Download PDF
ads:
Claudia Guilhermino Petersen Rodrigues da Costa
Correlação da maturação e da morfologia
do oócito humano com as características do
fuso meiótico e da zona pelúcida
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia - Área de
Concentração em Obstetrícia e Ginecologia -
Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp , para a
obtenção do título de Doutor
Orientador: Prof. José Gonçalves Franco Júnior
Botucatu
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
Bibliotecária responsável: Selma Maria de Jesus
Costa, Claudia Guilhermino Petersen Rodrigues da.
Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos humanos
com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida / Claudia
Guilhermino Petersen Rodrigues da Costa. – Botucatu : [s.n.], 2009.
Tese (doutorado) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade
Estadual Paulista, 2009.
Orientador: José Gonçalves Franco Júnior
Assunto CAPES: 40101150
1. Reprodução humana 2. Fertilização 3. Inseminação artificial humana
CDD 613.94
Palavras chave: Birrefringência da zona pelúcida; Dismorfismo; Fertilização;
Fuso meiótico; Maturação oocitária
ads:
3
Nada como a lua para me fazer sonhar…
Nada como o sol para me iluminar…
Nada como o vento para me acariciar
Nada como o mar para me acalmar..
Nada como a noite para me aconchegar…
Nada como dia para me alegrar…
Nada como o estudo para me orientar…
A ti vida, eu agradeço.
Claudia Petersen
Dedicatórias
Dedicatórias
Aos meus pais, Álvaro e Gláucia,
Pela demonstração de luta e determinação diante as dificuldades.
Pela demonstração de beleza em cada ato de suas vidas.
Pela oportunidade de meus estudos.
Pelo amor e confiança.
Por me ensinarem a agradecer.
As minhas filhas, Bruna e Letícia.
Pela companhia sempre presente.
Pela festa em seus olhares a cada encontro nosso.
Por serem os “diamantes” de minha vida.
Pela alegria e razão do meu viver.
Aos meus irmãos, Álvaro Jr, Alexandre, Gláucia, Marcelo
e André.
Por tantos momentos gostosos, alegres, saudáveis e inesquecíveis ….
E, especialmente, ao Júnior, pela constante presença.
Aos meus “anjos” da guarda, Vó Minda e tio Geremias.
Nada é mais forte em mim do que a certeza de suas “eternas”
companhias.
Dedicatórias
As minhas cunhadas Beth, Cris e Renata e ao meu cunhado
Tico.
Pelas palavras positivas e animadoras.
A minha querida amiga, Idalga.
Pelos conselhos sinceros e importantes em minha vida.
Pela constante disposição em me auxiliar.
Pela oportunidade de tê-la em meu caminho.
A minha companheira de trabalho há tantos anos, Ana Lucia
Mauri, meu eterno agradecimento pelos momentos de atenção e
gentilezas. São nos momentos de dificuldade é que conhecemos os
verdadeiros amigos. Obrigada pelo apoio profissional e pessoal
durante todo o desenvolvimento desta tese.
Homenagem
Homenagem
Ao Prof. Dr José Gonçalves Franco Jr
Obrigada pela paciência, disponibilidade e demonstração de
confiança, jamais esquecerei de suas atitudes durante tantos anos
de trabalho: honestidade, educação, luta, confiança, perseverança,
gentileza e força interior.
Obrigada pela sua orientação e ensinamentos preciosos para o
meu desenvolver profissional, eu realmente tive um orientador.
Ao professor, minha gratidão…
Agradecimentos
Agradecimentos
Ao meu orientador Prof Franco Jr, pela oportunidade de
realizar este trabalho, pelo apoio e pela sua grande
disponibilidade.
Ao Dr Ricardo Baruffi pelos anos juntos de trabalho,
especialmente por promover momentos alegres e de otimismo.
Ao Dr João Batista Alcântara Oliveira pelos ensinamentos
de paciência, perseverança e eficicácia.
Aos médicos Dr Eduardo Vila Boas, Dr Jõao Cornicelli e
Dra Paula Contart por ajudarem de maneiras diversas durante o
percorrer deste caminho.
As biomédicas Fabiana Massaro e Liliane Silva,
companheiras de trabalho, pela coleta de dados e atenção no
laboratório.
As enfermeiras Valéria, Juliana e Andreia meus sinceros
agradecimentos pela dedicação e paciência.
As auxiliares de enfermagen Daniela, Vanessa e Elisângela,
pelo bom dia de todo dia.
A Laura Diniz Vagnini pela atenção e eficiência nas
realizações dos procedimentos de maturação citoplasmática.
A Elisângela Vigil, eficaz secretária, pela contribuição na
configuração das figuras e documentação.
Agradecimentos
A todos os funcionários da limpeza, manutenção e segurança
pelo agradável ambiente de trabalho.
Aos funcionários da seção de pós-graduação e da biblioteca da
Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, por serem tão
prestativos e me atenderem com tanta gentileza, especialmente à
Janete, Regina e Meire.
A querida Anice Martins, pela amável ajuda em diferentes
momentos.
A Sra Leda Martins pela correção do português.
Finalmente, as vocês pacientes que buscam a essência da vida, a
reprodução, e nos permitem a oportunidade de trabalhar.
Sumário
Sumário
CAPÍTULO I
Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona
pelúcida___________________________________________________
14
LISTA DE TABELAS...............................................................................
15
LISTA DE FIGURAS ………………………………..............................
17
ABREVIATURAS ……………………………………............................
19
RESUMO ……………………………………………..............................
21
SUMMARY ……………………………………………...........................
23
1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA ..........................
24
1.1. Maturação oocitária ........................................................................
26
1.1.1 Maturação nuclear (MN).......................................................
27
1.1.2 Maturação citoplasmática (MC)............................................
28
1.2 Dismorfismo oocitário…………………………………………….
29
1.3 Fertilização………………………………………………………...
32
1.3.1 Capacitação, reação acrossômica e a fusão do
espermatozóide ....................................................................
32
1.3.2 Ativação oócitária ……………………………………………….
33
1.3.3 Reação cortical…………………………………………………...
34
1.3.4 Fusão dos pronúcleos ………………………………………......
34
1.4 Fuso meiótico (FM)……………………………………………….
35
1.5 Zona Pelúcida (ZP)..........................................................................
37
2. OBJETIVO ...........................................................................................
41
3. MATERIAL E MÉTODOS ………….................................................
42
3.1 População.........................................................................................
42
3.2 Estimulação Ovariana.......................................................................
43
3.3 Coleta e Identificação dos Oócitos...................................................
43
3.3.1 Desnudação oocitária ...........................................................
44
3.3.2 Classificação da maturidade nuclear....................................
46
3.4 Maturação Nuclear (Experimento 1 )……………………………
49
3.4.1 Cultura dos oócitos imaturos…………………………………...
50
3.5 Maturação Citoplasmática (Experimento 2)………………………
61
3.5.1 Coloração da cromatina e dos GC........................................
62
3.6 Dismorfismo Oocitário (Experimento 3)………………………….
65
3.7 Fertilização Oocitária (Experimento 4)...........................................
71
3.8 Análise Estatística…………………………………………………
72
Sumário
4. RESULTADOS .....................................................................................
73
4.1 Maturação Nuclear...........................................................................
73
4.1.1 Maturação nuclear versus fuso meiótico ..............................
73
4.1.2 Maturação nuclear versus características da zona pelúcida.
74
4.2 Maturação Citoplasmática...............................................................
75
4.2.1 Maturação citoplasmática versus fuso meiótico...................
76
4.2.2 Maturação citoplasmática versus características da zona
pelúcida ................................................................................
77
4.3 Dismorfismo Oocitário...................................................................
78
4.3.1 Dismorfismo versus fuso meiótico …………………………….
79
4.3.2 Dismorfismo versus características da zona pelúcida .........
79
4.4 Fertilização.......................................................................................
81
4.4.1 Fertilização versus fuso meiótico………………………………
81
4.4.2 Fertilização versus características da zona pelúcida...........
82
5. DISCUSSÃO ……….............................................................................
85
6. CONCLUSÕES …................................................................................
93
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................
94
CAPÍTULO II
Relationship between visualization of meiotic spindle in human
oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis ____________________
112
1-ABSTRACT ...........................................................................................
114
2-INTRODUCTION .................................................................................
115
3-MATERIALS AND METHODS .........................................................
117
4-RESULTS ..............................................................................................
125
5-DISCUSSION ........................................................................................
128
6-REFERENCE ........................................................................................
135
ANEXOS ..................................................................................................
148
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
15
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
16
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Horários de avaliação da maturação nuclear.........................
50
Tabela 2 -
Características gerais da população que participou do
experimento de maturação nuclear........................................
73
Tabela 3 -
Correlação da maturação nuclear (VG, MI, MII) com a
birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP).............................
74
Tabela 4 -
Espessura total da zona pelúcida em oócitos no estágio de
vesícula germinativa (VG), metáfase I (MI) e metáfase II
(MII), durante a maturação nuclear.......................................
75
Tabela 5 -
Características gerais da população que participou do
experimento de maturação citoplasmática............................
76
Tabela 6 -
Correlação da maturação citoplasmática (MC) com a
presença ou ausência do fuso meiótico (FM)........................
76
Tabela 7 -
Correlação da maturação citoplasmática (MC) com a
birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP).............................
77
Tabela 8 -
Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP) e variação da
espessura da zona pelúcida (VZP) em oócitos com
presença e ausência de maturação citoplasmática (MC).......
78
Tabela 9 -
Características gerais da população que participou do
experimento de dismorfismo oocitário..................................
78
Tabela 10 -
Correlação das anomalias intracitoplasmáticas (AIC) com a
presença ou ausência do fuso meiótico (FM)........................
79
Tabela 11 -
Correlação das anomalias intracitoplasmáticas (AIC) com a
birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP).............................
80
Tabela 12 -
Espessura total da zona pelúcida (esp-ZP) em oócitos com
presença ou ausência de anomalias intracitoplasmáticas
(AIC)......................................................................................
80
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
1
7
Tabela 13 -
Características gerais da população em que a fertilização
foi avaliada............................................................................
81
Tabela 14 -
Correlação da fertilização com a presença ou ausência do
fuso meiótico (FM)................................................................
82
Tabela 15 -
Correlação da fertilização com birrefringência da zona
pelúcida (BF-ZP)...................................................................
82
Tabela 16 -
Espessura da zona pelúcida (esp-ZP) em oócitos com
presença ou ausência de fertilização......................................
83
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
18
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Sistema para a desnudação oocitária..............................
45
Figura 2 -
Oócito imaturo (Prófase I)…………………………….
47
Figura 3 -
Oócito intermediário (Metáfase I).................................
48
Figura 4 -
Oócito maduro (Metáfase II)………………………….
49
Figura 5 -
Sistema de cultura por microgota...............................
51
Figura 6 –
Microscópio invertido Nikon com sistema de luz
polarizada.......................................................................
52
Figura 7 –
Filtro circular polarizador……………………………..
53
Figura 8 –
Objetiva 25 x - OCTAX ……………………………...
53
Figura 9 –
Cristal líquido …………………………………………
54
Figura 10 –
Câmera de imagens……………………………………
54
Figura 11 –
Sistema de imagem - OCTAX Eyeware
TM
...................
55
Figura 12 –
Platina aquecedora Tokai ……………………………..
55
Figura 13 –
Oócito em metáfase II com fuso meiótico presente.......
57
Figura 14 –
Oócito em metáfase II com ausência de fuso meiótico..
57
Figura 15 -
Programa de avaliação da birrefringência da ZP-
OCTAX EyeWare polarAIDE.......................................
58
Figura 16 -
Imagem de um oócito com BF-ZP positiva...................
59
Figura 17 -
Imagem de um oócito com BF-ZP negativa..................
60
Figura 18 -
Medidas da espessura da zona pelúcida (µm) em
quatro posições (norte,sul,leste e oeste).........................
61
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
19
Figura 19 –
Oócito em estágio de MII, com maturação
citoplasmática completa (GC dispostos na periferia)....
63
Figura 20 –
Oócito em estágio de MII, com ausência de maturação
citoplasmática (GC dispostos na periferia e no centro).
64
Figura 21 -
Microscópio de luz convencional Nikon.......................
65
Figura 22 –
Oócito em MII com granulações no centro do
citoplasma.......................................................................
66
Figura 23a –
Oócito em MII com granulações na lateral do
citoplasma.......................................................................
67
Figura 23b –
Oócito MII com granulações em todo o citoplasma......
67
Figura 24
a,b –
Oócito em MII com presença de corpos refratários no
citoplasma.......................................................................
68
Figura 25 –
Oócito em MII com presença de agregados de retículo
endoplasmático...............................................................
69
Figura 26 a,b –
Oócito com vacúolos no citoplasma...............................
70
Figura 27 –
Oócito em estágio MII com fertilização normal
presente (presença de 2PN no citoplasma).....................
72
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
20
LISTA DE ABREVIATURAS
AEC-
Anomalias extracitoplasmáticas
AIC -
Anomalias intracitoplasmáticas
ATP -
Adenosina trifosfato
BF-ZP -
Birrefringência da zona pelúcida
CP -
Corpúsculo polar
CONEP-
Comissão nacional de ética em pesquisa
EPV -
Espaço perivitelínico
Esp-ZP -
Espessura total da Zona pelúcida
ESO-
Escore de seleção oocitária
FM -
Fuso meiótico
FPM -
Fator de promoção da maturação
FIV -
Fertilização “in vitro”
FSH -
Hormônio folículo estimulante
GC -
Grânulos corticais
HSA -
Soro albumina humana
ICSI -
Injeção intracitoplasmática de espermatozóide
MC -
Maturação citoplasmática
mHTF -
Meio tubário humano modificado
MN -
Maturação nuclear
MI -
Metáfase I
MII -
Metáfase II
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
21
PBS –
Tampão salino fosfato
PN -
Pronúcleo
RA -
Reprodução Assistida
RE -
Retículo endoplasmático
rhCG-
Hormônio gonadotrófico coriônico recombinante
SB -
Solução de bloqueio
UI –
Unidade internacional
VG -
Vesícula germinativa
VZP -
Variação da espessura da zona pelúcida
ZP -
Zona pelúcida
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
22
RESUMO
Nas últimas décadas, alguns parâmetros laboratoriais têm sido propostos para
identificar o potencial de saúde oocitária em Reprodução Assistida: 1.
Maturidade nuclear e citoplasmática (pesquisa); 2. Dismorfismo (anomalias
intracitoplasmáticas); 3. Fertilizaçao. Habitualmente, esses parâmetros (exceto a
maturação citoplasmática) são avaliados pelo simples emprego de sistemas de
microscopia de luz convencional. Nos últimos oito anos, foram relatados
diversos estudos em oócitos humanos sobre a birrefringência da zona pelúcida
(BF-ZP), a espessura da ZP, e a visualização do fuso meiótico (FM). Entretanto,
ainda é discutível o poder desses novos parâmetros na seleção de óvulos com o
pontecial de originar embriões com taxas de implantação elevadas, além disso,
seu sistema de visualização e quantificação é complexo e dispendioso. O objetivo
deste estudo foi investigar uma possível correlação entre esses parâmetros
tradicionais com a BF-ZP, espessura da ZP e o FM. Dessa forma, um total de 73
pacientes que participaram do programa de injeção intracitoplasmática de
espermatozóide (ICSI) no Centro de Reprodução Humana “Prof Franco Júnior”
tiveram seus óvulos avaliados quanto a maturação nuclear (n=83), maturação
citoplasmática (n=29), dismorfismo (n=280) e fertilização (n=216) sendo os
resultados correlacionados com a imagem do FM (presença ou ausência), a
intensidade da BF-ZP (positiva ou negativa) e a espessura da ZP. Os dados finais
revelaram uma fraca correlação entre a maturação, o dismorfismo e a fertilização
oocitária com a imagem do FM, a intensidade da BF-ZP, e a espessura da ZP.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
23
Entretanto, esses parâmetros poderiam ser responsáveis por identificar pontos
biológicos diferentes do potencial de qualidade oocitária. Assim sendo, seria uma
medida coerente, a utilização desses parâmetros, em forma conjunta, através de
um escore de qualidade oocitária.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
24
SUMMARY
During the last decades, three laboratorial parameters have been proposed to
identify the potential of the oocyte quality in ART: 1- Nuclear and cytoplasmic
maturation; 2-Dysmorphims (intracytoplasmic abnormalities); 3 - Fertilization.
These parameters (except the cytoplasmic maturation) are assessed by a simple
system of conventional light microscopy. In the last eight years, numerous
studies about zona pellucida birefringence (BF-ZP), zona pellucida thickness and
meiotic spindle visualization have been reported. However, it is still
controversial the power of these parameters in selecting oocyte with potential to
develop into implantation-competent embryos. Furthermore, the microscopy
system is complex and expensive. The present study aims to evaluate whether
there is any correlation between the classical parameters with BF-ZP, ZP
thickness and spindle image. A total of 73 patients who participated in an ICSI
program had their oocytes evaluated such nuclear maturation (n=83),
cytoplasmic maturation (n=29), dysmorphism (n=280) and fertilization (n=216)
being its results correlated to the spindle image (presence or absence), BF-ZP
intensity (positive or negative) and ZP thickness. The final results showed a low
correlation between maturation, dysmorphism and fertilization compared to
spindle image and ZP characteristics (BF-ZP, ZP thickness). However, these
factors can be responsible to identify specific biological differ from the oocyte
potential. Concluding, the use of these factors in association, as a score (oocyte
quality score), could be the correct evaluation.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
25
1- INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA
A identificação de um critério para qualificar o potencial de um oócito
antes da fertilização é uma das áreas investigadas no campo da reprodução
assistida (RA). Basicamente, três parâmetros clássicos laboratoriais têm sido
propostos na literatura para qualificar os oócitos: 1- A avaliação da maturidade
do oócito, ou seja, a classificação do estágio de maturação oocitária (prófase I,
metáfase I e II) (parâmetro direto); 2- A avaliação das características
morfológicas extra (AEC) e intracitoplasmáticas (AIC), tais como: forma, cor,
granularidade e homogeneidade do citoplasma, tamanho e debris do espaço
perivitelínico, vacuolização, inclusões e anomalias do primeiro corpúsculo polar
(CP) e da zona pelúcida (parâmetros direto) 3- A avaliação da capacidade do
oócito fertilizar após inseminação do espermatozóide (parâmetro indireto). Tais
investigações têm sido realizadas através do emprego de microscopia de luz
convencional.
Entretando, com a introdução da microscopia de luz polarizada
1
foi
possível a visualização “in vivo” da imagem da estrutura multilaminar da zona
pelúcida (ZP)
2
e do fuso meiótico (FM)
3
em oócitos de Hamster. Tal fato atraiu
a atenção dos pesquisadores da área de RA para estudar esses novos parâmetros
em oócitos humanos. Nos últimos oito anos, a avaliação da birrefringência da ZP
(BF-ZP) e a visualização do FM em oócitos humanos têm sido propostas como
variável preditiva da qualidade oócitaria
4 - 13
. Contudo, o poder desses novos
parâmetros não invasivos para predizer a qualidade dos óvulos ainda é discutível.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
26
O presente estudo foi planejado para analisar a correlação entre os três fatores
clássicos: maturação (nuclear e citoplasmática), dismorfismo e a fertilização dos
oócitos humanos com os recentes parâmetros propostos na literatura: a avaliação
da BF-ZP e do FM.
Em RA, a seleção dos gametas tem como principal objetivo alcançar
melhores taxas de gestação, sendo tarefa essencial no dia a dia dos
embriologistas. Por outro lado, esta questão também tem particular relevância
quando, por considerações éticas e/ou legais, limita-se o número de óvulos a
serem fertilizados, e, conseqüentemente, o número produzido de embriões
supranumerários. Dessa forma, seria importante identificar os marcadores da
qualidade oócitária para a obtenção de melhores embriões, e, posteriormente,
maiores taxas de implantação embrionária e de gravidez
14,15
. As características
de saúde oocitária são adquiridas durante a foliculogênese, do processo de
crescimento até a maturação folicular; seu estudo identifica uma nova área de
pesquisa em RA: a seleção de gametas.
1.1. MATURAÇÃO OOCITÁRIA
A maturação oocitária é a terceira fase da oogênese, em que várias
mudanças ocorrem dentro do oócito, preparando-o para a ovulação e sua
iminente interação com o espermatozóide. Este é um processo complexo que
envolve eventos nucleares, meióticos e citoplasmáticos. Para que o estágio final
tenha um ótimo desenvolvimento oocitário, antes da ovulação, é necessária uma
sincronização entre a maturação nuclear (MN)e a citoplasmática.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
2
7
1.1.1 Maturação nuclear (MN)
Durante o período de crescimento folicular, os oócitos apresentam os
cromossomos difusos, porém envolvidos por uma membrana nuclear intacta,
denominada vesícula germinativa (VG). A célula apresenta-se bloqueada na fase
G2 do ciclo da divisão celular, ou seja, retida na prófase I da primeira divisão
meiótica por um período longo, variando de dias a décadas dependendo da
espécie. A MN envolve o processo de transição da fase G2 para a fase M
(metáfase). Esta transição é caracterizada por vários fenômenos: a condensação
da cromatina, a quebra da membrana nuclear resultando na mistura do
nucleoplasma com o citoplasma, a formação do FM e a segregação dos
cromossomos. Nesta fase, os cromossomos presentes no citoplasma migram para
a periferia ocorrendo a retomada da meiose via extrusão da metade dos
cromossomos para o primeiro CP. O ciclo meiótico é bloqueado, pela segunda
vez, de forma que o oócito, então, apresenta-se na fase de metáfase II (MII)
caracterizada pela presença do primeiro CP.
Apesar da conclusão das mudanças nucleares para a produção de
oócitos em MII, esta não define sua competência e não reflete a maturidade
molecular e estrutural do oócito. Um oócito, que não completou a maturação
citoplasmática (MC), é de pobre qualidade e incapaz de atingir seu
desenvolvimento com pleno sucesso.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
28
1.1.2 Maturação citoplasmática (MC)
A maturação de um óvulo não envolve apenas a MN, mas uma variedade
de outros processos que ocorrem dentro do citoplasma responsáveis pela
preparação do oócito para sua ativação e uma adequada fertilização. Tais
processos incluem mudanças estruturais e bioquímicas. As mudanças estruturais
do citoplasma são, basicamente, caracterizadas pela reorganização das organelas
citoplasmáticas definidas como o aumento no número e na mudança da
morfologia das mitocôndrias; modificações ultra-estruturais do complexo de
Golgi (acúmulo de ribossomos); alterações no sistema de transporte das
membranas devido à ligação de vesículas (grânulos glicogênicos) na membrana;
estabelecimento da polaridade do oócito responsável pela determinação dos eixos
do embrião.
Em relação aos eventos moleculares, duas proteínas: a ciclina B e a p34
são responsáveis pela progressão da fase G2 para M. Ambas estão associadas e
formam o fator de promoção da maturação (FPM) depois da desfosforilação da
p34. A ativação do FPM desencadeia a quebra da VG do oócito, a condensação
dos cromossomos, e, conseqüentemente, a formação em estágio de MII.
É sabido que uma MC insuficiente é responsável pela falha na formação
do PN masculino, podendo aumentar as anomalias cromossômicas após a
fertilização. Em adição, uma deficiência na MC ou a assincronia da MN e MC
tem sido relacionada com a formação de oócitos morfologicamente anormais,
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
29
visíveis na convencional microscopia de luz
16
. Por outro lado, a ocorrência de
anomalias morfológicas (AEC e/ou AIC) nos oócitos é chamada de dismorfismo
oocitário estando associada a defeitos intrínsicos que influenciam negativamente
na competência do oócito
17,18
.
1.2 DISMORFISMO OOCITÁRIO
O oócito, em estágio de MII, aparentemente normal quanto à
organização AEC e AIC (oócito de “boa qualidade morfológica”) é definido
como o oócito que apresenta: uma forma esférica, um único e intacto CP,
pequeno espaço perivitelínico (EPV), ZP clara, citoplasma transparente com
homogênea coloração e sem inclusões. Entretanto, muitos dos oócitos em MII
exibem um grande número de anomalias que podem ser divididas em dois
grupos: anormalidades AEC, representada por 71 % das anomalias, e as AIC que
incluem 19% destas
19
.
As AEC são caracterizadas pela presença de anormalidades na forma
(diferente da esférica), no EPV (tamanho: largo/estreito, grânulos), na ZP
(estrutura: espessa/fina, coloração), e/ou no primeiro CP (fragmentado/
degenerado), enquanto que as AIC são identificadas pela presença de granulações
(homogêneas/heterogêneas) e/ou inclusões (corpos refráteis/vacúolos/agregados
do retículo endoplasmático (RE)) no citoplasma.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
30
Van Blerkom e Henry
17
demonstraram que 13% dos oócitos não
fertilizados após a fertilização “in vitro” (FIV) apresentaram dismorfismo
oocitário. Posteriormente, quando as células do cúmulus foram retiradas para a
realização da ICSI, 60 a 70% do oócitos tinham anomalias morfológicas.
As prováveis causas do dismorfismo oocitário têm sido associadas com
a estimulação ovariana, o ambiente hormonal em que o gameta é exposto, a
constituição do próprio oócito
20
e as condições de cultura e nutrição nas quais
esses oócitos são submetidos
19
.
Além disso, o dismorfismo oocitário tem sido relacionado às taxas de
fertilização e clivagem, ao desenvolvimento embrionário e à implantação
embrionária
21,22,19,23,24.
Até o momento, diversos trabalhos têm mostrado conflitantes
conclusões com relação ao impacto da morfologia oocitária nos resultados de
RA.
Embora o efeito da AEC ainda seja controverso no que diz respeito às
anomalias associadas com a morfologia do primeiro CP, EPV e ZP, poucos
estudos têm demonstrado que tais anomalias afetam a implantação.
Por outro lado, em relação às AIC, existe um consenso nos estudos
descritos na literatura. A presença de granulações, especialmente na região
central, e a identificação de inclusões (vacúolos e agregados do RE) no
citoplasma parecem estar associadas com fertilização, desenvolvimento e
implantação embrionária.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
31
Segundo Kahraman et al.
25
, as granulosidades, no centro do citoplasma,
representam um sinal de imaturidade oocitária. Os autores demonstraram que a
transferência de embriões derivados de oócitos com granulações centrais escuras
diminuiria significantemente as taxas de implantação e gravidez. Em adição,
Khalili et al.
26
afirmaram que a presença de grânulos no citoplasma foi a
principal anormalidade observada em oócitos não fertilizados. Além disso,
vacúolos também podem surgir pela fusão de vesículas pré-existentes derivadas
de RE do complexo de Golgi
27
. Em prévios trabalhos, observou-se que a
incidência de vacúolos em oócitos no estágio de MII variou de 5.7%
28
a
12.4%
29
. A presença de um ou mais vacúolos no citoplasma diminui
significantemente o número de zigotos após ICSI versus o controle não
afetado
28,27
. Em teoria, largos e/ou múltiplos vacúolos causariam maiores efeitos
no oócito quando comparados com pequenos vacúolos. Van Blerkom
30
demonstrou que grandes vacúolos deslocam o fuso meiótico de sua posição
podendo resultar em falha de fertilização. O autor ainda reportou que, se a
fertilização for presente em oócitos com grandes vacúolos, os zigotos podem
falhar na primeira divisão ou exibir um padrão anormal de citocinese.
Por outro lado, a presença de agregados de RE no citoplasma também
tem demonstrado prejudicar significantemente a qualidade embrionária, afetando
as taxas de gravidez
31
. Meriano et al.
32
observaram que a presença repetitiva
dessas estruturas em ciclos consecutivos é indicativa de baixas taxas de
implantação e gravidez.
Em adição, oócitos em estágio de MII que exibem severa
desorganização citoplasmática têm um pH e conteúdo de ATP menor e uma
aumentada incidência de aneuploidia
33,34
.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
32
1.3 FERTILIZAÇÃO
A fertilização é um complexo processo de interação entre células, que se
inicia pelo reconhecimento e a ligação do espermatozóide ao oócito e termina na
fusão dos PN masculino e feminino. Este fato abrange a capacitação, a reação
acrossômica, a fusão do espermatozóide, a ativação oocitária, a reação cortical, e,
finalmente, a fusão dos pronúcleos (PN).
1.3.1 Capacitação, reação acrossômica e a fusão do espermatozóide
A capacitação parece envolver tanto uma alteração na composição
lipídica e glicoprotéica da membrana plasmática do espermatozóide como um
aumento no seu metabolismo e motilidade. O processo de capacitação depende
de alterações da permeabilidade da membrana ligadas ao transporte dos íons
Ca++. A modulação do íon cálcio é fundamental para os espermatozóides
adquirirem a capacidade de fertilização, tendo esse processo três aspectos
fundamentais: 1 - a presença de ATP capaz de bombear o íon Ca++ para fora da
célula; 2 - o processo de troca de íons Ca++ (exterior) com Na+ para o interior;
3- canais de cálcio que facilitariam a rapidez de fluxo. Uma vez que o
espermatozóide capacitado tenha penetrado na camada de células foliculares,
liga-se à ZP que funciona como uma barreira à fertilização entre espécies. A ZP
de óvulos de mamíferos é composta por três glicoproteínas. Duas delas, ZP2 e
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
33
ZP3, agrupam-se em filamentos, enquanto a terceira, ZP1, faz a ligação cruzada
dos filamentos formando uma rede tridimencional. Nesta ligação, o
espermatozóide é induzido a sofrer reação acrossômica, na qual o conteúdo do
acrossomo é liberado por exocitose. Tal reação libera proteases e hialuronidase
essenciais para a penetração do espermatozóide através da ZP. Em adição, a
reação acrossômica expõe uma proteína da membrana plasmática do
espermatozóide que medeia a união e a fusão desta membrana à do óvulo.
1.3.2 Ativação oócitária
A ativação oocitária é definida como uma série de eventos morfológicos
e bioquímicos ocorridos após a fusão do espermatozóide e que levarão à divisão
e à diferenciação celular para formar um novo indivíduo. Quando o
espermatozóide funde-se com a membrana plasmática do óvulo, ativa a via de
sinalização celular do inositol-fosfolipídio do óvulo. Esta, por sua vez, causa um
aumento local de íons Ca++ no citosol, que se distribui em ondas por toda a
célula. O aumento dos íons Ca++ no citosol parece ativar o óvulo e iniciar a
reação cortical, onde os grânulos corticais (GC) liberam seu conteúdo por
exocitose.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
34
1.3.3 Reação cortical
No citoplasma, originado do aparelho de Golgi, detectam-se
numerosas e pequenas partículas, GC, menores que 2µ, os quais, a partir do
cone de fertilização, concentram-se nas proximidades da ZP, passando, então,
a se dissolverem no citoplasma. A exocitose de grânulos citoplasmáticos é um
dos sinais mais precoces de que houve ativação ovular. Acredita-se que a
ligação do espermatozóide à superfície ovular altere a condutância da oolema
a íons cálcio. Com o influxo de cálcio e aumento nas concentrações
intracelulares desse íon, ocorre a exocitose dos GC para o EPV. Por outro
lado, com o influxo de cálcio, teriam início os movimentos cromossômicos
para a anáfase II e a descondensação do núcleo espermático para formar os
PN.
1.3.4 Fusão dos pronúcleos
O óvulo bloqueado na metáfase da segunda divisão meiótica, quando
fecundado, retoma o processo divisional formando o PN oocitário (haplóide) e
eliminando o segundo CP. O núcleo espermático descondensa-se, dando
origem ao PN espermático. A síntese de DNA (duplicação cromossômica)
começa em ambos os PN. Estes se aproximam no centro do citoplasma. As
membranas plasmáticas pronucleares se desintegram e os cromossomos se
misturam finalizando a fase de fertilização.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
35
O intervalo entre a fusão do espermatozóide com o óvulo e a
observação da primeira clivagem embrionária leva em torno de 12 horas na
espécie humana e varia de espécie para espécie.
Os PN são formações elípticas e simétricas, sendo que a distância
entre os dois varia em função do tempo decorrido desde a fertilização.
Inicialmente, estão afastados e, progressivamente, aproximam-se até a fusão.
O processo de fertilização normal compreende a presença de dois PN: um
feminino e outro masculino; e a presença do primeiro e segundo CP. Mais de
dois PN implica penetração polispérmica ou retenção do segundo CP no oócito.
Apesar do contínuo desenvolvimento das técnicas de RA, o uso da
técnica de ICSI ultrapassa tais eventos. Mesmo assim, a falha da fertilização
ainda ocorre nos oócitos. De fato, após a ICSI, 30% dos oócitos falham em
fertilizar
35,36
, sendo que em 2 a 3 % dos casos pode ocorrer a falha total de
ferilização dos oócitos
37
.
1.4 FUSO MEIÓTICO (FM)
O FM, composto de microtúbulos do citoesqueleto, desempenha um
papel principal no sucesso do processo da meiose pelo controle do movimento
cromossômico através dos vários estágios. Diferentes autores sugeriram que a
desorganização do FM leva à disrupção da segregação cromossômica ordenada
resultando em aneuploidia dos zigotos
38,39
.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
36
Por outro lado, a morfologia e a cinética do FM são influenciadas por
variáveis, tais como: idade, temperatura e manipulação “in vitro” dos oócitos.
Battaglia et al.
40
indicaram que a incidência de anormalidade do FM em oócitos
era significativamente maior em mulheres mais idosas. Posteriormente, Volarcik
et al.
41
confirmaram essa associação estudando o efeito da idade sobre o
processo meiótico de oócitos maturados “in vitro” vindo de ovários não
estimulados. Este efeito sobre o FM correlaciona-se também com a alta
incidência de erros de segregação meiótica observada com o aumento da idade da
mulher.
A temperatura, sem dúvida, é um importante parâmetro que afeta a
integridade do FM durante a manipulação “in vitro”. Os FM em oócitos humanos
são mais sensíveis a flutuações de temperatura quando comparados com outros
animais
42-44
. Os FM desagregados podem resultar de prolongada exposição a
temperaturas baixas
4,45
. Sun et al.
46
, analisando oócitos maturados “in vitro”,
relataram que fusos em oócitos humanos são também sensíveis a temperaturas
maiores que 37
o
C. Estes resultados indicam que, quando os oócitos humanos são
manipulados “in vitro”, um controle rigoroso da temperatura a 37
o
C é essencial
para a manutenção da integridade do FM e posterior desenvolvimento
embrionário adequado.
Variações no comprimento do FM foram relatadas por Wang et al.
4
. A
idade da mulher
47,48,16
e a exposição a diferentes condições de cultura são fatores
implicados como fontes potenciais para determinar o comprimento do FM. Shen
et al.
49
relataram que a média do comprimento dos fusos de todos os oócitos são
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
3
7
similares em diferentes coortes. Entretanto, Rama Raju et al.
11
observaram que
os embriões resultantes de oócitos com comprimento do FM >12nm mostraram,
significativamente, mais progressão ao estágio de blastocisto. Também foi
observado que o comprimento do FM diminui com o aumento da idade da
mulher.
1.5 ZONA PELÚCIDA (ZP)
A ZP é um invólucro glicoprotéico que rodeia os oócitos em crescimento
e os maduros, assim como, os embriões pré-implantados dos mamíferos
50-55
. As
glicoproteínas da zona ZP aparentemente são secretadas pelo oócito durante a
foliculogênese, como mostradas em experimentos com camundongos
56,57
. Por
outro lado, há evidência em outras espécies, inclusive em humanos, de que as
células da granulosa também contribuem para a expressão das proteínas da zona
durante a foliculogênese
58-60
. Avaliando o nível ultra-estrutural, a arquitetura
filamentar tridimensional altamente ordenada da ZP foi confirmada por estudos
em oócitos de mamíferos, incluindo oócitos humanos
61,52,63,64
. A ZP dos oócitos
humanos exprime quatro proteínas (ZP1, ZP2, ZP3 e ZP4), que modificam a
conformação depois da extrusão de GC na fertilização, como ocorre em
camundongo
65-67
. Com relação ao nível molecular, a ZP compõe-se de uma
estrutura de rede paracristalina, tridimensional, composta de filamentos
heterodiméricos de proteína ZP2 e proteína ZP3, ligados pela proteína ZP1
68,69,63
.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
38
O significado funcional da distribuição variável e não aleatória das diferentes
proteínas glicosiladas dentro das camadas da zona pelúcida é ainda
desconhecido
59,70
. Outra proteína da ZP humana (ZPB) pode contribuir de modo
ainda desconhecido a interações esperma-oócito espécie-específica na
fertilização humana
71
. As proteínas da ZP formam uma espessa matriz
extracelular separando fisicamente os oócitos dos mamíferos das células da
granulosa. Entretanto, é essencial que a ZP seja atravessada por projeções
citoplamáticas de arranjo radial transzonal durante o crescimento e maturação do
oócito. Elas provêm às condições para ligação juncional direta, sinalização
célula-célula e a troca de moléculas entre o oócito e o compartimento
somático
72,73
, importantes para o crescimento do oócito
74,75
. Dentro da ZP, as
projeções podem formar uma rede hexagonal junto com as fibrilas da zona, e,
então, contribuem para a organização tridimensional do espaço
extracelular
72,73,76
. A proteína ZP1 é necessária para a integridade estrutural da
zona pelúcida
77,63
. Embora oócitos de rato desprovidos do gene ZP1 ainda
secretem proteínas ZP2 e ZP3, a ZP é mais fina e frouxamente organizada, em
comparação ao padrão normal. O diâmetro dos oócitos de animais homozigóticos
para a ausência do gene da ZP1 é quase a metade dos oócitos advindos de
animais normais
78
. Isto sugere que a sinalização efetiva das células da granulosa-
oócito deve depender da presença de uma zona funcional e altamente estruturada
e que alterações podem causar subfertilidade. Além disso, redução na expressão
das proteínas da ZP durante o crescimento do oócito pode indicar problemas no
processo de maturação em uma fase crítica da oogênese e folículogênese, quando
oócitos adquirem total competência nuclear e de desenvolvimento. A ZP é
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
39
também essencial para a fertilização
79
e o desenvolvimento pré-implantacional
“in vivo”, agindo na ligação táxon-específica do esperma
80-82
, previne
poliespermia
83,84
e protege o embrião do estresse mecânico antes da
implantação
54
. Dessa forma, defeitos na zona pelúcida estão usualmente
associados com problemas na fertilização ou anormalidades de desenvolvimento.
Por exemplo, camundongos desprovidos de genes ZP2 e ZP3 são incapazes de
formar a ZP e são estéreis
85-86
. Até o momento, foram identificados somente uns
poucos marcadores não invasivos para a qualidade dos oócitos baseados em
critérios morfológicos, os quais podem ser acessados em RA pelo uso da
microscopia convencional antes da inseminação
15
. Com relação a esse aspecto, a
microscopia de luz polarizada (Polscope) foi um grande avanço, desde que se
tornaram possíveis as análises não invasivas dos FM em oócitos humanos
1
. A
microscopia de luz polarizada usa o princípio de que a luz, passando através de
objetos cristalinos ou paracristalinos, será alterada como no plano ou fase de
vibração. O método pode, então, ser usado para acessar estruturas cristalinas e
paracristalinas quantitativa e qualitativamente. Por exemplo, a magnitude da
birrefringência da luz polarizada é um indicador para densidade, alinhamento ou
espessura de um objeto.
Os primeiros trabalhos sobre o FM forneceram informações extensas
sobre sua função na divisão celular. Entretanto, como a metodologia para
visualização do FM era baseada em processo de fixação do oócito, sua aplicação
rotineira em procedimentos de RA, e em estudos dinâmicos, era frustrada devido
à impossibilidade do emprego deste método em oócitos vivos
87,4,39,21,22,11
.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
40
Recentemente, com o uso do microscópio de luz polarizada e um software com
processador para integração de imagens, tem sido possível visualizar o FM, em
oócitos vivos, de forma não invasiva, preservando a viabilidade
celular
87,4,5,88,6,8,89,23,90-92,11
; assim como, as subestruturas da ZP de
mamíferos
2,4,39
.A microscopia de polarização permite a distinção de três camadas
da ZP de oócitos humanos. A camada interna exibe a maior intensidade de
birrefringência
93
. Em um estudo retrospectivo, Shen et al
9
observou que a
birrefringência da camada interna da ZP era diferente em ciclos com concepção
comparados com os ciclos sem concepção. Os embriões transferidos nos ciclo
com concepção eram derivados de oócitos com alta/positiva birrefringência da
ZP (BF-ZP). Recentemente, Rama Raju et al
11
demonstrou uma positiva
correlação entre a BF-ZP e o potencial dos embriões em se desenvolverem até o
estágio de blastocisto. Em adição, Montag et al
12
tem demonstrado que embriões
provenientes de oócitos com alta BF-ZP tem maior poder de implantação
comparado com aqueles provenientes de oócitos com baixa BF-ZP, sugerindo o
uso da BF-ZP, como critério de seleção oocitária.
Por outro lado, a espessura total da ZP (Esp-ZP) e a aparência das
camadas individuais mudam de acordo com o estágio de maturação do oócito
humano e o desenvolvimento pós-fertilização do embrião
94,93
. A esp- ZP de cada
embrião também tem sido correlacionada, positivamente, com a capacidade do
embrião em desenvolver-se e implantar
95
.
São muito poucas e recentes as evidências relatadas na literatura sobre os
parâmetros FM e BF-ZP como preditores da qualidade oocitária.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
41
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi analisar a correlação entre os parâmetros
tradicionais de avaliação da qualidade oocitária; a MN e a MC; o dismorfismo
citoplasmático e a fertilização com os recentes parâmetros: imagem do FM e as
características da ZP (BR – ZP, Esp-ZP).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
42
3. MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado no período de abril a dezembro de 2008
no Centro de Reprodução Humana, “Prof. Franco Júnior” – Ribeirão Preto– São
Paulo.
3.1 POPULAÇÃO
Foram incluídas neste estudo, um total de 73 pacientes que participaram
do programa de FIV e/ou injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)
no Centro de Reprodução Humana “Prof Franco Júnior” e que apresentaram os
critérios abaixo descritos.
Critérios de inclusão
- Idade entre 18-39 anos.
- Coleta de seis oócitos em estágio de metáfase II (MII) nos casos de
pacientes que participaram do procedimento de maturação
oocitária“in vitro”.
- Coleta de oito oócitos em estágio de MII nos casos de pacientes
que participaram dos experimentos de dismorfismo e fertilização.
Todas as pacientes foram informadas sobre os objetivos dessa pesquisa
de maneira clara e detalhada e assinaram o termo de consentimento preconizado
pelo serviço (Anexo1). O estudo foi analisado e aprovado pela Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa- CONEP (Anexo 2).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
43
3.2 ESTIMULAÇÃO OVARIANA
Todas as pacientes foram submetidas ao mesmo esquema de estimulação
ovariana. Inicialmente, o bloqueio hipofisário foi estabelecido com o uso de um
análogo de GnRH (acetato de nafarelina/ Synarel, Searle, Brasil) na dose de
400µg/dia via nasal, iniciado durante a segunda fase do ciclo menstrual prévio.
Após 14 dias de tratamento com o análogo e estabelecido o bloqueio, foi iniciada
a administração de FSH recombinante (Gonal F®, Serono, Brasil) nas doses de
150 UI a 450 UI, via subcutânea pelo período de 7 dias. No oitavo dia da
estimulação ovariana, começou a monitorização do desenvolvimento folicular
por ultra-sonografia transvaginal, sendo as doses de r-FSH ajustadas de acordo
com a resposta ovariana. Quando, no mínimo três folículos com diâmetro igual
ou superior a 17mm foram observados, a gonadotrofina coriônica humana
recombinante (r-hCG) (Ovidrel®, Serono, Brasil) foi administrada por via
subcutânea na dose de 250µg.
3.3 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DOS OÓCITOS
A coleta dos oócitos foi realizada ambulatorialmente com anestesia do
tipo sedação com propofol (Diprivan, Astrazeneca, Brasil) permanecendo a
paciente em posição de litotomia. Os oócitos foram coletados dos folículos
através de punção aspirativa transvaginal com agulhas de Frydman com 17
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
44
“gauge” (CCD, França) acopladas em seringas hipodérmica de 10ml (Becton
Dickinson, Brasil) guiada por um transdutor ultra-sonográfico endovaginal, após
36-38 horas da injeção de r-hCG. Logo após a punção aspirativa do folículo, o
fluído folicular obtido foi depositado em placas de Petri de cultura de células
(Corning - USA, referência: 430166) para a identificação dos oócitos através de
estéreo microscópio (Nikon - Japão, referência: SMZ 645) equipado com platina
aquecedora (Tokai Hit Thermo Plate - Japão, referência: U4020WF) na
temperatura de 37ºC. Os oócitos identificados no fluido folicular foram
transferidos para meio P1 (Irvine Scientific - USA, referência: 9910) pré-
equilibrado com 3% de soro albumina humana (HSA) (Irvine Scientific – USA,
referência: 9988) e incubados a 37ºC em mistura gasosa com 5.8% de CO
2
até o
momento da desnudação.
3.3.1 Desnudação oocitária
Após o período mínimo de uma hora e máximo de três horas, os oócitos
foram transferidos para uma solução de 40 UI de hialuronidase (Irvine
Scientific– USA, referência: 90101) diluída em meio de fluido tubário humano
modificado (mHTF) (Irvine Scientific – USA, referência: 90126) contendo 3%
de HSA (mHTF/10%HSA), por tempo máximo de 1 minuto onde parte da células
da granulosa foram separadas dos oócitos. Logo após este período, os oócitos
foram transferidos para meio mHTF/10%HSA e a remoção total das células do
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
45
cúmulus e da corona foi realizada através de várias pipetagens utilizando
pipetador flexipet (Cook - USA, referência: K-FRO-1000) e micropipetas de
desnudação de diâmetro de 140 µm (Cook - USA, referência: K-FPIP-1140). Em
seguida, os oócitos foram lavados duas vezes em novo meio mHTF/3%HSA e
classificados quanto a MN.
Todo esse procedimento foi realizado em uma placa de quatro poços
(Nunc - Dinamarca, referência: 176740) na temperatura de 37ºC, no tempo
máximo de 10 minutos (FIG. 1).
Figura 1 – Sistema para a desnudação oocitária
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
46
3.3.2 Classificação da maturidade nuclear
Os oócitos foram classificados quanto ao grau de maturidade nuclear
utilizando microscopia de luz convencional, por microscópio invertido com
objetiva de aumento de 200 x (Nikon - Japão, referência TE200) conforme
descrição abaixo:
Oócitos imaturos
Oócitos em estágio de prófase I (FIG. 2), que apresentavam as seguintes
características:
Um largo e esférico núcleo contendo um único e grande nucléolo,
denominado VG, posicionado, geralmente no centro do citoplasma,
algumas vezes apresentando-se na parte periférica em período
anterior a sua quebra
Ausência do primeiro CP
Forma esférica irregular
Citoplasma escuro granuloso
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
4
7
Figura 2 - Oócito imaturo (Prófase I)
Oócitos intermediários
Oócitos em estágio de metáfase I (FIG. 3). Estes oócitos completaram a
prófase da meiose I, desaparecendo a VG. Durante este estágio, o FM se forma e
os cromossomos paternos e maternos encontram-se alinhados aleatoriamente nos
pólos. Este óvulos são caracterizados pela:
Ausência de VG
Ausência do primeiro CP
Forma esférica regular
Citoplasma claro com poucas granulações citoplasmáticas
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
48
Figura 3 - Oócito intermediário (Metáfase I)
Oócito maduros
Oócitos em estágio de metáfase II (FIG 4). Estes oócitos apresentam-se no
estágio de meiose II depois da extrusão do primeiro CP.
Os oócitos em metáfase II são caracterizados pela:
Presença do primeiro CP
Forma esférica
Citoplasma claro com granulações homogêneas
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
49
Figura 4 - Oócito maduro (Metáfase II)
Após a classificação da maturidade os oócitos foram transferidos para
meio P1, pré-equilibrado com 3% de HSA, incubados a 37ºC em mistura gasosa
com 5.8% de CO
2
sendo, posteriormente, utilizados nos seguintes experimentos:
3.4 MATURAÇÃO NUCLEAR (EXPERIMENTO 1 )
Um total de 83 oócitos imaturos recuperados durante a coleta foi
cultivado “in vitro” por período de dois dias até alcançarem a MN completa
(estágio de metáfase II). Durante este período em cultura, ou seja, do dia 0 ao dia
2, os oócitos foram observados em até cinco vezes (Tabela1) para a confirmação
da presença da MN.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
50
Tabela 1 - Horários de avaliação da maturação nuclear
Dia 0 Dia 01 Dia 2
Tempo em cultura 1 hora 6 horas 24 horas 30 horas 48 horas
Dia 0 = dia da coleta, Dia 1= um dia após a coleta , Dia 2 = dois dias após a coleta
3.4.1 Cultura dos oócitos imaturos
Os oócitos imaturos foram cultivados individualmente em sistema de
cultivo por microgotas (FIG. 5) em placa de Petri de cultura 60 x 15 mm
(Corning - USA, referência: 430166). Um total de sete microgotas de 20 µl de
meio de cultura P1 suplementado com 10% de HSA, foi depositado sobre cada
placa de cultura e cobertas com 10 ml de óleo de parafina (Ovoil - Vitrolife –
Suécia, ref: 10029 ) e mantidas em atmosfera de 5.8% de CO2 por um período de
quatro horas em temperatura de 37ºC, para a obtenção da estabilização do
sistema. Após este período, os oócitos imaturos foram transferidos para as
microgotas desta placa e cultivados em incubadora com atmosfera de 5.8% de
CO2 em temperatura de 37ºC por 24 horas. No dia 1 de cultura, ou seja, após 24
horas, os oócitos foram transferidos para nova placa de cultura contendo meio
fresco e mantidos nesta por mais um dia.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
51
Figura 5 - Sistema de cultura por microgota
Durante o procedimento de MN, foram avaliados os seguintes
parâmetros:
A- FM: presença e ausência
B- ZP :
- BF-ZP: presença e ausência
- Esp- ZP
A- FUSO MEIÓTICO
A avaliação da presença ou ausência do FM foi feita em 58 oócitos
maturados “in vitro”, em estágio MII, através de microscópio invertido (Nikon
TE 200-Japão) equipado com objetivas de Hoffman 10 x, 20 x, e 40 x; um
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
52
sistema de microscopia de luz polarizada (FIG.6), isto é, um filtro circular
polarizador, objetivas 25 x, cristal líquido (OCTAX ICSI Guard
TM
- OCTAX
Microscience GmbH - Alemanha); implementado com uma camera; um software
de sistema de imagem (OCTAX Eyeware
TM
) (FIGS.7-11) e platina aquecedora
(Tokai Hit Thermo Plate - Japão, referência: U4020WF) (FIG 12).
Figura 6 – Microscópio invertido Nikon com sistema de luz polarizada.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
53
Figura 7 – Filtro circular polarizador
Figura 8 – Objetiva 25 x - OCTAX
Filtro verde
Polarizador circular
Condensador
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
54
Figura 9 – Cristal líquido
Figura 10 – Câmera de imagens
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
55
Figura 11 – Sistema de imagem - OCTAX Eyeware
TM
Figura 12 – Platina aquecedora Tokai
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
56
Os oócitos, em MII maturados “in vitro”, foram colocados
individualmente em microgotas de 5µl de meio HTF tamponado contendo 10%
de HSA dispostas sobre placas de vidro especiais para microscopia de luz
polarizada (Fluordish – World Precision – USA) cobertas com óleo de parafina
Ovoil e, previamente, equilibrada para temperatura de 37ºC e pH de 7.3. Antes
da análise do FM, os oócitos foram visualizados em microscopia de luz
convencional e posicionados de forma a apresentarem o primeiro CP na posição
de seis ou 12 horas. Em seguida, os filtros verdes de polarização foram ajustados
paraa avaliação do FM. Imagens individuais foram registradas e arquivadas em
sistema de imagem computadorizada.
Os oócitos com presença do FM, apresentaram uma estrutura em
coloração amarelada posicionados, na maioria das vezes, próximo do primeiro
CP (FIG. 13). Por outro lado, os oócitos, com ausência de FM, não apresentaram
esta estrutura em qualquer região do citoplasma (FIG. 14).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
5
7
Figura 13 – Oócito em metáfase II com fuso meiótico presente.
Figura 14 – Oócito em metáfase II com ausência de fuso meiótico
O segundo parâmetro avaliado durante a MN foi a ZP.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
58
B - ZONA PELÚCIDA
1- Birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP)
Durante o processo de maturação “in vitro”, os oócitos foram avaliados
quanto à presença ou não da BF- ZP em todas os seus estágios de maturação
(VG, MI e MII), através do mesmo sistema de microscopia utilizado para a
avaliação do FM, como descrito anteriormente, porém com um programa
(OCTAX EyeWare MX PolarAide - OCTAX Microscience GmbH – Alemanha)
que quantifica, automaticamente, a espessura e a birrefringência da ZP em um
escore positivo ou negativo (FIG. 15).
Figura 15 - Programa de avaliação da birrefringência da ZP- OCTAX EyeWare
polarAIDE.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
59
A BF-ZP foi considerada positiva quando o escore apresentou um valor
numérico positivo. Neste caso, a imagem da BF-ZP era de cor lilás forte e
uniforme em toda a superfície da ZP (FIG. 16). Por outro lado, a BF-ZP foi
considerada negativa quando o escore mostrou um valor numérico negativo.
Nessa ocasião, a imagem da BF-ZP apresentava-se de cor lilás fraca e/ou não
uniforme em toda a superfície da ZP (FIG. 17).
Figura 16 - Imagem de um oócito com BF-ZP positiva.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
60
Figura 17 - Imagem de um oócito com BF-ZP negativa.
2- Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP)
A medida da Esp-ZP foi calculada através do software “polarAIDE ”. A
média de quatro medidas da ZP referente às posições norte, sul, leste, oeste, foi
calculada conforme esquema abaixo (FIG.18).
Média da espessura total = Esp total-norte + Esp total-sul + Esp total-
leste + Esp total oeste / 4
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
61
Figura 18 - Medidas da espessura da zona pelúcida (µm) em quatro posições
(norte,sul,leste e oeste)
3.5 MATURAÇÃO CITOPLASMÁTICA (EXPERIMENTO 2)
Um total de 29 oócitos cultivados “in vitro”, que atingiu a MN completa,
após o mínimo de 24h e o máximo de 48h em cultura foi analisado quanto à MC
pela técnica de coloração dos GC descrita por Cherr et al.
96
com algumas
modificações.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
62
3.5.1 Coloração da cromatina e dos GC
Os 29 oócitos maturados “in vitro” foram transferidos para uma solução
de pronase a 0.5% em tampão salino fosfato (PBS) mantidos a temperatura de
37ºC por, aproximadamente, cinco minutos para a remoção da ZP. Em seguida,
os oócitos sem a ZP foram fixados a 3% de formaldeído em PBS por 30 minutos
a temperatura ambiente e mantidos a 4ºC em solução de bloqueio (SB - 1mg/ml
de soro albunina bovino, 100mM de glicina e 0.2% de azida sódica) por no
mínimo 24 horas e máximo de 5 dias. Para a permeabilização, os oócitos foram
tratados por cinco minutos a temperatura de 38ºC em SB acrescida de 0.1% de
triton X-100. Os oócitos foram incubados em 10µg/ml aglutinina de Lens
culnaris conjugada ao isotiocianato de fluoresceína (FITC-LCA) em SB por 15
minutos; esta lecitina liga-se especificamente, à alpha D-manose presente nos
GC. Logo após esta incubação, os oócitos foram lavados três vezes em SB,
corados com 10µg de Hoechst 33342 em SB por 10 minutos; lavados novamente
em SB, e, em seguida, fixados entre lâminas e lamínulas. Para uma melhor
fixação dos oócitos nas lâminas, estes foram transferidos para solução de PBS de
1 mg/ml polivinilpirrolidona por um minuto antes de serem depositados sobre 2
µl de glicerol dispostos nas lâminas. A MC foi avaliada sob filtro de excitação de
400-600 nm (DAPI) disposto em um microscópio de fluorescência (Olympus –
Japão, referência: BX50).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
63
Os oócitos que apresentaram GC dispostas apenas na periferia foram
considerados como oócitos com presença de MC completa (FIG. 19). Por outro
lado, os oócitos que apresentavam GC no centro do citoplasma, ou no centro e
periferia, foram rotulados como oócitos com ausência de MC (FIG.20).
Figura 19 – Oócito em estágio de MII, com maturação citoplasmática completa
(GC dispostos na periferia)
GC
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
64
Figura 20 – Oócito em estágio de MII, com ausência de maturação
citoplasmática (GC dispostos na periferia e no centro)
Os 29 oócitos em MII, com MC presente ou não, foram avaliados
quanto: ao FM (presença ou ausência); às características da ZP (presença ou não
BF-ZP, esp ZP), conforme descrito anteriromente e em relação a variação da
espessura da ZP (VZP).
Variação da espessura da zona pelúcida (VZP)
Para a avaliação da esp-ZP, quatro medidas de sua espessura, em quatro
diferentes posições do oócito (norte , sul , leste, oeste) de cada oócito foram
realizadas (FIG.18 ). O cálculo da VZP, em porcentagem, foi obtido de acordo
com Cohen et al.
97
através da fórmula:
VZP = EspZP máxima – EspZP média/Esp Zpmédia x 100 (%)
GC
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
65
3.6 DISMORFISMO OOCITÁRIO (EXPERIMENTO 3)
Um total de 260 oócitos em MII, recuperados durante a coleta, foi
avaliado quanto à presença ou não de AIC, através de microscopia de
convencional luz invertida (Nikon-Japão-referência TE200) equipada com
objetiva Hoffman com aumento de 200 x, câmera e video para arquivo de
imagens (FIG.21). Logo após a desnudação dos oócitos, aqueles que se
apresentaram em estágio de MII foram transferidos para microgotas de 5 µl de
meio HTF tamponado e suplementado com 10% HSA, em placas de Petri de
cultura cobertas com óleo de parafina Ovoil e, previamente, equilibrada para
temperatura de 37ºC e pH de 7.3, fotografados individualmente e avaliados
quanto à presença ou não de AIC.
Figura 21 - Microscópio de luz convencional Nikon
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
66
Os oócitos rotulados com AIC presente foram aqueles que apresentaram,
no mínimo uma das características AIC descritas abaixo:
A- Presença de granulações heterogêneas (granulações escuras no
centro ou em parte isolada do citoplasma) (FIG.22) ou homogêneas
(granulações escuras espalhadas por todo citoplasma) (FIG.23 a e b).
Figura 22 – Oócito em MII com granulações no centro do citoplasma
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
6
7
Figura 23a – Oócito em MII com granulações na lateral do citoplasma
Figura 23b – Oócito MII com granulações em todo o citoplasma
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
68
B- Presença de pequenos corpos refratários no citoplasma (FIG. 24 a e b).
Figura 24
a,b – Oócito em MII com presença de corpos refratários no citoplasma
A
B
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
69
C- Presença de agregados de RE (pequenos círculos claros dentro
citoplasma) (FIG. 25).
Figura 25 – Oócito em MII com presença de agregados de retículo
endoplasmático
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
70
D- Presença de vacúolos no citoplasma (FIG.26 a,b).
Figura 26 a,b – Oócito com vacúolos no citoplasma
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
71
Os 260 oócitos em MII com AIC presente ou não foram avaliados
quanto ao FM (presença ou ausência), e quanto as características da ZP (BF-ZP
positiva ou negativa, esp-ZP), conforme descrito anteriromente.
3.7 FERTILIZAÇÃO OOCITÁRIA (EXPERIMENTO 4)
Um total de 216 oócitos em MII recuperados durante a coleta foi
avaliado quanto a presença ou não de fertilização. Logo após a ICSI, os oócitos
foram transferidos para o sistema de cultura por microgota e cultivado
individualmente por dois dias em microgotas de 20 µl de meio P1 suplementado
com 10% HSA em atmosfera de 5.8% de CO2 e temperatura de 37ºC. No
período de 19 a 25 horas após a ICSI, a avaliação da fertilização foi realizada
através de microscopia de luz invertida equipada com objetiva Hoffman com
aumento de 200 x. Os oócitos foram classificados quanto a fertilização, tendo
por base a presença de PN no citoplasma. Aqueles que apresentavam 2PN foram
caracterizados como fertilização normal presente (FIG.27). Enquanto que os
oócitos que não apresentaram 2PN no citoplasma foram considerados não
fertilizados.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
72
Figura 27 – Oócito em estágio MII com fertilização normal presente (presença
de 2PN no citoplasma).
Os 216 oócitos em MII, fertilizados ou não, foram avaliados quanto ao
FM (presença ou ausência), e quanto às características da ZP (BF-ZP positiva ou
negativa, esp- ZP), conforme descrito anteriromente.
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os testes estatísticos de Qui-quadrado, exato de Fisher, Mann-Whitney,
Kruskal-Wallis e os coeficientes de correlação “phi”, o de contingência de
Pearson e o de V de Cramér foram empregados quando indicados, utilizando-se
os programas: Instat 3 para Macintosh (La Jolla, USA) e/ou StatsDirect
(Cheshire, UK).
2
p
ronúcleos
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
73
4- RESULTADOS
4.1 MATURAÇÃO NUCLEAR
Um total de 38 pacientes coletou 83 oócitos em estágio de VG. As
características gerais deste grupo de pacientes estão dispostas na Tabela 2. Do
total de 83 oócitos que iniciaram a maturação “in vitro”, 58 oócitos atingiram a
MN (estágio MII), ou seja, 69.9% dos oócitos.
Tabela 2 - Características gerais da população que participou do experimento de
maturação nuclear.
Características
Pacientes (n) 38
Idade ( média ± dp) 34.34 ± 4.04
Etiologia:
-Fator masculino
-ESCA
-Endometriose
-Tubo-peritoneal
-Multi causas
36.8%
13%
21.3%
10.5%
18.4%
Nº de oócitos coletados 614
Nº de oócitos MII 414
Nº de oócitos VG 83
4.1.1 Maturação nuclear versus fuso meiótico
Dos 58 oócitos que atingiram a MN, o FM foi visualizado em 30 oócitos
(51.7%), sendo que nos 28 oócitos restantes o FM não foi visualizado em
qualquer região do citoplasma.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
74
4.1.2 Maturação nuclear versus características da zona pelúcida
a- Birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP ).
Dos 83 oócitos coletados em VG, (88%) apresentaram BF-ZP positiva.
Dos 58 oócitos em VG que alcançaram a maturação “in vitro”, 48 (82.7%)
apresentaram BF-ZP positiva, enquanto que apenas 10 (17.3%) apresentaram BF-
ZP negativa. Ao atingirem o estágio de MI, a BF-ZP apresentou-se positiva em
75.8% dos oócitos, enquanto que 24.2% apresentaram BF-ZP negativa.
Entretanto, no momento em que os oócitos atingiram a MN, isto é, estágio de M
II, 82.7% deles apresentaram BF-ZP positiva e 17.3% BF-ZP negativa. A
correlação entre esses dois parâmetros: MN e a BF-ZP, não foi estatisticamente
significante (p=0.55). Além disso, observou-se que o coeficiente de contigência
de Pearson (0.081) e o V de Cramér (0.081 ) foram muito baixos (Tabela 3).
Tabela 3 - Correlação da maturação nuclear (VG, MI, MII) com a birrefringência
da zona pelúcida (BF-ZP)
BF-ZP
Positiva
BF-ZP
Negativa
VG 48 10
M I 44 14
M II 48 10
Qui-quadrado = 1.17 p=0.55
Coeficiente de contingência de Pearson = 0.081
V de Cramér = 0.081
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
75
b- Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP ).
A média da esp-ZP dos oócitos não demonstrou alteração significante
(p=0.94) durante a maturação “in vitro”(Tabela 4).
Tabela 4 – Espessura total da zona pelúcida em oócitos no estágio de vesícula
germinativa (VG), metáfase I (MI) e metáfase II (MII), durante a
maturação nuclear.
Espessura da ZP
(µm)
VG
20.22 ± 2.56
MI
20.28 ± 2.86
MII
20.12 ± 2.68
Teste de Kruskal-Wallis = 0.94
4.2 MATURAÇÃO CITOPLASMÁTICA
A MC foi estudada em 16 pacientes do total de 38 que coletaram óvulos
para o experimento de MN. Na Tabela 5, são relatadas as características gerais
dessa população . Um total de 78 oócitos foram fixados para a avaliação da MC.
Entretano, apenas 29 (37.1 %) obtiveram sucesso nesta avaliação. Os 49 óocitos
restantes não participaram dos resultados por problemas técnicos: ruptura do
citoplasma no momento da remoção da ZP ou da fixação do oócito, ou pela
ausência de coloração padrão. Dos 29 oócitos avaliados, 16 (55%) atingiram a
MC completa.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
76
Tabela 5 - Características gerais da população que participou do experimento de
maturação citoplasmática.
Características
Pacientes (n) 16
Idade ( média ± dp) 34.5 ± 4.03
Etiologia:
-Masculino
-ESCA
-Endometriose
-Tubo-peritoneal
-Multi causas
50%
12.5%
6.3%
12.5%
18.7%
Nº de oócitos coletados 211
Nº de oócitos em MII 143
Nº de oócitos que atingiram MN, fixados e estudados 29
4.2.1 . Maturação citoplasmática versus fuso meiótico
De um total de 29 oócitos avaliados, 31% (n=9) demonstraram presença
de MC e de FM, enquanto que 17.2% (n=5) apresentaram FM, porém, ausência
de MC. Por outro lado, 27.6% dos oócitos avaliados (n=8) demonstraram a
ausência de MC e do FM, enquanto que 24.2% (n=7) apresentaram ausência de
FM, porém, presença de MC. Uma correlação baixa entre MC e o FM foi obtida
(coeficiente de “phi”= 0.17 )(Tabela 6).
Tabela 6 - Correlação da maturação citoplasmática (MC) com a presença ou
ausência do fuso meiótico (FM)
FM
Presente
FM
Ausente
MC
Presente
9 7
MC
Ausente
5 8
Teste exato de Fisher p=0.46
Coeficiente de correlação “phi”= 0.17
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
7
7
4.2.2 Maturação citoplasmática versus características da zona pelúcida
a- Birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP ).
Um total de 29 oócitos foram avaliados quanto a MC e BF-ZP. A MC
esteve presente em 16 óocitos, sendo que 68.7% destes apresentaram BF-ZP
positiva. Enquanto que dos 13 oócitos que apresentaram ausência de MC, 46.1%
destes a BF-ZP estava positiva. Por outro lado, dos 16 oócitos com MC presente,
31.3% dos oócitos apresentaram BF-ZP negativa, enquanto que dos 13 com
ausência de MC, 53.9% apresentaram BF-ZP negativa. A Tabela 7 mostra uma
baixa correlação da MC com BF-ZP, coeficiente “phi” = 0.22.
Tabela 7 - Correlação da maturação citoplasmática (MC) com a birrefringência
da zona pelúcida (BF-ZP)
BF-ZP
Positiva
BF-ZP
Negativa
MC
Presente
11 5
MC
Ausente
6 7
Teste exato de Fisher p=0.27
Coeficiente de correlação “phi”= 0.22
b- Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP ).
Não houve diferença significativa (p=0.71) na Esp-ZP dos oócitos que
obtiveram MC presente comparados com aqueles com MC ausente (Tabela 8).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
78
c- Variação da espessura da zona pelúcida (VZP ).
Não houve diferença significantiva (p=0.67) entre a VZP dos oócitos
com MC presente comparados com aqueles com MC ausente (Tabela 8)
Tabela 8 - Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP) e variação da espessura da
zona pelúcida (VZP) em oócitos com presença e ausência de
maturação citoplasmática (MC)
Esp-ZP
(µm)
VZP
(%)
MC
Presente
19.8 ± 3.47 14.5 ± 8.8
MC
Ausente
18.8 ± 1.56 15.5 ± 8.0
Teste de Mann-Whitney
Esp-ZP, p= 0.71; VZP, p=0.67
4.3 DISMORFISMO OOCITÁRIO
Um total de 35 pacientes coletou 280 oócitos em estágio de MII. As
características gerais deste grupo de pacientes estão dispostas na Tabela 9.
Tabela 9 - Características gerais da população que participou do experimento de
dismorfismo oocitário.
Características
Pacientes (n) 35
Idade ( média ± dp) 33.55 ± 4.49
Etiologia:
-Fator masculino
-ESCA
-Endometriose
-Tubo-peritonial
-Multi causas
54%
8.5%
8.5%
17%
12%
Nº de oócitos coletados 534
Nº de oócitos MII 400
Nº de oócitos MII estudados 280
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
79
4.3.1 Dismorfismo versus fuso meiótico
Um total de 85 oócitos foi estudado quanto aos parâmetos AIC e FM.
Destes, 36.5% dos oócitos (n=31) mostraram presença de AIC e presença do FM;
enquanto que 23.5% (n=20) apresentaram o FM, porém, ausência de AIC. Por
outro lado, uma pequena parte do oócitos n=10 (11.8%) apresentou ausência de
AIC e do FM, sendo que 28.2% dos oócitos apresentaram ausência de FM e
presença de AIC. A correlação entre o AIC e o FM foi baixa (coeficiente de
“phi”= 0.10). (Tabela 10 ).
Tabela 10 - Correlação das anomalias intracitoplasmáticas (AIC) com a presença
ou ausência do fuso meiótico (FM)
FM
Presente
FM
Ausente
AIC
Presente
31 24
AIC
Ausente
20 10
Teste exato de Fisher p=0.48
Coeficiente de correlação “phi”= 0.10
4.3.2 Dismorfismo versus características da zona pelúcida
a- Birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP ).
Um total de 280 oócitos foi estudado quanto os parâmetros AIC e BF-
ZP. A AIC estava presente em 158 oócitos (56.4%). Destes, 34.2% (n=54)
apresentaram BF-ZP positiva, sendo a maioria deles (65.8%) com BF-ZP
negativa. Por outro lado, de um total de 122 oócitos que não demonstram
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
80
nemhuma AIC, 42.6% (n=52) apresentaram BF-ZP positiva enquanto que os 70
oócitos restantes (57.4%) apresentaram BF- ZP negativa.
A Tabela 11 mostra uma fraca correlação (coeficiente de “phi”= 0.086)
entre AIC e BF-ZP.
Tabela 11 - Correlação das anomalias intracitoplasmáticas (AIC) com a
birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP)
BF-ZP
Positiva
BF-ZP
Negativa
AIC
Presente
54 104
AIC
Ausente
52 70
Qui quadrado p=0.14
Coeficiente de correlação “phi”= 0.086
b - Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP ).
A esp-ZP não variou com presença ou não de AIC (Tabela 12).
Tabela 12 - Espessura total da zona pelúcida (esp-ZP) em oócitos com presença
ou ausência de anomalias intracitoplasmáticas (AIC)
Esp-ZP
(µm)
AIC
Presente
19.7 ± 2.89
AIC
Ausente
19.0 ± 2.27
Teste de Mann-Whitney = 0.21
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
81
4.4 FERTILIZAÇÃO
As características gerais do grupo de 35 pacientes em que a fertilização
foi avaliada estão dispostas na Tabela 13.
Tabela 13 - Características gerais da população em que a fertilização foi
avaliada.
Características
Pacientes (n) 35
Idade ( média ± dp) 33.55 ± 4.49
Etiologia:
-Fator masculino
-ESCA
-Endometriose
-Tubo-peritonial
-Multi causas
54%
8.5%
8.5%
17%
12%
Nº de oócitos coletados 534
Nº de oócitos MII 400
Nº de oócitos MII estudados 216
4.4.1 Fertilização versus fuso meiótico
Um total de 216 oócitos foi avaliado quanto as variáveis fertilização e
FM. A fertilização ocorreu em 68% (n=147) dos oócitos. Do total avaliado,
54.2% apresentaram fertilização e FM presente, enquanto que 24% apresentaram
ausência de fertilização e presença de FM. Por outro lado, 7.8% apresentaram
ausência de fertilização e FM, enquanto que 13.8% apresentaram ausência FM e
fertilização presente. A correlação entre a fertilização e o FM foi muito baixa:
coeficiente “phi”=0.047 (Tabela 14).
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
82
Tabela 14 - Correlação da fertilização com a presença ou ausência do fuso
meiótico (FM)
FM
Presente
FM
Ausente
FERTILIZAÇÃO
Presente
117 30
FERTILIZAÇÃO
Ausente
52 17
Teste exato de Fisher p=0.48
Coeficiente de correlação “phi”= 0.047
4.4.2 Fertilização versus características da zona pelúcida
a- Birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP ).
Um total de 216 oócitos foram avaliados quanto os parâmetros
fertilização e BF-ZP. Um total de 46 (31.3%) oócitos apresentou BF-ZP positiva
entre os 147 oócitos fertilizados, sendo que em 101 (68.7%) a BF-ZP estava
negativa. Entre os oócitos não fertilizados (n=69), em 62% deles a BF-ZP foi
negativa. A BF-ZP estava positiva em apenas 26 oócitos (37.7%), A correlação
entre a fertilização dos oócitos e a presença ou não da BF-ZP foi baixa
(coeficiente “phi” = 0.063)(Tabela 15 ).
Tabela 15 - Correlação da fertilização com birrefringência da zona pelúcida (BF-ZP)
BF-ZP
Positiva
BF-ZP
Negativa
FERTILIZAÇÃO
Presente
46 101
FERTILIZAÇÃO
Ausente
26 43
Teste exato de Fisher p=0.35
Coeficiente de correlação “phi”= 0.063
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
83
B - Espessura total da zona pelúcida (Esp-ZP).
A esp-ZP foi estatisticamente semelhante com presença ou não de
fertilização (Tabela 16).
Tabela 16 - Espessura da zona pelúcida (esp-ZP) em oócitos com presença ou
ausência de fertilização
Esp-ZP
(µm)
FERTILIZAÇÃO
Presente
19.8 ± 3.23
FERTILIZAÇÃO
Ausente
20.2 ± 3.03
Teste de Mann-Whitney = 0.49
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
84
5- DISCUSSÃO
Nos últimos anos, foram descritos dois parâmetros não invasivos de
qualidade oocitária: a birrefringência da ZP e a visualização do FM. Entretanto,
ainda são poucos os trabalhos que analisam suas vantagens e desvantagens,
especialmente, suas correlações com parâmetros clássicos de avaliação oocitária
(maturação, dismorfismo e a fertilização). A incorporação dessas novas
tecnologias em um programa de ICSI produz mudanças importantes nos
procedimentos rotineiros de manuseio dos oócitos, situação que pode provocar
repercussões positivas ou negativas, mas que precisam ser identificadas. Além
disso, essas tecnologias de avaliação oocitária são caras, quando comparadas com
as tradicionais, que dependem apenas do sistema de microscopia já existente em
serviços que habitualmente empregam a técnica de ICSI. Dessa forma, deve ser
sempre analisada a relação custo/benefício de uma nova tecnologia.
A ZP é uma camada glicoprotéica, que é coordenadamente secretada
pelo oócito, durante a foliculogênese como foi demonstrado em
camundongos
56,57.
Contudo, a célula da granulosa do folículo ovariano da mulher
também contribui na produção das proteínas da ZP durante o processo de
foliculogênese
59,60,98
. Com relação ao nível molecular, a ZP consiste de uma
estrutura paracristalina e tridimensional composta de filamentos heterodiméricos
de proteínas chamadas de ZP1, ZP2, ZP3 e ZP4. Do ponto de vista teórico, a
idéia de uma correlação entre a ZP e a qualidade oocitária estaria intimamente
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
85
ligada a uma perfeita conexão funcional entre as células da granulosa e o oócito
mediada pela ZP. Ao contrário, poderia indicar uma situação de subfertilidade,
quando uma reduzida expressão das proteínas da ZP estivesse presente, fato que
poderia provocar uma insuficiência no processo de maturação oocitária durante a
foliculogênese, por interferir nas comunicações bioquímicas entre as células da
granulosa e o ooplasma
9
. Gook et al.
98
, acreditam que as proteínas da ZP
aumentam no citoplasma das células da granulosa e do oócito durante o progredir
do desenvolvimento folicular. Além disso, a presença das proteínas da ZP em
folículos primordiais também foi detectada, confirmando a hipótese de sua
origem com o processo de oogênese.
Shen et al.
9
observaram em estudo retrospectivo que a magnitude da
retardância e da espessura da camada interna da ZP foi maior nos oócitos que
resultaram em ciclos com gestação do que naqueles que ocasionaram ciclos sem
concepção. Na mesma linha de pensamento, Montag et al.
12
observou em um
estudo prospectivo, analisando pacientes submetidas a um programa de ICSI, que
a alta (positiva) birrefringência da ZP estava significativamente ligada a uma
maior taxa de implantação embrionária, gravidez e de nascidos vivos por ciclo.
Ao contrário, Çiray et al.
99
, não observou diferença significativa entre a média
da retardância da camada interna da ZP em embriões com boa ou pobre
qualidade morfológica (2.2 ± 0.9 nm; 2.3 ± 0.6, respectivamente).
A causa biológica da variação (alta/positiva ou baixa/negativa) da
birrefringência da ZP ainda é uma questão não esclarecida. A alta/positiva
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
86
birrefringência da camada interna da ZP poderia estar ligada a uma ótima
formação dessa estrutura protéica, e consequentemente, de uma maturação
oocitária perfeita (nuclear + citoplasmática). Além disso, especulou-se, também,
que a integridade da estrutura da ZP poderia refletir, especificamente, uma MC
ideal
12
.
Em vista destes fatos, procurou-se através de uma modelo de estudo com
oócitos madurados “in vitro”, identificar qual a correlação entre a magnitude da
birrefringência da ZP (escore positivo ou negativo) e o processo de maturação
oocitário (nuclear e citoplasmática). Contudo, o material usado tem suas
limitações: em primeiro lugar, porque é difícil a obtenção de óvulos em VG - os
esquemas de estimulação ovariana procuram sempre induzir a produção de
óvulos em metáfase II (a taxa de óvulos colhidos em VG no nosso serviço é de
7%); em segundo lugar, em algumas pacientes o número total de óvulos
coletados é reduzido e, tal fato, inviabilizaria seu uso para pesquisa, desde que os
óvulos maturados “in vitro” são fixados para a visualização das granulações
citoplasmáticas; em terceiro lugar, os óvulos coletados por estimulação ovariana
e maturados “in vitro” até o estágio de metáfase II poderiam não apresentar
características citoplasmática idênticas aos obtidos em metáfase II logo a após a
coleta (maturados “in vivo”).
No presente trabalho, um total de aproximadamente 70% dos óvulos em
VG atingiram o estágio de metáfase II com o uso de um meio de cultura simples,
sem suplementação de gonadotrofinas ou esteróides. Em revisão sobre maturação
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
8
7
oocitária, Trounson et al.
100
relataram resultados variáveis (taxas de MNde 38%
a 84%) obtidos na maturação “in vitro” de oócitos no estágio de VG, porém,
provenientes de ciclos estimulados. Esses oócitos maturados “in vitro” possuem
menor taxa de fertilização, mas similar qualidade embrionária quando
comparados com oócitos obtidos em metáfase II maturados “in vivo”
101
.
Por outro lado, a birrefringência da ZP (positiva ou negativa) não se
alterou com o evoluir da MN (VG até metáfase II); além disso, a correlação entre
essas duas variáveis foi muito baixa (Tabela 3). Dessa forma, não se confirmou, a
hipótese de uma possível correlação entre a presença de MC e uma positiva (alta)
birrefringência da ZP (Tabela 7), pelo menos, no que diz respeito a oócitos
maturados “in vitro”. Futuramente, caso se comprove que a birrefringência
positiva da ZP é realmente um fator de seleção da saúde oocitária, e,
consequentemente, embrionária, a hipótese da associação com a MN oocitária
poderia não ser uma explicação biológicamente plausível.
A espessura da ZP também tem sido considerada uma variável ligada ao
prognóstico da saúde ovular e embrionária. Assim sendo, existem evidências, na
literatura, desta associação, como a observação da diminuição das taxas de
implantação embrionária quando se constatava um aumento da espessura da ZP
102
. Entretanto, a variação da espessura da ZP foi o parâmetro que se
correlacionou melhor com o sucesso em FIV
97,103,95,104
. Dessa forma, variações
20% na espessura da ZP em embriões no 3º dia de desenvolvimento estariam
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
88
associadas com taxas de gestação de 50% contra 17.1% nos casos com variações
da espessura da ZP < 20%
104
.
Por outro lado, existem evidências de que a espessura total da ZP (TZP)
pode não ser alterada após a fertilização mas uma ZP 22 µm poderia influenciar
negativamente nos índices de fertilização
105,94,93
. Na mesma linha de
pensamento,
11
usando imagens obtidas por um microscópio equipado com um
“PolScope”, observaram uma maior possibilidade (p<0.05) de progressão para
blastocisto (53.1% versus 21.9%), quando a camada interna da ZP do óvulo
(antes do ICSI), possuía de 10-12 mm versus uma medida < 8mm. Contudo, as
camadas externa e média da ZP do oócito não apresentaram valor prognóstico
significativo.
No presente trabalho, a espessura total da ZP não se modificou durante a
MN oocitária de VG até MII (Tabela 4). Além disso, a espessura total (esp-ZP) e
a variação da espessura da ZP (VZP) não foram significativamente diferentes
(p=0.71 e p=0.67, respectivamente) entre os óvulos com MC positiva (esp-ZP =
19,8 ± 3,47 µm; VZP = 14.5 ± 8.8%) ou negativa (esp-ZP = 18,8 ± 1,56 µm;
VZP = 15,5 ± 8%) (Tabela 8). Esses dados sugerem que a esp-ZP parece ser
estável em cultura pelo menos até a comprovação do processo de fertilização. A
VZP não se modificou pelo menos com relação à MC.
O dismorfismo oocitário relacionado com as chamadas alterações AIC
(presença vacúolos, grânulos e corpos refratários), especialmente quando se
repete em ciclos subsequentes é considerado um marcador de insucesso da futura
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
89
ocorrência de uma gravidez
31
. Desde que tem sido relatada uma associação
significante entre positiva (alta) birrefringência da ZP com o potencial de
implantação embrionário em ciclos de ICSI
12
, seria interessante conhecer o grau
de correlação entre esses dois parâmetros. Na Tabela 11, os dados demonstraram
uma correlação fraca entre essas duas variáveis (birrefringência versus
dismorfismo). Assim sendo, essa informação é difícil de ser interpretada porque
as alterações de dismorfismo oocitário comumente são atribuidas a uma
assincronia no processo de maturação oocitário
24
, raciocínio semelhante ao
empregado para explicar do ponto de vista biológico a ocorrência da negativa
(baixa) birrefringênca oocitária
12
. Por outro lado, a análise da espessura total da
ZP não variou entre os oócitos com presença ou não de AIC (Tabela 12).
A fertilização oocitária é um parâmetro indireto de qualidade do oócito,
pois o processo está, também, ligado as características dos espermatozóides que
permitiriam sua penetração no oócito e a participação nos eventos bioquímicos e
fisiológicos, tais como: o reconhecimento específico, adesão e fusão dos
gametas. Entretanto, neste trabalho, todos os óvulos foram submetidos à técnica
de ICSI, ficando comprovada, dentro de certos limites, a eficiência da ativação
oocitária pelo reinício da meiose, descondensação do núcleo do espermatozóide,
formação dos PN masculino e feminino
84,106
. Teoricamente, tais processos
deveriam estar ligados a uma correta MC. Acreditando-se na hipótese de que a
ausência de MC estivesse ligada à baixa birrefringência da ZP
12
, não seria errado
pensar na possibilidade de uma correlação entre essas dois parâmetros
(fertilização e BF-ZP). Entretanto, os dados (Tabela 15) evidenciaram uma
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
90
correlação fraca (“phi” = 0.063) entre fertilização e birrefringência da ZP. A
espessura da ZP também não foi significativamente diferente entre os oócitos
fertilizados ou não (Tabela 16).
A presença de FM tem sido associada com taxas elevadas de
fertilização
49,92,11,13
. Em alguns casos com embriões de alta qualidade
88,11,13
.
Petersen et al.
107
mostraram em um estudo de meta-análise uma maior taxa de
fertilização (75.6% versus 61.5%, respectivamente; p<0.0001; OR:1.79, 95%
IC=1.57–2.05) quando o FM foi visualizado (4684 oócitos) versus a ausência da
sua observação (1264 oócitos). Nesse trabalho, apesar da identificação do
fenômeno de heterogeneidade, o cálculo realizado através do efeito ‘random’
confirmou uma maior taxa de fertilização quando o FM era visualizado
(p<0.0001; OR: 2.52, 95% IC=1.65-3.81). Por outro lado, os dados do presente
trabalho identificaram a presença de FM em 51.7% dos oócitos em metáfase II
após MN “in vitro” (VG até metáfase II). Entretanto, essa taxa é inferior aos
valores de 92.7% e 91% relatados por
5,6
, quando observaram oócitos em
metáfase II, logo após a coleta, e com manobras de rotação no oócito, para
facilitar a visualização do FM. Da mesma forma, continuam inferior as taxas
descritas por Cohen et al.
8
, Rama Raju et al.
11
e Braga et al.
13
, que obtiveram
valores menores de visualização (76%, 78% e 74.3%, respectivamente) mesmo
com a aplicação da mesma manobra de rotação. Na Tabela 6, observou-se que foi
idêntica (p=0.46) a frequência da presença ou não de FM na população de
oócitos com evidência ou não de MC. Entretanto o número de oócitos estudados
foi baixo; tal fato, poderia dificultar uma conclusão definitiva (número de oócitos
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
91
ideal, n=250, poder 80%, alfa=0.05). No momento, a taxa de identificação de FM
em oócitos com MC foi de 56.2% versus 38.4% de FM em oócitos sem MC.
Por outro lado, seria interessante assinalar que não conseguimos identificar na
literatura dados específicos sobre essa associação. A taxa geral de visualização
do FM nos oócitos com ou sem MC foi de 48%. Na Tabela 12, foram analisados
os oócitos em metafáse II quanto à frequência da presença ou não de FM versus o
dismorfismo oocitária. A taxa geral de visualização do FM foi de 60% e não
houve correlação entre FM e dismorfismo. Por outro lado, também não houve
correlação significativa (Tabela 14) entre a fertilização (presente ou ausente) e o
FM (visualizado ou não) mas nesse grupo específico (rotineira avaliação dos
óvulos antes da ICSI) a taxa geral de visualização do FM foi de 78.2%,
semelhante a descrita acima pelos diferentes autores.
Finalmente, os resultados do presente trabalho demonstraram uma
correlação fraca entre os parâmetro tradicionais de avaliação oocitária
(maturação, dismorfismo e fertilização) com as características do FM e da ZP.
Entretanto, a literatura sinaliza isoladamente para uma associação da qualidade
oocitária e subsequente desenvolvimento embrionário com o dismorfismo, a
birrefringência da ZP, a variação do tamanho da ZP e a visualização do FM.
Dessa forma, esses parâmetros poderiam identificar alterações em pontos
diferentes da fisiologia oocitária, fato que explicaria a ausência de correlação,
mas não excluiria o valor de suas informações.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
92
Nesse momento, a criação de um escore de qualidade oocitária usando
essas variáveis seria uma medida prudente.Em vista dos fatos relatados,
sugerimos a criação de um escore seleção oocitária (ESO) com os parâmetros:
dismorfismo oocitário, birrefringência da ZP, visualização do FM e variação da
espessura da ZP 20% (pontuação=1 quando o parâmetro analisado indicasse
sua marca de saúde oocitária; pontuação=0 quando estivesse ausente; pontuação
máxima do ESO = 4 pontos).
O ESO seria calculado antes da aplicação da técnica de ICSI, e,
posteriormente, correlacionado com as características morfológicas embrionárias
e as principais variáveis (taxas de implantação, gravidez, etc.) de controle do
sucesso em Reprodução Assistida. Na literatura, não há escore envolvendo
conjuntamente esses parâmetros de identificação da qualidade oocitária.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
93
6- CONCLUSÕES
- A birrefringência e a espessura da zona pelúcida não variaram com o
progredir da MN “in vitro”.
- A visualização do fuso meiótico, a presença de positiva birrefringência
e a espessura (total e variação) da zona pelúcida não se modificaram
com a MC presente ou não (baseada em dados preliminares)
- A visualização do fuso meiótico, a presença de positiva birrefringência
e a espessura da zona pelúcida não se alteraram com o dismorfismo
intracitoplasmático presente ou não.
- A visualização do fuso meiótico, a presença de positiva birrefringência
e espessura da zona pelúcida não variaram com a fertilização oocitária
presente ou não.
- Uma fraca correlação foi observada entre os parâmetros morfológicos
tradicionais de avaliação oocitária (maturação, dismorfismo e
fertilização) com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida.
- Desde que esses parâmetros podem ser responsáveis por identificar
pontos biológicos diferentes do potencial de qualidade oocitária seria
mais aconselhado sua utilização de forma conjunta através de um
escore de qualidade oocitária.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
94
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Oldenbourg R. A new view on polarization microscopy. Nature.
1996;381:811–2
2. Keefe D, Tran P, Pellegrini C, Oldenbourg R. Polarized light microscopy
and digital image processing identify a multilaminar structure of the
hamster zona pellucida. Hum Reprod. 1997;12:1250–52.
3. Silva CS, Kapura K, Odenberg R, Keefe DL. The first polar body does
not predict accurately the location of the metaphase II meiotic spindle in
mammalian oocytes. Fertil Steril. 1999;71:719–21.
4. Wang W, Meng L, Hackett RJ, Odenbourg R, Keefe DL. The spindle
observation and its relationship with fertilization after intracytoplasmic
sperm injection in living human oocytes. Fertil Steril. 2001; 75: 348.
5. Cooke S, Tyler JPP, Driscoll GL. Meiotic spindle location and
identification and its effect on embryonic cleavage plane and early
development. Hum Reprod. 2003;18:2397–405.
6. Rienzi L, Ubaldi F, Martinez F, Iacobelli M, Minasi MG, Ferrero S, et al.
Relationship between meiotic spindle location with regard to the polar
body position and oocyte developmental potential after ICSI. Hum
Reprod. 2003;18:1289–93.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
95
7. Rienzi L, Ubaldi F, Iacobelli M, Minasi MG, Romano S, Grego E.
Meiotic spindle visualization in living human oocytes. Reprod BioMed
Online. 2005;10:192-98.
8. Cohen Y, Malcov M, Schwartz T, Mey-Raz N, Carmon A, Cohen T, et al.
Spindle imaging: a new marker for optimal timing of ICSI. Hum Reprod.
2004;19:649–54.
9. Shen Y, Stalf T, Mehnert C, Eichenlaub-Ritter U, Tinneberg HR. High
magnitude of light retardation by the zona pellucida is associated with
conception cycles Hum Reprod. 2005;20:1596-606.
10. Madashi C, Bonetti CS, Braga DPAF, Pasqualotto FF, Iaconelli A, Borges
E. Spindle imaging: a maker for embryo development and implantation.
Fertil Steril. 2008; 90:194-198.
11. Rama Raju GA, Prakash GJ, Krishna KM, Madan K. Meiotic spindle and
zona pellucida characteristics as predictors of embryonic development: a
preliminary study using polscope imaging. Reprod BioMed Online.
2007;14:166–74.
12. Montag M. Oocyte zona birefringence intensity is associated with
embryonic implantation potential in ICSI cycles. Reprod BioMed Online.
2008;16:239-44
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
96
13. Braga DPAF, Figueira RCS, Rodrigues D, Madaschi C, Pasqualotto FF,
Iaconelli A, et al. Prognostic value of meiotic spindle imaging on
fertilization rate and embryo development in in vitro-matured huma
oocytes. Fertil Steril. 2008;90:429-33
14. Zollner U, Zollner KP, Hartl G, Dietl J, Steck T. The use of a detailed
zygote score after IVF/ICSI to obtain good quality blastocysts: the
German experience. Hum Reprod. 2002; 17: 1327–33.
15. Ebner T, Moser M, Sommergruber M, Tews G. Selection based on
morphological assessment of oocytes and embryos at different stages of
preimplantation development: a review. Hum Reprod Update. 2003;
9:251–62.
16. Eichenlaub Ritter U, Schmiady H, Kentenich H, Soewarto D. Recurrent
failure in polar body formation and premature chromosome condensation
in oocytes from a patient: indicators of asynchrony in nuclear and
cytoplasmic maturation. Hum Reprod. 1995;10:2343–9.
17. Van Blerkom J, Henry G. Oocyte dismorphism and aneuploidy in
meiotically mature human oocytes after ovarian stimulation. Hum Reprod.
1992;7:379-90.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
9
7
18. Xia P. Intracytoplasmic sperm injection: correlation of oocyte grade base
on polar body, perivitteline space and cytoplasmic inclusions with
fertilization rate and embryo quality. Hum Reprod. 1997;12:1750-5.
19. Balaban B, Urman B. Effect of oocyte morphology on embryo
development and implantation. Reprod BioMed Online. 2006;12:608-15.
20. Balaban B, Urman B, Sertac A, Alatas C, Aksoy S, Mercan R, et al.
Oocyte morphology does not affect fertilization rate, embryo quality and
implantation rate after intracytoplasmic sperm injection. Hum Reprod.
1998;13:3431-3.
21. Coticchio G, Sereni E, Serrao L, Mazzone S, Iadarola I, Borini A. What
criteria for the definition of oocyte quality? Ann N Y Acad Sci.
2004;1034:132-44.
22. Borini A, Lagalla C, Cattoli M, Cattoli M, Sereni E, Sciajno R, et al.
Predictive factors for embryo implantation potential. Reprod BioMed
Online. 2005;15:653–68.
23. Chamayou S, Alecci C, Ragolia C, Storaci G, Maglia E, Russo E, et al.
Meiotic spindle presence and oocyte morphology do not predict clinical
ICSI outcomes: a study of 967 transferred embryos Reprod BioMed
Online. 2006;13:661–6.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
98
24. Ebner T, Moser M, Tews G. Is oocyte morphology prognostic of embryo
potential after ICSI? Reprod BioMed Online. 2006;12:517–12.
25. Kahraman S, Yakin K, Domez E, Samli H, Bahçe M, Cengiz G, et al.
Relationship between cytoplasm of oocytes and pregnancy outcome
following intracytoplasmic sperm injection. Hum Reprod. 2000;15:
2390-3.
26. Khalili M, Mojibian M, Sultan A. Role of oocyte morphology on
fertilization and embryo formation in assisted reproductive techniques.
Midle East Fertil Soc J. 2005;10: 72-7.
27. Ebner T, Moser M, Sommergruber M, Gaiswinkler U, Shebl O, Jesacher
K, et al. Occurrence and developmental consequences of vacuoles
throughout preimplantation development. Fertil Steril. 2005;83:1635-40.
28. De Sutter P, Dozortsev D, Qian C, Dhont M. Oocyte morphology does not
correlate with fertilization rate and embryo quality after intracytoplasmic
sperm injection. Hum Reprod. 1996;11:595-7.
29. Alikani M, Palermo G, Adler A, Bertoli M, Black M, Cohen J.
Intracytoplasmic sperm injection in dysmorphic oocytes. Zygote.
1995;3:283-8.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
99
30. Van Blerkom J. Occurrence and developmental consequences of aberrant
cellular organization in meiotically mature human oocytes after exogenous
ovarian hyperstimulation. Microsc ResTech. 1990;16:324-46.
31. Otsuki J, Okada A, Morimoto K, Nagai Y, Kubo H. The relationship
between pregnancy outcome endoplasmic reticulum clusters in MII human
oocytes. Hum Reprod. 2004; 19:1591-7.
32. Meriano JS, Alexis J, Visram-Zaver S, Cruz M, Casper RF. Tracking of
oocyte dysmorphisms for ICSI patients may prove relevant to the outcome
in subsequent patient cycles. Hum Reprod. 2001;16:2118-23.
33. Van Blerkom J, Davis PW, Lee J. ATP content of human oocytes and
developmental potential and outcome after in-vitro fertilization and
embryo transfer. Hum Reprod. 1995;10:415-24.
34. Van Blerkom J. The influence of intrinsic and extrinsic factors on the
developmental potential and chromossomal normality of the human
oocyte. J Soc Gynecol. 1996;3:3-11.
35. Payne D, Flaherty SP, Jeffrey R, Warnes GM, Matheus CD. Successful
treatment of severe male factor infertility in 100 consecutives cycles using
intracytoplasmic sperm injection. Hum Reprod. 1994;9:2051-7.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
100
36. Flaherty SP, Payne D, Swann NJ, Mattews CD. Aetiology of failed and
abnormal fertilization after intracytoplasmic sperm injection. Hum
Reprod. 1995;10:2623-9.
37. Mahutte NG, Arici A. Failed fertilization: is it predictable? Curr Opin
Obstet Gynecol. 2003;15:211-8.
38. Pickering SJ, Johnson MH, Brude PR, Houliston E. Cytoskeletal
organization in fresh aged and spontaneously activated human oocytes.
Hum Reprod. 1988;3:978–89.
39. Eichenlaub-Ritter U, Shen Y, Tinneberg HR. Manipulation of oocyte:
possible damage to spindle apparatus. Reprod BioMed Online.
2002;5:117-24.
40. Battaglia DE, Goodwin P, Klein NA, Soules MR. Fertilization and early
embryology: Influence of maternal age on meiotic spindle assembly
oocytes from naturally cycling women. Hum Reprod. 1996;11:2217-2.
41. Volarcik K, Sheean L, Goldfarb J, Wood L, Abdul-Karim FW, Hunt H.
The meiotic competence of in-vitro matured human oocyte is influenced
by donar age: evidence that folliculogenesis is compromised in the
reproductively aged ovary. Hum Reprod. 1998;13:154- 60.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
101
42. Pickering SJ, Braude PR, Johnson MH, Cant ARM, Currie JRM.
Transient cooling to room temperature can cause irreversible disruption of
the meiotic spindle in the human oocyte. Fertil Steril. 1990;54:102-8.
43. Aman RR, Parks JE. Effects of cooling and rewarming on the meiotic
spindle and chromosomes of in vitro matured bovine oocytes. Biol
Reprod. 1994;50:103-10.
44. Almedia PA, Bolton VY. The effect of temperature fluctuations on the
cytoskeletal organization and chromosomal constitution of the human
oocyte. Zygote. 1995;3:357–65
45. Wang W, Meng L, Hackett RJ, Odenbourg R, Keefe DL. Rigorous
thermal control during intracytoplasmic sperm injection stabilizes the
meiotic spindle and improves fertilization and pregnancy rates. Fertil
Steril. 2002;77: 1274–6.
46. Sun XF, Wang WH, Keefe DL. Overheating is detrimental to meiotic
spindles within in vitro matured human oocytes. Zygote. 2004;12:65–70.
47. Eichenlaub Ritter U, Chandley AC, Gosden R. Alteration to the
microtubular cytoskeleton and increased disorder of chromosome
alignment in spontaneously ovulated mouse oocyte aged in vitro: an
immunofluorescent study. Chromosoma. 1986;94:337–45.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
102
48. Eichenlaub Ritter U, Stah A, Lucian JM. The microtubular cytoskeleton
and chromosomes of unfertilized human oocytes aged in vitro. Hum
Genet. 1988;80:259–64.
49. Shen Y, Stalf T, Mehnert C, De Santis L, Cino I, Tinnerber HR, et al.
Light retardance by human oocyte spindle is positively related to
pronuclear score after ICSI. Reprod BioMed Online. 2006;12:737–51
50. Baranska W, Konwinski M, Kujawa M. Fine structure of the zona
pellucida of unfertilized egg cells and embryos. J Exp Zool.
1975;192:193–202.
51. Bercegeay S, Jean M, Lucas H, Barriere P. Composition of human zona
pellucida as revealed by SDS–PAGE after silver staining. Mol Reprod
Dev. 1995;41:355–9.
52. Green DP. Three-dimensional structure of the zona pellucida. Rev Reprod.
1997;2:147–56.
53. Prasad SV, Skinner SM, Carino C, Wang N, Cartwright J, Dunbar BS.
Structure and function of the proteins of the mammalian Zona pellucida.
Cells Tissues Organs. 2000;166:148–64.
54. Herrler A, Beier HM. Early embryonic coats: morphology, function,
practical applications. An overview. Cells Tissues Organs. 2000;166:
233–46.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
103
55. Carino C, Prasad S, Skinner S, Dunbar B, Chirinos M, Schwoebel E, et al.
Localization of species conserved zona pellucida antigens in mammalian
ovaries. Reprod BioMed Online. 2002;4:116–26.
56. Epifano O, Liang LF, Familari M, Moos Jr MC, Dean J. Coordinate
expression of the three zona pellucida genes during mouse oogenesis.
Development. 1995;121:1947–56.
57. Soyal SM, Amleh A, Dean J. FIGalpha, a germ cell-specific transcription
factor required for ovarian follicle formation. Development. 2000;
127:4645–54.
58. Sinowatz F, Topfer-Petersen E, Kolle S, Palma G. Functional morphology
of the zona pellucida. Anat Histol Embryol. 2001;30:257–63.
59. Bogner K, Hinsch KD, Nayudu P, Konrad L, Cassara C Hinsch E.
Localization and synthesis of zona pellucida proteins in the marmoset
monkey (Callithrix jacchus) ovary. Mol Hum Reprod. 2004;10:481–8.
60. Gook D, Martic M, Borg J, Edgar DH. Identification of zona pellucida
proteins during human folliculogenesis. Hum Reprod. 2004; 19 Supp
1: 140.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
104
61. Familiari G, Nottola SA, Macchiarelli G, Micara G, Aragona C, Motta
PM. Human zona pellucida during in vitro fertilization: an ultrastructural
study using saponin, ruthenium red, and osmium-thiocarbohydrazide. Mol
Reprod Dev. 1992; 32:51–61.
62. Wassarman P, Chen J, Cohen N, Litscher E, Liu C, Qi H, et al. Structure
and function of the mammalian egg zona pellucida. J Exp Zool. 1999;
285:251–8.
63. Wassarman PM, Jovine L, Litscher ES. Mouse zona pellucida genes and
glycoproteins. Cytogenet Genome Res. 2004; 105:228–34.
64. Oehninger S. Biochemical and functional characterization of the human
zona pellucida. Reprod BioMed Online. 2003;7:641–8.
65. Nikas G, Paraschos T, Psychoyos A, Handyside AH. The zona reaction in
human oocytes as seen with scanning electron microscopy. Hum Reprod.
1994;49:2135–8
66. Moos J, Faundes D, Kopf GS, Schultz RM. Composition of the human
zona pellucida and modifications following fertilization. Hum Reprod.
1995;10:2467–71.
67. Chiu PC, Wong BS, Lee CL, Pang RT , Lee KF, Sumitro SB, et al. Native
human zona pellucida glycoproteins:purification and binding properties.
Hum Reprod. 2008;6:1385-93.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
105
68. Wassarman PM. Zona pellucida glycoproteins. Annu Rev Biochem.
1988;57:415–42.
69. Qi H, Williams Z, Wassarman PM. Secretion and assembly of zona
pellucida glycoproteins by growing mouse oocytes microinjected with
epitope-tagged cDNAs for mZP2 and mZP3. Mol Biol Cell. 2002;13:
530–41.
70. Jimenez-Movilla M, Aviles M, Gomez-Torres MJ, Fernandez-Colom PJ,
Castells MT, De Juan J, et al. Carbohydrate analysis of the zona pellucida
and cortical granules of human oocytes by means of ultrastructural
cytochemistry. Hum Reprod. 2004;19:1842–55.
71. Lefievre L, Conner SJ, Salpekar A, Olufowobi O, Ashton P, Pavlovic B,
et al. Four zona pellucida glycoproteins are expressed in the human. Hum
Reprod. 2004;19:1580–6.
72. Albertini DF, Rider V. Patterns of intercellular connectivity in the
mammalian cumulus-oocyte complex. Microsc Res Tech. 1994; 27:
125–33.
73. Motta PM, Makabe S, Naguro T, Correr S. Oocyte follicle cells
association during development of human ovarian follicle. A study by
high resolution scanning and transmission electron microscopy. Arch
Histol Cytol. 1994;57:369–94.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
106
74. Eppig JJ. Intercommunication between mammalian oocytes and
companion somatic cells. BioEssays. 1991;13:569–74.
75. Webb RJ, Bains C, Cruttwell C, Carroll J. Gap-junctional communication
in mouse cumulus-oocyte complexes: implications for the mechanism of
meiotic maturation. Reproduction. 2002; 123:41–52.
76. Albertini DF, Barrett SL. Oocyte–somatic cell communication.
Reproduction. 2003;61(Suppl): 49–54.
77. Greve JM, Wassarman PM. Mouse egg extracellular coat is a matrix of
interconnected filaments possessing a structural repeat. J Mol Biol.
1985;181:253–24.
78. Rankin T, Talbot P, Lee E Dean J. Abnormal zonae pellucida in mice
lacking ZP1 result in early embryonic loss. Development. 1999;126:
3847–55.
79. Burkman LJ, Coddington CC, Franken DR, Kruger TF, Rosenwaks Z,
Hodgen GD. The hemizona assay (HZA): developmet of a diagnostic test
for the binding of human spermatozoa to the human hemizona pellucida to
predict fertilization potential. Fertil Steril 1988; 49:688-97.
80. Tsubamoto H, Hasegawa A, Nakata Y, Naito S, Yamasaki N, Koyama K.
Expression of recombinant human zona pellucida protein 2 and its binding
capacity to spermatozoa. Biol Reprod. 1999;61:1649–54.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
10
7
81. Miller DJ, Shi X, Burkin H. Molecular basis of mammalian gamete
binding. Recent Prog Horm Res. 2002;57:37–73.
82. Wassarman PM. Sperm receptors and fertilization in mammals. Mt Sinai J
Med. 2002;69:148–55.
83. Hoodbhoy T, Dean J. Insights into the molecular basis of sperm-egg
recognition in mammals. Reproduction. 2004; 127:417–22.
84. Yanagimachi R. Mammalian fertilization. In: Knobil E, Neill JD, editors.
The physiology of reproduction. New York: Raven Press; 1994. p.
189–317.
85. Liu C, Litscher ES, Mortillo S, Sakai Y, Kinloch RA, Stewart CL, et al.
Targeted disruption of the mZP3 gene results in production of eggs
lacking a zona pellucida and infertility in female mice. Proc Natl Acad Sci
USA. 1996;93:5431–6.
86. Rankin TL, O'Brien M, Lee E, Wigglesworth K, Eppig J, Dean J.
Defective zonae pellucidae in Zp2-null mice disrupt folliculogenesis,
fertility and development. Development. 2001; 128:1119-26.
87. Wang WH, Meng L, Hackett RJ, Keefe DL. Developmental ability of
human oocytes with or without birefringent spindles imaged by Polscope
before insemination. Hum Reprod. 2001;16:1464–8.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
108
88. Moon JH, Hyun CS, Lee SW, Son W Y, Yoon S Hy, Lim JH.
Visualization of the metaphase II meiotic spindle in living human oocytes
using Polscope enables the prediction of embryonic development
competence after ICSI. Hum Reprod. 2003;18:817–20.
89. Konc J, Kanyo K, Cseh S. Visualization and examination of the meiotic
spindle in human oocytes with Polscope. J Assist Reprod Genet.
2004;21:349–53.
90. Madaschi Reis C, Braga DPFA, Rodrigues D, Bonetti TCS, Iaconelli Jr A,
Pasqualoto CV, et al. Embryo development and Octax ICSI guard spindle
image Hum Reprod. 2006; 21Suppl 1:i22-3.
91. Montag M, Schimming T, van der Van H. Spindle imaging in human
oocytes: the impact of the meiotic cell cycle. Reprod BioMed Online.
2006;12:442–6.
92. Taylor TH, Gitlin S, Wrigth G, Mitchell-Leef D, Kort HI, Nagy ZP. The
meiotic spindle of human oocytes as viewed under the oosight and its
relationship to chromosomal aneuploidy of subsequent embryo Hum
Reprod. 2006; 21Suppl.1:i23.
93. Pelletier C, Keefe DL, Trimarchi JR. Noninvasive polarized light
microscopy quantitatively distinguishes the multilaminar structure of the
zona pellucida of living human eggs and embryos. Fertil Steril.
2004;81:850–6.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
109
94. Bertrand E, Van den Bergh M, Englert Y. Clinical parameters influencing
human zona pellucida thickness. Fertil Steril. 1996;66:408-11.
95. Gabrielsen A, Lindenberg S, Petersen K. The impact of the zona pellucida
thickness variation of human embryos on pregnancy outcome in relation
to suboptimal embryo development. A prospective randomized controlled
study. Hum Reprod. 2001;16:2166–70.
96. Cherr G, Drobins E, Katz D. Localization of cortical constituents before
and after exocytosis in hamster egg. J Exp Zool. 1998;26:81-93.
97. Cohen J, Inge KL, Suzman M, Wiker SR, Wright G.
Videocinematography of fresh and cryopreserved embryos: a retrospective
analysis of embryonic morphology and implantation. Fertil Steril.
1989;51:820-7.
98. Gook DA, Edgar DH, Borg J, Martic M. Detection of zona pellucida
proteins during human folliculogenesis. Hum Reprod. 2008;23:394-402.
99. Çiray NH. Preliminar study of embryo development following assessment
of male and female gametes. Reprod BioMed Online. 2008;16:875-80.
100. Trounson A, Anderiesz C, Jones G. Maturation of human oocytes in vitro
and their developmental competence. Reproduction. 2001;121:51-75.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
110
101. De Vos A, Van de Velde H, Joris H, Van Steirteghem A. In vitro matured
metaphase-I oocytes have a lower fertilization rate but similar embryo
quality as mature metaphase-II oocytes after intracytoplasmic sperm
injection. Hum Reprod. 1999; 14:1859-63.
102. Gabrielsen A, Bhatnager PR, Petersen K, Lindenberg S. Influence of zona
pellucida thickness of human embryos on clinical pregnancy outcome
following in vitro fertilization treatment. J Assist Reprod Genet.
2000;17:323-8.
103. Palmstierna M, Murkes D, Csemiczky G, Andersson O, Wramsby H.
Zona pellucida thickness variation and occurrence of visible
mononucleated blastomeres in preembryos are associated with a high
pregnancy rate in IVF treatment. J Assist Reprod Genet. 1998;15:70-5.
104. Sun YP, Xu Y, Cao T, Su YC, Guo YH. Zona pellucida thickness and
clinical pregnancy outcome following in vitro fertilization. Int J Gynaecol
Obstet. 2005;89:258-62.
105. Bertrand E, Van Den Bergh M, Englert Y. Does zona pellucida thickness
influence the fertilization rate? Hum Reprod. 1995;10:1189-93.
106. Ciapa B, Chiri S. Egg activation: upstream of the fertilization calcium
signal. Biol Cell. 2000; 92:215-33.
Capítulo I - Correlação da maturação, dismorfismo e fertilização de oócitos
humanos com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida
111
107. Petersen CG, Oliveira JBA, Mauri A, Massaro AL, Baruffi R, Pontes AG,
et al. Relationship between visualization of meiotic spindle in human
oocytes and ICSI outcome: a meta-analysis. Reprod BioMed Online. In
press 2009.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
112
Relationship between visualization of meiotic spindle in human oocytes
and ICSI outcomes: a meta-analysis
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
113
CG Petersen
1,2
, JBA Oliveira
1
, AL Mauri
1,2
, FC Massaro
1
, RLR Baruffi
1
, A Pontes
3
, JG
Franco Jr.
1,3,4
1
Center for Human Reproduction Prof. Franco Junior, Ribeirão Preto, SP, Brazil
2
Postgraduate Fellow, Department of Gynecology and Obstetrics, Botucatu Medical
School, São Paulo State University - UNESP, Botucatu, SP, Brazil
3
Department of Gynecology and Obstetrics, Botucatu Medical School, São Paulo State
University - UNESP, Botucatu, SP, Brazil
4
Correspondence to:
José Gonçalves Franco Jr.
Center for Human Reproduction Prof. Franco Junior
Av. Prof. João Fiusa, 689 – Zip Code 14025-310
Ribeirão Preto – São Paulo – Brazil
Phone/FAX: 55-16- 3911-1100
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
114
ABSTRACT
The objective of this meta-analysis was to investigate the influence of meiotic
spindle visualization in human oocytes on ICSI outcomes. Search strategies
included on-line surveys of databases. The fixed effect was used for odds ratio.
Ten trials fulfilled the inclusion criteria. According to meta-analysis study, the
results showed statistically significant higher fertilization rate (P<0.0001) when
meiotic spindle was viewed than when it was not. Moreover, percentage of pro-
nuclear stage embryos with good morphology (P=0.003), cleavage rate
(P<0.0001) percentage of day-3 top quality embryos (P=0.003) and percentage
of embryo that reached blastocyst stage (P<0.0001) were statistically
significantly better among embryos derived from oocytes in which meiotic
spindle was viewed compared with those in which meiotic spindle was not
observed. However, these differences were not observed in the clinical pregnancy
or implantation rates. This observation has clinical relevance mainly in countries
where there is a legal limit on the number of oocytes to be fertilized. However,
additional controlled trials are needed to further confirm these results.
Key Words: human oocyte; ICSI; meiotic spindle; meta-analysis
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
115
INTRODUCTION
In assisted reproduction, gamete selection with the aim of achieving
better clinical results is an important task for embryologists. This question has
particular relevance when ethical and/or legal considerations limit embryo
selection after fertilization and, consequently, the formation of supernumerary
embryos. Extracellular oocyte morphological characteristics, such as cumulus
oophorus, polar body, zona pellucida, and intracellular characteristics
(granulations and cytoplasmic inclusions) have been related to fertilization,
cleavage, embryo development and clinical outcomes (Coticchio et al., 2004;
Borini et al., 2005; Balaban and Urman 2006; Chamayou et al., 2006; Ebner et
al., 2006;).
Among the intracellular characteristics, meiotic spindle assessment in
mature oocytes has awakened high interest. The first papers about the meiotic
spindle supply extensive information on cellular division function. However, the
methodology for viewing the spindle, confocal microscopy, was based on
fixation and consequently, its routine application in assisted reproduction
procedures and in spindle dynamic studies were frustrated due to the
impossibility of applying this method in living oocytes (Eichenlaub-Ritter et al.,
2002; Coticchio et al.; 2004; Borini et al., 2005). More recently, with the
appearance of polarized light microscopy and an integrated imaging processor
software, it has been possible to visualize the meiotic spindle in living oocytes by
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
116
a non-invasive method, preserving cell viability (Wang et al., 2001a,b; Cooke et
al., 2003; Moon et al., 2003; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004, Konc et al.,
2004; Chamayou et al 2006; Montag et al., 2006; Shen et al; 2006; Taylor et al.,
2006; Fang et al., 2007; Rama Raju et al., 2007; Varghese et al., 2007; Madaschi
et al., 2008).
The meiotic spindle, by controlling chromosomal movements
throughout the different stages of meiosis, plays a key role in the successful
completion of meiosis. Disturbances of meiotic spindles have been suggested as
predisposing oocytes to perturbation of chromosomal segregation and subsequent
aneuploidy, maturation arrest, an increased incidence of cell death and
subsequent lower fertilization rates (Battaglia et al., 1996; Hardarson et al., 2000;
Eichenlaub-Ritter et al., 2002; Cooke et al., 2003; Varghese et al., 2007). In
various studies, oocytes in which the meiotic spindles were visualized have
demonstrated a significant increase in ICSI outcomes such as fertilization rates
(Wang et al., 2001a; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004; Shen et al., 2006;
Taylor et al., 2006; Madaschi et al., 2008; Rama Raju et al., 2007) and embryo
development (Wang et al., 2001a; Cohen et al., 2004; Shen et al., 2006;
Madaschi et al., 2008; Rama Raju et al., 2007). However, other studies have not
confirmed this correlation (Moon et al., 2003; Fang et al., 2007). The present
meta-analysis aimed to investigate the relationship between meiotic spindle
presence in human oocytes and in ICSI in vitro and in vivo outcomes.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
11
7
MATERIALS AND METHODS
Criteria for considering studies for this meta-analysis
All published and ongoing controlled trials compare in vitro and clinical
ICSI outcomes between oocytes in which the meiotic spindle was visualized and
those whose meiotic spindle was not seen. Only trials that analysed fresh and in
vivo maturated oocytes were included.
Types of outcome measures
The outcome measures used for this meta-analysis were fertilization
rate, embryo development (percentage of pro-nuclear (PN)-stage embryos with
good morphology, cleavage rate, percentage of day-3 top quality embryos and
percentage of embryos reaching blastocyst stage), implantation rate and clinical
pregnancy rate per transfer.
Identification of studies
Search strategies included online surveys of databases (MEDLINE,
EMBASE, Science Citation Index, Cochrane Controlled Trials Register and
OVID) from 1990 to 2008. There was no language restriction. The following
Medical Subject Headings and text words were used: meiotic spindle, spindle
view, spindle, polarization microscope, polarization light microscopy, PolScope
and ICSI guard
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
118
Search results
Among the 15 potentially relevant studies retrieved from online
databases, a total of ten trials fulfilled the inclusion criteria (Wang et al., 2001a;
Moon et al., 2003; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004; Chamayou et al.,
2006; Shen et al., 2006; Taylor et al., 2006; Fang et al., 2007; Rama Raju et al.,
2007; Madaschi et al., 2008). A typical flow schematic for the selection process
is shown in Figure 1.
Description of the studies included:
All the studies used PolScope except for Madaschi et al. (2008).
Wang et al. (2001a) examined the development of human
oocytes with
or without meiotic spindles, imaged before ICSI. Oocytes were obtained from
stimulated
ovaries of consenting patients undergoing oocyte retrieval for
ICSI.
After imaging and ICSI,
oocytes with or without spindles were cultured
separately for
examination of fertilization and embryo development. A total
of
1544 oocytes from 136 cycles were examined and inseminated by ICSI. Spindles
were imaged in 82%
of oocytes. After ICSI, more oocytes (P<0.05) with spindles
(69.4%) fertilized normally, forming 2 PN, than oocytes
without spindles
(62.9%). At day 3, more oocytes (P<0.01)
with spindles (66.3%) had developed
to cell stages 4–11 than
oocytes without spindles (55.4%). Significantly more
(P<0.001) oocytes with spindles developed to morula and blastocyst
by day 5
(51.1 versus 30.3%) and day 6 (53.2 versus 29.3%) compared
to oocytes without
spindles.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
119
Moon et al. (2003) investigated the relationship
between the
presence/location of the spindle in metaphase II
(MII) oocytes and developmental
competence of embryos in vitro. The spindles in 626 MII oocytes were examined
and divided into six groups based on the
presence or absence of spindles and the
angle between the
spindle and the first polar body. Meiotic spindles
were imaged
in 523 oocytes (83.5%), while 103 (16.5%) did not
have a visible spindle. The
rate of normal fertilization was
similar in the oocytes with spindles regardless of
spindle position
(82.2% versus 75.7%).
Rienzi et al. (2003) analysed the
relationship between the degree of
meiotic spindle deviation
from the first polar body location and ICSI outcome.
Oocytes were divided into four groups according to the angle
of meiotic spindle
deviation from the polar body position. The angles
of deviation were 0–5°, 6–
45°, 46–90°
and >90° for groups I to IV, respectively. The rate of normal
fertilization was
higher in the oocytes with spindles regardless of spindle position
(74.8% in oocytes with spindle versus 33.3% in oocytes without spindle). The
rates of normal (2 PN) and abnormal (1PN or >2PN)
fertilization did not differ
among groups I, II and III. Nevertheless,
the rate of normal fertilization was
lower among oocytes in
which the meiotic spindle deviation angle was >90°
(50%); this
led to an increased proportion of tripronucleated zygotes that failed to
extrude the second polar body. The meiotic spindle was not detected
in only 9%
of oocytes, and these showed a higher incidence of
fertilization abnormalities
than did oocytes in
which the spindle was detected.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
120
Cohen et al. (2004) aimed to investigate
meiotic spindle assembly in
correlation with time elapsed after
hCG administration, and to determine whether
spindle imaging
may serve to indicate the likelihood of fertilization and embryo
cleavage. Seven hundred and seventy MII oocytes from 103 couples
who were
being treated for male infertility were imaged prior to sperm injection. A spindle
was imaged
in a significantly higher number of oocytes from 38h after
hCG
administration compared with those in the <38h
group (78.1–81.5% versus
61.6%; P<0.001). The fertilization
rate in oocytes with a visible spindle was
statistically higher
compared with oocytes in which a spindle could not be
detected (70.4% versus 62.2%; P=0.035). There was no relationship between
spindle imaging and embryo cleavage on day 3.
Chamayou et al. (2006) studied
the validity of oocyte morphological
criteria such as ooplasm texture, perivitelline space (PVS) size, PVS granulation
absence/presence, first polar body shape, and meiotic spindle presence/absence
as predictive factors in clinical ICSI outcomes. No relationship was found
between meiotic spindle presence or absence and clinical pregnancy per transfer
(20.8% versus 17.5%; P>0.05) or implantation rates (11.9% versus 9.7%,
P>0.05) after ICSI.
Shen et al. (2004) aimed this study at improving the non-invasive
strategies for selection of high quality human oocytes prior to ICSI by analysing,
independently at two IVF centres, the optical properties of the spindle apparatus
quantitatively based on the mean magnitude of light retardance by the oocyte
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
121
spindle. In one centre, all MII oocytes were fertilised. Accordingly, all fertilized
oocytes could be analysed for pronuclear score after ICSI. Fertilization occurred
in 91.5% (676 of 739) of the oocytes possessing a spindle versus 73.4% (116 of
158) in the group without a spindle, significantly different from each other
(P<0.001). The fate of 792 fertilised oocytes with (676) and without spindle
(116) was assessed further for development into a high or low PN stage embryo
quality. The proportion of high quality PN-stage embryos was significantly
higher for oocytes possessing a birefringent spindle compared to oocytes without
a spindle (34.2% versus 19.9%; P<0.001).
Taylor et al. (2006) investigated whether meiotic spindle positioning
relative to the polar body and spindle retardance in MII human oocytes
constitutes an effective predictor of aneuploidy. The study was conducted in a
prospective randomised manner involving 26 patients undergoing ICSI with
preimplantation genetic diagnosis (PGD) for aneuploidy screening. When a
spindle was present, 109 out of 126 (86.5%) were fertilised, which was
significantly higher when compared to fertilization of oocytes that did not show a
spindle, 10 out 17 (58.8%; P=0.0099).
Rama Raju et al. (2007) analysed the relationship of meiotic spindle
and zona pellucida characteristics to embryonic development potential. A total of
205 oocytes from 25 patients were examined. A meiotic spindle was visualized in
160 oocytes (78.0%), but could not be found in the remaining 45 oocytes
(22.0%). Significantly more oocytes with visible spindles were fertilised and
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
122
progressed to blastocysts compared with those without visible spindle (82.5%
versus 31.1% P<0.05 and 48.5% versus 14.3% P<0.05, respectively).
Fang et al. (2007) aimed to investigate the relationship between spindle
location and embryonic development of in vivo and in vitro maturated human
oocytes. The spindles of 134 in vivo maturated oocytes were examined at the
time of ICSI. The spindles were visualised in 83.6% (112/134) and not visualised
in 16.4% (22/134) of the oocytes. The normal fertilization rate was similar
between spindle (75.9%, 85/112) and non-spindle-group (63.6%, 14/22 P=0.35).
The cleavage rate was not significantly different between the groups (P>0.05).
The rate of high quality embryos was also not significantly different between the
groups (P>0.05).
Madaschi et al. (2008) examined whether the presence of meiotic
spindles in living human oocytes can be used as a predictive factor associated
with embryo morphology to allow embryo selection before transfer and its
association with IVF outcomes. A total of 1,097 MII oocytes from 157 women
were screened by using the polarisation imaging software module Octax ICSI
Guard
®
(Octax, Herborn, Germany) at the time of ICSI. The meiotic spindles
were detected in 689 (62.8%, spindle-detected group), and spindles were not
visualised in 408 (32.7%, spindle-non-detected group). The normal fertilization
rate was significantly higher in the spindle-detected group (66.5%) than spindle-
non-detected group (58.6%; P=0.009). Although the percentage of embryos with
good PN morphology had been similar between the two groups (spindle-detected
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
123
group, 11.7%; spindle–non-detected group, 9.3%; P=0.508), the rate of early-
cleaved embryos was significantly higher in the spindle-detected group than in
the spindle–non-detected group (50.9% and 32.6%, respectively; P=0.037).
When only embryos from the spindle-detected group were selected for transfer,
the pregnancy and implantation rates were 44.4% and 23.0%, and when only
embryos from the spindle-non-detected group were transferred, those respective
rates were 18.2% and 8.7% (P=0.029 and P=0.022, respectively).
Statistical analysis
Data management and analysis were conducted using the StatsDirect
statistical software (Cheshire, UK). The fixed effect model was used for odds
ratio (OR). If there was
statistical heterogeneity, an additional analysis
was
performed using the random effects model. Fixed effect effectiveness was
evaluated by the MantelHaenszel method. A confidence interval for the
MantelHaenszel OR in StatsDirect was calculated using the Robins, Breslow and
Greenland variance formula. For random effect, a confidence interval for OR was
calculated using the DerSimonian-Laird formula. A chi-squared test statistic was
used with its associated probability that the pooled OR was equal to 1. The
measure of heterogeneity (non-combinability) was evaluated by Cochran’s Q, the
BreslowDay and I
2
(Higgins et al., 2003) tests. A non-significant result (i.e. lack
of heterogeneity) indicates that no trial has an OR that is significantly worse or
better than the overall common OR obtained by pooling the data. Since a fixed
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
124
effects model has been employed herein, it is important to acknowledge that
inferences refer only to the particular studies included in the analysis. Meta-
analysis used in this manner is simply a device to pool the information from the
various studies to provide a composite finding, but only for those studies. Since
many of the preceding analyses contained only two or three studies, it was
decided to derive the inferences from a fixed effects model. In the alternative
random effect model, the individual studies are regarded as a random sample
from the (infinite) population of studies. Global inferences would then be
permissible, but the random errors used would need to reflect inter-study
variation (heterogeneity).
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
125
RESULTS
Outcomes
-Fertilization rate (Figure 2)
Nine studies were included (Wang et al., 2001a; Moon et al., 2003;
Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004; Shen et al., 2006; Taylor et al., 2006,
Fang et al., 2007; Rama Raju et al., 2007; Madaschi et al., 2008). The
fertilization rate was statistically significant higher in the group of oocytes in
which meiotic spindle was viewed (75.6%; 3543/4684) than in the group of
oocytes that did not show meiotic spindle (61.5%; 777/1264) (P<0.0001; OR:
1.79, 95% CI 1.57, 2.05). There was heterogeneity in this comparison (Breslow-
Day=63.6, df=8, P<0.0001; Cochran Q=59.7, df=8, P<0.0001; I
2
=86.6%). Using
the random effect model, pooling of the results also showed a statistically
significantly higher fertilization rate when a meiotic spindle was viewed
(P<0.0001; OR: 2.52, 95% CI 1.65, 3.81).
-Embryo development
PN-stage embryo morphology (Figure 3)
Two studies were included (Shen et al., 2006; Madaschi et al., 2008).
The percentage of embryos with good PN morphology was statistically
significantly higher among embryos derived from oocytes in which meiotic
spindle was viewed (25.1%; 285/1134) than between embryos derived from
oocytes that did not present a meiotic spindle (12.7%; 45/355) (P=0.003; OR:
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
126
1.71; 95% CI 1.20, 2.44). There was no heterogeneity in this comparison
(Breslow-Day=1.64, df=1, P=0.19; Cochran Q=1.64, df=1, P=0.19).
Cleavage rate (Figure 4)
Three studies were included (Wang et al., 2001a; Fang et al., 2007,
Madaschi et al., 2008). The cleavage rate was statistically significantly higher
among embryos derived from oocytes in which meiotic spindle was viewed
(63.1%; 897/1422) compared to embryos derived from oocytes not showing
meiotic spindle (43.9%; 188/428) (P<0.0001; OR: 1.85, 95% CI 1.47, 2.32).
There was no heterogeneity in this comparison (Breslow-Day=1.63, df=2,
P=0.44; Cochran Q=1.63, df=2, P=0.44; I
2
=0%).
Day 3 embryo-stage quality (Figure 5)
Three studies were included (Wang et al., 2001a; Cohen et al., 2004,
Fang et al., 2007). The percentage of embryos classified on day 3 as top quality
was statistically higher among those derived from oocytes in which meiotic
spindle was viewed (37.3%; 381/1022) than the ones derived from oocytes not
presenting meiotic spindle (28%; 56/200) (P=0.003; OR: 1.70, 95% CI 1.20,
2.42). There was no heterogeneity in this comparison (Breslow-Day=0.13, df=2,
P=0.93; Cochran Q=0.13, df=1, P=0.93; I
2
=0%).
Number of embryos that reached blastocyst stage (Figure 6)
Two studies were included (Wang et al., 2001a; Rama Raju et al., 2007).
The percentage of embryos that attained the blastocyst stage (on day 5) was
statistically significantly higher among those derived from oocytes in which
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
12
7
meiotic spindle was viewed (50.7%; 376/742) compared to the ones from oocytes
that did not show meiotic spindle (28.6%; 38/133) (P<0.0001; OR: 2.61, 95% CI
1.74, 3.91), a comparison without heterogeneity (Breslow-Day=1.14, df=1,
P=0.28; Cochran Q=1.10, df=1, P=0.29).
-Implantation rate (Table 7)
Two studies were included (Chamayou et al., 2006; Madaschi et al.,
2008). The implantation rate was not significantly different between transferred
sets with only embryos derived from oocytes in which meiotic spindle was
viewed (15.4%, 64/415) versus sets containing only embryos from oocytes
showing no meiotic spindle (9.8%, 24/246) (P= 0.11; OR = 1.56, 95% CI 0.94,
2.59). There was no heterogeneity in this comparison (Breslow-Day=1.50, df = 1,
P=0.22; Cochran Q=1.49, df=1, P=0.22).
-Clinical pregnancy rate per transfer (Figure 8)
Two studies were included (Chamayou et al., 2006; Madaschi et al.,
2008). The clinical pregnancy rate per transfer was not significantly different
between sets with only embryos derived from oocytes in which meiotic spindle
was viewed (28.5% 55/193) versus embryo sets derived exclusively from oocytes
presenting no meiotic spindle (17.6%, 21/119) (P = 0.11; OR = 1.65, 95% CI
0.93, 2.93), a comparison without heterogeneity (Breslow-Day=2.42, df = 1,
P=0.12; Cochran Q=2.36, df=1, P=0.12).
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
128
DISCUSSION
As part of the ongoing search for markers that predict higher success
rates in IVF/ICSI cycles
by assessment of oocyte maturation and quality,
it was
suggested that meiotic spindle imaging could contribute valuable information.
Different studies reported that many oocytes that had expelled the first polar
body immediately after oocyte collection also show the meiotic spindle (Wang et
al., 2001a,b; Moon et al., 2003; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004; Konc et
al., 2004; Taylor et al., 2006; Rama Raju et al., 2007; Madaschi et al., 2008). In
most of the cases, the meiotic spindle presence is associated with higher
fertilization rates (Wang et al., 2001a,b; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004;
Shen et al., 2006; Taylor et al., 2006; Rama Raju et al., 2007, Madaschi et al.,
2008), and in some cases, with higher embryo development (Wang et al., 2001a,
Moon et al., 2003, Rama Raju et al., 2007) and pregnancy rates (Madaschi et al.,
2008). In this meta-analysis, significantly higher fertilization was found in 4684
oocytes where a meiotic spindle was viewed compared with 1264 oocytes where
no meiotic spindle was observed (75.6% versus 61.5% respectively; P<0.0001;
OR: 1.79, 95% CI 1.57, 2.05). This result indicates that the presence of a meiotic
spindle predicts a higher fertilization rate. However, the result of the analysis was
impaired due to the heterogeneity observed among some studies (Breslow-
Day=63.6, df=8, P<0.0001; Cochran Q=59.7, df=8, P<0.0001; I
2
=86.6%). On the
other hand, when the data were pooled using a random
effects model the
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
129
difference in fertilization rate was still
significant (P<0.0001; OR: 2.5, 95% CI
1.65, 3.81).
In addition, better results were observed among embryos derived from
oocytes in which meiotic spindle was viewed than among those from oocytes not
showing a meiotic spindle in the following parameters: cleavage rate (P<0.0001;
OR:1.85, 95%CI 1.47, 2.32), percentage of PN-stage embryos with good
morphology (P=0.003; OR:1.71, 95%CI 1.20, 2.44), percentage of day-3 top
quality embryos (P=0.003; OR:1.70, 95%CI 1.20, 2.42) and percentage of
embryos reaching the blastocyst stage (P<0.0001; OR:2.61, 95%CI 1.74, 3.91).
These outcomes showed a strong relationship between meiotic spindle
identification and better embryo development. However, these differences were
not observed in the implantation rate (P= 0.11; OR = 1.56, 95% CI 0.94, 2.59) or
clinical pregnancy per transfer rate (P = 0.11; OR = 1.65, 95% CI 0.93, 2.93).
The difference in the percentage of oocytes with spindle meiotic
birefringence among the studies (minimum of 62.8% and maximum of 91%) can
be related to a variation in the population or to ovarian stimulation protocols.
Defects in protein complex, low energy supply or disturbances in the signalling
pathway may also be involved in disturbances of spindle structure (Eichenlaub-
Ritter et al 2002). However, as thermal control stabilizes the meiotic spindle, this
difference can be related to the precision of how this temperature control was
performed during oocyte collection, culture or microinjection (Wang et al., 2002,
Cooke et al., 2003, Rienzi et al., 2003). Other environmental changes such as pH
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
130
and culture conditions may also compromise spindle visualisation (Hu et al.,
2001, Roberts et al., 2002).
On the other hand, the time at which oocytes were analysed can also
contribute to whether or not the spindle is visualised. Cohen et al. (2004) showed
that the percentage of oocytes with a visible spindle is higher in cases in which
the spindle evaluation was performed at least 38 hours after the hCG
administration, compared to those whose spindle evaluation was performed
earlier (81.5% vs. 61.6%, respectively). Montag et al. (2006) showed that during
the transition from metaphase I to metaphase II, the spindle completely
disappears for approximately 40–60 min. This fact indicates that the absence of
the spindle at least in some human MII oocytes is more likely an indicator of the
physiological progression through an important developmental stage of meiosis
rather than a cellular disturbance. Thus, the poorer ICSI outcomes among oocytes
not showing a spindle could simply indicate an incorrect timing of ICSI.
Sometimes the spindles became visible only after oocyte rotation,
when
the orientation of microtubules had become favourable
for the visualization.
Therefore, differences in this
technique may be responsible for the high degree of
spindle
absence. By rotating the oocytes with the ICSI micropipette
around the
axis connecting the centre of the oocyte to the
first polar body during the attempts
at spindle visualisation, Cooke et al. (2003) and Rienzi et al. (2003) detected the
spindle in up to 92.7% and 91% of oocytes examined, respectively. However,
Cohen et al. (2004), Rama Raju et al. (2007) and Madaschi et al. (2008) reported
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
131
lower rates of spindle visualization (76%, 78% and 62.8, respectively) despite
rotating the oocytes. On the other hand, some authors have not mentioned
how
many rotations of the oocyte were viewed to
determine presence or absence of a
spindle (Wang et al., 2001a, b, Wang and Keefe 2002, Moon et al., 2003).
Nuclear oocyte maturation is determined by the absence of the germinal
vesicle and the presence of the first polar body. Changes in the maturation
promotion factor activity, c-mos kinases and mitogen-activated protein (MAP)
kinases control cellular mitosis by promoting chromosomal condensation,
germinal vesicle collapse and spindle formation (Eichenlaub-Ritter and Peschke
2002, Cohen et al., 2004). The lower fertilization rate demonstrated in oocytes
without spindle refringence can be attributed to oocyte immaturity. On the other
hand, a considerable number of these oocytes were fertilised (61.5% of all studies
included in this meta-analysis). Plausible explanations for this number include
the occurrence of technical failures during spindle visualisation (inexperienced
biologist, time of oocyte evaluation) or that spindle absence does not prevent
fertilization in all cases. However, according to this meta-analysis, probably the
lack of a meiotic spindle may have a subsequent effect during embryonic
development.
To avoid damaging the spindle during the ICSI procedure, the
embryologists rotated the oocyte by placing a hold pipette based on the first polar
body position. However, the movement of the polar body inside the perivitelline
space (because of possible physical displacement during oocyte denudation)
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
132
and/or migration of the spindle inside the oocyte can alter the relationship
between these two structures, enabling the microinjection to impair the spindle
(Silva et al., 1999; Hardarson et al., 2000; Wang et al., 2001 a,b; Moon et al.,
2003; Rienzi et al., 2003; Cohen et al., 2004; Konc et al., 2004; Taylor et al.,
2006; Rama Raju et al., 2007). Generally, when there is meiotic spindle
visualization, the isolated sperm is injected into the oocyte, taking special care
not to damage this structure. Rienzi et al. (2003) reported a significantly lower
normal fertilization rate and a higher rate of abnormal fertilization with a more
frequent development of three pronuclei in oocytes with higher degree of
deviation from the first polar body (>90°). Fang et al., (2007) reported that the
fertilization rate of in vivo maturated oocytes with spindles beneath or adjacent to
the first polar body (angle of 0–5°) was significantly higher (93.3%) than all
other groups of oocytes with greater deviation from the first polar body (6-45°,
46-90° and >90°). However, Moon et al. (2003) and Rama Raju et al. (2007) did
not show the same results. Taylor et al. (2006) concluded that the deviation angle
of the spindle from the first polar body is not a reliable indicator of embryo
quality or subsequent aneuploidy.
Most studies analyzing meiotic spindle have sought to draw attention to
variables more directly related to laboratory activities. However, some authors
suggest that the meta-analysis should be patient-oriented, i.e. primary outcomes
should be clinical results (e.g. pregnancy rate); all other outcomes should be
listed as secondary outcomes. Fertilization rate, cleavage rate, percentage of PN-
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
133
stage embryos with good morphology, percentage of day-3 top quality embryos
and percentage blastocyst stage embryos are intermediate endpoints, which do
not necessarily predict a better outcome and/or a more advantageous
cost/effectiveness ratio. Despite the tendency in favour of oocytes with meiotic
spindle, this meta-analysis failed to show any statistically significant difference
in the most relevant and clinically significant endpoints in IVF: the clinical
pregnancy rate and implantation rate. This observation can be related to a small
cumulative sample size since only two studies supply data about pregnancy or
implantation rates. Based on the pregnancy rate per transfer obtained in the group
without a visible meiotic spindle (21/119, 17.6%), to detect a difference of 5%
with a power of 80%, around 2000 transfers would be necessary for a definitive
conclusion, i.e. above the total number included here. On the other hand, an
increased number of best quality embryos may exert possible good effects on
cumulative pregnancy rates following the transfer of frozen embryos. Moreover,
one must be aware of the fact that a number of other significant predictors of the
chance of pregnancy achievement exist in an individual patient, including cause
of infertility, chromosomal status of the transferred embryo, as well as the quality
and origin of spermatozoa (Griesinger and Diedrich, 2006). Thus, for a more
consistent conclusion, this meta-analysis guides researchers to wait for the results
of new controlled trials that have more information about clinical parameters.
In conclusion, the result of this meta-analysis indicates that the presence
of a birefringent meiotic spindle in human oocytes can predict better fertilization
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
134
rate and embryo development. Nevertheless, it failed to show any statistically
significant difference in clinically significant endpoints in IVF (pregnancy rate
and implantation rate). This observation has clinical relevance mainly in
countries where there is a legal limit on the number of oocytes that can be
fertilized. Additional prospective studies with a large population will be helpful
in understanding the importance of spindle presence and its characteristics in
laboratory and clinical results.
Acknowledgment
The authors wish to thank the Grupo de Apoio a Pesquisa – UNESP for revising
the English text.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
135
REFERENCE
1. Balaban B, Urman B 2006 Effect of oocyte morphology on embryo
development and implantation. Reproductive BioMedicine Online 12, 608–
615.
2. Battaglia DE, Goodwin P, Klein NA, Soules MR 1996 Fertilization and early
embryology: Influence of maternal age on meiotic spindle assembly oocytes
from naturally cycling women Human Reproduction 11, 2217-2222.
3. Borini A, Lagalla C, Cattoli M, Cattoli M, Sereni E, Sciajno R, Flamigni C,
Coticchio G. 2005 Predictive factors for embryo implantation potential.
Reproductive BioMedicine Online 15, 653–668.
4. Chamayou S, Alecci C, Ragolia C, Storaci G, Maglia E, Russo E,
Guglielmino A 2006 Meiotic spindle presence and oocyte morphology do not
predict clinical ICSI outcomes: a study of 967 transferred embryos
Reproductive BioMedicine Online 13, 661–666.
5. Cohen Y, Malcov M, Schwartz T, Mey-Raz N, Carmon A, Cohen T, Lessing
JB, Amit A, Azem F 2004 Spindle imaging: a new marker for optimal timing
of ICSI. Human Reproduction 19, 649–654.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
136
6. Cooke S, Tyler JPP, Driscoll GL 2003 Meiotic spindle location and
identification and its effect on embryonic cleavage plane and early
development. Human Reproduction 18, 2397–2405.
7. Coticchio G, Sereni E, Serrao L, Mazzone S, Iadarola I, Borini A. 2004 What
criteria for the definition of oocyte quality? Annals of the New York Academy
of Sciences. 1034,132-144.
8. Ebner T, Moser M, Tews G 2006 Is oocyte morphology prognostic of embryo
potential after ICSI? Reproductive BioMedicine Online 12, 517–512.
9. Eichenlaub-Ritter U, Shen Y, Tinneberg
H-R 2002 Manipulation of the
oocyte: possible damage to the spindle apparatus Reproductive BioMedicine
Online 5, 117-124
10. Eichenlaub-Ritter U, Peschke M 2002 Expression in in-vivo and in-vitro
growing and maturing oocytes: focus on regulation of expression at the
translational level. Human Reproduction Update 8,21–41
11. Fang C, Mandy T, Li T, Peng WL, Zhou CQ, Zhuang GL, Leong M 2007
Visualization of meiotic spindle and subsequent embryonic development in in
vitro and in vivo matured human oocytes Journal of Assisted Reproduction
and Genetics 24, 547–551.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
13
7
12. Griesinger G, Diedrich K 2006 The role of LH in ovarian stimulation:
considerations. Reproductive BioMedicine Online 12, 404–406
13. Hardarson T, Lundin K, Hamberger L. 2000 The position of the metaphase II
spindle cannot be predicted by the location of the first polar body in the
human oocyte. Human Reproduction 15, 1372–1376
14. Higgins JP; Thompson SG; Deeks JJ; Altman DG. 2003 Measuring
inconsistency in meta-analyses. British Medical Journal 327, 557–560.
15. Hu Y, Betzendahl I, Cortvrindt R, Smitz J, Eichenlaub-Ritter U. 2001 Effects
of low O2 and ageing on spindles and chromosomes in mouse oocytes from
pre-antral follicle culture. Human Reproduction 16, 737–748.
16. Konc J, Kanyo K, Cseh S 2004 Visualization and examination of the meiotic
spindle in human oocytes with Polscope. Journal of Assisted Reproduction
and Genetics 21, 349–353.
17. Madaschi C, Bonetti TCS, Braga DPAF, Pasqualotto FF, Iaconelli A, E
Borges 2008 Spindle imaging: a marker for embryo development and
implantation Fertility and Sterility 90, 194-198.
18. Montag M, Schimming T, van der Ven H 2006 Spindle imaging in human
oocytes: the impact of the meiotic cell cycle. Reproductive BioMedicine
Online 12, 442–446.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
138
19. Moon JH, Hyun CS, Lee SW, Son W Y, Yoon S Hy, Lim JH. 2003
Visualization of the metaphase II meiotic spindle in living human oocytes
using Polscope enables the prediction of embryonic development competence
after ICSI. Human Reproduction 18, 817–820.
20. Rama Raju GA, Prakash GJ, Krishna KM, Madan K 2007 Meiotic spindle
and zona pellucida characteristics as predictors of embryonic development: a
preliminary study using polscope imaging Reproductive BioMedicine Online
14, 166–174
21. Rienzi L, Ubaldi F, Martinez F, Iacobelli M, Minasi MG, Ferrero S, Tesarik
J, Greco E 2003 Relationship between meiotic spindle location with regard to
the polar body position and oocyte development potential after ICSI. Human
Reproduction 18, 1289–1293.
22. Roberts R, Franks S, Hardy K. 2002 Culture environment modulates
maturation and metabolism of human oocytes. Human Reproduction 17,
2950–2956.
23. Shen Y, Stalf T, Mehnert C, De Santis L, Cino I, Tinneberg H-R, Eichenlaub-
Ritter U 2006 Light retardance by human oocyte spindle is positively related
to pronuclear score after ICSI Reproductive BioMedicine Online 12, 737–751
24. Silva CS, Kapura K, Odenberg R, Keefe DL 1999 The first polar body does
not predict accurately the location of the metaphase II meiotic spindle in
mammalian oocytes. Fertility and Sterility 71, 719–721.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
139
25. Taylor TH, Gitlin S, Wrigth G, Mitchell-Leef D, Kort HI, Nagy ZP 2006 The
meiotic spindle of human oocytes as viewed under the oosight and its
relationship to chromosomal aneuploidy of subsequent embryo Human
Reproduction 21(Suppl.1), i23
26. Varghese AC, Goldberg E, Agarwal A 2007 Current and future perspectives
on intracytoplasmic sperm injection: a critical commentary Reproductive
BioMedicine Online 15, 719–727
27. Wang WH, Meng L, Hackett RJ, Keefe DL 2001a Developmental ability of
human oocytes with or without birefringent spindles imaged by polscope
before insemination. Human Reproduction 16, 1464–1468.
28. Wang W, Meng L, Hackett RJ, Odenbourg R, Keefe DL 2001b The spindle
observation and its relationship with fertilization after intracytoplasmic sperm
injection in living human oocytes. Fertility and Sterility 75, 348–353
29. Wang W H, Meng L, Hackett RJ, Odenbourg R, Keefe DL 2002 Rigorous
thermal control during intracytoplasmic sperm injection stabilizes the meiotic
spindle and improves fertilization and pregnancy rates. Fertility and Sterility
77, 1274–1277.
30. Wang, W.H., Keefe, D.L. 2002 Prediction of chromosome misalignment
among in vitro matured human oocytes by spindle imaging with the
PolScope. Fertility and Sterility 78, 1077–1081
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
140
Figure 1. QUOROM statement flow diagram illustrating selection of trials
included in the meta-analysis
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
141
Figure 2. Forest plot for fertilization rate.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
142
Figure 3. Forest plot for PN stage morphology. PN. Pro-nucleus.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
143
Figure 4. Forest plot for cleavage rate.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
144
Figure 5. Forest plot for day 3 embryo stage quality.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
145
Figure 6. Forest plot for number of embryos at blastocyst stage.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
146
Figure 7. Forest plot for implantation rate.
Capítulo II –Relationship between visualization of meiotic spindle
in human oocytes and ICSI outcomes: a meta-analysis
14
7
Figure 8. Forest plot for clinical pregnancy rate per embryo transfer.
Anexos
148
Anexos
Anexos
149
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do estudo: “Correlação da maturação e da morfologia do óvulo humano
com as características do fuso meiótico e da zona pelúcida”
Nome da Voluntária: ________________________________________________
Você em breve será submetida à Fertilização “in vitro” (bebê de proveta)
com transferência de embriões para tratamento de infertilidade. Por isso está
sendo convidada a participar, de um estudo clínico que envolve avaliação dos
seus óvulos coletados no procedimento de fertilização “in vitro”.
A procura de métodos para verificar se um óvulo realmente tem boas
condições antes da fertilização “in vitro” tem sido muito investigada no
tratamento da infertilidade. Duas estratégias são usada na classificação dos
óvulos: 1- a avaliação geral das características dos óvulos utilizando uma
microscópio convencional (amadurecimento, forma, cor, etc); e 2- a avaliação de
estruturas específicas utilizando microscópio especial (luz polarizada). Contudo,
ainda não há uma conclusão definitiva sobre essas avaliações.
Para que você possa decidir se quer participar ou não deste estudo, precisa
conhecer seus benefícios, riscos e implicações.
OBJETIVO DO ESTUDO
Avaliar a correlação do amadurecimento dos óvulos e suas características
avaliadas pelo microscópio convencional e características de áreas específicas
dos óvulos (fuso meiótico e zona pelúcida) avaliadas pele microscópio especial
Os resultados da pesquisa podem indicar mais um todo de avaliação da
qualidade dos óvulos, representando benefício para quem necessita de tratamento
de infertilidade com fertilização “in vitro”.
Anexos
150
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO
Os óvulos coletados como parte de seu tratamento (fertilização “in
vitro”) são rotineiramente avaliados em relação ao estágio de amadurecimento.
Eles são divididos em 3 categorias: os maduros, chamados de “metáfase II” e os
imaturos que podem ser os chamados “Metáfase I” (sem amadurecimento
completo) e os chamados de “vesícula germinativa” (muito imaturos).
Se você concordar em participar deste estudo, os óvulos maduros serão apenas
analisados nos dois microscópios e logo enviados para a realização dos
procedimentos de fertilização “in vitro”. Os imaturos, que não podem ser
encaminhados para o tratamento, serão analisados nos dois microscópios e depois
deixados em condições artificiais esperando que eles amadureçam. Se
amadurecerem serão novamente avaliados pelos dois microscópios. Os óvulos
amadurecidos em vitro para esse estudo não serão utilizados no seu tratamento
MÉTODOS ALTERNATIVOS
Não há métodos alternativos a esses procedimentos. Conduto você pode
simplesmente não querer que seus óvulos sejam avaliados. É possível que seus
óvulos imaturos sejam amadurecidos no laboratório e depois destinados para o
tratamento. Contudo os resultados (chance de conseguir um bom embrião e de
engravidar) com esses óvulos não são bons. De qualquer forma, apenas se colher
6 ou mais óvulos maduros é que você participará desse estudo
RISCOS
O seu tratamento será exatamente o mesmo caso você participe ou não
deste estudo. A coleta dos óvulos faz parte dos procedimentos rotineiros do seu
tratamento, não sendo prevista coleta adicional. Para a coleta de óvulos, que é
parte de seu tratamento regular, é necessária sedação feita pela veia e
Anexos
151
posteriormente os ovários ficam aumentados de tamanho o que pode levar a
algum desconforto na sua barriga. O aumento dos ovários é resultado mais da
estimulação dos ovários pelos hormônios utilizados, necessários para seu
tratamento, e não parte do estudo.
Por outro lado, as avaliações dos óvulos maduros não os prejudicam.
BENEFÍCIOS
Os resultados da pesquisa podem indicar mais um método de avaliação
da qualidade dos óvulos, representando benefício para quem necessita de
tratamento de infertilidade com fertilização “in vitro”.
CARÁTER CONFIDENCIAL DOS REGISTROS
Além da equipe de saúde que cuidará de você, seus registros médicos
poderão ser consultados pela equipe de pesquisadores envolvidos. Seu nome não
será revelado ainda que informações de seu registro médico sejam utilizadas para
propósitos educativos ou de publicação, que ocorrerão independentemente dos
resultados obtidos.
TRATAMENTO MÉDICO EM CASO DE DANOS
Todo e qualquer dano decorrente do desenvolvimento deste projeto de
pesquisa, e que necessite de atendimento médico, ficará a cargo da instituição.
Lembramos que não é esperado nenhum dano para a sua saúde decorrente
diretamente desse estudo
Seu tratamento e acompanhamento médico independem de sua
participação neste estudo.
Anexos
152
CUSTOS (Ressarcimento e indenização)
Não haverá qualquer custo ou forma de pagamento para o paciente pela
sua participação no estudo.
BASES DA PARTICIPAÇÃO
É importante que você saiba que a sua participação neste estudo é
completamente voluntária e que você pode recusar-se a participar ou interromper
sua participação a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos
quais você tem direito. Em caso de você decidir interromper sua participação no
estudo, a equipe assistente deve ser comunicada e a análise dos óvulos relativos
ao estudo será imediatamente interrompida.
GARANTIA DE ESCLARECIMENTOS
Nós estimulamos a você ou seus familiares a fazer perguntas a qualquer
momento do estudo. Neste caso, por favor, entre em contato com a bióloga.
Claudia Petersen no telefone (16) 3911-1100 ou no endereço Av João Fiusa 689
Ribeirão Preto – São Paulo ou com qualquer médico do Centro de Reprodução
Humana Professor Franco jr.
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO E ASSINATURA
Li as informações acima e entendi o propósito deste estudo assim como
os benefícios e riscos potenciais da participação no mesmo. Tive a oportunidade
de fazer perguntas e todas foram respondidas. Eu, por intermédio deste, dou
livremente meu consentimento para participar neste estudo.
Anexos
153
Entendo que meus óvulos serão submetidos à análise adicional à
necessária a meu tratamento e não receberei compensação monetária por minha
participação neste estudo.
Eu recebi uma cópia assinada deste formulário de consentimento com
todas as páginas adicionais rubricadas.
__________________________________ ____ / _____ / _____
(Assinatura do Paciente) dia mês ano
_______________________________________________________
(Nome do Paciente – letra de forma)
__________________________________ ____ / ____ / _____
(Assinatura de Testemunha, se necessário) dia mês ano
Eu, abaixo assinado, expliquei completamente os detalhes relevantes deste
estudo ao paciente indicado acima
__________________________________________ ____ / ____ / ____
(Assinatura da pessoa que obteve o consentimento) dia mês ano
Anexos
154
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo