13 Introdução
embasada nos mesmos princípios éticos, humanistas e de justiça social que estarão presentes em
todas as ações do governo Lula.
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Essas questões, entre outras, como as alianças com potências médias; a
investida nas negociações internacionais dentro de instâncias multilaterais
(disputas na Organização Mundial do Comércio - OMC, com a formação do G-
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); a busca pelo assento permanente no Conselho de Segurança da ONU; a
tentativa de aumentar a influência brasileira na América do Sul (através da
cooperação com países sul-americanos e esforço na revitalização do Mercosul,
integrando a região, para a liberalização dos fluxos comerciais)
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; e a inserção
global do país em busca de posição mais ativa, serão analisadas na pesquisa,
para se verificar a maneira como o governo Lula atuou no sistema internacional,
além dos fatores determinantes das prioridades de sua política externa.
Esses temas serão estudados na presente dissertação, a fim de analisar
como o governo se comportou no cenário internacional, a partir de tais apostas
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AMORIM, Celso. Discurso do embaixador Celso Amorim. In: TRANSMISSÃO DO CARGO DE MINISTRO DAS
RELAÇÕES EXTERIORES. Brasília, 01/01/2003.
Disponível em: http://www.mre.gov.br
Acesso em 10/04/2005.
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O G-20 é um grupo criado para atuar nas disputas da OMC, composto por países em desenvolvimento, com o objetivo de
lutar pela extinção dos subsídios internos e das subvenções às exportações de produtos agrícolas, além de um maior
acesso aos mercados protecionistas das potências mundiais.
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Essa investida significou, inclusive, o financiamento brasileiro de projetos dos países latino-americanos, com a
transferência de recursos nacionais, como o BNDES, para essas nações. Outra atitude do governo, neste sentido, foram as
intervenções políticas, como no caso da Colômbia e Venezuela, para solucionar, de forma pacífica, suas crises internas.
Foram adotadas algumas diretrizes no sentido de ampliar o espaço do Brasil no sistema mundial, como: fortalecer as
relações interestatais tanto com grandes potências quanto com países médios; conferir maior representatividade em
organismos internacionais e apostar na revitalização do Mercosul, além de possibilitar melhores negociações com a ALCA,
com a união de interesses dos países sul-americanos e a conseqüente obtenção de benefícios (o chamado acordo 4 + 1 -
Mercosul-EUA).