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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
CONCENTRAÇÃO EM MATERIAIS DENTÁRIOS
ÁLVARO GRUENDLING
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO DENTINÁRIO NA ADESÃO
DE CIMENTO RESINOSO AUTO-ADESIVO
Porto Alegre
2008
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ÁLVARO GRUENDLING
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO DENTINÁRIO NA ADESÃO
DE CIMENTO RESINOSO AUTO-ADESIVO
Dissertação apresentada como requisito
para obtenção do título de Mestre em
Odontologia, área de concentração em
Materiais Dentários, Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, Faculdade de
Odontologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul.
Orientador: Prof. Dr. Hugo Mitsuo Silva Oshima
Porto Alegre
2008
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ÁLVARO GRUENDLING
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA
DO TRATAMENTO DENTINÁRIO NA ADESÃO
DE CIMENTO RESINOSO AUTO-ADESIVO
Dissertação apresentada como requisito
para obtenção do título de Mestre em
Odontologia, área de concentração em
Materiais Dentários, Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, Faculdade de
Odontologia da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul.
Aprovada em _____de ______________ de 2008.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Orientador: Prof. Dr. Hugo Mitsuo Silva Oshima
______________________________________
Prof. Dr. Eduardo Gonçalves Mota
_______________________________________
Prof. Dr. Ézio Teseo Mainieri
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha
amada esposa Denise, pelo apoio
incondicional e estímulo. Obrigado pelo
amor, paciência e compreensão.
Às minhas filhas Marcela e
Carolina, responsáveis pela minha
alegria e razão de viver.
AGRADECIMENTOS ESPECIAS
Aos meus pais, Ottmar (IM) e Hildegardis, pela educação e orientação na
busca de um objetivo.
Aos meus irmãos e cunhados, Virginia e Flávio, Raul e Rejane, por
acompanharem e apoiarem todas as etapas da minha vida.
Aos meus sobrinhos César, Cícero e Grasiela pelo maravilhoso convívio
diário.
À toda minha família, pelo amor, companherismo, auxílio e
despreendimento. Por mostrarem como uma família unida protege os seus.
Ao meu orientador Prof. Dr. Hugo Mitsuo Silva Oshima pelos ensinamentos
e amizade.
Aos Prof. Dr. Eduardo Gonçalves Mota e Prof. Dra. Luciana Mayumi Hirata
pelos ensinamentos durante o curso e amizade.
À Prof. Dr. Ana Maria Spohr e Prof. Dr. Luiz Henrique Burnett Jr. pela
preciosa contribuição a este trabalho.
Aos colegas de Mestrado, Fernanda, Joaquim, Cristiano e Lucas pelo
agradável convívio e grande amizade neste período.
Aos colegas José Luis Martins, Jo Luís Piazza e Regênio Herbstrith
Segundo pela amizade.
À Faculdade de Odontologia da PUC, na pessoa de seu diretor Prof. Dr.
Marcos Túlio Mazzini Carvalho, bem como a coordenação da Pós-graduação, na
pessoa da Prof. Dra. Nilza Pereira da Costa e Prof. Dr. José Poli Figueiredo, pela
oportunidade.
Aos funcionários da Pós-graduação Ana, Carlos, Davenir e Marcos, pela
dedicação.
À todas as pessoas que fazem parte da minha vida.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do tratamento da
superfície dentinária na resistência de união ao cisalhamento com o uso de um
cimento resinoso auto-adesivo. Para tal, foram utilizados 75 incisivos inferiores
bovinos, que tiveram a coroa clínica seccionada em área quadrangular de 1 cm² e
incluídos em um tubo de PVC, preenchido com resina acrílica auto-polimerizável. O
esmalte foi desgastado, expondo a superfície dentinária com lixas de carbeto de
silício de granulação 180, 220 e 400, usadas sequencialmente. As amostras foram
divididas em 5 grupos, escolhidas aleatoriamente, de acordo com o tratamento a que
foram submetidas: Grupo 1: controle; Grupo 2: jateamento com óxido de alumínio;
Grupo 3: jateamento com bicarbonato de sódio; Grupo 4: EDTA; Grupo 5: ácido
poliacrílico. O cimento resinoso auto-adesivo utilizado foi Rely X Unicem (3M-ESPE).
Após inserção do cimento, os corpos-de-prova foram armazenados em umidade
100% a 37ºC por 7 dias. Os ensaios de resistência ao cisalhamento foram realizados
em quina de ensaios EMIC DL 2000 e os resultados obtidos em MPa. Através da
MEV com magnitude de 50X, foi verificado o tipo de falha que ocorreu na interface
dentina/cimento. Ao submeter os resultados ao teste ANOVA, foi possível observar
que houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (p = 0,007). De
acordo com teste de Tukey, o grupo óxido de alumínio obteve os maiores valores de
resistência de união, estatisticamente diferente (p<0,05) em relação aos grupos
controle, ácido poliacrílico e EDTA, que por sua vez não diferiram entre si (p>0,05).
O grupo bicarbonato de sódio não diferiu de nenhum grupo e o grupo EDTA obteve
os menores valores de resistência de união. As falhas encontradas na interface
foram caracterizadas como mistas, e somente o grupo óxido de alumínio apresentou
presença de falhas coesivas em dentina. Concluiu-se que o jateamento com óxido
de alumínio determinou uma maior resistência de união ao cisalhamento entre
substrato dentinário/cimento.
Palavras-chaves: cimento resinoso, tratamento de superfície, união
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the influence of dentin surface
treatment in the shear bond strength using self-adhesive luting cement. Mandible
bovine incisors were used. The teeth crowns were cut in a 1cm² cube shape and
included in a plastic tube (PVC) using self cured with acrylic resin. The enamel was
removed with manual abrasive strip papers until dentin surface was exposed. The
surfaces were then divided in 5 groups with 15 samples each, according to the
surface treatment arrived ; group 1 : control; group 2 : aluminum oxide sandblasting;
group 3 ; sodium carbonate air polishing; group 4; EDTA; group 5 ; poliacrylic acid.
The self-adhesive luting cement used was Rely X Unicem (3M ESPE). After cement
settlement, the samples were stored in a 37º C, 100% relative humidity for 7 days.
The tests were performed using an EMIC DL 2000 test machine and the obtained
results in MPa. The type of failure in the interface between dentin and luting cement
was checked using 50x magnitude SEM. The results were submitted to ANOVA test
and statistical differences were found among the groups (p=0.007). According to the
Tukey test, the aluminum oxide sandblasting group showed the higher values for
shear bond strength what happened to be statistically significant (p<0.05) comparing
to all other groups analyzed. Furthermore, the results found for control group,
poliacrylic acid group and EDTA group did not differ statistically (p>0.05). The
sodium carbonate group also did not differ from none of the groups and the EDTA
group showed the lowest values for shear bond strength. The breakdowns found in
the interfaces were characterized as mixed failures and only the aluminum oxide
group presented dentin cohesive failures. The results concluded that aluminum oxide
sandblasting determines the highest shear bond strength between dentin and luting
cement.
Key words: luting cement, surface treatment, shear bond strength.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: A : vista da coroa por vestibular B: câmara pulpar: C: coroa por lingual 39
B: vista da câmara pulpar
C: vista da coroa por lingual
Figura 2: Inclusão da coroa em PVC.........................................................................40
Figura 3: A e B: Politriz Aropol S 600 RPM com lixa 400 ..........................................40
Figura 4: dentina bovina lixada..................................................................................40
Figura 5: armazenagem em água destilada. .............................................................41
Figura 6: óxido de alumínio .......................................................................................41
Figura 7 : pó de bicarbonato de sódio .......................................................................42
Figura 8: EDTA gel 24%...........................................................................................42
Figura 9: Ácido poliacrílico ........................................................................................43
Figura 10: cápsulas ...................................................................................................43
Figura 11: amalgamador ...........................................................................................43
Figura 12: A: dispositivo ativador da cápsula ............................................................44
B: dispositivo aplicador do cimento
Figura 13: matriz desmontada...................................................................................44
Figura 14: Inserção do cimento resinoso no interior da matriz bipartida de teflon ....45
Figura 15: fotopolimerização .....................................................................................45
Figura 16: cimento polimerizado ...............................................................................46
Figura 17: remoção da matriz bipartida de teflon ......................................................46
Figura 18: Corpo de prova .......................................................................................46
Figura 20: Amostras a serem submetidas ao MEV ...................................................48
Figura 21: Controle (sem tratamento) presença de smear layer. Poucos túbulos
visíveis e presença de riscos causados pela lixa 400 ........................................51
Figura 22: Jateamento com óxido de alumínio. Smear layer presente e
irregularidades na superfície dentinária .............................................................51
Figura 23: Jateamento com bicarbonato de sódio. Remoção parcial da smear layer52
Figura 24:EDTA. Túbulos abertos e remoção da smear layer..................................52
Figura 25: Ácido poliacrílico, Túbulos abertos e remoção da smear layer ................52
Figura 26: Controle....................................................................................................53
Figura 27: Jateamento Óxido de Alumínio. ...............................................................53
Figura 28: Jateamento Bicarbonato de Sódio. ..........................................................54
Figura 29: EDTA........................................................................................................54
Figura 30: Ácido Poliacrílico......................................................................................55
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1: valores médios de resistência ao cisalhamento e desvio-padrão dos
grupos experimentais.........................................................................................50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Descrição dos grupos de ensaio deste estudo..........................................40
Tabela 2: Resultado da Análise de Variância...........................................................49
Tabela 3: Valores médios de resistência ao cisalhamento e desvio-padrão. ............49
LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES E ABREVIATURAS
< menor que
= igual a
> maior que
° - graus
°C graus Celsius
µm micrômetro
ANOVA Análise de Variância
et al. abreviatura de et alli (e outros)
EDTA ácido etilenodiaminotetracético
cm centímetro
mbar milibar
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
Min minuto
mm milímetro
mm/min milímetros por minuto
mm² milímetros quadrados
MPa mega Pascal
mW/cm² miliwatt por centímetro quadrado
N Newton
Nº número
nm nanometro
PVC polivinilcloreto
R.P.M. rotações por minuto
rpm rotações por minuto
s segundos
SEM Stereoscopic Eletronic Microscope
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS E UNIDADES
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................13
2 OBJETIVOS.......................................................................................................15
3 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................16
4 MATERIAIS E MÉTODO ...................................................................................38
4.1 MATERIAIS.......................................................................................................38
4.2 MÉTODO ..........................................................................................................38
4.3 ANÁLISE DOS TIPOS DE FALHAS...................................................................47
5 RESULTADOS ..................................................................................................49
6 DISCUSSÃO......................................................................................................56
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................62
REFERÊNCIAS.........................................................................................................63
ANEXO .....................................................................................................................68
1 INTRODUÇÃO
Os cimentos resinosos muito mostram-se como materiais de eleição para
a fixação adesiva de peças protéticas a um remanescente dentário. Na sua
evolução, muitos foram os aspectos considerados para uma utilização efetiva, como
uma menor sensibilidade pós-operatória e maior facilidade no manuseio. Os
cimentos auto-adesivos ou auto-condicionantes são uma evolução dos cimentos
resinosos, especialmente no que se refere à facilidade de sua utilização com
desempenho clinicamente satisfatório e menor sensibilidade na cnica de manuseio
(HOLDEREGGER et al.; 2008).
Uma alternativa para dentes com grandes áreas de destruição são as
restaurações indiretas. Estas necessitam ser coladas ao substrato remanescente, e
neste quesito reside sempre uma grande dúvida no tipo de material adesivo para
efetuar a união.
A necessidade de usar um agente cimentante que estabeleça uma união
entre a peça protética e a estrutura dentária, com o mínimo de agressão à esta
estrutura e manutenção da integridade física do agente cimentante, sempre foi um
desafio. Atualmente, observa-se que vários protocolos de cimentação de
restaurações indiretas. Um deles, com o uso de cimentos resinosos convencionais,
baseia-se no conceito do condicionamento ácido total, onde estrutura mineral é
removida do substrato sendo substituída por um infiltrado de resina. Outro protocolo
de cimentação, consiste no uso dos cimentos resinosos auto-adesivos ou auto-
condicionantes, que minimizam a remoção de tecido mineral do substrato (IBARRA
et al.; 2007, HAN et al.; 2007). Os trabalhos com estes cimentos, mostram-se
promissores, indicando uma tendência de substituição aos protocolos de
cimentações adesivas convencionais (Piwowarczyc e Lauer; 2003).
Muitos estudos “in vivo” sustentam que uma degradação da matriz do
colágeno com o envelhecimento da união dentina-resina (PASHLEY et al.; 2004). A
lenta degradação da matriz de resina pela sorpção de água (hidrólise) é uma
preocupação dos pesquisadores a cerca da manutenção da integridade da união
dentina-resina (HEBLING et al., 2005). A incorporação de agentes resinosos iônicos
e hidrofílicos em adesivos autocondicionantes e de condicionamento ácido total é
14
necessária para união íntima com um substrato dentário úmido (GARCIA-GODOY et
al.;2007).
Para Soares et al. (2007), são muito diferentes as conclusões acerca do
desempenho de agentes condicionantes de tecidos dentários aplicados antes do uso
de materiais adesivos. Isto porque o aumento da resistência de união dentina-resina
depende de muitos fatores que influenciam no desempenho adesivo.
Todavia, uma preocupação constante dos clínicos, tem sido a diminuição da
capacidade de união da superfície dentária causada pela contaminação da saliva,
sangue, materiais restauradores provisórios, fluído intrasulcular e outros
impedimentos. Com isso, cada vez mais percebemos a necessidade de tratamentos
superficiais com finalidade de deixar o substrato mais ávido ao material cimentante,
aumentando a longevidade clínica das restaurações odontológicas. É muito difícil
isolar e evitar a contaminação das superfícies preparadas dos dentes, especialmente
as localizadas próximo à gengiva, resultando em uma menor resistência de união
entre restauração e substrato dentário (RÜYA YAZICI et al.; 2007).
Pesquisas têm investigado diferentes métodos de tratamento para dentina
antes do uso de agentes cimentantes adesivos, com a finalidade de aumentar a
resistência de união, integridade e durabilidade da cimentação (OSORIO et al.;
2005, SOUZA COSTA et al.; 2006; CARRILHO et al.; 2007). No entanto, não
trabalhos descrevendo se o tratamento prévio da dentina é significativo para o
desempenho de cimentos resinosos auto-adesivos.
2 OBJETIVOS
Verificar, por meio de ensaios de cisalhamento, o efeito de diferentes
tratamentos da superfície dentinária (óxido de alumínio, bicarbonato de sódio, EDTA
e ácido poliacrílico) na resistência de união entre cimento resinoso auto-adesivo e
dentina.
Verificar, por meio de microscopia eletrônica de varredura, os tipos de falhas
ocorridas nos corpos-de-prova após ensaios de cisalhamento.
3 REVISÃO DA LITERATURA
Nakabayashi et al., em 1982, determinaram a efetividade do 4-META na
união de bloco de acrílico à dentina e esmalte condicionados. O substrato dentinário
foi condicionado com ácido cítrico 10% e solução de cloreto férrico 3% antes da
adesão ser realizada. Monômeros com grupos hidrofílicos e hidrofóbicos de 4-META
promoveram a infiltração dos monômeros para o interior dos tecidos. Os monômeros
infiltrados e polimerizados dentro da dentina determinaram uma melhor união com o
substrato dentinário. A resistência de união do adesivo na dentina condicionada foi
de 18MPa. Escaneamento por microscopia eletrônica mostrou que os monômeros
possuem afinidade forte com os tecidos. A melhora da união não foi causada pela
entrada nos túbulos, como havia sido considerada anteriormente. A penetração dos
monômetros nos tecidos, seguido de polimerização, representam um mecanismo de
concentração de “stress”, onde as falhas podem ser evitadas. Concluíram que a
preparação de monômeros com grupos hidrofílicos e hidrofóbicos promovem adesão
com o substrato pela sua capacidade de penetração e infiltração no mesmo.
Powis et al., em 1982, analisaram a melhora da união do cimento de
ionômero de vidro pelo tratamento químico do esmalte e dentina. Os
condicionadores mais efetivos de superfície foram as substâncias de alto peso
molecular, contendo múltiplos grupos funcionais, capazes de unir o hidrogênio.
Agentes quelantes, de baixo peso molecular que dissolvem o cálcio e alteraram
enormemente a superfície do esmalte e dentina, são os menos efetivos. Portanto, a
utilização prévia de ácido poliacrílico no uso de cimentos de ionômero de vidro
melhora a sua união ao esmalte e a dentina, enquanto que, o uso de EDTA e ácido
cítrico atuando como agentes quelante, diminuem a união do cimento de ionômero
de vidro às estruturas dentárias.
Já Nakamichi et al., em 1983, desenvolveram um trabalho para encontrar um
substituto de dentes humanos em testes de adesão. A força de adesão de dentes
bovinos foi comparada com dentes humanos usando cinco cimentos dentinários e
dois compostos de resina. A adesão em esmalte e na superfície da lama dentinária
não mostrou estatisticamente diferenças significantes entre dentes humanos e
bovinos, entretanto o significado dos valores são sempre ligeiramente mais baixos
17
com dentes bovinos. A adesão à dentina bovina decresce consideravelmente em
dentina mais profunda.
Silva et al., em 1996, realizaram um trabalho com o propósito de comparar a
resistência de união de sistemas adesivos em esmalte e dentina humana, com
dentes suínos e bovinos, depois de 24 horas e sete dias de armazenagem a 37°C e
100% de umidade relativa. O resultado da resistência de cisalhamento em MPa foi: a
resistência de cisalhamento em esmalte humano não apresenta diferença
estatisticamente significante em relação ao esmalte bovino, embora ambos
registrassem significante diferença em relação ao esmalte suíno. A resistência ao
cisalhamento obtida entre dentina humana, bovina e suína não apresenta nenhuma
diferença significativa entre elas. A resistência ao cisalhamento obtida após os
períodos de armazenagem de 24 horas e sete dias não apresentou diferença
estatisticamente significantes.
Rinaudo et al., em 1997, compararam os efeitos de diferentes tratamentos
de superfície da dentina na resistência de união ao cisalhamento com três sistemas
adesivos. Foi incluído ionômero de vidro modificado por resina Fugi II LC e dois
sistemas de união à dentina, One Step e Scotchbond Multi-Purpose Plus. Os
tratamentos de superfície foram: grupo de controle; jateamento com 120 psi sem
condicionamento; jateamento com 160 psi sem condicionamento; jateamento com
120 psi com condicionamento e jateamento com 160 psi com condicionamento. Para
o jateamento foi usado Whisperjet KCP 1000 e o material adesivo usado de acordo
com as recomendações do fabricante. Os resultados mostraram que o jateamento
com óxido de alumínio baixa significativamente a resistência de união do ionômero
de vidro condicionado ou não. Jateamento usado isoladamente, baixa a resistência
de união à dentina. Entretanto, o uso de jateamento mais condicionamento resulta
numa resistência de união similar ao das amostras somente condicionadas.
Blomlöf et al., em 1997, exploraram a possibilidade de obtenção de aceitável
remoção da smear-layer e exposição de colágeno pelo condicionamento com
concentrações baixas e supersaturadas (24%) de EDTA. Uma superfície plana em
dentina foi utilizada em dentes humanos extraídos devido a periodontite severa. Os
dentes foram condicionados com as seguintes concentrações de EDTA por 2
minutos: Grupo 1 (1,5%); Grupo 2 (5%); Grupo 3: (15%), Grupo 4: (24%) e avaliados
pelo SEM em relação à remoção da smear-layer e exposição de fibras colágenas da
raiz. O trabalho demonstrou que o condicionamento com as concentrações de 1,5%
18
e 5% de EDTA não foram suficientes para dissolver a smear-layer em elevado grau.
Ao ser usada a concentração de 15% de EDTA, a smear-layer foi dissolvida mais
efetivamente e as fibras colágenas encontradas mais espassadas. Seguindo com
concentração de EDTA de 24%, significativamente menos smear-layer é encontrada
na superfície da dentina em relação aos outros grupos e fibras colágenas são
encontradas cobrindo por inteiro a dentina intertubular. Baseados nestes achados,
com concentrações de EDTA entre 15% e 24% em ordem, se obtém uma aceitável
remoção da smear-layer e exposição de fibras colágenas, com efeito clinicamente
aceitável pelo período de tempo.
Los e Barkmeier, em 1999, examinaram os valores de resistência de união
ao cisalhamento entre dentina e resina com seis diferentes tipos de sistemas
adesivos usando ou não jateamento com óxido de alumínio. Diferenças significantes
foram encontradas na resistência de união, dependendo do sistema adesivo usado,
mas não diferença entre os grupos jateados com o controle. Isto pode concluir que a
escolha do sistema adesivo tem mais influência na união entre dentina e compósito
do que o método de pré-condicionamento utilizado.
Schilke et al. concluíram, em 2000, que informações detalhadas da dentina
são essenciais para investigar a adesão de materiais à ela. No estudo foi comparado
o número e o diâmetro dos túbulos dentinários de incisivos centrais bovinos
permanentes, utilizando coroa e raiz com as coroas de terceiros molares humanos e
molares decíduos. Não foram encontradas diferenças significativas entre o número
de túbulos na dentina coronal bovina comparada com a dentina humana decídua e
em molares permanentes. A medida do diâmetro dos túbulos da dentina bovina é
ligeiramente, mas não significante maior que na dentina humana. Estes achados
demonstram que a dentina correspondente à camada de coroa entre decíduos
humanos e molares permanentes e incisivos centrais bovinos não são
significantemente diferentes no número de túbulos por mm² e no diâmetro dos
túbulos, enquanto a densidade dos túbulos da dentina da raiz bovina é
significantemente maior. Os resultados sugerem, contanto que preparos
estandartizados sejam usados, que a dentina da coroa de incisivos bovinos são
adequados substitutos da dentina de molares humanos em estudos de adesão.
Cehreli et al., em 2000, investigaram os efeitos do condicionamento com
EDTA 17% e solução formada por ácido itatônico, ácido maleico e água, na
micromorfologia primária em esmalte e dentina, em comparação com ácido fosfórico
19
36%, quando aplicado por 15 segundos e 7 segundos. Amostras de esmalte foram
obtidas de 40 molares humanos e formaram quatro grupos que receberam os
seguintes tratamentos na superfície do esmalte: Grupo 1: 36% de ácido fosfórico por
15 s; Grupo 2: 36% de ácido fosfórico por 7 s; Grupo 3: solução de ácido itatônico,
ácido maleico e água por 20 s; Grupo 4: EDTA 17% por 60 s. O mesmo tratamento
foi aplicado na dentina primária das amostras e divididos em 4 grupos de 10
amostras. Todas as superfícies tratadas foram examinadas em SEM. Concluíram
que a solução formada por ácido itatônico, ácido maleico e água, quando aplicado
simultaneamente na superfície de esmalte e dentina por 20 s, parece ser o mais
efetivo condicionamento, limpando os prismas no esmalte e removendo a smear-
layer na dentina. Entretanto, são necessárias maiores confirmações clínicas. Apesar
da aplicação por um período de 60 s, a solução de EDTA 17% não foi a mais efetiva
para condicionar o esmalte nem para remover a smear-layer da dentina.
Armstrong et al., em 2001, determinaram o tipo de falha na união
dentina/resina e resina/resina com testes de microtração usando uma barra
curta chanfrada Chevron. Usaram tempo de armazenagem de 30 e 180 dias e
os tipos de falhas foram examinados por MEV e testado pelo teste de Fischer
e eststística qui-quadrada de Wald. A resistência à fratura foi de 0,82 e 0,87
MPa para 30 e 180 dias de armazenagem respectivamente, enquanto que a
distribuição de falha 4,60 e 4,56, não tendo diferenças estatísticas
significantes. A resistência à tensão foi de 52,53 e 14,71 MPa enquanto a
distribuição de falha 3,04 e 1,56, sendo estatisticamente diferentes. As falhas
K, foram adesivas independentemente do tempo de armazenagem. Com 30
dias ocorreram na região superior da camada híbrida e após 180 dias mais no
fundo da camada híbrida. Com 30 dias de armazenagem, houve mais
propenção de descolar na dentina ou na resina, enquanto que aos 180 dias as
falhas envolveram o fundo da camada híbrida.
Cederlund et al., em 2001, basearam seu estudo na hipótese de que a
utilização de agentes quelantes como o EDTA em solução aquosa saturada (24%),
pode agir na dentina como agente condicionador em exposição de tempo
comparado ao do ácido fosfórico, sem comprometer a resistência de união. Foram
utilizados molares humanos divididos em dois grupos. No Grupo 1: quatro superfície
20
foram preparadas em cada dente e tratadas com gel de EDTA 24% por 30, 60, 120 e
240 segundos, respectivamente; Grupo 2: serviu de controle, onde duas superfícies
foram preparadas em cada dente, uma não foi condicionada enquanto que a outra
foi tratada com gel de EDTA 24% por 30 segundos. O sistema adesivo utilizado em
todas as amostras foi o All Bond 2, sistema de dois componentes, primer e adesivo,
efetivando uma união com uma resina composta Tetric Flow (Vivadent). Os corpos
de prova foram armazenados por 24 horas à 37ºC antes dos ensaios de
cisalhamento. Não houveram diferenças estatisticamente significantes para os
resultados da resistência de união ao cisalhamento entre os diferentes tempos de
condicionamento com EDTA. O grupo controle mostrou diferenças entre as
superfícies condicionadas e as não condicionadas por 30 segundos com EDTA.
Portanto, os resultados indicaram que a duração do condicionamento com EDTA na
superfície da dentina necessitam não exceder as do ácido fosfórico na prática
clínica, para se obter níveis aceitáveis de resistência de união.
Koibuchi et al., em 2001, investigaram em um estudo os efeitos da smear
layer na resistência de união à tração, determinando a viabilidade do uso clínico de
sistemas adesivos auto-condicionantes. Foram utilizados molares humanos, onde a
dentina foi exposta com lixas d’água de granulação 180 ou 600. O primer auto
condicionante (Clearfil Liner Bond II) foi aplicado na superfície dentinária por 30s,
deixando-o agir sem nenhum movimento. Após leves jatos de ar, o agente adesivo
foi aplicado e polimerizado por 20 s. Tacos de resina composta (Clearfil Photo
Posterior) foram coladas na superfície dentinária, com smear layer presente, e
polimerizadas por 60 s. As amostras foram armazenadas em água a 37° C por 24
horas, quando os ensaios de resistência de união foram realizados, com uma
velocidade de carregamento de 1.0 mm/min. As superfícies fraturadas das amostras,
em resina e dentina, foram analisadas em SEM. Significantes diferenças foram
encontradas para resistência de união para a dentina preparada com lixa 180 ou
600. As amostras preparadas com lixas 180 formaram uma smear layer mais
grosseira e tiveram uma resistência de união menor que as amostras preparadas
com lixas 600, onde a superfície dentinária ficou mais lisa e a resistência de união foi
estatisticamente maior. Portanto, a presença e a qualidade da smear layer causam
diferenças estatisticamente significantes na resistência de união da dentina humana
preparada, in vitro, e a utilização de primers auto-condicionantes tem boa aceitação
clínica.
21
Em 2001, Pilo et al. avaliaram o efeito de dois desinfetantes de dentina
(Consepsis e Tubulicid), uma solução aquosa a base de Hema (Aqua Prep), a
combinação de Aqua Prep e Tubulicid e o jateamento com óxido de alumínio 50 um
na resistência de união ao cisalhamento com uso de adesivos de frasco único (One
Step e Prime Bond 2.1). Foram utilizados as faces oclusais de 167 terceiros molares
humanos recém extraídos, onde a dentina foi polida com lixa d’água granulação 600.
Os dentes fora divididos em 12 grupos de testes (dois agentes de união para seis
diferentes protocolos de pré-tratamento). A dentina exposta foi condicionada com
ácido fosfórico 35% por 20 segundos, lavados e secos com jatos de ar. No grupo
jateado com óxido de alumínio, o condicionamento com ácido era realizado após o
pré-tratamento. One Step e Prime Bond 2.1 foram aplicados conforme
especificações do fabricante. Cilindros de resina composta Z 100 foram unidos à
dentina, as amostras termocicladas entre 5 e 55º C e os ensaios de cisalhamento
realizados na máquina Instron. Para análise estatística, foram aplicados testes
ANOVA, Tukey HSD post-hoc. Concluíram que o uso de agentes desinfetantes ou
reumedecedores podem determinar efeitos positivos na resistência de união ao
cisalhamento, dependendo do agente de união utilizado. Jateamento com óxido de
alumínio, mesmo seguido de condicionamento ácido, não aumenta a reistência de
união com adesivos de quarta geração, tornando supérfluo o seu uso. Por outro
lado, a solução aquosa Hema pode ser a maneira mais efetiva e o procedimento de
técnica menos sensível para aumentar a resistência de união de resinas ao
substrato dentinário.
Um estudo de Hecht et al., em 2002, comparou cimentos resinosos
comercialmente disponíveis (Dyract Cem Plus, Panavia F, Variolink II, Fuji Plus) em
relação a resistência de união à tração, em dentina bovina, com o cimentos
resinosos auto-adesivo (Rely X Unicem). Concluíram que a ausência de pré-
tratamento à estrutura dentária, mostra a resistência de união do Rely X Unicem à
dentina bovina com valores comparáveis a de todos os outros cimentos resinosos
disponíveis comercialmente.
Irie et al., em 2002, verificaram se o cimento Rely X Unicem é adequado
para cimentação de Inlays de resina composta sem pré-tratamento da dentina. Dez
Inlays foram cimentados e a resistência de união ao cisalhamento bem como
espaço marginal foram analizados. Os cimentos Panavia F e Calibra serviram como
grupo controle, foram comparados com o cimento auto-adesivo Rely X Unicem e
22
usados de acordo com as instruções do fabricante. A análise foi realizada 30
minutos após a fotopolimerização e um dia de armazenagem. Concluíram que o
espaço marginal e a resistência de união ao cisalhamento do cimento auto-adesivo
foi comparável aos encontrados para os cimentos resinosos convencionais.
Chaves et al., em 2002, avaliaram a resistência de união de dois sistemas
adesivos, autocondicionante e de frasco único, na superfície dentinária após
diferentes tratamentos da smear layer. Coroas de 36 terceiros molares humanos
foram seccionadas transversalmente com pontas diamantadas até a dentina ficar
exposta. As superfície foram polidas com lixas d’água granulação 600 e reunidas em
12 grupos ao acaso, de acordo com três tipos de sistemas adesivos a serem
avaliados (Prime e Bond, Clearfil e Etch Pime 3.0) e quatro tratamentos de supefície:
sem tratamento; jateamento com óxido de alumínio 50 um por 10 s; condicionamento
com ácido fosfórico 36% por 15 s; condicionamento com 0,5 M de EDTA por 2
minutos. Coroas de resina composta foram construídas pela técnica incremental e
coladas na superfície dos dentes. As amostras foram armazenadas em água
destilada a 37º C. Os dentes foram seccionados verticalmente em dois sentidos
obtendo-se amostras de 0,8 mm² de área. Cada amostra foi testada em máquina de
teste universal por 0,5 mm/min. de carregamento. A resistência de união com uso de
sistemas adesivos de frasco único foi significativamente maior que para os sistemas
autocondicionantes. Não foram observadas diferenças significativas entre os
diferentes tratamentos da smear layer com o uso do mesmo sistema adesivo de
dentina.
Piwowarczyk e Lauer, em 2003, determinaram o efeito da armazenagem em
água na resistência flexural e compressiva com 12 diferentes classes de cimentos
resinosos. Também foi investigada a influência do método de polimerização nas
propriedades mecânicas. Os matérias examinados foram: cimento de fosfato de
zinco (Harvard e Fleck’s); cimento de ionômero de vidro (Fuji I e Ketac Cem);
cimento de ionômero de vidro modificado por resina (Fuji Plus, Fuji Cem, Rely X
Luting); cimentos resinosos (Rely X ARC, Panavia F, Variolink II, Compolute) e um
cimento resinoso universal auto-adesivo (Rely X Unicem). As amostras foram
preparadas e testadas de acordo com as especificações ISO e testadas frente a
testes de resistência flexural e compressiva com carregamento a uma velocidade de
1mm/min. As propriedades mecânicas foram medidas após as amostras serem
armazenadas a 37º por 24 horas e 150 dias após a mistura. Os resultados foram
23
submetidos a teste ANOVA. Os autores concluíram que os cimentos resinosos
possuem as mais altas resistências flexural e compressiva seguidas dos cimentos
resinosos auto-adesivos. Estes materiais são estatisticamente mais fortes que os
cimentos de ionômero de vidro modificados por resina, cimento de ionômero de vidro
convencionais e cimento de fosfato de zinco. O cimento resinoso Variolink II
apresentou a mais alta resistência flexural e compressiva após 24 horas e 150 dias.
Quanto ao método de polimerização, o modo de polimerização dual aumenta a
resistência mecânica após 150 dias de armazenagem em água.
Torii et al., em 2003, investigaram o efeito do condicionamento com EDTA
antes da aplicação de sistemas adesivos na resistência de união de resina composta
à dentina. Foram utilizados 80 dentes bovinos onde a superfície dentinária foi
exposta com lixa d’água de granulação 600. Metade das amostras foi condicionada
com solução aquosa de EDTA 0,5 mol (pH 7,4), lavadas e secadas, enquanto que a
outra metade não recebeu nenhum pré-tratamento. As amostras foram divididas ao
acaso em quatro grupos de 10, recebendo os seguintes tipos de sistemas adesivos:
sistemas de passo único (One-up Bond F, Reactmer Bond); sistema auto-
condicionante (Clearfil SE Bond); sistemas de condicionamento ácido total de frasco
único (Single Bond). Neste último grupo o EDTA foi aplicado previamente à dentina
sem uso de ácido fosfórico. Os estudos revelaram que a utilização de EDTA mostrou
significante aumento em MPa na resistência de união à dentina com os adesivos de
passo único. Para os sistemas adesivos auto-condicionantes e condicionamento
ácido total não houve diferença significativa nos valores de resistência de união.
Pashley et al., em 2004, estudaram a susceptibilidade à degradação a que
estão sujeitas as fibras colágenas parcialmente infiltradas quando a dentina é
condicionada com ácido. Esta degradação hipoteticamente pode ocorrer na
ausência de bactérias. Matrizes de colágeno parcialmente desmineralizadas foram
preparadas em dentina humana e armazenadas em saliva artificial. Amostras
controle foram armazenadas em saliva artificial contendo enzimas proteolíticas
inibidoras ou óleo mineral puro, e eram examinadas 24 horas, 90 e 250 dias para
verificar a degradação da matriz de colágeno. Em 24 horas, 90 ou 250 dias, foi
observado uma camada de 5 a 6 µm de espessura de matriz de colágeno
desmineralizada. Matriz de colágeno desmineralizada foi quase completamente
destruída em 250 dias nas amostras, mas não quando foram incubadas com
enzimas inibidoras em óleo mineral. Análise funcional de enzimas em de dentina
24
revelaram baixo nível de degradação do colágeno, atividade que era inibida pelos
inibidores de proteases como a clorexidina 2%. Os autores especulam que a
degradação do colágeno ocorre todo o tempo.
Geitel et al., em 2004, avaliaram a influência do jateamento com óxido de
alumínio, como tratamento da dentina, na resistência de união à tração com dois
diferentes sistemas adesivos resinosos compostos (Scotchblond Multi-Purpose/Z100
e OptiBond FL/Herculite XR). Foram utilizados 200 incisivos centrais humanos onde
a coroa teve a dentina exposta com 5 mm de diâmetro, através de lixa de água de
granulação 600. A dentina foi condicionada com ácido fosfórico e com jateamento
por óxido de alumínio, a uma distância de 2 mm por 5 segundos com partículas de
27µm , 50 µm de tamanho. Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as
especificações do fabricante e a sua resistência de união avaliados frente a testes
de tração e tipos de falha. A resistência de união à tração foi significativamente mais
alta para o grupo condicionado com ácido fosfórico, independentemente do sistema
adesivo-resina utilizado. Na avaliação por microscopia, foram observadas mais
falhas adesivas entre a dentina jateada e a resina, do que entre dentina
condicionada com ácido e resina. Concluíram que exclusivamente jatear a dentina,
com partículas de óxido de alumínio, resulta em menor força de união do que
condicionar com ácido fosfórico, e que a combinação de ambas as técnicas pode
aumentar a resistência de união entre a resina e a dentina.
Ahid et al., em 2004, testaram a influência de diferentes tratamentos de
superfície na resistência de união de diferentes sistemas adesivos em dentina.
Foram utilizados no experimento 50 molares humanos onde a dentina foi exposta
com lixa d’água de granulação 100, 320 e 600, usadas sequencialmente. Os
tratamentos foram divididos em grupos, com uso de ácido fosfórico 10% por 30s;
ácido fosfórico 37% por 15 s; Jateamento com óxido de alumínio 50 µm por 10 s
seguido de condicionamento com ácido fosfórico 10% por 30 s; jateamento com
óxido de alumínio 50 µm por 10 s seguido de condicionamento com ácido fosfórico
37% por 15 s. O sistema de união utilizado para unir à dentina a resina composta Z
100 foi Optibond Solo Plus (Kerr). As amostras foram armazenadas em água
destilada por 24 horas a 37ºC e termocicladas em 500 ciclos de 10 a 50 ºC de
variação. Posteriormente seccionadas perpendicularmente ao adesivo, para serem
submetidas aos testes de tração. O jateamento com diferentes concentrações de
25
ácido fosfórico associado ao jateamento com óxido de alumínio afeta a resistência
de união de agentes adesivos ao substrato dentário. Determina ainda uma
contaminação com partículas de óxido na superfície dentinária. A dentina tratada
com ácido fosfórico 37% por 15 segundos mostrou os mais baixos valores de
resistência de união, enquanto que os outros grupos tiveram resultados semelhantes
entre si.
Inoue et al. em 2004, analisaram o efeito do condicionamento com ácido
poliacrílico como pré-tratamento na resistência de união de adesivos a base de
ionômero de vidro ao substrato, com ou sem smear layer. Foram preparados 24
molares humanos extraídos, onde a superfície do esmalte e dentina estavam
cobertas ou livres da smear layer. A resina composta foi colada à superfície,
utilizando cimento ionomérico FujiBond LC, com ou sem condicionamento com ácido
poliacrílico e submetidos a testes de microtração. O tipo de falha foi determinado
utilizando microscopia por escaneamento de elétrons. Em dentina, a cobertura de
smear layer e condicionamento não revelou diferenças significativas em testes de
microtração, ficando na faixa de 20 a 29 MPa. Em esmalte, a cobertura de smear
layer não afetou os testes de microtração, porém, o condicionamento aumentou
significativamente os testes de microtração, atingindo os mesmos valores de união
obtidos na dentina. Em relação ao tipo de falha, em dentina houve falhas mistas.
Concluíram que a união adesiva do ionômero de vidro à dentina pode ser realizada
sem o condicionamento do ácido poliacrílico, até mesmo na presença da smear
layer. Entretanto o condicionamento com ácido poliacrílico em esmalte aumenta a
retenção micromecânica.
Behr et al., em 2004, compararam a adaptação marginal de novos cimentos
resinosos auto-condicionantes com somente um passo de aplicação com cimentos
resinosos convencionais e seus sistemas adesivos. Foram utilizados no experimento
o cimento resinoso Variolink com Syntac Classic; Dyract Cem Plus com Prime Bond
NT; Rely X Unicem e Rely X Unicem com Prompt L-Pop. Coroas em cerâmica pura
foram coladas em molares humanos usando cimento resinoso auto-adesivo com e
sem passos de pré-tratamento (Unicem); cimento resinoso que atua removendo a
smear-layer (Variolink) e compômero, com a smear-layer modificada pelo seu
sistema adesivo (Diract Cem Plus). Após simulação de 5 anos de fadiga (ciclagem
térmica com execução de 6000 ciclos de carregamento mecânico de 1,2 x 10º x
50N, 1,66 Hz em temperatura de 5 55ºC ), a adaptação marginal foi determinada
26
pela penetração de corante com microscopia eletrônica. Pela SEM, todos os agentes
cimentantes investigados mostraram uma soma comparável à margens perfeitas.
Em relação a penetração de corante, o cimento auto-adesivo Rely X Unicem teve
significantemente baixa penetração de agente corante, indicando que cimentos
resinosos sem pré-tratamento dentário podem determinar adaptação marginal em
dentina comparável à cimentos resinosos convencionais.
Hebling et al., em 2005, investigaram neste estudo, a não diferença entre a
degradação da dentina unida com adesivos de condicionamento ácido total em
conjunto com gluconato de clorexidina 2%, um inibidor da matriz de metaloprotease,
aplicada à dentina depois do condicionamento com ácido fosfórico. Foram utilizados
molares humanos analisados por microscopia eletrônica de transmissão. A camada
híbrida dos dentes tratados com clorexidina exibiu uma integridade estrutural normal
em sua rede de colágeno. Inversamente, uma anormal camada híbrida foi vista no
grupo de dentes controle, com uma progressiva desintegração da rede de fibras
colágenas, além de ser detectado pelo manchamento do colágeno. A autodestruição
da matriz de colágeno ocorre rapidamente na interface dentina-resina in vivo e
pode ser detida com o uso de clorexidina após o condicionamento ácido e antes dos
procedimentos adesivos convencionais.
Dutra Correa et al., em 2005, detalharam que dentes bovinos têm sido
utilizados como substitutos de dentes humanos, de forma aleatória, sem que se
defina se as características dessa dentina são semelhantes à humana. Objetivaram
portanto, estudar aspectos micromorfológicos da dentina bovina, a fim de normatizar
o uso de dentes bovinos, substituindo dentes humanos em pesquisas científicas e
embasar novos estudos comparativos, uma vez que a literatura apresenta poucos
estudos aprofundados sobre o assunto. Dentes bovinos foram fixados em formol
tamponado a 10%, preparados em lâminas pela técnica de desgaste e
descalcificação, corados com Hematoxilina/Eosina e Tricrômico de Masson. Os
autores concluíram que a dentina bovina apresenta maior número de túbulos
dentinários/área próximo à polpa e menor número próximo ao esmalte, semelhante à
dentina humana; maior diâmetro nas proximidades do esmalte e menor diâmetro nas
proximidades da polpa, ao contrário da dentina humana; a distribuição da dentina
intertubular bovina próximo à polpa não foi uniforme ao longo do dente. Contudo, é
razoável supor presença de alterações em pesquisas que utilizam essa dentina em
substituição à dentina humana.
27
Osório et al., em 2005, avaliaram a existência de auto-proteção das fibras
colágenas dentro da camada híbrida, para aumentar a longevidade das
restaurações. Este fenômeno pode ser evitado se soluções com ácidos fortes forem
utilizadas para a desmineralização da dentina. A hipótese a ser testada é que a
durabilidade da união pode ser aperfeiçoada pela desmineralização com EDTA.
Superfícies dentinárias humanas e bovinas foram unidas após condicionamento com
ácido fosfórico e após desmineralização com EDTA, utilizando adesivos de
condicionamento ácido total (Adper Scotchbond 1) e auto-condicionantes (Clearfil SE
Bond). As amostras foram divididas em grupos através dos seguintes
procedimentos: Grupo 1: dentina condicionada com ácido fosfórico e usado sistema
adesivo Adper Scotchbond 1; Grupo 2: aplicação de EDTA (pH 7,4) por 60 s lavado
por 10 s e usado sistema adesivo Adper Scotchbond 1; Grupo 3: dentina não foi
condicionada e o sistema adesivo Clearfil SE Bond aplicado. Corpos de prova de
resina composta Tetric Ceram (Vivadent) foram coladas às amostras, que foram
armazenadas por 24 horas à 37ºC. Após, os dentes foram seccionados em fatias,
metade das amostras foram imersas em hipoclorito de sódio e a outra metade em
água. As amostras foram testadas quanto ao tipo de falhas em testes de tensão,
através de testes de múltipla comparação e ANOVA. Não foram encontradas
diferenças na resistência de união entre os procedimentos de união realizados entre
as três diferentes técnicas adesivas. No entanto, os valores da resistência de união
encontradas para os molares humanos foi 43 a 61% mais alta que para os incisivos
bovinos. Após imersão em hipoclorito de sódio, somente as amostras submetidas à
desmineralização pelo EDTA mantiveram a resistência de união inicial. Concluíram
portanto, que a rede de colágeno é melhor preservada após desmineralização
realizada com EDTA.
Souza Costa et al., em 2006, avaliaram a presença de alterações pulpares
após a cimentação de Inlays utilizando dois diferentes cimentos resinosos. Foram
preparadas cavidades classe V na superfície lingual de 34 pré-molares humanos.
Após as moldagens e confecção dos Inlays, estes foram cimentados e divididos em
2 grupos: grupo 1 com Rely X Unicem (3M-ESPE); grupo 2 com Variolink II. Em um
terceiro grupo, controle, a parede em dentina foi forrada com Dycal (Dentsply), e os
Inlays foram cimentados com Rely X Unicem. Para o grupo cimentado com Variolink
II, o sistema adesivo Excite foi utilizado nos procedimentos de cimentação. Após 7
ou 60 dias, os dentes foram extraídos e processados para análises histológicas.
28
Após 7 dias Rely X Unicem e Variolink II desencadearam, em duas amostras, uma
suave e moderada resposta inflamatória, respectivamente. Em 60 dias, a alteração
pulpar decresceu em ambos os grupos. Uma discreta e persistente alteração
inflamatória ocorreu no grupo 2, com deslocamento de componentes resinosos
observados sobre os túbulos dentinários. O grupo controle demonstrou
características histológicas normais. Alteração histológica e desorganização de
tecidos foi observado no remanescente de dentina entre o fundo da cavidade e o
tecido pulpar. Os autores confirmaram que cimentações com cimentos resinosos
podem causar específicas alterações pulpares. Variolink II associado com sistema
adesivo Excite causou mais efeitos agressivos ao complexo dentino-pulpar que o
cimento Rely X Unicem.
Yang et al., em 2006, avaliaram a resistência de união à microtração em
diferentes regiões da dentina humana com 3 cimentos resinosos. Foram utilizados
terceiros molares humanos preparados em diferentes regiões da dentina (dentina
superficial, dentina profunda e dentina cervical), e os cimentos resinosos utilizados
foram Super-Bond C&B, Panavia F e Rely X Unicem, manipulados de acordo com as
instruções do fabricante. Os resultados mostraram que a resistência de união à
microtração foi significativamente mais alta na dentina superficial do que na dentina
profunda ou cervical para os três tipos de cimento. A resistência de união foi maior
para o cimento Super-Bond e Panavia, com falhas primeiramente coesivas na resina
de cimentação. Microscopia mostrou que falhas adesivas ocorrem no topo da
camada híbrida para o cimento Super-Bond e Panavia F, o que não foi observado
para o Rely X Unicem. O Rely X Unicem, possui a maior resistência de união à
microtração, e falhou principalmente na dentina desmineralizada.
Betamar et al., em 2007, examinaram a alteração da resistência de união a
microtração, em relação a forma escolhida para as amostras, com diferentes
sistemas de união à dentina. Incisivos centrais bovinos recentemente extraídos
foram divididos ao acaso em nove grupos experimentais. A dentina foi exposta com
lixa d’agua granulação 600 e os sistemas adesivos utilizados foram: Adper Prompt L-
Pop, Adper Scochbond XT e Adper Scotcbond Multipurpose, Para unir resina
composta Filtek Supreme à dentina, foi usada técnica incremental. ANOVA, Tukey e
kaplan-meier revelaram não haver diferenças significantes entre a resistência de
união para diferentes desenhos das amostras, quando o mesmo agente de união de
dentina foi utilizado. Entretanto, houve significativa diferença entre os três sistemas
29
adesivos quando somente um desenho de amostra foi utilizada. O desenho em
forma de ampulheta segue um modelo diferente de distribuição de stress, porém não
há diferenças estatísticas entre os demais desenhos.
Han et al., em 2007, avaliaram o valor do pH, espessura da película,
percentual de partículas de carga e alterações morfológicas dos cimentos resinosos
auto-adesivos. Foram testados os cimentos G-Cem, Maxcem, Smart Cem e Rely X
Unicem. O pH do cimento foi medido com papel testes de pH. O percentual de
partículas de carga foi calculado depois das amostras cimentadas serem incineradas
a 750°C. Para a espessura da película, os cimentos foram misturados e colocados
entre duas placas de vidro e comprimidos usando um instrumento de carregamento.
Para mudanças morfológicas as superfícies das amostras foram observadas no
SEM, após tratamento com variações. Houve diferença significante entre os valores
de pH dos cimentos medidos com 20 segundos de polimerização, 90 segundos e 48
horas após a mistura. O percentual de partículas de carga foi diretamente
proporcional a espessura do filme. A degradação de superfície do cimento foi
também detectado após polimento da superfície e imersão em água, ácido acético e
acetona. Como conclusão, diferenças significativas foram encontradas nas
propriedades das superfícies dos materiais testados, e estas diferenças podem
determinar alterações do desempenho clínico do material. Os resultados do estudo
demonstraram que os cimentos auto-adesivos têm benefícios para a cimentação de
restaurações indiretas, quando comparados com cimentos resinosos convencionais.
Garcia-Godoi et al., em 2007, em testes de hipótese nula verificaram se não
há diferença na estrutura da união adesiva de dentina condicionada com ácido
fosfórico, tendo o envelhecimento acelerado em saliva artificial ou óleo mineral.
Foram utilizados terceiros molares humanos, onde a dentina foi colada com três
sistemas adesivos de condicionamento ácido total, armazenados por três anos e
preparados para microscopia eletrônica de transmissão. Os sistemas adesivos
utilizados foram: Prime & Bond NT, Excite e All-Bond 2. Os dentes foram
condicionados com ácido fosfórico 37% por 15 segundos e lavados com água por 20
segundos. As amostras de resina-dentina com cada grupo de sistema adesivo foram
divididos em duas porções iguais e armazenados em 5 ml de saliva artificial ou óleo
mineral por 3 anos à 55º C. A saliva artificial era trocada todo mês durante o período
de 3 anos. A camada híbrida das amostras envelhecidas em óleo mineral exibiu
integridade na estrutura da rede de colágeno. Inversamente, uma anormal camada
30
híbrida foi verificada nas amostra envelhecidas em saliva artificial, com progressiva
desintegração da rede fibrilar. A auto-destruição da matriz de colágeno pode ocorrer
na resina infiltrada na dentina, e em menor grau em dentina mineralizada na
ausência de bactérias na saliva.
Carrilho et al., em 2007, fizeram um experimento onde testaram a hipótese
de que a degradação na interface de união dentina-resina pode ser prevenida ou
retardada pela aplicação de clorexidina, um inibidor de matriz de metaloproteinase,
em dentina após o condicionamento com ácido fosfórico. Foram utilizados terceiros
molares humanos isentos de cárie onde foram realizadas cavidades tipo classe I. A
preservação da união resina-dentina foi avaliada em testes de microtração e
examinadas em microscopia por transmissão de elétrons. In vivoa resistência de
união ficou estável nas amostras tratadas com clorexidina, enquanto que a
resistência de união diminuiu significativamente no grupo controle. Nas amostras
tratadas com clorexidina, o infiltrado entre dentina-resina exibiu uma integridade na
rede de colágeno. Inversamente uma progressiva desintegração na rede fibrilar foi
identificada nas amostras controle. Portanto, conclui-se que uma auto-degradação
na matriz de colágeno pode ocorrer na interface resina-dentina, mas pode ser
prevenida com a aplicação de um inibidor sintético de proteases, tal como a
clorexidina 2%, após o condicionamento da dentina com ácido fosfórico.
Czarnecka et al., em 2007, procuraram determinar se a união do cimento de
ionômero de vidro em dentina não cariada, difere quando da união em dentina
cariada. Foram utilizadas cinco marcas comerciais de cimentos de ionômero de
vidro, Fugi IX GP, Fugi IX em psulas, Fugi IX presa rápida (todos GC, Japão),
Ketac-Molar e Ketac-Molar Aplicap (ambos 3M-ESPE, Alemanha). Os substratos
dentinários foram condicionados com ácido poliacrílico 10% por 10 segundos,
partindo de 10 amostras, onde os cimentos foram colados em dentes removidos por
razões ortodônticas. Os dentes usados tinham dentina consistente ou esclerótica. A
resistência de união ao cisalhamento foi determinada após 24 horas de
armazenagem. Nos cimentos mecanicamente misturados, a resistência de união ao
cisalhamento na dentina normal não foi diferente para a dentina esclerótica,
entretanto, os cimentos misturados manualmente a resistência de união à dentina
normal foi mais alta que na dentina cariada. Isso sugere que o maior fator de união
do cimento de ionômero de vidro à dentina é a sua interação com a fase mineral,
onde existe uma afinidade dos grupamentos carboxílicos do ionômero com a
31
hidroxiapatita da dentina. Embora a dentina esclerótica e a dentina não cariada
sejam estruturalmente e quimicamente diferentes, quando clinicamente tratadas,
demonstram substratos similares.
Frankenberger et al., em 2007, avaliaram a resistência de união à
microtração em relação ao uso de diferentes cimentos, métodos de limpeza de
dentina, cimentos temporários e modos de polimerização em cavidades classe I na
cimentação de Inlays. Foram preparadas cavidades oclusivas (4x4 mm com 3 mm
de profundidade) em 96 terceiros molares humanos. Uma parte das cavidades foi
temporizada com diferentes cimentos provisórios que foram removidos uma semana
após através de três técnicas (curetas ou jateamento com Prophypearls e
ClinPro). Inlays, confeccionados em resina composta (Clearfil AP-X) foram
cimentadas com resina Calibra, utilizando três tipos de adesivos (XP Bond/SCA,
Syntac e OptiBond FL). Os dentes foram cortados após 24 horas e armazenados em
água destilada a 37°C, e as amostras foram avaliadas quanto a microtração e
submetidos à análise fractográfica de falhas em suas interfaces de união.
Concluíram que a contaminação com cimentos provisórios é um risco e reduz a
resistência de união à dentina e que o polimento com jateamento com
Prophypearls causa redução na resistência de união. Polimerizar o adesivo
separadamente não produziu aumento na resistência de união, no entanto, selar a
dentina com uma camada de resina hidrofóbica antes da cimentação provisória,
provoca um aumento na resistência de união interna. O uso de sistemas adesivos de
polimerização dual aumentam a resistência de união entre Inlays e dentina.
Soares et al., em 2007, determinaram a efetividade do tratamento prévio do
substrato dentário nos valores de resistência de união de dois sistemas de união
auto-condicionantes (Clearfil Protect Bond e One Up Bond F). Foram utilizados 100
incisivos bovinos que tiveram a superfície vestibular da dentina exposta. As
amostras foram divididas em 5 grupos de acordo com o tratamento realizado e o
sistema adesivo: controle; sem tratamento prévio; condicionamento com ácido
fosfórico 37% em esmalte e dentina por 15s; condicionamento com ácido fosfórico
37% somente em esmalte por 15s; jateamento com óxido de alumínio por 10s a uma
distância de 2 cm.; condicionamento do esmalte e dentina com gel de EDTA 24%
(pH 7.0) por 1 minuto. Blocos de resina composta TPH Spectrum foram coladas as
superfícies dentárias com cimento resinoso de presa dual Rely X ARC. As amostras
foram armazenadas em 37º C em 100% de umidade. Os autores concluíram que as
32
maiores resistência de união foram em esmalte com a utilização de condicionamento
com ácido fosfórico. em dentina, a utilização prévia de EDTA provocou aumento
nos valores de resistência de união. Portanto, com uso de sistemas adesivos auto-
condicionantes, o uso de EDTA simultaneamente em esmalte e dentina é o
tratamento prévio mais indicado.
D’arcangelo e Vanini, em 2007, avaliaram o efeito de diferentes tratamento
na superfície de resina composta nas propriedades adesivas de restaurações
indiretas de resina. Foram testados: condicionamento com ácido hidrofluorídrico
9,5% seguido da aplicação de silano; jateamento com partículas de óxido de
alumínio 50 um a uma distância de 1 cm. por 10 s.; combinação de jateamento com
óxido de alumínio e silano. Foi utilizado um sistema adesivo de dois passos
(Enabond HFO), as amostra armazenadas por 24 horas em água destilada a 37º C e
submetidas à ciclagem térmica (5000 ciclos de 4 – 55º C). Concluíram que o
jateamento com óxido de alumínio e aplicação de silano é responsável pelo aumento
da retenção mecânica em restaurações indiretas, em função das irregularidades e
ranhuras criadas, sendo recomendadas ao compósito antes da sua cimentação. A
aplicação de silano e condicionamento com ácido hidrofluorídrico na superfície do
compósito não aumentou a sua resistência de união, sendo um procedimento
recomendado com melhor resultado para superfícies cerâmicas.
Onisor et al., em 2007, compararam a adaptação marginal em esmalte e
dentina com diferentes tratamentos de superfície antes e depois de stress térmico
em restaurações classe V. Foram analisados 36 molares humanos divididos em
quatro grupos de tratamento: Grupo 1: 30 s de exposição ao gás ozônio; Grupo 2:
jateamento com partículas de óxido de alumínio 50 µm por 20 s a uma distância de
5mm; Grupo 3: jateamento com óxido de silício 27 µm por 20 s a uma distância de
5mm; Grupo 4: sem tratamento. As cavidades foram restauradas com resina
composta Tetric Ceram e o sistema adesivo empregado foi Syntac Classic e as
superfícies dentárias condicionadas com ácido fosfórico 35%. As amostras foram
armazenadas a 37°C e termocicladas (3000 ciclos com variação de 5 55° C). As
restaurações foram moldadas com polivinilsiloxano (President), réplicas de resina
epóxi confeccionadas e a adaptação analisada em SEM com 200X de magnificação.
O carregamento mecânico foi realizado com 1,200,000 ciclos com freqüência de 1.7
Hz e 49N. Concluíram que o tratamento com gás ozônio e jateamento com partículas
de sílica pode diminuir significativamente a adaptação marginal em dentina, sem
33
influenciar negativamente a adaptação marginal no esmalte. O jateamento com
partículas de óxido de alumínio não interfere na adaptação marginal das
restaurações adesivas nem em esmalte nem dentina. O uso de partículas de sílica
deve ter aplicação cuidadosa no meio oral.
Al-Assaf et al., em 2007, avaliaram as características interfaciais de cinco
cimentos resinosos em dentina, como resistência de união à tração, tipos de falhas,
extenção da desmineralização, morfologia e formação de camada híbrida. Foram
examinados Bistite II DC, C & B Super-Bond, M-Bond, Panavia F e Rely X Unicem.
Foram utilizadas na pesquisa coroas de molares humanos intactas, divididos em
cinco grupos de 10 amostras cada. Para termociclagem foram executados 3000
ciclos (5-55 ºC, 4 ciclos/min). Diferenças significantes foram observadas entre as
resistências de união à tração, com maior valor encontrado para o cimento Bistite II e
o menor valor para o Rely X Unicem. Da mesma forma, o percentual de desunião em
dentina teve os menores valores para o Rely X Unicem e maiores para Bistite II e C
& B Super-Bond. A smear-layer foi parcialmente removida, sem abertura dos túbulos
dentinários com o uso de Rely X Unicem, mostrando uma não detectável formação
de camada híbrida, enquanto que para os outros cimentos houve uma variação na
espessura da camada híbrida encontrada.
Frankenberger et al., em 2007, propuseram, por ser rotineiro o jateamento
com pós abrasivos para a limpeza de dentes, um estudo objetivando avaliar a
influência de diferentes pós para polimento na resistência de união à dentina. Foram
utilizados na pesquisa 60 molares humanos isentos de cárie onde a resina composta
Clearfil AP-X foi unida à dentina com diferentes classes de sistemas adesivos,
divididos pelos diferentes números de passos na sua execução. Os sistemas
adesivos utilizados foram: 4 passos: Syntac; 3 passos: OptiBond FL; 2 passos:
Single Bond Plus; 2 passos autocondicionante: AdheSE, Clearfil SE Bond, Clearfil
Protect Bond, One Coat Self-Etch Bond; passo único: Xeno III, Clearfil S3 Bond, G-
Bond. O polimento prévio da superfície dentária, quando polido com a base de
carbonato de cálcio, teve significante redução na resistência de união da resina
composta à dentina, exibindo severa nanoinfiltração. O uso de a base de glicina
não afetou o desempenho da resistência de união à dentina nos adesivos
investigados. Os autores concluíram que o polimento com bicarbonato de sódio deve
ser evitado em restaurações unidas à dentina, podendo pó de glicina ser uma
alternativa.
34
Garcia et al., em 2007, avaliaram a resistência de união de sistemas
adesivos auto-condicionantes após uma semana e um ano de armazenagem em
água. Foram utilizados fragmentos de incisivos bovinos, onde a superfície da dentina
foi exposta com lixa d’agua granulação 600 para estandartizar a smear layer. As
amostras foram divididas em 18 grupos experimentais de acordo com o sistema
adesivo testado (Single Bond; Adper Prompt L-Pop; iBond; One-Up Bond F; Xeno III;
Clearfil SE Bond; Optibond Solo Plus SE; Tyrian SPE/One-Step Plus; e UniFil Bond).
Também foram usadas dois períodos de armazenagem: uma semana e um ano. Os
sistemas adesivos foram empregados de acordo com as especificações dos
fabricantes e modelos de resina composta Z 250 foram unidos. Resistência de união
ao micro-cisalhamento foram determinadas usando uma Máquina de Teste Universal
com carregamento de 0,5 mm/min.Testes de ANOVA e Tukey foram impregados
para análise dos resultados. Os autores concluíram que um ano de armazenagem
em água reduz significativamente a resistência de união à dentina, exceto para o
sistema adesivo One-Up Bond F, e que de forma geral, excessivo período de
armazenagem em água causa decréscimo na resistência de união à dentina com os
agentes testados de aproximadamente 50%.
Hikita et al., em 2007, estabeleceram a efetividade da união de cinco
agentes de cimentação, em esmalte e dentina, com diferentes procedimentos de
aplicação em relação à testes de microtração. Na pesquisa, trinta molares humanos
foram utilizados e blocos de resina composta Paradigm (3M-ESPE) foram
cimentados com: Linkmax (GC), Nexus 2 (Kerr), Panavia F (Kuraray), Rely X Unicem
(3M-ESPE) e Variolink II (Ivoclar-Vivadent), seguindo as especificações dos
fabricantes. Também foi testado um outo grupo experimental: Prompt L-Pop + Rely
X Unicem (3M-ESPE), Scotchbond + Rely X Unicem (3M-ESPE), Opti Bond Solo
Plus + Nexus 2 (Kerr) e K-Etchant gel + Panavia F (Kuraray). As amostras foram
armazenadas em água destilada a 37ºC antes dos testes de microtração. Com
procedimentos corretos de aplicação, os sistemas adesivos de condicionamento
ácido total, auto-condicionantes e cimentos auto adesivos demonstraram eficiência
na união a esmalte e dentina. Alguns fatores influenciaram negativamente a
efetividade da união: a não fotopolimerização do adesivo antes da colagem;
fotopolimerizar o adesivo separadamente, não o convertendo a cura dual; uso de
agentes cimentantes de cura dual com baixo potencial polimerizante;
condicionamento ácido da dentina com ácido fosfórico antes do uso de Rely X
35
Unicem; e não condicionar o esmalte com ácido fosfórico antes do uso de Rely X
Unicem.
Ibarra et al., em 2007, avaliaram o desempenho de cimentos resinosos auto-
adesivos modificados (Rely X Unicem 3M-ESPE), na fixação de restaurações
cerâmicas sem condicionamento prévio da superfície dentária, combinado com
sistemas adesivos de frasco único e sistemas auto-condicionantes. Foram utilizados
na pesquisa trinta e seis pré-molares humanos, com preparos a a dentina,
recebendo coroas reforçadas por Leucita (Empress 1), cimentados de acordo com
as instruções do fabricante. As amostras foram divididas em quatro grupos de
acordo com o cimento utilizado e o respectivo sistema adesivo: Variolink Excite
(Ivoclar-Vivadent) como grupo controle, Rely X Unicem Single Bond (3M-ESPE),
Rely X Unicem Adper Prompt L-Pop (3M-ESPE) e Rely X Unicem (3M-ESPE).
Após 24 horas de armazenagem a 37ºC, os dentes foram termociclados em 2000
ciclos entre 5 – 55ºC, imersos em nitrato de prata por 24 horas, mantidos em
solução reveladora e seccionados em baixa rotação. Foram realizadas três secções
longitudinais de 1 mm para cada dente, e a infiltração avaliada em microscópio (1
para 4X de magnitude). Um programa de imagens foi utilizado para medir a
penetração do corante ao longo das superfície de esmalte e dentina. Através do
teste ANOVA, foi constatado que o cimento Rely X Unicem teve a mais baixa
infiltração em relação aos cimentos onde a superfície foi tratada com ácido fosfórico.
em esmalte, os valores de infiltração foram maiores do que nas amostras que
usaram sistemas adesivos previamente ao cimento. Este estudo concluiu que o
cimento auto-adesivo Rely X Unicem seria contra-indicado para ser utilizado em
esmalte.
Rüya Yazici et al., em 2007, avaliaram o efeito da contaminação por saliva
na micro-infiltração em sistemas adesivos de condicionamento ácido total e auto-
condicionante. Cavidade classe V foram preparadas na junção amelo-cementária de
40 molares humanos reecentemente extraídos. Os dentes foram divididos ao acaso
em dois grupos para diferentes adesivos: Grupo 1: (Single Bond adesivo de dois
passos, condicionamento e lavagem); Grupo 2: (Futura Bond NR adesivo de um
passo, auto-condicionante). Os materiais adesivos foram aplicados de acordo com
as especificações dos fabricantes. As amostras foram divididas em cinco sub-
grupos: A: contaminação antes da polimerização do adesivo; B: contaminação antes
da polimerização do adesivo com reaplicação do adesivo; C: contaminação após a
36
polimerização do adesivo; D: contaminação após a polimerização do adesivo e
reaplicação do adesivo; E: grupo controle, sem contaminação. A contaminação da
superfície do adesivo foi realizada com saliva natural fresca e foi removida com
moderados jatos de ar. As amostras foram restauradas com compósito híbrido Z
250. Após termociclagem (500 ciclos entre 5 55ºC) e imersão em 0,5% de fuccina
básica, o grau de penetração foi avaliado em microscópio estereoscópico. Os
autores concluíram que não há diferenças estatisticamente significativas entre a
contaminação de esmalte e dentina, e, se o adesivo foi contaminado pela saliva
antes ou depois da polimerização. Também não diferença significante
estatisticamente na infiltração entre os grupos 1 e 2 para todos os sub-grupos.
Bishara et al., em 2008, determinaram a resistência de união ao
cisalhamento de novos ionômeros de vidro modificados por resina, que possuem,
como propriedades, alta liberação de flúor na colagem de brackets ortodônticos.
Foram utilizados 60 molares humanos recentemente extraídos e armazenados em
solução de 0,1% em timol. Os dentes foram limpos, polidos e divididos ao acaso, em
três grupos de acordo com o condicionamento ácido e adesivo utilizado. No grupo 1,
vinte dentes foram condicionados com ácido poliacrílico 10% e os brackets colados
com o cimento ionomérico GC Fuji Triage (GC América INC). grupo 2, vinte dentes
foram condicionados com ácido fosfórico 20% e os brackets colados com cimento
ionomérico GC Fuji Triage (GC América INC). No grupo 3, controle, vinte dentes
foram condicionados com ácido fosfórico 37% e os brackets colados com resina
acrílica Transbond XT (3M Unitek). Os resultados foram obtidos através de análise
de variância comparando os três grupos experimentais e indicando que houve
presença de diferenças significantes entre os grupos. Nos grupos colados com os
novos cimentos ionoméricos (GC Fuji Triage) a resistência de união ao cisalhamento
foi baixa, independentemente do uso de ácido poliacrílico 10% ou ácido fosfórico
37%, quando comparado com o grupo controle, onde os brackets foram colados com
resina composta e sistemas adesivos convencionais. Com isso conclui-se que,
embora a alta liberação de flúor do ionômero de vidro tenha um potencial de diminuir
a descalcificação em torno dos brackets, a sua resistência de união ao cisalhamento
é relativamente baixa quando comparada à resina composta.
Holderegger et al., em 2008, avaliaram a resistência de união à dentina do
cimento auto-adesivo Rely X Unicem comparando-o à três cimentos resinosos
convencionais em relação a influência do tempo da união, influência do operador no
37
desempenho da qualidade da união em dois diferentes centros de pesquisa. Cento e
sessenta terceiros molares humanos isentos de cárie foram divididos entre duas
universidades: Universidade de Zurick e Universidade de Berna. Os cimentos
resinosos utilizados foram: Rely X Unicem, Rely X ARC, Multilink e Panavia 21. As
amostras foram estocadas em água destilada por 24 horas e submetidas à 1500
ciclos ente 5 55 ºC e testados a resistência de união em relação a testes de
cisalhamento. Todos os cimentos foram afetados pela termociclagem, no entanto, o
menos afetado foi o Rely X Unicem. Em relação à resistência de união à dentina, o
cimento Rely X Unicem foi o que atingiu o mais baixo valor em MPa, quando
comparado à Rely X ARC, Multilink ou Panavia 21; entretanto, foi o menos afetado
pela variação do operador e da idade da união. A idade da união foi simulada pela
realização de ciclos térmicos.
Cantoro et al., em 2008, avaliaram a influência da temperatura de pré-
polimerização no potencial de união dos cimentos resinosos à dentina. Foram
analisados 40 molares humanos, divididos ao acaso, em oito grupos: Grupo 1-4
(Rely X Unicem); Grupo 4-8 (Panavia F), e usadas temperaturas de polimenrização
de 4, 24, 37 e 60ºC respectivamente. O cimento resinoso de polimerização dual foi
utilizado para unir a dentina a um overlay de resina composta (Paradigm MZ 100).
Testes de microtração e observação em SEM verificaram o desempenho nas
interfaces cimento/dentina. Análises estatísticas revelaram que ambos agentes
adesivos desenvolveram união significativamente fraca quando usados em
temperaturas refrigeradas. Resultados não estatisticamente diferentes na resistência
de união foram encontrados em qualquer dos dois cimentos quando usados a 24ºC
ou 37ºC. O pré-aquecimento do Panavia F a 60ºC resultou em significante aumento
na resistência de união. Observações no microscópio revelaram um potencial
realçado do Panavia F em formar camada híbrida à temperatura aumentada acima
de 4ºC. O cimento resinoso Rely X Unicem mostrou menor porosidade e maior
homogeneidade de camada a temperatura intra-oral do que quando refrigerado. Os
autores concluíram que o pré-aquecimento de 60ºC melhora o potencial de união
do Panavia F, e é aconselhável aquecer ao menos à temperatura ambiente os
cimentos resinosos, quando estes estiverem em refrigerador, antes do seu
uso clínico.
4 MATERIAIS E MÉTODO
4.1 MATERIAIS
Para a realização desta pesquisa foi utilizado cimento resinoso de ativação
dual Rely X Unicem (3M-ESPE, St. Paul, MN, EUA, Lote 313680). Os materiais
foram adquiridos comercialmente e armazenados em suas embalagens originais
segundo as instruções do fabricante.
Material Nome Comercial Fabricante
Cimento resinoso Rely X Unicem 3M-ESPE
Óxido de alumínio BioArt BioArt
Bicarbonato de sódio Profilax Dabi-Atlante
EDTA EDTA Gel 24% Biodinamica
Ácido Poliacrílico Vidrion 11,6% SSWhite
Cimento resinoso Rely X Unicem:
Composição: Pó: vidro em silanizado, sílica silanizada, hidróxido de
cálcio, pirimidina substituída, persulfato, pigmentos, solventes e polímeros;
Líquido: fosfato dimetacrilato de glicerina, dimetacrilato, acetato
monohidratado de cobre fenol substituído e canforoquinona.
4.2 MÉTODO
Preparação das amostras para ensaio de resistência ao cisalhamento.
Para o presente estudo, foram utilizados como amostras dentes bovinos
extraídos imediatamente após o abate dos mesmos em frigorífico estabelecido.
Projeto aprovado pela CEUA (08/00041). Após a realização de raspagem dos
remanescentes teciduais com uma cureta periodontal, os dentes foram limpos com
pasta de pedra pomes e água, com auxílio de escovas de Robinson montadas em
contra-ângulo. Na seqüência, eles ficaram submersos em solução anti-séptica de
timol 1%, durante 48 horas, para desinfecção, sendo depois armazenados até sua
39
utilização, em recipientes contendo água destilada na temperatura aproximada de
C.
Para confecção das amostras, os dentes foram seccionados, separando a
raiz da coroa, com disco diamantado sinterizado (KG Sorensen Ind. e Com Ltda.,
Barueri, SP, Br) montado em motor de polimento protético, formando área
quadrangular 1cm² (Figura 1). A face vestibular da coroa clínica foi planificada com
disco de carburundum, montado em baixa-rotação.
Figura 1: A : coroa por vestibular; B: câmara pulpar: C: coroa por lingual
Após, as amostras foram incluídas em um tubo de PVC com 20 mm de
diâmetro interno por 25 mm de altura com resina acrílica autopolimerizável (Figura
2). Para isto, cada amostra foi fixada contra uma lâmina de cera utilidade (Jon
Produtos Odontológicos, SP, Br) com a face vestibular em esmalte voltada para a
cera. O cilindro de PVC foi então posicionado na cera de modo que a amostra
ficasse localizada exatamente no centro. Tanto a amostra quanto o cilindro ficaram
levemente intruídos na cera para que não houvesse extravasamento da resina
acrílica junto à interface. A resina acrílica autopolimerizável (Jet, Artigos
Odontológicos Clássico, SP, Br) foi manipulada de acordo com as instruções do
fabricante, sendo vertida lentamente no interior do cilindro ainda na fase arenosa,
para que a amostra não fosse deslocada da posição central. Com o objetivo de
minimizar a exotermia da resina, inicialmente foi preenchida a porção do cilindro de
PVC correspondente a amostra. Em uma segunda etapa, todo cilindro foi preenchido
com resina acrílica e imerso em água para dissipação do calor. Após polimerização
da resina acrílica, a amostra obtida foi posicionada em uma matriz metálica e
planificada com o auxílio de lixas de carbeto de silício de granulação 180, sob
irrigação em uma politriz horizontal Aropol S 600 R.P.M. (Figura 3 A e B). Na
seqüência, uso de lixas 220 e 400. Este desgaste foi realizado até exposição de
A B C
40
área total da amostra em dentina (Figura 4). A armazenagem das amostras durante
as fases do experimento foi sempre em água destilada (Figura 5).
Figura 2: Inclusão da coroa em PVC
Figura 3: A e B: Politriz Aropol S 600 RPM com lixa 400
Figura 4: Dentina bovina lixada
Foram obtidas 75 amostras, as quais foram divididas aleatoriamente em 5
grupos de 15 amostras de acordo com o tipo de tratamento de superfície a ser
realizado, conforme descrito na Tabela 1. O Grupo 1 foi considerado controle,
recebendo o tratamento de acordo com as especificações do fabricante.
Tabela 1: Descrição dos grupos de ensaio deste estudo
Grupo N
0
Tratamento de Superfície
1 15 Controle
2 15 Óxido de Alumínio
3 15 Bicarbonato de sódio
4 15 EDTA
5 15 Ac. Poliacrílico
B
A
41
Figura 5: armazenagem em água destilada.
Jateamento com óxido de alumínio
A superfície da amostra do grupo 2 foi microjateada com partículas de 50 µm
de óxido de alumínio (Bio-Art Equipamentos Odontológicos, SP, BR) (Figura 6)
durante 10 segundos sobre pressão de 80 libras com o auxílio de um microjato
removedor (Microetcher/Danville Enginering, EUA). A distância mantida entre a
amostra e a ponteira do microjato foi padronizada com um anel de cera adaptado ao
tubo de PVC com uma altura de 1 cm, em posição perpendicular à superfície
dentinária. Em seguida, as superfícies das amostras foram abundantemente lavadas
com jatos de água para remoção das partículas de óxido de alumínio e o excesso de
água removido com papel absorvente ficando a dentina levemente umedecida.
Figura 6: óxido de alumínio
Jateamento com bicarbonato de sódio
A superfície da amostra do grupo 3 foi jateada com bicarbonato de sódio
Profident (Dabi-Atlante, Prodontex Indústria e Comércio Ltda, SP, Br.) (Figura 7) por
42
15 segundos, com aparelho de profilaxia Profilax (Dabi-Atlante, SP, Br) a uma
distância padronizada com um anel de cera adaptado ao tubo de PVC com 1 cm. de
altura, perpendicular à superfície dentinária, e lavado abundantemente com jatos de
água pelo mesmo tempo da aplicação. O excesso de água removido com papel
absorvente ficando a superfície da dentina levemente umedecida.
Figura 7 : pó de bicarbonato de sódio
Aplicação de EDTA
A superfície da amostra do grupo 4 foi pincelada com pincel descartável
(Microbrusch) embebido em solução gel de EDTA 24% Trissódico Gel (Biodinâmica
Química Ltda, Pr, Br) (Figura 8) por 60 segundos, lavado abundantemente com jatos
de água pelo mesmo tempo da aplicação. O excesso de água removido com papel
absorvente, ficando a superfície da dentina levemente umedecida.
Figura 8: EDTA gel 24%
Condicionamento com ácido poliacrílico 10%
A superfície da amostra do grupo 5 foi condicionada com solução
condicionadora de dentina Vidrion (ácido poliacrílico 11,5% SSWhite Artigos
43
Dentários Ltda, RJ, Br) (Figura 9) por 30 segundos, lavado abundantemente com
jatos de água pelo mesmo tempo da aplicação. O excesso de água removido com
papel absorvente, ficando a superfície da dentina levemente umedecida.
Figura 9: Ácido poliacrílico
Procedimentos de colagem
A apresentação comercial do cimento em forma de cápsula (Figura 10),
Figura 10: cápsulas
Figura 11: amalgamador ou triturador mecânico
44
Figura 12: A: dispositivo ativador da cápsula B: dispositivo aplicador do cimento
Para a fotopolimerização utilizou-se o aparelho LED Elipar FreeLight 2
(3M/ESPE, St. Paul, Mn, EUA) com, no mínimo, intensidade de luz de 450 mW/cm
2.
.
Preparação das amostras para inserção do cimento resinoso:
Após a realização dos tratamentos de superfície, foi realizado o
procedimento de inserção do cimento resinoso. Para isto, utilizou-se um cilindro de
aço inox composto de 2 partes: uma base com uma perfuração de 21 mm contendo
um parafuso para a fixação do cilindro de PVC e uma parte superior com uma
perfuração de 21 mm, a qual foi fixada na base com os parafusos. No orifício da
parte superior foi adaptada uma matriz de teflon bi-partida, a qual fixou-se por um
parafuso lateral, que possui um orifício central de 3 mm de diâmetro e 2mm de
altura. Essa justaposição foi possível em função das pequenas movimentações
permitidas na parte superior (figura 13).
Figura 13: matriz desmontada
B
A
45
Figura 14: Inserção do cimento resinoso no interior da matriz bipartida de PTFE (teflon)
No procedimento de inserção, o cilindro de PVC foi colocado e fixado por
meio de parafuso lateral, na base do dispositivo metálico, de maneira que a
superfície dentinária ficava posicionada exatamente no centro do orifício da matriz
de teflon. A cápsula foi ativada em dispositivo próprio (Figura 12 A) e imediatamente
o cimento foi triturado em amalgamador (Figura 11) por 10 segundos. A seguir, o
cimento foi introduzido no orificio cental da matriz de teflon (Figura 14) com o auxilio
de um dispositivo aplicador do cimento (Figura 12B) e fotopolimerizado por 40
segundos (Figura 15), após a presa química do cimento, com um aparelho LED
Elipar FreeLight 2 (3M/ESPE) com intensidade mínima de luz de 450 mW/cm
2
. Em
seguida, os parafusos que unem as duas partes do dispositivo de aço inox foram
liberados, permitindo a remoção da matriz e a liberação do corpo-de-prova (Fig.
16,17 e 18). Realizado polimerização complementar de 40 segundos.
Figura 15: fotopolimerização
46
Figura 16: cimento polimerizado
Figura 17: remoção da matriz bipartida de PTFE (teflon)
Figura 18: Corpo de prova
Logo após a confecção, os corpos-de-prova foram armazenados a 37°C e
100% de umidade relativa em estufa (Fanem, modelo 002 CB, SP, Br) durante 7
dias. Os grupos foram ensaiados após este período. Os testes de resistência de
união ao cisalhamento foram realizados em uma máquina de ensaio universal EMIC
DL 2000 (Figura 19 A), a uma velocidade de 0,5 mm/min, até a falha, utilizando uma
matriz com cinzel (Figura 19 B).
47
Figura 19 A : EMIC DL 2000 Figura 19 B : matriz com cinzel
A resistência de união ao cisalhamento (MPa) foi calculada pela seguinte
fórmula:
Rc = F/A Rc = N/ R² MPa = N/mm²
Onde: Rc é a resistência ao cisalhamento; F, a força aplicada e A, a área de
união.
Os valores obtidos pela divisão da Força em Newton pela área em mm²,
foram considerados como sendo a resistência de união em MPa e avaliados
estatisticamente com Análise de Variância e teste post-hoc de Tukey ao nível de
significância de 5%.
4.3 ANÁLISE DOS TIPOS DE FALHAS
Após a fratura, os corpos de prova foram avaliados em um Microscópio
Eletrônico de Varredura com detector de elétrons secundários XL 30/Phillips
(Electron Optics B.V., Eidhoven, Holanda). Da mesma forma, após a realização dos
tratamentos de superfície dentinária, amostras adicionais foram examinadas no
MEV, com finalidade de evidenciar o resultado do tratamento de superfície realizado
(figuras 21 a 25).
A montagem dos corpos-de-prova nos dispositivos de fixação amostral
(“stubs”) ocorreu como auxílio de uma fita adesiva de cobre dupla face (3M), que
permitiu que a região fraturada de cada corpo-de-prova ficasse voltada para cima.
Posterior à fixação das amostras nos “stubs”, o conjunto foi seco por um
dessecador a vácuo Prismatec modelo 131A (Prismatec Ind. E Com. LTDA, Itu, SP,
Br) por 7 dias e cobertas com aproximadamente 30nm de espessura de liga
π
48
ouro/paládio em máquina Sputter Coater BAL-TEC SCD 005 (BAL-TEC AG,
Liechtenstein, Alemanha). A liga foi depositada nas amostras em um nível de vácuo
de 5 x 10¯² mbar. Após este procedimento, as amostras foram analisadas no
microscópio eletrônico de varredura para determinar o tipo de falha ocorrido.
Através dos arquivos de imagem digital MEV, o tipo de falha teve parte de
sua conceituação baseada na classificação proposta por Armstrong et al., (2001),
nos seguintes tipos: interfacial, coesiva em dentina, coesiva no cimento e mista. A
falha tipo mista corresponde à presença de mais de um tipo de falha conceitual
citada acima na mesma superfície analisada.
Para a análise das áreas relativas de cada corpo-de-prova, foi realizada uma
aproximação de 50X possibilitando a visualização da área de união, determinando o
tipo de falha pelo material predominantemente remanescente (cimento ou dentina).
Foram escolhidos aleatoriamente seis amostras de cada grupo de tratamento para
serem submetidos à microscopia (Figura 20).
Figura 20: Amostras a serem submetidas ao MEV
5 RESULTADOS
Ao submeter os resultados ao teste Análise de Variância (ANOVA) foi
possível observar que houve diferenças estatísticamente significantes entre os
grupos experimentados (p = 0,007).
Tabela 2: Resultado da Análise de Variância
De acordo com o teste de comparação múltipla de Tukey, o tratamento que
determinou maior resistência ao cisalhamento foi o obtido pelo grupo óxido de
alumínio, sendo estatisticamente diferente (p < 0,05) dos grupos controle, ácido
poliacrílico e EDTA. Para grupos controle, ácido poliacrílico e EDTA não foram
observadas diferenças estatísticas entre si (p > 0,05), enquanto que o grupo
bicarbonato de sódio não diferiu estatisticamente de nenhum grupo. O grupo EDTA
foi o que obteve a menor resistência de união ao cisalhamento.
Tabela 3: Valores médios de resistência ao cisalhamento e desvio-padrão.
Tratamento Média (MPa) DP
Óxido de Alumínio 10,16
a
2,64
Bicarbonato de Sódio 7,49
ab
2,60
Controle 6,94
b
3,74
Ácido poliacrílico 6,72
b
3,55
EDTA 5,99
b
2,40
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si em nível de 5% de
significância, pelo teste de Tukey.
Soma das
Médias Df Médias F Sig.
Entre os Grupos
143,460
4
35,865
3,910
0,007
Dentro dos Grupos
587,119
64
9,174
Total
730,580
68
50
Gráfico 1: valores médios de resistência ao cisalhamento e desvio-padrão dos grupos
experimentais
ab
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si em nível de 5% de
significância pelo Teste de Tukey.
Acido PoliacrilicoEDTABicarbonato de
Sodio
Ox de AluminioControle
V1
14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
Mean V2
Error bars: +/- 1,00 SD
Grupos
MPa
b
a b b
ab
51
Nas figuras 21 a 25, é possível evidenciar, através de Microscopia
Eletrônica de Varredura, o aspecto da superfície dentinária para os diferentes
tratamentos à que os grupos foram submetidos.
Figura 21: Controle (sem tratamento) presença de smear layer. Poucos túbulos visíveis e presença de
riscos causados pela lixa 400
Tratamentos de superfície
Figura 22: Jateamento com óxido de alumínio. Smear layer presente e irregularidades na superfície
dentinária
Grupo 2
Grupo 1
52
Figura 23: Jateamento com bicarbonato de sódio. Remoção parcial da smear layer
Figura 24:EDTA. Túbulos abertos e remoção da smear layer
Figura 25: Ácido poliacrílico, Túbulos abertos e remoção da smear layer
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 3
53
Nas figuras 26 a 30, é possível evidenciar, através de Microscopia Eletrônica
de Varredura, o aspecto da dentina e remanescentes de cimento, após os ensaios
de cisalhamento:
Figura 26: Controle
Linha de fratura visível na figura (seta) caracteriza artefato de técnica
Figura 27: Jateamento Óxido de Alumínio.
Seta (maior) indicando falha coesiva em dentina
Linha de fratura visível na figura (seta menor) caracteriza artefato de técnica
Grupo 1
Grupo 2
54
Figura 28: Jateamento Bicarbonato de Sódio.
Seta indicando remanescente de cimento
Figura 29: EDTA
Linha de fratura visível na figura (seta) caracteriza artefato de técnica
Grupo 3
Grupo 4
55
Figura 30: Ácido Poliacrílico
Seta indicando remanescente de cimento
Podemos concluir que, independentemente do tipo de tratamento executado
na superfície dentinária, as falhas foram catalogadas como mistas.
O único grupo que apresentou falha coesiva em dentina foi o tratado com
óxido de alumínio (Figura 27, seta maior indicando).
Grupo 5
6 DISCUSSÃO
A dúvida de como preparar o substrato dentinário sempre foi pertinente e o
presente estudo visou verificar se diferentes maneiras de tratar a dentina,
previamente à cimentação auto-adesiva, poderia trazer benefícios na resistência de
união entre o cimento e o substrato dentinário.
Foi utilizado o cimento resinoso auto-adesivo, Rely X Unicem (3M-ESPE),
que é um cimento resinoso dual em cápsula, desenvolvido como cimento universal,
para uso em cerômeros, resinas, cerâmicas, pinos de fibra de vidro e trabalhos
metálicos. O fabricante preconiza sua utilização sem necessidade de pré-tratamento
à estrutura dentária. Aliado a isto, combina facilidade na manipulação quando
comparado a cimentos resinosos convencionais, adesão à estrutura dentária e
estética.
A dificuldade de obtenção de dentes humanos para realização de testes de
união, em razão dos progressos dos tratamentos dentários conservadores, tem
consagrado o uso de dentes bovinos. Estes m se mostrado substitutos confiáveis,
embora alguns estudos demonstram que existem diferenças morfológicas entre
dentes humanos e bovinos. Nakamichi et al., em 1983, comprovaram que a união ao
esmalte e na superfície da “lama” dentinária não possuíam diferenças significantes
entre dentes humanos e bovinos; entretanto, os valores de união foram ligeiramente
mais baixos em dentes bovinos. Dutra Correa et al. (2005) estabeleceram que a
resistência de união à dentina bovina decresce consideravelmente em dentina mais
profunda, que ao contrário da dentina humana, possuem túbulos com menor
diâmetro quanto mais próximo da polpa, sugerindo por isso, a utilização da camada
mais superficial da dentina para realização de testes. Já o número de túbulos
dentinários por área é maior próximo a polpa na dentina bovina e menor próximo ao
esmalte, semelhante à dentina humana. Nos estudos de Schilke et al. (2000), o
número de túbulos dentinários bem como o seu diâmetro, não possuem diferenças
estatísticamente significantes entre dentes humanos e bovinos, sugerindo que
preparos padronizados sejam utilizados. Para Betamar et al. (2007), o desenho do
preparo das amostras não tem influência na resistência de união quando é utilizado
um mesmo agente de união.
57
No presente estudo, os ensaios de cisalhamento foram realizados sete dias
após a armazenagem dos corpos de prova à temperatura de 37°C na presença de
umidade 100% em água destilada. Segundo estudos de Silva et al. (1996), Garcia et
al. (2007), não existem diferenças estatisticamente significantes, quando os ensaios
são realizados após período de armazenagem de 24 horas ou sete dias, tanto para
dentes bovinos como humanos. Além disso, o conjunto das reações químicas do
cimento auto-adesivo Rely X Unicem só estão completas após 72 horas (YANG et al.
2006).
A “lama” dentinária (Smear Layer), pela sua baixa resistência coesiva, é
motivo de exaustivos estudos, pois em alguns momentos pode agir como um
impedimento à íntima união entre o substrato dentinário e o material cimentante, e,
em outros, pode atuar melhorando esta união, dependendo do mecanismo de ação
do agente cimentante (KOIBUCHI et al. 2001). Por isso, a integridade da camada
híbrida, formada pela interação efetiva de substratos naturais e artificiais,
representada pela infiltração de resina a uma rede de colágeno, sempre é um
quantificador da resistência de união (NAKABAYASHI et al. 1982).
Os resultados obtidos em MPa para a resistência de união ao cisalhamento,
quando a dentina foi microjateada com partículas de óxido de alumínio 50 µm
apresentou o maior valor, sendo estatisticamente diferente de todos os grupos
(p<0,05). No entanto, de acordo com as especificações do fabricante, o cimento
resinoso auto-adesivo Rely X Unicem tem seu uso preconizado sem a necessidade
de realização de pré-tratamentos à superfície dentária, mantendo a integridade da
smear-layer. No presente trabalho, o grupo controle, que recebeu tratamento
conforme especificação do fabricante, obteve um valor médio de 6,94 MPa de
resistência de união aos ensaios de cisalhamento. Hecht et al. (2002), comparando
diferentes tipo de cimentos resinosos, encontrou o valor de 4,4 MPa para resistência
de união à dentina bovina com o Rely X Unicem, enquanto que Irie et al. (2002),
para os mesmos tipos de ensaios, no entanto em dentina humana como substrato,
chegou a uma resistência de união de 16,2 MPa. Em princípio, auto-adesão pode
ser gerado com uso de metacrilatos fosfatados. Rely X Unicem possui dois grupos
de ácido fosfóricos e a união de dois carbonos por moléculas em seus monômeros,
o que determina a alta reatividade, dispensando pré-tratamento à superfície, além de
causar um aumento do pH durante a reação (3M ESPE). O alto grau de ligações
cruzadas, assim como o alto peso molecular dos polímeros são gerados pelos
58
monômeros mencionados. A remoção imcompleta da smear-layer, para possibilitar
ligação com a dentina tubular pode interferir tanto na adesão química como na união
micro-mecânica (RINAUDO et al. 1997). É sugerido que o condicionamento da
superfície dentinária é necessária para formar uma união estável com o uso de
cimento de ionômero de vidro, ao contrário de sistemas adesivos que necessitam a
remoção da smear layer e formação de camada híbrida, que mostram uma união
fraca à dentina quando esta é abrasionada com partículas de óxido de alumínio e
não condicionadas com ácido.
A abrasão com óxido de alumínio determina uma morfologia irregular na
superfície da dentina, aumentando a área resultante, além de criar um tipo diferente
de smear-layer, podendo ser uma vantagem para a união micro-mecânica de alguns
materiais resinosos (LOS e BARKMEIER; 1994). Esta abrasão, muitas vezes
realizada para remoção de cimentos provisórios, previamente à cimentações
definitivas, pode acarretar alterações na resistência de união cimento/dentina.
(SOARES et al., 2007; FRANKENBERGER et al., 2007).
Muitos autores citam que não um benefício na resistência de união entre
dentina e resina após uso do jateamento com óxido de alumínio. Tal fato ocorre
devido as diferentes angulações, distância do esguicho, duração do tratamento, tipo
de movimento e possíveis interrupções durante a utilização. Por conseguinte, a
rugosidade não é uniforme, o que pode ou não causar uma influência positiva na
resistência de união entre dentina e compósito (GEITEL et al., 2004). Na literatura
investigada, o jateamento com óxido de alumínio mostra que a resistência de união
entre material restaurador e dentina tem resultados contraditórios, onde em dentina,
a película formada pelo tratamento de superfície, só teria efeitos realçados na
resistência de união se fosse seguido pelo uso de ácido fosfórico (PILO et al., 2001;
AHID et al., 2004; ONISOR et al., 2007). É também sugerido, que o aumento das
propriedades retentivas seria verificado quando o tratamento fosse realizado na
superfície do compósito ou da cerâmica, no caso de restaurações indiretas
(D’ARCANGELO e VANINI, 2007).
Ao observar-se no presente estudo a figura 22, é possível compreender os
melhores resultados obtidos para este grupo. Uma superfície mais rugosa, permite
uma maior capacidade de molhamento quando materiais tixotrópicos, como o
cimento Rely X Unicem entre em contato com a mesma (ANUSAVICE 2005).
Corrobora esta situação para explicar os resultados obtidos no presente trabalho,
59
aliados ao tipo de reação química que ocorre entre o cimento e a dentina,
desestimulando a associação de outras técnicas adesivas. Não obstante, o uso de
condicionamento ácido antes da aplicação de Rely X Unicem é prejudicial para a
efetividade da união. Isto pode ser atribuído pela inadequada infiltração através da
espessa e compacta malha de colágeno e pela viscosidade do cimento (HIKITA et
al., 2007; CANTORO et al., 2008).
O uso de jateamento com bicarbonato de sódio não apresentou diferença
estatística em relação aos grupos, provavelmente porque a modificação no aspecto
da smear-layer determinada, não ter a capacidade de causar nenhum aumento na
interação dentina/cimento (FRANKENBERGER et al., 2007). O que se observa na
figura 23 é a remoção parcial da smear layer. Tal fato pode ter efeito prejudicial no
mecanismo de ação do cimento Rely X Unicem, uma vez que a dentina intertubular
será desmineralizada porém não preenchida pelo cimento.
O grupo controle também não demonstrou diferenças estatísticas quando
comparado aos que foram tratados com EDTA e ácido poliacrílico. O EDTA é um
quelante com pH neutro, que dissolve a hidroxiapatita seletivamente sem alterar a
estrutura da matriz de colágeno (SOARES et al., 2007). Remove o lcio da dentina
e tem capacidade de provocar alteração na quantidade e qualidade da smear-layer,
(figura 24) dependendo do tempo de utilização e de sua concentração (BLOMLÖF et
al., 1997; CEHRELI e ALTAY 2000; CEDERLUND et al., 2001). Seu uso combinado
a sistemas adesivos auto-condicionantes ou de condicionamento ácido total causa
um aumento na resistência de união à dentina, mas não substitui o tratamento com
ácido fosfórico para estes sistemas (CHAVES et al., 2002; TORII et al., 2003). De
outra forma, a desmineralização da dentina com solução de EDTA poderia melhorar
a preservação da rede de colágeno, mantendo os valores de resistência de união
entre dentina e resinas (OSORIO et al., 2005). No entanto, o cimento auto-adesivo
Rely X Unicem, por possuir uma matriz ionomérica em sua formulação, realiza uma
reação química com a dentina, necessitando do cálcio para efetivar uma maior
união. Se este for removido pelo tratamento, esta união tenderá ser menor, o que
talvez explique o pior desempenho, no que se refere à resistência de união, obtido
pelo grupo cujas amostras foram tratadas com aplicação prévia de EDTA.
O ácido poliacrílico, considerado um ácido fraco de alto peso molecular com
capacidade de modificar ou de aremover a smear-layer (figura 24), também não
obteve diferenças estatísticas para o grupo controle. Estudo de longa data, mostra
60
que o mais efetivo condicionador de superfície para realçar a união do cimento de
ionômero de vidro à dentina é o ácido poliacrílico (POWIS et al.,1982). Consiste
numa substância de alto peso molecular que assegura a umidade e limpeza do
substrato sem perturbar ou alterar indevidamente a superfície da dentina. No
presente estudo, como o cimento auto-adesivo Rely X Unicem possui uma matriz
ionomérica, o uso do ácido poliacrílico não causou diferença estatisticamente
significante para o grupo controle, corroborando com outros estudos, onde o cimento
ionomérico tem união mesmo com interdeposição de smear-layer, tratando ou não a
superfície dentinária previamente com ácido poliacrílico (INOUE et al., 2004).
Cimentos ionoméricos mais modernos, com alta capacidade de liberação de flúor,
que determina uma minimização da descalcificação, tiveram uma resistência de
união baixa quando a superfície dentária foi tratada com ácido poliacrílico (BISHARA
et al., 2008). Observa-se assim, que com a presença de materiais ou matrizes
ionoméricas, o fator mais importante na união com a dentina é a interação do
material com a fase mineral da dentina, vindo este fato de encontro aos resultados
do presente trabalho (CZARNECKA et al., 2007). A smear-layer, rica em cálcio e
fosfato, pode ser um importante assistente na união à dentina, funcionando como
uma ponte entre o colágeno da dentina e o cimento.
O cimento auto-adesivo Rely X Unicem, quando utilizado sem pré-
tratamento da superfície dentinária, obteve o menor índice de microinfiltração
marginal na cimentação de coroas à dentina, do que quando a superfície foi tratada
com sistemas auto-condicionantes, de condicionamento ácido total ou cimentos
resinosos convencionais (BEHR et al., 2004; IBARRA et al., 2007). É interessante
observar que outros autores, ao estudarem cimentos resinosos convencionais
comparados aos auto-adesivos, verificaram que o não pré-tratamento da superfície
pode determinar uma diminuição na resistência de união ao cisalhamento, porém,
exibe uma menor influência do operador na manipulação e desempenho clínico do
material (HOLDEREGGER et al., 2008). Não obstante, parece também determinar
uma menor agressão ao órgão pulpar, uma vez que ocorre uma elevação do pH do
cimento após a mistura, causando um baixo efeito citotóxico, em função do
mecanismo de auto-neutralização durante a realização do conjunto de reações de
polimerização (SOUZA COSTA et al., 2006; HAN et al., 2007). Esta neutralização do
pH, que ocorre durante as fases da reação, é um conceito adotado da tecnologia do
ionômero de vidro. O mecanismo de união é também similar ao do ionômero de
61
vidro, com uma camada interfacial intermediária incorporando em partes partículas
dissolvidas na smear-layer, sem no entanto formar uma camada híbrida (AL ASSAF
et al., 2007). O cimento auto-adesivo Rely X Unicem estabelece um conjunto de
duas reações na sua química de presa: uma reação de redução de cura dual, para
polimerizar a fase resinosa, e outra reação ácido-base, resultando na formação de
fosfato de cálcio. A união com a dentina é estabelecida pelos ácidos fosfóricos
metacrilatos ionizados da mistura do monômero. A ionização ocorre tanto a partir da
água presente na dentina como da água produzida durante a reação de
neutralização dos monômeros fosfatados com partículas básicas (3M-ESPE
Espertise). Corroborando com tudo que foi esplanado, o pré-tratamento pode
representar um passo adicional, contradizendo os princípios de simplificação de
técnica onde estão alicerçados os sistemas auto-adesivos.
Qualquer que tenha sido o tipo de tratamento de superfície utilizado no
presente estudo, a análise realizada no microscópio de varredura demonstrou que
as falhas que ocorreram na interface dentina/cimento após os ensaios de
cisalhamento foram de natureza mista (figuras 27 e 28). Isto deve-se ao fato de que,
em todas as amostras analisadas, nota-se a presença de alguma quantidade de
cimento sobre o substrato dentinário, o que comprova a interação entre a superfície
dentinária e o cimento. O grupo jateado com partículas de óxido de alumínio, além
de ter obtido os maiores valores de resistência de união (10,16 MPa), foi o único
onde pode ser percebido a presença de falhas coesivas em dentina, (figura 27) o
que vem demonstrar uma maior efetividade na união do cimento Rely X Unicem à
dentina.
De acordo com os resultados obtidos, podemos concluir que ao tratarmos a
dentina, a resistência de união entre cimento-dentina pode ser aumentada. No
entanto, este tratamento para determinar uma alteração com respaldo
estatisticamente significante, deve ser aumentando a área de superfície através da
obtenção de rugosidades, sem remover elementos estruturais que compõem a
morfologia da dentina. O jateamento com partículas de óxido de alumínio foi o
tratamento que atingiu este objetivo, mostrando que é um passo adicional simples,
porém trazendo benefícios no sentido de aumentar a resistência de união do
cimento à estrutura dentinária. No entanto, a durabilidade da união dos cimentos
auto-adesivos à dentina, ainda deve ser investigada.
7 CONCLUSÃO
A realização de rugosidades superficiais com conseqüente aumento da área
de superfície através do jateamento com óxido de alumínio determinou maior
resistência de união entre substrato dentinário e cimento auto-adesivo;
Alteração na quantidade de smear-layer, através da utilização de produtos
que provocam limpeza na dentina como: jateamento com bicarbonato de sódio,
EDTA ou ácido poliacrílico, não determinaram diferenças estatísticas no aumento da
resistência de união entre dentina e cimento auto-adesivo.
um predomínio da presença de falhas mistas, que comprovam o
mecanismo de adesão do cimento com a estrutura dentinária.
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ANEXO
69
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