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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Combinação de doses de potássio e magnésio na produção e nutrição mineral
do capim-Tanzânia
Dylnei Consolmagno Neto
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre
em Agronomia. Área de concentração: Solos e Nutrição
de Plantas.
Piracicaba
2006
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2
Dylnei Consolmagno Neto
Engenheiro Agrônomo
Combinação de doses de potássio e magnésio na produção e nutrição mineral do capim-
Tanzânia
Orientador:
Prof. Dr. FRANCISCO ANTONIO MONTEIRO
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre
em Agronomia. Área de concentração: Solos e Nutrição
de Plantas.
Piracicaba
2006
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Consolmagno Neto, Dylnei
Combinação de doses de potássio e magnésio na produção e nutrição mineral do
capim-Tanzânia / Dylnei Consolmagno Neto. - - Piracicaba, 2006.
82 p.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.
1. Capim Tanzânia 2. Gramínea forrageira 3. Macronutriente 4. Raiz 5. Solução nutritiva
I. Título
CDD 633.2
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
A Deus, pela saúde.
Aos meus pais Dylnei Consolmagno Jr. e Maria de Lourdes Monteiro pelo apoio e incentivo
durante toda minha vida,
AGRADEÇO
Aos meus avós Dylnei, Edméia, João e Margarida, pela estrutura familiar, carinho e apoio,
OFEREÇO
A minha namorada Ana Carolina, pela compreensão e colaboração,
DEDICO
4
AGRADECIMENTOS
Meu sincero agradecimento ao professor Dr. Francisco Antonio Monteiro, pela sua
paciência, amizade, confiança, orientação e apoio desde a minha graduação;
Aos professores da Pós-Graduação, em especial aos professores Dr. Antônio Roque
Dechen e Dr. Quirino Augusto de Camargo Carmello pela amizade, atenção, conhecimentos
transmitidos e colaboração na minha formação;
Aos funcionários do Departamento de Solos e Nutrição de Plantas: Ednéia Mondoni,
Lúcia Forti, Lurdes González, Nancy Amaral, Nivanda Ruiz e Sueli Bovi, pela amizade e apoio
na realização dessa dissertação;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo apoio
financeiro e institucional prestado para realização deste trabalho;
À Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” e à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas pela realização do curso;
Aos amigos da Pós-Graduação, pela ajuda e grande amizade desenvolvida: Cristiane
Prezotto Silveira, Edna Maria Bonfim da Silva, Fabiano De Bona, Gilberto Nava, Gilmar
Nachtigall, Gláucia Anti, Haroldo Hoogerheide, Jackson Locks Lange, João de Deus Gomes dos
Santos Júnior, Jorge Henrique dos Santos, José Olímpio Souza Júnior, Karina Batista, Luciana
Bertolotti, Simeire Aparecida Manarin e Suzana Pereira de Melo;
Aos estagiários da Nutrição Mineral de Plantas Caroline Serrano, Heloiza Silva, João
Gabriel Toaliari, Luiz Palermo, Larissa Marcondes, Paulo Hartmann, Renata Kairof, Rodrigo
Fernandes, Soraya Pires e em especial a Daniel Mafredini pela amizade e colaboração na
condução do experimento;
Aos amigos da República Boi Babão pelo apoio, união fraterna, colaboração e momentos
de descontração.
5
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................7
ABSTRACT....................................................................................................................................8
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................................11
2.1 Capim-Tanzânia ......................................................................................................................11
2.2 Potássio em gramíneas forrageiras..........................................................................................12
2.3 Magnésio em gramíneas forrageiras........................................................................................14
2.4 Interação entre potássio e magnésio em plantas......................................................................16
3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................................19
3.1 Local do experimento, espécie e época...................................................................................19
3.2 Instalação e condução do experimento....................................................................................19
3.3 Soluções nutritivas...................................................................................................................20
3.4 Contagem de perfilhos e folhas...............................................................................................21
3.5 Leitura SPAD ..........................................................................................................................21
3.6 Determinação da concentração de clorofila.............................................................................22
3.7 Colheita e separação das partes da planta................................................................................22
3.8 Área foliar................................................................................................................................23
3.9 Secagem, pesagem e moagem do material vegetal..................................................................23
3.10 Medições radiculares.............................................................................................................23
3.11 Determinação da concentração de nutrientes ........................................................................23
3.12 Concentração conjunta de potássio, magnésio e cálcio na parte aérea..................................24
3.13 Análises estatísticas...............................................................................................................24
6
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................................24
4.1 Número de perfilhos e folhas ..................................................................................................24
4.2 Unidades SPAD.......................................................................................................................29
4.3 Concentração de clorofila total................................................................................................31
4.4 Área foliar................................................................................................................................33
4.5 Produção de massa seca...........................................................................................................37
4.5.1 Massa seca da parte aérea.....................................................................................................37
4.5.2 Massa seca de raízes.............................................................................................................41
4.6 Comprimento e superfície radicular........................................................................................43
4.6 Comprimento e superfície radicular específicos .....................................................................45
4.8 Concentração de nutrientes nas lâminas de folhas recém-expandidas....................................47
4.8.1 Potássio.................................................................................................................................47
4.8.2 Magnésio ..............................................................................................................................50
4.8.3 Cálcio....................................................................................................................................54
4.8.4 Cobre ....................................................................................................................................57
4.8.5 Ferro .....................................................................................................................................58
4.8.6 Manganês..............................................................................................................................60
4.8.7 Zinco.....................................................................................................................................62
4.9 Concentração conjunta de potássio, magnésio e cálcio na parte aérea....................................64
4.10 Sintomas visuais....................................................................................................................68
5 CONCLUSÕES..........................................................................................................................73
REFERÊNCIAS............................................................................................................................74
7
RESUMO
Combinação de doses de potássio e magnésio na produção e nutrição mineral
do capim-Tanzânia
A utilização do capim-Tanzânia tem sido crescente nas pastagens brasileiras e há nítida
demanda de maior conhecimento sobre as necessidades nutricionais dessa forrageira, com o
intuito de se obter mais altas produtividades. O objetivo desta pesquisa foi de obter informações
desse capim no que diz respeito à relação entre os nutrientes potássio e magnésio, através da
avaliação do número de perfilhos e de folhas, área foliar, produção de massa da parte aérea e das
raízes, superfície e comprimento radicular, leitura SPAD, teor de clorofila nas folhas e
concentrações dos macronutrientes catiônicos nos tecidos das plantas e caracterização de
sintomas visuais. Foi conduzido um experimento em casa-de-vegetação, com solução nutritiva,
em vasos de 3,6 L tendo sílica moída como substrato, no período de setembro a novembro de
2004, em Piracicaba-SP. Utilizou-se o esquema fatorial 5
2
incompleto, perfazendo um total de 13
combinações de doses de potássio e de magnésio, em mmol L
-1
: 0,4K/0,05Mg; 0,4K/1,35Mg;
0,4K/2,65Mg; 3,2K/0,7Mg; 3,2K/2Mg; 6K/0,05Mg; 6K/1,35Mg; 6K/2,65Mg; 8,8K/0,7 Mg;
8,8K/2Mg; 11,6K/0,05Mg; 11,6K/1,35Mg; 11,6K/2,65Mg, em delineamento experimental de
blocos ao acaso, com quatro repetições. O primeiro corte das plantas foi realizado 46 dias após o
transplante das mudas e o segundo 28 dias após o primeiro. Em ambos os cortes a parte aérea das
plantas foi separada em folhas emergentes, lâminas de folhas recém-expandidas, lâminas de
folhas maduras e colmos mais bainhas. Após o segundo corte realizou-se também a separação
das raízes, utilizando-se água corrente e peneiras de 0,25 e 1,00 mm. As combinações de doses
de potássio e de magnésio foram determinantes para a proporção de potássio, magnésio e cálcio
na parte aérea nos dois períodos de crescimento, para comprimento e massa radicular e, somente
no segundo crescimento, para produção da parte aérea e para as concentrações de cálcio e de
manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim. De forma isolada as doses de
potássio alteraram o número de perfilhos e de folhas, a área foliar e a concentração de zinco nas
lâminas de folhas recém-expandidas nos dois crescimentos, enquanto influenciaram, no primeiro
crescimento, a produção da parte aérea e as concentrações de cálcio, cobre, ferro e manganês nas
folhas diagnósticas, além de promover alteração na superfície radicular. As doses de magnésio,
isoladamente, fizeram variar o valor SPAD e a concentração de clorofila nos dois crescimentos, e
no segundo crescimento, têm influência na área foliar, na superfície radicular e nas
concentrações de cobre, ferro e zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas da gramínea. As
máximas respostas do capim-Tanzânia ocorreram com fornecimento de potássio na solução
nutritiva entre 8,4 e 10,9 mmol L
-1
e o de magnésio entre 1,7 e 2,3 mmol L
-1
, e com participação
do potássio entre 53 e 64 % e do magnésio ao redor de 20 % na concentração total de potássio,
magnésio e cálcio na parte aérea das plantas. Sintomas visuais das deficiências de potássio e de
magnésio nas plantas somente foram observados com baixos suprimentos desses nutrientes.
Palavras-chave: antagonismo, gramínea forrageira, macronutrientes, Panicum maximum, raízes,
solução nutritiva
8
ABSTRACT
Potassium and magnesium rates combinations for Tanzania grass production
and mineral nutrition
Tanzânia grass use in Brazilian pastures has been improved, and there is a need for more
knowledge on its mineral nutrition in order to increase forage productivity. The objective of this
research was to obtain information for this grass related to the combined supply of potassium and
magnesium, through the evaluation of number of tillers and leaves, leaf area, plant tops and roots
dry matter production, roots lenght and surface, SPAD value, leaf chlorophyll concentration,
cationic macronutrients concentrations in plant tissues and visual symptoms characterization. An
experiment was carried out in a greenhouse by using nutrient solution in 3.6 L pots containing
ground quartz, from September to November 2004, at Piracicaba, São Paulo State, Brasil. An
incomplete 5
2
factorial was used, which resulted in 13 combinations among potassium and
magnesium rates, in mmol L
-1
: 0,4K/0,05Mg; 0,4K/1,35Mg; 0,4K/2,65Mg; 3,2K/0,7Mg;
3,2K/2Mg; 6K/0,05Mg; 6K/1,35Mg; 6K/2,65Mg; 8,8K/0,7 Mg; 8,8K/2Mg; 11,6K/0,05Mg;
11,6K/1,35Mg; 11,6K/2,65Mg, in a randomized block design, with four replications. Plants were
first harvested 46 days after seedlings transplanting to the pots, and harvested again 28 days after
the first harvest. At each harvest plants tops were separated into emergent leaves, newly
expanded leaf laminae, mature leaf laminae and culms plus sheaths. After the second harvest the
roots were collected by passing tap water through 0.25 and 1.00 mm screens. Potassium and
magnesium rates combinations highly influenced the proportion of potassium, magnesium and
calcium in plant tops in both growth periods, and the roots dry weight and length. These nutrients
rates combinations also determined forage yield and concentrations of calcium and manganese in
the newly expanded leaf laminae at the second harvest. Potassium rates significantly changed the
number of tillers and leaves, leaf area, and zinc concentration in the newly expanded leaves at
both growth periods, whereas in the first growth influenced forage yield, concentrations of
calcium, copper, iron and manganese in the newly expanded leaf laminae, and in the root surface.
Magnesium rates resulted in changes in SPAD values and chlorophyll concentrations in the two
plant growths but, at second growth, promoted changes in leaf area, in root surface, and in
concentrations of copper, iron and zinc in the newly expanded leaf laminae. Maximum responses
of Tanzania grass were found when potassium was supplied between 8.4 and 10.9 mmol L
-1
and
magnesium between 1.7 and 2.3 mmol L
-1
and when potassium contributed between 53 and 64 %
and magnesium about 20 % to the total concentration of potassium, magnesium and calcium in
plants tops. Visual symptoms of potassium and magnesium deficiencies in the plants were only
observed with low rates supply of these nutrients.
Keywords: antagonism, forage grass, macronutrients, nutrient solution, Panicum maximum, roots
9
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui grande destaque no cenário mundial, por ser atualmente o maior
exportador de carne bovina e apresentar o maior rebanho comercial do mundo. Nesse contexto as
pastagens tornam-se indispensáveis, pois são a principal fonte de alimentação dos bovinos e
também a de menor custo. Porém, nos anos mais recentes ocorreram reduções das áreas de
pastagens devido à baixa lucratividade atrelada ao mau manejo e ausência de reposição
nutricional.
A espécie Panicum maximum Jacq. é originária da África Tropical e tem grande
importância no cenário brasileiro, sendo bem adaptada a solos profundos, bem drenados e com
fertilidade de média a elevada. Por essa razão, grande parte dos estudos envolvendo novos
cultivares de forrageiras está sendo direcionada a essa espécie. Também é de grande importância
o avanço sobre a nutrição mineral dessas gramíneas, com o intuito de suprir suas necessidades em
nutrientes e permitir que expressem todo seu potencial de produtivo.
O capim-Tanzânia (Panicum maximum cv. Tanzânia) foi lançado pela Embrapa e liberado
aos produtores em 1990, e atualmente é um dos cultivares dessa espécie mais utilizados na
formação de pastagens no Brasil. Apresenta, como característica marcante, relativa tolerância à
seca e ao frio, mantendo nessas condições adversas maior proporção de folhas verdes, maior
produção de massa seca total e conseqüentemente maior taxa de lotação das pastagens do que
outras gramíneas forrageiras.
A adequada nutrição mineral das plantas forrageiras é um requisito básico para o bom
desenvolvimento das pastagens, de forma a elevar a produção de massa seca por unidade de área,
melhorar e conseqüentemente aumentar a disponibilidade de alimentos para a nutrição dos
animais que delas se alimentam.
Apesar do grande potencial produtivo das forrageiras, observa-se que a produção de
massa seca, o valor nutritivo, a taxa de lotação e a produtividade animal apresentada pela
pecuária brasileira são muito inferiores aos que poderiam ser obtidos. O aumento da eficiência de
produção deve-se em grande parte à nutrição adequada dessas pastagens.
O potássio é absorvido na forma catiônica, por processo ativo, e suas principais funções
no metabolismo vegetal são: ativação de enzimas, síntese protéica, manutenção do potencial
osmótico de células e tecidos, participação na fotossíntese, translocação de carboidratos
assimilados e aumentar a resistência da planta ao frio e a doenças. Ao lado do nitrogênio, é um
10
nutriente requerido em alta quantidade pelas gramíneas forrageiras. Possui alta mobilidade no
interior da planta, de tal forma que seus sintomas são observados primeiro nas folhas maduras.
O magnésio é absorvido como cátion divalente e participa da molécula de clorofila,
estando intimamente ligado ao processo fotossintético da planta. A sua escassez causa redução na
taxa de fotossíntese, resultando em menor produção de massa seca por unidade de área.
Caracteriza-se por alta mobilidade no interior da planta, sendo seu sintoma de deficiência
observado inicialmente nas lâminas maduras, com aumento da taxa de degradação de proteínas e
redução na concentração de clorofila.
A interferência da absorção de potássio na do magnésio é conhecida como antagonismo,
sendo a absorção de magnésio fortemente reduzida por potássio e amônio. Esse problema se torna
mais sério quando a quantidade de magnésio disponível à planta é muito baixa ou na presença de
concentração elevada de potássio no substrato. Quando o suprimento de potássio é abundante é
comum ocorrer não somente interferência na absorção de magnésio, como também na
disponibilidade fisiológica desse nutriente.
Sabendo-se da necessidade desses dois nutrientes para o desenvolvimento das plantas e
das relações antagônicas entre a absorção do potássio e do magnésio torna-se evidente a
necessidade de estudos mais aprofundados sobre essa relação nas plantas cultivadas e
particularmente nas forrageiras.
Baseado nesse contexto é que se enquadra a hipótese de que o antagonismo entre o
potássio e o magnésio provoca alterações fisiológicas, nutricionais e produtivas no capim-
Tanzânia.
Objetivou-se nesse trabalho obter informações para o capim-Tanzânia, no que diz respeito
à relação entre os nutrientes potássio e magnésio, por meio da avaliação do surgimento de
perfilhos, do aparecimento de folhas, da área foliar, da produção de massa da parte aérea e das
raízes, da superfície e comprimento radicular, da obtenção de sintomas visuais, da leitura SPAD,
da determinação da concentração de clorofila nas folhas e das concentrações dos nutrientes
catiônicos nos tecidos das plantas.
11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Capim-Tanzânia
O capim-Tanzânia pertence à família Gramínea, é de origem africana, apresentando
aproximadamente 81 gêneros e mais de 1460 espécies. O Panicum maximum Jacq. foi
introduzido nas Américas provavelmente no fim do século XVIII, através dos navios que
transportavam escravos, e daí se espalhou devido à sua alta produtividade, palatabilidade e boa
persistência (ARONOVICH, 1995).
A espécie Panicum maximum Jacq., cujo cultivar mais antigo é o capim-Colonião, foi a
forrageira mais utilizada no Brasil na década de 1970 e posteriormente foi substituída pelas
Braquiárias, as quais são menos exigentes em fertilidade de solo (NASCIMENTO; RENVOIZE,
2001). Além do Colonião surgiram outros cultivares como Guiné, Green Panic, Makueni,
Sempre-Verde e Touceira que são mais antigos, e recentemente os cultivares Centenário, Tobiatã,
Vencedor, Aruana, Mombaça e Tanzânia. O cultivar Tanzânia da espécie Panicum maximum foi
lançado comercialmente em 1990 pela Embrapa Gado de Corte (JANK, 1994) e registrado como
BRA 007218.
Na busca por cultivares de maior produtividade, valor nutricional, facilidade de manejo,
além de mais adaptados a solos de média fertilidade surgiu o interesse pelo uso de novos
cultivares de Panicum maximum, como o Tanzânia, Tobiatã e Mombaça (EUCLIDES;
EUCLIDES FILHO, 1997).
O capim-Tanzânia é uma planta cespitosa e de folhas decumbentes, com largura média de
2,6 cm. Os colmos são levemente arroxeados e as inflorescências são do tipo panícula, com
ramificações primárias e secundárias longas apenas na base (SAVIDAN; JANK; COSTA, 1990).
Segundo Vieira (1993), o cultivar Tanzânia apresenta boa aceitabilidade pelos animais,
com ganhos elevados de peso e aumento relativo da taxa de lotação da pastagem e, quando bem
adubado e manejado, apresenta boa produção de massa seca e boa cobertura do solo.
Aronovich (1995) afirmou que, entre os cultivares da espécie Panicum maximum, o
plantio do capim-Tanzânia tem sido estimulado por suas excelentes características agronômicas e
de consumo pelos animais.
12
2.2 Potássio em gramíneas forrageiras
O potássio é o mais abundante cátion presente no citoplasma das células vegetais e ocupa
o segundo lugar em quantidade extraída pelas plantas, participando da translocação dos
carboidratos sintetizados, no processo fotossintético, da síntese protéica, da ativação enzimática,
sendo que em casos de deficiência algumas plantas passam a acumular carboidratos solúveis e
reduzem o acúmulo de amido e compostos nitrogenados. É absorvido na forma de K
+
, não
sofrendo alterações em sua forma no interior das plantas e caracteriza-se por alta mobilidade
dentro de células, tecidos e longas distâncias, como floema e xilema (MARSCHNER, 1995).
Segundo Braga (1996), o potássio está relacionado com processos bioquímicos no
metabolismo de carboidratos, síntese de proteínas e de açúcares, além da translocação e
armazenamento de açúcares. Está relacionado com praticamente todas as funções fisiológicas da
planta (COELHO; VERLENGIA, 1973).
Trabalhando com adubação nitrogenada e potássica em capim-Colonião com cortes
mecânicos, Vicente-Chandler et al. (1962) observaram incremento na produção de massa seca até
a dose de potássio de 440 kg ha
-1
, quando utilizaram adubação elevada de nitrogênio.
Em experimento com solução nutritiva completa e omissão de nutrientes, França e Haag
(1985) verificaram que, na omissão de potássio, o capim-Tobiatã apresentou menor número de
perfilhos e redução na produção de massa seca em relação ao tratamento completo.
Ferrari Neto (1991), utilizando a técnica do elemento faltante, verificou que a produção de
massa seca dos capins Braquiária (Brachiaria decumbens) e Colonião (Panicum maximum) foi
influenciada pelo potássio, com a omissão desse nutriente resultando em produção de 30%
daquela do tratamento completo.
Buscando avaliar a influência das adubações nitrogenada e potássica em capim-Setária
(Setaria anceps cv. Kazungula), Herling et al. (1991) conseguiram incrementos na produção de
massa seca com as doses de potássio, mesmo sem interferência no perfilhamento da planta.
Cultivando Brachiaria brizantha cv. Marandu em solução nutritiva com omissões de
macronutrientes, Monteiro et al. (1995) constataram que na omissão de potássio, a concentração
desse nutriente na parte aérea era de 4,3 g kg
-1
e nas raízes de 3,6 g kg
-1
, as quais foram mais
baixas daquelas do tratamento completo que atingiram 28,0 e 25,0 g kg
-1
, respectivamente.
13
Silva et al. (1995), em estudos com sete doses de potássio (0; 9,75; 39; 78; 156; 234 e
312 mg L
-1
ou seja, 0; 0,25; 1; 2; 4; 6 e 8 mmol L
-1
) no capim-Tanzânia, verificaram respostas
positivas às doses de potássio para a produção de massa seca de lâminas de folhas maduras, de
lâminas de folhas recém-expandidas, de colmos mais bainhas, de massa seca da parte aérea e de
perfilhamento do capim.
Em experimento com doses de potássio em Panicum maximum cv. Colonião e Brachiaria
decumbens, incrementos significativos na produção de massa seca da parte aérea foram relatados
por Faquin et al. (1995), em cada um e no total dos dois cortes. No total dos cortes, a produção de
massa seca em função das doses de potássio aumentou em quase quatro vezes no capim-
Braquiária e em quase cinco vezes no capim-Colonião em relação à não aplicação desse
nutriente. As doses de potássio não promoveram diferenças no perfilhamento do capim-Colonião,
enquanto essa significância foi verificada no capim-Braquiária.
Mattos (1997) conduziu dois experimentos em casa-de-vegetação com solução nutritiva,
avaliando a diagnose nutricional de potássio em Brachiaria decumbens cv. Basilisk e Brachiaria
brizantha cv. Marandu. Verificou que o incremento de potássio na solução proporcionou
aumentos na produção de massa seca da parte aérea, das raízes, no perfilhamento e na
concentração de potássio nos componentes da parte aérea e nas raízes das duas espécies. Também
constatou que o nível crítico de potássio nas lâminas de folhas recém-expandidas da Brachiaria
decumbens foi de 23 e 20 g kg
-1
, no primeiro e segundo crescimentos.
Segundo Pereira (2001), na ausência de potássio na solução nutritiva ocorreu redução na
produção de massa seca da parte aérea no primeiro crescimento e não houve sequer rebrota das
plantas após o primeiro corte do capim-Mombaça.
Em experimento com doses de fósforo (0, 10, 20, e 39 kg ha
-1
) e potássio (0, 23, 46 e
93 kg ha
-1
) em capim-Estrela (Cynodon nlemfuensis var. nlemfuensis), Pant, Mislevy e Rechcigl
(2004) observaram que após frio severo a variação de fechamento da área foi de 3 para 93% nas
doses de potássio de 0 a 93 kg ha
-1
, além de elevada correlação entre o fechamento da área e a
concentração de potássio no tecido da planta. Concluíram que o suprimento de potássio é
fundamental para tolerância e persistência do capim-Estrela durante o inverno, nas regiões
subtropicais.
Embora nem sempre o potássio tenha apresentado efeitos marcantes na produção de
massa seca, sua aplicação em áreas de exploração intensiva de pastagem é indispensável (MESA;
14
MENDOZA; AVILA, 1989). Estudos realizados por Vicente-Chandler et al. (1962), França e
Haag (1985), Silva et al. (1995), Benetti e Monteiro (1999), Pereira (2001) e Lavres Júnior
(2001) demonstraram que a produção de massa seca do Panicum maximum foi incrementada com
o fornecimento de potássio.
Gramíneas forrageiras deficientes em potássio apresentam folhas pouco desenvolvidas,
colmos finos, raquíticos e são pouco resistentes ao tombamento, podendo ocorrer clorose e
necrose nas pontas e nas margens das folhas, em casos de grave deficiência, reduzindo a
produtividade da forrageira (WERNER, 1986) e aumentando a susceptibilidade a danos por frio e
doenças (MARSCHNER, 1995).
2.3 Magnésio em gramíneas forrageiras
O papel mais conhecido do magnésio em plantas relaciona-se à ocorrência como elemento
central da molécula de clorofila. Porém, apenas de 15 a 20% do total de magnésio presente na
planta está relacionado com esta função (MENGEL; KIRKBY, 2001).
Malavolta (1980) afirmou que o magnésio ativa mais enzimas do que qualquer outro
nutriente. É também cofator de quase todas as enzimas fosforiladas, formando uma ponte entre o
pirofosfato do trifosfato de adenosina (ATP) ou do difosfato de adenosina (ADP) e a molécula da
enzima. A transferência de energia desses dois compostos é fundamental nos processos de
fotossíntese, respiração, reação de síntese dos compostos orgânicos, absorção iônica e trabalho
mecânico realizado pela planta.
O requerimento de magnésio para ótimo crescimento da planta é de 1,5 a 3,5 g kg
-1
da
massa seca das partes vegetais. Na deficiência de magnésio ocorre translocação desse nutriente
das folhas maduras para as mais jovens, de tal forma que sintomas visuais são observados
primeiramente nas folhas maduras. Os sintomas de deficiência aumentam de acordo com a
intensidade luminosa a que as folhas são expostas (MARSCHNER, 1995).
Pesquisadores do Centro Internacional de Agricultura Tropical - CIAT (1984),
trabalhando com pastagens de Brachiaria humidicola em degradação, obtiveram aumento na
produção de massa seca com aplicação de magnésio de 10 kg ha
-1
,
evidenciando a importância da
aplicação de magnésio como nutriente quando não adicionado calcário para correção da acidez do
15
solo, o qual pode ter em sua composição quantidades suficientes de magnésio para suprir a
necessidade das forrageiras.
Segundo Corrêa (1996), há carência de resultados envolvendo emprego do magnésio na
adubação, não somente de Panicum maximum, mas das forrageiras em geral. Mesmo sem se
conhecer as exigências específicas em magnésio pelas culturas, e por vezes ignorando os teores
de magnésio no solo e do calcário, a calagem tem sido a principal forma de adição de magnésio
ao solo. Assim sendo, os efeitos do fornecimento de magnésio em particular são ainda pouco
detalhados, pois normalmente não se distinguem dos efeitos do cálcio ou da redução da acidez do
solo (ALMEIDA, 1998).
Skerman e Riveros (1982), ao avaliarem a concentração de magnésio na massa seca de
280 gramíneas forrageiras, verificaram variação nessa concentração de 0,4 a 9,0 g kg
-1
, com
dia em torno de 3,6 g kg
-1
.
Estudando três cultivares de Panicum maximum, com doses de nitrogênio (42, 210 e
378 mg L
-1
, ou seja, 3, 15 e 27 mmol L
-1
) e de magnésio (4,8 e 48 mg L
-1
, equivalentes a 0,2 e
2 mmol L
-1
) em solução nutritiva, Corrêa (1996) obteve incremento da produção de massa seca
da parte aérea e das raízes com relação ao magnésio, apenas quando as doses de nitrogênio foram
mais elevadas.
Em experimento com doses de magnésio (0; 0,05; 0,15; 0,5; 1,5; 2 e 2,5 mmol L
-1
) para
Brachiaria brizantha cv. Marandu, Sarkis, Frare e Monteiro (1996) constataram que esse
nutriente afetou a produção de massa seca das plantas. A variação percentual na produção das
lâminas de folhas recém-expandidas foi de 40 a 47% no primeiro corte e de 32 a 35% no segundo
corte, quando compararam a omissão com a dose mais elevada de magnésio.
Monteiro et al. (1995) constataram que a omissão de magnésio no cultivo de capim-
Marandu (Brachiaria brizantha) em solução nutritiva resultou em redução de 45% na produção
de massa seca da parte aérea, 70% de raízes e 32% de número de perfilhos, quando comparada ao
tratamento completo.
Conduzindo experimento com doses de magnésio e de fósforo em duas braquiárias,
Almeida (1998) relatou aumento da produção de massa seca da parte aérea com o fornecimento
de doses de magnésio, quando o fósforo foi aplicado em 15,5 mg L
-1
. As braquiárias também
apresentaram grande capacidade de absorção e de acúmulo de magnésio, principalmente quando
16
se elevou a disponibilidade de fósforo, e as lâminas foliares as principais responsáveis pelo
acúmulo desse nutriente.
Em experimentos com variação da saturação por base, para gramíneas forrageiras
tropicais, Premazzi (1991) constatou que as concentrações de magnésio e cálcio na parte aérea do
capim-Marandu foram de 9,4 e 3,0 g kg
-1
no primeiro corte e de 4,7 e 1,3 g kg
-1
no segundo corte,
respectivamente. Para o capim-Colonião essas concentrações foram de 6,4 e 3,0 g kg
-1
no
primeiro corte e 4,5 e 2,9 g kg
-1
no segundo. Guimarães (2002) relatou que as relações
cálcio:magnésio, em dois solos, para Brachiaria mutica e Brachiaria humidicola oscilaram entre
0,5 e 0,9:1.
De acordo com Pereira (2001), a presença de magnésio na solução nutritiva para cultivo
do capim-Mombaça alterou positivamente a leitura do valor SPAD nas lâminas de folhas recém-
expandidas, além da massa seca da parte aérea e das raízes, o número de perfilhos e área foliar.
2.4 Interação entre potássio e magnésio em plantas
As relações antagônicas entre os cátions e a influência destes na absorção de potássio
pelas plantas depende de alguns fatores, tais como a espécie vegetal e a proporção de outros
cátions em relação ao potássio (PIERRE; BOWER, 1943).
Tewari, Sinha e Mandal (1971), em cultivo de ervilhaca (Vicia sativa) em solução
nutritiva e em mistura de argila e areia, utilizando relações Ca/Mg e Mg/K, observaram que
aumentos na relação Ca/Mg causaram decréscimo na absorção de magnésio e potássio pelas
plantas. Entretanto, o efeito do potássio foi mais pronunciado em relação à absorção de cálcio e
magnésio.
Em experimento realizado por Rosolem, Machado e Brinholi (1984), com objetivo de
estudar a resposta do sorgo sacarino (Sorghum bicolor) ao magnésio na presença e ausência de
calagem e adubação potássica, constataram que os teores de magnésio no solo não foram afetados
pela aplicação de potássio, porém a absorção de magnésio pela planta foi influenciada.
Os mecanismos envolvidos no antagonismo entre os cátions cálcio, magnésio e potássio
parecem não estar bem explicados, podendo ser um fenômeno que se origina nas raízes ou no
transporte destes cátions para a parte aérea das plantas (SOARES, 1975).
17
Mengel e Kirkby (2001) afirmaram que o transporte de magnésio através do tonoplasto é
mediado pela difusão facilitada, ou seja, através de canais específicos para transporte do
nutriente. A competição com outros cátions em excesso, principalmente potássio e amônio pode
reduzir a absorção de magnésio em razão de competição por cargas negativas do citosol. O
resultado dessa redução pode ser a deficiência do nutriente nas plantas.
A interação entre magnésio e potássio costuma ocorrer com maior freqüência em culturas
que necessitam de grandes quantidades de potássio para obtenção de elevada produção e boa
qualidade (RAIJ, 1991).
De maneira geral, o aumento na quantidade absorvida de um cátion pela planta pode
resultar em redução na absorção de um outro ou mais cátions. Tanto o potássio pode reduzir a
absorção de magnésio, como este pode diminuir a absorção do potássio (SOARES, 1978 e
MARSCHNER, 1995). Segundo Mengel e Kirkby (2001), os resultados encontrados em literatura
permitem afirmar que a soma total de cátions em uma planta é pouco variável com o incremento
no suprimento de um cátion, pois geralmente ocorre redução na proporção dos outros cátions
presentes. Este fenômeno de um íon em excesso reduzir a absorção de outros é chamado de
antagonismo.
Em experimento realizado durante cinco anos para verificar os efeitos da adubação com
potássio e com magnésio em gramínea forrageira, Dejou e Montard (1982) observaram acentuado
antagonismo entre esses dois nutrientes, de tal forma que a resposta positiva à adubação com
magnésio foi obtida quando não utilizaram juntamente o potássio. Nas doses em que ambos
estavam presentes não se observaram respostas positivas à aplicação de magnésio. Segundo Ellis
Júnior (1979) e Mayland e Grunes (1979), solos com elevadas quantidades de potássio trocável
freqüentemente requerem aplicação de doses mais elevadas de magnésio, por meio de
fertilizantes, para aumentar a concentração de magnésio na forrageira.
Fonseca e Meurer (1995) conduziram experimento com milho (Zea mays) em solução
nutritiva, para verificar a relação antagônica entre o potássio e o magnésio. Observaram que o
acúmulo de magnésio foi reduzido, tanto nas raízes como na parte aérea das plantas, com o
aumento do suprimento de potássio. Sugeriram que este antagonismo esteja relacionado com o
processo de absorção dos dois nutrientes pelas raízes das plantas.
A tendência de menor absorção de cálcio e magnésio, como conseqüência do aumento na
absorção de potássio, ou seja, aumento na relação K/(Ca + Mg) devido à maior disponibilidade
18
de potássio no solo foi observada por Büll (1986), nos três cortes efetuados no capim-Tobiatã
(Panicum maximum) e na soja-perene (Neonotonia wightii).
Ventura (1987), avaliando a influência de doses de potássio, cálcio e magnésio em
solução nutritiva no crescimento da soja (Glycine max), observou redução na concentração de
magnésio nas folhas superiores e nos caules de 6,1 para 4,9 g kg
-1
e de 4,7 para 3,2 g kg
-1
,
respectivamente, quando aumentou a dose de potássio na solução de 117 mg L
-1
(3 mmol L
-1
)
para 351 mg L
-1
(9 mmol L
-1
). No entanto, a altura das plantas e a massa seca total não foram
influenciadas pelas doses de potássio.
Estudando as limitações nutricionais do capim-Colonião, Faquin et al. (1994) constataram
interação significativa entre potássio e magnésio. Na omissão de potássio foi encontrada a mais
alta concentração de magnésio no tecido (6 g kg
-1
), enquanto no tratamento completo foi de 3
g kg
-1
.
Avaliando a adubação potássica na produção de massa seca de Brachiaria brizantha cv.
Marandu e de Stylosanthes guianensis em vários estádios de crescimento e na absorção de
potássio, cálcio e magnésio, Rodrigues e Rossiello (1995) detectaram que o incremento nas doses
de potássio fez reduzir o acúmulo total de magnésio das plantas. De modo similar, Andrade et al.
(2000) verificaram que a concentração de magnésio nas lâminas foliares do capim-Elefante
decresceu de 1,9 a 1,0 g kg
-1
para as respectivas aplicações de potássio de 16 e 304 kg ha
-1
.
Almeida e Monteiro (1998), estudando a concentração dos nutrientes magnésio, cálcio e
potássio nas lâminas foliares do capim-Braquiária submetida a doses de magnésio, observaram
que a concentração de potássio decresceu com o aumento das doses de magnésio fornecidas às
plantas através da solução nutritiva.
Analisando a concentração de magnésio nas partes da Brachiaria decumbens submetida a
doses de potássio, Mattos e Monteiro (1998) relataram que nas doses mais altas de potássio
ocorreu redução na concentração de magnésio nas partes das plantas, devendo-se atentar aos
efeitos antagônicos entre estes cátions, principalmente quando o suprimento de potássio for
elevado.
Assim, foi possível comprovar a existência de antagonismo entre os cátions potássio e
magnésio nas plantas e em particular com alguns experimentos envolvendo forrageiras. Dessa
forma, entende-se serem necessários mais estudos que elucidem essas interações, principalmente
para as gramíneas forrageiras, e que detalhem as interferências nas características morfológicas e
19
produtivas das plantas, de forma que as adubações possam ser praticadas de forma mais precisa
para esses nutrientes.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do experimento, espécie e época
O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação localizada no Departamento de Solos
e Nutrição de Plantas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de
São Paulo, em Piracicaba, Estado de São Paulo. A espécie vegetal pertencente à família
Gramineae, gênero Panicum, espécie Panicum maximum Jacq., cultivar Tanzânia e foi cultivada
entre setembro e dezembro de 2004.
3.2 Instalação e condução do experimento
Com objetivo de obter mudas do capim, sementes foram colocadas para germinar no dia 9
de setembro de 2004 em bandejas plásticas, contendo areia lavada com água desionizada. Quando
atingiram a altura aproximada de 3 cm (o que ocorreu aos 14 dias após semeadura) quinze mudas
foram transplantadas para cada vaso.
Foram utilizados vasos plásticos de 3,6 litros, contendo sílica como substrato, com
grânulos de aproximadamente 3 mm e totalmente livres de impurezas, após múltiplas lavagens
com água corrente e desionizada.
Inicialmente cada vaso recebeu solução diluída a 25 % da definitiva para cada
combinação de potássio com magnésio, a qual foi utilizada por três dias, quando então ocorreu a
substituição pela solução definitiva. A troca de solução ocorreu a cada 14 dias.
Desbastes das plantas foram realizados com objetivo de se deixar cinco plantas
homogêneas por vaso, iniciando-se com a retirada de três plantas no primeiro dia, duas em cada
um dos segundo, terceiro e quarto dias e uma no quinto dia.
As soluções foram circuladas três vezes ao dia para que houvesse aeração das raízes das
plantas e no início da noite foram drenadas para um recipiente, onde permaneceram até a manhã
seguinte. O volume de um litro foi completado com água desionizada em cada manhã.
20
Durante a condução do experimento foi observada e anotada diariamente a temperatura
mínima e máxima, no compartimento da casa-de-vegetação, conforme mostrado na figura 1.
Figura 1 - Temperaturas máximas e mínimas na casa-de-vegetação, durante o período experimental
3.3 Soluções nutritivas
Foram utilizadas cinco doses de potássio de 0,4; 3,2; 6,0; 8,8 e 11,6 mmol L
-1
e cinco
doses de magnésio de 0,05; 0,7; 1,35; 2,0 e 2,65 mmol L
-1
na solução nutritiva, combinadas
conforme o esquema fatorial 5
2
fracionado de Littell e Mott (1975) perfazendo um total de 13
combinações (0,4K e 0,05Mg; 0,4K e 1,35Mg; 0,4K e 2,65Mg; 3,2K e 0,7Mg; 3,2K e 2Mg; 6K e
0,05Mg; 6K e 1,35Mg; 6K e 2,65Mg; 8,8K e 0,7 Mg; 8,8K e 2Mg; 11,6K e 0,05Mg; 11,6K e
1,35Mg; 11,6K e 2,65Mg). As soluções foram preparadas a partir da solução de Sarruge (1975),
devidamente modificada para atender as doses de potássio e magnésio, como mostrado na
tabela 1. Para todas as doses utilizou-se inicialmente (no dia da troca de solução) a proporção de
68,3:31,7 entre N-NO
3
-
e N-NH
4
+
, mas com a adição de 3 mmol L
-1
de nitrato de amônio,
fracionada em dias subseqüentes, a proporção final foi de 63,1:36,9 entre N-NO
3
-
e N-NH
4
+
.
Nos experimentos realizados por Lavres Júnior (2001), Santos Júnior (2001) e Santos
(2003) com gramíneas forrageiras tropicais em solução nutritiva foi observado que a dose de
nitrogênio de 15 mmol L
-1
(usual da solução de Sarruge) estava abaixo da ideal para a expressão
do potencial produtivo dessas plantas. Com base nesses estudos optou-se por adicionar 6
10
15
20
25
30
35
40
45
50
24/set 02/out 10/out 18/out 26/out 03/nov 11/nov 19/nov 27/nov
Temperatura (°C)
x
n
21
mmol L
-1
de nitrogênio a essa concentração usual na solução, na forma de nitrato de amônio,
totalizando 21 mmol L
-1
desse nutriente. As aplicações foram fracionadas (1 mL de solução de
nitrato de amônio com 1 mmol L
-1
em cada litro de solução) e realizadas nos dias 6, 8 e 10, a
partir do suprimento da solução nutritiva, considerando o dia da troca de solução nutritiva como
dia zero.
Tabela 1 - Volumes pipetados das soluções estoque, para o preparo de cada solução, de acordo com as doses de
potássio e magnésio empregadas no experimento
* Volume pipetado em mililitros para cada litro de solução nutritiva;
** Solução estoque com concentração de 1 mol L
-1
, exceto micronutrientes (H
3
BO
3
, 2,86; MgCl
2
.4H
2
O, 1,81; ZnCl
2
,
0,10; CuCl
2
, 0,01; H
2
MoO
4
.H
2
O, 0,02 g L
-1
) e Fe-EDTA (26 g de EDTA dissódico em 286 mL de NaOH N,
misturado com 24 g de FeSO
4
.2H
2
O);
*** Volumes na solução final (com nitrogênio de 21 mmol L
-1
).
3.4 Contagem de perfilhos e folhas
Efetuou-se a marcação de perfilhos e folhas, respectivamente com anéis plásticos e com
tinta inerte. O colmo principal (planta-mãe) também foi incluído na contagem dos perfilhos. Esse
procedimento foi realizado no primeiro e no segundo crescimentos das plantas.
3.5 Leitura SPAD
A leitura das unidades SPAD, para avaliação indireta do teor de clorofila, foi realizada no
terço médio da primeira lâmina de folha recém-expandida, com auxílio do clorofilômetro SPAD-
502 (Soil and Plant Analysis Development), aos 32 dias no primeiro crescimento e 20 dias no
segundo crescimento das plantas. O valor para cada unidade experimental foi obtido pela média
Solução
0,4K 0,4K 0,4K 3,2K 3,2K 6,0K 6,0K 6,0K 8,8K 8,8K 11,6K 11,6K 11,6K
estoque **
0,05Mg 1,35Mg 2,65Mg 0,70Mg 2,00Mg 0,05Mg 1,35Mg 2,65Mg 0,70Mg 2,00Mg 0,05Mg 1,35Mg 2,65Mg
KH
2
PO
4
0,4* 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4
NH
4
H
2
PO
4
0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
KCl "-""-""-" 2,8 2,8 5,6 5,6 5,6 8,4 8,4 11,2 11,2 11,2
Ca(NO
3
)
2
5555555555555
MgCl
2
"-"
1,3 2,6 0,65 1,95
"-"
1,3 2,6 0,65 1,95
"-"
1,3 2,6
MgSO
4
0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05
(NH
4
)
2
SO
4
1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95 1,95
NH
4
NO
3
*** 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25 3,25
Micro-Fe 1111111111111
Fe-EDTA 1111111111111
22
entre 15 leituras realizadas em cada vaso, em conformidade com o preconizado por Santos
(1997).
3.6 Determinação da concentração de clorofila
A determinação da concentração de clorofila foi efetuada nas lâminas de folhas recém-
expandidas mais novas (folha +1), aos 29 dias no primeiro crescimento e 20 dias no segundo
crescimento.
Com auxílio de um vasador de rolhas com área de 1 cm
2
, foram coletados cinco discos
foliares, em cada vaso, os quais foram acondicionados em papel alumínio e congelados a -80º C.
Em seguida, as amostras foram retiradas do congelador e imersas em nitrogênio líquido,
macerando-se até formação de pequenas partículas. Adicionaram-se 10 ml de acetona 80%,
tamponada em carbonato de potássio, concluindo-se a maceração. Transferiu-se o líquido para
tubos de ensaio e realizou-se centrifugação por dois minutos. A leitura de absorbância foi
realizada no espectrofotômetro, nos comprimentos de onda de 663,6 e 646,6 e a quantidade total
de clorofila foi determinada segundo metodologia de Porra, Thompson e Kriedemann (1989).
3.7 Colheita e separação das partes da planta
O primeiro corte das plantas foi realizado 46 dias após o transplante das mudas e o
segundo corte 28 dias após o primeiro. Na ocasião de cada corte, as plantas foram separadas em
folhas emergentes (FE), lâminas de folhas recém-expandidas (LR), lâminas de folhas maduras
(LM) e colmos + bainhas (CB). Após o segundo corte realizou-se também a separação das raízes
do substrato, utilizando água corrente e peneiras de 0,25 e 1,00 mm, para evitar perdas de
material. Após a separação, as raízes foram lavadas com água desionizada e foi separada uma
amostra, de aproximadamente 20% do total de massa fresca de raízes, para as avaliações das
raízes, de acordo com o método apresentado por Rossiello et al. (1995).
23
3.8 Área foliar
Logo após a separação das partes da planta foi efetuada a determinação da área foliar das
folhas em expansão, das lâminas de folhas recém-expandidas e das lâminas de folhas maduras,
com auxílio do integrador de área foliar LICOR
®
-3100. A área foliar total foi obtida pela soma
das áreas foliares dos três tipos de folhas.
3.9 Secagem, pesagem e moagem do material vegetal
As partes das plantas coletadas na ocasião de cada corte foram secadas em estufa a 65º C,
por 72 horas, e em seguida pesadas e moídas em moinho tipo Wiley. Todas as amostras moídas
foram colocadas em sacos plásticos identificados e encaminhadas ao laboratório para as
determinações químicas.
3.10 Medições radiculares
A fração de raízes separada e guardada em recipientes plásticos com água desionizada foi
colorida com solução de violeta genciana a 50 g L
-1
. Em seguida, essas raízes foram distribuídas
sobre transparências, de tal forma a se evitar sobreposição, e foram digitalizadas. As imagens das
raízes coloridas e digitalizadas foram submetidas ao aplicativo SIARCS (Sistema Integrado para
Análise de Raízes e Cobertura do Solo) versão 3.0, para determinar o comprimento e a superfície
radiculares, utilizando-se a metodologia recomendada por Crestana et al. (1994). Posteriormente
determinou-se a massa das sub-amostras secas e, através de regra de três com a massa total das
raízes, obteve-se o comprimento e a superfície total de raízes de cada vaso.
3.11 Determinação da concentração de nutrientes
As concentrações dos cátions potássio, cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco
em cada fração da parte aérea e das raízes foram determinadas a partir da digestão nítrico-
perclórica, conforme metodologia descrita por Sarruge e Haag (1974).
24
Para determinação de potássio utilizou-se o método de fotometria de chama de emissão,
enquanto para cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco empregou-se a
espectrofotometria de absorção atômica.
3.12 Concentração conjunta de potássio, magnésio e cálcio na parte aérea
As concentrações de potássio, magnésio e cálcio, em conjunto, na massa seca da parte
aérea do capim-Tanzânia foram calculadas multiplicando-se a concentração pela massa seca de
cada parte analisada, obtendo-se o acúmulo de cada nutriente. Em seguida fez se a soma dos
valores dos acúmulos nas partes, dividiu-se pela massa seca total da parte aérea para obter a
concentração média de cada nutriente. Esse valor foi multiplicado por 1000 e dividido pelo mol
de carga do nutriente (39 para potássio, 20 para cálcio e 12 para magnésio). Para finalizar,
efetuou-se a soma das três concentrações para obtenção da concentração total dos três cátions na
massa seca da parte aérea, em milimol de carga por quilograma de massa seca (mmol
c
kg
-1
).
3.13 Análises estatísticas
Os resultados foram digitados em planilha eletrônica e as análises estatísticas foram
executadas com auxílio do programa “SAS” (SAS Institute, 1999). Inicialmente utilizou-se o
teste F e em seguida, nos casos de significância da interação entre doses de potássio e de
magnésio, as análises de regressão polinomial (superfície de resposta), por meio do
procedimento RSREG. Para as variáveis-resposta nas quais a interação entre o potássio e o
magnésio não foi significativa, efetuaram-se as análises de regressão para as doses de cada
nutriente. Adotou-se o nível de significância de 5% em todos os casos analisados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Número de perfilhos e folhas
Na análise de variância para o número total de perfilhos e de folhas, computados no
primeiro e no segundo crescimento do capim-Tanzânia, verificou-se que a interação entre doses
de potássio e magnésio não foi significativa.
25
Estudando-se os efeitos isolados do suprimento de potássio e de magnésio no
perfilhamento do capim-Tanzânia observou-se que houve significância apenas para as doses de
potássio, tanto no primeiro como no segundo crescimento do capim. O perfilhamento no primeiro
crescimento foi representado por equação de segundo grau (Figura 2) e verificou-se que a dose de
potássio 10,8 mmol L
-1
proporcionou o máximo perfilhamento. No segundo crescimento, o
perfilhamento foi representado por equação de primeiro grau (Figura 3), demonstrando que a
dose 11,6 mmol L
-1
de potássio não foi suficiente para o capim expressar seu máximo potencial
de perfilhamento.
Figura 2 - Número de perfilhos no primeiro crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na
solução nutritiva
O número total de perfilhos foi bem mais elevado no segundo crescimento que no
primeiro. Esse fato deve estar relacionado com o maior direcionamento de energia para o
estabelecimento da planta no primeiro crescimento, com a formação de um sistema radicular
vigoroso. No segundo crescimento a planta já tinha seu sistema radicular bem formado,
necessitou de menor quantidade de energia para formação de raízes e aumentou a capacidade de
emissão de perfilhos. Outro ponto relevante é que o corte das plantas quebrou a dominância
apical, promovendo indução das gemas basais e conseqüentemente aumentando a emissão de
perfilhos.
Mattos (1997), conduzindo dois experimentos em casa-de-vegetação com solução
nutritiva e avaliando a diagnose nutricional de potássio em Brachiaria decumbens cv. Basilisk e
13
15
17
19
21
23
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Perfilhos (número/vaso)
Y = 12,9833 + 1,6111K - 0,0745K
2
R
2
= 0,99
26
Brachiaria brizantha cv. Marandu, também constatou que o incremento de potássio na solução
nutritiva proporcionou aumento no perfilhamento das duas espécies, em dois períodos de
crescimento das plantas.
Figura 3 - Número de perfilhos no segundo crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na
solução nutritiva
Efeitos significativos de doses de potássio, quanto ao perfilhamento do capim-Mombaça
em solução nutritiva, foram verificados por Pereira (2001), tanto no primeiro quanto no segundo
crescimento. Naquele experimento, a dose 8 mmol L
-1
no primeiro crescimento e a dose
12 mmol L
-1
no segundo crescimento proporcionaram os máximos números de perfilhos nas
plantas.
Lavres Júnior (2001), estudando os efeitos das adubações nitrogenada e potássica em
capim-Mombaça, constatou o maior número de perfilhos com a dose de potássio de 7,5 mmol L
-1
no primeiro crescimento e com a dose de potássio de 10,2 mmol L
-1
no segundo crescimento.
Assim como no presente estudo, o autor também observou número maior de perfilhos no segundo
crescimento do capim-Mombaça.
Em estudos com situações independentes, Lavres Júnior (2001) e Pereira (2001)
obtiveram dose mais alta de potássio para maximizar perfilhos no segundo crescimento do que no
primeiro crescimento do capim-Mombaça.
38
41
44
47
50
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Perfilhos (número/vaso)
Y = 38,0296 + 0,9630K
R
2
= 0,89
27
Os resultados de Faquin et al. (1995), Mattos (1997), Lavres Júnior (2001) e Pereira
(2001), quanto ao número de perfilhos, assemelham-se aos encontrados no presente trabalho e
confirmam que o suprimento de potássio exerce importante efeito no perfilhamento das
gramíneas forrageiras bem supridas com nitrogênio.
A não constatação de significância para as doses de magnésio no número de perfilhos está
de acordo com os resultados de Corrêa (1996) com capins do gênero Panicum e de Almeida e
Monteiro (1998) com duas espécies de Brachiaria. Entretanto, isto discorda dos resultados
mostrados por Monteiro et al. (1995) em trabalho com omissão de nutrientes em solução nutritiva
para capim-Marandu e dos observados por Pereira (2001) com capim-Mombaça ao utilizar doses
de magnésio de 0; 1,2; 3,6; 12; 24; 36; 48 e 60 mg L
-1
(correspondentes a 0; 0,05; 0,15; 0,5; 1;
1,5; 2 e 2,5 mmol L
-1
), que obtiveram variação no número de perfilhos com a aplicação de
magnésio.
Estudando-se os efeitos do suprimento de potássio e de magnésio no número de folhas
verdes expandidas do capim-Tanzânia, observou-se que houve significância apenas para as doses
de potássio, nos dois crescimentos da gramínea. No primeiro crescimento, o número total de
folhas foi representado por equação de segundo grau (Figura 4) e a dose de potássio necessária
para o máximo número de folhas foi de 9,2 mmol L
-1
. No segundo crescimento, esse efeito foi
representado por equação de primeiro grau (Figura 5), demonstrando que a dose de potássio de
11,6 mmol L
-1
não foi suficiente para o capim-Tanzânia expressar seu máximo potencial de
produção de folhas. Isto também ocorreu com perfilhos, mostrando a elevada exigência dessa
gramínea forrageira quanto ao suprimento de potássio com intuito de maximizar a produção de
perfilhos e de folhas.
Comparando-se os dois crescimentos do capim pode ser observado que no segundo o
número de folhas foi maior que no primeiro. Isso deve estar relacionado com o maior número de
perfilhos emitidos na rebrota do capim, pois sabe-se que é relativamente constante o número de
folhas por perfilho e, portanto, o maior número de perfilhos resultou no maior número de folhas
no segundo do que no primeiro crescimento.
Estudando sete doses de potássio (0; 0,25; 1; 2; 4; 6 e 8 mmol L
-1
) em solução nutritiva,
Silva et al. (1995) mostraram respostas positivas às doses de potássio quanto ao número de folhas
do capim-Tanzânia. Também Lavres Júnior (2001), em avaliação da emissão de folhas pelo
capim-Mombaça recebendo aplicação de potássio, obteve respostas positivas, sendo que o
28
primeiro crescimento do capim foi representado por equação de primeiro grau, demonstrando que
a dose para máxima produção de folhas seria superior à máxima utilizada no experimento
(11 mmol L
-1
).
Figura 4 - Número de folhas no primeiro crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na
solução nutritiva
Figura 5 - Número de folhas no segundo crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na
solução nutritiva
Observa-se que os resultados com capim-Tanzânia no presente trabalho, e com o mesmo
ou outros capins estudados por outros autores realçam o efeito significativo do potássio no
80
90
100
110
120
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Folhas (número/vaso)
Y = 78,9860 + 8,5734K - 0,4673K
2
R
2
= 0,99
132
142
152
162
172
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Folhas (número/vaso)
Y = 134,0042 + 3,2621K
R
2
= 0,90
29
surgimento de perfilhos e na emissão de folhas das gramíneas forrageiras tropicais. Isso
demonstra que essas forrageiras, particularmente da espécie Panicum maximum, necessitam de
elevadas doses de potássio em solução nutritiva, superiores às preconizadas por Sarruge (1975)
para culturas em geral (de 6 mmol L
-1
), para expressar o máximo potencial de emissão de folhas e
perfilhos.
Chapman e Lemaire (1993) destacaram que o número de perfilhos é alterado por fatores
ambientais, apontando entre eles o suprimento de nitrogênio. No presente trabalho está evidente
também a influência do potássio no número total de perfilhos dessa gramínea.
4.2 Unidades SPAD
As unidades SPAD obtidas nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia,
por ocasião dos dois crescimentos, não apresentaram significância para a interação entre as doses
de potássio e de magnésio. Entretanto, houve significância das doses de magnésio nas unidades
SPAD, nos dois crescimentos do capim.
O valor SPAD no primeiro crescimento do capim, em função do suprimento de magnésio,
foi representado por equação de primeiro grau (Figura 6), revelando que a dose de 2,65 mmol L
-1
não foi suficiente para obtenção da máxima leitura SPAD. Os valores observados no segundo
crescimento ajustaram-se a equação exponencial (Figura 7) demonstrando que nas doses
extremamente baixas de magnésio ocorreram reduções nas concentrações de clorofila nas lâminas
de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia.
Em experimento com solução nutritiva e estudando combinações de doses de fósforo e de
magnésio para duas espécies de Brachiaria, Almeida (1998) detectou variação significativa do
valor SPAD nas lâminas de folhas recém-expandidas apenas no primeiro crescimento dos dois
capins, a qual foi expressa por equação de primeiro grau. Os resultados corroboram os
encontrados no presente experimento, para o primeiro crescimento do capim-Tanzânia.
Pereira (2001) obteve variações significativas no valor SPAD em função das doses de
magnésio, com ajuste para modelo quadrático nos dois cortes do capim-Mombaça. Os valores
máximos obtidos foram de 41,8 e 33,4 unidades SPAD nas doses 1,7 e 2,0 mmol L
-1
, no
primeiro e segundo crescimentos, respectivamente.
30
Figura 6 - Unidades SPAD nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia, no primeiro crescimento,
em função das doses de magnésio na solução nutritiva
Figura 7 - Unidades SPAD nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia, no segundo crescimento, em
função das doses de magnésio na solução nutritiva
Para as doses de potássio foi observada significância no valor SPAD apenas no segundo
crescimento e os resultados foram representados por equação de primeiro grau (Figura 8), com
decréscimos nesse valor à medida que se incrementou a dose de potássio. Esses resultados podem
ter duas explicações. A primeira refere-se à redução na absorção e disponibilidade do magnésio
nas plantas com o aumento das doses de potássio, o que teria resultado em menor formação de
29
30
31
32
33
34
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Valor SPAD
Y = 29,4816 + 1,5165Mg
R
2
= 0,91
31
33
35
37
39
41
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Valor SPAD
Y = 39,2356 - 0,3904
R
2
= 0,99
Mg
31
clorofila, dando uma tonalidade verde menos escura às folhas diagnósticas do capim-Tanzânia,
refletida através do menor valor SPAD. A segunda relaciona-se ao maior estímulo no
desenvolvimento da parte aérea com a elevação das doses de potássio, causando diluição do
magnésio nos tecidos e reduzindo assim a produção de clorofila e a intensidade de verde medida
pelo clorofilômetro.
Figura 8 - Unidades SPAD nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia, no segundo crescimento, em
função das doses de potássio na solução nutritiva
Pereira (2001) observou que a variação das unidades SPAD nas lâminas de folhas recém-
expandidas com relação às doses de potássio nos dois crescimentos do capim-Mombaça não foi
significativa. Resultado similar foi relatado por Lavres Júnior (2001), que também não obteve
variação nas unidades SPAD com emprego de doses de potássio no segundo crescimento do
capim-Mombaça.
4.3 Concentração de clorofila total
Na concentração de clorofila numa das lâminas de folhas recém-expandidas (+1) do
capim-Tanzânia, por ocasião do primeiro e segundo crescimentos, não se verificou significância
para a interação entre as doses de potássio e magnésio. Estudando-se os efeitos isolados de
33
35
37
39
41
43
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Valor SPAD
Y = 41,4188 – 0,7003K
R
2
= 0,82
32
potássio e de magnésio na concentração de clorofila na lâmina do capim observou-se que houve
significância para as doses de magnésio nas duas épocas avaliadas.
As concentrações obtidas no primeiro e segundo crescimento foram representadas por
equação exponencial (Figura 9 e 10), demonstrando que apenas nas doses extremamente baixas
de magnésio ocorreram reduções nas concentrações de clorofila na lâmina da folha recém-
expandida do capim.
Figura 9 - Concentração de clorofila na lâmina de folha recém-expandida (+1) do capim-Tanzânia, no primeiro
crescimento, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
Figura 10 - Concentração de clorofila na lâmina de folha recém-expandida (+1) do capim-Tanzânia, no segundo
crescimento, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
34
36
38
40
42
44
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Clorofila
(
µ
g/cm
2
)
Y = 41,7160 - 0,3432
R
2
= 0,91
Mg
30
33
36
39
42
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Clorofila
(
µ
g/cm
2
)
Y = 40,2580 - 0,4981
R
2
= 0,94
Mg
33
Segundo Mengel e Kirkby (2001), entre 15 e 20 % de todo magnésio absorvido pela
planta participa como átomo central da molécula de clorofila. O aumento de suprimento do
magnésio na solução nutritiva elevou a concentração de clorofila das folhas de capim-Tanzânia
(ainda que dentro de limites no segundo crescimento).
A quantidade de clorofila a e b é afetada pela deficiência de magnésio nas plantas
(MARSCHNER, 1995). Em experimento com doses de magnésio em feijão (Phaseolus vulgaris),
Cakmak e Marschner (1992) observaram que a concentração de clorofila variou de 5,3 a
11,3 mg g
-1
de massa seca, respectivamente, com o suprimento de magnésio entre 0,02 e
1 mmol L
-1
.
Estudando doses de nitrogênio e épocas de amostragem em capim-Tanzânia, Vantini
(2002) relatou que as doses de nitrogênio influenciaram na concentração de clorofila total nas
épocas amostradas e que nas doses mais elevadas do nutriente ocorreu redução nessa
concentração.
A partir dos resultados encontrados neste experimento, buscou-se avaliar a correlação
entre a leitura SPAD e a concentração de clorofila na folha do capim. Os resultados desse teste
para doses de magnésio no primeiro crescimento do capim-Tanzânia mostraram valor baixo
(0,33) para o coeficiente de correlação. Para o segundo crescimento da gramínea forrageira o
valor desse coeficiente de correlação foi de 0,77. Portanto, no segundo crescimento do capim
houve maior concordância dos valores de concentração de clorofila e leitura SPAD nas lâminas
de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia.
A utilização do Chlorophyll Meter SPAD-502 para avaliação indireta do teor de
clorofila possui inúmeras vantagens em relação ao método de determinação direta no tecido
vegetal, podendo se destacar a rapidez e facilidade na obtenção dos resultados, o fato do método
não ser destrutível e não ter custo com reagentes e restrições a locais ou pessoal especializado.
4.4 Área foliar
A interação entre doses de potássio e de magnésio não foi significativa para a área foliar
do capim-Tanzânia, nos dois crescimentos. O estudo dos efeitos isolados do suprimento de
potássio e de magnésio em termos de área foliar da gramínea forrageira mostrou variação
significativa somente com as doses de potássio, no primeiro e segundo crescimentos. Os
34
resultados de determinação da área foliar total ajustaram-se a equações de segundo grau com
máxima área foliar no primeiro crescimento em dose de potássio superior a 11,6 mmol L
-1
(Figura 11) e no segundo com a dose de potássio de 10,8 mmol L
-1
(Figura 12).
Figura 11 - Área foliar no primeiro crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução
nutritiva
Figura 12 - Área foliar no segundo crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução
nutritiva
800
1100
1400
1700
2000
2300
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Área foliar
(cm
2
/vaso)
Y = 832,9166 + 182,8713K – 6,4125K
2
R
2
= 0,97
1200
1600
2000
2400
2800
3200
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Área foliar
(cm
2
/vaso)
Y = 1181,9410 + 336,6453K – 15,5477K
2
R
2
= 0,96
35
Comparando a área foliar do capim nos dois crescimentos, observou-se que o
comportamento foi semelhante ao relatado para o número de perfilhos e de folhas, ou seja, os
valores encontrados no segundo crescimento foram superiores ao do primeiro. Isso ocorreu
porque no segundo crescimento a disponibilização de energia para formação do sistema radicular
certamente foi bem menor que no primeiro, e conseqüentemente mais energia tornou-se
disponível para o desenvolvimento da parte aérea.
Chapman e Lemaire (1993) apontaram que o nitrogênio influi na elongação foliar,
resultando em maior área foliar. O potássio tem papel na extensão da célula e conseqüentemente
incrementou a área foliar, como pode ser observado nas figuras 11 e 12. Avaliando o crescimento
de folhas de milho (Zea mays), Meiri, Silk e Lauchli (1992) relataram a importância do
suprimento de potássio no desenvolvimento das folhas e atentaram para o fato da expansão foliar
estar diretamente relacionada à atividade da ATPase (extrusão de H
+
) na membrana plasmática.
A folha é responsável pela captação de energia solar, de tal forma que mais área foliar
proporciona maior exposição à luz e por sua vez é importante fator para a produtividade da
comunidade vegetal. Também, as folhas representam o principal componente no consumo da
pastagem pelos animais (MORAES e PALHANO, 2002). Portanto, buscar a maximização da área
foliar do capim-Tanzânia é uma das principais formas de aumentar a produtividade de uma
pastagem.
Pereira (2001), em experimento com aplicação de doses de potássio (0,25; 1; 2; 4; 6; 8 e
12 mmol L
-1
) para dois crescimentos do capim-Mombaça, verificou incrementos significativos e
lineares na área foliar do capim para as doses desse nutriente na solução nutritiva, em ambos os
crescimentos.
Estudando combinações de doses de nitrogênio e potássio em solução nutritiva para o
capim-Mombaça, Lavres Júnior (2001) relatou que a área foliar variou segundo modelo
polinomial nos dois crescimentos e afirmou que a máxima área foliar seria obtida no primeiro
crescimento com a dose de potássio de 12,8 mmol L
-1
e no segundo com 12,2 mmol L
-1
. Os
resultados descritos em literatura, da mesma forma que os do presente trabalho, demonstram que
as gramíneas forrageiras necessitam de elevado suprimento de potássio para maximizar a área
foliar. Esse elevado suprimento de potássio supera o recomendado por Sarruge (1975) para
culturas em geral, que é de 6 mmol L
-1
.
36
Para as doses de magnésio as respostas quanto à área foliar não foram significativas no
primeiro crescimento, mas tiveram significância para essa área no segundo crescimento. Esses
resultados do segundo crescimento do capim ajustaram-se à equação exponencial (Figura 13).
Assim, apenas as doses muito baixas de magnésio utilizadas no experimento não foram
suficientes para que a gramínea forrageira tivesse expressado, no segundo crescimento, todo seu
potencial de produção de área foliar.
Figura 13 - Área foliar no segundo crescimento do capim-Tanzânia, em função das doses de magnésio na solução
nutritiva
Meiri, Silk e Lauchli (1992), avaliando o crescimento de folhas de milho com relação às
doses de magnésio, ressaltaram para a necessidade de altas concentrações do nutriente nas células
em divisão, o que resulta em maior expansão e crescimento foliar.
Em estudo com doses de magnésio no capim-Mombaça em solução nutritiva, Pereira
(2001) obteve respostas significativas quanto à área foliar, nos dois crescimentos do capim. Os
resultados corroboram os observados no presente trabalho, mostrando que para as gramíneas
forrageiras da espécie Panicum maximum há que se atentar para o suprimento de magnésio,
quando se deseja maximizar a área foliar.
1500
1800
2100
2400
2700
3000
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Área foliar
(cm
2
/vaso)
Y = 2674,6072 - 57,0690
R
2
= 0,93
Mg
37
4.5 Produção de massa seca
4.5.1 Massa seca da parte aérea
Para a produção de massa seca da parte aérea no primeiro corte do capim-Tanzânia não se
obteve significância para a interação entre as doses de potássio e de magnésio. Porém, essa
interação foi significativa para a produção desse capim no segundo corte.
Os estudos sobre suprimento de potássio e magnésio na massa seca da parte aérea, no
primeiro corte do capim, mostraram variação significativa para as doses de potássio, com ajuste
dos resultados a modelo quadrático (Figura 14) e com produção máxima na dose 9,8 mmol L
-1
.
Figura 14 - Produção de massa seca da parte aérea do capim-Tanzânia, no primeiro corte, em função das doses de
potássio na solução nutritiva
Estudos com doses de potássio foram conduzidos por Mattos (1997) com os capins
Braquiária e Marandu e por Pereira (2001) com capim-Mombaça, os quais observaram as
máximas produções de massa seca da parte aérea, no primeiro crescimento com as doses 13,6;
9,4 e 12,0 mmol L
-1
de potássio na solução nutritiva. Assim, mais uma vez pode ser destacado
que a dose de potássio de 6 mmol L
-1
(234 mg L
-1
) estabelecida por Sarruge (1975), para as
culturas em geral, está abaixo da necessária para que as gramíneas forrageiras tropicais
expressem todo seu potencial produtivo.
Em grande parte dos experimentos em que foi comparada a produção de gramíneas
forrageiras, com omissão de potássio em relação ao tratamento completo, ocorreram diferenças
3
6
9
12
15
18
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Parte aérea (g/vaso)
Y = 4,0449 + 2,4718K – 0,1266K
2
R
2
= 0,96
38
expressivas na produção de massa seca da parte aérea. França e Haag (1985) com o capim-
Tobiatã (Panicum maximum) e Pereira (2001) em dois crescimentos do capim-Mombaça
relataram essas reduções nessa produção de massa seca. Ferrari Neto (1991) verificou que a
produção de massa seca dos capins Braquiária e Colonião foi influenciada pelo potássio, pois na
não aplicação do elemento a produção dessas plantas forrageiras, em dois cortes, correspondeu a
30 % daquela do tratamento completo.
Herling et al. (1991), avaliando a influência das adubações nitrogenada e potássica em
capim-Setária (Setária anceps Stapf Ex. Massey cv. Kazungula), relataram incrementos de
produção de massa seca mediante o fornecimento de doses de nitrogênio e de potássio.
Em experimento com doses de potássio para os capins Braquiária e Colonião, Faquin
et al. (1995) verificaram incrementos significativos na produção de massa seca da parte aérea das
plantas forrageiras nos dois crescimentos e as equações de regressão mostraram relação
quadrática com as doses de potássio, em ambas as espécies. Considerando o total dos cortes,
relataram que a produção de massa seca em função das doses de potássio aumentou em quase
quatro vezes no capim-Braquiária e em quase cinco vezes no capim-Colonião.
Mattos (1997), avaliando a diagnose nutricional de potássio em Brachiaria decumbens cv.
Basilisk e Brachiaria brizantha cv. Marandu, em dois experimentos com solução nutritiva,
verificou que o incremento de potássio na solução nutritiva proporcionou aumentos na produção
de massa seca da parte aérea desses capins.
Estudos realizados por Sabreen e Saiga (2004) com doses de potássio (1,5 e 25 mmol L
-1
)
para três gramíneas forrageiras do grupo C
3
(Italian ryegrass “Magnet” (Lolium multiflorum),
orchard-grass “Magwell” (Dactylis glomerata) e tall fescue “HiMag” (Festuca arundinaceae))
mostraram aumento na produção de massa seca da parte aérea de acordo com as doses de
potássio na solução.
A adubação potássica tem mostrado importantes resultados no incremento de massa seca
não apenas em casa-de-vegetação com solução nutritiva, mas também em trabalhos de campo,
como o relatado por Vicente-Chandler et al. (1962) que, trabalhando com as adubações
nitrogenada e potássica em capim-Colonião com regime de cortes mecânicos, observaram
incremento na produção de massa seca até a dose de potássio de 440 kg ha
-1
, quando forneceram
o nitrogênio abundantemente. Andrade et al. (2000), realizando a aplicação de doses de
nitrogênio e de sete doses de potássio (16; 40; 80; 160; 240; 280; e 304 kg ha
-1
), relataram que a
39
adubação potássica influenciou positivamente a produção de massa seca do capim-Elefante
cultivar Napier (Pennisetum purpureum cv. Napier).
Os resultados mostrados no presente trabalho corroboram os de Silva et al. (1995), em
estudos com sete doses de potássio (0; 0,25; 1; 2; 4; 6 e 8 mmol L
-1
) no capim-Tanzânia, que
também demonstraram respostas positivas às doses de potássio na produção de massa seca da
parte aérea.
Na ocasião do segundo corte do capim-Tanzânia a interação entre as doses de potássio e
de magnésio foi significativa para a produção de massa seca da parte aérea e os resultados
ajustaram-se ao modelo polinomial (Figura 15). As doses de potássio de 10,0 mmol L
-1
e de
magnésio de 2,2 mmol L
-1
maximizaram a produção de massa seca da parte aérea. A relação
entre essas doses de potássio e de magnésio é de 4,6:1. A produção de massa seca da parte aérea
no primeiro corte do capim na dose de potássio de 11,6 mmol L
-1
foi 2,9 vezes menor que a do
segundo corte na dose de potássio de 11,6 mmol L
-1
combinada com a de magnésio de 2,65
mmol L
-1
. Assim como para emissão de folhas, aparecimento de perfilhos e área foliar,
expressiva diferença na produção de massa seca da parte aérea foi constatada entre os dois
crescimentos do capim.
Quando se elevou apenas a dose de potássio, durante o segundo crescimento do capim,
mantendo se baixa a dose de magnésio, os incrementos em produção de massa seca da parte aérea
foram pouco expressivos, sendo que a maximização da produção de massa seca do capim-
Tanzânia ocorreu quando se aumentou não somente a dose de potássio, mas também a de
magnésio.
Lavres Júnior (2001), conduzindo experimento em casa-de-vegetação, com combinações
de doses de nitrogênio e de potássio, constatou a necessidade de potássio de 11,1 mmol L
-1
no
primeiro crescimento e de 10,2 mmol L
-1
no segundo para maximizar a produção de massa seca
da parte aérea do capim-Mombaça.
Avaliando a combinação entre doses de nitrogênio (3, 15 e 27 mmol L
- 1
) e de magnésio
(0,2 e 2 mmol L
-1
) em três cultivares de Panicum maximum, Corrêa (1996) relatou efeito
significativo do suprimento de magnésio na produção de massa seca da parte aérea, somente
quando utilizou doses mais elevadas de nitrogênio na solução nutritiva.
40
Y = - 0,4010 + 5,4295K - 0,3313K
2
+ 18,2561Mg – 5,4378Mg
2
+ 0,5436KMg
R
2
= 0,89
Figura 15 - Produção de massa seca da parte aérea do capim-Tanzânia, por ocasião do segundo corte, em função das
combinações de doses de potássio e de magnésio
Pereira (2001), avaliando doses de magnésio na solução nutritiva para o capim-Mombaça,
observou resposta quadrática no primeiro corte e linear no segundo corte para a produção de
massa seca da parte aérea. A dose para máxima produção de massa seca da parte aérea no
primeiro crescimento foi de 2,5 mmol L
-1
e no segundo foi superior à dose máxima utilizada no
experimento (2,5 mmol L
-1
).
Analisando os resultados disponíveis na literatura e os observados no presente
experimento, nota-se que as gramíneas forrageiras são exigentes em magnésio, o que muitas
vezes não é evidenciado pelas quantidades de magnésio que são adicionadas ao solo juntamente
com o calcário, visando a correção da acidez do solo. Quanto à solução nutritiva de Sarruge
(1975), para as culturas de maneira geral, a concentração de magnésio usualmente empregada (2
mmol L
-1
) está abaixo das reais necessidades do capim-Tanzânia, quando se deseja maximizar a
produção de massa seca da parte aérea.
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
2
8
14
20
26
32
38
44
50
Parterea (g/vaso)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
44-50
38-44
32-38
26-32
20-26
14-20
8-14
2-8
2º corte
41
4.5.2 Massa seca de raízes
A produção de massa seca de raízes do capim-Tanzânia mostrou significância para a
interação entre as doses de potássio e de magnésio. Através da equação de regressão polinomial
(Figura 16) observa-se que a dose de potássio de 8,4 mmol L
-1
e a de magnésio de 1,9 mmol L
-1
resultaram na máxima produção de massa seca de raízes. Nas doses baixas tanto de potássio
como de magnésio, além da menor massa radicular, as raízes apresentaram-se mais frágeis,
quebrando-se facilmente no momento da separação da sílica.
Y = - 0,2512 + 1,4806K – 0,1059K
2
+ 5,4199Mg – 1,7191Mg
2
+ 0,1489KMg
R
2
= 0,82
Figura 16 - Produção de massa seca de raízes do capim-Tanzânia, em função das combinações de doses de potássio
e de magnésio
Com a utilização de doses elevadas de potássio combinadas com doses moderadas ou
baixas de magnésio não é possível maximizar a produção de massa seca de raízes, assim como o
emprego de elevadas doses de magnésio junto com moderadas doses de potássio também não
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
0
2
4
6
8
10
12
Raízes (g/vaso)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
10-12
8-10
6-8
4-6
2-4
0-2
42
permitem a maximização da produção de raízes. Para que este objetivo fosse alcançado foi
necessário utilizar altas doses de potássio e de magnésio em conjunto.
Utilizando magnésio de 2 mmol L
-1
e doses de potássio, Mattos (1997) verificou que
a
produção de massa seca de raízes variou com as doses de potássio atingindo a máxima produção
com o emprego de potássio de 8,8 mmol L
-1
. Esse resultado é similar ao observado no presente
experimento.
Lavres Júnior (2001), em estudo com capim-Mombaça e aplicando o magnésio na dose de
2 mmol L
-1
, demonstrou que a dose de potássio para maximizar a produção de massa seca de
raízes foi de 10,2 mmol L
-1
combinada a de nitrogênio de 33,4 mmol L
-1
. Pereira (2001), também
com capim-Mombaça em solução nutritiva com magnésio constante de 2 mmol L
-1
, verificou que
a máxima produção de massa seca de raízes ocorreu na dose de potássio de 9,2 mmol L
-1
. A
máxima produção de raízes observada por Pereira (2001) foi em doses de potássio e magnésio
muito semelhantes às encontrados no presente trabalho com capim-Tanzânia, mostrando a
elevada exigência das gramíneas forrageiras da espécie Panicum maximum quanto ao suprimento
de potássio. Assim, fica evidente a necessidade de equilíbrio na adubação com potássio e
magnésio, quando se objetiva maximizar a produção de massa seca de raízes.
Corrêa (1996), em experimento para avaliação de combinações entre doses de nitrogênio
(3, 15 e 27 mmol L
- 1
) e de magnésio (0,2 e 2 mmol L
-1
) em três cultivares de Panicum maximum,
observou efeito significativo do suprimento de magnésio na produção de massa seca de raízes,
apenas quando utilizou a dose mais elevada de nitrogênio (27 mmol L
-1
) na solução nutritiva.
Monteiro et al. (1995) constataram que a omissão de magnésio na solução nutritiva para
cultivo do capim-Marandu reduziu em 70% a produção de massa seca de raízes, quando
comparada ao tratamento completo. Pereira (2001), estudando capim-Mombaça, concluiu que o
ponto de máxima produção de massa seca de raízes ocorreu em dose de magnésio superior a
2,5 mmol L
-1
.
Resultados na literatura são poucos sobre a produção de massa seca de raízes e tratando
exclusivamente de aplicação de magnésio para as plantas forrageiras são raros. A maior parte dos
estudos envolvem aplicação de calcário, o qual tem na sua composição o cálcio e o magnésio,
dificultando a separação dos efeitos do magnésio no sistema radicular, de forma distinta.
Trabalhos realizados por Premazzi (1991) e Guimarães (2000) mostraram que a elevação na
saturação por bases, por meio da adição de calcário, não influenciou a produção de massa seca de
43
raízes das gramíneas forrageiras. Porém, Oliveira et al. (2003), estudando calagem e adubação na
recuperação de capim-Braquiária, relataram que possivelmente o magnésio afetou mais o sistema
radicular que o cálcio na camada de 0 a 10 cm de profundidade, pois os teores de cálcio nessa
camada eram elevados antes da aplicação de calcário e as plantas responderam à calagem,
aumentando a produção de massa seca de raízes.
4.6 Comprimento e superfície radicular
A interação entre as doses de potássio e magnésio revelou-se significativa para o
comprimento radicular do capim-Tanzânia, com os resultados tendo ajuste à equação de
regressão polinomial (Figura 17). Verificou-se que o máximo comprimento radicular foi obtido
na dose de potássio de 10,9 mmol L
-1
combinada com a dose de magnésio de 2,3 mmol L
-1
, que
resulta na relação entre elas de 4,7:1. O comprimento radicular foi aproximadamente 10 vezes
maior na combinação 10,89K e 2,3Mg do que na combinação 0,4K e 0,05Mg.
Observa-se que o comprimento radicular só pode ser maximizado quando se utilizou alta
dose de potássio combinada com alta dose de magnésio. Esse resultado reforça a grande
importância da utilização do magnésio não apenas no corretivo de solo, mas como nutriente em
pastagens manejadas de forma intensiva, onde é freqüente a aplicação de adubo potássico.
Estudos realizados por Lavres Júnior (2001) com doses de potássio para o capim-
Mombaça demonstraram que o máximo comprimento radicular foi atingido com potássio de
11 mmol L
-1
na solução. Esta dose está muito próxima da constatada no presente trabalho,
demonstrando mais uma vez que a dose estabelecida por Sarruge (1975) não é suficiente para o
capim-Tanzânia expressar todo seu potencial de desenvolvimento radicular.
A análise de variância para superfície radicular mostrou que a interação entre doses de
potássio e de magnésio não foi significativa. Avaliando-se os efeitos isolados das doses de
potássio e de magnésio para a superfície radicular do capim-Tanzânia, observou-se que houve
significância para essas doses separadamente. O efeito das doses de potássio foi representado por
equação de segundo grau (Figura 18), pela qual se pode verificar que a dose de potássio
necessária para a máxima superfície radicular foi de 8,6 mmol L
-1
. O efeito do magnésio, foi
representado por equação exponencial (Figura 19), verificando-se que apenas nas doses muito
baixas ocorreu redução da superfície radicular do capim.
44
Y = 33,2130 + 52,4017K – 3,3513K
2
+ 337,7935Mg – 94,5540Mg
2
+ 8,9429KMg
R
2
= 0,72
Figura 17 - Comprimento radicular do capim-Tanzânia, em função de combinações de doses de potássio e de
magnésio
Figura 18 - Superfície radicular do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
70
170
270
370
470
570
670
770
Comprimento radicular
(m/vaso)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
670-770
570-670
470-570
370-470
270-370
170-270
70-170
1200
2100
3000
3900
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Superfície radicular
(cm
2
/vaso)
Y = 1137,4606 + 576,9655K - 33,5903K
2
R
2
= 0,93
45
Figura 19 - Superfície radicular do capim-Tanzânia, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
Estudo realizado por Lavres Júnior (2001), com doses de nitrogênio e potássio em capim-
Mombaça, mostrou que na dose de potássio de 13,4 mmol L
-1
ocorreu maximização da superfície
radicular da gramínea forrageira, e essa dose foi superior àquela observada com capim-Tanzânia
no presente experimento.
4.7 Comprimento e superfície radicular específicos
A interação entre doses de potássio e de magnésio não foi significativa para o
comprimento e superfície radicular específicos do capim-Tanzânia. Estudando-se os efeitos
isolados do suprimento de potássio e de magnésio constatou-se variação significativa somente
com as doses de potássio, tanto para o comprimento específico como para a superfície radicular
específica. Os resultados ajustaram-se a equações de segundo grau com mínimo comprimento
radicular específico na dose de potássio de 7,2 mmol L
-1
(Figura 20) e mínima superfície
radicular específica na dose de potássio de 6,7 mmol L
-1
(Figura 21).
Elevando-se a dose de potássio na solução nutritiva até 7,2 mmol L
-1
ocorreu redução no
comprimento radicular específico do capim-Tanzânia, devido à maior espessura das raízes. Para
superfície radicular específica foi observado o mesmo comportamento, porém com menor
superfície radicular específica na dose de potássio de 6,7 mmol L
-1
. Quando o potássio foi
1000
1540
2080
2620
3160
3700
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Superfície radicular
(cm
2
/ vaso)
Y = 3406,1936 - 112,8411
R
2
= 0,98
Mg
46
suprido em baixa concentração ocorreu aumento no comprimento radicular específico e na
superfície radicular específica, ou seja, redução do diâmetro médio das raízes, que segundo Fitter
(1996) é uma defesa da planta para aumentar a área de exploração das raízes e conseqüentemente
absorver mais nutrientes. Lavres Júnior (2003), com doses de potássio em capim-Mombaça,
relatou menor superfície radicular específica e menor comprimento radicular específico nas doses
de potássio de 7,2 mmol L
-1
e de 7,3 mmol L
-1
, respectivamente, em resultados muito
semelhantes aos observados no presente experimento.
Figura 20 - Comprimento radicular específico do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução
nutritiva
Figura 21 - Superfície radicular específica do capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
50
60
70
80
90
100
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Comprimento radicular
específico (m g
-1
)
Y = 93,8961 - 10,8778K + 0,7540K
2
R
2
= 0,80
300
350
400
450
500
550
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Superfície radicular
específica (cm
2
g
-1
)
Y = 530,6965 - 48,6997K + 3,6478K
2
R
2
= 0,74
47
4.8 Concentração de nutrientes nas lâminas de folhas recém-expandidas
Tendo como base uma série de trabalhos experimentais, entre os quais Monteiro et al.
(1995), Mattos (1997), Santos (1997), Abreu e Monteiro (1999), Pereira (2001), Manarin e
Monteiro (2002), Mattos et al. (2002), Monteiro, Vendemiatti e Silveira (2004b) e Monteiro
(2005) descreveu que as lâminas foliares das duas folhas recém-expandidas (também designadas
como +1 e +2) refletem adequadamente o estado nutricional dos capins tropicais, entre os quais
está o capim-Tanzânia. Daí decorre a utilização dessas lâminas foliares na avaliação nutricional
do capim-Tanzânia no presente experimento, em termos dos nutrientes catiônicos.
A análise de tecidos vegetais consiste na determinação das concentrações de nutrientes na
parte aérea ou em uma parte da mesma. O princípio básico é que a concentração de um nutriente
deve refletir seu estado nutricional e a disponibilidade do nutriente. (COUTINHO et al., 2004).
Isso ocorre porque a folha é, comumente, o órgão que melhor reflete a nutrição das plantas
(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).
4.8.1 Potássio
A análise de variância revelou interação significativa entre as doses de potássio e de
magnésio para a concentração de potássio nas lâminas de folhas recém-expandidas coletadas na
ocasião dos dois cortes do capim-Tanzânia, com ajuste dos resultados a equações polinomiais.
À medida em que se aumentaram as doses de potássio na solução nutritiva e com o mais
baixo suprimento de magnésio, a concentração de potássio nas lâminas de folhas recém-
expandidas também foi incrementada, sendo observado esse mesmo comportamento nos dois
cortes do capim.
No material amostrado no primeiro corte da gramínea forrageira (Figura 22) pode-se
constatar que a concentração de potássio nas folhas diagnósticas do capim variou de 2,6 na
combinação de potássio de 0,4 mmol L
-1
e de magnésio de 1,4 mmol L
-1
a 32,1 g kg
-1
na
combinação de potássio de 11,6 mmol L
-1
e de magnésio de 0,05 mmol L
-1
.
Nas lâminas foliares coletadas no segundo corte, a concentração de potássio variou entre
valores próximos a zero até valores próximos a 55 g kg
-1
de massa seca (Figura 23). Os
resultados mostram que, quando se utilizou a dose mais elevada de potássio combinada com a
48
mais baixa de magnésio, as concentrações de potássio, nos dois cortes, são mais elevadas que os
valores médios sugeridos por Werner et al. (1996) para brotações + lâminas de folhas recém-
expandidas para os capins Coastcross (Cynodon dactylon), Colonião, Napier e Tifton (híbrido F1
interespecífico entre Cynodon nlemfuensis e Cynodon dactylon) (15 a 30 g kg
-1
) e para o capim-
Marandu (12 a 25 g kg
-1
).
Y = 5,4154 + 2,9648K – 0,0541K
2
– 5,1296Mg + 1,7306Mg
2
– 0,3608KMg
R
2
= 0,83
Figura 22 - Concentração de potássio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, amostradas
por ocasião do primeiro corte das plantas, em função das combinações de doses de potássio e de
magsio
O nível crítico de potássio calculado nas lâminas de folhas recém-expandidas, as quais
representam com grande precisão o estado nutricional das gramíneas forrageiras, foi de 24 e 22
g kg
-1
no primeiro e segundo cortes, respectivamente. Esses valores são muito próximos aos
relatados por Mattos (1997) de 29 e 22 g kg
-1
para o capim-Marandu e de 23 e 20 g kg
-1
para o
capim-Braquiária, no primeiro e segundo cortes, respectivamente. Os valores observados neste
trabalho são superiores aos relatados por Pereira (2001) de 15,4 e 17,3 g kg
-1
nas lâminas de
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
0
5
10
15
20
25
30
35
Potássio nas LR
(g kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
30-35
25-30
20-25
15-20
10-15
5-10
0-5
49
folhas recém-expandidas do capim-Mombaça nos dois crescimentos, e os citados por Monteiro
(2005) de 13 g kg
-1
para capim-Tanzânia.
Avaliando, em solução nutritiva, a performance de três cultivares de gramíneas de regiões
frias com alta capacidade de absorção de magnésio, Sabreen et al. (2003) observaram que as
concentrações de magnésio na planta eram altas sempre que as concentrações de potássio eram
baixas. Assim, concluíram que o acúmulo de magnésio na parte aérea reduziu o acúmulo de
potássio. Esses resultados concordam com os observados no presente estudo, pois sempre que se
elevou a dose magnésio, mantendo a dose de potássio constante, ocorreu redução na concentração
de potássio nas lâminas de folhas recém-expandidas.
Y = 15,3575 + 5,2281K – 0,1492K
2
– 22,9417Mg + 7,4156Mg
2
– 0,7433KMg
R
2
= 0,80
Figura 23 - Concentração de potássio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, amostradas
por ocasião do segundo corte das plantas, em função das combinações de doses de potássio e de
magnésio
Em cultivo do capim-Marandu em solução nutritiva, Monteiro et al. (1995) observaram
que na omissão de potássio a concentração desse nutriente na parte aérea foi de 4,3 g kg
-1
, a qual
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
0
10
20
30
40
50
60
Potássio nas LR
(g kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
50-60
40-50
30-40
20-30
10-20
0-10
50
foi significativamente mais baixa daquela do tratamento completo, que esteve entre 28,0 e 25,0
g kg
-1
, na época do primeiro e do segundo corte das plantas, respectivamente.
Mattos (1997), avaliando a diagnose nutricional de potássio em Brachiaria decumbens cv.
Basilisk e Brachiaria brizantha cv. Marandu, verificou que o incremento de potássio na solução
nutritiva proporcionou aumentos nas concentrações de potássio nos componentes da parte aérea
das duas espécies. Andrade et al. (2000), em experimento com doses de potássio e de nitrogênio
para capim-Elefante cultivar Napier, também constataram que as concentrações de potássio nas
lâminas foliares foram incrementadas com a aplicação do adubo potássico.
Avaliando o tecido foliar do capim-Braquiária submetido a doses de magnésio, Almeida e
Monteiro (1998) observaram que a concentração de potássio no tecido decresceu com o aumento
das doses de magnésio fornecidas às plantas pela solução nutritiva.
Lavres Júnior (2001) e Pereira (2001), estudando doses de potássio para capim-Mombaça,
verificaram que a elevação das doses de potássio na solução nutritiva resultou em aumento na
concentração do nutriente nas lâminas de folhas recém-expandidas. Lavres Júnior (2001)
constatou ainda que na dose de potássio de 11,8 mmol L
-1
a concentração desse nutriente nessas
folhas diagnósticas foi de 13,58 g kg
-1
, na amostragem do primeiro corte, enquanto essa dose não
foi suficiente para maximizar a concentração de potássio nessa parte da planta coletada no
segundo corte. Pereira (2001) relatou que a máxima concentração de potássio nas lâminas de
folhas recém-expandidas colhidas no primeiro corte do capim-Mombaça foi obtida na dose de
potássio de 10,5 mmol L
-1
e na época do segundo corte na dose de 18,3 mmol L
-1
, com as
concentrações de potássio atingindo 20,85 e 22,64 g kg
-1
, respectivamente.
4.8.2 Magnésio
A interação entre doses de potássio e de magnésio foi significativa na concentração de
magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas coletadas no primeiro e segundo cortes do
capim-Tanzânia.
Elevando-se as doses de magnésio na solução nutritiva nota-se que ocorreu aumento na
concentração do nutriente nas folhas diagnósticas do capim-Tanzânia coletadas nos dois cortes
(Figuras 24 e 25). Porém, quanto mais baixa a dose de potássio combinada com a dose de
magnésio, mais elevada foi a concentração do magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas.
51
Y = 1,5329 - 0,4735K + 0,0358K
2
+ 1,4522Mg + 0,0875Mg
2
– 0,1079KMg
R
2
= 0,71
Figura 24 - Concentração de magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia,
amostradas por ocasião do primeiro corte das plantas, em função das combinações de doses de
potássio e de magnésio
Mantendo-se constante a dose de potássio em 11,6 mmol L
-1
e variando a dose de
magnésio, constata-se (Figuras 24 e 25) que a máxima concentração de magnésio observada nas
folhas diagnósticas foi de 2 e 3 g kg
-1
, respectivamente, no material coletado no primeiro e
segundo cortes da gramínea. Quando se aplicou a mais baixa dose de potássio e alterando as
doses de magnésio essas concentrações variaram entre 5,0 e 6,0 g kg
-1
na amostragem do
primeiro e 7,5 e 9,0 g kg
-1
na do segundo corte. Esses resultados realçam o antagonismo existente
entre os dois nutrientes também no capim-Tanzânia.
Skerman e Riveros (1982), ao avaliarem a concentração de magnésio na massa seca da
parte aérea em 280 gramíneas forrageiras, verificaram variação de 0,4 a 9,0 g kg
-1
(com média em
torno de 3,6 g kg
-1
). Werner e Haag (1972) verificaram que o nível crítico de magnésio nas
lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Colonião foi de 1,2 g kg
-1
. Pereira (2001)
observou que esse valor foi de 4,2 g kg
-1
nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
0
1
2
3
4
5
6
Magnésio nas LR
(g kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
5-6
4-5
3-4
2-3
1-2
0-1
52
Marandu. Assim, no presente trabalho, quando se utilizaram doses muito baixas de potássio
combinadas com elevadas de magnésio, a concentração de magnésio nas lâminas de folhas
recém-expandidas resultou em valor mais alto que o nível crítico apontado para várias gramíneas
forrageiras.
Y = 1,9840 - 0,7337K + 0,0590K
2
+ 2,4588Mg + 0,1340Mg
2
– 0,1968KMg
R
2
= 0,87
Figura 25 - Concentração de magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia,
amostradas por ocasião do segundo corte das plantas, em função das combinações de doses de
potássio e de magnésio
Em experimento conduzido com objetivo de estudar a resposta do sorgo sacarino ao
magnésio, na presença e ausência de calagem e adubação potássica, Rosolem, Machado e
Brinholi (1984) observaram que os teores de magnésio no solo não foram alterados pela
aplicação de potássio, porém a absorção de magnésio pela planta foi influenciada. Também Büll
(1986), estudando o capim-Tobiatã e a soja-perene, constatou diminuição na absorção de cálcio e
de magnésio como conseqüência do aumento na absorção de potássio, em função da elevação no
potássio disponível, caracterizado pelo aumento na relação K/(Ca + Mg) no solo. Ventura (1987),
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
0
2
3
5
6
8
9
Magnésio nas LR
(g kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
7,5-9
6-7,5
4,5-6
3-4,5
1,5-3
0-1,5
53
em experimento para estudar a influência de doses de potássio, cálcio e magnésio em solução
nutritiva no crescimento da soja, relatou ter ocorrido redução na concentração de magnésio na
massa seca das folhas superiores e nos caules de 6,1 para 4,9 g kg
-1
e de 4,7 para 3,2 g kg
-1
,
respectivamente, quando aumentou a dose de potássio na solução de 3 mmol L
-1
para 9 mmol L
-1
.
Uma série de estudos com gramíneas forrageiras demonstram redução na concentração de
magnésio na parte aérea com a elevação das doses de potássio no substrato. Faquin et al. (1994),
em experimento sobre limitações nutricionais do capim-Colonião, observaram interações entre
potássio e magnésio. Na não aplicação de potássio foi encontrada a mais alta concentração de
magnésio no tecido (6 g kg
-1
), enquanto no tratamento completo essa concentração foi de 3
g kg
-1
. Andrade et al. (2000) verificaram que a concentração de magnésio nas lâminas foliares do
capim-Elefante decresceu de 1,9 para 1,0 g kg
-1
com a aplicação de potássio entre 16 e 304
kg ha
-1
. Mattos e Monteiro (1998), em estudo da concentração de magnésio nas partes da
Brachiaria decumbens submetida a doses de potássio, também verificaram que nas doses mais
altas de potássio ocorreu redução na concentração de magnésio nas partes das plantas. Assim,
deve-se atentar à nutrição das gramíneas com relação ao magnésio, quando o potássio for
disponibilizado em altas concentrações no substrato.
Adjei, Kalmbacher e Richcial (2001), avaliando o valor nutritivo da Floralta limpograss
(Hemarthria altissima) submetida a doses de 0; 37; 74 e 148 kg ha
-1
, concluíram que com a
aplicação de potássio ocorreu redução na absorção de magnésio pela forrageira.
Em experimento com doses de potássio em capim-Mombaça, Lavres Júnior (2001)
observou que a concentração de magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas foi reduzida
no material amostrado nos dois cortes do capim, em função do aumento no suprimento de
potássio. No primeiro corte, a máxima concentração de magnésio de 5,27 g kg
-1
foi obtida com a
dose de potássio de 0,5 mmol L
-1
e a mínima concentração desse nutriente foi observada na dose
de potássio de 8,1 mmol L
-1
. Na amostra coletada no segundo corte, a máxima concentração de
magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas foi de 5,98 g kg
-1
e a mínima de 1,95 g kg
-1
nas respectivas doses de potássio de 0,5 mmol L
-1
e 8,3 mmol L
-1
.
Pereira (2001), estudando doses de magnésio para o capim-Mombaça, obteve incrementos
lineares na concentração de magnésio nas lâminas de folhas recém-expandidas em função das
doses de magnésio utilizadas. A máxima concentração de magnésio no material colhido no
54
primeiro corte foi de 6,67 g kg
-1
na dose de magnésio de 2,5 mmol L
-1
e no segundo corte foi de
3,80 g kg
-1
na dose 2,5 mmol L
-1
.
O presente trabalho mostra que o fornecimento de magnésio resulta em aumento na
concentração do nutriente nas lâminas de folhas recém-expandidas, porém esse acréscimo é mais
acentuado quando as doses de potássio são baixas, mas tem dimensão reduzida quando são
elevadas. Assim, o monitoramento da concentração de magnésio nas folhas diagnósticas do
capim-Tanzânia deve ser realizado, particularmente quando se estiver adubando a pastagem com
doses elevadas de potássio, com intuito de evitar possíveis desbalanços nutricionais.
4.8.3 Cálcio
A interação entre as doses de potássio e magnésio não foi significativa para a
concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas amostradas no primeiro corte do
capim-Tanzânia. Os efeitos isolados dos suprimentos de potássio e de magnésio para a
concentração de cálcio nas folhas diagnósticas coletadas nesse corte do capim-Tanzânia
mostraram variação significativa para as doses de potássio e não significativa para as de
magnésio. A concentração de cálcio, em função das doses de potássio, foi representada por
equação de segundo grau (Figura 26). A mínima concentração de cálcio observada foi de
5,34 g kg
-1
na dose de potássio de 11,6 mmol L
-1
, sendo essa concentração 2,19 vezes mais baixa
que a verificada na dose de potássio de 0,4 mmol L
-1
.
Para as folhas diagnósticas coletadas na ocasião do segundo corte a análise de variância
mostrou interação significativa entre as doses de potássio e de magnésio para a concentração de
cálcio do capim-Tanzânia (Figura 27). Enquanto as doses de magnésio resultaram em redução de
pequena amplitude na concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas, as doses
de potássio proporcionaram drástica redução na concentração de cálcio.
No material vegetal amostrado nos dois cortes do capim-Tanzânia, as doses de potássio
tiveram efeito depressivo na concentração de cálcio nas folhas diagnósticas. O fornecimento de
alta dose de potássio resultou em baixa concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-
expandidas do capim-Tanzânia. Na amostragem do segundo corte, as doses de magnésio também
apresentaram efeito negativo na concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas,
porém em menor magnitude quando comparada às doses de potássio.
55
Figura 26 - Concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, amostradas no
primeiro corte, em função das doses de potássio na solução nutritiva
Y = 1,8185 - 1,3792K + 0,0453K
2
+ 1,3333Mg – 0,9118Mg
2
+ 0,1071KMg
R
2
= 0,87
Figura 27 - Concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, amostradas
por ocasião do segundo corte das plantas, em função das combinações de doses de potássio e de
magnésio
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
3
5
7
9
11
13
Cálcio nas LR
(g kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
11-13
9-11
7-9
5-7
3-5
3
5
7
9
11
13
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Ca nas LR (g kg
-1
)
Y = 12,1570 - 1,1850K + 0,0515K
2
R
2
= 0,86
56
O nível crítico de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas colhidas no primeiro
corte foi calculado a partir da mais elevada produção de massa seca (100 % da produção relativa).
A massa seca referente a 90 % da produção relativa foi substituída na equação Y = 27,1073 –
2,4819 Ca + 0,0627 Ca
2
, obtendo-se a concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém
expandidas de 5,30 g kg
-1
.
Cultivando ervilhaca em solução nutritiva e tendo como substrato uma mistura de argila e
areia com várias relações Ca/Mg e Mg/K, Tewari, Sinha e Mandal (1971) relataram que
incrementos na relação Ca/Mg causaram decréscimo nas concentrações de magnésio e de
potássio nas plantas. Entretanto, reduções mais drásticas na concentração dos nutrientes
ocorreram em relação ao cálcio e o magnésio quando se elevou o suprimento de potássio.
Diminuição na absorção de cálcio e magnésio como conseqüência do maior suprimento de
potássio, caracterizado pelo aumento na relação K/(Ca + Mg) no solo, foi observada por Büll
(1986), nos três cortes para o capim-Tobiatã como para a soja-perene.
Marschner (1995) relatou que a absorção de potássio em elevadas quantidades pode
reduzir a absorção ou a disponibilidade fisiológica não somente do magnésio, mas também do
cálcio às plantas. Isto é reafirmado no presente trabalho, pois com a elevação das doses de
potássio ocorreu redução na concentração de cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas do
capim-Tanzânia.
Avaliando três cultivares de gramíneas de regiões frias com alta capacidade de absorção
de magnésio, em solução nutritiva, Sabreen et al. (2003) reportaram que as concentrações de
cálcio e de magnésio na parte aérea eram mais elevadas nas doses mais baixas de potássio. Em
estudo com capim-Napier para avaliar as relações CaCO
3
/MgCO
3
, Nogueira et al. (1997)
constataram que o excesso de magnésio interferiu na concentração de cálcio nas plantas, quando
utilizaram elevadas doses de MgCO
3
.
Ferragine (1998), em experimento com solução nutritiva avaliando doses de nitrogênio e
de potássio para o capim-Braquiária, observou redução na concentração de cálcio nas lâminas de
folhas recém-expandidas de acordo com a elevação das doses de potássio, no material colhido no
segundo corte do capim. Resultados semelhantes foram descritos por Lavres Júnior (2001) ao
testar doses de potássio em capim-Mombaça, quando verificou que as doses de potássio
proporcionaram redução na concentração de cálcio nos tecidos vegetais coletados nos dois cortes
da gramínea. No material amostrado no primeiro corte do capim-Mombaça, as concentrações de
57
cálcio nas lâminas de folhas recém-expandidas variaram de 3,59 g kg
-1
na dose mais baixa de
potássio (0,5 mmol L
-1
) até 10,11 g kg
-1
na dose mais elevada (11 mmol L
-1
). No material do
segundo corte as concentrações de cálcio variaram entre 2,36 e 7,60 g kg
-1
, e foram
correspondentes às doses de potássio de 0,5 e 11,0 mmol L
-1
.
4.8.4 Cobre
A interação entre doses de potássio e de magnésio não foi significativa para a
concentração de cobre nas lâminas de folhas recém-expandidas amostradas na ocasião dos dois
cortes do capim-Tanzânia.
Estudando os efeitos isolados do potássio e do magnésio na concentração de cobre nas
folhas diagnósticas dessa gramínea forrageira obteve-se significância apenas para as doses de
potássio nas amostragens do primeiro corte e de magnésio no segundo corte das plantas.
Elevando-se a dose de potássio entre 0,4 e 3,2 mmol L
-1
ocorreu redução drástica na concentração
de cobre nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim (Figura 28). O mesmo
comportamento foi observado com relação às doses de magnésio e a concentração de cobre no
segundo corte (Figura 29), com redução acentuada na concentração entre as doses 0,05 e 0,7
mmol L
-1
.
Figura 28 - Concentração de cobre nas lâminas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, no primeiro corte, em
função das doses de potássio na solução nutritiva
4
6
8
10
12
14
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Cobre nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 5,7036 + 2,6401
R
2
= 0,95
K
58
Figura 29 - Concentração de cobre nas lâminas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia, amostradas no segundo
corte, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
As doses de potássio no primeiro corte e as de magnésio no segundo influenciaram
negativamente a concentração de cobre nas lâminas recém-expandidas, mostrando que a
competição entre os cátions pode influenciar até mesmo nas concentrações dos micronutrientes
catiônicos nas plantas.
Nas doses de potássio e de magnésio normais na solução de Sarruge (1975), as
concentrações de cobre nas lâminas de folhas recém-expandidas foram de 6,1 e 5,6 mg kg
-1
,
respectivamente, valores estes considerados adequados por Werner et al. (1996). Mesmo nas
doses mais elevadas de potássio e de magnésio, as concentrações de cobre nas lâminas de folhas
recém-expandiadas, respectivamente de 5,9 e 5,6 mg kg
-1
, apresentaram-se dentro da faixa de
concentração adequada para as gramíneas forrageiras de alta exigência nutricional (4 a 20
mg kg
-1
) , segundo Werner et al. (1996).
4.8.5 Ferro
Para a concentração de ferro nas lâminas de folhas recém-expandidas coletadas nos dois
cortes do capim-Tanzânia, a análise de variância mostrou que a interação entre doses de potássio
e magnésio não foi significativa.
Avaliando-se os efeitos do suprimento de potássio e de magnésio na concentração de ferro
nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim constatou-se significância para as doses de
0
4
8
12
16
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Cobre nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 5,4156 + 0,4445
R
2
= 0,95
Mg
59
potássio no primeiro corte (Figura 30) e magnésio no segundo corte (Figura 31). A concentração
de ferro nas lâminas foi reduzida com o aumento das doses de potássio no primeiro corte e com
as doses de magnésio no segundo corte, apresentando em ambos os casos redução drástica entre
as doses de potássio de 0,4 e 3,2 mmol L
-1
e de magnésio de 0,05 e 0,7 mmol L
-1
. Para doses de
potássio mais elevadas do que 3,2 mmol L
-1
e para as doses de magnésio superiores a
0,7 mmol L
-1
ocorreram variações mínimas na concentração de ferro nas lâminas de folhas
recém-expandidas, de forma similar ao ocorrido com o cobre.
Figura 30 - Concentração de ferro nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) amostradas no primeiro corte do
capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
De acordo com Werner et al. (1996), a concentração de ferro nas lâminas de folhas recém-
expandidas adequada para as gramíneas forrageiras varia entre 50 e 200 mg kg
-1
. Portanto a
concentração de ferro de 76,7 mg kg
-1
, constatada para a dose de potássio de 11,6 mmol L
-1
no
primeiro corte, e a concentração de ferro de 105,7 mg kg
-1
para a dose de magnésio de 2,65
mmol L
-1
no segundo corte, estão dentro da faixa adequada para o capim-Tanzânia.
65
77
89
101
113
125
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Ferro nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 75,1464+ 18,1208
R
2
= 0,93
K
60
Figura 31 - Concentração de ferro nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) amostradas no segundo corte do
capim-Tanzânia, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
4.8.6 Manganês
A interação entre as doses de potássio e de magnésio não foi significativa para a
concentração de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas coletadas no primeiro corte
do capim-Tanzânia. O estudo dos efeitos isolados do suprimento de potássio e de magnésio na
concentração de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas coletadas no primeiro corte
do capim mostrou significância para as doses de potássio. Os resultados ajustaram-se a modelo de
segundo grau (Figura 32) e a dose de potássio de 6,9 mmol L
-1
resultou na mais baixa
concentração de manganês nas folhas diagnósticas do capim.
Na amostragem realizada na ocasião do segundo corte, a interação entre doses de potássio
e de magnésio foi significativa quanto à concentração de manganês nas folhas diagnósticas do
capim-Tanzânia. Os resultados foram representados pelo modelo polinomial (Figura 33) e
observou-se que as doses de potássio de 7,6 mmol L
-1
e de magnésio de 1,7 mmol L
-1
resultaram
na mais baixa concentração de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas (24 mg kg
-1
).
De acordo com Werner et al. (1996) este valor está abaixo da faixa adequada de manganês para
as gramíneas com alta exigência nutricional, que varia entre 40 e 200 mg kg
-1
. Isto poderia
resultar na deficiência desse micronutriente, mas não foram observados sintomas visuais dessa
deficiência nas plantas no decorrer do presente experimento. A menor disponibilização de
90
100
110
120
130
140
150
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Ferro nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 104,8945 + 2,2042
R
2
= 0,94
Mg
61
potássio e/ou magnésio na solução nutritiva resultou em aumento na concentração de manganês
nas folhas diagnósticas da gramínea forrageira.
Figura 32 - Concentração de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no primeiro corte do
capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
Y = 251,5339 - 27,4701K + 1,5880K
2
- 145,6205Mg + 38,4767Mg
2
+ 2,0126KMg
R
2
= 0,79
Figura 33 - Concentração de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) do capim-Tanzânia,
amostradas por ocasião do segundo corte das plantas, em função das combinações de doses de
potássio e de magnésio
0,05
0,70
1,35
2,00
2,65
0,4
3,2
6,0
8,8
11,6
20
60
100
140
180
220
260
Manganês nas LR
(mg kg
-1
)
Mg
(mmol L
-1
)
K
(mmol L
-1
)
220-260
180-220
140-180
100-140
60-100
20-60
60
90
120
150
180
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Manganês nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 164,1907 - 23,4124K + 1,6972K
2
R
2
= 0,81
62
4.8.7 Zinco
A análise de variância mostrou que não houve significância para a interação entre doses
de potássio e de magnésio para a concentração de zinco das lâminas de folhas recém-expandidas
do capim-Tanzânia, na amostragem realizada dos dois cortes.
A concentração de zinco nas folhas diagnósticas do capim, avaliada em relação aos
efeitos isolados do suprimento de potássio e de magnésio variou significativamente com as doses
de potássio no primeiro (Figura 34) e também no segundo corte (Figura 35). No segundo corte
constatou-se ainda significância para as doses de magnésio em relação à concentração de zinco
nas lâminas de folhas recém-expandidas (Figura 36). No material coletado em ambos os cortes do
capim em termos do efeito do potássio e no segundo corte para o magnésio ocorreram reduções
nas concentrações de zinco nas folhas diagnósticas. Essas reduções foram mais acentuadas entre
as doses de potássio de 0,4 e 3,2 mmol L
-1
e de magnésio entre 0,05 e 0,7 mmol L
-1
.
Figura 34 - Concentração de zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no primeiro corte do
capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
Werner et al. (1996) afirmaram que as concentrações adequadas de zinco nas partes mais
novas das gramíneas forrageiras de alta exigência nutricional variam de 20 a 50 mg kg
-1
. No
primeiro corte do capim-Tanzânia, as concentrações de zinco mantiveram-se dentro dessa faixa,
considerando qualquer dose de potássio. Porém no segundo crescimento as concentrações de
zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas estiveram dentro desse intervalo apenas nas doses
14
20
26
32
38
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Zinco nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 17,9808 + 7,5047
R
2
= 0,96
K
63
extremamente baixas tanto de potássio quanto de magnésio. Por outro lado, Manarin (2005),
avaliando doses de fósforo e zinco em dois cortes do capim-Tanzânia, constatou que a
concentração de zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas variou entre 6 e 19 mg kg
-1
. Esses
resultados evidenciam que possivelmente a concentração adequada de zinco nas lâminas de
folhas recém-expandidas esteja nas proximidades do valor mais baixo da faixa referida por
Werner et al. (1997) para as partes mais novas dos capins.
Figura 35 - Concentração de zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas (LR) coletadas no segundo corte do
capim-Tanzânia, em função das doses de potássio na solução nutritiva
As concentrações dos quatro micronutrientes catiônicos nas lâminas de folhas recém-
expandidas do capim-Tanzânia foram influenciadas pelas doses de potássio e/ou magnésio na
solução nutritiva, na maioria dos casos estudados, evidenciando a existência de interferência dos
dois macronutrientes em estudo nas concentrações dos micronutrientes nas folhas diagnósticas do
capim. Cabe ressaltar a importância de estar atento às possíveis interferências do suprimento
tanto de potássio como de magnésio na concentração dos micronutrientes catiônicos nas folhas
diagnósticas da gramínea forrageira, que podem inclusive conduzir à deficiência desses
micronutrientes, nos casos de adubação elevada com um deles ou com os dois desses
macronutrientes.
6
12
18
24
30
36
0,4 3,2 6,0 8,8 11,6
K (mmol L
-1
)
Zinco nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 10,4004 + 8,9996
R
2
= 0,97
K
64
Figura 36 - Concentração de zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas amostradas no segundo corte do capim-
Tanzânia, em função das doses de magnésio na solução nutritiva
4.9 Concentração conjunta de potássio, magnésio e cálcio na parte aérea
A interação entre doses de potássio e de magnésio foi significativa para concentração total
(em mmol
c
kg
-1
) de potássio, magnésio e cálcio na massa seca da parte aérea, tanto no primeiro
como no segundo corte. Porém os valores de R
2
obtidos na regressão foram baixos, mostrando
que o modelo polinomial utilizado não era o mais adequado para se avaliar estas respostas.
Segundo Mengel e Kirkby (2001), a soma total de cátions em uma planta ou em parte dela
é pouco variável, mesmo quando ocorre variação no fornecimento individual de cátions, pois o
aumento de um cátion no meio costuma deprimir a absorção de outro cátion, fenômeno este
chamado de antagonismo. Os mesmos autores também relataram resultados com girassol
(Helianthus annuus), onde a elevação de doses de magnésio resultou em redução nas
concentrações dos cátions sódio e cálcio e incremento na de magnésio, com a soma total dos
cátions mantendo-se aproximadamente constante.
Coutinho et al. (2004) também afirmaram que tem-se mantido constante a soma dos três
cátions, expressos em mmol
c
kg
-1
de tecido da planta, a qual representa o total de carga positiva
absorvida. No presente experimento constatou-se que a concentração total dos três cátions (em
mmol
c
kg
-1
) variou de 966 a 1423 na parte aérea do primeiro corte e de 930 a 1661 no segundo
corte, de acordo com as doses de potássio e magnésio fornecidas ao capim-Tanzânia.
10
14
18
22
26
30
0,05 0,70 1,35 2,00 2,65
Mg (mmol L
-1
)
Zinco nas LR
(mg kg
-1
)
Y = 12,9468 + 0,7274
R
2
= 0,87
Mg
65
A contribuição de potássio, magnésio e cálcio, em termos de mmol
c
kg
-1
, na parte aérea do
capim-Tanzânia, considerando-se as doses fornecidas de potássio e de magnésio na solução
nutritiva foi estudada, para os resultados no material tanto do primeiro corte (Figura 37), como do
segundo corte (Figura 38).
A contribuição porcentual de potássio na massa seca da parte aérea aumentou de acordo
com as doses de potássio aplicadas, nos dois crescimentos do capim-Tanzânia. Quanto à
contribuição de magnésio, observou-se que foi crescente com as doses de magnésio, dentro de
cada dose de potássio, e decrescente em relação às doses de potássio. A participação do cálcio na
concentração total na parte aérea teve maiores reduções quando se elevaram as doses de potássio
na solução nutritiva.
Para as doses de potássio constatou-se, nos dois crescimentos da gramínea forrageira,
efeitos nitidamente benéficos na emissão de perfilhos e de folhas, na área foliar total, na produção
de massa seca da parte aérea e de raízes, que resultaram nas mais expressivas respostas quando as
doses de potássio foram iguais ou superiores a 8,8 mmol L
-1
na solução nutritiva. Observa-se
(Figuras 37 e 38) que, nessas condições de mais altas produtividades, as porcentagens de potássio
no total dos três macronutrientes na massa seca da parte aérea oscilaram entre 53 % e 82 %.
Portanto, acredita-se que para maximizar a produção do capim-Tanzânia, a proporção de potássio
na massa seca da parte aérea deve estar dentro dessa faixa (especialmente entre 53 e 64 % para
fornecimento combinado de potássio e magnésio) o que mostra novamente a elevada exigência
em potássio pelo capim-Tanzânia. Quanto ao magnésio as maiores produções de massa seca da
parte aérea e de raízes ocorreram com as doses próximas a 2 mmol L
-1
na solução, o que
correspondeu às porcentagens de magnésio no total dos três macronutrientes na massa seca da
parte aérea de aproximadamente 19 a 22 %.
66
Potássio Magnésio Cálcio
Figura 37 - Contribuição de potássio, magnésio e cálcio na concentração total desses três macronutrientes na parte
aérea coletada no primeiro corte do capim-Tanzânia, em função das combinações de doses de potássio e
de magnésio
Total em mmol
c
kg
-1
998 1264 1330
0,4K/0,05Mg
65%
18%
17%
0,4K/1,35Mg
48%
13%
39%
0,4K/2,65Mg
52%
10%
38%
966 1047
3,2K/0,7Mg
14%
44%
42%
3,2K/2,0Mg
27%
38%
35%
1160 1105 1169
6,0K/0,05Mg
64%
32%
4%
6,0K/1,35Mg
17%
30%
53%
6,0K/2,65Mg
26%
27%
47%
1207 1252
8,8K/0,7Mg
25%
10%
65%
8,8K/2,0Mg
19%
22%
59%
1423 1350 1402
11,6K/0,05Mg
78%
19%
3%
11,6K/1,35Mg
13%
68%
19%
11,6K/2,65Mg
64%
20%
16%
67
Potássio Magnésio Cálcio
Figura 38 - Contribuição de potássio, magnésio e cálcio na concentração total desses três macronutrientes na parte
aérea coletada no segundo corte do capim-Tanzânia, em função das combinações de doses de potássio e
de magnésio
Total em mmol
c
kg
-1
1032 1167 1388
0,4K/0,05Mg
70%
21%
9%
0,4K/1,35Mg
51%
11%
38%
0,4K/2,65Mg
55%
8%
37%
930 973
3,2K/0,7Mg
11%
56%
33%
3,2K/2,0Mg
25%
34%
41%
995 974 1608
6,0K/0,05Mg
3%
24%
73%
6,0K/1,35Mg
17%
38%
45%
6,0K/2,65Mg
28%
31%
41%
1030 1081
8,8K/0,7Mg
33%
8%
59%
8,8K/2,0Mg
20%
27%
53%
1661 1095 1184
11,6K/0,05Mg
2%
16%
82%
11,6K/1,35Mg
13%
62%
25%
11,6K/2,65Mg
64%
22%
14%
68
4.10 Sintomas visuais
Os primeiros sintomas visuais de deficiência de potássio, durante o primeiro crescimento
do capim-Tanzânia, foram observados aproximadamente 30 dias após o transplante das mudas
nas plantas crescidas com a dose de potássio de 0,4 mmol L
-1
e posteriormente com a dose
3,2 mmol L
-1
. As plantas com deficiência apresentaram clorose nas pontas e margens das folhas
velhas e, com o passar dos dias, esses sintomas evoluíram, formando pontos necróticos e
aumentando a área clorótica em direção à nervura principal. Pontos necróticos maiores, seca das
margens e pontas das folhas, em formato de “V” invertido (como mostrados na Figura 39)
puderam ser observados aos 40 dias após o transplantio.
Na mesma época do surgimento dos primeiros sintomas de deficiência de potássio
também surgiram os primeiros sintomas visuais de deficiência de magnésio, nas plantas
desenvolvidas com a dose de magnésio de 0,05 mmol L
-1
. Nessa situação, as lâminas de folhas
maduras apresentaram coloração verde pálida, evoluindo para clorose internerval com o decorrer
do tempo (Figura 39). As plantas desenvolvidas nas unidades experimentais com a dose de
potássio de 3,2 mmol L
-1
combinada com quaisquer doses de magnésio apresentaram sintomas
visuais de deficiência de potássio nas lâminas de folhas maduras.
Aos 46 dias após transplantio das mudas, foi possível observar que nas combinações de
doses de potássio 0,4 mmol L
-1
com magnésio de 0,05 mmol L
-1
, as plantas apresentavam
crescimento reduzido e sintomas bem severos de deficiências desses dois nutrientes. Também,
apreciável parte das lâminas de folhas recém-expandidas apresentaram clorose na borda e pontas
(deficiência de potássio), além de clorose internerval resultante da deficiência de magnésio.
Durante período de rebrotação foi possível notar que as plantas desenvolvidas nas
combinações de doses de potássio de 0,4 mmol L
-1
e de magnésio de 0,05 mmol L
-1
apresentaram
crescimento reduzido, quando comparados com as demais combinações de doses de potássio e
magnésio, além de redução na emissão de perfilhos e na expansão das folhas (Figura 40). Folhas
com clorose internerval, levemente enroladas e encarquilhadas eram sintomas também
observados nessa combinação de doses de potássio e magnésio.
Aos 14 dias da rebrotação das plantas, as unidades experimentais com as combinações de
doses de potássio de 0,4 mmol L
-1
e de magnésio de 0,05 mmol L
-1
, respectivamente,
apresentavam plantas com crescimento severamente reduzido, com lâmina foliar de pequeno
69
tamanho, além de folhas com tonalidades amareladas e encarquilhadas, com pontos necróticos ou
quase totalmente necrosadas.
No dia do segundo corte das plantas foi possível notar sintomas de deficiência de potássio
nas lâminas de folhas maduras (Figura 41), nas doses de potássio de 0,4 e 3,2 mmol L
-1
de
potássio e de deficiência de magnésio (Figura 42) nas doses de magnésio de 0,05; 0,7 e
1,35 mmol L
-1
.
A sintomatologia de deficiência de potássio descrita para o capim-Tanzânia nesse
experimento assemelha-se à apresentada por França e Haag (1985) e Pereira (2001) para outros
cultivares de Panicum maximum.
Os sintomas de deficiência de magnésio observados, com exceção ao encarquilhamento,
foram também descritos por França e Haag (1985), Marschner (1995), Sarkis, Frare e Monteiro
(1996) e Pereira (2001).
Ao final do segundo corte do capim-Tanzânia realizou-se a separação do sistema radicular
e constatou-se que o suprimento de magnésio, assim como o de potássio, influenciaram
demasiadamente o desenvolvimento do sistema radicular dessa gramínea forrageira (Figuras 43 e
44).
70
Figura 39 - Sintomas de deficiências de potássio (a) e de magnésio (b) nas lâminas de folhas maduras durante o
primeiro crescimento do capim-Tanzânia
Figura 40 - Sintomas de deficiências de potássio e de magnésio (a) nas plantas desenvolvidas nas doses de potássio
de 0,4 mmol L
-1
e de magnésio de 0,05 mmo L
-1
e plantas normais (b), durante o segundo crescimento
do capim-Tanzânia.
b
a
a
b
71
Figura 41 - Sintomas de deficiência de potássio em lâminas de folhas maduras em diversos estádios de
desenvolvimento do capim-Tanzânia.
Figura 42 - Sintomas de deficiência de magnésio em lâminas de folhas maduras em diversos estádios de
desenvolvimento do capim-Tanzânia.
72
Figura 43 - Raízes do capim-Tanzânia desenvolvidas na combinação de doses de potássio de 0,4 mmol L
-1
e de
magnésio de 2,65 mmol L
-1
(a) e na combinação de doses de potássio de 0,4 mmol L
-1
e de magnésio
de 0,05 mmol L
-1
(b)
Figura 44 - Raízes do capim-Tanzânia desenvolvidas na combinação de doses de potássio de 11,6 mmol L
-1
e de
magnésio de 1,35 mmol L
-1
(a) e na combinação de doses de potássio de 11,6 mmol L
-1
e de magnésio
de 0,05 mmol L
-1
(b)
a
b
a
b
73
5 CONCLUSÕES
9 As combinações de doses de potássio e de magnésio são determinantes para as concentrações
de potássio e magnésio nas folhas diagnósticas, para a proporção de potássio, magnésio e
cálcio na parte aérea nos dois períodos de crescimento do capim, para comprimento e massa
radicular e, somente no segundo crescimento do capim, para produção da parte aérea e para
as concentrações de cálcio e de manganês nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-
Tanzânia;
9 De forma isolada, as doses de potássio alteram o número de perfilhos e de folhas, a área
foliar e a concentração de zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas nos dois
crescimentos da gramínea, enquanto influenciaram, no primeiro crescimento, a produção da
parte aérea e as concentrações de cálcio, cobre, ferro e manganês nas folhas diagnósticas,
além de promover alteração na superfície radicular do capim;
9 As doses de magnésio, isoladamente, fazem variar o valor SPAD e a concentração de
clorofila nos dois crescimentos do capim-Tanzânia, têm influência na superfície radicular e,
no segundo crescimento, promovem alterações na área foliar e nas concentrações de cobre,
ferro e zinco nas lâminas de folhas recém-expandidas do capim-Tanzânia;
9 As máximas respostas do capim-Tanzânia são alcançadas com fornecimento de potássio na
solução nutritiva entre 8,4 e 10,9 mmol L
-1
e o de magnésio entre 1,7 e 2,3 mmol L
-1
, e com
participação do potássio na faixa de 53 a 64 % e do magnésio ao redor de 20 % na
concentração total de potássio, magnésio e cálcio na parte aérea das plantas.
74
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