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2. CAPITULO II. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E CARACTERIZAÇÃO DA
LIGNINA DA BRACHIARIA BRIZANTHA EM DOIS SISTEMAS SILVIPASTORIS
2.1. Introdução
A Zeyheria tuberculosa - conhecida
popularmente como Ipê Felpudo,
pertencente á família Bignoniaceae é de
ocorrência natural do litoral ao interior,
nos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás,
Bahia, agreste de Pernambuco e o norte
de Mato Grosso é uma arvore de médio a
grande porte que atinge mais de 30 m de
altura e diâmetro superior a 80 cm, sendo
a copa colunar quando jovem e cônica a
globosa quando adulta. O Tronco é reto,
cilíndrico, com mais de 2/3 da altura da
árvore, sendo a casca grossa com 2 a 5
cm de espessura, cinza-clara a pardo-
amarelada, profundamente sulcada e
muito fissurada. Os ramos são grossos,
gretados, ásperos e felpudos quando
novos. As folhas são em tufos terminais,
opostas cruzadas, pentadigitadas. A folha
inteira, assim como o resto da planta, é
recoberta por um tomento espesso,
semelhante a um veludo, pulverulento,
origem do nome felpudo. A
inflorescência surge após a brotação das
folhas, em panícula terminal densa, ereta,
piramidal, felpuda, com dezenas de
pequenas flores. Os frutos são em forma
de cápsula do tipo síliqua, lenhosa,
grande, achatada, oval a oblonga.
Externamente é muricada, isto é,
revestida de densas expansões
semelhantes a um pêlo grosso. Esta é a
razão do nome da espécie, Z. tuberculosa,
termo alusivo a pequenas saliências; pelo
mesmo motivo, vulgarmente também é
conhecida por bucho-de-boi. A madeira é
pesada (0,75 a 0,80 g/cm3), dura,
resistente, flexível e de alta durabilidade.
Pelas suas excelentes qualidades, é muito
usada em construções (estruturas de casas
e telhados, pisos, paredes de tábuas,
pontes) e atividades agropecuárias
(cercas, moirões, postes, currais, paióis,
ideal para cabos de ferramentas, etc.),
principalmente em pequenas propriedades
rurais (Hoehne, 1951; Pickel, 1953;
Tavares, 1959; Mainieri e Pereira, 1965;
Luz, 1984; Luz, 1985).
A Myracrodruon urundeuva conhecida
popularmente como Aroeira, pertence à
família Anacardiaceae de ocorrência
natural desde o Ceará até a Argentina e o
Paraguai, sendo encontrada em formações
vegetais de Caatinga, Cerrado e Mata
Atlântica, é dióica, caracterizada como
secundária tardia, decídua, que inicia a
derrubada das suas folhas nos meses de
junho-julho, ou seja, é uma árvore
caducifólia, cujo porte varia
correspondentemente com a região onde é
encontrada. A queda total da folhagem e
o início da floração vão do final de julho
até setembro, respectivamente. Os
primeiros frutos amadurecem no final de
agosto e início de setembro, estendendo o
período de frutificação até outubro (Pio
Correa, 1926; Rizzini, 1971; Silva, 1978;
FAO, 1986; Santin, 1989). A madeira é
pardo-avermelhada, com sabor
adstringente, muito dura e de alta
durabilidade, desse modo, o seu uso
ocorreu em construções rurais instaladas
pelo interior de todo o país. Também foi
muito utilizada na rede de transmissão
elétrica brasileira, antes do uso de postes
de concreto. A casca é subdividida em
placas nos troncos mais velhos, sendo
íntegra nas árvores jovens, contendo 15%
de tanino, muito usado na indústria de
curtume (Andrade et al., 2000). Além das
utilizações citadas anteriormente, a
Aroeira é usada em reflorestamento, em
sistemas agroflorestais e como
componente de essências farmacológicas,