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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O
SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL
E PRODUÇÃO INTEGRADA DA
MANGUEIRA ‘HADEN’ NAS CONDIÇÕES
IRRIGADAS DO PROJETO JAÍBA, REGIÃO
NORTE DE MINAS GERAIS
JOÃO JOSÉ COSTA SILVA
2008
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JOÃO JOSÉ COSTA SILVA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA DE PRODUÇÃO
COVENCIONAL E PRODUÇÃO INTEGRADA DA MANGUEIRA
‘HADEN’ NAS CONDIÇÕES IRRIGADAS DO PROJETO JAÍBA,
REGIÃO NORTE DE MINAS GERAIS
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Montes Claros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal no Semi-Árido, área de
concentração em Produção Vegetal, para
obtenção do título de “Magister Scientiae”.
Orientador
Prof. D. Sc. Marlon Cristian Toledo Pereira
JANAÚBA
MINAS GERAIS - BRASIL
2008
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Catalogação Biblioteca Setorial de Janaúba
Silva, João José Costa
Estudo comparativo entre o sistema de produção convencional e
produção integrada da mangueira ‘Haden’ nas condições irrigadas
do Projeto Jaíba, região Norte de Minas Gerais [manuscrito] / João
José Costa Silva. – Janaúba, MG: Unimontes, 2008.
59f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Montes
Claros. Programa de Pós-Graduação em “Produção Vegetal no
Semi-Árido”.
“Orientador: Prof. Dr. Marlon Cristian Toledo Pereira”.
1. Mangueira Produção convencional . 2. Mangueira
Produção integrada 4. Irrigação I. Universidade Estadual de
Montes Claros II. Título
CDD 634.44
S586e
JOÃO JOSÉ COSTA SILVA
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O SISTEMA DE PRODUÇÃO
COVENCIONAL E PRODUÇÃO INTEGRADA DA MANGUEIRA
‘HADEN’ NAS CONDIÇÕES IRRIGADAS DO PROJETO JAÍBA,
REGIÃO NORTE DE MINAS GERAIS
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Montes Claros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal no Semi-Árido, área de
concentração em Produção Vegetal, para
obtenção do título de “Magister Scientiae”.
APROVADA em 18 de Agosto de 2008.
Profª. D.Sc. Clarice Diniz Alvarenga Corsato - UNIMONTES
Profª. D.Sc. Adelica Aparecida Xavier - UNIMONTES
Prof. D. Sc. Abel Rebouças São José - UESB/ Vitória da Conquista
Prof. D. Sc. Marlon Cristian Toledo Pereira
UNIMONTES
(Orientador)
JANAÚBA
MINAS GERAIS - BRASIL
Ao meu querido filho FRANCISCO
Ao meu querido filho FRANCISCOAo meu querido filho FRANCISCO
Ao meu querido filho FRANCISCO
DEDICO
DEDICODEDICO
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A DEUS, por ter me abençoado em mais uma etapa da vida.
Ao apoio e motivação da minha esposa Flávia e do meu filho Francisco, dos
meus pais e irmãos.
A UNIMONTES pela minha graduação em Agronomia e pela de Pós-Graduação
em Produção Vegetal no Semi–Árido.
À FAPEMIG e ao BNB pelo apoio financeiro tão importante na realização deste
projeto.
Aos professores do Departamento de Ciências Agrárias.
Em especial ao professor Marlon Cristian Toledo Pereira, pela orientação,
amizade e oportunidade de crescimento profissional.
As professoras Clarice e Adelica pelos fundamentais esclarecimentos e
comprometimento na condução dos trabalhos.
Ao professor Abel Rebouças pela disposição e imensa contribuição.
A empresa Thelo Produção Agropecuária e a todos seus funcionários pela
parceria neste projeto.
A equipe da EMBRAPA Semi Árido pela capacitação.
A secretaria da Pós-Graduação na pessoa da Graziele pela ajuda.
Aos colegas: Layrton, Ildeu, Wesley, Allan, Vírgilio, Rosi, Elaine.
Aos amigos Paulo Roberto, Ericksen que tanto contribuíram.
Aos motoristas do campus, especialmente Werner pela segurança e atenção
durante 2 anos de viagens.
E a todos aqueles que acreditaram em mim OBRIGADO.
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................
i
ABSTRACT.....................................................................................................
iii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................
1
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................
3
2.1
Importância econômica e social da mangueira........
...................................
2.2 Produção integrada de frutas.......................................................................
2.3 Pragas da mangueira...................................................................................
2.3.1 Doenças....................................................................................................
2.3.2 Insetos e Ácaros.......................................................................................
2.4 Monitoramento de pragas da mangueira.....................................................
3
6
9
9
15
18
3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 20
4 RESULT
ADOS E DISCUSSÃO.................................................................
24
4.1
Monitoramento de Pragas...................................
........................................
4.1.1 Doenças....................................................................................................
4.1.2 Insetos e Ácaros.......................................................................................
4.2 Produção e qualidade dos frutos.................................................................
24
24
33
40
5 CONCLUSÕES............................................................................................
45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................
46
i
RESUMO
SILVA, João José Costa. Estudo comparativo entre o sistema de produção
convencional e produção integrada da mangueira ‘Haden’ nas condições
irrigadas do Projeto Jaíba, região Norte de Minas Gerais. 2008. 55 p.
Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semi-Árido) - Universidade
Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG.
1
O presente trabalho foi realizado em pomar comercial de mangueira ‘Haden’,
situado no Projeto Jaíba, município de Matias Cardoso, MG, no período de abril
a setembro de 2007. Com o objetivo de comparar os sistemas de produção
convencional e integrada, por meio do monitoramento de pragas que atacam a
mangueira ‘Haden’, nas condições irrigadas do Norte de Minas Gerais, bem
como avaliar a produção e a qualidade pós-colheita dos frutos oriundos destes
sistemas, identificou-se na área duas parcelas uniformes, sendo uma conduzida
no sistema de produção convencional (PC) e outra no sistema de produção
integrada (PI) estabelecido pela Embrapa Semi-árido. Em cada parcela, foram
amostradas semanalmente 10 plantas de forma arbitrária, em percurso de zigue-
zague. Cada planta amostrada foi dividida em quatro quadrantes, nos quais
foram avaliados presença de insetos e doenças nos seus órgãos (ramos, folhas,
flores e frutos). No sistema de PI o controle foi realizado quando constatado o
índice de ação, enquanto no sistema convencional o controle seguiu o manejo
utilizado pelo produtor. Para análise pós-colheita foram coletados 4
frutos/planta, no ponto de colheita, em 10 plantas de cada sistema de produção.
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com dois tratamentos
(sistemas de produção), 10 repetições (plantas) e quatro frutos por parcela. No
dia da colheita todos os frutos foram pesados, obtendo-se a produção por planta
e a produtividade, enquanto as demais avaliações foram realizadas nove dias
após a colheita, apenas com os quatro frutos por planta, quando estes frutos
estavam maduros, analisando-se peso, perda de peso, diâmetro, comprimento,
firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e pH. Os
dados avaliados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. As análises estatísticas
foram realizadas com o auxílio do programa SAEG. Dentre as pragas
monitoradas, somente a malformação floral e vegetativa e o tripes apresentaram
níveis de controle nos dois sistemas de produção. A malformação floral foi
controlada por meio de poda, enquanto o tripes apresentou redução drástica
natural nas semanas seguintes, sem necessidade de controle. As demais pragas
1
Comitê Orientador: Prof. Marlon Cristian Toledo Pereira DCA/UNIMONTES (Orientador).
ii
da mangueira ‘Haden’ não atingiram o nível de controle no período de abril a
agosto em ambos os sistemas de produção, possivelmente devido às condições
climáticas desfavoráveis. Isto demonstra os aspectos climáticos favoráveis para
o cultivo da mangueira nesta época do ano em regiões semi-áridas. Os sistemas
de produção o influenciaram no manejo da parcela, na produção e na
qualidade pós-colheita dos frutos, detectando-se diferenças significativas entre
os sistemas de produção apenas no diâmetro e comprimento dos frutos, embora
esta diferença praticamente não exerça influência comercial, uma vez que a
classificação dos frutos geralmente é realizada por peso.
iii
ABSTRACT
SILVA, João José Costa. Comparative study between the conventional and
integrated production system of mango 'Haden' under irrigated conditions
from the Jaíba Project, North of Minas Gerais. 2008. 55 p. Dissertation
(Master's degree in Plant Production in Semi-Arid). Universidade Estadual de
Montes Claros, Janaúba, MG.
2
The present work was carried out in a commercial orchard of mango 'Haden',
located at Jaíba Project, Matias Cardoso county, MG, from April to September
of 2007. In order to compare the conventional and integrated production
systems, through the monitoring of pests that attack the mango 'Haden', in the
irrigated conditions of the North of Minas Gerais, as well as to evaluate the
production and the post-harvest quality of the fruits from of these systems, two
uniform quotas in the area were identified, being one conducted in the
conventional production system (CP) and the other in the integrated production
system (IP) established by EMBRAPA Semi-arido. In each quota 10 plants were
sampled weekly in an arbitrary way, in zig-zag. Each sampled plant was divided
in four quadrants, in which were appraised presence of insects and diseases in
their parts (stems, leaves, flowers and fruits). In the system of IP, the control was
accomplished when the action index was ascertained, while in the conventional
system the control followed the management used by the producer. For post-
harvest analysis, were collected 4 fruits per plant, in the harvesting crop, in 10
plants of each production system. The experimental design was of blocks at
random, with two managements (production systems), 10 repetitions (plants)
and four fruits per quota. In the harvest day all the fruits were weighed, being
obtained the yield by plant and the productivity, while the other evaluations
were accomplished nine days after the harvest, just with the four fruits per plant,
when these fruits were ripe, being analyzed weight, weight loss, diameter,
length, pulp firmness, total soluble solids content, titratable total acidity and pH.
The appraised data were submitted to the variance analysis and the averages
compared by the Tukey’s test to 5% of probability. The statistical analyses were
accomplished with the support of the SAEG program. Amongst the monitored
pests, only the vegetative floral malformation and the thrips presented control
levels in the two production systems. The floral malformation was controlled
through pruning, while the thrips presented natural drastic reduction in the two
following weeks, without control need. The other pests of the mango 'Haden' did
2
Advisor Committee: Marlon Cristian Toledo Pereira. Unimontes (Advisor)
iv
not reach the control level in the period from April to August in both production
systems, possibly due to the unfavorable climatic conditions. This demonstrates
the favorable climatic aspects for the cultivation of mango in that season of the
year in semi-arid regions. The production systems did not influence on the
management of the quota, on the yield and on the post-harvest quality of the
fruits, being detected significant differences between the systems on the
diameter and length of the fruits, although this difference practically does not
have commercial influence, since the fruits classification generally is
accomplished by weight.
1
INTRODUÇÃO
Dentre as frutas atualmente comercializadas, a manga é a oitava
colocada em volume de comercialização no mundo, em função do seu amplo
consumo nos países asiáticos e da América Latina. Ocupando em 2004 uma área
de aproximadamente 3,7 milhões de hectares e uma produção de 26,6 milhões de
toneladas, a mangueira é cultivada em 89 países, sendo a Índia a principal
produtora com 43,36% do total (AGRIANUAL, 2007).
A globalização dos mercados é uma realidade nos dias atuais. Nos
principais países importadores de frutas e hortaliças é possível encontrar esses
produtos procedentes de todo o mundo. O processo de globalização exige que os
agricultores sejam mais competitivos e adequem seus produtos aos padrões de
qualidade exigidos pelos mercados, além de adequar-se aos requisitos de ordem
econômica, ecológica e social (LOPES, 2006). No intuito de atender às
demandas internacionais, os produtores de frutas do Vale do São Francisco
demandaram à Embrapa que iniciasse um programa de certificação que viesse a
atender às exigências dos grandes mercados importadores. O Programa de
Produção Integrada de Manga foi iniciado pela Embrapa, na região do Submédio
São Francisco, no Pólo Petrolina (PE)/Juazeiro (BA), com o objetivo de
melhorar os Sistemas de Produção em uso pelos agricultores, garantindo a
qualidade e a sustentabilidade do processo de produção de frutas. Esse programa
foi implantado em pomares comerciais, seguindo os padrões exigidos pelos
países importadores, principalmente países da União Européia e Estados Unidos,
que são os mais exigentes nas questões ambientais e sociais relacionadas à
produção (LOPES, 2006).
Tendo em vista condições edafoclimáticas associadas ao uso de
irrigação, a região norte de Minas Gerais possui possibilidades excepcionais de
produção de frutas ao longo do ano, podendo assim suprir o mercado interno e
2
externo em períodos de entressafra. Esta região, especialmente nos perímetros
irrigados, desponta como potencial produtora de frutas principalmente de
banana, manga e citros. Apesar da importância econômica que a manga
representa nos mercados nacional e internacional, no Norte de Minas Gerais a
cultura da mangueira ainda não atingiu um nível de comercialização que reflita o
seu verdadeiro potencial. Os sistemas produtivos regionais ainda necessitam de
ajustes com o objetivo de melhorar continuamente a qualidade do produto e
consequentemente a sua competitividade no mercado internacional.
As propriedades nesta região do Estado de Minas Gerais não atendem
padrões internacionais de produção, até mesmo em virtude da situação
socioeconômica da família dos trabalhadores bem como as questões ambientais
que em muitos casos não são encarados como exigem os mercados
importadores. Diante destas perspectivas a organização de produtores, seja em
associações ou cooperativas, tem aumentado as possibilidades da região Norte
de Minas Gerais em termos de participação no mercado externo. Para isto
necessidade de implantação e consolidação de sistemas de produção integrada
pelo menos para as principais fruteiras produzidas nesta região. Avanços
significativos m sido alcançados no desenvolvimento da fruticultura regional,
contudo, as condutas que, além dos aspectos econômicos visem também os
aspectos sociais e ambientais, pré-requisitos indispensáveis no desenvolvimento
da produção integrada devem ser revistas.
Neste contexto, o presente trabalho objetivou comparar os sistemas de
produção convencional e integrada da mangueira ‘Haden” por meio do
monitoramento de pragas, bem como da produção e qualidade física e química
dos frutos oriundos desses sistemas, nas condições irrigadas do Norte de Minas
Gerais.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Importância Econômica e Social da mangueira
Dentre as frutas atualmente comercializadas, a manga é a oitava
colocada em volume de comercialização no mundo em função do seu amplo
consumo nos países asiáticos e da América Latina. A Índia é a principal
produtora com 43,36% do total, seguida pela China, Tailândia e pelo xico
(AGRIANUAL, 2007).
Apesar da pouca expressão da manga no mercado internacional de frutas
as exportações vêm crescendo rapidamente, sendo o México, Brasil e Paquistão
os maiores exportadores, que juntos responderam por 52,75% do total
exportado. O México é o líder nas exportações de manga, contribuindo com 33%
do total exportado mundialmente. O Brasil aparece em segundo lugar, embora o
volume exportado seja menor do que um terço do mexicano. A Holanda, embora
não seja um país produtor, aparece no grupo dos grandes exportadores de
manga, por possuir os principais portos receptores do produto na Europa,
reexportando-o em seguida para os demais países do continente (FAO, 2002).
Historicamente, a produção de manga no Brasil foi realizada de forma
extensiva, onde era explorada principalmente em áreas esparsas e quintais de
pequenas propriedades com a utilização de variedades locais. Somente a partir
de meados dos anos 80 e estendendo-se por toda a década de 90 a exploração da
cultura tomou grandes dimensões, sobretudo pela utilização de modernas
técnicas, como irrigação e indução floral, associadas a variedades americanas de
alta produção, como Tommy Atkins, Haden, Keitt, Kent, Palmer e Van Dike
(SILVA e CORREIA, 2004).
O Brasil é o maior produtor de manga da América do Sul, com 68 mil ha
plantados e uma produção de 850 mil toneladas de frutos. A região Nordeste é
4
responsável por 59,2% da área cultivada e 66,4% da produção nacional. O
volume da exportação brasileira foi de 138 mil toneladas de frutos em 2003, o
que correspondeu a US$ 75,74 milhões de dólares (AGRIANUAL, 2007).
A expansão da mangicultura no Brasil ocorreu principalmente no Estado
de São Paulo, de onde foram difundidas as novas variedades de manga para o
restante do País, e nos pólos de agricultura irrigada do Nordeste. Nesta região,
incorporação de plantios tecnificados, principalmente no Vale do São
Francisco, que abrange os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe, e em outras áreas irrigadas, como as dos Vales do Jaguaribe,
Açu-Mossoró e Parnaíba, situadas nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e
Piauí, respectivamente (SILVA e CORREIA, 2004).
Os principais produtores de manga no País são os Estados da Bahia e
São Paulo, com cerca de 55 % da área plantada e 58 % do total produzido. A
Bahia é o maior produtor, com 50,09% da produção, e uma área colhida de cerca
de 22 mil hectares (IBGE, 2006). Os Estados da Bahia e de Pernambuco
realizam o cultivo de manga destinado principalmente ao mercado externo, em
condições irrigadas, com alta tecnologia de produção (AGRIANUAL, 2007).
Efetivamente a manga vem apresentando as maiores taxas de
crescimento entre as frutas exportadas pelo Brasil, e a perspectiva é de aumento
dessa participação. Entretanto, mudanças no mercado internacional nos últimos
anos e o aumento da concorrência aumentaram as exigências por parte dos
principais mercados importadores (ARAÚJO, 2005).
Internacionalmente, três fluxos de comércio se destacam no mercado de
manga: a América do Sul e Central, que abastecem o mercado Americano,
Europa e Japão; a Ásia, que preferencialmente, exporta para países dentro de sua
própria região e para o Oriente Médio e a África, que comercializa a maior parte
de sua produção no mercado europeu (ARAÚJO, 2005).
5
Com relação ao mercado americano, o México é o principal fornecedor,
abastecendo o mercado entre os meses de fevereiro e agosto. O Haiti e a
Guatemala também exportam manga para os Estados Unidos nesse mesmo
período. O Brasil coloca a manga no mercado americano, entre agosto e
novembro, junto com o Equador e o Peru. Estes dois últimos países estendem a
exportação para os Estados Unidos até os primeiros meses do ano (EMBRAPA,
2004).
Na Europa, a produção é pequena, concentrando-se principalmente no
sul da Espanha, onde se cultivam as variedades Tommy Atkins e Keitt, e na
região da Sicília, Itália. Entretanto, a quantidade produzida é insuficiente para
suprir a demanda do mercado. México, Brasil, Peru, Equador e Haiti são os
principais exportadores, respondendo por 95% da manga importada pela União
Européia. Por importar manga de países com diferentes épocas de produção, o
mercado europeu se mantém abastecido praticamente durante o ano todo. Os
principais países importadores são Holanda, França e Reino Unido. Dentro da
União Européia, Holanda e Bélgica têm um papel importante como
intermediários, visto que mais de 90% das importações entram através dos
portos de Roterdã, Antwerp e Zeebrugge (ARAÚJO, 2005).
O Brasil, mais precisamente o Vale do São Francisco, possui condições
climáticas favoráveis e tecnologia para manejar a floração da mangueira,
podendo exportar durante todo o período em que há uma menor concentração na
oferta de manga no mercado internacional.
Com relação ao mercado americano, os produtores brasileiros, a partir de
2003 e 2004, ampliaram o período de exportação, que antes começava a
partir do mês de setembro, para não coincidir com o final da safra mexicana. De
janeiro até março, o Brasil exporta um volume relativamente pequeno de manga,
que é basicamente destinada ao mercado europeu. Nessa época, os preços no
mercado interno alcançam maiores cotações (ARAÚJO, 2005).
6
Um fator favorável à manga brasileira, com relação aos principais
concorrentes, principalmente o americanos, são as condições climáticas das
zonas de cultivo. Isto porque o excesso de chuva e a alta umidade, nas regiões
onde são exploradas a mangueira no Equador, Peru e Venezuela, reduzem o grau
de coloração da fruta e favorecem a incidência de antracnose. Já no Vale do São
Francisco, onde é cultivada praticamente toda manga brasileira direcionada para
o mercado internacional, registra-se baixa precipitação e umidade relativa, além
de um elevado grau de luminosidade, fatores que concorrem efetivamente para
uma adequada qualidade mercadológica, tanto no aspecto de coloração como de
sanidade vegetal (EMBRAPA, 2004).
O Estado de Minas Gerais produziu em 2002 quase 30 mil toneladas de
manga em 5.058 hectares. A região Norte de Minas Gerais possui cerca de
3.000 hectares, com grandes perspectivas de expansão, em virtude
principalmente da implementação da etapa II do Projeto Jaíba. O norte de Minas
Gerais apresenta excelentes condições edafoclimáticas para o cultivo da manga,
com clima semi-árido, semelhante ao da região do pólo Juazeiro/Petrolina, no
entanto, com peculiaridades locais, as quais deverão ser consideradas na
implementação da produção integrada da manga.
2.2 Produção Integrada de Frutas
A definição do conceito de Produção Integrada surgiu em Ovronnaz
(Suíça), em 1977, em reunião de um grupo de entomologistas, membros da
Organização Internacional para Luta Biológica e Integrada contra os animais e
plantas nocivas (OILB), cuja base foi o conceito do Manejo Integrado de Pragas
desenvolvida na década de 50, tendo grande repercussão na Europa e Estados
Unidos (AVILLA, 2003; TELIS, 2003). Segundo a Organização Internacional
para Controle Biológico e Integrado contra os Animais e Plantas Nocivas
7
(OICB), a produção integrada é um sistema de exploração agrária, que produz
alimentos e outros produtos de alta qualidade, mediante o uso dos recursos
naturais e de mecanismos reguladores para minimizar o uso de insumos e
contaminantes, assegurando uma produção agrária sustentável. Por meio dela se
equilibram cuidadosamente o uso de métodos biológicos, químicos e culturais,
considerando a produção e o meio ambiente, a rentabilidade e as demandas
sociais (SANHUEZA, 2000).
Dentre as vantagens econômicas advindas da adoção do Sistema de
Produção Integrada, cita-se, de forma direta, a diminuição dos custos de
produção decorrentes da racionalização no uso de insumos agrícolas e a
crescente demanda da mídia por produtos "saudáveis", os quais são identificados
pela sociedade pelos selos de certificação de qualidade (DICKLER, 2000).
Atualmente, observa-se o uso da Produção Integrada (PI) em muitos
países produtores de frutas, como a Alemanha, Áustria, Suíça e Itália e
crescimento elevado na adoção desse sistema na Espanha, Bélgica e Portugal.
Nesses países, a fruta obtida com a PI é comercializada com certificação e selo
de identificação, sendo preferida pelos grandes canais de comercialização. Com
relação à produção de frutas de caroço, a Áustria tem 62% da produção em PI, a
Croácia 94%, a Itália 24% e a Alemanha esta com quase 100% da produção sob
sistema de produção integrada. No caso da produção de vinho, a Áustria possui
63% das áreas no sistema de PI, a Itália, em média 13% e a Suíça lidera com
quase 100% da produção (DICKLER, 2000).
Um dos principais fatores de competitividade que vem condicionando
mudanças na cadeia produtiva das frutas, à semelhança do que ocorre em outras
cadeias do agronegócio, é a diferenciação dos sistemas de produção e dos
produtos (FACHINELLO et al., 2003). Esta diferenciação é importante em
mercados livres e altamente competitivos, onde o sistema de Produção Integrada
8
poderá ser adotado como uma estratégia diante das mudanças do mercado e pela
adoção de práticas de produção mais “limpas” e seguras (SANSAVINI, 1998).
As pressões ambientais devido à intensificação do cultivo da mangueira,
tecnologias de manejo fitotécnico de indução de ciclos de produção, condições
climáticas geradas pelo uso da irrigação, utilização de mudas doentes e manejos
inadequados vêm provocando um desequilíbrio fitossanitário na mangicultura.
Tais fatores contribuem para aumentar o potencial de inóculo de patógenos,
causadores de doenças nas áreas de cultivo. Os custos com tratos fitossanitários
representam 20% do custo de produção nos pomares comerciais do Semi-Árido
brasileiro. Contudo, o manejo adotado utilizando tecnologias avançadas permite
maior flexibilidade para induzir a colheita a períodos menos competitivos no
mercado externo, sendo necessário, entretanto, atingir situações de equilíbrio ou
convívio com as doenças, preservando a produtividade e qualidade do produto
alcançado (TAVARES, 1995).
No Brasil, em 1997, iniciou-se a implementação do projeto PIF para
macieira e, em 1999, foi ampliado para frutas de caroço, uva de mesa e manga,
contemplando atualmente 14 espécies frutíferas. O projeto teve como objetivo
desenvolver as bases técnicas, econômicas e operacionais, que permitam a
incorporação do Brasil ao sistema de produção integrada de frutas, para obter
produtos com qualidade, melhorando a competitividade e a rentabilidade da
fruticultura (ANDRIGUETO e KOSOSKI, 2002).
Visando a assegurar as conquistas até então obtidas e contribuir para
uma mangicultura mais racional e estável, preservando a qualidade ambiental,
com menor impacto negativo para o produtor e para a qualidade alimentar, com
menores riscos de resíduos químicos, os órgãos competentes, como a FAO,
estabeleceram o Programa de Produção Integrada de Frutas - PIF para todos os
países exportadores. Para a cultura da manga, o programa teve início no Brasil
na região semi-árida no Nordeste onde os pomares estão sendo monitorados
9
quanto à fitossanidade, adubação, irrigação e outros manejos (TAVARES et. al.,
2001).
No intuito de atender às demandas internacionais, os produtores de frutas
do Vale do São Francisco demandaram a Embrapa que iniciasse um programa de
certificação que viesse a atender às exigências dos grandes mercados
importadores. O Programa de Produção Integrada foi iniciado com as culturas da
Manga e de Uvas Finas de Mesa, com o objetivo de melhorar os Sistemas de
Produção em uso pelos agricultores, garantindo a qualidade e a sustentabilidade
do processo de produção de frutas. Foi implantado em pomares comerciais,
seguindo os padrões adotados mundialmente, uma vez que os principais países
importadores pertencem à União Européia, que são os mais exigentes em
questões ambientais e sociais relacionadas à produção (INMETRO 2002,
EMBRAPA MEIO AMBIENTE, 1999a, 1999b, 1999c, 1999d).
2.3 Pragas da Mangueira
2.3.1 Doenças
A maioria dos fungos que causam doenças em frutas tropicais não
apresenta seletividade na escolha pelo hospedeiro, sendo que as diferenças na
suscetibilidade de frutas a esses organismos envolvem uma série de defesas do
hospedeiro, além da disponibilidade de inóculo e do nicho ecológico específico
(JOHNSON e SANGCHOTE, 1994).
No ciclo das relações patógeno-hospedeiro, a disseminação do inóculo é
responsável pelo incremento das doenças, estando o padrão e a taxa de
desenvolvimento das mesmas diretamente relacionadas com esse processo. Entre
os principais agentes de dispersão de doenças destacam-se o vento, o homem e a
água, sendo este último particularmente importante na dispersão de propágulos
10
em espécies cujos esporos se encontram envolvidos por mucilagem que
impedem a dispersão pelo vento (MADDEN, 1992; MAFFIA, 2002).
As infecções que ocorrem no campo, porém, com exibição de sintomas
na pós-colheita, podem ser controladas por tratamento físico ou químico, mesmo
após vários dias de incubação (DHINGRA, 1985). Embora a utilização de
fungicidas constitua uma importante estratégia de controle, o surgimento de
resistência nas populações de patógenos tem contribuído para a diminuição da
eficiência desses produtos (SPOTTS e CEVANTES, 1986; DROBY e CHA-
LUTZ, 1994).
O aumento do interesse público e das autoridades de saúde sobre a
presença de resíduos de pesticidas em produtos agrícolas, bem como o acúmulo
dessas substâncias no ambiente têm estimulado a pesquisa de métodos
alternativos para o controle de doenças (MARI e GUIZZARDI, 1998).
A adoção de medidas de controle conciliando a produção, a proteção ao
meio ambiente e a preservação da saúde humana constituem o sistema mais
adequado e recomendado, tendo início no campo (práticas culturais, nutrição das
plantas, podas, remoção do inóculo, controle químico, colheita das frutas em
estádios adequados de maturação) e continuando durante o armazenamento
(manuseio cuidadoso, temperatura, umidade relativa e atmosfera controlada,
termoterapia, quimioterapia). Para a obtenção de um sucesso mínimo na redução
de prejuízos em fruteiras, é necessária uma correta diagnose, a quantificação e
avaliação de perdas, a determinação do local onde as mesmas ocorrem na cadeia
de comercialização e do modo como o desencadeadas (CAPPELLINI e
CEPONIS, 1988).
O Colletotrichum gloeosporioides (PENZ), agente causal da antracnose
pode ocorrer com temperatura oscilando entre 10ºC a 30ºC sob condições de alta
umidade, acima de 90%, por no mínimo 12 h ou quando as partes aéreas da
planta ficam cobertas com água líquida por no mínimo 10h. A temperatura
11
acima de 25ºC é a ideal para a formação de apressórios do fungo (ZAMBOLIM
et al. 2002).
O sintoma típico da doença é caracterizado por lesões arredondadas,
grandes, necróticas, com o centro dos tecidos deprimidos, onde são produzidas
massas de conídios de coloração alaranjada (BAILEY et al., 1992), podendo
ocorrer uma podridão-mole nos frutos, prejudicando a sua comercialização
(LIMA FILHO et al., 2003). Sérios danos podem ocorrer nas inflorescências
prejudicando drasticamente a produção e por conseqüência a pós-colheita dos
frutos se esse fungo atacar quando as condições climáticas lhe forem favoráveis
(ZAMBOLIM et al. 2002).
A aparência da manga é um fator de grande importância no sucesso de
sua comercialização, sendo os defeitos na casca pouco tolerados. A casca deve
ser perfeita até chegar ao consumidor final, o que constitui o maior desafio na
exportação desta fruta, que ela é frágil e possui lenticelas que costumam
abrigar esporos de C. gloeosporioides (BAGSHAW, 1989).
A morte descendente é causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae
(Pat.) Griffon e Maubl. (syn. Botryodiplodia theobromae Pat.), é um patógeno
considerado fraco (HOLLIDAY, 1980), mas nos últimos anos vem se tornando
importante principalmente nas regiões de semi-árido. O fungo é cosmopolita,
polífago e oportunista, com pouca especialização patogênica e, por conseguinte,
é geralmente associado a plantas estressadas e submetidas a ferimentos naturais
ou provocados por insetos, pássaros, ou pelo próprio homem através de práticas
culturais (OLUNLOYO e ESURUOSO, 1975; PUNITHALIGAM, 1976;
PRAKASSH e RAOOF, 1989; TAVARES et al., 1994).
Atualmente, L. theobromae é responsável por doenças importantes em
mangueira (Mangifera indica L.), coqueiro (Cocos nucifera L.), cajueiro
(Anacardium occidentale L.), Spondias spp., dentre outras (FREIRE e
CARDOSO, 2003). Levantou-se a hipótese que L. theobromae tenha evoluído
12
em patogenicidade em conseqüência das pressões ambientais, especialmente nas
regiões semi-áridas, onde as condições climáticas lhes são muito favoráveis
(TAVARES, 2002).
Nesses ecossistemas, o fungo infecta várias culturas, causando doenças
importantes, como a morte descendente do cajueiro (Anacardium occidentale L.)
(FREIRE e CARDOSO, 2003), do cacaueiro (Theobromae cacao L.), do
guaranazeiro (Paullinia cupana Ducke), da mamoneira (Ricinus communis L.),
da gravioleira (Annona muricata L.). Outros sintomas apresentados o murcha,
podridão basal de frutos, cancro de tronco e de ramos da mangueira
(TAVARES, 2002). Levantamentos mais recentes, conduzidos pela Embrapa
Agroindústria Tropical, revelaram um aumento no número de hospedeiros e na
severidade do ataque desse patógeno (FREIRE et al., 2004).
Dentre as doenças da mangueira, a malformação causada por Fusarium
subglutinans (WOLLENW e REINKING) destaca-se por causar grandes
prejuízos em países produtores da fruta. O principal sintoma desta doença é a
deformação, caracterizada pelo embonecamento de ramos vegetativos e
panículas florais devido à superbrotação das gemas, que formam uma massa de
flores e/ou brotos que não produzem frutos (KUMAR et al., 1993). Outros danos
importantes causados por esta doença são a deformação de árvores maduras e a
infecção em mudas, que facilitam a propagação da malformação da mangueira
para novas áreas (KUMAR et al., 1993; PLOETZ, 1994).
Segundo Ribeiro e Piza Jr. (1989), a malformação da mangueira é um
dos piores problemas fitossanitários da mangicultura devido aos prejuízos que
causa à produção, sendo que o sintoma mais característico da malformação floral
é a redução no comprimento do eixo primário e ramificações secundárias da
panícula, que conferem o aspecto de um cacho compacto que é popularmente
conhecido como embonecamento.
13
A malformação vegetativa é mais séria em plântulas e mudas em
viveiros, mas a malformação floral causa um impacto significativo à produção
de frutos, visto que inflorescências malformadas, normalmente, não produzem
frutos, sendo dessa forma, um problema mais importante do que a malformação
vegetativa (PLOETZ e PRAKASH, 1997).
Mallik (1959, 1960, 1961) observou, na Índia, que as cultivares de Bihar
e Uttar Pradesh são relativamente livres de malformação, ao passo que aquelas
de Maharashtra e Tamil Nadu, que são sadias no seu centro de origem, são
seriamente atingidas sob as condições de Bihar. Foi observado que as plantas
jovens, provenientes de sementes, são comparativamente menos infectadas que
as plantas enxertadas, mas que não correlação entre intensidade de
malformação e a cultivar.
Na Índia também, Prasad et al. (1965) observaram que a cultivar
Bhadauran é a única livre de sintomas de malformação, ao passo que Dashehri,
Langra, Malda, Safeda e Chausa são afetadas em 40 a 100%. No Egito, El-
Ghandourel et al., (1979) constataram que a cultivar Zebda tem comportamento
de resistência à malformação.
Rosseto et al., (1989), em observações realizadas durante sete anos, em
cinco municípios do Estado de São Paulo, com 24.900 inflorescências da
cultivar Haden, verificaram que 57,2% eram malformadas e ainda, segundo
essas informações, cerca de 57% da produção da cultivar Haden se perdeu
devido à malformação de inflorescências, para as condições do Estado de São
Paulo. Consideram também que a malformação varia conforme o ano e o local,
com uma nítida diferença entre as cultivares, porém as diferenças não são
grandes. Nos pomares comerciais de São Paulo, os maiores danos se concentram
na cultivar Tommy Atkins e em menor grau na Haden e Keitt, no caso da
malformação floral, e em menor grau, no caso da malformação vegetativa, na
cultivar Palmer, mas consideram a malformação, tanto vegetativa quanto floral,
14
o mais sério problema da mangicultura atualmente, em razão dos prejuízos que
causa à produção.
O F. subglutinans é reconhecido como o agente causal da malformação
da mangueira. Esta espécie forma parte de um complexo com isolados de
Giberella fujikuroi e está também associada com outros isolados de Fusarium
spp. de vários hospedeiros, previamente reportados (STEENKAMP et al., 2000).
Entre esses hospedeiros, destacam-se culturas economicamente importantes,
como arroz (Oryza sativa), milho (Zea mays), trigo (Triticum aestivum), sorgo
(Sorghum bicolor), manga (Mangifera indica), pínus (Pinus spp.), aspargo
(Asparagus officinalis), abacaxi (Ananas comosus), figo (Ficus carica), ameixa
(Prunus spp.), cana-de-açúcar (Saccharum officinarum), amendoim (Arachis
hypogaea), ervilha (Pisum sativum), melão (Cucumis melo), alho (Allium cepa)
e ciclâmen (Cyclamen persica) (KUMAR et al., 1993).
Steenkamp et al. (1999 e 2000) examinaram relações filogenéticas desse
agente patogênico com a seqüência de genes -tubulina e histona H3. Eles
indicaram que um grupo dos isolados de Israel, Flórida, Índia e África foram
intimamente relacionados, sendo mais tarde descrito como membros de uma
nova espécie, F. mangiferae (BRITZ et al., 2002). Os autores indicaram que F.
mangiferae é um isolado especifico de F. subglutinans, que anteriormente tinha
sido descrito como causador da Malformação em todo o mundo. Nos mesmos
estudos, com outro grupo de Malformação isolado da África, comprovou-se que
este grupo é distinto filogeneticamente do grupo acima. Novas espécies foram
descritas, como o F. sterilihyphosum (BRITZ et al., 2002). Esta espécie
recentemente foi recuperada de panículas malformadas no Brasil (ZHENG e
PLOETZ, 2002). Não foram realizados testes de patogenicidade com isolados do
F. sterilihyphosum, mas sua recuperação de malformações em mangueira sugere
que esta espécie provoca apenas a Malformação. F. mangiferae e F.
sterilihyphosum são espécies do complexo Gibberella fujikuroi, mas não fazem
15
parte da fase teleomorfa de G. fujikuroi (LESLIE, 1995; STEENKAMP et al.,
2000; PLOETZ et al., 2002).
2.3.2 Insetos e ácaros
A mangueira (Mangifera indica L.), em nível mundial, é atacada por três
ou quatro pragas-chave (moscas-das-frutas, bicudo-da-semente, brocas e
cigarrinhas), várias pragas secundárias e um grande número de pragas ocasionais
em áreas localizadas onde se desenvolvem. Das 260 espécies-pragas relatadas,
entre insetos e ácaros, registradas como primárias e secundárias na cultura da
manga, 87 atacam os frutos, 127 atacam as folhagens, 36 ocorrem nas
inflorescências, 33 habitam as brotações e 25 alimentam-se de ramos e troncos
(PEÑA et al., 1998). Dentre essas, pragas-chave, secundárias e ocasionais ou
esporádicas. A classificação de praga-chave ou secundária pode variar
dependendo da região. Como pragas-chave ou principais consideram-se aquelas
que com freqüência provocam danos econômicos, exigindo medidas de controle.
Como pragas secundárias são consideradas aquelas que embora causem injúrias
à cultura, raramente provocam danos econômicos. Para o estabelecimento de um
controle racional no campo, são informações fundamentais a identificação do
inseto presente e o conhecimento dos seus danos e sintomas.
O conhecimento da flutuação populacional e a época de maior
ocorrência de uma determinada espécie de inseto de importância econômica são
requisitos indispensáveis para o estabelecimento de um controle eficiente e
racional, pois permitem viabilizar o planejamento de estratégias de manejo mais
eficazes (RONCHI-TELES e SILVA, 2005).
O ácaro Aceria mangiferae (SAYED), invisível a olho nu, o que dificulta
sua identificação, causa sérios danos à mangicultura. O adulto mede cerca de
0,15 mm de comprimento, apresenta aspecto vermiforme e coloração branca.
16
Seu ciclo de vida é completado em quinze dias, em temperatura de 25 a 27°C
(ABOU-AWAD, 1981; GALLO et al., 1988; NASCIMENTO e CARVALHO,
1998).
Esse ácaro localiza-se nas brotações, causando superbrotamento e a
morte das gemas terminais e laterais, dificultando o desenvolvimento das plantas
novas que ficam raquíticas e com copa mal formada (GALLO et al., 1988). Sua
maior importância na mangueira é por ser possível vetor do fungo Fusarium
spp., agente etiológico da malformação (MORA AGUILERA et al., 1998;
MOREIRA et al., 1999; PINKAS e GAZIT, 1992), que é uma das sérias
doenças da mangueira em São Paulo e na região semi-árida, provocando drástica
redução na produção (ROSSETTO et al., 1989; TAVARES, 1995).
Trata-se de um ácaro-praga com ampla disseminação nas regiões
tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil, sua presença é registrada nos
Estados de São Paulo, Pernambuco, Amazonas, Pará, Espírito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (NASCIMENTO e CARVALHO,
1998). Como é polífago, além da mangueira, ataca abacateiro, cacaueiro,
cajueiro, cajazeira, caramboleira, jambeiro, videira, goiabeira, maracujá,
coqueiro dentre outras culturas. Altas infestações podem provocar danos
consideráveis e grandes perdas de produção, afetando também a qualidade dos
produtos e sua comercialização (FRANSEN, 1990; MURPHY et al., 1998).
O tripes Selenothrips rubrocinctus (GIARD), seja na forma jovem ou
adulta, ataca folhas, inflorescências e frutos da mangueira. Nas folhas, o ataque
ocorre principalmente na superfície inferior, próximo à nervura central,
causando necrose e, posteriormente, queda de folhas. Em grandes infestações, os
frutos são danificados. As partes danificadas apresentam, inicialmente,
coloração prateada que pode evoluir para coloração ferruginosa, com pontos
escuros, que o os excrementos secos, os quais indicam a presença dos tripes
(NASCIMENTO e CARVALHO, 1998; PEÑA et al., 1998).
17
Estratégias de controle dessa praga baseiam-se, predominantemente em
aplicações repetidas de inseticidas até a redução da população a níveis
aceitáveis. A utilização intensiva de produtos químicos resulta em sérios
problemas de desenvolvimento de resistência da praga a diferentes grupos de
inseticidas (IMMARAJU et al., 1992; ROBB et al., 1995).
A mosquinha da manga, Erosomyia. mangiferae FELT, teve seu
primeiro relato no Brasil feito por Silva et al. (1968), sem que fosse mencionado
o local de ocorrência. Em meados de 1993 constatou-se a presença dessa praga
no Submédio São Francisco, e a partir disso, tem sido observado na região
acentuado aumento populacional desse inseto, estando presente nos municípios
de Petrolina (PE), e em Juazeiro, Casa Nova, Remanso e Sobradinho (BA)
(HAJI et al., 2000).
Essa mosquinha ataca os tecidos tenros da planta, como brotações e
folhas novas, panículas florais e frutos no estádio de “chumbinho”. Segundo
Peña et al. (1998), é a principal praga da inflorescência da mangueira. Nas
folhas novas, ocorrem inúmeras pontuações, contendo as larvas em seu interior.
Essas pontuações tornam-se escuras e necrosadas, após a saída das larvas,
podendo ser confundidas com manchas fúngicas. Nas brotações e no eixo da
inflorescência, observam-se pequenos orifícios através dos quais há formação de
galerias que se tornam necrosadas, apresentando, posteriormente, uma
exsudação, principalmente nas brotações (HAJI et al., 1995; HAJI et al., 1996).
Em conseqüência do seu ataque no eixo da inflorescência, pode haver
perda total da panícula floral, podendo ainda danificar botões florais e provocar
a queda de frutos na fase de 'chumbinho'. A presença dessa praga no campo é de
fácil visualização na planta, pois a panícula floral apresenta uma curvatura
(HAJI et al., 1995; HAJI et al., 1996).
Com relação às cochonilhas os danos o se restringem à sucção da
seiva da planta, mas também à toxicidade da saliva (SILVA e CAVALCANTE,
18
1977). Provocam queda de folhas, secamento de ramos e aparecimento de
fumagina. Pelo fato de atacar o fruto, provocando manchas e deformações,
desqualificando-o para fins comerciais, Aulacaspis tubercularis (NEWSTEAD)
é considerada a espécie mais importante nos pomares destinados à exportação;
porém, dependendo da região, as outras espécies podem se tornar importantes
(CUNHA et al., 1993). É comum o ataque de Pseudaonidia tribitiformis
(GREEN) na face superior da folha, ao longo da nervura (NASCIMENTO e
CARVALHO, 1998).
2.4 Monitoramento de pragas da mangueira
Em 1976, na Suíça, discutiram-se as relações entre manejo de fruteiras e
a proteção integrada das plantas, evidenciando-se a necessidade da adoção de
um sistema que atendesse às peculiaridades do agroecossistema, de forma a
utilizar associações harmônicas, relacionadas com as práticas de produção.
Nesse contexto, incluíram-se o manejo integrado e a proteção das plantas,
fatores fundamentais para obtenção de produtos de qualidade, com
sustentabilidade ambiental (SANHUEZA et al., 2003).
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é definido como um sistema de
apoio a decisões para seleção e uso de ticas de controle de pragas, usado
individualmente ou harmoniosamente, coordenado em estratégias de manejo,
baseado em análises de custo e benefício, que levam em conta os interesses dos
produtores e os impactos na sociedade e no meio ambiente (KOGAN e SHENK,
2002).
No Brasil, das pragas que afetam a cultura da mangueira, destacam-se
insetos e ácaros que danificam folhas, flores, frutos, ramos e tronco. As
estratégias de manejo desses organismos requerem conhecimento da sua
biologia e da fenologia da planta, que são pré-requisitos indispensáveis para a
19
implementação do Manejo Integrado de Pragas (NASCIMENTO e
CARVALHO, 1998). O MIP representa um avanço significativo como sistema
racional de controle de pragas em frutíferas, pois tem como principal objetivo a
utilização mínima de agroquímicos, no sentido de amenizar problemas de
contaminação do ambiente e, conseqüentemente, diminuir as taxas de resíduos
no produto final, garantindo uma melhor qualidade de vida, tanto para o
produtor como para o consumidor (FILHO et. al. DATA).
No MIP dois termos são largamente utilizados: tática e estratégia. Onde,
tática refere-se aos métodos disponíveis para o controle das pragas, enquanto
estratégia é um plano para uma ação bem sucedida baseada nos objetivos do
sistema de produção da cultura e na biologia e ecologia das pragas (NORRIS et
al., 2003).
A metodologia do MIP em mangueira requer o acompanhamento
periódico, de pragas, por meio de amostragem para detecção do objeto alvo. De
acordo com a EMBRAPA (2005), a amostragem deve traduzir a realidade
fitossanitária da área monitorada, e deve ser feita de forma arbitrária, em
percurso zigue-zague. É quantificada apenas a incidência da praga, ou seja, a
presença dos sintomas da doença ou dos insetos. A planta amostrada é dividida
em quatro partes, chamadas quadrantes, nas quais são avaliados seus órgãos
(ramos, folhas, flores e frutos).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em pomar de mangueira ‘Haden’, em plena
produção, espaçamento 6m x 4m, em lote pertencente à empresa Thelo Produção
Agrícola, situado na área C2 do projeto Jaíba, no município de Matias Cardoso,
Minas Gerais. As amostragens foram realizadas a partir do florescimento até a
colheita dos frutos de mangueira, que ocorreu entre os meses de abril e setembro
de 2007. Identificaram-se na área duas parcelas de aproximadamente 2,5 ha,
constituída cada uma de 310 plantas da cultivar Haden, na mesma idade, período
fenológico e sob mesmos tratos culturais. As parcelas selecionadas foram geo-
referenciadas, sendo a parcela no sistema de produção integrada (PI) localizada
nas coordenadas geográficas 15
o
02'01.4'' de latitude Sul e 43
o
49'45.6'' de
longitude Oeste, e a parcela do sistema convencional situada em 15
o
02'00.4'' de
latitude Sul e 43
o
49'43.1'' de longitude Oeste.
Durante todo o período de avaliação da área, os dados climáticos foram
acompanhados de acordo com informações fornecidas pela Estação
Meteorológica da EPAMIG/CTNM situada na Fazenda Experimental de
Mocambinho, que fica a 42 km da área estudada. Entre as duas parcelas, deixou-
se uma linha de plantas para efeito de bordadura. Em cada parcela, foram
amostradas semanalmente 10 plantas de forma arbitrária, em percurso em zigue-
zague.
Cada planta amostrada foi dividida em quatro quadrantes, nos quais
foram avaliados visualmente a presença de doenças e insetos nos seus órgãos
(ramos, folhas, flores e frutos). Em cada quadrante foram amostrados
aleatoriamente dois ramos, duas inflorescências e um fruto, onde foi observada a
incidência das seguintes doenças: mancha angular (Xanthomonas campestris pv.
Mangiferaindicae), malformação (Fusarium subglutinans), antracnose
(Colletotrichum gloeosporioides), morte descendente (Botriodiplodia
21
theobromae), e a presença dos seguintes insetos: mosquinha da manga
(Erosomyia mangiferae), tripes (Selenotrips rubrocinctus), cochonilha
(Aulacaspis tubercularis).
No primeiro ramo foram amostradas 5 folhas do último fluxo vegetativo,
quando foi avaliada a incidência de mancha angular, malformação, antracnose e
morte descendente, além de sinais de ataque de mosquinha, tripes e cochonilha.
No segundo ramo utilizou-se a mesma metodologia de amostragem do primeiro
ramo para as mesmas doenças e insetos, com exceção da antracnose e morte
descendente, que foram avaliadas no penúltimo fluxo do ramo. A presença de
cochonilhas foi avaliada ao longo dos dois ramos.
Foram amostradas duas inflorescências, sendo que na inflorescência do
primeiro ramo foram monitorados os níveis de tripes, mosquinha, antracnose,
malformação e morte descendente. Já na segunda inflorescência somente as
doenças foram avaliadas. Por último, foram amostrados dois frutos por
quadrante e nestes avaliaram-se a presença de mancha angular, antracnose,
morte descendente, mosquinha, tripes e cochonilha.
Para realizar o monitoramento da parcela quanto ao nível de ão de
determinada doença ou inseto, foram atribuídas notas a cada órgão com sintomas
de doenças e presença de insetos. Para as doenças foram atribuídas notas que
variavam de 0 a 5, correspondente a incidência da doença nas cinco folhas
avaliadas. Se nenhuma das folhas amostradas apresentassem sintomas da doença
a nota seria 0 (zero), mas se todas as folhas apresentassem sintomas a nota seria
5 (cinco), ou seja, cada folha representou nota 1. O mesmo procedimento foi
válido para os oito ramos amostrados nos quatro quadrantes da planta. Para
ramos, inflorescências e frutos, as notas variavam de 0 a 2, uma vez que o
somente dois órgãos amostrados por quadrante, onde a nota 0 significa ausência
de ataque e a nota 2 indica que os dois órgãos amostrados estavam com sinais.
22
Para realizar o monitoramento dos insetos, as notas atribuídas variaram
de 0 a 1 para inflorescências e frutos e de 0 a 2 para folhas, folhas novas e
brotações; com uma peculiaridade para a presença de tripes, que foram anotadas
somente aquelas inflorescências que apresentaram 10 ou mais indivíduos por
panícula, após a batedura da mesma em bandeja de amostragem.
Para chegar aos níveis de ação de cada praga, momento este onde o
controle foi realizado, as notas atribuídas a cada praga foram transferidas para
uma planilha específica. De porte destes dados, os veis de infecção ou
infestação foram calculados por meio de regra de três simples, utilizando-se do
valor total de órgãos avaliados como sendo 100%, fazendo relação com a nota
atribuída a cada orgão avaliado.
No sistema de PI, o controle foi realizado para cada doença ou praga
quando o índice de ataque ultrapassou os limites estabelecidos pelas Normas
Técnicas Específicas de Produção Integrada de Manga produzida pela Embrapa
Semi-Árido e MAPA (LOPES et al., 2003). No sistema convencional, o controle
seguiu o manejo utilizado pelo produtor e foi realizado de acordo com cnicas
de manejo e particularidades inerentes à propriedade.
Para a análise de produção e pós-colheita, todos os frutos de cada uma
das 10 plantas amostradas em cada sistema de produção foram colhidos no ponto
de maturidade fisiológica, sendo separados, ao acaso, quatro frutos por planta
para as análises em pós-colheita. Por ocasião da colheita, a partir do dia
30/08/2008, todos os frutos de cada planta foram pesados, obtendo-se a
produção por planta e a produtividade, enquanto as demais avaliações foram
realizadas nove dias após a colheita, apenas com os quatro frutos por planta,
quando estes frutos estavam maduros. Os frutos foram levados para o
Laboratório de Pós- Colheita de Frutas e Hortaliças da UNIMONTES, no
Campus de Janaúba e mantidos em temperatura ambiente.
23
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com dois
tratamentos (sistemas de produção), 10 repetições (plantas) e quatro frutos por
parcela, analisando-se peso, perda de peso, diâmetro e comprimento dos frutos,
firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis totais, acidez total titulável e pH. Os
dados avaliados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. As análises estatísticas
foram realizadas com o auxílio do programa SAEG.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Monitoramento de Pragas
4.1.1 Doenças
De acordo com o monitoramento das doenças, o oídio (Oidium
mangiferae BERTHT) e a mancha de alternária (Alternaria alternata (FRIES)
KEISSLER) não foram identificadas no pomar avaliado neste trabalho. A
ocorrência de condições climáticas desfavoráveis ao oídio, bem como a intensa
eliminação de panículas afetadas pela malformação, podem ter contribuído para
a não ocorrência de oídio nas plantas avaliadas. De acordo com Zambolim e
Junqueira (2004), o oídio ocorre em regiões com temperatura de 20ºC e
umidade relativa acima de 60% . Gupta (1989), em estudo realizado sobre a
evolução da epidemia de dio em mangueira, relatou que o nível máximo de
infecção ocorreu com temperaturas de 26°C e 100% de umidade relativa.
O baixo índice de florescimento do pomar e a elevada ocorrência de
malformação floral (Fusarium subglutinans WOLLENW e REINKING), o que
acarretou numa grande eliminação de flores doentes também podem ter
contribuído para redução do inóculo do oídio no pomar, uma vez que os órgãos
atacados foram retirados logo no início dos primeiros sintomas e incinerados.
As demais doenças ocorreram, contudo seus níveis de ataque foram
relativamente baixos devido às condições climáticas desfavoráveis, como se
pode observar na figura 1.
25
FIGURA 1. Umidade relativa (UR), Temperatura máxima, média e mínima (T) e
precipitação (PPT), coletadas de março a setembro de 2007, na Estação
Meteorológica da Fazenda Experimental de Mocambinho,
EPAMIG/CTNM, Jaíba, MG.
De acordo com o monitoramento efetuado, a morte descendente
(Botryodiplodia theobromae PAT.) ocorreu nas folhas, ramos e inflorescências.
A ocorrência de B. theobromae em folhas pode ser tolerada até 10% de
infecção, nível em que se deve entrar com controle. De abril a agosto de 2007,
a incidência desta doença nas folhas da mangueira ‘Haden’ não ultrapassou
2,05%, tanto na parcela em sistema convencional como na produção integrada
(Figura 2).
Os ramos foram mais atacados pela morte descendente, chegando ao
pico máximo de 8,75% de infecção na última semana do mês de julho no
sistema PI (Figura 2).
Os
níveis de infecção nos ramos foram superiores aos
encontrados nas folhas, no entanto, em ambos sistemas, não atingiram 10% de
infecção necessários para atingir o nível de controle para esta doença. Os níveis
máximos de infecção nas inflorescências chegaram a 5% no sistema PC, na
segunda semana de junho e julho; no sistema PI, os níveis de infecção não
ultrapassaram 3,75% (Figura 2).
0
20
40
60
80
100
MAR. ABR. MAIO JUN. JUL. AGO. SET.
T°C max. T° C med. T°C min. UR % PPT (mm)
26
0
0,5
1
1,5
2
2,5
A4 M1 2 3 4 J1 2 3 4 J1 2 3 4 A1 2 3
M ê s / S e m a n a
0
2
4
6
8
10
A4 M1 2 3 4 J1 2 3 4 J1 2 3 4 A1 2 3
M ê s / S e m a n a
0
2
4
6
A4 M1 2 3 4 J1 2 3 4 J1 2 3 4 A1 2 3
M ê s / S e m a n a
P C P I
Folhas com sintomas de
Morte Descendente (%)
Ramos com sintomas de
Morte Descendente (%)
Infloresncias com sintomas
de Morte Descendente (%)
A
B
C
FIGURA 2. Porcentagem de folhas (A), ramos (B) e inflorescências (C) da
mangueira ‘Haden’ com sintomas de morte descendente (Botriodiplodia
theobromae), em pomar situado no projeto Jaíba-MG, conduzido em
sistema de produção convencional (PC) e de produção integrada (PI), de
abril a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J),
julho (J) e agosto (A) de 2007, e os meros representam as semanas de
cada mês, em ordem cronológica.
27
Em ambos os sistemas de produção não foi necessária a aplicação de
controle químico, uma vez que as condições climáticas nesse período foram
desfavoráveis ao patógeno, como umidade relativa próxima de 60%, ausência de
precipitação e temperatura relativamente mais baixa nesses meses de inverno
(Figura 1). As condições climáticas ideais para o desenvolvimento dessa doença
são temperaturas entre 27 e 32°C e umidade relativa do ar entre 80 e 85%
(RIBEIRO, 2005). Esses níveis de infecção, embora baixos, podem ter sido
causados pela ausência de proteção dos ápices dos ramos após as podas de
controle de inflorescências com malformação floral.
A identificação de B. theobromae deve ser muito criteriosa, visto que no
final do florescimento várias flores em avançado estádio de senescência podem
ser confundidas com sintomas da morte descendente. A incorreta identificação
de senescência como sendo sintomas de morte descendente poderia superestimar
a doença e atingir níveis de ação da doença.
A malformação floral (Fusarium subglutinans WOLLENW e
REINKING) atingiu nível de infecção logo na primeira avaliação, no final do
mês de abril, com 56,25% e 31,25% nos sistemas PC e PI, respectivamente,
níveis estes muito superiores aos 10% recomendados para o controle desta
doença (Figura 3B). Deste modo recomendou-se o controle, que foi realizado
por meio da poda e incineração de flores doentes. Após a intervenção, todos os
sintomas desapareceram, até a última semana de maio, quando as inflorescências
malformadas novamente atingiram níveis de controle. Apesar de 22,5% de
infecção no sistema PC e 33,75% no PI serem níveis que ainda recomendam o
controle, este não foi efetuado de forma sistemática.
A partir da última semana de maio até a primeira semana de agosto, os
níveis de malformação floral ficaram entre 1,25% e 37,5%, de acordo com cada
semana e sistema de produção. Isto pode ser explicado pelo fato de que
mangueiras nessa região florescem naturalmente nessa época do ano, assim,
28
algumas inflorescências continuaram sendo emitidas de forma esporádica e
apresentavam sintomas da doença (Figura 3B).
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Ramos com sintomas de
Mal formação (%)
Inflorescências com sintomas
de Malformação (%)
A
B
FIGURA 3. Porcentagem de ramos (A) e inflorescências (B) da mangueira ‘Haden’
com sintomas de malformação, em pomar comercial do projeto Jaíba,
conduzido em sistema de produção convencional (PC) e de produção
integrada (PI), de abril a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J),
julho (J) e agosto (A) de 2007, e os meros representam as semanas de
cada mês em ordem cronológica.
29
Altos níveis de infecção da malformação floral observados para
variedade ‘Haden’ nas condições estudadas do projeto Jaíba demonstraram uma
situação distinta dos pomares de São Paulo, onde, segundo Ribeiro (1989), os
maiores danos da malformação floral se concentram na variedade Tommy
Atkins e, em bem menor grau, na variedade Haden. Estas diferenças ocorrem
devido à influência de vários fatores como condições climáticas, mês do ano,
época da indução floral, histórico da área, tratos culturais, origem das mudas,
dentre outros fatores. Por isso, torna-se necessário o ajuste de tecnologias para
cada região.
De acordo com Junqueira (2002), a resistência à malformação é
conferida por genes recessivos, não havendo variedade totalmente resistente.
Nas condições de São Paulo, a ‘Haden’ e a ‘Palmer’ são mais tolerantes aos dois
tipos de malformação, vegetativa e floral; e a ‘Keitt’, suscetível a malformação
vegetativa, sendo a ‘Tommy Atkins’ mais suscetível (JUNQUEIRA, 2002).
Anjos et al. (2002), em levantamento realizado no período de 1998 a
2000, em plantios comerciais de manga no cerrado do Brasil Central,
constataram a presença do fungo Fusarium subglutinans em todas as amostras
com sintomas de malformação vegetativa e floral, e observaram que a
malformação floral foi severa em 33,33% das áreas inspecionadas e
medianamente severa em 27,78% delas.
Diferente da malformação floral, a vegetativa não apresentou níveis tão
altos de infecção (Figura 3A). Somente na quarta semana de abril, logo na
primeira semana de avaliação, a malformação vegetativa apresentou níveis que
justificassem seu controle, com 11,25% de infecção em ambos os sistemas de
produção. O controle desta doença foi realizado concomitantemente com o
controle da malformação floral. Nas semanas subseqüentes não houve mais
problemas com esta doença, no entanto, a partir da última semana de maio os
30
sintomas da malformação vegetativa voltaram a aparecer, provavelmente devido
a ocorrência de brotações oriundas dos ramos podados em controle anterior.
A mancha angular é uma doença que ataca folhas e frutos, no entanto nas
condições desse trabalho se manifestou nas folhas. Os níveis atingidos por
esta doença não ultrapassaram 1,5% de incidência no sistema PC, na primeira
semana do mês de junho, enquanto o nível máximo atingido pelo sistema PI foi
de 0,5%, na segunda e terceira semanas do mês de maio. Em ambos os sistemas
de produção somente foram identificados sintomas da mancha angular até a
primeira semana de junho. Estes baixos níveis de incidência da mancha angular
podem ser explicados pela ausência de chuvas e baixa umidade relativa neste
período do ano, nas condições de semi-árido do Norte de Minas.
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Folhas com sintomas
de Ma
ncha Angular (%)
FIGURA 4. Porcentagem de folhas da mangueira Haden’ com sintomas de mancha
angular, em pomar comercial do projeto Jaíba, conduzido em sistema de
produção convencional (PC) e de produção integrada (PI), de abril a
agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
31
A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloesoporioides
(PENZ e SACC), foi identificada em folhas e inflorescências da mangueira
‘Haden’. Não foi verificado nenhum sintoma de infecção por antracnose em
frutos no campo e aos 9 dias após a colheita, o que o descarta a possibilidade
de lesões latentes. Na segunda semana de junho, observou-se o nível de
incidência máximo de antracnose nas folhas da mangueira, atingindo 9,5% no
sistema PI, valor próximo ao nível de 10%, que indicaria o controle (Figura 5A).
As condições climáticas durante o período de abril a agosto de 2007
foram desfavoráveis ao desenvolvimento da antracnose, com temperatura média
abaixo de 25°C, umidade relativa menor que 90% e praticamente ausência de
precipitação, com poucas chuvas apenas no mês de abril e meados de maio
(Figura 1). A maior porcentagem de folhas com sintomas de antracnose durante
o mês de junho e início de julho pode ser explicada pelo maior desenvolvimento
das lesões existentes no pomar no ínicio das avaliações, as quais durante as
primeiras avaliações ainda se encontravam pequenas e de difícil identificação, só
podendo as mesmas serem confirmadas semanas mais tarde (Figura 5).
A partir das últimas chuvas do período avaliado, em meados de maio,
todas as condições climáticas foram desfavoráveis ao desenvolvimento da
antracnose, o que refletiu na redução da doença (Figuras 1 e 5). A incidência de
antracnose nas inflorescências foi ainda menor do que nas folhas, com nível
máximo no sistema PC de 1,75% na quarta semana de abril, coincidindo com o
final do período chuvoso nas áreas de Projeto Jaíba (Figuras 1 e 5B).
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Folhas com sintomas
de Antracnose (%)
Inflorescências com sintomas
de Antracnose (%)
A
B
FIGURA 5. Porcentagem de folhas (A) e inflorescências (B) da mangueira ‘Haden’
com sintomas de antracnose, em pomar comercial do projeto Jaíba,
conduzido em sistema de produção convencional (PC) e de produção
integrada (PI), de abril a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
As mesmas condições climáticas que favorecem a incidência de
antracnose favorecem a incidência de oídio, o qual provoca ferimentos nos
frutos. Estes ferimentos servirão como vetores de penetração para C.
gloeosporioides a partir de outubro, época em que as condições climáticas
tornam-se favoráveis à antracnose, com elevadas umidade e temperatura. Dessa
33
forma, o controle do oídio é de extrema importância no manejo da antracnose
(ZAMBOLIM et al., 2002). Neste trabalho talvez a ausência de oídio na época
de floração e colheita também possa estar relacionado com a baixa incidência de
antracnose em todos órgãos durante o período avaliado.
4.1.2 Insetos e Ácaros
Paralelamente ao monitoramento das doenças, realizou-se o
monitoramento dos insetos no pomar de mangueira ‘Haden’. Durante o período
avaliado não foram encontrados pulgões (Aphis gossypii (GLOVER)),
lepidópteros e ácaros (Aceria Mangiferae (SAYED)), no entanto foram
detectados tripes (Selenotrips rubrocinctus (GIARD)), mosquinha da manga
(Erosomyia mangiferae (FELT)) e cochonilha (Aulacaspis tubercularis
(NEWSTEAD)).
Dentre as pragas monitoradas, o tripes foi o inseto que mais atacou a
mangueira. Este inseto geralmente pode ser encontrado em ramos, frutos e
inflorescências; no entanto, foi identificado em inflorescências, no período
compreendido da última semana de abril até a terceira semana de maio (Figura
6).
Observou-se que durante a quarta semana de abril os níveis de ataque de
tripes apresentavam valores próximos a 10%, com 6,25% na bordadura do
sistema PC, e 8,33% no interior da parcela no sistema PI. Na segunda avaliação
houve um incremento nos níveis de ataque de tripes em ambos os sistemas de
produção, seja na bordadura ou interior da parcela. Observaram-se 25% de
inflorescências atacadas por 10 ou mais tripes na bordadura dos dois sistemas de
produção. No interior da parcela do sistema PC o nível de ataque chegou a
64,2%, enquanto no interior da parcela do sistema PI registrou-se o maior nível
de ataque deste inseto, chegando a atingir 83,3% (Figura 6).
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Inflorescências atacadas
por 10 ou maia Tripes (%)
FIGURA 6. Porcentagem de inflorescências de mangueira ‘Haden’ com 10 ou mais
Tripes (Selenotrips rubrocinctus GIARD), em pomar comercial do
projeto Jaíba, conduzido em sistema de produção convencional (BPC:
bordadura da parcela ou IPC: interior da parcela), e de produção
integrada (BPI: bordadura da parcela ou IPI: interior da parcela), de abril
a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
Qualquer valor acima de 10% de inflorescências com 10 ou mais tripes
justificaria o controle químico, entretanto este não foi efetuado. Devido a
informações de produtores na região de Juazeiro-Petrolina, bem como na região
do Norte de Minas, os quais aguardam os níveis das semanas subseqüentes para
realizarem a intervenção química, optou-se por observar a tendência de ataque
nas semanas seguintes para a tomada de decisão. Na semana seguinte observou-
se redução drástica na porcentagem de inflorescências com tripes sem que
tivesse sido realizada nenhuma forma de controle.
Na parcela do sistema PC, a porcentagem caiu de 25% para ausência de
insetos na bordadura e para 16,6% no interior. Estes valores não justificavam
mais a recomendação de controle na bordadura da parcela. Todavia, o nível
35
encontrado no interior da parcela ainda indicava a necessidade de controle. Na
parcela PI, os valores caíram para 6,25% na bordadura e para 20,8% no interior
da parcela, o que novamente justificaria a intervenção química somente no
interior da parcela. Devido a esta grande redução da infestação de tripes, optou-
se por aguardar novamente mais uma semana para recomendar o controle.
Novamente na semana seguinte, estes valores reduziram para 8,33% e 16,6% no
interior das parcelas de PC e PI, respectivamente. Nessa semana, nas
bordaduras, em ambos os sistemas avaliados não se identificaram inflorescências
com 10 ou mais tripes, o que descartou a necessidade de controle químico nas
bordaduras.
Na quarta semana de maio não foram encontrados tripes nas
inflorescências em ambos os sistemas de produção, seja na bordadura ou interior
das parcelas. O amadurecimento das inflorescências e a presença de ventos
fortes na região podem ter contribuído para a redução populacional deste inseto.
O fato da parcela em sistema convencional apresentar quedas mais
rápidas nos níveis de infestação de tripes pode ter ocorrido devido à posição
marginal desta parcela em relação à parcela PI, o que a coloca em posição da
ação direta dos ventos predominantes.
A partir da segunda semana de junho, observou-se o ataque da
mosquinha da manga nas brotações dos dois sistemas de produção, tanto na
bordadura como no interior da parcela (Figura 7A). Os níveis variaram de
ausência de sinais até 4,17 % de ataque, sendo observados com maior freqüência
a partir de junho. Entretanto, não atingiram o nível de controle de 5% de ataque
para a cultura neste estádio fenológico.
As folhas da mangueira foram os órgãos mais frequentemente atacados
durante o período de abril a agosto de 2007, independente do sistema de
produção e bordadura ou interior da parcela. Somente na segunda semana de
maio não foram observados sinais de ataque desta praga (Figura 7B).
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Brotações atacadas pela
Mosquinha da manga (%)
Folhas novas atacadas pela
Mosquinha da manga (%)
A
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FIGURA 7. Porcentagem de brotações (A) e folhas novas (B) da mangueira ‘Haden’
com sintomas de mosquinha da manga (Erosomyia mangiferae FELT),
em pomar comercial do projeto Jaíba, conduzido em sistema de
produção convencional (BPC: bordadura da parcela ou IPC: interior da
parcela) e de produção integrada (BPI: bordadura da parcela ou IPI:
interior da parcela), de abril a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
O ataque da mosquinha da manga em ramos não atingiu níveis de
controle em nenhum dos sistemas de produção avaliados, seja na bordadura ou
37
no interior da parcela. Os níveis não ultrapassaram os 4,17% de ataque nos
ramos da mangueira ‘Haden’ (Figura 8A).
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Ramos atacados pela
Mosquinha da manga (%)
Inflorescências atacadas pela
Mosquinha da manga (%)
FIGURA 8. Porcentagem de ramos (A) e inflorescências (B) da mangueira ‘Haden’
com sintomas da mosquinha da manga
(Erosomyia mangiferae FELT)
, em
pomar comercial do projeto Jaíba, conduzido em sistema de produção
convencional (BPC: bordadura da parcela ou IPC: interior da parcela) e
de produção integrada (BPI: bordadura da parcela ou IPI: interior da
parcela), de abril a agosto de 2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
38
De todos os órgãos atacados pela mosquinha, as inflorescências o os
mais sensíveis ao seu ataque. Nesse período fenológico, o índice de ataque não
poderia ultrapassar o nível de 2%. Logo no início do florescimento, na primeira
semana de maio, na bordadura do sistema convencional, a porcentagem de
ataque da mosquinha da manga chegou a 4,17% (Figura 8B).
Apesar de atingido o nível de controle o produtor optou por não
realizar. Contudo, observou-se que nas semanas seguintes o houve mais
ataques na bordadura. Duas semanas após, este mesmo nível de ataque foi
encontrado no interior da parcela do sistema PC, o que indica que a mosquinha
migrou para o interior da parcela. no sistema PI, o único ataque nas
inflorescências também ocorreu na terceira semana de maio, com um índice de
3,13% de ataque. Nesse período, os índices observados no interior da parcela
justificavam o controle desta praga, no entanto optou-se por aguardar a avaliação
da semana seguinte para tomada de decisão visando a realizar a intervenção com
produtos químicos. Observou-se que a população da praga não evoluiu para
níveis de ataque superiores nas semanas seguintes. Devido ao elevado número
de inflorescências eliminadas com sintomas de malformação, possivelmente
grande parte das inflorescências atacadas pela mosquinha foi eliminada e
conseqüentemente pode ter controlado de forma indireta a mosquinha da manga.
O ambiente compactado das inflorescências com sintomas de malformação
floral funciona como abrigo para vários insetos, inclusive para a mosquinha da
manga.
A. mangiferae por ser vetor do fungo Fusarium subglutinans, agente
etiológico da malformação da mangueira, que é séria doença no Vale do São
Francisco, provocando drástica redução na produção (SANTOS FILHO et al.
2002). Em conseqüência do ataque de E. mangiferae ao eixo da inflorescência
da mangueira, pode haver perda total da panícula floral, podendo ainda o inseto
39
danificar folhas, brotações e provocar a queda de frutos (BARBOSA et. al.
2005).
Três espécies de cochonilhas podem ser identificadas atacando a
mangueira, A. tubercularis, P. tribitiformis e P. adonidum. Somente foi
identificada a presença da espécie A. tubercularis no pomar de mangueira
‘Haden’, a qual possivelmente teve sua presença inibida no início das
amostragens pela pulverização de indutores de florescimento nos meses de
março e abril de 2007. A partir da terceira semana de maio até a segunda semana
de julho observou-se a presença de cochonilhas nas folhas da mangueira.
Entretanto, no período em que esteve presente, a cochonilha não atingiu o nível
de ataque de 10%, para que fosse recomendado o controle químico (Figura 9).
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Folhas atacdas
por Cochonilhas (%)
FIGURA 9. Porcentagem de folhas de mangueira ‘Haden’ colonizadas por
cochonilhas (Aulacaspis tubercularis), em pomar comercial do projeto
Jaíba, conduzido em sistema de produção convencional (BPC: bordadura
da parcela ou IPC: interior da parcela) e de produção integrada (BPI:
bordadura da parcela ou IPI: interior da parcela), de abril a agosto de
2007.
* As letras representam os meses de abril (A), maio (M), junho (J), julho
(J) e agosto (A) de 2007, e os números representam as semanas de cada
mês em ordem cronológica.
40
4.2 Produção e Qualidade dos Frutos
Dentre todas as características avaliadas na colheita e pós-colheita dos
frutos somente as características diâmetro e comprimento de frutos apresentaram
diferenças significativas entre os sistemas de produção integrada e convencional.
O diâmetro dos frutos foi maior no sistema PI, com 8,6 cm, comparado ao
sistema PC, com 8,3 cm (Tabela 1). Embora detectada diferença significativa
entre os tratamentos, os valores encontrados diferenciam em apenas 0,3 cm e
estão dentro do intervalo citado por Carvalho et al. (2004), que encontraram
diâmetro médio de 8,3±0,9cm em frutos de ‘Haden’.
TABELA 1. Valores médios de peso (PESO), perda de peso (PPES), diâmetro
(DIAM), comprimento (COMP) e firmeza (FIRM) dos frutos de
mangueira ‘Haden’, oriundos de sistema de produção
convencional (PC) e produção integrada (PI), no município de
Matias Cardoso, MG, 2007.
TRATAMENTO PESO (g) PPES (%)
DIAM
(cm)
COMP
(cm)
FIRM (N)
P. INTEGRADA 435,0 A 7,7 A 8,6 A 11,1 A 7,5 A
P. CONVENCIONAL
435,0 A 7,6 A 8,3 B 10,7 B 6,2 A
CV (%)
8,8 8,1
3,0 3,3 39,1
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
O mesmo comportamento observado para a característica diâmetro foi
detectado para o comprimento dos frutos oriundos do sistema PI, que tiveram
11,10 cm de comprimento, enquanto que frutos do sistema PC apresentaram
10,70 cm (Tabela 1). Estes valores foram um pouco acima dos valores
encontrados por Carvalho et al. (2002), que encontraram valores entre 9,2 cm e
10,0 cm de comprimento de frutos da cultivar Haden 2H. Esta diferença, bem
como a encontrada no diâmetro dos frutos, praticamente não influencia
41
comercialmente a classificação dos frutos, os quais geralmente são separados
por peso.
O peso dos frutos, em ambos os sistemas de produção, foi de 435 g, em
média, não havendo diferenças significativas entre os tratamentos (Tabela 1).
Segundo Donadio (1982), estes frutos se enquadrariam na classe 3 (fruto grande,
com peso entre 350 a 500 g). Estes valores estão dentro da faixa estabelecida por
Nunes (1995) para o peso médio dos frutos da variedade Tommy Atkins, que é
de 300 a 700 g, porém, abaixo do valor estabelecido por Albuquerque et al.
(1999), que é em torno de 550 g. Esse autor afirma que, com produtividade alta,
o peso dos frutos pode ser menor, entretanto, o pomar em estudo neste trabalho
apresentou baixa produtividade, em função da elevada infecção causada pela
malformação floral, e peso de frutos com valores médios (Tabelas 1 e 3).
A porcentagem de perda de peso dos frutos oriundos dos sistemas de
produção foi de 7,65%, em média (Tabela 1). Braz et al. (2008) observaram que
os tratamentos de mangas ‘Tommy Atkins’ com e sem aplicação de ethephon
mantiveram as perdas de massa inferiores a 7% até o dia de armazenamento.
Esses valores estão próximos dos avaliados neste trabalho, onde os frutos
ficaram armazenados por 9 dias. Já para os frutos da mangueira ‘Ubá’, as perdas
ficaram em torno de 10% a 12%, considerando o mesmo período de 6 dias, sob
as mesmas condições, o que demonstra diferenças de resistência à perda de água
entre cultivares (BRAZ et al., 2008). Lima et al. (2007) verificaram redução
média de massa de 15% após 12 dias de armazenamento da manga ‘Haden’, com
tratamento hidrotérmico e armazenamento refrigerado em atmosfera modificada.
Os valores de firmeza observados neste trabalho para os frutos oriundos
da produção integrada e produção convencional não diferiram significativamente
e foram inferiores aos relatados por Sornsrivichai et al. (1989), em mangas
‘Keaw Sawoey’, que observaram decréscimo na firmeza de 81,4 N para 13,7 N
42
quando armazenadas em temperatura ambiente (28-33ºC) por nove dias.
Entretanto, a 13ºC houve menor perda de firmeza (57,9 N).
A parede celular dos frutos é composta de polissacarídeos, como a
celulose, pectinas, hemicelulose e compostos fenólicos (BRETT e WALDRON,
1990). A degradação da parede celular durante o amadurecimento relaciona-se
com a textura e firmeza, que indicam o grau de maturação como também
determina a vida de prateleira do fruto (TUCKER, 1993).
Os valores de sólidos solúveis totais encontrados na polpa dos frutos
avaliados neste trabalho foram de 15°Brix para ambos os sistemas de produção e
podem ser considerados como uma excelente característica de comercialização
(Tabela 2).
TABELA 2. Valores médios de sólidos solúveis totais (SST), pH e acidez total
titulável (ATT) de polpa de frutos de mangueira ‘Haden’,
oriundos de sistema de produção convencional (PC) e produção
integrada (PI), no município de Matias Cardoso, MG, 2007.
TRATAMENTO SST (°Brix) pH ATT
P. INTEGRADA 15,8 A 4,4 A 8,3 A
P. CONVENCIONAL
15,7 A 4,4 A 8,2 A
CV (%)
9,9 19,2 40,2
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
O conteúdo de sólidos solúveis pode variar de acordo com a cultivar e o
estádio de maturação. Algumas cultivares apresentam teores baixos, como a
Tommy Atkins, cujo conteúdo médio de sólidos solúveis é de 13,0°Brix.
Contudo, as cultivares Dashehari, Fazli, Langra e Chowsa apresentam teores de
sólidos solúveis acima de 20,0°Brix (LAKSHIMANARAYANA, 1980;
MEDLICOTT et al., 1986).
43
Bleinroth et al. (1985), ao avaliarem 22 cultivares de mangas no
município de Tietê-SP, encontraram um teor médio de sólidos solúveis de
15,9°Brix, dentro de um intervalo de 12,1 a 19,0° Brix. Siqueira et al. (1988),
que trabalharam com diversas cultivares, encontraram valores que oscilaram de
11,6 a 21,6°brix.
De acordo com Rodrigues (1977), um elevado teor de SST nos frutos,
além de satisfazer a preferência do consumidor brasileiro, é muito importante
quando o produto é industrializado, pois reduz a necessidade de adição de
açúcar. para o mercado externo, segundo Souza et al. (1984), a preferência é
por frutas com menor teor de SST, em relação ao mercado brasileiro.
O pH médio apresentado pelos frutos foi de 4,4 (Tabela 2). Segundo
Siqueira et al. (1988), para a utilização industrial, um pH inferior a 4,3 é
desejável, pois confere ao produto maior resistência a contaminações
microbianas. Segundo Castro (1992), mangas com pH acima de 3 estão aptas ao
consumo, o que confirma que os frutos avaliados neste estudo estavam com pH
apropriado para o consumo com 8 dias após a colheita.
TABELA 3. Valores médios de produção e produtividade de pomar de
mangueira ‘Haden’ sob sistema de produção convencional e de
produção integrada, no município de Matias Cardoso, MG, 2007.
TRATAMENTO Produção (kg/planta) Produtividade (t/ha)
P. INTEGRADA 32,1 A
13,3 A
P. CONVENCIONAL
28,9 A
12,1 A
CV (%) 13,9 13,9
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5%.
A produção de frutos de cada planta e a produtividade do pomar não
diferiram significativamente entre os sistema de produção, apresentando média
44
de 30,5 kg/planta e 12,7 t/ha (Tabela 3). Plantas de mangueira ‘Haden’ com mais
de 5 anos de plantio nas condições irrigadas do Norte de Minas Gerais
geralmente apresentam produtividade superior a 30 t/ha. Entretanto, conforme
foi relatado anteriormente, a elevada incidência de malformação floral com
posterior poda das panículas atacadas prejudicou a possível e potencial maior
produção das plantas estudadas.
Gomes et al. 2007; em experimento conduzido em Petrolina –PE,
utilizando do bioestimulante Ecolife40 em pomar de “Tommy Atkins” chegou à
uma produtividade de 21,61 t/ha com uma produção média de 86 quilos de
frutos por planta.
Oliveira et al. 2002; avaliando a produção de manga sob diferentes
regimes de irrigação no Piauí, registraram uma produtividade máxima de 13,9 e
12,6 t ha-1 para produção total e comercial respectivamente. Nesse mesmo
trabalho a produção não chegou a 6 t ha-1 em regime de sequeiro.
45
5 CONCLUSÕES
- A ausência de chuvas, baixa umidade relativa e predominância de temperaturas
amenas, neste período de abril a setembro, contribui para a ausência ou redução
da ocorrência da maioria das pragas da mangueira ‘Haden’, nas condições
irrigadas do Norte de Minas.
- A malformação vegetativa e floral, juntamente com o tripes, apresentam níveis
de controle, acima de 10%, em mangueira ‘Haden’, nos sistemas de produção
convencional e integrada.
- Os sistemas de produção não influenciam na produção e na qualidade pós-
colheita dos frutos de mangueira ‘Haden’.
46
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