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INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA
TROPICAL E SUBTROPICAL
CAPACIDADE DE COMBINAÇÃO DE HÍBRIDOS
COMERCIAIS DE MILHO VISANDO À OBTENÇÃO DE
HÍBRIDOS DE F
2
FERNANDA MOTTA DA COSTA SANTOS
Orientadora: Dra. Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto Paterniani
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre
em Agricultura Tropical e Subtropical
Área de Concentração em Genética,
Melhoramento Vegetal e Biotecnologia
Campinas, SP
Janeiro, 2009
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Ficha elaborada pela bibliotecária do Núcleo de Informão e Documentação
do Instituto Agronômico
C837c Costa Santos, Fernanda Motta da
Capacidade de combinação de híbridos comerciais de
milho visando à obtenção de híbridos de F
2
/
Costa Santos,
Fernanda Motta da. Campinas, 2009.
80 fls.
Orientadora: Orientadora: Dra. Maria Elisa A. G. Z. Paterniani
Dissertação (Mestrado Genética, Melhoramento Vegetal e
Biotecnologia) - Instituto Agronômico
1. Zea mays 2. Dialelo completo 3. produtividade - milho.
I. Paterniani, Maria Elisa A. G. Z. II. Título
CDD. 633.15
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ii
iii
Aos meus pais, Raquel e Ricardo,
pelo amor e apoio substancial,
DEDICO
À minha querida irmã Aline
e meu sobrinho João Vitor, pelo
amor e carinho dedicados durante
a minha vida acadêmica,
OFEREÇO
iv
AGRADECIMENTOS
- À Dra. Maria Elisa A. G. Z. Paterniani, pela orientação, amizade e por todas as lições
que me permitiram crescer pessoal e profissionalmente;
- Ao Dr. Wilson Barbosa, pelo apoio sem o qual não seria possível a conclusão dos
meus estudos;
- Ao Dr. Carlos Eduardo de Oliveira Camargo, pela contribuição na minha formação e
pelo auxílio prestado;
- Ao Dr. Amadeu Regitano Neto e ao Dr. Ricardo Machado da Silva, membros da
Banca Examinadora, pelos conselhos e críticas imprescindíveis para a conclusão deste
trabalho;
- Ao diretor do Pólo Regional de Mococa, Paulo Boller Gallo, pela ajuda na condução
dos experimentos;
- Aos Professores da Pós-Graduação do Instituto Agronômico, por todo o conhecimento
transmitido no decorrer do curso;
- Ao Gustavo, eterno e amado namorado, pelo profundo carinho, pela paciência e por
toda a ajuda técnica e espiritual;
- Ao MSc. Eliel Alves Ferreira, pela paciência comigo nos momentos difíceis e pelas
importantes lições que tanto me ajudaram no decorrer do curso;
- Aos meus colegas de Pós-Graduação, pelo companheirismo;
- Às funcionárias da Fazenda Santa Elisa, Lindaura e “Nara”, pela ajuda nos trabalhos
de campo;
- A todos aqueles que, direta ou indiretamente cooperaram para a realização e sucesso
deste trabalho.
v
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................... vi
RESUMO .............................................................................................................. ix
ABSTRACT .......................................................................................................... xi
1INTRODUÇÃO................................................................................................... 01
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................ 03
2.1 Milho (Zea mays L.)......................................................................................... 03
2.2 Milho Híbrido.................................................................................................. 05
2.3 Avaliação de Linhagens: Capacidade Geral e Específica de Combinação ......... 08
2.4 Dialelos............................................................................................................ 10
2.5 Heterose .......................................................................................................... 12
2.6 Correlação entre Caracteres Agronômicos........................................................ 13
2.7 Utilização de Híbridos Intermediários .............................................................. 14
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 18
3.1. Material........................................................................................................... 18
3.1.1 Identificação da testemunha .......................................................................... 18
3.2 Métodos........................................................................................................... 19
3.2.1 Obtenção de híbridos em esquemas dialélicos completos............................... 19
3.2.2 Instalação dos experimentos.......................................................................... 21
3.2.3 Avaliação dos híbridos duplos e híbridos simples parentais quanto a
caracteres agronômicos.......................................................................................... 21
3.3 Análises Biométricas........................................................................................ 23
3.3.1 Análise da variância para híbridos duplos e híbridos simples parentais .......... 23
3.3.2 Análises dialélica dos híbridos simples.......................................................... 23
3.3.3 Análise de correlação entre caracteres agronômicos....................................... 24
3.3.4 Estimativas de heterose ................................................................................. 24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 25
4.1 Análise da Variância conjunta em Campinas, Safra 2006/07 e Mococa, Safras
2006/07 e 2007/08 ................................................................................................. 25
4.2 Análise da Variância para os Experimentos Instalados em Campinas, Safra
2006/07 ................................................................................................................. 27
4.3 Análise da Variância para os Experimentos Instalados em Mococa, Safras
2006/07 e 2007/08 ................................................................................................. 31
4.4 Análise de Correlação entre Caracteres Agronômicos....................................... 41
4.5 Análises Dialélicas........................................................................................... 41
4.5.1 Análises dialélicas para os experimentos instalados em Campinas, safra
2006/07.................................................................................................................. 41
4.5.2 Análise dialélica para os experimentos instalados em Mococa....................... 47
4.5.2.1 Análise dialélica individual e capacidade geral de combinação dos
híbridos simples em Mococa, safra 2006/07........................................................... 50
4.5.2.2 Análise dialélica individual e capacidade geral de combinação dos
híbridos simples em Mococa, safra 2007/08........................................................... 51
4.5.2.3 Capacidade específica de combinação dos híbridos simples em Mococa,
safras 2006/07 e 2007/08........................................................................................ 53
4.5.2.4 Análise dialélica dos componentes de produção, Mococa, safra 2007/08 .... 58
5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 61
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 62
vi
ÌNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição dos híbridos comerciais utilizados para obtenção de
híbridos duplos para o presente estudo ............................................ 18
Tabela 2 - Híbridos duplos e simples parentais de milho avaliados no Centro
Experimental de Campinas (IAC) em Campinas SP, safra 2006/07
e na APTA – Mococa, safras 2006/07 e 2007/08 ............................. 20
Tabela 3 - Resumo da análise da variância conjunta dos híbridos duplos,
híbridos simples comerciais parentais e da testemunha comercial
IAC 8333 nos experimentos conduzidos em Campinas, safra
2006/07 e Mococa, safras 2006/07 e 2007/08 ................................. 27
Tabela 4 - Análise de variância dos caracteres Florescimento masculino (FM),
Altura de Planta (AP), Altura de espiga (AE) Plantas acamadas e
quebradas (AC+Q), Peso de espigas (PE) e Peso de grãos (PG), de
híbridos duplos de milho e da testemunha comercial, em Campinas,
safra 2006/07 .................................................................................. 28
Tabela 5 - Médias dos caracteres Florescimento masculino (FM), Altura de
Planta (AP), Altura de espiga (AE) Plantas acamadas e quebradas
(AC+Q), Peso de espigas (PE) e Peso de grãos (PG) e Heterose (H)
dos híbridos duplos de milho, híbridos simples parentais e da
testemunha comercial, em relação à média dos parentais, em
Campinas, safras 2006/07 ............................................................... 30
Tabela 6 - Análise da variância conjunta dos caracteres Altura de Planta (AP),
Altura de espiga (AE), Peso de espigas (PE) e Peso de grãos (PG),
em Mococa, safras 2006/07 e 2007/08 ............................................ 32
Tabela 7 - Análises de variância individuais dos caracteres Altura de Planta
(AP) e Altura de espiga (AE), em Mococa, nas safras de 2006/07 e
2007/08 .......................................................................................... 32
Tabela 8 - Médias dos híbridos duplos e híbridos simples parentais quanto aos
caracteres Altura de planta (AP) e Altura de espiga (AE), em
Mococa, safras 2006/07 e 2007/08 .................................................. 34
Tabela 9 - Médias dos caracteres Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso
de espigas (PE), Peso de grãos (PG) e Heterose (H) em Mococa,
safras 2006/07 e 2007/08 ................................................................ 37
Tabela 10 - Análise da variância dos caracteres Comprimento de espiga (CE),
Diâmetro da espiga (DE) e Número de fileiras por espiga (NFE), de
híbridos duplos de milho, híbridos simples parentais e da
testemunha comercial em Mococa, safra 2007/2008 ....................... 38
Tabela 11 - Médias dos caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de
espiga (DE) e Número de fileiras por espiga (NFE) dos híbridos
duplos de milho, híbridos simples parentais e da testemunha
comercial em Mococa, safra 2007/08 .............................................. 40
Tabela 12 - Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os
caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de espiga (DE),
Número de fileiras na espiga (NFE) e Peso de grãos (PG), avaliados
em Mococa, safra 2007/08 .............................................................. 41
Tabela 13 - Análise da variância dialélica dos caracteres Florescimento
masculino (FM), Altura de plantas (AP), Altura de espigas (AE),
Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de espiga (PE) e Peso
de grãos (PG), em Campinas, safra 2006/07 ................................... 43
Tabela 14 - Estimativas dos efeitos da Capacidade Geral de Combinão (g
i
),
segundo GRIFFING (1956), dos oito híbridos simples comerciais
parentais de milho avaliados em Campinas, safra 2006/07 .............. 45
Tabela 15 - Estimativas dos efeitos da Capacidade Específica de Combinação
(s
ij
), quanto aos caracteres Florescimento masculino (FM), Altura
de planta (AP), Altura de espiga (AE), Plantas acamadas e
quebradas (AC+Q), Peso de espigas (PE) e Peso de grãos (PG),
avaliados em 28 híbridos duplos, em Campinas, safra 2006/07 ....... 47
Tabela 16 - Análise da variância dialélica conjunta dos caracteres Altura de
planta (AP), Altura de espiga (AE) e Plantas acamadas e quebradas
(AC+Q), dos híbridos duplos, híbridos simples parentais e da
testemunha comercial avaliados em Mococa, safras 2006/07 e
2007/08 .......................................................................................... 49
Tabela 17 - Análise da variância dialélica conjunta dos caracteres Peso de
espigas (PE) e Peso de grãos (PG), dos híbridos duplos, híbridos
simples parentais e da testemunha comercial avaliados em Mococa,
safras 2006/07 e 2007/08 ................................................................ 49
Tabela 18 - Análise da variância dialélica para caracteres Altura de planta (AP),
Altura de espiga (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q),
Peso de espiga (PE) e Peso de grãos (PG), avaliados em Mococa,
safra 2006/07 .................................................................................. 50
Tabela 19 - Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinação (g
i
)
dos oito híbridos simples comerciais parentais de milho avaliados
em Mococa, safra 2006/07 .............................................................. 51
Tabela 20 - Análise da variância dialélica dos caracteres Altura de planta (AP),
Altura de espiga (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q),
Peso de espiga (PE) e Peso de gos (PG), dos híbridos duplos,
híbridos simples parentais de milho e testemunha comercial
avaliados em Mococa, safra 2007/08 .............................................. 52
viii
Tabela 21 - Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinação (g
i
)
dos oito híbridos simples comerciais parentais avaliados em
Mococa, safra 2007/08 ................................................................... 53
Tabela 22 - Estimativas de Capacidade Específica de Combinação (s
ij
) para os
caracteres Altura de Planta (AP), Altura de espiga (AE) e Plantas
acamadas e quebradas (AC+Q), avaliadas em 28 híbridos duplos de
milho avaliados em Mococa, safra 2006/07 .................................... 54
Tabela 23 - Estimativas dos efeitos de Capacidade Específica de Combinação
(s
ij
) quanto aos caracteres Altura de Planta (AP), Altura de espiga
(AE) e Plantas acamadas e quebradas (AC+Q) avaliados em 28
híbridos duplos, em Mococa, safra 2007/08 .................................... 55
Tabela 24 - Estimativas dos efeitos médios de Capacidade Específica de
Combinação (s
ij
) para os caracteres Peso de espigas e Peso de grãos
avaliados em 28 híbridos duplos, em Mococa, safras 2006/07 e
2007/08 .......................................................................................... 56
Tabela 25 - Análise da variância dialélica dos híbridos duplos e simples
parentais de milho, para as variáveis Comprimento de espiga (CE),
Diâmetro da espiga (DE) e Número de fileiras na espiga (NFE), em
Mococa, safra 2007/08 .................................................................... 58
Tabela 26 - Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinação (g
i
)
dos oito híbridos simples comerciais parentais de milho, quanto aos
caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de espiga (DE) e
Número de fileiras na espiga (NFE), Mococa, safra 2007/08 .......... 59
Tabela 27 - Estimativas dos efeitos de Capacidade Específica de Combinação
(s
ij
) quanto aos caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro
de espiga (DE) e mero de fileiras na espiga (NFE) avaliados em
28 híbridos duplos de milho, em Mococa, safra 2007/08 ................. 60
ix
SANTOS, Fernanda Motta da Costa. Capacidade de combinação de bridos
comerciais de milho visando à obtenção de híbridos de F
2
. 2009. 79f. Dissertação
(Mestrado em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) – Pós-Graduação
IAC.
RESUMO
O emprego de híbridos de geração F
2
vem sendo proposto para reduzir o custo de
produção de sementes híbridas de milho, pois seriam eliminadas as etapas de obtenção e
manutenção de linhagens. O objetivo deste trabalho foi avaliar híbridos duplos de milho
obtidos de híbridos simples F
1
comerciais quanto à produtividade e a caracteres
agronômicos e estimar a capacidade de combinação dos híbridos simples, visando à
posterior obtenção de híbridos de F
2
. Os 28 híbridos duplos resultantes de um dialelo 8
x 8 foram avaliados, juntamente com os 8 híbridos simples parentais e uma testemunha
comercial (IAC 8333), em Campinas (IAC) na safra 2006/07 e Mococa (APTA) nas
safras 2006/07 e 2007/08, sob delineamento experimental de blocos ao acaso com 3
repetições. Foram avaliados os caracteres Florescimento masculino, Altura de planta e
de espiga, Plantas acamadas e quebradas, Peso de espigas e Peso de grãos, corrigido
para 14% de umidade. Em Mococa foram avaliados na safra de 2007/08 os
componentes de produção: Comprimento de espiga, Diâmetro de espiga e mero de
fileiras na espiga. Análises de variância individuais e conjuntas foram efetuadas,
considerando-se o modelo fixo, sendo as médias comparadas entre si pelo Teste de
Scott-Knott a 5% de probabilidade. Estimou-se a correlação entre Comprimento da
espiga, Diâmetro da espiga, Número de fileiras na espiga e Peso de grãos. Foram
realizadas análises dialélicas utilizando-se o Método de Griffing (1956), Modelo 1 e
estimada a heterose dos híbridos duplos em relação à média aos híbridos simples
parentais. Destacou-se, em ambos os locais, a combinação híbrida DAS 2B710 X A
2555, com médias acima de 8600 kg.ha
-1
, superando híbridos simples comerciais de alta
produtividade. Correlações significativas foram verificadas apenas entre Comprimento
de espiga e peso de grãos. Efeitos de aditividade e dominância significativos foram
verificados na expressão de todos os caracteres. Quanto à capacidade combinatória, os
híbridos simples 30F87 e A 2555 destacaram-se com as maiores estimativas de g
i
para
produtividade; o DKB 330 contribuiu para a precocidade do florescimento masculino e
o 30K75 e AS 1548 para reduzir a Altura de planta e de espiga. Foi verificada heterose
entre os cruzamentos, destacando-se com a maior estimativa o híbrido duplo DAS
x
2B710 X A2555, com estimativas de 759,17 e 850,75 kg.ha
-1
em Campinas e Mococa,
respectivamente. Evidenciaram-se híbridos comerciais promissores quanto à capacidade
combinatória para produtividade e obtiveram-se híbridos duplos superiores, indicando
que híbridos comerciais são alternativas viáveis para utilização em programas de
melhoramento de milho visando à obtenção de híbridos de F
2
.
Palavras – chave: Zea mays, dialelo completo, produtividade.
xi
SANTOS, Fernanda Motta da Costa. Combinig ability of single-cross hybrids of
maize aiming to obtain the F
2
hybrids. 2009. 79f. Dissertação (Mestrado em
Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia) – Pós-Graduação – IAC
ABSTRACT
The use of F
2
generation hybrid has been proposed to reduce the cost of production of
hybrid seeds of corn, because this would eliminate the obtaining stages and maintenance
of lineages. The purpose of this study was to evaluate double-cross hybrid maize
originated from F
1
commercial single-cross hybrid for agronomic traits and to estimate
the combining ability of single-cross hybrids, aiming to produce further the F
2
hybrids.
The 28 double-cross hybrid originated from diallel 8 x 8 were evaluated, along with the
8 single-cross hybrid parents and a commercial check (IAC 8333), in Campinas (IAC)
in the 2006/07 season and Mococa (APTA) in the 2006/07 and 2007/08 seasons under
experimental design of randomized blocks with 3 replications. The following traits were
evaluated: Male Flowering, Plant Height, Ear Height, Lodged and Broken Plants, Ear
Weight and Grain yield, adjusted to 14% humidity. The yield components were
evaluated, In Mococa, in the 2007/08 season: Ear Length, Ear Diameter and Ear Rows
Number. Individual and joint analysis of variance were conduced, considering the fixed
model, and the means were tested by Scott-Knott test with 5% of probability.
Correlation between the yield components and grain yield were estimated. Diallel
analysis using the Griffing Method Model 1 and the heterosis of double-cross hybrids
were estimated in relation to average of single-cross hybrid parents. In both locations,
the combination of hybrid DAS 2B710 X A 2555, with average of 8600 kg ha
-1
,
surpassed commercial single-cross hybrids, used as check. Significant correlations were
found only between the ear length and grain yield. Additive and dominant significant
effects were observed for all characters. As for the combining ability, the single-cross
hybrid 30F87 and A 2555 were proeminent with the largest g
i
estimates for yield; DKB
330 contributed to the earliness of the Male Flowering and the 30K75 and AS 1548 to
reduce the Plant and Ear Height. Heterosis were estimated between the crosses, and the
highest estimates were found in the double-cross hybrid DAS 2B710 X A 2555, with
759,17 and 850,75 kg.ha
-1
in Campinas and Mococa, respectively. Commercial hybrids
evidenced promising combining ability for yield and superior double-cross hybrids,
indicating that commercial hybrids constitute viable alternative for use in corn breeding
programs aiming the obtaintion of hybrid of F
2
generations.
Key – words: Zea mays, complete diallel, yield
1
1 INTRODUÇÃO
O vigor de híbrido representa uma das maiores contribuições práticas da
Genética à agricultura mundial. O conceito de heterose, definido há mais de um século,
continua sendo aplicado principalmente na cultura do milho, onde a produção de
híbridos se desenvolveu de maneira ímpar e a hibridação é recomendada como todo
adequado de melhoramento (PATERNIANI, 2001).
No Brasil, o primeiro programa de milho híbrido teve início no Instituto
Agronômico de Campinas, em 1932. A partir desta pesquisa, KRUG e colaboradores
produziram, em 1932, o primeiro híbrido duplo brasileiro.
Sabe-se que o custo para a obtenção de híbridos simples é muito alto e demanda
um tempo elevado para a obtenção de linhagens homozigóticas e para que este híbrido
chegue ao mercado. O tempo demandado pelas auto-fecundações sucessivas e a
avaliação das linhagens quanto à capacidade de combinação constituem as etapas mais
trabalhosas e onerosas dos programas de híbridos de milho, sendo o método de
cruzamentos dialélicos amplamente utilizado pelos melhoristas em geral.
Outro inconveniente de híbridos de linhagens é a produtividade destas linhagens,
que normalmente é muito baixa, aumentando o custo de produção. Para resolver o
problema de custo dos híbridos simples, foi preconizada por JONES (1918) a produção
de híbridos duplos, que consiste na obtenção de quatro linhagens que são cruzadas aos
pares gerando dois híbridos simples, que posteriormente são cruzados para a produção
dos híbridos duplos comerciais. Como os híbridos simples são muito mais produtivos
que as linhagens, a produção de sementes do híbrido duplo é muito maior do que a dos
híbridos simples, reduzindo o custo para os agricultores. No entanto, os híbridos duplos
vêm sendo deixados de lado, predominando nas empresas de sementes a produção de
simples e triplos (SOUZA SOBRINHO, 2002).
Novas alternativas tem sido propostas para substituir o uso de híbridos de
linhagens endogâmicas, visando a redução do custo das sementes para o produtor. O uso
de híbridos de linhagens parcialmente endogâmicas, ou seja, híbridos oriundos do
cruzamento de linhagens com até três gerações de endogamia (S
3
), constitui-se uma
destas alternativas. O custo de sementes híbridas poderia ser reduzido se fossem
eliminadas as etapas de obtenção e manutenção das linhagens, pelo emprego da geração
F
2
dos híbridos simples para a obtenção dos híbridos de F
2
. Ou seja, após a produção das
2
gerações F
2
de cada parental, estas poderiam ser mantidas em lotes isolados, através de
intercruzamentos, o que possibilitaria sua utilização todos os anos para a obtenção dos
híbridos de F
2
.
SOUZA SOBRINHO et al. (2002) testaram a utilização da geração S
0
de
populações oriundas de híbridos simples, para produzir híbridos duplos de S
0
(ou F
2
) e
constataram que os híbridos de F
2
têm desempenho muito semelhante àqueles derivados
da geração F
1
de híbridos simples. Esta hitese foi confirmada por AMORIM e
SOUZA (2005), pois com esta técnica foram identificados híbridos oriundos de
linhagens S
0
com produtividade média superior a 10 ton.ha
-1
.
Neste sentido, o Programa de Híbridos de milho do IAC vem desenvolvendo
pesquisas com híbridos de F
2
, tendo lançado em 2002 o híbrido IAC 8333, que é um
híbrido de F
2
, com características desejáveis de elevada produtividade e menor custo da
semente.
Diante do exposto, os objetivos do presente trabalho foram:
a) Avaliar híbridos duplos de milho obtidos a partir de um dialelo completo de
híbridos simples F
1
comerciais;
b) Estimar a capacidade de combinação dos híbridos simples comerciais de milho,
visando à posterior obtenção de híbridos de F
2;
c) Estimar a heterose dos híbridos duplos em relão aos híbridos simples parentais.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Milho (Zea mays L.)
O milho (Zea mays L.) é uma gramínea pertencente à família Poaceae, tribo
Maydeae, espécie diplóide (2n=20), monóica e agama. Sua origem data entre 7 e 10
mil anos atrás no México e na América Central e sua linha evolutiva é bastante
discutida. rias hipóteses têm sido propostas com o intuito de explicá-la, porém, a
teoria mais consistente é a que relaciona a ascendência do milho à planta chamada
teosinte, uma gramínea com rias espigas sem sabugo, que pode cruzar naturalmente
com o milho, produzindo descendentes férteis. (GALINAT, 1995).
O milho é uma das plantas cultivadas de maior interesse e extensivos estudos
acerca desta cultura permitiram seu cultivo em grande parte dos continentes. Tal fato
deve-se à grande adaptabilidade da planta, que por sua vez ocorre em função da grande
variedade de genótipos existentes (MAGALHÃES et al, 2002).
Entre as plantas cultivadas, o milho é uma das mais antigas, e seu alto nível de
domesticação, associado ao extenso trabalho de melhoramento genético, tornou esta
cultura altamente dependente da ação humana. Atualmente o milho é insumo para
produção de uma centena de produtos, que compreendem desde o campo farmacêutico
até a fabricação de cosméticos, graxas, resinas, etc. (CIB, 2008), possuindo assim, as
mais diversificadas formas de uso, podendo ser destinado tanto para o consumo humano
e para alimentação de animais quanto para a indústria de alta tecnologia, fato este que
caracteriza sua grande importância econômica (MAGALHÃES et al, 2002).
Os maiores produtores mundiais de milho são Estados Unidos e China, com
332,09 e 151,83 milhões de toneladas, respectivamente. O Brasil ocupa a terceira
posição entre os maiores produtores. De acordo com os dados contidos no ANUÁRIO
DO MILHO (2008), a previsão da produção mundial de milho para a safra de
2007/2008 é de 789,2 milhões de toneladas, sendo a contribuição da produção brasileira
de 58,5 milhões de toneladas.
Segundo EMBRAPA (2007), apesar da produção do milho no Brasil ser voltada
basicamente para abastecimento interno, esta apresentou taxas de crescimento da
produção de 3,0% ao ano e da área cultivada de 0,4% ao ano nos últimos vinte e oito
anos.
4
No ciclo 2007/08 o plantio foi 10,8% superior ao do período anterior
(ANUÀRIO, 2008). De acordo com levantamento realizado anualmente pela CONAB
(2008), pros estimulantes, aliados às boas condições climáticas na maioria dos estados
produtores, geraram aumento na produção total de milho até julho de 2008 (1ª e
safra), com recorde de 58,5 milhões de toneladas, com crescimento de 9,5% (3,47
milhões de toneladas) na safra principal e 24,5% (3,62 milhões de toneladas) na
safrinha, totalizando 18,4 milhões de toneladas, 26,3% mais do que na safra 2006/07.
A área total plantada na safra de 2007/08, no Brasil, foi de aproximadamente
14,7 milhões de hectares. A região com maior área plantada e maior produtividade nesta
safra foi a região Sul e o Estado do Paraná desponta com maior produtividade (7070
kg.ha
-1
). A região Centro-Oeste ocupa a segunda posição em produtividade e Estado de
Goiás representa o segundo maior produtor nacional (6930 kg.ha
-1
). Em São Paulo,
houve um aumento de 8,5% de produtividade da 1ª safra em relação à safra de 2006/07.
Em 2007/08, a produtividade no Estado atingiu 5100 kg.ha
-1
em 695.000 ha de área
plantada (CONAB, 2008).
Embora o Brasil ocupe a terceira posição em área colhida de milho no mundo, os
níveis de produtividade são baixos quando comparados aos dois maiores produtores
mundiais, Estados Unidos e China. Tal quadro decorre do fato de que há um grande
número de pequenos produtores cultivando o milho no país. Estes produtores não
possuem altos níveis tecnológicos nem grandes extensões de terra, e, portanto, sua
produção é voltada para o consumo e não preocupação em produção comercial. Isso
gera grande queda na produtividade média do país, podendo-se observar variação de
693 kg.ha
-1
(Rio Grande do Norte) a 7070 kg.ha
-1
(Paraná).
No Brasil o milho é cultivado nas mais diversas condições, que vão desde a
agricultura de subsistência, praticada sem o uso de insumos agrícolas modernos,
destinando-se basicamente ao consumo no próprio estabelecimento, utilizado na
alimentação animal na sua maior parte, e humana, até grandes lavouras com alto nível
tecnológico, alcançando altos índices de produtividade (EMBRAPA, 2002).
Bons índices de produtividade dependem não apenas dos sistemas de produção
como também do tipo de cultivar utilizada na lavoura, uma vez que o rendimento da
lavoura é resultado da associação de técnicas adequadas de manejo, do conhecimento
disponível e disseminado entre os agricultores, das condições edafoclimáticas da região
de plantio e do potencial genético da semente utilizada, responsável por até 50% do
5
rendimento final (MAGALHÃES et al., 2002; EMBRAPA, 2007). Disso depreende-se a
grande importância dos trabalhos dos melhoristas em desenvolver novas cultivares.
2.2 Milho Híbrido
O crescimento constante da população mundial exige uma demanda cada vez
maior de alimentos, gerando uma crescente necessidade de incrementar sua produção. O
milho é alimento básico de muitos países, sendo utilizado como matéria-prima nas
indústrias de alimentação humana, alimentação animal e outros, além de desempenhar
um importante papel social, quanto ao emprego de mão de obra.
O milho é a principal espécie alógama não apenas pela sua importância mundial,
mas também pela grande representatividade em termos científicos e tecnológicos
(DESTRO & MONTALVÁN, 1999). Graças a sua característica monóica e também
pelo fácil manuseio, pela natureza dos cromossomos e pelo baixo número de
cromossomos (n=10) (BORÉM e GIÚDICES, 2004), o milho é uma das espécies que
mais se prestam aos estudos genéticos. Outras características que fazem desta uma
espécie ótima para estudos citogenéticos e de melhoramento são o len abundante,
ovários em grande quantidade, facilitando a fecundação cruzada natural e cruzamentos
dirigidos (DESTRO & MONTALVÁN, 1999).
A formação de híbridos é um método de melhoramento que tem como objetivo
tirar o máximo de proveito da heterose. A hibridação no sentido mais amplo tem-se
constituído uma ferramenta de grande importância no melhoramento de grande parte
das espécies cultivadas, pois sua prática permite tanto a exploração do vigor de híbrido
na geração F
1
como também permite o aparecimento de variabilidade genética em
populações (MIRANDA FILHO & NASS, 2001).
O método de hibridação vem sendo aplicado com grande sucesso nos programas
de melhoramento de milho. Segundo HALLAUER (1990), o milho híbrido se destaca
dentre as contribuições da ciência para a sociedade, desde o aparecimento do homem até
os dias atuais, tendo grande contribuição nos expressivos aumentos na produtividade
deste grão em todo o mundo e com repercussão em todas as espécies cultivadas.
Dentre todas as culturas, o milho é, sem vida, o exemplo mais notável da
utilização do processo da hibridação. Linhagens autofecundadas e produção de
sementes híbridas são de fácil obtenção nos programas de melhoramento de milho
devido à característica monóica desta planta, que a torna apta à realização de
6
cruzamentos controlados e autofecundações (BUENO et al., 2001). O milho híbrido
pode ser conceituado como a primeira geração do cruzamento entre linhagens
endogâmicas, variedades de polinização livre e outras populações geneticamente
divergentes. Dessa forma, é explorado o máximo da heterose do cruzamento (ALLARD,
1960).
Os primeiros estudos acerca da hibridação em milho foram conduzidos por
SHULL (1909) e EAST (1909). Em seus estudos, SHULL concluiu que a partir de uma
população, constituída de rios genótipos, é possível a obtenção de linhagens puras
que, ao serem intercruzadas, restauram o vigor perdido com as sucessivas
autofecundações.
O milho híbrido foi introduzido na agricultura moderna por volta de 1920. Os
primeiros híbridos comerciais apareceram nacada de 30, substituindo gradativamente
as variedades de polinização aberta. No final da década de 30, os híbridos
representavam 75% da área cultivada com milho nos Estados Unidos, alcaando o
índice de 95% na década de 60 (BUENO et al., 2001). O primeiro programa de milho
híbrido no Brasil foi desenvolvido em 1932, no Instituto Agronômico de Campinas. Em
1918, JONES sugeriu o uso de híbridos duplos, resultantes do cruzamento de dois
híbridos simples. Este evento fez com que as desvantagens da produção de sementes de
híbridos simples fossem superadas e a partir deste episódio o uso comercial de sementes
de milho híbrido foi aceito. No IAC, KRUG e colaboradores produziram, em 1932, o
primeiro híbrido duplo brasileiro. Conforme SOUZA SOBRINHO (2001), o primeiro
híbrido comercial foi produzido em 1938 por GLADSTONE e ANTONIO
SECUNDINO, na Universidade Federal de Viçosa, oriundo de um cruzamento entre as
variedades Cateto e Amarelão. Os trabalhos destes últimos pesquisadores tiveram
continuidade com a fundação da Companhia Sementes Agroceres S/A.
Segundo PATERNIANI (1978) as vantagens da utilização do vigor de híbrido
ou heterose são: 1) associar características de genitores distintos no menor espo de
tempo possível; (2) obter genótipos superiores em um prazo relativamente curto; (3)
utilizar interações gênicas na geração híbrida; (4) produzir genótipos uniformes; (5)
conseguir menor interação com o ambiente na geração F
1
e (6) produzir sementes de
milho híbrido comercialmente, com reflexos favoráveis sobre a economia da região.
No que tange especificamente à cultura do milho, de acordo com MIRANDA
FILHO e VIÉGAS (1987) há uma classificação incluindo diversos tipos de híbridos que
podem ser sintetizados. São eles:
7
a) Híbrido simples: oriundo do cruzamento de duas linhagens endogâmicas. Em
geral é mais produtivo do que outros tipos de híbridos, apresentando grande
uniformidade de plantas e de espigas. A semente tem um custo de produção
mais elevado porque a mea de um híbrido simples é uma linhagem
endogâmica e por isso sua produtividade é mais baixa.
b) Híbrido simples modificado: segue o mesmo esquema do híbrido simples,
utilizando como genitor feminino o híbrido formado pelo cruzamento de duas
linhagens aparentadas (A x A’) e como genitor masculino uma linhagem B, ou
também um híbrido entre progênies afins (B x ) dando origem ao híbrido
simples modificado [(A x A’) x B]. Esse procedimento diminui o custo de
produção de sementes, dependendo do vigor do híbrido empregado como genitor
feminino.
c) Híbrido triplo: resultante do cruzamento de um híbrido simples (A x B) com
uma terceira linhagem (C), dando origem ao híbrido triplo [(A x B) x C]. A
linhagem polinizadora (C) deve ser suficientemente vigorosa para fornecer
grande quantidade de pólen, suficiente para garantir uma boa polinização e
produção de grãos satisfaria nas linhas femininas.
d) Híbrido triplo modificado: obtido de maneira semelhante ao híbrido triplo,
substituindo-se apenas a linhagem masculina (C) por um híbrido entre linhagens
aparentadas (C x C’). O cruzamento fica esquematizado da seguinte forma: [(A
x B) x (C x C’)].
e) Híbrido duplo: obtido mediante cruzamento de dois híbridos simples [(A x B) x
(C x D)], envolvendo, portanto, quatro linhagens endogâmicas. Apresenta maior
variabilidade genética que os outros híbridos, portanto, possui alta estabilidade,
mas possui menos uniformidade de plantas, espigas, menor produtividade e
menor custo da semente.
f) Híbrido “top cross”: obtido do cruzamento entre híbridos x variedades e entre
linhagens x variedades.
g) Híbrido intervarietal: resultante do cruzamento de duas variedades. Apresenta as
vantagens da utilização da heterose sem a necessidade de obtenção de linhagens,
possuem uma maior capacidade de adaptação, devido à maior variabilidade
genética em relação aos híbridos de linhagens. Sua desvantagem está
relacionada a uma maior desuniformidade das plantas sendo, por isso, pouco
utilizados.
8
Na safra de 2007/08, 36 novas cultivares foram disponibilizadas sendo elas 2
variedades, 4 híbridos duplos, 9 híbridos triplos e 21 híbridos simples, substituindo 37
cultivares antigas, que deixaram de ser comercializadas.Há uma predominância no
número de híbridos simples, modificados ou não, representando 44,2% das opções do
mercado atual. Os híbridos simples e triplos, representam cerca de 69% das opções para
os produtores. Apesar da predominância dos híbridos simples, a melhoria do nível
tecnológico em regiões específicas e a maior competitividade do mercado nacional de
sementes, tem aumentado a oferta de híbridos triplos e simples que somados já
dominam uma maior fatia de mercado (EMBRAPA, 2008).
O mercado brasileiro atual é caracterizado de acordo com as principais empresas
do setor, com a existência de segmentos de altíssima (20% do mercado), alta (32% do
mercado),dia (48% do mercado) e baixa tecnologia (0%). Os dois primeiros atendem
os produtores que utilizam híbridos (simples, triplos e duplos) em seu plantio, insumos e
práticas agrícolas modernas; o terceiro segmento representa agricultores cujas
atividades são baseadas em sistemas agrícolas precários, com a utilização de bridos
duplos; o quarto segmento utiliza em seu plantio variedades de polinização aberta ou
ainda as chamadas “sementes de paiol” (sementes próprias), não sendo considerados
como segmento de mercado (pela não aquisição de sementes no mercado), tornando-se
um dos motivos da baixa produtividade no Brasil (ROSINHA, 2000).
É importante salientar, também, que a não utilização de sementes híbridas leva à
baixa produtividade que vem sendo observada no país. Uma das soluções para o Brasil
aumentar a sua produtividade média é facilitar o acesso de agricultores de baixa renda e
não tecnificados às cultivares que possam explorar de maneira mais eficiente a heterose,
sendo necessário, para isso, uma diminuição no custo de sementes híbridas (RAPOSO,
2002).
2.3 Avaliação de Linhagens: Capacidade Geral e Específica de Combinação
O desenvolvimento de híbridos exige do melhorista rigor nos trabalhos de
seleção, sobretudo na escolha do germoplasma que melhor atende a seus propósitos. É
necessária a avaliação do comportamento das linhagens “per se” e em combinações
híbridas, a fim de orientar a escolha de materiais superiores e métodos a serem
empregados dentro de um programa de melhoramento. Nos programas de
9
melhoramento de milho, embora o número de linhagens utilizadas seja limitado, existe
uma enorme variabilidade de caracteres de expressão econômica com potencial para
serem utilizados (GAMA et al., 2003).
Dessa forma, quatro etapas estão envolvidas em um programa de melhoramento
de milho para obtenção de híbridos: a escolha de populações, a obtenção de linhagens, a
avaliação de sua capacidade de combinação e testes extensivos das combinações
híbridas obtidas (PATERNIANI & CAMPOS, 1999).
A obtenção de híbridos superiores está diretamente envolvida com a
identificação de populações mais promissoras, das quais serão extraídas as linhagens.
Após a obtenção das linhagens, faz-se necessária a avaliação da capacidade de
combinação das mesmas, o que propiciará a identificação das melhores combinações,
ou seja, aquelas que constituirão os melhores híbridos.
A Capacidade de Combinação (Ci) de linhagens ou genótipos reflete seu valor
genético relativo intrínseco. Segundo VENCOVSKY (1987), a capacidade de
combinação das linhagens corresponde ao valor obtido da diferença entre a média do
caráter exibido no cruzamento e a média geral de todos os cruzamentos. De acordo com
NASS et al., (2001), linhagens com maior estimativa de Ci deveo resultar em
cruzamentos superiores devido ao seu valor genético.
Em 1942, SPRAGUE e TATUM propuseram os conceitos de capacidade geral e
capacidade específica de combinação, para avaliação das linhagens, relacionando-os,
respectivamente, aos efeitos gênicos aditivos e não aditivos (dominantes e epistáticos).
Segundo SPRAGUE & TATUM (1942), define-se Capacidade Geral de
Combinação (CGC) como sendo o comportamento médio da linhagem em combinações
híbridas, principalmente devido aos efeitos aditivos dos genes; e Capacidade Especifica
de Combinação (CEC) como o comportamento que leva certas combinações a serem
superiores ou inferiores em relação à média dos cruzamentos, pela ação de genes
dominantes ou de efeitos epístáticos.
É importante ressaltar que a avaliação das n linhagens genitoras quanto à
capacidade combinatória é, desde o início dos trabalhos com melhoramento a o
presente momento, um dos maiores obstáculos enfrentados pelos melhoristas de milho
que trabalham com híbridos e linhagens. Nos programas de melhoramento, a utilização
de híbridos comerciais tem sido considerada uma das alternativas para obtenção de
novas linhagens, sendo importante a identificação de novas estratégias que possam se
utilizadas na escolha dos híbridos e/ou populações segregantes (LIMA et al., 2000).
10
Dessa forma, a identificação de populações promissoras, derivadas de híbridos simples,
pode ser considerada uma boa estratégia para a otimização dos programas de
melhoramento de milho.
2.4 Dialelos
Um dos grandes objetivos de um programa de melhoramento genético é a
formação de híbridos comerciais, de alta produtividade, entre outras características
como resistência a pragas e doenças. Para tanto, as principais atividades dos
melhoristas, que culminarão no desenvolvimento de híbridos superiores, é a obtenção de
linhagens e a avaliação do seu comportamento em combinações híbridas (capacidade de
combinação) (LEMOS et al., 2002).
A produção de sementes híbridas de milho segue um esquema básico,
desenvolvido por SHULL, em 1909, que ainda é adotado no presente. Trata-se da
obtenção de linhagens autofecundadas e sua utilização em cruzamentos entre si para a
produção de sementes híbridas, os chamados híbridos simples. Para tanto, faz-se
necessário realizar tantas autofecundações quanto possível e continuar o processo
anualmente até que se atinja a homozigose total, quando, então, são realizados todos os
cruzamentos possíveis entre as linhagens, sendo avaliadas em ensaio as plantas F
1
.
Depois de se identificar o melhor par de linhagens para a produção do híbrido
pretendido em termos de produtividade, é realizado o cruzamento, obtendo-se, então a
semente híbrida desejada.
Um dos métodos mais aplicados para a obtenção de informações a respeito do
comportamento dos genitores em cruzamentos e a identificação de grupos heteróticos é
o esquema denominado cruzamentos dialélicos (HALLAUER & MIRANDA FILHO,
1995). Os cruzamentos dialélicos se destacam em função de sua importância e
abrangência de utilização, uma vez que através desta metodologia, é possível escolher
os parentais mais promissores com base na sua capacidade geral de combinação,
capacidade específica de combinação e potencial heterótico (GRIFFING, 1956a).
As análises dialélicas têm por finalidade estimar parâmetros úteis na seleção de
genitores e no entendimento dos efeitos genéticos envolvidos na determinação dos
caracteres (MACHADO, 2007).
11
A definição de cruzamentos dialélicos dada por GRIFFING (1956 a e b)
apresenta este tipo de cruzamento como sendo o conjunto de n
2
possíveis genótipos
obtidos a partir de n linhas puras, nas quais estariam contidas: a) as próprias linhas
puras; b) os n(n-1)/2 híbridos F
1;
e c) um conjunto de n(n-1)/2 híbridos F
1
recíprocos.
De posse destes dados, é possível formar a chamada tabela dialélica. Esta tabela é
formada pelas n
2
(nXn) médias obtidas dos cruzamentos dialélicos ou de gerações mais
avançadas. O método proposto pelo autor considera ainda quatro tipos de tabelas
dialélicas: a tabela completa inclui os parentais, híbridos e recíprocos e as outras três
derivaram desta pela supressão de alguns de seus elementos, como por exemplo, os
parentais ou seus recíprocos.
Apesar da eficiência dos cruzamentos dialélicos na determinação das melhores
combinações híbridas, a avaliação de n linhagens parentais constitui-se um entrave para
os melhoristas de milho. O uso destes cruzamentos pode ser limitado devido ao fato de
que o número de cruzamentos necessários para avaliação de um determinado número de
linhagens pode ser muito grande, dificultando o trabalho do melhorista, pois requer
muito esforço nas polinizações manuais para obtenção de todos os cruzamentos
desejados. Altos valores de n tornam a avaliação de todos os híbridos possíveis
impraticável (MIRANDA FILHO & GERALDI, 1984).
Uma alternativa para contornar o problema foi proposta por DAVIS (1927), na
qual as linhagens são avaliadas cruzando-as com um testador comum, método este
denominado top cross. Além deste método, outros esquemas dialélicos foram
apresentados, como dialelo parcial e dialelo circulante, visando a redução da quantidade
de cruzamentos (GUIMARÃES, 2007). Os dialelos parciais são adaptações do modelo
de GRIFFING (1956), por MIRANDA FILHO & GERALDI (1984) e HAYMAN
(1954) e envolvem dois grupos distintos de parentais e seus respectivos cruzamentos,
possibilitando maximizar as informações sobre os grupos estudados com um número
menor de cruzamentos. O modelo de dialelo circulante foi proposto por
KEMPTHORNE & CURNOW em 1961, envolvendo um número superior de parentais
CRUZ (1997).
Conforme CRUZ & VENCOVSKY (1989) citados por MACHADO (2007),
apesar dos métodos de análise dialélica de GRIFFING (1956 a e b) e GARDNER &
EBERHART (1966) apresentarem diferenças, os parâmetros analisados em ambos se
inter-relacionam, sendo ambos eficazes na obtenção de informações genéticas. Segundo
os mesmos autores, a estimativa de g
i
(efeito da capacidade geral de combinação do
12
genitor i) é o melhor critério para a seleção de genitores; para eles, a capacidade
específica de combinação (s
ii
) é um importante indicador da existência de dominância
unidirecional e de heterose varietal.
Embora os métodos de análises dialélicas tenham sido desenvolvidos para
avaliação de linhagens, os mesmos podem ser utilizados também para avaliação de
outros tipos de populações, com qualquer grau de endogamia. (VENCOVSKY, 1970).
2.5 Heterose
O conhecimento do potencial genético de populações, seu comportamento per se
ou em cruzamentos são informações de extrema importância em programas de
melhoramento, visando o desenvolvimento de cultivares superiores (SILVA &
MIRANDA FILHO, 2003).
SHULL, em 1909, definiu como heterose o vigor de híbrido manifestado em
gerações heterozigotas derivadas de cruzamento entre indivíduos endogâmicos e
geneticamente divergentes. Em outras palavras, a heterose poderia ser definida como
sendo a superioridade do híbrido em relação à média dos pais e pode ser observada em
vários caracteres, como altura da planta, produtividade, competitividade, entre outros.
(DESTRO & MONTALVÁN, 1999).
A heterose pode ser considerada um fenômeno oposto à depressão causada pela
endogamia. Linhas endogâmicas, quando cruzadas, apresentam aumento dos caracteres
reduzidos pelas autofecundações sucessivas (FALCONER, 1987). Este fenômeno tem
sido altamente explorado em programas de melhoramento de milho híbrido, permitindo
a identificação de populações divergentes que servirão de base para o desenvolvimento
de linhagens endogâmicas que serão, posteriormente, empregadas em cruzamentos
(SILVA & MIRANDA FILHO, 2003).
A ação gênica responsável pela manifestação da heterose ainda é tema de
discussões e várias hipóteses têm sido propostas para explicá-la. Segundo CROW
(1948), as duas principais teorias são: (1) dominância, segundo a qual a heterose ocorre
pelo acúmulo, no híbrido, de genes dominantes oriundos de ambos os pais. Pelo ponto
de vista desta teoria os alelos recessivos potencialmente deletérios ficariam ocultos nos
heterozigotos obtidos em F
1
e os prejuízos decorrentes da homozigose para esses alelos
seriam evitados; (2) a hitese da sobredominância, explica que o vigor apresentado
13
pelas plantas F
1
ocorre devido ao
elevado grau de heterozigosidade. A união das duas
formas alélicas do heterozigoto é superior à ação separada de qualquer um dos alelos em
homozigose.
SILVA & MIRANDA FILHO (2003), citam que a expressão da heterose
depende do grau de dominância controlando o caráter. Para peso de grãos, é esperado
que os cruzamentos exibam heterose como conseqüência da presença de genes de
dominância completa ou parcial que controlam a expressão deste caráter. Ademais, a
expressão da heterose também depende do nível de divergência genética entre os
parentais, ou seja, é necessário que haja diferenças nas freqüências alélicas para haver
expressão da heterose.
Devido à necessidade de divergência genética entre os parentais, FUZATTO et
al. (2002) cita a possibilidade de estimar essa divergência para otimizar a escolha das
populações com maior heterose, e este procedimento pode ser realizado através de
medidas de distâncias genéticas obtidas a partir de padrões isoenzimáticos, caracteres
morfológicos ou fisiológicos associados às medidas multivariadas e análise de
pedigrees.
2.6 Correlação entre Caracteres Agronômicos
O conhecimento do grau de associação entre caracteres de interesse em
programas de melhoramento é de fundamental importância. Esta associação é estimada
por meio do coeficiente de correlação, que quantifica o grau de associão entre dois ou
mais caracteres (FALCONER, 1987).
As correlações entre características possuem natureza genética ou não genética
(ambiental). A causa genética das associações é sobretudo o pleiotropismo. Entende-se
por pleiotropismo o fenômeno no qual um gene afeta duas ou mais características,
sendo que, ao segregar, este gene causará variação em todas as características por ele
afetadas, de forma simultânea. Alguns genes podem aumentar as duas características,
enquanto outros têm a propriedade de elevar uma e diminuir a outra, ações estas que
geram correlações positivas e negativas, respectivamente. O ambiente é uma segunda
causa de correlação entre caracteres, na qual duas características são influenciadas pelas
mesmas diferenças de condições ambientais (FALCONER, 1987).
14
A correlação entre duas características pode ser observada diretamente, quando
se trata da chamada “correlação fenotípica”, determinada pelas medidas de duas ou mais
características obtidas em um determinado número de indivíduos de uma população.
Sendo conhecidos, além dos valores fenotípicos dos indivíduos, seus valores
genotípicos e seus desvios devido ao ambiente, para ambas as características, pode-se
analisar as correlações genéticas e de ambiente para as duas características
separadamente (FALCONER, 1987). Estudos acerca da correlação entre caracteres são
de fundamental importância, pois, conforme citam CRUZ & REGAZZI (1997) estas
associações permitem quantificar os possíveis ganhos indiretos através da seleção de
caracteres correlacionados.
Na cultura do milho, muitos estudos têm sido realizados visando o entendimento
das correlações entre caracteres agronômicos sobretudo em milho-pipoca. Nesta cultura,
os caracteres capacidade de expansão e rendimento de grãos são de grande interesse em
programas de melhoramento, pois são as características mais importantes para o
produtor. Entretanto, vários estudos têm demonstrado que ambos os caracteres se
correlacionam negativamente (CARPENTIERI-PÍPOLO et al. 2002; DAROS et al.,
2004; VILARINHO et al. 2002).
2.7 Utilização de Híbridos Intermediários
A busca por cultivares cada vez mais produtivas é a grande missão dos
melhoristas. A alta produtividade envolve diversos fatores que o desde o tipo de
híbridos utilizado no plantio até o espaçamento e a população de plantas. Características
como comprimento e diâmetro da espiga e profundidade e largura de grãos são
essenciais no desempenho industrial (BARBIERI et al, 2005) e por isso são importantes
na determinação de cultivares superiores.
Embora muitos pesquisadores se dediquem com afinco a essa prática, o processo
de obtenção do milho híbrido é trabalhoso, exigindo mais campos isolados e maior
número de anos para produção de sementes, demandando um tempo elevado até que
este híbrido chegue ao mercado. Ademais, necessita de grandes áreas para as sucessivas
autofecundações e cruzamentos das linhagens, além da produtividade destas linhagens
ser baixa, o que aumenta o custo de produção (MIRANDA FILHO & VIÉGAS, 1987).
15
O custo da produção de híbridos de alto potencial produtivo torna-os
inacessíveis aos pequenos produtores (RAPOSO, 2002). Dessa forma, grande parte da
produção de milho no Brasil é feita por pequenos agricultores que não contam com
subsídios para aplicação de tecnologia de alto custo, utilizando para sua produção
variedades de baixa produtividade, gerando queda na produtividade média nacional
(MAGALHÃES et al, 2002).
Em trabalhos publicados em 1918, JONES sugeriu a utilização de híbridos
duplos, oriundos de cruzamentos entre dois híbridos simples para a produção comercial
de milho. Os híbridos duplos devem possuir boas características agronômicas, como
resistência a moléstias, baixa inserção de espigas, colmo ereto, resistência ao
acamamento, devem possibilitar a colheita mecânica e também apresentar boa
produtividade, permitindo a produção de sementes de boa qualidade para
comercialização. No entanto, os híbridos duplos vêm sendo deixados de lado,
predominando nas empresas de sementes a produção de simples e triplos.
Entretanto, novas alternativas para substituir o uso de híbridos de linhagens
endogâmicas têm sido propostas. Uma destas alternativas é o uso de híbridos de
linhagens parcialmente endogâmicas, ou seja, híbridos oriundos do cruzamento de
linhagens com até três gerações de endogamia (S
3
). Muitos trabalhos têm relatado o
potencial produtivo deste tipo de híbrido. CABRERA (2001) avaliando híbridos de
linhagens parcialmente endogâmicas (S
3
) verificou haver viabilidade da produção de
híbridos simples oriundos destas linhagens para a produção comercial de híbridos
simples de milho.
Estudos conduzidos por SALIN NETO et al (2004) acerca do desempenho de
híbridos S
3
x S
3
, no Estado de Goiás, demonstraram haver desempenho produtivo destes
híbridos equivalente ou superior aos desempenho de híbridos comerciais, que os autores
utilizaram como testemunhas.
Linhagens S
2
também têm sido testadas quanto ao potencial para produção de
híbridos. RUMIN & VENCOVSKY (2001), cruzaram linhagens S
2
com um testador de
base genética estreita, uma linhagem endogâmica, e obtiveram híbridos com
produtividade elevada, equiparando-se às testemunhas utilizadas no experimento.
O potencial produtivo deste tipo de híbrido também foi verificado por
CARVALHO et al (2003), que avaliaram híbridos de linhagens S
2
oriundas de híbridos
simples comerciais e verificaram que, quando cruzadas, os híbridos obtidos
apresentavam desempenho produtivo superior aos parentais. Os autores sugerem que
16
estas linhagens podem ser utilizadas para formação de híbridos superiores, pelo menor
custo de produção e pelo potencial produtivo de seus híbridos.
Em seus estudos, FERREIRA (2008) avaliou bridos top crosses, obtidos de
cruzamentos de linhagens parcialmente endogâmicas oriundas de híbridos comerciais e
observou que alguns híbridos sobressaíram-se com alto potencial produtivo,
constituindo-se uma alternativa para os produtores.
Além da produtividade satisfatória, híbridos de linhagens parcialmente
endogâmicas também podem apresentar adaptabilidade geral e alta estabilidade, o que
lhes confere potencial competitivo no mercado, como foi comprovado por LOPES et al.
(2007), ao avaliarem a adaptabilidade e estabilidade de híbridos de linhagens com três
graus de endogamia (S
1
x S
1
, S
2
X S
2
e S
3
X S
3
).
Uma segunda alternativa para diminuição do tempo e redução no custo de
obtenção de sementes híbridas é o emprego da geração F
2
de híbridos simples. De
acordo com SOUZA SOBRINHO et al. (2002), teoricamente, os gametas produzidos na
geração F
2
estão na mesma proporção daqueles produzidos na geração F
1
, o que permite
que os híbridos da geração F
2
apresentem desempenho produtivo semelhante aos
híbridos da geração F
1
. A utilização de sementes de geração F
2
de híbridos simples pode
ser uma forma eficaz de redução de custos, pois o existe a necessidade de
consecutivas autofecundações para a obtenção e manutenção dos campos de linhagens e
confecção dos híbridos simples - processos estes que demandam tempo e custo elevado
– diminuindo não só o custo e o tempo despendido, mas também a área para obtenção e
multiplicação das linhagens, viabilizando, assim, a obtenção destas pelos produtores
com menor poder aquisitivo, pois a aquisição é necessária a cada dois anos agrícolas.
(SANTOS et al., 1993).
O emprego da geração F
2
de híbridos simples reduz o
custo de sementes híbridas
pela eliminação das etapas de obtenção e manutenção das linhagens, através do
emprego da geração F
2
dos híbridos simples para posterior obtenção dos híbridos de F
2
.
Assim, seriam produzidas apenas as gerações F
2
de cada parental, que poderiam ser
mantidas em lotes isolados e ser utilizadas todos os anos para a obtenção do híbrido de
F
2
, tornando o processo de híbridos menos oneroso ainda.
Segundo SOUZA SOBRINHO et al. (2002), a utilização da geração S
0
(F
2
) de
populações oriundas de híbridos simples F
1
, para gerar híbridos duplos é uma das
melhores alternativas para redução de custos. foi constatado que os híbridos duplos
assim obtidos m desempenho muito semelhante àqueles derivados da geração F
1
de
17
híbridos simples. Esta informação é confirmada por AMORIM & SOUZA (2005), que
identificaram híbridos oriundos de linhagens S
0
com produtividade média superior a 10
ton.ha
-1
.
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material
Os híbridos de milho utilizados neste estudo o híbridos duplos, provenientes
do cruzamento de híbridos simples comerciais. Os híbridos comerciais foram escolhidos
por terem se destacado nos ensaios regionais de milho da Região Centro do Estado de
São Paulo, além de apresentarem divergência genética. Uma breve descrição dos
híbridos simples utilizados está contida na Tabela 1.
Tabela 1: Descrição dos híbridos comerciais utilizados para obtenção de híbridos
duplos para o presente estudo.
Cultivar Empresa Tipo* Aparência dos grãos**
AG 8060 Monsanto HS D
AS 1548 Agroeste HS D
30K75 Pioneer HS SD
A2555 Bayer Seeds HS SDT
DKB 330 Dekalb HS SDT
DAS 2B710 Dow AgroSciences HS SD
30F87 Pioneer HS SDT
Fort Syngenta Seeds HS SD
IAC 8333*** IAC Hss SD/SDT
*HS = híbrido simples; Hss= híbrido simples de sintético
**D = duro; SD = semiduro; SDT = semidentado.
*** Testemunha Comercial
3.1.1 Identificação da testemunha
A testemunha empregada no presente trabalho foi o híbrido IAC 8333. Trata-se
de um híbrido comercial obtido com o trabalho de melhoramento iniciado em 1996 no
Instituto Agronômico, envolvendo o estudo da heterose e da divergência genética em
híbridos comerciais de milho. O híbrido IAC 8333 é resultante do cruzamento de dois
sintéticos de alta divergência genética, associando boas características agronômicas,
precocidade, elevada produtividade, com grãos semiduros alaranjados (SAWAZAKI. &
PATERNIANI, 2007.
1
).
1
Informação Pessoal, SAWAZAKI, E. & PATERNIANI, M.E.A. G.Z, 2007.
19
3.2. Métodos
3.2.1 Obtenção de híbridos duplos em esquemas dialélicos completos
Os oito híbridos simples comerciais foram cruzados em esquema dialélico
completo, em casa de vegetação do Instituto Agromico, em Campinas, em 2006,
obtendo-se 28 híbridos duplos. Os híbridos duplos resultantes foram avaliados no
presente trabalho, juntamente com os oito híbridos simples parentais e a testemunha
comercial (Tabela 2).
20
Tabela 2: Híbridos duplos e simples parentais de milho avaliados no Centro
Experimental de Campinas (IAC) em Campinas –SP, safra 2006/07 e na APTA –
Mococ, safras 2006/07 e 2007/08.
Tratamentos Origem
1 AG8060 X Fort
2 AG8060 X DAS2B710
3 AG8060 X 30F87
4 AG8060 X A2555
5 AG8060 X AS1548
6 AG8060 X30K75
7 AG8060 X DKB330
8 Fort X DAS2B710
9 Fort X 30F87
10 Fort X A2555
11 Fort X AS1548
12 Fort X 30K75
13 Fort X DKB330
14 DAS2B710 X 30F87
15 DAS2B710 X A2555
16 DAS2B710 X AS1548
17 DAS2B710 X 30K75
18 DAS2B710 X DKB330
19 30F87 X A2555
20 30F87 X AS1548
21 30F87 X 30K75
22 30F87 X DKB330
23 A2555 X AS1548
24 A2555 X 30K75
25 A2555 X DKB330
26 AS1548 X 30K75
27 AS1548 X DKB330
28 30K75 X DKB330
29 AG8060
30 Fort
31 DAS2B710
32 30F87
33 A2555
34 AS1548
35 30K75
36 DKB330
37 IAC 8333
21
3.2.2 Instalação dos experimentos
Os ensaios foram realizados em Campinas (latitude 22
o
54`S longitude 47
o
3`W
e altitude de 600m) no Instituto Agronômico (IAC) e em Mococa (latitude 21
o
28`S
longitude 47
o
01`W e altitude de 665m), no Pólo Regional de Mococa - APTA.
Os 28 híbridos duplos mais os oito híbridos simples parentais e a testemunha
comercial IAC 8333 foram avaliados em 2006/07 e 2007/08, sob delineamento
experimental de blocos ao acaso com 3 repetições e 1 testemunha comercial (IAC
8333), sendo cada parcela constituída por duas linhas de 5m espaçadas de 0,90m, com
cinco sementes por metro linear, totalizando 50 plantas por parcela.
Os experimentos referentes ao primeiro ano agrícola (2006/07) foram semeados
em sistema convencional de plantio, em ambos os locais, na primeira quinzena de
novembro de 2006. As adubações de semeadura em Mococa para o primeiro ano de
avaliação foram realizadas utilizando 350 kg.ha
-1
do formulado N-P-K 8-28-16 e para a
adubação de cobertura, foram realizadas aplicações de 150 kg.ha
-1
de N na forma de
uréia. Foram realizadas também aplicões do herbicida Atabron 50 CE (150 ml.ha
-1
) +
Fury 400 CE (800 ml.ha
-1
) para o controle da lagarta do cartucho. Em Campinas, foram
utilizados 250 kg.ha
-1
do formulado N-P-K 8-28-16 para a adubação de semeadura e
100 kg.ha
-1
de N na forma de uréia para a adubação de cobertura. O controle de plantas
invasoras e da lagarta do cartucho foi realizado utilizando-se, respectivamente, o
herbicida Primestra Gold (atrazina+cloroacetanilida), com dose de 6 L.ha
-1
e o
inseticida Decis 25CE (Deltamethrin) na dosagem de 200 ml.ha
-1
.
Para o segundo ano de experimentação, foram utilizados em Mococa 400 kg.ha
-1
de N-P-K 8-28-16 para adubação de semeadura e 300 kg.ha
-1
Sulfato de Amônio para
a adubação de cobertura. Foi realizada aplicação do herbicida Basagran 2,0 L.ha
-1
+
Gesaprin 5,0 L.ha
-1
, na dosagem de 2,0 L.ha
-1
e 5,0 L.ha
-1
, respectivamente e o controle
da lagarta do cartucho foi realizado com aplicação do inseticida Atabron + Fury (300
ml. ha
-1
e 150 ml.ha
-1
, respectivamente).
3.2.3 Avaliação dos bridos duplos e híbridos simples parentais quanto a
caracteres agronômicos
Os híbridos duplos resultantes do dialelo e os híbridos simples foram avaliados
quanto aos seguintes caracteres agronômicos, nas safras 2006/07 e 2007/08:
22
a) Florescimento masculino (FM): número de dias necessários para liberação do pólen
em 50% das plantas da parcela, a contar da data de semeadura;
b) Altura de planta (AP): medida realizada após o completo florescimento de 5 plantas
competitivas amostradas de cada parcela, tomada do nível do solo até a inserção da
última folha (folha-bandeira) em centímetros;
c) Altura de espiga (AE): medida realizada após o completo florescimento de 5 plantas
competitivas amostradas de cada parcela, tomada do nível do solo até a inserção da
espiga principal em centímetros;
d) Plantas acamadas e quebradas (A+Q): obtido através de contagem do número de
plantas cujo ângulo com o solo seja < 45° e das plantas quebradas, respectivamente;
e) Peso de espigas (PE): peso em kg do total de espigas empalhadas por parcela e
transformados em kg.ha
-1
, tomado com auxílio de balaa eletrônica;
f) Peso de grãos (PG): peso em kg dos grãos resultantes da debulha em debulhadora de
parcela, do total de espigas da parcela e transformados em kg.ha
-1
, tomado com auxílio
de balança eletrônica e corrigidos para 14% de umidade, medida esta em porcentagem
de uma amostra dos grãos de cada parcela, imediatamente após a pesagem, obtida em
aparelho determinador.
Em Mococa foram avaliados os mesmos caracteres descritos acima e ainda os
componentes de produção, na safra de 2007/2008:
g) Comprimento da espiga (CE): comprimento dio, em cm, de 5 espigas sem palha
obtidas aleatoriamente de cada parcela;
h) Diâmetro da espiga (DE): dmetro médio das espigas obtido pela medida e 5
espigas alearias de cada parcela;
i) Número de fileiras de grãos na espiga (NFE): número médio de fileiras de grãos de 5
espigas obtidas aleatoriamente de cada parcela.
Para o caráter Peso de grãos, foi realizada a correção para estande ideal de
plantas (50 plantas), estabelecidas na parcela no momento da colheita, através de
metodologia de correção por covariância modificada por MIRANDA FILHO
(VENCOVSKY, 1970).
Os dados de plantas acamadas e quebradas foram transformados em arco sen
5,0x para a realização das análises de variância.
23
3.3 Análises Biométricas
3.3.1 Análise da variância para híbridos duplos e híbridos simples parentais
Análises da variância individuais e conjuntas foram efetuadas em ambos os
locais, no delineamento de blocos casualizados para total ou dias de parcelas,
considerando-se o modelo fixo, sendo as médias comparadas entre si pelo Teste de
Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Para análise conjunta foi considerada a homogeneidade das variâncias através do
Teste de Hartley, que considera a razão entre o maior e o menor quadrado dio (QM)
dos resíduos, cujo valor (H) deve ser menor que sete para que as variâncias sejam
consideradas homogêneas (RAMALHO et al., 2000).
3.3.2 Análises dialélica dos híbridos simples
Foram realizadas análises dialélicas e estatistico-genéticas dos hibridos simples.
Para análise genética e obtenção das estimativas da capacidade geral e específica
de combinação dos híbridos, foi utilizado o Método de Griffing (1956), de acordo com
o modelo:
Y
ij
= m + g
i
+ g
j
+ s
ij
+ ē
ij
onde:
Y
ij
: é a dia do híbrido simples entre o i-ésimo progenitor e o j-ésimo
progenitor nas r repetições
m: é a média geral
g
i
: é o efeito da capacidade geral de combinação do i-ésimo progenitor;
g
j
: é o efeito da capacidade geral de combinação do j-ésimo progenitor;
s
ij
: é o efeito da capacidade específica de combinação entre as linhagens de
ordem i e j, respectivamente;
ē
ij
:
é o erro experimental médio.
As análises foram efetuadas empregando o programa Genes (CRUZ, 2004).
24
3.3.3 Análise de correlação entre caracteres agronômicos
Análises de correlação foram realizadas através de estimativas do coeficiente de
correlação de Pearson (r) entre as variáveis Comprimento de espiga, Diâmentro de
espiga, mero de fileiras na espiga e Peso de grãos. Para a realização destas análises
foi empregado o programa Genes (CRUZ, 2004).
3.3.4 Estimativas de heterose
As estimativas de heterose para Peso de Grãos foram obtidas através da fórmula:
H
=
F
1 -
MP
Onde:
F
1
= média do híbrido duplo e
MP
= média dos híbridos simples parentais (FALCONER, 1987).
25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise da Variância conjunta em Campinas, Safra 2006/07 e Mococa, Safras
2006/07 e 2007/08.
A análise da variância conjunta realizada para os experimentos instalados em
Campinas, safra 2006/07 e Mococa, nas safras de 2006/07 e 200/08 indicou
significância (P<0,01) dos quadrados médios de Tratamentos para todos os caracteres.
Houve efeitos significativos de Ambientes para Altura de plantas (AP), a 5% de
probabilidade, Altura de espigas (AE) e Peso de espigas (PE), a 1% de probabilidade,
não havendo significância dos quadrados médios deste fator para Plantas acamadas e
quebradas e (AC+Q) e Peso de grãos (PG). O efeito da interação Tratamentos X
Ambientes foi significativo para Altura de Espiga, Peso de grãos (P<0,01), Altura de
plantas (P<0,05), mas não apresentou significância de quadrados médios para Plantas
acamadas e quebradas e Peso de espigas (Tabela 3). Para todos os caracteres avaliados,
o coeficiente de variação (CV%) apresentou-se baixo, o que indica boa precisão
experimental (SCAPIM et al, 1995).
BECKER & LEÓN (1988), citados por RIBEIRO et al. (2000), explicam que os
diferentes tipos de genótipos são caracterizados de acordo com seu grau de
heterozigosidade e heterogeneidade da população e que, assim sendo, haveria influência
da estrutura genética da população no comportamento dos genótipos frente aos
diferentes ambientes, levando à conclusão de que genótipos heterozigotos seriam menos
sensíveis às variações ambientais do que os homozigotos. De forma semelhante, o
mesmo autor cita que populações heterogêneas tendem a ser mais tolerantes frente às
adversidades ambientais do que populações homogêneas. Neste trabalho, os genótipos
em questão são híbridos duplos, oriundos de cruzamentos entre híbridos simples
comerciais, ou seja, combinações híbridas específicas, de base genética estreita, com
alto grau de heterozigose, mas com maior heterogeneidade na população resultante, uma
vez que estão representadas, em cada híbrido duplo, quatro linhagens diferentes, o que,
de acordo com BECKER & LEÓN (1988), poderia conferir menor interação dos
tratamentos com os ambientes de experimentação. Menor interação de híbridos simples
e triplos de milho com ambientes também foi verificada por GAMA et al. (2000).
Neste aspecto, as interações significativas observadas para alguns caracteres não
estariam de acordo com o esperado para o comportamento de híbridos duplos.
26
Entretanto, RIBEIRO et al. (2000), analisando a adaptabilidade e estabilidade de 20
getipos de milho, agrupados em híbridos simples, duplos, triplos e variedades,
constatou que a homogeneidade ou heterogeneidade do genótipo não lhe confere maior
ou menor estabilidade, e que materiais estáveis podem ser selecionados em qualquer um
dos grupos.
É importante salientar que a significância das interações Tratamentos X
Ambientes indicam que genótipos com bons resultados num determinado local podem
não apresentar os mesmos resultados satisfatórios em um local diferente, o mesmo
ocorrendo quando se considera diferentes anos de estudo, podendo, assim, haver
diferenças de comportamento dos genótipos em diferentes anos, o que torna de grande
importância a análise da interação Tratamentos X Ambientes (CRUZ & REGAZZI,
1997).
Devido à interação significativa de Tratamentos X Ambientes, para a maioria
dos caracteres, os resultados deste trabalho serão apresentados e discutidos por local.
27
Tabela 3: Resumo da análise da variância conjunta dos híbridos duplos, híbridos
simples comerciais parentais e da testemunha comercial IAC 8333 nos experimentos
conduzidos em Campinas, safra 2006/07 e Mococa, safras 2006/07 e 2007/08.
Quadrados Médios
AP AE AC+Q
PE PG F.V. GL
cm cm % kg.ha
-1
kg.ha
-1
Blocos/Ambientes 6 2528,90 62,29 6,17 1363087 955274
Tratamentos (T) 36 1642,34** 753,07** 4,81**
4525275** 2427569**
Ambientes (A) 2 23562,12* 5777,26** 5,27
ns
16373216** 293733
ns
T X A 72 797,37* 179,98** 3,03
ns
1095266
ns
729370**
Resíduo 216 530.56 29,13 2,27 842917 472793
Total 332 3059,46 91,42 8,44 2206004 1428067
Média 208,00 113,17 2,25 10757,58 8106,23
C.V. (%) 11,07 4,77 67,06 8,53 8,48
ns
,
*
e
**
: não significativo, significativo a 5% e 1%, respectivamente, pelo teste F.
4.2 Análise da Variância para os Experimentos Instalados em Campinas, Safra
2006/07.
A análise da variância dos caracteres avaliados em Campinas, na safra de
2006/07 está apresentada na Tabela 4. Foram verificados efeitos significativos de
Tratamentos, a 1% de probabilidade pelo teste F, para todos os caracteres avaliados,
indicando haver variabilidade entre os híbridos, com exceção do caráter Plantas
acamadas e quebradas, para o qual o houve significância. Os baixos valores do
Coeficiente de Variação (CV%) verificados para todos os caracteres, indicam boa
precisão experimental, de acordo com a classificação proposta por SCAPIM et al.
(1995).
28
Tabela 4: Análise da variância dos caracteres Florescimento masculino (FM), Altura de
planta (AP), Altura de espiga (AE) Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de
espigas (PE) e Peso de grãos (PG), de híbridos duplos e simples de milho e da
testemunha comercial, em Campinas, safra 2006/07.
Quadrados Médios
F.V.
GL
FM
dias
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
Blocos 2 10,84 4856,68 136,49 8,91 2137756 1729286
Tratamentos
36 13,45** 242,09
ns
328,53** 3,33
ns
3100433** 17104755**
Resíduo 72 1,90 206,64 51,72 2,22 958718 40025
Média 64,09 196,14 108,66 2,49 11181,09 8157,75
C.V. (%) 2,15 7,32 6,61 59,76 8,75 7,75
ns
,
*
e
**
: não significativo, significativo a 5% e 1%, respectivamente, pelo teste F.
As médias dos híbridos para todos os caracteres estão apresentadas na Tabela 5.
A produtividade dos híbridos foi satisfaria, com médias de 8157 variando de 7226
(Fort X 30K75) a 10303 kg.ha
-1
(30F87). Para o caráter Peso de grãos, o teste de
comparação de médias de Scott-Knott separou os híbridos em 3 grupos distintos (a, b e
c). A maior produtividade entre os híbridos duplos foi verificada nos híbridos DAS
2B710 X A 2555, cuja média foi de 9391 kg.ha
-1
, e Fort X A 2555 com média de 9208
kg.ha
-1
, que se assemelharam estatisticamente aos híbridos simples de maior
produtividade, 30F87 e AG 8060, com média de produtividade de 10303 e 9591 kg.ha
-1
,
respectivamente. Estes híbridos duplos superaram estatisticamente a maioria dos
híbridos simples comerciais utilizados no experimento, e também a testemunha
comercial IAC 8333.
LIMA et al. (2000), obtiveram resultados satisfatórios, avaliando o peso de
espigas despalhadas em populações S
0
(F
2
), obtidas por polinização livre das plantas
F
1
´s de dois híbridos simples, um híbrido duplo e uma variedade em seus experimentos,
onde verificaram que a geração S
0
do híbrido duplo AG 1051 apresentou maior
produtividade entre as gerações S
0
de todos os híbridos e variedade, com média de
11667 kg.ha
-1
, indicando que, apesar do grande número de locos segregantes,
populações S
0
de híbridos simples podem apresentar expressivo potencial produtivo.
As estimativas de heterose dos híbridos duplos em relação à média dos híbridos
simples parentais (H) variaram de -1869,33 kg.ha
-1
(AG 8060 X DAS 2B710) a 759,17
kg.ha
-1
(DAS 2B710 X A2555), indicando grande variabilidade genética entre os
híbridos duplos. Os híbridos que obtiveram estimativas positivas foram DAS 2B710 X
29
A 2555 (759,17 kg.ha
-1
) e Fort X A 2555 (745,33 kg.ha
-1
). Maiores valores de heterose
indicam complementaridade entre os parentais, devido à grande diversidade genética
entre eles. Valores menores, conseqüentemente, indicam combinações onde os híbridos
simples utilizados como parentais não possuem grande divergência genética.
Em relação à Altura de espigas, o teste separou os híbridos em dois grupos
distintos, sendo de maior destaque o híbrido DAS 2B710 X AS 1548 (95,66 cm) com
destaque também para AS 1548 X DKB 330, DAS 2B710 X DKB 330, A 2555 X AS
1548, AS 1548 X 30K75 e DAS 2B710 X 30K75, por apresentarem valores baixos de
inserção de espigas.
Quanto ao Florescimento masculino, o teste de médias dividiu os tratamentos em
3 grupos, sendo AG 8060 X AS 1548, Fort X AS 1548, Fort X DKB 330, AS 1548 X
DKB 330 e 30K75 X DKB 330 os híbridos com maior destaque pela precocidade no
florescimento, com média de 62 dias, equiparando-se estatisticamente ao híbrido
simples DKB330, de mesma média e o mais precoce dos híbridos simples e também à
testemunha comercial IAC 8333, cuja média foi de 64 dias.
30
Tabela 5: Médias dos caracteres Florescimento masculino (FM), Altura de planta (AP),
Altura de espiga (AE) Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de espigas (PE) e
Peso de grãos (PG) e Heterose (H) dos híbridos duplos de milho, híbridos simples
parentais e da testemunha comercial, em relação à média dos parentais, em Campinas,
safras 2006/07.
FM AP AE AC+Q PE PG H (PG)
Tratamentos
dias cm cm % kg.ha
-1
kg.ha
-1
kg.ha
-1
AG 8060 X Fort 66,3
b 207,0
116,6
a 3,43 10799
b 7720
c -1255,83
AG 8060 X DAS 2B710 65,3
b 191,7
112,6
a 2,16 10375
b 7275
c -1869,33
AG 8060 X 30F87 67,0
b 204,7
118,0
a 4,40 11874
a 8752
b -1195,50
AG 8060 X A 2555 66,3
b 183,7
118,6
a 2,69 12204
a 8851
b -226,50
AG 8060 X AS 1548 62,0
c 198,3
112,6
a 2,71 10139
b 7377
c -1600,17
AG 060 X30K75 62,6
c 189,3
113,6
a 2,48 10421
b 7567
c -1717,83
AG 8060 X DKB 330 62,6
c 180,0
102,3
b 1,01 10696
b 8255
c -611,00
Fort X DAS 2B710 63,3
c 205,0
108,0
b 2,48 10711
b 8110
c -418,83
Fort X 30F87 66,3
b 205,3
125,3
a 2,70 11256
b 8190
c -1142,00
Fort X A 2555 65,3
b 203,0
119,3
a 3,40 12688
a 9208
a 745,33
Fort X AS 1548 62,0
c 197,3
102,6
b 3,72 10981
b 7963
c -398,00
Fort X 30K75 62,3
c 197,3
110,6
a 0,71 9808
b 7226
c -1443,67
Fort X DKB 330 62,0
c 194,7
104,0
b 1,48 10089
b 7647
c -603,50
DAS 2B710 X 30F87 64,3
c 189,3
117,3
a 2,10 10862
b 7699
c -1801,50
DAS 2B710 X A 2555 67,0
b 211,7
109,0
b 1,60 12401
a 9391
a 759,17
DAS 2B710 X AS 1548 63,3
c 180,0
95,6
b 1,91 10266
b 7363
c -1167,83
DAS 2B710 X 30K75 62,6
c 198,7
98,6
b 2,24 10065
b 7257
c -1581,83
DAS 2B710 X DKB 330 62,3
c 203,0
96,6
b 1,57 10748
b 7864
c -556,00
30F87 X A 2555 69,3
a 208,7
134,3
a 2,62 12812
a 8729
b -704,67
30F87 X AS 1548 63,3
c 195,3
112,6
a 3,32 11249
b 8168
c -1165,00
30F87 X 30K75 64,0
c 197,0
121,6
a 3,06 11763
a 8647
b -993,67
30F87 X DKB 330 63,0
c 175,3
106,6
b 2,42 11478
b 8590
b -632,50
A 2555 X AS 1548 64,0
c 216,0
97,3
b 3,45 10458
b 7356
c -1108,00
A 2555 X 30K75 63,0
c 195,0
100,3
b 2,79 11185
b 8113
c -659,00
A 2555 X DKB 330 63,6
c 187,3
103,0
b 1,99 9998
b 7568
c -784,50
AS 1548 X 30K75 63,3
c 185,7
98,3
b 3,64 10236
b 7287
c -1383,33
AS1548 X DKB 330 62,0
c 197,3
96,33
b 1,58 10855
b 8228
c -23,50
30K75 X DKB 330 62,0
c 200,3
101,6
b 2,77 10073
b 7372
c -1187,83
AG 8060 64,6
c 201,3
122,3
a 3,38 13166
a 9591
a -
Fort 63,6
c 200,3
116,6
a 1,80 11075
b 8360
b -
DAS 2B710 62,3
c 187,3
99,3
b 0,71 11727
a 8698
b -
30F87 69,0
a 200,3
122,3
a 3,26 14113
a 10303
a -
A 2555 69,0
a 200,7
118,6
a 4,98 11840
a 8565
b -
AS 1548 62,3
c 196,0
95,3
b 1,48 11411
b 8363
b -
30K75 63,3
c 193,3
102,3
b 1,31 12609
a 8979
b -
DKB 330 62,0
c 189,7
90,6
b 0,71 11003
b 8141
c -
IAC 8333 64,0
c 193,3
98,6
b 4,22 10251
b 7053
c -
Média 64,09
196,14
108,66
2,49 11181 8157
-883,10
C.V. (%) 2,15
7,32
6,61
59,76 8,75
7,75
dias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).
Populações S
0
derivadas de híbridos simples comerciais foram utilizadas por
AMORIM & SOUZA (2005), para verificar a viabilidade de produção de híbridos a
31
partir destas populações. Os resultados obtidos pelos pesquisadores revelaram
combinações híbridas obtidas de populações S
0
com produtividade superior à dia das
populações em questão e um maior número de híbridos superando a produtividade
média das populações originais quando comparados aos híbridos simples comerciais.
Segundo os autores, os híbridos superaram, também, em 11,65% a média das
testemunhas, evidenciando o potencial destes genótipos para produção de híbridos com
boa aceitação no mercado.
rios trabalhos vêm sendo desenvolvidos a fim de obter híbridos a partir de
linhagens parcialmente endogâmicas. CARVALHO et al. (2003) avaliaram híbridos
obtidos de três populações S
2
derivadas de híbridos simples comerciais. Seus resultados
descrevem semelhanças entre o comportamento dos híbridos de famílias S
2
e das
testemunhas, evidenciando uma superioridade de 81% dos híbridos em relação às
testemunhas, para o caráter Produção de Espigas Despalhadas e de 17% em relação à
testemunha com melhor desempenho, destacando mais uma vez o potencial produtivo
de híbridos intermediários.
4.3 Análise da Variância para os Experimentos Instalados em Mococa, Safras
2006/07 e 2007/08
A análise da variância conjunta dos experimentos instalados em Mococa revelou
efeitos significativos de tratamentos (P<0,01) para todos os caracteres avaliados. Os
efeitos de Anos e da interação Tratamentos X Anos foram significativos (P<0,01)
apenas para os caracteres Altura de plantas e Altura de espiga. Para os demais caracteres
(Plantas acamadas e quebradas, Peso de Espiga e Peso de grãos), não houve
significância dos efeitos destes fatores de varião (Tabela 6). Os valores de coeficiente
de variação (CV%) foram baixos para todos os caracteres, indicando boa precisão
experimental, conforme SCAPIM et al. (1995).
Devido à significância dos efeitos da interação Tratamentos X Anos para Altura
de planta e Altura de espiga, estes caracteres serão apresentados e discutidos por ano.
Para Plantas acamadas e quebradas, Peso de espigas e Peso de grãos, os resultados serão
apresentados e discutidos considerando-se as médias dos dois anos agrícolas, de
2006/07 e 2007/08, considerando-se que não houve interação Tratamentos x Anos.
32
Tabela 6: Análise da variância conjunta dos caracteres, Altura de Planta (AP), Altura de
espiga (AE), Peso de espigas (PE) e Peso de grãos (PG), em Mococa, safras 2006/07 e
2007/08.
Quadrados Médios
F.V. GL
AP AE AC+Q PE PG
cm cm % kg.ha
-1
kg.ha
-1
Blocos/Anos 4 17,47 25,18 4,81 975752 568269
Tratamentos 36 994,01** 545,70** 4,50** 2640885** 1566403**
Anos 1 35694,70**
8185,15**
0,084
ns
2882376
ns
145326
ns
Trat x Anos 36 352,13** 238,80**
3,02
ns
974489
ns
609431
ns
Resíduo 144 10,56 17,83 2,29 785017 509062
Total 221 85746,67 39095,87 620,42 249981254,79
154053397,13
Média 212,14 115,41 2,12 10545,82 8080,46
C.V. (%) 1,53 3,66 71,36 8,40 8,83
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F
As análises da variância dos caracteres Altura de planta e Altura de espiga
revelaram efeitos significativos de tratamentos (P<0,01), tanto na safra de 2006/07,
quanto na safra de 2007/08 (Tabela 7).
Tabela 7: Análises da variância individuais dos caracteres Altura de Planta (AP) e
Altura de espiga (AE), em Mococa, nas safras de 2006/07 e 2007/08.
Quadrados Médios
2006/07 2007/08
F.V. GL
AP
cm
AE
cm
AP
cm
AE
cm
Blocos 2 5,95 5,89 28,46 44,33
Tratamentos 36 7599,14** 431,93** 603,35** 351,91**
Resíduo 72 13,74 17,97 7,66 18,16
Média 225,1 121,82 199,45 109,34
C.V. (%) 1,64 3,48 1,38 3,89
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F
O resultado do teste de médias para Altura de planta e Altura de espiga estão
apresentados na Tabela 8. Na safra de 2006/07, os híbridos duplos apresentaram grande
variação em relação a estes caracteres. Para altura de planta, o teste de Scott-Knott
separou os híbridos em 8 grupos distintos, com média de 225,10 cm e variando de
33
197,00 cm (AS 1548 X DKB 330) a 262,00 cm (AG 8060 X Fort). A média de altura de
espiga foi de 121,82 cm com variação de 101,00 cm (A 2555) a 151,00 cm (AG 8060 X
Fort) e os híbridos foram separados, para este caráter em seis grupos pelo teste de
médias. O híbrido duplo AS 1548 X DKB 330 destacou-se por apresentar o menor porte
(197,00 cm), superando todos os híbridos simples comerciais e a testemunha comercial
IAC 8333, enquanto que os híbridos duplos AS 1548 X DKB 330, AG 8060 X DKB
330, Fort X DKB 330, DAS 2B710 X AS 1548, também apresentaram baixa inserção de
espiga. O híbrido AS 1548 X DKB 330 destacou-se por conciliar porte baixo (191,33
cm) e baixa inserção de espiga (102,66 cm) (Tabela 8).
Os híbridos também apresentaram grande variação para Altura de planta e Altura
de espiga no ano agrícola de 2007/08. Para Altura de planta, a média foi de 199,45 cm,
com variação de 166,33 cm (DAS 2B710 X 30K75) a 225,67 cm (AG 8060 X 30F87).
Teve destaque o híbrido duplo DAS 2B710 X 30K75 (166,33 cm), superando o híbrido
simples de menor porte, AS 1548 (171,33). Para a variável altura de espiga, destacou-se
o híbrido duplo DAS 2B710 X AS 1548 com a menor altura de inserção de espiga
(87,33 cm) (Tabela 8). As médias apresentadas neste trabalho para estes caracteres
concordam com os resultados obtidos por SAWAZAKI & PATERNIANI (2004),
indicando que novas cultivares tendem a apresentar redução no porte e na inserção da
espiga.
34
Tabela 8: Médias dos híbridos duplos e híbridos simples parentais e testemunha
comercial quanto aos caracteres Altura de planta (AP) e Altura de espiga (AE), em
Mococa, safras 2006/07 e 2007/08
2006/07 2007/08
Tratamentos
AP
cm
AE
cm
AP
cm
AE
cm
AG 8060 X Fort 262
a
151
a 215,3
b
123,0
a
AG 8060 X DAS 2B710 253
b
124
d 214,7
b
109,7
c
AG 8060 X 30F87 237
c
138
b 225,7
a
120,0
b
AG 8060 X A 2555 235
c
150
a 212,3
b
120,0
b
AG 8060 X AS 1548 223
d
118
d 206,0
c
115,0
c
AG 060 X30K75 227
d
130
c 194,7
e
124,3
a
AG 8060 X DKB 330 230
d
106
f 206,7
c
112,3
c
Fort X DAS 2B710 224
d
129
c 224,7
a
113,3
c
Fort X 30F87 240
c
126
c 196,3
e
105,7
d
Fort X A 2555 236
c
129
c 206,7
c
117,3
b
Fort X AS 1548 227
d
125
d 184,7
f
109,0
c
Fort X 30K75 206
g
121
d 193,0
e
119,3
b
Fort X DKB 330 206
g
111
e 196,0
e
109,3
c
DAS 2B710 X 30F87 217
e
119
d 218,3
b
117,7
b
DAS 2B710 X A 2555 226
d
119
d 186,7
f
91,3
e
DAS 2B710 X AS 1548 211
f
115
e 180,3
g
87,3
e
DAS 2B710 X 30K75 204
g
124
d 166,3
i
99,3
d
DAS 2B710 X DKB 330 226
d
119
d 193,0
e
108,0
c
30F87 X A 2555 260
a
152
a 206,0
c
107,3
c
30F87 X AS 1548 240
c
127
c 195,3
e
110,7
c
30F87 X 30K75 215
e
118
d 183,7
f
102,0
d
30F87 X DKB 330 241
c
120
d 216,3
b
126,3
a
A 2555 X AS 1548 205
g
112
e 181,3
g
102,0
d
A 2555 X 30K75 206
g
119
d 197,0
e
112,7
c
A 2555 X DKB 330 231
d
119
d 194,0
e
93,3
e
AS 1548 X 30K75 203
g
110
e 202,0
d
101,3
d
AS1548 X DKB 330 197
h
105
f 185,3
f
100,7
d
30K75 X DKB 330 210
f
115
e 200,7
d
113,7
c
AG 8060 234
c
129
c 217,3
b
126,3
a
Fort 226
d
122
d 202,7
d
115,0
c
DAS 2B710 227
d
114
e 187,0
f
92,7
e
30F87 238
c
131
c 206,0
c
118,3
b
A 2555 216
e
101
f 216,0
b
122,3
a
AS 1548 223
d
113
e 171,3
h
93,3
e
30K75 211
f
112
e 195,3
e
89,3
e
DKB 330 227
d
112
e 198,0
e
104,0
d
IAC 8333 218
e
109
e 203,3
d
112,3
c
Média 225,10
121,82
199,45
109,34
C.V. (%) 1,64
3,48
1,38
3,89
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).
Os híbridos foram separados em dois grupos, em relação ao caráter peso de
espigas, pelo teste de média, destacando-se os híbridos duplos Fort X 30F87, 30F87 X
35
A 2555 e DAS 2B710 X A 2555, com médias de 11759 kg.ha
-1
, 11721 kg.ha
-1
e 11638
kg.ha
-1
, respectivamente. A produtividade média dos híbridos foi de 8080 kg.ha
-1
,
variando de 7182 kg.ha
-1
(Fort X DKB 330) a 9106 kg.ha
-1
(Fort X 30F87). Os híbridos
foram dispostos em dois grupos, pelo teste de Scott-Knott, sobressaindo-se o brido
duplo Fort X 30F87, com média de peso de grãos de 9106 kg.ha
-1
, acima do híbrido
simples comercial Fort, de maior média (9056 kg.ha
-1
). Os híbridos duplos DAS 2B710
X A 2555 e 30F87 X A 2555 também se destacaram por apresentar médias acima de
8600 kg.ha
-1
, entretanto, nenhum deles diferiu estatisticamente da testemunha comercial
IAC 8333 (Tabela 9).
O híbrido duplo DAS 2B710 X A 2555 apresentou a maior estimativa de
heterose em Campinas, e como pode ser observado na Tabela 9, também em Mococa,
cujo valor dio, neste local, foi de 850,75 kg.ha
-1
, confirmando seu potencial
heterótico. Estimativas positivas de heterose também foram verificadas nos híbridos
duplos 30F87 X A2555 (510,17 kg.ha
-1
), Fort X 30F87 (321,42 kg.ha
-1
), A2555 X
30K75 (339,25 kg.ha
-1
) e DAS2B710 X 30F87 (20,75 kg.ha
-1
). Os estudos em torno do
fenômeno da heterose revelam que este pode ser determinado pelo grau de divergência entre
os parentais e da existência de dominância no controle do caráter em questão
(HALLAUER, 1999; SILVA & MIRANDA FILHO, 2003).
Híbridos simples comerciais, de grande aceitação, reúnem as características
essenciais para o bom desempenho agronômico, associando elevado número de locos
favoráveis fixados com produtividade elevada (AMORIM & SOUZA, 2005).
Conforme CARVALHO et al. (2004), sintéticos derivados de híbridos simples
apresentam média alta e grande variabilidade genética, devida à heterose acentuada, o
que faz com que se tornem populações com grande potencial para extração de linhagens
para produção de híbridos.
A produção de híbridos de linhagens parcialmente endogâmicas que associem
produtividade elevada e menor custo de produção, tem sido amplamente avaliada.
CABRERA (2001), avaliando linhagens S
3
para produção de híbridos simples
demonstrou haver semelhança entre o progresso esperado com a seleção de híbridos
simples destas linhagens e de linhagens altamente endogâmicas. O autor justifica que
linhagens parcialmente endogâmicas apresentam maior vigor nas plantas, o que acarreta
maior produção de sementes nos híbridos simples, e atribui a boa produtividade destes,
também, a uma menor interação genótipo X ambiente do que híbridos de linhagens
36
altamente endogâmicas. CARVALHO et al. (2003 e 2004), LIMA et al. (2000) também
comprovaram a potencialidade produtiva de híbridos de gerações iniciais de endogamia.
SOUZA SOBRINHO et al. (2002) avaliaram gerações F
1
, F
2
e o intercruzamento
entre os híbridos da geração F
2
, originando a população F
2
(F
2i
) e obtiveram híbridos
duplos tão produtivos quanto os híbridos simples utilizados como testemunhas, ou com
produtividade superior aos mesmos. De acordo com os autores, a semelhança de
desempenho entre os dois tipos de híbridos, sendo observada também igualdade entre
híbridos duplos derivados da geração F
1
dos híbridos simples e a geração F
2
destes
híbridos.
De acordo com SOUZA SOBRINHO et al. (2002), os gametas e suas respectivas
freqüências, na geração F
2
, o os mesmos da geração F
1
, garantindo a semelhança de
produtividade entre os híbridos da geração F
2
e os da geração F
1
, o que viabiliza o
emprego da geração F
2
para a obtenção de sementes para produção de híbridos. Pelo
exposto, pode-se inferir que viabilidade do uso deste tipo de sementes como
alternativa aos híbridos tradicionais, tanto para viabilizar os programas de
melhoramento, quanto para maior acessibilidade às sementes por parte dos produtores
de baixo nível econômico.
37
Tabela 9: Médias dos caracteres Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de
espigas (PE), Peso de grãos (PG) e Heterose (H) em Mococa, safras 2006/07 e 2007/08.
AC+Q
PE
PG
H (PG)
Tratamentos
%
kg.ha
-1
kg.ha
-1
kg.ha
-1
AG 8060 X Fort 1,63 10658
b
8206
a
-790,08
AG 8060 X DAS 2B710 2,55 10181
b
7784
b
-987,42
AG 8060 X 30F87 1,72 11161
a
8576
a
-149,33
AG 8060 X A 2555 4,72 10441
b
7751
b
-598,83
AG 8060 X AS 1548 2,38 10000
b
7492
b
-965,25
AG 060 X30K75 2,03 10212
b
7678
b
-969,58
AG 8060 X DKB 330 2,85 9670
b
7508
b
-1057,00
Fort X DAS 2B710 0,36 10448
b
8145
a
-685,83
Fort X 30F87 1,34 11759
a
9106
a
321,42
Fort X A 2555 2,08 10446
b
7948
b
-461,92
Fort X AS 1548 1,83 10077
b
7582
b
-935,33
Fort X 30K75 3,10 10253
b
7940
b
-767,33
Fort X DKB 330 1,09 9089
b
7183
b
-1441,92
DAS 2B710 X 30F87 1,39 11076
a
8580
a
20,75
DAS 2B710 X A 2555 2,39 11638
a
9035
a
850,75
DAS 2B710 X AS 1548 1,42 10121
b
7739
b
-553,00
DAS 2B710 X 30K75 1,74 10069
b
7828
b
-654,50
DAS 2B710 X DKB 330 1,65 9715
b
7487
b
-912,58
30F87 X A 2555 1,38 11722
a
8649
a
510,17
30F87 X AS 1548 2,15 10529
b
7869
b
-376,75
30F87 X 30K75 2,32 10968
a
8269
a
-166,75
30F87 X DKB 330 1,64 10591
b
8346
a
-7,33
A 2555 X AS 1548 3,16 9897
b
7437
b
-434,08
A 2555 X 30K75 2,96 10935
a
8400
a
339,25
A 2555 X DKB 330 2,15 10221
b
8049
b
-330,50
AS 1548 X 30K75 2,08 10616
b
7989
b
-180,00
AS1548 X DKB 330 2,64 9457
b
7399
b
-686,25
30K75 X DKB 330 1,38 9879
b
7418
b
-858,25
AG 8060 1,72 11848
a
8937
a
-
Fort 1,41 11541
a
9056
a
-
DAS 2B710 0,98 11041
a
8606
a
-
30F87 1,57 11130
a
8513
a
-
A 2555 3,77 10389
b
7763
b
-
AS 1548 2,00 10725
b
7978
b
-
30K75 2,73 11042
a
8359
a
-
DKB 330 2,38 10108
b
8193
a
-
IAC 8333 3,84 10545
b
8181
a
-
Média 2,12 10545,82
8080,46
-461,70
C.V. (%) 71,36 8,4 8,83
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,05).
O resultado da análise da variância das variáveis Comprimento de espiga (CE),
Diâmetro de espiga (DE) e Número de fileiras na espiga (NFE) em Mococa, no ano
agrícola de 2007/08 está apresentado na Tabela 10. Os quadrados médios de tratamentos
38
foram significativos (P<0,01) para as variáveis Diâmetro da espiga e Número de fileiras
na espiga, e o significativos para a variável Comprimento de espiga.
Os híbridos apresentaram diâmetro médio de espiga de 4,87 cm, variando de
4,53 cm (30K75) a 5,36 cm (DAS 2B710). O teste de médias estratificou os tratamentos
em dois grupos. Os híbridos duplos Fort X AS 1548, 30F87 X AS 1548 e DAS 2B710
X A 2555 e 30F87 X 30K75, apresentaram valores elevados, com médias de 5,20 cm,
5,13 cm e 5,10 cm (para os híbridos DAS 2B710 X A 2555 e 30F87 X 30K75),
respectivamente, mas não se diferenciaram estatisticamente dos híbridos simples
parentais com maiores médias e tampouco da testemunha comercial IAC 8333.
Quanto à variável mero de fileiras na espiga, os híbridos apresentaram maior
variação, o que permitiu sua distinção em três grupos, de acordo com o teste de Scott-
Knott. Os híbridos duplos DAS 2B710 X AS 1548 e Fort X DAS 2B710 destacaram-se
por apresentar médias de 18,53 e 18,4 fileiras, respectivamente, igualando-se
estatisticamente ao híbrido simples comercial DAS 2B710, de maior média (19,33
fileiras) (Tabela 11).
Tabela 10: Análise da variância dos caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro
da espiga (DE) e Número de fileiras por espiga (NFE), de híbridos duplos de milho,
híbridos simples parentais e da testemunha comercial em Mococa, safra 2007/2008.
Quadrados Médios
F.V. GL
CE
cm
DE
cm
NFE
fileiras
Blocos 2 0,05 0,09 0,18
Tratamentos 36
1,51
ns
0,12** 4,58**
Resíduo 72 1,13 0,03 1,06
Média 15,74 4,87 16,03
C.V. (%) 6,76 3,81 6,43
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
A produção de grãos possui herança genética complexa, e os componentes
determinantes para este caráter, de maior importância na cultura do milho, ocorrem em
função da prolificidade e da população por área, características estas que variam
conforme o tipo de híbrido utilizado, levando-se em consideração que o tamanho da
espiga é de grande importância por atuar indiretamente no peso de grãos. LOPES et al.
(2007), testaram seis tratamentos compostos de híbridos simples, duplos e triplos,
39
quanto aos componentes de rendimento de gos objetivando avaliar a relação das
características morfológicas da espiga com os tipos de híbridos. Seus resultados
demonstraram haver correlão positiva entre peso de grãos e as variáveis Comprimento
e Diâmetro da espiga, para híbridos simples e triplos, embora essa correlação tenha sido
verificada para a variável Número de fileiras de grãos por espiga, apenas para híbridos
duplos evidenciando o fato de que o tamanho da espiga interfere na produtividade.
Híbridos duplos apresentam, portanto, maior prolificidade e menor peso de grãos
quando comparados a híbridos simples e triplos. De acordo com os autores, as relações
entre as características morfológicas das espigas não são dependentes dos tipos de
híbridos e sim dos diferentes getipos.
Este fato pode explicar as semelhanças entre híbridos simples parentais e os
híbridos duplos avaliados neste trabalho, uma vez que os híbridos duplos avaliados
possuem as mesmas freqüências alélicas dos híbridos simples parentais.
40
Tabela 11: Médias dos caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de espiga
(DE) e Número de fileiras por espiga (NFE), de híbridos duplos de milho, híbridos
simples parentais e da testemunha comercial em Mococa, safra 2007/08.
CE
DE
NFE
Tratamentos
cm
cm
fileiras
AG 8060 X Fort 16,51
4,89
b
16,93
b
AG 8060 X DAS 2B710 15,93
4,96
a
16,80
b
AG 8060 X 30F87 16,05
4,65
b
14,53
c
AG 8060 X A 2555 16,50
4,76
b
15,73
c
AG 8060 X AS 1548 14,90
4,87
b
16,27
c
AG 060 X30K75 15,85
4,59
b
16,00
c
AG 8060 X DKB 330 16,04
4,65
b
16,27
c
Fort X DAS 2B710 15,05
4,98
a
18,40
a
Fort X 30F87 16,83
4,99
a
14,53
c
Fort X A 2555 15,85
4,81
b
15,47
c
Fort X AS 1548 15,00
5,20
a
16,40
c
Fort X 30K75 16,52
4,93
a
15,20
c
Fort X DKB 330 15,25
4,82
b
17,07
b
DAS 2B710 X 30F87 15,29
4,82
b
15,33
c
DAS 2B710 X A 2555 16,29
5,14
a
17,07
b
DAS 2B710 X AS 1548 15,00
5,06
a
18,53
a
DAS 2B710 X 30K75 16,09
5,07
a
17,20
b
DAS 2B710 X DKB 330 14,31
4,76
b
16,20
c
30F87 X A 2555 15,92
4,81
b
14,27
c
30F87 X AS 1548 15,27
5,16
a
16,40
c
30F87 X 30K75 15,53
5,10
a
15,47
c
30F87 X DKB 330 16,03
4,84
b
14,40
c
A 2555 X AS 1548 14,37
4,87
b
16,13
c
A 2555 X 30K75 16,43
4,65
b
15,47
c
A 2555 X DKB 330 16,23
4,77
b
15,87
c
AS 1548 X 30K75 15,51
4,90
b
15,47
c
AS1548 X DKB 330 15,01
4,95
a
17,20
b
30K75 X DKB 330 15,28
4,72
b
15,60
c
AG 8060 17,54
4,58
b
16,80
b
Fort 15,04
4,97
a
15,47
c
DAS 2B710 16,13
5,37
a
19,33
a
30F87 15,37
4,76
b
14,00
c
A 2555 16,42
4,65
b
14,93
c
AS 1548 14,87
5,23
a
17,47
b
30K75 16,58
4,52
b
14,13
c
DKB 330 15,86
4,54
b
15,73
c
IAC 8333 15,79
5,01
a
15,33
c
Média 15,74
4,87
16,03
C.V. (%) 6,76
3,81
6,43
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott- Knott (P<0,05).
41
4.4 Análise de Correlação entre Caracteres Agronômicos
As estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os caracteres
Comprimento de espiga, Diâmetro de espiga, mero de fileiras por espiga e Peso de
grãos, avaliados em Mococa, no ano agrícola de 2007/08 estão apresentados na Tabela
12. Foram observadas estimativas de correlação positivas e significativas entre
Comprimento de espiga X Peso de grãos (P<0,05), e Diâmetro de espiga X Número de
fileiras na espiga (P<0,01). Estes resultados indicam haver uma tendência dos genótipos
que apresentam maior comprimento de espiga apresentaram também maior
produtividade de grãos. Concomitantemente, espigas com maior número de fileiras de
grãos tendem a apresentar maior dmetro.
BORDALLO et al. (2005), avaliando genótipos de milho doce em esquema
dialélico observaram correlação positiva e significativa entre as variáveis Produção de
grãos e Comprimento de espiga. Resultados semelhantes também foram obtidos por
CARPENTIERI-PÍPOLO et al. (2002), em estudos com milho pipoca, nos quais os
autores constataram haver correlação também positiva e significativa entre
Comprimento de espiga e produtividade de grãos.
Tabela 12: Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os caracteres
Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de espiga (DE), Número de fileiras na espiga
(NFE) e Peso de grãos (PG), avaliados em Mococa, safra 2007/08.
Variáveis DE NFE PG
CE -0,099
ns
-0,280
ns
0,372*
DE 0,442** 0,255
ns
NFE -0,199
ns
ns
, ** e *: não significativo, significativo a 5% e1% de probabilidade, respectivamente,
pelo teste F.
4.5 Análises Dialélicas
4.5.1 Análises dialélicas para os experimentos instalados em Campinas, safra
2006/07
Na Tabela 13 estão apresentados os resultados da análise dialélica do
experimento instalado em Campinas, no ano agrícola de 2006/07. Diferenças
42
significativas (P<0,01) entre os tratamentos foram verificadas para todas as variáveis,
com exceção de Plantas acamadas e quebradas, para a qual não houve significância. A
soma de quadrados de Tratamentos foi desdobrado em soma de quadrados de
Capacidade Geral de Combinação (CGC) e Capacidade Específica de Combinação
(CEC), conforme metodologia proposta por GRIFFING (1956). Houve significância dos
quadrados médios de CGC (P<0,01) para todas as variáveis, indicando que os híbridos
simples contribuíram de forma diferente nos cruzamentos em que estiveram envolvidos.
Foram verificados efeitos significativos de dominância para Florescimento masculino
(P<0,05), Altura de planta, Altura de espiga, Peso de espigas e Peso de grãos (P<0,01),
não havendo significância deste fator para Plantas acamadas e quebradas (Tabela 13).
A soma de quadrados de CEC foi superior à soma de quadrados de CGC para as
variáveis Altura de espiga, Peso de espigas e Peso de grãos, indicando haver maiores
efeitos de dominância envolvidos na expressão destes caracteres. As variáveis
Florescimento masculino e Altura de planta apresentaram maiores valores de soma de
quadrados para CGC, o que indica que efeitos aditivos são preponderantes no controle
destes caracteres. Para o caráter Plantas acamadas e quebradas a não significância dos
efeitos de CEC indica que não efeitos de dominância envolvidos no controle destes
caracteres e que, portanto, os mesmos são controlados por efeitos de aditividade. A
significância de CGC indica que os híbridos simples contribuíram de forma diferenciada
nos cruzamentos em que estiveram envolvidos. a significância de CEC pressupõe a
existência de combinações híbridas com desempenho superior ou inferior ao que era
esperado com base na capacidade combinatória dos parentais.
GORGULHO & MIRANDA FILHO (2001), avaliando linhagens de milho em
esquema dialélico parcial, verificaram, para Altura de planta e de espiga, significância
apenas de efeitos de variedades, não sendo detectada heterose significativa nos
tratamentos avaliados. De acordo com os autores, estes resultados indicam haver
predominância de efeitos aditivos e de dominância apenas parcial no controle destes
caracteres.
43
Tabela 13: Análise da variância dialélica dos caracteres Florescimento masculino (FM),
Altura de plantas (AP), Altura de espigas (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q),
Peso de espiga (PE) e Peso de grãos (PG), em Campinas, safra 2006/07.
Quadrados Médios
F.V.
GL
FM
dias
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
Tratamentos 35 13,54** 471,94** 328,71**
3,17
ns
3112068** 1651978**
CGC 7 53,74** 1948,20**
1396,77**
8,17** 6541586** 2690708**
CEC 28 3,49* 102,87** 61,69
**
1,93
ns
2254688** 1392295**
Resíduo 70 1,84 92,29 52,34 2,26 812009 382098
Média 64,00 193,33 108,97 2,45 11206,94 8188,47
ns, * e**: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
Semelhantemente aos resultados aqui obtidos, efeitos significativos de CEC
foram encontrados por AGUIAR et al. (2004), avaliando a capacidade combinatória de
linhagens de milho na safrinha, para o caráter Peso de grão. Tais resultados discordam
do que vêm sendo relatados na literatura. Muitos trabalhos têm evidenciado a
predominância dos efeitos de CGC em relação aos efeitos de CEC, para o caráter, como
citam LOCATELLI et al. (2002), CARVALHO et al. (2004) e LEMOS et al. (2002).
BORDALLO et al. (2005) verificaram a predominância de efeitos aditivos na
expressão do caráter Altura de planta e efeitos aditivos e não aditivos igualmente
envolvidos na expressão do caráter Peso de espigas.
SAWAZAKI et al. (2000), notaram valores significativos de CGC e CEC para as
variáveis Altura de planta, Altura de espiga e Peso de grãos em milho pipoca, indicando
predominância de efeitos aditivos para estes caracteres.
A predominância de efeitos aditivos envolvidos no rendimento de grãos também
foi observada por RAPOSO & RAMALHO (2004). Com o intuito de estimar os
componentes de variância genética intra e interpopulacionais de duas populações S
0
,
derivadas de híbridos comerciais de milho, para avaliar seu potencial em programas de
seleção recorrente, os autores observaram grande magnitude das estimativas de
variância aditiva, indicando predominância de efeito aditivo nessas populações.
Estimativas de capacidade geral de combinão (g
i
) estão relacionadas a efeitos
predominantemente aditivos na expressão dos caracteres. Baixos valores sugerem que a
média dos híbridos em que o parental i participa não difere da média geral do dialelo.
Altas estimativas, sejam elas positivas ou negativas, indicam que o genótipo em
questão, quando em cruzamentos, tem o potencial de elevar ou reduzir a expressão do
44
caráter, sendo superiores ou inferiores aos demais parentais incluídos no dialelo. Sendo
assim, o parental com maior freqüência de alelos favoráveis, conseqüentemente
apresentará maiores estimativas de g
i
(CRUZ & VENCOVSKY, 1989).
As estimativas dos efeitos de capacidade geral de combinação dos híbridos
simples comerciais parentais para os caracteres avaliados estão apresentadas na Tabela
14. Para o caráter Florescimento masculino, têm destaque os híbridos simples
comerciais parentais DKB 330 e AS 1548, por apresentarem os menores valores,
contribuindo para a precocidade no florescimento. Os híbridos simples AS 1548 e DKB
330 destacaram-se em relação à Altura de planta, com valores negativos. O híbrido
simples DKB 330 destacou-se também em relação ao caráter Altura de espiga, para o
qual este apresentou o menor valor, seguido do híbrido simples AS 1548, com valor
negativo de g
i
. Estes resultados indicaram contribuição destes híbridos, sobretudo o
híbrido simples DKB 330, para precocidade no florescimento, diminuição do porte e da
altura de inserção da espiga das plantas oriundas de cruzamentos que envolvam esses
híbridos.
Em relação à variável Plantas acamadas e quebradas, teve destaque novamente o
híbrido simples DKB 330, com valores negativos de g
i
, contribuindo para aumentar a
resistência ao acamamento e quebramento do colmo nos cruzamentos em que estiver
envolvido. Para os caracteres Peso de espigas e Peso de grãos destacaram-se os híbridos
simples 30F87, A 2555 e AG 8060, que obtiveram altos valores de g
i
, com efeitos
positivos, contribuindo, portanto, para elevar a produtividade quando em cruzamentos.
45
Tabela 14: Estimativas dos efeitos da Capacidade Geral de Combinação (g
i
), segundo
GRIFFING (1956), dos oito híbridos simples comerciais parentais de milho avaliados
em Campinas, safra 2006/07.
Tratamentos
FM
dias
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
AG8060 0,6 6,28
5,93
0,365
197,75
128,48
Fort -0,2 4,48
4,03
-0,055
-237,45
-91,03
DAS2B710 -0,5 0,38
-4,38
-0,655
-197,65
-133,63
30F87 1,8 -4,83
9,93
0,515
865,95
568,98
A2555 2 -3,13
3,83
0,655
456,75
265,28
AS1548 -1,3 1,48
-7,48
0,125
-385,15
-322,53
30K75 -10 0,68
-3,08
-0,175
-208,95
-226,73
DKB330 -1,4 -5,33
-8,78
-0,775
-491,25
-188,83
DP(G
i
) 0,23
1,15
1,24
0,26
153,89
105,57
DP(G
i
- G
j
) 0,35
1,73
1,87
0,39
232,67
159,60
A capacidade específica de combinação representa a predomincia de efeitos
de ação gênica dominante na expressão dos caracteres. Estimativas de capacidade
especifica de combinão (s
ij
) que apresentam altos valores, sejam eles positivos ou
negativos, indicam a existência de combinações hibridas melhores ou piores do que o
esperado com base na CGC dos parentais, de acordo com SPRAGUE & TATUM
(1942).
Híbridos que se destacam com maiores valores de CEC, em análises dialélicas
devem ser selecionados, sobretudo, se os parentais que os constituem apresentarem altas
estimativas de capacidade geral de combinação (AGUIAR et al., 2004). Estão
apresentados, na Tabela 15, os efeitos da estimativa s
ij
dos caracteres avaliados.
Destacam-se para Florescimento masculino as combinações híbridas A 2555 X 30K75,
30F87 X AS 1548, 30F87 X 30K75 e 30F87 X DKB 330. Em relação às variáveis
Altura de planta e Altura de espiga, têm destaque as combinações 30F87 X A 2555, Fort
X AS 1548, AG 8060 X Fort e Fort X A 2555, para Altura de planta, e A 2555 X 30K75
e AG 8060 X DKB 330 para Altura de espiga. A combinão híbrida A 2555 X AS
1548 apresentou valores altos e negativos para as duas variáveis, constituindo-se uma
boa combinação para tais caracteres (Tabela 15).
As combinações que apresentaram menores valores de s
ij
para Plantas acamadas
e quebradas foram Fort X 30K87, AG 8060 X DKB 330, AG 8060 X A 2555, DAS2
B710 X A 2555 e 30F87 X A 2555. Para Peso de espigas e Peso de grãos, obtiveram os
46
maiores valores os híbridos Fort X A 2555, DAS 2B710 X A 2555 e AS 1548 X DKB
330, para ambas as variáveis cujos valores foram, respectivamente: 1261,760 (Peso de
espigas) e 845,280 kg.ha
-1
(Peso de grãos), 936,960 (Peso de espigas) e 1070 kg.ha
-1
(Peso de grãos) e 525,460 (Peso de espigas) e 551,880 kg.ha
-1
(Peso de grãos).
Fato interessante a ser observado é que, em geral, nos híbridos duplos que
apresentam maiores valores de s
ij
, os parentais que participam de sua constituão
compreendem um parental com maior capacidade geral de combinação e outro com
baixa capacidade geral de combinação, resultados estes que corroboram os encontrados
por LEMOS et al. (2002).
47
Tabela 15: Estimativas dos efeitos da Capacidade Específica de Combinação (s
ij
),
quanto aos caracteres Florescimento masculino (FM), Altura de planta (AP), Altura de
espiga (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de espigas (PE) e Peso de
grãos (PG), avaliados em 28 híbridos duplos, em Campinas, safra 2006/07.
Tratamentos
FM
dias
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
AG 8060 X Fort 1,6 -8,0
-1,92
0,64 -368,24 -505,92
AG 8060 X DAS 2B710 0,9 3,1 2,48
0,04 -832,04 -907,32
AG 8060 X 30F87 0,6 15,3 -6,82
1,07 -396,64 -133,92
AG 8060 X A 2555 -0,6 9,6 0,28
-0,77 342,56 269,78
AG 8060 X AS 1548 -1,3 -7,0
5,58
-0,24 -880,54 -617,42
AG 8060 X30K75 -0,6 -6,2
2,18
-0,14 -774,74 -523,22
AG 8060 X DKB 330 -0,2 -1,2
-4,12
-1,04 -217,44 126,88
Fort X DAS2 B710 -0,3 1,9 -0,62
0,76 -59,84 147,18
Fort X 30F87 0,4 -8,9
2,08
-0,21 -578,44 -476,42
Fort X A 2555 -0,8 -6,6
2,18
0,35 1261,76 845,28
Fort X AS 1548 -0,5 -14,2 -2,52
1,18 397,66 189,08
Fort X 30K75 -0,8 10,6 1,08
-1,52 -951,54 -644,72
Fort X DKB 330 -0,4 1,6 -0,22
-0,12 -389,24 -261,62
DAS 2B710 X 30F87 -1,3 -3,8
2,48
-0,21 -1013,24 -923,82
DAS 2B710 X A 2555 1,5 -7,5
0,58
-0,85 935,96 1070,88
DAS 2B710 X AS 1548 0,8 20,9 -1,12
-0,02 -358,14 -369,32
DAS 2B710 X 30K75 0,5 -2,3
-2,52
0,58 -734,34 -571,12
DAS 2B710 X DKB 330 -0,1 11,7 1,18
0,58 230,96 -2,02
30F87 X A 2555 1,2 -14,3 11,28
-1,02 282,36 -292,72
30F87 X AS 1548 -1,5 -0,9
1,58
0,21 -438,74 -266,92
30F87 X 30K75 -0,8 -1,1
6,18
0,31 -100,94 117,28
30F87 X DKB 330 -1,4 -7,1
-3,12
0,21 -102,64 21,38
A 2555 X AS 1548 -0,7 -14,6 -8,32
0,27 -820,54 -775,22
A 2555 X 30K75 -2,0 27,2 -9,72
-0,13 -269,74 -114,02
A 2555 X DKB 330 -0,6 12,2 -1,02
-0,33 -1173,44 -695,92
AS 1548 X 30K75 1,3 14,6 -0,42
1,20 -375,84 -351,22
AS 1548 X DKB 330 0,7 13,6 3,28
-0,20 525,46 551,88
30K75 X DKB 330 0,4 -13,6 4,88
1,30 -432,74 -400,92
DP( S
ii
) 0,62
3,05
2,33
0,69
410,39
281,51
DP( S
ij
) 0,71
3,51
2,68
0,79
471,75
323,61
DP(S
ii
- S
jj
) 0,86
4,24
3,24
0,95
569,92
390,95
DP(S
ij
- S
ik
) 1,05
5,20
3,96
1,17
698,00
478,81
DP(S
ij
- S
kl
) 0,99
4,90
3,74
1,10
658,08
451,43
4.5.2 Análise dialélica para os experimentos instalados em Mococa
A análise da variância dialélica conjunta para os experimentos instalados em
Mococa, nas safras de 2006/07 e 2007/08 revelou efeitos significativos de tratamentos
(P<0,01) para todos os caracteres, com exceção de Plantas acamadas e quebradas, que
48
não foi significativo. O desdobramento de tratamentos em CGC e CEC revelou efeitos
significativos de CGC para os caracteres Altura de planta, Altura de espiga (P<0,01) e
Plantas acamadas e quebradas (P<0,05), e não significância para Peso de espigas e Peso
de grãos. Os efeitos de CEC foram significativos (P<0,01) para Peso de espigas e Peso
de grãos e não significativos para os o restante das variáveis (Tabelas 16 e 17).
Houve significância (P<0,01) da interação Tratamentos X Anos somente para as
variáveis Altura de planta e Altura de espigas. O desdobramento do fator de varião
Tratamentos x Anos em CGC X Anos e CEC X Anos evidenciou signifincia de
quadrados médios da interação CGC X Anos para todas as variáveis, exceto Plantas
acamadas e quebradas, a qual também não apresentou efeitos significativos de CEC X
Anos. Os quadrados médios da interação CEC X Anos apresentaram significância a 1%
de probabilidade para Altura de planta e Altura de espiga. Estes resultados indicam que
as capacidades geral e específica de combinação dos híbridos foram alteradas conforme
as diferentes condições ambientais.
Devido à significância das interações Tratamentos X Anos, para os caracteres
Altura de Planta e Altura de espiga, e CGC X Anos para Altura de planta, Altura de
espiga, Peso de espiga e Peso de grãos os resultados das análises dialélicas dos
experimentos conduzidos em Mococa serão apresentados e discutidos em cada ano
agrícola. Em razão da não significância da interação CEC X Anos para as variáveis
Peso de espigas e Peso de grãos, as estimativas de capacidade específica de combinação
para estes caracteres serão apresentados com base na média dos dois anos agrícolas.
49
Tabela 16: Análise da variância dialélica conjunta dos caracteres Altura de planta (AP),
Altura de espiga (AE) e Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), dos híbridos duplos,
híbridos simples parentais e da testemunha comercial avaliados em Mococa, safras
2006/07 e 2007/08.
Quadrados Médios
F.V. GL
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
Tratamentos 35 1027,11** 555,04** 4,14
ns
CGC 7 3424,28** 1837,28** 11,44*
CEC 28 427,82
ns
234,48
ns
2,31
ns
Anos 1 35574,00 8626,04 0,17
Trat X Anos 35 354,77** 235,64** 3,05
ns
CGC x Anos
7 207,77** 167,89** 2,60
ns
CEC x Anos
28 391,52** 252,57** 3,17
ns
Resíduo Médio 140 10,74 18,13 2,10
Média Geral 212,17 115,49 2,07
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
Tabela 17: Análise da variância dialélica conjunta dos caracteres Peso de espigas (PE) e
Peso de grãos (PG), dos híbridos duplos, híbridos simples parentais e da testemunha
comercial avaliados em Mococa, safras 2006/07 e 2007/08.
Quadrados Médios
F.V. GL
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
Tratamentos 35 2716438** 1609289**
CGC 7 6401697ns 3144323ns
CEC 28 1795123** 1225530**
Anos 1 3247232 247660
Trat X Anos 35 984821ns 611302ns
CGC x Anos
7 2403480** 1307591**
CEC x Anos
28 630156ns 437230ns
Resíduo médio 140 803636 521542
Média Geral 10545 8077
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade,
respectivamente, pelo teste F.
50
4.5.2.1 Análise dialélica individual e capacidade geral de combinação dos híbridos
simples em Mococa, safra 2006/07
A análise da variância dialélica detectou diferenças significativas (P<0,01) entre
os tratamentos para todos os caracteres avaliados, exceto Plantas acamadas e quebradas,
que o apresentou significância. Os quadrados médios de CGC foram significativos
(P<0,01) para Altura de planta, Altura de espiga, Peso de espigas e Peso de grãos,
indicando que os híbridos diferiram entre si quanto à freqüência de alelos favoráveis.
Para o caráter Plantas acamadas e quebradas, o foi verificada significância para este
fator. Os quadrados médios de CEC apresentaram-se significativos para Altura de planta
e Altura de espiga (P<0,01) e Peso de grãos (P<0,05), e não significativos para Plantas
acamadas e quebradas e Peso de espiga. Do exposto, pode-se inferir que efeitos
aditivos e de dominância, com predominância dos efeitos dominantes, na expressão do
caráter Peso de grãos, e efeitos de aditividade em relação ao caráter Peso de espigas.
Para Altura de plana e Altura de espiga, efeitos gênicos aditivos e não aditivos estão
envolvidos no controle destes caracteres. Entretanto, a soma de quadrados de CGC
apresentou maior magnitude de CEC para Altura de plantas, indicando predominância
de efeitos aditivos, enquanto no controle da expressão de Altura de espiga, houve
predominância de efeitos não aditivos, uma vez que, para este caráter a soma de
quadrados foi maior para CEC (Tabela 18).
Tabela 18: Análise da variância dialélica para caracteres Altura de planta (AP), Altura
de espiga (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de espiga (PE) e Peso de
grãos (PG), avaliados em Mococa, safra 2006/07.
Quadrados Médios
F.V. GL
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
Tratamentos 35 757,88** 429,05** 2,13
ns
1428273** 737674**
CGC 7 2008,88** 990,49** 3,50
ns
3289337** 1267116**
CEC 28 445,13** 288,69** 1,79
ns
963007
ns
605314*
Resíduo 70 28,09 17,97 1,33 686408 367315
Média 225,00 121,81 2,10 10668,44 8111,53
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
As estimativas de g
i
para os caracteres avaliados estão apresentadas na Tabela
19. Observa-se que os híbridos simples 30K75 e DKB 330 destacaram-se por apresentar
51
baixos valores de g
i
para os caracteres Altura de planta e Altura de espiga, indicando
serem bons parentais para diminuição do porte e da altura da espiga. Para Altura de
planta e Altura de espiga, tem destaque também o híbrido simples AS 1548
apresentando a menor estimativa de capacidade geral de combinação entre todos os
parentais. Para os caracteres Peso de espiga e Peso de grãos, evidenciaram-se os
híbridos simples DAS 2B710, 30F87 e A 2555, com as maiores estimativas de g
i
. Os
híbridos simples Fort, DAS 2B710 e 30F87 apresentaram os menores valores para o
caráter Plantas acamadas e quebradas, indicando serem boas fontes de resistência ao
acamamento e quebramento do colmo quando em cruzamentos (Tabela 19).
Tabela 19: Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinão (g
i
) dos oito
híbridos simples comerciais parentais de milho avaliados em Mococa, safra 2006/07.
Tratamentos
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
AG8060 11,00
7,875
0,153
77,00
19,125
Fort 2,80
3,975
-0,378
-265,70
-124,375
DAS2B710 -1,00
-1,925
-0,328
148,70
216,025
30F87 10,10
6,575
-0,248
362,30
270,225
A2555 0,60
0,575
0,503
392,20
179,125
AS1548 -7,30
-5,825
0,433
-75,50
-169,075
30K75 -13,20
-3,525
0,063
-24,60
-88,275
DKB330 -3,00
-7,725
-0,198
-614,40
-302,775
DP(G
i
) 0,91
0,72
0,20
141,49
103,51
DP(G
i
- G
j
) 1,37
1,09
0,30
213,92
156,49
4.5.2.2 Análise dialélica individual e capacidade geral de combinação dos bridos
simples em Mococa, safra 2007/08
Os quadrados médios da análise da variância do experimento conduzido em
Mococa, no ano agrícola de 2007/2008 estão apresentados na Tabela 20. Foram
detectadas diferenças significativas (P<0,01) entre os tratamentos, para as variáveis
Altura de planta, Altura de espiga, Peso de espiga e Peso de grãos (P<0,01) e Plantas
acamadas e quebradas (P<0.05). O desdobramento de Tratamentos em CGC e CEC
revelou efeitos significativos de CGC a 1% de probabilidade para todos os caracteres
avaliados. Para o fator CEC, foram obtidos efeitos significativos (P<0,01) para Altura
de planta e Altura de espiga. Para os demais caracteres não houve significância de CEC.
52
Estes resultados discordam dos obtidos por MACHADO (2007), avaliando híbridos
comerciais em esquema dialélico completo, e por GAMA et al. (2003) que, avaliando
híbridos oriundos de em um dialelo de linhagens do sintético de milho CMS 53,
observaram maiores efeitos da capacidade específica de combinação para o caráter Peso
de grãos. Resultados semelhantes também foram observados por BORDALLO et al.
(2005) e AGUIAR et al. (2004) para os quais foi verificada maior contribuição de genes
de ação não aditiva para a variável peso de grãos. Entretanto, estes autores detectaram
considerável contribuição de locos com ação gênica aditiva na expressão dos caracteres
altura de planta e altura de espiga, mas são discordantes dos obtidos por CARVALHO
et al. (2004), para os quais os efeitos gênicos de aditividade são predominantes na
manifestação de todos os caracteres. Efeitos de aditividade e domincia foram
observados para Peso de grãos por AGUIAR et al. (2003), avaliando linhagens em
esquema dialélico completo, ao verificarem efeitos significativos de CGC e CEC. Na
expressão das variáveis altura de planta e Altura de espiga, os autores observaram
maiores efeitos de aditividade.
Tabela 20: Análise da variância dialélica dos caracteres Altura de planta (AP), Altura
de espiga (AE), Plantas acamadas e quebradas (AC+Q), Peso de espiga (PE) e Peso de
grãos (PG), dos híbridos duplos, híbridos simples parentais de milho e testemunha
comercial avaliados em Mococa, safra 2007/08.
Quadrados Médios
F.V.
GL
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
Tratamentos 35 624,00** 361,62** 5,057* 2272986** 1482917**
CGC 7 1623,17**
1014,68**
10,53** 5515840** 3184798**
CEC 28 374,20** 198,36** 3,68
ns
1462272
ns
1057446
ns
Resíduo 70 7,72 18,29 2,87 920865 675770
Média 199,33 109,16 2,04 10423,22 8043,8
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F.
A Tabela 21 apresenta as estimativas de g
i
para todos os caracteres avaliados.
Para altura de plantas e altura de espigas, tiveram destaque os híbridos simples DAS
2B710, AS 1548 e 30K75. Quanto à porcentagem de acamamento e quebramento do
colmo, os híbridos simples DAS 2B710, Fort e AS 1548 sobressaíram-se por apresentar
as menores porcentagens. Os híbridos simples Fort e 30F87 evidenciaram-se quanto
53
ao peso de espigas e peso de grãos por apresentarem as maiores estimativas de
capacidade geral de combinão.
Tabela 21: Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinação (g
i
) dos oito
híbridos simples comerciais parentais avaliados em Mococa, safra 2007/08.
Tratamentos
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
AG8060 11,60
9,35
0,37
144,20
14,68
Fort 2,90
4,35
-0,51
445,50
428,98
DAS2B710 -3,60
-7,05
-0,72
-65,20
5,88
30F87 5,90
4,35
-0,48
668,30
474,28
A2555 2,20
0,45
1,04
-159,40
-160,03
AS1548 -11,80
-7,05
-0,23
-478,10
-478,23
30K75 -6,60
-3,25
0,41
45,40
-3,43
DKB330 -0,60
-1,15
0,10
-600,70
-282,13
DP(G
i
) 0,47
0,73
0,29
163,89
140,39
DP(G
i
- G
j
) 0,72
1,10
0,44
247,77
212,25
4.5.2.3 Capacidade específica de combinação dos híbridos simples em Mococa,
safras 2006/07 e 2007/08
A Tabela 22 apresenta as estimativas de capacidade especifica de combinação
para os caracteres Altura de planta, Altura de espiga e Plantas acamadas e quebradas,
avaliados em Mococa no ano agrícola de 2006/07. Para o caráter Altura de planta, os
híbridos com maior evidência foram Fort X DKB 330, DAS 2B710 X 30K75 e A 2555
X AS 1548, e para Altura de espiga, foram AG 8060 X DKB 330, DAS 2B710 X
30F87, Fort X DKB 330 e AG 8060 X AS 1548, por apresentarem valores negativos de
s
ij
.
As combinações híbridas com menores valores de capacidade especifica de
combinação para o Plantas acamadas e quebradas foram Fort X AS 1548, 30K75 X
DKB 330 e AG 8060 X AS 1548.
54
Tabela 22: Estimativas de Capacidade Específica de Combinação (s
ij
) para os
caracteres Altura de Planta (AP), Altura de espiga (AE) e Plantas acamadas e quebradas
(AC+Q), avaliadas em 28 híbridos duplos de milho avaliados em Mococa, safra
2006/07.
Tratamentos
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
AG 8060 X Fort 23,2 17,34 -0,07
AG 8060 X DAS 2B710 18,0 -3,76 1,08
AG 8060 X 30F87 -9,1 1,74 -0,20
AG 8060 X A 2555 -1,6 19,74 0,65
AG 8060 X AS 1548 -5,7 -5,86 -0,78
AG 8060 X30K75 4,2 3,84 0,09
AG 8060 X DKB 330 -3,0 -15,96 0,05
Fort X DAS2 B710 -2,8 5,14 -0,69
Fort X 30F87 2,1 -6,36 0,53
Fort X A 2555 7,6 2,64 0,58
Fort X AS 1548 6,5 5,04 -0,95
Fort X 30K75 -8,6 -1,26 1,62
Fort X DKB 330 -18,8 -7,06 0,28
DAS 2B710 X 30F87 -17,1 -7,46 0,18
DAS 2B710 X A 2555 1,4 -1,46 -0,37
DAS 2B710 X AS 1548 -5,7 0,94 -0,20
DAS 2B710 X 30K75 -6,8 7,64 -0,13
DAS 2B710 X DKB 330 5,0 6,84 1,03
30F87 X A 2555 24,3 23,04 -0,55
30F87 X AS 1548 12,2 4,44 0,32
30F87 X 30K75 -6,9 -6,86 1,39
30F87 X DKB 330 8,9 -0,66 0,15
A 2555 X AS 1548 -13,3 -4,56 1,17
A 2555 X 30K75 -6,4 0,14 -0,26
A 2555 X DKB 330 8,4 4,34 0,40
AS 1548 X 30K75 -1,5 -2,46 -0,49
AS 1548 X DKB 330 -17,7 -3,26 0,47
30K75 X DKB 330 1,2 4,44 -0,96
DP( S
ii
) 1,69 1,93 0,53
DP( S
ij
) 1,94 2,22 0,61
DP(S
ii
- S
jj
) 2,34 2,68 0,73
DP(S
ij
- S
ik
) 2,87 3,28 0,90
DP(S
ij
- S
kl
) 2,71 3,10 0,84
As estimativas de capacidade específica de combinação dos híbridos simples
avaliados em Mococa, na safra de 2007/08 estão apresentadas na Tabela 23. Para altura
55
de plantas, as combinações com maior destaque foram 30F87 X 30K75, DAS 2B710 X
A 2555, Fort X 30F87, DAS 2B710 X 30K75 e A 2555 X DKB 330, e para altura de
espigas, as melhores combinações foram DAS 2B710 X A 2555, A 2555 X DKB 330 e
Fort X 30F87. Em relação a porcentagem de plantas acamadas e quebradas, destacaram-
se os híbridos 30F87 X A 2555, A 2555 X DKB 330, Fort X A 2555 e Fort X DKB 330
(Tabela23).
Tabela 23: Estimativas dos efeitos de Capacidade Específica de Combinação (s
ij
)
quanto aos caracteres Altura de Planta (AP), Altura de espiga (AE) e Plantas acamadas
e quebradas (AC+Q) avaliados em 28 híbridos duplos, em Mococa, safra 2007/08.
Tratamentos
AP
cm
AE
cm
AC+Q
%
AG 8060 X Fort 1,16 0,13 -0,50
AG 8060 X DAS 2B710 7,66 -1,46 0,40
AG 8060 X 30F87 9,16 -2,86 -0,33
AG 8060 X A 2555 -1,13 1,03 2,64
AG 8060 X AS 1548 6,86 3,53 0,61
AG 8060 X30K75 -9,33 8,73 -1,12
AG 8060 X DKB 330 -3,33 -5,36 1,08
Fort X DAS2 B710 26,36 6,53 -0,81
Fort X 30F87 -12,13 -11,86 -0,35
Fort X A 2555 2,56 3,03 -1,27
Fort X AS 1548 -5,43 2,53 1,19
Fort X 30K75 -2,63 8,73 0,85
Fort X DKB 330 -5,63 -3,36 -1,23
DAS 2B710 X 30F87 16,36 11,53 0,15
DAS 2B710 X A 2555 -10,93 -11,56 0,43
DAS 2B710 X AS 1548 -3,93 -8,06 -0,29
DAS 2B710 X 30K75 -23,13 0,13 0,06
DAS 2B710 X DKB 330 -2,13 7,03 -0,72
30F87 X A 2555 -1,43 -6,96 -1,60
30F87 X AS 1548 1,56 4,53 0,36
30F87 X 30K75 -14,63 -8,26 -0,67
30F87 X DKB 330 11,36 13,63 -0,16
A 2555 X AS 1548 -8,73 -0,56 -0,65
A 2555 X 30K75 2,06 6,63 0,00
A 2555 X DKB 330 -6,93 -15,46 -1,68
AS 1548 X 30K75 21,06 2,13 -0,22
AS 1548 X DKB 330 -1,93 0,03 0,58
30K75 X DKB 330 8,86 9,23 -0,75
DP( S
ii
) 1,27 1,95 0,77
DP( S
ij
) 1,46 2,24 0,89
DP(S
ii
- S
jj
) 1,76 2,71 1,07
DP(S
ij
- S
ik
) 2,15 3,31 1,31
DP(S
ij
- S
kl
) 2,03 3,12 1,24
56
Na tabela 24 estão apresentadas as estimativas de capacidade específica de
combinação para os caracteres Peso de espiga e Peso de grãos, baseadas nos resultados
médios obtidos nos dois anos agrícolas, 2006/07 e 2007/08 para essas variáveis.
Tabela 24: Estimativas dos efeitos médios de Capacidade Específica de Combinação
(s
ij
) para os caracteres Peso de espigas e Peso de grãos avaliados em 28 híbridos duplos,
em Mococa, safras 2006/07 e 2007/08.
Tratamentos
PE
kg.ha
-1
PG
kg.ha
-1
AG9060 X Fort -88,83
-40,86
AG9060 X DAS2B710 -517,68
-422,01
AG9060 X 30F87 -10,73
108,68
AG9060 X A2555 -331,83
-353,11
AG9060 X AS1548 -379,63
-278,91
AG9060 X30K75 -454,33
-370,71
AG9060 X DKB330 -378,88
-294,11
Fort X DAS2B710 -229,48
-195,91
Fort X 30F87 607,96
503,78
Fort X A2555 -306,13
-292,01
Fort X AS1548 -281,43
-324,31
Fort X 30K75 -393,13
-243,61
Fort X DKB330 -938,68
-754,51
DAS2B710 X 30F87 -26,88
19,63
DAS2B710 X A2555 934,01
836,83
DAS2B710 X AS1548 -190,28
-125,96
DAS2B710 X 30K75 -528,48
-314,76
DAS2B710 X DKB330 -265,53
-409,66
30F87 X A2555 543,96
189,03
30F87 X AS1548 -255,83
-257,26
30F87 X 30K75 -103,53
-134,56
30F87 X DKB330 137,91
188,03
A2555 X AS1548 -488,93
-327,06
A2555 X 30K75 261,86
359,13
A2555 X DKB330 166,31
253,73
AS1548 X 30K75 336,06
280,33
AS1548 X DKB330 -204,48
-62,06
30K75 X DKB330 -70,18
-321,86
As combinações DAS 2B710 X A 2555 e Fort X 30F87 sobressaíram-se por
apresentar os valores mais altos e positivos de s
ij
para ambos os caracteres (934,016 e
607,966 kg.ha
-1
(Peso de espiga) e 836,833 e 503,783 kg.ha
-1
(Peso de grãos),
respectivamente).
57
É interessante observar que as melhores combinações híbridas obtidas
apresentam em sua constituição pelo menos um dos parentais com maior capacidade
geral de combinão, associado a outro parental com baixa estimativa de g
i
, como pode
ser observado no híbrido duplo A 2555 X 30K75, que, na safra de 2006/07 obteve
estimativas de s
ij
satisfatórias (359,133 kg.ha
-1
para Peso de grãos) e cuja estimativa de
g
i
do parental 30K75 foi considerada alta para os caracteres Altura de planta e Altura de
espiga, contribuindo para redução no porte, mas não em relação à produtividade.
Entretanto, o parental A 2555 possui alta capacidade geral de combinação para Peso de
grãos, mas sua estimativa de g
i
para Altura de planta o é expressiva.
Pode-se sugerir, a partir dos resultados apresentados, que o híbrido AS 1548
pode, portanto, ser considerado promissor para ser usado em combinações híbridas nas
quais deseja-se obter redução no porte e na altura de inserção da espiga. Para o aumento
da produtividade podem contribuir os híbridos DAS 2B710 e 30F87.
Nota-se nas combinações híbridas avaliadas em Campinas e em Mococa, na
safra de 2007, que há predominância de efeitos não aditivos na manifestação do caráter
peso de gos além de complementaridade dos parentais, o que explica a alta
produtividade observada em alguns cruzamentos. SHULL (1909) utilizou o termo
heterose para definir a superioridade do híbrido em relação aos pais, ou seja, a
superioridade de gerações heterozigotas oriundas de cruzamento entre indivíduos
altamente endogâmicos (e homozigotos) e geneticamente divergentes. Alguns autores
relatam que a expressão da heterose depende de genes com algum grau de dominância
seja ela parcial, completa ou sobredominância (FALCONER & MACKAY, 1960;
ALLARD, 1971; FALCONER, 1987). Além do grau de dominância, o nível de
divergência entre os parentais é fundamental para a manifestação da heterose.
O fenômeno da heterose é muito estudado e explorado na cultura do milho e
muitos trabalhos têm fornecido informações importantes a esse respeito. SILVA&
MIRANDA FILHO (2003), avaliaram a heterose em populações de milho quanto ao
peso de espigas e observaram efeitos altamente significativos de heterose, com efeitos
de heterose total atingindo 17,3% em relação à média dos pais. GARBUGLIO &
ARAÚJO (2006) também notaram efeitos significativos de heterose para rendimento de
grãos em híbridos intervarietais. GORGULHO & MIRANDA FILHO (2001),
entretanto, apesar de não terem detectado heterose significativa, identificaram híbridos
superiores entre os cruzamentos de dois grupos de variedades de polinização livre.
MORELLO et al. (2001), buscando identificar germoplasma tolerante à acidez do solo,
58
avaliaram híbridos oriundos de um dialelo parcial entre populações exóticas e adaptadas
e obtiveram um híbrido com até 25% de heterose em relação à dia dos pais. SCAPIM
et al. (2002), em trabalho com milho pipoca, obtiveram altos valores de heterose
específica, representando até 70% da heterose total.
4.5.2.4 Análise dialélica dos componentes de produção, Mococa, safra 2007/08.
A análise dialélica para os componentes de produção revelou efeitos
significativos (p<0,01) de tratamentos para as variáveis Diâmetro de espigas e mero
de fileiras na espiga, não havendo significância deste fator para a variável Comprimento
de espiga. O desdobramento do fator Tratamentos em CGC e CEC apresentou
significância (P<0,01) dos quadrados médios de CGC, e não significância de CEC para
todas as variáveis (Tabela 25). A significância de CGC sugere que os efeitos de
aditividade são proeminentes na expressão destas variáveis, o havendo efeitos de
dominância envolvidos. Estes resultados corroboram os obtidos por GORGULHO &
MIRANDA FILHO (2001), que apontam os efeitos aditivos como sendo mais
importantes na expressão dos caracteres comprimento e diâmetro de espigas.
Tabela 25: Análise da variância dialélica dos híbridos duplos e simples parentais de
milho, para as variáveis Comprimento de espiga (CE), Diâmetro da espiga (DE) e
Número de fileiras na espiga (NFE), em Mococa, safra 2007/08.
Quadrados Médios
F.V. GL
CE
cm
DE
cm
NFE
fileiras
Tratamentos 35 1,55
ns
0,13** 4,66**
CGC 7 4,05** 0,45** 18,27**
CEC 28 0,93
ns
0,08
ns
1,26
ns
Resíduo 70 11358,00 0,03 1,06
Média 15,74 4,87 16,06
ns, * e **: não significativo, significativo a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente,
pelo teste F.
As estimativas dos efeitos de capacidade geral de combinação das variáveis
estão apresentadas na Tabela 26. Verifica-se que, para Comprimento da espiga, os
híbridos com maiores estimativas de g
i
foram AG 8060 (0,52 cm), A 2555 (0,27 cm) e
59
30K75 (0,27 cm). Para a variável Dmetro da espiga, obtiveram as melhores
estimativas os híbridos DAS 2B710, AS 1548 e Fort (0,170, 0,164 e 0,073 cm,
respectivamente). O híbrido DAS 2B710 apresentou a melhor estimativa para mero
de fileiras na espiga (13,58 fileiras), indicando ser um bom parental em cruzamentos
onde se deseja aumentar o diâmetro e o número de fileiras nas espigas.
Na Tabela 27 constam as estimativas de s
ij
dos híbridos. Destacou-se quanto ao
Comprimento da espiga o híbrido duplo Fort X 30F87 com 1,14 cm. Para as variáveis
Diâmetro da espiga e Número de fileiras na espiga, o híbrido duplo com maior destaque
foi 30F87 X 30K75, com estimativas de 0,307 para Diâmetro da espiga e 1,156 fileiras,
para Número de fileiras na espiga.
Tabela 26: Estimativas dos efeitos de Capacidade Geral de Combinação (g
i
) dos oito
híbridos simples comerciais parentais de milho, quanto aos caracteres Comprimento de
espiga (CE), Diâmetro de espiga (DE) e mero de fileiras na espiga (NFE), Mococa,
safra 2007/08.
Tratamentos
CE
cm
DE
cm
NFE
fileiras
AG 8060 0,52 -0,13 0,16
Fort -0,05 0,07 0,04
DAS 2B710 -0,14 0,17 1,36
30F87 0,00 0,00 -1,15
A 2555 0,27 -0,07 -0,46
AS 1548 -0,68 0,16 0,68
30K75 0,27 -0,08 -0,58
DKB 330 -0,17 -0,12 -0,04
DP(G
i
) 0,18 0,32 0,18
DP(G
i
- G
j
) 0,27 0,48 0,27
60
Tabela 27: Estimativas dos efeitos de Capacidade Específica de Combinação (s
ij
)
quanto aos caracteres Comprimento de espiga (CE), Diâmetro de espiga (DE) e Número
de fileiras na espiga (NFE) avaliados em 28 híbridos duplos de milho, em Mococa, safra
2007/08.
Tratamentos
CE
cm
DE
cm
NFE
fileiras
AG 8060 X Fort 0,30
0,07 0,66
AG 8060 X DAS 2B710 -0,18
0,05 -0,78
AG 8060 X 30F87 -0,21
-0,09 -0,53
AG 8060 X A 2555 -0,03
0,09 -0,02
AG 8060 X AS 1548 -0,67
-0,03 -0,63
AG 8060 X30K75 -0,68
-0,06 0,36
AG 8060 X DKB 330 -0,04
0,03 0,09
Fort X DAS2 B710 -0,48
-0,13 0,93
Fort X 30F87 1,14
0,04 -0,41
Fort X A 2555 -0,11
-0,06 -0,16
Fort X AS 1548 0,00
0,09 -0,38
Fort X 30K75 0,56
0,07 -0,31
Fort X DKB 330 -0,25
0,00 1,01
DAS 2B710 X 30F87 -0,30
-0,22 -0,93
DAS 2B710 X A 2555 0,41
0,17 0,11
DAS 2B710 X AS 1548 0,09
-0,14 0,42
DAS 2B710 X 30K75 0,22
0,11 0,36
DAS 2B710 X DKB 330 -1,10
-0,15 -1,18
30F87 X A 2555 -0,09
0,00 -0,16
30F87 X AS 1548 0,21
0,12 0,81
30F87 X 30K75 -0,48
0,30 1,15
30F87 X DKB 330 0,46
0,08 -0,45
A 2555 X AS 1548 -0,96
-0,09 -0,14
A 2555 X 30K75 0,14
-0,06 0,46
A 2555 X DKB 330 0,39
0,09 0,32
AS 1548 X 30K75 0,18
-0,05 -0,68
AS 1548 X DKB 330 0,13
0,04 0,50
30K75 X DKB 330 -0,55
0,05 0,17
DP( S
ii
) 0,49 0,08 0,47
DP( S
ij
) 0,56 0,10 0,54
DP(S
ii
- S
jj
) 0,67 0,12 0,65
DP(S
ij
- S
ik
) 0,83 0,14 0,80
DP(S
ij
- S
kl
) 0,78 0,14 0,75
61
5 CONCLUSÕES
a) A combinação híbrida de maior destaque foi DAS 2B7190 X A 2555, com
médias de produtividade elevadas nos dois locais, superando híbridos simples
comerciais.
b) Efeitos de aditividade e dominância estão presentes na expressão de todos os
caracteres, com predominância de efeitos aditivos para Altura de Planta e espiga
e sobressaindo os efeitos de dominância para produtividade.
c) Os híbridos simples parentais 30F87 e A 2555 contribuem para o aumento da
produtividade; os híbridos 30K75 e AS 1548 para redução no porte e inserção da
espiga, e o híbrido DKB 330 para precocidade no florescimento;
d) Maior contribuição para aumento do Diâmetro da espiga e do Número de
fileiras na espiga verifica-se no híbrido DAS 2B710 e para aumento do
Comprimento de espiga, nos híbridos AG 8060 e A 2555.
e) Alguns híbridos duplos apresentam heterose, destacando-se com a maior
estimativa o DAS 2B710 X A 2555.
f) Confirmou-se a viabilidade de utilização de híbridos comerciais de elevada
capacidade combinatória, para obtenção de híbridos de F
2
promissores em
programas de melhoramento de milho.
62
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