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DRIS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
DA SOJA EM DUAS REGIÕES DO CERRADO
BRASILEIRO
H
AROLDO CORNELIS HOOGERHEIDE
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Mestre em
Agronomia, Área de Concentração: Solos
e Nutrição de Plantas.
P I R A C I C A B A
Estado de São Paulo - Brasil
Junho - 2005
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DRIS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
DA SOJA EM DUAS REGIÕES DO CERRADO
BRASILEIRO
H
AROLDO CORNELIS HOOGERHEIDE
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Prof. Dr. ANTONIO ROQUE DECHEN
Dissertação apresentada à Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Mestre em
Agronomia, Área de Concentração: Solos
e Nutrição de Plantas.
P I R A C I C A B A
Estado de São Paulo - Brasil
Junho - 2005
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Hoogerheide, Haroldo Cornelis
DRIS para avaliação do estado nutricional da soja em duas regiões do cerrado
brasileiro / Haroldo Cornelis Hoogerheide. - - Piracicaba, 2005.
94 p.
Dissertação (mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2005.
Bibliografia.
1. Cerrado 2. DRIS – norma 3. Maranhão 4. Mato Grosso 5. Piauí 6. Soja I. Título
CDD 633.34
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
À minha querida esposa Eulália pela compreensão e amor
Aos meus pais Samuel e Aleida por tudo que fizerem por mim
Às minhas irmãs Very, Carline e Laurina pelo apoio
DEDICO
À Jesus Cristo o Filho de Deus que me amou dando sua vida por mim
"Se confessar com sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu
coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a
salvação” (Rom 6: 9-10)
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Antonio Roque Dechen, pela amizade, confiança e pela
oportunidade em desenvolver este trabalho.
Em especial ao colega Gilmar Ribeiro Nachtigall pelo auxilio nas diversas
fases desta pesquisa.
À FUNDAÇÃO MT, SLC Agrícola Ltda, Insolo Soluções Agrícolas, Sementes
Petrovina, Grupo Tibagi e Fazenda Serra Vermelha pelos dados cedidos para
execução deste estudo.
Ao pesquisador e professor Ondino Bataglia Cleante pelas brilhantes idéias e
que muito contribuíram.
Ao professor Carlos Tadeu dos Santos Dias pelo auxílio nas análises
estatísticas.
Aos professores do Departamento de Solos e Nutrição de Plantas, em especial
àqueles, os quais eu tive a oportunidade de ser aluno.
Aos funcionários do Departamento de Solos e Nutrição de Plantas.
Aos irmãos da Igreja Batista Nova Vida de Piracicaba, que foram a minha
família neste período e, em especial ao Márcio Miazaki e aos pastores Marcílio e Sônia
Guerra.
Aos meus colegas de curso, Gilberto Nava, José Olimpio de Souza Junior,
Zaqueu Fernando Montezano, Karina Batista, Simeire Aparecida Manarin, Luciana
Bertolotti, Cristiane Prezotto Silveira, Suzana Pereira de Melo, Edna Maria da Silva
Bonfim, e tantos outros.
À CAPES pela concessão da bolsa de estudo.
SUMÁRIO
Página
RESUMO.................................................................................................................... vii
SUMMARY................................................................................................................. ix
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 3
2.1 A cultura da soja no Brasil.................................................................................. 3
2.2 A região dos Cerrados brasileiros....................................................................... 5
2.3 Diagnose foliar.................................................................................................... 9
2.4 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS)................................. 12
2.5 Normas DRIS...................................................................................................... 16
2.6 Cálculo dos Índices DRIS................................................................................... 18
2.7 Aplicação do DRIS em soja................................................................................ 21
3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................... 25
3.1 Dados das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí............................. 26
3.2 Dados do Mato Grosso....................................................................................... 28
3.3 Amostragem e análise de folhas......................................................................... 29
3.4 Elaboração do banco de dados.......................................................................... 31
3.5 Aplicação do método DRIS................................................................................. 32
3.5.1 Norma.............................................................................................................. 32
3.5.2 Razão das variâncias....................................................................................... 33
3.5.3 Cálculos dos índices DRIS............................................................................... 33
3.5.4 Índice de Balanço Nutricional (IBN)................................................................. 35
3.6 Avaliação do estado nutricional.......................................................................... 36
3.7 Análise estatística............................................................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 38
4.1 Banco de amostras das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí........ 38
4.2 Banco de amostras do Mato Grosso................................................................... 43
4.3 Estabelecimento da norma DRIS para as regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí.............................................................................................. 49
4.3.1 Agrupamento por classe de produtividade....................................................... 49
4.3.2 Seleção da norma DRIS.................................................................................. 49
4.3.3 Índices DRIS.................................................................................................... 53
4.4 Estabelecimento da norma DRIS para o Mato Grosso....................................... 59
4.4.1 Agrupamento por classe de produtividade....................................................... 59
4.4.2 Seleção da norma DRIS.................................................................................. 59
4.4.3 Índices DRIS.................................................................................................... 64
4.5 Estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí.................................................................................................................. 70
4.6 Estado nutricional da soja no Mato Grosso........................................................ 75
5 CONCLUSÕES...................................................................................................... 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 83
vi
1
DRIS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
DA SOJA EM DUAS REGIÕES DO CERRADO
BRASILEIRO
Autor: HAROLDO CORNELIS HOOGERHEIDE
Orientador: Prof. Dr. ANTONIO ROQUE DECHEN
RESUMO
A soja é hoje a principal oleaginosa do Brasil, cultivada em todas as latitudes do
país é o mais importante produto agrícola de exportação. O alto custo das adubações e
a importância da nutrição mineral sobre a produtividade, tornam imprescindível a
utilização de técnicas de avaliação do estado nutricional como a diagnose foliar. O
Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) utiliza o conceito de balanço
de nutrientes e parece estar menos sujeito as interferências de particularidades locais
do ambiente e dos sistemas de amostragem das plantas. O presente trabalho teve por
objetivo testar diferentes métodos de cálculo das funções DRIS, estabelecer uma
norma de referência DRIS e avaliar o estado nutricional da cultura da soja nas regiões
compreendidas pelo sul do Maranhão sudoeste do Piauí e Mato Grosso. Foram
utilizados 1555 resultados de análise química foliar e produtividade dos campos de
produção das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e 5734 resultados de
análise química foliar e produtividade dos campos de pesquisa e produção do Mato
Grosso. A amostragem consistiu na coleta da folha diagnóstico, que corresponde à
terceira ou quarta folha com pecíolo a partir do ápice de 50 plantas por talhão em pleno
florescimento. A sub-população de alta produtividade, nutricionalmente equilibrada, foi
determinada pela melhor correlação do Índice de Balanço Nutricional (IBN) com a
1
produtividade do banco de amostras. Foram testadas as metodologias DRIS de
Beaufils (1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984) para obtenção dos índices
DRIS, nos quais as relações foram escolhidas pelo método da razão das variâncias.
Os índices DRIS foram classificados em deficiente, normal e excessivo e comparados
com o critério das faixas de suficiência. As metodologias de cálculo das funções DRIS
(Beaufils, 1973; Jones, 1981; Elwali & Gascho, 1984) apresentaram resultados
semelhantes no diagnóstico nutricional da soja nas regiões estudadas. A relação entre
a produtividade e o IBN foi melhor quando as normas DRIS foram estabelecidas
utilizando a população de referência com produtividade 3600 kg ha
-1
para as regiões
do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e 4800 kg ha
-1
para Mato Grosso. O método
de cálculo das funções DRIS proposto por Jones (1981) foi escolhido para avaliação do
estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e Mato
Grosso pela sua facilidade de utilização. O cobre foi o nutriente mais limitante para a
produtividade da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. Fósforo foi
o nutriente mais limitante para a produtividade no Mato Grosso. O método DRIS,
utilizando normas especificas para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
e para o Mato Grosso, foi eficiente no diagnóstico nutricional da soja.
viii
2
DRIS TO EVALUATE THE NUTRITIONAL STATUS OF
SOYBEAN IN TWO SAVANNA AREAS IN BRAZIL
Author: HAROLDO CORNELIS HOOGERHEIDE
Adviser: Prof. Dr. ANTONIO ROQUE DECHEN
SUMMARY
Nowadays, soybean is the main oleaginous plant in Brazil, cultivated in all
latitudes of the country it is the most important agricultural product of exportation. The
high cost of fertilization and the importance of the mineral nutrition over productivity,
make indispensable the use of evaluation techniques for the nutritional status as well as
the foliar diagnosis. The Diagnosis and Recommendation Integrated System (DRIS)
uses the concept of nutrient balance, it seems to be less subject to the interference of
local particularities of the environment and of the systems of plant sampling. The aim of
the present work was to test different methods of DRIS calculation functions, to
establish a DRIS reference norm, and to evaluate the nutritional status of soybean in
the areas comprehended by the south of Maranhão and southwest of Piauí and Mato
Grosso. The study used 1555 results of foliar chemical analysis and productivity of
production fields in the southern areas of Maranhão and the southwestern areas of
Piauí and 5734 results of foliar chemical analysis and productivity of the research fields
and production of Mato Grosso. The sampling consisted in collecting the diagnostic leaf
corresponding to the third or fourth leaf with petiole, starting from the apex of 50 plants
per planting field in full blooming. The sub-population of high productivity, nutritionally
3
balanced, was determined by the best correlation of Index of Nutritional Balance (INB)
with the productivity of the sampling bank. The methodologies DRIS Beaufils (1973),
Jones (1981), and Elwali & Gascho (1984) were tested in order to obtain the DRIS
indices, for which relationships were chosen using the method of variance ratio. The
DRIS indices were classified as deficient, normal, and excessive. They were compared
with the criterion of the sufficiency ranges. The methodologies of calculation DRIS
functions (Beaufils, 1973; Jones, 1981; Elwali & Gascho, 1984) presented similar
results in nutritional diagnosis of soybean in the studied areas. The relation between the
productivity and INB was better when DRIS norms were established using the reference
population with productivity 3600 kg ha
-1
for the southern areas of Maranhão and
southwestern areas of Piauí and 4800 kg ha
-1
for Mato Grosso. The method of
calculation DRIS functions proposed by Jones (1981) was chosen to evaluate the
nutritional status of soybean in the southern areas of Maranhão and southwestern
areas of Piauí and Mato Grosso for its usefulness easiness. Copper was the most
limiting nutrient for soybean productivity in the southern areas of Maranhão and
southwestern areas of Piauí. Phosphorus was the most limiting nutrient for the
productivity in Mato Grosso. The DRIS method using specific norms in the southern
areas of Maranhão and southwestern areas of Piauí and to Mato Grosso, was efficient
in the nutritional diagnosis of soybean.
x
1
1 INTRODUÇÃO
A soja é hoje a principal oleaginosa do Brasil, cultivada em todas as latitudes do
país é o mais importante produto agrícola de exportação. A região dos Cerrados é
responsável por mais de 50 % da produção nacional, principalmente a região Centro-
Oeste.
Os solos sob vegetação de cerrado são naturalmente ácidos e pobres em
nutrientes. A produção de soja nestas áreas é dependente de calagens e fertilizações
periódicas. Em função do alto custo das adubações e pela importância da nutrição
mineral sobre a produtividade, é imprescindível a utilização de técnicas de avaliação do
estado nutricional como a diagnose foliar.
A interpretação dos resultados de análise foliar é normalmente feita
interpretando-se as faixas de concentração que consideram apenas a concentração do
nutriente no material vegetal seco, não identificando qual nutriente é o mais limitante.
Métodos de avaliação do estado nutricional das plantas como o Sistema Integrado de
Recomendação e Diagnose (DRIS), que considera as relações entre os nutrientes e
que os compara com um padrão de alta produtividade, permitem identificar quais os
elementos mais limitantes como também pode contribuir para um diagnóstico mais
preciso do estado nutricional.
São poucos os estudos de avaliação do estado nutricional da soja pelo DRIS na
região de Cerrados do Brasil, inclusive não há referência na literatura da existência de
2
normas DRIS para a cultura da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí, região esta de grande expansão na cultura e favorecida pela condição climática
e facilidade de escoamento da produção.
O método DRIS não tem objetivo de substituir as técnicas de avaliação do
estado nutricional já existentes, mas vem complementar e auxiliar na identificação dos
nutrientes que possam estar limitando a produtividade.
Objetivou-se neste trabalho gerar normas DRIS para avaliação do estado
nutricional da cultura da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e
Mato Grosso, bem como testar metodologias de cálculo das funções DRIS e comparar
a diagnose pelo método DRIS escolhido com o critério das faixas de suficiência.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A cultura da soja no Brasil
A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma planta originária da China, inicialmente
rasteira e cultivada nas margens de rios, domesticada e introduzida provavelmente no
período entre 1500 e 1027 AC, é hoje a mais importante oleaginosa cultivada no
mundo (Black, 2000).
A soja foi introduzida no Brasil em 1882 por Gustavo Dutra na Imperial Escola
Agrícola da Bahia, atual Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia,
trazendo cultivares provenientes dos Estados Unidos (Embrapa, 2004). Em 1891, no
Instituto Agronômico de Campinas-SP, foram realizados testes semelhantes com
cultivares oriunda também dos Estados Unidos, avaliando sua adaptação às condições
brasileiras, com estudos mais voltados para uso como forrageira (Embrapa, 2004).
No Rio Grande do Sul a soja é cultivada desde 1935, concentrada inicialmente
na região das missões e depois evoluindo para a região do planalto médio, substituindo
a criação de gado e entrando na rotação com trigo. A soja era cultivada pelos colonos
nas entrelinhas do milho e o grão utilizado como fonte proteica para suínos (Myasaka,
1986).
A primeira estatística oficial de produção de soja no Estado de São Paulo
ocorreu somente no ano agrícola de 1944/45, registrando um total de 31800 kg. Neste
período, a produção era proveniente de pequenas áreas espalhadas em todo estado
4
cultivadas principalmente por imigrantes japoneses. Em 1951, a firma Anderson
Clayton & Cia Ltda, preocupada com o abastecimento de matéria-prima para sua
indústria voltou sua atenção para soja, não somente por ser uma nova opção para
produção de óleo, mas também por ser uma cultura interessante para rotação com
algodão, que era a sua principal atividade (McClung et al., 1958).
No Estado do Paraná os primeiros registros da cultura são de 1953, quando
uma forte geada assolou os cafezais da região norte do Paraná. A cultura foi
introduzida para ajudar a custear os tratos exigidos na recuperação dos cafezais
afetados. A soja era cultivada nas entre linhas, com boa adaptação e valor de comércio
garantido. A empresa exportadora Cereais Paranaense S/A promovia a venda de
sementes e oferecia contratos de compra dos grãos (Myasaka, 1986).
O Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro exportador mundial de soja,
sendo apenas suplantado pelo EUA. A área cultivada brasileira na safra 1990/91 foi de
9742,5 mil hectares, passando a 21243,7 mil hectares na safra 2003/04, o que
representa um aumento de 218% no período. Este aumento de área deve-se
principalmente à incorporação de novas áreas de cultivo no Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais e outros Estados do Norte e Nordeste (Conab,
2005).
Quanto à produção de grãos, observou-se no período de 1990/91 a 2003/04 um
crescimento de 322%, passando de 15.394 mil toneladas para 49712,4 mil toneladas.
Comparando-se a evolução da área cultivada e da produção, no período de 1990/91 a
2003/04, verifica-se um significativo aumento de rendimento da soja. Na safra 1990/91,
o rendimento foi de 1580 kg ha
-1
, evoluindo para 2816 kg ha
-1
na safra 2003/04, o que
representa um aumento de 78,2% no período (Conab 2005).
5
Na região Centro-Oeste, principalmente os Estados do Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Goiás, a cultura foi introduzida na década de 70 por agricultores da
região sul do Brasil em função da disponibilidade de terras a custo mais baixo e o
desenvolvimento de tecnologias de produção para a região dos Cerrados.
Hoje a região apresenta a maior produção e a maior área plantada do país. A
área plantada na safra 2003/04 foi de 9,56 milhões de hectares e responsável por
49,5% da produção brasileira (Conab, 2005).
A região Nordeste, apesar de participar apenas com 7% da produção brasileira,
tem apresentado crescimento em área e produção. A região sul do Maranhão teve seu
primeiro registro de cultivo no ano de 1970, realizado por agricultores em busca de
novas fronteiras agrícolas. A partir desta data, com o avanço da pesquisa para o
desenvolvimento de variedades adaptadas, a cultura teve sua expansão também para
os Estados do Piauí e Tocantins (Paludzyszyn Filho, 1995; Conab, 2005).
O Brasil exporta mais de 50% da produção na forma de grãos e processa o
restante para fabricação de óleo e farelo para consumo interno e também exportação
(Conab, 2005). O emprego de alta tecnologia nas principais regiões produtoras tem
possibilitado produtividades médias superiores a 3300 kg ha
-1
, tornando o Brasil uma
referência na sojicultura mundial (Black, 2000).
2.2 A região dos Cerrados brasileiros
Desde a década de 70 tem aumentada a exploração agrícola da região dos
cerrados, com progressivos ganhos de produtividade, em boa parte oriundos do
avanço no conhecimento sobre o manejo dos solos, principalmente no que se refere à
correção da acidez e melhoria na disponibilidade dos nutrientes.
6
Com cerca de 200 milhões hectares, aproximadamente 25% do território
nacional, é o segundo maior bioma do país em área, apenas superado pela Floresta
Amazônica. Abrange parte dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,
Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e, totalmente, Goiás e Tocantins (Adámoli et al.,
1985).
Trata-se de uma região tropical situada entre 3º e 24º latitude sul e entre 41º e
63º longitude oeste. É uma região dominada por amplos planaltos, situando-se metade
da área entre 300 e 600 m de altitude, com apenas 5% ocorrendo acima de 900 m. A
precipitação varia de 750 a 2000 mm anuais, sendo que em cerca de 65% da área a
precipitação é da ordem de 1200 a 1800 mm. Dois terços da região apresentam cinco
a seis meses de seca, função da distribuição estacional das chuvas (Ab'Sáber, 1971).
O clima dominante da região é tropical-quente-subúmido (Aw) caracterizado por
forte estacionalidade das chuvas de verão e ausência de estacionalidade da
temperatura média diária. Entretanto, as serras e planaltos altos de Minas Gerais,
Goiás e Mato Grosso do Sul experimentam sensíveis quedas de temperatura, inclusive
geadas, caracterizando áreas de clima tropical de altitude (Cw). Importante fenômeno é
a ocorrência de veranicos. Mais de 60% da região é suscetível a eventos de estresse
hídrico causados por veranicos (Dias, 1992).
A vegetação de cerrado é caracterizada pela presença de árvores baixas,
inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com
evidências de queimadas. Os arbustos e subarbustos encontram-se espalhados, com
algumas espécies apresentando órgãos subterrâneos perenes, xilopódios, que
permitem a rebrota após queima ou corte (Ferri, 1969).
Os Latossolos são os solos dominantes da região e correspondem a 46% da
área (Tabela 1), encontram-se subdivididos em três principais classes: Latossolo
7
Vermelho, Latossolo Vermelho Amarelo e Latossolo Amarelo. São solos minerais, não-
hidromórficos, profundos (normalmente superiores a 2m), com horizonte B muito
espesso (> 50 cm) e seqüência de horizontes A, B e C pouco diferenciados; as cores
variam de vermelhas muito escuras e amareladas, geralmente escuras no A, vivas no
B e mais claras no C; apresentam mineralogia rica em caulinita, óxidos de ferro
(goethita e hematita) e óxidos de alumínio (gibbsita); estrutura granular muito pequena
e são macios quando secos e altamente friáveis quando úmidos (Camargo et al.,
1987).
Tabela 1. Solos presentes na região dos Cerrados brasileiros em ordem decrescente
de expressão geográfica
Classes de solo Área (km
2
) %
Latossolos 993.330 46
Neossolos Quartzarênicos 309.715 15
Argissolos 307.677 15
Neossolos Litólicos e Cambissolos 210.077 10
Plintossolos Argilúvicos e Háplicos 122.664 6
Solos Concrecionários 57.460 3
Solos Hidromórficos 40.752 2
Outras classes 19.154 1
Fonte: Adámoli et al. (1985)
São solos muito intemperizados, com pequena reserva de nutrientes e
capacidade de troca de cátions (CTC) média à baixa. Mais de 95% destes solos são
distróficos e ácidos, com pH entre 4,0 e 5,5 e teores de fósforo disponível
extremamente baixos, quase sempre inferiores a 1 mg dm
-3
(Sousa, 1989). São solos
passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e reflorestamento.
Normalmente situados em relevo plano a suave-ondulado, com declividade que
8
raramente ultrapassa 7%, são profundos, porosos, bem permeáveis mesmo quando
muito argilosos, friáveis e de fácil preparo (Goedert, 1980).
As limitações para a produção agrícola dos solos de cerrado do Brasil são
principalmente de ordem química, como elevada acidez e toxidez por alumínio, no
entanto, a utilização racional de calcário e fertilizantes poderão proporcionar colheitas
fartas de diversas culturas (Lopes, 1983).
Os Neossolos Quartzarênicos são solos originários de depósitos arenosos,
apresentando textura areia ou areia franca ao longo de pelo menos 2m de
profundidade. São constituídos essencialmente de grãos de quartzo e praticamente
destituídos de minerais primários pouco resistentes ao intemperismo (Oliveira et al.,
1992). Por serem muito arenosos, com baixa capacidade de agregação de partículas,
condicionados pelos baixos teores de argila e matéria orgânica, são solos muito
suscetíveis à erosão. São considerados solos de baixa aptidão agrícola e o cultivo
intenso com culturas anuais pode levar estes solos a uma rápida degradação (Silva et
al., 1994)
Os Argissolos são solos minerais, não hidromórficos, com horizonte A ou E
seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre os horizontes. Apresentam
horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de ferro inferiores à
15%. Podendo ser eutróficos, distróficos ou álicos, têm profundidades variadas e ampla
variabilidade de classes texturais. Nestes solos constata-se grande diversidade nas
propriedades de interesse para a fertilidade e uso agrícola (teores variáveis de
nutrientes, textura, profundidade, presença ou ausência de cascalhos, ocorrência em
diferentes posições na paisagem, entre outras), tornando difícil a generalização das
suas qualidades (Oliveira, 1992). Apesar de não ocorrerem em grandes áreas
contínuas no cerrado, sua presença é freqüente. Ocupam, na paisagem, a porção
9
inferior das encostas onde o relevo se apresenta ondulado com declive entre 8 e 20 %
(Camargo et al., 1987).
Com a adaptação das culturas às condições edafoclimáticas do cerrado, a sua
ocupação foi intensificada nos últimos anos. O adequado manejo da fertilidade do solo
e um mercado internacional em crescimento, tem levado esta região a ser referência
na produção de soja e de outras culturas em condicões tropicais.
2.3 Diagnose foliar
O crescimento e a produção dos vegetais são diretamente afetados pela sua
nutrição, portanto, técnicas de avaliação do estado nutricional das plantas são
ferramentas indispensáveis para o monitoramento da oferta em nutrientes pelas
adubações realizadas anualmente na maioria das culturas economicamente
interessantes.
Malavolta & Malavolta (1989) definem a diagnose foliar como um método de
avaliação do estado nutricional das culturas em que se analisam determinadas folhas
em períodos definidos da vida da planta.
A folha, na maioria dos casos, é o órgão da planta onde ocorrem as alterações
fisiológicas devido a distúrbios nutricionais. Em função disto, quase sempre o
diagnóstico nutricional das plantas é feito pela técnica que, de forma ampla, se
denomina diagnose foliar (Bataglia & Dechen, 1996).
A utilização das folhas para avaliar o estado nutricional das plantas leva em
conta que estas são os principais órgãos de metabolismo da planta; que as mudanças
no suprimento de nutrientes se refletem na composição mineral das folhas; que as
mudanças na composição mineral são mais acentuadas em certos estádios de
crescimento do que em outros e; que as concentrações de nutrientes na folha em
10
estádios específicos estão relacionados com a performance da cultura (Basso et al.,
1986).
O uso correto da diagnose foliar como método de avaliação do estado
nutricional da planta depende do conhecimento das limitações da técnica. É preciso
questionar a confiabilidade dos dados, a utilização de relação e balanço de nutrientes,
o efeito de cultivares e de concentrações variáveis de nutrientes alterando os
processos fisiológicos (Jones et al., 1991).
Alguns autores demonstram que as concentrações dos nutrientes na folha
variam conforme a idade fisiológica da planta, parte da planta amostrada e a
variedade. Em função disto, torna-se imprescindível a padronização da parte da planta
a ser amostrada (Olhroge, 1960; Hanway & Weber, 1971; Mascarenhas et al., 1980).
Beaufils (1971) destaca que a maior vantagem da diagnose foliar está no fato
de se considerar a própria planta como o extrator dos nutrientes no solo, permitindo
uma avaliação direta de seu estado nutricional pela avaliação das concentrações
foliares e assim, de forma indireta, avaliar a fertilidade do solo.
Dentre os critérios de interpretação mais utilizados para avaliação do estado
nutricional das plantas destacam-se, o nível crítico, as faixas de suficiência ou
concentração e mais recentemente o DRIS (Sistema Integrado de Recomendação e
Diagnose) (Beaufils, 1973).
O critério das faixas de suficiência tem sido tradicionalmente o mais utilizado no
Brasil, baseando-se na comparação dos resultados obtidos nas amostragens com os
valores padrões determinados pela pesquisa.
O nível crítico é definido pela concentração na folha, abaixo da qual a taxa de
crescimento, a produção ou a qualidade são significativamente afetadas (Bataglia &
11
Dechen, 1986). Ulrich & Hills (1967) definem o nível crítico como sendo a concentração
do nutriente na planta correspondente a 95% da produção ótima considerada.
No método das faixas de suficiência, a concentração observada na amostra em
teste é comparada com faixas de concentrações consideradas insuficientes,
adequadas ou excessivas. Em relação ao nível crítico, a adoção das faixas de
suficiência melhora a flexibilidade na diagnose, embora haja perda na exatidão,
principalmente quando os limites das faixas são muito amplos (Martinez, 1999).
O emprego dos métodos descritos acima estão sujeitos a algumas limitações,
pois, consideram apenas a concentração do nutriente no material vegetal seco, não
identificando qual nutriente é mais limitante, bem como as amostras necessitam ser
coletadas em estádio fenológico padronizado (Hanson, 1981).
O interesse na utilização de métodos de interpretação que usam relações entre
os elementos, tais como o DRIS e suas modificações são cada vez maiores (Malavolta,
1999), pois estes utilizam o conceito de balanço de nutrientes e parecem estar menos
sujeito às interferências de particularidades locais do ambiente e dos sistemas de
amostragem das plantas (Bataglia & Dechen, 1996).
Inicialmente, os valores referenciais deveriam ter aplicação universal,
entretanto, na prática há uma forte relação com particularidades ambientais, de modo
que valores de referência mais fiéis necessitam ser obtidos nas condições locais,
embora na inexistência de um padrão local, alguma extrapolação seja possível
(Beaufils, 1973).
As recomendações atuais para amostragem de folhas para fins de diagnose
nutricional em lavouras de produção de soja no Brasil indicam a coleta das folhas
recém maduras da haste principal, correspondente à terceira ou quarta do ápice para a
12
base no estádio R2 em pleno florescimento (Bataglia & Dechen, 1986; Malavolta &
Malavolta, 1989).
Na Tabela 2 encontram-se os padrões nutricionais sugeridos pela EMBRAPA
(2004) para a região central do Brasil.
Tabela 2. Faixas para interpretação de concentrações de macro e micronutrientes em
folhas de soja para a região central do Brasil
Elemento
Deficiente ou
muito baixo
Baixo
Suficiente ou
médio
Alto
Excessivo ou
muito alto
g kg
-1
N < 32,5 32,5 - 45,0 45,1 - 55,0 55,1 - 70,0 > 70,0
P < 1,6 1,6 - 2,5 2,6 - 5,0 5,1 - 8,0 > 8,0
K < 12,5 12,5 - 17,0 17,1 - 25,0 25,1 - 27,5 > 27,5
Ca < 2,0 2,0 - 3,5 3,6 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
Mg < 1,0 1,0 - 2,5 2,6 - 10,0 10,1 - 15,0 > 15,0
S < 1,5 1,5 - 2,0 2,1 - 4,0 > 4,0 -
mg kg
-1
Mn < 15 15 - 20 21 - 100 101 - 250 > 250
Fe < 30 30 - 50 51 - 350 351 - 500 > 500
B < 10 10 - 20 21- 55 56 - 80 > 80
Cu - < 6 6 - 14 > 14 -
Zn < 11 11 - 20 21 - 50 51 - 75 > 75
Mo < 0,5 0,5 - 0,9 1 - 5 5,1 - 10 > 10
Fonte: Embrapa (2004)
2.4 Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS)
O DRIS foi desenvolvido a partir de um método chamado Diagnose Fisiológica,
que tinha por objetivo identificar e estudar a influência de fatores edáficos, climáticos e
de manejo sobre a cultura da seringueira no Vietnã e no Camboja (Beaufils, 1971).
Em 1973 foi publicada uma revisão detalhada da proposta DRIS, na qual são
13
demonstrados os fundamentos teóricos do método e um exemplo aplicado à cultura do
milho na África do Sul (Beaufils, 1973).
A partir de então, Sumner (1977a, 1979, 1981) adapta o método para os
Estados Unidos em outras culturas e, em vários outros locais do mundo, o DRIS é
testado e utilizado para avaliação do estado nutricional de espécies perenes e anuais:
batata (Meldal-Jhonsen & Sumner, 1980), café (Arboleda et al., 1988; Leite, 1993; Reis
Junior et al., 2002), cana-de-açúcar (Zambello Júnior 1979; Elwali & Gascho, 1984;
Reis Junior, 1999), citros (Beverly et al., 1984; Santos, 1997; Salvo, 2001), grama-
pernambuco (Payne et al., 1990), maçã (Szücs et al., 1990; Nachtigall, 2004), mamão
(Costa, 1995), manga (Raghupathi & Bhargava, 1999), milho (Escano et al., 1981;
Elwali et al., 1985), pinheiro (Rathfon & Burger, 1991) e videira (Schaller et al., 1995).
O DRIS foi originalmente proposto como um modelo para identificação de
fatores limitantes à produtividade. Entretanto, com o tempo, tem se mostrado muito
mais eficiente como uma forma de interpretação de análise nutricional de plantas do
que como modelo de produtividade agrícola (Bataglia, 1989).
No método DRIS, admite-se que as relações entre dois nutrientes são melhores
indicadores do estado nutricional das plantas, calculando-se um índice para cada
nutriente e considerando a sua relação com os demais (Beaufils, 1973). Utiliza as
relações binárias entre os nutrientes, e transforma os valores das concentrações em
índices, os quais variam de negativo a positivo. Quanto menor for o índice, se negativo,
mais limitante estará o nutriente e quanto maior for o índice, se positivo, menos
limitante estará o nutriente. O índice de valor zero indica que o nutriente está nas
melhores condições de balanço nutricional (Beverly, 1991; Walworth & Sumner, 1987).
O método DRIS é baseado em algumas considerações relativas à influência da
concentração foliar de nutrientes no rendimento das culturas: a) as relações entre as
14
concentrações de nutrientes são freqüentemente, melhores indicadores de deficiências
nutricionais do que os valores isolados de concentrações; b) algumas relações entre
nutrientes são mais importantes ou significativas do que outras; c) produtividades
adequadas são atingidas apenas quando os valores de relações nutricionais
importantes aproximam-se de valores ótimos, que são as médias de valores
determinados em populações selecionadas, de alta produtividade; d) pelo fato de que
relações nutricionais mais importantes devem apresentar valores próximos aos obtidos
em populações de alta produtividade, e que a variância de uma relação nutricional
importante é menor em uma população de alta produtividade do que em populações de
baixa produtividade; e) os índices DRIS podem ser calculados para cada nutriente,
baseando-se nos desvios médios de cada relação nutricional deste nutriente com os
demais, em relação aos valores ótimos dessa determinada relação nutricional (Jones,
1981).
O método não indica se determinado nutriente encontra-se em concentração de
excesso ou deficiência, mas qual nutriente é mais limitante e a ordem desta limitação
(Malavolta et al., 1989).
Segundo Baldock & Shulte (1996), quatro são as vantagens do DRIS: a) a
escala de interpretação é continua e fácil de usar; b) o DRIS ordena os nutrientes do
mais deficiente para o mais excessivo; c) o DRIS pode identificar casos nos quais a
produção está limitada por um desequilíbrio nutricional; d) o Índice de Balanço
Nutricional (IBN), que fornece uma medida dos efeitos combinados dos nutrientes na
produção.
Por outro lado, o método apresenta algumas desvantagens: a) requer sistema
computacional complexo; b) existe interdependência dos índices na qual o índice de
15
um nutriente pode ter efeito marcante sobre o outro; c) em alguns casos há
sensibilidade à idade da planta (Baldock & Shulte, 1996).
Em função do uso de relações entre nutrientes e não dos valores absolutos,
problemas de diagnose decorrentes de variação na idade fisiológica e parte amostrada
são minimizados, vantagens que superam os tradicionais métodos de interpretação
como níveis críticos e faixas de concentração (Bataglia & Dechen, 1996).
O método DRIS foi criado para gerar um diagnóstico independente da idade da
planta, local, cultivar, solo, clima e período de amostragem. Por usar relações entre
nutrientes, sugere-se que o DRIS é menos sensível que as faixas de suficiência nas
diferenças entre posição da folha na planta, idade da folha, clima, solo e cultivar. Uma
vez estabelecida a norma de referência, a partir de uma grande população
aleatoriamente distribuída, esta poderá ser utilizada universalmente, pois para uma
determinada cultura, algumas relações específicas transcendem as condições locais
de solo, clima e cultivar para a máxima performance da cultura (Meldal-Jhonsen &
Sumner, 1980; Bailey et al., 1997; Reis Junior, 2002).
Entretanto, a universalidade no uso das normas DRIS tem sido questionada.
Diferenças na avaliação do estado nutricional têm sido encontradas na utilização de
diferentes normas para a mesma cultura. Estudos realizados para testar o conceito do
DRIS, têm demonstrado que este não é totalmente independente das condições locais
e período de amostragem (Bataglia & Santos, 1990; Escano et al., 1981)
Diversas modificações foram propostas para a metodologia apresentada por
Beaufils (1973). Jones (1981) sugere uma simplificação do método que não considera
se a relação da amostra é maior ou menor que a norma, ponderando a variabilidade
das relações através da recíproca do desvio padrão (Bataglia & Santos, 1990). Elwali &
Gascho (1984) propõem que o balanço entre dois nutrientes ocorre se a razão de suas
16
concentrações numa amostra estiverem de acordo com a norma do nutriente em
questão mais ou menos seu desvio padrão.
2.5 Normas DRIS
Os valores de referência ou normas DRIS correspondem aos valores médios
das relações entre os nutrientes de uma população não anormal ou população de
referência, bem como os seus respectivos desvios padrões e coeficientes de variação
(Beaufils, 1973).
O método DRIS exige que uma determinada população em estudo, da qual
deseja-se obter padrões nutricionais seja separada em duas categorias: a) "plantas
não anormais", ou população de referência, que não foram afetadas por condições
adversas e que possuem uma produtividade superior à um nível estabelecido; e b)
plantas anormais, ou população não referência, que foram afetadas por condições
adversas, produzindo menos que o nível estabelecido (Beaufils, 1973).
A escolha da população de referência deverá ser baseada na premissa de que
existe uma relação significativa entre o suprimento de nutrientes e seus teores na
planta, de modo que aumentos ou decréscimos nas suas concentrações proporcionem
variação na produtividade.
O tamanho da base de dados para cálculo da norma é bastante variável entre
os trabalhos publicados, bem como os critérios para seleção entre a população de alta
e baixa produtividade. Walworth et al. (1988) demonstraram que normas desenvolvidas
a partir de 10 observações de milho, cultivados a campo com produtividade superior a
18 t ha
-1
foram mais representativas e eficientes que normas provenientes de banco de
dados maiores, ao contrário de Letzsch & Sumner (1984), que observaram que as
17
melhores normas tiveram origem em grandes bases de dados em grupo de alta
produtividade.
O banco de dados poderá ser oriundo tanto de experimentos de adubação
como de áreas comerciais (Schutz & Villiers, 1987; Leandro, 1998) e devem ser
coletados sob as mais variadas condições ambientais possíveis, de maneira que toda a
variabilidade de fatores que agem sobre a população de referência esteja nela
representada (Sumner, 1979; Beaufils, 1973; Letzsch & Sumner, 1984).
A qualidade da informação deve ser preponderante sobre o número de
informações. Todavia o aumento no número de amostras na população de alta
produtividade é importante, pois os valores de referência DRIS tendem a assumir
valores constantes, evidenciando a possibilidade de culturas com alta produtividade
apresentarem composição mineral dentro de limites definidos (Letzsch & Sumner,
1984).
Para a subdivisão das duas populações (alta e baixa produtividade) não existe
um critério bem definido (Beaufils, 1973). Walworth & Sumner (1987) sugerem uma
definição arbitrária do nível de produtividade considerado para o estabelecimento do
ponto de corte entre as duas subpopulações. Letzsch e Sumner (1984) recomendam
que o banco de dados seja suficientemente grande e que tenha pelo menos 10% das
observações dentro da sub-população de alta produtividade. Malavolta & Malavolta
(1989) sugerem o rendimento de 80% do máximo para separar as duas sub-
populações.
Após a definição da população de referência, dela são originadas as normas, ou
seja, a relação entre todos os pares de nutrientes. A relação ou razão entre um par de
nutrientes pode ser tanto direta quanto inversa, por exemplo, P/K e K/P,
respectivamente.
18
Apenas um tipo de expressão é utilizado para relacionar cada par de nutrientes.
Vários critérios têm sido propostos para selecionar a expressão mais adequada,
entretanto o mais utilizado tem sido o critério da maior relação de variâncias entre a
população de baixa e alta produtividade (Letzsch, 1985, Walworth & Sumner, 1987).
Este critério foi chamado de "valor F" por Nick (1998) e, segundo Santos (1997), o
critério da maior relação de variâncias permitiu a escolha da razão que melhor
identificasse o parâmetro de interesse.
Bataglia & Santos (1990) não utilizaram o critério da maior relação de
variâncias, mas testaram as relações na ordem direta e inversa e encontraram uma
maior dependência da escolha das relações quando utilizaram o método de cálculo
Jones (1981).
Definidas as normas e as relações para cada par de nutrientes, é possível
calcular os índices DRIS para as concentrações de nutrientes de uma amostra. Desta
forma, o método DRIS depende inicialmente de um padrão de referência ou norma
criteriosamente estabelecido e da escolha das relações que melhor realçam o
parâmetro de interesse.
2.6 lculo dos Índices DRIS
O índice DRIS de um nutriente é a média aritmética das funções reduzidas dos
quocientes da concentração desse nutriente em relação às concentrações dos demais
nutrientes determinados na folha.
Os índices DRIS medem o desvio do valor de qualquer parâmetro que uma
amostra sob análise possa apresentar em relação aos de uma população de
referência, do ponto de vista nutricional e assim estabelecer uma ordem de limitação
nutricional diretamente relacionada à produtividade (Walworth & Sumner, 1987).
19
Para calcular as funções das razões dos nutrientes existem três métodos: a) o
método original de Beaufils (1973); o método de Jones (1981); c) o método de Beaufils
(1973) modificado por Elwali & Gascho (1984).
O método proposto originalmente por Beaufils (1973) estabelece as funções a
partir das relações entre os pares dos nutrientes e impõe restrições quando a relação
na amostra é maior ou menor que a relação média da população de referência. As
diversas funções são ponderadas através da recíproca dos coeficientes de variação
das respectivas relações da população de referência. O valor de cada função é zero
quando a relação na amostra é o mesmo da população, independente da sua
variabilidade.
O método de Jones (1981) é uma simplificação do método original de Beaufils
(1973), na qual não considera se a relação na amostra é maior ou menor que o da
população de referência e pondera a variabilidade das relações através da recíproca
do desvio padrão. O método apresenta uma base na formalidade estatística,
semelhante à utilizada no controle estatístico de qualidade em indústrias (Lourenço
Filho, 1982).
A modificação proposta por Elwali & Gascho (1984), de maneira geral, reduz o
valor absoluto do índice DRIS, por não incluir nos cálculos pequenos desvios da razão
dos teores de nutrientes na amostra em relação a razão da média das concentrações
dos nutrientes na população de referência, levando a uma menor sensibilidade na
interpretação do estado nutricional. Considera os nutrientes balanceados se a razão de
concentrações numa amostra qualquer estiver dentro da faixa oriunda da norma mais
ou menos o seu desvio padrão. Os procedimentos de cálculo são os mesmos
propostos por Beaufils (1973).
20
Alguns autores têm comparado as metodologias de cálculo dos índices DRIS
encontrando diferentes resultados. Bataglia & Santos (1990) testaram os três métodos
para o cálculo dos índices DRIS e concluíram que os métodos Beaufils (1973) e Elwali
& Gascho (1984) apresentaram resultados semelhantes e, o método Jones (1981)
mostrou depender da ordem da relação de cada par de nutrientes estudados na cultura
da seringueira. Hallmark et al. (1987) compararam os métodos Beaufils (1973) e Jones
(1981) quanto à exatidão da diagnose de deficiências de fósforo e potássio na soja,
acrescentando a matéria seca no cálculo dos índices. Nestas condições, para o
nutriente mais deficiente, o método Jones (1981) foi mais exato que o Beaufils (1973).
Santos (1997) comparou o critério de faixas com o DRIS em citros e concluiu que o
método Beaufils (1973) proporcionou maior realce para as deficiências; o método de
Elwali & Gascho (1984) levou a menor número de interpretações errôneas; e o método
de Jones (1981) apresentou maior facilidade de cálculo. Nick (1998) encontrou maior
precisão no método Jones (1981) quando comparou os três métodos na avaliação do
estado nutricional do café. Leandro (1998) comparou os três métodos em soja na
região de Rio Verde e obteve maior precisão nos resultados quando utilizou a
metodologia de Beaufils (1973). Mourão Filho (2000) observou que o método Jones
(1981) apresentou melhor correlação com a produtividade quando comparado aos
métodos de cálculos baseados em Beaufils (1973) e Elwali & Gascho (1984) em
laranjeira 'Valência' sobre três porta-enxertos.
Os índices DRIS podem assumir valores negativos quando ocorre deficiência
do elemento em relação aos demais. Valores positivos indicam excesso e quanto mais
próximos de zero estiverem esses índices, mais próximo estará a planta do equilíbrio
nutricional para o elemento em estudo, permitindo desse modo, a classificação dos
nutrientes em ordem de importância de limitação na produção e fornecendo, ao mesmo
21
tempo, uma indicação da intensidade da exigência de determinado nutriente pela
planta (Beaufils, 1971).
Um índice adicional e muito importante, obtido com o método DRIS e utilizado
por Bataglia & Santos (1990) e por Leite (1993), é o Índice de Balanço Nutricional
(IBN), representado pela soma, em módulo, dos valores dos índices DRIS para cada
nutriente, indicando o estado nutricional de cada amostra em estudo.
2.7 Aplicação do DRIS em soja
Na cultura da soja o primeiro trabalho publicado sobre DRIS foi de Sumner
(1977a), o qual compilou 1245 resultados de análise foliar para nitrogênio, fósforo e
potássio com suas respectivas produtividades e estabeleceu as normas de referência
para uma produtividade superior a 2600 kg ha
-1
. Seus resultados mostraram que a
avaliação do estado nutricional da soja pelo DRIS foi mais precisa quando as
concentrações na folha eram maiores ou menores em relação às faixas de suficiência
e uma menor dependência quanto à época de amostragem e cultivar.
Hanson (1981) avaliou o estado nutricional da soja em três experimentos com
fósforo na região sul do Brasil utilizando a norma publicada por Sumner (1977a). Os
índices DRIS gerados no estádio de crescimento R2 indicaram melhor avaliação do
equilíbrio nutricional da cultura em função dos tratamentos, quando comparado aos
estádios R5 e R7, sugerindo que o método DRIS tem limitação quanto ao uso em
diferentes fases da cultura.
Beverly et al. (1986) desenvolveram normas DRIS para nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio, magnésio, manganês, ferro, cobre, zinco, molibdênio, boro e alumínio,
empregando 3581 resultados de análise foliar e produtividade, provenientes de várias
regiões dos EUA e do sul do Brasil. Criaram uma norma global como também normas
22
locais com o objetivo de comparar as regiões entre si. O comparativo demonstrou que
as condições edafoclimáticas de cada região têm efeito direto sobre os valores de
referência, alterando as concentrações na folha e prejudicando o método na avaliação
do estado nutricional. Estes autores indicam também a possibilidade de uma avaliação
mais precoce do estado nutricional pelo método DRIS perante as faixas de suficiência,
o que possibilitaria uma correção da deficiência nutricional antecipadamente.
Halmark et al. (1989) compararam o método das faixas de suficiência e o M-
DRIS para Zn e Mn em soja. Observaram superioridade no método das faixas de
suficiência sobre o M-DRIS em função dos teores excessivamente elevados para
manganês e baixos para zinco nas amostras, a partir dos quais as normas DRIS foram
geradas. Os autores alertam sobre a utilização de valores de referência inadequados
na avaliação do estado nutricional pelo M-DRIS e ressaltam a necessidade de melhoria
na precisão do método DRIS quando se pretende avaliar o estado nutricional em
diferentes estádios de crescimento.
Vigier et al. (1989) observaram diagnóstico mais preciso do estado nutricional
da soja pelo DRIS em Quebec no Canadá quando compararam o critério das faixas de
suficiência com índices DRIS obtidos mediante normas oriundas dos EUA e do
Canadá. Utilizando a norma canadense, observaram um leve aumento na precisão do
diagnóstico quando comparada à norma norte americana. Apesar disto, descrevem ser
desnecessário a regionalização das normas. O ganho em produtividade de grãos pela
aplicação do método DRIS, independente da norma utilizada, foi em média 50%
superior ao método das faixas de suficiência.
A literatura indica que o primeiro trabalho com DRIS em amostras foliares de
soja no Brasil foi de Oliveira (1993), que calculou os níveis de suficiência pelo método
DRIS mediante regressões polinomiais do segundo grau entre os índices e as
23
concentrações na folha para um índice zero. Este autor comparou as faixas de
suficiência obtidas pelo DRIS com os calculados pelo método convencional,
encontrando uma estreita concordância entre as duas metodologias, com exceção para
ferro que apresentou uma concentração foliar acima do adequado. Os resultados foram
obtidos em 40 fazendas do município de Campo Novo do Parecis, MT.
Leandro (1998) utilizou a metodologia DRIS para avaliação do estado
nutricional da soja na região de Rio Verde, GO com amostras de solo e folha. Obteve a
norma pela média das concentrações na folha e teores no solo empregando uma sub-
população de alta produtividade (>3000 kg ha
-1
). Concluiu que a diagnose de
desordens nutricionais foi mais precisa pelo método de Beaufils (1973) e ao aplicar o
método DRIS em solo, a norma gerada com extrator Resina para fósforo apresentou
maior precisão de diagnóstico que as normas para extrator Mehlich I. Verificou ainda
que o fósforo foi o nutriente mais limitante na região de Rio Verde, GO e; que a
excessiva adubação potássica provocou um desbalanço nutricional.
Maeda (2002) caracterizou o estado nutricional de lavouras de soja na região
sul do Mato Grosso do Sul por meio do critério das faixas de suficiência para solo e
folhas e pelo DRIS para folhas durante a safra 2000/2001. Desenvolveu valores de
referência DRIS que foram validados por meio de sua aplicação em resultados de
amostras foliares que apresentavam sintoma de distúrbio nutricional, principalmente
manganês. Ao comparar os valores de referência gerados neste trabalho com normas
para soja compilados da literatura obteve resultados distintos, demonstrando a
necessidade de desenvolver valores de referência regionalizados.
Lantmann et al. (2002) criaram normas DRIS a partir de uma base de dados
com 2400 amostras de folhas dos ensaios da Embrapa Soja em cinco localidades do
Paraná. Avaliaram a necessidade de regionalização das normas DRIS testando uma
24
norma global e outra local. As normas foram submetidas aos resultados de um
experimento com K em soja conduzido na região de Londrina, verificando um IBN
menor quando comparado à norma global, o que sugere uma melhor avaliação do
estado nutricional pela norma local. E verificaram também que na dose de potássio
correspondente à maior produtividade do experimento, a norma local de Londrina
apresentou menor IBN. Assim, sugerem que os bancos de dados sejam
regionalizados, pois indicam uma melhor avaliação do estado nutricional pela
metodologia DRIS.
Kurihara (2004) estabeleceu níveis críticos, teores ótimos e faixas ótimas de
nutrientes para a folha diagnóstico da soja mediante emprego dos Índices Balanceados
de Kenworthy e pelo método DRIS. Formou um banco de dados a partir de 254
amostradas coletadas em lavouras comerciais de soja cultivadas em sistema plantio
direto, no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, e concluíu que os teores ótimos e
os níveis críticos definidos a partir da media da população de referência e do limite
inferior da faixa ótima estimada pelo DRIS, representam valores associados à uma
condição de adequado balanço nutricional.
25
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado utilizando-se resultados de análise foliar e de
produtividade proveniente de duas regiões do Cerrado brasileiro em concordância com
a metodologia DRIS.
Os resultados de análise foliar e produtividade foram fornecidos por fundações
de pesquisa e fazendas de produção de soja localizadas no Mato Grosso e nas regiões
do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. Na Tabela 3 são apresentados o número de
resultados de análise foliar, safras e faixa de produtividade fornecidos pelas empresas
e utilizados para a formação do banco de dados.
Tabela 3. Número de amostras, ano e faixa de produtividade do grupo de dados
fornecidos pelas empresas participantes
Empresa Estado N.
(1)
Safra
Produtividade
(kg ha
-1
)
Empresa A PI 272 1996/97 a 2002/03 564 a 4.272
Empresa A MA 792 1996/97 a 2002/03 318 a 4.200
Empresa B MA 337 1994/95 a 2002/03 481 a 4.043
Empresa B MT 209 1994/95 a 2002/03 676 a 4314
Empresa C MA 123 2000/01 a 2002/03 1190 a 4526
Empresa D MA 44 2002/03 2279 a 3546
Empresa E MT 5323 1997/98 a 2001/02 164 a 5756
Empresa F MT 346 1997/98 a 2002/03 1674 a 4284
Total 7446
1
Número de resultados de análise foliar e produtividade
26
3.1 Dados das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Os resultados de análise foliar e produtividade da soja das regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí foram fornecidos pelas empresas:
- INSOLO Soluções Agrícolas;
- SLC Agrícola LTDA;
- Grupo Tibagi e;
- Fazenda Serra Vermelha.
Os resultados de análise foliar e produtividade da empresa A são referentes às
fazendas de produção de soja localizadas nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste
do Piauí, dos quais fazem parte os municípios de Tasso Fragoso, Alto Parnaíba,
Balsas, Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e Manoel Emídio.
Os resultados de análise foliar e produtividade da empresa B são referentes às
lavouras de produção de soja localizadas no município de Tasso Fragoso-MA e
Balsas-MA.
Os resultados de análise foliar e produtividade da empresa C são referentes às
lavouras de produção de soja situadas no município de Tasso Fragoso-MA.
Os resultados de análise foliar e produtividade de soja da empresa D são
referentes às áreas de produção situadas no município de Sambaíba-MA.
Na Tabela 4 são apresentados detalhes da localização, altitude, área plantada
com soja, índice pluvial e tipo de solo.
As variedades de soja cultivadas nesta região foram: BRS Tracajá, BRSMA
Sambaíba, BRSMA Pati, BRSMT Uirapuru, FT-106, FT 107, M_SOY 108, M_SOY
9001, M_SOY 9350 e Suprema.
26
Tabela 4. Município, latitude, longitude, altitude, área plantada, índice pluvial e tipo de solo das empresas das regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí
Empresa Município Latitude Longitude
Altitude
(m)
Área
1
(ha)
Índice pluvial
2
(mm)
Solo
3
Tasso Fragoso 08° 38’ 57" S 46° 10’ 44" W - 1332 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Alto Parnaíba 09° 01’ 01" S 46° 10’ 31" W - 1238 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Santa Filomena 08° 55’ 22" S 45° 20’ 32" W - 1085 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Balsas 08° 31’ 55" S 46° 45’ 12" W - 1519 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Ribeiro Gonçalves 07° 18’ 32" S 45º 10’ 52" W - 1013 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Baixa Grande do Ribeiro 08° 26’ 02" S 45º 30’ 16" W - 1414 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
A
Manoel Emídio 08º 28' 19" S 44º 23' 13" W -
100.000
950 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
Tasso Fragoso 08
o
30' 20" S 46
o
07' 19" W 665 16.599 1437 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
B
Balsas 08
o
33' 09" S 46
o
51' 24" W 608 5.633 1942 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
C Balsas 06º 52' 12" S 45º 18' 06" W 505 15.225 1604 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
D Sambaíba 08
o
48' 25" S 46
o
21' 32'' W 497 4.972 1230 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
1
Área cultivada com soja.
2
Média pluviométrica anual.
3
Classificação de solo baseada em mapas do Projeto Radam Brasil (Brasil, 1973a; Brasil, 1973b; Brasil, 1982; Brasil, 1983) e adaptado para Embrapa (1999).
27
28
3.2 Dados do Mato Grosso
Os resultados de análise foliar e produtividade de soja do Mato Grosso foram
fornecidos pelas empresas:
- FUNDAÇÃO MT;
- SLC Agrícola LTDA e;
- Sementes Petrovina.
Os resultados de análise química foliar e produtividade da empresa E foram
obtidos em experimentos conduzidos nos municípios de Campo Novo do Parecis,
Sapezal e Nova Mutum-MT, conforme descritos a seguir:
a) Experimento de Campo Novo do Parecis-MT: teve como objetivo a calibração
dos teores de micronutrientes (zinco, cobre, manganês e boro) para solo e folhas de
soja cultivada em diferentes condições de acidez de um Latossolo Vermelho Distrófico
típico, o qual foi instalado em setembro de 1997 e conduzido até a safra 2000/01,
sendo constituído de 600 parcelas com 60m
2
cada.
b) Experimento de Nova Mutum-MT: teve como objetivo a calibração dos teores
de zinco, cobre, manganês e potássio para solo e folhas de soja cultivada em
diferentes condições de acidez de um Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico, o
qual foi instalado em setembro de 1997 e conduzido até a safra 2000/01, constituído de
480 parcelas de 60m
2
.
c) Experimento de Sapezal-MT: teve por objetivo a calibração dos teores de
fósforo no solo e estabelecimento da curva de resposta da soja à adubação fosfatada
em um Latossolo Vermelho Distrófico típico o qual foi instalado na safra 1999/00, que
ainda está sendo conduzido e foi constituído de 180 parcelas de 405m
2
.
Os resultados de análise foliar e produtividade da empresa F são referentes às
áreas de produção de soja das fazendas Farroupilha, Rancho Bravo, Planalto e Serra
29
da Saudade, localizadas no município de Pedra Preta-MT; da fazenda Leopoldina
localizada no município de Pedra Preta e Itiquira-MT; das fazendas Brígida e Da Mata
no município de Alto Garças-MT; e Barreiro, Maravilha e Santa Maria localizadas no
município de Guiratinga-MT.
Os resultados de análise foliar e produtividade da empresa B são referentes as
áreas de produção de soja da fazenda Planorte localizada no município de Sapezal-MT
e da fazenda Paiaguás localizada no município de Diamantino-MT.
Na Tabela 5 são apresentados detalhes da localização, altitude, área plantada
com soja, índice pluvial e tipo de solo.
As variedades de soja cultivadas nesta região foram: BRSMT Pintado, BRSMT
Uirapuru, CAC 1, DM 309, DM Vitória Emgopa 313, FMT Arara Azul, FMT Maritaca, FT
Cristalina RCH, MG/BR 46 (Conquista), M_SOY 8914 e MT/BR 45 (Paiaguás).
3.3 Amostragem e análise de folhas
A amostragem de folhas consistiu na coleta do terceiro ou quarto trifólio, com
pecíolo, do ápice para a base (última folha madura) de aproximadamente 50 plantas
por talhão em pleno florescimento da cultura (Embrapa, 2004).
A análise química das folhas para macro e micronutrientes foi realizada em
diferentes laboratórios, escolhidas pelas empresas fornecedoras dos resultados.
As empresas A e D obtiveram os resultados de análise química foliar, após
secagem e moagem, no laboratório do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), que
segue a metodologia de determinação sugerida pela Embrapa (1999). As empresas B
e C obtiveram os resultados de análise química foliar no laboratório Unithal de
Campinas-SP, fazendo uso dos procedimentos sugeridos por Sarruge & Haag (1974) e
Bataglia (1983). Os resultados de análise química foliar das empresas E e F foram
26
Tabela 5. Município, latitude, longitude, altitude, área plantada, índice pluvial e tipo de solo das empresas do Mato Grosso
Empresa Município Latitude Longitude
Altitude
(m)
Área
1
(ha)
Índice pluvial
2
(mm)
Solo
3
Sapezal 13
o
56' 33" S 58
o
53' 43" W 695 6 1920 Latossolo Vermelho Distrófico típico
B
Diamantino 14
o
04' 21" S 57
o
27' 15" W 672 4,5 2145 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico típico
C. Novo do Parecis 13º 20' 15" S 58º 02' 24" W 646 10 2092 Latossolo Vermelho Distrófico típico
Nova Mutum 13º 40' 43" S 56º 02' 52" W 490 3386 1475 Latossolo Vermelho Distrófico típico
E
Sapezal 13º 41' 13" S 58º 35' 41" W 480 3482 1631 Latossolo Vermelho Distrófico típico
Pedra Preta 16
o
50' 29" S 54
o
03' 36" W 730 6161 1310 Neossolo Quartzarênico Örtico típico
Pedra Preta e Itiquira 17
o
04' 58" S 54
o
13' 13" W 636 2019 1660 Latossolo Vermelho Distrófico típico
Alto Garças 16
o
59' 50" S 53
o
57' 24" W 726 1814 1568 Latossolo Vermelho Distrófico típico
Alto Garças 16
o
41' 44" S 53
o
40' 43" W 726 6180 2168 Latossolo Vermelho Distrófico típico
F
Guiratinga 16
o
41' 44" S 53
o
40' 43" W 726 12249 2042 Latossolo Vermelho Distrófico típico
1
Área cultivada com soja.
2
Média pluviométrica anual.
3
Classificação de solo baseada em mapas do Projeto Radam Brasil (Brasil, 1973a; Brasil, 1973b; Brasil, 1982; Brasil, 1983) e adaptado para Embrapa (1999).
30
31
obtidos no laboratório AgroAnálise, sediada em Cuiabá-MT, o qual segue a
metodologia sugerida por Malavolta et al. (1997).
3.4 Elaboração do banco de dados
Os resultados de análise química foliar para nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio, enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco, juntamente com os
respectivos resultados de produtividade em kg ha
-1
, foram plotados em planilha
eletrônica Microsoft Excel
TM
e organizados por região de origem e safra.
Os dados foram submetidos inicialmente a uma avaliação visual com o objetivo
de identificação de possíveis erros de digitação ou contaminações. Ferro e manganês
apresentaram diversos resultados com suspeita de contaminação, de modo que foram
mantidos na base de dados somente os valores abaixo de 500 mg kg
-1
para ferro e 250
mg kg
-1
para manganês em ambas as regiões. Para os demais nutrientes verificou-se
poucos resultados com valores duvidosos, representando um número insignificante de
exclusões.
O banco de dados de cada região foi dividido em uma população de alta e outra
de baixa produtividade, para estabelecimento das normas. O critério de escolha do
nível de produtividade para separação entre as duas subpopulações (alta e baixa) será
discutido no item posterior.
Em função do elevado número de dados em cada região, optou-se pelo
agrupamento em classes de produtividade de 300 kg ha
-1
. As concentrações médias
dos nutrientes de cada classe de produtividade foram utilizadas para a diagnose
nutricional pelo DRIS e pelo critério das faixas de suficiência.
32
3.5 Aplicação do método DRIS
3.5.1 Norma
A norma foi estabelecida para cada região utilizando as concentrações dos
nutrientes da população de alta produtividade. O critério adotado para separação entre
as duas sub-populações foi semelhante ao adotado por Creste (1996), sendo escolhida
a população na qual a norma oriunda de determinado nível de produtividade apresente
a melhor relação entre o Índice de Balanço Nutricional (IBN) e a produtividade.
O critério para determinar a produtividade mínima para divisão entre as
populações de alta e baixa produtividade foi baseado no nível de produtividade
considerado alto nas fazendas de produção de soja de cada região. Para as regiões do
sul do Maranhão e sudoeste do Piauí adotou-se a produtividade 3000 kg ha
-1
e para o
Mato Grosso 3600 kg ha
-1
.
A partir destas produtividades foram estabelecidas as classes de população de
alta produtividade, dentre as quais foi escolhida a que apresentou melhor relação com
a produtividade no estabelecimento da norma. Para as regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí foram estabelecidos três classes:
3000 kg ha
-1
, 3300 kg ha
-1
e
3600 kg ha
-1
, e para o Mato Grosso foram estabelecidos cinco classes de
produtividade: 3600 kg ha
-1
, 3900 kg ha
-1
, 4200 kg ha
-1
, 4500 kg ha
-1
e 4800 kg
ha
-1
.
Dentro da população de cada classe de produtividade estabeleceu-se a
população nutricionalmente equilibrada (Beaufils, 1956, citado por Beaufils 1971). O
critério adota como população nutricionalmente equilibrada somente as observações
que tiverem suas concentrações dentro do limite 2/3 desvio padrão mais ou menos a
média.
33
Foram calculadas todas as relações possíveis, média, desvios padrões,
variância e coeficiente de variação de todas as populações consideradas de alta
produtividade. Para cada uma das populações foram calculados os índices DRIS e o
IBN para estudo da relação com a produtividade. Foi selecionada a norma que
apresentou a melhor relação entre o IBN e a produtividade.
3.5.2 Razão das variâncias
As relações foram escolhidas pelo método da razão das variâncias (Walworth &
Sumner, 1987), também denominado valor "F", que consiste no calculo da razão de
variância das relações entre nutrientes da sub-população de alta e baixa produtividade,
tanto na relação direta como inversa. É escolhida a relação que apresente a maior
razão de variância entre a população de alta e baixa produtividade.
3.5.3 Cálculos dos Índices DRIS
As funções das relações dos nutrientes foram calculadas utilizando-se as
metodologias propostas por Beaufils (1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984):
a) Beaufils (1973):
se:
na
XYXY <
então:
() ()
CVk100
X
Y
X
Y
1XY
an
=
se:
an
YX YX=
então:
()
(
)
YX 0zero=
se:
na
XYXY
34
então:
() ()
CVk1001
X
Y
X
Y
XY
na
=
b) Jones (1981):
() ()
⎛⎞
=−
⎜⎟
⎝⎠
an
YY
YX ks
XX
c) Elwali e Gascho (1984):
se:
sXYXY
na
<
então:
() ()
CVk100
X
Y
X
Y
1XY
an
=
se:
sXYXYsXY
nan
+
então:
()
= 0X/Y
se:
sXYXY
na
+
>
então:
() ()
CVk1001
X
Y
X
Y
XY
na
=
Onde:
()
XY :
Função calculada da relação de nutrientes
XeY
a
XY
:
relação de nutrientes da amostra
n
XY :
relação de nutrientes da norma
s
:
desvio padrão da relação da
n
XY
CV
:
coeficiente de variação (%) da relação
n
XY
k :
constante de sensibilidade
35
Os índices DRIS
y
I
, para o nutriente
Y
foram determinados pela fórmula geral:
()
nm
YXfXYf
I
n
j
j
m
i
i
y
+
=
== 11
)(
Onde:
y
I
:
índice DRIS para o nutriente
Y
Y
:
nutriente para cálculo do índice
X :
outro nutriente
m :
número de funções cujo nutriente
Y encontra-se no denominador
da função
n :
número de funções cujo nutriente
Y
encontra-se no numerador da
função
3.5.4 Índice de Balanço Nutricional (IBN)
Foi calculado através da soma dos valores absolutos de todos os índices
gerados para a amostra (Leite, 1993):
IBN Índice A Índice B Índice N=+++K
Foi também calculado o Índice de Balanço Nutricional médio, obtido através do
somatório de todos os valores gerados para a amostra, dividido pelo número de
nutrientes que participam do cálculo (Wadt, 1996).
()
=+++KIBNm
Í
ndice A
Í
ndice B
Í
ndice N / N
36
3.6 Avaliação do estado nutricional
Foram estabelecidas três classes nutricionais para cada um dos nutrientes,
considerando os índices DRIS. As classes limitante, normal e excessivo foram
estabelecidas semelhantemente ao método do potencial de resposta à adubação
(PRA) proposto por Wadt (1996).
O nutriente foi considerado limitante, quando apresentou índice DRIS negativo
e que em módulo apresentou valor maior que o IBNm. A classe normal abrangeu os
nutrientes que apresentaram índices DRIS negativos ou positivos porém em módulo
menores que o IBNm. Na classe excessiva foram considerados aqueles que
apresentaram índices DRIS positivos em módulo maiores que o IBNm.
A diagnose em classes obtida pelo método DRIS foi comparada com a
diagnose obtida pelo critério das faixas de suficiência (Tabela 2) sugerida pela
Embrapa (2004).
3.9 Análise estatística
As concentrações dos nutrientes e a produtividade foram submetidos à
distribuição de freqüência, com aplicação do teste Kolmogorov-Smirnov para
verificação de significância a 5% de probabilidade.
Em função do elevado número de dados, utilizou-se de alguns parâmetros da
estatística descritiva para uma melhor descrição dos resultados (média artimética,
mediana, moda, maior, menor, desvio padrão, variância da amostra, coeficiente de
variação, curtose, assimetria).
Para avaliar o efeito de safras sobre a concentração de nutrientes, os
resultados foram submetidos à analise de variância e teste de médias Tukey a 5% de
probabilidade.
37
Para demonstrar a variabilidade da concentração dos nutrientes dentro das
classes de produtividade submeteram-se os dados ao erro padrão da média, conforme:
()
s
sx
n
=
Onde:
(
)
sx
erro padrão da média da concentração de um determinado
nutriente por classe de produtividade
s
: desvio padrão das concentrações de um nutriente por classe de
produtividade
n :
número de concentrações por classe de produtividade
Para avaliar o efeito da concentração sobre os Índices DRIS e o efeito dos
índices DRIS sobre a produtividade, submeteu-se os dados ao teste t a 5% de
probabilidade e a análise de regressão linear.
Parte das análises estatísticas foram efetuadas mediante pacote estatístico
SAS, através dos procedimentos "UNIVARIATE", "FREQ", "gCHART", "REG" e "GLM"
(SAS INSTITUTE, 1999) e, a estatística descritiva, teste t e erro padrão da média em
planilha eletrônica Microsoft Excel
TM
.
:
26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Banco de amostras das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
A distribuição de freqüência para macro e micronutrientes para toda população
das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piaui (1287 amostras) seguiu uma
distribuição próxima à normalidade (Figuras 1 e 2).
Na Tabela 6 é apresentada a estatística descritiva de todos os nutrientes, o que
permite uma melhor visualização dos resultados, inclusive da sua variabilidade. Os
micronutrientes apresentaram um coeficiente de variação maior perante os
macronutrientes, principalmente para cobre, manganês e ferro. A distribuição normal é
afetada e refletida nos valores de curtose e assimetria.
Com exceção de cobre, todas as concentrações médias dos nutrientes na folha
se encontram na classe suficiente de acordo com o critério das faixas de suficiência
sugeridos pela Embrapa (2004).
Para cobre a concentração foliar média é considerada baixa segundo o critério
das faixas de suficiência da Embrapa (2004). Os valores de mediana e moda para
cobre são inferiores à média indicando que é superior o número de resultados com
concentrações mais baixas neste nutriente. Este comportamento também pode ser
observado na distribuição de freqüência das concentrações para cobre (Tabela 6).
39
Tabela 6. Estatística descritiva das concentrações de nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco nas folhas
de soja das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí (Safras
1994/95 a 2002/03)
Nutriente Média Mediana Moda Min. Max.
Desvio
padrão
Variância
CV (%) Curtose Assimetria
N (g kg
-1
) 45,6 45,1 39,6 19,4 69,6 9,3 86,1 20,3 -0,28 0,09
P (g kg
-1
) 3,6 3,5 3,2 1,3 7,8 0,9 0,9 26,3 1,23 0,69
K (g kg
-1
) 22,5 22,7 22,7 8,2 33,9 4,2 17,4 18,5 0,03 -0,18
Ca (g kg
-1
) 8,5 8,3 6,4 1,5 17,3 2,3 5,2 27,0 0,78 0,38
Mg (g kg
-1
) 4,3 4,3 4,0 1,7 7,7 0,9 0,8 20,8 0,58 0,23
S (g kg
-1
) 2,8 2,8 1,9 1,1 5,8 0,7 0,5 25,6 0,77 0,45
B (mg kg
-1
) 49 48 43 26 97 10,1 102,3 20,6 1,49 0,65
Cu (mg kg
-1
) 5 4 7 1 14 2,6 6,5 54,2 0,49 0,99
Fe (mg kg
-1
) 173 152 115 51 495 78,4 6151,5 45,2 3,38 1,75
Mn (mg kg
-1
) 60 48 40 18 246 38,5 1485,1 64,1 5,40 2,16
Zn (mg kg
-1
) 48 46 50 10 96 13,9 195,5 29,4 0,75 0,67
40
Figura 1 - Distribuição de freqüência da concentração de nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio e enxofre nas folhas de soja das regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí
Nitrogênio (g kg
-
1
)
Freqüência
16 24 32 40 48 56 64 72
Fósforo (g kg
-
1
)
1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
Fre
q
üência
Potássio (g kg
-
1
)
7 11 15 19 23 27 31 35
Cálcio (g kg
-
1
)
1,2 3,6 6,0 8,4 10,8 13,2 15,6 8,0
Magnésio (g kg
-
1
)
Fre
q
üência
1,3 2,3 3,3 4,3 5,3 6,3 7,3 8,3
Enxofre (g kg
-
1
)
0,6 1,4 2,2 3,0 3,8 4,6 5,4 6,2
41
Figura 2 - Distribuição de freqüência da concentração de boro, cobre, ferro, manganês
e zinco nas folhas de soja das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí
Boro (mg kg
-
1
)
Fre
q
üência
28 38 48 58 68 78 88 98
Cobre (mg kg
-
1
)
1 3 5 7 9 11 13 15
Manganês (mg kg
-
1
)
10 50 90 130 170 210 250
Fre
q
üência
Ferro (mg kg
-
1
)
40 120 200 280 360 440 520
Zinco (mg kg
-
1
)
12 24 36 48 60 72 84 96
Fre
q
uência
42
A concentração da maioria dos nutrientes nas amostras das regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí foi influenciada pela safra de cultivo da soja (Tabela 7).
Com exceção de ferro e manganês, os demais nutrientes apresentaram uma
concentração na folha significativamente diferente entre as safras 1994/95 e 2002/03.
Para nitrogênio e cobre verificou-se uma maior amplitude entre as
concentrações, cujos valores variaram entre 39,8 e 55,3 g kg
-1
e 2 e 9 mg kg
-1
,
respectivamente. Para ferro e manganês não foi observado diferença significativa
(p<0,05) entre as safras pelo teste de Tukey. Os demais nutrientes apresentaram
diferenças significativas pelo teste de médias, porém, em menor grau.
Tabela 7. Safra, número de amostras, concentração média de nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco
nas amostras das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Concentração de nutrientes nas folhas
Safra N.
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
--------------- g kg
-1
------------- --------- mg kg
-1
---------
1994/95 7 55,3 a 4,6 a 20,6 b 8,1 b 2,7 c 1,7 c 52 ab 2 d 171 a 61 a 48 a
1995/96 19 46,7 bcd 2,9 c 17,2 c 5,7 c 3,7 b 2,2 bc 57 a 9 a 177 a 57 a 32 b
1996/97 114 46,4 bcd 3,5 bc 22,9 ab 10,0 a 4,0 ab 3,0 a 51 ab 4 bc 179 a 59 a 48 a
1997/98 127 47,3 bcd 3,4 bc 22,2 ab 7,6 b 4,1 ab 3,1 a 52 ab 4 bc 168 a 66 a 45 a
1998/99 162 52,2 ab 3,9 b 23,7 a 8,6 ab 4,5 a 3,1 b 49 b 4 cd 182 a 59 a 52 a
1999/00 164 49,7 abc 3,9 b 21,5 ab 8,6 ab 4,6 a 2,7 a 47 b 5 bc 199 a 63 a 49 a
2000/01 192 45,8 cde 3,3 bc 21,3 ab 8,9 ab 4,5 a 2,6 ab 50 b 4 bc 175 a 62 a 50 a
2001/02 212 39,8 e 3,6 b 24,1 a 8,9 ab 4,3 a 2,7 a 50 b 5 bc 166 a 56 a 46 a
2002/03 290 42,4 de 3,5 bc 22,5ab 7,7 b 4,2 ab 2,7 ab 47 b 5 b 158 a 60 a 46 a
CV (%) 18,4 25,5 17,8 25,5 20,1 24,5 20,2 51,4 44,8 64,1 28,8
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
As diferenças verificadas nas concentrações dos nutrientes em função das
safras podem ser atribuídas provavelmente à condição climática nos quais as plantas
foram expostas no período. Como se trata da região de Cerrados, provavelmente a
43
distribuição das chuvas foi o principal fator que influenciou na absorção de nutrientes e,
consequentemente, a produtividade.
Na Tabela 8 é apresentada a estatística descritiva da produtividade por safra
nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. As produtividades médias por
safra variaram entre 2069 e 3094 kg ha
-1
, onde se observa que as maiores
produtividades médias ocorreram nas safras 1999/00 e 2002/03 e as menores nas
safras 1994/95, 1996/97, 1997/98 e 2001/02. A produtividade mínima foi de 318 kg ha
-1
ocorrido na safra 1997/98 e a máxima de 4526 kg ha
-1
na safra 2002/03.
Tabela 8. Estatística descritiva da produtividade de soja (kg ha
-1
) por safra nas regiões
do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Safra N. Média Mínimo Máximo
Desvio
padrão
Variância CV (%) Curtose Assimetria
1994/95 7 2487 bcd 1318 3190 805,5 648823,1 32,4 -0,97 -1,07
1995/96 19 2529 bc 1864 3138 404,5 163611,7 16,0 -1,12 -0,02
1996/97 114 2069 d 443 3478 614,8 377942,2 29,7 0,00 -0,40
1997/98 127 2162 cd 318 3234 615,6 379007,2 28,5 0,42 -0,79
1998/99 162 2515 bc 5.40 3585 642,9 413351,1 25,6 0,54 -0,83
1999/00 164 2752 ab 1243 4020 564,3 318409,7 20,5 -0,53 -0,37
2000/01 192 2632 b 1190 3941 571,2 326273,3 21,7 0,34 -0,55
2001/02 212 2489 bcd 564 3926 734,7 539748,9 29,5 -0,32 -0,53
2002/03 290 3098 a 955 4526 522,2 272672,4 16,9 1,59 -0,75
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.2 Banco de amostras do Mato Grosso
Da mesma forma que para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí,
as concentrações foliares de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre,
boro, cobre, ferro manganês e zinco apresentaram tendência à normalidade (Figuras 3
e 4). Embora também não apresentem significância pelo teste de Kolmogorov-Smirnov
a 5% de probabilidade.
44
Figura 3 - Distribuição de freqüência da concentração de nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio e enxofre nas folhas de soja do Mato Grosso
Freqüência
24,8 29,3 35,3 41,3 47,3 53,3 59,3 64,3
Nitrogênio (g kg
-
1
)
0,9 1,5 2,1 2,7 3,3 3,9 4,5 5
Fósforo (g kg
-
1
)
Freqüência
3,0 7,8 12,6 17,4 22,2 27 31,8 34,2
Potássio (g kg
-
1
)
1,2 4,2 6,6 9,0 12,0 4,4 16,8
Cálcio (g kg
-
1
)
1,6 2,7 3,6 4,6 5,6 6,6 7,6
Freqüência
Magnésio (g kg
-
1
)
0,7 1,5 2,3 3,1 3,9 4,7 5,7
Enxofre (g kg
-
1
)
45
Figura 4 - Distribuição de freqüência da concentração de boro, cobre, ferro, manganês
e zinco nas folhas de soja do Mato Grosso
Boro (mg kg
-
1
)
10 22 37 52 67 82 97
Freqüência
Cobre (mg kg
-
1
)
3 5 7 9 11 13 15
Ferro (mg kg
-
1
)
20 100 200 300 400 500
Freqüência
Manganês (mg kg
-
1
)
20 44 76 108 140 172 204
Freqüência
Zinco (mg kg
-
1
)
4 16 32 48 64 80 96
46
Na Tabela 9 é apresentada a estatística descritiva das concentrações dos
nutrientes do Mato Grosso.
Tabela 9. Estatística descritiva das concentrações de nitrogênio, fósforo, potássio,
cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco nas folhas
de soja do Mato Grosso (Safras 1994/95 a 2002/03)
Nutriente Média Mediana Moda Min. Max.
Desvio
padrão
Variância CV (%) Curtose Assimetria
N 46,0 46,2 44,8 24,2 63,7 4,8 23,2 10,5 0,60 -0,13
P 2,5 2,5 2,4 0,9 5,0 0,5 0,3 20,8 0,90 0,41
K 21,9 22,2 21,6 2,8 34,6 4,5 20,2 20,5 1,37 -0,66
Ca 7,4 7,2 6,6 0,9 17,0 1,4 1,9 18,4 2,41 0,84
Mg 4,3 4,4 4,5 1,7 7,9 0,8 0,6 17,9 1,41 0,33
S 2,2 2,2 2,0 0,6 5,7 0,3 0,1 14,9 3,19 0,57
B 46 45 42 11 98 9,7 94,2 21,3 1,08 0,59
Cu 7 7 6 2 15 2,0 4,0 27,8 6,11 1,20
Fe 138 129 138 16 497 50,1 2512,8 36,2 11,47 2,56
Mn 61 58 54 18 213 19,3 371,6 31,6 4,04 1,27
Zn 34 31 30 3 99 10,9 119,2 32,4 3,81 1,41
Com exceção de fósforo, os demais nutrientes apresentaram uma concentração
média na folha dentro da classe suficiente de acordo com as faixas de suficiência da
Embrapa (2004). O fósforo apresenta uma concentração média considerada baixa
segundo o critério de faixas, os limites entre a concentração mínima e máxima é de 0,9
e 5,0 g kg
-1
, considerado baixo e suficiente, respectivamente. Não foi observado
nenhum resultado com concentração foliar alto em fósforo segundo o critério de faixas.
O coeficiente de variação para a concentração de micronutrientes foi superior
ao observado para macronutrientes, indicando uma maior oscilação na concentração
de ferro, zinco e manganês perante os demais (Tabela 9), similar ao verificado por
Maeda (2002), que obteve um coeficiente de variação alto para ferro (40,4%), zinco
(51,0%) e manganês (43,6%) em folhas de soja no Mato Grosso do Sul.
47
A concentração dos nutrientes nas amostras do Mato Grosso foram
influenciadas pelas safras de cultivo de soja (Tabela 10). Observa-se que a
concentração foliar de nitrogênio diferiu significativamente (p<0,05) entre as safras
1994/95 e 2002/03, representando a menor e a maior concentração. A concentração
de fósforo para as safras 1995/96, 1997/98, diferiu significativamente (p<0,05) das
safras 1994/95, 1999/00, 2000/01 e 2002/03, sendo que as safras 1994/95, 1999/00 e
2000/01 não diferiram entre si. Para potássio a maior concentração é observada na
safra 2000/01 que diferiu significativamente (p<0,05) da safra 1994/95 com 26,2 g kg
-1
e 15,9 g kg
-1
respectivamente. Houve diferenças significativas (p<0,05) entre as safras
para cálcio e magnésio com as maiores concentrações nas safras 1994/95 e 2000/01
respectivamente. Para a concentração de enxofre verificou-se que as safras 1994/95,
1997/98, 1999/00, 2000/01 e 2002/03 apresentaram diferenças significativas (p<0,05)
em relação às safras 1995/96 e 2001/02.
Tabela 10. Concentração média de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,
enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco nas amostras do Mato
Grosso em função de safra
Concentração de nutrientes nas folhas
Safra N.
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
g kg
-1
mg kg
-1
1994/95 8 43,1 c 2,5 bc 15,9 e 9,7 a 4,3 bc 2,3 a 27 e 8 cd 128 cd 34 d 38 b
1995/96 11 43,9 c 2,0 d 16,9 e 3,6 d 3,7 d 1,3 c 40 cd 11 a 144 bc 48 c 22 c
1997/98 1072 43,3 c 2,1 d 17,8 de 7,1 c 3,8 cd 2,3 a 45 abc 7 cde 108 d 69 a 31 b
1998/99 1100 47,9 ab 2,3 cd 20,2 cd 8,3 b 4,0 cd 2,2 ab 37 d 7 de 159 b 65 ab 34 b
1999/00 1328 46,1 abc 2,7 b 22,9 b 7,0 c 4,6 ab 2,4 a 49 ab 8 c 139 bc 60 abc 37 b
2000/01 1245 45,2 bc 2,7 b 26,2 a 7,6 bc 4,8 a 2,2 a 51 a 8 cd 134 bcd 58 abc 33 b
2001/02 869 47,7 ab 2,3 cd 21,9 bc 6,9 c 4,3 bc 2,0 b 44 bc 6 e 132 bcd 53 bc 31 b
2002/03 101 48,9 a 3,1 a 21,4 bc 8,4 b 4,1 cd 2,3 a 51 a 10 b 326 a 63 ab 46 a
CV (%) 9,8 18,1 15,8 16,8 15,5 13,7 18,1 25,2 29,2 30,4 31,2
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
48
A maior concentração de Boro foi 51 mg kg
-1
na safra 2000/01 que diferiu
estatisticamente (p<0,05) das safras 1994/95, 1995/96, 1998/99 e 2000/01. Verificou-
se a menor concentração de cobre (6 mg kg
-1
) na safra 2001/02 que diferiu
significativamente (p<0,05) da concentração média de todas as safras. A maior
concentração de ferro ocorreu na safra 2002/03, e foi estatisticamente diferente
(p<0,05) de todas as demais safras. A menor concentração de manganês ocorreu na
safra 1994/95 e diferiu estatisticamente (p<0,05) das demais safras. Zinco foi o
nutriente que apresentou o maior número de safras sem diferenças significativas
(p<0,05) entre as concentrações. As maiores concentrações, considerando todos os
nutrientes, não foram relacionados a uma safra específica.
A produtividade média de soja, por safra, no Mato Grosso é apresentada na
Tabela 11. A maior produtividade foi observada na safra 2000/01 com 3.744 kg ha
-1
e a
menor na safra 1995/96 com 2.272 kg ha
-1
. A amplitude de variação na produtividade,
considerando todas as safras foi entre 164 e 5.756 kg ha
-1
.
Tabela 11. Estatística descritiva da produtividade de soja (kg ha
-1
) por safra no Mato
Grosso
Safra N. Média Mínimo Máximo
Desvio
padrão
Variância CV (%) Curtose Assimetria
1994/95 8 2304 d 1.741 3167 575,5 331184,4 25,0 -1,24 0,76
1995/96 11 2272 d 1.847 2841 297,6 88540,4 13,1 -0,25 0,30
1997/98 1072 2899 c 441 5275 597,1 356492,0 20,6 0,56 0,09
1998/99 1100 3006 bc 808 4671 523,0 273556,6 17,4 0,36 0,03
1999/00 1328 3365 ab 417 4712 532,6 283634,7 15,8 4,91 -1,70
2000/01 1245 3744 a 164 5756 694,7 482602,2 18,6 4,00 -1,44
2001/02 869 3108 bc 256 4314 716,2 512989,9 23,0 1,65 -1,31
2002/03 101 3216 bc 676 4282 533,9 285071,4 16,6 4,90 -1,47
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
49
4.3 Estabelecimento da norma DRIS para as regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí
4.3.1 Agrupamento por classes de produtividade
Em função de elevado número de resultados de análise química foliar, agrupou-
se os dados por classes de produtividade visando facilitar a visualização dos
resultados (Tabela 12). O erro padrão da média da concentração dos nutrientes foi
calculado para cada classe de produtividade, descrevendo a variabilidade na
concentração foliar de cada um dos nutrientes.
Observa-se que houve variações nas concentrações dos nutrientes na folha em
função da classe de produtividade. Nutrientes como nitrogênio e magnésio
apresentaram erro padrão da média menos variável se comparado à ferro e manganês
(Tabela 12).
Para cobre observou-se uma concentração na folha crescente com o aumento
da produtividade, ao contrário da concentração de enxofre que diminuiu com o
aumento da produtividade. Para os demais nutrientes não foi observada uma tendência
definida em relação ao aumento ou diminuição da produtividade da cultura da soja nas
regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí (Tabela 12).
4.3.2 Seleção da norma DRIS
A população de referência foi definida pela população de alta produtividade cujo
método de cálculo DRIS apresentou melhor relação entre o IBN e a produtividade. As
concentrações médias dos nutrientes por classe de produtividade, foram submetidas
aos diferentes cálculos de funções DRIS (Beaufils, 1973; Jones, 1981; Elwali &
Gascho, 1984), utilizando as normas obtidas para cada nível de produtividade.
37
Tabela 12. Classes de produtividade, número de amostras, concentração na folha e erro padrão da média da concentração
foliar dos nutrientes na soja das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Classes de
produtividade
N.
1
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
kg ha
-1
g kg
-1
mg kg
-1
3901 - 4200 11
44,2* +2,3** 3,2 +0,2 22,3 +1,9 7,5 +0,8 4,4 +0,1 2,7 +0,2
52 +1,4 7 +0,7 165 +18,9 56 +14,2 47 +5,4
3601 - 3900 46
44,0 +1,3 3,4 +0,1 23,5 +0,7 7,3 +0,3 3,9 +0,1 2,4 +0,1
45 +1,3 6 +0,4 155 +8,3 46 +4,4 44 +2,3
3301 - 3600 114
43,8 +
0,8 3,4 +0,1 22,8 +0,4 8,0 +0,3 4,2 +0,1 2,5 +0,1
47 +0,8 6 +0,2 151 +5,7 50 +3,4 46 +1,4
3001 - 3300 223
46,8 +
0,7 3,8 +0,1 23,2 +0,3 8,6 +0,2 4,3 +0,1 2,7 +0,0
48 +0,6 5 +0,2 156 +4,9 53 +2,1 47 +1,0
2701 - 3000 239
46,7 +
0,6 3,7 +0,1 22,1 +0,3 8,7 +0,1 4,3 +0,1 2,8 +0,1
48 +0,7 5 +0,2 171 +5,0 58 +2,5 49 +1,0
2401 - 2700 197
45,5 +
0,8 3,6 +0,1 22,8 +0,3 8,7 +0,2 4,3 +0,1 2,9 +0,0
49 +0,8 4 +0,2 179 +5,8 66 +2,7 49 +0,9
2101 - 2400 180
44,9 +
0,7 3,4 +0,1 22,1 +0,3 8,5 +0,2 4,3 +0,1 2,9 +0,0
51 +0,7 4 +0,2 185 +6,1 63 +2,6 49 +1,1
1801 - 2100 111
44,8 +
0,7 3,4 +0,1 22,6 +0,4 8,6 +0,2 4,1 +0,1 2,9 +0,1
49 +0,9 4 +0,2 189 +8,1 69 +4,4 48 +1,1
1501 - 1800 79
45,2 +
1,1 3,5 +0,1 21,6 +0,5 8,6 +0,3 4,3 +0,1 2,9 +0,1
52 +1,2 4 +0,2 186 +9,8 65 +4,3 47 +1,2
1201 - 1500 36
45,2 +
1,5 3,5 +0,2 21,9 +0,7 8,5 +0,2 4,5 +0,2 2,9 +0,1
52 +1,9 4 +0,3 182 +12,7 82 +8,3 45 +1,9
901 - 1200 32
47,9 +
1,3 3,3 +0,1 22,1 +0,5 8,7 +0,3 4,6 +0,1 2,9 +0,1
48 +1,4 4 +0,4 179 +10,9 68 +7,8 44 +2,0
601 - 900 19
48,0 +
2,2 3,5 +0,2 22,6 +1,0 8,2 +0,7 4,5 +0,2 3,3 +0,2
49 +2,1 3 +0,4 229 +24,2 63 +9,2 48 +4,5
1
Número de amostras por classe de produtividade
* Concentração na folha
** Erro padrão da média
50
51
Observou-se que houve relação significativa (p<0,01) entre a produtividade e o
IBN para todos os níveis de produtividade e para os métodos de cálculo das funções
DRIS (Tabela 13). Entretanto, observou-se um valor crescente do coeficiente de
determinação com o aumento da produtividade na norma, o que mostra que houve
uma melhora na relação entre as duas variáveis com o aumento do nível de
produtividade da população.
Tabela 13. Relação entre a produtividade e o IBN para os níveis de produtividade da
sub-população de alta produtividade pelos diferentes cálculos de funções
DRIS para a cultura da soja das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí (Safras 1994/95 a 2002/03)
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Norma
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
3000 kg ha
-1
y = 4386,13 - 653,47**x 0,62 y = 4425,66 - 342,44**x 0,70 y = 3561,67 - 521,64**x 0,65
3300 kg ha
-1
y = 4531,85 - 574,50**x 0,84 y = 4517,13 - 288,88**x 0,86 y = 3796,77 - 486,29**x 0,84
3600 kg ha
-1
y = 4722,95 - 486,42**x 0,92 y = 4712,71 - 243,45**x 0,92 y = 4147,48 - 430,64**x 0,91
** Significância a 1% pelo teste t
Os métodos de cálculo das funções DRIS apresentam coeficientes de
determinação semelhantes para um mesmo nível de produtividade da norma,
demonstrando que os três métodos foram muito próximos nos seus resultados, apesar
das modificações propostas a partir do método original proposto por Beaufils (1973).
Assim, a norma obtida com população de produtividade 3600 kg ha
-1
apresentou a melhor relação entre o IBN e a produtividade nos três métodos de cálculo
das funções DRIS, sendo então adotada para os estudos do DRIS para as regiões do
sul do Maranhão e sudoeste do Piauí (Tabela 14).
52
Tabela 14. Norma DRIS para a cultura da soja nas regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí
Relação x s
2
s c.v. N Relação x s
2
s c.v. N
N 42,49 7,39 2,72 6,40 42
Mg/N 0,09 0,00 0,01 12,48 25
P 3,17 0,11 0,33 10,41 37
Mg/K 0,17 0,00 0,02 13,78 27
K 23,02 3,70 1,92 8,36 39
Mg/B 0,09 0,00 0,01 8,38 26
Ca 7,16 0,76 0,87 12,16 40
Mg/Cu 0,60 0,02 0,12 20,63 27
Mg 3,97 0,13 0,36 9,15 46
S/K 0,11 0,00 0,02 13,68 14
S 2,45 0,08 0,28 11,21 37
S/Mg 0,64 0,01 0,08 12,56 19
B 47,16 8,92 2,99 6,33 42
S/B 0,06 0,00 0,01 10,85 16
Cu 6,78 1,04 1,02 15,04 41
S/Cu 0,34 0,01 0,07 20,42 20
Fe 149,76 466,16 21,59 14,42 44
B/Cu 7,15 2,14 1,46 20,49 22
Mn 38,69 94,10 9,70 25,07 56
Fe/N 3,48 0,42 0,65 18,68 24
Zn 43,04 34,46 5,87 13,64 36
Fe/P 47,03 55,74 7,47 15,88 20
N/K 1,83 0,03 0,17 9,38 19
Fe/K 6,71 1,58 1,26 18,75 24
N/S 17,36 3,96 1,99 11,46 24
Fe/Mg 36,21 28,97 5,38 14,86 26
N/B 0,91 0,01 0,09 9,59 24
Fe/S 62,11 110,76 10,52 16,94 23
N/Cu 6,50 1,24 1,11 17,12 24
Fe/B 3,16 0,23 0,48 15,03 26
N/Zn 1,02 0,03 0,17 16,14 21
Fe/Cu 22,66 38,45 6,20 27,36 25
P/N 0,07 0,00 0,01 14,20 25
Fe/Zn 3,56 0,55 0,74 20,84 22
P/K 0,14 0,00 0,02 13,17 22
Mn/N 0,86 0,05 0,23 26,40 31
P/Ca 0,43 0,01 0,08 17,71 22
Mn/P 11,50 9,59 3,10 26,93 27
P/Mg 0,78 0,01 0,09 11,29 23
Mn/K 1,60 0,14 0,38 23,49 27
P/S 1,26 0,02 0,15 11,76 22
Mn/Ca 5,55 2,98 1,73 31,10 29
P/Cu 0,48 0,01 0,11 23,06 20
Mn/Mg 10,02 6,51 2,55 25,46 35
P/B 0,07 0,00 0,01 10,02 20
Mn/S 15,77 14,62 3,82 24,25 28
K/B 0,50 0,00 0,05 9,72 23
Mn/Fe 0,27 0,01 0,08 30,79 31
K/Cu 3,50 0,34 0,58 16,57 22
Mn/Zn 0,92 0,07 0,26 27,87 28
Ca/N 0,17 0,00 0,02 13,29 16
Mn/Cu 5,43 1,77 1,33 24,52 33
Ca/K 0,33 0,00 0,05 13,84 19
Mn/B 0,86 0,04 0,21 23,99 29
Ca/Mg 1,76 0,04 0,20 11,12 25
Zn/P 13,70 4,40 2,10 15,30 21
Ca/S 2,88 0,19 0,44 15,31 19
Zn/K 1,94 0,08 0,28 14,45 15
Ca/B 0,15 0,00 0,02 13,55 23
Zn/Mg 10,74 1,41 1,19 11,06 24
Ca/Cu 1,07 0,07 0,26 24,48 19
Zn/S 16,53 5,39 2,32 14,04 19
Ca/Fe 0,05 0,00 0,01 15,34 22
Zn/B 0,90 0,02 0,13 14,11 22
Ca/Zn 0,16 0,00 0,02 11,59 23
Zn/Cu 6,65 3,23 1,80 27,00 17
x = média; s
2
= variância; s = desvio padrão; c.v. = coeficiente de variação (%); n = número de observações.
53
A produtividade estabelecida para a população de referência é variável na
literatura. A sua definição é normalmente feita de forma arbitrária e, utilizando um nível
de produtividade considerado elevado para a região em estudo. Sumner (1977a)
apresentou a primeira norma para a cultura da soja nos Estados Unidos e, estabeleceu
uma produtividade de grãos de soja >2600 kg ha
-1
para divisão entre a população de
alta e baixa produtividade. Hanson (1981) estabeleceu norma DRIS para soja no Rio
Grande do Sul com produtividade >3000 kg ha
-1
e comparou com a norma de Sumner
(1977).
Maeda (2002) estabeleceu norma DRIS para a soja na região sul do Mato
Grosso do Sul, empregando uma população de referência superior à 3500 kg ha
-1
.
Kurihara (2004) estabeleceu norma DRIS para o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
com produtividade superior à 3900 kg ha
-1
, equivalente à 130% da produtividade média
do seu banco de dados.
Os trabalhos mais recentes apresentam produtividade da população de
referência mais elevados, semelhante ao obtido para as regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí.
4.3.3 Índices DRIS
Observou-se que para todos os índices DRIS houve relação significativa com as
respectivas concentrações na folha dos nutrientes (Tabela 15), mostrando que o Índice
DRIS foi fortemente dependente da concentração do nutriente na folha.
O valor do coeficiente de determinação foi semelhante para os três métodos de
cálculo das funções. O método de Elwali & Gascho (1984) para alguns nutrientes
tendeu a mostrar uma relação mais baixa, provavelmente por considerar no cálculo das
54
funções o desvio padrão da norma, o que faz este método ser menos rigoroso perante
os demais.
Tabela 15. Relação entre índices DRIS e a concentração foliar dos nutrientes na
cultura da soja das regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Variável
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
N I
N
y = -3,55 + 0,08**x 0,67 y = -7,12 + 0,16**x 0,69 y = -2,86 + 0,06**x 0,75
P I
P
y = -3,65 + 1,07**x 0,81 y = -7,17 + 2,11**x 0,83 y = -2,41 + 0,71**x 0,83
K I
K
y = -7,42 + 0,31**x 0,84 y = -14,40 + 0,61**x 0,84 y = -7,58 + 0,32**x 0,86
Ca I
Ca
y = -2,83 + 0,38**x 0,90 y = -5,58 + 0,75**x 0,91 y = -2,38 + 0,31**x 0,85
Mg I
Mg
y = -3,07 + 0,72**x 0,77 y = -6,09 + 1,42**x 0,77 y = -1,99 + 0,47**x 0,61
S I
S
y = -3,53 + 1,34**x 0,96 y = -6,84 + 2,60**x 0,96 y = -2,78 + 1,07**x 0,83
B I
B
y = -3,26 + 0,06**x 0,72 y = -6,23 + 0,12**x 0,71 y = -1,72 + 0,03*x 0,34
Cu I
Cu
y = -5,52 + 0,82**x 0,93 y = -11,04 + 1,64**x 0,93 y = -5,62 + 0,85**x 0,92
Fe I
Fe
y = -2,77 + 0,02**x 0,98 y = -5,42 + 0,03**x 0,98 y = -2,52 + 0,02**x 0,89
Mn I
Mn
y = -2,06 + 0,05**x 0,99 y = -4,12 + 0,10**x 0,99 y = -2,64 + 0,06**x 0,99
Zn I
Zn
y = -2,52 + 0,05**x 0,53 y = -4,92 + 0,11**x 0,54 y = -1,60 + 0,03**x 0,59
** = significativo pelo teste t a 1% de probabilidade
* = significativo pelo teste t a 5% de probabilidade
Para nitrogênio e zinco, observou-se uma relação menor entre os índices DRIS
e a concentração na folha, o que sugere uma menor dependência destes índices DRIS
com a sua concentração foliar e, por outro lado, uma maior interação com as relações
dos demais nutrientes que compõem o índice DRIS.
Em estudo de diagnose nutricional da soja, Kurihara (2004) obteve significância
(p<0,01) entre o índice DRIS e a concentração para nitrogênio na cultura da soja,
usando a metodologia proposta por Alvarez & Leite (1999). Nachtigall (2004) não
obteve significância (p<0,05) entre o índice DRIS nitrogênio e a sua concentração para
a cultura da maçã, usando a metodologia de cálculo proposta por Elwali & Gascho
55
(1984). Leandro (1998) obteve maior precisão no diagnóstico de desordens nutricionais
pelo método proposto por Beaufils (1973).
Na avaliação da relação entre a produtividade e os índices DRIS nos diferentes
métodos de cálculo das funções DRIS para cultura da soja nas regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí (Tabela 16), são observadas algumas diferenças para o
método Elwali & Gascho (1984). Para nitrogênio, nos métodos Beaufils (1973) e Jones
(1981) não foi observada significância estatística pelo teste t, para o modelo aplicado
(linear), porém quando utilizado o método proposto por Elwali & Gascho (1984)
verificou-se relação linear significativa (p<0,05) entre o índice DRIS para nitrogênio e a
produtividade.
Para cálcio, magnésio, boro e zinco não foi verificada relação significativa entre
a produtividade e o IBN, para os três métodos de cálculo das funções DRIS.
Tabela 16. Relação entre a produtividade da soja e índices DRIS para as regiões do
sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Variável
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
I
N
y = 2367,7 - 2982,7
NS
x 0,15 y = 2380,18 - 1567,38
NS
x 0,16 y = 2765,4 - 6064,0*x 0,36
I
P
y = 2349,5 + 1089,1
NS
x 0,05 y = 2346,60 + 541,28
NS
x 0,05 y = 2389,5 + 649,0
NS
x 0,01
I
K
y = 3844,8 + 3494,4*x 0,37 y = 3883,94 + 1823,31*x 0,38 y = 3424,8 + 3355,2*x 0,36
I
Ca
y = 3314,4 - 2864,5
NS
x 0,26 y = 3384,38 - 1534,26
NS
x 0,29 y = 3153,4 - 3349,9
NS
x 0,26
I
Mg
y = 2489,6 - 2804,0
NS
x 0,17 y = 2487,00 - 1430,09
NS
x 0,18 y = 2598,0 - 4248,2
NS
x 0,22
I
S
y = 3120,8 - 2937,5**x 0,72 y = 3127,00 - 1523,86**x 0,72 y = 3124,0 - 3213,8**x 0,63
I
B
y = 2431,3 + 83,6
NS
x 0,00 y = 2437,31 + 69,06
NS
x 0,00 y = 2454,0 + 1227,5
NS
x 0,02
I
Cu
y = 4015,3 + 1007,7**x 0,91 y = 4017,60 + 504,37**x 0,91 y = 3924,5 + 965,9**x 0,90
I
Fe
y = 3123,1 - 2274,3**x 0,63 y = 3137,91 - 1165,96**x 0,63 y = 2964,9 - 2162,5**x 0,51
I
Mn
y = 4283,6 - 1685,5**x 0,66 y = 4283,63 - 842,74**x 0,66 y = 3908,2 - 1453,6**x 0,66
I
Zn
y = 2212,7 + 4557,4
NS
x 0,27 y = 2208,38 + 2296,26
NS
x 0,26 y = 2386,9 + 1870,7
NS
x 0,02
** = significativo pelo teste t a 1% de probabilidade
* = significativo pelo teste t a 5% de probabilidade
NS
= não significativo pelo teste t
56
A relação entre a produtividade e o índice DRIS para potássio foi significativa ao
nível de 5% de probabilidade, enquanto que as relações entre a produtividade e os
índices DRIS para enxofre, cobre, ferro e manganês foram significativas ao nível de 1%
de probabilidade (Tabela 16).
As melhores relações entre a produtividade e os índices DRIS foram
observadas para enxofre, cobre, ferro e manganês. Para enxofre observou-se relação
linear negativa, onde as menores produtividades estiveram relacionadas à índices
DRIS enxofre positivos mais distantes de zero (Figura 5A), indicando que na população
avaliada, a produtividade foi afetada negativamente por altas concentrações de
enxofre.
Figura 5 - Relação entre a produtividade da soja e os índices DRIS (Jones, 1981) para
enxofre (A) e cobre (B) nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Para cobre observou-se relação linear positiva, na qual as menores
produtividades estiveram relacionadas à índices DRIS negativos mais distantes de zero
(Figura 5B), indicando que na população avaliada, a produtividade foi afetada
positivamente por altas concentrações de cobre.
y = 3127,00 - 1523,86**x
R
2
= 0,72
0
1000
2000
3000
4000
5000
-0,4 0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Índice DRIS Enxofre
Produtividade kg ha
-1
y = 4017,60 + 504,37**x
R
2
= 0,91
0
1000
2000
3000
4000
5000
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1
Índice DRIS Cobre
Produtividade kg ha
-1
A
B
57
Quanto à comparação entre os métodos de cálculo das funções DRIS, com
exceção de nitrogênio, o resultados obtidos foram semelhantes entre os métodos DRIS
utilizados. Verifica-se também, que a relação a produtividade e o IBN apresentou
coeficientes de determinação semelhantes entre os métodos (Figura 6).
Este resultado, aliado ao fato de que o método DRIS proposto por Jones (1981)
apresenta maior facilidade de utilização, levou a escolha deste método para a
avaliação do estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí.
58
Figura 6 - Relação entre a produtividade da soja e IBN, obtidos pelos métodos Beaufils
(1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984) para as regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí
y = 4712,7 - 486,91**x
R
2
= 0,92
0
1000
2000
3000
4000
5000
0246810
IBN (Jones, 1981)
Produtividade kg ha
-1
y = 4722,95 - 486,42**x
R
2
= 0,92
0
1000
2000
3000
4000
5000
0246810
IBN (Beaufils, 1973)
Produtividade kg ha
-1
y = 4147,48 - 430,64**x
R
2
= 0,91
0
1000
2000
3000
4000
5000
0246810
IBN (Elwali & Gascho, 1984)
Produtividade kg ha
-1
59
4.4 Estabelecimento da norma DRIS para o Mato Grosso
4.4.1 Agrupamento por classes de produtividade
Em função do maior número de resultados de análise química foliar, foi
estabelecido um maior número de classes de produtividade em relação às regiões do
sul do Maranhão e sudoeste do Piauí (Tabela 17).
A concentração dos nutrientes foi variável em função da classe de
produtividade, como também o erro padrão da média. O erro padrão da média foi
superior nos extremos da tabela, indicando uma maior variabilidade na concentração
dos nutrientes. As concentrações foliares de fósforo e potássio tenderam a aumentar
com o aumento da produtividade, o que não ocorre tão evidentemente para os demais
nutrientes. De maneira geral observou-se uma maior variabilidade das concentrações
médias nas folhas para micronutrientes, principalmente para ferro e manganês (Tabela
17).
4.4.2 Seleção da norma DRIS
Os critérios para estabelecimento da norma DRIS para o Mato Grosso foram os
mesmos empregados para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. As
concentrações médias foram submetidas ao cálculo das funções DRIS nas
metodologias Beaufils (1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984), mediante as
normas estabelecidas a partir das cinco classes de produtividade da população de
referência (Tabela 18).
49
Tabela 17. Classes de produtividade, número de amostras, concentração na folha e erro padrão da média da concentração
foliar dos nutrientes na soja do Mato Grosso
Classes de
produtividade
N.
1
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
kg ha
-1
g kg
-1
mg kg
-1
5101 - 5400 5
47,6* +1,6** 2,7 +0,1 24,7 +2,4 7,6 +0,7 4,7 +0,2 2,2 +0,1 48 +3,5 8 +0,5 119 +12,8 52 +7,1 52 +2,0
4801 - 5100 11
46,6 +0,9 2,8 +0,1 25,6 +1,5 6,7 +0,2 4,5 +0,2 2,1 +0,1 50 +2,3 8 +0,5 130 +6,7 48 +5,2 48 +1,2
4501 - 4800 84
46,8 +
0,3 2,7 +0,0 26,5 +0,2 6,9 +0,1 4,6 +0,0 2,1 +0,0 51 +1,1 8 +0,1 140 +2,3 48 +1,3 48 +0,6
4201 - 4500 224
46,0 +
0,4 2,6 +0,0 26,0 +0,4 7,0 +0,1 4,6 +0,1 2,1 +0,0 50 +1,0 8 +0,2 139 +5,0 48 +1,5 48 +0,9
3901 - 4200 453
46,2 +
0,4 2,6 +0,0 24,9 +0,4 7,3 +0,1 4,6 +0,1 2,2 +0,0 48 +1,1 7 +0,2 139 +4,7 56 +1,7 56 +0,8
3601 - 3900 918
46,9 +
0,4 2,6 +0,1 23,4 +0,3 7,4 +0,1 4,5 +0,1 2,3 +0,0 46 +1,1 7 +0,2 143 +4,3 58 +1,4 58 +1,0
3301 - 3600 1188
46,4 +
0,1 2,6 +0,0 23,0 +0,1 7,3 +0,0 4,4 +0,0 2,3 +0,0 47 +0,3 7 +0,1 145 +1,5 59 +0,5 59 +0,3
3001 - 3300 848
46,1 +
0,2 2,5 +0,0 22,1 +0,1 7,4 +0,0 4,3 +0,0 2,3 +0,0 47 +0,3 8 +0,1 142 +1,9 64 +0,7 64 +0,4
2701 - 3000 810
46,9 +
0,2 2,4 +0,0 20,5 +0,1 7,7 +0,0 4,1 +0,0 2,3 +0,0 43 +0,3 7 +0,1 139 +1,7 67 +0,7 67 +0,4
2401 - 2700 566
45,8 +
0,2 2,2 +0,0 19,5 +0,1 7,7 +0,0 3,9 +0,0 2,2 +0,0 41 +0,3 7 +0,1 128 +3,3 67 +0,9 67 +0,4
2101 - 2400 290
43,1 +
0,3 2,0 +0,0 17,7 +0,3 7,3 +0,1 4,0 +0,1 2,1 +0,0 42 +0,5 7 +0,1 117 +3,1 63 +1,4 63 +0,7
1801 - 2100 157
41,7 +
0,4 2,0 +0,0 17,5 +0,4 7,2 +0,1 4,0 +0,1 2,0 +0,0 45 +0,8 6 +0,1 119 +3,9 62 +1,6 62 +0,9
1501 - 1800 84
41,8 +
0,5 2,1 +0,1 16,7 +0,8 7,7 +0,2 4,5 +0,1 2,2 +0,0 47 +1,2 6 +0,2 130 +4,5 67 +2,4 67 +1,4
1201 - 1500 42
42,0 +
0,6 2,1 +0,1 14,8 +1,3 7,9 +0,3 4,7 +0,2 2,1 +0,0 50 +1,5 6 +0,2 137 +6,8 58 +3,9 58 +1,5
901 - 1201 26
41,1 +
0,8 1,8 +0,1 17,9 +1,4 7,2 +0,4 4,4 +0,2 2,1 +0,1 49 +1,9 6 +0,3 149 +10,4 53 +5,0 53 +2,5
601 - 900 15
43,6 +
1,2 2,0 +0,2 20,5 +1,7 7,1 +0,4 4,3 +0,3 2,4 +0,1 51 +2,9 6 +0,4 156 +13,6 46 +3,9 46 +3,8
301 - 600 8
40,6 +
1,0 1,5 +0,1 19,4 +2,1 7,5 +0,8 4,3 +0,4 2,0 +0,1 52 +3,1 6 +0,5 133 +12,5 54 +7,2 54 +3,8
0 - 300 5
44,8 +
0,8 1,5 +0,1 20,6 +0,7 6,4 +0,3 4,6 +0,3 2,7 +0,3 65 +5,4 7 +0,6 211 +29,2 35 +2,4 35 +4,1
1
Número de amostras por classe de produtividade
* Concentração na folha
** Erro padrão da média
60
61
Tabela 18. Relação entre a produtividade e o IBN para as populações de alta
produtividade estabelecidas nos diferentes métodos DRIS para a cultura
da soja no Mato Grosso (Safras 1994/95 a 2002/03)
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Norma
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
3600 kg ha
-1
y = 4496,83 - 292,72**x 0,68 y = 4833,05 - 190,54**x 0,76 y = 4231,15 - 277,70**x 0,71
3900 kg ha
-1
y = 4722,75 - 274,63**x 0,80 y = 4932,12 - 159,57**x 0,85 y = 4434,92 - 255,54**x 0,82
4200 kg ha
-1
y = 4966,58 - 241,33**x 0,84 y = 5096,29 - 132,16**x 0,86 y = 4806,33 - 232,08**x 0,84
4500 kg ha
-1
y = 5081,83 - 198,20**x 0,86 y = 5219,12 - 108,36**x 0,87 y = 4924,72 - 189,41**x 0,85
4800 kg ha
-1
y = 5063,25 - 178,36**x 0,86 y = 5221,15 - 98,25**x 0,88 y = 4955,70 - 173,17**x 0,86
** Significância a 1% pelo teste t
A relação entre a produtividade e o IBN apresentou maior coeficiente de
determinação com o aumento do nível de produtividade da população de referência no
cálculo da norma, semelhantemente ao que ocorreu na escolha da população de
referência para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. Houve
significância estatística entre a produtividade e o IBN em todos os níveis de
produtividade da norma (Tabela 18).
A relação entre a produtividade e o IBN apresentou maior coeficiente de
determinação com o aumento da produtividade para os três métodos de cálculo. Os
coeficientes de determinação foram próximos em cada nível de produtividade da
norma, mostrando que os métodos foram semelhantemente eficientes para mostrar a
relação entre as duas variáveis.
A população de referência escolhida para cálculo da norma DRIS para o Mato
Grosso foi a população com produtividade 4800 kg ha
-1
. As relações entre nutrientes,
variância, desvio padrão, coeficiente de variação e número de observações são
apresentados na Tabela 19.
62
Tabela 19. Norma DRIS para a cultura da soja no Mato Grosso
Relação x s
2
s c.v. n Relação x s
2
s c.v. n
N 45,92 1,56 1,25 2,72 11
S/B 0,05 0,00 0,00 5,57 4
P 2,70 0,01 0,09 3,37 11
B/K 1,83 0,02 0,14 7,57 7
K 26,06 2,19 1,48 5,68 17
B/Mg 10,42 0,25 0,50 4,80 6
Ca 6,87 0,22 0,47 6,89 16
Cu/P 2,79 0,02 0,15 5,25 6
Mg 4,58 0,03 0,16 3,53 15
Cu/K 0,29 0,00 0,02 7,34 10
S 2,12 0,00 0,05 2,45 9
Cu/Mg 1,69 0,01 0,11 6,22 7
B 48,65 9,70 3,11 6,40 12
Cu/B 0,15 0,00 0,02 9,48 8
Cu 7,50 0,22 0,47 6,23 15
Fe/N 2,72 0,03 0,17 6,14 6
Fe 126,92 56,74 7,53 5,94 13
Fe/P 46,82 6,49 2,55 5,44 6
Mn 46,62 38,26 6,19 13,27 13
Fe/K 4,89 0,13 0,36 7,38 7
Zn 28,68 2,14 1,46 5,10 13
Fe/Ca 18,61 1,37 1,17 6,28 8
N/P 16,89 0,16 0,40 2,35 4
Fe/Mg 27,70 2,31 1,52 5,49 9
N/K 1,75 0,01 0,08 4,63 7
Fe/S 60,60 6,86 2,62 4,32 4
N/Ca 6,67 0,24 0,49 7,28 8
Fe/Zn 4,46 0,06 0,25 5,58 6
N/Mg 10,10 0,10 0,31 3,05 8
Fe/Cu 16,20 1,40 1,18 7,29 7
N/Cu 6,16 0,12 0,34 5,54 5
Fe/B 2,62 0,06 0,24 9,25 8
N/B 0,97 0,00 0,04 4,18 4
Mn/N 1,01 0,02 0,14 14,21 4
P/K 0,11 0,00 0,00 3,86 6
Mn/P 17,44 2,73 1,65 9,47 5
P/Mg 0,59 0,00 0,02 3,72 5
Mn/K 1,71 0,03 0,16 9,47 8
P/B 0,06 0,00 0,00 6,46 9
Mn/Ca 6,66 0,41 0,64 9,61 8
Ca/P 2,56 0,01 0,12 4,68 4
Mn/Mg 9,79 1,93 1,39 14,17 8
Ca/K 0,25 0,00 0,01 4,51 10
Mn/S 20,24 11,54 3,40 16,79 6
Ca/Mg 1,46 0,01 0,07 4,74 9
Mn/Fe 0,37 0,00 0,05 12,95 7
Ca/Zn 0,24 0,00 0,03 11,05 9
Mn/Zn 1,56 0,04 0,20 12,82 6
Ca/Cu 0,93 0,01 0,11 11,86 9
Mn/Cu 6,25 0,90 0,95 15,13 10
Ca/B 0,15 0,00 0,01 4,32 5
Mn/B 0,98 0,01 0,11 10,94 8
Mg/K 0,18 0,00 0,01 6,89 12
Zn/N 0,62 0,00 0,05 7,39 6
S/N 0,05 0,00 0,00 2,49 4
Zn/P 10,52 0,83 0,91 8,67 6
S/P 0,78 0,00 0,03 3,71 3
Zn/K 1,09 0,01 0,11 10,38 8
S/K 0,08 0,00 0,01 7,92 7
Zn/Mg 6,32 0,09 0,30 4,68 7
S/Ca 0,30 0,00 0,03 9,25 6
Zn/S 13,46 0,46 0,67 5,01 4
S/Mg 0,46 0,00 0,01 2,81 6
Zn/Cu 3,69 0,10 0,31 8,40 7
S/Cu 0,28 0,00 0,01 3,81 7
Zn/B 0,59 0,00 0,04 7,07 6
x = média; s
2
= variância; s = desvio padrão; c.v. = coeficiente de variação (%); n = número de observações.
63
O coeficiente de variação das relações apresentou valores relativamente baixos
quando comparados à outros trabalhos (Maeda, 2002; Kurihara, 2004). Um menor
coeficiente de variação é desejavel na obtenção da norma, já que seu valor influência
diretamente no cálculo das funções DRIS, aumentando ou diminuindo a precisão do
diagnóstico. Segundo Maia et al. (1999), para que uma relação possa ser
potencialmente útil na avaliação do estado nutricional pelo DRIS, este deverá
apresentar um coeficiente de variação inferior a 25%.
O número de observações empregados na obtenção da norma foi baixo em
função do corte na população de referência, de acordo com o critério da população
nutricionalmente equilibrada (Beaufils, 1956 citado por Beaufils, 1971). Entretanto,
observa-se que a melhor relação entre a produtividade e o IBN foi obtida com um
número reduzido de observações, mostrando que a precisão de diagnóstico da norma
não foi dependente do número de observações que compõem sua população, mas sim
de uma população de referência nutricionalmente equilibrada.
Autores defendem a criação de uma norma que ultrapasse inclusive o limite de
fronteiras entre continentes (Beaufils, 1973; Sumner, 1977b; Beverly et al., 1986;
Halmark et al.,1987). Entretanto, outros têm contestado esta idéia (Escano et al., 1981;
Vigier et al., 1989; Leandro, 1998; Reis Junior, 2002; Maeda, 2002; Lantmann, 2002).
Neste trabalho optou-se pela regionalização das normas, visto que o número de
resultados de análise química foliar foi suficientemente grande e também por acreditar
que as diferenças regionais possam afetar a norma, ao ponto de gerar falsos
diagnósticos e não expressar o verdadeiro estado nutricional da soja nas respectivas
regiões.
64
4.4.3 Índices DRIS
Na Tabela 20 são apresentadas as relações entre os índices DRIS e as
concentrações foliares dos nutrientes. Com exceção de nitrogênio, para os demais
nutrientes houve significância entre o índice DRIS e a concentração foliar, indicando a
influência da concentração foliar dos nutrientes sobre os índices DRIS, semelhante ao
encontrado para as regiões do sul do Maranhão. Também observado por Nachtigall
(2004) em macieira, não obtendo signficância estatística entre o índice DRIS e a
concentração de nitrogênio na folha, porém significativa para os demais nutrientes.
Tabela 20. Relação entre índices DRIS e a concentração foliar dos nutrientes para a
cultura da soja no Mato Grosso
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Variável
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
N I
N
y = -0,72 + 0,02
NS
x 0,01 y = -0,46 + 0,01
NS
x 0,00 y = -0,97 + 0,02
NS
x 0,02
P I
P
y = -16,83 + 6,31**x 0,86 y = -30,43 + 11,35**x 0,88 y = -16,90 + 6,36**x 0,86
K I
K
y = -11,26 + 0,43**x 0,92 y = -22,6 + 10,86**x 0,93 y = -11,48 + 0,44**x 0,93
Ca I
Ca
y = -13,29 + 1,95**x 0,68 y = -24,20 + 3,57**x 0,64 y = -12,94 + 1,90**x 0,66
Mg I
Mg
y = -8,40 + 1,80**x 0,42 y = -16,09 + 3,41**x 0,42 y = -8,55 + 1,84**x 0,43
S I
S
y = -7,36 + 3,74**x 0,50 y = -14,37 + 7,32**x 0,49 y = -7,21 + 3,68**x 0,50
B I
B
y = -9,11 + 0,19**x 0,87 y = -13,81 + 0,29**x 0,82 y = -9,03 + 0,19**x 0,87
Cu I
Cu
y = -6,04 + 0,78**x 0,74 y = -11,56 + 1,49**x 0,73 y = -5,90 + 0,76**x 0,70
Fe I
Fe
y = -7,95 + 0,06**x 0,91 y = -15,03 + 0,12**x 0,90 y = -7,97 + 0,06**x 0,90
Mn I
Mn
y = -5,61 + 0,12**x 0,92 y = -9,59 + 0,21**x 0,90 y = -5,80 + 0,12**x 0,92
Zn I
Zn
y = -7,27 + 0,26**x 0,90 y = -13,53 + 0,49**x 0,88 y = -7,42 + 0,26**x 0,90
** = significativo pelo teste t a 1% de probabilidade
NS
= não significativo pelo teste t
Fósforo, potássio, boro, cobre, ferro, manganês e zinco se destacaram pelo
elevado coeficiente de determinação e, portanto, índices DRIS altamente dependentes
de sua própria concentração. Cálcio, magnésio e enxofre apresentaram uma maior
65
interferência da concentração dos outros nutrientes e, portanto foram menos
dependentes de sua própria concentração na folha.
A relação obtida entre os índices DRIS e a concentração foliar foi muito próxima
para os métodos Beaufils (1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984). Não houve
diferenças quanto à significância e os coeficientes de determinação foram
semelhantes.
Os métodos de cálculo das funções DRIS apresentaram resultados de
significância estatística idênticas na relação da produtividade com os índices DRIS
(Tabela 21). A relação entre o índice DRIS para nitrogênio e a produtividade não
apresentou significância nas três metodologias de cálculo das funções DRIS,
semelhante ao ocorrido nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e
observado também por Maeda (2002) em lavouras de soja no Mato Grosso do Sul.
Tabela 21. Relação entre a produtividade da soja e índices DRIS para o Mato Grosso
Beaufils (1973) Jones (1981) Elwali & Gascho (1984)
Variável
Equação R
2
Equação R
2
Equação R
2
I
N
y = 2707,3 + 426,3
NS
x 0,01 y = 2725,87 + 19,49
NS
x 0,00 y = 2689,0 + 655,4
NS
x 0,02
I
P
y = 3989,3 + 507,7**x 0,73 y = 4086,33 + 291,63**x 0,75 y = 3968,4 + 505,2**x 0,73
I
K
y = 4242,8 + 697,6**x 0,48 y = 4283,18 + 355,70**x 0,50 y = 4208,6 + 691,4**x 0,49
I
Ca
y = 3379,0 - 719,6
NS
x 0,17 y = 3529,18 - 436,58*x 0,22 y = 3398,3 - 744,1
NS
x 0,18
I
Mg
y = 2555,9 - 348,0
NS
x 0,02 y = 2737,95 + 7,83
NS
x 0,00 y = 2600,3 - 274,6
NS
x 0,01
I
S
y = 4082,7 - 1482,3**x 0,54 y = 4112,52 - 759,78**x 0,55 y = 4137,8 - 1512,1**x 0,54
I
B
y = 2898,6 - 815,5*x 0,31 y = 2809,07 - 484,10*x 0,26 y = 2892,9 - 845,6*x 0,32
I
Cu
y = 4.85,0 + 2284,6**x 0,69 y = 4197,37 + 1186,75**x 0,69 y = 4160,9 + 2241,8**x 0,67
I
Fe
y = 3518,6 - 745,1**x 0,43 y = 3574,26 - 397,63**x 0,44 y = 3511,6 - 752,9**x 0,44
I
Mn
y = 2866,7 - 123,7
NS
x 0,01 y = 3062,20 - 143,28
NS
x 0,03 y = 2919,2 - 178,3
NS
x 0,02
I
Zn
y = 4450,9 - 1120,0**x 0,86 y = 4511,84 - 595,46**x 0,87 y = 4397,5 - 1106,9**x 0,86
** = significativo pelo teste t a 1% de probabilidade
* = significativo pelo teste t a 5% de probabilidade
NS
= não significativo pelo teste t
66
Os índices DRIS para fósforo, potássio, enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco
apresentaram relação significativa com a produtividade para todas as metodologias de
cálculo das funções DRIS. Para cálcio houve significância entre o índice DRIS e
produtividade somente na metodologia proposta por Jones (1981), embora seu
coeficiente de determinação apresente um valor muito próximo dos obtidos para
Beaufils (1973) e Elwali & Gascho (1984) (Tabela 21).
Para magnésio e manganês não foi verificada relação significativa entre a
produtividade e o IBN, para os três métodos de cálculo das funções DRIS.
A relação entre produtividade e os índices DRIS procura explicar o efeito da
variação no valor do índice sobre a produtividade. Quando ocorre uma relação
significativa e um alto coeficiente de determinação entre estas variáveis, é possível
verificar se há limitação na produtividade por determinado nutriente, seja por falta ou
excesso.
Fósforo e enxofre se destacaram entre os macronutrientes na relação da
produtividade e índices DRIS para o Mato Grosso (Figura 7A e B).
Figura 7 - Relação entre a produtividade da soja e os Índices DRIS (Jones, 1981) para
fósforo e enxofre no Mato Grosso
y = 4086,33 + 291,63**x
R
2
= 0,75
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
-20,0 -16,0 -12,0 -8,0 -4,0 0,0 4,0
Índice DRIS Fósforo
Produtividade kg ha
-1
y = 4112,52 - 759,78**x
R
2
= 0,55
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
-2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
Índice DRIS Enxofre
Produtividade kg ha
-1
A
B
67
Para fósforo observou-se que houve uma relação positiva entre os parâmetros
na medida em que os índices DRIS tenderam a zero. O que indicou déficit do nutriente
nas menores produtividades e um suprimento adequado nas produtividades maiores.
Ao contrário do enxofre, o qual apresentou relação negativa, a produtividade
aumentou com a diminuição dos valores dos índices, indicando excesso nas menores
produtividades e um melhor equilíbrio nutricional nas produtividades superiores.
Dentre os micronutrientes, merecem destaque cobre e zinco (Figura 8A e B).
Figura 8 - Relação entre a produtividade da soja e os Índices DRIS (Jones, 1981) para
cobre e zinco no Mato Grosso
Para cobre foi observado um aumento nos valores dos índices com o aumento
da produtividade, ou seja, uma relação positiva, demonstrando limitação na
produtividade, da mesma forma que para fósforo. Os índices DRIS para zinco tiveram
comportamento semelhante ao enxofre, apresentando uma relação negativa, com
índices DRIS positivos nas menores produtividades.
Na escolha da população de referência foi observada uma ligeira superioridade
do método Jones (1981) na relação entre a produtividade e o IBN para o Mato Grosso.
Semelhantemente ao observado nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
y = 4511,84 - 595,46**x
R
2
= 0,87
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
-2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0
Índice DRIS Zinco
Produtividade kg ha
-1
y = 4197,37 + 1186,75**x
R
2
= 0,69
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
-4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0
Índice DRIS Cobre
Produtividade kg ha
-1
A
B
68
e também por Mourão Filho (2000), que observou uma melhor correlação com a
produtividade de laranjeira 'Valencia' empregando o método proposto por Jones
(1981). Portanto, foi escolhido o método modificado proposto por Jones (1981) para
cálculo das funções DRIS na avaliação do estado nutricional da soja no Mato Grosso
(Figura 9).
69
y = 5063,25 - 178,36**x
R
2
= 0,86
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 5 10 15 20 25 30
IBN (Beaufils, 1973)
Produtividade kg ha
-1
y = 5221,15 - 196,49**x
R
2
= 0,88
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 5 10 15 20 25 30
IBN (Jones, 1981)
Produtividade kg ha
-1
y = 4955,70 - 173,17**x
R
2
= 0,86
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 5 10 15 20 25 30
IBN (Elwali & Gascho, 1984)
Produtividade kg ha
-1
Figura 9 - Relação entre a produtividade da soja e IBN, obtidos pelos métodos Beaufils
(1973), Jones (1981) e Elwali & Gascho (1984) para o Mato Grosso
70
4.5 Estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí
Para avaliar o estado nutricional da soja em amostras distribuídas em classes
de produtividade, para as condições das regiões do sul do Maranhão e sudeste do
Piauí, foram calculados os índices DRIS e os valores de IBN. A interpretação dos
índices considerou que valores negativos foram deficientes, valores positivos como
excessivos e, iguais a zero como equilibrados nutricionalmente (Tabela 22).
Tabela 22. Índices DRIS (Jones, 1981), Índice de Balanço Nutricional (IBN), Índice de
Balanço Nutricional Médio (IBNm) por classe de produtividade da soja nas
regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
Índices DRIS (Jones, 1981)
Classes de
produtividade
(kg ha
-1
)
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
IBN IBNm
3901 - 4200 -0,4 -0,6 -0,9 -0,2 0,3 0,1 0,2 -0,1 0,1 1,4 0,1 4,3 0,4
3601 - 3900 0,1 0,4 0,0 0,0 -0,3 -0,3 -0,4 -0,4 0,1 0,7 0,1 2,9 0,3
3301 - 3600 -0,1 0,2 -0,4 0,5 0,0 -0,3 -0,3 -0,7 -0,2 1,1 0,2 4,1 0,4
3001 - 3300 0,2 1,0 -0,5 0,9 0,0 -0,1 -0,4 -2,1 -0,2 1,2 0,1 6,7 0,6
2701 - 3000 0,1 0,7 -1,0 0,9 0,0 0,5 -0,5 -3,1 0,3 1,8 0,4 9,2 0,8
2401 - 2700 -0,2 0,4 -0,8 0,9 -0,1 0,5 -0,3 -3,8 0,6 2,6 0,2 10,4 0,9
2101 - 2400 -0,2 -0,1 -1 0,8 -0,1 0,6 0,1 -3,8 0,9 2,4 0,4 10,3 0,9
1801 - 2100 -0,2 -0,2 -0,8 0,9 -0,5 0,7 -0,2 -3,8 1,0 3,0 0,2 11,5 1,0
1501 - 1800 -0,2 0,2 -1,2 0,8 0,0 0,6 0,2 -4,0 0,9 2,6 0,0 10,7 1,0
1201 - 1500 -0,3 0,0 -1,3 0,7 0,3 0,4 0,2 -4,6 0,6 4,3 -0,3 13,1 1,2
901 - 1200 0,5 -0,2 -1,0 1,0 0,6 0,9 -0,5 -4,6 0,7 3,0 -0,4 13,3 1,2
601 - 900 0,4 0,1 -0,9 0,4 0,4 1,9 -0,5 -6,9 2,5 2,5 0,1 16,5 1,5
O nitrogênio apresentou um comportamento variável em função da classe de
produtividade, não sendo verificada relação com índice DRIS nitrogênio e
produtividade. Dentre os nutrientes, o nitrogênio é o elemento de maior requerimento à
cultura da soja, sua demanda é de aproximadamente 83 kg ton
-1
de grãos a produzir e
sua principal fonte tem sido a fixação simbiótica pelas bactérias do gênero
71
Bradyrhizobium, que dependendo da sua eficiência podem fornecer todo nitrogênio
necessário ao desenvolvimento da soja (Embrapa, 2004). Os índices DRIS próximos
de zero indicam bom estado nutricional da soja em nitrogênio e mostra que a fixação
simbiótica foi eficiente no suprimento.
O fósforo apresentou índices DRIS negativos, mais próximos de zero nas
produtividades menores e uma limitação mais acentuada na classe de maior
produtividade. As classes com produtividades intermediárias e altas apresentaram
índices positivos, mas também próximos de zero. Deve-se salientar que índices DRIS
para fósforo não apresentaram uma relação significativa com a produtividade,
contrariando o esperado e demonstrando que apesar dos baixos teores de fósforo em
solos de cerrado, o suprimento mediante fertilizações tem sido satisfatório.
Os índices DRIS para potássio foram em sua maioria negativos, indicando
déficit deste nutriente em praticamente todas as classes, justificando a relação
negativa e significativa deste nutriente com a produtividade e indicando deficiência.
Potássio é o segundo elemento mais requerido pela cultura da soja e sua absorção é
normalmente influenciada pela presença de fósforo (Miller et al., 1961), o potássio esta
relacionado como ativador de um grande número de enzimas e na sua deficiência pode
ocorrer acúmulo de carboidratos solúveis e aminoácidos livres ou amidas e diminuição
de amido e síntese de proteína (Bataglia & Mascarenhas, 1982).
O cálcio apresentou índices DRIS positivos, principalmente nas produtividades
mais baixas, indicando um desbalanço para excesso nestas produtividades, porém não
foi verificada relação significativa dos índices DRIS para cálcio com a produtividade.
Para magnésio foram obtidos índices DRIS positivos e negativos, entretanto
sempre próximos de zero. Os índices indicaram que não houve desbalanço para
72
magnésio em qualquer classe de produtividade. Os índices DRIS para magnésio não
apresentaram relação significativa para produtividade (Tabela 22).
O enxofre apresentou índices DRIS decrescentes com o aumento da
produtividade e uma relação significativa entre os dois parâmetros. Os índices
apontaram um significativo excesso nas produtividades mais baixas e uma tendência
ao equilíbrio nutricional com o aumento da produtividade.
Os índices DRIS para boro não apresentaram tendência definida em função da
produtividade. Para cobre os índices DRIS diminuiram linearmente com o aumento da
produtividade. É notável a diminuição linear do índice DRIS para cobre com o aumento
da produtividade, indicando que este nutriente foi o mais limitante à produtividade nas
regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí.
Os índices DRIS para ferro e manganês, foram mais positivos nas
produtividades mais baixas, indicando excesso. O ferro apresentou índices DRIS
próximos de zero nas classes de produtividade superiores. Para manganês houve uma
diminuição nos valores dos índices DRIS com o aumento da produtividade, porém
distantes do equilíbrio nutricional (Tabela 22). Os índices positivos em todas as classes
de produtividade para manganês provavelmente podem ser atribuídos às freqüentes
aplicações foliares com este nutriente.
O zinco apresentou uma sensível deficiência nas menores produtividades e
índices DRIS próximos de zero nas demais classes de produtividade. Não houve
relação significativa entre os índices DRIS deste nutriente e a produtividade.
Os índices DRIS de maneira geral foram mais positivos e/ou mais negativos nas
menores produtividades, o que justificou um maior valor do IBN nestas condições.
Estes resultados são indicativos da eficiência do método DRIS em avaliar o estado
nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí.
73
Teoricamente, em plantas com adequado equilíbrio nutricional, todos os índices
de diagnose seriam iguais a zero e as produções seriam elevadas, o que pode não
ocorrer, segundo Beaufils (1973), por que um fator não nutricional pode estar limitando
a produção.
Para avaliar o estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí, utilizando os valores médios das classes de produtividade, os
índices DRIS obtidos pelo método Jones (1981) foram subdivididos em três classes:
deficiente, normal e excessivo (Tabela 23). Esta classificação utilizou um critério
semelhante ao de Wadt (1996), considerando o índice de balanço nutricional médio, de
modo que a ocorrência do índice DRIS em cada classe de diagnose indicou com que
freqüência o nutriente se apresenta deficiente, normal ou excessivo.
Tabela 23. Avaliação do estado nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí pelo DRIS (Jones, 1981) por classe de diagnose
Deficiente Normal Excessivo
Nutriente
Caso % Caso % Caso %
N
0 0% 12 100% 0 0%
P
1 8% 9 75% 2 17%
K
6 50% 6 50% 0 0%
Ca
0 0% 9 75% 3 25%
Mg
1 8% 11 92% 0 0%
S
1 8% 10 83% 1 8%
B
1 8% 11 92% 0 0%
Cu
11 92% 1 8% 0 0%
Fe
0 0% 11 92% 1 8%
Mn
0 0% 0 0% 12 100%
Zn
0 0% 12 100% 0 0%
Para a maioria dos nutrientes, as diagnoses predominantes se situaram na
classe normal, com exceção para cobre e manganês. O cobre apresentou diagnóstico
74
caracterizado por deficiência em 92% dos casos, evidenciando a limitação da
produtividade.
Manganês foi 100% excessivo para todas as classes de produtividade, muito
provavelmente devido às freqüentes aplicações foliares durante a fase vegetativa da
cultura. O potássio apresentou 50% dos casos na classe normal e 50% dos casos na
classe suficiente.
O diagnóstico nutricional obtido pelo método Jones (1981) para cada classe de
produtividade da cultura da soja nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
foi comparado com as faixas de suficiência segundo Embrapa (2004) (Tabela 24).
Tabela 24. Comparação da diagnose nutricional para DRIS e o critério das faixas de
suficiência para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí
DRIS FAIXA DE SUFICIÊNCIA
1
%
Nutriente
Deficiente Normal Excessivo
Deficiente Normal Excessivo
Concordância
N
0 12 0 5 7 0 58
P
1 9 2 0 12 0 75
K
6 6 0 0 12 0 50
Ca
0 9 3 0 12 0 75
Mg
1 11 0 0 12 0 92
S
1 10 1 0 12 0 83
B
1 11 0 0 12 0 92
Cu
11 1 0 9 3 0 83
Fe
0 11 1 0 12 0 92
Mn
0 0 12 0 12 0 0
Zn
0 12 0 0 12 0 100
1
Embrapa (2004).
A diagnose nutricional observada para nitrogênio, potássio e manganês foi a
mais discordante. Para nitrogênio verificou-se diagnose normal em todos os casos na
avaliação do DRIS, enquanto que para o critério das faixas de suficiência, foram
75
observadas cinco diagnoses deficientes, indicando uma menor rigidez do método DRIS
na avaliação do estado nutricional.
Para potássio o método DRIS indicou seis diagnósticos deficientes e seis
normais, enquanto que a avaliação pelo critério das faixas de suficiência indicou todas
as diagnoses como normais, indicando neste caso um maior rigor na avaliação do
estado nutricional pelo DRIS (Tabela 24).
A avaliação do estado nutricional para manganês diferiu totalmente entre os
dois critérios. O DRIS considerou o manganês como excessivo em todas as classes de
produtividade, enquanto que o critério das faixas de suficiência indicou como normal
todas as concentrações de manganês. Verifica-se também um maior rigor na avaliação
do estado nutricional pelo DRIS, para este nutriente (Tabela 24).
Para cobre o diagnóstico foi relativamente semelhante pela avaliação dos dois
métodos. O maior número de diagnoses deficientes ocorreu para cobre e potássio nas
regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí. O mesmo ocorreu na avaliação do
estado nutricional da cultura da soja no sul do Mato Grosso do sul, cobre e potássio
foram os nutrientes que apresentaram maior freqüência de limitação pelo método DRIS
(Maeda, 2002).
4.6 Estado nutricional da soja no Mato Grosso
Da mesma forma que para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí,
os índices DRIS, IBN e IBNm para o Mato Grosso foram obtidos a partir das
concentrações médias dos nutrientes por classe de produtividade (Tabela 25).
O nitrogênio apresentou índices DRIS próximos de zero para a maioria das
classes de produtividade, com valores mais elevados entre as classes de 2101 e 3000
kg ha
-1
porem não maiores que o IBNm. Como foi verificado no estudo da relação entre
76
a produtividade e o índice DRIS para nitrogênio, não houve significância estatística
entre estas variáveis. Estes resultados são indicativos de que este nutriente não
representa limitação para a produtividade na avaliação do estado nutricional pelo DRIS
e, que a fixação simbiótica é eficiente no suprimento de nitrogenio para a cultura da
soja no Mato Grosso.
Tabela 25. Índices DRIS (Jones, 1981), Índice de Balanço Nutricional (IBN), Índice de
Balanço Nutricional Médio (IBNm) por classe de produtividade da soja no
Mato Grosso
Índices DRIS (Jones, 1981)
Classes de
produtividade
(kg ha
-1
)
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
IBN IBNm
5101 - 5400 0,5 -0,9 -1,4 1,7 -0,1 1,1 -0,4 0,7 -1,2 1,0 -1,1 10,2 0,9
4801 - 5100 0,0 0,2 -0,6 -0,5 -0,8 0,0 0,5 0,1 0,3 0,4 0,3 3,8 0,3
4501 - 4800 -0,1 -0,8 -0,2 -0,3 -0,6 -0,4 0,9 -0,3 1,5 0,3 0,1 5,3 0,5
4201 - 4500 -0,3 -1,0 -0,4 0,0 -0,3 -0,2 0,4 -0,3 1,4 0,3 0,3 4,9 0,4
3901 - 4200 -0,5 -1,3 -1,5 0,7 -0,9 0,9 -0,4 -1,0 1,1 1,6 1,1 10,8 1,0
3601 - 3900 0,1 -1,5 -2,7 1,2 -1,3 1,3 -1,1 -1,5 1,7 2,2 1,8 16,3 1,5
3301 - 3600 -0,3 -1,7 -3,1 0,8 -2,1 1,5 -1,0 -0,9 1,9 2,4 2,6 18,2 1,7
3001 - 3300 -0,3 -2,3 -3,9 1,2 -2,6 1,4 -1,1 -0,3 1,4 3,3 3,3 21,2 1,9
2701 - 3000 1,1 -3,0 -5,1 2,6 -3,3 2,1 -2,1 -1,3 1,6 4,3 3,1 29,7 2,7
2401 - 2700 1,8 -4,2 -5,5 3,5 -3,3 2,6 -2,6 -1,3 0,9 4,8 3,2 33,6 3,1
2101 - 2400 1,4 -5,3 -6,5 3,5 -1,9 2,8 -1,1 -1,0 0,1 4,7 3,3 31,6 2,9
1801 - 2100 0,7 -5,3 -6,5 3,3 -1,2 1,9 0,2 -0,8 0,6 4,5 2,5 27,7 2,5
1501 - 1800 -0,5 -4,5 -8,9 3,8 0,4 2,2 0,2 -1,6 1,4 5,1 2,3 31,0 2,8
1201 - 1500 -0,3 -4,4 -12,3 4,5 1,5 1,7 1,4 -2,7 2,6 3,4 4,5 39,4 3,6
901 - 1201 -0,3 -8,8 -6,4 2,8 0,0 1,5 1,2 -2,7 4,6 2,3 5,8 36,5 3,3
601 - 900 -0,4 -7,7 -4,3 1,5 -1,9 3,7 1,1 -3,8 4,4 0,4 7,0 36,2 3,3
301 - 600 0,4 -13,5 -4,3 3,9 -0,4 1,9 2,4 -1,8 2,8 2,7 5,8 39,9 3,6
0 - 300 -0,3 -17,7 -5,1 -1,1 -2,2 6,5 4,4 -2,0 11,2 -1,8 8,0 60,3 5,5
Fósforo e o potássio apresentaram comportamento semelhante, onde os
índices DRIS mais negativos se encontraram nas classes de produtividade mais
baixas. Os índices DRIS tenderam a zero com o aumento da produtividade indicando
77
que houve limitação por estes nutrientes nas classes de menor produtividade (Tabela
25).
Para cálcio observa-se índices DRIS mais elevados e positivos nas
produtividades menores e que tendem a aproximar-se de zero com o aumento da
produtividade, o que indica que nas produtividades menores pode estar ocorrendo
excesso. O magnésio apresentou a maioria dos índices negativos, principalmente na
classe de produtividade intermediária.
O cálcio e o magnésio tem papel importante na fixação simbiótica do nitrogênio,
por esse motivo, é fundamental a presença destes nutrientes em solos sob cultivo de
soja (Rosolem, 1980). Entretanto um excesso poderá induzir em deficiência de outros
elementos como fósforo, ferro e potássio, a imobilidade do cálcio exige um suprimento
constante para manter um ótimo desenvolvimento e a deficiência de magnésio poderá
interferir na redistribuição do fósforo da parte vegetativa para as sementes (Bataglia &
Mascarenhas, 1982).
Os índices DRIS para enxofre foram positivos e maiores nas classes de menor
produtividade e, tenderam ao equilíbrio com o aumento da produtividade, o que indica
que houve excesso de enxofre nas produtividades menores (Tabela 25).
O boro apresentou índices DRIS variáveis com o aumento da produtividade.
Nas menores produtividades os índices foram positivos, nas classes intermediárias
verificou-se deficiência e nas produtividades mais altas os índices DRIS foram mais
próximos do equilíbrio nutricional.
O cobre apresentou índices DRIS negativos em praticamente todas as classes,
com exceção das duas classes com maior produtividade. Entretanto, estes não foram
superiores aos valores em módulo do IBNm. Verificou-se que houve uma tendência de
equilíbrio nutricional para cobre com o aumento da produtividade. Ferro e manganês
78
apresentam índices DRIS predominantemente positivos em todas as classes de
produtividade (Tabela 25).
Para zinco, os índices DRIS foram predominantemente positivos e diminuíram
com o aumento da produtividade, indicando excesso nas classes de produtividade
intermediárias e baixas. Cabe destacar que o zinco foi o nutriente que apresentou a
melhor relação índices DRIS e produtividade
As classes de maior produtividade, principalmente a partir 3901 kg ha
-1
,
apresentaram índices DRIS mais próximos de zero, indicando um melhor equilíbrio
nutricional. Verifica-se também que o IBN diminuiu com o aumento da produtividade,
demonstrando que a norma refletiu o estado nutricional de uma faixa de produtividade
consideravelmente alta.
Em termos gerais, verificou-se que houve maior limitação na produtividade pelo
nutriente com menor índice DRIS. Considerando as classes de 0 a 1201 kg ha
-1
verifica-se que o mais limitante foi fósforo. Da classe de produtividade de 1201 kg ha
-1
até 4200 kg ha
-1
o potássio foi o mais limitante. Na classe 4801 a 5100 kg ha
-1
o
magnésio e o potássio apresentaram os menores índices DRIS. Das 18 classes de
produtividade avaliadas, 11 apresentaram os menores índices DRIS para potássio e
seis para fósforo. Estes dois nutrientes apresentaram os menores índices DRIS em
praticamente todas as classes de produtividade (Tabela 25).
A avaliação do estado nutricional a partir da classificação dos nutrientes em
deficiente, normal e excessivo, utilizando um critério semelhante ao de Wadt (1996)
para as classes de produtividade avaliadas, é apresentada na Tabela 26.
Fósforo, potássio e magnésio, nesta ordem, apresentaram maior número de
diagnoses na classe deficiente, evidenciando a forte limitação por estes nutrientes nas
79
produtividades intermediárias e baixas. Nitrogênio, enxofre, boro e manganês não
apresentaram nenhum diagnóstico considerado deficiente.
Tabela 26. Avaliação do estado nutricional da soja no Mato Grosso pelo DRIS (Jones,
1981) por classe de diagnose
Deficiente Normal Excessivo
Nutriente
Caso % Caso % Caso %
N
0 0% 18 100% 0 0%
P
16 89% 2 11% 0 0%
K
15 83% 3 17% 0 0%
Ca
1 6% 10 56% 7 39%
Mg
6 33% 12 67% 0 0%
S
0 0% 15 83% 3 17%
B
0 0% 16 89% 2 11%
Cu
1 6% 17 94% 0 0%
Fe
1 6% 9 50% 8 44%
Mn
0 0% 7 39% 11 61%
Zn
1 6% 5 28% 12 67%
Na região de Rio Verde-GO, fósforo também foi o nutriente mais limitante na
avaliação do estado nutricional da soja pelo DRIS. O potássio, pelo contrário, foi o mais
excessivo, justificado pelas elevadas adubações potássicas nas lavouras da região
(Leandro, 1998).
O nitrogênio apresentou todas as diagnoses na classe normal, semelhante ao
ocorrido nas regiões do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí.
O cobre apesar de alguns índices DRIS negativos, apresentou a maior parte
dos índices dentro da classe normal. Boro e enxofre também apresentaram a maioria
dos diagnósticos dentro da classe normal. Os índices DRIS para zinco, manganês,
ferro e cálcio apresentam algumas diagnoses dentro da classe deficiente. Contudo,
zinco e manganês foram os nutrientes que mais se destacaram por apresentarem
80
maior percentual dentro da classe excessivo. Para cálcio é importante considerar que o
excesso ocorre principalmente nas classes onde potássio apresentou o menor índice
DRIS (Tabela 26).
A avaliação do estado nutricional pelo DRIS (Jones, 1981) e a subdivisão em
classes de diagnose (deficiente, normal e excessivo) foi comparada com a diagnose
pelo critério das faixas de suficiência sugeridas pela Embrapa (2004). A concordância
na avaliação do estado nutricional entre os dois métodos é apresentada na Tabela 27.
Tabela 27. Comparativo de diagnose nutricional da soja entre DRIS e critério das faixas
de suficiência para o Mato Grosso
DRIS FAIXA DE SUFICIÊNCIA
1
%
Nutriente
Deficiente Normal Excessivo Deficiente Normal Excessivo
Concordância
N
0 18 0 8 10 0 56
P
16 2 0 13 5 0 83
K
15 3 0 2 13 3 17
Ca
1 10 7 0 18 0 56
Mg
6 12 0 0 18 0 67
S
0 15 3 3 15 0 67
B
0 16 2 0 17 1 83
Cu
1 17 0 0 18 0 94
Fe
1 9 8 0 18 0 50
Mn
0 7 11 0 18 0 39
Zn
1 5 12 0 18 0 28
1
Embrapa (2004).
Para nitrogênio os métodos foram concordantes em 56% dos casos, onde pelo
DRIS todas as diagnoses foram classificadas como normais, enquanto que pelo critério
das faixas de suficiência oito diagnoses se encontraram na classe deficiente. Este
resultado indica um maior rigor para o critério das faixas de suficiência na avaliação do
81
estado nutricional da soja para o nitrogênio. O mesmo ocorreu também para as regiões
do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí.
As maiores similaridades no diagnóstico do estado nutricional foram verificadas
para cobre, boro e fósforo, que apresentaram 94, 83 e 83% de concordância entre os
métodos respectivamente (Tabela 27).
Para potássio foi pequena a concordância entre os métodos (17%), onde pelo
DRIS a predominância de diagnoses se encontrou na classe deficiente, enquanto que
para o critério das faixas de suficiência a maioria das diagnoses se encontraram na
classe normal. De forma semelhante ao que ocorreu nas regiões do sul do Maranhão e
sudoeste do Piauí, houve um maior rigor para potássio na avaliação do estado
nutricional.
O magnésio apresentou seis diagnósticos deficientes pelo método DRIS, sendo
que para as faixas de suficiência todas as diagnoses foram consideradas normais.
Para o enxofre houve concordância em 100% das diagnoses para a classe
normal, entretanto o DRIS identificou três diagnoses como excessivas, enquanto que o
critério das faixas de suficiência três diagnoses como deficientes.
Para ferro e manganês houve pouca concordância. O critério das faixas de
suficiência considerou as concentrações de todas as classes como normais, enquanto
que o método identificou parte das amostras na classe excessiva.
O zinco foi o nutriente que mais apresentou diagnósticos classificados como
excessivo pelo DRIS, sendo que o critério das faixas de suficiência considerou as
concentrações das classes de produtividade como normais (Tabela 27).
Com exceção do nitrogênio, a avaliação do estado nutricional da soja no Mato
Grosso foi mais severa pelo método DRIS quando comparado ao critério das faixas de
suficiência.
5 CONCLUSÕES
- A relação entre a produtividade e o IBN apresentou melhor ajuste quando as
normas DRIS foram estabelecidas utilizando a população de referência com
produtividade 3600 kg ha
-1
para as regiões do sul do Maranhão e sudoeste do
Piauí e 4800 kg ha
-1
para o Mato Grosso;
- O cobre foi o nutriente mais limitante para a produtividade da soja nas regiões
do sul do Maranhão e sudoeste do Piauí.
- Fósforo foi o nutriente mais limitante para a produtividade da soja no Mato
Grosso;
- As metodologias de cálculo das funções DRIS (Beaufils, 1973; Jones, 1981;
Elwali & Gascho, 1984) apresentaram resultados semelhantes no diagnóstico
nutricional da soja nas regiões do sul do Maranhão, sudoeste do Piauí e Mato
Grosso;
- O método DRIS, utilizando normas especificas para as regiões do sul do
Maranhão e sudoeste do Piauí e para o Mato Grosso, foi eficiente no
diagnóstico nutricional da soja.
82
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