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FERNANDA RODRIGUES AGRESTE
Estudo quantitativo da vascularização do
timo em cães
SÃO PAULO
2005
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FERNANDA RODRIGUES AGRESTE
Estudo quantitativo da vascularização do timo em
cães
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Anatomia dos Animais
Domésticos e Silvestres da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Mestre em Ciências
Departamento:
Cirurgia
Área de concentração:
Anatomia dos Animais Domésticos e
Silvestres
Orientador:
Prof. Dr. Pedro Primo Bombonato
SÃO PAULO
2005
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: AGRESTE, Fernanda Rodrigues
Título: Estudo quantitativo da vascularização do timo em cães
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Anatomia dos Animais
Domésticos e Silvestres da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Mestre em Ciências
Data: _____/______/_____
Banca examinadora
Prof. Dr.: __________________________ Instituição:______________________
Assinatura:__________________________ Julgamento: _____________________
Prof. Dr.: ____________________________ Instituição: _____________________
Assinatura:___________________________ Julgamento: _____________________
Prof. Dr.: ____________________________ Instituição: _____________________
Assinatura:___________________________ Julgamento: _____________________
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RESUMO
AGRESTE, F. R. Estudo quantitativo da vascularização do timo em cães.
[Quantitative study of the thymus vascularization in dogs]. 2005. 118 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
Durante a vida fetal e no período neonatal, o timo é órgão de grande importância
imunológica e, anatomicamente é o maior órgão linfático e com alta atividade
linfopoiética, constando como precursor da linfopoiese. No que diz respeito à
irrigação do timo em cães, a literatura é escassa, visto que os autores quando se
reportam ao assunto fazem-no na sua maioria de maneira genérica. Com isso,
aspectos morfológicos como número de vasos, tamanho do órgão foram estudados
considerando as variáveis sexo e faixas etárias. Para este estudo, foram utilizados
24 fetos de es domésticos, sem raça definida, machos e fêmeas, divididos em
quatro grupos etários. Os timos foram processados para o estudo da microscopia de
luz, e as análises estereológicas foram realizadas utilizando o método do disector
físico associado com o princípio de ConnEulor. O volume do órgão (Vref),
comprimento, espessura e largura aumentaram gradativamente com o
desenvolvimento, sendo maior nos machos do que nas fêmeas. As variáveis
estereológicas analisadas (densidade de comprimento do vaso - Lv, comprimento do
vaso - L, densidade de superfície de área - Sv, superfície de área - S, estimação da
densidade numérica vascular - N
v(vasc)
, número total de vasos no órgão - N
(vasc)
),
tiveram um aumento gradativo, sendo que o Lv foi maior nas fêmeas e as demais os
machos apresentaram maior valor. Aumento na N
v(vasc)
e N
(vasc)
foi observado nos
animais do grupo IV.
Palavras-chave: Timo (glândula endócrina). Vascularização em animal. Sistema
linfático. Morfometria. Cães.
ABSTRACT
AGRESTE, F. R. Quantitative study of the thymus vascularization in dogs.
[Estudo quantitativo da vascularização do timo em cães]. 2005. 118 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
During phoetal life and neonatal period, the thymus is the organ that has a wide
immunological relevance and, anatomically speaking is the largest lymphoid organ
presenting high limphopoietic activity presented as the predecessor of limphopoiesis.
The literature about thymus irrigation in dogs is scarce, becouse most authors refer
to the subject in a general way. Then, morphological aspects as number, shape, size,
irrigation, and quantitative were study considering sexy and differents ages of
development of the dogs. To the study, were used twenty-four fetus of the mongrel
domestics dogs, males and females, divided into four different well defined aged
groups (fetus 30, 40, 50 and 60 days). The thymus were processed for the light
microscopy study, and the stereological analyses were done using the physical
disector method associated with the ConnEulor principle. The volume of the organ,
length, thickness and wide increased gradually with the development, in males is
great that female. The stereological variables analysed (length density Lv, length
od vascullar L, surface area density Sv, surface area S, vascullar number
density - N
v(vasc)
, and vascullar total number - N
(vasc)
), had the gradual high, the Lv
was more in female and the others variables were more in males. The rise of N
v(vasc)
and N
(vasc)
was observed on the group four animals.
Key words: Thymus (endocriny gland). Vascularization in animal. Lymphatic system.
Morphometry. Dogs.
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
mm - milímetro
cm - centímetro
SNA - sistema nervoso autônomo
- beta
IL-1 - interleucina 1
LSH - hormônio estimulante dos linfócitos
Ig - imunoglobulina
INF- - interferon gama
TNF- - Fator de necrose tumoral alfa
LPS - lipopolissacarídeo
TGF- - fator transformante do crescimento beta
SRD - sem raça definida
PBS - solução salina tamponada fosfatada
M - molar
pH - potencial hidrogenioiônico
°C - Graus Celsius
m - micrômetro
V
(ref)
- Volume Referência
d
- distância para cortes macroscópicos
k
- distância para cortes microscópicos
a - somatória das áreas
CE - coeficiente de erro
AUI - Aleatórios e Uniformemente Isotrópicos
IUR - Isotropic Uniform Random
- seno
- co-seno
mm
2
- milímetro quadrado
a - área
p - número de pontos
h - altura
At - área teste
v
(dis)
- volume do disector
H - hole
I - island
B - bridge
X
v
- número de Euler
N
v(vasc)
- densidade numérica vascular
N
(vasc)
- número de vasos
L - comprimento do vaso
Lv - densidade de comprimento do vaso
S - superfície de área
Sv - Densidade de superfície de área
Qa - número de perfis por área
I
L
- número de intersecções
cm
3
- centímetro cúbico
DP - desvio padrão
LISTA DE FIGURAS
Figura Timo de o (filhote com 1 dia de idade). Vista ventral. 1, 2 timo; 1-
lobo direito; 2- lobo esquerdo; a-f pulmão; a- lobo pulmonar direito
porção cranial; b- lobo pulmonar direito porção média; c- lobo pulmonar
direito porção caudal; d- lobo acessório (pulmão direito); e- porção
cranial e e`- porção caudal do lobo pulmonar cranial esquerdo; f- lobo
pulmonar caudal esquerdo. Linhas pontilhadas representando o primeiro
par de costelas (NICKEL et al., 1981)........................................................
29
Figura Sistemas testes com diferentes ângulos utilizados no método orientator.
A - relógio (seno) ou -clock. B - relógio (co-seno) ou -clock..........
64
Figura Em A, a “reference section” é delimitada por uma área teste com linhas
de inclusão (linhas pontilhadas) e de exclusão (linhas cheias). Em B, a
“look-up section” é delimitada por uma área teste rígida...........................
67
Figura Amostragem do disector e estimação dos planos tangenciais. Em A, a
superfície convexa do capilar é mostrado na “reference section” e o
na “Look-up section”, estruturas chamadas de “Hole”. Em B, uma
irregularidade da parede do capilar é observada conferindo uma nova
parte isolada chamada de “Island”. Em C, na “reference section” a
curvatura é ncava, e na “look-up section” a curvatura é do tipo
convexa formando uma divisão do lúmen capilar em dois ou mais
lumens, chamadas também de “Bridge”....................................................
70
Figura
5
Macroestrutura do timo de cão (recém-nato). A: Lateral esquerda. b
lobo esquerdo; d coração; e esôfago; seta branca nervo frênico;
ponta de seta primeiro e quinto pra de costelas. B: Lateral direita. A
lobo direito; d- coração; * - artéria torácica interna direita; seta branca
nervo frênico. C: Vista ventral. A lobo direito; b lobo esquerdo; c
primeiro par de costelas; f – traquéia.........................................................
77
Figura Histograma comparando as variáveis volume referência, comprimento,
espessura e largura do timo entre as faixas estarias e o sexo. A: Volume
referência (Vref). B: comprimento do timo. C: espessura do timo. D:
largura do timo...........................................................................................
82
Figura
7
Fotomicrografias dos timos. A: feto com 30 dias, macho. B: feto com 40
dias, macho. C: feto com 50 dias, macho. D: recém-nato, 60 dias,
fêmea. E: recém-nato, 60 dias, macho. V – vasos; seta – Corpúsculo de
Hassal.........................................................................................................
84
Figura
Histograma comparando as variáveis estereológicas densidade de
comprimento do vaso (Lv), comprimento do vaso (L), densidade de
superfície de área (Sv), superfície de área (S), estimação da densidade
numérica vascular (N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
)
entre as faixas estarias e o sexo. A: densidade de comprimento do vaso
(Lv). B: comprimento do vaso (L). C: densidade de superfície de área
(Sv). D: superfície de área (S). E: estimação da densidade numérica
vascular (N
v(vasc)
). F: número total de vasos no órgão (N
(vasc)
)...................
88
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Tamanho do timo em filhotes de cães (NICKEL et al.,
1981)..................
30
Tabela 2 -
Valores das variáveis volume referência, comprimento, espessura e
largura do timo em recém-natos e fetos machos nos diferentes
grupos etários. São Paulo,
2005.........................................................................
80
Tabela 3 -
Valores das variáveis volume referência (V
(ref)
), comprimento,
espessura e largura do timo em recém-natos e fetos meas nos
diferentes grupos etários. São Paulo,
2005.............................................
81
Tabela 4 -
Valores das variáveis densidade de comprimento do vaso (Lv),
comprimento do vaso (L), densidade de superfície de área (Sv),
superfície de área (S), estimação da densidade numérica vascular
(N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
),do timo em recém-
natos e fetos fêmeas nos diferentes grupos etários. São Paulo,
2005...
89
Tabela 5 -
Valores das variáveis densidade de comprimento do vaso (Lv),
comprimento do vaso (L), densidade de superfície de área (Sv),
superfície de área (S), estimação da densidade numérica vascular
(N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
),do timo em recém-
natos e fetos machos nos diferentes grupos etários. São Paulo,
2005...
90
Tabela 6 -
Valores de p do teste de Mann-Whitney (teste U) para a verificação
de diferença entre os sexos dos fetos de cães. São Paulo,
2005................
91
Tabela 7 -
Valores de p do teste de Wilcoxon (teste T) para a verificação de
diferença entre as faixas etárias dos fetos de cães. São Paulo,
2005....
91
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................
20
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................. 26
2.1 TOPOGRAFIA DO TIMO...............................................................................
28
2.2 DESENVOLVIMENTO DO TIMO.................................................................. 30
2.3 VASCULARIZAÇÃO......................................................................................
33
2.4 HISTOLOGIA.................................................................................................
37
2.5 INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA)...................... 40
2.6 TIMECTOMIA................................................................................................
44
2.7 ORIGEM DOS LINFÓCITOS E DIFERENCIAÇÃO DOS LINFÓCITOS T.... 46
2.8 FUNÇÕES DO TIMO.....................................................................................
48
2.9 INVOLUÇÃO TÍMICA.................................................................................... 51
3 MATERIAL E MÉTODO........................................................................................ 55
3.1 MATERIAL.....................................................................................................
56
3.2 MÉTODO.......................................................................................................
57
3.2.1 Lavagem do sistema circulatório e fixação do timo por meio de
perfusão....................................................................................................................
57
3.2.2 Processamento do material................................................................
58
3.2.3 Microscopia de luz de cortes semi-finos...........................................
59
3.2.4 Volume do órgão ou Volume Referência (Vref)................................
60
3.2.5 Método Orientator................................................................................
62
3.2.6 Análise Estereológica.........................................................................
64
3.2.6.1 Método Disector Físico...............................................................
65
3.2.6.2 Determinação do Número de Euler no Método de Disector.......
68
3.2.6.3 Estimação da Densidade Numérica Vascular (N
v(vasc)
)...............
72
3.2.6.4 Número Total de Vasos no Órgão (N
(vasc)
).................................
72
3.2.6.5 Estimação da densidade de comprimento do vaso (Lv),
comprimento do vaso (L), densidade de superfície de área (Sv), superfície de
área (S)......................................................................................................................
73
3.2.7 Análise Estatística...............................................................................
74
4 RESULTADOS.......................................................................................................
75
4.1 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TIMO......................................................
75
4.2 ANATOMIA MICROSCÓPICA DO TIMO.......................................................
82
4.3 ANÁLISE ESTEREOLÓGICA........................................................................
85
5 DISCUSSÃO..........................................................................................................
92
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................
101
REFERÊNCIAS.........................................................................................................
103
Intodução
21
1 INTRODUÇÃO
Diante dos constantes avanços da ciência na área da imunologia e da
indubitável importância que esta área vem adquirindo atualmente, faz-se cada vez
mais necessário o empreendimento de estudos que visem conhecer aspectos
diversos concernentes ao sistema imunitário, buscando a elucidação de doenças e
seus tratamentos, tendo como principal enfoque nos estudos relativos aos diferentes
mecanismos de aquisição de defesas orgânicas, particularmente aquelas
decorrentes dos esquemas de vacinação propostos classicamente para as distintas
espécies animais.
É de conhecimento da ciência que diversas reações imunológicas são
exaradas após exposição de antígenos, sendo assim, a imunidade corporal está
associada com atividades relacionadas aos órgãos linfomielóides e células, sendo o
sistema linfático constituído de uma rede de defesa difusa e distribuída
estrategicamente, seja na forma de folículos dispersos ou agregados, contra
organismos infecciosos e outros materiais nocivos (SETO, 1981).
Contudo, os órgãos linfomielóides podem ser classificados como primários ou
centrais, responsáveis pela produção e diferenciação de linfócitos, e incluem a
medula óssea e timo nas diversas espécies animais, o apêndice cecal no coelho, o
saco vitelínico e a bolsa cloacal nas aves; ou ainda em secundários ou periféricos,
capacitados para promoverem a maturação de imunócitos e servirem de sítios das
respostas imunes, estes são representados pelo baço, tonsilas cecais, glândula da
terceira pálpebra, tonsilas palatinas e tecidos linfóides intestinais (SANTANA, 1999;
TIZARD, 1985).
Intodução
22
Diversos experimentos têm revelado que no desenvolvimento normal, a
manutenção dessas estruturas linfóides é dependente de um órgão linfóide
específico quanto ao caráter precursor linfopoiético o timo. Assim como, as
respostas imunológicas naturais ou induzidas que estão de diferentes formas
relacionadas às estruturas do sistema linfático, muitas vezes são intermediadas e
coordenadas pelo timo (APPOLINÁRIO, 1998; BOMBONATO, 1997).
Em aves e mamíferos, duas modalidades de mecanismos de defesa, uma
inespecífica que inclui a ação de enzimas bactericidas, fagócitos e o sistema de
ativação complementar, e a específica adquirida como resultado da interação de
tecidos linfóides com organismos infecciosos, sendo mediada, portanto, por células e
anticorpos (SANTANA, 1999).
Apesar da função tímica ser responsabilizada por mecanismos fundamentais
na aquisição das defesas e conseqüentes respostas orgânicas, ela ainda não é
totalmente esclarecida, tampouco as bases morfológicas que respondem por tais
funções, assim como seu processo de desenvolvimento e involução, constituição
estrutural, ainda estão por serem respondidas (BOMBONATO, 1997).
Ainda na vida fetal e no período neonatal o timo é o órgão com maior
importância imunológica e, anatomicamente é o maior órgão linfático com maior
atividade linfopoética, constando como precursor da linfopoese, demonstrando
também relações com o sistema endócrino, principalmente com a função gonadal
(DRUMMOND, 1996).
Estudos confirmam a importância do timo no desenvolvimento e manutenção
do sistema imunológico e endócrino, particularmente no que tange as gônadas, na
qual tornam-se comprometidas em animais recém-nascidos submetidos à
timectomia (APPOLINÁRIO, 1998; MACHADO, 1989).
Intodução
23
O significativo papel do timo na imunidade é demonstrado em algumas
espécies pela timectomia neonatal. Isso causa o enfraquecimento da reação de
hipersensibilidade retardada. A habilidade para produzir respostas mediadas por
anticorpos também fica prejudicada, uma vez que a produção de anticorpos requer a
colaboração das células T (BANKS, 1991).
A remoção do timo de animais adultos não produz resultados óbvios
imediatos. Se, porém, os animais forem mantidos por vários meses após a
timectomia, observa-se um declínio progressivo no número de linfócitos circulantes e
na capacidade destes linfócitos montarem uma resposta imune mediada por células,
sugerindo que embora o timo no adulto ainda seja funcional, em virtude da
existência de um reservatório no timo de células de vida longa, as quais são
totalmente utilizadas antes dos efeitos da timectomia tornaram-se aparentes
(TIZARD, 2000).
Muitos autores estudam o timo usando cnicas histológicas, sendo as mais
usadas baseadas em microscopia de luz, eletrônica e imunohistoquímica (IZARD,
1997). Recentemente a morfologia tem-se beneficiado com uso de técnicas
genéticas e moleculares que ajudam no esclarecimento de dúvidas, melhorando as
pesquisas biológicas e biomédicas (MANDARIM, 2003). Entretanto, algumas
questões que aparecem frequentemente em períodos de adaptação, evolução ou
doenças no organismo, necessitam de análises quantitativas para melhor
entendimento (ANDERSEN, PAKKENBERG, 2003; MAYHEW, 1992; ROBERTS et
al., 2000; WEIBEL, 1989). O desenvolvimento de uma plataforma estrutural
quantitativa em experimentos biológicos permite uma variação nas medidas de
molécula para organismos, sendo este uma das séries de maior realização nos
últimos anos (BOLLENDER, 1992).
Intodução
24
Estudos estereológicos o cada vez mais freqüentes na literatura,
particularmente nos campos do desenvolvimento, evolução, patologia e
neurociências. O desafio da estereologia é interpretar o arranjo estrutural
tridimensional interno com base na análise de cortes da estrutura que mostram
apenas uma informação bimensional, tendo como princípio considerações
geométricas e probabilidade estatística (JENSEN, 1998; MANDARIM, 2003;
WEIBEL, 1979).
A estereologia tem vantagens sobre os estudos qualitativos. Primeiramente,
os resultados são numéricos (e não subjetivos). Segundo, a comparação entre
diferentes grupos (idade, espécies, ação de drogas, manipulação, etc) são
facilmente realizadas; entretanto, este método é indicado para algumas situações.
Terceiro, o trabalho fatídico associado com estudos quantitativos praticamente
desapareceu com a estratégia de amostragem estrita e a maneira de executar a
moderna estereologia. Quarto, é considerado um método aceitável. Quinto, um
curto tempo de treinamento de seus cientistas. E finalmente, é necessário um baixo
custo do equipamento (BJARKAM et al., 2001; BOLENDER, 1981; BOLENDER,
1982; CHARLESTON et al., 2003; DAVEY et al., 2003; GUNDERSEN et al., 1999;
KUBINOVA et al., 2001; KUBINOVA; JANACEK, 2001; MANDARIM, PEREIRA,
2002).
No que diz respeito à irrigação do timo em es, em particular no respeitante
aos seus aspectos quantitativos, a literatura é escassa, visto que os autores quando
se reportam ao assunto fazem-no de maneira genérica. os especialistas que
trabalharam com a irrigação do timo, de forma geral, somente fazem menção aos
grandes e pequenos ruminantes, e ainda assim descrevendo tão somente os vasos
responsáveis pela nutrição do órgão.
Intodução
25
O conhecimento do comportamento vascular, de sua estrutura, das
interferências que ocorrem no desenvolvimento e na involução do timo, bem como
os reflexos que tais eventos determinam sobre a marcação imunológica dos animais
podem esclarecer diversas entidades ainda não caracterizadas adequadamente
como doenças auto-imunes, tumores tímicos, persistência tímica e outras ligadas ao
comprometimento imunitário, auxiliando assim, na clínica veterinária.
Diante desses aspectos, objetivamos estudar e quantificar os aspectos
morfológicos e estereológicos da vascularização do timo em cães, correlacionando
com o sexo e o desenvolvimento etário.
/ ;
Revisão de Literatura
27
2 REVISÃO DE LITERATURA
As respostas imunes são condições que devem e precisam ser reguladas, e
para tanto vários mecanismos são impostos. Assim, os linfócitos devem ser
selecionados de maneira que, uma vez produzidos, somente reajam a antígenos
estranhos e não a antígenos próprios. Semelhantemente, a resposta de cada
linfócito deve ser regulada de forma que seja suficiente, mas não excessiva, para as
necessidades do corpo.
Os órgãos do sistema linfóide podem, portanto, ser classificados com base
nas suas funções, na geração de linfócitos e na regulação da produção de linfócitos,
proporcionando um ambiente adequado para a interação entre o antígeno
processado e as células sensíveis a antígenos. Com isso, as respostas imunológicas
naturais ou induzidas que estão de diferentes formas relacionadas às estruturas do
sistema linfático, muitas vezes são intermediadas e coordenadas pelo timo.
Mas desde a primeira descrição do timo, feita possivelmente por Aristóteles,
muito tempo se passou para que os pesquisadores se voltassem para o estudo do
timo. Apesar dos esforços, muitas das funções o foram totalmente esclarecidas,
tampouco as bases morfológicas que respondem por tais funções, além daquelas
relativas ao processo de desenvolvimento e involução, que ainda não estão
adequadamente respondidas.
Com o intuito de oferecermos um melhor entendimento, compilamos e
apresentamos os informes propostos pelos tratadistas e trabalhos específicos no
que se refere ao timo.
Revisão de Literatura
28
2.1 TOPOGRAFIA DO TIMO
O timo é encontrado no espaço mediastinal cranial. Entretanto, nos equinos,
bovinos, ovinos, suínos e aves ele se estende pelo pescoço até próximo da glândula
tireóide. O tamanho do timo pode variar consideravelmente, sendo que seu tamanho
relativo máximo ocorre em animais recém-nascidos, e seu tamanho absoluto
máximo durante a puberdade. Após a puberdade ocorre atrofia do parênquima
tímico e o córtex é substituído por tecido adiposo, mas resquícios do timo torácico
podem persistir em muitos animais até a idade avançada. Além desta relação idade-
involução, o timo também sofre rápida atrofia em resposta ao estresse, de modo que
o timo de animais que morrem após doença prolongada pode ser anormalmente
pequeno (TIZARD, 1985).
Classicamente, o timo é descrito como um órgão de coloração cinza
amarelado pálido que no cão localiza-se no espaço mediastínico cranial, entre os
dois pulmões, e sua extremidade caudal é moldada na superfície cranial do
pericárdio (EVANS; CHRISTENSEN, 1979).
Em cães jovens o timo apresenta coloração rósea e discreta lobulações.
Apresenta apenas parte torácica, sendo esta dividida incompletamente em um largo
lobo direito e um pequeno lobo esquerdo (lobus dexter et sinister). Quando atinge
seu desenvolvimento ximo o timo deita-se sobre o esterno. Seu pólo cranial
localiza-se abaixo da traquéia e estende-se além do primeiro par de costelas (cerca
de 5 mm). Esta protusão o pode ser interpretada como parte cervical. Seu limite
caudal estende próximo à quinta e sexta cartilagem costal, onde termina com o
pericárdio tendo uma separação distinta dos lobos direito e esquerdo. O volumoso
lobo direito estende-se dorsalmente ao longo da superfície cranial do pericárdio,
Revisão de Literatura
29
enquanto o lobo esquerdo tendo menor proporção deita-se, com uma larga base,
contra o esterno. O lobo esquerdo ventralmente na cavidade torácica aparenta ser
mais largo (Figura 1). A parte cranial de ambos os lobos é fusionada medialmente
com tecido conjuntivo.
O timo relaciona-se dorsalmente com a traquéia, ventralmente com o nervo
frênico e veia cava. A superfície lateral possui discretas depressões dos lobos
pulmonares. Ventralmente a artéria e veia torácica interna penetram no tecido tímico
(NICKEL et al., 1981).
Figura 1 Timo de cão (filhote com 1 dia de idade). Vista ventral. 1, 2 – timo; 1- lobo
direito; 2- lobo esquerdo; a-f pulmão; a- lobo pulmonar direito porção
cranial; b- lobo pulmonar direito porção média; c- lobo pulmonar direito
porção caudal; d- lobo acessório (pulmão direito); e- porção cranial e e`-
porção caudal do lobo pulmonar cranial esquerdo; f- lobo pulmonar
caudal esquerdo. Linhas pontilhadas representando o primeiro par de
costelas (NICKEL et al., 1981)
Revisão de Literatura
30
Nos cães, até o nascimento o timo é relativamente largo, mas seu
crescimento continua durante as próximas semanas depois do nascimento. Após a
quarta semana de vida seu peso diminui gradativamente (NICKEL et al., 1981). O
tamanho e a espessura do timo varia com o tempo de vida e o tamanho da raça dos
cães (Tabela 1).
Tabela 1 – Tamanho do timo em filhotes de cães (NICKEL et al., 1981)
Raças de pequeno porte Raças de grande porte
Comprimento Espessura Comprimento Espessura
Logo após o
nascimento
1,02 - 2,22 cm
0,66 - 1,09 cm
1,40 - 2,23 cm
0,66 - 1,20 cm
Primeira e segunda
semana de vida
1,32 - 2,73 cm
0,41 - 1,32 cm
1,53 - 3,68 cm
0,78 - 1,99 cm
Terceira e oitava
semana de vida
Não há dados 4,53 - 6,00 cm
1,85 - 2,60 cm
2.2 DESENVOLVIMENTO DO TIMO
Estruturalmente o timo distingue-se dos demais órgãos linfóides por apresentar
um estroma primariamente epitelial, constituído por elementos endo e ectodérmicos
derivados, nos roedores, apenas da 3º bolsa faringeana, em associação com
componentes mesodérmicos (CORDIER; HAUMONT, 1980; PICKER; SIEGELMAN,
Revisão de Literatura
31
1993). Uma interação entre os diferentes epitélios e os derivados da crista neural é
necessária para o completo desenvolvimento tímico.
Segundo Didio (2002), embriologicamente, o timo é uma glândula par, porém,
as faces mediais das suas primitivas estruturas direita e esquerda estão em contato
íntimo, semelhante a um órgão ímpar bilobulado. Assim, as partes do timo são
denominadas lobos direito e esquerdo, constituídos por lóbulos parciais ou
totalmente envolvidos por cápsulas finas de tecido conjuntivo.
O epitélio do timo é derivado da camada endodérmica, com possíveis
contribuições do ectoderma. Uma série de diferenciações dependentes do controle
de interações celulares otimiza o desenvolvimento e a função do timo (BOCKMAN,
1997).
O timo desenvolve-se da região faríngea do embrião. A faringe embriológica é
importante para origem de muitos órgãos, incluindo as glândulas tireóide e
paratireóide, como também o timo. Os estudos destes desenvolvimentos ajudam no
esclarecimento de defeitos que estão associados com as alterações no
desenvolvimento do timo (BOCKMAN, 1997).
Estudos mostram que durante o contato das lulas do endoderma com as
células do ectoderma na membrana faríngea, o ectoderma incorpora-se no epitélio
primitivo (CORDIER; HAUMONT, 1980). Inclusões de células no desenvolvimento do
timo esclarecem algumas heterogenicidades das células epiteliais que ocupam o
timo maturo, estes subtipos celulares o identificados por marcadores antigênicos
(DESOUZA; SAVINO, 1993; DESOUZA et al., 1993; PAZ et al., 1993).
A bolsa faríngea prolifera-se e sua parte dorsal forma uma massa celular
formando a glândula
tireóide.
As demais
células
formam
o
epitélio
primordial
do
timo
.
A
Revisão de Literatura
32
parte ventral continua o desenvolvimento conduzindo para a separação da bolsa
(BOCKMAN, 1997).
A massa celular que forma o epitélio primordial do timo atrai células
precursoras de linfócitos que chegam pelos vasos sanguíneos e migram através do
mesenquima para o epitélio do órgão primitivo (BOCKMAN, 1997).
A influência das células mesenquimais é necessária para a proliferação e
diferenciação de células epiteliais que abrangem o timo primordial. Esta interação
entre o endoderma da bolsa faríngea e o mesenquima da crista neural foi
verificada por Auerbach (1960), quem investigou o desenvolvimento do timo em
ratos. Auerbach observou após 12 dias de gestação alta proliferação no timo, fato
este não ocorre quando se remove o mesenquima comum, o que está presente no
desenvolvimento de demais órgãos, no desenvolvimento do timo. Quando se usa o
mesenquima do pulmão ou da glândula sub-mandibular ocorre retardo no
desenvolvimento do timo.
A contribuição do ectoderma da fenda da bolsa faríngea tem sido sugerido
através de estudos histológicos que comparam o desenvolvimento do timo em várias
espécies de embriões, verificando um contato entre o endoderma e o ectoderma,
entretanto, Gordon et al. (2004) não observaram este contato em ratos, sugerindo
assim, a origem apenas do endoderma sendo suficiente para estabelecer uma
organização e função do timo.
O mesenquima que compõe o arco faríngeo, a região da faringe, é derivada
da crista neural. A crista neural origina-se de um grupo de lulas que migram
ventrolateralmente da parte dorsal do tubo neural e proliferam. Alguns agregados
originam componentes neurais, como gânglios simpáticos (BOCKMAN, 1997).
Revisão de Literatura
33
Para o desenvolvimento do timo o necessárias a migração e proliferação das
células da crista neural para o interior da região faríngea. Elas interagem por contato
ou através de secreções moleculares, com o epitélio do endoderma faríngeo,
induzindo proliferação, migração e diferenciação da massa epitelial. Quando se
torna competente, o timo primordial adquire um microambiente competente, propício
para maturação de timócitos e diferenciação de células T (GORDON et al., 2004).
2.3 VASCULARIZAÇÃO
Quanto à irrigação do timo
,
esta
apresenta características peculiares;
na qual os
capilares e pequenos vasos destinados ao órgão não apresentam poros, mas sim
uma membrana basal espessa, envolvida por uma camada de lulas epiteliais com
prolongamentos finos que perfuram a lâmina basal e podem entrar em contato com
as lulas reticulares epiteliais, porém, esta membrana não é totalmente contínua,
mas atua como uma barreira hematotímica dificultando, embora não impedindo
totalmente, a passagem de antígenos ou macromoléculas do sangue para o interior
do parênquima e, consequentemente, o seu contato com os linfócitos do órgão
(SILVA et al., 2001). Segundo Junqueira e Carneiro (1999), esta barreira existe
na região cortical do timo.
Durante o desenvolvimento embriológico do timo, os vasos sanguíneos
penetram no interior do parênquima acompanhando o tecido conjuntivo derivado da
cápsula, formando espaços perivasculares ao redor dos vasos (KATO, 1997).
Revisão de Literatura
34
O timo o possui vasos linfáticos aferentes e não constitui um filtro para a
linfa, como ocorre nos linfonodos. Os poucos vasos linfáticos encontrados no timo
são todos eferentes e localizam-se nas paredes dos vasos sanguíneos e no tecido
conjuntivo dos septos e da cápsula do órgão, estes sofrem uma involução com o
órgão (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999; KATO, 1997).
As vênulas da região medular confluem para formar veias que penetram nos
septos conjuntivos e saem do timo pela cápsula do órgão. Já, as artérias penetram
no timo pela cápsula, se ramificam, seguindo os septos conjuntivos onde originam
arteríolas que penetram no parênquima seguindo os limites entre a cortical e a
medular. Estas arteríolas formam capilares que entram na cortical, se ramificam e se
anastomosam, dirigindo-se para a medular, onde desembocam em vênulas. A
medular recebe outros capilares diretamente das arteríolas do limite córtico-medular
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
Tratadistas clássicos como Martin (1902); Martin e Schauder (1938) e
Ellenberger e Baum (1977) decrevem o suprimento sanguíneo do timo pelos ramos
das artéria carótida comum, subclávia e torácica interna; Koch (1963) acrescenta a
estas o tronco braquiocefálico. Entretanto o fazem supostamente para os
ruminantes, visto não fazerem alusão direta à espécie.
Bradley e Grahame (1948) relatam a irrigação do timo a partir das artérias
torácicas internas, enquanto outros autores como Bruni e Zimmerl (1951); Schwarze
e Schroder (1972); Ellenberg e Baum (1977); Dyce et al. (1997), referem-se de forma
genérica à irrigação do timo, onde não especificam o animal ou não abordam o
assunto relativo aos cães, tratando principalmente da irrigação do timo em bovinos e
equinos.
Revisão de Literatura
35
Bruni e Zimmerl (1977) citam como responsáveis para a nutrição do órgão
ramos oriundos das artérias torácica interna e pericárdica e para a parte cervical do
timo, colaterais das artérias tireoidea caudal e carótida comum. Estes autores
referem ainda, à existência de corpúsculos tímicos acessórios, afirmando que são
corpúsculos minúsculos das paratireóides, independentes do timo, tendo deste a
mesma estrutura, sendo encontrados frequentemente nos ruminantes, gato e
coelho, às vezes também no cavalo. Nas condições típicas, são em número de
quatro, dois para cada antímero.
Evans e Christensen (1979) citam ramos tímicos oriundos das artérias
torácicas internas (direita e esquerda) como sendo as principais artérias
responsáveis pela irrigação do timo. Ocasionalmente o timo recebe ramos do tronco
braquiocefálico do lado direito e subclávia do lado esquerdo.
Segundo Evans e Delahunta (1980) afirmam que o suprimento sanguíneo do
timo de cães é feito através de ramos tímicos das artérias torácicas internas direita e
esquerda, pericardicofrênica, primeira intercostal e troncos costocervical e
braquiocefálico.
Schummer et al. (1981) descrevem as artérias que o responsáveis pela
irrigação do timo em várias espécies animais: nos carnívoros a artéria torácica
interna perfura o tecido tímico; nos ruminantes o timo torácico é irrigado por um ramo
de maior calibre emitido do tronco braquiocefálico e um ramo menos calibroso da
artéria torácica interna esquerda, e em algumas ocasiões é nutrido por um ramo
procedente da artéria vertebral. Quanto aos suínos e equinos mencionam que o
suprimento arterial e nervoso não havia sido bem estudado aaquela data, mas
provavelmente é semelhante ao do bovino.
Revisão de Literatura
36
Para Venzke (1986) o timo em ruminantes, equinos e suínos é nutrido
principalmente por ramos das artérias carótida comum, torácica interna e
pericardicofrênica; no cão a irrigação procede de ramos das artérias torácicas
interna e timopericárdica, um ramo que nem sempre está presente emitido do tronco
braquiocefálico, e, na ausência deste vaso o timo recebe suprimento sanguíneo da
artéria torácica interna esquerda; no gato a nutrição deste órgão deve-se a ramos da
artéria pericardicofrênica.
Outros autores que dedicaram seus estudos especificamente ao timo, e em
especial ao dos carnívoros, entre eles Santos et al. (1988), que realizaram suas
pesquisas em fetos de gatos, afirmam que nestes animais o órgão recebe ramos
oriundos das artérias torácica interna direita, torácica interna esquerda, subclávia
esquerda e tronco braquiocefálico.
Evans (1993) relata que no cão o principal aporte arterial do órgão deve-se a
um ou dois ramos tímicos, originados da artéria torácica interna direita e esquerda
destinados respectivamente a cada lobo tímico e, ocasionalmente podem estar
presentes um ramo tímico emitido do tronco braquiocefálico do lado direito e da
artéria subclávia do lado esquerdo.
Ao analisar o suprimento arterial do timo em 30 fetos e natimortos de cães
sem raça definida, Silva et al. (1994) verificou que o órgão é irrigado por ramos
diretos e indiretos das artérias torácicas interna direita e esquerda, tronco
braquiocefálico, pericardiofrênicas direita e esquerda, troncos costocervical direito e
esquerdo, subclávias direita e esquerda; identificando modalidades de
vascularização próprias para cada peça.
Revisão de Literatura
37
Dentre os carnívoros, os caninos apresentam o timo proporcionalmente maior
que os felinos, consequentemente apresentam também uma vascularização mais
diversificada (SILVA et al., 1994).
2.4 HISTOLOGIA
Histologicamente a cápsula e o septo do timo consistem de tecido conjuntivo
areolar frouxo e tecido adiposo (MELO; LAGE, 1987). O tecido intersticial do
parênquima contém poucas fibras de tecido conjuntivo reticular, muitas das quais
parecem estar concentradas ao redor dos vasos sanguíneos (VENZKE, 1986).
O tecido conjuntivo que constitui a cápsula apresenta uma preponderância de
fibras colágeneas sobre fibras elásticas e tanto umas como outras podem surgir em
quantidade aumentada, formando espessamentos, em pontos de junção da cápsula
com a veia jugular ou outros vasos (FIRTH, 1977).
O timo do animal adulto apresenta-se dividido em lóbulos que variam de
tamanho dependendo da espécie, em cada um dos quais evidenciam-se dois
compartimentos: um córtex bem desenvolvido e a medula, contendo elementos
linfóides e o-linfóides imunofenotipicamente distintos. Um grande número de
lóbulos pode estar interligado através da continuidade de suas porções medulares
(DIJKSTRA; SMINIA, 1990, VENZKE, 1986).
O córtex se caracteriza pela presença de grande número de células
semelhantes a pequenos linfócitos, chamados timócitos, e poucas células reticulares
Revisão de Literatura
38
primitivas de origem endodérmica espalhadas (VON GAUDECKER, 1991; VENZKE,
1986).
O estroma tímico exerce marcante influência sobre a proliferação e
diferenciação desses linfócitos T através da secreção de vários hormônios e de
interações celulares (VON GAUDECKER, 1991; VENZKE, 1986).
Alguns estágios de maturação requerem contato celular direto mediado por
receptores, estabelecendo-se verdadeiros complexos linfo-estromais, constituindo
em região cortical as chamadas células enfermeiras, condição em que uma única
célula epitelial aparece preenchida por grande número de timócitos (PHILP et al., 1993).
Também macrófagos participam dessas interações, particularmente na apresentação
de antígenos próprios, culminando na geração de tolerância e na fagocitose de
corpos apoptóticos (KROEMER, 1995).
Na medula observa-se maior proporção de células epiteliais e poucos
linfócitos, identificando-se ainda células interdigitantes, importantes na apresentação
de antígenos às células maturas (SUSTER; ROSAI, 1990).
Entre esses compartimentos evidencia-se uma região transicional, a chamada
junção córtico-medular, caracterizada por grande número de vasos, em geral
arteríolas, circundadas por tecido conjuntivo perivascular, albergando linfócitos B e
plasmócitos (SAINT-MARIE et al., 1986).
Estudos ultra-estruturais e imunocitoquímicos têm demonstrado a existência
de subtipos de células epiteliais corticais e medulares, refletindo diferenças em
relação à sua origem e função (VAN DE WIJNGAERT et al., 1984; VON
GAUDECKER, 1991).
Revisão de Literatura
39
Imediatamente abaixo da cápsula identifica-se o epitélio subcapsular
perivascular, que delimita toda a superfície e os espaços perivasculares do órgão,
apresentando-se achatado e alongado, funcionando, juntamente com as células
endoteliais, macrófagos e linfócitos, como um diviso entre o espaço intratímico e o
mesênquima vascularizado, considerado como o substrato morfológico da barreira
timo-sangue (DIJKSTRA; SMINIA, 1990). A existência dessa estrutura é controversa
devido à demonstração do trânsito antigênico transcapsular (NIEUWENHUIS et al.,
1988).
As células epiteliais corticais, tipo 2 e 3, encontram-se em íntimo contato com
os timócitos através de seus prolongamentos. as lulas epiteliais 4 e 5 são
identificadas predominantemente na medula ou na junção córtico-medular, também
em associação com os timócitos (VAN DE WIJNGAERT et al., 1984). O epitélio tipo
6 é o constituinte dos corpúsculos de Hassal. Estas são estruturas tubulares
complexas derivadas das células epiteliais medulares tímicas. Quando maturas
contêm um lúmen central frequentemente povoado por debris celulares, indício de
sua atividade relacionada à morte celular. Relacionam-se à secreção de mucina,
especificamente mucopolissacarídeo ácido sulfatado, bem como à produção
hormonal (HENRY, 1992). Apresentam-se intimamente associados à musculatura
estriada ou à células mióides, presentes na região medular, provavelmente
derivadas da crista neural (NABARRA; ADRIANARISON, 1995).
A importância dos corpúsculos de Hassal ainda não foi esclarecida. Trata-se
de agregados concêntricos de células epiteliais achatadas e fusiformes, que contém
no núcleo elementos reticulares em decomposição e que são entremeados por
linfócitos e grânulos eosinofílicos. Aparentemente os corpúsculos percorrem um ciclo
de neoformação, decomposição e absorção (GURTLER et al., 1984).
Revisão de Literatura
40
A população linfóide tímica imunofenotipicamente é heterogênea,
caracterizando diferentes estágios de maturação na região cortical (PICKER;
SIEGELMAN, 1993). O acesso das células progenitoras ao timo de camundongos
ocorre através de grandes vênulas medulares e da junção córtico-medular. Seguindo
do córtex para a medula identifica-se um gradiente de diferenciação com lulas
progressivamente de menores dimensões e com reduzida atividade mitótica
(SUSTER; ROSAI, 1990). Os linfócitos medulares são os mais maturos sendo
possível a distinção entre linhagens auxiliares e supressoras (VAN EWIJK, 1984).
Apenas uma pequena porcentagem dos linfócitos abandonará o timo, via espaço
perivascular ou sanguíneo (AMANO; HAMATANI, 1980).
O timo é composto por dois compartimentos distintos, um primariamente
linfóide, o córtex, e outro periférico, a medula, compreendendo tanto APCs (células
apresentadoras de antígenos) como linfócitos maturos, indicando a possibilidade da
montagem de uma resposta imune nesse território (DIJKSTRA; SMINIA, 1990).
Assim, durante uma resposta imune ou em condições patológicas, linfócitos B e
plasmócitos podem ascender ao timo, eventualmente até gerando a formação de
folículos, porém restringindo-se à região medular (XAVIER, 1999).
2.5 INFLUÊNCIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA)
O timo
é
um órgão linfóide central com precursores para diferenciação de células
T, que após sofrem
um
processo
de
seleção migram para um órgão linfóide periférico
.
A
diferenciação
destas
células
ocorre
ao
longo
da
passagem
pelos compartimentos do
Revisão de Literatura
41
timo, formado por diferentes tipos celulares, por exemplo, células epiteliais,
macrófagos, células dendríticas, fibroblastos e componentes da matriz extracelular.
De acordo com os estágios da maturação os timócitos são situados em partes
distintas do órgão (LIND et al., 2001). As interações entre os microambientes do timo
e o desenvolvimento de lulas T são controladas pelo sistema nervoso autônomo
(SNA) e neuroendócrino (ELENKOV et al., 2000; SAVINO; DARDENNE, 2000).
Os órgãos linfóides, assim como os vasos sanguíneos, são inervados pelo
SNA simpático (ELENKOV et al., 2000). Fibras nervosas noradrenérgicas penetram
no timo seguindo os vasos sanguíneos, sendo assim, a maioria destas fibras
localizam-se ao redor dos vasos (VIZI et al., 1995).
A inervação noradrenérgica no timo é observada no córtex e algumas fibras
na medula e junção córtico medular (KURZ et al., 1997; LEPOSAVIC et al., 1992;
VIZI et al., 1995).
Estes fatos sugerem que a noradrenalina pode influenciar diretamente na
maturação de células T no timo, e indiretamente as células tímicas não linfóides.
Pesquisas in vitro e in vivo demonstraram que a diferenciação dos timócitos
dependem da expressão de –adrenoreceptores, assim como a proliferação dos
timócitos e a apoptose (MADEN; FELTEN, 2001; RAUSKI et al., 2003).
Em ratos, a densidade da inervação simpática diminui no timo durante a vida
pós-natal. O crescimento progressivo de fibras noradrenérgicas dentro do
parênquima do timo tem sido observado por 7 dias s-natal, quando estas fibras
começam a formar uma rede menos densa. A densidade de nervos noradrenérgicos
diminui com 14 dias s-natal, quando eles assumem distribuição similar à
observada em timos de ratos adultos. A concentração intratímica de noradrenalina
diminui gradualmente do período neo-natal até 60 dias pós-natal. Entretanto,
Revisão de Literatura
42
observou-se diminuição da densidade de
2
–adrenceptores no timo de ratos do 4º
ao 50º dia de desenvolvimento pós-natal (LEPOSAVIC et al., 1992)
Leposavic et al. (2000) demonstrou que o uso de propanolol por 15 dias
bloqueia os –adrenoreceptores tendo efeito nas características fenotípicas dos
timócitos e imaturidade sexual em ratos machos Wistar adultos.
Solarovic et al. (2004), tratou ratos machos Wistar imaturos por 15 dias com
propanolol, os resultados indicaram que a indução com propanolol por um longo
tempo induziu bloqueio dos -adrenoreceptores, afetando o tamanho do timo e suas
estruturas, apresentando imaturidade sexual. Houve uma diminuição significativa do
volume no córtex e medula do timo, refletindo numa diminuição da celularidade de
ambos os compartimentos, dados também achados por Laposavic et al. (2000).
Considerando o tamanho do timo no início do tratamento (21 dias pós-natal), houve
uma significativa desaceleração no crescimento do timo e/ou aceleração da
involução durante este estágio de bloqueio dos -adrenoreceptores (entre 2 e 36º
dia). Este fato mostra que o timo de ratos machos tratados com propanolol
apresenta seu tamanho máximo na puberdade, e então começa involuir lentamente
(MARCHETTI et al., 1990; MORALE et al., 1991), entretanto, nos ratos sem
tratamento, ocorre após 36 dias de idade. Mudanças do tamanho do timo na
puberdade pode apresentar alterações hormonais (OLSEN; KOVACS, 1996),
estes achados estão de acordo com a hipótese de que o sistema nervoso
simpático está envolvido na regulação da resposta de estímulos pela ação hormonal
na mudança da densidade de receptores dentro do timo (MARCHETTI et al.,
1990). Acrescenta-se ainda, que hormônios esteroidais influenciam na expressão
Revisão de Literatura
43
de -adrenoreceptores nas células linfóides, estas alterações hormonais afetam a
maturação do eixo hipotálamo-pituitário-gonadal (MARCHETTI et al., 1994).
A redução da população de timócitos nos ratos tratados com propanolol pode
ser esclarecida pelo desbalanço da população de timócitos proliferados e a
apoptose, processo conhecido que pode ser influenciado por catecolaminas
(MARCHETTI et al., 1990; RAUSKI et al., 2003). A estimulação simpática ou
administração de catecolaminas aumenta a saída de lulas da medula óssea, baço
e nódulos linfáticos. Desse modo, ratos tratados com propanolol podem reduzir a
saída de células precursoras de timócitos da medula óssea (SOLAROVIC et al.,
2004).
Estudos sobre o efeito da ação do propanolol no desenvolvimento de células
T e células tímicas não linfóides, em ambos observaram a presença da expressão
de -adrenoreceptores. Entretanto, não há dados da expressão de -
adrenoreceptores na musculatura lisa vascular do timo, o propanolol não teve efeito
nos vasos tímicos (KURZ et al., 1997; MARCHETTI et al., 1990; SOLAROVIC et al.,
2004).
Em ratos adultos tratados com propanolol, Solarovic et al. (2004) observou
apenas diminuição do volume de tecido conjuntivo interlobular, isto pode ser devido
à influência inibitória da noradrenalina na atividade fibroblástica e/ou proliferação
(VIZI et al., 1995).
Revisão de Literatura
44
2.6 TIMECTOMIA
A função do timo pode ser melhor demonstrada por meio de estudos nos
quais se verificam os efeitos de sua remoção cirúrgica em roedores de laboratório.
As conseqüências de uma timectomia variam conforme a idade do animal.
A timectomia neonatal resulta um desenvolvimento insuficiente do sistema
linfático. Nos nódulos linfáticos falta a formação dos centros germinativos, enquanto
as células reticulares endoteliais são mais acentuadamente desenvolvidas. O tecido
linfocitário do intestino delgado apresenta uma atrofia. Característico é a diminuição
de linfócitos e da capacidade orgânica para a formação de anticorpos (GURTLER et
al., 1984).
Camundongos timectomizados ao nascimento não sucumbem à chamada
doença debilitante se receberem um implante de tecido do timo; isso ocorre mesmo
quando o implante é incerido em um compartimento com pequena capacidade de
difusão celular. Propôs-se que, normalmente, um hormônio tímico reage com as
células linfóides capazes de reagir com antígenos. Sempre que uma dessas células
linfóides capazes, mas não comprometidas, encontra e reage com um antígeno, ela
começa a multiplicar-se e origem a células plasmáticas que sintetizam os
anticorpos apropriados (DICKSON, 1988).
Os camundongos timectomizados com um dia de vida perdem rapidamente a
resistência a agentes infecciosos e podem apresentar falhas no crescimento. Esses
animais apresentam bem poucos linfócitos circulantes e são incapazes de montar
muitos tipos de resposta imune, não podendo rejeitar transplantes de órgãos
Revisão de Literatura
45
estranhos decorrentes da perda total da sua resposta imunomediada por células. Os
efeitos da timectomia neonatal na produção de anticorpos variam;
conseqüentemente, a resposta dos anticorpos à maioria dos antígenos protéicos,
tais como a albumina sérica bovina ou as hemácias ovinas, fica significativamente
inibida. a resposta aos antígenos polissacarídicos não deve ser afetada. Em
animais domésticos a timectomia neonatal produz resultados menos drásticos que
em roedores de laboratório. Isso ocorre devido ao fato do timo amadurecer
precocemente nessas espécies e conseguir assim desempenhar muita das suas
funções críticas bem antes de o animal nascer (TIZARD, 2000).
Na timectomia adulta, poucas mudanças o notáveis imediatamente após a
remoção do timo em animais adultos. Porém, após vários meses o número de
linfócitos circulantes e a sua capacidade de montar uma resposta imunomediada por
células estarão reduzidos. Isso sugere que o timo ainda se mantém funcional nos
adultos, em virtude da existência de um reservatório no timo de lulas de vida
longa, as quais são totalmente utilizadas antes de os efeitos da timectomia tornarem-
se aparentes (TIZARD, 2000).
Nas aves aparece, além do timo, um outro órgão linfático, a Bursa de
Fabricius. Com a bursectomia o desenvolvimento do sistema linfático é discreto e
irregularmente reduzido, desde que o timo esteja intacto (GURTLER, 1984).
Revisão de Literatura
46
2.7 ORIGEM DOS LINFÓCITOS E DIFERENCIAÇÃO DOS LINFÓCITOS T
Embora os antígenos sejam capturados e processados pelos macrófagos,
células B e células dendríticas, uma resposta imune é, na verdade, montada por
células chamadas linfócitos. Os linfócitos são as pequenas células redondas que
predominam nos órgãos, tais como o baço, os linfonodos e o timo. Os linfócitos
possuem receptores para antígenos e podem, portanto, reconhecer e responder ao
antígeno apresentado. Os linfócitos são eventualmente responsáveis pela produção
de anticorpos e pela destruição de células anormais. Essas respostas ocorrem
dentro dos órgãos linfóides, o que proporciona um ambiente para a interação
eficiente entre os linfócitos, células apresentadoras de antígenos e antígenos
estranhos.
No feto muito jovem, as células precursoras linfóides são inicialmente
produzidas no omento primitivo, no fígado e no saco vitelino. Nos fetos mais velhos e
nos adultos, a medula óssea é a principal fonte de linfócitos (TIZARD, 2000).
A medula óssea desempenha múltiplas funções nos mamíferos adultos. Em
todos os mamíferos, a medula óssea é um órgão hematopoiético que serve como
origem de todas as lulas sanguíneas, incluindo linfócitos e células dendríticas. Em
alguns mamíferos, como os primatas,
ela
também
age
como
órgão
linfóide
primário no
qual alguns linfócitos amadurecem. Como o baço, o fígado e os linfonodos, a medula
óssea contém muitos
macrófagos
e
conseqüentemente remove partículas de sangue.
Finalmente,
é
uma
fonte
importante
de
anticorpos.
Em
virtude
dessas
funções
múltiplas, a medula óssea se divide em dois compartimentos, um compartimento
hematopoiético e um vascular. Esses compartimentos se alternam, como fatias de
Revisão de Literatura
47
bolo, nas áreas em forma de cunha dentro dos ossos longos. O compartimento
hematopoiético contém precursores de todas as células sanguíneas, como dos
macrófagos, das células dendríticas e dos linfócitos, e encontra-se envolvido por
uma camada de células adventícias. Nos animais mais idosos, essas lulas
adventícias podem ficar tão carregadas com gordura que a medula pode ter uma
aparência amarela gordurosa. O compartimento vascular consiste em seios
sanguíneos revestidos por células endoteliais e atravessados por células reticulares
e macrófagos (TIZARD, 2000).
Os resultados da timectomia indicam que o timo neonatal é uma fonte de
grande parte dos linfócitos sanguíneos e que esses linfócitos são principalmente
responsáveis pela montagem de respostas imunomediadas por células. Esses
linfócitos são chamados de linfócitos derivados do timo ou células T. Na verdade, os
precursores das células T se originam na medula óssea, mas entram rapidamente
no timo e nos folículos linfáticos da lâmina própria do intestino (nas aves, para o
bursa de Fabricius). Uma vez dentro do timo, as células (agora chamadas timócitos)
se dividem rapidamente. No timo ocorre a multiplicação e especialização dos
linfócitos T, que em sua membrana celular apresentam firmemente ligados
anticorpos específicos, e com o auxílio dos quais podem ser ligados antígenos ou
então células estranhas. Os linfócitos T do timo em sua totalidade possuem na
superfície mais de 1.000.000 de moléculas de proteínas com estrutura de anticorpos
diferentes (GURTLER et al., 1984; TIZARD, 2000).
Durante a diferenciação dos prolinfócitos em linfócitos T e B, os polipeptídeos
desempenham importante papel. No timo, forma-se a timopoetina, que promove a
diferenciação em linfócitos T. A ubiquitina que consiste em 74 aminoácidos, estimula
a diferenciação dos prolinfócitos em linfócitos T e B. Sua ação é bloqueada pelo
Revisão de Literatura
48
propanolol, de modo que os receptores -adrenérgicos aparentemente participam da
diferenciação (GURTLER et al., 1984).
Entre as novas células produzidas, a maioria morre logo, enquanto as
sobreviventes (cerca de 5% do total nos roedores e cerca de 25% nos bezerros)
permanecem por 4 a 5 dias antes de sair e colonizar os órgãos linfóides secundários
(SURH; SPRENT, 1994). As células T liberadas do timo para a circulação devem ser
capazes de participar de respostas imunes, ainda que respondam fortemente aos
constituintes corpóreos normais. Isso é obtido por uma seleção positiva e negativa
de células. Assim, a apoptose que ocorre na medula do timo resulta na destruição
seletiva daqueles timócitos que reconhecem complexo de peptídeo - MHC de classe
II com alta afinidade e que poderiam potencialmente causar uma doença auto-
imune, caso escapassem para a periferia. A seleção de timócitos pode ocorrer, em
parte, dentro das células-guardiãs. A células -guardiãs tímicas podem englobar até
50 timócitos em um período e eventualmente liberá-los ileso (TIZARD, 2000).
2.8 FUNÇÕES DO TIMO
O timo é um órgão linfoepitelial primariamente envolvido na diferenciação,
seleção e maturação dos linfócitos T (PICKER; SIEGELMAN, 1993; SUSTER;
ROSAI, 1990; VAN EWIJK, 1984). Discute-se sua participação no processo de
maturação sexual e na hematopoiese, influenciando especificamente as linhagens
grânulo e eritropoiéticas e seus mecanismos de integração com os sistemas nervoso
e endócrino, situando-o numa posição central dentro da circuitaria
neuroimunoendócrina (REICHLIN, 1993; SAVINO; DARDENNE, 1995).
Revisão de Literatura
49
A produção de precursores de células T, assim como a imprescindibilidade
para o processo de diferenciação destes precursores culminando com a formação
das referidas células T, é uma das principais funções do timo (HAM; CORMACK,
1983; ROSE, 1979).
As células T, por sua vez, respondem a fenômenos como a rejeição de
enxertos, hipersensibilidade retardada e reações de hospedeiro versus enxerto, tal
como comprovariam experiências à base de timectomia (FIRTH, 1977; GLICK, 1977;
SHARMA; TIZARD, 1984; TIWARI; GOEL, 1985).
Os linfócitos T não representam uma população homogênea de células timo-
derivadas, mas sim uma quantidade de sub-grupos que apresentam funções,
localizações, graus de maturidade, períodos de vida e marcadores de superfícies
distintos: células T citotóxicas, células T de memória, células T ampliadoras (HAM;
CORMACK, 1983).
Os linfócitos T citotóxicos, também denominados células T assassinas,
reagem especificamente contra células estranhas que eventualmente penetram no
organismo e que possuem o antígeno que por elas é reconhecido (HAM;
COMARCK, 1983; POWELL, 1983).
As células T de memória funcionam como instrumento do organismo para
enfrentarem, pela segunda vez, um antígeno que já não lhes é completamente
estranho, permitindo ao animal, uma defesa mais eficaz (HAM; CORMACK, 1983).
Já, as células T de ajuda interferem na imunidade humoral, pois libertam o
factor auxiliar T que, juntamente com o antígeno que por elas é reconhecido,
promovem a ativação dos linfócitos B. Deste modo o timo, ou concretamente as
células T de ajuda que ele contém, influi indiretamente na produção de anticorpos
contra antígenos timo-dependentes. Porém, a timectomia origina uma ligeira redução
Revisão de Literatura
50
na produção de anticorpos, podendo também não exercer sobre ela qualquer
influencia (COOPER et al., 1965; DROEGE, 1971; FIRTH, 1977; SHARMA; TIZARD,
1984).
Alguns autores comprovaram que embora a IgA não seja produzida no timo, a
maturação dos linfócitos em células plasmáticas contendo esta imunoglobulina,
depende do auxílio das células T (FIRTH, 1977; HOFFMANN-FEZER; LOSCH,
1983).
Pensa-se que as células T supressoras atuam bloqueando os linfócitos T de
ajuda ou interferindo diretamente na proliferação ou diferenciação de linfócitos T e B
(FLEISCHER, 1981).
Para além das atividades reguladoras desempenhadas pelos linfócitos T,
existem outras em que eles intervêm como a indução celular (pelo fator mitogênico),
a perda de motilidade dos macrófagos (pelo fator citotóxico), a inibição da replicação
viral (pelo interferon)e a a proliferação prolongada e diferenciação das lulas
progenitoras mielóides (pelo fator estimulador das colônias) (HAM; CORMACK,
1983; POWELL, 1983).
A involução do timo tem sido com frequência injustificadamente acentuada,
portanto, o órgão adulto permanece funcional. Com efeito, ao se tentar julgar a
competência imunológica de suspensões preparadas a partir de timos de aves de
alguns dias até nove meses de idade, conclui-se que a capacidade de reação do
hospedeiro versus enxerto é ainda maior nos órgão de roedores adultos atróficos do
que nos animais jovens, anteriores à involução, apesar de, em termos de números
totais de lulas imunocompetentes por lobo tímico, pouca diferença se tem
registrado entre uns e outros (DROEGE et al., 1974; WARNER, 1964).
Revisão de Literatura
51
Dos distúrbios da função do timo devem ser citados a atrofia e a hiperplasia.
Na atrofia do timo ocorre distúrbios de crescimento acompanhado de uma linfopenia
e redução da formação de anticorpos. a hiperplasia desempenha importante
papel no desenvolvimento de doenças auto-imunes, nas quais ocorre a formação de
anticorpos frente a ligações próprias do organismo. Tais processos são importantes,
por exemplo, na poliartrite crônica. Nas diversas doenças infecciosas crônicas de
animais mais jovens, encontra-se eventualmente, além de um aumento geral do
sistema linfático, também um aumento do timo (estado timolinfático) (GURTLER et
al., 1984).
2.9 INVOLUÇÃO TÍMICA
Durante a vida do animal o timo sofre uma involução, dita fisiológica, que
pode ser acelerada por uma série de fatores, visto que os timócitos são
extremamente sensíveis a variações microambientais, ocorrendo rápida depleção
dessa população mediante uma série de estímulos (NEZELOF, 1992).
Nos carnívoros o início da involução coincide com o aparecimento dos dentes
secundários (NICKEL et al., 1981).
O timo apresenta seu maior tamanho em relação ao resto do corpo no
momento do nascimento, porém, só é considerado completamente formado em ratos
com uma semana de vida neonatal, atingindo seu volume máximo nessa espécie
aos dois meses de idade (KUPER et al., 1990). A partir d o órgão começa a
involuir, diminuindo gradualmente de tamanho (HWANG et al., 1974). Nesses casos
Revisão de Literatura
52
as alterações histológicas mais evidentes relacionam-se à queda do número de
timócitos corticais, com diminuição na relação córtex/medula e à alteração na
distribuição e morfologia das células epiteliais (BAR-DAYAN et al., 1999). Estas
assumem aspecto fusiforme, arranjam-se em rosetas, ou delineiam feixes sendo
circundadas por tecido conjuntivo denso, provavelmente demonstrando um estado
afuncional (SUSTER; ROSAI, 1990).
Efeitos hormonais e neuroendócrinos fazem parte da regulação da involução
(BAR-DAYAN; SMALL, 1994).
A diminuição da relação córtex/medula pode ser por uma alteração na relação
entre o índice de apoptose e proliferação celular no órgão durante a involução (BAR-
DAYAN et al., 1999).
Bar-Dayan et al. (1999) em pesquisa com camundongos jovens e adultos,
mostrou que depois da involução tímica há um desequilíbrio entre o índice de
apoptose e proliferação celular principalmente na região cortical, a taxa de apoptose
é maior do que a de proliferação celular nos ratos adultos, além disso, observaram
que este índice é maior na região cortical do que na medular. Surth e Sprent (1994),
descreveram a distribuição das células apoptóticas no timo, e observaram que
uma concentração na região corticomedular (seis vezes mais que no córtex, e
dezoito vezes mais que na medula). Isto pode ter uma importância fisiológica, esta
concentração de lulas apoptóticas na região córticomedular impede a migração
das células do córtex para a medula (HIRAMINE et al., 1996).
É reconhecido que a imunidade celular diminui com a idade, mas é
desconhecido aque grau esse fenômeno relaciona-se com a involução tímica,
que sua competência para a proliferação linfóide persiste por toda a vida (KUPER et
al., 1990).
Revisão de Literatura
53
Uma série de distúrbios pode determinar a redução do volume tímico.
Anomalias genéticas hereditárias que cursam clinicamente como imunodeficiências,
podem gerar um timo displásico, de aspecto embrionário, pobre em linfócitos e com
ausência de corpúsculos de Hassal (SUSTER; ROSAI, 1990).
as disfunções adquiridas determinam usualmente alterações regressivas
reversíveis, denominadas atrofias micas. Essas são menos severas que as
displasias, identificando-se uma depleção linfocitária e um arranjo epitelial, com
comprometimento funcional do tecido (NEZELOF, 1992). Uma das causas mais
frequentes de atrofia tímica é o estresse, condição em que a liberação repentina de
elevadas concentrações de corticosteróides determina uma rápida depleção de
timócitos corticais, evidenciando-se cariorrexis de linfócitos e fagocitose destes por
macrófagos corticais, conferindo um aspecto de céu estrelado ao córtex tímico
(HASCHEK; ROUSSEAUX, 1998). Com a persistência do estímulo perde-se a
distinção entre rtex e medula, acentua-se o desarranjo epitelial e observa-se a
dilatação dos corpúsculos de Hassal e a formação de estruturas císticas,
posteriormente circundadas por anel conjuntivo (SUSTER; ROSAI, 1990).
Na espécie humana é freqüente ainda a deposição de tecido adiposo
localmente, evento ausente em camundongos (GEORGE; RITTER, 1996). Merece
referência à redução na quantidade de mastócitos durante o processo involutivo
tímico em oposição ao habitualmente observado na espécie humana em condições
análogas (HENRY, 1992). Possivelmente essa diferença no mosaico celular
presente durante o processo involutivo relaciona-se com o quadro histopatológico
distinto observado, em particular em relação à fibrose (XAVIER, 1999).
Revisão de Literatura
54
Outras condições também desencadeiam atrofia tímica, como a infecção pelo
vírus da imunodeficiência adquirida humana, a rubéola, a reação hospedeiro x
transplante, o câncer e a desnutrição protéica crônica (NEZELOF, 1992).
A ativação das glândulas adrenais integra o quadro fisiopatológico da
desnutrição protéica e protéico-calórica, determinando a elevação dos níveis séricos
de corticosteróides (RAO et al., 1968; HILL et al., 1995). Estes apresentam
atividades imunossupressivas, atuando em especial em linfócitos T e macrófagos.
Os mecanismos envolvidos nessas interações são apenas parcialmente conhecidos,
existindo evidências de redução na liberação de ácido araquidônico das membranas
celulares, interferência no fluxo iônico transmembrana, modulação da apoptose,
inibição da expressão de moléculas de adesão induzidas por INF- (interferon ),
TNF- (Fator de necrose tumora ), lipopolissacarídeo (LPS) e IL-1 e supressão da
produção e ativação de citocinas (ALMAWI et al., 1996). Porém existem exceções
como a do TGF- (fator transformante do crescimento ), que parece ter sua
expressão elevada pela ação dos glicocorticóides em linfócitos T, fibroblastos e
osteoblastos. Essa elevação explicaria os efeitos antiproliferativos dos
glicocorticóides, suprime-se sua ação antiproliferativa (AYANLAR-BATUMAN et al.,
1991). Dessa maneira, a redução da população de linfócitos e de precursores
hematopoiéticos medulares, ocorrendo sob influência adrenal, pode estar sob
mediação de TGF-. Em animais adrenalectomizados submetidos à desnutrição
identifica-se uma perda de peso dos órgãos linfóides inferior àquela presente em
animais com adrenais (BELL et al., 1976). Reconhecidamente o TGF- está
envolvido em eventos de transdiferenciação celular, como no caso da ativação
miofibroblástica, bem como em condições aplásicas medulares ou processos
fibróticos teciduais (XAVIER, 1999).
/ 
Resultadoss
76
4 RESULTADOS
Os resultados obtidos dos quatro grupos etários foram subdivididos segundo
os aspectos relativos à anatomia macroscópica, anatomia microscópica e análise
estereológica.
4.1 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TIMO
Nos cães dos diferentes grupos etários analisados os timos apresentavam
coloração rósea, localizados no espaço mediastinal cranial, entre os pulmões e
acima da base do coração. Na porção cranial apresentavam discreta divisão entre o
lobo esquerdo e direito, sendo unidos por tecido de conexão. Na porção caudal os
lobos direito e esquerdo eram totalmente separados, sendo o lobo direito maior que
o esquerdo. Sua porção cranial estendia-se cranialmente ao primeiro par de
costelas, e sua porção caudal próximo ao quinto par das cartilagens costais (Figura
5).
Apresentavam suprimento sanguíneo oriundos das artérias torácica interna
direita e esquerda, estas penetravam no parênquima de cada lobo tímico para a
seguir dividirem-se em ramos tímicos do tronco braquiocefálico, das artérias
subclávia direita e esquerda, do tronco costocervical, primeira intercostal e das
artéria pericardicofrênica, também contribuíram com sua irrigação.
Resultadoss
77
A
B
C
Figura 5Macroestrutura do timo de cão (recém-nato). A: Lateral esquerda. b – lobo
esquerdo; d coração; e esôfago; seta branca nervo frênico; ponta
de seta primeiro e quinto par de costelas. B: Lateral direita. A lobo
direito; d- coração; * - artéria torácica interna direita; seta branca nervo
frênico. C: Vista ventral. A lobo direito; b lobo esquerdo; c primeiro
par de costelas; f – traquéia
Resultadoss
78
De forma geral, o comprimento, a espessura e a largura do timo tiveram um
aumento gradativo de acordo com o desenvolvimento dos fetos, sendo nas fêmeas
os valores maiores do que nos machos.
No grupo I o comprimento do timo variou em média 1,684 cm, sendo em
média nas fêmeas 1,7 cm, e nos machos 1,673 cm. A espessura variou em média
0,4 cm, sendo nas fêmeas 0,445 cm e nos machos 0,3575 cm. A largura variou em
média 0,535 cm, sendo nas fêmeas 0,55 cm e nos machos 0,5325 cm. Somente a
espessura teve diferença estatisticamente significante se comparado o sexo.
No grupo II o comprimento do timo variou em média 1,7447 cm, sendo em
média nas meas 1,775 cm, e nos machos 1,73675 cm. A espessura variou em
média 0,426 cm, sendo nas meas 0,4575 cm e nos machos 0,385 cm. A largura
variou em dia 0,503 cm, sendo nas fêmeas 0,5075 cm e nos machos 0,4975 cm.
Somente a espessura teve diferença estatisticamente significante se comparado o
sexo.
No grupo III o comprimento do timo variou em média 1,7932 cm, sendo em
média nas meas 1,913 cm, e nos machos 1,65375 cm. A espessura variou em
média 0,419 cm, sendo nas fêmeas 0,4075 cm e nos machos 0,4475 cm. A largura
variou em média 0,652 cm, sendo nas fêmeas 0,675 cm e nos machos 0,63 cm.
Houve diferença estatisticamente significante no comprimento do timo quando
comparado o sexo dos animais.
No grupo IV o comprimento do timo variou em média 2,522 cm, sendo em média
nas fêmeas 2,675 cm, e nos machos 2,3775 cm. A espessura variou em média 0,55
cm, sendo
nas
fêmeas
0,5675
cm
e
nos
machos
0,5275 cm. A
largura
variou
em média
1,014 cm,
sendo nas fêmeas
1,0775 cm e nos machos
0,965
cm. Houve diferença
Resultadoss
79
estatisticamente significante no comprimento e na largura do timo quando
comparado o sexo dos animais.
Houve diferença estatisticamente significante no comprimento do timo quando
comparado os animais do grupo II e III; na espessura quando comparado os animais
do grupo I e II, I e III, II e III.
O volume do órgão ou volume referência (Vref) - cm
3
- foi estimado pelo
método de Cavalieri através de planos macroscópicos paralelos e seriados, seus
valores aumentaram gradativamente de acordo com o desenvolvimento dos fetos,
sendo maior nas fêmeas quando analisada a mesma faixa etária. O volume
referência variou em média no grupo I de 2,02, sendo nos machos de 2,0175 e nas
fêmeas de 2,05; no grupo II de 2,071, sendo nos machos de 1,955 e nas meas de
2,17; no grupo III de 2,06, sendo nos machos de 1,9125 e nas fêmeas de 2,175; no
grupo IV de 3,12, sendo nos machos de 3,11 e nas fêmeas de 3,24. Houve diferença
estatisticamente significante se comparado o sexo no grupo III, e quando comparado
às faixas etárias entre os grupos I e II, I e III, II e III. Nos demais grupos não houve
diferença estatisticamente significante.
Os valores individuais tais como volume referência, comprimento, espessura e
largura do timo estão apresentados sistematicamente nas tabelas 2 e 3.
Resultadoss
80
Tabela 2 – Valores das variáveis volume referência, comprimento, espessura e largura do
timo em recém-natos e fetos machos nos diferentes grupos etários. São Paulo, 2005
Grupos (machos)
V
(ref)
(cm
3
)
Comprimento (cm) Espessura (cm) Largura (cm)
I (30 dias)
1
2,05
1,6
0,48
0,54
2 2,1
1,8
0,44
0,58
3 1,95
1,6
0,42
0,5
Média 2,0175
1,673
0,3575
0,5325
DP 0,017321
0,028284
0,01
0,01
II (40 dias)
1 2,15
1,8
0,46
0,5
2 2,18
1,8
0,44
0,51
3 2,17
1,7
0,49
0,51
Média 1,955
1,73675
0,385
0,4975
DP 0,196299
0,031342
0,034641
0,005774
III (50 dias)
3 2,3
1,954
0,36
0,64
5 2,1
1,892
0,41
0,67
6 2,2
1,914
0,45
0,72
Média 1,9125
1,65375
0,4475
0,63
DP 0,086603
0,043555
0,035119
0,100664
IV (60 dias)
3 2,9
2,6
0,6
1,05
4 3,4
2,7
0,55
1,09
6 3,26
2,7
0,57
1,08
Média 3,11
2,3775
0,5275
0,965
DP 0,254231
0,060828
0,017321
0,035119
Resultadoss
81
Tabela 3 Valores das variáveis volume referência (V
(ref)
), comprimento, espessura
e largura do timo em recém-natos e fetos fêmeas nos diferentes grupos
etários. São Paulo, 2005
Grupos (fêmeas)
V
(ref)
(cm
3
)
Comprimento (cm) Espessura (cm) Largura (cm)
I (30 dias)
4
2,01
1.7 0,37
0,52
5
2,01
1,66
0,35
0,54
6
2,04
1,7
0,36
0,53
Média
2,05
1,7
0,445
0,55
DP
0,106066
0,11547
0,030551
0,04
II (40 dias)
4
2,04
1,7
0,4
0,5
5
2,04
1,743
0,4
0,5
6
1,7
1,761
0,34
0,49
Média
2,17
1,775
0,4575
0,5075
DP
0,015275
0,057735
0,025166
0,005774
III (50 dias)
1
1,8
1,652
0,48
0,76
2
1,95
1,626
0,45
0,56
4
1,95
1,711
0,41
0,64
Média
2,175
1,913
0,4075
0,675
DP
0,1
0,031432
0,045092
0,040415
IV (60 dias)
1
3,4
2,3
0,55
0,96
2
3,07
2,4
0,52
0,99
5
2,9
2,41
0,52
0,92
Média
3,24
2,675
0,5675
1,0775
DP
0,257941
0,57735
0,025166
0,020817
As diferenças das variáveis comparando a faixa etária e os sexos estão
representados na figura 6.
Resultadoss
82
Volume referência (Vref)
0
1
2
3
4
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Volume referência -
Vref (cm3)
meas
Machos
A
Comprimento do timo
0
1
2
3
4
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Comprimento do timo
(cm)
meas
Machos
B
Espessura do timo
0
0,2
0,4
0,6
0,8
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Espessura do timo (cm)
meas
Machos
C
Largura do timo
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Largura do timo (cm)
meas
Machos
D
Figura 6 – Histograma comparando as variáveis volume referência, comprimento,
espessura e largura do timo entre as faixas estarias e o sexo. A: Volume
referência (Vref). B: comprimento do timo. C: espessura do timo. D: largura do
timo. São Paulo, 2005
4.2 ANATOMIA MICROSCÓPICA DO TIMO
Cada lobo tímico é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo e
pouca quantidade de tecido adiposo. Formam espessamentos em pontos de junção
da cápsula com os vasos que nutrem o timo.
O tecido conjuntivo emite evaginações a partir da cápsula,
de onde partem
numerosos septos que dividem
parcialmente
o
lobo formando a estrutura lobular. Nos
Resultadoss
83
pontos de emissão dos septos, predominam os vasos sanguíneos que por sua vez
se ramificam no percurso dos septos interlobulares e no próprio parênquima tímico.
Evidenciamos epitélio subcapsular perivascular delimitando toda a superfície
e os espaços perivasculares do timo, apresentando-se achatado e alongado,
formando uma divisão entre o espaço intratímico e o parênquima vascularizado.
Com o método orientator, o órgão passou a ser isotrópico, assim não há como
diferenciar a região cortical e medular nos cortes semi-finos.
A estrutura celular do órgão apresentou-se de forma organizada com a
presença de agregados concêntricos, os corpúsculos de Hassal em todos os grupos
estudados.
Nos animais do grupo I e II, o timo apresentou-se de forma homogênea, as
células do parênquima estavam próximas no entanto eram menores, quando
comparado com os animais do grupo III e IV. Não foram notadas diferenças visuais
entre os machos e as fêmeas (Figura 7).
O arranjo celular do grupo II eram semelhantes aos do grupo I, as lulas
apresentaram-se juntas de distribuídas de forma homogênea, porém com vasos de
calibre maior do que os animais do grupo I (Figura 7).
Os animais do grupo III as células distribuíram-se de forma difusa, os vasos
aumentaram de calibre (Figura 7).
Os animais do grupo IV diferenciaram dos demais grupos por apresentarem
vasos com maior diâmetro, sendo em maior mero nos machos, as lulas
apresentaram-se difusas e maiores. As células reticulares emitem fibras longas
destacando um incremento na trama reticular no parênquima (Figura 7).
Resultadoss
84
A
B
C
D
E
Figura 7 Fotomicrografias dos timos. A: feto com 30 dias, macho (Barra 50 µm). B: feto
com 40 dias, macho (Barra 50 µm). C: feto com 50 dias, macho (Barra 50
µm). D: recém-nato, 60 dias, fêmea (Barra 40 µm). E: recém-nato, 60 dias,
macho (Barra 40 µm). V – vasos; seta – Corpúsculo de Hassal
Resultadoss
85
4.3 ANÁLISE ESTEREOLÓGICA
A estimação da densidade de comprimento do vaso (Lv) teve um aumento
gradativo de acordo com o desenvolvimento dos fetos à exceção do grupo II, sendo
maior nos machos. Variou em média no grupo I de 332, sendo nos machos de 270 e
nas fêmeas de 390; no grupo II de 288, sendo nos machos de 380 e nas meas de
210; no grupo III de 410, sendo nos machos de 380 e nas fêmeas de 395; no grupo
IV de 522, sendo nos machos de 530 e nas fêmeas de 520. Houve diferença
estatisticamente significante se comparado o sexo no grupo I, e quando comparado
as faixas etárias entre os grupos I e II. Nos demais grupos não houve diferença
estatisticamente significante (Figura 8A).
O comprimento do vaso (L) - mm teve um aumento gradativo de acordo
com o desenvolvimento fetal à exceção do grupo II, sendo maior nas fêmeas. Variou
em média no grupo I de 674, sendo nos machos de 540 e nas fêmeas de 810; no
grupo II de 581, sendo nos machos de 762,5 e nas meas de 440; no grupo III de
848, sendo nos machos de 870 e nas fêmeas de 870; no grupo IV de 1600, sendo
nos machos de 1600 e nas fêmeas de 1675. Houve diferença estatisticamente
significante se comparado o sexo no grupo I, e quando comparado as faixas etárias
entre os grupos I e II. Nos demais grupos o houve diferença estatisticamente
significante (Figura 8B).
A densidade de superfície de área (Sv) teve um aumento gradativo de
acordo com o desenvolvimento fetal, sendo maior nas fêmeas. Variou em média no
grupo I de 102, sendo nos machos de 85 e nas fêmeas de 145; no grupo II de 138,
sendo nos machos de 185 e nas fêmeas de 95; no grupo III de 228, sendo nos
machos de 185 e nas fêmeas de 280; no grupo IV de 298, sendo nos machos de
Resultadoss
86
270 e nas meas de 315. Houve diferença estatisticamente significante se
comparado o sexo no grupo III, e quando comparado às faixas etárias entre os
grupos I e II. Nos demais grupos não houveram diferenças estatisticamente
significante (Figura 8C).
A superfície de área (S) - mm
2
- teve um aumento gradativo de acordo com o
desenvolvimento fetal, sendo maior nas fêmeas. Variou em média no grupo I de 210,
sendo nos machos de 170 e nas fêmeas de 305; no grupo II de 281, sendo nos
machos de 367,5 e nas meas de 200; no grupo III de 464, sendo nos machos de
320 e nas fêmeas de 615; no grupo IV de 906, sendo nos machos de 830 e nas
fêmeas de 985. Houve diferença estatisticamente significante quando comparado as
faixas etárias entre os grupos I e II, II e III. o houve diferença estatisticamente
significante se comparado os sexos (Figura 8D).
A densidade numérica vascular (N
v(vasc)
), quantidade de vasos por unidade
de volume (cm
3
), foi maior nos machos comparado com as fêmeas. O N
v(vasc)
variou
em média no grupo I de 219,552 .10
4
, sendo nos machos de 95,4 .10
4
e nas fêmeas
de 89,6 .10
4
; no grupo II de 51,2 .10
4
, sendo nos machos de 57,6.10
4
e nas fêmeas
de 51,2 .10
4
; no grupo III de 54,08 .10
4
, sendo nos machos de 73,6.10
4
e nas
fêmeas de 35,6 .10
4
; no grupo IV de 116,92 .10
4
, sendo nos machos de 153,6 .10
4
e
nas fêmeas de 58,7 .10
4
. Houve diferença estatisticamente significante quando
comparado as faixas etárias entre os grupos I e IV, II e III. Não houve diferença
estatisticamente significante se comparado os sexos (Figura 8E).
O número total de vasos no órgão (N
(vasc)
), estimado pelo método disector
físico em combinação com a estimativa do número de Euler (X
v
), foi maior nos
machos. O N
(vasc)
variou em média no grupo I de 156,8 .10
4
, sendo nos machos de
146,952 .10
4
e nas fêmeas de 183,9028 .10
4
; no grupo II de 79,90284 .10
4
, sendo
Resultadoss
87
nos machos de 111,1171 .10
4
e nas meas de 47,8080 .10
4
; no grupo III de
91,99436 .10
4
, sendo nos machos de 142,3168 .10
4
e nas fêmeas de 54,1651 .10
4
;
no grupo IV de 303,1664 .10
4
, sendo nos machos de 342,72 .10
4
e nas fêmeas de
183,196 .10
4
. Houve diferença estatisticamente significante quando comparado as
faixas etárias entre os grupos I e II, I e III, I e IV, II e III. Não houve diferença
estatisticamente significante se comparado os sexos (Figura 8F).
Resultadoss
88
Densidade de comprimento (Lv)
0
100
200
300
400
500
600
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Fêmeas
Machos
A
Comprimento vascular (L)
0
500
1000
1500
2000
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Comprimento vascular -
L (mm)
meas
Machos
B
Densidade de área (Sv)
0
100
200
300
400
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Densidade de área (Sv)
meas
Machos
C
Área de superfície (S)
0
200
400
600
800
1000
1200
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Área de superfície - S
(mm)
meas
Machos
D
Densidade numérica (Nv)
0
500
1000
1500
2000
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Densidade numérica -
Nv (x1000)
meas
Machos
E
Número total de vasos (N)
0
1000
2000
3000
4000
60 dias 50 dias 40 dias 30 dias
Número total de vasos
(N)
meas
Machos
F
Figura 8 - Histograma comparando as variáveis estereológicas densidade de
comprimento do vaso (Lv), comprimento do vaso (L), densidade de
superfície de área (Sv), superfície de área (S), estimação da densidade
numérica vascular (N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
)
entre as faixas estarias e o sexo. A: densidade de comprimento do
vaso (Lv). B: comprimento do vaso (L). C: densidade de superfície de
área (Sv). D: superfície de área (S). E: estimação da densidade
numérica vascular (N
v(vasc)
). F: número total de vasos no órgão (N
(vasc)
).
São Paulo, 2005
Resultadoss
89
Os resultados apresentados tais como: estimação da densidade de
comprimento do vaso (Lv), comprimento do vaso (L), densidade de superfície de
área (Sv), superfície de área (S), estimação da densidade numérica vascular
(N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
) estão apresentados
sistematicamente nas tabelas 4 e 5.
Tabela 4 - Valores das variáveis densidade de comprimento do vaso (Lv),
comprimento do vaso (L), densidade de superfície de área (Sv),
superfície de área (S), estimação da densidade numérica vascular
(N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
),do timo em recém-
natos e fetos fêmeas nos diferentes grupos etários. São Paulo, 2005
Grupos
(fêmeas)
Lv
L (mm)
Sv
S (mm
2
)
N
v(vasc)
x
10
4
N
(vasc)
x
10
4
I (30 dias)
1
360
740
80
160
896000
1838030
2
420
900
220
470
768000
1635840
3
360
700
60
120
1152000
2246400
Média
390
810
145
305
89,6
183,9028
DP
34,64102
105,8301
87,17798
191,5724
195
311
II (40 dias)
1
260
530
140
280
256000
522240
2
180
380
60
130
640000
139520
3
220
470
120
260
512000
1111040
Média
210
440
95
200
51,2
47,8080
DP
40
75,49834
41,63332
81,44528
195
489
III (50
dias)
3
340
780
220
500
256000
591360
5
420
900
280
600
400000
132000
6
400
900
340
760
768000
1311244
Média
395
870
280
615
35,6
54,1651
DP
41,63332
69,28203
60
131,1488
264
594
IV (60
dias)
3
520
1500
320
900
1024000
2969600
4
500
1700
300
1020
150000
510000
6
560
1800
340
1.000
1024000
3338240
Média
520
1675
315
985
58,7
183,196
DP
30,5505
152,7525
20
64,29101
304
153
Resultadoss
90
Tabela 5 Valores das variáveis densidade de comprimento do vaso (Lv),
comprimento do vaso (L), densidade de superfície de área (Sv),
superfície de área (S), estimação da densidade numérica vascular
(N
v(vasc)
), número total de vasos no órgão (N
(vasc)
),do timo em recém-
natos e fetos machos nos diferentes grupos etários. São Paulo, 2005
Grupos
(machos)
Lv
L (mm)
Sv
S (mm
2
)
N
v(vasc)
x 10
4
N
(vasc)
x 10
4
I (30 dias)
4
320
640
40
80
1000000
200000
5
280
560
120
240
1152000
2315520
6
200
400
60
120
512000
1047040
Média
270
540
85
170
95,4
146,952
DP
61,10101
122,202
41,63332
83,26664
334
106
II (40 dias)
4
260
530
140
280
256000
522240
5
420
860
240
490
640000
1305600
6
460
800
120
210
768000
1311244
Média
380
762,5
185
367,5
57,6
111,171
DP
65,8301
175,784
64,29101
145,7166
266
453
III (50 dias)
1
420
780
180
180
512000
950272
2
500
980
180
350
1024000
1996800
4
380
740
200
400
384000
748800
Média
380
870
185
320
73,6
142,3168
DP
61,10101
128,582
11,54701
115,3256
334
669
IV (60 dias)
1
540
1800
240
820
896000
3046400
2
540
1600
260
800
1536000
2176000
5
500
1400
320
900
2176000
6310400
Média
530
1600
270
830
153,6
342,72
DP
23,09401
200
41,63332
52,91503
340
217
Os valores de p do teste de Mann-Whitney, verificando a diferença entre os
sexos, e o teste de Wilcoxon, verificado as diferenças entre as faixas etárias, estão
nas tabelas 6 e 7.
Resultadoss
91
Tabela 6 Valores de p do teste de Mann-Whitney (teste U) para a verificação de
diferença entre os sexos dos fetos de cães. São Paulo, 2005
30 dias 40 dias 50 dias 60 dias
Lv 0,0495 * 0,0809 0,33827 1
L 0,0495 * 0,0809 0,6625 0,6625
Sv 0,3827 0,2752 0,0495 * 0,1904
S 0,3827 0,0809 0,8273 0,0809
N
v(vasc)
1 0,5127 0,2752 0,2752
N
(vasc)
0,5127 0,1904 * 0,2752 0,5127
V(ref) (cm3)
0,5127 0,0495 0,0495 * 0,8273
comprimento (cm)
0,5127 0,3827 0,0495 * 0,0495 *
espessura (cm)
0,0495 * 0,0495 * 0,2752 0,0809
Largura (cm)
0,6625 0,1266 0,6625 0,0495 *
Legenda: (*) diferença estatisticamente significante (p < 0,05).
Tabela 7 – Valores de p do teste de Wilcoxon (teste T) para a verificação de
diferença entre as faixas etárias dos fetos de cães. São Paulo, 2005
Lv L(mm) Sv S(mm
2
)
Nv N Vref(cm
3
)
C(cm) E (cm) l(cm)
60/50
0,0431 0,0277 0,0592 0,0277 0,0796 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
60/40
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
60/30
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
0,5002*
0,1159*
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
50/60
0,0431 0,0277 0,0592 0,0277 0,0796 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
50/40
0,0796 0,0277 0,0747 0,173*
0,4652*
0,6858*
0,7532* 0,4631* 0,9165*
0,0277
50/30
0,0796 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277
0,1159*
0,6858* 0,2489* 0,5294*
0,0277
40/60
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
40/50
0,0796 0,0277 0,0747
0,173* 0,4652*
0,6858*
0,7532* 0,4631* 0,9165*
0,0277
40/30
0,5002*
0,4631*
0,3454*
0,3454*
0,0431
0,1159*
0,5002*
0,0679
0,138*
0,0431
30/60
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
0,5002*
0,1159*
0,0277 0,0277 0,0277 0,0277
30/50
0,0796 0,0464 0,0277 0,0277 0,0277 0,1159 0,6858*
0,2489* 0,5294*
0,0277
30/40
0,5002*
0,4631*
0,3454*
0,3454*
0,0431
0,1159*
0,5002 0,0679 0,138 0,0431
Legenda: (*) diferença estatisticamente significante (p < 0,05). C = comprimento; E
= espessura; l = largura.
76
) 
Conclusão
93
5 DISCUSSÃO
O interesse pela pesquisa do timo tem aumentado em virtude da importância
que o tema vem assumindo e pela escassa literatura relativa ao órgão de maior
importe do sistema imunitário dos animais. Dados relativos à vascularização arterial
do timo em cães são incompletos, parcimoniosos e por vezes escassos.
Poucos autores estudaram anteriormente a histologia e a microvascularização
especificamente do timo de cães, o que obrigou a considerarmos outras espécies de
animais em nossas análises comparativas, respeitando as nuances que esta variável
apresenta.
Nossos achados macroscópicos em cães foram semelhantes aos observados
por Evans e Christensen (1979), Nickel et al. (1981) e Tizard (1985) que descrevem
o timo como um órgão de coloração rósea com discretas lobulações nos filhotes,
localizado no espaço mediastínico cranial, entre os dois pulmões, e sua extremidade
caudal é moldada na superfície cranial do pericárdio, apresenta apenas parte
torácica, sendo esta dividida incompletamente em um largo lobo direito e um
pequeno lobo esquerdo, seu pólo cranial se localiza abaixo da traquéia e estende-se
além do primeiro par de costelas.
Quanto ao desenvolvimento do timo, Bockman (1997), Cordier e
Haumont (1980), Picker e Siegelman (1993) referem que estruturalmente o timo
distingue-se dos demais órgãos linfóides por apresentar um estroma
primariamente epitelial, constituído por elementos endo e ectodérmicos
derivados, nos roedores, apenas da bolsa faringeana, em associação com
Conclusão
94
componentes mesodérmicos, dados relatados inicialmente por Auerbach (1960) que
observou a interação entre o endoderma da bolsa faríngea e o mesenquima da
crista neural. Entretanto, Gordon et al. (2004) não observaram este contato em ratos,
sugerindo assim, a origem apenas do endoderma sendo suficiente para estabelecer
uma organização e função do timo.
Silva et al. (2001) relata que os capilares e pequenos vasos destinados ao
timo não apresentam poros, mas sim uma membrana basal espessa, descontínua,
envolvida por uma camada de células epiteliais com prolongamentos finos que
perfuram a lâmina basal e podem entrar em contato com as células reticulares
epiteliais, que atua como uma barreira hematotímica dificultando, embora não
impedindo totalmente, a passagem de antígenos ou macromoléculas do sangue
para o interior do parênquima. Já, Junqueira e Carneiro (1999) descrevem esta
barreira somente na região cortical.
Junqueira e Carneiro (1999) e Kato (1997) relatam que durante o
desenvolvimento embriológico do timo, os vasos sanguíneos penetram no interior do
parênquima acompanhando o tecido conjuntivo derivado da cápsula, formando
espaços perivasculares ao redor dos vasos, fato este verificado também em nosso
material. As vênulas da região medular confluem para formar veias que penetram
nos septos conjuntivos e saem do timo pela cápsula do órgão. Já, as artérias
penetram no timo pela cápsula, se ramificam, seguindo os septos conjuntivos onde
originam arteríolas que penetram no parênquima seguindo os limites entre a cortical
e a medular. Além disso, afirmam que o timo não possui vasos linfáticos aferentes,
os poucos vasos linfáticos encontrados no timo são todos eferentes e localizam-se
nas paredes dos vasos sanguíneos e no tecido conjuntivo dos septos e da cápsula
do órgão, estes sofrem uma involução com o órgão.
Conclusão
95
Os principais tratadistas como Bruni e Zimmerl (1951), Ellenberger e Baum
(1977), Schauder (1938), Schwarze e Schroder (1972), se ocuparam, praticamente,
do estudo de grandes animais (bovinos, eqüinos e suínos), onde os subsídios sobre
a anatomia do timo são maiores, principalmente no respeitante à sua morfologia,
deixando de lado considerações à respeito dos cães.
Bradley e Grahame (1948) relatam a irrigação do timo a partir das artérias
torácicas internas, enquanto outros autores como Bruni e Zimmerl (1951), Dyce et al.
(1997), Ellenberg e Baum (1977), Schwarze e Schroder (1972) referem-se de forma
genérica à irrigação do timo, onde não especificam o animal ou não abordam o
assunto relativo aos cães, tratando principalmente da irrigação do timo em bovinos e
equinos.
Os tratadistas como Bruni e Zimmerl (1951), Ellenberger e Baum (1977), Koch
(1963), Martin (1902), Martin e Schauder (1938), Schwarze e Schroder (1972),
Sisson e Grossman (1959) descrevem o suprimento sanguíneo do timo pelos ramos
das artérias carótida comum, subclávia, torácica interna, tronco braquiocefálico,
artérias torácicas internas, pericárdica e para a parte cervical do timo, colaterais das
artérias tireoidea caudal e carótida comum.
Os achados macroscópicos quanto à irrigação do timo nos filhotes de cães
estudados foram iguais aos observados por Evans e Christensen (1979), Evans e
Delahunta (1980) e Silva et al. (1994) que afirmaram que o timo é irrigado por ramos
das artérias torácicas internas, do tronco braquiocefálico, pericardicofrênica, troncos
costocervical e primeira intercostal e artérias subclávias. Foi também observado a
artéria torácica interna perfurando o tecido tímico como relatado por Schummer et al.
(1981) e Evans (1993).
Conclusão
96
Venzke (1986) refere que irrigação no o procede de ramos das artérias
torácicas interna e timopericárdica, um ramo que nem sempre está presente emitido
do tronco braquiocefálico, e, na ausência deste vaso o timo recebe suprimento
sanguíneo da artéria torácica interna esquerda, ramo esta o encontrado nos cães
estudados.
Concordamos com Silva et al. (1994) quanto à origem, que identificou
modalidades de vascularização próprias para cada peça de fetos e natimortos de
cães estudados.
Quanto à histologia do órgão concordamos com Didio (2002), Firth (1977),
Melo e Lage (1987) os quais relatam que a cápsula e o septo do timo consistem de
tecido conjuntivo areolar frouxo e tecido adiposo, formando espessamentos em
pontos de junção da cápsula com os vasos que nutrem o timo.
Como os timos estudados foram isotropisados, não diferenciamos as regiões
corticais, medulares e região transicional, a chamada junção córtico-medular,
caracterizada por grande número de vasos, em geral arteríolas, circundadas por
tecido conjuntivo perivascular, albergando linfócitos B e plasmócitos como relatado
por Saint-Marie et al. (1986).
Como relatado por Amano e Hamatani (1980), Dijkstra e Sminia (1990), Picker
e Siegelman (1993), Suster e Rosai (1990), Van Ewijk (1984) e Xavier (1999),
evidenciamos uma população de células tímicas imunofenotipicamente heterogenia
em diferentes tamanhos, porém não diferenciamos as regiões corticais e medulares.
Como relatado por Dijkstra e Sminia (1990) identificamos o epitélio
subcapsular perivascular, que delimita toda a superfície e os espaços perivasculares
do órgão, apresentando-se achatado e alongado, funcionando, juntamente com as
Conclusão
97
células endoteliais, macrófagos e linfócitos, como um diviso entre o espaço
intratímico e o mesênquima vascularizado, considerado como o substrato
morfológico da barreira timo-sangue, porém, Nieuwenhuis et al. (1988) discorda com
o trânsito antigênico transcapsular.
Como relatado por Gurtler et al. (1984), Henry (1992), Nabarra e Adrianarison
(1995) os corpúsculos de Hassal foram evidenciados em todas as faixas etárias
estudadas como uma estrutura tubular complexa.
Elenkov et al. (2000), Kurz et al. (1997), Leposavic et al. (2000), Leposavic et
al. (1992), Lind et al. (2001), Maden e Felten (2001) e Rauski et al. (2003), Savino e
Dardenne (2000), Solarovic et al. (2004), Vizi et al. (1995) relatam a inervação dos
órgãos linfóides, as interações entre os microambientes do timo e o desenvolvimento
de células T controladas pelo sistema nervoso autônomo (SNA) e neuroendócrino e
a presença dos expressão de adrenoreceptores, fatores estes que não formam
objeto de nosso estudo.
Olsen e Kovacs (1996) afirmam que mudanças do tamanho do timo na
puberdade pode apresentar alterações hormonais, estes achados estão de acordo
com a hipótese de Marchetti et al. (1994), Marchetti et al. (1990) e Morale et al.
(1991) que relata o sistema nervoso simpático envolvido na regulação da resposta
de estímulos pela ação hormonal na mudança da densidade de receptores dentro do
timo, e com nossos achados que indicam variações de tamanho em relação à idade.
O método de Cavalieri e o coeficiente de erro usado para obtenção do volume
do órgão estão de acordo com os trabalhos de Duerstock et al. (2003), Gundersen et
al. (1988b), Gundersen e Jensen (1987), Henery e Mayhew (1989), Mayhew,
Conclusão
98
Mwamengele e Dantzer (1990), Mayhew e Olsen (1991), Mayhew (1992), Wulfsohn
et al. (2004), Pakkenberg et al. (1989).
O volume do timo aumenta com o desenvolvimento do animal, tendo um
aumento brusco no grupo IV (recém-natos com 60 dias), acredita-se que esse
aumento deve-se ao fato de que ao nascimento o órgão apresenta-se totalmente
desenvolvido, conforme indicação contidas na literatura, estabelecendo-se após a
maturidade sexual sua involução.
Para o estudo das variáveis estereológicas, necessitamos de secções
isotrópicas como pré-requesitos, assim, concordamos em utilizarmos o método
orientator modificado de acordo com Mattfeldt et al. (1990), onde o órgão aparece
homogeneamente, com as mesmas características em todas as direções
(MANDARIM, 1994).
Segundo Nengaard, Bendtsen e Gundersen (1988) os vasos são estruturas
tubulares que formam uma rede complexa e ramificada, conectados de forma única,
a reconstrução física desta rede é baseada em secções seriadas. O número de
capilares na rede equivalem com a conectividade, com isso, na prática estereológica
o número de capilares é igual à estimação da conectividade, por isso usamos o
princípio da conectividade ou princípio de ConnEulor associado ao disector físico
para a análise estereológica do timo.
O método do disector físico foi aplicado de acordo com Coggeshall (1992),
Coggeshall e Lekan (1996), Gagliardo (2003), Gundersen et al. (1999), Gundersen
et al. (1988a), Mayhew e Gundersen (1996), Mayhew (1992), Pakkenberg e
Gundersen (1988 e 1989), Pover e Coggeshall (1991), Sterio (1984). Sendo aplicado
Conclusão
99
por toda extensão do timo, para permitir que todas as regiões apresentassem as
mesmas chances de serem amostradas, obedecendo um sistema de amostragem
denominado “systematic random sampling scheme”.
O princípio da conectividade é uma extensão do método do disector, baseada
em exaustivos cortes seriados (DEHOFF, 1972; KROUSTRUP; GUNDERSEN, 2001;
ZHAO; MACDONALD, 1993). Para a estimativa da conectividade baseamos-nos nos
trabalhos Kroustrup, Gundersen (2001), Nyengaard, Bendtsen e Gundersen (1988),
Nyengaard e Marcussen (1993), assim obtivemos os valores da densidade numérica
vascular (N
v(vasc)
) e número total de vasos no órgão (N
(vasc)
), cuja comparação é
prejudicada por não encontrarmos na literatura descrições correlatas.
A densidade numérica vascular (N
v(vasc)
) e número total de vasos no órgão
(N
(vasc)
) diminuíram gradativamente nos animais do grupo II e III (40 e 50 dias), tendo
um aumento nos animais do grupo IV (60 dias). Esse aumento deve-se
possivelmente à proximidade do nascimento. Observamos também que os machos
apresentaram maior valor que as fêmeas. Ainda que o N
v(vasc)
e N
(vasc)
nos machos
seje maior do que nas fêmeas, o Vref das fêmeas é maior do que nos machos, o que
parece uma incongruência, porque seria de se esperar o menor Vref tivesse também
o menor N
(vasc)
, este fato pode ser decorrente das variações peso corpóreo,
tamanho e tipo racial dos animais estudados.
Estimação da densidade de comprimento do vaso (Lv), comprimento do vaso
(L), densidade de superfície de área (Sv) e superfície de área (S) estão de acordo
Conclusão
100
com Nyengaard (1993), estas variáveis aumentaram gradativamente com o
desenvolvimento, as fêmeas apresentaram maior valor que os machos, com
exceção do Lv onde é maior nos machos.
1

Conclusão
102
6 CONCLUSÃO
Dos resultados obtidos podemos concluir que:
1 O timo apresenta-se composto por dois lobos unidos por um tecido de conexão,
com coloração rósea, localizados no espaço mediastinal cranial, entre os pulmões e
acima da base do coração, sua porção cranial estende-se pouco além do primeiro
par de costelas.
2 – A estrutura celular do timo mostrou-se organizada com a presença de agregados
concêntricos, os corpúsculos de Hassal, envolvidos por uma delgada cápsula de
tecido conjuntivo que é espessada por tecido adiposo, servindo de substrato para a
passagem dos vasos sanguíneos, dispondo-se em arquitetura lobular..
3 Os timos das meas apresentaram maior volume (Vref) e dimensões de
tamanho que nos machos, porém, a densidade numérica vascular - N
v(vasc)
e número
total de vasos - N
(vasc)
no órgão são menores.
5 As variáveis estereológiacas tiveram um aumento gradativo de acordo com as
faixas etárias, sendo que nas fêmeas os valores eram maiores do que machos, com
exceção da densidade de comprimento - Lv, densidade numérica vascular - N
v(vasc)
e
número total vascular - N
(vasc)
.
6 Os vasos observados na microscopia de luz de cortes semi-finos, aumentaram
de tamanho gradativamente, assim como a densidade vascular N
v(vasc)
e o número
total de vasos N
(vasc)
, sendo mais evidente nos animais do grupo IV (60 dias),
próximo ao nascimento.
/ +
Referências
104
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