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DANIELA CHIAPPIN
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DO APOIO PLANTAR EM IDOSOS:
UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE JOVENS E IDOSOS
Dissertação apresentada como requisito
para obtenção do grau de mestre pelo
Programa de Pós-graduação em
Gerontologia Biomédica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
Orientador: Prof. Dr. Claus D. Stobäus
Porto Alegre
2007
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Rosária Maria Lúcia Prenna Geremia
Bibliotecária CRB10/196
C532i Chiappin, Daniela
A importância da análise do apoio plantar em idosos: um estudo
comparativo entre jovens e idosos / Daniela Chiappin; orient. Claus D.
Stobäus. Porto Alegre: PUCRS, 2007.
92f.: il. tab.
Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Instituto de Geriatria e Gerontologia. Mestrado em
Gerontologia Biomédica.
1.
P
É
/fisiologia.
2.
PÉ/fisiopatologia
.
3.
EXTREMIDADE INFERIOR
.
4.
B
IOMECÂNICA
.
5.
IDOSO
. 6.
ADULTO
. 7.
MARCHA
. 8.
ESTUDO
COMPARATIVO
.
I. Stobäus, Claus D. II. Título.
C.D.D. 612.75
C.D.U. 611.986-053.9:611.986-
053.81(043.3)
N.L.M. WE 103
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DANIELA CHIAPPIN
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DO APOIO PLANTAR EM IDOSOS:
UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE JOVENS E IDOSOS
Dissertação apresentada como requisito
para obtenção do grau de mestre pelo
Programa de Pós-graduação em
Gerontologia Biomédica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
Orientador: Prof. Dr. Claus D. Stobäus.
Aprovada em 14 de setembro de 2007.
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Dr. Claus D. Stobäus
_________________________________
Prof. Dr. Lenizar Antonio da Silva Melo
_________________________________
Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider
10
Dedico esta obra aos meus pais:
Pedro João Chiappin e Neusa Maria Chiapppin
AGRADECIMENTOS
Chegando ao término deste trabalho, olho para trás e vejo quantas pessoas me
auxiliaram de uma forma ou de outra durante esta caminhada. Mas a cima de tudo
sou eternamente grata a Deus por ter tido esta oportunidade singular.
Agradeço com muito amor a toda minha família, em especial aos meus pais
maravilhosos, Pedro e Neusa, que sempre acreditaram em mim e estavam ao meu
lado em todos os momentos com uma palavra de ânimo para que eu tivesse força
para seguir em frente.
Ao meu amado filho, Lucas, que sempre compreendeu os meus momentos ausentes
nesta fase, é a minha razão de viver.
Aos meus irmãos, Patrícia e Pedro que acompanharam a minha trajetória sempre
torcendo pelo meu sucesso, ao meu afilhado e sobrinho, Guto, por seu sorriso
inocente.
Agradeço a minha alma gêmea, Alex, que sempre me apoiou e cuidou sozinho do
Lucas durante três meses para que eu pudesse finalizar a pesquisa.
Agradeço ao meu cunhado Carlos Alberto, por emprestar seu notebook, foi minha
principal ferramenta de trabalho.
Quero agradecer ao meu orientador, Professor Dr. Claus Dieter Stobäus, pela
confiança e sua orientação para a realização deste dissertação.
A todos os membros do Laboratório de Biomecânica, (CEBEC), em especial ao
Alexandre Severo Pinho, pela sua paciência e conhecimento nas fases da pesquisa.
Ao Prof. Dr. Denizar Melo pelo auxílio de grande valia na hora certa.
Ao Dr. João Senger que me auxiliou indicando seus pacientes para participação na
pesquisa.
Aos participantes da pesquisa o meu carinhoso agradecimento, sem vocês não seria
possível este trabalho.
Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para meu crescimento
pessoal e profissional nesta etapa.
Muito obrigada!!!!!
“É muito importante que o homem tenha ideais.
Sem eles, não se vai a parte alguma.
No entanto, é irrelevante alcançá-los ou não.
É apenas necessário mantê-los vivos e procurar atingi-los.”
Dalai-Lama
RESUMO
A mensuração da distribuição da pressão plantar é um método que atualmente tem
sido utilizado para avaliar possíveis patologias dos pés. Com o avançar da idade,
modificações fisiológicas vão acontecendo, inclusive na marcha, que possui relação
com a distribuição da pressão plantar. Este estudo teve a finalidade de mensurar e
comparar a distribuição da pressão plantar em grupos de adultos jovens e de adultos
idosos. A amostra foram 29 participantes jovens (30,4 ± 5,0), e 29 participantes
idosos (68,1 ± 6,4) saudáveis, sem patologias de membros inferiores e pés. A
distribuição da pressão plantar foi realizada ao caminhar, de forma dinâmica,
realizada através do método com palmilhas capacitivas (pedar novelgmbh ,2005)
introduzidas em um calçado padronizado para ambos os gêneros, com objetivo de
analisar o pico de pressão e através do sistema de plataforma de pressão (emed-
xnovelgmbh ,2004) com os pés descalços, para avaliar as variáveis pico de
pressão máxima, área de contato e centro de pressão. O foi dividido e três
mascaras: retropé, mediopé e antepé. Os resultados encontrados foi uma pressão
menor no pico total do no grupo dos idosos com os pés calçados. Não houve
diferença com o grupo com os pés descalços. A área de contato foi maior nos idosos
na região do retropé e a linha da trajetória do centro de pressão foi semelhante para
ambos os grupos. A conclusão do presente estudo mostra que a hipótese de que
existem diferenças significativas entre a distribuição da pressão plantar nos grupos
foi acertada, isto acontece com o avançar da idade, ocorrendo menor pressão
plantar durante a caminhada, podendo apresentar uma marcha mais conservadora,
com maior apoio no primeiro momento do toque do calcanhar. Isto nos leva a
recomendar que sejam realizados mais estudos, levando em conta diferentes
idades, por gênero, amostras maiores.
Palavras Chaves: Adultos Jovens, Adultos Idosos, Pressão Plantar, Apoio Plantar,
Marcha.
ABSTRACT
The measurement of the distribution of the plantar pressure is a method which has
been used nowadays to evaluate possible feet pathologies. With aging physiologic
changes take place, including the march, which has a relation to the distribution of
plantar pressure.This study aimed to measure and also compares the distribution of
the plantar pressure in groups of young adults and aged adults. The sample counted
on 29 young participants (30,4 ± 5,0) and 29 old participants (68,1 ± 6,4), healthy,
without any pathology on lower limbs and feet. The distribution of the plant pressure
was carried out while walking, in a dynamic way, accomplished through the method
with capacitive insoles (pedar
novel
gmbh
,2005) inserted in a standardized shoe for
both genres, with the objective of analyzing the pressure peak and through the
system of pressure plafform (emed-x
novel
gmbh
,2004) barefoot to evaluate the
variable of the maximum peak of pressure, contact area and center of pressure. The
foot was divided in three faces: rearfoot, forefoot and middlefoot. The result found
was a smaller pressure on the total peak of the foot in the group of old ones who
were wearing shoes. There was no difference regarding the group who was barefoot.
The contact area was bigger in the group of old ones in the rearfoot region and the
trajectory line of the center of pressure was similar for both of the groups. The
conclusion of the present study shows that the hypothesis of the existence of
significant differences between the distribution of the plantar pressure in the groups
was correct, this happens with ageing, occurring a smaller plantar pressure during
the walking, and it can show a more conservative march, with a bigger support in the
first moment of the touching of the heel. This leads us to recommend that more
studies can be carried out taking into consideration different ages, genres and bigger
samples.
Key words: Young Adults, Aged Adults, Plantar Pressure, Plantar Support, March.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Representação da palmilha sensorizada do Sistema PEDAR ....
42
Figura 2 - Representação da trajetória do centro de pressão plantar
através do Sistema EMED..........................................................
47
Figura 3 - Sistema PEDAR conectado com a palmilha................................ 61
Figura 4 - Participante realizando o teste do sistema PEDAR .................... 61
Figura 5 - Passarela e a plataforma de pressão EMED .............................. 62
Figura 6 - Sistema EMED.............................................................................
62
Figura 7 - Representação das quatros máscaras – Sistema EMED............ 64
Figura 8 - Representação da divisão do pé por zonas através do software
gait line & podometry – Sistema EMED........................................
65
Gráfico 1 – Associação entre os sistemas EMED e PEDAR em relação ao
pico de pressão plantar total.........................................................
75
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Características gerais da amostra ...................................................
71
Tabela 2 – Comparação entre as faixas etárias com relação ao Pico de
Pressão do sistema Pedar .............................................................
72
Tabela 3 – Análise de regressão linear múltipla* para avaliar os
preditores do pico de pressão total do sistema PEDAR..................
72
Tabela 4 – Comparação entre as faixas etárias com relação ao Pico de
Pressão ..........................................................................................
73
Tabela 5 – Comparação entre as faixas etárias quanto à Área de Contato do
sistema EMED... ............................................................................
73
Tabela 6 – Comparação entre as faixas etárias quanto ao COP.......................
74
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
Tema .........................................................................................................................13
Objetivo Geral ...........................................................................................................13
Problema...................................................................................................................13
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................14
2.1 CARACTERÍSTICAS DO ENVELHECIMENTO ..................................................14
2.2 ASPECTOS FÍSICOS DO ENVELHECIMENTO.................................................20
2.3 A MOBILIDADE NA TERCEIRA IDADE..............................................................23
2.4 BIOMECÂNICA DA MARCHA.............................................................................31
2.4.1 Tornozelo e Pé................................................................................................32
2.4.2 A Marcha .........................................................................................................35
2.4.3 Baropodometria Eletrônica ...........................................................................38
2.4.4 A Distribuição da Pressão Plantar....................................................................43
2.4.5 Aspectos Clínicos do Pé na Distribuição da Carga Plantar..............................51
3 MÉTODOS .............................................................................................................57
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO..........................................................................57
3.2 TEMA ..................................................................................................................57
3.3 OBJETIVO GERAL .............................................................................................57
3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................57
3.5 PROBLEMA ........................................................................................................58
3.6 HIPÓTESES........................................................................................................58
3.7 VARIÁVEIS .........................................................................................................58
3.8 AMOSTRA...........................................................................................................59
3.9 COLETA DE DADOS ..........................................................................................60
3.10 INSTRUMENTOS DE MEDIDA.........................................................................60
3.11 PROCEDIMENTO PARA O TRATAMENTO DOS DADOS DO SISTEMA
PEDAR E SISTEMA EMED................................................................................63
3.11.1 Sistema PEDAR ............................................................................................63
3.11.2 Sistema EMED ..............................................................................................63
3.12 PROCEDIMENTOS...........................................................................................65
3.12.1 Avaliação Inicial ...........................................................................................65
3.12.2 Medidas Antropométricas ...........................................................................66
3.13 AQUISIÇÃO DOS DADOS DA MARCHA..........................................................68
4 ANÁLISE ESTÁTISTICA .......................................................................................69
5 RESULTADOS.......................................................................................................70
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AMOSTRA....................................................70
5.2 PICO DE PRESSÃO DO SISTEMA PEDAR.......................................................71
5.3. PICO DE PRESSÃO COM OS PÉS DESCALÇOS (EMED)..............................73
5.4. ÁREA DE CONTATO COM OS PÉS DESCALÇOS (EMED).............................73
5.5. CENTRO DE PRESSÃO PLANTAR (COP) COM OS PÉS DESCALÇOS
(EMED)...............................................................................................................74
6 DISCUSSÃO ..........................................................................................................76
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................81
REFERÊNCIAS.........................................................................................................83
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido...............................91
APÊNDICE B – Entrevista e exame físico do tornozelo e do pé..........................93
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento da expectativa de vida que vem ocorrendo desde a metade
século XX, surgiu uma ampla gama de estudos com enfoque sobre os inúmeros
aspectos que englobam o processo de envelhecimento. Este processo envolve
aspectos como biológicos, psicológicos, psicossociais, ambientais e físicos entre
outros. Uma questão relevante em toda esta transformação, que ocorreu e continua
ocorrendo, é o fato de que as pessoas estarem em busca da longevidade com
qualidade.
A presente pesquisa direciona-se a um fator de grande importância na
qualidade de vida do indivíduo: a deambulação. Sabe-se que a independência do
ser humano é almejada por todos e em todas as idades. A área da saúde tem se
esforçado para realizar um trabalho preventivo para a população de um modo geral
e, principalmente, àquela que se aproxima ou encontra-se na fase que se conceitua
a terceira idade.
O fisioterapeuta é um profissional que possui um papel influente dentro de
todo o processo de saúde e bem-estar do idoso. Busca a prevenção e o tratamento
de sua independência, sua segurança, seu equilíbrio, do ponto de vista biológico
tanto estático (ficar parado, sentado, entre outros) como dinâmico (correr, andar,
pular, entre outros).
Durante a caminhada, existem inúmeros fatores influenciando o equilíbrio, a
independência, a segurança da marcha. Um deles é a base de sustentação que são
os pés. No momento do apoio dos pés, ocorrem pressões que o geradas
conforme o peso corporal transfere ao membro inferior. Com o avanço da idade,
mudanças estruturais apresentam-se e podem alterar esse apoio que, por sua vez,
pode causar desconforto, dores, ulcerações, levando ao desequilíbrio e interferindo
na deambulação.
12
Alguns idosos apresentam também diminuição da força e encurtamento
muscular que, por razões físicas, têm seu equilíbrio debilitado, caminhando de forma
mais lenta com passos mais curtos e, com isso, podendo apresentar diferenças nos
aspectos do apoio dos pés, que podem ser analisados através de diversos recursos
tecnológicos. O presente estudo objetiva a descrição e a análise de parâmetros
relacionados ao apoio plantar entre dois grupos, um de adultos jovens e outro de
adultos idosos, através do método da baropodometria eletrônica, que oferece a
análise de diversos aplicativos. Serão analisados os picos de pressão plantar que
ocorrem no momento da fase de apoio da marcha, área de contato do pé, e a
trajetória do centro de pressão plantar. A questão a ser pesquisada relaciona-se a
quais são as diferenças significativas existentes entre os adultos jovens e os adultos
idosos nas descrições dos aspectos biomecânicos dos picos de pressão, do centro
de pressão plantar, da área de contato.
A pesquisa sobre o apoio plantar ainda não é muito explorada e divulgada,
porém apresenta necessidade de maiores aprofundamentos que abordem esta
questão tão significativa que é a base de sustentação do corpo. Estudos com pés de
pessoas diabéticas e com artrite reumatóide foram mais explorados por serem
patologias que causam ulcerações, dores e, conseqüentemente, dificuldades na
deambulação, ocasionando, assim, maior dependência funcional dos pacientes
idosos.
Atualmente, existe um número maior de laboratórios direcionados a
pesquisar a marcha, a distribuição das pressões plantares e o equilíbrio na busca de
compreender melhor estes aspectos tão complexos, que fazem parte da qualidade
de vida do ser humano em qualquer idade ou condição de saúde. No Brasil, existem
três laboratórios que utilizam métodos de baropodometria eletrônica com sistemas
de pés descalços e calçados: em Florianópolis/SC, na Universidade Estadual –
UDESC, em São Paulo, na Universidade Estadual USP, e em Novo Hamburgo/RS
– no Instituto Brasileiro de Tecnologia em Couros, Calçados e Artefatos. Neste
último, foi realizada a pesquisa. O estudo comparativo entre adultos jovens e adultos
idosos tem como finalidade identificar que diferenças no apoio plantar com o
processo de envelhecimento.
13
TEMA
Descrever os parâmetros do pico de pressão, da área de contato e do centro
de pressão plantar (COP) entre as regiões anatômicas dos pés de adultos jovens e
adultos idosos, verificando as possíveis relações nos aspectos biomecânicos das
variáveis.
OBJETIVO GERAL
O objetivo do estudo é descrever, analisar e comparar os dados colhidos dos
indivíduos adultos jovens e adultos idosos dos picos de pressão, da área de contato
e do centro de pressão (COP) realizados através da baropodometria eletrônica
dinâmica.
PROBLEMA
Que diferenças significativas existem entre adultos jovens e adultos idosos
nas descrições dos aspectos biomecânicos do pico de pressão, área de contato
plantar e o centro de pressão plantar?
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CARACTERÍSTICAS DO ENVELHECIMENTO
Conforme Rebelatto e Botomé (1999), a prática do trabalho fisioterapêutico é
desenvolvido desde a antiguidade. Cada época possui suas diversidades em
recursos, mas o objetivo é o mesmo: curar. Somente em meados do século XV,
iniciou-se uma fase de medicina preventiva. Mas logo foi cessado pela
Industrialização, a qual trouxe condições precárias, pois, com a Guerra, o principal
objetivo era reabilitar o indivíduo para a sua volta à sociedade. Esta é uma questão
que permanece muitos anos e que ainda não se tem condições suficientes para
promover saúde preventiva.
Pereira et al. (2002, p. 846) descreve a função do fisioterapeuta:
O fisioterapeuta tem como metas preservar a função motora, promovendo o
adiamento da instalação de incapacidades decorrentes do processo do
envelhecimento; tratar as alterações e os sintomas provenientes de doenças
e problemas associados; e reabilitar funcionalmente o idoso dentro das suas
potencialidades e especificidades. O fisioterapeuta participa na promoção e
no desenvolvimento de pesquisas científicas na área de Gerontologia,
enfocando o envelhecimento motor e funcional do idoso, aprimorando,
dessa forma, a sua prática clínica cotidiana.
Com o aumento da média de vida da população, o fisioterapeuta tem
ocupado um espaço maior e mais relevante na promoção à saúde do idoso. Este
enfoque da reabilitação gerontológica, conforme Perracini, Najas e Bilton (2002, p.
814), pode ser assim descrito:
O aumento das condições crônicas, decorrente do crescimento contínuo da
população idosa e do aumento da expectativa de vida, impõe um desafio
para o Sistema de Saúde em todos os países do mundo, especialmente
para os países do Terceiro Mundo, que ainda convivem com problemas não
resolvidos na área da saúde infantil e no campo das doenças infecciosas.
15
O aumento das doenças crônico-degenerativas com o crescente aumento da
expectativa de vida interfere na qualidade de vida das pessoas longevas. Não é
tarefa fácil falar sobre envelhecimento e qualidade de vida e, muito menos,
conceituá-los. Nos dias de hoje, uma das maiores preocupações do ser humano é
com relação ao envelhecer saudavelmente e pode-se dizer que isso se tornou um
desafio para o ser humano. Porém cada indivíduo possui sua própria concepção
sobre o que é qualidade de vida e o que espera da sua velhice.
O termo qualidade de vida é difícil de ser definido, tanto que Paschoal (2002,
p.80) expõe que:
Qualidade de vida é um conceito que está submetido a múltiplos pontos de
vista e que tem variado de época para época, de país para país, de cultura
para cultura, de classe social para classe social e, até mesmo, de indivíduo
para indivíduo.
O século XX foi um marco ao se falar do aumento da expectativa de vida.
Segundo Camarano (2002), para o Brasil, a população maior de 60 anos aumentou
de 4% em 1940, para 9% em 2000, esperando 15% no ano 2020. Com isso,
surgiram problemáticas entre o envelhecimento e dependência funcional do idoso.
Camarano (2002, p. 60) diz que:
O aumento da “dependência” se dá, por um lado, pela queda da
fecundidade, que reduz, ao menos relativamente, em médio/longo prazo, a
população adulta, ou seja, os indivíduos em idade produtiva, contribuintes
potenciais para o Estado; por outro lado, a queda da mortalidade faz com
que os idosos, os “dependentes”, vivam por mais tempo.
Papalia e Olds (2005) descrevem que o último censo dos Estados Unidos
mostra que o número de centenários quase dobrou durante a década de 1990, indo
para mais de 70 mil. Tudo indica que poderão chegar a quase 850 mil centenários
em meados do século XXI. Em 2025, mundialmente falando, haverá mais de 800
milhões de pessoas com mais de 65 anos. Dois terços em países desenvolvidos.
Sendo que as causas do aumento do envelhecimento da população foram: altas
taxas de natalidade e de imigração durante o início e os meados do século XX,
progressos da medicina, estilos de vida mais saudáveis, crescimento econômico,
maior controle de doenças infecciosas, acesso à água potável, instalações sanitárias
e assistência à saúde.
16
Isto deixa clara a questão problemática que a saúde enfrenta. A necessidade
de desenvolver mais programas de promoção à saúde para prevenir e tratar as
doenças crônico-degenerativas que se intensificam com o avanço da idade, sem
esquecer o acréscimo de custos. Baseado nestes ideais, Cabrera (2002) discute
sobre a atuação da universidade e dos profissionais da área da saúde na assistência
à população idosa. Terá que haver maior comprometimento na formação de
docentes com maior conhecimento gerontológico, alinhando-se à realidade social.
Para Papalia e Olds (2005), há estereótipos negativos sobre o
envelhecimento, tais como: as pessoas velhas são vistas como cansadas, isoladas,
são suscetíveis a quedas, a acidentes, o são tão produtivas, aspectos que o
subentendidos pelos mais jovens que os mais velhos não praticam mais, doenças
tratadas como normais da fase do envelhecimento, enfim, trazendo um aspecto
prejudicial e um preconceito de idade. Precisa-se compreender que a velhice é um
período normal do ciclo de vida, com seus próprios desafios e com suas
oportunidades.
Na busca da longevidade surgiram diversos recursos, Moura (2005) acredita
na nutrição adequada e na prática da atividade física como sendo as atitudes mais
importantes. Exemplifica a importância da nutrição pelas deficiências que podem
ocorrer durante o processo de envelhecimento. A diminuição do metabolismo, das
secreções gástricas, salivares, pancreáticas, enfim, atitudes práticas cotidianas,
realizadas sem o interesse comercial de produtos industrializados. É este caminho a
ser seguido, atitudes naturais e comprovadas que fazem diferença no processo do
envelhecimento. Complementando, Rocha (2005) salienta o potente interesse do
comércio anti-envelhecimento que expande a cada dia com as pesquisas existentes.
Stéfansson (2004) sintetiza a conferência interdisciplinar da EMBL/EMBO
Ciência e Sociedade sobre “Tempo e Envelhecimento – Mecanismos e Significados”,
desenvolvendo todas as questões relacionadas da ciência com a sociedade,
almejando a longevidade. Relata o aumento dramático da expectativa de vida, suas
causas e expõe a mudança que vem por trás da busca por uma vida mais longa,
ocorrendo automaticamente o sucesso da indústria do anti-envelhecimento, ou seja,
o comércio das mercadorias que prometem a longevidade. Inúmeras questões são
17
abordadas, e os críticos questionam esta ascensão da indústria do anti-
envelhecimento com o campo da ciência, da biogerontologia. Problemas como: a
tecnologia envolvida no anti-envelhecimento, em que somente as pessoas com
poder aquisitivo alto se beneficiariam, e o mercado oferecendo produtos sem
embasamento científico e, assim, a população sendo iludida.
Ainda segundo Vicent (2003), esta guerra do anti-envelhecimento demonstra
uma crise cultural e não tecnológica, em que se acredita até mesmo na imortalidade,
interpretando a fase da velhice erroneamente, colocando a ciência como a cura da
morte. Na verdade, a finalidade atual dos gerontologistas biológicos, sociais e
clínicos é proporcionar mais anos de vida com qualidade. O principal problema é a
ideologia da ciência, como se ela fosse capaz de tudo. Ocorre uma negação da
velhice. Por outro lado, Stuart e Hamilton (2002) sustentam que não existe um tipo
de personalidade específica do velho; o que ocorre é que alguns indivíduos lidam
melhor com a velhice do que outros.
Para Cruz (2002), questões como: por que vivemos tanto? por que
envelhecemos? E por que morremos? podem ser compreendidas através do
conhecimento de uma estrutura fundamental que é a célula.
Jeckel-Netto e Cunha (2002) especificam que, a partir do século XX,
juntamente com o aumento da expectativa de vida, houve um avanço na pesquisa
da biologia molecular, permitindo, assim, uma avaliação mais profunda do tema do
envelhecimento. E aproveitam para tentar, pois até hoje não existe definição clara de
alguns conceitos que auxiliam nas diferenças no processo de envelhecimento.
Definições essas que são sobre o que é envelhecimento, senilidade, senescência e
longevidade. Pode-se caracterizar envelhecimento como mudanças morfofuncionais
ao longo da vida, após a maturação sexual e que podem comprometer à
manutenção da homeostasia. A senescência trata-se de mudanças que ocorrem em
um organismo relacionado com a idade. Senilidade caracteriza-se pelo estágio final
da senescência. E a longevidade pode-se dizer como o tempo entre o nascimento e
a morte.
18
Papaléo-Netto (2002) acrescenta que na senilidade ocorrem modificações
por afecções em pessoas idosas. E ao falar de envelhecimento, inicia com a
definição da maioria dos biogerontologistas dizendo que é uma fase de um
continuum que é a vida, iniciando com o nascimento e indo até a morte. Sendo que
neste continuum o organismo irá sofrer modificações que podem ser especificados
como marcadores biofisiológicos, como a menarca e a menopausa. O
envelhecimento possui alguns diferenciais e, ao falar brevemente, o autor cita três
tipos: Comum (fatores extrínsecos presentes); Bem-Sucedido (fatores extrínsecos
ausentes) e o Normativo (processo natural de desenvolvimento em fases avançadas
da vida -genética/fatores extrínsecos).
Todo o processo de envelhecimento encontra-se baseado em teorias.
Existem diversas teorias por diversos autores, baseadas em teorias celular, órgãos e
sistemas, populacionais, teorias integrativas. Jeckel-Netto e Cunha (2002)
descrevem as teorias do envelhecimento baseadas por Arking (1998), que classifica
da seguinte maneira: Teorias Estocásticas têm como base teorias que postulam ser
a deterioração associada à idade avançada pelo acúmulo de danos moleculares que
ocorrem ao acaso, e dividem-se em: uso e desgaste; proteínas alteradas; mutações
somáticas; erro catastrófico; desdiferenciação; dano oxidativo e radicais livres;
lupofuscina e o acúmulo de detritos e mudanças pós-tradução em proteínas. Teorias
Sistêmicas: interação entre genes e ambiente. Com divisão de metabólica,
genéticas, apoptose, fagocitose, neuroendócrinas e imunológicas.
Phelan e Rose (1997) fazem um entendimento do envelhecimento através
da biologia do envelhecimento, a pesquisa evolucionária, ligada a investigações
genéticas e moleculares. Todas as descobertas dessa pesquisa demonstram a
variedade de genes que afetam o período de vida. São conhecidos como genes
“relógios”, pois têm a função de controlar todo o mecanismo de processos corporais.
Porém há dificuldade de aplicabilidade em humanos. Mas há também a estratégia de
experimentos com ratos que exemplificam a teoria de Hayflick sobre a divisão celular
os telômeros. Também considera o ambiente um fator de mortalidade
independente da idade. Em ambientes seguros, os seres vivos envelhecem mais
lentamente. A restrição calórica é outro fator levantado para o aumento da
19
longevidade. Isso tudo mostra como os estudos científicos estão acontecendo, e isso
deve ser levado em consideração.
Sato (2002) descreve sobre conceitos de envelhecimento baseado nas
idéias de Shock (fundador do National Institute of Gerontology dos Estados Unidos):
para entender o mecanismo básico do envelhecimeto, deve-se estudá-lo no decorrer
de toda a vida; esclarecer que envelhecimento o é doença e que é um equilíbrio
dinâmico.
Percebe-se que o indivíduo preocupa-se em viver mais, porém este ideal
envolve inúmeras atitudes, sendo uma parte pessoal, para que sua vida se torne
cada dia mais saudável e, conseqüentemente, que ele viva por mais tempo. Para
que isso possa se desenvolver, uma breve divisão da geriatria Preventiva demonstra
que este processo inicia-se na infância. Moriguchi (2002) explica a classificação da
Geriatria Preventiva, como primária, secundária e terciária. A primária intensifica a
idéia da prevenção desde a infância. A secundária trabalha sobre o diagnóstico e
tratamento precoce de doenças crônico-degenerativas. E, por último, a terciária tem
como finalidade amenizar as disfunções já instaladas, sendo que esta última não
pode modificar algumas seqüelas que possam comprometer a qualidade de vida do
indivíduo.
Jeckel-Netto (2000, p.18) destaca a importância da prática de ações
preventivas durante o processo da vida do ser humano, para que, ao chegar à
terceira idade, esta não seja uma fase interligada a doenças, incapacidades,
dependência, solidão, depressão, expondo que, “se quisermos entender o processo
de envelhecimento, precisamos aprender mais sobre as mudanças normais
associadas à idade que aumentam nossa vulnerabilidade a essas e outras doenças
da velhice”.
20
2.2 ASPECTOS FÍSICOS DO ENVELHECIMENTO
Durante todo o processo da vida do ser humano, pode-se caracterizar que
acontecem fases singulares: infância, adolescência, adulto jovem, adulto maduro e
adulto idoso, ocorrendo, assim, o processo de envelhecimento, o qual pode ser
dividido em idosos jovens, de 60 a 80 anos, e idosos mais velhos, a partir dos 80
anos de idade. Cada fase tem suas características fisiológicas que trazem ao
organismo mudanças significativas e que, se não obtiverem atenções específicas,
podem, por sua vez, transformarem-se em doenças. Alterando, assim, uma fase
natural em doença. Neste momento, serão explanadas modificações físicas naturais
durante o processo de envelhecimento.
Segundo Freitas, Miranda e Nery (2002), as alterações fazem parte de um
processo biológico, sem serem ocasionadas por doenças. Os autores citam diversas
alterações anatômicas, como processos degenerativos da coluna vertebral e
osteoporose, que podem ocasionar perda da estatura, aumento da cifose
cervicodorsal, reduzindo, assim, o tronco. perda da elasticidade da pele, redução
de tecido subcutâneo, com ganho de peso, pois aumenta o tecido adiposo e há
perda da massa muscular e óssea. A redução da densidade óssea nas mulheres
acentua-se na fase pós-menopausa, podendo trazer o surgimento da osteoporose.
Outras alterações como perda e embranquecimento dos cabelos, perda do paladar,
diminuição da cavidade oral, tornando-se também mais secas e atróficas, desgastes
dos dentes e redução de 13 a 15% da quantidade de água corporal.
Para esta pesquisa, é de suma significância compreender o processo de
envelhecimento músculo-esquelético, relacionado com a coluna vertebral, força
muscular, principalmente dos membros inferiores que são utilizados na deambulação
e apoio dos pés e também à postura e marcha.
A degeneração da cartilagem articular, segundo Rossi e Sader (2002, p.
509), foi bem definida: “de longe, contudo, é a idade do indivíduo a principal
responsável pela composição da cartilagem”. Ao longo do tempo, há uma diminuição
da função reparadora dos condrócitos, na espessura da cartilagem, e a rede
21
colágena torna-se mais rígida. Para os discos intervertebrais, sua degeneração
ocorre pelas rupturas e alterações na composição da matriz.
Moncur (2000) explica a estrutura do disco intervertebral, o qual constitui 20
a 30% da altura da coluna vertebral e seu núcleo pulposo possui conteúdo hídrico de
70 a 90%, perdendo suas propriedades durante a idade. Toda esta estrutura tem a
finalidade de proteção dos elementos espinhais no momento em que as unidades
funcionais sofrerem cargas excessivas. A partir das alterações como perda hídrica,
rupturas do anel fibroso, o disco poderá vir a sofrer colapso, juntamente com o
processo degenerativo. Além dos ligamentos permitirem mobilidade, mantém a
estabilidade da coluna vertebral, suportando também tensões externas. E estas
funções também sofrem degradação, contribuindo no prejuízo da postura do idoso.
Rossi e Sader (2002) complementam que, juntamente com tantas perdas, há
perda da massa muscular, sendo esta ocasionada pela excreção da creatinina
urinária, responsável pela creatina nos músculos, exibindo uma diminuição de 50%
entre 20 e 90 anos. O número de fibras na velhice é 20% menor do que no adulto,
pois uma redução na secção transversal dos músculos com menor densidade
muscular e maior conteúdo gorduroso intramuscular, ocasionando, assim, a atrofia
muscular pela perda das fibras musculares. Todo este complexo faz com que haja
diminuição da força muscular de 15% entre 60 a 70 anos, passando, após esta
idade, para 30%, com redução da densidade óssea e menor capacidade aeróbica.
Porém, ao falar em idosos fragilizados, sedentários, todas estas alterações
intensificam-se, prejudicando outros fatores, podendo causar dificuldade de realizar
atividades da vida diária e dependência.
Colaborando com o conteúdo anterior, Frontera e Larsson (2001),
descrevem a perda na área transversal e no volume muscular de 10 a 40% através
de técnicas como ultra-som, tomografia computadorizada, ressonância magnética,
morfometria da musculatura humana total e também pela excreção urinária de
creatinina, potássio corporal total. Especificam que 40 a 50% da força, massa
muscular e dos motoneurônios e células musculares diminuem aos 80 anos. Sendo
que, ao perder tecido muscular, também o aumento do tecido adiposo e
conjuntivo, dificultando a mensuração do perímetro dos membros. Observou-se que
22
a perda predomina na área transversa das fibras tipo II (rápida) e nas do tipo I se
mantém, influenciando no comportamento de contração muscular. Quanto à
resistência muscular, vários fatores que interferem no momento de executar um
exercício com intensidade máxima nos adultos idosos, como: aporte sanguínio
reduzido transporte de glicose deficitário, atividade de enzimas oxidativas,
densidade mitocondrial, taxa de depreção de fosfocreatina diminuídas. Contudo,
tanto Frontera e Larsson (2001) como Brown (2000) relatam que são necessários
maiores estudos quanto à unidade motora e resistência muscular, para afirmarem
que se existe relação com a idade.
Conforme Chandler (2000), a perda do equilíbrio, que pode ocasionar
possíveis quedas em idosos acima de 65 anos, representa uma causa significativa
de morbidade e mortalidade. Classifica os fatores de riscos como sendo intrínsecos
(do idoso) e extrínsecos (ambientais). Nos fatores intrínsecos cita exemplos como
tontura, fraqueza, dificuldade em caminhar, confusão, entre outros. E os fatores
ambientais estão representados por superfícies deslizantes, tapetes, escadas e
iluminação deficiente.
Para Zinni e Pussi (2003), diversas causas para quedas de idosos, tais
como: neurológicas, cardiovasculares, acuidade visual, instabilidade postural, entre
outras. Ao se falar em instabilidade postural, é de suma relevância realizar um
trabalho para a melhora e a manutenção da postura, buscando o equilíbrio,
fortalecimento dos membros inferiores, propriocepção e autoconfiança do idoso.
Complementando os autores acima, Rossi e Sader (2002) e Freitas, Miranda
e Nery (2002) constatam que, a partir de tantas modificações no aparelho musculo-
esquelético, a marcha e a postura são muito afetadas, podendo dificultar a rotina do
idoso. O trabalho preventivo e terapêutico pode ser feito através de atividade física,
exercícios específicos para as alterações posturais, para a cinemática da marcha,
entre outros.
Para Freitas, Miranda e Nery (2002), um diagnóstico multidimensional,
desenvolvendo um plano mais específico de tratamento e de reabilitação, é
fundamental perante o processo natural do envelhecimento. Este plano realiza-se
23
através de uma avaliação Geriátrica Global, fazendo uma abordagem ampla,
avaliando todos os aspectos, trazendo maior benefício, tanto na prevenção como em
idosos frágeis e doentes.
Moncur (2000, p. 251) propõe que: “quando alguém é solicitado a imaginar a
postura de um idoso, com muita freqüência, a imagem que surge é a de uma pessoa
curvada ou inclinada para frente que, na maioria das vezes, é do sexo feminino e
apresenta um alto risco de queda”. A partir destas alterações dos aspectos físicos
que ocorrem ao decorrer da idade mais avançada, pode-se destacar que a
mobilidade nas atividades diárias, principalmente a marcha que muitas vezes vem
em conseqüência de uma postura, possui um papel relevante na qualidade de
vida.
2.3 A MOBILIDADE NA TERCEIRA IDADE
Um estudo realizado por Maciel e Guerra (2005) em uma comunidade de
Santa Cruz/RN com 310 idosos, que corresponde a 10% da população urbana,
objetivou um levantamento das causas do déficit da mobilidade desta comunidade.
Foi realizado uma entrevista abordando aspectos demográficos, saúde física e
mental e o teste para avaliar a marcha. Neste teste, 46,1% da amostra obteve
normalidade, 50% apresentou alguma alteração e 3,9% não realizaram o teste. Os
resultados encontrados foram três causas mais relevantes que deixam os idosos
mais suscetíveis à redução da mobilidade: a própria idade, acima de 75 anos,
percepção negativa do envelhecimento, gerando assim sentimentos de insegurança
e fragilidade, e o déficit cognitivo (AVC, Parkinson, demência). Na conclusão dessa
pesquisa, deram ênfase ao papel do fisioterapeuta na promoção à saúde do idoso.
Com informações como desta pesquisa o fisioterapeuta poderá direcionar com mais
eficiência o seu trabalho de prevenção e de reabilitação para a população da terceira
idade.
Chandler (2000), Bienfait (1995) e Bricot (2001) ressaltam a importância do
controle postural e do equilíbrio. Como explanado acima, o centro de gravidade com
24
o seu papel relevante atua sobre a base de sustentação tanto nas posturas estáticas
como dinâmicas. O controle postural depende do sistema sensorial (visual, vestibular
e somatosensorial) do sistema efetor (força, amplitude de movimento, flexibilidade e
resistência).
Bankoff et al. (2006) realizaram um estudo com o objetivo de analisar a
oscilação do centro de pressão através da baropodometria eletrônica nas posições
estáticas bipodálica e monopodálica, com os pés descalços, sendo que e uma vez
com os olhos abertos e outra com os olhos fechados. Participaram do estudo trinta
sujeitos adultos do sexo masculino, com idades entre 21 a 58 anos. Foi usado um
Baropodômetro Eletrônico composto de uma plataforma modular da Diagnostic
Suport Italy.
Na estabilometria bipodálica, as oscilações do centro de pressão não
mostram diferenças significaticas entre os sujeitos nos testes com os olhos abertos e
com os olhos fechados. Com isso, não ficou confirmada a questão de que a visão
seja tão indispensável como parece para a manutenção do equilíbrio corporal. A
única diferença no desvio padrão para este teste foi devido à discrepância
apresentada entre um sujeito e a pequena dificuldade em outros quatro com os
olhos fechados. As alterações médias foram menores no teste com os olhos abertos.
Porém, no teste monopodálico, a diferença foi significativa, apresentando oscilações
bastante superiores. O esquerdo com os olhos abertos e fechados mostrou uma
diferença maior, pois os sujeitos tiveram bastante dificuldade em manter o equilíbrio
com o apoio do esquerdo e de olhos fechados, podendo ser atribuído à
dominância existente entre os membros inferiores, sendo que este dado não foi
observado neste estudo. Quanto à média e desvio padrão do esquerdo
apresentou-se mais heterogênio. Confirma-se, com este estudo, a importância do
sistema visual na manutenção do equilíbrio e uma maior dificuldade em momentos
de apoio unilateral, mas também as diferenças podem mostrar um somatório de
fatores mecânicos, antropométricos e neuromusculares.
Em outro estudo de Bankoff et al. (2004) foram analisados cinco sujeitos do
sexo masculino, com idade 18 a 25 anos. Foi usado o mesmo baropodômetro do
estudo anterior. Foram realizadas análises baropodométricas estáticas e dinâmicas
25
com e sem calçado com o objetivo de comparação. As análises posturográficas
monopodálicas sem calçado e com os olhos abertos e fechados. O aparelho foi
calibrado com o tempo de três segundos para cada procedimento. Para a região
anterior do pé (ossos metatarsos), valores percentuais em carga, através da pressão
plantar na análise dinâmica, foi maior com calçado e sem calçado.
O estudo conclui que na postura dinâmica o percentual de carga e a área de
superfície são maiores quando comparada com a postura estática, independente do
sujeito estar com ou sem calçado para as regiões plantares anterior, posterior e
plantar total, nas análises baropodométricas. Nas análises posturográficas, a única
variável que mostrou ser dependente entre os olhos abertos e fechados foi a carga
para o pé esquerdo.
Os autores sugerem que para melhorar o equilíbrio torna-se necessário
realizar algumas medidas como: praticar atividades físicas, exercícios de
alongamento, relaxamento, massoterapia, exercícios respiratórios, realizar pequenos
percurssos com os olhos vendados, exercícios de balançar os membros superiores e
inferiores. Os dois estudos anteriores o foram direcionados às pessoas idosas,
mas servem para relevar a importância do trabalho preventivo na questão do
equilíbrio, postura, deambulação para os adultos idosos e todos os aspectos que
existem neste sistema complexo.
Contribuindo para a questão sobre equilíbrio e postura, Granito (2005), em
seu estudo, concluiu que o torque dos músculos flexores e extensores do tronco e a
sensibilidade proprioceptiva diminuem com o envelhecimento fisiológico, o que
aumenta o grau de cifose torácica. Porém, o envelhecimento adicionado à
osteoporose acentua o grau da cifose torácica e o declínio do torque dos extensores
do tronco. E, também, Pickles (2000) cita que a redução da atividade física, trazendo
fraqueza e perda de tônus muscular, principalmente dos membros inferiores e
extensores da coluna, pode prejudicar a postura.
Moncur (2000), Freitas, Miranda, Nery (2002) e Rossi e Sader (2002)
descrevem que o aumento da cifose da coluna dorsal pode contribuir para redução
da estatura, anteriorização da cabeça e ombros protrusos. o alterações posturais
26
que atingem a maioria das pessoas, até mesmo pela ação da gravidade e pelas
atitudes do quotidiano que nos levam a realizar a anteriorização do tronco. Porém
estas alterações podem intensificar-se com a idade juntamente com a redução da
lordose lombar, flexão dos joelhos e valgismo nos joelhos e pés.
As alterações posturais citadas acima fazem com que o centro de gravidade
se desloque para frente, deixando, assim, o idoso suscetível a quedas e
instabilidade postural, alterando a marcha. Considerando que a marcha proporciona
grande parte da independência do ser humano, sua preservação torna-se essencial.
Pereira et al. (2002, p. 846) destacam que “a marcha humana ou deambulação, é
definida como o deslocamento do corpo no espaço, na posição bípede, com um
gasto energético mínimo, uma postura aceitável e uma estabilidade adequada”.
Kendall et al (1995) definem a postura-padrão como sendo a postura com as
curvaturas normais da coluna vertebral, que consiste em uma curva convexa para
frente na região cervical, convexa para trás na região torácica e convexa para frente
na região lombar, ocasionando, assim, uma posição neutra da pelve. O ponto-chave
encontra-se na posição da pelve, que, ao se encontrar em posição “neutra”,
proporciona um bom alinhamento geral do corpo. E, quando ocorre um desequilíbrio,
este poderá ser anterior, posterior ou lateral que pode ser de origem muscular,
trazendo alterações na pelve, coluna vertebral em geral, membros inferiores e
superiores.
Para exemplificar, Rocha, Casarotto e Sznelwar (2003) realizaram uma
pesquisa sobre a ergonomia no uso de computadores em 126 escolas de ensino
fundamental e médio de São Paulo. Verificou-se nesta pesquisa que a minoria das
escolas teria fornecido orientações ergonômicas sobre a postura correta ao
manusear o computador. Também, havia em média dois a três alunos para cada
máquina, não sendo possível realizar ajustes das cadeiras para as diferentes idades
e alturas dos alunos. Com isso, a prevenção de uma postura para o futuro, começa,
neste momento, para esta geração que permanece por muitas horas utilizando
computadores sem a ergonomia correta. Como será a postura desta geração ao
aproximar-se da velhice?
27
Considerando diversos fatores que circundam o complexo sistema do
controle postural estático e dinâmico, destaca-se um fator de grande relevância que
é o apoio dos pés, a base de sustentação. Mentz et al. realizaram diversas
pesquisas direcionadas a influência dos problemas nos pés e nas pernas nas
atividades quotidianas em comunidades de idosos.
Em (2001), Menz et al. desenvolveram um estudo com a finalidade de
determinar a contribuição relativa da deficiência/debilidade do pé e as medidas do
aspecto psicológico para testes de equilíbrio e habilidade funcional. E, juntamente,
avaliar os idosos relacionando àqueles com relatos de quedas anteriores, sem
quedas e àqueles com uma única queda com problemas no pé. A população foi de
135 sujeitos com problemas no pé, avaliados por um podólogo que questionava se
eles referiam dores nos pés sendo que a resposta era objetiva de sim ou não. O
relato de dor no tinha uma pontuação mais alta do que outras patologias, pois
se considera a dor um maior fator que debilita a habilidade funcional. Os problemas
investigados nesta avaliação eram: hálux valgo médio (maior de 15º), moderado (15º
e 45º) e o severo (maior de 45º) e sua pontuação da avaliação era de 1, 2 e 3
respectivamente, sendo o hálux valgo severo um indicador na debilidade funcional.
Dedos em forma de garra e martelo, calos e calosidades, proeminências ósseas
anormais marcavam um ponto. No final destas observações, somavam-se os pontos
e registrava como uma variável contínua.
A pontuação de problema do apresentou direta relação ao desempenho
no teste de estabilidade coordenada e testes funcionais, pois os deslocamentos
mais amplos do corpo interferem em um trabalho maior da base, que são os pés e
isso causaria deficiência na resposta de estabilidade para quem apresentar
problemas nos pés. Na parte dos testes funcionais, o momento de subir e descer
escadas e na passada alternada exigem dos pés uma estabilidade e movimentos
adequados ao transferir o peso corporal e, no caso de dores, isso ficaria
prejudicado. Quanto à velocidade da caminhada também apareceu interferência,
porém não tão significativa quanto aos outros testes funcionais.
Limitações ocorreram no estudo, como: estas avaliações, por mais que
fossem objetivas, pelo sistema de pontuação de problema do é confiável por ser
28
realizado por podólogos foram, de certa forma, subjetivas e a amostra era de idosos
saudáveis e ativos de uma comunidade geral. Na população, foi de 17 pessoas que
caíram múltiplas vezes, por isso, em alguns testes, que podem ser fatores de
quedas, não foram piores que aqueles que não caíram. A questão observada é que
os participantes utilizaram seus próprios calçados e não foi de pés descalços, com
isso, não houve controle do calçado. Ressaltando que os sujeitos que apresentavam
histórico de diversas quedas mostraram pontuações significativamente mais altas.
Houve uma pesquisa semelhante em que Barr and Menz et al. (2005)
investigaram uma ligação entre os problemas nos pés e nas pernas em idosos com
a debilidade funcional em uma comunidade de 1000 idosos com idade acima de 65
anos. Foram realizados entrevistas estruturadas face-a-face e exames físicos
compactos na casa dos participantes. Segundo os autores, existem estudos em
comunidades de idosos mostrando que 9-34% das pessoas entre 65 anos e mais
velhas relatam dificuldades nas suas atividades diárias por apresentarem problemas
nos pés e nas pernas. Os problemas com maior freqüência o patologias na unha,
pele, hálux valgo, dor, inchaço, infecções e problemas circulatórios. Mostrando uma
relação à restrição do movimento da articulação, fraqueza muscular, dificuldade ao
utilizar um calçado que, conseqüentemente, podem vir a prejudicar a mobilidade e
causar quedas.
Um valor de 36% da amostra apresentaram problemas do e da perna,
sendo pessoas com mais idade, mulheres, com pouca escolaridade, que tiveram
derrame, problema no coração, osteoporose, artrite, dores crônicas, depressão e
com pouca acuidade visual. A partir dos resultados deste estudo, pode-se indicar
que um em três idosos refere problemas no e na perna, sendo este é um valor
considerável em relação aos estudos anteriores. Os resultados desse estudo
também indicam que os problemas do e da perna são estimadores
independentes do status funcional em idosos. Pois sua principal função é manter
uma base estável para posição em pé e deambulação e podem relacionar com a
restrição da articulação, fraqueza muscular, infecção, problemas circulatórios.
Os pontos mais fortes deste estudo foram uma amostra significativa de
idosos e a avaliação objetivas de status funcional com auto-declaração. Porém não
29
havia dados com maiores detalhes sobre as causas e problemas do pé e da perna e
sua relação específica com a medida do status funcional. Juntamente, a
dificuldade de associar os fatores da quedas com o declínio do status de saúde.
Contudo foi possível mostrar que os problemas do e da perna eram a segunda
condição médica mais referida interferindo no dia a dia do idoso. Alguns estudos
acharam que a redução da atividade pode levar à dependência e à mortalidade. Em
conclusão, os problemas do e da perna são comuns em comunidades de idosos
na Austrália e são independentes ao desempenho da debilidade funcional após
controlar a escala de condições médicas.
Mesmo com algumas limitações, a partir dos estudos anteriores, pôde-se
observar a importante relação que existe dos problemas em membros inferiores com
o equilíbrio, mobilidade, independência em idosos. Foi ressaltado o grande valor de
realizar o cuidado preventivo com os pés, citando até áreas da fisioterapia e da
enfermagem como serviços para desenvolver um trabalho de prevenção na
manutenção da mobilidade dos membros inferiores em idosos.
Menz et al. (2003) pesquisaram a fim de verificar se havia diferenças nos
padrões de aceleração ao caminhar em uma velocidade auto-selecionada entre 30
jovens e 30 idosos. Foram selecionados idosos com risco de queda menor, porém
com declínios normais à idade na maior parte dos sistemas psicológicos que
influenciam para a estabilidade. A hipótese é que seria semelhante à estabilidade na
cabeça e na pélvis, como nos jovens. Os participantes foram solicitados para
caminharem em sua velocidade natural, calçavam sapatos amarrados do tipo
Oxford. Foram realizados dois testes para cada tipo de superfície.
Os resultados do estudo mostraram que os jovens eram mais altos, o IMC
era mais baixo. A acuidade visual era mais fraca nos idosos. Para os idosos a
sensibilidade de contraste, percepção profunda, senso de vibração, força de dorso-
flexão do tornozelo e do quadríceps na espuma com os olhos fechados
apresentaram maior oscilação e mais erros no teste de estabilidade coordenada. O
risco de quedas foi maior para os idosos, porém em relação a suas idades, estes
participantes apresentam boa qualidade no caminhar e na mobilidade. Quanto à
velocidade, foi mais lenta para os idosos, o comprimento do passo foi mais curto e
30
uma variabilidade maior nas duas superfícies, constatando que realmente a
caminhada dos idosos é mais cautelosa, principalmente em terreno irregular.
Os idosos mostraram menores valores de aceleração RMS na pélvis nos
três planos e na cabeça apresentaram menor no plano vertical em ambas as
superfícies. Quanto aos índices harmônicos, não apresentaram diferenças entre os
grupos. Há estudos anteriores que mostram que os idosos com problemas de
equilíbrio possuem índices harmônicos menores, mas, neste estudo, conclui-se que
os idosos apresentaram estabilidade na cabeça e na pélvis semelhante a dos
jovens, mesmo tendo déficits no aspecto psicológico.
A mesma metodologia do estudo anterior foi utilizada por Menz et al. (2005),
com o objetivo de avaliar o padrão da marcha com a influência do hálux valgo.
Participaram 71 pessoas entre 75 e 93 anos. A análise do caminhar foi realizada
similar ao estudo anterior de 2003, o qual apresentava como objetivo constatar se
havia diferenças nos padrões de aceleração ao caminhar em uma velocidade auto-
selecionada entre jovens e idosos.
Dos 71 sujeitos, 21 não apresentavam hálux valgo, 29 tinham leve, 16
moderado e 5 grave; sendo divididos em dois grupos: sem-leve 50 sujeitos e
moderado-grave 21 sujeitos. O grupo de moderado a grave apresentava
características como: serem mais mulheres, mais velhas, mais baixas, com mais
probabilidades de terem lesões nos dedos e piores nos testes de sensibilidade tátil.
Este grupo apresentou velocidade mais lenta e o comprimento do passo reduzido
nas duas superfícies e quanto aos coeficientes harmônicos também foram
reduzidos, ou seja, menos acelerações rítmicas na cabeça e na pélvis. Em relação
aos outros testes e outros acometimentos dos pés, o houve diferenças entre os
grupos.
Juntamente com estudos anteriores e este estudo, os resultados mostram
que o conjunto de força dos membros inferiores, velocidade e o comprimento do
passo resultam em um fator de suma importância na caminhada dos idosos. E que a
falta de força da perna relacionado com a idade pode ser um ponto determinante de
limitação em que pode evitar a queda nos idosos ao caminharem em uma
31
velocidade similar aos jovens. Portanto os idosos mesmo com menor risco de queda
e com melhores habilidades psicológicas alteram seu padrão de caminhada, através
da redução da velocidade e o comprimento mais curto do passo, a fim de manter a
estabilidade da cabeça e da pélvis intensificando ao caminharem em terrenos
irregulares.
Os problemas nos pés têm aumentado significativamente, chegando a 80%
dos idosos, porém têm sido deixado sem importância nos relatos de dores, pois
analisam ser características comuns do envelhecimento. Ao contrário desta teoria,
os problemas dos pés são patologias que devem receber a devida relevância, pois
diversos estudos mostram que patologias dos pés podem aumentar o risco de
quedas em idosos. Isso acontece devido à decadência na mobilidade e habilidade
de realizar atividades domésticas comuns. Há também uma hipótese de estudos que
os idosos que haviam sofrido quedas apresentavam uma probabilidade maior de
problemas nos pés e que poderia ser realmente um fator de risco para quedas
(MENZ et al, 2001).
2.4 BIOMECÂNICA DA MARCHA
A presente pesquisa é direcionada ao apoio plantar, portanto uma breve
descrição da biomecânica da marcha e também dos pés e tornozelos torna-se
necessária. Kapandji (2000) expõe que o homem urbano, por utilizar calçado,
protege em excesso os pés, ocorrendo, conseqüentemente, atrofia na musculatura
da abóbada plantar. E que necessidade de readquirirem o hábito de caminhada
em terrenos irregulares, escalada, descida, para que seja trabalhada a abóbada na
adaptação destas inclinações do chão, pois é pelo seu afundamento que se tornam
possíveis as adaptações dos pés nestes terrenos.
32
2.4.1 Tornozelo e Pé
Para Haal (2000), o tornozelo apresenta três articulações: tibiotalar,
tibiofibular e a fibulotalar. Kapandji (2000) divide o complexo articular do tornozelo
em três eixos: eixo transversal, o qual atravessa os dois maléolos pela articulação
tíbio-társica e realiza os movimentos de flexo-extensão do pé; Após, é o eixo
longitudinal da perna, localizado em menor proporção nas articulações posteriores
do tarso, que ocorre pela rotação axial do joelho fletido e corresponde aos
movimentos de adução-abdução do pé. E, por último, o eixo longitunal do pé que
condiciona a pronação-supinação, correspondendo a orientação da planta do pé.
Conforme Hamill e Knutzen (1999), os maléolos são feitos pelo encaixe da
tíbia sobre o tálus medialmente e a fíbula sobre o tálus lateralmente, sendo que
nestas articulações há um suporte forte de ligamentos para a estabilidade. O
maléolo lateral projeta-se mais para baixo, têm uma função de proteção para o
maléolo medial e, assim, é mais susceptível a entorse, lesões e fraturas. Nesta
região dos maléolos, como foi citado anteriormente, há um sistema ligamentar
importante. Kapandji (2000) caracteriza os ligamentos laterais como leques fibrosos
potentes, sendo que seu vértice se fixa no maléolo correspondente. Os ligamentos
laterais são divididos em ligamento lateral externo e interno, anterior e posterior. O
ligamento lateral externo é formado pelos fascículos anterior, médio e posterior e
realizam o suporte do maléolo externo. O ligamento lateral interno possui dois
planos, superficial (ligamento deltóide) e o profundo (fascículo anterior e posterior).
Os ligamentos anterior e posterior são como espessamentos capsulares.
Hamill e Knutzen (1999) descrevem sobre os movimentos de flexão dorsal
(flexão) e flexão plantar (extensão) que ocorrem na articulação tibiotalar. A amplitude
média da dorsiflexão é de 20 graus e o movimento é realizado principalmente pelos
músculos tibial anterior e extensores dos artelhos. E o movimento de flexão plantar
acontece em torno de 50 graus, sendo produzido pelos músculos gastrocnêmio e
sóleo, podendo acontecer assistência dos músculos fibulares e extensores do
tornozelo.
33
Haal (2000) divide o em 26 ossos, apresentando as articulações subtalar
e mediotársica e as tarsometatársicas, intermetatarsicas, metatasofalangeanas e
interfalangeanas. E, para a pesquisa, é importante dividir o pé, segundo Smith,
Weiss e Lehmkuhl (1997), em retropé que corresponde ao talo e calcâneo, o
mediopé, que comporta os ossos navicular, cubóide e os três cuneiformes e o
antepé, que consiste nos metatarsianos e falanges.
Hamill e Knutzen (1999) descrevem que a articulação subtalar representa a
articulação do tálus com o calcâneo e que também é denominada de retropé. É esta
articulação que sustenta a maior parte do peso do pé. Sua função principal é
absorver a rotação do membro inferior no apoio, através dos movimentos de
pronação e supinação. Também absorve o choque no momento da pronação na
articulação subtalar quando se abaixa o membro inferior durante o apoio do
calcanhar. Os movimentos são triplanares e denominados de supinação e pronação.
Haal (2000) expõe que as articulações tarsometatársicas e intermatatársicas
facilitam somente movimentos de deslizamento, permitindo que o se adapte aos
terrenos e superfícies irregulares no momento da caminhada. E as articulações
metatasofalangeanas são como condilóideas e interfalangeanas como dobradiças.
Os movimentos de supinação e pronação constituem-se em uma
combinação de movimentos. Haal (2000) define que durante a marcha ou corrida, o
calcanhar sofre certo movimento de inversão, ao se deslocar para frente ocorre a
flexão plantar na região do antepé e, com isso, acontece uma combinação de
inversão, flexão plantar e adução, caracterizando o movimento de supinação.
Enquanto que no momento do apoio do pé existe uma facilidade de movimento de
eversão e abdução e dorsiflexão, sendo assim o movimento de pronação.
As articulações mediotársicas ou também chamada articulação de Chopart
consistem nas articulações entre o calcâneo e o cubóide articulação
calcaneocubóidea e o tálus com o navicular articulação talonavicular. Quando os
dois eixos destas articulações encontram-se paralelos, permitem grande mobilidade
ao pé, porém, se esses eixos não estão paralelos, o pé torna-se rígido, ocorrendo na
34
supinação, no momento do plano sobre o solo até a retirada dos artelhos no
andar. Kapandji (2000) salienta que esta articulação é rica em ligamentos, sendo o
mais saliente é o ligamento em Y de Chopart. Composto por dois fascículos que se
originam do mesmo ponto na face dorsal da apófise maior do calcâneo e o interno
direciona-se para extremidade externa do navicular e o externo orienta-se na face
dorsal do cubóide. Outras articulações do pé, como as intertársicas,
tarsometatársicas, metatarsofalângicas e interfalângicas participam dos movimentos
do pé e artelhos.
Uma descrição detalhada sobre a abóbada plantar é feita por Kapandji
(2000), que a define como um conjunto arquitetônico. Possui um papel de
amortecedor para a flexibilidade da marcha, adaptação aos diversos tipos de
terrenos. A abóbada plantar é constituída por três arcos e três pontos de apoio. Os
três pontos de apoio correspondem pela cabeça do primeiro osso do metatarso,
cabeça do quinto osso do metatarso e tuberosidades posteriores do calcâneo. Os
arcos são anterior, externo e interno.
Os autores Hamill e Knutzen (1999) e Kapandji (2000) descrevem os tipos
de arcos. O possui três arcos que são formados pelos tarsos e metatarsos. São
dois arcos longitudinais e um transversal. O arco longitudinal medial tem como
característica ser mais alto e dinâmico que o lateral. Sua trajetória é do calcâneo até
o tálus, escafóide, cuneiforme e três primeiros metatarsos. São suportados pela
fáscia plantar que se prolonga sobre a superfície plantar do pé. Possuem a função
de absorção de choque e suporte após o contato com o solo. O arco longitudinal
lateral é mais baixo que o medial, fazendo assim maior contato com o solo e tem
como função apoiar parte do peso na locomoção, fornecendo suporte no pé. Sua
trajetória é constituída pelo calcâneo, cubóide e quarto e quinto metatarsos.
também o arco transverso formado pelos tarsos e base dos metatarsos, que corre
pelo e se deprime quando suporta o peso. Quando isto acontece, o antepé se
espalha dentro do calçado, sendo necessário um espaço adequado para essa
acomodação. Os metatarsos e as falanges constituem o antepé. Sua função é a
manutenção do arco metatársico transverso e o arco longitudinal medial com a
flexibilidade do primeiro metatarso.
35
Para Hamill e Knutzen (1999), através da altura do arco medial, são
classificados os tipos de pés: normal, pé cavo (arco elevado) e pé chato (arco
plano). Subdivididos em rígido ou flexível. O rígido com o arco elevado é
quando não faz nenhum contato com o meio do e não apresenta quase inversão
ou eversão no apoio. Isto causa deficiência na parte de absorção de choque. A
abóbada plantar encontra-se escavada pela contratura dos músculos que se
localizam na sua concavidade (tibial posterior, fibulares laterais, plantares, flexores
dos dedos) ou o relaxamento da musculatura da sua convexidade (tríceps, tibial e
fibulares anteriores, extensor comum dos dedos e extensor próprio do lux). Já, o
chato é hipermóvel, o apoio no solo dá-se com maior superfície plantar,
apresentando enfraquecimento da face medial e ocorre pronação excessiva na fase
de apoio. Quanto à abóbada plantar, ocorre ao contrário do cavo, principalmente
pelo enfraquecimento do fibular lateral longo. Não se pode esquecer que poderá
haver qualquer alteração no alinhamento do membro inferior.
Bricot (2001) descreve com detalhes a influência dos pés sobre o equilíbrio
postural, sobre as possíveis lesões que podem ser causas ou conseqüências do
apoio dos pés. Os pés possuem inúmeras funções, é um complexo proprioceptivo e
exteroceptivo, o qual recebe informações dos músculos, articulações e da pele. Com
isso, torna-se peça indispensável no sistema postural, dentre as disfunções
posturais, pode vir a ser causativo ou adaptativo. Portanto é importante seu exame
ao realizar uma avaliação postural.
2.4.2 A Marcha
A marcha consiste em uma atividade clica e um sistema interativo
complexo com coordenação de várias partes do corpo, predominando membros
inferiores, define Nordin e Frankel, (2003).
Santos (2002) expõe que a marcha inicia-se através de um desequilíbrio
anterior da cabeça, em que ela cai anterior e o restante do corpo vem atrás trazendo
36
a base de sustentação, que são os pés. Mostra a ação do sistema cruzado na
marcha, que é quando um lado comporta-se como flexor enquanto o outro como
extensor, e a cabeça permanece centralizada.
Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) definem que na marcha existem
características como: velocidade (m/s), número de passos chamado de cadência
(passos/min) e um ciclo de marcha que é quando um está em apoio e o outro
no balanço e sua duração é até o momento que o mesmo pé toca novamente o solo.
Nordin e Frankel (2003) constituem a marcha em duas fases: a de suporte,
que consta de 62% do ciclo do passo, e a de balanço, 38%. A fase de suporte
apresenta o toque do calcanhar, pé-plano, elevação do calcanhar, empurrão e
dedos-fora. A fase de balanço consiste na aceleração, liberação dos dedos do e
desaceleração.
Rose e Gamble (1998) descrevem o ciclo da marcha mais detalhadamente.
A fase de apoio caracteriza-se pelo: duplo apoio inicial - toque do e
desprendimento do oposto; apoio simples desprendimento do pé e o toque do
contralateral; segundo duplo apoio toque do contralateral e desprendimento
do pé. A fase de balanço é dividida: balanço inicial desprendimento do até a
passagem do pé; balanço médio passagem do pé até a perna vertical; balanço
terminal – desaceleração do membro.
Os autores descrevem uma breve ação muscular durante a marcha.
Kapandji (2000) descreve o papel da abóbada plantar como amortecedor elástico
nestas fases da marcha. No momento do toque do ou do calcanhar no solo,
ocorre um trabalho excêntrico da musculatura pré-tibial para manter a parte anterior
do pé; o tibial anterior é o músculo mais potente. No meio da fase de suporte, a
contração dos fibulares para reduzir a velocidade do movimento anterior corporal
sobre o pé, a musculatura intrínseca se contrai até os dedos começarem a sair,
controlam a posição do hálux.
No momento do máximo contato, a abóbada se aplaina e, ao mesmo tempo,
ocorre a contração de todos os tensores plantares opondo-se ao seu aplainamento,
37
sendo este o primeiro papel amortecedor, e a abóbada alonga-se. O tibial posterior é
o mais forte inversor da junta subtalar, é um suporte dinâmico do arco longitudinal
medial e assegura a rigidez do na fase dos dedos-fora. Os flexores plantares
reduzem a velocidade do movimento dianteiro da tíbia sobre o pé. Ao acontecer este
movimento de transição entre o chão pela frente, a força muscular posterior e o peso
corporal, a tendência da abóbada seria de aplainar ainda mais, porém ocorrem
novamente forças dos tensores plantares, sendo assim, o segundo efeito
amortecedor. No momento em que os dedos saem fora, é um movimento passivo, a
musculatura pré-tibial se contrai durante a fase de balanço, para que o fique livre
do solo. No final do apoio, quando permanecem somente os primeiros dedos em
contato com o solo, a abóbada resiste ao aplainamento pelos flexores dos dedos e,
então, o termina seu contato com o chão. Este é o momento em que os dois pés
se encontram por segundos ao mesmo tempo no chão.
Quanto à cinética da deambulação, Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) citam
sobre a força de reação do solo nos momentos de contato do calcanhar no solo e na
retirada dos dedos através de mensurações de plataformas de força. Citam também
sobre a trajetória do centro de pressão plantar que é o ponto de no tempo e espaço
da força aplicada durante o passo.
Nordin e Frankel (2003) enfatizam que durante a caminhada é o momento
que se exerce a interferência primária na pressão plantar. Através de estudo, a
progressão do centro de pressão plantar (COP); durante a caminhada de pés
descalços, ocorre inicialmente no centro do calcanhar, passa rapidamente para o
meio do e ao chegar à região dianteira do a velocidade decresce, mas o pico
das pressões nesta região se aproxima 80% da fase de apoio e centraliza-se no
segundo metatarsal. Já, outro autor diz que é na terceira metatarsal. No momento
dos dedos-fora, o COP localiza-se no hálux e as cabeças metatarsais ficam em
contato com o solo pelo menos em 50% da fase de apoio. É importante ressaltar que
o COP modifica-se com o calçado, podendo as pressões aumentar nos dedos.
Estes aspectos do centro de pressão plantar e distribuição de carga serão
descritos posteriormente com maiores detalhes, através de estudos realizados com
plataformas de forças, e palmilhas sensorizadas.
38
2.4.3 Baropodometria Eletrônica
Lord (1981) fez uma revisão dos estudos que registravam a medida da
pressão do pé, enfatizando toda relevância das informações que podem ser
adquiridas através de métodos diversos. A distribuição da pressão pé-solo pode
ocorrer entre o pé-descalço e o solo, a sola do sapato e o chão e, também, a
superfície plantar e a palmilha interna do sapato. Todas as informações são
direcionadas a estudos e profissionais diversos. Antes da virada do século, se
iniciaram as técnicas. Beely, em 1882, com o intuito de registrar a pressão do pé,
colocou sujeitos em sobre um saco fino preenchido com gesso de Paris,
esperando que, onde estaria a parte mais profunda, seria o local de maior pressão,
mas não foi tão simples, pois as impressões serviram para verificar os formatos dos
pés. E, assim, foram surgindo outros experimentos, entre eles, os de Morton. Foi
uma das primeiras técnicas para registrar a distribuição pressão-pé, o cinetógrafo,
uma esteira de material, de propriedade elástica, de borracha, com a superfície
plana e mais abaixo uma superfície de cume preenchida com tinta, a fim de aferir
pressão no momento do contato do pé nesta superfície, deixando uma impressão de
tinta de linhas paralelas com o comprimento proporcional à pressão. Sendo estas
pegadas a amostra dos picos de pressão, tanto em posição estática como em uma
fase de apoio do ciclo de caminhada. A partir disso, desenvolveram-se muitos
estudos posteriores.
Outro método que Lord (1981) expõe, é a visualização direta, através do
barógrafo de Elfman, que consiste em uma esteira de borracha que era colocada
sobre uma placa de vidro iluminada abaixo. A pressão do contra a esteira, causa
projeções nas partes mais baixas, achatando a placa de vidro que, em perfil são
piramidais e de baixo a visualização aparece como uma matriz de pontos pretos
sobre a luz de fundo. As regiões de alta pressão aparecem mais escuras. O uso de
fotografia é bastante útil para visualização direta. Elfman observou a importância do
escaneamento opto-eletrônico dos registros para quantificar os resultados. Foi
39
surgindo a pedografia plástica, que produzia um gráfico 2-D. Nos anos 50, surgiu um
segundo momento dos barógrafos.
Com o avanço da tecnologia vídeo-computador e após os
microcomputadores e microprocessadores, diversas técnicas visuais foram
desenvolvidas para o processo da caminhada. Cavanagh e Michiyoshi também
utilizam o computador para produzir ações 3-D com significado visual e quantitativo.
As placas de força são sistemas de medida de força eletrônicos com a sensitividade
fornecida pelos cristais piezo-métricos a fim de converter força em pressão em uma
variável elétrica equivalente. São medidores de pressão por fio e semi-condutor. Na
prática, o sujeito caminha sobre a placa e os componentes de força vertical e
distribuição de pressão bruta é registrada. O uso de palmilhas internas de sapato
verifica a carga do durante a caminhada, mostrando a interação do com
qualquer sapato. A diferença das placas para as palmilhas é que com a palmilha
interna são feitos registros sucessivos durante a caminhada e nas placas os
registros tornam-se limitados.
Atualmente, existem dois sistemas mais utilizados para as mensurações de
pressão plantar: o sistema capacitivo, que são capacitores dielétricos elásticos e o
sistema resistivo, que consiste em usar uma tinta resistiva seca para demarcar a
pressão na superfície plantar. Quesada e Rash, (2000) realizaram uma pesquisa
que direcionou a coleta simultânea da pressão plantar pelos dois sistemas (PEDAR,
Novel Eletronics Inc.) para capacitivo e resistivo (F-Scan, Tekscan, Inc. Boston, MA).
nas regiões do calcâneo, metatarsos centrais e dedão. A finalidade era determinar
se os dois sistemas mediam diferentes picos de pressão nestas áreas, se esses
padrões mostram uma variação semelhante e se o sistema resistivo é influenciado
pela calibração.
Os resultados das medidas de pico de pressão dos dois sistemas foram
influenciados pelo posicionamento dos solados. O sistema resistivo variou
significativamente pelas técnicas de calibração. O sistema capacitivo obteve pico de
pressão mais elevada quando seus solados foram posicionados em cima dos
solados resistivos. Sendo assim, a variabilidade do sistema capacitivo foi menor que
do sistema resistivo em cada região.
40
Os estudos sobre a locomoção humana e sua relação com os pés têm
aumentado significativamente. Rose e Gamble (1998) descrevem uma pesquisa
realizada em 1945 na Universidade da Califórnia sobre locomoção humana em
indivíduos normais e em amputados. Utilizaram-se novas técnicas para medir
quantitativamente os aspectos da locomoção como: fotografias para medir os graus
de rotações no plano transversal, velocidades e acelerações do corpo,
eletromiografia para atividade muscular, uma passarela de vidro com espelhos
instalados sobre o vidro para filmar a marcha dos dois grupos. Também foram
construídas duas das primeiras placas de força com sensores de deformação, que,
instaladas em um trajeto, poderiam registrar a carga vertical, as forças de
cisalhamento, o torque e a posição instantânea do centro de pressão em uma fita de
oscilógrafo. Esta pesquisa foi a mais ampla da época; foi um marco nos estudos da
locomoção humana, sendo possível à comparação das marchas dos amputados e
de outras marchas. Atualmente, podem-se ter registros mais abrangentes, pois, com
o avanço da tecnologia, melhorou a precisão e a confiabilidade dos registros.
Quesada e Rash (2000) enfatizam que pesquisas com o objetivo de medir a
pressão da superfície plantar entre grupos de sujeitos ou comparar dados de um
grupo sob inúmeras condições são suficientemente assessoradas com o sistema
capacitivo, pois foi o que mostrou uma variabilidade mais baixa.
Segundo Putti et al. (2007) o é a estrutura que possui contato direto com
o solo tanto na posição estática como na dinâmica. Através do uso de calcados, há
auxilio na absorção do impacto da forças de reação do solo. Mas depende da
estrutura do calçado e do material utilizado. Existem sistemas que identificam a
distribuição da pressão plantar produzida pelos calçados. Putti et al. (2007) tiveram
como objetivo medir a repetição do sistema e identificar os valores de pressão
plantar normais em adultos saudáveis com o calçado padronizado através do
sistema de palmilhas sensorizadas PEDAR. E podem ser usados para padrões de
comparação com casos patológicos ou avaliação de órteses com esta específica
marca de calçado esportivo.
41
Zaro et al. (2005) descreveram a importância das normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) e como e realizado a avaliação do
conforto de calcados no IBTeC - Instituo Brasileiro de Tecnologia em Couros,
Calçados e Artefatos, anteriormente chamado de CTCCA Centro Tecnológico de
Couro, Calçados e Afins. O Laboratório de Biomecânica do IBTeC realiza seu
trabalho de certificado de conforto aos calçados e suas pesquisas conforme as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. A norma ABNT
NBR 14834 e uma norma geral que estabelece os métodos de ensaio e os requisitos
para estabelecer o grau de conforto dos calçados, através da determinação de
diversos itens referentes ao calce, tais como: determinação da massa do calçado,
dinâmica da distribuição da pressão plantar, da temperatura interna do calçado, do
comportamento da componente vertical da força de reação do solo, dos ângulos de
pronação do calçado durante a marcha e dos níveis de percepção do calce.
A norma ABNT NBR 14840 estabelece os níveis de percepção do calce,
através de um questionário. O sujeito observa requisitos como a sensação de bem-
estar, se o calçado prejudica os pés, o toque agradável, a segurança, a sensação de
seco, entre outras e, após, pontua de 1 a 10 cada item. Sendo que a classificação e
de muito confortável ate muito desconfortável. Só poderá ser confortável o calçado
que obtiver 56 a 72 pontos. Existe uma classificação do nível e do índice de
conforto.
Outra norma é a ABNT NBR 14836: esta norma estabelece o método de
determinação dinâmica da distribuição da pressão plantar no calçado. É realizada
pelo sistema de palmilhas.
O sistema de palmilhas possui imprecisão inferior a 5%. O indivíduo com
treino para esteira, caminha em velocidade de ±10% 5 km/h (4,5 a 5,5Km/h) para
homens, 4 km/h (3,6 a 4,4Km/h) para mulheres e 3 km/h para crianças. Necessita
uma climatização do ambiente de temperatura entre 21º e 25º C e de umidade entre
45% e 55% – conforme norma NBR ISO/IEC 17025.
42
Zaro et al. (2005) expõe que a Indústria Brasileira obteve um avanço muito
relevante Internacionalmente, sendo que o Brasil em 2002 foi o primeiro país a
realizar a criação das normas através da ABNT para a avaliação do conforto de
calçado.
Nesta presente pesquisa, foram utilizados somente sistemas para medir a
distribuição da pressão plantar do tipo capacitivo. Os objetivos em geral do presente
estudo englobam a descrição, a análise e as possíveis relações dos picos de
pressão com o calçado entre um grupo de adultos jovens e adultos idosos. Será
utilizado o sistema pedar
novel
gmbh
(2005) versão 8.3. Composto por duas
palmilhas com 99 sensores do tipo capacitivo, conectados por intermédio de cabos a
um sistema de aquisição, que encaminha os dados adquiridos para um amplificador
de sinais, sendo capturado por uma placa instalada em um computador onde o sinal
é processado por um software de análise em tempo real. O funcionamento do
sistema, qualidade e confiabilidade do sinal dependem de uma calibração periódica
que segue protocolos do fabricante. Consiste em utilizar um compressor de ar que
alimenta uma câmara de pressão, onde são realizadas medidas de compressão
mecânicas padronizadas da palmilha sensorizada, através do controle de um
medidor de pressão digital e seguindo uma metodologia indicada por software
específico pedar-m calibration, (novel
gmbh
,2005). Estes dados de calibração o
armazenados na forma de arquivos no próprio sistema gerenciador, sendo utilizado
pelos aplicativos do sistema pedar
a cada vez que se faz a coleta, informando as
características da palmilha, de acordo com procedimentos inerentes ao próprio
software.
Figura 1
- Representação da palmilha
sensorizada do Sistema PEDAR.
Fonte: ZARO et al., 2005.
43
Através do sistema emed-x
novel
gmbh
(2004) serão descritos, analisados e
relacionados às variáveis de picos de pressão, a área de contato e o COP. É um
sistema de medição podográfica, com sensores capacitivos calibrados. Conecta-se
diretamente ao computador. Método pido, com resolução se 1 sensor/cm
2
e com
tempo de 400 Hz, ou em modo de alta resolução de 4 sensores/
cm
2
em um tempo
de 100Hz. Este sistema possui base de dados, amplo software pra monitorar
pacientes e análise do pé.
Para avaliar a marcha, podem-se ter rios instrumentos, depende do
objetivo principal do estudo. Os métodos mais utilizados para análise dos
movimentos são cinemetria, dinamometria, antropometria e eletromiografia. A
cinemetria possui uma base em sistemas de imagem para analisar os movimentos
humanos, quanto à posição, orientação, deslocamentos, velocidade e aceleração. A
dinamometria inclui medidas de força e pressão, as plataformas de forças para medir
as forças de reação do solo durante a caminhada, corrida, fixo ou para esteiras. A
baropodometria é bastante utilizada nas disfunções biomecânicas dos pés e dos
membros inferiores. Permite controlar a distribuição da pressão plantar dos pés em
várias patologias como: pés diabéticos e com artrite, analisar as assimetrias da
marcha em pós-operatórios, em órteses funcionais, transferência de peso, controlar
as disfunções degenerativas dos pés. Enfim, proporciona uma avaliação abrangente
do comportamento dos pés. E a eletromiografia, que consiste na investigação
específica da ativação muscular durante um movimento específico ou ciclo da
marcha (JOÃO, 2006).
2.4.4 A Distribuição da Pressão Plantar
Inúmeros fatores influenciam na função dinâmica do pé, mais propriamente a
pressão plantar. Fatores que podem ser de origem estática, cinemática e velocidade
(CAVANAGH, et al. 1997).
Através de estudos que mostraram relação da elevada pressão plantar com
lesões dos tecidos em pés com diminuição da sensibilidade e dor pela artrite
44
reumatóide, intensificaram as pesquisas nesta área, admitindo que fatores
estruturais do predisponham a um aumento dos picos de pressão (CAVANAGH,
et al. 1997; QUESADA, RASH, 2000).
A cinética do pé, da marcha, inclui a distribuição de cargas sob o pé,
exclusivas da fase de apoio do pé no ciclo da marcha. Segundo Nordin e Frankel
(2003), existem muitos estudos sobre este tema, em que a distribuição de carga
no pé. Os autores citam pesquisadores desta área como a de Cavanagh et al., de
1987, que determinou a distribuição em 60% no calcanhar, 8% no meio do pé, 28%
na parte dianteira do pé e 4% nos dedos. Sendo que o pico de pressão no calcanhar
ocorre 2,6 vezes maior do que na parte dianteira do e, mais precisamente, na
segunda cabeça metatarsal.
Nestes achados, citados acima por Nordin e Frankel (2003), há uma
descrição mais detalhada do estudo de Cavanagh et al. (1987) sobre a distribuição
da pressão sob a posição descalça do pé. Com uma amostra de 107 indivíduos,
divididos em 66 homens e 41 mulheres. O equipamento para medir a distribuição da
pressão foi capacitação de 265 elementos com uma placa com resolução espacial
de 1cm x 1cm. A mensuração foi de maneira estática, a pessoa parava de forma
confortável sob esta placa com um e o outro em uma balança para medir a
metade do peso do corpo em cada pé.
Os resultados achados por Cavanagh, foram em pico de pressão de 140,5
KPa com desvio padrão de 30.0 KPa. Foram caracterizados os sujeitos pela idade
(em torno de 30 anos), peso de 70 N e altura 1,74 cm. O pico de pressão depende
da velocidade e da intensidade. As regiões de picos de pressão foram 2,6 vezes
maiores no calcâneo do que na região anterior. A pressão embaixo da primeira
cabeça do metatarso foi 27% menor que a pressão na região das outras cabeças.
Isto resulta em 60% da carga na região posterior, 8% meio do pé, 28 % região
anterior dos dedos (embaixo da segunda cabeça do metatarso) e 4% participam os
dedos.
Neste estudo de Cavanagh (1987), o equipamento utilizado mostrou uma
variação alta. Uma das causas desta variabilidade significativa pode ser pela
45
justificativa que Cavanagh (1987) descreveu em seu estudo: esta grande
variabilidade nas pressões regionais por serem muito diferentes entre os pés e de
diferentes indivíduos, após ter analisado em 107 pessoas os picos de pressão em
dez máscaras em posição estática em uma plataforma de pressão. Em nenhuma
máscara o coeficiente de variação foi inferior a 20%, no meio do pé região medial foi
de 70,3% e no meio do lateral foi de 52,5% e no hálux foi de 113,3%.
Juntamente com estas justificativas lembra-se que o equipamento não era tão
preciso quanto o que existe disponível atualmente.
Kapandji (2000) descreve sobre a distribuição das cargas na abóbada
plantar e cita que, segundo Morton, 1935, o calcanhar recebe metade do peso. Se
for aplicado 6 kg sobre o pé, um se desloca para o apoio ântero-externo, dois para o
apoio antero-interno e três para o apoio posterior.
Lord, Reynolds e Hughes (1986) realizam uma revisão dos achados clínicos
dos padrões estáticos e dinâmicos normais dos pés descalços. Na posição em
estática, uma grande discussão sobre a distribuição da carga do entre seus
apoios, como: o calcanhar e a parte da frente do são iguais; ou que uma
proporção de carga 5:3 do calcanhar e frente do pé; ou calcanhar suporta entre uma
e três vezes a carga da parte da frente do pé e o centro de pressão localizado entre
50 a 15 mm na frente da articulação do tornozelo e dos dedos com carga frontal de 5
a 10%. Através de diversos estudos, autores como Aharanson et al., propõem 43%
da carga anterior. Outro pesquisador, Ghost et al., também expõe 40% anterior e
60% na parte posterior. Morton divide que cada cabeça dos metatarsos suporta
carga igual, exceto a primeira, que suporta duas vezes a carga das outras. Jones
mostra que uma proporção da primeira às outras cabeças é de 1:2, 5. E Arvikar e
Seireg demonstram que a carga frontal localiza-se na terceira cabeça do metatarso.
Nesta mesma revisão Lord, Reynolds e Hughes (1986) abordam a análise
para padrões de pressão dinâmica, em que, geralmente, uma placa de força é
utilizada em laboratórios. No desenvolvimento de um único passo sobre a placa de
um ciclo de caminhada é registrado a força total. Determina-se o ponto de aplicação
que é o COP desta força de reação do solo pela análise de proporção de força
suportada por cada região da placa. A dupla, força de reação e a posição do COP
46
deste passo poderão fornecer informações sobre a distribuição bruta da pressão
durante o passo. O fator vertical da força de reação é a integração da pressão sobre
a área total em contato e o COP é o centro do primeiro momento da pressão sobre a
mesma área.
Neste processo da trajetória, os autores descrevem que o primeiro contato
que acontece é do com o chão pelo impacto do calcanhar, o pé rola sobre o chão
e a força ocorre no seu primeiro pico sustentado (10 a 20% acima do peso corporal).
Após, o segundo pico (abaixo do peso corporal) é antes da retirada no término do
passo. Relatam a pesquisa de Grundu et al. (apud LORD; REYNOLDS; HUGHES,
1986), um estudo simultâneo da trajetória do COP e um deo de contato plantar: o
contato do calcanhar ocorre bem atrás sobre o calcanhar enquanto que o COP
dirige-se à frente com rapidez conforme a força aumenta. No início da fase do
suporte do pé, a região frontal do encontra-se em contato também e o COP
move-se pela linha média, em direção à região do médio-pé. O primeiro pico de
pressão ocorre quando o COP está bem à frente da bola do calcanhar e as cabeças
dos metatarsos fazem contato. O segundo pico é no momento que o calcanhar está
deixando o chão e os dedos estão em contato e esta fase ocorre por um tempo
considerável e início a trajetória mover-se para fora da linha dia medialmente
em direção ao hálux.
Sugestões ocorrem como: que a região frontal do sustenta três vezes
mais carga que a do calcanhar e o tempo de sustentação também é maior no ciclo
de caminhada. Leva-se em consideração que variabilidade entre os indivíduos
quanto a cargas da superfície plantar, porém, de uma forma geral, torna-se similar.
Os componentes pressão/tempo integram como indicadores sensíveis de função,
que podem, em seus valores anormais, levar a dor ou ulcerações. As durações das
regiões do em contato com o solo foram relatadas por vários autores: McMaster
que 15% está posterior do pé; 58%, na parte dia do pé; 63%, metatarso; 60%,
dedão. Soames mostra 60%, calcanhar e médio-pé; 80%, metatarso; 50-55%, dedos
do pé. Resultados de 40 pés 43%, calcanhar; 51%, metatarso; 45%, hálux. Uma
força de troca sobre calcanhar e a parte frontal do foi achada de 500 KPa. No
estágio inicial do contato da parte frontal do pé, a carga no metatarso ocorre pela
47
força de reação do solo e após, pela articulação metatarsofalangeana que tem
tendência de ser mais axial.
Outra pesquisa foi realizada sobre o centro de pressão plantar com o uso de
calçados de saltos altos. Estes podem ocasionar instabilidade do na fase de
apoio durante a marcha, ocorrer torções no tornozelo e, até mesmo, ocasionar
quedas. Gefen, Medigo-Ravid, Itzchak, e Arcan (2002) realizaram um estudo para
analisar a fadiga muscular e a estabilidade do através dos desvios da trajetória
do centro de pressão na caminhada com salto alto. Após a prática dos testes notou-
se que, no teste de fadiga para as mulheres que usavam salto alto, os músculos
fibular longo e gastrocnêmeo lateral resistiram menos à fadiga comparada com as
mulheres que não usavam salto alto. Os valores médios excêntricos do centro de
pressão sobre o calcanhar e as cabeças dos metatarsos durante o apoio médio em
condições de fadiga durante a caminhada nas mulheres de salto baixo foram medial.
E para as mulheres com salto alto foi anormalmente lateral sendo assim um
indicativo de instabilidade do pé. O músculo fibular longo trabalha para a
manutenção da estabilidade do tornozelo, protegendo-o de torções e foi ele que
apresentou ser mais suscetível à fadiga nas mulheres de salto alto.
Figura 2
- Representação da trajetória do centro
de pressão plantar através do Sistema EMED.
Fonte: NOVEL. Manual scientific, 2004.
48
A conclusão do estudo acima enfatiza que uma diminuição do comprimento
dos músculos e tendões da panturrilha, gerando uma redução do movimento do pé,
relaciona-se ao envelhecimento normal entre homens e mulheres, sendo acelerada
em mulheres que fazem o uso de salto alto. Sugerem que, associado com
diminuição da força muscular pela fadiga, pode vir a ser a causa parcial de quedas
em mulheres mais velhas que podem fazer uso de calçados de salto alto.
Os estudos anteriores mostram a distribuição plantar através do pico de
pressão e do centro de pressão em valores considerados dentro da normalidade em
sujeitos sem alterações dos membros inferiores. O estudo seguinte foi realizado na
Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC por um grupo de médicos
ortopedistas que objetivaram a análise em pacientes pós-cirúrgicos de fratura de
calcâneo. Este aspecto torna-se importante no tratamento clínico, principalmente do
conhecimento da fisioterapia, para direcionar com maior ênfase a reabilitação do
paciente.
Contreras et al. (2004) registraram o desenvolvimento do centro de pressão
plantar (COP) em pós-operatório para verificar a evolução da cirurgia. Ao analisar o
COP do pé fraturado e do pé não fraturado mostraram que a trajetória do COP no pé
fraturado foi menor. Considerando que a trajetória normal do COP é do calcâneo até
o hálux, os pacientes apresentaram três comportamentos diferentes: em 61% dos
casos, o deslocamento foi até a região da segunda e primeira cabeças dos
metatarsos, em 27% foi até o diopé e 11% o COP não saiu do retropé. Com isso,
concluiu-se que essas alterações se deram ao déficit da transferência do peso para
o antepé no momento da caminhada, havendo sobrecarga do retropé. Pode estar
relacionada com a limitação do movimento subtalar e tíbio-társica com fraqueza do
tríceps sural com déficit da impulsão. Através desta pesquisa, chegaram à conclusão
que somente voltar a caminhar não é o suficiente e sim ter uma marcha adequada
podendo dar qualidade ao paciente.
Outro aspecto importante o qual interfere no apoio plantar foi pesquisado por
Cavanagh (1999) sobre a espessura dos tecidos moles da região plantar durante o
contato com o chão ao caminhar. Dentro do aspecto plantar do pé, as regiões da
49
cabeça metatarsal e do calcanhar tem como função auxiliar o amortecimento aos
ossos subjacentes e, até mesmo, do corpo em geral. O objetivo principal desta
pesquisa foi medir as mudanças do amortecedor embaixo da segunda cabeça
metatarsal durante o caminhar através de uma sonda transmissor-receptora linear
onde sua superfície ativa ficasse ativada com a superfície da caminhada.
Nos resultados, foram captadas imagens do côndilo metatarsal e da parte do
aspecto plantar da diáfise metatarsal e uma imagem da espessura tecido versus
tempo para um completo contato do com o solo. Começa no primeiro contato da
cabeça do metatarso e termina no contato final do metatarso. Mostra-se a tensão do
tecido macio baseada na medida da espessura sem carga. A compressão foi rápida
nos primeiros 250ms de contato e mais vagarosa pelos seguintes 450ms. Foram
captados dados de força-deformação e força-tempo. Este último, foi após a
utilização do ultra-som com o mesmo método de caminhada em uma plataforma de
distribuição de pressão Novel EMED SF. Ao aumentar o tempo de contato,
aumentou a compressão e diminuiu a deformação e a tensão. O tecido auxilia na
redução da deformação e da tensão.
Já se tem referido (CAVANAGH, 1997) que a espessura do tecido da cabeça
metatarsal é importante para auxiliar na diminuição da pressão. Sendo que em pés
neuropáticos onde os apoios metatarsal sofrem deslocamentos pelas alterações
ósseas, deixando expostas as cabeças metatarsais de tecidos macio ocorrendo
ulcerações.
Burnfield et al. (2004) realizaram um estudo para verificar se em adultos
mais velhos a pressão plantar e a força de reação vertical do solo é maior com
velocidade mais rápida e também em pés descalços. Participaram vinte adultos
saudáveis (10 homens e 10 mulheres), com idade de 55 a 85 anos, idade média de
69 anos, altura média de 170,9 cm e o peso médio de 78,5 kg. Foram testados com
pés descalços (solas internas de pressão PEDAR fixadas na parte de baixo dos pés
com uma meia de nylon e fita) e na caminhada de pés calçados foram colocados os
sensores de pressão entre o e a palmilha do calçado como o mais confortável de
cada sujeito. A velocidade foi controlada por disparadores fotossensíveis.
50
Os achados do estudo foram que ao aumentar a velocidade, aumentou a
pressão embaixo do calcanhar, metatarsos medial e central e dedos. E previamente
foi constatado também em adultos jovens de Nilsson e Thorstensson, de 1989. E
durante a caminhada com o descalço, os valores foram 16% mais baixos às do
calçado. Com isso, a área de contato não variou significativamente na
comparação dos pés calçados e descalços. Os valores de pressão foram mais
baixos no calcanhar e metatarsais centrais durante a caminhada com o pé calçado.
O estudo mostrou que a área de contato nos idosos não aumentou pela
razão de que, ao apoiar o calcanhar, os septos fibrosos densos que fornecem uma
região de suporte normalmente nos idosos, são alterados e o apoio pode sofrer uma
atrofia, ocorrendo o enfraquecimento do calcanhar embaixo das cargas mais baixas
associadas à velocidade devagar Jass et al., de 1992. Em sua conclusão: para
adultos mais velhos torna-se aconselhável o uso de calçados com solas macias e
velocidades moderadas reduzem os picos de pressão e pico médios embaixo do
calcanhar e das regiões centrais dos metatarsos. Pois, pressões plantares elevadas
contribuem para ulcerações e até mesmo amputações nos casos de diabete.
Hessert et al (2005) enfocam a importância da pesquisa na distribuição
plantar durante a caminhada em pessoas idosas e que esta se encontra ainda
bastante escassa. A grande importância apresenta-se que pela análise deste fator
pode-se chegar a descobertas de instabilidade na deambulação do indivíduo e,
conseqüentemente, eleva-se o risco de quedas. Neste estudo, foram analisados
nove jovens com idade média de 30 anos e seis idosos apresentando idade dia
de 68.7 anos. E as variáveis a serem analisadas (em suas médias e para cada
passo) para cada máscara: pressão máxima, força máxima, pressão média, força
média e carga relativa. Hessert et al. (2005) utilizaram o sistema de palmilhas
internas que apresentavam 99 sensores capacitivos, com aquisição dos dados
mostrando a pressão para cada sensor em 50 Hz.
Os autores da obra descrevem que quanto à velocidade, aos intervalos das
passadas e ao tempo entre os ciclos de caminhada e a carga relativa não
apresentaram diferenças entre os dois grupos. Porém não foi avaliado o arco do pé,
assim não foi possível confirmar a alteração de achatamento do arco em relação à
51
idade. Com todas as descobertas a advertência de que o fator de declínio na
pressão em relação à idade não esteja tão relacionado com o achatamento do arco
longitudinal ou de que o comprimento da passada também contribuísse à pressão e
força mais baixa no momento do impacto do calcanhar.
Hessert et al. (2005) transportam estas descobertas para o quotidiano dos
idosos, que apresentam um passo com propulsão mais baixa no toque do calcanhar
e final dos dedos, pressão do pé lateralizada, diminuindo a estabilidade do tornozelo,
ocasionando assim desequilíbrios, deslocamento anterior e maior adaptação ao solo
em que caminha.
2.4.5 Aspectos Clínicos do Pé na Distribuição da Carga Plantar
Através de muitas pesquisas e ainda fatores com pouca compreensão,
apresentaram-se aspectos influenciadores nos padrões de pressão plantar.
Aspectos estes como: velocidade na caminhada, cadência e comprimento do passo,
altura, peso corporal, amplitude de movimento do tornozelo, deformidades dos
dedos. Menz e Morris (2005) objetivam sua obra com determinantes clínicos das
forças plantares e das pressões no momento da caminhada e em pessoas mais
velhas. A população estudada nesta obra foi de172 pessoas com idades entre 62 e
96 anos; com média de 80 anos.
Segundo os autores, cada um destes testes pode-se correlacionar às
medições do arco longitudinal medial, obtidas nas radiografias. E, no aspecto das
deformidades do pé, foi verificado hálux valgo, calos e calosidade e menores
deformidades. Um teste de pressão de papel registrou a força dos músculos plantar-
flexores dos dedos e sensibilidade tátil da metatarsofalangeana, através de um
estensiômetro de pressão.
As descobertas encontradas pelos testes clínicos em relação ao peso
corporal foram que interferência do peso nas cargas do pé, porém não de forma
52
exclusiva. E estudos anteriores também mostram que pessoas obesas apresentam
pressões do elevadas. Ao que se refere à força máxima houve, 34% da variância
e 16% em picos de pressão. Quanto à carga do calcanhar, neste estudo, a
velocidade da caminhada interfere na força máxima e pico de pressão juntamente
com movimentos de dorsi flexão do tornozelo. Morag e Cavanagh, 1999, já haviam
descrito que a velocidade e a espessura do apoio do calcanhar relacionam-se no
pico de pressão do calcanhar. A força máxima e pico de pressão na parte medial do
pé apresentaram associação com o peso e índice do arco. Morag e Cavanagh
expõem que no índice do arco aumentado (pé chato), a carga é elevada. Ochato
possui abaixamento do arco medial na fase de apoio médio e isto aumenta a carga
na parte média do pé na fase de apoio.
Em relação à região frontal do pé, houve associação com a primeira
metatarsofalangeana. Quando há uma limitação do hálux, a primeira articulação
metatarsofalangeana apresenta-se com seu movimento reduzido, gerando menos
força na propulsão. Também a carga elevada na região frontal do pé ao pé cavo. Foi
observado neste estudo que a força plantar contribui para a estabilização dos dedos
na propulsão. Portanto força plantar baixa gera força menor no hálux. E severidade
do hálux valgo aumenta força máxima embaixo do hálux e do movimento de dorso-
flexão da primeira metatarsofalangeana, e Mueller et al descrevem que faz com que
o dedão não seja tão eficaz no suporte do peso na fase de propulsão.
Aspectos como velocidade, sensibilidade tátil, calos, calosidades, dedos em
martelo não mostraram influências significativas em pessoas mais velhas sem
queixas. Mas outros estudos mostraram que há relação em sujeitos com diabetes.
De maneira geral, conclui-se neste estudo que testes clínicos simples e práticos do
tornozelo e e a avaliação do peso corporal auxiliam na análise da distribuição das
cargas do pé em pessoas mais velhas, principalmente nas três regiões, parte média
do pé, 1ª articulação metatarsofalangeal e hálux.
Scott et al. (2006) realizaram um estudo com o mesmo método do estudo de
Menz e Morris (2005), porém 100 participantes, 50 jovens saudáveis e 50 idosos.
Foram feitos todos os testes, as forças e pressões plantares do pé direito (calcanhar,
meio pé, primeira, segunda, terceira e quinta metatarsofalangeana, lux e demais
53
dedos) foram registradas pelo sistema MatScan (Tekscan, Boston, MA) dinâmico de
descalço. As características das amostras foram pessoas idosas mais baixas,
IMC mais alto, porém não havia diferença no peso corporal. Idosos apresentam ter
pés mais planos/pronados, gama de locomoção do tornozelo e da primeira
metatarsofalangeana mais reduzida, maior predominância de hálux valgo e de
deformidades nos dedos, fraqueza muscular de flexão e extensão do hálux, redução
da sensibilidade tátil e da forca e da pressão no calcanhar, região anterior do pé
lateralmente e hálux, apresentando maior tempo relativo no calcanhar, meio do e
metatarsofalangeanas.
Quanto à postura do pé, gama de locomoção, sensação e força estão
demonstradas em estudos anteriores. Evidenciando que diversos estudos a
associação do envelhecimento com as mudanças significantes nas características
músculo-esquéticas sensórias do pé.
A força e a pressão diminuídas na região lateral do pé foram correlacionadas
as variáveis de postura do pé, quanto mais plano o pé menor a carga lateral. Song et
al. descobriram que pés planos mostram deslocamento medial maior do centro de
pressão do pé.
Também se descobriu que através do hálux valgo a força máxima e a
pressão embaixo do hálux poderiam encontrar-se reduzidas – Mueller et al e Menz e
Morris. O hálux valgo diminui a propulsão da primeira metatarsofalangeana,
juntamente com a diminuição da força do dedo e da flexibilidade do tornozelo. O
tempo de contato em porcentagem em idosos foi maior, exceto no hálux e dedos
menores, indicando um caminhar menos propulsor em idosos. Esta questão é
apoiada pelo comprimento do passo que foi mais curto. Quanto mais curto o
comprimento do passo, mais longo o tempo de contato. E intensifica pensando que
uma aceitação do peso mais cautelosa na presença de diminuição da sensibilidade
tátil. A postura do indica que quanto mais plano o pé, maior a duração relativa da
carga no meio do pe e mais curta a duração da carga da parte frontal lateral do pé.
Não foi avaliada a questão do tecido mole e que pode fornecer informações
nos padrões de força e pressão no calcanhar. Outra limitação e que todos os idosos
54
não apresentavam problemas nos s e torna-se possível a hipótese que idosos
com problemas nos pés tenham associações com as variáveis da carga plantar.
Achados clínicos importantes foram questionados pela pesquisa de
Cavanagh et al. (1987), como: entre o pico de pressão e o peso corporal não houve
correlação. Tanto que mulheres com menores pesos que os homens apresentaram
picos maiores, mas não deve ser ignorado. Fatores determinantes para os picos de
pressão podem ser vistos pela arquitetura do esqueleto, variação da anatomia e a
composição e localização das placas de gordura plantar que distribui o peso. Pois,
uma localização focal de distribuição de pressão abaixo de uma proeminência
óssea. uma grande variabilidade da distribuição de peso entre os indivíduos. Em
pés planos o pico de pressão e a distribuição do peso no médio foram pequenos.
Em pés cavos deve-se considerar uma tendência de ser maior a pressão na região
na frente do pé. Não havendo apoio na teoria trípode da sustentação do peso, que
seria que as correlações de ambos os picos de pressão e distribuição da carga
debaixo das cabeças dos metatarsos medial e lateral e as regiões do calcâneo
seriam mais altos.
Outro aspecto que pode interferir na pressão plantar foi pesquisado por
Menz et al (2007) que é sobre a influência da presença de calos no aumento do pico
de pressão em 292 idosos entre 62-69 anos de idade. Iniciou o estudo com um
questionário sobre histórico médico, avaliação do pé (observando hálux valgo,
deformidades, calos e calosidades), velocidade do caminhar por cronômetro em 10m
e a medida da pressão plantar foi com o pé descalço MatScan. Foi analisado o pé
direito, dois passos e três testes com máscara de 5 regiões: hálux, outros dedos,
primeira metatarsofalangeana, segunda metatarsofalangeana e terceira a quinta
metatarsofalangeana. O tamanho do efeito foi de pequeno a médio.
Os resultados mostram que os locais com calosidades apresentaram picos de
pressão mais altas, exceto na primeira articulação metatarsofalangeana e dedos
com aumento médio de 9-12%. As explicações por não apresentar diferença
significativa na primeira metatarsofalangeana e dedos pode ser por não terem feito
distinção entre o local das calosidades desta articulação. Estes resultados
concordam com Potter e Potter, mas o número de 25% menor neste estudo. Pode-
55
se explicar esta diferença pelo grupo com calosidades de Potter e Potter que tinha
média de idade mais velha (67 anos) do que o grupo sem calosidade (48 anos). Pois
com o avançar da idade aumenta as chances de deformidade como hálux valgo e
deformidades dos dedos.
Estas lesões podem ocorrer através dos calçados ou por forças tangenciais
no momento da propulsão, mais do que aumentos dos picos de pressões verticais.
Quanto aos dedos, a amostra foi pequena (22 pessoas com calosidades nos dedos).
E com o descalço pode não dar o devido valor a magnitude da pressão pelos
dedos e com o calçado o prolongamento dos dedos na propulsão é contraído por
uma parte pelo calçado.
Neste estudo há uma dificuldade em definir a causa dos aumentos dos picos
de pressão e as calosidades. Se o aumento dos picos de pressão levam a calos ou
os calos se formam por outros motivos e com isso levam ao aumento dos picos de
pressão. As calosidades podem surgir em locais com aumento dos picos de pressão
e contribuir para aumentar mais ainda.
Tratamento e prevenção com calçados, intervenções ortóticas, mostram uma
redução da espessura da calosidade pelo uso de órtese. Uso de palmilhas que
absorvam impacto com remoção do tecido morto. Estudos mostram que as
calosidades dificultam o equilíbrio e a debilidade funcional. Em conclusão, este
estudo confirma que as regiões calosas do (com exceção da primeira articulação
metatarsofalangeana e dos outros dedos) exibem aumento de pressão pico
significante durante o caminhar.
Um fator clínico importante é quanto ao tipo de arco do pé. Um equipamento
utilizado clinicamente e até mesmo para confecções de palmilhas é o pedígrafo.
Usado pela impressão do em tinta de carbono. Oliveira e Otowicz (2004)
analisaram o apoio dos pés no chão e sua correlação com as disfunções
biomecânicas da articulação ílio-sacra. O objetivo era definir o tipo de arco antes e
depois de uma manipulação osteopática de uma disfunção da articulação ilio-sacra.
Para validar as impressões plantares o pedígrafo foi o equipamento utilizado. Os
registros foram efetuados antes e depois da manipulação. A posição da coleta das
56
impressões plantares era unipodal, estática e de pé descalço. Após a coleta, traçam-
se as linhas de referência e a divisão das áreas caracteriza-se pelo antepé, mediopé
e retropé. Posteriormente ao pedigrama, analisam-se as impressões e classifica-se o
tipo de arco. Oliveira e Otowicz classificaram pelas obras de Valenti, de 1979; apud
Barroco, 2003. Sua classificação de pé plano que mostra o pé cavo ao ter largura do
mediopé menor que 1/3 do antepé. O normal à largura do mediopé
correspondente a 1/3 do antepé. Quanto ao plano quatro graus. Grau um,
quando a largura do mediopé superior a 1/3 a largura do antepé. Grau dois, a
medida do mediopé superior a metade do antepé. Grau três o mostra a medida
do mediopé superior à do antepé. Grau quatro caracteriza o plano com
abaulamento da borda medial, com a imagem semilunar lateral.
Santos (2001) também cita a análise das pegadas através da impressão
plantar após a pintura da sola do pé. Sendo assim possível o diagnóstico do tipo de
pé: chato, cavo ou normal. Existem estudos diversos sobre a questão do arco
plantar, como foi citado anteriormente, portanto, nesta pesquisa a coleta foi realizada
pelo equipamento pedígrafo.
57
3 MÉTODOS
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
A presente pesquisa é quantitativa, observacional, transversal.
3.2 TEMA
Descrever os parâmetros do pico de pressão, da área de contato e
do centro de pressão plantar (COP) entre as regiões anatômicas dos pés de adultos
jovens e adultos idosos, verificando as possíveis relações nos aspectos
biomecânicos das variáveis.
3.3 OBJETIVO GERAL
O objetivo do estudo é analisar, descrever e comparar os dados
colhidos dos indivíduos adultos jovens e adultos idosos dos picos de pressão, da
área de contato e do COP realizados através da baropodometria eletrônica
dinâmica.
3.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Analisar os aspectos biomecânicos do pico de pressão, área de contato
plantar e o COP em grupos de adultos jovens e adultos idosos, colhidos pelo
sistema EMED.
58
2. Analisar os aspectos biomecânicos do pico de pressão pelo sistema
PEDAR.
3. Descrever os resultados dos dados dos grupos de adultos jovens com
os dos adultos idosos.
4. Verificar as relações nos aspectos biomecânicos das variáveis: picos de
pressão, área de contato e o COP.
3.5 PROBLEMA
Que diferenças significativas existem entre adultos jovens e adultos idosos
nas descrições dos aspectos biomecânicos do pico de pressão, área de contato
plantar e o COP?
3.6 HIPÓTESES
1. Há diferença significativa dos aspectos biomecânicos do pico de pressão
entre os dois grupos.
2. diferença significativa dos aspectos biomecânicos da área de contato
plantar entre os dois grupos.
3. diferença significativa dos aspectos biomecânicos do COP entre os
dois grupos.
3.7 VARIÁVEIS
As variáveis correspondem ao pico de pressão, área de contato e a trajetória
do COP.
59
Pico de pressão consiste na representação máxima de pressão ocorrida na
região do retropé, mediopé e antepé durante o contato com o solo e sua medida é
em Kilo Pascal (KPa) pelo sistema PEDAR. E através do sistema EMED o pico de
pressão ocorre nas regiões do retropé, mediopé, antepé e hálux e dedos.
A área de contato constitui a área total em cm
2
a qual o toca o solo, nas
regiões do retropé, mediopé, antepé e hálux e dedos sendo sua análise pelo sistema
EMED.
O centro de pressão plantar é medido através de sua linha regional, sua
trajetória identifica as regiões de maior pressão no momento do apoio do ao solo.
Sua análise realizada através do sistema EMED e pela localização do primeiro toque
do calcanhar e a saída dos dedos.
3.8 AMOSTRA
O universo da presente pesquisa o adultos jovens entre 25 a 40 anos e
outro grupo de adultos idosos a partir de 60 anos.
A amostra da pesquisa caracteriza-se em 29 indivíduos do grupo de adultos
jovens e 29 indivíduos do grupo de adultos idosos selecionados pelos critérios de
inclusão. O cálculo do tamanho da amostra foi baseado nos artigos BURNFIELD,
J.M.; FEW, C.D.; MOHAMED, O.S.; PERRY, J. The influence of walking speed
and footwear on plantar pressures in older adults. Clinical Biomechanics (2004)
19: 78-84; HESSERT, M.J.; VYAS, M.; JASON, L.; HU, K.; LIPSITZ, L.A.; NOVAK, V.
Foot pressure distribution during walking in young and adults. BioMed Central
Geriatrics (2005) 5: 8. CAVANAGH, P.R.; RODEGERS, M.M.; LIBOSHI, A. Pressure
distribution under symptom-free during barefoot standing. Foot & Ankle (1987)
7: 262-76.
60
Para um nível de significância de 5%, um poder de 90% e um tamanho do
efeito de no mínimo 0,9, obteve-se um total de 56 sujeitos, sendo 28 jovens e 28
idosos.
Os voluntários foram convidados a participar da pesquisa através de
indicações de um médico geriatra, fisioterapeutas, relacionamento da pesquisadora,
população em geral e indicação dos próprios participantes. A partir de auto relatos
foram considerados os critérios de inclusão: para o grupo de sujeitos adultos jovens
com idade de 25 a 40 anos e para o grupo de adultos idosos com idade acima de 60
anos, de gênero masculino e feminino, sem apresentar queixas físicas. Caracterizou-
se como critérios de exclusão indivíduos que apresentassem doenças cardíacas e
respiratórias graves, surdez, doença neurológica, demência, neuropatia periférica e
condições músculo-esqueléticas que limitassem a locomoção, discrepância
significativa entre os membros inferiores, cirurgias de coluna e membros inferiores,
obesidade (índice de massa corporal acima de 30), diabete, gravidez, artrite
reumatóide, artrose severa, dedos em garra, em martelo e hálux valgo.
3.9 COLETA DE DADOS
A pesquisa foi desenvolvida no Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro,
Calçado e Artefatos IBTeC, localizado na rua Araxá, 750 - Bairro Ideal em Novo
Hamburgo/RS. Este Instituto dispôs de toda estrutura com o apoio do Centro
Brasileiro de Engenharia do Calçado (CEBEC) para desenvolver entrevista e a
utilização da baropodometria eletrônica.
3.10 INSTRUMENTOS DE MEDIDA
O sistema pedar
novel
gmbh
(2005) versão 8.3 é composto por duas
palmilhas com 99 sensores do tipo capacitivo, conectados por intermédio de cabos a
um sistema de aquisição, que encaminha os dados adquiridos para um amplificador
61
de sinais, sendo capturado por uma placa instalada em um computador onde o sinal
é processado por um software de análise em tempo real.
O funcionamento do sistema, qualidade e confiabilidade do sinal, depende
de uma calibração periódica que segue protocolos do fabricante. Consiste em utilizar
um compressor de ar que alimenta uma câmara de pressão, onde são realizadas
medidas de compressão mecânicas padronizadas da palmilha sensorizada, através
do controle de um medidor de pressão digital e seguindo uma metodologia indicada
por software específico pedar-m calibration, (novel
gmbh
,2005). Estes dados de
calibração são armazenados na forma de arquivos no próprio sistema gerenciador,
sendo utilizado pelos aplicativos do sistema pedar
a cada vez que se faz a coleta,
informando as características da palmilha, de acordo com procedimentos inerentes
ao próprio software.
Após equipar o indivíduo com o sistema, estabelece-se o valor referência
zero” de pressão plantar mediante uma “auto-calibração” onde se procede a
checagem dos valores pelo teste de apoio unipodal indicado pelo manual. Salienta-
se que este procedimento foi realizado a cada troca de palmilhas e repetido
aleatoriamente durante a coleta de dados de cada sujeito e nas diferentes trocas de
blocos simuladores. Este procedimento foi seguido com a intenção de atenuar as
Figura 3
- Sistema PEDAR conectado
com a palmilha.
Figura 4
- Participante
realizando o teste do
sistema PEDAR.
62
chances de se obter interferência nos sinais, provenientes de mau alinhamento ou
mau posicionamento da palmilha.
O sistema emed-x
novel
gmbh
(2004) é a primeira versão da Novel em
plataforma de baropodometria. Sua funcionalidade é feita por calibração de sensores
capacitivos. O sistema é conectado diretamente ao computador. Possui opções de
resolução de 1 sensor/cm
2
com tempo de 400 Hz, ou em modo de alta resolução de
4 sensores/
cm
2
em um tempo de 100Hz, sendo a última utilizada na pesquisa. A
coleta dos dados pode ser realizada na postura estática ou dinâmica com os pés
descalços.
O sistema pedar
novel
gmbh
(2005) e o sistema emed-x
novel
gmbh
(2004)
possuem diversos aplicativos para análises diferenciadas, com caracterizações
relacionadas a vários parâmetros de estudo da marcha e com objetivos específicos
para o qual cada software foi desenvolvido.
Figura 5
- Passarela e a plataforma
de pressão EMED
Figura 6 - Sistema EMED.
63
3.11 PROCEDIMENTO PARA O TRATAMENTO DOS DADOS DO SISTEMA
PEDAR E SISTEMA EMED.
3.11.1 Sistema PEDAR
A partir do momento que foi realizado a coleta dos dados, o software de
aquisição armazena-os para em seguida estruturar uma mascara, que consiste em
selecionar as regiões anatômicas do pé, as quais serão analisadas as variáveis.
Foram selecionadas três áreas para a máscara pelo software Multi mask
evaluetion, as regiões do retropé (M04), médiopé (M05) e antepé (M06), excluindo
os dedos. Após, selecionou-se o sujeito e normalizou-se com o peso corporal. Sendo
que será analisado somente o pico de todos os passos. Salvou-se como arquivo
ASC, aparecendo os resultados em gráficos com a média e o desvio padrão de cada
sujeito do direito. Estes resultados foram salvos em arquivo texto no software
Excel.
3.11.2 Sistema EMED
Após a coleta de 10 a 15 passos de cada sujeito do direito foi realizado
uma seleção dos melhores parâmetros, com o objetivo de obter um padrão de cinco
passos. Em seguida acessou-se o software multi mask da Novel para realizar a
seleção das regiões do pé. Foram feitas quatro regiões anatômicas, retropé (M1),
médiopé (M2), antepé (M3) e dedos (M4). Posteriormente, pelo software Group
Editor normalizou-se o sujeito com o peso corporal e foram escolhidas as variáveis:
pico de pressão, área de contato. Os resultados foram representados pelos gráficos,
salvando em arquivo texto e no Microsoft Excel para a análise estatística.
64
Para a linha regional do centro de pressão foi utilizado o software gait line &
podometry. Consiste em um programa que mapea o com uma linha, chamada
COP. O programa gait line & podometry divide o por zonas, que são numeradas
de 1 a 24. Cada zona corresponde a diferentes regiões anatômicas dos pés. O
objetivo do estudo é verificar em qual zona localiza-se a linha do centro de pressão
no momento do toque do calcanhar e no momento da saída dos dedos, fase de
impulsão do passo. Foi realizado nos pés direito e esquerdo a fim de verificar se
existe diferença na entrada e saída entre os pés e entre os adultos jovens e idosos.
Figura 7
- Representação das quatros más
caras – Sistema EMED.
Fonte: NOVEL. Manual scientific, 2004.
65
3.12 PROCEDIMENTOS
3.12.1 Avaliação Inicial
Ao serem selecionados os participantes, foi explicada a avaliação
baropodométrica e o participante assinou o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice A), em duas vias. A coleta dividiu-se em dados gerais, ficha
informativa, avaliação antropométrica e exame físico. Na ficha informativa foi coleta
do peso corporal, altura, medidas dos pés, inspeção, movimentos ativos do tornozelo
e o pedígrado (Apêndice B).
Figura 8
- Representação da divisão do pé
por zonas através do software gait line &
podometry – Sistema EMED.
Fonte: NOVEL. Manual scientific, 2004
66
3.12.2 Medidas antropométricas
As principais medidas antropométricas utilizadas na área da Educação
Física são classificadas em Lineares que se subdividem em longitudinais ou altura
ou comprimento, transversais ou diâmetros, circunferências ou perímetros e massa
ou peso (ROCHA, 2000). Na pesquisa as medidas utilizadas foram altura, massa
corporal e para complementar o peso o Índice da Massa Corporal (IMC) com a razão
entre a massa corporal em quilogramas e a altura do indivíduo em metro ao
quadrado. Utilizando a Classificação da Obesidade, segundo o IMC (OMS) Neves,
2003.
IMC (Kg/m2) Classificação Grau de Obesidade
Menor de 18,5 Magreza 0
18,5 – 24,9 Normal 0
25 – 29,9 Sobrepeso I
30 – 39,9 Obesidade II
Maior de 40,0 Obesidade grave III
Fonte: NEVES, 2003.
Para mensurar a altura utilizou-se uma balança digital da marca Balmak com
estadiômetro, modelo BK 50 F, número de série 0549 e com cetificado de calibração
dentro do prazo de vencimento. A medida foi com estadiômetro da distância do
vértex ao solo. O participante permaneceu na posição ortostática com os
calcanhares unidos e a cabeça ereta, os braços soltos ao longo do corpo e com as
palmas da mão voltadas medialmente. A massa corporal foi medida na mesma
balança, o participante permanecia em pé, na mesma posição (NEVES, 2003).
As medidas do pé foram realizadas pelo equipamento Paquímetro digital da
marca Mitutoyo. A unidade utilizada foi em milímetro. Foram divididas em total do
que corresponde à região do primeiro contato anterior e o primeiro contato posterior,
após a região do calcanhar e região anterior, com o indivíduo distribuindo o peso do
corpo em ambos os pés. O perímetro do foi utilizado uma trena modelo VL-
867820, fabricante Starirett, sua medida foi na região do antepé.
67
Inspeção
Observar se os dedos são uniformes, se não há algum dedo
exageradamente grande, com alguma anomalia congênita. Avaliar o contorno e a
forma do pé, coloração, unhas, bolhas, hálux valgo, dedos em martelo, dedos em
garra.
Arco longitudinal através do pedígrafo
As coletas da impressão digital dos pés foram realizadas através do
equipamento Pedígrafo da marca Salvapé. A partir destas impressões foram
caracterizados qualitativamente o arco plantar como plano, cavo ou normal. O
procedimento do teste consistiu em que o participante posicionava-se ao lado do
equipamento apoiando o pé direito sob o pedígrafo e o outro ao lado, permanecendo
por segundos em posição relaxada. Em seguida obtinha-se a pegada e a análise do
arco foi realizada qualitativamente pela observação da pesquisadora baseado na
classificação de Kapandji (2000). O autor classifica em pés do tipo normal e três
tipos de cavos e planos. Porém, para a presente pesquisa não caracterizamos os
graus da classificação, somente a análise de normal, plano ou cavo.
Mobilidade e força do tornozelo e dedos
Foi realizado um teste de mobilidade ativa do tornozelo e dedos. Com os pés
descalços solicitou ao participante que caminhasse na ponta dos dedos, isto auxilia
para verificar a flexão plantar e a movimentação dos dedos. Após ficar na ponta dos
calcanhares, testando assim a flexão dorsal. O movimento de inversão o indivíduo
ficará na parte lateral dos pés e a eversão na borda medial dos pés (HOPPENFELD,
2001).
Para o estudo do apoio plantar foram utilizados dados referentes ao pé
direito dividido em três regiões: antepé que consiste nos metatarsianos e falanges,
68
médiopé pelos ossos navicular, cubóide e três cuneiformes e o retropé constituído
pelos ossos do talo e calcâneo (SMITH, WEISS, LEHMKUHL, 1997).
3.13 AQUISIÇÃO DOS DADOS DA MARCHA
A avaliação da baropodometria eletrônica foi realizada com o descalço
pelo sistema EMED e com o calçado pelo sistema PEDAR. A escolha de qual
sistema iniciaria a coleta foi aleatória. Na avaliação com o calçado, o participante
foi equipado com o sistema que consiste em introduzir as palmilhas no interior do
calçado, o qual foi padronizado. Os participantes masculinos utilizaram calçados do
tipo de amarrar, material de couro, com sola de polioretano emborrachado,
entressola enchimento (anti-impacto). Com numeração de 40, 41 e 42. Os calçados
femininos eram do modelo Boneca, material camursa, palmilha de polioretano e
solado de termo ruble. Com numeração de 35, 36, 37, 38 e 39.
Na sua cintura foi conectado um suporte que transmite os sinais por
telemetria em tempo real para o software de aquisição e o participante caminhou em
uma passarela de 10 metros sendo adquiridos três ciclos completos de marcha a
uma freqüência de aquisição de 50 hz com velocidade usual. Para o tratamento dos
dados serão excluídos o primeiro e o último passo. A análise dos dados foi
executada pela utilização dos softwares específicos do sistema PEDAR para análise
das médias e desvios padrões somente dos picos de pressão.
Na avaliação com os pés descalços foi realizada a coleta de dados pelo
sistema EMED. O participante caminhou em uma passarela de 8,5 metros, onde ao
meio desta encontra-se uma plataforma de força, a qual o indivíduo apóia o
naturalmente no decorrer da marcha. Foram coletados de 10 a 15 passos do
direito, selecionou-se os 5 passos mais padrões do indivíduo e realizou-se a média.
Foi realizada a análise das variáveis do pico de pressão, área de contato e do centro
de pressão plantar.
69
4 ANÁLISE ESTÁTISTICA
As variáveis quantitativas foram descritas através de média e desvio padrão.
As variáveis categóricas foram descritas através de freqüências absolutas e
relativas.
Para comparar os grupos (jovens e idosos) em relação às variáveis
quantitativas, o teste t-Student foi aplicado.
Para comparar os grupos (jovens e idosos) em relação às variáveis
categóricas, o teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado.
Para avaliar a associação entre as variáveis quantitativas, o coeficiente de
correlação de Pearson foi aplicado.
Para avaliar a associação entre os picos de pressão do sistema emed-
x
novel
gmbh
(2004) e pelo pedar
novel
gmbh
(2005), foi utilizado o coeficiente de
correlação Intraclasse.
Para controlar variáveis de confusão e avaliar preditores dos picos de
pressão, a análise de regressão linear foi aplicada.
Foi realizado o coeficiente de variação nos grupos na análise do pico de
pressão plantar e na área de contato.
O nível de significância adotado foi de 5%, sendo considerado
estatisticamente significativos valores de P0,05. As análises foram realizadas no
programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 10.0.
70
5 RESULTADOS
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA AMOSTRA
No presente estudo a amostra foi de 58 participantes, sendo a maior parte
mulheres jovens (72,4%) e homens idosos (51,7%). A média da idade dos adultos
jovens foi de 30,4 ±5,0 e dos adultos idosos foi de 68,1 ± 6,4.
A média do IMC dos idosos foi maior do que dos jovens (25,1 ± 3,0; 22,1 ± 2,2;
p<0,001). Observa-se que o peso dos idosos foi maior que o dos jovens (68,1 ±
11,2; 61,7 ± 7,8; p=0,014). A maioria dos participantes de ambos os grupos
praticavam alguma atividade física no mínimo duas vezes por semana.
Quanto ao tipo de arco plantar não houve diferença significativa entre os grupos,
mas os idosos apresentaram maior número de pés cavos (44,8%) e de pés planos
(34,5%). No grupo dos jovens o pé do tipo normal foi de maior prevalência (41,4%).
O comprimento, a largura e perímetro dos pés também foi maior nos indivíduos
idosos, mas sem apresentar uma diferença significativa (Tabela 1).
71
Tabela 1 – Características gerais da amostra
Características
Total
(n=58)
Jovens
(n=29)
Idosos
(n=29)
P
Sexo feminino ** 35 (60,3) 21 (72,4) 14 (48,3) 0,107
b
Sexo masculino 23 (39,7) 8 (27,6) 15 (51,7) 0,107
b
Idade (anos) *
50,0 ± 19,8 30,4 ± 5,0 68,1 ± 6,4
-
Peso (kg) *
64,9 ± 10,1 61,7 ± 7,8 68,1 ± 11,2
0,014ª
Altura (m) *
1,65 ± 0,07 1,67 ± 0,07 1,64 ± 0,08
0,210ª
IMC (kg/m
2
) *
23,6 ± 3,0 22,1 ± 2,2 25,1 ± 3,0
<0,001ª
Tipo de pé **
Cavo 22 (37,9) 9 (31,0) 13 (44,8) 0,229
b
Plano 18 (31,0) 8 (27,6) 10 (34,5)
Normal 18 (31,0) 12 (41,4) 6 (20,7)
Comprimento do pé *
248,3 ± 14,8 246,4 ± 13,4 250,2 ± 16,1
0,338ª
Largura do pé *
95,4 ± 5,9 93,6 ± 5,0 97,2 ± 6,2
0,021ª
Perímetro do pé *
24,4 ± 1,6 23,9 ± 1,3 24,9 ± 1,8
0,019ª
Atividade física ** 43 (74,1) 21 (72,4) 22 (75,9) 1,000
b
Calce **
Masculino (n=23)
40 14 (60,9) 5 (62,5) 9 (60,0) 0,686
b
41 3 (13,0) 1 (12,5) 2 (13,3)
42 6 (26,1) 2 (25,0) 4 (26,7)
Feminino (n=35)
35 8 (22,9) 4 (19,0) 4 (28,6) 0,383
b
36 12 (34,3) 8 (38,1) 4 (28,6)
37 12 (34,3) 6 (28,6) 6 (42,9)
38 3 (8,6) 3 (14,3) 0 (0,0)
* média ± desvio padrão
** n (%)
a
Teste t-student
b
Teste qui-quadrado de Pearson
Fonte: dados do trabalho
5.2 PICO DE PRESSÃO DO SISTEMA PEDAR
A média dos picos de pressão nas máscaras do retro(p=0,219), mediopé
(p=0,523) e no antepé (p=0,971) não apresentou diferença significativa entre os
grupos (Tabela 2). Porém, a média dos picos de pressão total do dos indivíduos
72
idosos foi menor do que nos indivíduos jovens (248,1 ± 59,9; 284,7 ± 70,7; p=0,038).
Em relação ao coeficiente de variação observou-se que o médio dos idosos
apresentou o coeficiente mais alto (36,13%).
Tabela 2 – Comparação entre as faixas etárias com relação ao Pico de Pressão
do Sistema PEDAR
Pico de Pressão (kPa)
Jovens
(n=29)
Idosos
(n=29)
P CV (%)
Jovens
CV (%)
Idosos
Total – média ± DP 284,7 ± 70,7 248,1 ± 59,9
0,038*
24,83 24,14
Retropé
192,5 ± 35,8 181,9 ± 28,5
0,219*
18,59 15,66
Mediopé
48,8 ± 9,5 51,2 ± 18,5
0,523*
19,46 36,13
Antepé
198,7 ± 39,5 198,3 ± 36,3
0,971*
19,87 18,30
Legenda: DP= desvio padrão; *
Teste t-student
Quando ajustado o efeito da faixa etária pelo sexo e IMC (Tabela 3) na análise
de regressão linear múltipla, os idosos continuaram apresentando menor pico de
pressão total do que os jovens. O que significa que há um efeito significativo da faixa
etária independentemente do sexo e do IMC. As variáveis sexo e o IMC mostraram
uma interferência para o aumento da pressão plantar.
Tabela 3 – Análise de regressão linear múltipla* para avaliar os
preditores do pico de pressão total do sistema PEDAR
Variáveis Coeficiente
angular (b)
IC 95% beta P
IMC 6,24 0,24 a 12,2 0,275 0,042
Idosos -39,9 -75,6 a -4,28 -0,298 0,029
Sexo Feminino 62,8 30,4 a 95,1 0,459 <0,001
*
ANOVA para o modelo de regressão: F (3,54) = 7,891 com p<0,001; coeficiente de
determinação (R
2
)=30,5%.
73
5.3. PICO DE PRESSÃO COM OS PÉS DESCALÇOS (EMED)
Conforme observado na tabela 4 o sistema EMED não foi sensível para
observar diferenças nas médias do pico de pressão total e nas máscaras entre os
adultos jovens e adultos idosos. Em relação ao coeficiente de variação observou-se
que a região que apresentou maior variabilidade foi a do hálux e dedos nos idosos
(41,14%).
Tabela 4 – Comparação entre as faixas etárias com relação ao Pico de Pressão Sistema
EMED.
Pico de Pressão (kPa)
Jovens
(n=29)
Idosos
(n=29)
P CV(%)
Jovens
CV(%)
Idosos
Total – média ± DP 435,1 ± 95,4 482,5 ± 127,3
0,115* 21,92 26,38
Retropé
372,5 ± 93,2 356,0 ± 97,5
0,511* 25,02 27,38
Mediopé
99,5 ± 27,0 114,6 ± 31,6
0,055* 27,13 27,57
Antepé
390,5 ± 103,0 425,6 ± 138,1
0,278* 26,37 32,44
Hálux e dedos
299,5 ± 83,4 298,2 ± 122,7
0,964* 27,84 41,14
Legenda: DP= desvio padrão;
*
Teste t-student
5.4. ÁREA DE CONTATO COM OS PÉS DESCALÇOS (EMED)
Na máscara do retropé houve diferença significativa (p=0,011) com maior
área de contato nos adultos idosos (Tabela 5). Na região do mediopé o coeficiente
de variação foi maior em ambos os grupos.
Tabela 5 – Comparação entre as faixas etárias quanto à Área de Contato do
Sistema EMED
Área de Contato
(cm
2
)
Jovens
(n=29)
Idosos
(n=29)
P CV (%)
Jovens
CV (%)
Idosos
Total – média ± DP 129,8 ± 15,2 138,1 ± 19,7
0,080* 11,71 14,26
Retropé
33,7 ± 2,9 36,4 ± 4,7
0,011* 8,6 12,91
Mediopé
23,4 ± 7,2 25,6 ± 8,4
0,283* 30,7 32,81
Antepé
49,5 ± 5,4 52,0 ± 6,5
0,122* 10,9 12,5
Hálux e dedos
23,2 ± 3,7 24,1 ± 4,0
0,352* 15,94 16,59
Legenda: DP= desvio padrão;
*
Teste t-student
74
5.5. CENTRO DE PRESSÃO PLANTAR (COP) COM OS PÉS DESCALÇOS
(EMED)
A média da trajetória do COP inicial e final não apresentou diferença
significativa entre os adultos jovens e os idosos (Tabela 6). Os números 19, 22 e 23
representam calcâneo ântero-lateral, calcâneo póstero-lateral e calcâneo póstero-
medial, respectivamente. A maioria apresentou a localização inicial no número 23
que corresponde à região do calcanhar stero-medial. E ao finalizar o passo, a
saída dos dedos aconteceu entre os números 1 e 2 que correspondem ao hálux e a
segunda cabeça do metatarso respectivamente.
Tabela 6 – Comparação entre as faixas etárias quanto ao COP
Jovens
(n=29)
Idosos
(n=29)
Centro de Pressão Plantar (COP)
N (%) n (%)
P
Pé Direito
Inicial
19 1 (3,4) 0 (0,0) 0,495*
22 2 (6,9) 1 (3,4)
23 26 (89,7) 28 (96,6)
Final
1 16 (55,2) 18 (62,1) 0,790*
2 13 (44,8) 11 (37,9)
Pé Esquerdo
Inicial
19 1 (3,4) 0 (0,0) 0,543*
22 4 (13,8) 3 (10,3)
23 24 (85,8) 26 (89,7)
Final
1 9 (31,0) 13 (44,8) 0,417*
2 20 (69,0) 16 (55,2)
* teste qui-quadrado de Pearson
Apesar da associação ser moderada, houve uma correlação estatisticamente
significativa positiva entre os dois sistemas (r=0,424; p=0,020) sendo que os
75
indivíduos com valores maiores de pico de pressão no sistema EMED também
apresentaram valores maiores no sistema PEDAR.
Durante as coletas dos dados da presente pesquisa observou-se que a
velocidade da marcha dos idosos foi mais próxima do limite inferior estabelecido e a
dos jovens mais perto do limite superior. Isso nos mostra que existe a possibilidade
dos idosos terem apresentado uma velocidade mais lenta, sem, no entanto, interferir
no valor da média do pico de pressão.
Pico de Pressão Total no sistema Pedar
500400300200100
Pico de Pressão Total do Sistema EMED
900
800
700
600
500
400
300
200
Gráfico 1 – Associação entre os sistemas EMED e
PEDAR em relação ao pico de pressão plantar total.
6 DISCUSSÃO
A partir dos resultados do presente estudo os idosos apresentaram valores
menores na dia do pico de pressão máxima total do no teste com calçado
(sistema PEDAR). Hessert et al. (2005) utilizando um sistema de palmilhas com 99
sensores capacitivos, compararam o pico de pressão plantar máximo entre nove
indivíduos jovens e seis indivíduos idosos. Os resultados encontrados foram valores
mais baixos de pico de pressão nos idosos com mais especificidade nas regiões do
calcâneo e regiões mediais do pé. Os autores consideram que o peso do corpo
esteve localizado mais na região lateral no momento da caminhada e que os idosos
apresentaram menos pressão no momento do impacto do calcanhar e na região
medial do pé. No corrente estudo não a possibilidade em especificar o local de
menor pressão porque nas máscaras não houve diferença entre os grupos.
Burnfield et al. (2004) usaram o sistema PEDAR em um estudo onde
participaram 19 idosos com a finalidade de avaliar a influência da velocidade nos
picos de pressão plantar. Nas condições de caminhada com os pés calçados e
descalços, foram realizados para cada teste três velocidades (3,4Km/h 4,8Km/h
5,8Km/h). Os calçados utilizados pelos participantes era o mais confortável de cada
sujeito. Concluíram neste estudo que velocidades rápidas e caminhadas de pés
descalços apresentam picos de pressão mais elevados.
Para acrescentar a questão da velocidade abordada por Burnfield et al.
(2004), as normas da ABNT relacionadas com este parâmetro discriminam para os
homens velocidade de 5 km/h (4,5 5,5Km/h) e para as mulheres 4 km/h (3,6
4,4Km/h). Com isso, uma margem de aceitação entre 3,6 a 5,5km/h, não sendo
diferente das velocidades selecionadas no estudo de Burnfiel et al. (2004).
As variáveis intervenientes estudadas (Tabela 3) mostraram que pertencer
ao sexo feminino influenciou de forma mais intensa no aumento da pressão plantar.
No estudo de Menz et al. (2007) que tinha como objetivo avaliar se os locais de
calosidades apresentavam aumento de pressão plantar em idosos. A partir de uma
77
avaliação do pé, obteve-se como características da amostra que mais da metade
(52%) apresentavam no mínimo uma calosidade plantar com maior incidência no
grupo feminino. Os autores justificaram que a causa desta característica pode ser o
uso de calçados com salto alto e bicos mais estreitos. O que também poderá
ocasionar hálux valgo.
Hennig (2003) relata em sua revisão as diferenças de nero e étnicas na
anatomia do e ressalta que pés femininos possuem uma maior tendência em
apresentar mais problemas. Contudo, deve-se levar em consideração que a
presente pesquisa foi realizada com calçados femininos diferentes dos calçados
masculinos. Por isso, os calçados femininos também podem ter influenciado no pico
de pressão mais elevados.
Observou-se também que a idade avançada pode contribuir para a redução
da pressão plantar (Tabela 3), concordando com a idéia dos estudos anteriores de
que os idosos apresentam valores menores de pressão plantar.
Burnfield et al. (2004) em seu estudo concluíram que pés descalços
apresentam médias de pico de pressão plantar mais elevadas do que em pés
calçados. Ressaltando que neste estudo a análise com os pés descalços foi
realizada com palmilhas fixadas embaixo dos pés através de uma meia de nylon.
Os resultados desta pesquisa apontaram para uma tendência da média do
pico de pressão na região do mediopé durante a caminhada ser maior no sistema
EMED no grupo de idosos do que nos jovens (114,6±31,6 e 99,5±27,0,
respectivamente – p=0,055). Observou-se uma tendência do IMC dos idosos se
maior do que o dos jovens, embora nenhum deles fosse classificado como obeso.
Hessert et al. (2005) também expõem que fatores de pressão no calcanhar e parte
média do pé podem estar influenciados pelo suporte do peso. Valor mais alto de
pressão plantar na região do mediopé pode ser relacionado com a massa corporal,
IMC e também com o arco longitudinal medial conforme Menz e Morris (2005).
Cavanagh (1987) não encontrou ligação significativa do peso corporal com
os picos de pressão. Morag e Cavanagh (1999) relataram que o arco mais baixo
78
associa-se a maior área de contato e à pressão plantar mais alta no meio-pé. Sendo
que o peso corporal representou 23,4% da variação na pressão plantar no meio-pé,
mas em outras regiões não apresentou associações.
Em uma revisão Hennig (2003) através de um estudo de Hills et al.; 2001
discutem os picos de pressão plantar em adultos obesos e não-obesos,
considerando o IMC maior ou igual a 30. A análise da pressão plantar foi realizada
de forma estática e dinâmica em uma plataforma capacitiva de distribuição de
pressão Emed F01, a máscara foi em oito regiões anatômicas. Os resultados foram
que as pessoas obesas ao caminhar apresentaram área de contato maior na região
frontal do pé e pressões mais altas na maior parte do pé, principalmente embaixo do
mediopé e todas as cabeças dos metatarsos. Na pressão plantar estática as
pessoas obesas tinham pressões mais elevadas nas regiões do calcanhar, mediopé
e parte anterior do pé. Outro aspecto interessante foi que os elevados picos de
pressão no mediopé tiveram forte relação nas mulheres obesas, podendo assim
relacionar o nero com o achatamento do arco mostrando que as mulheres
apresentam um enfraquecimento dos ligamentos dos pés.
Scott et al. (2006) realizaram uma pesquisa com 50 jovens e 50 idosos, a
avaliação da pressão plantar foi realizada com o direito e descalço pelo sistema
MatScan (esteira com sensores resistentes). Encontraram como resultados redução
da força e da pressão no calcanhar, região anterior do lateralmente e hálux nos
idosos e que podem estar relacionadas com pés planos, que neste estudo os
idosos apresentaram pés mais planos que os jovens e quanto mais plano o pé
maior poderá ser a carga na região medial. Neste estudo não houve avaliação do
tecido mole, sendo que este pode interferir no aumento da pressão plantar.
Cavanagh (1999) considera que no momento de maior compressão a
espessura do tecido mole auxilia na redução da força na região da cabeça
metatarsal e que também poderá ser utilizada esta técnica para o calcanhar.
Cavanagh et al. (1997) concluiram que menor camada de tecido mole embaixo dos
sesamóides na posição em pé está associado a elevados picos de pressão.
79
Burnfield et al (2004) também levantam a hipótese de que o tecido mole do
calcanhar pode apresentar hipotrofia nos idosos, e, desta forma, não apresentar
aumento da área de contato. Porém, na presente pesquisa não ocorreu o mesmo
(idosos: 36,4±4,7; jovens: 33,7±2,9 p=0,011), pois a pressão não foi elevada no
calcanhar e a área de contato foi maior no grupo dos idosos, entretanto, não foi
avaliado a espessura do tecido mole.
Conforme Cavanagh e Morag (1999) a carga no calcanhar pode ser
influenciada pela velocidade, abordagem do impacto do calcanhar no solo
juntamente com a espessura do tecido mole do calcanhar, mas no estudo dos
autores estes fatores e a altura do arco não se relacionaram à idade, não
encontrando um motivo em associar a idade com a pressão plantar mais baixa no
calcanhar. Pode sim ocorrer um somatório de fatores e não somente uma rigidez no
calcanhar ligado à idade. Os resultados do presente estudo não incluíram a
avaliação do tecido mole da região do calcâneo; no entanto, admite-se que este
esteja preservado, primeiro porque não aumentou a pressão plantar e segundo
aumentou a área de contato e sendo que a velocidade pode ter sido menor nos
adultos idosos.
Menz et al. (2003) e (2005) demonstraram que os idosos alteram seu padrão
de caminhada mesmo apresentando menor risco de queda e com melhores
habilidades psicológicas. Isto se dá pela redução da velocidade e o comprimento
mais curto do passo a fim de manter a estabilidade da cabeça e da pélvis,
intensificando este aspecto ao caminharem em terrenos irregulares.
A aferição avaliação da qualidade da passada foi avaliada através da análise
do momento do início da trajetória da linha do COP e da sua finalização. Observa-se
que foram colhido dados dos pés direito e esquerdo com a finalidade de controlar,
durante a marcha, o pé medido com o contra-lateral. Na revisão dos achados
clínicos de Lord, Rerynolds e Hughes (1986) descrevem a linha do COP sobre a
plataforma de pressão, através de um estudo de Grundu et al., onde o contato inicia
atrás do calcanhar, passa à frente na região do meio do pé, move-se para as
cabeças dos metatarsos e finaliza em direção ao hálux.
80
Esta pesquisa demonstrou que tanto os adultos jovens como os adultos
idosos apresentaram o início e o final da trajetória da linha do centro de pressão
semelhantes. Estes resultados indicam que encontram-se dentro do parâmetro
adequado no desenvolvimento da fase de apoio da marcha, ou seja, iniciando com o
contato do calcanhar e terminando entre o hálux e segundo dedo.
Uma questão relevante foi a correlação (r=0,42; p=0,042) entre os dois
equipamentos PEDAR e EMED no qual os participantes apresentaram valores
proporcionais em ambos os testes, demonstrando, desta forma, a reprodutibilidade e
a confiabilidade das mensurações.
81
7 CONCLUSÃO
Este presente estudo comparativo entre adultos jovens e adultos idosos
mostrou que existem diferenças significativas na fase do apoio plantar no momento
da caminhada entre os grupos. Os resultados confirmam a primeira hipótese, a que
há diferença nos picos de pressão.
O sistema PEDAR apresentou diferença significativa no pico de pressão total
do pé, onde os idosos tinham valores menores que os jovens.
Especificamente nas máscaras não mostrou diferença significativa.
A idade foi um fator de forte interferência na redução da pressão plantar. Este
método utiliza uma caminhada natural, com coletas sucessivas no decorrer
da caminhada e os calçados são padronizados. Estes dados fornecem
resultados mais reais dos aspectos referentes à caminhada dos participantes,
lembrando que há a interferência do calçado na coleta e resultado.
no sistema EMED, não apresentou diferença entre os grupos na média
dos picos de pressão.
A área de contato foi maior na região do retropé no grupo dos idosos. Pode-
se levar em consideração que a falta de hábito em caminhar com os pés
descalços gerou um pouco de insegurança juntamente com a preocupação
em caminhar naturalmente e acertar o passo na plataforma de pressão.
A velocidade é um fator de influência nos parâmetros biomecânicos das
variáveis aqui estudas durante a marcha, quanto maior a velocidade maior a
tendência de elevados picos de pressão. A partir desta idéia depreende-se
que os idosos apresentaram uma marcha um pouco mais lenta e com passos
mais curtos, pois a área de contato no calcanhar foi maior. O início do apoio
plantar e a sua finalização foram semelhantes entre os jovens e idosos.
82
Outro fator interveniente, que foi critério de exclusão deste estudo, é o
cuidado com os pés. Problemas como unha encravada, bolhas e calos, que
são simples e comuns, interferem no caminhar, podendo gerar dor,
claudicação, insegurança, entre outros. Outra questão relevante é a falta de
hábito das pessoas, em geral, não caminharem de pés descalços, deixando
de proporcionar a toda musculatura que envolve a marcha: exercícios de
propriocepção, fortalecimento da abóbada plantar e auxiliando na amplitude
de movimento do tornozelo, dos dedos e a percepção dos pés.
Também ocorre o uso de calçados inadequados, os quais não auxiliam na
absorção do impacto e, que muitas vezes, não são confortáveis ocasionando
insegurança na hora de caminhar. Calçados que oferecem solados duros ou
finos, com materiais sem qualidade, ocasionam dores na musculatura,
causam bolhas, fadiga, calos e deformidades mais graves.
Esta área de conhecimento necessita de muitos estudos, principalmente em
abordar questões relacionadas ao processo de envelhecimento. Recomenda-
se a partir deste trabalho e para futuros estudiosos que tanto para os testes
com calçados e descalços proporcionar aos participantes principalmente se
estes forem idosos, um tempo maior de familiarização com o calçado a ser
utilizado e com a caminhada descalça.
A passarela utilizada para a marcha descalça ocasionou uma maior
dificuldade para os idosos tanto pela falta de hábito em caminhar descalço,
como no material utilizado na passarela que não era tão duro com o solo.
Outra questão foi do gênero e grupos etários. Pesquisar as diferenças entre
mulheres idosas e homens idosos, que se viu que as mulheres podem
apresentar maiores problemas nos pés e diminuir as faixas etárias.
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91
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A pesquisa intitulada "A importância da análise do apoio plantar em
idosos: Um estudo comparativo entre jovens e idosos" tem por objetivos
descrever, analisar e comparar a distribuição da pressão plantar entre grupos de
adultos jovens e adultos idosos.
O estudo será realizado através de um teste que consiste na transmissão de
sinais elétricos que estão alojados em palmilhas com 99 sensores minúsculos, que
você colocará nos seus pés, que enviam um pequeno sinal eletrônico para um
computador que analisa estes sinais e emite um laudo que servirá para nossa
pesquisa, a fim de analisar e comparar as diferenças significativas dos resultados
entre grupos de adultos jovens e adultos idosos. Para isso lhe será pedido para
caminhar sobre a plataforma durante alguns minutos em velocidade constante de 4
a 5 Km/h. A mesma caminhada será solicitada com os pés descalços onde deverá
colocar o em uma placa que possui sinais para o computador, sem alterar sua
caminhada natural. Será realizado anteriormente ao teste uma entrevista com uma
ficha informativa e um exame dos pés, incluindo fotografias dos pés em três
posturas.
Daniela Chiappin (fone 35931507) do Curso de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
PUCRS e seu orientador Claus Dieter Stobäus (33203620), responsáveis por esta
pesquisa, asseguramos que você não se identificado, bem como não serão
identificadas pessoas e situações que você não deseja e que eventualmente cite nas
entrevistas.
Eu, _____________________________________________________,
participante da pesquisa, declaro que recebi informações de forma clara e detalhada
a respeito dos objetivos e da forma como participarei nesta investigação, sem ser
coagido a responder eventuais questões por mim consideradas de menor
importância ou constrangedoras. Assim, estou informado de que a qualquer
92
momento posso esclarecer as dúvidas que tiver em relação à entrevista, assim como
usar da liberdade de deixar de participar do estudo, sem que isso traga qualquer
dificuldade para mim. A minha assinatura neste Termo de Consentimento autoriza os
pesquisadores a utilizar e divulgar os dados obtidos, sempre preservando a minha
privacidade, bem como a de pessoas ou escolas eventualmente por mim citadas.
Declaro que assinei dois e recebi uma cópia do presente Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e que o mesmo foi suficientemente esclarecido
pelos pesquisadores.
Assinatura do Participante________________________________________
Assinatura da Pesquisadora_______________________________________
Porto Alegre, ____ de _______________ de 2007.
Prof. Dr. Claus D. Stobäus e Daniela Chiappin
APÊNDICE B – Entrevista e exame físico do tornozelo e do pé
I. DADOS GERAIS:
Nome:______________________________________________________________
Data de nascimento_____________________Gênero:________________________
Endereço:___________________________________________________________
Estado Civil:_________________________________________________________
Profissão:___________________________________________________________
II. FICHA INFORMATIVA
Patologias
Associadas:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
História da Patologia Pregressa:__________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Medicação em uso:____________________________________________________
Quanto tempo é aposentado: ____________________________________________
Ainda atua em sua atividade profissional: __________________________________
Atividade Física:______________________________________________________
Peso
Corporal:____________________________________________________________
Altura:____________________________________________Nº do calçado:_______
Índice de Massa Corporal:______________________________________________
Medidas dos Pés:
Pé Direito Pé Esquerdo
Comprimento
Largura
Perímetro
Inspeção:____________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________
Arco Longitudinal – Pedígrafo em anexo___________________________________
MOBILIDADE
Pé Direito Pé Esquerdo
Flexão Plantar
Flexão Dorsal
Inversão
Eversão
Adução
Abdução
FORÇA
Pé direito Pé Esquerdo
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