Download PDF
ads:
Associação Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP OS
Mestrado Profissional em Tecnologia Ambiental
Ivaldo Vasconcelos Pedrosa
AVA LIAÇÃO DO P ROCESS O DE LAV AGEM
DE S TRO YER U T I LIZA DO E M L A V AN D E RI A
I N D US T R IA L D E J E ANS NA C I D A DE DE
T O R IT AMA - P E
Recife
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ivaldo Vasconcelos Pedrosa
AVA LIAÇÃO DO P ROCESS O DE LAV AGEM
DE S TRO YER U T I LIZA DO E M L A V AN D E RI A
I N D US T R IA L D E J E ANS NA C I D A DE DE
T O R IT AMA - P E
Dissertação apresentada pelo aluno
Ivaldo Vasconcelos Pedrosa ao Curso de
Mestrado Profissional em Tecnologia
Ambiental para a obtenção do título de
Mestre em Tecnologia Ambiental.
Orientadora: Dra. Marta Maria Menezes Bezerra Duarte
Recife
2006
ads:
À minha esposa e companheira Maria Auxiliadora,
pelo apoio e incentivo em todos os momentos,
quando da realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
- A Deus, por me dar força para superação dos obstáculos da vida.
- À Professora Dra. Marta Maria Meneses Bezerra Duarte pela dedicação,
incentivo e orientação na realização deste trabalho.
- À coordenação do Mestrado, nas pessoas dos professores Caetano de
Queiroz Monteiro e Sônia Valéria Pereira, pelo incentivo.
- Aos demais professores pelos ensinamentos transmitidos.
- Aos funcionários da secretaria do Mestrado, pela dedicação no repasse das
informações e materiais pertinentes ao curso.
- Aos colegas pelo incentivo e colaboração através de discussões e
sugestões sobre o trabalho.
- A Ester, técnica responsável pelo setor de efluentes do LEIA, e Cláudia
Miriam Braga Poggi, bolsista do LEIA, pelas análises físicas e químicas das
amostras coletadas.
- A Carlos Alberto da Silva, técnico em química, pelo apoio nas coletas das
amostras e análises “in situ”.
- A Hélida Karla Philipppini da Silva - MSc. e Gilberto Manoel Pompeu, técnico
em química, pelas análises quantitativas dos metais nas amostras.
- Ao empresário e demais funcionários da lavanderia industrial tomada para
estudo pela oportunidade e apoio para realização desta pesquisa.
- A todos que direta e indiretamente contribuíram para realização deste
trabalho.
RESUMO
A baixa disponibilidade de água, característica da região do semi-árido,
somada à falta de uma política ambiental tem sido um dos maiores problemas
enfrentados pelo segmento de lavanderia industrial de jeans, principal atividade
econômica do município de Toritama no estado de Pernambuco. Em uma das
lavanderias industrial foram realizados estudos tendo como objetivo a otimização
dos procedimentos para o processo de lavagem “denim”, do tipo “destroyer”, visando
redução de custos com produtos químicos, consumo de água e geração de
efluentes. Este trabalho foi realizado em uma máquina lavadora piloto, simulando,
em um primeiro ensaio, os procedimentos utilizados no processo industrial, e
posteriormente, foram realizadas 08 (oito) ensaios alterando três variáveis do
processo. Utilizou-se planejamento fatorial completo em 2 (dois) níveis, totalizando 8
(oito) ensaios, para avaliar o efeito dos fatores peso da roupa (5 kg e 10 kg),
concentração de enzima na etapa de estonagem (0,75% e 1,00%) e concentração
de peróxido de hidrogênio na etapa de alvejamento (sem peróxido e 1,50%). A
quantidade de água utilizada em cada etapa foi mantida constante em todos os
ensaios. Nos experimentos foram avaliados os resultados sobre a qualidade da
lavagem, as características da água utilizada no processo e as características dos
efluentes gerados. Também, foram realizados levantamentos de dados relativos à
produção da lavanderia industrial tomada para estudo. As evidências dos ensaios
demonstraram que a falta de um sistema de gestão ambiental adequado a este
segmento leva a resultados incompatíveis com a realidade atual, principalmente, no
que se refere a custos e impactos ambientais. A falta de planejamento nas
operações, de padronização e racionalização dos processos, e de controle de
qualidade dos serviços executados torna este segmento não competitivo para
enfrentar a abertura de mercado.
Palavras chave: lavanderia; tinturaria; processo de lavagem “denim”; efluentes
líquidos.
ABSTRACT
The low availability of water, a typical situation of semi-arid region of Brazilian
Northeast, combined with the lack of environmental policy, have been one of biggest
problems of laundries and dye houses of jeans, the main economic activity in
Toritama, municipality of Pernambuco State. Studies have been done in one of these
industrial plants aiming to optimize the procedures of the “denim” washing processes,
“destroyer” kind, in order to minimize the costs of chemical products, water waste and
effluent generation. This study was done in one pilot washing machine, in order to
simulate, in a first essay, the industrial process. In the following steps, eight essays
were conducted in which three variables of the process were changed. A complete
factorial planning was done in two levels with eight essays, in order to evaluate the
effect of the following factors: clothes weight (5 or 10 kilogrammes), enzyme
concentration on the stage of stonage (0.75% and 1.00%) and hydrogen peroxide
concentration on the stage of bleaching (without peroxide and 1.50%). The amount of
water used in each stage was kept unaltered in all essays. In the experiments there
were evaluations of the results in terms of washing quality, characteristics of the
water used in the factory and the characteristics of the effluents produced. Data
about the yield of the industrial laundry were collected to study. The evidences of the
essays demonstrated that the lack of a suitable environmental management system
to this industrial sector drives to incompatible results if the actual reality is observed,
mainly in terms of costs and environmental impacts. The lack of operations planning,
standardization and process rationalization, besides the absence of quality control of
the services produced, make this industrial sector uncompetitive in a open market.
Key words: laundry, dye houses; “denim” washing process; liquid effluents.
LISTA DE FIGURAS
3.1 Variação percentual do PIB no período de 1991 a 2000 dos
municípios do pólo de confecções do Agreste Pernambucano e a
variação do PIB nacional, do Nordeste e do estado de Pernambuco.
26
3.2 Imagem dos despejos de lavanderias industriais sendo destinados
ao leito do rio Capibaribe.
28
3.3 Imagem do leito do rio Capibaribe na cidade de Toritama
destacando a cor da água contaminada com efluentes das
lavanderias industriais e o baixo fluxo de água no período de
estiagem.
28
3.4 Estrutura do corante índigo blue (A) e do azocorante vermelho
congo (B).
30
3.5 Distribuição total de água no planeta terra. 31
3.6 Imagens de uma peça de jeans” antes (A) e depois (B) de ser
submetida ao “processo de lavagem”.
34
3.7 FLUXOGRAMA – “processo de lavagem 35
3.8 Estrutura da amilose. 37
3.9 Estrutura ramificada da amilopectina. 37
3.10 Estrutura da celulose e reação de hidrólise liberando moléculas de
glicose.
38
4.1 Imagem da lavadora piloto utilizada nos ensaios e da lavadora,
centrífuga e secadora industrial utilizadas pela lavanderia industrial.
48
4.2 Amostra das peças de roupa coletadas após ensaios e devidamente
numeradas para identificação.
49
4.3 Coleta de efluentes líquidos do “processo de lavagem na máquina
lavadora piloto.
52
4.4 Coleta das alíquotas dos efluentes do processo de lavagempara
formação da amostra composta.
53
5.1 Tempo dio dos 04 (quatro) principais processos utilizado pela
lavanderia industrial estudo e média ponderada dos mesmos.
59
5.2 Pesos máximo, médio e mínimo das peças de roupa processadas
no período de julho a setembro de 2005.
61
5.3 Distribuição percentual, sobre o peso total de roupa processada
(kg), no período compreendido entre julho e setembro de 2005, dos
04 (quatro) principais processos utilizados na lavanderia industrial
estudada.
62
5.4 Consumo relativo de água em litros / kg de roupa dos 04 (quatro)
principais processos utilizados na lavanderia industrial estudo e a
média ponderada calculada a partir do levantamento de produção
realizado no período de julho a setembro de 2005.
62
5.5 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações no desbote.
65
5.6 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados do desbote.
66
5.7 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações na uniformidade.
67
5.8 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados da uniformidade.
68
5.9 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações no alvejamento.
70
5.10 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados do alvejamento.
70
5.11 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações na maciez.
72
5.12 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados da maciez.
72
5.13 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações na DBO.
76
5.14 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados da DBO.
77
5.15 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações na turbidez.
78
5.16 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados da turbidez.
79
5.17 Probabilidade acumulada numa distribuição normal para os efeitos
principais e interações para óleos e graxas.
80
5.18 Resultado do planejamento fatorial apresentado no cubo para os
resultados de óleos e graxas.
81
LISTA DE TABELAS
3.1 Produção de artigos têxteis pelo Brasil comparado à produção dos
dez maiores produtores e à produção total mundial nos anos de
1999 e 2003 (em mil toneladas).
19
3.2 Produção por segmentos da cadeia xtil e variações percentuais
(em mil toneladas).
21
3.3 Produção por segmentos da cadeia xtil e variações percentuais
(em milhões de dólares - US$).
21
3.4 Comparativo de produção dos segmentos Tecelagem / Malharia (em
toneladas) e Confecções (em milhares de peças) nos anos de 1995
e 2004 por regiões e as variações percentuais.
23
3.5 Comparação do nível de empregos por segmentos da cadeia têxtil
nos anos de 1995 e 2004 na região Nordeste e as variações
percentuais.
24
3.6 Comparação do nível de emprego na cadeia têxtil nos anos de 1995
e 2004 por regiões e as variações percentuais.
24
3.7 Pessoas residentes em domicílios particulares (milhares). 26
3.8 Procedimentos adotados no processo de lavagem” em escala
industrial pela lavanderia estudada.
36
3.9 Auxiliares químicos aplicados no processo de lavagem” pela
lavanderia estudada com sua descrição.
40
4.1 Níveis dos fatores escolhidos para o planejamento fatorial 2
3
e o
ponto correspondente ao processo industrial.
46
4.2 Planejamento fatorial utilizado para estudo dos efeitos das
concentrações do peróxido de hidrogênio, enzima e peso de roupa,
após processo de lavagem.
46
4.3 Coeficientes de contraste para um planejamento fatorial 2³.
47
4.4 Parâmetros indicadores de qualidade utilizados na avaliação do
“processo de lavagem”
50
4.5 Parâmetros físicos e químicos, métodos analíticos e equipamentos
utilizados para caracterização da água e efluentes líquidos gerados
nos ensaios.
55
5.1 Capacidade efetiva de produção dos equipamentos instalados na
lavanderia industrial estudo.
58
5.2 Quantidade de peças efetivamente processadas pela lavanderia
industrial estudo no período de setembro de 2004 a agosto de 2005.
60
5.3 Resultado da pesquisa de qualidade sobre as peças, após
processo de lavagem”.
63
5.4 Efeitos principais e de interação calculados para o planejamento
fatorial 2
3
para o desbote, uniformidade, alvejamento e maciez para
um nível de 95% de confiança.
64
5.5 Resumo dos resultados analíticos da DBO, turbidez e óleos e graxas
dos efluentes compostos, expurgados os resultados da água bruta.
74
5.6 Efeitos principais e de interação calculados para o planejamento
fatorial 2
3
para a DBO, turbidez e óleos e graxas para um nível de
95% de confiança.
75
LISTA DE ABREVIATURAS
AOX - Compostos Orgânicos Halogenados Absorvíveis;
CCD - Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação;
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente;
COT - Carbono Orgânico Total;
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio;
DQO - Demanda Química de Oxigênio;
EPA - Environmental Protection Agency;
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
IEMI - Instituto de Estudos de Marketing Industrial;
IT - Instrução de Trabalho;
ITEP OS - Organização Social Instituto Tecnológico de Pernambuco;
LEIA - Laboratório de Ensaios e Análises Inorgânicas;
LQA - Laboratório de Qualidade de Água;
LQA – PT - Procedimentos Técnicos do LQA;
OD - Oxigênio Dissolvido;
PAN - Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação
dos efeitos da Seca;
pH - Potencial hidrogeniônico;
PIB - Produto Interno Bruto;
SMEWW - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 15
2. OBJETIVOS .......................................................................................... 18
2.1. Objetivo Geral ....................................................................................... 18
2.2. Objetivos Específicos ........................................................................... 18
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 19
3.1. O Brasil e o Setor Têxtil Mundial .......................................................... 19
3.2. A Indústria Têxtil no Brasil .................................................................... 20
3.3. O Setor Têxtil no Nordeste ................................................................... 22
3.4. Pólo de Confecções do Agreste Pernambucano .................................. 25
3.4.1. Aspectos econômicos e sociais ............................................................ 25
3.4.2. Aspectos ambientais ............................................................................. 27
3.4.3. Recursos hídricos - sua disponibilidade e importância ......................... 30
3.5. Aspectos do Processo Industrial ........................................................... 33
3.6. Tratamento de Dados ............................................................................ 41
4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 43
4.1. Caracterização da Lavanderia Industrial Estudo ................................... 43
4.1.1. Capacidade instalada ........................................................................... 43
4.1.2. Produção efetiva ................................................................................... 44
4.2. Caracterização do “Processo de Lavagem.......................................... 44
4.3. Avaliação doProcesso de Lavagem .................................................. 45
4.3.1. Equipamentos utilizados nos ensaios ................................................... 47
4.3.2. Coleta das amostras das peças de roupa ............................................. 49
4.3.3. Método de avaliação ............................................................................. 49
4.4. Caracterização dos Afluentes e dos Efluentes Líquidos Gerados nos
Ensaios.................................................................................................. 51
4.4.1 Coleta das amostras ............................................................................. 51
4.4.2. Avaliação dos resultados analíticos ...................................................... 53
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 57
5.1. Caracterização da Lavanderia Industrial Estudo .................................. 57
5.1.1. Capacidade instalada ........................................................................... 57
5.1.2. Produção efetiva no período de setembro de 2004 a agosto de 2005 . 59
5.2. Caracterização do “Processo de Lavagem.......................................... 61
5.3. Avaliação dos Resultados do “Processo de Lavagem......................... 63
5.3.1. Análise da resposta dos efeitos sobre o desbote ................................. 65
5.3.2. Análise da resposta dos efeitos sobre a uniformidade ......................... 67
5.3.3. Análise da resposta dos efeitos sobre o alvejamento ........................... 69
5.3.4. Análise da resposta dos efeitos sobre a maciez ................................... 71
5.4. Avaliação dos Resultados Analíticos .................................................... 73
5.4.1. Análise da resposta dos efeitos sobre a DBO ...................................... 76
5.4.2. Análise da resposta dos efeitos sobre a turbidez ................................. 78
5.4.3. Análise da resposta dos efeitos sobre óleos e graxas .......................... 79
6. CONCLUSÃO ....................................................................................... 82
7. RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 84
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 85
9. APÊNDICES ......................................................................................... 90
10. ANEXOS ............................................................................................... 118
15
1. INTRODUÇÃO
O pólo de confecções de jeans do Agreste Pernambucano surgiu, por volta
dos anos 70, no município de Toritama, situado na microrregião do Alto Capibaribe,
estado de Pernambuco, cuja condição natural da região é considerada incompatível
com as necessidades dricas desta atividade econômica em função dos processos
utilizados pelas lavanderias industriais no beneficiamento de artigos têxteis.
As indústrias de processamento xtil de forma geral, inclusive as lavanderias
industriais de jeans, têm como característica principal o elevado consumo
específico de água e agentes químicos.
Segundo Schoeberl et al. (2004), na indústria têxtil, a água é utilizada como
principal meio de remoção de impurezas e aplicação de corantes e agentes de
acabamento.
Diante deste aspecto, peculiar da industria xtil, tem-se como conseqüência
a geração de grandes volumes de efluentes líquidos, com elevado potencial poluidor
em decorrência das diferentes classes de corantes orgânicos e auxiliares químicos
utilizados nos processos (GOLOB; VINDER; SIMONIC, 2005).
Dentro deste contexto é de vital importância à adoção de novas tecnologias
visando à minimização dos impactos ambientais ocasionados por esta atividade
econômica, particularmente, sobre os recursos hídricos, uma vez que está inserida
no perímetro do semi-árido, cuja rego possui baixa disponibilidade de água,
principalmente, em decorrência da escassez de rios perenes (ASABRASIL, 2005).
No caso específico do município de Toritama, os impactos ambientais
ocasionados pelas lavanderias industriais de jeans, não se restringem apenas aos
recursos hídricos, mas, ao ecossistema como um todo, em decorrência da utilização
de lenha como fonte de energia de biomassa, emissões gasosas provenientes dos
geradores de vapor e disposição inadequada dos resíduos sólidos (PERNAMBUCO,
2003, 2004).
Diante destes fatores negativos, do ponto de vista ambiental, é de
fundamental importância a adoção de medidas mitigadoras para os impactos
ocasionados por esta atividade econômica de forma a assegurar o desenvolvimento
sustentável
1
da região, uma vez que a expansão deste lo de confecções de
16
jeans é notória em decorrência da consolidação do arranjo produtivo
2
, tanto no
município de Toritama como em regiões circunvizinhas.
As lavanderias industriais instaladas no município, em sua grande maioria,
operam em condições técnicas que não condizem com o momento atual no que se
refere à forma de gestão, aos procedimentos operacionais, e em especial, à
utilização dos recursos naturais.
Atualmente há grande preocupação por parte de instituições e entidades
ligadas ao setor, não somente com a sustentabilidade do ponto de vista de utilização
de recursos naturais, mas também, do ponto de vista de competitividade externa,
uma vez que com a abertura de mercado faz-se necessária uma adequação à nova
realidade no que diz respeito a custo de produção, qualidade dos serviços prestados
e uso dos recursos naturais.
Desta forma, como medidas para atenuar os impactos ambientais e assegurar
a sustentabilidade do setor é necessário otimizar os processos produtivos e seguir
procedimentos técnicos compatíveis com a realidade regional, de forma a reduzir o
consumo de água, reduzir a geração de efluentes líquidos e de sua carga poluente
através de sistemas eficientes de tratamento e maximizar o reuso.
Nas condições atuais, a lavanderia industrial tomada para estudo, no que
pese dispor de procedimentos para seus processos, visando à padronização dos
serviços, não os seguem de forma devida em decorrência, entre outros motivos, da
falta de um modelo de gestão.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o processo de lavagem denim, do
tipo destroyer”
3
, através de ensaios em escala piloto, a partir dos resultados finais
obtidos sobre as peças beneficiadas para diferentes concentrações de aditivos de
____________
1
Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), conhecida como
Comissão de Brundtland, “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias
necessidades (BARBIERI, 1997).
2
Segundo Lastres & Cassiolato (2005)
Arranjos Produtivos Locais APLs  são Sistemas
Produtivos e Inovativos Locais SPILs fragmentados e que não apresentam significativa
articulação entre os atores. Estes SPILs o conjuntos de atores econômicos, políticos e sociais,
localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que
apresentam vínculos expressivos de produção, interação, cooperação e aprendizado.
3
As referências feitas ao processo de lavagem denim do tipo “destroyer serão denominados
simplesmente processo de lavagem.
17
estonagem e alvejamento e diferentes relações de banho
4
, com o propósito de
encontrar alternativas de processo, sem prejuízo da qualidade da lavagem, visando
à redução dos impactos ambientais.
Para realização deste trabalho optamos pelo processo de lavagempelo fato
de ser, em volume, um dos processos mais utilizados, não somente pela lavanderia
industrial estudo, mas também pela maioria das empresas de beneficiamento de
jeans da região e por envolver maior número de etapas no processo. Am do
mais, este processo utiliza, relativamente aos demais processos de lavagem ou
tingimento, maior consumo de água por peso de roupa seca.
____________
4
Relação de banho ou relação de lavagem é o quociente entre peso de roupa (kg) e volume de água
(Litros).
18
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Avaliar os procedimentos adotados no “processo de lavagem”, em escala
piloto, e apresentar alternativa visando à padronização do processo, racionalização
do uso de produtos químicos e redução dos impactos ambientais.
2.2. Objetivos Específicos
Realizar diagnóstico da lavanderia industrial em estudo a fim de identificar os
processos utilizados e capacidade de produção instalada.
Avaliar os procedimentos utilizados no “processo de lavagem”, pela
lavanderia industrial em estudo, observando em cada etapa do processo as
variáveis: tempo, quantidade de água, produtos químicos, temperatura e
tempo de operação.
Caracterizar os efluentes líquidos correspondentes ao segundo enxágüe das
etapas de estonagem e alvejamento e na forma composta.
Estabelecer parâmetros indicadores de qualidade e avaliar o processo de
lavagem com diferentes quantitativos de aditivos químicos visando a
racionalização de custo e redução da carga poluente dos efluentes líquidos.
19
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. O Brasil e o Setor Têxtil Mundial
No contexto mundial, no ano de 2003, o Brasil ocupava a sétima posição na
produção de artigos têxteis
1
e a sexta posição na produção de confecções,
destacando-se desta forma como importante produtor mundial do setor (IEMI, 2005).
A produção nacional neste ano, comparativamente ao grupo dos dez maiores
produtores nos segmentos de artigos têxteis e confecções, corresponderam,
respectivamente, a 4,56% e 5,95%. Se comparado com o total mundial, estes
percentuais corresponderam, respectivamente, a 3,08% e 3,77% (TABELA 3.1)
(IEMI, 2005).
TABELA 3.1 
Produção de artigos têxteis pelo Brasil comparado à produção dos dez maiores
produtores e à produção total mundial nos anos de 1999 e 2003 (em mil
toneladas).
Ano 1999 Ano 2003
Total Têxteis Confecções Total
Dez maiores produtores
mundiais
44.633 35.489 28.291 63.780
Brasil 2.526 1.618 1.684 3.302
% do Brasil comparado aos
dez maiores produtores
5,66 4,56 5,95 5,18
Total mundial 47.980 52.495 44.620 97.115
% do Brasil comparado ao
total mundial
5,26 3,08 3,77 3,40
Fonte: IEMI (2001 apud MONTEIRO FILHA; SANTOS, 2002); IEMI (2005).
A produção total de artigos têxteis tem sofrido uma desaceleração nos últimos
anos. Comparando a produção nacional dos anos 1999 e 2003 ao grupo dos dez
_____________
1
Os artigos têxteis compreendem fios fiados, tecidos planos e tecidos de malha (IEMI, 2005). A linha
de confecções envolve vestuários, linha lar e artigos técnicos.
20
maiores produtores mundiais observa-se uma retração na participação nacional de
5,66% para 5,18%. Quando comparado ao total mundial, esta retração é ainda
maior, de 5,26% para 3,40% (IEMI, 2001 apud MONTEIRO FILHA; SANTOS, 2002).
Segundo os autores, do ponto de vista de comércio internacional, sua
participação é muito pequena, e também, têm decrescido nos últimos anos. No ano
de 1999 o Brasil ocupava o décimo terceiro lugar entre os países importadores e
vigésimo lugar entre os países exportadores de produtos têxteis.
Segundo IEMI (2005), no ano de 2003 o Brasil ocupou o quadragésimo
terceiro lugar entre os países importadores e o quadragésimo primeiro lugar entre os
exportadores de artigos têxteis e confeccionados.
3.2. A Indústria Têxtil no Brasil
A indústria têxtil foi pioneira no processo de industrialização brasileira e suas
raízes precederam à história da ocupação portuguesa, quando os nativos
utilizavam técnicas primitivas para tecerem fibras vegetais (IEMI, 2002).
O período inicial da atividade têxtil, que compreendeu do ano de 1500 a 1844,
teve como característica fundamental um desenvolvimento incipiente deste setor.
o período de 1844 a 1913 pode ser considerado como a fase de efetiva implantação
desta atividade no Brasil (MONTEIRO FILHA; CORRÊA, 2002).
Segundo IEMI (2002) o ano de 1844 foi marcado pela política protecionista
brasileira com a inserção, na época, de nova política tarifária que resultou no
processo evolutivo da industrialização brasileira, a então, em razão de medidas
econômicas de interesse da metrópole, instituía privilégios para produtos ingleses.
Embora, a partir deste período até aproximadamente o ano de 1950 não ocorreram
inovações técnicas significativas.
Na segunda metade dos anos 50 teve início a fase industrial brasileira em
processo acelerado, com ênfase para os setores mais dinâmicos e não tradicionais,
particularmente, o setor têxtil (IEMI, 2002).
Esta transformação deveu-se à expansão da produção de fibras sintéticas,
em decorrência da queda de exportação de produtos de algodão após a segunda
guerra mundial. Esta mudança teve início no ano de 1955 com a entrada em
21
operação da primeira unidade fabril para produção de poliamidas (náilon) e em 1961
de uma segunda unidade para produção de poliéster. (MONTEIRO FILHA;
CORRÊA, 2002).
O período 1965 / 1989 foi marcado por grandes investimentos em unidades
fabris para produção de fibras sintéticas voltadas ao segmento têxtil com incentivos
fiscais e financiamento por instituição financeira governamental.
Durante a década de 90 a produção nacional de artigos têxteis cresceu, na
média, de forma moderada. Neste período, a expansão do segmento de têxteis foi,
em volume de produção, 32,75%. Enquanto isso, no segmento de confeccionados
ou bens acabados a expansão foi mais expressiva, 99,50%. No período
compreendido entre os anos de 2000 e 2004 houve pequena retração no segmento
têxtil e crescimento no segmento de confeccionados, embora, com pouca expressão
(TABELA 3.2) (IEMI, 2005).
No decênio 1990 / 2000, embora tenha havido um crescimento no volume de
produção nos segmentos de têxteis e confeccionados, o valor correspondente de
produção decresceu em ambos segmentos, com redução mais significativa para o
segmento de têxteis (TABELA 3.3). Com relação ao período 2000 / 2004 a redução
em valor de produção foi mais expressiva para o setor de confeccionados, 18,63%.
TABELA 3.2 
Produção por segmentos da cadeia têxtil e variações percentuais (em mil
toneladas).
Segmentos 1990 2000 2004
Variação %
1990 - 2000
Variação %
2000 - 2004
Têxtil 1.309,6 1.738,5 1.574,6 32,75 -9,43
Confeccionados 820,0 1.635,9 1.739,7 99,50 6,35
Fonte: IEMI (2005)
TABELA 3.3 
Produção por segmentos da cadeia têxtil e variações percentuais (em milhões
de dólares - US$).
Segmentos 1990 2000 2004
Variação %
1990 - 2000
Variação %
2000 - 2004
Têxtil 18.839,3 16.249,0 15.857,7 -13,75 -2,41
Confeccionados 30.174,1 28.752,6 23.397,3 -4,71 -18,63
Fonte: IEMI (2005)
22
O consumo nacional de produtos têxteis apresentou significativa expansão no
último decênio, passando de 8,5 kg/ habitante.ano para 9,5 kg/ habitante.ano,
significando um aumento per capita de 11,76% (IEMI, 2005).
Quanto ao consumo total de produtos têxteis, este cresceu, em volume,
28,17% no mesmo período, considerando um crescimento populacional de 14,68%
(IBGE 2005a).
A cadeia têxtil é considerada um setor relevante na economia nacional, seu
valor de produção em 2004 foi de US$ 25,0 bilhões, equivalente a 4,1% do Produto
Interno Bruto (PIB) nacional de US$ 604 bilhões e 17,4% do PIB da indústria de
transformação (IBGE, 2005b; IEMI,2005).
Outro fator relevante para a economia é a oferta de postos formais de
trabalho. No ano de 2004 a oferta de emprego pelo setor têxtil foi de 1.483 mil e
respondeu por aproximadamente 1,7% do total da população economicamente ativa
e 16,9% do emprego nas indústrias de transformação (IEMI, 2005).
3.3. O Setor Têxtil no Nordeste
O setor têxtil no Nordeste vem crescendo nos últimos anos, principalmente,
pela transferência de indústrias do Sudeste em decorrência de maiores atrativos, em
especial, da oferta de mão de obra.
Segundo Gorini (2000) este crescimento foi marcado pela forte participação
na produção de fios e tecidos de algodão, na década de 1990. Neste período a
região se destacava pelas grandes empresas que produziam exclusivamente fios e
linhas de algodão e que levou à posição de maior consumidor nacional desta
matéria prima, superando inclusive a região Sudeste.
Segundo IEMI (2005) a participação do Nordeste na produção total nacional
de têxteis cresceu 49,6% no período de 1990 a 2004, passando de 13,3% para
19,9%.
No período 1995 a 2004 os segmentos de tecelagem e malharia tiveram um
crescimento total de 92,4% em volume de produção, superando o crescimento das
demais regiões. No segmento de confecções este crescimento foi de 117,9%,
ficando abaixo, apenas, da região Centro Oeste, cujo crescimento em números
23
absolutos correspondeu a 33,1% do crescimento de produção da região Nordeste
(TABELA 3.4) (IEMI, 2005).
TABELA 3.4
Comparativo de produção dos segmentos Tecelagem / Malharia (em toneladas)
e Confecções (em milhares de peças) nos anos de 1995 e 2004 por regiões e
as variações percentuais.
Tecelagem / Malharia Confecções
Regiões
1995 2004 Var% 1995 2004 Var%
Norte 33.424 38.540 15,3 413.276 439.804 6,4
Nordeste 163.732 314.964 92,4 588.205 1.281.530 117,9
Sudeste 724.789 967.670 33,1 4.550.023 5.635.113 23,8
Sul 297.434 437.275 47,0 1.300.532 2.549.362 96,0
Centro oeste 8.533 11.433 34,0 165.842 395.636 138,6
Total 1.227.912 1.770.182 44,2 7.017.878 10.301.445 46,8
Fonte : IEMI (2005)
Com esta expansão da produção, neste mesmo período, houve um
crescimento na absorção de mão obra formal de 38,2% (TABELA 3.5). Este
crescimento deveu-se principalmente ao segmento de confecções com 62,5%.
nos segmentos de malharia e beneficiamento houve um crescimento em números
absolutos de apenas 5.740 postos de trabalho, ou 10,8% sobre o total de empregos
gerados, e uma retração média de 22,8%, no período, para os segmentos de fiação
e tecelagem (IEMI, 2005).
Comparando a região Nordeste às demais regiões do país, em números
absolutos, esta foi a segunda maior em geração de emprego neste setor (TABELA
3.6).
24
TABELA 3.5 
Comparação do nível de empregos por segmentos da cadeia têxtil nos anos de
1995 e 2004 na região Nordeste e as variações percentuais.
Segmentos 1995 2004 Diferença
Variação %
1995 - 2004
Fiação 23.399 19.581 -3.818 -16,3
Tecelagem 20.046 13.953 -6.093 -30,4
Malharia 1.473 6.883 5.410 267,3
Beneficiamento 2.422 2.752 330 13,6
Confecções 91.641 148.906 57.265 62,5
Total 138.981 192.075 53.094 38,2
Fonte : IEMI (2005)
TABELA 3.6
Comparação do nível de emprego na cadeia têxtil nos anos de 1995 e 2004 por
regiões e as variações percentuais.
Regiões 1995 2004 Diferença
Variação %
1995 - 2004
Norte 5.956 14.107 8.151 136,9
Nordeste 138.981 192.075 53.094 38,2
Sudeste 1.502.615 853.519 -649.096 -43,2
Sul 239.406 353.269 113.863 47,6
Centro oeste 31.037 70.160 39.123 126,1
Total 1.917.995 1.483.130 -434.865 -22,7
Fonte : IEMI (2005)
O crescimento do nível de emprego na região Nordeste, no período 1995 a
2004, possivelmente está, também, relacionado ao dinamismo do setor de
confecções dos municípios que compõe o lo de confecções do Agreste
Pernambucano.
Segundo Raposo et. al (2003) o elevadíssimo crescimento populacional
observado, principalmente nos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe,
no período de 1991 a 2000, está diretamente relacionado à absorção de mão de
25
obra, uma vez que a economia local baseia-se quase que exclusivamente na
indústria de confecções.
3.4. Pólo de Confecções do Agreste Pernambucano
3.4.1 Aspectos econômicos e sociais
O pólo de confecções do agreste está localizado na mesorregião do Agreste
Pernambucano, nas microrregiões do Alto Capibaribe, incluindo os municípios de
Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, e do Vale do Ipojuca, compreendendo o
município de Caruaru.
Segundo Raposo et al (2003), no ano de 2000, existiam nesta região cerca de
12.100 pequenas e micro-empresas
2
que mantinham 76,7 mil pessoas ocupadas. A
produção mensal era da ordem de 57,8 milhões de peças, utilizando 73.400
máquinas de costura, corte e outros, correspondendo a um faturamento médio
mensal de R$ 144 milhões. O percentual da população empregada em empresas do
setor têxtil nas cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama eram
respectivamente 6,50% , 68,10% e 91,70%.
Dentro deste contexto, o pólo de confecções do Agreste Pernambucano
representava uma atividade econômica importante para região, pois, na época,
assegurava um índice de ocupação de 28,7% da população com idade de 10 anos a
mais nos municípios do pólo, principalmente nas cidades de Santa Cruz do
Capibaribe e Toritama (RAPOSO et. al, 2003; IBGE, 2006).
Associado à disponibilidade de mão de obra, verificou-se nas duas últimas
décadas um crescimento populacional nos municípios que compõem o pólo de
confecções, principalmente em decorrência da imigração, de 32,00% no período de
1980 a 1991 e 25,03% no período de 1991 a 2000 (TABELA 3.7). Este crescimento
populacional superou o índice nacional, do Nordeste e do estado de Pernambuco
referentes aos mesmos períodos (IBGE, 2005c).
_____________
2
Segundo a autora, apenas 8,1% destas pequenas e micro-empresas eram, na época, formais.
26
TABELA 3.7 
Pessoas residentes em domicílios particulares (milhares).
1980 1991 2000
Variação %
1980 / 1991
Variação %
1991 / 2000
Brasil 119.011,0 146.825,5 169.282,6 23,37 15,29
Nordeste 34.815,4 42.497,5 47.692,3 22,06 12,22
Pernambuco 6.142,2 7.127,9 7.909,6 16,05 10,97
Caruaru 172,5 213,7 253,0 23,88 18,39
Sta Cruz do
Capibaribe
21,1 38,3 58,9 81,52 53,79
Toritama 8,6 14,9 21,8 73,25 46,31
Municípios do
Pólo
202,2 266,9 333,7 32,00 25,03
Fonte: IBGE (2005c)
Um outro indicador que justifica a importância deste setor na economia
regional é o crescimento percentual do PIB. Nas cidades de Caruaru, Toritama e
Santa Cruz do Capibaribe foram verificadas variações do PIB, no período
compreendido entre o ano de 1991 e 2000, de 35,20%, 41,60% e 60,40%,
respectivamente (FIGURA 3.1).
31,00%
34,90%
30,10%
35,20%
41,90%
60,40%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Brasil Nordeste Pernambuco Caruaru Toritama Santa Cruz
do
Capibaribe
FIGURA 3.1 -
Variação percentual do PIB no período de 1991 a
2000 dos municípios do pólo de confecções do
Agreste Pernambucano e a variação do PIB nacional,
do Nordeste e do estado de Pernambuco.
Fonte: RAPOSO et al. (2003)
27
Dentro do setor têxtil, no pólo de confecções do Agreste, podemos identificar
dois principais segmentos. O primeiro, e mais expressivo, é o segmento de
confecção, que inclui a produção de vestuários de jeans e é responsável por 73,0%
da produção de vestuários do estado de Pernambuco (BRASIL, 2005c).
O segundo segmento, diretamente ligado ao setor produtivo, é o de lavagens
e tingimento de confecções de jeans. Esta atividade econômica, por utilizar grande
volume de água e gerar efluentes líquidos com elevado nível de poluição, traz forte
impacto ambiental, principalmente, no que se refere aos recursos hídricos, tanto na
captação de água quanto no lançamento dos efluentes gerados.
3.4.2. Aspectos ambientais
A indústria de processamento xtil, de forma geral, é caracterizada,
relativamente a outras indústrias, pelo elevado consumo específico de água e uso
de produtos químicos (SCHOEBERL et al., 2004).
Dentro deste contexto, as lavanderias industriais de jeans, objeto deste
estudo, têm destaque especial pelas condições em que operam no que se refere
tanto à disponibilidade e qualidade da água utilizada em seus processos quanto ao
descarte de seus efluentes líquidos, uma vez que este pólo de confecções localizar-
se, como citado anteriormente, em uma região semi-árida, onde, segundo a
ASABRASIL (2005), os recursos dricos caminham para a insuficiência ou
apresentam elevado índice de poluição devido à vulnerabilidade climática e ao
elevado nível de ações antrópicas.
Segundo Pernambuco (2004) cerca de 90% do volume da água utilizada no
processo industrial das lavanderias são transportadas por caminhões pipa e os
efluentes líquidos gerados, até então, em sua grande maioria, são descartados na
forma in natura no leito de rio Capibaribe, juntamente com os despejos domésticos
(FIGURAS 3.2 e 3.3).
28
FIGURA 3.2 -
Imagem dos despejos de lavanderias industriais
sendo destinados ao leito do rio Capibaribe.
Fonte: Registro do autor (2004)
FIGURA 3.3 -
Imagem do leito do rio Capibaribe na cidade de
Toritama destacando a cor da água contaminada com
efluentes das lavanderias industriais e o baixo fluxo
de água no período de estiagem.
Fonte: Registro do autor (2004)
29
As águas residuárias de indústrias xteis, especialmente às de tinturarias,
contém diferentes classes de corantes orgânicos, produtos químicos e auxiliares,
deixando-as com cor, elevados valores de potencial hidrogeniônico (pH), carbono
orgânico total (COT), demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e compostos
orgânicos halogenados absorvíveis (AOX), além de diferentes sais, surfatantes,
metais pesados, óleos minerais e outros contaminantes (GOLOB; VINDER;
SIMONIC, 2005).
Segundo Cisneros et al. (2002), os fatores mais prejudiciais quanto ao
descarte destes efluentes líquidos são sua elevada cor, alto índice de pH, elevada
demanda química de oxigênio (DQO), presença de sólidos em suspensão e
considerável quantidade de metais pesados [tais como: Cromo (Cr), Níquel (Ni) e
Cobre (Cu)].
Outro aspecto relevante nestes efluentes é a presença de considerável
quantidade de compostos orgânicos clorados e surfatantes (BIRCHER et al., 1997;
INCE et al, 1997 apud CISNEROS et al, 2002).
A presença de elevada concentração de cloretos nos efluentes líquidos de
lavanderias industriais é devido ao cloreto de sódio (NaCl) utilizado no processo de
tingimento como auxiliar na fixação do corante (SANTOS, E., 2003).
A forte cor, uma das principais características dos efluentes líquidos têxteis,
está associada à presença de corantes. Isto se deve ao fato de que cerca de 30%
dos corantes utilizados nos processos de tingimento não se fixam nas fibras e são
descartados com os efluentes líquidos nos corpos dágua (PEREIRA; FREIRE,
2005).
A concentração destes corantes presentes nos efluentes líquidos têxteis é
menor que a de muitos outros compostos, mas sua cor é visível mesmo em
pequenas concentrações (SARASA et al., 1998).
Os corantes são moléculas complexas, com destaque para a classe dos
azocorantes (grupo cromóforo: - N = N -) (FIGURA 3.4). Estudos têm demonstrado
os efeitos maléficos quando presente nos corpos dágua, não somente pelo efeito
visual, mas, principalmente, dependendo da intensidade e concentração, pelo
impedimento da penetração da luz, causando alteração nos ciclos biológicos da
biota aquática, especialmente no processo de fotossíntese e na oxigenação da água
(PEREIRA; FREIRE, 2005).
30
A B
FIGURA 3.4 -
Estrutura do corante índigo blue (A) e do azocorante
vermelho congo (B).
Fonte: Adaptado de HACHEM, C. (2005).
Além das alterações nos ciclos biológicos pelo impedimento da penetração da
luz, algumas classes de corantes, em especial os azocorantes e seus subprodutos,
podem ser carcinogênicos e / ou mutagênicos (KUNZ; ZAMORA, 2002; CISNEROS
et al, 2002).
As indústrias de processamento têxtil utilizam, em todo mundo, mais de
10.000 diferentes corantes e pigmentos. Destes, mais de 50% são do grupo dos
azocorantes (WANG, 2002).
Desta forma, o segmento de lavagens e tingimento de confecções de jeans
do pólo de confecções do agreste tem contribuído de forma significativa para a
degradação dos recursos hídricos da região.
3.4.3. Recursos hídricos – sua disponibilidade e importância
A água como substância química está presente em todo planeta e é
constituinte essencial de todas as formas de vida. como recurso hídrico, no que
pese ser um recurso renovável por meio do ciclo hidrológico, é tido atualmente como
um bem escasso.
O planeta Terra possui cerca de 70% de sua superfície coberta por água,
correspondente a um volume da ordem de 1.386 milhões de km³ (BRAGA et al.,
2002).
Segundo Teixeira et al. (2003), aproximadamente 97,5% de toda esta água
disponível o salgadas. Do total, menos de 2,5% são doces e encontram-se
distribuídas nas calotas polares (68,9%), nos aqüíferos (29,9%), nos rios e lagos
31
(0,3%) e outros reservatórios (0,9%). Desta forma, a disponibilidade hídrica para fins
de consumo humano é da ordem de 1 % da água doce existente no planeta ou
0,007% do total de água disponível (FIGURA 3.5).
Água doce
2,50%
Água salgada
97,50%
Calotas
polares
1,723%
Outros
reservarios
0,022%
Rios e lagos
0,007%
Aquíferos
0,748%
FIGURA 3.5 -
Distribuição total de água no planeta terra.
Fonte: Adaptado de Teixeira et al. (2003)
A problemática de escassez de água no mundo está diretamente relacionada
a dois fatores principais: o primeiro deles é o aumento da demanda em decorrência
do crescimento populacional e da elevação do consumo per capta; o segundo está
relacionado à distribuição heterogênea.
Quanto ao primeiro aspecto, Teixeira et al. (2003) afirmam que no século XX
a demanda global de água cresceu mais de seis vezes, superando em dobro o
crescimento populacional no período.
Em relação ao segundo fator, o autor, menciona que a heterogeneidade não é
apenas decorrente da distribuição espacial deste recurso, mas também do tempo de
residência da água na superfície terrestre que acaba por limitar sua disponibilidade.
Esta heterogeneidade é resultante de fatores inerentes às características regionais e
à variabilidade climática.
Somadas a estes fatores, as atividades antrópicas relacionadas à exploração
e contaminação dos corpos dágua e ao uso do solo, têm contribuído de forma
significativa na redução desta disponibilidade. A exploração da água ocorre,
principalmente, pelo uso sem critérios na irrigação e no abastecimento industrial.
32
A irrigação, segundo Braga et al. (2002), é responsável por cerca de 70% de
todo consumo de água doce do planeta. a contaminação dos corpos dágua é
decorrente, principalmente, do seu uso como receptores de despejos líquidos
industriais e domésticos, de resíduos sólidos e por atividades agropecuárias.
Segundo Odum (2004), a água é do ponto de vista ecológico principalmente
um fator limitante nos ambientes terrestres e naqueles ambientes aquáticos em que
sua quantidade está sujeita a grandes variações, ou onde a elevada salinidade
promove a perda de água pelos organismos mediante osmose. Fora os aspectos
quantitativos, as alterações das características químicas, físicas e biológicas da
água em decorrências das ações antropogênicas pode levá-la a um nível de
contaminação que a torne indisponível tanto para consumo humano como para
manutenção da biota. Estas alterações, também, podem conduzir os corpos dágua
a um nível de degradação que inviabilize o equilíbrio ecológico dos meios aquáticos
e, por conseqüência, de todo o ecossistema. Portanto, a manutenção, não apenas
dos níveis quantitativos, mas dos padrões qualitativos dos corpos dágua, são
fundamentais para a preservação da vida.
Dentre as atividades antrópicas, as atividades industriais são as grandes
responsáveis pela degradação ambiental. Os recursos hídricos, de uma forma geral,
são em sua maioria direta e indiretamente afetados por estas atividades.
Nos países desenvolvidos, no que se refere à poluição hídrica, o segmento
industrial contribui com 60% da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e material
em suspensão e 90% dos despejos tóxicos na água (CAVALCANTI et al., 2003).
As atividades industriais desenvolvidas pelas lavanderias tinturarias de jeans
tem exercido forte pressão sobre os recursos hídricos, principalmente, em
decorrência das características climáticas, típica da região do semi-árido.
A região do Semi-Árido Brasileiro, composta em sua maioria, pelas áreas
semi-áridas e áreas sub-úmidas secas, segundo a Convenção das Nações Unidas
de Combate à Desertificação CCD, e das áreas de entorno das áreas semi-áridas
e sub-úmidas secas, conforme critério adotado pelo Programa de Ação Nacional de
Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca PAN, possui uma área
total de 1.338.076 km² (BRASIL, 2004).
Esta região está inserida em sua maior parte na região Nordeste (85,5%),
complementando-se com parte da região norte do Estado de Minas Gerais (13,28%)
33
e norte do Estado do Espírito Santo (1,26%), correspondendo, no total, a 15,71% do
território nacional (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005b).
Segundo ASABRASIL (2005), do ponto de vista hídrico, a região do semi-
árido é caracterizada por apresentar baixo índice de precipitação pluviométrica,
variando de 400 a 800 mm anuais e, em determinadas regiões, chegando a atingir
200 mm anuais em épocas de grande estiagem; elevado potencial de perda de água
por evapotranspiração, podendo chegar até 2.500 mm anuais, e escassez de rios
perenes.
Um outro fator que contribui para a vulnerabilidade hídrica é sua característica
geológica. A região do semi-árido é constituída, em sua grande parte, cerca de 70%,
por embasamento cristalino com solo raso, de baixíssima capacidade de infiltração,
o que leva à indisponibilidade de água subterrânea, excetuando-se, em pequena
quantidade, aquelas disponíveis em fraturas de rochas e em aluviões próximos de
rios e riachos. As demais áreas são constituídas por bacias sedimentares com
volumes significativos de água no subsolo, embora a distribuição espacial destas
bacias e de seus volumes de água seja desordenada (SUASSUNA, 2005).
3.5. Aspectos de Processo Industrial
Na indústria têxtil, o ciclo de produção de vestuário é composto pelas etapas
de concepção do modelo (design), confecção dos moldes, gradeamento, elaboração
de encaixes, corte, costura, acabamento e lavagem (SANTOS, M., 2001).
A etapa de lavagem, no segmento de tecidos denim, deixou de ter como
objetivo a remoção da sujidade da roupa e passou a ser aplicada com o propósito de
inserir efeitos diferenciados às peças.
Segundo Gorini (1999), uma característica marcante do tecido denim é o
aspecto de envelhecimento ocasionado pelo gradativo desbotamento ocorrido a
cada lavagem, o que levou as indústrias a desenvolverem processos de
envelhecimento acelerado, aplicáveis, inicialmente a tecido aberto, e hoje, às peças
de vestuários. Dentre estes processos, o mais empregado é o denominado stone
wash (lavagem com pedras), embora, este processo mecânico tenha perdido
espaço para o processo químico através de enzimas.
34
Este tipo de beneficiamento, também denominado lavagem denim, em
referência ao tipo de tecido, consiste de diferentes processos de lavagem, os quais
resultam em diferentes efeitos sobre as peças, segundo o resultado desejado e,
principalmente, aos fatores moda e classe social. Entre os processos mais utilizados
tem-se o destroyer ou simplesmente “processo de lavagem”.
A FIGURA 3.6 mostra o resultado deste tipo de beneficiamento sobre uma
peça de tecido denim.
A B
FIGURA 3.6 -
Imagens de uma peça de jeans antes (A) e depois (B) de ser submetida
ao “processo de lavagem.
Fonte: Registro do autor (2005)
Na FIGURA 3.7 tem-se o fluxograma do processo de lavagemutilizado pela
lavanderia tinturaria em estudo e demais lavanderias tinturarias do município.
35
FIGURA 3.7 -
Fluxograma do “Processo de lavagem”
Fonte: Registro de autor (2005)
Águas residuárias
Águas residuárias
Águas residuárias
Águas residuárias
Águas residuárias
Águas residuárias
Águas residuárias
ENXAGUE
ESTONAGEM
1º ENXAGUE
2º ENXAGUE
ALVEJAMENTO
1º ENXAGUE
2º ENXAGUE
AMACIAMENTO
DESCARGA
DESENGOMAGEM
Água quente Desengomante
60º C Anti-migrante
Água
(temp ambiente)
Águas residuárias
Ácido AcéticoÁgua quente
Enzima50º C
Anti-migrante
Água
(temp ambiente)
Água
(temp ambiente)
Metassilcato de sódio
Água quente
Peróxido de hidrogênio
80º C
Anti-migrante
Hidróxido de sódio
Aditivo
Águas residuárias
Água
(temp ambiente)
Água
(temp ambiente)
Água
A
maciante
40º C
36
O processo de lavagem possui quatro etapas básicas conforme mostra a
TABELA 3.8.
TABELA 3.8 -
Procedimentos adotados no processo de lavagem” em escala industrial pela
lavanderia estudada.
Etapa
Tempo
minuto
Temp.
ºC
Água
nível
Produtos químicos
% / peso
de roupa
1 Desengomagem 20 60 médio
Desengomante
Anti-migrante
0,25
0,25
2 Enxágüe 5 30 alto
3
Estonagem
40 50 baixo
Ácido acético
Enzima ácida
Anti-migrante
0,50
1,00
0,25
4 Enxágüe 5 30 alto
5 Enxágüe 5 30 alto
6 Alvejamento 20 80 médio
Metassilicato de sódio
Peróxido de Hidrogênio
Hidróxido de sódio (70%)
Anti-migrante
Aditivo
1,00
3,00
0,30
0,25
0,20
7 Enxágüe 5 30 alto
8 Enxágüe 5 30 alto
9
Amaciamento
10 40 baixo Amaciante 1,00
Nota: Os níveis de água alto, médio e baixo, constantes nos procedimentos do processo de
lavagem são empíricos, uma vez que as quinas lavadoras não possuem meios de quantificá-la,
ficando a cargo dos operadores, a cada etapa, determinar o volume ideal em função da quantidade
de roupa.
A desengomagem consiste na remoção da goma aplicada ao fio de urdume
durante a elaboração do tecido. A goma, que pode ser sintética ou natural, é
desenvolvida de forma a conferir adesividade, resistência e resiliência ao fio,
permitindo alta eficiência na tecelagem (ZAUHERMAN, 2005).
Por serem facilmente biodegradáveis, atualmente, uma priorização pela
utilização de gomas naturais frente às sintéticas.
As gomas naturais, ou biopolímeros, são produzidas de amido, e estes são
constituídos de moléculas de glicose unidas em ligação
-1,4 e -1,6, formando uma
37
mistura de dois polissacarídeos denominados amilose (FIGURA 3.8) e amilopectina
(FIGURA 3.9) EDUARDO (2002).
FIGURA 3.8 -
Estrutura da amilose
Fonte: adaptado de MORRISON & BOYD (1978)
FIGURA 3.9 -
Estrutura ramificada da amilopectina.
Fonte: adaptado de MORRISON & BOYD (1978)
Neste processo de lavagem de jeans, a remoção do amido é realizada
através de reações de hidrólise por ação enzimática. Na reação de hidrólise os
componentes do amido, as amiloses e amilopectinas, são desdobradas em reações
38
de cadeia em dextrina, maltose e, finalmente, em unidades de glicose (MORRISON
& BOYD, 1978).
Segundo Eduardo (2002) as amilases são as principais enzimas envolvidas
na hidrólise do amido.
A estonagem / desbote tem por objetivo promover o efeito de envelhecimento
precoce às peças e consiste em desgastá-las superficialmente.
Segundo Gorini (1999), o primeiro processo de envelhecimento precoce foi o
lixamento, e mais tarde, foi desenvolvida a lavagem com pedras especiais.
Atualmente, o efeito de envelhecimento é obtido por ação de enzimas sobre a
celulose componente do algodão. Esta enzima, denominada celulase, atua sobre as
fibras, desdobrando a celulose, por hidrólise total, em moléculas de glicose (FIGURA
3.10).
FIGURA 3.10 -
Estrutura da celulose e reação de hidrólise liberando
moléculas de glicose.
Fonte: adaptado de MORRISON & BOYD (1978)
O alvejamento é empregado para eliminar as impurezas pigmentares dos
materiais têxteis, especialmente nos substratos crus, proporcionando maior
vivacidade das cores. Atualmente, é realizado através da oxidação destas impurezas
por ação do peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
).
Segundo Jardim (2004), o peróxido de hidrogênio é um composto de elevado
potencial de oxidação [1,72 E
H
(V)] quando comparado, em termos de potencial
padrão, a outros oxidantes comumente utilizados.
39
Do ponto de vista ambiental o peróxido de hidrogênio apresenta-se como
reagente oxidante único, visto que seu produto de decomposição é a água
(RAGNINI, 2001).
O amaciamento consiste da etapa final do processo que tem por objetivo
proporcionar maciez às peças, deixando-as mais confortáveis para o uso.
Segundo Bartolomeu (1998) o amaciamento consiste em adicionar, no último
enxágüe, produtos que contenham glicerina em sua composição, produzindo o
amolecimento ou elasticidade das fibras, tornando o tecido suave e macio.
Atualmente os auxiliares químicos utilizados com a função de amaciamento
são formulados à base de ácidos graxos.
Vários auxiliares químicos são utilizados no processo de lavagem, como
apresentado na TABELA 3.8. A TABELA 3.9 mostra a relação destes auxiliares e
descrição.
41
3.6. Tratamento de Dados
O uso de planejamentos experimentais baseados em princípios estatísticos
permite extrair do sistema em estudo o máximo de informação útil realizando o
mínimo de experimentos (BARROS NETO; BRUNS; SCARMÍNIO, 1995).
Neste trabalho de pesquisa procurou-se avaliar a combinação de níveis de
fatores (variáveis) que maximizassem as respostas aos parâmetros de qualidade
pré-estabelecidos para o processo de lavagem.
Dentre os métodos aplicáveis, o de fator único ou univariado é o método mais
comum em química, embora, este não garanta que a região ótima seja alcançada
(EIRAS; ANDRADE, 1996).
Segundo Duarte (2001) o método univariado é adequado apenas em
situações onde as variáveis o independentes entre si. Em sistemas complexos,
como os ambientais, nos quais é possível a existência de efeitos de interação
sinérgicos ou antagônicos entre as variáveis, a aplicação da técnica univariada pode
levar a um falso ponto ótimo.
O procedimento correto para maximizar estas respostas consiste em fazer
variar todos os fatores (variáreis) ao mesmo tempo, uma vez que estas variáveis
podem influenciar-se mutuamente, e o valor ideal para uma delas pode depender do
valor da outra (BARROS NETO; BRUNS; SCARMÍNIO, 1995).
Atualmente, dentre os vários métodos de otimização tem-se o método de
análise de planejamento fatorial que é classificado como um método do tipo
simultâneo e geralmente é empregado para selecionar variáveis que realmente
apresentam influências significativas na resposta. Também permite saber se uma
variável apresenta um efeito positivo ou negativo na resposta quando a mesma
passa de um nível para outro, e se as variáveis são independentes ou se
apresentam interações. Além disso, o planejamento fatorial pode ser usado não
para localizar um ótimo como também obter uma superfície de resposta para o
sistema estudado (EIRAS; ANDRADE, 1996).
Para executar um planejamento fatorial é preciso, em primeiro lugar,
especificar os níveis em que cada fator seestudado, isto é, os valores dos fatores
que serão empregados nos experimentos. Cada um desses experimentos, em que o
42
sistema é submetido a um conjunto de níveis definidos, caracteriza um ensaio
experimental (BARROS NETO; BRUNS; SCARMÍNIO, 1995).
O processo de lavagem” foi estudado em um sistema de batelada, utilizando
a técnica de planejamento fatorial, com o objetivo de avaliar os fatores que
proporcionam efeitos significativos na resposta e que possam ser ajustadas para
otimizar o processo.
43
4. MATERIAL E MÉTODOS.
Neste capítulo são descritos o material e equipamentos necessários à
realização dos experimentos, assim como os métodos empregados, tendo em vista a
caracterização da lavanderia industrial estudada, caracterização do processo de
lavagem e sua avaliação através de ensaios em escala piloto, com caracterização
da água utilizada no processo e seus efluentes líquidos gerados. Também, foram
avaliados a produtividade e impactos ambientais a partir dos dados de produção,
consumo de produtos químicos e água pela lavanderia industrial estudo.
4.1. Caracterização da Lavanderia Industrial Estudo
Para realização deste trabalho, a lavanderia industrial estudo foi selecionada
entre várias outras unidades instaladas na cidade de Toritama após avaliação de
alguns elementos tidos como fundamentais e imprescindíveis ao êxito da pesquisa.
Dentre estes elementos, podem ser relacionados: a) receptividade por parte do
empresário, que de forma irrestrita disponibilizou suas instalações e as informações
necessárias para realização do estudo; b) a unidade escolhida figura entre as de
médio porte quanto à capacidade instalada e volume de produção; e c) a unidade
estava estruturada para realização de grande mero de processos de lavagem e /
ou tingimento, usualmente solicitados pelas microempresas fabricantes de
confecções de jeans da região.
4.1.1 Capacidade instalada
Para determinação da capacidade de produção foram utilizadas as
capacidades nominais constantes nas plaquetas de identificação dos equipamentos
de lavagem, deságüe e secagem
1
. Na falta destes dados recorreu-se a informações
44
do fabricante, e quando não identificado tomou-se por base as informações do
proprietário e / ou dos funcionários.
Sobre a capacidade nominal de cada equipamento consideramos os tempos
efetivos médios para cada ciclo de utilização, jornada semanal de trabalho e um
índice de eficiência média, considerando as condições de manutenção e nível de
capacitação dos operadores.
4.1.2. Produção efetiva
Para avaliação da produção efetiva da lavanderia industrial, no período em
que foi realizado o estudo, foram tomadas informações a partir de registros do setor
de contabilidade da empresa, sobre a quantidade de peças processadas e
efetivamente cobradas dos clientes, independentemente do tipo de beneficiamento.
No caso da produção efetiva, no período, em peso, esta foi calculada a partir do
peso médio obtido em levantamento realizado nas fichas de produção.
4.2. Caracterização do Processo de Lavagem
Para caracterização do processo de lavagem foram utilizadas as
informações constantes nas fichas de produção, levantadas do período de julho a
setembro de 2005, sobre os processos efetivamente realizados, e do levantamento
do tempo de ciclo e quantidade de água, realizado através do acompanhamento de
alguns processos.
_____________
1
Na determinação da capacidade instalada da lavanderia industrial não foi considerada a capacidade
de suprimento de água, energia elétrica e vapor ou mesmo a estrutura para recepção, acabamento,
embalagem e expedição.
45
4.3. Avaliação do “Processo de Lavagem”
A avaliação do “processo de lavagem” foi realizada a partir dos resultados dos
efeitos sobre as peças lavadas, após ensaios, tomando-se como variáveis o peso da
roupa lavada (P), segundo a capacidade nominal da quina piloto, os percentuais
de enzima (% E) utilizada na etapa de estonagem e de peróxido de hidrogênio (%
H
2
O
2
) utilizado na etapa de alvejamento, sobre o peso de roupa lavada.
Os experimentos foram realizados segundo técnica de planejamento fatorial
de dois níveis, classificada como um método simultâneo que permite saber se uma
variável apresenta efeito positivo ou negativo quando passa de um nível para outro
(EIRAS & ANDRADE,1996 apud DUARTE, 2001).
Para avaliar as variâncias foi realizado um planejamento fatorial 2
3
utilizando
05 (cinco) e 10 (dez) quilogramas de roupa, que correspondem a 50% e 100% da
capacidade nominal da máquina piloto utilizada. Para a enzima foram utilizadas
concentrações de 0,75% e 1,0%, respectivamente, e para o peróxido de hidrogênio,
sem seu uso e com concentração de 1,5%. Foi realizado, também, um ensaio
mantendo-se as concentrações de enzima e peróxido de hidrogênio,
proporcionalmente ao peso de roupa, aplicados nas lavagens realizadas em escala
industrial. Neste caso estas concentrações foram de 1,0% e 3,0%, respectivamente
(TABELA 4.1).
A quantidade de água utilizada em cada um dos ensaios foi mantida
constante (volume total de água por ensaio igual a 460 litros), independentemente
da quantidade de roupa utilizada no processo. O volume de água utilizado para
maior relação de banho, foi de 92 Litros / kg de roupa.
Os quantitativos dos demais produtos químicos e aditivos, bem como as
temperaturas e tempos aplicados em cada etapa do processo, foram os mesmos
utilizados nas lavagens em escala industrial, seguindo os procedimentos adotados
pela lavanderia industrial, conforme recomendações de fabricantes de equipamentos
e fornecedores de produtos químicos e aditivos.
46
TABELA 4.1 -
Níveis dos fatores escolhidos para o planejamento fatorial 2
3
e o ponto
correspondente ao processo industrial.
Fatores Níveis
Processo utilizado
na lavanderia
Peróxido de hidrogênio (%) sem 1,50 3,00
Enzima (%) 0,75 1,00 1,00
Peso de roupa (kg) 5 10 5
Os ensaios foram realizados em ordem aleatória de forma a evitar distorções
estatísticas nos resultados, e, devido à indisponibilidade de peças de roupa de um
mesmo lote de fabricação e com mesmo tipo de tecido, não foi possível realizar
duplicatas.
O planejamento fatorial 2
3
utilizado para avaliação dos resultados em função
dos fatores peróxido de hidrogênio, enzima e peso de roupa encontra-se na TABELA
4.2.
TABELA 4.2 -
Planejamento fatorial utilizado para estudo dos efeitos das concentrações do
peróxido de hidrogênio, enzima e peso de roupa, após processo de lavagem.
Ensaio no. Data
peróxido de
hidrogênio %
enzima
%
peso de roupa
kg
01 02/08/2005 0,00 0,75 5
02 26/07/2005 1,50 0,75 5
03 19/07/2005 0,00 1,00 5
04 12/07/2005 1,50 1,00 5
05 04/10/2005 0,00 0,75 10
06 27/09/2005 1,50 0,75 10
07 20/09/2005 0,00 1,00 10
08 13/09/2005 1,50 1,00 10
09 05/07/2005 3,00 1,00 5
A TABELA 4.3 apresenta a matriz de coeficientes de contraste do
planejamento fatorial 2
3
para os efeitos principais e interações.
47
TABELA 4.3 
Coeficientes de contraste para um planejamento fatorial 2³.
Ensaio Média 1 2 3 12 13 23 123
1 + - - - + + + -
2 + + - - - - + +
3 + - + - - + - +
4 + + + - + - - -
5
+ - - + + - - +
6 + + - + + - - +
7 + - + + - - + -
8 + + + + + + + +
9 + +2 + - +2 -2 - -2
Uma análise dos diagramas de probabilidade acumulada para os resultados,
possibilitará identificar quais os efeitos mais significativos para cada parâmetro de
avaliação.
O resultado do planejamento fatorial 2³, representado através de cubo,
permitirá uma melhor visualização e entendimento destes efeitos e as interações
entre dois e três fatores.
4.3.1. Equipamentos utilizados nos ensaios
Os ensaios foram realizados na máquina lavadora piloto (FIGURA 4.1), com
capacidade para 10 quilogramas de roupa seca por ciclo, cujo modelo e fabricante
não foram identificados
2
. As características deste equipamento, no que se refere à
forma construtiva, velocidade de rotação do cesto, relação entre diâmetro do cesto e
_____________
2
A máquina lavadora piloto não possui plaqueta de identificação e a lavanderia industrial não possui
ficha técnica com as especificações do equipamento. A capacidade de carga foi obtida por
informação do supervisor de produção.
48
altura das pás, tempo de inversão do sentido de rotação e pontos de admissão de
água e vapor, são semelhantes às máquinas lavadoras industriais. Estas
características foram avaliadas criteriosamente antes de sua utilização, comparando-
as com as máquinas industriais, uma vez que não se dispunha da ficha cnica do
equipamento.
As operações de deságüe e secagem das peças, após lavagem, foram
realizadas, respectivamente, na centrífuga e secadora industrial (FIGURA 4.1),
juntamente com as peças de roupa beneficiadas na linha de produção. Este
procedimento foi adotado pelo fato de não se dispor de equipamentos em escala
piloto para estas operações.
Centrífuga Industrial Secadora Industrial
Lavadora Industrial Lavadora Piloto
FIGURA 4.1 -
Imagem da lavadora piloto utilizada nos ensaios e da
lavadora, centrífuga e secadora industrial utilizadas
pela lavanderia industrial.
Fonte: Registro do autor (2005)
49
As peças, ao serem retiradas da lavadora piloto, foram devidamente
identificadas para que não houvesse possibilidade de mistura com as peças que
foram beneficiadas na linha de produção.
4.3.2 Coleta das amostras das peças de roupa
Para cada ensaio realizado foi tomada uma peça de roupa como amostra,
coletada aleatoriamente após a centrifugação e secagem, para avaliação da
qualidade da lavagem. Estas amostras foram numeradas (FIGURA 4.2) de forma a
serem identificadas sem que expusesse uma relação com os ensaios realizados,
evitando desta forma, qualquer inferência no momento da avaliação final da
qualidade da lavagem.
FIGURA 4.2 -
Amostra das peças de roupa coletadas após ensaio e
devidamente numeradas para identificação.
4.3.3 Método de avaliação
A principio, na literatura consultada não qualquer parâmetro técnico para
avaliação da qualidade final do processo de lavagem, independentemente de seu
50
tipo. O método de avaliação adotado foi puramente empírico, e este depende do
poder aquisitivo do consumidor, tendências da moda e, principalmente, do nível de
aceitação do cliente que utiliza os serviços da lavanderia, ou seja, do empreendedor
que fabrica e comercializa as peças.
Dentro deste contexto, para efeito de avaliação dos resultados dos ensaios
sobre a qualidade das lavagens, adotamos o uso de questionário pré-elaborado
(APÊNDICE A), de maneira que fosse respondido pelos proprietários, supervisor de
produção, operadores das máquinas lavadoras e por clientes
33
tomados
aleatoriamente dentro do universo que utilizam os serviços da lavanderia industrial.
Os parâmetros utilizados como indicadores de qualidade foram adotados
após consenso e consulta aos funcionários e clientes da lavanderia industrial
(TABELA 4.4).
TABELA 4.4 
Parâmetros indicadores de qualidade utilizados na avaliação do “processo de
lavagem”
INDICADOR Efeito observado sobre a peça
DESBOTE
Efeito de descoramento e desgaste, principalmente, sobre as
costuras, cós e bainha das peças, com redução da
intensidade da coloração índigo do tecido, proporcionando o
efeito de envelhecimento.
UNIFORMIDADE
Homogeneidade na cor, não observando o aparecimento de
manchas.
ALVEJAMENTO
Maior vivacidade das cores branca e azul obtidas pela
eliminação das impurezas pigmentares que proporcionam o
amarelado, principalmente, sobre os fios brancos.
MACIEZ
Melhor sensação ao toque das peças, sem aspereza,
deixando-as mais confortáveis para o uso.
_____________
3
Em decorrência da dificuldade de entrevistar diretamente os proprietários das confecções, algumas
entrevistas foram realizadas com o gerente ou responsável pela produção.
51
4.4. Caracterização dos Afluentes e dos Efluentes Líquidos Gerados nos Ensaios
O processo de lavagem” tem como característica elevado consumo de água
quando comparado a outros processos adotados na lavanderia industrial
(APÊNDICE B).
A água é aplicada em todas as 9 (nove) etapas do processo, que por sua vez,
devido aos diferentes produtos químicos, temperaturas de trabalho, tempos de
contato da água com as peças de roupa e as diferentes relações de banho utilizadas
em cada etapa, tem-se efluentes com diferentes características.
As águas utilizadas nos ensaios foram provenientes do poço raso da própria
empresa e sem qualquer tratamento, embora, os processos desenvolvidos em
escala industrial utilizam águas provenientes de captação do rio Capibaribe e águas
adquiridas através de carros pipas.
4.4.1. Coleta das amostras
As amostras coletadas corresponderam a 09 (nove) conjuntos, sendo que
cada conjunto continha: 01 (uma) amostra de água bruta coletada no reservatório de
distribuição, cuja capacidade é de ordem de 10,0 m
3
, 02 (duas) amostras de águas
residuárias correspondentes ao segundo enxágüe da etapa de estonagem e ao
segundo enxágüe da etapa do alvejamento, respectivamente, coletadas no registro
de descarga da máquina piloto (FIGURA 4.3), e 01 (uma) amostra composta
correspondente a todo o processo.
A opção pela coleta das amostras de água bruta no tanque de distribuição
deveu-se ao fato de se ter maior representatividade na média das características
físicas e químicas da água utilizada, uma vez que sua admissão no processo é feita
em cada uma das nove etapas, conforme fluxograma mostrado na FIGURA 3.7.
Estas amostras foram coletadas no início de cada ensaio.
52
FIGURA 4.3
Coleta de efluentes líquidos do “processo de lavagem”
na máquina lavadora piloto.
Fonte: registro do autor (2005)
No caso das águas residuárias do segundo enxágüe de cada uma das etapas
de estonagem e alvejamento, as amostras foram coletadas em vasilhame único para
cada etapa, em três alíquotas correspondentes ao primeiro, segundo e terceiro
terços do volume a ser descartado.
Para a amostra composta, durante o descarte das águas residuárias de cada
etapa do processo, foi coletada uma alíquota com volume proporcional ao volume de
água utilizada (FIGURA 4.4) e posta em um recipiente à parte, de forma a compor
uma amostra representativa. Todas as coletas foram realizadas seguindo as
instruções de coleta de águas naturais, tratadas e residuárias do Laboratório de
Qualidade de Águas (LQA) da Associação Instituto Tecnológico de Pernambuco
ITEP OS (ANEXO A).
Após as coletas, as amostras foram acondicionadas e conduzidas ao LQA e
ao Laboratório de Ensaio e Análises Inorgânicas (LEAI) - ITEP OS, onde foram
preservadas, conforme recomendações do Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater SMEWW, para as análises físicas e químicas. As
determinações de temperatura, potencial hidrogeniônico (pH), oxigênio dissolvido
(OD) e condutividade das amostras foram realizadas in situ conforme metodologia
citada na TABELA 4.5.
53
FIGURA 4.4
Coleta das alíquotas dos efluentes do processo de
lavagem para formação da amostra composta
Fonte: registro do autor (2005)
A metodologia analítica utilizada para determinação dos parâmetros físicos e
químicos das amostras de água e efluentes líquidos gerados nos ensaios seguiu o
SMEWW, Determination of Metals and Trace Elements in Water by Inductively
Compled Plasma Atomic Emission Spectrometry, Revision 4.4, EMMC Version,
Environmental Monitoring Systens Laboratory Office Research and Development U.
S., Environmental Protection Agency Ancinnoti, OHIO 45.268 200.7-1 - EPA e
Instruções de Trabalho (IT) e Procedimentos Técnicos (PT) do LQA ITEP OS
(TABELA 4.5).
4.4.2 Avaliação dos resultados analíticos
A avaliação dos resultados analíticos, físicos e químicos, dos efluentes
líquidos gerados nos ensaios foi realizada tomando-se como referência o capítulo IV,
que trata das condições de lançamento de efluentes, e do Art. 15, seção II do
capítulo III, que trata das condições e padrões de qualidade de água para águas
doce classe II, da Resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005 (ANEXO B).
Para a água bruta utilizada nos ensaios, foram utilizados os mesmos
parâmetros inorgânicos e condições de lançamento para efluentes, uma vez que os
54
resultados foram utilizados como branco para quantificar o incremento sobre cada
parâmetro após os ensaios e os efeitos dos fatores (peróxido de hidrogênio, enzima
e peso de roupa) sobre estes efluentes.
As águas residuárias provenientes do segundo enxágüe da estonagem e
alvejamento foram avaliadas segundo os mesmos parâmetros, visando seu reuso
em alguma das etapas do processo de lavagem.
57
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
5.1. Caracterização da Lavanderia Industrial Estudo
A lavanderia industrial tomada para estudo atua exclusivamente no ramo de
beneficiamento de confecções de jeans, prestando serviço de tingimento, lavagens e
limpeza de peças de roupa submetidas a efeitos de descoramento.
Este empreendimento, localizado na área urbana da cidade de Toritama,
emprega em média 45 funcionários diretos e possui, atualmente, uma carteira com
105 clientes. Deste total de clientes os 50% maiores são responsáveis por mais de
95%, em peso, do total de peças processadas (APÊNDICE C).
O suprimento de água para sua operacionalização é realizado através de
captação direta do leito do rio Capibaribe ou através de importação de regiões
circunvizinhas, via transporte rodoviário, ou ainda, através de captação em poço
raso, sendo esta de menor proporção. O percentual correspondente de cada fonte é
variável e é função da disponibilidade. Na estação seca, quando o fluxo de água no
leito do rio é bastante reduzido, o suprimento concentra-se na importação. A água
de poço é basicamente destinada à geração de vapor e serviços, pela sua
constância nas características físicas e químicas, e atendimento de emergência.
Os efluentes líquidos industriais gerados, durante o período de realização do
estudo eram descartados, em sua forma in natura, assim como as demais
lavanderias industriais, no leito do rio Capibaribe.
5.1.1. Capacidade instalada
Com base em dados levantados a partir da capacidade nominal das máquinas
instaladas e tempo dio de ciclo, e considerando uma eficiência de 85% de tempo
aproveitado, operando em regime de 24 (vinte e quatro) horas diárias durante 06
(seis) dias por semana (26 dias ao mês), a lavanderia industrial tomada para estudo
58
mostra ter capacidade de processamento, incluindo lavagens e tingimentos, da
ordem de 492.000 peças / mês, limitada pela capacidade dos equipamentos de
secagem (TABELA 5.1). O peso médio das peças é da ordem de 0,417 kg (FIGURA
5.2). Já, a capacidade instalada das lavadoras e centrífugas é da ordem de
1.036.000 peças / mês e 862.000 peças / mês, respectivamente.
TABELA 5.1 
Capacidade efetiva de produção dos equipamentos instalados na lavanderia
industrial estudo.
Equipamento
Qt. Tipo
Fabricante
Capacidade
nominal
kg / ciclo /
máquina
Tempo
médio /
ciclo(h)
Capacidade
nominal
kg / dia /
máquina
Capacidade
efetiva total
kg / mês
2 Lavadora
Maquinas
Cavalcante
300 2,012 3.042 158.184
2 Lavadora SITEC 220 2,012 2.230 115.960
2 Lavadora SITEC 200 2,012 2.028 105.456
2 Lavadora INEQUIL 100 2,012 1.013 52.676
2 Centrífuga
1
Não
identificado
80 0,236 6.915 359.580
3 Secadora SITEC 100 1,033 1.974 153.972
2 Secadora SITEC 50 1,033 987 51.324
FONTE: Lavanderia industrial estudo (2005)
No cálculo da capacidade das lavadoras tomamos como tempo médio de ciclo
2:00:42 horas, que corresponde à média ponderada dos tempos médios de ciclo dos
4 (quatro) principais processos utilizados pela lavanderia industrial, obtidos por
amostragem nos dias 05 e 06 de novembro de 2005 e calculado sobre os
percentuais de produção no período compreendido entre julho e setembro de 2005
(FIGURA 5.1), somado ao tempo médio de carga e descarga das lavadoras
(APÊNDICE D).
59
2:55
1:28
1:35
0:46
1:57
0:00
0:30
1:00
1:30
2:00
2:30
3:00
FIGURA 5.1 -
Tempo médio dos 04 (quatro) principais processos
utilizado pela lavanderia industrial estudo e média
ponderada dos mesmos.
Para o tempo de ciclo das centrífugas foi considerado 0:14:08 horas como a
média dos tempos obtidos a partir de 13 (treze) ciclos cronometrados entre os dias
05 e 06 de novembro (APÊNDICE D). No caso das secadoras, o tempo considerado
de 1:02:00 horas correspondeu à média de 05 (cinco) ciclos (APÊNDICE D).
A taxa de utilização de 85% para todas as máquinas, foi considerado como
um percentual aceitável em razão dos equipamentos instalados serem obsoletos e
ultrapassados e a empresa não possuir um programa de manutenção preventiva. O
regime de trabalho da lavanderia industrial estudo tem sido das quintas às terças
feiras, com paradas para manutenção e descanso semanal dos operadores às
quartas feiras.
5.1.2. Produção efetiva no período de setembro de 2004 a agosto de 2005
No período compreendido entre setembro de 2004 e agosto de 2005,
segundo registro do setor contábil da empresa, esta unidade produtiva processou
1.975.341 peças de roupa, equivalente a 823.711 kg, como mostra a TABELA 5.2,
incluindo roupas infanto-juvenis e roupas para adultos.
60
TABELA 5.2 
Quantidade de peças efetivamente processadas pela lavanderia industrial
estudo no período de setembro de 2004 a agosto de 2005.
Quantidade de peças
Mês de produção
Unidades (pç) Peso Médio (kg)
Setembro / 2004 135.244 56.396
Outubro / 2004 165.838 69.154
Novembro / 2004 187.084 78.014
Dezembro / 2004 150.757 62.866
Janeiro / 2005 56.967 23.755
Fevereiro / 2005 64.207 26.774
Março / 2005 137.053 57.151
Abril / 2005 133.097 55.501
Maio / 2005 342.159 142.680
Junho / 2005 214.732 89.543
Julho / 2005 170.513 71.103
Agosto / 2005 217.690 90.774
TOTAL = 1.975.341 823.711
FONTE: Setor de contabilidade da lavanderia industrial estudo (2005)
No que se refere à produção efetiva, somente foi possível obter informações
em número de peças, uma vez que este é o único parâmetro utilizado para o
controle de entrada e saída das roupas e cobrança pelo serviço prestado, embora,
na elaboração do plano de processamento seja necessário utilizar a unidade de
peso (kg) para definir a quantidade de produtos químicos a serem utilizados, que
a quantidade de água utilizada nos processos é empírica.
Pela não disponibilidade de informações precisas quanto ao peso efetivo das
peças de roupa processada no período compreendido entre setembro de 2004 e
agosto de 2005, uma vez que os registros existentes são falhos, recorremos à média
de peso das peças a partir de levantamento realizado nas fichas de controle de
produção (ANEXO C) identificados na lavanderia industrial, correspondentes ao
período de julho a setembro de 2005 (FIGURA 5.2).
61
0,983
0,417
0,127
-
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
1,000
Máximo Médio Mínimo
FIGURA 5.2 -
Pesos máximo, médio e nimo das peças de roupa
processadas no período de julho a setembro de 2005.
O peso médio das peças de roupa inclui pas para adulto e infanto-juvenil.
5.2. Caracterização do Processo de Lavagem
A partir do levantamento realizado através das fichas de controle de produção
correspondente ao período de julho a setembro de 2005, também, foi possível
observar que entre os processos de beneficiamento executados pela lavanderia
industrial, o processo de limpezaapresenta maior percentual sobre a quantidade,
em peso, 24,5%. Já, o processo de lavagemcorresponde a 23,7% e os processos
de tingimentos pretoe castanho ferrugema 17,7% e 6,8%, respectivamente. Os
demais processos, no total de 48 dos 52 processos utilizados pela lavanderia
tinturaria estudada (APÊNDICE E), incluindo lavagens e tingimentos, correspondem
a 27,3% sobre o peso total das roupas processadas (FIGURA 5.3).
62
Processo de
lavagem
23,7%
Outros
processos
27,3%
Processo de
tingimento
castanho
ferrugem
6,8%
Processo de
tingimento
preto
17,7%
Processo de
limpeza
24,5%
FIGURA 5.3 -
Distribuição percentual, sobre o peso total de roupa
processada (kg), no período compreendido entre julho
e setembro de 2005, dos 04 (quatro) principais
processos utilizados na lavanderia industrial estudada.
O processo de lavagem, quando comparado ao processo de limpeza” e aos
processos de tingimento preto” e “castanho ferrugem” apresenta um grande
consumo relativo de água (FIGURA 5.4).
60,2
31,2
52,4
23,0
46,2
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
FIGURA 5.4 -
Consumo relativo de água em litros / kg de roupa dos
04 (quatro) principais processos utilizados na
lavanderia industrial estudo e a média ponderada
calculada a partir do levantamento de produção
realizado no período de julho a setembro de 2005.
63
Estes dados correspondem a levantamento realizado na lavanderia industrial
estudo, embora, os volumes de água não estejam rigorosamente relacionados ao
peso de roupas, como já citado anteriormente (APÊNDICE B).
O maior consumo relativo de água pelo “processo de lavagem”, frente aos
três demais processos em destaque, motivou a realização deste estudo.
Outra razão que levou à opção pelo “processo de lavagem”, mesmo sendo
menor em termos relativos que o processo de limpeza, é a utilização de maior
quantidade de aditivos químicos nas suas várias etapas, o que leva a um efluente
potencialmente mais poluente.
5.3. Avaliação dos Resultados do Processo de Lavagem
A TABELA 5.3 mostra o resumo dos resultados obtidos na aplicação do
questionário de avaliação da qualidade das peças de roupa após submetidas ao
processo de lavagematravés do percentual da soma das notas atribuídas a cada
efeito (APÊNDICE F).
TABELA 5.3 
Resultado da pesquisa de qualidade das peças, após processo de lavagem.
Percentual da soma das notas atribuídas aos resultados
Data Ensaios
Desbote Uniformidade Alvejamento Maciez
02/08/05 1 0,0 6,9 0,0 6,3
26/07/05 2 11,5 6,9 8,0 2,7
19/07/05 3 12,4 11,2 8,9 14,4
12/07/05 4 47,8 44,0 47,3 38,7
04/10/05 5 10,6 10,3 10,7 10,8
27/09/05 6 0,0 3,4 0,0 2,7
20/09/05 7 14,2 13,8 10,7 16,2
13/09/05 8 0,0 0,0 0,0 4,5
05/07/05 9 3,5 3,4 14,3 3,6
64
A peça do ensaio 04 obteve melhor avaliação que a do ensaio 09 que
representa as condições usuais da lavanderia. Com isso, nas condições do ensaio
04, tem-se uma economia de 50% de peróxido de hidrogênio na etapa de
alvejamento (APÊNDICE G).
Os cálculos dos efeitos dos fatores e as interações entre eles foram
realizados segundo Barros Neto, Bruns e Scarmínio (1995) e os resultados
encontram-se na TABELA 5.4.
TABELA 5.4 
Efeitos principais e de interação calculados para o planejamento fatorial 2
3
para
o desbote, uniformidade, alvejamento e maciez para um nível de 95% de
confiança.
EFEITOS Desbote Uniformidade Alvejamento Maciez
Média 12,06 12,06 10,70 12,04
Efeitos principais:
1  % de H
2
O
2
5,52 3,02 6,25 0,22
2  % da enzima 13,07 10,37 12,05 12,82
3  peso de roupa (kg) -11,72 -10,37 -10,70 -6,98
Interação de dois fatores:
12 5,07 6,47 7,60 6,08
13 -17,93 -13,37 -16,95 -10,13
23 -11,62 -10,32 -12,05 -9,23
Interação de três fatores:
123 -6,87 -9,92 -7,60 -7,88
Para os efeitos principais o percentual de enzima mostra-se mais significativo,
tanto para o desbote como para a uniformidade, alvejamento e maciez, em uma
mesma ordem de grandeza.
O efeito da concentração de H
2
O
2
sobre os indicadores de qualidade de
lavagem mostra-se menos significativo, principalmente, no que se refere à maciez da
roupa.
65
O efeito peso de roupa apresenta resultado negativo sobre todos os
indicadores, mostrando que uma redução de 50% na relação de banho é
desfavorável, principalmente com relação à interação com o H
2
O
2
.
5.3.1. Análise das respostas dos efeitos sobre o desbote
Os efeitos principais % de enzima (Var2) e % de H
2
O
2
(Var1) e a interação
12 apresentaram respostas positivas, com destaque para % de enzima. Estes
efeitos não são tão expressivos, como pode ser visto na FIGURA 5.5 cujos valores
plotados se aproximam a uma reta.
Os efeitos peso de roupa (Var3) e as interações 13, 23 e 123
apresentam resultados negativos, confirmando o apresentado na TABELA 5.4.
1by3
(3)Var3
2by3
1*2*3
1by2
(1)Var1
(2)Var2
-25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
- Interações - Efeitos principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.5 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações no desbote.
Para uma maior relação de banho, o resultado obtido foi, na média, 17,9%,
sendo superior com maior concentração de enzima. Com uma redução de 50% na
66
relação de banho verifica-se que sem o uso de H
2
O
2
ocorre uma melhora nos
resultados (FIGURA 5.6).
As respostas ao efeito do H
2
O
2
para uma maior relação de banho foram
positivas, em média 23,4%, independentemente da concentração de enzima. Para
uma menor relação de banho os efeitos foram negativos, em média -12,4% (FIGURA
5.6).
A elevação da concentração de enzima, com uma maior relação de banho,
produz um efeito positivo, em média, de 24,35%. Enquanto isto, para uma menor
relação de banho o uso de H
2
O
2
praticamente o alterou a resposta ao efeito da
enzima.
Estes resultados sugerem que o H
2
O
2
, para as concentrações utilizadas na
lavanderia, é inócuo, quanto à qualidade do desbote, para uma baixa relação de
banho. Já, para uma maior relação de banho, uma maior concentração de enzima
associada ao uso do H
2
O
2
, traz resultado bastante significativo (+47,8%).
.
.
.
12,4
14,2
0,0
10,6
47,8
0,0
11,5
0,0
FIGURA 5.6 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados do desbote.
Esta melhora na resposta indica uma maior atuação do oxidante, H
2
O
2
, sobre
as impurezas existentes nas fibras, responsáveis pela cor amarelada, após a ação
da enzima sobre o tecido, ou seja, após a estonagem. Com o maior destaque dos
67
fios brancos, em decorrência da ação do H
2
O
2
, tem-se uma melhor resposta no
aspecto final da peça lavada.
5.3.2. Análise das respostas dos efeitos sobre a uniformidade.
Para os efeitos principais % de H
2
O
2
(Var1) e % de enzima (Var2) e a
interação 12 as respostas foram, também, positivas no caso da uniformidade
(FIGURA 5.7), embora com valores mais discretos para os efeitos principais, em
relação ao desbote. Novamente, os efeitos peso de roupa (Var3) e as interações
13, 23 e 123 apresentaram resultados negativos, embora, o efeito da interação
123 tenha sido o mais evidente.
1by3
(3)Var3
2by3
1*2*3
(1)Var1
1by2
(2)Var2
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15
- Interações - Efeitos principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.7 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações na
uniformidade.
Com uma redução na relação de banho, verifica-se um decréscimo, na média,
de 10,3% na resposta da uniformidade. Esta redução é mais acentuada com o uso
de H
2
O
2,
associado a uma com maior concentração de enzima, -44,0% (FIGURA
5.8).
68
A resposta ao efeito do H
2
O
2
, para uma maior relação de banho, somente é
significativa com maior concentração de enzima (+32,8%). Já, para uma menor
relação de banho, as respostas são negativas, em média 10,35%, com mais
evidência para maior concentração de enzima.
Com uso de maior concentração de enzima, a resposta é positiva, na média,
10,4%, sendo mais significativa com uso de H
2
O
2
em maior relação de banho,
+44,0%.
.
.
.
11,2
13,8
6,9
10,3
44,0
0,0
6,9
3,4
FIGURA 5.8 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados da uniformidade.
Os resultados mostram que a resposta à uniformidade, assim como aos
demais parâmetros, é mais expressiva com maior relação de banho. As lavagens
com baixa quantidade relativa de água não removem de forma completa as
impurezas fixadas nas fibras, particularmente, as que contêm substâncias corantes,
ocasionando manchas nas peças.
A resposta ao efeito, para um maior % de enzima, indica uma ação mais
uniforme sobre as peças quando a lavagem é realizada com maior quantidade
relativa de água, e provavelmente, es associada a uma maior remoção das
impurezas presentes nas fibras.
69
5.3.3. Análise das respostas dos efeitos sobre o alvejamento.
Os efeitos principais % de H
2
O
2
(Var1) e o % de enzima (Var2) e o efeito de
interação 12 apresentaram respostas positivas, embora, o efeito % de enzima
mostra-se mais significativo. Da mesma forma que para os demais parâmetros, o
efeito peso de roupa (Var3) e as interações 13, 23 e 123 apresentam efeitos
negativos (FIGURA 5.9).
Com a redução da relação de banho verifica-se um acréscimo, na média, de
6,2%, sem uso de H
2
O
2
. Com o uso de H
2
O
2
as respostas foram negativas, com
maior significância (-47,3%) para maior concentração de enzima (FIGURA 5.10).
A resposta ao efeito do H
2
O
2
, para uma maior relação de banho, foi melhor
com uma maior concentração de enzima, 38,4%. Com uma menor relação de banho,
as respostas foram negativas, -10,7%, independentemente da concentração de
enzima.
O efeito do aumento da concentração de enzima apresentou resposta apenas
para uma maior relação de banho, e foi mais significativa com o uso de H
2
O
2
,
+39,3%. Com uma menor relação de banho, não houve resposta com o aumento da
concentração de enzima, independentemente do uso de H
2
O
2
.
70
1by3
2by3
(3)Var3
1*2*3
(1)Var1
1by2
(2)Var2
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15
- Interações - Efeitos principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.9 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações no alvejamento.
.
.
.
8,9
10,7
0,0
10,7
47,3
0,0
8,0
0,0
FIGURA 5.10 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados do alvejamento.
Os resultados sugerem que o efeito do H
2
O
2
no alvejamento é mais evidente
quando o tecido é submetido à maior estonagem, principalmente, em uma maior
71
relação de banho. A explicação deste efeito, provavelmente, deve-se a que as
impurezas fixadas às fibras, por ação da enzima, sejam mais expostas à ação
oxidante do peróxido. Para uma menor relação de banho o H
2
O
2
mostra-se inócuo
aos resultados, ou até mesmo negativos, indicando que em meios de maior carga
orgânica sua ação oxidante é maior, provavelmente, sobre compostos menos
complexos.
5.3.4. Análise das respostas dos efeitos sobre a maciez.
Para a maciez, da mesma forma que os demais parâmetros, os efeitos
principais, % de H
2
O
2
(Var1) e o % de enzima (Var2), e o efeito de interação 12
apresentaram respostas positivas (FIGURA 5.11). O efeito % de enzima foi o mais
significativo, já, o efeito % H
2
O
2
é inexpressivo.
Assim como para os demais parâmetros, o efeito peso de roupa (Var3) e os
efeitos das interações 13, 23 e 123 são negativos, com maior significância para
o peso de roupa.
Ao reduzir a relação de banho observa-se uma melhora inexpressiva na
maciez, em média +3,15%, sem o uso de H
2
O
2
, independentemente da
concentração de enzima. Já, a resposta foi negativa e significativa, com o uso do
H
2
O
2
e maior concentração de enzima. Para menor concentração de enzima o
ocorreu alteração na resposta (FIGURA 5.12).
72
1by3
2by3
1*2*3
(3)Var3
(1)Var1
1by2
(2)Var2
-15 -10 -5 0 5 10 15 20
- Interações - Efeitos principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.11 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações na maciez.
.
.
.
14,4
16,2
6,3
10,8
38,7
4,5
2,7
2,7
FIGURA 5.12 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados da maciez.
O uso de H
2
O
2
, para uma maior relação de banho, levou a uma melhora na
resposta quanto à maciez, quando se aplicou maior concentração de enzima
73
+24,0%. Já, para menor concentração de enzima a resposta foi discreta e negativa.
Em baixa relação de banho a resposta foi, na média, 9,9% menor
independentemente das concentrações de enzima.
O efeito da % de enzima, quanto à maciez, é mais significativo em alta
relação de banho, na média +22,05%, com destaque para o uso de H
2
O
2
. Em baixa
relação de banho, a resposta foi pouco significativa, na média, apenas +3,6%.
Estes resultados indicam que o amaciante é mais eficaz a uma menor relação
de banho, provavelmente, devido à sua menor diluição. Embora, quando as roupas
são submetidas a uma maior estonagem, principalmente em uma maior relação de
banho, observa-se melhor resposta à maciez, provavelmente, devido ao ataque às
fibras por ação enzimática, tornando-as menos rígidas, ou mesmo pela remoção de
resíduos de gomas.
5.4. Avaliação dos Resultados Analíticos
Para as amostras compostas, as determinações de condutividade, sólidos
totais, cálcio, magnésio e potássio (APÊNDICE H), mesmo não tendo limites
determinados no Art. 15 da Resolução CONAMA 357 / 2005 (BRASIL 2005d)
(ANEXO B), que trata das condições e padrões para águas doces de classe II, e Art.
34, que trata das condições de lançamento de efluentes, foram realizadas com o
objetivo de se avaliar o impacto das diferentes relações de banho sobre os efluentes
gerados.
Os parâmetros cloretos, sulfatos, alumínio e cobalto o têm limites
determinados para lançamentos segundo o Art. 34. No que se refere ao Art. 15,
apenas o alumínio apresenta, na média, valores acima dos limites permissíveis. Os
demais parâmetros inorgânicos mostram valores dentro destes limites.
Quanto ao pH e a temperatura, na média, atendem às condições de
lançamento. No caso do pH os resultados apresentaram variações mais
significativas, e em alguns ensaios, os valores mostram-se acima do limite permitido.
Os parâmetros DBO e turbidez apresentaram valores elevados para
lançamento, considerando as condições de escoamento e capacidade de carga do
corpo receptor e o que determinam o Art. 25 e Art. 26 (Anexo B).
74
Para óleos e graxas, mesmo nos ensaios em que se utilizou elevada relação
de banho, este apresentou, na média, valores acima do limite estabelecido no Art.
34, § 4, da Resolução CONAMA No. 357 / 05.
Dentre os parâmetros analisados a cor é o de maior destaque, com valores
muito acima do limite admissível para corpos dágua doce de classe II, segundo o
Art. 15, item III e o que determina o Art. 42 desta resolução.
Os resultados analíticos das amostras compostas mostram que os efluentes
gerados nos processos de lavagem o atendem às condições de lançamento
conforme determina o Art. 34.
Os resultados das análises físicas e químicas das águas residuárias do
segundo enxágüe da estonagem e do alvejamento mostram valores elevados,
principalmente, quanto aos parâmetros cor e DBO (APÊNDICE H).
Estes resultados, a priori, impossibilitou o seu reuso, na forma in natura, em
qualquer das etapas do processo de lavagem.
A TABELA 5.5 mostra um resumo dos resultados analíticos das amostras
compostas dos efluentes gerados nos ensaios, destacando os parâmetros DBO,
turbidez e óleos e graxas conforme apresentado no APÊNDICE H.
TABELA 5.5 
Resumo dos resultados analíticos da DBO, turbidez e óleos e graxas dos
efluentes compostos, expurgados os resultados da água bruta.
Resultados analíticos
Data Ensaios
DBO Turbidez Óleos e Graxas
02/08/05 1 816,0 111,8 81,7
26/07/05 2 553,0 361,4 69,0
19/07/05 3 675,0 209,8 42,7
12/07/05 4 780,0 449,3 38,7
04/10/05 5 851,0 418,8 122,0
27/09/05 6 252,0 336,1 55,0
20/09/05 7 362,5 271,7 102,5
13/09/05 8 716,0 230,6 89,9
05/07/05 9 442,0 315,4 31,0
75
Os efeitos dos fatores e suas interações foram calculados, da mesma forma
que para os resultados da pesquisa de qualidade das peças após as lavagens,
segundo Barros Neto, Bruns e Scarmínio (1995) e encontram-se na TABELA 5.6.
TABELA 5.6 
Efeitos principais e de interação calculados para o planejamento fatorial 2
3
para
a DBO, turbidez e óleos e graxas para um nível de 95% de confiança.
EFEITOS
DBO Turbidez Óleos e Graxas
Média 625,7 298,7 75,1
Efeitos principais:
1  % de H
2
O
2
-100,9 91,3 -24,0
2  % da enzima 15,4 -16,7 -13,4
3  peso de roupa (kg) -160,6 31,2 34,4
Interação de dois fatores:
12 330,1 7,9 15,7
13 -21,9 -153,2 -15,8
23 -27,7 -109,6 -21,1
Interação de três fatores:
123 146,1 12,9 11,5
Para os efeitos principais o peso de roupa mostra ser mais significativo sobre
o resultado da DBO, embora de forma negativa. Os parâmetros turbidez e óleos e
graxas mostram resultados positivo, embora, menos significativos.
Os resultados para o efeito de % H
2
O
2
mostram-se mais significativo para a
DBO e turbidez, embora, de forma negativa sobre o primeiro.
Para o % enzima, os efeitos sobre os resultados dos três parâmetros
mostram-se menos significativos e em uma mesma ordem de grandeza, embora,
negativo para a turbidez e óleos e graxas.
76
5.4.1. Análise da resposta dos efeitos sobre a DBO.
Entre os resultados dos efeitos, a interação 12 é o mais significativo para a
DBO, conforme pode ser visto na FIGURA 5.13. Os efeitos % H
2
O
2
e peso de roupa
mostram-se também significativos, embora seus efeitos sejam negativos.
Analisando o cubo mostrado na FIGURA 5.14 verifica-se que com a redução
de 50% na relação de banho a DBO reduziu, na média, 22,8%, onde seria de
esperar que seu valor duplicasse.
Associando estes resultados aos da pesquisa de qualidade realizada após a
lavagem das peças, verifica-se que para os ensaios com maior relação de banho os
percentuais das notas atribuídas (TABELA 5.3) foram superiores aos de menor
relação de banho para todos os parâmetros, o que leva a sugerir que a quantidade
de matéria orgânica liberada nos processos está diretamente relacionada à
eficiência de cada etapa, ou seja, desengomagem, estonagem, alvejamento e
amaciamento.
(3)Var3
(1)Var1
2by3
1by3
(2)Var2
1*2*3
1by2
-250 -200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 400
- Interações - Efeitos principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.13 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações na DBO.
77
.
.
675,0
362,5
816,0
851,0
780,0
716,0
553,0
252,0
FIGURA 5.14 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados da DBO.
Uma baixa eficiência na etapa de desengomagem leva o somente à
geração de efluentes com menor carga orgânica, como conseqüência direta da
menor quantidade de açúcares liberada pela ação da enzima amilase sobre as
gomas, como também, de uma menor ação da enzima celulase sobre as fibras do
algodão, em decorrência do envolvimento das fibras pela goma. A ação do H
2
O
2
sobre os corantes complexos presentes nos fios de urdume também é reduzida em
decorrência da presença destas gomas, o que leva a possibilidade de ação oxidante
mais efetiva sobre a matéria orgânica dispersa. O resultado do amaciamento do
tecido é prejudicado quando a remoção da goma não é satisfatória.
Com o uso do H
2
O
2
e menor quantidade de enzima observa-se, na média,
forte redução na DBO (-51,7%). com o uso de maior quantidade de enzima
verifica-se um acréscimo, na média, de 44,2%. Estes resultados sugerem que com a
maior concentração de enzima, principalmente em uma menor relação de banho, a
concentração de H
2
O
2
tomado nos ensaios é insuficiente para oxidar uma maior
quantidade de matéria orgânica liberada no meio líquido.
78
5.4.2. Análise da resposta dos efeitos sobre a turbidez.
Para os efeitos principais o % H
2
O
2
mostra-se mais significativo. para os
efeitos de interação, a interação 13 mostra-se mais significativa, embora com valor
negativo (FIGURA 5.15).
1by3
2by3
(2)Var2
1by2
1*2*3
(3)Var3
(1)Var1
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150
- Interações - Efeitos Principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.15 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações na turbidez.
Procedendo a uma análise do cubo mostrado na FIGURA 5.16 verifica-se que
a redução de 50% na relação de banho eleva a turbidez do efluente, na dia, em
10,95%, quando da mesma forma que a DBO, poder-se-ia esperar que este valor
duplicasse. Esta variação foi, em média, positiva (+59,8%) quando se utilizou menor
concentração de enzima e negativa (-23,8%) quando se utilizou maior concentração.
Este resultado mostra que a enzima tem ação negativa sobre a turbidez, em
especial, a uma menor relação de banho (interação 23 apresentada na TABELA
5.6).
79
.
.
209,8
271,7
111,8
418,8
449,3
230,6
361,4
336,1
FIGURA 5.16 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados da turbidez.
Com uso de H
2
O
2
, associado a uma maior relação de banho, verifica-se um
aumento no resultado da turbidez, em média, de 152,3%. Com uma menor relação
de banho verifica-se uma redução neste resultado, em média, de 17,9%. Estes
resultados sugerem que a ação oxidante do H
2
O
2
sobre os compostos coloidais,
responsáveis pela turbidez do efluente, é mais efetiva a uma menor relação de
banho, ou seja, em meio com maior concentração. O cálculo da interação 13
apresentado na TABELA 5.6 mostra este efeito.
Uma análise dos resultados da pesquisa de qualidade sobre as peças após
lavagem não indica qualquer relação entre a qualidade das peças lavadas e a
turbidez dos efluentes dos respectivos ensaios.
5.4.3. Análise da resposta dos efeitos sobre óleos e graxas
O efeito principal peso da roupa (Var3) mostra ser mais significativo sobre a
concentração de óleos e graxas. Já % de H
2
O
2
(Var1) e % da enzima (Var2)
80
mostraram-se menos significativos e com efeitos negativo sobre este parâmetro
(FIGURA 5.17).
Observando o cubo apresentado na FIGURA 5.18 verifica-se para uma menor
relação de banho um aumento, na média, de 59,4% na concentração de óleos e
graxas nas amostras dos efluentes.
Com o uso de H
2
O
2
verifica-se que a concentração de óleos e graxas diminui,
na média, 27,5%, sendo esta redução mais acentuada em menor relação de banho.
Este resultado sugere que o H
2
O
2
atua oxidando os ácidos graxos dispersos no
meio.
Com o acréscimo na quantidade de enzima observa-se uma redução na
concentração, em média, de 16,9%. Este resultado sugere que uma maior ação das
enzimas sobre as fibras potencializa a retenção, pelas fibras, dos óleos e graxas.
(1)Var1
1by3
(2)Var2
1*2*3
1by2
2by3
(3)Var3
-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
- Interações - Efeitos Principais
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
,01
,05
,15
,35
,55
,75
,95
,99
FIGURA 5.17 -
Probabilidade acumulada numa distribuição normal
para os efeitos principais e interações para óleos e
graxas.
81
.
.
42,7
102,5
81,4
122,0
38,7
89,9
69,0
55,0
FIGURA 5.18 -
Resultado do planejamento fatorial apresentado no
cubo para os resultados de óleos e graxas.
Associando estas observações aos resultados da pesquisa de qualidade das
peças após lavagem, verifica-se que para todos os parâmetros, em especial a
maciez, a soma dos percentuais das notas atribuídas às peças, onde as lavagens
utilizaram maior concentração de enzima, foi superior à soma das notas atribuídas
às peças onde as lavagens foram realizadas com menor concentração.
82
6. CONCLUSÃO
A lavanderia industrial tomada para estudo possui uma capacidade instalada, em
equipamentos de lavagem, enxágüe e secagem, superior ao que efetivamente vem
produzindo. No período avaliado, entre setembro de 2004 e agosto de 2005, o índice
de utilização foi, na média, 33,46%, 19,10% e 15,89%, respectivamente, para os
equipamentos de secagem, deságüe e lavagem. Esta subutilização, principalmente
em períodos de baixa demanda, leva a um aumento do custo global dos serviços,
tanto no aspecto financeiro como ambiental.
A baixa produtividade, particularmente das máquinas lavadoras, deve-se à
combinação de um conjunto de fatores. Entre estes fatores, independentemente do
período de atividade, tem-se: grande mero de clientes com baixa produção de
peças, grande diversidade de processo, falta de planejamento nas operações e falta
de padronização para os serviços prestados. Estes equipamentos são utilizados com
carga muito abaixo do especificado pelo fabricante.
Outro aspecto importante que tem contribuído para a baixa eficiência e
aumento de custos é a falta de recursos técnicos dos equipamentos que permitam
maior controle sobre as variáveis de processo.
A partir dos dados de produção efetiva, levantados no setor de contabilidade
da empresa no período em que foi realizado o estudo, verifica-se que meses de
maior e menor demanda. Nos meses de janeiro e fevereiro uma retração nesta
atividade, já, nos meses de maio e junho verifica-se um aumento na produção. Estes
resultados reforçam a tese de que o maior volume da produção é destinado ao
mercado interno.
Os resultados obtidos na avaliação de qualidade das peças após processo
de lavagem, utilizando o planejamento fatorial 2
3
, mostraram, de forma geral, serem
diretamente afetados pela relação de banho. Uma maior relação de banho leva a
melhores resultados, principalmente para o alvejamento.
Os resultados mostraram também que uma redução de 50% na quantidade
de H
2
O
2
sobre o peso de roupa, utilizados no alvejamento, em relação à quantidade
utilizada em escala industrial e recomendada pelo fornecedor, não trás prejuízo à
qualidade da lavagem, principalmente em uma maior relação de banho. Esta
83
observação leva à hipótese de uma utilização desnecessária de auxiliares químicos,
com incremento de custo, pela falta de critérios técnicos quanto à concentração,
qualidade e quantidade.
Considerando que a lavanderia estudada utilizasse em seu processo de
lavagem, no período pesquisado, ou seja, de setembro de 2004 a agosto de 2005,
50% da quantidade de H
2
O
2
utilizada em escala industrial, esta unidade teria uma
economia de R$ 14.700,00. Este valor corresponde a uma redução de R$ 0,03 no
custo da peça beneficiada, apenas neste processo.
Quanto à enzima, um acréscimo na concentração, para os níveis estudados,
em relação ao peso de roupa seca mostrou afetar, de forma favorável e direta, o
desbote. Os demais parâmetros também tiveram melhores resultados com o
acréscimo de concentração, embora, de forma indireta.
Os resultados de análises das amostras compostas dos efluentes coletados
nos ensaios confirmam seu elevado potencial poluidor. A cor, carga orgânica (DBO),
turbidez e óleos e graxas são os principais responsáveis por esta característica. Os
parâmetros inorgânicos, em especial os metais pesados, mantiveram-se dentro dos
limites aceitáveis para descarte.
Os resultados da DBO mostraram não haver relação direta com a relação de
banho, para 46 e 92 litros de água / kg de roupa seca. Uma menor relação de banho
resulta em efluente com maior carga orgânica por peso de roupa processada.
Uma menor relação de banho, no vel em que foram realizados os ensaios,
mostrou ser desfavorável nos resultados de qualidade das peças após a lavagem.
84
7. RECOMENDAÇÕES
Após análise dos resultados obtidos neste trabalho e as conclusões
apresentadas sugere-se aprofundamento em estudos visando à otimização dos
processos na busca permanente de melhor custo benefício com menor impacto
ambiental.
Como recomendações, temos:
Avaliar os outros processos utilizados pela lavanderia tinturaria, otimizando o
uso de auxiliares químicos e água, visando à racionalização de custo e
redução dos impactos ambientais.
Avaliar os auxiliares químicos utilizados, quanto às suas origens,
concentrações e eficácia.
Estabelecer padrões de processos, segundo as tendências da moda e a
demanda, com o propósito de limitar a quantidade mínima de peças (kg) nas
operações, visando a racionalização dos custos operacionais e ambientais.
Estudar o reuso de águas residuárias, particularmente, dos segundo enxágüe
das etapas de estonagem e alvejamento do processo de lavagem e segundo
enxágüe do processo de limpeza.
85
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASABRASIL. Caracterização do Semi-Árido Brasileiro. Disponível em:
<www.//asabrasil.org.br/body_semiarido.htm>. Acessado em: 21 Jun. 2005
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de
mudanças da agenda 21. Petrópolis - RJ. Editora Vozes, 1997. 160 p.
BARROS NETO, Benício; BRUNS, Roy Edward; SCARMÍNIO, Ieda Sparcino.
Planejamento e Otimização de Experimentos. Campinas - SP. Editora da UNICAMP,
1995. 299 p.
BARTOLOMEU, Tereza Angélica. Identificação e Avaliação dos Fatores que
Determinam a Qualidade de uma Lavanderia Hospitalar. Um Estudo de Caso no
Setor de Processamento de Roupas do Hospital Universitário da UFSC.
Florianópolis  SC. 1998. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, UFSC.
BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo. Prentice
Hall, 2002. 305 p.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Programa
de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca –
PAN Brasil. Brasília - DF, 2004. 242 p.
______. Banco Central do Brasil. Serviços ao cidadão. Disponível em:
<http://www5.bcb.gov.br/pec/conversao/Resultado.asp?idpai=convmoeda>.
Acessado em: 25 Out. 2005a.
______. Banco do Nordeste do Brasil. Disponível em:
<http://www.bnb.gov.br/content/aplicação/Investir_no_Nordeste/Perfil_dos_Estados>
. Acessado em: 25 Out. 2005b.
______. Ministério da Ciência e Tecnologia. Agência CT. Pernambuco inaugura
primeiro Centro tecnológico. 16 Dez. 2003. Disponível em:
<http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=14347> .
Acessado em: 18 Set. 2005c.
86
______. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CONAMA. Resolução 357, de 17 de maio de 2005. Brasília, DF. 2005d.
CAVALCANTI, Clóvis (Org). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma
sociedade sustentável. 4 ed. São Paulo. Cortez. Recife - PE. Fundação Joaquim
Nabuco, 2003.
CISNEROS, Rosário Lopéz, ESPINOZA, Abel Gutarra, LITTER, Marta I.
Photodegradation of an azo dye of the textile industry. Chemosphere, Jul. 2002, n.
48, p. 393-399.
DUARTE, Marta Maria Menezes Bezerra. Biossorção do Chumbo por Algas
Arribadas. Recife - PE. 2001. Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Química do Departamento de Química Fundamental da UFPE.
EDUARDO, Mariana de Paula. Hidrólise Enzimática de Mandioca e Puba para
Obtenção de Xarope de Maltose. Piracicaba - SP. 2002. Dissertação de Mestrado,
Ciência e Tecnologia de Alimentos. ESALQ.
EIRAS, Sebastião de Paula; ANDRADE, João Carlos. O Uso do Simplex Modificado
como Estratégia de Otimização em Química Analítica. Química Nova. 1996, v. 19, n.
1, p. 24-29.
GOLOB, Vera; VINDER, Aleksandra; SIMONIC, Marjana. Efficiency of the
Coagulation / flocculation Method for the Treatment of Dyebath Effluents. Dyes and
Pigments. 2005, n. 67, p. 93-97.
GORINI, Ana Pula Fontenelle. O Segmento de Índigo. BNDS Setorial, Rio de Janeiro
- RJ, set.1999, n. 10, p. 313-334.
______. Panorama do Setor Têxtil no Brasil e no Mundo: Reestruturação e
Perspectivas. BNDS Setorial, Rio de Janeiro - RJ, 2000, n. 12, p. 17-50.
GREENBERG, Arnold et al.. Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater - SMEWW. Washington. American Public Health Association. 20
th
edition, 1998.
87
GÜBITZ, Georg M. Uma Introdução à Biotecnologia e à Enzimologia e sua
Aplicações na Indústria Têxtil. In: Seminário Internacional  Aplicações da
Biotecnologia na Indústria Têxtil, Blumenau  SC, 2001. Tradução e Adaptação de
Amílcar DÁvila de Mello (Vice Versa Traduções Ltda.) e Jürgem Andreaus (FURB,
Depto. de Química). Química Têxtil. dez.2005, n. 73, p. 54-68.
HACHEM, C. et al.. Decolourization of textile industry wastewater by the
photocatalytic degradation process. Dyes and Pigments. 2001, n. 49, p. 117-125.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatística/população/projeção_da_população/default.
shtm. Acessado em 23 Out. 2005a.
______. Brasil em Síntese. Contas nacionais. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/tabelas/contas_nacionais01.htm>.
Acessado em 25 Out. 2005b.
______. Sistema IBGE de Recuperação Automática  SIDRA. Tabela 200 –
população residente por sexo, situação e grupo de idade. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?z=cd&o=9&i=P>. Acessado em
25 Out. 2005c.
______. IBGE Cidades. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Acessado em 04 Fev. 2006.
IEMI - Instituto de Estudos de Marketing Industrial. Relatório Setorial da Indústria
Têxtil Brasileira – 2002. São Paulo  BR, out.2002. Disponível em:
<http://www.textilia.net/index> . Acessado em 20 Dez.2005.
______. Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira – 2005. São Paulo - BR.
Ago.2005, v. 5, n. 5, 180 p.
JARDIM, Wilson F.; CANELA, Maria Cristina. Fundamentos de Oxidação Química no
Tratamento de Efluentes e Remediação do Solo. Caderno Temático No. 1.
Campinas - SP, Jun.2004. Laboratório de Química Ambiental - LQA. Instituto de
Química. UNICAMP.
KUNZ, Airton; ZAMORA, Patrício Peralta. Novas Tendências do Tratamento Têxtil.
Química Nova. 2002, v. 25, n. 1, p. 78-82.
88
LASTRES, Helena M. M.; CASSIOLATO, José E. (Coord.). Glossário de Arranjos e
Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – GASPIL. 2005. IE UFRJ. Disponível em:
<www.redesist.ie.ufrj.br/glossario.php>. Acessado em: 19 jan.2006.
MONTEIRO FILHA, Dulce Corrêa; SANTOS, Angela Maria Medeiros M.. Cadeia
Têxtil : Estruturas e Estratégias no Comércio Exterior. BNDS Setorial. Rio de janeiro
- RJ, 2002, n. 15, p. 113-136.
______; CORRÊA, Abidack. BNDES 50 Anos – Histórias Setoriais: O Complexo
Têxtil. Publicações BNDES. Rio De Janeiro. 2002. Disponível em:
<http://www.bndes.gov.br/conhecimento/livro_setorial/setorial11.pdf>. Acessado em
27 Dez.2005.
MORRISON, Robert T.; BOYD, Robert N.. Química Orgânica. Tradução de Manoel
Alves da Silva. 6ª edição. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian. Jan.1978, 1395 p.
ODUM, Eugene P. . Fundamentos de Ecologia. Tradução: Antonio Manoel de
Azevedo Gomes. 7ª. edição. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian. 2004, 927 p.
PEREIRA, Wellington S.; FREIRE, Renato S. Ferro Zero: Uma Nova Abordagem
para o Tratamento de Águas Contaminadas com Compostos Orgânicos Poluentes.
Química Nova. 2005, v. 28, n. 1, p. 130-136.
PERNAMBUCO (Estado). Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
 CPRH. CPRH realiza levantamento ambiental nas indústrias de Toritama. Recife,
06 Nov.2003. Disponível em: < http://www.cprh.pe.gov.br/frme-index-
secao.asp?idconteudo=790>. Acessado em: 20 Out. 2005.
______ . ______ . Lavanderias de Toritama serão licenciadas pela CPRH. Recife, 09
Dez.2004. Disponível em: < http://www.cprh.pe.gov.br/frme-index-
secao.asp?idconteudo=970>. Acessado em: 20 Out. 2005.
RAGNINI, Christiane A.R.; DI IGLIA, Rosana A.; BERTAZZOLI, Rodnei.
Considerações sobre Eletrogeração de Peróxido de Hidrogênio. Química Nova.
2001. v. 24, n. 2, p. 252-256.
RAPOSO, Maria Cristina (Coord.). Estudo de Caracterização Econômica de Pólo de
Confecções do Agreste Pernambucano. Recife - PE. FADE  UFPE, 2003. 84 p.
89
SANTOS, Éster Oliveira. Estudos das Características dos Efluentes gerados em
Lavanderia industrial de Jeans na Cidade de Toritama – PE. Trabalho apresentado
no 22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, ABES, Set. 2003.
Joinville - SC.
SANTOS, Miguel Ângelo Batista dos. Análise do Resultado Financeiro Operacional
de Micros e Pequenas Empresas: Um estudo de Caso das Indústrias do Vestuário
do Município de Campo Grande / MS. Florianópolis - SC, 2001. Dissertação de
Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC.
SARASA, J. et al. Treatment of a Wastewater Resulting From Manufacturing with
Ozone and Chemical Coagulation. Water Research. 1998, v. 32, n. 9, p. 2721-2727.
SCHOEBERL, P. et al. Traetment and Recycling of Textile Wastewater Case Study
and Development of a Recycling Concept. Dasalination. 2004, v. 171, p. 173-183.
SUASSUNA,João. Transposição: Impactos na bacia do São Francisco. In:I
Seminário sobre Transposição das Águas do São Francisco. João Pessoa  PB,
nov. 1999. Disponível em:
<http://www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/simposio.htm>. Acessado em: 30 Out.
2005.
TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. São Paulo - SP. Oficina de Textos.
2000. 2ª Reimpressão, 2003, 558 p.
WANG, Chunxia et al. Toxicity evaluation of reactive dyestuffs, auxiliaries and
selected efflents in textile finishing industry to luminiscent bacteria Vibrio fischeri.
Chemosphere, 2002. v. 46, p. 339-344.
ZAUHERMAN, Manoel. Engomagem, Preparação e Meio Ambiente. Química Têxtil.
Jun.2005, n. 79, p. 18-31. Disponível em:
<www.abqct.com.br/revistas/pdf/QT_79.pdf> Acessado em: 12 Dez.2005.
90
APÊNDICES
91
APÊNDICE A -
Questionário para avaliação da qualidade da lavagem em
amostras de calças jeans após ensaios do “Processo de
lavagem“
92
APÊNDIC
anta ento de ados dos 04 princ ais processos
cutados na lavanderia industria estudo.
Folha: 01 / 03
rocesso d Lavagem
03/02/05 09/06/05 05/11/05
E B -
Lev m d ip
exe
P e
data = Média
Lavadora No. = 01 01 02
Operado
Quantidade de roupa (p
r = - - -
) = 168 158 308 211
) = 80 85 110
ç
Peso de roupa (kg 92
Peso médio (kg / pç) = 0,476 0,538 0,357 0,434
so (hora) = 3:00 2:50 55 2:55
Etapas
Tempo de proces 2:
Consumo de água (litros)
desengomagem = 520 700 0 672 80
enx 1.200 600
100 150 150 134
520 1.200 600 797
1.200 600
200 200 600 315
1.200 700
1.200 700
amento = 520 300 362
3.940 7.350 4.950
ágüe = 520 797
estonagem =
enxágüe =
enxágüe = 520 797
alvejamento =
enxágüe = 520 824
enxágüe = 520 824
amaci 200
Total = 5.522
Consumo de águ 49,3 86,5 45,0
Processo de Tingimento Preto
05/11/05 05/11/05 05/11/05 Média
a (L / kg) = 60,2
data =
Lava 08 02 03
O
Quantidade 300 200 267 256
Peso de roupa 60 150
0,300 0,562
e processo (hora) = 1:20 1:25 40 1:28
Etapas sumo de água (lit s)
dora No. =
perador = - - -
de roupa (pç) =
(kg) = 122 111
Peso médio (kg / pç) = 0,407 0,433
Tempo d 1:
Con ro
desengomagem = 1.100 600 00 874 7
enxá 777
tingimento = 600 70 0 784
enx
amento =
3 2 3
güe = 700 600 800
0 70
ágüe = 1.100 800 800 1.021
estonagem =
enxágüe =
enxágüe =
limpeza =
enxágüe =
enxágüe =
amaci
Total = .500 .700 3.000 - .456
Consumo de água (L / kg) = 28,7 45,0 20,0 31,2
93
APÊNDICE
ant nto de dos d 4 prin is processos
cutados na lavanderia industria estudo.
Processo de Tingimento Castanho Ferrugem
data = 06/11/05 Média
B -
Lev ame da os 0 cipa
exe
Folha: 02 / 03
Lavadora No. = 04
ç
Peso de roupa (kg 42
Peso médio (kg / pç) = 0,404 0,404
so (hora) = 1:35 1:35
Etapas s)
Operado
Quantidade de roupa (p
r = -
) = 104 104
) = 42
Tempo de proces
Consumo de água (litro
desengomagem = 600 600,0
enxágüe = 600 600,0
cationização = 200 200,0
tingimento = 200 200,0
xágüe = 600
en
2.200 - -
en 600,0
estonagem =
xágüe =
limpeza =
enxágüe =
amaciamento =
Total = - 2.200
Consumo de água (L / kg) = 52,4 52,4
Média
Levantamento de dados do processo Limpeza
data = 05/11/05 05/11/05 05/11/05 06/11/05
Lavado
erador = - - -
Quan 40 257
56 91 118
Peso médio ( 0 6 0,459 0,457 0,459
Tempo de process 0:45 0:48 42 0:52 0:46
sumo de água (lit s)
ra No. = 01 07 8 010
Op -
174tidade de roupa (pç) =
Peso de roupas (
315 3 199
kg) =
pç) =
80
,460
14
0,4
5
0
1
kg /
o (hora) = 0:
Etapas Con ro
deseng 600 1.000 600 747 omagem = 700
enxágüe = 700 800 00 700 799
enxágüe = 600 700 00 700 742
amaciamento = 300 300 00 500 428
2.717
8
8
5
Total = 2.200 2.500 3.100 2.500
Consumo de 23,0
água (L / kg) = 27,5 17,2 19,9 27,5
94
APÊNDICE B -
nto 04 principais processos
na lavanderia industria estudo.
olha: 03
Distribuiçã % o nú ero de p ocessos
levantamento realizado no período julho a setembro de 2005
Levantame de dados dos
executados
F / 03
o d m r
Processo Quantidade Distribuição %
Processo de lavagem s 26,10 = 1.101 operaçõe
Preto = 811 operações 19,22
711 operações 16,85
al = 19 oper 10
Castanho ferrugem =
Limpeza = 334 operações 7,92
Outros processos = 1.262 operações 29,91
Tot 4.2 ações 0,00
mp do essos édia p rada
levantamento realizado no período julho a setembro de 2005
Te o médio s proc e m onde
Processo Tempo médio
Processo gem 5 s de lava 2:5 Hora
Preto 1:28 Horas
nho 1:35 s
peza 0:46 s
Méd rada 7 s
Casta Hora
Lim Hora
ia Ponde 1:5 Hora
Consumo médio de água nos processos e média ponderada
levantamento realizado no período julho a setembro de 2005
Processo Volume de água
Processo gem 2 / kg d a de lava 60, Litros e roup
Preto 2 / kg d a
Castan gem 4 / kg d a
peza 0 / kg d a
Média rada 2 / kg d a
31, Litros e roup
ho ferru 52, Litros e roup
Lim 23, Litros e roup
Ponde 46, Litros e roup
95
APÊNDICE C -
Distribuição % de peças processadas pelos clientes da
lavanderia industrial estu
Folh 01 / 03
Dados em le ento do no o de ju setembro de 2005
do
a:
obtidos vantam realiza períod lho a
Q duantida
e
Peso (kg) Distribuição % Acumulado %
CLIENTE
peças total dio peças peso peças peso
1 38.427 15.486,6 0,403 8,05 7,78 8,05 7,78
2 35.272 15,44 13,41
.614 13.678 0,407 ,04 6,87 22,49 20,28
.227 10.975 0,418 ,50 5,51 27,99 25,80
5 25.255 13.261 0,525 ,29 6,66 33,28 32,46
6 37,24
7 19.772 6.175,0 12 4 41
18 5 5.916,1 3,81 45,71
9 6
6
5
5
5
4
3
4
3
3
3
6 3
6 3
6 2
6 2
5 2
5 3
5 2
5 2
5 2
5 2
4 1
4 1
4 1
4 1
3 1
3 1
3 2
3 1
3 1
3
2 1
2 1
2
2 1
2
11.221,3 0,318 7,39 5,64
3 33
4 26
,5 7
,5
,2
5
5
21.368 9.530,4 0,446 4,48 4,79 37,76
0,3
0,326
,14 3,10
2,97
,90 40,34
43,328 .16
13.384 .489,6 0,485 2,80 3,26 48,51 46,57
10 12.585 .395,7 0,508 2,64 3,21 51,15 49,79
11 12.340 .824,1 0,472 2,59 2,93 53,73 52,71
12 12.225 .043,6 0,413 2,56 2,53 56,30 55,25
13 10.667 .406,2 0,507 2,24 2,72 58,53 57,96
14 10.041 .691,4 0,467 2,10 2,36 60,64 60,32
15 9.527 .838,3 0,403 2,00 1,93 62,63 62,24
16 9.084 .155,6 0,457 1,90 2,09 64,54 64,33
17 9.035 .325,6 0,368 1,89 1,67 66,43 66,00
18 7.963 .990,4 0,501 1,67 2,00 68,10 68,01
19 7.520 .033,1 0,403 1,58 1,52 69,67 69,53
20 .915 .253,2 0,470 1,45 1,63 71,12 71,16
21 .867 .403,7 0,496 1,44 1,71 72,56 72,87
22 .745 .881,2 0,427 1,41 1,45 73,98 74,32
23 .010 .834,6 0,472 1,26 1,42 75,24 75,74
24 .877 .779,7 0,473 1,23 1,40 76,47 77,14
25 .765 .333,1 0,578 1,21 1,67 77,68 78,81
26 .617 .454,0 0,437 1,18 1,23 78,85 80,05
27 .311 .779,0 0,523 1,11 1,40 79,97 81,44
28 .224 .227,0 0,426 1,09 1,12 81,06 82,56
29 .139 .162,4 0,421 1,08 1,09 82,14 83,65
30 .217 .348,0 0,320 0,88 0,68 83,02 84,32
31 .054 .650,9 0,407 0,85 0,83 83,87 85,15
32 .030 .406,1 0,349 0,84 0,71 84,72 85,86
33 .007 .420,5 0,355 0,84 0,71 85,55 86,57
34 .982 .294,1 0,325 0,83 0,65 86,39 87,22
35 .827 .431,3 0,374 0,80 0,72 87,19 87,94
36 .770 .087,3 0,554 0,79 1,05 87,98 88,99
37 .326 .532,0 0,461 0,70 0,77 88,68 89,76
38 .323 .644,1 0,495 0,70 0,83 89,37 90,58
39 .162 861,3 0,272 0,66 0,43 90,04 91,02
40 .796 .053,0 0,377 0,59 0,53 90,62 91,55
41 .549 .009,0 0,396 0,53 0,51 91,16 92,05
42 .502 963,7 0,385 0,52 0,48 91,68 92,54
43 .389 .151,0 0,482 0,50 0,58 92,18 93,11
44 .249 526,0 0,234 0,47 0,26 92,65 93,38
96
APÊNDICE C -
Distribuição % de peças processadas pelos clientes da
lavanderia industrial estu
Folha: 02 / 03
Dados ob s em levantamento re do no pe odo de julho a setembro de 2005
do
tido aliza
Quantidad
e
Peso (kg) Distribuição % Acumulado %
CLIENTE
peças total dio peças peso peças peso
45 2.065 632,0 0,306 0,43 0,32 93,09 93,70
46 1.950 900,7 0,462 ,41 0,45 93,50 94,15
.822 754,2 0,414 ,38 0,38 93,88 94,53
583,1 0,345 ,35 0,29 94,23 94,82
49 1.383 95,16
50 95,29
506, 12 0 95
5
1 4
1
3
2
1
4
2
2
2
2
1
1
1
3
2
5 2
5 1
5 2
5 1
4 2
73 498 86,0 0,173 0,10 0,04 98,52 98,51
98,62 98,63
75 475 198,2 0,417 0,10 0,10 98,72 98,73
76 466 224,0 0,481 0,10 0,11 98,82 98,84
0,07 98,98 99,00
79 360 204,0 0,567 0,08 0,10 99,06 99,10
80 359 218,0 0,607 0,08 0,11 99,13 99,21
81 318 191,0 0,601 0,07 0,10 99,20 99,31
82 295 123,0 0,417 0,06 0,06 99,26 99,37
83 291 86,0 0,296 0,06 0,04 99,32 99,41
84 282 107,0 0,379 0,06 0,05 99,38 99,46
85 280 42,0 0,150 0,06 0,02 99,44 99,49
0
47 1
48 1.689
0
0
0675,8 0,489 ,29 0,34 94,52
1.278 254,0 0,199 0,27 0,13 94,79
51
52
1.227 0 0,4 ,26 0,25 ,05 95,54
1.129 99,0 0,531 0,24 0,30 95,28 95,84
53 .040 20,7 0,405 0,22 0,21 95,50 96,05
54 .023 301,0 0,294 0,21 0,15 95,71 96,20
55 978 72,0 0,380 0,20 0,19 95,92 96,39
56 968 77,0 0,286 0,20 0,14 96,12 96,53
57 936 84,0 0,197 0,20 0,09 96,32 96,62
58 905 72,0 0,522 0,19 0,24 96,51 96,86
59 866 07,0 0,239 0,18 0,10 96,69 96,96
60 799 62,1 0,328 0,17 0,13 96,86 97,10
61 772 57,0 0,333 0,16 0,13 97,02 97,22
62 746 90,4 0,389 0,16 0,15 97,18 97,37
63 740 81,0 0,245 0,16 0,09 97,33 97,46
64 725 81,0 0,250 0,15 0,09 97,48 97,55
65 655 34,0 0,205 0,14 0,07 97,62 97,62
66 637 23,8 0,508 0,13 0,16 97,75 97,78
67 583 61,0 0,448 0,12 0,13 97,88 97,91
68 40 85,0 0,528 0,11 0,14 97,99 98,06
69 25 43,0 0,272 0,11 0,07 98,10 98,13
70 00 35,1 0,470 0,10 0,12 98,20 98,25
71 00 90,0 0,380 0,10 0,10 98,31 98,34
72 98 56,7 0,515 0,10 0,13 98,41 98,47
74 495 228,0 0,461 0,10 0,11
77 419 174,8 0,417 0,09 0,09 98,91 98,93
78 370 138,0 0,373 0,08
97
APÊNDICE C -
Distribuição % de peças processadas pelos clientes da
lavanderia industrial estudo
Folha: 03 / 03
Dados obtidos em levantamento realizado no período de julho a setembro de 2005
Quantidade Peso (kg) Distribuição % Acumulado %
CLIENTE
peças total médio peças peso peças peso
86 225 41,0 0,182 0,05 0,02 99,49 99,51
87 213 130,0 0,610 0,04 0,07 99,53 99,57
88 206 53,0 0,257 0,04 0,03 99,58 99,60
186 82,0 0,441 0,04 0,04 99,62 99,64
170 42,0 0,247 0,04 0,02 99,65 99,66
91 99,69
92 99,71
93 69,2 0,422 0,03 99,74
86,0 0,562 0,0 04 99,79 99,78
133 37,0 78 0, 2 99,8 99,80
130 33,0 54 0,03 ,02 99 9,82
124 55,0 44 0,03 ,03 99 9,85
105 65,0 19 0,02 ,03 99 9,88
104 53,0 10 0,02 ,03 99 9,91
102 36,0 53 0,02 ,02 99 9,93
98 59,0 02 0,02 ,03 99 9,95
91 45,1 96 0,02 ,02 99 9,98
50 11,0 20 0,01 ,01 99 9,98
46 23,0 00 0,01 ,01 99 9,99
27 11,0 07 0,01 100,00 0,00
Resumo = 477.178 199.108 0,417 100 100
89
90
170 58,0 0,341 0,04 0,03 99,69
170 36,0 0,212 0,04 0,02 99,72
164
153
0,03 99,76
3 0,94
95 0,2 03 0,0 2
96 0,2 0 ,84 9
97
98
0,4
0,6
0
0
,87 9
,89 9
99 0,5 0 ,91 9
100 0,3 0 ,93 9
101
102
0,6
0,4
0
0
,96 9
,97 9
103 0,2 0 ,98 9
104
105
0,5
0,4
0 ,99 9
0,01 10
clientes foram identificados por números (1 a 105) em ordem decrescente de volume de
ço contratado, de forma a preservar suas identidades.
Nota: Os
servi
98
APÊNDICE D -
Avaliação do tempo médio de ciclo dos equipamentos
Folha: 01 / 02
Avaliação do Tempo Médio de Carga e Descarga das Lavadoras
Tempos
Data
Máquina
No.
Carga Descarga Total
05/nov 02 0:00:58 0:01:32 0:02:30
05/nov 07 0:01:07 0:02:15 0:03:22
05/nov 02 0:01:23 0:02:47 0:04:10
05/nov 0:03:20
05/nov 08 0:01:35 0:03:14 0:04:49
06/nov
1 3:
= 03
03 0:01:12 0:02:08
07 0:01:53 0:02:50 0:04:43
0:06/nov 04 0 :08 0:01:54 0:0 02
MÉDIA 0: :42
valiaç mpo Cicl adA ão do Te Médio de o das Sec oras
Tempo
Data Ensaio
Carga Secagem Descarga Total
05/nov 1 :05 0:00 0:00:45 1:01:50 0:01 1:0
05/nov 2 :12 0:00 0:00:37 1:01:49
:43 0:00 0:00:53 1:02:36
:36 0:00 0:00:41 1:02:17
06/nov 5 0:01:28 1:00:00 0:00:47 1:01:28
MÉDIA = 1:02:00
0:01 1:0
05/nov 3 0:01 1:0
06/nov 4 0:01 1:0
Observação:
Embora, o tempo de ciclo das secadoras seja estabelecido em 1:00 hora,
pode sofrer pequenas variações para mais ou para menos, de acordo com o tipo de
cido e carga da máquina, segundo o operador. te
99
APÊNDICE D -
Avaliação do Tempo Médio de Ciclo dos Equipamentos
olha: 02 / 02
Avaliação do Tempo Médio de Ciclo das Centrífugas
F
Tempos
Data Ensaio
Carga Centrifugação Frenagem Descarga Total
05/nov 1 0:03:50 0:07:00 0:00:48 0:02:20 0:13:58
05/nov 2 0:03:46 0:07:00 0:00:50 0:01:55 0:13:31
05/nov :57
05/nov 4 0:03:45 :00 0:02:0
05/nov 5 0:03:58 :07:00 00:5 :02:3
06 v 57 0 :11 2:30 4:38
06 v 49 0 :59 2:17 4:05
06 v 28 0 :52 2:34 3:54
06 v 49 0: 0 :58 2:22 4:09
06 v 37 0: 0 :07 2:29 4:13
06 v 11 43 0:0 0 :49 3:43 5:15
06 v 12 32 0: 0 :55 2:38 4:05
06 v 13 42 0 :03 2:08 3:53
DIA = 4:08
3 0:03:55 0:07:00 0:00:52 0:02:10 0:13
0:07 0:00:50 8 0:13:43
0 0: 7 0 4 0:14:29
/no 6 0:03: 0:
0:
07:0 0:01 0:0 0:1
/no 7 0:03: 07:0 0:00 0:0 0:1
/no 8 0:03: 0:07:0 0:00 0:0 0:1
/no 9 0:03: 07:0 0:00 0:0 0:1
/no 10 0:03: 07:0 0:01 0:0 0:1
/no 0:03: 7:0 0:00 0:0 0:1
/no 0:03: 07:0 0:00 0:0 0:1
/no 0:03: 0:07:0 0:01 0:0 0:1
0:1
Obser çã
tem ação é pr ado p eio d tempo dor
00:07:00 horas (sete minutos), indepe temen tipo cido o rga
máquina.
va o:
O po de centrifug é-fix or m e um riza em
nden te do de te u ca da
100
APÊNDICE E -
o dos sos os na nder ust
Folha: 01 / 02
D tamento reali no per julho bro de
Resum proces utilizad lava ia ind rial
estudo
ados obtidos em levan zado íodo de a setem 2005
Quantidade Peso (kg) Distribuição %
PROCESSOS
peças total médio peças peso
amaciado /la 611 275,0 0,450 0,13 0,14ranja -
amaciado - 15.502 5.876,2 0,379 3,25 2,95
amarelo /cinza - 216 91,0 0,421 0,05 0,05
lo / laranja - 7.432 3.370,0 0,453 1,56 1,69
amarelo / preto - 158 20,0 0,127 0,03 0,01
0,03
amarelo - 0 1 0,450 ,07
azul - 85 2
ast
st
c
stor - 0,440
castor catiônico - 65 0,373 0,14 0,12
charuto - 7.07 3.649,2 0,516 1,48 1,83
chocolate - 56 211,0 0,373 0,12 0,11
cinza - 1.01 506,0 0,497 0,21 0,25
cinza amarelo - 4.09 1.931,0 0,472 0,86 0,97
cinza reacron - 71 263,0 0,368 0,15 0,13
cristal - 19 120,0 0,632 0,04 0,06
desengomagem - 1.14 363,0 0,316 0,24 0,18
destroyer - 118.45 47.237,2 0,399 24,82 23,72
ferrugem - 1.74 820,0 0,471 0,36 0,41
hiper destroyer - 2.75 1.038,3 0,376 0,58 0,52
laranja reacron - 1.28 546,6 0,424 0,27 0,27
laranja - 3.62 1.643,8 0,453 0,76 0,83
limpeza - 117.04 48.786,7 0,417 24,53 24,50
marron / amarelo - 12 60,0 0,500 0,03 0,03
marron - 10 55,0 0,550 0,02 0,03
mostarda - 21 109,0 0,512 0,04 0,05
over black - 5.59 2.446,6 0,437 1,17 1,23
pink - 5 8,0 0,160 0,01 0,00
preto - 90.51 35.340,1 0,390 18,97 17,75
preto catiônico - 47 210,0 0,444 0,10 0,11
reacron - 61 326,9 0,531 0,13 0,16
redução - 20 110,0 0,550 0,04 0,06
sulfuroso - 15 80,0 0,533 0,03 0,04
super amaciado - 3.25 1.454,3 0,446 0,68 0,73
tangerina catiônico - 50 272,0 0,534 0,11 0,14
amare
amarelo / verde - 110 56,0 0,509 0,02
30
78
35,0
0,0
0,06 0
,023 0,3 0 0,0
azul brink -
azul
130 68,0 0,523 0,03 0,03
preto - 300 158,0 0,527 0,06 0,08
black blue - 14.338 6.539,2 0,456 3,00 3,28
britânia - 184 70,0 0,380 0,04 0,04
caqui - 237 126,0 0,532 0,05 0,06
c anho /amarelo -
anho
145 78,0 0,538 0,03 0,04
ca catiônico - 3.641 1.620,0 0,445 0,76 0,81
astanho reacron -
stanho ferrugem -
967
28.104
417,0
13.483,9
0,431
0,480
0,20
5,89
0,21
6,77ca
ca 7.689 3.384,5 1,61 1,70
7 245,0
0
5
9
0
5
0
7
2
0
8
8
8
3
0
0
3
8
0
7
3
6
0
0
9
9
101
APÊNDICE E -
Resumo dos processos utilizados na lavanderia industrial
estudo
Folha: 02 / 02
Dados obtidos em levantamento realiza ríodo de julho a setembro de 2005 do no pe
Quantidade Peso (kg) Distribuição %
PROCESSOS
peças total médio peças peso
tang 3erina - 14.573 6.428,9 0,441 3,05 3,2
95,0 0,430 0,05 0,05
verde mata - 492 272,0 0,553 0,10 0,14
verde militar - 16.558 7.425,9 0,448 3,47 3,73
verde oliva - 1.142 490,0 0,429 0,24 0,25
9 0,26
0,05
verde / amarelo - 4 80 ,06 ,07
es . 0
verde - 221
verde reacron - 1.376 522,0 0,379 0,2
verde real - 213 103,0 0,484 0,04
47
294 1
178 199.1
1,0 0,4
08
0
100,
0
100,0R umo = 7 00
102
APÊNDICE F -
07 out e 05 nov.2005
Pesquisa de qualidade das lavagens realizadas entre os dias
hFol a 01 / 02
Notas atribuídas às peças correspond ntes aos ensaios pelos entrevistadose
Código Desbote Uniformidade Alvejamento Maciez Nota
F G Data
Entrevistado nota nota nota nota Média
1 2 07 out 1 2 3 2 3 2 3 2 3 3,0
2 2 07 out 2 1 4 1 4 3 3 3,5 7 3
3 1
07 out
3 2 5 2 4 2 4 4,5 2 5
4 2
07 out
4 2 5 2 5 2 5 7 5 5,0
5 1
07 out
2 4 15 5 1 1 4 4 4,3
6 2 5 2 2
07 out
6 5 2 2 5 5 5,0
7
out
7 2 2 5 1 2 1
07
4 4 4 4,3
8 2
07 out
8 2 2 5 2 5 2 5 5 5,0
9 2
07 out
9 4 4 5 4 3 5 3 3 3,5
10 1
07 out
10 2 2 5 3 5 2 4 4 4,5
11 2
07 out
11 3 7 4 1 4 6 5 5 4,5
12 2
07 out
12 7 7 4 7 4 7 4 4 4,0
13 2
07 out
13 7 7 5 7 5 7 5 5 5,0
14 1
07 out
14 3 8 4 2 4 2 4 4 4,0
15 1
07 out
15 7 3 5 2 5 7 4 4 4,5
16 2
07 out
16 3 3 5 3 5 3 5 5 5,0
17
t
17 9 4 9 4 9 4 9 4 2
07 ou
4,0
18 2 22 out 18 9 5 9 5 9 5 9 5 5,0
19 2
22 out
19 9 3 9 3 9 3 9 3 3,0
20 2
22 out
20 7 3 3 3 7 3 3 4 3,3
21 2
22 out
21 4 3 5 4 4 3 5 4 3,5
22 2
22 out
22 2 4 2 4 2 4 8 3 3,8
23 2 05 nov 23 4 4 5 4 2 4 3 4 4,0
24 2
05 nov
2 5 224 5 2 2 5 5 5,0
25
nov
25 2 5 2 2
05
5 2 2 5 5 5,0
26 2 26 4 4
05 nov
3 4 3 4 3 3 3,0
27 2
05 nov
27 2 2 4 2 4 2 4 4 4,0
28 2
05 nov
28 2 2 4 2 4 2 4 4 4,0
29 2
05 nov
29 3 9 4 7 4 2 4 4 4,0
30 2
05 nov
30 9 9 4 9 4 9 4 4 4,0
31 2
05 nov
31 1 1 5 1 5 1 5 5 5,0
32 2
05 nov
32 3 3 3 3 3 3 3 3 3,0
33 2
05 nov
33 2 2 4 2 4 1 4 4 4,0
34 2
05 nov
34 1 1 5 1 5 1 5 5 5,0
35
v
35 2 4 4 2 2 4 2
05 no
2 4 4,0
Obs vações:
- Grupo 1 é form roprietár a lav
4 ntes ( resár rentes / represe s) da nderia
5 - Notas atrib de 1 a 5 correspon do ao itos de péssim u , boa e
er
1 - A coluna "F" corresponde ao Nº do questionário.
2 - A coluna "G" corresponde ao grupo de entrevistados.
3 ado pelo p io e funcionários d anderia.
- Grupo 2 é formado pelos clie emp ios / ge ntante lava .
das den s conce o, ruim, reg lar ótima.
103
APÊNDICE F -
Pesquisa d qualid das la gens realizada entre os dias
0 t e 05 v.200
Folha 02 / 02
RES
Quantidade de avaliadores / melhor peça segundo cada parâmetro.
e ade va
7 ou no 5
UMO
Desbote Uniformidade Alvejamento Maciez
Ensaio NI NA NI NA NI NA NI NA
1 5 0 5 2 5 0 5 2
2 4 4 4 2 4 3 4 1
3 3 5 3 4 3 3 3 5
4 2 15 2 14 2 15 2 13
5 9 4 9 5 9 4 9 4
6 8 0 8 1 8 0 8 1
7 7 4 7
8 0 6 1
9 1 3
Total =
35
4 7 4 7 4
6 0 6 0 6
1 3 1 6 1 4
35 35 35
Observ ação das peças avaliad
avaliadores que atribuí tro.
a d trib s p âme
ão: NI – Número de identific as referente ao ensaio.
NA – Quantidade de
ram notas à peça segundo o parâme
Som as notas a das à peças or par tro.
Desbote Uniform idade Alvejamento Maciez
Ensaio NI Total NI Total NI Total NI Total
1 5 5 8 50 5 0 7
2 4 8 4 9 4 3
3 3 16
13 4
3 3 14 3 1 3 10
4 2 54 2 51 2 53 2 43
9 12 9 12 9 12 9 12
8 8 4 8
12 7 18
8 5
4 1 16 1 4
T 16 111
5
6 0 8 0 3
7 7 16 7 16 7
6
9 1
0 6 0 6 0 6
4 1
otal = 113 1 112
Percentual sobre a soma das notas atribuídas às peças por parâmetro.
Desbote Uniformidade Alvejamento Maciez
En io sa NI Total NI Total NI Total NI Total
1 5 0,0 0,0 5 6,3 5 6,9 5
2 4
3
1 ,9 4 8,0 4 2,7
3 12,4 3 11,2 3 8,9 3 14,4
1,5 4 6
4 2 47,8 2 44,0 2 47,3 2 3
5 10,6 9 10,3 9 10,7 9 10,8
8 0,0 8 3,4 8 0,0 8 2,7
14,2 7 13,8 7 10,7 7 16,2
0,0 6 0,0 6 0,0 6 4,5
14,3 1 3,6
8,7
9
6
7 7
8 6
9 1 3,5 1 3,4 1
104
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
olha: 01 / 09
Máquina : Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
d 0
No. do ensaio : 01 Quantidade de água (Litros) / pç : 51,11
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litros) / kg : 92,0
dade de peças : 9 Custo produtos químicos (R$) : 1,52
Quantidade em peso (kg) : 5 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,17
F
Data o ensaio : 02/08/2005 Quantidade de água (Litros) : 46
Quanti
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Deagem 20 60 sengomante - DFSL 0,25 12,5
2 30 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 25,0
Anti-migrante 5 5
5 Enxágüe – 2 5
nto 0 Metassilicato de sódio 00
Per gênio
Anti-migrante 0,25
Hidr (70%)
Aditivo 20
9 Amaciamento
Total = 60 5
Anti-migrante 0,25 12,5
Enxágüe 5
Enzima 0,75
0,2
37,5
12,
4 Enxágüe – 1 5 30 60
30 60
6 Alvejame 2 80 60 1, 50,0
óxido de hidro 0,00 0,0
12,5
óxido de sódio 0,30 15,0
0, 10,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
10 40 20 Amaciante 1,00 50,0
4 237,
OBSERVAÇÕES:
operaçã oi cons ado a ajustes do proce so.
do ensaio: 2:52 horas.
1 - O tempo de o f ider pós s
2 - Tempo total
105
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 02 / 09
Máquina : Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 02 Quantidade de água (Litro) / pç : 51,11
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 92,0
ade de peças : 9 Custo produtos químicos (R$) : 1,77
Quantidade em peso (kg) : 5 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,20
Data do ensaio : 26/07/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 1agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 2,5
12,5
2 30 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 25,0
Anti-migrante 0,25 12,5
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 50,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 10,0
ento 10 40 20
Total = 4
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5
Enzima 0,75 37,5
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 1,50 75,0
0,25 12,5
xido de sódio (7 0,30 15,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00 50,0
60 312,5
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 e ensaio: 2:50 ho
- O tempo de o foi so
- Tempo total d ras.
106
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 03 / 09
Máquina : Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 03 Quantidade de água (Litro) / pç : 51,11
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 92,0
ade de peças : 9 Custo produtos químicos (R$) : 1,75
Quantidade em peso (kg) : 5 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,19
Data do ensaio : 19/07/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 1agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 2,5
12,5
2 30 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 25,0
Anti-migrante 0,25 12,5
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 50,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 10,0
ento 10 40 20
Total = 4
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5
Enzima 1,00 50,0
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 0,00 0,0
0,25 12,5
xido de sódio (7 0,30 15,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00 50,0
60 250,0
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 o ensaio: 3:10 ho
- O tempo de o foi so
- Tempo total d ras.
107
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 04 / 09
Máquina : Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 04 Quantidade de água (Litro) / pç : 51,11
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 92,0
ade de peças : 9 Custo produtos químicos (R$) : 2,01
Quantidade em peso Custo produt
Data do ensaio : 12/07/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
(kg) : 5 os químicos (R$) / pç : 0,22
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 1agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 2,5
12,5
2 0 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 25,0
Metassilicato de sódio
Peróxido
Hidróxido de )
Aditivo 0,20 10,0
9 Amaciamento 10 40 20
= 460 325,0
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5 3
Enzima 1,00 50,0
4
Anti-migrante 0,25 12,5
Enxágüe – 1 5 30 60
5 Enxágüe – 2 5 30 60
6 Alvejamento 20 80 60 1,00 50,0
de hidrogênio 1,50 75,0
Anti-migrante
sódio (70%
0,25
0,30
12,5
15,0
7
8
Enxágüe – 1 5
5
30
30
60
60Enxágüe – 2
Amaciante 1,00 50,0
Total
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 o ensaio: 2:55 horas.
- O tempo de o foi so
- Tempo total d
108
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 05 / 09
Máquina ; Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 05 Quantidade de água (Litro) / pç : 25,56
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 46,0
ade de peças : 18 Custo produtos químicos (R$) : 3,03
Quantidade em peso (kg) : 10 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,17
Data do ensaio : 04/10/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 2agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 5,0
25,0
2 0 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 50,0
Anti-migrante 0,25 25,0
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 100,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 20,0
ento 10 40 20
Total = 4
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5 3
Enzima 0,75 75,0
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 0,00 0,0
0,25 25,0
xido de sódio (7 0,30 30,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00 100,0
60 475,0
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 o ensaio: 3:15 ho
- O tempo de o foi so
- Tempo total d ras.
109
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 06 / 09
Máquina ; Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 06 Quantidade de água (Litro) / pç : 25,56
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 46,0
ade de peças : 18 Custo produtos químicos (R$) : 3,54
Quantidade em peso (kg) : 10 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,20
Data do ensaio : 27/09/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 2agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 5,0
25,0
2 0 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 50,0
Enzima
0,25 25,0
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 100,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 20,0
ento 10 40 20 100,0
Total = 4
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5 3
0,75 75,0
Anti-migrante
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 1,50 150,0
0,25 25,0
xido de sódio (7 0,30 30,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00
60 625,0
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 o ensaio: 3:05 ho
- O tempo de o foi so
- Tempo total d ras.
110
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 07 / 09
Máquina ; Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 07 Quantidade de água (Litro) / pç : 25,56
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 46,0
ade de peças : 18 Custo produtos químicos (R$) : 3,51
Quantidade em peso (kg) : 10 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,19
Data do ensaio : 20/09/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 2agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 5,0
25,0
2 0 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 50,0
Anti-migrante 0,25 25,0
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 100,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 20,0
ento 10 40 20
Total = 4
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5 3
Enzima 1,00 100,0
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 0,00 0,0
0,25 25,0
xido de sódio (7 0,30 30,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00 100,0
60 500,0
OBSERVAÇÕES:
1 peração considerado após ajustes do proces .
2 o ensaio: 3:20 ho
- O tempo de o foi so
- Tempo total d ras.
111
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 08 / 09
Máquina ; Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
No. do ensaio : 08 Quantidade de água (Litro) / pç : 25,56
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 46,0
ade de peças : 18 Custo produtos químicos (R$) : 4,02
Quantidade em peso (kg) : 10 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,22
Data do ensaio : 13/09/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
Quantid
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengom 60 Des 2agem 20 60 engomante - DFSL 0,25 5,0
25,0
2 30 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 50,0
Anti-migrante 0,25 25,0
nxágüe – 2 30 60
to Metassilicato de sódio 1,00 100,0
Peróx ênio
Anti-migrante
Hidró 0%)
Aditivo 0,20 20,0
ento 10 40 20
Total = 460 650,0
Anti-migrante 0,25
Enxágüe 5
Enzima 1,00 100,0
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 E 5
6 Alvejamen 20 80 60
ido de hidrog 1,50 150,0
0,25 25,0
xido de sódio (7 0,30 30,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciam Amaciante 1,00 100,0
OBSERVAÇÕES:
1 - O tempo de operação foi considerado após ajustes do processo.
2 - Tempo total do ensaio: 2:50 horas.
112
APÊNDICE G -
Procedimentos e acompanhamento de “Processo de lavagem
Folha: 09 / 09
Máquina : Piloto Peso médio / peça (kg) : 0,556
Data do ensaio : 05/07/2005 Quantidade de água (Litro) : 460
No. do ensaio : 09 Quantidade de água (Litro) / pç : 51,11
Tipo de roupa : Calças Quantidade de água (Litro) / kg : 92,0
Quantidade de peças : 9 Custo produtos químicos (R$) : 2,26
Quantidade em peso (kg) : 5 Custo produtos químicos (R$) / pç : 0,25
No. Operação
Tempo
min
Temp
ºC
Água
Litros
Produtos Utilizados
Dosagem
%
Total
gr.
1 Desengomagem 20 60 60 Desengomante - DFSL 0,25 12,5
Anti-migrante 0,25 12,5
2 Enxágüe 5 30 60
3 Estonagem 40 50 20 Ácido acético 0,50 25,0
Enzima 1,00 50,0
Anti-migrante 0,25 12,5
4 Enxágüe – 1 5 30 60
5 Enxágüe – 2 5 30 60
6 Alvejamento 20 80 60 Metassilicato de sódio 1,00 50,0
Peróxido de hidrogênio 3,00 150,0
Anti-migrante 0,25 12,5
Hidróxido de sódio (70%) 0,30 15,0
Aditivo 0,20 10,0
7 Enxágüe – 1 5 30 60
8 Enxágüe – 2 5 30 60
9 Amaciamento 10 40 20 Amaciante 1,00 50,0
Total = 460 400,0
OBSERVAÇÕES:
1 - O tempo de operação foi considerado após ajustes do processo.
2 - Tempo total do ensaio: 2:50 horas.
uT
Turbidez
°C
Temperatura
mg SO
4
/ L
Sulfato
mg / L
ST
-
pH
mg / L
Óleos e Graxas
mg O
2
/ L
DQO
mg O
2
/ L
DBO
uH
Cor
µS / L
Condutividade
mg Cl / L
Cloretos
mg Zn / L
Zinco
mg Na / L
Sódio
mg Ag / L
Prata
mg K / L
Potássio
mg Mn / L
Manganês
mg Mg / L
Magnésio
mg Fe / L
Ferro
mg Cr / L
Cromo
mg Cu / L
Cobre
mg Co / L
Cobalto
mg Ca / L
Cálcio
mg Cd / L
Cádmio
mg Ba/ L
Bário
mg Al/ L
Alumínio
Folha 01 / 04
APÊNDICE H
– Resumo dos Resultados das Análises Físicas e Químicas
uT
Turbidez
°C
Temperatura
mg SO
4
/ L
Sulfato
mg / L
ST
-
pH
mg / L
Óleos e Graxas
mg O
2
/ L
DQO
mg O
2
/ L
DBO
uH
Cor
µS / L
Condutividade
mg Cl / L
Cloretos
mg Zn / L
Zinco
mg Na / L
Sódio
mg Ag / L
Prata
mg K / L
Potássio
mg Mn / L
Manganês
mg Mg / L
Magnésio
mg Fe / L
Ferro
mg Cr / L
Cromo
mg Cu / L
Cobre
mg Co / L
Cobalto
mg Ca / L
Cálcio
mg Cd / L
Cádmio
mg Ba/ L
Bário
mg Al/ L
Alumínio
Folha 02 / 04
APÊNDICE H
– Resumo dos Resultados das Análises Físicas e Químicas
uT
Turbidez
°C
Temperatura
mg SO
4
/ L
Sulfato
mg / L
ST
-
pH
mg / L
Óleos e Graxas
mg O
2
/ L
DQO
mg O
2
/ L
DBO
uH
Cor
µS / L
Condutividade
mg Cl / L
Cloretos
mg Zn / L
Zinco
mg Na / L
Sódio
mg Ag / L
Prata
mg K / L
Potássio
mg Mn / L
Manganês
mg Mg / L
Magnésio
mg Fe / L
Ferro
mg Cr / L
Cromo
mg Cu / L
Cobre
mg Co / L
Cobalto
mg Ca / L
Cálcio
mg Cd / L
Cádmio
mg Ba/ L
Bário
mg Al/ L
Alumínio
Folha 03 / 04
APÊNDICE H
- Resumo dos Resultados das Análises Físicas e Químicas
uT
Turbidez
°C
Temperatura
mg SO
4
/ L
Sulfato
mg / L
ST
-
pH
mg / L
Óleos e Graxas
mg O
2
/ L
DQO
mg O
2
/ L
DBO
uH
Cor
µS / L
Condutividade
mg Cl / L
Cloretos
mg Zn / L
Zinco
mg Na / L
Sódio
mg Ag / L
Prata
mg K / L
Potássio
mg Mn / L
Manganês
mg Mg / L
Magnésio
mg Fe / L
Ferro
mg Cr / L
Cromo
mg Cu / L
Cobre
mg Co / L
Cobalto
mg Ca / L
Cálcio
mg Cd / L
Cádmio
mg Ba/ L
Bário
mg Al/ L
Alumínio
Folha 04 / 04
APÊNDICE H
– Resumo dos Resultados das Análises Físicas e Químicas
117
APÊNDICE H
– Resumo dos Resultados das Análises Físicas e Químicas
RESUMO DAS ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS
Cliente: LAVANDERIA INDUSTRIAL ESTUDO
Resultados das amostras coletadas expurgando os resultados obtidos na água bruta
AMOSTRA COMPOSTA
05/07/05 1.233,4 442,0 565,0 315,4 25,2 27,3 346,0 31,0
12/07/05 1.636,0 780,0 1.133,5 449,3 133,1 77,5 926,0 38,7
19/07/05 1.189,0 675,0 549,0 209,8 (3,6) (21,2) 630,0 42,7
26/07/05 1.346,0 553,0 599,0 361,4 - (16,8) 444,0 69,0
02/08/05 1.360,1 816,0 607,0 111,8 (14,4) 8,0 510,0 81,7
13/09/05 1.297,6 716,0 841,0 230,6 58,8 25,3 1.030,0 89,9
20/09/05 1.437,7 362,5 995,0 271,7 76,0 23,8 640,0 102,5
27/09/05 1.388,0 252,0 1.496,0 336,1 69,0 13,1 1.012,0 55,0
04/10/05 1.456,5 851,0 1.153,0 418,8 107,0 24,7 1.083,0 122,0
Amostra do 2º Enxágüe da Estonagem
05/07/05 90,9 15,0 1.177,5 165,4 10,8 (8,7) (8,0) -
12/07/05 258,0 47,0 449,0 100,8 154,0 41,9 460,0 -
19/07/05 279,5 109,0 54,0 149,8 (10,8) 0,8 - -
26/07/05 925,0 210,0 115,0 168,4 - (4,8) 55,0 -
02/08/05 445,3 204,0 20,0 184,3 (14,4) (7,6) 30,0 -
13/09/05 983,5 313,0 (25,0) 216,4 1.004,4 3,7 320,0 -
20/09/05 738,4 134,5 541,0 244,7 20,0 (6,7) 400,0 -
27/09/05 630,7 300,0 563,0 552,1 7,0 (2,0) 292,0 -
04/10/05 509,0 84,1 245,0 638,8 12,0 8,3 189,0 -
Amostra do 2º Enxágüe do Alvejamento
05/07/05 282,6 168,0 294,5 105,4 28,8 (7,5) (41,0) -
12/07/05 707,0 152,0 440,5 95,8 132,1 37,6 544,0 -
19/07/05 47,7 28,0 49,0 39,8 (10,8) (34,6) 450,0 -
26/07/05 724,5 157,0 43,0 117,4 3,6 1,3 147,0 -
02/08/05 186,1 65,0 30,0 74,3 - (8,7) 410,0 -
13/09/05 317,4 5,0 214,0 48,6 65,8 (5,8) 810,0 -
20/09/05 322,2 73,5 309,0 215,7 39,0 (6,9) 860,0 -
27/09/05 416,6 46,0 507,0 770,1 43,0 (3,9) 708,0 -
04/10/05 295,7 127,0 280,0 137,8 66,0 8,4 823,0 -
118
ANEXOS
119
ANEXO A
-
Instruções para coleta de águas naturais, tratada e residuárias.
Instruções para coleta para águas naturais,
tratadas e residuárias
Fone: (81) 3272 4288 / 3272 4287 / 3272 4250
1. Informações gerais
1.1. Utilizar recipientes limpos de polietileno ou poliuretano.
1.2. Antes de iniciar a coleta, lavar o recipiente três vezes com a própria amostra.
1.3. Encher o recipiente de coleta até transbordar e tampar imediatamente para evitar
bolhas de ar.
1.4. Identificar o recipiente de coleta de acordo com a ficha de identificação.
1.5. Enviar a amostra ao ITEP no período de 6 horas, ou refrigerar a 4ºC e remeter
ao laboratório no prazo máximo de 24 horas.
1.6. O volume de amostra a ser coletada deverá ser estabelecido de acordo com as
análises desejadas.
Obs: A amostra deve ser coletada diretamente no recipiente de coleta. Nunca utilizar
recipientes auxiliares para encher o mesmo.
2. Recomendações básicas na coleta
2.1. Amostras em geral
Os recipientes de coleta não devem ficar expostos ao pó, fumaça e outras
impurezas (gasolina, óleo, fumaça de exaustão de veículos podem interferir nos
resultados).
Recomenda-se ainda que o coletor use luvas, plásticas (tipo cirúrgica) ou
incolores, e não fumar durante a coleta.
Devem ser evitadas condições meteorológicas desfavoráveis que possam
interferir nos resultados das análises, como chuvas nas últimas 24 horas e
problemas no processo de tratamento. Caso sejam coletadas, avisar ao
laboratório.
Evitar aeração excessiva da amostra no momento da coleta.
2.2. Amostras específicas
2.2.1. Demanda bioquímica de oxigênio DBO a amostra deve ser enviada ao
laboratório no período de 24 horas e refrigerada a 4ºC.
2.2.2. Coletas em torneiras ou poços com bombas – Antes de coletar, abrir a
torneira ou ligar a bomba durante 3 minutos para eliminar a água acumulada
dentro da tubulação. Em seguida, prosseguir como nos itens 1.2 a 1.5.
2.2.3. Coletas em cacimbas Mergulhar o recipiente de coleta com auxílio de uma
corda, evitando sempre a coleta da água junto às paredes da cacimba. Em
seguida, prosseguir como nos itens 1.2 a 1.5.
2.2.4. Coleta em fontes – Coletar diretamente na fonte, e prosseguir como nos itens
1.2 a 1.5.
2.2.5. Coletas em rios, riachos, lagos e estações de tratamento – Proceder como no
item 1.2. Em seguida, mergulhar o recipiente a 15-20cm da superfície,
evitando coletar amostra junto às paredes ou próximo ao fundo e o
recolhimento de material flutuante. Prosseguir como nos itens 1.3 a 1.5.
120
ANEXO B
-
Artigos da Resolução CONAMA Nº 357 de 17 de março de 2005
(Artigo 15; itens III a V)
Art 15. Aplicam-se às águas doces de classe 2 as condições e padrões da classe 1 previstos no
artigo anterior, à exceção do seguinte:
III - cor verdadeira: até 75 mg Pt / L;
IV - turbidez: até 100 UNT;
V - DBO 5 dias a 20°C até 5 mg / L O
2
;
(Artigos 25)
Art. 25. É vedado o lançamento e a autorização de lançamento de efluentes em desacordo com as
condições e padrões estabelecidos nesta Resolução.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, excepcionalmente, autorizar o lançamento
de efluente acima das condições e padrões estabelecidos no art. 34, desta Resolução, desde que
observados os seguintes requisitos:
I - comprovação de relevante interesse público, devidamente motivado;
II - atendimento ao enquadramento e às metas intermediárias e finais, progressivas e
obrigatórias;
III - realização de Estudo de Impacto Ambiental - EIA, às expensas do empreendedor
responsável pelo lançamento;
IV - estabelecimento de tratamento e exigências para este lançamento; e
V - fixação de prazo máximo para o lançamento excepcional.
(Artigos 26)
Art. 26. Os órgãos ambientais federal, estaduais e municipais, no âmbito de sua competência,
deverão, por meio de norma específica ou no licenciamento da atividade ou empreendimento,
estabelecer a carga poluidora máxima para o lançamento de substâncias passíveis de estarem
presentes ou serem formadas nos processos produtivos, listadas ou não no art. 34, desta Resolução,
de modo a não comprometer as metas progressivas obrigatórias, intermediárias e final, estabelecidas
pelo enquadramento para o corpo de água.
(Artigo 34)
Art. 34. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos
corpos de água desde que obedeçam as condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras
exigências cabíveis:
§ O efluente o deverá causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos aos organismos aquáticos no
corpo receptor, de acordo com os critérios de toxicidade estabelecidos pelo órgão ambiental competente.
§ Os critérios de toxicidade previstos no § 1o devem se basear em resultados de ensaios ecotoxicológicos
padronizados, utilizando organismos aquáticos, e realizados no efluente.
§ 3º Nos corpos de água em que as condições e padrões de qualidade previstos nesta Resolução o incluam
restrições de toxicidade a organismos aquáticos, não se aplicam os parágrafos anteriores.
121
§ 4º Condições de lançamento de efluentes:
I - pH entre 5 a 9;
II - Temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não deverá
exceder a 3ºC na zona de mistura;
III - Materiais sedimentáveis: até 1 ml / L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em
lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis
deverão estar virtualmente ausentes;
IV - Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade
diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente;
V - Óleos e graxas:
1 - óleos minerais: até 20mg/L;
2 - óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/L; e
VI - Ausência de materiais flutuantes.
§ 5o Padrões de lançamento de efluentes:
TABELA X - LANÇAMENTO DE EFLUENTES
PARÂMETROS INORGÂNICOS / Valores máximos
Arsênio total 0,5 mg / L As Fluoreto total 10,0 mg / L F
Bário total 5,0 mg / L Ba Manganês dissolvido 1,0 mg / L Mn
Boro total 5,0 mg / L B Mercúrio total 0,01 mg / L Hg
Cádmio total 0,2 mg / L Cd Níquel total 2,0 mg / L Ni
Chumbo total 0,5 mg / L Pb Nitrogênio amoniacal total 20,0 mg / L N
Cianeto total 0,2 mg / L CN Prata total 0,1 mg / L Ag
Cobre dissolvido 1,0 mg / L Cu Selênio total 0,30 mg / L Se
Cromo total 0,5 mg / L Cr Sulfeto 1,0 mg / L S
Estanho total 4,0 mg / L Sn Zinco total 5,0 mg / L Zn
Ferro dissolvido 15,0 mg / L Fe
PARÂMETROS ORGÂNICOS / Valores máximos
Clorofórmio 1,0 mg / L
Dicloroeteno 1,0 mg / L Tetracloreto de Carbono 1,0 mg / L
Fenóis totais 0,5 mg / L C
6
H
5
OH Tricloroeteno 1,0 mg / L
(Artigo 42)
Art. 42. Enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão
consideradas classe 2, as salinas e salobras, classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais
forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente.
122
ANEXO C -
Ficha de controle de produção da lavanderia estudada.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo