Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
PATRÍCIA DE ARAÚJO RODRIGUES
ATIVIDADE GASTROPROTETORA E ANTIOXIDANTE DE
EXTRATOS E CONSTITUINTES QUÍMICOS DE BYRSONIMA SERICEA
DC. E PLECTRANTHUS GRANDIS CRAMER (WILLENSEM)
FORTALEZA-CE
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
PATRÍCIA DE ARAÚJO RODRIGUES
ATIVIDADE GASTROPROTETORA E ANTIOXIDANTE DE
EXTRATOS E CONSTITUINTES QUÍMICOS DE BYRSONIMA SERICEA
DC. E PLECTRANTHUS GRANDIS CRAMER (WILLENSEM)
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Veterinárias da Universidade Estadual do Ceará
como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em
Ciências Veterinárias.
Área de concentração: Reprodução e Sanidade Animal.
Linha de Pesquisa: Reprodução e sanidade de carnívoros,
onívoros, herbívoros e aves.
Orientadora: Profa. Dra.Selene Maia de Morais
Co-orientadora: Profa. Dra. Flávia Almeida Santos
FORTALEZA-CE
2008
ads:
2
PATRÍCIA DE ARAÚJO RODRIGUES
ATIVIDADE GASTROPROTETORA E ANTIOXIDANTE DE
EXTRATOS E CONSTITUINTES QUÍMICOS DE BYRSONIMA SERICEA
DC. E PLECTRANTHUS GRANDIS CRAMER (WILLENSEM)
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da
Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial
para a obtenção do título de Doutor em Ciências
Veterinárias.
Aprovada em: ____/_____/_____
Banca Examinadora
____________________________
Selene Maia de Morais, Profa. Dra.
Orientadora (UECE)
____________________________ _______________________________
Flávia Almeida Santos, Profa. Dra. Sônia Mª Oliveira da Costa, Profa. Dra.
Examinadora (UFC) Examinadora (UECE)
_____________________________ ______________________________
Cláudio Cabral Campello, Prof. Dr. Ednardo Rodrigues Freitas, Prof. Dr.
Examinador (UECE) Examinador (UFC)
3
Ao Criador, pela força dada nas horas mais difíceis da minha da
vida.
À minha filha Carolina, razão maior dos meus esforços e da
minha vontade de vencer, minha melhor inspiração.
Aos meus pais, Luiz Rodrigues Feijão e Ledir de Araújo
Rodrigues pela ajuda e incentivo constantes aos meus estudos.
Dedico.
4
O grande obstáculo ao conhecimento não é a ignorância, mas a
ilusão do conhecimento”.
(Daniel Boorstein).
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida, força e coragem a mim concedida durante toda esta
caminhada árdua.
À Profa. Dra. Selene Maia de Morais, pela orientação, apoio e sensibilidade de
compreender minhas dificuldades, e também como exemplo de sabedoria e competência que
me incentivou e estimulou ao longo desta difícil jornada. Meu carinho e reconhecimento.
À Maria José Siqueira Prado, minha querida amiga (quase mãe) dos momentos bons e
ruins, nos quais nesses agradecimentos eu não teria como expressar minha gratidão e amor que
sinto por ela.
À Maria Tereza Batista de Araújo Feijão, pelo imenso carinho dispensado a minha filha,
e pelo espírito de solidariedade que teve comigo nessa longa e dura jornada.
À Profa. Dra. Flávia Almeida Santos, pela co-orientação valiosa, disponibilidade e
acolhimento no Laboratório de Produtos naturais (LPN) que foram essenciais para finalização
deste trabalho. Minha gratidão.
Ao Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao, pelo apoio e valiosas sugestões. Meu muito
obrigado.
À Profa. Dra. Geanne Matos Andrade, que gentilmente cedeu seu laboratório para
realização dos experimentos.
À Profa. Dra. Maria Izabel Florindo Quedes do Lab. de Bioquímica Humana da UECE,
que sempre muito gentil, me disponibilizou seu laboratório para que pudesse dar continuidade
aos experimentos.
Aos amigos que fiz durante o curso, Cícero Temístocles, Michelline Maciel, Suzana,
Nadja e Davi. Especialmente, as minhas grandes amigas, Márcia Maria Mendes Marques
(Márcinha) e Ana Raquel de Araújo Silva (Aninha) companheiras nos momentos de alegria e
6
descontração, bem como na parceria durante os experimentos e por terem sido pessoas
companheiras fiéis, me apoiando e dando força para seguir em frente.
Em especial à Carolina Sousa Melo, do Dep. de farmacologia da UFC pela sua valiosa
ajuda e dedicação aos meus experimentos, parceira fundamental para execução e finalização
desse trabalho.
A Liza de Araújo Aguiar pela inestimável ajuda no início do curso e nos muitos
experimentos que fizemos juntas. Meu carinho.
Ao Dr. Roberto Lima de Albuquerque e Maria Gorette Vasconcelos Silva da UFC, pelo
fornecimento dos dois compostos isolados, uma das bases para realização deste trabalho.
A todas as professoras e aos bolsistas Lyeghyna, Vanessa, Karine, Denis, Edson,
Harlleys e Leonardo do Laboratório de Química de Produtos Naturais pela ajuda e amizade
demonstrados nestes anos de convívio saudáveis e proveitosos.
A coordenação do PPGCV, e Adriana, secretária, sempre muito paciente comigo bem
como aos professores do curso.
À Universidade Estadual do Ceará, através do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias, pela oportunidade de realização deste curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela
concessão da bolsa de estudos.
A todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente para que a realização desse
estudo saísse de maneira ordeira e com êxito.
7
RESUMO
Neste estudo o extrato etanólico das folhas de Byrsonima sericea DC. (BSLE), conhecida como
murici da praia, e dois diterpenos, barbatusina (BB) e 3β-hidroxi-3-deoxobarbatusina (OHBB),
isolados de Plectranthus grandis, popularmente chamado de boldo grande, foram avaliados em
modelos experimentais de lesão gástrica induzida por etanol. Doses de 500 e 1000 mg/kg, v.o.
não foram tóxicas para BSLE. A dose de 1000 mg/kg de BSLE reduziu o trânsito intestinal
quando comparado com o controle (atropina 1 mg/kg). BSLE nas doses de 125, 250, 500 e
1000 mg/kg, v.o. atenuou significativamente as lesões gástricas induzidas por etanol em 58, 86,
80 e 90% respectivamente. No modelo de indometacina, as doses de 250, 500 e 1000 mg/kg,
v.o. atenuaram as lesões, inibindo em 53, 51 e 53 % respectivamente. BSLE (250 mg/kg) teve
efeito significativo sobre fatores protetores da mucosa strica aumentando as concentrações de
muco gástrico, de grupamentos sulfidrílicos não-protéicos (GSH) e da enzima superóxido
desmutase (SOD), diminuiu os níveis de malonaldeído não alterando os níveis de catalase. O
pré-tratamento com o antagonista dos receptores TRPV1 capsazepina, L-NAME e
glibenclamida foi capaz de reverter o efeito gastroprotetor de BSLE. Os resultados do presente
estudo indicam uma ação citoprotetora conferindo efeito gastroprotetor contra injúria gástrica
induzida por etanol e indometacina, demonstrando uma possível participação desse extrato, na
ativação dos receptores vanilódes TRPV1, liberação de óxido nítrico, abertura de canais de
potássio sensíveis a ATP e ação antioxidante. A análise do BSLE por cromatografia líquida de
alta eficiência revelou a presença dos flavonóides rutina, isoquercitrina, camferol-3-O-
rutinosideo e quercetina. Estes compostos apresentam atividade antioxidante relatada na
literatura. A ão gastroprotetora dos diterpenos de P. grandis OHBB e BB foi avaliada nas
doses de 2,5; 5,0 e 10 mg/kg, v.o., OHBB em todas as doses reduziu significativamente as
lesões gástricas (53, 55, e 96% respectivamente) e a BB apenas nas doses de 5,0 e 10 mg/kg (31
e 76 % respectivamente). OHBB (5mg/kg) e BB (10 mg/kg) causaram aumento de forma
significativa os níveis de GSH e diminuiram os níveis de malonaldeído. O pré-tratamento com
capsazepina e L-NAME não foi capaz de reverter o efeito gastroprotetor da OHBB enquanto
que o pré-tratamento com glibenclamida reverteu o efeito gastroprotetor da OHBB.
Adicionalmente, o efeito da BB foi significativamente reduzido em camundongos pré-tratados
com capsazepina e L-NAME. OHBB foi capaz de causar depleção da catalase, enquanto que a
administração de BB não alterou a quantidade desta enzima no tecido gástrico. OHBB
8
preservou a quantidade da enzima superóxido desmutase e a BB foi capaz de aumentar a
quantidade da mesma no tecido. Os resultados do presente estudo indicam uma ação
citoprotetora e antioxidante da OHBB e BB que devem contribuir para o efeito gastroprotetor
contra injúria gástrica induzida por etanol. Os diterpenos agem por mecanismos distintos,
conforme foi demonstrado nos resultados.
Palavras chaves: Byrsonima sericea. Plectranthus grandis. Barbatusina. 3-β hidroxi-3-
deoxibarbatusina. Gastroproteção. Flavonóides.
9
ABSTRACT
In this study the leaf ethanol extract of Byrsonima sericea DC. (BSLE), known as murici of the
beach, and two diterpenes, barbatusin (BB) and 3β-hydroxy-3-deoxobarbatusin, (OHBB),
isolated from Plectranthus grandis, popularly called big boldo, were evaluated in experimental
models of gastric lesions induced by ethanol. Dose of 500 and 1000 mg / kg, p.o. were not
toxic. Dose of 1000 mg / kg of BSLE reduced the intestinal transit compared with the control
(atropine 1 mg / kg), showing an anti effect. BSLE at doses of 125, 250, 500 and 1000 mg / kg,
po significantly attenuated the gastric lesions induced by ethanol in 58, 86, 80 and 90%
respectively. In the model of indomethacin, dose of 250, 500 and 1000 mg / kg, p.o.
significantly attenuated the gastric damage, inhibiting in 53, 51 and 53% respectively. BSLE
(250 mg / kg) had a significant effect on gastric mucosal protective factors, the concentration of
the gastric mucous concentration of non-protein sulfhydryl groups (GSH), and the levels of
malonaldehyde, as well as the activity of enzymes, superoxide dismutase and catalase. The
characterization of the mechanism of action was taken through biological tests in order to
assess the action via the activation of nerve endings sensitive to capsaicin, the role of nitric
oxide and also the participation of potassium channels. The pre-treatment with the TRPV1
receptor antagonist capsazepina, L-NAME and glibenclamide was able to reverse the effect
gastroprotetor of BSLE. The results of this study indicate an action cytoprotectant
gastroprotetor giving effect against gastric injury induced by ethanol and indomethacin,
demonstrating a possible participation of this statement, the activation of TRPV1 receptor
vanilloid, release of nitric oxide, opening of potassium channels and sensitive to ATP action
antioxidant. The analysis of BSLE by high performance liquid chromatography revealed the
presence of flavonoids rutin, isoquercitrin, kaempferol-3-O-rutinoside and quercetin. Dose of
2.5, 5.0 and 10 mg / kg, po, were used to assess OHBB and BB. OHBB (2.5, 5.0 and 10 mg /
kg, po) significantly attenuated the gastric lesions induced by ethanol (53, 55, and 96%
reduction) and BB only at doses of 5.0 and 10 mg / kg , (31, and 76% reduction), respectively.
OHBB (5 mg / kg) and BB (10 mg / kg) were able to significantly reduce the depletion of GSH
and increased levels of malonaldehyde. The pre-treatment capsazepine, and L-NAME were not
able to reverse the effect gastroprotective of OHBB while the pre-treatment with glibenclamide
gastroprotective reversed the effect of OHBB front of lesions induced by ethanol. Additionally,
the effect of BB was significantly reduced in mice pre-treated with capsazepine and L-NAME.
OHBB was capable of causing depletion of catalase, while the administration of BB did not
10
alter the amount of this enzyme in stomach tissue. OHBB preserved the amount of the enzyme
superoxide dismutase and BB was able to increase the amount of the same fabric. The results of
this study indicate an action cytoprotectant of OHBB and BB gastroprotective giving effect
against gastric injury induced by ethanol. The diterpenes act by different mechanisms, as shown
in the results.
Keywords: Byrsonima sericea. Plectranthus grandis. Barbatusin. 3-β-hydroxy-3-
deoxibarbatusina. Gastroprotection. Flavonoids
11
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
PÁGINA
FIGURA 1.
Galho com folhas, flores e frutos de B. sericea 17
FIGURA 2.
3-O-galoil-(-)-epicatequina-[4β→8]-3-O-galoil-(+)-
epicatequina-4α-benzil-tio-éter isolado em B. verbascifolia
18
FIGURA 3.
Flavonóides presentes em B. crassifólia 18
FIGURA 4.
Núcleo dos flavonóides 19
FIGURA 5.
Estruturas químicas: Quercetina; Quercitrina; Rutina 21
FIGURA 6.
Foto exsicata de Plectranthus grandis Cramer (Willense) 22
FIGURA 7.
Estrutura química da barbatusina 23
FIGURA 8.
Estrutura química da 3
β
-hidroxi-3-deoxobarbatusina
24
FIGURA 9.
Ciclo GSH-GSSG 33
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AINES Antiinflamatórios não-esteroidais
AMPc Adenosina Monofosfato cíclico
ANOVA Análise de variância
ATP Adenosina trifosfato
CAT Catalase
Ca
++
Íon cálcio
GMPc Guanosina monofosfato cíclica
CG Guanilato ciclase
CEPA Comitê de Ética em Pesquisa Animal
CGRP Peptídio Relacionado ao Gene da Calcitonina
DMSO Dimetilfulfóxido
DPPH 1,1-difenil-2-picrilhidrazil
E.P.M. Erro padrão da média
ERRO Espécies reativas de oxigênio
GPx Glutationa peroxidase
GSH Glutationa reduzida
H
+
, K
+
-ATPase Bomba de prótons
HCl Ácido clorídrico
i.p. Intraperitoneal
K
ATP
Canais de potássio sensíveis a ATP
L-NAME N
G
-nitro-L-arginina-metilester
MDA Malonaldeído
NAC N-acetilcisteína
NO Óxido nítrico
P Nível de significância
s.c. Sub-cutâneo
SNC Sistema Nervoso Central
SOD Superóxido desmutase
SNE Sistema Nervoso Entérico
13
TBA Ácido tiobarbitúrico
TCA Ácido tricloroacético
TRPV1 Canal de potencial transiente tipo vanilóide subtipo 1
v.o. Via oral
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
2.1 Plantas medicinais
16
2.2 Potenciais medicinais e constituintes químicos caracterizados das plantas do
gênero Byrsonima
16
2.2.1 Flavonóides
18
2.3 Considerações botânicas sobre a espécie Byrsonima sericea DC. e suas
atividade biológicas.
20
2.4 Potenciais medicinais e constituintes químicos caracterizados das plantas do
gênero Plectranthus
21
2.4.1 Terpenóides
22
2.5 Considerações botânicas sobre a espécie Plectranthus grandis (Cramer)
Willense e suas atividade biológicas.
23
2.6 Fisiologia gástrica
24
2.7 Mecanismos de proteção do Estômago
25
2.7.1 Muco / bicarbonato
25
2.7.2 Fluxo sanguíneo
26
2.7.3 Prostaglandina
26
2.7.4 Óxido Nítrico (NO)
27
2.8 Lesão gástrica
28
2.9 Noções Gerais Sobre os Parâmetros Envolvidos nos Processos Oxidativos
29
2.9.1 Radicais livres e estresse Oxidativo
29
2.9.2 Defesa antioxidante
31
2.10 Dados epidemiológicos de úlceras gástricas em animais domésticos
34
3. JUSTIFICATIVA
37
15
4. HIPÓTESE
5. OBJETIVOS 39
5.1 Objetivo geral 39
5.2 Objetivos específicos 39
6. CAPÍTULO I
Atividade Antioxidante e Gastro-Protetora de Produtos Naturais em Animais
Experimentais
41
7. CAPÍTULO II
Gastroprotective effect of Byrsonima sericea DC. leaf extract against ethanol-
induced gastric injury: potential mechanisms
57
8. CAPÍTULO III
Efeito do extrato etanólico de Byrsonima sericea DC. no sistema gastro-intestinal
e avaliação da toxicidade em camundongos
78
9. CAPÍTULO IV
Pre-clinical studies of the gastroprotective effect of Barbatusin and 3β-hidroxi-3-
deoxobarbatusin, diterpenes isolated from Plectranthus grandis
, in experimental
models of acute gastric injury and the possible mechanisms
96
10. CONCLUSÕES 125
11. PERSPECTIVAS 127
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 128
13. ANEXOS 138
1 INTRODUÇÃO
16
A utilização popular de plantas no combate as doenças é milenar. A comprovação
científica dos efeitos benéficos das plantas tem despertado interesse junto aos pesquisadores,
pois um grande número permanece desconhecido, tanto do ponto de vista químico quanto
farmacológico.
O uso de plantas medicinais como fonte de medicamentos é uma tradição e uma
tendência generalizada na medicina popular brasileira. Esta tendência tem contribuído
significativamente não para o consumo de plantas medicinais, mas também para o uso de
medicamentos fitoterápicos. Os conhecimentos acumulados ao longo do tempo demostram que
tais produtos podem causar sérios, danos se usados de forma inadequada, e comprovam que a
história do que é “natural” não faz mal, é um mito, e precisa ser olhado de modo diferente.
O Brasil apresenta uma flora bastante rica e diversificada, constituindo uma fonte
potencial de novas substâncias com inúmeras ações farmacológicas. A magnitude da
biodiversidade brasileira não é conhecida com precisão tal como a sua complexidade,
estimando-se a existência de mais de dois milhões de espécies distintas de plantas, animais e
microrganismos (DIAS, 1996).
A medicina tradicional ainda é o suporte principal de cerca da 75-80% da população
mundial, principalmente, em países subdesenvolvidos. A índia, que mantém uma antiga
tradição em medicina popular tem produzido remédios simples e eficientes usando plantas e
seus compostos derivados. Desta forma, necessita-se de validação por meio de pesquisas
científicas que utilizem modelos adequados de experimentação, para comprovação dos efeitos
farmacológicos através do isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos, para
que se possa obter a formulação de fitoterápicos seguros para uso humano e/ou animal. Sendo
assim, o estudo da dose, concentração e via de administração são essenciais (ZHAN;ZHOU,
2003).
Nos últimos anos, a utilização de plantas no tratamento de doenças, está sendo
revalidada por extensas pesquisas em diferentes espécies de plantas sobre a descoberta de seus
princípios terapêuticos. Nesse contexto, MARINHO et al. (2007), numa pesquisa desenvolvida
no município de Patos-Paraíba, investigaram o conhecimento popular e a utilização de plantas
medicinais no tratamento de doenças nos animais domésticos, e concluíram que o uso das
plantas medicinais na terapêutica veterinária foi ressaltado como uma alternativa de tratamento
viável, segura, de fácil obtenção e baixo custo.
17
Estudos científicos mostram os potenciais curativos de plantas medicinais no tratamento
de várias doenças acometidas por animais.
No Ceará alguns trabalhos tem demosntrado a atividade anti-helmíntica de plantas em
caprinos (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2008; CAMURÇA-VASCONCELOS et al.,
2007).
Óleos essenciais foram utilizados para tratamentos de gengivites em cães (GIRÃO et al.,
2003).
O uso das plantas medicinais e fitoterápicos ainda é pouco explorado na medicina
veterinária, estes poderiam agir de forma preventiva contra uma série de doenças que afetam
tanto animais de produção, quanto animais utilizados na prática de esportes, principalmente
aqueles submetidos ao estresse provocado pelo confinamento ou práticas de manejos
intensivos, e que apresentam doenças associadas a essa condição.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Plantas medicinais
As plantas medicinais se destacam como grandes fontes de novos recursos terapêuticos,
e é a partir destas que a indústria farmacêutica desenvolve os medicamentos (SCHENKEL et
al., 2001).
O interesse em todo o mundo em torno dos produtos naturais” vem aumentando
consideravelmente, muito embora os centros menos desenvolvidos sempre apresentassem uma
forte dependência aos medicamentes fitoterápicos. Esta dependência não é somente justificada
pelo fator econômico, mas geralmente à transmissão secular das tradições culturais de cada
comunidade. O Brasil está entre os países com maior biodiversidade vegetal, esta característica
tem colaborado de uma forma expressiva para o consumo não de plantas medicinais, como
também de medicamentos fitoterápicos.
O Brasil é o país com a maior diversidade genética vegetal do mundo, contando com
mais de 55.000 espécies catalogadas de um total estimado entre 350.000 e 550.000 espécies
(DIAS, 1996). Mais da metade dessas espécies se encontra nas florestas tropicais, cuja área
corresponde a apenas 7% da superfície da terra (SOEJARTO, 1996). Muitas dessas espécies de
plantas ainda permanecem pouco conhecidas sob qualquer ponto de vista.
Nestas condições, seria de se esperar que o Brasil fosse um país privilegiado, no
entanto, nosso país não tem um desempenho destacado como deveria no mercado mundial de
fitoterápicos, ficando inclusive atrás de países menos desenvolvidos tecnologicamente
(YUNES et al., 2001).
Os grandes centros de pesquisa passaram a isolar e sintetizar as substâncias
responsáveis pelos princípios ativos das plantas medicinais de uso popular, para produzir novos
fármacos. No entanto, é necessário observar que cada planta é constituída de inúmeros
princípios ativos que podem agir em sinergia, ou seja, o resultado do conjunto é muitas vezes
mais potente e com menos efeitos colaterais que cada princípio ativo isolado. Assim, os
tratamentos à base de fitoterápicos têm demonstrado cada vez mais a sua eficácia, mas como
qualquer outro tipo de tratamento, requer antes uma análise correta da doença para que a planta
utilizada tenha realmente a eficiência que se espera (ARCOLINE, 2003).
19
O
OH
OH
HO
OH
OR
S
O
OH
OH
HO
OH
OR
R = galoil
2.2 Potenciais medicinais e constituintes químicos caracterizados das plantas do gênero
Byrsonima
O gênero Byrsonima está distribuído pela América Tropical, apresentando cerca de 150
espécies e encontrada freqüentemente na zona da mata, em florestas úmidas, no Estado de
Pernambuco, nordeste do Brasil (MABBERLEY, 1993).
No Nordeste brasileiro, ocorrem várias espécies do gênero Byrsonima que são
principalmente conhecidas pela utilização dos seus frutos na alimentação e pelo emprego com
fins medicinais. Espécies deste gênero são comumente empregadas como antiasmáticas, contra
febre e infecção de pele. foram isolados do gênero Byrsonima alguns derivados
flavonoídicos e triterpenos classes de substâncias naturais de ocorrência no gênero (MENDES
et al., 1999).
Byrsonima verbascifolia é utilizada na medicina popular para problemas de estômago e
foi relatado o isolamento de substâncias como quercetina e 3-O-galoil-(-)-epicatequina-[4β
8]-3-O-galoil-(+)-epicatequina-4α-benzil-tio-éter (Fig1), isoquercetina, 3-arabinosil-
quercetina, taninos gálicos compostos com conhecidas atividades antioxidantes (BÉJAR;
MALONE, 1993).
Figura 1. 3-O-galoil-(-)-epicatequina-[4β→8]-3-O-galoil-(+)-epicatequina-4α-benzil-
tio-éter isolado em B. verbascifolia
Outra planta do gênero, Byrsonima coccolobifolia, têm comprovada a sua atividade
moluscicida contra Biomphalaria glabrata, e bactericida para Staphylococcus aureus, Bacillus
cereus e Pseudomonas aeruginosa.
20
O
OH
OH
HO
OH O
R
2
R
1
R
1
= H
R
2
= OH
(+)-catequina
O
OH
OH
HO
OH O
OR
R = β - D - galactopiranosídeo
R = α - D - arabinopiranosídeo
(-)-epicatequina
R
1
= OH
R
2
= H
Byrsonima crassa é utilizada no tratamento de infecções cutâneas e disfunções
gastrintestinais. Estudos comprovam a presença de taninos e flavonóides como 3-O-β-D-
arabinopiranosídeo quercetina (VÁZQUEZ et al., 1998; SANNORNIYA et al., 2005).
relatos na literatura sobre efeitos antifúngicos, bactericidas e convulsivos de
Byrsonima crassifólia, sendo caracterizada a presença de compostos isolados quercetina, 3-O-
α-D-glicopiranosídeo quercetina, 3-O-β-D-arabinopiranosídeo quercetina, (-)-epicatequina e
(+)-catequina (Fig.2) (RASTRELLI et al., 1997).
Figura 2. Flavonóides presentes em B. crassifólia
2.2.1 Flavonóides
Compostos fitoquímicos que apresentam em sua estrutura um anel aromático com uma
ou mais hidroxilas recebem a denominação de compostos fenólicos e, geralmente apresentam
propriedade antioxidante. Dentre eles desatacam-se os flavonóides, os ácidos fenólicos e o
tocoferol como os mais comuns antioxidantes fenólicos de fonte natural (MELO;GUERRA,
2002).
21
Flavonóides são compostos formados pela condensação dos ácidos cinâmicos com 3
unidades de malonil-CoA.
A estrutura química de um flavonóide apresenta as unidades C
6
-C
3
-C
6
, sendo dois anéis
benzênicos (C
6
) ligados pela unidade C
3
que pode formar um ciclo ou não (Fig.3).
Figura 3. Núcleo dos flavonóides
Trabalhos recentes têm demonstrado que flavonóides encontrados em frutos e vegetais
são importantes e diversificados entre os produtos de origem natural. Encontra-se em
abundância nas angiospermas, tais compostos podem também agir como antioxidantes (MELO;
GUERRA, 2002).
Os flavonóides atuam como antioxidantes primários reagindo com os radicais livres, e
também como quelantes de metais. Flavonas e flavonóis são as duas principais classes de
flavonóides encontradas universalmente na natureza. Os mais comuns flavonóis antioxidantes
são canferol, quercetina e miricetina (HARBORNE; WILLIAMS, 2000).
Os flavonóides são utilizados por botânicos para classificação taxonômica. Eles regulam
o crescimento da planta pela inibição da exocitose da auxina (ácido indol acético), assim como
pela indução da expressão gênica e influenciam outras células em numerosas vias. Flavonóides
inibem o crescimento ou matam muitas cepas bacterianas, inibem importantes enzimas virais
como transcriptase reversa e proteases, bem como destroem alguns protozoários patogênicos.
Todas essas atividades são exercidas com baixa toxicidade em células animais (HAVSTEEN,
2002).
A análise qualitativa e quantitativa de flavonóides comuns em extratos polares de
plantas como, por exemplo, rutina, isoquercitrina, quercetina, catequinas e canferol podem ser
O
O
6
7
8
5
10
9
3
2
6'
2'
3'
4'
5'
A
B
C
22
realizadas através da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), utilizando-se de padrões
destas substâncias. Nesta técnica utiliza-se em geral um detector de ultravioleta.
A rutina, (C) 3-O-rutinosídeo da quercetina, é largamente utilizada em fitoterápicos para
fragilidade capilar prevenindo varizes e derrames de retina. Quercitrina, (B) (3-O-glicosídeo de
quercetina) apresenta atividade antiinflamatória em colite experimental, associada com ação
antioxidante e melhoramento da absorção de água in vivo (SÁNCHEZ et al., 2002). Quercetina,
(A) o principal flavonóide presente em vegetais e frutas, exerce potenciais efeitos
anticarcinogênicos em modelos de animais e culturas de células (SALUCCI, 2002).
A B C
Figura 4: Estruturas químicas de: Quercetina (A); Quercitrina (B); Rutina (C).
Vegetais ricos em compostos fenólicos por serem tradicionalmente consumidos como
alimentos, são considerados seguros, tanto pelos consumidores como pela indústria de
alimentos. Constatação que, no entanto não garante a sua inocuidade, requerendo, portanto
estudos toxicológicos sobre estes compostos fitoquímicos (MELO; GUERRA, 2002).
Atualmente profissionais da área de saúde prescrevem o uso de flavonóides puros para
tratar diversas doenças, devido à sua capacidade, comprovadas de inibirem enzimas
específicas, estimularem alguns hormônios e neurotransmissores e seqüestrarem radicais livres
(HAVSTEEN, 2002).
Flavonóides também tem resultados positivos no tratamento de doenças gastrícas, mas
esses compostos são pouco estudados em humanos. No entanto estudos mostraram que eles são
23
capazes de proteger a mucosa gástrica de substâncias necrotizantes e podem ser úteis no
tratamento de úlceras gástricas agudas e crônicas (ZAYACHKIVSKA et al., 2005).
2.3 Considerações botânicas sobre a espécie Byrsonima sericea DC. e suas atividade
biológicas.
Byrsonima sericea da famíla Malpighiaceae, conhecida popularmente como murici da
praia ou murici do brejo, é uma espécie de ampla distribuição geográfica e que ocorre em
ambientes de matas, sendo predominante nas áreas mais ensolaradas. Sua altura média é de 6 a
10 metros. Suas flores são amareladas formando cachos de 1 a 15 centímetros. Seus pequenos
frutos têm gosto ácido, são bacáceos e comestíveis, sendo bastante consumido principalmente
entre as populações de baixa renda. É geralmente encontrada no litoral em uma faixa que se
inicia no Ceará e se estende até o Acre.
Esta planta é utilizada popularmente no tratamento de diabetes e disfunções
gastrointestinas e revelou o melhor poder antioxidante do extrato metanólico das folhas, frente
ao radical livre DPPH entre várias plantas medicinais analisadas por BOSCOLO et al., (2007).
A espécie Byrsonima sericea estudada nesse trabalho apresenta poucos relatos
científicos sobre sua composição química e atividades biológicas (Fig.5).
Figura 5: Galho com
folhas, flores e
frutos de B. sericea.
Fonte: http://www. plantsdatabase.com/pics/Monocromatico_106108
24
2.4 Potenciais medicinais e constituintes químicos caracterizados das plantas do gênero
Plectranthus
As plantas do gênero Plectranthus têm sido utilizadas pela população principalmente no
tratamento dos distúrbios gástricos. Entretanto outras ações farmacológicas foram testadas e
comprovadas para a espécie P. barbatus envolvendo compostos isolados de suas folhas, caule e
raízes.
O gênero Plectranthus pertence à família Lamiacea, e abrange 350 espécies distribuídas
nas regiões subtropical e tropical (PASSINHO et al., 2000). Espécies de Plectranthus têm
importância econômica por ser fonte de óleos essenciais e usadas em ornamentação, sendo que
estas espécies são citadas mais freqüentemente para o emprego das suas propriedades
medicinais, nas quais, representa mais de 85% de todas as utilizações (LUKHOBA et al.,
2006).
No Ceará a medicina popular faz uso de 4 espécies de Plectranthus: P. amboinicus
Andr., P. barbatus (Lour) Spreng, P. ornatus e P. grandis. Informações etnofarmacológicas
incluem o uso das folhas de P. barbatus (malva santa, boldo brasileiro), P. grandis (boldo
grande) e P. ornatus (Boldo) para tratamento dos males do fígado e de problemas da digestão.
P. amboinicus (malvarisco) é usado em xaropes caseiros para tratamento da tosse, dor na
garganta e bronquite (MATOS, 2002).
Entre os aspectos farmacológicos estudados e comprovados de P. barbatus (Lour)
Spreng destacam-se: ação hipotensiva, inotrópica positiva, cardiovascular, bronco-dilatadora,
ativação da adelilato ciclase, inibição da agregação de plaquetas, antitumoral, antinociceptivo e
antiinflamatório (COSTA, 2006).
2.4.1 Terpenóides
Os terpenóides formam uma larga família com estruturas bastantes diversas derivadas
das unidades isoprênicas C
5
. Na sua biossíntese, 3 moléculas de Acetil-CoA formam o ácido
mevalônico
O ácido mevalônico sofre descarboxilação e desidratação para formar isopentenil
pirofosfato que se condensa com dimetilalil pirosfofato para dar origem aos monoterpenos
25
(C
10
), sesquiterpenos (15), diterpenos (20) e triterpenos (30) e assim por diante são formados os
outros terpenos.
Os diterpenos são formados pela união de quatro unidades de isopreno e são
encontrados principalmente nas resinas de plantas. Eles se apresentam com estruturas acíclicas
como o fitol, monocíclicas como a vitamina A, bicíclica, esclareol, tricíclica como ácido
abiético que está presente em grandes quantidades na resina de Coníferas e tetracíclico como a
barbatusina (Fig.6).
Estudos mostraram que alguns diterpenos possuem propriedades biológicas importantes
como: atividades espasmolítica e hipotensiva (TANDON et al., 1977), propriedades
cardioativas (BHAT et al., 1977, p. 1669) e atividade antihipertensiva (KELECOM,1983),
dentre outros.
Entre os estudos químicos, merecem destaque aqueles realizados por ZELNIK et al.,
(1977), que analisaram a composição química através do estudo cromatográfico do extrato de
acetona das folhas das folhas de P. barbatus e estabeleceram a estrutura química de três
diterpenos isolados: barbatusina, presente em maior quantidade o 3-β-hidroxi-3-
deoxobarbatusina (Fig.7) e o ciclobutatusina, em menor quantidade.
O
O
OH
OAc
O
OAC
1
5
6
11
20
1819
15
16
14
Figura 6: Estrutura da barbatusina
26
OAc
OH
OAc
O
O
HO
1
3
5
6
8
10
11
14
15
16
17
18
19
20
Figura 7: Estrutura da 3
β
-hidroxi-3-deoxobarbatusina
2.5 Considerações botânicas sobre a espécie Plectranthus grandis (Cramer) Willense e
suas atividades biológicas.
Plectranthus grandis (Cramer) Willense é popularmente conhecida no Brasil pelas
denominações de boldo-grande ou boldo-da-folha-grande, falsa malva-santa e boldo mexicano.
Dados da literatura P. grandis é um arbusto com até 3 m de altura com folhas maiores
do que 4,7 cm, caule subquadrangular, espesso com pêlos, inflorescência racemosa, racemo
simples, erétil, 26 - 56 cm, pedúnculo rígido, flores com corola maior do que 2,0 cm de
comprimento de coloração azul (Fig.8). Esta espécie é capaz de florescer no Nordeste nas
regiões serranas, litorâneas ou sertão central, no que diferem das outras espécies que necessitam
de clima mais ameno ou temperado como ocorre nas chamadas serras frescas (MATOS, 2002).
Plectrantus grandis, é utilizado largamente pela população no combate a dispepsia.
Embora se utilize popularmente a planta para combater problemas gastrintestinais não existem
dados na literatura científica sobre efeitos farmacológicos de P. grandis. No entanto, essa
espécie possui características morfológicas semelhantes as da Plectranthus barbatus, cujos
extratos são extensivamente estudados no sistema gastrintestinal. As diferenças morfológicas
são pequenas, diferindo principalmente no “amargor” dos talos e folhas da espécie P. grandis
em relação a P. barbatos (MATOS, 2002).
27
Figura 8: Foto exsicata de Plectranthus grandis Cramer (Willense). Foto gentilmente
fornecida pelo Prof. Francisco José de Abreu Matos
2.6 Fisiologia Gástrica
Anatomicamente, o estômago divide-se em 3 porções: fundo, corpo e antro pilórico;
sendo limitado por 2 sistemas esfincterianos: o esfíncter esofagiano inferior, na parte superior
28
ou proximal do estômago; e o esfíncter pilórico ou piloro, na parte inferior ou distal do
estômago (HOGBEN et al., 1974).
Funcionalmente, a mucosa gástrica pode ser dividida em duas regiões glandulares: a
mucosa oxíntica e a mucosa antral. A mucosa oxíntica é mais extensa, ocupando o corpo e o
fundo, e é o sítio da secreção de ácido clorídrico. A mucosa oxíntica é formada por glândulas
oxínticas, que são constituídas por células parietais (ou oxínticas), células principais, células
produtoras de somatostatina (células D) e células do tipo enterocromafins (ECL). No colo
glandular, predominam as células produtoras de muco, que protegem a mucosa gástrica da ação
corrosiva das secreções originadas pela glândula (LUCEY;YAMADA, 1989; CHUANG et al.,
1991; SUNDLER et al., 1991). As glândulas da mucosa antral apresentam os mesmos tipos
celulares que as glândulas oxínticas, exceto as células parietais (HOGBEN et al., 1974).
A inervação do estômago compreende fibras extrínsecas e intrínsecas. A inervação
intrínseca é constituída por dois plexos principais, o plexo mioentérico que inerva as camadas
musculares e regula a função motora, e o plexo submucoso que inerva a mucosa e regula a
absorção e as secreções gastrointestinais (SCHUBERT; SHAMBUREK, 1990,). Neurônios de
ambos os plexos recebem aferências do sistema nervoso central através de fibras do sistema
nervoso parassimpático e simpático (inervação extrínseca) e de outros neurônios entéricos,
incluindo neurônios sensoriais e interneurônios. Estes circuitos neuronais regulam as funções
motoras e secretoras do tubo digestivo (COSTA; BROOKES, 1994). A inervação simpática do
trato gastrointestinal é realizada principalmente por fibras pós-ganglionares que inervam
diretamente os vasos sangüíneos e o músculo liso, inibindo a motilidade e a atividade secretora
do sistema gastrointestinal, porém estimula a contração da muscularis mucosae e de alguns
esfíncteres (LONGHURST et al., 1984-a; LONGHURST et al., 1984-b). Em geral, as fibras do
parassimpático terminam nos gânglios do plexo mioentérico. As fibras aferentes do vago
inervam diretamente a célula parietal e realizam sinapses com as células ganglionares do
sistema nervoso entérico (SNE), estimulando a atividade motora e secretora do intestino
(LONGHURST et al., 1984-a; LONGHURST et al., 1984-b).
2.7 Mecanismos de proteção do Estômago
O mecanismo de defesa da mucosa gastrointestinal contra fatores agressores, como o
ácido clorídrico e drogas antiinflamatórias não-esteroidais, consiste principalmente de fatores
29
funcionais, humorais e neurais. A secreção do muco alcalino, microcirculação da mucosa e
motilidade agem como fatores funcionais, enquanto que prostaglandina e óxido nítrico agem
como fatores humorais e os neurônios sensorais sensíveis à capsaicina agem como fatores
neurais (TSUKIMI; OKABE, 2001; REPETTO; LLESUY, 2002).
2.7.1 Muco / bicarbonato
Fator de proteção da mucosa sendo secretado pelas células mucosas do estômago, atua
como a primeira linha de defesa da mucosa gástrica e a protege de fatores agressores endógenos
e exógenos apresenta-se de forma viscosa, elástica, aderente, como um gel transparente, que
contém 95% de água e 5% de glicoproteínas, recobrindo toda a superfície da mucosa
gastrointestinal. O muco é capaz de agir como antioxidante e reduzir danos na mucosa
promovidos por radicais livres (REPETTO; LLESUY, 2002). O muco também tem um papel
importante na cicatrização das úlceras, acelerando a recuperação da mucosa lesada (MAITY et
al., 2003). Estudo em ratos foi observado uma relação inversa na espessura da camada de muco
e na acidificação intracelular do epitélio gástrico (PHILLIPSON et al., 2002).
O muco gástrico ocorre em 3 formas: a mucina solúvel presente no sucogástrico; o
muco (aderente) insolúvel cobrindo as células da mucosa; e o muco presente nas células
secretoras de muco (MOJZIS et al., 2000).
O bicarbonato é secretado pelas células superficiais do estômago. A proteção da mucosa
do estomago não depende somente do controle da secreção ácida gástrica; precisa juntamente
de uma secreção apropriada de muco e bicarbonato (WALLACE, 2001). A secreção de muco,
como a de bicarbonato, é estimulada por diversos fatores e constituem uma barreira
mucoprotetora (SANIOTO, 1991; KUTCHAI, 1996), que funciona como uma poderosa
proteção da mucosa contra danos induzidos por ácido, pepsina e etanol (WALLACE, 2001).
2.7.2 Fluxo sangüíneo
O suprimento de sangue na mucosa gástrica é um fator importante, determinante para a
integridade da mucosa gástrica. É regulado e modificado por sistemas e fatores metabólicos
locais como prostaglandina, leucotrieno e outros mediadores químicos endógenos na mucosa
(KAWANO; TSUJI, 2000). Um dos papéis do fluxo sanguíneo na mucosa é suprir a mucosa
30
gástrica com oxigênio, nutrientes e hormônios, além de participar da regulação da saída do
ácido, produção de muco, secreção de bicarbonato, remoção dos produtos e retrodifusão de íons
hidrogênio. Esses eventos contribuem substancialmente para a manutenção fisiológica da
integridade da mucosa (KAWANO; TSUJI, 2000).
2.7.3 Prostaglandina
A prostaglandina produzida pela mucosa gástrica, aumenta na presença de agentes
irritantes, e apresenta um papel citoprotetor importante, inibindo a secreção ácida por reduzir a
produção celular do monofosfato de adenosina (AMP) (BEEJAY; WOLFE, 2000). A enzima
ciclooxigenase (COX) converte o ácido araquidônico em prostaglandina G2 reduzindo este
intermediário a prostaglandina H2 (PGH2). A PGH2 é um metabólito instável que é convertido
em outras espécies de prostaglandinas, incluindo prostaglandina E2, prostaciclina e
tromboxanos (ATAY et al., 2000). Existem pelo menos duas isoformas distintas da COX,
denominadas COX-1 e COX- 2. A COX-1 é expressa constitutivamente na maioria dos tecidos
(PESKAR, 2001) e esta isoforma provavelmente promove a produção de PG protetora da
mucosa gástrica e que possui um papel importante na manutenção da homeostase
(RODRÍGUEZ;TÉLLEZ et al., 2001). Ao contrário, a expressão da COX-2 geralmente é baixa
sob condições basais. O aumento da expressão da COX-2 ocorre em certas condições
patofisiológicas como a inflamação, dano tecidual e transformação maligna (PESKAR, 2001).
A ação protetora das prostaglandinas envolve fluxo sanguíneo, estimulação de muco,
secreção de bicarbonato (HAWKEY, 2000) e aumento da resistência de células epiteliais contra
danos causados por citotoxinas (HAWKEY; RAMPTON, 1985). As funções de vasodilatação e
proteção da mucosa gástrica das prostaglândinas têm sido extensivamente documentadas e
analisadas (GISLASON et al., 1995; WHITTLE; VANE, 1987).
2.7.4 Óxido Nítrico (NO)
Uma variedade de isoformas de óxido nítrico sintase (NOS) tem sido purificada em
diferentes tecidos, e muitas tiveram seus genes distintos. As isoformas da NOS são
agrupadas em duas categorias, as NOS constitutivas: nNOS (neuronal), e a eNOS (endotelial),
dependente de íons cálcio (Ca
++
) e calmodulina, que estão envolvidas na sinalização celular, e a
31
NOS induzível (iNOS), gerada por macrófagos e outras células ativadas por citocinas, cada
uma com capacidade de gerar NO através de mecanismos regulatórios complementares e
distintos. Através dessa via o NO se liga ao grupo heme da guanilato ciclase (GC) que estimula
a enzima a gerar guanosina monofosfato cíclica (GMPc), que por sua vez ativa a proteína
quinase G (PKG), que gera uma corrente de fosforilações conduzindo a funções efetoras
(SHAH et al., 2004). O NO também pode mediar sinalizações independentemente da ativação
da GC, por exemplo, regulando diretamente as funções dos canais iônicos, de enzimas e de
várias outras proteínas (STAMLER et al., 2001).
O óxido nítrico (NO) tem um papel fundamental na perfusão e na regulação vascular
por promover a vasodilatação pela sinalização da célula muscular lisa via GMPc (SHAH et al.,
2004). O principal fluxo sangüíneo para o trato gastrointestinal chega através da veia
mesentérica, e a regulação do fluxo até as arteríolas mesentéricas é um passo importante para a
regulação do fluxo sangüíneo intestinal geral e local (SHAH et al., 2002 p.1688).
A produção constitutiva de NO é importante para manter a barreira protetora da mucosa
gastrointestinal. Esse mecanismo protetor do NO pode ser devido a sua capacidade em
aumentar do fluxo sangüíneo da mucosa e estabilizar a influência dos mastócitos (ALICAN;
KUBES, 1996). Entretanto, o excesso na produção de NO associado com estados inflamatórios
é caracterizado pelo aumento na permeabilidade epitelial e perda da função da barreira de
muco. Assim, os níveis de produção de NO, a isoforma geradora de NO e o estado redox das
células epiteliais podem determinar os efeitos do NO na permeabilidade da mucosa e proteção.
(SHAH et al., 2004).
2.8 Lesão gástrica
As lesões gástricas ocorrem devido a um desequilíbrio entre fatores ofensivos e fatores
defensivos (SAIRAM et al., 2002). O dano é provocado quando a mucosa perde a habilidade de
proteger-se através das secreções de bicarbonato e muco, bem como, de promover uma nova
epitelização (BOOTHE, 1999). A ação tópica de muitos agentes endógenos e exógenos pode
alterar os mecanismos de defesa, aumentando deste modo à permeabilidade da mucosa ao ácido
(TWEDT; MAGNE, 1992). Com o aumento da entrada de ácido, ocorre uma cadeia de eventos,
começando com lesão direta da mucosa e seguindo por destruição da submucosa (LIPTAK et
al., 2001). Os mastócitos na submucosa e lâmina própria degranulam e liberam histamina
32
quando em contato com o ácido. A histamina liberada estimula a secreção celular parietal de
ácido clorídrico, assim como inflamação local e edema agudo. O ácido pode ainda lesionar
vasos sangüíneos e estimular nervos da parede gástrica, provocando contrações musculares
exacerbadas (TWEDT; MAGNE, 1992).
A reconstituição epitelial é extremamente importante na manutenção da estrutura e
funcionamento da barreira mucosa. A formação dos radicais livres, citocinas inflamatórias e o
estresse fisiopatológico reduzem a taxa de proliferação celular dificultando o processo de
reconstituição das células gástricas. Por outro lado, o epitélio gástrico é recoberto por um
espesso muco que impede a retrodifusão dos íons H
+
. O rompimento da barreira mucosa pelo
refluxo de bile, uremia, aspirina e outros antiinflamatórios não hormonais aumentam a
permeabilidade da mucosa e permitem a retrodifusão do íon H
+
, aumentando a acidose tecidual
(BEEJAY; WOLFE, 2000). Alteração no fluxo sangüíneo da mucosa é outro fator de grande
importância na gênese das injúrias gástricas. O fluxo sangüíneo pode ser severamente alterado
por ação de drogas, como o ácido acetil salicílico, etanol e pela entrada de agentes luminais,
como ácido e pepsina (ROBBINS et al., 1998). A cicatrização das lesões fica comprometida
devido à redução do fluxo sangüíneo na mucosa causada por estes agentes (BOOTHE, 1999).
Estudos experimentais têm demonstrado que a geração de radicais livres está associada
à patogênese de lesões gástricas agudas induzidas por etanol que medeia à injúria no tecido
estimulando a peroxidação dos lipídios, danos na membrana celular através da coagulação de
proteínas, lipídios e ácidos nucléicos. As lesões histopatológicas mais evidenciadas são
congestões, edema, hemorragia, erosão e necrose (AL-SHABANAH et al., 2000; LA CASA et
al., 2000).
2.9 Noções Gerais Sobre os Parâmetros Envolvidos nos Processos Oxidativos
2.9.1 Radicais livres e estresse Oxidativo
Na atmosfera terrestre as moléculas de oxigênio são as maiores promotoras de rações
nas células vivas. Exceto os organismos que são adaptados para viverem na ausência de
oxigênio, todos os animais e vegetais necessitam de oxigênio para obtenção de energia
(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1985).
33
Na classificação periódica dos elementos químicos, o oxigênio pertence à família dos
calcogênios (6A), cujo número atômico é 8 e amassa atômica é 16, possuindo 8 elétrons
distribuídos nas suas camadas eletrônicas.
Grande parte do O
2
absorvido (95%) pelos organismos aeróbicos é reduzido, formando-
se água na cadeia respiratória, através do transporte de elétrons na membrana das mitocôndrias,
também no retículo endoplasmático, onde o sistema enzimático citocromo, no processo de
fosforilação oxidativa, procede a redução tetravalente do O
2
,
pelo sistema citocromo oxidase,
fornecendo 4 elétrons e 4H
+
para o oxigênio, que diretamente se reduz formando água. Como
uma pequena parte do oxigênio
é reduzido univalentemente, ou seja, a molécula recebe somente
1 elétron, que ocupará um dos orbitais externos, ao mesmo tempo em que o outro continua
desemparelhado, produzindo intermediários altamente reativos, que conhecidos como Espécies
Reativas de oxigênio (EROs) formando a primeira espécie xica reativa de oxigênio, o
superóxido (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1989).
Radicais livres são definidos íons como moléculas que têm elétrons desemparelhados.
Eles são geralmente instáveis e muito reativos (FANG et al., 2002). Um elétron
desemparelhado pode se associar com átomos isolados, como íons metálicos e hidrogênio, ou
ainda com moléculas de açúcar, proteínas, lipídeos e também DNA, resultando em um processo
de relevância biológica (SLATER, 1984; HALLIWELL, 1987).
Espécies reativas de oxigênio (EROs) são produzidas em animais, inclusive humanos,
sob condições fisiológicas e patológicas. Exemplos de radicais livres oxigenados são
superóxido, hidroxila, radicais peroxil (RO
2
), alcoxil (RO) e hidroperoxil (HO
2
) (GULÇIN et
al., 2003, p. 371). Esses radicais livres oxigenados podem ser convertidos a outras espécies
reativas não radicais, como peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), ácido hipoclorídrico (HOCL), ácido
hipobrômico (HOBr) e peroxinitrito (ONOO
-
). Assim as EROs incluem espécies radicais e não
radicais (FANG et al., 2002). Por sua larga influência nos sistemas biológicos, as EROs têm
despertado significativo interesse por pesquisadores.
O peróxido de hidrogênio, que embora não seja não muito reativa, é capaz de inativar
enzimas, principalmente por oxidação de grupamento tióis essências. Seu maior poder oxidante
é como gerador do radical hidroxila (HO
) e pela interação com o radical superóxido (O
2
),
sendo este um potente oxidante, podendo levar a morte qualquer célula, sendo fortemente
potencializada sua toxicidade na presença do ferro (EATON, 1991).
34
Radicais livres oxigenados são constantemente gerados in vivo para propósitos
fisiológicos como, por exemplo, defesa contra microorganismos patogênicos. Em alguns casos
são produzidos em excesso, quando isso acontece ocorre o estresse oxidativo (GUO et al.,
2003). Algumas situações geradoras de estresse oxidativo incluem: ativação de fagócitos
(neutrófilos, macrófagos, monócitos e eosinófilos) por microorganismos, hiperóxia, alguns
xenóbióticos, radiação ionizante, isquemia e exercício físico extenuante (YU, 1994; PEREIRA
et al., 1994). Esses radicais também estão envolvidos em diversas doenças: tumores, diabetes,
infertilidade, gastrite e causam danos oxidativos no DNA, lipídeos e proteínas (CHEN et al.,
2006).
As EROs como foi mencionado, são formadas a partir do oxigênio, que ao mesmo
tempo que gera e sustenta a vida, pode por outro lado causar danos irreversíveis. Quando
produzidas em excesso são extremamente tóxicas e quando o organismo encontra dificuldades
em neutralizá-las elas se tornam potencialmente perigosas, podendo causar diversas doenças,
evidenciando o dano oxidativo causado por elas (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1985;
HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1989).
Uma das principais conseqüências do extresse oxidativo é a peroxidação lipídica
(MCBRIDE et al., 1988). Ela ocorre em ácidos graxos polinsaturados e é iniciada por um
radical OH° que captura um átomo de hidrogênio de um carbono metileno de cadeia polialquil
do ácido graxo. O oxigênio é mais solúvel em um meio apolar que em meio polar, permitindo
que as membranas biológicas tenham uma elavada concentração de O
2
na região hidrofóbica
medial, onde este tem potencial para realizar o maior dano aos ácidos graxos polinsaturados
existentes na membrana. Desta forma a membrana plasmática se torna a estrutura mais
susceptível a desestruração provocada pela peroxidação lipídica, fazendo com que ela perca a
forma de mosaico fluido, como a flexibilidade e por fim sua função biológica. Assim, um ácido
graxo com um elétron desemparelhado reage com o O
2
gerando um radical peroxil, produto
altamente reativo e pode se combinar com outros radicais semelhantes, alterando as proteínas
das membranas O malonaldeído é um dos produtos da peroxidação lipídica que é extremamente
reativo, que pode reagir de forma eventual com o grupo amino das proteínas, fosfolipídeos ou
ácidos nucléicos, provocando alterações estruturais nos constituintes celulares (MCBRIDE et
al., 1988).
Os peróxidos de lipídeos atingem alvos mais distantes de maneira mais fácil por
possuirem poder ação antioxidante maior do que outras espécies primárias de O
2
.
35
2.9.2 Defesa antioxidante
Antioxidantes são quaisquer substâncias que, quando presentes em pequenas
concentrações, comparadas com aqueles substratos oxidáveis, significativamente retardam ou
inibem a oxidação deste substrato e podem agir em diferentes níveis da seqüência oxidativa
(HALLIWEL; GUTTERIDGE, 1985).
O oxigênio é um elemento indispensável à vida, e que ao mesmo tempo pode causar
danos ao organismo (HALLIWEL; GUTTERIDGE, 1985). Os agentes que atuam como
antioxidantes não possuem a capacidade de diferenciar as espécies reativas de oxigênio que tem
um papel fisiológico benéfico, daquelas que causam injúrias no organismo. Por esse motivo,
sua ação em alguns casos, pode provocar danos ao invés de ser vantajosa. Sendo assim a
manutenção das defesas antioxidantes químicas e enzimáticas em equilíbrio dinâmico com a
formação de espécies reativas de oxigênio é de extrema importância para sobrevivência dos
organismos, sendo que, um distúrbio poderá ocasionar uma série de processos patológicos
(BAST et al., 1991).
A peroxidação dos lipídios das membranas celulares é apenas um exemplo de lesão
biológica que pode ser promovida pelos radicais livres, uma vez que todas as biomoléculas são
susceptíveis á oxidação (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1989). Para vencer o desafio dos
radicais livres, os seres aeróbicos desenvolveram uma bateria de mecanismos de proteção
conhecida como defesas antioxidantes.
Os antioxidantes que representam a defesa dos organismos contra as espécies reativas
de oxigênio (EROs) ,e são divididos os dois tipos principais: os enzimáticos e os não
enzimáticos (YU, 1994).
Alguns nutrientes essências podem atacar diretamente as EROs diminuindo a ação
tóxica, produzidas intra e extracelularmente. Dentre muitos antioxidantes naturais existe a
vitamina E, conhecida também com α tocoferol, que é o maior antioxidante lipossolúvel
presente em todas as membranas celulares, varre os radicais livres formados no citocromo P-
450. Os carotenóides, principalmente o β caroteno, podem funcionar como precursores da
vitamina A, atuam diminuindo a formação de oxigênio singleto in vivo, e remove os
formados, vitamina C com comprovada ação imunoestimulante e o selênio (HALLIWELL;
GUTTERIDGE, 1989).
36
Ainda existem uma série de outros antioxidantes não enzimáticos que participam da
defesa contra as EROs nos sistemas biológicos como, a ubiquinona, a ceruloplasmina, o ácido
úrico, a taurina, os flavonóides e outros compostos fenólicos de origem vegetal (SIES,1991).
As enzimas superóxido dismutase, (SOD) glutationa peroxidase (GPx) e catalase (CAT)
representam a principal defesa endógena do organismo quando são expostos as EROs .
É possível que a enzima superóxido dismutase (SOD) tenha efeitos anti-envelhecimento
podendo atuar sobre todos os processos degenerativos, tendo um papel fundamental na defesa
do organismo contra as EROs, atuando na remoção do radical superóxido. Existem diferentes
tipos de SOD, dependendo do metal que atua como cofator em seu sítio catalítico (HENDLER,
1990).
A enzima glutationa peroxidase (GPx) foi descoberta por Mills em 1959, em tecidos de
mamíferos, não existindo em plantas ou bactérias, embora possa ser encontrada em algumas
espécies de algas e fungos (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1985).
O substrato para o GPx é o tripeptídeo glutationa, encontrada na maioria dos animais,
plantas, e até em algumas bactérias. A enzima cataliza a oxidação da glutationa reduzida (GSH)
a glutadiona oxidada (GSSG), usando o peróxido de hidrogênio. A manutenção de veis de
GSH ocorre pela ação da enzima da glutadiona redutase (GSSG-R), (Fig.9) novamente na sua
forma reduzida (COHEN; HOCHSTEIN, 1963; PAGLIA; VALENTINE, 1967).
Figura: 9 Reações enzimáticas: Ciclo GSH-GSSG
4O
2
-
SOD
4H
+
2O
2
2H
2
O
2
2H
2
O
O
2
GSH
GSH-Px
GSSG
GSSG-R
NADP NADPH
37
A GPx tem alta atividade no fígado e eritrócitos, enquanto no cérebro, coração, pulmão
sua atividade é moderada e no músculo bastante reduzida (COHEN; HOCHSTEIN, 1963).
A catalase está presente na maioria das células aeróbicas, sendo que em animais se
encontra principalmente no gado, rins e eritrócitos. Essa enzima deve proteger as células de
grandes quantidades de H
2
O
2
. A atividade da catalase pode ser inibida por superóxido, azida e
ácido cianídrico (HCN) (EATON,1991).
A manutenção das defesas antioxidantes químicas e enzimáticas em equilíbrio dinâmico
com a formação de espécies reativas de oxigênio é de extrema importância para sobrevivência
dos organismos. Assim, os antioxidantes artificiais como os naturais têm um papel importante
por atuar na inibição de radicais livres. A busca por antioxidantes naturais tem sido
intensificada nos últimos anos, devido a danos hepáticos ocasionados pelos antioxidantes
sintéticos, utilizados para preservar alimentos. Vários óleos essenciais e componentes naturais
não voláteis presentes em diferentes espécies vegetais foram identificados como importantes
agentes antioxidantes (LOLINGER, 1991; WENG; WANG, 2000).
2.10 Dados epidemiológicos de úlceras gástricas em animais
Animais de produção estão sujeitos ao estresse, devido ao sistema de confinamento ao
qual são submetidos como também a outros fatores aliados a esse tipo de criação como:
manejo, sazonalidade, disputa por alimento, alta densidade por m
2
, além de permanecerem em
condições climáticas desconfortáveis, estando sujeitos a doenças de diversas origens.
Um problema crescente nos sistemas intensivos é a ocorrência de úlceras gástricas,
ocorridas principalmente em suínos, sendo relatada em diversas partes do mundo (LIPTAK et
al., 2002). O estudo desse problema se intensificou nos anos 60, que está associado ao
crescimento crescente da suinocultura intensivo (BLACHSHAW; KELLY, 1980).
A úlcera gástrica é uma doença comum em suínos criados intensivamente e se
caracteriza, inicialmente por erosão seguida de ulceração da mucosa gástrica e hemorrágica,
podendo haver ruptura da parede estomacal. Acredita-se que fatores ambientais, nutricionais e
de manejo que causam estresse aos animais estejam envolvidos na sua etiologia (MARQUES et
al., 1998). Dentre os fatores que tendem a aumentar sua ocorrência em uma granja destacam-se
o confinamento, a superlotação e o fornecimento de rações com granulometria muito fina
(MARQUES et al., 1998).
38
Úlcera em ruminantes, principalmente de abomaso ocorre em animais de alta produção
e a impactação em animais que recebem forragem muito seca, principalmente capineiras com
alto teor de lignina. A úlcera de abomaso não é freqüente em animais criados semi-
intensivamente ou extensivamente sendo mais freqüente em animais sujeitos ao estresse
(WHITLOCK, 1999b). BORGES et al., (1996) somente observaram úlcera de abomaso em
bovinos criados intensivamente, concluindo que nesse caso possivelmente o estresse induzido
pela escassez de alimento de boa qualidade possa interferir no processo.
As ulcerações gástricas são muito comuns na espécie eqüina. A domesticação desses
animais pode possivelmente ter provocado substanciais efeitos na sua saúde. Inúmeros fatores
justificam o aparecimento de tais alterações digestivas como parte integrante do processo de
domesticação do cavalo. Considerando que o padrão de secreção ácida no cavalo é contínua
durante 24 horas do dia, o confinamento em baias aliado à dieta alimentar, na maior parte dos
centros hípicos, fazendo com que os animais permaneça boa parte do dia em jejum, permitindo
que o ácido gástrico literalmente “corroa” a mucosa do estômago. Além do mais, diversas
outras circunstâncias promovem a elevação dos níveis de secreção ácida, tornando-se fatores
potencialmente ulcerogênicos. Dentre eles podemos citar o exercício físico, estresse em suas
mais diferentes formas, uso abusivo e indiscriminado de antiinflamatórios não esteroidais face
as constantes lesões e contusões inerentes as suas atividades esportivas.
Na espécie eqüina a úlcera assintomática está presente em cerca de metade da
população, tanto em potros como em animais adultos. Essa porcentagem pode chegar até 93%
na raça Puro Sangue Inglês em treinamento de corrida (MURRAY et al., 1996; MURRAY,
1997).
Os fatores acima mencionados, relacionados tanto aos animais de produção intensiva,
quanto aos animais destinados a práticas esportivas, fazem com que estes diminuam a sua
eficiência na produção e a perda do desenvolvimento atlético, respectivamente. Sendo assim,
pesquisas na busca de aditivos que visam melhorar a sanidade animal, são cada vez mais
intensificadas.
Os aditivos são ferramentas utilizadas para o controle dos prejuízos dos estresses
causados pelo manejo e são adicionados intencionalmente às rações com o objetivo de
conservar, intensificar, ou modificar as suas propriedades químicas sem prejuízo ao seu valor
nutritivo.
39
Os antioxidantes utilizados nas rações podem atuar no organismo do animal como um
todo, protegendo as mucosas da ação de radicais livres, inclusive o epitélio gástrico e intestinal,
promovendo uma melhoria na absorção dos nutrientes e conseqüentemente um maior ganho de
peso. A descoberta de constituintes oriundos de plantas que possam ser utilizados como
aditivos para rações, agindo como subterapêuticos ou fitoterápicos, é de grande importância
para o crescimento da indústria pecuária tanto no sentido ecomico como no sentido da saúde
das pessoas que se alimentam da carne desses animais, evitando assim o uso de medicamentos
sintéticos.
Nesse contexto as plantas medicinais têm surgido como uma alternativa tanto para o
tratamento terapêutico de patologias e/ou aditivos (na forma de subterapêuticos) que
acrescentados às rações tem por objetivo modificar o estado de saúde animal, prevenindo-o
contra uma série de doenças que provocam perdas econômicas ao produtor como também uma
melhora na qualidade de vida animal.
40
3-JUSTIFICATIVA
A utilização de plantas medicinais no combate a doenças vem desde o início da
civilização, e cresce substancialmente nos últimos anos no Brasil, devido ao baixo custo,
facilidade de acesso e sua compatibilidade cultural, principalmente na região Nordeste
(Nogueira et al., 1996).
O uso de espécies vegetais nas pesquisas envolve investigações da medicina tradicional
e popular, o isolamento, a purificação e a caracterização de princípios ativos, relação estrutura/
atividade, bem como a investigação dos efeitos farmacológicos de extratos de plantas e de seus
compostos químicos se faz necessário quando se deseja a produção de um fitoterápico seguro
para uso em humanos ou animais.
Algumas espécies dos gêneros citados têm sido usadas na medicina popular para
tratamento de diversas doenças, entre elas úlceras gástricas. No entanto, existem poucas
pesquisas científicas que comprovem esta atividade nessas espécies. Evidências clínicas e
experimentais sugerem que o estresse oxidativo apresenta um papel fundamental na etiologia
da úlcera gástrica e compostos antioxidantes podem oferecer citoproteção gástrica (Repetto et
al., 2002).
Investigações químicas de outras espécies de Byrsonima mostram a presença de
flavonóides e proantocianidinas, compostos com atividades antioxidantes comprovadas (Béjar
& Malone, 1993). Um grande mero de ações farmacológicas envolvendo compostos isolados
de folhas, caule e raízes de Plectranthus barbatus Andr. já foram testados e cientificamente
comprovados. Alguns dos compostos de Plectranthus barbatus também foram isolados das
folhas e caules de Plectranthus grandis, espécie muito utilizada pela população, e até mesmo
confundida com a P. barbatos, por ser muito parecida morfológicamente.
As duas plantas alvos estudadas nesta tese B. sericea e P. grandis, são usadas
popularmente para desordens stricas. B. sericea teve sua atividade antioxidante comprovada,
e os constituintes químicos de P. barbatus, que são similares aos da P. grandis, também
revelaram atividades biológicas como antiinflamatóriaa e antitumorais.
Sendo assim, tornam-se necessários maiores estudos das plantas para comprovar a
eficiência de seus extratos e compostos puros na gastroproteção, como em modelos
experimentais de indução de úlceras e mecanismos de ação de seus compostos, que permitam
41
determinar a dose adequada destes produtos para seu uso seguro. Verificando-se também a
inter-relação entre a atividade antioxidante e gastroprotetora.
42
4-HIPÓTESE CIENTÍFICA
O extrato etanólica de B. sericea e os compostos barbatusina e 3β-hidroxi-3-
deoxibarbatusina isolados de P. grandis apresentam propriedades antioxidantes e
gastroprotetoras.
43
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivo Geral
Investigar a ação gastroprotetora e as possíveis vias envolvidas no mecanismo de ação
dos compostos barbatusina (BB) e 3β-hidroxi-3-deoxibarbatusina (OHBB) isolados de P.
grandis e do extrato etanólico das folhas de B. sericeae, em modelos experimentais de lesão
gástrica em camundongos bem como, a caracterização dos constituintes químicos responsáveis
pelas ações do extrato em estudo.
5.2 Objetivos específicos
1- Preparar o extrato etanólico das folhas da planta Byrsonima sericeae (BSLE); e
fracionar o extrato bruto em coluna filtrante com solventes em ordem crescente de polaridade;
2-Identificar classes de compostos químicos a partir dos extratos da planta;
3-Avaliar as atividades antioxidantes in vitro das frações, usando o método do radical
livre 1,1-Difenil-dipicril-hidrazil (DPPH), selecionando as que possuírem melhor atividade
antioxidante para o estudo;
4- Avaliar a toxicidade aguda do BSLE;
5- Estudar a atividade gastroprotetora do BSLE e das OHBB e BB em modelos de
lesões gátricas por etanol ou indometacina em camundongos;
6- Avaliar a participação do receptor da capsaicina (TRPV1), óxido nítrico, e canais de
potássio ATP-dependentes no mecanismo gastroprotetor das OHBB e BB e do BSLE no
modelo de úlcera induzida por etanol;
7- Verificar a ação do BSLE, e das OHBB e BB sobre a produção dos grupos
sulfidrílicos não-protéicos (NP-SH) gástricos em camundongos;
44
8- Avaliar a ação do BSLE e das OHBB e BB no nível de peroxidação lipídica, através
da dosagem de malonildealdeído na mucosa gástrica no modelo de lesão gástrica induzida por
etanol;
9- Avaliar a atividade das enzimas catalase, superóxido desmutase, nos estômagos dos
animais tratados com o BSLE e a OHBB e BB no modelo de lesão gástrica induzida por etanol;
10- Avaliar a influência do BSLE das OHBB e BB através da produção de muco
gástrico em estômagos de camundongos no modelo de lesão gástrica induzida por etanol;
11- Avaliar a influência e do BSLE e as OHBB e BB sobre o trânsito intestinal em
camundongos;
45
CAPÍTULO 1
Atividade Antioxidante e Gastro-Protetora de Produtos Naturais em Animais
Experimentais
Evaluation of antioxidant activity and gastric protection of natural products in
experimental animals
Periódico: Revista Brasileira de Plantas Medicinais - Aceito para publicação em
20/03/2008.
46
Atividade Antioxidante e Gastro-Protetora de Produtos Naturais em
Animais Experimentais
Rodrigues, P.A.
1*
; Morais, S.M.
1
;
Marques, M.M.M.
1
; Aguiar, L.A.
1
; Nunes-Pinheiro,
D.C.S.
2
1
Universidade Estadual do Ceará - Laboratório de Produtos Naturais, Av. Paranjana 1700, CEP
60.740-903, Itaperi, Fortaleza-Ce;
2
Universidade Estadual do Ceará, Laboratório de
Bioquímica e Imunologia Animal, Faculdade de Veterinária.
*Correspondência: [email protected]
RESUMO: Nas condições fisiológicas, durante a redução do oxigênio molecular, espécies
reativas de oxigênio são formadas, para a própria defesa do organismo, no entanto quando em
excesso estes radicais livres devem ser eliminados, pois podem afetar muitas moléculas
biológicas, implicando em várias doenças, tanto no homem como em animais. Assim, o uso de
produtos naturais como antioxidantes e protetores gástricos, sobretudo aqueles de baixa
toxicidade e baixo preço, vem sendo pesquisados e utilizados de forma alternativa com bons
resultados em tratamentos curativos e como aditivos de ração. Dentre várias espécies vegetais
brasileiras com efeitos gastroprotetores comprovados estão a Byrsonima crassa, Plectranthus
barbatus, Plectranthus amboinicus e Campomasia xanthocarpa. Um importante uso das
plantas medicinais ainda pouco explorado é na medicina preventiva veterinária contra uma
série de doenças que afetam tanto animais de produção, devido ao estresse do confinamento e
manejo como animais de uma forma geral. Tendo em vista vários estudos que demonstram os
produtos naturais agindo como antioxidantes e gastroprotetores não tóxicos, esta revisão tem
como objetivo mostrar o papel dos radicais livres relacionados com formação das lesões
gástricas bem como os principais modelos experimentais de avaliação de úlceras e a
importância dos antioxidantes naturais na prevenção dessas lesões, discutindo sobre as
estratégias de defesas do organismo contra a formação de radicais livres.
Palavras-chave: produtos naturais, antioxidantes, gastroprotetor
47
ABSTRACT: Evaluation of Antioxidant Activity and Gastric Protection of Natural
Products in Experimental Animals. In the physiological conditions, during the reduction of
the molecular oxygen, reactive oxygen species are formed to be used in organism defense,
nevertheless in excess these free radicals must be eliminated because can cause damages in
many biological molecules, related to some diseases, either in man as in animals. Thus, the use
of natural products which present antioxidant and gastric protection, mainly those with low
toxicity and low price, have been studied and used as alternative forms with good results in
healing treatment and as additive in the ration. Byrsonima crassa, Plectranthus barbatus,
Plectranthus amboinicus and Campomasia xanthocarpa are examples of Brazilian medicinal
plants with gastroprotective action. The use of medicinal plants in preventive medicine
veterinary is important nevertheless there are few studies for improving the animal health
preventing against a series of diseases that affect animal of production, submitted to stress
caused by confinement and handling, as well as common animals. In view of several studies
about natural products, acting as antiradical and in gastric protection without toxicity, the
objective of this revision is to show the role of free radicals in the formation of gastric lesions
as well as the main experimental models of ulcer evaluation and the importance of natural
antioxidants in the prevention of these injuries, and discussing the strategies of organism
defenses against the formation of free radicals.
Keywords: natural products, antioxidants, gastric protection
INTRODUÇÃO
A grandeza da biodiversidade brasileira não é conhecida com precisão tal a sua
complexidade, estimando-se a existência de mais de dois milhões de espécies distintas de
plantas, animais e microorganismos. O Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal
do mundo, contando com mais de 55.000 espécies catalogadas de um total estimado entre
350.000 e 550.000 espécies (Dias, 1996).
As plantas medicinais usadas tradicionalmente constituem fontes potenciais de novas
substâncias ativas, no entanto, existe uma necessidade de validação através de pesquisas
científicas que utilizem modelos adequados de experimentação para comprovação dos efeitos
farmacológicos e, em seguida, proceder ao isolamento, purificação e caracterização de
princípios ativos e mecanismo de ação para a formulação de fitoterápicos seguros para uso
48
humano e/ou animal. O estudo da dose, concentração e via de administração também são
essenciais.
Animais que são mantidos em cativeiros, bem como animais de produção, sofrem um
estresse considerável devido às condições artificializadas a que são submetidos. Outros fatores
como sazonalidade, manejo, localização geográfica e período de abate são fatores geradores de
estresse, sendo assim fonte de influência na prevalência de úlceras gastroesofágicas.
A fitoterapia poderia ser mais amplamente aplicada na medicina veterinária preventiva
ou em conjunto com a medicina convencional. Dentro deste contexto, esta revisão focaliza o
uso de plantas ou compostos químicos derivados de plantas, que possuam comprovada
atividade antioxidante e/ou gastroprotetora com potencial uso veterinário, mostrando sua
viabilidade e reforçando suas vantagens sob o aspecto de cura, e até mesmo financeiras.
1. Radicais Livres - Estresse Oxidativo- Defesa Antioxidante
Radicais livres são definidos como moléculas que têm elétrons desemparelhados na
órbita externa. Eles são geralmente instáveis e muito reativos (Fang et al., 2002). Espécies
reativas de oxigênio (EROs) são produzidas em animais inclusive humanos, sob condições
fisiológicas e patológicas. Radicais livres oxigenados podem ser convertidos a outras espécies
reativas não radicais, como peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), ácido hipoclorídrico (HOCL), ácido
hipobrômico (HOBr) e peroxinitrito (ONOO
-
/ONOOH). Assim as EROs incluem espécies
radicais e não radicais (Fang et al., 2002). Por sua larga influência nos sistemas biológicos, as
EROs têm despertado o interesse dos pesquisadores, que buscam evitar sua formação.
Radicais livres oxigenados são constantemente gerados in vivo para propósitos
fisiológicos como, por exemplo, defesa contra microorganismos patogênicos. Em alguns casos
são produzidos em excesso, quando isso acontece ocorre o estresse oxidativo. Algumas
situações geradoras de estresse oxidativo incluem: ativação de fagócitos (neutrófilos,
macrófagos, monócitos e eosinófilos) por microorganismos, hiperóxia, alguns xenobióticos,
radiação ionizante, isquemia e exercício físico extenuante (Yu, 1994; Pereira et al., 1994).
Esses radicais também estão envolvidos em diversas doenças: tumores, diabetes, infertilidade,
gastrite e causam danos oxidativos no DNA, lipídeos e proteínas (Chen et al., 2006).
A peroxidação dos lipídios das membranas celulares é apenas um exemplo de lesão que
pode ser promovida pelos radicais livres, uma vez que todas as biomoléculas são susceptíveis a
oxidação (Halliwell & Gutteridge, 1984). Para vencer o desafio dos radicais livres, os seres
49
aeróbicos desenvolveram mecanismos de proteção conhecidos como defesas antioxidantes, que
podem ser compostos químicos e enzimáticos. No primeiro caso, várias moléculas com
propriedades antioxidantes consumidas na dieta como o α-tocoferol (vitamina E), β-caroteno,
selênio, ácido ascórbico (vitamina C), glutationa reduzida (GSH) diminuem a ação tóxica das
espécies reativas de oxigênio (EROs) produzidas intra e extracelularmente. No segundo caso,
quando são expostos as EROs os organismos sintetizam proteínas (enzimas) antioxidantes
como as superóxido dismutases, catalase e glutationa peroxidase (Yu, 1994).
A manutenção das defesas antioxidantes químicas e enzimáticas em equilíbrio dinâmico
com a formação de espécies reativas de oxigênio é de extrema importância para sobrevivência
dos organismos. Assim os antioxidantes artificiais como os naturais têm um papel importante
por atuarem na inibição dos radicais livres formados. A busca por antioxidantes naturais nos
produtos vegetais tem sido intensificada nos últimos anos, por constituírem fontes naturais
destas substâncias como a vitamina C, E, β-caroteno, fenóis e flavonóides. Vários óleos
essenciais e componentes não voláteis presentes em diferentes espécies vegetais foram
identificados como importantes agentes antioxidantes (Loliger, 1991; Weng & Wang, 2000).
2. Plantas e compostos químicos naturais com atividade antioxidante
O interesse pelos antioxidantes naturais teve início nos anos 80 mediante a
comprovação de danos causados por doses elevadas de antioxidantes sintéticos usados nos
alimentos como BHT (butil-hihroxitolueno), BHA (butil-hidroxianisol) e (t-butil-hidroquinona)
sobre o fígado (Duran & Padilha, 1993).
Phyllanthus niruri, uma planta tipicamente nordestina, comumente conhecida como
quebra-pedra é usada popularmente para eliminação de cálculos nos rins. Estudos
demonstraram que extratos metanólicos e aquosos de folhas e frutos dessa espécie mostraram
inibição da peroxidação lipídica da membrana celular, seqüestrando radicais livres frente ao
DPPH e inibindo espécies reativas de oxigênio in vitro. A atividade antioxidante in vivo dos
extratos foi verificada pela inibição da peroxidação lipídica, induzida pelo tetracloreto de
carbono no fígado dos ratos (Harish & Shivanandappa, 2006).
Alcalóides da planta Aconitum laeve Royle foram isolados e estudados. Tais compostos
demonstraram atividade antioxidante que foi verificada, calculando-se o percentual da atividade
sequestrante de radicais livres frente ao DPPH (Shaheen et al., 2005).
50
O extrato da casca de Uncaria tomentosa Willd. ex Roem. & Schult. DC. conhecida
como unha-de-gato, planta medicinal muito popular no Peru evidenciou a capacidade de
capturar radicais peroxil e superóxido e quantificação do total de taninos e compostos fenólicos
totais. De acordo com os pesquisadores resultados sugerem que o extrato alcoólico tem alto
potencial medicinal (Pilarski et al., 2005).
A análise da atividade antioxidante do fruto de Schinus terebenthifolius Raddi foi
calculada pelo sistema β-caroteno/ácido linoléico dos extratos alcoólicos e aquosos. A planta
conhecida popularmente com aroeira do sertão é originária da América do Sul, especialmente
do Brasil, possui um bom poder antioxidante em ambos os extratos, quando comparada aos
poderes antioxidantes do BHT e BHA, antioxidantes sintéticos comumente usados. Esta planta
é conhecida como tendo elevado teor de taninos (Degáspari et al., 2004).
Diferentes componentes químicos são encontrados nas plantas G. inodorum, P.
sarmentosum e M. arvenses como vitamina C, vitamina E, carotenos, xantofilas, taninos e
outros compostos fenólicos, sendo estes relacionados com elevados índices antioxidantes. Os
resultados sugerem que a atividade antioxidante dessas espécies pode ser atribuída à presença
desses compostos químicos, principalmente vitamina E e xantofilas. Essas plantas são
consideradas boas fontes de antioxidantes naturais (Chanwitheesuk et al., 2005).
Compostos fitoquímicos que apresentam em sua estrutura um anel aromático com uma
ou mais hidroxilas recebem a denominação de compostos fenólicos e, geralmente apresentam
propriedade antioxidante. Dentre eles desatacam-se os flavonóides, os ácidos fenólicos e o
tocoferol como os mais comuns antioxidantes fenólicos de fonte natural (Melo & Guerra,
2002).
Os flavonóides atuam como antioxidantes primários reagindo com os radicais livres, e
também como quelantes de metais. Flavonas e flavonóis são as duas principais classes de
flavonóides encontradas universalmente na natureza. Os mais comuns flavonóis antioxidantes
são canferol, quercetina e miricetina (Harborne & Williams, 2000). A figura abaixo mostra as
estruturas de flavonóides antioxidantes.
51
FIGURA 1. Flavonóides com atividade antioxidante
Os principais componentes químicos presentes nas folhas da alcachofra, Cynara
scolymus, são os ácidos fenólicos, flavonóides e sesquiterpenos. A cinarina (ácido
monocafeioilquínico) é relatada como princípio ativo antioxidante da planta (Noldin et al.,
2003). Vários estudos biológicos com extratos brutos e purificados de alcachofra, realizados
tanto em animais quanto em humanos, demonstraram atividades antioxidantes.
O extrato etanólico das folhas de Nectandra grandiflora, planta existente na mata
Atlântica do Brasil, mostrou atividade antioxidante no teste com o β-caroteno. O fracionamento
do extrato resultou no isolamento de dois flavonóides glicosilados 3-O-β-ramnosilcanferol e 3-
O-β-ramnosilquercetina os quais exibiram atividade seqüestradora de radicais livres frente ao
DDPH, maiores quando comparados aos antioxidantes conhecidos como a rutina e o BHT
(Ribeiro et al., 2005).
Os ácidos fenólicos são importantes agentes antioxidantes encontrados freqüentemente
nas plantas na forma de ésteres, como também podem existir na forma de glicídios livres ou
ligados a proteínas e raramente como ácidos livres. No grupo dos ácidos hidroxibenzóicos
(compostos que possuem grupo carboxílico ligado ao anel aromático) destacam-se
protacateucuíco, vanílico, siríngico, gentísico, salisílico, elágico e gálico (Harborne &
Williams, 2000).
Vegetais ricos em compostos fenólicos por serem tradicionalmente consumidos como
alimentos, são considerados seguros, tanto pelos consumidores como pela indústria de
alimentos. Constatação que, no entanto não garante a sua inocuidade, requerendo, portanto
estudos toxicológicos sobre estes compostos fitoquímicos (Melo & Guerra, 2002).
O
R
1
OH
R
2
O
O
OH
OH
R
1
= OH, R
2
= H, Quercetina
R
1
= O-ramnose, R
2
= H, Quercitrina
R
1
= O-glicose, R
2
= H, Isoquercitrina
R
1
= O-rutinose, R
2
= H, Rutina
R
1
= H, Luteolina
O
R
OH
HO
O
OH
R = OH, Canferol
R = H, Apigenina
52
3. Lesão gástrica x Gastroproteção
As lesões gástricas ocorrem devido a um desequilíbrio entre fatores ofensivos e fatores
defensivos (Sairam et al., 2002). O dano é provocado quando a mucosa perde a habilidade de
proteger-se através das secreções de bicarbonato e muco, bem como, de promover uma nova
epitelização (Boothe, 1999). A difusão de retorno do ácido luminal para a mucosa é crucial na
patogênese da lesão. A ação tópica de muitos agentes endógenos e exógenos pode alterar os
mecanismos de defesa, aumentando deste modo à permeabilidade da mucosa ao ácido (Twedt
& Magne, 1992). Com o aumento da entrada de ácido, ocorre uma cadeia de eventos,
começando com lesão direta da mucosa e seguindo por destruição da submucosa (Liptak et al.,
2002). Os mastócitos na submucosa e lâmina própria desgranulam e liberam histamina quando
em contato com o ácido. A histamina liberada estimula a secreção celular parietal de ácido
clorídrico, assim como inflamação local e edema agudo. O ácido pode ainda lesionar vasos
sangüíneos e estimular nervos da parede gástrica, provocando contrações musculares
exacerbadas (Twedt & Magne, 1992).
A reconstituição epitelial é extremamente importante na manutenção da estrutura e
funcionamento da barreira mucosa. A formação dos radicais livres, as citocinas inflamatórias e
o estresse fisiopatológico reduzem a taxa de proliferação celular dificultando o processo de
reconstituição das células gástricas. Por outro lado, o epitélio gástrico é recoberto por um
espesso muco que impede a retrodifusão dos íons H
+
. O rompimento da barreira mucosa pelo
refluxo de bile, uremia, aspirina e outros antiinflamatórios não esteroidais aumentam a
permeabilidade da mucosa e permitem a retrodifusão do íon H
+
, aumentando a acidose tecidual
(Beejay & Wolfe, 2000). Alteração no fluxo sangüíneo da mucosa é outro fator de grande
importância na gênese das injúrias gástricas. O fluxo sangüíneo pode ser severamente alterado
por ação de drogas, como o ácido acetil salicílico, etanol e pela entrada de agentes luminais,
como ácido e pepsina (Robbins, 1998). A cicatrização das lesões fica comprometida devido à
redução do fluxo sangüíneo na mucosa causada por estes agentes (Boothe, 1999).
Outro fator envolvido na lesão gástrica é o refluxo do conteúdo duodenal que ocorre
levando a exposição da mucosa à pepsina e aos ácidos biliares, destruindo a barreira mucosa e
provocando a formação dos radicais livres que levam a lesão oxidativa da mucosa e
rompimento microvascular pela ativação do fator anti-plaquetário, do fator de necrose tumoral
(α-TNF) e das interleucinas (Beejay & Wolfe, 2000).
53
Úlceras provocadas por estresse são devido a fatores psicológicos e fisiológicos (Miller,
1987). O estresse induz a peroxidação lipídica a partir do aumento dos níveis de peroxidase
lipídica. A conseqüência desse processo é o aumento da geração de espécies reativas de
oxigênio ocasionando, conseqüentemente, dano oxidativo que é o fator comum na patogenia
clínica de úlcera (Goel, 1991; Sairam et al., 2002).
Espécies reativas de oxigênio EROs têm mostrado exercer um papel crítico no processo
ulcerôgenico (Das et al., 1997). O papel das EROs no desenvolvimento da patogênese da lesão
experimental gástrica aguda induzida por estresse, etanol e drogas anti-inflamatórias não
esteroidais é bem documentada (Das et al., 1997; Isenberg et al., 1995).
Estudos experimentais têm demonstrado que a geração de radicais livres está associada à
patogênese de lesões gástricas agudas induzidas por etanol. Os radicais livres medeiam à injúria
no tecido estimulando a peroxidação dos lipídios, provocando danos na membrana celular
através da coagulação de proteínas, lipídios e ácidos nucléicos. As lesões histopatológicas mais
evidenciadas são congestões, edema, hemorragia, erosão e necrose (Al-Shabanah et al., 2000;
La Casa et al., 2000). Em condições fisiológicas de equilíbrio, a concentração do íon (H
+
) no
lúmen é muitas vezes maior do que na lâmina própria, e ocorrem alguns mecanismos que
evitam a difusão da volta do íon para os tecidos ao redor. Um deles é a resistência elétrica da
membrana celular apical e os complexos juncionais da área glandular gástrica própria que são
extremamente altos. A resistência mais o potencial elétrico negativo do men restringem o
movimento passivo do íon H
+
.
Outro mecanismo utilizado pelo organismo é secreção de muco pelas células
superficiais e colo gástrico em resposta a Ach (acetilcolina) e estimulação mecânica para
formação de uma camada adjacente á mucosa. Outra maneira são os íons bicarbonato que são
secretados pela superfície epitelial e se tornam retidos no gel mucoso. A barreira epitelial
gástrica composta por fosfolipídeos ativos, lipoproteínas, da membrana celular também
previnem o retorno por difusão do íon H+ (Boothe, 1999).
Outros mecanismos de defesas que previnem e reparam os danos da mucosa gástrica são
os fluxos sanguíneos da mucosa que promovem o fornecimento de nutrientes e oxigênio para as
células, removendo os íons H
+
que penetram na barreira, por replicação das células epiteliais da
mucosa e a produção de citoprotetores (Boothe, 1999).
A prostaglandina um produto do metabolismo do ácido araquidônico é produzida pela
mucosa gástrica, aumenta na presença de agentes irritantes, e apresenta um papel citoprotetor
54
importante, inibindo a secreção ácida por reduzir a produção celular do monofosfato de
adenosina (AMP) (Beejay & Wolfe, 2000).
4. Plantas medicinais e compostos químicos com atividade gastroprotetora
Muitas espécies vegetais são utilizadas na medicina popular, principalmente no
Nordeste brasileiro, por apresentar ação antiácida e antiulcerogênica. Porém, o uso e a
comercialização dessas espécies vegetais têm precedido à avaliação farmacológica e
toxicológica (Alkofahi & Atta, 1999).
As atividades antiulcerogênicas de várias plantas vêm sendo estudadas. A espécie
Maytenus truncata Reiss é uma planta nativa da Bahia, conhecida como “espinheira santa”.
Suas folhas são usadas popularmente na forma de chá para tratamento de úlcera gástrica.
Experimentalmente a administração de extratos brutos reduziu a severidade de úlcera gástrica
induzida pelo estresse ao frio em ratos, com resultados mais significativos para o extrato
metanólico (Silva et al., 2005).
Segundo Markman et al., (2004) a Campomasia xanthocarpa, conhecida no Brasil por
“gabiroba”, é usada no tratamento preventivo de doenças gástricas. A administração oral do
extrato hidroalcoólico das folhas (400mg/kg) mostrou ser efetiva na prevenção de úlcera
gástrica, em ratos, não produzindo efeito tóxico em doses superiores a 5 mg/kg.
Resultados experimentais de extrato clorofórmico de Tanacetum larvatum administrado
em ratos na dose de 50mg/kg, mostraram ter um feito promissor no tratamento de doenças
inflamatórias e também efeito gastroprotetor (Petrovic et al., 2003).
Os efeitos adversos de drogas sintéticas usadas nos tratamentos de úlceras têm
estimulado pesquisas que visam ao isolamento de princípios ativos diferentes, obtidos a partir
de plantas medicinais (Alkofahi & Atta, 1999; Gonzalez et al., 2000). A atividade
gastroprotetora das plantas medicinais pode ser atribuída a diversos compostos químicos
isolados de muitas espécies vegetais como flavonóides, esteróides, terpenóides e as saponinas
sendo alguns exemplos de substâncias químicas que apresentam atividade protetora da mucosa
gástrica (Souccar, 2002).
Estudos demonstraram que os alcalóides pirrolizidínicos senecionina, integerrimina,
retrorsina, usaramina e sencifilina extraídos de folhas e de inflorescências de Senecio
brasiliensis, conhecida popularmente no Sul e Sudeste do Brasil por “Flor das almas”,
“Margaridinha” ou Maria-Mole, tiveram efeito significativo no tratamento de doenças
55
ulcerogênicas em modelo selecionado de úlcera, confirmando assim sua utilização popular no
tratamento de dores no estômago (Toma et al., 2004).
A Byrsonima crassa Niedenzu (Malpigheaceae), planta utilizada na medicina popular
no Brasil para tratar a maior parte de doenças relacionadas ao aparelho digestivo, teve seu
efeito gastrotroprotetor comprovado em modelo experimental de úlcera induzida pela
associação de ácido clorídrico e etanol a partir de extratos hidrometanólico, metanólico e
clorofórmico de suas folhas. Essa planta contém compostos fenólicos como quercetina e
catequina, que podem explicar o efeito ulceratogênico nestes extratos (Sannorniya et al., 2005).
Solução hidro-alcoólica de aroeira do sertão (Astronium urundeuva (Allemão) Engl.)
vem sendo usada pela população nordestina no tratamento de problemas gástricos como úlcera
e gastrite. Estudos de Rao et al. (1987) demonstraram sua ação anti-ulcerogênica.
Desordens do sistema digestivo são tratadas usando várias espécies de Plectranthus.
Algumas espécies são usadas para tratar dor de estômago, náusea, vômitos, diarréia, infecções
da boca e de garganta e também como purgantes, carminativos e como anti-helminticos. As
espécies mais freqüentemente usadas são Plectranthus barbatus e Plectranthus amboinicus
para tratar uma larga variedade de problemas digestivos. Por exemplo, Plectranthus barbatus é
usado para o tratamento de dor de estômago e como um purgante (Lukhoba et al., 2006).
Recentemente foi descrita a inibição da enzima gástrica H
+
,K
+
-ATPase pela plectrinona A, um
diterpenóide isolado de Plectranthus barbatus Andrews (Schultz et al., 2006).
Muitas plantas têm demonstrado atividade de proteção gastrointestinal, mas o
mecanismo gastroprotetor envolvido até hoje continua, na maioria das espécies estudadas, uma
incógnita.
5. Modelos de lesão gástrica para a avaliação da atividade gastroprotetora de plantas
Os modelos experimentais de indução de lesões gástricas atuam por diferentes
mecanismos ulceratogênicos e representam o primeiro passo para determinar os possíveis
mecanismos de ação envolvidos na atividade gastroprotetora de substâncias ou plantas
medicinais (Hiruma-Lima et al., 2000).
A atividade anti-úlcera de uma substância desconhecida pode ser determinada em
animais experimentais frente a três modelos agudos: indução de lesões gástricas por
medicamentos (ácido acetilsalicílico ou indometacina), indução de lesões gástricas por estresse,
ou indução de lesões gástricas por etanol. Tais modelos são os mais utilizados porque
56
representam os agentes etiológicos mais comuns envolvidos na patologia das úlceras gástricas.
No entanto a importância das lesões agudas na espécie humana é pequena comparada às lesões
crônicas rescidivantes. É importante verificar, portanto, a atividade da droga em um modelo
crônico como das lesões gástricas induzidas por ácido acético (Lapa et al., 1999).
6. Produtos naturais com atividade antioxidante x atividade gastroprotetora
Na medicina tradicional, várias plantas e ervas têm sido usadas no tratamento de
desordens gastrointestinais incluindo gastrites e úlceras pépticas (Singh & Majumbar, 1999).
Usnea longíssima empregada no tratamento de úlceras na medicina popular de várias cidades
do mundo é conhecida devido a sua atividade antiulcerogênica e antioxidante. O efeito
antiulcerogênico do extrato aquoso obtido da espécie Usnea longíssima foi investigado usando-
se o modelo de úlcera induzido por indometacina, em ratos, onde se observou efeito protetor
contra úlceras, ao quais seus autores atribuíram ao potencial antioxidante da mesma (Halici et
al., 2005).
Rhizophora mangle é amplamente utilizada na medicina popular do Caribe, devido a
mesma possuir atividades antisépticas, antifúngicas dentre outras. Estudos evidenciaram efeito
gastroprotetor em úlceras experimentais induzida por diclofenaco quando comparado com
inibidor da bomba de prótons (omeprasol). O extrato da planta foi administrado por via oral
(gavage) e depois utlilizado o diclofenaco. O pré-tratamento com o extrato resultou numa
significativa diminuição nas áreas ulceradas. O estudo sugere que Rhizophora mangle induz a
recuperação dos níveis da protaglandina, na qual é depletado pelo diclofenaco. Esses resultados
sugerem que o efeito gastroprotetor da planta nesse modelo de úlcera experimental, aparece
através da dose dependente de prostaglandina e a atividade antioxidante (Berenguer et al.,
2005).
Bafna & Balaraman (2005) atribuíram à substância pepticare, originada de plantas tais como
Glycyrrhiza glabra, Emblica officinalis e Tinospora cordifolia o efeito cicatrizante de úlceras e
as relacionam possivelmente a sua atividade antioxidante.
Segundo Hodek et al., (2002) as propriedades antioxidantes de flavonóides e taninos são
relacionados com suas atividades antiulcerogênicas.
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os animais que são mantidos em áreas de altas concentrações demográficas por m
2
acarretando competição por espaço, alimento e água, além de permanecerem em condições
climáticas desconfortáveis, estão sujeitos a doenças de diversas origens. O uso de plantas como
fitoterápicos em animais de produção sujeitos ao estresse, devido ao sistema intensivo de
criação, poderia acarretar benefícios ainda não explorados.
Os usos de aditivos antioxidantes podem atuar no organismo como um todo, protegendo
as mucosas da ação de radicais livres, inclusive o epitélio gástrico e intestinal protegendo assim
as mucosas, promovendo uma melhoria na absorção dos nutrientes e conseqüentemente um
maior ganho de peso. A descoberta de constituintes oriundas de plantas que possam ser
utilizados como aditivos para rações ou fitoterápicos, é de grande importância para o
crescimento da indústria pecuária tanto no sentido econômico como no sentido de saúde das
pessoas que se alimentam da carne desses animais, evitando assim o uso de medicamentos
sintéticos. Nesse contexto as plantas medicinais têm surgido como uma alternativa tanto para o
tratamento de patologias e/ou aditivos que são adicionados ás rações com o objetivo de
modificar o estado de saúde animal, prevenindo-os contra uma série de doenças que provocam
perdas econômicas ao produtor como também uma melhora na qualidade de vida animal.
58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALKOFAHI, A.; ATTA, A.H. Pharmacological Screening of the Anti-ulcer Effects of some
Jordanian Medicinal Plants in rats. Journal of Ethnopharmacology, v.67, n.2, p. 341-5, 1999.
Al-SHABANAH, O.A. et al. Effect of ninhydrin on biochemical and histopathological changes
induced by ethanol in gastric mucosa of rats. Life Sciences, v.67, n.5, p. 559-66, 2000.
BAFNA. P.A.; BALARAMAN, R. Anti-ulcer and antioxidant activity of Pepticare
herbomineral formulation. Phytomedicine, v.12, n.4, p.264-70, 2005.
BEEJAY, U.; WOLFE, M.M. Acute gastrointestinal bleeding in the intensive care unit. The
gastroenterologist's perspective. Gastroenterology Clinics of North America, v.29, n.2,
p.309-36, 2000.
BERENGUER, B. et al. Protective and antioxidant effects of Rhizophora mangle L. against
NSAID-induced gastric ulcer. Journal of Ethnopharmacology, v.103, n.2, p.194-200, 2006.
BOOTHE, D.M. Gastrointestinal Pharmacology. The Veterinary Clinics of North America.
Small Animal Practice, v.29, n.2, p.343-76, 1999.
CHANWITHEESUK, A.; TEERAWUTGULRAG, A.; RAKARIYATHAM N. Screening of
antioxidant activity and antioxidant compounds of some edible plants of Thailand. Food
Chemistry, v.92, n.3, p.491-7, 2005.
CHEN, F.A. et al. Evaluation of the activity of Ruellia tuberose. Food Chemistry, v.94, n.1,
p.14-8, 2006.
DAS, D. et al. Hydroxyl radical is the major causative factor in stress-induced gastric
ulceration. Free radical Biology and Medicine, v.23 p.8-18, 1997.
DEGÁSPARI, C.H.; WASZCZYNSKYJ, N.; SANTOS, R.J. Atividade antioxidante de extrato
de fruto de Aroeira (Schinus terebenthifolius Raddi). Visão acadêmica, v.5, n.2, p.83-90, 2004.
DIAS, B.F.S. A implementação da convenção sobre diversidade biológica no Brasil:
desafios e oportunidades. 1.ed. Campinas: André Tosello, 1996. 10p.
DURAN, R.M.; PADILLA, R.B. Actividad antioxidante de los compuestos fenólicos. Grasas y
aceites, v.44, n.2, p.101-6, 1993.
FANG, Y.Z.; YANG, S.; WU, G. Free radicals, antioxidants, and nutrition. Nutrition, p.18,
872-9, 2002.
GOEL, R.K.; BHATTACHARYA, S.K. Gastroduodenal mucosal defense and mucosal
protective agents. Indian Journal of Experimental Biology, v.29, n.8, p.701-14, 1991.
59
GONZALES, E. et al. Gastric cytoprotection of Bolivian medicinal plants. Journal of
Ethnopharmacology, v.70, n.3, p.329-33, 2000.
HALICI, M. et al. Effects of water extract of Usnea longissima on antioxidant enzyme activity
and mucosal damage caused by indomethacin in rats. Phytomedicine, v.12, n.9, p.656-62,
2005.
HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J.M.C. Oxygen toxicity,oxygen radicals, transition metals
and disease. Journal of Biochemistry, v.291, n.1, p.1-14, 1984.
HARBORNE, J.B.; WILLIAMS, C.A. Advances in flavonoid research since 1992.
Phytochemistry, v. 55, n.6, p. 481-504, 2000.
HARISH, R.; SHIVANANDAPPA, T. Antioxidant activity and hepatoprotective potential of
Phyllanthus niruri. Food Chemistry, v.95, n.22, p.180-5, 2006.
HIRUMA-LIMA, C.A. et al. Gastroprotective effect of essencial oil from Croton cajucara
Benth. (Euphobiaceae). Journal of Ethnopharmacology, v.69, n.3, p. 229-34, 2000.
HODEK, P.; TREFIL, P.; STIBOROVÁ, M. Flavonoids-potent and versatile biologically
active compounds interacting with cytochromes P450. Chemico-biological Interactions,
v.139, n.1, p.1-21, 2002.
ISENBERG, J.I. et al. Acid peptic disorders. 2.ed. In:Lippincott, J.B. (Eds)Yamada’s Text
Book gastroenterology. Philadelphia, p.1347-1430.1995.
LA CASA, C. et al. Evidence for protective and antioxidante properties of rutin, a natural
flavone, against ethanol induced gastric lesions. Journal of Ethnopharmacology, v.71, n.1-2,
p.45-53, 2000.
LAPA, A.J. ET AL.; SOUCCAR, C.; LIMA-LANDMAN, M.T.R.; GODINHO, R. O.; DE
LIMA, T.C.M. Farmacologia e toxicologia de produtos naturais. In: SIMÕES, C.M.O.;
SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P.; MENTZ, L.A.; PETROVICK, P.R.
(Org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 1.ed. Porto Alegre: UFRGS/ UFSC,
1999. p.181-96.
LIPTAK, J.M. et al. Gastroduodenal ulceration in cats: eight cases and a review of the
literature. Journal of feline Medicine and Surgery, v.4, n.1, p. 27-42, 2002.
LOLIGER, J. The use of antioxidant in food. In: AUROMA, O.I.; HALLIWEL, B. (Ed.). Free
radicals and food additives. London: Taylor & Francis, 1991. 121p.
LUKHOBA, C.W.; SIMMONDS, M.S.J.; PATON, A.J. Plectranthus: A review of
ethnobotanical uses. Journal of Ethnopharmacology, v.103, n.11, p.1-24, 2006.
60
MARKMAN, O.E.O.; BACCHI, E.M.; KATO, E.T.M. Antiulcerogenic effects of
Campomanesia xanthocarpa. Journal of Ethnopharmacology, v.94, n.1, p.55-7, 2004.
MELO, A.E.; GUERRA, N.B. Ação antioxidante de compostos fenólicos naturalmente
presente em alimentos. Boletim SBCTA, v.36, n.1, p 1-11. 2002.
MILLER, T.A. Mechanism of stress-related mucosal damage. The American Journal of
Medicine, v.83, n.6, p.8-14, 1987.
NOLDIN, V.F. et al. Chemical composition and biological activities of the leaves of Cynara
scolymus L. (artichoke) cultivated in Brazil. Química Nova, v.26, n.3, p.331-4, 2003.
PEREIRA, B. et al. Superoxide dismutase, catalase and glutathione peroxidase activities in
immune organs and muscles of sedentary and exercised trained rats. Physiology & Behavior,
v.56, n.5, p.1095-9, 1994.
PETROVIC, S.D. et al. Evaluation of Tanacetum larvatum for anti-inflamatory activity and for
the protection against indomethacin-induced ulcerogenesis in rats. Journal of
Ethnopharmacology, v.87, n.1, p.109-13, 2003.
PILARSKI, R. et al. Antioxidant activity of ethanolic and aqueous extracts of Uncaria
tomentosa (Willd) DC. Journal of Ethnopharmacology, v.14, n.1-2, p.18-23, 2005.
RAO, V.S. et al. Studies on the anti-ulcerogenic activity of Astronium urundeuva Engl. II.
Aqueous extract. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.20, p.803-805,
1987.
RIBEIRO, A. B. et al. A New neolignan and antioxidant Phenol from Nectandra grandiflora.
Journal of the Brazilian Chemical Society, v.16, n.3, p.526-30, 2005.
ROBBINS, S.L.; COTRAN, R.S.; KUMAR, V. Pathologic Basics of disease, 6.ed. New York:
W.B. Saunders Company, 1998. 1425 p.
SAIRAM, K. et al. Antiulceratogenic effect of methanolic extract of Emblica officinalis: an
experimental study. Journal of Ethnopharmacology, v. 82, n.1, p.1-9, 2002.
SANNORNIYA, M. et al. Flavonoids and antiulcerogenic activity from Byrsonima crassa
leaves extracts. Journal of Ethnopharmacology, v.97, n.1, p.1-6, 2005.
SHAHEEN, F. et al. Alkaloids of Aconitum laeve and their anti-inflammatry, antioxidant and
tyrosinase inhibition activities. Phytochemistry, v. 66, n.8, p. 935-40, 2005.
SCHULTZ, C. et al. Inhibition of the gastric H
+
,K
+
-ATPase by plectrinone A, a diterpenoid
isolated from Plectranthus barbatus Andrews. Journal of Ethnopharmacology, v.111, n.1,
p.1-7, 2006.
61
SILVA, J.L. et al. Avaliação da atividade antiulcerogênicada Maytenus truncata Reiss
(Celastraceae). Brazilian Journal of Ethnopharmacology, v.15, n.1, p.30-5, 2005.
SINGH, S.; MAJUMDAR, D.K. Evaluation of the gastric anti-ulcer activity of fixed oil of
cimum sanctum (Holy Basil). Journal of Ethnopharmacology, v. 65, n.1, p.13-19. 1999.
SOUCCAR, C.; LIMA-LANDMAN, M.T.R.; LAPA, A.J. Métodos utilizados para validação
de plantas medicinais com atividade gastrintestinal. In: XVII SIMPÓSIO DE PLANTAS
MEDICINAIS DO BRASIL, Cuiabá-MT, 2002, 32p.
TOMA, W. et al. Preventive activity of pyrrolizidine alkaloids from Senecio brasiliensis
(Asteraceae) on gastric and duodenal induced ulcer on mice and rats. Journal of
Ethnopharmacology, v.95, n.1-2, p.345-51, 2004.
TWEDT, D.C.; MAGNE, M.L. Moléstia do estômago. In: ETTINGER, J. S. Tratado de
Medicina Interna Veterinária. 3.ed. São Paulo: Manole, 1992, p.1353-1386.
WENG, X.C.; WANG, W. Antioxidant activity of compounds isolated from Salvia plebeia.
Food Chemistry, v.71, n.44, p.489-93, 2000.
YU, B.P. Cellular defenses against damage from reactive oxygen species. Physiological
Reviews, v. 74, n.1, p.139-62, 1994.
62
CAPÍTULO 2
Efeito Gastroprotetor do extrato das folhas de Byrsonima sericea DC. contra lesões
gástricas induzidas por etanol: potenciais mecanismos
Gastroprotective effect of Byrsonima sericea DC. leaf extract against ethanol-induced
gastric injury: potential mechanisms
Periódico: Phytomedicine
International Journal of Phytotherapy and Phytopharmacology
Submetido em outubro de 2008
63
Gastroprotective effect of Byrsonima sericea DC. leaf extract against ethanol-
induced gastric injury: potential mechanisms
P. de A. Rodrigues
a
, S. M. Morais
a,b*
, C. M. de Souza
c
, L. A. Aguiar
b
, D. V. Magalhães
a
, Í. G.
P. Vieira
b
, G. M. de Andrade
c
, V. S. Rao
c
, F. A. Santos
c
a
Pos Graduate Program of Veterinary Sciences, Veterinary Faculty, State University of Ceará,
60740-000, Fortaleza, CE, Brazil
b
Natural Products Chemistry Laboratory, Technology Center, State University of Ceará,
60740-000, Fortaleza, CE, Brazil
c
Department of Physiology and Pharmacology, Faculty of Medicine, Federal University of
Ceará, P.O. Box-3157, 60430-270, Fortaleza, CE, Brazil
*Corresponding author:
Rua Ana Bilhar N
o
601, Apto. 400, Meireles, CEP 60160-110, Fortaleza, Ceará, Brazil
Fax: + 55- 85- 3242-2793, E-mail address: [email protected]r
64
Resumo
Folhas de Byrsonima sericea (Malpighiaceae) são largamente utilizados na medicina popular
contra doenças gástricas. Este estudo investigou atividade do potencial gastroprotetor do
extrato etanólico das folhas de B. sericea (BSLE) com possível mecanismo de ação usando o
modelo de úlcera gástrica induzida por etanol absoluto (0,2 mL / animal, p.o.) em
camundongos. Análises fitoquímicas foram realizadas para identificar os componentes ativos
presentes no extrato. BSLE em doses orais de 125, 250, 500 e 1000 mg / kg atenuaram
significadamente lesões gástricas provocadas pelo etanol, inibindo 53,2, 86,5, 80,8 e 90,2%,
respectivamente. O extrato da planta (250 mg / kg) foi capaz diminuir significativamente o
dano induzido pelo etanol, e restaurar as atividades gástricas da superóxido desmutase (SOD) e
catalase (CAT), diminuir a depleção de muco gástrico e dos grupos sulfidrílicos-não-protéico
(NP-SH/GSH) e impedir o aumento de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
promovidas pelo etanol absoluto, sugerindo um mecanismo antioxidante no efeito
gastroprotetor. O pré-tratamento com o antagonista dos receptoes TRPV1 capsazepina,
bloqueou o efeito gastroprotetor de BSLE. O efeito do BSLE (250 mg / kg)no dano produzido
pelo etanol foi significativamente reduzido em camundongospré-tratados com capsazepina, L-
NAME, ou glibenclamida, os respectivos bloqueadores / potenciais inibidores dos receptores
vaniloide 1 (TRPV1), da óxido nítrico sintetase e ativadores dos canais de potássio dependentes
de ATP. Investigações fitoquímicas do BSLE revelaram a presença de flavonóides, quercetina;
isoquercetrina; rutina e kaempferol 3-O-rutinosideo, substâncias conhecidas pelas suas
propriedades antioxidantes e gastroprotetora. Estes resultados em conjunto permitem concluir
que BSLE oferece gastroproteção, por meio de vários mecanismos, que pode ser útil na
disfunção associada a patologias gástricas.
Palavras chave :Byrsonima sericea; Gastroproteção; Etanol; Antioxidante; Óxido níitrico;
Canais de
K
+
ATP
65
Abstract
Byrsonima sericea (Malpighiaceae) leaves are extensively used in folk medicine against gastric
ailments. This study investigated the B. sericea leaf ethanolic extract (BSLE) for potential
gastroprotective activity with the possible mechanism using the absolute ethanol (0.2
mL/animal, p.o.)-induced gastric mucosal damage in mice as a model system. Phytochemical
analysis was carried out to identify the active constituents present in the extract. BSLE at oral
doses of 125, 250, 500 and 1000 mg/kg markedly attenuated the ethanol-evoked gastric lesions
by 53.2, 86.5, 80.8 and 90.2 %, respectively. The plant extract (250 mg/kg) was able to
significantly restore the ethanol-induced decreases in the activities of gastric superoxide
desmutase (SOD) and catalase (CAT), and diminish the depletion of gastric mucus, non-
protein-sulfhydrils (NP-SH/GSH) and the increase in thiobarbituric acid
r
eactive species
(TBARS) promoted by absolute ethanol, suggesting an antioxidant mechanism in its
gastroprotective effect. The pretreatment with TRPV1 antagonist capsazepine blocked the
gastroprotective effect of BSLE. The BSLE (250 mg/kg) effect against ethanol damage was
found to be significantly reduced in mice pretreated with capsazepine, L-NAME, or
glibenclamide, the respective blockers/inhibitors of transient receptor potential vanilloid 1
(TRPV1), nitric oxide synthase and K
+
ATP
channel activation. Phytochemical investigation on
BSLE revealed the major presence of flavonoids, quercetin; isoquercetrin; rutin and kaempferol
3-O-rutinoside, substances well known for their antioxidant and gastroprotective properties.
Taken together, these results allow us to conclude that BSLE affords gastroprotection through
multiple mechanisms, which may be helpful in abrogation of gastric dysfunction associated
pathologies.
Keywords: Byrsonima sericea; Gastroprotection; Ethanol; Antioxidant; Nitric oxide; K
+
ATP
channels
Introduction
Plants of the genus Byrsonima (Malpighiaceae) are widely distributed to various parts of Brazil
where local people call them as murici. Leaves and trunk bark from various species Byrsonima
are popularly employed in folk medicine to treat fever, gastrointestinal dysfunction (diarrhoea
and gastric ulcer), asthma, skin infections, and snakebites (Mendes et al., 1999; Lira et al.,
66
2008). While chemical investigations on various Byrsonima species have shown the presence of
several bioactive compounds like flavonoids, triterpenes and tannins (Béjar and Malone,1993;
Geiss et al., 1995; Martinez-Vázquez et al., 1999; Mendes et al., 1999), bioactivity studies
demonstrated the gastroprotective, healing and antidiarrheal activities of B. fagifolia (Lima et
al., 2008), antimutagenic activity of B. basiloba (Lira et al., 2008), mutagenic and
gastroprotective effects of Byrsonima crassa (Sannomiya et al., 2007; Cardoso et al., 2006)
and the antimicrobial activity of Byrsonima crassifolia (Martinez-Vázquez et al., 1999). The
presence of phenolic compounds possibly explains the gastroprotective effect of the extracts of
Byrsonima species.
Byrsonima sericea DC., also popularly known as murici that grows abundantly in the
Northeastern states of Brazil, is traditionally used to treat gastrointestinal dysfunction. An
antioxidant activity of the methanolic extract from B. sericea has recently been described, using
the DPPH assay (Boscolo et al., 2007). To our knowledge there were no scientific studies in
literature on B. sericea extracts in relation to the gastrointestinal activity. Since antioxidants can
afford gastroprotection both in clinical and experimental settings, the present study was aimed
to evaluate the Byrsonima sericea DC. leaf extract (BSLE) for potential gastroprotection and
the underlying mechanism using the ethanol-induced gastric damage in mice as a model
system. In addition, phytochemical analysis of the extract was carried out to identify the
chemical compounds probably responsible for the plant is protective action.
Materials and Methods
Plant material and extract preparation
Byrsonima sericea DC. (Malpighiaceae) leaves were collected from State University of Ceará
campus, Ceará, Brazil, in December of 2006, after its identification by Dr. Afrânio G.
Fernandes, botanist of the Federal University of Ceará. A voucher specimen (39.451) has been
deposited at Herbarium Prisco Bezerra.
Fresh leaves (1.24 kg) were macerated with 70% alcohol at room temperature for 7 days. The
resultant extract was filtered and evaporated to dryness at 40
0
C in a vacuum rotary evaporator
to yield 153 g of crude ethanolic extract. The concentrated extract was then submitted for
further extraction process using a low pressure silica gel chromatographic column with hexane,
ethyl acetate and ethanol. These solvent solutions on evaporation gave three extracts weighing
67
1.1, 5.6 and 126.2 g, respectively. Only the ethanolic extract (BSLE) was utilised in the present
work.
Phytochemical analysis
BSLE was analyzed for the presence of phenols, tannins, leucoantocianidins, flavonoids,
steroids, triterpens and alkaloids by qualitative chemical analysis (Matos, 1997).
HPLC analysis
The HPLC system (Waters 2690 Alliance) was connected to a Waters 486 tunable absorbance,
column detector (Waters C18, 3.9 X 150mm X 4um). The analysis was run under isocratic
conditions using the solvent mixture: 80:20 (ACN: H
2
O, pH 2.8 phosphoric acid); flow rate: 1
mL/min, 20 µL; and temperature: 21
o
C. Quercetin, quercetin 3-O-glycoside, quercetin 3-O-
rutinoside and kaempferol 3-O-rutinoside, used as standards for comparison, were isolated from
D. gardneriana and characterized by spectroscopic methods. The concentration for the extract
and standards was 1 mg/mL, the injection volume was 30 µL and the eluted was monitored at
350 nm.
Chemicals
Capsaicin, capsazepine, glibenclamide, diazoxide, L-arginine, N
w
-nitro-L-arginine methyl ester
(L-NAME) were purchased from Sigma-Aldrich (St. Louis, MO). Absolute ethanol was
obtained from Synth (Brazil). Quercetin, quercetin 3-O-glycoside (isoquercetrin), quercetin 3-
O-rutinoside (rutin) and kaempferol 3-O-rutinoside isolated from the flowers and leaves of
Dimofhandra gardneriana, were used as standards. All other chemicals used were of analytical
grade.
Animals
Female Swiss mice (20-25g) obtained from the Central Animal House of this University were
used. Experimental groups consisted of 8 animals per group. They were housed at 24 ± 2
o
C
under a 12-h light/12-h dark cycle and had free access to standard pellet diet (Purina chow) and
tap water. The animals were deprived of food for 15 h before experimentation, but had free
access to drinking water. The Institutional Ethics Committee on the Care and Use of Animals
68
for experimentation approved the experimental protocols, and all experiments were performed
in accordance with the guidelines of National Institute of Health, Bethseda, USA.
Gastric damage induced by ethanol
Groups of mice (n=8), were pre-treated with the vehicle (0.9% saline in a 0.5% of DMSO,
10mL/kg), N-acetylcysteine (NAC) (150 mg/kg, i.p.) or BSLE (125, 250, 500 and 1000 mg/kg,
p.o.) 1 h before the induction of gastric damage by oral administration of absolute ethanol (0.2
mL/animal) (Robert et al., 1979). After 25 min, the animals were sacrificed, the stomachs
excised, opened along the greater curvature, rinsed with saline (0.9%) and the mucosal lesion
area (mm
2
) was measured by planimetry using a transparent grid (area: 1mm
2
) placed on the
glandular mucosal surface and was expressed in percentage (%) in relation to total area of
corpus. After evaluating of the lesions induced by ethanol, the glandular parts of the stomachs
were frozen and stored at −70 C for further biochemical analyses.
Estimation of anti-oxidant parameters
Gastric strips were cut into small pieces and then homogenized in ice-cold 50 mM Phosphate
buffer pH 7.4 to give 10% homogenate. The homogenate was then made into aliquots and used
for the assessment of anti-oxidant parameters. The gastric lipid peroxidation was determined by
measuring of thiobarbituric acid
r
eactive species (TBARS) using the method described by
Ohkawa et al. 1979. Superoxide dismutase (SOD) activity was assessed according to the
method of Beauchamp and Fridovich (1971) through measurement of the enzyme capacity for
photochemical inhibition of nitroblue-tetrazolium (NBT). Catalase (CAT) activity was
measured by the method that employs hydrogen peroxide to generate H
2
O and O
2
(Maehly and
Chance, 1954). The protein concentrations were determined by the Bradford (1976).
The non
proteic sulphidrylic groups (NP-SH) were determined according to the method described by
Sedlak and Lindsay, 1968.
Role of TRPV1 channel in the gastroprotective effect of BSLE
Groups of mice (n=8) were pretreated with vehicle (0.9% saline in a 0.5% of DMSO,
10mL/kg), BSLE (250 mg/kg,
p.o.) and capsaicin (0.3 mg/kg, p.o.), alone, or in their
combinations with capsazepine (5 mg/kg, i.p.) prior to the oral administration of 0.2 mL of
69
ethanol (96%). When given alone, BSLE and capsaicin were administered 1h before ethanol.
Capsazepine was administered 30 min prior to ethanol.
Role of nitric oxide in the gastroprotective effect of BSLE
Mice (n=8) were pretreated with vehicle (0.9% saline in a 0.5% of DMSO, 10 mL/kg), BSLE
(250 mg/kg,
p.o.), L-arginine (400 mg/kg, i.p.) alone, or in their combinations with L-NAME
(20 mg/kg, i.p.) prior to induction of gastric damage with ethanol (0.2 mL of ethanol, 96%).
While BSLE was administered 1h before, L-NAME and L-arginine, were given 30 min prior to
ethanol.
Role of K
ATP
-channels in the gastroprotective effect of BSLE
Mice (n=8) were pretreated with vehicle (0.9% saline in a 0.5% of DMSO, 10 mL/kg), BSLE
(250 mg/kg,
p.o.), diazoxide (3 mg/kg, i.p.) alone, or in their combinations with glibenclamide
(5 mg/kg, i.p.) prior to the oral administration of 0.2 mL of ethanol (96%). BSLE was given 1h
before, whereas diazoxide was administered 30 min prior to ethanol or glibenclamide.
Glibenclamide was administered 30 min before BSLE.
Determination of gastric mucus
The determination of mucus in gastric content was performed according to the methodology
described by Corne et al., 1974. The gastric tissues were transferred to 0.1% Alcian Blue
solution prepared in 16 mM sucrose and 50 mM sodium acetate (pH 5.8) and stained for 2 h at
room temperature. The segments were then rinsed twice with 25 mM sucrose solution for 15
and 45 min, and the dye, together with the gastric mucus with 5 mM magnesium chloride
solution was extracted for 2 h. The extract was then mixed with equal volume of diethyl ether
and centrifuged at 3600 rpm for 10 min. Absorbance was determined at 598 nm. The amount
of mucus was calculated using a standard curve of Alcian Blue.
Statistical analysis
The results are presented as the mean ± S.E.M. of 8 animals per group. Statistical analysis was
carried out using one way analysis of variance (ANOVA) followed by Student Newman Keul´s
post hoc test for multiple comparisons. P-values less than 0.05 (P<0.05) were considered as
indicative of statistical significance.
70
Results
The qualitative phytochemical analysis of BSLE revealed the presence of flavones, flavonols,
flavanones, xanthones and hydrolizable tannins. The filtered ethanol extract of B. sericea was
injected under the cited conditions (Fig. 1), as well as a mixture of authentic samples of rutin,
isoquercetrin, kaempferol 3-O-rutinoside and quercetin (Fig. 2). The phenolic compounds were
identified by comparing the authentic chromatographic standards obtained from D.
gardneriana. The purity of each identified peak in Fig. 1 was determined by comparing with
the UV spectra available at the HPLC computer library. For 1240 g of fresh leaves, each
flavonoid content was evaluated in relation to a quercetin standard curve: isoquercitrin: 504
mg, quercetin: 12.6 mg, rutin: 25.4 mg and kaempferol 3-O-ritinoside: 254 mg.
The oral administration of BSLE (125, 250, 500 and 1000 mg/kg) exhibited a dose-unrelated
protective effect against ethanol-induced gastric lesions and compared to vehicle group, the
extent of inhibitions for the respective doses employed were 53.2, 86.5, 80.8 and 90.2 %. NAC,
the positive control included for the study also offered significant protection (Table 1).
The animals that received ethanol alone showed a significant decrease in gastric catalase
(CAT), superoxide dismutase (SOD) and NP-SH levels and a significantly elevated TBARS
level (Table 2). Pretreatment with BSLE (250 mg/kg) effectively decreased the ethanol
associated increase in TBARS (67.76 ± 7.5 nmol/g tissue). Almost to a similar extent NAC
(150 mg/kg) also inhibited the increase of TBARS (62.1 ± 6.96 nmol/g tissue) produced by the
ethanol (Table 2). BSLE (250 mg /kg) treated animals showed significantly enhanced activities
of the antioxidant enzymes SOD and CAT.
The NP-SH level seen in gastric mucosa of normal control mice (280.1 ± 12.7 µg/g) was
significantly lowered by ethanol (102.3 ± 10.4 µg/g) treatment (Table 2). At the doses
employed, both BSLE and NAC largely replenished the NPSH depleted by ethanol (239.5 ± 6.5
µg/g).
In mice pretreated with vanilloid antagonist capsazepine, the gastroprotective effect of BSLE
(250 mg/kg) and capsaicin (0.3 mg/kg, p.o.) were significantly reduced (Fig. 4A). These data
indicate that the gastroprotective effect of BSLE is mediated by activation of capsaicin-
sensitive primary afferents.
L-NAME (20 mg/kg, i.p.) pretreatment significantly blocked the gastroprotection produced by
BSLE and L-arginine (400 mg/kg, i.p.), suggesting the participation of NO (Fig.4B) on BSLE
gastroprotection. Pretreatment with K
+
ATP
channel blocker, glibenclamide (5 mg/kg, i.p.), also
71
significantly reduced the gastroprotection produced by BSLE and diazoxide (3 mg/kg, i.p.)
(Fig. 4C), indicating a role for K
+
ATP
channels in gastroprotection.
The amount of gastric mucus was significantly (p < 0.01) less in the gastric tissues collected
from ethanol-treated animals, as compared to non-damaged tissues from control. The
pretreatment of animals with BSLE greatly enhanced the gastric mucus, when compared to
animals on ethanol injury (Fig.3).
Discussion
The results show that the leaf extract of B. sericea protects against absolute ethanol-induced
gastric lesions in mice. However, at the doses tested, the protective response was not dose-
related. The reason for this might be due to the complex nature of polyphenolics present, and or
their impaired absorption following oral administration of the extract. Phytochemical analysis
of BSLE indicated the presence of flavonoids and tannins, and the HPLC analysis confirmed
the presence of rutin (quercetin 3-O-rutinoside), isoquercetrin (quercetin 3-O-glucoside),
kaempferol 3-O-rutinoside and quercetin as the main secondary metabolites. Several of these
flavonoids and their structurally related compounds have been shown to inhibit lipid
peroxidation (Katsube et al., 2006; Lambert et al., 1999). The results of this study show that
BSLE at doses of 125, 250, and 500 mg/kg affords pronounced gastroprotection against
ethanol-evoked lesions, largely due to the presence of strong antioxidant flavonoids in the
extract. The gastroprotective and antioxidant effects of quercetin and rutin are well-known (De
la Lastra et al., 1994; La Casa et al., 2000) and there have been many studies, addressing the
antiulcerogenic properties of flavonoids (Gonzalez and Di Stasi, 2002; Kahraman al., 2003).
The role of reactive oxygen species in the pathogenesis of acute ethanol-induced gastric
mucosal lesions and the effects of quercetin have been evaluated in a few studies. It has been
confirmed that quercetin treatment significantly inhibits the gastric erosions induced by ethanol
(Gracioso et al., 2002). Galati et al. (2003) have also described that there is a correlation
between the antioxidant and the antiulcer activity of the flavonoids. It has been firmly
established that oxidative stress and impaired prostaglandin synthesis contribute to gastric
mucosal damage in experimental models of gastric lesions induced by ethanol (Chattopadhyay
et al., 2006). The administration of BSLE (250 mg/kg) to the animals increased the levels of
gastric NP-SH (GSH) and the amount of mucus. Previous studies have shown that oral
administration of the Maytenus ilicifoli leaf extract, rich in flavonoids can increase the mucus
72
production in ethanol model of gastric damage in mice, which is in agreement with our data
(Baggio et al., 2007). Both gastric mucus and glutathione serve as protective agents against
mucosal injury (Cnubben et al., 2001; Chen et al., 2005). The plant-derived natural antioxidants
are extremely useful to combat the oxidative stress (Repetto and Llesuy, 2002). Antioxidant
enzymes such as superoxide dismutase (SOD) and catalase (CAT), in a preventive way, act as a
first line defense against the reactive oxygen species (ROS). Acute treatment with ethanol
promotes oxidative stress consequently enhancing the lipid peroxidation and malonaldehyde
formation (Peskar et al., 2002). The present study clearly shows that BSLE inhibits lipid
peroxidation and lowers TBARS formation indicating a cytoprotective function. Other studies
have reported that NO is involved in the preservation of mucous membrane integrity in
experimental models of gastric ulceration (Cho, 2001; Kwiecien et al., 2002; Ancha et al.,
2003). In this study, L-arginine (400 mg/kg) and BSLE (250 mg/kg) induced gastroprotection
was reversed by L-NAME, a non-selective NOS inhibitor, suggesting that the gastroprotective
effect of BSLE is mediated, in part, by NO. It is known that potassium channels are involved in
a variety of stomach physiological functions and that gastroprotection can be inhibited by
several agents such as indomethacin, K
+
ATP
blockers and glibenclamide (Peskar et al., 2002).
Glibenclamide, a blocker of K
+
ATP
channels, significantly antagonized the protective effect of
BSLE and diazoxide. These results support the hypothesis that K
+
ATP
channel opening is
involved in the gastroprotective activity of BSLE. Since this protection is also sensitive to
indomethacin, it is suggested that endogen prostaglandins activate the K
+
ATP
channels and this
mechanism is responsible, in part, for the BSLE gastroprotective action (Campos et al., 2008).
The results of this study indicate that BSLE has a cytoprotective role in the gastroprotection
against gastric damage induced by ethanol, which is presumably mediated, in part, by nitric
oxide release and K
+
ATP
channel opening. The extract does not seem to be toxic as consecutive
daily oral administrations of BSLE (500 or 1000 mg/kg) over a period of five days to mice did
not produce any signs of overt toxicity. Taken together these findings suggest that the ethanolic
extract of B. sericea is a safe gastroprotectant to obliterate gastric dysfunction associated
pathologies.
Aknowledgements
We are thankful for the financial support of FUNCAP (Ceará State Research Funding) and
CNPq (National Council for Technological and Scientific Development, Brazil).
73
References
Ancha, H., Ojeas, H., Tedesco, D., Ward, A., Harty, R.F., 2003. Somatostatin-induced gastric
protection against ethanol: involvement of nitric oxide and effects on gastric mucosal blood
flow. Regul Pept 110, 107-113.
Baggio, C.H., Freitas, C.S., Otofuji, G.M., Cipriani, T.R., Souza, L.M., Sassaki, G.L., Iacomini,
M., Marques, M.C., Mesia-Vela, S., 2007. Flavonoid-rich fraction of Maytenus ilicifolia Mart.
ex. Reiss protects the gastric mucosa of rodents through inhibition of both H
+
, K
+
-ATPase
activity and formation of nitric oxide. J Ethnopharmacol 113, 433-440.
Beauchamp, C., Fridovich, I., 1971. Superoxide dismutase: improved assays and an assay
applicable to acrylamide gels. Anal Biochem 44, 276-287.
Béjar, E., Malone, M.H., 1993. Pharmacological and chemical screening of Byrsonima
crassifolia, a medicinal tree from Mexico. Part I. J Ethnopharmacol 39, 141-158.
Boscolo, O.H., Mendonça-Filho, R.F.W., Menezes, F.S., Senna-Valle, L., 2007. Potencial
antioxidante de algumas plantas de restingas citadas como medicinais. Rev Bras Pl Med 9, 8-
12.
Bradford, M.M., 1976. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram
quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Anal Biochem 72, 248-254.
Campos, D.A., de Lima, A.F., Ribeiro, R.S., Silveira, E.R., Pessoa, O.D., Rao, V.S., Santos,
F.A., 2008. Gastroprotective effect of a flavone from Lonchocarpus araripensis Benth.
(Leguminosae) and the possible mechanism. J Pharm Pharmacol 60, 391-397.
Cardoso C.R., de Syllos Cólus I.M., Bernardi C.C., Sannomiya M., Vilegas W., Varanda E.A.,
2006. Mutagenic activity promoted by amentoflavone and methanolic extract of Byrsonima
crassa Niedenzu. Toxicology 225, 55-63.
Chattopadhyay, I., Bandyopadhyay, U., Biswas, K., Maity, P., Banerjee, R.K., 2006.
Indomethacin inactivates gastric peroxidase to induce reactive-oxygen-mediated gastric
mucosal injury and curcumin protects it by preventing peroxidase inactivation and scavenging
reactive oxygen. Free Radic Biol Med 40, 1397-1408.
Chen, S.H., Liang, Y.C., Chao, J.C., Tsai, L.H., Chang, C.C., Wang, C.C., Pan, S., 2005.
Protective effects of Ginkgo biloba extract on the ethanol-induced gastric ulcer in rats.World J
Gastroenterol 11, 3746-3750.
Cho, C.H., 2001. Current roles of oxide nitric in gastrointestinal disorders. J Physiol 95, 253-
256.
74
Cnubben, N.H.P., Rietjens, I.M.C.M., Wortelboer, H., Van Zanden, J., Van Bladeren, P.J.,
2001. The interplay of glutathione-related processes in antioxidant defense. J Physiol 10, 141-
152.
Corne, S.J., Morrisey, S.M., Woods, R.J., 1974. A method for the quantitative estimation of
gastric barrier mucus. J Physiol 224, 116-117.
De la Lastra, A.C., Marn, M.J., Motilva, V., 1994. Antiulcer and Gastroprotective Effects of
Quercetin: A Gross and Histologic Study. Pharmacology 48, 56-62.
Galati, E.M., Mondello, M.R., Giuffrida, D., Dugo, G., Miceli, N., Pergolizzi, S., Taviano,
M.F., 2003. Chemical characterization and biological effects of Sicilian Opuntia ficus indica
(L.) mill. Fruit juice: antioxidant and antiulcerogenic activity. J Agric Food Chem 51, 4903-
4908.
Geiss, F., Heinrich, M., Hunkler, D., Rimpler, H., Heinrich, M., 1995. Proanthocyanidins with
(+) - epicatechin units from Byrsonima crassifolia bark. Phytochemistry 39, 635-643.
Gonzalez, F.G., Di Stasi, L.C., 2002. Anti-ulcerogenic and analgesic activities of the leaves of
Wilbrandia ebracteata in mice. Phytomedicine 9, 125-134.
Gracioso, J.S., Vilegas, W., Hiruma-Lima, C.A., Souza Brito, A.R., 2002. Effects of tea from
Turnera ulmifolia L. on mouse gastric mucosa support the Turneraceae as a new source of
antiulcerogenic drugs. Biol Pharm Bull 25, 487-491.
Kahraman, A., Erkasap, N., Köken, T., Serteser, M., Aktepe, F., Erkasap, S., 2003. The
antioxidative and antihistaminic properties of quercetin in ethanol-induced gastric lesions.
Toxicology 183, 133-42.
Katsube, T., Imawaka, N., Kawano, Y., Yamazaki, Y., Kuninori Shiwaku, K., Yamane, Y.,
2006. Antioxidant flavonol glycosides in mulberry (Morus alba L.) leaves isolated based on
LDL antioxidant activity. Food Chem 97, 25-31.
Kwiecień, S., Brzozowski, T., Konturek, P.C.H., Konturek, S.J., 2002. The role of reactive
oxygen species in action of nitric oxide-donors on stress-induced gastric mucosal lesions. J
Physiol Pharmacol 53, 761-773.
La Casa, C., Villegas, I., Alarcón de la Lastra, C., Motilva, V., Martín Calero, M.J., 2000.
Evidence for protective and antioxidant properties of rutin, a natural flavone, against ethanol
induced gastric lesions. J. Ethnopharmacol 71, 45-53.
75
Lambert, N., Kroon, P.A., Faulds, C.B., Plumb, G.W., Mc Lauchlan, W.R., Day, A.J.,
Williamson, D.G., 1999. Purification of cytosolic beta-glucosidase from pig liver and its
reactivity towards flavonoid glycosides. Biochim Biophys Acta 1435, 110-116.
Lima ZP, Dos Santos RD, Torres TU, Sannomiya M, Rodrigues CM, Dos Santos LC, Pellizzon
CH, Rocha LR, Vilegas W, Souza Brito AR, Cardoso CR, Varanda EA, de Moraes HP, Bauab
TM, Carli C, Carlos IZ, Hiruma-Lima CA. Byrsonima fagifolia: An integrative study to
validate the gastroprotective, healing, antidiarrheal, antimicrobial and mutagenic action. J.
Ethnopharmacol. 2008 Aug 8. [Epub ahead of print]
Lira W.M., dos Santos F.V., Sannomiya M., Rodrigues C.M., Vilegas W., Varanda E.A.,
2008.
Modulatory effect of Byrsonima basiloba extracts on the mutagenicity of certain direct and
indirect-acting mutagens in Salmonella typhimurium assays.
J Med Food.
11, 111-9.
Maehly, A.C., Chance, B., 1954. The assay of catalases and peroxidases. Methods Biochem
Anal 1, 357-424.
Malencié, D., Gasic, O., Popović, M., Boza, P., 2000. Screening for antioxidant properties of
Salvia reflexa hornem. Phytother Res 14, 546-548.
Matos, F.J.A., 1997. Introdução à Fitoquímica Experimental, 2 ed. Ed. UFC Fortaleza, CE, 34-
47.
Martínez-Vázquez M., González-Esquinca A.R., Cazares Luna L., Moreno Gutiérrez M.N.,
García-Argáez A.N., 1999. Antimicrobial activity of Byrsonima crassifolia (L.) H.B.K. J.
Ethnopharmacol. 66, 79-82.
Mendes, C.C., Cruz, F.G., David, J.M., Nascimento, I.P., David, J.P., 1999. Triterpenes
esterified with fatty acid and triterpene acids isolated from Byrsonima microphylla. Quím Nova
22, 185-188.
Ohkawa, H., Ohishi, N., Yagi, K., 1979. Assay for lipid peroxidation in animal tissue by
thiobarbituric acid reaction. Anal Biochem 95, 351-358.
Peskar, B.M., Ehrlich, K., Peskar, B.A., 2002. Role of ATP-sensitive potassium channels in
prostaglandin mediated gastroprotection in the rat. J Pharmacol Exp Ther 301, 969-974.
Repetto, M.G., Llesuy, S.F., 2002. Antioxidant properties of natural compounds used in
popular medicine for gastric ulcers. Braz J Med Biol Res 35, 523- 534.
76
Robert, A., Nezamis, J.E., Lancaster, C., Hanchar, A.J., 1979. Cytoprotection by prostaglandins
in rats. Prevention of gastric necrosis produced by alcohol, HCl, NaOH, hypertonic NaCl and
thermal injury. Gastroenterology 77, 433-443.
Sannomiya M., Cardoso C.R., Figueiredo M.E., Rodrigues C.M., dos Santos L.C., dos Santos
F.V., Serpeloni J.M., Cólus I.M., Vilegas W., Varanda E.A., 2007. Mutagenic evaluation and
chemical investigation of Byrsonima intermedia A. Juss. leaf extracts. J. Ethnopharmacol 112,
319-326.
Sedlak, J., Lindsay, R.H., 1968. Estimation of total, protein-bound, and nonprotein sulfhydryl
groups in tissue with Ellman's reagent. Anal Biochem 25, 192-195.
77
Legends to Figures
Fig. 1. HPLC Chromatogram of the ethanolic extract of B. sericea. Column: Waters C18 (150 x
3.9 mm, 4 µm; eluent: water /ACN / fosforic acid / 80:20), Flow-rate: 1mL/min, 20 µl,
Temperature 21
o
C. Detection: 350nm. 1. unidentified, 2. rutin, 3. isoquercitrin, 4. kaempferol
3-O-rutinoside, 5. quercetin
Fig. 2. HPLC Chromatogram of 4 marker compounds. (2. Rutin; 3. Isoquercitrin; 4.
kaempferol-3-O-rutinoside; 5. quercetin)
Fig. 3. Effect of the B. sericea extract (BSLE) treatment on the amount of mucus after
induction of gastric lesion by ethanol in mice. The results are expressed as mean ± S.E.M.
**
p
< 0.01 in comparison to control group (vehicle) (ANOVA followed by Student Newman Keul’s
test).
Fig.4. A. Involvement of TRPV1 channel in the gastroprotective effect of B. sericea extract
(BSLE) against ethanol-induced gastric damage in mice. B. Involvement of nitric oxide in the
gastroprotective effect of B. sericea extract (BSLE) against ethanol-induced gastric damage in
mice. C. Role of K
+ATP
channels in the gastroprotective effect of BSLE against ethanol-induced
gastric damage in mice. The results are expressed as mean ± S.E.M.
a
p < 0.05 vs control
(vehicle);
b
p < 0.05 vs BSLE alone;
c
p < 0.05 vs L-arginine (L-arg) or diazoxide alone
(ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
78
Fig. 1.
79
Fig. 2.
80
Table 1. Effect of B. sericeae extract (BSLE) on gastric damage induced by absolute
ethanol in mice.
Treatment Dose (p.o.) Ethanol lesion area (mm
2
) % of
inhibition
Control (vehicle) - 21.8 ± 0.4 -
BSLE 125 mg/kg 10.4 ± 1.0
***
58.3
250 mg/kg 3.3 ± 0.6
***
86.5
500 mg/kg 2.7 ± 0.5
***
80.8
1000 mg/kg 2.3 ± 0.1
***
90.2
NAC 150 mg/kg 3.0 ± 0.5
***
86.5
Data are mean ± S.E.M of 8 animals in each group.
***
p < 0.001 vs. Control (vehicle)
(ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
81
Table 2. Effects of B. sericeae extract (BSLE) on the contents of CAT, SOD, MDA and NP-
SH on gastric damage induced by absolute ethanol in mice.
Treatment CAT
(U/g protein)
SOD
(U/g protein)
TBARS
(nmol/g tissue)
NP-SH
(µg/g tissue)
No lesion 14.2 ± 0.8
1.0 ± 0.2 54.6 ± 6.9 280.1 ± 12.7
Control
(vehicle)
13.6 ± 0.6
0.6 ± 0.2
a
86.6 ± 17.3
a
102.3 ± 10.4
a
BSLE
250 mg/kg
13.1 ± 0.9
1.0 ± 0.1
b
67.7 ± 7.5
b
229.1 ± 9.9
b
NAC
150 mg/kg
15.4 ± 0.4
1.0 ± 0.1
b
62.1 ± 6.9
b
239.5 ± 6.5
b
Data are mean ± S.E.M of 8 animals in each group.
a
p < 0.05 vs. Control (normal);
b
p < 0.05
vs. vehicle (ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
82
No lesion control 250 150
0.000
0.025
0.050
0.075
(vehicle)
BSLE NAC
mg / kg
a
b
b
Alcian Blue (
µ
g / ml of wet
tissue)
Fig. 3.
83
control 250 3 250 3
0
5
10
15
20
25
BSLE Capsaicin BSLE Capsaicin
Capsazepine
a
a
b
c
(vehicle)
mg/kg
Gastric lesion area (mm
2)
Control 250 400 250 400
0
10
20
30
a
a
b
c
BSLE L-Arg BSLE L-Arg
(vehicle)
L-NAME
mg/kg
Gastric lesion area (mm
2
)
Control 250 3 250 3
0
10
20
30
BSLE Diazoxide BSLE Diazoxide
Glibenclamide
a
a
b
c
(vehicle)
mg/kg
Gastric lesion area (mm
2
)
Fig. 4.
A
B
C
84
CAPÍTULO 3
Efeito do extrato etanólico de Byrsonima sericea DC. no sistema gastro-intestinal e
avaliação da toxicidade em camundongos
Effect of Byrsonima sericea DC. ethanol extract in the gastro-intestinal system and
assessment of toxicity in mice
Periódico: Revista Brasileira de Farmacognosia
Submetido em 29 de outubro de 2008
85
Efeito do extrato etanólico de Byrsonima sericea DC. no sistema gastro-
intestinal e avaliação da toxicidade em camundongos
Patrícia A. Rodrigues,
1*
Selene M. Morais,
1,2
Ana R.A. Silva,
2
Liza A. Aguiar,
2
Carolina
M. de Souza,
3
Flávia A. Santos
3
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Faculdade de Veterinária,
Universidade Estadual do Ceará , Av. Paranjana, 1700, CEP 60740-000, Campus do Itaperi,
Fortaleza-Ceará, Brasil
2
Departamento de Química,
Laboratório de Química de Produtos Naturais, Universidade
Estadual do Ceará, Av. Paranjana, 1700, CEP 60740-000, Campus do Itaperi, Fortaleza- Ceará,
Brasil
3
Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará, Faculdade de
Medicina, Rua Coronel Nunes de Melo, 127, Rodolfo Teófilo, 60430-270, Fortaleza- Ceará,
Brasil
*E-mail: [email protected] ; Tel: + 55- 85-30919838
RESUMO: Byrsonima sericea DC., conhecida como murici da praia, é usada popularmente
para tratar doenças gastro-intestinais. Análises fitoquímicas e antioxidantes foram feitas com os
extratos obtidos através de cromatografia do extrato etanólico bruto das folhas de B. sericea
(EEB), obtendo-se os extratos hexânico (E.H), acetato de etila (E.Ac) e etanólico (E.E). Para
comprovar o uso etnofarmacológico da espécie, foram avaliados a atividade gastroprotetora, o
efeito na motilidade intestinal e a toxicidade do E.E. que apresentou a melhor atividade
antioxidante (90%) e maior rendimento (126,2g). Doses orais de 500 e 1000 mg/kg não
causaram mortalidade, não havendo diferença no peso dos animais, peso relativo dos órgãos e
ASATe ALAT quando comparado ao grupo controle. Doses de 250, 500 e 1000 mg/kg
86
inibiram as lesões gástricas induzidas por indometacina em 52, 60 e 62 % respectivamente. A
dose de 1000 mg/kg diminuiu a motilidade intestinal nos animais. A análise fitoquímica do E.E.
e E.Ac. mostrou a presença fenóis, taninos, leucoantocianidinas, flavonoídes, esteroídes,
triterpenos e alcalóides. O E.E. de B. sericea não foi tóxico nas doses testadas, apresentou
atividade gastroprotetora e efeito antidiarrêico, confirmando seu uso popular. Estas ações
podem estar relacionadas com a presença de compostos fenólicos contidos no extrato estudado.
Unitermos: Byrsonima sericea DC, Gastroproteção, Toxicidade, Antioxidantes
ABSTRACT: Effect of Byrsonima sericea DC. ethanol extract in the gastro-intestinal
system and assessment of toxicity in mice. Byrsonima sericea DC., popularly known as
murici of the the beach, is used to treat gastro-intestinal diseases. In this study it was performed
the phytochemical and antioxidant analysis of extracts obtained by chromatography of crude
ethanol extract from B. sericea (BEE) leaves obtaining hexane extract (EH), ethyl acetate
extract (E.Ac) and ethanol extract (EE). EE showed the higher yield and the best antioxidant
activity (90%). The ethnopharmacological use of B. sericea was evaluated by assaying EE for
gastroprotective activity in stomach ulcer induced by indometacin, intestinal motility and
toxicity. Oral doses of 500 and 1000 mg/kg did not cause mortality, and there was no difference
in animals weight, organs relative weight and ASAT and ALAT, as compared to the control
group. Doses of 250, 500 and 1000 mg/kg inhibited the gastric lesions induced by
indomethacin in 52, 60 and 62% respectively. The dose of 1000 mg/kg decreased intestinal
motility in animals. Phytochemical analysis of E.E e E.Ac showed the presence of phenols,
tannins, leucoanthocianidins, flavonoíds, esteroíds, triterpenes e alkaloids. B. sericea E.E. was
87
not toxic and showed gastroprotective and antidiarrheal activities, confirming its popular use.
These actions may be related to the presence of phenolic compounds in the studied extract.
Keywords: Byrsonima sericea DC., Gastroprotective, Toxicity, Antioxidants
INTRODUÇÃO
Desde tempos remotos o homem procurou aproveitar os recursos existentes na natureza,
principalmente nos vegetais, embora de modo totalmente intuitivo, baseado em descobertas ao
acaso. Este fato ainda pode ser encontrado entre muitos povos primitivos isolados como
algumas tribos indígenas da América do Sul (Van Den Berg, 1987).
Atualmente o uso de plantas medicinais tornou-se um recurso alternativo de ampla aceitação
pela população e vem crescendo junto à comunidade médica. Das plantas que são utilizadas
com fins terapêuticos, destacam-se as que possuem atividade antioxidante, uma vez que a
oxidação de biomoléculas pode estar envolvida no surgimento de diversas doenças
degenerativas. (Lee et al., 2003). As plantas produzem uma variedade de substâncias utilizadas
no controle do estresse oxidativo, causado pela ação dos raios solares e oxigênio, tais
substâncias podem representar uma fonte de novos compostos com atividade antioxidante
(Morais, 2002). Dentre as doenças geradas pela ação das espécies oxidantes, estão as úlceras
pépticas que afetam um número considerável de pessoas no mundo. As lesões gástricas
ocorrem quando um desequilíbrio entre os fatores agressores e os fatores protetores da
mucosa (Sairam et al., 2002). As medicações disponíveis hoje em dia para o tratamento das
úlceras desempenham seu efeito por reduzir fatores agressivos ou por estimular fatores
defensivos presentes no tecido. Nesse contexto, as plantas surgem como fonte de compostos
com capacidade tanto de reduzir fatores lesivos como aumentar a resistência da mucosa gástrica
de maneira sinérgica, possibilitando um tratamento mais eficaz (Borreli & Izzo, 2000).
88
Antioxidantes naturais como os polifenóis e carotenóides estão sendo extensivamente
pesquisados para se estabelecer suas eficiências de absorção no trato gastrointestinal,
biodisponibilidade, mecanismos de ação envolvidos e instruções para o consumo seguro em
humanos (Augusto, 2006).
Byrsonima sericea DC., conhecida popularmente como murici da praia, e algumas outras
espécies do gênero são usadas popularmente para tratar disfunções gástricas, infecções
cutâneas, picadas de cobra e ainda como anti-diarréicos (Amarquaye et al., 1994; Lima et al.,
2008; Sannomya et. al., 2007). Não existem dados científicos publicados que avaliem os efeitos
de B. sericea no sistema gastrintestinal. Tendo em vista o uso etnofarmacológico voltado para
tratamento de enfermidades que possam estar envolvidos a ação de radicais livres, como
úlceras gástricas, tornam-se importantes análises química e farmacológica da espécie. Sendo
assim, este trabalho teve como objetivo determinar a toxicidade aguda, atividade
gastroprotetora, e a motilidade intestinal em camundongos do extrato etanólico (E.E.) das
folhas de B. sericea.
MATERIAL E MÉTODOS
Material Vegetal
Folhas frescas de B. sericea foram coletadas em outubro de 2006 no Campus do Itaperi da
Universidade Estadual do Ceará. A exsicata da planta foi preparada, e depositada no herbário
Prisco Bezerra do Departamento de Biologia da UFC, obtendo o número de registro 39.451.
Preparação dos Extratos
As folhas frescas foram imersas em álcool etílico (70%) por uma semana à temperatura
ambiente para extração de princípios ativos. A solução resultante foi filtrada e o solvente
eliminado em evaporador rotativo para obtenção do extrato etanólico bruto (EEB). Este extrato
foi submetido a uma coluna filtrante misturando-se com sílica gel na proporção de 1:1 e
89
eluindo-se com solventes orgânicos em ordem de polaridade crescente (hexano, acetato de etila
e etanol). Após evaporação dos solventes foram obtidos os extratos hexânico (E.H.), de acetato
de etila (E.Ac.) e de etanol (E.E.) e seus rendimentos foram calculados.
Análise Fitoquímica
Os extratos foram submetidos a testes fitoquímicos qualitativos para avaliar as classes de
compostos presentes, seguindo a metodologia de Matos (1997). Esses testes são baseados na
adição de reagentes específicos em alíquotas do extrato e observação em mudanças de cor ou
formação de precipitados.
Teste de Atividade Antioxidante in vitro (Método da varredura do radical livre DDPH).
A atividade antioxidante foi determinada através do método do radical estável DPPH. Em um
tubo de ensaio colocaram-se 3,9 mL de solução metanólica 6,5 x 10
-5
M do radical livre DPPH
e, em seguida, adicionou-se 0,1 mL de solução metanólica das amostras das frações (1mg/mL).
As análises foram feitas em triplicata e as absorbâncias lidas em espectrofotômetro a 515 nm
em diferentes tempos (0 a 60 min). Para comparação, utilizou-se a quercetina como padrão na
proporção molar quercetina/amostra de 1:10 (Yepez et al., 2002).
Animais de Experimentação
Foram utilizados camundongos swiss, fêmeas, pesando entre 20-25g, oriundos do Biotério
Central da Universidade Federal do Ceará. Os animais foram mantidos em condições
adequadas de luz e temperatura, recebendo ração e água ad libidum. A manipulação dos
animais obedeceu às normas de manipulação de animais, preconizadas pelo Colégio Brasileiro
de Experimentação Animal (COBEA).
Avaliação da Atividade tóxica da E.E. em camundongos
Para os ensaios in vivo foi utilizado o E.E. que apresentou melhor atividade antioxidante e um
melhor rendimento em relação aos demais. Os animais foram separados em grupos
90
experimentais (n=8): onde 2 grupos receberam a E.E nas doses de 500 ou 1000 mg/kg v.o. e um
grupo controle que recebeu veículo (solução fisiológica 0,9%; DMSO 5%) uma vez ao dia por
um período de 5 dias consecutivos. Os animais foram pesados no dia 1 e no dia 5 para
monitoramento do peso. Durante o tratamento os grupos foram observados diariamente,
avaliando-se possíveis mudanças nos parâmetros comportamentais. O sangue foi coletado por
punção, através do plexo retro-orbital, centrifugado (3000 rpm, por 7 minutos) e o soro
separado para a análise dos níveis de ASAT e ALAT, no dia zero antes da primeira dose do
E.E. e no dia 5, último dia do tratamento. Os soros foram analisados no Laboratório de
Hematologia no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) em equipamento Konelab, pelo método
cinético U.V. recomendado pela Federação Internacional de Química Clínica (IFCC). Para
determinação do peso relativo dos órgãos, os animais foram sacrificados por deslocamento
cervical, no quinto dia de tratamento e retirado os orgãos (fígado, baço e rim), pesados e feitos
à comparação com o grupo controle (adaptado de Pulla-Reddy & Lokesh, 1996).
Lesão gástrica induzida por indometacina
Animais, em jejum de sólidos de 18 h, (n=8), foram tratados, com E.E. (125, 250, 500 e 1000
mg / kg, v.o.), ou misoprostol (50 µg / kg, v.o.) ou o veículo (0,9% em salina a 0,5% do
DMSO, 10mL/kg). Após uma hora, os animais foram tratados por via oral com indometacina
(50 mg/kg v.o.). Oito horas após a administração da indometacina, os animais foram
sacrificados por deslocamento cervical, os estômagos retirados e instilados com formalina a 5
% por 15 minutos (Bhargava et al, 1973). Em seguida foram abertos ao longo da grande
curvatura, lavados em salina e inspecionados para atribuições de escores de acordo com Szabo
et al. (1985) de acordo com a seguinte escala: 0 = sem petéquias, hemorragia ou erosão; 1 = 5
petéquias; 2 = até 5 petéquias e hemorragias ou erosão de 1 milímetro profundidade; 3 = até 5
91
petéquias com hemorragias ou erosão acima de 1 mm. A média de escores atribuídos as úlceras
para cada animal foi calculado e comparado entre os grupos.
Teste da motilidade intestinal em camundongos
Camundongos (n=8), em jejum de sólidos de 18 h, foram pré-tratados, com o E.E. (1000 mg /
kg, v.o), ou atropina (1 mg/kg, i.m.) ou veículo (0,9% em salina a 0,5% do DMSO, 10mL/kg).
Após 1 h, de receberem os tratamentos, os animais receberam 0,5 ml/animal de suspensão de
carvão ativo 10% em solução de goma arábica 5%, v.o. Após 45 min os camundongos foram
sacrificados por deslocamento cervical, sendo realizada a extirpação imediata do intestino
desde o piloro até o início do ceco. Assim, foi feita a medida do comprimento total do intestino
delgado e da distância percorrida pela suspensão de carvão ativo. O resultado foi expresso em
porcentagem do comprimento total do intestino delgado (Stickney & Northup, 1959).
Análise estatística
A análise estatística foi realizada com auxílio do programa Graph Pad Prism 3.0 (USA). Os
resultados foram expressos como a média ± desvio padrão (D.P.). A comparação entre as
médias foi realizada utilizando-se análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Student
Newman Keuls, para dados paramétricos, e teste de Kruskall-Wallis seguido do teste de
Dunnett, para dados não paramétricos. As diferenças foram consideradas estatisticamente
significativas quando p<0,05.
RESULTADOS
Obtenção dos extratos
A partir de 1240g de folhas secas foram obtidas 153g de extrato etanólico bruto que foi
submetido a uma coluna filtrante de sílica gel. Após a eluição com solventes orgânicos seguida
de evaporação destes foram obtidos 1,1g de E.H., 5,6g de E.Ac. e 126,2g de E.E., com
rendimentos de 0,71; 3,66 e 3,66%, respectivamente.
92
Análise Fitoquímica
Os extratos E.E. e E.Ac mostraram a presença fenóis, taninos, leucoantocianidinas, flavonóides,
esteróides, triterpenos e alcalóides. A presença de ácidos graxos e esteróides foram
determinadas no E.H.
Avaliação das atividades antioxidantes dos extratos de Byrsonima sericea in vitro
Os E.E e E.Ac obtiveram um percentual de varredura (PV) do radical livre DPPH de 90 e 88 %
respectivamente. Ambos os percentuais ficaram próximos ao padrão quercetina 94%. No
entanto a E.H obteve um percentual de 21%.
Avaliação da Toxicidade da E.E em camundongos
Em nenhum dos grupos tratados foram observadas diarréia, mitos, dificuldades motoras,
morbidez nem mortes durante o tratamento. Os resultados da análise estão apresentados na
tabela 1. A administração do E.E. nas doses testadas não alterou os níveis séricos de ASAT e
ALAT nos animais. O peso corporal dos animais não mostrou diferença significativa quando
comparado ao grupo controle. O peso relativo dos órgãos analisados (rim, baço e fígado)
também não apresentou alteração.
Lesão gástrica induzida por indometacina
As doses de 250, 500 e 1000 mg/kg E.E atenuaram significativamente as lesões gástricas
induzidas por indometacina, inibindo 52, 60 e 62 % respectivamente (Figura 1).
Motilidade intestinal em camundongos
O ensaio do trânsito intestinal reduziu significativamente a motilidade intestinal dos animais
após administração do E.E. (1000 mg/kg), quando comparados com o controle atropina 1mg/kg
(Tabela 2).
93
DISCUSSÃO
Estudos realizados com outras espécies do gênero Byrsonima (Amarquaye et al., 1994; Rastrelli
et al., 1997; Sannomiya et al., 2004) relataram a presença de compostos fenólicos,
corroborando com os resultados do estudo fitoquímico de B. sericea. Outras plantas do gênero,
como B. crassifolia e B. crassa mostraram também forte presença de taninos e flavonóides ().
Compostos fenólicos são conhecidos por possuírem atividades antioxidantes (Béjar & Malone,
1993). O elevado potencial antioxidante do E.E. de folhas da B. sericea através do ensaio com
DPPH corroborou com os achados de Boscolo e colaboradores (2006).
A administração oral por 5 dias da E.E na dose de 500 e 1000 mg/kg não produziram efeitos
tóxicos em camundongos, não havendo óbito. Neste trabalho, a administração da E.E nas doses
de 500 e 1000 mg/kg não alteraram os níveis séricos das transaminases estudadas. Segundo
Fillipin et al, (2004) quando os níveis de ASAT e ALAT aumentam em uma análise sorológica,
comparados a um grupo controle, tal aumento é indicativo de lesão hepática ocasionada por
xenobióticos ou por hepatite C. Os animais que receberam a E.E nas doses de 500 e 1000
mg/kg não tiveram diferença no peso corporal quando comparados com os animais que
receberam apenas veículo. De acordo com Jahn & Gunzel, (1997) o acompanhamento da massa
corporal do animal é um importante indicador para a avaliação da toxicidade de uma
substância. Também não foram observadas alterações no peso relativo dos órgãos analisados
(rim, baço e fígado). Estudos realizados em algumas espécies do gênero como B. fagifolia e
B. basiloba (Lira et al, 2008), apresentaram baixa toxicidade na dose de 1000 mg/Kg e as
espécies B. crassa e B. intermedia apresentaram toxicidade na dose de 500 mg/kg, incluindo
morte de 33% dos animais (Higuchi, 2006).
No modelo de lesões gástricas induzidas por indometacina, o E.E. mostrou-se eficaz em
prevenir o dano à mucosa. Galati et al. (2003) descreveram uma correlação entre a atividade
94
antioxidante e gastroprotetora dos flavonóides. Os antiinflamatórios não esteróidais (AINEs),
como aspirina e indometacina, são conhecidos por induzir úlceras durante o curso da terapia
com anti-inflamatórios, através da inibição da síntese de prostaglandina pela via da
ciclooxigenase (Rainsford, 1987).
Os efeitos importantes das prostaglandinas no estômago
relacionam-se com a defesa da mucosa gástrica, à estimulação da secreção de muco e bicarbonato e
manutenção do fluxo sangüíneo (Hawkey, 2000).
O E.E. em doses mais altas 250, 500 e 1000
mg/kg, parece ter influência sobre um ou mais fatores envolvidos na patologia da úlcera pela
indometacina.
O ensaio do trânsito intestinal em camundongos demonstrou significativa redução da
motilidade intestinal dos animais após a administração do E.E. quando comparado com o
controle. Segundo Parmar & Ghosh, (1981) muitos flavonóides isolados de plantas medicinais
apresentam atividade gastroprotetora, sendo as catequinas e flavonóides com atividade
antiúlcera mais conhecidos e atuam através da inibição da enzima histidina descarboxilase,
podendo justificar a diminuição da motilidade intestinal. Estudos adicionais relatam que da
espécie B. crassifolia, foram isolados compostos voláteis dos frutos, glicolipídeos, triterpenos,
ácidos triterpênicos, catequinas, e flavonóides das folhas (Amarquaye et al., 1994; Rastrelli et
al., 1997) e do tronco proantocianidinas e taninos (Geiss et al., 1995). De acordo com relatos
científicos alguns flavonóides são conhecidos pela sua ação antidiarréica dentre eles estão a
quercetrina, quercetina e ternatina. Essa atividade dos flavonóides foi observada através de
experimentos de diarréia crônica em ratos e na motilidade do trânsito intestinal de
camundongos (Galvez et al., 1993; Galvez et al., 1996; Rao et al., 1997). Nossos resultados
concordam com Figueiredo et al. (2005) que avaliaram a atividade antidiarréica dos extratos
metanólico e hidrometanólico das folhas de B. cinera (Lira et al, 2008), em camundongos nas
doses de 1000 mg/kg, sendo observada uma redução significativa da motilidade intestinal.
95
Concluindo, a não toxicidade de B. sericea aliada a constatação de atividades protetoras do
sistema gastro-intestinal corroboram o seu uso etnofarmacológico sem relatos de efeitos
colaterais. Estas atividades podem estar relacionadas à presença de seus compostos fenólicos.
No entanto necessidade de mais estudos relacionados à espécie com o objetivo de isolar e
avaliar a atividade dos seus compostos, bem como analisar os possíveis mecanismos de ação
envolvidos.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo suporte financeiro e a Universidade Estadual do Ceará.
96
Tabela 1.
Níveis séricos de ASAT e ALAT em U/L, de camundongos tratados com a E.E na dose de 500
e 1000 mg/kg.
ASAT ALAT
Dia 0 Dia 5 Dia 0 Dia 5
Veículo
145 ± 55
a
118 ± 22
a
53 ± 10
a
70 ± 26
a
500
104 ± 11
a
118 ± 21
a
49 ± 10
a
48 ± 14
a
1000
111 ± 31
a
158 ± 52
a
43 ± 7
a
64 ± 18
a
Nas colunas e nas linhas as médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si
(p > 0,05).
97
Tabela 2.
Peso dos animais em g de camundongos tratados com a E.E na dose de 500 e 1000 mg/kg.
Tratamento Dia 0 Dia 5
Veículo
500
Veículo
1000
25,93 ± 2,06
a
26,18 ± 1,81
a
21,23 ± 2,31
a
19,20 ± 1,99
a
25,68 ± 1,80
a
25,48 ± 2,17
a
20,12 ± 0,35
a
21,08 ± 0,36
a
Nas colunas e nas linhas as médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre
si (p > 0,05).
98
Tabela 3.
Peso relativos dos órgãos em mg/g de camundongos tratados com a E.E na dose de
500 e 1000 mg/kg.
Orgãos
Fígado Rim Baço
Veículo
3,81 ± 0,39
a
0,62 ± 0,07
a
500
3,91 ± 0,47
a
0,58 ± 0,06
a
Veículo
1000
4,52 ± 0,86
a
4,59 ± 0,95
a
0,79 ± 0,18
a
0,66 ± 0,11
a
0,44 ± 0,21
a
0,59 ± 0,16
a
0,46 ± 0,13
a
0,37 ± 0,13
a
Nas colunas e nas linhas as médias seguidas de mesma letra não diferem
estatisticamente entre si (p > 0,05).
99
Tabela 4.
Porcentagem da distância percorrida pelo carvão ativo no intestino dos camundongos após a
administração da E.E.
Dose Distância percorrida pelo carvão ativo (%) ±
desvio padrão
Atropina
1 mg/kg 47,17 ± 13,31**
E.E
1000 mg/kg 49,41 ± 13,77**
Veículo
10 mL/kg 74,23± 12,25
**Diferente em relação ao grupo veículo de acordo com o teste de Dunnett (P<0,01)
100
Figura 1.
veículo
50
µ
/kg
125 250 500 1000
0
10
20
30
mg/kg
*
***
Indometacina (50mg/kg)
***
***
***
E.E
Área de lesão gátrica
(escores)
misoprostol
Efeito da indometacina na gastroproteção da E.E em camundongos.
Os valores
representam a média ± erro padrão da média (E.P.M.) para 8 animais/grupo. Os animais foram
tratados com E.E (125, 250, 500 e 1000 mg/kg, v.o.) ou misoprostol (50 µg/kg, v.o.).
Indometacina (50 mg/kg,v.o.) foi administrada 1 h após os tratamentos com E.E ou
misoprostol. *p<0,05
***
p<0,001 vs veículo (ANOVA e teste de Kruskall-Wallis seguido do
teste de Dunnett).
101
REFERÊNCIAS
Amarquaye A, Che CT, Bejar E, Malone MH, Fong HHS 1994. A new glycolipid from
Byrsonima crassifolia. Planta Med 60: 85-86.
Augusto O 2006. Radicais livres: Bons, maus e naturais. Oficina de textos: São Paulo
Béjar E & Malone MH 1993. Pharmacological and chemical screening of Byrsonima
crassifolia, a medicinal tree from Mexico. J Ethnopharmacol 39:141-158.
Bhargava KP, Gupta MB, Tangri KK 1973. Mechanism of ulcerogenic activity of indomethacin
and oxyphenbutazone. European J Pharmacol 22: 191-195.
Borrelli F, Izzo A.A 2000. The plant kingdom as a source of anti-ulcer remedies. Phyto. Res.
14: 581-91.
Boscolo OH, Mendonça-Filho RFW, Menezes FS, Senna-Valle L 2007. Potencial antioxidante
de algumas plantas de restingas citadas como medicinais. Rev Bras Plantas Med 9:8-12.
Figueiredo ME, Michelin DC, Sannomiya M, Silva MA, Dos Santos L C, De Almeida LFR,
Brito AR, Salgado MS, Vilegas HRNW 2005. Avaliação Química e da Atividade Antidiarréica
das Folhas de Byrsonima cinera Dc. (Malpighiaceae). Braz J Pharm Sci 41:79-83.
Fillipin FB, Reis K, Cemin L, Duzzioni M, Hermes EM, Souza CL 2004. Novo intervalo de
referência para alanina aminotransferase usando o sistema automatizado de bioquímica DADE
Behring Ar Dimension. News Lab 65: 148-160.
Galati EM, Mondello MR, Giuffrida D, Dugo G, Miceli N, Pergolizzi S, Taviano MF 2003.
Chemical characterization and biological effects of Sicilian opuntia Ficus indica (L.) Mill. fruit
juice: antioxidant and antiulcerogenic activity. J Agric Food Chem 51:4903-4908.
Galvez J, Crespo ME, Jimenez J, Suarez A, Zarzuelo, A 1993. Antidiarrheic activity of
quercitrin in mice and rats. J Pharm Pharmacol 45: 157- 159.
102
Galvez J, Duarte J, Demedina FS, Jimenez J, Zarzuelo A 1996. Inhibitory effects of quercetin
on guinea-pig ileum contractions. Phytother Res 10: 66-69.
Geiss F, Heinrich M. Hunkler, D. Rimpler H. Heinrich M 1995. Proanthocyanidins with (+)-
epicatechin units from Byrsonima crassifolia bark. Phytochemistry 39: 635-643.
Hawkey C J 2000. Nonsteroidal anti-inflammatory drug gastropathy. Gastroenterology 119:
521-535.
Higuchi CT, Longo MC, Sacramento LVS, Vilegas W, Oliveira AG, Leite CQF. Ensaio de
Toxicidade Aguda (Dose Única) dos Extratos Clorofórmicos Microemulsionados (Ecm) de
Byrsonima Spp. Disponível em: acessado em 22 de dezembro de 2006.
Jahn AI, Gunzel PK 1997. The value of spermatology in male reproductive toxicology: do
spermatologic examinations in fertility studies provide new and additional information relevant
for safety assessment? Reprod Toxicol 11: 171-178.
Lee SEH Wang HJ, Ha JS, Jeong HS, Kim SH 2003. Screening of medicinal plant extracts for
antioxidant activity. Life Sci 73: 167–179.
Lima ZP, Dos Santos RD, Torres TU, Sannomiya M, Rodrigues CM, Dos Santos LC, Pellizzon
CH, Rocha LR, Vilegas W, Souza Brito AR, Cardoso CR, Varanda EA, de Moraes HP, Bauab
TM, Carli C, Carlos IZ, Hiruma-Lima CA 2008. Byrsonima fagifolia: An integrative study to
validate the gastroprotective, healing, antidiarrheal, antimicrobial and mutagenic action. J
Ethnopharmacol. Aug 8. [in print]
Lira WM, dos Santos FV, Sannomiya M, Rodrigues CM, Vilegas W, Varanda E.A
2008.
Modulatory effect of Byrsonima basiloba extracts on the mutagenicity of certain direct and
indirect-acting mutagens in Salmonella typhimurium assays.
J Med Food
11:111-9.
Matos FJA 1997. Introdução à fitoquímica Experimental, 2 ed., Fortaleza: Ed.UFC p. 141.
103
Morais SM, Luciano JH, S, Catunda Júnior FEA 2002. Atividade Antioxidante de Óleos
Essenciais de Plantas do Nordeste do Brasil. Ciências e Tecnologia 4: 23-29.
Parmar NS, Ghosh MN 1981. Gastric antiulcer activity of (+) cyanidol-3, a histidine
descarboxilase inhibitor. Euro J Pharmacol 69: 25-32.
Pulla-Reddy ACP, Lokesh BR 1996. Effect of curcumin and eugenol on iron-induced hepatic
toxicity in rats. Toxicol 107: 39-45.
Rainsford KD 1987. The effects of 5-lipoxygenase inhibitors and leukotriene antagonists on the
development of gastric lesions induced by nonsteroidal antiinflammatory drugs in mice. Inflam
Res 21:316-319.
Rao VS, Santos FA, Sobreira TT, Souza MF, Melo CL, Silveira ER 1997. Investigations on the
gastroprotective and antidiarrhoeal properties of ternatin, a tetramethoxyflavone from Egletes
viscose. Planta Med 63: 146-149.
Rastrelli L, Detommasi N, Berger I, Caceres A, Saravia A, De Simone F 1997.Glycolipids from
Byrsonima crassifolia. Phytochemistry 45: 647-650.
Sairam K, Rao CV, Dora Babu M, Kumar KV, Agrawal VK, Goel RK 2002. Antiulceratogenic
effect of methanolic extract of Emblica officinalis: an experimental study. J Ethnopharmacol
82:1-9.
Sannomiya M, Cardoso CR, Figueiredo ME, Rodrigues CM, dos Santos LC, dos Santos FV,
Serpeloni JM, Cólus IM, Vilegas W, Varanda EA 2007. Mutagenic evaluation and chemical
investigation of Byrsonima intermedia A. Juss. leaf extracts. J Ethnopharmacol 112:319-326.
Sannomiya M, Rodrigues CM, Coelho RG, Santos LC, Hiruma-Lima CA, Souza-Brito ARM,
Vilegas W 2004. Application of preparative high-speed counter-current chromatography for
the separation of flavonoids from the leaves of Byrsonima crassa Niedenzu (IK). J.
Chromatogr. A 1035: 47-51.
104
Stickney JC, Northup DW 1959. Effect of gastric emptying upon propulsive motility of small
intestine in rat. Proc Soc Exp Bio Med. 101: 582-583.
Szabo S, Trier JS, Brown A, Schnoor J, 1985. Early vascular injury and increased vascular
permeability in gastric mucosal injury caused by ethanol in the rat. Gastroenterology 88: 228-
236.
Van Den Berg ME 1987. Plantas Medicinais da Amazônia: Contribuição ao seu conhecimento
sistemático. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Programa
Trópico Úmido/MPEG. Museu Paraense Emílio Goeldi.
Vázquez MM, Esquinca ARG, Luna LC, Gutierrez MNM, Argaez ANG 1998. Antimicrobial
activity of Byrsonima crassifolia. J Ethnopharmacol 66: 79-82.
Yepez B, Espinosa M, López S, Bolaños G, 2002. Producing antioxidant fractions from
herbaceous matrices by supercritical fluid extraction. Fluid Phase Equilibria 194: 879-884.
105
CAPÍTULO 4
Estudos pré-clínicos do efeito gastroprotetor da Barbatusina e 3β-hidroxi-3-
deoxobarbatusina, diterpenos isolados de Plectranthus grandis, em modelos experimentais
de lesão gástrica aguda e dos possíveis mecanismos
Pre-clinical studies of the gastroprotective effect of Barbatusin and 3β-hidroxi-3-
deoxobarbatusin, diterpenes isolated from Plectranthus grandis, in experimental models of
acute gastric injury and the possible mechanisms
Periódico: Journal of Ethnopharmacology
(Artigo em fase de elaboração)
106
Pre-clinical studies of the gastroprotective effect of barbatusin and 3β-hydroxy-3-
deoxobarbatusin, diterpenes isolated from Plectranthus grandis, in experimental models
of acute gastric injury and the possible mechanisms
Patrícia de Araújo Rodrigues
a
, Selene Maia de Morais
a,b*
, Carolina Melo de Souza
c
, Ana
Raquel Araújo Silva
b
, Cláudio Cabral Campello
a
, Geanne Matos de Andrade
c
, Maria Gorette
Vasconcelos Silva
d
, Roberto Lima Albuquerque
d
, Ednardo Rodrigues Freitas
e
, Vietla
Satyanarayana Rao
c
, Flávia Almeida Santos
c
.
a
State University of Ceará,
Pos Graduate Program of Veterinary Sciences, Veterinary Faculty,
60740-000, Fortaleza, CE, Brazil
b
State University of Ceará, Natural Products Chemistry Laboratory, Technology Center,
60740-000, Fortaleza, CE, Brazil
c
Federal University of Ceará, Department of Physiology and Pharmacology, Faculty of
Medicine, P.O. Box-3157, 60430-270, Fortaleza, CE, Brazil
d
Federal University of Ceará,
Department of Department of Organic Chemistry and Inorganic,
Center of Science, 60021-970, Fortaleza, CE, Brazil
e
Federal University of Ceará, Department of Zootchenc, Faculty of Agronomy, 60021-970
Fortaleza, CE, Brazil
*Corresponding author:
Rua Ana Bilhar N
o
601, Apto. 400, Meireles, CEP 60160-110, Fortaleza, Ceará, BrazilFax: +
55- 85- 3242-2793, E-mail address: selene@uece.br
107
Resumo
Plectranthus grandis similarmente ao P. ornatus são utilizadas na medicina popular brasileira
para tratamento de problemas gástricos. Barbatusina (BB) e 3β-hidroxi-3-deoxobarbatusina
(OHBB), diterpenos isolados da espécie P. grandis, foram avaliados em modelo experimental
de lesão gástrica aguda induzida por etanol, nas doses de 2,5; 5,0 e 10 mg/kg (p.o.). OHBB em
todas as concentrações testadas atenuou significativamente as lesões gástricas induzidas por
etanol e BB somente nas doses de 5,0 e 10 mg/kg. Estudos dos mecanismos foram realizados
utilizando-se doses de 5 e 10 mg / kg de OHBB e BB respectivamente. OHBB e BB foram
capazes de diminuir de forma significativa a depleção dos grupos sulfidrilas não-proteicos e o
aumento nos níveis de malonaldeído, associados à administração de etanol. O pré-tratamento
com glibenclamida não foi capaz de reverter o efeito gastroprotetor da OHBB. Adicionalmente,
o efeito da BB foi significativamente reduzido em camundongos pré-tratados com L-NAME e
capsazepina frente às lesões induzidas por etanol. BB aumentou o muco gástrico em
camundongos. A administração de OHBB foi capaz de causar depleção da Catalase (CAT),
enquanto que a administração de BB não alterou a quantidade desta enzima no tecido strico.
No entanto o pré-tratamento com OHBB preservou a quantidade da enzima superóxido
desmutase a BB foi capaz de aumentar a quantidade da mesma no tecido. Os resultados do
presente estudo indicam uma ação da gastroprotetora de OHBB e BB justificando o uso popular
da planta. Em geral esses diterpenos agem por mecanismos distintos, conforme foi
demonstrado nos resultados, revelando que diferenças na estrutura dos diterpenos modificam
suas atividades.
Palavras chaves: Plectranthus grandis; Barbatusina; 3β-hidroxi-3-deoxobarbatusina;
Gastroproteção; Canais de potássio; Óxido nítrico
108
Abstract
Plectranthus grandis similarly to P. ornatus are used in Brazilian folk medicine for treatment
of gastric diseases. Barbatusina (BB) and 3β-hydroxy-3-deoxobarbatusina (OHBB), diterpenes
isolated from P. grandis, were evaluated in experimental model of acute gastric injury induced
by ethanol, at doses of 2.5, 5.0 and 10 mg / kg p.o. OHBB at all concentrations tested
significantly attenuated the gastric lesions induced by ethanol and BB only at doses of 5.0 and
10 mg / kg. Studies of the mechanisms were performed using a dose of 5 and 10 mg/kg OHBB
and BB respectively. OHBB and BB were able to significantly reduce the depletion of non-
protein sulfhydryl groups and the increase in the levels of malonaldehyde associated with the
administration of ethanol. The pre-treatment with glibenclamide was unable to reverse the
effect gastroprotective of OHBB addition, the effect of BB was significantly reduced in mice
pre-treated with L-NAME and capsazepina front of lesions induced by ethanol. BB
significantly attenuated the depletion of gastric mucus in mice. The administration of OHBB
was capable of causing depletion of catalase (CAT), while the administration of BB did not
alter the amount of this enzyme in stomach tissue. However the pre-treatment with OHBB
preserved the amount of the enzyme superoxide dismutase the BB was able to increase the
amount of the same fabric. The results of this study indicate a gastroprotective action for
OHBB and BB which justify the folk medicine use. In general, these diterpenes act by different
mechanisms as shown in the results, revealing that the structural difference in the compounds
modifies its modes of action.
Keywords: Plectranthus grandis; Barbatusin; 3β-hydroxy-3-deoxobarbatusin; gastroprotective
109
1. Introduction
The family Lamiaceae contains several genera and Plectranthus is a large genus
containing about 300 species found in Tropical Africa, Asia and Australia. Some species of
Plectranthus are difficult to identify because of a lack of well defined morphological criteria to
discriminate not only among species within the genus but also among the closely related
genera. Because of these taxonomic issues, different names have been used for the same
species of Plectranthus and thus it has been difficult to get information about their utilization.
P. vettiveroides is used in India to treat stomach diseases, dyspepsia, nausea and vomiting
(Dash and Kashyap, 1987). P. esculentus and the leaves of P. aegyptiacus are also used to treat
stomach problems (Morris, 1996; Parkia and Cooke, 2003).
Species of the Plectranthus genus have biosynthetic capacity to produce a large number
of secondary metabolites, among them the diterpenes stand out, some with relevant biological
properties already proven (Marques et al., 1997; Buznego and Perez-Saad, 1999; Abdel-Mogib
et al., 2002; Costa & Nascimento, 2003; Hagiwara et al., 2003; Cerqueira et al., 2004; Marques
et al., 2006; Wellsow et al., 2006; Schultz et al., 2006).
Zelnik et al. (1977) studying the chemical composition of P. barbatus leaves found
three diterpenes: barbatusin, o 3β-hydroxy-3-deoxobarbatusin and ciclobutatusin. Another
compounds as 6β-Hydroxycarnosol, barbatusol (Kelecom, 1983), cariocal (Kelecom et al.
1985), coleonon E, coleon F, plectrinona A (Schultz et al., 2006), plectrinona B (Ruedi, 1986),
identified in P. barbatus, have pharmacological or chemical importance. Agarwal & Parks
(1982) report that P. barbatus extracts have been used in natural medicine in many countries
for treatment of various cardiovascular disorders, respiratory, gastrointestinal and central
nervous system. Fischman et al. (1991) demonstrated that aqueous extract of P. barbatus leaves
110
presents gastric hipossecretora action which decreases the acidity and amount of secretion of
gastric juice.
Despite the widespread medicinal use of P. barbatus and diversity of isolated
compounds, the active constituents accounting for the plant antacid/antiulcer activity and their
mechanism of action are still unknown. P. grandis is popularly used in combating diseases
related to the digestive tract. This species has similar morphological characteristics of P.
barbatus, differing only in the "bitterness" of stems and leaves (Matos, 2000). 3β-hydroxy-3-
deoxobarbatusin and barbatusin were isolated from P. grandis, and to investigate their role in
the folk medicine use of this plant, the gastroprotective activity of these compounds were
investigate, in an experimental model of ethanol-induced gastric injury in mice and additionally
evaluate their possible mechanisms of action.
2. Materials and methods
2.1. Plant Material
Plectranthus grandis (Cramer) Willense. leaves and stalk were collected from Garden
of Medicinal Plants Francisco José de Abreu Matos of the Federal University of Ceará (HPM-
FJAM/UFC), Ceará, Brazil, in September of 2001, identified by Dr. Raymond, M. Harley. A
voucher specimen (28377) has been deposited at Herbarium Prisco Bezerra.
2.2. Extraction and isolation of barbatusin and 3
β
-hydroxy-3-deoxibarbatusin
The dried leaves of Plectranthus grandis (990 g) were triturated and extracted with
hexane for one week. The obtained solution was evaporated in rotaevaporator being obtained
the hexanic extract and the left leaf material remaining was extracted with ethanol for one
week. After this time the solvent was eliminated and the ethanol extract was submitted to a
111
sílica gel chromatographic column of being eluted with the solvents hexane, chloroform, ethyl
acetate and methanol. The hexanic extract after chlorophyll removal was chromatographied in a
sílica gel column for isolation of barbatusin (1) (1.57 g, m.p = 142-145°C). The cloroform
extract submitted to a column of sílica gel furnished (2) (20 mg, PF = 205-207°C).
2.3. Spectral characterization of compounds (1) and (2)
IR spectra were recorded on Perkin Elmer FTIR spectrum 100 spectrophotometer and
the values are expressed in cm
−1
. NMR spectra were recorded on a Brucker Avance DRX-500
spectrometer in CDCl
3
.
2.4. Reagents
Capsaicins, Capsazepine, glibenclamide, diazoxide, L-arginine, Nw-nitro-L-arginine
methyl ester (L-NAME) were purchased from Sigma-Aldrich (St. Louis, MO). Absolute
ethanol was obtained from Synth (Brazil). All other chemicals used were of analytical grade.
2.5. Animals
Female Swiss mice (20-25g) obtained from the Central Animal House of this University
were used. Experimental groups consisted of 8 animals per group. They were housed at 24 ±
2
o
C under a 12-h light/12-h dark cycle and had free access to standard pellet diet (Purina chow)
and tap water. The animals were deprived of food for 15 h before experimentation, but had free
access to drinking water. The Institutional Ethics Committee on the Care and Use of Animals
for experimentation approved the experimental protocols, and all experiments were performed
in accordance with the guidelines of National Institute of Health, Bethseda, USA.
112
2.6. Gastric damage induced by ethanol
Groups of mice (n=8), were pre-treated with the vehicle (0.9% saline in a 0.5% of
DMSO, 10mL/kg), N-acetylcysteine (NAC, 150 mg/kg, i.p.) OHBB or BB (2.5, 5, and 10
mg/kg, p.o.) 1h before the induction of gastric damage by oral administration of absolute
ethanol (0.2 mL/animal) (Robert et al., 1979). After 30 min, the animals were sacrificed, the
stomachs excised, opened along the greater curvature, rinsed with saline (0.9%) and the
mucosal lesion area (mm
2
) was measured by planimetry using a transparent grid (area: 1mm
2
)
placed on the glandular mucosal surface and was expressed in percentage (%) in relation to
total area of corpus. NAC the positive control used for model ethanol. After evaluating of the
lesions induced by ethanol, the glandular parts of the stomachs were frozen and stored at −70
C for further biochemical analyses.
2.7. Determination of gastric mucus
Gastric mucus was measured using the gastric mucosa obtained in the ethanol
experiment. The gastric tissues were immediately transferred to 0.1% Alcian Blue solution
prepared in 16 mM sucrose and 50 mM sodium acetate (pH 5.8) and stained for 2 h at room
temperature. The segments were then rinsed twice with 25 mM sucrose solution for 15 and 45
min, and the dye, together with the gastric mucus with 5 mM magnesium chloride solution was
extracted for 2 h. The extract was then mixed with equal volume of diethyl ether and
centrifuged at 3600 rpm for 10 min. Absorbance was determined at 598 nm. The amount of
mucus was calculated using standard curves of Alcian Blue (6.25-100.0 µg) (Corne et al.,
1974).
2.8. Antioxidant activity
113
Gastric strips were cut into small pieces and then homogenized in ice-cold 50 mM
Phosphate buffer pH 7.4 to give 10% homogenate. The homogenate was then made into
aliquots and used for the assessment of antioxidant parameters.
2.8.1. Detemination of lipid peroxidation
Total thiobarbituric acid-reactive substances (TBARS) were determined according to
the method of Ohkawa et al. 1979. Gastric strips were cut into small pieces and then
homogenized in ice-cold Phosphate buffer (50 mM pH 7.4) to give a 10% homogenate. The
homogenates were transferred to test tubes and incubated in a water bath at 37ºC for 60 min.
After this period, 35% perchloric acid was added. The mixture was centrifuged at 14000 rpm
for 10 min. Thiobarbituric acid at 0.6% was then added to the upper layer. The mixture was
submitted to a water bath at 100ºC for 30 min, after which the absorbance was measured at 532
nm. The standard curve was obtained using several concentrations of MDA solutions,
expressed in nmol/g of wet tissue.
2.8.2. Superoxide dismutase (SOD) activity
SOD gastric activity was assessed according to the method of Beauchamp and Fridovich
(1971) through measurement of the enzyme capacity for photochemical inhibition of nitroblue-
tetrazolium (NBT). Nitroblue tetrazolium was used to intercept O
2
generated enzymatically or
photochemically. The reduction of NBT by O
2
was used as the basis of assays for superoxide
dismutase, which in its presence by inhibiting the reduction of NBT producing formazan, which
is absorbed at 560 nm. Aliquots of tissue homogenates were centrifuged 12000 rpm for 20 min.
In a dark room 50 µL of phosphate buffer or supernatants were added to glass test tubes
containing 1mL of reaction mixture (Phosphate buffer 50 mM, EDTA 100 nM and L-
114
methionine 19.5 mM pH 7.8). Then 150 µL of NBT 750 µM and 300 µL riboflavin 10 µM were
added. After shacking the tubes were exposed to light (15 Watt) for 15min. The absorbance was
measured at 560 nm. The results were expressed in enzyme units, representing the amount of
SOD necessary to inhibit NBT reduction by 50%. The enzymatic activity was expressed as
U/µg of protein.
2.8.3. Determination of CAT activity
CAT activity was measured by the method that employs hydrogen peroxide to generate
H
2
O and O
2
(Maehly and Chance, 1954). The activity was measured by the degree of the
reaction. The supernatant (20 µL) was added to a quartz cuvette containing 980µL de H
2
O
2
800
µM, EDTA 25 µM and tris buffer HCl (50 mM, pH 8.0). The change in absorbance was
monitored at 240 nm over a 6-min period using a spectrophotometer. CAT activity was
expressed as U/µg of protein.
2.8.4. Protein assay
The protein concentrations were determined by the Bradford (1976) method, using
bovine serum albumin as standard.
2.8.5. Determination of non proteic sulphidrylic groups (NP-SH, GSH)
Reduced glutathione (GSH) was determined according to the method described by
Sedlak and Lindsay, 1968. Aliquots (2 mL) of tissue homogenate were mixed with 1.6 mL of
distilled water and 0.4 mL of trichloroacetic acid (TCA) 50% (w/v) in glass tubes and
centrifuged at 3000 rpm for 15 min. The supernatants (2 mL) were then mixed with 4mL of tris
buffer (40 mM, pH 8.9) and 5,5'-ditiobis (2-nitrobenzoic acid) (DTNB 10 mM) was added.
After the lesions had been evaluated shaking the reaction mixture, its absorbance was measured
115
at 412 nm within 5 min of the addition of DTNB against the blank with no homogenate. The
GSH concentration (µg/g of wet tissue) was computed from a standard curve constructed using
different concentrations of standard GSH.
2.9. Role of nitric oxide in the gastroprotective effect of OHBB and BB
To investigate the involvement of endogenous NO in the gastroprotetive effect (Arrieta
et al., 2003) the animals were divided in groups (n=8), 2 groups were pre-treated with L-
NAME (20 mg/kg, s.c.) 1h before the treatments with vehicle (0.9% saline, 10 mL/kg) and/or
OHBB (5.0, mg/kg, p.o.), or BB (10 mg/kg, p.o.). Other 2 groups of animals received L-
arginine (400 mg/kg; i.p.), and one group, after 15 min received L-NAME (20 mg/kg s.c.). All
groups received absolute ethanol (0.2 mL/animal). After 30 min of the ethanol administration,
the animals were sacrificed; stomachs were removed and the area of gastric lesion was
measured.
2.10. Role of K
ATP-
channels in the gastroprotective effect of OHBB and BB
In order to verify a likely activation of ATP-sensitive potassium channels in the
gastroprotective effect, (Peskar et al., 2002) groups of mice (n=8) were pretreated with vehicle
(0.9% saline, 10 mL/kg), and/or OHBB (5.0mg/kg, p.o.), or BB (10 mg/kg, p.o.) or diazoxide
(3 mg/kg, i.p.) alone, or in their combinations with glibenclamide (5 mg/kg, i.p.) prior to the
oral administration of 0.2 mL of ethanol (96%). The mice were given or OHBB (5.0mg/kg,
p.o.), or BB (10 mg/kg, p.o.) 1 h before administering ethanol whereas diazoxide was
administered 30 min prior to ethanol or glibenclamide. Glibenclamide was administered 30 min
before OHBB or BB.
116
2.11. Effects of capsazepine pretreatments on OHBB and BB Gastroprotection
Groups of mice (n = 8) were pretreated with vehicle (0.9% saline, 10 ml/kg), and/or
OHBB (5.0, p.o.), or BB (10 mg/kg, p.o.), and capsaicin (0.3 mg/kg, p.o.), alone, or in their
combinations with capsazepene (5 mg/kg, i.p.) prior to the oral administration of 0.2ml of
ethanol (96%). When given alone, OHBB, or BB, and capsaicin, was administered 1 h before
ethanol. Capsazepene was administered 30 min, prior to ethanol.
2.12. Statistical analysis
The statistics were produced accomplished using the analysis of variance (ANOVA).
When there was a significant difference among the groups, Student-Neewman-Keuls or
Kruskall-Wallis post hoc test was applied for multiple comparisons. The results were expressed
as the mean ± standard deviation, being the differences considered statistically significant when
p < 0.05.
3. Results
3.1. Spectral characterization of compounds (1) and (2)
The
1
H and
13
C ressonance magnetic nuclear and infrared spectra of these compounds
were compared with literature data in the previous work of Zelnik et al. (1977). The difference
between the two diterpenes is in carbon 3, in compound 1 there is a ketone group and in 2 there
is an OH group. Compound 1 was characterized as barbatusin and compound 2 as 3β-hydroxy-
3-deoxobarbatusin. The structures of compounds are displayed in Fig 1.
3.2. Effect of OHBB and BB on gastric damage induced by ethanol
The oral administration of OHBB and BB at the tested doses of 2.5, 5 and 10 mg/ kg
exhibited a dose-unrelated against ethanol-induced gastric lesions when compared to vehicle
117
group (Fig. 2A and 2B), the extent of inhibition for respective doses employed (53, 55, 96 % )
and (9, 31, and 76 %) respectively. NAC the positive control include for this study also offered
significant protection of a similar magnitude against ethanol (85% inhibition)-induced gastric
lesion.
3.3. Effect of OHBB and BB on gastric mucus
The amount of gastric mucus was significantly (p < 0.05) less in the gastric tissues
collected from ethanol-treated animals, as compared to non-damaged tissues from control.
There was no difference between the group receiving OHBB with the injured group (Fig.
3A).The pre-treatment of animals with BB (10 mg/kg) greatly enhanced the gastric mucus, (p <
0.01) when compared to animals on ethanol injury (Fig. 3B).
3.4. Effect of OHBB and BB on gastric malonaldehyde, SOD, CAT, and NP-SH
The animals that received ethanol showed a significant increase (p<0.001) in
malonaldehyde levels (101.4 ± 4,72 tissue nmol/g) when compared to the control animals were
given that the vehicle (65.71 ± 4.17
tissue nmol/g). OHBB (5 mg/kg) and BB (10 mg/kg)
decreased the malonaldehyde produced by ethanol (57.43 ± 3.51
tissue nmol/g) and (52.63 ±
7.97 tissue nmol/g) respectively, in a significant way (p < 0.001) (for both). The treatment of
the animals with OHBB (5 mg/kg) decrease the antioxidant enzyme SOD (p < 0.01), however
the pre-treatment with BB increase the amount of SOD in the tissues. The administration of
OHBB (5 mg/kg) was able to cause significant depletion of Catalase (p < 0.001), while the
administration of BB (10 mg/kg) did not alter the amount of this enzyme in gastric tissue.
The NP-SH level seen in gastric mucosa of normal control mice (280.1 ± 12.7 µg/g) was
significantly decreased 102.3 ± 10.4 mg/kg following the administration off ethanol (Table 2).
118
While pretreatment with NAC (150 mg/kg) almost completely replenished the ethanol
depletion of NP-SH (239.5 ± 6.5 mg/kg), OHBB and BB markedly attenuated (p<0,001) the
depletion of gastric mucosal non-protein sulfhydryl of NP-SH (273.0 ± 21.7
and 262.6 ± 27.8
µg/g) respectively. The data are shown in tables 1 and 2.
3.5. Effects of capsazepine, role of nitric oxide and K
ATP-
channels on the gastroprotective
effect of OHBB and BB
The pre-treatment with TRPV1 receptor antagonist capsazepine and L-NAME was
unable to reverse the gastroprotective effect of OHBB in lesions induced by ethanol (Fig. 4a
and 4b). The pre-treatment with glibenclamide was able to reverse (p> 0.05) the
gastroprotective effect of OHBB against lesions induced by ethanol (Fig. 4 C). Additionally,
the effect of BB was significantly reduced (p <0.01) in mice pre-treated with capsazepine (Fig.
5 A) and L-NAME (Fig. 5 B) (p <0001). The pre-treatment with glibenclamide was unable to
reverse the gastroprotective effect of BB against lesions induced by ethanol (Fig. 5 C).
4. Discussion
The literature reveals that plants contain a large diversity of natural products that have
demonstrated antiulcerogenic properties (Lewis and Hanson, 1991). The two diterpenes
isolated from Plectranthus grandis OHBB and BB were tested against acute ulcer models in
animals and demonstrated defence mechanisms to protect stomach mucous. Terpenes or its
derivatives isolated from higher plants have been shown to display antiulcerogenic activity in
vivo (Giordano et al., 1990; Lewis and Hanson, 1991; Matsuda et al., 1998; Rodríguez et al.,
2002). However, its gastroprotective properties seems to act by different and many times
complementary mechanisms, many of them exhibiting as common feature an improvement of
119
the mucosal defensive factors more than effects on the aggressive factors (Giordano et al.,
1990; Lewis and Hanson, 1991; Hiruma-Lima et al., 1999). In the present study, OHBB and
BB significantly protected the gastric mucosa against the injury induced by ethanol. The
formation of gastric lesions in this model may be due to stasis in gastric blood flow which
contributes to the development of the hemorrhage and necrotic aspects of tissue injury (Guth et
al. 1984). The pretreatment of animals with BB (10 mg/kg) greatly enhanced the gastric mucus
(p < 0.01), as compared to animals on ethanol injury. Treatment with ethanol induces
solubilization of mucus constituents in the stomach, and a concomitant fall in the transmucosal
potential difference, increasing the fluxes of Na
+
and K
+
into the lumen, pepsin secretion,
lossing of H
+
ions and histamine content in the lumen (Guth et al. 1984; Szabo 1985).
ROS also have an important role in the pathogenesis of mucosal damage caused by
indomethacin, ethanol and other agents (Elliot and Wallace, 1998). Antioxidant enzymes such
as SOD, CAT, and GSH are the first line of defense against ROS. The administration of ethanol
decreased the levels of SOD and GSH antioxidants and increased the LPO in stomach tissues of
mice in comparison to healthy mice. In contrast to ethanol, doses of OHBB and BB showed
increased levels of SOD and GSH and decreased effect on lipid peroxidation.
The pretreatment with TRPV1 antagonist capsazepine and L-NAME failed to
effectively block the effects of the gastroprotective of OHBB (5 mg/kg) against ethanol
damage. Capsaicin via includes sensory nerve fibers susceptible to capsaicin, which releases
CGRP, and increase the formation of nitric oxide (KAUNITZ & AKIBA, 2004). These nerve
endings and the mediators are involved with the protective mucosal response to luminal acid,
including increasing of the mucosal blood flow and secretion of mucus and bicarbonate.
Furthermore, the OHBB effect was significantly (p<0,01) reduced in mice pretreated with
glibenclamide. In general the authors suggest that regulation of opening and closing K
+
ATP
120
channels in the stomach can be a defense mechanism of external injuries in the gastric mucous.
In the present work glibenclamide, a blocker of K
+
ATP
channels significantly antagonized the
protective effect of OHBB and diazoxide.
L-NAME (20 mg/kg s.c.) significantly blocked the gastroprotection produced by BB
and L-arginine (400 mg/kg i.p.), suggesting NO participation in its gastroprotection. It is well
known that NO is involved in the modulation of gastric mucosal integrity and is important in
the regulation of acid and alkaline secretion, mucus secretion and gastric mucosal blood flow
(Chandranath et al., 2002). The pretreatment with TRPV1 antagonist capsazepine failed to
block effectively (p>0,05) the gastroprotective effect of BB (10 mg/kg) against ethanol
damage.
In conclusion, compounds OHBB and BB demonstrated significant anti-ulcer activity
by oral administration. This effect could be related to an increase of gastric-mucosal defensive
mechanisms mediated, in part, by K
+ATP
channel opening for OHBB and by activation of
TRPVl nitric oxide release, for BB. The protective role for OHBB and BB affording
gastroprotection against gastric damage induced by ethanol indicates that these compounds
contribute for the activity of P. grandis and P. barbatus. The different modes of action are
probably related to differences in chemical structures.
Acknowledgements
The authors thank the for the financial support of FUNCAP (Ceará State Research Funding)
and CNPq (National Council for Technological and Scientific Development, Brazil)
121
O
O
OH
OAc
O
OAC
1
5
6
11
20
1819
15
16
14
OAc
OH
OAc
O
O
HO
1
3
5
6
8
10
11
14
15
16
17
18
19
20
(1) (1)
Fig. 1. Chemical structure of barbatusin (1) and 3β-hydroxy-3-deoxobarbatusin (2)
122
Table 1.
Effects of alcohol intake alone and after administration of either Barbatusin and OHBB contents of CAT
SOD, MDA and NP-SH and in mouse stomachs.
Treatment Dose CAT
(U/g protein)
SOD (U/g
protein)
MDA (nmol g/g
tissue)
NP-SH (µg/g
tissue)
No lesion - 14.18±0.70
6,95 ± 0,62 65.71 ± 4.17
280.2 ± 12.6
Vehicle 0.2 ml/animal 13.66±0.57
4,94 ± 0,19
a
101.4 ± 4,72
a
102.3 ± 7.4
a
OHBB 5 mg kg-1 8.52 ± 0,99
ab
8,75 ± 0,80
b
57.43 ± 3.51
b
273.0 ± 21.7
b
NAC 150 mg kg-1 16.20±0.86
7,435± 0,81
b
56.06 ± 5.92
b
239.5 ± 5.7
b
Data are mean ± S.E.M of 8 animals in each group.
a
p < 0.05 vs. Control (no lesion);
b
p < 0.05 vs. Control
(vehicle) (ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
123
Table 2.
Effects of alcohol intake alone and after administration of either BB and on the contents of CAT SOD,
MDA and NP-SH and in mouse stomachs.
Treatment Dose CAT
(U/g protein)
SOD (U/g
protein)
MDA (nmol g/g
tissue)
NP-SH (µg/g
tissue)
No lesion - 14.18±0.70
6,95 ± 0,62 65.71 ± 4.17 280.2 ± 12.6
vehicle 0.2 ml/animal 13.66±0.57
4,94 ± 0,19 101.4 ± 4,72
a
102.3 ± 7.5
a
BB 10 mg kg-1 12.82±1.32
9,12 ± 1,14
b
52.63 ± 7.97
b
262.6 ± 27.8
b
NAC 150 mg kg-1 16.20±0.86
7,435± 0,81 56.06 ± 5.92
b
239.5 ± 5.7
b
Data are mean ± S.E.M of 8 animals in each group.
a
p < 0.05 vs. Control (no lesion);
b
p < 0.05 vs. Control
(vehicle) (ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
124
Figure. 3
no lesion vehicle 5 150
0.000
0.025
0.050
0.075
0.100
NAC
mg/kg
*
OHBB
A
Alcian Blue (
µ
g/g de
tecido)
Fig. 3 A. Effect of the OHBB treatment on the amount of mucus after induction of gastric
lesion by ethanol in mice. The results are expressed as mean ± S.E.M.
*
p < 0.05 in comparison
to no lesion group (ANOVA followed by Student Newman Keul’s test).
B
no lesion vehicle 10 150
0.0 00
0.0 25
0.0 50
0.0 75
0.1 00
N AC
m g /k g
B B
B
a
b
b
Alcian Blue (
µ
g/g de tcido)
Fig. 3 B. Effect of the BB treatment on the amount of mucus after induction of gastric lesion by
ethanol in mice. The results are expressed as mean ± S.E.M.
a
p < 0.05 in comparison to no
lesion group;
b
p < 0.05 in comparison to vehicle control (ANOVA followed by Student
Newman Keul’s test).
125
References
Abdel-Mogib, M., Albar, H.A., Batterjee, S.M., 2002. Chemistry of the Genus Plectranthus
Molecules 7, 271-301.
Agarwal, K.C., Parks J.R., R.E., 1982. Synergistic inhibition of platelet aggregation by forkolin
plus PGE1 or 2 - fluoroadenosine: effects of 2', 5' - dideoxyadenosine and 5' -
methylthioadenosine. Biochemical Pharmacology 31, 3713-3716.
Beauchamp, C., Fridovich, I., 1971. Superoxide dismutase: improved assays and an assay
applicable to acrylamide gels. Anal Biochemistry 44,276-287.
Bhat, S.V. et al. 1977.Structures and stereochemistry of new labdane diterpeneoids from
Coleus forskohlii Brinq. Tetrahedron Letters 19, 1669-72.
Bradford, M.M., 1976. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram
quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Anal Biochem 72, 248-254.
Buck, H., Burks, T.F., 1986. The neuropharmacology of capsaicin: review of some recent
observations. Pharmacological Reviews 38, 179–226.
Buznego, M. T., Perez-Saad, H., 1999. Effect antiepiléptico de Plectranthus amboinicus
(Lour.) Spreng. (orégano francés). Revista de Neurologia 29, 388-389.
Cerqueira, F. Silva, A.C., Marques, C.G., Simões F., Pinto., M.M.M., Nascimento, M.S.J.,
2004. Effect of abietane diterpenes from Plectranthus grandidentatus on T- and B- lymphocyte
proliferation. Bioorganic & Medicinal Chemistry 12, 217-223.
Chandranath, S.I., Bastaki, S.M., Singh, J., 2002. A comparative study on the activity of
lansoprazole, omeprazole and PD-136450 on acidified ethanoland indomethacin-induced
gastric lesions in the rat. Clinical Experimental Pharmacology and Physiology 29: 173–180.
Corne, S.J., Morrisey, S.M., Woods, R.J., 1974. A method for the quantitative estimation of
gastric barrier mucus. Journal of Physiology 224:116-117.
126
Costa, M., do C., Nascimento, S. C., 2003. Atividade citotóxica de Plectranthus barbatus Andr.
(Lamiaceae). Revista Acta Farmacêutica Bonaerense, 22: 155-158.
Dash, V.B., Kashyap, V.L., 1987. Materia Medica of Ayurveda based on Ayurveda Saukhyan
of Todarananda. Concept Publishing Company, New Delhi.
Elisabetsky, E., 1997.Etnofarmacologia de algumas tribos brasileiras. In: Ribeiro, Darcy (Ed.)
Suma Etnológica Brasileira. Etnobiologia. Petrópolis, RJ: Vozes: 1.
Elliot, S.N., Wallace, J.L., 1998. Neutrophil-mediated gastrointestinal injury. The Canadian
Journal Gastroenterolorogy 12: 559–568.
Fischman, L.A., Lapa, A.J., Skoropa, L.A. & Souccar, C. 1991. The water and extract of
Coleus barbatus Benth. decrease gastric secretion in rats. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
86: 141-143.
Giordano, O.S., Guerreiro, E., Pestchanker, M.J., Guzman, J., Pastor, D., Guardia, T. 1990. The
gastric cytoprotective effect of several sesquiterpene lactones. Journal of Natural Products 53;
803-809.
Guth, P.H., Paulsen, G., Nagata, H., 1984. Histologic and microcirculatory changes in alcohol-
induced gastric lesions in the rats: effects of prostaglandin cytoprotection Gastroenterology 87:
1083–1090.
Hagiwara, H., Takeuchi, F., Hoshi, T., Suzuki, T., Hashimoto, T., Asakawa, Y., 2003. First
synthesis of 1,9-dideoxyforskolin from ptychantin A Tetrahedron Letters 44: 2305-2306.
Hamilton, A.l., 2003. Medicinal plants and conservation: issues and approaches. International
Plants Conservation Unit, WWF-UK.
Hayllar, J., Bjarnason, I., 1995. NSAIDs, Cox-2 inhibitors, and the gut. Lancet 346: 521-522.
127
Hiruma-Lima, C., Spadari-Bratfisch, R., Grassi-Kassisse, D., Souza-Brito, A., 1999.
Antiulcerogenic mechanisms of dehydrocrotonin, a diterpene lactone obtained from Croton
cajucara. Planta Medica 65: 325-330.
Holzer, P., 1991. Capsaicin: cellular targets, mechanisms of action, and selectivity for thin
sensory neurons. Pharmacological Reviews 43:143–201.
Kelecom, A., 1983. Isolation, structure determination, and absolute configuration of barbatusol,
a new bioatctive diterpene with a rearranged abietane skeleton from the labiate Coleus barbatus
Tetrahedron 39: 3603- 3608.
Kelecom, A., Dos Santos, T.C., 1985. Cariocal, a new seco-abietane diterpene from the Labiate
Coleus barbatus. Tetrahedron Letters 26: 3659–3662.
Kelecom, A., 1983. 6 β-hydroxycarnosol, a new minor diterpene from the false boldo Coleus
barbatus Bentham (Labiatae). Química Nova 6: 117-118.
Lewis, D.A., Hanson, P.J., 1991. Anti-Ulcer Drugs of Plant Origin, Ed. G.P. Ellis, G.B. West,
Progress in Medicinal Chemistry, Elsevier Science Publishers, Amsterdam 28, 201-231.
Lorenzi, H. & Matos, F.J.A., 2002. Plantas medicinais no Brasil. Nova Odessa, Plantarum p.
512.
Maehly, A.C., Chance, B., 1954. The assay of catalases and peroxidases. Methods Biochem
Anal 1, 357-424.
Marques, C.G., Rijo, P., Simões, M. F., Duarte, A., Rodriguez, B., 2006. Abietanes from
Plectranthus grandidentatus and P. hereroensis against methicillin- and vancomycin-resistant
bacteria. Phytomedicine 13: 267-271.
Matos, F. J. A., 2000. Plantas Medicinais guia de seleção e emprego de plantas usadas em
fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2ª ed. Fortaleza: Imprensa Universitária - UFC.
128
Matsuda, H., Li, Y., Murakami, T., Yamahara, J., Yoshikawa, M., 1998. Protective effects of
oleanolic acid oligoglycosides on ethanol- or indomethacin-induced gastric mucosal lesions in
rats Life Sciences 63:245-/250.
Morris, B., 1996. Chewe medical botany. A study of herbalism in Southern Malawi.
Monograph from the International African Institute : v. 2. LIT Verlag.
Ohkawa, H., Ohishi, N., Yagi, K., 1979. Assay for lipid peroxidation in animal tissue by
thiobarbituric acid reaction. Anal Biochem 95: 351-358.
Parkia, M., Cooke, J.A., 2003. The ethnobotany of the Midzichenda tribes of the coastal forest
areas in Kenya. 2. Medicinal plant uses. South African Journal of Botany 69: 382–395.
Passinho, H.C.R., Margis, R., Felix, D., et al. 2000. Genetic differentiation between
Plectranthus grandis cramer and Plectranthus barbatus andr. (Lamiaceae) Anais da Academia
Brasileira de Ciências 72: 292-292.
Peskar, B.M., Ehrlich, K., Peskar, B.A., 2002. Role of ATP-sensitive potassium channels in
prostaglandin mediated gastroprotection in the rat. J Pharmacol Exp Ther 301, 969-974.
Rijo, P., Marques, C.G., Simões, M.F., Duarte, A., Apreda-Ojas, M.D., Cano, F.H., Rodriguez,
B., 2002. Neoclerodane andlabdane diterpenoids from Plectranthus ornatus. Journal of Natural
Products 65: 1387-1390.
Robert, A., Nezamis, J.E., Lancaster, C., Hanchar, A.J., 1979. Cytoprotection by prostaglandins
in rats. Prevention of gastric necrosis producedby alcohol, HCL, NaOH, hypertonic NaCl and
thermal injury Gastroenterology 77:433-443.
Rodrıguez, J.A., Bustamante C., Astudillo, L., Schmeda-Hirschmann, G., 2002.
Gastroprotective activity of solidagenone on experimentally induced gastric lesions in rats
Journal of Pharmacy and Pharmacology 54: 399-404.
129
Ruedi, P., 1997. Physiologically Active Constituents from Medicinal Plants: Multiple
Biological Screening, Bioactivity Guided Isolation, Synthetic and Stereochemical Aspects
Helvitica Chimica Acta 80: 436.
Szabo, S., Trier, JS., Brown, A., Schnoor, J., 1985. Early vascular injury and increased vascular
permeability in gastric mucosal injury caused by ethanol in the rat. Gastroenterology 88: 228-
236.
Sedlak, J., Lindsay, R.H., 1968. Estimation total, protein boundand nonprotein sulfhydryl
groups in tissue with Elman’s reagent. Analytical Biochemistry 25,192-205.
Schultz, C., Bossolani, M. P., Torres, L., M.B., Lima- Landman, M.T.R., Lapa, A.J., 2007.
Inhibition of the gastric H
+
, K
+
- ATPase by plectrinone A, a diterpenoid isolated from
Plectranthus barbatus Andrews Journal of Ethnopharmacology 111:1-7.
Souccar, C., 2002. Métodos utilizados para validação de plantas medicinais com atividade
gastrintestinal. In: XVII Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, Cuiabá.
Szabo, S., 1987. Mechanisms of mucosal injury in the stomach and duodenum: Time-sequence
analysis of morphologic, functional, biochemical and hystochemical studies Scandinavian
Journal Gastroenterology 22: 21–28.
Tandon, J.S. et al., 1977. Structure of coleonol, a biologically active diterpene from Coleus
forskohlii Indian Journal of Chemistry 15:880-883.
Wellsow, J., Grayer, R. J., Veitch, N. C., Kokatan, T., Lelli, R., Kite, G. C.; Simmaids, M.S.J.,
2006. Insect-antifeedant and antibacterial activity of diterpenoids from species of Plectranthus
Phytochemistry 67:1818 -1825.
Zelnik, R., Lavie, D., Levy, E.C., Wang, A.H-J., Paul, I.C., 1977. Barbatusin and
cyclobutatusin, two novel diterpenoids from Coleus barbatus Bentham. Tetrahedron 33:1457-
1466.
130
CONCLUSÕES
Os dados obtidos do extrato etanólico das folhas de B. sericea (BSLE) permitiu tirar as
sequintes conclusões:
Análises químicas do BSLE por HPLC indicaram a presença como compostos
majoritários dos flavonóides: quercetina (3,3',4',5,7-pentahidroxiflavona), isoquercetina
(quercetina 3-O-glucosideo), rutina (quercetina 3-O-rutinosideo) e Caempferol 3-O-
rutinosideo, sugerindo que estes compostos possam ser os responsáveis pelo efeito
gastroprotetor, visto que eles possuem várias atividades biológicas relatadas.
BSLE, nas doses testadas não apresentaram toxicidade, nem causaram morte nos
animais;
BSLE inibiu o trânsito intestinal na dose de 1000 mg/kg, sugerindo um efeito
antidiarrêico do extrato;
BSLE apresentou atividade gastroprotetora em modelos experimentais de lesões
gástricas agudas induzidas por etanol e indometacina;
BSLE evitou a depleção dos grupos sulfridrilas não-proteicos, e reduziu a
formação de malonaldeído no modelo de lesão gástrica induzida por etanol, indicando
uma ação antioxidante como parte do seu mecanismo de ação gastroprotetora;
O estudo do mecanismo citoprotetor do BSLE indica um possível envolvimento,
do receptor TRPV1 nas fibras aferentes sensíveis à capsaicina, óxido nítrico e a
abertura de canais de potássio sensíveis a ATP no modelo de lesão gástrica por etanol;
O possível efeito gastroprotetor do BSLE pode estar relacionado ao aumento de
fatores protetores da mucosa gástrica, como a ativação de mecanismos antioxidantes,
tanto enzimáticos (CAT e SOD), e com a manutenção de muco;
131
Os principais resultados obtidos dos diterpenos 3β-hidroxi-3-deoxobarbatusina (OHBB) e
barbatusina (BB), isolados da planta Plectranthus grandis mostraram que:
OHBB e BB apresentaram atividade gastroprotetora em modelos experimentais
de lesão gástrica aguda por etanol;
OHBB e BB
demonstraram
ação gastroprotetora
possívelmente,
evitando a
depleção dos grupos sulfridrilas não-proteícos e a redução da formação de
malonaldeído no modelo de lesão gástrica induzida por etanol, indicando uma ação
antioxidante como parte do seu mecanismo;
O provável efeito gastroprotetor do OHBB pode está relacionado como a
ativação da enzima antioxidante SOD;
O estudo do mecanismo citoprotetor da OHBB indica uma possível
participação, dos canais de K
ATP
no seu efeito protetor;
A investigação do envolvimento dos receptores vanilóides do tipo TRPV1
presentes nas fibras aferentes sensíveis à capsaicina, e do óxido nítrico, parecem que
não estão envolvidos no mecanismo gastroprotetor da OHBB;
O possível efeito gastroprotetor do BB pode está relacionado ao aumento de
fatores protetores da mucosa gástrica, mantendo os níveis da catalase e da superóxido
desmutase, evitando a diminuição de muco;
No modelo de lesão gástrica induzida por etanol, tanto os receptores vanilóides
do tipo TRPV1, bem como o L-NAME, um inibidor não seletivo da NOS, reverteram
de maneira significativa o efeito gastroprotetor da BB, demonstrando um provável
envolvimento nesses mecanismos;
132
No estudo envolvendo os canais de potássio sensíveis a ATP, a glibenclamida
não conseguiu reverter o efeito gastroprotetor da BB; evidenciando um não
envolvimento desses no efeito da BB.
Provavelmente as diferenças entre as estruturas químicas dos compostos OHBB
e BB são responsáveis pelos diferentes mecanismos de ação de cada um.
133
PERSPECTIVAS
O extrato etanólico de B. sericea apresentou efeito gastroprotetor através dos
experimentos farmacológicos realizados sem apresentar toxicidade nas doses testadas. A
análise química deste extrato revelou a presença de quatro flavonóides, e, portanto, seria
importante o isolamento de cada um desses compostos para avaliar a relação entre as suas
estruturas químicas e as suas ações antioxidantes na gastroproteção. Desta forma esta planta
seria validada cientificamente, podendo assim ser utilizada como fitoterápico para uso em
animais e humanos após testes clínicos e.
adicionais testes farmacológicos.
Os diterpenos isolados da P. grandis
apresentaram efeitos gastroprotetores significativos.
A continuidade de estudos farmacológicos e clínicos permitirá avaliações adicionais que poderão
levá-los a se tornarem matérias-primas de medicamentos a serem disponíbilizados no mercado nas
formas de fitofármacos.
134
REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
ALICAN, I.; KUBES, P. A critical role for nitric oxide in intestinal barrier function and
dysfunction. The American Journal of Physiology. v.270, p.225-237, 1996.
Al-SHABANAH, O.A.; RAZA, M.; AL-HARBI, M.M.; AL-BEKAIRI, A.M.; AL-
GHARABLY, N. M.; QUERESHI, S. Effect of ninhydrin on biochemical and histopathological
changes induced by ethanol in gastric mucosa of rats. Life Sciences, v.67, p.559-566, 2000.
ARCOLINE, T. Plantas Medicinais, saúde e cura pelas plantas. Fitoterapia. São Paulo: On
Line, n. 1, p. 34, 2003.
ATAY, S.; TARNAWSKI, A. S. & DUBOIS, A. Eicosanoids and the stomach. Prostaglandins
& other Lipids Mediators, v. 61, p. 105-124, 2000.
BAST, A.; HAENEN, G.R.M.M.; DOELMAN, C.J.A. – Oxidants and antioxidants: state of the
art. American Journal of Medicine, (suppl 3C), v.91 p.2-13, 1991.
BEEJAY, U.; WOLFE, M.M. Acute gastrointestinal bleeding in the intensive care unit.
Gastroenterology Clinics North America, n. 2, v.29, p. 309-335, 2000.
BÉJAR, E.; MALONE, M.H. Pharmacological and chemical screening of Byrsonima
crassifolia, a medicinal tree from Mexico. Part I. Journal of Ethnopharmacology, v.39, p.
141-158,1993.
BHAT, S.V. et al. Structures and stereochemistry of new labdane diterpeneoids from Coleus
forskohlii Brinq. Tetrahedron Letters v.19, p.1669-1672,1977.
BLACHSHAW, J.K.; KELLY, W.R. Effects of gastric ulceration on growth rate of intensively
reared pigs. Vet. Rec, v.106, p.52-54,1980.
BOOTHE, D.M. The Veterinary Clinics of North America. Small Animal Practice.
Gastrointestinal Pharmacology, v. 29, n.2, p. 343-76, 1999.
135
BORGES, J.R.J.; et al. “Doenças do abomaso em bovinos importados e “POI” no Estado do
Rio de Janeiro, Brasil”, XV Congresso Pan-americano de Ciências Veterinárias, Campo
Grande, MS, outubro de 1996.
BOSCOLO, O.H.; MENDONÇA-FILHO, R.F.W.; MENEZES, F.S.; SENNA-VALLE, L.
Potencial antioxidante de algumas plantas de restingas citadas como medicinais. Rev Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, v. 9, p. 8-12, 2007.
BUEGE, J.A. E.; AUST, S.D. Microssomal lipid peroxidation. Methods in Enzymology. v.
52, p. 302-310, 1978.
CAMURÇA-VASCONCELOS, A.L.F.; BEVILAQUA, C.M.L.; MORAIS, S.M.; MACIEL,
M.V.; COSTA, C.T.C.; I.T.F.; MACEDO, L.M.B.; OLIVEIRA, R.R.; BRAGA, SILVA, R.A.;
VIEIRA, L.S.; NAVARRO, A.M.C.; Anthelmintic activity of Lippia sidoides essential oil on
sheep gastrointestinal nematodes. Veterinary Parasitology, v.154 p.167-170, 2008.
CAMURÇA-VASCONCELOS, A.L.F.; BEVILAQUA, C.M.L.; MORAIS, S.M.; MACIEL,
M.V.; COSTA, C.T.C.; MACEDO, I.T.F.; OLIVEIRA, L.M.B.; BRAGA, R.R.; SILVA, R.A.;
VIEIRA L.S. Anthelmintic activity of Croton zehntneri and Lippia sidoidesessential oils.
Veterinary Parasitology, v. 48 p.288–294, 2007.
CHEN, F.A.; WU, A.B., SHIED.; KUO, D.H. Evaluation of the activity of Rothelia tuberosa.
Food Chemistry v.4, p.14-18, 2006.
SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; PETROVICK, P. R. Produtos de origem vegetal e o
desenvolvimento de medicamentos. In: Simões, C. M. O.; Schenkel, E. P.; Gosmann, G. Mello,
J. C. P.; Mentz, L. A.;. Petrovick, P.R. Farmacognosia:da planta ao medicamento. 3.ed.
Porto Alegre/Florianópolis: Editora daUniversidade UFRGS / Editora da UFSC. Capítulo 15. p.
301-332, 2001.
CHIDA, V.V.; MOREIRA, M.B.; LEME, L.F.P.; et al. Study of the hepatic function in
spontaneously hipertensive rats submitted to different pressures of the CO2 pneumoperitoneum.
Acta Cirurgica Brasileira, n.1, v.18, p.01-12, 2003.
136
CHUANG, C.N.; CHEN, M.C.Y.; SOLL, A.H. gastrin-Histamine interections: direct and
paracrine elements. Scandinavian Journal Gastroenterology, v.26, p.95-103, 1991.
COHEN, G. & HOCHSTEIN, P. Glutathione peroxidase: the primary agent for the elimination
of hydrogen peroxide in erythrocytes. Biochemistry, v.2, p.1420-1428, 1963.
COSTA, M.; e BROOKES, S.J.H. The enteric nervous system. American Journal of
Gastroenterology, v.89, p.129-137,1994.
COSTA, M.C.C.D. Uso popular e ações farmacológicas de Plectranthus barbatus Andr.
(Lamiaceae):revisão dos trabalhos publicados de 1970 a 2003 Revista Brasileira de Plantas
Medicinais.v. 8, p.81-88, 2006.
DIAS, B.F.S. A implementação da convenção sobre diversidade biológica no Brasil:
desafios e oportunidades. 1.ed. Campinas: André Tosello, p. 10, 1996.
EATON, J.W. Catalases and peroxidases and glutathione and hydrogen peroxide: mysteries of
the bestiary. Journal of Laboratory and Clinical Medicine, v.118, p.3-4, 1991.
FANG, Y.Z.; YANG, S.; WU, G. Free radicals, antioxidants, and nutrition. Nutrition, v.18, p.
872-9, 2002.
GIRÃO,V.C.C.; NUNES-PINHEIRO, D.C.; MORAIS, S.M.; SEQUEIRA, J.L.; GIOSO, M.A.
A clinical trial of the effect of a mouth-rinse prepared with Lippia sidoides Cham. Essential oils
in dogs with mild gingival disease. Preventive Veterinary Medicine, v.59, p. 95–102, 2003.
GISLASON, H.; SORBYE, H.; ABDI-DEZFULI, F.; WALDUM, H.L.; SVANES, K. Role of
prostaglandins and histamine in hyperemic response to superficial and deep gastric mucosal
injury and H+ back-difusion in cats. Digestive Diseases and Sciences, v.40, p.1669-1678,
1995.
GONZALES, E.; IGLESIAS, I.; CARRETERO, E.; VILLAR, A . Gastric cytoprotection of
Bolivian medicinal plants. Journal of Ethnopharmacology. v.70, p.329-333, 2000.
137
GULÇIN, I.; OTAY, M.; KIREÇCI, E.; KUFREVIOGLU, O.I. Screening of antioxidant and
antimicrobial activities of anise (Pimpinella anisum L.) seed extracts. Food Chemistry, v.83,
p.371-382, 2003.
GUO, G.; YANG. J.; LI, Y.; XU, J.; JIANG, J. Antioxidante activities of peel, pulp and seed of
common on fruits as determined by FRAP. Nutrition Resesearch, v.23, p.1719, 2002.
HALLIWELL, B. Oxidants and human disease: some new concepts. FASEB J., 1 ed, p.358-
364, 1987.
HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J.M.C. Free Radical in Biology and Medicine, ed.
Oxford, University Press. p. 543, 1989.
HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J.M.C. Oxygen toxicity,oxygen radicals, transition metals
and disease. Journal of Biochemistry, v.4, p. 291, 1985.
HARBORNE, J.B.; WILLIAMS, C.A. Advances in flavonoid research since. Phytochemistry,
v.52, p.481-504, 2000.
HAVSTEEN, B.H. The biochemistry and medical significance of the flavonoids.
Pharmacology & Therapeutics, v. 96, p. 67-202, 2002.
HAWKEY, C.J. Nonsteroidal anti-inflammatory drug gastropathy. Gastroenterology, v. 119,
p. 521-535, 2000.
HAWKEY, C.J.; RAMPTON, D.S. Prostaglandins and the gastrointestinal mucosa: are they
important in its function, disease, or treatment? Gastroenterology, v.89, p.1162-1188, 1985.
HENDLER, S.S.Vitamin and Mineral Encyclopedia, San Diego. Simon e Schuski, p. 576,
1990.
HOGBEN, C.A.M.; KENT, T.H.; WOODWARD, P.A.; SILL, A.J. Quantitative histology of
gastric mucosa: Man, dog cat, guinea pig, and frog. Gastroenterology, v. 67, p.1143-1154,
1974.
138
KAWANO, S.; TSUJI, S. Role of mucosal blood flow: a conceptional review in gastric
mucosal injury and protection. Journal Gastroenterology and Hepatology, v. 15, p. D1-6,
2000.
KELECOM, A. 6 β-hydroxycarnosol, a new minor diterpene from the false boldo Coleus
barbatus Bentham (Labiatae). Química Nova, v. 6, p.117-118, 1983.
KUTCHAI, H.C. Gastrointestinal secretions. In: principles of Physiology. Ed. By R.M.
Berne and M.N. Levy, 2nd Edition, Mosby-Year Book Inc., St. Louis, Missouri, p. 516-589,
1996.
LA CASA, C.; VILLEGAS, I.; ALARCÓN de LA LASTRA. C.; MOTILVA, V.; MARTÍN
CALERO, M. J. Evidence for protective and antioxidante properties of rutin, a natural flavone,
against ethanol induced gastric lesions. Journal of Ethnopharmacology, v.71, p. 45-53, 2000.
LIPTAK, J.M.; HUNT, G. B.; BARRS, V.R.D.; FOSTER, S F.; TISDALL, P.L.C. O’BRIEN,
C. R. Gastroduodenal ulceration in cats: eight cases and a review of the literature Journal of
feline Medicine and Surgery, v.4, p.27-42, 2002.
LOLINGER, J. The use of anioxidante in food, In: O Auroma & B . Halliwel, Free radical in
food additives. London, Taylor & Francis, p. 121,1991.
LONGHURST, J.C.; KAUFMANN, M.P.; ORDWAY, G.A.; MUSCH, T.L. Effects of
bradykinin and capsaicin on endings of aferent fibers from abdominal visceral organs.
American Journal Physiology - Regulatory Integrative Comparativa Physiology, v.247, p.
552- 559, 1984 (b).
LONGHURST, J.C.; STTEBINS, C.L.; ORDWAY, G.A. Chemically induced cardiovascular
reflexes arising from the stomach of the cat. American Journal Physiology-Heart
Circulatory Physiology, v.247, p.459-466, 1984 (a).
LUCEY, M.R.; YAMADA, T. Biochemistry and physiology of gastrointestinal somatostatin.
Digestive Disease Science, v.34, p.5-13, 1989.
139
LUKHOBA, C.W.; SIMMONDS, M.S.J.; PATON, A.J. Plectranthus: A review of
ethnobotanical uses. Journal of Ethnopharmacology , v.103, p.1–24, 2006.
MABBERLEY, D. J. The Plant-Book. A portable dictionary of the higher plants.
Cambridge University Press. 4° ed. New York, p.520, 1993.
MAITY, P.; BISWAS, K.; ROY, S.; BANERJEE, R.K.; BANDYOPADHYAY, U. Smoking
and the pathogenesis of gastroduodenal ulcer - recent mechanistic update. Molecular and
Cellular Biochemistry, v.253, p.329–338, 2003.
MARINHO, M.L.; ALVES, M.S.; RODRIGUES, M.L.C.; ROTONDANO, T.E.F.; VIDAL,
I.F.; SILVA, W.W.; ATHAYDE, A.C.R. A utilização de plantas medicinais em medicina
veterinária: um resgate do saber popular Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.9, p.64-
69, 2007.
MARQUES, J.L.L.; MORES, N., SOBESTIANSKY, J., CIACCI, J.R. Causas de morte bita
em suínos: III. Úlcera Gástrica EMBRAPA-CNPSA. Comunicado técnico Junho, p.1-3, 1998.
MARTÍNEZ-VÁZQUEZ, M.; GONZÁLEZ-ESQUINCA, A.R.; CAZARES LUNA, L.;
MORENO GUTIÉRREZ, M.N.; GARCÍA-ARGÁEZ, A.N. Antimicrobial activity of
Byrsonima crassifolia (L.) H. B. K. Journal of Ethnopharmacology, v. 66, p.79-82, 1999.
MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais - guia de seleção e emprego de plantas usadas em
fitoterapia no nordeste do Brasil, Impr. Universitaria / Edições UFC, Fortaleza, p. 344, 2002.
MCBRIDE, O.W.; MITCHELL, A.; LEE, B.J.; MULLENBACH, G.; HATFIELD, D. Gene for
seleniem-dependent glutathione peroxidase maps to human chromosomes 3, 21 and X.
BioFactors, v.1, p. 285-292, 1988.
MELO de A, E.; QUERRA, N. B. Ação antioxidante de compostos fenólicos naturalmente
presente em alimentos. Bol. SBPCTA, Campinas, n.1, v.36, p.1-11, 2002.
MENDES, C.C.; CRUZ, F.G.; DAVID, J.M.; NASCIMENTO, I.P.; DAVID, J.P.; Triterpenes
esterified with fatty acid and triterpene acids isolated from Byrsonima microphylla. Química
Nova, v.22, p.185-188, 1999.
140
MOJZIS, J.; HEGEDUSOVA, R.; MIROSSAY, L. Role of mucus inischemia/reperfusion-
induced gastric mucosa injury in rats. Physiology Research, v. 49, p.441-46, 2000.
MURRAY, M.J. Gastroduodenal ulceration. In: ROBINSON, N.E. (Ed.) Current therapy in
equine medicine. 4.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, p.191-197, 1997.
MURRAY, M.J., SCHUSSER, G.F.; PIPERS, F.S. et al. Factors associated with gastric lesions
in Thoroughbred racehorses. Equine Veterinary Journal, v.28, p.368-374, 1996.
PAGLIA, D.E.; & VALENTINE, W.N. Studies on the quantitative and qualitative
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase. Journal of Laboratory and Clinical
Medicine, v.70, p.158-169, 1967.
PASSINHO, H.C.R.; MARGIS, R.; FELIX, D.; et al. Genetic differentiation between
Plectranthus grandis cramer and Plectranthus barbatus andr. (Lamiaceae) Anais da Academia
Brasileira de Ciências, v.72, p. 292-292, 2000.
PEREIRA, B.; CURY, R.; COSTA ROSA, L.F.B.; SAFI, D.A.; MEDEIROS, M.H.G.;
BECHARA, J. H. Seperoxide dismutase, catalase and glutathione peroxidase activities in
immune organs and muscles of sedentary and exercised trained rats. Physiology & Behavior,
v. 56, p. 1095-1099, 1994.
PESKAR, B.; M. Role of cyclooxigenase isoforms in gastric mucosal defence. Journal of
Physiology-Paris, v. 95, p. 3-9, 2001.
PHILLIPSON, M.; ATUMA, C.; HENRIKSNA, S, J.; HOLM, L. The importance of mucus
layers and bicarbonate transport in preservation of gastric juxta mucosal pH. American
Journal Physiology Gastrointest and Liver Physiology, v. 282, p. 211-219, 2002.
PULLA-REDDY, A.C.P.; LOKESH, B.R. Effect of curcumin and eugenol on iron-induced
hepatictoxicity in rats. Toxicology, n.1, v. 107, p. 39-45, 1996.
RASTRELLI, L.; DETOMMASI, N.; BERGER, I.; CACERES, A.; SARAVIA, A.; DE
SIMONE, F. Glycolipids from Byrsonima crassifolia. Phytochemistry, v.45, p. 647-650, 1997.
141
REPETTO, M.G.; LLESUY, S.L. Antioxidant properties of natural compounds used in popular
medice for gastric ulcers. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 35, p.
523-534, 2002.
RODRÍGUEZ-TÉLLEZ, M.; ARGÜELLES, F.; HERRERÍAS, J. M. Jr.; LEDRO, D.;
ESTEBAN, J. & HERRERÍAS, J. M. Antiinflammatory agents less dangerous for
gastrointestinal tract. Current Pharmaceutical Design, v. 7, p. 951-976, 2001.
ROBBINS, S.L.; COTRAN, R.S.; KUMAR, V. Pathologic Basics of disease, 6.ed. New York:
W.B. Saunders Company, p.1425, 1998.
SAIRAM, K.; RAO, C.H.V.; DORA BABU, M.; VIJAY KUMAR, K.; AGRAWAL, V.K.;
GOEL, R.K. Antiulceratogenic effect of methanolic extract of Emblica officinalis: an
experimental study. Journal of Ethnopharmacology, v. 82, p. 1-3, 2002.
SALUCCI, M.; STIVALA, L. A.; MAIANI, G.; BUGIANESI, R.; VANNINI, V. Flavonoids
uptake and their effect on cell cycle of human colon adenocarcinoma cells. British Journal of
Câncer, v. 86, p.1645-1651, 2002.
SÁNCHEZ DE M, F.; VERA, B.; GÁLVEZ, J.; ZARZUELO, A. Effect of quercitrin on the
early stages of hapten induced colonic inflammation in the rat, Life Sciences, v.70, p. 3097-
3108, 2002.
SANIOTO, D.L. Sistema digestivo: secreção e digestão, In: Fisiologia, Ed. Por M. Mello
Aires, Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, p.601-629, 1991.
SANNORNIYA, M.; FONSECA, V. B. DA SILVA.; M.A.; ROCHA, L.R.M.; DOS SANTOS,
L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A.; SOUZA BRITO, A.K.M.; VILEGAS, W. Flavonoids and
antiulcerogenic activity from Byrsonima crassa leaves extracts. Journal of
Ethnopharmacology, v. 97, p. 1- 6, 2005.
SCHUBERT, M.L.; SHAMBUREK, R.D. Control of acid secretion. Gastroenterology Clinics
of America, v. 19, p. 21-25, 1990.
142
SHAH, V.; KAMATH, P.; DE GROEN, P. Physiology of the splanchnic circulation. In: Theiry
and pratice of vascular diseases (Topol E, Lanzer F, eds) Germany: spring Verlag, p.1688-
1694, 2002.
SHAH, V.; LYFORD, G.; GORES, G.; FARRUGIA, G. Nitric Oxide in Gastrointestinal Health
and Disease. Gastroenteroloy, v.126, p.903-913, 2004.
SIES, H. Oxidative stress: from basic research to clinical application. American Journal of
Medicine, (suppl 3C) v. 91, p.31-38, 1991.
SLATER, T.F. Free-radical mechanisms in tissue injury, Journal of Biochemitry, v.222, p.1-
15,1984.
SOEJARTO, D.D. Biodiversity prospecting and benefit sharing: perspectives from the field.
Journal of Ethnopharmacology, v. 51, n. 1/3, p. 1-15, 1996.
STAMLER, J.; LAMAS, S.; FANG, F. Nitrosylation: the prototypic redox based signaling
mechanism. Cell, v.106, p.675–683, 2001.
SUNDLER, F.; EKBLAD, E.; HAKANSON, R. The neuroendocrine system of the gut-an
update. Acta Oncologia, v.30, p.419-427, 1991.
TANDON, J.S. et al.; Structure of coleonol, a biologically active diterpene from Coleus
forskohlii Indian Journal of Chemistry, v.15, p.880-883, 1977.
TSUKIMI, Y.; OKABE, S. Recent advances in gastrointestinal pathophysiology: role of heat
shock proteins in mucosal defense and ulcer healing. Physiological Reviews, v. 24, p.1-9,
2001.
TWEDT, D.C.; MAGNE, M.L. Moléstia do estômago. In: ETTINGER, J.S. Tratado de
Medicina Interna Veterinária. 3
a
ed. São Paulo: Manole, p 1353-1386, 1992.
VÁZQUEZ, M.M.; ESQUINCA, ARG.; LUNA, L.C.; GUTIERREZ, M.N.M.; ARGAEZ,
A.N.G.. Antimicrobial activity of Byrsonima crassifolia. Journal Ethnopharmacology v. 66,
p.79-82, 1998.
143
WALLACE, J.L. Mechanisms of protection and healing: current knowledge and future
research. American Journal of Medicine, v.110, p. 19-23, 2001.
WENG, X.C.; WANG, W. Antioxidante activity of compounds isolated from Salvia plebeia.
Food Chemistry, v. 71, p. 489-493, 2000.
WHITLOCK, R. Abomasal ulcers. In: Howard & Smith, Curent Veterinray Therapy: Food
animal practice, Philadelphia: Saunders, 1999. p. 527-532.
WHITTLE, B.J.R.; VANE, J.R. Prostanoids as regulators of gastrointestinal function. In:
Physiology of the Gastrointestinal Tract, ed. By L.R. Johnson, 2nd ed.; Raven Press, New
York, p. 143-180, 1987.
YU, B.P. Cellular defenses against damage from reactive oxygen species. Physiological
Reviews, v. 74, p.139-161, 1994.
ZAYACHKIVSKA, O.S.; KONTUREK S.J.; DROZDOWICZ, D.; KONTUREK, P.C.;
BRZOZOWSKI, T.; GHEGOTSKY, M.R. Gastroprotective effects of flavonoids in plant
extracts. Journal Physiology Pharmacology, v.56, p. 219-231, 2005.
ZELNIK, R.; LAVIE, D.; LEVY, E.C.; WANG, A.H.J.; PAUL, I.C. Barbatusin and
cyclobutatusin, two novel diterpenoids from coleus barbatus bentham. Tetrahedron, v. 33, p.
1457-67, 1977.
ZHAN, J.; ZHOU, P.A. Simplified method to evaluate the acute toxicity of ricin and ricius
agglutinin. Toxicology, v. 186, p. 119-123, 2003.
144
ANEXOS
145
--------------------------- Mensagem Original ----------------------------
Assunto: Submission Confirmation
De: "Phytomedicine" <[email protected]nchen.de>
Data: Ter, Outubro 21, 2008 5:34 pm
--------------------------------------------------------------------------
Dear Selene,
We have received your article "Gastroprotective effect of Byrsonima
sericea DC. leaf extract against ethanol-induced gastric injury: potential
mechanisms" for consideration for publication in Phytomedicine.
Your manuscript will be given a reference number once an editor has been
assigned.
Thank you for submitting your work to this journal.
Kind regards,
Elsevier Editorial System
Phytomedicine
146
Prezado(a) Prof.(a) Dr.(a) Patrícia Rodrigues,
Confirmo recebimento do manuscrito intitulado "Efeito do extrato etanólico de Byrsonima
Sericea DC. No sistema gastro – intestinal e avaliação da toxicidade em camundongos", de
autoria de Patrícia Rodrigues e col., para publicação na REVISTA BRASILEIRA DE
FARMACOGNOSIA. Informo que este trabalho recebeu o número de controle FG 734. De
acordo com as normas da revista, o mesmo foi encaminhado a dois referees. Assim que
tivermos os resultados lhe comunicaremos.
Atenciosamente,
Rita de Cássia Bacelar
Secretária Executiva
REVISTA BRASILEIRA DE FARMACOGNOSIA
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo