribuição nas análises estatísticas.
Ao amigo Marcos Vinícius Camargo pela amizade sincera.
Sinceros agradecimentos aos Técnicos Agrícolas Augusto Felipe Pascotto,
Daniel Fernandes Papa e Milton Marques Silva pela dedicação e trabalho efetivo durante a
condução dos experimentos.
Aos colegas do curso de pós-graduação e àqueles que encontrei pelo caminho
pela convivência e pelos momentos de felicidade que compartilharmos. Fica o desejo de boa
sorte e a vontade de que lutes e venças.
A todos os funcionários da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP –
Campus de Botucatu pela cordialidade.
Àqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste
trabalho, meus agradecimentos.
VII
SUMÁRIO
1 RESUMO..................................................................................................................................... 1
2 SUMMARY............................................................................................................................... 2
3 INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 4
4 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................................
.
7
4.1 Origem e características botânicas........................................................................................
.
7
4.2 Aspectos econômicos e utilizações........................................................................................ 9
4.2.2 Utilizações do óleo de mamona.................................................................................... 10
4.2.3 Torta de mamona.......................................................................................................... 11
4.2.4. Programas de melhoramento genético e características de interesse.................... 11
4.2.5 Interação genótipos com ambientes e homeostase................................................. 14
4.2.5.1 Interação genótipos com ambientes............................................................. 14
4.2.5.2 Homeostase.................................................................................................. 18
5 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................. 22
5.1 Classificação climática de Köeppen para os locais de condução dos experimentos... 22
5.2 Material................................................................................................................................ 24
5.3 Métodos......................................................................................................................... 24
5.3.1 Obtenção das linhagens..............................................................................................
.
24
5.3.2 Caracterização das áreas experimentais e delineamento experimental................ 25
5.3.3 Característica avaliada.......................................................................................... 26
5.4 Análises estatísticas...................................................................................................... 26
5.4.1 Análises de variância individuais........................................................................ 26
5.4.2 Análises de variância conjuntas........................................................................... 27
5.4.3 Análise de variância conjunta para a interação épocas x locais x linhagens....... 27
5.4.4 Análises de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas........................................ 29
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 30
6.1 Análises de variância para época de semeadura 1........................................................ 30
6.1.1 Análises de variância individuais para a época de semeadura 1......................... 30
VIII
6.1.2 Médias e amplitude de variação de produtividade por município para a
época de semeadura 1..................................................................................................................
31
6.1.3 Análise de variância conjunta de cinco locais para a época de semeadura 1............
.
34
6.1.4 Médias e amplitude de variação de produtividade de cinco municípios para a
época de semeadura 1............................................................................................................
36
6.2 Análises de variância para época de semeadura 2....................................................... 38
6.2.1 Análises de variância individuais para a época de semeadura 2........................ 38
6.2.2 Médias e amplitude de variação de produtividade por município para a época
de semeadura 2......................................................................................................................
39
6.2.3 Análise de variância conjunta de cinco locais para a época de semeadura 2..... 42
6.2.4 Médias e amplitude de variação de produtividade de cinco municípios para a
época de semeadura 2............................................................................................................
44
6.3. Análise de variância para a interação épocas x locais x linhagens........................... 45
6.3.1 Médias e amplitude de variação de produtividade para cinco municípios para
a época de semeadura 1 e época de semeadura 2..........................................................
46
6.4 Análises de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a época de semeadura 1 e
época de semeadura 2.........................................................................................................
54
6.4.1 Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a
época de semeadura 1.........................................................................................................
54
6.4.1.1 Figura relativa à estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e
estabilidade fenotípicas para a época 1.................................................................................
60
6.4.2 Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a
época de semeadura 2........................................................................................................
62
6.4.2.1. Figura relativa à estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e
estabilidade fenotípicas para a época 2........................................................................................
62
6.5 Considerações finais.......................................................................................................... 71
7 CONCLUSÕES.......................................
................................................................................................. 73
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS............................................................................... 74
-1 -
1 RESUMO
Realizou-se o presente trabalho, com o objetivo de avaliar a produtividade média de grãos
(kg.ha
-1
) de linhagens de mamona (Ricinus communis L.) e estimar os parâmetros para a
adaptabilidade e estabilidade fenotípicas. As avaliações da época 1 foram realizadas entre
novembro de 2006 à junho de 2007 e na época 2, de março à agosto de 2005 nos municípios
de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP, sob delineamento de
blocos ao acaso com três repetições e parcela útil de 10 m
2
. Foram realizadas análises de
variância individuais para cada local, conjunta dos cinco locais para cada época e,
posteriormente as médias foram comparadas pelo teste de Scott e Knott (1974) a 5% de
probabilidade. Observou-se significância para a característica avaliada em todas as análises e,
devido à interação significativa entre épocas, locais e linhagens foram realizadas análises de
adaptabilidade e estabilidade fenotípicas considerando-se como ambiente as épocas de
semeaduras segundo metodologia proposta por Finlay e Wilkinson (1963). Na época 1 com
relação à produtividade destacaram-se as linhagens 1, 6, 8, 15, 16 e 18. Quanto aos
parâmetros para a adaptabilidade e estabilidade fenotípicas as linhagens 3, 13 e 18
apresentaram adaptabilidade geral e estabilidade média. Na época 2, com relação aos mesmos
parâmetros, as linhagens 1, 2, 4, 7, 10, 11, 12, 14, 15, 16, e 19 apresentaram maiores
produtividades, predominância de adaptabilidade específica à ambientes favoráveis e
estabilidade baixa. Para as duas épocas de semeaduras as linhagens 1, 6, 8, 15 e 16
apresentaram-se como superiores em produtividade.
Palavras chave: mamoneira, genótipos, ambiente, produtividade, interação.
-2 -
2 SUMMARY
FENOTYPICAL ADAPTABILITY AND STABILITY OF CASTOR BEAN LINES
(Ricinus communis L.) EVALUATED IN TWO SOW PERIODS Botucatu, 2008. 84 p.
(Doutorado em Agronomia/Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas,
Universidade Estadual Paulista.
Author: CLEUSA ROSANA DE JESUS
Adviser: MAURÍCIO DUTRA ZANOTTO
This work was carried out to evaluate average grains yield (kg ha
-1
) of castor bean (Ricinus
communis L.) lines and to estimate the parameters for fenotypical adaptability and stability.
The evaluations for period 1 were conducted between November, 2006 to June, 2007, and
period 2, consisted of March to August, 2005 in Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, São
Manuel and Penápolis, Municipals Districts, in São Paulo State, by using randomized
complete blocks scheme with three replicates and useful plots of 10 m
2
. Individual variance
analysis for each site were calculated as well as joint variance analysis involving the five
locations for each period and subsequently averages were compared by Scott and Knott test
(1974) to 5% of probability. Significance was observed for the characteristic evaluated in all
analysis and due to the significant interaction between periods, locations and lines, data were
studied with analysis of fenotypical adaptability and stability considering the environment as
the sowing crop periods according to the methodology proposed by Finlay and Wilkinson
(1963). For period 1, in relation to grains yield, lines 1, 6, 8, 15, 16, 18 were outstanding. For
adaptability and stability fenotypical parameters, lines 3, 13 and 18 showed general
adaptability and medium stability. In period 2, compared with the same parameters, lines 1, 2,
-3 -
4, 7, 10, 11, 12, 14, 15, 16, and 19 presented higher grains yield, predominance of specific
adaptability to favorable environments and inferior stability. For the two sowing crop periods,
lines 1, 6, 8, 15 and 16 were superior in grains yield.
Key words: castor bean, genotype, environment, grain yield, interaction.
-4 -
3 INTRODUÇÃO
Atualmente, é amplamente reconhecido que a disponibilidade do
petróleo e seus derivados no mercado mundial é finita. Estudos apontam o esgotamento das
fontes de energia fóssil para os próximos quarenta ou cinqüenta anos, destacando-se a
necessidade de buscar outras fontes de energia. Além dos conflitos políticos envolvendo os
Países onde estão localizadas as maiores reservas de petróleo do mundo, a crescente
preocupação com o meio ambiente e em particular, com as mudanças climáticas globais tem
viabilizado estudos de novas fontes de energia renovável.
Os benefícios ambientais, além da redução da poluição do ar, das
mudanças climáticas, dos derramamentos de óleo e da geração de resíduos tóxicos, a
produção de biodiesel também pode gerar vantagens econômicas para o País. Estudos
mostram que as plantas utilizadas na produção de 1kg de biodiesel são responsáveis pela
retirada de 3 kg de CO
2
da atmosfera, sendo que o biocombustível é entre 65% e 90% menos
poluente que o diesel convencional (MELLO et al. 2007). Além das perspectivas de
comercialização do biodiesel, há benefícios sociais com a produção e cultivo de matérias-
primas que podem ajudar a criar milhares de empregos diretos e indiretos.
A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma das 7.000 espécies da
família das Euphorbiáceas com seu centro de origem Abissínio, no Continente Africano,
(VAVILOV, 1949). É uma oleaginosa cujas sementes possuem teor de óleo variando de 42 a
50% que se destina exclusivamente, ao uso industrial. A versatilidade de seu óleo permite a
fabricação dos mais variados produtos similares aos derivados do petróleo como: plásticos,
defensivos agrícolas, lubrificantes, tintas, vernizes, graxas, cosméticos e próteses para uso em
medicina. É insubstituível em certas áreas industriais além de preencher satisfatoriamente
-5 -
todos os requisitos-base para ser utilizado como matéria-prima para produção de biodiesel
(CHIERCE e NETO, 2001).
Entre os avanços obtidos com o melhoramento genético em
mamoneira citam-se o aumento da produtividade, aumento do teor de óleo na semente,
diminuição do porte da planta para facilitar a colheita mecânica ou manual e indeiscência do
fruto evitando desperdícios no campo e redução do número de colheitas (MILANI et al.
2006).
A crescente procura de produtores e empresas, por informações
técnicas a respeito do cultivo da mamona, envolve estudos para limitações relativas à
expansão da área cultivada e sobre o desempenho agronômico das cultivares às condições
edafoclimáticas. O desempenho agronômico de cultivares é freqüentemente avaliado em
diferentes ambientes podendo ser estes, ano, local ou época de semeadura. Contudo, a
decisão de lançamento de novas cultivares normalmente é dificultada pela ocorrência da
interação genótipos com ambientes.
A interação genótipos com ambientes ocorre quando há respostas
diferenciadas dos genótipos testados em diferentes ambientes. Ela pode ser simples, quando é
proporcionada pela diferença de variabilidade entre os genótipos nos ambientes, e complexa,
quando denota a falta de correlação entre medidas de um mesmo genótipo em ambientes
distintos e indicam haver inconsistência na superioridade dos genótipos com a variação
ambiental (ROBERTSON, 1959). Somente quando ocorre interação complexa haverá
dificuldades nos programas de melhoramento. (CRUZ e REGAZZI, 1994).
A interação genótipos com ambientes pode ser reduzida, utilizando-
se cultivares específicas para cada ambiente, ou utilizando-se cultivares com ampla
adaptabilidade e boa estabilidade, ou ainda estratificando a região considerada em sub-
regiões com características ambientais semelhantes, dentro das quais a interação passa a ser
não significativa (ALLARD e BRADSHAW, 1964). A segunda alternativa tem sido a mais
utilizada.
Desta forma o objetivo do presente trabalho foi avaliar e identificar
linhagens produtivas de mamoneira (Ricinus communis L.) em cinco locais, no Estado de São
Paulo, e em duas épocas de semeadura, que servirão como genitores para exploração da
-6 -
heterose e estimar os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas considerando-se
como ambientes as épocas de semeadura.
-7 -
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Origem e características botânicas
A mamoneira é uma planta monóica que apresenta inflorescência do
tipo panícula, denominada de racemo com flores femininas acima e masculinas na parte
inferior. A polinização é do tipo anemófila, podendo a taxa de alogamia chegar a mais de
40% (RIBEIRO FILHO, 1966). Segundo Moreira (1996), a mamoneira apresenta sistema de
reprodução misto sendo que a maioria de suas cultivares é constituída de populações de
polinização aberta. Vencovsky et al. (2001), definem uma população mista como sendo
aquela que apresenta taxa de cruzamento, entre 5% e 95%, valores estes uma média referente
à população, não ao indivíduo.
No Brasil, sua introdução ocorreu durante a colonização portuguesa
e o clima tropical predominante, facilitou sua disseminação. Assim, hoje podemos encontrar
a mamoneira em quase toda extensão territorial, como se fosse uma planta nativa. Seu
principal e nobre produto é o óleo único na natureza solúvel em álcool, com inúmeras
aplicações industriais. A partir do óleo de mamona, pode-se obter também, o diesel vegetal
que substitui o óleo diesel derivado do petróleo no uso como combustível. (CHIERICE e
NETO, 2001).
Por ser uma espécie polimórfica, a mamoneira apresenta grande
variação no hábito de crescimento, conteúdo de óleo e altura de plantas, sendo uma planta
perene quando as condições ambientais, sobretudo, temperatura e umidade o permitem
(WEISS, 1983). Em cultivos comerciais é considerada planta bianual podendo ser cultivada
em períodos de safra e safrinha. Apresenta sistema radicular pivotante e raízes fistulosas,
-8 -
bastante ramificadas. O caule apresenta grande variação na cor, presença de cera, rugosidade
e nós bem definidos, com cicatrizes foliares proeminentes (PRATA, 1969). De acordo com
Mazzani (1983), as folhas são do tipo digitolobadas, denticuladas e pecíolos longos, com 20 a
50 cm de comprimento, apresentando filotaxia alternada do tipo 2/5 (duas folhas em cada
cinco voltas de 360° no eixo do caule).
A mamoneira tem na sua organogênese, 12 fases ou estádios de
desenvolvimento, dependendo da duração de cada uma, da cultivar e das condições
ambientais. O primeiro é a germinação que demora de 8 a 18 dias, o segundo, o da formação
das folhas opostas verdadeiras, que demora de 7 a 17 dias. O terceiro estádio envolve a
segmentação do eixo do racemo, que ocorre rapidamente e finaliza com a formação da quinta
ou sexta folha verdadeira, com iniciação da gema axilar lateral, enquanto o quarto estádio
corresponde à diferenciação do meristema primário e à formação do rendimento do racemo,
tendo de 7 a 18 dias. O quinto estádio é o da diferenciação da parte floral e demora de 10 a 17
dias, e o sexto, o da formação do pólen e do saco embrionário. Já o sétimo refere-se à
diferenciação e ao crescimento do racemo; o oitavo, à fase de botoamento; o nono à floração
e à polinização; o décimo, à formação dos frutos e sementes. O décimo primeiro, à deposição
de cera e o décimo segundo corresponde à maturação. O período de frutificação é muito
variável, podendo chegar a 90 dias em cultivares precoces (MOSHKIN, 1986).
A planta necessita de chuvas regulares durante a fase vegetativa e de
períodos secos na maturação dos frutos (SEARA, 1989). Pluviosidades entre 600 e 700 mm
proporcionam rendimentos superiores a 1,5 mil kg/ha (WEISS, 1983). A maior exigência de
água no solo ocorre no início da fase vegetativa, produzindo com viabilidade econômica, em
áreas onde a precipitação mínima, até o início da floração seja de 400 e 500 mm (TÁVORA,
1982). O excesso de umidade é prejudicial em qualquer período do ciclo da lavoura, sendo
mais crítico nos estádios de plântula, maturação e colheita (AZEVEDO et al. 1997). O
cultivo em regiões muito úmidas favorece a incidência de doenças (SEARA, 1989).
Recomenda-se o cultivo em áreas com altitude na faixa de 300 a
1500 m acima do nível médio do mar (WEISS, 1983). A temperatura ótima para a planta é
em torno de 28°C (TÁVORA, 1982). Temperaturas elevadas, superiores a 40°C, provocam
aborto das flores, reversão sexual das flores femininas em masculinas e redução substancial
do teor de óleo nas sementes (BELTRÃO e SILVA, 1999). As baixas temperaturas retardam
-9 -
a germinação, prolongando a permanência das sementes no solo, o que favorece o ataque de
microorganismos e insetos (TÁVORA, 1982). Experiências têm demonstrado que o teor de
óleo das sementes é proporcional à soma do calor recebido pela planta em todo o seu ciclo
vegetativo. Embora se adapte com facilidade às regiões subtropicais, a planta reduz
significativamente a qualidade do óleo e a produtividade de sementes se submetida a
temperaturas baixas. (FORNAZIERI JÚNIOR, 1986).
A mamoneira vegeta e produz satisfatoriamente em qualquer tipo de
solo, com exceção daqueles que apresentam deficiência de drenagem, devido à sua
sensibilidade ao excesso de água no solo. Melhores produções são obtidas em solos
profundos, permeáveis, ricos em matéria orgânica, com boa drenagem, disponibilidade de
nutrientes e com topografia suave. Solos com pH entre 6,0 e 6,5 são os ideais para o cultivo
da mamoneira (CARVALHO, 2005).
4.2 Aspectos econômicos e utilizações
4.2.1 Aspectos econômicos
No Brasil, a região nordeste tem destaque na produção,
principalmente no Estado da Bahia que apresenta a maior área plantada, de 149.623 kg.ha
-1
,
mas baixa produtividade média, de 772,00 kg ha
-1
. O Estado de São Paulo destaca-se pela sua
produtividade média de 1.622,00 kg ha
-1
, inferior somente a do Paraná com 1843,00 kg ha
-1
(IBGE, 2007).
A safra 2005/2006 foi semeada sob influência do Programa Nacional
de Produção do Biodiesel cujos incentivos levaram à imediata duplicação da produção.
Embora a indústria de processamento da mamona opere com alta porcentagem de ociosidade
o mercado não suportou o aumento abrupto de oferta e os preços tiveram queda expressiva.
Assim, os valores praticados no inicio da safra 2004/2005 giravam em torno de R$ 1,00 a R$
1,30/kg de mamona em grão. Na colheita eles haviam decaído para R$ 0,30 a 0, 40,
promovendo o desestímulo imediato na intenção de plantio da safra de 2005/2006 (RAMOS
et al. 2005).
- 10 -
É necessária precaução no incentivo à produção da mamoneira pela
estruturação pouco sólida do mercado que deve ser protegido do aumento do preço com
reflexo imediato na produção, fato este que já se repetiu em diversos períodos o que quase
acarretou a erradicação da mamona como atividade econômica no Brasil. A cadeia produtiva
da mamona inicia-se com a matéria-prima e termina com a disponibilização de vários
produtos industrializados, passando por intermediários de comercialização e distribuição,
assim o agronegócio da mamona e toda sua agroindústria, estruturam-se sobre o produtor da
matéria-prima que, neste caso, está representado por micro e pequenos produtores rurais
(RAMOS et al. 2005).
4.2.2 Utilizações do óleo de mamona
O óleo de mamona tem em sua composição 90% de ácido graxo
ricinoléico, que lhe confere características singulares e insubstituíveis, como por exemplo,
manutenção da viscosidade em condições severas de temperatura, tanto abaixo como acima
de 0°C. A cadeia carbônica do ácido ricinoléico, com dezoito átomos de carbono, duas duplas
ligações, grupo hidroxila e ligação éster, possibilitam diversas reações químicas que resultam
em importantes derivados com diversas aplicações industriais (SAVY FILHO et al. 2001). A
ligação éster tem como derivado o metilricinoleato com aplicações na fabricação de nylon
11: fios, tubos hidráulicos, (industria automobilística e aeronáutica); dupla ligação tendo
derivados o óleo hidrogenado e o óleo oxidado utilizados na fabricação de ceras,
lubrificantes, cosméticos, plásticos, plasticizante, protetores, tintas e adesivos; grupo
hidroxila originando derivados como o óleo desidratado, óleo sulfonado, ácido sebácico, óleo
etoxilado, poliuretanos e transesterificação usados na indústria têxtil, lubrificantes, nylon 6-
10, cosméticos, detergentes, lubrificantes de superfícies, óleo de corte, fluídos hidráulicos,
telecomunicações, materiais elétricos, produtos biomédicos, filtros industriais e biodiesel
(SAVY FILHO et al. 2001).
- 11 -
4.2.3 Torta de mamona
A torta de mamona, subproduto da indústria, tem como principal
aplicação à utilização como adubo orgânico. Isso se deve à presença das toxinas ricina e
ricinina, em toda a planta, porém concentradas na torta, cuja ação no controle de populações
de nematóides Meloidogyne, Pratylenchus e outros impedindo a eclosão dos ovos e
inviabilizando as formas jovens. Além dessas utilizações o produtor pode utilizar as cascas e
os resíduos vegetais, incorporando-os ao solo, aumentando a teor de matéria orgânica e
beneficiando-se da reciclagem de nutrientes. Segundo Savy Filho et al. (2001), para cada
tonelada de óleo extraído são obtidos 1.300 kg de torta.
4.2.4. Programas de melhoramento genético e características de interesse
Entre as cultivares de mamona existentes no Estado de São Paulo é
importante dar destaque à “Guarani”, por seu uso e potencial. Esta cultivar originou-se do
cruzamento das Cultivares “Campinas” e “Preta” em 1964, possuindo porte médio com 1,80
a 2,00 m, ciclo de 180 dias e produtividade média de 3.090,00 kg.ha
-1
(HEMERLY, 1981).
Destaca-se também a Cultivar AL Guarany 2002 obtida pelo
Programa de Melhoramento de Mamona desenvolvida pela Faculdade de Ciências
Agronômicas “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Botucatu em parceria com o Centro de
Testes Avaliação e Divulgação, do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes – DSMM
– CATI – Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Apresenta características
tecnológicas de grande aceitação pelos agricultores. É uma cultivar de boa rusticidade,
tolerante à seca, ciclo de 180 dias, porte médio com altura entre 1,60 a 2,60 m, teor de óleo
de 47% a 48% e produtividade entre 2000,00 a 3500,00 kg.ha
-1
em frutos ou 1000,00 a
2000,00 kg.ha
-1
em grãos (AMARAL, 2003).
Na Bahia, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A
(EBDA) vem trabalhando com a cultura da mamoneira, tendo desenvolvido algumas
cultivares. As cultivares identificadas com a sigla SIPEAL são lançadas por essa empresa. A
EMBRAPA, através do (Centro Nacional de Pesquisa de Algodão), localizada em Campina
- 12 -
Grande no Estado da Paraíba, desenvolve projetos para a cultura da mamoneira, visando
tecnologia de produção para a região do semi-árido do Nordeste, e, por meio do
CENARGEM, mantêm um Banco Ativo de Germoplasma com cerca de mil acessos
disponíveis para intercâmbio (SAVY FILHO, 1999).
Como resultado dessa atividade, o (Centro Nacional de Pesquisa de
Algodão) lançou em 1998 duas novas cultivares de mamona, a BRS 149 (Nordestina) e a
BRS 188 Paraguaçu. A BRS 149 Nordestina tem altura média de 1,90 m, ciclo de 250 dias,
em média, teor de óleo nas sementes de 49%. Produz em média, 1.500,00 kg.ha
-1
, em regime
de sequeiro, e 5.000,00 kg.ha
-1
, em condições irrigadas. A BRS 188 Paraguaçu apresenta
altura média de 1,60 m, ciclo cultural de 250 dias, em média, teor de óleo nas sementes de
48% e produz em médias 1.500,00 kg.ha
-1
, em regime de sequeiro, e 5.000,00 kg.ha
-1
em
condições irrigadas. As cultivares são altas e adaptadas às condições do pequeno e médio
produtor, nas condições edafoclimáticas dos Estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba
(EMBRAPA, 1998).
Laureti e Brigham (1987), sumarizaram alguns caracteres que devem
ser considerados no melhoramento para compor os atributos de cultivares e híbridos de
mamona, tais como: produtividade, alto teor de óleo, porte da planta, tolerância à seca,
precocidade, resistência a pragas e doenças e adaptação às regiões de cultivo.
A produtividade é uma característica complexa dependendo da
capacidade de absorção de água e nutrientes e da eficiência fotossintética. Os componentes
de produção são o número de cápsulas racemo, número de racemos por planta e o peso
unitário de sementes. Segundo Moshkin (1986), peso de mil sementes tem variabilidade
moderada e alta herdabilidade. A produção de sementes apresenta alta variabilidade e alta
herdabilidade.
De acordo com Nóbrega et al. (2001), na mamoneira a produtividade
de grãos é classificada como baixa com produtividade menor de 1500,00 kg.ha
-1
, média com
produtividade de 1500,00 a 2000,00 kg.ha
-1
, alta 2001,00 a 3000,00 kg.ha
-1
e muito alta
quando acima de 3000,00 kg.ha
-1
.
Em relação ao alto teor de óleo, Milani et al. (2006), relatam que há
registros de mamona com até 62% de óleo nas sementes.
- 13 -
O porte da planta, conforme exposto por Laureti e Brigham (1987), é
uma das mais importantes características morfológicas da mamona, que influenciará na
tecnologia de produção de determinado cultivar. O porte anão da mamoneira é determinado
por um gene recessivo. Grupos de genes modificadores podem mascarar a expressão dos
genes repensáveis pelo porte da planta (GURGEL, 1945). Zimmermann (1957), afirma que o
gene recessivo responsável pelo porte anão da planta apresenta herança, independentemente
do número de nós até o primeiro racemo, ou do número total de nós.
Segundo Nóbrega et al. (2001), a classificação para a altura de
plantas varia desde anã, com altura menor de 0,90 m, muito baixa quando entre 0,90 a 1,50
m, baixa quando 1,51 a 2,0 m, média com altura de plantas 2,01 a 2,50 m, alta com altura
entre 2,51 a 3,0 m e muito alta, quando acima de 3,0 m.
Quanto à precocidade, sabe-se que o ciclo cultural longo está
correlacionado positivamente com a produtividade. O controle do período entre a emergência
e a colheita pode ser obtida com a seleção para redução do número de racemos, para
uniformidade de maturação do racemo secundário e para precocidade de florescimento, que é
correlaciona positivamente com a precocidade de maturação do racemo (LAURETI e
BRIGHAM 1987; SAVY FILHO 1999). O ciclo da planta apresenta classificação de muito
precoce, quando menos de 140 dias, precoce quando entre 141 a 180 dias, médio para 181 a
210 dias, tardio para 211 a 250 dias e, muito tardio quando acima de 250 dias (NÓBREGA et
al. 2001).
Em relação à resistência de pragas e doenças, Lima e Soares (1990)
afirmam que, mesmo sendo uma planta rústica, com grande capacidade de adaptação a todas
as regiões do Brasil, a mamoneira ao contrário do que se acreditava, é afetada por vários
microorganismos, tais como fungos, bactérias e vírus, alguns dos quais chegam a causar
prejuízos de grande expressão econômica, se as condições climáticas forem favoráveis ao seu
desenvolvimento.
A expansão agrícola, com o conseqüente adensamento de populações
de uma mesma espécie, concorre para maior disseminação dos agentes etiológicos das
moléstias, enfatizando-lhes a importância. A fusariose, causada pelo fungo Fusarium
oxysporum ricini, causa grandes prejuízos à cultura da mamoneira. A imunidade ainda não
foi detectada, entretanto, existem fontes medianas ou altamente tolerantes. A tolerância é
- 14 -
determinada por alelos recessivos. Para doenças de importância secundária como Alternaria
ricini e Xanthomonas ricinícola existem fontes de resistência conhecidas, como a CNES-1,
Hale e Cimarron (LAURETI e BRIGHAM, 1987; SAVY FILHO 1999).
A utilização de cultivares resistentes visando o controle do mofo
cinzento, doença causada pelo fungo Botrytis ricini Godfrey tem sido recomendado por
vários autores. No entanto, são poucas as informações sobre a reação de cultivares de
mamona à infecção pelo fungo no Brasil. Em estudos desenvolvidos por Lima e Soares
(1990), verificou-se que dentre as cultivares avaliadas as MPAI T 63/6, Canela-de-Juriti,
Sipeal 28, Sipeal 04, Sangue-de-Boi, LC 5116 e Sipeal 09 comportaram-se como as mais
resistentes. Outros estudos apontam ainda que, as cultivares espontâneas são muito
resistentes à doença; no entanto, não existem ainda, cultivares de mamoneiras exploradas
economicamente que possuam alto nível de resistência a este patógeno (DRUMOND e
COELHO, 1981).
Outro aspecto a ser considerado no melhoramento da mamona é a
adaptação das cultivares às regiões de cultivo. Segundo Milani et al. (2006), as cultivares
adequadas de mamona para cultivo na região dos cerrados devem apresentar porte baixo ou
anão, precocidade, tolerância ao adensamento, poucos cachos, adequação à colheita
mecanizada, sementes pequenas, alto potencial de resposta adubação e resistência às
principais doenças. Já para o semi-árido, as cultivares devem apresentar alta tolerância à seca,
porte entre médio e baixo, adequação para cultivo em consórcio, frutos semideiscentes para
facilitar o descasamento, ciclo curto e resistência às doenças.
4.2.5 Interação genótipos com ambientes e homeostase
4.2.5.1 Interação genótipos com ambientes
O desenvolvimento de plantas com grande potencial produtivo tem
sido o principal objetivo dos melhoristas. Entretanto, um dos maiores problemas que têm-se
enfrentado é que quando as cultivares são comparadas em vários ambientes, a classificação
relativa entre elas difere, causando dificuldades na identificação de cultivares
significativamente superiores (EBEHART e RUSSEL, 1966).
- 15 -
Por ambiente, entendem-se todas as variáveis não genéticas
envolvidas que podem afetar a expressão fenotípica de um determinado genótipo. As
condições ambientais que influenciam na expressão do genótipo podem ser agrupadas em
duas categorias, variações previsíveis e imprevisíveis (ALLARD e BRADSHAW, 1964). As
variações previsíveis são aquelas devidas a fatores permanentes do ambiente, tais como
fertilidade do solo e fotoperíodo, métodos de colheita e outras práticas agronômicas. As
variações imprevisíveis são aquelas que ocorrem aleatoriamente, tais como estande final,
distribuição de chuvas, temperatura e ocorrência de pragas e doenças.
Quando um dado genótipo é submetido a dois ambientes diferentes,
épocas de semeadura, por exemplo, espera-se uma variação no valor fenotípico maior que
aquela ocorrida no microambiente experimental. Quando vários genótipos são avaliados em
vários ambientes, pode ocorrer e geralmente ocorre de o ambiente alterar diferentemente o
mesmo caráter em diferentes genótipos, ou seja, pode ocorrer uma interação de genótipos
com ambientes. Define-se então, a interação de genótipos com ambientes como sendo o
efeito diferencial dos ambientes sobre os genótipos. Vista por outro lado, a interação resulta
da resposta diferencial dos genótipos à variação das condições ambientais (CHAVES, 2001).
Ainda segundo o mesmo autor o sucesso do melhoramento genético
de qualquer caráter requer, obrigatoriamente, que ele seja herdável e que haja variação na
população em que se pratica a seleção. Os caracteres qualitativos apresentam padrões simples
de herança, que se baseia nas proporções das classes fenotípicas, avaliadas nas descendências
de cruzamentos. Já os caracteres quantitativos apresentam herança complexa, uma vez que
em contraposição aos caracteres qualitativos, em sua maioria, são condicionados por muitos
genes com efeitos individuais pequenos e muito influenciados pelo ambiente.
De acordo com Robertson (1959), a interação genótipos com
ambientes ocorre quando há respostas diferenciadas dos genótipos testados em diferentes
ambientes. Ela pode simples, quando é proporcionada pela diferença de variabilidade entre
genótipos nos ambientes e complexa, quando denota a falta de correlação entre medidas de
um mesmo genótipo em ambientes distintos e indica haver inconsistência na superioridade de
genótipos com a variação ambiental. Somente quando ocorre interação complexa have
dificuldades nos programas de melhoramento (CRUZ e REGAZZI, 1994).
- 16 -
Conforme afirmam Ramalho et al. (2005), é fato amplamente
comentado, em termos de parâmetros que na condução de um experimento em apenas um
local a variância genética está inflacionada pela interação e, quando se realiza a análise
conjunta dos ensaios, esse componente de interação pode ser isolado.
Como ilustração, pode-se verificar o que ocorre quando diferentes
cultivares que diferem geneticamente para o caráter produtividade de grãos são avaliadas em
ambientes contrastantes. Neste caso, as três situações mais freqüentes que podem ocorrer
segundo Arias (1996) são: as cultivares apresentam comportamentos concordantes nos dois
ambientes, neste caso, não existe interação e a recomendação da cultivar superior para os dois
ambientes é a mesma; o comportamento das cultivares não é semelhante nos dois ambientes e
uma delas responde mais acentuadamente à melhoria do ambiente do que a outra, neste caso,
ocorre interação, todavia a classificação das cultivares não é alterada nos diferentes
ambientes e, por esta razão, a cultivar superior também pode ser recomendada para os dois
ambientes. Este tipo de interação é denominado de interação simples e; o comportamento das
cultivares é inverso nos dois ambientes, neste caso, existe uma complicação para o trabalho
do melhorista, a interação é denominada de complexa e a recomendação de uma cultivar é
restrita a um ambiente específico.
Deste modo, é fácil de compreender que quando este tipo de
interação se encontra presente, indica a existência de cultivares especificamente adaptadas a
ambientes particulares, bem como de outras com adaptação mais ampla, porém, nem sempre
com alto potencial produtivo. Isto impede que a recomendação de cultivares possa ser feita
de forma generalizada (ARIAS, 1996).
Gama e Hallauer (1980), realizaram estudos enfatizando a natureza
herdável do padrão de adaptabilidade de cultivares de milho. Os autores trabalharam com
linhagens selecionadas e não selecionadas para produção de grãos das populações BS 10 e
BS 11 avaliando-se combinações híbridas durante três anos em três locais. Concluíram que
os híbridos de linhagens selecionadas tiveram média de produção significativamente mais
elevada que as linhagens não selecionadas, mas os dois grupos não diferiram entre si quanto
às estimativas da adaptabilidade da produção de grãos. Sugeriram que o melhorista deveria
enfatizar a seleção para produção e que adaptabilidade e estabilidade de produção deveriam
- 17 -
ser avaliadas somente posteriormente, no momento em que se dispusesse de um grupo elite
de híbridos.
Esta afirmação concorda com os resultados obtidos por Torres
(1988), que estudou o controle genético da estabilidade fenotípica em milho (Zea mays L.) e
constatou ausência de correlação significativa entre estabilidade e produtividade. O autor
sugeriu realizar uma seleção efetiva para produtividade e em seguida para estabilidade e em
seu estudo para quantificar o controle genético da adaptabilidade de 42 cultivares de milho,
quanto à característica peso de espigas kg.ha
-1
, ensaiadas em 12 locais, durante três anos. Os
ensaios foram conduzidos em látices retangulares simples duplicados, o que permitiu a
obtenção de duas estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e possibilitou avaliar o grau
de controle genético deste parâmetro.Tomando apenas duas repetições de cada ensaio,
estimaram-se os coeficientes que expressam a adaptabilidade dos cultivares estudados. Esse
procedimento foi repetido considerando as duas outras repetições não utilizadas, tendo-se,
para cada cultivar uma réplica de sua estimativa de adaptabilidade.
O autor encontrou inconsistência nas respostas dos cultivares
considerando as medidas de adaptabilidade, ou seja, verificou-se mudança na ordenação das
cultivares quanto à adaptabilidade quando fez estudo comparativo entre as réplicas das
estimativas deste parâmetro dentro de anos ou entre anos. Conclui-se ainda, que a
adaptabilidade e a produtividade devem ter controles genéticos independentes, dada a falta de
correlação entre elas. Em virtude de o coeficiente de determinação para rendimento de grãos
ter sido aproximadamente, duas vezes maior que o parâmetro adaptabilidade, seria preferível
adotar a estratégia de selecionar, nas etapas iniciais do programa de melhoramento, para
produtividade e, só então, quando se dispuser de genótipos superiores, submetê-los à
avaliação em uma larga faixa de ambientes para que seja feita a seleção com base em suas
adaptabilidades.
Em mamoneira inexistem estudos sobre a interação de genótipos
com ambientes no Brasil, mas entre os estudos realizados com a cultura da mamoneira sobre
os efeitos da interação de genótipos com ambientes na cita-se o de Manivel et al. (1999) que
realizaram estudos sobre a capacidade específica de combinação em dois locais, duas
estações (primavera e verão) e observaram interação significativa de genótipos com
ambientes para a característica rendimento de sementes e outras características relacionadas.
- 18 -
Os autores constataram efeitos de ação gênica aditiva e não houve correlação de performance
dos híbridos com os genitores.
Em outro trabalho Manivel et al. (2001) estudaram a estabilidade
fenotípica de sessenta híbridos e dezenove genitores de mamona (Ricinus communis L). Os
materiais foram avaliados em quatro ambientes para os caracteres teor de óleo e rendimento
em sementes.Os autores observaram interação significativa de genótipos com ambientes para
todas as características avaliadas. As características número de nós abaixo do primeiro
racemo, peso de mil sementes e teor de óleo foram menos afetados pelos ambientes que
outras características. Substanciais flutuações foram observadas para altura de plantas,
comprimentos do primeiro racemo, número de cápsulas e rendimento de sementes por planta.
Os híbridos mostraram alta estabilidade sobre os ambiente.
4.2.5.2 Homeostase
Conforme explicam Allard e Bradshaw (1964) o fator estabilidade
pode ser analisado considerando-se duas situações: estabilidade populacional e estabilidade
individual. A homeostase populacional pressupõe que cada indivíduo que compõe a
população seja adaptado a uma diferente faixa ambiental, ao passo que a homeostase
individual é conseqüência de uma reação tamponante de cada indivíduo da população, que se
adapta a diversos ambientes. Verifica-se que populações de base genética estreita dependem
mais da homeostase individual para conservar seus caracteres, e nas populações de base
genética ampla, estão presentes os dois tipos de homeostase. Nesse contexto, Becker e Léon
(1988), comentam que todos os tipos de genótipos podem ser caracterizados sob dois
aspectos: grau de heterozigosidade das plantas e a heterogeneidade genética da cultivar. Os
autores esclarecem que a estrutura genética da população pode influenciar no resultado da
interação genótipos com ambientes, sendo esperado que genótipos heterozigotos sejam
menos suscetíveis às variações ambientais que os homozigotos, e que populações
heterogêneas sejam mais tolerantes que as homogêneas.
Para atenuar ou minimizar os feitos da interação genótipos com
ambientes, existem pelo menos três opções possíveis, segundo Ramalho et al. (1993):
identificar cultivares específicos para cada ambiente, embora teoricamente possível a
- 19 -
primeira alternativa é de difícil aplicação na prática. Os materiais seriam avaliados em vários
ambientes e através da análise dos dados são identificadas as melhores cultivares para cada
ambiente específico. É um processo oneroso e qualquer variação ambiental imprevista nas
condições em que foram realizadas as avaliações, podem fazer com que o material genético
não mais se mostre adaptado (ARIAS, 1996). Zoneamento ecológico: consiste em identificar
e agrupar ambientes ecologicamente semelhantes em sub-regiões, visando atenuar o efeito da
interação genótipos com ambientes, porém, o zoneamento é possível apenas com base em
diferenças de macroambientes tornando-o vulnerável às variações imprevisíveis que possam
ocorrer no ambiente, e, também a interação genótipos x anos não pode ser controlada por
esse método (ÀRIAS, 1996). Identificação de cultivares com maior estabilidade fenotípica:
neste procedimento, objetiva-se avaliar a estabilidade e adaptabilidade de um conjunto de
genótipos por meio de várias metodologias de análise. Nessas metodologias utilizam-se
diferentes conceitos biológicos de estabilidade, ou, adaptabilidade, e são empregados
diversos procedimentos estatísticos para obtenção das estimativas dos parâmetros.
As metodologias de análise de adaptabilidade e estabilidade
destinam-se à avaliação de um grupo de materiais genotípicos, testados numa série de
ambientes. Essas metodologias deverão ser empregadas quando ocorrerem interações
genótipos com ambientes significativas. Assim, este procedimento é complementar ao da
análise de variância individual e conjunta de dados experimentais resultantes de ensaios
realizados em uma série de ambientes. Deve ser utilizada quando diferentes materiais como
variedades, híbridos, linhagens ou clones são testados na fase final de um programa de
melhoramento. Neste caso, cada genótipo constitui uma entidade bem definida que se quer
testar como tal (CHAVES, 2001).
A identificação de cultivares com maior estabilidade fenotípica é de
grande importância para culturas que estão sujeitas a flutuações climáticas. Os termos
estabilidade fenotípica, estabilidade de produção e adaptação, são freqüentemente utilizados
nos mais diferentes sentidos (BECKER e LÉON, 1988). Estabilidade e adaptabilidade,
muitas vezes são utilizados com o mesmo objetivo, porém, embora sejam relacionados, não
são idênticos. A estabilidade fenotípica para Finlay e Wilkinson (1963); Allard e Bradshaw
(1964) e Ebehart e Russel (1966), referem-se à menor sensibilidade do genótipo às variações
- 20 -
do ambiente, ou seja, quanto maior o efeito do ambiente sobre o genótipo, menor será sua
estabilidade fenotípica.
O estudo de adaptabilidade e estabilidade favorece a identificação de
genótipos de comportamento previsível e que sejam responsivos às variações ambientais, em
condições específicas (ambientes favoráveis e desfavoráveis) ou amplas (CRUZ e REGAZZI,
1994). Apesar da importância deste estudo, o critério de recomendação de cultivares pode
basear-se apenas na produtividade média obtida nos ambientes testadores. Essa estratégia tem
sido freqüentemente utilizada nos programas de melhoramento da soja (Glycine Max (L.)
Merril) no Paraná. Contudo, a indicação generalizada, sem considerar a existência de
ambientes favoráveis e desfavoráveis, pode beneficiar ou prejudicar as cultivares com
adaptações específicas a esses dois tipos de ambiente (CARVALHO et al. 2002).
Finlay e Wilkinson (1963) apresentaram um método que permite
avaliar o padrão de resposta de cada genótipo considerando as variações ambientais. Para
cada genótipo é realizada uma regressão linear simples da variável dependente que é a
produtividade de grãos, em relação a um índice ambiental, definido como a média de todos
os genótipos no dado ambiente, tomadas como variável independente.
As análises de regressões são realizadas com dados previamente
transformados para a escala logarítmica. Os conceitos de adaptabilidade e estabilidade estão
relacionados com os coeficientes de regressão linear e com a média do genótipo e nenhuma
inferência é feita em relação ao ajuste das equações de regressão, pressupondo-se que a
transformação logarítmica proporcione uma adequação satisfatória do modelo de regressão
linear.
Para Finlay e Wilkinson (1963), um genótipo ideal tem média
elevada e coeficiente de regressão igual a 1. Este genótipo tem adaptabilidade geral e
estabilidade média. Genótipos com médias elevadas e com coeficiente de regressão maiores
que 1 apresentam adaptabilidade específica a ambientes favoráveis e são considerados de
estabilidade baixa. Genótipos com médias elevadas e coeficiente de regressão menores que 1,
apresentam adaptabilidade específica a ambientes desfavoráveis e estabilidade alta.
Conforme explicam Cruz e Carneiro (1998) as estimativas dos
índices ambientais são de grande utilidade, por serem indicativos da qualidade dos ambientes
- 21 -
avaliados. Valores negativos identificam ambientes desfavoráveis e valores positivos os
ambientes favoráveis.
- 22 -
5 MATERIAL E MÉTODOS
As Tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 apresentam a classificação climática de
Köeppen para os locais de condução dos experimentos.
5.1 Classificação climática de Köeppen para os locais de condução dos
experimentos
Tabela 1. Classificação climática de Köeppen para o município de Araçatuba – SP.
Classificação Climática de Köeppen para Araçatuba (Aw)
Altitude 400 Metros
Temperatura Média (°C) Precipitação Pluviométrica (mm)
Ano 23,8°C 1.267,7 mm
Mínima 20,2°C 24,0 mm
Máxima 26,0°c 237,4 mm
Fonte: Unicamp-Cepagri, 2007.
- 23 -
Tabela 2. Classificação climática de Köeppen para o município de Botucatu – SP.
Classificação Climática de Köeppen para Botucatu (Cwa)
Altitude 840 Metros
Temperatura Média (°C) Precipitação Pluviométrica (mm)
Ano 20,7°C 1.358,6 mm
Mínima 18,0°C 37,7 mm
Máxima 24,0°C 224,0 mm
Fonte: Unicamp-Cepagri, 2007.
Tabela 3. Classificação climática de Köeppen para o município de Ilha Solteira – SP.
Classificação Climática de Köeppen para Ilha Solteira (Aw)
Altitude 375 Metros
Temperatura Média (°C) Precipitação Pluviométrica (mm)
Ano 23,5°C 1,300 mm
Mínima 21,0°C 22,8 mm
Máxima 27,0°C 225,9 mm
Fonte: Unicamp-Cepagri, 2007.
Tabela 4. Classificação climática de Köeppen para o município Penápolis – SP.
Classificação Climática de Köeppen para Penápolis (Aw)
Altitude 415 Metros
Temperatura Média (°C) Precipitação Pluviométrica (mm)
Ano 23,5 °C 1,333,4 mm
Mínima 20,0 °C 21,2 mm
Máxima 25,6 °C 237,0 mm
Fonte: Unicamp-Cepagri, 2007.
- 24 -
Tabela 5. Classificação climática de Köeppen para o município de São Manuel – SP.
Classificação Climática de Köeppen para São Manuel (Cwa)
Altitude 700 Metros
Temperatura Média (°C) Precipitação Pluviométrica (mm)
Ano 20,8°C 1,464,8 mm
Mínima 17,2°C 37,4 mm
Máxima 23,7°C 241,5 mm
Fonte: Unicamp-Cepagri, 2007.
5.2 Material
No presente trabalho foram utilizadas 20 linhagens S5 obtidas da
População FCA Porte Baixo de Mamona (Ricinus communis L.) desenvolvidas pelo
Programa de Melhoramento de Mamona do Departamento de Produção Vegetal, da
Faculdade de Ciências Agronômicas FCA/UNESP, Botucatu o qual foi iniciado no ano de
1999, tendo como objetivo obter cultivares e híbridos para o Estado de São Paulo.
5.3 Métodos
5.3.1 Obtenção das linhagens
As linhagens S5 foram obtidas utilizando-se o Método Padrão de
Desenvolvimento e Melhoramento de Linhagens proposto por Comstock (1964) para a
cultura do milho (Zea mays L.) e adaptado para mamona (Ricinus communis L.), a seguir:
Para o processo de autofecundação foi realizada seleção entre e dentro
das progênies à medida que as gerações avançaram. As plantas foram selecionadas com base
nos caracteres fenotípicos como vigor e resistência a doenças, e características agronômicas
superiores ou favoráveis. Foram selecionados os racemos na colheita e durante o preparo dos
materiais para o plantio seguinte. O processo começou com a autofecundação de centenas de
plantas selecionadas de variedades eliminando-se as piores. As sementes obtidas de cada
- 25 -
racemo foram mantidas separadamente. No ano agrícola seguinte foram semeadas em linhas
de 5 metros e constituíram as progênies dos racemos selecionadas. Duas a cinco plantas
escolhidas de cada progênie foram autofecundadas, fazendo-se a seleção entre e dentro das
progênies. Escolheu-se um a três racemos melhores por progênie. No terceiro ano semeou-se
uma a três fileiras dos racemos selecionadas e novamente algumas plantas são selecionadas e
autofecundadas. Este processo é repetido até que as linhagens atinjam relativa homozigose,
processo que dura de cinco a sete anos.
5.3.2. Caracterização das áreas experimentais e delineamento
experimental.
Os experimentos foram desenvolvidos nos anos de 2005, 2006 e
2007 nos municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel na época
de semeadura da safra denominada no trabalho como época 1 e na safrinha ou época de
semeadura 2. As linhagens na época 1 foram avaliadas entre novembro de 2006 e junho de
2007. Para a época 2 as linhagens foram avaliadas entre de março de 2005 e agosto de 2005.
O delineamento experimental de blocos ao acaso com três repetições foi utilizado para todos
os experimentos. A parcela experimental constitui-se de linhas de 10 m de comprimento, com
espaçamento entre linhas e entre plantas de 1,0 m, ou seja, área útil da parcela de 10 m
2
.
Foram realizadas análises de variância individuais para cada
experimento para a época de semeadura 1 e época 2. A presença de homogeneidade entre os
quadrados médios residuais entre os experimentos conduzidos na época 1 e época 2
possibilitou a realização de análises de variância conjuntas dos cinco experimentos para cada
época e análise de variância conjunta envolvendo as duas épocas de semeadura conforme
modelo estatístico conforme apresentado por (RAMALHO et al. 2005).
Os dados foram analisados utilizando-se o programa SISVAR v. 4.2
conforme Ferreira (2003) e as médias comparadas pelo teste de Scott e Knott (1974) no nível
de 5% de probabilidade. Devido à presença de interação significativa entre épocas x locais x
linhagens foram realizadas análises de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas segundo
metodologia proposta por Finlay e Wilkinson (1963). Foram considerados como ambientes
- 26 -
as épocas de semeadura e as análises de regressões foram realizadas utilizando-se o programa
(SAS, 2001).
5.3.3 Característica avaliada
Após o completo desenvolvimento das plantas foi realizado a
observação de interesse agronômico da característica produtividade média dos grãos, sendo
tomados dados da massa dos grãos dos frutos descascados por parcela de 10 m
2
e
posteriormente foi realizada a estimativa em kg.ha
-1
.
5.4 Análises estatísticas
5.4.1 Análises de variância individuais
A Tabela 6 apresenta o esquema de análise de variância individual,
quadrados médios, significâncias pelo teste F a 5% de probabilidade para a característica
produtividade de grãos em kg.ha
-1
para cada local, época 1 e época 2.
Tabela 6. Esquema de análise de variância individual, quadrados médios, significâncias
pelo teste F a 5% de probabilidade para a característica produtividade de grãos
em (kg.ha
-1)
para cada local. Época 1 e Época 2.
Fonte de Variação Graus de Liberdade Quadrados Médios F
Blocos (r-1) -
Linhagens (-1) Q1 Q1/Q2
Resíduo (r-1) (-1) Q2
Onde:
Q1 = quadrado médio entre linhagens;
Q2 = quadrado médio do erro entre parcelas.
- 27 -
5.4.2 Análises de variância conjuntas
A Tabela 7 apresenta o esquema de análise de variância conjunta
para cinco locais, quadrados médios, significâncias pelo teste F a 5% de probabilidade para a
característica produtividade de grãos em kg.ha
-1
, época 1 e época 2.
Tabela 7. Esquema de análise de variância conjunta para cinco locais, quadrados médios,
significâncias pelo teste F a 5% de probabilidade para a característica
produtividade de grãos em (kg.ha
-1
). Época 1 e Época 2.
Fonte de Variação Graus de Liberdade Quadrados Médios F
Blocos / Locais (r-1) -
Locais (L-1) Q1 Q1/Q4
Linhagens (-1) Q2 Q2/Q4
Linhagens x Locais (-1) (L-1) Q3 Q3/Q4
Resíduo (r-1) (-1) Q4
Onde:
Q1 = quadrado médio entre locais;
Q2 = quadrado médio entre linhagens;
Q3 = quadrado médio da interação linhagens x locais;
Q4 = quadrado médio do erro entre parcelas;
5.4.3 Análise de variância conjunta para a interação épocas x locais x
linhagens
A Tabela 8 apresenta o esquema de análise de variância conjunta
envolvendo duas épocas de semeadura, cinco locais, quadrados médios, significâncias pelo
teste F a 5% de probabilidade para a característica produtividade de grãos em kg.ha
-1
.
- 28 -
Tabela 8. Esquema de análise de variância conjunta envolvendo duas épocas de semeadura,
cinco locais, quadrados médios, significâncias pelo teste F a 5% de probabilidade
para a característica produtividade de grãos em (kg.ha
-1
).
Fonte de Variação Graus de Liberdade Quadrados Médios F
Blocos (Ensaios x Épocas) (e-1) (L-1) -
Épocas (e-1) Q1 Q1/Q8
Locais (L-1) Q2 Q2/Q8
Épocas x Locais (e-1) (L-1) Q3 Q3/Q8
Linhagens (-1) Q4 Q4/Q8
Épocas x Linhagens (e-1) (-1) Q5 Q5/Q8
Locais x Linhagens (L-1) (-1) Q6 Q6/Q8
Épocas x Locais x Linhagens (e-1) L-1) (-1) Q7 Q7/Q8
Resíduo (r-1) (e-L) (-1) Q8
Onde:
Q1 = quadrado médio entre épocas;
Q2 = quadrado médio entre locais;
Q3 = quadrado médio da interação entre épocas e locais;
Q4 = quadrado médio entre linhagens;
Q5 = quadrado médio da interação entre épocas e linhagens;
Q6 = quadrado médio da interação entre locais e linhagens;
Q7 = quadrado médio da interação entre épocas, locais e linhagens;
Q8 = quadrado médio do erro entre parcelas.
- 29 -
5.4.4 Análise de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas
O modelo de regressão linear simples adotado, conforme Finlay e
Wilkinson (1963) foi o seguinte:
Y
ij
: média do genótipo i, no ambiente j, obtida de dados preliminares transformados para a
escala logarítmica;
β
oi :
constante da regressão;
β
1i :
coeficiente de regressão;
X
j
: índice ambiental definido por :
, em que g é o número de genótipos
.
:
desvio da regressão;
:
é o erro experimental médio.
Para maiores facilidades operacionais, utiliza-se o índice ambiental codificado (I
j
), dado por:
, em que a é o numero de ambientes e
Com a utilização deste índice, tem-se:
=
média do genótipo i.
1i ij
ij
δ
ε
Υ=β + +
ij oi j
+ β X
j
i
11
IYijY..
gag
=−
i
oi
β Y
=
ij
ε
ij
δ
1ij
j =
g
i
XY
j
Ij 0
=
- 30 -
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Análises de variância para época de semeadura 1
6.1.1 Análises de variância individuais para a época de semeadura 1
Na Tabela 9 são apresentados os quadrados médios das análises de
variância individuais para a característica produtividade de grãos em kg.ha
-1
, significâncias
pelo teste F a 5% de probabilidade e coeficientes de variação experimental obtidos dos
ensaios conduzidos em cinco locais nos Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira,
Penápolis e São Manuel – SP. Época 1.
Tabela 9. Análises de variância individuais para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
)
de linhagens de mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP
Araçatuba Botucatu Ilha Solteira Penápolis São Manuel
FV GL QM QM QM QM QM
Blocos 2 56618,8 69266,4 58923,2 51632,1 147880,6
Linhagens 19 1511296,7* 483460,7* 504278,2* 1497961,5* 11331872,5*
Resíduo 38 2778801,6 50841,8 42243,5 167891,3 91273,4
CV (%) 23% 17% 14% 14% 15%
(*) significativo a 5% de probabilidade.
Observa-se na Tabela 9 que em Araçatuba o coeficiente de variação
experimental foi de 23%, 17% em Botucatu, 14% em Ilha Solteira 14% em Penápolis e em
- 31 -
São Manuel o valor foi de 15%. Estes valores são considerados por Gomes (1987) como alto
para Araçatuba e médios para Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel.
Os quadrados médios das análises de variância individuais para
linhagens, apresentaram diferenças significativas pelo teste F a 5% de probabilidade para
todos os experimentos, e indicam a existência de variabilidade genética entre as linhagens
avaliadas.
A
presença de variabilidade genética é fator extremamente
importante e conforme exposições de Bueno et al. (2001), a variabilidade é a capacidade de
uma espécie, população ou progênie de apresentar diferentes fenótipos e deve-se considerar,
ainda que a variabilidade presente dentro de cada espécie é em última análise, aquela que
interessa diretamente ao trabalho de melhoramento.
6.1.2 Médias e amplitude de variação de produtividade por município
para a época de semeadura 1
As Tabelas 10 e 11 apresentam as médias de cada local para a
característica produtividade de grãos em kg.ha
-1
de linhagens de mamona, obtidas dos
ensaios conduzidos em cinco locais nos Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira,
Penápolis e São Manuel – SP. Época 1.
- 32 -
Tabela 10. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba e Botucatu – SP.
Linhagens Araçatuba Linhagens Botucatu
8 3904,00 a 15 1832,66 a
16 3121,66 b 7 1795,33 a
15 2870,33 b 5 1765,33 a
6 2805,33 b 10 1630,33 a
19 2778,33 b 18 1628,66 a
11 2614,00 b 19 1585,66 a
13 2560,33 b 14 1473,00 a
1 2493,66 b 6 1551,00 a
9 2315,00 b 4 1469,00 a
18 2247,00 b 3 1364,00 a
5 2055,00 c 20 1207,33 b
12 2031,66 c 8 1206,33 b
17 1864,66 c 17 1170,33 b
3 1771,66 c 13 1082,00 b
10 1640,66 c 11 1067,66 b
7 1584,33 c 16 1061,66 b
4 1503,00 c 1 952,33 b
2 1421,00 c 9 849,66 b
20 1258,33 c 12 650,00 c
14 1037,33 c 2 345,33 c
Média Geral 2193,86 Média Geral 1289,40
* Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott - Knott (1974) a 5% de
probabilidade
.
- 33 -
Tabela 11. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Ilha Solteira, Penápolis e São
Manuel. – SP.
Linhagens Ilha Solteira Linhagens Penápolis Linhagens São Manuel
15 2018,66 a 16 4306,33 a 16 2978,66 a
7 1990,66 a 6 3007,33 a 8 2815,66 a
5 1914,33 a 8 3611,00 b 1 2799,00 a
18 1818,00 a 1 3361,00 b 11 2712,66 a
10 1812,33 a 4 3306,66 b 18 2473,66 b
6 1785,66 a 3 3300,33 b 10 2412,33 b
19 1769,00 a 9 3296,66 b 6 2397,00 b
14 1767,00 a 17 3219,33 b 17 2384,66 b
4 1647,00 a 2 3154,00 b 20 2330,33 b
3 1554,66 a 15 3106,66 b 2 2321,00 b
20 1408,33 b 5 2940,66 b 7 1893,33 c
8 1407,00 b 20 2793,00 c 3 1781,33 c
11 1356,00 b 18 2748,00 c 5 1568,00 c
17 1330,33 b 13 2600,00 c 9 1515,00 c
13 1309,66 b 14 2485,00 c 15 1497,00 c
16 1295,66 b 11 2349,00 c 19 1400,00 c
9 1069,33 b 7 2315,66 c 13 1357,66 c
1 1067,33 b 10 1830,33 d 4 1351,00 c
12 789,33 c 19 1824,33 d 12 1228,66 c
2 463,66 c 12 1543,66 d 14 1016,66 c
Médias 1478,70 2899,95 2011,68
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott - Knott (1974) a 5% de
probabilidade
.
Verifica-se nas Tabelas 10 e 11 que independentemente do local de
avaliação, as linhagens dividiram-se em grupos distintos apresentando fenótipos com
produtividade muito alta em Penápolis a baixa em Botucatu segundo parâmetros de Nóbrega
et al. (2001).
- 34 -
Os dados das Tabelas 10 e 11 mostram que, maiores médias de
produtividades foram registradas em Penápolis, Araçatuba e São Manuel, em Botucatu e Ilha
Solteira, observam-se menores médias.
Nota-se que em Botucatu e em Ilha Solteira a linhagem 2 apresentou
produtividade média muito abaixo de outros tratamentos devido à desuniformidade de
emergência possivelmente por diferenças de profundidade de semeadura ou por problemas
intrínsecos à própria semente.
A média geral de produtividade de grãos
para o experimento
conduzido em Araçatuba foi de 2193,86 kg.ha
-1
. Em Botucatu a média foi de 1289,40 kg.ha
-1
,
Ilha Solteira média 1478,70 kg.ha
-1
, Penápolis valor de 2899,95 kg.ha
-1
e em São Manuel a
média geral de produtividade de grãos foi de 2011,68 kg.ha
-1
. Estes valores são classificados
como baixos para Botucatu e Ilha Solteira, médios para Araçatuba, Penápolis e São Manuel
(NÓBREGA et al. 2001).
Nota-se nas Tabelas 10 e 11 que algumas linhagens apresentaram
excelente desempenho agronômico e comportamento diferencial às condições ambientais. É
interessante observar que houve ampla variabilidade entre as linhagens avaliadas com
produtividades relevantes e produtividades muito insignificantes. A presença de diferentes
fenótipos com comportamento diferencial frente às condições ambientais sugere um possível
efeito de interação de genótipos com ambientes, que será relatado na seqüência.
6.1.3 Análise de variância conjunta de cinco locais para a época de
semeadura 1
Na Tabela 12 são apresentados os quadrados médios da análise de
variância conjunta para a característica produtividade grãos kg.ha
-1
, significâncias pelo
teste F a 5% de probabilidade e coeficiente de variação experimental obtidos dos ensaios
conduzidos nos Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel
– SP. Época 1.
- 35 -
Tabela 12. Análise de variância conjunta para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
)
de linhagens de mamona, obtida dos ensaios conduzidos em Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP.
FV GL SQ QM
Blocos 10 1698042,5 169804,2
Linhagens 19 31990868,2 1683729,9*
Locais 4 97532041,1 24383010,2*
Linhagens x Locais 76 65457658,1 861284,9*
Resíduo 190 23941972,8 126010,3
CV (%) 17%
(*) significativo a 5% de probabilidade.
Para a característica produtividade de grãos o coeficiente de variação
experimental foi de 17% ou valor médio segundo classificação de Gomes (1987).
O quadrado médio para a fonte de variação locais foi significativo a
5% de probabilidade o que denota diferenças significativas entre os locais de condução dos
experimentos.
O quadrado médio da interação de linhagens por locais foi
significativo a 5% de probabilidade pelo teste F, evidenciando desempenho agronômico
diferencial em relação aos locais de avaliação, quanto à característica avaliada.
Os resultados obtidos são compatíveis com as avaliações realizadas,
pois segundo Chaves (2001), quando vários genótipos são submetidos a vários ambientes
espera-se uma variação no valor fenotípico maior que aquela ocorrida em nível de
microambiente experimental.
Com a expansão das áreas agrícolas, por uma questão de
necessidade, buscam-se materiais genéticos que sejam adaptados à maior gama possível de
ambientes. É esperado que na avaliação de genótipos em vários ambientes exista a
manifestação de interação de genótipos com ambientes. Chaves (2001), explica que a
interação genótipos com ambientes deve ser entendida como um fenômeno biológico em suas
aplicações no melhoramento de plantas e não como um simples efeito estatístico ou fator
indesejável, cujos efeitos devem ser minimizados em um programa de melhoramento. Ao
- 36 -
contrário, como um fenômeno biológico natural, cumpre conhecê-la bem para melhor
aproveitá-la no processo de seleção.
6.1.4 Médias e amplitude de variação de produtividade de cinco
municípios para a época de semeadura 1
A Tabela 13 apresenta as médias para a característica produtividade
de grãos kg.ha
-1
das linhagens, obtidas dos ensaios avaliados em cinco locais na época de
semeadura 1.
- 37 -
Tabela 13. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira,
Penápolis e São Manuel – SP.
Linhagens Médias
8 2558,80 a
16 2552,80 a
6 2489,26 a
15 2265,06 a
18 2183,06 a
1 2134,66 a
5 2048, 66 b
11 2019,86 b
17 2006,86 b
3 1942,13 b
7 1915,86 b
19 1871,46 b
10 1865,20 b
4 1855,33 b
9 1809.13 b
20 1799,46 b
13 1781,93 b
14 1575,80 c
2 1549,40 c
12 1248,73 c
Média Geral 1975,17
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
A média geral de produtividade para os cinco experimentos
avaliados na época de semeadura 1 foi de 1975,17 kg.ha
-1
, com amplitude de variação de
1248,73 kg.ha
-1
a 2558,80 kg.ha
-1
sendo estes valores considerados por Nóbrega et al.
(2001) como baixo e médio, respectivamente.
- 38 -
Percebe-se que as linhagens dividiram-se em três grupos distintos
com destaque para as linhagens 8, 16, 6, 15, 18, e 1 que apresentaram produtividades altas
sendo portanto as mais promissoras para utilização como genitores. Observa-se também que
não houve grandes variações nas médias, o que sugere a presença de interação simples ou
quantitativa.
Chaves (2001) esclarece que a implicação, na presença de interação
simples ou quantitativa é que o efeito individual do ambiente não provoca mudança na
classificação dos genótipos e uma seleção baseada na média dos ambientes beneficia
sempre o melhor genótipo.
6.2 Análises de variância para época de semeadura 2
6.2.1 Análises de variância individuais para a época de semeadura 2
Na Tabela 14 são apresentados os quadrados médios das análises de
variância individuais para a característica produtividade grãos em kg.ha
-1
, significâncias pelo
teste F a % de probabilidade e coeficiente de variação experimental obtido dos ensaios
conduzidos nos Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel –
SP. Época 2.
Tabela 14. Análises de variância individuais para a característica produtividade de grãos
(kg.ha
-1
) de linhagens de mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba,
Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP.
Araçatuba Botucatu Ilha Solteira Penápolis São Manuel
FV GL QM QM QM QM QM
Blocos 2 1511680,8 43319,5 44729,3 96273,9 70290,4
Linhagens 19 18926,9* 55269,1* 79311,5* 54926,6* 44583,2*
Resíduo 38 64101,7 10059,2 45666,3 46942,5 18025,2
CV (%) 20% 10% 19% 21% 13%
(*) significativo a 5% de probabilidade.
- 39 -
Visualiza-se na Tabela 14 que em Araçatuba o coeficiente de
variação experimental foi de 20%, em Botucatu 10%, Ilha Solteira 19%, Penápolis 21% e em
São Manuel o valor foi de 13%. Estes valores são considerados por Gomes (1987) como
médios. Os quadrados médios de linhagens apresentaram diferenças significativas, pelo teste
F a 5% de probabilidade para a característica avaliada para todos os experimentos indicando
presença de variabilidade genética.
6.2.2 Médias e amplitude de variação de produtividade por município
para a época de semeadura 2
As Tabelas 15 e 16 apresentam as médias e amplitudes de variação
para a característica avaliada dos cinco experimentos conduzidos em Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel SP. Época 2.
- 40 -
Tabela 15. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba e Botucatu – SP.
Linhagens Araçatuba Linhagens Botucatu
7 1553,08 a 19 1137,33 a
10 1447,05 a 14 1137,00 a
1 1442,22 a 7 1106,66 a
15 1414,55 a 6 1093,66 a
6 1404,31 a 15 1087,00 a
17 1369,37 a 18 1073,00 a
3 1354,28 a 16 1071,66 a
11 1266,49 a 2 1069,33 a
12 1266,49 a 12 1061,33 a
14 1237,13 a 9 1016,66 a
4 1234,59 a 13 954,33 b
2 1233,84 a 4 942,33 b
19 1220,48 a 1 927,00 b
8 1204,55 a 20 863,66 b
13 1173,77 a 17 844,66 b
16 1157,57 a 8 833,00 b
20 1068,15 a 3 822,33 b
9 920,71 b 11 810,00 b
5 904,03 b 5 753,33 b
18 441,28 c 10 720,33 b
Média Geral 1215,70 Média Geral 966,23
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 41 -
Tabela 16. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Ilha Solteira, Penápolis e São
Manuel – SP.
Linhagens Ilha Solteira Linhagens Penápolis Linhagens São Manuel
11 1384,66 a 15 1264,00 a 11 1244,33 a
12 1382,66 a 12 1196,66 a 4 1202,00 a
15 1237,00 a 4 1131,66 a 14 1189,33 a
8 1181,66 a 10 1131,00 a 16 1137,66 a
16 1171,66 a 18 1123,00 a 10 1118,33 a
20 1149,00 a 7 1117,33 a 7 1106,00 a
7 1143,66 a 19 1114,66 a 12 1062,66 a
9 1115,33 a 2 1088,00 a 1 1043,00 a
19 1092,66 a 3 1071,33 a 17 1042,66 a
14 1081,66 a 13 1064,33 a 3 1033,66 a
4 1075,00 a 1 1052,33 a 18 1028,33 a
10 1053,33 a 5 1050,00 a 19 1017,66 a
1 1049,00 a 16 996,00 a 15 984,00 b
2 1030,00 a 20 959,66 a 13 965,00 b
13 997,33 a 14 931,00 a 5 953,33 b
3 945,00 a 9 910,33 a 2 936,66 b
18 856,33 a 6 859,33 a 8 875,66 b
5 843,66 a 17 827,66 a 9 855,66 b
17 825,00 a 11 800,66 a 6 843,33 b
6 824,66 a 8 780,33 a 20 816,00 b
Média Geral 1071,96 1023,46 1022,76
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade
Observa-se de forma geral nas Tabelas 15 e 16 que as linhagens
avaliadas na época 2 apresentaram valores médios inferiores às linhagens avaliadas n período
época de semeadura 1 isto é, a época de semeadura exerceu efeito diferencial sobre as
linhagens, o que sugere interação de genótipos com ambientes. As linhagens apresentaram
- 42 -
diferenças genéticas, mas não se observa oscilação de alta magnitude. Nota-se que em Ilha
Solteira e Penápolis houve apenas um agrupamento de médias sugerindo que os cinco ciclos
de autofecundação aplicados nas referidas linhagens devem ter explorado toda a variabilidade
genética existente, ou seja, os dados induzem a inferir que são plantas homozigotas.
Filho (2001), explica que a autofecundação conduz uma população
rapidamente a homozigose, mesmo para um grande número de locos inicialmente em
heterozigose e a endogamia por si não promove nenhum melhoramento, mas simplesmente
causa uma reorganização na população. O resultado final é que a autofecundação conduz a
uma população homozigótica, mas não geneticamente homogênea, pelo fato de que
populações assim obtidas são constituídas de diferentes tipos homozigóticos, ou diferentes
linhas puras que podem ser mais ou menos desejáveis.
Em Araçatuba a média geral de produtividade de grãos em kg.ha
-1
foi de 1215, 70, em Botucatu a média de 966,23 e Ilha Solteira média de 1071,96. No
Município de São Manuel a média geral de produtividade de grãos foi de 1022,76 e em
Penápolis a média geral foi de 1023,46 kg.ha
-1
ou médias baixas conforme classificação de
Nóbrega et al. (2001).
6.2.3 Análise de variância conjunta de cinco locais para a época de
semeadura 2
Na Tabela 17 são apresentados os quadrados médios das análises de
variância conjunta para a característica produtividade grãos em kg.ha
-1
, significâncias pelo
teste F a 5% de probabilidade e coeficiente de variação experimental obtido dos ensaios
conduzidos em cinco locais nos Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis
e São Manuel – SP. Época 2.
- 43 -
Tabela 17. Análise de variância conjunta para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
)
de linhagens de mamona, obtida dos ensaios conduzidos em Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP.
FV GL SQ QM
Blocos 10 353258,8 353258,8
Linhagens 19 2414087,2 127057,2*
Locais 4 2261924,0 565481,0*
Linhagens x Locais 76 5566244,8 73240,0*
Resíduo 190 7022214,9 36959,0
CV (%) 18%
(*) significativo a 5% de probabilidade.
Para a característica avaliada o coeficiente de variação experimental
da análise conjunta foi de 18% sendo este valor considerado como valor médio conforme
classificação de Gomes (1987).
Os quadrados médios de linhagens foram significativos a 5% de
probabilidade pelo teste F e os quadrados médios de locais também foram significativos pelo
teste F indicando diferenças entre as linhagens e entre os locais de avaliação dos
experimentos.
Os quadrados médios da interação de linhagens por locais da análise
conjunta foram significativos a 5% de probabilidade pelo teste F. A significância nas fontes
de variação linhagens, locais e linhagens x locais indica que o desempenho agronômico das
linhagens não foi coincidente nos diferentes locais de avaliação quanto a característica
produtividade de grãos em kg.ha
-1
.
Conforme exposições anteriores, quando avaliamos materiais
genéticos em vários locais ou épocas de semeadura, é esperado que ocorra interação
significativa de genótipos com ambientes. No presente caso, a dissimilaridade dos ambientes
testadores pode ter contribuído de forma substancial à manifestação da interação de genótipos
com ambientes.
- 44 -
6.2.4 Médias e amplitude de variação de produtividade de cinco
municípios para a época de semeadura 2
Na Tabela 18 são apresentadas as médias e amplitudes de variação
para a característica produtividade de grãos em kg.ha
-1
da análise conjunta de cinco locais da
época de semeadura 2.
Tabela 18. Médias para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de
mamona, obtidas dos ensaios conduzidos em Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira,
Penápolis e São Manuel – SP.
Linhagens Médias
7 1205,37 a
15 1197,31 a
12 1193,96 a
11 1123,88 a
4 1117,11 a
19 1116,56 a
14 1115,22 a
16 1106,91 a
1 1102,56 a
10 1094,01 a
2 1071,56 a
3 1045,32 b
13 1030,95 b
6 1005,06 b
17 981,87 b
8 975,04 b
20 971,29 b
9 963,74 b
18 904,39 b
5 900,87 b
Média Geral 1060,02
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 45 -
A média geral de produtividade de grãos em kg.ha
-1
para os
experimentos foi de 1060,02 com amplitude de variação de 900,87 a 1205,37. De acordo com
parâmetros apresentados por Nóbrega et al. (2001) estas produtividades são consideradas
baixas. Destacam-se as linhagens 7, 15, 12, 11, 4, 19, 14, 16, 1, 10 e a linhagem 2 como as
mais produtivas.
Vencovsky e Barriga (1992) explicam que, quando reproduzimos um
número de indivíduos num dado ambiente, a média fenotípica se aproximará do valor
genotípico desse genótipo específico, pois se avaliarmos, por exemplo, uma cultivar numa
ampla gama de repetições, a média geral resultante refletirá com suficiente segurança o
potencial genotípico dessa cultivar.
6.3 Análise de variância conjunta para a interação épocas x locais x linhagens
Na Tabela 19 são apresentados os quadrados médios da análise de
variância conjunta para a interação épocas x locais x linhagens, com relação à característica
produtividade de grãos em kg.ha
-1
, significâncias pelo teste F a 5% de probabilidade e
coeficiente de variação experimental, obtido em ensaios conduzidos em cinco locais nos
Municípios de Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP. Época de
semeadura 1 e Época de semeadura 2.
- 46 -
Tabela 19. Análise de variância conjunta para a característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
)
de linhagens de mamona, obtida dos ensaios conduzidos em duas épocas de
semeadura em Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP.
FV GL SQ QM
Blocos (Ensaios x Épocas) 20 52300630,9 2615313,2
Épocas 1 125376560,5 125376560,5*
Locais 4 53461253,1 13365313,2*
Épocas x Locais 4 46332712,0 11583178,0*
Linhagens 19 14773174,4 777535,4*
Épocas x Linhagens 19 19631781,0 1033251,6*
Locais x Linhagens 76 34256752,6 450746,7*
Épocas x Locais x Linhagens 76 367150,3 48778,2*
Resíduo 380 30964187,7 81284,7
CV (%) 18%
(*) significativo a 5% de probabilidade.
Os quadrados médios para todas as fontes de variação épocas, locais,
épocas x locais, linhagens, épocas x linhagens, locais x linhagens e da interação épocas x
locais x linhagens foram significativos a 5% de probabilidade pelo teste F. A interação tripla
entre épocas x locais x linhagens indica que as linhagens apresentaram desempenho
agronômico diferencial dentro de locais e nas épocas de semeadura.
6.3.1 Médias e amplitude de variação de produtividade por município
para a época de semeadura 1 e época de semeadura 2
As Tabelas 20, 21, 22, 23 e 24 apresentam as produtividades médias
das linhagens para cada local e para épocas de semeaduras.
- 47 -
Tabela 20. Médias para a produtividade de grãos em (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona,
obtidas dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura em Araçatuba – SP.
Araçatuba Araçatuba
Linhagens
Época 1
Linhagens
Época 2
8 3904,00 a 7 1553,08 a
16 3121,66 b 10 1447,05 a
15 2870,33 b 1 1442,22 a
6 2805,33 b 15 1414,55 a
19 2778,33 b 6 1404,31 a
11 2614,00 b 17 1369,37 a
13 2560,33 b 3 1354,28 a
1 2493,66 b 11 1266,49 a
9 2315,00 b 12 1266,49 a
18 2247,00 b 14 1237,13 a
5 2055,00 c 4 1234,59 a
12 2031,66 c 2 1233,84 a
17 1864,66 c 19 1220,48 a
3 1771,66 c 8 1204,55 a
10 1640,66 c 13 1173,77 a
7 1584,33 c 16 1157,57 a
4 1503,00 c 20 1068,15 a
2 1421,00 c 9 920,71 b
20 1258,33 c 5 904,03 b
14 1037,33 c 18 441,28 c
Média Geral 2193,86 Média Geral 1215,70
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade
.
- 48 -
Tabela 21. Médias para a produtividade de grãos em (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona,
obtidas dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura em Botucatu – SP.
Botucatu Botucatu
Linhagens
Época 1
Linhagens
Época 2
15 1832,66 a 19 1137,33 a
7 1795,33 a 14 1137,00 a
5 1765,33 a 7 1106,66 a
10 1630,33 a 6 1093,66 a
18 1628,66 a 15 1087,00 a
19 1585,66 a 18 1073,00 a
14 1473,00 a 16 1071,66 a
6 1551,00 a 2 1069,33 a
4 1469,00 a 12 1061,33 a
3 1364,00 a 9 1016,66 a
20 1207,33 b 13 954,33 b
8 1206,33 b 4 942,33 b
17 1170,33 b 1 927,00 b
13 1082,00 b 20 863,66 b
11 1067,66 b 17 844,66 b
16 1061,66 b 8 833,00 b
1 952,33 b 3 822,33 b
9 849,66 b 11 810,00 b
12 650,00 c 5 753,33 b
2 345,33 c 10 720,33 b
Média Geral 1289,40 Média Geral 966,23
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 49 -
Tabela 22.Médias para a produtividade de grãos em (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona, obtidas
dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura em Ilha Solteira SP.
Ilha Solteira Ilha Solteira
Linhagens
Época 1
Linhagens
Época 2
15 2018,66 a 11 1384,66 a
7 1990,66 a 12 1382,66 a
5 1914,33 a 15 1237,00 a
18 1818,00 a 8 1181,66 a
10 1812,33 a 16 1171,66 a
6 1785,66 a 20 1149,00 a
19 1769,00 a 7 1143,66 a
14 1767,00 a 9 1115,33 a
4 1647,00 a 19 1092,66 a
3 1554,66 a 14 1081,66 a
20 1408,33 b 4 1075,00 a
8 1407,00 b 10 1053,33 a
11 1356,00 b 1 1049,00 a
17 1330,33 b 2 1030,00 a
13 1309,66 b 13 997,33 a
16 1295,66 b 3 945,00 a
9 1069,33 b 18 856,33 a
1 1067,33 b 5 843,66 a
12 789,33 c 17 825,00 a
2 463,66 c 6 824,66 a
Média Geral 1478,70 Média Geral 1071,96
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 50 -
Tabela 23. Médias para a produtividade de grãos em (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona,
obtidas dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura em Penápolis – SP.
Penápolis Penápolis
Linhagens
Época 1
Linhagens
Época 2
16 4306,33 a 15 1264,00 a
6 3007,33 a 12 1196,66 a
8 3611,00 b 4 1131,66 a
1 3361,00 b 10 1131,00 a
4 3306,66 b 18 1123,00 a
3 3300,33 b 7 1117,33 a
9 3296,66 b 19 1114,66 a
17 3219,33 b 2 1088,00 a
2 3154,00 b 3 1071,33 a
15 3106,66 b 13 1064,33 a
5 2940,66 b 1 1052,33 a
20 2793,00 c 5 1050,00 a
18 2748,00 c 16 996,00 a
13 2600,00 c 20 959,66 a
14 2485,00 c 14 931,00 a
11 2349,00 c 9 910,33 a
7 2315,66 c 6 859,33 a
10 1830,33 d 17 827,66 a
19 1824,33 d 11 800,66 a
12 1543,66 d 8 780,33 a
Média Geral 2899,95 Média Geral 1023,46
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 51 -
Tabela 24. Médias para a produtividade de grãos em (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona, obtidas
dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura em São Manuel – SP.
São Manuel São Manuel
Linhagens
Época 1
Linhagens
Época 2
16 2978,66 a 11 1244,33 a
8 2815,66 a 4 1202,00 a
1 2799,00 a 14 1189,33 a
11 2712,66 a 16 1137,66 a
18 2473,66 b 10 1118,33 a
10 2412,33 b 7 1106,00 a
6 2397,00 b 12 1062,66 a
17 2384,66 b 1 1043,00 a
20 2330,33 b 17 1042,66 a
2 2321,00 b 3 1033,66 a
7 1893,33 c 18 1028,33 a
3 1781,33 c 19 1017,66 a
5 1568,00 c 15 984,00 b
9 1515,00 c 13 965,00 b
15 1497,00 c 5 953,33 b
19 1400,00 c 2 936,66 b
13 1357,66 c 8 875,66 b
4 1351,00 c 9 855,66 b
12 1228,66 c 6 843,33 b
14 1016,66 c 20 816,00 b
Média Geral 2011,68 Média Geral 1022,76
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
- 52 -
Visualiza-se claramente nos dados das Tabelas 20, 21, 22, 23, e 24
que, independentemente dos locais de avaliação que as linhagens apresentaram desempenho
agronômico inverso considerando os dados comparativos de produtividade entre a época de
semeadura 1 e a época de semeadura 2. Observa-se de modo geral, que na época de
semeadura 2 as produtividades foram inferiores às produtividades da época de semeadura 1.
Estas diferenças podem ser atribuídas à menores pluviosidades e temperaturas amenas
comuns para a época de semeadura 2. Os fatores climáticos exercem grande influência na
capacidade de produção da mamoneira e podem reduzir significativamente as produtividades
fato este que depende da adaptação do material genético às condições climáticas a que são
submetidas. O resultado obtido induz a inferir que as linhagens avaliadas não se adaptaram à
época de semeadura 2.
Esta mudança na classificação das linhagens quando submetidas
ambientes contrastantes, aqui considerado como ambientes as épocas de semeadura é
caracterizada como interação cruzada ou qualitativa, ou seja, o ambiente alterou de forma
significativa a performance agronômica das linhagens. Este comportamento diferencial e a
interação significativa na fonte de variação épocas x locais x linhagens representa um
problema para o trabalho de melhoramento porque indica que existem linhagens adaptadas
para cada local isoladamente e linhagens adaptadas para cada época de semeadura.
6.3.2 Médias e amplitude de variação de produtividade para cinco
municípios para a época de semeadura 1 e época de semeadura 2
A Tabela 25 apresenta as médias para a característica produtividade
de grãos em kg.ha
-1
das linhagens obtidas dos ensaios conduzidos em nos Municípios de
Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP. Época 1 e Época 2.
- 53 -
Tabela 25. Médias para a produtividade de grãos (kg.ha
-1
) de linhagens de mamona, obtidas
dos ensaios conduzidos em duas épocas de semeadura nos Municípios de
Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel – SP.
Linhagens Médias
16 1829,83 a
8 1781,93 a
6 1747,16 a
15 1731,20 a
1 1618,70 a
11 1571,86 b
7 1560,60 b
18 1543,73 b
17 1494,40 b
19 1494,00 b
3 1493,73 b
4 1486,23 b
10 1479,56 b
5 1474,73 b
13 1406,43 b
9 1386,43 b
20 1385,36 b
14 1345,50 b
2 1310,50 b
12 1221,33 b
Média Geral 1517,37
*Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (1974) a 5% de
probabilidade.
A média geral de produtividade de grãos em kg.ha
-1
foi de 1517,37
com amplitude de variação de 1221,33 a 1829,83 ou valor baixo e médio segundo parâmetros
de (NÓBREGA et al. 2001). Destacam-se as linhagens 16, 8, 6, 15 e a linhagem 1 que
apresentaram as maiores produtividades na avaliação conjunta de épocas de semeadura.
- 54 -
Os resultados relativos às produtividades entre a época de semeadura
1 e a época de semeadura 2 permitem concluir que uma possível recomendação generalizada
para as duas épocas resultará em perdas significativas e poderá prejudicar linhagens com
adaptações específicas para cada local e com adaptação às épocas de semeadura.
Conforme exposições anteriores, identificar materiais genéticos para
cada local, implica na disponibilidade de recursos humanos, financeiros e não solucionaria o
problema das variações climáticas de macroambientes atualmente tão imprevisíveis. Uma
solução possível e viável é identificar materiais genéticos com maior adaptabilidade e
estabilidade fenotípica para regiões com características edafoclimáticas semelhantes e
selecionar ou identificar materiais específicos para cada época de semeadura.
Desta forma, devido à interação significativa na fonte de variação
épocas x locais x linhagens foram realizadas análises de adaptabilidade e estabilidade
fenotípica considerando como ambientes as épocas de semeadura para uma possível
identificação de linhagens adaptadas e estáveis para a época 1 e época 2.
6.4 Análises de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a época de
semeadura 1 e época de semeadura 2
6.4.1 Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade
fenotípicas para a época de semeadura 1
Na figura a seguir, são apresentados os resultados das estimativas
dos índices ambientais obtidos pelo método de Finlay e Wilkinson (1963), relativos à época
de semeadura 1.
- 55 -
- 56 -
- 57 -
- 58 -
Figura 1. Estimativas dos índices ambientais das linhagens 1 a 20, relativos à época de
semeadura 1.
Conforme metodologia apresentada por Finlay e Wilkinson (1963),
para cada linhagem foi ajustada uma regressão linear simples da variável dependente que é a
produtividade média de grãos com dados transformados para a escala logarítmica em relação
a um índice ambiental, definido como a média de todos os genótipos no ambiente como
medida do potencial de cada local. Na Tabela 26 são apresentados os índices ambientais para
a época de semeadura 1.
A Tabela 26 apresenta os índices ambientais de Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel - SP. Época 1. Valores positivos de (Ij) indicam
ambientes favoráveis e valores negativos de (Ij) indicam ambientes desfavoráveis.
Tabela 26. Estimativa dos índices ambientais (Ij). Valores positivos de (Ij) indicam ambientes
favoráveis e valores negativos de (Ij) indicam ambientes desfavoráveis. Época 1.
Araçatuba 0,20285
Botucatu - 0,34336
Ilha Solteira - 0,47573
Penápolis 0,49932
São Manuel 0,116918
- 59 -
É interessante observar que os locais caracterizados como ambientes
favoráveis foram locais onde se registraram maiores médias de produtividade e os
desfavoráveis àqueles onde foram obtidos menores médias. Considerando que todos os
experimentos receberam controles culturais adequados e idênticos, possivelmente as
diferenças de produtividades são devidas a causas genéticas inerentes às plantas avaliadas
que influenciaram diretamente a classificação dos ambientes, não significando
necessariamente, que os municípios de Botucatu e Ilha Solteira são desfavoráveis para o
cultivo da mamoneira.
Na Tabela 27 são apresentadas as médias kg.ha
-1
, classificação das
linhagens segundo parâmetros de Nóbrega et al. (2001) e os coeficientes de regressão linear.
Tabela 27. Médias e coeficientes de regressão linear das linhagens de mamona. Época 1.
Linhagem Média (β
oi
) Classificação (kg.ha
-1
) Coeficiente de Regressão (β
1i
)
1 2134,66 Alta 1,395
2 1549,40 Média 1,696
3 1942,13 Média 1,079
4 1855,33 Média 0,846
5 2048,66 Alta 0,960
6 2489,26 Alta 1,439
7 1915,86 Média 0,439
8 2558,80 Alta 1,379
9 1809,13 Média 1,262
10 1865,20 Média 0,482
11 2019,86 Alta 0,864
12 1248,73 Baixa 0,583
13 1781,93 Média 1,045
14 1575,80 Média 0,417
15 2265,06 Alta 0,798
16 2552,80 Alta 1,529
17 2006,86 Alta 1,321
18 2183,06 Alta 1,050
19 1871,46 Média 0,534
20 1799,46 Média 0,813
- 60 -
6.4.1.1 Figura relativa à estimativa dos parâmetros de adaptabilidade
e estabilidade fenotípicas para a época 1
Na Figura 2 são apresentadas as classificações das vinte linhagens
quanto aos parâmetros adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a época de semeadura 1
conforme metodologia de Finlay e Wilkinson (1963).
Figura 2. Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a
época 1
Observa-se nos dados da Tabela 26 e na Figura 2 que as linhagens 3
e 13 apresentaram produtividades médias, a linhagem 18 apresentou produtividade alta e
coeficientes de regressão igual a 1. Estas linhagens são classificadas como genótipos com
adaptabilidade geral e estabilidade média. Conforme suas classificações são indicadas para
cultivo em Araçatuba, Botucatu, Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel na época de
- 61 -
semeadura 1. Conforme explicam Cruz e Carneiro (1998), as referidas linhagens respondem
de maneira satisfatória à melhoria do ambiente, sendo capaz de também manter seu
rendimento quando as condições ambientais forem adversas.
As linhagens 2 e 9 apresentaram produtividades médias, as
linhagens 1, 6, 8, 16, 17 produtividades altas e coeficientes de regressão maiores que 1, são
adaptadas especificamente a ambientes favoráveis e possuem estabilidade baixa ou seja,
reduzem significativamente seus rendimentos sob condições desfavoráveis do meio
ambiente. Considerando a classificação ambiental obtida, estes genótipos são indicados para
cultivo em Araçatuba, Penápolis e São Manuel.
Nota-se nos dados médios e coeficientes de regressão que as
linhagens 4, 7, 10, 14, 19 e 20 apresentaram produtividades médias, as linhagens 5, 11, 15
produtividades altas e coeficientes de regressão menores que 1 e apresentam adaptabilidade
específica a ambientes desfavoráveis e estabilidade alta. Cruz e Carneiro (1998) consideram
estes materiais genéticos como rústicos, pois mantêm seus rendimentos em condições
adversas e de acordo com sua performance agronômica são linhagens indicadas para cultivo
nos municípios de Botucatu e Ilha Solteira.
A linhagem 12 apresentou coeficiente de regressão menor que 1
entretanto, produção baixa para a época 1 podendo ser excluída da recomendação para a
época de avaliação.
As estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade
concordam com o comportamento das linhagens nos locais de avaliação, pois, segundo
Borém e Miranda (2005) a adaptabilidade de uma variedade refere-se à sua capacidade de
aproveitar vantajosamente as variações do ambiente e a estabilidade refere-se à sua
capacidade de apresentar um comportamento altamente previsível com as variações
ambientais.
Observa-se na Figura 2 e nos dados médios da Tabela 26 que não
houve correlação entre as linhagens mais produtivas com as linhagens mais estáveis. As
linhagens dividiram-se em diferentes linhas puras que interagiram com o ambiente de forma
imprevisível ou comportamento instável com as variações ambientais provavelmente devido
a bases genéticas distintas.
- 62 -
Os resultados das avaliações realizadas na época de semeadura 1
quanto aos parâmetros adaptabilidade e estabilidade fenotípicas, sugerem que os mesmos
devem ter controles genéticos distintos e coincidem com os resultados obtidos por Torres
(1988). O autor estudou o controle genético da estabilidade fenotípica em milho (
Zea mays
L.) e constatou ausência de correlação significativa entre estabilidade e produtividade.
6.4.1 Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade
fenotípicas para a época de semeadura 2
Na figura a seguir, são apresentados os resultados das estimativas
dos índices ambientais obtidos pelo método de Finlay e Wilkinson (1963), relativos à época
de semeadura 2.
- 63 -
- 64 -
- 65 -
Figura 3. Estimativas dos índices ambientais das linhagens 1 a 20, relativos à época de
semeadura 2.
- 66 -
A Tabela 28 apresenta os índices ambientais de Araçatuba, Botucatu,
Ilha Solteira, Penápolis e São Manuel - SP. Época 2. Valores positivos de (Ij) indicam
ambientes favoráveis e valores negativos de (Ij) indicam ambientes desfavoráveis.
Tabela 28. Estimativa dos índices ambientais (Ij). Valores positivos de (Ij) indicam ambientes
favoráveis e valores negativos de (Ij) indicam ambientes desfavoráveis. Época 2.
Araçatuba 0,128256
Botucatu - 0,08738
Ilha Solteira 0,015272
Penápolis - 0.02864
São Manuel - 0,02751
Foram caracterizados como ambientes favoráveis para a época de
semeadura 2 os municípios de Araçatuba e Ilha Solteira e ambientes desfavoráveis Botucatu,
Penápolis e São Manuel.
Semelhante à caracterização dos ambientes da época de semeadura 1,
na época 2 os locais identificados como favoráveis foram municípios onde de obteve maiores
médias de produtividade e os desfavoráveis locais onde, registraram-se menores médias ou
seja, a classificação da qualidade dos ambientes está condicionada diretamente ao
comportamento agronômico das linhagens em cada local e não significa que os locais com
índices negativos são impróprios para o cultivo da mamoneira, visto que não observou-se
concordância nas classificações ambientais para as duas épocas de semeadura.
Na Tabela 29 são apresentadas as médias kg.ha
-1
, classificação das
linhagens segundo parâmetros de Nóbrega et al. (2001) e os coeficientes de regressão linear
para a época de semeadura 2.
- 67 -
Tabela 29. Médias e coeficientes de regressão linear das linhagens de mamona. Época 2.
Linhagem Média (β
oi
) Classificação (kg.ha
-1
) Coeficiente de Regressão (β
1i
)
1 1102,56 Baixa 1,997
2 1071,56 Baixa 0,807
3 1045,32 Baixa 2,016
4 1117,11 Baixa 0,953
5 900,87 Baixa 0,353
6 1005,06 Baixa 1,614
7 1205,37 Baixa 1,688
8 975,04 Baixa 2,052
9 963,74 Baixa 0,340
10 1094,01 Baixa 2,713
11 1123,88 Baixa 2,511
12 1193,96 Baixa 0,897
13 1030,95 Baixa 0,918
14 1115,22 Baixa 0,561
15 1197,31 Baixa 1,319
16 1106,91 Baixa 0,452
17 981,97 Baixa 2,178
18 904,39 Baixa 4,538
19 1116,56 Baixa 0,467
20 971,29 Baixa 1,164
6.4.2.1 Figura relativa à estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e
estabilidade fenotípicas para a época 2
Na Figura 4 são apresentadas as classificações das vinte linhagens
quanto aos parâmetros adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a época de semeadura 2
segundo metodologia de Finlay e Wilkinson (1963).
- 68 -
Figura 4. Estimativa dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípicas para a
época 2.
Visualiza-se de modo geral na Tabela 29 e na Figura 4 que as
linhagens não responderam de maneira satisfatória a mudança de ambiente, ou não
apresentaram coeficiente de regressão igual 1 e média elevada. Houve redução significativa
das produtividades na época de semeadura 2 evidenciando que a mudança de ambiente
provocou alteração na performance das linhagens fato este, comprovado na análise conjunta
dos cinco locais de avaliação na época 2, ou interação significativa de linhagens com locais.
A redução das produtividades observadas na época 2 é compatível com as condições
climáticas características da época pois a mamoneira é uma planta exigente em calor e
pluviosidades adequadas durante a fase vegetativa. Conforme exposições anteriores, menores
pluviosidades e temperaturas amenas são comuns para a época em que as linhagens foram
avaliadas.
- 69 -
O resultado obtido pode ser considerado relevante para a época de
semeadura, pois, segundo dados da Conab (2007), o rendimento médio da mamona no Brasil
na safra 2006/2007 foi de 728,00 kg.ha
-1
e todas as linhagens avaliadas apresentaram médias
de produtividades superiores à média nacional.
Observa-se na Tabela 29 e no Figura 4 que as linhagens 1, 3, 6, 7, 8,
10, 11, 15, 17, 18 e a linhagem 20 apresentaram coeficientes de regressão maiores que 1 e
produtividades significativas considerando a média nacional de produtividade. Estas
linhagens têm adaptabilidade específica a ambientes favoráveis, estabilidade baixa e são
indicadas para cultivo nos municípios de Araçatuba e Ilha Solteira.
As linhagens 2, 4, 5, 9, 12, 13, 14, 16 e a linhagem 19 apresentaram
coeficientes de regressão menores que 1 aliada a médias elevadas para a época sendo
portanto, adaptadas a ambientes desfavoráveis e de estabilidade alta. Estas linhagens são
consideradas rústicas, e não sendo atrativas para cultivo em áreas onde se utilizam técnicas
de alta tecnologia, por não responderem satisfatoriamente aos investimentos que
normalmente se fazem nestas regiões visando à maximização dos rendimentos (CRUZ e
CARNEIRO, 1998). As referidas linhagens são indicadas para cultivo em Botucatu e São
Manuel.
Os resultados referentes às estimativas dos parâmetros de
adaptabilidade e estabilidade fenotípica para a época de semeadura 2 indicaram que as
linhagens não mostraram adaptabilidade geral e não apresentaram coeficientes de regressão
igual a 1 ou estabilidade média que é o comportamento ideal para uma possível
recomendação generalizada.
Os dados comparativos de produtividades médias entre as épocas de
semeaduras aliada aos fatores imprevisíveis do ambiente, os dados mostram resposta
diferencial aos ciclos de autofecundação entre as linhagens avaliadas. Os resultados das
estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade confirmam que não houve
correlação entre adaptabilidade e estabilidade fenotípica nos genótipos avaliados, pois os
mesmos comportaram-se de forma instável nas épocas de semeaduras.
Os resultados sugerem uma possível ausência de homeostase entre os
materiais avaliados e confirmam que as linhagens não são adaptadas para a época a que
foram submetidas. Canonon (1932) citado por Borém e Miranda (2005), afirmou que, “um
- 70 -
organismo homeostático é aquele que matem certos aspectos de sua fisiologia constantes
independentemente das forças de ambiente que tendem a alterar sua constância”. Para Borém
e Miranda (2005), o conceito atual de homeostase refere-se à propriedade dos organismos de
se adaptarem às variações de ambiente, isto é, mecanismos auto-reguladores dos organismos
que permitem sua estabilização em ambientes flutuantes.
É oportuno ressaltar que as linhagens avaliadas no presente trabalho
pertencem à quinta geração de autofecundação a partir de uma planta original e as diferenças
de produtividades registradas permitem concluir que além da influência ambiental, as
autofecundações provocaram alterações de alta magnitude entre os genótipos evidenciando-
se tipos favoráveis e desfavoráveis para as duas épocas de semeadura.
Os dados comparativos entre as épocas e as análises de
adaptabilidade e estabilidade mostram ainda que foi possível identificar diferentes linhas
puras possivelmente algumas heterozigóticas devido a altas produtividades observadas em
algumas linhagens avaliadas na época 1 com adaptabilidade geral e estabilidade média. Na
época de semeadura 2 algumas linhagens comportaram-se como plantas homozigóticas pois,
no teste de médias observou-se a formação de poucos grupos disjuntos e contatou-se
instabilidade fenotípica.
Este resultado coincide com o trabalho de Schnell e Becker (1986)
citados por Árias (1996). Em um trabalho visando o estudo da heterozigose e
heterogeneidade, bem como seus efeitos e interações sobre produção e estabilidade de
produção em milho, os autores concluíram que os aumentos de estabilidade foram devidos
não apenas a heterogeneidade, mas também a heterozigose e, adicionalmente uma interação
de ambos os fatores no sentido de uma diminuição recíproca. Resultados obtidos por vários
trabalhos realizados com a cultura do milho, concluíram que os materiais menos homogêneos
possuem uma produção mais estável que os mais homogêneos (SPRAGUE e FEREDER,
1951; ÁRIAS, 1996). Paterniani (1986) e Árias (1996) confirmam que essa maior capacidade
adaptativa das populações heterogêneas é devido ao grande número de genótipos que as
constituem.
- 71 -
6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o objetivo do presente trabalho foi avaliar e
identificar linhagens produtivas de mamona em duas épocas de semeadura que serão
genitores masculinos para exploração da heterose e havendo interação significativa entre
genótipos com ambientes, surgem duas novas questões que devem ser ponderadas. A
primeira delas refere-se a uma recomendação generalizada, isto é, a mesma linhagem ou
grupo de linhagens para toda região e o segundo enfoque de realizarem-se recomendações
para cada época de semeadura.
Uma primeira abordagem bastante simples que se pode fazer sobre
as questões levantadas diz respeito ao prejuízo ou perda de eficiência que se teria com a
recomendação generalizada em relação àquela direcionada para cada época. Se a perda
representada pela recomendação generalizada for pequena, pode-se optar por este tipo de
recomendação mesmo na presença de interação significativa. As avaliações realizadas
neste trabalho mostram que foi possível selecionar linhagens produtivas para a época de
semeadura 1, época 2 e o teste de médias utilizado apontou que as 16, 8, 6, 15 e a linhagem
1 podem ser utilizadas para as duas épocas de semeadura, entretanto, a presença de
interação significativa entre épocas x locais x linhagens é fator limitante para uma possível
recomendação generalizada e este fato indica que seria preferível adotar a estratégia de
proceder-se a recomendação de linhagens priorizando as épocas de semeadura e a
regionalização dos locais para cultivo. Neste contexto, determinam-se sub-regiões
relativamente homogêneas quanto à interação, passando a recomendação e,
conseqüentemente os esforços são dirigidos para a região. Para que este objetivo seja
alcançado é necessário que o agrupamento de ambientes homogêneos leve a conjuntos
identificáveis em função de fatores previsíveis do ambiente como região geográfica,
latitude, altitude, fotoperíodo e tipo de solo. A similaridade entre locais é muito útil em
futuras avaliações e o padrão de agrupamento deve ser consistente entre anos para uma
maior segurança em se proceder a recomendação regionalizada.
Alguns estudos têm mostrado dificuldades de se obterem
regionalizações consistentes a partir da análise de agrupamento baseada na interação de
- 72 -
genótipos com ambientes. Particularmente nas regiões tropicais esta inconsistência se
deve, provavelmente à prevalência de fatores não previsíveis ou não controláveis.
Os resultados mostraram que não houve correlação entre os
parâmetros adaptabilidade e estabilidade fenotípica e, este resultado indica que é
aconselhável isolar linhagens superiores em produtividades médias para cada época de
semeadura. Considerando esta possibilidade, podem-se questionar formas de identificação
de genótipos para cada época de semeadura em campos de produção de sementes. Uma
sugestão viável e interessante é transferir características qualitativas, por exemplo,
ausência de acúleos nos frutos e coloração das sementes para as linhagens avaliadas na
época de semeadura 1.
Atualmente a alternativa mais amplamente utilizada para minimizar
os efeitos da interação de genótipos com ambientes em cultivares elites é identificar
materiais genéticos com ampla adaptabilidade e estabilidade fenotípicas.
- 73 -
7 CONCLUSÕES
As avaliações realizadas para a época de semeadura 1, com relação à
característica produtividade de grãos (kg.ha
-1
), indicaram que as linhagens 8, 16, 6, 15, 18
e 1 apresentaram produtividades médias altas. Com relação aos parâmetros adaptabilidade
e estabilidade fenotípicas as linhagens 3, 13 e 18 apresentaram adaptabilidade geral e
estabilidade média.
As avaliações realizadas para a época de semeadura 2, com relação
aos mesmos parâmetros, indicaram as linhagens 7, 15, 12, 11, 4, 19, 14, 16, 1, 10, 2 como
as mais produtivas e predominância de adaptabilidade específica a ambientes favoráveis e
estabilidade baixa.
As avaliações envolvendo as duas épocas de semeadura indicaram
que as linhagens 16, 8, 6, 15 e a linhagem 1 apresentaram-se como superiores em
produtividades médias.
- 74 -
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