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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Dissertação
Comportamento ingestivo de bovinos leiteiros
Claiton Baes Moreno
Pelotas, 2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Dissertação
Comportamento ingestivo de bovinos leiteiros
Claiton Baes Moreno
Pelotas, 2005
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Claiton Baes Moreno
Comportamento ingestivo de bovinos leiteiros
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Pelotas, como
requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Ciências (área do
conhecimento: Produção Animal).
Orientador: Profª Vivian Fischer
Pelotas, 2005
Dados de catalogação na fonte:
( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 )
M843c Moreno, Claiton Baes
Comportamento ingestivo de bovinos leiteiros /
Claiton Baes Moreno. - Pelotas, 2005.
119f. : il.
Dissertação ( Mestrado em Zootecnia ) –Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia. Faculdade de
Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de
Pelotas. - Pelotas, 2005, Vivian Fischer, Orientador.
1. Bovinos de leite 2. Comportamento 3.
Produção animal I Fischer, Vivian (orientador) II
.Título.
CDD 636.2082
Banca examinadora:
Dr. Waldyr Stumpf Júnior
Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA/CPACT)
Dr. Pedro Lima Monks
Professor da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
Drª. Maira Balbinotti Zanela
Médica Veterinária e pesquisadora da UFPel
Drª. Vivian Fischer (Orientador)
Professora da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
Dedicatória
À minha esposa Adriane e
à minha filha Rafaela.
Agradecimentos
Ao curso de s-graduação em Zootecnia, da Faculdade de Agronomia da
Universidade Federal de Pelotas, na pessoa do professor Pedro Lima Monks, pelo
apoio e oportunidade de realização deste trabalho.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/CPACT) pela
possibilidade de concluir os meus trabalhos na pesquisa com bovinos leiteiros,
desde à graduação, na pessoa do Dr. Waldyr Stumpf Júnior.
Aos colegas Sandro, José Luiz, Clarice, Jeruza, André, Pedro, Dirceu,
Marcela e Patrícia, pelo companheirismo e amizade.
Aos amigos Everson, Fábio, Paulinho, Gustavo, Tuta, Evâneo, Carol, Etiane,
Mônica, Fábio Málaga, Maykol e Fabrício, pelo auxílio prestado.
A todos os meus familiares, pelo entusiasmo.
Em especial, à minha orientadora Vivian Fischer, pela atenção, paciência e
amizade.
À Adriane e a Rafaela, por estarem ao meu lado.
Lista de tabelas
Artigo 1
Tabela 1: Valores das variáveis climáticas relativas ao período
experimental...............................................................................................................34
Tabela 2: Valores médios dos tempos gastos em pastejo, ruminação, descanso
(minutos) e números de períodos de pastejo (NPP), de ruminação (NPR) e de
descanso (NPD), dos dois tratamentos......................................................................37
Tabela 3: Valores médios das atividades de pastejo (minutos), ruminação (minutos)
e de descanso (minutos); número de períodos de pastejo (NPP), número de
períodos de ruminação (NPR) e número de períodos de descanso (NPD) dos
tratamentos, por período experimental .....................................................................39
Tabela 4: Tempo de pastejo, ruminação e descanso (minutos) e número de períodos
de pastejo (NPP), ruminação (NPR) e descanso (NPD) dos animais dos dois
tratamentos, entre 7:00 e 18:30 horas ......................................................................40
Tabela 5: Valores médios das quantidades de forragem (kg de MS/ha), da taxa de
crescimento (kg de MS/ha), da produção forrageira total (kg de MS/ha) e da
composição química de cada período .......................................................................41
Artigo 2
Tabela 1: Composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados nas dietas
experimentais.............................................................................................................55
Tabela 2: Composição da dieta oferecida (%MS) dos quatro tratamentos.
Tratamento controle (TC), concentrado + gordura protegida (CGP), concentrado +
gordura insaturada (CGI) e concentrado + gordura saturada + insaturada
(CGSI)........................................................................................................................56
Tabela 3: Valores médios diários dos tempos de ingestão total, ruminação total e
descanso total, de acordo com os tratamentos utilizados: controle (TC), gordura
protegida (CGP), com gordura insaturada (CGI) e com a mistura de gordura
saturada e insaturada (CGSI) ...................................................................................59
TABELA 4: Valores médios diários dos tempos de ingestão total, ruminação total,
descanso total, consumo parcial de volumoso "in natura" (entre 9 e 17 horas),
consumo total e produção de leite por animal ...........................................................60
Artigo 3
Tabela 1: Valores das variáveis climáticas relativas aos meses de janeiro e
fevereiro de 2004: temperaturas mínima, máxima e média (ºC), umidade relativa do
ar (%) e precipitação pluviométrica (mm)...................................................................74
Tabela 2: Valores médios (minutos) dos tempos de pastejo, ruminação e ócio, taxa
de bocados e número de bocados das vacas sobre pastagem de milheto ou
sorgo..........................................................................................................................79
Tabela 3: Valores do ECC, produção de leite (kg/dia), porcentagens de gordura,
extrato seco total (EST), extrato seco desengordurado (ESD), proteína e lactose, e
contagem de células somáticas (CCS)......................................................................79
Tabela 4: Valores médios da disponibilidade de forragem (kg de MS/ha) e altura
média (centímetros), disponibilidade média (kg de MS/ha) e comprimento
(centímetros) de lâmina e percentual de lâmina foliar para as duas
pastagens.................................................................................................................. 80
Tabela 5: Composição média em base seca de amostras de milheto e sorgo durante
os dois períodos experimentais: % MS, MM, MO, FDN e PB, digestibilidade in vitro
da MS (DIVMS) e digestibilidade in vitro da MO
(DIVMO).....................................................................................................................81
Lista de abreviaturas e símbolos
ECC – Escore de condição corporal
FDA – Fibra em detergente ácida
FDN – Fibra em detergente neutro
ha – Hectare
Kg – Quilograma
L – Litros
MM – Matéria mineral
MO – Matéria orgânica
MS – Matéria seca
PB – Proteína bruta
PV – Peso vivo
°C – Graus Celsius
m
2
– Metro quadrado
% – Porcentagem
Resumo
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, julho de 2005.
Comportamento ingestivo de bovinos leiteiros 2005. 119f. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de
Pelotas, Pelotas.
O objetivo deste trabalho foi observar o comportamento ingestivo de novilhas Jersey
em pastejo submetidas a níveis de suplementação, de vacas Jersey confinadas na
fase inicial de lactação, recebendo dietas com diferentes fontes de gordura e de
vacas Jersey em lactação, mantidas em pastejo exclusivo de duas forrageiras
tropicais anuais: milheto (Pennisetum americanum) e sorgo forrageiro (Sorghum sp).
A avaliação do comportamento ingestivo foi realizada visualmente, e consistiu do
registro dos tempos gastos ingerindo ou pastando, ruminando e descansando. As
novilhas em pastejo que não receberam suplemento apresentaram maior tempo de
pastejo, mas menores tempos de ruminação e de descanso, número de períodos de
pastejo e de descanso que os animais suplementados. A suplementação com farelo
de milho influenciou o comportamento ingestivo de novilhas Jersey. As diferentes
fontes de gordura não afetaram os tempos diurnos de ingestão, ruminação e
descanso nem o consumo voluntário das vacas confinadas. Entretanto, houveram
diferenças significativas entre os animais quanto ao tempo dedicado em cada
atividade do comportamento ingestivo, quanto ao consumo e produção de leite. A
pastagem não afetou as características do comportamento ingestivo, dos animais
em pastejo, provavelmente pela semelhança quanto à massa de forragem,
quantidade e proporção de lâmina foliar e composição química. Houve um acréscimo
do tempo de pastejo e redução do tempo de descanso entre o primeiro e o segundo
período de avaliação, provavelmente relacionado às mudanças na composição
química, sobretudo o aumento no teor de FDN.
Palavras-chave: comportamento ingestivo, bovinos leiteiros
Abstract
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, july, 2005
Ingestive behavior of bovine milk. 2005. 119f. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
The trial was conducted to evaluate the effects supplementation with ground corn on
grazing dairy heifers ingestive behavior, of Jersey cows at the beginning of lactation
fed diets with different fat sources besides and of lactating Jersey cows grazing two
tropical annual forages: pearl millet and sorghum. The ingestive behaviour consisted
of the times of ingestion ruminating and idling. Non supplemented animals showed
larger grazing time, but shorter ruminating and idling time, besides fewer grazing and
idling periods than supplemented animals. Supplementation with ground corn
affected ingestive behavior of Jersey heifers. However, there were significant
differences among animals for time spent in ingestive activities, besides differences
for voluntary intake and milk production. Pasture did not affect time spent in any
activity, probably due to likeness of herbage mass, leaf blade amount and proportion
and chemical composition. However, from the first to the second measurement
period, grazing time increased and idling time decreased probably due to increased
NDF content of pastures.
Keywords: ingestive behavior, bovine milk
Sumário
1. Introdução geral...........................................................................................1
2. Revisão de literatura....................................................................................3
2.1. Comportamento ingestivo...........................................................................3
2.1.1. Caracterização e mensuração das atividades ingestivas........................4
2.2. Fatores que afetam o comportamento ingestivo.........................................6
2.2.1. Espécie animal.........................................................................................6
2.2.2. Variação individual...................................................................................7
2.2.3. Potencial de produção e estágio fisiológico do animal............................8
2.2.4. Interação social........................................................................................9
2.2.5. Fotoperíodo............................................................................................10
2.2.6. Temperatura...........................................................................................10
2.2.7. Composição química e digestibilidade do alimento...............................11
2.2.8. Composição física do alimento..............................................................14
2.2.9. Relação forragem: concentrado.............................................................15
2.3. Metodologia de registro e avaliação..........................................................15
2.3.1. Registro..................................................................................................15
2.3.2. Avaliação................................................................................................17
Referências ....................................................................................................19
Artigo 1
Comportamento ingestivo diurno de novilhas jersey suplementadas ou não com
farelo de milho em pastagem de azevém anual (Lolium multiflorum lam.)
Resumo...........................................................................................................27
Abstract...........................................................................................................28
1. Introdução ...................................................................................................29
2. Material e métodos.....................................................................................33
3. Resultados e discussão...............................................................................37
4. Conclusões..................................................................................................42
Referências ....................................................................................................43
Artigo 2
Comportamento ingestivo de vacas jersey na fase inicial de lactação, alimentadas
com dietas contendo diferentes fontes de gordura
Resumo...........................................................................................................48
Abstract...........................................................................................................49
1. Introdução ...................................................................................................50
2. Material e métodos.....................................................................................54
3. Resultados e discussão...............................................................................58
4. Conclusões..................................................................................................62
Referências......................................................................................................63
Artigo 3
Comportamento ingestivo de vacas jersey em lactação sobre pastagens de milheto
(Pennisetum americanum) e sorgo forrageiro (Sorghum sp.)
Resumo...........................................................................................................68
Abstract...........................................................................................................69
1. Introdução ...................................................................................................70
2. Material e métodos.....................................................................................73
3. Resultados e discussão...............................................................................78
4. Conclusão ...................................................................................................82
Considerações finais.....................................................................................83
Referências ....................................................................................................84
Apêndice .........................................................................................................88
1
1. INTRODUÇÃO GERAL
A etologia analisa o conjunto de leis que regem o comportamento em
condições naturais ou modificadas, para que desta maneira, conhecendo os hábitos
do animal, se consiga implementar de forma correta os planos de manejo, de
alimentação ou de sanidade. O conhecimento dos padrões de comportamento
realizados pelos animais para localizar, escolher e ingerir o alimento é crucial para
o desenvolvimento e sucesso das práticas de manejo. Em condições de produção,
estes estudos podem contribuir de maneira substancial para a compreensão das
respostas dos animais em diferentes condições climáticas, práticas de alimentação
e manejo, bem como de interações sociais entre animais e destes com o homem. O
comportamento alimentar dos herbívoros consiste na integração da demanda
quantitativa de nutrientes, ritmos diários, seletividade, ingestão de alimentos e de
água, exigências nutricionais, competição, sistemas de pastejo e rendimentos
diários.
Na tentativa de tornar mais eficiente e rentável a exploração de um rebanho,
os técnicos e criadores têm buscado, cada vez mais, introduzir novas e eficazes
práticas zootécnicas. O confinamento do gado leiteiro, por exemplo, é uma técnica
de manejo que tem a finalidade de proporcionar aumento na produção de leite. A
criação intensiva, porém, leva a um maior controle dos animais e do ambiente em
que vivem. No entanto, nem sempre as alterações que são introduzidas no manejo
do rebanho estão corretas, pois não levam em conta os conhecimentos a respeito
do comportamento do animal. Os bovinos demonstram grandes distinções quanto
ao seu temperamento e comportamento, os quais podem ser determinados pela
genética de cada animal, experiências anteriores e treinamento.
2
O uso de pastagens em programas de criação de bovinos leiteiros é adotado
em um grande número de propriedades que se destinam à produção de leite. O
sistema de pastejo pode afetar indiretamente o comportamento ingestivo de
bovinos. Em determinadas situações os animais, sob sistema de pastejo
rotacionado, podem encontrar maiores quantidades de material disponível do que o
encontrado por animais no sistema contínuo. Normalmente, os últimos têm que se
mobilizar por maior tempo na procura de alimento, percorrendo maiores distâncias
por dia.
O pastejo rotativo é uma forma de aproveitamento da pastagem, onde o
rebanho consome a forragem respeitando princípios básicos como o tempo de
ocupação e tempo de descanso dos piquetes ou intensidade de pastejo e,
freqüência de pastejo. Entre as vantagens deste sistema, está o melhor
aproveitamento da forragem, a maior qualidade da forragem durante o período de
inverno, melhor conservação do solo, melhor administração do sistema e maior
lotação animal.
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de caracterizar o
comportamento ingestivo de bovinos da raça Jersey (novilhas e vacas adultas em
lactação) em pastejo contínuo, em sistema de confinamento e em pastejo
controlado, em região de clima temperado úmido.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. COMPORTAMENTO INGESTIVO
O comportamento animal expressa o desenvolvimento dos animais de forma
individual e coletiva, também constitui um meio pelo qual o animal reage com outros
animais e com a espécie humana (FISCHER et al., 2000a). Apesar dos bovinos
serem domesticados desde à antiguidade, eles possuem a tendência de viver de
maneira transumante e a presença do homem e dos alambrados interferem na sua
maneira natural de vida e, em menor ou maior grau, alteram o seu comportamento e
atividades (ELIA, 2004).
Os animais adquirem muitas das características comportamentais através da
sobreposição do aprendizado onde, desta forma, se fornece a oportunidade para
que hábitos ingestivos se formem, modifiquem e se controlem através da experiência
natural ou através da imposição do manejo. Assim, os animais podem ajustar-se aos
distintos métodos de alimentação com o objetivo de alcançar o nível de consumo
desejado ou necessário (FRASER, 1980a).
O comportamento ingestivo de um modo geral inclui a ingestão de alimento e
água, assim como, a seleção de alimento, onde os animais tentam satisfazer suas
necessidades orgânicas. Também são considerados os padrões de pastejo, a
distribuição diária das refeições, a amamentação, a forma específica em que cada
espécie realiza a apreensão do alimento e a ruminação (FRASER, 1977a). A
atividade de ingestão inclui os movimentos de apreensão e manipulação do
4
alimento, a mastigação verdadeira e a deglutição (DESWYSEN et al., 1987). Em
regimes de criação extensiva, a ingestão se sob a forma de pastejo. Em
pastagem, os bovinos movimentam-se mastigando a forragem apenas duas ou três
vezes, enquanto que, ao mesmo tempo, movimentam suas cabeças de um lado para
o outro, buscando a próxima porção de pasto a ser ingerida (FRASER, 1973).
No caso de animais confinados, o alimento geralmente é oferecido quando
eles estão contidos em um canzil ou livres, porém, dentro do estábulo. O alimento é
colocado em um cocho à frente do animal e ingerido pela reunião e apreensão do
alimento com água para dentro da boca. Como a maioria dos alimentos está em
partículas moderadamente pequenas, não é necessária a ação de cortá-lo, mas são
necessários os movimentos de apreensão e mastigação (ALBRIGHT, 1993a).
O estudo do comportamento ingestivo de ruminantes tem sido usado para
caracterizá-lo com objetivos de estudar os efeitos do arraçoamento ou quantidade e
qualidade nutritiva de forragens sobre o mesmo, estabelecer a relação entre
comportamento ingestivo e consumo voluntário e verificar a possibilidade de uso do
conhecimento sobre o comportamento ingestivo para melhoria do desempenho
animal (ALBRIGTH, 1993b).
Desta forma podem-se definir quatro situações onde o comportamento
ingestivo é estudado: com animais em pastejo e em confinamento, conduzidos
isolados ou em grupos. Neste último caso, ocorre a interação social entre os
animais, incluindo relações de competição e mecanismos de facilitação social em
todos os casos (FISCHER et al., 2000b).
2.1.1. Caracterização e mensuração das atividades ingestivas
O consumo de nutrientes digestíveis é o principal determinante das diferenças
de desempenho entre animais (MERTENS, 1994). A quantidade total de alimento
consumido por um animal é basicamente função do número, duração e tamanho de
refeições, influenciadas, por sua vez, por uma combinação de fatores como forma
física do alimento, tipo de forragem e composição química da dieta (PUTNAM &
DAVIS, 1963), aliados ao metabolismo de cada animal.
Os ruminantes realizam, em geral, maior proporção de atividades de
alimentação durante a fase diurna do nictêmero, exceto sob condições climáticas
5
extremas, como temperaturas muito elevadas. Em sistemas de estabulação, os
animais apresentam duas refeições de grande duração, denominadas principais,
uma no início e a outra no final do dia (CHASE et al., 1976), ritmadas pela
distribuição do alimento. Entre estes dois momentos, são observados diversos
períodos de ruminação, descanso e refeições de menor duração.
Em condições de pastejo, com temperaturas amenas, distinguem-se quatro
períodos onde ocorre expressiva atividade de ingestão de alimentos: imediatamente
antes do amanhecer, metade da manhã, primeiras horas da tarde e antes do
anoitecer, com destaque para os períodos antes do amanhecer e anoitecer, que
apresentam maior duração e continuidade. No resto do dia, o animal pasta
intermitentemente e indolentemente, descansa ou rumina. Durante as fases de
elevada atividade de ingestão, a seletividade do alimento ingerido é baixa, porém
antes e depois das fases de alta taxa de ingestão, a seletividade é incrementada.
Durante o pastejo, os bovinos realizam 10 a 14 períodos de ingestão sendo que,
aproximadamente 75% dos períodos ingestivos, ocorrem durante as horas de
luminosidade (FRASER, 1980b).
Intercalado com a ingestão de alimentos, ocorre à ruminação, quando o bolo
alimentar é regurgitado, remastigado, reensalivado e, novamente, deglutido
(FRASER, 1980c). A ruminação é a segunda atividade em importância, ocorrendo
principalmente durante a noite. O tempo que o animal dedica a ruminar corresponde
a 75% do tempo de pastejo (8 horas) e com períodos médios de 30 minutos
(ROVIRA, 1996). O papel da ruminação é diminuir o tamanho das partículas
alimentares a fim de permitir um maior ataque pelas enzimas microbianas,
reensalivação do bolo alimentar e também a passagem dos alimentos através do
orifício retículo-omasal (DESWYSEN et al., 1993a).
A ruminação se processa logo após os períodos de alimentação e, de
preferência, com o animal deitado (FRASER, 1980d). O tempo de ruminação durante
o dia está em função direta da quantidade e qualidade do alimento consumido,
especialmente a fibra (ARNOLD & DUDZINSKI,1978), podendo durar de 600 a 650
minutos por dia (DULPHY & FAVERDIN, 1987). DESWYSEN et al. (1993b)
verificaram que bovinos alimentando-se duas vezes ao dia, apresentaram um
período de ruminação consistente, no início da tarde e também um pico de atividade
noturno. À medida que se aproxima a estação quente, observa-se uma tendência à
6
concentração das atividades de pastejo diurno (cedo da manhã e no final da tarde) e
ao aumento do período (ou da proporção) de pastejo noturno.
Os períodos de ruminação são ritmados pela distribuição de alimentos
(MURPHY et al., 1983). Ao contrário dos períodos de ingestão, os períodos de
ruminação apresentam duração mais constante, são mais uniformemente
distribuídos durante o dia e o intervalo entre dois períodos consecutivos é raramente
inferior a 20 minutos. O número de períodos de ruminação está compreendido entre
10 a 17 por dia (FRASER, 1980e). Em condições de pastejo, a atividade de
ruminação se concentra, seguidamente, logo após o crepúsculo, posteriormente vai
ocorrendo um declínio até um novo período de pastejo. A relação que se estabelece
entre tempo de pastejo e ruminação depende muito da estação do ano, da
abundância e qualidade da forragem disponível, da área e do tamanho do rebanho.
Como média, se aceita que o tempo de ruminação é três quartos do tempo
empregado no pastejo. Normalmente uma forragem de boa qualidade exige menos
tempo de ruminação, ao contrário, uma forragem fibrosa impõe um aumento no
número e períodos de ruminação (FRASER, 1980f). A maior parte da ruminação se
processa durante a noite, totalizando em média de 8 a 9 horas por dia (LUCCI et al.,
1972).
De acordo com BÜRGER (1998), a eficiência de ruminação é uma função da
velocidade com que as partículas são transportadas para dentro da boca durante a
regurgitação, da seleção de grandes partículas, da eficiência de oclusão dentária,
das propriedades físicas das partículas, da resistência inerente à fratura das
partículas e da distribuição do tamanho de partículas do bolo insalivado.
Intercalando os períodos de ingestão e, principalmente de ruminação,
ocorrem os períodos de descanso ou ócio. O ócio é considerado o período de tempo
que o animal não se encontra ingerindo nem ruminando (FISCHER, 1996a).
Descansar ou dormir constitui uma forma de conservação física e pode chegar à
terça parte da vida do animal. O propósito de ambas atividades é restaurador, para
permitir a recuperação metabólica e a conservação energética (FRASER, 1977b).
BALCH e ROWLAND (1989) afirmam que os bovinos realizam um sono de natureza
transitória, sendo que seu descanso ocorre de forma em que eles não perdem
consciência ou vigília. No entanto, RUCKEBUSCH (1963a) apresentou evidência de
perda de consciência de períodos de sono que variam de 2 a 8 minutos.
7
2.2. FATORES QUE AFETAM O COMPORTAMENTO INGESTIVO
2.2.1. Espécie animal
O comportamento alimentar e de ruminação varia entre as espécies. Os
ovinos aparentemente ruminam de forma menos eficiente que os bovinos (DULPHY
& MICHALET-DOREAU, 1983). Os bovinos ingerem maiores quantidades de
forragens expressa por kg
0,75
que os ovinos, pois estes realizam um número mais
elevado de pequenas refeições, o que possivelmente está relacionado ao seu menor
peso vivo e diâmetro do orifício retículo-omasal (FISCHER,1996b). Este aumento de
consumo está associado com um aumento de fluxo através do orifício retículo-
omasal e reduzida digestibilidade de FDN (DESWYSEN et al., 1991).
Após a correção para peso metabólico, o tempo total de mastigação e
ruminação por unidade de alimento ingerido parece maior para ovelhas do que para
novilhas (DULPHY et al., 1987). Isto se deve, provavelmente, ao fato dos bovinos
apresentarem maior capacidade digestiva que os ovinos, em grande parte devido ao
seu maior tamanho, não necessitando mastigar tão prolongadamente o alimento
(FISCHER, 1996c).
Segundo POLLI et al. (1996), existem diferenças de comportamento ingestivo
entre bovinos e bubalinos, sendo que os últimos apresentam maior tempo de
ruminação por kg de MS. Essa maior lentidão dos bubalinos se explica notadamente
em função do maior número de mastigações merícicas por unidade de tempo
apresentado pela espécie.
2.2.2. Variação Individual
Dentro de uma mesma raça, os animais de maior tamanho apresentam maior
taxa de ingestão e ruminação (minutos por kg de MS consumida) que os de porte
pequeno. Entretanto, os animais mais velhos mastigam os alimentos menos
intensamente comparados aos mais jovens (FREER & CAMPLING, 1965).
A atividade de ruminação varia entre indivíduos, porém a taxa de ruminação
parece variar menos que a taxa de ingestão. Como possíveis causas das diferenças
individuais pode-se citar a diferença de potencial de produção, capacidade ingestiva,
8
eficiência de mastigação e peso vivo (De BOEVER, 1991). Os cordeiros são
geralmente mais seletivos que os ovinos adultos e que os bovinos. No entanto, os
padrões diários da atividade de pastejo de ovinos e bovinos são semelhantes assim
como a taxa média de bocadas e o tempo médio de pastejo (POPPI et al., 1987). Em
pastagem de azevém perene (Lolium perene L.), os cordeiros pastam por mais
tempo, porém apresentam menor taxa de bocados que terneiros sob pastejo
contínuo em área com mesma pastagem, provavelmente refletindo o maior tempo
gasto na seleção de alimento (Jamienson & Hodgson, 1985).
O potencial de ingestão de fibra aumenta relativamente com o tamanho do
peso corporal e exigências de mantença. Animais maiores apresentam maior
eficiência de mastigação de parede celular forrageira que animais menores. Animais
de maior tamanho mastigam por menos tempo por unidade de constituinte de
parede celular ingerida (HOOPER & WELCH, 1983).
2.2.3. Potencial de produção e estágio fisiológico do animal
O estado fisiológico pode influenciar o comportamento ingestivo de
ruminantes. Vacas prenhes necessitam mais tempo para a ingestão e ruminação do
que vacas o prenhes. A diferença do comportamento se pela presença do feto
que reduz a capacidade de ingestão do animal. O incremento da atividade de
mastigação é verificado nas primeiras semanas de lactação, período este em que
aumenta a ingestão de MS pelas vacas. As quantidades ingeridas aumentam
rapidamente nos 10 primeiros dias de lactação (superior a 72%) se estabilizando
somente a partir da 10ª a 12ª semana de lactação (DOREAU & REMOND, 1982).
Vacas de alta produção consomem e mastigam o alimento (por kg ingerido)
de uma forma mais eficiente (Dado & Allen, 1994), gastam menos tempo
consumindo silagem fresca, feno e concentrado (FRIEND & POLAN, 1974a), gastam
menos tempo deitadas e, significativamente, mais tempo pastando em relação às de
menor produção (ALBRIGTH, 1993c).
2.2.4. Interação social
9
Quando se analisa o comportamento de bovinos em uma situação de
exploração econômica, a hierarquia social afeta as relações entre os animais e sua
estrutura é considerada muito complexa (OBEROSLER et al., 1982). No entanto, a
existência de uma hierarquia sólida é de grande importância para propiciar o bem
estar do grupo de animais ou rebanho (FRASER, 1974), pelo fato do nível de
agressão ser reduzido dentro desse grupo (BEILHARZ & ZEEB, 1982). De modo
geral, os primeiros postos de classificação social são primeiramente ocupados por
animais de maior tamanho e / ou aspados.
O comportamento de agressão envolve formas de ataque ou ameaças
usualmente dirigidas contra outro indivíduo de mesma espécie. Quando novos
animais o introduzidos no grupo, eles devem medir suas forças físicas com todos
os componentes do mesmo, para desta forma reorganizar o ordenamento
hierárquico.
A agressão cresce conforme aumenta a densidade, mas aumenta
vertiginosamente quando a densidade vai a altos níveis. Verifica-se também que a
quantidade de alimento presente é tão importante quanto o espaço disponível por
animal, para evitar ou minimizar a competição e as interações agressivas (PEREIRA,
1986). Quando uma situação de competição, as vacas dominantes tendem a
permanecer mais tempo junto ao cocho (FRIEND & POLAN, 1974b). Quando o
espaço se torna insuficiente para que todos animais se alimentem simultaneamente,
a tendência é ocorrer rápidas refeições com trocas de posições de alimentação. Os
animais dominados são forçados a ingerir por menos tempo durante o dia, podendo
haver uma compensação durante a noite. Este fato pode ser prejudicial se a dieta
não for do tipo completamente misturada. Animais dominantes realizam grandes
refeições, permanecendo mais tempo junto ao cocho. MORITA et al. (1996)
constataram que vacas com baixa classificação social apresentaram tempo
suficiente para ingerir forragens (r=0,664). Estes resultados indicam que as vacas
aumentaram o consumo diário de forragens principalmente por aumentar o tamanho
da refeição, do que por aumentar a freqüência de refeição. Estudos relatam baixa
correlação entre escala social e produção de leite, embora a posição social às vezes
esteja associada a outras variáveis como peso corporal, idade e raça. Em situações
de competitividade, animais dominantes não o necessariamente os mais
10
produtivos e ressalta-se a importância do uso de uma ração totalmente misturada
(ALBRIGTH, 1993d).
Dentro deste contexto de interação social, é de extrema importância levar-se
em consideração o convívio dos animais como um todo. Quando dois ou mais
animais comem juntos, a quantidade ingerida pode ser aumentada pela crescente
estimulação a comer ou por redução da ansiedade, quando em ambiente estranho
ou em situação de medo (PEREIRA et al., 1998). A facilitação social influi muito nos
turnos de alimentação e consumo em vacas submissas em grupos confinados,
quando comparado a vacas isoladas (ALBRIGTH, 1993e). Quando vacas se
alimentam em grupo, comem mais do que quando alimentadas em separado.
A hierarquização social pode variar entre as distintas raças. Vacas Ayrshire
dominam as Jersey, Angus dominam as Shorthorn, que por sua vez têm dominância
sobre as Hereford. Freqüentemente a dominância não se deve ao tamanho, peso ou
idade e sim à características hereditárias da própria raça (FRASER, 1977c).
2.2.5. Fotoperíodo
Bovinos apresentam um padrão de pastejo diurno de alimentação que inclui o
início da refeição principal, aproximadamente, ao nascer do sol. Em geral, a segunda
refeição principal ocorre no final da tarde e dura mais tempo. Em condições de
alimentação à vontade ou restrita, os dias longos estimulam a ingestão voluntária de
alimentos, provavelmente em conseqüência do aumento das exigências nutricionais
devido ao metabolismo mais elevado (BLAXTER & BOYNE, 1982).
MILNE et al. (1978) constataram um aumento do consumo de um mesmo
alimento com o aumento da duração do dia. Em concordância, PHILLIPS (1972)
verificou que o fornecimento de luz artificial nos dias mais curtos provocava um
aumento nos períodos da alimentação. A manipulação do fotoperíodo e da
freqüência alimentar são práticas potenciais para se maximizar o consumo em
novilhas Holandês (ANDRADE & PEREIRA, 1998).
HEDLUND & ROLLS (1977) observaram continuamente por 15 horas novilhas
holandês confinadas. Os autores verificaram que o maior número de períodos de
ingestão ocorreu durante e logo após as ordenhas da manhã e tarde e após o
arraçoamento. FISCHER (1996d) trabalhou com ovinos confinados recebendo a
11
mesma dieta durante seis meses. O autor verificou que o maior consumo voluntário
ocorreu nos dias de maior fotoperíodo durante o experimento. O mesmo autor
trabalhou com ovinos em pastejo e observou atraso no início e adiantamento no final
dos períodos de atividade ingestiva, conforme o inverno se aproximava.
2.2.6. Temperatura
Um dos fatores que determinam as necessidades fisiológicas e o padrão de
refeições das vacas é a temperatura ambiente (SNIFFEN et al., 1993; COSTA,
2000a). A exposição brusca e prolongada dos animais ao frio induz algumas
adaptações fisiológicas, cujo efeito principal é o aumento da motricidade do trato
digestivo. Isto resulta em um aumento das quantidades ingeridas de alimento
(YOUNG, 1986). Efeitos inversos são observados rapidamente a uma exposição da
temperatura elevada. Bovinos de origem européia reduzem o consumo à medida
que a temperatura do ar se eleva, na tentativa de diminuir a produção de calor
metabólico. A temperatura crítica em que a ingestão de alimentos começa a diminuir
se encontra na faixa de 24ºC a 26°C. Em condições de pastejo, o efeito depressor
do calor sobre a ingestão de alimentos é evidente, à medida que os animais
dedicam menos tempo ao pastejo diurno passando maior tempo na sombra
(MÜLLER, 1989).
Vacas Holandês lactantes, recebendo silagem de milho e concentrado em
época de inverno e verão, mostraram um declínio no tempo de ingestão de 5,6 horas
para 4,2 horas diárias (WAYMAN et al., 1962). A redução no consumo seria devido à
ação inibidora do calor sobre o centro do apetite, pelo aumento da freqüência
respiratória e pela redução na atividade do trato gastrointestinal, resultando em uma
diminuição na taxa de passagem do alimento pelo rúmen e inibindo o consumo pelo
enchimento desse órgão (COLLIER, 1987). Em razão do aumento da temperatura
ambiente, as vacas leiteiras tendem a reduzir consideravelmente a produção leiteira
devido ao menor consumo de MS, uma vez que as atividades ligadas à produção de
leite geram grandes quantidades de calor (COLLIER & BEEDE, 1985).
A temperatura exerce uma forte influência na composição química das
plantas. Existem diferenças entre plantas de clima temperado e de clima tropical no
que se refere ao ciclo, o que afeta a digestibilidade e, conseqüentemente, o
12
consumo. O aumento da temperatura acelera o ciclo de desenvolvimento, aumenta o
percentual de fibra e lignina e, portanto, diminui a digestibilidade (VAN SOEST,
1994a). Assim, pode haver um efeito indireto da temperatura sobre o comportamento
animal via modificação física e química das forrageiras.
2.2.7. Composição química e digestibilidade do alimento
Os tempos de alimentação e de ruminação são dos fatores limitantes do
consumo de forragens, variando para diferentes dietas, ambos influenciados pela
natureza dietética e pelo teor de parede celular (ULYATT et al., 1983). A ingestão de
MS pelos ruminantes está negativamente correlacionada com o conteúdo de
carboidratos estruturais das plantas (MERTENS, 1983). Este exerce uma influência
sobre a forma como os alimentos são mastigados aumentando os tempos totais de
ingestão e ruminação.
O conteúdo de FDN das forragens é o componente alimentar associado mais
consistentemente com o consumo (VAN SOEST, 1994b). Segundo WELCH &
SMITH (1986), o tempo de ruminação aumenta linearmente com o aumento da FDN
consumida. O tempo de ruminação está associado ao aumento de concentração de
fibra presente na dieta, resultando em um acréscimo nos períodos de ruminação
diários, refletindo a necessidade de processar a digesta (DADO & ALLEN, 1995). A
atividade de mastigação está associada com o fluxo de saliva e porção de fibra na
ração.
O nitrogênio dos alimentos também afeta o comportamento ingestivo dos
animais (COSTA, 2000b). Quando as forragens são muito baixas em nitrogênio
degradável no rúmen, pode ocorrer a diminuição da digestibilidade e do consumo.
VAN SOEST (1994c) cita o valor de 8% de PB como o limite inferior para evitar
esses problemas. MCGUIRE et al. (1996) estabeleceram que a digestibilidade
aparente da PB foi significativamente diminuída por bovinos se alimentando seis
vezes ao dia comparada a uma alimentação diária.
À medida que a planta cresce e amadurece, o teor de FDN aumenta,
enquanto que a digestibilidade e o teor de PB são reduzidos (RIBEIRO et al., 1998).
Com o envelhecimento da planta, ocorre espessamento e lignificação da parede
celular, principalmente nas regiões de feixes vasculares, o que es associado à
13
redução da digestibilidade dos tecidos. O tempo gasto com a alimentação, por
unidade de consumo de MS e FDN, é maior com adição de fibra na dieta; o aumento
da atividade mastigatória pode proporcionar aumento da digestão e passagem
ruminal (MIRANDA et al., 1999).
Segundo WELCH (1982), a eficiência da ruminação é importante na utilização
de alimentos de baixa digestibilidade, proporcionando maior consumo de alimentos e
melhor desempenho produtivo. Este mesmo autor cita que a eficácia de ruminação é
importante no controle de utilização de volumosos. Assim, um animal que pode
ruminar mais volumoso durante esse período de tempo pode consumir mais e ser
mais produtivo.
Vacas com alto potencial leiteiro apresentam elevada exigência de energia. A
formulação da dieta é complicada pela exigência de um teor mínimo de 21% de FDA
ou 28% de FDN (NRC, 1989) para garantir boas condições de funcionamento do
rúmen, aliado a um menor nível de ingestão total, nas primeiras 10 a 12 semanas
após o parto.
A adição de gordura à dieta surge como uma alternativa possível, para elevar
o nível energético do alimento ingerido, sem elevar a ingestão de amido e sem
diminuir a ingestão de fibra. Assim, a substituição de cereais por gordura é um
método para aumentar a densidade energética sem comprometer o conteúdo em
fibra (PALMQUIST & CONRAD, 1980a).
Suplementos gordurosos têm sido usados em quantidades limitadas na ração
de ruminantes, devido a seu efeito inibidor na atividade microbiana do rúmen,
sobretudo aqueles ricos em ácidos graxos insaturados. algum tempo,
desenvolveu-se interesse considerável na utilização de gordura como fonte de
energia, alternativa econômica em dietas de vacas lactantes (ALBRIGTH, 1993f).
Pesquisas mostraram que a gordura pode ser adicionada em até 3% da ração total,
mas que 5% é considerado um limite benéfico para vários rebanhos de alta
produção (SCHAUFF et al., 1992a). Outros pesquisadores consideram que o limite
máximo se situe próximo de 8% na MS da dieta, sugerindo que um terço da gordura
para vacas de alta produção deve ser proveniente de alimentos comuns; a mesma
quantidade de sementes oleaginosas e o restante, em forma de sais de cálcio
(PALMQUIST & CONRAD, 1980b). Entretanto, a inclusão de sebo bovino em rações
para vacas lactantes reduziu sensivelmente a população de alguns microrganismos
14
ruminais e proporcionou menor digestão ruminal da MO (MALAFAIA et al.,1997),
sendo este um dos fatores que estão associados a menores produções de metano.
Segundo SCHAUFF et al. (1992b), muitos produtores de leite nos Estados
Unidos têm tido sucesso com o uso de sebo ou óleo de soja nas rações. Fontes
lipídicas como óleo de soja, sebo ou gordura animal, usualmente são de baixo custo,
o que aumenta o interesse em maximizar sua utilização nas dietas para vacas
leiteiras. GARCIA-BOJABIL et al. (1998) trabalharam com vacas lactantes, as quais
receberam 11,1% e 15,7% de PB degradável na dieta, suplementada com gordura
(sais de cálcio de ácidos graxos de cadeia longa) nos níveis de 0 e 2,2% de MS na
dieta, durante os primeiros 120 dias pós-parto. As fontes de nitrogênio foram soja e
uréia com elevadas concentrações de proteína degradável versus uma combinação
de produto vegetal e animal em que na dieta continha baixa proteína degradável.
Vacas consumindo 15,7% de proteína degradável aumentaram o consumo e a
produção de leite mais lentamente durante os primeiros 50 dias pós-parto
comparados a vacas consumindo 11,1% de proteína degradável na dieta. Entretanto
a adição de sais de cálcio na dieta estimulou o consumo de MS de vacas com 15,7%
de proteína degradável na dieta.
2.2.8. Composição física do alimento
O consumo voluntário de forragens pelos ruminantes tem sido explicado
convencionalmente pela teoria dos controles físico e metabólico. Neste aspecto,
admite-se que a ingestão de MS e, conseqüentemente, a distensão do retículo-
rúmen é influenciada pelas características físicas e químicas das forragens. A alta
compactação, a baixa retenção e a solubilidade em água são características físicas
das forrageiras que podem influenciar o consumo pela distensão do retículo-rúmen
(SENONE et al., 1981).
O desaparecimento de resíduos alimentares do retículo-rúmen tem sido
considerado o principal processo em determinar o consumo voluntário e a digestão
das forragens, portanto a performance animal. O desaparecimento depende
primeiramente da degradação através da redução física do tamanho de partículas e
em seguida da passagem física para fora do retículo-rúmen, sendo que a redução
física em tamanho de partícula é dependente do processo de mastigação durante a
15
alimentação e ruminação. A importância da mastigação durante a ingestão sobre a
redução do tamanho de partícula pode ser exemplificada pelo aumento no tempo de
ruminação de 30 para 40% quando feno é introduzido diretamente no men. Estes
resultados mostram que o maior tempo de ruminação está associado ao déficit de
mastigação durante a ingestão (BAILEY & BALCH, 1961).
Os efeitos do tamanho de partículas de forragens sobre o comportamento de
vacas leiteiras especialmente atividade de mastigação, foram estudados por GRANT
et al. (1995). Os animais foram alimentados com ração totalmente misturada com
diferentes tamanhos de partículas de silagem (fino, médio e grosso). A redução do
tamanho das partículas da forragem foi seguida pela diminuição dos tempos totais
de ruminação e mastigação, porém não houve efeito sobre o tempo de ingestão e
sobre o consumo de MS e FDN.
2.2.9. Relação forragem: concentrado
Alimentos concentrados reduzem o tempo de ruminação, enquanto que as
forragens com alto teor de parede celular tendem a aumentar o tempo de ruminação.
O aumento do consumo tende a reduzir o tempo de ruminação por grama de
alimento, fator provavelmente responsável pelo aumento de tamanho de partículas
fecais em consumo elevados (VAN SOEST, 1994d). Segundo REMOND et al.
(1969), quando a proporção de concentrado / forragem se reduz para valores aquém
de 50%, a duração unitária de ruminação aumenta significativamente.
WOODFORD et al. (1986) mencionaram que a ingestão de forragens
geralmente diminui quando o consumo de concentrado é aumentado. CAMPLING &
MURDOCH (1966) relataram que o consumo de forragens foi maior quando pequena
quantidade de concentrado foi introduzida na dieta, comparado a dieta sem a
inclusão de concentrado. O efeito da ingestão de concentrado sobre o consumo de
forragens é seqüencial, vacas consomem mais forragens, mas a digestibilidade
ruminal da fibra é maior, quando vacas se alimentam com forragens antes do
concentrado comparado à ingestão de forragens após o concentrado (VOIGT et al.,
1978).
2.3. METODOLOGIA DE REGISTRO E AVALIAÇÃO
16
2.3.1. Registro
Existem diferentes todos usados para descrever o comportamento
ingestivo dos ruminantes, porém dependem dos sistemas de criação, das
características do comportamento de alimentação de cada espécie, do grau de
automação exigidos, dos parâmetros avaliados, da disponibilidade de mão-de-obra,
do grau de interferência sobre os animais, entre outros. Os trabalhos metodológicos
iniciaram com observações visuais intermitentes nos animais (TRIBE, 1950)
avaliando o tempo despendido no pastejo e ruminação.
Os equipamentos de monitoramento automáticos permitem a coleta de
inúmeros dados relacionados ao comportamento ingestivo dos animais, com a
vantagem da não necessidade da presença de humanos, portanto sem maiores
distúrbios dos animais (FORBES, 1995). Os métodos de registros automáticos
utilizados e disponíveis no mercado variam bastante desde os mais simples até os
mais complexos. Os animais podem carregar dispositivos que contam o número de
movimentos mandibulares e ou determinam a posição da cabeça.
Outros equipamentos avaliam o número e a amplitude dos movimentos
mandibulares, como o fisiógrafo desenvolvido por RUCKEBUSH (1963b) e o Apec
desenvolvido pelo INRA. Estes equipamentos percebem o movimento mandibular
através da variação de pressão de ar captada por um balão de borracha ou tubo de
silicone conectado, respectivamente, a agulhas que riscam um papel enegrecido e a
receptores de pressão, de onde são convertidos em sinais elétricos. No caso do
fisiógrafo, a análise dos traços no papel (sua duração e amplitude) fornece os
tempos de ruminação, ingestão e descanso. No caso do Apec, um software
também desenvolvido pelo INRA, que decodifica os sinais e fornece os tempos de
atividade.
Outros equipamentos, como o Ethorec (desenvolvido pela empresa IMF,
Alemanha), vem na forma de coleira e estão relacionados à mudança de posição de
cabeça do animal. Outros mesclam movimentos mandibulares, posição e a
freqüência de movimentos de cabeça e movimento das pernas, e localização (Global
Position System) como o IGER behavior recorder, desenvolvido pelo Institute of
Grassland and Environmental Research, Inglaterra.
17
Os animais podem ser observados por meio de técnicas de deo,
possibilitando, desta forma, que sejam estudados tanto em grupo como
individualmente quanto a sua relação com os alimentos, seres humanos e
instalações. Em sistema de confinamento, o uso de uma câmera permite o registro
de até dois animais (que se encontram em posições vizinhas). Também existem
softwares que digitalizam e permitem analisar melhor essas filmagens, como o
Noldus observer (Noldus Information Tecnology).
Além da observação visual e do registro dos movimentos mandibulares e da
posição da cabeça, é possível estudar o deslocamento e a posição dentro do
potreiro ocupada pelos animais. O uso de pedômetros permite calcular a distância
percorrida e uso do sistema GPS (Global Position System) permite avaliar ambos os
parâmetros, com uma margem de erro muito pequena.
Outro aspecto extremamente interessante é justapor o estudo do
comportamento com a avaliação simultânea do consumo. O consumo pode ser
avaliado através do registro automático e contínuo da variação do peso dos cochos
(BEAUCHEMIN, 1989) e é calculado como as diferenças sucessivas de peso do
cocho entre dois arraçoamentos. O estudo do comportamento pode ser feito
simultaneamente.
2.3.2. Avaliação
O comportamento ingestivo dos ruminantes pode ser caracterizado por uma
distribuição não uniforme de sucessão de períodos definidos e discretos de
atividades comumente classificadas como ingestão, ruminação e repouso
(PENNING et al., 1991). Geralmente, a ingestão ocorre de uma forma mais
concentrada durante o dia e a duração das refeições é muito mais variável que a
duração dos períodos de ruminação ou descanso (DULPHY & FAVERDIN, 1987b). A
natureza discreta e concentrada em alguns momentos do dia e com média a alta
variabilidade, necessita ser reconhecida ao se conduzir um experimento e
posteriormente na análise dos dados. Isto é valido especialmente para o
desenvolvimento de modelos para auxiliar a decodificação das atividades registradas
automaticamente e para a predição do comportamento (ROOK & PENNING, 1991).
A descrição do comportamento ingestivo e sua predição poderão contribuir para o
18
entendimento das causas do início ou rmino das refeições, e desta forma, o que
afeta o consumo voluntário dos animais.
Existem padrões de ingestão de alimentos em bovinos que podem ser
definidos, porém variam de acordo com a individualidade de cada animal, com as
práticas de manejo e condições meteorológicas (STROUP et al., 1987). Existem
diferenças entre indivíduos quanto à duração e repartição das atividades de ingestão
e ruminação que por sua vez parecem estar relacionadas com o apetite dos animais
e diferenças anatômicas (DULPHY & FAVERDIN, 1987c; DESWYSEN et al., 1993c)
e à distribuição temporal do consumo de alimentos e da cinética digestiva
(CORBETT & PICKRING,1993). A probabilidade de um animal estar ou permanecer
em uma atividade ou ainda mudar de uma atividade para outra também apresenta
variações importantes entre indivíduos, entre horários do nictêmero e entre períodos
do ano (FISCHER et al., 2000c).
ROOK & HUCKLE (1996), citados por CARVALHO (1997), destacaram a
importância de se avaliar o comportamento dos animais em dias semelhantes, isto é,
com condições meteorológicas similares, quando se requer usar dias como
repetições, onde os maiores coeficientes de variação foram observados entre
períodos, mais do que entre animais, indicando a interferência das condições
climáticas no comportamento.
A evolução do estudo do comportamento ingestivo passou inicialmente por
avaliações qualitativas, como a identificação e a descrição de cada atividade, o
registro de seus horários de ocorrência e o número de animais nelas envolvidos.
Posteriormente, foram realizadas avaliações quantitativas, visando uma descrição
mais completa e precisa das atividades ingestivas e a sua relação com fatores
ligados aos animais e aos alimentos. Atualmente, as avaliações quantitativas são
realizadas utilizando equipamentos que permitem o registro contínuo dos
componentes do comportamento ingestivo, muitas vezes combinando-os com a
medição simultânea do consumo ou da cinética de partículas através do trato gastro-
intestinal (DULPHY & FAVERDIN, 1987d).
O estudo do comportamento ingestivo pode contribuir para o entendimento
dos fatores que influenciam a interface alimento / ruminante e suas conseqüências
sobre o desempenho animal.
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B
ASED ON
C
OWS
.
G
AND
,
B
ELGICA
,
U
NIVERSITY OF
G
AND
,
(T
ESE DE DOUTORADO
),
1991.
DESWYSEN,
A.G.;
DUTILLEUL,
P.;
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J.P.;
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W.C.
N
YCTEROHEMERAL
E
ATING AND
R
UMINATING
P
ATTERNS IN
H
EIFERS
F
ED
G
RASS OR
C
ORN
S
ILAGE
:
A
NALYSIS BY
F
INITE
F
OURIER
T
RANSFORM
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
,
71:
2739-
2747,
1993
ABC
.
DESWYSEN,
A.G.;
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D.C.;
NAVEAU,
C.;
MOL.J.;
ELLIS,
W.C.
E
FFECTS OF
M
ETHIONINE
H
IDROXY
A
NALOG
O
N
V
OLUNTARY
I
NTAKE
,
D
IGESTIBILITY
,
N
ITOGEN
B
ALANCE
,
AND
C
HEWING
B
EHAVIOR
I
N
S
HEEP
F
ED
G
RASS
S
ILAGE
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
,
69:
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1991.
21
DESWYSEN,
A.
G.;
ELLIS,
W.C.;
POND,
K.R.
I
NTERRELATIONSHIPS
A
MONG
V
OLUNTARY
I
NTAKE
,
E
ATING AND
R
UMINATING
B
EHAVIOR AND
R
UMINAL
M
OTILITY OF
H
EIFERS
F
ED
C
ORN
S
ILAGE
.
J
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A
NIMAL
S
CIENCE
,
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M.,
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B.,
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R
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.
N
UTR
.
D
EVELOP
.,
22,
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1982.
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DS
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A
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C
HEZ
L
ES
R
UMINANTS
M
ODLITES ET
P
HENOMENES
A
SSOCIES
.
R
EPROD
.
N
UTR
.
D
ÉVELOP
.
27(1
B
)
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1987
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.
DULPHY,
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Z
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ISIÓN
V
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HTTP
://
WWW
.
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P.,
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PROBABILIDADES DE TRANSIÇÃO DE ESTADO DEPENDENTES DO TEMPO NA ANÁLISE
QUANTITATIVA DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE OVINOS
-
P
ARTE
I.
R
EV
.
BRAS
.
ZOOTEC
.,
29(6):1814-1822,
2000
ABC
.
FISCHER,
V.
E
FEITOS DO
F
OTOPERÍODO DA
P
RESSÃO DE
P
ASTEJO E DA
D
IETA
S
OBRE O
C
OMPORTAMENTO
I
NGESTIVO DE
R
UMINANTES
.
P
ORTO
A
LEGRE
,
U
NIVERSIDADE
F
EDERAL DO
R
IO
G
RANDE DO
S
UL
,
243
P
.
(T
ESE DE
D
OUTORADO
),
1996
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.
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L
OS
A
NIMALES DE
G
RANJA
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A.
F.
ET AL
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I
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WELFARE
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L
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A
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B
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,
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F
ARM
A
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B
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F
EATURES OF THE
C
OMMON
F
ARM
A
NIMALS
.
W
ORLD
A
NIMAL
S
CIENCE
.
A
B
ASIC
I
NFORMATION
;
E
LSIEVER
S
CIENCE
P
UBLISHERS
,
N
ETHERLANDS
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P
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TIME OF RETETRITION OF MEST ARTICULES IN THE ALIMENTARY TRACT OF THE COW
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B
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J
OURNAL OF
N
UTRITION
,
L
ONDON
,
V
.16,
P
.507-518,
1965.
22
FRIEND,
T.H.;
POLAN,
C.E.
S
OCIAL
R
ANK
,
F
EEDING
B
EHAVIOR
,
AND
F
REE
S
TALL
U
TILIZATION BY
D
AIRY
C
ATTLE
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
,
57(10):
1214-1220,
1974
AB
.
GARCIA-BOJALIL,
C.M.;
STAPLES,
C.R.;
RISCOS,
C.A.;SAVIO,
J.D.;
THATER,
W.W.
P
ROTEIN
D
EGRADABILITY AND
C
ALCIUM
S
ALTS OF
L
ONG
-C
HAIN
F
ATTY
A
CIDS IN
T
HE
D
IETS OF
L
ACTATING
D
AIRY COWS
:
P
RODUCTIVE
R
ESPONSES
.
J
OURNAL
D
AIRY
S
CIENCE
,
81:
1374-1384,
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R.J.,
ALBRIGHT,
J.L.
F
EEDING BEHAVIOR AND MANAGEMENT FACTORS DURING
THE TRANSITION PERIOD IN DAIRY CATTLE
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J
OURNAL OF
A
NIMAL
S
CIENCE
,
V
.73,
N
.12,
P
.2791-
2803,
1995.
HEDLUND,
L.;
ROLLS,
J.
B
EHAVIOR OF
L
ACTATING
D
AIRY
C
OWS
D
URING
T
OTAL
C
ONFIEMENT
.
J
OURNAL
D
AIRY
S
CIENCE
,
60
(11):
1807-1812,
1977.
HOOPER,
A.P.;
WELCH,
J.
G.
C
HEWING
E
FFICIENCY AND
B
ODY
S
ISE OF
G
OATS
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
,
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W.S.
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J.
T
HE EFFECTS OF VARIATION IN SWARD
CHARACTERISTICS UPON INGESTIVE BEHAVIOUR AND HERBAGE INTAKE OF CALVES AND
LAMBS UNDER A CONTINUOS STOCKING MANAGEMENT
.
G
RASS
F
ORAGE
S
CI
.,
O
XFORD
,
V
.34,
P
.272-82,
1985.
LUCCI,
C.S.,
VELLOSO,
L.,
MASOTTI,
N.
ET AL
.
P
OLPA SECA DE LARANJA VERSUS MILHO
DESINTEGRADO EM MISTURAS CONCENTRADAS PARA VACAS EM LACTAÇÃO
.
R
EV
.
F
AC
.
M
ED
.
V
ET
.
Z
OOTEC
.,
12:163-168,
1972.
MALAFAIA,
P.A.M.;
VALADARES,
S.C.;
MENDONÇA,
R.A.V.;
BORGES,
A.
E
STIMATIVAS DA METANOGÊNESE EM VACAS LACTANTES ALIMENTADAS COM RAÇÕES
CONCENTRADAS CONTENDO DIFERENTES FONTES DE LIPÍDICAS
,
R
EVISTA DA
S
OCIEDADE
B
RASILEIRA DE
Z
OOTECNIA
,
V
.26,
N
.1,
P
.
205-212,
1997.
MERTENS,
D.R.
R
EGULATION OF FORAGE INTAKE
.
I
N
:
N
ATIONAL CONFERENCE ON FORAGE
QUALITY
.
E
VALUATION AND UTILIZATION
.
U
NIVERSITY OF
N
EBRASKA
.
P
ROCEEDINGS
...
L
INCOLN
.
1994.
P
.450-493,
1994.
MERTENS,
D.R.
U
SING NEUTRAL DETERGENT FIBER TO FORMULATE DAIRY RATIONS AND
ESTIMATE THE NET ENERGY CONTENT OF FORAGES
,
P
AGE
60
IN PROC
.
C
ORNELL
N
UTRITION
C
ONFERENCY
,
I
THACA
,
N
OVA
Y
ORK
,
1983.
M
C
GUIRE,
M.A.;
BEEDE,
D.K.;
DELORENZO,
M.A.
E
FFECTS OF THERMAL STRESS AND
LEVEL OF FEED INTAKE ON PORTAL PLASMA FLOW AND NET FLUXES OF METABOLITES IN
LACTATING HOLSTEIN COWS
.
J
OURNAL OF
A
NIMAL
S
CIENCE
,
V
.67,
P
.1050-1060,
1996.
MILNE,
J.A.,
MACRAE,
J.C.,
SPENCE,
A.M.
ET AL
.
A
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INTAKE AND DIGESTION OF A RANGE OF FORAGES AT DIFFERENT TIMES OF THE YEAR BY
THE SHEEP AND THE RED DEER
(C
ERVUS ELAPHUS
).
B
R
.
J.
N
UTR
.,
40:347-356,
1978.
23
MIRANDA,
L.F.;
QUEIROZ,
A.C.;
VALADARES,
S.C.;
CECON,
P.R.;
PEREIRA,
E.S.;
CAMPOS,
J.M.S.;
LANNA,
R.P.;
MIRANDA,
J.R.
C
OMPORTAMENTO
I
NGESTIVO DE
N
OVILHAS
L
EITEIRAS
A
LIMENTADAS COM
D
IETAS À
B
ASE DE
C
ANA DE
A
ÇÚCAR
.
R
EVISTA
B
RASILEIRA DE
Z
OOTECNIA
,
28(3):
614-620,
1999.
MORITA,
S.;
DEVIR,
S.;
KETELAAR-DE-
LAUWERE,
SNITS,
A.C.
HOGEVEEN,
H.;
METZ,
J.H.M.
E
FFECTS OF
C
ONCENTRATE
I
NTAKE ON
S
UBSEQUENT
R
OUGAHAGE
I
NTAKE AND
E
ATING
B
EHAVIOR OF
C
OWS IN NA
A
UTOMATIC
M
ILKING
S
YSTEM
.
J
OURNAL
D
AIRY
S
CIENCE
.
79(9):
1572-1580,
1996.
MÜLLER,
P.B.
B
IOCLIMATOLOGIA
A
PLICADA AOS
A
NIMAIS
D
OMÉSTICOS
.
P
ORTO
A
LEGRE
,
E
DITORA
S
ULINA
,
262
P
.,
1989.
MURPHY,
M.R.,
BALDWIN,
R.L.,
ULYATT,
M.J.,
ET AL
.
A
QUANTITATIVE ANALYSIS OF
RUMINATION PATTERNS
.
J.
A
NIM
.
S
CI
.,
V
.
56,
N
.
5,
P
.
1236-1240,
1983.
NATIONAL
RESEARCH
COUNCIL
-
NRC.
N
UTRIENT REQUIREMENTS OF THE DAIRY
CATTLE
.
6.
ED
.
W
ASHINGTON
,
D.C.:
157
P
.,
1989.
OBEROSLER,
R.;
CRENZI,
C.;
VERGA,
M.
D
OMINANCE HIERARCHIES OF COWS ON
ALPINE PASTURES AS RELATED TO PHENOTYPE
,
A
PPLIED
A
NIMAL
E
THOLOGY
,
A
MSTERDAM
,
N
.2,
V
.8,
P
.
67-77,
1982.
PALMQUIST,
D.L.;
CONRAD,
H.R.
H
IGTH
F
AT
R
ATIONS
F
OR
D
AIRY
C
OWS
.
E
FFEFCTS
ON
F
EED
I
NTAKE
,
M
ILK AND
F
AT
P
RODUCTION AND
P
LASMA
M
ETABOLITES
.
J
OURNAL
D
AIRY
S
CIENCE
,
61:890-901,
1980
AB
.
PENNING,
P.D.;
PARSONS,
A.J.;
ORR,
R.J.;
TREACHER,
T.T.
I
NTAKE AND BEHAVIOR
RESPONSES BY SHEEP TO CHANGES IN SWARD CHARACTERISTICS UNDER CONTINUOS
STOCKING
.
G
RASS AND
F
ORAGE
S
CIENCE
,
V
.46,
P
.15-28,
1991.
PEREIRA,E.S.;
QUEIROZ,
A.C.;
NEVES,
J.S.G
N
ÍVEIS DE
F
IBRA EM
D
IETAS DE
N
OVILHAS
L
EITEIRAS
.
2.
C
OMPORTAMENTO
I
NGESTIVO
.
A
NAIS DA XXXV
R
EUNIÃO
B
RASILEIRA DE ZOOTECNIA
.
B
OTUCATÚ
524-525,
1998.
PERERA,
K.S.;
GWAZDAUSKAS,
F.C.;PEARSON,
R.E.;
BRUMBACK,T.B.JR.
E
FFECT OF
S
ASON AND
S
TAGE OF
L
ACTATION ON
P
ERFORMANCE OF
H
OLSTEINS
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
,
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V.A;
RESTLE,
J.;
SENNA,
D.B.;
ALMEIDA,
S.R.S.
A
SPECTOS RELATIVOS À
R
UMINAÇÃO DE
B
OVINOS E
B
UBALINOS
E
M
R
EGIME DE CONFINAMENTO
.
R
EVISTA DA
S
OCIEDADE
B
RASILEIRA DE
Z
OOTECNIA
.
2005,
987-993,
1996.
POPPI,
D.P.,
HUGHES,
T.P.,
I’HUILLIER,
P.J.
I
NTAKE OF PASTURE BY GRAZING
RUMINANTS
.
I
N
:
NICOL,
A.M.
(E
D
).
L
IVESTOCK FEEDING ON PASTURE
.
H
AMILTON
,
N
EW
Z
EALAND
S
OCIETY OF
A
NIMAL
P
RODUCTION
,
P
.55-64,
1987.
24
PUTNAM,
P.A.;
DAVIS,
R.E.
R
ATIONS EFFECTS ON DRY LOT STEER FEEDING PATTERNS
.
J
OURNAL OF
A
NIMAL
S
CIENCE
,
C
HAMPAIGN
,
V
.22,
P
.437-443,
1963.
REMONND,
B.;
DULPHY,
J.P.;
THERIEZ,
M.
I
NGESTIVE BEHAVIOR AND RELATED
ACTIVITIES IN RUMINANTS
.
I
N
:
D
IGESTIVE PHYSIOLOGY AND METABOLISM IN RUMINANTS
.
C
ONNECTICUT
,
A.V.I.,
P
UBL
.
C
O
.,
I
NC
.
W
ESPORT
,
1969.
RIBEIRO,
K.G.,
GOMIDE,
J.A.,
PACIULLO,
D.S.C.
A
DUBAÇÃO NITROGENADA DO CAPIM
-
ELEFANTE CV
.
M
OTT
.
2.
V
ALOR NUTRITIVO AO ATINGIR
80
E
120
CM DE ALTURA
.
R
EV
.
BRAS
.
ZOOTEC
.,
V
.28,
N
.6,
P
.
1194-1202,
1998.
ROOK,
A.J.;
HUCKLE,
C.A.
S
OURCES OF VARIATION IN THE GRAZING BEHAVIOUR OF DAIRY
COWS
.
J
OURNAL OF
A
GRICULTURAL
S
CIENCE
,
V
.126,
P
.227-233,
1996.
ROOK,
A.J.,
PENNING,
P.D.
S
TOCHASTIC MODELS OF GRAZING BEHAVIOR IN SHEEP
.
A
PPL
.
A
NIM
.
B
EHAVIOR
S
CI
.,
32:167-177,
1991.
ROVIRA,
J.
M
ANEJO NUTRITIVO DE LOS RODEOS DE CRÍA EN PASTOREO
.
M
ONTEVIDEO
:
E
D
.
H
EMISFERIO
S
UR
.
288
P
.,
1996.
RUCKEBUSCH,
Y.
R
ECHERCHES SUR LA REGULATION CENTRALE DU COMPORTEMENT
ALIMENTAIRE CHEZ LES RUMINANTS
.
L
YON
,
F
RANÇA
:
U
NIVERSITY OF
L
YON
.
213
P
.
T
HESIS
(D
OCTOR
)
-
U
NIVERSITY OF
L
YON
,
1963
AB
.
SCHAUFF,
D.J.,
ELLIOT,
J.P.;
CLARK,
J.H.;DRACKLEY,
J.K.
E
FFECTS OF
F
EEDING
L
ACTATING
D
AIRY
C
OWS
D
IETS
C
OTAINING
W
HOLE
S
OYBEANS AND
T
ALLOW
.
J
OURNAL
D
AIRY
S
CIENCE
75:
(7)
1923-1935,
1992
AB
.
SENONE,
H.
&
QUIRÓS,
R.
N
IVELES DE NUTRIENTES Y PIGMENTOS FOTOSINTÉTICOS EN
EL
R
ÍO DE LA
P
LATA
.
T
ECHNICAL
R
EPORT Nº
.
1,
I
NSTITUTO
N
ACIONAL DE
I
NNVESTIGACIÓN Y
D
ESARROLLO
P
ESQUERO
,
1981.
SNIFFEN,
C.J.;
BEVERLY,
R.W.;
MOONEY,
M.B.
ROE,
SKIDMORE,
A.L.
N
UTRIENT
REQUIREMENTS VERSUS SUPPLY IN THE COWS
:
STRATEGIES TO ACCOUNT FOR
VARIABILITY
.
J
OURNAL OF
D
AIRY
S
CIENCE
,
C
HAMPAIGN
,
V
.76,
N
.10,
P
.
3160-3178,
1993.
STROUP,
W.W.;
NIELSEN,
M.
K
.L.;
GOSEY,
J.A.
C
YCLIC
V
ARIATION IN
C
ATTLE
F
EED
I
INTAKE
D
ATA
C
HARACTRIZATION AND
I
MPLICATIONS
F
OR
E
XPERIMENTAL
D
ESIGN
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
64:
1638-1647,
1987.
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ULYATT,
M.J.,
MURPHY,
M.R.,
BALWIN,
R.L.
ET AL
.
A
QUANTITATIVE ANALYSIS OF
RUMINATION PATTERNS
.
J.
A
NIM
.S
CI
.,
56:1236-1240,
1983.
VAN
SOEST,
P.J.
N
UTRITIONAL ECOLOGY OF THE RUMINANT
.
2.
ED
.
I
THACA
:
C
ORNELL
.
476
P
.,
1994
ABCD
.
25
VOIGT,
J.B.,
PITATKOWSKI,
B.;
KRAWIELITZKI,
R.
T
HE EFFECT OF ORDER OF
ROUGHAGE AND CONCENTRATES IN FEEDING ON CARBOHYDRATE DIGESTION AND
BACTERIAL PROTEIN SYNTHESIS IN THE RUMEN OF THE DAIRY COW
,
(I
N
G
ERMAN WITH
E
NGLISH ABSTRACT
.)
,
A
RCH
.
T
IERERNAEHR
,
V
.28,
P
.28,
1978.
WAYMAN,
O.;
JOHNSON,
H.D.;
MERILAN,
C.P.,
BERRY,
L.L.
E
FFECT OF AD LIMITUM
OR FORCE FEEDING OF TWO RATIONS ON LACTATING DAIRY COWS SUBJECT TO
TEMPERATURE STRESS
.
J
OURNAL OF
D
AIRY
S
CIENCE
,
V
.45,
P
.1472,
1962.
WELCH,
J.G.
R
UMINATION
,
PARTICLE SIZE AND PASSAGE FROM THE RUMEN
.
J.
A
NIM
.
S
CI
.,
54(4):885-894,
1982.
WELCH,
J.G.;
SMITH,
A.M.
I
NFLUENCE OF FORAGE QUALITY ON RUMINATION TIME IN
SHEEP
.
J
OURNAL OF
A
NIMAL
S
CIENCE
,
V
.28,
P
.813-818,
1986.
WOODFORD,
J.A
;
JORGENSEN,
N.A
;
BARRINGTON,
G.P.
I
MPACT OF
D
IETARY
F
IBER AND
P
HISICAL FORM ON
P
ERFORMANCE OF
L
ACTATING
.
D
AIRY
C
OWS
.
J
OURNAL
A
NIMAL
S
CIENCE
69:
(4)
1035-1047,
1986.
YOUNG,
B.
A.
F
OOD INTAKE OF CATTLE IN COLD CLIMATES
.
I
N
:
F
EED
I
NTAKE
S
YMPOSIUM
,
P
.
328-340,
1986.
26
ARTIGO 1
COMPORTAMENTO INGESTIVO DIURNO DE NOVILHAS JERSEY
SUPLEMENTADAS OU NÃO COM FARELO DE MILHO EM PASTAGEM DE
AZEVÉM ANUAL (Lolium multiflorum Lam.)
27
RESUMO
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, julho de 2005.
Comportamento ingestivo diurno de novilhas Jersey suplementadas ou não com
farelo de milho em pastagem de azevém anual (Lolium multiflorum Lam.).
Professor orientador: Vivian Fischer
O objetivo deste trabalho foi observar o comportamento ingestivo de novilhas Jersey
em pastejo submetidas a níveis de suplementação. Foram utilizadas 6 terneiras da
raça Jersey, com 6 a 9 meses de idade e peso médio de 105,65 + 18,2 kg. As novilhas
foram mantidas em dois grupos de três animais “testers”, em uma pastagem de
azevém (Lolium multiflorum Lam.), utilizando o pastejo contínuo, com lotação variável.
Foram utilizados dois tratamentos: com e sem suplementação, sendo destinados três
animais para cada tratamento. O suplemento utilizado foi farelo de milho fornecido na
quantidade de 1% do peso vivo. Os animais foram distribuídos aleatoriamente aos
tratamentos, segundo um delineamento completamente casualizado e avaliados
durante quatro períodos. A avaliação do comportamento ingestivo foi realizada
visualmente, e consistiu do registro dos tempos gastos pastando, ruminando e
descansando entre 7:00 e 18:30 horas. Os animais que não receberam suplemento
apresentaram maior tempo de pastejo, menor tempo de ruminação e de descanso,
menores números de períodos de pastejo e de descanso que os animais
suplementados. A suplementação com farelo de milho influenciou o comportamento
ingestivo de novilhas Jersey.
28
ABSTRACT
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, july, 2005
Effects of supplementation with ground corn upon of Jersey heifers at ryegrass
pasture
(Lolium multiflorum Lam.).
Adviser: Vivian Fischer
T
HE TRIAL WAS CONDUCTED TO EVALUATE THE EFFECTS SUPPLEMENTATION WITH GROUND
CORN ON GRAZING DAIRY HEIFERS
INGESTIVE BEHAVIOR
.
S
IX
J
ERSEY HEIFERS
,
AGING
6
TO
9
MONTHS AND WEIGHING
105,65
+
18,2
KG
,
WERE USED
.
H
EIFERS WERE GROUPED INTO THREE
ANIMALS
TESTERS
”,
AND KEPT IN AN ANNUAL RYEGRASS
(L
OLIUM MULTIFLORUM
L
AM
.)
PASTURE
,
UNDER SET STOCKING SYSTEM AND VARIABLE STOCKING
.
T
REATMENTS CONSISTED
OF CONTROL
(
NO SUPPLEMENT
)
AND GROUND CORN OFFERED AT
1%
OF LIVE WEIGHT BASIS
,
AND THREE ANIMALS WERE ASSIGNED TO EACH TREATMENT
.
A
NIMALS WERE RANDOMLY
ASSIGNED TO TREATMENTS ACCORDING TO A COMPLETE RANDOMIZED DESIGN DURING FOUR
EXPERIMENTAL PERIODS
.
I
NGESTIVE BEHAVIOR WAS EVALUATED VISUALLY AND RECORDED
DIURNAL TIMES SPENT GRAZING
,
RUMINATING AND IDLING BETWEEN
7
AM AND
6:30
PM
.
N
ON
SUPPLEMENTED ANIMALS SHOWED LARGER GRAZING TIME
,
BUT SHORTER RUMINATING AND
IDLING TIME
,
BESIDES FEWER GRAZING AND IDLING PERIODS THAN SUPPLEMENTED ANIMALS
.
S
UPPLEMENTATION WITH GROUND CORN AFFECTED INGESTIVE BEHAVIOR OF
J
ERSEY HEIFERS
.
29
1. INTRODUÇÃO
U
M SISTEMA DE PRODUÇÃO DE BOVINOS A PASTO CARACTERIZA
-
SE POR UMA
COMPLEXA E NUMEROSA QUANTIDADE DE FATORES E SUAS INTERAÇÕES
,
OS QUAIS
,
POR SUA
VEZ
,
AFETAM O COMPORTAMENTO INGESTIVO DOS ANIMAIS NA PASTAGEM E
,
CONSEQÜENTEMENTE
,
O SEU DESEMPENHO E A RENTABILIDADE DA EMPRESA RURAL
.
N
A
LITERATURA
,
ENCONTRAM
-
SE EFEITOS VARIÁVEIS DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O
COMPORTAMENTO INGESTIVO DOS ANIMAIS
(KARSLI,
2001).
BARTON
ET AL
.
(1992)
E
ADAMS
ET AL
.
(1985)
ESTUDARAM O EFEITO DO HORÁRIO
DE FORNECIMENTO DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE ANIMAIS
A PASTO
.
E
LES RELATARAM QUE O HORÁRIO DE FORNECIMENTO DO SUPLEMENTO A BASE DE
CAROÇO DE ALGODÃO NÃO AFETOU OS TEMPOS DE PASTEJO
,
RUMINAÇÃO OU CAMINHADA
.
P
ORÉM
,
ADAMS
ET AL
.
(1985)
CONSTATARAM ALTERAÇÕES NA ATIVIDADE NORMAL DE
PASTEJO DE NOVILHOS DE CORTE
,
QUANDO SUPLEMENTADOS COM GRÃO DE MILHO
.
A
S ALTERAÇÕES PROVOCADAS NOS ANIMAIS PODERIAM TAMBÉM CAUSAR EFEITOS
SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS PASTAGENS
.
T
ORNA
-
SE NECESSÁRIO REALIZAR ESTUDOS
PARA ESCLARECER O EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO ANIMAL EM
PASTEJO E SEUS POSSÍVEIS REFLEXOS SOBRE OS ATRIBUTOS DA PASTAGEM E SOBRE O
DESEMPENHO ANIMAL
.
PATIÑO
PARDO
ET AL
.
(2003)
VERIFICARAM QUE O AUMENTO DOS
NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO ENERGÉTICA
(0;
0,75
E
1,5%
DO GRÃO DE SORGO MOÍDO
)
REDUZIU O TEMPO DE PASTEJO DIURNO DOS ANIMAIS E ALTEROU A PASTAGEM
,
AUMENTANDO
NUMERICAMENTE A PROPORÇÃO DA PLANTA INDESEJÁVEL
(E
RAGROSTIS PLANA
,
N
ESS
)
E DE
MATERIAL MORTO
.
A
S ATIVIDADES DIÁRIAS DO ANIMAL EM PASTEJO COMPREENDEM PERÍODOS
ALTERNADOS DE PASTEJO
,
DESCANSO E RUMINAÇÃO
.
O
PASTEJO É A ATIVIDADE MAIS
IMPORTANTE
,
SENDO A QUE
,
EM GERAL
,
DEMANDA MAIOR TEMPO
,
DE
7
A
10
HORAS
/
DIA
30
(MACHADO,
1980).
O
TEMPO DE PASTEJO COMPREENDE A DISTRIBUIÇÃO E A MAGNITUDE
DO TEMPO DEDICADO À APREENSÃO DA FORRAGEM
,
ENVOLVENDO VÁRIAS ETAPAS DESDE A
PROCURA E SELEÇÃO DA PORÇÃO A SER INGERIDA
,
CORTE DA PASTAGEM
,
SUA MANIPULAÇÃO
NA BOCA
,
MASTIGAÇÃO
,
ATÉ A SUA DEGLUTIÇÃO
.
E
M CONDIÇÕES DE CLIMA TEMPERADO
,
O
TEMPO DE PASTEJO VARIOU PARA BOVINOS E OVINOS
,
RESPECTIVAMENTE
,
ENTRE
9,1
12,3
HORAS E ENTRE
5,8
10,1
HORAS
(HODGSON,
1990).
O
PASTEJO É INFLUENCIADO PELAS EXIGÊNCIAS DO ANIMAL
,
A QUANTIDADE E A
QUALIDADE DA PASTAGEM
,
BEM COMO PELA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS SEUS
COMPONENTES BOTÂNICOS E MORFOLÓGICOS QUE
,
POR SUA VEZ
,
AFETAM A TAXA DE
INGESTÃO E O TAMANHO DO BOCADO
.
Q
UANDO A FORRAGEM É ESCASSA
,
O TEMPO DE
PASTEJO É MAIOR
,
E
,
INICIALMENTE
,
O NÚMERO DE BOCADOS TAMBÉM AUMENTA
,
MAS O
CONSUMO DIMINUI EM FUNÇÃO DA REDUÇÃO DO TAMANHO DO BOCADO E DA FADIGA DO
ANIMAL
(STOBBS,
1973;
CARVALHO,
1997).
O
S DOIS PERÍODOS MAIS IMPORTANTES DE PASTEJO OCORREM AO AMANHECER E AO
ENTARDECER E ENTRE ESTES PERÍODOS BEM MARCADOS
,
GERALMENTE
,
SE PRODUZEM DOIS
PERÍODOS CURTOS DE PASTEJO
,
DEPENDENDO DE FATORES TAIS COMO
:
ESTAÇÃO DO ANO
,
QUALIDADE DA PASTAGEM
,
CLIMA
,
LOCALIZAÇÃO DA ÁGUA DE BEBIDA
,
ETC
.
(ROVIRA,
1996;
MONTAGNER,
2004).
A
PROXIMADAMENTE
,
DE
65%
A
100%
DO PASTEJO
,
OCORRE ENTRE
6
E
19:00
HORAS
,
DEPENDENDO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS
,
REGIME DE SUPLEMENTAÇÃO
,
MANEJO DA PASTAGEM E TIPO DE FORRAGEM
.
E
M TEMPERATURAS ELEVADAS
,
MAIS TEMPO É
GASTO PASTANDO DURANTE A NOITE
(KRYSL
ET AL
.,
1993).
O
INÍCIO DO PASTEJO DA TARDE
É INFLUENCIADO PELA TEMPERATURA MÁXIMA
,
A OCORRÊNCIA DE CHUVA
,
SE NÃO FOR
MUITO FORTE
,
PARECE TER POUCO EFEITO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE
ANIMAIS EM PASTAGENS
(ARNOLD
&
DUDZINSKY,
1978).
E
STUDOS REALIZADOS POR
HESS
ET AL
.
(1992)
E
BARTON
ET AL
.
(1992)
DEMONSTRAM O EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO
,
ONDE O CONSUMO DE SUPLEMENTO REDUZ A
INGESTÃO DE PASTAGEM
,
SENDO QUE AS VACAS SUPLEMENTADAS PASTARAM EM MÉDIA UMA
HORA E MEIA POR DIA A MENOS DO QUE AS VACAS NÃO SUPLEMENTADAS
.
ADAMS
ET AL
.
(1986)
REPORTARAM QUE VACAS SUPLEMENTADAS ÀS
7:30
HORAS PASTARAM
36
MINUTOS A
MAIS DO QUE AS NÃO SUPLEMENTADAS
.
BISCAÍNO
ET AL
.
(2001),
TRABALHANDO COM
NOVILHOS EM PASTO NATIVO
,
RECEBENDO OU O SUPLEMENTAÇÃO COM FARELO DE ARROZ
INTEGRAL
,
ENCONTRARAM MAIOR TEMPO DE PASTEJO
(530
MINUTOS
)
PARA O GRUPO NÃO
SUPLEMENTADO
,
SENDO MENOR A MÉDIA DE TEMPO DE PASTEJO DOS OUTROS GRUPOS
(359
31
MINUTOS
),
DEMONSTRANDO O EFEITO DE SUBSTITUIÇÃO QUE A SUPLEMENTAÇÃO TEVE EM
RELAÇÃO AO CONSUMO DE FORRAGEM NATIVA
.
DIFANTE
ET AL
.
(2001),
EM EXPERIMENTO COM NOVILHOS EM PASTAGEM DE AZEVÉM
(L
OLIUM MULTIFLORUM
),
OBSERVARAM QUE ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS APRESENTARAM
MAIOR TEMPO DE RUMINAÇÃO
,
O QUE PODE SER EXPLICADO PELO ALTO CONTEÚDO DE FIBRA
INGERIDA
,
APRESENTANDO MAIOR TEMPO DE PASTEJO E MAIOR TAXA DE BOCADOS
.
O
S
ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS TENDEM A AUMENTAR O CONSUMO DE FORRAGEM ATRAVÉS
DO AUMENTO DO TEMPO DE PASTEJO E DA TAXA DE BOCADO
.
A
RUMINAÇÃO É A SEGUNDA ATIVIDADE EM IMPORTÂNCIA
,
OCORRENDO
PRINCIPALMENTE DURANTE A NOITE
.
O
TEMPO QUE O ANIMAL DEDICA A RUMINAR
CORRESPONDE A
75%
DO TEMPO DE PASTEJO
,
DISTRIBUÍDO EM PERÍODOS MÉDIOS DE
30
MINUTOS
(ROVIRA,
1996).
A
NECESSIDADE DE MASTIGAÇÃO É RELACIONADA
POSITIVAMENTE COM A QUANTIDADE CONSUMIDA DE MATERIAL INDIGESTÍVEL OU POUCO
DIGESTÍVEL E COM A RESISTÊNCIA DO MATERIAL À REDUÇÃO DO TAMANHO DE PARTÍCULAS
.
O
TEMPO DE RUMINAÇÃO AUMENTOU LINEARMENTE COM O AUMENTO DA QUANTIDADE DE
FDN
CONSUMIDA OU COM A PROPORÇÃO DE FORRAGEM O MOÍDA PRESENTE NA DIETA
(WELCH
&
SMITH,
1970).
O
AUMENTO DE
1%
DO TEOR DE FIBRA BRUTA ACARRETA UM
INCREMENTO DE SEIS MINUTOS E MEIO NA DURAÇÃO DA RUMINAÇÃO E NA DIMINUIÇÃO DE
QUATRO MINUTOS NA DURAÇÃO DO TEMPO DE INGESTÃO
(DULPHY
ET AL
.,
1980).
O
TEMPO
DIÁRIO DE RUMINAÇÃO
(300
A
600
MINUTOS
)
AUMENTOU COM A MATURIDADE DAS PLANTAS E
COM O TEOR DE FIBRA BRUTA
,
PORÉM SE ESTABILIZOU EM TORNO DE
525
E
575
MINUTOS
,
QUANDO O TEOR EM FIBRA BRUTA ATINGIU UM VALOR PRÓXIMO DE
30%.
I
NTERCALANDO OS PERÍODOS DE INGESTÃO E PRINCIPALMENTE DE RUMINAÇÃO
,
OCORREM OS PERÍODOS DE DESCANSO OU ÓCIO
.
O
ÓCIO É CONSIDERADO O PERÍODO DE
TEMPO EM QUE O ANIMAL NÃO SE ENCONTRA INGERINDO NEM RUMINANDO
(F
ISCHER
,
1996).
O
TEMPO DE DESCANSO É MUITO VARIÁVEL
.
S
EGUNDO
ARNOLD
E
DUDZINSKY
(1978),
PODEM
-
SE ENCONTRAR DIFERENÇAS DA VARIAÇÃO PERCENTUAL NO TEMPO DE DESCANSO
SEGUNDO A ESTAÇÃO DO ANO PARA NOVILHOS DE CORTE DE
61,
75,
72
E
67%,
PARA AS
ESTAÇÕES DE OUTONO
,
INVERNO
,
PRIMAVERA E VERÃO
,
RESPECTIVAMENTE
.
RESTLE
ET AL
.
(1998)
ESTUDARAM O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE NOVILHOS EM PASTEJO HORÁRIO
RECEBENDO SUPLEMENTAÇÃO DE SORGO TRITURADO E CONCLUÍRAM QUE O NÍVEL DE
SUPLEMENTAÇÃO NÃO INFLUENCIOU O TEMPO DE PASTEJO
,
EXCETO ENTRE OS NÍVEIS
EXTREMOS
,
NOS QUAIS QUANTO MAIOR O NÍVEL DE SUPLEMENTAÇÃO
(45%
DO CONSUMO DE
MS),
MAIOR O TEMPO DE DESCANSO
.
32
E
STE TRABALHO TEVE POR OBJETIVO AVALIAR O COMPORTAMENTO INGESTIVO
DIURNO DE NOVILHAS
J
ERSEY EM PASTEJO
,
QUANDO SUBMETIDAS A DOIS NÍVEIS DE
SUPLEMENTAÇÃO ENERGÉTICA
,
SOBRE UMA PASTAGEM DE AZEVÉM ANUAL
(L
OLIUM
MULTIFLORUM
L
AM
.).
33
2.
MATERIAL
E
MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na Estação Experimental Terras Baixas da
EMBRAPA Clima Temperado, situada na região sul do Rio Grande do Sul, no
município do Capão do Leão, com 31º 52
24” de latitude sul e 52º 21’ 24” de
longitude oeste, em uma região de planície, a sete metros acima do nível do mar,
na região fisiográfica denominada Encosta do Sudeste (Cassal & Neutzling,
1970).
O município apresenta clima temperado com chuvas bem distribuídas, verões
amenos, onde a temperatura anual dia é de 17,7ºC, umidade relativa do ar
média de 80% e ocorrência de geadas nos meses de junho, julho e agosto
(Embrapa/CPACT, 2002).
O trabalho foi realizado entre os dias 6 de julho e 26 de outubro de 2001, e
consistiu de quatro períodos de 28 dias cada: primeiro de 6 de julho a 2 de agosto,
o segundo de 3 a 30 de agosto, o terceiro de 31 de agosto a 27 de setembro e o
quarto período, de 28 de setembro a 26 de outubro. A temperatura média mensal
durante o período experimental foi de 17,6 °C, com precipitação pluviométrica
mensal média de 0,65 milímetro. Na TABELA 1, são apresentados os dados
climáticos referentes ao período experimental.
F
ORAM UTILIZADAS SEIS NOVILHAS PURAS DE ORIGEM
,
DA RAÇA
J
ERSEY
,
COM IDADE
ENTRE
6
E
9
MESES E COM PESO MÉDIO DE
105,65
+
18,2
KG AO INICIO DO EXPERIMENTO
.
O
S ANIMAIS RECEBERAM MEDICAÇÃO ANTIPARASITÁRIA ANTES DO INÍCIO DA FASE
EXPERIMENTAL
.
O
S TRATAMENTOS ADOTADOS FORAM
:
COM E SEM SUPLEMENTAÇÃO
(
CONTROLE
),
SENDO DESTINADOS TRÊS ANIMAIS
TESTERS
PARA CADA TRATAMENTO
.
O
SUPLEMENTO
34
UTILIZADO FOI FARELO DE MILHO NA QUANTIDADE EQUIVALENTE A
1%
DO PESO VIVO
,
O QUAL
FOI FORNECIDO DIARIAMENTE ÀS
14
HORAS EM COCHOS INDIVIDUAIS DE MADEIRA
.
TABELA 1 – Valores das variáveis climáticas relativas ao período experimental
A
TRIBUTOS
P
ERÍODOS
1 2 3 4
MÉDIA
T
EMP
.
MÍNIMA
(
º
C) 13,6 16,3 14,6 12,8 14,33
T
EMP
.
MÁXIMA
(
º
C) 29,8 24,6 20,7 24,4 29,88
T
EMP
.
MÉDIA
(
º
C) 18,4 17,8 16,8 17,5 17,63
U
MID
.
RELATIVA DO AR
(%) 78,8 87,6 83,5 82,5 83,1
P
RECIP
.
P
LUVIOM
.(
MILÍMETROS
)
0 0,2 0 1,1 0,65
F
ONTE
:
E
MBRAPA
E
STAÇÃO
A
GROCLIMATOLÓGICA
Os três animais destinados à suplementação pesavam em média 99 ± 12,8
kg e apresentavam ECC entre 1,5 e 2 (escala de 1 a 5), e os três que o
receberam suplemento, pesavam 112,3 ± 15,6 kg e ECC também entre 1,5 e 2, ao
início do experimento.
As novilhas foram mantidas em uma pastagem de azevém anual (Lolium
multiflorum Lam.), com área total de 2 ha, semeada em 21 de abril de 2001, em
sistema de pastejo contínuo com carga variável. Destinou-se um potreiro para cada
tratamento e o manejo da pastagem foi realizado de modo a permitir um resíduo de
1000 kg de MS de forragem e uma carga animal inicial de 300 kg de peso vivo/ha
no tratamento não suplementado. A oferta inicial de MS foi de 10 kg MS/100 kg de
peso vivo/dia e foi mantida uma carga 25% superior no tratamento com
suplementação. A área do potreiro destinado ao grupo controle foi de 1,08 ha,
enquanto que a do grupo de animais suplementados foi de 0,92 ha.
F
OI DETERMINADA A QUANTIDADE DE PASTAGEM DE CADA POTREIRO AO INÍCIO E FINAL
DE CADA PERÍODO
,
ATRAVÉS DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO VISUAL COM PADRÕES DE
1
A
5
(HAYDOCK
&
SHAW,
1975),
ONDE
1
CORRESPONDEU À ÁREA DE MENOR DISPONIBILIDADE
DE FORRAGEM E
5
À DE MAIOR
.
O
S CORTES DESTES CINCO PADRÕES FORAM FEITOS AO
NÍVEL DO SOLO COM TESOURAS DE ESQUILAR
.
U
TILIZOU
-
SE UM QUADRADO DE
0,25
M
2
E
FORAM REALIZADAS ENTRE
50
E
55
OBSERVAÇÕES POR POTREIRO
.
A
S AMOSTRAS OBTIDAS
FORAM SECAS EM ESTUFA COM VENTILAÇÃO FORÇADA A
60
O
C
POR
48
HORAS E PESADAS
,
35
DETERMINANDO ASSIM A PERCENTAGEM DE
MS
DO MATERIAL PARA OS CÁLCULOS
POSTERIORES
.
A
TAXA DE ACÚMULO DE FORRAGEM FOI CALCULADA UTILIZANDO O MÉTODO DE
GAIOLAS DE EXCLUSÃO DE PASTEJO
(GARDNER,
1986).
C
OLOCARAM
-
SE TRÊS GAIOLAS
EM CADA POTREIRO E DEMARCARAM
-
SE DUAS ÁREAS IDÊNTICAS
:
UMA DAS ÁREAS FOI
CORTADA RENTE AO CHÃO
,
USANDO UM CÍRCULO DE
0,
088
M
2
,
ONDE FOI COLOCADA A
GAIOLA E DEIXANDO A OUTRA COMO PONTO DE REFERÊNCIA PARA A ESCOLHA DA NOVA ÁREA
PARA O INICIO DO SEGUINTE PERÍODO
.
A
O FINAL DE CADA PERÍODO
,
A ÁREA DEMARCADA
DENTRO DA GAIOLA FOI CORTADA
,
PESADA VERDE E SECA
,
EM ESTUFA A
60
O
C
E PESADA
NOVAMENTE
.
A
TAXA DE ACÚMULO DE FORRAGEM FOI CALCULADA DIVIDINDO A QUANTIDADE
MÉDIA DE
MS
OBTIDA PELO CORTE NAS GAIOLAS EM DOIS PERÍODOS SUCESSIVOS PELO
NÚMERO DE DIAS DE CADA PERÍODO EXPERIMENTAL
.
F
OI DETERMINADA A PROPORÇÃO DE MATERIAL VERDE E MORTO E A COMPOSIÇÃO
FLORÍSTICA
,
REALIZANDO DUAS AMOSTRAGENS
,
NO INÍCIO E NA METADE DE CADA PERÍODO
EXPERIMENTAL
.
F
ORAM CORTADAS ENTRE
35
E
40
SUBAMOSTRAS POR POTREIRO
,
POR VEZ
,
PARA FORMAR DUAS AMOSTRAS COMPOSTAS
,
USANDO UM CÍRCULO DE
0,088
M
2
.
D
ESTINOU
-
SE UMA AMOSTRA PARA A DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES VIVO E MORTO E A OUTRA
PARA A DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES
,
SEPARANDO
-
OS MANUALMENTE
,
COM A AMOSTRA
AINDA FRESCA
.
A
S AMOSTRAS FORAM SECAS EM ESTUFA COM VENTILAÇÃO FORÇADA A
60°C
POR
48
HORAS
,
PESADAS E
,
POSTERIORMENTE
,
REALIZADOS OS CÁLCULOS DE
PERCENTAGENS EM BASE SECA
.
F
OI DETERMINADA A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA PASTAGEM DISPONÍVEL E DAQUELA
OBTIDA ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO DE PASTEJO
(RUYLE
&
DWYER,
1985).
P
ERCENTAGENS
DE
MS,
CINZAS
,
MO,
PB
FORAM DETERMINADAS SEGUNDO
AOAC
(1975),
AS
PERCENTAGENS DE
FDN
E
FDA,
SEGUNDO METODOLOGIA DE
GOERING
&
VAN
SOEST
(1970).
A
AVALIAÇÃO ATRAVÉS DA SIMULAÇÃO DO PASTEJO FOI REALIZADA COM MERO
VARIÁVEL DE AMOSTRAS COLHIDAS MANUALMENTE
,
DURANTE A ATIVIDADE DE PASTEJO
,
PRÓXIMO AOS LOCAIS PASTEJADOS PELOS ANIMAIS
.
E
M CADA PERÍODO EXPERIMENTAL
,
ESTAS AMOSTRAS FORAM COLETADAS DURANTE DOIS DIAS
,
UM NO FINAL DA PRIMEIRA
SEMANA E OUTRO NO FINAL DA TERCEIRA SEMANA
.
A carga animal foi regulada a cada 14 dias, utilizando-se animais com as
mesmas características dos testados, visando manter a disponibilidade de MS
constante em cada potreiro.
36
O comportamento animal foi avaliado visualmente por três observadores
treinados e os registros foram efetuados a cada 10 minutos durante dois dias por
período experimental, das 7:00 até as 18:30 horas, totalizando 690 minutos. As
atividades comportamentais avaliadas foram os tempos diurnos de pastejo,
descanso e ruminação. O número de períodos por dia para cada atividade foi
obtido mediante a contagem de sua ocorrência e a sua duração média foi
determinada dividindo-se a duração diurna da atividade pelo seu número de
períodos.
Os animais foram distribuídos em dois grupos homogêneos quanto a peso e
idade, e os tratamentos (com e sem suplementação) foram sorteados aleatoriamente
aos grupos segundo um delineamento completamente casualizado em parcelas
subdivididas, onde o nível se suplementação se constituiu nas parcelas e os
períodos de medida nas subparcelas.
O
S ATRIBUTOS DO DESENVOLVIMENTO CORPORAL E DO COMPORTAMENTO INGESTIVO
FORAM SUBMETIDOS À ANÁLISE DA VARIÂNCIA
,
CONSIDERANDO OS EFEITOS DE TRATAMENTO
,
PERÍODO
,
UTILIZANDO
-
SE O PROCEDIMENTO
GLM
DO
SAS
(1989),
SEGUNDO O MODELO
MATEMÁTICO
:
Y
ijkl
= u + T
i
+ A(T)
i(j)
+ P
k
+ TP
jk
+ E
ijkl
;
Onde u = média geral do experimento;
T
i
= efeito de tratamentos (n=2);
AT
i(j)
= efeito do animal aninhado dentro do tratamento (erro tipo a);
P
k
= efeito dos períodos experimentais (n=2);
TP
jk
= efeito da interação entre tratamento e período de tempo;
E
ijkl
= erro experimental
A
PROBABILIDADE MÍNIMA PARA REJEIÇÃO DA HIPÓTESE DE NULIDADE
(
AUSÊNCIA DE
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO
)
FOI DE
0,05.
O
S ATRIBUTOS QUÍMICOS E PRODUTIVOS DAS
PASTAGENS EM CADA PERÍODO EXPERIMENTAL FORAM SUBMETIDOS À ANÁLISE DESCRITIVA
,
SENDO APRESENTADAS AS SUAS MÉDIAS E SEUS ERROS PADRÕES
.
U
TILIZOU
-
SE O TESTE
T
UKEY PARA COMPARAÇÃO DE MÉDIAS
.
37
3.
RESULTADOS
E
DISCUSSÃO
O
S ANIMAIS QUE NÃO RECEBERAM SUPLEMENTO APRESENTARAM MAIOR TEMPO DE
PASTEJO
(409,2
X
342,5
MINUTOS
),
MAS MENOR TEMPO DE DESCANSO
(154,2
X
210
MINUTOS
),
MENOR NÚMERO DE PERÍODOS DE PASTEJO
(7,6
X
8,5)
E DE DESCANSO
(8,2
X
10,3)
QUE OS ANIMAIS SUPLEMENTADOS
(TABELA
2).
T
ODAVIA
,
NÃO HOUVE DIFERENÇA
QUANTO AO TEMPO DE RUMINAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS E AQUELES
SUPLEMENTADOS
(126,6
X
132,9
MINUTOS
).
TABELA 2 - Valores dios dos tempos gastos em pastejo, ruminação, descanso
(minutos), e números de períodos de pastejo (NPP), de ruminação
(NPR) e de descanso (NPD), dos dois tratamentos
ATRIBUTOS
AVALIADOS TRATAMENTOS
C
ONTROLE
C/
CONCENTRADO
T
EMPO DE PASTEJO
409,2
A
342,5
B
T
EMPO DE RUMINAÇÃO
126,6
A
132,9
A
T
EMPO DE DESCANSO
154,2
A
210
B
NPP 7,6
A
8,5
A
NPR 5,2
A
5,4
A
NPD 8,2
A
10,3
B
A
,
B
M
ÉDIAS NA LINHA
,
SEGUIDAS DE LETRAS DIFERENTES DIFEREM PELO TESTE DE
T
UKEY
(
ALPHA
=0,05)
E
STAS DIFERENÇAS NOS TEMPOS DE PASTEJO PODEM INDICAR A EXISTÊNCIA DE UM
EFEITO SUBSTITUTIVO DE GRÃO POR PASTAGEM
,
ONDE OS ANIMAIS POSSIVELMENTE
CONSUMIRAM MENOS PASTO E DIMINUÍRAM O SEU TEMPO DE PASTEJO
.
A
PESAR DE O
CONSUMO NÃO TER SIDO MEDIDO
,
AS OUTRAS VARIÁVEIS MEDIDAS INDICAM ESSE FATO
.
O
GANHO DE PESO O FOI DIFERENTE E O PIQUETE DOS ANIMAIS SUPLEMENTADOS
SUPORTOU DESDE O INÍCIO UMA CARGA ANIMAL
25%
SUPERIOR ÀQUELA DO PIQUETE DOS
38
ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS
.
O
EFEITO SUBSTITUTIVO FOI ENCONTRADO TAMBÉM POR
RESTLE
ET AL
.
(1999)
E
MINSON
(1990).
E
SSES AUTORES VERIFICARAM O DECRÉSCIMO
DO TEMPO DE PASTEJO EM ANIMAIS SUPLEMENTADOS
.
BARTON
ET AL
.
(1992)
VERIFICARAM
QUE NOVILHOS SUPLEMENTADOS DIMINUÍRAM EM UMA HORA E MEIA O TEMPO DE PASTEJO EM
COMPARAÇÃO AO GRUPO CONTROLE
.
BAILEY
ET AL
.
(1974)
TAMBÉM CONSTATARAM QUE
NOVILHOS DA RAÇA
H
OLANDÊS
,
QUE RECEBERAM
3,6
KG DE AVEIA
,
REDUZIRAM EM DUAS
HORAS O TEMPO DE PASTEJO
.
E
STE RESULTADO TAMBÉM ESTÁ DE ACORDO COM OS DE
BISCAINO
ET AL
.
(2001),
QUE COMPARARAM O TEMPO DE PASTEJO DIÁRIO DE NOVILHOS EM
CAMPO NATURAL
,
RECEBENDO
0;
0,5;
1;
1,5
E
2%
DE SEU PESO VIVO DE FARELO DE ARROZ
.
O
S AUTORES ENCONTRARAM UM DECRÉSCIMO NO TEMPO DE PASTEJO
,
DE
530,
380,
395,
332
MINUTOS
/
DIA
,
RESPECTIVAMENTE
,
PARA OS TRATAMENTOS CONTROLE
,
0,5;
1,5
E
2%,
E
ATRIBUÍRAM O FATO AO EFEITO SUBSTITUTIVO QUE A SUPLEMENTAÇÃO TEVE EM RELAÇÃO AO
CONSUMO DE CAMPO NATIVO
.
N
O ENTANTO
,
OUTROS AUTORES NÃO CONSTATARAM
DIFERENÇAS QUANTO AO TEMPO DE PASTEJO
.
BREMM
ET AL
.
(2004)
NÃO VERIFICARAM
DIFERENÇAS QUANTO AO TEMPO DE PASTEJO ENTRE NOVILHAS SUPLEMENTADAS COM
FARELO DE TRIGO E AQUELAS NÃO SUPLEMENTADAS
.
SILVA
ET AL
.
(2004)
FORNECERAM SUPLEMENTO EM NÍVEIS CRESCENTES
(0,25;
0,5;
0,75
E
1%
DO PESO VIVO
)
PARA NOVILHAS MESTIÇAS COM
H
OLANDÊS
,
COM IDADE DE
12
MESES E PESO MÉDIO DE
185
KG
,
PASTEJANDO
B
RACHIARIA DECUMBENS
.
O
S AUTORES NÃO
OBSERVARAM DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS QUANTO AOS TEMPOS DIURNOS DE PASTEJO E DE
RUMINAÇÃO ENTRE OS ANIMAIS RECEBENDO OS REFERIDOS NÍVEIS DE SUPLEMENTO
.
PEREIRA
(2002)
SUPLEMENTOU NOVILHAS
J
ERSEY EM PASTAGEM DE AZEVÉM
ANUAL
(L
OLIUM MULTIFLORUM
)
E AVEIA PRETA
(A
VENA STRIGOSA
,
S
CHREB
)
COM
DIFERENTES PROPORÇÕES DE MILHO E FARELO DE SOJA NA QUANTIDADE DE
0,75%
DO SEU
PESO VIVO
.
O
AUTOR NÃO CONSTATOU DIFERENÇAS QUANTO AO TEMPO DE PASTEJO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO ENTRE OS TIPOS DE SUPLEMENTO
.
O
MENOR TEMPO DE DESCANSO DOS ANIMAIS CONTROLE PODE SER EXPLICADO PELA
NATUREZA EXCLUSIVA DE CADA UMA DESTAS ATIVIDADES
,
ISTO É
,
UM ANIMAL O PODE
ESTAR ENGAJADO EM MAIS DE UMA DESTAS ATIVIDADES AO MESMO TEMPO E
,
COM ISTO
,
GERA
-
SE UMA COMPETIÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES INGESTIVAS NA ALOCAÇÃO DO TEMPO
PELO ANIMAL
,
COMO DESCRITO POR
FISCHER
(1996).
P
OR OUTRO LADO
,
OS ANIMAIS
SUPLEMENTADOS RECEBERAM
,
ATRAVÉS DO CONSUMO DO SUPLEMENTO
,
UMA QUANTIDADE
DE NUTRIENTES DE FORMA RÁPIDA E FÁCIL
,
O EXIGINDO ESFORÇO FÍSICO E COM O MÍNIMO
GASTO DE ENERGIA
.
D
ESSA FORMA
,
OS ANIMAIS SUPLEMENTADOS PODEM DESCANSAR MAIS
.
39
PATIÑO
PARDO
ET AL
.
(2003),
CONSTATARAM MENOR TEMPO DE DESCANSO PARA OS
ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS
.
O
S PERÍODOS DE ATIVIDADE DE PASTEJO MENOS FREQÜENTES NOS ANIMAIS
CONTROLE PODEM SER EXPLICADOS PELO SEU MAIOR CONSUMO DE FORRAGEM
,
PORTANTO
APRESENTANDO MAIOR CONSISTÊNCIA NA ATIVIDADE DE PASTEJO OU SEJA MAIORES
DURAÇÕES DE CADA PERÍODO
.
C
ONTRARIAMENTE
,
PATIÑO
PARDO
ET AL
.
(2001)
VERIFICARAM QUE O NÚMERO DE PERÍODOS DE PASTEJO NÃO FOI INFLUENCIADO PELA
SUPLEMENTAÇÃO E CONSTATARAM UMA MÉDIA GERAL DE
6,37
OCORRÊNCIAS DURANTE O
PERÍODO DIURNO
.
S
EGUNDO OS MESMOS AUTORES
,
O NÚMERO DE PERÍODOS DE DESCANSO
FOI MENOR NOS ANIMAIS NÃO SUPLEMENTADOS
,
O QUE MAIS UMA VEZ DEMONSTRA A SUA
MAIOR ATIVIDADE PASTORIL
.
O
S PERÍODOS DE AVALIAÇÃO INFLUENCIARAM AS VARIÁVEIS COMPORTAMENTAIS
(TABELAS
3
E
4).
TABELA 3 - Valores dios das atividades de pastejo (minutos), ruminação
(minutos) e de descanso (minutos); número de períodos de pastejo
(NPP), número de períodos de ruminação (NPR) e número de
períodos de descanso (NPD) dos tratamentos, por período
experimental
PERÍODOS
ATRIBUTOS 1 2 3 4
T
EMPO DE PASTEJO
311,7
A
374,2
B
371,7
B
445,8
C
T
EMPO DE RUMINAÇÃO
161,7
A
137,5
B
120
B
100
C
T
EMPO DE DESCANSO
216,7
A
170
B
197,5
C
144,2
B
NPP 6,8
A
8,7
B
9,7
B
6,9
A
NPR 6
A
5,7
A
5,4
A
4,3
B
NPD 10,5
A
8,6
A
10,8
A
7,2
B
A
,
B
,
C
M
ÉDIAS NA LINHA
,
SEGUIDAS DE LETRAS DIFERENTES DIFEREM PELO TESTE DE
T
UKEY
(
ALPHA
=0,05)
O
TEMPO DE PASTEJO AUMENTOU DE
311,7
PARA
445,8
MINUTOS ENTRE OS
PERÍODOS
1
E
4.
O
TEMPO DE PASTEJO FOI NEGATIVAMENTE CORRELACIONADO COM A
TEMPERATURA XIMA
(
R
=-0,54,
P=0,0065),
MAS POSITIVAMENTE CORRELACIONADO COM
A PRECIPITAÇÃO
(
R
=0,65,
P=0,0006)
E COM O FOTOPERÍODO
(
R
=0,58,
P=0,0027),
DE
ACORDO COM A
T
ABELA
1.
O
NÚMERO DE PERÍODOS DE PASTEJO AUMENTOU DO PRIMEIRO
PARA O TERCEIRO PERÍODO EXPERIMENTAL
6,8
ATÉ
9,7
,
DECRESCENDO A SEGUIR PARA
6,8.
40
E
M CONDIÇÕES DE TEMPERATURA MODERADA
,
O PADRÃO DA ATIVIDADE DE PASTEJO É
PREDOMINANTEMENTE DIURNO
.
C
OM O AUMENTO DA TEMPERATURA
,
OS ANIMAIS PASSAM A
EXERCER A ATIVIDADE DE PASTEJO DURANTE A NOITE
(MÜLLER,
1989),
S
EGUNDO
PEREIRA
(2002),
AS ALTAS TEMPERATURAS AFETARAM NEGATIVAMENTE O TEMPO DE
PASTEJO DIURNO
,
CONCORDANDO COM
FORBES
(1995)
E
PATIÑO
PARDO
(2003),
COM
RELAÇÃO AO AUMENTO NA ATIVIDADE DE PASTEJO NOTURNO NO VERÃO
.
O
TEMPO DE DESCANSO DIMINUIU DE
216,7
PARA
144,2
MINUTOS DO PRIMEIRO ATÉ O
QUARTO E ÚLTIMO PERÍODO EXPERIMENTAL
.
O
TEMPO DE DESCANSO FOI NEGATIVAMENTE
RELACIONADO COM A PRECIPITAÇÃO
(
R
=-0,50,
P=0,0129)
E COM O FOTOPERÍODO
(
R
=-
0,44,
P=0,0294).
TABELA
4
T
EMPO DE PASTEJO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
MINUTOS
)
E MERO DE
PERÍODOS DE PASTEJO
(NPP),
RUMINAÇÃO
(NPR)
E DESCANSO
(NPD)
DOS
ANIMAIS DOS DOIS TRATAMENTOS
,
ENTRE
7:00
E
18:30
HORAS
P
ERÍODOS EXPERIMENTAIS
A
TRIBUTOS
1 2 3 4
T
EMPO PASTEJO
353,3
B
418,3
A
376,7
B
488,3
C
T
EMPO RUMINAÇÃO
173,3
A
131,6
B
123,3
B
78,3
C
T
EMPO DESCANSO
163,3
BC
140
AB
190
C
123,3
A
NPP 5,6
A
8,2
B
9,2
C
7,2
B
NPR 6,3
A
5,3
A
5,5
A
3,8
B
T
RATAMENTO
CONTROLE
NPD 8,6
B
6,5
A
10,5
B
7
A
T
EMPO PASTEJO
270
A
330
B
366,7
B
403,3
C
T
EMPO RUMINAÇÃO
150
A
143,3
A
116,7
B
121,7
B
T
EMPO DESCANSO
270
B
200
A
205
A
165
C
NPP 8
B
9,2
A
10,2
A
6,5
B
NPR 5,6
A
6
A
5,3
A
4,7
A
T
RATAMENTO COM
CONCENTRADO
NPD 12,3
A
10,6
A
11
A
7,3
B
A
,
B
,
C
M
ÉDIAS NA LINHA
,
SEGUIDAS DE LETRAS DIFERENTES DIFEREM PELO TESTE
T
UKEY
(
ALPHA
=0,05)
H
OUVE UMA INTERAÇÃO SIGNIFICATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS E OS PERÍODOS DE
MEDIDAS
.
N
O QUARTO PERÍODO
,
OS ANIMAIS SUPLEMENTADOS APRESENTARAM TEMPO DE
RUMINAÇÃO SUPERIOR AO DOS ANIMAIS O SUPLEMENTADOS
,
RESPECTIVAMENTE
,
121,7
E
78,3
MINUTOS
.
O
TEMPO DE RUMINAÇÃO FOI POSITIVAMENTE CORRELACIONADO COM A
TEMPERATURA MÁXIMA
(
R
=0,67,
P=0,0004),
COM A TEMPERATURA MÉDIA
(
R
=0,54,
P=0,0062),
MAS FOI NEGATIVAMENTE CORRELACIONADO COM A PRECIPITAÇÃO
(
R
=-0,58,
P=0,0033)
E COM O FOTOPERÍODO
(
R
=-0,51,
P=0,0105).
41
O
S ANIMAIS SUPLEMENTADOS APRESENTARAM MAIORES TEMPOS DE DESCANSO EM
TODOS OS PERÍODOS
.
P
OSSIVELMENTE OS ANIMAIS PASTARAM MAIS DURANTE A NOITE
.
E
M
DIAS MUITO QUENTES
,
OS ANIMAIS PROCURARAM SOMBRA E PASTARAM MAIS AO INICIO DO DIA
E FINAL DA TARDE
,
O QUE ESTÁ DE ACORDO COM OS RESULTADOS DE
A
RNOLD E
DUDZINSKI
(1978).
S
EGUNDO ESSES AUTORES
,
TEMPERATURAS PRÓXIMAS A
28
O
C
CAUSAM ESTRESSE E DIMINUIÇÃO NO TEMPO DIURNO DE PASTEJO
,
AUMENTANDO A EM
77%
O TEMPO DE DESCANSO NESTE PERÍODO DO DIA
.
TABELA 5 - Valores médios das quantidades de forragem (kg de MS/ha), da taxa de
crescimento (kg de MS/ha), da produção forrageira total (kg de
MS/ha) e da composição química de cada período
ATRIBUTOS
PERÍODOS
MÉDIA
1
2
3
4
Q
UANTIDADE INICIAL
977,34
1103,34
1429,33
1690
1300
Q
UANTIDADE FINAL
1778
1778
2372,67
2410
2084,67
T
AXA DE CRESCIMENTO
807,33
674,67
943,33
720
786,33
P
RODUÇÃO FORRAGEM
TOTAL
2585,33
2552,67
3316
3130
2896
%
MM 14,03
13,68
12,52
10,84
12,77
%
PB 17,55
16,06
17,32
14,97
16,48
%
MS 9,5
15,3
16,8
22
15,9
%
FDN 53,36
59,33
65,77
64,08
60,64
%
FDA 33,77
38,3
38,29
39,87
37,56
A
PORCENTAGEM DE
MS
DA PASTAGEM REFERENTE A ESSE PERÍODO DE AVALIAÇÃO
FOI DE
22%
(TABELA
5)
E AS HORAS DE SOL FORAM MUITO SUPERIORES EM RELAÇÃO AOS
OUTROS PERÍODOS
.
E
STA ELEVADA QUANTIDADE DE
MS
VERDE E MAIOR TEMPO DE
EXPOSIÇÃO SOLAR DOS ANIMAIS NO PERÍODO
4,
PODEM AJUDAR A EXPLICAR O MAIOR TEMPO
DE DESCANSO PARA OS ANIMAIS SUPLEMENTADOS DURANTE O INTERVALO DE TEMPO EM QUE
FORAM FEITAS AS AVALIAÇÕES
.
E
STE PERÍODO CORRESPONDEU AO FINAL DA ESTAÇÃO DE
INVERNO
.
42
4.
CONCLUSÕES
A
SUPLEMENTAÇÃO COM FARELO DE MILHO ALTEROU O COMPORTAMENTO INGESTIVO
DE NOVILHAS
J
ERSEY MANTIDAS EM PASTAGEM DE AZEVÉM ANUAL
.
A
SUPLEMENTAÇÃO
REDUZIU A ATIVIDADE PASTORIL E AUMENTOU O TEMPO DE ÓCIO DOS ANIMAIS
.
43
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R.K.,
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T
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.
J.
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NIM
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S
CI
.,
70(2):547-558,
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BISCAINO,
G.,
GONÇALVES,
M.B.F.,
FREITAS,
F.K.
ET AL
.
A
VALIAÇÃO DO TEMPO
DIÁRIO TOTAL DE PASTEJO DE NOVILHOS EM CAMPO NATIVO RECEBENDO DIFERENTES
NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO
.
REUNIÃO
ANUAL
DA
SOCIEDADE
BRASILEIRA
DE
ZOOTECNIA,
38,
P
IRACICABA
.
A
NAIS
...
P
IRACICABA
:
SBZ,
2001.
BREMM,
C.;
ROCHA,
M.
G.;
FREITAS,
F.
K.;
MACARI,
S.;
ELEJALDE,
D.
G.;
NICOLOSO,
C
.
C
ONSUMO VOLUNTÁRIO DE FORRAGEM E CARACTERÍSTICAS DA
PASTAGEM DE AVEIA E AZEVÉM
.
I
N
:
II
S
IMPOSIUM ON
“G
RASSLAND AND
ECOPHYSIOLOGY AND GRAZING ECOLOGY
”,
C
URITIBA
PR,
2004.
CARVALHO,
P.C.
A
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RUMINANTES EM PASTEJO
.
I
N
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JOBIM,
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D
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IMPÓSIO SOBRE AVALIAÇÃO DE
PASTAGENS COM ANIMAIS
,
M
ARINGÁ
.
UEM.
P
.25-52,
1997.
44
CASSAL,
J.
L.
&
NEUTZLING,
C.
F.
M.
D
ESALEITAMENTO PRECOCE USANDO UMA TOMA
DE LEITE NA DIETA DIÁRIA DE BEZERROS LEITEIROS
.
P
ELOTAS
.
U
NIVERSIDADE
F
EDERAL
DE
P
ELOTAS
,
3
P
,
1970.
DIFANTE,
G.S.;
MARCHEZAN,
E.;
MARZARI,
V.
ET AL
.
P
RODUÇÃO DE NOVILHOS DE
CORTE SUPLEMENTADOS EM PASTAGEM DE INVERNO
,
SUBMETIDA A DOSES DE
ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ÁREA DE VÁRZEA
.
I
N
:
R
EUNIÃO
A
NUAL DA
S
OCIEDADE
B
RASILEIRA DE
Z
OOTECNIA
,
38.,
2001,
P
IRACICABA
.
A
NAIS
...
P
IRACICABA
:
F
UNDAÇÃO
DE
E
STUDOS
A
GRÁRIOS
L
UIZ DE
Q
UEIROZ
,
P
.375-376,
2001.
DULPHY,
J.P.,
REMOND,
B.,
THERIEZ,
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.
I
N
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,
C
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OUTORADO EM
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OOTECNIA
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R
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ES
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D
EP
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GRIC
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K. P.;
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T
HE COMPARATIVE YIELD METHOD FOR ESTIMATING DRY
MATTER YIELD OF PASTURE
.
A
USTRALIAN
J
OURNAL OF
E
XPERIMENTAL
A
GRICULTURE
AND
A
NIMAL
H
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47
ARTIGO 2
COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS JERSEY NA FASE INICIAL DE
LACTAÇÃO, ALIMENTADAS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES
DE GORDURA
48
RESUMO
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, julho de 2005.
Comportamento ingestivo de vacas jersey na fase inicial de lactação, alimentadas
com dietas contendo diferentes fontes de gordura. Professor orientador: Vivian
Fischer
O presente estudo teve por objetivo descrever e comparar o comportamento
ingestivo de vacas Jersey, na fase inicial de lactação, recebendo dietas com
diferentes fontes de gordura além de uma dieta controle. As fontes de gordura
testadas foram gordura protegida comercial (gordura insaturada protegida), farelo de
arroz (gordura insaturada) e 50 % farelo de arroz + 50 % sebo (mistura de gordura
insaturada e saturada). Foram usadas quatro vacas, no início da terceira lactação.
Os alimentos foram distribuídos às 8, 13 e 18 horas. As atividades ingestivas
consistiram nos tempos de ingestão ruminação e descanso. O registro do
comportamento foi realizado durante dois dias por período experimental das 9 às 17
horas, a intervalos de cinco minutos, individualmente para cada animal, de forma
visual. As quantidades horárias de alimento consumidas foram determinadas através
da pesagem dos cochos. As diferentes fontes de gordura não afetaram os tempos
diurnos de ingestão, ruminação e descanso, nem o consumo voluntário medido
neste mesmo período. Entretanto, houve diferenças significativas entre os animais
quanto ao tempo dedicado em cada atividade do comportamento ingestivo, quanto
ao consumo e produção de leite. Os resultados indicam que as fontes de gordura
usadas no presente experimento não influenciaram o comportamento de vacas
Jersey em lactação.
49
ABSTRACT
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, july, 2005. Ingestive
behavior Jersey cows at the beginning of lactation fed diets with different fat sources.
Adviser: Vivian Fischer
This trial had the objective of describe and compare the ingestive behaviour of Jersey
cows at the beginning of lactation fed diets with different fat sources besides one
designed as a control. Fat sources used were protected fat, rice bran (non saturated
fat) and 50 % tallow + 50 % rice bran (mix saturated plus non saturated fat). Four
cows at their third lactation were used. Food was distributed at 8 am, 1 pm and 6 pm.
The ingestive behavior consisted of the times of ingestion, ruminating and idling.
Ingestive behavior was recorded on two days by experimental period from 9 am to 5
pm, at intervals of five minutes, individually for each animal and in a visual way.
Sources of fat did not affect time spent eating, ruminating, idling and voluntary intake
during the same period. However, there were significant differences among animals
for time spent in ingestive activities, besides differences for voluntary intake and milk
production. Results might indicate that sources of fat used in this trial did not change
the ingestive behavior of lactating Jersey cows.
50
1. INTRODUÇÃO
O desempenho animal é determinado pelo consumo de nutrientes, sua
digestibilidade e seu metabolismo. O fator mais importante para a determinação da
qualidade das forragens sobre o desempenho animal, é o consumo, pois 60 a 90%
da variação do consumo de MS digestível, observada entre as forrageiras, são
atribuídos às diferenças de consumo, comparados a 10 a 40% resultantes de
diferenças na digestibilidade (MERTENS, 1994). No início da lactação, as vacas
leiteiras de alta produção o consomem alimento suficiente para atender suas
exigências energéticas. A produção máxima de leite geralmente ocorre entre a
quarta e a oitava semana pós-parto e o consumo máximo de alimentos, entre a
décima e a décima quarta semana, o que causa um “balanço energético negativo”.
Dessa forma, as vacas de alta produção mobilizam tecidos corporais para produção
de leite, particularmente os depósitos de gordura, resultando em perda de peso e de
condição corporal (NRC, 1989a; GAGLIOSTRO & CHILLIARD, 1992). Podem
ocorrer ainda, desordens metabólicas (acetonemia e fígado adiposo), além de
problemas de fertilidade, caso a perda corporal seja excessiva (NRC, 1989b).
E
NTRE AS ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A DENSIDADE ENERGÉTICA DA DIETA DE
VACAS NO INÍCIO DA LACTAÇÃO
,
ESTÁ A SUPLEMENTAÇÃO COM LIPÍDEOS
(PALMQUIST
&
MATTOS,
1978
A
).
A
UTILIZAÇÃO DE FONTES DE GORDURA DE ORIGEM VEGETAL
,
COMO
ÓLEOS VEGETAIS E SEMENTES OLEAGINOSAS E DE GORDURA ANIMAL
,
COMO SEBO
,
É UMA
DAS ALTERNATIVAS EMPREGADAS PARA AUMENTAR A DENSIDADE ENERGÉTICA NA DIETA
.
A
ADIÇÃO DE
3
A
5%
DE GORDURA À RAÇÃO PARECE SER TOLERADA PELOS MICRORGANISMOS
RUMINAIS
(PALMQUIST,
1984).
N
ÍVEIS MAIS ELEVADOS DE GORDURA PODEM EXERCER
INFLUÊNCIA NEGATIVA NO CONSUMO DE
MS
(HARRISON
ET AL
.,
1995),
NA FERMENTAÇÃO
51
RUMINAL
(JENKINS
&
PALMQUIST,
1984),
NA PRODUÇÃO
(JENKINS
&
JENNY,
1992)
E
NA COMPOSIÇÃO DO LEITE
(CANT
ET AL
.,
1991;
DRACKLEY
E
ELLIOT,
1993).
A
S DIFERENTES PROPRIEDADES INERENTES ÀS FONTES DE GORDURA E À PROPORÇÃO
DE ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS E INSATURADOS SÃO OS FATORES QUE EXERCEM MAIOR
INFLUÊNCIA SOBRE A FERMENTAÇÃO RUMINAL
(L
EWIS ET AL
.,
1999).
O
MECANISMO PELO
QUAL AS GORDURAS INTERFEREM NA FERMENTAÇÃO MICROBIANA DECORRE
,
PROVAVELMENTE
,
DE UM EFEITO TÓXICO DE ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA SOBRE AS
BACTÉRIAS RUMINAIS
(HENDERSON,
1973),
FUNDAMENTALMENTE SOBRE AS
METANOGÊNICAS E CELULOLÍTICAS A DETERMINADOS NÍVEIS DE GORDURA DISPONÍVEL NO
RÚMEN
(
ACIMA DE
6%
DA
MS
DE GORDURAS NÃO
-
PROTEGIDAS NA DIETA
)
(PALMQUIST,
1991
A
),
COM CONSEQÜENTE DIMINUIÇÃO NA DIGESTÃO MICROBIANA DA FIBRA
(DEVENDRA
&
LEWIS,
1974).
M
UITAS FONTES ALTERNATIVAS DE GORDURA TÊM SIDO UTILIZADAS COMO FORMA DE
PROPORCIONAR ENERGIA ADICIONAL PARA A MANTENÇA
,
À PRODUÇÃO DE LEITE EM VACAS
LEITEIRAS
(CANALE
ET AL
.,
1990;
PALMQUIST
&
CONRAD,
1978;
SMITH
ET AL
.,
1993).
E
NTRE AS OPÇÕES DE ALIMENTAÇÃO COM DIETAS RICAS EM LIPÍDEOS
,
O GRÃO DE
SOJA DESTACA
-
SE PELA SUA DISPONIBILIDADE REGIONAL
,
PELO ELEVADO TEOR DE ÁCIDOS
GRAXOS INSATURADOS E PELA GRANDE ACEITAÇÃO PELOS ANIMAIS
(PALMQUIST
&
MATTOS,
1978
B
;
RABELLO
ET AL
.,
1996).
E
SSE CEREAL TAMBÉM É RICO EM PROTEÍNAS
,
O QUE AUMENTA AINDA MAIS A PERSPECTIVA DE SEU USO NA RAÇÃO DOS RUMINANTES
(SCHAUFF
ET AL
.,
1992;
D
AVIS
,
1993).
O
FARELO DE ARROZ INTEGRAL
(
CO
-
PRODUTO DO
BENEFICIAMENTO DO ARROZ
),
POR SER UMA FONTE NATURAL DISPONÍVEL E PELO SEU
ELEVADO CONTEÚDO DE GORDURA
,
APRESENTA CARACTERÍSTICAS POTENCIAIS PARA SER
EMPREGADO COMO FONTE DE GORDURA NA DIETA DE VACAS EM LACTAÇÃO
,
EMBORA AINDA
NÃO TENHA SIDO AVALIADO COM ESTE PROPÓSITO
.
O
UTRO PRODUTO QUE PODE SER
UTILIZADO PARA O MESMO FIM É O SEBO BOVINO QUE
,
EM GERAL
,
APRESENTA
-
SE COMO UM
ALIMENTO DE PREÇO ACESSÍVEL E DE FÁCIL MANUSEIO
,
SEM PROBLEMAS DE PALATABILIDADE
PELOS ANIMAIS E DIGESTIBILIDADE DE SUA FRAÇÃO LIPÍDICA
.
O incremento da produção de leite, devido à adição de fontes de gordura à
dieta, pode resultar em um aumento da persistência da lactação, sem que o pico de
produção seja, necessariamente, mais elevado. Em um experimento com vacas
leiteiras, SCHINGOETHE & CASPER (1991), observaram que dos 293 kg da
produção de leite adicional, em uma lactação de 305 dias, somente 29% ocorreu
entre a e 16ª semanas quando uma fonte de gordura foi adicionada à dieta. Os
52
restantes 71% do leite adicional foram produzidos entre a 17ª e a 44ª semanas pós-
parto.
As quantidades ideais de óleo ou gordura na dieta, com efeitos deletérios à
fermentação ruminal e a digestibilidade dos ruminantes, ainda são poucos
estudados. Em geral, os efeitos negativos dependem da quantidade e da fonte
lipídica empregada, sendo que as gorduras insaturadas e os ácidos graxos de
cadeia curta apresentam mais efeitos que as saturadas, enquanto os sais cálcicos
de ácidos graxos (gordura protegida) apresentam efeitos nimos sobre a
fermentação ruminal (PALMQUIST, 1991b). Outros trabalhos indicam que o aumento
do aporte de cálcio da dieta minimiza os efeitos negativos na digestibilidade da fibra
(GALBRAITH et al., 1971; EL HAG & MILLER, 1972).
O controle do consumo de alimentos está diretamente relacionado ao
comportamento ingestivo (CHASE et al., 1976). O consumo diário de alimentos
compreende o número de refeições diárias, a sua duração e a taxa de ingestão.
Através do ajuste do número diário de refeições e do seu tamanho (duração x taxa
de ingestão), a vaca pode regular seu consumo diário de matéria seca (DADO &
ALLEN, 1994; GRANT & ALBRIGHT, 1995). O comportamento ingestivo pode
influenciar a digestão dos alimentos e a sua taxa de passagem pelo trato
gastrintestinal dos ruminantes, porém, os animais podem alterar essas atividades,
modificando um ou mais dos seus componentes para superar condições limitantes
ao consumo e obter a quantidade de nutrientes necessária (FISCHER, 1996a).
Garcia-BOJABIL et al. (1998) trabalharam vacas lactantes na qual receberam 11,1%
e 15,7% de proteína bruta degradável na dieta, suplementada com gordura (sais de
cálcio de ácidos graxos de cadeia longa) nos níveis de 0 e 2,2% de MS na dieta,
durante os primeiros 120 dias pós-parto. As fontes protéicas foram soja e uréia com
elevadas concentrações de proteína degradável comparadas com uma combinação
de produto vegetal e animal em que na dieta continha baixa proteína degradável.
Vacas consumindo 15,7% de proteína degradável aumentaram o consumo e a
produção de leite mais lentamente durante os primeiros 50 dias pós-parto
comparados a vacas consumindo 11,1% de proteína degradável na dieta. Entretanto
a adição de sais de cálcio na dieta estimulou o consumo de MS de vacas com 15,7%
de proteína degradável na dieta.
53
A atividade ingestiva de bovinos confinados apresenta uma pronunciada
variação entre os indivíduos, embora a taxa de ruminação (quantidade de alimento
ruminado por unidade de tempo) pareça variar menos que a taxa de ingestão
(FISCHER, 1996b). Segundo DESWYSEN et al. (1987), ocorre uma grande variação
entre os animais em relação ao tempo, à taxa e à qualidade (percentagem de bolos
curtos, bolos de pseudoruminação e número de mastigações por unidade de tempo
e por ciclo) das atividades de ingestão e ruminação, o que poderia explicar
diferenças no consumo voluntário. Possíveis causas desta variação individual podem
ser relacionadas às diferenças entre o potencial de produção, a capacidade
ingestiva, a eficiência de mastigação e / ou peso corporal (De BOEVER et al., 1990).
O objetivo deste trabalho foi descrever e comparar o comportamento ingestivo de
vacas Jersey estabuladas e o seu consumo durante o período diurno, no início da
lactação, alimentadas com dietas contendo fontes distintas de gordura.
54
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em um sistema intensivo de produção de leite do
tipo free stall, localizado na Estação Experimental Terras Baixas da EMBRAPA
Clima temperado, situado na região sul do Rio Grande do Sul, no município do
Capão do Leão, a 31° 52’ 24"de latitude Sul e 52° 2124” de longitude oeste, a sete
metros acima do nível do mar, na região fisiográfica denominada Encosta do
Sudeste. O município apresenta clima temperado com chuvas bem distribuídas e
verões amenos, onde a temperatura anual média é de 17,7°C com amplitude térmica
anual de 10,6°C e umidade relativa do ar média de 80%. É interessante salientar
também que a região apresenta uma diferença marcada no fotoperíodo, conforme a
estação do ano, sendo que, em dezembro, o dia chega a ter duração de 14 horas,
enquanto que em junho, dura apenas 10 horas (Cassal & Neutzling,
1970).
Foram utilizadas quatro vacas Jersey de 2ª e ordem de lactação, com três
a quatro anos de idade e com peso médio de 440,75 +/-12,3 kg. Os animais
utilizados neste estudo comportamental ingestivo foram mantidos em condições de
confinamento total, num sistema de estabulação livre, com baias para descanso
(free stall). Os animais foram ordenhados duas vezes ao dia, aproximadamente às 8
e 17 horas, em uma sala de ordenha modelo espinha de peixe com capacidade para
8 vacas. A produção individual de cada animal foi registrada diariamente a cada
ordenha, durante os dias de observação.
55
O estábulo apresenta telhado de zinco, armação e piso de concreto, sem
paredes laterais, com 3,5 metros de direito e é dividido em quatro módulos. Cada
módulo possui 20 baias individuais localizadas no centro, um bebedouro (420 litros)
situado em frente ao canzil e um canzil com 20 lugares voltado para o corredor
central do estábulo. A área total de cada módulo é de 219 m
2
. Os quatro animais
utilizados no experimento permaneciam em um módulo e foram alocados em quatro
pequenos currais de 54,8 m
2
cada. A cama das baias é composta de pneus cobertos
com areia e estas baias possuem 2,31m
2
.
TABELA 1 – Composição químico-bromatológica dos ingredientes utilizados
nas dietas experimentais
Nutrientes
MS% PB EE
FDN MM
Ingredientes
-------------------
% na MS
-------------------
Farelo de arroz integral
91,00
12,89
16,60
22,73
12,80
Farelo de soja 90,00 48,00 1,04 11,93 7,30
Farelo de trigo 90,00 17,10 4,40 51,00 6,90
Feno de alfafa 80,63 19,46 2,49 44,04 9,85
Milho grão 88,00 9,03 4,91 16,19 1,90
Óleo de arroz 100,00
….. 100,00
…. ….
Sais de cálcio de óleo de palma 86,00 .... 82,00 .... 10,00
Sebo bovino 100,00
…. 99,50 …. ….
Silagem de milho 29,56 8,63 3,10 47,06 6,42
Os animais foram alimentados três vezes ao dia com dieta concentrada e
duas vezes ao dia com dieta volumosa. As dietas foram constituídas de volumoso à
base de silagem de milho e feno de alfafa e uma mistura concentrada com grão de
milho moído, farelo de soja, farelo de trigo, premix mineral e a inclusão de três fontes
de gordura.
Os tratamentos utilizados foram:
Tratamento 1 (controle): concentrado sem adição de gordura;
Tratamento 2: concentrado + gordura protegida (com sais de cálcio de óleo
de palma);
Tratamento 3: concentrado + farelo de arroz (gordura insaturada);
Tratamento 4: concentrado + mistura 50 % farelo de arroz e 50 % sebo
bovino (gordura saturada + insaturada).
56
A composição dos ingredientes da dieta e os teores de MS, MO, PB, FDN,
extrato etéreo (EE) e carboidratos não estruturais (CNE) estão na TABELA 1. A
composição dos ingredientes da dieta e os teores de MS, MO, PB, FDN, extrato
etéreo e carboidratos não estruturais das rações experimentais estão expressos na
TABELA 2.
TABELA 2 Composição da dieta oferecida (%MS) dos quatro tratamentos.
Tratamento controle (TC), concentrado + gordura protegida (CGP),
concentrado + gordura insaturada (CGI) e concentrado + gordura
saturada + insaturada (CGSI)
TRATAMENTOS
TC
CGP
CGI
CGSI
INGREDIENTES
Feno de alfafa 26,65 26,26 25,65 26,40
Silagem de milho 36,02 35,49 34,67 35,68
Milho grão 22,64 18,10 11,53 14,39
Farelo de soja 13,10 13,43 12,30 12,44
Farelo de trigo .... 2,15 .... ....
Óleo de arroz …. …. 0,58 ….
Farelo de arroz integral …. …. 13,49 7,57
Sebo bovino …. …. …. 1,41
Sais de cálcio de óleo de palma .... 3,01 .... ....
Calcário calcítico 0,37 0,36 1,05 0,91
Mistura mineral
1
0,36 0,36 0,35 0,36
Fosfato bicálcico 0,86 0,84 0,83 0,84
COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL
MS
50,33
52,37
50,29
52,16
------------------
%
NA
MS
-------------------
MO 92,24 92,48 90,84 91,40
PB 16,64 16,10 17,04 16,01
FDN 33,20 33,92 34,77 33,04
EE 2,99 5,13 5,29 5,16
CNE 38,64 35,22 35,83 34,41
FDNef 28,76 27,47 28,25 27,76
Ca
2
0,94 0,90 1,07 1,08
P
2
0,48 0,47 0,59 0,56
EL
L
2
(Mcal/dia) 28,07 31,10 29,62 29,18
1
Composição por Kg de produto:Cálcio - 230g, Fósforo - 90g, Enxofre - 15g, Magnésio -
20g, Cobre – 700mg, Zinco – 2700mg, Manganês – 1250mg, Cobalto – 100mg, Iodo –
80mg
2
Valores de tabela (NRC, 1989c)
57
As vacas recém paridas foram distribuídas aleatoriamente nos tratamentos de
acordo com um quadrado latino 4x4 e colocados em currais individuais. Após a
distribuição nos currais, foi realizado o sorteio dos tratamentos.
As avaliações comportamentais ocorreram na terceira semana de cada
período experimental entre os dias 29 de maio a 19 de agosto de 2000, e
consistiram no registro das atividades de ingestão, ruminação e descanso. As
observações foram realizadas de forma intermitente a cada 5 minutos, das 9 às 17
horas, durante dois dias de observação por período experimental, totalizando 8 dias.
Essas foram realizadas de forma visual e individualmente para cada animal. A
quantidade diurna de volumoso "in natura" consumida pelos animais a cada hora foi
estimada através das pesagens sucessivas dos cochos. O consumo e o
comportamento ingestivo foram avaliados simultaneamente.
O delineamento experimental adotado foi um quadrado latino 4x4, com quatro
tratamentos, quatro vacas e quatro períodos experimentais. Cada período
experimental foi composto por 21 dias, sendo que os 14 dias iniciais foram para
adaptação dos animais às dietas. Os animais foram sorteados aos tratamentos de
forma totalmente casualizada e colocados em currais individuais. As variáveis
consideradas foram submetidas à análise de correlação e análise da variância,
considerando o efeito de tratamento, período, animal, usando, respectivamente, os
procedimentos CORR e GLM do programa estatístico SAS (1989). O nível de
significância foi de 0,05.
Modelo matemático:
Y
ijkl
= m + t
i
+ a
j
+ p
k
+ E
ijkl
,
onde :
Y
ijkl
é a observação realizada no tratamento i, no animal j, no período k;
m é a média geral do experimento;
t
i
é o tratamento (n=4);
a
j
é animal (n = 4);
p
k
é o período de medidas (n = 4);
E
ijkl
é o erro experimental.
58
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores médios diurnos entre 9 e 17 horas dos tempos de ingestão,
ruminação e descanso, gastos pelas vacas foram, respectivamente, 183, 113 e 183
minutos (TABELA 3). O tempo de ruminação foi inferior aos demais, o que pode ser
explicado pelo ritmo predominantemente noturno da atividade de ingestão
(FISCHER, 1996c). De acordo com DULPHY & FAVERDIN (1987), os valores para
os tempos de ingestão variam entre 5 a 6 horas diárias seguindo de 3,5 a 10,5 horas
para a atividade de ruminação. No entanto, quanto ao número de atividades, as
atividades de ruminação e descanso mostram diferenças, provavelmente devido a
sua natureza menos variável e melhor distribuída durante o nictêmero quando
comparadas à ingestão (DULPHY & FAVERDIN, 1987).
O comportamento ingestivo parece ser característico de cada indivíduo, mas
de modo geral, varia conforme os tratamentos aplicados. No entanto, a grande
variabilidade dos parâmetros comportamentais entre os indivíduos e mesmo intra-
indivíduos dificulta a determinação de relações simples e precisas entre estes
parâmetros e entre eles e o consumo ou o desempenho animal. O comportamento
ingestivo apresenta diferenças mais pronunciadas entre os indivíduos que outras
características ligadas ao animal, como a capacidade digestiva (DE BOEVER, 1991).
Não houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto aos tempos
gastos nas atividades ingestivas (p>0,05), como mostra a Tabela 3, o que,
provavelmente seja explicado pela ausência de diferenças no consumo de volumoso
"in natura" e da MS total destas dietas. SALLA et al. (2003) também forneceram
diferentes fontes de gordura na dieta de vacas Jersey durante os primeiros 100 dias
de lactação. Os autores não encontraram diferenças quanto ao consumo, nem
59
quanto às atividades do comportamento ingestivo. Da mesma forma, PALMQUIST &
CONRAD (1978) não constataram modificação do consumo devido à adição de
gordura nos níveis de até 6,8 %, utilizando dietas isoenergéticas com os seguintes
valores de extrato etéreo e PB: 1) 3,3 e 13,6; 2) 2,9 e 15,9; 3) 5,9 e 13,5; 4) 6,8 e
16,3; sendo que nas dietas 1 e 2 foram usados 50% de grãos na MS dos alimentos e
nas dietas 3 e 4, adicionados 33% de grãos.
TABELA 3: Valores médios diários dos tempos de ingestão total, ruminação
total e descanso total, de acordo com os tratamentos utilizados: controle
(TC), gordura protegida (CGP), com gordura insaturada (CGI) e com a
mistura de gordura saturada e insaturada (CGSI)
Duração diurna das atividades ingestivas entre 9 e 17 h (min)
Tratamentos Ingestão Ruminação Descanso
TC 178
a
114
a
182
a
CGP 193
a
113
a
183
a
CGI 183
a
114
a
177
a
CGSI 176
a
109
a
188
a
Média 183 113 183
a, b médias nas mesmas colunas seguidas de letras distintas diferem pelo teste de Tukey (P<0,05)
No entanto, em outros trabalhos, os mesmos autores constataram que houve
efeito para fonte de gorduras, como por exemplo, com vacas holandês, onde o
consumo de matéria seca aumentou com o uso de gordura protegida comercial em
relação dieta contendo grão de soja.
A produção média de leite por tratamento foi de 16,2, 18,3, 18,6, 18,2
L/vaca/dia, respectivamente, para os tratamentos controle, gordura protegida,
gordura insaturada e gordura saturada + insaturada. A produção de leite obtida com
a adição das fontes de gordura foi significativamente superior ao controle, indicando
o efeito da gordura em aumentar o aporte energético da dieta, sem no entanto afetar
o consumo. Da mesma forma, SALLA et al. (2003) verificou que a adição de gordura
protegida à dieta aumentou a produção de leite em relação às rações sem gordura e
com adição de grão de soja. Os valores de produção de leite corrigido para 4 % de
gordura foram de 23,42, 23,59 , 25,39 e 22,91 kg (P<0,05), respectivamente para
os tratamentos controle, sebo, gordura protegida e grão de soja. A adição de
gordura protegida aumentou a densidade energética da dieta e provavelmente foi
mais eficiente que as outras fontes e gordura em fornecer energia aos animais.
60
O experimento foi conduzido durante a época fria e, neste caso, a produção
de calor metabólico não foi tão prejudicial aos animais, reduzindo a possibilidade do
fornecimento de gordura apresentar um efeito benéfico sobre o consumo. Segundo
DAVIS (1993), o fornecimento de gordura reduz o incremento calórico e pode ter um
efeito benéfico sobre a manutenção do nível de consumo. Outro aspecto a
considerar é que aparentemente as fontes de gordura adicionadas foram igualmente
palatáveis ou pelo menos não alteraram negativamente o apetite dos animais.
De acordo com os valores da TABELA 4 , houve diferenças significativas entre
as vacas para os tempos de ingestão e de descanso, além de diferenças quanto à
produção de leite e consumo da dieta.
TABELA 4. Valores médios diários dos tempos de ingestão total, ruminação total,
descanso total, consumo parcial de volumoso "in natura" (entre 9 e 17
horas), consumo total e produção de leite por animal
Vacas
Duração
(entre 9 e 17horas)
(
minutos
)
Peso
(kg)
Cons. volumoso
(kg)
Leite
(L)
Ingestão Rumin. Descanso
9 a 17 h Diário
1 166
b
98
a
163
a
459
b
7,75
b
21,48
b
16,88
bc
2 195
a
95
a
184
ab
410
c
9,15
b
24,11
ab
21,36
a
3 196
a
128
a
138
b
499
a
12,43
a
27,13
a
18,11
b
4 173
b
113
a
189
ab
395
d
9,05
b
23,59
b
14,98
c
a, b, c, d: médias nas mesmas colunas seguidas de letras distintas diferem pelo teste de Tukey
(P<0,05).
Aparentemente, essas diferenças podem estar relacionadas com o potencial
produtivo, pois os animais com maior produção leiteira consumiram mais, ingeriram
por mais tempo, porém descansaram menos que àqueles com menor produção de
leite. O consumo parcial (entre 9 h e 17 horas) foi positivamente relacionado com o
tempo de ingestão (r=0,54, P<0,033) e inversamente relacionado com o tempo de
descanso (r=-0,68, P<0,004). Diversos trabalhos mostram diferenças expressivas
entre vacas leiteiras para as características do comportamento ingestivo
(DESWYSEN et al., 1993; SALLA, 1999; SALLA et al., 2000; COSTA, 2000). Entre
as causas sugeridas pelos autores, encontra-se o potencial produtivo, o peso
corporal, além das características intrínsecas dos animais.
61
4. CONCLUSÕES
As diferentes fontes de gordura não influenciaram as atividades do
comportamento ingestivo e consumo de alimentos.
Os animais apresentaram diferenças comportamentais entre si,
provavelmente relacionadas ao seu potencial produtivo.
62
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66
ARTIGO 3
COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS JERSEY EM LACTAÇÃO SOBRE
PASTAGENS DE MILHETO (P
ENNISETUM AMERICANUM
) E SORGO FORRAGEIRO
(S
ORGHUM SP
.)
67
RESUMO
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, julho de 2005.
Comportamento ingestivo de vacas Jersey em lactação sobre pastagens de milheto
(Pennisetum americanum) e sorgo forrageiro (Sorghum sp). Professor orientador:
Vivian Fischer
E
SSE EXPERIMENTO OBJETIVOU CARACTERIZAR E COMPARAR O COMPORTAMENTO
INGESTIVO DE VACAS
J
ERSEY EM LACTAÇÃO
,
MANTIDAS EXCLUSIVAMENTE EM PASTEJO EM
DUAS FORRAGEIRAS TROPICAIS ANUAIS
:
MILHETO
(P
ENNISETUM AMERICANUM
)
E SORGO
FORRAGEIRO
(S
ORGHUM SP
).
O
S ANIMAIS FORAM MANTIDOS EM SISTEMA ROTATIVO
,
COM
LOTAÇÃO VARIÁVEL
,
SOB UMA OFERTA DE
6
8
KG DE MATÉRIA SECA DE LÂMINA FOLIAR
/100
KG PESO VIVO
/
DIA
.
O
S ANIMAIS FORAM ALOCADOS AOS TRATAMENTOS CONFORME O
DELINEAMENTO EM BLOCOS COMPLETOS CASUALIZADOS EM PARCELAS SUBDIVIDIDAS
,
ONDE
AS PASTAGENS SE CONSTITUÍRAM NAS PARCELAS E OS PERÍODOS DE AVALIAÇÃO SE
CONSTITUÍRAM NAS SUBPARCELAS
.
O
COMPORTAMENTO INGESTIVO FOI AVALIADO DE FORMA
INDIVIDUAL E VISUALMENTE DURANTE
24
HORAS POR DIA
,
DOIS DIAS EM CADA PERÍODO
EXPERIMENTAL
,
ATRAVÉS DO REGISTRO DAS ATIVIDADES COMPORTAMENTAIS EM
INTERVALOS DE
10
MINUTOS
.
F
ORAM CONSIDERADOS OS TEMPOS GASTOS PASTANDO
,
RUMINANDO
,
DESCANSANDO
,
MERO TOTAL DE BOCADOS E TAXA DE BOCADOS
.
A
ESPÉCIE
FORRAGEIRA NÃO AFETOU AS CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO INGESTIVO
,
PROVAVELMENTE PELA SEMELHANÇA QUANTO À MASSA DE FORRAGEM
,
QUANTIDADE E
PROPORÇÃO DE LÂMINA FOLIAR E COMPOSIÇÃO QUÍMICA
.
H
OUVE ACRÉSCIMO DO TEMPO DE
PASTEJO E REDUÇÃO DO TEMPO DE DESCANSO ENTRE O PRIMEIRO E O SEGUNDO PERÍODOS
DE AVALIAÇÃO
,
PROVAVELMENTE RELACIONADO ÀS MUDANÇAS NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
,
SOBRETUDO O AUMENTO NO TEOR DE
FDN.
O
TEMPO CURTO DE AVALIAÇÃO E A
SEMELHANÇA DAS FORRAGEIRAS TROPICAIS NÃO PERMITIRAM DETECTAR DIFERENÇAS
EXPRESSIVAS NO COMPORTAMENTO DOS ANIMAIS
.
68
ABSTRACT
MORENO, Claiton Baes. Universidade Federal de Pelotas, july, 2005. Ingestive
behavior of lactating Jersey cows grazing Pear Millet (Pennisetum americanum) and
Sorghum (Sorghum sp). Adviser: Vivian Fischer
T
HIS TRIAL AIMED TO CHARACTERIZE AND COMPARE THE INGESTIVE BEHAVIOR OF LACTATING
J
ERSEY COWS GRAZING TWO TROPICAL ANNUAL FORAGES
:
PEARL MILLET AND SORGHUM
.
C
OWS WERE KEPT UNDER ROTATIONAL GRAZING AND VARIABLE STOCKING RATE
,
AND THEY
WERE OFFERED BETWEEN
6
8
KG
DM
OF LEAF BLADE
/100
KG
BW/
DAY
.
A
NIMALS WERE
ALLOCATED TO THE TREATMENTS ACCORDING A COMPLETE RANDOMIZED SPLIT SPLOT
DESIGN
,
WERE PASTURES CONSTITUTE THE PARCELS AND MEASUREMENT PERIODS WERE
THE SUB PARCELS
.
I
NGESTIVE BEHAVIOR WAS EVALUATED THROUGH VISUAL OBSERVATION
OF EACH ANIMAL
,
FOR
24
HOURS PER DAY
,
TWO DAYS PER MEASUREMENT PERIOD AND
ACTIVITIES FROM THE INGESTIVE REPERTOIRE WERE REGISTERED AT
10-
MINUTE INTERVAL
.
B
EHAVIORAL ACTIVITIES CONSIDERED WERE TIME SPENT GRAZING
,
RUMINATING AND IDLING
,
BESIDES THE TOTAL NUMBER OF PREHENSION BITES AND MEAN BITING RATE
.
F
ORAGE
SPECIES DID NOT AFFECT TIME SPENT IN ANY ACTIVITY
,
PROBABLY DUE TO LIKENESS OF
HERBAGE MASS
,
LEAF BLADE AMOUNT AND PROPORTION AND CHEMICAL COMPOSITION
.
H
OWEVER
,
FROM THE FIRST TO THE SECOND MEASUREMENT PERIOD
,
GRAZING TIME
INCREASED AND IDLING TIME DECREASED PROBABLY DUE TO INCREASED
NDF
CONTENT OF
PASTURES
.
T
HE SHORT PERIOD OF EVALUATION AND LIKENESS OF MOST CHARACTERISTICS
BETWEEN THESE TROPICAL PASTURES PRECLUDES SIGNIFICANT DIFFERENCES DETECTION
FOR INGESTIVE BEHAVIOR ATTRIBUTES
.
69
1. INTRODUÇÃO
A produção de leite no Brasil passa por uma grande transformação em virtude
da nova realidade econômica mundial, com a adoção de modernas tecnologias que
visam o crescimento da produtividade (VILELA et al., 1998). Os avanços
tecnológicos dos sistemas leiteiros não se traduzem, muitas vezes, em aumento
e/ou melhoria da produção de leite, devido à deficiência nutricional dos animais. Este
déficit nutricional é, em parte, causado pela deficiência na disponibilidade e na
qualidade das forragens utilizadas na alimentação de bovinos de média e alta
produção de leite, além de erros no manejo de pastagens e forragens conservadas.
Qualquer atividade do setor agrícola, para se manter competitiva na atualidade, deve
ser avaliada continuamente sob o âmbito econômico. Os custos de produção da
atividade, a receita obtida e a rentabilidade do capital investido são fatores
importantes para o sucesso de qualquer sistema de produção. Sabe-se que a
intensificação dos sistemas de produção baseados no uso de pastagens e a adoção
de novas tecnologias, podem contribuir para aumentar a disponibilidade do produto
final (leite) e a conseqüente queda nos custos de produção (MATOS, 1996).
Para fornecer forragem de alto valor nutritivo ao rebanho bovino durante o
inverno, que o campo nativo apresenta baixa produção e qualidade de forragem
neste período, é comum a utilização de pastagens cultivadas de estação fria (ROSO
et al. 2000; ROSO & RESTLE, 2000). Por outro lado, no período de verão, a base da
alimentação é o campo nativo que apresenta baixa qualidade de forragem (ALVES
FILHO, 1995), sendo insuficiente para manter as exigências nutricionais das
categorias mais exigentes (NRC, 1996), o que limita o desempenho dos animais.
Segundo VAZ (1998), o campo nativo apresentou, durante o verão, digestibilidade in
70
vitro da MO de 39% e PB de 7,1%, com disponibilidade de 2128 kg de MS/ha. Nesse
aspecto, a implantação de pastagens cultivadas de verão constitui-se em excelente
alternativa para fornecer forragem de melhor qualidade (RESTLE et al., 1996;
MUEHLMANN et al., 1997), visando maximizar o potencial produtivo dos animais,
obtendo-se, assim, maior eficiência na pecuária leiteira.
As pastagens de gramíneas de clima tropical surgem como alternativa na
alimentação desses animais, apesar de seu valor nutricional mais restrito, quando
comparadas com as pastagens de leguminosas ou gramíneas de clima temperado.
O milheto (Pennisetum americanum) é uma forrageira de ciclo anual que vem
ocupando espaço na alimentação de gado de corte, seja em pastejo ou sob a forma
de grãos como fonte alternativa de energia, constituindo-se um importante cereal na
Índia, África, Arábia e Paquistão (FANCHER et al., 1987; LANDRY & DELHAYE,
1995). Essa gramínea anual de estação quente tem função assegurada em sistemas
de pastejo que visem alta produtividade de forragem e animal por área. Além da
grande adaptação às condições climáticas da região sul do Brasil, esta espécie é
capaz de produzir grande quantidade de forragem de alta qualidade em curto
espaço de tempo (CASTRO, 2002). A elevada produção de massa seca faz com que
se deva buscar um manejo adequado da pastagem, tanto sob pastejo contínuo
quanto rotativo, com uma carga animal capaz de consumir o crescimento da
forragem, evitando com isso o acúmulo de material velho na planta, além de
favorecer a emissão constante de novos afilhos por parte da planta (QUADROS et
al., 2003). Da mesma forma, o sorgo forrageiro (Sorghum sp) tem se destacado pela
resistência aos fatores ambientais adversos, pelas elevadas produções de massa
seca por área, bom padrão de fermentação e elevado valor nutritivo das silagens
produzidas. Por esses motivos, tem havido no Brasil um aumento das áreas
cultivadas com esta cultura, correspondendo a aproximadamente 10% a 12% da
área total cultivada (ZAGO, 1991). Segundo ZAGO (1999), em 1991/92, foram
plantados no Brasil, em torno de 55.000 ha de sorgo destinados à ensilagem.
A utilização de pastagens cultivadas, para ser lucrativa, deve ser otimizada
considerando-se a categoria animal em pastejo. Diferentes categorias animais
interferem na eficiência de utilização da pastagem de inverno (RESTLE et al., 1998)
e, ao incrementar consideravelmente a carga animal, com alta intensidade de
pastejo, o desafio é manter o máximo consumo pelos animais, assegurando
71
desempenho individual satisfatório. As pastagens podem ser manejadas para
ganhos de peso individuais moderados e maior carga animal (BERETTA & LOBATO,
1998; ROCHA et al., 2003) ou buscando-se maior desempenho individual (FRIZZO
et al., 2003).
A produção de leite nestas pastagens pode ser relacionada com o
comportamento ingestivo. PENNING et al. (1993) verificaram que a atividade de
pastejo aumenta com o decréscimo da disponibilidade de forragem das pastagens e
esta modificação foi verificada através da média do tempo de pastejo e taxa de
bocados. Segundo VAN SOEST (1994), o tempo de ruminação é influenciado pela
natureza da dieta e parece ser proporcional ao teor de parede celular dos
volumosos. Alimentos concentrados e fenos finamente triturados ou peletizados
reduzem o tempo de ruminação, enquanto volumosos com alto teor de parede
celular tendem a aumentar o tempo de ruminação. O aumento do consumo tende a
reduzir o tempo de ruminação por grama de alimento, fator provavelmente
responsável pelo aumento de tamanho das partículas fecais, quando os consumos
são elevados. O tempo de ruminação é altamente correlacionado (0,96) com o
consumo de FDN em bovinos (WELCH & HOOPER, 1988). ALBRIGHT (1993), em
experimento conduzido com vacas, relatou para três níveis de FDN nas dietas de 26,
30 e 34%, resposta quadrática com valores máximos estimados, respectivamente,
dos tempos despendidos em ruminação e total de mastigação de 344 e 558; 403 e
651; 414 e 674 minutos/dia.
O
S BOVINOS APRESENTAM UM PADRÃO DIURNO DE ALIMENTAÇÃO
,
TANTO EM PASTEJO
(FORBES,
1986)
COMO CONFINADOS
(RAY
&
ROUBICEK,
1971),
AINDA QUE O HORÁRIO
DE DISTRIBUIÇÃO DO ALIMENTO E A QUANTIDADE FORNECIDA POSSAM INFLUENCIAR O
MOMENTO DOS PICOS DE OCORRÊNCIA DA ATIVIDADE INGESTIVA
(CHASE
ET AL
.,
1976;
JASTER
&
MURPHY,
1983).
A
S ATIVIDADES INGESTIVAS SÃO CONCENTRADAS EM
PERÍODOS DISCRETOS
,
DISTRIBUÍDOS DE FORMA NÃO UNIFORME DURANTE O NICTÊMERO
.
E
M
GERAL
,
O NÚMERO E A DURAÇÃO DAS REFEIÇÕES SÃO MAIS VARIÁVEIS QUE OS PERÍODOS DE
RUMINAÇÃO
(DULPHY
&
FAVERDIN,
1987).
N
ESSE EXPERIMENTO
,
SE OBJETIVOU AVALIAR OS TEMPOS DE PASTEJO
,
RUMINAÇÃO
,
ÓCIO E TAXA DE BOCADO COMO PARÂMETROS DO COMPORTAMENTO INGESTIVO DE VACAS
J
ERSEY EM LACTAÇÃO EM RELAÇÃO ÀS DUAS ESPÉCIES DE PASTAGENS TROPICAIS
.
72
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido no Centro Agropecuário da Palma,
pertencente à Universidade Federal de Pelotas, no município do Capão do Leão,
localizado na região sudeste do Rio Grande do Sul, a 31° 52’ 24” de latitude sul e
52° 21’ 24” de longitude oeste, na região denominad a de Encosta do Sudeste.
O município apresenta clima temperado com chuvas bem distribuídas, e
verões amenos, onde a temperatura média anual é de 17,4°C, com amplitude
térmica anual de 10,6°C e a umidade relativa média do ar é de 80%. O clima da
região é classificado como mesotermal úmido, caracterizado pela deficiência de
chuva no verão (dezembro a março) e excesso de chuva no inverno (junho a
setembro) e na primavera (setembro a dezembro). No outono um equilíbrio entre
as chuvas e a evapotranspiração (Embrapa/CPACT, 2002).
O período experimental ocorreu entre os dias 15 de janeiro a 13 de fevereiro
de 2004, totalizando dois períodos de 14 dias cada. A estiagem ocorrida durante o
experimento determinou o tempo de avaliação das pastagens, o qual foi de 28 dias.
Na TABELA 1, encontram-se os valores de precipitação e temperaturas mínima e
máxima do período.
A temperatura média do mês de janeiro manteve-se, a princípio, dentro de
limites normais para a época. Mas começou a chover somente a partir do dia 18 de
janeiro (37,6 mm), quando havia iniciado o primeiro período experimental. Até
73
então, as condições climáticas não favoreceram a implantação e desenvolvimento
inicial da pastagem.
TABELA 1 Valores das variáveis climáticas relativas aos meses de janeiro e
fevereiro de 2004: temperaturas mínima, xima e média (ºC),
umidade relativa do ar (%) e precipitação pluviométrica (mm)
A
TRIBUTOS
JANEIRO
FEVEREIR
O
T
EMPERATURA MÍNIMA
19,4 18,3
T
EMPERATURA MÁXIMA
27,8 28,1
T
EMPERATURA MÉDIA
23,0 22,5
U
MIDADE DO AR
82,8 77,2
P
RECIP
.
PLUVIOMÉTRICA
67,2 71,0
Fonte: Embrapa – Estação Agroclimatológica
Os tratamentos foram:
1) pastagem de milheto (Pennisetum americanum) e
2) pastagem de sorgo (Sorghum sp), ambos sob pastejo de vacas em
lactação.
O sistema de pastejo foi rotativo com lotação variável, e as vacas foram
alocadas em pastagens de milheto e sorgo forrageiro em parcelas de 0,3 ha durante
três dias. As vacas foram submetidas à oferta de pasto de 7 a 8 kg MS de lâmina
foliar/100 kg peso vivo/dia. A área experimental possuiu 3,6 ha de milheto e 3,6 ha
de sorgo, divididas em 2 repetições por tratamento, com 6 parcelas cada.
Foram avaliadas 12 vacas Jersey, multíparas, com produção inicial de leite de
6,5 kg de leite/dia, 340 kg de peso vivo, com aproximadamente 150 dias de lactação.
Avaliação do comportamento ingestivo
Durante dois dias por período experimental, foram avaliadas as atividades do
comportamento ingestivo como os tempos gastos em pastejo, ruminação, ócio, além
da taxa de bocado e da taxa de bocados totais, durante as 24 horas do dia. Os
74
animais foram avaliados visualmente e o registro das atividades ingestivas foi
realizado de forma individual, em intervalos de 10 minutos (JAMIESON E
HODGSON, 1979). Os animais foram identificados com fitas coloridas colocadas nos
seus pescoços. Os tempos gastos nas diversas atividades comportamentais
ingestivas foram calculados pelo produto do número de registros efetuados a cada
dia, multiplicado por 10, fornecendo o resultado em minutos por dia para cada
atividade.
A
)
T
EMPO DE PASTEJO
O
TEMPO DE PASTEJO FOI CONSIDERADO COMO O PERÍODO NO QUAL OCORRE A
PRÁTICA DE APREENSÃO DA FORRAGEM PELO ANIMAL
,
COM INTERVALO DE OBSERVAÇÕES DE
DEZ MINUTOS
.
B
)
T
EMPO DE RUMINAÇÃO
O
TEMPO DE RUMINAÇÃO FOI IDENTIFICADO ATRAVÉS DA CESSAÇÃO DO PASTEJO E A
REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DE REGURGITAÇÃO
,
MASTIGAÇÃO E NOVA DEGLUTIÇÃO
.
C
)
T
EMPO DE ÓCIO
O
TEMPO DE ÓCIO FOI DETERMINADO QUANDO O ANIMAL NÃO PRATICAVA NENHUMA
ATIVIDADE MASTIGATÓRIA
,
MANTENDO
-
SE EM DESCANSO
(FORBES,
1988).
D
)
T
AXA E NÚMERO DE BOCADOS DIÁRIOS
C
OM O AUXÍLIO DE UM CRONÔMETRO
,
FOI ANOTADO O TEMPO GASTO PELOS ANIMAIS
PARA REALIZAREM
20
BOCADOS CONSECUTIVOS
(FORBES
E
HODGSON,
1985).
D
IVIDINDO
-
SE O TEMPO GASTO POR CADA BOCADO
,
CONVERTEU
-
SE ESTA MEDIDA EM
NÚMERO DE BOCADOS POR MINUTOS
,
DEFINIDA COMO A TAXA DE BOCADO
.
O
NÚMERO DE
BOCADOS DIÁRIOS FOI OBTIDO ATRAVÉS DA MULTIPLICAÇÃO DA MÉDIA DOS BOCADOS POR
MINUTO PELO TEMPO DE PASTEJO DE CADA CATEGORIA
.
Avaliação da pastagem
A
)
A
LTURA DA MASSA VERDE DE FORRAGEM
A
ALTURA DA MASSA VERDE DE FORRAGEM FOI MEDIDA COM AUXÍLIO DE UM BASTÃO
GRADUADO
-
INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO
/
SWARD STICK
(GARDNER,
1986),
QUE
DETERMINA A ALTURA QUANDO FOR TOCADO NAS PLANTAS
.
B
)
A
VALIAÇÃO DA MASSA DE FORRAGEM
:
T
ÉCNICA DA
D
UPLA
A
MOSTRAGEM
E
STIMATIVA VISUAL E QUADRADO
75
E
STE MÉTODO CONSISTE EM CORTES DA PASTAGEM DELIMITADOS POR UM QUADRADO
COM
0,5
METRO DE LADO
,
CORRESPONDENDO A UMA ÁREA DE
0,25
M
2
.
A
FORRAGEM FOI
CORTADA RENTE AO SOLO
,
SENDO POSTERIORMENTE PESADA
(
MATÉRIA VERDE
)
E O VALOR
ENCONTRADO FOI MULTIPLICADO PELO TEOR DE
MS
DA FORRAGEM E TRANSFORMADO EM KG
DE
MS/
HA
(GARDNER,
1986).
O
S CORTES FORAM DETERMINADOS POR TRANSECTAS
IMAGINÁRIAS TRAÇADAS NA ÁREA
.
F
ORAM REALIZADOS CINCO CORTES E
20
ESTIMATIVAS
VISUAIS POR HA
,
NO INÍCIO DE CADA PERÍODO E A CADA SEMANA FOI REALIZADO O
MONITORAMENTO VISUAL DA ESTIMATIVA DE FORRAGEM PARA ADEQUAÇÃO DA OFERTA DE
FORRAGEM
.
C
)
P
ORCENTAGEM DE
MS
A
PORCENTAGEM DE
MS
FOI OBTIDA ATRAVÉS DA COLETA DE UMA AMOSTRA
HOMOGÊNEA DA PASTAGEM
,
OBTENDO
-
SE O PESO DA MASSA VERDE
.
E
SSE MATERIAL FOI
COLOCADO EM ESTUFA DE AR FORÇADO COM
60
º
C
DURANTE
72
HORAS
,
OBTENDO
-
SE O
PESO DE
MS
DA PASTAGEM
.
A
TRAVÉS DA DIFERENÇA ENTRE ESTES DOIS VALORES FOI
CALCULADO O TEOR DE
MS.
D
)
T
AXA DIÁRIA DE ACÚMULO DE
MS
A
ESTIMATIVA DA TAXA DE ACUMULAÇÃO DIÁRIA DE
MS
FOI REALIZADA ATRAVÉS DE
TRÊS CORTES DA FORRAGEM NA SAÍDA E OUTRAS TRÊS ANTERIORMENTE À ENTRADA DOS
ANIMAIS NAS PARCELAS
.
D
EPOIS DE CORTADAS
,
AS AMOSTRAS DE FORRAGEM DA PARCELA
FORAM SECAS E PESADAS
.
E
)
O
FERTA DE FORRAGEM TOTAL
A
OFERTA DE FORRAGEM TOTAL FOI DETERMINADA ATRAVÉS DA DIVISÃO DA MASSA DE
FORRAGEM SECA EXISTENTE NA ENTRADA DOS ANIMAIS PELA CARGA ANIMAL NO PERÍODO DE
UTILIZAÇÃO E FOI EXPRESSA EM KG DE
MS
/
100
KG DE PESO VIVO
/
DIA
.
F
)
P
RODUÇÃO DE
MS
A
PRODUÇÃO TOTAL DE
MS
FOI CALCULADA PELO SOMATÓRIO DAS PRODUÇÕES DOS
PERÍODOS
(
TAXA DE ACUMULAÇÃO DIÁRIA X NÚMERO DE DIAS DO PERÍODO
)
MAIS O RESÍDUO
DO INÍCIO DO PASTEJO
.
G
)
D
ETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO DE MATERIAL VERDE
F
ORAM COLETADAS
40
AMOSTRAS HOMOGÊNEAS DA PASTAGEM PARA A SEPARAÇÃO
MANUAL DE MINA FOLIAR VERDE
,
COLMO E MATERIAL SECO
.
P
OSTERIORMENTE ESTES
COMPONENTES FORAM SECOS EM ESTUFA E
,
ATRAVÉS DO SEU PESO SECO
,
FOI CALCULADA A
SUA PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL
.
H
)
P
REPARO DAS AMOSTRAS PARA AS ANÁLISES BROMATOLÓGICAS
76
A
S AMOSTRAS DO RESÍDUO
,
LÂMINA FOLIAR
,
COLMO E PERDAS FORAM SECAS EM
ESTUFA COM AR FORÇADO A
60
º
C
ATÉ PESO CONSTANTE
.
P
OSTERIORMENTE
,
FORAM
MOÍDAS EM MOINHO DO TIPO
W
ILEY
,
COM PENEIRA DE MALHA DE
1
MILÍMETRO
,
EMBALADAS E
GUARDADAS EM RECIPIENTES PLÁSTICOS DEVIDAMENTE IDENTIFICADOS PARA AS
POSTERIORES ANÁLISES BROMATOLÓGICAS DE TEOR DE
MS,
CINZAS
,
PB,
FDN
E
FDA.
A
S
AMOSTRAS DE PASTAGEM COLETADAS MANUALMENTE SIMULANDO O PASTEJO
,
FORAM
ANALISADAS QUANTO À SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DIGESTIBILIDADE IN VITRO
(TILLEY
E
TERRY,
1963),
NO LABORATÓRIO DA
E
MBRAPA
,
CPP
SUL
,
B
AGÉ
,
RS.
A
VALIAÇÃO DOS ANIMAIS EXPERIMENTAIS
A
)
P
ESAGEM DOS ANIMAIS
O
S ANIMAIS FORAM PESADOS NO INÍCIO DE CADA PERÍODO EXPERIMENTAL
,
SENDO
ASSIM
,
AJUSTADA A CARGA ANIMAL CONFORME A DISPONIBILIDADE DE FORRAGEM VERDE DA
PASTAGEM
.
B
)
A
VALIAÇÃO DO
ECC
A
AVALIAÇÃO DO
ECC
DOS ANIMAIS SEGUNDO UMA ESCALA DE CINCO PONTOS
(
ONDE
1
EQUIVALE A MUITO MAGRA E
5
EQUIVALE À GORDA
)
FOI REALIZADA JUNTAMENTE COM A
PESAGEM DOS ANIMAIS PARA A VERIFICAÇÃO DO ESTADO CORPORAL A CADA PERÍODO
.
A
VALIAÇÃO QUANTITATIVA DO LEITE
A
PRODUÇÃO DE LEITE DIÁRIA FOI MEDIDA INDIVIDUALMENTE ATRAVÉS DE DUAS
COLETAS DIÁRIAS
,
ÀS
5:30
E ÀS
16:00
HORAS
,
DURANTE DOIS DIAS POR PERÍODO
EXPERIMENTAL
.
O
LEITE COLETADO EM TARROS FOI PESADO
,
FORNECENDO O RESULTADO
EM KG DE LEITE
/
VACA
/
DIA
.
Delineamento experimental
O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualisados em
parcelas subdivididas, onde o tipo de forrageira foi alocado nas parcelas e os
períodos de tempo corresponderam as subparcelas. As variáveis dependentes foram
analisadas pela análise de variância, usando o procedimento GLM do SAS (1989),
segundo o modelo matemático:
Y
ijkl
= u + B
i
+ T
j
+ BT
ij
+ P
k
+ TP
jk
+ E
ijkl
;
Onde u = média geral do experimento;
77
B
i
= efeito de blocos (n=3);
T
j
= efeito de tratamentos (n=2);
BT
ij
= efeito da interação entre bloco e tratamento (erro tipo a);
P
k
= efeito dos períodos experimentais (n=2);
TP
jk
= efeito da interação entre tratamento e período de tempo;
E
ijkl
= erro experimental
78
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não houve diferenças quanto o tempo de pastejo entre as pastagens (P>0,05)
ou entre os períodos (P>0,05) (TABELA 2). Provavelmente isto ocorreu devido à
semelhança das pastagens em termos de sua estrutura e composição química. O
tempo médio de pastejo foi de 431 ± 35 minutos. Esses valores são superiores aos
encontrados para as pastagens de alfafa e Coast-cross, que foi de 360 minutos
(PIRES, 1997). Com vacas mestiças (holandês X zebu) em pastagem de capim
elefante (Pennisetum purpureum), o tempo médio de pastejo foi de 504 minutos
(WERNECK et al., 2000), superiores ao encontrado neste experimento. Essas
diferenças podem também ter sofrido influência da estrutura da pastagem e
disponibilidade de lâmina foliar existente nas duas pastagens (TABELA 4). Todavia,
houve um acréscimo no tempo de pastejo entre o primeiro e o segundo período, de
417 para 445 minutos (P = 0,0677), possivelmente relacionado com o aumento do
teor de FDN e diminuição da PB observados (TABELA 5).
Não houve diferença significativa em relação ao tempo de ruminação e de
ócio entre as pastagens. Somente houve diferença quanto ao tempo de ócio para as
duas forrageiras entre os períodos, com o decréscimo do primeiro para o segundo,
de 273 para 228 minutos (P = 0,0082). O tempo de ócio esta diretamente
influenciado pelas atividades produtivas, pastejo e ruminação. Portanto, o aumento
do tempo de pastejo observado fez com que o tempo de ócio, conseqüentemente,
reduzisse.
79
O número de bocados totais e a taxa média de bocados não diferiram entre
tratamentos e períodos. MONTAGNER (2004) encontrou taxas de bocados
semelhantes para novilhas de corte em pastejo contínuo de milheto. A taxa de
bocados foi maior para o sorgo (42 vs 39 P<0,05) comparado ao milheto,
provavelmente por seu menor teor de fibra, o que pode ter facilitado a apreensão.
TABELA 2: Valores médios (minutos) dos tempos de pastejo, ruminação e ócio, taxa
de bocados e número de bocados das vacas sobre pastagem de milheto
ou sorgo
Tratamento Atividade Animais
1º período 2º período
Pastejo 444
a
450
a
Ruminação 456
a
504
a
Ócio 258
a
204
b
Tx bocado 43
a
41
a
Sorgo
Nº bocados totais 19236
a
18889
a
Pastejo 390
a
432
a
Ruminação 480
a
474
a
Ócio 288
a
252
b
Tx bocado 43
a
35
a
Milheto
Nº bocados totais 17491
a
20095
b
A
,
B
M
ÉDIAS NA LINHA
,
SEGUIDAS DE LETRAS DIFERENTES DIFEREM PELO TESTE
T
UKEY
(
ALPHA
=0,05)
PIRES
ET AL
.
(1999),
TRABALHANDO COM VACAS HOLANDESAS
,
ENCONTRARAM
TEMPOS MÉDIOS DE ALIMENTAÇÃO DE
312
E
264
MINUTOS POR DIA
,
RESPECTIVAMENTE
,
PARA O VERÃO E INVERNO E TEMPOS MÉDIOS DE
438
E
474
MINUTOS
,
GASTOS COM
RUMINAÇÃO
,
PARA O VERÃO E INVERNO
,
RESPECTIVAMENTE
.
E
STES RESULTADOS
DEMONSTRAM QUE OS ANIMAIS AJUSTAM A INGESTÃO DE ALIMENTOS
,
EM FUNÇÃO DAS
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
.
O
TEMPO MÉDIO DE ALIMENTAÇÃO ENCONTRADO POR ESSES
AUTORES
,
PARA ÉPOCA DE VERÃO
,
FOI INFERIOR AO ENCONTRADO NO PRESENTE ESTUDO
.
E
NTRETANTO
,
O TEMPO DE RUMINAÇÃO FOI SUPERIOR AOS ENCONTRADOS POR ESSES
AUTORES
.
Na TABELA 3, encontra-se o ECC, produção média e a composição do leite
das vacas, durante os dois períodos experimentais.
80
TABELA 3 Valores do ECC, produção de leite (kg/dia), porcentagens de gordura,
extrato seco total (EST), extrato seco desengordurado (ESD), proteína
e lactose, e contagem de células somáticas (CCS)
P
ERÍODO
S
ECC
LEIT
E
G
ORDU
RA
EST ESD
P
ROTEÍN
A
L
ACTOS
E
CCS
1 3,2 8,93
4,30 12,85 8,54 3,33 4,42 260.700
2 3,2 9,76
3,73 12,85 9,12 3,46 4,46 384.670
A produção média diária de leite foi de 9,4 kg/vaca, não ocorrendo diferença
significativa entre os tratamentos. Pode-se observar que as produções de leite foram
baixas, mas condizentes com o número de dias em lactação. O tempo de condução
do experimento foi relativamente curto para permitir maiores inferências do efeito da
pastagem sobre o desempenho dos animais. A carga animal dia utilizada foi de
2014 e 1358 kg de peso vivo para o sorgo e milheto, respectivamente. A oferta
média de lâmina foliar foi de 7,4 kg de MS/100 kg de peso vivo. Nas TABELAS 4 e 5
são apresentados os valores de disponibilidade e composição da pastagem durante
o período experimental.
TABELA 4 – Valores médios da disponibilidade de forragem (kg de MS/ha) e altura
média (centímetros), disponibilidade média (kg de MS/ha) e
comprimento (centímetros) de lâmina e percentual de lâmina foliar
para as duas pastagens
A pastagem utilizada no presente experimento não apresentou um bom
desenvolvimento, limitando o consumo dos animais. Foi obtida uma massa média
inicial de forragem, para cada parcela, de 1754 e 1622 kg de MS/ha para a
A
TRIBUTOS
S
ORGO
M
ILHETO
D
ISPONIBIL
.
I
NICIAL DE FORRAGEM
1754 1622
A
LTURA
35,75 48
D
ISPONIBIL
.
MÉDIA DA LÂMINA
311,5 263
C
OMPRIMENTO DA LÂMINA
8,4 6,7
%
LÂMINA FOLIAR
27 23
81
pastagem de sorgo e milheto, respectivamente, no momento da entrada dos
animais. Segundo POPPI et al. (1987), valores de quantidade de forragem abaixo de
1800-2000 kg MS/ha podem limitar o consumo devido à ocorrência de fatores não
nutricionais, relativos à estrutura e qualidade da forragem. A quantidade de forragem
encontrada ao início do presente trabalho pode ser considerada satisfatória mas não
permitiu aos animais exercer uma seletividade no decorrer do tempo e do pastejo. O
limite mínimo para disponibilidade de forragem é de 2000 kg de MS/ha para o sorgo
e milheto (MORAES & MARASCHIN, 1988).
Verificou-se que os teores de proteína bruta da forragem disponível (TABELA
5) foram distintos para as pastagens de sorgo e milheto, apresentando na média do
período experimental valores de 9,2
e 12,76%, respectivamente, para sorgo e
milheto. Os baixos valores obtidos nas duas culturas devem-se, provavelmente, a
baixa percentagem de mina foliar. Os valores de PB e da digestibilidade in vitro da
MS, obtidos nas diferentes pastagens, decresceram com o passar dos períodos de
pastejo, concordando com a afirmação de MCCARTER & ROUQUETTE Jr. (1977) e
BLASER (1964), de que as espécies forrageiras perdem qualidade nutricional com o
avanço no ciclo produtivo, devido ao acúmulo de material estrutural.
TABELA 5 Composição média em base seca de amostras de milheto e sorgo
durante os dois períodos experimentais: % MS, MM, MO, FDN e PB,
digestibilidade in vitro da MS (DIVMS) e digestibilidade in vitro da
MO (DIVMO)
MS MM MO FDN PB DIVMS
DIVMO
M
ILHET
O
1
º
PERÍODO
89,90 13,14
86,86
59,68 12,85
63,99 64,28
2
º
PERÍODO
91,04 8,53 91,47
71,80 12,60
58,91 58,13
MÉDIAS
90,47 10,84
89,17
65,74 12,76
61,45 61,21
S
ORGO
1
º
PERÍODO
90,79 7,04 92,96
85,85 9,56 71,
64 70,77
2
º
PERÍODO
91,43 6,25 93,75
77,55 8,84
71,15 70,59
MÉDIAS
91,11 6,65 93,36
81,7 9,2 71,4 70,68
82
O
TEMPO MÉDIO DE RUMINAÇÃO ENCONTRADO NO PRESENTE EXPERIMENTO FOI DE
8
HORAS
,
PARA AS DUAS PASTAGENS
,
QUE OBTIVERAM VALORES DE
65,74
E
81,7%
PARA
TEOR DE
FDN,
RESPECTIVAMENTE
,
PARA MILHETO E SORGO
.
P
ORTANTO
,
MENOR QUE AS
9,3
HORAS ENCONTRADAS POR
BEAUCHEMIN
&
BUCHANAN-SMITH
(1989),
PARA TEOR DE
FDN
SEMELHANTE NA DIETA
.
E
NTRETANTO
,
ESSES AUTORES TRABALHARAM COM SILAGEM
DE ALFAFA E FENO COMO VOLUMOSOS
,
SUGERINDO QUE
,
PROVAVELMENTE
,
NÃO APENAS O
TEOR DE
FDN
NAS DIETAS ALTERA O TEMPO GASTO COM RUMINAÇÃO
,
COMO TAMBÉM A
QUALIDADE DA
FDN,
OU SEJA
,
SUA DEGRADABILIDADE RUMINAL
.
A
EFICIÊNCIA DA
RUMINAÇÃO É IMPORTANTE NO CONTROLE DA UTILIZAÇÃO DE ALIMENTOS DE BAIXA
DIGESTIBILIDADE
,
POIS O ANIMAL PODE RUMINAR MAIORES QUANTIDADES DE ALIMENTOS DE
BAIXA DIGESTIBILIDADE
,
DURANTE AS
8
OU
9
HORAS COMUNS DE RUMINAÇÃO
,
PROPORCIONANDO MAIOR CONSUMO DE ALIMENTOS E MELHOR DESEMPENHO PRODUTIVO
(WELCH,
1982).
83
4. CONCLUSÃO
A estrutura e a composição das pastagens de milheto e sorgo não
influenciaram o comportamento ingestivo de vacas Jersey em pastejo.
84
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os bovinos leiteiros quando em pastagem e em condições de alta pressão de
pastejo e/ou baixa disponibilidade de forragem, podem alterar drasticamente o
comportamento ingestivo, diminuindo a sua produção. O comportamento ingestivo
dos bovinos também é influenciado por temperaturas extremas, época do ano,
condições de manejo e pela suplementação dos animais, como verificado neste
trabalho.
A
INCLUSÃO LIMITADA DE FONTES GORDURA NA DIETA DE VACAS LEITEIRAS DA RAÇA
J
ERSEY
,
NO PERÍODO INICIAL DA LACTAÇÃO
,
PODE SER ADOTADA PARA AUMENTAR A
DENSIDADE ENERGÉTICA SEM
,
NO ENTANTO
,
ALTERAR O COMPORTAMENTO INGESTIVO E O
CONSUMO DOS ALIMENTOS
.
85
REFERÊNCIAS
ALBRIGHT,
J.L.
F
EEDING BEHAVIOR OF DAIRY CATTLE
.
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NAIS
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E
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UIZ DE
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UEIROZ
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APÊNDICE
90
APÊNDICE A
T
ABELA
1A
M
ÉDIA DO GANHO DE PESO DOS ANIMAIS
(
EM KG
),
DO
ECC
(
ESCALA DE
1
A
5),
DA ALTURA
(
EM CENTÍMETROS
)
E DA CARGA ANIMAL
/
HA
(
EM KG DE
PV)
TRATAMENTOS
ATRIBUTOS
CONTROLE
C/
CONCENTRADO
P
ESO
I
NICIAL
99
99
F
INAL
164,3
162,3
GPD 0,58
A
0,56
A
C
ONDIÇÃO
CORPORAL
INICIAL
1,67 1,83
FINAL
3 3
INCREMENTO
1,33
A
1,17
A
A
LTURA NA
CERNELHA
I
NICIAL
93 93,6
FINAL
105 107,6
INCREMENTO
12
A
14
A
C
ARGA
I
NICIAL
289 432
FINAL
331 508
91
T
ABELA
2A
M
ÉDIA DE GANHO DE PESO CONJUNTO DIÁRIO
(
EM KG
),
DA ALTURA
(
EM
CENTÍMETROS
),
DA CONDIÇÃO CORPORAL
(
ESCALA DE
1
A
5),
DA CARGA
(
KG
PV/
HA
)
E DA LOTAÇÃO ANIMAL DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
,
DO
TRATAMENTO CONTROLE
TRATAMENTO
CONTROLE
P
ERÍODOS
A
TRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
P
ESO INICIAL
297 328 387 440 363
P
ESO FINAL
328 387 440 493 412
GMD 1,107 2,107 1,893 1,893 1,75
A
LTURA INICIAL
93 98 100,6 103,6 98,8
A
LTURA FINAL
98 100,6 103,6 105 101,8
E
SC
.
C
ORP
.
INICIAL
1,67 2,33 2,67 3 2,42
E
SC
.
C
ORP
.
FINAL
2,33 2,67 3 3 2,75
C
ARGA
244 410 845 745 561
L
OTAÇÃO
(UA/
) 0,696 0,796 0,896 1,036 0,856
T
ABELA
3A
V
ALORES MÉDIOS DO GANHO DE PESO DIÁRIO INDIVIDUAL
(
EM GRAMAS
),
DURANTE OS
4
PERÍODOS
,
DOS ANIMAIS DO TRATAMENTO CONTROLE
ANIMAIS
GANHO
DE
PESO
DIÁRIO
1
º PERÍODO
2
º PERÍODO
3
º PERÍODO
4
º PERÍODO
127 286 696 821 536
129 357 625 786 679
134 464 750 286 679
MÉDIA 369 690,33 631 631
92
T
ABELA
4A
M
ÉDIA DE GANHO DE PESO CONJUNTO DIÁRIO
(
EM KG
),
DA ALTURA
(
EM
CENTÍMETROS
),
DA CONDIÇÃO CORPORAL
(
ESCALA DE
1
A
5),
DA CARGA
(
KG
PV/
HA
)
E DA LOTAÇÃO ANIMAL DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
,
DO
TRATAMENTO COM CONCENTRADO
TRATAMENTO
COM
CONCENTRADO
P
ERÍODOS
A
TRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
P
ESO INICIAL
297 312 386 447 360,5
P
ESO FINAL
312 386 447 487 408
GMD
0,536 2,643 2,179 1,429 1,697
A
LTURA INICIAL
93,67 96,33 98,33 103,33 97,92
A
LTURA FINAL
96,33 98,33 103,33 107,67 101,42
E
SC
.
C
ORP
.
INICIAL
1,83 1,83 2,83 3 2,37
E
SC
.
C
ORP
.
FINAL
1,83 2,83 3 3 2,67
C
ARGA
280 520 1077 864 685,25
L
OTAÇÃO
(UA/
HA
) 0,676 0,776 0,867 1,038 0,839
T
ABELA
5A
V
ALORES MÉDIOS DO GANHO DE PESO DIÁRIO INDIVIDUAL
(
EM GRAMAS
),
DURANTE OS
4
PERÍODOS
,
DOS ANIMAIS DO TRATAMENTO COM CONCENTRADO
ANIMAIS
GANHO
DE
PESO
DIÁRIO
1
º PERÍODO
2
º PERÍODO
3
º PERÍODO
4
º PERÍODO
128 286 821 821 464
130 357 964 786 607
132 -107 857 571 357
MÉDIA 178,67 880,67 726 476
93
T
ABELA
6A
T
EMPO DE INGESTÃO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
MINUTOS
)
E NÚMERO DE
PERÍODOS DE INGESTÃO
(NPI),
RUMINAÇÃO
(NPR)
E DESCANSO
(NPD)
DOS
ANIMAIS DO TRATAMENTO CONTROLE
,
ENTRE
7:00
E
18:30
HORAS
G
RÁFICO
1A
V
ALORES DO TEMPO DE INGESTÃO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
HORAS
)
ENTRE
7:00
E
18:30
HORAS
,
DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
Comportamento-Controle
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4
Períodos de Avaliação
Tempo (h)
tempo ing tempo rum tempo desc
TRATAMENTO
CONTROLE
P
ERÍODOS
A
TRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
T
EMPO INGESTÃO
353,3 418,3 376,7 488,3 409,2
T
EMPO RUMINAÇÃO
173,3 131,6 123,3 78,3 126,6
T
EMPO DESCANSO
163,3 140 190 123,3 154,2
NPI 5,6 8,2 9,2 7,2 7,6
NPR 6,3 5,3 5,5 3,8 5,2
NPD
8,6 6,5 10,5 7 8,2
94
T
ABELA
7A
T
EMPO DE INGESTÃO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
MINUTOS
)
E NÚMERO DE
PERÍODOS DE INGESTÃO
(NPI),
RUMINAÇÃO
(NPR)
E DESCANSO
(NPD)
DOS
ANIMAIS DO TRATAMENTO COM CONCENTRADO
,
ENTRE
7:00
E
18:30
HORAS
G
RÁFICO
2A
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ALORES DO TEMPO DE INGESTÃO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
HORAS
)
ENTRE
7:00
E
18:30
HORAS
,
DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
Comportamento-Suplementado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Períodos de Avaliação
Tempo (h)
Tempo ing Tempo rum Tempo desc
TRATAMENTO
COM
CONCENTRADO
P
ERÍODOS
A
TRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
T
EMPO INGESTÃO
270 330 366,7 403,3 342,5
T
EMPO RUMINAÇÃO
150 143,3 116,7 121,7 132,9
T
EMPO DESCANSO
270 200 205 165 210
NPI 8 9,2 10,2 6,5 8,5
NPR 5,6 6 5,3 4,7 5,4
NPD 12,3 10,6 11 7,3 10,3
95
T
ABELA
8A
M
ÉDIA DO TEMPO DE INGESTÃO
,
RUMINAÇÃO E DESCANSO
(
MINUTOS
)
E DO
NÚMERO DE PERÍODOS DE INGESTÃO
(NPI),
DE RUMINAÇÃO
(NPR)
E DE
DESCANSO
(NPD)
DOS ANIMAIS DOS
2
TRATAMENTOS
,
DURANTE O PERÍODO
DE
7:00
E
18:30
HORAS
A
TRIBUTOS
C
ONTROLE
C/
C
ONCENTRADO
T
EMPO INGESTÃO
409,2 342,5
T
EMPO RUMINAÇÃO
126,6 132,9
T
EMPO DESCANSO
154,2 210
NPI 7,6 8,5
NPR 5,2 5,4
NPD 8,2 10,3
96
T
ABELA
9A
V
ALORES INDIVIDUAIS DE PESO
(
KG
),
ALTURA
(
CENTÍMETROS
)
E
ECC
(
ESCALA
DE
1
A
5)
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
A
NIMAL
P
ESO
I
NICIAL
P
ESO
F
INAL
A
LTURA
I
NICIAL
A
LTURA
F
INAL
ECC
I
NICIAL
ECC.
F
INAL
1 C
ONTROLE
127 105 113 94,5 97,5 1,5 2,5
1 C
ONTROLE
129 111 121 96 102 2 2,5
1 C
ONTROLE
134 81 94 88,5 94,5 1,5 2
M
ÉDIAS
99 109,3 93 98 1,6 2,3
2 C
ONTROLE
127 113 133 97,5 101,5 2,5 2,5
2 C
ONTROLE
129 121 139 102 103 2,5 2,5
2 C
ONTROLE
134 94 115 94,5 97,5 2 3
M
ÉDIAS
109,3 129 98 100,6 2,3 2,6
3 C
ONTROLE
127 133 156 101,5 105 2,5 3
3 C
ONTROLE
129 139 161 103 106 2,5 3,5
3 C
ONTROLE
134 115 123 97,5 100 3 2,5
M
ÉDIAS
129 146,6 100,6 103,6 2,6 3
4 C
ONTROLE
127 156 171 105 105 3 3
4 C
ONTROLE
129 161 180 106 107 3,5 3,5
4 C
ONTROLE
134 123 142 100 103 2,5 2,5
M
ÉDIAS
146,6 164,3 103,6 105 3 3
M.
GERAL
120,9 137,3 98,8 101,8 2,38 2,73
97
T
ABELA
10A
V
ALORES INDIVIDUAIS DE PESO
(
KG
),
ALTURA
(
CENTÍMETROS
)
E
ECC
(
ESCALA DE
1
A
5)
P
ERÍODO
T
RARATO
.
A
NIMAL
P
ESO
I
NICIAL
P
ESO
F
INAL
A
LTURA
I
NICIAL
A
LTURA
F
INAL
ECC
I
NICIAL
ECC.
F
INAL
1 C/
C
ONC
.
128 114 122 100 102 1,5 2
1 C/
C
ONC
.
130 107 117 94 98,5 2 2
1 C/
C
ONC
.
132 76 73 87 88,5 2 1,5
M
ÉDIAS
99 104 93,6 96,3 1,83 1,83
2 C/
C
ONC
.
128 122 145 102 102 2 3
2 C/
C
ONC
.
130 117 144 98,5 98,5 2 3
2 C/
C
ONC
.
132 73 97 88,5 94,5 1,5 2,5
M
ÉDIAS
104 128,6 96,3 98,3 1,83 2,83
3 C/
C
ONC
.
128 145 168 102 107 3 3
3 C/
C
ONC
.
130 144 166 98,5 107 3 3,5
3 C/
C
ONC
.
132 97 113 94,5 96 2,5 2,5
M
ÉDIAS
128,6 149 98,3 103,3 2,83 3
4 C/
C
ONC
.
128 168 181 107 111 3 3
4 C/
C
ONC
.
130 166 183 107 110 3,5 3,5
4 C/
C
ONC
.
132 113 123 96 102 2,5 2,5
M
ÉDIAS
149 162,3 103,3 107,6 3 3
M.
GERAL
120,15
135,98
97,9 101,38
2,37 3
98
T
ABELA
11A
V
ALORES DE MASSA FORRAGEIRA
(
KG
MS/
HA
),
TAXA DE CRESCIMENTO
(
KG
MS/
HA
)
E PRODUÇÃO TOTAL DA PASTAGEM
(
KG
MS/
HA
)
TRATAMENTO
CONTROLE
P
ERÍODOS
ATRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
Q
UANT
.
I
NICIAL
928 1004 969,33 1204 1026,33
Q
UANT
.
F
INAL
1781,33 1781,33 2057,33 1886,67
1876,67
T
X CRESC
.
866,67 777,33 1088 682,67 853,68
P
ROD
.
F
ORRAG
.
T
OTAL
2648 2558,66 3145,33 2569,34
2730,33
T
ABELA
12A
V
ALORES DE MASSA FORRAGEIRA
(
KG
MS/
HA
),
TAXA DE CRESCIMENTO
(
KG
MS/
HA
)
E PRODUÇÃO TOTAL DA PASTAGEM
(
KG
MS/
HA
)
TRAT.
COM
CONCENTRADO
P
ERÍODOS
ATRIBUTOS
1 2 3 4
MÉDIA
Q
UANT
.
I
NICIAL
1026,67 1202,67 1889,33 2176 1573,67
Q
UANT
.
F
INAL
1774,67 1774,67 2688 2933,33
2292,67
T
X CRESC
.
748 572 798,67 757,33 719
P
ROD
.
F
ORRAG
.
T
OTAL
2522,67 2346,67 3486,67 3690,66
3011,67
Tabela 13A Valores médios das quantidades de forragem (kg de MS/ha), da taxa
de crescimento (kg de MS/ha), da produção forrageira total (kg de
MS/ha) e da composição química da pastagem
ATRIBUTOS CONTROLE C/
CONCENTRADO
Q
UANTIDADE INICIAL
1026,33 1573,67
Q
UANTIDADE FINAL
1876,67 2292,67
T
AXA CRESCIMENTO
853,68 719
P
ROD
.
F
ORRAGEIRA
TOTAL
2730,35 3011,67
%
MM 12,77 12,77
%
PB 16,48 16,48
%
MS 15,9 15,9
%
FDN 60,64 60,64
%
FDA 37,56 37,56
99
FIGURA
1B
M
ODELO DE PLANILHA UTILIZADA NA COLETA DE DADOS DE COMPORTAMENTO
HORÁRIO
127
129
134
HORÁRIO
127
129
134
7:00 13:20
7:10 13:30
7:20 13:40
7:30 13:50
7:40 14:00
7:50 14:10
8:00 14:20
8:10 14:30
8:20 14:40
8:30 14:50
8:40 15:00
8:50 15:10
9:00 15:20
9:10 15:30
9:20 15:40
9:30 15:50
9:40 16:00
9:50 16:10
10:00 16:20
10:10 16:30
10:20 16:40
10:30 16:50
10:40 17:00
10:50 17:10
11:00 17:20
11:10 17:30
11:20 17:40
11:30 17:50
11:40 18:00
11:50 18:10
12:00 18:20
12:10 18:30
12:20
12:30
FIGURA
1C
-
P
LANILHA DE PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES
Í
TENS
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
C.
D
ISPONIBILIDADE
C
ORTE
R
ESIDUAL
C
ORTE
V
IVO
-
MORTO
C.
D
ETERM
.
E
SPÉCIE
H
AND
P
LUCKING
P
ESAGEM
G
ADO
C
OND
.
C
ORPORAL
A
MOSTRA
S
OLO
R
OÇAGEM
A
DUBAÇÃO
A
PLICAÇÃO URÉIA
V
ISUAL
D
ISCO
APÊNDICE C
T
ABELA
1C
A
TIVIDADES COMPORTAMENTAIS INDIVIDUAIS DURANTE O PRIMEIRO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
B
LOCO
P
ASTEJO
(
MIN
)
R
UMINAÇÃO
(
MIN
)
Ó
CIO
(
MIN
)
B
OCADO
(
MIN
)
BOC
/
TOTAL
(
MIN
)
99407
1
1
3
461
437
262
38
17337
1411
1
1
2
499
395
266
36
18059
96313
1
1
1
433
483
244
41
17917
1407
1
1
1
432
417
311
40
17461
99413
1
1
2
466
414
279
39
18066
1305
1
1
3
434
439
288
40
17484
98401
1
2
3
388
438
334
46
17693
1401
1
2
1
444
433
283
60
26705
98305
1
2
2
500
396
264
28
14151
409
1
2
3
396
467
297
39
15484
1405
1
2
1
408
478
273
33
13663
99305
1
2
2
409
433
319
40
16346
102
T
ABELA
2C
A
TIVIDADES COMPORTAMENTAIS INDIVIDUAIS DURANTE O SEGUNDO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
B
LOCO
P
ASTEJO
(
MIN
)
R
UMINAÇÃO
(
MIN
)
Ó
CIO
(
MIN
)
B
OCADO
(
MIN
)
BOC
/
TOTAL
(
MIN
)
99407
2
1
3
437
498
225
37
16037
1411
2
1
2
454
501
205
34
15487
96313
2
1
1
483
485
192
41
19769
1407
2
1
1
375
542
243
39
14782
99413
2
1
2
400
482
278
39
15484
1305
2
1
3
435
494
231
37
15976
98401
2
2
3
440
448
272
41
18107
1401
2
2
1
404
464
292
44
17660
98305
2
2
2
496
457
207
44
21987
409
2
2
3
412
404
344
40
16302
1405
2
2
1
388
385
387
39
15268
99305
2
2
2
466
456
238
44
20274
T
ABELA
3C
P
RODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE
/
ANIMAL
,
DURANTE O PRIMEIRO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
L
EITE
(
KG
)
%
GORDURA
%P
ROTEÍNA
%L
ACTOSE
%
EST %
ESD CCS(
X
1000)
99407 1 1 9,8 4,7 3,49 4,67 13,83 9,13 60
1411 1 1 5,6 5,57 3,18 4,81 14,5 8,93 398
96313 1 1 10,1 4,5 3,21 4,51 13,11 8,61 344
1407 1 1 10,7 4,4 3,3 3,73 12,1 7,7 508
99413 1 1 9,4 4,16 2,84 4,41 12,19 8,03 176
1305 1 1 8,1 4 3,82 4,38 12,2 8,2 5
98401 1 2 6,8 4,75 3,5 4,67 13,9 9,15 62
1401 1 2 9,6 4,58 3,6 4,3 13,37 8,79 874
98305 1 2 11,0 4,65 3,5 4,37 13,41 8,76 144
409 1 2 10,1 3,58 3,35 4,33 12,13 8,55 48
1405 1 2 6,4 3,71 3,2 4,35 12,1 8,39 343
99305 1 2 9,6 3,01 2,93 4,51 11,3 8,29 166
T
ABELA
4C
P
RODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE
/
ANIMAL
,
DURANTE O SEGUNDO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
L
EITE
(
KG
)
%
GORDURA
%P
ROTEÍNA
%L
ACTOSE
%
EST %
ESD CCS(
X
1000)
99407 2 1 10,8 3,22 3,56 4,66 12,47 9,25 64
1411 2 1 6,7 3,72 3,54 4,61 12,87 9,15 616
96313 2 1 11,2 4,65 3,53 4,57 13,71 9,06 756
1407 2 1 11,9 3,15 3,45 3,51 10,76 7,61 449
99413 2 1 9,4 3,59 3,2 4,51 12,2 8,61 53
1305 2 1 9,0 2,82 3,03 4,54 11,28 8,46 68
98401 2 2 7,6 3,91 3,87 4,87 13,8 9,89 26
1401 2 2 9,7 5,18 3,79 4,23 14,11 8,93 1956
98305 2 2 11,1 5,23 3,71 4,4 14,28 9,05 182
409 2 2 11,2 3,26 3,52 4,49 12,23 8,97 57
1405 2 2 7,6 3,74 3,25 4,37 12,22 8,48 312
99305 2 2 10,5 2,33 3,12 4,71 11,13 8,8 77
105
T
ABELA
5C
P
ESO E
ECC/
ANIMAL
,
DURANTE O PRIMEIRO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
P
ESO
CORPORAL
(
KG
)
ECC
99407 1 1 373 3,00
1411 1 1 323 3,75
96313 1 1 342 2,75
1407 1 1 327 3,00
99413 1 1 352 2,25
1305 1 1 305 2,25
98401 1 2 373 3,25
1401 1 2 300 3,75
98305 1 2 343 3,25
409 1 2 343 4,00
1405 1 2 300 3,75
99305 1 2 320 3,50
T
ABELA
6C
P
ESO E
ECC/
ANIMAL
,
DURANTE O SEGUNDO PERÍODO EXPERIMENTAL
A
NIMAL
P
ERÍODO
T
RATAMENTO
P
ESO
CORPORAL
(
KG
)
ECC
99407 2 1 388 3,00
1411 2 1 333 3,75
96313 2 1 345 3,00
1407 2 1 332 3,00
99413 2 1 359 2,25
1305 2 1 312 2,25
98401 2 2 343 4,00
1401 2 2 300 3,75
98305 2 2 320 3,50
409 2 2 373 3,25
1405 2 2 300 3,75
99305 2 2 343 3,25
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