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INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
MESTRADO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
FABIANE AZEVEDO DE SOUZA
ESTUDO DOS CRITÉRIOS DIMENSIONAIS DA
POPULAÇÃO IDOSA DE PORTO ALEGRE:
INVESTIGAÇÃO ANTROPOMÉTRICA.
Porto Alegre
2007
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ESTUDO DOS CRITÉRIOS DIMENSIONAIS DA POPULAÇÃO
IDOSA DE PORTO ALEGRE:
INVESTIGAÇÃO ANTROPOMÉTRICA.
FABIANE AZEVEDO DE SOUZA
Orientador: Prof. Dr. ANTÔNIO CARLOS ARAÚJO DE SOUZA
Co-orientador: Prof. Dr. MARIO DOS SANTOS FERREIRA
Porto Alegre / RS
2007
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2
ESTUDO DOS CRITÉRIOS DIMENSIONAIS DA POPULAÇÃO IDOSA DE
PORTO ALEGRE: INVESTIGAÇÃO ANTROPOMÉTRICA.
Dissertação apresentada como
requisito para obtenção do grau de
Mestre, pelo Programa de Pós-
Graduação em Gerontologia
Biomédica da Pontifícia
Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider.
Prof. Dr. Rogério de Castro Oliveira.
3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecário Responsável
Ginamara Lima Jacques Pinto
CRB 10/1204
S729e Souza, Fabiane Azevedo de
Estudo dos critérios dimensionais da população idosa de Porto
Alegre: investigação antropométrica / Fabiane Azevedo de Souza.
Porto Alegre, 2007.
105 f.
Diss. (Mestrado) – Instituto de Geriatria e Gerontologia.
Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica. PUCRS,
2007.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza
1. Ergonomia. 2. Envelhecimento Humano.
3. Envelhecimento – Morfologia. I. Título.
CDD : 618.97
4
Dedico esta dissertação
ao meu orientador, prof. Dr.
Antônio Carlos Araújo de
Souza, que me apresentou ao
universo do envelhecimento
humano e cuja dedicação e
confiança permitiram-me
concluir este Mestrado.
5
AGRADECIMENTOS
De maneira muito especial ao Eduardo, por partilhar comigo os momentos
mais importantes de nossas vidas e sempre me apoiar e acolher. Você é a
parte mais importante desta história.
À minha mãe, Ilza e meu pai, Nelmo, pelo incentivo e confiança. É com quem
continuo aprendendo sempre.
À Elisa, ao Fabrício e à Fabiane pelas presenças constantes e pela
importância de vocês em minha vida.
À família Araújo de Souza que tem nos acolhido e confiado, obrigada por
tudo.
Aos professores e acadêmicos que participaram do Projeto Multidimensional
dos Idosos de Porto Alegre, pois foi nossa disponibilidade, seriedade e
convivência que tornou esse projeto uma importante realidade.
Aos colegas da Faculdade de Educação Física, em especial aos amigos Jonas
Gurgel e Flávia Porto, pelo auxílio na coleta de dados.
Aos professores do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, em nome
de sua coordenadora Prof.Dra. Valdemarina Bidone, pelo carinho e incentivo
no decorrer desta Pós Graduação.
Ao Prof. Dr. Irenio Gomes Filho pelo auxílio no tratamento dos dados deste
estudo e por me ensinar a importância e a efetividade da pesquisa científica.
Ao Prof.Dr. Mario dos Santos Ferreira que me apresentou com brilhantismo
ao mundo da Ergonomia.
Aos amigos Caren Lara, Cibele Cardenaz, João Lima e Pablo Goulart pela
incansável ajuda no levantamento de dados e pela amizade nas horas de
folga do Projeto Porto Alegre.
Aos colegas de turma do IGG pelo companheirismo e por tudo que aprendi
com vocês, em especial aos amigos Juliana Brandão, Niltom Furquim, Karin
Viegas, Vilma Beltrame, Rosa Maria Almeida e Letícia Machado.
Ao CNPq pelo apoio financeiro para realização deste Mestrado.
6
Aos idosos, sujeitos desta pesquisa, cuja avaliação nos levou a relevantes
descobertas.
À banca examinadora pelo aceite do convite.
7
“A gente tem que usar o lado melhor e se adaptar”.
Oscar Niemeyer – arquiteto, idoso.
Dia 8 de março de 2007 ao completar 100 anos de idade.
8
ESTUDO DOS CRITÉRIOS DIMENSIONAIS DA POPULAÇÃO IDOSA DE
PORTO ALEGRE: INVESTIGAÇÃO ANTROPOMÉTRICA.
RESUMO
Introdução: Poucos problemas têm despertado tanto a preocupação do
próprio homem em toda sua história como as alterações relacionadas ao
envelhecimento e à incapacidade funcional, associada a este período do
desenvolvimento humano. O projeto de ajuste dos espaços para o seu uso
torna-se cada vez mais importante, pois todos os esforços que tem como
finalidade aumentar a probabilidade de uma vida com maior autonomia,
significam torná-la mais segura e adaptada às limitações naturais
decorrentes do envelhecimento. A ausência de um conhecimento mais
específico sobre as medidas antropométricas desta população incorre em
uma maior dificuldade de planejamento. Objetivos: O presente estudo tem
como objetivo geral: Determinar padrões referenciais antropométricos da
população idosa de Porto Alegre. Os objetivos específicos são: Caracterizar
física e dimensionalmente a população de idosos; avaliar as alterações
morfológicas relacionadas ao envelhecimento, através de levantamento
antropométrico; analisar e comparar os valores coletados na amostra com os
valores utilizados como referência na bibliografia; Materiais e Métodos:
Inserido dentro do Projeto Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre, este
trabalho foi definido como sendo transversal exploratório e observacional de
base populacional para os eventos mais freqüentes da população idosa, com
a participação de 476 idosos, com idade acima de 60 anos. A coleta de dados
foi realizada na PUCRS, após o preenchimento do termo de consentimento.
Resultados: O estudo mostrou que, de maneira geral, as medidas avaliadas
sofrem alterações significativas com o envelhecimento. E estas são
observadas principalmente no tronco. Os segmentos formados por ossos
9
longos tendem a não sofrer reduções importantes. Comparadas às
dimensões utilizadas como referência na bibliografia, as medidas coletadas
apresentaram um perfil de idoso menor e com estatura inferior.
Conclusões: Através deste levantamento pudemos estabelecer
comparações e apontar diferenças suficientemente importantes para afirmar
que os dados utilizados como padrão não são adequados à nossa população.
Palavras–chaves: antropometria aplicada, dimensionamento humano,
habitação, idosos.
10
STUDY OF THE DIMENSIONAL CRITERIA OF THE AGED POPULATION
OF PORTO ALEGRE: THE ANTHROPOMETRIC INVESTIGATION.
ABSTRACT
Introduction: Few problems have concerned the human being in the
history such the alterations related to the aging and its functional incapacity,
associated to this period of the human development. The adjustment of the
project for spaces to be used by the aging subjects becomes increasingly
important, and the efforts done in this way will help to increase the
autonomy and safety of the elderly, and adapt the space to the natural
limitations occurring during this period. The absence of an specific knowledge
on the anthropometrics measures of this population incurs into a bigger
difficulty of planning. Objectives: The main objective of this study was to
determine anthropometric reference standards for the aged population of
Porto Alegre. The specific objectives was to characterize the physical and
dimensional measures of this population; to evaluate the effect of the aging
in the morphologic measures, and analyze and compare the values collected
with the actual values used as reference in the bibliography; Materials and
Methods: This project is a part of larger population based survey named the
Multidimensional Project of the Aged of Porto Alegre, and was defined as a
transversal, observational, and exploratory for the events most frequent of
the aged population. In this sample 476 elderly aged above 60 years old,
132 males and 344 females were evaluated. The study was approved by the
Ethics Commitee of the Pontificial Catholic University of RS and data was
collected, after the signature of the informed consent by every volunteer.
Results: The present study showed in general, that evaluated measures
suffered significant changes with the aging. Most of the changes observed
were due modifications of the thrunk with age. The segments formed for long
11
bones tend not to suffer important reductions. Compared with the reference
data used in the bibliography, the collected measures had presented a profile
of smaller subjects with inferior stature. Conclusions: Through this survey
we could establish comparisons and point out differences sufficiently
important to affirm that standards used actually are not adequated for use in
our population.
Keywords: applied anthropometry, human sizing, habitation, aged.
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PUCRS: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
IGG: Instituto de Geriatria e Gerontologia
SPSS 11.5: Statistical Package for the Social Sciences versão 11.5
N: amostra populacional estudada
M: média
P: nível de significância
dp: desvio-padrão
DP: desvio-padrão
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................17
2.1 ENVELHECIMENTO HUMANO.......................................................17
2.1.1 Alterações Biológicas Decorrentes do Envelhecimento......................25
2.1.1.1 Alterações morfológicas............................................................25
2.1.1.2 Alterações nas funções neuromusculares....................................27
2.1.1.3 Alterações esqueléticas e articulares..........................................27
2.1.1.4 Alterações Sensoriais...............................................................28
2.1.2 Proporções Humanas e sua relação nos idosos................................29
2.2 ENVELHECIMENTO HUMANO E ADAPTAÇÕES ARQUITETÔNICAS.35
2.2.1 Convivência com a adversidade....................................................37
2.2.2 Barreiras arquitetônicas..............................................................39
2.2.3 Quedas na Velhice......................................................................41
2.3 NORMATIZAÇÃO VIGENTE..........................................................44
2.3.1. Tabelas referenciais...................................................................44
2.3.2 Regulamentação Internacional.....................................................45
2.3.3 Normatização Brasileira...............................................................46
2.3.4 Idosos versus Deficientes Físicos..................................................48
3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS.......................................................51
3.1 Justificativa..................................................................................51
14
3.2 Objetivos.....................................................................................52
3.2.1 Objetivo Geral............................................................................52
3.2.2 Objetivos Específicos...................................................................52
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................53
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO......................................................53
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................53
4.2.1 Seleção da Amostra....................................................................53
4.2.2 Critérios de Inclusão...................................................................54
4.2.3 Critérios de Exclusão...................................................................54
4.3 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS.........................................55
4.3.1 Coleta dos Dados e Instrumentos.................................................55
4.3.2 Análise Estatística......................................................................60
4.4 ASPECTOS ÉTICOS.....................................................................60
5 RESULTADOS................................................................................61
6 DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................76
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................79
8 ANEXOS........................................................................................83
Anexo 01 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.........................84
Anexo 02 - Aprovação no Comitê de Ética..............................................88
Anexo 03 – Tabelas de análises estatíticas.............................................89
15
1 INTRODUÇÃO
Em toda a história da humanidade, nunca as populações apresentaram
expectativas de vida tão altas, fruto principalmente de políticas de saúde
pública e medicina preventiva, bem como dos avanços na área da pesquisa
científica.
O envelhecimento progressivo da população humana constitui um sério
desafio para a civilização contemporânea
1
e o projeto de ajuste dos espaços
e produtos para o seu uso torna-se cada vez mais importante, pois todos os
esforços que tem como finalidade aumentar a probabilidade de uma vida,
com maior autonomia, significam diretamente torná-la mais segura e
adaptada às suas limitações naturais decorrentes do envelhecimento.
O entendimento deste processo de envelhecimento como uma
ocorrência natural do ciclo de vida é fundamental na compreensão do seu
impacto sobre as condições de saúde associadas à longevidade e à qualidade
de vida dos seres humanos. Ele não deve ser considerado uma doença, mas
um evento contínuo e inevitável, com características específicas e alterações
cumulativas
2
. As conseqüências deste processo no ser humano podem nos
levar a generalizar o idoso como um potencial portador de deficiências, o que
difere radicalmente de rotulá-lo como deficiente físico.
Embora as perdas funcionais que ocorrem em nossos sistemas vitais
em função do envelhecimento sejam eventos esperados e aumentem a nossa
vulnerabilidade, as doenças associadas à velhice não são parte do processo
normal de envelhecimento
2
.
Vem ocorrendo nos últimos anos, gradualmente, uma mudança sobre o
conceito de terceira idade. A falta de informações sobre esta crescente
população, que chega a uma idade mais avançada que seus pais ou avós,
com a mesma qualidade de vida, disposição e saúde de seus filhos, é uma
16
fonte inestimável de pesquisa através da qual poderemos buscar uma maior
qualidade de vida e autonomia para esta faixa etária da população.
A Organização Mundial de Saúde argumenta que os países podem
custear o envelhecimento se os governos, as organizações internacionais e a
sociedade civil implementarem políticas e programas de “envelhecimento
ativo” que melhorem a saúde, a participação e a segurança dos cidadãos
mais velhos. A hora para planejar e agir é agora
3
.
Cabe à área biomédica o estudo do processo biológico do
envelhecimento. À arquitetura, como uma área social, cumpre a missão de
estudar as alterações físicas que ocorrem nesta fase e relacioná-las ao meio
ambiente no qual ele vive, propondo soluções que facilitem a vida dos
indivíduos idosos.
A seguir, serão apresentados aspectos do processo de envelhecimento
humano e suas principais alterações relacionadas à morfologia, funções
neuromusculares, esqueléticas, articulares e sensoriais. Alterações estas que
influenciam diretamente no planejamento de ambientes adaptados a
determinados grupos de indivíduos. Finalizando este capítulo abordaremos os
temas relacionados às proporções humanas e sua relação nos idosos. Após,
serão descritas as implicações das barreiras arquitetônicas no cotidiano do
idoso. O capítulo seguinte nos traz informações sobre as normatizações e
regulamentações que amparam o espaço físico deste indivíduo. Concluindo
este capítulo, o referencial teórico nos conduz a uma compreensão da
importância de se diferenciar idosos de deficientes físicos. Por fim,
apresentar-se-á a justificativa e os objetivos da pesquisa que motivaram o
desenvolvimento desta dissertação.
Dentro deste propósito o presente estudo faz parte de uma avaliação
maior, envolvendo a área biomédica e a arquitetura, resultando em um
instrumento multidisciplinar de investigação.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. ENVELHECIMENTO HUMANO
A existência de numerosos conceitos por si deixa clara a dificuldade
de entendimento do processo de envelhecimento
4
. Dentre tantas definições,
a que conceitua o envelhecimento como um processo dinâmico e
progressivo, no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e
psicológicas
5
, determinando uma perda progressiva da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior
vulnerabilidade é a que mais se aproxima do complexo processo de
envelhecer.
O conceito de “velho” que nos é dado pelo dicionário Houaiss
6
“antiquado; que se contrapõe ao moderno; antigo numa situação ou função”
- não nos é referência quando fazemos a relação deste conceito de “algo
velho” com “pessoa idosa” como era feito antigamente.
Algumas definições usadas comumente,
Figura 1
nos permitem iniciar o entendimento do estudo da “terceira idade”, termo
este empregado em 1957 pela Organização Mundial de Saúde a fim de
denominar o grupo de pessoas que possuíam mais de sessenta anos.
ENVELHECIMENTO
VELHICE
PROCESSO
VELHO / IDOSO
RESULTADO
18
em 1982, a Organização das Nações Unidas estabeleceu sessenta
anos como início da terceira idade nos países em desenvolvimento e
sessenta e cinco anos nos países desenvolvidos prevendo que a expectativa
de vida destes locais baseadas em pesquisas populacionais. Embora em
nosso país, sob alguns aspectos inclusive legais, a idade cronológica limite
considerada é de sessenta e cinco anos.
O envelhecimento não é, tão somente, a soma de patologias agregadas
e de danos induzidos por doenças. Inversamente, nem todas as mudanças
em estrutura e função dependentes da idade podem ser consideradas como
alterações ligadas à idade tão somente. No intuito de incorporar esse rigor
dentro de uma definição operacional, foi proposto
7
que mudanças
fundamentais relacionadas com a idade devem obedecer a quatro condições:
1. Devem ser deletérias, ou seja, devem alterar e tendem a reduzir a
funcionalidade do organismo.
2. Devem ser progressivas, isto é, se estabelecem gradualmente.
3. Devem ser intrínsecas, isto é, não é o resultado de um componente
ambiental modificável - cabe ressaltar, aqui, que o ambiente tem forte
influência sobre o aparecimento e velocidade dessas mudanças, apesar de
não ser a sua causa principal.
4. Devem ser universais: todos os membros de uma espécie deveriam
mostrar tais mudanças graduais com o avanço da idade
3
.
As alterações fisiológicas que ocorrem com a idade nos seres humanos
resultam de um somatório do processo de envelhecimento associado ou não
às doenças crônicas. Existe consenso que, com o envelhecimento, ocorrem
alterações morfológicas intrínsecas aos tecidos e órgãos que por sua vez
alteram a morfologia externa do indivíduo durante o envelhecimento. É uma
Aging Conspiracy”
8
, uma conspiração do envelhecimento contra o ser
humano.
Paralelamente à evolução cronológica, coexistem fenômenos de
natureza biopsíquica e social, importantes para a percepção da idade e do
19
envelhecimento. Nas sociedades ocidentais é comum associar o
envelhecimento com a saída da vida produtiva pela via da aposentadoria.
São considerados velhos aqueles que alcançam 60 anos de idade, o que
torna difícil caracterizar uma pessoa como idosa utilizando como único
critério a idade. Além disso, neste segmento conhecido como terceira idade
estão incluídos indivíduos diferenciados entre si, tanto do ponto de vista
socioeconômico como demográfico e epidemiológico. Mesmo reconhecendo
que a idade não é o único parâmetro para definir o processo sócio-
demográfico do envelhecimento, o mesmo é usado a fim de facilitar a análise
dos dados e a construção de indicadores.
Quando estudamos os fenômenos relacionados aos seres humanos,
poucos problemas têm merecido tanta atenção e preocupação do próprio
homem em toda sua história como as alterações relacionadas ao
envelhecimento e à incapacidade funcional, comumente associada a este
período do desenvolvimento
9
.
Em 1940, a vida média do brasileiro era de 45,5 anos. Os avanços da
Medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população
repercutiram no sentido de elevar a expectativa de vida ao nascer, tanto
que, 40 anos mais tarde, este indicador elevou-se em 17 anos (62,6 anos,
em 1980).
A barreira dos 70 anos de vida média é rompida por volta do ano 2000,
quando se observa uma esperança de vida ao nascimento de 70,4 anos.
Segundo a projeção, o Brasil continuará galgando anos na vida média de sua
população, alcançando em 2050 o patamar de 81,3 anos, basicamente o
mesmo nível atual do Japão.
As pirâmides etárias que se seguem são ilustrativas das
transformações pela quais passará a estrutura por sexo e idade da população
do Brasil, ao longo do período 1980 2050, de acordo com resultados da
projeção da população feitos pelo IBGE.
20
Figura 2
21
Figura 3
22
Figura 4
A promulgação da Lei no 8.842, em 4 de janeiro de 1994, que dispõe
sobre a Política Nacional para o Idoso
25
é um importante indicador de que a
política nacional tem se preocupado e reconhecido o fenômeno do
envelhecimento.
O texto da referida Lei da Política Nacional do Idoso tem por objetivo,
além de criar o Conselho Nacional do Idoso, assegurar-lhe direitos sociais,
criando condições para promover sua autonomia, integração e participação
efetiva na sociedade. Vale salientar as disposições do artigo desta lei, que
23
trata o envelhecimento populacional como uma questão de interesse da
sociedade em geral e reconhece a necessidade de se considerar as diferenças
econômicas, sociais e regionais existentes no País na formulação de políticas
direcionadas aos idosos.
Considerando a continuidade das tendências verificadas para as taxas
de fecundidade e longevidade da população brasileira, as estimativas para os
próximos 20 anos indicam que a população idosa poder· exceder 30 milhões
de pessoas ao final deste período, chegando a representar quase 13% da
população. Assim, embora a fecundidade ainda seja a principal componente
da dinâmica demográfica brasileira, em relação à população idosa é a
longevidade que vem progressivamente definindo seus traços de evolução
11
.
Este crescimento da população de idosos, em números absolutos e
relativos é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem
precedentes. A partir da década de 70, uma série de conceitos relativos à
saúde das populações passou a ser reavaliado diante de um novo fenômeno,
o envelhecimento populacional
10
.
As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1 900
milhões de pessoas. Alguns aspectos importantes que tentam explicar este
fenômeno são os seguintes
11
:
• Desde 1950, a esperança de vida ao nascer em todo o mundo
aumentou 19 anos;
Hoje em dia, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou
mais; para 2050, estima-se que a relação será de um para cinco para o
mundo em seu conjunto, e de um para três para o mundo desenvolvido;
Segundo as projeções, o número de centenários - de 100 anos de
idade ou mais - aumentará 15 vezes, de aproximadamente 145 000 pessoas
em 1999 para 2,2 milhões em 2050;
Entre 1999 e 2050 o coeficiente entre a população ativa e inativa -
isto é, o número de pessoas entre 15 e 64 anos de idade por cada pessoa de
24
65 ou mais - diminuirá em menos da metade nas regiões desenvolvidas, e
em uma fração ainda menor nas menos desenvolvidas.
Este crescimento da população idosa aparece de forma mais acentuada
nos países em desenvolvimento, embora este contingente ainda seja
proporcionalmente bem inferior ao encontrado nos países desenvolvidos. Nos
países da América Latina, o Brasil assume uma posição intermediária com
uma população de idosos correspondendo a 8,6% da população total. As
populações européias apresentam, caracteristicamente, proporções mais
elevadas, com os idosos representando algo em torno de 1/5 da população
de seus países.
O Censo
12
2000 informa que o peso relativo da população idosa no
início da década representava 7,3%, enquanto, em 2000, essa proporção
atingia 8,6%. Neste período, por conseguinte, o número de idosos aumentou
em quase 4 milhões de pessoas, fruto, segundo estudos do IBGE, do
crescimento vegetativo e do aumento gradual da esperança média de vida.
Até 2025, segundo a OMS
3
, o Brasil será o sexto país do mundo em
número de idosos. Entre os municípios das capitais, Rio de Janeiro e Porto
Alegre se destacaram com as maiores proporções de idosos, representando,
respectivamente, 12,8% e 11,8% da população total nesses municípios.
População esta, com tendência de crescimento para os próximos anos.
Pesquisas no Rio Grande do Sul tais como o Estudo Multidimensional
dos Idosos de Porto Alegre, realizado em 1995 e repetido em 2005 têm sido
conduzidas na intenção de conhecer o perfil populacional dos idosos gaúchos.
25
2.1.1 ALTERAÇÕES BIOLÓGICAS DECORRENTES DO
ENVELHECIMENTO
Todas as estruturas, tecidos e funções, modificam-se em alguma
extensão com o envelhecimento.
Do ponto de vista do desenvolvimento de projetos que visam a
adequação da moradia para os indivíduos da terceira idade, algumas
alterações decorrentes deste processo são mais importantes.
2.1.1.1 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS
Quando nos referimos às alterações morfológicas temos que as
diferentes populações mundiais
36
são compostas de indivíduos de diferentes
tipos físicos e biótipos. Pequenas diferenças nas proporções de cada
segmento corporal existem desde o nascimento e tendem a acentuar-se
durante o crescimento, até à idade adulta
21
. Destes, a composição corporal,
a estatura e o peso são os que influenciam diretamente na composição do
envelope humano. O termo “envelope humano” é constituído pelo
delineamento externo do indivíduo, isto é, o espaço que suas proporções
ocupam em um ambiente.
Composição corporal: Quanto ao componente adiposo, este tende a
aumentar e apresentar distribuição centrípeta com o avanço da idade,
depositando-se a gordura principalmente na região abdominal. Nas
mulheres, como o depósito de gordura é maior, a densidade corpórea é
menor que a do homem da mesma faixa etária
4
. Com isso teremos
diferenças importantes, não no gênero, mas também relacionadas às
faixas etárias.
26
Estudos
21
feitos na população americana, na década 40, serviram de
base para definição de três tipos de características físicas predominantes na
população humana, definindo um tipo de composição corporal aproximada
para cada indivíduo:
Endomorfo: tipo de formas arredondadas, com depósitos de gordura.
Em sua forma extrema assemelha-se a uma pêra estreita em cima e larga
em baixo. O abdome é grande e cheio e o tórax relativamente pequeno.
Braços e pernas são curtos e flácidos. Os ombros e a cabeça são
arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo possui baixa densidade. A
pele é macia.
Mesomorfo: típico de indivíduos musculosos, de formas angulosas.
Apresenta cabeça cúbica, ombros e peito largos e abdome pequeno. Possui
pouca gordura subcutânea.
Ectomorfo: indivíduos que possuem corpo e membros longos e finos,
com um mínimo de gorduras e músculos. Os ombros são largos e caídos. O
pescoço é fino e comprido, o rosto é magro, o queixo é recuado e a testa é
alta. O tórax e o abdome são estreitos e finos.
Outras alterações morfológicas importantes que devem ser
consideradas no projeto e/ou design de produtos para esta faixa da
população são as relacionadas ao aumento do diâmetro antero-posterior e
redução do diâmetro transverso do tórax nos idosos, constituindo o que
chamamos de tórax senil.
Estatura: A partir dos 40 anos de idade, que é até quando a estatura
se mantém, temos uma redução de cerca de um centímetro por década,
devendo este fato a um aumento das curvaturas da coluna, encurtamento da
coluna vertebral devido às alterações nos discos intervertebrais
13
.
Acentuando-se após os 70 anos
4
.
Peso: Em indivíduos normais e com hábitos saudáveis uma
tendência à redução do peso após 60 anos de idade
13
. Quando este peso se
altera, deve-se em especial, ao acúmulo de gordura.
27
2.1.1.2 ALTERAÇÕES NAS FUNÇÕES NEUROMUSCULARES
No processo de envelhecimento estudos têm demonstrado
14
que o ser
humano perde entre 50.000 e 100.000 neurônios por dia. Entre as diversas
alterações que podem acontecer no sistema nervoso central, a redução dos
reflexos é uma das que mais importam no que se relaciona à autonomia do
indivíduo pelo maior risco de quedas.
Em relação às alterações musculares uma progressiva redução da
força motora em parte pela diminuição da atividade física que gradualmente
ocorre com a idade, mas igualmente pela redução do número de fibras
musculares que acontece com o envelhecimento, a sarcopenia.
Estudos têm demonstrado que pessoas com mais de 45 anos são mais
propensas aos distúrbios de natureza ergonômica, especialmente lesões
músculo-ligamentares e lombalgias
15
.
2.1.1.3 ALTERAÇÕES ESQUELÉTICAS E ARTICULARES
Duas são as alterações mais freqüentes relacionadas à coluna vertebral
que ocorrem com o envelhecimento.
A primeira é uma progressiva redução de altura dos discos
intervertebrais que reflete na diminuição da estatura, geralmente da ordem
de um centímetro a cada década, acentuando-se após os 60 anos de idade
16
.
A segunda alteração está relacionada à osteoporose, que induz a uma
redução da massa óssea e da resistência da vértebra podendo ocasionar uma
redução da altura vertebral por deformidade, que pode acontecer de forma
progressiva, assintomática ou de forma aguda quando ocorre uma fratura.
28
Esta alteração, geralmente diminui a estatura em cerca de dois
centímetros para cada vértebra comprometida, ocorrendo em curto espaço
de tempo
17
.
Ainda em relação à osteoporose além das fraturas vertebrais, outra
fratura importante que causa muita limitação, é a fratura de fêmur proximal,
chamada por alguns autores de fratura coxo femural.
Outro aspecto que influi na mobilidade e autonomia, nesta faixa etária,
são as alterações articulares, especialmente de joelho e coxo femural. Estas
alterações, chamadas artrites e artrose, ocorrem por desgaste da cartilagem
articular ocasionando muita dor e limitação funcional.
2.1.1.4 ALTERAÇÕES SENSORIAIS
Em relação às alterações sensoriais a visão é um dos aspectos mais
importantes que devem ser levados em conta no desenvolvimento de um
projeto arquitetônico, considerando-se que a visão é um dos sentidos que
mais é afetado pelo processo de envelhecimento. A diminuição da acuidade
visual
18
pode ser ocasionada, como na catarata, por uma redução da
transparência do cristalino, ou mesmo pelas alterações de outras estruturas
do olho fazendo com que o indivíduo idoso utilize óculos com grande
freqüência. Este aspecto é importante pelo fato de que idosos, muitas vezes,
por não ajustarem com freqüência suas lentes passam a ter dificuldades
visuais que podem induzir aos acidentes.
Além da redução da acuidade visual, temos as alterações na visão
periférica, a dificuldade de discriminação de cores e a incapacidade de
equilibrar o contraste de luz ao mudar de ambientes
18
. Este declínio dos
fatores sensoriais é considerado freqüente dentro do processo do
envelhecimento.
29
Com o avanço da idade, o idoso tende a apresentar, por exemplo, um
maior comprometimento da sua audição, porém este mesmo indivíduo pode
vir a manter a visão funcional em boas condições, o que fará com que, para
ele, em determinados ambientes, as pistas visuais tornem-se mais
importantes e até mesmo um aliado na sua orientação
25
.
2.1.2 PROPORÇÕES HUMANAS E SUA RELAÇÃO NOS IDOSOS
O mais antigo cânon das proporções humanas foi encontrado em uma
câmara mortuária nas pirâmides de Mênfis, aproximadamente 3000 a..C..
Pode-se afirmar que desde então e até hoje, ocupam-se artistas e cientistas
em desvendar os mistérios das relações proporcionais do corpo humano
19
.
Entretanto, quando nos referimos ao estudo das proporções humanas
torna-se indispensável mencionar a Seção Áurea
13
, também chamada de
Razão Áurea, criada por Euclides de Alexandria, 300 a.C. Ele estabeleceu a
necessidade de pelo menos três retas para se poder determinar uma
proporção, sendo que a terceira reta da proporção seja igual à soma das
duas anteriores
20
.
No mais completo tratado de arquitetura remanescente da Antiguidade,
o arquiteto e teórico romano Vitrúvius, que viveu no século I a.C.
1,3
escreveu: “... o comprimento do pé é 1/6 da altura do corpo; o antebraço, ¼
e a altura do peito é também ¼...” . Ele não estava preocupado apenas com
as proporções do corpo, mas também com suas implicações metrológicas. A
respeito disso ele salienta que os gregos extraíram dos membros do corpo
humano, não somente as dimensões proporcionais necessárias em todas as
operações construtivas
19
(a polegada, o palmo, o pé,...).
Após Vitrúvius, que via a ciência das proporções humanas como um
princípio fundamental na concepção, muitos outros artistas, arquitetos e
30
teóricos estudaram as proporções humanas no intuito de “quantificar” um
homem padrão.
O início da Antropometria foi marcado, principalmente, por Albrecht
Dürer na metade do século XV. Ele categorizou a diversidade de tipos físicos
humanos de acordo com uma observação sistemática e medição de um largo
número de pessoas. No entanto, neste período renascentista a teoria da
estética permanecia a mais importante. O desenho de Leonardo da Vinci
27
,
baseado no homem padrão vitruviano é uma das imagens mais reconhecidas
desta época.
Figura 5. Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/wm000002.jpg
Em tempos mais recentes, na década de 40, o arquiteto Le Corbusier
utilizou para todos os seus projetos, um sistema de proporções baseado na
31
seção áurea, o chamado El Modulor”. No qual fazia a aproximação entre o
sistema métrico empregado na França e Alemanha e o sistema inglês, de
polegadas, utilizado na Inglaterra e Estados Unidos.
Assim, “O Modulor” passou a determinar alturas e larguras para o
desempenho de várias atividades domésticas e de trabalho, sendo
largamente adotado por arquitetos e desenhistas industriais pelo mundo
afora
13
.
Figura 6. Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Corbusier.htm
32
Nas últimas décadas houve um aumento da preocupação com as
dimensões humanas e corporais. Ao estudo destas medidas físicas do corpo
humano denominamos Antropometria
21
.
Em nenhum outro segmento esta preocupação foi maior do que no
campo da “Engenharia das Configurações do Homem”
13
, assim chamada
pelos americanos e mais conhecida por “Ergonomia”, como é denominada na
Europa.
Um dos objetivos práticos do estudo da ergonomia concentra-se,
principalmente, na segurança, satisfação e bem-estar. A eficiência virá como
resultado.
As aplicações da ergonomia, inicialmente, limitavam-se à área
industrial, militar e espacial. A expansão que ocorreu para as mais diversas
áreas fez com que o conhecimento, antes direcionado ao homem adulto, se
expandisse às mulheres, crianças, idosos e deficientes físicos.
A melhoria na qualidade de vida das pessoas, hoje em dia, deve-se
muito às aplicações da ergonomia na vida diária. Desde a eficiência de
eletrodomésticos, passando pelo conforto dos automóveis, e segurança na
moradia.
A Ergonomia tem sido definida como sendo o estudo da adaptação do
trabalho ao homem
22
. Entendendo-se trabalho em uma visão mais ampla,
tal como ambiente ou equipamentos.
Um outro conceito conciso é dado pela Ergomics Research Society
14
,
na Inglaterra, onde Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem
e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos
conhecimentos de Anatomia, Fisiologia e Psicologia na solução dos problemas
surgidos desse relacionamento. Por isso a importância da
interdisciplinaridade no estudo da ergonomia e da antropometria humana.
33
A grande variabilidade das medidas corporais entre os indivíduos
apresenta um grande desafio
23
para o arquiteto e/ou designer de
equipamentos e espaços.
O Design Universal
24
, definido pelo Centro para o Design Universal,
North Caroline State University, EUA, é o design de produtos e de ambientes
para serem utilizados por todas as pessoas, em sua maior extensão possível,
sem a necessidade de adaptações ou design especializados, na Europa é
denominado Design for All. Embora existam situações nas quais se torne
impossível um projeto que atenda a todos, indiscriminadamente, seus
princípios devem servir como norteadores no momento de se realizar uma
arquitetura inclusiva, entre elas a eliminação de barreiras físicas internas e
externas à moradia que é tão importante independentemente da idade do
seu usuário.
Seus princípios apresentados a seguir são baseados nesta arquitetura
inclusiva:
- Uso eqüitativo, no qual o produto projetado deve ser útil e pode ser
adquirido por pessoas com habilidades diversas;
- Flexibilidade no uso garantindo que o resultado do design deve
acomodar uma grande variedade de preferências e habilidades individuais;
- Simples e intuitivo, pois seu uso deve ser de fácil entendimento,
independentemente da experiência, do conhecimento anterior, das
habilidades lingüísticas ou do nível de concentração corrente;
- Informação perceptível apresentando a informação necessária ao
usuário independente das condições do ambiente ou de suas habilidades
sensoriais;
- Tolerância ao erro, isto é, o produto projetado deve minimizar o risco
e conseqüências adversas de ações acidentais ou não intencionais;
- Baixo esforço físico significando que o produto deve ser usado
confortavelmente e com um mínimo de fadiga;
34
- Tamanho e espaço apropriados que ofereçam fácil alcance,
manipulação e uso independentemente do tamanho do corpo, postura ou
mobilidade do usuário
23
;
Em uma situação prática de projeto, além desses princípios, devem ser
considerados fatores como o econômico, de engenharia, os culturais, de
gênero e o ambiental.
Embora a concepção de projetar para o maior número de pessoas
possível seja algo importante, difere do conceito de se projetar para uma
“pessoa média”
22
.
Não existe um homem “médio” que se encaixe em todas as
características medianas de estatura, dimensões e habilidades. Portanto
deve-se ter em mente, no ato de projetar, as dimensões que mais se
aproximam do público-alvo de determinado projeto para que com isso se
minimize as discrepâncias das diferenças individuais.
A arquitetura é feita por pessoas para pessoas
20
, os edifícios são
construídos para serem habitados por elas, bem como as calçadas pelas
quais caminhamos, as ruas pelas quais trafegamos, até uma cadeira na qual
nos sentamos foi projetada baseada na escala humana.
Em cada processo projetual de arquitetura, as dimensões e os
movimentos do corpo humano
19
são fatores determinantes da forma e
tamanho dos equipamentos, mobiliários e espaços projetados.
Considerando-se o valor de uso da cidade, fica bastante difícil embasar
qualquer teoria que não disponha do indivíduo num papel central, pois é a
partir dele e para ele que tudo é projetado.
Sempre que possível e economicamente justificável
20
, as medidas
antropométricas devem ser realizadas diretamente, tomando-se uma
amostra significativa de sujeitos que serão usuários ou consumidores do
objeto a ser projetado.
Até hoje foram realizadas poucas pesquisas antropométricas em larga
escala e dentre essas, sua maioria se concentra em populações militares
21
.
35
Por estarem as pessoas sobrevivendo a idades mais avançadas é
preciso trabalhar pensando na flexibilidade e possibilidade de adaptação de
produtos e ambientes. Por isso é de fundamental importância se conhecer as
alterações físicas, funcionais, estruturais e comportamentais destes
indivíduos, para que se possa fazer uma arquitetura inclusiva, que permita
que os idosos tenham uma vida com autonomia e conforto o maior tempo
possível.
2.2 ENVELHECIMENTO HUMANO E ADAPTAÇÕES ARQUITETÔNICAS
O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida
provocam modificação no perfil de saúde da população. Ao invés, de
processos agudos que evoluem para cura ou óbito, tornam-se predominantes
as doenças crônico-degenerativas e suas complicações, que ocasionam
repercussões importantes para a saúde e para a política social. Um exemplo
são as seqüelas ocasionadas pela osteoporose e o seu mais temido evento: a
fratura óssea após queda, principalmente quadril e coluna levando muitas
vezes a perda da independência e as alterações na imagem corporal que
podem levar as mudanças de humor e o medo de novas quedas ocasionando
isolamento social do idoso e o vazio experimentado por não encontrar novas
funções
3
.
O espaço que uma pessoa necessita para realizar uma atividade com
segurança depende do tipo de atividade executada, bem como de suas
características anatômicas e funcionais. A falta de espaço adequado pode
restringir o desenvolvimento correto da atividade doméstica, elevar o gasto
de energia humana e aumentar a incidência de erros
19
.
Embora estudos mostrem que algumas adaptações ambientais têm um
impacto maior para idosos que se encontram em estágios intermediários de
36
Alzheimer
24
e outras patologias, algumas mudanças anatômicas e
funcionais que caracterizam o envelhecimento natural, e elas devem ser
tomadas como base pelos arquitetos e projetistas.
Alguns aspectos devem ser levados em conta como “dificultadores”
para a adaptação do idoso ao ambiente, são as alterações sensoriais que
implicam no desenvolvimento de ambientes
24
:
a). Em função da diminuição da acuidade visual e do campo visual
periférico, temos como obstáculos: os fios soltos pelo chão, degraus sem
sinalização, objetos soltos no chão, leitura de bulas de medicação, leitura de
listas telefônicas com letras miúdas, legendas pequenas em filmes,
desorientação em vários ambientes de cores iguais, dificuldade de seguir
orientação de sinalização, confusão em pisos com excesso de padronagens.
b). Em função da diminuição da audição e sistema vestibular temos:
diminuição do equilíbrio, dificuldade de orientação em ambientes muito
ruidosos, com excesso de sons diversos, risco de quedas, problemas de
equilíbrio em apoios instáveis.
c). Em função da diminuição do paladar temos: tendência à perda pelo
interesse na comida, diminuição na sensação gustativa, desorientação e
agitação em restaurantes visualmente estimulantes.
d). Em função do olfato temos: dificuldades em perceber odores
ambientais como gás e alimentos estragados.
e). Em função do tato temos: diminuição da sensibilidade táctil
resultando em risco de acidentes ao operar aparelhos eletrodomésticos ou de
queimaduras no banho
25
.
A moradia deve ser nosso “porto seguro”, é ela que deve garantir
nosso conforto e segurança em qualquer fase da vida. Esse local deve estar
apto para que, em qualquer momento, possamos adequá-lo sem prejuízo ou
comprometimento de espaços, além de ser levado em conta critérios como
fácil usabilidade, manutenção e durabilidade. A permanência do idoso em
sua casa implica em deixá-lo integrado à comunidade, além de diminuir a
37
segregação e o preconceito
26
em relação a esta importante parcela da
população.
2.2.1 CONVIVÊNCIA COM A ADVERSIDADE
Com importância fundamental em nossa qualidade de vida e bem-
estar, um ambiente físico adequado pode representar a diferença entre a
dependência e a independência para todos os indivíduos, mas especialmente
para aqueles mais idosos.
As alterações decorrentes do processo de envelhecimento natural do
ser humano, como já vêm sendo visto, acarretam dificuldades que vão desde
limitações até o impedimento do uso. E dentro deste contexto o ambiente
torna-se uma grande “armadilha” quando se trata de sua inadequação.
Pessoas que residem em moradias que oferecem múltiplas barreiras
físicas tendem a sair de casa com menos freqüência e por isso estão mais
sujeitas ao isolamento, depressão, menor preparo físico e conseqüentemente
terão problemas de mobilidade.
Por essas considerações, pode-se notar que, além de ser hostil, o
ambiente físico não facilita o cotidiano do idoso.
Embora muito se fale sobre a preocupação de se projetar ambientes
com um “design universal”, segundo o qual os ambientes devem garantir a
todos, de igual maneira e com o mesmo dispêndio de esforço, o acesso e uso
dos espaços construídos
25
. No entanto, os espaços públicos não estão em
condições de acolher nem as pessoas em idade ativa, o que dirá idosos com
limitações de deambulação
27
.
Quando tratamos de projetos ambientais para idosos o mesmo envolve
uma abordagem multidisciplinar, e isto vai muito além do aconselhamento
sobre a retirada de tapetes, a colocação de barras ou a elevação de vasos
38
sanitários. Medidas padronizadas para colocação de corrimão, barras ou
interruptores estão disponíveis em documentos de normatização técnica,
manuais e livros. Porém, existem inúmeras diferenças individuais em relação
a parâmetros biomecânicos e funcionais, aos desejos e expectativas e quanto
ao uso dos ambientes
24
.
Uma das adversidades encontradas é quanto à percepção e uso do
espaço. Na percepção do espaço pelo idoso, em relação ao adulto jovem,
ocorre uma grande transformação, comparando as etapas de vida dos
sujeitos
28
. Utilizando-se o espaço da residência, como pontos de partida da
análise têm que: para o adulto jovem sua residência é um meio, um local de
descanso e fruição; com relação ao idoso, o espaço da residência é seu
mundo, seu universo, ampliado pelo número de horas em que ele a
freqüenta
28
.
A relação do idoso com seu local de moradia, além de ser afetiva,
torna-se seu universo cognitivo. Em muitos casos, retirar o idoso de seu lar
significa aliená-lo ou suprimi-lo de algo que lhe é familiar e concreto, onde
ele se sente seguro e mais confiante, um lugar que ele domina tanto
psicológica quanto fisicamente
28
. A figura abaixo estabelece uma relação
comparativa desses dois movimentos.
Figura 7. Relação residência e espaço para o adulto jovem e para o idoso
28
. Fonte: Arq.
Fabiane Azevedo
Residência
do adulto
jovem
Residência
do idoso
39
Se considerarmos os dados da OMS de que 5% a 10% da população,
com mais de 60 anos, sofre acidentes domésticos fatais visualizaremos a
importância da adequação do ambiente para este usuário.
2.2.2 BARREIRAS ARQUITETÔNICAS
Os idosos expressam o desejo de viver em ambientes seguros, nos
quais possam exercer controle pessoal. Querem que esses ambientes
propiciem autonomia, mas com certo grau de cuidado e de especificidade, o
que traduz a necessidade de adaptação dos espaços às capacidades físicas e
sensoriais diminuídas
24
.
O fato de não existirem estudos antropométricos específicos para as
necessidades de adaptação do ambiente próprias à sua condição dificulta a
execução de projetos adequados para esta população, visto que, ao se
projetar, para se evitar erros, é preciso delinear o perfil do usuário.
As mudanças devem ser planejadas a partir do estudo das
características desta população. Um exemplo bastante importante está no
fato de que aos 60 anos há uma redução em torno de 66% da quantidade de
luz que chega à retina
24
. Isto significa que mesmo um idoso saudável e com
boa acuidade visual terá dificuldades em discriminar sombras, cantos e
contrastes.
Um ambiente adequado a idosos ativos atua como agente de
prevenção de eventos inesperados e por conseqüência, acidentes. Grande
parte dos idosos é capaz de reconhecer os perigos existentes relacionados ao
manejo do ambiente.
O termo “Ageing place”
24
que trata da disposição de um ambiente para
adequá-lo ao envelhecimento humano deveria ser a regra, e não a exceção.
40
Ambientes com barreiras expõem o indivíduo a riscos de quedas
permanentemente.
Estratégias ambientais que visam dar sustentação à mobilidade segura
e reduzir o risco de quedas baseiam-se em três abordagens gerais
29
. Em
primeiro lugar identifica-se e eliminam-se as barreiras físicas consideradas
potencialmente inadequadas; em segundo lugar, adapta-se o ambiente e em
terceiro lugar proporcionam-se esquemas de emergência para o caso de
eventuais acidentes; tais como campainhas e alarmes de fácil acesso.
Essas medidas, embora ainda pouco realizadas, são os primeiros
passos na direção da redução das barreiras arquitetônicas.
Os três pilares da estrutura política determinante para um
envelhecimento ativo segundo os princípios
3
das Nações Unidas são
participação, saúde e segurança. E é justamente neste ponto: a segurança,
que a arquitetura monta suas bases.
A questão que envolve a segurança é bastante ampla e abrange a
população como um todo, embora aqui esteja voltado especificamente para a
terceira idade.
A OMS fixa como algumas de suas metas prioritárias, no que se refere
ao Programa de Envelhecimento e Saúde, a modificação de ambientes de
trabalho, a eliminação de risco nos lares, a implementação de programas de
prevenção de quedas e a oferta de informações sobre segurança.
Outro ponto muito importante que a OMS, através da OPAS, nos
propõe é “viver sem barreiras” desenvolvendo opções de habitação sem
barreiras físicas, tornando os locais acessíveis independentemente das
pessoas serem ou não deficientes físicas ou idosas.
41
2.2.3 QUEDAS NA VELHICE
Embora as quedas não sejam eventos exatamente decorrentes do
processo de envelhecimento, a sua freqüente ocorrência nesta população a
torna um fato típico do paciente idoso
18
.
Historicamente, as quedas eram vistas como ocorrências acidentais,
eventos atribuídos à sorte imprevisível e, portanto, inevitável. Como
conseqüência, o peso que acarretava uma queda, era sentida pela vítima
como uma conseqüência da falta de cuidados, e não como um problema de
saúde pública
28
.
Havia uma outra visão, talvez ainda mais insidiosa: a de que as
quedas eram conseqüências do envelhecimento, sendo parte de um
fenômeno “normal”.
As quedas podem decorrer de uma série de problemas, sejam eles
intrínsecos ou extrínsecos. Os que se referem aos fatores intrínsecos
relacionam as mudanças relativas à idade, sedentarismo, redução de
reflexos, equilíbrio, negação da fragilidade, entre outros. Enquanto que os
extrínsecos referem-se aos problemas de barreiras ambientais, ambientes
potencialmente inadequados, medicação que afeta o equilíbrio, entre outros.
É importante salientar que todos os fatores acima citados
caracterizam-se por serem multifatoriais.
Questões do controle da postura corporal do idoso associada à
diminuição na propriocepção e nos reflexos periféricos diminuem em muito a
resposta dos músculos na manutenção e controle da postura corporal
29
. O
decréscimo no tônus muscular, e a oscilação da postura também são fatores
que aumentam o risco de quedas.
No que se refere ao risco acentuado de quedas de própria altura,
temos que o tempo de reação de uma pessoa de sessenta anos, segundo
Iida
20
, é 20% maior do que de jovens com vinte anos e essa diferença tende
42
a crescer em tarefas mais complexas, que exijam capacidade de
discriminação entre vários estímulos diferentes.
Os idosos são mais vulneráveis a determinados tipos de acidentes,
sendo o banheiro o ambiente responsável por grande parte dos acidentes
domésticos tornando-se um local de atenção contínua.
As quedas trazem consigo complicações que por muitas vezes são as
responsáveis pelo comprometimento da qualidade de vida do indivíduo
30
.
Em políticas de saúde públicas, quando os fatores de risco, tanto
ambientais como comportamentais, se mantêm baixos, e os fatores de
proteção elevados temos populações com maior e melhor qualidade de vida.
Coeficiente de mortalidade por quedas no Rio Grande do Sul
30
de 1998 a
2005.
Figura 8
Quanto aos locais de ocorrência das quedas acima relatadas
31
66%
ocorreram nos domicílios, 24% em vias públicas, 6% no trabalho. Os dados
reafirmam a importância da adequação do ambiente, especialmente o
residencial.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 a 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 e mais
Ano
Coef./ 100.000
Masculino Feminino
43
A aplicação de dados antropométricos específicos em projetos
ergonômicos realizados para idosos no exterior mostraram-se efetivamente
eficientes do ponto de vista de redução de quedas e impactos, além de
melhorar o conforto e segurança de seus usuários
32
.
44
2.3 NORMATIZAÇÃO VIGENTE
pouca informação antropométrica disponível sobre a população
idosa, especialmente em países em desenvolvimento, e recentemente é que
estudos incluindo dados específicos desta população, com mais de 75 anos,
estão sendo realizados
33
.
A Organização Mundial de Saúde enfatiza a necessidade de se
pesquisar valores de referência para populações específicas.
Aparentemente o fato de medir as pessoas seria uma tarefa fácil
20
a
grande dificuldade de se obter dados antropométricos das populações
concentra-se basicamente no fato de que dados confiáveis exigem condições
que nem sempre são possíveis em um levantamento com um grande número
de pessoas. Estas condições às quais nos referimos são as medições serem
realizadas, por exemplo, sem roupa, sem calçados, ereto, sentado em local
fixo com medida pré-determinada.
2.3.1. TABELAS REFERENCIAIS
A dificuldade de se realizar levantamentos antropométricos
22
a partir
de amostra de base populacional induz aos profissionais o uso de tabelas de
medidas antropométricas disponíveis na bibliografia.
Embora seja mais rápido e econômico utilizar-se deste recurso a
bibliografia em utilização, no Brasil, foi desenvolvida, em sua maioria na
década de 70
21 33
.
Porém temos que verificar os fatores
21
que influenciam nos resultados
destas pesquisas, tais como: a localização de onde estas medidas foram
tomadas - diferenças étnicas; a faixa etária - o corpo varia continuadamente
45
com o avanço da idade; a época do levantamento as medidas
antropométricas dos povos evoluem com o tempo; e as condições nas quais
estes levantamentos são feitos – roupas, calçados, instrumentos de medidas.
Com poucas exceções, a maior parte dos padrões de referência
simplesmente não está suficientemente fundamentada
13
. Dos raros
levantamentos populacionais concisos, feitos em larga escala, encontram-se
as pesquisas com populações militares.
Em relação aos idosos brasileiros não existe dados referenciais de base
populacional e o problema tende a agravar-se no caso das mulheres, porque
as diferenças antropométricas em relação às populações estrangeiras
costumam ser mais significativas
21
.
Ainda hoje para realização de um projeto específico relativamente
conciso, arquitetos e profissionais da área necessitam de uma consulta a
uma grande variedade de fontes para conhecer-se o tipo de dado existente e
adaptá-lo à finalidade de seu projeto
13
.
2.3.2 REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL
Uma das tabelas antropométricas mais completas que se conhece é a
norma alemã DIN 33402 de junho de 1981. Ela apresenta medidas de 54
variáveis do corpo. Para cada variável a norma descreve os pontos entre os
quais são tomadas as medidas, a postura adotada e o instrumento
utilizado
20
. Em 1996, esta norma foi revisada e instituiu em duas partes
distintas: na Parte I, parâmetros para moradias sem barreiras para os
usuários de cadeira de rodas e, na Parte II, moradias sem barreiras para a
população em geral, evidenciando claramente as diferenças entre os dois
grupos. A proposta tem como finalidade eliminar o estigma enfrentado pelos
idosos que se sentem sempre associados aos usuários de cadeira de rodas, o
46
que muitas vezes os tornam relutantes em admitir suas necessidades
diferenciadas.
Já nos EUA, as medidas mais utilizadas para fins civis são apresentadas
pela publicação: Weight, Hight and Selected Dimensions of Adults, do Dept.
of Health, Education and Welfare, baseada em uma coleta de 11 variáveis
(estatura e mais dez medidas em posição sentada) de 6.672 adultos
25
.
No contexto internacional destaca-se ainda a Holanda por desenvolver
um manual com critérios dimensionais
25
que percorre desde os espaços
urbanos até dimensões mínimas para banheiros em residências, para novas
construção e adaptação de edificações construídas naquele país, e tem
como objetivos prevenir mudanças forçadas de adaptação do ambiente;
reduzir o tempo para implementar a adaptação; reduzir o custo que envolve
as adaptações individuais; construir casas que possam ser facilmente
visitadas; criar efeito positivo na integração social; aumentar a rentabilidade
ao aumentar o valor prático da “residência para todos”; criar ambientes em
que também pessoas não deficientes possam deles se beneficiar em
circunstâncias especiais
25
.
2.3.3 NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA
A Lei Federal 8.842 de 04/01/94 que dispõe sobre a Política Nacional
do Idoso e o Decreto 1.984 de 03/07/96, que a regulamenta, têm por
objetivo “assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para
promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade”.
Dentre as ações governamentais, que incluem tópicos em todas as esferas
de ações públicas, destaca-se, para o âmbito desta pesquisa, o enfoque dado
à habitação. Seguindo o que rege a C.F., o inciso III do art. 4º da referida lei
47
prioriza o atendimento ao idoso por meio de suas próprias famílias, em
detrimento do atendimento asilar
34
.
Também no artigo 10, inciso V na área de habitação e urbanismo, o
estado se compromete a: [...] destinar, nos programas habitacionais,
unidades em regime de comodato ao idoso, na modalidade de casas-lares;
incluir, nos programas de assistência ao idoso, formas de melhoria de
condições de habitabilidade e adaptação de moradia, considerando seu
estado físico e sua independência de locomoção; elaborar critérios que
garantam o acesso da pessoa idosa a habitação popular e diminuir barreiras
arquitetônicas e urbanas.
Em relação à legislação, pode-se destacar que no Brasil, instrumentos
legais como a Lei Ordinária Federal 010098
34
(2000), o qual estabelece
normas e critérios para promoção da acessibilidade de pessoas portadoras de
deficiência ou mobilidade reduzida. A Lei Estadual/RS 8.974 (1990)
determina que projetos de arquitetura e de engenharia, em edifícios
públicos, de propriedade do Estado, devem incorporar as facilidades de
acesso a deficientes físicos.
Seis normas brasileiras
34
: NBR9050; NBR 5050; NBR14020;
NBR14021; NBR14022; NBR14273; NBR14970-2 incluem, num mesmo
grupo de condições de acessibilidade, os deficientes físicos, as gestantes e os
idosos.
Legislações que enfocam os requisitos das habitações para adequação
ao usuário idoso estão surgindo em diversos países e têm-se mostrado
eficazes para afrontar o desafio social do envelhecimento da população.
A própria legislação federal brasileira é controversa, no que diz respeito
ao enquadramento do idoso como pessoa portadora de deficiência
25
. Da
mesma forma que algumas leis os enquadram na mesma categoria, outras
simplesmente não os mencionam, como no caso da Lei 7.405/85 que “torna
obrigatória a colocação de Símbolo Internacional de Acesso em todos os
locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de
48
deficiência”, mais uma vez referindo-se a deficiências graves e não
mencionando as limitações dos idosos. Muitas vezes eles têm dificuldade de
locomoção, mas não se enquadram nas deficiências físicas favorecidas por
vagas especiais.
Para que se possa ter uma legislação adequada à cultura e tradição
nacional, é imprescindível que se inicie tanto um movimento para um
profundo conhecimento das implicações que o envelhecimento exerce sobre
o uso das moradias
25
, quanto um debate em busca de soluções apropriadas
ao contexto brasileiro.
2.3.4 IDOSOS VERSUS DECIENTES FÍSICOS
É de total importância diferenciar os indivíduos idosos normais que
apresentam alterações típicas do envelhecimento com o grupo de indivíduos
que possui deficiências físicas, quer sejam elas por acidentes ou por demais
causas, dessa forma entendemos a urgente necessidade de avaliar as
alterações morfológicas que os indivíduos apresentam com o envelhecimento
para, a partir daí, procurarmos as soluções que poderiam estar relacionadas
à criação de normas específicas para os idosos.
Cumpre definir que, deficiente físico é aquele indivíduo que
independente da idade apresenta uma lesão que o impede definitiva ou
temporariamente de executar suas funções usuais para a sua idade.
Acrescente-se o fato de que dentro deste mesmo grupo de deficientes, por
exemplo, ocorrem subclassificações específicas com patologias e
características intrínsecas.
Alguns conceitos importantes nos levam ao delineamento da população
que nos propusemos a estudar:
49
Para OMS
3
, autonomia é a habilidade de controlar, lidar e tomar
decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com
suas próprias regras e preferências.
Independência é, em geral, entendida como a habilidade de executar
funções relacionadas à vida diária isto é, a capacidade de viver
independentemente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de
outros.
Afora a autonomia, que sabidamente é algo muito complexo de se
mensurar, a independência possui medições de graus de dificuldades com
protocolos já conhecidos.
A Organização Mundial de Saúde que define incapacidade como uma
“restrição ou falta de capacidade para realizar uma atividade da maneira ou
dentro da amplitude considerada normal para um ser humano”.
No entanto, a respeito de idosos, os estudos e levantamentos são
recentes, regionalizados e escassos em informações, Panero
13
incluindo num
mesmo capítulo de seu livro, idosos e portadores de deficiências físicas,
conclui que a diminuição de altura no idoso pode ocorrer em função de
sobrevivência seletiva de pessoas mais baixas e mais leves. Contudo,
estudos atuais que comprovem estas informações são inexistentes. Afirma,
ainda, que a variação de grau de alcance - antropometria dinâmica - dos
idosos, em relação aos adultos jovens, ocorre em função da incidência de
artrites e outras limitações de movimento, particularmente no movimento de
alcance vertical. Cabe destacar que estes dados reportam-se aos dados de
populações de idosos norte-americanos.
Acrescente-se ainda que, além da falta de domínio do conhecimento
da ergonomia física, os conhecimentos de ergonomia cognitiva não foram
transferidos efetivamente da esfera da pesquisa para os produtos de
consumo da população. Desta forma, a cultura do conhecimento da
percepção aplicada à legibilidade, compreensão, uso e aceitação de produtos
50
ainda não está totalmente assimilada pelos fabricantes de bens de consumo,
especificamente no segmento idosos
35
.
É importante notar que uma grande diferença entre o idoso e a
pessoa portadora de deficiência, principalmente no que se refere ao
ambiente doméstico. A pessoa portadora de deficiência PPD - tem uma
situação bem definida com relação à sua deficiência, enquanto que o idoso
está sujeito a constantes alterações nas suas habilidades, além de ser
impossível prever quando, o que e em que grau acontecerá uma debilidade
que afete o uso do ambiente construído
25
.
Nesse sentido, o PPD precisa de um ambiente com características
específicas e que atenda às suas limitações, enquanto que a pessoa idosa
necessita de um ambiente não específico, mas que possa ser adaptado às
mudanças de suas habilidades, mudanças essas que podem ocorrer com o
passar dos anos.
Em leis e normas, o idoso está associado ou incluído no grupo de
pessoas portadoras de deficiência. É necessário entender que o
envelhecimento é uma fase natural da vida do homem, apresentando
limitações tanto quanto nos demais ciclos da vida. Como citado no item de
regulamentação internacional, a norma DIN alemã em sua última versão
faz esta distinção.
As barreiras atitudinais existem e são reforçadas pelo estigma e
preconceito, não se devendo agregar aos inúmeros preconceitos
associados aos idosos, também a condição de deficiente físico.
51
3 JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
3.1 JUSTIFICATIVA
Estudos de amostras populacionais são fundamentais para o
entendimento dos desafios que surgem em uma população em processo de
envelhecimento. Superar esses desafios requer um planejamento inovador e
reformas políticas substanciais tanto em países desenvolvidos como em
países em transição. Os países em desenvolvimento enfrentam os maiores
desafios, e a maioria deles ainda não possui políticas abrangentes para o
envelhecimento.
A ausência de um conhecimento mais específico sobre as medidas
antropométricas desta população incorre em uma maior dificuldade de
planejamento, onde normatizações específicas poderiam minimizar efeitos
decorrentes de inadaptação de espaços e ambientes através de uma
prevenção seja ela primária ou secundária.
A relevância deste projeto está relacionada à definição de parâmetros
morfométricos dos idosos da nossa população de forma a permitir o
desenvolvimento de normas específicas.
É sobre este estudo que se propõe um trabalho de medição desta
população que embora saudável possui limitações reconhecidas pela
avançada idade. Indivíduos que continuam exercendo atividades
profissionais, físicas, realizando viagens, desfrutando da condição financeira
que acumularam durante os anos de trabalho pleno.
52
3.2 OBJETIVOS
3.2.1 Objetivo Geral
Determinar padrões referenciais antropométricos da população idosa
de Porto Alegre.
3.2.2. Objetivos Específicos
1. Caracterizar física e dimensionalmente a população de idosos;
2. Avaliar as alterações morfológicas relacionadas ao envelhecimento,
através de levantamento antropométrico;
3. Analisar e comparar os valores coletados na amostra com os valores
utilizados como referência na bibliografia para execução de projetos de
espaços e ambientes;
53
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O projeto maior, Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre,
no qual se insere este estudo foi definido como sendo transversal
exploratório e observacional de base populacional para os eventos mais
freqüentes da população idosa.
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
4.2.1 Seleção da Amostra
Os critérios norteadores da escolha da amostra foram os mesmos
empregados no Levantamento de 1995 e baseado no censo populacional de
2000.
A determinação do n da amostra para o presente estudo baseou-se no
número de indivíduos avaliados no estudo anterior para cada bairro da
cidade de Porto Alegre, atualizados pelo IBGE de acordo com as estimativas
de variação populacional para 2005 que foram calculadas a partir dos
resultados do censo de 2000.
O número de indivíduos necessários para constituir uma amostra
representativa da população idosa de Porto Alegre em 1995 foi definido como
sendo de 880 indivíduos ou 0,69% da população idosa estimada de 132.965
habitantes para 1995.
54
O mesmo percentual foi calculado para a população idosa estimada em
2005, resultando em uma amostra de 1164 indivíduos, os quais foram
avaliados em seus domicílios.
Em uma segunda fase do estudo estes indivíduos foram convidados a
participar de uma avaliação abrangente na PUCRS. Para esta fase o projeto
disponibilizou transporte individualizado do domicílio para a Universidade e
vice versa, de forma a reduzir os índices de desistências por problemas de
locomoção.
Do total de indivíduos da amostra inicial, 483 participantes, sendo 137
homens e 346 mulheres, compareceram à segunda avaliação.
4.2.2 Critérios de Inclusão
Foram incluídos indivíduos socialmente ativos selecionados na Fase I e
que compareceram à Fase II deste estudo o qual obedeceu a um critério de
amostra populacional com base no censo do IBGE.
4.2.3 Critérios de Exclusão
Indivíduos portadores de deformidades físicas congênitas ou adquiridas
com uso de próteses.
Indivíduos portadores de doenças neurológicas ou degenerativas
graves.
Da amostra selecionada 7 indivíduos , 5 homens e 2 mulheres, foram
excluídos.
55
4.3 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS
4.3.1 Coleta dos Dados e Instrumentos
O levantamento de dados desta população foi realizado dentro do
projeto “Avaliação Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre”, no qual os
indivíduos foram transportados até o Campus da PUCRS para estas coletas
entre outras de diversas unidades desta Universidade.
A avaliação foi feita através de instrumento de medida métrica
validada pelo INMETRO (trena metálica antropométrica marca Sanny).
As medições na posição sentada foram realizadas sobre um cubo de
mdf laminado com 40 cm de largura, 40 cm de altura e 40 cm de
profundidade.
A avaliação foi feita com os indivíduos descalços e com menor volume
de roupas quanto possível.
A mensuração de estatura foi realizada com estadiômetro.
As variáveis medidas foram as seguintes:
1. Estatura em posição ortostática;
56
2. Altura de ombros em posição sentada;
3. Altura de olhos em posição sentada;
4. Comprimento nádega-joelho em posição sentada;
57
5. Comprimento nádega-poplítea em posição sentada;
6. Altura do joelho em posição sentada;
7. Alcance da ponta da mão estendida;
58
8. Altura solo - virilha em posição ortostática;
9. Altura solo - cotovelo em posição ortostática;
59
10. Largura dos ombros em posição sentada;
60
4.3.2 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram armazenados em uma planilha Excel e Access.
As análises foram realizadas no programa SPSS (Statistical Package for
the Social Sciences) versão 11.5.
Adotou-se um nível de significância de 5%.
Os resultados foram comparados com os valores expressos em tabelas
de referências para a população adulta e avaliadas as respectivas diferenças
entre as medidas.
4.3.3 ASPECTOS ÉTICOS
A realização do presente estudo foi efetuada após a aprovação da
Comissão Científica do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS e do
Comitê de Ética em Pesquisa na Área de Saúde da PUCRS.
Os voluntários da pesquisa assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido (Anexo 01).
A pesquisa foi conduzida dentro das normas da Resolução 196/1996 do
Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) sob número de aprovação
1066/05-CEP, em 07 de novembro de 2005 (Anexo 02) com o título “Estudo
Multidimensional Comparativo de 10 anos: 1995-2005”.
61
5 RESULTADOS
A apresentação dos resultados obtidos será feita agrupando-os de
acordo com as variáveis analisadas.
Tabela 1. Estatura em posição ortostática, de acordo com o sexo e a faixa
etária, em uma amostra de idosos de base populacional do município de
Porto Alegre em 2006.
P PERCENTIS
N M (DP) FAIXA
5% 50% 95%
HOMENS 121 166,8 (7,7) 148,5-187,9 153,5 166,5 179,2
60-64 anos 41 169,4 (7,6) * 154,5-185,7 155,9 170,0 179,3
65-74 anos 45 166,2 (8,3) 0,062 148,5-187,9 150,5 166,5 180,8
75-84 anos 28 164,1 (6,0) 0,003 151,8-173,2 152,2 164,7 172,6
85-94 anos 5 167,6 (7,0) 0,608 161,0-179,5 161,0 166,0 179,5
MULHERES 326 153,5 (6,6) 138,3-174,4 142,7 153,9 163,5
60-64 anos 98 154,9 (6,4) * 139,4-168,5 143,2 155,3 164,3
65-74 anos 132 153,7 (6,2) 0,169 138,3-165,5 143,2 154,0 163,6
75-84 anos 81 151,7 (6,6) 0,001 140,0-174,4 141,9 151,5 162,3
85-94 anos 12 149,8 (7,8) 0,011 138,5-163,5 138,5 148,4 163,5
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
A medida de estatura apresentou diferenças significativas em ambos os
sexos, em relação ao envelhecimento. Nos homens, a redução de altura
62
ocorrida entre as duas primeiras faixas etárias estudadas foi significativa, o
mesmo não ocorrendo nas mulheres.
Tabela 02. Altura de ombros, em posição sentada, de acordo com o sexo e
a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional do município
de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 131 59 (4,3) 51-76 53,0 59,0 66,0
60-64 anos 43 60,4 (4,9) * 51-76 53,2 60,0 69,6
65-74 anos 47 58,5 (4,1) 0,046 51-72 53,0 59,0 65,0
75-84 anos 34 58,1 (3,0) 0,022 51-64 51,0 58,0 64,0
85-94 anos 5 57,6 (4,4) 0,220 52-63 52,0 57,0 63,0
MULHERES 342 54,6 (3,8) 45-76 49,0 54,0 60,0
60-64 anos 103 55,8 (3,3) * 48-65 50,2 56,0 61,8
65-74 anos 138 54,8 (3,9) 0,025 47-76 49,0 55,0 60,0
75-84 anos 84 53,5 (3,9) 0,000 45-67 47,3 53,0 60,0
85-94 anos 14 52,1 (3,1) 0,000 46-58 46,0 52,5 58,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
A medida de altura de ombros apresentou um decréscimo progressivo
a partir da década dos 60 anos.
Especificamente em relação às mulheres, observa-se uma redução
gradual e significativa desta medida ao longo do envelhecimento, enquanto
nos homens esta redução ocorre de forma mais concentrada entre 60 e 70
anos.
63
Tabela 03. Altura de olhos, em posição sentada, de acordo com o sexo e a
faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional do município
de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 74,7 (4,7) 63-89 66,0 75,0 82,4
60-64 anos 43 76,3 (4,2) * 67-87 70,0 76,0 85,4
65-74 anos 47 74,7 (4,6) 0,084 66-89 67,2 74,0 82,8
75-84 anos 35 73,3 (5,0) 0,004 63-81 63,0 74,0 80,2
85-94 anos 5 71,2 (4,4) 0,015 65-77 65,0 71,0 77,0
MULHERES 330 70,2 (4,9) 54-113 63,0 70,0 77,0
60-64 anos 100 72,2 (5,5) * 62-113 66,0 72,0 77,0
65-74 anos 133 70,0 (4,6) 0,002 54-82 62,0 70,0 77,0
75-84 anos 81 68,6 (3,9) 0,000 60-77 62,0 68,0 76,0
85-94 anos 13 67,7 (4,3) 0,006 58-75 58,0 68,0 75,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
Os dados de altura de olhos foram coletados a partir do indivíduo em
posição sentada e revelam diminuição significativa dos valores para os
homens e mulheres, respectivamente, a partir dos 75 anos e 65 anos.
Esta redução, em ambos os sexos, atinge 5 cm ao longo de 30 anos.
64
Tabela 04. Comprimento nádega-joelho, em posição sentada, de acordo
com o sexo e a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional
do município de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 56,7 (4,8) 44-70 50,0 57,0 65,0
60-64 anos 43 57,1 (4,6) * 49-68 50,0 57,0 65,4
65-74 anos 47 56,3 (5,1) 0,429 44-66 45,8 57,0 65,0
75-84 anos 35 56,9 (5,0) 0,790 46-70 49,2 56,0 66,0
85-94 anos 5 59,4 (4,6) 0,306 55-66 55,0 58,0 66,0
MULHERES 342 55,5 (5,5) 41-69 46,0 56,0 65,0
60-64 anos 103 55,9 (5,8) * 44-69 45,2 56,0 65,8
65-74 anos 137 54,9 (5,7) 0,195 41-69 45,0 55,0 65,0
75-84 anos 85 55,9 (4,9) 0,991 46-68 47,0 56,0 64,0
85-94 anos 14 55,3 (5,3) 0,721 44-64 44,0 56,5 64,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
Os dados da tabela acima sobre comprimento nádega-joelho, quando
comparados em relação ao aumento da idade, não revelam diminuições
significativas nas suas proporções.
65
Tabela 05. Comprimento nádega-poplítea, em posição sentada, de acordo
com o sexo e a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional
do município de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 46,9 (3,6) 38-55 41,0 47,0 53,4
60-64 anos 43 47,7 (3,3) * 39-55 42,2 48,0 53,8
65-74 anos 47 46,7 (3,8) 0,213 38-55 39,8 47,0 53,6
75-84 anos 35 46,4 (4,0) 0,128 39-55 40,6 46,0 53,4
85-94 anos 5 48,8 (4,0) 0,470 44-54 44,0 49,0 54,0
MULHERES 343 46,6 (4,3) 36-62 39,2 46,0 54,0
60-64 anos 103 46,8 (4,5) * 37-59 39,0 46,0 55,0
65-74 anos 138 46,3 (4,5) 0,418 36-62 39,0 46,0 54,0
75-84 anos 85 46,9 (3,6) 0,858 39-56 40,3 47,0 53,0
85-94 anos 14 45,4 (4,1) 0,284 38-54 38,0 46,0 54,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
Assim como nos dados referentes ao comprimento de nádega-joelho,
os dados de comprimento de nádega-poplítea também não demonstram
diferenças significantes com o aumento da idade.
66
Tabela 06. Altura de joelho, em posição sentada, de acordo com o sexo e a
faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional do município
de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 130 52,5 (3,0) 45-61 48,0 52,0 57,5
60-64 anos 42 53,7 (2,8) * 48-59 49,0 54,0 58,0
65-74 anos 46 52,1 (3,1) 0,017 47-61 47,4 52,0 57,7
75-84 anos 35 51,6 (3,0) 0,001 45-56 45,8 52,0 55,2
85-94 anos 5 53,4 (5,0) 0,842 48-61 48,0 54,0 61,0
MULHERES 343 49,1 (3,0) 41-69 45,0 49,0 53,0
60-64 anos 103 49,2 (3,4) * 41-69 44,2 49,0 53,0
65-74 anos 139 48,9 (2,6) 0,527 42-56 45,0 49,0 53,0
75-84 anos 85 49,2 (3,2) 0,932 42-64 45,0 49,0 53,7
85-94 anos 13 49,0 (3,1) 0,846 43-54 43,0 49,0 54,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
A medida de altura de joelho, conforme a tabela acima, apresenta
diferentes comportamentos no envelhecimento, de acordo com o sexo.
Conforme demonstra a tabela, nos homens houve uma diminuição
significativa, entre as faixas etárias avaliadas, com exceção dos indivíduos
acima de 85 anos, enquanto nas mulheres estas diferenças não foram
encontradas.
67
Tabela 07. Alcance da ponta da mão estendida, em posição sentada, de
acordo com o sexo e a faixa etária, em uma amostra de idosos de base
populacional do município de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 131 74,3 (4,4) 66-86 68,0 74,0 81,4
60-64 anos 43 75,1 (4,2) * 69-83 69,0 76,0 81,0
65-74 anos 46 73,8 (4,9) 0,179 66-85 66,0 73,0 83,3
75-84 anos 35 73,8 (4,0) 0,186 66-83 67,6 74,0 80,6
85-94 anos 5 75,0 (6,6) 0,973 70-86 70,0 72,0 86,0
MULHERES 341 68,7 (4,1) 58-83 62,0 68,0 76,0
60-64 anos 103 68,9 (4,1) * 59-79 61,2 69,0 76,0
65-74 anos 138 68,6 (3,9) 0,503 58-83 62,0 69,0 75,0
75-84 anos 84 68,7 (4,7) 0,731 60-81 61,0 68,0 78,0
85-94 anos 14 69,1 (3,5) 0,842 63-77 63,0 68,5 77,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
Assim como observado no comprimento de membros inferiores, a
medida do alcance de mão, não apresentou variações significativas em
relação às faixas etárias, tanto em homens quanto em mulheres.
68
Tabela 08. Altura do solo até virilha em posição ortostática, de acordo com
o sexo e a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional do
município de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 89,8 (5,8) 74-102 80,0 90,0 100,0
60-64 anos 43 90,6 (6,3) * 77-102 79,2 90,0 101,6
65-74 anos 47 89,6 (5,3) 0,392 75-100 81,4 90,0 99,6
75-84 anos 35 88,6 (5,0) 0,134 74-98 78,0 89,0 96,4
85-94 anos 5 93,2 (7,9) 0,402 80-101 80,0 96,0 101,0
MULHERES 342 85,3 (5,5) 70-99 76,0 85,0 95,0
60-64 anos 103 85,5 (5,0) * 73-98 77,2 86,0 95,0
65-74 anos 138 85,5 (5,6) 0,953 70-99 76,0 85,0 95,1
75-84 anos 84 85,0 (6,1) 0,569 72-99 74,0 85,0 95,8
85-94 anos 14 84,2 (5,4) 0,387 74-92 74,0 84,0 92,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
As dimensões de comprimento do solo até virilha (púbis), com o
indivíduo em posição ortostática, não revelaram diferenças significativas com
o avanço da idade.
69
Tabela 09. Altura do solo até cotovelo em posição ortostática, de acordo
com o sexo e a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional
do município de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 104,3 (5,9) 88-124 95,7 104,0 114,0
60-64 anos 43 106,4 (6,1) * 95-124 96,4 107,0 116,6
65-74 anos 47 103,1 (6,3) 0,014 88-118 88,4 103,0 113,8
75-84 anos 35 103,2 (5,0) 0,013 94-112 94,0 104,0 110,4
85-94 anos 5 106,4 (4,4) 0,992 103-114 103,0
105,0 114,0
MULHERES 341 96,9 (5,1) 84-109 89,0 96,0 105,0
60-64 anos 103 97,8 (4,9) * 87-109 90,0 97,0 106,0
65-74 anos 138 96,9 (4,7) 0,178 85-109 89,0 97,0 105,0
75-84 anos 83 95,9 (5,4) 0,013 86-109 88,0 95,0 106,0
85-94 anos 14 94,7 (6,4) 0,036 84-106 84,0 94,5 106,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
*: valor de referência para comparação das médias.
A medida de altura de solo até cotovelo mostrou diferenças em relação
ao sexo.
Enquanto nos homens existe uma diferença significativa desta altura
entre as duas primeiras décadas estudadas, o mesmo não ocorre nas
mulheres. Por outro lado, nas mulheres a redução desta altura é progressiva
durante todo o envelhecimento.
70
Tabela 10. Largura de ombros, em posição sentada, de acordo com o sexo e
a faixa etária, em uma amostra de idosos de base populacional do município
de Porto Alegre em 2006.
PERCENTIS
N M (DP) P MÍN/MÁX
5% 50% 95%
HOMENS 132 45,8 (3,8) 34-57 39,0 46,0 52,0
60-64 anos 43 46,9 (3,8) * 39-56 40,0 46,0 52,8
65-74 anos 47 45,5 (3,1) 0,067 38-53 39,8 45,0 51,2
75-84 anos 35 45,5 (4,0) 0,119 37-57 38,6 45,0 53,0
85-94 anos 5 43,4 (4,4) 0,062 37-48 37,0 43,0 48,0
MULHERES 339 43,3 (4,0) 34-62 37,0 43,0 49,0
60-64 anos 102 44,0 (3,9) * 36-58 38,0 44,0 51,7
65-74 anos 136 43,4 (4,1) 0,219 34-62 37,0 43,0 50,0
75-84 anos 84 42,4 (4,1) 0,005 34-54 36,0 42,5 48,0
85-94 anos 14 41,4 (3,8) 0,016 34-48 34,0 42,0 48,0
N: número de indivíduos avaliados.
M: média em centímetros.
DP: desvio-padrão em centímetros.
P: nível de significância.
* : valor de referência para comparação das médias.
Em relação à largura de ombros observou-se uma redução gradual nas
médias obtidas, por década, de até 1 cm, em ambos os sexos.
Esta diminuição foi significativa nas mulheres acima de 75 anos quando
comparadas às faixas etárias de 60 a 64 anos.
71
Tabela 11. Comparação dos dados de estatura entre os resultados da
amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de referência.
ESTATURA
PERCENTIS
5% 95%
HOMENS (Referência *) 161,5 184,9
HOMENS (Porto Alegre) 153,5 179,2
DIFERENÇA
8,0 5,7
MULHERES (Referência *) 149,9 170,4
MULHERES (Porto Alegre) 142,7 163,5
DIFERENÇA
7,2 6,9
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source
book of design reference standards. Barcelona: Gili; 2002.
Os resultados obtidos nos idosos de Porto Alegre foram menores do
que os valores utilizados como referência.
Tabela 12. Comparação dos dados de largura de ombros entre os resultados
da amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de referência.
LARGURA DE OMBROS
PERCENTIS
5% 95%
HOMENS (Referência *) 44,2 52,6
HOMENS (Porto Alegre) 39,0 52,0
DIFERENÇA
5,2 0,6
MULHERES (Referência *) 37,8 43,2
MULHERES (Porto Alegre) 37,0 49,0
DIFERENÇA
0,8 -5,8
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source
book of design reference standards. Barcelona: Gili; 2002.
72
Ao contrário do que foi observado na estatura, onde a população deste
estudo apresentou medidas menores, na largura de ombros as idosas do
estudo Porto Alegre apresentaram maior dimensão do que os valores de
referência. Esta diferença foi da ordem de 5,8 cm.
Tabela 13. Comparação dos dados de altura de ombros e olhos entre os
resultados da amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de referência.
ALTURA DE OMBROS ALTURA DE OLHO
PERCENTIS PERCENTIS
5% 95% 5% 95%
HOMENS (Referência *) 60,2 69,3 76,2 86,1
HOMENS (Porto Alegre) 53,0 66,0 66,0 82,4
DIFERENÇA
7,2 3,6 10,2 3,7
MULHERES (Referência *) 53,8 62,5 71,4 80,5
MULHERES (Porto Alegre) 49,0 60,0 63,0 77,0
DIFERENÇA
4,8 2,5 8,4 3,5
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source book of design reference
standards. Barcelona: Gili; 2002.
Na avaliação das alturas de ombros e olhos obtivemos resultados
semelhantes àqueles encontrados na avaliação da estatura.
73
Tabela 14. Comparação dos dados de comprimento nádega-joelho e
nádega-poplítea entre os resultados da amostra de idosos de Porto Alegre e
os valores de referência.
COMPRIMENTO NÁDEGA-
JOELHO
COMPRIMENTO NÁDEGA-
POPLÍTEA
PERCENTIS PERCENTIS
5% 95% 5% 95%
HOMENS (Referência *) 54,1 64,0 43,9 54,9
HOMENS (Porto Alegre) 50,0 65,0 41,0 53,4
DIFERENÇA
4,1 -1,0 2,9 1,5
MULHERES (Referência *) 51,8 62,5 43,2 53,3
MULHERES (Porto Alegre) 46,0 65,0 39,2 54,0
DIFERENÇA
5,8 -2,5 4,0 -0,7
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source book of design reference
standards. Barcelona: Gili; 2002.
Os resultados obtidos nesta avaliação evidenciam uma diferença não
esperada na relação entre os dois grupos estudados, ocorrendo uma
inversão dos resultados entre os percentis 5 e 95.
74
Tabela 15. Comparação dos dados de comprimento altura de joelho entre os
resultados da amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de referência.
ALTURA DE JOELHO
PERCENTIS
5% 95%
HOMENS (Referência *) 49,0 59,4
HOMENS (Porto Alegre) 48,0 57,5
DIFERENÇA
1,0 1,9
MULHERES (Referência *) 45,5 54,6
MULHERES (Porto Alegre) 45,0 53,0
DIFERENÇA
0,5 1,6
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source book of design reference
standards. Barcelona: Gili; 2002.
Tabela 16. Comparação dos dados de alcance de ponta de mão estendida
entre os resultados da amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de
referência.
ALCANCE DA PONTA DA
MÃO ESTENDIDA
PERCENTIS
5% 95%
HOMENS (Referência *) 75,4 88,9
HOMENS (Porto Alegre) 68,0 81,4
DIFERENÇA
7,4 7,5
MULHERES (Referência *) 67,6 80,5
MULHERES (Porto Alegre) 62,0 76,0
DIFERENÇA
5,6 4,5
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source book of design reference
standards. Barcelona: Gili; 2002.
75
Nos dados de alcance de ponta de mão observa-se que as diferenças
foram semelhantes tanto no percentil 5 quanto no 95, especialmente no
grupo masculino.
Tabela 17. Comparação dos dados de altura de solo-virilha e solo-cotovelo
entre os resultados da amostra de idosos de Porto Alegre e os valores de
referência.
ALTURA SOLO-VIRILHA ALTURA SOLO-COTOVELO
PERCENTIS PERCENTIS
5% 95% 5% 95%
HOMENS (Referência *) 78,2 91,9 104,9 120,1
HOMENS (Porto Alegre) 80,0 100,0 95,7 114,0
DIFERENÇA
2,2 -8,1 9,2 6,1
MULHERES (Referência *) 68,1 81,3 97,0 110,7
MULHERES (Porto Alegre) 76,0 95,0 89,0 105,0
DIFERENÇA
-7,9 -13,7 8,0 5,7
*Panero J e Zelnik M. Human Dimension and Interior Space. A source book of design reference
standards. Barcelona: Gili; 2002.
Os resultados obtidos nesta comparação divergem, de certo modo, do
que seria esperado na comparação entre as duas populações.
Observou-se que a dimensão da altura solo-virilha é maior na
população estudada do que na população de referência, ao contrário dos
resultados obtidos na comparação da estatura, na qual o grupo de referência
tinha estatura superior ao grupo estudado.
76
6 DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de produzir padrões
de referência dimensionais da população idosa que venham a auxiliar aos
profissionais, tanto da área biomédica quanto àqueles que desenvolvem
projetos relacionados à ergonomia ou ao planejamento de espaços para a
população idosa.
Por ser uma fase da vida de maior probabilidade de perdas contínuas:
limitações funcionais, perda do emprego, perda de companheiros, uma
tendência à esteriotipação generalizada da velhice. Com o objetivo de se
minimizar os preconceitos arraigados a esta população é que se torna tão
importante o conhecimento de suas características.
No desejo de se aumentar o senso de eficácia e auto-estima do idoso é
que se enfatiza a necessidade de se projetar ambientes seguros, sobre os
quais os idosos possam exercer as atividades com maior autonomia.
Sabe-se da forte influência que o ambiente físico exerce sobre o
cotidiano do indivíduo, especialmente no idoso em função do número de
horas em que este permanece na sua residência.
Vindo de encontro a estas necessidades propôs-se a este estudo,
especialmente pela ausência de dados morfométricos desta população
específica.
Através deste levantamento foi possível estabelecer comparações com
dados referenciais e estudar diferenças que se mostraram suficientemente
importantes para afirmar que estes dados não são adequados para uso no
dimensionamento de projetos e espaços para esta população.
O processo de envelhecimento é um fenômeno multifatorial onde
influências diversas agem no sentido de reduzir a autonomia dos indivíduos.
As doenças degenerativas são as causas mais importantes destas
alterações, mas mesmo em indivíduos normais observa-se que o processo de
envelhecimento causa mudanças significativas. Entre elas, salientamos as
77
modificações na coluna vertebral onde os discos intervertebrais tendem a
sofrer uma progressiva redução de altura refletindo diretamente na
diminuição da altura de tronco e consequentemente na estatura do indivíduo.
A respeito da importância das diferenças encontradas no estudo
destacamos, por exemplo, a medida de altura do solo até o cotovelo, que
tem relação direta com o posicionamento de barras de segurança, pois é
essencial no estabelecimento das alturas dos planos horizontais. Para estas,
a medida da colocação é normatizada através de uma regra de que a mesma
deve ser colocada sete centímetros abaixo do valor médio do indivíduo que a
utiliza.
Como as normas brasileiras se baseiam em levantamentos
considerados universais (de origem européia e americana) têm-se para esta
medida, em especial, no percentil 5, 104,9 cm para homens e 97 para
mulheres, gerando um valor mínimo de altura de barras de 90 cm, como
rege a ABNT.
A importância para qual nos referimos é que a altura encontrada no
estudo foi de 95,7 cm para homens e 89 cm para mulheres, no percentil 5, o
que nos conduz à conclusão de as barras devem ser reposicionadas quando
forem indicadas para esta população.
Quando avaliamos as medidas de alcance da ponta da mão estendida,
ou também denominado alcance frontal de apreensão, temos que utilizar os
valores de percentis 5, pois são os menores valores que possibilitam a
determinação da amplitude espacial de alcance à volta do usuário. Também
nesta medida verificamos diferenças de até 7,5 cm, no sexo masculino,
significando a impossibilidade, por exemplo, de alcance de um balcão de
agência bancária.
Salienta-se que, mesmo havendo uma diferença nas médias de
estatura de até 16 cm entre os sexos, os valores médios de comprimento de
nádega até joelho da população estudada são muito próximos. Chegando, no
percentil 95, a serem iguais. Com isto podemos nos apoiar na bibliografia
78
que nos diz que ossos longos, como o fêmur, tendem a se manter estáveis
com o envelhecimento.
Membros inferiores, surpreendemente, apresentaram medidas maiores
na população estudada, revelando um dado que caracteriza especificamente
esta população.
Na medida de largura de ombros observou-se que as idosas estudadas
apresentaram, diferentemente das demais medidas, dimensões superiores às
de referência. Evidenciando outra característica específica.
A soma da redução de alcance de mão à redução da altura de tronco
torna-se um dado importante a ser avaliado no momento em que,
associados, influenciam no projeto de ambientes que possuam alcances
aéreos.
Os resultados deste estudo nos proporcionaram conhecer um pouco
melhor, física e dimensionalmente, o indivíduo idoso da nossa região, com as
suas diversidades, limitações e alterações. A partir destes dados podemos
planejar, com maior fundamento, espaços direcionados à esta população.
Torna-se necessário ratificar que as limitações decorrentes do avanço
da idade não são o verdadeiro problema, uma vez que são parte do ciclo
natural de vida humana. O problema real é a falta de interação entre as
limitações e diversidades humanas com o ambiente em que vivem fazendo-
se com que a tarefa do arquiteto seja a de superar essas dificuldades e
projetar ambientes que compensem essas limitações.
A contribuição que este trabalho pretende é no sentido de colaborar no
processo de entendimento da importância da adequação de um ambiente na
manutenção da capacidade plena de seu usuário.
79
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12 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos Idosos
Responsável pelos Domicílios no Brasil. Brasília. [capturado 14 fev 2007].
Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
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31052004.pdf
83
ANEXOS
84
ANEXO 01
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estudo Multidimensional do Idoso de Porto Alegre - Fase II
Justificativa e Objetivos: Estamos desenvolvendo uma pesquisa chamada
Estudo Multidimensional do Idoso de Porto Alegre que tem como objetivo
avaliar aspectos bio psico sociais de idosos de ambos os sexos residentes em
Porto Alegre.
Procedimento: A avaliação proposta consiste em um exame físico realizado
por geriatras, onde será verificada a pressão arterial, realizado um
eletrocardiograma e um exame para avaliar a massa óssea que será feito no
pé direito.
O voluntário também participará de outras avaliações que tem como
objetivo determinar a capacidade de levantar de uma cadeira, de caminhar
por poucos metros e voltar a sentar.
Outro teste consiste em avaliar o equilíbrio, devendo para isto
encostar-se de lado em uma parede e com os pés levemente afastados
inclinar o braço direito esticado para frente.
A força de preensão da mão, fundamental para segurar objetos e
segurar-se quando for cair será avaliada apertando um aparelho medidor de
força com a mão que será complementado pela avaliação do músculo feito
por um aparelho parecido com um eletrocardiograma.
Um teste para avaliar a capacidade do pulmão para inspirar e expirar
será feito através de um aparelho onde deverá assoprar por um pequeno
tubo ligado ao aparelho. Na hora de assoprar, para que parte do ar não saia
85
pelo nariz, precisamos apertar o nariz com os dedos ou de outra forma que
não seja desconfortável.
Também será feita uma avaliação postural onde você ficará de com
os pés afastados naturalmente e posicionado atrás um equipamento parecido
com uma tela sobre uma base giratória sem o perigo de cair. Serão tiradas
fotos de costas e de lado.
Para medir o quanto de gordura tem o corpo do voluntário, a altura e
demais medidas corporais utilizando os seguintes equipamentos uma
balança, um papel milimetrado colado a uma parece onde será fotografado
para posteriormente obter todas as medidas necessárias,
A medida da gordura corporal deverá ser estimada pela medida de
dobras de pele em alguns pontos do corpo e por um aparelho semelhante ao
um volante em que o voluntário segura com as mãos. Para a medida da
altura, cintura e quadril será utilizada uma fita métrica (estadiômetro).
Todas estas medidas serão realizadas tomando-se o máximo cuidado
de não constranger o voluntário.
A avaliação da memória e capacidade de pensar será feita por um
questionário onde o voluntário descreve sua capacidade para lembrar nomes,
números de telefone, notícias, onde guarda objetos e de realizar cálculos. O
teste fluência verbal avalia à habilidade de produzir fala espontânea.
A parte nutricional será avaliada por meio de duas entrevistas diretas
com o voluntário , uma que o mesmo contará exatamente o quer comeu e
bebeu no dia anterior e a outra será para conhecer o que o voluntário
costuma ingerir em cada refeição, a quantidade, como é preparado os
alimentos e bebidas consumidas.
A avaliação farmacêutica é composta por um questionário sobre quais
os medicamentos utilizados, a forma de uso e se ocorre algum efeito
colateral.
86
Faremos uma coleta de sangue para avaliar açúcar no sangue, níveis
de colesterol. Como não dispomos no momento de recursos, uma parte do
sangue será guardado para posteriormente ser analisado. Da mesma forma
estudos de genes para doenças poderão ser pesquisados neste material.
Para isto precisaremos da sua autorização, assim como precisamos saber se
o Sr.(a) tem interesse de saber dos resultados quando tivermos. A
identificação deste sangue coletado ficará sob a guarda do Comitê de Ética
em Pesquisa da PUCRS.
Qualquer tipo de avaliação deste material só será possível mediante a
autorização expressa do Comitê de Ética da PUCRS.
O voluntário será avaliado por meio de perguntas em relação a
capacidade de estar independente, seu auto cuidado, a qualidade de vida,
sobre a vacinação e o uso de preservativo nas relações sexuais. O voluntário
terá a liberdade de responder ou não as perguntas.
Os dados obtidos nas entrevistas são de responsabilidade dos
pesquisadores envolvidos e a Pontifícia Universidade Católica do RS.
Fui igualmente informada/o:
da garantia de receber resposta a qualquer esclarecimento acerca dos
procedimentos e outros assuntos relacionados à pesquisa;
da liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo sem que isto traga prejuízo ao cuidado e
tratamento no serviço de saúde;
da segurança de que não serei identificada/o e o caráter confidencial
das informações relacionadas a minha privacidade;
de que se existirem gastos para a minha participação estes serão
absorvidos pelo orçamento da pesquisa.
Eu, _________________________________ fui informada dos
objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Esclareci minhas
87
dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações.
Para qualquer pergunta sobre os meus direitos como participante deste
estudo ou se penso que fui prejudicado pela minha participação ou ainda, se
quiser fazer novas perguntas sobre este estudo, posso chamar Dr. Antonio
Carlos Araújo de Souza (pesquisador responsável) no telefone (51) 3336 -
8153 ou o Comitê de Ética e Pesquisa da PUCRS pelo telefone: (51) 3320 -
3345.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Compromisso.
______________________ ______________________ ____________
Assinatura do Paciente Nome Data
______________________ ______________________ ____________
Assinatura do Pesquisador Nome Data
Este formulário foi lido para _________________________________ (nome do
paciente) em ____/____/______ (data) pelo _____________________ (nome do
pesquisador) enquanto eu estava presente.
______________________ ______________________ _____________
Assinatura da testemunha Nome Data
88
ANEXO 02
APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA
89
Resultados da análise estatística
Sexo masculino acima de 60 anos
Statistics
131 132 131 132 132 132 130 131 132 132 121
1 0 1 0 0 0 2 1 0 0 11
70,05 45,77 58,96 74,70 56,75 46,95 52,52 74,27 89,85 104,30 166,799
70,00 46,00 59,00 75,00 57,00 47,00 52,00 74,00 90,00 104,00 166,500
60
a
45 60 74 58 48 54 72 90 104 165,0
8,051 3,820 4,303 4,721 4,835 3,589 3,017 4,399 5,794 5,889 7,6676
,416 -,106 ,724 ,066 -,018 -,038 ,219 ,280 -,118 ,024 ,077
,212 ,211 ,212 ,211 ,211 ,211 ,212 ,212 ,211 ,211 ,220
,030 ,602 1,385 ,470 -,046 -,155 ,010 -,520 -,220 ,798 -,132
,420 ,419 ,420 ,419 ,419 ,419 ,422 ,420 ,419 ,419 ,437
48 34 51 63 44 38 45 66 74 88 148,5
96 57 76 89 70 55 61 86 102 124 187,9
60,00 39,00 53,00 66,00 50,00 41,00 48,00 68,00 80,00 95,65 153,510
61,00 41,00 54,00 69,00 50,00 42,00 49,00 69,00 82,30 97,00 156,660
63,00 44,00 56,00 72,00 53,00 44,25 50,00 71,00 86,00 101,00 161,150
70,00 46,00 59,00 75,00 57,00 47,00 52,00 74,00 90,00 104,00 166,500
76,00 48,00 62,00 78,00 60,00 49,00 54,00 77,00 94,00 108,75 171,550
80,00 50,00 64,00 81,00 63,00 51,00 57,00 80,00 98,00 112,00 177,880
84,40 52,00 66,00 82,35 65,00 53,35 57,45 81,40 100,00 114,00 179,190
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE
LARG_OMB
ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
90
Histogramas representativos por variáveis dos resultados obtidos no
sexo masculino acima de 60 anos.
IDADE
95,0
90,0
85,0
80,0
75,0
70,0
65,0
60,0
55,0
50,0
IDADE
Frequency
40
30
20
10
0
Std. Dev = 8,05
Mean = 70,1
N = 131,00
ALT_OLHO
90,0
87,5
85,0
82,5
80,0
77,5
75,0
72,5
70,0
67,5
65,0
62,5
ALT_OLHO
Frequency
40
30
20
10
0
Std. Dev = 4,72
Mean = 74,7
N = 132,00
ALT_OMB
75,0
72,5
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
ALT_OMB
Frequency
40
30
20
10
0
Std. Dev = 4,30
Mean = 59,0
N = 131,00
37,5
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
42,5
40,035,0
LARG_OMB
Frequency
50
40
30
20
10
0
Std. Dev = 3,82
Mean = 45,8
N = 132,00
91
COMP_NJ
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
COMP_NJ
Frequency
30
20
10
0
Std. Dev = 4,84
Mean = 56,8
N = 132,00
COMP_NP
56,0
54,0
52,0
50,0
48,0
46,0
44,0
42,0
40,0
38,0
COMP_NP
Frequency
40
30
20
10
0
Std. Dev = 3,59
Mean = 47,0
N = 132,00
ALT_JOE
62,0
60,0
58,0
56,0
54,0
52,0
50,0
48,0
46,0
ALT_JOE
Frequency
40
30
20
10
0
Std. Dev = 3,02
Mean = 52,5
N = 130,00
ALC_MAO
86,0
84,0
82,0
80,0
78,0
76,0
74,0
72,0
70,0
68,0
66,0
ALC_MAO
Frequency
30
20
10
0
Std. Dev = 4,40
Mean = 74,3
N = 131,00
92
ALT_COT
125,0
120,0
115,0
110,0
105,0
100,0
95,0
90,0
ALT_COT
Frequency
60
50
40
30
20
10
0
Std. Dev = 5,89
Mean = 104,3
N = 132,00
ESTAT
188,0
184,0
180,0
17
6,0
17
2,0
16
8,0
16
4,0
16
0,0
156
,0
152
,0
148
,0
ESTAT
Frequency
20
10
0
Std. Dev = 7,67
Mean = 166,8
N = 121,00
ALT_VIR
102,5
100,0
97,5
95,0
92,5
90,0
87,5
85,0
82,5
80,0
77,5
75,0
ALTURA SOLO VIRILHA
30
20
10
0
Std. Dev = 5,79
Mean = 89,8
N = 132,00
93
Resultados da análise estatística
Sexo feminino acima de 60 anos
Statistics
341 339 342 330 342 343 343 341 342 341 326
3 5 2 14 2 1 1 3 2 3 18
70,36 43,25 54,61 70,22 55,46 46,57 49,09 68,73 85,33 96,85 153,466
69,00 43,00 54,00 70,00 56,00 46,00 49,00 68,00 85,00 96,00 153,850
63 43 53 68
a
56 46 50 68 87 94 154,0
7,564 4,039 3,842 4,926 5,538 4,257 3,010 4,134 5,533 5,050 6,5537
,596 ,455 ,619 1,745 -,024 ,343 1,179 ,268 -,090 ,108 -,024
,132 ,132 ,132 ,134 ,132 ,132 ,132 ,132 ,132 ,132 ,135
-,435 1,371 2,390 16,472 -,454 ,480 6,621 ,380 -,042 -,449 -,499
,263 ,264 ,263 ,268 ,263 ,263 ,263 ,263 ,263 ,263 ,269
60 34 45 54 41 36 41 58 70 84 138,3
94 62 76 113 69 62 69 83 99 109 174,4
61,00 37,00 49,00 63,00 46,00 39,20 45,00 62,00 76,00 89,00 142,705
62,00 38,00 50,00 64,00 48,00 41,00 46,00 64,00 78,00 90,00 144,300
63,00 41,00 52,00 67,00 51,00 44,00 47,00 66,00 82,00 93,00 148,500
69,00 43,00 54,00 70,00 56,00 46,00 49,00 68,00 85,00 96,00 153,850
76,00 46,00 57,00 73,00 59,00 49,00 51,00 71,00 89,00 101,00 158,325
81,00 48,00 59,00 75,90 63,00 52,00 53,00 74,00 92,00 103,80 162,060
84,00 49,00 60,00 77,00 65,00 54,00 53,00 76,00 95,00 105,00 163,500
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
94
Histogramas representativos por variáveis dos resultados obtidos no
sexo feminino acima de 60 anos.
IDADE
95
,
0
9
2,
5
9
0,
0
8
7,
5
85,
0
82
,
5
80
,
0
77
,
5
7
5,
0
7
2,
5
7
0,
0
67,5
65
,
0
62
,
5
60
,
0
IDADE
Frequency
60
50
40
30
20
10
0
Std. Dev = 7,56
Mean = 70,4
N = 341,00
LARG_OMB
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
37,5
35,0
LARG_OMB
Frequency
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 4,04
Mean = 43,3
N = 339,00
ALT_OMB
75,0
72,5
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
ALT_OMB
Frequency
120
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 3,84
Mean = 54,6
N = 342,00
ALT_OLHO
11
5,0
110
,0
105,
0
10
0,0
95,0
9
0,0
85
,0
80,0
7
5,0
70
,0
65,0
60
,0
55
,0
ALT_OLHO
Frequency
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 4,93
Mean = 70,2
N = 330,00
95
COMP_NJ
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
COMP_NJ
Frequency
80
60
40
20
0
Std. Dev = 5,54
Mean = 55,5
N = 342,00
COMP_NP
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
37,5
35,0
COMP_NP
Frequency
120
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 4,26
Mean = 46,6
N = 343,00
ALT_JOE
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
55,0
52,5
50,0
47,5
45,0
42,5
40,0
ALT_JOE
Frequency
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 3,01
Mean = 49,1
N = 343,00
ALC_MAO
82,5
80,0
77,5
75,0
72,5
70,0
67,5
65,0
62,5
60,0
57,5
ALC_MAO
Frequency
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 4,13
Mean = 68,7
N = 341,00
96
ALT_VIR
10
0,0
97,
5
95,
0
92,5
9
0,0
87
,5
85
,0
82,
5
80,0
7
7,5
7
5,0
72
,5
70,
0
ALT_VIR
Frequency
80
60
40
20
0
Std. Dev = 5,53
Mean = 85,3
N = 342,00
ALT_COT
110,0
107,5
105,0
102,5
100,0
97,5
95,0
92,5
90,0
87,5
85,0
ALT_COT
Frequency
100
80
60
40
20
0
Std. Dev = 5,05
Mean = 96,9
N = 341,00
ESTAT
17
4,
0
17
2,
0
170,0
168,0
16
6,
0
16
4,
0
16
2,
0
16
0,
0
15
8,
0
156,0
154,0
1
5
2,0
15
0,
0
14
8,
0
14
6,
0
14
4,
0
14
2
,0
140,0
1
3
8,0
ESTAT
Frequency
50
40
30
20
10
0
Std. Dev = 6,55
Mean = 153,5
N = 326,00
Dados de freqüência do sexo masculino na faixa etária de 60-64 anos.
Statistics
43 43 43 43 43 43 42 43 43 43 41
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2
61,47 46,86 60,40 76,30 57,14 47,63 53,69 75,07 90,63 106,37 169,417
62,00 46,00 60,00 76,00 57,00 48,00 54,00 76,00 90,00 107,00 170,000
60
a
46 60 76 63 48
a
54 72 93 109 165,0
a
2,711 3,764 4,866 4,246 4,627 3,345 2,798 4,154 6,276 6,063 7,5526
-3,114 -,001 ,761 ,414 ,182 -,151 -,100 ,015 -,100 ,409 -,123
,361 ,361 ,361 ,361 ,361 ,361 ,365 ,361 ,361 ,361 ,369
14,170 -,077 1,364 ,359 -,586 ,089 -,784 -1,224 -,516 ,342 -,676
,709 ,709 ,709 ,709 ,709 ,709 ,717 ,709 ,709 ,709 ,724
48 39 51 67 49 39 48 69 77 95 154,5
64 56 76 87 68 55 59 83 102 124 185,7
56,60 40,00 53,20 70,00 50,00 42,20 49,00 69,00 79,20 96,40 155,870
60,00 41,00 54,40 70,80 51,00 43,00 49,30 69,00 82,00 98,40 158,860
60,00 45,00 57,00 74,00 53,00 45,00 51,75 72,00 86,00 101,00 163,750
62,00 46,00 60,00 76,00 57,00 48,00 54,00 76,00 90,00 107,00 170,000
63,00 50,00 63,00 78,00 60,00 50,00 56,00 79,00 95,00 110,00 175,800
64,00 52,00 66,60 82,60 63,00 51,60 57,00 80,60 100,00 113,60 179,080
64,00 52,80 69,60 85,40 65,40 53,80 58,00 81,00 101,60 116,60 179,280
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
98
Dados de freqüência do sexo masculino na faixa etária de 65-74 anos.
Statistics
47 47 47 47 47 47 46 46 47 47 45
0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2
69,62 45,51 58,47 74,66 56,32 46,68 52,15 73,76 89,57 103,13 166,171
70,00 45,00 59,00 74,00 57,00 47,00 52,00 73,00 90,00 103,00 166,500
66 45
a
59 73 58 48 53 70 86 103 161,3
a
2,794 3,120 4,149 4,636 5,121 3,777 3,084 4,904 5,335 6,254 8,2839
,107 -,073 ,713 ,644 -,354 -,052 ,464 ,349 -,032 -,328 ,122
,347 ,347 ,347 ,347 ,347 ,347 ,350 ,350 ,347 ,347 ,354
-1,234 ,174 ,944 ,831 -,108 -,122 ,193 -,658 ,127 ,773 ,213
,681 ,681 ,681 ,681 ,681 ,681 ,688 ,688 ,681 ,681 ,695
65 38 51 66 44 38 47 66 75 88 148,5
74 53 72 89 66 55 61 85 100 118 187,9
66,00 39,80 53,00 67,20 45,80 39,80 47,35 66,00 81,40 88,40 150,480
66,00 41,00 53,80 69,00 50,00 41,80 48,00 67,70 83,00 96,00 155,320
67,00 44,00 55,00 72,00 53,00 44,00 50,00 70,00 86,00 100,00 160,500
70,00 45,00 59,00 74,00 57,00 47,00 52,00 73,00 90,00 103,00 166,500
72,00 48,00 62,00 78,00 59,00 49,00 54,00 78,00 93,00 107,00 171,150
74,00 49,00 64,00 81,00 63,00 52,00 56,30 80,30 98,00 110,20 177,120
74,00 51,20 65,00 82,80 65,00 53,60 57,65 83,30 99,60 113,80 180,810
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
99
Dados de freqüência do sexo masculino na faixa etária de 75-84 anos.
Statistics
35 35 34 35 35 35 35 35 35 35 28
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 7
78,03 45,46 58,12 73,26 56,86 46,43 51,60 73,86 88,60 103,20 164,089
78,00 45,00 58,00 74,00 56,00 46,00 52,00 74,00 89,00 104,00 164,650
75 45 56 74 56
a
46 52 72
a
87
a
104 164,5
2,640 4,083 3,319 4,822 4,641 3,517 2,523 3,790 5,348 4,708 5,9627
,578 ,255 -,120 -,670 ,334 ,073 -,556 ,162 -,474 -,302 -,467
,398 ,398 ,403 ,398 ,398 ,398 ,398 ,398 ,398 ,398 ,441
-,593 ,797 -,083 -,223 1,037 ,165 ,396 -,164 ,267 -,645 -,625
,778 ,778 ,788 ,778 ,778 ,778 ,778 ,778 ,778 ,778 ,858
75 37 51 63 46 39 45 66 74 94 151,8
84 57 64 81 70 55 56 83 98 112 173,2
75,00 38,60 51,00 63,00 49,20 40,60 45,80 67,60 78,00 94,00 152,160
75,00 39,60 53,50 65,20 51,00 41,00 48,60 68,60 81,60 96,60 155,120
76,00 43,00 56,00 70,00 54,00 45,00 50,00 71,00 85,00 99,00 159,425
78,00 45,00 58,00 74,00 56,00 46,00 52,00 74,00 89,00 104,00 164,650
80,00 48,00 60,00 77,00 60,00 48,00 53,00 77,00 93,00 106,00 169,225
82,40 50,00 63,00 79,40 61,80 50,40 55,00 79,00 95,40 109,00 171,630
83,20 53,00 64,00 80,20 66,00 53,40 55,20 80,60 96,40 110,40 172,615
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
100
Dados de freqüência do sexo masculino na faixa etária de 85-94 anos.
Statistics
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
87,00 43,40 57,60 71,20 59,40 48,80 53,40 75,00 93,20 106,40 167,580
87,00 43,00 57,00 71,00 58,00 49,00 54,00 72,00 96,00 105,00 166,000
87
a
37
a
52
a
65
a
55
a
44
a
54 70
a
96 103
a
161,0
a
1,225 4,393 4,450 4,382 4,561 3,962 4,980 6,557 7,918 4,393 6,9869
-1,361 -,594 ,016 -,194 ,781 ,125 ,819 1,649 -1,495 1,882 1,698
,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913 ,913
2,000 -,291 -1,581 ,890 -,906 -1,170 ,781 2,549 2,869 3,768 3,593
2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000 2,000
85 37 52 65 55 44 48 70 80 103 161,0
88 48 63 77 66 54 61 86 101 114 179,5
85,00 37,00 52,00 65,00 55,00 44,00 48,00 70,00 80,00 103,00 161,000
85,00 37,00 52,00 65,00 55,00 44,00 48,00 70,00 80,00 103,00 161,000
86,00 39,50 53,50 67,50 55,50 45,00 49,00 70,50 86,50 103,50 163,150
87,00 43,00 57,00 71,00 58,00 49,00 54,00 72,00 96,00 105,00 166,000
88,00 47,50 62,00 75,00 64,00 52,50 57,50 81,00 98,50 110,00 172,800
88,00 48,00 63,00 77,00 66,00 54,00 61,00 86,00 101,00 114,00 179,500
88,00 48,00 63,00 77,00 66,00 54,00 61,00 86,00 101,00 114,00 179,500
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
101
Dados de freqüência do sexo masculino na faixa etária acima de 95 anos.
Statistics
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96 34 53 70 50 45 49 75 88 97 157,5
96 34 53 70 50 45 49 75 88 97 157,5
96 34 53 70 50 45 49 75 88 97 157,5
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
96,00 34,00 53,00 70,00 50,00 45,00 49,00 75,00 88,00 97,00 157,500
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
102
Dados de freqüência do sexo feminino na faixa etária de 60-64 anos.
Statistics
103 102 103 100 103 103 103 103 103 103 98
0 1 0 3 0 0 0 0 0 0 5
62,16 44,04 55,79 72,17 55,87 46,79 49,19 68,91 85,47 97,79 154,885
62,00 44,00 56,00 72,00 56,00 46,00 49,00 69,00 86,00 97,00 155,300
63 44
a
57 70 57 45 48 68 87 95
a
146,9
a
1,258 3,851 3,348 5,498 5,834 4,467 3,410 4,095 5,025 4,892 6,3736
-,299 ,454 ,065 4,045 ,045 ,268 1,685 ,088 ,175 ,015 -,251
,238 ,239 ,238 ,241 ,238 ,238 ,238 ,238 ,238 ,238 ,244
-,960 ,966 ,105 30,181 -,596 -,098 10,229 ,107 ,106 -,557 -,480
,472 ,474 ,472 ,478 ,472 ,472 ,472 ,472 ,472 ,472 ,483
60 36 48 62 44 37 41 59 73 87 139,4
64 58 65 113 69 59 69 79 98 109 168,5
60,00 38,00 50,20 66,00 45,20 39,00 44,20 61,20 77,20 90,00 143,165
60,00 39,00 51,40 67,00 48,40 41,00 45,00 64,00 79,40 91,00 146,300
61,00 41,75 54,00 70,00 52,00 44,00 47,00 66,00 82,00 95,00 150,000
62,00 44,00 56,00 72,00 56,00 46,00 49,00 69,00 86,00 97,00 155,300
63,00 46,00 58,00 74,75 60,00 49,00 51,00 71,00 88,00 102,00 159,775
64,00 49,00 60,00 77,00 64,00 53,00 53,00 74,00 92,00 104,00 162,500
64,00 51,70 61,80 77,00 65,80 55,00 53,00 76,00 95,00 106,00 164,305
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
103
Dados de freqüência do sexo feminino na faixa etária de 65-74 anos.
Statistics
139 136 138 133 137 138 139 138 138 138 132
0 3 1 6 2 1 0 1 1 1 7
69,47 43,40 54,70 70,05 54,90 46,31 48,95 68,57 85,51 96,94 153,727
69,00 43,00 55,00 70,00 55,00 46,00 49,00 69,00 85,00 97,00 154,000
69 42 53 68 52
a
46 50 67 84 94 154,0
2,668 4,072 3,912 4,599 5,708 4,521 2,594 3,881 5,601 4,724 6,2269
-,075 ,848 1,170 -,368 -,009 ,560 ,137 ,197 -,196 ,038 -,186
,206 ,208 ,206 ,210 ,207 ,206 ,206 ,206 ,206 ,206 ,211
-1,122 2,752 5,319 ,454 -,438 1,071 ,214 ,859 ,119 -,432 -,656
,408 ,413 ,410 ,417 ,411 ,410 ,408 ,410 ,410 ,410 ,419
65 34 47 54 41 36 42 58 70 85 138,3
74 62 76 82 69 62 56 83 99 109 165,5
65,00 37,00 49,00 62,00 45,00 39,00 45,00 62,00 75,95 89,00 143,200
66,00 38,00 50,00 64,00 47,00 41,00 46,00 64,00 79,00 91,00 145,120
67,00 41,00 52,00 67,50 51,00 43,00 47,00 66,00 82,00 94,00 149,275
69,00 43,00 55,00 70,00 55,00 46,00 49,00 69,00 85,00 97,00 154,000
72,00 46,00 57,00 73,50 59,00 49,00 50,00 71,00 90,00 100,00 158,550
73,00 48,00 59,00 76,00 62,20 52,00 52,00 74,00 93,00 103,00 161,990
74,00 50,00 60,00 77,00 65,00 54,00 53,00 75,00 95,05 105,00 163,605
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
104
Dados de freqüência do sexo feminino na faixa etária de 75-84 anos.
Statistics
85 84 84 81 85 85 85 84 84 83 81
0 1 1 4 0 0 0 1 1 2 4
78,89 42,39 53,50 68,59 55,88 46,89 49,24 68,69 85,00 95,90 151,744
79,00 42,50 53,00 68,00 56,00 47,00 49,00 68,00 85,00 95,00 151,500
79 43 54 68 55 45
a
47
a
68 82
a
93
a
150,5
a
2,891 4,069 3,947 3,936 4,931 3,612 3,168 4,734 6,149 5,377 6,5546
,341 ,104 ,643 ,031 -,022 ,019 1,428 ,471 -,062 ,512 ,568
,261 ,263 ,263 ,267 ,261 ,261 ,261 ,263 ,263 ,264 ,267
-,994 -,302 1,133 -,541 -,433 -,389 5,224 ,058 -,373 -,229 ,726
,517 ,520 ,520 ,529 ,517 ,517 ,517 ,520 ,520 ,523 ,529
75 34 45 60 46 39 42 60 72 86 140,0
84 54 67 77 68 56 64 81 99 109 174,4
75,00 36,00 47,25 62,00 47,00 40,30 45,00 61,00 74,00 88,00 141,870
75,00 36,50 49,00 63,20 49,00 42,00 46,00 63,00 76,50 89,40 143,120
76,00 40,00 51,00 66,00 53,00 44,00 47,00 65,00 81,00 92,00 147,150
79,00 42,50 53,00 68,00 56,00 47,00 49,00 68,00 85,00 95,00 151,500
81,00 45,00 55,75 72,00 59,00 49,50 51,00 71,75 89,00 99,00 156,000
84,00 48,00 59,00 74,00 62,40 51,00 53,00 76,00 93,00 103,60 161,000
84,00 48,00 60,00 76,00 64,00 53,00 53,70 78,00 95,75 106,00 162,270
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
105
Dados de freqüência do sexo feminino na faixa etária de 85-94 anos.
Statistics
14 14 14 13 14 14 13 14 14 14 12
0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 2
87,86 41,36 52,07 67,69 55,29 45,43 49,00 69,14 84,21 94,71 149,742
86,50 42,00 52,50 68,00 56,50 46,00 49,00 68,50 84,00 94,50 148,400
86 42 53 69 51
a
46 49
a
68 88 90
a
138,5
a
2,598 3,835 3,149 4,328 5,283 4,090 3,136 3,549 5,352 6,366 7,7945
1,135 -,548 -,128 -,664 -,629 ,080 -,307 ,502 -,282 ,026 ,340
,597 ,597 ,597 ,616 ,597 ,597 ,616 ,597 ,597 ,597 ,637
,739 ,251 ,198 1,407 ,379 ,850 -,200 ,781 -,902 -,340 -,772
1,154 1,154 1,154 1,191 1,154 1,154 1,191 1,154 1,154 1,154 1,232
85 34 46 58 44 38 43 63 74 84 138,5
94 48 58 75 64 54 54 77 92 106 163,5
85,00 34,00 46,00 58,00 44,00 38,00 43,00 63,00 74,00 84,00 138,500
85,50 34,50 47,00 59,60 46,00 38,50 43,80 64,00 76,00 84,50 139,010
86,00 39,25 49,75 66,00 51,00 43,75 46,50 67,50 80,00 90,00 144,000
86,50 42,00 52,50 68,00 56,50 46,00 49,00 68,50 84,00 94,50 148,400
90,00 43,50 54,00 69,50 58,25 48,00 51,00 72,00 88,50 99,00 156,250
92,50 46,50 57,00 74,20 62,50 52,00 53,60 75,00 91,00 104,50 162,450
94,00 48,00 58,00 75,00 64,00 54,00 54,00 77,00 92,00 106,00 163,500
Valid
Missing
N
Mean
Median
Mode
Std. Deviation
Skewness
Std. Error of Skewness
Kurtosis
Std. Error of Kurtosis
Minimum
Maximum
5
10
25
50
75
90
95
Percentiles
IDADE LARG_OMB ALT_OMB ALT_OLHO COMP_NJ COMP_NP ALT_JOE ALC_MAO ALT_VIR ALT_COT ESTAT
Multiple modes exist. The smallest value is shown
a.
B
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