2.4.1. Transmissão
A transmissão horizontal da AIE ocorre, principalmente, quando animais
portadores quando apresentam picos de viremia neste momento a transmissão pode
ocorrer por contato sexual ou indireto (FERRAZ, 1990). Contudo, o VAIE é transmitido
entre animais infectados e não infectados, principalmente, pela transferência mecânica
de sangue. . Este processo ocorre comumente durante a alimentação interrompida de
insetos hematófagos, especialmente tabanídeos, e por moscas dos estábulos (Stomoxys
sp) e também por alguns culicóides (GREENBERG, 1973; LEROUX et al., 2004).
Biberstein & Yan, 1994, relataram um caso de transmissão de AIE que
ocorreu no momento da cópula, de uma fêmea soropositiva com um macho
soronegativo com lesão no pênis, que favoreceu a infecção. Biberstein & Yan, 1994
citam ainda que em potros nascidos soronegativos poderiam se infectar pelo leite das
mães positivas (KNOWLES 1975; BLOOD & RADOSTITS, 1991.).
Um dos principais veículos de transmissão do VAIE são os tabanídeos que
foram amplamente investigados (ISSEL & COGGINS, 1979;FOILD et al.,(1983);
ISSEL et al.,1988; LEROUX et al., 2004). Mais recentemente, Barros, 2001, descreveu
a sazonalidade e a abundância tanto de tabanídeos, como de outras moscas no Brasil,
principalmente, no Pantanal Mato-grossense (EMBRAPA – 1993).
Segundo Shen e colaboradores (1972), os principais meios de transmissão da
AIE são instrumentos infectados, transmissão congênita e por picadas de moscas
hematófagas, atribuindo ao homem a principal fonte de infecção da doença em sua
forma iatrogênica.
O VAIE no aparelho bucal dos tabanídeos permanece infectivo por apenas
quatro horas (ISSEL & FOIL, 1984). A importância destes insetos como vetores do
VAIE é devida, principalmente, às características morfológicas do seu aparelho bucal.
Em função da sua picada extremamente dolorosa, geralmente, o repasto sanguíneo é
interrompido pela reação do animal portador atingido, eventualmente levando o vetor
para outros animais. Outras formas de transmissão podem ocorrer, como pela via
sexual, através do sêmen contaminado, transmamária, transplacentária e fômites, porém
são menos significativas epidemiologicamente (FENNER et al, 1993; ISSEL & FOIL,
1984; LEROUX. et al., 2004).
Há maior probabilidade de transmissão a partir de animais febris, que
favorecerem a propagação epizoótica, porém animais portadores permanecem virêmicos
indefinidamente, atuando como fonte de vírus, em condições de campo. Portanto, os