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importantes. A razão para isto é bastante óbvia. Além de possibilitar rápidos
deslocamentos de tropas em atividade policial ou operações militares, as estradas
facilitavam a transmissão urgente de informações pelo correio público, o cursus
publicus, que Augusto instituiu [...] Nas páginas de Atos transparece que os cristãos
usavam ao máximo o sistema viário romano, que inconscientemente direcionava
sua evangelização. (GREEN, 2000, p.14)
1.4
A Bíblia e seus registros
O conjunto de livros que hoje é conhecido como a Bíblia Sagrada, na tradução e
versão oficial em português pelo teólogo João Ferreira de Almeida, é composto por 66 livros
menores, divididos em duas partes. O Antigo Testamento, também chamado Velho
Testamento, contém 39 livros, e o Novo Testamento, 27 livros.
A produção que compõe o Velho Testamento, embora apresente uma disposição
diferente, emana do Tanach, da tradição judaica. A palavra Tanach constitui uma sigla, que é
formada por três letras que designa os conjuntos de livros que dele fazem parte: o “t” de Tora,
(a lei) também chamado Pentateuco de Moisés, reúnem os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio; o “n” de Neviim (profetas) compõem os livros de Josué, Juízes,
Samuel, Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu Zacarias e Malaquias; e o “ch” representa o Chetubim ou
Ketuvim (os Escritos) que são os livros de Salmos, Provérbios, Jô, Cânticos, Rute,
Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias. Esse conjunto de textos era
fundamentalmente yavista, ou seja, designação que remete a Yaveh ou Javé (Deus, Pai eterno,
Senhor dos Senhores), considerado como o Deus único, indiviso e detentor dos preceitos da
tradição judaica.
O povo hebreu, que foi levado prisioneiro à Babilônia do século IV a.C, procurou
preservar os registros históricos sobre o seu relacionamento com Deus, através de cópias
repassadas de geração em geração pelos escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas da
Antiguidade.
Provavelmente, os textos do Velho Testamento foram transmitidos oralmente por
muitas gerações antes de serem fixados na escrita, na Babilônia e no Egito. Segundo o escritor
e comentarista literário Moacyr Scliar (2007, pp. 10-19), quando da transcrição em
pergaminhos, os escribas tinham que passar por vários rituais de oração e jejum. Por sua vez,
o Novo Testamento, que também foi transcrito sob a inspiração divina, tem registros na antiga
Palestina, Síria, Ásia Menor e Grécia. Uma pequena parte da Bíblia, segundo historiadores,
foi escrita em aramaico, língua materna de Jesus, e, depois, traduzida para o grego koiné