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ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS - ENCE
MESTRADO EM ESTUDOS POPULACIONAIS E PESQUISAS SOCIAIS
Área C – PRODUÇÃO E ANÁLISE DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Turma - 2002
A TERRITORIALIDADE EVANGÉLICA-PENTECOSTAL:
UM ESTUDO DE CASO EM SÃO GONÇALO
Município de São Gonçalo
Estado do Rio de Janeiro
Regiao Metropolitana
Italmar Santos Oliveira
Rio de Janeiro – RJ
Março de 2005
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Ministério do Planejamento e Orçamento e Gestão
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE
Reconhecida pelo Decreto n
0
51.163, de 08.08.61, publicado no D. O. de 16.08.61
A TERRITORIALIDADE EVANGÉLICA-PENTECOSTAL:
UM ESTUDO DE CASO EM SÃO GONÇALO - RJ
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Alkmim dos Reis
Aluno: Italmar Santos Oliveira
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
18 de março de 2005
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III
FICHA CATALOGRÁFICA
O48t Oliveira, Italmar Santos
A territorialidade evangélica pentecostal: um estudo de caso em São Gonçalo -
R.J. / Italmar Santos Oliveira. - Rio de Janeiro (R.J.):[S.N], 2005.
118 p. : il.
Inclui bibliografia.
Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais. Área de
concentração C - Produção e Análise da Informação Geográfica) - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE / Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE. Orientador:
Professor Doutor Antonio Carlos Alkmim dos Reis.
1. IGREJAS PENTECOSTAIS 2. IGREJAS PROTESTANTES 3. IGREJAS
EVANGÉLICAS-BRASIL 4. PENTECOSTALISMO 5. PROTESTANTISMO-BRASIL 6.
PLURALISMO RELIGIOSO-BRASIL 7. RELIGIÃO-BRASIL-ESTATÍSTICA 8. BRASIL-
RELIGIÃO-ESTATÍSTICA 9. RELIGIÃO 10. RELIGIÃO CATÓLICA 11. IGREJAS
CATÓLICAS 12. IGREJA CATÓLICA-BRASIL 13. CATOLICISMO-BRASIL 14. SÃO
GONÇALO (RIO DE JANEIRO) I. Reis, Antonio Carlos Alkmim dos II. INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE III. ESCOLA NACIONAL DE
CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS-ENCE IV. TÍTULO
CDU 284.991:31(815.3)São Gonçalo
VIII
Resumo
Desde que a Igreja Católica foi oficializada como sendo a religião do Império Romano, ela se
tornou durante séculos uma instituição culturalmente hegemônica do Ocidente. Entretanto,
empiricamente, podemos observar que no Brasil a hegemonia da cultura católica está
ameaçada pelo surto do cristianismo denominacional, ou melhor, o protestantismo
pentecostal, principalmente no que se refere ao neopentecostalismo e sua teologia da
prosperidade, difundida com um novo olhar através da Igreja Universal do Reino de Deus.
O presente trabalho constitui um modelo teórico de análise de coerência entre estrutura
espacial e social, aplicado ao estudo de um caso particular, o município de São Gonçalo e
seus distritos, buscando compreender o crescimento da atividade cristã denominacional
através da dimensão espacial, onde dinâmica social e materialidade significam trabalhar o
abstrato e o concreto.
Abstract
Since the Catholic Church has become the Roman Empire religion, it became the west
hegemonic cultural institution for centuries. But in Brazil, in recent years, the catholic
hegemony was threatened by Pentecostal Protestantism and its prosperity theology, mainly
through the denomination “Igreja Universal do Reino de Deus”.
This paper will describe a theoretical model of coherence analysis between space and social
structures. It is a case study of the municipality of São Gonçalo and its districts, regarding the
development process of the new ideology through its social and spatial dynamics.
IX
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO – CONSTRUINDO O OBJETO .................................................................... 1
I - A TRAJETÓRIA PROTESTANTE NO BRASIL ............................................................... 6
Parte I – DO DESCOBRIMENTO ATÉ A REPÚBLICA ................................................... 6
O Protestantismo no Brasil Colônia ............................................................................... 6
O Protestantismo no Brasil Império ................................................................................ 7
O Protestantismo no Brasil República ............................................................................ 9
O Protestantismo e o progresso do Brasil ..................................................................... 11
O Protestantismo sob a influência católica portuguesa ................................................ 12
O Nascimento de uma liderança protestante leiga ....................................................... 13
O culto protestante sob a influência da escola dominical ............................................. 14
Parte II – O PROTESTANTE PENTECOSTAL E SUA EXPANSÃO NO BRASIL ...... 15
O luteranismo ................................................................................................................ 16
O calvinismo .................................................................................................................. 17
O que é o pentecostalismo ............................................................................................. 19
Origem do evangelismo pentecostal .............................................................................. 22
O advento evangélico pentecostal no Brasil ................................................................. 23
A expansão evangélica pentecostal no Brasil ............................................................... 23
II - A TRAJETÓRIA EVANGÉLICA EM SÃO GONÇALO ............................................... 33
O contexto analítico – O município de São Gonçalo ......................................................... 34
A escolha de São Gonçalo .................................................................................................. 36
Metodologia de análise e seleção das áreas ...................................................................... 37
Evolução da população no município ................................................................................ 39
O fenômeno pentecostal em São Gonçalo .......................................................................... 40
Os aspectos demográficos e socioeconômicos ................................................................... 42
Aspectos demográficos .................................................................................................. 42
Situação do domicílio ............................................................................................... 42
Sexo ........................................................................................................................... 42
Idade ......................................................................................................................... 43
Raça ou cor ............................................................................................................... 46
INTRODUÇÃO – CONSTRUINDO O OBJETO
No presente estudo, trabalharemos o espaço urbano do município de São Gonçalo, retratando
as questões das variáveis sociais e, como conseqüência, a evolução do evangelismo
pentecostal como meio de sentido urbano para as massas descontentes e licenciadas pela
degeneração socioeconômica que ora vem ocorrendo nesse município, o que não é muito
diferente do nível metropolitano.
O tema ora em questão nasceu de uma reflexão teórica acoplada a uma observação empírica
sobre uma crescente realidade espaço-social no município de São Gonçalo.
As reflexões sobre os clássicos da sociologia e da espacialidade geográfica nos levaram a
olharmos com certo teor de cuidado e seriedade o comportamento espaço-social dos
habitantes do respectivo município, pois um estudo teórico só tem relevância e consistência se
for ele aplicado à linguagem da realidade, ou seja, se retratar, de forma analítica e sucinta, os
rumos que a população de um determinado país, estado, município, distrito, bairro, região etc.
está tomando.
Observando o Município de São Gonçalo, constata-se que o mesmo vem apresentando uma
certa transformação socioespacial nos últimos anos. Essa transformação vem refletindo no
florescimento e disseminação da religião evangélica pentecostal, formada pela composição
das Igrejas Pentecostais e das Neopentecostais, a partir da crise do Estado desenvolvimentista,
por volta do meado dos anos 80 em diante.
Embora neste país não tenha existido o estado de bem-estar social (welfare state), a ausência
de uma burguesia que se interessasse nos implementos emergentes à criação de uma infra–
estrutura básica, que pudesse favorecer à implantação do setor industrial, permitiu-se que o
Estado tomasse a vez nos devidos empreendimentos, o que favoreceu o Estado de regulador e
promotor de bens privados. Nesse lego, é claro, o Estado passou também a produzir e oferecer
serviços sociais básicos para a população, como a educação, habitação, saúde, dentre outros.
Esse Estado desenvolvimentista, como ficou conhecido e muitas vezes confundido com o
Estado de bem-estar social, entrou em crise e o novo modelo de Estado, o Estado Neoliberal,
6
I - A TRAJETÓRIA PROTESTANTE
4
NO BRASIL
Parte I - DO DESCOBRIMENTO ATÉ A REPÚBLICA
Aqui, no presente capítulo, conforme já dissemos anteriormente, não pretendemos abordar o
fundamento filosófico ou teológico protestante. Nossa intenção é mostrar algumas etapas com
pequenos relatos da história da introdução do protestantismo no Brasil, de acordo com alguns
autores/pesquisadores especializados no referido assunto, desde a época de seu descobrimento
em 1500, passando pelo Brasil Colônia e Brasil Império.
O Protestantismo foi um movimento cristão surgido com a Reforma Protestante, iniciado pelo
teólogo Martinho Lutero, que nasceu aos 10 de novembro de 1483, na Alemanha, e viveu até
18 de fevereiro de 1546, morrendo na mesma cidade onde nasceu. Viveu durante uma fase de
muita inquietação na Europa, pois era a época em que estava acontecendo o descobrimento
das Américas. Ferreira (2002).
O Protestantismo no Brasil Colônia
O período colonial não foi muito marcante, devido ao estado de abandono em que se
encontrava a Colônia. Do ano de 1500 a 1808 a Colônia viveu o total Domínio Católico
Romano Português.
A conquista colonial, que subjuga ou destrói as sociedades indígenas e implanta
na América o domínio de uma classe social vinculada ao moderno sistema de
mercado mundial, traz consigo o catolicismo. Ele vem como religião do Estado a
serviço da classe detentora do poder político, econômico e cultural, mas vem
também como religião popular, ...”(Oliveira, 1997:45)
Aconteceram alguns contatos protestantes ocasionais e até mesmo contatos protestantes pouco
significativos de poucos soldados, de alguns marinheiros, de caçadores de fortuna, de exilados
políticos, de náufragos e outros que por aqui passavam a caminho de outras terras. "Os
mesmos ventos que levaram Cabral à costa brasileira e depois à Índia impeliram ingleses e
outros, no século XIX, a portos brasileiros, como escala nas suas viagens à Índia e Ceilão."
(Reily, 1993:42).
4
Este termo também é empregado oficialmente pela UNESCO
33
II – A TRAJETÓRIA EVANGÉLICA PENTECOSTAL EM SÃO GONÇALO
De acordo com o que foi apresentado no capítulo anterior, com base nos resultados do último
período intercensitário, 1991-2000, ficou comprovada a expansão do pentecostalismo
brasileiro. “El crecimiento explosivo de los evangélicos, especialmente de los pentecostales,
puede ser interpretado en el contexto de las contradicciones que provocan los procesos de
modernización en Latinoamérica.” (Gumucio, 1999:27).
Entretanto, a população católica apostólica romana ainda detém a supremacia absoluta.
Contudo, esses mesmos resultados, comparados aos dos Censos Demográficos de 1980 e
1991, mostram que essa hegemonia católica vem sofrendo uma ruptura progressiva e
acentuada. Ver anexo 5: População absoluta total e sua respectiva distribuição percentual por
religião 1991 e 2000. Todavia, esses mesmos resultados mostram que a exemplo da
contabilidade existe uma contrapartida, ou seja: para cada débito corresponde um crédito e
vice-versa.
Em outras palavras, poderíamos dizer: se houve declínio de um lado, certamente houve
incremento de outro lado, e, conforme já visto nas tabelas mostradas no capítulo anterior, esse
fluxo está sendo absorvido por diversos segmentos religiosos; porém, em maior número, os
grupos de pessoas que se declararam sem religião e principalmente os evangélicos, sendo esse
último grupo nosso objeto de estudo, mais especificamente os pentecostais.
Referindo-se à multiculturalidade e multireligiosidade (Gumucio, 1999), salienta que o
pluralismo religioso, as relações interinstitucionais e a emergência de novas correntes no
campo religioso global fazem com que as igrejas sigam tendo um peso específico nas
sociedades latino-americanas, com destaque para a igreja católica - como sendo o grupo
majoritário - hoje, muito mais voltada para suas próprias e devidas preocupações, procura
cumprir o seu papel evangelizador e pastoral, buscando dessa forma revitalizar sua presença e
seu espaço junto à população. Essa é uma forma de demonstrar a preocupação com o êxodo
de seus seguidores.
Assim sendo, no presente capítulo, utilizando basicamente os dados da declaração sobre
religião, procuraremos desenvolver um quadro analítico, com base em informações
quantitativas oriundas dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 – Dados da Amostra, através
65
III – O EVANGÉLICO PENTECOSTAL E O TERRITÓRIO URBANO
A magnitude evangélica pentecostal em São Gonçalo
Até aqui, nossa preocupação era tentar entender o fenômeno da expansão da religião cristã
evangélica pentecostal em conseqüência do esvaziamento da religião cristã católica apostólica
romana. Vimos como ela surgiu e chegou até aqui em nosso País. Também vimos
comparativamente no decorrer do período de nove anos (1991 a 2000) como se evoluiu dentro
do Estado do Rio de Janeiro, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e mais
especificamente dentro da cidade de São Gonçalo, que é a base geográfica de interesse para
nosso estudo.
Foi-nos permitido construir um quadro comparativo com os indicadores levantados e com isso
traçar o perfil desses religiosos evangélicos e católicos. Portanto, no presente capítulo, temos
como finalidade principal desenvolver uma investigação acerca das estratégias socioespaciais
associadas a esses religiosos, vinculadas especificamente a uma base territorial, o município
de São Gonçalo, e como eles se distribuem nesse espaço geográfico.
A expressão espaço geográfico é de sentido muito amplo. Ela pode estar associada a uma
porção da terra por sua própria natureza ou como referência à sua localização. Também pode
ter seu uso indiscriminado, associado a diferentes escalas: em nível regional, de cidade, do
bairro, entre outras. Milton Santos (1997:1) sugere que o espaço “seja considerado como um
fator de evolução social” e complementa mais ainda dizendo que a “essência do espaço é
social”.
Inicialmente, gostaríamos de esclarecer que para o presente estudo pretendíamos trabalhar em
nível de bairros, por acreditar que o usuário entenderia melhor a questão socioespacial urbana
se mostrada em menor nível de agregação: “... o bairro é ainda entendido como uma unidade
menor onde se manifestam importantes conflitos sociais e onde se reproduz grande parte do
cotidiano da população urbana.” (Machado, 1992:98)
Entretanto, por falta de uma política de legislação de bairros, que pudesse se adequar aos
setores censitários, o que deveria ser fornecido pela Prefeitura Municipal de São Gonçalo e
que preferencialmente deve ser trabalhado conjuntamente com o Instituto Brasileiro de
92
COMENTÁRIOS FINAIS
Será que, apenas, estamos começando a viver uma guerra de Religiões ou de um
fundamentalismo religioso com o propósito de derrubar a supremacia da religião católica
apostólica romana. Só sabemos é que essa hegemonia começa a sofrer fissuras a partir da
década de 70 do século XX. As informações do Censo Demográfico de 1980 e reafirmadas
pelos Censos de 1991 e 2000 permitiram observar que as estatísticas registram mudanças na
geografia religiosa no país como um todo: a diversidade religiosa cresceu muito nas últimas
décadas.
No presente trabalho procuramos fazer um estudo crítico, porque escolhemos apenas uma área
geográfica para representar os resultados de nossa análise sobre as condições
socioeconômicas da população evangélica pentecostal em São Gonçalo – RJ. O Brasil ou o
Estado do Rio de Janeiro ou até mesmo a região metropolitana poderiam ser escolhidos e
daria um bom resultado, entretanto seriam muitos os detalhes e variáveis, que demandaria
muito tempo para comparar os resultados dos Censos de 1991 e 2000, e outras fontes.
Este é um estudo crítico, porque nos preocupamos apenas com um conjunto de variáveis que
achamos pertinente ao presente estudo. A escolha do tema e da localidade deve-se ao fato dos
resultados do censo demográfico 2000 e da observação empírica da expansão do fenômeno
pentecostal nessa localidade. Também é um estudo crítico do ponto de vista pragmático, uma
vez que cada detalhamento pode resultar em mais de uma análise sobre as condições de vida
dessa população.
Procurar eliminar a angústia existencial vivida pelo ser humano sempre foi um papel atribuído
às religiões. Portanto, acreditamos que essa situação, bem como a questão da subcidadania
associadas à experiência da desigualdade vivida nas comunidades carentes pelos excluídos
urbanos têm muito mais ligação direta e efetivamente social do que de outra natureza. Dessa
forma, essas pessoas são forçadas a procurar serem absorvidas dignamente por quem abram-
lhes os braços e aí entram as igrejas evangélicas pentecostais, provocando, assim, uma
apostasia ou migração atitudinal.
Sabemos que a formação de um padre católico é um processo que demanda muito tempo, e
isso às vezes implica até uma passada em Roma, pela Universidade Gregoriana. Isso sem falar
95
Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2000.
__________. NBR 6029: apresentação de livros. Rio de Janeiro, 1993.
__________. NBR 10520: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 1990.
__________. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos:
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BRAGA, Maria Nelma Carvalho. O Município de São Gonçalo e sua história. São Gonçalo:
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CANO, Ignacio. Análise espacial da violência no município do Rio de Janeiro. In: NAJAR,
Alberto L.; MARQUES, E. C. (Org.). Saúde e Espaço: estudos metodológicos e técnicas
de análise. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.
CENSO demográfico 1991: resultados da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 1997. microdados.
CENSO demográfico 2000: resultados da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 1997. Microdados.
CENSO demográfico: Manual do Recenseador CD 1.09. Rio de Janeiro: IBGE: 2000, 151 p.
99
Anexo 1
Classificação da variável religião com seus respectivos códigos e nomes das categorias /
religião, de acordo com o Censo Demográfico de 1991. Registramos que a nomenclatura dos
grandes grupos abaixo foi aplicada pelo IBGE.
SEM RELIGIÃO
00 – Sem religião
CATÓLICAS
11 – Apostólica Romana
12 – Apostólica Brasileira
13 – Ortodoxa
EVANGÉLICAS DE MISSÃO ou TRADICIONAIS ou HISTÓRICAS
21 – Igrejas Luteranas
22 – Igrejas Presbiterianas
23 – Igrejas Metodistas
24 – Igrejas Batistas
25 – Igrejas Congregacionais
26 – Igrejas Adventistas
27 – Igreja Episcopal Anglicana
28 – Igrejas Menonitas
29 – Igrejas Não Determinadas
30 – Outras
EVANGÉLICAS PENTECOSTAIS e NEOPENTECOSTAIS
31 – Assembléia de Deus
32 – Congregação Cristã no Brasil
33 – O Brasil para Cristo
34 – Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular
35 – Igreja Universal do Reino de Deus
36 – Casa da Bênção
37 – Casa de Oração
38 – Deus é Amor
39 – Igrejas Maranatas
40 – Tradicional Renovada
41 – Pentecostais Não Determinadas
45 – Outras
EVANGÉLICA NÃO DETERMINADA
49 – Evangélica Não Determinada
100
NEOCRISTÃS (PARACRISTÃS)
51 – Mórmons
52 – Testemunhas de Jeová
53 – LBV
59 – Outras
MEDIÚNICA e AFRO-BRASILEIRAS
61 – Espírita
62 – Umbanda
63 – Candomblé
JUDAICA/ISRAELITA
71 – Judaísmo ou Israelita
ORIENTAIS
75 – Budista
76 – Messiânica
77 – Seicho No-Ie
79 – Outras
OUTRAS RELIGIÕES
81 – Islamismo
82 – Esotérica
83 – Indígena
84 – Grupos Minoritários
NÃO DETERMINADA / MAL DEFINIDA
85 – Cristã
86 – Protestante
89 – Outras
SEM DECLARAÇÃO
99 – Sem Declaração
Anexo 2
Classificação da variável religião com os respectivos códigos e nomes de acordo com o Censo
Demográfico de 2000. Note-se que, devido a essa desagregação, a partir do código numérico
de três dígitos foi possível criar os grandes grupos com código de dois dígitos a fim de
compatibilizar aos códigos estabelecidos para o Censo de 1991.
00 – SEM RELIGIÃO
000 – Sem religião
101
11 – CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA
110 – Católica Apostólica Romana
111 – Católica Carismática; e Católica Pentecostal
112 – Católica Armênia; e Católica Ucraniana
12 – CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA
120 – Católica Apostólica Romana
13 – CATÓLICA ORTODOXA
130 – Católica Ortodoxa
14 – CRISTÃ ORTODOXA
140 – Ortodoxa Cristã
149 – Outras
19 – OUTRAS CATÓLICAS
199 – Outras Católicas
21 – EVANGÉLICA DE MISSÃO LUTERANA
210 – Igrejas Luteranas
219 – Outras
22 – EVANGÉLICA DE MISSÃO PRESBITERIANA
220 – Igreja Pentecostal Presbiteriana
221 – Igreja Presbiteriana Independente do Brasil
222 – Igreja Presbiteriana do Brasil
223 – Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
224 – Igreja Presbiteriana Fundamentalista
225 – Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil
229 – Outras
23 – EVANGÉLICA DE MISSÃO METODISTA
230 – Igreja Metodista
231 – Igreja Metodista Wesleyana
232 – Irmandade Metodista Ortodoxa
239 – Outras
24 – EVANGÉLICA DE MISSÃO BATISTA
240 – Igreja Evangélica Batista
241 – Convenção Batista Brasileira
242 – Convenção Batista Nacional
243 – Igreja Batista Pentecostal
244 – Igreja Batista Bíblica
245 – Igreja Batista Renovada
249 – Outras
25 – EVANGÉLICA DE MISSÃO CONGREGACIONAL
250 – Igreja Evangélica Congregacional
251 – Igreja Congregacional Independente
259 – Outras
102
26 – EVANGÉLICA DE MISSÃO ADVENTISTA
260 – Igreja Adventista do Sétimo Dia
261 – Igreja Adventista do Sétimo Dia – Movimento da Reforma
262 – Igreja Adventista da Promessa
269 – Outras
27 – EVANGÉLICA DE MISSÃO EPISCOPAL ANGLICANA
270 – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
279 – Outras
28 – EVANGÉLICA DE MISSÃO MENONITA
280 – Igreja Evangélica Menonita
289 – Outras
30 – EXÉRCITO DA SALVAÇÃO
300 – Evangélica Exército da Salvação
31 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL ASSEMBLÉIA DE DEUS
310 – Igreja Evangélica Assembléia de Deus
311 – Igreja Assembléia de Deus Madureira
312 – Igreja Assembléia de Deus Todos os Santos
319 – Outras
32 – EVANGÉLICA DE ORIGEM CONGREGACIONAL CRISTÃ DO BRASIL
320 – Igreja Congregacional Cristã do Brasil
329 – Outras
33 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL O BRASIL PARA CRISTO
330 – Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo
339 – Outras
34 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL EVANGELHO QUADRANGULAR
340 – Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular
349 – Outras
35 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
350 – Igreja Universal do Reino de Deus
359 – Outras
36 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL CASA DA BÊNÇÃO
360 – Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus
369 – Outras
37 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL CASA DE ORAÇÃO
370 – Igreja Cristã Evangélica
379 – Outras
38 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL DEUS É AMOR
380 – Igreja Pentecostal Deus é Amor
389 – Outras
103
39 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL
390 – Igrejas Maranatas
399 – Outras
40 – EVANGÉLICA PENTECOSTAL TRADICIONAL RENOVADA
400 – Igreja Evangélica Renovada, Restaurada e Reformada
401 – Pentecostal Renovada, Restaurada e Reformada
409 – Outras
41 – EVANGÉLICA PENTECOSTAL NÃO DETERMINADA
410 – Igreja Evangélica Pentecostal Não Determinada
419 – Outras
42 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL COMUNIDADE CRISTÃ
420 – Igreja Evangélica Comunidade Cristã
429 – Outras
43 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL NOVA VIDA
430 – Igreja Pentecostal Nova Vida
439 – Outras
44 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL COMUNIDADE EVANGÉLICA
440 – Igreja Evangélica Comunidade Evangélica
449 – Outras
45 – OUTRAS EVANGÉLICAS PENTECOSTAIS
450 – Outras Igrejas Evangélicas Pentecostais
46 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL AVIVAMENTO BÍBLICO
460 – Igreja Pentecostal Avivamento Bíblico
469 – Outras
47 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL CADEIA DA PRECE
470 – Igreja Evangélica Cadeia da Prece
479 – Outras
48 – EVANGÉLICA DE ORIGEM PENTECOSTAL IGREJA DO NAZARENO
480 – Igreja do Nazareno
489 – Outras
49 – EVANGÉLICA NÃO DETERMINADA
490 – Igreja Evangélica Não Determinada
491 – Igreja Evangélica Sem Vínculo Institucional
492 – Múltipla Declaração de Religião Evangélica
499 – Outras
51 – IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS
510 – Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias / Mórmons
519 – Outras
104
52 – EVANGÉLICOS TESTEMUNHA DE JEOVÁ
520 – Testemunha de Jeová
529 – Outras
53 – LBV / RELIGIÃO DE DEUS
530 – Legião da Boa Vontade / Religião de Deus
59 – ESPIRITUALISTAS
590 – Espiritualista
599 – Outras
61 – ESPÍRITAS
610 – Espírita, Kardecista
619 – Outras
62 – UMBANDA
620 – Umbandista
629 – Outras
63 – CANDOMBLÉ
630 – Candomblé
639 – Outras
64 – OUTRAS DECLARAÇÕES - RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
640 – Religiões Afro-Brasileiras
641 – Múltipla Declaração – Afros com Outras religiões
649 – Outras
71 – JUDAICA
710 – Judaísmo
719 – Outras
74 – HINDU
740 – Hinduísmo, Brawanismo
741 – Ioga
749 – Outras
75 – BUDISMO
750 – Budismo
751 – Nitiren
752 – Budismo Theravada
753 – Zen Budismo
754 – Budismo Tibetano
755 – Soka Gakkai
759 – Outras
105
76 – RELIGIÕES ORIENTAIS – NOVAS
760 – Igreja Messiânica Mundial
761 – Seicho No-Ie
762 – Perfect Liberty
763 – Hare Krishna
764 – Discípulos Oshoo
765 – Tenrykyo
766 – Mahicari
79 – RELIGIÕES ORIENTAIS – OUTRAS
790 – Religiões Orientais
791 – Bahai
792 – Shintoísmo
793 – Taoísmo
799 – Outras
81 – ISLÂMICA
810 – Islamismo
819 – Outras
82 – TRADIÇÕES ESOTÉRICAS
820 – Esotérica
821 – Racionalismo Cristão
829 – Outras
83 – TRADIÇÕES INDÍGENAS
830 – Tradições Indígenas
831 – Santo Daime
832 – União do Vegetal
833 – A Barquinha
834 – Neoxamânica
839 – Outras
85 – CRISTÃS NÃO DETERMINADAS / MALDEFINIDAS
850 – Cristãs Sem Vínculo Institucional
89 – OUTRAS NÃO DETERMINADAS / MALDEFINIDAS
890 – Não Determinadas / MalDefinidas
891 – Múltipla Declaração – Católica / Outras
892 – Múltipla Declaração – Evangélica / Outras
893 – Múltipla Declaração – Católica / Espírita
894 – Múltipla Declaração – Católica / Umbanda
895 – Múltipla Declaração – Católica / Candomblé
896 – Múltipla Declaração – Católica / Kardecista
99 – SEM DECLARAÇÃO
990 – Sem Declaração
106
Anexo 3
Pessoas Ocupadas em 1991 – responderam ao quesito 45 do questionário da amostra CD 1.02
– Trabalhou em todos ou em parte dos últimos 12 meses (01/09/1990 a 31/08/1991) ao código
1 – habitualmente; ou ao código 2 – eventualmente.
Pessoas Ocupadas em 2000 – responderam aos quesitos:
4.39 – na semana de 23 a 29 de julho de 2000, trabalhou em alguma atividade remunerada?
Com código 1 – sim; ou quesito
4.40 - na semana de 23 a 29 de julho de 2000 tinha algum trabalho remunerado do qual estava
temporariamente afastado? Com código 1 – sim; ou quesito
4.41 - na semana de 23 a 29 de julho de 2000 ajudou, sem remuneração, no trabalho exercido
por pessoa conta-própria ou empregadora, moradora do domicílio, ou com aprendiz ou
estagiário? Com código 1 – sim; ou quesito
4.42 - na semana de 23 a 29 de julho de 2000 ajudou, sem remuneração, no trabalho exercido
por pessoa moradora do domicílio empregada em atividade de cultivo, extração vegetal,
criação de animais, caça, pesca ou garimpo? Com código 1 – sim; ou quesito
4.43 - na semana de 23 a 29 de julho de 2000 trabalhou em atividade de cultivo, extração
vegetal, criação de animais ou pesca, destinados à alimentação de pessoas moradoras no
domicílio? Com código 1 – sim.
Pessoas desocupadas ou procurando trabalho em 1991 – são aquelas que responderam ao
quesito 45 com o código 3 – não trabalhou, e responderam também ao quesito 58 – Indique a
situação ou ocupação que tem (situação de desocupação) ao código 1 – já trabalhou; ou ao
código 2 – nunca trabalhou.
Pessoas desocupadas ou procurando trabalho em 2000 – são aquelas que responderam aos
quesitos 4.39 e 4.40 e 4.41 e 4.42 e 4.43 com o código 2 – não, e responderam também ao
quesito 4.55 – No período de 30 de junho a 29 de julho de 2000, tomou alguma providência
para conseguir algum trabalho? Com código 1 – sim.
Anexo 4
RJ RM SG RJ RM SG
RJ 1991 1
RM 1991 1,00 1
SG 1991 0,99 0,99 1
RJ 2000 0,99 0,99 0,99 1
RM 2000 0,99 0,99 0,99 1,00 1
SG 2000 0,98 0,98 0,98 0,99 0,99 1
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991/2000, dados da amostra.
Correlação linear ente a população do Estado Rio de Janeiro, Região Metropolitana e
Ano de 1991 Ano de 2000
Regiões e ano
São Gonçalo, tendo como referência os grandes grupos de religião - 1991/2000
107
Anexo 5
Sexo, Unidade da
Católicos
Federação, RM
TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município
(1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
Rio de Janeiro 12.807.195 66,7 % 5,2 % 7,5 % 6,2 % 13,7 %
RM do Rio de Janeiro 9.814.574 64,8 % 4,9 % 7,8 % 6,9 % 14,9 %
São Gonçalo 779.832 57,7 % 6,4 % 9,0 % 5,2 % 21,3 %
HOMENS
Rio de Janeiro 6.177.541 66,6 % 4,5 % 6,3 % 5,3 % 16,6 %
RM do Rio de Janeiro 4.695.776 64,7 % 4,2 % 6,5 % 5,8 % 18,0 %
São Gonçalo 379.597 57,4 % 5,3 % 7,3 % 4,3 % 25,3 %
MULHERES
Rio de Janeiro 6.629.654 66,7 % 6,0 % 8,6 % 7,0 % 11,1 %
RM do Rio de Janeiro 5.118.798 64,9 % 5,6 % 9,0 % 7,8 % 12,0 %
São Gonçalo 400.235 58,0 % 7,5 % 10,6 % 6,0 % 17,5 %
TOTAL
Rio de Janeiro 14.392.106 55,7 % 8,6 % 13,4 % 6,2 % 15,8 %
RM do Rio de Janeiro 10.894.156 54,2 % 8,1 % 13,9 % 6,7 % 16,7 %
São Gonçalo 891.119 49,3 % 10,9 % 15,6 % 5,1 % 18,7 %
HOMENS
Rio de Janeiro 6.900.312 55,6 % 7,5 % 11,7 % 5,3 % 19,5 %
RM do Rio de Janeiro 5.182.897 53,9 % 7,1 % 12,1 % 5,7 % 20,6 %
São Gonçalo 429.404 49,1 % 9,4 % 13,6 % 4,4 % 23,1 %
MULHERES
Rio de Janeiro 7.491.794 55,8 % 9,6 % 14,9 % 7,0 % 12,3 %
RM do Rio de Janeiro 5.711.259 54,4 % 9,0 % 15,6 % 7,5 % 13,2 %
São Gonçalo 461.715 49,4 % 12,3 % 17,5 % 5,7 % 14,6 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000. Dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
2000
Evangélicos
População absoluta total e sua respectiva distribuição percentual por religião e
Região Metropolitana e o Município de São Gonçalo - 1991/2000
1991
o ano de recenseamento, segundo o Sexo, o Estado do Rio de Janeiro e sua
108
Anexo 6
Sexo, Unidade da
Católicos
Federação, RM
TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município
(1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
Rio de Janeiro 12.807.195 8.538.219 670.838 954.461 794.325 1.759.360
RM do Rio de Janeir
o
76,6 % 74,5 % 72,2 % 80,3 % 84,7 % 82,9 %
São Gonçalo 6,1 % 5,3 % 7,5 % 7,3 % 5,1 % 9,4 %
HOMENS
Rio de Janeiro 6.177.541 4.115.062 276.047 387.481 327.801 1.025.357
RM do Rio de Janeir
o
76,0 % 73,8 % 71,4 % 79,3 % 83,7 % 82,3 %
São Gonçalo 6,1 % 5,3 % 7,3 % 7,1 % 5,0 % 9,4 %
MULHERES
Rio de Janeiro 6.629.654 4.423.157 394.791 566.980 466.524 734.003
RM do Rio de Janeir
o
77,2 % 75,1 % 72,7 % 80,9 % 85,4 % 83,7 %
São Gonçalo 6,0 % 5,2 % 7,6 % 7,5 % 5,1 % 9,5 %
TOTAL
Rio de Janeiro 14.392.106 8.016.396 1.237.247 1.926.494 887.595 2.268.018
RM do Rio de Janeir
o
75,7 % 73,6 % 71,2 % 78,8 % 81,7 % 80,3 %
São Gonçalo 6,2 % 5,5 % 7,8 % 7,2 % 5,1 % 7,4 %
HOMENS
Rio de Janeiro 6.900.312 3.834.637 518.102 807.257 364.070 1.343.687
RM do Rio de Janeir
o
75,1 % 72,9 % 70,8 % 78,0 % 81,2 % 79,4 %
São Gonçalo 6,2 % 5,5 % 7,8 % 7,2 % 5,2 % 7,4 %
MULHERES
Rio de Janeiro 7.491.794 4.181.759 719.145 1.119.237 523.525 924.331
RM do Rio de Janeir
o
76,2 % 74,2 % 71,6 % 79,4 % 82,1 % 81,6 %
São Gonçalo 6,2 % 5,5 % 7,9 % 7,2 % 5,0 % 7,3 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000. Dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
2000
População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva distribuição
Re
g
ião Metro
p
olitana e o Municí
p
io de São Gon
ç
alo - 1991/2000
Evangélicos
1991
percentual, em função do Estado do Rio de Janeiro, segundo o Sexo, a
109
Anexo 7
Sexo, Católicos
Região Metropolitana TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município (1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
RM do Rio de Janeiro 9.814.574 6.360.556 484.174 766.104 672.613 1.457.879
São Gonçalo 7,9 7,1 10,4 9,1 6,0 11,4
HOMENS
RM do Rio de Janeiro 4.695.776 3.037.084 197.137 307.141 274.416 843.506
São Gonçalo 8,1 7,2 10,2 9,0 6,0 11,4
MULHERES
RM do Rio de Janeiro 5.118.798 3.323.472 287.037 458.963 398.197 614.373
São Gonçalo 7,8 7,0 10,5 9,2 6,0 11,4
TOTAL
RM do Rio de Janeiro 10.894.156 5.900.713 881.378 1.518.453 725.433 1.820.956
São Gonçalo 8,2 7,4 11,0 9,2 6,2 9,2
HOMENS
RM do Rio de Janeiro 5.182.897 2.795.811 366.695 629.635 295.792 1.067.040
São Gonçalo 8,3 7,5 11,0 9,3 6,4 9,3
MULHERES
RM do Rio de Janeiro 5.711.259 3.104.902 514.683 888.818 429.641 753.916
São Gonçalo 8,1 7,4 11,0 9,1 6,2 9,0
Fonte IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
Evangélicos
1991
2000
População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva distribuição
percentual, em função da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo o Sexo, a
Re
g
ião Metro
p
olitana e o Municí
p
io de São Gon
ç
alo - 1991/2000
110
Anexo 8
Sexo, Unidade da
Católicos
Federação, RM
TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município
(1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
Rio de Janeiro 12.807.195 8.538.219 670.838 954.461 794.325 1.759.360
RM do Rio de Janeiro 9.814.574 6.360.556 484.174 766.104 672.613 1.457.879
São Gonçalo 779.832 449.935 50.234 69.990 40.338 165.900
HOMENS
Rio de Janeiro 48,2 % 48,2 % 41,1 % 40,6 % 41,3 % 58,3 %
RM do Rio de Janeiro 47,8 % 47,7 % 40,7 % 40,1 % 40,8 % 57,9 %
São Gonçalo 48,7 % 48,4 % 40,2 % 39,6 % 40,7 % 57,8 %
MULHERES
Rio de Janeiro 51,8 % 51,8 % 58,9 % 59,4 % 58,7 % 41,7 %
RM do Rio de Janeiro 52,2 % 52,3 % 59,3 % 59,9 % 59,2 % 42,1 %
São Gonçalo 51,3 % 51,6 % 59,8 % 60,4 % 59,3 % 42,2 %
TOTAL
Rio de Janeiro 14.392.106 8.016.396 1.237.247 1.926.494 887.595 2.268.018
RM do Rio de Janeiro 10.894.156 5.900.713 881.378 1.518.453 725.433 1.820.956
São Gonçalo 891.119 439.282 96.857 139.311 45.283 166.826
HOMENS
Rio de Janeiro 47,9 % 47,8 % 41,9 % 41,9 % 41,0 % 59,2 %
RM do Rio de Janeiro 47,6 % 47,4 % 41,6 % 41,5 % 40,8 % 58,6 %
São Gonçalo 48,2 % 48,0 % 41,5 % 41,9 % 41,6 % 59,5 %
MULHERES
Rio de Janeiro 52,1 % 52,2 % 58,1 % 58,1 % 59,0 % 40,8 %
RM do Rio de Janeiro 52,4 % 52,6 % 58,4 % 58,5 % 59,2 % 41,4 %
São Gonçalo 51,8 % 52,0 % 58,5 % 58,1 % 58,4 % 40,5 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000. Dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
2000
População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva
Re
g
ião Metro
p
olitana e o Municí
p
io de São Gon
ç
alo - 1991/2000
Evangélicos
1991
distribuição percentual, segundo o Sexo, o Estado do Rio de Janeiro, sua
111
Anexo 9
Sexo, Unidade da Católicos
Federação, RM TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município
(1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
Rio de Janeiro 12,4 % -6,1 % 84,4 % 101,8 % 11,7 % 28,9 %
RM do Rio de Janeiro 11,0 % -7,2 % 82,0 % 98,2 % 7,9 % 24,9 %
São Gonçalo 14,3 % -2,4 % 92,8 % 99,0 % 12,3 % 0,6 %
HOMENS
Rio de Janeiro 11,7 % -6,8 % 87,7 % 108,3 % 11,1 % 31,0 %
RM do Rio de Janeiro 10,4 % -7,9 % 86,0 % 105,0 % 7,8 % 26,5 %
São Gonçalo 13,1 % -3,1 % 99,1 % 110,7 % 14,8 % 3,5 %
MULHERES
Rio de Janeiro 13,0 % -5,5 % 82,2 % 97,4 % 12,2 % 25,9 %
RM do Rio de Janeiro 11,6 % -6,6 % 79,3 % 93,7 % 7,9 % 22,7 %
São Gonçalo 15,4 % -1,6 % 88,6 % 91,4 % 10,5 % -3,4 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000. Dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
1991 / 2000
Taxa de crescimento relativo da população por religião,
segundo o Sexo, o Estado do Rio de Janeiro, sua Região
Metro
p
olitana e o Municí
p
io de São Gon
ç
alo - 1991/2000
Evangélicos
Anexo 10
Sexo, Unidade da Católicos
Federação, RM TOTAL Apostólicos Não Pente- Pente- Outras Sem
e Município
(1) Romanos costais costais Religiões Religião
TOTAL
Rio de Janeiro 1,3 % -0,7 % 7,0 % 8,1 % 1,2 % 2,9 %
RM do Rio de Janeiro 1,2 % -0,8 % 6,9 % 7,9 % 0,8 % 2,5 %
São Gonçalo 1,5 % -0,3 % 7,6 % 7,9 % 1,3 % 0,1 %
HOMENS
Rio de Janeiro 1,2 % -0,8 % 7,2 % 8,5 % 1,2 % 3,0 %
RM do Rio de Janeiro 1,1 % -0,9 % 7,1 % 8,3 % 0,8 % 2,6 %
São Gonçalo 1,4 % -0,4 % 8,0 % 8,6 % 1,5 % 0,4 %
MULHERES
Rio de Janeiro 1,4 % -0,6 % 6,9 % 7,8 % 1,3 % 2,6 %
RM do Rio de Janeiro 1,2 % -0,8 % 6,7 % 7,6 % 0,8 % 2,3 %
São Gonçalo 1,6 % -0,2 % 7,3 % 7,5 % 1,1 % -0,4 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000. Dados da amostra.
(1) Inclusive os sem declaração de religião.
1991 / 2000
Taxa média anual de crescimento relativo por grandes grupos de religião,
segundo o Sexo, o Estado do Rio de Janeiro, sua Região Metropolitana
e o Municí
p
io de São Gon
ç
alo - 1991/2000
Evangélicos
112
Anexo 11
SEXO Evangélicos
Pentecostais
1991
Total 57,7 % 9,0 %
Homens
27,9 % 3,6 %
Mulheres 29,8 % 5,4 %
2000
Total 49,3 % 15,6 %
Homens
23,7 % 6,5 %
Mulheres 25,6 % 9,1 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico 1991 e 2000, dados da amostra.
Distribuição percentual da população por grupo de religião,
segundo o sexo - São Gonçalo - 1991/2000
Percentual de
Católicos
Anexo 12
E vangélicos
Pentecostais
Total -2,4 % 99,0 %
Homens -3,1 % 110,7 %
M ulheres -1,6 % 91,4 %
Fonte: IBGE/DPE, CD 1991/2000.
São Gonçalo - 1991/2000
C alicos
Sexo
Taxa de crescim ento
por religião, segundo o sexo
Taxas de crescim ento (% ) relativo
Anexo 13
Cor
ou Católico Evangélico Católica Evangélica
Raça Romano Pentecostal Romana Pentecostal
Branca 5,6 135,8 6,4 111,4
Negra (1) -13,7 102,2 -12,4 83,9
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
(1) somatório de pretos e pardos.
Homem (%) Mulher (%)
Taxa de crescimento relativo por sexo e religião,
segundo a cor ou raça - São Gonçalo - 1991/2000
113
Anexo 14
Homens de 10 anos ou mais de idade
por religião e estado civil
São Gonçalo - 1991/2000
31,7
3,8
24,2
3,0
2,9
0,3
27,7
7,2
18,2
5,2
4,5
0,9
CatCas PentCas CatSolt PentSolt CatDesc PentDesc
Religião e estado civil
Percentual
1991
2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Anexo 15
Mulheres de 10 anos ou mais de idade
por religião e estado civil
São Gonçalo - 1991/2000
29,3
5,7
20,7
3,3
9,1
1,9
9,6
3,9
10,8
4,7
15,3
24,4
0
5
10
15
20
25
30
35
CatCas PentCas CatSolt PentSolt CatDesc PentDesc
religião e estado civil
percentual
1991
2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
anexo 16
Calico Evangélico
Apost. Romano Pentecostal
Total
-67,5 % 145,3 % -24,1 %
Homem -37,4 % 507,2 % 42,4 %
Mulher -86,4 % 18,2 % -61,7 %
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico 1991/2000, dados da amostra.
Total
Taxa de crescimento relativo das pessoas analfabetas de 15 anos ou
mais de idade por religião, segundo o sexo - São Gonçalo - 1991/200
0
Sexo
114
Anexo 17
Percentual
Total Homem Mulher
Total 24,8 13,1 64,1
Católicos 8,4 -1,7 43,5
Evangélicos 133,4 117,6 166,2
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Taxa de crescimento relativo da família tradicional,
p
or sexo da pessoa de referência, segundo a religião
São Gonçalo - 1991/2000
Sexo
Anexo 18
Percentual
Total Homem Mulher
Total 65,9 48,9 84,3
Católico 48,1 32,8 60,1
Evangélico 22,7 35,0 18,7
Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 1991/2000, dados da amostra
Taxa de crescimento relativo da família unipessoal,
por sexo da pessoa de referência, segundo a religião
São Gonçalo - 1991/2000
Sexo
Anexo 19
Percentual
Total Homem Mulher
Total 258,8 198,2 338,4
Católicos 198,4 154,0 252,6
Evangélicos 615,4 501,5 717,8
Fonte: IBGE/DPE, Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Taxa de crescimento relativo das pessoas desocupadas
de 10 anos e mais de idade por sexo, segundo a religião
São Gonçalo - 1991/2000
Religião
115
Anexo 20
Indicador
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
Situação do Domicílio
Urbano 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Sexo 27,9 23,7 29,8 25,6 3,6 6,5 5,4 9,1
Grupos de Idade
0 a 6 anos
6,6
5,3 6,2 4,8 1,0 2,1 1,0 1,8
7 a 14 anos 9,7 6,2 8,8 5,9 1,5 2,4 1,6 2,4
15 a 17 anos
3,3
2,5 3,3 2,5 0,4 0,8 0,5 0,8
18 a 24 anos 7,2 6,4 7,5 6,2 1,0 1,7 1,2 2,0
25 a 59 anos 26,7 24,1 27,2 24,4 2,9 6,0 5,1 9,2
60 e mais anos 3,9 4,6 5,0 5,7 0,5 1,0 1,1 2,0
Raça ou Cor
Branca 28,4 24,7 31,7 27,8 3,1 5,9 4,9 8,5
Negra 27,5 22,5 27,9 23,2 4,1 7,8 5,9 10,4
Nupcialidade
Casados 31,7 27,7 29,3 24,4 3,8 7,2 5,7 9,6
Descasados 2,9 4,5 9,1 10,8 0,3 0,9 1,9 4,7
Solteiros 24,2 18,2 20,7 15,3 3,0 5,2 3,3 3,9
Educação
Taxa de Analfabetismo 3,6 2,3 5,2 0,7 0,6 3,8 1,6 1,9
1 a 7 anos de estudo 31,3 23,3 31,7 23,2 3,9 7,2 6,3 9,6
8 anos de estudo 6,5 6,1 5,9 5,6 0,7 1,5 0,9 2,0
9 e 10 anos de estudo 3,1 3,8 3,2 3,8 0,4 1,0 0,4 1,3
11 anos de estudo 7,2 9,1 7,2 9,3 0,6 1,7 0,8 2,3
12 ou mais de estudo 2,3 2,9 2,2 2,9 0,2 0,3 0,1 0,5
Família
Tradicional 45,8 36,1 13,3 15,2 5,4 9,5 2,6 5,6
Unipessoal 25,4 20,3 32,6 31,4 1,9 1,5 5,7 4,1
Taxa de Atividade 19,3 16,4 10,6 12,0 2,1 4,2 1,8 4,1
Taxa de Desemprego 2,2 4,2 1,8 4,8 0,3 1,2 0,3 1,8
Taxa de Ocupação 35,8 24,8 19,2 16,5 3,9 6,2 3,2 5,5
Classes de Renda
Até 1 SM 11,7 4,8 24,2 11,4 1,6 1,7 5,1 5,3
Mais de 1 a 2 SM 16,8 12,5 18,6 19,0 1,9 3,8 3,0 6,7
Mais de 2 a 5 SM 21,4 20,3 13,0 15,1 2,3 4,8 1,5 3,7
Mais de 5 a 10 SM 6,8 10,0 2,8 4,4 0,5 1,9 0,3 0,9
Mais de 10 2,0 3,1 0,7 1,0 0,1 0,5 0,0 0,2
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
MulherHomemMulherHomem
Proporções e Taxas Percentuais da População, por Religião e Sexo,
Segundo o Tipo de Indicador - São Gonçalo - 1991/2000
Católico Apostólico Romano (%) Evangélico Pentecostal (%)
116
Anexo 21
Taxas de crescimento (%)
Distritos
Católicos
de moradia
Total Apostólicos Evangélicos
Romanos Pentecostais
São Gonçalo 14,3 -2,4 105,8
São Gonçalo 8,2 -5,7 93,5
Ipiíba 31,1 3,5 139,0
Monjolos 27,8 7,0 100,8
Neves 3,6 -4,8 129,5
Sete Pontes 7,2 -8,5 69,4
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Taxas de crescimento (%) relativo da população por
religião, segundo o distrito de moradia
São Gonçalo - 1991/2000
Anexo 22
1991 2000 Absoluta (%)
São Gonçalo (sede) 257 456 199 77,4
Ipiíba 99 183 84 84,8
Monjolos 107 232 125 116,8
Neves 144 234 90 62,5
Sete Pontes 72 115 43 59,7
Total 679 1220 541 79,7
Fonte: IBGE/Unidade Estadual-RJ.
Diferença
São Gonçalo - RJ - 1991/2000
Quadro comparativo do número de setores censitários
Distrito
Número de Setores
117
Anexo 23
1
o
Distrito 2
o
Distrito 3
o
Distrito 4
o
Distrito 5
o
Distrito
SÃO GONÇALO IPIÍBA MONJOLOS
N
EVES SETE PONTES
(30 bairros) (20 bairros) (17 bairros) (13 bairros) (10 bairros)
Alcântara Almerinda Barracão Boa Vista Barro Vermelho
Antonina Amendoeira Bom Retiro Camarão Covanca
Boaçu Anaia Grande Gebara Gradim Engenho Pequeno
Brasilândia Anaia Pequena Guarani Mangueira Morro do Castro
Centro Arrastão Jardim Catarina
N
eves
N
ovo México
Colubandê Arsenal Lagoinha Parada 40 Pita
Cruzeiro do Sul Coelho Laranjal Paraíso Santa Catarina
Estrela do Norte Eliane Largo da Idéia Patronato Tenente Jardim
Fazenda dos Mineiros Engenho Pequeno Marambaia Porto da Madama Venda da Cruz
Galo Branco Ieda Miriambi Porto Novo Zumbi
Ilha de Itaóca Ipiíba Monjolos Porto da Pedra
Itaúna Jardim Amendoeira Pacheco Porto Velho
Lindo Parque Jockey Raul Veiga Vila Lage
Luiz Caçador Maria Paula Santa Luzia
Mutondo
N
ova República Tiradentes
Mutuá Rio do Ouro Vila Três
Mutuaguaçu Sacramento Vista Alegre
Mutuapira Santa Isabel
N
ova Cidade Várzea das Moças
Palmeiras Vila Candosa
Porto do Rosa
Recanto das Acácias
Rocha
Rosane
Salgueiro
São Miguel
Vila Iara
Zé Garoto
Tribobó
Trindade
Fonte: Prefeitura Municipal de São Gonçalo/Secretaria de
RELAÇÃO DE BAIRROS POR DISTRITO - SÃO GONÇALO - RJ
118
Anexo 24
Proporção da populão evanlica pentecostal, em percentual,
segundo a unidade da federação - Brasil - 2000
17,7
15,7 15,7
15,2
14,4 14,4
13,9
13,4
13,0
12,8
12,4
12,3
12,3
11,5
11,4
9,1
9,0
8,2
8,1
7,1
6,7
6,6 6,6
6,2
5,4
4,4
4,3
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
RO AP RR GO AC PA ES RJ A M SP MS TO DF MT PR PE MG MA SC AL RN BA RS CE PB PI SE
Unidade da Federação
(%)
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000, dados da amostra.
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93
das mudanças periódicas de paróquias, implicando perda das ovelhas arrebanhadas, às vezes
por uma questão de carisma e/ou simpatia por esse ou aquele padre. Além do mais, as igrejas
católicas têm a sua Territorialidade formal e perene. Sem se deslocar até as muitas e grandes
áreas carentes, deixando-as despovoadas de missionários, vão perdendo espaço cada vez mais.
É nesse momento que entram os evangélicos.
Formar um pastor evangélico pentecostal, além de mais rápido e mais simples, não é
necessário que o mesmo tenha uma formação intelectual nem cultural. Basta apenas saber
falar a língua do povo e ir onde ele está. Por sua vez a Territorialidade evangélica pentecostal
é informal e fugaz.
Vimos que o protestantismo chegou e se instalou oficialmente no Brasil com a vinda da
família real em 1808. Tudo isso graças aos ingleses, praticantes do culto protestante
anglicano, que vieram protegendo a família real e aqui se instalaram. O protestantismo era
tolerado e praticado de forma discreta em ambientes fechados sem que chamassem a atenção,
uma vez que a religião católica apostólica romana era a religião oficial. Em 1889 com a
proclamação da República essa situação muda: separação do Estado brasileiro e Igreja
católica apostólica romana; e os protestantes passam a praticar livremente suas religiões.
Também vimos que até aquele momento o predomínio protestante era o histórico ou
tradicional. Só então, a partir de 1910, é que começa a chegar o protestantismo pentecostal,
oriundo dos Estados Unidos, começando por São Paulo - SP e Belém – PA. Partindo dessas
duas localidades ele se espalhou pelo Brasil, não parando mais de crescer até o momento.
A experiência adquirida nesta pesquisa nos ensinou que através das técnicas adotadas bem
como o que guiou nosso objetivo permitem-nos apontar com um pouco de clareza e
diferenciadamente uma efetiva discriminação entre os estratos sociais, segundo fatores
fundamentais, tais como: demográficos (sexo, idade, cor/raça) e socioeconômicos
(nupcialidade, escolaridade, família, renda, ocupação).
Num segundo momento, começamos comparando a expansão desse fenômeno pentecostal,
em nível de Rio de Janeiro com Região Metropolitana, até chegarmos ao Município de São
Gonçalo. A partir desse ponto o quanto ele cresceu em todos os sentidos (absolutos e
relativos) em nível de distrito, valendo-se fundamentalmente das variáveis socioeconômicas.
94
Analisando todas as variáveis demográficas, sociais e econômicas, nos foi permitido, então,
construir o perfil do religioso católico apostólico romano bem como do evangélico
pentecostal.
Num terceiro e último instante, utilizando-se basicamente das variáveis trabalhadas
anteriormente, partimos para a análise espacial. Vimos como se comporta a dimensão dessas
variáveis para esses religiosos, através dos cartogramas identificando os setores censitários do
município.
As desigualdades observadas não se dão apenas por conta das diferenças sociais e/ou
demográficas e/ou econômicas entre as duas populações estudadas. Elas acontecem, também,
e muito significativamente, por regiões dentro do município, distritos e setores censitários.
Este trabalho permitiu ratificar as informações vindas até nós, através das literaturas. E mais
ainda: foi possível avançar além do que já era sabido no geral (o menor nível de renda e
instrução entre os evangélicos), confirmando dessa forma as nossas hipóteses. As diferenças
socioeconômicas intersetoriais vão além dessas duas variáveis. Elas têm a predominância do
sexo feminino, faixa etária 25 a 59 anos de idade (31 anos de idade mediana) são casadas e
economicamente são ocupadas, em ambas as religiões. Porém, a cor ou raça é branca para o
grupo católico e negra entre o grupo protestante pentecostal.
Em suma, a experiência com nossas pesquisas sobejamente nos permitiu constatar uma efetiva
discriminação entre estratos sociais diferenciados segundo fatores fundamentais, como
família, escolaridade, gênero, cor, entre outros.
Acreditamos ter conseguido construir um estudo que pode contribuir de alguma forma com
tomadas de decisão pelas autoridades do poder público competente, que necessite de dados e
informações sobre essas e outras variáveis com o objetivo de dirimir as desigualdades de
natureza social, em seus diversos aspectos.
66
Geografia e Estatística – IBGE, para fazer as devidas delimitações, deixamos de fazê-lo nesse
nível e passaremos a utilizar como referência os setores censitários.
Segundo o próprio IBGE, a própria Prefeitura de São Gonçalo nunca demonstrou interesse em
solucionar tal situação junto ao referido órgão. O setor censitário
42
é o menor polígono (nível)
geográfico para o qual o IBGE levanta e fornece dados. Tais dados abrangem diversas
variáveis, tais como sexo, idade, renda, escolaridade, infra-estrutura etc., conforme já foi visto
no capítulo anterior.
Segundo informações obtidas junto à Unidade Estadual do IBGE no Rio de Janeiro, UE-RJ,
órgão responsável pela criação/delimitação dos setores de pesquisa para os Censos
Demográficos e outras pesquisas da citada instituição, mesmo que se tentasse não seria
possível trabalharmos com bairros, uma vez que os setores censitários não se encaixam
exatamente com a divisão política dos bairros definidos pela Prefeitura Municipal de São
Gonçalo, pois vários setores de um mesmo bairro invadem parte de outro bairro ou de outros
bairros.
Porém, quanto maior a desagregação, mais detalhada será a descrição da distribuição espacial
das questões sociais e uma maior precisão terá a análise de sua relação com outras dimensões,
Cano (1998). As unidades menores apresentarão uma maior homogeneidade interna tanto das
variáveis que se pretende trabalhar quanto de outras variáveis quaisquer. Dessa forma, o setor
censitário, como unidade de análise, conterá realidades sociais muito menos diferentes (mais
homogêneas) em seu universo, como favelas, condomínios de luxo etc., se comparado ao
nível de bairro e/ou distrito.
Os níveis de urbanização podem divergir muito entre os diferentes hábitats de um mesmo
distrito e/ou bairro, o mesmo ocorrendo com o nível socioeconômico. Assim sendo, os valores
de cada variável para esta unidade geográfica funcionarão, na prática, como médias de
situações muito mais homogêneas. Como conseqüência, o estudo da relação entre variáveis
mensurado neste nível de agregação conterá uma maior precisão.
42
Unidade de controle cadastral formada por área contínua urbana ou rural, cuja dimensão e número de
domicílios ou de unidades não residenciais são limitados. Na área rural (não é o nosso caso) são de
aproximadamente 150 unidades, não podendo passar de 500Km2. Na área urbana o número de unidades eleva-se
para 200. Entretanto, há exceções como, por exemplo, um prédio residencial com mais de 200 unidades.
67
A unidade geográfica escolhida deve ser suficientemente pequena para ser relativamente
homogênea e suficientemente grande para apresentar um número de casos necessariamente
alto para o cálculo de taxas estáveis, Cano (1998). Assim sendo, é desejável realizar uma
análise espacial considerando-se o setor censitário como unidade de agregação, devido sua
alta homogeneidade em termos sócioeconômicos.
Metodologia
Além dos já utilizados softwares, sistema SAS para recuperação de microdados da base dos
Censos Demográficos e do aplicativo EXCEL para a elaboração de tabelas, gráficos e alguns
cálculos estatísticos, estaremos também aqui, neste capítulo, utilizando essencialmente o
Sistema de Informação Geográfica – SIG, Atlas GIS, onde o nosso objeto geográfico será
transformado em objeto cartográfico para melhorar a percepção e análise das variáveis.
Para a utilização do SIG é necessário que se tenha fundamentalmente a base de dados que é
dividida em duas partes. Dados espaciais (mapa digitalizado da região que se pretende
trabalhar – base cartográfica); e Dados sociodemográficos, que no nosso caso foram extraídos
do Censo Demográfico de 2000. A partir desses elementos será então a vez dos elementos da
Análise dos Dados (Análise Espacial) e Apresentação de Dados e Informações.
Os dados espaciais foram adquiridos junto ao Centro de Documentação e Disseminação de
Informações – CDDI/IBGE, disponibilizado em compact disc - CD da Malha de Setor
Censitário Urbano Digital do Distrito Sede dos Municípios do Brasil – 2000, contendo
arquivos com extensão SHP, DXF e AGF; este último, para uso com Atlas GIS.
Os dados sociodemográficos terão unicamente como fonte o Censo Demográfico de 2000,
tendo em vista que todos os distritos tiveram aumento do número de setores censitários (ver
anexo 22), variando de 59,7% o distrito que cresceu menos (Sete Pontes), a 116,8% para o
distrito que teve maior aumento (Monjolos). Dessa forma fica impossível a comparabilidade
com o Censo de 1991 para esse nível geográfico.
Assim sendo, pretendemos neste trabalho, através do uso de SIG, fazer a apresentação de
algumas variáveis usadas anteriormente, e tentar de alguma forma, através de cada uma delas
e através dos mapas (cloropléticos) temáticos, elucidar o fenômeno da expansão evangélico
68
pentecostal no Município de São Gonçalo, por acreditar que o uso do cartograma será um
instrumento fundamental na consolidação da idéia de distribuição espacial como uma
propriedade essencial dos eventos sociais/geográficos.
Área de estudo
O interesse em investigar o Município de São Gonçalo, sob o olhar da geografia, a
religiosidade, em especial os evangélicos pentecostais, deu-se por conta de duas observações.
A primeira quando investigamos a Tabulação Avançada do Censo Demográfico 2000:
resultados preliminares da amostra; e A Religião nos censos brasileiros: informações
preliminares do Censo Demográfico 2000
43
, quando então foi apontado o grande avanço dos
evangélicos pentecostais em todos os níveis geográficos do país, tendo como contrapartida a
diminuição dos católicos apostólicos romanos.
A segunda vem por conta da observação in loco, quando das minhas idas e vindas diárias para
casa – trabalho – casa e também quando fui a campo com o objetivo de elaborar o nosso
trabalho “O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) no Município de São
Gonçalo: uma avaliação” como requisito necessário para obtenção do grau de Especialista
em Análise Ambiental e Gestão do Território, apresentado à Coordenação do Centro de Pós-
Graduação da ENCE, e registramos o avanço do número de templos evangélicos.
O município é composto por cinco distritos em sua divisão político-administrativa. O primeiro
é o distrito de São Gonçalo (distrito-sede) que faz fronteira com a Baía de Guanabara e com o
Município de Itaboraí; o segundo é o distrito de Ipiíba que também faz fronteira com o
município de Itaboraí, Maricá e Niterói; o terceiro é o distrito de Monjolos que faz fronteira
com Itaboraí; o quarto é o distrito de Neves que faz fronteira com a Baía de Guanabara e
Niterói; e o quinto é o distrito de Sete Pontes que faz fronteira com Niterói, ver cartograma 1.
Dentre os católicos apostólicos romanos, os distritos de Ipiíba e Monjolos foram os únicos
que apresentaram taxas de crescimento positivas, sendo que o segundo com 7,0% apresentou
a melhor taxa. No grupo dos evangélicos pentecostais todos os distritos apresentaram taxas de
crescimento positivos, sendo que a maior taxa 139,0% ocorreu no distrito de Ipiíba.
43
Elaborado por Nilza de Oliveira Martins Pereira.
69
Vale ressaltar que apesar de o distrito Sete Pontes apontar a maior taxa de crescimento
negativo (-)8,5% entre os católicos, também foi o que registrou com 69,4% a menor taxa de
crescimento dentre os evangélicos, ver anexo 21.
Cartograma 1
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
I
t
a
b
o
r
a
i
N
i
t
e
r
o
i
B
a
i
a
d
e
G
u
a
n
a
b
a
r
a
M
a
r
i
c
a
Populaçao em (%)
SG (Sede) - 36,0%
Ipiiba - 17,9%
Monjolos - 19,8%
Neves - 17,6%
Sete Pontes - 8,7%
ENCE
MESTRADO
KM
43210
Divisao Politico-Administrativa (Distritos)
Distribuiçao Proporcional da Populaçao Total em (%)
Sao Gonçalo - RJ - 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demografico 2000, dados da amostra
EM ESTUDOS
POPULACIONAIS
E PESQUISAS
SOCIAIS
AREA - C
TURMA - 2002
De acordo com a distribuição proporcional, os resultados apontam os distritos Sete Pontes e
Neves os menores contingentes de evangélicos pentecostais: cerca de 13,0%. Os outros três
distritos (conforme já se esperava), ver tabela 10, ficaram com a maioria dessa população.
Distrito População em (%)
de Calica
residência
Total Aposlica Evangélica
Romana Pentecostal
São Gonçalo 100,0 49,3 16,2
Distº São Gonçalo 100,0 49,9 15,1
Distº Ipiíba 100,0 45,9 18,0
Distº Monjolos 100,0 42,1 20,7
Distº Neves 100,0 58,2 13,0
Distº Sete Pontes 100,0 52,2 12,8
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 2000, dados da amostra.
Proporção da população por religião, segundo o distrito
de resincia - São Gonçalo - 2000
Tabela 10
70
Características das áreas de estudo
Objetivando melhor descrever a relação evangelismo pentecostal versus catolicismo
apostólico romano e espaço periférico urbano, ou seja, como esses religiosos se apresentam
num espaço intra-urbano, nós dividiremos nossa área de estudo em duas. Identificaremos
como área central ou núcleo aquela faixa de vai de Niterói em direção a Itaboraí, até a altura
do bairro Alcântara; e periférica, aquela que compreende as fronteiriças com a Baía de
Guanabara, com o município de Itaboraí e com o município de Maricá. Ver melhor definição
da classificação de áreas urbanas ao final deste capítulo.
A área central é a mais densamente povoada, haja vista a maior concentração de setores
censitários, o que faz caracterizar uma maior densidade demográfica. Essa concentração que
se estende desde os limites de Niterói, mais especificamente a partir do bairro Neves no
distrito de mesmo nome (ver anexo 23), e do bairro Venda da Cruz no distrito Sete Pontes, até
o bairro Alcântara no distrito Sede, e seus bairros circunvizinhos, é justificada devido ao
processo de conurbação
44
.
A área periférica tem em sua geografia características típicas de área rural com grandes
setores censitários devido a sua baixa densidade demográfica, apesar do município ser
considerado totalmente urbanizado. São encontrados naquele local núcleos habitacionais sem
a mínima ou nenhuma característica de urbanização (saneamento básico, infra-estrutura) com
exceção da energia elétrica em sua quase totalidade, extensões de terras desabitadas ou
destinadas a algum tipo de lavoura de subsistência ou pecuária entre outros.
Essas carências das condições mínimas de habitação sem rede de água/esgoto, energia
elétrica, transporte etc., como “Frutos históricos de antigas e novas modernizações da
sociedade brasileira, os espaços metropolitanos encontram-se sob impacto da crise social e
cultural e de mudanças institucionais ...” (Ribeiro, Silva, Vieira, 1998:27).
Mais adiante, ainda, eles acrescentam que as metrópoles, na condição de espaços que
expressam a modernização, tendem a atrair novos impulsos modernizadores, que são
44
Quando a franja urbana de uma cidade se junta à franja urbana de outra cidade.
71
extensivos às suas áreas de influência. E, assim sendo, comandando a modernização, sugam
os bons e maus resultados, atraindo para si, como decorrência, a segregação social.
A externalização das questões sociais mais agudas – a periferização das
carências – constitui um dos resultados mais nítidos da urbanização brasileira.
Trata-se da permanente instabilidade que marca a pobreza no País, resistente aos
projetos de racionalização das contradições socioespaciais ...” (Ribeiro, et ali
1998:31).
Essas e outras carências apontadas são o resultado de sucessivos impactos econômicos que
repercutem negativamente sobre o social e que se manifesta, muito claramente, nas condições
de vida das populações mais desfavorecidas, existentes nas regiões metropolitanas. Comparar
os cartogramas 2 e 3.
Cartograma 2
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Setores por proporçao
baixa - 7,8%
media baixa - 40,0%
media alta - 44,3%
alta - 7,1%
sem declaracao - 0,7%
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Populaçao Catolica Apostolica Romana
Proporcao de pessoas por setor censitario
Sao Gonçalo - RJ - 2000
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Fonte: IBGE, Censo Demografico 2000, dados da amostra
“... mais que nunca, se assiste a uma diferenciação social, exclusão que tem sua
expressão maior nos usos e possibilidades de uso do espaço, como dimensão de
72
sobrevivência do homem. Seu raio de ação já não diz respeito apenas à periferia
e às fronteiras do sistema, mas é hoje uma realidade que exclui, expulsa e aliena
contingentes significativos das populações ...” (Dantas et al. 1998:104).
Cartograma 3
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Setores por proporçao
baixa - 79,5%
media baixa - 15,0%
media alta - 0,5%
alta - 0,0%
sem declaracao - 5,0%
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86420
Populaçao Crista Evangelica Pentecostal
Proporcao de pessoas por setor censitario
Sao Gonçalo - RJ - 2000
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Fonte: IBGE, Censo Demografico 2000, dados da amostra
Comparando os cartogramas acima podemos avaliar que os católicos têm uma expressão
pouco significativa (7,8%) naqueles setores onde é baixa a proporção de habitantes. Todavia,
à medida que essa proporção aumenta, eles tendem a se voltar para a área central. Haja vista
as duas últimas faixas e principalmente a última com maior concentração, exceto poucos
pontos isolados. No núcleo encontra-se um perfil de classe média e de outros bem menos
carentes que se comparada à área periférica, do ponto de vista urbanização, transportes, social
e de atendimento/prestação de serviços públicos ou não, é bem mais atrativa.
Ainda com base nos cartogramas referenciados, podemos apontar que os evangélicos
pentecostais estão bem mais distribuídos por todo o município através dos setores censitários
com as menores concentrações proporcionais, de 0,1% a 25%. Todavia, à medida que essa
proporção aumenta, é visível o afastamento dessa população no sentido centro periferia,
aquela área mais carente e mais esquecida pelo poder público.
73
A dinâmica socioespacial em São Gonçalo
Através do conjunto de variáveis socioeconômicas e demográficas que nos levou a poder
construir o perfil do evangélico pentecostal no município, antes, porém, de nos atermos a
conhecer a distribuição espacial através das variáveis socioeconômicas desses religiosos,
vamos conhecer como funciona essa distribuição quantitativa por denominação.
Lembremos que o pentecostalismo tradicional ou clássico
45
é aquele que chegou no Brasil em
1910 através da Congregação Cristã no Brasil, na cidade de São Paulo - SP; e em 1911
através da Assembléia de Deus, na cidade de Belém – PA.
O neopentecostalismo a quem Mariano (1999:32) trata como “a terceira onda” da história do
protestantismo pentecostal brasileiro é a vertente mais recente e dinâmica do pentecostalismo.
Surge no Rio de Janeiro na década de 1970 e daí por diante cresce e se fortalece se
expandindo por todo o Brasil adentro e até no exterior, arrebanhando aquelas pessoas de
alguma forma rejeitada ou excluída da sociedade urbanizada, pessoas carentes de cultura, de
instrução, de finanças, de habitação, dentre outras, pessoas vítimas da solidão urbana.
Seus cultos, evangelísticos ou não, praticamente batem só nesta tecla.
Funcionam como prontos-socorros espirituais e como tais são procurados.
Baseiam-se em promessas e rituais para a cura física e emocional, prosperidade
material, libertação de demônios, resolução de problemas afetivos, familiares, de
crise individual e de relacionamento interpessoal.” (idem, 1999:9)
Vale lembrar que, apesar da década de 1970 servir de marco para o início da era
neopentecostal, nem todas as igrejas evangélicas que surgiram daí em diante também o sejam.
Para ser enquadrada e classificada na condição de neopentecostal; ela deve apresentar
características teológicas e filosóficas inerentes a essa corrente conforme define Mariano:
“... quanto menos sectária e ascética e quanto mais liberal e tendente a investir
em atividades extra-igreja (empresariais, políticas, culturais, assistenciais),
sobretudo naquelas tradicionalmente rejeitadas ou reprovadas pelo
pentecostalismo clássico, mais próxima tal hipotética igreja estará do espírito, do
ethos e do modo de ser das componentes da vertente neopentecostal.” (idem,
1999:37)
45
Os termos variam de autor para autor
74
A expansão do cristianismo evangélico (neo)pentecostal nas grandes áreas urbanas onde se
faz mais presente e com maior concentração em suas áreas periféricas, convertendo e
arregimentando os estratos sociais com menor renda e com menor nível de instrução, teve na
última década em São Gonçalo a amplitude de um fenômeno tsunami quando aumentou sua
população em 105,8% distribuídos por denominações conforme quadro a seguir.
Quadro 3
Masculino Feminino
TOTAL 144.027 41,9 58,1
Assembléia de Deus 61.922 44,7 55,3
Assembléia de Todos os Santos 220 32,3 67,7
Outras Assembléias 402 32,3 67,7
Congregacional Cristã do Brasil 2.264 40,2 59,8
O Brasil Para Cristo 888 44,0 56,0
Evangelho Quadrangular 243 34,6 65,4
Universal do Reino de Deus 26.173 37,8 62,2
Casa da Bênção 1.357 40,5 59,5
Casa de Oração 997 47,3 52,7
Casa de Oração - Outras 71 38,0 62,0
Deus é Amor 3.432 39,8 60,2
Maranata 4.176 39,6 60,4
Maranata - Outras 8 0,0 100,0
Evang. Renov., Restau., e Refor. Sem Vínculo Instit.
273 40,7 59,3
Pent. Renov., Restau., e Refor. Sem Vínculo Instituc.
24 54,2 45,8
Renovadas - Outras 9 0,0 100,0
N
ão Determinadas - Sem Vínculo Institucional 4.410 42,1 57,9
Comunidade Cristã 266 38,7 61,3
Comunidade Cristã - Outras 292 46,2 53,8
N
ova Vida 12.978 41,0 59,0
N
ova Vida - Outras 65 58,5 41,5
Comunidade Evangélica 802 43,5 56,5
Comunidade Evangélica - Outras 1.966 41,7 58,3
Evangélicas Pentecostais - Outras 20.778 40,3 59,7
Igreja do Nazareno 11 100,0 0,0
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 2000, dados da amostra
(1) esta é a ordem apresentada no questionário do Censo.
Sexo (%)
Igreja/Denominação (1) Total
População evangélica pentecostal total e sua respectiva distribuição percentual
por sexo, segundo a igreja/denominação que freqüenta - São Gonçalo - 2000
Conforme foi apontado no perfil do evangélicos pentecostal no capítulo anterior e de acordo
com o quadro acima, mais uma vez se ratifica a supremacia das mulheres com relação aos
75
homens nas denominações evangélicas pentecostais, com exceção apenas de três dentre o total
das vinte e cinco apresentadas.
Qual seria a justificativa dessa supremacia das mulheres nas denominações evangélicas
pentecostais. Será conseqüência do crescimento vegetativo dentro dessa religiosidade? Ou
Será conseqüência da apostasia?
46
Também podemos registrar (gráfico 22), para minha surpresa, que a tradicional e precursora
Igreja Pentecostal Assembléia de Deus, detém a hegemonia de fiéis, contrariando, assim,
aquilo que imaginávamos com relação à segunda colocada. Esse fato já fora apontado por
Clara Mafra em sua obra Os Evangélicos.
“... a Assembléia de Deus rapidamente se espalhou pelo Brasil afora, inicialmente
através das frentes de migração entre Norte e Nordeste, depois com o fim do ciclo
da borracha do Norte para o Sudeste. Foi assim, seguindo os fluxos da população
trabalhadora nas diferentes frentes de trabalho, que, em poucos anos, a Igreja do
Espírito Santo
47
se firmou como a maior igreja pentecostal em território
nacional.” (Mafra, 2001:33).
Gráfico 22
População evangélica pentecostal por denominação,
em percentual - São Gonçalo - 2000
43,0
18,2
9,0
2,9
2,4
1,6
3,1
19,9
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Assembléia de Deus
Univ. do Reino de Deus
Nova Vida
Maranata
Deus é Amor
Cristã do Brasil
Não Det. - Sem Vínc. Inst.
OUTRAS
denominação
(%)
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico 2000 - dados da amostra
46
Abjuração, mudança de religião
47
O grifo é da autora.
76
Análise Espacial das Condições Socioeconômicas
Neste item, discutiremos algumas questões relacionadas às características socioeconômicas,
identificadas no grupo populacional investigado, face às grandes desigualdades existentes no
nível educacional, na distribuição de rendimento, tendo em vista que a análise simples desses
determinantes mostrou diferenças consideráveis.
Para a realização deste estudo de caso, foram extraídas tabulações especiais com base nos
dados da amostra do Censo Demográfico de 2000, que possibilitou a construção do quadro
com o perfil dos evangélicos pentecostais para São Gonçalo, conforme capítulo anterior.
Portanto, para atender aos objetivos de nosso estudo, visando sua melhor compreensão,
buscaremos identificar o comportamento espacial dos componentes socioeconômicos nele
utilizados, tomando por base territorial os setores censitários do Município de São Gonçalo –
RJ, confirmando, assim, a relevância da componente socioespacial no tratamento do
fenômeno da expansão do protestantismo pentecostal, através de alguns mapas/cartogramas.
Cartograma 4
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Anos Mediano de Estudo
1 a 4 - 11,3%
5 a 8 - 68,6%
9 a 11 - 19,0%
12 e mais - 0,3%
Sem Dec. - 0,8%
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Populaçao Catolica Apostolica Romana
Anos Mediano de Estudo Por Setor Censitario
Sao Gonçalo - RJ - 2000
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Fonte: IBGE, Censo Demografico de 2000, dados da amostra
77
Cartograma 5
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Anos Mediano de Estudo
1 a 4 - 26,0%
5 a 8 - 53,5%
9 a 11 - 14,2%
12 e mais - 0,3%
Sem Dec. - 6,0%
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Populaçao Crista Evangelica Pentecostal
Anos Mediano de Estudo Por Setor Censitario
Sao Gonçalo - RJ - 2000
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Fonte: IBGE, Censo Demografico de 2000, dados da amostra
Conforme pode ser identificado através dos cartogramas 4 e 5, cerca de 80% dos setores
censitários são compostos por pessoas com 1 a 8 anos medianos de estudo tanto para os
católicos apostólicos romanos quanto para os evangélicos pentecostais. Para ambos os grupos
foram consideradas as pessoas de 5 anos ou mais de idade. Destaque-se que para ambas as
religiões o maior número está no segundo grupo (5 a 8 anos), porém os católicos se
sobressaem com 68,6% contra 53,5% dos evangélicos, além de concentrar no núcleo a maior
taxa setores com a maior faixa de anos de estudo.
Entre os evangélicos, na área periférica é a que concentra a maior taxa de setores compostos
pela população de 1 a 4 e de 5 a 8 anos medianos de estudo e de sem declaração de anos de
estudo, com anos de estudo não determinado e os sem instrução além aquelas pessoas que
fazem parte do programa de alfabetização para adultos.
Esclarecemos que foi escolhido o valor mediano como indicador de anos de estudo, dentre as
medidas de locação, por esta ser uma medida de maior precisão numa distribuição ao invés da
média, uma vez que esta medida pode ser comprometida por valores extremos ou atípicos.
78
As diferenças se mostram evidentes quando se analisa a proporção das pessoas por área de
moradia comparadas ao número de anos de estudo, conforme foi o caso exposto acima. A área
central é a mais habitada por pessoas com nível de instrução mais elevado, 9 ou mais anos de
estudo para ambas as religiões. Contrastando com a área periférica, que é a mais habitada por
pessoas com menor nível de instrução, em ambas situações não importa qual seja a religião.
Outro indicador utilizado para identificar aqueles setores censitários onde a população
evangélica pentecostal convive com baixo nível de rendimento foi o de extrema pobreza,
tomando como referência a renda total mensal das pessoas com 10 ou mais anos de idade.
Apesar de existirem várias instituições que adotam seus próprios conceitos, a metodologia que
utilizamos para mensurar o nível de extrema pobreza ou indigência foi a mesma adotada nas
políticas públicas do governo brasileiro
48
. São consideradas pessoas que vivem em condições
de extrema pobreza aquelas que sobrevivem com rendimento mensal de até um quarto de
salário mínimo per capita.
Cartograma 6
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Extrema Pobreza
fora da faixa - 93,0%
dentro da faixa - 6,0%
Sem Dec./Nao det. - 1,0%
KM
86420
Populacao Catolica Apostolica Romana
Extrema Pobreza ou Indigencia por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
48
Um maior detalhamento pode ser encontrado em Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório
nacional de acompanhamento. Brasília : ipea set./2004.
79
Cartograma 7
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Extrema Pobreza
fora da faixa - 90,0%
dentro da faixa - 3,0%
Sem Dec./Nao det. - 7,0%
KM
86420
Populacao Crista Evangelica Pentecostal
Extrema Pobreza ou Indigencia por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
Conforme podemos identificar nos cartogramas acima, 6% dos setores censitários dos
católicos estão dentro da faixa de extrema pobreza, que, se comparados aos 3% dos
evangélicos, estão em desvantagem. Contudo, os católicos com 93% dos setores fora da faixa
estão na vantagem sobre os evangélicos com seus 90%. A diferença fica por conta dos sem
declaração.
Percebe-se que tanto os setores que estão dentro da faixa de extrema pobreza, bem como
aqueles sem declaração estão destacados em pontos isolados, onde acontecem com maior
incidência na área periférica, para os católicos e os evangélicos.
Ainda tratando de rendimento, fizemos a comparabilidade da distribuição das pessoas de 10
anos e mais de idade e dos chefes de domicílios, por classes de rendimento mensal do trabalho
principal em salários mínimos, comparando os evangélicos pentecostais com os católicos
apostólicos romanos
80
O indicador de renda do trabalho principal
49
(cartogramas 8 e 9) aponta uma taxa de 38,9% da
população católica que auferem um rendimento mensal per capita de 0,1 a 2 salários
mínimos. Entretanto, os evangélicos dentro dessa mesma categoria são responsáveis por
51,0%. Na classe intermediária de rendimento, mais de 2 a 5 salários mínimos, a situação se
inverte. Os católicos com 53,8% novamente estão numa situação mais privilegiada que os
evangélicos com 28%. Na última classe os evangélicos levam vantagem com 9,4% dos setores
contra 5,6% dos católicos.
Mais uma vez a tendência se confirma analisando os cartogramas 10 e 11, de rendimento
mensal do trabalho principal dos chefes de família. Somadas as duas classes mais inferiores,
os setores católicos alcançam 22,0% contra os 33,2% dos setores evangélicos. Quanto à classe
intermediária (mais de 2 a 5 SM), os católicos novamente disparam com 60,7% contra 32,9%
dos evangélicos.
No cartograma dos católicos tanto para o nível de renda per capita (cartograma 8) quanto para
o rendimento do chefe de família (cartograma 10), identifica-se claramente a maior
concentração dessa população no núcleo ou na área central para aqueles com renda igual ou
superior a dois salários mínimos.
O mesmo não pode ser dito dos evangélicos, pois contam com a maioria formada pelos sem
declaração e aqueles com rendimento não superior a dois salários mínimos espalhados em
maior número pela periferia. No cartograma 9 ainda se consegue perceber a pequena
concentração daqueles com renda superior a 2 SM, mas o mesmo não acontece no cartograma
11, onde o espalhamento é muito grande
O indicador de renda por cor/raça aponta para os brancos da seguinte forma: os católicos com
50,8% têm seu maior grupo na terceira faixa. Entre os evangélicos o maior grupo é o segundo
com 28,6%. Com relação aos negros, os dados apontam a segunda e terceira classe como as
populosas, com 41,1% e 41,3%, respectivamente, para os católicos. Já entre os evangélicos a
sua maior classe novamente se confirma na segunda classe com 32,0%. Entre os católicos
existe maior concentração no núcleo, uma vez que a tendência é de aumento dos grupos mais
elevados. Entre os evangélicos essa prática não acontece da mesma forma.
49
Escolhemos a renda do trabalho principal, por considerar que essa renda, além de garantida mensalmente, se
constitui como parcela significativa de rendimento da família.
81
Cartograma 8
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Setor Censitario por SM
ate 1 SM - 1,3%
de 1,1 a 2 SM - 37,6%
de 2.1 a 5 SM - 53,8%
acima de 5,1 SM - 5,6%
Sem Declaracao - 1,4%
KM
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Populacao Catolica Apostolica Romana de 10 Anos e Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal per Capita em SM por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE/DPE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Cartograma 9
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Setor Censitario por SM
ate 1 SM - 9,7%
de 1,1 a 2 SM - 41,3%
de 2.1 a 5 SM - 28,0%
acima de 5,1 SM - 9,4%
Sem Dec. - 11,3%
KM
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Populacao Protestante Pentecostal de 10 Anos e Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal per Capita em SM por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE/DPE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
82
Cartograma 10
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
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Renda em Salario Minimo
ate 1 SM - 1,8%
de 1,1 a 2 SM - 20,2%
de 2,1 a 5 SM - 60,7%
de 5,1 a 10 SM - 14,1%
mais de 10 SM - 0,9%
Sem Dec. Renda - 1,9%
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Rendimento Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo
Chefes de Familia Catolicos Apostolicos Romanos por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte; IBGE/DPE - Censo Demografico 2000, dados da amostra.
Cartograma 11
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
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Renda em Salario Minimo
ate 1 SM - 8,2%
de 1,1 a 2 SM - 25,0%
de 2,1 a 5 SM - 32,9%
de 5,1 a 10 SM - 12,4%
mais de 10 SM - 2,5%
Sem Dec. Renda - 19,0%
KM
86420
Rendimento Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo
Chefes de Familia Evangelicos Pentecostais por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
M
a
r
i
c
a
Fonte; IBGE/DPE - Censo Demografico 2000, dados da amostra.
83
Cartograma 12
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
B
a
i
a
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a
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M
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a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra
Renda Mediana em SM
0,1 a 1 SM - 3,2%
1,1 a 2 SM - 31,2%
2,1 a 5 SM - 50,8%
5,1 a 10 SM - 10,4%
acima de 10 - 0,4%
Sem Dec. - 3,6%
KM
86420
Populaçao Branca Catolica Apostolica Romana de 10 anos ou Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
Cartograma 13
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
B
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r
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M
a
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c
a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra
Renda Mediana em SM
0,1 a 1 SM - 10,0%
1,1 a 2 SM - 28,6%
2,1 a 5 SM - 25,2%
5,1 a 10 SM - 7,8%
acima de 10 - 1,7%
Sem Dec. - 26,4%
KM
86420
Populaçao Branca Protestante Pentecostal de 10 ou Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
84
Cartograma 14
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
B
a
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d
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G
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a
b
o
r
a
i
M
a
r
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c
a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra
Renda Mediana em SM
0,1 a 1 SM - 5,0%
1,1 a 2 SM - 41,1%
2,1 a 5 SM - 41,3%
5,1 a 10 SM - 7,3%
acima de 10 - 0,4%
Sem Dec. - 4,6%
KM
86420
Populaçao Negra Catolica Apostolica Romana de 10 anos ou Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
Cartograma 15
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
B
a
i
a
d
e
G
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a
n
a
b
a
r
a
N
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o
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I
t
a
b
o
r
a
i
M
a
r
i
c
a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra
Renda Mediana em SM
0,1 a 1 SM - 12,5%
1,1 a 2 SM - 32,0%
2,1 a 5 SM - 22,3%
5,1 a 10 SM - 5,4%
acima de 10 - 1,2%
Sem Dec. - 26,3%
KM
86420
Populaçao Negra Protestante Pentecostal de 10 ou Mais de Idade
Renda Mensal do Trabalho Principal em Salario Minimo por Setor Censitario
SAO GONÇALO - RJ - 2000
85
O processo discriminatório das desigualdades entre as religiões não se encerra tão-somente
nos indicadores que já foram apresentados anteriormente. Através do indicador da
distribuição por ocupação
50
, também pode ser registrado que elas existem por aqui. As
ocupações mais inferiores da economia são bem mais preenchidas pela população evangélica
pentecostal que pelos católicos, muito embora eles tenham a condição de igualdade em cerca
de 22% para a ocupação de empregado sem carteira assinada. Basta que observemos o gráfico
23, abaixo.
Gráfico 23
Proporção da população ocupada de 10 anos ou mais de idade,
por religião, segundo a ocupação -o Gonçalo - 2000
3,2
5,8
45,0
21,9
1,7
21,5
0,4
0,6
0,1
4,4
9,4
21,8
1,3
25,1
0,6
0,7
0,2
36,4
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Doméstico c/carteira assinada
Doméstico s/carteira assinada
Empregado c/carteira assinada
Empregado s/carteira assinada
Empregador
Conta-Própria
Aprendiz/Estagiário s/remuneração
Não rem./Ajuda membro domicílio
Trabalha na prod. de subsistência
Ocupação
(%)
Católico
Evangélico
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 2000, dados da amostra.
Para finalizar nossa exposição, logo adiante apresentaremos as desigualdades entre as
religiões católica apostólica romana e evangélica pentecostal identificadas através dos
indicadores de mercado de trabalho conforme os cartogramas 15 a 20.
Além dos indicadores já mostrados anteriormente e diante de tão grande variedade de
indicadores nessa área, estaremos considerando somente os Indicadores de Taxas de
Atividade, Taxas de Ocupação e Taxas de Desocupação/Desemprego.
50
Importante indicador de mercado de trabalho que identifica a posição que o trabalhador ocupa.
86
Cartograma 16
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de atividade
baixa - 1,3%
media baixa - 25,4%
media alta - 66,6%
alta - 6,0%
Sem dec. - 0,7%
KM
86420
CATOLICOS APOSTOLICOS ROMANOS de 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE ATIVIDADE POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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N
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r
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c
a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Cartograma 17
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de atividade
baixa - 8,1%
media baixa - 35,1%
media alta - 41,0%
alta - 11,0%
Sem dec. - 4,8%
KM
86420
PROTESTANTES PENTECOSTAIS DE 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE ATIVIDADE POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
87
Cartograma 18
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de ocupaçao
baixa - 0,3%
media baixa - 1,3%
media alta - 22,0%
alta - 76,0%
Sem dec. - 1,1%
KM
86420
CATOLICOS APOSTOLICOS ROMANOS de 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE OCUPAÇAO POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Cartograma 19
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de ocupaçao
baixa - 3,0%
media baixa - 5,7%
media alta - 21,6%
alta - 60,9%
Sem dec. - 8,6%
KM
86420
PROTESTANTES PENTECOSTAIS DE 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE OCUPAÇAO POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
88
Cartograma 20
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de desocupaçao
baixa - 75,7%
media baixa - 21,5%
media alta - 1,2%
alta - 0,3%
Sem dec. - 1,1%
KM
86420
CATOLICOS APOSTOLICOS ROMANOS de 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE DESOCUPAÇAO/DESEMPREGO POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
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Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
Cartograma 21
Neves
São Gonçalo
Ipiíba
Sete Pontes
Monjolos
Taxa de desocupaçao
baixa - 61,1%
media baixa - 22,7%
media alta - 4,4%
alta - 3,0%
Sem dec. - 8,6%
KM
86420
PROTESTANTES PENTECOSTAIS DE 10 ANOS E MAIS DE IDADE
TAXAS DE DESOCUPAÇAO/DESEMPREGO POR SETOR CENSITARIO
SAO GONÇALO - RJ - 2000
I
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B
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G
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a
Fonte: IBGE - Censo Demografico de 2000, dados da amostra.
89
Para entendermos a distribuição da população por setor censitário, de acordo com as taxas de
atividade, de ocupação e desocupação, calculadas em percentual, fizemos a classificação por
quatro faixas de taxas da seguinte forma: baixa - estão os grupos de 0 a 25%; média baixa -
estão os grupos de mais de 25% a 50%; média alta - estão os grupos de mais de 50% até 75%;
e por fim a faixa alta – estão os grupos com taxas acima de 75%.
Conforme os cartogramas 16 e 17 que mostram as taxas de atividade das pessoas por setor
censitário, é evidente a desvantagem dos pentecostais com relação aos católicos. Os católicos
têm suas maiores taxas de atividade concentradas na terceira faixa (média alta) com 66,6%,
sendo seguido da segunda com 25% e da quarta faixa com 6,0% de participação dos setores.
Os setores com a menor participação são os da faixa baixa, que juntos aos sem declaração
chegam a 2%.
Quanto aos evangélicos, esses se assemelham aos católicos na ordem de grandeza da
distribuição por faixas da taxa de atividade dos setores. Apesar de terem a maior taxa de
setores, 41,0% na terceira faixa, sua melhor participação, a primeira faixa, somada aos sem
declaração, absorve aproximadamente 12,9% dos setores.
Entretanto, é necessário salientar que esse indicador, apesar de medir a participação efetiva
das pessoas no mercado de trabalho, sofre influência direta das pessoas
desocupadas/procurando trabalho. Assim sendo, se faz necessário que façamos uma análise
das taxas de ocupação e desocupação/desemprego.
De acordo com os cartogramas 18 e 19 (taxas de ocupação), novamente nos deparamos com
desvantagem dos evangélicos. Na primeira e na segunda faixas, os católicos têm menos
setores ocupados que os evangélicos. Contudo, isso não implica desvantagem, pois as
melhores vantagens comparativas estão mais adiantes, ou seja, as duas faixas de melhor
otimização estão absorvendo mais católicos que evangélicos. Até mesmo na condição de sem
declaração, ela é melhor entre os católicos.
Analisando os cartogramas 20 e 21 (taxas de desocupação/desemprego), mais uma vez, como
era de se esperar, nossas hipóteses se confirmam. Os valores são mostrados inversamente: os
maiores estão nas faixas mais baixas e decrescendo até as faixas mais altas. Dessa forma, a
situação se confirma negativamente para os pentecostais.
90
Note-se que, para melhor entender nossa análise espacial, São Gonçalo foi dividido em duas
partes: área central ou núcleo e área periférica. Esse conceito fora extraído dos trabalhos de
Machado (1994) e Alkmim (2003), onde, ambos, fazem as análises espaciais referentes a seus
trabalhos, valendo-se da teoria de construção das delimitações de uma região metropolitana,
no caso específico a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Machado, para demonstrar a difusão do protestantismo pentecostal no espaço intra-urbano, e
Alkmim, para a construção da segmentação socioespacial dentro do estado do Rio de Janeiro,
ambos utilizam-se dos conceitos de subdivisão
51
da região metropolitana, que é feita em
quatro faixas concêntricas, a saber: Núcleo; Periferia imediata; Periferia intermediária; e
Periferia distante.
Alkmim, em seu trabalho, além de utilizar o conceito exposto acima, também faz uso do
Índice de Qualidade dos Municípios - IQM
52
, onde sugere que Niterói, segundo melhor com
0,69 ponto de classificação na lista (primeiro é o Rio de Janeiro com 1,0 ponto), juntamente
com o Rio de Janeiro sejam considerados os pólos de referência no estado do Rio de Janeiro,
tendo em vista que a eles os demais pólos estão interligados. Na lista do IQM, São Gonçalo é
o 36
o
colocado, com 0,2381 ponto.
As delimitações são formadas por semicírculos ou anéis concêntricos (entornos ou periferias),
que se opõem em primeiro plano ao núcleo ou área central como referência ou ponto de
partida, assim compreendido: núcleoformado pela faixa litorânea, zona sul e zona norte;
periferia próxima – formada pelos subúrbios; periferia intermediária – formada pela zona
oeste, Baixada Fluminense, São Gonçalo e Magé; e periferia distante – formada por Itaguaí e
Itaboraí, Alkmim (2003).
No núcleo estão concentradas basicamente as funções centrais, tais como: econômicas;
administrativas; financeiras e culturais, e acima de tudo apresenta os melhores padrões de
51
Essa classificação é estabelecida pela Comissão Nacional das Regiões Metropolitanas e Política Urbana,
IPEA/IBAM, 1976
52
Esse indicador agrega amplo conjunto de dimensões e variáveis socioeconômicas e demográficas, resultando
em um padrão recorrente da segmentação espacial para o estado.
Elaborado pelo Centro de Informações e Dados
do Rio de Janeiro, Fundação CIDE/RJ.
91
infra-estrutura e equipamentos urbanos, bem como maior valorização da terra. As outras
faixas
53
apresentam-se hierarquicamente em condições inferiores ao núcleo.
Em todas as análises feitas a partir dos cartogramas expostos, foi apontado o miolo ou área
central como sendo a que melhor preenche as condições estudadas. Tal fato já fora observado
por Alberto Najar em Rio 40°, que, valendo-se dos microdados do Censo Demográfico de
1991 e dos indicadores de Rendimento Nominal dos Chefes de Domicílio e dos Índices de
Qualidade Social, dentre outros, aponta aquele local como sendo o de melhor condição e
maior concentração.
Concluindo nosso terceiro capítulo, temos a dizer que os resultados encontrados em nossa
pesquisa, mostrados através de nossas tabelas, dos gráficos e dos cartogramas, nos levaram a
entender o comportamento dos evangélicos pentecostais, confirmando assim nossas hipóteses
e as literaturas.
53
Periferia Imediata – apresenta importantes centros de prestação de serviços de alcance regional, é
imediatamente inferior ao núcleo; Periferia Intermediária – os centros de serviços, infra-estrutura e preço da terra
são qualitativamente inferiores à Periferia Imediata; e Periferia Distante – apresenta condições concretas,
hierarquicamente inferiores à Periferia Intermediária.
34
de tabelas e gráficos, corroborados com literaturas e trabalhos que venham a investigar o
espaço urbano de São Gonçalo, explorando algumas das principais tendências desse período.
Vale esclarecer que, apesar do quesito religião fazer parte do questionário dos Censos
Demográficos, estaremos manipulando para o presente estudo, o último período, 1991-2000,
por ambos oferecerem comparativamente os mesmos níveis de desagregação da variável
religião. Ver anexos 1 e 2 - Classificação da variável religião com os códigos das categorias
para 1991 e 2000, respectivamente.
O Contexto Analítico – O Município de São Gonçalo
Segundo dados do IBGE, vale ressaltar que nesse município não existe área rural, ou seja,
toda sua extensão é considerada urbanizada. De acordo com vários autores estudiosos da
sociologia urbana, em virtude da grande concentração populacional, são nesses espaços
urbanos onde se concentram as maiores carências sociais, principalmente nas periferias.
Essa população, que vive nesse pequeno universo social urbano, é considerada como excluída
e são “estigmatizados por todos os atributos associados com a anomia: como a delinqüência,
a violência e a desintegração” (Elias, 2000:7). Encontrando-se carentes de virtudes sociais,
educacionais e de outros vazios, eles encontram na religião, mais especificamente as
evangélicas pentecostais, aquele ombro amigo que lhes leva esperança de vida digna, de
ascensão social, além do conforto espiritual.
Referindo-se aos vazios dessa população, Maués assim registra: “É justamente esta carência,
que é traduzida muitas vezes pelo fiel como um vazio, que se pode encontrar como elemento
muito importante no discurso dos que se convertem ao pentecostalismo protestante...”(Maués,
2002:53)
Com base nos levantamentos desses censos, procuraremos fazer algumas análises
comparativas de aspectos demográficos, sociais e econômicos entre os evangélicos
pentecostais com os católicos, tendo em vista que é desse grupo onde acontecem efetivamente
as evasões, e tentar levantar as questões sociais urbanas desses religiosos pentecostais, uma
vez que sob o olhar de vários estudiosos desse segmento já ficou comprovada a correlação
35
desses religiosos à pouca instrução, baixa renda, desemprego, submoradias, entre outros,
conforme a seguir:
Uma opção dos pobres – porque se propaga com maior intensidade entre eles, e
por meios institucionais igualmente pobres.” (Fernandes, 1992:14)
As camadas sociais mais densamente atingidas foram desde o início as camadas
populares.” (Sanchis, 1997:123)
“... o crescimento pentecostal à sua ancoragem nas camadas de baixa renda. ...
atuais estudos corroboram o caráter multifacetado do pentecostalismo e indicam
que sua diferenciação é cultural, étnica e de gênero.” (Oro, Semán, 1997:134)
Los nuevos movimientos religiosos salen ahora fortalecidos y afianzan sus
opciones espirituales que se presentan como medios de salvación frente a la crisis
moral y de representación de la sociedad civil, tanto como frente a la persistencia
de la miseria, la pobreza, el alcoholismo, las drogas, y la violencia familiar y
social en vastos medios populares de los diferentes países que los procesos de
recuperación y ajuste económico no han logrado superar.” (Gumucio 1999:17)
... pessoas de poucos recursos, sem acesso ao mercado formal de trabalho e aos
serviços de saúde, muitos provenientes do meio rural, e que, como valores,
possuem anseios de ascensão social, cultivam uma “representação religiosa das
doenças” e aderem à lógica cultural da reciprocidade no trato com os bens
religiosos. Nas igrejas, essas pessoas encontram ambiente e serviços que
prometem satisfazer suas carências e que estão sintonizados com seus valores.
(Giumbelli, 2001:102)
“... los miembros más humildes de esas iglesias , trabajadores libres, algunos de
ellos ex-esclavos, encontraban allí un espacio único de reconocimiento a su
dignidad, de acceso al aprendizaje de la lecto-escritura y de modelos para
regular su comportamiento y cambiar su conducta aprendiendo las “buenas
maneras” de la sociedad burguesa.” (Carozzi, 2001:118)
Muitos crentes, com certeza, usam crenças religiosas como defesa contra os
infortúnios da vida, o medo da morte ou a consciência da miséria econômico-
social em que vivem. Outros, porém, vêem na religião uma maneira de dar
sentido à vida. Ou seja, a religião, para eles, não é efeito de “causa” alguma,
psicanalítica ou outra. É um fato primário, original, que serve de fundamento aos
sentidos precários e contingentes da existência humana.” (Costa, 2001:16)
“... falando a linguagem do povo e baseada nas palavras contidas na Bíblia,
procuram atingir o coração e a mente dos homens, mas geralmente as classes
sociais mais pobres da sociedade, que as mais sofridas e carentes, são as que se
deixam envolver de um modo geral.” (Barroso, 1996:279).
36
Referindo-se a essa população que procura as igrejas (templos) evangélicas em busca de
conforto espiritual e de convívio social, Barroso acrescenta: “A platéia é constituída,
invariavelmente, por pessoas humildes e carentes de tudo, ...” (Idem:280).
A escolha de São Gonçalo
São Gonçalo se alinha correlacionalmente no ritmo de crescimento populacional total e por
sexo nas mesmas proporções ao Estado do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana, da
mesma forma acontece na distribuição da população por religião, haja vista, também, uma
forte correlação linear positiva, conforme anexo 3 (Correlação linear entre as populações) e o
anexo 4 (Distribuição relativa da população por religião).
Esse município, além de demograficamente assumir a posição de terceiro maior contingente
populacional dentro do Estado do Rio de Janeiro, segundo os censos de 1991 e 2000, hoje,
segundo o Tribunal Regional Eleitoral – TRE, politicamente está identificado como o segundo
maior colégio eleitoral do Estado.
O Município de São Gonçalo concentra capital, infra-estrutura e força de trabalho. Nele se
encontra boa parte das indústrias do estado, formando um parque industrial diversificado.
Reúne, também, serviços especializados nos setores financeiros, comercial, educacional e de
saúde, assim como órgãos e instituições públicas, entre outros. É atualmente formado por
noventa bairros e cinco distritos distribuídos na seguinte ordem: São Gonçalo (Distrito-Sede),
Ipiíba, Monjolos, Neves e Sete Pontes.
A população católica apostólica romana de 1991 para 2000 perdeu 10.652 adeptos, ou seja,
teve um crescimento negativo da ordem de 2,4%. Para onde estaria indo essa população? A
população evangélica pentecostal aumentou em 74.038 adeptos, um incremento de 105,8% no
mesmo período. De onde estaria vindo essa população? A população não-católica apostólica
romana, que em 1991 era de 42,3%, saltou para 50,7% em 2000. Dessa população, os
evangélicos pentecostais representavam 21,2% e 31,9%, respectivamente aos anos de 1991 e
2000. Portanto, os evangélicos pentecostais cresceram de pouco mais de 1/5 para quase 1/3.
Congregando aproximadamente 6% da população do estado e cerca de 8% da Região
Metropolitana (ver anexos 5 e 6), São Gonçalo, hoje, já faz parte da lista dos municípios mais
37
populosos do país, assumindo a décima sexta posição
24
, e constitui-se, também, num espaço
de pressão social marcado por grandes contradições, pois o crescimento econômico não
caminha junto com o atendimento das necessidades básicas da população.
Essas questões podem ser diagnosticadas no espaço a partir de graves problemas, tais como: a
distribuição desigual dos serviços e equipamentos urbanos; a crescente demanda por
habitações, marcada pelo aumento de submoradias e pela expansão de favelas; a intensa
degradação do meio ambiente; e o conseqüente esgotamento dos recursos naturais.
O acelerado crescimento urbano do município não tem sido regulado por planejamentos que
visem uma boa qualidade de vida para seus moradores e que demonstrem a preocupação com
o meio ambiente. Mesmo quando existem, os procedimentos determinados, na maioria dos
casos, não são considerados, para o que contribui a fiscalização deficiente. Como
conseqüência, muitos são os problemas a serem enfrentados.
A forte pressão sobre o meio ambiente, exercida pela evolução de uma cidade do porte de São
Gonçalo, não é surpreendente e nem mesmo exclusiva da Região Metropolitana da qual faz
parte. O crescimento de grandes cidades, no mundo inteiro, tem a característica de destruir ou,
pelo menos, dificultar a proteção de grandes áreas naturais. Entretanto, diversas formas de
reverter, ou mesmo minimizar, esse processo já começam a fazer parte das preocupações dos
governantes.
Metodologia de Análise e Seleção das Áreas
O Censo Demográfico é tido como sendo a base de dados mais importante para a avaliação
das condições de vida da população, e no presente trabalho estaremos comparando esses
dados em nível de distrito, município, região metropolitana e unidade da federação,
selecionando variáveis e criando indicadores com maior capacidade de expressar as
diferenças.
Serão utilizados os microdados dos censos de 1991 e 2000 disponibilizados pelo IBGE em
CD e banco de dados do mainframe, acessados via linguagem de programação Statistical
24
IBGE/DPE/COPIS - Estimativa da População Residente no Município para 01/07/2004.
38
Analysis System – SAS e alguns cálculos estatísticos executados através do aplicativo Excel.
A partir dessas variáveis serão criados diversos indicadores - proporções e médias de
ocorrência - agrupados em diversos blocos temáticos.
Com o objetivo de se fazer inicialmente uma exploração das principais tendências, as
religiões foram agregadas a partir das classificações adotadas pelos Censos Demográficos de
1991 e 2000 (ver gráfico 5) em cinco grandes blocos temáticos a saber: Católicos Apostólicos
Romanos; Evangélicos não-Pentecostais; Evangélicos Pentecostais; Outras Religiões; e Sem
Religião.
Gráfico 5
População por região de residência,
segundo a religião - 1991/2000
66,7
55,7
64,8
54,2
57,7
49,3
5,2
8,6
4,9
8,1
6,4
10,9
7,5
13,4
7,8
13,9
9,0
15,6
6,2 6,2
6,7
5,2
5,1
13,7
15,8
14,9
16,7
21,3
18,7
6,9
0
10
20
30
40
50
60
70
RJ 1991 RJ 2000 RM 1991 RM 2000 SG 1991 SG 2000
Região e Ano
(%)
Católicos Romanos
Não-Pentecostais
Pentecostais
Outras Religiões
Sem Religo
Fonte: IBGE/DPE, Censos demográficos 1991/2000, dados da amostra
O bloco dos Católicos Apostólicos Romanos congrega todos aqueles que em 1991
responderam ao quesito como sendo pertencentes especificamente a essa religião. Para o ano
2000, além dos já citados, foram considerados também os Católicos Carismáticos, os
Católicos Pentecostais, os Católicos Armênios e os Católicos Ucranianos.
No bloco dos Evangélicos não-Pentecostais, além de congregar todos aqueles que são
chamados de protestantes da Reforma ou de Missão ou Históricos ou Tradicionais
(Adventistas, Anglicanos, Batistas, Congregacionais, Luteranos, Menonitas, Metodistas,
Presbiterianos, e outros), também inclui os evangélicos não determinados e os sem vínculo
institucional.
39
Para o bloco dos Evangélicos Pentecostais foram agregados tanto os de Origem Pentecostal
quanto os Neopentecostais (Assembléia de Deus, Congregacional Cristão do Brasil, O Brasil
Para Cristo, Evangelho Guadrangular, Universal do Reino de Deus, Casa da Bênção, Casa de
Oração, Deus é Amor, Maranata, Tradicional Renovada, Comunidade Cristã, Nova Vida,
Comunidade Evangélica, Avivamento Bíblico, Cadeia da Prece, Igreja do Nazareno e outros),
bem como as não determinadas e outras Pentecostais e os sem vínculo institucional. Este será
o nosso objeto de estudo.
Outras Religiões – Nesse bloco estão concentradas todas aquelas religiões com pequeno
quantitativo populacional sem representatividade estatística. Fazem parte desse bloco todas as
Católicas (exceto as Apostólicas Romanas), tais como: Apostólica Brasileira, Ortodoxa e
Ortodoxa Cristã, além das Neocristãs, Mediúnicas, Judaicas, Orientais, Não Determinadas
e/ou Mal definidas; e
Sem Religião – É o bloco daqueles que se declararam explicitamente dizendo não ter vínculo
com nenhuma religião. Essa categoria vem crescendo tanto ao longo dos tempos que seu
quantitativo chega ao ponto de se tornar bastante significativo estatisticamente.
Evolução da População no Município
A população total de São Gonçalo saltou de 779.832 em 1991 para 891.119 em 2000, um
aumento equivalente a 14,3% em nove anos ou a uma taxa média de crescimento geométrico
anual de 1,5%. Os habitantes estavam distribuídos em 48,7% para o sexo masculino e em
51,3% para o sexo feminino, de acordo com o Censo Demográfico de 1991. De acordo com o
Censo Demográfico de 2000, essas taxas sofrem pequena variação, se mantendo quase iguais
às anteriores. Entretanto, percebe-se que a população masculina sofreu uma queda de 0,5%
caindo para 48,2%, sendo essa diferença absorvida pela população feminina, elevando sua
taxa para 51,8% (ver anexo 6, 7, 8 e 9).
Em nossa investigação foi constatado que no período 1991/2000, no Estado do Rio, bem
como na Região Metropolitana e no Município, a população como um todo cresce
negativamente para o grupo dos católicos e faz com que no grupo dos pentecostais a situação
se registre em sentido contrário.
40
Isso nos traz algumas indagações, tais como: Por que a hegemonia católica (apesar de ainda
ser o maior grupo religioso) estaria se reduzindo? Por que o leque de opções evangélicas
estaria aumentando? Qual a justificativa do incremento dos Sem Religião? Poderiam as
questões econômicas, políticas e sociais justificar tais tendências? Como se pode explicar a
adesão a um sistema religioso particular (o pentecostalismo), diante de uma oferta tão grande
existente no campo religioso?
Até aqui, com o objetivo de seguir acompanhando os resultados do Censo de 2000,
divulgados pelo IBGE, para as análises feitas com a população evangélica pentecostal, não
foram considerados os grupos 40 – Evangélicos Pentecostais Tradicionais Renovados e 41
Evangélicos Pentecostais Não Determinados (ver anexo 2).
O fenômeno Pentecostal em São Gonçalo
Uma vez constatada a expansão do pentecostalismo, nos deixa curioso como essa população
está sendo absorvida. Será que o número de templos cresce na mesma proporção? Essa
pergunta é respondida pelo ISER que, através do CIN-1992, realizou pesquisa
25
para todos os
municípios que compunham a Região Metropolitana do Rio de Janeiro àquela época. Com o
resultado apurado do triênio 1990/1992 foi registrado que cinco novas igrejas surgiram por
semana, o equivalente à média de uma igreja para cada dia útil.
São Gonçalo também deu sua pequena contribuição para a expansão do fenômeno pentecostal
não só com o aumento dessa população, mas também com o aumento das instituições
religiosas evangélicas pentecostais com a Igreja Cruzada Profética Mundial Sinais e
Prodígios, fundada em 1970 por Leny Azevedo Brandão
26
, dissidente da Igreja Batista.
De acordo com o CIN-1992, o município contava com o total de 308 Instituições Evangélicas,
sendo 292 templos e 16 outras instituições
27
. O número de templos corresponde a 8,4% do
total de 3.477 para todo o estado. Esses 3.477 podem ser divididos em 1.355 (39%) para as
Igrejas Históricas e 2.122 (61%) para as Igrejas Pentecostais. Para o triênio em questão
25
Essa pesquisa teve como fonte de dados o Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro: anos 1990, 1991 e 1992.
26
Fonte: Censo Institucional Evangélico – CIN/1992:31, realizado pelo Instituto de Estudos da Religião – ISER.
27
Instituições Filantrópicas, Organizações não-Governamentais - ONGs, Seminários, Institutos Bíblicos, Rádios,
Livrarias, Editoras, Bazares, Jornais, Associações e Missões.
41
surgiram nada menos que 710 novas igrejas, ou 20,4%, correspondente a 1/5 do total do
estado. Dessas novas 710 igrejas, 62 (8,7%) são igrejas históricas e as restantes 648 (91,3%)
são predominantemente pentecostais.
Essa dinâmica não só acontece em nível de Instituições (igrejas e outros) ou de população, ela
também ocorre com as denominações. Das 52 denominações pesquisadas pelo CIN, apenas 15
(28,8%) são de origem estrangeira, as 37 restantes (71,2%) foram criadas no Brasil.
Apesar de o protestantismo pentecostal ter começado pelo Pará e por São Paulo, o Rio de
Janeiro, ainda de acordo com essa pesquisa, se destaca com o quantitativo de 30
denominações (ou 80,1%) fundadas aqui neste estado. As sete denominações restantes
(19,9%) têm suas origens espalhadas pelo Brasil, mais especificamente pelos estados de
Minas Gerais, Paraná e Pernambuco, além daqueles já citados.
Vale ressaltar que, de acordo com a classificação das maiores concentrações de evangélicos
pentecostais, o Estado do Rio de Janeiro com 13,4% se destaca no panorama nacional com a
oitava maior proporção. Já no panorama regional, ainda dentro dessa mesma perspectiva, ele
se destaca com a segunda maior proporção, ficando logo após o Espírito Santo com seus
13,9% desses religiosos, ver anexo 24.
Acreditamos que a expansão dessas igrejas evangélicas pentecostais está associada a sua
estrutura organizacional, que diferentemente das igrejas evangélicas tradicionais, e
principalmente da igreja católica, elas são menos rígida e não estão subordinadas a uma
hierarquia de poder central. Assim sendo, estrategicamente elas vão garantindo eficientemente
seu espaço religioso, preenchendo os vazios sociais entre a massa popular.
Uma igreja Evangélica para existir oficialmente pode ser facilmente aberta: basta seguir os
caminhos do processo de abertura de uma empresa, com razão social como instituição
filantrópica e usufruir dos incentivos fiscais oferecidos pelos governos. Entretanto, essa lógica
segmentar de expansão do universo evangélico não é uma realidade para todas as
denominações, conforme declara Mafra (2001), que, passeando pelas cidades, principalmente
pelas periferias e pelas favelas, se percebe a presença de mais e mais pequenas igrejinhas bem
como galpões e espaços de cinemas transformados em templos evangélicos sem nenhuma ou
quase nenhuma formalidade legal.
42
Os aspectos demográficos e socioeconômicos
Doravante, estaremos trabalhando exclusivamente com toda a população evangélica
pentecostal, inclusive aqueles dois grupos excluídos (40 e 41) citados anteriormente. Para a
construção dos indicadores demográficos, econômicos e sociais, estaremos nos alinhando à
metodologia aplicada pela Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE.
Aspectos Demográficos
Para a construção desses aspectos estaremos utilizando basicamente quatro variáveis, a saber:
situação do setor, sexo, idade e cor/raça.
Situação do domicílio – Conforme já citado anteriormente, é do nosso conhecimento que o
município de São Gonçalo – RJ é considerado totalmente (100%) urbanizado, de acordo com
os microdados dos Censos Demográficos.
Sexo – Para o grupo dos católicos, existia um excedente de mulheres equivalente a 14.287 em
1991 e 17.342 em 2000 em relação aos homens que eram 217.824 em 1991 e 210.970 em
2000. Para o grupo dos evangélicos pentecostais, o excedente era de 14.602 mulheres em
1991 e 22.599 em 2000, contra 27.694 homens em 1991 e 58.356 homens em 2000. Embora
tenha sofrido uma leve queda de 1,4%, isso resultou numa melhor razão de sexo
28
para os
católicos que se mantiveram acima dos 92%. Todavia, os evangélicos pentecostais apontam
uma recuperação, saltando de 65,5% em 1991 para 72,1% em 2000 (ver gráfico 6).
Gráfico 6
Raes de sexo por religião
São Gonçalo 1991/2000
93,8
65,5
92,4
72,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Católica Pentecostal
Religião
(%)
1991
2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra
.
28
Taxa entre o número de homens e o número de mulheres em uma população.
43
De acordo com a distribuição relativa dessa população em 1991(ver anexo 10), o grupo dos
católicos que em média representava cerca de 57,7% do total da população, em 2000 sofre um
declínio acentuado, caindo para 49,3%. Entretanto, os evangélicos pentecostais que em 1991
representavam aproximadamente 9% da população total, em 2000 ela sobe para 15,6%, quase
o dobro.
Essa defasagem sofrida na participação relativa dos católicos fica ainda mais explicada
quando se observa o anexo 11 (taxas de crescimento relativo). O crescimento entre os
católicos é negativo para os dois sexos, porém registra-se o crescimento positivo entre os
evangélicos pentecostais. Ressalte-se que os homens são responsáveis pelas maiores taxas de
crescimento em ambos os grupos. Cresceu 3,1% (negativo) entre os católicos e 110,7% entre
os evangélicos pentecostais.
Mediante os valores apresentados no gráfico acima, pode ser explicado que existe uma maior
homogeneidade de sexo entre os católicos; contudo, o mesmo não acontece entre os
evangélicos pentecostais, pois, apesar de o crescimento relativo ser maior entre os homens, a
predominância é feminina. Portanto, uma religião de mulheres.
Idade – Para esse item, agregamos as idades em seis grupos. O primeiro grupo 0 a 6 anos de
idade (primeira infância – crianças em creches e jardins de infância e cursos de
alfabetização); 7 a 14 anos de idade (crianças no ensino fundamental); 15 a 17 anos de idade
(adolescentes no ensino médio); 18 a 24 anos de idade (jovens no ensino superior); 25 a 59
anos de idade é o quinto grupo, que é composto pelos adultos; 60 anos e mais de idade é o
sexto e último grupo, composto pelos idosos.
Os gráficos 7 e 8, respectivamente, comparam a proporção da população masculina e da
população feminina por religião, segundo os grupos de idade. Podemos registrar que os
católicos sofreram incremento proporcional apenas no grupo (dos idosos) de 60 anos e mais
de idade. Contudo, em contrapartida, registramos o acentuado crescimento dos evangélicos
pentecostais em todos os grupos de idade.
44
Gráfico 7
Distribuição relativa da população masculina, por religião,
segundo os grupos de idade - São Gonçalo - 1991/2000
6,6
9,7
3,3
7,2
26,7
6,4
4,6
1,0
1,5
2,9
0,5
2,1
2,4
1,7
6,0
1,0
3,9
6,2
2,5
5,3
24,1
0,4
1,0
0,8
0 a 6 7 a 14 15 a 17 18 a 24 25 a 59 60 e mais
grupos de idade
(%)
H_Cat 1991
H_Cat 2000
H_Pent 1991
H_Pent 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Gráfico 8
Distribuição relativa da população feminina, por religião,
segundo os grupos de idade - São Gonçalo - 1991/2000
6,2
8,8
3,3
7,5
27,2
5,7
5,1
1,8
2,4
0,8
2,0
9,2
2,0
5,0
4,8
5,9
2,5
6,2
24,4
1,0
1,6
0,5
1,1
1,2
0 a 6 7 a 14 15 a 17 18 a 24 25 a 59 60 e mais
grupos de idade
(%)
M_Cat 1991
M_Cat 2000
M_Cat 1991
M_Cat 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991/2000, dados da amostra.
Quando analisamos o crescimento relativo dos católicos por grupos de idade e sexo no
conjunto da população de São Gonçalo, percebemos que a intensidade das mudanças tornam
ainda mais clara visualizando a tabela 5. Percebe-se que a redução do efetivo dos católicos
apostólicos romanos é mais pronunciada para o grupo etário das crianças de 7 a 14 anos de
idade de ambos os sexos, onde houve as maiores evasões com crescimento negativo. O maior
crescimento positivo aconteceu com os idosos (60 anos e mais) de ambos os sexos.
45
Grupos de
Idade Católico Evangélico Católica Evangélica
Total -3,1 117,9 -1,6 97,9
0 a 6 anos -9,2 143,5 -10,3 105,4
7 a 14 anos -27,4 83,4 -22,9 70,5
15 a 17 anos -13,0 108,0 -15,1 80,3
18 a 24 anos 1,0 104,9 -4,5 89,8
25 a 59 anos 2,0 133,1 3,2 107,7
60 anos e mais 32,7 116,1 33,5 102,5
Fonte: IBGE/DPE, Censos Demográficos de 1991 e 2000, dados da amostra.
Homem (%) Mulher (%)
grupos de idade - São Gonçalo - 1991/2000
Tabela 5
Taxa de crescimento relativo por sexo e religião, segundo os
O declínio da penetração católica em São Gonçalo fica evidenciado pelo saldo atitudinal
29
líquido em todas as faixas etárias. “O fluxo atitudinal de católicos para outros grupos ganhou
proporções de uma verdadeira mudança social, na medida em que está modificando a
composição religiosa da sociedade brasileira.” (Docol, 1999:129).
Apesar de o grupo de 60 anos e mais de idade ser o responsável pelo maior crescimento
relativo entre os católicos de ambos os sexos, o grupo de 25 a 59 anos de idade é o de maior
contingente e onde se encontram as idades medianas
30
de 26 e 27 anos respectivamente para
homem e mulher em 1991, elevando-se para 29 e 31 anos para homem e mulher
respectivamente em 2000. Da mesma forma, as idades da moda
31
acompanharam o
crescimento, saltando dos 11 anos ambos os sexos em 1991 para 20 anos em 2000 também
para ambos os sexos.
Já no grupo dos evangélicos pentecostais os que mais cresceram significativamente foram os
grupos de 0 a 6 anos e 25 a 59 anos. Vale ressaltar que são os adultos quem respondem ao
questionário do censo demográfico e informam a religião das crianças. Assim sendo, justifica-
se a elevada taxa de crescimento desse grupo, pois, desejando que as crianças também
assumam suas identidades religiosas, os filhos de pais evangélicos pentecostais também são
29
Usado por René D. Docol, que explica: “...porque há um fluxo atitudinal levando católicos a migrar para
outros grupos. O resultado desta migração atitudinal é o crescimento acentuado de evangélicos e dos sem-
religião.” (Docol, 1999:125).
30
Valor mediano ou segundo quartil é aquele que está exatamente no meio de uma distribuição dividindo-a (em
50% abaixo de si e os 50% restantes acima de si.) em duas partes iguais.
31
Valor da moda é aquele mais freqüente (numa distribuição) em um conjunto de dados.
46
declarados como sendo dessa mesma religião. Portanto, esta, sob meu olhar, é uma
informação tendenciosa.
Além desses fatores demográficos, também somos levados a acreditar na introdução de algum
tipo de viés que sobrenumere a população infantil: está associado a um provável aumento da
taxa de fecundidade entre as mulheres evangélicas pentecostais.
Haja vista que a idade da moda era de 10 e 11 anos homem e mulher respectivamente em
1991, caindo para 5 e 7 anos respectivamente homem e mulher em 2000, ficando assim
claramente demonstrada a influência dos pais sobre a religião das crianças, uma vez que as
idades medianas eram de 23 e 29 anos de idade em 1991, saltando para 24 e 31anos homem e
mulher respectivamente, em 2000.
Confirmando as expectativas de Docol, realmente houve um crescimento bastante
significativo entre os evangélicos pentecostais durante a década de 1990. Um dos fenômenos
que é atribuído a esse intenso fluxo atitudinal que tem roubado fiéis católicos é devido ao uso
crescente dos veículos de comunicação de massa (televisão, rádio, jornal, revistas e outros).
Podemos acrescentar a isso o projeto da Fazenda Canaã, desenvolvido pelo bispo Marcelo
Crivella, em Irecê – BA, e que quase a todo momento, principalmente em épocas de eleição,
está sendo divulgado na mídia.
Portanto, com base nas informações apresentadas, podemos explicar que a religião católica
apostólica romana é predominantemente de adultos (25 a 59 anos de idade). Da mesma forma
acontece também com os evangélicos pentecostais, onde predomina a faixa etária de adultos.
Raça ou cor – Neste item a pessoa entrevistada é quem faz a sua declaração com base nas
seguintes opções: branca; preta; amarela (pessoas de origem asiática); parda (mulatas,
caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiça de preto com pessoa de outra cor ou raça); ou
indígena (pessoa indígena ou índia).
Foram excluídas as pessoas de cor/raça ignorada. As amarelas e indígenas, devido a seus
valores serem muito pequenos ou sem nenhum valor (zero), como foi o caso dos amarelos em
1991, também deixaram de ser incluídas por não oferecem representatividade estatística,
porém estão somadas no total. Todavia, com o propósito de atender a demanda de nosso
47
trabalho, criamos dois grupos: brancos e negros (somatório das pessoas pretas com as pardas)
devido a sua melhor representatividade.
O esvaziamento da religião católica como conseqüência da migração atitudinal para a religião
evangélica pentecostal pode ser apreciado através do gráfico 9 (distribuição relativa), onde
observamos que essa mudança acontece para ambos os sexos e também para as duas raças.
Esse fato, também pode ser apontado através do anexo 13 (Taxa de crescimento relativo),
onde mostra que os negros, tanto os homens quanto as mulheres, foram os que mais evadiram
da religião católica. Em contrapartida, os brancos de ambos os sexos foram os que mais
justificaram o incremento dos evangélicos pentecostais.
Gráfico 9
Distribuição da população por sexo e religião, em percentual, segundo a
cor/raça - São Gonçalo - 1991/2000
28,4
3,1
31,7
4,1
27,9
5,95,9
8,5
7,8
23,2
10,4
4,9
27,5
24,7
27,8
22,5
0
5
10
15
20
25
30
35
Homem
Católico
Homem
Evangélico
Mulher
Católica
Mulher
Evangélica
sexo e religião
(%)
Branca - 91
Negra - 91
Branca - 00
Negra - 00
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000, dados da amostra.
De acordo com o gráfico, podemos explicar que a religião católica apostólica romana tem
maior predominância de pessoas brancas, enquanto que as pessoas negras são as que
predominam na religião evangélica pentecostal.
Aspectos sociais
Para a construção desse aspecto, resolvemos considerar somente três indicadores a saber:
nupcialidade, educação e família.
48
Nupcialidade – Para a construção desse indicador criamos três categorias (Casados,
Descasados e Solteiros), tomando-se como referência o total da população por grupo de sexo
somente para as pessoas com idade acima de nove anos.
Casados – Foram considerados todos aqueles que responderam ao questionário: se vivem
juntos em companhia de cônjuge, não importando a forma de natureza da união, se casados no
civil e religioso; ou casados só no civil; ou casados só no religioso; ou se a união é
consensual. Não foi considerado o estado civil de cada um.
Descasados - É compreendido por aqueles que responderam ao questionário que não vivem
juntos em companhia de cônjuge mas já viveram. Para isso não importava o estado civil: se
apenas separados; ou se separados consensualmente; ou se separados judicialmente; ou se
desquitados; se divorciados; se viúvos ou solteiros.
Solteiros – Para essa categoria foram considerados todos aqueles que responderam ao
questionário nunca ter vivido em companhia de cônjuge.
O esvaziamento dos católicos pode ser registrado mais uma vez através do quadro de
nupcialidade, que acontece entre casados e solteiros tanto para os homens quanto para as
mulheres. Também podemos registrar o inverso acontecendo entre os pentecostais casados e
solteiros, para ambos os sexos (ver anexos 14 e 15) absorvendo essa migração. Entretanto,
para o grupo dos descasados o crescimento acontece para ambos os grupos em ambos os
sexos.
Esses resultados são mais bem identificados através dos gráficos 10 e 11, que mostram as
taxas de crescimento relativo desses grupos ao longo do período. Para o grupo dos casados, as
mulheres católicas são responsáveis pela maior taxa de crescimento (-1,7%); já entre os
evangélicos pentecostais os homens são responsáveis pelo maior fluxo (120,5%). No grupo
dos solteiros, tanto os homens quanto as mulheres católicas tiveram o mesmo ritmo de
crescimento (-12,8%); entre os evangélicos pentecostais, a exemplo dos casados, os homens
também foram responsáveis pelo maior fluxo.
Entretanto, o que causa maior impacto é o grupo dos descasados. Apesar de as mulheres
apresentarem taxas elevadas, os homens católicos com 77,0% apontam sua maior taxa dentre
49
os três grupos de nupcialidade e foram superados pelos homens evangélicos pentecostais com
quase quatro vezes mais: chegou à taxa de 293,6%. Seria a religião evangélica pentecostal um
refúgio para a desilusão amorosa?
Gráfico 10
Taxa de crescimento relativo da população masculina de
10 anos ou mais de idade por religião e estado civil
São Gonçalo 1991/2000
1,1
77,0
120,5
293,6
98,8
-12,9
Casados Descasados Solteiros
estado civil
(%)
Católicos
Pentecostais
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Gráfico 11
Taxa de crescimento relativo da população feminina de
10 anos ou mais de idade por religião e estado civil
São Gonçalo - 1991/2000
39,6
97,9
41,9
-12,8
-1,7
190,8
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Casadas Descasadas
estado civil
(%)
Católicas
Pentecostais
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Solteiras
50
Educação – Este tema foi dividido em duas categorias (taxa de analfabetismo
32
e anos de
estudo), construídas a partir do total da população por cada sexo.
Taxa de analfabetismo
33
– Este será nosso primeiro indicador a ser analisado por se tratar de
indicador de fundamental importância para o conhecimento da situação educacional da
população jovem e adulta, composta por pessoas de 15 anos ou mais de idade.
Entre os católicos apostólicos romanos houve uma mudança bastante significativa. De acordo
com a distribuição relativa da população analfabeta, os homens que em 1991 representavam
3,6% desceram para 1,9% em 2000. Entretanto, os valores mais significativos são apontados
entre as mulheres que de 5,2% em 91 desceram para 0,6% em 2000 (gráfico 12).
Entre os evangélicos pentecostais a situação se inverte: as mulheres se mantiveram inalteradas
no seu 1,6%. Já entre os homens o crescimento foi bastante expressivo, quando saltaram de
0,6% em 1991 para 3,2% em 2000 (gráfico 12). Conforme já vimos acompanhando,
acreditamos que tal fato deve-se à migração atitudinal (mudança de católico para evangélico
pentecostal).
Gráfico 12
Distribuição relativa das pessoas analfabetas de 15 anos ou mais de idade
por religião, segundo o sexo - São Gonçalo - 1991/2000
4,5
1,5
3,6
1,9
5,2
0,6
1,1
2,8
0,6
3,2
1,6
1,6
5,6
4,3
4,2
6,0
6,9
2,6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Total 1991 Total 2000 Homem 1991 Homem 2000 Mulher 1991 Mulher 2000
sexo e ano
(%)
Católico
Pentecostal
Total
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra
32
Considera-se analfabeta a pessoa que declara não saber ler e escrever um bilhete simples no idioma que
conhece, também aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu e aquela que apenas assina o próprio nome.
33
Esta taxa resulta do número de pessoas analfabetas de um determinado grupo etário em relação ao total de
pessoas desse mesmo grupo.
51
Para efeito de comparação com o Censo Demográfico de 2000, essas mudanças podem ser
mais bem avaliadas através das taxas de crescimento relativo (anexo 16), onde são
identificados os pontos negativos e os positivos. Começaria enumerando os pontos positivos:
os católicos de ambos os sexos estão com os melhores resultados, suas taxas foram negativas,
isso significa dizer que em média houve uma queda de 67,5% no total de analfabetos dessa
religião. No todo, as mulheres são responsáveis pela melhor taxa, cresceram negativamente
em 61,7%. No entanto, a melhor taxa está no total geral, onde houve crescimento negativo de
24,1%, ou seja, o analfabetismo não acompanhou o crescimento vegetativo da população.
Quanto aos aspectos negativos eu começaria pelo total geral, onde os homens em oposição às
mulheres são os responsáveis pelo incremento do número de analfabetos. No aspecto religião
os evangélicos pentecostais lideram o crescimento do número de analfabetos, que em média
foi de 145,3%, sendo a maior parte (507,2%) absorvida pelos homens contra 18,2% das
mulheres. Assim sendo, somos levados a concluir que o protestantismo pentecostal é uma
religião que está de portas abertas para os analfabetos?
Anos de Estudo - Para efeito de comparabilidade, a exemplo do censo de 1991, excluímos em
2000 as pessoas de 0 a 4 anos de idade. Foram agregadas ao total as pessoas com anos de
estudo não determinado/sem declaração, dos programas de alfabetização para adultos e
também os sem instrução.
Entende-se por anos de estudo como a classificação em função da série e do grau mais
elevado alcançado pela pessoa, sendo considerada a última série concluída com aprovação.
Cada série concluída com aprovação corresponde a um ano de estudo. Inicia-se a contagem de
anos de estudo em 1 ano, a partir da 1
a
série concluída com aprovação de curso de 1
o
grau ou
do elementar, e assim sucessivamente até chegar aos 12 anos de estudo, que é a partir da 1
a
série concluída com aprovação do curso superior.
Para a construção dessa categoria, criamos cinco grupos: primeiro grupo – 1 a 7 anos de
estudo, composto por pessoas que cursam ensino fundamental; segundo grupo - 8 anos de
estudo, pessoas com ensino fundamental completo; terceiro grupo – 9 e 10 anos de estudo,
pessoas cursando o ensino médio; quarto grupo – 11 anos de estudo, pessoas com ensino
médio completo; e quinto e último grupo 12 ou mais anos de estudo, pessoas com curso
superior completo ou incompleto, com mestrado e/ou doutorado.
52
No que concerne aos católicos apostólicos romanos, podemos registrar que os dois primeiros
grupos (1 a 7 e 8 anos de estudo) de ambos os sexos foram os únicos que sofreram defasagem.
Porém, a partir do terceiro até o último grupo (ambos os sexos) foram apresentados sinais de
recuperação. Gráficos 13 e 14.
Gráfico 13
Proporção dos homens de 5 anos ou mais de idade
por anos de estudo, segundo a religião
São Gonçalo 1991/2000
31,3
6,5
3,1
23,3
9,1
2,9
0,7
7,2
1,5
1,0
1,7
0,3
7,2
2,3
3,8
6,1
3,9
0,2
0,6
0,4
1 a 7 anos 8 anos 9 e 10 anos 11 anos 12 e mais
anos de estudo
(%)
HCat91
HCat2000
HPent91
HPent2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Gráfico 14
Proporção das mulheres de 5 anos ou mais de idade
por anos de estudo, segundo a religião
São Gonçalo - 1991/2000
31,7
2,9
0,9
0,4
0,8
0,1
1,3
2,3
0,5
2,2
7,2
5,9
3,2
9,3
23,2
3,8
5,6
6,3
2,0
9,6
1 a 7 anos 8 anos 9 e 10 anos 11 anos 12 e mais
anos de estudo
(%)
MCat91
MCat2000
MPent91
MPent2000
Fonte: IBGE/DP E - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra
Entre os evangélicos pentecostais, a situação acontece inversamente aos católicos. Em todos
os grupos são apontados sinais de crescimento para ambos os sexos, que são mais bem
apreciados se vistos também, através dos gráficos acima.
Entretanto, todas essas informações podem ser mais bem comparadas através da tabela 6
taxas de crescimento relativo - onde são apontadas para os homens de ambas as religiões as
53
menores taxas com crescimento negativo de 15% no grupo de 1 a 7 anos de estudo. Contudo,
ressalte-se que os homens evangélicos pentecostais nos demais grupos comparativamente aos
homens católicos se destacaram com os melhores índices.
Quanto às mulheres, podemos apontar como sendo o melhor desempenho comparativo aos
sexos. No grupo feminino, os recordes vão para as evangélicas pentecostais; a menor taxa
(77,8%) está com o grupo de 1 a 7 anos, que foi superado pela taxa de 108,5% das católicas; a
maior taxa de 256,2% contra 138,2% das católicas foi para o grupo de 12 anos e mais.
Sexo e
Religião 1 a 7 anos 8 anos 9 e 10 anos 11 anos 12 e mais
Homem católico -15,3 6,7 38,3 42,9 41,3
Homem evangélic
o
-15,1 9,2 39,8 50,5 54,7
Mulher católica 108,5 131,5 198,0 218,1 138,2
Mulher evangélica 77,8 151,4 251,2 232,0 256,2
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Tabela 6
Taxas de crescimento relativo (%)
de estudo, segundo o sexo e a religião - São Gonçalo - 1991/2000
Taxa de crescimento relativo das pessoas de 5 anos ou mais de idade por anos
Ao contrário do analfabetismo, onde os homens em especial os evangélicos pentecostais são
quem lideram as taxas de crescimento, no índice de anos de estudo as mulheres com nível
superior são responsáveis pela maior taxa de crescimento.
Famílias - Para a construção desse grupo criamos duas categorias: família tradicional e
família unipessoal. A tradicional é aquela compostas por no mínimo duas pessoas, não
importando o arranjo familiar. Já a unipessoal é aquela cuja pessoa de referência (chefe) é a
única pessoa.
Tradicional - No grupo dos católicos, a proporção dos chefes de família homens mais uma
vez vem confirmar a tendência de esvaziamento dessa categoria, quando cai de 45,8% em
1991, para 36,1% em 2000. Em contrapartida as mulheres saltam de 13,3% para 15,2% em
1991 e 2000 respectivamente. Isso nos mostra, para esse período, um crescimento relativo de
(-)1,7% para os homens e 43,5% para as mulheres (gráfico 15 e anexo 17).
54
Entre os evangélicos, o crescimento acontece no total e entre ambos os sexos. Ressalte-se que,
comparativamente aos homens, as mulheres se destacaram com o crescimento relativo para o
período com 166,2% contra 117,6% dos homens.
Gráfico 15
Proporção de famílias com mais de uma pessoa,
por sexo e religião da pessoa de referência
São Gonçalo - 1991/2000
59,1
51,3
8,1
15,1
5,4
9,5
15,2
2,6
5,6
36,1
45,8
13,3
1991
Católicos
2000
Católicos
1991
Evangélicos
2000
Evangélicos
religião
(%)
Total
Homem
Mulher
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Unipessoais – Muito embora tenha havido crescimento de valores absolutos, os números
relativos distribuídos proporcionalmente mostram que houve declínio para o período em
questão, tanto para os sexos quanto para o total, bem como para os católicos apostólicos
romanos e os evangélicos pentecostais. Entretanto, se na família tradicional as chefes
mulheres evangélicas pentecostais foram as que mais cresceram, aqui as mulheres católicas
são as que tiveram a maior taxa (60,1%) de crescimento relativo. Os homens ficaram com a
média de 34,0% de crescimento relativo (gráfico 16 e anexo 18).
Gráfico 16
Proporção das unidades familiares unipessoais
por sexo e religião da pessoa de referência
São Gonçalo - 1991/2000
58,0
51,8
7,5
5,6
25,4
20,3
1,9
1,5
32,6
31,4
5,7
4,1
1991
Católico
2000
Católico
1991
Evangélico
2000
Evangélico
religião
(%)
Total
Homem
Mulher
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
55
De acordo com o que nos mostram as taxas de crescimento relativo para esse período, as
mulheres chefes de famílias tradicionais foram as que mais cresceram. Isso nos leva a concluir
que, normalmente, como as mulheres são as responsáveis pela família e talvez por se sentirem
frágeis e mais vulneráveis, elas buscam um apoio na religião. Daí, possivelmente a explicação
desse aumento relativo de mulheres no pentecostalismo do que no catolicismo.
Aspectos econômicos
Para a construção desse aspecto, a partir da população de 10 anos e mais de idade, por serem
consideradas pessoas em idade ativa, foram selecionadas algumas variáveis que nos
permitiram gerar alguns indicadores.
Taxa de crescimento da população economicamente ativa – PEA
34
(que representa a oferta
de mão-de-obra na economia) – Para esse indicador, com exceção dos homens católicos que
tiveram crescimento negativo de 0,2%, todas as outras situações apontam crescimento
positivo, com destaque para os evangélicos pentecostais que registraram as maiores taxas:
acima de 100% no total e ambos os sexos (tabela 7). Mais uma vez, somos levados a acreditar
que tais fatores são em decorrência do fluxo atitudinal.
Total Homem Mulher
Total 30,3 16,1 56,3
Católicos 11,4 -0,2 32,5
Evangélicos 150,4 132,1 172,2
Fonte: IBGE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Taxa de crescimento (%)
Religião
Tabela 7
Taxa de crescimento relativo das pessoas
economicamente ativas, por sexo, segundo a
religião - São Gonçalo - 1991/2000
Taxa de atividade
35
– Este indicador mede percentualmente a população de 10 anos e mais de
idade que participa efetivamente do mercado de trabalho, seja ela na condição de pessoas
ocupadas
36
ou pessoas desocupadas
37
.
34
Somatório das pessoas ocupadas mais as pessoas desocupadas na semana de referência do Censo.
35
Percentagem das pessoas economicamente ativas em relação àquelas em idade ativa.
36
Aquelas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho mas não trabalharam
por motivo de férias, licença, greve, falta etc.
37
Aquelas que não tinham trabalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar,
e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva consultando pessoas, jornais etc.
56
A taxa de atividade por sexo registrou comportamento diferenciado. Enquanto os homens
evangélicos pentecostais registraram crescimento positivo, o dobro em 2000, mais uma vez
foi confirmada a queda da oferta da taxa masculina entre os católicos, que caiu de 19,3% em
1991 para 16,4% em 2000. A exemplo dos homens evangélicos, a tendência de crescimento
entre as mulheres se confirma para as duas religiões (gráfico 17).
Gráfico 17
Taxa de atividade por sexo e religião
São Gonçalo - 1991/2000
19,3
2,1
10,6
1,8
16,4
4,2
12,0
4,1
0
5
10
15
20
25
Homem
Católico
Homem
Pentecost.
Mulher
Católica
Mulher
Pentecost.
sexo e religião
(
%
)
1991
2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
taxa de desemprego
38
- Este indicador visa medir a conjuntura econômica; eleva-se em época
de recessão e cai quando a economia se recupera. Nos Censos de 1991 e 2000, faziam parte
dessa situação as pessoas que respondiam ao questionário, conforme anexo 3.
Para o período em questão, em 1991 no grupo dos católicos as mulheres apontaram um
melhor desempenho: 1,8% contra 2,2% dos homens. Entretanto, em 2000, ainda no grupo dos
católicos, esses valores se elevam bastante para ambos os sexos, sendo que as mulheres
superaram os homens (gráfico 18).
Com relação aos evangélicos pentecostais a situação supostamente é menos pior. Em 1991 a
taxa fica inalterada em 0,3% para ambos os sexos. Já em 2000 a tendência de crescimento
também acontece nesse grupo, sendo que em menores proporções. As mulheres foram
responsáveis pelo maior crescimento (gráfico18).
38
Ou taxa de desocupação - é a porcentagem das pessoas desocupadas em relação à PEA.
57
Podemos melhor sustentar essa tendência através dos valores que se encontram no anexo 19
(Taxa de Crescimento Relativo). Assim sendo, poderíamos classificar o ano de 2000,
comparado ao de 1991, como sendo um ano ruim para a política de trabalho, pois foi
experimentada uma evolução crescente para a taxa de desemprego em São Gonçalo,
significando com isso uma menor demanda por trabalhadores no mercado de trabalho.
Gráfico 18
Taxa de desemprego das pessoas de 10 anos e mais de idade,
por sexo e religião - São Gonçalo - 1991/2000
3,9
9,0
0,5
3,0
2,2
4,2
0,3
1,2
1,8
4,8
0,3
1,8
1991
Católico
2000
Católico
1991
Evang.
2000
Evang.
religião
(%)
Total
Homem
Mulher
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico 1991 e 2000, dados da amostra.
Taxa de ocupação
39
- A população católica, apesar de ser a maior representatividade, mais
uma vez mostra que está sofrendo uma ruptura decrescendo em nível de total e de sexo.
Entretanto, os evangélicos pentecostais mostram que essa situação entre eles está acontecendo
em sentido inverso. Ver gráfico 19.
Gráfico 19
Taxa de ocupação das pessoas de 10 anos e mais de idade
por sexo e religião - São Gonçalo - 1991/2000
54,9
35,8
19,2
41,3
24,8
16,5
7,1
3,9
3,2
11,7
6,2
5,5
Total Homem Mulher
sexo
(%)
Católico 1991
Católico 2000
Evang. 1991
Evang. 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
39
É a porcentagem das pessoas ocupadas em relação à PEA.
58
Essas mudanças ficam ainda mais visíveis quando observadas sob outro olhar: taxa de
crescimento relativo. Dentre os homens, os católicos, mais uma vez, mostraram o pior
desempenho: (-)9,6% contra 107,6% dos evangélicos. Dentre as mulheres, as evangélicas
pentecostais foram as que mais se destacaram: 122,9% contra os 12,1% das católicas. Ver
anexo 20.
Percentual
Total Homem Mulher
Total 13,7 4,7 30,8
Católicos -2,0 -9,6 12,1
Evangélicos 114,5 107,6 122,9
Fonte: IBGE/DPE, Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Religião
Tabela 8
Taxa de crescimento relativo das pessoas ocupadas
de 10 anos e mais de idade, por sexo, segundo a religião
São Gonçalo - 1991/2000
Rendimento total – Para a construção desse indicador foi considerada a renda total mensal do
trabalho principal, em salário mínimo - SM
40
(vigente na época
41
da pesquisa) de todas as
pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade, divididas em cinco classes de rendimento:
primeira - até 1 SM; segunda – mais de 1 a 2 SM; terceira – mais de 2 a 5 SM; quarta – mais
de 5 a 10 SM; e quinta – mais de 10 SM. Para o cálculo em 1991 foram excluídas as pessoas
sem renda e sem declaração de renda. Em 2000 não existiam pessoas sem declaração de
renda, foram excluídas apenas aquelas sem renda.
Mais uma vez constatamos o comportamento diferenciado entre os católicos. Entre os homens
conseguimos identificar queda na proporção nas três primeiras classes. Nas duas primeiras
classes, as mais inferiores, o declínio foi bem mais acentuado do que na classe intermediária.
Entre as mulheres, a situação de queda (bastante acentuada) na proporção se constata apenas
na primeira classe, ou seja, a classe mais inferior (de menor renda). Ver gráfico 20.
40
Em 1991, foi considerado o salário nominal de Cr$ 36.161,60 (cruzeiros); em 2000, o salário considerado foi
de Cz$ 151,00 (cruzados).
41
Cabe esclarecer que em 1991 o período de referência era de 12 meses (1 ano) contado de 01/09/1990 a
31/08/1991; em 2000 o período de referência era de 7 dias (uma semana) contada de 23 a 29/07/2000.
59
Entre os evangélicos pentecostais, a situação, comparada à dos católicos, ocorre de maneira
totalmente oposta tanto para os homens quanto para as mulheres: não houve entre eles
nenhuma classe com declínio. Entre os homens, conseguimos registrar as maiores proporções
nas três classes intermediárias, ou seja, da segunda até a quarta classe. Entre as mulheres, os
maiores crescimentos ocorrem da segunda até a última classe. Ver gráfico 21.
Gráfico 20
Proporção das pessoas calicas apostólicas romanas, ocupadas,
de 10 anos e mais de idade, por sexo e religião, segundo a
classe de renda total mensal em salário mínimo
São Gonçalo - 1991/2000
11,7
16,8
21,4
6,8
2,0
4,8
12,5
20,3
10,0
3,1
24,2
18,6
13,0
2,8
0,7
11,4
19,0
15,1
4,4
1,0
Até 1 Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10
classe de
renda
(%)
Homem 1991
Homem 2000
Mulher 1991
Mulher 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Gráfico 21
Proporção das pessoas evanlicas pentecostais, ocupadas, de 10 anos
e mais de idade, por sexo e religião, segundo a classe de renda total
mensal em salário mínimo - São Gonçalo - 1991/2000
1,6
1,9
2,3
0,5
0,1
1,7
3,8
4,8
1,9
0,5
5,1
3,0
1,5
0,3
0,0
5,3
6,7
3,7
0,9
0,2
Até 1 Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 5 Mais de 5 a 10 Mais de 10
classe de renda
(%)
Homem 1991
Homem 2000
Mulher 1991
Mulher 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
60
Entretanto, a confirmação dessas taxas de proporção pode ser mais bem explicada se forem
vistas através das taxas de crescimento relativo na tabela 9.
Classes
de
Rendimento Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Total
-1,5 -9,0 12,6 114,5 107,2 123,6
Até 1 SM
-47,3 -57,1 -38,4 26,5 9,3 36,7
Mais de 1 a 2 SM -1,0 -21,4 34,0 150,2 112,6 194,6
Mais de 2 a 5 SM 12,4 -0,2 51,7 148,1 120,4 231,7
Mais de 5 a 10 SM 64,6 54,8 110,5 303,0 289,5 354,8
Mais de 10 SM 68,7 63,9 96,6 302,4 263,6 680,5
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1991 e 2000, dados da amostra.
Católicos Apostólicos Romanos Evangélicos Pentecostais
Taxas de Crescimento Relativo (%)
Tabela 9
Taxa de crescimento relativo, das pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade, por
religião e sexo, segundo as classes de renda total mensal per capita
São Gonçalo - 1991/2000
Mediante os valores encontrados nos indicadores, podemos fazer algumas avaliações acerca
dessas religiões. Na religião católica, o homem da raça negra, solteiro, na faixa etária de 7 a
14 anos de idade, e com 1 a 7 anos de estudo, foi o responsável pelo maior esvaziamento.
As mulheres católicas, que em 1991 já faziam parte da maioria absoluta e relativa, em 2000,
apesar também de ter sofrido queda de 29,8% para 25,6%, comparado ao total geral da
população do município, continua sendo a maioria. Essa mulher tem o seguinte perfil: faixa
etária de 25 a 59 anos de idade, mais precisamente 31 anos de idade mediana, é da cor branca,
é casada, tem de 1 a 7 anos de estudo, é ocupada e ganha de mais de 1 a 2 salários mínimos.
Entre os evangélicos pentecostais, a situação ocorre da seguinte maneira: os homens da
cor/raça branca (a população da cor/raça negra é a maioria, mais de 50% para ambos os
sexos), grupo de idade de 0 a 6 anos, foram os responsáveis pelo incremento populacional
dessa religião; entretanto, as mulheres são a maioria, o que nos permite traçar o seu perfil.
Essa mulher evangélica pentecostal é da cor/raça negra, está na faixa etária de 25 a 59 anos de
Idade (31 anos de idade mediana), é casada, com até 7 anos de estudo, é chefe de família, é
ocupada e tem rendimento mensal total de até 2 salários mínimos.
61
Todas estas informações acima descritas podem ser mais bem examinadas através do anexo
20 e dos quadros 1 e 2.
Quadro 1
Perfil socioeconômico do católico apostólico romano,
valores em percentual - São Gonçalo - 2000
100,0
25,6
4,8
5,9
2,5
6,2
24,4
5,7
27,8
23,2
24,4
10,8
15,3
0,7
23,2
5,6
3,8
9,3
2,9
15,2
31,4
12,0
4,8
16,5
11,4
19,0
15,1
4,4
1,03,1
10,0
20,3
12,5
4,8
24,8
4,2
16,4
20,3
36,1
2,9
9,1
3,8
6,1
23,3
2,3
18,2
4,5
27,7
22,5
24,7
4,6
24,1
6,4
2,5
6,2
5,3
23,7
100,0
Sit. Urbano
Sexo
0 a 6 ano s de idade
7 a 14 ano s de idade
15 a 17 ano s de idade
18 a 24 ano s de idade
25 a 59 ano s de idade
60 e mais anos de idade
Raça Branca
Raça Negra
Cas ado s
Des cas ados
So lteiro s
Taxa de Analfabetismo
1 a 7 ano s de es tudo
8 anos de es tudo
9 e 10 ano s de estudo
11 ano s de es tudo
12 ano s o u mais de es tudo
Chefe de Família Tradicional
Chefe de Família Unipess oal
Taxa de Atividade
Taxa de Des emprego
Taxa de Ocupação
Até 1 SM
Mais de 1 a 2 SM
Mais de 2 a 5 SM
Mais de 5 a 10 SM
Mais de 10 SM
indicadores
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico 2000, dados da amostra
HOMEM MULHER
A população católica, que era de 57,7% em 1991, caiu para 49,3% em 2000. Esse reflexo
repercutiu para ambos os sexos. Os homens cujo percentual era de 27,9% em 1991 diminuiu
para 23,7% em 2000. Já as mulheres com 29,8% em 1991 apresentaram também em queda
para 25,6% em 2000. Um detalhe interessante é que a diferença de 4,2 pontos percentuais
62
acontece entre ambos os sexos; todavia, assim como acontecia em 1991, notem que as
mulheres continuam sendo a maioria em 2000.
Quadro 2
Perfil socioeconômico dos evanlicos pentecostais
São Gonçalo - 2000
100,0
9,1
1,8
2,4
2,0
9,2
2,0
8,5
10,4
9,6
4,7
3,9
1,9
9,6
2,0
1,3
2,3
5,6
4,1
4,1
1,8
5,5
5,3
6,7
3,7
0,91,9
4,8
3,8
1,7
6,2
1,2
4,2
1,5
9,5
1,7
1,0
1,5
7,2
3,8
5,2
0,9
7,2
7,8
5,9
1,0
6,0
1,7
2,4
2,1
6,5
100,0
0,2
0,5
0,8
Sit. Urbano
Sexo
0 a 6 anos de idade
7 a 14 anos de idade
15 a 17 anos de idade 0,8
18 a 24 anos de idade
25 a 59 anos de idade
60 e mais ano s de idade
Raça Branca
Raça Negra
Cas ados
Des cas ados
Solteiros
Taxa de Analfabetis mo
1 a 7 ano s de es tudo
8 anos de es tudo
9 e 10 anos de es tudo
11 anos de estudo
12 ou mais ano s de es tudo 0,3
Chefe de Família Tradicional
Chefe de Família Unipes soal
Taxa de Atividade
Taxa de Des emprego
Taxa de Ocupação
Até 1 SM
Mais de 1 a 2 SM
Mais de 2 a 5 SM
Mais de 5 a 10 SM
Mais de 10 SM 0,5
Indicador
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 2000, dados da amostra.
HOMEM MULHE
R
Observando os quadros, podemos declarar que a supremacia feminina é realmente
incontestável; entretanto, tomando-se como referência os indicadores apresentados, diferenças
significativas podem ser apontadas em se comparando essas mulheres católicas com as
evangélicas.
63
Quanto aos aspectos demográficos, as mulheres são a maioria e no mesmo grupo de faixa
etária (25 a 59 anos de idade) e com a mesma idade mediana de 31 anos. A partir desse ponto
as diferenças já começam a ser visíveis; na questão da cor/raça entre as católicas predomina a
branca e entre as evangélicas a predominância é negra.
Do ponto de vista social, tanto as católicas quanto as evangélicas em sua grande maioria
fazem parte do grupo das casadas. O segundo maior grupo entre as evangélicas é o das
descasadas e entre as católicas é o das solteiras. Na questão educação, a taxa de analfabetismo
de 0,7% entre as católicas é bem inferior que a taxa de 1,9% entre as evangélicas, uma
diferença de 1,2%. Já no quesito anos de estudo, o grupo de 1 a 7 anos é comum para ambas
onde são a maioria. Um detalhe interessante é que o segundo maior grupo entre as mulheres é
o de 11 anos de estudo para ambas as religiões.
Uma coisa que me chamou a atenção foi para os anos de estudo entre os católicos. A
distribuição acontece dentro da normalidade (simétrica) entre homens e mulheres. Já entre os
evangélicos essa distribuição é assimétrica positiva para as mulheres, que detêm as melhores
taxas.
Ainda dentro do ponto de vista social, podemos evidenciar que a mulher católica em sua
grande maioria é chefe de família unipessoal, enquanto que as evangélicas são na sua maioria
chefes de família tradicional. As definições de unipessoal e tradicional já foram citadas
anteriormente.
No contexto dos aspectos econômicos, os indicadores apresentados expressam evidências que
essas mulheres, de ambas as religiões, são na sua grande maioria ocupadas, ou seja, fazem
parte de algum setor de atividade econômica. Quanto ao nível de rendimento, ambas estão na
condição de igualdade com a maioria no grupo de 1 a 2 salários mínimos, sendo que as
católicas tendem para um segundo grupo de 2 a 5 SM, enquanto que as evangélicas tendem
para o grupo de até 1 SM.
No geral, com todas essas evidências expostas acima, somos levados a ratificar o que dizem
as literaturas acerca do assunto e confirmar nossas hipóteses. O cristianismo evangélico
pentecostal é fundamentalmente uma religião de pessoas com baixo nível de instrução e de
baixo rendimento.
64
Acrescentando à nossa conclusão, acreditamos que a mulher (a maioria), por ser responsável
pela estrutura da família e talvez por se sentir mais frágil e/ou mais vulnerável, procura a
religião, conforme Mariano, como um pronto-socorro espiritual, para apoio social e moral,
para a cura de problemas afetivos e/ou familiar e/ou de crise existencial, para que se sintam
respeitadas e protegidas. Daí, possivelmente se explica esse incremento absoluto/relativo
dessas mulheres dentro do protestantismo pentecostal.
Um outro fator que também nos faz acreditar é a questão da compostura. Normalmente, os
religiosos evangélicos, preocupados com a transparência do respeito, da seriedade e da
moralidade perante a sociedade, procuram construir sua imagem pessoal com frases do tipo
“eu sou cristão” ou “eu sou evangélico”, dentre tantas outras.
7
"A primeira tentativa para estabelecer uma colônia protestante no Brasil foi feita
em 1555. Numa curiosa mistura de motivos induziu a aventura: o chefe, o vice-
Almirante Nicoloau Durand de Villegaignon, estava à busca de fortuna e fama no
Novo Mundo; a França em busca de terras e João Calvino e os huguenotes
5
procurando responder a um desafio missionário." (Hahn, 1989:60).
Nos relatos de Hahn, a segunda e última tentativa de se estabelecer uma colônia protestante
aqui no Brasil aconteceu por parte dos holandeses, durante o Domínio Espanhol (de 1580 a
1640), quando a Holanda encontrava-se em guerra com a Espanha. Como Portugal e suas
colônias estavam sob o domínio Ibérico, a Holanda começou a invadir o Brasil em 1624. Os
capelães da Igreja Reformada Holandesa vieram juntamente com pastores, colonos,
marinheiros e soldados.
"Durante o período de ocupação, os holandeses trouxeram cerca de quarenta
pastores, oito missionários para trabalhar entre os índios e um grande número de
obreiros leigos cujo trabalho era visitar e consolar os enfermos. Estavam todos
sob a supervisão direta da Igreja Reformada na Holanda. ..." (Idem: 62).
Ele ainda esclarece que o fracasso dessa segunda tentativa de estabelecer uma colônia
protestante aqui no Brasil deve-se ao fato de a Holanda estar envolvida com turbulências que
aconteciam na Europa àquela época, e não devido ao mau êxito da Igreja. Dessa forma, a
penetração protestante no Brasil só começa a acontecer de fato a partir do ano de 1808, com a
vinda da família Real de Portugal, como mostraremos adiante.
O Protestantismo no Brasil Império
Com a transferência do trono real português para o Rio de Janeiro, ocorrida no ano de 1808,
fugindo da Europa em virtude do bloqueio continental decretado pelo então Imperador
francês, o general Napoleão Bonaparte, os portugueses vieram em seus navios sob a proteção
da esquadra britânica. Com essa afluência dos ingleses que continuavam aqui no país com a
finalidade de proteger a família real, aconteceu também a implantação do culto protestante
anglicano, que veio a ser oficializado dois anos depois.
5
Designação depreciativa que católicos franceses deram aos protestantes, sobretudo os calvinistas, e que esses
adotaram.
8
Segundo as leis do Império Brasileiro àquela época, esses cultos poderiam acontecer desde
que não fossem professados publicamente em qualquer lugar ou em qualquer edificação que
tivesse externamente aparência de templo, nada deveria chamar a atenção dos católicos no
Brasil para que não ficasse caracterizado a prática de nenhuma outra religião que não a
religião católica. "Os imigrantes começaram a chegar décadas antes dos primeiros
missionários evangélicos, e foram estabelecendo seus padrões de fé e culto muito antes que a
atividade missionária fosse permitida no Brasil." (Idem: 69).
Na Constituição de 1824 e nas leis que nela se basearam, ficou definido então o status dos
povos acatólicos e passaram também a ser estabelecidos os limites das suas atividades até a
era da República. Desse momento em diante, o Brasil passa a ser definido como país católico,
o imperador passa a ser o protetor da fé; e assim sendo as religiões dos povos acatólicos
passam a ser toleradas, conforme descrição a seguir:
Artigo 5º - A religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império.
Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em
casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo.
Artigo 103 e 106 - ... manter a religião católica apostólica romana ...
Artigo 179, inciso V – Ninguém pode ser perseguido por motivo de religião, uma vez
que respeite a do Estado, e não ofenda a moral pública.
Vale ressaltar que os artigos 103 e 106 dispõem precipuamente sobre a obrigatoriedade que
cabia ao príncipe fazer juramento após completar 14 anos de idade e ao ser aclamado
Imperador, tudo isso perante o presidente do senado, reunidas as duas câmaras.
De acordo com a Constituição Brasileira de 1824, que governou o Brasil até o ano de 1889,
não poderiam acontecer reuniões públicas a título de culto protestante praticado pelos
imigrantes que aqui viviam. Praticava-se o culto doméstico com o intuito de se manterem
vivas as suas religiões, fazendo assim dessa forma a evangelização de alguns prosélitos
brasileiros, que eram praticados em casa de oração, nome dado aos locais onde se praticavam
os cultos.(Ibidem). "Os americanos (eram poucos) que trabalhavam na exportadora
professavam, na sua totalidade, a religião protestante e freqüentavam o templo dos ingleses,
improvisado numa casa que antes fora depósito de cacau." (Amado, 1987:41).
9
O status da legalização dos não-católicos no Brasil império aconteceu quando o Portugal e
Inglaterra assinaram o Tratado do Comércio em 1810. Em seu artigo XII foram traçadas as
linhas mestras que seriam inseridas na primeira Constituição do Império Brasileiro, que veio,
assim, garantir a todos os residentes o direito de se praticar a sua religião em particular, desde
que não fosse perturbada a paz pública ou se tentassem fazer prosélitos
6
entre os brasileiros,
presumivelmente os católicos romanos.
Os missionários protestantes de diversas denominações foram recebidos com muita simpatia
pelo então Imperador Dom Pedro II. Com isso, os contatos amistosos foram então sendo
multiplicados com os missionários dessas diversas denominações que aqui chegavam. Em
oposição a essa simpatia, a questão religiosa fez crescer a luta entre o imperador e a Igreja
Católica, que lhe fez valer a aversão da hierarquia monarquista, perdendo também o apoio da
Igreja. Esses fatores, associados a outros tais como a abolição da escravatura através da Lei
Áurea assinada em 1888 pela princesa Isabel, despertaram a ira dos fazendeiros, e por fim o
conflito com os militares fez com que sua abdicação fosse inevitável, dando início a um novo
sistema de governo no Brasil. (Reily, 1993).
O Protestantismo no Brasil República
Com a abdicação de Dom Pedro II, surge a República do Brasil que teve como base o
positivismo. O positivismo considerava o valor da personalidade anterior a todas as condições
históricas, políticas, sociais e culturais e tinha como prioridade o respeito à liberdade e à
igualdade inata dos indivíduos. “A nova ordem republicana aparece a seus olhos como a
imagem da desordem social e política, pois ao separar Igreja e Estado não reconhece mais o
catolicismo como religião oficial.” (Oliveira, 1997:48)
Uma questão que não podemos deixar de ressaltar é que, com a vinda do protestantismo para
o Brasil, trazido da Europa e também dos Estados Unidos, lugares onde se vivia uma
modernidade já bem avançada para aquela época, vieram também o liberalismo teológico e a
influência do Evangelho Social, que trazia no seu bojo a prestação de serviços sociais,
educativos, recreativos e obviamente a evangelização.
6
Indivíduo que abraçou religião diferente da sua; indivíduo convertido a uma doutrina, idéia ou sistema.
10
Com a implantação da República do Brasil, o Governo Provisório estabeleceu a liberdade de
culto no Brasil, que se tornou oficializado através do decreto nº 119-A, de 07/01/1890, e que
extinguiu o padroado e cortando dessa forma o cordão umbilical que existia entre a Igreja e o
Estado. Tal situação veio muito a alegrar aos protestantes, que eram entusiastas da República,
pois até antes da sua chegada essas pessoas viam-se discriminadas, devido à prática de suas
religiões.
A Constituição de 1891 beneficiava os protestantes pela garantia da liberdade da prática
religiosa; entretanto, essa mesma Constituição não era bem aceita pela hierarquia católica que
via seus privilégios e espaço sendo perdidos. A partir de então muitas tentativas aconteceram
com o objetivo de se fazer uma emenda constitucional para modificar os privilégios já
conseguidos pelos cristãos protestantes.
Essa situação veio fazer com que o relacionamento entre os cristãos protestantes e os cristãos
católicos se transformasse numa intensa rivalidade. A população cristã protestante, em sinal
de protesto contra essas tentativas de uma possível emenda da constituição, começou a
combater os supostos erros praticados pelo catolicismo romano, tais como: "idolatria,
mariolatria, negligência na difusão e leitura da Bíblia, ignorância e superstição do povo
católico e imoralidade do clero." (Reily, 1993:223).
O protestantismo no Brasil tem profundas raízes e vínculos com a Grã-Bretanha, com a
Alemanha e com os Estados Unidos da América. Entretanto, os missionários protestantes que
vieram a atuar aqui no Brasil, na sua grande maioria, eram oriundos dos Estados Unidos da
América, país cuja preponderância da população é protestante.
Ao contrário da Constituição de 1824, com relação ao tratamento dispensado aos protestantes,
hoje, tanto eles quanto qualquer outra pessoa têm seus direitos garantidos através da mais
recente Constituição Brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, onde diz:
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residente no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguinte:
11
VI. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VII. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva; e
VIII. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, ... .
O protestantismo e o progresso no Brasil
Referindo-se ao paralelo, protestantismo e o progresso que começara a acontecer no Brasil
àquela época, Reily diz que, apesar da ética do protestante ser predominantemente
individualista, os mesmos não mostraram se desinteressar pelo progresso do Brasil. Muito
pelo contrário, existia uma demonstração lógica de que a marcha do protestantismo seria
acompanhada automaticamente pelo progresso e pelo desenvolvimento da nação assim como
pela liberdade de todos seus cidadãos e também das suas instituições.
"Sem dúvida, a paz, o progresso industrial, o avanço da ciência e a elevação do
padrão de vida do mundo ocidental ... conduziram ... no Brasil, os protestantes,
quer missionários quer obreiros nacionais, não só aceitaram o conceito de
progresso, como também identificaram o progresso com o protestantismo."
(Idem: 269).
O progresso que começara a acontecer aqui no Brasil àquela época, sob o olhar dos
protestantes, era visto com bons olhos, principalmente quando da implantação da República,
pois esta trouxe um certo conforto para os seguidores do protestantismo que passaram a ter
uma atuação mais livre no território nacional, uma vez que a Constituição já lhes garantia o
pleno direito à prática de seus cultos sem aquela formalidade obrigada pela constituição de
1824. A partir de 1889 "A fé e o culto evangélicos tornaram-se parte da vida brasileira."
(Hahn, 1989:47).
O protestantismo sob a influência católica portuguesa
O protestantismo aqui no Brasil veio a ser implantado depois de três séculos após seu
descobrimento, onde o catolicismo romano português predominava sem nenhuma
12
concorrência. Dessa forma, os convertidos ao protestantismo eram oriundos do catolicismo
romano ou de cultura onde normas e atitudes eram determinadas pela Igreja Católica Romana.
"Por isso a vida e o culto nas igrejas protestantes foram grandemente influenciados pelo
catolicismo romano." (Idem: 223).
Tal situação aconteceu porque o catolicismo romano trazido pelos portugueses já havia
sofrido alterações e adaptações lá em Portugal, uma vez que durante quase oito séculos, desde
o ano 711 quando foi invadido, aquele país sob o domínio dos árabes e mouros sofreu muito
mais influência da prática da fé islâmica e africana do que propriamente a fé cristã.
Ele mostra ainda outra situação quando, durante a Inquisição, os judeus portugueses aceitaram
aparentemente o batismo católico romano para não sofrerem o banimento ou na pior das
hipóteses a pena de morte. Com isso eles iam à Igreja aos domingos, porém secretamente eles
zombavam de nosso Senhor, contribuindo dessa forma com cinismo com as coisas
relacionadas à Igreja.
Cada geração de uma família tradicional devia encaminhar seu filho mais novo para o
sacerdócio, mesmo que isso fosse de encontro à sua vontade. Tal prática resultava em padres
sem nenhuma vocação. Eles viveram conforme o tempo, e, apesar da situação indesejada,
procuravam fazer o melhor possível. Com o decorrer dos tempos, eles enveredavam para a
política, para a riqueza e até mesmo para as mulheres, chegando a ter filhos. Suas
composturas eram criticadas com freqüência e comparáveis às dos povos a quem eles
deveriam servir. (Ibidem).
A situação mostrava que não havia interesse por parte dos homens em se dedicar à prática
religiosa bem como o não interesse pela interiorização devido à precariedade na prestação de
serviços associada às dimensões territoriais do País, que, apesar de ser considerado o de maior
dimensionalidade católica, fizeram com que muitos padres de origem estrangeira (alemães,
italianos, espanhóis, franceses, holandeses, poloneses, portugueses, americanos e outros)
fossem deslocados para cá.
13
Tal situação fez com que surgisse o que Hahn chamou de catolicismo popular
7
ou folk-
religion
8
, que se desenvolveu no interior e também nas grandes cidades do Brasil. Esse
catolicismo popular tinha consigo os elementos do folclore religioso indígena, do africano e
do europeu, que misturados ao catolicismo fez surgir uma religião sincrética com
peculiaridades próprias.
Outro fator também mostrado por ele, referindo-se à freqüência às Igrejas Católicas, diz:
"...os intelectuais participavam dos ritos e celebrações religiosas como uma
obrigação social e familiar, sem profundas convicções a respeito da doutrina ou
ética do Evangelho, enquanto que, ao mesmo tempo, as massas analfabetas eram
possuídas de uma religião folclórica supersticiosa, cheia de animismo e magia."
(Id: 226).
O nascimento de uma liderança protestante leiga
No Brasil, a prática do culto protestante no seu início foi fortemente influenciada pela
distribuição de Bíblias e também pela formação espontânea de grupos leigos que se
dedicavam aos estudos bíblicos. Esses grupos recebiam ou receberam pouca ou nenhuma
orientação de pastores formados. Dessa forma, esses grupos se espalhavam pelo Brasil afora,
levando e transmitindo as mensagens evangélicas segundo suas próprias conclusões.
"Formaram-se pequenas congregações leigas para ler e estudar esse livro antes
mesmo de qualquer ministro ordenado chegasse. Por causa da escassez de
ministério ordenado e da vastidão geográfica do país, esse tipo de liderança leiga
estava destinado a continuar por muitas décadas, e continua até hoje, posto que
há muitas associações leigas nas igrejas protestantes." (Id: 244).
Ainda mais adiante, esse mesmo autor mostra como funciona essa propagação:
"O modelo é simples: uma pessoa lê a Bíblia e logo organiza uma espécie de
culto doméstico do qual participam sua família e empregados, agregados e
amigos. Tudo muito simples, pois que no máximo estes homens são semi-
alfabetizados, lutando com as palavras difíceis de alguns capítulos da Bíblia."
(ibid.).
7
O grifo pertence ao original
8
idem
14
Essa situação também é confirmada no trabalho de Machado (1992), que se referindo à
difusão e à expansão do pentecostalismo, mostra que a descentralização e a flexibilidade da
estrutura organizacional protestante pentecostal não estão necessariamente subordinadas a um
poder centralizador das decisões conforme acontece na Igreja Católica e até mesmo na Igreja
Protestante Histórica.
"... a difusão pentecostal não depende das determinações destas instâncias, mas
do esforço individual de cada crente. Intimamente vinculada a esta
descentralização está a questão da orientação laica. Diferindo também das
igrejas supracitadas, a qualificação para ser um dirigente de uma igreja, um
pastor, não é acadêmica mas, sim, prática. O que importa é a habilidade
empírica de evangelizar e não a formação acadêmica." (Id: 80-81).
O culto protestante sob a influência da Escola Dominical
Nos dias de domingo, o "culto doméstico" freqüentemente toma o nome de Escola Dominical.
Ele acrescenta mais ainda que um outro fator importante, a exemplo da situação que acontecia
com os católicos, a grande vastidão geográfica e a escassez de pastores, faz surgir
comunidades evangélicas isoladas, que são verdadeiras "igrejas domésticas".
A Escola Dominical sempre teve um papel fundamental e integral na igrejas evangélicas
brasileiras. Para muitas igrejas que hoje existem, a escola dominical foi a grande precursora.
"... a Escola Dominical, ao lado do culto doméstico dos crentes, tornou-se o núcleo de uma
nova igreja e, em muitas localidades, a única igreja que o povo daquela área conhecia.
(Hahn, 1989:274).
"... as casas dos crentes tornavam-se cada vez mais espalhadas, cada casa
tornava-se núcleo de uma igreja na medida em que o culto doméstico aos
domingos se estendia e assumia o nome de escola dominical. Como as leis
tornavam-se mais tolerantes, ou ao menos eram interpretadas de maneira mais
tolerante, o culto familiar aos domingos tornava-se a comunidade da escola
dominical, mas dirigida por leigos." (Idem: 277)
A escola dominical começava a crescer e, já bem mais organizada, passava a ser uma
congregação e, por fim, tornava-se uma igreja totalmente organizada e sob a autoridade de um
pastor. Quando tal situação acontecia, essa nova igreja passava a ser o referencial, o centro de
15
um outro grupo de escolas dominicais externas onde novamente os estudos bíblicos e o culto
são dirigidos por leigos. "Muitas vezes, depois da escola dominical tornar-se uma igreja
organizada, ela era colocada sob a direção de um pastor que tinha outras pequenas igrejas
sob sua supervisão e o programa continuava como antes." (Ibid.).
A escola dominical no Brasil, não somente tem servido como instrumento de estudo da
Palavra de Deus, como, também, centro de treinamento de obreiros leigos, que são preparados
para dirigir o culto numa eventual ausência do pastor. "A escola dominical não só tornou-se
uma igreja dirigida por leigos, mas foi o lugar de preparo para os leigos terem acesso ao
púlpito como tal." (Idem: 278).
A essa espontaneidade de uma liderança despreparada porém talentosa de colportores
9
,
acreditamos que foi e é o que podemos constatar como sendo fruto da fome espiritual vivida
pelos brasileiros do interior não somente naquela época, assim como na atualidade.
"... uma das coisas interessantes que surgiram nesta forma de expansão da igreja
foi a liderança e ministério de leigos bem dotados e notáveis, homens sem
nenhum preparo formal, às vezes semi-analfabetos, mas movidos de zelo e poder
quase apostólicos na evangelização e consolidação do trabalho evangélico."
(Idem: 282).
Parte II - O PROTESTANTE PENTECOSTAL E SUA EXPANSÃO NO BRASIL
Nosso objetivo aqui nesta parte do trabalho é apresentar a questão do advento e expansão do
Protestantismo Pentecostal no Brasil, onde procuraremos mostrar seus aspectos fundamentais
que o caracterizam desde a sua origem e surgimento. Entretanto, antes de desenvolver um
pouco acerca desse fenômeno devido à sua complexidade, acreditamos que se faz necessário,
falar a respeito dos mais importantes nomes da reforma protestante “(mesmo que de forma
pouco profunda, é tarefa que não se pode renunciar)” (Machado, 1992:20), o alemão,
sacerdote da Igreja Católica, Martinho Lutero, e de seu contemporâneo também seguidor de
sua ideologia, o francês João Calvino.
9
Obreiros evangélicos leigos.
16
O Luteranismo
Lutero foi sacerdote e professor da Igreja Católica, até que em 31 de outubro de 1517 rebelou-
se contra a Igreja em virtude da venda de indulgências
10
(da qual ele próprio fora vítima)
praticada no papado de Leão X com a finalidade de arrecadar fundos para a construção da
Catedral de São Pedro, em Roma. Rompeu com a Igreja quando afixou, na porta da Igreja do
Castelo, em Wittenberg, as suas 95 teses que vieram então marcar o princípio da Reforma
Protestante. "Lutero está preocupado em salvar e preservar a fé, em contrapor a justificação
pela fé às idéias de obras, méritos ou contrato com Deus." (Hahn, 1989:82).
"A mensagem de Cristo era a palavra de fé nos valores essenciais do homem:
Jesus combateu a riqueza material, não por ser má em si mas por ser produto da
injustiça e por colocar em segundo plano os valores do espírito, os mais nobres,
os mais dignos e os que, no fundo, constroem a grandeza humana." (Brant,
1985:14)
Naquela época, "a Igreja Católica detinha a supremacia espiritual, cultural e política, e as
tentativas de reforma de uma igreja corrompida, ... foram esmagadas." (Ferreira, 2002:72).
Além disso, também era uma época de transição: a Europa estava vivendo o fim da Idade
Média e seus reis, imperadores, generais e papas lutavam entre si na tentativa de moldar uma
Europa Moderna.
"... o uso prático de certas instituições da Igreja, principalmente das
indulgências, contrariava inevitavelmente as tendências para o ascetismo laico
sistemático. Por esse motivo, no tempo da Reforma isso não foi percebido como
um abuso de menor importância, mas sim como um dos males mais fundamentais
da Igreja." (Weber, 2002:95).
Lutero tinha consigo o seu coração de pastor. Para ele, não se devia alarmar os fracos de fé até
que eles estivessem bem firmados nas razões teológicas que vinham a orientar as novas
formas de culto. Ele tinha fraca inclinação pelas coisas novas somente pela novidade e
também não apreciava as pessoas levianas que andam à caça delas; entretanto, reconhecia,
que o que ensinava exigia algumas mudanças no culto "O luteranismo deriva-se não somente
do Novo Testamento, mas também do temperamento germânico de Lutero e das condições
políticas da Igreja na Alemanha." (Hahn, 1989:29).
10
Cartas de absolvição que garantiam o perdão dos pecados.
17
Lutero tinha consigo uma grande preocupação. Essa preocupação nada mais era para que os
homens pudessem ouvir e compreender a mensagem da Graça de Deus através da Palavra. "...
para os pais da Igreja do Luteranismo era artigo de fé que a graça fosse revogável
(amissibilis) e que poderia ser obtida novamente pela humildade penitente e pela confiança
perseverante na palavra de Deus e nos sacramentos." (Weber, 2002:81).
Para Lutero, o crente religioso pode se assegurar de seu estado de graça se sentindo como
receptor do Espírito Santo, ou seja, a sua vida religiosa tenderá para o misticismo e para a
emotividade. (Ibidem)
Com a Reforma Protestante surge então o protestantismo clássico que traz consigo um
conteúdo de doutrinas que contestava o catolicismo romano tais como: Sacerdócio universal -
acaba com a figura do sacerdote como intermediador entre o crente e Cristo e cria a figura do
pastor, ou seja, cada crente torna-se um sacerdote; Salvação unicamente pela fé em Cristo -
questiona os ritos e toda aquela pomposa liturgia católica. O ser homem somente será
justificado mediante a fé em Cristo não mais pelas Indulgências, Missas em Ações de Graças
entre outras; e a Bíblia torna-se o único livro de fé e verdade - contesta toda a tradição do
culto católico fundado na pretensão petrina (primado de Pedro) e sucessão apostólica.
"Essas três doutrinas teológicas juntamente com as outras doutrinas das 95 teses
de Lutero acarretarão, principalmente mais tarde, com Calvino, uma nova forma
de ver e viver a realidade, trazendo diversas transformações no campo sócio-
econômico com o fim da usura, assídua incentivação ao trabalho,
empreendimentos etc..." (Azevedo, 2001:8).
O Calvinismo
O Calvinismo foi uma doutrina fundada pelo religioso francês João Calvino, que nasceu em
Noyon no ano de 1509 e vindo a falecer em 1564. À mesma época de Martinho Lutero, foi
também um dos principais teóricos da Reforma Protestante no século XVI, porém com
paradigma diferente, doutrina da predestinação
11
. Calvino, apesar de ter estudado latim,
filosofia e dialética, formou-se em direito.
11
O grifo é meu.
18
"O calvinismo foi a fé sob a qual se desenrolaram as grandes contendas políticas
e culturais dos séculos XVI e XVII nos países mais desenvolvidos - Holanda,
Inglaterra e França. ... Naquele tempo, e em geral ainda hoje, a doutrina da
predestinação era considerada seu dogma mais característico." (Weber,
2002:78).
A adesão de Calvino à Reforma Protestante é marcada a partir do momento que em 1532
publica sua primeira obra, dois livros sobre a Clemência do Imperador Nero. Aos 26 anos, em
1535, passa a ser considerado o chefe do protestantismo francês. Mudou-se para a cidade de
Genebra – Suíça. Entretanto, perseguido pelas autoridades católicas, foi obrigado a refugiar-se
por durante três anos em Estrasburgo - Áustria. Após esse período retorna para a Suíça.
Para Calvino, o crente religioso pode ter a certeza de seu estado de graça se sentindo um
instrumento da Vontade Divina, ou seja, a sua vida religiosa tenderá para a ação ascética.
(Ibidem).
Sua doutrina diferencia-se do luteranismo basicamente pela noção da predestinação (a
salvação é uma escolha divina, cabendo ao homem apenas cooperar com a vontade de Deus).
"Para o próprio Calvino ... Ele se sentia como um agente escolhido do Senhor, e tinha certeza
de sua própria salvação." (Idem: 86). Do calvinismo, que foi inspirado a partir de uma
ideologia ascética e puritana, mais tarde, fez surgir o aparecimento do presbiterianismo.
"O calvinismo foi impregnado pela idéia de que Deus, criando o mundo -
incluindo a sociedade - deve ter desejado que as coisas fossem objetivamente
propositadas, como meio de aumentar sua glória: não a criatura por si, mas a
organização das coisas materiais sob a sua vontade." (Id.: 173).
Quanto à doutrina da predestinação, controvérsias têm surgido em relação a este ser o dogma
mais importante ou somente apenas um acessório da Igreja Reformada. (Ibidem). Entretanto,
o mesmo salienta que não avança nessa questão por não ser o seu objeto de estudo e sim
ocupado em julgamentos de imputação histórica
12
, ou seja, com o significado histórico do
dogma.
"... o calvinismo procedia com sua disciplina eclesiástica: sua finalidade não era
a salvação da alma dos condenados, o que era assunto de Deus apenas (e, na
prática, deles mesmos), e não podia de modo algum ser influenciado pelos meios
12
O grifo é meu.
19
à disposição da Igreja, mas simplesmente pelo aumento da glória de Deus."
(Idem: 174).
O Que é o Pentecostalismo
13
Ultimamente, muito se ouve falar acerca da expansão fenomenal dos protestantes pentecostais
e neopentecostais no território brasileiro, não somente no campo da religiosidade bem como
no econômico e notoriamente na política, haja vista o número crescente desses religiosos que
são eleitos em vários níveis da política. Dessa forma, pretendemos aqui no referido capítulo
abordar a sua inserção e expansão desde sua origem/procedência até suas características
essenciais nos dias atuais.
"Houve também fatores positivos de ordem política, social e da estrutura
religiosa do país que favoreceram ... as igrejas protestantes ou evangélicas no
Brasil, como elas preferem ser chamadas, tornaram-se mais vivas e florescentes
de todas as jovens igrejas." (Hahn, 1989:13).
Em sua obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber diz que, até os dias de
hoje, a Igreja Católica tem sob seu olhar o calvinismo como sendo seu real oponente. Haja
vista o advento e expansão do pentecostalismo e do neopentecostalismo. Ainda segundo ele,
tal situação pode ser explicada parcialmente em bases puramente políticas. "Embora a
Reforma seja impensável sem o desenvolvimento religioso pessoal de Lutero, e embora tenha
sido amplamente influenciada por sua personalidade, sem o calvinismo seu trabalho não
teria tido um sucesso permanente e concreto." (Weber, 2002:72).
É necessário que se entenda a diferença entre protestante e pentecostal
14
. Muitos acreditam
serem todos uma mesma coisa, porém a diferença está em: todo pentecostal é protestante mas
nem todo protestante é necessariamente pentecostal. ."...De que modo e por que eles se
diferem da igreja da Reforma?..." (Hahn, 1989:14).
O aspecto fundamental que faz a diferença entre o protestante pentecostal dos demais
protestantes e os católicos está basicamente voltado para a ênfase que é dada à crença no
13
"Festa que se originou de uma cerimônia religiosa dos judeus (festa do fogo) que comemora o dia em que o
Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, marcando o início do cristianismo." (Machado, 1992:48).
14
Existe, um movimento chamado de Renovação Carismática Católica – RCC, que também é pentecostal apesar
de não ser evangélico. Ver artigo de Maués(2002, 37-64).
20
ESPÍRITO SANTO. Assim sendo, esta é a crença maior, onde a manifestação do Espírito
Santo significa a crença comum que faz a integração dos crentes ao conjunto pentecostal.
Por se originar do cristianismo, tanto o pentecostalismo quanto o catolicismo e mesmo o
protestantismo histórico têm pontos em comum. Entretanto, o pentecostalismo se diferencia
por sua crença maior, que é a crença no Espírito Santo e em suas práticas religiosas. A
exemplo disso ele não organiza missa nem pratica a idolatria.
Basicamente, os protestantes estão classificados em três grandes grupos a saber: Protestante
Histórico ou de Missão; Protestante Histórico Renovado (pentecostais); e Protestante
Pentecostais, sendo este último o nosso objeto de estudo para o presente trabalho.
O culto pentecostal é praticado normalmente por pessoas sem formação curricular, através de
acesso direto à Bíblia e de expressões espontâneas. "O próprio pastor é uma pessoa sem
instrução, sobretudo do ponto de vista bíblico." (Azevedo, 2001:13). É um culto totalmente
emocional, voltado para as massas onde acreditam que o Espírito Santo derrama sobre os fiéis
uma variedade de dons, principalmente o dom de falar línguas.
15
Conforme o já sustentado anteriormente, a base de credibilidade no Espírito Santo é retirada
da Bíblia, onde seus textos são tomados ao pé da letra. A hermenêutica
16
é feita de forma
espiritualizante. Entretanto, um outro ponto que merece destaque é a convicção no MILÊNIO
aliada a uma nova escatologia
17
. O milênio está orientado para a segunda vinda de Jesus
Cristo ao mundo. Ele é o (Messias) Salvador.
"No campo sócio-teológico eles sistematizaram uma nova escatologia, conforme
contexto sócio-econômico em que estavam inseridos, cujos elementos
(arrebatamento da Igreja, governo do Anticristo (666) e, posteriormente, o
governo físico de Cristo por mil anos na Terra) favoreceram o fortalecimento do
sistema capitalista atual." (Idem: 12)
15
" ... o que os evangélicos pentecostais exercitam é o fenômeno da glossolalia, que é diferente do fenômeno da
xenoglossia. Glossolalia é a emissão de sons através de um estado de êxtase. Xenoglossia é a faculdade de
alguém falar certos idiomas gramaticalmente corretos sem nunca tê-los estudado. Esse foi o fenômeno que
ocorreu no dia de Pentecostes quando da ascensão de Jesus Cristo. Os discípulos anunciaram a mensagem de
evangelização em outras línguas sem nunca tê-las conhecido." (Ibidem).
16
Interpretação (da Bíblia) dos textos sagrados.
17
É a parte da teologia que estuda o final dos tempos.
21
Acreditando nos elementos citados acima, isso faz com que os crentes evangélicos
pentecostais deixem de conhecer a causa de seus verdadeiros problemas sociais, tais como: o
desemprego, a fome, a falta de segurança (violência) dentre outros. Dessa forma,
desconhecendo as causas desses e de outros problemas, essas pessoas não terão condições de
criar nenhuma forma de contestação ao paradigma vigente. Ainda segundo Azevedo, todas
essas falhas sociais têm que acontecer para que se justifiquem os eventos já citados, gerando
dessa forma, conformismo com a situação social atual.
Um exemplo prático de tal situação é visto acontecendo dentro do neopentecostalismo com a
venda de bens simbólicos tais como: cura dos corpos; dos problemas afetivos; culto da
prosperidade; da saúde; da segurança; profissionais e econômicos; libertação de demônios
etc... Se a pessoa não for membro da igreja e estiver desempregada, esta causa social é vista
como obra do demônio; entretanto, se a pessoa for convertida, isso passa a ser visto como
sendo uma provação teodicéica, e nunca como um produto da estrutura sócio-econômica do
atual sistema de produção globalizado. Da mesma forma isso também se aplica aos demais
problemas sociais.
A questão social já preocupava os protestantes bem antes de estarmos vivenciando esses
problemas conforme nos dias atuais. A exemplo disso, conforme explica Reily, surgem nos
Estados Unidos duas correntes teológicas a saber: o Evangelho Social que se inspirou no
pensamento de Karl Marx; e o liberalismo que por sua vez se inspirou no pensamento de
Charles Darwin.
A influência dessas duas correntes enfatizava o conceito do Reino de Deus, e se fizeram
presentes de diversas maneiras. Juntamente com as igrejas e instituições semelhantes
nasceram as settlement houses ou centros sociais que basicamente buscavam prestar serviços
sociais, educativos e recreativos, associados aos tradicionais serviços religiosos. A exemplo
disso, questões de justiça do operariado tais como: redução da jornada de trabalho; proteção
ao menor e à mulher operária; direito de negociação coletiva com o patronal; direito de greve;
melhores condições de trabalho; paz mundial; e discriminação racial dentre outros.
No início do século XX o Brasil ainda se apresentava um país extremamente rural e agrícola.
Entretanto, missionários americanos imbuídos desses ideais trouxeram para o Brasil,
especialmente para o Rio de Janeiro e Porto Alegre, as correntes citadas acima, onde o Credo
22
Social foi adotado amplamente pelas denominações locais, normalmente sem uma recíproca
compreensão do seu alcance.
Segundo Malatesta, em análise que faz acerca das questões e males sociais, a maioria dos
males que afligem a humanidade está associada à falta de organização social, e aponta o
homem como a solução, utilizando apenas a sua boa vontade e sua sabedoria. Ele acrescenta
mais ainda:
No atual estado da sociedade, alguns grupos de homens monopolizam
arbitrariamente a Terra e de todas as riquezas sociais, enquanto que a grande
massa do povo, privada de tudo, é espezinhada e oprimida. Nós conhecemos o
estado de miséria em que se encontram geralmente os trabalhadores – e também
conhecemos todos os males derivados desta miséria: ignorância, crime,
prostituição, fraqueza física, abjeção moral e morte prematura.” (Malatesta,
1979:37)
Origem do evangelismo pentecostal
Acredita-se que a semente desse fenômeno, o pentecostalismo, foi a partir da Escola Bíblica
de Topeka, Kansas, nos Estados Unidos da América. Naquele local, Charles Pahram
costumava defender a idéia de que falar em línguas era um dos sinais que acompanhavam o
Batismo do Espírito Santo. Entretanto, o início formal desse movimento aconteceu quando em
6 de abril de 1906 em uma reunião de oração à Rua Azuza, nº 312, na cidade de Los Angeles,
estado da Califórnia, EUA, um menino de apenas oito anos de idade falou em línguas, sendo
seguido por outras pessoas.
Essa reunião foi liderada pelo pregador negro W. J. Seymour, que havia sido expulso da
Igreja da evangelista negra Nelly Terry em Los Angeles pelo seguinte fato: "Seymour
declarou que Deus tem uma terceira bênção, além da santificação, a saber: o Batismo do
Espírito Santo, acompanhado do falar em línguas" (Reily, 1993:367). Seymour era discípulo
de Charles Pahram.
À proporção que podemos observar, com o advento do pentecostalismo, faz surgir o que
Azevedo chama de "reavivamento do Cristianismo", despertando um culto totalmente
emocional, voltado para as massas mediante a crença do batismo com o Espírito Santo e do
dom de falar em línguas (xenoglossia). Essas doutrinas são consideradas irracionais pelas
23
igrejas evangélicas tradicionais. Lá, as orações coletivas bem como a prédica
18
acontecem
com palavras de cada crente sem exigência de nenhuma formação curricular.(Machado,1992).
O advento evangélico pentecostal no Brasil
O pentecostalismo no Brasil tem como marco o ano de 1910, exatamente 100 anos após D.
João VI ter permitido a prática do culto protestante no Brasil (com restrições), garantido
através do tratado de comércio assinado em 1810 com os ingleses. "O movimento pentecostal
estava na sua infância quando chegou ao Brasil." (Reily, 1993:368).
Chegando dos Estados Unidos da América em março do ano 1910, o italiano Luigi
Francescon dirigiu-se ao bairro do Brás
19
, na cidade de São Paulo, e passou a freqüentar a
igreja presbiteriana local. Passado algum tempo, foi convidado a falar do púlpito
20
daquela
igreja. Entretanto, sua mensagem não foi muito bem aceita e gerou um racha dentro da igreja,
fazendo com que ele fosse convidado a sair. Após esse acontecimento, juntamente com seus
seguidores, ainda no mesmo ano, eles formaram o núcleo da igreja pentecostal que se chamou
Congregação Cristã no Brasil.
Também chegando dos Estados Unidos em 19 de novembro de 1910, os missionários suecos
de origem batista Daniel Berg e Gunnar Vingren destinaram-se à Região Norte do País, mais
precisamente na cidade de Belém, Pará, quando em meados de 1911 fundaram a Assembléia
de Deus. A fundação dessa nova seita aconteceu quando após alguns meses de convivência
com a Igreja Batista daquela localidade suas práticas pentecostais fizeram gerar dissensão
entre os membros da igreja. Isso fez com que eles fossem convidados a se retirar; entretanto,
quando saíram levaram consigo dezoito membros dissidentes dessa Igreja.
A expansão evangélica pentecostal no Brasil
Conforme podemos observar, o pentecostalismo chegou ao Brasil no início do século XX e
emergiu através da Região Sudeste, em São Paulo - SP, com a denominação de Congregação
18
Sermão, pregação, discurso.
19
Local caracteristicamente povoado na sua maioria por imigrantes italianos.
20
Tribuna, nos templos, de onde os oradores fazem pregação.
24
Cristã no Brasil através da cisão de evangélicos presbiterianos, e na Região Norte em Belém -
PA, com a denominação de Assembléia de Deus com a cisão de evangélicos de origem
batista. Vale ressaltar que essas duas cidades eram as que mais se destacavam como
emergentes centros urbanos em virtude do cenário econômico daquela época, absorvendo
força de trabalho oriunda da área rural. A primeira em virtude da industrialização que o país
começa a viver, e a segunda devido à explotação/exportação da borracha, que já começava a
demonstrar sinais de decadência.
"O pentecostalismo ... chegou com a força de uma tempestade tropical,
penetrando nas principais regiões do país e em quase todos os povoados. ...
descobriu nas massas esquecidas e analfabetas e nos adeptos do catolicismo
popular um campo fértil para sua mensagem e métodos e obteve resposta."
(Hahn, 1989:335).
A partir desses três pioneiros que introduziram o pentecostalismo no Brasil, começam então a
surgir novas denominações, tais como: Igreja Evangélica Pentecostal "O Brasil para Cristo",
Igreja do Evangelho Quadrangular e outras. Cabe ressaltar que a vinda dessas igrejas acontece
justamente quando o Brasil começa a sofrer processo de urbanização e paralelamente a
migração do homem do campo (êxodo rural) para os centros urbanos, desencadeando dessa
forma um processo social, a favelização. Esses camponeses frustrados e analfabetos vinham
em busca de uma vida mais digna e de oportunidades.
De acordo com Machado, essas duas áreas, São Paulo – SP e Belém – PA, se configuravam
como sendo áreas populacionais, acolhedoras das camadas “populares urbanas”,
caracterizando-se como estratégicas de inserção e de expansão pentecostal devido aos fatos:
“Belém era basicamente composta de migrantes/retirantes nordestinos que foram
expulsos de seus locais de moradia pela seca de 1877. De um lado, tem-se uma
população composta majoritariamente de italianos vinculados ao movimento
sindical, o que pressupõe um determinado nível de organização social; de outro,
tem-se uma população amplamente desprivilegiada, não só econômica como
culturalmente.” (Machado, 1992:55).
Estrategicamente essas igrejas vão ao encontro dessas almas desamparadas tentando amenizar
as necessidades sociais vividas por essa gente. Eles encontravam boa acolhida e recebiam
convites para participação comunitária, fazendo se sentir como se estivessem em casa. Com
25
tanta afabilidade essas pessoas, sentindo a necessidade de amigos, começam a freqüentar a
igreja e aceitam o convite para serem crentes. Uma vez tendo aceito o convite, o visitante
começa a participar do círculo de expansão, com oportunidade de se tornar líder. Vale lembrar
que mudanças sociais também aconteceram, para melhor, com a chegada da família real ao
Brasil.
A presença da realeza atraiu as grandes famílias para a Capital. Isso marcou o
início de grandes mudanças sociais. Os ricos senhores de terras, os fazendeiros,
ausentaram-se de suas plantações e vieram ao Rio de Janeiro para comprar ou
receber títulos, honrarias e condecorações, entregando a subalternos a
supervisão de seus cultivos de cana-de-açúcar e de algodão e de seus rebanhos.”
(Hahn, 1989:42).
Apesar de ter chegado ao Brasil a partir de 1910, foi durante os anos de 1950 e 1960 que de
fato começou a acontecer a explosão pentecostal, que sob a forma de missões intensivas eram
verdadeiras Cruzadas de Evangelização
21
. Conforme acontecia desde o início, as camadas
mais populares foram as camadas sociais mais atingidas por essa explosão. (Sanchis,1997).
Ainda, segundo Sanchis, já se começa a notar nos dias atuais uma pequena presença de outras
camadas sociais; contudo, em sua análise ele classifica como sendo uma religião de pobres,
pois o pentecostalismo tem a sua presença conhecida visivelmente nos bairros populares.
Em seu trabalho, ele acrescenta mais ainda o resultado do Censo Institucional Evangélico e
Novo Nascimento feito pelo Instituto de Estudos da Religião – ISER. Foram fundados cinco
novos templos evangélicos pentecostais, sendo o equivalente a um templo por dia útil da
semana, isso somente na área do grande Rio, entre o período de 1990 e 1993.
Com base em estudos e análises feitas através das observações da diversidade social, cultural
e institucional do pentecostalismo urbano o crescimento pentecostal, explica sua ancoragem
nas camadas de baixa renda e “... (e os) atuais estudos corroboram o caráter multifacetado do
pentecostalismo e indicam que sua diferenciação é cultural, étnica e de gênero”.(Sanchis,
Oro e Seman, 1997:134). Acrescentam mais ainda que isso é uma heterogeneidade
introduzida pela diversificação denominacional.
21
O grifo é do autor
26
Concluindo este capítulo, tentaremos melhor elucidar o conteúdo fundamental de nosso
trabalho a expansão do fenômeno pentecostal fazendo algumas explanações e abordagens
metodológicas corroborado através das tabelas 1, 2, 3 e 4 e dos respectivos gráficos.
A tabela 1 contém dados primários em valores absolutos em nível de Brasil, obtidos a partir
do meu objeto de pesquisa: os Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000. Os seus valores
estão representados em milhões, ou seja, os valores encontrados originalmente foram
divididos por 1.000.000 (um milhão) onde alguns sofreram arredondamento. Nessa tabela
observamos que os valores crescem em todas as variáveis; entretanto, não vemos claramente o
quanto isso possa representar, dessa forma geramos as tabelas 2, 3 e 4 a partir da tabela 1.
Em virtude de o Censo de 1970 não dispor de dados desagregados para os diversos segmentos
religiosos, num primeiro momento foi considerado o ano de 1980 como base por ser o ano em
que as mudanças religiosas começaram a acontecer significativamente. Com o propósito de
compatibilizar as informações dos Censos de 1991 e 2000, às do Censo de 1980, agregamos
os católicos apostólicos brasileiros e os católicos ortodoxos aos católicos apostólicos
romanos, transformando em uma só variável chamada de Católicos. Ver Tabela 1 e Gráfico 1.
Ano Total Evangélicos Outras Sem
de Geral Católicos Não Pente- Pente- Religiões Religião
Recenseamento (1) (2) costais (3) costais
1980 119,0 105,9 7,9 4,0 3,9 3,0 2,0
1991 146,8 122,4 13,2 5,0 8,2 3,8 6,9
2000 169,9 125,5 26,2 8,2 18,0 5,3 12,5
Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000.
(1) inclusive as pessoas sem declaração de religião. (2) inclusive os católicos apostólicos brasileiros e os católicos ortodoxos.
(3) inclusive os de Missão e Outros evangélicos.
Nota: 1. No ano 2000, aos Pentecostais foram incluídos os Pentecostais Sem Vínculo Institucional.
segundo o ano de recenseamento (em milhões) Brasil - 1980 - 1991 - 2000
Total
Tabela 1 - Distribuição da população em valores absolutos por religião,
27
Gráfico 1- População em valores absolutos (em milhões) por religião,
segundo o ano de recenseamento - BRASIL - 1980/1991/2000
105,9
4,0
3,9
3,0
2,0
122,4
5,0
8,2
3,8
6,9
8,2
18,0
12,5
5,3
125,5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Católicos
Evang. Não
Pentecostais
Evangélicos
Pentecostais
Outras
Religes
Sem
Religião
Religiões
Valores absolutos (em milhões)
1980 1991 2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demogfico de 1980, 1991 e 2000. Dados da Amostra
Na tabela 2, temos a população por religião distribuída em valores relativos (%) em função do
total geral para cada ano, onde já começamos a observar melhor a distribuição dessa
população. Para a variável religião católica constatamos o incremento negativo que contava
com aproximadamente 89% da população, passando para 83,3,% e em seguida para 73,9%,
respectivamente para os anos de 1980, 1991 e 2000. Essa redução na proporção da população
católica resultou no incremento das proporções dos outros segmentos religiosos e
principalmente dos evangélicos pentecostais que salta de 3,2% em 1980 para 5,6% em 1991 e
logo em seguida para 10,6% em 2000. Um outro segmento que não podemos deixar de
considerar é o da população Sem Religião que, assim como os pentecostais, cresceu muito
significativamente, saltando de 1,6% em 1980 para 4,7% em 1991 e para 7,4% em 2000.
Com exceção dos Evangélicos Não Pentecostais que de 1980 para 1991 não sofreu nenhum
incremento mantendo-se estável em 3,4%, todas as outras variáveis cresceram positivamente.
Dessa forma, podemos sustentar que a expansão dos cristãos evangélicos pentecostais cresce
inversamente proporcional ao apontado pela religião católica a cada recenseamento. “Até os
anos 1980, o perfil religioso da população brasileira pouco se altera: a religião católica
mantém a sua supremacia herdada da época colonial. Entre 1970 e 1980, nenhuma mudança
significativa aparece nos recenseamentos.” (Jacob, 2003:33)
28
Ano Total Evangélicos Outras Sem
de Geral Católicos Não Pente- Pente- Religiões Religião
Recenseamento costais costais
1980 100,0 89,0 6,6 3,4 3,2 2,5 1,6
1991 100,0 83,3 9,0 3,4 5,6 2,6 4,7
2000 100,0 73,9 15,4 4,8 10,6 3,1 7,4
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1980, 1991 e 2000
Tabela 2 - Distribuição relativa (%) da população por religião,
segundo o ano de recenseamento - Brasil - 1980 - 1991 - 2000
Total
Gráfico 2 - Distribuição relativa da população por religião,
segundo o ano de recenseamento - Brasil - 1980/1991/2000
2,5
3,1
7,4
1,6
3,2
3,4
89,0
83,3
3,4
5,6
2,6
4,7
73,9
10,6
4,8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Católicos o
Pentecostais
Pentecostais Outras
Religiões
Sem
Religião
(%)
1980 1991 2000
Fonte: IBGE/DPE, Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000.
Os valores encontrados na tabela 3 referem-se à taxa média geométrica de crescimento anual,
em percentual, para a população brasileira, por religião. Essas taxas foram calculadas
aplicando-se a fórmula da expressão conforme figura 1.
29
Figura 1- Fórmula da taxa média geométrica de crescimento
22
1001
0
1
×
=
t
P
P
i
No período de 1980 para 1991 o menor ritmo de crescimento, 1,3% ao ano, aconteceu entre os
Católicos contra 7,1% para os Pentecostais. Porém, para o mesmo período o maior ritmo de
crescimento, 12,2%, foi registrado para os Sem Religião, por ano. Já no período de 1991 a
2000 os Católicos registraram um crescimento muito menor ainda, 0,3%, comparado com o
período anterior. Os Pentecostais confirmaram o ritmo de crescimento com 9,1% para esse
mesmo período. Entretanto, o segmento dos Sem Religião que expressou o maior valor para o
período passado acelerou com menor ritmo o crescimento, caindo para 6,7% ao ano.
Ao longo dos vinte anos, para o período de 1980 a 2000 os maiores ritmos de crescimento
anual foram mantidos para os Sem Religião e os Pentecostais em 9,7% e 8,0%,
respectivamente. Também foi mantido o menor ritmo de crescimento de 0,9% ao ano para os
católicos. Dessa forma, pode ser explicada a expansão desses dois segmentos contra o
esvaziamento dos Católicos.
Ano Total Evangélicos Outras Sem
de Geral Católicos Não Pente- Pente- Religiões Religião
Recenseamento costais costais
1980/1991 1,9 1,3 4,8 2,0 7,1 2,2 12,2
1991/2000 1,6 0,3 7,9 5,7 9,1 3,7 6,7
1980/2000 1,8 0,9 6,2 3,6 8,0 2,9 9,7
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1980, 1991 e 2000
Total
Tabela 3 - Taxa média geométrica de crescimento anual da população por religião,
segundo o ano de recenseamento, em percentual - Brasil - 1980 - 1991 - 2000
22
i = taxa média geométrica de crescimento; t = intervalo de tempo entre os períodos (anos); P
0
= População no
período anterior; P
1
= População no período atual. Após encontrada foi multiplicada por cem.
30
Gráfico 3-A
Taxa média geométrica de crescimento anual em percentual das pessoas,
por religião, segundo o ano de recenseamento
Brasil -1980/1991/2000
1,3
2,0
7,1
2,2
0,3
5,7
9,1
3,7
6,7
12,2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Católicos o
Pentecostais
Pentecostais Outras
Religiões
Sem
Religião
Taxa média geométrica anual (%)
1980/1991
1991/2000
Fonte: IBGE/DPE, Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000
Gráfico 3-B
Taxa média geométrica de crescimento anual em percentual, das pessoas
por religião, segundo o ano de recenseamento - BRASIL - 1980/2000
0,9
3,6
8,0
2,9
9,7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Católicos Não
Pentecostais
Pentecostais Outras
Religiões
Sem
Religião
Taxa média geométrica anual (%
)
1980/2000
Fonte: IBGE/DPE, Censos Demográficos de 1980/2000
31
A tabela 4 refere-se aos números índices
23
de crescimento da população brasileira dentro de
cada segmento religioso, tomando-se como base os anos de 1980 e 1991. Conforme podemos
observar no período de 1980/1991, durante onze anos os católicos cresceram 15,6% contra
111,7% e 255,7 para os pentecostais e os sem religião, respectivamente. Em outras palavras
podemos dizer que comparado aos católicos os pentecostais cresceram 7,2 vezes mais, assim
como os sem religião cresceram 16,4 mais, superando muito mais ainda os pentecostais.
Para o período de 1991/2000 da tabela 4, durante esses nove anos os católicos com seus 2,6%
mostram mais uma vez um crescimento muito mais lento e pouco significativo, se comparado
ao período anterior. Da mesma forma, os Sem Religião se mostraram com um crescimento
bem inferior ao período passado, caindo para 79,8%. Entretanto, os pentecostais conseguem
superar o período anterior, crescendo mais 119,5%. Assim sendo, para este período,
comparados aos católicos, os Sem Religião correspondiam a 30,1 vezes mais, enquanto que os
Pentecostais correspondiam a 46,0 vezes mais.
Para os vinte anos correspondentes ao período de 1980/2000, o quadro mostra-se
aparentemente igual ao período de 1980/1991, enquanto os Católicos cresceram num ritmo
lento de 18,6%, os Pentecostais cresceram 364,7% e os Sem Religião 539,6%.
Correspondentemente aos católicos isso significa dizer que os Protestantes eram 19,6 vezes
maior, assim como os Sem Religião eram maior 29,0 vezes.
Ano Total Evangélicos Outras Sem
de Geral Católicos Não Pente- Pente- Religiões Religião
Recenseamento costais costais
1980 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
1980/1991 23,4 15,6 67,3 24,5 111,7 26,4 255,7
1991/2000 15,7 2,6 98,5 64,3 119,5 39,1 79,8
1980/2000 42,7 18,6 232,0 104,6 364,7 75,8 539,6
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 1980, 1991 e 2000
Tabela 4 - Índice percentual da população, por religião,
segundo o ano de recenseamento - Brasil - 1980 - 1991 - 2000
Total
23
Os números índices foram calculados tomando como base o ano de 1980 dentro da mesma variável, dividindo-
se o valor de cada ano subseqüente pelo valor de referência e desse valor subtraindo a unidade e logo em seguida
multiplicando-se por cem.
32
Gráfico 4-A
Índice de crescimento relativo das pessoas por religião,
segundo o ano de recenseamento - Brasil - 1980/1991/2000
15,6
24,5
26,4
2,6
64,3
39,1
79,8
255,7
111,7
119,5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
Católicos Não
Pentecostais
Pentecostais Outras
Religiões
Sem
Religião
(%)
1980/1991
1991/2000
Fonte: IBGE/DPE - Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000
Gráfico 4-B
Índice de crescimento relativo da população por religião,
segundo o ano de recenseamento - BRASIL - 1980/2000
18,6
104,6
364,7
75,8
539,6
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
420
440
460
480
500
520
540
Católicos Não
Pentecostais
Pentecostais Outras
Religiões
Sem
Religião
(%)
1980/2000
Fonte: IBGE/DPE - Censo Demográfico de 1980 e 2000
2
vem pregando um modelo de Estado mínimo, onde os serviços sociais básicos passaram para
a alçada da iniciativa privada.
Esse novo paradigma sociopolítico, além de criar o consumo exclusivo desse bem básico, uma
vez que eles são oferecidos, pela iniciativa privada, quando os mesmos devem ser oferecidos
pelo Estado não possuem qualidade, o que acaba criando uma certa degeneração social.
O desemprego, vem acarretando inúmeras transformações socioespaciais nos últimos tempos,
como a solidão urbana (pois é cada vez mais difícil a manutenção de uma relação afetiva
devido às carências sociais), e, como conseqüência, as crises existenciais.
É, todavia, nesse cenário, que surge o evangelismo pentecostal, que por ora não tem nenhuma
relação com o protestantismo cristão, ocorrido no século XVI com as “95 teses de Lutero”,
que vieram a marcar o início da Reforma, seguido das “Institutas” de Calvino, ao qual
denominamos de protestantismo clássico.
O evangelismo pentecostal tem sua origem nos Estados Unidos da América, e sua doutrina foi
exportada para a América Latina (no Brasil, chegou no fim da primeira década do século
passado), para trazer, dentre outras, esperança, sentido para uma população carente das
necessidades mais básicas que o indivíduo possa precisar para que sua existência tenha
continuidade nesse contexto social que chamamos de Mundo.
As denominações cristãs evangélicas pentecostais vêm atraindo muitas pessoas para elas.
Pessoas oriundas de religiões tradicionais, como é o caso de dona Flor Pereira dos Santos
1
,
que conta: "Eu nasci uma pessoa, não sei se era católica. Eu vim entender que era católica
quando tinha mais ou menos cinco anos, quando minha avó me ensinou a rezar o Pai Nosso e
a Ave Maria. Eu me tornei rezadeira. O padre aqui era eu. Mas hoje eu sou evangélica, em
nome de Jesus, e não vou sair nunca"
2
.
Note que dona Flor disse: "...hoje eu sou evangélica...". "... as palavras evangélico e
protestante são permutáveis. A palavra evangélico é, desde o início, mais usada e preferida"
1
Dona Flor, rezadeira, nascida em Alto Paraíso - Goiás, hoje, reside atrás da Igreja Católica que ajudou a
construir.
2
Entrevista concedida ao repórter Ismar Madeira, do Globo Repórter, exibido em 13/06/2003 pela TV
GLOBO.
3
entre os protestantes. Entretanto, "a palavra protestante é às vezes empregada pelos escritores
católicos romanos, mas nunca pelos próprios protestantes." Hahn (1989:16). Dessa forma, em
algum momento, o leitor poderá se deparar com esse ou aquele vocábulo.
Assim como dona Flor, o próprio pastor da igreja que ela freqüenta também era católico.
Podemos acrescentar a essa lista de prosélitos alguns nomes conhecidos do meio artístico, tais
como: Nelson Ned, Vanderley Cardoso, Mara Maravilha, Sara Sheeva, filha dos cantores
Pepeu Gomes e Baby do Brasil, que também já se converteu sob a influência da filha, dentre
outros.
Assim como eles, outras tantas pessoas que se diziam a-religiosas, ou que nunca tinham antes
sido adepto de alguma religião. Pessoas marcadas por diversos tipos de carência, constituindo
uma verdadeira transformação espaço-social, devido a essa grande mobilidade.
Esse fenômeno não é uma peculiaridade somente do Município de São Gonçalo. Já é
generalizado em todo o País
3
. Entretanto, é nas regiões mais carentes de infra-estrutura básica
que ele é mais expressivo e atuante.
Tudo indica que essa mobilidade dos habitantes de São Gonçalo para essas denominações
cristãs nada mais é do que a busca de sentido num ambiente marcado pela pobreza e
desigualdade social, e como conseqüência da degeneração da infra-estrutura básica do
Município.
Cumpre esclarecer que o presente trabalho não envolve nenhum debate das inúmeras
correntes de pensamento teológico e/ou antropológico e/ou filosófico sobre religião. O que o
nosso estudo pretende é dar sua contribuição quanto à apreensão da inserção e difusão desse
grupo religioso em São Gonçalo, que em tão pouco tempo começou a despontar na mídia,
como sendo um dos fenômenos sociais mais expressivos do fim do século passado, que é o
evangelismo pentecostal. Quanto ao uso da mídia, em sua obra Mariano assim define:
A razão pela qual se investe tantos recursos na compra de emissoras de rádio é
óbvia: sua eficácia proselitista associada à grande audiência desse veículo de
3
Cerca de 26%, de acordo com o IBGE/Censo Demográfico de 2000.
4
comunicação nos lares dos estratos mais pobres da sociedade, justamente os mais
propensos ou suscetíveis à conversão pentecostal.” Mariano (1999:68)
O presente trabalho foi inspirado a partir de Azevedo, 2001. Entretanto, o mesmo procura se
alinhar, parcialmente, sob o olhar da abordagem metodológica e objetivo, na mesma
perspectiva do trabalho de Machado, 1992, bem como o trabalho mais recente de Jacob, 2003.
Um dos motivos que também nos levou a realizar este estudo foi o da observação empírica.
Passei a observar sob o olhar curioso de pesquisador o surgimento de templos e igrejas
protestantes, sem a devida contrapartida das demais igrejas. "...Sua difusão tem se dado
incessantemente, chamando a atenção não só de curiosos e pesquisadores, como também do
poder público, da classe política e empresarial e das Igrejas Tradicionais , principalmente da
Igreja Católica." Machado (1992:4)
Esse crescimento preocupa também os intelectuais que de um lado tentam entender e explicar
tal situação sob diferentes óticas o porquê desse fenômeno religioso, bem como a Igreja
Católica, que de outro lado vem procurando novas táticas e métodos estratégicos, para conter
o avanço do evangelismo pentecostal.
Acreditamos que a Igreja Católica nunca demonstrou preocupação com uma possível evasão
de adeptos; entretanto, hoje, diante de tão visível situação, ela tem pressa, pressa em reverter
ou conter essa situação. Haja vista os padres cantores, a exemplo o padre Marcelo Rossi e
outros que através de suas missas cantadas, musicadas e descontraídas paralelamente
procuram arregimentar e conquistar o maior número de adeptos para o cristianismo católico.
Acerca disso, o repórter Sérgio Chapelin assim descreve: "Pelos surpreendentes caminhos da
fé brasileira - católicos por formação e tradição, estamos assistindo ao aparecimento de
novas religiões e crenças. O que elas pregam? Como o Brasil se tornou o país da tolerância
religiosa?".
"A Chapada dos Veadeiros, no coração do Brasil, em Alto Paraíso de Goiás, é um exemplo
típico da tolerância religiosa, é refúgio dos dois grupos que mais crescem, segundo a pesquisa
de religiosidade do IBGE: os evangélicos e os sem-religião." (Globo Repórter, 11/07/2003).
5
, também, além dos católicos e dos sem religião os hippies e os místicos dentre outros
convivem sem conflito com novas igrejas evangélicas, que, apesar de estarem na mesma
cidade, cada um vive um mundo diferente. (idem).
O presente trabalho está composto por cinco partes, inclusive esta primeira que é introdutória.
No Capítulo 1, fazemos um levantamento do protestantismo como um todo, desde a época do
nascimento, filiação e afastamento da igreja católica do criador da reforma protestante –
Martinho Lutero, até a chegada da família real portuguesa ao Brasil e daí até os dias atuais. O
Capítulo 2 – Começamos fazendo uma abordagem comparativa entre os três níveis regionais:
município, região metropolitana e Estado – Unidade da Federação, até a construção das
variáveis demográficas, sociais e econômicas, inerentes ao levantamento do perfil desses
religiosos em São Gonçalo. O Capítulo 3 – define as áreas núcleo e periférica da região
metropolitana e do município e a partir daí começa a construção e análise da distribuição
dessa população religiosa, através dos mapas cloropléticos. Por fim, nas considerações finais
serão abordadas as conclusões pertinentes a cada capítulo, bem como o nosso ponto de vista
geral.
X
Aspectos Sociais ............................................................................................................ 47
Nupcialidade ............................................................................................................. 48
Casados ................................................................................................................ 48
Descasados ........................................................................................................... 48
Solteiros ................................................................................................................ 48
Educação ................................................................................................................... 50
Taxa de analfabetismo ......................................................................................... 50
Anos de estudo ...................................................................................................... 51
Famílias .................................................................................................................... 53
Tradicional ........................................................................................................... 53
Unipessoal ............................................................................................................ 54
Aspectos Econômicos ................................................................................................... 55
Taxa de crescimento da PEA .................................................................................... 55
Taxa de atividade ...................................................................................................... 55
Taxa de desemprego ................................................................................................. 56
Taxa de ocupação ..................................................................................................... 57
Rendimento total ....................................................................................................... 58
III - O PROTESTANTE PENTECOSTAL E O TERRITÓRIO URBANO ................. 65
A magnitude evangélica pentecostal em são Gonçalo ....................................................... 65
Metodologia ........................................................................................................................ 67
Área de estudo .................................................................................................................... 68
Características das áreas de estudo ................................................................................... 70
A dinâmica socioespacial em São Gonçalo ....................................................................... 73
Análise espacial das condições socioeconômicas .............................................................. 76
COMENTÁRIOS FINAIS ...................................................................................................... 92
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 95
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição da população em valores absolutos por religião, segundo o ano de
recenseamento (em milhões) Brasil – 1980 – 1991 – 2000 ........................................... 26
XI
Tabela 2 – Distribuição relativa (%) da população por religião, segundo o ano de
recenseamento - Brasil – 1980 – 1991 – 2000 ............................................................... 28
Tabela 3 – Taxa média geométrica de crescimento anual da população por religião, segundo o
ano de recenseamento, em percentual – Brasil – 1980 – 1991 – 2000 .......................... 29
Tabela 4 – Índice percentual da população, por religião, segundo o ano de recenseamento -
Brasil – 1980 – 1991 – 2000 .......................................................................................... 31
Tabela 5 – Taxa de crescimento relativo por sexo e religião, segundo os grupos de idade – São
Gonçalo – 1991/2000 ..................................................................................................... 45
Tabela 6 – Taxa de crescimento relativo das pessoas de 5 anos e mais de idade por anos de
estudo, segundo o sexo e a religião - São Gonçalo – 1991/2000 .................................. 53
Tabela 7 – Taxa de crescimento relativo das pessoas economicamente ativas, por sexo,
segundo a religião – São Gonçalo – 1991/2000 ............................................................ 55
Tabela 8 – Taxa de crescimento relativo das pessoas ocupadas de 10 anos e mais de idade, por
sexo, segundo a religião – São Gonçalo – 1991/2000 ................................................... 58
Tabela 9 – Taxa de crescimento relativo das pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade,
por religião e sexo, segundo as classes de renda total mensal per capita – São Gonçalo –
1991/2000 ...................................................................................................................... 60
Tabela 10 – Proporção da população por religião, segundo o distrito de residência – São
Gonçalo - 2000 .............................................................................................................. 69
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – População em valores absolutos (em milhões) por religião, segundo o ano de
recenseamento – Brasil – 1980/1991/2000 .................................................................... 27
Gráfico 2 – Distribuição relativa (%) da população por religião, segundo o ano de
recenseamento – Brasil – 1980/1991/2000 .................................................................... 28
Gráfico 3A – Taxa média geométrica de crescimento anual em percentual, das pessoas por
religião, segundo o ano de recenseamento – Brasil – 1980/1991/2000 ......................... 30
Gráfico 3B – Taxa média geométrica de crescimento anual em percentual, das pessoas por
religião, segundo o ano de recenseamento – Brasil – 1980/2000 .................................. 30
Gráfico 4A – Índice de crescimento relativo das pessoas por religião, segundo o ano de
recenseamento – Brasil – 1980/1991/2000 .................................................................... 32
XII
Gráfico 4B – Índice de crescimento relativo da população por religião, segundo o ano de
recenseamento – BRASIL – 1980/2000 ........................................................................ 32
Gráfico 5 – População por região de residência, segundo a religião - 1991 e 2000 ............... 38
Gráfico 6 – Razões de sexo por religião – São Gonçalo 1991/2000 ....................................... 42
Gráfico 7 – Distribuição relativa da população masculina por religião, segundo os grupos de
idade – São Gonçalo – 1991/2000 ................................................................................. 44
Gráfico 8 – Distribuição relativa da população feminina por religião, segundo os grupos de
idade – São Gonçalo – 1991/2000 ................................................................................. 44
Gráfico 9 – Distribuição da população por sexo e religião, em percentual, segundo a cor/raça
– São Gonçalo – 1991/2000 ........................................................................................... 47
Gráfico 10 – Taxa de crescimento relativo da população masculina de 10 anos e mais de idade
por religião e estado civil - São Gonçalo – 1991/2000 .................................................. 49
Gráfico 11 – Taxa de crescimento relativo da população feminina de 10 anos ou mais de idade
por religião e estado civil - São Gonçalo – 1991/2000 .................................................. 49
Gráfico 12 – Distribuição relativa das pessoas analfabetas de 15 anos ou mais de idade por
religião, segundo o sexo - São Gonçalo – 1991/2000 ................................................... 50
Gráfico 13 – Proporção dos homens de 5 anos ou mais de idade por anos de estudo, segundo a
religião – São Gonçalo .................................................................................................. 52
Gráfico 14 – Proporção das mulheres de 5 anos ou mais de idade por anos de estudo, segundo
a religião – São Gonçalo – 1991/2000 ........................................................................... 52
Gráfico 15 – Proporção de famílias com mais de uma pessoa, por sexo e religião da pessoa de
referência – São Gonçalo – 1991/2000 .......................................................................... 54
Gráfico 16 – Proporção das unidades familiares unipessoais por sexo e religião da pessoas de
referência – São Gonçalo – 1991/2000 .......................................................................... 54
Gráfico 17 – Taxa de atividade por sexo e religião – São Gonçalo ........................................ 56
Gráfico 18 – Taxa de desemprego das pessoas de 10 anos e mais de idade, por sexo e religião
– São Gonçalo – 1991/2000 ........................................................................................... 57
Gráfico 19 – Taxa de ocupação das pessoas de 10 anos e mais de idade por sexo e religião
São Gonçalo – 1991/2000 .............................................................................................. 57
Gráfico 20 – Proporção das pessoas católicas apostólicas romanas, ocupadas, de 10 anos e
mais de idade, por sexo e religião, segundo a classe de renda total e mensal em salário
mínimo – São Gonçalo – 1991/2000 ............................................................................. 59
XIII
Gráfico 21 – Proporção das pessoas evangélicas pentecostais, ocupadas, de 10 anos e mais de
idade, por sexo e religião, segundo a classe de renda total mensal em salário mínimo –
São Gonçalo – 1991/2000 .............................................................................................. 59
Gráfico 22 – População evangélica pentecostal por denominação, em percentual – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 75
Gráfico 23 – Proporção da população ocupada de 10 anos ou mais de idade, por religião,
segundo a ocupação – São Gonçalo – 2000 .................................................................. 85
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Fórmula da Taxa Média Geométrica de Crescimento ........................................... 29
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Perfil socioeconômico do católico apostólico romano, valores em percentual –
São Gonçalo – 2000 ....................................................................................................... 61
Quadro 2 – Perfil socioeconômico dos evangélicos pentecostais, valores em percentual – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 62
Quadro 3 – População evangélica pentecostal total e sua respectiva distribuição percentual por
sexo, segundo a igreja/denominação que freqüenta – São Gonçalo – 2000 .................. 74
ÍNDICE DE CARTOGRAMAS
Cartograma 1 – Divisão político-administrativa (Distritos) – Distribuição proporcional da
população total em percentual – São Gonçalo – 2000 ................................................... 69
Cartograma 2 – População católica apostólica romana – Proporção de pessoas por setor
censitário – São Gonçalo – 2000 ................................................................................... 71
Cartograma 3 – População cristã evangélica pentecostal – Proporção de pessoas por setor
censitário – São Gonçalo – 2000 ................................................................................... 72
Cartograma 4 – População católica apostólica romana – Anos mediano de estudo por setor
censitário – São Gonçalo – 2000 ................................................................................... 76
XIV
Cartograma 5 – População cristã evangélica pentecostal – Anos mediano de estudo por setor
censitário – São Gonçalo – 2000 ................................................................................... 78
Cartograma 6 – População católica apostólica romana – Extrema pobreza ou indigência por
setor censitário – São Gonçalo – 2000 .......................................................................... 78
Cartograma 7 – População cristã evangélica pentecostal – Extrema pobreza ou indigência por
setor censitário – São Gonçalo – 2000 .......................................................................... 79
Cartograma 8 – População católica apostólica romana de 10 anos e mais de idade – Renda
mensal do trabalho principal per capita em salário mínimo por setor censitário – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 81
Cartograma 9 – População protestante pentecostal de 10 anos e mais de idade – Renda mensal
do trabalho principal per capita em salário mínimo por setor censitário – São Gonçalo –
2000 ............................................................................................................................... 81
Cartograma 10 – Rendimento mensal do trabalho principal em salário mínimo – Chefes de
família católicos apostólicos romanos por setor censitário – São Gonçalo – 2000 ....... 82
Cartograma 11 – Rendimento mensal do trabalho principal em salário mínimo – Chefes de
família evangélicos pentecostais por setor censitário – São Gonçalo – 2000 ............... 82
Cartograma 12 – População branca católica apostólica romana de 10 anos ou mais de idade –
Renda mensal do trabalho principal em salário mínimo por setor censitário – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 83
Cartograma 13 – População branca protestante pentecostal de 10 anos ou mais de idade –
Renda mensal do trabalho principal em salário mínimo por setor censitário – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 83
Cartograma 14 – População negra católica apostólica romana de 10 anos ou mais de idade –
Renda mensal do trabalho principal em salário mínimo por setor censitário – São
Gonçalo – 2000 .............................................................................................................. 84
Cartograma 15 – População negra protestante pentecostal de 10 anos e mais de idade – Renda
mensal do trabalho principal em salário mínimo por setor censitário – São Gonçalo –
2000 ............................................................................................................................... 84
Cartograma 16 – Católicos apostólicos romanos de 10 anos e mais de idade – Taxas de
atividade por setor censitário – São Gonçalo – 2000 .................................................... 86
Cartograma 17 – Protestantes pentecostais de 10 anos e mais de idade – Taxas de atividade
por setor censitário – São Gonçalo – 2000 .................................................................... 86
Cartograma 18 – Católicos apostólicos romanos de 10 anos e mais de idade – Taxas de
ocupação por setor censitário – São Gonçalo – 2000 .................................................... 87
XV
Cartograma 19 – Protestantes pentecostais de 10 anos e mais de idade – Taxas de ocupação
por setor censitário – São Gonçalo – 2000 .................................................................... 87
Cartograma 20 – Católicos apostólicos romanos de 10 anos e mais de idade – Taxas de
desocupação/desemprego por setor censitário – São Gonçalo – 2000 .......................... 88
Cartograma 21 – protestantes pentecostais de 10 anos e mais de idade – Taxas de desocupação
/ desemprego – São Gonçalo – 2000 ............................................................................. 88
ANEXOS
Anexo 1 – Classificação da variável religião com seus respectivos códigos e nomes das
categorias / religião, de acordo com o IBGE/Censo Demográfico de 1991 .................. 99
Anexo 2 – Classificação da variável religião com os respectivos códigos e nomes de acordo
com o IBGE/Censo Demográfico de 2000 .................................................................. 100
Anexo 3 - Classificação das pessoas ocupadas e desocupadas de acordo com o IBGE/Censos
Demográficos de 1991 e 2000 ..................................................................................... 106
Anexo 4 - Correlação linear entre a população do Estado do Rio de Janeiro, Região
Metropolitana e São Gonçalo, tendo como referência os grandes grupos de religião
1991/2000 .................................................................................................................... 106
Anexo 5 – População absoluta e sua respectiva distribuição percentual por religião e ano de
recenseamento, segundo o sexo, o Estado do Rio de Janeiro e sua respectiva Região
Metropolitana e o Município de São Gonçalo – 1991/2000 ........................................ 107
Anexo 6 – População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva
distribuição percentual, em função do Estado do Rio de Janeiro, segundo o sexo, a
Região Metropolitana e o Município de São Gonçalo – 1991/2000 ........................... 108
Anexo 7 – População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva
distribuição percentual, em função da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo
o sexo, a Região Metropolitana e o Município de São Gonçalo – 1991/2000 ............ 109
Anexo 8 – População absoluta por religião e ano de recenseamento e sua respectiva
distribuição percentual, segundo o sexo, o Estado do Rio de Janeiro, sua Região
Metropolitana e o Município de São Gonçalo – 1991/2000 ........................................ 110
Anexo 9 – Taxa de crescimento relativo da população por religião, segundo o sexo, o Estado
do Rio de Janeiro, sua Região Metropolitana e o Município de São Gonçalo –
1991/2000 .................................................................................................................... 111
XVI
Anexo 10 – Taxa média anual de crescimento relativo por grandes grupos de religião,
segundo o sexo, o Estado do Rio de Janeiro, sua Região Metropolitana e o Município de
São Gonçalo – 1991/2000 ............................................................................................ 111
Anexo 11 – Distribuição percentual da população por grupo de religião, segundo o sexo – São
Gonçalo – 1991/2000 ................................................................................................... 112
Anexo 12 – Taxas de crescimento (%) relativo por religião, segundo o sexo – São Gonçalo –
1991/2000 .................................................................................................................... 112
Anexo 13 – Taxa de crescimento relativo por sexo e religião, segundo a cor ou raça – São
Gonçalo – 1991/2000 ................................................................................................... 112
Anexo 14 –Homens de 10 anos ou mais de idade, por religião e estado civil – São Gonçalo –
1991/2000 .................................................................................................................... 113
Anexo 15 – Mulheres de 10 anos ou mais de idade, por religião e estado civil – São Gonçalo –
1991/2000 .................................................................................................................... 113
Anexo 16 – Taxa de crescimento relativo das pessoas analfabetas de 15 anos ou mais de
idade, por religião, segundo o sexo – São Gonçalo – 1991/2000 ................................ 113
Anexo 17 – Taxa de crescimento relativo da família tradicional por sexo da pessoa de
referência, segundo a religião São Gonçalo – 1991/2000 ........................................... 114
Anexo 18 – Taxa de crescimento relativo da família unipessoal, por sexo da pessoa de
referência, segundo a religião – São Gonçalo – 1991/2000 ........................................ 114
Anexo 19 – Taxa de crescimento relativo das pessoas desocupadas de 10 anos e mais de idade
por sexo, segundo a religião – São Gonçalo – 1991/2000 ........................................... 114
Anexo 20 – Proporções e taxas percentuais da população, por religião e sexo, segundo o tipo
de indicador – São Gonçalo – 1991/2000 .................................................................... 115
Anexo 21 – Taxas de crescimento (%) relativo da população por religião, segundo o distrito
de moradia – São Gonçalo – 1991/2000 ...................................................................... 116
Anexo 22 – Quadro comparativo do número de setores censitários – São Gonçalo –
1991/2000 .................................................................................................................... 116
Anexo 23 – Relação de bairros por distrito – São Gonçalo .................................................. 117
Anexo 24 – Proporção da população evangélica pentecostal, em percentual, segundo a
unidade da federação - Brasil – 2000 ......................................................................... 118
IV
Aos meus pais, ele in memoriam.
Aos meus filhos Diana, Italmar, Igor e Luana aos quais deposito muita confiança.
A Nilza Maria Corrêa, que, além de perseverante, desde 1989 cotidianamente, com muito
carinho, paciência e sabedoria tem me acompanhado na laboriosa arte de viver.
V
Quanto tempo temos
Antes de voltarem
Aquelas ondas
Que vieram como
Gotas em silêncio
Tão furioso
Derrubando homens
Entre outros animais
Devastando a sede
Desses matagais
Devorando árvores
Pensamentos
Seguindo a linha
Do que foi escrito
Pelo mesmo lábio
Tão furioso
E se teu amigo vento
Não te procurar
É porque multidões
Ele foi arrastar
(Zé Ramalho
)
VI
Agradecimentos
Antecipadamente, gostaríamos de nos desculpar perante aquelas pessoas a quem porventura
nós tenhamos omitido seus nomes nesta lista;
A lista de agradecimentos é grande; todavia, gostaria inicialmente de agradecer a DEUS, por
me permitir nascer, estar vivo e me ajudar a vencer mais uma etapa de minha vida, apesar de
alguns percalços;
À instituição IBGE tão bem representada por Luiz Antonio Pinto de Oliveira e Paulo Roberto
Voss Gen Rudolphi, que me incentivaram a aproveitar a oportunidade que a mim me foi
propiciada para uma melhor qualificação pessoal, intelectual/profissional para o desempenho
de minhas funções e atividades junto a essa casa;
Ao corpo docente do programa de Mestrado da ENCE, bem como ao pessoal da parte
administrativa;
A Diana Rodrigues Oliveira (filha), Michelle Rodrigues Costa Ferreira (sobrinha) e Elisa
Lustosa Cailleaux (colega de trabalho), por me ajudarem nas traduções do inglês para o
português e vice-versa;
À minha colega do IBGE Nilza de Oliveira Martins Pereira, que sempre mui atenciosamente
me deu as dicas de: composição das religiões, elaboração de gráficos, estatísticas etc.;
Ao meu professor Mauro Pereira de Mello e minha colega da DGC/DECAR Mariléa
Ferreira Melo por me ajudarem nas dicas e tratamento dos arquivos de base geográfica;
Ao colega Antonio de Ponte Jardim pelas incansáveis dicas metodológicas, técnicas e
bibliográficas;
Ao Salvador Alberto Rocha de Azevedo, ex-ibgeano, hoje oficial do Exército brasileiro, pela
doação de material bibliográfico que me serviu, para despertar o interesse pelo tema bem
como de fonte de pesquisa;
A João Raposo Belchior, que muito gentilmente atendeu minhas solicitações para dirimir
dúvidas, em especial do Atlas GIS, e também pelas dicas e palavras incentivadoras;
À Prof
a
Dora Rodrigues Hees, por disponibilizar fonte bibliográfica de sua autoria junto à
nossa biblioteca do IBGE e indicação de material bibliográfico e sugestão de membro da
banca examinadora;
Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Alkmim dos Reis, orientador deste trabalho, e que desde o início
deu todo apoio para a concretização do mesmo. Não somente suas críticas e sugestões foram
importantes, mas sua credibilidade e amizade foram de fundamental importância;
VII
Ao Prof. Dr. Cesar Ajara que, transmitindo palavras de sabedoria devido a sua experiência
acadêmica, nos deu um certo conforto aceitando nosso convite para participar da banca
examinadora, sem nenhuma objeção. Com ele, tivemos a oportunidade de convivermos juntos
em salas de aula e pelos corredores da faculdade, durante o correr do curso, onde tão
sabiamente transmitia seus conhecimentos aos nossos ouvidos cheios de sede do saber.
À Prof
a
Dr
a
Clara Cristina Jost Mafra, que por indicação da Prof
a
Dora R. Hees aceitou nosso
convite como membro da banca. Tenho a relatar que, infelizmente, não tivemos a
oportunidade e o prazer de conhecê-la mais tempo para troca de informações. Entretanto,
vale ressaltar que sua indicação bibliográfica foi de suma importância;
Ao Márcio Antonio Cunha, pelas incessantes palavras de incentivo, e a Tereza Cristina pelas
dicas e indicações bibliográficas;
A Neivaldo Valter Salvadori que graças à sua grande experiência como revisor de textos,
gentilmente, deu sua prestimosa contribuição revisando nosso trabalho;
Aos bibliotecários, Odicéa Arantes Matos e Johnson Brito de Lima que tão gentilmente não
atendiam nossos pedidos de consultas bibliográficas quanto da revisão da bibliografia e
elaboração da ficha catalográfica;
A todos aqueles colegas de trabalho que de forma direta ou indiretamente nos deram apoio e
incentivo, bem como aos meus colegas/companheiros de curso de mestrado, não pelos
incentivos e críticas como também pelo carinho e paciência que tiveram conosco e pela
oportunidade de novos laços de amizade.
II
Ministério do Planejamento e Orçamento
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE
Reconhecida pelo Decreto n
0
51.163, de 08.08.61, publicado no D. O. de 16.08.6
1
A TERRITORIALIDADE EVANGÉLICA-PENTECOSTAL:
UM ESTUDO DE CASO EM SÃO GONÇALO - RJ
Aluno: Italmar Santos Oliveira
Dissertação submetida ao corpo docente do
programa de Pós-Graduação / Mestrado da
ENCE, como requisito parcial para obtenção
do grau de Mestre em Estudos Populacionais e
Pesquisas Sociais - Produção e Análise da
Informação Geográfica.
APROVADA:
Prof.
Dr. Antonio Carlos Alkmim dos Reis
(Presidente da Banca)
Prof
a
Dr
a
Clara Cristina Jost Mafra
Prof.
Dr. Cesar Ajara
Rio de Janeiro - RJ, 18/03/2005
Livros Grátis
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