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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
ESTUDO DA TOXICIDADE HETICA DA trans-
DESIDROCROTONINA (t-DCTN), UM DITERPENO OBTIDO DA
Croton cajucara BENTH., E DE ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS
PREVENTIVAS EM MODELOS ANIMAIS.
ALANA FONTELES LIMA RABELO
FORTALEZA CE
2008
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ii
Alana Fonteles Lima Rabelo
ESTUDO DA TOXICIDADE HETICA DA trans-
DESIDROCROTONINA (t-DCTN), UM DITERPENO OBTIDO DA
Croton cajucara BENTH., E DE ESTRATÉGIAS FARMACOLÓGICAS
PREVENTIVAS EM MODELOS ANIMAIS.
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Farmacologia do Departamento
de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Farmacologia.
Orientador:
Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao
Fortaleza - CE
2008
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iii
Alana Fonteles Lima Rabelo
Estudo da toxicidade hepática da trans-desidrocrotonina (t-DCTN), um
diterpeno obtido da Croton cajucara Benth, e de estratégias farmacológicas
preventivas em modelos animais.
Esta dissertação foi submetida como parte dos
requisitos necessários à obtenção do grau de
Mestre em Farmacologia, outorgado pela
Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à
disposição dos interessados na Biblioteca
setorial da referida Universidade.
A citação de qualquer trecho desta dissertação
é permitida, desde que realizada de acordo com
as normas da ética cienfica.
Data da aprovação:
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao
Universidade Federal do Ceará
Profa. Dra. Adriana da Rocha Tomé
Universidade Estadual do Ceará
Profa. Dra. Luzia Kalyne Almeida Moreira Leal
Universidade Federal do Ceará
iv
"A ciência humana de maneira nenhuma nega a
existência de Deus. Quando considero quantas e
quão maravilhosas coisas o homem compreende,
pesquisa e consegue realizar, então reconho
claramente que o espírito humano é obra de Deus,
e a mais notável."
(Galileu Galilei)
v
Aos meus pais, Cláudio Oliveira Lima e
Maria Eronildes Fonteles Lima, pelo amor
incondicional, pela vida que me
proporcionaram e pelo apoio na conquista
dos meus ideais.
Ao meu grande amor, Leirton, por me
acompanhar em todos os momentos, com
amor, paciência e dedicação.
Obrigada por me fazer tão feliz.
Às minhas irmãs, Aline e Alice, por
acreditarem em mim e por se inspirarem com
a minha batalha pelo conhecimento.
vi
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao, pela orientação cienfica, ensinamentos,
amizade, incentivo e paciência durante a realizão deste trabalho.
À profa. Dra. Flávia Almeida Santos pela colaboração.
À profa. Dra. Maria Aparecida Maciel, pelo fornecimento da Trans-
desidrocrotonina, fundamental para o desenvolvimento deste trabalho.
À profa. Dra. Adriana To pela colaboração na análise histopatológica.
Aos professores da Pós-graduação do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
UFC, pelos ensinamentos.
Aos amigos Danilo, Iana e Tiago, que me acompanharam desde a graduação até o
mestrado, pelo incentivo e momentos de risadas que compartilhamos juntos nesta trajetória.
Ao ex-doutorando e agora doutor Roberto César pelos conselhos e apoio no início do
mestrado.
Aos pós-graduandos Ana Carla, Caroline Mourão, Cinthya Iamille, Deive
Campos, Otacílio Júnior, em especial a Marjorie Guedes e Silvéria Lira pela amizade
sincera e ajuda na realização dos experimentos.
Aos bolsistas e ex-bolsistas de iniciação cienfica do Laboratório de Produtos
Naturais (LPN), Aline, Daniel, via, Patrícia, Saulo, Sâmia, Rafaela, Rhandell e Tiago,
pela ajuda nos mutirões em dias de experimentos e pelas conversas animadas que tornavam
estes momentos mais descontraídos.
À minha companheira de estudo, Juliana Lemos, pelas palavras de incentivo.
vii
Aos funcionários do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFC, Alana,
Aura, Chiquinho, Edmilson, Fernando, Íris, Mônica pela presteza e dedicação com que
sempre me atenderam.
Ao CNPq pelo apoio financeiro durante a execução deste trabalho.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
viii
SUMÁRIO
RESUMO
xi
ABSTRACT
xii
Lista de Abreviaturas e Símbolos
xiii
Lista de Figuras
xv
Lista de Tabelas
xvii
1. INTRODUÇÃO
1
1.1. Plantas medicinais 1
1.2. Toxidade de Plantas Medicinais 2
1.3. Terpenos 5
1.4. Diterpenos 6
1.5. Croton cajucara Benth 7
1.6. Trans-desidrocrotonina (t-DCTN) 12
1.7. Hepatotoxicidade de drogas hipoglicêmicas e hipolipidêmicas 15
1.8. Mecanismos de hepatotoxicidade de fármacos 17
1.9. EROs e o Estresse Oxidativo 20
1.10. Sistemas de defesa antioxidante 22
1.11. Relevância e justificativa
25
2. OBJETIVOS
26
3. MATERIAIS
27
3.1. Material botânico 27
3.2. Animais experimentais 27
3.3. Drogas e reagentes 28
3.4. Equipamentos 28
ix
4. MÉTODOS
29
4.1. Isolamento da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) 29
4.2. Efeito de uma única administração de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de
peso) na hepatotoxicidade em camundongos
31
4.3. Efeito de administrações sucessivas de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de
peso) na toxicidade hepática em camundongos
32
4.4. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN na toxicidade
aguda induzida por t-DCTN
33
4.5. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol na toxicidade
aguda induzida por t-DCTN
34
4.6. Envolvimento do óxido nítrico no pré-condicionamento hepático da t-DCTN
e do etanol
35
4.7. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) na hepatite tóxica induzida
por t-DCTN
36
4.8. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os grupos sulfidrilas não
protéicos (NP-SH) hepáticos
37
4.9. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis hepáticos de
TBARS
38
4.10. Análise histopatológica 39
4.11. Análise estastica
39
5. RESULTADOS
40
5.1. Efeito de uma única administração de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de
peso) na hepatotoxicidade em camundongos
40
5.2. Efeito de administrações sucessivas de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de
peso) na toxicidade hepática em camundongos
46
5.3. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN na toxicidade
aguda induzida por t-DCTN
52
5.4. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol na toxicidade
aguda induzida por t-DCTN
58
x
5.5. Envolvimento do óxido nítrico (NO) no pré-condicionamento hepático da t-
DCTN e do etanol
64
5.6. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) na hepatite tóxica induzida
por t-DCTN
70
6. DISCUSSÃO
78
7. CONCLUSÕES
89
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGFICAS
90
xi
RESUMO
ESTUDO DA TOXICIDADE HEPÁTICA DA trans-DESIDROCROTONINA (t-
DCTN), UM DITERPENO OBTIDO DA Croton cajucara BENTH, E DE
ESTRAGIAS FARMACOLÓGICAS PREVENTIVAS EM MODELOS ANIMAIS.
Alana Fonteles Lima Rabelo. Orientador: Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao. Dissertação
submetida como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Farmacologia do
programa de Pós-Graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e Farmacologia.
Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Ceará, 2008.
A trans-desidrocrotonina (t-DCTN) é o principal composto diterpeide presente no extrato
da casca do caule de Croton cajucara (sacaca). Este diterpeno possui um amplo espectro de
atividades farmacológicas que inclui antiinflamatória, antinociceptiva, e efeitos
hipoglicemiante e hipolipidêmico. Substâncias com esse perfil farmacológico são comumente
associadas a efeitos deletérios sobre o fígado. Tendo em vista que estudos in vitro e in vivo
mostraram uma hepatotoxicidade da t-DCTN, o presente estudo objetivou analisar em maior
profundidade o seu potencial em causar dano hepático e, então, buscar estratégias
farmacológicas para mitigar tal toxicidade. Desta forma, os experimentos iniciais foram
direcionados para observação do dano hepático em camundongos que receberam, por
gavagem, uma única (aguda) ou repetidas (subcrônica) administrações de t-DCTN, em doses
que variam de 10 a 300 mg/kg. A segunda série de experiências foi projetada para avaliar os
efeitos do (i) pré-condicionamento com a menor dose de t-DCTN (10 mg/kg) ou etanol (1
g/kg), e do (ii) pré-tratamento com Vitamina E ou NAC no dano hepático associado a altas
doses de t-DCTN em camundongos. Um possível envolvimento de NO também foi verificado
no efeito p-condicionante de t-DCTN e/ou Etanol. t-DCTN em doses mais altas (100 e 300
mg/kg, v.o.) causou dano hepático severo, comprovado por aumentos significativos (p
<0,001) nos níveis séricos de ALT e AST e por alterações histopatológicas, quando
administrada isolada ou repetidamente. Em contraste, as doses de 10 e 30 mg/kg não
promoveram alterações significantes, sugerindo que a toxicidade da t-DCTN é dose
dependente. O pré-condicionamento farmacológico com t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) e Etanol (1
g/kg, v.o.) atenuaram significativamente (p <0,001) a hepatotoxicidade associada a alta dose
(100 mg/kg) de t-DCTN, como comprovado pela redução na atividade das transaminases
séricas, como também nas lees hepáticas. A suplementação em camundongos com L-
arginina, um substrato para geração de NO, preveniu parcialmente o efeito hepatotóxico da t-
DCTN, possivelmente devido a um aumento na microcirculação hepática. Adicionalmente, o
pré-tratamento com Vitamina E, mas não com NAC, reduziu efetivamente os efeitos
hepatotóxicos de t-DCTN, comprovado pela diminuição dos níveis séricos de ALT e AST, de
TBARS hepático e das alterações histológicas. Isto sugere que Vitamina E protege contra o
aumento da peroxidação lipídica hepática promovido por alta dose de t-DCTN.
Paradoxalmente, comparada a outros hepatotoxicantes relatados na literatura, a t-DCTN
aumenta os níveis de glutationa hepática que pode ser uma conseqüência do estresse oxidativo
prolongado. Em conjunto, estes resultados confirmam as observações anteriores sobre o
potencial hepatotóxico da t-DCTN e sugerem que um aumento no estresse oxidativo e na
peroxidação lipídica das membranas dos hepatócitos contribui para o dano hepático desse
diterpeno. A suplementação com Vitamina E, um antioxidante lipossolúvel, ou o pré-
condicionamento com doses menores de t-DCTN ou etanol poderiam ser profilaticamente útil
para superar os efeitos hepatotóxicos de t-DCTN.
Palavras-chave: Croton cajucara, trans-desidrocrotonina, diterpenos, hipoglicemiantes,
hepatotoxicidade.
xii
ABSTRACT
STUDIES ON THE HEPATOTOXICITY OF trans- DEHYDROCROTONIN (t-DCTN),
A DITERPENE ISOLATED FROM Croton cajucara BENTH, AND THE
PHARMACOLOGICAL STRATEGIES FOR PREVENTION IN ANIMAL MODELS.
Alana Fonteles Lima Rabelo. Principal Advisor: Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao.
Dissertation submitted in partial fulfillment to obtain the Master’s Degree in Pharmacology,
Post-Graduate Programme in Pharmacology, Department of Physiology and Pharmacology,
Faculty of Medicine, Federal University of Ceará, 2008.
The trans-dehydrocrotonin (t-DCTN) is a major diterpenoid compound present in bark
extracts of Croton cajucara (sacaca) stem. This diterpene possesses a wide spectrum of
pharmacological activity that include anti-inflammatory, antinociceptive, hypoglycemic and
antihyperlipidemic effects. Deleterious effects on liver are not uncommon with substances
having this pharmacological profile. Keeping in view the reported hepatotoxicity of t-DCTN
in vitro and in vivo, the present study was carried out to analyse in greater depth its potential
to cause hepatic damage and then to seek pharmacological strategies to mitigate such a
toxicity. Accordingly, our initial experiments were aimed to observe the hepatic damage in
mice that received the single (acute) or repeated (subchronic) administrations of t-DCTN by
oral gavage, at doses ranging from 10 to 300 mg/kg. The second series of experiments were
designed to evaluate the effects of (i) pre-conditioning with a smaller dose t-DCTN or
ethanol, and (ii) pre-treatments with Vitamin E or NAC on high-dose -associated hepatic
injury in mice. A possible involvement of NO was also verified on the pre-conditioning
effects of t-DCTN and or Ethanol. t-DCTN at higher doses (100 e 300 mg/kg, v.o.) caused
severe hepatic damage as evidenced by significant (p<0,001) increases in the serum levels of
ALT and AST and histopathological alterations, whether administered singly or repeatedly. In
contrast, at the doses of 10 e 30 mg/kg, there were no significant alterations suggesting that
the toxicity is a dose-related one. Pharmacological pre-conditioning with t-DCTN (10 mg/kg,
p.o.) e Ethanol (1 g/kg, p.o.) significantly (p<0,001) attenuated the high-dose t-DCTN (100
mg/kg) -associated hepatotoxicity, as evidenced by reductions in serum enzyme activities as
well as the hepatic lesions. In mice supplemented with L-arginine, the substrate for NO
generation only partially prevented the hepatotoxic effect of t-DCTN most possibly due to an
improved hepatic microcirculation. Additionally, pre-treatment with Vitamin E but not the
NAC effectively reduced hepatotoxic effect of t-DCTN, evidenced by diminished serum
levels of ALT, AST and hepatic TBARS and histological alterations. This suggests that
Vitamine E protects against the increased hepatic lipid peroxidation promoted by high-dose t-
DCTN. Paradoxically, compared to other hepatotoxicants reported in literature, t-DCTN
enhanced the hepatic glutathione levels, which may be a consequence of prolonged oxidative
stress. Taken together, these results confirm the earlier observations on the hepatotoxic
potential of t-DCTN and suggest that an increased oxidative stress and lipid peroxidation of
hepatocyte membranes contributes to hepatic damage. Supplementation with liposoluble
antioxidant Vitamina E, or pré-conditioning with smaller doses of t-DCTN or ethanol might
be useful prophylactically to overcome hepatotoxic effects of t-DCTN.
Key-words: Croton cajucara, trans-dehydrocrotonin, diterpenes, hypoglycemic,
hepatotoxicity
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
Abs Absorbância
ALT Alanina Aminotransferase
ANOVA Análise de variância
AST Aspartato Aminotransferase
CCF Cromatografia de Camada Fina
CL
50
Concentração letal 50%
DTNB 5,5`- dithil-bis (2-nitrobenzoic acid)
E.P.M. Erro Pado da Média
EDTA Ácido Etilenodiaminotetraacético sal dissódico
EROs Espécies Reativas de Oxigênio
et al. ...e colaboradores
GSH Glutation Reduzido
h Hora (s)
i.p. Intraperitonial
L-NAME N
G
-nitro-L-arginina-metilster
M Molar
MDA Malonaldeído
mg Miligrama
mg/kg Miligrama por quilograma
min Minuto (s)
mL Mililitro
mM Milimolar
mm Milímetros
NAC N-acetilcisteína
nm Nametro
NO Óxido Nítrico
NP-SH Grupos sulfidrílicos não protéicos
p Nível de signifincia
PMN Polimorfonucleares
rpm Rotões por minuto
TBA Ácido tiobarbitúrico
xiv
TBARS Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico
TCA Ácido tricloroatico
t-DCTN Trans-desidrocrotonina
TNB Ácido trinitrobenzeno sulfônico
TZD Tiazolidinas
U/mL Unidades por mililitro
v.o. Via oral (Gavagem)
vs Versus
X Vezes
α Alfa
β Beta
μg/g Micrograma por grama
% Porcentagem
± Mais ou menos
& E
ºC Graus Celsius
< Menor que
® Marca registrada
xv
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
PÁGINA
FIGURA 1.
Estruturas químicas de alguns dos constituintes isolados do
Croton cajucara Benth
11
FIGURA 2.
Estrutura química da trans-desidrocrotonina (t-DCTN)
13
FIGURA 3.
Método de obtenção do diterpeno trans-desidrocrotonina (t-
DCTN) a partir dos extratos hexânicos e clorofórmico
30
FIGURA 4.
Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis hepáticos de Glutationa em camundongos
42
FIGURA 5.
Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis séricos de ALT e AST
44
FIGURA 6.
Microfotografias de fígados de camundongos (400x) dose
única de t-DCTN
45
FIGURA 7.
Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis hepáticos de Glutationa em camundongos
48
FIGURA 8.
Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis séricos de ALT e AST
50
FIGURA 9.
Microfotografias de fígados de camundongos (200x) doses
repetidas de t-DCTN
51
FIGURA 10.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN
sobre os níveis hepáticos de glutationa na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN em camundongos
54
FIGURA 11.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN
sobre os níveis séricos de ALT e AST na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN em camundongos
56
FIGURA 12.
Microfotografias de fígados de camundongos (200x) Efeito do
pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN
57
FIGURA 13.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol
sobre os níveis de glutationa hepática na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN
60
xvi
FIGURA 14.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol
sobre os níveis séricos de ATL e AST na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN
62
FIGURA 15.
Microfotografias de fígados de camundongos (200x) Efeito do
pré-condicionamento com baixas doses de Etanol
63
FIGURA 16.
Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis hepáticos de
Glutationa na hepatotoxicidade induzida pela t-DCTN em
camundongos
66
FIGURA 17.
Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis séricos de ALT e
AST toxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos
68
FIGURA 18.
Microfotografias de fígados de camundongos (200x)
Envolvimento do Óxido Nítrico no p-condicionamento com t-
DCTN
69
FIGURA 19.
Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis
de Glutationa hepática na toxicidade induzida por t-DCTN em
camundongos
72
FIGURA 20.
Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis
séricos de ALT e AST na hepatite tóxica induzida por t-DCTN
em camundongos
74
FIGURA 21.
Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis
hepáticos de TBARS
76
FIGURA 22.
Microfotografias de fígados de camundongos (200x) Efeito da
Vitamina E e NAC na hepatite tóxica induzida por t-DCTN
77
LISTA DE TABELAS
TABELA
PÁGINA
TABELA 1.
Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis hepáticos de Glutationa em camundongos
41
TABELA 2.
Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis séricos de ALT e AST
43
TABELA 3.
Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis hepáticos de Glutationa em camundongos
47
TABELA 4.
Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina
sobre os níveis séricos de ALT e AST
49
TABELA 5.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN
sobre os níveis hepáticos de glutationa na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN em camundongos
53
TABELA 6.
Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN
sobre os níveis séricos de ALT e AST na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN em camundongos
55
TABELA 7.
Efeito do p-condicionamento com baixas doses de Etanol
sobre os níveis de glutationa hepática na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN
59
TABELA 8.
Efeito do p-condicionamento com baixas doses de Etanol
sobre os níveis séricos de ATL e AST na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN
61
TABELA 9.
Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis hepáticos de
Glutationa na hepatotoxicidade induzida pela t-DCTN em
camundongos
65
TABELA 10.
Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis séricos de ALT e
AST toxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos
67
TABELA 11.
Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis
de Glutationa hepática na toxicidade induzida por t-DCTN em
camundongos
71
xviii
TABELA 12.
Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis
séricos de ALT e AST na hepatite tóxica induzida por t-DCTN
em camundongos
73
TABELA 13.
Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis
hepáticos de TBARS.
75
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Plantas medicinais:
As plantas medicinais consistem em uma estratégia alternativa na procura de novos
agentes terapêuticos, sendo uma das mais antigas armas empregadas para o tratamento das
doenças humanas e muito já se conhece a respeito de seu uso popular. As primeiras descrições
sobre plantas medicinais feitas pelo homem remontam às sagradas escrituras e ao papiro de
Ebers onde, este último, enumera cerca de 100 doenças e descreve um grande mero de
drogas de natureza animal e vegetal (PINTO et al., 2002). Com os avanços cienficos, esta
ptica milenar perdeu espo para os medicamentos sintéticos, entretanto, o alto custo destes
fármacos e os efeitos colaterais apresentados contribuíram para o ressurgimento de fitoterapia.
Juntos, os países da América Latina possuem grande parte da biodiversidade do
mundo. O Brasil sozinho possui de 20 a 22% de todas as plantas e microorganismos
existentes. Todavia, é estimado que não mais do que 25.000 espécies de plantas foram objetos
de alguma investigação cienfica (CALIXTO, 2005).
Plantas e seus derivados são as maiores fontes de drogas, movimentando cerca de 30%
do mercado farmautico mundial (KIRKPATRICK, 2002). Entre os anos de 1981 e 2002, de
877 novas moléculas introduzidas no mercado, em torno de 49% eram substâncias isoladas de
produtos naturais, semi-sintéticos ou moléculas sintetizadas tomando como modelo estruturas
de origem natural (NEWMAN et al., 2003). Contudo, o potencial dos produtos de origem
natural, como fontes de novas drogas, continua largamente inexplorado uma vez que somente
pequena fração de plantas, animais e microorganismos tem sido investigada fitoquímica e
biologicamente (HAMBURGER; HOSTETTMANN, 1991).
Em termos históricos, a pesquisa com plantas medicinais tomou impulso após o
isolamento da morfina no século XIX. As plantas possibilitaram a descoberta de vários
medicamentos, podemos citar os alcalóides bisindólicos vimblastina e vincristina isolados de
Catharanthus roseus G., a atropina, obtida a partir de Atropa belladona e também a lactona
sesquiterpênica artemisina isolada de Artemísia Annua L., utilizada como antimalárico.
2
Apesar do enorme desenvolvimento da síntese química, atualmente 25% das drogas prescritas
no mundo são de origem vegetal (BALUNAS et al., 2005).
Na metade do século XX, avanços na síntese química permitiram a entrada maciça de
componentes ativos derivados de plantas medicinais empregadas desde a antiguidade,
utilizadas para tratamento de patologias leves e moderadas (BARREIRO et al., 2004).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 80% da população mundial utiliza
plantas medicinais, em sua maioria nos países em desenvolvimento (GURIB-FAKIM, 2006).
No Brasil, 20% da população são responsáveis por 63% do consumo de medicamentos
alopáticos; os 80% restantes encontram nos produtos de origem natural, especialmente as
plantas medicinais, a única fonte de recursos terapêuticos (FOGLIO et al., 2006).
A utilização de terapias não convencionais parece não estar confinada a uma única
classe social, contudo indivíduos com patologias crônicas representam claramente um grupo.
No Brasil, especialmente na região Nordeste, o uso de plantas medicinais e de preparões
caseiras assume importância fundamental no tratamento das patologias que afetam as
populões de baixa renda, tendo em vista a deficiência da assistência médica, a influência da
transmissão oral dos hábitos culturais e a disponibilidade da flora (MATOS, 1989).
Em geral as plantas medicinais utilizadas possuem pouca ou nenhuma comprovação
cienfica de suas propriedades farmacológicas. Apesar da crescente importância dos
fitoterápicos, relativamente poucos estudos foram realizados a fim de comprovar sua eficácia
e segurança, sendo que muitas ainda são utilizadas com base somente no conhecimento
popular bem estabelecido (TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).
1.2. Toxidade de Plantas Medicinais:
No Brasil, a utilização de plantas, como meio curativo, é uma atividade altamente
difundida e popular, às vezes, empregadas de maneira equivocada e até mesmo malévola,
afinal muitas plantas possuem princípios tóxicos e o seu uso indiscriminado pode causar
sérios problemas (MATOS et al., 2001; LORENZI, 2002).
3
Infelizmente, a maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por
automedicação ou por prescrição médica não tem o seu perfil tóxico bem conhecido. Por
outro lado, a utilização inadequada de um produto, mesmo de baixa toxicidade, pode induzir
problemas graves desde que existam outros fatores de risco tais como contra-indicações ou
uso concomitante de outros medicamentos. A crença comum de que o uso de produtos
naturais não comporta riscos, favorece o uso inadequado inclusive pela omissão do uso no
momento da consulta médica (CAPASSO et al., 2000).
Em alguns países como na Ásia e África, onde o uso de plantas medicinais é comum,
algumas são utilizadas com cautela devido sua toxicidade para alguns órgãos como fígado,
rins, pele e outros tecidos. É sabido que muitas plantas produzem substâncias que são
potencialmente tóxicas. Riscos particulares de toxicidade são associados com o uso de plantas
concomitante com drogas convencionais. Certas ervas medicinais podem reduzir ou
potencializar a eficácia de um medicamento (CAPASSO et al., 2000).
A toxicidade de plantas medicinais é um problema sério de Saúde Pública. Os efeitos
adversos dos fitomedicamentos, possíveis de adulterações e toxidez, bem como a ação
sinérgica (interação com outras drogas) ocorrem comumente. Diversos fitoterápicos usados no
Brasil têm sido documentados como sendo seguros e eficazes, baseados apenas em estudos
pré-cnicos in vitro e in vivo, realizados em animais. No entanto, esses estudos não garantem
evidências suficientes para assegurar a sua eficácia e segurança em seres humanos
(PIMENTEL et al., 1998). Pesquisas realizadas para avaliação do uso seguro de plantas
medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda são incipientes, assim como o controle da
comercialização pelos órgãos fiscais (VEIGA-JÚNIOR et al., 2005; TUROLLA;
NASCIMENTO, 2006).
Como exemplo de efeitos tóxicos de substâncias presentes em plantas, pode ser citado
os efeitos hepatotóxicos do apiol, safrol, lignanas e alcalóides pirrolizidínicos; a ação tóxica
renal que pode ser causada por espécies vegetais que contém terpenos e saponinas e alguns
tipos de dermatites causadas por espécies ricas em lactonas sesquiterpênicas e produtos
naturais do tipo furanocumarinas (CAPASSO et al., 2000). Componentes tóxicos ou
antinutricionais, como o ácido oxálico, nitrato e ácido erúcico estão presentes em muitas
plantas de consumo comercial, assim como, diversas substâncias isoladas de plantas
4
medicinais possuem atividades citotóxica ou genotóxica e mostram relação com a incidência
de tumores (ROMERO-JIMÉNEZ et al., 2005).
Turolla e Nascimento (2006), num levantamento da literatura existente sobre a
toxicidade de dez plantas medicinais comercializadas com maior freqüência na forma de
medicamentos fitoterápicos encontraram poucas informões referentes à toxicidade pré-
cnica sobre maracujá (Passiflora incarnata L., Passifloraceae), ginkgo (Ginkgo biloba L.,
Ginkgoaceae), castanha da índia (Aesculus hippocastanum L., Hippocastanaceae), plantago
(Plantago ovata Forsk, Plantaginaceae), ginseng (Panax ginseng C. A. Meyer, Araliaceae),
kava-kava (Piper methysticum G. Forstt, Piperaceae), valeriana (Valeriana officinales L.,
Valerianaceae), erva de São João (Hypericum perforatrum L., Hypericaceae), erva de São
Cristóvão (Cimicífuga racemosa (L) Nutt, Ranunculaceae), scara sagrada (Rhamnus
purschiana D.C., Rhamnaceae). As monografias da Organização Mundial de Saúde e da
Comissão E contemplam as dez plantas, porém apresentam poucos dados sobre as
informões pesquisadas.
Esses exemplos sinalizam que, quando não há estudos toxicológicos detalhados, a
experiência documentada do uso de longo prazo sem evidências de problemas de segurança
pode ser um indicativo para a avaliação do risco, mas sem constituir uma base para afirmar a
segurança incondicional do uso de determinada planta/fitoterápico. E considerando que
qualquer substância ingerida em excesso é potencialmente prejudicial, nenhum material de
origem vegetal é exceção a esse princípio geral (ELDIN; DUNFORD, 2001).
Entretanto, casos de intoxicação por fitoterápicos não devem ser motivo para que
plantas medicinais sejam banidas do arsenal terapêutico. Ao contrário, devem servir de
estímulo para que os estudos sobre a atividade farmacológica e a toxicidade sejam rotineiros e
uma exigência para o registro de fitoterápicos.
A predição acurada da toxicidade de drogas (naturais ou sintéticas) em humanos
requer, não somente a análise da relação dose-resposta, mas também o claro conhecimento a
respeito dos mecanismos de toxicidade e dos fatores de risco correspondentes (LI, 2004).
5
1.3. Terpenos:
Os terpenos representam uma classe de produtos naturais amplamente distribuída no
reino vegetal, sendo uma família de compostos quimicamente diversos (DI STASI, 1996).
Possuem uma composição molecular pica, formados por duas ou mais unidades isopnicas
(C
10
H
15
) (NABETA et al., 1995).
Esses compostos representam a segunda classe com maior mero de constituintes
ativos obtidos de plantas, perdendo apenas para os flavaides. São classificados de acordo
com as unidades de carbonos e as formas de ciclização e estão subdivididos em monoterpenos
(10 unidades de carbono), sesquiterpenos (15 uidades de carbono), diterpenos (20 unidades de
carbono), sesteterpenos (25 unidades de carbono), triterpenos (30 unidades de carbono) e
tetraterpenos (40 unidades de carbono) (DI STASI, 1996).
Muitos terpenos também possuem um interesse comercial, incluindo importantes
atividades farmacológicas, por exemplo, atividade antitumoral (MUJOO et al., 2001),
sedativa (KELECOM, 1983), analgésica (MALHEIROS et al., 2001), cardioprotetora
(TORRES et al., 2000), antioxidante (BARONE et al., 1983), antialérgica (YAMAHARA et
al., 1982; KUBO et al., 1987) e anti-hipertensiva (DUBEY, 1974).
Os monoterpenos estão entre os terpenos mais comuns como o citral, nfora, linalol,
terpinen-4-ol, cineol, carvacrol entre outros. Eles representam uma classe nova de agentes
potencialmente terapêuticos contra o ncer de mama e ainda são utilizados em várias
preparões farmacêuticas (JIRTLE, 1993; POZZI, 1989).
Os sesquiterpenos originam-se com o aumento do mero de carbonos; aumentando o
mero de ciclizões e modificações nas moléculas ocasionando uma variedade de
compostos. Alguns compostos antitumorais também são exemplos de sesquiterpenos como,
por exemplo, fenolina, elefantina e vernolepina. Outros sesquiterpenos também possuem
atividade antiúlcera, citotóxica, antiespasmódica e inibitória da síntese de DNA (DI STASI,
1996).
6
Compostos da subclasse de sesteterpenos são pouco conhecidos e ocorrem em mero
muito pequeno na natureza. Possuem pouco interesse farmacológico e são mais comuns em
esponjas marinhas e alguns fungos.
Os triterpenos caracterizam-se por sua abundância e grande mero de constituintes
ativos onde estão incluídos metalitos de grande importância biológica, como o colesterol,
vitamina D, hormônios sexuais e imeros esteróides. Imeros triterpenos possuem
atividade antiprotozoária, especialmente contra amebíase e malária onde se destacam a
chaparrinona, bruceantina, glaucarubole, bruceínas A, B e C e a quassina. Outros triterpenos
como o ácido olealico e seu imero, o ácido urlico, possuem atividade antioxidante,
hepatoprotetora, antiinflamatória e antihiperlipidêmica (DI STASI, 1996; LIU, 1994).
Os tetraterpenos representam uma subclasse de metalitos que inclui a maioria dos
caroteides, pigmentos essenciais para a fotossíntese. Do ponto de vista farmacológico, são
compostos importantes e extremamente úteis quanto ao seu papel biológico, como é o caso da
vitamina A (DI STASI, 1996).
1.4. Diterpenos:
Os diterpenos constituem uma grande e diversificada classe de metalitos
secundários que podem ser considerados como resultados de fatores naturais. Possuem
esqueleto básico com 20 átomos de carbono e derivam biogeneticamente do pirofosfato de
geranilgeranila que resulta do encadeamento cabeça-cauda de quatro unidades de isopreno
(TORSSELL, 1983).
Várias propriedades farmacológicas dos diterpenos foram estudadas, dentre elas
podemos citar: antitumoral (ADOLF et al., 1985; ROENGSUMRAN et al. 2002),
antiinflamatória (BRAQUET, 1988; DEMETZOS et al., 2001), antireumática (GU et al.,
1995), antiulcerogênica (SHIRAKABE et al., 1995; HIRUMA-LIMA et al., 2001), antibiótica
(NAKANISHI, 1974). Foram também descritas atividades vasculares tanto de relaxamento
(DUARTE et al., 1992; LAMBERTE et al., 1994; TORRES et al., 2000) como de contração
(BAZAN et al.,1993; MIRANDA et al., 1998).
7
Dentre os diterpenos biologicamente ativos estudados incluem-se: forscolina, com
atividade hipotensora e um ativador específico e reversível das isoformas particulada e
solúvel da adenilil ciclase (SEAMON et al., 1981; DALY, 1982); ésteres de forbol, isolados
inicialmente de plantas do gênero Cton que são ativadoras de proteína quinase C e têm sido
largamente utilizados para o estudo das funções biológicas, propriedades e distribuição desta
enzima e na investigação da carcinogênese química (NISHIZUKA, 1986; CHUANG, 1989) e
cleonol com atividades hipotensora, espasmolítica inespecífica, cronotrópica positiva e
vasodilatadora (DUBEY et al., 1974).
Muitos diterpenos isolados de produtos marinhos têm mostrado pronunciados efeitos
cardiovasculares, como por exemplo, respostas inotrópicas positivas, como ativador de canal
de sódio (grayanotoxin I) e resposta vasorelaxantes, como Jatrophone. Ts diterpenos,
flexibilide, dihidroflexibilide e sinulariolide, também isolados de produtos naturais marinhos
(S.jiexibilis coral) produzem respostas vasorelaxante independente do endotélio, resposta
inotrópica positiva e resposta cronotrópica positiva sem produzir toxicidade acentuada
(ACERET et al., 1996).
Os clerodanos são uma classe de diterpeides bicíclicos cujo nome genérico deriva
da (-)-clerodina, primeiro diterpeno da série dos clerodanos isolado da Clerodendron
infotunatum (BARTON & ELAD, 1956). Variadas atividades biológicas são citadas para
diferentes formas estruturais de clerodanos: antibiótica (ANDERSEN et al., 1983; KHAN et
al., 2001), antiulcerogênica (APPENDIDO et al., 2003), anti-hipertensiva (ODEK-OGUNDE
& RAJAB, 1994), citotóxica (SHEN et al., 2004; SAI et al., 2002), hipoglicemiante
(TASHMUKHAMEDOVA et al., 1992), antiproteolítica e anti-hemorrágica (JANUARIO et
al., 2004), tripanocida (ESPINDOLA et al., 2004), antimalária (MAMBU et al., 2002),
antileishimania (HABTEMARIAM, 2003), antiviral e anti-fúngica (ROGERS et al., 1979).
1.5. Croton cajucara Benth:
A família Euphorbiaceae é uma família de plantas amplamente distribuída em regiões
tropicais e temperadas de todo o mundo possuindo cerca de 300 gêneros e 8000 espécies,
sendo os gêneros com maior mero de espécies o Euphorbia e Croton (FARNSWORTH,
1976; WEBSTER, 1967; WILSON, 1976).
8
O gênero Croton, cujo nome significa “carrapato, pertence à família Euphorbiaceae,
bubfamília Crotonoideae e tribo Crotoneae. É encontrado principalmente como árvore de
pequeno porte e arbusto, apresentando cerca de 700 espécies, metade destas encontradas no
Brasil. O gênero Croton tem representantes tanto medicinais, quanto tóxicos; uma das
espécies mais conhecidas no Norte do Brasil é o Croton cajucara (ABREU et al., 2001).
O Croton cajucara Benth., conhecido popularmente como sacaca”, que na ngua
Tupi significa feitiço, representa um recurso medicinal de grande importância no tratamento
e cura de várias doenças. Possui características de erva daninha e cresce em áreas
abandonadas ou em clareiras abertas em áreas baixas da floresta. É uma árvore de até 6 a 10
metros de altura, encontrada na região amazônica e tendo como centro de dispersão o Estado
do Pará. Possui madeira branco-amarelada com cascas aromáticas, folhas inteiras e simples,
pecioladas, estipuladas, lanceoladas, peninérveas, verdes com lombos divididos em lobos ou
segmentos, infloresncia racemosa com flores de sexo separado, fruto seco, esquizocárpico,
separando-se em 3 cocos, bem como sementes ricas em endosperma (DI STASI, 1989. VAN
DEN BERG, 1982).
No estado do Pará, as folhas e cascas do caule desta planta são utilizadas em forma de
chá ou pílulas, no combate a diabetes, diarréia, malária, febre, problemas estomacais,
inflamões do fígado, rins, vesícula e no controle de índices elevados de colesterol (VAN
DEN BERG, 1982; DI STASI, 1989; DI STASI et al., 1994; MARTINS, 1989). A sacaca
também é comercializada em farmácias de manipulação e, neste caso, o das cascas do
caule é vendido em cápsulas (concentração aproximada de 250 mg). As folhas são
comercializadas em feiras livres da cidade de Belém-PA, para distúrbios do fígado e auxilia
na digestão, principalmente após a ingestão de alimentação rica em gorduras. O das folhas
é vendido com indicão hepatoprotetora, para tratamento do diabetes e em dietas de
emagrecimento. Em alguns casos, este é comercializado em mistura com o do boldo do
Chile (MACIEL et al., 1998., MACIEL et al., 2000; VEIGA JR et al., 2005).
O chá das folhas é indicado em academias de ginásticas da cidade de Belém para
diminuição de peso corporal, em dietas de emagrecimento. Pom, imeros casos de hepatite
tóxica já foram notificados em hospitais públicos dessa cidade, devido ao uso prolongado
deste chá, em dosagens concentradas. O uso recomendado do das cascas é 25 g de em
1000 mL de água, administrados 2 vezes ao dia durante 3-4 semanas, ou até que os sintomas
9
da doença desapareçam. No caso do uso correto do chá das cascas, não se encontra descrito na
literatura, nenhum tipo de efeito colateral (MACIEL et al., 2000).
Apesar do Croton cajucara possuir uma grande representatividade na medicina
tradicional da região Amazônica, até o final da década de 80, apenas uma avaliação
farmacológica havia sido efetuada com está espécie. Neste estudo, CAVALCANTE et al.
(1998), comprovaram a eficácia hipoglimica e hipolipidêmica da sacaca, em ratos e em
1995, OLIVEIRA et al. confirmaram o efeito hipolipidêmico em coelhos.
Outras atividades farmacológicas do Croton cajucara já foram evidenciadas, das quais
podemos citar a atividade antinociceptiva dos extratos hexânicos, clorofórmico e metalico
das folhas (CAMPOS et al., 2002) e o efeito hipolipidêmico, correlacionado com a redução de
índices elevados de colesterol, foi evidenciado do extrato hidroalcóolico das folhas (FARIAS
et al., 1996). Estudos realizados com óleo essencial obtido a partir das cascas da sacaca
demonstraram atividade gastroprotetora como também atividade citotóxica para lulas V79
(HIRUMA-LIMA et al., 1999b). A atividade anti-leshimanicida foi identificada para o óleo
essencial (DO SOCORRO et al., 2003; BIGHETTI et al., 1999). Também foi verificado que o
extrato hidroalclico das folhas não produziu toxicidade em camundongos tratados
oralmente com até 5g/kg (toxicidade aguda).
Estudos fitoquímicos do Croton cajucara revelaram a presença dos principais
constituintes químicos presentes nas folhas, cascas e caule. A presença de óleo essencial nas
folhas do Croton cajucara foi identificada por CAMPBEL et al.(1974) possuindo a seguinte
composição: 66% de linalol, 2,55% de 1-8 cineol e 1,65% de terpeides. Nos galhos também
se observou a presença de óleo essencial, pom em menor quantidade. Estudos posteriores
identificaram a presença de α-pineno, β-cariofileno, α-humuleno, cadineno e mirceno no óleo
essencial (HIRUMA-LIMA et al., 1996).
Das folhas do Croton cajucara foram isolados e identificados ts esteróides (β-
sitosterol, stigmasterol e sisterol-3-O-β-glucoside), dois flavaides (3,4,7-trimetoxicampferol
e 3,7-dimetoxicampferol) e um diterpeno nor-clerodano (cajucarinolida) (MACIEL et al.,
1998b; MACIEL et al., 2003).
10
Até o momento, as cascas do caule do Croton cajucara detêm o maior índice de
estudos. O estudo fitoquímico clássico realizado com 6 kg das cascas do caule de árvores com
idades variando entre 4-6 anos, mostrou que esta parte da planta é rica em diterpenos do tipo
clerodano. (MACIEL et al., 2000; ITOKAWA et al., 1990; ICHIHARA et al., 1990; KUBO
et al., 1991; MACIEL et al., 1998).
As cascas do caule do Croton cajucara foram investigadas pela primeira vez em 1979
na Universidade Federa do Pará, onde foi isolado e identificado o primeiro diterpeno
clerodano desta planta. A comparação dos dados espectrais dessa nova substância com os da
crotonina levou a conclusão que se tratava de um derivado deste terpeide, designado de
desidrocrotonina, tendo sua estrutura química definida e possuindo como fórmula molecular
C
19
H
22
O
4
(HIDEJI et al., 1989; MACIEL et al., 1996; MÜLLER et al., 1986; SIMÕES et al.,
1979).
Outras investigações fitoquímicas com as cascas da sacaca resultaram no isolamento
de mais quatro clerodanos: cajucarina A, cis-cajucarina B, cajucarinolida e iso-cajucarinolida
(ITOKAWA et al., 1990; ICHIHARA et al., 1992; MACIEL et al., 1998). O fracionamento
dos extratos hexânico e metalico das cascas do caule do Croton cajucara levou ao
isolamento e caracterização dos terpeides: ácido acetilaleuritólico, trans-desidrocrotonina,
trans-crotonia, cis-cajucarina B, cajucarinolida e cajucarina A, previamente isolados das
cascas do caule desta planta, e dois novos clerodanos: trans-cajucarina B e sacarina (Figura
1) (MACIEL, 1997).
O triterpeno ácido acetilaleuritólico (AAA) também foi isolado das cascas do caule do
Croton cajucara por MÜLLER et al.(1986) e MACIEL et al.(1995). O ácido acetilaleuritólico
(AAA) foi isolado como componente majoritário em árvores com idade de 1
1
/
2
ano. O
triterpeno AAA foi também isolado em 0,08% de rendimento, nas árvores com idade variando
entre 3-6 anos. Experimentos biológicos realizados com o AAA mostraram que este triterpeno
possui atividade antiespasmódica, antiinflamatória e antinociceptiva. Esta substância,
entretanto, mostrou-se inativa em testes que avaliam atividade antitumoral e antiulcerogênica
(MACIEL et al., 2000; MACIEL et al., 1998; PERAZZO et al., 1997; VANDERLINDE et
al., 1997).
11
FIGURA 1. Estruturas químicas de alguns contituintes isolados do Croton cajucara Benth
(MACIEL, 2002).
12
Através de hidrogenação catalítica da t-DCTN foi obtido o derivado trans-crotonina
(CTN), o qual possui atividade antiulcerogênica (MACIEL et al., 2000; MACIEL et al., 1998;
ALBINO DE ALMEIDA et al., 2003), ões antiinflamatória e antinociceptiva (PERAZZO et
al., 1997). No entanto, esta substância não demonstrou efeito em testes que avaliam atividades
antitumoral (GRYNBERG et al., 1999) e antiespasmódica (MACIEL et al., 2000; MACIEL
et al., 1998), atividades estas, que foram observadas para a molécula-mãe t-DCTN.
1.6. Trans-desidrocrotonina (t-DCTN):
A trans-desidrocrotonina (t-DCTN) (Figura 2) é um diterpeno 19-nor-clerodano
obtido da casca do Croton cajucara, sendo o componente majoritário de árvores com idades
variando entre 4-6 anos, com concentração moderada em árvores com 3 anos e não tendo sido
detectada em árvores com idade de 1
½
ano. Estes dados podem justificar o uso popular do chá
da casca grossa da sacaca, sendo que a casca fina não é utilizada (MACIEL, 1997).
O estudo fitoquímico realizado em todas as partes do Croton cajucara (raiz até
folhas), mostrou que a t-DCTN também está presente nas raízes e caule. Estudos com HPLC
(High Performace Liquid Chromatograph) realizados com o chá das cascas do C. cajucara,
mostraram que a t-DCTN é o constituinte marjoritário tendo concentração mais elevada no
chá obtido com as cascas moídas (MACIEL, 1997). Estes resultados juntamente com os altos
índices de isolamento do clerodano t-DCTN nas cascas desta planta, levaram à realização de
diversos testes farmacológicos com esta substância.
A toxicidade da t-DCTN foi avaliada em camundongos, não sendo observadas
alterações comportamentais nos animais que justifiquem a ação da t-DCTN sobre o sistema
nervoso central. A DL
50
foi determinada e corresponde a 550 mg/kg, via oral (CARVALHO
et al., 1996).
O 19-nor-clerodano t-DCTN mostrou correlação com grande parte das propriedades
terapêuticas da planta, evidenciando a atividade antiinflamatória e antinociceptiva
correlacionados com as indicações da planta para cura de inflamões (CARVALHO et al.,
1996). No modelo de diabetes induzida por aloxana, a t-DCTN demonstrou atividade
hipoglimica compavel àquela produzida pela glibenclamida, não sendo observado o
mesmo efeito em animais normais (FARIAS et al., 1997).
13
Em ratos diabéticos pelo uso da estreptozotocina (STZ), a t-DCTN demonstrou
atividade antidiabética oral. O efeito hipoglicemiante da t-DCTN é maior quando
administrada uma hora antes da estreptozotocina (efeito preventivo). Quando a t-DCTN foi
administrada 48 horas após a STZ (efeito curativo), os níveis de glicose sangüinea caíram em
torno de 49% (SILVA et al., 2001c).
FIGURA 2. Estrutura química da trans-desidrocrotonina (t-DCTN).
Trabalhos demonstraram que a administração oral de trans-desidrocrotonina é efetiva
em reduzir a hiperlipidemia induzida por uma dieta rica em gordura ou por tiloxapol em
camundongos, como também na hipertrigliceremia induzida por etanol e sugere seu uso
benéfico como um agente antiaterogênico (SILVA et al., 2001a; SILVA et al., 2001b).
Entretanto, a t-DCTN não apresentou resultado significativo em modelos de hiperlipidemia
genética com a utilização de animais geneticamente modificados (BIGHETTI et al., 2004).
Evidenciaram-se ainda, para este diterpeno, propriedades biológicas não mencionadas
pelos usuários da planta, tais como a atividade antitumoral e antiestrogênica. A t-DCTN
possui efeitos citotóxicos basais em linhagens de lulas fibroblásticas V79 e citotoxicidade
seletiva após metabolização em hepatócitos de ratos, como também atividade antitumoral
sobre o tumor de sarcoma 180 injetado em camundongos (DA SILVA MELO et al., 2001;
MACIEL et al., 1996; GRYNBERG et al., 1999; RODRIGUEZ & HAUN, 1999; MELO et
al., 2002; MACIEL et al., 2000).
14
Investigões adicionais demonstraram que t-DCTN possui atividade antitumoral em
linhagens de células HL60 causando necrose celular devido ao estresse oxidativo evidenciado
pelo aumento dos níveis de GSH, como também para lulas mononucleares de sangue
periférico humano. Outros trabalhos relataram que a t-DCTN produz apoptose em lulas
HL60 através da indução de estresse na peroxidação lipídica (FREIRE et al., 2003a; FREIRE
et al., 2003b, ANAZETTI et al., 2003; ANAZETTI et al., 2004).
BRITO et al. (1998) demonstraram que a t-DCTN possui significante atividade
antiulcerogênica, correlacionando com o uso da planta para o tratamento de problemas
estomacais como azia, gastrite e úlcera gástrica. Este efeito provavelmente está relacionado às
ões antisecretória e gastroprotetora por um aumento de prostaglandinas E
2
(HIRUMA-
LIMA et al., 1999; RODRIGUEZ et al., 2004). Derivados semi-sintéticos da t-DCTN foram
estudados em diferentes modelos animais de úlcera gástrica e demonstraram possuir atividade
gastroprotetora com redução da toxicidade (HIRUMA-LIMA et al., 2002; ALMEIDA et al.,
2003; MELO et al., 2004).
LUNA COSTA et al, em 1999, e MACIEL et al, em 2000, demonstraram as
atividades antiestrogênica e antiespasmódica da t-DCTN em animais experimentais,
respectivamente. Investigações adicionais confirmaram o efeito antimutagênico da t-DCTN,
através de testes citogenéticos do micronúcleo e de aberrações cromossômicas em células de
medula óssea de camundongos, demonstrando que esta não é genotóxica ou citotóxica para
estas lulas (AGNER et al., 2001; AGNER et al., 1999).
A trans-desidrocrotonina não apresentou toxicidade em animais tratados oralmente
com a dose de 50 mg/kg, por um período de 30 dias, demonstrando em bom perfil de
segurança e eficácia (SILVA, 2000). Entretanto, trabalhos recentes demonstraram que o
tratamento oral com altas doses de t-DCTN (100 mg/kg) por um período de 5 semanas,
aumentou o peso dos fígados com significante redução dos níveis plasmáticos de fosfatase
alcalina e colesterol, como também um aumento dos níveis de γ-glutamil transpeptidase
(RODRIGUEZ et al., 2004).
15
Portanto, alguns estudos in vitro e in vivo têm apontado um potencial hepatotóxico da
t-DCTN (MELO et al., 2002; CORREA et al., 2005), sugerindo que este composto é dotado
de propriedades tanto citoprotetoras quanto citotóxicas.
Outros derivados da t-DCTN estão sendo obtidos (GARDEN et al., 1999; MARTINS,
2000) para que seja possível o estudo da relação estrutura/atividade e dos mecanismos de ação
deste diterpeno bioativo que além de ser o componente majoritário nas cascas do Croton
cajucara, foi o que apresentou a melhor correlação com grande parte das propriedades
terapêuticas da sacaca.
1.7. Hepatotoxicidade de drogas hipoglimicas e hipolipidêmicas:
Recentemente, a hepatotoxicidade associada a fitoterápicos está sendo reconhecida
crescentemente devido ao grande uso e a fácil disponibilidade destes. Produtos vegetais como
pulegone, um ketone de monoterpeno, presente no pennyroyal (Mentha pulegeum) e muitas
outras espécies de óleos essenciais; teucrina A, um diterpeno encontrado em germander
(Teuchrium chamaedrys); alcalóides pirrolizidina da espécie Senecio (Asteraceae) e confrei
(Symphytum officinale); e pironas de kava (Piper methysticum) são exemplos picos que
causam severa hepatotoxicidade (STEDMAN, 2002; SCHULZE et al., 2003; ZHOU et al.,
2007; LÜDE et al., 2008). Eles podem produzir dano hepático promovendo apoptose e/ou
alterando membranas celulares por mecanismos mediadores da bioativação que favorecem a
formação de metalitos/intermediários reativos, a depleção da glutationa intracelular e/ou
formação de quinona (ZHOU et al., 2007). Muitas plantas sintetizam compostos tóxicos,
podendo induzir hepatotoxicidade, possivelmente agindo como pró-oxidantes, atacando
macromoléculas, inclusive proteína, DNA e lipídios.
Como a Croton cajucara, espécies do gênero Teucrium, de germander (Teucrium
chamaedrys L. e Teucrium canadense L.), são ricas em diterpenos clerodano ou neoclerodano
que podem responder pelo potencial hepatotóxico destas espécies vegetais (LEKEHAL et al.,
1996; SUNDERESAN et al., 2006). Alguns diterpeides derivados de plantas podem induzir
hepatotoxicidade, mostrando a importância da avaliação destes derivados quanto ao seu
potencial hepatotóxico, para garantir a segurança e qualidade de medicamentos fitoterápicos.
16
No passado, poucos estudos foram direcionados para investigação do potencial
hepatotóxico da t-DCTN em experimentação animal in vitro e in vivo (MELO et al., 2004;
CORRÉA et al., 2005). Adicionalmente, havia relatos que t-DCTN era destituída de
genotoxicidade e poderia até mesmo induzir um efeito antigenotóxico (AGNER et al., 2001;
POERSCH et al., 2007). Estes achados podem conduzir ao menosprezo dos efeitos
citotóxicos da t-DCTN, que são normalmente aparentes somente em doses altas. Estudos
pvios estabeleceram os efeitos hipoglimico e hipolipidêmico da t-DCTN, e validou o seu
uso tradicional no controle da diabete e como um agente dietético emagrecedor (MACIEL et
al., 2000). Os agentes antidiabéticos sintéticos como glitazonas, metformina e acarbose foram
descritos por causarem rara, mas severa hepatotoxicidade, que às vezes resulta em falência
hepática conduzindo à necessidade por transplante de fígado ou, até mesmo à morte (ISLEY,
2003; KUTOH, 2005; HSIAO et al., 2006).
Triglitazona, a primeira droga da classe das tiazolidinas, utilizada no tratamento da
diabetes Tipo 2, foi comercializada em março de 1997 e retirada do mercado americano 36
meses após noventa casos de insuficiência hepática terem sido registrados (CLUXTON et al.,
2005). Troglitazona, uma tiazolidina, foi removida do mercado devido a sua hepatotoxicidade.
Os casos registrados envolvendo novas TZDs de segunda geração, rosiglitazona e
pioglitazona, são poucos emmeros e menos severos em danos (MARCY et al., 2004).
Estatinas, agentes conhecidos por diminuir o colesterol, têm sido utilizadas por 15
anos e estão dentre as drogas mais comumente prescritas. Estudos animais e ensaios cnicos
têm mostrado sinais de hepatotoxicidade, primariamente por elevação nos níveis da enzima
sérica alanina aminotransferase (ALT). Por esta razão, todas as drogas que diminuem os
níveis de colesterol requerem monitoramento das enzimas hepáticas.
Estas elevões são reversíveis com a descontinuação da terapia, são doses
relacionadas, e são provavelmente, relacionadas à diminuição do colesterol per se. Raros
casos de insuficiência aguda hepática têm sido registrados com todas as drogas que diminuem
os níveis de colesterol. Com lovastatina, a freqüência é de aproximadamente 1/1,14 miles
de pacientes tratados ao ano. Monitoramento da hepatotoxicidade não tem sido efetivo na
prevenção das doenças hepáticas, devido a sua raridade e fraco valor de predição com relação
às alterações da ALT (TOLMAN, 2003).
17
1.8. Mecanismos de hepatotoxicidade de fármacos:
Lesões hepáticas induzidas por drogas constituem uma potencial complicação de
qualquer tratamento medicamentoso, uma vez que o fígado é o órgão central de disposição
metalica de praticamente todas as drogas e xenobióticos (ZIMMERMAN; MADDREY,
1993; FARRELL, 1994).
Muitos xenobióticos são biotransformados e eliminados pelo fígado, principalmente na
forma de conjugados, sem maiores conseqüências. No entanto, alguns são concentrados a
níveis tóxicos, enquanto outros são bioativados a compostos intermediários reativos que
podem lisar o fígado de diversas maneiras (KULKARNI; BYCZKOWSKI, 1994).
Essas lees resultam do efeito direto da droga e/ou produto de biotransformação
provocando disfunção intracelular pela ruptura da integridade dos diversos sistemas de
membranas dos hepatócitos ou indiretamente através dos danos celulares provocados por
processos imunológicos. Fatores que contribuem para o acúmulo de toxinas nos hepatócitos
incluem alterões genéticas em sistemas enzimáticos que permitem a formação de
metalitos reativos, competição por outras drogas e depleção de substratos necessários para a
eliminação do metalito (LEE, 1995).
Existem, basicamente seis tipos de alterações hepáticas que podem ser induzidas pelos
medicamentos e o modo com que várias organelas intracelulares são afetadas define o padrão
da doença (LEE, 2002; JAESCHKE et al., 2002):
1- Alteração da homeostase do lcio intracelular, produzindo ruptura das fibrilas de
actina na superfície do hepatócito, culminando com a lise celular, em decorrência das reações
de alta energia de enzimas do citocromo P-450.
2- Interrupção do fluxo biliar por substâncias que afetam proteínas de transporte na
membrana canalicular ligando-se à proteína exportadora de sais biliares ou inativando-a. A
ruptura dos filamentos de actina ocorre junto aos canaculos causando colestase, entretanto
produz pouca agressão celular. É o mecanismo mais provável na toxicidade hepática
decorrente do uso de fibratos.
3- Citotoxicidade mediada por anticorpos. Os medicamentos são moléculas
relativamente pequenas e, portanto, é improvável que evoquem resposta imunológica.
18
Entretanto, a biotransformação que envolve reações de alta energia, pode resultar na formação
de produtos inativos, ou seja, medicamentos covalentemente ligados a enzimas. Estas
moléculas, que são grandes o suficiente para servir como alvos imunológicos podem migrar
para a superfície do hepatócito onde podem induzir a formação de anticorpos.
4- Indução de respostas citolíticas diretas por lulas T. A resposta secundária das
citocinas a esses processos pode causar inflamão e hepatoxicidade adicional mediada por
neutrófilos.
5- Morte celular programada (apoptose) decorrente da agressão imuno-mediada, com a
destruição de hepatócitos pelas vias do TNF e da Fas. Estas funcionam como gatilho para a
cascata de caspases, que levam à contração das células e fragmentação da cromatina nuclear.
6- Estresse oxidativo ocasionado pela agressão dos fármacos às mitocôndrias, seja por
inativação ou ligação a enzimas respiratórias ou ao DNA mitocondrial, desregulando a
oxidação dos ácidos graxos e a produção de energia celular. Isto resulta no aparecimento de
metabolismo anaeróbico, acidose lática e acúmulo de triglicérides nas células
(esteatohepatite).
Sendo o hepatócito a principal unidade metalica do fígado, muitas reações adversas
podem resultar na sua morte. A reação mais comum conduzindo a morte celular é a formação
de ligações covalentes entre o metalito reativo e macromoléculas biológicas. Reações de
oxidação também podem produzir compostos eletrofílicos ou espécies reativas de oxigênio
(tais como o ânion superóxido e outros radicais livres) que reagem com componentes
celulares (RECKNAGEL et al., 1991).
Espécies reativas de oxigênio nion radical superóxido, peróxido de hidrogênio e
radical hidroxil) são produzidas continuamente durante o metabolismo aeróbico. O
desequilíbrio entre a formação excessiva de EROs e a defesa antioxidante resulta em vários
processos deletérios para a lula. Pequenas flutuões na concentração destes oxidantes
exercem um papel na sinalização intracelular, enquanto aumentos descontrolados dessas
espécies de oxigênio conduzem a reações em cadeia com proteínas, lipídeos, polissacarídeos e
DNA (DROGE, 2002).
A formação de EROs não é o único evento responsável pela toxicidade de muitos
fármacos contra as lulas. A alteração do estado redox pela depleção de substâncias
19
redutoras, a inibição dos seestradores de EROs, ou a adição direta de espécies produtoras
de EROs, também contribuem para citotoxicidade dos fármacos.
O balanço redox é regulado por uma quantidade relativa de substâncias oxidantes e
redutoras. Ânion superóxido (O
2
-
), radical hidroxila (OH
+
), peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e
oxigênio singleto (
1
O
2
) constituem os principais componentes oxidantes endógenos
(KAMATA; HIRATA, 1999; THANNICKAL; FANBURG, 2000). Em condições normais, o
O
2
-
é transformado em peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) pela adição da superóxido dismutase
(SOD). O H
2
O
2
por sua vez é reduzido a H
2
O pela glutationa redutase, com a utilização de
NADPH. Desta forma, a mitocôndria possui um sistema antioxidante eficiente composto por
GSH, SOD, NADPH, glutationa peroxidase (GPx) e glutationa redutase (GRd), além de
vitaminas C e E (KOWALTOWSKI; VERCESI, 1999; GUTTERIDGE; HALLIWELL,
2000).
Além de fornecer mais de 95% de energia utilizada pela lula por meio da
fosforilação oxidativa, a mitocôndria desempenha diferentes funções na regulação de vários
processos celulares, participando da modulão do estado redox celular, da regulação
osmótica, do controle de pH, da sinalização celular, e, sobretudo, da manutenção da
homeostasia do lcio. Devido a essa diversidade de funções, a mitocôndria é uma organela
alvo de várias situões lesivas e agentes tóxicos, estando envolvidas nos mecanismos de
dano e morte celular (ORRENIUS et al., 1989; GUNTER et al., 1994; WALLACE et al.,
1997). Evidências experimentais indicam que a mitocôndria representa um alvo preferencial e
crítico para a ação de drogas e toxinas (NIEMINEN et al., 1990; BELLOMO et al., 1982;
IMBERTI et al., 1993).
As mitocôndrias são essenciais para a manutenção da vida celular, e exercem um papel
central na regulação da morte celular, constituindo a principal fonte geradora de EROS uma
vez que o sistema de transporte elétrico mitocondrial consome aproximadamente 85% de todo
oxigênio utilizado pela lula e, em contraposição aos outros sistemas oxidantes celulares
(citocromo P450, várias oxidases citosólicas, β-oxidação de ácidos graxos nos peroxissomas,
etc), as mitocôndrias são requeridas para a produção de ATP e estão presentes em elevado
mero em praticamente todas as lulas. Um déficit de energia ocasionado pelo decnio na
função mitocondrial pode comprometer a atividade celular normal (SHIGENAGA; HAGEN;
AMES, 1994).
20
Os efeitos tóxicos sobre as mitocôndrias podem ocorrer por mecanismos diretos e
indiretos, incluindo a quebra da homeostasia intracelular de íons, inibição enzimática, danos
às membranas celulares e axia (RAHN et al., 1991). Quando há alteração na
permeabilidade da membrana mitocondrial (PMM) as lulas morrem principalmente por
apoptose. Os fatores chave que regulam a PMM incluem a concentração intramitocondrial do
lcio, o estado redox celular (incluindo níveis de espécies reativas de oxigênio) e a
mobilização dos membros da família Bcl-2.
Alterações nas funções mitocondriais têm um efeito imediato no balanço energético da
lula (ROSSER; GORES, 1995). Diversos mecanismos podem estar envolvidos nesse
processo: (a) inibição direta do metabolismo mitocondrial por inibição do transporte de
elétrons e/ou da fosforilação oxidativa; (b) danos estruturais na mitocôndria devido a
oxidação dos lipídeos de membrana ou devido a intercalação de compostos na membrana
lipídica, conduzindo à alteração do potencial de membrana mitocondrial e conseentemente
à dissipação do potencial energético necessário para a síntese de ATP e (c) danos ao DNA
mitocondrial (NIEMINEN et al., 1995).
1.9. EROs e o Estresse Oxidativo:
O estresse oxidativo é um achado freente na hepatotoxicidade induzida por
xenobióticos (POLI et al., 1987). Trata-se de um processo mediado pela formação de radicais
livres diversos que resultam da degradação oxidativa dos lipídeos (lipoperoxidação) e de
proteínas presentes nos diversos sistemas de membrana da célula. Outras macromoléculas
(glicídios e ácidos nucléicos) também podem ser afetadas. Esse processo pode ser iniciado por
radicais derivados dos xenobióticos gerados em reações catalisadas pelas isoenzimas do
citocromo P-450 ou ainda pela produção de radicais livres oriundos do oxigênio (O
2
-
, H
2
O
2
e
OH
+
). Na presença do oxigênio, esse processo é estendido aos lipídeos insaturados e uma
cadeia de reões é estabelecida de modo que os danos às membranas são propagados. A
primeira conseência desse processo é a profunda alteração das propriedades físicas e
químicas das membranas, causando perda das suas funções especializadas (ROSS, 1988).
A cadeia transportadora de elétrons parece ser a principal fonte intracelular de espécies
reativas de oxigênio (EROs) e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
). Além de seu papel como
21
espécie reativa de oxigênio, e, portanto, causador de estresse oxidativo, o H
2
O
2
em excesso
causa oxidação da hemoglobina e, conseentemente, diminuição das concentrões de
oxigênio, o que pode acarretar infeões, formação de úlceras e até necrose (WIEACKER et
al., 1980). Na presença de várias drogas ou toxinas, como por exemplo: inibidores da cadeia
transportadora de elétrons, desacopladores da fosforilação oxidativa, compostos quinonoídeos
e metais, a geração de radicais livres de oxigênio pela mitocôndria pode ser aumentada
substancialmente (GERLACH et al., 1995).
O radical aniônico superóxido (O
2
-
) parece ser o principal produto da redução
incompleta do oxigênio sob condições fisiológicas e patológicas. Sob a ação da superóxido
dismutase o radical superóxido é transformado em água oxigenada, cuja redução pode se
difundir da mitocôndria e lesar componentes celulares distantes do seu sítio de formação; o
radical hidroxil, devido à sua alta reatividade e conseente meia vida muito curta, não possui
a capacidade de difusão. Dessa forma, os efeitos das EROs podem ser maiores na membrana
mitocondrial interna, cujo principal componente da bicamada fosfolipídica é a cardiolipina,
um derivado do fosfatidil glicerol, que possui uma alta relação de ácidos graxos
insaturados/saturados.
A cardiolipina apresenta uma importante função no controle da permeabilidade da
membrana, bem como no estabelecimento do gradiente eletroquímico de prótons. É ainda um
regulador da respiração de estado 3, podendo modular a estrutura secundária de proteínas da
membrana interna da mitocôndria, tais como os transportadores de substratos, NADH
desidrogenase, citocromo bc1, citocromo c oxidase e ATP sintetase (MASSOTTI et al.,
1974). Além disso, a membrana mitocondrial interna possui enzimas contendo ferro e cobre,
as quais podem catalisar a reação de oxidação do superóxido e da água oxigenada e formar
radicais hidroxilas (ZHANG et al., 1990).
As lulas possuem diversas estratégias para neutralizar os radicais livres de oxigênio
gerados durante as oxidações biológicas prevenindo assim a propagação dos danos. Trata-se
de um sistema complexo que compreende: (a) inativação dos radicais livres de oxigênio por
enzimas específicas (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase); (b)
neutralização dos radicais eventualmente formados pela ação de substâncias com
propriedades sequestradoras de radicais livres (vitamina E, GSH) e (c) reparo dos lipídios
22
oxidados (glutaredoxina). A geração de espécies reativas de oxigênio pela mitocôndria é um
processo connuo e fisiologicamente normal em condições aeróbicas, visto que cerca de 1-2%
do oxigênio reduzido pela mitocôndria é convertido em superóxido (VERCESI, 1993).
1.10. Sistemas de defesa antioxidante:
A mais importante defesa contra as lees oxidativas induzidas pelas espécies reativas
de oxigênio é a manutenção da homeostase da glutationa (GSH). A glutationa reduzida serve
como substrato para a ação da glutationa peroxidase, na remoção do radical superóxido, e da
glutationa transferase, na formação do ácido mercaptúrico, além de atuar como seestrador
de radicais livres. Atua também como reguladora intracelular de grupos sulfidrila de enzimas
glicolíticas e de ATPase-Ca
+2
(BENZI; MORETTI, 1995). A ação da glutationa peroxidase
leva à produção da glutationa dissulfeto ou glutationa oxidada (GSSG), a qual é tóxica para a
lula pela formação de derivados cistenil, especialmente na presença de metais de transição
(JENNER, 1994).
As reações dependentes da glutationa reduzida são de fundamental importância para a
proteção da célula contra o estresse oxidativo, por manter a lula em um ambiente reduzido
sob condições fisiológicas normais. A quebra da homeostase dos compostos de sulfidrilas em
lulas tratadas com pró-oxidantes provoca enfraquecimento do sistema de translocação do
lcio, estimulação dos canais de cálcio e inibição do seestro de lcio pelo reculo
endoplasmático e mitocôndria. Isto resulta na incapacidade da célula em manter a
concentração do lcio intracelular em níveis fisiológicos. Esse aumento intracelular da
concentração do lcio pode causar a ativão de várias enzimas lcio-dependentes
(fosfolipases, proteases e endonucleases) relacionadas aos processos de degradação de
macromoléculas, o que pode contribuir para a morte de célula (ORRENIUS; NICOTERA,
1994; VERCESI, 1993; TRUMP; BEREZESKY, 1995).
Em muitas doenças a natureza da espécie radicalar que amplifica a lesão primária não
é conhecida. Desta forma, torna-se difícil o planejamento correto da utilização de fármacos
com propriedades antioxidantes que eliminem diretamente o radical livre, impedindo sua
reação com alvos celulares ou interrompendo as cadeias radicalares e assim, evitando a
propagação das lees provocadas por esses radicais (SUN, 1990). O emprego adequado
destes fármacos e das estratégias terapêuticas depende de diversos fatores, tais como:
23
entendimento dos processos dependentes dos radicais livres envolvidos na fisiopatologia de
diversas doenças, identificação das fontes celulares geradoras das espécies radicalares
potencialmente tóxicas, identificação dos compostos que possam atuar como antioxidantes,
bem como a sua distribuição nos tecidos, localização subcelular e mecanismo de ação
(GUTTERIDGE & HALLIWELL, 2000; SUN, 1990).
Neste contexto, os dois principais meios de defesa antioxidantes no organismo podem
ser divididos em dois grupos, enzimáticos e não enzimáticos. Os sistemas enzimáticos
envolvem as enzimas do ciclo redox da glutationa, particularmente a glutationa peroxidase.
Estudos demonstraram também que outras enzimas antioxidantes, como glutationa redutase e
glicose-6-fosfato-dehidrogenase, apresentaram propriedades protetoras similares à glutationa
peroxidase (SENTUERKER, 1993; WELLS et al., 1997). Outros sistemas enzimáticos de
defesa antioxidante operando em conjunto com as enzimas anteriormente citadas incluem a
supexido dismutase (SOD), dependente de Cu
2+
e Zn
2+
como cofatores, onde ocorre a
dismutação do radical superóxido em peróxido de hidrogênio e oxigênio, bem como a
catalase, que converte peróxido de hidrogênio em água e oxigênio molecular nas hemácias
(MEISTER & ANDERSON, 1983).
Muitas das reaçãoes radicalares prejudiciais in vivo são evitadas ou modificadas pela
ação de agentes inividores ou antioxidantes. Por exemplo, no caso de superóxido, a enzima
SOD age como defesa contra esta espécie, enquanto as enzimas catalase e peroxidase atuam
sobre H
2
O
2
.
Há ainda a proteção não enzimática por pequenas moléculas, dentre as quais as mais
utilizadas estão as vitaminas E (α-tocoferol) e C (ácido L-ascórbico). A vitamina E é o maior
antioxidante lipossolúvel presente em todas as membranas celulares e, portanto, atua na
proteção contra a lipoperoxidação (KAY et al., 1986). Ela pode reagir diretamente com uma
variedade de oxiradicais, como o superóxido, a hidroxila etc., e também com o oxigênio
singleto (MACHLIN & BENDICH, 1987).
A vitamina E foi primeiramente relatada em 1922, nos Estados Unidos, por Evaris e
Bishop, que demonstraram ser liposolúvel e também fator essencial para reprodução normal
em ratos. A purificação deste fator revelou que ele é composto da família dos tocoferóis.
Quatro tocoferóis são conhecidos, porém o alfa-tocoferol é o mais importante biologicamente
24
e os termos alfa-tocoferol e vitamina E são quase intercambiáveis na literatura (HALLIWELL
& GUTTERIDGE, 1989).
Primeiramente, o alfa-tocoferol inativo reage com o oxigênio singleto protegendo a
membrana contra essa espécie. Durante a sua ação antioxidante (destruindo a cadeia de
lipoperoxidação) nas membranas, o alfa-tocoferol é consumido e convertido em forma de
radical. A vitamina E pode também proteger contra a peroxidação modificando a estrutura da
membrana (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 1989).
A vitamina E, localizada perto do citocromo P-450 no fosfolipídeo da membrana,
varre os radicais livres formados no citocromo P-450. A seguir, a vitamina C reduz o radical
tocoferil. Ambos os radicais tocoferil e hidroascorbil não são muito reativos inviabilizando o
processo de lipoperoxidação (MEISTER & ANDERSON, 1983).
Os caroteides destacam-se também com agentes antioxidantes, dentre os quais a
pró-vitamina A (β-caroteno), pigmento responsável pela cor característica da cenoura, é o
carateide mais abundante e de maior atividade. Estudos recentes indicam uma possível
atividade anti-cancerígena do β-caroteno, sendo usado como corante e antioxidante em
alimentos (BURTON & INGOLD, 1984). Especificamente, o β-caroteno exibe uma boa
capacidade de captura de radicais livres somente a pressões parciais normais de oxigênio no
ar, comumente encontrada na maior parte dos tecidos biológicos sob condições fisiológicas
(CARDOSO, 1997).
25
1.11. Relencia e justificativa:
O Croton cajucara Benth. (sacaca) é uma espécie medicinal amplamente utilizada na
região amazônica no tratamento do diabetes, desordens hepáticas e renal, obesidade e
hipertensão. Estudos farmacológicos comprovaram as propriedades antiinflamatória,
antinociceptiva, antiestrogênica, antiulcerogênica, antitumoral, hipolipidêmica, hipoglicêmica
e citotóxica da trans-desidrocrotonina (t-DCTN), um diterpeno do tipo clerodano isolado da
sacaca e componente majoritário desta planta.
Em virtude de o chá das cascas do caule de sacaca ser muito utilizado em dietas de
emagrecimento e como hipoglicemiante e diante da possibilidade deste componente
majoritário ser o responsável por efeitos hepatotóxicos que podem ser desencadeados em
tratamentos prolongados, há necessidade de se investigar os efeitos tóxicos da t-DCTN sobre
o fígado e determinar novas alternativas terapêuticas que possam diminuir os possíveis efeitos
adversos associados a este diterpeno.
26
2. OBJETIVOS
Uma vez que, muitas atividades já foram comprovadas para a trans-desidrocrotonina
(t-DCTN) e que estudos demonstraram que algumas substâncias hipoglicemiantes e
hipolipidêmicas são associadas a efeitos tóxicos sobre o fígado, este trabalho tem por objetivo
geral avaliar a hepatotoxicidade da t-DCTN em camundongos e desenvolver estratégias
farmacológicas para mitigar este efeito tóxico.
Objetivos específicos:
- Determinar a toxicidade hepática aguda da trans-desidrocrotonina (t-DCTN);
- Determinar a toxicidade hepática de administrações repetidas (subcrônica) da trans-
desidrocrotonina;
- Avaliar o efeito pré-condicionante de baixas doses de t-DCTN na toxicidade hepática aguda
induzida por t-DCTN;
- Avaliar o efeito p-condicionante de baixas doses de Etanol na toxicidade hepática aguda
induzida por t-DCTN.
- Avaliar o envolvimento do óxido nítrico no efeito pré-condicionante da t-DCTN e do
Etanol;
- Avaliar o efeito da Vitamina E e N-acetilcisteína (NAC) na hepatite tóxica induzida por t-
DCTN.
27
3. MATERIAIS
3.1. Material botânico:
A t-DCTN foi isolada a partir da casca do caule do Croton cajucara Benth. e
fornecida pela Profª Maria Aparecida Maciel do Departamento de Química da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Para utilização nos experimentos, a t-DCTN foi diluída na
concentração de até 3% de Tween 80 em água destilada.
3.2. Animais experimentais:
Camundongos albinos (Mus musculus), variedade Swiss Webster, adultos, machos,
pesando entre 25-30 g, provenientes do Biotério do Departamento de Fisiologia e
Farmacologia da Universidade Federal do Ceará. Os animais foram acondicionados em caixas
de polipropileno, à temperatura variando entre 22-24°C, com ciclos de claro/escuro de 12 em
12 h, recebendo ração pado (Purina Chow) e água ad libitum. Os protocolos experimentais
utilizados foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal CEPA da
Universidade federal do Ceará.
28
3.3. Drogas e reagentes:
PRODUTO ORIGEM
Ácido Etilenodiaminotetracético sal dissódico (EDTA)
Proanalysi, Brasil
Ácido tiobarbitúrico Sigma, USA
Ácido tricloroatico P.A. Sigma, USA
Ácido trinitrobenzeno sulfônico – TNB Sigma, USA
Álcool etílico absoluto P.A. Synth, Brasil
D-Arginina Sigma, USA
Cloreto de sódio Vetec, Brasil
Éter etílico Labsyunth, Brasil
Glutation reduzido (GSH) Sigma, USA
L-Arginina Sigma, USA
Metanol absoluto P.A. Quimex, Brasil
N-Acetilcisteína Sigma, USA
Trizma Sigma, USA
Tween 80 Sigma, USA
Vitamina E Aché, Brasil
3.4. Equipamentos:
EQUIPAMENTO ORIGEM
Agitador aquecedor, modelo 258
Fanen®, Brasil
Espectrofotômetro: modelo DU640B
Beckma
Espectrofotômetro: modelo B582 Microna
Balança analítica: modelo AX-200 Shimadzu, Japão
Balança para animais: modelo MF-6 Filizola, Brasil
Banho-maria, modelo Q-249 QUIMIS®, Brasil
Centrífuga refrigerada, modelo 5417R Eppendorf®
Centrífuga refrigerada, modelo CT 5500 DR CIENTEC®, Brasil
pHmetro Microprocessado QUIMI
,
Brasil
Pipetas automáticas Jencons®
29
4. MÉTODOS
4.1. Isolamento da trans-desidrocrotonina (t-DCTN):
A trans-desidrocrotonina (t-DCTN) foi isolada do extrato hexânico das cascas (6 kg)
do Croton cajucara Benth., o qual forneceu, as filtração em gel de sílica, a fração CH
2
Cl
2
(eluída em diclorometano).
A fração CH
2
Cl
2
sofreu nova filtração em gel de sílica, tendo sido eluída com hexano -
CH
2
Cl
2
-MeOH em gradiente crescente de polaridade. Foram coletadas frações de 500 mL,
que sofreram monitoramento por cromatografia de camada delgadaCCD, gerando a reunião
de 6 grupos de frações.
Os grupos de frões 7-21/ 22-25/ 26-29/ 30-33/ 34-41, eluídos em hexano- CH
2
Cl
2
(5:5 0:1) o grupo de frações 42-53, eluídos em CH
2
Cl
2
-MeOH (9:1 0:1), foram
submetidos ao processo de recristalização em hexano-Me
2
CO. Após as filtrações obteve-se
aproximadamente 32 g de um lido cristalino correspondente ao diterpeno trans-
desidrocrotonina (t-DCTN), como mostra a figura 3.
t-DCTNCaracterísticas
Sólido cristalino
Ponto de fusão: 139 – 140°C
Peso molecular: 314 M
30
FIGURA 3 . Método de obtenção do diterpeno trans-desidrocrotonina (t-DCTN) a partir
dos extratos henicos e clorofórmico.
Extração via Soxlet
Hexano (46 litros)
Extrato hexânico
471,8g
Fração
(CH
2
CI
2
)
Filtração em gel de Sílica
(35-70 Mesh) – 900g
CH
2
CI
2
Filtração em gel de Sílica
(35-70 Mesh) – 500g
Hexano – CH
2
CI
2
– MeOH
(9:1:0 – 0:0:1)
Ordem crescente de
polaridade
Frações 5 e 6
Hexano – CH
2
CI
2
(7:3)
Cromatografia de
camada delgadaCCD
Hexano – AcOEt (8:2)
H
2
SO
4
/ MeOH (1:1)
Ausência da DCTN
Reuno de frões eluídas em
hexano CH
2
CI
2
(5:5 0:1)
Frações 22-25
(5:5)
Recristalização
Hexano Me
2
CO
3,8g de t-DCTN
Frações 26-29
(4:6)
3,3g de t-DCTN
Frações
30-33
(3:7)
3,8g de t-DCTN
Frações
34-41
(2:8-0:1)
Frações
42-53
10g de t-DCTN
Recristalização
hexano Me
2
CO
Recristalização
hexano Me
2
CO
Recristalização
hexano Me
2
CO
Frações 7-21
CCD – hexano – AcOEt (6:4)
H
2
SO
4
/ MeOH (1:1)
0,5g de t-DCTN
Recristalização
hexano Me
2
CO
0,5g de t-DCTN
Cromatografia de coluna do quido –
mãe proveniente de recristalização gel
de sílica 70-230 Mesh hexano –
CH
2
CI
2
(8:2 – 0:1)
Casca da Sacaca
6kg
10g de t-DCTN
31
4.2. Efeito de uma única administração de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de peso) na
hepatotoxicidade em camundongos:
Os animais foram divididos em grupos de 8 e tratados com veículo (3% de Tween 80
em água destilada- 0,1 ml/10g, v.o.- gavagem) ou t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.-
gavagem) administrada em dose única. Os animais que receberam apenas veículo foram
incluídos no estudo como controle normal.
Após o período de 24 horas da administração da t-DCTN, amostras de sangue, de
todos os animais, foram obtidas através do plexo orbital, sob leve anestesia com éter, em
tubos heparinizados para determinação dos níveis de Aspartato Aminotransferase (AST) e
Alanina Aminotransferase (ALT) utilizando kits bioquímicos específicos (Labtest®) e um
espectrofotômetro semi-automático (Micronal®, modelo B582).
Os animais foram então sacrificados e o tecido hepático coletado, pesado e processado
para a dosagem de grupos sulfidrilas não protéicos hepáticos NP-SH (SEDLACK &
LINDSAY, 1968) e para análise histológica.
32
4.3. Efeito de administrações sucessivas de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de peso) na
toxicidade hepática em camundongos:
Foram divididos grupos de oito animais cada, os quais foram tratados com veículo
(3% de Tween 80 em água destilada- 0,1 ml/10g, v.o.- gavagem) ou t-DCTN (10, 30, 100 ou
300 mg/kg, v.o.- gavagem) 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes do experimento. Os animais que
receberam apenas veículo foram incluídos no estudo como controle normal.
Após o período de 24 horas da última administração da t-DCTN, foram determinados
os níveis séricos de Aspartato Aminotransferase (AST) e Alanina Aminotransferase (ALT)
utilizando kits bioquímicos específicos (Labtest®) e um espectrofotômetro semi-automático
(Micronal®, modelo B582). Em seguida os animais foram sacrificados, o tecido hepático
coletado, pesado e processado para a dosagem de grupos sulfidrilas não protéicos hepáticos
NP-SH (SEDLACK & LINDSAY, 1968) e análise histológica.
33
4.4. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN:
Grupos de oito animais foram tratados com veículo (3% de Tween 80 em água
destilada- 0,1 ml/10g, v.o.- gavagem) ou t-DCTN (10 mg/kg, v.o.- gavagem) 120, 96, 72, 48 e
24 horas antes do experimento. Outro grupo recebeu pré-tratamento por cinco dias
consecutivos com 10 mg/kg (v.o.) de t-DCTN e 24 h após o último tratamento recebeu uma
dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.). Os animais que receberam apenas veículo foram
incluídos no estudo como controle normal.
Após o período de 24 horas da última administração da t-DCTN, foram coletadas
amostras de sangue de todos os animais e os níveis de Aspartato Aminotransferase (AST) e
Alanina Aminotransferase (ALT) foram analisados utilizando kits bioquímicos específicos
(Labtest®) e um espectrofotômetro semi-automático (Micronal®, modelo B582). Os animais
foram sacrificados e o tecido hepático foi coletado, pesado e processado para a dosagem de
grupos sulfidrilas não protéicos hepáticos NP-SH (SEDLACK & LINDSAY, 1968) e para
análise histológica.
34
4.5. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN:
Os animais foram divididos em grupos (n=8), os quais receberam os seguintes
tratamentos: veículo (3% de Tween 80 em água destilada- 0,1 ml/10g, v.o.- gavagem) ou
etanol (1 g/kg de animal, v.o.- gavagem) 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes do experimento.
Outro grupo recebeu p-tratamento por 5 dias consecutivos com 1 g/kg de etanol e 24 h as
o último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.- gavagem).
Amostras de sangue de todos os animais foram coletadas as o período de 24 horas
da última administração da t-DCTN, determinando-se os níveis de Aspartato
Aminotransferase (AST) e Alanina Aminotransferase (ALT) utilizando kits bioquímicos
específicos (Labtest®) e um espectrofotômetro semi-automático (Micronal®, modelo B582).
Os animais foram sacrificados e foram realizadas dosagens dos grupos sulfidrilas não
protéicos hepáticos – NP-SH (SEDLACK & LINDSAY, 1968) e análise histológica.
35
4.6. Envolvimento do óxido nítrico no pré-condicionamento hepático da t-DCTN e do
etanol:
Os animais foram divididos em grupos de 8 e tratados com veículo (3% de Tween 80
em água destilada- 0,1 ml/10g, v.o.) ou t-DCTN (100 mg/kg, v.o.). Outros grupos receberam
pré-tratamento com L-arginina (600 mg/kg, i.p.) ou D-arginina (400 mg/kg, i.p.) 30 min antes
da administração da t-DCTN.
Após o período de 24 horas da última administração da t-DCTN, foram coletadas
amostras de sangue de todos e os níveis de Aspartato Aminotransferase (AST) e Alanina
Aminotransferase (ALT) foram analisados utilizando kits bioquímicos específicos (Labtest®)
e um espectrofotômetro semi-automático (Micronal®, modelo B582). Os animais foram
sacrificados e tecido hepático foi coletado, pesado e processado para a dosagem de grupos
sulfidrilas não protéicos hepáticos NP-SH (SEDLACK & LINDSAY, 1968) e para análise
histológica.
36
4.7. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) na hepatite tóxica induzida por t-
DCTN:
Os animais foram divididos em grupos de 8 e tratados com veículo (3% de Tween 80
em água destilada- 0,1 ml/10g, v.o.- gavagem) ou t-DCTN (100 mg/kg, v.o.-gavagem).
Outros grupos receberam pré-tratamento com Vitamina E (300 mg/kg, v.o.- gavagem), NAC
(150 mg/kg, i.p.) ou com a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e NAC (150 mg/kg,
i.p.) 1h antes da administração da t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
Após o período de 24 horas da última administração da t-DCTN, foram coletadas
amostras de sangue dos animais e analisados os níveis de Aspartato Aminotransferase (AST)
e Alanina Aminotransferase (ALT) utilizando kits bioquímicos específicos (Labtest®) e um
espectrofotômetro semi-automático (Micronal®, modelo B582). Os animais foram
sacrificados e tecido hepático foi coletado, pesado e processado para a dosagem de grupos
sulfidrilas não protéicos hepáticos NP-SH (SEDLACK & LINDSAY, 1968), TBARS (Agar
et al.,1999) e para análise histológica.
37
4.8. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os grupos sulfidrilas não proicos
(NP-SH) hepáticos:
A quantificação dos grupos sulfidrilas não protéicos (NP-SH) foi realizada segundo o
método de SEDLACK & LINDSAY (1968). O fígado foi removido, pesado e homogeneizado
com EDTA 0,02 M gelado, para preparar um homogenato a 10%. Uma aquota de 1 ml de
cada amostra foi retirada e adicionado 0,8 ml de água destilada e 0,2 ml de ácido
tricloroacético TCA 50% em solução aquosa. Os tubos de ensaio contendo a mistura foram
centrifugados a 3000 rpm por 15 minutos. Um volume de 1 ml foi retirado do sobrenadante e
adicionado 2 ml de Tris 0,4 M, pH 8,9 e 0,05 ml de DTNB 0,01M.
A absorbância foi medida dentro de 5 minutos a 412 nm. A concentração de NP-SH
foi calculada através de uma curva de calibração de glutationa reduzida (GSH) e os resultados
expressos em µg de NP-SH/g de tecido.
38
4.9. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis hepáticos de TBARS:
A atividade antioxidante foi medida pela dosagem das substâncias reativas com o
ácido Tiobarbitúrico (TBARS), um indicador de peroxidação lipídica (AGAR et al.,1999).
Nesta reação, duas moléculas de TBA reagem estequiometricamente com uma molécula de
malondialdeído (MDA) para formar uma solução de cor rosa, que tem absorbância máxima
em pH ácido de 532 a 535 nm.
Após os tratamentos e coleta de sangue, os animais foram sacrificados e seus fígados
foram removidos, pesados e homogeneizados em tampão fosfato 50 mM (pH 7.4), para
preparar um homogenato a 10%. 250 µl do homogenato foram introduzidos em tubos de
ensaio e incubados por 1 h no banho de água a temperatura de 37ºC. Após a incubação, 400 µl
de ácido perclórico 35% foi adicionado, a fim de parar a peroxidação, sob agitação e, em
seguida, centrifugados a 14000 rpm por 10 minutos. Em seguida 600 µl do sobrenadante
foram adicionados a 200 µl de ácido tiobarbitúrico 1,2%. A mistura foi levada ao banho de
água por 30 minutos a uma temperatura variável de 95 - 100ºC. A solução foi então retirada e
colocada para esfriar à temperatura ambiente, após isso foi realizada a leitura da absorbância
no comprimento de 532 nm. Os valores de TBARS foram expressos em termos de
absorbância a 532 nm.
39
4.10. Análise histopatológica:
Para avaliação das alterões teciduais microscópicas dos fígados, foram realizados
cortes histopatológicos de todos os grupos. O fígado foi fixado em formol tamponado 10%,
incluído em parafina, realizadas secções em micrótomo e corado com hematoxilina-eosina. As
alterações histopatológicas foram examinadas e microfotografadas em microscópio óptico
sendo analisada a arquitetura do tecido, a presença de infiltrado inflamatório, áreas necróticas,
hemorragias, entre outras alterações.
4.11. Análise estatística:
A análise estastica foi realizada através do programa GraphPad Prism 4.0 para
Windows (GraphPad Software).
Os valores experimentais obtidos foram expressos como média ± erro pado da média
(E.P.M). Para comparação entre as médias foi utilizada a análise de variância (ANOVA), e a
signifincia entre os grupos estabelecida pelos testes Student Newman Keuls. As diferenças
foram consideradas estatisticamente significativas quando p<0,05.
40
5. RESULTADOS
5.1. Efeito de uma única administração de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de peso) na
hepatotoxicidade em camundongos:
Uma única administração da t-DCTN nas concentrações de 10, 30, 100 e 300 mg/kg
aumentou os níveis hepático de glutationa (1401±32,73; 1937±116,5; 2286±95,83 e
1603±141,3 µg/g de tecido, respectivamente) quando comparados ao grupo controle normal
(1299±49,88 µg/g de tecido). Este aumento foi significativo com as doses 30 e 100 mg/kg (p<
0,001) (Tabela 1 e Figura 4).
A t-DCTN administrada nas doses de 100 e 300 mg/kg aumentou significativamente
(p< 0,001) os níveis de ALT e AST séricos (189,0±21,86 e 158,6±17,22; 259,1±19,04 e
197,3±16,56 U/mL, respectivamente) quando comparado com o controle normal (42,86±6,49
e 91,57±5,70 U/mL, respectivamente). Entretanto, nenhum aumento das aminotransferases foi
verificado nas doses de 10 e 30 mg/kg (Tabela 2 e Figura 5).
A análise histológica dos fígados dos animais tratados com veículo (3% de Tween 80)
demonstrou tecido com arquitetura preservada. Já o grupo tratado com altas doses de t-DCTN
(100 e 300 mg/kg), apresentou extensas áreas inflamatórias com presença de lulas
necróticas e de infiltrado inflamatório com predonio de polimorfonucleares (PMN). Nos
grupos tratados com t-DCTN nas doses de 10 e 30 mg/kg, os fígados tiveram sua estrutura
preservada, não observando áreas inflamatórias e presença de lulas necróticas (Figura 6).
41
TABELA 1. Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis hepáticos de Glutationa em camundongos.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). As dosagens foram analisadas
24 horas após a administração de t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs
controle normal; (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
t-DCTN
---
10
30
100
300
1299±49,88
1401±32,73
1937±116,5
a
2286±95,83
a
1603±141,3
42
0
500
1000
1500
2000
2500
Controle
normal
10
30 100
300
t-DCTN
mg/kg
NP-SH (
µ
g/g tecido)
a
a
FIGURA 4. Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina sobre os níveis
hepáticos de Glutationa em camundongos. Cada coluna representa a média ± erro padrão
da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). As
dosagens foram analisadas 24 horas após a administração de t-DCTN (10, 30, 100 ou 300
mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
43
TABELA 2. Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis séricos de ALT e AST.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) dos níveis
séricos de ALT e AST (U/ml) de camundongos (n=8). As transaminases foram analisadas 24
horas após a administração de t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle
normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
ALT
(U/ml)
AST
(U/ml)
Controle normal
t-DCTN
---
10
30
100
300
42,86±6,49
49,88±1,30
48,66±3,31
189,0±21,86
a
259,1±19,04
a
91,57±5,70
83,30±4,53
99,29±6,00
158,6±17,22
a
197,3±16,56
a
44
0
100
200
300
ALT
AST
Controle
normal
10 30
100 300
t-DCTN
mg/kg
a
a
a
a
Transaminases (U/mL)
FIGURA 5. Efeito de uma única administração de trans-desidrocrotonina sobre os níveis
séricos de ALT e AST. Cada coluna representa a média ± erro padrão da média (E.P.M.) dos
níveis séricos de ALT e AST (U/ml) de camundongos (n=8). As transaminases foram
analisadas 24 horas após a administração de t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
Visto que a dose de 100 mg/kg da t-DCTN apresentou toxicidade hepática, ao
aumentar significativamente (4,5 vezes) o nível sérico de ALT, esta dose foi selecionada para
o estudo das estratégias farmacológicas de prevenção desta hepatotoxicidade.
45
FIGURA 6. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 400x) dose única de t-
DCTN: (A) animais tratados com veículo (3% de Tween 80 controle normal); (B) animais
tratados com t-DCTN 10 mg/kg; (C) animais tratados com t-DCTN 30 mg/kg; (D) animais
tratados com t-DCTN 100 mg/kg ; (E) animais tratados com t-DCTN 300 mg/kg (200x).
46
5.2. Efeito de administrações sucessivas de t-DCTN (10, 30, 100 e 300 mg/kg de peso) na
toxicidade hepática em camundongos:
Administrações repetidas da t-DCTN nas concentrações de 10, 30, 100 e 300 mg/kg
aumentou os níveis hepático de glutationa (1649±57,36; 2263±91,57; 2104±100,5 e
2027±177,1 µg/g tecido, respectivamente) quando comparados ao grupo controle normal
(1408±53,77 µg/g tecido). Este aumento foi significativo com as doses 30, 100 e 300 mg/kg
(p< 0,001) (Tabela 3 e Figura 7).
A t-DCTN administrada nas doses de 100 e 300 mg/kg aumentou significativamente
(p< 0,001) os níveis de ALT e AST séricos (219,7±10,22 e 225,3±9,847; 230,2±3,272 e
212,0±7,658 U/mL, respectivamente) quando comparado com o controle normal
(49,96±2,483 e 90,24±6,739 U/mL, respectivamente). Entretanto, nenhum aumento das
aminotransferases foi verificado nas doses de 10 e 30 mg/kg (Tabela 4 e Figura 8).
A análise histológica dos fígados dos animais tratados com veículo (3% de Tween 80)
demonstrou tecido com arquitetura preservada. Já o grupo tratado com altas doses de t-DCTN
(100 e 300 mg/kg) por 5 dias consecutivos, apresentou extensas áreas inflamatórias com
presença de células necróticas, hemorragia e infiltrado inflamatório com predonio de
polimorfonucleares (PMN). Nos grupos tratados com t-DCTN nas doses de 10 e 30 mg/kg, os
fígados tiveram sua estrutura preservada, não observando áreas inflamatórias e presença de
lulas necróticas (Figura 9).
47
TABELA 3. Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis hepáticos de Glutationa em camundongos.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas
antes das dosagens das amostras.
a
p<0,001 vs controle normal; (ANOVA e Teste de Student
Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
t-DCTN
---
10
30
100
300
1408± 53,77
1649± 57,36
2263± 91,57
a
2104± 100,5
a
2027± 177,1
a
48
0
500
1000
1500
2000
2500
Controle
normal
10 30
100 300
t-DCTN
a
a a
mg/kg
NP-SH (
µ
g/g tecido)
FIGURA 7. Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis hepáticos de Glutationa em camundongos. Cada coluna representa a média ± erro
pado da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos
(n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.) foram
administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens das amostras.
a
p<0,001 vs
controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
49
TABELA 4. Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis séricos de ALT e AST.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) dos níveis
séricos de ALT e AST (U/ml) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das
dosagens das transaminases.
a
p<0,001 vs controle normal (ALT);
b
p<0,001 vs controle
normal(AST) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
ALT
(U/ml)
AST
(U/ml)
Controle normal
t-DCTN
---
10
30
100
300
49,96 ± 2,483
56,76 ± 3,600
57,62 ± 2,968
219,7 ± 10,22
a
230,2 ± 3,272
a
90,24 ± 6,739
96,91 ± 3,668
93,34 ± 2,294
225,3 ± 9,847
b
212,0 ± 7,658
b
50
0
50
100
150
200
250
ALT
AST
Controle
normal
10
30 100 300
t-DCTN
Transaminases (U/mL)
mg/kg
a
a
b
b
FIGURA 8. Efeito de administrações sucessivas de trans-desidrocrotonina sobre os
níveis séricos de ALT e AST. Cada coluna representa a média ± erro pado da média
(E.P.M.) dos níveis séricos de ALT e AST (U/ml) de camundongos (n=8). O veículo (controle
normal) e t-DCTN (10, 30, 100 ou 300 mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24
horas antes das dosagens das transaminases.
a
p<0,001 vs controle normal (ALT);
b
p<0,001 vs
controle normal(AST) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
51
FIGURA 9. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 200x) doses repetidas
de t-DCTN: (A) animais tratados com veículo (3% de Tween 80 controle normal); (B)
animais tratados com t-DCTN 10 mg/kg; (C) animais tratados com t-DCTN 30 mg/kg; (D)
animais tratados com t-DCTN 100 mg/kg; (E) animais tratados com t-DCTN 300 mg/kg.
52
5.3. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN:
A tabela 5 mostra que o tratamento com t-DCTN (100 mg/kg, v.o.) promoveu um
aumento significativo (p<0,001) dos níveis de glutationa hepática (1675±120,5 µg/g de
tecido) quando comparado ao grupo controle normal (Figura 10). Este efeito também foi
observado no grupo que recebeu pré-tratamento com t-DCTN 10 mg/kg por 5 dias
consecutivos, seguida de uma administração de t-DCTN na dose de 100 mg/kg (2144±62,14
µg/g de tecido).
Os níveis séricos das aminotransferases ALT e AST, aumentaram de forma
significativa (p<0,001) no grupo tratado com t-DCTN na dose de 100 mg/kg ( 179,8±8,766 e
206,9±2,336 U/ml, respectivamente) quando comparado ao grupo controle normal
(42,66±5,701 e 109,6±3,609 U/ml, respectivamente) (Tabela 6 e Figura 11).
O pré-tratamento com baixa dose de t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) por 5 dias consecutivos,
antes da administração da t-DCTN (100 mg/kg), foi capaz de reduzir significativamente
(p<0,001) os níveis de ALT e AST ( 64,96±16,04 e 128,9±14,81 U/ml, respectivamente)
quando comparado com o grupo que recebeu somente t-DCTN em alta dose (100 mg/ kg)
(179,8±8,766 e 206,9±2,336 U/ml, respectivamente).
A análise histológica dos fígados do grupo controle normal mostrou um tecido
hepático preservado, apresentando hepatócitos com a citoarquitetura íntegra. Já o grupo
tratado com t-DCTN, mostrou extensas áreas inflamatórias com presença de lulas
necróticas. No grupo que recebeu pré-tratamento com t-DCTN (10 mg/kg) por 5 dias
consecutivos, antes da administração de t-DCTN em dose alta (100 mg/kg), observou-se
pequenos pontos de infiltrado inflamatório, no entanto, não foram observadas áreas
hemorrágicas e necróticas (Figura 12).
53
TABELA 5. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN sobre os níveis
hepáticos de glutationa na toxicidade aguda induzida por t-DCTN em camundongos.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens.
Outro grupo recebeu p-tratamento por cinco dias consecutivos com 10 mg/kg (v.o.) de t-
DCTN e 24 h após o último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg,
v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vc t-DCTN (100 mg/kg)(ANOVA e Teste de
Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
t-DCTN
---
10
100
10 + 100
1148 ± 82,69
1382 ± 37,93
1675 ± 120,5
a
2144 ± 62,14
a,b
54
0
500
1000
1500
2000
2500
Controle
normal
10
100 10 + 100
t-DCTN
mg/kg
a
a,b
NP-SH (
µ
g/tecido)
FIGURA 10. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN sobre os níveis
hepáticos de glutationa na toxicidade aguda induzida por t-DCTN em camundongos.
Cada coluna representa a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de
glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10
mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens. Outro grupo
foi pré-tratado por cinco dias consecutivos com 10 mg/kg (v.o.) de t-DCTN e 24 h após o
último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs
controle normal;
b
p<0,001 vc t-DCTN (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
55
TABELA 6. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN sobre os níveis
séricos de ALT e AST na toxicidade aguda induzida por t-DCTN em camundongos.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis séricos de ALT e AST de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(10 mg/kg, v.o.) foram administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens das
transaminases. Outro grupo foi pré-tratado por cinco dias consecutivos com 10 mg/kg (v.o.)
de t-DCTN e 24 h após o último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg,
v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vs t-DCTN (100 mg/kg)(ANOVA e Teste de
Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
ALT
(U/ml)
AST
(U/ml)
Controle normal
t-DCTN
---
10
100
10 + 100
42,66 ± 5,701
40,08 ± 2,252
179,8 ± 8,766
a
64,96 ± 16,04
b
109,6 ± 3,609
112,6 ± 7,665
206,9 ± 2,336
a
128,9 ± 14,81
b
56
0
50
100
150
200
250
ALT
AST
Controle
normal
10
100 10 + 100
t-DCTN
mg/kg
a
b
a
b
Transaminases (U/mL)
FIGURA 11. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de t-DCTN sobre os níveis
séricos de ALT e AST na toxicidade aguda induzida por t-DCTN em camundongos. Cada
coluna representa a média ± erro pado da média (E.P.M.) dos níveis séricos de ALT e AST
(U/ml) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10mg/kg, v.o.) foram
administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens das aminotransferases.
Outro
grupo recebeu pré-tratamento por cinco dias consecutivos com 10 mg/kg (v.o.) de t-DCTN e
24 h após o último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vs t-DCTN (100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student
Newman Keul).
57
FIGURA 12. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 200x) Efeito do pré-
condicionamento com baixas doses de t-DCTN: (A) animais tratados com veículo (3% de
Tween 80 controle normal); (B) animais tratados com t-DCTN 100 mg/kg (único
tratamento); (C) animais tratados com t-DCTN 10 mg/kg ( 5 dias de tratamento); (D) animais
pré-tratados com t-DCTN 10 mg/kg ( 5 dias de tratamento) + t-DCTN 100 mg/kg ( único
tratamento).
58
5.4. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol na toxicidade aguda
induzida por t-DCTN:
O tratamento com t-DCTN (100 mg/kg, v.o.) promoveu um aumento significativo
(p<0,001) dos níveis de glutationa hepática (1675±120,5 µg/g de tecido) quando comparado
ao grupo controle normal (Tabela 7 e Figura 13). Este efeito também foi observado no grupo
que recebeu pré-tratamento com Etanol 1 g/kg por 5 dias consecutivos, seguida de uma
administração de t-DCTN na dose de 100 mg/kg (1893±110,4 µg/g de tecido).
Os níveis séricos das aminotransferases ALT e AST, aumentaram de forma
significativa (p<0,001) no grupo tratado com t-DCTN na dose de 100 mg/kg ( 167,5±14,39 e
196,8±10,28 U/ml, respectivamente) quando comparado ao grupo controle normal
(42,66±5,701 e 109,6±3,609 U/ml, respectivamente) (Tabela 8 e Figura 14).
O pré-tratamento com baixa dose de Etanol (1 g/kg, v.o.) por 5 dias consecutivos,
antes da administração da t-DCTN (100 mg/kg), foi capaz de reduzir significativamente
(p<0,001) os níveis de ALT e AST ( 102,4±22,15 e 116±15,73 U/ml, respectivamente)
quando comparado com o grupo que recebeu somente t-DCTN em alta dose (100 mg/ kg)
(167,5±14,39 e 196,8±10,28 U/ml, respectivamente).
A análise histológica dos fígados do grupo controle normal mostrou um tecido
hepático preservado, apresentando hepatócitos com a citoarquitetura íntegra. Já o grupo
tratado com t-DCTN, mostrou extensas áreas inflamatórias com presença de lulas
necróticas. No grupo que recebeu pré-tratamento com Etanol (1 g/kg) por 5 dias consecutivos,
antes da administração de t-DCTN em dose alta (100 mg/kg), observou-se pequenos pontos
de infiltrado inflamatório, no entanto, não foram observadas áreas hemorrágicas e necróticas
(Figura 15).
59
TABELA 7. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol sobre os níveis
de glutationa hepática na toxicidade aguda induzida por t-DCTN.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. Outro grupo foi
pré-tratado por cinco dias consecutivos com Etanol (10 g/kg, v.o.) e 24 h após o último
tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle
normal (100 mg/kg)(ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
Etanol (g/kg)
t-DCTN (mg/kg)
Etanol + t-DCTN
---
1
100
1 + 100
1148 ± 82,69
821,6 ± 70,93
1675 ± 120,5
a
1893 ± 110,4
a
60
0
500
1000
1500
2000
2500
a
a
Controle
Normal
100
1g/kg1g/kg
Etanol
t-DCTN (mg/kg)
Etanol
NP-SH (
µ
g/kg tecido)
FIGURA 13. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol sobre os níveis
de glutationa hepática na toxicidade aguda induzida por t-DCTN. Cada coluna representa
a média ± erro pado da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de
camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram
administrados 24 horas antes das dosagens. Outro grupo foi pré-tratado por cinco dias
consecutivos com Etanol (10 g/kg, v.o.) e 24 h após o último tratamento recebeu uma dose
aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal (ANOVA e Teste de
Student Newman Keul).
61
TABELA 8. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol sobre os níveis
séricos de ATL e AST na toxicidade aguda induzida por t-DCTN.
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis séricos de ALT e AST de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. Outro grupo foi pré-
tratado por cinco dias consecutivos com Etanol (10 g/kg, v.o.) e 24 h após o último tratamento
recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,01
vc controle normal;
c
p<0,001 vc t-DCTN (100 mg/kg); (ANOVA e Teste de Student Newman
Keul).
GRUPOS
DOSE
ALT
(U/ml)
AST
(U/ml)
Controle normal
Etanol (g/kg)
t-DCTN (mg/kg)
Etanol + t-DCTN
---
1
100
1 + 100
42,66 ± 5,701
60,92 ± 8,609
167,5 ± 14,39
a
102,4 ± 22,15
b,c
109,6 ± 3,609
109,3 ± 4,795
196,8 ± 10,28
a
116,0 ± 15,73
c
62
0
50
100
150
200
250
ALT
AST
Controle
Normal
1g/kg
Etanol
1g/kg
Etanol
100
t-DCTN (mg/kg)
a
a
b,c
c
Transaminases (U/mL)
FIGURA 14. Efeito do pré-condicionamento com baixas doses de Etanol sobre os níveis
séricos de ATL e AST na toxicidade aguda induzida por t-DCTN. Cada coluna representa
a média ± erro pado da média (E.P.M.) dos níveis séricos de ALT e AST (U/ml) de
camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10mg/kg, v.o.) foram
administrados 120, 96, 72, 48 e 24 horas antes das dosagens das transaminases.
Outro grupo
recebeu pré-tratamento por cinco dias consecutivos com 10 mg/kg (v.o.) de t-DCTN e 24 h
após o último tratamento recebeu uma dose aguda de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs
controle normal;
b
p<0,01 vc controle normal;
c
p<0,001 vc t-DCTN (100 mg/kg); (ANOVA e
Teste de Student Newman Keul).
63
FIGURA 15. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 200x) Efeito do pré-
condicionamento com baixas doses de Etanol: (A) animais tratados com veículo (3% de
Tween 80 controle normal); (B) animais tratados com t-DCTN 100 mg/kg (único
tratamento); (C) animais tratados com Etanol 1 g/kg ( 5 dias de tratamento); (D) animais pré-
tratados com Etanol 1 g/kg ( 5 dias de tratamento) + t-DCTN 100 mg/kg ( único tratamento).
64
5.5. Envolvimento do óxido nítrico (NO) no pré-condicionamento hepático da t-DCTN e
do etanol:
A tabela 9 mostra que os grupos tratados (t-DCTN; L-arginina + t-DCTN e D-arginina
+ t-DCTN) aumentaram significativamente (p<0,001) os níveis hepáticos de glutationa
(2402±91,15; 2085±103,8 e 2287±84,68 µg/g de tecido, respectivamente) quando comparados
com o grupo controle normal (1313±64,61 µg/g de tecido) (Figura 16).
Os níveis das aminotransferases séricas ALT e AST aumentaram significativamente
(p<0,001) no grupo tratado com t-DCTN 100 mg/kg (241,4±7,638 e 108,7±5,218 U/ml,
respectivamente) quando comparado ao grupo controle normal (75,16±7,638 e 108,7±5,218
U/ml, respectivamente). Este efeito também pode ser observado no grupo tratado com D-
arginina + t-DCTN (183,8±25,56 e 172,8±14,21 U/ml, respectivamente) (Tabela 10 e Figura
17).
O pré-tratamento com L-arginina (600 mg/kg, i.p.) antes da administração de t-DCTN
(100 mg/kg, v.o.) foi capaz de reduzir significativamente (p<0,001) os níveis de ALT e AST
(74,81±10,70 e 111,9±7,350 U/ml, respectivamente) quando comparado com o grupo que
recebeu somente t-DCTN (241,4±7,638 e 108,7±5,218 U/ml, respectivamente).
A análise dos cortes histológicos dos fígados do grupo tratado com t-DCTN (100
mg/kg) demonstrou extensas áreas de infiltrado inflamatório e células necróticas. O grupo que
recebeu pré-tratamento com D-arginina seguida da administração da t-DCTN apresentou
perda da arquitetura do tecido hepático com presença de infiltrado de polimorfonucleares
(PMN) e necrose. Já os grupos controle normal e L-arginina + t-DCTN demonstraram tecido
com arquitetura preservada e ausência de foco inflamatório (Figura 18).
65
TABELA 9. Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis hepáticos de Glutationa na
hepatotoxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos:
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A L-arginina (600
mg/kg, i.p.) ou D-arginina (400 mg/kg, i.p.) foram administradas 30 min antes da
administração da t-DCTN.
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,05 vc t-DCTN (100 mg/kg)
(ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
t-DCTN
L-Arginina + t-DCTN
D-Arginina + t-DCTN
---
100
600 + 100
400 + 100
1313 ± 64,61
2402 ± 91,15
a
2085 ± 103,8
a,b
2287 ± 84,68
a
66
0
500
1000
1500
2000
2500
Controle
Normal D-Arg
400 600
L-Arg
100
t-DCTN
mg/kg
NP-SH (
µ
g/g tecido)
a
a
a,b
FIGURA 16. Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis hepáticos de Glutationa na
hepatotoxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos. Cada coluna representa a
média ± erro pado da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de
camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram
administrados 24 horas antes das dosagens. A L-arginina (600 mg/kg, i.p.) ou D-arginina (400
mg/kg, i.p.) foram administradas 30 min antes da administração da t-DCTN.
a
p<0,001 vs
controle normal;
b
p<0,05 vc t-DCTN (100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student Newman
Keul).
67
TABELA 10. Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis séricos de ALT e AST na
toxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos:
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis séricos de ALT e AST de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A L-arginina (600 mg/kg,
i.p.) ou D-arginina (400 mg/kg, i.p.) foram administradas 30 min antes da administração da t-
DCTN.
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vs t-DCTN (100 mg/kg) (ANOVA e Teste de
Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
ALT
(U/ml)
AST
(U/ml)
Controle normal
t-DCTN
L-Arginina + t-DCTN
D-Arginina + t-DCTN
---
100
600 + 100
400 + 100
75,16 ± 7,638
241,4 ± 12,59
a
74,81 ± 10,70
b
183,8 ± 25,56
a
108,7 ± 5,218
201,9 ± 7,916
a
111,9 ± 7,350
b
172,8 ± 14,21
a
68
0
50
100
150
200
250
300
ALT
AST
Controle
Normal
D-Arg
400
600
L-Arg
100
t-DCTN
a
a
a a
b
b
Transaminases (U/ml)
mg/kg
a
FIGURA 17. Efeito do Óxido Nítrico (NO) sobre os níveis séricos de ALT e AST na
toxicidade induzida pela t-DCTN em camundongos. Cada coluna representa a média ± erro
pado da média (E.P.M.) dos níveis séricos de ALT e AST (U/ml) de camundongos (n=8). O
veículo (controle normal) e t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das
dosagens. A L-arginina (600 mg/kg, i.p.) ou D-arginina (400 mg/kg, i.p.) foram administradas
30 min antes da administração da t-DCTN.
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vs t-DCTN
(100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
69
FIGURA 18. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 200x) Envolvimento
do Óxido Nítrico no pré-condicionamento com t-DCTN e etanol: (A) animais tratados com
veículo (3% de Tween 80 controle normal); (B) animais tratados com t-DCTN 100 mg/kg;
(C) animais tratados com D-Arginina 300 mg/kg + t-DCTN 100 mg/kg; (D) animais tratados
com L-Arginina 600 mg/kg + t-DCTN 100 mg/kg.
70
5.6. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) na hepatite tóxica induzida por t-
DCTN:
A tabela 11 mostra que os grupos tratados (t-DCTN; Vitamina E + t-DCTN; NAC + t-
DCTN e NAC + Vitamina E +t-DCTN) aumentaram significativamente (p<0,001) os níveis
hepáticos de glutationa (2473±94,05; 2644±91,88; 2298±84,80 e 2099±126,0 µg/g de tecido,
respectivamente) quando comparados com o grupo controle normal (1409±82,92 µg/g de
tecido) (Figura 19).
Os níveis das aminotransferases séricas ALT e AST aumentaram significativamente
(p<0,001) no grupo tratado com t-DCTN 100 mg/kg (238,2±12,46 e 225,5±22,85 U/ml,
respectivamente) quando comparado ao grupo controle normal (67,07±4,295 e 122,9±10,55
U/ml, respectivamente). Este efeito também pode ser observado no grupo tratado com NAC +
t-DCTN (189,5±19,27 e 194,7±17,09 U/ml, respectivamente) (Tabela 12 e Figura 20).
O pré-tratamento com Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) antes da administração de t-
DCTN (100 mg/kg, v.o.) foi capaz de reduzir significativamente (p<0,001) os níveis de ALT
e AST (83,20±10,59 e 124,9±7,210 U/ml, respectivamente) quando comparado com o grupo
que recebeu somente t-DCTN (238,2±12,46 e 225,5±22,85 U/ml, respectivamente).
Consistente com o níveis séricos de ALT e AST, o pré-tratamento com vitamina E (0,063±
0,006 Abs- 532 nm), mas não com NAC (0,157± 0,010 Abs- 532 nm), causou diminuição
significativa (p<0,001) na formação hepática de TBARS induzida por t-DCTN quando
comparado com o grupo que recebeu somente t-DCTN (0,179± 0,015 Abs- 532 nm) (Tabela
13 e Figura 21). O tratamento combinado de vitamina E + NAC embora tenha mostrado ser
efetivo, não é aditivo em combater as alterações nos parâmetros bioquímicos induzidos por t-
DCTN.
A análise dos cortes histológicos dos fígados do grupo tratado com t-DCTN (100
mg/kg) demonstrou extensas áreas de infiltrado inflamatório e células necróticas. O grupo que
recebeu pré-tratamento somente com N-acetilcisteína seguida da administração da t-DCTN
apresentou perda da arquitetura do tecido hepático com presença de infiltrado de
polimorfonucleares (PMN) e necrose. Já os grupos controle normal, vitamina E + t-DCTN e
NAC + vitamina E + t-DCTN demonstraram tecido com arquitetura preservada e ausência de
foco inflamatório (Figura 22).
71
TABELA 11. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis de
Glutationa hepática na toxicidade induzida por t-DCTN em camundongos:
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de glutationa (NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E
(300 mg/kg, v.o.), NAC (150 mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e
NAC (150 mg/kg, i.p.) foram administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100
mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
NP-SH
(µg/g tecido)
Controle normal
t-DCTN
NAC + t-DCTN
Vitamina E + t-DCTN
NAC + Vitamina E + t-DCTN
---
100
150 + 100
300 + 100
150 + 300 + 100
1409 ± 82,92
2473 ± 94,05
a
2298 ± 84,80
a
2644 ± 91,88
a
2099 ± 126,0
a
72
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Controle
Normal
NAC
150
150
NAC
300
Vit-E
100
t-DCTN
mg/kg
a
a
a
a
NP-SH (
µ
g/kg tecido)
FIGURA 19. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis de
Glutationa hepática na toxicidade induzida por t-DCTN em camundongos. Cada coluna
representa a média ± erro pado da média (E.P.M.) para os níveis hepáticos de glutationa
(NP-SH) de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (100 mg/kg, v.o.)
foram administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E (300 mg/kg, v.o.), NAC (150
mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e NAC (150 mg/kg, i.p.) foram
administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle
normal (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
73
TABELA 12. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis séricos de
ALT e AST na hepatite tóxica induzida por t-DCTN em camundongos:
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis séricos de ALT e AST de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(100 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E (300
mg/kg, v.o.), NAC (150 mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e
NAC (150 mg/kg, i.p.) foram administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100
mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,001 vs t-DCTN (100 mg/kg) (ANOVA e
Teste de Student Newman Keul).
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
ALT
(U/mL)
AST
(U/mL)
Controle normal
t-DCTN
NAC + t-DCTN
Vitamina E + t-DCTN
NAC + Vitamina E + t-
DCTN
---
100
150 + 100
300 + 100
150 + 300 +100
67,07 ± 4,295
238,2 ± 12,46
a
189,5 ± 19,27
a
83,20 ± 10,59
b
64,30 ± 2,177
b
122,9 ± 10,55
225,5 ± 22,85
a
194,7 ± 17,09
a
124,9 ± 7,210
b
122,1 ± 8,132
b
74
0
50
100
150
200
250
300
ALT
AST
Controle
Normal
150
NAC
150
NAC
Vit-E
100
t-DCTN
a
a
a
a
b
b
b
b
300
Transaminases (U/mL)
FIGURA 20. Efeito da Vitamina E e N-Acetilcisteína (NAC) sobre os níveis séricos de
ALT e AST na hepatite tóxica induzida por t-DCTN em camundongos: Cada coluna
representa a média ± erro padrão da média (E.P.M.) dos níveis séricos de ALT e AST (U/mL)
de camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN (100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E (300 mg/kg, v.o.), NAC (150
mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e NAC (150 mg/kg, i.p.) foram
administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100 mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle
normal;
b
p<0,05 vs t-DCTN (100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
75
TABELA 13. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis hepáticos de
TBARS.
GRUPOS
DOSE
(mg/kg)
TBARS
(Abs – 532 nm)
Controle normal
t-DCTN
NAC + t-DCTN
Vitamina E + t-DCTN
NAC + Vitamina E + t-DCTN
---
100
150 + 100
300 + 100
150 + 300 + 100
0,035± 0,003
0,179± 0,015
a
0,157± 0,010
a
0,063± 0,006
c
0,082 ± 0,004
b,c
Os resultados são expressos como média ± erro pado da média (E.P.M.) para os
níveis hepáticos de TBARS em camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e t-DCTN
(100 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E (300
mg/kg, v.o.), NAC (150 mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e
NAC (150 mg/kg, i.p.) foram administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100
mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,01 vs controle normal;
c
p<0,001 vs t-DCTN
(100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
76
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
Controle
Normal
NAC
t-DCTN
Vit-E
NAC
a
c
b,c
150
300
100
a
mg/kg
TBARS (Abs - 532 nm)
FIGURA 21. Efeito da trans-desidrocrotonina (t-DCTN) sobre os níveis hepáticos de
TBARS. Cada coluna representa a média ± erro pado da média (E.P.M.) dos níveis
hepáticos de TBARS (Abs 532 nm) em camundongos (n=8). O veículo (controle normal) e
t-DCTN (100 mg/kg, v.o.) foram administrados 24 horas antes das dosagens. A Vitamina E
(300 mg/kg, v.o.), NAC (150 mg/kg, i.p.) ou a combinação de Vitamina E (300 mg/kg, v.o.) e
NAC (150 mg/kg, i.p.) foram administrados 1h antes da administração da t-DCTN (100
mg/kg, v.o.).
a
p<0,001 vs controle normal;
b
p<0,01 vs controle normal;
c
p<0,001 vs t-DCTN
(100 mg/kg) (ANOVA e Teste de Student Newman Keul).
77
FIGURA 22. Microfotografias de fígados de camundongos (H&E 200x) Efeito da
Vitamina E e NAC na hepatite tóxica induzida por t-DCTN: (A) animais tratados com
veículo (3% de Tween 80 controle normal); (B) animais tratados com t-DCTN 100 mg/kg;
(C) animais tratados com NAC (150 mg/kg) + t-DCTN 100 mg/kg; (D) animais tratados com
Vitamina E 300 mg/kg + t-DCTN 100 mg/kg; (E) animais pré-tratados com NAC (150
mg/kg) + Vitamina E 300 mg/kg + t-DCTN 100 mg/kg.
78
6. DISCUSO
A utilização de plantas medicinais tornou-se um recurso terapêutico alternativo de
grande aceitação pela população e vem crescendo junto à comunidade médica, desde que
sejam utilizadas plantas cujas atividades biológicas tenham sido investigadas cientificamente,
comprovando sua eficácia e segurança (YUNES; CHECHINEL, 2001).
A área da pesquisa farmacêutica e desenvolvimento de novos fármacos demandam
custos elevados para a produção de novos medicamentos, em contraste, um mero
substancial de drogas que alcançam as fases II e III não são utilizados na cnica (DIX, 2004).
A avaliação da segurança destes novos fármacos é um ponto de fundamental importância e se
realizada satisfatoriamente nos ensaios p-cnicos, pode melhorar a eficiência e diminuir os
custos destas pesquisas (LAPA et al., 2003).
Recentemente, muitas drogas foram retiradas do mercado devido aos ensaios
insuficientes de segurança nos estudos pré-cnicos. Podemos citar como exemplos o
astigmazol, uma droga antialérgica, associada com aumento da mortalidade em homens e
mulheres devido à prolongação do intervalo QT (SCHOUTEN, 1991), a triglitazona
pertencente à classe denominada tiazolidinas, efetivo em controlar a glicemia, mas com sérios
efeitos hepatotóxicos (ISLEY, 2003), além de provocar edema e insuficiência cardíaca
congestiva, particularmente quando combinado com insulina em pacientes portadores de
diabetes tipo 2 (DELEA, 2003) e risco de ataque cardíaco, choque e morte em pacientes que
fazem uso de agentes antiinflamatórios pertencente a classe de drogas inibidoras de COX-2,
como rofecoxib e lumiracoxib (DAVIES & JAMALI, 2004; GOTTLIEB, 2005).
As plantas medicinais são fontes de imeras moléculas com potencial terapêutico e
por isso merecem destaque neste contexto da segurança, é comum a crença de que por tratar-
se de uma substância natural seja desprovida de efeitos colaterais, entretanto há vários relatos
na literatura que demonstram o contrário, ou seja, várias espécies podem apresentar efeitos
tóxicos dependo do tempo e da via de utilização (RODRIGUES, 2007). Dentre os imeros
efeitos deletérios a saúde, podemos citar a hepatotoxicidade.
79
Várias espécies podem produzir danos hepáticos, segundo STARASKI et al.(2006) as
drogas e outros agentes químicos contribuem com pelo menos 5% dos casos de icterícia ou
hepatite aguda, além de um pequeno número de casos de doenças crônicas do fígado.
Dentre as espécies vegetais que produzem efeitos hepatotóxicos, podemos citar a
Rhamnus purshiana DC (Cascara sagrada), Chelidoniu majus, espécies do gênero Teucrium,
como o Teucrium polium (golden germander), o Teucrium chamaedrys L (germander) e seu
principal constituinte, teucrin, um diterpeno furanoclerodano e o extrato de Croton cajucara
(sacaca) e seu constituinte bioativo, t-DCTN. Estudos mostram que pessoas que fazem uso
prolongado dos extratos dessas plantas, no tratamento do diabetes mellitus e em dietas de
emagrecimento, sofrem de hepatotoxicidade (STARASKI et al.2006; SOARES, 2004;
PITTLER & ERNST, 2003; KOUZI et al., 1994; LEKEHAL et al., 1996).
Existe um grande interesse sobre os prováveis efeitos hepatotóxicos dos extratos de
Croton cajucara e seu constituinte bioativo, t-DCTN. Estudos com pessoas obesas que fazem
uso desta planta por longos períodos têm demonstrado que estas pessoas sofrem com hepatite
tóxica. Os estudos mostram ainda que a t-DCTN é citotóxica para fibroblastos V79 e tóxica
para hepatócitos de ratos in vitro e que a hepatotoxicidade parece ser uma possível limitação
para seu uso cnico (RODRIGUEZ & HAUN, 1999; MELO et al., 2002). Afora estes dados,
uma atividade antitumoral de t-DCTN também é encontrada na literatura (GRYNBERG et
al.,1999; MELO et al., 2004) e GRAIM et al (2008) demonstrou que o infuso de Croton
cajucara Benth (sacaca) foi capaz de determinar degeneração e necrose hepatocitária,
sugerindo que a hepatotoxicidade à sacaca é dose dependente.
O dano hepático induzido por fármacos pode ser hepatocelular, o que se traduzi por
aumento das aminotransaminases (ALT e AST), ou colestático, o que levará ao aumento de
bilirrubinas (particularmente da direta), da fosfatase alcalina e da gama-glutaril transferase
(G-GT). Observa-se que a agressão hepática causada pelos hipolipemiantes é principalmente
do tipo hepatocelular, levando, portanto, ao aumento de ALT e/ou AST. Geralmente esse
aumento é assintomático, transitório e cessa após a descontinuação do medicamento (RUSSO
& JACOBSON, 2002).
No presente estudo, a administração de doses mais elevadas de t-DCTN (100 e 300
mg/kg) aumentou significativamente os níveis séricos das aminotransferases (ALT e AST)
80
demonstrando um efeito hepatotóxico da t-DCTN. Em contraste, a administração em doses
menores (10 e 30 mg/kg) não causou nenhum aumento nestas enzimas, mesmo quando
administradas repetidamente por 5 dias consecutivos, sugerindo que a hepatotoxicidade da t-
DCTN é dose-dependente.
Este efeito tóxico da t-DCTN sobre os hepatócitos foi confirmado com a análise
histológica dos fígados dos camundongos tratados, onde foi verificada necrose multifocal com
infiltrações de lulas inflamatórias tanto mononucleares como polimorfonucleares.
Muitos dos hipolipemiantes empregados no dia a dia têm potencial hepatotóxico.
Assim, as estatinas, os fibratos, a niacina e as resinas podem produzir alterações hepáticas
(BERTOLAMI, 2005).
No caso das substãncias hipolipemiantes, pouco ainda é conhecido sobre quais os
mecanismos que podem estar envolvidos quando eles determinam hepatotoxicidade. Acredita-
se que, na maioria das vezes em que a agressão hepática ocorre, existe a participação de mais
de um mecanismo. Entre eles o mais importante é o estresse oxidativo ocasionado pela
agressão dos fármacos às mitocôndrias, seja por inativação ou ligação a enzimas respiratórias
ou ao DNA mitocondrial, desregulando a oxidão dos ácidos graxos e a produção de energia
celular. Isto resulta no aparecimento de metabolismo anaeróbico, acidose lática e acúmulo de
triglicérides nas células (esteatohepatite) (LEE, 2002; JAESCHKE et al., 2002).
Qualquer tipo de lesão hepática pode causar elevões significativas nas
concentrões de aminotransferases AST e ALT (PRATT, 2002). A lesão hepática aguda
pode ser de origem citotóxica ou colestática. A lesão citotóxica assemelha-se à hepatite aguda
e é caracterizada por lesão dos hepatócitos com proeminentes elevões das aminotransferases
(PIÑEIRO-CARRERO; PIÑEIRO, 2004).
Logo, as aminotransferases (AST e ALT) são indicadores sensíveis de lesão hepática e
constituem ferramentas úteis no reconhecimento de doenças hepatocelulares agudas, como é o
caso da hepatite tóxica. A AST é encontrada no fígado, miocárdio, músculo esquelético, rins,
cérebro, pâncreas, pulmões, leucócitos e eritrócitos, em ordem decrescente de concentração.
A ALT é encontrada principalmente no fígado. As aminotransferases estão normalmente
presentes no soro em baixas concentrações e são liberadas do fígado em maiores quantidades
81
quando há lesão da membrana celular do hepatócito, resultando em permeabilidade
aumentada (PIÑEIRO-CARRERO; PIÑEIRO, 2004; PROVAN; KRENTZ, 2002).
Tendo em vista que a utilização da t-DCTN é bastante difundida devido os seus efeitos
benéficos como antiinflamatório, gastroprotetor, hipoglimico e hipolipidêmico, buscamos
estabelecer estratégias farmacológicas com o intuito de amenizar os efeitos hepatotóxicos da
exposição prolongada a altas doses da t-DCTN. Desta forma, neste estudo investigamos os
efeitos do pré-condicionamento com baixas doses da t-DCTN (10 mg/kg, v.o., por 5 dias
consecutivos) ou etanol (1 g/kg, v.o., por 5 dias consecutivos) na prevenção da
hepatotoxicidade induzida por alta dose de t-DCTN (100 mg/kg, v.o.) em camundongos.
Comumente, em toxicologia, quando se compara os efeitos tóxicos e benéficos de
substâncias utilizando-se baixas doses, entra em pauta o conceito de hormesis. Hormesis
tem sido definida como um femeno de dose-resposta caracterizado por respostas
estimulatórias quando se utiliza baixas doses e uma resposta inibitória com o uso de altas
doses. Este femeno parece ser uma resposta primária adaptativa ao estresse, que
desencadeia reparo celular e sistemas de manutenção (CALABRESE & BALDWIN, 2003;
CALABRESI, 2004).
Um exemplo de um efeito adverso que é necessário para a indução de um efeito
benéfico é consumo de ácidos graxos poliinsaturados. Dietas com altos níveis desses ácidos
conhecidamente protegem contra lesões neoplásicas nos estágios iniciais da carcinogênese de
cólon induzida quimicamente (DOMMELS et al., 2003).
O precondicionamento isquêmico ou farmacológico é uma ferramenta que pode ser
utilizada em toxicologia cnica e experimental para avaliar o potencial terapêutico e tóxico de
substâncias em estudo. A utilização pvia de drogas com o intuito de gerar possíveis efeitos
protetores é relativamente recente em farmacologia, pom de valor significativo em ambiente
pré-cnico.
Um exemplo de precondicionamento farmacológico foi demonstrado por Xu et al
(2006) que comprovaram o efeito protetor da concanavalina A quando utilizada em baixas
doses em modelo de precondicionamento em camundongos. É sabido que a dose de 3 μg/g de
concanavalina A não causa efeitos tóxicos. Por outro lado, a dose de 15 μg/g demonstra
82
severa infiltração de lulas inflamatórias, macrófagos, células T, aumento das transaminases
e citocinas pró-inflamatórias (IL-4, IL-12 e TNF-α). O pré-tratamento dos camundongos com
a dose de 3 μg/g 12 horas antes da dose de 15 μg/g provocou diminuição sérica de citocinas e
transaminases e redução da necrose hepática induzida por concanavalina A.
Alguns trabalhos demonstram um efeito protetor do precondicionamento isquêmico
(PI) em modelo de isquemia e reperfusão (I/R) em fígado de suínos. Shimoda et al (2007)
mostraram que animais que passavam por episódios de 10 min de isquemia e 10 min de
reperfusão seguidos por um período maior de I/R (15 min/5min, respectivamente)
apresentaram prevenção dos danos hepáticos (diminuição de necrose, diminuição dos níveis
de AST, TNF-α e NO
2
-
/NO
3
-
). Tais resultados sugerem que o PI tem um potencial cnico no
curso pós-operatório de paciente que passam por hepatectomia (SHIMODA, et al. 2007).
Os resultados do presente estudo mostraram que o pré-tratamento por cinco dias com
pequenas doses de t-DCTN (10 mg/kg) ou Etanol (1 g/kg) foi capaz de promover um pré-
condicionamento nos animais expostos a altas doses da t-DCTN. Isto foi verificado pela
diminuição significativa dos níveis séricos de ALT e AST, quando comparado com o grupo
tratado somente com t-DCTN (100 mg/kg). Corroborando com estes resultados, a análise
histológica do tecido hepático mostrou uma diminuição significativa no infiltrado
inflamatório e na área necrosada, indicando que o pré-condicionamento farmacológico com
pequenas doses de t-DCTN ou Etanol é uma estratégia útil na prevenção da hepatotoxicidade
associada a altas doses de t-DCTN.
Pom, os mecanismos por ts desta protão não foram esclarecidos. Estudos
anteriores indicaram que a indução da heme oxigenase-1 (HO-1) tem um papel protetor contra
o dano hepático por isquemia-reperfusão e sugerem que o precondicionamento com
doxorubicina ou sinvastatina pode ser clinicamente útil (ITO et al., 2000; LAI et al., 2008).
HO-1 é a enzima que controla a taxa de biossíntese e degradação da heme e, em um estudo
bastante recente, não foi observada mudança alguma no nível da HO-1 no tecido hepático de
ratos alimentados com etanol (ZHENG et al., 2008). Por esta razão, não fizemos nenhuma
tentativa para analisar o papel da HO-1 no hepatoproteção oferecida pelo precondicionamento
com etanol.
83
A administração de etanol em baixa concentração (200 mL/L) foi demonstrada por
oferecer gastroproteção adaptável em ratos contra o dano gástrico induzido por uma
concentração mais alta (800 mL/L), que poderia ser atenuado através da administração de
NG-nitro-L-arginine metil ester (L-NAME), um inibidor da NO sintase (NOS) (KO et al.,
2004). Por analogia, nós verificamos no presente estudo se uma baixa dose de etanol (1 g/kg)
ou t-DCTN (10 mg/kg) poderia amenizar o dano hepático associado a altas doses de t-DCTN
(100 mg/kg). Os resultados demonstraram uma evidente hepatoproteção pela administração de
baixas doses de etanol ou t-DCTN.
Na tentativa de elucidar o mecanismo envolvido no pré-condicionamento com t-
DCTN ou Etanol foi avaliado o papel do NO (óxido nítrico) nesta hepatoproteção. Assim, os
animais foram pré-tratados com L-arginina ou D-arginina antes da indução da hepatite tóxica
pela t-DCTN (100 mg/kg).
A L-arginina é o aminoácido precursor essencial na produção do NO. A síntese do NO
resulta da oxidação de um dos dois nitrogênios guanidinos da L-arginina, que é convertida em
L-citrulina pela enzima NO-sintase (NOS) (MARIETA, 1993; MONCADA et al.,1991).
Os resultados obtidos mostraram que a suplementação com L-arginina foi capaz de
prevenir os efeitos hepatotóxicos de t-DCTN, que se deve parcialmente à produção de NO e
ao aumento da microcirculação. No entanto, o mesmo não pode ser verificado com a
suplementação com D-arginina, já que a forma dextrógira da arginina não tem efeito na
produção de NO.
A presença de NO em baixas concentrações está associada aos efeitos benéficos no
TGI, enquanto o NO em altas concentrões pode induzir a formação de radicais derivados do
nitrogênio, que são altamente citotóxicos (WALLACE & MILLER et al., 2000; JOSHI et al.,
1999). Este achado pode explicar em parte o efeito hepatoprotetor de baixas doses da t-DCTN
ou etanol, e o efeito hepatótoxico destes, quando administrados em doses mais altas,
sugerindo o envolvimento do NO neste efeito. Pom, outros estudos são necessários para
estabelecer o mecanismo molecular da suplementação de L-arginina no dano hepático
induzido por t-DCTN.
84
Os dados obtidos neste estudo claramente mostram o potencial hepatotóxico da t-
DCTN como comprovado pela elevada atividade das transaminases AST e ALT no soro e
observões histológicas que fortalecem os resultados encontrados. Estes resultados
confirmam estudos anteriormente relatados em relação a sua alta-dose associada ao dano
hepático (RODRIGUEZ et al., 2004). Pom, seu mecanismo de ação tóxica permanece
inexplicado.
Alguns dos derivados de plantas ou compostos sintéticos podem induzir
hepatotoxicidade agindo como pró-oxidantes. A atividade pró-oxidante pode ser um fator
contribuinte para a hepatotoxicidade de agentes hipoglicemiantes como troglitazona
(TAFAZOLI et al., 2005).
Alterações das funções hepáticas e renais em decorrência da ação tóxica de
xenobióticos podem estar associadas à lipoperoxidação tecidual (WEIJL et al., 1997;
NAZIROGLU et al., 2004). A peroxidação lipídica interfere nas funções biológicas, por
provocar alterões em organelas celulares, incluindo os peroxissomas (DE DUVE, 1969),
lisossomas (DE DUVE; WATTIAUX, 1966), reculo endoplasmático (WILLS, 1971), e
mitocôndrias (NOHL; HEGNER, 1978). Hemoproteínas e complexos não heme de ferro,
cobre e manganês são constituintes das membranas celulares que podem formar radicais livres
provocando oxidação de ácidos graxos, mudanças na fluidez e permeabilidade da membrana,
resultando em alterões celulares (MIQUEI, 1989).
A formação de radicais reativos de oxigênio é causa mais provável da
hepatotoxicidade de rmacos. A remoção ineficaz dos radicais livres formados durante o
estresse oxidativo pode alterar a composição lipídica das membranas celulares via
peroxidação lipídica e induzir depleção de antioxidantes celulares que resultam em danos a
membranas hepáticas e outras lulas (CONKLIN, 2004).
Os fosfolipídios de membrana estão entre as moléculas orgânicas mais instáveis,
devido ao seu elevado conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados (VLADIMIROV et al.,
1981). A peroxidação de ácidos graxos poliinsaturados resulta na formação de radicais peroxil
e alcoxil. Estes produtos primários da peroxidão lipídica, que são altamente reativos e tem
curta duração, sofrem reações formando produtos secundários da peroxidação lipídica que
incluem uma variedade de aldeídos, como malondialdeído (MDA), 4-HNE (4-hidroxinonenal)
85
e acroleína. Os aldeídos são mais estáveis do que os produtos primários e podem se difundir
através da lula, lesando os componentes da membrana e interferindo nas funções celulares.
Devido às suas características eletrofílicas, os aldeídos se ligam aos grupos nucleofílicos dos
aminoácidos como cisteína, lisina, histidina, serina e tirosina, os quais são componentes
críticos dos sítios ativos de enzimas ou são necessários para a manutenção da estrutura
terciária das proteínas. A ligação destes aldeídos a proteínas resulta na inibição enzimática e
na alteração da estrutura dos receptores celulares, constituindo um evento chave da
citotoxicidade de hepatotoxicantes (CONKLIN, 2004).
Proteínas com grupamentos sulfidrílicos são muito sensíveis à oxidação por espécies
reativas de oxigênio e parte dos grupos sulfidrílicos são oxidados na presença das espécies
reativas de oxigênio. A modificação da estrutura dessas proteínas pelo estresse oxidativo
geralmente é acompanhada do enfraquecimento de várias funções mitocondriais e quebra da
homeostase intracelular do lcio. Esses grupamentos são importantes para a atividade
biológica de muitas enzimas, entre elas as ATPases e desempenham importante função na
transição da permeabilidade mitocondrial (TPM), responsável por disfunção mitocondrial
irreversível.
A resposta ao estresse oxidativo pode ser descrita como o femeno pelo qual a lula
responde a alterações no seu estado redox. Por estarem continuamente expostos a espécies
reativas de oxigênio (EROs), os organismos diversos, desde bactérias a humanos têm
desenvolvido mecanismos de manutenção da homeostase redox celular (RODRIGUES-
POUSADA, et al., 2005). O conjunto de defesas mitocondriais contra o estresse oxidativo
inclui moléculas antioxidantes de baixo peso molecular e enzimas como: GSH, NADPH,
superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GRd), além
das vitaminas C e E (LIU; KEHRER, 1996).
Normalmente, o ânio superóxido (O
2
-
) é transformado em peróxido de hidrogênio
(H
2
O
2
) pela ação da superóxido dismutase (SOD). O H
2
O
2
é reduzido a H
2
O pela glutationa
peroxidase, consumindo glutationa reduzida (GSH), a qual é mantida neste estado pela
glutationa redutase, que utiliza NADPH (KOWALTOWSKI et al., 2001; GUTTERIDGE;
HALLIWELL, 2000; SHAN; AW; JONES, 1990).
86
A glutationa é um tripepdeo que contém um grupamento sulfidrílico capaz de ligar-
se a compostos eletrofílicos diretamente ou através de reações catalisadas pela glutationa
transferase produzindo conjugados com o ácido mercaptúrico. A glutationa também pode
servir de substrato na eliminação de peróxidos resultantes da dismutação do radical
superóxido, reação catalisada pelas diferentes formas da glutationa peroxidase (GOLDSTEIN;
SCHELLMANN, 1994).
A NADPH é considerada uma fonte primária de equivalentes redutores para o sistema
glutationa. Em muitos tecidos animais, a NADPH necessária para que ocorra a redução da
GSSG é fornecida pela via das pentoses-fosfato, pela oxidação do malato em piruvato, por
atividade da enzima extramitocondrial malato desidrogenase, ou pela conversão do isocitrato
em α-cetoglutarato, através da ação da isocitrato desidrogenase citoplasmática (SCHAFER;
BUETTNER, 2001). Logo, a NADPH é um constituinte fundamental do sistema de defesa
antioxidante mitocondrial, e um estresse oxidativo prolongado pode levar à produção e ao
consumo permanente de NADPH, resultando em conseências incompaveis com a
sobrevivência da célula (MOTA et al., 2004).
t-DCTN e seus metalitos podem alterar o equilíbrio redox para um estado mais
oxidado no fígado, no qual age de forma pró-oxidante, reduzindo as defesas antioxidantes das
lulas e criando um estresse oxidativo, um processo danoso que pode ser um importante
mediador do dano da estrutura celular, inclusive lipídios, membranas, proteínas e DNA
(VALKO et al., 2007). Os antioxidantes interagem com os radicais livres, neutralizando-os,
protegendo o corpo contra os efeitos destrutivos destes radicais e prevenindo o dano celular
(FLORA, 2007). Então, uma combinação com propriedades antioxidantes pode
terapeuticamente melhorar a progressão da peroxidação lipídica e o dano hepatocelular
induzidos por hepatotoxicantes.
Vitamina E e N-acetilcisteína (NAC) são antioxidantes clinicamente úteis que
protegem o corpo contra estresse oxidativo. É sabido que a deficiência de vitamina E aumenta
a peroxidação lipídica no tecido hepático e sua suplementação altera a oxidação lipídica in
vivo (DUTHIE et al., 2005). GSH faz um papel importante aliviando o dano tissular induzido
pela formação de radicais livres (HUSAIN et al., 2001; MOLINA et al., 2003) e sua
deficiência está associada com numerosas condições patológicas.
87
A administração de NAC, um precursor da cisteína, aumenta os níveis intracelulares
de GSH. NAC, melhor conhecido por sua utilização em estudos da toxicidade do
acetaminofeno, é um seguro e bem-tolerado andoto para deficiência de cisteína/GSH
(ATKURI et al., 2007). Também estudos sugerem uma interação entre GSH e vitamina E
protegendo contra peroxidação lipídica (MILCHAK & DOUGLAS BRICKER, 2002). Assim,
este estudo investigou os efeitos do pré-tratamento com vitamina E e NAC no dano hepático
associado a uma alta-dose (100 mg/kg) de t-DCTN, através da análise da glutationa e TBARS
hepáticos e transaminases séricas (AST e ALT), e usando uma aproximão histológica.
A administração de t-DCTN (100 mg/kg) aumentou significativamente a GSH
hepática e os níveis séricos de AST e ALT, e quando foram co-administrados NAC e t-
DCTN, as atividades de AST e ALT não foram significativamente diferentes dos valores
obtidos com t-DCTN. Recentemente, foram relacionados mecanismos potenciais que estão
por ts da hepatotoxicidade de pironas de kava e diterpeides de germander para a depleção
intracelular de glutationa e/ou formação de quinona. (ZHOU et al., 2007; LÜDE et al., 2008).
Como o germander, a sacaca (Croton cajucara) também é usada tradicionalmente como um
adjuvante a suplementos dietéticos emagrecedores. De forma interessante, ao contrário de
germander, t-DCTN aumenta a glutationa celular possivelmente devido a uma resposta ao
estresse oxidativo.
O tratamento com t-DCTN comprovou alterações morfológicas em histologia do
fígado. Os animais do grupo controle não mostraram nenhuma anormalidade na
citoarquitetura do parênquima hepático. A co-administração de NAC com t-DCTN mostrou
nenhum sinal de alterão e o padrão morfológico era semelhante ao grupo tratado somente
com t-DCTN. Análises bioquímicas e histológicas mostram que o tratamento com NAC não
melhora o efeito hepatotóxico da t-DCTN. Em contraste, a hepatotoxicidade de t-DCTN é
significativamente reduzida através do tratamento com vitamina E, como comprovada pela
diminuição dos níveis séricos de ALT e AST, de TBARS hepático e redução da gravidade das
alterações histológicas, sugerindo que a vitamina E combate o estresse oxidativo (BANSAL et
al., 2005; ARAKAWA & ITO, 2007).
A redução, mediada pela vitamina E, nos níveis de AST, ALT e TBARS para os
valores normais respectivos pode ser uma indicação de estabilização da membrana
plasmática, assim como, de reparo do dano ao tecido hepático causado pela t-DCTN. Os
88
resultados encontrados estão de acordo com os estudos de Gokcimen et al. (2007) nos quais
relataram danos hepatocelulares que poderiam ser protegidos eficazmente através da
administração de vitamina E, mas não de NAC.
A medida de TBARS (Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) é usada para
avaliar a lipoperoxidação, ou seja, quando os lipídios sofrem ação dos radicais livres. TBARS
reflete a quantidade de malonaldeído (MDA) formado, um produto final da peroxidação dos
ácidos graxos da membrana (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2001).
Logo, a investigação presente mostrou que uma dose alta de t-DCTN pode aumentar o
estresse oxidativo, como comprovado por um aumento nas atividades de ALT e AST e
formação aumentada de TBARS no fígado, uma indicação de peroxidação lipídica. O
aumento na GSH hepático poderia ser uma causa de defesa do hospedeiro contra o estresse
oxidativo connuo. Desde que vitamina E protegeu fígado contra a peroxidação lipídica e
restabeleceu o TBARS, AST e ALT para níveis quase normais, a peroxidação lipídica pode
ser a causa principal do dano hepatocelular em camundongos tratados com t-DCTN. A
vitamina E pode ser usada como medida profilática para combater o dano hepático associado
com o uso de alta dose de t-DCTN.
89
7. CONCLUSÕES
v A trans-desidrocrotonina apresentou toxicidade hepática quando administrada em
altas doses (100 e 300 mg/kg, v.o.), demonstrada por um aumento nas atividades de
ALT e AST e nas lees hepáticas.
v Doses menores de t-DCTN (10 e 30 mg/kg, v.o.) não elevaram os níveis das
transaminases séricas, mesmo quando administradas sucessivamente, evidenciando
que a toxidade hepática associada a t-DCTN é dependente da dose.
v O p-condicionamento com baixas doses de t-DCTN (10 mg/kg, v.o.) ou etanol
(1g/kg, v.o.) foi capaz de previnir contra a hepatite tóxica induzida por altas doses de
t-DCTN. Isto foi confirmado pela diminuição nos níveis das transaminases (ALT e
AST) e nas lees do fígado observadas histologicamente.
v A L-arginina, um aminoácido essencial na produção de NO, foi capaz de amenizar os
efeitos tóxicos induzidos por t-DCTN, possivelmente devido a um aumento na
microcirculação hepática, pom outros estudos são necessários para estabelecer o
mecanismo molecular da suplementação com L-arginina na lesão hepática.
v A toxicidade de uma alta dose de t-DCTN provavelmente está relacionada a um
estresse oxidativo, como comprovado por um aumento nas atividades de ALT e AST e
formação aumentada de TBARS no fígado, uma indicação de peroxidão lipídica. A
vitamina E, um antioxidante lipossolúvel, restabeleceu o TBARS, AST e ALT para
níveis quase normais, sugerindo que a peroxidão lipídica pode ser a causa principal
do dano hepatocelular em camundongos tratados com t-DCTN.
v A suplementação com vitamina E ou o pré-condicionamento com baixas doses de t-
DCTN ou de etanol poderiam ser uma medida profilática útil para combater a
hepatotoxicidade associada a altas doses de t-DCTN.
90
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGFICAS
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