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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz
Adsorção e dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn, em solo tratado com lodo de esgoto
Estêvão Vicari Mellis
Tese apresentada para obtenção dotulo de
Doutor em Agronomia. Área de concentração:
Solos e Nutrição de Plantas
Piracicaba
2006
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Estêvão Vicari Mellis
Engenheiro Agrônomo
Adsorção e dessorção de Cu, Cd, Ni e Zn, em solo tratado com lodo de esgoto
Orientador :
Prof. Dr. ARNALDO ANTÔNIO RODELLA
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de concentrão: Solos e Nutrição de
Plantas
Piracicaba
2006
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Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Mellis, Estêvão Vicari
Adsorção e dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn, em solo tratado com lodo de
esgoto / Estêvão Vicari Mellis . - - Piracicaba, 2006.
174 p. : il.
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2007.
Bibliografia.
1. Adsorção 2. Cádmio 3. Cobre 4. Dessorção 5. Lodo de esgoto
6. Níquel 7. pH do solo 8. Zinco 9. Metal pesado do solo I. Título
CDD 631.41
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Ao bom Deus, sem Ele nada seria possível!
Dedico e Agradeço
Aos meus pais, Ariovaldo e Maria Aparecida, e a minha
irmã Graziela, pela paciência, amor e carinho dedicados a
mim em todas as fases da minha vida.
Ofereço
A minha madrinha Ana pelo carinho e apoio nos momentos
mais difíceis.
Ofereço
A todos os meus parentes e amigos da minha querida
Altinópolis-SP.
Ofereço
Aos meus avós Muzetti e Dalila (in memoriam), e Geraldo e
Alice, pelo exemplo de humildade, vontade, seriedade e
dedicação. Vocês foram, são e sempre serão meus exemplos
de vida.
Minha homenagem
4
AGRADECIMENTOS
Estampo em palavras a minha eterna gratidão a Pessoas e Instituições que de alguma
forma foram fundamentais para a concretização desse trabalho, e realização desse sonho que
carrego desde menino: “sê doutô!”.
A fiel companheira Dona Música por estar presente em toda a minha vida embalando
momentos felizes, e consolando momentos tristes.
“Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...”
A Universidade de São Paulo e Escola Superior de Agricultura “Luis de Queiroz” pela
oportunidade oferecida e a CAPES pela bolsa de estudo concedida;
Ao Prof. Dr. Arnaldo Antônio Rodella pela orientação, amizade, confiança e compreensão
durante todo o curso;
A todos os funcionários e pesquisadores do Centro de Solos do Instituto Agronômico de
Campinas –IAC, em especial as pessoas de Dr. Sidney Rosa Vieira, Dr. Quaggio, Dr. Cantarella
et al. por terem permitido, e oferecido todas as condições necessárias para a realização deste
trabalho, bem como pelo incentivo e compreensão durante todo tempo;
A Embrapa Meio Ambiente de Jaguariúna, na pessoa do Dr. Wagner Bettiol, por ter
permitido a coleta de solo no experimento;
Ao prof. Dr. José Carlos Casagrande (CCA-UFSCar) pela sincera amizade, pelos
ensinamentos constantes, pela ajuda nos momentos difíceis, e principalmente por ter me dado a
oportunidade de conhecer o mundo da ciência do solo, sem isso jamais teria chegado onde estou.
A prof. Drª. Mara Cristina Pessôa da Cruz e ao prof. Dr. Manoel Evaristo Ferreira
(UNESP-Jaboticabal), pela amizade, por sempre me incentivarem, e por terem confiado e
acreditado em mim no momento mais difícil da minha carreira acadêmica.
Ao grande amigo Dr. Márcio Koiti Chiba, pelo irrestrito apoio e dedicação, fundamental
para a concretização dessa etapa;
Ao Dr. Rodrigo Boaretto pela amizade e participação essencial na finalização desse
trabalho e pela convivência na república;
Ao meu amigo Dr. Otávio Camargo pelos ensinamentos, sugestões e elucidações que
muito contribuíram para a realização e desenvolvimento desse trabalho, por sempre me
incentivar, e principalmente pelos ensinamentos sobre a vida.
5
Ao amigo Dr. Cristiano Alberto de Andrade pelo irrestrito apoio e participação,
fundamental para a concretização dessa etapa, e também pela agradável convivência diária no
trabalho;
Ao Pesquisador Fernando Zambrosi pela amizade, prestatividade e pela convivência na
república;
Ao grande Vítor Teixeira pela ajuda ímpar na condução dos experimentos e convivência
durante seu período de estágio no IAC;
A técnica do Laboratório de Fertilidade do IAC, Renata, fundamental na realização das
leituras das alises no plasma;
A Drª. Mônica Ferreira de Abreu e a Drª. Aline Coscione pela amizade e auxílio nas
determinações anaticas;
Aos amigos Pesquisadores do IAC: Sandro Brancalião, Ricardo, Isabella, Berton, Mara,
Nilza, Pedro Furlani, Ondino, Raij, Cleide, Luis Teixeira e Sônia Dechen, pelo companheirismo e
amizade;
Aos professores Dr. Francisco Monteiro, Dr. Arquimedes Lavorenti e Dr. Jorge Khiel,
pelas sugestões e elucidações no exame de qualificação, que muito contribuíram para realização e
desenvolvimento desse trabalho;
Aos membros da banca examinadora: Dr. Luis R.F. Alleoni, Dr
a.
Mara C. P.Cruz, Dr.
Jorge Khiel e Dr
a.
Adriana M. Pires, pelas considerações que certamente irão contribuir para o
meu crescimento profissional, e para a elaboração dos trabalhos científicos;
“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração ...”
Aos amigos e colegas que convivi durante o curso de pós-graduação: Letícia (Padrão),
Lúcia, Lílian e Juliana (las pitts), Fabiana, Barizon, Chiba, Jonas Chiarardia (JJ), Claudeir (51),
Camila (Ciriema), Limonge (Limão), Faroni, Isabela (Toca), Tatiele, Zambrosi, Cristiano,
Claudinha, Anderson Lange (Folha), Joãozinho, Haroldo, Gláucia, Jackson, Marcos Siqueira
(vulgo Tucano), Tiago (Cabeça), Luciana (Lambari) e tantos outros pela agradável convivência;
Aos amigos da República do Urso: Barizon, Folha, Mim, Daniel, Marcelo, Joãozinho,
Colômbia et al. por tantas vezes me darem abrigo e por permitirem que eu tocasse violão durante
os churrascos.
Aos amigos de ontem, hoje e sempre, José Francisco Garcia, André Tomazella, Gustavo
Becari, Robson Barizon, Anderson Lange, Márcio Chiba, Rafael Dassiê, Ricardo Cadurim,
6
Marcelo Raffaini, Eduardo Osório de Oliveira, Mateus, Tadeu, Lucão, Henrique, Jaime, Marcos
Siqueira, Mônica, Simone, Giselle, Tácito, André Paulo, Claudia, Celinha, Dani, Flávio,
Vinicius, Augusto Teodoro, Mango, Augusto Castro, Fábio, Roberval, Guilherme, Fred, Márcio,
Cholbi, Renata, Mara Rubia, Alberto, Guilherme, Nilza, Sandro, Érika Mangilli, Adriana Pires,
Roberta, Gabriel, a minha irmã Graziela, e a tantos outros que distantes ou não, sempre foram e
serão grandes companheiros da vida;
Aos amigos do Futebol off Course: pelos momentos de diversão e discussão virtual sobre
assuntos futebolísticos e poticos que me fizeram sorrir nos momentos de estresse, e melhorar
meu “português”;
A Comissão de Pós-graduação de Solos e Nutrição de Plantas pela oportunidade
oferecida;
As secretárias Nancy (Dep. de solos), Ana e Angélica (Dep. de Ciências Exatas -
Química) pela ajuda sempre quando precisei;
À Silvia e Eliana da Biblioteca Central da ESALQ/USP, pelas correções das referências
bibliográficas;
Enfim, a todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desse trabalho,
o meu muito obrigado!
“Cada um de nós compõem a sua própria história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz...”
7
Viver, apesar das desilusões;
Caminhar, apesar dos obstáculos,
Lutar, apesar das barreiras;
Acreditar acima de tudo.”
(Autor desconhecido)
“O que antecipamos raramente ocorre;
o que menos esperamos geralmente acontece...”
(Benjamin Disraeli).
8
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................................................10
ABSTRACT.....................................................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................................15
2.1 Utilização de lodo de esgoto na agricultura..........................................................................15
2.2 Metais pesados no lodo de esgoto........................................................................................17
2.3 Teores e formas de cobre, níquel, zinco e cádmio em solos..................................................22
2.3.1dmio.............................................................................................................................24
2.3.2 Cobre ...............................................................................................................................25
2.3.3quel ..............................................................................................................................26
2.3.4 Zinco................................................................................................................................27
2.4 Mobilidade de metais no solo ..............................................................................................28
2.5 Adsorção de metais em solos...............................................................................................30
2.6 Isotermas de adsorção .........................................................................................................34
2.7 Dessorção de metais............................................................................................................36
2.8 Interação pH e metais..........................................................................................................37
2.9 Interação da matéria orgânica com metais ...........................................................................39
2.10 Interação dos óxidos de ferro com os metais........................................................................42
2.11 Comportamento de metais em solos contaminados ..............................................................44
2.12 Biodisponibilidade de metais no lodo ..................................................................................45
2.13 Fitodisponibilidade de metais em solos tratados com lodo de esgoto ...................................47
2.14 Absorção de metais pelas plantas.........................................................................................48
2.15 Métodos de Avaliação da Fitodisponibilidade de Metais......................................................49
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................................52
3.1 Solo.....................................................................................................................................53
3.2 Análises químicas................................................................................................................54
3.3 Análises sicas....................................................................................................................55
3.4 Envelopes de dessorção de Cd, Ni, Zn e Cu em solo tratado com lodos de esgoto...............57
3.5 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em função do tempo de agitação............................................58
3.6 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em solo tratado com diferentes doses e tipos de lodo .............59
9
3.6.1 Energia Livre (ΔG0)............................................................................................................60
3.7 Experimento de fitodisponibilidade de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodo de
esgoto................................................................................................................................................60
3.8 Análise dos resultados............................................................................................................61
4 RESULTADOS E DISCUSÃO.................................................................................................62
4.1 Efeitos nos atributos do solo................................................................................................62
4.2 Envelopes de dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodo de esgoto.................66
4.2.1 Dessorção de zinco..............................................................................................................67
4.2.2 Dessorção dequel ............................................................................................................73
4.2.3 Dessorção de cobre..............................................................................................................78
4.2.4 Dessorção de cádmio...........................................................................................................82
4.2.5 Sequência de dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn.........................................................................85
4.3 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em função do tempo de agitação............................................86
4.4 Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodos de esgoto ..................92
4.5 Adsorção de Cd, Cu Ni e Zn................................................................................................92
4.6 Aplicação dos modelos de Langmuir e Freundlich nas isotermas de adsorção....................107
4.7 Correlações entre os parâmetros dos modelos de Langmuir e de Freundlich e atributos do
solo............................................................................................................................................113
4.8 Energia Livre (ΔG
0
) das reações de Cd, Cu, Ni e Zn..........................................................115
4.9 Avaliação da fitodisponibilidade de Cd, Cu, Ni e Zn pelo Método de Neubauer ................120
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................................124
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................125
10
RESUMO
Adsorção e dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodo de esgoto
O destino de metais pesados em solos é principalmente controlado por reações de
sorção e de precipitação em superfícies minerais. Resultados de pesquisa têm evidenciado certa
contradição quanto à mobilidade dos metais pesados em solos tratados com lodo de esgoto. Parte
dos resultados permite afirmar que a mobilidade dos metais nesses solos é baixa ou nula,
enquanto que outra parcela questiona a capacidade do solo em reter esses elementos, sendo esta
capacidade função de fatores como tempo, nível de contaminação, condições climáticas,
alterações químicas e degradação da matéria orgânica. O objetivo do trabalho foi avaliar a
dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em função do pH, a capacidade adsortiva e a fitodisponibilidade
desses metais em um Latossolo tratado por cinco anos consecutivos com doses de lodos
provenientes das estações de tratamento de Barueri (LB) e de Franca (LF). Amostras de solo
foram coletadas da camada 0-0,2m, dos seguintes tratamentos: testemunha; dose de lodo
estabelecida para adubação nitrogenada da cultura do milho (1N); duas vezes (2N), quatro vezes
(4N) e oito vezes a dose de lodo recomendada (8N). O efeito do pH na dessorção dos metais foi
avaliado por meio da determinação da concentração dos mesmos em extratos obtidos em
agitações seqüenciais, a primeira de 24 horas e as seguintes de 2 horas cada até a dessorção
máxima, usando solução de Ca(NO
3
)
2
0,01 mol L
-1
(relação solo:solução de 1:10) e pH ajustado
com HNO
3
ou NaOH 1 mol L
-1
. A faixa de variação de pH investigada foi de 3,5 a 7,5. A
adsorção dos metais foi avaliada nas amostras de solo agitadas com solução de Ca(NO
3
)
2
0,01
mol L
-1
e concentrações crescentes de cada metal. Plantas de arroz foram cultivadas pelo método
de Neubauer para avaliação da fitodisponibilidade dos metais. A dessorção dos metais foi
crescente com o aumento das doses dos lodos e o LB exibiu maiores valores comparativamente
ao LF. A redução do pH proporcionou o aumento dos teores de metais dessorvidos. A capacidade
adsortiva do solo também aumentou com a dose de lodo. As amostras tratadas com LF
adsorveram mais metais que as tratadas com LB, concordando com os resultados de dessorção.
As quantidades de metais nas plantas de arroz apresentaram boa correlação com os teores
dessorvidos e com os extrdos do solo com DTPA, indicando que a fitodisponibilidade aumenta
com o uso de lodo. Conclui-se que o pH do solo é fator importante no controle da disponibilidade
dos metais e sua redução implica em menor capacidade do solo tratado com lodo em reter os
metais estudados, além de existir também diferenças importantes relacionadas com as doses
aplicadas e origem e características dos lodos de esgoto.
Palavras-chave: Dessorção; Adsorção; Metais pesados; Cádmio; Cobre; Níquel; Zinco; Lodo de
esgoto; Fitodisponibilidade; pH
11
ABSTRACT
Adsorption and dessorption of Cd, Cu, Ni e Zn in sewage sludge amended soil
The fate of metals in the soil environment is mostly controlled by sorption
reactions on the surface of soil constituents. There have been many studies on the mobility of
metals in sludge-amended soils and some contradictions arise from them. Several results
indicated a low or even null degree of mobility while others questioned the capacity of soils
components in retaining those elements, which is dependent on degree of contamination, climatic
conditions, chemical alterations and decomposition of organic matter. This thesis reports the
evaluation of the of Cd, Cu, Ni and Zn dessorption from soils as function of pH; the adsorptive
capacity and the biovailability of those metals in soil samples collected in a field trial where
sewage sludge was applied during 5 consecutive years. The waste was collected in two sewage
treatment plants: Barueri (LB) and Franca (LF) in São Paulo state, Brazil. Soil was sampled (0-20
cm) in the trail plots of the following treatments: check; sewage rate corresponding to the amount
of total nitrogen recommended for maize (1N) and rates of 2, 4 and 8 times the 1N rate, which
were identified as 2N, 4N and 8N, respectively. The pH effect on metal desorption was evaluated
by a sequential extractions procedure with Ca(NO
3
)
2
0.01 mol L
-1
solution: the first step lasted 24
h and the subsequential ones 2 h till no significant amount of metal could be extracted. The soil:
extractant solution ratio was 1:10 and the pH ranged from 3,5 to 7,5 obtained after proper
additions of HNO
3
or NaOH 1 mol L
-1
solutions aliquots. Metal adsorption was carried out in
Ca(NO
3
)
2
0.01 mol L
-1
solution with increasing metal concentration. A Neubauer-type trial was
carried out with rice plants to evaluate metal bioavailability. Metal desorption increased with
sewage rates and higher amounts were obtained for LB as compared to LF. Metal desorption also
increased as pH decreased. Soil samples where LB sewage was applied adsorbed higher metal
amounts, which is in accordance with desorption results. Metal bioaccumulation in rice plants in
the Neubauer experiment was well correlated with the desorbed amounts and with the DTPA
extracted values thus indicating that bioavailability rises when sewage sludge is applied. Soil pH
appears as the key factor in controlling Cd, Cu, Ni and Zn availability and the more it decreases
the less they are retained by soil. It should also be mentioned the striking effects of and sludge
characteristics and rates.
Key words: desorption; adsorption; heavy metals; bioavailability; sewage sludge; cadmium;
copper; nickel; zinc.
12
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a maior parte dos esgotos, é lançada in natura nos cursos d’água, o que
compromete a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos das regiões densamente habitadas.
Tal situação torna o tratamento de esgotos uma prática indispensável para a preservação dos
recursos hídricos. Entretanto, durante o tratamento dos esgotos há geração do lodo de esgoto, cuja
disposição final é problemática e pode elevar consideravelmente os custos de operação de uma
estação de tratamento.
Embora uma fração muito pequena dos esgotos seja tratada em nosso país, quantidades
significativas e crescentes de lodo de esgoto estão sendo geradas o que torna a questão da
disposição final desse resíduo extremamente importante. Dentre as alternativas para a destinação
final do lodo, a utilização deste na agricultura como fertilizante e condicionador de solos vêm se
apresentando como uma alternativa bastante viável. A aplicação de lodo de esgoto proporciona
inúmeros benefícios aos solos agrícolas, mas a adoção dessa prática por anos sucessivos traz
grandes preocupações com relação à baixa degradabilidade desse resíduo e efeitos nas
características sicas e químicas do solo, além da possibilidade de poluição do solo e da água
com metais.
O acúmulo de metais em solos agrícolas devido a aplicações sucessivas de lodo de esgoto
é o fator que causa maior preocupação com relação a segurança ambiental necessária para a
viabilização desta prática (OLIVEIRA; MATTIAZZO, 2001). Segundo Chang et al. (1987), os
metais podem expressar seu potencial poluente diretamente nos organismos do solo, através da
disponibilidade às plantas em níveis fitotóxicos, além da possibilidade de se inserirem na cadeia
alimentar através das próprias plantas ou pela contaminação das águas de superfície e
subsuperfície.
Embora seja o solo um controlador natural da biodisponibilidade de metais, os fatores que
governam sua capacidade em retê-los são extremamente complexos, dificultando se efetuar
previsões acerca do comportamento desses elementos, principalmente a longo prazo
(OLIVEIRA; MATTIAZZO, 2001).
A maior ou menor disponibilidade dos metais é determinada pelos atributos físicos,
químicos e mineralógicos dos solos, como: teor e tipo de argila, capacidade de troca catiônica,
teor de matéria orgânica, pH, entre outros. Estes atributos influenciam as reações de
adsorção/dessorçao, precipitação/dissolução, complexação e oxiredução que, em conjunto,
13
governam a formas de ocorrência dos elementos no solo. A adição de lodo de esgoto pode alterar
as principais características químicas do solo e influencia diretamente na biodisponibilidade dos
metais.
Há dois aspectos a serem considerados a respeito da biodisponibilidade dos metais
adicionados a solos por lodo de esgoto (PAGE et al.,1987). Quando aplicado ao solo o lodo de
esgoto desempenha ao mesmo tempo o papel de fonte e de agente imobilizador de metais; o
segundo, é que a absorção de metais pelas plantas pela aplicação do resíduo é variável, podendo
se ajustar a modelos lineares, assintóticos, ou a mesmo não apresentar resposta alguma.
Diversos trabalhos concluem que a mobilidade de metais e, conseqüentemente, a
biodisponibilidade de metais aplicados através de lodo de esgoto é nula ou muito baixa
(EMMERICH et al., 1982; BAXTER et al., 1983; CHANG et al., 1984; WILLIAMS et al.,
1987). Entretanto a capacidade do solo em reter tais elementos ao logo do tempo do tempo,
considerando os níveis de ocorrência da contaminação, fatores climáticos envolvidos e taxas de
degradação da carga orgânica dos diferentes resíduos contaminantes, vem sendo questionada por
diferentes autores (McBRIDE et al., 1995; CAMOBRECO et al., 1996; McBRIDE, 1997). Nesse
contexto, podem ser consideradas duas abordagens comentadas a seguir.
A teoria do platô sugere que os metais permaneceriam adsorvidos e não estariam
prontamente disponíveis às plantas, pois o resíduo, mesmo sendo uma fonte de contaminação de
metais, aumentaria a capacidade de retenção desses elementos pelo solo através de sua carga
orgânica. Por outro lado, a teoria da bomba relógio sugere que com o tempo, após a interrupção
das aplicações, a retenção dos metais pode ser prejudicada, ocorrendo liberação dos mesmos para
a solução do solo. Ainda segundo essa teoria, a capacidade finita do solo para imobilizar metais
pode diminuir com a degradação da matéria orgânica do lodo, aumentando, desse modo, a
disponibilidade de metais às plantas. Adicionalmente, à medida que solos são acidificados por
processos naturais, a solubilidade e a atividade desses metais tendem a ser incrementada.
Ainda não há consenso a respeito da validade dessas duas teorias e os poucos trabalhos
que se ocuparam em avaliar a fitodisponibilidade de metais em solos tratados com lodo de esgoto
e que se apoiaram nas mesmas, apresentaram resultados discordantes e pouco conclusivos
(SILVEIRA et al., 2003b). Fica evidenciada, portanto, a necessidade de estudos que levem em
consideração um maior tempo de exposição ao lodo e o comportamento dos metais adicionados
aos solos.
14
O objetivo geral do presente trabalho foi considerar a relação entre as concentrações dos
metais Cd, Zn, Cu e Ni em solução e a na fase sólida de solos tratados com lodo de esgoto.
Dentre os objetivos específicos pode ser enumerados:
- determinar a capacidade adsortiva de solos que receberam lodo de esgoto através de
adição de Cd, Zn, Cu e Ni;
- quantificar a dessorção de Cd, Zn, Cu e Ni em solos tratados com lodo de esgoto
considerando a influencia de fatores como pH;
- relacionar resultados de dessorção dos metais citados com resultados obtidos em
experimentos de fitodisponibilidade.
Este trabalho pretende confirmar as seguintes hipóteses:
- adsorção de metais será maior nos solos tratados com as maiores doses de lodo de
esgoto;
- os solos tratados com lodo de esgoto submetidos a baixos valores de pH apresentarão
maior dessorção de metais;
- solos tratados com diferentes tipos e doses de lodo de esgoto apresentarão pequena
disponibilidade de metais às plantas.
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Utilização de lodo de esgoto na agricultura
O tratamento dos esgotos não resolve por si a quentão ambiental provocada por
esse material. O tratamento de um resíduo acaba gerando outro, que também exige uma solução
adequada para seu destino final. A vantagem é decorrente de uma diminuição da escala do
problema.
Lodos de esgoto são resíduos semi-sólidos predominantemente orgânicos, com teores
variáveis de componentes inorgânicos provenientes do tratamento de águas residuárias
domiciliares ou industriais (ANDRADE, 1999).
Estima-se que a produção de lodo no Brasil está entre 150 e 220 mil toneladas de matéria
seca por ano. Considerando que apenas 30% da população urbana têm seu esgoto devidamente
coletado e tratado, estima-se que se este fosse integralmente tratado a geração de lodo superaria
400 mil toneladas por ano (SOARES, 2004). Segundo Andreoli (2002), a ampliação dos serviços
de coleta de esgoto tem um potencial para multiplicar a produção de lodo em nosso país em 3 a 4
vezes.
No Estado de São Paulo, onde se concentra a maior parte das estações de tratamento, já se
ultrapassou há alguns anos a produção de 100 toneladas de lodo seco por dia (OLIVEIRA, 2000).
Conforme previsão de Tsutya (2000), a produção de lodo de esgoto em base seca na região
metropolitana de São Paulo será de 785 toneladas diárias em 2015.
Existem diversas alternativas para a destinação final do lodo, tais como: disposição em
aterro sanitário, incineração, uso na construção civil e a sua aplicação em áreas agrícolas. Essa
última alternativa vem sendo adotada por inúmeros países no mundo, como os Estados Unidos da
América (EUA), onde quase a metade do lodo produzido é aplicada aos solos. Na Comunidade
Européia, cerca de 30 % do lodo de esgoto gerado é utilizado como fertilizante na agricultura
(SILVEIRA et al., 2003b).
A utilização agrícola destaca-se como uma boa alternativa à disposição em aterro
sanitário, pois esta última pode acarretar maiores níveis de poluição do ar, águas superficiais,
águas subterrâneas e do solo (HALL, 1998). Além disso, segundo Gonçalves e Luduvice (2000),
a disposição em aterros sanitários ou exclusivos, bem como a incineração, requerem tecnologias
sofisticadas e que podem apresentar alto custo por unidade de massa tratada.
16
O uso de lodo de esgoto em áreas agrícolas pode ocasionar benefícios nas propriedades
dos solos, tais como: aumento no teor de matéria orgânica, melhoria na disponibilidade de
nutrientes, bem como nas propriedades físicas: capacidade de retenção de água, estabilidade de
agregados e, ainda, nas propriedades biológicas dos solos. Dependendo do tipo de tratamento do
esgoto, o lodo pode aumentar o pH do solo (KARAPANAGIOTIS, 1991; TSADILAS et al.,
1995; PAUL; CLARCK, 1996; LOPEZ-MOSQUERA et al., 2000; KHAN; SCULLION, 2000;
SASTRE et al., 2001). Segundo Bettiol e Camargo (2001) um lodo de esgoto típico, apresenta em
torno de 40% de matéria orgânica, 4% N, 2% P, além de demais macro e micronutrientes. Dessa
forma, o uso de lodo na agricultura além de suprir nutrientes apresenta-se como uma alternativa
de redução de custos aos produtores (CORRÊA, 2004; CARVALHO; BARRAL, 1981).
Embora a disposição de lodo de esgoto possa trazer alguns benefícios aos solos agrícolas,
a adoção dessa prática por anos sucessivos traz preocupações no que diz respeito à baixa
degradadibilidade desse resíduo e quanto à possibilidade de poluição do solo e da água com
patógenos e metais, que dependendo da região em que o lodo de esgoto é gerado ocorrem a
níveis alarmantes (OLIVEIRA, 2000).
Segundo Oliveira et al. (2005), a principal limitão do uso agrícola do lodo de esgoto é a
presença de metais potencialmente tóxicos. A concentração desses metais no lodo depende da
atividade, do desenvolvimento urbano e industrial da área que abastece a estação de tratamento.
Ainda segundo os autores, a adição de grandes quantidades de lodo de esgoto em aterros
sanitários e na reciclagem agrícola pode levar à situação de solos altamente contaminados com
metais.
Com o intuito de evitar a contaminação ambiental, diversos países criaram legislações e
critérios para controlar a utilização deste resíduo na agricultura. Entretanto, apesar das legislações
a respeito da disposição de resíduos em países desenvolvidos serem bem definidas, as normas
para aplicação de lodo de esgoto em solos agrícolas são extremamente variáveis. Embora existam
vários resultados de pesquisas a respeito do assunto, ainda há muitas dificuldades para se
estabelecer critérios para aplicação de lodo de esgoto (RODELLA;ALCARDE, 2001).
No Brasil, a Comissão Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) através da Resolução
CONAMA 375, publicada no diário oficial em 30 agosto de 2006 na seção I páginas 141 à 146,
recomenda que a aplicação máxima anual de lodo e produtos derivados, expressa em toneladas
por hectare, não deverá exceder o quociente entre a dose de nitrogênio expressa em kg/ha
17
segundo a recomendação agronômica oficial do Estado para a cultura, e o teor de nitrogênio
disponível no lodo (N disp), calculado de acordo com a expressão seguinte:
N recomendado (kg/ha)
Taxa de aplicação (t/ha) =
Ndisp (kg/t)
O cálculo da taxa de aplicação máxima anual deverá considerar também os resultados dos
ensaios de elevação de pH provocado pelo lodo no solo predominante na região, de modo a
garantir que o pH final da mistura solo-lodo não ultrapasse o limite de 7,0. Também deverão ser
respeitados os limites de carga total acumulada teórica de alguns elementos inorgânicos no solo,
segundo a Tabela 1 (CONAMA, 2006).
Tabela 1 - Carga acumulada trica permitida de substâncias inorgânicas pela aplicação do lodo
(kg/ha) durante os sete anos após a publicação da Resolução CONAMA 375
Elementos Carga acumulada teórica (kg/ha)
Arsênio 30
Bário 265
Cádmio 4
Chumbo 41
Cobre 137
Crômio 154
Mercúrio 1,2
Molibdênio 13
Níquel 74
Selênio 13
Zinco 445
Fonte: CONAMA, 2006.
2.2 Metais no lodo de esgoto
O termo metal pesado causa controvérsia ao ser aplicado a metais e aparece em muitos
trabalhos de poluição do ambiente. Metais pesados são definidos como elementos químicos
inorgânicos com densidade superior a 5 kg dm
-3
numa temperatura de 300 K ou que possuem
número atômico superior à 20 (COKER; MATTHEWS, 1983; MARQUES et al., 2002). A
utilização do termo vem sendo muito criticada, pois vem sendo usado na literatura científica para
caracterizar um grupo heterogêneo de elementos poluentes, nos quais se incluem os metais, semi-
metais e não-metais (PUNZ; SIEGHARDT, 1993).
18
Em certos casos o termo vem sendo gradualmente substituído por outros, como metal
tóxico e potencialmente tóxico, uma vez que com a utilização de resíduos na agricultura,
elementos como arsênio e selênio, que nãoo contemplados pela definição anteriormente
apresentada, também estão sendo estudados (PIRES et al., 2006). A determinação das
concentrações destes elementos, bem como antimônio, prata e cobalto, torna-se importante
devido ao provável impacto negativo que estes podem causar ao ambiente (CETESB, 1999).
Apesar de alguns destes elementos serem classificados como não-metal (Se) e semi-metal (As),
os princípios químicos que regem o comportamento desses elementos no solo são semelhantes
àqueles dos metais (CAMARGO et al., 2001). O fato de ser metal pesado não significa que seja
xico em qualquer concentração, pois alguns deles como Fe, Mn, Cu, Zn e Ni, são nutrientes de
plantas e elementos essenciais para os seres humanos (GARCIA et al., 1990).
Os metais que mais se destacam pelo potencial de toxicidade às plantas e animais são: Pb,
Cd, Ni, Zn e Cu, que, independentemente da origem, quando presentes no solo em quantidades
elevadas podem entrar na cadeia alimentar por meio de acúmulo no tecido vegetal e provocar o
desenvolvimento de doenças crônicas e agudas nos animais e seres humanos (ATSDR, 2005).
Os seres humanos podem ser afetados de forma direta e indireta pelos metais acumulados
em partes comestíveis de plantas. O efeito direto é causado pela ingestão dos vegetais
contaminados e o efeito indireto dá-se através da ingestão de animais previamente contaminados
ou de subprodutos preparados com estes vegetais (LAKE, 1987). Este efeito pode ser agravado
pelo fato de antes das plantas apresentarem sintomas de toxicidade estes metais podem ocorrer
em concentrações superiores às permitidas para os seres humanos. Além disso, os metais
possuem efeito cumulativo nos organismos e podem provocar, desta forma, intoxicações
crônicas, cânceres, problemas cardíacos e respiratórios, alergias, etc. (CASSARET; DOULL’S,
1986).
Quando absorvidos pelos vegetais podem afetar ou impedir totalmente seu
desenvolvimento. Além disso, dependendo do metal, da forma química e da quantidade presente,
estes chegam a sofrer reações no solo e, ao se lixiviarem, atingem o lençol freático, ocasionando
severos danos ao meio ambiente.
Apesar de o termo metal pesado estar correlacionado geralmente com toxicidade, alguns
destes elementos atendem aos critérios de essencialidade às plantas, aos animais e aos seres
19
humanos e são denominados biogenéticos, ou seja, a presença desses é essencial para o
funcionamento de algumas rotas metabólicas (AGUIAR et al., 2002).
As principais fontes naturais de metais são os minerais, como sulfetos, óxidos e silicatos,
entre outros, bem como as emises vulcânicas (KABATA PENDIAS; PENDIAS, 1992;
MATTIAZZO, 1994). Diversas fontes antropogênicas causam impacto ao ambiente, tais como:
fertilizantes, pesticidas, combustão de carvão e óleo, emissões veiculares, incineração de resíduos
urbanos e industriais e, principalmente, mineração, fundição e refinamento de petróleo
(TAVARES; CARVALHO, 1992).
O lodo de esgoto estritamente doméstico possui normalmente quantidade baixa de metais
potencialmente tóxicos, mas quando esgotos industriais e águas de chuva entram no sistema de
captação do esgoto urbano, este pode ter sua concentração de metais aumentada
significativamente (USEPA, 1986). Inúmeras podem ser fontes responsáveis pela introdução
destes metais nos sistema de tratamento de esgoto (Quadro 1).
Metal Origem
Cádmio
Indústrias de tratamento de superfícies metálicas, plásticos, fabricação de
radiadores, borracha, pigmentos etc...
Chumbo Fabricação de baterias, tintas, escoamento pluvial de vias públicas e canalizações
Cobre
Canalizações de água quente, fábrica de fios elétricos, radiadores de automóveis e
tratamento de superfícies metálicas.
Cromo
Curtumes, fabricação de ligas especiais de aço, tratamento de superfícies
metálicas.
Níquel
brica de ligas de aço especiais, recobrimento de superfícies metálicas por
eletrólise, hidrogenação de óleos e substâncias orgânicas, tintas e cosméticos
Zinco Produtos farmacêuticos, fábrica de tintas, borracha, pilhas elétricas e galvanização
Manganês
Fábrica de ligas de aço, cerâmicas e porcelanas, baterias, aditivo de combustíveis,
fungicidas e pesticidas.
Fonte: ASTDR (2005).
Quadro 1 - Atividades industriais geradoras de metais encontrados no lodo de esgoto
Concentrações elevadas de alguns metais em lodos de esgoto resultam em ações mais
restritivas quanto ao uso agrícola desses materiais em diversos países, incluindo o Brasil
(EUROPEAN COMISSION, 2002; CONAMA, 2005). Sendo assim, faz-se necessário buscar um
sistema de gestão do tratamento dos esgotos mais eficiente e sustentável, no qual o tratamento de
20
esgotos industriais seja feito pelas próprias unidades geradoras, o que certamente reduziria os
teores desses metais nos lodos.
Em vista do exposto, além dos teores de nutrientes presentes no lodo de esgoto, uma
avaliação preliminar dos teores de metais potencialmente tóxicos é essencial para indicar a
possibilidade ou não de seu uso agrícola.
Os fatores determinantes da composição química do lodo de esgoto são: o método de
tratamento, a variabilidade sazonal e o tipo e o grau de industrialização da região onde são
gerados os esgotos (SOMMERS et al., 1996).
No Brasil ainda não há um levantamento sistemático levando em conta a caracterização
química do lodo de esgoto gerado em diferentes localidades e os métodos de tratamento
empregados. Isto impossibilita o conhecimento da composição do lodo gerado no país de uma
maneira mais abrangente, a qual serviria como base para a avaliação do destino mais adequado
para este resíduo.
Apesar de escassos, alguns trabalhos disponíveis na literatura oriundos de pesquisas
científicas realizadas com lodos de esgoto gerados no Estado de São Paulo permitem avaliar a
variação da composição química dos lodos. Com esse objetivo, foi elaborada a Tabela 2,
elaborada por Oliveira (2000), pela compilação de alguns trabalhos.
Tabela 2 – Concentrações totais de metais em lodo de esgoto encontradas no Brasil
Metal Concentração (mg kg
-1
)
Mínima xima
Cd 4 35
Cr 545 2227
Cu 379 2404
Fe 34954 170955
Mn 54 820
Ni 378 1331
Pb 119 835
Zn 683 4327
Fonte: Oliveira (2000).
Tsutiya (2001) caracterizou quimicamente diversos lodos provenientes de diferentes
estações de tratamento do Estado de São Paulo (Tabela 3). Segundo o autor, a composição dos
lodos estudados não apresentou grandes diferenças em termos qualitativos, porém, em termos
quantitativos ocorreu uma grande variabilidade de teores.
21
Os dados apresentados permitem observar as grandes diferenças de concentração de
metais conforme a região em que os lodos são gerados. Em regiões pouco industrializadas, como
Humaitá e Bertioga, as concentrações de metais são bem mais baixas que nas regiões mais
industrializadas, como a de Barueri. Além disso, verifica-se que os valores encontrados nesta
tabela estão bem abaixo dos valores máximos da Tabela 2, o que atesta a dificuldade levantada
por diversos autores na caracterização química dos lodos de esgoto, devido a sazonalidade e ao
grau de desenvolvimento regional.
Tabela 3 - Características químicas de lodos de esgoto (base seca) oriundos de ETEs do Estado
de São Paulo
Estação de Tratamento de Esgoto
Elementos
Barueri Franca Suzano Lavapés Bertioga Humaitá Bichoró
----------------------------------mg kg
-1
--------------------------------------
Zn 1870 1560 2705 682 438 549 556
Cu 348 160 543 120 136 136 231
Cd 18 7 6 6 2,9 1,5 2,6
Pb 189 31 245 151 65 65 74
Ni 349 34 227 32 14 13 12
Fonte: Adaptado de Tsutiya (2001).
A concentração total de metais no lodo de esgoto depende também do processo de
estabilização da matéria orgânica. Na fase final do tratamento de esgoto o material biológico
resultante é tratado para produzir um lodo com menor evolução de odores, baixa atratividade de
vetores e maior facilidade de manuseio e destinação. O método de estabilização utilizado pode
também alterar significativamente as concentrações totais de metais no lodo de esgoto (PIRES et
al., 2006). Richard et al. (1997) observaram este efeito quando o lodo desaguado foi submetido
aos processos de peletização/secagem, compostagem, incineração e estabilização alcalina com
calcário e outros reagentes alcalinos. Na compostagem e estabilização alcalina obteve-se um
efeito de diluição dos metais pela adição de coadjuvantes, enquanto que na incineração perdas
significativas ocorreram em conseqüência das elevadas temperaturas atingidas. O método de
estabilização da matéria orgânica do lodo de esgoto pode ainda afetar a mobilidade dos metais no
ambiente, cujo reflexo mais importante é representado pela fitodisponibilização desses
elementos.
22
Fuentes et al. (2004) compararam a distribuição dos metais Cd, Cr, Cu, Ni, Fe, Zn e Pb
em quatro diferentes tipos de lodo: digerido aerobicamente; digerido anaerobicamente,
proveniente de tanque de digestão e não estabilizado, produzidos na Espanha. Os autores
demonstraram que o tipo de tratamento influencia fortemente a forma com que os metais ocorrem
no resíduo. Em geral, quanto maior o tempo de digestão da matéria orgânica, maior será a
quantidade de metais encontrada na fase residual, que é a fração menos disponível. Segundo
Canellas et al. (1999), uma fração da matéria orgânica do lodo, resistente à decomposição,
poderia quelatar metais, impossibilitando a absorção desses elementos tóxicos pelas plantas e a
contaminação de cursos d´água. Entretanto, a fração ligada aos ácidos orgânicos solúveis poderia
formar complexos solúveis com metais impedindo-os de reagir com grupos funcionais de
componentes inorgânicos dos solos (YAMADA et al., 1984). O metal na forma de complexos
orgânicos solúveis é provavelmente menos adsorvido ou precipitado e de menor disponibilidade
para as plantas do que aquele na forma de íon livre (NEAL; SPOSITO, apud OLIVEIRA et al.,
2003).
Os resíduos inorgânicos presentes no lodo, tais como: fosfatos, silicatos, óxidos,
oxidróxidos e hidróxidos de Fe e Mn, contribuem provavelmente para o aumento da retenção de
metais com o tempo de aplicação, reduzindo o risco de contaminação deste material (OLIVEIRA
et al., 2003).
2.3 Teores e formas de cobre, níquel, zinco e cádmio em solos
Os metais estão presentes no ambiente desde a formação do planeta e sua distribuição nos
solos sob condições naturais é generalizada (SOARES, 2004). Contudo, quanto à origem, os
metais presentes nos solos podem ser classificados como: litogênicos e antropogênicos, ou seja,
ter origem natural, que depende do material de origem dos solos e do grau de intemperização, ou
origem ligada a atividade humana, que é a principal razão do aumento nos teores de metais em
solos agrícolas (CAMARGO et al., 2001; ABREU et al., 2002).
Os metais presentes naturalmente nos solos originam-se do intemperismo da rocha matriz,
sobretudo aquelas ricas em sulfetos, óxidos, silicatos, fosfatos e carbonatos. Segundo Kabata-
Pendias e Pendias (2001), as faixas de teores de alguns elementos químicos em solo são as
seguintes, expressas em mg kg
-1
: Pb, 10 a 84; Cd, 0,06 a 1,1; Cr, 7 a 221; Hg, 0,02 a 0,41; Cu, 6 a
80; Zn, 17 a 125; Ni , 4 a 55; Mn, 50 a 2000; Co, 1,6 a 24,5; As, 2,2 a 25 e Se, 0,05 a 1,27.
23
Além de estarem presentes no solo em decorrência do material de origem, os metais
podem ser adicionados no solo através de material orgânico (RANGEL, 2003). Apesar da
possibilidade de ocorrer mobilização dos metais ao longo do perfil do solo, normalmente, os
maiores teores são encontrados nos horizontes superficiais, onde ocorre maior acúmulo de
matéria orgânica (MARQUES et al., 2001). Contudo, os níveis mais elevados de metais no solo
têm sido observados com maior freqüência nas áreas que sofreram ações antrópicas, como
sucessivas adições de fertilizantes, corretivos e pesticidas; por meio de deposições atmosféricas e,
principalmente, pelo uso de resíduos como escórias de siderurgia e lodos de esgoto (AMARAL
SOBRINHO et al., 1997).
A CETESB através da norma técnica P 4.230, apresenta os valores orientadores para
avaliação da contaminação dos solos por metais (Tabela 4). Por essa norma são definidos valores
de referência, concentrações de substâncias no solo ou na água subterrânea que caracterizam um
solo como livre de contaminação e que devem ser utilizados como referência nas ações de
prevenção da poluição do solo e das águas subterrâneas e de controle de áreas contaminadas. Os
valores de prevenção são concentrações de substâncias, acima das quais podem ocorrer alterações
prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea, e que devem ser utilizados para disciplinar
a introdução de substâncias no solo. Os valores de interveão são concentrações de substâncias
no solo ou na água subterrânea acima das quais existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à
saúde humana, considerando um cenário de exposição genérico.
24
Tabela 4 - Valores orientadores para a presença de substâncias inorgânicas para solo no Estado
de São Paulo
Intervenção
Referência de
qualidade
Prevenção
Agrícola Residencial Industrial
Substância
-------------------------mg Kg
-1
(peso seco)--------------------
Antimônio < 0,5 2 5 10 25
Arsênio 3,5 15 35 55 150
Bário 75 150 300 500 750
Cádmio < 0,5 1,3 3 8 20
Chumbo 17 72 180 300 900
Cobalto 13 25 35 65 90
Cobre 35 60 200 400 600
Cromo 40 75 150 300 400
Mercúrio 0,05 0,5 12 36 70
Molibdênio < 4 30 50 100 120
Níquel 13 30 70 100 130
Prata 0,25 2 25 50 100
Selênio 0,25 5 - - -
Vanádio 275 - - - -
Zinco 60 300 450 1000 2000
Fonte: adaptado de Cetesb 2006.
2.3.1 Cádmio
O cádmio é um metal de transição, de número atômico 48, peso amico de 112,4 e
densidade 8,642 g cm
-3
. Raramente é encontrado em estado puro na natureza e sua presença no
ambiente está diretamente relacionada aos minérios de zinco (ADRIANO, 1986).
A concentração média de cádmio na crosta terrestre é 0,15 mg kg
-1
. Os teores médios
encontram-se na faixa de 0,15 nas rochas ígneas, variando de 0,01 a 0,6 nos basaltos e de 0,01 a
1,6 mg kg
-1
nos granitos. As rochas sedimentares apresentam as mais altas concentrações de
cádmio, na faixa de 10 a 980 mg kg
-1
. Já nas rochas metamórficas os teores variam entre 0,04 mg
kg
-1
nos gnaisses e 0,02 mg kg
-1
nos xistos (ALOWAY, 1990).
Em solos não contaminados por fontes antropogênicas, a concentração do metal varia
conforme a rocha de origem. Solos formados a partir de rochas ígneas apresentam teores entre 0,1
e 0,3 mg kg
-1
de Cd, naqueles derivados de rochas metamórficas a concentração de cádmio se
25
encontra entre 0,1 e 1 mg kg
-1
e em solos oriundos de rochas sedimentares próximo de 11 mg kg
-
1
. Os teores de cádmio podem atingir valores bem mais altos em solos próximos à minérios de
zinco, pois a presença desse metal na natureza está intimamente ligada ao zinco. As formas mais
comuns encontradas no solo são: livre (Cd
2+
), complexadas (CdCl
+
, CdOH
+
, CdHCO
3
+
, CdCl
3
-
,
CdCl
3
-
, CdCl
4
2
-
, Cd(OH)
3
-
e Cd(OH)
4
2-
) e quelatizadas por ligantes orgânicos (ALOWAY, 1990;
ADRIANO, 1986; KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 2001).
A concentração de Cd na solução do solo é governada por diversas reações, tais como:
adsorção, fixação e complexação, cuja ocorrência em escala maior ou menor escala depende das
condições do meio. Em baixas concentrações do elemento ocorre adsoão ao complexo organo-
mineral; em teores mais altos, ocorre precipitação com carbonato e fosfato, o que é facilitado por
pH mais alto. Nos solos ácidos, as reações com a matéria orgânica e sesquxidos são as
principais responsáveis pelo controle da sua solubilidade (MALAVOLTA, 1994).
O cádmio pode ser adicionado ao solo através de adubos fosfatados, calcários, pesticidas,
efluentes industriais e domésticos, podendo atingir o leol freático, assim como ser absorvido
plantas e ser inserido na cadeia alimentar, causando danos ao meio ambiente e aos seres humanos
(POMBO, 1995). Este elemento é amplamente utilizado na fabricação de fungicidas, baterias, no
tratamento da borracha, na produção de pigmentos, e na indústria de galvanoplastia (MOORE;
RAMAMOORTHY, 1984).
2.3.2 Cobre
O cobre, elemento de número atômico 29, peso atômico 63,54 e densidade 8,96 g cm
-3
,
está presente em todas as rochas da crosta terrestre (AUBERT; PINTA, 1977). Este elemento de
transição externa pertence ao grupo químico IB da Tabela Periódica. O teor de cobre na crosta
terrestre é de 0,01 %, sendo o 26º metal em ordem de abundância. Nos solos, o teor total de Cu
varia de 2 a 100 mg kg
-1
, estando os teores médios na faixa de 20 a 30 mg kg
-1
. Entretanto, em
função do material de origem do solo, esse limite pode ser ampliado para 150 mg kg
-1
, como é o
caso dos solos derivados de rochas balticas e os solos oxídicos de clima tropical (MATIAZZO-
PREZZOTTO, 1994). O aporte de cobre ao solo devido a deposições atmosféricas é da ordem de
32542 Mg, no mundo (NIAGRU, 1989).
A forma iônica mais comum de cobre em solos é Cu
2+
. Acima de pH 7, o cobre é
complexado estando presente significativamente nas formas CuOH
+
e Cu
2
(OH)
2
2+
. Outra forma
26
comum de cobre no solo, independentemente do pH é o CuCO
3
(KABATA-PENDIAS;
PENDIAS, 1992).
O cobre é um elemento de pouca mobilidade nos solos, se acumulando geralmente no
horizonte superficial dos solos, entretanto, em solos ácidos e com baixos teores de matéria
orgânica este elemento pode apresentar maior disponibilidade (FELIX, 2005).
A matéria orgânica do solo exerce grande influência sobre a disponibilidade de Cu. A
complexação do cobre pela matéria orgânica do solo é a mais forte entre os metais de transição
divalentes. Os grupos funcionais carboxílicos e fenólicos, presentes nesses compostos húmicos,
formam estruturas negativamente carregadas que apresentam grande afinidade com o cobre
(SODRÉ ; COSTA, 2001). O alto grau de seletividade da matéria orgânica do solo para com o Cu
se deve a formação de complexos de esfera interna, também conhecido como adsorção específica
(GUILHERME; ANDERSON, 1998). Quando presente na solução do solo em baixas
concentrações, este é imobilizado principalmente pelos ácidos húmicos, mas a medida que os
tios fortes de ligação vão se saturando, uma maior quantidade de Cu é solubilizada pelos ácidos
fúlvicos ou por compostos orgânicos mais simples (McBRIDE, 1989). A adsorção de Cu pode se
dar ainda de forma não específica, através da interação eletrostática, estando assim na forma
trocável.
No lodo de esgoto a concentração de Cu varia de 240 a 1030 mg kg-1, sendo o Cu
proveniente de resíduos da fabricação de fios elétricos e ligas de bronze e latão (PIERRISNARD,
1996).
2.3.3 Níquel
O níquel caracteriza-se como um elemento de transição do grupo VIII da Tabela
Periódica. Além disso, é classificado como um metal pesado, cujomero amico é 28, peso
atômico 58,71 e densidade 8,91 g cm
-3
. Apesar de ser um metal com alto potencial de toxicidade,
oquel satisfaz os critérios de essencialidade, o que o credencia como um micronutriente
(MALAVOLTA, 1994), evidenciando que toxicidade é uma questão de concentração.
A concentração de níquel na crosta terrestre é em média 0,018%, o que o torna o 25º
elemento em abundância na superfície terrestre, sendo duas vezes mais abundante que o cobre
(MATIAZZO-PREZZOTTO, 1994). O teor total de Ni em solos varia de 5 a 700 mg kg
-1
, com
um valor médio de 20 mg kg
-1
na camada de solo de 0-20 cm de profundidade. Em solos
27
derivados de serpentina, a concentração total de Ni pode variar de 80 a 7100 mg kg
-1
(UREN,
1992). Esta amplitude é causada por vários fatores, incluindo o material de origem do solo, sendo
os teores menores que o limite inferior encontrados em solos calcários (SILVA, 1995).
O níquel é encontrado na solão do solo principalmente na forma do aquocomplexo
Ni(H
2
O)
6
2+
. Sua atividade diminui com o aumento de pH e da atividade de ligantes orgânicos e
inornicos pela formação de complexos. Dentre os complexos formados, os mais facilmente
encontrados são: NiSO
4
, NiOH
+
, organo-complexos com ácido fúlvico e com ácido cítrico. Além
disso, na fase sólida do solo o níquel pode ser encontrado na forma inorgânica, como complexos
com óxidos de Fe e Al, e na forma orgânica (UREN, 1992).
O Ni total do solo pode ser dividido aproximadamente nos seguintes compartimentos:
58% na forma residual, 12% ligado à matéria orgânica, 15% associado a óxidos de Fe e Mn, 9%
na forma trocável e 6% na forma solúvel (KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 2001). O Ni pode
ser incorporado ao solo por meio da calagem e do uso de fertilizantes fosfatados, entes últimos
podendo conter até 300 mg kg
-1
do metal (McGRATH, 1995).
No lodo, alto teores de Ni se devem ao tratamento efluentes proveniente de indústrias que
o utilizam na fabricação de ligas metálicas, em baterias e compostos eletnicos, cosméticos e em
catalisadores (BERTONCINI, 2002).
Senesi et al. (1989) e Egreja Filho (2000) destacam a grande afinidade do Ni por materiais
orgânicos, principalmente quando esses são adicionados aos solos. Dudley et al. (1987) e Uren
(1992) ressaltam que em solos adubados com lodo de esgoto, o Ni encontra-se preferencialmente
na forma de complexos orgânicos.
2.3.4 Zinco
O zinco é um elemento de transição do grupo IIB da Tabela Periódica. Possui número
atômico 30, peso amico 63,57 e densidade 7,133 g cm
-3
, o que o caracteriza como metal
pesado. É encontrado principalmente em rochas graníticas e basálticas em concentrações que
variam de 40 a 100 mg kg
-1
, respectivamente. O aporte atmosférico mundial proveniente da
combustão do carvão, de instrias que produzem aço e ferro e da atividade vulcânica é da ordem
de 1.372.000 Mg ano
-1
. Os fertilizantes fosfatados contêm de 50 a 1450 mg kg
-1
de Zn; os
calcários de 10 a 450 mg kg
-1
, e os pesticidas de 1,3 a 25 mg kg
-1
. As formas mais comuns
28
encontradas no solo são: livre (Zn
2+
) e complexadas: Zn(OH)
2
e Zn(CO)
3
, Zn(PO
4
) (KABATA-
PENDIAS; PENDIAS, 2001).
No solo, o Zn encontra-se adsorvido a minerais e compostos orgânicos e, sobretudo, na
forma de precipitados. O zinco encontra-se na forma trocável nos óxidos e argilas, e que na
matéria orgânica, ocorre tanto complexado aos ácidos fúlvicos, quanto na forma trocável
(SPOSITO et al., 1982). Amostras de 20 solos da Nova Zelândia foram submetidas ao
fracionamento de Zn, mostrando que a participação de cada fração, em relação ao Zn total, variou
entre solos. Na média, 3% do Zn total encontram-se na forma trocável, 5% ligado à matéria
orgânica, 9, 18 e 24% associados a óxidos de Mn, de Fe amorfo e cristalino, respectivamente. A
fração residual responde por 40% (OLIVEIRA et al., 1999).
Em função da sua origem, a concentração de Zn no lodo de esgoto pode ser alta,
principalmente quando o esgoto tem forte contribuição de efluentes de indústrias farmacêuticas,
cosméticos, tintas, pigmentos, borrachas, pilhas, galvanoplastia e de fabricação de ligas metálicas
(PIRES et al., 2006).
2.4 Mobilidade de metais no solo
A dinâmica dos metais no solo é governada por uma série de reações químicas que
ajudam a determinar os riscos ambientais a eles associados. As principais preocupações em
relação à adição de metais aos solos são: entrada na cadeia alimentar, redução da produtividade
agrícola devido a efeitos fitotóxicos, acúmulo no solo, alteração da atividade microbiana e
contaminação de recursos hídricos (PIRES et al., 2006). A fração solúvel em água resulta da
partição do metal entre as fases sólida e quida do solo, e sua importância resulta dela representar
a quantidade prontamente biodisponível no ambiente, bem como de ser passível de
movimentação em profundidade no perfil do solo (KABATA-PENDIAS; PENDIAS, 1995).
Nesse sentido, algumas reações químicas como precipitação, oxi-redução, adsorção e
complexação, afetam a solubilização desses metais e a cinética química dos processos
(CAMARGO et al., 2001) (Figura 1).
29
Troca iônica
e
adsorção
Re ões de
solubilidade e
precipitão
Reaç ões
de
oxi - redão
Reaç ões
ácido – base
Transfencia
de massa
Re ões de
formações de
complexos
Concentrão
do metal livre na
solução do solo
Figura 1 – Esquema das reações que controlam o teor de metais presentes na solução do solo
(adaptado de Mattigod et al., 1981)
A possibilidade de existirem inúmeros equilíbrios faz com que os metais ocorram no solo
sob diversas formas: adsorvidos eletrostaticamente aos sítios de troca; incorporados à superfície
da fase inorgânica; participando de reações de precipitação e dissolução; ligados a compostos
orgânicos; na solução do solo. Destas, consideram-se como disponíveis às plantas e outros
organismos, os metais em formas solúveis, dissolvidos na solução do solo, ou na forma trocável
(BECKETT, 1989; ALLOWAY, 1995; KABATA-PENDIAS, 1992).
A movimentação dos metais no solo é um tema que tem sido muito estudado. Nessas
pesquisas tem-se observado que os metais Pb, Cr e Cu apresentam baixa mobilidade,
acumulando-se conseqüentemente na superfície dos solos contaminados, enquanto Zn, Mn, Ni e
principalmente o Cd, com mobilidade relativamente elevada, apresentam maior risco de
contaminação da água subterrânea (AMARAL SOBRINHO et al., 1998).
O destino de metais em solos é controlado principalmente por reações de precipitação em
supercies minerais. Fases precipitadas no solo reduzem significativamente a toxicidade e a
biodisponibilidade dos elementos, isolando metais em fases relativamente estáveis de baixa
solubilidade (PELTIER et al., 2005).
30
A retenção de metais sob formas iônicas pelos coides do solo é um processo importante
para a manutenção da qualidade ambiental, pela diminuição da mobilidade, biodisponibilidade e
transporte em ambiente aquático e no solo (AMARAL SOBRINHO et al., 1998). A compreensão
dos mecanismos de adsorção e sua quantificação são fundamentais para o entendimento dos
possíveis destinos dos metais poluentes em solos contaminados, possibilitando o controle
ambiental preventivo.
2.5 Adsorção de metais em solos
O termo retenção ou sorção pode e deve ser usado quando o mecanismo de remoção do
soluto da solução não é conhecido (SOARES, 2004). Adsorção é o acúmulo de um determinado
elemento ou substância na interface entre a superfície sólida e a solução adjacente (SPOSITO,
1989). Esta terminologia deveria ser usada apenas para descrever a formação de complexos do
soluto com os sítios de superfície, pom este termo é utilizado freqüentemente para descrever a
remoção do soluto da solução independentemente do mecanismo ocorrido (BUCHTER et al.,
1989). Segundo Ford et al. (2001), o termo adsorção pode ser empregado principalmente quando
não se conhece o mecanismo de interação entre um íon e uma superfície sólida.
A adsorção é considerada o mais importante processo regulador da concentração de
metais na solução do solo. As reações de adsorção-dessorção de metais nas superfícies dos
constituintes coloidais do solo são consideradas responsáveis pela concentração na solão do
solo e conseqüentemente pela disponibilidade às plantas (SWIFT; McLAREN, 1991).
Os principais mecanismos envolvidos na adsoão dos metais, de acordo com Camargo et
al. (2001) são: troca iônica, adsorção não específica ou de esfera externa; adsorção específica ou
de esfera interna; e a complexação com o material orgânico do solo (quelação).
A adsorção não-específica ou de esfera-externa ocorre como resultado da ação de forças
eletrostáticas entre cátions metálicos presentes na solução do solo e a superfície carregada com
cargas negativas dos colóides. Estas interações eletrostáticas ocorrem quando um íon carregado
entra no campo de influência de uma superfícielida com carga líquida superficial de sinal
contrário (FORD et al., 2001). Esse tipo de adsorção é de baixa energia, ou seja, os metais
encontram-se em equilíbrio dinâmico com a solução do solo. O cátion adsorvido não-
especificamente mantém sua água de solvatação, enquanto na adsorção de esfera interna há perda
da água de solvatação. Nos complexos de esfera externa a valência do cátion é considerada como
31
o principal fator determinante da seletividade de imobilização na superfície dos colóides
(SPOSITO, 1989).
A ocorrência de adsorção específica ou de esfera interna se deve a elevada afinidade
existente entre a superfície adsorvente e os cátions livres em solução. Neste tipo de adsorção os
íons penetram na estrutura do átomo e ligam-se por meio de ligações covalentes ou iônicas com
os grupos O e OH da superfície do solo. Este mecanismo de adsorção explica a razão pelo qual o
solo adsorve determinados íons em concentrações superiores à capacidade de troca catiônica
(YONG et al., 1992; PHILIPS, 1999). Os principais fatores que interferem nessa afinidade são a
relação entre a valência e o raio iônico do cátion e a polaridade do cátion quando submetido a um
campo elétrico. Nos dois casos o raio iônico desempenha papel fundamental, uma vez que um
maior raio iônico implica em menor campo elétrico capaz de manter a água de solvatação em
face à competição pela complexação pelo grupo funcional da superfície coloidal. Além disso, o
maior raio iônico permite ampla expansão da configuração eletrônica e maior tendência de
distorção (polarizibilidade) mediante um campo elétrico, o que é pré-requisito para a ocorrência
de ligações covalentes como as que existem nos complexos de esfera interna.
Os principais tipos de ligações químicas envolvidas entre os átomos na adsorção
específica são: covalente, onde ocorre o compartilhamento de elétrons de ambas as espécies
iônicas envolvidas; e covalente-coordenada, onde o compartilhamento ocorre somente por uma
das espécies iônicas envolvidas (YONG et al., 1992).
A adsorção não-específica é altamente dependente do balanço de cargas elétricas na
supercie coloidal, uma vez que se fundamenta na atração eletrostática. Por sua vez, a adsorção
específica mostra-se pouco dependente da carga superficial do colóide, embora o aumento das
cargas negativas dos colóides facilite a aproximação e reação entre os cátions metálicos e os
grupos funcionais dos colóides. A eletronegatividade é um fator importante para determinar qual
cátion será quimiossorvido preferencialmente. Para cátions divalentes, a ordem de preferência,
baseada na eletronegatividade, é a seguinte: Cu > Ni > Co > Pb > Cd > Ca > Zn > Mg > Sr
(MEURER, 2000).
Em solos de regiões tropicais altamente intemperizados, com predomincia de cargas
variáveis, o pH é o principal fator determinante do balanço de cargas no solo e sua elevação
determina aumento de cargas negativas por meio de desprotonação de H
+
ou ligação de OH
-
à
32
supercie coloidal. A redução de pH, por outro lado, leva ao aumento das cargas positivas por
meio de protonação de H
+
ou remoção do íon OH
-
do coide.
Gomes et al. (2001) obtiveram em solos brasileiros as seguintes ordens decrescentes de
seletividade de adsorção de alguns metais: Cr > Pb > Cu > Cd > Zn > Ni; e Pb > Cr > Cu > Cd >
Ni > Zn. Os mesmos autores observaram por meio de correlações estatísticas que pH, para Pb;
pH e CTC, para Cd, Cr e Ni; e carbono orgânico, argila e teor de gibsita, para Cu; foram as
propriedades edáficas que melhor explicaram a seletividade de adsorção. O teor de zinco
adsorvido não se correlacionou significativamente com as características químicas e
mineralógicas estudadas: pH, CTC, carbono orgânico e teores de argila, óxidos de Fe e Al,
hematita, goetita e gibsita.
A biodisponibilidade dos metais é afetada por fatores como a CTC, o teor de matéria
orgânica e o pH do solo (MELO, 1997). A maioria dos metais tem a sua disponibilidade às
plantas acentuada em meio ácido e, por outro lado, reduzida pela elevação do pH (RAIJ, 1991).
Um tipo de reação muito semelhante à adsorção de esfera interna em partículas minerais é
a reação entre ligantes orgânicos e metais livres, a qual se reserva a designação de complexação.
Tanto a formação de complexos entre metais e ligantes orgânicos e entre metais e ligantes
inornicos podem ser entendidos por meio da classificação entre ácidos e bases de Lewis e o
conceito de duros e moles (Quadro 2):
Ácidos de Lewis: são espécies químicas (átomos, moléculas ou íons) que possuem um
orbital vago para acomodar um par de elétrons;
Ácidos duros: são aceptores de elétrons altamente carregados com carga positiva, de
pequeno tamanho, não sendo facilmente excitados por outros elétrons, sem
polarizibilidade (capacidade dos orbitais eletrônicos se deformarem na presença de
um campo elétrico e fazerem com que o centro de carga positivo e negativo não
coincidam, gerando certa polaridade temporária) e associados a bases duras por meio
de ligações iônicas;
Ácidos moles:o aceptores de elétrons com pequena carga elétrica, tamanho
relativamente grande e possuem elétrons externos facilmente excitados. São
polariveis e reagem com bases moles por meio de ligações covalentes;
33
Bases de Lewis
: espécies químicas, que podem ser átomos, moléculas ou íons, contendo
pelo menos um par de elétrons na camada de valência, os quais podem ser compartilhados
em ligação covalente;
Bases duras: são doadores de elétrons com baixa polarizabilidade, altamente
eletronegativos e de difícil oxidação, além de não possuírem orbitais eletrônicos
vazios de baixa energia;
Bases moles: são doadores de elétrons com alta polarizibilidade, baixa
eletronegatividade e com forte tendência para oxidação, e está associado com orbitais
eletrônicos vazios e de baixo posicionamento.
A teoria dos ácidos e bases duros e moles prevê que bases duras tendem a se unir a ácidos
duros e bases moles preferem se unir a ácidos moles (BERTON, 1989; HARTER; NAIDU,
1995).
Ácidos de Lewis Bases de Lewis
Ácidos duros Bases duras
H
+
, Li
+
, Na
+
, K
+
, Be
+2
, Mg
+2
, Ca
+2
, Sr
+2
, Fe
+3
,
Al
+3
, Se
+3
H
2
O, OH
-
, F
-
, PO
4
-3
, SO
4
-2
, Cl
-
, CO
3
-2
, ClO
4
-
,
NO
3
-
, ligantes orgânicos com grupos
funcionais carboxílicos e/ou felicos
Ácidos de transição Bases de transição
Fa
+2
, Co
+2
, Ni
+2
, Cu
+2
, Pb
+2
, Cr
+3
, Mn
+2
Br
-
, NO
2
-
, N
2
Ácidos moles Bases moles
Ag
+
, Au
+
, Cu
+
, Zn
+
, Cd
+2
, Hg
+2
, Pb
+2
, Sn
+2
I
-
, CN
-
, CO, ligantes orgânicos com grupos
funcionais contendo N e/ou S
Fonte: Adaptado de Sparks (1995).
Quadro 2- Classificação em ácidos e bases de Lewis e segundo o conceito de duros e moles
Pelas informações contidas na Tabela 5, os metais Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn, comumente
encontrados em lodos de esgoto, são ácidos moles ou de transição no caso do Cr e do Pb. Dessa
forma, os metais Cd, Cu, Ni e Zn na forma livre na solução tendem a serem complexados
(ligações covalentes) pelos ligantes orgânicos que possuem grupos funcionais com N ou S. Desse
modo, a reação desses metais (ácidos moles) com os grupos carboxílicos e fenólicos das
moléculas orgânicas (bases duras) deve ser predominantemente de origem eletrostática (adsorção
não-específica) devido a falta de afinidade entre ácidos e bases. No caso do Cr e do Pb, estes
34
apresentam afinidade pelos três tipos de bases, competindo com os ácidos duros pelos sítios
eletrostáticos e com os ácidos moles na formação de complexos por meio de ligações covalentes.
A estabilidade do complexo metal-ligante (M-L) é dada pela constante de estabilidade:
K =
[ML
n
]
[M] . [L]
n
M + nL ML
n
K =
[ML
n
]
[M] . [L]
n
M + nL ML
n
Muitos pesquisadores sugerem que a mobilidade de metais em solos tratados com lodo de
esgoto é nula ou muito baixa. Em contrapartida, parte da comunidade científica questiona a
persistência da capacidade do solo em reter tais elementos, em função do tempo, dos níveis de
ocorrência de contaminação, dos fatores climáticos envolvidos e das taxas de degradação da
carga orgânica dos diferentes resíduos contaminantes (McBRIDE et al, 1995; CAMOBRECO et
al., 1996 e McBRIDE et al, 1997).
A maioria dos estudos de adsorção de metais com componentes do solo, como óxido de
ferro, considera apenas tempos de reação relativamente curtos, de poucas horas (FORBES et al.
1976; BENJAMIM; LECKIE, 1981). No entanto, como demonstrado por Bruemmer et al. (1988),
a adsorção de metais pode continuar aumentando mesmo após várias semanas de reação. Com o
passar do tempo, maior quantidade do metal é mobilizada. Para Kuo e Mikkelsen (1980) e
Mckenzie (1980) isto é devido ao envelhecimento ou cristalização dos produtos de reação. Os
autores também observaram que o contínuo aumento da quantidade adsorvida com a elevação do
tempo de reação resultou na diminuição do pH
50
, ou seja, valor de pH onde se tem 50% da
adsorção máxima.
2.6 Isotermas de adsorção
As isotermas de Freundlich e Langmuir são muito utilizadas para avaliar a adsorção de
metais. Olsen e Watanabe (1957) usaram tais equações para solos e desde então têm sido
amplamente empregadas para inúmeros cátions e ânions (FITTER; SUTTON, 1957; BALLAUX;
PEASLEE, 1975; RYDEN et al., 1977; BARROW, 1978; MEAD, 1981; SIBBESEN, 1981;
SINGH, 1984; WONG et al., 1990; ALLEONI, 1996).
35
Goldberg e Sposito (1984) mostram como diferentes modelos de adsorção derivam de
uma equação geral:
β
β
=
c.
K
1
c.K.b
x
onde
x é quantidade de elemento adsorvido por unidade de massa do solo; c , a concentração do
elemento na solução de equilíbrio e
b, k e β são parâmetros emricos.
A isoterma de Freundlich é um caso especial da equação 1 onde: e β = n, b = 1; 0<b<1 e o
produto K.
c
n
< 1 :
x = K.c
n
Esta equação tem sido, freqüentemente, utilizada, para descrever a adsorção de diferentes
elementos químicos pelo solo. Na forma linear:
log x = log K + n log c
Olsen e Watanabe (1957) foram os primeiros pesquisadores a utilizarem a equação de
Langmuir para descrever a adsorção de fosfato em solos. A partir daí passou a ser amplamente
utilizado para inúmeros cátions e ânions. Ela também é um caso especial da equação 1, quando β
é igual a 1, sendo representada como:
K.c+1
c b.K.
x =
ou sob a forma linear, mais comumente utilizada em estudos de solo:
c
1
.
K.b
1
+
b
1
=
x
1
No caso do modelo de Langmuir o parâmetro K é denominado termo de afinidade,
refletindo a taxa relativa de adsorção e dessorção no equilíbrio, enquanto que o parâmetro b é
denominado de adsorção máxima.
Em muitos estudos de comportamento de metais no solo há interesse em se determinar o
coeficiente de distribuição K
D
, utilizado em estudos de avaliação de risco e no estabelecimento de
valores limites de concentrações de metais na elaboração de normas por órgãos controladores.
Este coeficiente de distribuição corresponde a uma faixa restrita de concentrações, em geral
baixas, que resulta na porção linear das isotermas de adsorção. O coeficiente de distribuição
também se origina de uma condição especial da equação 1, onde b = β = 1 e K.c < 1. Assim tem-
se:
x = K
D
.c
36
Para melhorar o ajuste da equação aos dados experimentais, Holford et al.(1974)
propuseram a equação de Langmuir com duas etapas de adsorção:
Kc+1
c
bK
+
Kc+1
c K
=x
221
b
1
Mead (1981); Ryden et al. (1977) e Ballaux e Peaslee (1975), utilizaram dois, três e seis
termos de adsorção para compor o modelo de Langmuir, respectivamente.
Outras equações semelhantes foram desenvolvidas: Gunary (1970), Harter e Baker
(1977), Griffin e Au (1977) e Sibbesen (1981), entre outros.
2.7 Dessorção de metais
A concentração de metais na solução do solo é governada pelos processos de adsorção,
dessorção, precipitação e dissolução, controlados principalmente pela acidez e pelo potencial
redox do solo (ROSS, 1994; MOREIRA, 2004).
A disponibilidade de metais nos solos para as plantas depende da sua dessorção na
supercie dos materiais coloidais do solo para a solução (SWIFT; McLAREN, 1991; RUBIO et
al., 2003; CASAGRANDE et al., 2004). Bolt et al. (1986) afirmaram que o conhecimento do
processo de dessorção de metais no solo é tão importante quanto o conhecimento dos
mecanismos de adsorção.
Comparativamente aos estudos de adsorção (McLAREN; CRAWFORD, 1973; JARVIS,
1981; McLAREN et al., 1981; SANDERS, 1982; ZHU; ALVA, 1993), pode-se afirmar que
pouco tem sido feito quanto à dessorção de metais, havendo dificuldades metodológicas para sua
execução. Embora os estudos de adsorção de metais em solos sob condições tropicais sejam
relativamente abundantes, poucos têm examinado o processo da dessorção (HOGG et al., 1993).
Isto é contraditório porque em situações de deficiência de nutrientes é o processo de dessorção
que controla a quantidade e a taxa da liberação dos elementos para a planta (BOLT et al., 1986).
Segundo Gao et al. (2003), a dessorção de metais depende do teor livre do elemento na
solução do solo, do pH do solo, da temperatura, da quantidade do elemento adicionado e do
tempo de contato entre o solo e a solução. McBride (1989) relata que o abaixamento do pH
favorece a dessorção de metais, pois os íons H
+
podem deslocar parte dos metais adsorvidos em
forma não trocável.
37
Nos estudos de troca iônica, a forma do íon é idêntica na adsorção e na dessorção.
Entretanto, o processo de dessorção pode ser afetado pela histerese (EVANGELOU, 1998). Os
metais ligados à matéria orgânica são rapidamente adsorvidos, enquanto a dessorção ocorre de
modo mais lento (YIN et al., 2001). Assim, a liberação tende a ser lenta e/ou incompleta, em
razão da histerese, pois os complexos de esfera interna requerem energia de ativação grande para
o processo de dessorção (McBRIDE, 1989). O efeito da histerese é afetado pela duração do
período de equilíbrio (EVANGELOU, 1998). Assim, a histerese ela tende a ser mais intensa
quanto maior for o tempo de contato do solo com o elemento (BARROW, 1985;
PADMANABHAM, 1983,
CASAGRANDE et al., 2001).
2.8 Interação pH e metais
A principal variável investigada em estudos de adsorção é o pH e isso se deve ao efeito
significativo do mesmo sobre a fração do metal adicionado que é adsorvido (JENNE, 1998). O
pH é o principal fator que governa as reações de adsorção de metais por colóides orgânicos e
inorgânicos do solo (UREN, 1992).
Segundo Takahashi e Imai (1983) a reação de adsorção pode consistir em uma troca a
baixo pH e/ou baixa concentração do metal ou ser decorrente da precipitação de hidróxido
metálico, seguida de dissolão e posterior adsorção na superfície coloidal, em condições de
elevados valores de pH e concentração. Um terceiro mecanismo, ainda desconhecido segundo os
autores, ocorre a valores de pH e concentrações intermediárias em relação às anteriores.
A adsorção é acompanhada de liberação de prótons, sendo estes considerados os maiores
competidores pelos sítios de adsorção (FARRAW et al., apud MAGUIRRE et al., 1981). A
entrada de um cátion divalente no sítio corresponde à saída de 1 ou 2 íons H
+
, o que diminui o
pH. Muitas das argilas estudadas por Maguirre et al. (1981), apresentaram pouca capacidade
adsortiva em pH 4,0. Portanto, quanto menor o pH, menor será a capacidade de retenção de
metais.
Maguirre et al. (1981) observaram que sob pH superior a 6,0, resta na solução do solo
uma concentração de metais extremamente pequena. Segundo McBride (1989), a adsorção de
metais geralmente torna-se mais específica, ou seja, com estrutura fechada e com enlace em
38
ponte, à medida que o pH aumenta, e torna-se não-específica, com uma estrutura aberta que
mantém a reversibilidade da reação, em pH baixo (Figura 2).
A adsorção de metal dependente de pH tem sido usualmente modelada assumindo duas
classes de sítios:
- sítios de troca de íons, ou sítios de adsorção não específicos que trocam cátions do
eletrólito suporte fracamente ligados, íons metálicos hidratados, representando complexos de
esfera externa
- sítios de adsorção específica: sítios hidroxilados de superfícies anfotéricas (Al-OH, Si-
OH), os quais hidrolisam.
Assim, os íons metálicos ligam-se diretamente aos grupos superficiais -O e -OH e não são
facilmente deslocados pelos íons do eletrólito, pois formam complexos de esfera interna
(SPOSITO, 1984; SCHINDLER et al., 1987; COWAN et al., 1992; ZACHARA et al., 1993). O
efeito do pH sobre a adsorção de íons metálicos depende do metal envolvido e da superfície na
qual ela ocorre (BARROW; WHELAN, 1998). Mellis et al. (2004) estudando a adsorção de
níquel em solos ácricos, observaram que para valores de pH acima de 6,5, praticamente todo Ni
adicionado foi adsorvido. A retenção de Ni, Cd, Zn e Cu em sistemas competitivos e teores
elevados de metais é altamente relacionada ao aumento de pH (BASTA; TABATABAI, 1992).
Por outro lado, a dessorção de metais é favorecida pelo abaixamento do pH, pois os íons H
+
podem deslocar uma fração dos metais adsorvidos em forma não trocável (McBRIDE, 1989).
Schultz et al. (1987), estudando a adsorção/dessorção de Pb, Cu, Zn, Ni, Cd e Cr (III) sobre
ferridrita, determinaram que o abaixamento do pH para 4,5 promoveu uma considerável
dessorção dos metais, porém, uma fração de todos os metais ainda permaneceu adsorvida, com
exceção do Cd. Covelo et al. (2004), estudando a adsorção/dessorção de metais em sistema
competitivo, verificaram competição favorável de Pb, Cr e Cu pelos sítios de adsorção com
relação a Cd, Ni, e Zn, sendo o Cd o elemento com maior capacidade de dessorção no sistema.
Piarengeli et al. (2005) mostrou o efeito do pH na dessorção de Cd em Latossolos verificando que
o aumento do pH diminuiu a dessorção. Além disso, segundo os mesmos autores, a dessorçao de
Cd não depende apenas do pH, mas também das características físicas, químicas e mineralógicas
dos solos.
39
Figura 2 - Adsorção específica e não específica (McBRIDE, 1989)
2.9 Interação da matéria orgânica com metais
A matéria orgânica é um componente chave na qualidade dos sistemas agrícolas em razão
de seu contdo e sua qualidade serem os mais importantes fatores que mantêm a fertilidade dos
solos e a sustentabilidade dos agroecossistemas (REEVES, 1997). Em solos altamente
intemperizados das regiões tropicais e subtropicais, a matéria orgânica exerce papel importante
O
Fe
OH
H
O
M
Fe
OH
O
H
+ 2 H
+
+ M
OH
O
Fe
OH
H
OH
Fe OH
H
Adsorção específica
O
Fe
OH
H
O
M
Fe
OH
O
H
+ 2 H
+
+ M
OH
O
Fe
OH
H
O
H
Fe OH
H
Adsorção específica
40
no fornecimento de nutrientes às culturas, na retenção de cátions, na complexação de elementos
xicos e de micronutrientes, na estabilidade da estrutura, na infiltração e retenção de água, na
aeração e na atividade e diversidade microbiana (STEVENSON, 1994).
Segundo Cantarella et al. (1992), os teores de metais no solo aumentam com o aumento
da matéria orgânica, sendo os teores máximos encontrados em solos contendo 50 a 150 g dm
-3
de
matéria orgânica. Acima de 150 g dm
-3
de matéria orgânica há uma tendência de decréscimo até
atingir valores nimos em solos orgânicos. Este decréscimo pode ser explicado pelo fato de
compostos minerais serem a fonte primária de micronutrientes no solo e, com o aumento de
matéria orgânica, a proporção de metais ligados a esta fração torna-se menor, devido ao
decréscimo simultâneo da densidade do solo.
Em suma, a matéria orgânica do solo é um importante reservatório de metais, porém o
percentual disponível desses elementos às plantas depende da natureza dos complexos formados,
da atividade microbiana, do pH e do potencial de oxi-redução, dentre outros.
A matéria orgânica oferece sítios para a troca de cátions, mas a grande afinidade dos
metais com a matéria orgânica é devida a ligantes ou grupos que formam complexos ou quelatos
com esses metais. Os principais grupos funcionais que tomam parte nas reações são os
carboxílicos, fenólicos, alcoólicos, enólicos e alguns tipos de grupos carbonila (STEVENSON,
1991). Sabe-se que a força de ligação dos metais com a matéria orgânica varia desde ligações
consideradas fracas, atração eletrostática, até ligações fortes em função da formação de quelatos
(STEVENSON, 1991). Ainda, as diferentes frações da matéria orgânica do solo influenciam a
disponibilidade de metais pela formão de quelatos e complexos, além de promoverem a
mobilização vertical de quelatos organometálicos solúveis (ROSS, 1994).
O fenômeno da quelação no solo afeta a solubilidade dos metais, aumentando,
conseqüentemente, a sua mobilidade, tanto por difusão como por fluxo de massa. Vários fatores
contribuem para a estabilidade dos quelatos de metais no solo: o número de ais formados por
uma molécula do agente quelante; o tamanho dos anéis e a natureza dos átomos doadores de
elétrons (LEHMAN, 1963). Outros fatores ligados diretamente ao ambiente onde ocorre a reação
são importantes na estabilidade dos quelatos. Entre eles destaca-se o pH do meio. Uma vez que o
agente quelante é uma base de Lewis, ele reagirá com um ácido de Lewis, formando uma ligação
covalente coordenada inclusive com o íon hidrogênio. O íon hidrogênio é capaz de competir com
41
o íon metálico pelo mesmo lugar do quelante nos casos em que a constante de equilíbrio é muito
baixa (CAMARGO, 1991).
Diversos constituintes orgânicos do solo, como aminoácidos, ácidos mono, di e
tricarboxílicos, polifenóis, podem reagir com vários elementos, entretanto, devido à maior
porcentagem dos ácidos fúlvicos e húmicos na matéria orgânica do solo, a contribuição deles na
complexação dos elementos é maior. As combinações de metal e matéria orgânica insolúvel são
associadas ao ácido húmico e as combinações de metal e matéria orgânica solúvel em água são
associadas ao ácido fúlvico (STEVENSON, 1991).
McBride (1994) propôs a seguinte seqüência de preferência na complexação pela matéria
orgânica: Cu > Ni > Pb > Co > Ca > Zn > Mn > Mg. Os metais listados no início da ordem
tendem a formar complexos de esfera interna com os grupos funcionais por coordenação direta, e
os últimos preferem formar complexos de esfera externa, tornando-se trocáveis. O autor ainda
ressalva que os complexos formados podem ser solúveis ou não, o que afeta a sua
disponibilidade.
Segundo Kabata-Pendias e Pendias (2001) a constante de estabilidade dos metais
referentes à formação de complexos organo-metálicos no solo varia de acordo com a seguinte
seqüência: Pb > Cu > Ni > Zn > Mn . Dados obtidos dos mesmos autores mostram que a ordem
de afinidade os metais pelos ácidos húmicos é: Pb > Cu > Zn > Mn, enquanto que para os ácidos
fúlvicos esta ordem é: Pb = Cu > Zn = Ni = Mn.
Conforme Cantarella et al. (1992), a fração ativa da matéria orgânica do solo, constituída
principalmente por materiais de fácil decomposição, é a maior responsável pela formação de
complexos organo-metálicos solúveis. Uma das maneiras pela qual tais complexos contribuem
para o aumento da disponibilidade de micronutrientes para as culturas é pelo efeito de “proteção”,
evitando que sejam insolubilizados, mantendo-os em solução. Trata-se na verdade de uma
competição entre os equilíbrios de precipitação e o equilíbrio de complexação: uma grande
afinidade do metal para com ligantes orgânicos reverte a tendência dos mesmos se precipitarem,
Alguns complexos solúveis são produzidos e degradados periodicamente nos solos
através da atividade microbiana. Concentrações altas desses produtos podem ser encontradas na
rizosfera ou em zonas localizadas do solo, como em locais próximos a resíduos em
decomposição.
42
Em algumas situações, a aplicação de grandes quantidades de resíduos orgânicos com
relação C/N alta pode provocar uma diminuição na disponibilidade de metais. Uma das possíveis
razões é a imobilização dos elementos pela microflora do solo, durante o processo de
decomposição dos resíduos incorporados (STEVENSON, 1991).
Complexos metálicos de baixa solubilidade, formados com frações orgânicas mais
estáveis do húmus, pouco contribuem para o fornecimento de micronutrientes às plantas. Em
alguns casos, esses complexos causam inclusive a diminuição da disponibilidade dos
micronutrientes. Por outro lado, em solos contendo níveis muito elevadas de metais, a formão
desses complexos pode ser benéfica se o complexo reduzir a concentração do elemento a níveis
não tóxicos às plantas (CANTARELLA et al., 1992).
Pierangeli et al. (2005) ressaltam a dificuldade de comparação entre resultados dos vários
trabalhos existentes na literatura sobre a influência da matéria orgânica na retenção de metais.
Isso ocorre porque a matéria orgânica apresenta diversos grupamentos funcionais reativos,
responsáveis pela retenção de metais tais como grupos amino; imino; carboxila; felico;
alcoólico; carbonila e sulfidrila. Ainda segundo os autores, a matéria orgânica com
predomincia de grupos carboxílicos certamente terá comportamento distinto de uma outra em
que prevalecem grupos nitrogenados. Assim, o ideal, seria caracterizar a matéria orgânica do solo
antes de se proceder a estudos de adsorção/dessorção.
2.10 Interação dos óxidos de ferro com os metais
Ocorrendo sob concentrações relevantes nos solos, os óxidos de Fe e Al são de elevada
importância para a adsorção e apresentam afinidades distintas quanto à adsorção de metais. Alem
do mais, as ligações formadas entre os metais e as superfícies dos óxidos são altamente
dependentes de pH (FORBES et al., 1976; BARROW et al., 1981; OKAZAKI et al., 1986;
BIBAK, 1994).
A ocorrência dos óxidos de ferro em solos das regiões tropicais se da sob a forma de
alguns minerais cristalinos, dentre os quais predominam a goetita e a hematita, e as formas mal
cristalizadas como a ferridrita (KAMPF; CURI, 2000). Segundo Meurer (2000), a goetita e a
hematita podem adsorver especificamente metais na seguinte ordem de preferência: Cu > Pb >
Cd > Co > Ni > Mn.
43
Solos com teores semelhantes de óxidos de ferro podem diferir apreciavelmente quanto à
capacidade de reter metais, dependendo da natureza desses óxidos (HARTER, 1979). Conforme
Silveira et al. (1999), em solos muito intemperizados, com predomincia de mineralogia oxídica
na fração argila, os óxidos e hidróxidos de Fe e Al, mesmo em baixas concentrações influenciam
significativamente a adsorção de metais, devido a acentuada afinidade destes pela superfície
reativa dos óxidos.
Entretanto, não apenas o conteúdo dos óxidos é importante, mas também sua natureza e
grau de cristalinidade (ALLEONI, et al., 2005). Espécies amorfas ou mal cristalizadas de óxidos
de Fe são freqüentes no solo e possuem maior superfície especifica quando comparados com as
formas cristalinas, o que torna a adsorção mais intensa nessas formas pouco cristalinas
(GOLDBERG et al., 2001). A gibsita é praticamente o único óxido de alumínio cristalino
presente em solos das regiões tropicais e comum em Latossolos e Argissolos brasileiros, estando
seus teores intimamente ligados ao grau de intemperismo desses solos (FONTES; WEED, 1996;
ALLEONI, 1996). As formas mal cristalizadas de óxidos de Al possuem maior superfície
especifica e, portanto, maior reatividade em relação à adsorção (BOHN, 1979).
Em estudos de adsorção de longa duração, foi observado que a adsorção de metais por
óxidos de Fe e Al, acontecia em duas etapas: uma rápida, na superfície de troca ou adsorção e
outra representada por um processo lento e contínuo de adsorção.
A adsorção lenta foi caracterizada como:
- substituição por um íon da matriz;
- passagem do íon para a fase sólida, através de um processo ativo (cristalização);
- difusão dos íons nos microporos (BACKES et al., 1995; KINNIBURGH; JACKSON,
1981).
É possível se estabelecer uma ordem de seletividade dos metais com relação à adsorção
nos óxidos. Em alguns casos, metais podem apresentar seletividades não muito diferentes, mas
ainda assim é posvel distingui-los com base na tendência do metal em se hidrolisar (GERTH;
BRUMMER, 1983, apud McBRIDE, 1989).
A mineralogia tem implicações na magnitude das cargas elétricas dos solos das regiões
tropicais, sobretudo nos horizontes subsuperficiais, nas quais altos teores de gibsita e de
caulinita, além de menores teores de matéria orgânica em relação à camada superficial
(SILVEIRA; ALLEONI, 2003). Segundo revisão feita por Uren (1992), tanto para solos como
44
para caulinita e óxidos de Fe, Al e Mn, a ordem relativa de adsorção é: Cu > Zn > Ni. Os autores
sugerem que em solos argilosos os coides inorgânicos dominam as reações de adsorção,
enquanto os colóides orgânicos são dominantes apenas em solos arenosos e turfosos. A caulinita,
para Mattigod et al. (1979), normalmente com alta cristalinidade, baixa capacidade de troca de
cátions e baixa superfície específica, pouco contribui para a adsorção do níquel no solo.
Conforme McBride, citado por Backes et al. (1995), a menor reversibilidade dos metais
adsorvidos em óxidos ocorre porque a quimiossorção está quase sempre envolvida, fazendo com
que a energia de ativação para a dessorção seja muito maior que a da adsorção. Dessa maneira, a
velocidade de dessorção a temperatura ambiente, se torna mais lenta que a velocidade de
adsorção, permitindo a incorporação do metal na matriz oxídica. Pierangeli et al. (2005),
destacam a importância de se entender o comportamento adsortivo e dessortivo dos metais em
cada ambiente e situação, bem como a padronização dos procedimentos usados nos estudos, pois
estes são essenciais para dar suporte às análises de risco e estimativa de formas de ocorrência dos
metais.
2.11 Comportamento de metais em solos contaminados
Solos contaminados com metais também podem ser objeto de estudos de adsorção. Nesse
sentido, Delmas et al. (2002) trabalhando com amostra de solos poluídos pelo tráfego de veículos
em rodovias, estudaram a adsorção de Pb e Zn pelos mesmos, concluindo que as elevadas
concentrações iniciais não impediram a adsorção de quantidades adicionais significativas desses
metais.
Estudos de adsorção e dessorção de metais já foram conduzidos adicionando-se agentes
complexantes às soluções em equilíbrio com amostras de solo ou seus constituintes (HONG;
DARBAN et al. 2000). Zhou et al (2003) detectaram efeito negativo da adição de ácidos
orgânicos e EDTA na adsorção de Cd, evidenciando que a capacidade desse metal em formar
complexos diminuiu a concentração da forma catiônica livre em solução. Esse é um aspecto
interessante a ser considerado em estudos de dessorção, visto que na solução do solo ânions
orgânicos e inorgânicos podem competir pelo metal em solução, afetando o relacionamento do
mesmo com a fase sólida adsorvente. Nascimento (2006), avaliou a capacidade de seis quelantes
45
na dessorção de Cd, Pb, Zn, Cu e Ni em um solo contaminado, verificando alta capacidade dos
agentes quelantes sintéticos DTPA e EDTA em dessorver metais.
Williams et al. (1980) estudaram a mobilidade dos metais Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb
e Zn num solo ácido de textura argilosa tratado com lodo de esgoto. Foram aplicadas doses
anuais de 180 Mg ha
-1
em base seca de lodo de esgoto. Após três anos de sucessivas aplicações,
os autores verificaram pouca ou nenhuma mobilidade dos metais pelo perfil do solo. Os autores
consideraram todos os metais praticamente imóveis no solo, atribuindo este fato às possíveis
reações de retenção desses elementos.
Bertoncini (1997), verificou a possibilidade de lixiviação de Cd, Cr, Cu, Ni e Zn através
de um experimento conduzido em tubos de percolação utilizando se três solos de regiões
tropicais: Neossolo Quartzarênico (NQ), Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA), e Latossolo
Vermelho (LV), aos quais foram incorporadas sucessivas quantidades de lodo de esgoto. Os
elementos Cd, Cr e Zn não foram detectados nos lixiviados, provavelmente devido ao pH estar
entre 6,5 a 7,5, valores esses observados em todos os tratamentos com lodo. Nesta condição, pode
ter ocorrido a co-precipitação desses elementos junto a óxidos de ferro e alumínio, determinando
a baixa solubilidade desses cátions. O Cu, por sua vez, foi lixiviado no LV e no NQ, sendo que
em ambos os casos, a lixiviação do elemento esteve correlacionada ao arraste de substâncias
orgânicas. A lixiviação de níquel ocorreu somente no solo NQ, provavelmente em função da
baixa capacidade de retenção do mesmo.
Atualmente há diversos trabalhos na literatura que avaliaram a mobilidade de metais em
solos tratados com lodo de esgoto (PIGOZZO et al., 2004; RUBIO et al., 2003; OLIVEIRA;
MATTIAZZO, 2001). Porém, pouquíssimos trabalhos quantificam a capacidade de adsorção e
dessorção desses solos.
2.12 Biodisponibilidade de metais no lodo
Os metais geralmente encontrados no lodo de esgoto são chumbo, níquel, cádmio, cromo,
cobre e zinco, sendo suas concentrações função da natureza e intensidade da atividade industrial,
bem como em função do tipo de processo empregado no tratamento dos esgotos (MATTIGOD;
PAGE, 1983). Normalmente, o esgoto doméstico apresenta menores teores de metais que o
esgoto industrial. Lodos de esgoto condicionados com polímero apresentam maior
biodisponibilidade de metais em relação àqueles condicionados com cloreto de férrico e óxido de
46
cálcio (PIRES; MATTIAZZO, 2003). A biodisponibilidade de metais está diretamente
relacionada às características químicas do lodo de esgoto e do solo (SILVEIRA et al., 2003).
Biodisponibilidade é a quantidade ou concentração de um elemento ou substância química
que pode ser absorvida por um organismo vivo, criando, assim, um potencial de toxicidade ou
fornecendo a quantidade essencial ao seu desenvolvimento (PARAMETRIX, 1999).
Aplicações sucessivas e em longo prazo de lodo de esgotos podem conduzir a um
acúmulo de metais nos solos agrícolas (LÓPEZ-MOSQUERA et al., 2000) e, mesmo
considerando um curto período de aplicação de lodo de esgotos, os níveis de metais no solo
podem ser aumentados consideravelmente. Diversos autores observaram aumento dos teores de
Cu, Cr, Ni e Zn em solos que receberam aplicações de lodo de esgoto (OLIVEIRA; MATTIAZO,
2001; PIGOZZO et al., 2004; NASCIMENTO et al., 2004). Os metais podem alcançar níveis
fitotóxicos no solo, prejudicando o rendimento das colheitas, além de reduzir a atividade
biológica do solo, e uma vez inseridos no sistema agrícola entram na cadeia alimentar, causando
diversos danos (OBRADOR et al., 1997; MORENO et al., 2003; WANG et al., 2003). Além
disso, em função das condições ambientais e da taxa em que são acrescentados aos solos, os
metais chegam a ser lixiviados no perfil do solo e atingir os leóis freáticos, ocasionando
problemas ambientais ainda maiores (SILVEIRA et al., 2003b).
Há dois aspectos a serem considerados a respeito da biodisponibilidade dos metais
adicionados a solos por lodo de esgoto. O resíduo desempenha ao mesmo tempo o papel de fonte
e de agente imobilizador e, alem disso, a absorção de metais pelas plantas pela aplicação do
resíduo, se ajusta a modelos lineares, assintóticos, podendo até mesmo não ser detectada resposta
alguma (PAGE et al., 1987). Nesse contexto, podem ser consideradas duas abordagens
comentadas a seguir.
A
teoria do platô, que sugere que os metais permaneceriam adsorvidos, não prontamente
disponíveis às plantas e que o resíduo, fonte de contaminação de metais, através de sua carga
orgânica aumenta a capacidade de retenção desses elementos pelo solo (OLIVEIRA, 2000).
Chang et al. (1997) e Logan et al. (1997), relatam que após as concentrações de metais no tecido
vegetal terem atingido o chamado platô, depois de sucessivas aplicações de lodo de esgoto, estas
permanecerão nestes níveis até mesmo depois da interrupção das aplicações do resíduo. As taxas
de degradação da carga orgânica do lodo de esgoto e seus efeitos sobre o pH do solo constituem
47
dois fatores que poderiam reverter o comportamento dos metais previsto pela teoria do platô
(LOGAN et al, 1997).
Por outro lado, McBride (1995) ressaltou o papel da lenta degradação da matéria orgânica
do lodo na liberação de metais em formas mais solúveis, atribuindo a esse femeno a chamada
teoria da bomba relógio. De acordo com essa teoria, a capacidade do solo adsorver metais é
aumentada pela adição do lodo, devido ao incremento de matéria orgânica, mas com o tempo,
após a interrupção das aplicações, a retenção dos metais pode ser prejudicada ocorrendo liberação
dos mesmos para a solução do solo. Ainda segundo o autor, a capacidade finita do solo para
imobilizar metais, descartando a contribuição adsortiva da matéria orgânica do lodo, pode
obedecer à isoterma de Langmuir. Chang et al. (1997) esclarece que ocorrendo um fenômeno de
adsorção explicado pelas isotermas de Langmuir, a concentração de equilíbrio aumentará
rapidamente, à medida que a capacidade de adsorção do solo diminuir com a degradação da
matéria orgânica do lodo, aumentando, desse modo, a disponibilidade de metais às plantas.
Adicionalmente, à medida que solos são acidificados por processos naturais, a solubilidade e
atividade desses metais tendem a ser incrementadas.
Ainda não há consenso a respeito das duas teorias e os poucos trabalhos que descreveram
a biodisponibilidade de metais em solos tratados com lodo de esgoto que se apoiaram nas
mesmas apresentaram resultados discordantes e pouco conclusivos. Fica evidenciando, portanto,
a necessidade de mais estudos, que levem em consideração um maior tempo de exposição ao lodo
e o comportamento dos metais adicionados aos solos (OLIVEIRA et al., 2000; SILVEIRA et al.,
2003).
2.13 Fitodisponibilidade de metais em solos tratados com lodo de esgoto
Para definir fitodisponibilidade, basta modificar a definição de biodisponibilidade,
substituindo-se o termo "organismos vivos" para "plantas". Uma vez que a planta é um
organismo vivo, os teores fitodisponíveis são biodisponíveis, mas nem sempre os teores
biodisponíveis são fitodisponíveis.
A fitodisponibilidade é controlada pelo equilíbrio entre os metais na fase sólida e os
metais na fase sovel do solo. Quanto maior for a porcentagem de metais presentes na fase
sólida do solo em relação ao teor total, menor será a disponibilidade desses elementos para serem
absorvidos pelas plantas, animais e microrganismos (PIRES et al., 2006). A capacidade do solo
48
em manter os metais na fase sólida varia entre os diferentes tipos de solos, conforme as diferentes
propriedades que estes podem apresentar, destacando-se: pH da solução do solo, teores de
matéria orgânica e cálcio dissolvidos e teores de óxidos e de matéria orgânica presentes na fase
sólida. A forma em que o metal se encontra no solo pode ainda ser alterada na rizosfera e dentro
do trato digestivo de organismos que vivem no solo ou por processos antropogênicos (ALLEONI
et al., 2005).
A maior parte dos metais, presentes nos solos tratados com lodo de esgoto, ocorre na fase
sólida desses sólidos e por sua vez podem estar assim distribuídos nas mais variadas formas
químicas (OLIVEIRA, 2000). De acordo com Lee e Shuman (1996), o resultado desta repartição
do metal na fase sólida determina diretamente a sua concentração na solução do solo e,
conseqüentemente, seu destino no ambiente. Diante desta constatação, alguns pesquisadores
recomendam, e parece lógico se aceitar, o teor de metais fitodisponíveis em lugar do teor total
para fixar limites reguladores de metais no solo (SAUERBECK; HEIN, 1991).
2.14 Absorção de metais pelas plantas
A absorção dos metais pelas plantas ocorre a partir do contato do metal com as raízes, isto
se dá por três mecanismos: interceptação, fluxo de massa ou difusão. A interceptação apresenta
pouca importância quando comparada aos outros dois processos, podendo assim afirmar que o
movimento dos metais para a raiz é decorrente de fluxo de massa e difusão. Quando a quantidade
de metais fornecida por fluxo de massa é inferior à absorvida pelas plantas, a concentração em
solução próxima das raízes diminui. Com isso, ocorre o processo de difusão em direção às raízes,
em fuão do gradiente de concentração gerado (BARBER, 1995).
É interessante determinar qual o papel de cada um dos dois processos na absorção.
McLaughin (1998) afirma que, quando o movimento por difusão for mais efetivo, a ocorrência de
fatores que reduzem a mobilidade difusiva do contaminante, como a complexação, pode reduzir a
absorção pelas plantas. Mas se o fluxo de massa é predominante, o aumento da taxa de
transpiração da planta pode resultar em maior absorção do contaminante (BLAYLOCK et al.,
1997).
As vias de movimentação na planta são apoplásticas ou simplásticas (TAIZ; ZEIGER,
1998). No caso do apoplasto, muitas vezes o metal fica retido nas cargas negativas superficiais
49
presentes nas paredes dos poros, não sendo realmente absorvido (REID et al., 1996). Com isso, a
quantidade total de metais absorvida pelas plantas pode ser superestimada.
Ainda existem muitas dúvidas a respeito dos mecanismos de absorção dos metais pelas
plantas (BARBER, 1995). Diversos autores desenvolveram pesquisas tentando elucidar esses
mecanismos. Welch e Norvell (1999) especulam que a entrada de metais divalentes talvez ocorra
através de um canal de Ca
2+
ou Mg
2+
localizado em proteínas intrínsecas da membrana. Segundo
Kochian (1993), a absorção de Fe em dicotiledôneas é facilitada pela redutase férrica presente na
membrana plasmática. Esta enzima seria a responsável pela abertura do canal de Ca
2+
, permitindo
a absorção do próprio ferro e de outros íons divalentes. Outra possibilidade levantada por vários
autores é a ocorrência de competição iônica em termos de absorção radicular, evidenciando que
os transportadores não são altamente específicos. Além disso, o raio iônico efetivo do metal é um
parâmetro fundamental na competição, conforme o verificado para Cu
2+
e Zn
2+
(REID et al.,
1996; CATALDO et al., 1983).
A complexação dos metais é outro fator que aumenta a absorção destes elementos pelas
plantas (VASSIL et al., 1998; BLAYLOCK et al., 1997; WALLACE et al., 1977). Este aumento
pode estar relacionado com a manutenção dos metais em solução ou com maiores limitações na
difusão do metal livre, em comparação aos complexos, para atingir os sítios de absorção, tendo
em vista a forte ligação entre os metais e superfícies sólidas aliada ao alto grau de tortuosidade
dos poros do solo (HUANG et al., 1997; BARBER, 1995).
2.15 Métodos de Avaliação da Fitodisponibilidade de Metais
A absorção de metais pelas plantas ocorre a partir da solução do solo e desta forma, como
já discutido anteriormente, o teor total de metais no solo não é um bom indicativo da
fitodisponibilidade. Geralmente sugere-se que a estimativa do teor fitodisponível seja feita
utilizando-se a concentração de metal presente na solão do solo. Esta concentração é um
parâmetro de difícil determinação, principalmente devido às condições originais se alterarem no
processo de coleta da solão. Além disso, a concentração do metal em solão geralmente é
baixa, exigindo o uso de instrumentos analíticos com maior precisão e menores limites de
detecção (PIRES et al., 2006).
Existem diferentes formas de avaliar a fitodisponibilidade dos metais presentes na solução
do solo. Soluções extratoras, por exemplo, são usadas para caracterizar a fração do elemento no
50
solo apta a ser absorvida pelas plantas e são facilmente adaptadas à rotina dos laboratórios de
análise. Entretanto, podem ser criticadas quando aplicadas a solos de diferentes tipos.
A especiação dos metais na solução do solo, ou seja a avaliação das formas químicas em
que os metais se encontram na solução também pode ser utilizada nos estudos de
fitodisponibilidade. Entretanto, a determinação de cada espécie química solúvel do metal é
analiticamente muito difícil em função das baixas concentrações e uma alternativa são os
modelos de especiação iônica, como Geochem e Minteq entre muitos outros, que têm sido
utilizados para estimar estas concentrações.
Apesar das dificuldades, pode-se ainda efetuar a especiação direta de metais através de
técnicas analíticas na solução do solo ou em extratos aquosos que a representem. No entanto,
muitos métodos usados para a determinação, não são satisfatórios, pois podem perturbar o
equilíbrio da solução de amostra de tal forma que o metal livre determinado resulte da soma do
metal não complexado com algumas frações do metal complexado que dissociou em resposta à
medida (WU et al., 2000). Para minimizar o problema, tem se utilizado o método de Equilíbrio de
Donnan, que é uma adaptação da diálise de Donnan em membrana, desenvolvida por Cox e
colaboradores (COX et al., 1984; COX; TARDOWISKI, 1980). Dentre as vantagens atribuídas a
essa técnica destaca-se a nima perturbação dos equilíbrios naturais que ocorre na amostra
durante as medições (RODELLA, 2006).
Outra dificuldade no estudo da composição real da solução consiste na dinâmica dos
processos que ocorrem no solo, particularmente na rizosfera, onde os microorganismos e as raízes
estão constantemente alterando o equilíbrio estabelecido entre as diferentes formas de metal
presentes na faselida e na solução do solo. Muitos dos métodos desenvolvidos na tentativa de
estimar os teores fitodisponíveis têm sua eficiência dependente da situação em que a metodologia
de extração é empregada. Para que um método de extração de teores fitodisponíveis de metais
seja validado é imprescindível que se obtenham correlações significativas entre as concentrações
de metais extraídas do solo e aquelas presentes nas plantas cultivadas no mesmo solo (PIRES et
al., 2006).
Lindsay (1974) ressalta que procedimentos de extração adotados empiricamente devem
ser substitdos por métodos mais bem fundamentados. É caso do pressuposto que a absorção de
íons da solução do solo deve ser controlada, ou pelo menos mediada, pelo próprio sistema
51
radicular, ao liberar componentes específicos que se ligam a estes íons por reações de
complexação.
Atualmente, a fitodisponibilidade de metais originários de lodo de esgoto ainda é avaliada
diretamente pelas concentrações do metal absorvido pela planta. Ainda não existe uma
padronização quanto ao método que deve ser utilizado para estimar o teor fitodisponível de
metais presentes no solo antes da implantação da cultura, sendo geralmente empregadas soluções
extratoras como: DTPA, Mehlich 3, HCl, entre outros. As principais dificuldades são: variação da
eficiência dos extratores testados em função da concentração do metal no lodo; do processo de
obtenção do resíduo; do tipo de solo; da presença de outras espécies químicas; da espécie vegetal
e do metal em questão. Mattiazzo et al. (2001) realizaram uma revisão sobre a eficiência dos
extratores comumente utilizados e concluíram que ainda não existia um extrator que apresentasse
boa correlação com as quantidades de metais absorvidas pelas plantas, considerando todas as
variáveis anteriormente descritas.
Uma alternativa seria o uso de métodos biológicos, com a utilização de plantas para a
avaliação da disponibilidade de metais. Testes do tipo Neubauer são simples, rápidos e eficientes
para se determinar a fitodisponibilidade de metais, como mostrou Vale (1997) ao correlacionar
teores solúveis dos micronutrientes nos fertilizantes e sua absorção pelas plantas de arroz,
procurando identificar o extrator que melhor caracterizaria a disponibilidade dos micronutrientes
às plantas.
Neubauer e Schneider (1923) e Vandecaveye (1948), citados por Catani e Bergamin Filho
(1961), foram os primeiros pesquisadores a desenvolver essa técnica e a interpretar os dados
obtidos pela mesma. Este método se baseia na idéia de que um grande número de plântulas
crescendo num volume pequeno de terra absorverá toda quantidade de nutrientes disponíveis num
pequeno espaço de tempo (MELLO et al., 1983).
Experimentos de Neubauer são especialmente adequados para comparação de
procedimentos de extração de nutrientes do solo. Felix (2005) avaliou a fitodisponibilidade de
cobre em solos tratados com calda bordalesa, na presença ou não de EDTA, obtendo correlação
significativa do uso do agente quelante com a absorção pelas plantas. A absorção de cobre
também influenciou a produção de massa seca.
Materechera (1999) utilizaram pntulas de trigo que se desenvolveram durante 21 dias
para correlacionar teores disponíveis determinados com extratores químicos com a absorção pelas
52
plantas, encontrando maiores coeficientes de correlação para macronutrientes e zinco do que para
demais micronutrientes. O autor comenta que, a despeito da dificuldade de extrapolação para
condições de campo, a técnica de Neubauer oferece uma forma barata e rápida de se relacionar
teores disponíveis de nutrientes com absorção dos mesmos e medidas de crescimentos de plantas.
Da mesma forma, Rupa e Shukla (1999) avaliaram a disponibilidade de cobre e zinco às
plantas por diversos extratores, inclusive o DTPA, usando o experimento de Neubauer. Também
usando um experimento tipo Neubauer, Yu et al. (2004) conseguiram estabelecer um
procedimento de extração por meio de resina de troca iônica para estimar o teor de Cr (VI) no
solo, de forma a avaliar a fitotoxicidade desta forma de cromo às plantas.
De um modo geral, as pesquisas têm demonstrado que os metais Cu e Ni apresentam
baixa mobilidade, acumulando-se na camada do solo onde os reduos contaminanteso
incorporados, enquanto que o Zn e principalmente o Cd são relativamente móveis e, portanto,
apresentam maior potencial para contaminar o subsolo e as águas subterrâneas. Por outro lado,
muitas dúvidas a respeito da questão ainda são pertinentes, o que se justifica pela existência de
poucos trabalhos de longo prazo e que levem em consideração as mais diversas condições de
ambiente e de solos. Em regiões tropicais existe uma carência de estudos desta natureza, pois,
não se pode desconsiderar o fato de que a mobilidade e disponibilidade de metais em condições
de solos altamente intemperizados, sob regime de temperaturas e precipitações pluviométricas
mais elevadas, possa diferir dos resultados obtidos nas regiões temperadas.
Sendo assim, é de extrema importância a realização de estudos de adsorção e dessorção de
metais em solos tratados com lodo de esgotos, pois o conhecimento dos mecanismos de sorção
desses metais norteia as normas para a aplicação desse resíduo em áreas agrícolas.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo desenvolveu-se em 5 etapas distintas:
-
Caracterização química de amostras de solo coletadas em um experimento de campo que
incluía tratamentos com doses de lodo de esgoto. Estas amostras foram empregadas nos
estudos subseqüentes;
-
Estudo de dessorção de Cu, Zn, Cd e Ni em função do pH;
-
Efeito do tempo de equilíbrio entre amostra de solo e solão de metal na adsorção de
metais;
53
-
Estudo de adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni ;
-
Estudos de fitodisponibilidade de Cu, Zn, Cd e Ni através do método Neubauer
modificado.
A escolha dos metais citados baseou-se nos seguintes motivos, o cádmio por ser um
elemento bastante móvel, e que apesar de apresentar teores baixos nos lodos utilizados neste
estudo, se contido no resíduo em maiores concentrações pode representar uma ameaça à
qualidade ambiental, e os outros metais, Cu, Ni e Zn por serem encontrados em elevados teores e
já apresentarem em avaliações do experimento elevações nos teores do solo e acúmulo na parte
aérea das plantas de milho.
3.1 Solo
As amostras que serviram de base para o estudo sobre comportamento de Cu, Zn, Cd e Ni
no solo foram coletadas em um experimento onde desde 1999 foram efetuadas aplicações
sucessivas de lodos de esgoto na cultura do milho. O experimento está instalado sob um
Latossolo Vermelho Distroférrico (textura argilosa), localizado no Campo Experimental da
Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna (SP), latitude 22
o
41’ sul, longitude 47
o
W. Gr. e altitude
de 570 m.
Os lodos de esgotos são oriundos das Estações de Tratamento de Esgoto de Barueri (SP),
que trata esgotos doméstico e industrial (Lodo de Barueri – LB) e de Franca (SP), que trata
esgoto essencialmente doméstico (Lodo de Franca – LF). As aplicações de lodo foram feitas por
cinco anos consecutivos, e as principais características químicas desses lodos são apresentadas na
Tabela 5, determinadas de acordo com o método EPA SW-846-6051 (EPA, 1986).
Para a condução do presente estudo foram coletadas no campo amostras superficiais (0-
0,2 m), nas parcelas referentes aos seguintes tratamentos:
- testemunha absoluta;
- dose lodo de esgoto estabelecida para fornecer a quantidade de N da fertilização mineral
recomendada para a cultura (RAIJ et al., 1996);
- duas vezes a dose de lodo recomendada (2N);
- quatro vezes a dose de lodo recomendada (4N);
- oito vezes a dose de lodo recomendada (8N);
As quantidades de cada lodo aplicadas por ano em cada tratamento estão na Tabela 6.
54
Em cada parcela coletou-se terra em cinco pontos aleatoriamente obtendo-se uma porção
de 3 kg de terra por parcela. Como o objetivo deste estudo era avaliar a biodisponibilidade dos
metais em solos tratados com lodo de esgoto, as amostras coletadas nas diferentes parcelas
referentes as repetições dos respectivos tratamentos foram juntadas, misturadas e
homogeneizadas, obtendo-se uma amostra composta de cada tratamento. Portanto como eram
dois os lodos estudados, 9 amostras compostas foram objeto do presente estudo.
O preparo das amostras consistiu de secagem em estufa a 60
o
C até peso constante, as
quais em seguida foram devidamente armazenadas para posterior realização de análises de
caracterização e estudos de avaliação da biodisponibilidade dos metais.
Tabela 5 - Quantidades de lodo de esgoto aplicados nos cinco cultivos de milho
Tratamentos
Lodo de esgoto
(Kg ha
-1
– base seca)
1
0
2
0
3
0
4
0
5
0
Testemunha - - - - -
LF 1N 3014 3504 3766 4432 4300
LF 2N 6028 7008 7533 8863 8700
LF 4N 12057 14017 15065 17726 17400
LF 8N 24113 26033 30131 35452 34800
LB 1N 8095 3995 5315 5295 3200
LB 2N 16190 7991 10631 10591 6500
LB 4N 32381 15981 21262 21182 12900
LB 8N 64762 31962 42524 42363 25800
As análises químicas de rotina foram realizadas conforme a metodologia empregada no
Sistema IAC de Análise de Solo (RAIJ et al., 2001) e as análises físicas conforme Camargo et al.
(1986).
3.2 Análises químicas
- Carbono orgânico (% C): oxidação da matéria orgânica do solo com solução de
dicromato de potássio em presença de ácido sulfúrico e titulação do excesso de dicromato com
sulfato ferroso amoniacal.
- pH em H
2
O, em KCl 1 mol L
-1
e em CaCl
2
0,01 mol L
-1
usando relão solo-solução de
1:2,5.
55
- Acidez potencial (H+Al): extração pela solução 0,5 mol L
-1
de acetato de cálcio
ajustada a pH 7,0;
- Al trocável: extração com solução de KCl 1 mol L
-1
e titulação com NaOH 0,05 mol L
-
1
, com indicador de azul de bromotimol.
- Cátions trocáveis (K, Ca, Mg): extração dos elementos com resina trocadora de íons,
seguindo-se determinação por espectrometria de absorção atômica de Ca e Mg e de K por
fotometria de emissão em chama (K). A partir dos resultados analíticos obtidos foram
calculados:
- Soma de bases (SB) = Ca + Mg + K;
- CTC efetiva (CTC
e
) = SB + Al;
- CTC total (CTC
t
) = SB + H + Al;
- Saturação por bases (V%) = (SB/CTC total) * 100;
- Saturação por alumínio (m%) = (Al*100) / CTC efetiva.
- Fósforo (P): extração dos teores disponíveis de P por resina trocadora de íons e
quantificação por espectrofotometria.
- Teores disponíveis de Cu, Zn, Cd e Ni: extraídos do solo usando solução extratora
DTPA-TEA em pH 7,3 e determinação por espectrometria de absorção atômica (REED;
MARTENS, 1996).
- Teor total de Cu, Zn, Cd e Ni: determinado pelo método SW 846-3051
(EPA, 1994).
- Teores totais de óxidos (SiO
2
e Fe
2
O
3
, Al
2
O
3
, TiO
2
): obtidos pelo ataque com ácido
sulfúrico.
- ΔpH = pH KCl - pH H
2
O.
- Índice Ki = (SiO
2
/Fe
2
O
3
) x 1.7 (índice de intemperização).
- Retenção de cátions (RC) = CTC
e
x 100 / teor de argila
3.3 Alises físicas
- Análise granulométrica: pelo método da pipeta.
- Superfície específica (SE): pelo método de Cihacek e Bremmer (1979), baseado na
técnica de retenção de éter monoetílico do etilenoglicol (EMEG), proposto por Heilman et al.
(1965).
Tabela 6- Características químicas dos lodos de esgotos das Estações de Tratamento de Esgoto de Franca (LF) e Barueri (LB),
localizadas no Estado de São Paulo, utilizados em cinco cultivos de milho
Atributo Primeiro Plantio Segundo Plantio Terceiro Plantio Quarto Plantio Quinto Plantio
Unidade
(1)
LB LF LB LF LB LF LB LF LB LF
Fósforo g/kg 15,9 16,0 31,2 21,3 26,9 12,9 17,7 13,8 17,9 27,3
Potássio g/kg 1,0 1,0 1,97 0,99 1,0 1,0 1,5 1,5 1,0 1,0
Sódio g/kg 0,5 0,5 0,6 0,6 0,5 0,9 0,5 0,5 0,9 0,4
Arsênio mg/kg <1 <1 <1 <1 <1 <1 <0,01 <0,01 <0,1 <0,1
Cádmio mg/kg 12,8 3,2 9,5 2,0 9,4 2,05 16,2 1,14 14,0 0,6
Chumbo mg/kg 364,4 199,6 233 118 348,9 140,5 137,9 78,6 148,7 43,0
Cobre mg/kg 1058 239,8 1046 359 953,0 240,9 682,8 187,1 867,8 196,
Cromo total mg/kg 832,8 633,8 1071 1325 1297,2 1230,3 609,3 202,0 639,6 182,4
Mercúrio mg/kg <0,01 <0,01 <1 <1 <0,01
<0,01 <0,01 <0,01 <0,1 <0,1
Molibdênio mg/kg <0,01 <0,01 <1 <1 <0,01 <0,01 <0,01 <0,01 <0,1 <0,1
Níquel mg/kg 518,4 54,7 483 74 605,8 72,4 331,3 63,9 270,0 49,5
Selênio mg/kg <0,01 <0,01 <1 <1 <0,01 <1 <0,01 <0,01 <0,1 <0,1
Zinco mg/kg 2821 1230 3335 15900 3372 1198 2327,9 773,0 3330,0 890,6
Boro mg/kg 36,2 40,7 11,2 7,1 29,3 19,7 10,7 10,4 17,6 13,6
Carbono Orgânico g/kg 248,2 305,1 271 374 292,9 382,4 354,2 370,9 534,4 475,4
pH 6,6 6,3 6,4 6,4 6,4 5,4 8,5 8,9 8,0 8,3
Umidade ** % 66,4 83 80,2 82,4 71,2 82,7 79,5 74,6 78,8 78,5
Sólidos Voláteis % 43,0 60,5 - - 56,8 72,5 62,6 67,0 59,6 58,65
N Total ** g/kg 21 56,4 49,7 67,5 42, 68,2 50,8 49,7 79,7 57,7
Enxofre g/kg 13,4 16,3 10,8 13,3 17,1 15,7 11,7 9,3 14,5 10,1
Manganês mg/kg 429,5 349,3 335 267 418,9 232,5 277,5 439,8 246,9 712,9
Ferro mg/kg 54181 33793 32500 31700 37990 24176 39058 39895 32100 64900
Magnésio g/kg 3,0 2,2 3,7 2,5 4,5 22 3,7 2,7 3,8 5,0
Alumínio mg/kg 28781 32564 25300 33500 23283 23317 11959 18189 14230,7 21672,2
Cálcio g/kg 40,3 29,2 22,8 16,8 47,8 24,8 20,1 13,3 19,4 11,5
(1)
Valores apresentados em base de matéria seca.
(*)
Determinado de acordo com EPA SW-846-3051 (1986), no IAC (Campinas, São Paulo).
(**)
Valores
do N total foram determinados na amostra sob condição original, na Embrapa Meio Ambiente.
56
57
3.4 Envelopes de dessorção de Cd, Ni, Zn e Cu em solo tratado com lodos de esgoto
A dessorção de metais ainda é pouco estudada, principalmente em solos das regiões
tropicais e, assim, ainda não se tem uma metodologia bem definida para a realização destes
estudos. Neste estudo, a marcha anatica para dessorção de Zn, Cu, Cd e Ni foi baseada nos
procedimentos empregados por Casagrande et al. (2004), com algumas modificações.
O experimento de dessorção foi conduzido em esquema fatorial 9 x 5 x 2 (pH, dose
de lodo, tipo de lodo de esgoto) seguindo o delineamento inteiramente casualizado, com
três repetições.
Alíquotas de 2,00 g de terra fina seca em estufa foram transferidas para tubos de
polietileno, juntamente com 20 ml de solução Ca(NO
3
)
2
0,01 mol L
-1
, mantendo-se a
relação 1:10 sugerida por Hartcher e Naidu (2001) para estudos de adsorção. Para a
obtenção dos envelopes de dessorção, dessorção dos metais em uma determinada faixa de
pH, foram adicionadas aos tubos contendo as amostras, alíquotas de soluções de HNO
3
e
NaOH 1 mol L
-1
para se obter variação de pH entre 3,5 a 7,5, totalizando 9 pontos de pH.
O estudo foi conduzido em triplicata e o nitrato de cálcio escolhido devido à baixa
afinidade do íon nitrato em complexar cátions metálicos (SILVEIRA, 1999).
Primeiramente as amostras foram submetidas à agitação por 24 horas em agitador
horizontal a 100 oscilações por minuto, com o intuito de se extrair do solo as formas livres,
ou mais prontamente disponíveis dos metais estudados. Decorrido aquele tempo da
agitação, as suspensões de amostras foram centrifugadas a 2500 rpm durante 10 minutos.
Em seguida, as amostras foram agitadas por períodos consecutivos de 2 horas com
20 ml de solução de Ca(NO
3
)
2
0,01 mol L
-1
, até que se atingisse a dessorção máxima, ou
seja, quando o metal não fosse mais detectado pela metodologia analítica adotada. Após
cada período de agitação, repetia-se o procedimento de centrifugação e filtragem, sendo o
sobrenadante devidamente acondicionado em frascos de polietileno e submetido à
determinação dos metais em espectrometria de emissão atômica em plasma (ICP-AES). A
soma das quantidades dos metais determinadas em cada extração forneceu a quantidade
total dessorvida em cada amostra estudada nos diferentes valores de pH.
58
3.5 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em função do tempo de agitação
Diversos trabalhos de adsorção de metais preconizam um período de agitação de 24
horas como necessário para que o sistema atinja o equilíbrio (PETRUZELLI et al., 1985).
Alguns autores, contudo, têm utilizado a agitação das amostras por 1 hora (MOREIRA,
2004; FONTES; GOMES, 2003).
Com o intuito de avaliar a influência do tempo de agitação na adsorção dos metais
estudados no presente trabalho foram elaboradas isotermas de adsorção com doses
crescentes de Cu, Zn, Cd e Ni para as amostras de solo referentes aos tratamentos
testemunha absoluta e LB 4N (LB-lodo da ETE de Barueri). Embora as amostras referentes
ao tratamento 8N tenham recebido mais lodo que o tratamento 4N, as amostras deste
apresentaram os maiores teores totais de metais. Nas amostras de solo tratado com lodo de
Barueri, os teores de Cd, Cu, Ni e Zn foram superiores aos observados nas demais amostras
estudadas, o que justifica a escolha efetuada.
Os estudos de adsorção seguiram o método de batelada (
batch) de laboratório,
procedimento experimental bem estabelecido e amplamente usado (Soares, 2005). Adotou-
se o protocolo experimental sugerido por Haitcher e Naidu (2001), empregando-se como
eletrólito suporte a solução de Ca(NO
3
)
2
0,01 mol L
-1
(relação 1:10) em substituição a
solução NaNO
3
0,01 mol L
-1
, pois esta última provocou a dispersão da argila em algumas
amostras. As concentrações iniciais das soluções postas em contato com as amostra de solo
foram baseadas nos valores orientadores da Cetesb citados na Tabela 4:
- 0; 5; 10; 25; 50; 70; 100; 140; 280 mg L
-1
de Cu como Cu(NO
3
)
2
.2,5H
2
O
- 0; 6; 10; 30; 50; 100; 150; 300; 500 mg L
-1
de Zn como Zn(NO
3
)
2
- 0; 0,1; 0,5; 1,0; 1,5; 3,0; 4,0; 10; 18 mg L
-1
de Cd como Cd(NO
3
)
2
.4H
2
O
- 0; 1; 3; 5; 10; 20; 30; 40; 60 mg L
-1
de Ni como Ni(NO
3
)
2
.6H
2
O.
Os valores máximos de concentrações apresentados correspondem ao dobro do
valor de intervenção industrial de cada metal. Este experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado e em esquema fatorial 9 x 2 (concentrações de metal
e doses de lodo) em três repetições.
Para a determinação da quantidade de metais adsorvidos, amostra de 2,00 g de terra
fina seca em estufa foi agitada em agitador horizontal a 100 oscilações por minuto
em tubos
59
de polietileno com 20 ml de solução de CaNO
3
0,01 mol L
-1
, contendo as diferentes
concentrações de metais citadas anteriormente. Foram avaliados os tempos de agitação de 1
hora e 24 horas, em triplicata.
As a agitação, foi determinado o pH final das amostras que em seguida foram
filtradas em papel de filtro qualitativo para a separação da fase líquida. Os metais na
solução de equilíbrio foram determinados por espectrometria de emissão atômica em
plasma (ICP-AES).
As concentrações de metais adsorvidos ao solo foram determinadas utilizando-se a
seguinte expressão:
S = (C
0
- C
e
) FD, em que S é a quantidade de metal retido pela fase
lida, C
0
é a concentração de metal da solução colocada em contato com o solo, C
e
é a
concentração de metal na solução após a agitação e FD é fator de diluição, que considera a
relação solução (FD = 20 mL de solução / 2 g de terra = 10).
Foram elaborados gráficos em função das quantidades dos respectivos metais em
fuão das concentrões de equilíbrio. Os modelos de Langmuir e Freundlich foram
ajustados com o auxílio do programa
CurveExpert 1.3 (HYAMS, 2004) para a obtenção
dos parâmetros de cada um dos modelos citados.
3.6 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em solo tratado com diferentes doses e tipos de lodo
Para cada uma das 9 amostras compostas coletadas no tratamento testemunha e nos
dos solos tratados com lodo de esgoto (LB 1N, LB 2N, LB 4N, LB 8N, LF 1N, LF 2N, LF
4N e LF 8N) foram obtidas as curvas de adsorção com as doses crescentes de Cu, Zn, Cd e
Ni citadas no item anterior. O procedimento utilizado foi idêntico ao do estudo para se
determinar a inflncia do tempo de agitação na adsorção, porém adotando o tempo de 24
horas. Aos resultados de adsorção foram ajustados para os modelos de Langmuir e
Freundlich.
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado e em
esquema fatorial 9 x 5 x 2 (concentrações de metal, doses de lodo e tipos de lodo) em três
repetições.
60
3.6.1 Energia Livre (ΔG
0
)
Com base nos resultados obtidos nas isotermas de adsorção, foi calculada a energia
livre molar do sistema. Para isso utilizou-se a seguinte equação termodinâmica
(SILVEIRA, 1999):
ΔG
o
= R T ( ln [Cu] em equilíbrio – ln [Cu] adicionado)
onde R é a constante dos gases perfeitos, 8,30 J mol
-1
kg
-1
e T a temperatura absoluta,
fixada a 298K.
3.7 Fitodisponibilidade de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodo de esgoto
A fitodisponibilidade dos metais estudados foi avaliada empregando-se o método de
extração biológica de
Neubauer. No presente experimento, empregou-se a modificação
preconizada por Catani e Bergamin (1960) do procedimento original estabelecido por
Neubauer e Schneider (1923). O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente
casualizado em três repetições e os nove tratamentos corresponderam, como nos estudos
anteriores, as quatro doses de cada lodo de esgoto considerado e também a testemunha.
Foram misturados 20,0 g de solo das amostras utilizadas nos experimentos de
dessorção e adsorção descritos anteriormente com 40 g de areia lavada. Sobre a mistura,
colocada em placas de Petri foram espalhados 20 g de areia e semeadas 25 sementes de
arroz. Em seguida as sementes foram cobertas com 10 g de areia e receberam 16 g de água.
A água foi reposta todos os dias, mantendo-se o peso inicial das placas.
Decorridos 21 dias após a germinação, o solo estava completamente explorado pelas
raízes da plantas de arroz e as plantas foram colhidas, lavadas e secas em estufa a 40
o
C até
peso constante. O material vegetal correspondente à parte área das plantas foi triturado e
em seguida transferido para frascos de teflon PFA destinado a digestão em forno
microondas. A cada frasco foram adicionados 1 mL de ácidotrico e 2 mL de peróxido de
hidrogênio, deixando-o aberto por 30 minutos para pré-digestão. Após esse período, os
frascos fechados foram levados ao forno de microondas, onde foi concluída a digestão. O
extrato foi transferido para tubos de 10 mL e a determinação dos metais foi feita por
espectrometria de emissão atômica por em plasma (ICP-AES).
61
3.8 Análise dos resultados
No estudo de dessorção foi realizada a análise de variância para o efeito dos
tratamentos. O efeito do pH foi avaliado através de análise de regressão polinomial, para os
demais fatores foram realizados testes de comparação múltipla de médias por Tukey a 5%.
A análise de variância também foi efetuada para o ensaio de Neubauer considerando-se as
variáveis: quantidade de metal extraído pelas plântulas de arroz e massa seca da parte aérea
na planta. Essas análises estatísticas foram realizadas com o aulio do programa SANEST
(ZONTA; MACHADO, 1991).
A avaliação das isotermas de adsorção foi efetuada através das comparações das
curvas de adsorção pelo teste F, conforme metodologia descrita no Apêndice 1. Neste teste
foram considerados todos os dados experimentais empregados no ajuste ao modelo de
Freundlich (Apêndice A).
Os parâmetros dos modelos de Langmuir e Freundlich, adaptados aos dados
experimentais de adsorção, foram correlacionados com atributos do solo. As concentrações
de metais extraídas pelas plantas no experimento de Neubauer foram correlacionadas com
os teores extrdos por DTPA e com os teores dessorvidos no pH 5,5. Em todos os casos,
para obtenção dos coeficientes de correlação simples foi utilizado o programa SAS -
Statistical Analysis System.
Os experimentos de dessorção foram conduzidos em esquema fatorial 9 x 5 x 2 (pH,
dose de lodo, tipo de lodo de esgoto) seguindo o delineamento inteiramente casualizado,
com três repetições. Foi realizada análise de variância para o efeito dos tratamentos. O
efeito do pH foi avaliado através de análise de regressão polinomial, para os demais fatores
foram realizados testes de comparação múltipla de médias por Tukey a 5%. A análise de
variância também foi efetuada para o ensaio de Neubauer considerando-se as variáveis:
quantidade de metal extraído pelas plântulas de arroz e massa seca da parte aérea na planta.
Essas análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa SANEST (ZONTA;
MACHADO, 1991).
62
4 RESULTADOS E DISCUSÃO
4.1 Efeitos nos atributos do solo
Após as sucessivas aplicações das doses dos lodos na área experimental, e que
constituíram os tratamentos estudados, constata-se que os atributos químicos do solo foram
afetados em maior ou menor extensão (Tabela 7). A partir dos resultados obtidos serão
tecidos alguns comentários, baseando-se nos critérios propostos por Raij et al. (2001).
As amostras estudadas apresentaram predominantemente acidez média (pH entre
5,1 e 5,5). Com relação a saturação por bases, todas as amostras apresentam valores médios
(V entre 51 e 70 %), com exceção das amostras referentes aos tratamentos LB 4N, LF 1N e
LF 2N que apresentam o índice de saturação por bases alto (V entre 71 e 90% ).
Os teores médios de K foram classificados como baixos (0,8 a 1,5 mmol
c
dm
-3
),
enquanto os de Ca e Mg foram altos, superiores a 7 mmol
c
dm
-3
e 8
mmol
c
dm
-3
respectivamente. Dentre os macronutrientes, o fósforo foi o elemento que apresentou as
maiores variações em função das doses e do tipo de lodo empregado no experimento de
campo. Com exceção da testemunha, que apresentou valor baixo de P, na medida em que se
aumentou a dose de lodo, os teores de fósforo se elevaram proporcionalmente, atingindo
níveis muito altos (> 80 mg L
-1
) nos tratamentos LB 4N, LF 4N e LB 8N. Tal constatação é
importante, pois é fato conhecido a forte interação que este elemento possui com a
solubilidade de zinco, em que deficiências de Zn são induzidas por adubações fosfatadas
elevadas (RAIJ, 1991).
Assim como o fósforo, o teor de matéria ornica variou entre os tratamentos, sendo
que a maioria deles apresentou teor médio. Nos tratamentos LB 4N e LF 4N a aplicação de
lodo elevou o teor de MO em cerca de 1,7 vezes em relação à testemunha. Em estudos de
adsorção e dessorção de metais pesados, deve-se atentar a estes incrementos, pois a matéria
orgânica afeta significativamente, tanto a retenção quanto a disponibilidade dos metais no
solo (ALLOWAY, 1995).
Os teores disponíveis de Cd, Cu, Ni e Zn determinados nas amostras encontram-se
dentro dos valores de referência de qualidade propostos pela Cetesb (CETESB, 2001),
apesar dessa legislação adotar critérios de orientação baseados nos teores totais destes
elementos, e não nos trocáveis ou teoricamente disponíveis.
63
Tabela 7- Resultados médios de análise química do solo nos tratamentos estudados
Tratamentos
Parâmetros T LB1N LB2N LB4N LB8N LF1N LF2N LF4N LF8N
M.O. (g dm
-3
) 26 32 34 41 35 26 31 45 32
pH CaCl
2
5,3 5,3 5,4 5,5 5,3 5,6 5,6 5,3 5,2
pH H
2
O 6,5 6,2 6,3 6,0 6,0 6,6 6,3 6,0 6,0
pH KCL 5,0 5,0 5,0 5,0 4,9 5,2 5,3 4,8 4,8
pH -1,5 -1,2 -1,3 -1,0 -1,1 -1,4 -1,0 -1,2 -1,2
P (g dm
-3
) 6 28 64 221 134 22 42 130 70
K (mmol
c
dm
-3
) 0,5 0,8 0,6 0,6 0,5 1,0 0,6 0,5 0,7
Ca
(mmol
c
dm
-3
) 33 43 49 67 53 39 51 54 41
Mg (mmol
c
dm
-3
) 15 15 17 22 17 15 21 17 14
H+Al
(mmol
c
dm
-3
) 30 34 30 34 34 23 24 38 38
Al trocável 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
S.B.
(mmol
c
dm
-3
) 48,5 56,8 66,6 85,6 70,5 65 72,6 81,5 55,7
C.T.C.
(mmol
c
dm
-3
) 78,5 92,8 96,6 123,6 104,5 88 96,6 119,5 93,7
C.T.C
e
(mmol
c
dm
-3
) 49,5 57,8 67,6 86,6 71,5 66 73,6 82,5 54,7
V (%) 62 61 64 72 67 74 75 68 59
Zn (mg kg
-1
) 2,09 13,12 24,59 87,17 57,83 6,74 7,55 20,88 11,94
Cu
(mg kg
-1
) 0,92 3,96 7,04 27,20 15,95 1,81 2,12 4,75 2,86
Cd (mg kg
-1
) 0,01 0,05 0,11 0,37 0,22 0,01 0,01 0,03 0,02
Ni (mg kg
-1
) 0,02 0,83 1,62 0,01 0,01 0,19 0,28 1,02 0,53
Observando os teores totais determinados nas amostras estudadas (Tabela 8),
verificamos que o zinco nos tratamentos LB 2N, LB 4N e LB 8N ultrapassam o limite de
referência de qualidade (60 mg kg
-1
de Zn), chegando próximo ao nível de alerta nas doses
mais elevadas (300 mg kg
-1
de Zn em áreas agrícolas). O mesmo ocorre para o cobre,
chegando este a ultrapassar o limite de alerta (60 mg kg
-1
de Cu) na dose LB 4N. Quanto ao
níquel, as parcelas tratadas com lodo de Franca apresentam teores inferiores ao valor de
referência de qualidade (13 mg kg
-1
de Ni), enquanto as amostras tratadas com o lodo de
Barueri superam este limite. Os teores totais de cádmio determinados variaram conforme os
tratamentos. Na testemunha, e nas amostras referentes aos tratamentos LF 2N, LF4N,
LB 4N e LB 8N, os teores totais determinados ultrapassaram o valor de referência
(0,5 mg kg
-1
de Cd), mas o atingiram o valor de alerta (3 mg kg
-1
de Cd).
Em função dos resultados das análises químicas fica nítida a diferença das
alterações químicas provocadas pelo uso do lodo na agricultura, bem como as variações
nessas alterações provocadas pelas doses e pela diferença da qualidade dos lodos, que é
diretamente influenciada pela atividade ocupacional das regiões onde este resíduo é gerado.
64
Tabela 8 - Teores totais de Cu, Ni, Cd e Zn no solo tratado com doses de lodo de esgoto de
Franca (LF) e Barueri (LB)
Teores Totais
Zn Cu Ni Cd
Tratamentos
----------------------------------------------mg kg
-1
-----------------------------------
Testemunha 18,1 13,8 1,8 0,9
LF 1N 30,8 19,0 3,7 0,9
LF 2N 31,5 15,5 4,5 0,8
LF 4N 57,5 22,7 12,1 0,2
LF 8N 49,7 19,0 9,8 0,2
LB 1N 50,3 25,9 3,6 0,2
LB 2N 77,7 31,7 14,4 0,3
LB 4N 204,6 81,0 25,8 0,7
L B8N 115,3 42,3 12,7 0,7
As aplicações sucessivas de lodo não proporcionaram grandes alterações nos teores
de óxidos e índices Ki e Kr (Tabela 9). O índice Ki das amostras indica que o solo utilizado
encontra-se em estágio avançado de intemperização, sendo este virtualmente desprovido de
materiais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo. A relação molecular
SiO
2
/(Al
2
O
3
+ Fe
2
O
3
), Kr, indica que o solo estudado trata-se de um solo caulitico, ou
seja, com predonio de argila 1:1. Além da predomincia da caulinita, as amostras
apresentam valores de óxidos de ferro de baixo a médio. A ocorrência dos óxidos de ferro
com os índices Ki e Kr conduzem a pressuposição de que neste solo há predomínio de
óxidos de ferro livre e de gibsita (EMBRAPA, 1999).
Tabela 9 - Análises químicas complementares: teores de SiO
2
, Al
2
O
3
, Fe
2
O
3
, TiO
2
, MnO,
índices Ki e Kr, e retenção de cargas (RC)
SiO
2
Al
2
O
3
Fe
2
O
3
TiO
2
MnO Amostras
----------------------------%------------------------------
Ki Kr RC
Testemunha 11.2 14.2 5.6 0.9 0.0 1.3 1.1 11.0
LF 1N 12.1 15.2 5.9 0.9 0.1 1.4 1.1 14.0
LF 2N 10.2 15.9 5.8 0.9 0.0 1.1 0.9 16.0
LF 4N 11.3 14.5 5.6 1.0 0.0 1.3 1.1 18.0
LF 8N 12.7 16.0 6.0 0.9 0.0 1.4 1.1 11.0
LB 1N 11.4 15.4 5.9 1.0 0.0 1.3 1.0 12.0
LB 2N 11.7 15.5 6.0 1.0 0.0 1.3 1.0 15.0
LB 4N 9.8 15.7 6.5 1.1 0.0 1.1 0.8 18.0
L B8N 11.7 14.8 6.1 1.0 0.0 1.3 1.1 15.0
65
Essas características conferem ao solo do experimento o predomínio de cargas
variáveis dependentes de pH. As cargas elétricas variáveis ou dependentes de pH são
função das atividades dos íons H
+
e OH
-
na solução do solo, ou seja, da variação do pH.
Conforme a composição mineralógica do solo, este pode apresentar, simultaneamente,
cargas elétricas positivas e cargas elétricas negativas (MEURER, 2000). Segundo o mesmo
autor, solos que apresentam cargas elétricas dependentes de pH, permitem avaliar o
predonio de cargas positivas ou negativas através do índice pH. Quando o valor de pH
for positivo, então, a carga líquida na superfície será positiva; logo, quando o pH for
negativo, a carga líquida das partículas será negativo.
Os valores de pH determinados nos tratamentos com lodo de esgoto indicam
balanço de carga negativa, o que favorece a adsorção de cátions metálicos ao solo. Isto se
deve principalmente a presença de matéria orgânica na camada superficial do solo. A
matéria orgânica pode se ligar aos argilominerais presentes no solo, como a caulinita e os
óxidos de ferro, diminuindo as cargas positivas, resultando num aumento das cargas
negativas. A adição de lodo no solo pode aumentar este efeito, em função da matéria
orgânica do resíduo.
A granulometria do solo não foi alterada pela aplicação de lodo de esgoto. Segundo
a classificação da Embrapa (1999) o solo foi classificado em termo de textura como
argiloarenoso. Ocorreu pouca variação nos teores de areia, silte e argila o que demonstra a
homogeneidade da área experimental (Tabela 10).
Tabela 10 - Análise granulométrica
Argila
<0,02mm
Silte
0,053-0,002mm
Areia Total
2,00 - 0,053 mm
Areia Grossa
2,00 - 0,210 mm
Areia Fina
0,210 - 0,053 mm
Amostras
---------------------------------------------g kg
-1
----------------------------------------------------
SE
m
2
/g
Testemunha 451 60 489 337 152 71,22
LF 1N 469 64 467 317 150 65,08
LF 2N 465 58 478 319 158 64,29
LF 4N 460 75 465 321 144 70,97
LF 8N 479 58 462 312 151 65,07
LB 1N 467 57 476 327 149 71,85
LB 2N 463 67 470 310 160 71,40
LB 4N 483 73 444 294 151 65,99
LB 8N 484 55 461 306 155 70,94
66
Quanto aos valores de superfície específica, as aplicações de lodo não provocaram
alterações significativas no solo. Os baixos valores de SE observados em todos os
tratamentos refletem à predominância de caulinita e de óxidos de ferro e alumínio, na
fração argila do Latossolo estudado.
4.2 Envelopes de dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodos de esgoto
Valores de dessorção máxima dos metais variaram conforme o metal estudado, o
tratamento com lodo e o valor de pH. O Zn foi o elemento que necessitou do maior número
de extrações para atingir a dessorção máxima e por conta disso, foi utilizado para definir o
número de extrações necessárias para que se atingisse a dessorção máxima em todas as
amostras.
Dessa forma, adotou-se como padrão para o experimento a realização de 9 extrações
consecutivas.
A dessorção foi crescente com o aumento das doses de lodo empregadas nos
tratamentos e decrescente com o aumento do pH. De maneira geral, os maiores teores de
metais dessorvidos foram verificados nas três primeiras extrações, verificando-se, um
posterior decréscimo até a dessorção tornar-se nula.
A dessorção total para cada valor de pH foi obtida pelo somatório dos valores
dessorvidos em cada extração. Os resultados dessa variável encontra-se nas Tabelas 11, 12,
13 e 14. Houve interação tripla significativa entre os fatores pH, dose e tipo de lodo,
procedendo-se então o desdobramento desta interação. Os resultados de dessorção originais
e as curvas ajustadas pela regressão podem ser observados nas Figuras 3, 4, 5 e 6. As
Figuras 7, 8, 9 e 10, apresentam as porcentagens de dessorção em função dos teores totais
dos metais nos pHs 3,5 e 5,5.
A dessorção dos metais estudados apresentou forte influência do pH em todas as
amostras, exceto na testemunha, devido aos seus baixos teores naturais. A elevação de pH
diminuiu a dessorção, chegando a ser praticamente nula em valores de pH superiores a 6,5.
A retenção de Cd, Cu, Ni e Zn em sistemas competitivos e teores elevados de metais é
altamente beneficiada pela elevação de pH (BASTA; TABATABAI, 1992). Por outro lado,
a dessorção de metais é favorecida pela redução do pH, podendo os íons H
+
deslocar uma
67
fração dos metais pesados adsorvidos ao solo, inclusive os que se encontram na forma não
trocável (McBRIDE, 1989).
A origem do lodo e a dose empregada nos tratamentos também influenciaram a
dessorção dos metais. As amostras tratadas com lodo de Barueri dessorveram maiores
quantidades de metais que as amostras tratadas com lodo de Franca. Esses resultados são
consistentes com outros encontrados na literatura, que indicam que a concentração e
disponibilidade de metais pesados em solos tratados com lodo de esgoto variam em função
da natureza e intensidade da atividade industrial da região em que é gerado, bem como em
função do tipo de processo empregado no tratamento dos esgotos (MATTIGOD; PAGE,
1983; PIRES; MATTIAZZO, 2003).
Para melhor análise do efeito do pH na remobilização, os resultados de dessorção
foram discutidos individualmente para cada metal estudado.
4.2.1 Dessorção de zinco
Mediante a realização dos envelopes de dessorção de zinco (Zn) no solo tratado com
os lodos de esgoto, a dessorção de Zn mostrou-se fortemente dependente do pH. Com o
aumento do pH, os valores de Zn dessorvidos diminuíram obedecendo a tendência
quadrática em todas as amostras estudadas (Figura 3). Diversos autores observaram o
decréscimo na disponibilidade de Zn em conseqüência do aumento do pH em solos
(MACHADO; PAVAN, 1987; CUNHA et al., 1994; MATOS et al., 1996; ABREU et al.,
1998). Este decréscimo na concentração de Zn é devido ao aumento da adsorção do metal
pelos constituintes da fase sólida (BAR-YOSEF et al., 1980).
Usando as equações de regressão determinou-se para cada tratamento o valor de pH
no qual a dessorção de Zn passa a ser nula. Nas amostras tratadas com lodo de Barueri os
valores desse pH variaram conforme a dose de lodo empregada. Para o LB 1N, o valor de
pH em que a dessorção passa a ser nula foi de 5,5, no LB 2N esse comportamento foi
observado a partir do pH 6,5. Já nas amostras LB 4N e LB 8N, esses valores de pH foram
respectivamente 7,5 e 7,0. As amostras tratadas com lodo de Franca apresentaram a mesma
tendência, sendo os valores de pH calculados os seguintes: 5,5 para as amostras LF 1N e LF
2N, 7,0 para a amostra LF 4N e 6,5 para a LF 8N.
68
Este aumento gradativo do pH de dessorção nula, observado em função do aumento
das doses de lodo aplicadas, pode ser explicado com base nas diferenças apresentadas nos
teores totais de zinco e de matéria orgânica (MO) no solo (Tabelas 8 e 7). Amostras que
contêm elevados teores de Zn apresentam tamm maior quantidade de MO. Tais
alterões químicas são freqüentemente observadas em solos tratados com altas doses de
lodo de esgoto (BERTON et al., 1989; MELO et al., 1994; TSUTYA, 2000; SUI;
THOMPSON; 2000; VAZ; GONÇALVES, 2002; OLIVEIRA; MATTIAZO, 2001;
PIGOZZO et al., 2004; NASCIMENTO et al., 2004). Os maiores valores de pH de
dessorção nula, e por conseqüência as maiores quantidades de Zn dessorvido, foram obtidos
nessas amostras (Figura 3). Esta observação coloca emvida a
teoria do platô, a qual
sugere que os metais pesados permaneceriam adsorvidos, não prontamente disponíveis às
plantas, e que o resíduo, fonte de contaminação de metais pesados, através de sua carga
orgânica aumentaria a capacidade de retenção desses elementos pelo solo (OLIVEIRA,
2000).
Esta teoria não leva em consideração o efeito do pH na disponibilização de metais
pesados. Logan et al. (1997) alertaram para o fato de que as taxas de degradação da carga
orgânica do lodo de esgoto e seus efeitos sobre o pH do solo, além da própria acidificação
natural, constituem fatores que poderiam reverter o comportamento dos metais previsto
pela teoria do platô. A teoria da bomba relógio proposta por McBride (1995) ressalta o
papel da lenta degradação da matéria orgânica do lodo na liberação de metais em formas
mais solúveis. De acordo com essa teoria, a capacidade do solo adsorver metais pesados é
aumentada pela adição do lodo, devido ao incremento de matéria orgânica, mas com o
tempo, após a interrupção das aplicações, a retenção dos metais pode ser prejudicada
ocorrendo liberação dos mesmos para a solução do solo.
Há evidências de que uma fração da matéria orgânica do lodo, resistente a
decomposição, pode quelatar metais pesados, diminuindo a mobilidade e disponibilidade
desses elementos (CANELLAS et al., 1999). Entretanto, outra fração, ligada aos ácidos
orgânicos solúveis, pode formar complexos solúveis com metais pesados protegendo-os das
reações com componentes inorgânicos presentes no solo (YAMADA et al., 1984).
Segundo Oliveira et al. (2003), compostos orgânicos simples, como aminoácidos e
ácidos fosfóricos , assim como ácidos fúlvicos e ácidos orgânicos de baixo peso molecular
69
são complexantes efetivos ou agentes quelatentes de Zn. Os ácidos fúlvicos formam
quelatos com o Zn em uma ampla faixa de pH, aumentando a solubilidade e,
conseqüentemente, a mobilidade deste elemento no solo (KIEKENS, 1995). Outra hipótese
é que o Zn, por afinidade formaria mais facilmente complexos com ácidos orgânicos
solúveis do que com os grupos hidroxila na superfície dos sólidos inorgânicos, o que
facilitaria o deslocamento desse elemento para a solução e posterior complexação
(OLIVEIRA et al., 2003). Tais considerações indicam que estes fenômenos podem estar
ocorrendo nos solos estudados e explicariam os aumentos dos valores de pH onde a
dessorção do metal é nula com o aumento das doses de lodo aplicadas no solo.
A influência do pH na dessorção de zinco apresentou variações conforme o lodo
empregado (Tabela 12). Para melhor visualização destas variações foram elaborados
gráficos de dessorção em função do teor total de Zn para os valores de pH 3,5, o valor mais
baixo estudado, e 5,5 , considerado o valor de pH natural das amostras. No pH 3,5 a
porcentagem de zinco dessorvido em relação ao teor total determinado nas amostras
tratadas com lodo de Barueri variou de 78 a 75 % nas amostras LB 8N e LB 4N
respectivamente, e atingiu 49 % na amostra LB 1N. Para o mesmo valor de pH, as amostras
tratadas com lodo de Franca apresentaram porcentagens de dessorção em relação aos seus
teores totais, variando de 35 a 57 % nas amostras LF 8N e LF 4N, chegando até 22 % no
LF 1N. No pH 5,5 correspondente ao valor natural das amostras, essa porcentagem foi
bastante reduzida para os dois lodos (Figura 7).
Os tratamentos referentes a aplicação do lodo de Franca apresentaram menor
porcentagem de dessorção em relação as amostras tratadas com lodo de Barueri. Isto
demonstra que a dessorção de Zn em solos tratados com lodo, além de depender do pH,
sofre forte influência do tipo de lodo.
Os lodos utilizados no experimento de campo provavelmente apresentavam
diferenças quanto à composição da matéria orgânica. Andrade (2004) verificou diferenças
significativas quanto à composição da fração orgânica em lodos provenientes de diferentes
estações de tratamento. A diferença na composição da fração orgânica pode resultar em
diferenças significativas na cinética de decomposição. Segundo Fuentes et al. (2004),
quanto maior o tempo de digestão da matéria orgânica, maior a quantidade de metais
pesados na fase residual, que é a fração menos disponível. Araújo e Nascimento (2005)
70
utilizando o fracionamento químico da MO em dois solos incubados com lodo de esgoto,
verificaram que as concentrações de Zn obedeciam à seguinte ordem: residual > matéria
orgânica > trocável > óxido de ferro cristalino > óxido de ferro amorfo.
Outro fator que pode explicar a diferença nas porcentagens de dessorção
encontradas é a variação na relação ácidos húmicos/ácidos fúlvicos, tal como observado no
lodo de esgoto utilizado por Oliveira et al. (2003). Neste trabalho os autores verificaram
que o lodo utilizado apresentava baixa relão ácido húmico/ácido fúlvico. Segundo Araújo
e Nascimento (2005) quando a matéria orgânica do lodo adicionado no solo apresenta baixa
relação ácidomico/ácido fúlvico, o Zn tende a ser complexado sobretudo por agentes
quelantes de baixo peso molecular. Com o aumento da acidez do solo, a estabilidade dos
complexos orgânicos com o Zn diminui, aumentando a disponibilidade do elemento
(STEVENSON; FITCH, 1989). À luz dessas considerações, pode-se levantar a hitese de
que no lodo de Barueri a relão ácido húmicocido fúlvico seria mais baixa do que no
lodo de Franca, o que explicaria as diferenças encontradas nas porcentagens de dessorção.
A Tabela 11 apresenta as comparações de médias da dessorção de Zn quanto as
doses de lodo empregadas nos tratamentos e o tipo de lodo para cada valor de pH estudado.
Nota-se que nas amostras referentes ao tratamento 1N, o fator tipo de lodo deixa de exercer
influência na dessorção do metal a partir do pH 5,5. Até este valor de pH, as amostras
tratadas com lodo de Barueri (LB) apresentaram valores de dessorção de zinco superiores
aos valores obtidos nas amostras tratadas com lodo de Franca (LF). Nas amostras referentes
a dose 2N o tipo de lodo deixa de exercer essa inflncia a partir do pH 6,0. Nos
tratamentos 4N e 8N até o pH 6,0 as amostras tratadas com o LB dessorveram mais zinco
que as amostras tratadas com o LF, a partir desse valor os resultados de dessorção não
apresentaram diferenças estatísticas.
Com a elevação do pH, há aumento das cargas negativas, diminuindo a competição
entre os metais e o íon hidrogênio pelo mesmo sítio de troca, aumentando assim a adsorção
deste metal (CHRISTENSEN, 1984). Além disso, a precipitação de compostos específicos
de Zn com o aumento do pH pode também explicar o decréscimo na disponibilidade desse
elemento em altos valores de pH, embora a natureza de tais compostos não seja bem
conhecida (LINDSAY, 1979).
71
Tabela 11- Comparação de médias de dessorção de Zn em função do pH, e aplicação de
doses dos lodos de Barueri (LB) e Franca (LF)
Tratamento
0 (1) 1N 2N 4N 8N
------------------------------------------mg kg
-1
-----------------------------------------------
LB 2,97 Ae 24,50 Ad 49,60 Ac 153,78 Aa 89,61 Ab
pH 3,5
LF 2,97 Ad 6,72 Bcd 10,19 Bc 33,03 Ba 17,50 Bb
LB 2,43 Ae 19,63 Ad 42,49 Ac 142,42 Aa 76,78 Ab
pH 4,0
LF 2,43 Ad 5,28 Bcd 8,95 Bbc 21,80 Ba 11,74 Bb
LB 1,58 Ae 11,41 Ad 29,05 Ac 114,12 Aa 61,20 Ab
pH 4,5
LF 1,58 Ac 2,66 Bc 3,23 Bc 20,82 Ba 10,47 Bb
LB 0,79 Ad 4,10 Ad 10,97 Ac 91,17 Aa 50,58 Ab
pH 5,0
LF 0,79 Ac 0,82 Bc 0,79 Bc 17,22 Ba 6,75 Bb
LB 0,30 Ad 0,43 Ad 14,20 Ac 57,83 Aa 30,05 Ab
pH 5,5
LF 0,30 Ab 0,40 Ab 0,63 Bb 12,35 Ba 2,08 Bb
LB 0,22 Ac 0,38 Ac 1,63 Abc 37,01 Aa 5,19 Ab
pH 6,0
LF 0,22 Ab 0,19 Ab 0,30 Ab 6,75 Ba 1,20 Bb
LB 0,16 Ab 0,25 Ab 0,43 Ab 6,10 Aa 1,52 Ab
pH 6,5
LF 0,16 Aa 0,18 Aa 0,33 Aa 1,98 Aa 0,73 Aa
LB 0,19 Aa 0,11 Aa 0,37 Aa 2,50 Aa 1,30 Aa
pH 7,0
LF 0,19 Aa 0,10 Aa 0,20 Aa 1,18 Aa 0,67 Aa
LB 0,08 Aa 0,03 Aa 0,29 Aa 1,68 Aa 0,96 Aa
pH 7,5
LF 0,08 Aa 0,02 Aa 0,23 Aa 1,25 Aa 0,60 Aa
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na linha, entre doses de lodo em cada pH, e maiúsculas na
coluna, para cada lodo, diferem entre si a 5% (p < 0,05).
(1) Doses de lodo correspondentes a zero (0), uma (1N), duas (2N), quatro (4N) e oito (8N) vezes a
necessidade de N para a cultura do milho.
72
0
20
40
60
80
100
120
140
160
3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
pH
Zn dessorvido mg kg
-1
Te stemunha
LB 1N
LB 2N
LB 4N
LB 8N
0
5
10
15
20
25
30
35
3,544,555,566,577,5
pH
Zn dessorvido mg kg
-1
Testemunha
LF 1N
LF 2N
LF 4N
LF 8N
LB 1N: y =2,82x
2
- 37,10x + 120,82 R
2
= 0,98 P > 0,00001 LF 1N: y = 0,76 x
2
- 9,90x + 32,18 R
2
= 0,97 P > 0,002
LB 2N: y =4,17 x
2
- 58,86x + 207,25 R
2
= 0,97 P > 0,00001 LF 2N: y = 1,28x
2
- 16,51x + 52,7 R
2
= 0,94 P > 0,00001
LB 4N: y =4,63 x
2
- 94,22x + 437,8 R
2
= 0,98 P > 0,00001 LF 4N: y = 1,23 x
2
- 21,42x + 91,52 R
2
= 0,97 P > 0,00002
LB 8N: y = 4,46 x
2
- 73,98x + 299,63 R
2
= 0,97 P > 0,0001 LF 8N: y = 1,42 x
2
- 19,78x + 69,34 R
2
= 0,98 P > 0,00001
Figura 3- Envelopes de dessorção de Zn em um Latossolo Vermelho Distroférrico (textura
argilosa) tratado com lodo de esgoto
pH 3,5
0
50
100
150
200
250
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Zn adsorvido
Zn dessorvido
16 %
49 %
64%
75%
78%
pH 5,5
0
50
100
150
200
250
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Zn adsorvido
Zn dessorvido
1%
1%
18%
28%
26%
pH 3,5
0
10
20
30
40
50
60
70
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Zn adsorvido
Zn desorvido
16 %
22%
32%
57%
35%
pH 5,5
0
10
20
30
40
50
60
70
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Zn adsorvido
Zn desorvido
1 %
1%
2%
22%
4%
Figura 7- Porcentagens de dessorção de Zn em função dos teores totais em solos tratados
com lodo de esgoto
73
4.2.2 Dessorção de níquel
Os resultados referentes a dessorção de Ni em função do pH estão expressos na
Figura 4. Nas amostras tratadas com lodo de Barueri os envelopes de dessorção de Ni se
ajustaram de forma quadrática as equações de regressão. Devido aos baixos teores de Ni
contidos nos lodos provenientes de Franca, nos tratamentos LF 1N e LF 2N, os envelopes
de dessorção de Ni não se ajustaram aos modelos de regressão propostos. Isto ocorreu
provavelmente em função dos baixos teores totais de Ni apresentados nessas amostras
(Tabela 8).
Por meio das equações de regressão, determinou-se para cada tratamento o valor de
pH no qual a dessorção de Ni se estabiliza passando a ser praticamente nula (< 1 mg kg
-1
).
Nas amostras tratadas com lodo de Barueri os valores de pH variaram conforme a dose de
lodo empregada. Nas amostras LB 1N e LB 2N, o valor de pH onde a dessorção passa a ser
praticamente nula é de 5,5; na amostra LB 4N o valor desse pH é 6,5, e 6,0 na LB 8N. Nas
amostras tratadas com lodo de Franca só foi possível determinar o valor de pH de dessorção
nula nas amostras LF 4N e LF 8N, sendo estes 5,5 e 6,5.
Borges e Coutinho (2004) constataram que a aplicação de lodo de esgoto causou
aumentos nos teores de Ni nas frações trocável, orgânica e também nas frações de óxidos
de Fe e Al não cristalinos em um Latossolo Vermelho eutroférrico. Ainda segundo os
mesmos autores, a elevação do pH do solo proporcionou a diminuição do teor do metal na
fração trocável e aumentos na fração orgânica. Quanto a distribuição do Ni no solo, os
autores verificaram que a maior proporção desse elemento esteve associado às frações
residuais e óxidos de Fe e Al cristalinos, e que o Ni presente nas frações mais disponíveis
não passava de 0,2% . Sanders et al. (1986) também verificaram que o Ni foi susceptível às
alterações de pH em solos tratados com lodo de esgoto, sendo encontrado nas frações mais
estáveis. Segundo Scheidegger et.al. (1996), a adsorção de metais geralmente torna-se mais
específica na medida em que o pH aumenta, havendo formação de complexos de esfera
interna. A adsorção de metal dependente de pH tem sido usualmente modelada assumindo
duas classes de sítios: a) troca de íons ou sítios de adsorção não específicos que trocam
cátions do eletrólito suporte fracamente ligados, íons metálicos hidratados, representando
complexos de esfera externa; e b) adsorção específica nos sítios hidroxilados de superfícies
74
anfotéricas (Al-OH, Si-OH), os quais hidrolisam. Assim, os íons metálicos que se ligam
diretamente aos grupos superficiais O e OH, não são facilmente deslocados pelos íons do
eletrólito, pois formam complexos de esfera interna (SPOSITO, 1984; SCHINDLER et al.,
1987; COWAN et al., 1992; ZACHARA et al., 1994).
O níquel para Puls e Bohn (1988) e Schulthess e Huang (1990) tem a tendência de
ser adsorvido especificamente por argilas e óxidos e sofre hidrólise na faixa de pH de 3 a 9.
Casagrande et al. (2001) estudaram a dessorção de Ni em função do pH em solos tropicais
oxídicos. Neste trabalho os autores verificaram que mesmo quando as amostras de solo
receberam aplicações de altas doses do metal, a dessorção do metal foi praticamente nula
em amostras de solo com pH igual ou acima de 7,0. Estas informações corroboram com os
resultados de dessorção de Ni observados neste experimento.
Na Tabela 12 encontram-se os valores que originaram as curvas dos envelopes de
dessorção de Ni. A dessorção de Ni em cada valor de pH apresentou diferenças
significativas quanto às doses aplicadas e tipo de lodo. A influência do fator tipo de lodo
variou conforme a dose do resíduo aplicada no campo. Nas amostras que receberam
aplicações de lodo para suprir a adubação nitrogenada necessária à cultura do milho (dose
1N), a partir do pH 4,0 o fator tipo de lodo deixou de exercer influência na dessorção de Ni.
Nas amostras referentes ao tratamento 4N o fator tipo de lodo deixou de exercer influência
significativa nos resultados de dessorção a partir do pH 6,0. As amostras referentes aos
tratamentos 2N e 8N, apresentaram de maneira geral influência do fator tipo de lodo em
toda a faixa de pH estudada.
Para cada tipo de lodo também foi verificada a interação entre doses de lodo e pH na
dessorção de Ni. Para o lodo de Barueri verificou-se que até a faixa de pH de 5,5/6,0 as
amostras tratadas com as maiores doses de lodo dessorveram Ni em quantidade
significativamente maior que as demais, após este valor a dessorção de Ni passa a ter
influência somente do pH, e não mais da dose. Nas amostras tratadas com lodo de Franca as
doses de lodo apresentaram diferenças estatísticas significativas até o pH 6,0, sendo a dose
LF 8N a que mais dessorveu o metal. A partir desse valor de pH essas diferenças
praticamente deixaram de existir.
Conforme ressaltado nas discussões dos resultados de dessorção de Zn, os teores de
MO variaram conforme a dose de lodo aplicado. Estes teores são maiores nas amostras que
75
receberam as maiores aplicações de lodo: LB e LF 4N; e LB e LF 8N. Como verificado, a
capacidade de dessorção de Ni foi maior nas amostras que receberam as maiores doses de
lodo. Além disso, os maiores valores de pH em que a dessorção passou a ser praticamente
nula também foi encontrados nas amostras que apresentam os maiores teores de matéria
orgânica.
O pH e a matéria orgânica são os fatores que mais afetam direta e indiretamente a
biodisponibilidade de metais pesados (RUBIO et al., 2003; YIN et al, 2002). Camargo et al.
(1989) estudaram a adsorção de níquel em amostras superficiais de latossolos paulistas
saturadas por cálcio. A adsorção específica parece ter sido pequena e praticamente não
houve adsorção preferencial de níquel em relação a cálcio. A adsorção máxima de Ni não
chegou a 40% da CTC a pH 7,0 e correlacionou-se com pH e carbono orgânico. Mellis et
al. (2004), estudando a adsorção de níquel em solos ácricos, observaram que para valores
de pH acima de 6,5 praticamente todo Ni adicionado foi adsorvido, além disso, verificaram
também forte inflncia da matéria orgânica na adsorção do metal.
Ainda sobre o efeito da MO e do pH na velocidade de dessorção e na quantidade
dessorvida de níquel, diversos trabalhos mostraram que os metais ligados à matéria
orgânica são rapidamente adsorvidos, enquanto a dessorção ocorre de modo mais lento
(McBRIDE, 1989). Dessa forma, a liberação tende a ser lenta e/ou incompleta, em razão da
histerese, pois os complexos de esfera interna requerem energia de ativação grande para o
processo de dessorção . O surgimento do efeito da histerese é afetado pelo comprimento do
período de equilíbrio (EVANGELOU, 1998), e tende a ser tanto menor (maior histerese)
quanto maior o tempo de contato do solo com o elemento (BARROW, 1985;
PADMANABHAM, 1983).
Na Figura 8 encontram-se os gráficos da porcentagem de dessorção de Ni em
função dos teores totais dos tratamentos estudados para os valores de pH 3,5 e 5,5. As
porcentagens de dessorção de Ni em relação aos teores totais variaram em função do tipo
de lodo e do pH. No pH 3,5 as porcentagens de Ni dessorvido em relação ao teor total
determinado nas amostras tratadas com lodo de Barueri foram as seguintes: 60 % no
tratamento LB 8N; 42 e 40 % nos tratamentos LB 4N e LB 2N; e 12 % no tratamento LB
1N. Para o mesmo valor de pH as porcentagens de dessorção de Ni em relação aos seus
teores totais para as amostras tratadas com lodo de Franca foram: 91 % no tratamento
76
LF 8N; 34% no LF 4N; 82 % no LF 2N; e 40 % no LF 1N. No pH 5,5 houve redução das
porcentagens de dessorção de Ni (Figura 8).
Tabela 12- Comparação de médias de dessorção de Ni em função do pH, e aplicação de
doses dos lodos de Barueri (LB) e Franca (LF)
Tratamento
0 1N 2N 4N 8N
----------------------------------------------mg kg
-1
-----------------------------------------------
LB 0,08 Ad 4,39 Ac 5,68 Ac 10,75 Aa 7,65 Ab
pH 3,5
LF 0,08 Ac 1,49 Bbc 2,87 Bb 2,75 Bb 6,82 Aa
LB 0,19 Ad 2,32 Ac 5,04 Ab 9,16 Aa 8,58 Aa
pH 4,0
LF 0,19 Ac 1,51 Abc 1,94 Bb 1,68 Bbc 6,88 Ba
LB 0,06 Ac 2,99 Ab 4,08 Ab 8,03 Aa 7,68 Aa
pH 4,5
LF 0,06 Ad 2,76 Abc 3,73 Ab 1,54 Bcd 6,74 Aa
LB 0,04 Ac 2,17 Ac 3,45 Ab 6,40 Aa 6,33 Aa
pH 5,0
LF 0,04 Ac 1,43 Aab 2,15 Bab 1,25 Bbc 3,65 Ba
LB 0,02 Ad 1,80 Ac 2,75 Abc 4,94 Aa 3,94 Aab
pH 5,5
LF 0,02 Ac 1,65 Aab 2,72 Aa 0,63 Bbc 1,65 Bab
LB 0,02 Ac 2,21 Ab 3,95 Aa 3,93 Aa 4,26 Aa
pH 6,0
LF 0,02 Ab 2,02 Aa 1,99 Ba 0,62 Bab 0,89 Bab
LB 0,02 Ad 1,77 Abc 3,75 Aa 0,70 Acd 2,91 Aab
pH 6,5
LF 0,02 Ac 2,46 Aa 2,32 Bab 0,34 Ac 0,86 Bbc
LB 0,00 Ab 1,46 Aa 4,09 Ab 0,56 Ab 2,75 Aa
pH 7,0
LF 0,00 Ab 1,14 Aab 2,57 Ba 0,07 Ab 1,19 Bab
LB 0,00 Ac 1,76 Ab 4,01 Aa 0,74 Abc 3,36 Aa
pH 7,5
LF 0,00 Ac 1,54 Aab 2,84 Ba 0,60 Abc 1,56 Bab
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na linha, entre doses de lodo em cada pH, e maiúsculas na
coluna, para cada lodo, diferem entre si a 5% (p < 0,05).
(1) Doses de lodo correspondentes a zero (0), uma (1N), duas (2N), quatro (4N) e oito (8N) vezes a
necessidade de N para a cultura do milho.
77
0
2
4
6
8
10
12
3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
pH
Ni dessorvido mg kg
-1
Te stemunha
LB 1N
LB 2N
LB 4N
LB 8N
0
2
4
6
8
10
3,544,555,566,577,5
pH
Ni dessorvido mg kg
-1
Testemunha
LF 1N
LF 2N
LF 4N
LF 8N
LB 1N : y = 0,23x
2
- 3,14x + 11,96 R
2
= 0,71 P > 0,008 LF 1N: NS
LB 2N: y = 0,39 x
2
- 4,71x + 17,26 R
2
= 0,79 P > 0,00009 LF 2N: NS
LB 4N: y = 0,19 x
2
- 4,93x + 25,86 R
2
= 0,97 P > 0,02 LF 4N : y = 0,20 x
2
- 2,77x + 9,85 R
2
= 0,94 P > 0,02
LB 8N: y = 0,19 x
2
- 3,65x + 19,23 R
2
= 0,86 P > 0,03 LF 8N: y = 0,51 x
2
- 7,46x + 27,84 R
2
= 0,86 P > 0,00001
Figura 4- Envelopes de dessorção de Ni em um Latossolo Vermelho Distroférrico tratado
com lodo de esgoto
pH 3,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Ni adsorvido
Ni dessorvido
0 %
12%
40%
42%
60%
pH 5,5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Ni adsorvido
Ni dessorvido
0 %
5%
19%
19%
31%
pH 3,5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Ni adsorvido
Ni dessorvido
40 %
0%
82%
34%
91%
pH 5,5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Ni adsorvido
Ni dessorvido
44 %
0%
77%
61%
53%
Figura 8- Porcentagens de dessorção de Ni em função dos teores totais em solos tratados
com lodo de esgoto
78
4.2.3 Dessorção de cobre
A dessorção de cobre (Cu) foi baixa em todos os tratamentos estudados. Na
testemunha e nos tratamentos 1N o Cu não dessorveu. Nos demais tratamentos, apesar do
pH influenciar significativamente a dessorção de Cu, os teores dessorvidos foram baixos,
mesmo em condições de elevada acidez (Tabela 13).
Nas amostras tratadas com lodo de Franca a dessorção de cobre apresenta valores
abaixo de 1 mg kg
-1
, enquanto nas amostras tratadas com lodo de Barueri foram observados
valores de dessorção de Cu superiores a 1 mg kg
-1
para a faixa de pH abaixo de 5,5, mas
apenas nas amostras que receberam altas doses desse lodo (LB 4N e LB 8N). A imobilidade
de Cu também foi observada por Willians et al. (1987), Dowdy et al. (1991) e Chino et al.
(1992) em experimentos de campo com a aplicação de elevadas doses de lodo de esgoto,
monitorados por períodos relativamente longos de 9, 14 e 12 anos, respectivamente.
A baixa dessorção de Cu está relacionada ao elevado do teor de matéria orgânica do
solo ocasionado pela adição de lodo. Segundo Shuman (1988), o material orgânico causa
aumento da atividade dos microrganismos, os quais causam aumento da concentração de
agentes complexantes no solo. O Cu apresenta grande afinidade por ligantes orgânicos em
geral, inclusive aqueles que ocorrem no do solo (McLAREN e CRAWFORD, 1973;
MULLINS et al., 1982 ; BIBAK, 1994; SAUVÉ et al., 2000). A afinidade do metal em
formar complexos com a matéria orgânica é um dos mecanismos mais efetivos de retenção
do elemento pelo solo (POLO et al., 1999).
A ligação do Cu à matéria orgânica se deve aos ácidos húmicos e fúlvicos, que
provavelmente formam complexos estáveis com o elemento, especialmente em solos
deficientes (ABREU et al., 2001). A força de ligação do Cu com os ácidos húmicos diminui
com o aumento da quantidade aplicada de Cu e aumenta com o aumento do grau de
humificação e com a elevação do pH do solo (GOODMAN e CHESHIRE, 1976;
STEVENSON e FITCH, 1981; YONEBAYASHI et al., 1994). Além da complexação com
substâncias orgânicas, Matos et al. (1996) salientaram que a imobilidade do Cu pode ser
devida também a sua ligação a frações não trocáveis do solo. Amaral Sobrinho et al. (1987)
verificaram que num Argissolo com baixos teores de matéria orgânica, o Cu adicionado via
resíduo siderúrgico estava quase totalmente ligado a frão residual e a óxidos de ferro.
79
O tipo de lodo afetou significativamente a dessorção de Cu, apresentando diferenças
significativas nos tratamentos 2N, 4N e 8N (Tabela 13). No tratamento 2N, embora tenha
ocorrido diferença significativa em todos os valores de pH estudados, a dessorção de Cu se
mostrou pouco expressiva ou praticamente nula, indicando que o pH não é um fator
determinante para a disponibilização do metal em solos tratados com baixas doses de lodo
de esgoto. Casagrande et al. (2004), estudando a dessorção de Cu em solos com cargas
variáveis em dois valores de pH: 4,5 e 7,5 , em amostras incubadas com até 400 mg kg
-1
de
Cu por períodos de 1, 30 e 120 dias, verificaram que no pH 7,5 a dessorção de Cu foi
praticamente nula, após 24 horas de incubação. A pH 4,5 a dessorção de Cu foi bem maior
após o mesmo período de incubação. Porém, após 30 e 120 dias, o tempo de contato
sobrepujou o efeito do pH no equilíbrio de dessorção/adsorção de Cu.
Nos tratamento 4N e 8N, as diferenças no teor de Cu dessorvido em função do tipo
de lodo deixam de existir a partir do pH 5,5, quando a dessorção praticamente passa a não
ocorrer. Este resultado demonstra que apesar do Cu não sofrer tanto a influência do pH,
como o Zn e o Ni, o aumento de pH pode ser uma boa ação remediadora para o tratamento
de solos contaminados com Cu. Diversos trabalhos demonstram que o aumento do pH
diminui a disponibilidade de Cu nos solos (GIMENEZ et al., 1992; REDENTE;
RICHARDS, 1997).
A resposta ao aumento do pH variou conforme as doses de lodo empregadas. As
amostras tratadas com o lodo de Barueri apresentam diferenças significativas até o pH 7,5.
Porém, a partir do pH 6,0 a dessorção de cobre ocorre somente nos tratamentos LB 2N, LB
4N e LB 8N, e embora apresente diferenças estatísticas os valores dessorvidos são baixos
(< 1,0 mg L
-1
). Nas amostras tratadas com lodo de Franca, a partir do pH 4,5 a influência
das altas doses aplicadas cessa. A partir desse valor de pH a dessorção de Cu no tratamento
LF 2N é nula, e nos demais, LF 4N e LF 8N, a dessorção além de ser irrisória passa a ser
constante e independentemente da quantidade de lodo que foi aplicado no solo.
Na Figura 5 estão expressos os resultados referentes aos envelopes de dessorção de
Cu em solo tratado com lodo de esgoto. As curvas de regressão referentes aos tratamentos
LB 2N, LB 4N e LB 8N se ajustaram ao modelo quadrático. Já os envelopes de dessorção
de Cu realizados para o solo tratado com lodo de Franca, apresentou ajuste linear para as
curvas referentes aos tratamentos LF 2N, LF 4N e LF 8N. Os tratamentos LF 1N e
80
testemunha não se ajustaram a nenhum modelo. Para o LF 2N a cada aumento de 0,5 no pH
do solo, a dessorção de Cu diminui 0,03 mg kg
-1
, para o LF 4N, este decréscimo de
dessorção é de 0,10 mg kg
-1
, e para o LF 8N 0,035 mg kg
-1
.
Na Figura 9 estão representados as porcentagens de dessorção em função do teor
total de Cu para os valores de pH 3,5 e 5,5. Embora a dessorção de Cu seja mínima, com o
aumento do pH diminui ainda mais. Tanto nas amostras tratadas com lodo de Barueri, como
nas amostras tratadas com lodo de Franca, o aumento do pH de 3,5 para 5,5, proporciona
um decréscimo de 50% na dessorção de Cu.
Tabela 13- Comparação de médias de dessorção de Cu em função do pH, e aplicação
de doses dos lodos de Barueri (LB) e Franca (LF)
Tratamento
0 1N 2N 4N 8N
-----------------------------------------mg kg
-1
-----------------------------------------
LB 0,19 Ac 0,00 Ac 1,60 Ab 3,87 Aa 3,51 Aa
pH 3,5
LF 0,19 Ac 0,00 Ac 0,32 Bbc 1,26 Ba 0,72 Bb
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 1,37 Ab 2,18 Aa 2,34 Aa
pH 4,0
LF 0,00 Ac 0,00 Ac 0,24 Abc 0,95 Ba 0,52 Bab
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,30 Ab 1,60 Aa 1,52 Aa
pH 4,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Bb 0,82 Ba 0,50 Ba
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,59 Ab 1,37 Aa 1,46 Aa
pH 5,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Bb 0,72 Ba 0,44 Ba
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,69 Ab 0,97 Aab 1,27 Aa
pH 5,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Bb 0,61 Ba 0,33 Bab
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,95 Aa 0,64 Aa 0,48 Aa
pH 6,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Bb 0,57 Aa 0,42 Aab
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,84 Aa 0,68 Aa 0,46 Aab
pH 6,5
LF 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Ba 0,42 Aa 0,31 Aa
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,68 Aa 0,85 Aa 0,37 Aab
pH 7,0
LF 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Ba 0,34 Ba 0,36 Aa
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,71 Aab 0,82 Aa 0,38 Abc
pH 7,5
LF 0,00 Aa 0,00 Aa 0,00 Ba 0,43 Ba 0,35 Aa
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na linha, entre doses de lodo em cada pH, e maiúsculas na
coluna, para cada lodo, diferem entre si a 5% (p < 0,05).
(1) Doses de lodo correspondentes a zero (0), uma (1N), duas (2N), quatro (4N) e oito (8N) vezes a
necessidade de N para a cultura do milho.
81
0
1
2
3
4
3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
pH
Cu dessorvido mg kg
-1
Testemunha
LB 1N
LB 2N
LB 4N
LB 8N
0,0
0,5
1,0
1,5
3,544,555,566,577,5
pH
Cu dessorvido mg kg
-1
Te stemunha
LF 1N
LF 2N
LF 4N
LF 8N
Testemunha: NS Testemunha: NS
LB 1N: NS LF 1N: NS
LB 2N: y = 0,13 x
2
- 1,56x + 5,33 R
2
= 0,48 P > 0,00006 LF 2N: y = - 0,06x + 0,43 R
2
= 0,53 P > 0,03
LB 4N: y = 0,35 x
2
- -4,45x + 14,86 R
2
= 0,95 P > 0,00001 LF 4N: y = - 0,20x + 1,79 R
2
= 0,89 P > 0,0001
LB 8N: y = 0,23 x
2
– 3,22x + 11,76 R
2
= 0,96 P > 0,00001 LF 8N: y = - 0,07x + 0,86 R
2
= 0,68 P > 0,01
Figura 5- Envelopes de dessorção de Cu em um Latossolo Vermelho Distroférrico tratado
com lodo de esgoto
pH 3,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cu adsorvido
Cu dessorvido
1%
0%
5%
5%
8%
pH 5,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cu adsorvido
Cu dessorvido
0 %
0%
2%
1%
3%
pH 3,5
0
5
10
15
20
25
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cu adsorvido
Cu desorvido
1 %
0%
2%
6%
4%
pH 5,5
0
5
10
15
20
25
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cu adsorvido
Cu desorvido
0 %
0%
0%
3%
2%
Figura 9- Porcentagens de dessorção de Cu em função dos teores totais em solos tratados
com lodo de esgoto
82
4.2.4 Dessorção de cádmio
De maneira geral, a dessorção de cádmio (Cd) foi de baixa magnitude, inferior a 0,5
mg kg
-1
(Figura 6), e isto foi atribuído aos baixos teores do metal encontrados em todas os
tratamentos estudados. Segundo Covelo et al. (2004), o cádmio tem maior facilidade em
dessorver que os demais metais, podendo ter sido lixiviado para camadas mais profundas,
ou até mesmo absorvido pelas plantas de milho cultivadas no local antes da coleta das
amostras de terra para a realização do presente experimento.
Embora a dessorção tenha sido baixa, as amostras referentes aos tratamentos LB
2N, LB 4N e LB 8N, se ajustaram à regressão polinomial (Figura 6). O tipo de lodo exerceu
influência sobre a dessorção somente até pH 4,5.
Quando se expressou a dessorção de cádmio em termos percentuais em relação ao
teor total, as amostras que receberam lodo de Franca não apresentaram diferenças com o
aumento de pH. Já as amostras tratadas com lodo de Barueri as porcentagens de dessorção
diminuíram com o aumento do pH (Figura 10)
83
Tabela 14 - Comparação de médias de dessorção de Cd em função do pH, e aplicação de
doses dos lodos de Barueri (LB) e Franca (LF)
Tratamento
0 1N 2N 4N 8N
---------------------------mg kg
-1
-------------------------
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,29 Ab 0,36 Aa 0,27 Ab
pH 3,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,15 Ba 0,00 Bb 0,13 Ba
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,26 Aa 0,28 Aa 0,29 Aa
pH 4,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,18 Ba 0,00 Bb 0,11 Ba
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,22 Aa 0,12 Ab 0,17 Aab
pH 4,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,15 Ba 0,00 Bb 0,11 Ba
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,19 Aa 0,07 Abc 0,13 Aab
pH 5,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,14 Aa 0,00 Bb 0,12 Aa
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,17 Aa 0,06 Abc 0,15 Aab
pH 5,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,15 Aa 0,00 Bb 0,10 Aa
LB 0,00 Ac 0,00 Ac 0,18 Aa 0,06 Abc 0,10 Ab
pH 6,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,17 Aa 0,00 Bb 0,07 Aa
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,17 Aa 0,02 Ab 0,14 Ab
pH 6,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,16 Aa 0,00 Ab 0,06 Ba
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,22 Aa 0,07 Ab 0,11 Ab
pH 7,0
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,12 Ba 0,00 Bb 0,04 Ba
LB 0,00 Ab 0,00 Ab 0,20 Aa 0,02 Ab 0,07 Ab
pH 7,5
LF 0,00 Ab 0,00 Ab 0,17 Aa 0,00 Ab 0,01 Ab
Médias seguidas de letras minúsculas diferentes na linha, entre doses de lodo em cada pH, e maiúsculas na
coluna, para cada lodo, diferem entre si a 5% (p < 0,05).
(1) Doses de lodo correspondentes a zero (0), uma (1N), duas (2N), quatro (4N) e oito (8N) vezes a
necessidade de N para a cultura do milho.
84
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
3,544,555,566,577,5
pH
Cd dessorvido mg kg
-1
Te stemunha
LB 1N
LB 2N
LB 4N
LB 8N
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5
pH
Cd dessorvido mg kg
-1
Te stemunha
LF 1N
LF 2N
LF 4N
LF 8N
Testemunha: NS Testemunha: NS
LB 1N : NS LF 1N : NS
LB 2N: y = 0,02 x
2
– 0,24x + 0,88 R
2
= 0,86 P > 0,00007 LF 2N: NS
LB 4N: y = 0,03 x
2
– 0,47x + 1,56 R
2
= 0,93 P > 0,0001 LF 4N : NS
LB 8N: y = 0,13 x
2
– 0,22x + 0,88 R
2
= 0,95 P > 0,003
LF 8N: NS
Figura 6 - Envelopes de dessorção de Cd em um Latossolo Vermelho Distroférrico tratado
com lodo de esgoto
Figura 10 - Porcentagens de dessorção de Cd em função dos teores totais em solos tratados
com lodo de esgoto
pH 3,5
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cd adsorvido
Cd dessorvido
0 %
0%
78%
54%
39%
pH 5,5
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
T LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cd adsorvido
Cd dessorvido
0 %
0%
46%
9%
21%
pH 3,5
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cd adsorvido
Cd dessorvido
0 %
0%
19%
0% 65%
pH 5,5
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
T LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
Amostras
Teor Total - mg kg
-1
Cd adsorvido
Cd dessorvido
0 %0%
19%
0%
50%
85
4.2.5 Seqüência de dessoão de Cd, Cu, Ni e Zn
Nas amostras coletadas nas parcelas tratadas com as maiores doses de lodo (LB 4N,
LF 4N, LF 8N e LB 8N), a dessorção dos metais foi superior às demais. As quantidades
dessorvidas de metais em termos absolutos obedeceram a seguinte ordem: Zn > Ni > Cu >
Cd. Tal seqüência refletiu os teores dos metais presentes nas amostras de solo, mas, a
simples observação dos teores totais dessorvidos pode levar a erros de interpretação do
potencial dessortivo dos metais em solos tratados com lodo.
O fato dos metais contidos em maiores teores nas amostras serem dessorvidos em
maior quantidade pode não significar que estes são mais móveis que os outros metais
presentes. Para se estabelecer a seqüência de dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em termos
relativos, determinou-se a proporção de metais dessorvidos em relão aos teores totais do
solo. A partir das porcentagens de dessorção obtidas para os valores de pH 3,5 e 5,5, foram
estabelecidas as seqüências de dessorção para cada tipo de lodo em cada tratamento
(Quadro 3).
LB LF
Tratamento
pH 3,5 pH 5,5 pH 3,5 pH 5,5
Testemunha Zn > Cu > Ni = Cd Zn > Cu = Ni = Cd Zn > Cu > Ni = Cd Zn > Cu = Ni = Cd
1N Zn > Ni > Cu = Cd Ni > Zn > Cu = Cd Ni > Zn > Cd > Cu Ni > Zn > Cd = Cu
2N Zn > Ni > Cd > Cu Cd > Ni > Zn > Cu Ni > Cd > Zn > Cu Ni > Cd > Zn > Cu
4N Zn > Ni > Cu > Cd Zn > Ni > Cd > Cu Zn > Cd > Ni > Cu Ni > Zn > Cu > Cd
8N Zn > Cd > Ni > Cu Ni > Zn > Cd > Cu Ni > Cd > Zn > Cu Ni > Cd > Zn > Cu
Quadro 3 – Seqüências de dessorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratados com lodo de
esgoto em função do pH
No geral, para as amostras tratadas com lodo de Barueri, a dessorção dos metais no
pH 3,5 obedeceu a seguinte ordem: Zn > Ni > Cd Cu. No pH 5,5 a seqüência ficou assim:
Zn Ni > Cd > Cu. Portanto, à medida que se elevou o pH das amostras a dessorção de Zn
diminuiu, enquanto que a dessorção do Ni reduziu-se em menor proporção com a elevação
de pH.
86
Para as amostras tratadas com lodo de Franca, o Ni foi o elemento que mais se
dessorveu em ambos os valores de pH. Para o pH 3,5 a dessorção obedeceu a seguinte
seqüência: Ni > Cd > Zn > Cu, enquanto que no pH 5,5 a seqüência de dessorção
apresentou-se da seguinte maneira: Ni > Zn > Cd > Cu. A competição pelos sítios de
adsorção é menor nas amostras tratadas com lodo de Franca, devido a menor quantidade de
metal adicionada ao solo através do uso deste lodo. Esta situação provavelmente permitiu
que o Zn estabelecesse ligações mais fortes com o solo do que o Ni, ocasionando a maior
dessorção de Ni nos solos tratados com lodo de Franca.
Analisando as dessorções proporcionais aos teores totais, percebe-se que apesar do
Cd estar contido em baixos teores no solo, a dessorção deste elemento foi superior a do Cu,
devido a maior mobilidade do Cd em relação ao Cu no solo.
A seqüência geral para os solos tratados com lodo de Barueri foi: Zn > Ni > Cd >
Cu. Para o solo tratado com lodo de Franca a seqüência geral de dessorção foi: Ni > Zn >
Cd > Cu. Moreira (2004), estudando a adsorção competitiva entre esses metais para vários
solos, obteve a seguinte seqüência de adsorção: Cu > Cd > Zn > Ni, o que concorda com as
seqüências de dessorção obtidas no presente estudo, exceto nas amostras tratadas com lodo
de Barueri onde a posição do Zn se inverteu com a do Ni.
Em princípio, as seqüências citadas poderiam ser tentativamente interpretadas com
base em critérios que evidenciassem a formão de complexos de esfera interna ou
complexos de esfera externa, tais como: potencial iônico, eletronegatividade, grau de
dureza e constate de hidrólise. Os resultados obtidos nessa abordagem foram pouco
conclusivos, razão pela qual deixaram de ser considerados na presente discussão. Essa
dificuldade foi igualmente encontrada por outros autores (MOREIRA, 2004;BASTA;
TABATABAI, 1992; McBRIDE, 1989).
4.3 Adsorção de Cu, Zn, Cd e Ni em função do tempo de agitação
O tempo de agitação exigido para estabelecer o equilíbrio de adsorção dos íons
metálicos é um assunto que embora bastante estudado ainda não forneceu resultados
conclusivos. Segundo Jordão et al. (2000), o tempo de agitação para atingir o equilíbrio
varia de acordo com o tipo de solo e com o pH. Tomando por base os diversos estudos a
respeito do assunto, conclui-se que o tempo ideal de agitação encontra-se entre 1 e 24 horas
87
(RAGHUPATHI; VASUKI ,1993; CAVALLARO; McBRIDE, 1978; JARVIS, 1981;
HARTER, 1983).
Alguns autores recomendam a agitão por 24 horas para garantir o equilíbrio de
adsorção (PETRUZELLI; GUIDI; LUBRANO et al.1985). A maioria dos trabalhos de
adsorção em solos de regiões tropicais encontrados na literatura utiliza este tempo de
agitação (SOARES, 2004; MELLIS et al., 2004; SILVEIRA et al. 2003, DIAS et al., 2000;
CASAGRANDE et al. 2004; ALLEONI, et al., 2005; VEGA et al., 2006). Recentemente,
porém, alguns autores adotaram o tempo de agitação de 1 hora (MOREIRA, 2004;
FONTES; GOMES, 2003).
Embora a utilização de um período menor de agitação inegavelmente facilite os
estudos de adsorção em batelada, nenhum dos autores anteriormente citados comprovou em
seus trabalhos se os resultados de adsorção obtidos no tempo de 1 hora eram comparáveis
aos obtidos em 24 horas. Conseqüentemente, optou-se por avaliar no presente trabalho o
efeito do tempo de agitação no equilíbrio de adsorção em amostras de solo natural e solo
tratado com lodo de esgoto. Com essa finalidade, foram conduzidos estudos de adsorção
nos tratamentos testemunha e LB 4N conforme descrito no item 3.5.
Os resultados referentes à adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em função do tempo de
agitação para os tratamentos testemunha (amostra sem lodo) e LB 4N (amostra com lodo),
podem ser analisados na Figura 11. As curvas de adsorção dos metais foram comparadas
através do Teste F para verificar se o tempo de agitação das amostras influenciava ou não a
adsorção dos metais em uma faixa de concentração relativamente ampla. Todas as amostras
apresentaram significância estatística para F ao nível de 95% de probabilidade, indicando
que as curvas de adsorção obtidas com 1 hora de agitação diferiam daquelas obtidas com 24
horas para todos os metais, tanto no solo tratado com lodo de esgoto, como no solo em que
o resíduo não foi aplicado (Tabela 15).
A adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn aumentou com o aumento das doses adicionadas nos
dois tempos de agitação (1 hora e 24 horas). O incremento da adsorção diminuiu à medida
que as doses adicionadas aumentaram.
88
Tabela 15- Valores de F calculado para a comparação das curvas de adsorção em função do
tempo de agitação
Metais
Tratamentos
Cd Cu Ni Zn
Testemunha 342,16* 3,26 * 237,15 * 4,39*
LB 4N 53,72* 9,74 * 120,75 * 12,31 *
* Para o caso de F > 1 : F calculado > F tabelado (3,19) as curvas diferem estatisticamente
As porcentagens dos metais adsorvidos encontram-se na Tabela 16. De maneira
geral, amostras agitadas por 24 horas adsorveram mais metal que as amostras agitadas por 1
hora, exceto para o Cd na amostra tratada com lodo.
Tabela 16 – Porcentagens de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em função do tempo de agitação
Cd Adsorvido Cu Adsorvido Ni Adsorvido Zn Adsorvido
Sem lodo Com lodo Sem lodo Com lodo Sem lodo Com lodo Sem lodo Com lodo
1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h 1 h 24 h
------------------------------------------------------------------%----------------------------------------------------------------
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
86 100 60 60 100 99 99 100 78 91 68 79 76 83 58 71
74 96 84 80 100 100 99 100 69 83 72 82 71 79 63 73
79 94 90 87 100 100 98 99 62 78 69 81 46 53 54 63
75 89 89 86 96 97 95 97 56 75 68 78 51 58 57 65
74 86 90 86 90 92 91 95 50 59 64 73 41 44 49 56
73 83 90 87 80 85 85 90 44 57 59 69 36 36 44 49
67 78 88 84 67 75 76 75 41 46 57 65 28 33 33 37
60 71 85 81 45 49 53 51 52 50 53 59 27 34 50 52
Para o cádmio as amostras agitadas por 1 hora adsorveram cerca de 5% a mais de
metal que as amostras agitadas por 24 horas. Há pouquíssimos trabalhos sobre adsorção de
metais pesados em solo tratado com lodo e muito provavelmente em nenhum destes
avaliou-se o efeito do tempo de agitação na adsorção dos metais, entre eles o Cd. Soares e
Souza (2004) estudando a influência do tempo de agitação na adsorção de metais por
vermicomposto de esterco bovino, verificaram que a adsorção de íons Zn e Co é crescente
até 15 horas de agitação, decrescendo em seguida até 20 horas em virtude da saturação dos
tios, a qual causa um processo de dessorção. O sistema atinge então o equilíbrio,
89
caracterizando a adsorção real dos metais no vermicomposto. Esses mesmos autores
afirmaram que o vermicomposto comporta-se semelhantemente a solos com alto teor de
MO no que diz respeito a adsorção de metais, como é o caso das amostras tratadas com
lodo, estudas no presente trabalho. Diante dessas observações, pode-se pressupor que o Cd
tenha comportamento semelhante ao apresentado pelo Zn e Co no vermicomposto, ou seja,
nas amostras agitadas por 1 hora a adsorção de Cd é crescente, mas após algumas horas
ocorre a dessorção do metal até atingir o equilíbrio. Após 24 horas de agitação certamente
este equilíbrio já foi atingido, ocorrendo, portanto a adsorção real do Cd nesse solo. Na
amostra testemunha, a diferença entre o Cd adsorvido após 1 hora e 24 horas de agitação
foi aproximadamente 15% nas concentrações mais baixas (0-3 mg L
-1
), e 10% nas mais
elevadas (4-18 mg L
-1
).
O Cu apesar de apresentar diferença significativa entre as curvas de adsorção nas
duas amostras estudadas, foi o elemento cuja adsorção menos sofreu efeito do tempo de
agitação. Tanto na amostra sem lodo, como naquelas tratadas com o resíduo, até a
concentração de 50 mg L
-1
praticamente todo o Cu adicionado foi adsorvido,
independentemente da duração do tempo de agitação. A partir daquele valor, a adsorção
para o tempo de agitação de 24 horas foi 5% superior a adsorção no tempo de 1 hora para a
amostra que não recebeu lodo. No solo tratado com lodo a diferença foi inferior a 5%.
Conforme Jordão et al. (2000), o tempo de agitação para completar o equilíbrio de adsoão
do Cu varia entre 1 e 24 horas para diferentes tipos de solo. Souza e Cavalheiro (2004),
verificaram que para vermicomposto de esterco bovino o equilíbrio é alcançado em torno
de 20 horas.
A adsorção de Ni apresentou um incremento médio de 15% nas doses inferiores a
30 mg L
-1
no solo sem adição de lodo quando a agitação variou de 1 para 24 horas. A
amostra tratada com lodo apresentou a mesma tendência, porém nas doses mais elevadas do
metal, 40 e 60 mg L
-1
, o incremento de adsorção foi superior ao observado para as mesmas
doses no solo sem lodo. Mellis et al (2000) verificaram que quanto maior o tempo de
contato do Ni com o solo, maior é a adsorção do metal.
O tempo de agitação também influenciou a adsorção de Zn. Tanto nas amostras de
solo tratado e não tratado com lodo, o maior tempo de agitação aumentou
significativamente a adsorção. No solo sem lodo o incremento na adsorção de Zn
90
provocado pelo aumento do tempo de agitação de 1 hora para 24 horas foi em média 7%.
Na amostra tratada com lodo observou-se um decréscimo das porcentagens de adsorção
variando de 13 % na menor dose até 2 % na maior dose aplicada conforme o tempo de
agitação. Parveen et al. (1994), constataram que a biodisponibilidade de zinco em solos
tratados com lodo de esgoto diminui com o aumento de pH e com o tempo de contato.
Os resultados obtidos permitem concluir que para as amostras de solo estudadas o
tempo de agitação de 24 horas é o mais adequado para estudar a adsorção dos metais,
adotando-se então este tempo de agitação para estudar a adsorção nas demais amostras.de
solo tratadas com lodos de esgoto de Barueri e Franca.
91
Testemunha
0
25
50
75
100
125
150
175
012345678
Cd adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
LB 4N
0
25
50
75
100
125
150
175
012345678
Cd adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Cu adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Cu adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
50
100
150
200
250
300
350
0 5 10 15 20 25 30 35
Ni adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
50
100
150
200
250
300
350
0 5 10 15 20 25 30 35
Ni adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
24 horas
1 hora
Figura 11- Adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em função dos tempos de agitação (24 h e 1 h) em
um Latossolo Vermelho Distroférrico não tratado e tratado com lodo de esgoto
92
4.4 Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado com lodos de esgoto
As isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn nas amostras de terra ao pH natural
coletadas no experimento de campo da Embrapa Meio Ambiente, referentes aos seguintes
tratamentos com lodo de esgoto: Testemunha, LB 1N, LB 2N, LB 4N, LB 8N, LF 1N, LF
2N, LF 4N e LF 8N, estão apresentadas nas Figuras 12 a 20. Os resultados que originaram
as isotermas de adsorção estão no apêndice B (Tabelas A1 a A8).
4.5 Adsorção de Cd, Cu Ni e Zn
Para todas as amostras estudadas, as quantidades de Cd, Cu, Ni e Zn adsorvidas
aumentaram com o aumento das doses adicionadas. As menores concentrações dos metais
em solução foram encontradas nos tratamentos aos quais foram adicionadas as menores
quantidades de metais. Na medida em que as doses adicionadas aumentaram, o incremento
da adsorção foi menos acentuado. Provavelmente, esta observação se deve a saturação dos
tios de adsorção (ROSS, 1994).
De maneira geral as amostras tratadas com lodo de esgoto adsorveram mais metais
que a testemunha. A capacidade de adsorção variou com o tipo de lodo, a dose adicionada,
e o metal estudado. As maiores quantidades adsorvidas ocorreram para a maioria dos
metais nos tratamentos que receberam as maiores aplicações de lodo ao longo dos anos, isto
se deve provavelmente ao aporte de MO e a grande afinidade dos metais para com os
constituintes desta. Em solos tratados com lodo de esgoto a mobilidade de metais tem sido
apontada como nula ou muito baixa, devido ao incremento de MO proporcionado pela
aplicação do resíduo (EMMERICH et al., 1982; CHANG et al., 1984; WILLIAMS et al.,
1987).
Com o intuito de averiguar estatisticamente o efeito da aplicação do lodo de esgoto
na adsorção dos metais, as isotermas foram comparadas por meio do Teste F conforme
exemplificado no Apêndice 1. Este teste permite verificar se as isotermas de adsorção dos
metais para cada amostra tratada com as diferentes doses e tipos de lodo diferiram quanto a
capacidade de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em relação a testemunha. Os valores de F
93
calculado para a comparação entre cada amostra tratada com lodo e a testemunha
encontram-se na Tabela 17.
Tabela 17- Comparação das curvas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em solo tratado
com lodo de esgoto em relação a testemunha pelo teste F
Valores de F calculado Amostras
Cd Cu Ni Zn
LB 1N 58,15* 5,11* 0,04 13,11*
LB 2N 1,26 2,04 3,40* 26,49*
LB 4N 166,75* 1,08 58,56* 34,96*
LB 8N 1,27 1,54 4,06* 10,19*
LF 1N 69,23* 0,59 35,76* 22,79*
LF 2N 79,58* 4,86* 33,12* 34,05*
LF 4N 86,42* 2,89 21,76* 14,73*
LF 8N 0,23 3,31* 2,52 3,32*
* F calculado > F tabelado (3,19) : as curvas diferem estatisticamente
Analisando os dados da Tabela 17, verificou-se que as curvas de adsorção de Cd em
solos tratados com lodo de esgoto diferiram em relão à testemunha nos tratamentos LB
1N, LB 4N, LF 1N, LF 2N, LF 4N e LF 8N. Para o Cu, as diferenças nas isotermas de
adsorção obtidas nos solos tratados com lodo para a isoterma executada na testemunha
ocorreram somente nos tratamentos: LB 1N, LF 1N, LF 2N e LF 4N. As isotermas de
adsorção de Ni em solos tratados com lodo apresentaram diferenças em praticamente todos
os tratamentos, com exceção dos tratamentos LB 1N e LF 8N. Quanto à adsorção de Zn
observou-se diferenças estatísticas para todos os tratamentos, demonstrando a grande
afinidade que este elemento tem com a matéria orgânica.
A comparação de curvas através do teste F demonstra se há ou não diferença
estatística entre as isotermas comparadas com a testemunha. Como em geral, as isotermas
são ajustadas a modelos não lineares, a magnitude da diferença depende da dose de metal.
94
Na tentativa de elucidar melhor esta questão, optou-se por analisar os dados de
porcentagem de adsorção, obtida pela relação entre quantidade adsorvida e a quantidade
adicionada de metais.
As porcentagens de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn pelo solo encontram-se na Tabela
18. As porcentagens adsorvidas variam conforme o metal, sua concentração inicial
adicionada, tipo e dose de lodo de esgoto.
As porcentagens de Cd adsorvido foram altas em todas os tratamentos
independentemente da concentração adicionada. Quando adicionado em baixas
concentrações de até 1 mg L
-1
praticamente 100% do Cd adicionado é adsorvido, estando o
solo tratado ou não com lodo de esgoto. Considerando a dose máxima de Cd adicionada,
ou seja, 18 mg L
-1
, as amostras tratadas com lodo de Barueri adsorveram de 70 a 81% do
metal adicionado. Nas amostras tratadas com lodo de Franca, as porcentagens de Cd
adsorvido em relação ao Cd adicionado se situaram no intervalo de 72 a 82 %. Para esta
mesma dose adicionada, a porcentagem adsorvida na testemunha foi de 71 %.
Li et al. (2001) obtiveram resultados semelhantes, mostrando que a adição de lodo
de esgoto no solo aumenta a capacidade de adsorção de Cd, proporcionalmente a dose do
resíduo aplicada. Hettiarachchi et al. (2003) estudando a adsorção de Cd em solos tratados
com doses crescentes de diferentes tipos de lodo, através de isotermas de adsorção com
concentrações de 12, 24, 48 e 72 μg mL
-1
de Cd, verificaram que a adsorção do metal
sofreu pouca influência da aplicação de lodo nas baixas concentrações adicionadas, porém,
na medida em que se aumentou as concentrações de Cd o efeito do resíduo na adsorção
ficou mais evidente.
No presente estudo as porcentagens de adsorção de Cd foram relativamente
elevadas. Além disso, as porcentagens foram maiores nos tratamentos que receberam as
doses mais elevadas de lodo, sendo ainda influenciadas pela origem do resíduo. Isso
demonstra que a capacidade da aplicação de lodo em aumentar a adsorção de metais
depende não somente das quantidades de resíduo aplicadas, mas também das características
químicas dos mesmos.
Com relação a adsorção de Cu, até a dose de 100 mg L
-1
praticamente todo o cobre
adicionado foi adsorvido. Martins (2005) estudando a adsorção de Cu nas concentrações de
2 a 100 mg L
-1
em dois Latossolos distróficos tratados com lodo de esgoto, verificou que o
95
incremento da adsorção tanto nas menores como nas maiores doses foi aproximadamente o
mesmo, não ocorrendo saturação dos sítios de adsorção. Segundo a autora, esse fato
evidencia que esses solos mesmo já contaminados com Cu através da adição de lodo, ainda
possuem uma grande capacidade de adsorção, devido a alta afinidade para com o metal. No
presente estudo, porém, a adsorção de Cu diminui drasticamente, em torno de 50% em
todas as amostras para a dose máxima adicionada de 280 mg L
-1
de Cu. Demonstra-se
assim, a necessidade de se realizar estudos de adsorção com concentrações mais elevadas,
principalmente em solos tratados com lodo de esgoto onde este elemento pode vir a se
acumular ao longo dos anos.
As porcentagens de adsorção de Ni não variaram apreciavelmente entre os
tratamentos estudados para concentrações de até 10 mg L
-1
de Ni. A partir dessa dose as
porcentagens adsorvidas do metal começaram a decrescer, sendo que na testemunha e nas
amostras tratadas com as doses mais baixas de lodo (1N) este decréscimo foi maior. Em
relação à dose máxima de Ni aplicada, 60 mg L
-1
, as porcentagens de adsorção variaram de
46 a 60 %. De maneira geral, as amostras tratadas com o lodo de Franca apresentaram uma
capacidade de adsorção ligeiramente superior daquelas tratadas com lodo de Barueri.
Observando na Tabela 9 os teores totais dos metais estudados, verifica-se que nos
solos que receberam aplicações sucessivas do lodo de Franca, os teores de Ni são inferiores
aos encontrados nos solos tratados com lodo de Barueri. Provavelmente, os sítios de
adsorção preferenciais deste metal estejam mais disponíveis nas amostras tratadas com o
lodo de Franca, proporcionando uma capacidade de adsorver grandes quantidades de Ni.
Além disso, devido a presença de elevados teores de Cu e Zn nas amostras tratadas com
lodo de Barueri, a competição do Ni por sítios de adsorção com os outros metais pode ter
sido maior.
Fontes e Gomes (2003) estudaram a adsorção competitiva de metais em amostras de
solos de regiões tropicais e observaram que com o aumento das concentrações adicionadas
alguns metais como Cu mantém sua elevada afinidade com a superfície dos solos, enquanto
Ni, Zn e Cd são deslocados das superfícies adsorventes do mesmo. Moreira (2004)
estudando a adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em diversos solos do Estado de São Paulo
verificou que na maioria dos solos o Cu e o Zn apresentaram maior afinidade de adsorção
que o Ni. Essas observações corroboram a hitese de competição levantada neste trabalho.
96
A adsorção de Zn nas amostras tratadas com as maiores doses de lodo de Barueri foi
menor que na testemunha, enquanto que nas amostras tratadas com as menores doses de
lodo de Franca a adsorção foi cerca de 10% maior que na testemunha e demais amostras.
Tais observações podem ser explicadas pela competitividade e seletividade dos sítios de
adsorção por íons metálicos. Conforme mencionado anteriormente, a concentração de
metais pesados no lodo da ETE de Barueri é maior do que no lodo da ETE de Franca,
refletindo a natureza predominantemente doméstica desse último resíduo.
No caso das amostras tratadas com o lodo de Barueri, provavelmente a maioria dos
tios de adsorção estaria ocupada por metais provenientes da aplicação do lodo, inclusive o
Zn, que segundo a literatura, é o elemento que mais se acumula em solos tratados com lodo
devido às elevadas concentrações deste metal nos lodos brasileiros (OLIVEIRA et al.,
2003; PIGOZZO et al., 2004; RANGEL et al., 2004; ARAÚJO et al., 2005). Dessa forma,
quando se adicionam doses baixas de Zn no sistema, este elemento competirá com outros
íons metálicos presentes no solomais tempo, e provavelmente retidos numa forma mais
estável. Conforme Barrow (1993), um maior tempo de contato propicia que o metal
adsorvido, ou complexado, passe para formas mais estáveis no solo, ocupando ostios de
adsorção com maior estabilidade.
Nos tratamentos que receberam as menores aplicações de lodo de Franca, além dos
teores de metais serem mais baixos, o incremento de MO no solo explicaria a maior
capacidade de adsorção de Zn para as concentrações adicionadas mais baixas. Para a dose
máxima de Zn aplicada, 500 mg L
-1
, a maior porcentagem de adsorção ocorreu na amostra
LB 4N. Nas demais amostras tratadas com lodo a porcentagem de Zn adsorvido variou
entre 30 e 35 %, e na testemunha essa porcentagem foi de 28%.
97
Tabela 18- Porcentagens de adsorção de metais em solo tratado com lodo de esgoto
Dose
adicionada
Porcentagem de Adsorção
Metal
mg L
-1
Testemunha LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
---------------------------------------%-------------------------------------------
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0,1 100 77 100 60 100 100 100 100 100
0,5 96 89 88 80 88 100 100 100 91
1 94 91 90 87 90 100 100 96 96
1,5 89 87 86 86 86 98 100 94 89
3 86 86 85 86 85 93 96 90 85
4 83 84 84 87 84 91 94 89 83
10 78 83 79 84 79 85 89 83 78
Cd
18 71 81 72 81 72 77 82 78 72
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 99 100 95 100 100 100 100 100 100
10 100 100 97 100 100 100 100 100 100
25 100 99 98 99 100 100 100 100 99
50 100 97 97 97 98 97 100 98 94
70 96 91 94 95 94 93 98 96 91
100 89 81 86 92 88 88 93 90 83
140 79 68 75 75 76 72 83 79 71
Cu
280 47 44 49 51 53 46 53 56 47
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 91 87 89 79 75 92 92 85 90
3 83 84 83 82 77 88 90 83 80
5 78 76 79 81 73 84 87 81 75
10 75 69 74 78 69 77 83 75 68
20 59 62 65 73 63 69 76 68 62
30 57 55 60 69 58 66 71 63 57
40 46 51 55 65 55 62 67 58 53
Ni
60 50 46 49 59 51 57 60 55 51
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 83 82 80 58 68 94 95 78 85
10 79 78 81 66 70 90 95 79 80
30 53 58 62 61 55 67 75 62 55
50 58 59 62 64 60 65 71 62 57
100 44 48 52 55 48 54 59 51 47
150 36 42 44 49 40 46 49 43 39
300 27 32 35 37 32 34 35 33 30
Zn
500 28 33 34 51 32 34 35 33 30
98
TESTEMUNHA
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 12- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento Testemunha
99
LB 1N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 13- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LB 1N
100
LB 2N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 14- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LB 2N
101
LB 4N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 50 100 150 200 250 300
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 15- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LB 4N
102
LB 8N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 16- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LB 8N
103
LF 1N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 17- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LF 1N
104
LF 2N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
0 50 100 150 200 250 300 350
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 18- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LF 2N
105
LF 4N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 19- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LF 4N
106
LF 8N
0
25
50
75
100
125
150
0123456
CE mg dm
-3
Cd adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175
CE mg dm
-3
Cu adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 5 10 15 20 25 30 35
CE mg dm
-3
Ni adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
F re undlich
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350 400
CE mg dm
-3
Zn adsorvido mg kg
-1
Determinado
Langmuir
Freundlich
Figura 20- Isotermas de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn para o tratamento LF 8N
107
4.6 Aplicação dos modelos de Langmuir e Freundlich nas isotermas de adsorção
A maior ou menor disponibilidade dos metais pesados é determinada pelos atributos
do solo, como teor de argila, pH, CTC, teor de MO, entre outros (OLIVEIRA;
MATTIAZZO, 2001). Além desses fatores, a adsorção de íons metálicos varia com a
concentração e o tipo de íon metálico (JORDÃO et al., 2000). Uma das maneiras de se
estudar o fenômeno de adsorção é a partir do uso de isotermas de adsorção, como as de
Langmuir e Freundlich (CUNHA, 1989; SHUMAM, 1975). Há duas razões para se utilizar
modelos que descrevem a adsorção em solos. A primeira é possibilitar a expressão
matemática de alguma propriedade do solo e, a segunda, é que permite conhecer melhor a
natureza dos processos de adsorção (BARROW, 1978). As isotermas de adsorção são muito
usadas nos estudos das interações entre íons metálicos - solo e íons metálicos - sedimento
(JORDÃO et al., 2000). Nesse caso, a isoterma de Langmuir é de particular utilidade, pois
fornece a capacidade máxima de adsorção (b) do metal pelo solo ou pelo sedimento, e o
coeficiente (K
L
) relacionado à energia de ligação desse íon em tais substratos (SHUMAN,
1988). Na ausência de evidencias consistentes sobre a natureza dos mecanismos de
adsorção, os coeficientes K
F
e n fornecidos pela equação exponencial de Freundlich são
considerados os melhores parâmetros descritivos (BUCHTER et al., 1989). Variações nos
valores de n da isoterma de Freundlich mostram que os elementos foram adsorvidos sob
diferentes níveis de energia (BUTCHER et al., 1989; YUAN, 2003; SOARES, 2004).
As equações de Langmuir e Freundlich que descreveram as isotermas de Cd, Cu, Ni
e Zn no presente estudo, bem como seus respectivos parâmetros, estão na Tabela 19. Os
coeficientes das equações de adsorção foram estimados pelo programa de regressão não
linear (Curve Expert 1.3).
O ajuste não linear das equações de Langmuir e Freundlich, seguindo a metodologia
dos “mínimos quadrados”, teve por objetivo minimizar a soma dos quadrados dos desvios
entre os valores estimados pela equação e os experimentais (SHANI et al., 1992;
BARROW; WHELAN, 1998). Este método vem sendo recomendado há alguns anos,
porque a linearização das equações induz a erros na análise de regressão e subseqüente erro
na estimativa dos parâmetros dos modelos (HARTER, 1984). Segundo Harter (1984) a
linearização das equações é inadequada, pois reduz a variabilidade e sempre produz um
108
coeficiente de correlação significativo, podendo acarretar um erro de até 50% ou mais na
estimativa de adsorção máxima em estudos envolvendo baixas concentrações.
Houve bom ajuste das equações de Langmuir e Freundlich aos dados de adsorção,
com altos coeficientes de correlação (R
2
) que variaram de 0,93 a 0,99 (Tabela 19). Porém, a
equação de Freundlich além de apresentar uma menor variação nos coeficientes de
correlação, mostrou valores ligeiramente superiores de R
2
em relação a equação de
Langmuir, principalmente para o Cu.
Diversos autores obtiveram melhores ajustes de adsorção de metais através da
equação de Freundlich (CUNHA et al., 1994; ALCÂNTARA ; CAMARGO, 2001; DIAS et
al. 2001; SILVEIRA; ALLEONI, 2003; VEGA et al., 2006). Soares (2004) estudando em
vários solos a retenção de metais pesados, entre esses Cd, Cu, Ni e Zn, obteve excelente
ajuste dos resultados experimentais para o modelo de Freundlich. Estas observações
confirmam os resultados obtidos no presente trabalho.
Observando os gráficos referentes à adsorção de Cu (Figuras 12 a 20), nota-se que
para este elemento, o modelo de Langmuir subestimou o valor de adsorção na concentração
mais elevada em todas os tratamentos, enquanto que o de Freundlich estimou melhor o
resultado. Silveira e Alleoni (2003) obtiveram excelentes ajustes dos resultados de adsorção
de Cu pela isoterma de Freundlich. Por outro lado, Martins (2005) estudando a adsorção de
Cu em solos tratados com lodo de esgoto obteve altos coeficientes de correlão (0,95 a
0,99) para as equações de Langmuir e Freundlich, o que indica que ambas podem ser
usadas para predizer a adsorção de Cu em amostras tratadas com o resíduo.
O formato das isotermas pode ser relacionado ao mecanismo de adsorção (GILES et
al.,1974). As isotermas de Cu obtidas no presente estudo apresentaram o formato tipo – H,
caracterizado por atingir a adsorção máxima para concentrações de equilíbrio relativamente
baixas. Segundo Meurer (2000), as curvas do tipo – H descrevem fenômenos de adsorção
de alta afinidade, o que indica a formão de complexos de esfera-interna. Curvas do tipo
H também foram observadas por Silveira e Alleoni (2003), em um estudo de adsorção de
cobre em solos oxídicos.
Cunha et al. (1994) testaram as isotermas de Freundlich, de Langmuir e de Temkin
na descrição da adsorção de Zn por oxissolos, alfissolos e ultissolos, e verificaram que a
isoterma de Freundlich foi a que melhor se ajustou aos resultados experimentais. Para esses
109
autores, a utilização de elevadas concentrações de Zn na solução inicial talvez permitisse o
ajuste a equação de Langmuir, e a estimativa da adsorção máxima. Neste caso mesmo que a
adsorção de Zn fosse subestimada, o aspecto qualitativo dessa estimativa permitiria a
comparação entre solos de mineralogia similar.
Segundo Harter (1983), a estimativa da adsorção máxima de Zn seria melhor se
fossem utilizadas doses mais elevadas nos experimentos de adsorção. Nota-se que tal
recomendação foi seguida no presente estudo, justificando a utilização da adsorção máxima
obtida pela equação de Langmuir para a discussão dos resultados.
Mesmo utilizando-se altas concentrações de Zn no experimento, na maioria dos
tratamentos a adsorção de Zn calculada pela equação de Langmuir foi subestimada até a
dose aplicada de 50 mg L
-1
. O mesmo foi observado para a adsorção de Zn estimada através
da equação de Freundlich, onde nas doses de 0 a 10 mg L
-1
de Zn a adsorção do metal
também foi subestimada nos tratamentos: Testemunha, LB 1N, LB 4N, LF 1N, LF 2N, LF
4N e LF 8N.
As equações de Langmuir e Freundlich superestimaram a adsorção na dose máxima
de 300 mg L
-1
Zn (Figuras 12 a 20), observando-se que a adsorção de Zn ajustou-se a uma
isoterma tipo-S. Neste tipo de isoterma, em baixas concentrações, ocorre baixa afinidade do
adsorbato pelo adsorvente, devido a interferência de outras substâncias, como matéria
orgânica por exemplo (MEURER, 2000). A ocorrência deste tipo de isoterma foi bastante
evidente na adsorção de Zn no tratamento LB 4N. A isoterma tipo-S provavelmente se
ajustou a esse tratamento devido ao elevado teor de MO, oriundo da aplicação ao solo de
doses elevadas de lodo de esgoto.
Os resultados obtidos para Zn neste experimento, demonstraram que a utilização de
baixas doses de metal em estudos de adsorção subestimam a capacidade máxima do solo
em adsorver o metal.
O Ni se ajustou bem aos dois modelos estudados, apresentando formato tipo – L, o
que indica uma alta afinidade do adsorbato pelo adsorvente (MEURER, 2000). Conforme
Dias (1999), este tipo de curva se caracteriza por decréscimo na inclinação da curva, à
medida que os sítios disponíveis para a adsorção vão diminuindo, devido ao recobrimento
da superfície adsorvedora. Deste modo, a medida que as concentrações do metal aumentam
no solo, a afinidade deste para com o adsorvente diminui. Mellis et al. (2001), estudando a
110
adsorção de Ni em solos ácricos do Estado de São Paulo, também verificaram boa
adequação dos modelos de Langmuir e Freundlich aos resultados determinados em
laboratório.
O Cd também se ajustou bem aos modelos de adsorção de Langmuir e Freundlich,
apresentando na maioria das amostras isotermas do tipo-L, exceto nas amostras LB 1N e
LB 4N que apresentaram isotermas no formato tipo – C, isto é de inclinação constante e
que atendem diretamente ao modelo do coeficiente de distribuição (SOARES, 2004). Nas
isotermas do tipo – C, a afinidade do adsorbato pelo adsorvente é constante e os íons ou
moléculas se distribuem entre a interface sólido – solução sem nenhuma ligação específica
entre o adsorvente e o adsorbato (MEURER, 2000). Curvas do tipo – L para a adsorção de
Cd são reportadas por Christensen (1984), Pombo (1985) e Dias (1999). Na amostra LF 2N,
o modelo de Langmuir não se ajustou adequadamente aos pontos experimentais e a
adsorção de Cd calculada por este modelo foi superestimada nas concentrações mais
elevadas.
Na Tabela 19 encontram-se os parâmetros dos modelos de Langmuir e Freundlich.
Os valores de
b e K variaram conforme o metal estudado, a dose de lodo aplicada e o tipo
de lodo. Os maiores valores de
b da equação de Langmuir e de n da equação de Freundlich
foram observados nas amostras tratadas com as maiores doses de lodo.
Os valores de adsorção máxima (b), obtidos na isoterma de Langmuir para o Cd
variaram de 183 a 376. Os valores do parâmetro
n obtido através da equação de Freundlich
encontram-se entre 0,61 e 0,79. Os tratamentos LB 1N, LB 4N, LF 4N e LF 8N
apresentaram os maiores valores de adsorção máxima e
n para este elemento, isto se deve
provavelmente aos maiores teores de matéria orgânica proporcionados por sucessivas
aplicações do resíduo. Maiores valores de
b da equação de Langmuir e n da equação de
Freundlich também foram encontrados por Echeverria et al. (1998); Petruzzelli et al.
(1985); Hooda e Aloway (1994); Gray et al.(1998) e Dias (1999), em solos com altos teores
de MO.
Tabela 19 – Parâmetros das equações de Langmuir e Freundlich
Amostras Metais
Equação
Langmuir
K
L
b R
2
Equação
Freundlich
K
F
b R
2
Cd 0.2772*x*215.61/(1+0.2772*x) 0.2772 215.61 0.99 45.71*x
0.6333
45.71 0.6333 0.99
Cu 3.3275*x*1050.31/(1+3.3275*x) 3.3275 1050.31 0.93 510.72*x
0.2014
510.72 0.2014 0.96
Ni 0.0456*x*458.15/(1+0.0456*x) 0.0456 458.15 0.96 35.71*x
0.5952
35.71 0.5952 0.97
Testemunha
Zn 0.0027*x*2643.99/(1+0.0027*x) 0.0027 2643.99 0.97 29.79*x
0.6443
29.79 0.6443 0.98
Cd 0.1725*x*376.24/(1+0.1725*x) 0.1725 376.24 0.98 53.51*x
0.7857
53.51 0.7857 0.98
Cu 0.3171*x*1084.59/(1+0.3171*x) 0.3171 1084.59 0.96 403.69*x
0.2255
403.69 0.2255 0.99
Ni 0.0527*x*426.39/(1+0.0527*x) 0.0527 426.39 0.99 36.54*x
0.5847
36.54 0.5847 0.99
LB 1N
Zn 0.0027*x*3189.14/(1+0.0027*x) 0.0027 3189.14 0.98 31.58*x
0.6699
31.58 0.6699 0.99
Cd 0.2629*x*226.37/(1+0.2629*x) 0.2629 226.37 0.99 44.77*x
0.6685
44.77 0.6685 0.99
Cu 0.3525*x*1216.04/(1+0.3525*x) 0.3525 1216.04 0.97 435.54*x
0.2382
435.54 0.2382 0.99
Ni 0.0657*x*425.83/(1+0.0657*x) 0.0657 425.83 0.99 43.27*x
0.5630
43.27 0.5630 0.99
LB 2N
Zn 0.0034*x*3030.14/(1+0.0034*x) 0.0034 3030.14 0.98 38.22*x
0.6467
38.22 0.6467 0.99
Cd 0.1886*x*369.95/(1+0.1886*x) 0.1886 369.95 0.99 55.07*x
0.7992
55.07 0.7992 0.99
Cu 0.3348*x*1302.64/(1+0.3348*x) 0.3348 1302.64 0.97 477.91*x
0.2289
477.91 0.2289 0.98
Ni 0.0654*x*563.63/(1+0.0654*x) 0.0654 563.63 0.99 50.23*x
0.6165
50.23 0.6165 0.99
LB 4N
Zn 0.0001*x*90454.86/(1+0.0001*x) 0.0001 90454.86 0.94 8.48*x
1.0112
8.48 1.0112 0.94
Cd 0.2629*x*226.366/(1+0.2629*x) 0.2629 226.36 0.99 44.77*x
0.6685
44.77 0.6685 0.99
Cu 0.2433*x*1346.97/(1+0.2433*x) 0.2433 1346.97 0.95 473.42*x
0.2352
473.42 0.2352 0.99
Ni 0.0384*x*559.89/(1+0.0384*x) 0.0384 559.89 0.99 32.43*x
0.6631
32.43 0.6631 0.99
LB 8N
Zn 0.0029*x*2972.88/(1+0.0029*x) 0.0029 2972.88 0.98 31.87*x
0.6619
31.87 0.6619 0.99
Cd 0.6537*x*183.65/(1+0.6537*x) 0.6537 183.65 0.98 66.74*x
0.5058
66.74 0.5058 0.99
Cu 0.3382*x*1171.31/(1+0.3382*x) 0.3382 1171.31 0.96 502.12*x
0.1892
502.12 0.1892 0.97
Ni 0.0581*x*547.78/(1+0.0581*x) 0.0581 547.78 0.99 48.25*x
0.5985
48.25 0.5985 0.99
LF 1N
Zn 0.0045*x*2592.19/(1+0.0045*x) 0.0045 2592.19 0.97 51.44*x
0.5910
51.44 0.5910 0.99
Cd 0.9380*x*190,09/(1+0.9380*x) 0.9380 190.09 0.98 82.21*x
0.4918
82.21 0.4918 0.98
Cu 0.6671*x*1320.25/(1+0.6671*x) 0.6671 1320.25 0.96 655.70*x
0.1706
655.70 0.1706 0.98
Ni 0.0581*x*547.78/(1+0.0581*x) 0.0581 547.78 0.99 63.12*x 0.
5494
63.12 0.5494 0.99
LF 2N
Zn 0.0062*x*2397.65/(1+0.0062*x) 0.0062 2397.65 0.97 71.70*x
0.5429
71.70 0.5429 0.98
Cd 0.3923*x*226.55/(1+0.3923*x) 0.3923 226.55 0.99 59.93*x
0.6188
59.93 0.6188 0.99
Cu 0.2811*x*1406.39/(1+0.2811*x) 0.2811 1406.39 0.95 510.61*x
0.2325
510.61 0.2325 0.98
Ni 0.0478*x*567.15/(1+0.0478*x) 0.0478 567.15 0.99 40.91*x
0.6323
40.91 0.6323 0.99
LF 4N
Zn 0.0039*x*2653.77/(1+0.0039*x) 0.0039 2653.77 0.98 42.27*x
0.6178
42.27 0.6178 0.99
Cd 0.2626*x*223.25/(1+0.2626*x) 0.2626 223.25 0.99 45.32*x
0.6469
45.32 0.6469 0.99
Cu 0.1571*x*1252.13/(1+0.1571*x) 0.1571 1252.13 0.97 388.85*x
0.2475
388.85 0.2475 0.98
Ni 0.0351*x*572.87/(1+0.0351*x) 0.0351 572.87 0.99 31.91*x
0.6593
31.91 0.6593 0.99
LF 8N
Zn 0.0032*x*2637.00/(1+0.0032*x) 0.0032 2637.00 0.98 58.82*x
0.9925
33.48 0.6406 0.99
111
112
Os valores de adsorção máxima (b), obtidos na isoterma de Langmuir para o Cd
variaram de 183 a 376. Os valores do parâmetro
n obtido através da equação de Freundlich
encontram-se entre 0,61 e 0,79. Os tratamentos LB 1N, LB 4N, LF 4N e LF 8N
apresentaram os maiores valores de adsorção máxima e
n para este elemento, isto se deve
provavelmente aos maiores teores de matéria orgânica proporcionados por sucessivas
aplicações do resíduo. Maiores valores de
b da equação de Langmuir e n da equação de
Freundlich também foram encontrados por Echeverria et al. (1998); Petruzzelli et al.
(1985); Hooda e Aloway (1994); Gray et al.(1998) e Dias (1999), em solos com altos teores
de MO.
Os maiores valores de adsorção máxima e
n para o Cu foram encontrados nos
tratamentos LB 4N, LB 8N, LF 4N e LF 8N. Os valores de adsorção máxima fornecido
pela equação de Langmuir e os valores de
n obtidos através da equação de Freundlich estão
respectivamente entre 1050 a 1406, e 0,17 a 0,24. Os valores de
n obtidos para o Cu foram
relativamente baixos. Soares (2004) tamm observou baixos valores de
n em estudos de
adsorção de Cu. Buchter et al. (1989) estudando a adsorção de vários metais, obtiveram
valores de n para a reação de adsorção de Cu que variando no intervalo de 0,47 a 1,42, que
foi semelhante para todos os metais estudados, indicando baixa afinidade dos metais pelo
solo.
O Ni apresentou valores de adsorção máxima entre 426 e 572, e valores de
n entre
0,54 e 0,66. Assim como o Cu, este metal também apresentou maiores valores das
constantes de Langmuir e Freundlich nas amostras tratadas com as doses mais elevadas de
lodo.
Os parâmetros das equações para a adsorção de Zn não apresentaram grandes
variações, sendo que a adsorção máxima do metal obtida pela equação de Langmuir variou
de 2397 a 3189, e o valor de
n fornecido pela equação de Freundlich de 0,61 a 0,66. Os
valores dos parâmetros obtidos para adsorção de Zn no tratamento LB 4N foram
superestimados, pois a adsorção deste elemento nesse tratamento, conforme comentado
anteriormente, não se adequou de maneira satisfatória aos modelos estudados.
113
4.7 Correlações entre os parâmetros dos modelos de Langmuir e de Freundlich e
atributos dos solos
Os parâmetros estimados pelas equações de Langmuir e Freundlich foram
correlacionados com os atributos do solo, e os coeficientes de correlação linear simples são
apresentados na Tabela 20.
Nas análises de correlação para as isotermas de adsorção de Zn, os dados referentes
ao tratamento LB 4N foram excluídos da análise, pois como já comentado anteriormente, as
equações de Langmuir e Freundlich não se adequaram bem a isoterma de adsorção de Zn
nessa amostra.
Foram obtidos coeficientes de correlações simples positivos, significativos a 5%,
entre os parâmetros K de Langmuir (K
L
) e Freundlich (K
F
) com pH para o Cd, Ni e Zn,
demonstrando que a energia de ligação desses metais para com o solo é altamente
dependente do pH. King (1988) e Pierangeli et al. (2005) obtiveram correlação positiva
entre a adsorção de Cd e o pH, resultados semelhantes também foram encontrados para Zn
(HARTER, 1983; KING, 1988) e para Ni (Camargo et al., 1989).
Kendorff e Schnitzer (1980), comprovaram que conforme o pH aumenta, cargas
negativas da matéria orgânica são liberadas e se tornam disponíveis para a adsorção de Ni.
Mellis et al. (2004) observaram alta correlação entre pH, MO e adsorção de Ni.
Apesar da MO ser extremamente importante para a retenção de metais nos solo,
não se observaram correlações entre a MO e a adsorção de Cd, Ni e Zn. Vários trabalhos
não tem evidenciado correlações significativas entre a MO e a adsorção de metais pesados
(YUAN; LAVKULICH, 1997; McBRIDE et al, 1997; GRAY et al., 1999; PIERANGELI
et al., 2005).
Nenhum dos parâmetros obtidos nas equações apresentou correlação com outros
atributos do solo, tais como: argila, óxidos, CTC, entre outros. Esse fato provavelmente
ocorreu devido a todas as amostras utilizadas no experimento terem como origem o mesmo
solo, sendo que, os tratamentos fontes e doses de lodo de esgoto proporcionaram pequenas
variações em apenas alguns atributos.
Os resultados para Cd, Ni e Zn destacam, mais uma vez, a importância das cargas
elétricas dependentes de pH nas reações de retenção dos metais, o que pode ser indício do
114
mecanismo de adsorção não-específica ou troca iônica desses metais nas amostras tratadas
com lodo. Não deve ser descartada, porém, a participação de adsorção especifica com os
óxidos presentes no solo (UREN, 1992; NAIDU et al, 1994; ROSS, 1994; SAUVÉ, et al.,
2000, MATOS et al., 2001).
A adsorção máxima de Cu, parâmetro
b da equação de Langmuir, correlacionou-se
positivamente com o teor de matéria orgânica (MO), teor de fósforo (P), capacidade de
troca catiônica total (CTC) e capacidade de troca catiônica efetiva (CTC
e
). O parâmetro n
da equação de Freundlich correlacionou-se negativamente com pH, o que indica que a força
de ligação do metal com o solo é governada pelo pH. O teor de areia apresentou correlação
positiva para a constante K
L
no estudo de adsorção de Cu.
A adsorção máxima de Cu correlacionou-se com a CTC total (r = 0,78), CTC
efetiva (r = 0,79) e com a MO (r = 0,74). Segundo Guilherme e Anderson (1998), embora
os fenômenos de adsorção de Cu envolvam reações de adsorção especifica, as reações de
troca iônica podem ocorrer concomitantemente, o que reforça a importância da capacidade
de retenção de cátions em ambos os processos. Araújo et al. (2002) avaliaram a correlação
entre os parâmetros obtidos para alguns metais, entre eles o Cu, e os atributos de uma série
de solos de regiões tropicais. As variáveis do solo que se correlacionaram com a adsorção
de Cu foram MO, CTC efetiva, e teores de argila e óxidos de alumínio. Embora os
coeficientes de correlão variem em função dos tipos de solos e das condições
experimentais, muitos estudos relacionam a adsorção de Cu com CTC (BASTA;
TABATABAI, 1992; ALVA; OBREZA, 1994; MOREIRA, 2004).
A matéria orgânica do solo também desempenha importante papel na retenção do
cobre (McLAREN; CRAWFORD, 1973; BIBAK, 1994; SAUVÉ et al.; 2000). O alto grau
de seletividade entre ela e o Cu se deve à formação de complexos de esfera interna
resultantes da adsorção específica. Nascimento et al. (2004) estudaram a adsorção de Cu
em seis Latossolos e obtiveram boa correlação da CTC efetiva e do teor de MO com o
parâmetro de adsorção máxima da equação de Langmuir (
b).
Embora no presente estudo tenha sido observada boa correlação entre a adsorção
máxima de Cu e teor de MO, esta correlação não tem sido observada em outros trabalhos
(MOREIRA, 2004; SILVEIRA et al., 1999; HARTER, 1983; ALLEONI et al.; 2005). Cabe
salientar, que nesses outros trabalhos os estudos de adsorção de Cu foram realizados em
115
solos agricultáveis, muitos deles bastante intemperizados e com baixos teores de MO, na
ausência de aplicação de lodo. Segundo Harter (1979, 1983), o conteúdo de MO de um
conjunto de solos pode não expressar todo seu potencial de geração de carga negativa. A
adição de lodo nos solos estudados pode ser a responsável pelo efeito da MO na adsorção
xima.
A adsorção máxima de Cu correlacionou-se com o teor de P das amostras tratadas
com lodo (r = 0,69). Os teores de P no solo aumentaram com a aplicação do resíduo,
principalmente nos tratamentos que receberam as doses mais elevadas. As amostras com
teores de P mais elevados apresentaram também maiores valores de adsorção máxima.
Pierangeli et al. (2004) estudando a adsorção e dessorção de Cd, Cu e Pb por
amostras de Latossolos pré-tratadas com fósforo observaram que a capacidade máxima de
adsorção dos metais aumentou com a adição de fosfato. Segundo Guilherme e Anderson
(1998), a adsorção de fosfato em sistemas com predomínio de cargas positivas promove o
aumento das cargas negativas e conseqüentemente eleva a adsorção de Cu nesses solos. Em
sistemas com carga liquida negativa, caso das amostras estudadas neste experimento, o
efeito da adsorção de fosfatos sobre a carga líquida é menor, mas ainda assim, pode
favorecer a adsorção de Cu (LIMA et al.; 2000). Com base nessa premissa, a aplicação de
lodo de esgoto em solos pode aumentar a capacidade do solo em adsorver metais não
apenas devido ao incremento de MO, mas também ao de P nesses solos, já que a maioria
dos resíduos caracterizados no Brasil, apresentam altos teores desse elemento.
4.8 Energia Livre (ΔG
0
) das reações de Cd, Cu, Ni e Zn
Os resultados de energia livre foram negativos para todas as amostras de solo
estudadas (Tabela 21). Isso demonstra que as quantidades de Cd, Cu, Ni e Zn em equilíbrio
na solução foram sempre inferiores às concentrações adicionadas, mostrando que as reações
de adsorção dos metais estudados foram termodinamicamente exotérmicas e espontâneas.
Esses resultados estão de acordo com os obtidos para adsorção de B, Cu e Cd por Alleoni e
Camargo (1988), Silveira et al. (1999) e Dias et al. (2003), respectivamente.
Para todos os metais estudados os valores de ΔG
o
em módulo decresceram com o
aumento da concentração de metais nas soluções, em todas as amostras estudadas. Deste
116
modo, quanto mais concentrada a solução em contacto com o solo, mais fraca foi a retenção
dos metais. O Cu foi o metal que apresentou os maiores valores médios de ΔG
o
, seguido na
seqüência pelo Cd, Ni e Zn. Isto se deve aos maiores valores encontrados de ΔG
o
para o Cu
nas concentrações mais baixas dos metais nas soluções. Esses resultados concordam com as
informações encontradas na literatura, que mostram que o Cu, em baixas concentrações,
forma ligações de alta estabilidade com a superfície dos colóides (Sparks, 1995). Mas,
segundo Petruzelli et al. (1985), à medida que os sítios de adsorção vão se saturando,
diminui a afinidade do solo pelo metal.
As amostradas tratadas com lodo de Franca apresentaram valores de ΔG
o
superiores
aos observados nas amostras tratadas com lodo de Barueri. Esta observação corrobora os
resultados obtidos no experimento de dessorção, onde as amostras tratadas com lodo de
Barueri dessorveram mais metais que as amostras tratadas com lodo de Franca. Nestas, os
teores totais de metais são inferiores aos encontrados nas amostras com lodo de Barueri,
disponibilizando maistios de adsorção. Essa maior disponibilidade de sítios de troca pode
explicar a ocorrência de ligações mais fortes nesses solos.
Além disso, o comportamento da ΔG
o
em função das doses de lodo empregadas nos
tratamentos difere conforme o tipo de lodo. No lodo de Barueri, observa-se que na amostra
LB 8N, maior dose de lodo aplicada, os valores médios de ΔG
o
são superiores às demais
amostras tratadas com o mesmo lodo, com exceção do valor médio de ΔG
o
para a adsorção
de Cd, que nesta amostra chega a ser inferior até mesmo ao obtido na testemunha. Nas
demais amostras, observa-se que a aplicação do lodo de esgoto reduz a capacidade do solo
em reter mais fortemente os metais. O lodo de Barueri é rico em metais pesados, os quais
ao serem disponibilizados no solo vão ocupando ostios de adsorção, saturando-os e, por
conseqüência, a afinidade dos metais pelo solo diminui.
117
Tabela 20- Coeficientes de correlação simples entre os parâmetros estimados pelas equações de Langmuir e de Freundlich e os
atributos do solo
Coeficientes de Correlação
Cd Cu Ni Zn
Langmuir Freundlich Langmuir Freundlich Langmuir Freundlich Langmuir Freundlich
Atributo
K
L
b K
F
n K
L
b K
F
n K
L
b K
F
n K
L
b K
F
n
MO
-0.29 0,36 -0,05 0,41 -0,47 0,74* -0,07 0,53 0,09 0,35 <0,01 0,33 -0,03 0,16 -0,07 <0,01
P
-0,34 0,42 -0,13 0,49 -0,42 0,69* -0,08 0,48 0,12 0,52 0,05 0,47 -0,10 0,15 -0,15 0,12
pH
0,71* -0,14 0,76* -0,45 -0,12 0,09 0,65 -0,74 0,74* 0,15 0,89* -0,59 0,82* -0,43 0,85* -0,68
CTC
-0,17 0,39 0,08 0,37 -0,54 0,78* 0,03 0,39 0,21 0,50 0,19 0,32 0,15 0,06 0,10 -0,09
CTC
e
0,17 0,18 0,38 0,07 -0,51 0,79* 0,35 0,03 0,45 0,50 0,51 0,05 0,52 -0,15 0,50 -0,49
Argila
-0,22 0,31 -0,15 0,34 -0,64 0,43 -0,30 0,40 -0,14 0,55 -0,06 0,57 -0,08 0,20 -0,10 0,47
Silte
-0,07 0,21 -0,12 0,18 0,10 -0,46 -0,13 -0,15 0,38 -0,26 0,14 -0,29 -0,04 0,15 <0,01 0,09
Areia
0,28 -0,37 0,11 -0,40 0,66* -0,59 0,28 -0,49 -0,14 -0,59 -0,04 -0,52 0,03 -0,13 0,08 -0,38
Fe
2
O
3 (Total)
-0,31 0,54 -0,15 0,54 -0,44 0,29 -0,22 0,33 0,32 0,27 0,12 0,22 -0,11 0,43 -0,10 0,29
Al
2
O
3 (Total)
0,20 0,21 0,28 0,05 -0,58 0,16 -0,07 0,02 0,30 0,18 0,39 -0,18 0,42 -0,08 0,42 0,37
* parâmetros significativos a 5%(P < 0,05)
117
118
Nas amostras tratadas com lodo de Franca observou-se aumento de ΔG
o
e isto
provavelmente se deve ao aporte de matéria orgânica mediante a aplicação do lodo, haja
vista a acentuada afinidade da mesma pelos metais (McLAREN; CRAWFORD, 1973;
BIBAK, 1994). Este lodo apresenta baixos teores de metais pesados em sua composição e a
aplicação do lodo em taxas compatíveis as recomendadas pela legislação, como nas
amostras LF 1N e LF 2N, promove elevada energia de ligação com os metais. No entanto,
mesmo quando os teores de metais no lodo são baixos, a aplicação em altas doses diminui a
capacidade do solo em reter metais sob formas mais estáveis.
Os valores de energia de ligação das reações de adsorção de Cd, Cu, Ni e Zn em
solo tratado com lodo de esgoto, demonstram que, apesar da aplicação do resíduo aumentar
a capacidade do solo em adsorver metais por meio de sua carga orgânica, estes metais
podem estar fracamente ligados ao solo, mesmo após sucessivas aplicações (OLIVEIRA,
2000; CHANG et al., 1997; LOGAN et al.; 1997), Deste modo, podem ser deslocados dos
tios de adsorção por outros cátions presentes no solo, ou até mesmo pela ocorrência de
alguma alteração no valor de pH, causando problemas ao ambiente.
119
Tabela 21- Valores de Energia Livre (ΔG
0
) das reações de adsorção de Cd, Cu, Ni e
Zn em solo tratado com lodo de esgoto
Dose adicionada Energia Livre
Metal
mg.L
-1
Testemunha LB 1N LB 2N LB 4N LB 8N LF 1N LF 2N LF 4N LF 8N
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0,1 -22781 -3638 -22781 -2266 -22781 -28476 -28476 -28476 -22781
0,5 -8282 -5536 -5300 -3981 -5314 -32457 -26762 -26762 -6036
1 -6904 -6068 -5586 -4984 -5590 -28476 -34171 -7921 -7707
1,5 -5505 -5115 -4855 -4786 -4855 -10194 -29479 -6979 -5390
3 -4855 -4805 -4661 -4943 -4661 -6710 -7770 -5790 -4744
4 -4457 -4550 -4482 -4999 -4482 -6021 -7115 -5482 -4431
10 -3724 -4369 -3802 -4601 -3802 -4633 -5359 -4431 -3742
Cd
18 -3098 -4087 -3177 -4093 -3177 -3594 -4239 -3742 -3133
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 -11081 -26762 -15062 -14823 -26762 -26762 -26762 -26762 -26762
10 -14108 -18089 -15773 -19223 -28476 -28476 -28476 -28476 -28476
25 -18089 -10858 -12104 -12792 -14435 -30742 -30742 -30742 -11763
50 -14481 -8393 -8937 -9102 -9179 -9037 -13169 -9819 -7017
70 -8229 -5886 -7223 -7275 -7037 -6701 -9184 -7685 -5834
100 -5367 -4095 -4946 -6162 -5192 -5209 -6479 -5685 -4397
140 -3907 -2838 -3406 -3416 -3502 -3112 -4444 -3809 -3033
Cu
280 -1548 -1446 -1663 -1789 -1892 -1517 -1875 -2035 -1572
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 -6047 -5111 -5386 -3890 -3429 -6247 -6146 -4692 -5614
3 -4325 -4499 -4448 -4251 -3600 -5154 -5695 -4448 -4008
5 -3791 -3523 -3876 -4117 -3239 -4553 -5098 -4048 -3462
10 -3445 -2932 -3373 -3800 -2873 -3660 -4383 -3406 -2836
20 -2193 -2388 -2601 -3244 -2434 -2926 -3551 -2812 -2417
30 -2076 -2001 -2259 -2920 -2171 -2686 -3032 -2473 -2075
40 -1536 -1782 -2001 -2619 -1998 -2380 -2733 -2168 -1882
Ni
60 -1709 -1543 -1663 -2200 -1746 -2059 -2244 -1989 -1742
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 -4375 -4183 -4013 -3052 -3353 -8250 -7594 -4413 -4613
10 -3821 -3768 -4088 -3264 -3317 -6064 -7398 -4209 -3966
30 -1874 -2165 -2379 -2486 -2037 -2801 -3439 -2483 -1997
50 -2143 -2182 -2410 -2606 -2299 -2623 -3086 -2429 -2097
100 -1445 -1639 -1814 -2036 -1620 -1921 -2213 -1790 -1574
150 -1107 -1356 -1446 -1671 -1283 -1505 -1674 -1416 -1238
300 -770 -961 -1048 -1157 -966 -1026 -1080 -978 -888
Zn
500 -824 -984 -1030 -1795 -941 -1016 -1083 -975 -882
120
4.9 Avaliação da fitodisponibilidade de Cd, Cu, Ni e Zn pelo Método de Neubauer
No presente estudo o teste de Neubauer foi aplicado à amostras de solo tratadas
com lodo de esgoto utilizadas nos experimentos de dessorção e adsorção de Cd, Cu, Ni e
Zn. Avaliou-se a produção de massa seca, a concentração dos nutrientes na planta e a
quantidade de nutrientes extraída pelas plantas.
As medidas de massa seca da parte aérea das plantas de arroz (Tabela 22) não
refletiram de modo expressivo o efeito dos tratamentos. Dessa forma, como era de se
esperar, essa variável isoladamente não se configurou como um bom índice para ser
relacionado com os teores de metal no solo tratado com lodo de esgoto.
Isto ocorre porque no período de 21 dias em que as plântulas de arroz se
desenvolveram elas apresentaram um crescimento limitado, apesar de explorarem
completamente a pequena quantidade de solo colocadas nas placas de Petri. Ocorre que o
objetivo deste tipo de experimento não é proporcionar um grande desenvolvimento da parte
aérea, mas sim obter uma intensa exploração do solo pelas raízes.
Como um possível termo de comparação em relação ao teor de metais pesados no
tecido foliar do arroz, pode-se considerar que os teores fitoxicos são, em mg kg
-1
: 3 a 20
para o Cu, 50 a 100 para o Ni e de 500 a 1500 para o Zn (WEBBER et al., 1984).
Os teores de Cu extraído pelas plantas de arroz apresentaram influência significativa
apenas para o fator dose de lodo, independentemente da fonte. Os maiores teores de Cu
foram encontrados para as maiores doses de lodo, ultrapassando o teor considerado
fitotóxico nas plantas cultivadas no tratamento LB 4N. Felix (2005) obteve resultado
semelhante em amostras de solos tratados com calda bordalesa, coletadas em pomares de
frutíferas. Os teores de Cu presente nas plantas de arroz aumentaram conforme o número de
aplicações sucessivas de calda bordalesa. Esses resultados, juntamente com os obtidos neste
experimento evidenciam que quanto maior o teor do metal no solo maior a absorção e o
acúmulo pela planta.
Os elementos Ni e Zn apresentaram resposta significativa tanto para as doses de
lodo empregadas no campo, quanto para o tipo de lodo empregado (Tabela 22). Os teores
de Ni acumulados nas plantas de arroz foram maiores nas amostras tratadas com lodo da
ETE de Barueri. Nas amostras tratadas com este lodo, as maiores quantidades acumuladas
121
de Ni na planta foram observadas nas amostras que apresentavam os maiores teores totais
desse metal, sendo o tratamento LB 4N aquele que proporcionou a maior concentração de
Ni na planta (25,3 mg kg
-1
). Nos demais tratamentos referentes às doses mais baixas de
lodo, a quantidade acumulada na planta não diferiu em relação a testemunha. As amostras
tratadas com lodo de Franca não apresentaram diferença para doses de lodo. Vale ressaltar
que os teores do metal na parte aérea das plantas de arroz não alcançaram teores fitotóxicos.
Rangel et al. (2006) estudando o efeito da aplicação sucessiva de lodo nos teores foliares do
milho, no mesmo experimento em que se baseou o presente trabalho, obtiveram resultado
semelhante, detectando pequeno acúmulo de Ni na parte aérea.
Berti e Jacobs (1996) demonstraram que as concentrações de Zn e Ni em plantas de
milho, sorgo e soja, sucessivamente adubadas com lodo de esgoto, atingiram níveis
fitotóxicos. Entretanto, a maioria dos trabalhos com lodo apresenta resultados discordantes
(BERTON et al., 1997; ANJOS; MATTIAZZO, 2000; ARAÚJO; NASCIMENTO, 2005).
As maiores quantidades de Zn acumuladas na planta foram obtidas nas amostras
tratadas com lodo de Barueri, exceção feita à dose de lodo 2N. Os tratamentos LB 4N e LB
8N apresentaram respectivamente os maiores valores de Zn na planta, 508 mg kg
-1
e 438
mg kg
-1
. Quantidades equivalentes de Zn acumulado na parte aérea de plantas de arroz
cultivadas em solo tratado com lodo de esgoto foram observadas por Oliveira et al. (2005).
O teor de Zn extraído pela planta no tratamento LB 4N excedeu o limite de fitotoxicidade
de 500 mg kg
-1
proposto por Chaney e Ryan (1993), indicando que o lodo de esgoto
proveniente de regiões densamente industrializadas, se aplicado ao solo sem critério, pode
ocasionar problemas ambientais.
Nas amostras tratadas com lodo de Franca os maiores teores de Zn foram obtidos
nos tratamentos LF 2N e LF 4N, respectivamente 270 e 197 mg kg
-1
.
Em alguns tratamentos, mesmo envolvendo doses elevadas de lodo, as
concentrações de metais nas plantas foram muito baixas. De acordo com Barbarick et al.
(1995) e Logan et al. (1997) a absorção de metais pesados com freqüência não se responde
linearmente a quantidades crescentes de metais adicionados ou presentes no solo, o que
justificaria o comportamento observado.
Os teores de Cd das plantas estiveram abaixo do limite de detecção do método
analítico utilizado (0,05 mg L
-1
) indicando que o método não foi adequado para avaliar a
122
fitodisponibilidade desse metal, devendo-se levar em conta ainda, que eram baixos os
teores totais contidos nas amostras estudadas (Tabela 11). Altafin (2005) estudando a
correlação entre metais pesados extraídos por ácidos orgânicos e fitodisponibilidade por
meio do método de Neubauer em solos tratados com lodo de esgoto, obteve resultado
semelhante com relação à quantidade absorvida de Cd pelas plantas de arroz.
Uma outra hitese é que o Cd presente nas amostras tratadas com lodo estivesse
fortemente retido ao solo. Oliveira et al. (2005) estudaram os efeitos da aplicação de lodo
de esgoto enriquecido com Cd e Zn na cultura do arroz. As plantas foram cultivadas em
vasos em dois solos distintos, um Latossolo e um Argissolo, incubados com 0, 20, 40 e 80 t
ha
-1
de lodo. Verificou-se que a quantidade de Cd acumulada na parte aérea do arroz não foi
proporcional às quantidades adicionadas ao solo, indicando que com o aumento da dose de
lodo houve maior imobilização do elemento.
Tabela 22. Massa seca (MS) e teores de Cd, Cu, Ni e Zn em plantas de arroz cultivadas em
experimento de Neubauer em um LVd tratado com lodo de esgoto
Cd Cu Ni Zn
Tratamentos MS (g)
----------------------------mg kg
-1
---------------------------
Testemunha LB 0,100 0,00 8,8 0,33 Ab 83 Ac
LB 1N 0,116 0,00 9,2 3,16 Ab 196 Ab
LB 2N 0,100 0,00 9,0 0,50 Ab 88 Bc
LB 4N 0,108 0,00 28,0 25,3 Aa 508 Aa
LB 8N 0,119 0,00 17,3 19,3 Aa 438 Aa
Testemunha LF 0,100 0,00 8,6 0,30 Aa 83 Ad
LF 1N 0,124 0,00 0,3 0,66 Aa 106 Bcd
LF 2N 0,109 0,00 10,7 1,33 Aa 270 Aa
LF 4N 0,127 0,00 16,0 0,00 Ba 197 Bb
LF 8N 0,120 0,00 9,7 0,66 Ba 163 Bbc
Médias seguidas de letras minúsculas distintas indicam diferenças estasticas entre tratamentos pelo teste de
Tukey ao nível de 5%, dentro de cada tipo de lodo estudado.
Médias seguidas de letras maiúsculas distintas indicam diferenças estatísticas quanto ao tipo de lodo pelo teste
de Tukey ao nível de 5%, dentro de cada tratamento empregado.
123
As concentrações de Cu, Ni e Zn nas plantas de arroz puderam ser relacionadas ao
teor extraído dos solos pelo DTPA e aos teores dessorvidos a pH 5,5. Os coeficientes de
correlação entre as concentração de metais nas plantas de arroz e teores extraídos do solo
por DTPA e pelo eletlito suporte Ca(NO
3
)
2
nos estudos de dessorção estão apresentados
na tabela 23.
Os três metais apresentaram correlação positiva entre as concentrações nas plantas e
o teor dessorvido a pH 5,5, demonstrando que este ultimo reflete a fitodisponibilidade de
metais em solos contaminados. Há pouquíssimos estudos de dessorção de metais pesados
em solos de regiões tropicais, sendo ainda mais raros em solos tratados com lodo de esgoto,
dessa forma, os resultados de correlação obtidos neste experimentam demonstram a
necessidade desse assunto ser mais pesquisado.
Tabela 23- Coeficientes de correlação entre teor de Cd, Cu, Ni e Zn dessorvido a pH 5,5 e
teor extraído por DTPA e teores dos metais nas plantas no experimento de
Neubauer
Teor na Planta
Determinação no solo
Cu Ni Zn
Teor extrdo por DTPA 0,87 * -0,49 0,83 *
Metal Dessorvido (pH 5,5) 0,72 * 0,84 * 0,88 *
* parâmetros significativos a 5%(P < 0,05)
Obteve-se correlação positiva entre teores de Cu e Z extraídos por DTPA e as
concentrações desses elementos nas plantas, indicando que a solução extratora é adequada
para avaliar a disponibilidade de Cu e Zn em solos onde se aplicou lodo de esgoto. Boa
correlação entre os teores extraídos pelas plantas com teores extraídos por extratores
químicos também foi obtida em outros trabalhos que utilizaram o Método de Neubauer
(MATERECHERA, 1999; FELIX, 2005; RUPA; SHUKLA, 1999; YU et al., 2004;
ALTAFIN, 2005), o que corrobora os resultados obtidos no presente estudo.
124
5 CONCLUSÕES
No que diz respeito ao comportamento de Cd, Cu, Ni e Zn no Latossolo tratado com
os lodos de esgoto pode-se concluir que:
¾ a dessorção dos metais é maior nos tratamentos que receberam as maiores
doses de lodo de esgoto;
¾ a quantidade dessorvida varia conforme o tipo de lodo empregado,
obedecendo no geral a seguinte ordem: Zn > Ni > Cd > Cu para o solo
tratado com lodo de Barueri e Ni > Zn > Cd > Cu para o solo tratado com
lodo de Franca;
¾ o abaixamento do pH do solo promove aumento da dessorção;
¾ a capacidade de adsorção do solo é proporcional às doses de lodo aplicadas;
¾ solos tratados com lodo de esgoto provenientes de regiões mais
industrializadas apresentam menor capacidade de adsorção;
¾ teores extraídos pela solução de DTPA são bons indicadores de
fitodisponibilidade, determinada pelo teste de Neubauer.
125
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156
APÊNDICES
157
APÊNDICE A
TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS DE EXPERIMENTOS DE
ADSORÇÃO
A análise estatística em experimentos de adsorção em solo foge a regra das análises
estatísticas usuais, onde em geral resultados experimentais (variáveis independentes) são
relacionadas a tratamentos (variáveis dependentes).
Um ensaio de adsorçãopico pode ser descrito pelo seguinte procedimento:
Transferir massa de 2 gramas de solo para um tudo de centrifuga e adicionar 20 mL
de solução de concentração conhecida de metal (
Ci). Agitar por 24 horas separar o
sobrenadante por centrifugação e nele determinar o metal (
Ce). Expressando-se as
concentrações em μg mL
-1
, calcula-se então:
Massa de metal adicionado ao tubo = 20 x Ci
Massa de metal na fase liquida atingido o equilíbrio = 20 x Ce
Massa de metal retida na fase sólida = 20 x (Ci-Ce)
Quantidade de metal adsorvido (μg g
-1
) Q = 20/2 x (Ci-Ce) = 10 x (Ci-Ce)
O objetivo é relacionar a concentração de equilíbrio do metal
Ce obtida ao final do
processo de contacto entre solo e solão com a quantidade adsorvida de metal ao solo
Q..
Nota-se que embora a concentração da solução de metal
Ci posta em contacto com a
amostra de solo seja definida, a concentração de equilíbrio
Ceo será, pois dependerá das
variações aleatórias ocorridas durante o estabelecimento do equilíbrio entre solução e fase
sólida solo (Tabela 1).
158
Tabela 1- Exemplo da determinação de quantidade de metal adsorvida
Ci (mg L
-1
) Ce (mg L
-1
) Q (mg kg
-1
)
0 0.0 0.00
0 0.0 0.00
0 0.0 0.00
6 1.60 44.00
6 1.50 45.00
6 1.54 44.60
10 2.47 75.28
10 2.86 71.44
10 2.52 74.81
30 12.99 170.09
30 13.20 167.96
30 13.30 166.97
50 19.48 305.21
50 19.61 303.86
50 20.11 298.85
100 51.62 483.81
100 51.99 480.14
100 52.22 477.77
150 90.46 595.38
150 86.94 630.59
150 90.46 595.38
300 204.25 957.49
300 204.76 952.42
300 199.93 1000.75
500 337.29 1627.14
500 345.03 1549.74
500 342.96 1570.36
159
Isotermas de adsorção
A isoterma de adsorção de um elemento exprime a relação entre a quantidade Q de
elemento adsorvida à fase sólida e a concentração de equilíbrio, ou seja, a concentração
Ce,
do elemento em estudo na solução que está em contato com a fase sólida. O fato de
Q ser
calculado a partir de
Ce e depois ser relacionado a essa mesma variável também foge a
regra dos tratamentos de dados experimentais usuais.
Ao se efetuarem, por exemplo, três repetições de adsorção de metal em uma amostra
de solo, serão obtidos três conjuntos de dados, apresentando valores distintos de
Q e
também de
Ce. Deve-se tomar cuidado, portanto ao se obter um resultado médio para a
isoterma de adsorção, devendo-se evitar, é obvio, obter médias de
Ce e de Q, para se
efetuar um ajuste único.
Em geral se ajustam os dados experimentais os modelos de Langmuir (1) e de
Freundlich (2), considerando-se as variáveis Q = x e Ce = c :
c
K
cKn
x
.1
..
+
=
(1)
n
cKx .= (2)
No modelo de Langmuir o parâmetro
K é denominado de constante de afinidade e o
parâmetro
b é o a quantidade máxima adsorvida. Esses são modelos empíricos que embora
possam fornecer excelente interpretação de dados experimentais, não deixam de ser apenas
procedimentos de ajuste curvas.
Ajustes de modelos não-lineares
Os modelos de Langmuir e Freundlich são modelos não lineares. Costuma-se
preconizar no ajuste do modelo de Langmuir um procedimento de linearização que usa a
equação:
b
1
x
1
.
b.K
1
y
1
+=
Aplicando-se a regressão linear aos valores invertidos de y e de x e após uma breve
manipulação algébrica estimam-se os parâmetros K e b.
160
Para o modelo de Freundlich a linearização se efetua aplicando-se logaritmos:
log y = log K + b . log x
O cálculo da regressão linear envolve um ajuste que determina os coeficientes da
função visando minimizar a soma dos quadrados dos desvios.
Pode, contudo, aplicar esse critério diretamente aos modelos não lineares como os
de Langmuir e Freundlich. Uma determinada combinação de parâmetros do modelo
permitirá obter o valornimo para a soma dos quadrados dos desvios. A partir de uma
estimativa inicial emprega-se um algoritmo de busca desse ponto de mínimo. Existem
diferentes tipos de programas para essa finalidade. Por meio de sucessivas interações dos
parâmetros calculados com os resultados experimentais o ponto de mínimo é estabelecido.
No exemplo comentado a seguir constata-se que a o ajuste do modelo de Langmuir
por linearização parece não ser adequado, pois não representa fielmente o conjunto
completo de dados, enquanto que o ajuste não-linear fornece resultados melhores. Já a
linearização para o modelo de Freundlich forneceu estimativa comparável às obtidas com o
ajuste não linear. Assim, deve-se atentar para possíveis discrepâncias em função do
processo escolhido para o ajuste do modelo de adsorção.
Tabela 2- Exemplo de comparação entre ajuste do modelo de Langmuir não linear e por
linearização
Parâmetros Langmuir Freundlich
não linear linearização não linear linearização
b 2940,3650 667,5567 0,6572 0,6339
K 0,003046 0,046333 32,8210 37,2306
r 0,9850 0,9940
Erro padrão 88,4163 56,1006
Observa-se na figura a seguir, que para o modelo de Langmuir a linearização
forneceu parâmetros que produzem uma curva que não representa os dados experimentais.
161
Comparação de curvas de adsorção
A análise individual das curvas de adsorção é efetuada essencialmente a partir da
adequação dos modelos empregados no ajuste. Para isso são avaliados os coeficientes de
determinação ou desvios padrões.
Normalmente se deseja comparar dois conjuntos de dados experimentais,
empregando-se um mesmo tipo de modelo a eles ajustados. Isotermas de adsorção podem
ser estabelecidas, por exemplo, para uma amostra de solo coletada num tratamento
testemunha e também em outra amostra sob aplicação de lodo de esgoto, por exemplo. A
questão é então se julgar se duas isotermas de adsorção são estatisticamente iguais ou
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 50 100 150 200 250 300 350
concentração de equilibrio
Q
uant.adsorv.
Seência2
Seência3
linearização
ajuste não linear
162
diferentes. Essa análise pode ser efetuada comparando estatisticamente os parâmetros
estimados do modelo escolhido através do teste t. Essa sistemática de análise exige que se
eleja um dos parâmetros do modelo para que seiva de base de comparação. Um
procedimento mais apropriado é o que permite comparar duas curvas de adsorção em toda
sua extensão, determinando se elas podem ser consideradas iguais do ponto de vista
estastico através do teste F.
Como exemplo suponha-se um estudo de adsorção em três repetições, efetuados em
solo de uma testemunha e o mesmo solo sob tratamento A (Tabela 3).
Tabela 3- Exemplo de duas curvas diferentes utilizadas para a comparação por teste F
Testemunha Tratamento A
Ce (x) Q (y) Ce (x) Q (y)
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 0.00 0.00 0.00
0.00 1.00 0.04 0.60
0.00 1.00 0.04 0.60
0.00 1.00 0.04 0.60
0.02 4.77 0.09 4.10
0.01 4.88 0.11 3.90
0.02 4.82 0.1 4.00
0.07 9.35 0.14 8.60
0.06 9.41 0.13 8.70
0.06 9.40 0.13 8.70
0.17 13.30 0.23 12.70
0.15 13.54 0.2 13.00
0.17 13.30 0.22 12.80
0.41 25.86 0.39 26.10
0.41 25.86 0.41 25.90
0.44 25.64 0.42 25.80
0.68 33.25 0.55 34.50
0.68 33.24 0.51 34.90
0.63 33.71 0.53 34.70
2.17 78.35 1.53 84.70
2.16 78.40 1.52 84.80
2.33 76.68 1.62 83.80
5.32 126.80 3.62 143.80
4.91 130.95 3.38 146.20
5.21 127.94 3.32 146.80
163
Inicialmente, ajusta-se o modelo selecionado a cada um dos conjuntos de dados
experimentais, por exemplo, dados da testemunha e do tratamento A. Em seguida reúnem-
se os dois conjuntos de dados em um único conjunto testemunha + tratamento A e ajusta-se
o mesmo modelo ao conjunto de dados reunidos. Sendo escolhido como modelo a isoterma
de Freundlich (Tabela 4) seriam obtidos:
Tabela 4 – Parâmetros obtidos pela isoterma de Freundlich
Em seqüência, efetua-se a análise de variância para cada ajuste:
Causas de variação g,l SQ QM F
Testemunha
Modelo Freundlich 1 45002,86 45002,86 8619,42
Resíduo 25 130,53 5,22
Total 26 45133,39 1735,90
Tratamento A
Modelo Freundlich 1 57530,22 57530,22 3490,84
Resíduo 25 412,01 16,48
Total 26 57942,23 2228,55
Conjunto dos dados
Modelo Freundlich 1 97243,64 97243,64 871,00
Resíduo , 53 5917,23 111,65
Total 54 103160,87 1910,39
Coeficientes Testemunha Tratamento A Todos os dados
K 45,71140 55,0714 51,4720
b 0,63330 0,7993 0,6499
r 0,99860 0,9964 0,9708
164
Os valores das somas de quadrados e os graus de liberdade do resíduo serão
totalizados, os quais serão designados como SQ separados e GL separados. Para o conjunto
testemunha+tratamento A designa-se a soma de quadrados do resíduo como SQ combinado
e os graus de liberdade como GL combinado. Para o exemplo em questão tem-se:
Calcula-se eno o valor de F:
Determina-se o valor da probabilidade P correspondente. O numero de graus de
liberdade do numerador será igual a GL combinado - GL separado e para o denominador
GL separado.
A probabilidade P de F, para 2 e 53 graus de liberdade, é igual a 1,71 10
-23
. O valor
da probabilidade P testa a hitese de nulidade de que não há diferença entre as curvas
ajustadas para testemunha e tratamento A e que qualquer diferença seria devida ao acaso.
Em face da probabilidade desprezível obtida para o exemplo em discussão, a hitese tem
que ser rejeitada. As curvas são diferentes e a houve efeito do tratamento na adsorção.
Como não se elegeu nenhum parâmetro do modelo para comparação não se determina qual
deles causou a diferença.
Soma de quadrados separados: 130,53 + 412,01 = 542,54
Graus de liberdade separados: 25 + 25 = 50
Soma de quadrados combinados: 5917,23
Graus de liberdade combinados:: 53
11,165
50
54,542
)5053(
)54,54223,5917(
)separado.l.g(
)separadoSQ(
)separado.l.gcombinado.l.g(
)separadoSQcombinadoSQ(
F =
=
=
165
APÊNDICE B
Tabela A1– Cádmio adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida
em um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Barueri.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Cd adicionado C E Cd adsorvido C E Cd adsorvido C E Cd adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,01 4,88 0,02 4,82 0,02 4,77
1 0,06 9,41 0,07 9,35 0,06 9,40
1,5 0,15 13,54 0,17 13,30 0,17 13,30
3 0,41 25,86 0,41 25,86 0,44 25,64
4 0,68 33,24 0,63 33,71 0,68 33,25
10 2,16 78,40 2,17 78,35 2,33 76,68
Testemunha
18 4,91 130,95 5,21 127,94 5,32 126,80
0 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00
0,1 0,02 0,78 0,02 0,78 0,02 0,76
0,5 0,05 4,50 0,05 4,50 0,06 4,40
1 0,09 9,10 0,08 9,22 0,09 9,10
1,5 0,19 13,11 0,20 13,00 0,18 13,20
3 0,43 25,70 0,41 25,90 0,45 25,50
4 0,64 33,62 0,63 33,69 0,64 33,62
10 1,99 80,10 2,07 79,30 1,07 89,31
LB 1N
18 3,04 149,65 3,64 143,61 3,67 143,26
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,06 4,40 0,06 4,39 0,06 4,45
1 0,11 8,92 0,11 8,87 0,09 9,07
1,5 0,21 12,92 0,21 12,86 0,21 12,90
3 0,44 25,63 0,45 25,50 0,48 25,20
4 0,60 34,00 0,70 33,00 0,66 33,40
10 1,93 80,70 2,08 79,20 2,44 75,60
LB 2N
18 4,94 130,60 5,37 126,30 4,64 133,60
0 0 0,00 0 0,00 0 0,00
0,1 0,04 0,60 0,04 0,60 0,04 0,60
0,5 0,11 3,90 0,1 4,00 0,09 4,10
1 0,13 8,70 0,14 8,60 0,13 8,70
1,5 0,2 13,00 0,22 12,80 0,23 12,70
3 0,41 25,90 0,39 26,10 0,42 25,80
4 0,51 34,90 0,53 34,70 0,55 34,50
10 1,52 84,80 1,53 84,70 1,62 83,80
LB 4N
18 3,38 146,20 3,32 146,80 3,62 143,80
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,06 4,45 0,06 4,40 0,06 4,40
1 0,09 9,07 0,11 8,87 0,11 8,93
1,5 0,21 12,90 0,21 12,86 0,21 12,92
3 0,44 25,63 0,45 25,50 0,48 25,20
4 0,66 33,40 0,70 33,00 0,60 34,00
10 1,93 80,70 2,08 79,20 2,44 75,60
LB 8N
18 4,64 133,60 5,37 126,30 4,94 130,60
166
Tabela A2– Cádmio adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida
em um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Franca.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Cd adicionado C E Cd adsorvido C E Cd adsorvido C E Cd adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,01 4,88 0,02 4,82 0,02 4,77
1 0,06 9,41 0,07 9,35 0,06 9,40
1,5 0,15 13,54 0,17 13,30 0,17 13,30
3 0,41 25,86 0,41 25,86 0,44 25,64
4 0,68 33,24 0,63 33,71 0,68 33,25
10 2,16 78,40 2,17 78,35 2,33 76,68
Testemunha
18 4,91 130,95 5,21 127,94 5,32 126,80
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,00 5,00 0,00 5,00 0,00 5,00
1 0,00 10,00 0,00 10,00 0,00 10,00
1,5 0,02 14,80 0,03 14,70 0,02 14,77
3 0,20 27,97 0,19 28,13 0,21 27,93
4 0,38 36,18 0,32 36,80 0,35 36,50
10 1,58 84,20 1,59 84,10 1,44 85,60
LF 1N
18 4,34 136,60 4,05 139,50 4,24 137,60
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,00 5,00 0,00 5,00 0,00 5,00
1 0,00 10,00 0,00 10,00 0,00 10,00
1,5 0,00 15,00 0,00 15,00 0,00 15,00
3 0,12 28,81 0,15 28,50 0,12 28,80
4 0,21 37,86 0,22 37,76 0,24 37,62
10 1,22 87,83 1,11 88,90 1,11 88,90
LF 2N
18 3,45 145,50 2,68 153,20 3,60 144,00
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,00 5,00 0,00 5,00 0,00 5,00
1 0,00 9,98 0,01 9,94 0,11 8,86
1,5 0,11 13,86 0,09 14,12 0,07 14,34
3 0,31 26,93 0,30 27,05 0,26 27,36
4 0,44 35,58 0,43 35,67 0,43 35,67
10 1,67 83,29 1,69 83,06 1,64 83,64
LF 4N
18 3,78 142,20 3,97 140,34 4,15 138,52
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00
0,5 0,01 4,91 0,12 3,83 0,01 4,95
1 0,04 9,60 0,05 9,54 0,05 9,53
1,5 0,16 13,39 0,17 13,33 0,18 13,19
3 0,45 25,55 0,44 25,63 0,44 25,60
4 0,58 34,21 0,71 32,89 0,71 32,89
10 2,16 78,45 2,19 78,08 2,26 77,40
LF 8N
18 4,91 130,90 4,77 132,27 5,53 124,67
167
Tabela A3– Cobre adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Barueri.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Cu adicionado C E Cu adsorvido C E Cu adsorvido C E Cu adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,07 49,30 0,05 49,50 0,05 49,50
10 0,04 99,60 0,03 99,70 0,03 99,70
25 0,03 249,70 0,01 249,90 0,01 249,90
50 0,13 498,70 0,15 498,50 0,15 498,50
70 1,88 681,20 2,83 671,70 2,83 671,70
100 11,42 885,80 8,11 918,90 11,725 882,75
140 28,73 1112,70 29,29 1107,10 48,514 914,86
Testemunha
280 119,69 1603,10 143,69 1363,10 165,94 1140,62
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,01 99,90 0,00 100,00 0,01 99,90
25 0,17 248,30 0,49 245,10 0,27 247,30
50 1,28 487,20 1,94 480,60 1,82 481,80
70 5,46 645,40 6,91 630,90 7,07 629,30
100 46,19 538,10 19,51 804,90 18,60 814,00
140 45,48 945,20 44,95 950,50 42,90 971,00
LB 1N
280 150,64 1293,60 156,12 1238,80 161,41 1185,90
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,01 49,86 0,02 49,83 0,00 49,97
10 0,03 99,73 0,02 99,85 0,01 99,91
25 0,18 248,25 0,21 247,93 0,18 248,20
50 1,38 486,25 1,17 488,30 1,50 485,01
70 3,30 667,01 4,16 658,37 3,86 661,39
100 5,52 944,76 13,54 864,59 13,54 864,59
140 35,33 1046,68 35,58 1044,25 35,07 1049,27
LB 2N
280 137,75 1422,55 146,51 1334,94 144,53 1354,73
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,04 49,63 0,00 50,00
10 0,01 99,87 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,11 248,86 0,16 248,45 0,16 248,45
50 1,42 485,76 1,18 488,20 1,18 488,20
70 3,90 660,96 3,59 664,07 3,59 664,07
100 13,18 868,21 8,33 916,72 8,33 916,72
140 33,63 1063,66 35,96 1040,43 35,96 1040,43
LB 4N
280 135,18 1448,22 136,17 1438,33 136,17 1438,33
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,14 248,64 0,03 249,66 0,05 249,51
50 0,99 490,15 1,33 486,67 1,35 486,51
70 3,89 661,13 4,37 656,26 3,95 660,53
100 11,13 888,67 12,82 871,82 12,82 871,82
140 36,58 1034,17 33,18 1068,18 32,20 1078,05
LB 8N
280 134,59 1454,10 130,48 1495,20 125,83 1541,70
168
Tabela A4 – Cobre adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Franca.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Cu adicionado C E Cu adsorvido C E Cu adsorvido C E Cu adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,07 49,30 0,05 49,50 0,05 49,50
10 0,04 99,60 0,03 99,70 0,03 99,70
25 0,03 249,70 0,01 249,90 0,01 249,90
50 0,13 498,70 0,15 498,50 0,15 498,50
70 1,88 681,20 2,83 671,70 2,83 671,70
100 11,42 885,80 8,11 918,90 11,725 882,75
140 28,73 1112,70 29,29 1107,10 48,514 914,86
Testemunha
280 119,69 1603,10 143,69 1363,10 165,94 1140,62
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,00 250,00 0,00 250,00 0,00 250,00
50 1,17 488,30 1,45 485,48 1,26 487,37
70 4,14 658,57 5,30 647,04 4,54 654,58
100 11,66 883,39 12,43 875,75 12,43 875,75
140 41,18 988,20 40,27 997,26 37,91 1020,88
LF 1N
280 166,24 1137,60 150,51 1294,90 148,07 1319,30
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,00 250,00 0,00 250,00 0,00 250,00
50 0,06 499,42 0,30 497,05 0,38 496,22
70 1,64 683,56 1,75 682,55 1,74 682,64
100 7,01 929,92 7,42 925,76 7,42 925,76
140 26,89 1131,15 21,29 1187,06 21,48 1185,16
LF 2N
280 137,57 1424,30 126,76 1532,40 119,20 1608,00
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,00 250,00 0,00 250,00 0,00 250,00
50 0,92 490,80 1,00 489,98 0,91 490,91
70 3,44 665,56 3,56 664,41 2,39 676,11
100 9,42 905,78 10,35 896,50 10,35 896,50
140 27,05 1129,49 31,97 1080,30 31,01 1089,87
LF 4N
280 133,41 1465,95 123,22 1567,84 122,32 1576,85
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
5 0,00 50,00 0,00 50,00 0,00 50,00
10 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00
25 0,00 250,00 0,37 246,35 0,28 247,20
50 3,06 469,44 3,11 468,94 2,63 473,73
70 6,20 638,04 5,64 643,62 8,02 619,78
100 16,65 833,52 17,03 829,72 17,03 829,72
140 42,42 975,81 37,90 1021,05 42,90 970,99
LF 8N
280 150,36 1296,39 145,00 1350,03 149,45 1305,52
169
Tabela A5– Níquel adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Barueri.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Ni adicionado C E Ni adsorvido C E Ni adsorvido C E Ni adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,12 8,80 0,09 9,14 0,05 9,46
3 0,45 25,50 0,49 25,09 0,63 23,74
5 1,00 40,01 1,24 37,60 1,00 40,00
10 2,32 76,77 2,54 74,64 2,59 74,09
20 8,98 110,19 7,28 127,20 8,47 115,35
30 11,05 189,50 14,96 150,40 12,87 171,30
40 21,98 180,20 21,42 185,80 21,08 189,20
Testemunha
60 31,78 282,20 28,02 319,80 30,41 295,90
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,15 8,50 0,11 8,90 0,12 8,80
3 0,63 23,70 0,32 26,80 0,51 24,90
5 1,27 37,30 1,18 38,20 1,16 38,40
10 3,11 68,90 2,99 70,10 3,07 69,30
20 7,83 121,70 7,84 121,60 7,18 128,20
30 12,92 170,80 13,53 164,70 13,63 163,70
40 19,19 208,10 19,51 204,90 19,68 203,20
LB 1N
60 32,59 274,10 31,75 282,50 32,12 278,80
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,11 8,90 0,12 8,80 0,11 8,90
3 0,54 24,60 0,46 25,40 0,49 25,10
5 1,04 39,60 1,01 39,90 1,08 39,20
10 2,58 74,20 2,46 75,40 2,63 73,70
20 7,05 129,50 6,83 131,70 7,08 129,20
30 11,65 183,50 12,47 175,30 11,99 180,10
40 18,05 219,50 18,53 214,70 16,86 231,40
LB 2N
60 30,34 296,60 31,50 285,00 30,04 299,60
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,20 8,01 0,22 7,79 0,20 7,98
3 0,54 24,58 0,56 24,45 0,52 24,83
5 0,94 40,64 0,97 40,28 0,93 40,69
10 2,16 78,41 2,15 78,52 2,15 78,52
20 5,27 147,29 5,36 146,43 5,54 144,61
30 9,16 208,38 9,20 208,05 9,28 207,23
40 14,20 258,00 13,56 264,40 13,87 261,30
LB 4N
60 25,04 349,60 24,27 357,30 24,66 353,40
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,23 7,70 0,25 7,50 0,27 7,30
3 0,70 23,00 0,69 23,10 0,71 22,90
5 1,32 36,80 1,34 36,60 1,39 36,10
10 3,14 68,60 3,24 67,60 3,01 69,90
20 7,62 123,80 7,55 124,50 7,26 127,40
30 12,80 172,00 12,14 178,60 12,47 175,30
40 18,04 219,60 17,51 224,90 17,95 220,50
LB 8N
60 29,43 305,70 29,44 305,60 29,98 300,20
170
Tabela A6 – Níquel adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Franca.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Ni adicionado C E Ni adsorvido C E Ni adsorvido C E Ni adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,12 8,80 0,09 9,14 0,05 9,46
3 0,45 25,50 0,49 25,09 0,63 23,74
5 1,00 40,01 1,24 37,60 1,00 40,00
10 2,32 76,77 2,54 74,64 2,59 74,09
20 8,98 110,19 7,28 127,20 8,47 115,35
30 11,05 189,50 14,96 150,40 12,87 171,30
40 21,98 180,20 21,42 185,80 21,08 189,20
Testemunha
60 31,78 282,20 28,02 319,80 30,41 295,90
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,07 9,30 0,08 9,20 0,09 9,10
3 0,40 26,00 0,33 26,70 0,39 26,10
5 0,83 41,70 0,72 42,80 0,83 41,70
10 2,32 76,80 2,28 77,20 2,23 77,70
20 5,92 140,80 6,37 136,30 6,09 139,10
30 10,47 195,30 9,69 203,10 10,22 197,80
40 14,66 253,40 16,05 239,50 15,13 248,70
LF 1N
60 25,18 348,20 26,62 333,80 26,50 335,00
0 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00
1 0,08 9,20 0,07 9,30 0,10 9,00
3 0,31 26,90 0,28 27,20 0,31 26,90
5 0,68 43,20 0,60 44,00 0,63 43,70
10 1,73 82,70 1,72 82,80 1,65 83,50
20 4,81 151,90 4,81 151,90 4,66 153,40
30 8,12 218,80 9,40 206,00 8,90 211,00
40 12,98 270,20 13,14 268,60 13,62 263,80
LF 2N
60 24,15 358,50 23,64 363,60 24,86 351,40
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,15 8,50 0,16 8,40 0,14 8,60
3 0,46 25,40 0,55 24,50 0,48 25,20
5 0,97 40,30 1,04 39,60 0,91 40,90
10 2,42 75,80 2,64 73,60 2,51 74,90
20 6,75 132,50 6,03 139,70 6,47 135,30
30 10,87 191,30 11,30 187,00 10,95 190,50
40 16,62 233,80 17,24 227,60 16,08 239,20
LF 4N
60 27,13 328,70 26,52 334,80 26,91 330,90
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 0,09 9,10 0,15 8,50 0,07 9,30
3 0,59 24,10 0,61 23,90 0,58 24,20
5 1,19 38,10 1,27 37,30 1,24 37,60
10 3,34 66,60 3,14 68,60 3,05 69,50
20 7,50 125,00 7,35 126,50 7,73 122,70
30 13,01 169,90 12,95 170,50 12,93 170,70
40 18,36 216,40 18,97 210,30 18,73 212,70
LF 8N
60 29,85 301,50 30,49 295,10 28,68 313,20
171
Tabela A7– Zinco adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Barueri.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Zn adicionado C E Zn adsorvido C E Zn adsorvido C E Zn adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 1,00 50,00 1,03 49,70 1,04 49,60
10 2,01 79,90 1,95 80,50 2,44 75,60
30 13,08 169,20 14,03 159,70 15,08 149,20
50 20,61 293,90 18,07 319,30 24,4 256,00
100 52,82 471,80 54,09 459,10 60,34 396,60
150 91,03 589,70 96,00 540,00 100,6 494,00
300 219,18 808,20 219,55 804,50 164,5 1355,00
Testemunha
500 361,92 1380,80 351,84 1481,60 361,2 1388,00
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 0,97 50,34 1,21 47,93 1,14 48,55
10 2,16 78,36 1,98 80,16 2,39 76,09
30 12,02 179,80 12,75 172,54 12,73 172,66
50 20,23 297,74 20,92 290,82 20,94 290,63
100 50,22 497,81 52,15 478,54 52,26 477,42
150 81,06 689,44 89,52 604,85 89,52 604,85
300 201,50 985,02 206,70 933,00 202,09 979,06
LB 1N
500 338,37 1616,29 333,46 1665,37 335,87 1641,34
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 0,99 50,08 1,17 48,30 1,39 46,09
10 1,92 80,75 1,78 82,17 2,04 79,61
30 11,48 185,19 11,36 186,36 11,56 184,41
50 19,30 307,04 18,79 312,12 18,54 314,60
100 48,37 516,29 47,20 527,97 48,51 514,86
150 79,92 700,83 85,43 645,73 85,43 645,73
300 196,04 1039,61 194,24 1057,56 198,84 1011,61
LB 2N
500 328,75 1712,49 330,58 1694,17 329,75 1702,46
0 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00
6 1,8 42,23 1,8 42,07 1,7 43,29
10 2,6 73,88 2,6 73,67 2,8 72,27
30 11,2 187,70 10,9 190,60 10,8 192,30
50 17,3 327,00 18,0 319,70 17,0 330,30
100 43,4 566,10 43,8 562,20 44,6 554,50
150 78,0 720,30 75,3 746,70 75,6 743,60
300 186,3 1137,00 190,8 1092,00 186,6 1134,00
LB 4N
500 245,2 2548,00 238,7 2613,00 242,1 2579,00
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 1,60 44,00 1,50 45,00 1,54 44,60
10 2,47 75,28 2,86 71,44 2,52 74,81
30 12,99 170,09 13,20 167,96 13,30 166,97
50 19,61 303,86 20,11 298,85 19,48 305,21
100 51,99 480,14 51,62 483,81 52,22 477,77
150 86,94 630,59 90,46 595,38 90,46 595,38
300 204,76 952,42 204,25 957,49 199,93 1000,75
LB 8N
500 345,03 1549,74 342,96 1570,36 337,29 1627,14
172
Tabela A8 – Zinco adicionado, concentração de equilíbrio (CE) e quantidade adsorvida em
um Latossolo Vermelho distrófico tratado com doses de lodo da ETE de Franca.
Repetição 1 Repetição 2 Repetição 3
Tratamentos Zn adicionado C E Zn adsorvido C E Zn adsorvido C E Zn adsorvido
mg L
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
mg L
-1
mg kg
-1
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 1,00 50,00 1,03 49,70 1,04 49,60
10 2,01 79,90 1,95 80,50 2,44 75,60
30 13,08 169,20 14,03 159,70 15,08 149,20
50 20,61 293,90 18,07 319,30 24,4 256,00
100 52,82 471,80 54,09 459,10 60,34 396,60
150 91,03 589,70 96,00 540,00 100,6 494,00
300 219,18 808,20 219,55 804,50 164,5 1355,00
Testemunha
500 361,92 1380,80 351,84 1481,60 361,2 1388,00
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 0,21 57,92 0,08 59,22 0,36 56,45
10 0,89 91,13 0,85 91,49 0,85 91,54
30 9,34 206,55 10,08 199,22 9,58 204,24
50 18,10 319,00 17,16 328,39 16,69 333,14
100 45,30 547,05 46,66 533,35 46,04 539,56
150 84,22 657,79 80,31 696,93 80,31 696,93
300 199,44 1005,57 195,52 1044,85 199,38 1006,22
LF 1N
500 328,94 1710,64 335,28 1647,21 330,35 1696,52
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 0,27 57,29 0,21 57,86 0,35 56,49
10 0,54 94,60 0,34 96,62 0,63 93,71
30 7,26 227,40 7,70 222,98 7,44 225,55
50 14,20 357,95 14,40 355,96 14,47 355,34
100 41,01 589,87 41,10 588,99 40,51 594,93
150 74,20 757,97 77,25 727,52 77,25 727,52
300 195,95 1040,54 189,36 1106,41 196,27 1037,30
LF 2N
500 323,36 1766,42 325,45 1745,46 319,50 1804,98
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 1,18 48,21 0,83 51,68 1,01 49,89
10 1,97 80,28 1,84 81,60 1,66 83,41
30 11,07 189,30 11,52 184,76 10,38 196,16
50 18,95 310,46 19,48 305,21 17,75 322,54
100 46,94 530,62 49,46 505,43 49,08 509,24
150 81,63 683,73 86,14 638,64 86,14 638,64
300 198,78 1012,17 204,51 954,88 202,82 971,83
LF 4N
500 340,04 1599,61 334,55 1654,46 336,68 1633,24
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
6 1,02 49,75 0,99 50,08 0,77 52,29
10 2,15 78,53 1,94 80,56 1,95 80,54
30 13,52 164,79 13,61 163,94 13,02 169,81
50 22,05 279,46 21,20 288,03 21,01 289,88
100 51,16 488,39 53,39 466,11 54,21 457,90
150 89,94 600,60 91,41 585,88 91,41 585,88
300 209,58 904,23 208,33 916,73 210,54 894,59
LF 8N
500 344,62 1553,80 353,12 1468,83 352,42 1475,79
173
“ Hoje me sinto mais forte mais feliz quem sabe,
só levo a certeza de que muito pouco eu sei.,eu nada sei...”
Renato Teixera eAlmir Sater
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