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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA
Hederson Vinícius de Souza
ESPERMATOGÊNESE E COMPORTAMENTO NUCLEOLAR
EM ESPÉCIES DA FAMÍLIA PENTATOMIDAE
(HETEROPTERA) DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Dissertação apresentada para
obtenção do Título de Mestre em
Genética
São José do Rio Preto-SP
2009
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Hederson Vinícius de Souza
ESPERMATOGÊNESE E COMPORTAMENTO NUCLEOLAR
EM ESPÉCIES DA FAMÍLIA PENTATOMIDAE
(HETEROPTERA) DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Dissertação apresentada para
obtenção do título de Mestre em
Genética, área de Genética Animal e
Evolução junto ao Programa de Pós-
Graduação em Genética do Instituto
de Biociências, Letras e Ciências
Exatas da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Campus de São José do Rio Preto.
Orientadora: Profa. Dra. Mary Massumi Itoyama
São José do Rio Preto-SP
2009
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Souza, Hederson Vinícius de.
Espermatogênese e comportamento nucleolar em espécies da família
Pentatomidae (Heteroptera) de importância econômica / Hederson Vinícius
de Souza. - São José do Rio Preto : [s.n.], 2009.
128 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Mary Massumi Itoyama
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas
1. Citogenética animal. 2. Espermatogênese em animais. 3.
Hemíptera. 4. Heteroptera. 5. Pentatomidae. I. Itoyama, Mary Massumi.
II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas. III. Título.
CDU - 575
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IBILCE
Campus de São José do Rio Preto - UNESP
HEDERSON VINÍCIUS DE SOUZA
Espermatogênese e comportamento nucleolar em espécies da família
Pentatomidae (Heteroptera) de importância econômica
Dissertação apresentada para obtenção do
título de Mestre em Genética, área de
Genética Animal e Evolução junto ao
Programa de Pós-Graduação em Genética do
Instituto de Biociências, Letras e Ciências
Exatas da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São
José do Rio Preto.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Drª. Mary Massumi Itoyama
Professor Assistente Doutor
UNESP – São José do Rio Preto
Orientador
Profª. Drª. Doralice Maria Cella
Professor Assistente Doutor
UNESP – Rio Claro
Profª. Drª. Maria Elisabete Jorge Amaral
Professor Assistente Doutor
UNESP – São José do Rio Preto
São José do Rio Preto, 18 de fevereiro de 2009
AGRADECIMENTOS
A elaboração de uma dissertação não depende somente do autor,
mas também do meio no qual ele está inserido. É neste contexto que se evidencia
as várias pessoas que colaboraram com idéias, auxílios, críticas, sugestões, entre
outras inúmeras fontes inesgotáveis de conhecimento.
Desse modo, meus pais tiveram grande importância na
elaboração desta dissertação, assim como minhas irmãs, pessoas que serei
eternamente grato.
Aos meus amigos, e às vezes muito mais que amigos, que
ajudaram a compor os passos dessa escalada rumo à inatingível perfeição.
Com relação ao conhecimento científico, minha especial
dedicação a Profa. Dra. Mary Massumi Itoyama, minha orientadora, que desde o
estágio básico me incentiva e motiva para que eu possa sempre fazer o melhor. A
Profa. Dra. Hermione Elly Melara de Campos Bicudo, que nos auxilia com seu
magnífico saber científico. A Profa. Dra. Sônia Maria Oliani pelas oportunidades
de capturar as imagens. A Profa. Dra Eliana Morielle Versute e a Profa. Dra.
Lilian Madi-Ravazzi pelas críticas e sugestões durante a defesa da qualificação. A
Profa. Dra. Maria Elisabete Jorge Amaral e a Profa. Dra. Doralice Maria Cella
pelas sugestões e críticas durante a defesa da presente dissertação e aos demais
professores da UNESP/IBILCE que de maneira direta ou indireta, ajudaram na
elaboração desta dissertação.
Aos funcionários deste Instituto, em especial, aos da seção de
Pós-Graduação, cujo companheirismo, atenção e presteza são insuperáveis.
Aos meus companheiros de laboratório que sempre me
auxiliaram, me ensinaram e que tornaram o trabalho algo gratificante.
Aos órgãos de fomento, FAPESP, pela bolsa concedida e a
FUNDUNESP pelo auxílio com as despesas do projeto.
Meus sinceros agradecimentos a todos que me auxiliaram na
elaboração desta dissertação.
“Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!”
(Mário Quintana)
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 6
II. OBJETIVOS ...............................................................................................
14
III. ARTIGOS ................................................................................................... 16
1. Estudo da meiose e da espermiogênese nos lobos testiculares de
Antiteuchus tripterus (Heteroptera: Pentatomidae) ..................................... 17
2. Padrão de coloração pelo nitrato de prata durante a meiose e
espermiogênese nos lobos testiculares de Antiteuchus tripterus
(Heteroptera: Pentatomidae) ........................................................................
29
3. Padrões morfológicos da cromatina heteropicnótica e do material
nucleolar na meiose e espermiogênese de alguns Pentatomidae
(Heteroptera) ............................................................................................... 42
4. Aspectos evolutivos da espermatogênese de Euschistus heros,
Platycarenus umbractulatus e Thyanta perditor (Heteroptera:
Pentatomidae) na formação do lobo harlequin ........................................... 50
5. Avaliação da espermatogênese após o uso de Periodic Acid Schiff
(PAS) em Pentatomidae (Heteroptera) ........................................................ 86
IV. DISCUSSÃO GERAL ............................................................................... 102
V. CONCLUSÕES GERAIS ..........................................................................
107
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 111
VII. ANEXOS ..................................................................................................... 118
1. Materiais e Métodos ......................................................................................
2. Espécies Analisadas ......................................................................................
119
122
VIII. RESUMO .................................................................................................... 124
IX. ABSTRACT ................................................................................................ 125
I. INTRODUÇÃO
7
I. INTRODUÇÃO
Os Heteroptera constituem um dos mais importantes grupos de
insetos do ponto de vista econômico, pois a maioria, durante os estádios de ninfa e
adulto, alimenta-se de plantações ou grãos armazenados para o consumo humano.
Os Heteroptera incluem aproximadamente 37.000 espécies distribuídas em oito
infraordens, cinco das quais abrigam essas espécies nocivas (REBAGLIATI et al.,
2005). Entre estas se encontra a família Pentatomidae, que inclui 4112 espécies,
muitas das quais são pragas de plantações (SCHAEFER; PANIZZI, 2000). Esses
insetos são comumente denominados de maria-fedidas devido ao seu desagradável
odor, produzido por meio de uma glândula que se abre na região da metapleura.
Essa família é constituída de oito subfamílias (Asopinae, Cyrtocorinae,
Discocephalinae, Edessinae, Pentatominae, Phyllocephalinae, Podopinae e
Serbaninae).
Com relação aos aspectos citogenéticos, os Heteroptera possuem
cromossomos holocêntricos (sem centrômero localizado), não apresentam
estrutura cinetocórica nas células meióticas (BUCK, 1967; COMINGS; OKADA,
1972; MOTZKO; RUTHMAN, 1984; RUFAS; GIMÉNEZ-MARTÍN, 1986;
WOLF, 1996), atividade cinética é restrita aos finais dos cromossomos, ou seja,
nas regiões teloméricas (cromossomos são denominados telocinéticos,
GONZALEZ-GARCIA et al., 1996; HUGHES-SCHRADER; SCHRADER,
1961; MOTZKO; RUTHMANN, 1984; SCHRADER, 1935, 1940),
terminalização dos quiasmas é presumido ocorrer (JOHN; KING, 1985), embora
haja trabalhos que discutam este assunto (JONES, 1987; SOLARI; AGOPIAN,
1987) e a primeira divisão meiótica é reducional para os autossomos e equacional
para os cromossomos sexuais.
Com relação aos sistemas cromossômicos do sexo já foram
descritos os simples (XY/XX, 74,7% das espécies e o X0/XX, 14,8%) e os
múltiplos (originados por fragmentação do cromossomo X e, menos
frequentemente, do cromossomo Y, Xn0/XnXn, XnY/XnXn e XYn/XX, 10,3%)
(UESHIMA, 1979; MANNA, 1984). Há, ainda, um sistema particular neo-XY
8
(0,2%) (CHICKERING; BACORN, 1933; JANDE, 1959; SCHRADER, 1940).
Relatos citogenéticos de espécies da família Pentatomidae
mostram número diplóide de cromossomos, em machos, de seis a 27, sendo o
mais frequente o de 14 (85%) (REBAGLIATI et al., 2005) e o sistema
cromossômico do sexo XX/XY (fêmea/macho), exceto em três espécies
(Macropygium retuculare, X1X2Y; Rhytidolomia senilis, neo-XY e Thyanta
calceata, X1X2Y) e não apresentam m-cromossomos. Entretanto uma
característica particular dos Pentatomidae é a presença, em algumas espécies, de
uma meiose atípica em um dos lobos testiculares (lobo harlequin) (LANZONE et
al., 2003; REBAGLIATI et al., 2001; REBAGLIATI et al. 2005).
Segundo Rebagliati et al. (2005), as características que são
diferentes no lobo harlequin, comparado aos demais, são as associações não-
específicas dos autossomos, disposição anômala dos cromossomos na placa
metafásica, segregação cromossômica e fusão celular, resultando como
consequência a produção de espermatozóides com número cromossômico
altamente variável, o qual pode afetar a fertilidade do indivíduo. Até a revisão de
Rebagliati et al. (2005), 22 espécies, pertencentes a 15 gêneros e três subfamílias
diferentes (Discocephalinae, Edessinae e Pentatominae) foram relatadas
possuírem este lobo.
Estes insetos apresentam outras particularidades durante a
meiose. No leptóteno-zigóteno o cromossomo X é positivamente heteropicnótico
e está localizado na periferia do núcleo. Após o diplóteno, as células aumentam de
tamanho e o núcleo torna-se semelhante ao estado interfásico, sendo este
denominado de “difuso”. No final da diacinese o cromossomo X torna-se
isopicnótico. Na metáfase I o cromossomo X localiza-se no centro do anel
formado pelos autossomos bivalentes. Na anáfase I os autossomos bivalentes
dividem-se reducionalmente enquanto o cromossomo X divide-se
equacionalmente. A segunda divisão segue-se diretamente após a telófase I, sem
os estágios restantes. Na metáfase II os autossomos dispõem-se no plano
equatorial formando uma configuração em anel, com o cromossomo X no centro.
Após a telófase II, as células filhas formadas, terão como destino o processo de
9
espermiação, pela diferenciação dos espermatócitos e elongação dessas células
(BRESSA et al., 2002).
Uma estrutura que vem sendo bastante estudada é o nucléolo.
Sabe-se que o tamanho e o número de nucléolos e dos corpos pré-nucleolares
dependem das características funcionais das células e podem refletir, então, em
diferenças metabólicas e funcionais (SOUZA et al., 2007a; TAVARES;
AZEREDO-OLIVEIRA, 1997). Segundo Bressa et al., (2003) a persistência do
nucléolo e dos corpos pré-nucleolares observados na meiose de Dysdercus
imitator (Pyrrhocoridae, Heteroptera), pode estar relacionado com a intensa
atividade sintética a fim de produzir RNA ribossômico (RNAr) requerido para a
espermatogênese. Entretanto, a possibilidade de que a alta taxa de transcrição de
RNAr possa estar relacionado a um outro fator desconhecido não pode ser
descartada (BRESSA et al., 2003).
O número e a localização das Regiões Organizadoras
Nucleolares (RONs) foram determinados em poucas espécies de Heteroptera por
diferentes técnicas e diferentes resultados foram relatados. Em todos eles uma
única RON foi observada, mas com diferentes localizações: na posição mediana
ou subterminal em diferentes pares de autossomos ou nos cromossomos sexuais
(CAMACHO et al., 1985; FOSSEY; LIEBENBERG, 1995; GONZALEZ-
GARCIA et al., 1996; PAPESCHI; BRESSA, 2002; PAPESCHI et al., 2003;
REBAGLIATI et al., 2003).
Nos Pentatomidae uma única RON foi detectada na região
telomérica de um par de autossomos em Edessa meditabunda (REBAGLIATI et
al., 2003), na posição mediana em um par de autossomos grande em Nezara
viridula (CAMACHO et al., 1985; PAPESCHI et al., 2003) ou na região
telomérica do cromossomo X de Graphosoma italicum (GONZALEZ-GARCIA et
al., 1996).
O estudo dos espermatozóides, também vem sendo objeto de
estudo de muitos pesquisadores. O primeiro sistema para classificação dos
espermatozóides, em algumas espécies de invertebrados, utilizou o complemento
cromossômico para distinguir os diferentes tipos (MEVES, 1903).
10
Espermatozóides com complemento cromossômico haplóide foram denominados
eupirenes, aqueles com os números cromossômicos superiores aos haplóides
foram chamados de hiperpirenes, os com complemento inferior ao haplóide foram
denominados de oligopirenes e os que não contêm cromatina de apirene.
Inicialmente era aceito que muitos destes espermatozóides com morfologia
alternativa, particularmente aqueles com divergência no conteúdo de cromatina,
não poderiam fertilizar e, portanto, eram chamados de atípicos. Healy e Jamieson
(1981), entre outros, sugeriram que os espermatozóides não fertilizantes fossem
chamados de paraespermatozóides e os fertilizantes de euespermatozóides.
As possíveis funções dos espermatozóides heteromórficos, em
insetos, foram primeiramente descritas por Sivinski (1980), enquanto Silberglied
et al. (1984) discutiram o possível papel dos espermatozóides apirenes em
algumas espécies de Lepidoptera. Swallow e Wilkinson (2002) elaboraram uma
hipótese com relação às possíveis funções dos espermatozóides heteromórficos e
as dividiram em quatro categorias diferentes: non-adaptative (não possui função),
provisioning (inicia a capacitação dos espermatozóides e fornece nutrientes para
as fêmeas, euespermatozóides e óvulo), facilitation (auxilia a migração dos
euespermatozóides nos testículos e nas fêmeas) e competition (remove/tira os
espermatozóides estocados e inutiliza-os).
Os testículos de todas as espécies de Pentatomidae consistem de
um número de subdivisões, compartimentos ou lobos. O número mais comum de
lobos é sete, embora haja variações entre as tribos e as espécies. As características
dos espermatozóides (tamanho e/ou ploidia) diferem entre os lobos (SWALLOW;
WILKINSON, 2002). Montgomery (1898 apud SCHRADER, 1960a) classificou
pela primeira vez os espermatozóides de Pentatomidae em três classes: grande,
médio e pequeno. Por exemplo, em Arvelius albopunctatus, o volume dos
espermatozóides da classe grande é aproximadamente oito vezes maior do que o
do pequeno (SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1950, 1951). Em todos os
casos descritos a produção de espermatozóides de tamanhos diferentes está
associada com um lobo particular do testículo. Dois lobos produzem o
espermatozóide com tamanho maior e estes lobos flanqueiam um lobo que produz
11
espermatozóides de tamanho menor. Os lobos remanescentes produzem os
gametas de tamanho médio. É importante ressaltar que estes espermatozóides de
classes diferentes resultam de meiose normal. Assim, o conteúdo de proteína e
RNA das diferentes classes de espermatozóides está positivamente relacionado ao
tamanho, enquanto o número cromossômico haplóide permanece constante.
Tamanho dos espermatócitos não está correlacionado com o tamanho do lobo. De
fato o lobo que produz o espermatozóide de tamanho menor é frequentemente o
maior e o lobo que produz o espermatozóide maior é o menor (SCHRADER,
1960a, b; SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1950, 1951; SOUZA et. al.,
2007b).
A polimegalia, descrita anteriormente, difere completamente de
um outro processo visto em um pequeno subgrupo de espécies da subfamília
Pentatominae, o qual resulta não somente em espermatozóides de diferentes
tamanhos, mas também de ploidias diferentes (BOWEN, 1922; SCHRADER,
1960a, b). Heteroploidia não é restrita para grupos monofiléticos, mas estão sendo
relatadas nas tribos Pentatomini, Halyini e Discocephalini. Resulta de um
processo irregular de meiose, em um dos lobos testiculares, originando
espermátides com um, o qual sempre é o cromossomo sexual, até 100
cromossomos, mais do que 10 vezes o número haplóide esperado, por exemplo,
para o nero Loxa (BOWEN, 1922; SCHRADER, 1945a, b). Este lobo foi
denominado de harlequin e, geralmente, corresponde ao maior lobo, que em
alguns casos, levam a formação de testículos torcidos ou enrolados e produz o
espermatozóide de morfologia menor na maioria das espécies na subfamília.
Schrader (1960b) observou que as condições fisiológicas e químicas dos
harlequins diferem dos demais lobos.
Com relação a esta variação extraordinária no número
cromossômico, sugestões que isto deva estar relacionado com a formação de
espermatozóides de diferentes tamanhos dependendo do conteúdo de
cromossomos. O tamanho dos espermatozóides é proporcionalmente relacionado
à quantidade de cromossomos. Mesmo que o desenvolvimento dos
espermatozóides prossiga independentemente do mero de cromossomos,
12
evidências indicam que somente estes espermatozóides contendo pelo menos um
complemento completo de cromossomos sempre alcancem o ducto ejaculatório
(SCHRADER, 1960a, b). Assim, o espermatozóide menor, com quantidade de
cromossomos inferior ao número haplóide nunca deixa o aparelho reprodutor do
macho.
Schrader (1945a; 1960a, b) surpreendeu-se ao verificar que as
forças da evolução persistiram com os lobos harlequins, uma estrutura que produz
espermatozóides heteropoliplóides não usados na fertilização. Ele sugeriu que os
espermatozóides devam fornecer nutrientes adicionais, especialmente
nucleoproteínas para o desenvolvimento dos ovos. Como os espermatozóides
harlequins são provavelmente não férteis, o argumento de ocorrência de
poliespermia é duvidoso. Nem a ocorrência regular de poliespermia, em geral,
nem a entrada de espermatozóides harlequins nos ovos, em particular, foram
investigados em Pentatominae (SWALLOW; WILKINSON, 2002). Embora não
observados por Schrader, espermatozóides heteropoliplóides poderiam também ter
outros papéis nutritivos, isto é, para as fêmeas ou para os espermatozóides
fertilizantes (SWALLOW; WILKINSON, 2002).
Na revisão de Schrader (1960b) sobre a ocorrência de
heteroploidia em Pentatomidae foi relatada uma aparente associação com habitats
tropicais e subtropicais para mais de 20 espécies que tinha a característica.
Nenhuma associação entre o lobo harlequin e a condição ecológica foi descrita.
Pesquisas com Nezara viridula provém alguns suportes para o
papel nutritivo dos espermatozóides harlequin de tamanhos maiores. McLain
(1998) observou que os machos que não copulavam tinham os lobos harlequins
menores do que os que copulavam. O porquê das meas sempre escolherem os
machos com melhores sucessos reprodutivos, foi medido pelo número de ovos
fertilizados durante a vida das fêmeas. McLain (1990, 1998) inferiu que fêmeas
receberam benefícios não-genéticos de preferência masculina. McLain (1998)
sugeriu que os benefícios não-genéticos poderiam resultar de espermatozóides
gigantes e multinucleados, se espermatozóides não fertilizantes fornecer nutrientes
para os ovos ou fêmeas. Para este argumento ser sustentado, a largura dos lobos
13
harlequin deveria ser correlacionada com o tamanho ou número de
espermatozóides produzidos e no caso de benefícios nutricionais diretos para o
ovo, poliespermia deveria ocorrer com alguma frequência.
Souza et al. (2007b) analisaram citogeneticamente testículos de
machos adultos de Antiteuchus tripterus e observaram divisões meióticas atípicas
no lobo 5 (harlequin). Outra característica observada foi a presença de um lobo
interno ao lobo harlequin. Souza et al. (2007b) sugere que pressões evolutivas
podem estar atuando para a manutenção desses lobos com espermatozóides
especializados.
Outra estrutura que vem sendo bastante estudada é o acrossomo.
Ele pode ter um importante papel durante o processo de fertilização, talvez agindo
como um ativador ou contendo enzimas que proporcionará o primeiro passo para
o início desenvolvimento do ovo (BOWEN, 1924). Os acrossomos de muitas
espécies animais foram analisados, verificando-se a variação na sua forma e
posição (SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1951).
Schrader e Leuchtenberger (1951) verificaram que a síntese de
material do acrossomo ocorre independentemente da síntese de outras estruturas
celulares. As alterações fisiológicas no terceiro e quinto lobos testiculares de
Arvelius albopunctatus provocaram um grande aumento do nucleoplasma, do
citoplasma e do nucléolo, induzindo, até mesmo, um crescimento do acrossomo.
O resultado foi um acrossomo enorme que possivelmente afeta a eficiência do
espermatozóide na sua fertilização. Assim, os pesquisadores sugeriram que
alterações muito leves no ambiente fisiológico podem afetar a formação do
acrossomo e consequentemente pode provocar algum grau de esterilidade.
Estes estudos mostram também, que essas espécies que possuem
os diferentes tipos de espermatozóides nos diferentes lobos, ou seja, indivíduos
com esterilidade localizada parece não apresentar grande influência na vida desses
machos. Eles são tão vigorosos e ativos quanto os machos de outras espécies com
formação de um único tipo de espermatozóide e o fato de muitas espécies terem
sobrevivido indica que uma adaptação para esta peculiar característica reprodutiva
foi atingida (SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1951).
II. OBJETIVOS
15
II. OBJETIVOS
Dada a importância citogenética e econômica (pragas de grãos)
dos Heteroptera da família Pentatomidae, o nosso objetivo foi o de:
a) Analisar detalhadamente o comportamento meiótico, das seguintes espécies
de Pentatomidae: Antiteuchus tripterus, Euschistus heros, Mormidea
quinqueluteum, Oebalus poecilus, Oebalus ypsilongriseus, Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor, em cada um dos lobos testiculares
separadamente;
b) Analisar o comportamento nucleolar, nos diferentes lobos, durante a
espermatogênese;
c) Analisar a morfologia do acrossomo em cada lobo separadamente.
III. ARTIGOS
ARTIGO 1
18
Estudo da meiose e da espermiogênese nos lobos testiculares de Antiteuchus
tripterus (Heteroptera: Pentatomidae)
SOUZA, H. V.; BICUDO, H. E. M. C; COSTA, L. A. A.; ITOYAMA, M. M. A
study of meiosis and spermiogenesis in the testicular lobes of Antiteuchus
tripterus (Heteroptera: Pentatomidae). European Journal of Entomology, v.
104, p. 353-362, 2007.
Resumo: As análises permitiram concluir que A. tripterus (Pentatomidae) possui
testículo formado de seis lobos, incluindo um lobo composto, isto é, um lobo
contendo outro em seu interior. O estudo da meiose e da estrutura dos
espermatozóides nos diferentes lobos revelou uma meiose convencional nos lobos
um a três. No lobo quatro, contudo, os espermatócitos na prófase I exibem
morfologia característica ao chamado estágio difuso e são maiores que aqueles
encontrados nos lobos 1-3 e também para as outras fases da meiose. Isso resulta
em espermátides não somente grandes, mas com suas cabeças morfologicamente
diferentes. Lobo 5 apresentou características conhecidas de outras espécies de
Heteroptera, como distribuição anormal de cromatina para as células filhas, da
qual origina células de diferentes tamanhos. Este lobo forma espermatozóides de
diferentes tamanhos. Lobo 6, contido dentro do lobo 5, difere deste por apresentar
células grandes semelhantes as do estágio difuso e com espermátides de cauda
com divisões transversais, a qual não foi encontrada nos outros lobos e ainda não
reportada na literatura.
ARTIGO 2
30
Padrão de coloração pelo nitrato de prata durante a meiose e espermiogênese
nos lobos testiculares de Antiteuchus tripterus (Heteroptera: Pentatomidae)
SOUZA, H. V.; CASTANHOLE, M. M. U.; BICUDO, H. E. M. C.; ITOYAMA,
M. M. Pattern of silver nitrate-staining during meiosis in testicular lobes of
Antiteuchus tripterus (Heteroptera: Pentatomidae). Genetics and Molecular
Research, v. 7, n. 1, p. 196-206, 2008.
Resumo: As análises permitiram verificar que os lobos testiculares de A. tripterus
diferiram quanto à atividade nucleolar. De modo geral, essas diferenças,
detectadas pelo uso da técnica de impregnação pelos íons prata, relacionaram-se
ao número, tamanho, intensidade de coloração e posição dos corpúsculos ou
material nucleolar, bem como as suas alterações no decorrer da espermatogênese.
Os lobos 1 a 3 caracterizaram-se por apresentar resultados semelhantes quanto a
esses aspectos. Os lobos 4 a 6, porém, diferiram entre si e em relação aos lobos 1
a 3. Os lobos 1 a 3, cuja meiose, previamente descrita, segue os padrões
considerados normais, sugeriram que essa espécie apresenta um par de
cromossomos portador da região organizadora nucleolar, como já havia sido
observado para outras espécies de Pentatomidae. Em geral, a quantidade de
material nucleolar observado nas células dos lobos 1 a 3 é menor do que nos
demais lobos. As diferenças entre os lobos ocorrem ao longo de todo o processo
de espermatogênese, sendo observadas, inclusive, na morfologia do material
impregnado pela prata presente na cabeça das espermátides. Dado que a função
fundamental do nucléolo é seu envolvimento na síntese protéica, as variações
interlobulares devem estar relacionadas às funções atribuídas aos diferentes lobos:
reprodução normal para os lobos 1 a 3 e função basicamente nutricional para os
lobos 4 a 6. Tanto quanto saibamos, este é o primeiro estudo da atividade
nucleolar ao longo da espermatogênese e individualmente para cada lobo
testicular.
ARTIGO 3
43
Padrões morfológicos da cromatina heteropicnótica e do material nucleolar
na meiose e espermiogênese de alguns Pentatomidae (Heteroptera)
SOUZA, H. V.; CASTANHOLE, M. M. C.; BICUDO, H. E. M. C.; COSTA, L.
A. A.; ITOYAMA, M. M. Morphological patterns of the heteropycnotic and
nucleolar material in meiosis and spermiogenesis of Mormidea v-luteum, Oebalus
poecilus e Oebalus ypsilongriseus (Heteroptera: Pentatomidae). Genetics and
Molecular Biology, v. 31, n. 3, p.686-691, 2008.
Resumo: Os insetos da família Pentatomidae, que incluem várias pragas da
agricultura, vêm sendo analisados quanto a diferentes aspectos da meiose e
espermiogênese. No presente estudo, o enfoque foi dirigido para os padrões
morfológicos da cromatina heteropicnótica e do material nucleolar de espécies de
dois gêneros. Os resultados mostraram que os testículos das três espécies
analisadas é multilobado, sendo constituído por três em Mormidea v-luteum e
quatro nas duas espécies do gênero Oebalus. A análise citogenética realizada
nesses lobos permitiu caracterizar o cariótipo de todas como constituído por 2n=
14 cromossomos (12A + XY). Outras características como ausência de lobo
testicular harlequin, meiose quiasmática, migração tardia dos cromossomos
sexuais e semi-persistência nucleolar foram comuns às três espécies. Elas também
partilharam várias das observações quanto aos padrões da cromatina
heteropicnótica e do material nucleolar, mas se diferenciaram por outras, entre as
quais destacamos a distribuição do material heteropicnótico nas espermátides e a
morfologia e distribuição do material nucleolar, no zigóteno. As diferenças
ocorreram sempre entre as espécies do gênero Oebalus de um lado e a espécie
Mormidea v-luteum do outro, sugerindo tratar-se de diferenças selecionadas no
processo evolutivo que originou os dois gêneros.
ARTIGO 4
51
Aspectos evolutivos da espermatogênese de Euschistus heros, Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor (Heteroptera: Pentatomidae) na formação
do lobo harlequin
Hederson Vinicius de Souza, Hermione Elly Melara de Campos Bicudo, Luiz
Antônio Alves Costa*, Mary Massumi Itoyama.
UNESP - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética de
Insetos, Rua Cristóvão Colombo, 2265, Jardim Nazareth, CEP: 15054-000, São
José do Rio Preto, SP, *Museu Nacional, Departamento de Entomologia, Rio de
Janeiro, Brasil.
Resumo: A presença de testículos formados por compartimentos denominados de
lobos é uma característica da família Pentatomidae. Em algumas espécies um dos
lobos é o harlequin, o qual se diferencia dos demais por ser maior e por apresentar
células espermatogoniais com diferenças na divisão celular, resultando na
produção de espermatozóides com função não fecundante. Com objetivo de
avaliar a presença do lobo harlequin nas espécies Euschistus heros, Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor os lobos testiculares foram analisados
individualmente. Euschistus heros apresentou testículos envoltos por membrana
avermelhada constituído por 6 lobos testiculares sendo o 5 mais delgado. Os lobos
4 e 6 apresentaram células de tamanho aumentado e com mais regiões
impregnadas pelos íons prata, padrão semelhante aos encontrados em
Pentatomidae com lobo harlequin. Platycarenus umbractulatus, exibiu 7 lobos
testiculares e apesar de não apresentar lobo harlequin, mostrou características
diferenciadas nas espermátides do lobo 5, sugerindo pré-adaptação para formação
de espermatozóides diferenciados neste lobo. Também foi observada associação
do nucléolo com os cromossomos sexuais. Thyanta perditor apresentou 3 lobos
testiculares e não apresentou diferenças entre os lobos. Desse modo, a análise,
dessas espécies, forneceu dados importantes para auxiliar na elucidação do
cenário evolutivo concernente a formação do lobo harlequin.
52
INTRODUÇÃO
Os testículos dos Heteroptera são divididos, por um tecido
conectivo, em algumas subunidades denominadas de “lobos”. O número mais
comum de lobos é sete, embora haja variações entre tribos e espécies. A meiose,
na maioria dos Heteroptera, segue o mesmo padrão em todos os lobos, contudo
meiose atípica pode ocorrer em algumas espécies da família Pentatomidae em um
dos lobos testiculares, denominado de lobo harlequin (NICKLAS, 1961;
REBAGLIATI et al., 2005).
Segundo Rebagliati et al. (2005), as características que são
alteradas no lobo harlequin é a associação não-específica dos autossomos,
disposição anômala dos cromossomos na placa metafásica, segregação
cromossômica e fissão celular, trazendo como consequência a produção de
espermatozóides com um número cromossômico altamente variável, o qual pode
afetar a fertilidade do indivíduo. Este lobo, geralmente, corresponde ao maior de
todos e como consequência, às vezes, produzem testículos torcidos ou enrolados
(NICKLAS, 1961; REBAGLIATI et al., 2005).
Até o momento um total de 23 espécies pertencentes a 15
gêneros da família Pentatomidae foi relatado possuir o lobo harlequin
(REBAGLIATI et al., 2005; SOUZA et al., 2007). Souza et al. (2007) observaram
em Antiteuchus tripterus (Heteroptera, Pentatomidae) a presença de 6 lobos
testiculares, sendo o sexto interno ao quinto (harlequin), o qual possui células e
espermatozóides diferenciados e com possível função de nutrição dos
espermatozóides do lobo harlequin.
Os Heteroptera, além de possuírem algumas espécies contendo o
lobo harlequin, possuem cromossomos holocêntricos (sem centrômero
localizado), não possuem estrutura cinetocórica (BUCK, 1967; COMINGS,
OKADA, 1972; MOTZKO, RUTHMAN, 1984; RUFAS, GIMÉNEZ-MARTÍN,
1986; WOLF, 1996), atividade cinética é restrita aos finais dos cromossomos, ou
seja, nas regiões teloméricas (cromossomos são denominados telocinéticos,
GONZALEZ-GARCIA et al., 1996; HUGHES-SCHRADER, SCHRADER, 1961;
53
MOTZKO, RUTHMANN, 1984; SCHRADER, 1935, 1940), terminalização dos
quiasmas é presumido ocorrer (JOHN; KING, 1985), embora haja trabalhos que
discutam este assunto (JONES, 1987; SOLARI; AGOPIAN, 1987) e a primeira
divisão meiótica é reducional para os autossomos e equacional para os sexuais.
Relatos citogenéticos de espécies da família Pentatomidae
mostraram que o número diplóide de cromossomos, em machos, varia de 6 a 27,
sendo o mais frequente o de 14 (85%) (REBAGLIATI et al., 2005) e sistema
cromossômico do sexo XX/XY (fêmea/macho), exceto em 3 espécies
(Macropygium retuculare, X1X2Y; Rhytidolomia senilis, neo-XY; Thyanta
calceata, X1X2Y) e não apresentam m-cromossomos (REBAGLIATI et al., 2001,
2005).
Uma estrutura que vem sendo bastante estudada nas espécies de
Pentatomidae é o nucléolo. O tamanho dessa estrutura está relacionado com a
atividade biosintética da lula; portanto, o tamanho e o número de nucléolos e
corpos pré-nucleolares dependem das características funcionais das células e
podem refletir, então, em diferenças metabólicas e funcionais (SOUZA et al.,
2008a; TAVARES; AZEREDO-OLIVEIRA, 1997).
Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar em
Euschistus heros, Platycarenus umbractulatus e Thyanta perditor a
espermatogênese e o comportamento das células testiculares após a impregnação
por íons prata, em cada lobo separadamente e comparar os dados obtidos com
aqueles de espécies relacionadas já descritas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Quinze machos adultos de E. heros (Heteroptera, Pentatomidae,
Pentatominae, Carpocorini), P. umbractulatus (Heteroptera, Pentatomidae,
Discocephalinae, Discocephalini) e T. perditor (Heteroptera, Pentatomidae,
Pentatominae, Pentatomini) foram coletados, respectivamente, em pés de pata-de-
vaca (Bauhinia punctata), plantas de soja (Glycine max) e em pés de quiabo
(Hibiscus esculentus), na cidade de São José do Rio Preto (20º47’32” S,
54
49º21’37” W), SP, Brasil. Os insetos fixados em metanol:ácido acético (3:1),
tiveram os seus lobos testiculares separados e submetidos à técnica de
esmagamento (coloração com orceína lacto-acética). Para estudo do
comportamento nucleolar durante a espermatogênese, as lâminas foram
submetidas à técnica de impregnação pelos íons prata. Para a espécie E. heros
foram realizadas medidas do diâmetro em 100 células no estágio difuso e em 100
espermátides, de cada lobo, utilizando o programa UTHSCSA Image Tool v.3.00
e o programa Minitab versão 15.1 para o teste estatístico ANOVA (Tukey´s
comparasion com 95% de intervalo de confiança) para comparar as medidas das
células entre os lobos testiculares. As melhores células foram capturadas no
microscópio Zeiss, utilizando o programa de análise de imagens AXIO VISION.
RESULTADOS
Os testículos de E. heros são formados de 6 lobos alongados e
envoltos por membrana, sendo o quinto mais delgado. Essa membrana na região
proximal do ducto ejaculatório é avermelhada e na distal é transparente (Figura
1a,b). Platycarenus umbractulatus apresenta testículos envoltos por membrana
avermelhada e formados por sete lobos testiculares alongados, todos apresentando
tamanhos semelhantes entre si (Figura 1c,d). Thyanta perditor possui testículos
envoltos por membrana amarelada na região próxima ao ducto ejaculatório (região
proximal) e transparente na região distal, sendo constituídos por 3 lobos
testiculares alongados, sendo o lobo 2 mais espesso (Figura 2).
Análise da espermatogênese
Euschistus heros
Durante a espermatogênese, o comportamento das células de E.
heros, foi semelhante nos lobos 1, 2, 3 e 5 e entre o 4 e 6. Observou-se que nos
lobos 1, 2, 3 e 5 as células em prófase I apresentam um corpúsculo
heteropicnótico arredondado e bem definido localizado na periferia do núcleo
55
(Figura 3a-c) que provavelmente são os cromossomos sexuais, XY, sendo o maior
o X. Visualiza-se, ainda, a presença de quiasmas nos autossomos (Figura 3c). Na
metáfase I os cromossomos podem ser visualizados na forma radial (visão polar)
ou linear (visão lateral), sendo constituídos de 2n= 14 (12A + XY) cromossomos
(Figura 3d,e). Durante a anáfase e telófase observa-se comportamento regular de
segregação dos cromossomos (Figura 3f,g). No início da espermiogênese, as
espermátides são arredondadas e possuem material heteropicnótico, também,
arredondados no centro e, em forma de meia lua, próximo ao envoltório nuclear
(Figura 3h). Durante o alongamento observa-se somente a região heteropicnótica
próxima ao envoltório (Figura 3i,j). No final do processo a cromatina distribui-se
uniformemente na região anterior da cabeça, visualizando-se no final da região
posterior, uma pequena quantidade de material heteropicnótico (Figura 3k).
O comportamento meiótico das células durante a
espermatogênese dos lobos 4 e 6 foi semelhante, portanto, estão sendo
apresentados em conjunto. As prófases I (Figura 4a,b) apresentam um único
corpúsculo heteropicnótico, semelhante à dos lobos 1, 2, 3 e 5, mas as células são
maiores do que as mencionadas anteriormente. Todas as demais fases da meiose
apresentam o mesmo comportamento dos outros lobos, com a única diferença de
que são maiores (Figura 4c,d). Durante a espermiogênese a única diferença
observada, em relação aos demais lobos, é o tamanho aumentado das
espermátides na fase final do processo (Figura 4e-i).
Com relação ao tamanho das células, o teste ANOVA,
evidenciou que as células no estágio de prófase dos lobos 1, 2 e 3 são iguais
(p<0,0001), mas um pouco menores que as do lobo 5. As células dos lobos 4 e 6
são iguais (p<0,0001), entretanto são duas vezes maiores que as dos lobos 1, 2, 3 e
5. As medidas das espermátides arredondadas demonstraram que elas seguem o
mesmo padrão das células em prófase, mas não havendo diferenças entre os lobos
1, 2, 3, e 5 (p<0,0001) (Tabela 1).
56
Platycarenus umbractulatus
A análise da espermatogênese foi realizada individualmente nos
sete lobos. Pelo fato deles apresentarem características semelhantes, os dados
foram agrupados.
A prófase I apresentou um corpúsculo heteropicnótico evidente
e arredondado localizado na periferia do cleo (Figura 5a). Na metáfase I, visão
polar, os cromossomos sexuais ficam no centro do anel formado pelos autossomos
e verifica-se a presença de 14 cromossomos (2n= 12A + XY) (Figura 5b). A
anáfase e a telófase são regulares, isto é, sem migração tardia de cromossomos
(Figura 5c-e). No início do processo de espermiogênese os espermatócitos
apresentam uma vesícula grande ao lado do núcleo (Figura 5f) e são constituídos
de várias regiões heteropicnóticas e que, posteriormente, adquire a forma de C
(Figura 5g,h). Durante o alongamento esse material heteropicnótico é encontrado
somente em um dos lados do núcleo (Figura 5i-l).
Apesar do processo de espermatogênese ter sido semelhante
entre os sete lobos, algumas diferenças foram observadas. Nos lobos 4 e 6 os
cromossomos foram encontrados agrupados 2 a 2 em algumas células da metáfase
I (Figura 6a,b). No lobo 5 as espermátides arredondadas e em início de
alongamento apresentaram diferentes padrões de concentração de material
heteropicnótico (Figura 6c-h), no lobo 6 o material heteropicnótico foi encontrado
no centro da espermátide (Figura 6i) e no lobo 4 e 6 observou-se a presença de
vesículas nas espermátides em alongamento (Figura 6j,k).
Thyanta perditor
O comportamento das células durante toda a espermatogênese
de Thyanta perditor foi semelhante entre os três lobos testiculares. Entre as
células testiculares após coloração com orceína lacto-acética, existem células com
dos núcleos poliplóides que apresentam uma massa heteropicnótica arredondada e
evidente deslocada para a periferia do cleo (Figura 7a,b). As células em prófase
I apresentam uma ou duas regiões heteropicnóticas bastante evidentes, que
persistem até o final desta fase (Figura 7c-h). No diplóteno observa-se a
57
associação cromatínica entre os cromossomos homólogos através da região
telomérica. Durante a metáfase I verifica-se que o complemento cromossômico é
de 2n= 14 cromossomos (12A + XY), na qual os cromossomos sexuais situam-se
ao centro de um anel formado pelos autossomos (7j visão polar). Na Figura 7i
observa-se uma metáfase I em visão lateral. Na Figura 7k-n observa-se anáfases
com migração tardia de um dos cromossomos, provavelmente o cromossomo X
(Figura 7n). Durante a espermiogênese, os espermatócitos apresentam vários
corpúsculos heteropicnóticos (Figura 7o), os quais se juntam para, nas
espermátides arredondadas, formar um corpúsculo heteropicnótico no centro
(Figura 7p). No início do alongamento das espermátides, o material
heteropicnótico está na periferia do núcleo em forma de C e no centro (Figura
7q,r), sendo arredondado e, posteriormente, torna-se alongado permanecendo
apenas na periferia do núcleo (Figura 7s-x).
Impregnação pelos íons prata durante a espermatogênese
Euschistus heros
O comportamento celular após impregnação por íons prata
durante a espermatogênese foi semelhante entre os lobos testiculares 1, 2, 3 e 5 e
entre os 4 e 6, semelhantemente aos resultados encontrados com relação ao
comportamento das células coradas com orceína lacto-acética durante a
espermatogênese.
O comportamento após a impregnação durante a
espermatogênese dos lobos 1 a 3 e 5 evidenciou a presença de dois corpúsculos
impregnados pelos íons prata de tamanhos diferentes no início da prófase I
(Figura 8a), que se desorganiza (Figura 8b,c), ficando o material dispersos ao
longo dos cromossomos (Figura 8d) e no interior das células até o final da telófase
nos lobos 1 a 3 (Figura 8j). No lobo 5 o material desorganiza-se por completo não
sendo mais observado no final da prófase I e metáfase I (Figura 8e-i). As
espermátides apresentam em torno de 4 corpúsculos impregnados de morfologia
variável (Figura 8k-m). Durante o processo de alongamento as espermátides dos
58
lobos 1 a 3 apresentam três marcações, uma na região mediana da cabeça e as
outras duas na região posterior próxima ao início da cauda (Figura 8n-p). As
espermátides médias do lobo 5 apresentam duas marcações, uma na região
mediana da cabeça e a outra na região posterior (Figura 8q). Em um estágio mais
avançado observa-se marcação apenas na região posterior da cabeça (Figura 8r,s).
Pode-se observar espermátides alongadas com forte impregnação ao longo de seu
comprimento nos lobos 1 a 3 (Figura 8t) e no lobo 5, também, com forte
marcação, mas com vários grânulos ao longo do comprimento (Figura 8u).
Os lobos 4 e 6 apresentaram dois corpúsculos impregnados
pelos íons prata de tamanhos diferentes e vários menores no início da prófase I
(Figura 9a), que se desorganizam (Figura 9b) e são observados distribuídos por
todo citoplasma até o final da telófase (Figura 9c-e). As espermátides
arredondadas apresentaram em torno de seis corpúsculos de morfologia variável
(Figura 9f,g). Foram visualizados espermátides com várias marcações pequenas e
um filamento ao longo de toda a cabeça e uma marcação pequena e alongada na
região posterior da cabeça (Figura 9h). Foram observadas, ainda, espermátides
com um filamento bastante impregnado atravessando toda a cabeça (Figura 9i) ou
material impregnado por quase toda a cabeça (Figura 9j) ou em torno de 50% ao
longo da cabeça (Figura 9k) ou apresentando um filamento e vários corpúsculos
arredondados ao longo da cabeça (Figura 9l).
Platycarenus umbractulatus
Pelo fato do comportamento após impregnação pelos íons prata,
durante a espermatogênese, ter sido semelhante nos sete lobos, os dados, também
foram agrupados. Durante a prófase I observou-se de dois a quatro corpúsculos
impregnados pelos íons prata sendo sempre um mais impregnado (Figura 10a-c).
Esses corpúsculos desorganizam-se durante o diplóteno/diacinese (Figura 10d),
observando resíduo de material impregnado nos cromossomos e no citoplasma.
Na metáfase I regiões cromossômicas marcadas, corpúsculos menores e
material impregnado no citoplasma (Figura 10e). Na anáfase marcações nos
dois grupos de cromossomos (Figura 10f). Na telófase observa-se reorganização
59
do material impregnado pelos íons prata nas duas células em formação ou em uma
única (Figura 10g,h). As espermátides arredondadas apresentam de uma a várias
marcações (Figura 10i-k) e que durante o alongamento é encontrada na região
posterior da cabeça (Figura 10l-o).
Apesar de quase todas as fases da espermatogênese terem sido
semelhantes nos diferentes lobos após impregnação pela prata, algumas diferenças
foram encontradas nos lobos 4, 5 e 6 durante a espermiogênese. As espermátides
arredondadas do lobo 5 apresentam uma única marcação arredondada em uma das
extremidades da cabeça, ou em torno de cinco marcações distribuídas pela
espermátide ou localizadas em uma única região (Figura 11a-c). Outras
espermátides em início de alongamento não apresentaram marcações (Figura
11d), ou apresentaram várias marcações de diferentes tamanhos distribuídas ao
longo da cabeça (Figura 11e-g), ou uma única marcação em apenas um lado da
cabeça, ou nos dois lados da cabeça ou distribuída por toda extensão da cabeça
(Figura 11h-k).
As espermátides em início de alongamento do lobo 6
apresentaram um filamento impregnado ao longo da extensão da cabeça e várias
impregnações distribuídas uniformemente ao longo da cabeça (Figura 11l). As
espermátides alongadas dos lobos 4 e 6 apresentaram as cabeças com
impregnação uniforme ou várias impregnações de tamanho pequeno ou grande
(Figura 11m-o).
Thyanta perditor
O comportamento da impregnação pelos íons prata em Thyanta
perditor foi semelhante entre os três lobos testiculares. Os núcleos das células
poliplóides apresentam uma ou duas massas amórficas impregnadas pelos íons
prata e outras bem menores (Figura 12a,b). Nas células em prófase I visualiza-se
um ou dois corpúsculos (Figura 12c-g), os quais se desorganizam completamente
até o final da prófase I, na qual se verifica uma marcação telomérica em um dos
autossomos (Figura 12g). Na metáfase I os cromossomos apresentam intensidade
de marcações diferentes (Figura 12h,i). Essas marcações nos cromossomos são
60
observadas da anáfase até a telófase (Figura 13j-m). Os espermatócitos
apresentam uma ou duas marcações (Figura 12n) que se fragmentam. As
espermátides arredondadas apresentam várias marcações (Figura 12o,p), as quais
migram para região anterior e posterior da espermátide durante o alongamento
(Figura 12q-t). Em uma fase mais adiantada de alongamento (Figura 13u) a
espermátide fica marcada continuamente.
DISCUSSÃO
Os testículos dos Heteroptera são formados por números
variáveis de lobos e recobertos por membrana de diferentes colorações.
Antiteuchus tripterus (Pentatomidae, Discocephalinae, Discocephalini) possui
testículo recoberto por membrana avermelhada e constituído de seis lobos
testiculares alongados, sendo o sexto interno ao quinto (SOUZA et al., 2007).
Mormidea quinqueluteum, Oebalus poecilus e O. ypsilongriseus (Pentatomidae,
Pentatominae, Carpocorini), analisados por Souza et al. (2008b) possuem,
também, membrana avermelhada recobrindo o testículo, mas o número de lobos
encontrado foi de três, quatro e quatro respectivamente. As espécies analisadas no
presente trabalho apresentaram três, seis e sete lobos alongados, respectivamente
para Thyanta perditor (Pentatomidae, Pentatominae, Pentatomini), Euschistus
heros (Pentatomidae, Pentatominae, Carpocorini) e Platycarenus umbractulatus
(Pentatomidae, Discocephalinae, Discocephalini) e os testículos são recobertos
por membrana amarelada ou avermelhada. Portanto, a partir dos resultados
descritos na literatura não condição de se chegar à conclusão se relação
entre o número de lobos e, por exemplo, a tribo a qual elas pertencem, assim
como, com relação a cor da membrana que envolve os testículos.
Na tabela 2 está contido o levantamento bibliográfico referente
as espécies cujos autores forneceram as seguintes informações: número de lobos,
meiose atípica e polimegalia. Foram descritas 51 espécies pertencentes as
subfamílias Asopinae, Acanthosomatinae, Discocephalinae, Edessinae e
Pentatominae com essas informações. As espécies das subfamílias Asopinae e
61
Acanthosomatinae apresentaram seis ou sete lobos e meiose normal, as espécies
das demais subfamílias apresentaram de três a oito lobos testiculares e algumas
espécies com meiose atípica. Verifica-se, portanto, através dessa tabela, uma
distribuição homogênea dos números dos lobos testiculares entre as espécies de
uma mesma subfamília e aparentemente não há correlação entre o mero de
lobos com as subfamílias, necessitando, portanto de uma análise mais detalhada
com relação a este aspecto.
Algumas espécies da família Pentatomidae além de
apresentarem números variáveis de lobos testiculares podem ou não apresentar um
lobo diferenciado denominado de lobo harlequin. Dos quinze gêneros estudados
com a presença do lobo harlequin em Pentatomidae, 11 pertencem a subfamília
Discocephalinae, somente Platycarenus notulatus (Pentatomidae,
Discocephalinae, Discocephalini) não o possui. Por outro lado, somente três
espécies do gênero Loxa (Amyot e Serville, 1843), uma do gênero Mayrinia
(Horvath, 1925) e uma do gênero Adevoplitus (Grazia e Becker, 1997)
(Pseudevoplitus Ruckes, 1958) dentro de Pentatomini, uma das mais amplas tribos
dentro de Pentatominae estudada, e Brachystethus rubromaculatus (Dallas, 1851)
dentro de Edessinae apresentam meiose atípica (REBAGLIATI et al., 2005).
Segundo Schuh e Slater (1995) a família Pentatomidae é
subdividida oito subfamílias: Asopinae, Cyrtocorinae, Discocephalinae,
Edessinae, Pentatominae, Phyllocephalinae, Podopinae e Serbaninae, portanto
somente três subfamílias (Discocephalinae, Edessinae e Pentatominae) possuem o
lobo harlequin.
Segundo Schrader e Schrader (1946a,b) e Schrader (1945a,b) o
lobo harlequin não possui ocorrência acidental ou esporádica dentro das espécies
possuidoras. Eles são encontrados em todos os testículos e em todos os machos de
uma dada espécie e é sempre o mesmo lobo. Em Discocephalinae, por exemplo,
geralmente é o lobo 5, contado a partir do ducto ejaculatório, o harlequin. Isto
pode ser confirmado a partir do levantamento bibliográfico realizado na Tabela 2.
relatos, na literatura, de que algumas espécies que não
possuem o lobo harlequin, possuem polimegalia e que, geralmente, estão
62
relacionados aos lobos 4 e 6 (SCHRADER, LEUCHTENBERGER, 1950, 1951;
SCHRADER, 1960a, b). A espécie Antiteuchus tripterus (Heteroptera,
Pentatomidae, Discocephalinae) analisada por Souza et al. (2007) também
apresenta seis lobos testiculares, sendo o 5 o harlequin. Esse é o maior que os
demais, enquanto que o lobo 4 é o mais delgado e o lobo 6 é interno ao 5, ambos
lobos (4 e 6), nesta espécie, apresentam formação de células polimégalas.
A espécie Euschistus heros (Heteroptera, Pentatomidae,
Pentatominae) analisada no presente trabalho, possui seis lobos testiculares e
apesar de não possuir o lobo harlequin propriamente dito, as células da prófase
meiótica dos lobos 4 e 6 são maiores do que as dos demais lobos. Portanto, esses
resultados são concordantes com os descritos na literatura com relação a esses
lobos nas espécies possuidoras do lobo harlequin. Euschistus heros, por não
apresentar o lobo harlequin, propriamente dito, possui características evolutivas
intermediárias e seu estudo é importante para auxiliar na compreensão da
evolução de espermatozóides não fecundantes em espécies de Heteroptera. Outra
conclusão que se pode chegar, até o momento, é que os lobos 1 a 3 de todas as
espécies analisadas possuem espermatozóides normais e fecundantes, pois são
provenientes de processos de espermatogênese normal.
A outra espécie analisada no presente trabalho, Platycarenus
umbractulatus possui sete lobos testiculares e, também, não possui o lobo
harlequin, mas as células espermatogênicas dos lobos 4 e 6 apresentam diferenças
na concentração de cromatina e material impregnado pela prata, indicando, mais
uma vez, que estes são lobos relacionados com a polimegalia.
A exceção dentro da subfamília Discocephalinae a não
apresentar lobo harlequin é Platycarenus notalus (REBAGLIATI et al., 2005). No
presente estudo, a espécie P. umbractulatus, também não apresenta lobo
harlequin, contudo apresenta características diferenciadas na formação das
espermátides no lobo 5 com diferentes concentrações de heterocromatina e
marcações pelos íons prata sugerindo pré-adaptação para formação de
espermatozóides diferenciados neste lobo. Essas diferenças, observadas em
Euschistus heros e P. umbractulatus e inéditas na literatura, podem evidenciar
63
uma evolução independente para formação de espermatozóides não fecundantes
ou serem um passo intermediário na formação do lobo harlequin, mas que
necessitam de outras avaliações, assim como, da análise de outras espécies da
mesma subfamília.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais à Profa. Dra Sonia Maria Oliani do
Departamento de Biologia do IBILCE/UNESP pela oportunidade de captura das
imagens celulares. À FUNDUNESP e à FAPESP pelo apoio financeiro.
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70
Tabela 1. Média dos valores medidos do diâmetro da células em
estágio difuso e seus respectivos núcleos e das espermátides
arredondadas de Euschistus heros, escolhidas aleatoriamente. As
barras laterais indicam igualdade entre os valores.
Valores (µm)
Lobos Células Núcleo Espermátides
1 23,60 ± 0,20 16,68 ± 0,15 8,32 ± 0,06
2 23,51 ± 0,22 17,45 ± 0,15 8,72 ± 0,06
3 23,06 ± 0,24 15,79 ± 0,20 8,53 ± 0,05
5 26,08 ± 0,25 19,53 ± 0,17 8,64 ± 0,09
4 37,78 ± 0,43 27,70 ± 0,28 14,15 ± 0,10
6 42,72 ± 0,43 30,28 ± 0,29 13,27 ± 0,11
p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001
71
Tabela 2. Espécies de Pentatomidae estudadas cujos autores informaram o número dos lobos
testiculares e aquele(s) com a ocorrência de meiose atípica e polimegalia.
Espécie N
o
de
Lobos
Lobo com
Meiose
Atípica
Lobo com
Polimegalia
Referências
Família Pentatomidae
Subfamília Asopinae
Apateticus crocatus 7 Não Não Bowen (1922a)
Euthyrhynchus floridanus (Linnaeus) 6 Não Não Bowen (1922a)
Perillus bioculatus (Fabricius 1775)
(as Mineus bioculatus, 1775)
7 Não Não Wilson (1906), Bowen (1922a)
Podisus maculiventris (Say) 7 Não Não Bowen (1922a)
[as P. modestus (Dallas, 1851)] Wilson (1906, 1909)
[as P. spinosus (Dallas, 1851)] Montgomery (1901, 1906)
Wilson (1905a, 1906, 1909)
Stiretrus anchorago (Fabricius 1775) 7 Não Não Wilson (1909), Bowen (1922a)
Subfamília Acanthosomatinae
Elasmostethus cruciatus (Say) 7 Não Não Bowen (1922a)
Subfamília Discocephalinae
Tribo Discocephalini
Antiteuchus tripterus (Fabricius,1787)
(as Mecistorhinus tripterus)
6 5 4 e 6 Schrader (1946b, 1960a), Lanzone
et al. (2003), Souza et al. (2007)
Dinocoris rufitarsus (Ruckes, 1958) 8 Schrader (1960a,b)
Discocephalessa humilis (Herrich-
Schaeffer, 1843) [as Platycarenus
notulatus (Stal, 1862)]
4 Não Schrader (1946b)
Platycarenus umbractulatus 7 Não Present work
Tribo Ochlerini
Alitocoris schraderi (Sailer, 1950) 5 5 4 degenerado Martin (1953), Schrader (1960a)
Subfamília Edessinae
Brachystethus rubromaculatus
(Dallas, 1851)
4 4 Schrader 1946b
Edessa bífida (Say) 5 Não 2 e 4 Bowen (1922a)
E. meditabunda (Fabricius, 1794) 4 Não In press, Rebagliati et al. (2003)
Subfamília Pentatominae
Tribo Aeliini
Aelia americana 7 Não Não Bowen (1922a)
Tribo Carpocorini
Carpocoris sp. 6 Não 3 ? Bowen (1922a)
Coenus delius (Say, 1832) 6 5 4 e 6 Montgomery (1901, 1906),
Wilson (1905a), Wilson (1906),
Bowen (1922a)
Cosmopepla bimaculata (Distant) 5 Não ? Bowen (1922a)
Euschistus euschistoides,
(Vollenhoven, 1868) (as E. fissilis
Uhler, 1871)
6 5 4 e 6 Wilson (1905a, 1906), Bowen
(1922a)
Euschistus heros (Fabricius, 1798) 6 Não 4 e 6 Rebagliati (2005), Present work
E. ictericus (Linnaeus, 1763) 6 5 4 e 6 Wilson (1906), Bowen (1922a)
E. inflatus 6 5 4 e 6 Bowen (1922a)
72
Classificação N.
Lobos
Meiose
Atípica
Polimegalia Referências
E. servus (Say, 1832) 6 5 4 e 6 Wilson (1906) Foot, Strobell
(1914), Bowen (1922a)
Hughes-Schrader, Schrader (1961)
E. tristigmus (Say, 1832) 6 5 ? 4 e 6 Montgomery (1901, 1906),
Wilson (1906), Bowen (1922a),
Hughes-Schrader, Schrader (1961)
E. variolarius (Palisot de Beauvois,
1805) (as Pentatoma)
6 5 4 e 6 Montgomery (1897, 1898, 1901,
1906)
Wilson (1906), Foot, Strobell
(1914), Bowen (1922a,b)
Holcostethus limbolarius (Stål, 1872)
(as Peribalus)
6 Não Não Montgomery (1901, 1906),
Bowen (1922a)
Mormidea quinqueluteum
(Lichtenstien, 1796)
3 Não Rebagliati et al. (2005), Souza, et
al. (2008b)
Oebalus poecilus 4 Não Souza, et al. (2008b)
O. (Fabricius, 1775) (as Solubea
pugnax)
4 Não Não Wilson (1909), Bowen (1922a),
Hughes-Schrader, Schrader (1961)
O. ypsilongriseus (De Geer, 1773) 4 Não Rebagliati et al. (2005), Souza, et
al. (2008b)
Trichopepla semivittata (Say) 7 Não Não Montgomery (1901, 1906),
Bowen, (1922a)
Tribo Chlorocorini
Arvelius albopunctatus (De Geer,
1773)
6 4 3 e 5 Bowen (1922a), Hughes-Schrader,
Schrader (1956), Rebagliati, et al.
(2005)
Chlorocoris complanatus 7 5 4 e 6 In press
Loxa flavicollis (Drury, 1773) [as L.
florida (Van Duzze)]
7 5 4 e 6 Bowen (1922b), Schrader
(1945a,b)
L. viridis (Palisot de Beauvois, 1805)
[as L. picticornis (Horvath, 1925)]
7 5 4 e 6 Schrader (1945a,b) 1960a)
Tribo Nezarini
Chlorochroa uhleri (Stål) 6 Não 3 e 5 Bowen (1922a)
Nezara viridula (Linnaeus, 1758) 6 4 3 e 5 Bowen (1922a), Wilson (1911),
Xavier, Da (1945)
Manna (1951), Yosida (1956)
Hughes-Schrader, Schrader (1957)
Nuamah (1982), Camacho et al.
(1985)
Papeschi et al. (2003)
Rhytidolomia saucia (as Chlorochroa
saucia) (Say, 1832)
6 Não 3 e 5 Bowen (1922a), Schrader (1940)
R. senilis (as Chlorochroa senilis)
(Say, 1832)
6 3 e 5 Não Bowen (1922a), Wilson (1913)
Schrader (1940)
Tribo Halyini
Brochymena quadripustulata
(Fabricius)
7 Não 4 e 5 Bowen (1922a)
Tribo Pentatomini
Acledra hilare (Say, 1832) (as Nezara
hilaris)
6 Não Não Bowen (1922a), Hughes-Schrader,
Schrader (1957)
Montgomery (1901, 1906)
Wilson (1905a, 1906)
Wilson (1906, 1911)
Continuação
73
Classificação N. de
Lobos
Meiose
Atípica
Polimegalia Referências
Adevoplitus longicomis (Ruckes,
1958) (as Pseudevoplitus longicomis)
6 3 e 5 Schrader; Leuchtenberger 1951,
Schrader (1960a)
Banasa calva (Say, 1832) 3 Não Não Bowen (1922a), Wilson (1905b,
1907), Schrader, Hughes-Schrader
(1958)
B. dimidiata (Say, 1832) 3 Não Não Bowen (1922a), Wilson (1907)
Schrader, Hughes-Schrader (1958)
Thyanta calceata (Say, 1832) [as T.
custator (Fabricius, 1803)]
4 3 ? Não Bowen (1922a), Wilson (1911)
Schrader, Hughes-Schrader (1956)
T. casta 6 Não 3 e 6 Bowen (1922a)
T. custator 4 3 ? Não Bowen (1922a)
T. perditor (Fabricius, 1794) 3 Não Schrader, Hughes-Schrader
(1956), Present work
Tribo Strachiini
Murgantia histriônica 5 Não 3 e 4 Bowen (1922a)
M. histriônica (var. nigricans) 5 Não 3 e 4 Bowen (1922a)
Tribo Piezodorini
Piezodorus guildinii (Westwood) 5 ? Não Não Bowen (1922a), Rebagliati et al.
(2001)
Continuação
74
a b
RP
RD
DE
c
d
RP
RD
DE
1
2
3
4
5
6
7
Figura 1. (a) Testículo de Euschistus heros envolto por membrana avermelhada
sendo a região proximal (RP) do ducto ejaculatório (DE) mais avermelhada do que a
distal (RD); observar em (b) a presença dos 6 lobos alongados, sendo o 5 o mais
delgado (seta). Barra= 1 mm; c) testículo de Platycarenus umbractulatus, envolto por
membrana avermelhada e constituído por 7 lobos testiculares alongados (b).
Aumento 32x
1
2
3
4
5
6
a b
RP
RD
DE
c
d
RP
RD
DE
1
2
3
4
5
6
7
Figura 1. (a) Testículo de Euschistus heros envolto por membrana avermelhada
sendo a região proximal (RP) do ducto ejaculatório (DE) mais avermelhada do que a
distal (RD); observar em (b) a presença dos 6 lobos alongados, sendo o 5 o mais
delgado (seta). Barra= 1 mm; c) testículo de Platycarenus umbractulatus, envolto por
membrana avermelhada e constituído por 7 lobos testiculares alongados (b).
Aumento 32x
1
2
3
4
5
6
75
RP
RD
DE
1
2
3
Figura 2. Testículo de Thyanta perditor envolto por
membrana amarelada na região proximal (RP),
tornando-se transparente na rego distal (RD) do
ducto ejaculatório (DE), observar a presença de 3
lobos testiculares. Aumento 32x
76
77
a
c
b
f
e
g
h
i
d
Figura 4. lulas dos lobos testiculares 4 e 6 de Euschistus heros coradas com
orceína lacto-acética. a,b) Prófases I com material heteropicnótico arredondado
evidente; c) metáfase I constituída de 2n= 14 cromossomos (12A + XY) (seta mostra
o cromossomo X e cabeça de seta o Y); d) telófase com separação regular dos
cromossomos; e) espermátide arredondada com material heteropicnótico localizado
próximo ao envoltório nuclear em forma de meia lua; f) espermátide em início de
alongamento, notar uma vesícula do tamanho do núcleo (seta); g-i) espermátides em
alongamento (i, seta mostra cromatina tênue). Notar que a cromatina passa a não ser
mais visualizada (h). Barra= 10 µm
a
c
b
f
e
g
h
i
d
a
c
b
f
e
g
h
i
d
Figura 4. lulas dos lobos testiculares 4 e 6 de Euschistus heros coradas com
orceína lacto-acética. a,b) Prófases I com material heteropicnótico arredondado
evidente; c) metáfase I constituída de 2n= 14 cromossomos (12A + XY) (seta mostra
o cromossomo X e cabeça de seta o Y); d) telófase com separação regular dos
cromossomos; e) espermátide arredondada com material heteropicnótico localizado
próximo ao envoltório nuclear em forma de meia lua; f) espermátide em início de
alongamento, notar uma vesícula do tamanho do núcleo (seta); g-i) espermátides em
alongamento (i, seta mostra cromatina tênue). Notar que a cromatina passa a não ser
mais visualizada (h). Barra= 10 µm
78
a
lkj
i
h
g
f
e
dcb
Figura 5. Células dos lobos testiculares de Platycarenus umbractulatus coradas com orceína
lacto-acética. a) Prófase I com material heteropicnótico deslocado para periferia do núcleo; b)
metáfase I composta de 14 cromossomos (2n= 12A + XY) com os cromossomos sexuais no
centro do anel formado pelos autossomos (X e Y; seta e cabeça de seta respectivamente); c-e)
anáfase/telófase, com segregação regular dos cromossomos; f) espermátide arredondada
apresentando uma vesícula grande ao lado do núcleo (seta); g,h) espermátide com material
heteropicnótico próximo ao envoltório nuclear em forma de C; i-k) espermátide em
alongamento com material heteropicnótico em um dos lados do núcleo (seta); l) espermátide
no final do processo de alongamento com material heteropicnótico ao longo da cabeça. Barra
= 10 µm
a
lkj
i
h
g
f
e
dcb
a
lkj
i
h
g
f
e
dcb
Figura 5. Células dos lobos testiculares de Platycarenus umbractulatus coradas com orceína
lacto-acética. a) Prófase I com material heteropicnótico deslocado para periferia do núcleo; b)
metáfase I composta de 14 cromossomos (2n= 12A + XY) com os cromossomos sexuais no
centro do anel formado pelos autossomos (X e Y; seta e cabeça de seta respectivamente); c-e)
anáfase/telófase, com segregação regular dos cromossomos; f) espermátide arredondada
apresentando uma vesícula grande ao lado do núcleo (seta); g,h) espermátide com material
heteropicnótico próximo ao envoltório nuclear em forma de C; i-k) espermátide em
alongamento com material heteropicnótico em um dos lados do núcleo (seta); l) espermátide
no final do processo de alongamento com material heteropicnótico ao longo da cabeça. Barra
= 10 µm
79
b
k
c
d
e
j
i
g
a
h
f
Figura 6. Diferenças observadas nas células testiculares dos lobos 4 e 6 (a,
b, i, j, k) e 5 (c-h) de Platycarenus umbractulatus. a,b) Metáfases I com
cromossomos agrupados, sendo geralmente de 2 a 2 (seta); c-h)
espermátides com diferentes concentrações de material heteropicnótico; i)
espermátide com material heteropicnótico localizado no centro; j,k)
observar presença de vesícula s nas espermátides em alongamento (seta).
Barra = 10 µm
80
j
n o
r
p
b c
q
t
s
v
u
m
x
g
d
a
h
k
i
l
f
e
Figura 7. Células testiculares de Thyanta perditor coradas com orceína-lacto acética.
a,b) Núcleo poliplóide, revelando um corpúsculo heteropicnótico (setas); c) prófase
inicial com corpúsculo heteropicnótico deslocado para periferia nuclear; d) paquíteno,
notar a presença de dois corpúsculos heteropicnóticos (setas); e-g) diplótenos: observar
em (f) a formação de quiasma e em (g) associação telomérica (seta); h) diacinese; i)
metáfase I, em visão lateral; j) metáfase I, em visão polar; notar os cromossomos
sexuais no centro (seta e cabeça de seta, indicando respectivamente o X e o Y); k-n)
anáfases I (seta mostrando cromossomos com migração tardia; o-x) processo de
espermionese; o) espermatócito; p,q) espermátide arredondada com corpúsculo
heteropicnótico ao centro (p); r-u) espermátide média, verificar corpúsculo
heteropicnótico no centro em (r) e na periferia do núcleo em forma de C (s-t); v,x)
espermátide em final de desenvolvimento. Barra= 10 µm
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Figura 7. Células testiculares de Thyanta perditor coradas com orceína-lacto acética.
a,b) Núcleo poliplóide, revelando um corpúsculo heteropicnótico (setas); c) prófase
inicial com corpúsculo heteropicnótico deslocado para periferia nuclear; d) paquíteno,
notar a presença de dois corpúsculos heteropicnóticos (setas); e-g) diplótenos: observar
em (f) a formação de quiasma e em (g) associação telomérica (seta); h) diacinese; i)
metáfase I, em visão lateral; j) metáfase I, em visão polar; notar os cromossomos
sexuais no centro (seta e cabeça de seta, indicando respectivamente o X e o Y); k-n)
anáfases I (seta mostrando cromossomos com migração tardia; o-x) processo de
espermionese; o) espermatócito; p,q) espermátide arredondada com corpúsculo
heteropicnótico ao centro (p); r-u) espermátide média, verificar corpúsculo
heteropicnótico no centro em (r) e na periferia do núcleo em forma de C (s-t); v,x)
espermátide em final de desenvolvimento. Barra= 10 µm
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Figura 8. Células dos lobos testiculares 1, 2, 3 e 5 de Euschistus heros impregnadas pelos íons
prata. a-c) Células dos lobos 1-3 evidenciando em (a) prófase I com dois corpúsculos e em (b,c)
o início da desorganização desses corpúsculos; d) metáfase I, dos lobos 1-3, com o material
impregnado disperso pelo citoplasma e ao redor dos cromossomos; e-n) células do lobo 5,
demonstrando em (e) prófase I com dois corpúsculos, em (f,g) início da desorganização desses
corpúsculos; (h,i) metáfases I com pequenas impregnações nos cromossomos; (j) telófase com
início da reorganização do material impregnado pela prata; (k,n) espermionese: em (k)
espermátide com vários corpúsculos impregnados, (l,m) espermátides arredondadas e em (n)
início do alongamento apresentando deslocamento da marcação para região posterior (seta) e
mediana da cabeça; o,p) espermátides médias dos lobos 1-3 com 3 marcações, uma arredondada
e escura na região anterior da cabeça e outra mais clara na posterior, abaixo desta uma marcação
em forma de bastão; q-s) espermátides em alongamento do lobo 5, (q) com marcação mediana e
posterior da cabeça e em (r,s) apenas marcação na região posterior; (t,u) espermátides no final do
alongamento mostrando em (t) dos lobos 1-3 com marcação contínua na região posterior e em
(u) do lobo 5 com marcação contínua e, ao lado desta, inúmeras marcações descontínuas. Barra=
10 µm
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Figura 8. Células dos lobos testiculares 1, 2, 3 e 5 de Euschistus heros impregnadas pelos íons
prata. a-c) Células dos lobos 1-3 evidenciando em (a) prófase I com dois corpúsculos e em (b,c)
o início da desorganização desses corpúsculos; d) metáfase I, dos lobos 1-3, com o material
impregnado disperso pelo citoplasma e ao redor dos cromossomos; e-n) células do lobo 5,
demonstrando em (e) prófase I com dois corpúsculos, em (f,g) início da desorganização desses
corpúsculos; (h,i) metáfases I com pequenas impregnações nos cromossomos; (j) telófase com
início da reorganização do material impregnado pela prata; (k,n) espermiogênese: em (k)
espermátide com vários corpúsculos impregnados, (l,m) espermátides arredondadas e em (n)
início do alongamento apresentando deslocamento da marcação para região posterior (seta) e
mediana da cabeça; o,p) espermátides médias dos lobos 1-3 com 3 marcações, uma arredondada
e escura na região anterior da cabeça e outra mais clara na posterior, abaixo desta uma marcação
em forma de bastão; q-s) espermátides em alongamento do lobo 5, (q) com marcação mediana e
posterior da cabeça e em (r,s) apenas marcação na região posterior; (t,u) espermátides no final do
alongamento mostrando em (t) dos lobos 1-3 com marcação contínua na região posterior e em
(u) do lobo 5 com marcação contínua e, ao lado desta, inúmeras marcações descontínuas. Barra=
10 µm
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Figura 9. Células do lobo testicular 4 e 6 de Euschistus heros impregnadas pelos íons prata. a,b)
Células em prófase I com dois corsculos impregnados pela prata de diferentes tamanhos e vários
bem menores; c) metáfase I em visão lateral com impregnação nos cromossomos e no citoplasma;
d,e) anáfase/telófase com diversas marcações pelo citoplasma que se juntam formando corpúsculos
maiores durante reorganização no final da telófase; f,g) espermátides arredondadas evidenciando
várias marcações pelo núcleo; h) início do alongamento da espermátide no lobo 4 com marcação na
região posterior da cabeça em forma de bastão e uma mais alongada pela região mediana, ao lado
desta, marcações descontínuas; i) na espermátide do lobo 6 apenas marcação contínua na região da
cabeça; j,l) espermátides no final do desenvolvimento em (j,k) do lobo 4 com marcações mais
intensas na região posterior e com marcação descontínua ao lado desta em (j) e marcações
irregulares em (k); (l) espermátide do lobo 6 com marcação contínua na região posterior e
marcações arredondadas dispersas pelo citoplasma. Barra= 10 µm
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Figura 10. Células dos lobos testiculares de Platycarenus umbractulatus impregnadas
pelos íons prata. a-c) Prófases com 2 ou 4 corpúsculos mais impregnados ou menos pelos
íons prata.; d) diplóteno/diacinese com impregnação ao redor dos cromossomos e no
citoplasma; e) metáfase I com impregnação ao redor dos cromossomos, no citoplasma; f)
anáfase I com pequenas marcações nas massas cromatínicas; g,h) telófase apresentando
marcão em uma lula em formação ou nas duas (setas); i-k) espertides arredondadas
apresentando de uma a 4 marcações (seta); l,m) espertides arredondadas com marcação
na região posterior da cabeça; n,o) espermátides em alongamento com marcação na região
posterior do núcleo (setas). Barra= 10 µm
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Figura 11. Diferenças observadas nos lobos 4 (m, n e o), 5 (a-k) e 6 (l-o)
testiculares de Platycarenus umbractulatus impregnadas pelos íons prata. a-c)
Espermátides arredondadas com uma marcação evidente e arredondada (c), em
torno de 5 marcações distribuídas por toda espermátide (a) ou localizada em uma
única região (b); d) espermátide em início de alongamento, sem marcação; e-g)
espermátides em alongamento com várias marcações distribuídas ao longo da
cabeça (e-g) ou apenas de um lado da cabeça (i) ou de ambos os lados (j,h) ou
distribuído uniformemente por toda a cabeça (k); l) espermátide em alongamento
com várias regiões pequenas impregnadas e um filamento na região central; m-o)
espermátides alongadas com impregnação ao longo da cabeça (m), com várias
impregnações pequenas (n) ou grandes (o) distribuídas na cabeça. Barra= 10 µm
o
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Figura 11. Diferenças observadas nos lobos 4 (m, n e o), 5 (a-k) e 6 (l-o)
testiculares de Platycarenus umbractulatus impregnadas pelos íons prata. a-c)
Espermátides arredondadas com uma marcação evidente e arredondada (c), em
torno de 5 marcações distribuídas por toda espermátide (a) ou localizada em uma
única região (b); d) espermátide em início de alongamento, sem marcação; e-g)
espermátides em alongamento com várias marcações distribuídas ao longo da
cabeça (e-g) ou apenas de um lado da cabeça (i) ou de ambos os lados (j,h) ou
distribuído uniformemente por toda a cabeça (k); l) espermátide em alongamento
com várias regiões pequenas impregnadas e um filamento na região central; m-o)
espermátides alongadas com impregnação ao longo da cabeça (m), com várias
impregnações pequenas (n) ou grandes (o) distribuídas na cabeça. Barra= 10 µm
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Figura 12. Células testiculares de Thyanta perditor impregnadas por íons prata. a,b)
Núcleo poliplóide com marcação amórfica, c-g) prófase I, com desorganização do
corpúsculo até o final da diacinese. Note marcação telomérica em um dos autossmos (g-
seta), (h,i) metáfase I, em (i) cromossomo sexual Y corado fracamente, j-m) anáfases e
telófases, n) espermatócito, observar reorganização do material impregnado pela prata
no centro (seta), o,p) espermátide arredondada com inúmeras marcações, q,s)
espermátide média, note marcação na região posterior e anterior da cabeça, t,u)
espermátide final, seta indica marcação na região posterior da cabeça. Barra= 10 µm
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Figura 12. Células testiculares de Thyanta perditor impregnadas por íons prata. a,b)
Núcleo poliplóide com marcação amórfica, c-g) prófase I, com desorganização do
corpúsculo até o final da diacinese. Note marcação telomérica em um dos autossmos (g-
seta), (h,i) metáfase I, em (i) cromossomo sexual Y corado fracamente, j-m) anáfases e
telófases, n) espermatócito, observar reorganização do material impregnado pela prata
no centro (seta), o,p) espermátide arredondada com inúmeras marcações, q,s)
espermátide média, note marcação na região posterior e anterior da cabeça, t,u)
espermátide final, seta indica marcação na região posterior da cabeça. Barra= 10 µm
ARTIGO 5
87
Avaliação da espermatogênese após o uso de Periodic Acid Schiff (PAS) em
Pentatomidae (Heteroptera)
Hederson Vinicius de Souza, Hermione Elly Melara de Campos Bicudo, Mary
Massumi Itoyama.
UNESP - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética de
Insetos, Rua Cristóvão Colombo, 2265, Jardim Nazareth, CEP: 15054-000, São
José do Rio Preto, SP.
Resumo: Heteroptera da família Pentatomidae são fitófagos, causadores de
grandes prejuízos a agricultura, podendo afetar diretamente os humanos, além
disto, apresentam os testículos formados de lobos, sendo um deles às vezes
denominados de harlequin por produzirem diferentes tipos de espermatozóides. É
atribuído ao acrossomo a capacidade de reconhecimento e penetração do
espermatozóide no ovo e cujo tamanho e forma varia amplamente entre as
espécies. Com o objetivo de ampliar as informações com relação a formação do
acrossomo, foram analisados testículos das espécies Antiteuchus tripterus,
Euschistus heros, Mormidea quinqueluteum, Oebalus sp., Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor. Foi verificado que, de modo geral, o
comportamento das marcações para todas as espécies analisadas assemelha-se. No
início uma marcação central que migra para uma das extremidades da
espermátide e que, posteriormente, alonga-se, não sendo mais distinguível no
espermatozóide. Algumas espécies, como A. tripterus, E. heros e P.
umbractulatus apresentaram, em determinados lobos, diferenças significativas no
comportamento das marcações sugerindo formação de espermatozóides com
funções não fecundantes.
88
INTRODUÇÃO
Os Heteroptera constituem um dos mais importantes grupos de
insetos do ponto de vista econômico, pois a maioria, durante os estádios de ninfa e
adulto, alimenta-se de plantações ou grãos armazenados para o consumo humano.
Os Heteroptera incluem aproximadamente 37.000 espécies distribuídas em oito
infraordens, cinco das quais abrigam essas espécies nocivas (REBAGLIATI et al.,
2005). Entre estas se encontra a família Pentatomidae, que inclui 4112 espécies,
muitas das quais são pragas de plantações (SCHAEFER; PANIZZI, 2000). Esses
insetos são comumente denominados de maria-fedidas devido ao seu desagradável
odor, produzido por meio de uma glândula que se abre na região da metapleura.
Essa família é constituída de oito subfamílias (Asopinae, Cyrtocorinae,
Discocephalinae, Edessinae, Pentatominae, Phyllocephalinae, Podopinae e
Serbaninae) e uma de suas características é a presença de testículo multilobulado,
sendo que um dos lobos, em algumas espécies, é do tipo harlequin
(REBAGLIATI et al., 2005).
O lobo harlequin segundo revisão de Rebagliati et al. (2005),
diferencia-se dos demais lobos por apresentar pareamento meiótico irregular,
associação não-específica dos autossomos, uma disposição anômala dos
cromossomos na placa metafásica, segregação cromossômica e fusão celular,
trazendo como consequência a produção de espermatozóides com número
cromossômico altamente variável. A literatura registra 23 espécies pertencentes a
15 gêneros, três subfamílias (Discocephalinae, Edessinae e Pentatominae) como
portadoras deste lobo (REBAGLIATI et al., 2005; SOUZA et al., 2007).
Uma estrutura essencial para o reconhecimento e penetração do
espermatozóide dentro do ovo, levando a fertilização é o acrossomo, tal estrutura
é formada pelo Complexo de Golgi (PHILLIPS, 1970; BACCETTI, 1972). O
desenvolvimento do acrossomo começa com um corpo esférico, o granulo pré-
acrossomal. Esta estrutura resulta da fusão de vesículas produzidas pelo
Complexo de Golgi, e é gradualmente modificada até atingir sua forma final. O
89
tamanho, forma e estrutura interna do acrossomo maduro variam entre as
diferentes espécies de animais (ANDERSON; PERSONNE, 1975).
Investigações mais exatas e detalhadas, em insetos, foram feitas
por Bowen (1922) que analisou os corpos formadores do complexo de Golgi e os
dictiossomos dos espermatócitos até o espermatozóide e mostrou que eles estão
intimamente envolvidos no processo de formação do acrossomo (BOWEN, 1924).
Através da técnica de “Periodic Acid Schiff”, Schrader e
Leuchtenberger (1951) analisaram a estrutura do acrossomo em Arvelius
albopunctatus, espécie de Pentatomidae que contém lobo harlequin e
evidenciaram que o reativo de Schiff liga-se no agrupamento 1,2 glicol dos
polissacarídeos. Assim, o acrossomo, além de estruturas como complexo de Golgi
e dictiossomos, as quais formam o acrobasto, ficam marcados por este corante.
Este estudo permitiu verificar que esta espécie apresenta seis lobos, sendo o
terceiro e o quinto os que contêm células grandes, o quarto contém células
menores e o primeiro, segundo e sexto lobos contêm células normais. Ainda,
verificaram que os espermatozóides possuem diferentes tamanhos acrossômicos
quando comparados os seus lobos. Esses pesquisadores ressaltaram também, que
os espermatozóides com acrossomos muito grandes podem ter o processo de
fecundação prejudicado (SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1951).
Com o objetivo de ampliar as informações com relação a
formação do acrossomo, os testículos de Antiteuchus tripterus, Euschistus heros,
Mormidea quinqueluteum, Oebalus sp., Platycarenus umbractulatus e Thyanta
perditor foram submetidos ao Reativo de Schiff, após o uso do ácido periódico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Quinze machos adultos de Antiteuchus tripterus, Euschistus
heros, Mormidea quinqueluteum, Oebalus sp., Platycarenus umbractulatus e
Thyanta perditor coletados em São José do Rio Preto (20º47’32” S, 49º21’37”
W), SP, Brasil, tiveram seus testículos extraídos, os lobos separados, fixados em
Carnoy (etanol: ácido acético 3:1). As lâminas contendo o material foram
90
mergulhadas em ácido periódico por 15 minutos e, posteriormente, coradas com
Reativo de Schiff (GARCIA, 1990) para identificação dos polissacarídeos
presentes nas células. As imagens que compõem as ilustrações deste trabalho
foram capturadas no microscópio de luz AXIOSKOP 2 ZEISS (programa AXIO
VISION) do laboratório de Morfologia, do Departamento de Biologia, do
IBILCE/UNESP, São José do Rio Preto - SP.
RESULTADOS
Em todas as espécies analisadas (Antiteuchus tripterus,
Euschistus heros, Mormidea quinqueluteum, Oebalus sp., Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor), de modo geral, tiveram o início da formação
das marcações no início da espermiogênese (espermatócitos ou espermátides
arredondadas). Pode ser observada a presença de várias marcações dispersas pela
célula (Figuras 1a,b; 2a; 3a,b; 4a-c; 5a,b), as quais se juntam formando uma
marcação única localizada no centro (Figuras 2c-e; 3c,d; 5c,d; 6a-f) que se desloca
para uma das extremidades da célula (Figuras 2f-k; 3e-i; 4d-i; 5e-h), que, em
alguns casos, adquire a forma de C (Figuras 3g-i; 4f; 5g,h).
Na espermátide média ocorre o alongamento da marcação
(Figuras 1c-j; 2l-q; 3j-p; 4j-n; 5i-k), contudo, em alguns casos, observa-se que a
célula permanece, aproximadamente, com mesmo comprimento (Figuras 1f-j; 2n-
q; 3j-p 4l,m; 5j,k). No final do desenvolvimento da espermátide a marcação
atinge todo o comprimento da espermátide (Figuras 1k-m; 2r,s; 3q,r; 4r-o; 5l,m;
6k,l).
As marcações obtidas na espécie Antiteuchus tripterus foram
bastante tênues com relação as das demais espécies, contudo pode-se observar
algumas diferenças nos lobos 4, 5 e 6. No lobo 4 as espermátides arredondadas
possuem marcação intensa por toda célula (Figura 1o,p), as espermátides
arredondadas do lobo 6 apresentam uma grande marcação no centro (Figura 1q,r).
No lobo 5 as marcações são proporcionais ao tamanho da espermátide (Figura 1s-
z).
91
A espécie Euschistus heros apresentou, nos lobos 4, 5 e 6 uma
marcação maior e bem evidente, mas de comportamento semelhante aos dos
demais lobos (Figura 2t-z). Foi verificado marcação na região posterior da
espermátide em fase final de desenvolvimento dos lobos 4 e 6 (Figura 2z) e no
lobo 5, as espermátides no final do desenvolvimento apresentaram marcação
ampla ao longo da cabeça (Figura 2a1,b1).
Na espécie Platycarenus umbractulatus os lobos 1-3 e 7
apresentaram comportamento semelhante ao descrito anteriormente para
Euschistus heros, contudo foi observado nos lobos 4 e 6, no início do
alongamento das espermátides uma marcação acentuada em uma das
extremidades e uma marcação menos pronunciada ao longo da espermátide
(Figura 5p). Durante seu desenvolvimento, a marcação longitudinal tornou-se
menos evidente, permanecendo apenas a marcação situada na extremidade da
célula (Figura 5q,r). No lobo 5 as marcações na espermátide arredondada
apresentaram diversas intensidades de coloração até mesmo sem marcações
aparentes (Figura 5s-w). No início do desenvolvimento verifica-se espermátides
com marcação apenas em uma das extremidades (Figura 5z,d1), em um dos lados
da célula (Figura 5y), sem marcação aparente (Figura 5a1-c1) ou com marcação
por toda célula (Figura 5e1).
As espermátides de Thyanta perditor apresentaram marcação
localizada no centro (Figura 6a-f) e esta permaneceu nesta região até a
espermátide no final do desenvolvimento (Figura 6g-i), onde é possível verificar
um ligeiro alongamento da marcação (Figura 6j).
DISCUSSÃO
O material acrossomal é depositado pelo acrobasto (Complexo
de Golgi) próximo ao envoltório nuclear, geralmente antes do alongamento do
núcleo. Se este material não é originalmente localizado na região anterior do
núcleo, ele geralmente migra em direção a esta região, e eventualmente avança
para a porção terminal do espermatozóide maduro (BOWEN, 1924). Bowen
92
(1924) propôs que a posição relativa do acrossomo pode ser localizada em
qualquer lugar na periferia do núcleo, que, contudo apresenta uma tendência quase
universal para algumas porções desta estrutura alcançar a porção anterior dos
espermatozóides.
No presente trabalho foi verificado um comportamento na
formação acrossomal semelhante para todas as espécies analisadas, isto é, várias
marcações que se unem e desloca-se para uma das extremidades da célula. Pode-
se verificar que um alongamento da marcação durante a espermátide média, a
qual não é acompanhada pelo alongamento da espermátide, como ocorre em
Euschistus heros. Tal estrutura pode indicar etapas do desenvolvimento do
acrossomo durante esta fase de desenvolvimento da espermátide e ainda, pode
indicar que o alongamento da espermátide independe do alongamento do
acrossomo nesta espécie. No final deste alongamento não é mais possível sua
identificação, já que não há distinção entre o núcleo e a marcação formada.
Schrader e Leuchtenberger (1951) demonstraram que na síntese
de material acrossomal pode exibir certo grau de independência da síntese de
outras estruturas celulares. As mudanças fisiológicas no terceiro e quinto lobos
testiculares de Arvelius albopunctatus provocam um grande aumento de
nucleoplasma, citoplasma e nucléolo, induzindo, até mesmo, um crescimento do
material acrossomal. O resultado é um acrossomo enorme que possivelmente afeta
a eficiência do espermatozóide na sua fertilização. Assim, os pesquisadores
sugeriram que alterações muito discretas no ambiente fisiológico podem afetar a
formação do acrossomo e, consequentemente, podem provocar algum grau de
esterilidade.
Souza et al. (UNPUBLISH) verificaram na espécie Euschistus
heros, a formação de espermátides de tamanhos diferenciados nos lobos 4 e 6 e no
lobo 5 a formação de espermátides com padrões morfológicos atípicos, que
provavelmente estariam relacionadas com outras funções não fecundantes. Neste
trabalho verificou-se que, em E. heros uma deposição maior de marcação nos
lobos 4, 5 e 6 quando se compara com os demais lobos e que no final do
desenvolvimento da espermátide, no lobo 4 e 6 uma forte marcação na região
93
posterior do núcleo. Como o acrossomo é considerado uma estrutura relacionada a
fertilização, um aumento exagerado nesta estrutura pode indicar a substituição de
função do acrossomo para os espermatozóides de certos lobos do mesmo
indivíduo, corroborando com a hipótese proposta no trabalho de Souza et al
(UNPUBLISH).
Na espécie Platycarenus umbractulatus foi verificado padrões
diferenciados para alguns lobos, principalmente para o 5. Esta mudança pode ser
devido a diferentes fisiologias dos lobos testiculares. Os lobos 1-3 e 7
apresentaram comportamentos semelhantes entre si, assim como o lobo 4 e o 6. O
lobo 5 apresenta espermátides, em um mesmo estágio de desenvolvimento, com
diferentes marcações sugerindo que, além de mudanças fisiológicas no testículo
influenciarem na formação do acrossomo, mudanças na fisiologia celular também
pode alterar a estrutura do acrossomo dentro de um mesmo lobo.
Essas mudanças na estrutura do acrossomo podem afetar de
alguma forma, a fertilidade do indivíduo. Souza et al. (2007, 2008) analisando a
espécie Antiteuchus tripterus sugeriram que as mudanças observadas entre os
lobos testiculares poderiam afetar a fertilidade do indivíduo, contudo podem-se
sugerir outras funções não fecundantes como fornecer nutrientes adicionais,
especialmente nucleoproteínas para o desenvolvimento dos ovos (SCHRADER,
1945, 1960a, b), para as fêmeas ou para os espermatozóides fertilizantes
(McLAIN, 1998; SWALLOW; WILKINSON, 2002), mantendo assim o valor
adaptativo dos machos das espécies com espermatozóides não fecundantes.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais à Profa. Dra Sônia Maria Oliani do
Departamento de Biologia do IBILCE/UNESP pela oportunidade de captura das
imagens celulares. À FUNDUNESP e à FAPESP pelo apoio financeiro.
94
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Figura 1. lulas dos lobos testiculares de Antiteuchus tripterus coradas com P.A.S. a-n)
Células dos lobos 1-3; a,b) espermátide arredondada evidenciando marcações dispersas
pela célula; (c-h) espermátide em alongamento com as marcações localizadas na periferia
da célula (c-g) ou no centro (h); i-n) espermátides no final do desenvolvimento sem
marcação. o,p) Espermátides arredondadas do lobo 4 com marcação intensa por toda
célula; q,r) espermátide arredondada do lobo 6 com marcação ao centro; s-z) células do
lobo 5; s,t) espermátide arredondada: observar tamanhos diferentes das células e
marcações, u-x) espermátides grande (u), média (v) e pequena (x); z) espermátide no final
do desenvolvimento. Barra: 10 µm
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Figura 1. lulas dos lobos testiculares de Antiteuchus tripterus coradas com P.A.S. a-n)
Células dos lobos 1-3; a,b) espermátide arredondada evidenciando marcações dispersas
pela célula; (c-h) espermátide em alongamento com as marcações localizadas na periferia
da célula (c-g) ou no centro (h); i-n) espermátides no final do desenvolvimento sem
marcação. o,p) Espermátides arredondadas do lobo 4 com marcação intensa por toda
célula; q,r) espermátide arredondada do lobo 6 com marcação ao centro; s-z) células do
lobo 5; s,t) espermátide arredondada: observar tamanhos diferentes das células e
marcações, u-x) espermátides grande (u), média (v) e pequena (x); z) espermátide no final
do desenvolvimento. Barra: 10 µm
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Figura 2. Células dos lobos testiculares de Euschistus heros coradas com P.A.S. a-s)
Células dos lobos 1-3; a-e) espermátide arredondada evidenciando em (a) rias
marcações dispersas pela célula ou com as marcações no centro da célula(c,e); h-q)
espermátides médias com marcações deslocadas para uma das extremidades da célula
(h-k) e posteriormente alongam-se em direção ao centro (l-q); r,s) espermátides no final
do desenvolvimento evidenciando marcação em toda célula; t,u) espermátides
arredondadas do lobo 5 evidenciando forte marcação; v-y) lulas dos lobos 4 e 6
mostrando em v-z espermátides arredondadas com grande marcação que se desloca
para periferia; w,y) espermátides no final do desenvolvimento com marcação na porção
inferior da cabeça; a1,b1) espermátide no final do desenvolvimento do lobo 5 com uma
ampla marcação ao longo da célula. Barra: 10 µm
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Figura 3. Células dos lobos testiculares de Mormidae quinqueluteum
coradas com P.A.S. a-i) espertides arredondadas evidenciando em a,b
várias marcações dispersas pela lula, em c,d as marcações estão
localizadas no centro da célula e deslocam-se para a periferia (e,f),
adquirindo a forma de C (g-i); j-p) espertides médias com marcação
em uma das extremidades (j,k), que se alonga em direção ao centro
celular (m) ou pela periferia da célula (n-p); q,r) espermátides no final
do alongamento evidenciando uma marcação contínua por toda cabeça.
Barra= 10 µm
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Figura 4. Células dos lobos testiculares de Oebalus sp. coradas
com P.A.S. a-f) espermátides arredondadas com várias marcações
dispersas pela célula (a,c), que se deslocam para a periferia (d,f); (g-
k) espermátides no início do desenvolvimento com marcação em
uma das extremidades da célula; (l-n) espermátides médias com
marcação alongando-se em dirão a outra extremidade da célula; o-
r) espermátides no final do desenvolvimento adquirindo a forma de
C (g-i); j-p) espertides médias com marcação evidenciando uma
marcação contínua por toda cabeça. Barra= 10 µm
100
Figura 5. Células dos lobos testiculares de Platycarenus umbractulatus coradas com
P.A.S. a-m) Células dos lobos 1-3 e 7; a-g) espertides arredondadas evidenciando em
(a,b) rias marcações dispersas pela lula, em (c,d) as marcações localizadas no centro
da célula que se deslocam para a periferia da lula em forma de C (e-g); h-k)
espermátides médias com marcação em um dos lados; l-m) espermátides no final do
desenvolvimento com marcação por toda cabeça. n-r) Células do lobo 4 e 6; n,o)
espermátides em alongamento com marcação em forma de C, p,q) espermátides médias
com marcão fragmentada ao longo da célula, mais evidente em uma das extremidades, r)
espermátide no final do desenvolvimento com uma marcação em uma das extremidades. s-
e1) Células do lobo testicular 5; s-x) espermátides arredondadas com diferentes marcações,
z-e1) espermátides em desenvolvimento com diferentes marcações. Barra= 10 µm
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b1 c1
d1 e1
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Figura 6. Células dos lobos testiculares de Thyanta perditor
coradas com P.A.S. a-f) espermátides arredondadas
evidenciando marcações localizadas no centro da lula; g-i)
as marcações permanecem no centro da célula até o final do
alongamento da espermátide; j) espermátide alongada
demonstrando um ligeiro alongamento da marcação central;
k,l) espermátides no final do desenvolvimento com marcão
contínua por toda cabeça. Barra: 10 µm
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IV. DISCUSSÃO GERAL
103
IV. DISCUSSÃO GERAL
Os testículos de todas as espécies de Pentatomidae consistem de
um número de subdivisões, compartimentos ou lobos. O número mais comum de
lobos é sete, embora haja variações entre tribos e espécies (NICKLAS, 1961;
REBAGLIATI et al., 2005). Nas espécies analisadas do presente trabalho
verificou-se a presença de três lobos testiculares nas espécies Mormidea
quinqueluteum (Pentatominae, Carpocorini) e Thyanta perditor (Pentatominae,
Pentatomini), quatro nas espécies do gênero Oebalus (Pentatominae,
Carpocorini), seis em Euschistus heros (Pentatominae, Carpocorini) e Antiteuchus
tripterus (Discocephalinae, Discocephalini) e sete em Platycarenus umbractulatus
(Discocephalinae, Discocephalini) demonstrando, desse modo, que uma ampla
variação nos números de lobos testiculares na família.
Em Pentatomidae há um lobo denominado de harlequin que
possui uma meiose diferente do padrão normal. Interessantemente, este lobo
corresponde ao maior lobo que produz o espermatozóide de morfologia menor na
maioria das espécies e torna-se então desproporcionalmente maior, relativo aos
outros lobos, que em alguns casos, produzem os testículos torcidos ou enrolados
(SCHRADER, 1960b). Este lobo não tem ocorrência acidental ou esporádica nos
testículos das espécies possuidoras e é sempre o lobo 5 (Discocephalinae). No
gênero Loxa, e na espécie Brachystethus rubromaculatus, é o 4, contado a partir
do ducto ejaculatório (SCHRADER, 1945a, b; SCHRADER, 1946a, b).
A constatação de um lobo interno ao lobo harlequin na espécie
A. tripterus pode ser indício de que forças evolutivas estejam atuando para
manutenção deste lobo que pode estar relacionado a nutrição dos seus
espermatozóides (SOUZA, 2007b, 2008). Dos quinze gêneros estudados com a
presença do lobo harlequin em Pentatomidae, 11 pertencem a subfamília
Discocephalinae, somente o nero Platycarenus não o possui, contudo não
evidência direta entre a presença do lobo harlequin e um grupo taxonômico
(REBAGLIATI et al., 2005). Embora Platycarenus umbractulatus, espécie do
presente trabalho, seja uma exceção, foi verificado que as espermátides do lobo 5
104
apresentam um padrão diferenciado de heterocromatina e do comportamento
nucleolar, evidenciando um processo, talvez, intermediário na formação do lobo
harlequin.
Schrader e Leuchtenberger (1950) verificaram em Arvelius
albopunctatus (Heteroptera, Pentatomidae, Pentatomini) a presença de seis lobos
testiculares, sendo o terceiro e o quinto os que contêm células grandes, o quarto,
maior dos lobos, contém células menores e o primeiro, segundo e sexto lobos
contêm células de tamanho médio. Este estudo permitiu verificar que os
espermatozóides dessa espécie possuem diferentes tamanhos quando comparados
aos seus lobos, sendo os maiores denominados de polimégalos. É importante
ressaltar que estes espermatozóides de diferentes classes resultem de meiose
normal. Assim, o conteúdo de proteína e RNA das diferentes classes de
espermatozóides está positivamente relacionado ao tamanho enquanto o número
cromossômico haplóide permanece constante. Tamanho dos espermatócitos não é
correlacionado com o tamanho do lobo. De fato o lobo que produz o
espermatozóide de tamanho menor é frequentemente o maior e o lobo que produz
o espermatozóide maior é o menor (SCHRADER, LEUCHTENBERGER, 1950,
1951; SCHRADER, 1960a, b).
A espécie Euschistus heros, analisada no presente trabalho,
apresenta meiose normal em todos os lobos e embora pertença a mesma tribo e
contenha seis lobos testiculares, difere da espécie A. albopunctatus, pois apresenta
o lobo 5 mais delgado, enquanto que os demais lobos apresentam comprimentos e
larguras semelhantes, bem como tamanhos celulares e nucleares das células em
prófase de “estágio difuso” dos lobos 4, 5 e 6 sejam maiores que nos lobos 1-3.
Diferenças entre as marcações por impregnação por íons prata dos lobos
demonstram que, provavelmente, há diferentes taxas biosintéticas entre os lobos.
Até o momento, para todas as espécies analisadas há, no
mínimo, três lobos formadores de espermatozóides fecundantes (lobos 1-3),
exceto na espécie A. albopunctatus que possui seis lobos testiculares, mas os
lobos 3, 4 e 5 apresentam células diferenciadas, as quais podem ter papéis não
fecundantes (SCHRADER; LEUCHTENBERGER, 1951). As espécies Mormidea
105
quinqueluteum, Oebalus poecilus, O. ypsilongriseus e Thyanta perditor
apresentam de três a quatro lobos testiculares e não apresentam o lobo harlequin.
Pode-se supor que a perda dos demais lobos testiculares no ancestral desta espécie
foi mais adaptativa que a evolução do lobo harlequin e que atualmente, mesmo
havendo pressões evolutivas para formação do lobo harlequin, este pode diminuir
o valor adaptativo da espécie, devido ao número reduzido de lobos formadores de
espermatozóides fecundantes.
Todas as espécies analisadas do presente trabalho apresentaram
2n= 14 cromossomos (12A + XY), sendo concordantes com relatos citogenéticos
de espécies de Pentatomidae que mostram número diplóide de cromossomos, em
machos, de seis a 27, sendo o mais frequente o de 14 cromossomos (85%)
(REBAGLIATI et al., 2005) e sistema cromossômico do sexo XX/XY
(fêmea/macho), exceto em três espécies (Macropygium retuculare, X1X2Y;
Rhytidolomia senilis, neo-XY; Thyanta calceata, X1X2Y) e não apresentam m-
cromossomos.
Ainda, o estudo do material nucleolar na espécie P.
umbractulatus permitiu verificar que, provavelmente os cromossomos sexuais
estão associados ao nucléolo. Foi verificada, nesta espécie, a presença do mesmo
padrão de coloração, mas com diferentes comportamentos, sendo que as partes
mais escuras provavelmente são os cromossomos sexuais e as mais claras os
nucléolos, podendo evidenciar, desta forma, a participação dos cromossomos
sexuais na formação do nucléolo. Nas espécies do gênero Oebalus verificou-se a
presença de uma marcação do tipo “mushroom” onde o chapéu é a parte mais
escura e a haste a mais clara e não foi evidenciada variação neste comportamento.
Bowen (1924) propôs que a posição relativa do acrossomo pode
ser localizada em qualquer lugar na periferia do núcleo, que, contudo apresenta
uma tendência quase universal para algumas porções desta estrutura alcançar a
porção anterior dos espermatozóides.
Nas espécies do presente trabalho foi verificado um
comportamento na formação acrossomal semelhante, isto é, rias marcações que
se unem e desloca-se para uma das extremidades da célula, exceto para Thyanta
106
perditor, cuja marcação localiza-se no centro da espermátide arredondada e
permanece nesta posição até o final do alongamento. Nas demais espécies pode-se
verificar que um alongamento da marcação durante a espermátide média, o
qual não é acompanhado pelo alongamento da espermátide, como ocorre em
Euschistus heros, tal estrutura pode indicar etapas do desenvolvimento do
acrossomo durante esta fase de desenvolvimento da espermátide e ainda, pode
indicar que o alongamento da espermátide independe do alongamento do
acrossomo nesta espécie. No final deste alongamento não é mais possível sua
identificação, que não distinção entre núcleo e a marcação formada.
Algumas espécies, como Antiteuchus tripterus, Euschistus heros e Platycarenus
umbractulatus apresentaram, em determinados lobos, diferenças significativas no
comportamento das marcações sugerindo formação de espermatozóides com
funções não fecundantes.
V. CONCLUSÕES GERAIS
108
V. CONCLUSÕES GERAIS
As análises da espermatogênese e do comportamento nucleolar
nas espécies da família Pentatomidae (Heteroptera), de importância econômica,
possibilitou confirmar que as espécies Antiteuchus tripterus, Euschistus heros,
Mormidea quinqueluteum, Oebalus poecilus, O. ypsilongriseus, Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor possuem: 1) cromossomos holocêntricos, isto é,
sem centrômero localizado; 2) comportamento pré-reducional para os autossomos
e pós-reducional para os cromossomos sexuais; 3) sistema cromossômico do sexo
XY para os machos; 4) quiasmas intersticiais ou terminais; 5) complemento
cromossômico de 2n= 14 (12A + XY), seguindo o padrão da família; 6) formação
do acrossomo a partir de várias marcações que se unem e desloca-se para uma das
extremidades da célula.
Algumas características ainda não descritas na literatura para a
família Pentatomidae foram observadas pelo fato dos lobos terem sido analisados
separadamente.
a) Antiteuchus tripterus possui comportamento meiótico semelhante nos lobos 1 a
3 e comportamento diferente quando se compara 1 a 3, com os demais lobos,
sendo o 5, o harlequin. O lobo 6 localiza-se internamente ao 5 e foi
denominado de lobo composto.
b) A descoberta do lobo composto em A. tripterus, o qual pode estar relacionado
com a nutrição do lobo harlequin, evidencia que pressões evolutivas ocorreram
para a manutenção deste lobo, nesta espécie, o que demonstra a importância,
desse lobo, para algumas espécies. Além disso, as análises do comportamento
nucleolar evidenciaram que atividade metabólica diferenciada para os lobos
4, 5 e 6.
c) A espécie Euschistus heros não possui lobo harlequin, porém, as análises da
espermatogênese demonstraram que diferenças significativas no tamanho
109
das células dos lobos 4 e 6, os quais podem estar relacionados com a formação
de espermátides não-fecundantes.
d) Em Platycarenus umbractulatus, apesar do processo de espermatogênese ter
sido semelhante entre os sete lobos, algumas diferenças foram observadas
como, por exemplo, nos lobos 4 e 6, onde os cromossomos foram encontrados
agrupados dois a dois em algumas células da metáfase I e no lobo 5 as
espermátides arredondadas e em início de alongamento apresentaram diferentes
padrões de concentração de material heteropicnótico. Tais características
podem evidenciar a formação de possíveis espermatozóides não fecundantes.
e) Com relação à Impregnação pelos íons prata, foi verificada a presença de
corpos nucleolares na forma de “mushroom” nas prófases das espécies do
gênero Oebalus, característica, ainda não descrita na literatura. Em P.
umbractulatus, observou-se, durante a prófase, dois corpos escuros e dois mais
claros que podem demonstrar a participação dos cromossomos sexuais na
formação e organização do nucléolo desta espécie.
f) Em P. umbractulatus foi possível, também, verificar a presença de marcações
diferenciadas pelos íons prata nas espermátides do lobo 5. Embora não possua
lobo harlequin, tais marcações podem indicar formação de espermatozóides
não fecundantes neste lobo.
g) Com relação a formação do acrossomo, em Euschistus heros pode-se verificar
que um alongamento da marcação durante a espermátide média, o qual não
é acompanhado pelo alongamento da espermátide. Foi observado, ainda, em E.
heros maior intensidade de coloração nas espermátides dos lobos 4 a 6 que
podem indicar formação de espermatozóides não fecundantes. Em P.
umbractulatus houveram marcações diferenciadas nas espermátides do lobo 5,
que podem indicar diferenças fisiológicas neste lobo com relação aos demais.
110
A espécie Thyanta perditor apresentou uma marcação central durante todo o
desenvolvimento da espermátide, padrão diferente das espécies analisadas.
Assim, verifica-se a importância dessas análises para compreensão do
cenário evolutivo da família Pentatomidae.
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
112
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SOUZA, H. V.; BICUDO, H. E. M. C.; COSTA L. A. A.; ITOYAMA, M. M. A
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tripterus (Heteroptera, Pentatomidae). European Journal of Entomology,
2007b.
SOUZA, H. V.; CASTANHOLE, M. M. U.; BICUDO, H. E. M. C.; ITOYAMA,
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157, 1996.
VII.
ANEXO
119
VII. ANEXOS
1. MATERIAIS E MÉTODOS
1.1. Obtenção e Armazenamento dos Insetos
Para a análise citogenética, foram coletados em torno de 15
indivíduos machos adultos das espécies: Antiteuchus tripterus, Euschistus heros,
Mormidea quinqueluteum, Oebalus poecilus, O. ypsilongriseus, Platycarenus
umbractulatus e Thyanta perditor da família Pentatomidae em exemplares
vegetais de pata-de-vaca (Bauhinia forficata Link.), boldo (Pneumus boldus), soja
(Glycine max), milho (Zea mays), pé-de-bucha (Luffa cylindrica) na região de São
José do Rio Preto (20º47’32’’ S, 49º21’37’’ W), SP, Brasil. Os insetos foram
transportados até o laboratório de Citogenética de Insetos do Departamento de
Biologia, IBILCE/UNESP, montados para serem encaminhados para a
identificação ou para a coleção no laboratório ou fixados em metanol:ácido
acético (3:1) ou etanol absoluto e armazenados no refrigerador, para posteriores
análises. A identificação dos insetos foi realizada pelo Prof. Dr. Luiz Antônio
Alves Costa do Departamento de Entomologia do Museu Nacional do Rio de
Janeiro, RJ.
1.2. Dissecação dos Insetos
Após a coleta, os insetos, machos adultos, foram eterizados e
dissecados, que a espermatogênese em Heteroptera não se encerra no estágio
larval. Para a dissecção, os insetos foram fixados com um alfinete na região
posterior do cefalotórax em uma placa de Petri contendo parafina sólida e tiveram
suas patas, asas, escutelo e laterais do abdome seccionados com uma tesoura
pequena e pontiaguda. Foi gotejada uma gota de solução fisiológica de Demerec
sobre os órgãos expostos, estes foram removidos com auxílio de um estilete,
120
deixando os testículos evidentes. Os testículos, localizados latero-ventralmente,
são mantidos em sua posição por meio de ramificações dos troncos das traquéias
dos respectivos segmentos. Uma membrana de coloração variável (de transparente
à vermelha) envolve os testículos em cujo interior localizam-se as células
germinativas em diferentes estágios de desenvolvimento.
1.3. Colorações
1.3.1. Orceína Lacto-Acética
Os testículos extraídos, conforme descrito anteriormente,
tiveram os lobos separados e corados com orceína lacto-acética, para sua
caracterização morfológica. Em seguida, os lobos foram individualmente
submetidos ao esmagamento para o estudo citogenético da meiose e
espermiogênese.
1.3.2. Impregnação com Nitrato de Prata (HOWELL; BLACK, 1980,
com modificações)
Os insetos foram dissecados em solução fisiológica de
Demerec e os túbulos seminíferos transferidos para solução de ácido acético a
45% por 1 minuto e, posteriormente, ácido lático a 50% por 5 minutos. O material
foi esmagado em ácido acético a 45%. As lâminas ficaram em câmara úmida por
10 minutos e a lamínula foi retirada com auxílio de nitrogênio líquido. As lâminas
foram guardadas para o envelhecimento.
As lâminas envelhecidas foram tratadas com uma gota de
solução reveladora (solução de gelatina a 1%); posteriormente, foram adicionadas
duas gotas de nitrato de prata a 50%, o material foi coberto com lamínula e
121
incubado em estufa a 60°C por 10 minutos em câmara úmida até o aparecimento
de coloração marrom dourada. A lâmina foi lavada com água destilada, para
desprendimento da lamínula e recebeu dois banhos de água destilada secando à
temperatura ambiente. Após um dia, a lâmina foi montada com verniz cristal para
análise.
1.3.3. Reação por Reativo de Schiff e Ácido Periódico (P.A.S.)
Após o envelhecimento das lâminas, como mencionado
anteriormente, estas foram tratadas com algumas gotas de ácido periódico a 0,5%
por 1 hora. Foram lavadas por três vezes em água destilada. Posteriormente,
foram adicionadas algumas gotas de reativo de Schiff sobre o material e as
lâminas foram deixadas em câmara escura por mais 1 hora. Foram lavadas com
água destilada e contra-corada com hematoxilina por 10 minutos e lavadas em
água destilada. Após secas, as lâminas foram montadas em verniz cristal para
análise.
1.4. Análise das lâminas
As lâminas foram analisadas no microscópio de luz, Olympus
modelo BX40, do laboratório de Citogenética de Insetos. As imagens foram
capturadas no microscópio de luz AXIOSKOP 2 ZEISS (programa
AXIOVISION) do laboratório de Morfologia, do Departamento de Biologia do
IBILCE/UNESP, Campus de São José do Rio Preto, SP.
122
2. ESPÉCIES ANALISADAS
Figura 1. Machos adultos das espécies: a) Antiteuchus tripterus; b) Euschistus
heros; c) Mormidea quinqueluteum; d) Platycarenus umbractulatus. Barras= 1 cm
a
d
b
c
123
Figura 2. Machos adultos das espécies: a) Oebalus poecilus; b) Oebalus
ypsilongriseus; c) Thyanta perditor. Barras= 1 cm
a
b
c
124
VIII. RESUMO
Os Heteroptera constituem um dos mais importantes grupos de insetos do ponto
de vista econômico, pois a maioria, durante os estádios de ninfa e adulto,
alimenta-se de plantações ou grãos armazenados para o consumo humano. As
análises citogenéticas permitiram verificar que Antiteuchus tripterus possui um
lobo composto (5/6), o qual pode estar envolvido na nutrição do lobo harlequin,
evidência que pressões evolutivas ocorreram para a manutenção deste lobo, nesta
espécie, o que demonstra a importância, desse lobo, para algumas espécies.
Permitiram, ainda, verificar que todas as espécies apresentam sistema
cromossômico do sexo XY e complemento cromossômico de 2n= 14
cromossomos. Além disso, as análises do comportamento nucleolar evidenciaram
que atividade metabólica diferenciada para os lobos 4, 5 e 6 em Antiteuchus
tripterus e também em espécies não possuidoras do lobo harlequin, como
Platycarenus umbractulatus, que apresentou marcações diferenciadas no lobo 5, a
qual pode indicar a formação de espermatozóides não fecundantes. A espécie
Euschistus heros não apresenta lobo harlequin, porém as análises da
espermatogênese demonstraram que diferenças significativas no tamanho das
células dos lobos 4 e 6, os quais podem estar relacionados com a formação de
espermátides não-fecundantes. Foi verificada a presença de corpos nucleolares na
forma de “mushroom” nas espécies do gênero Oebalus, característica, ainda não
descrita na literatura, além disso, foi observada, em P. umbractulatus, a presença
de dois corpos escuros e dois mais claros, que podem demonstrar a participação
dos cromossomos sexuais na formação e organização do nucléolo desta espécie.
Assim, verifica-se a importância dessas análises para compreensão do cenário
evolutivo da família Pentatomidae.
125
IX. ABSTRACT
The Heteroptera are the most important group of insect related with economic
importance, because the most of them, during ninfal stage and adult stage, feed in
plantations or stored grains to the human consumption. The cytogenetical analyses
permitted verify that Antiteuchus tripterus has a compound lobe (5/6), which
should be involved in the nutrition of harlequin lobe, evidences that evolutionary
pressures occurred for the maintenance of this lobe in this species, which shows
the importance of this lobe for some species. The analyses also permitted to
evidence that all species analyzed have XY sexual chromossomic systems and a
chromossomic complement 2n= 14 chromosomes. Furthermore, the analyses of
the nucleolar behavior showed there are different metabolic activities in the lobes
4, 5 and 6 in Antiteuchus tripterus and in the species without the harlequin lobe,
as Platycarenus umbractulatus, also had different marcation in lobe 5, which can
indicate the formation of non-fertilizing sperm. The species Euschistus heros do
not have harlequin lobe, but the analyses of spermatogenesis showed that there
are significant differences in cell size in the lobes 4 and 6, which may be related to
the formation of non-fertilizing spermatids. It was verified the presence of
nucleolar bodies with morphology like "mushroom" in the species of the genus
Oebalus, feature not yet observed. Moreover was observed in P. umbractulatus,
the presence of two dark bodies and two lighter, which may demonstrate the
participation of sex chromosomes in the formation and organization of the
nucleolus in these species. Thus, this present work shows the importance of such
analyses for understanding the evolutionary scenario of the family Pentatomidae.
126
Autorizo a reprodução xerográfica para fins de pesquisa.
São José do Rio Preto, 18/02/2009
Hederson Vinícius de Souza
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