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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
A INFLUÊNCIA DO TRABALHO NA
QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO E NA
SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA
IVANA WERNER DE OLIVEIRA TORELLY
Porto Alegre
2008
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IVANA WERNER DE OLIVEIRA TORELLY
A INFLUÊNCIA DO TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA
DO IDOSO E NA SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA
Dissertação submetida ao corpo docente do
Programa de Pós-graduação em Gerontologia
Biomédica da PUCRS como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de mestre em
Gerontologia Biomédica.
Orientador: Prof. Dr. Irênio Gomes da Silva Filho
Porto Alegre
2008
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3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T678i Torelly, Ivana Werner de Oliveira
A Influência do trabalho na qualidade de Vida do idoso
e na sintomatologia depressiva / Ivana Werner de Oliveira
Torelly. – Porto Alegre, 2008.
106 f.
Diss. (Mestrado em Gerontologia Biomédica) – Inst. De
Geriatria e Gerontologia, PUCRS.
Orientador: Prof. Dr. Irênio Gomes da Silva Filho
1. Gerontologia. 2. Envelhecimento. 3. Qualidade de
Vida. 4. Depressão. 5. Idosos – Trabalho. I. Silva Filho, Irênio Gomes
da. II. Título.
IVANA WERNER DE OLIVEIRA TORELLY
A INFLUÊNCIA DO TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA
DO IDOSO E NA SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA
Aprovada em ____ de ____________ de _____.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof Dr Alfredo Cataldo Neto (PUCRS)
________________________________________
Profa. Dra. Irani Iracema Argimon (PUCRS)
________________________________________
Prof. Dr. Irenio Gomes da Silva Filho (orientador)
“A longevidade está diretamente vinculada ao
conceito de libido.
Seu significado é fundamental na estruturação
do psiquismo humano.
Libido é uma palavra latina traduzida como
vontade, desejo, paixão.
O inconsciente humano é atemporal, não
distinguindo passado, presente ou futuro.
Em termos de circulação de energia psíquica
não há jovem, nem velho.
O que importa é o desejo de viver e este não
têm idade” (ELISABETH ADLER, 1999).
AGRADECIMENTOS
Aos meus avós, Willi (in memorian) e Antonio (in memorian) que foram
exemplos de envelhecimento ativo.
Aos meus pais Antonio e Ione, pelos ensinamentos recebidos, pelo carinho,
amor e por serem o porto seguro em todos os momentos.
Ao meu marido Sergio Torelly por ter incentivado a continuidade dos estudos
e pelo apoio recebido.
Aos meus irmãos Denise e Rodrigo que sempre estiveram presentes em
todos os momentos da minha vida.
Aos meus queridos colegas e amigos Zuleica Aléssio e Julio Alejandro Jélves
pela convivência, apoio, e pelas idéias compartilhadas. Zuleica dedico a ti um
agradecimento especial.
Aos meus amigos Ivana Bernardes, Gerson Menger e Osmar Detoni, pelo
incentivo e carinho.
Ao meu orientador, prof. Dr. Irenio Gomes da Silva Filho, por sua dedicação,
empenho, por não medir esforços para a realização e conclusão deste trabalho e por
suas brilhantes análises estatísticas.
À minha orientadora (in memorian), profa. Dra. Valdemarina Bidone de
Azevedo e Souza, por ter me recebido de forma tão receptiva, por seus
ensinamentos, pelo seu exemplo de luta e alegria e por acreditar que este projeto
era possível.
À professora Maria Beatriz Rahde pela amizade, incentivo e ensinamentos
inspiradores.
Ao prof. Dr. Rodolfo Schneider, pelo seu apoio, pelos conhecimentos
transmitidos, pelas sugestões dadas ao projeto de pesquisa e para a dissertação.
Aos professores do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUC-RS, pelos
ensinamentos, dicas, e por estimular a busca constante de conhecimentos e
aprendizagem.
7
Aos funcionários da secretaria do Instituto de Geriatria e Gerontologia, Paulo
Rodrigues, Mônica Nascimento, Ângela Fraquelli e Cletiane Rodrigues pela
dedicação e disponibilidade.
As alunas do curso de Psicologia, Aline Lopes, Anellauren Schimidt, Carolina
Francischini, Juliana Majewski, Laura Boechat, Michele da Fonseca e Renata Lima,
pela ajuda e empenho.
A Cristiani Trentin, pelo coleguismo, amizade, apoio e ajuda.
Aos Idosos entrevistados, pela seriedade com que conduziram a sua
participação neste estudo e pelo tempo disponibilizado.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul por oportunizar e
viabilizar este curso de Pós Graduação.
Àquelas pessoas, as quais não nomeei, mas de alguma forma participaram ou
contribuíram para a materialização desta tese.
Obrigada!
RESUMO
Introdução. A continuidade de uma vida produtiva e ativa, a busca de uma
nova concepção do envelhecimento que visa a renovação e vislumbra oportunidades
e a inserção do idoso na vida social têm sido apontados como fatores que podem
contribuir para a qualidade de vida e para a menor incidência de sintomas
depressivos. Objetivos. O presente estudo busca avaliar a importância do trabalho
na vida do idoso. Tem como objetivos específicos, verificar se idosos que
permanecem trabalhando após os sessenta anos m níveis mais satisfatórios de
qualidade de vida e menores índices de sintomas depressivos. Métodos. Trata-se
de um estudo transversal em 51 idosos que permanecem trabalhando após os 60
anos e 53 idosos que tinham trabalho remunerado e pararam de trabalhar após os
60 anos, selecionados a partir de uma amostra de base populacional do município
de Porto Alegre. Foram coletados dados sócio-demográficas e aplicados os
questionários WHOQOL-BREF, WHOQOL-OLD e a Escala de Depressão Geriátrica
(GDS). Adicionalmente foi questionado, para análise qualitativa, o significado e
importância da qualidade de vida e do trabalho. Resultados. Foi observada uma
média maior de qualidade de vida nos domínios físico e psicológico do WHOQOL-
BREF e no domínio participação social do WHOQOL-OLD e uma média menor de
sintomas depressivos nos idosos que seguem trabalhando após os sessenta anos.
Na análise estratificada por sexo, verificam-se estes mesmos resultados entre as
mulheres, sendo que aparece também uma diferença significativa nos valores totais
dos dois questionários de qualidade de vida, que na análise geral mostrou apenas
uma tendência a significância, e no domínio atividades passadas, presentes e
futuras do WHOQOL-OLD. Nos homens, não foram observadas essas diferenças,
mostrando apenas uma média maior de qualidade de vida no domínio autonomia do
WHOQOL-OLD entre os que pararam de trabalhar. Os resultados da análise
qualitativa revelam que, nos dois grupos, os idosos consideram importante para ter
qualidade de vida, fatores associados à manutenção da saúde, seguidos das
relações interpessoais. Observou-se que o trabalho tem grande importância para os
dois grupos, principalmente por trazer satisfação e realização e 54,7% dos que
pararam de trabalhar, gostariam de voltar a exercer atividades profissionais se
tivessem oportunidade. Conclusões. O estudo aponta uma associação entre estar
ativo profissionalmente com menor número de sintomas depressivos e com melhor
qualidade de vida, principalmente nos domínios físico, psicológico e participação
social. Essa associação foi verificada apenas no sexo feminino, sugerindo que as
mulheres que continuam trabalhando apresentam melhor qualidade de vida e menos
sintomatologia depressiva. Observou-se também que o trabalho tem um valor
intrínseco, abrangente e fundamental. Sua representação na vida das pessoas vai
muito além dos ganhos financeiros, sendo também uma fonte de satisfação e
realização.
Palavras-chave: idosos - envelhecimento ativo - qualidade de vida –
depressão – trabalho.
ABSTRACT
Introduction: The continuity of a productive and active life, the search for a
new conception of ageing which seeks renewal and envisages opportunities, as well
as senior's integration into social life have been pointed as factors that can contribute
to quality of life and to a lower incidence of depressive symptoms. Objective: The
present study seeks to evaluate the importance of work in senior's lives. It also has
these specific objectives: to verify that the seniors' group that continue working after
sixty years of age have a more satisfactory level of quality of life and a lower index of
depressive symptoms. Methods: It is a transversal study of 51 senior that remained
working after 60 years of age and 53 seniors that had paid employment and ceased
working at 60 years of age, selected from a sample of the population base of the
municipal district of Porto Alegre. Socio-demographic data were collected and the
questionnaires WHOQOL-BREF and WHOQOL-OLD and the Scale of Geriatric
Depression (GDS) were applied. Additionally they were surveyed, for qualitative
analysis, about the significance and importance of the quality of life and of work.
Results: A higher average quality of life was observed in the domains physical and
psychological of WHOQOL-BREF and in the domain social participation of
WHOQOL-OLD and a lower average of depressive symptoms in the seniors that
continued working after sixty years of age. The analysis, stratified by sex, verifies
these same results amongst the women, and, in addition, there also appears a
significant difference in the total values of the two quality of life questionnaires, that
showed only a tendency in significance in the general analysis, and in the domain of
past, present and future activities in WHOQOL-OLD. Those differences were not
observed in the men, showing a higher average quality of life in the autonomy
domain of WHOQOL-OLD among the ones that ceased working. The results of the
qualitative research reveal that both seniors groups consider two factors as being
important for quality of life: health maintenance followed by interpersonal
relationships It was observed that work has great importance for the two groups,
mainly by bringing satisfaction and accomplishment. 54.72% of those that ceased
work would like to return to professional activities if given the opportunity.
Conclusions: The study points to an association with being professionally active, a
lower number of depressive symptoms and with a better quality of life, principally in
the physical, psychological and social participation domains. This association was
verified in the feminine sex, suggesting that the women that continue working show a
better quality of life and less depression. It is also observed that work has an intrinsic,
broad and fundamental value. Its representation in the people's life is greater than
financial earnings, being more a source of satisfaction and accomplishment.
Word-key: seniors - active ageing - quality of life - depression - work.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Distribuição das variáveis demográficas em idosos que mantêm uma atividade
remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60
anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS em 2008. ....................... 36
TABELA 2: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de
qualidade de vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde
(WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada
após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e
pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ................................. 38
TABELA 3: Freqüência de resposta afirmativa nas questões da escala de depressão
geriátrica (GDS) em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no
município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................................................... 39
TABELA 4: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Físico do questionário de
qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF), em idosos
que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma
atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-
RS, em 2008. ................................................................................................................... 42
TABELA 5: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Psicológico do
questionário de qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-
BREF), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que
tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de
Porto Alegre-RS, em 2008. .............................................................................................. 43
TABELA 6: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Relações Sociais do
questionário de qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-
BREF), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que
tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de
Porto Alegre-RS, em 2008. .............................................................................................. 44
TABELA 7: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Meio Ambiente do
questionário de qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-
BREF), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que
tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de
Porto Alegre-RS, em 2008. .............................................................................................. 45
TABELA 8: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Funcionamento dos
Sentidos do módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da organização
mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada
após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e
pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ................................. 46
TABELA 9: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Autonomia do módulo
para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde
(WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no
município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................................................... 47
TABELA 10: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Atividades Passadas,
Presentes e Futuras do módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da
organização mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade
remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60
anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ...................... 48
TABELA 11: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Participação Social do
módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde
(WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no
município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................................................... 49
TABELA 12: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Morte e Morrer do
módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde
(WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no
município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................................................... 50
TABELA 13: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Intimidade do módulo
para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde
(WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no
município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................................................... 51
TABELA 14: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de
qualidade de vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde
(WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD), em homens idosos que mantêm uma atividade
remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60
anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ...................... 53
TABELA 15: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de
qualidade de vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde
(WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD), em mulheres idosas que mantêm uma atividade
remunerada após os 60 anos e naquelas que tinham uma atividade remunerada até os 60
anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ...................... 54
TABELA 16: Fatores importantes para ter qualidade de vida identificados na avaliação
qualitativa do grupo dos idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos
(n=51), no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ........................................................ 56
TABELA 17: Importância do trabalho, identificada na avaliação qualitativa do grupo dos
idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos (n=51), no município de
Porto Alegre-RS, em 2008. .............................................................................................. 57
TABELA 18: Motivos que levaram a continuar trabalhando, identificados na avaliação
qualitativa do grupo dos idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos
(n=51), no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ........................................................ 58
TABELA 19: Fatores importantes para ter qualidade de vida, identificados na avaliação
qualitativa do grupo dos idosos que tinham atividade remunerada até os 60 anos e que
depois pararam de trabalhar (n=53), no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ........... 59
TABELA 20: Significados que o trabalho teve na vida, identificados na avaliação qualitativa
do grupo dos idosos que tinham atividade remunerada até os 60 anos e que pararam de
trabalhar (n=53), no município de Porto Alegre-RS, em 2008. ......................................... 60
LISTA DE ABREVIATURAS
IGG Instituto de Geriatria e Gerontologia
G1 Grupo 1 - Permanece trabalhando
G2 Grupo 2 – Parou de trabalhar
GDS Escala de Depressão Geriátrica
OMS Organização Mundial de Saúde
PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
p Nível de Significância
QV Qualidade de Vida
WHOQOL-
BREF
World Health of Quality of Life – Versão Abreviada
WHOQOL-
OLD
World Health of Quality of Life – Versão para Idosos
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................1
1 REFERENCIAL CIENTÍFICO ...............................................................................................................3
1.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA....................................3
1.2 ENVELHECIMENTO ATIVO E BEM SUCEDIDO ..........................................................................4
1.3 QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO...........................................................................6
1.4 DEPRESSÃO EM IDOSOS............................................................................................................8
1.5 TRABALHO E APOSENTADORIA...............................................................................................10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................................14
2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................14
3 METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................................................................15
3.1 DESENHO DO ESTUDO .............................................................................................................15
3.2 LOCAL DE ESTUDO....................................................................................................................15
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA.........................................................................................................15
3.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................................................16
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA ...................................................................................................17
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..............................................................................................................17
3.7 ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS.....................................................................................18
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS........................................................................................................18
4 RESULTADOS....................................................................................................................................19
4.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA .......................................................................19
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................................................45
6 CONCLUSÕES ...................................................................................................................................53
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................55
APÊNDICES...........................................................................................................................................58
APÊNDICE 1: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.................................................................59
APÊNDICE 2: QUESTÕES QUALITATIVAS .....................................................................................65
ANEXOS ................................................................................................................................................66
ANEXO 1: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - PUCRS....................................67
ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............................................68
ANEXO 3: PROJETO IDOSOS DE PORTO ALEGRE .......................................................................69
ANEXO 4: QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA DA OMS (WHOQOL-BREF) ...................83
ANEXO 5: WHOQOL-OLD.................................................................................................................87
ANEXO 6: ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA........................................................................92
INTRODUÇÃO
Pela primeira vez na história, chegar à velhice tornou-se um padrão, e não um
privilégio usufruído por poucos.
A combinação de um aumento significativo na expectativa de vida com taxas
de natalidade decrescentes redefine uma nova experiência de envelhecimento e um
desafio global, social e econômico. Este aumento iminente de pessoas idosas
provocará um impacto substancial nas instituições provedoras de assistência à
saúde, serviços financeiros e previdência social.
Em virtude dessas razões e também visando o bem estar físico e psicológico
do indivíduo, torna-se cada vez mais relevante estimular políticas e programas de
envelhecimento ativo, garantindo a continuidade de uma vida produtiva e saudável.
No momento, a necessidade de contrapor os esteriótipos ligados ao
envelhecimento, as normas prescritas pela sociedade, que vêem o idoso como um
ônus, um fardo, à margem, sem capacidades e com prazos que se esgotam nos
eventos previsíveis e programados pelo senso de normalidade.
Torna-se necessária a busca de novos papéis, a reformulação de conceitos,
posturas, a participação contínua do idoso em atividades sociais, econômicas e
culturais, na busca de uma conquista moral e social. Esta nova perspectiva visa a
renovação em detrimento da resignação, vislumbra as oportunidades e não as
ameaças, busca a inserção do idoso e não o isolamento. Trata-se de uma proposta
para recriar essa fase do desenvolvimento em sua máxima potencialidade.
Esta continuidade pode prevenir ou amenizar doenças, crises de identidade,
desajustes sociais, quadros depressivos, oportunizando melhor qualidade de vida ao
idoso.¹
O presente estudo tem como objetivo avaliar a importância do trabalho e os
benefícios de um envelhecimento ativo e produtivo e suas conseqüências na
qualidade de vida e nos sintomas depressivos.
2
Acredita-se que esta investigação se faz necessária, tanto cientificamente
como socialmente, e que a mesma contribuirá na criação de estratégias que
propiciem o bem estar do idoso e de novas perspectivas acerca do envelhecimento.
Para facilitar a leitura do trabalho aqui apresentado (A Influência do Trabalho
em Sintomas Depressivos e na Qualidade de Vida de Idosos), optou-se pela divisão
em capítulos. Inicialmente fez-se uma introdução justificando a importância da
pesquisa. No primeiro capítulo, apresenta-se uma fundamentação teórica, trazendo
informações necessárias à compreensão do tema. Entre os tópicos abordados
estão: o envelhecimento populacional e demográfico, o envelhecimento ativo e bem
sucedido, a qualidade de vida, depressão em idosos, trabalho e aposentadoria. No
segundo capítulo são explicitados os objetivos da pesquisa e no terceiro a
metodologia utilizada. O quarto capítulo relata os resultados encontrados e o quinto
trata da discussão dos resultados da investigação, trazendo em seguida à conclusão
do estudo. No final do trabalho, encontram-se as referências bibliográficas, os
anexos e apêndices.
3
1 REFERENCIAL CIENTÍFICO
1.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
O envelhecimento da população é um fenômeno mundial e reflete a
combinação de três fenômenos: redução da natalidade, redução da mortalidade em
coortes adultas sucessivas e o aumento da expectativa de vida na velhice.²
Em todo o mundo, a proporção de pessoas com sessenta anos ou mais está
crescendo mais rapidamente que a de qualquer outra faixa etária. Em 2025, existirá
um total de aproximadamente 1.2 bilhões de pessoas com mais de sessenta anos.
Até 2050, haverá dois bilhões, sendo 80% nos países em desenvolvimento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil será o sexto país do mundo em
número de idosos. Esse aumento dos anos de vida precisa ser acompanhado pela
melhoria ou manutenção da saúde e da qualidade de vida.³
No Brasil, o prolongamento da vida pode ser exemplificado por um aumento
da participação da população maior de 60 anos no total da população nacional: de
4% em 1940 para 8,6% em 2000. Nos últimos sessenta anos, o número absoluto de
pessoas com mais de 60 anos aumentou nove vezes. Em 1940 era de 1,7 milhões e
em 2000, de 14,5 milhões. Projeta-se para 2020 um contingente de
aproximadamente 30,9 milhões de pessoas que terão mais de 60 anos.³
Em 1900, a expectativa de vida de um brasileiro ao nascer era de pouco mais
de 30 anos; hoje, aproxima-se dos 75 anos. Dessa forma, populações compostas
por um grande número de pessoas idosas são eventos recentes. Ou seja,
paradoxalmente, a velhice é jovem. De um ponto de vista histórico cultural, é o
período etário sobre o qual dispomos de menos conhecimentos.
4
Em função disto, e da revolução demográfica o envelhecimento tem se
tornado um fenômeno discutido na última década, sendo um novo desafio social e
um amplo campo de pesquisa e de estudos.
Em países onde impera forte desigualdade social e onde não políticas de
atendimento das necessidades evolutivas para cidadãos de todas as idades, caso
do Brasil, as necessidades decorrentes do envelhecimento individual e social
costumam acarretar ônus econômico, conflitos de interesses e carências de todo o
tipo entre os cidadãos e as instituições.
5
4
Uma importante conseqüência dessa transição é o envelhecimento da
população ativa. Nos países desenvolvidos, a população em idade ativa é mais
envelhecida, e esse processo tende a acentuar-se com o tempo. No período entre
1980 e 1990 a idade ativa predominante era de 25 a 49 anos. Entre 2000 e 2020,
será de pessoas acima de 50 anos.
6
Por essas razões, políticas e programas de envelhecimento ativo o
necessários para permitir que as pessoas continuem a trabalhar de acordo com suas
capacidades e preferências à medida que envelhecem, e para prevenir e retardar
incapacidades e doenças crônicas que são caras para os indivíduos, para as
famílias e para os sistemas de saúde.
3
1.2 ENVELHECIMENTO ATIVO E BEM SUCEDIDO
A velhice e o envelhecimento em nossa sociedade dita moderna, são partes
de um processo contraditório gestado pelo sistema social em que o velho transita
entre ser e não ser parte integrante das relações sociais, ter e não ter um lugar e um
papel que diga de si e diga de sua experiência consolidada pela maturidade.
2
Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo.
Tais alterações são naturais e gradativas e suas intensidades o influenciadas por
fatores genéticos e pelo etilo de vida. Envelhecer é simplesmente passar para uma
nova etapa da vida.
7
Para Zimerman:
7: 19
Velho é aquele que tem diversas idades: a idade do seu corpo, da sua
história genética, da sua parte psicológica e da sua ligação com sua
sociedade. É a mesma pessoa que sempre foi. Se foi um batalhador, vai
continuar batalhando; se foi uma pessoa alegre, vai continuar se alegrando,
se foi uma pessoa insatisfeita, vai continuar insatisfeita; se foi ranzinza, vai
continuar ranzinza.
Envelhecimento é um processo interacional e multidimensional, que inclui
transformações constantes que podem ser interpretadas simultaneamente como
ganhos e perdas. Desse modo, redimensionando esse momento da existência no
curso de nossas vidas, podemos descortinar um universo de potencialidades e
possibilidades de transformações que são inerentes ao viver. Pensar numa trajetória
de envelhecimento bem-sucedido leva-nos a refletir sobre o ideal de manutenção de
autonomia, sobre a possibilidade de o indivíduo seguir o curso de sua vida,
5
mantendo a concepção de sua identidade e de sua capacidade de interagir no
mundo, fazendo opções ajustadas às suas necessidades, e reconhecendo que é
também autor de sua história singular que está continuamente sendo construída e
dá sentido à sua existência.
8
O envelhecimento tem, sobretudo, uma dimensão existencial e, como todas
as situações humanas, modifica a relação do homem com o tempo, com o mundo e
com a sua própria história, revestindo-se o de características biopsíquicas,
como também sociais e culturais. Não podemos encarar a velhice como um fato
estático. Ela seria o término e o prolongamento de um processo. A idéia de
envelhecimento encontra-se ligada à idéia de transformação.
9
Para Martins:
10
O tempo não é uma dimensão cronológica, medida em dias, meses e
anos, mas sim, um horizonte de possibilidades do ser. É essa atitude interna
que determina em grande parte a qualidade de envelhecimento que uma
pessoa tem.
A expectativa de vida ativa termina quando a saúde de uma pessoa se
deteriora a ponto de provocar a perda de sua independência nas atividades da vida
cotidiana, tornando-a dependente de outras pessoas, precisando de algum tipo de
assistência.
11
A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais,
econômicas, culturais, espirituais, civis, e não somente à capacidade de estar
fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. O objetivo do
envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de vida saudável e a qualidade de
vida para todas as pessoas que estão envelhecendo.
3
Quando políticas sociais de saúde, mercado de trabalho, emprego e
educação apoiarem o envelhecimento ativo, teremos provavelmente: menos mortes
prematuras em estágios da vida altamente produtivos, menos deficiências
associadas às doenças crônicas da terceira idade, mais pessoas com uma melhor
qualidade de vida à medida que envelhecem mais indivíduos participando
ativamente nos aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos, menos gastos
com tratamentos médicos.
3
Alguns autores acreditam que quem se mantém ativo, está sempre em busca
de algo novo, tem o ego mais estruturado e a auto-estima fortalecida. Quem não tem
6
a atividade como hábito está mais sujeito à depressão e mais vulnerável à frustração
causada pelas perdas.
7
Rowe e Kahn
12
consideram que o envelhecimento bem-sucedido inclui três
elementos: (1) probabilidade baixa de doenças e de incapacidades associadas às
mesmas; (2) alta capacidade funcional cognitiva e física; (3) engajamento ativo com
a vida.
De acordo com Freire
13
, o envelhecimento bem-sucedido é visto como uma
competência adaptativa da pessoa, isto é, a habilidade geral para responder com
flexibilidade aos desafios resultantes do corpo, da mente e do ambiente, esses
desafios podem ser biológicos, mentais, autoconceituais, interpessoais ou
socioeconômicos. Essa competência seria multidimensional, ou seja, emocional,
cognitiva e comportamental. A competência emocional seria definida pelas
capacidades do indivíduo para lidar com os fatores estressores. A cognitiva estaria
relacionada à capacidade para resolução de problemas, e a comportamental no
âmbito do desempenho e da competência social.
Para a manutenção de um autoconceito positivo, os idosos devem substituir
os papéis sociais perdidos com o processo de envelhecimento por novos, de modo
que o bem estar na velhice seria o resultado do incremento de atividades
relacionadas a esses novos papéis sociais. A pessoa que envelhece em boas
condições é aquela que permanece ativa e consegue resistir ao desengajamento
social.
2
1.3 QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO
O conceito de Qualidade de vida (QV) foi mencionado pela primeira vez em
1920 em um livro sobre economia e bem estar material. Esse conceito, juntamente
com o de saúde que era entendido como ausência de doenças, acabou por sofrer
significativa redefinição após a II Guerra Mundial. Esse novo enfoque subjetivo e
multidimensional leva em conta vários aspectos da vida do sujeito.
14
Qualidade de Vida é a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida
dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito
amplo que incorpora, de uma maneira complexa, a saúde física de uma pessoa, seu
7
estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e
sua relação com características proeminentes no ambiente.
3
O grupo WHOQOL posiciona a qualidade de vida diretamente nas duas
tradições de um mecanismo psicológico e fisiológico interno que produz uma
sensação de satisfação ou gratificação com a vida e daquelas condições externas
que são o gatilho do mecanismo interno.
15
Trentini
16
, em seu estudo sobre qualidade de vida, diz que a definição de QV
na velhice é complexa, pois, segundo a autora, existem diversas maneiras de ser
velho e diferentes padrões de envelhecimento.
Segundo Lawton
17
, a qualidade de vida na velhice parte de uma avaliação
multidimensional em relação aos critérios socionormativos e intrapessoais que
buscam referência tanto nas relações atuais quanto nas passadas e também
prospectivas na relação entre idoso e o ambiente que o cerca. Dessa maneira, a QV
na velhice dependeria de muitos elementos em interação constante ao longo da vida
do indivíduo.
Níveis de renda, escolaridade, boas condições de vida, boa saúde, rede de
relacionamentos, relações familiares positivas, prática de atividades físicas, entre
outros fatores, podem contribuir para um senso de auto-eficácia e bem-estar
subjetivo que leva ao funcionamento global dos idosos, melhorando a qualidade de
vida e permitindo um envelhecimento bem-sucedido.
2
Calman
18
considera que uma “boa qualidade de vida” está presente quando
as esperanças e as expectativas de um indivíduo são satisfeitas pela experiência.
A QV tem um valor intrínseco e intuitivo e está intimamente relacionado a um
dos anseios básicos do ser humano, que é o de viver bem e de sentir-se bem.
4
O grupo WHOQOL (World Health Organization Qualiiy of Life) da OMS
desenvolveu uma escala a partir de uma perspectiva transcultural para avaliar a
Qualidade de Vida em adultos. Esse instrumento foi chamado de WHOQOL-100.
Deste, originou-se o WHOQOL-BREF, constituído de 26 questões e de quatro
domínios, os quais se propõem a avaliar respectivamente: capacidade física,
psicológica, relações sociais e meio ambiente.
4
Esse instrumento foi aplicado em 250 pacientes na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. O pesquisador responsável pela pesquisa, Dr. Marcelo Pio de
Almeida Fleck
4
, concluiu que o questionário mostrou bom desempenho psicométrico,
com características satisfatórias de consistência interna, validade discriminante,
8
validade de critérios, validade concorrente e fidedignidade teste-reteste. Desta
forma, o instrumento foi validado para a realidade brasileira.
O projeto WHOQOL-OLD foi idealizado para complementar o WHOQOL-
BREF e objetiva oferecer um conjunto de itens adicionais para a avaliação da QV em
idosos. Os dois instrumentos devem ser aplicados juntos no caso de pesquisas
envolvendo pessoas acima de sessenta anos.
4
A investigação sobre as condições que permitem uma boa QV na velhice,
bem como as variações que a idade comporta, reveste-se de grande importância
científica e social. A OMS, a partir do início dos anos 90, constatou que medidas de
qualidade de vida revestem-se de particular importância na avaliação de saúde,
tanto dentro de uma perspectiva individual como social. múltiplas escalas de
avaliação de QV. Todavia, existem diferenças em relação aos aspectos conceituais
subjacentes, à importância dada à subjetividade, em detrimento da objetividade, à
natureza e ao peso de cada domínio. Em função destas particularidades, tem sido
ressaltada a importância da utilização da metodologia qualitativa.
4
Qualidade de vida na velhice, bem estar psicológico, bem estar percebido,
bem estar subjetivo e envelhecimento satisfatório ou bem sucedido o expressões
tidas como equivalentes para qualificar um bom envelhecimento.
2
Ter uma “boa velhice” não é um atributo ou responsabilidade pessoal,
depende sim, da interação entre o indivíduo e o seu contexto, ambos em constante
transformação.
2
1.4 DEPRESSÃO EM IDOSOS
A depressão caracteriza-se como um distúrbio da área afetiva ou do humor,
que exerce forte impacto funcional em qualquer faixa etária. É um distúrbio de
natureza multifatorial, que envolve inúmeros aspectos de ordem biológica,
psicológica e social. É um estado de humor vivenciado por praticamente todos os
indivíduos em algum momento de suas vidas, sendo muitas vezes relatado como
tristeza, saudade, angústia, desânimo, entre outros.
19
Na população envelhecida, a depressão encontra-se entre as doenças
crônicas mais freqüentes, que elevam a probabilidade de desenvolver incapacidade
funcional, desencadeando um importante problema de saúde pública, na medida em
que inclui tanto a incapacidade individual como problemas familiares em decorrência
9
da doença. Tais fatos somam-se aos custos financeiros, à alta taxa de utilização de
serviços de saúde e à diminuição da qualidade de vida.
4
As taxas de prevalência da depressão variam entre 5% e 35%, quando
consideramos as diferentes formas e gravidade.
5
As maiores causas psicológicas e sociais para a depressão entre idosos são:
doenças físicas e perdas sensoriais, viuvez, perdas econômicas e precariedade das
condições de vida, aposentadoria e perda de papéis sociais.
5
Os sintomas mais freqüentes costumam ser humor deprimido, perda de
interesse, insônia ou hipersonia, retardo ou inquietação psicomotora, somatizações,
perda da auto-estima, sentimentos de abandono, dependência e inutilidade, eventual
déficit cognitivo variável, idéias de ou suicídio.
20
Para Argimon e Stein
21
, a depressão é um problema de saúde freqüente entre
as pessoas de muita idade, embora a sua identificação seja, muitas vezes, difícil na
prática clínica. Estudos realizados por essas autoras
21
, mostram uma associação
entre o estado de saúde física precário e o início ou persistência de depressão.
Alguns autores defendem a idéia de que um baixo nível de dominância e alto
nível de neuroticismo estão relacionados com a depressão em idosos. Assim as
características de personalidade do indivíduo estariam mais fortemente relacionadas
ao início da depressão do que recursos sociais e o estado de saúde.
21
O impacto dos sintomas depressivos em diversas dimensões da vida pode ser
responsável pela perda de autonomia e pelo agravamento de quadros patológicos
preexistentes. A depressão, frequentemente, está associada a maior risco de
morbidades e de mortalidade.
4
Existem, na literatura especializada, evidências significativas de que os
pacientes deprimidos apresentam importante comprometimento de sua QV. Isso se
deve, especialmente, ao fato de que os transtornos depressivos afetam vários
domínios que fazem parte da avaliação global da QV.
4
Estudos comprovam que a participação social atua como um importante
modificador da saúde dos idosos, exercendo um papel fundamental na manutenção
da saúde mental na velhice. Os pacientes deprimidos apresentam déficits nas
funções interpessoais, psicológicas, laborais e físicas.
4
A dificuldade de se adaptar a novos papéis, a falta de motivação e dificuldade
de planejar o futuro, a necessidade de se adaptar às mudanças e perdas, propicia a
sintomatologia depressiva.
7
Assim como, a inatividade e a falta de perspectivas na
10
aposentadoria podem levar a um sentimento de depressão que acaba por
comprometer a saúde do idoso. Existem muitos casos de doenças psicossomáticas
adquiridas durante e após o processo de desligamento do trabalho.
8
As pessoas mais saudáveis e otimistas têm mais condições de se adaptarem
às transformações trazidas pelo envelhecimento. Elas estão mais propensas a
verem a velhice como um tempo de experiência acumulada, de maturidade, de
liberdade para assumir novas ocupações e até mesmo de liberação de certas
responsabilidades.
7
1.5 TRABALHO E APOSENTADORIA
cerca de quarenta anos, a velhice era vivida no recolhimento da vida
privada e tinha duração relativamente curta. Depois da aposentadoria e da
menopausa, que demarcaram socialmente seu início, restaram perdas,
afastamento e senilidade. Os cientistas sociais identificaram o idoso como vítima de
um sistema iníquo. Aos velhos restavam três alternativas a virtude da sabedoria, a
manutenção da atividade e uma boa herança genética. A velhice era uma
experiência individual e uma boa velhice, uma vitória pessoal.
22
A terceira idade foi tradicionalmente associada à aposentadoria, doença e
dependência. As políticas e programas vinculados a este paradigma ultrapassado
não refletem a realidade, pois a maioria das pessoas permanece independente na
idade mais avançada. Especialmente nos países em desenvolvimento, várias
pessoas acima de sessenta anos continuam a participar da força de trabalho.
3
A atividade sistemática, isto é, aquela praticada regularmente, empresta
significado e satisfação à existência, quer pelo compromisso e responsabilidade
social nela implícitos, quer pela oportunidade de manter o convívio social. Favorece
a obtenção de satisfação pessoal, contribui para a prevenção de doenças,
prolongando o tempo de vida.
22
Por estes motivos, a aposentadoria deixa de ser um marco a indicar a
passagem para a velhice, ela deixa de ser um momento de descanso e recolhimento
para tornar-se um período de atividade e lazer. Enfatiza oportunidades para realizar
ou reacender sonhos da juventude.
22
Segundo De Mais:
23:20
11
O próprio conceito de aposentadoria“, que representava uma
conquista dos trabalhadores no tempo em que eram obrigados a um esforço
físico que esgotava o corpo, quando a vida média não superava os 60 anos,
hoje soa paradoxal e até ofensiva para todos os trabalhadores intelectuais,
ou seja, para a maioria absoluta da força de trabalho, que, quanto mais
experiência e cultura acumularam, mais capazes são de produzir idéias.
Para Peter Towsend, a vida do sujeito apóia-se em duas dimensões e fontes
de equilíbrio: o mundo familiar e o do trabalho. A aposentadoria é a interrupção de
um certo ritmo de vida que se prolonga por quase quatro décadas.
8
Os indivíduos constroem suas identidades tendo como referência a ocupação
profissional. A perda deste papel e a concomitante perda da identidade gerariam
ansiedade, sentimentos de solidão e desvalia e predisposição à depressão.
5
O trabalho representa não somente uma fonte de renda, ele traz autonomia e
independência, senso de eficiência e dignidade humana. É uma fonte de prazer,
convívio, status, poder, experiência e criatividade.
22
A sociedade atribui uma dimensão central ao trabalho, ou seja, o valor do
indivíduo, seu reconhecimento enquanto ser humano pode ser medido pelos papéis
profissionais que ele desempenha. A sociedade concede a aposentadoria, mas
valoriza apenas os sujeitos que produzem. A aposentadoria é vista como o início de
um período de declínio.
5
Por outro lado, a aposentadoria pode ser vivenciada de outra forma se o
sujeito conseguir adaptar-se às mudanças trazidas por este novo estágio na vida.
Ela pode ser um período de descanso merecido ou de realização de sonhos e
projetos que durante a vida laboral não puderam ser implementados, ou até um
momento de mudança de atividade profissional e aperfeiçoamento de novas
habilidades.
8
Muitas pessoas gostam do que fazem, das relações sociais do ambiente de
trabalho, e não desejam se aposentar. Outros querem se aposentar, mas desejariam
continuar com uma atividade profissional. Outros querem realmente parar de
trabalhar, mas não têm planos sobre o que fazer após a aposentadoria.
8
Em qualquer situação, o significado do trabalho para quem vai se aposentar
deve ser analisado. O trabalho pode ser fonte de prazer ou apenas uma forma de
sobrevivência. Nem todos os trabalhadores tiveram a oportunidade de escolher suas
profissões ou mesmo de ter um trabalho satisfatório. Nesse caso, a aposentadoria
pode ser uma forma de libertação, de busca de “prazer” e “lazer”.
8
12
Uma vez que o lazer normalmente é um contraponto ao trabalho, mas ao
mesmo tempo uma prática às vezes rara e inatingível para alguns, como as pessoas
irão de um dia para o outro substituir a vida de obrigações por uma vida de lazer?
Segundo Freud:
24: 148
Nada é tão difícil para o homem quanto abdicar de um prazer que
experimentou. Na realidade nunca renunciamos a nada: apenas trocamos
uma coisa por outra. O que parece ser uma renúncia é, na verdade, a
formação de um substituto.
Enquanto o culo XX foi à era da maior longevidade, o século XXI trará
maiores oportunidades para as pessoas envelhecerem de formas novas e melhores.
A maioria das pessoas optaria por retardar seu processo de envelhecimento quando
a satisfação com a vida fosse maior.
11
Envelhecer bem significaria estar satisfeito com a vida atual e ter expectativas
positivas em relação ao futuro. A satisfação na velhice dependeria da capacidade de
manter ou restaurar o bem-estar subjetivo justamente numa época da vida em que a
pessoa está mais exposta a riscos e crises de natureza biológica, psicológica e
social.
22
A noção básica da teoria da atividade é de que quanto mais ativo o idoso,
maior sua satisfação na vida. A intensificação das interações sociais e o
desempenho de novos papéis esperados tendem a gerar aprovação social.
25
O idoso pode achar que não tem mais nada a fazer, renunciar a projetos que
pensa não ter mais tempo para executar, embora alguns ainda conservem as
motivações do passado: trabalhos a serem executadas, obras a serem terminadas e
interesses preservados. Outros ainda mantêm a perspectiva de que os projetos
podem visar a objetivos que estão situados além da própria existência.
22
Por estas razões, refletir sobre a aposentadoria é analisar mais uma etapa de
desenvolvimento do homem no seu contexto. A preparação para a aposentadoria é
um processo educativo, contínuo e deve estar relacionada a um planejamento de
vida.
7
Riley
26,38
o envelhecimento no século XXI com muito otimismo. Acredita
que a sociedade reconhecerá que a maioria das pessoas idosas ainda são
produtivas e que as restrições na auto-expressão, que hoje caracterizam a atitude da
sociedade em relação aos idosos, vai mudar. A vida consistirá em períodos de
trabalho, lazer e aprendizado, independente da idade.
13
Zimerman
7: 30
relata: “Viver é ter projetos e desejar algo, é buscar realizações.
Ao abrir mão disso, o próprio velho está fazendo uma opção autodestrutiva”.
14
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a importância do trabalho na vida do idoso e como este fator interfere
na qualidade de vida e na prevalência de sintomas depressivos.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1 - Verificar se o grupo de idosos que permanecem trabalhando após os
sessenta anos tem níveis mais satisfatórios de qualidade de vida, nos domínios
físico, psicológico, relações sociais, e meio ambiente, em comparação ao grupo de
idosos que pararam de trabalhar após os sessenta anos;
2 - Verificar se os idosos que permanecem trabalhando após os sessenta
anos têm níveis mais satisfatórios de qualidade de vida, nos domínios: habilidade
sensorial, autonomia, atividades passadas, presentes e futuras, participação social,
intimidade e morte, em comparação aos idosos que pararam de trabalhar após os
sessenta anos;
3 - Verificar se o grupo de idosos que permanece trabalhando após os
sessenta anos tem menores índices de sintomas depressivos em comparação ao
grupo de idosos que pararam de trabalhar após os sessenta anos;
4 - Analisar as significações dadas para a qualidade de vida e para a
atividade profissional pelos dois grupos de idosos pesquisados.
15
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 DESENHO DO ESTUDO
Estudo transversal, quantitativo e qualitativo, realizado em uma amostra de
base populacional.
3.2 LOCAL DE ESTUDO
Este estudo foi realizado na cidade de Porto Alegre – Rio Grande do Sul.
Porto Alegre é a capital do estado do Rio Grande do Sul. A cidade possui uma
área de 476.3 Km², uma população de 1420,667
27
habitantes e está localizada no
centro do Mercosul. Seu relevo apresenta espaços de planície, mas está circundado
por 40 morros que abrangem 65% da sua área, limitada por uma orla fluvial de 72
km. Está entre as cidades mais arborizadas do mundo. É a capital com os melhores
índices de educação, longevidade, desenvolvimento humano e renda do Brasil.
28
A
expectativa de vida é de 71.59 anos e o crescimento populacional é de 1,25% ao
ano. A população alfabetizada é de 96,55%. É a metrópole 1 em qualidade de
vida do Brasil
29
e uma das cidades com maior potencial de crescimento mundial
segundo o World Winning Cities.
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Foi utilizado o banco de dados do projeto Multidimensional dos idosos de
Porto Alegre (2006), que é composto por 1078 idosos, com idade igual ou superior a
sessenta anos, coletados de forma aleatória na população do município de Porto
Alegre. Destes, foram selecionados, de acordo com os critérios descritos a seguir,
um grupo de idosos que exercem atividades remuneradas e um grupo de idosos que
não exercem atividades remuneradas.
Critérios de inclusão: No primeiro grupo, foram incluídos idosos, com
idade igual ou superior a 60 anos que exercem atividades profissionais
remuneradas, que aceitaram participar do estudo. No segundo grupo, foram
16
incluídos idosos com idade igual ou superior a 60 anos, que não exercem mais
atividades profissionais remuneradas e que aceitaram participar do estudo.
Critérios de exclusão:
-Idosos com déficit cognitivo, incapacidades físicas ou psicológicas;
-Deficientes físicos;
-Idosos que na pesquisa anterior tiveram auto percepção de saúde ruim ou
péssima;
-Idosos que nunca exerceram atividades profissionais remuneradas ou que
não estava claro se exerciam ou não atividades remuneradas;
-Idosos que não aceitaram participar da pesquisa;
-Idosos que não foram localizados.
3.4 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi dividida em três momentos:
1° momento: Seleção dos idosos, no banco de dados, de acordo com os
critérios.
2° momento: Contato telefônico, para agendar o horário da entrevista.
3° momento: Preenchimento da ficha de dados sócio-demográficos e
aplicação dos instrumentos WHOQOL-BREF, WHOQOL-OLD, Escala GDS e de um
questionário com perguntas semi-estruturadas.
Inicialmente foi realizado um contato telefônico com o grupo de idosos
selecionados para verificar se eles aceitavam participar da pesquisa e para agendar
um horário de entrevista. Para os idosos que não tinham telefone e os que não
foram encontrados, pois o telefone mudou foi enviada uma carta solicitando que eles
entrassem em contato com a pesquisadora.
A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora, no domicílio de cada idoso
selecionado, através de entrevista individual, em julho de 2008.
Os idosos preencheram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Anexo 2) e responderam as informações cio-demográficas (Apêndice 1), os
17
instrumentos WHOQOL-BREF, WHOQOL-OLD, Escala GDS e o questionário com
perguntas semi estruturadas. A maioria dos idosos optou por responder verbalmente
as questões e a pesquisadora escreveu as respostas.
Os instrumentos foram respondidos com facilidade de entendimento e o
período de aplicação foi em média de uma hora para cada participante.
3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA
WHOQOL-BREF (Anexo 4) Este questionário baseia-se no pressuposto
de que qualidade de vida é um construto subjetivo (percepção do indivíduo em
questão), multidimensional e composto por dimensões positivas e negativas. Trata-
se de um instrumento que avalia a qualidade de vida nos domínios físico,
psicológico, relações sociais e meio ambiente. Foi construído e validado pela OMS.
Não possui um ponto de corte, entretanto quanto mais alto seu escore, melhor é a
Qualidade de Vida.
WHOQOL-OLD (Anexo 5) É um instrumento desenvolvido pelo projeto
WHOQOL-OLD da OMS que avalia a qualidade de vida em seis domínios,
habilidade sensorial, autonomia, atividades passadas, presentes e futuras,
participação social, intimidade e morte. Os valores podem ser combinados para
produzir um escore geral para a qualidade de vida em adultos idosos. Este
instrumento não possui um ponto de corte, portanto quanto mais alto seu escore,
melhor é a Qualidade de Vida.
Escala GDS (Anexo 6) Trata-se de um instrumento de rastreio
reconhecido como recursos rápidos, simples e úteis para a identificação de sintomas
depressivos ou de vulnerabilidade à depressão na velhice.
Questionário com perguntas semi estruturadas (Apêndice 2): Este
questionário foi aplicado individualmente, para avaliar a concepção do idoso acerca
da qualidade de vida e o grau de relevância dada ao trabalho nos dois grupos de
idosos. Cada idoso pode dar múltiplas respostas para cada uma das questões.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram digitados em um banco específico, em Access, e analisados
com a utilização do programa SPSS, versão 11.5, autorizada pela PUCRS.
18
A análise descritiva foi feita por freqüências, medianas, médias e desvios
padrões.
Para comparação de freqüências (das variáveis qualitativas) entre os grupos,
foi utilizado o teste do qui-quadrado e, quando este apresentou um valor esperado
inferior a 5, nas variáveis dicotômicas, foi utilizado o teste exato de Fisher.
As diferenças das médias das variáveis quantitativas (escores dos
questionários de qualidade de vida e GDS) entre os grupos foram avaliadas por meio
do teste “t” de Student para amostras independentes, sendo antes verificado se os
grupos apresentavam variâncias semelhantes, através do teste de Levene.
Foram consideradas significativas as associações com valores de p< 0,050.
3.7 ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS
Os dados qualitativos foram analisados com base nos seus conteúdos e
significados. Foi feito um desmembramento do texto em unidades e categorias para
posterior agrupamento. A metodologia utilizada foi de Laurence Bardin.
30
3.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Os princípios éticos foram respeitados, procurando proteger os direitos dos
indivíduos envolvidos, levando em consideração os aspectos éticos apontados pelas
Diretrizes Reguladoras de Pesquisa em Seres Humanos, de acordo com a resolução
196 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de saúde.
3
Cada participante, no momento da coleta de dados, recebeu um termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2), que esclarece sua participação no
estudo.
Este Projeto de Pesquisa foi encaminhado a Comissão Científica do Instituto
de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, onde obteve aprovação. Posteriormente, foi encaminhado ao Comitê de Ética
em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que aprovou
o projeto sob o n°08/04148 (Anexo 1).
Após a aprovação em ambos os comitês, os pesquisadores firmaram o
“Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (Anexo 2) e a pesquisadora iniciou a
coleta de dados, já descrita anteriormente.
19
4 RESULTADOS
4.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DA AMOSTRA
Foi investigado um total de 104 idosos, sendo 51 idosos que permanecem em
atividade profissional e 53 idosos que param de trabalhar. A idade variou de 61 a 92
anos, com média de 69,2 anos, igual nos dois grupos.
De todos os idosos pesquisados, 34,6% são do sexo masculino e 65,4% são
do sexo feminino; 47,5% estudaram de zero a sete anos e apenas 18,4% possuem
formação superior. No grupo de idosos que pararam de trabalhar, observa-se uma
maior freqüência de viúvos e uma menor freqüência de solteiros e separados
(p=0,05), com uma proporção de casados muito semelhante nos dois grupos. Não
foi observada diferença significativa em relação às distribuições de sexo, faixa etária,
escolaridade e renda entre os dois grupos (tabela 1). Da amostra total, 42,7%
residem com companheiro, 31,1% com parentes e amigos e 26,2% sozinhos, não
havendo também diferença significativa entre os grupos.
Do grupo que permanece em atividade, 59,2% tem como ocupação um
trabalho não especializado, 16,3% são semi-especializados, 12,2% são profissionais
de nível superior, 8,2% são especializados, e 4,1% são proprietários, sendo que
96,1% realizam um trabalho remunerado sem vínculo empregatício.
Para 37,5% do total dos idosos pesquisados, a renda mensal é de até dois
salários mínimos, para 41,3% é de dois até seis salários e para 21,2% fica acima de
seis salários mínimos, não havendo diferença entre os grupos. Dos que não
trabalham, 56,6% são os principais responsáveis pela renda da família e esse
percentual é de 41,2% no grupo que mantêm atividade remunerada, não sendo, no
entanto, estatisticamente significativa essa diferença.
20
Tabela 1: Distribuição das variáveis demográficas em idosos que mantêm uma atividade remunerada
após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de
trabalhar, no município de Porto Alegre-RS em 2008.
VARIÁVEL
Idosos que
trabalham
N (%)
Idosos que não
trabalham
N (%)
p*
Total
N (%)
Sexo
Masculino
Feminino
21 (41,2)
30 (58,8)
15 (28,3)
38 (71,7)
0,168
36 (34,6%)
68 (65,4%)
Faixa etária
60-64 anos
65-69 anos
70-74 anos
75 anos ou mais
10 (19,6)
21 (41,2)
12 (23,5)
8 (15,7)
8 (15,1)
22 (41,5)
17 (32,1)
6 (11,3)
0,716
18 (17,3)
43 (41,3)
29 (27,9)
14 (13,5)
Estado Civil
Solteiro
Casado
Viúvo
Separado/Desquitado
10(19,6)
21(39,2)
10(19,6)
11(21,6)
5 (9,6)
21 (40,4)
21 (40,4)
5 (9,6)
0,050
15 (14,6)
41 (39,8)
31 (30,1)
16 (15,5)
Escolaridade
0-3 anos
4-7 anos
8-11 anos
12 ou mais
Superior completo
13 (26,0)
14 (28,0)
8 (16,0)
8 (16,0)
7 (14,0)
10 (18,9)
12 (22,6)
8 (15,1)
11 (20,8)
12 (22,6)
0,690
23 (22,3)
26 (25,2)
16 (15,5)
19 (18,4)
19 (18,4)
Com quem mora
Sozinho
Com companheiro
Outros
12 (23,5)
24 (47,1)
15 (29,4)
15 (28,8)
20 (38,5)
17 (32,7)
0,666
27 (26,2)
44 (42,7)
32 (31,1)
Última renda mensal
Até 2 salários mínimos
De 2 a 6 s. mínimos
Acima de 6 s. mínimos
21 (41,2)
19 (37,3)
11 (21,6)
18 (34,0)
24 (45,3)
11 (20,8)
0,679
39 (37,5)
43 (41,3)
22 (21,2)
É o principal responsável
pela renda da família
Sim
Não
21 (41,2)
30 (58,8)
30 (56,6)
23 (43,4)
0,116
51 (49,0)
53 (51,0)
TOTAL
51 (100) 53 (100) 104 (100)
* Teste do qui-quadrado.
21
4.2 SINTOMAS DEPRESSIVOS E QUALIDADE DE VIDA
A tabela 2 mostra a comparação dos resultados quantitativos da escala de
depressão e dos questionários de qualidade de vida e de seus domínios entre os
grupos.
A Escala de Depressão Geriátrica (GDS) é composta por 30 questões que
identificam sintomas depressivos ou vulnerabilidade à depressão. Considerando os
resultados com 10 ou mais respostas depressivas, foram observados 6 idosos
(11,8%) com quadro sugestivo de depressão no grupo que permanece trabalhando e
8 (15,1%) no outro grupo, diferença não estatisticamente significativa (P=0,619). No
entanto, comparando a média de respostas positivas entre os grupos, verificamos
que essa foi significativamente (P=0,040) menor naqueles que permanecem em
atividade profissional (4,8±3,7) do que entre os que pararam de trabalhar (6,6±5,0).
O questionário WHOQOL-BREF é composto de 26 questões, que são
divididas em quatro domínios, sendo que as duas primeiras são gerais e somadas
dão um valor geral para a qualidade de vida. O módulo WHOQOL-OLD contém 24
questões divididas em seis domínios. Todos esses resultados foram transformados
em uma escala de 0 a 100, sendo que, quanto maior o resultado, melhor a qualidade
de vida.
Analisando os resultados do WHOQOL-BREF, observamos que apenas os
domínios FÍSICO (P=0,011) e PSICOLÓGICO (P=0,027) mostraram uma diferença
significativa entre as médias do grupo que trabalha (75,5±13,5 e 75,6±11,8) e que
não trabalha (68,1±15,7 e 70,1±12,8, respectivamente). A média geral, definida
pelas duas primeiras questões não mostrou uma diferença significativa, embora
ligeiramente maior no grupo que trabalha. A primeira questão, que pergunta como
avalia a qualidade de vida, apresentou uma tendência a ser maior no grupo que
trabalha (78,9±16,1 contra 73,6±17,3; P=0,107). A soma de todas as questões,
definida como valor total, também apresentou uma média maior no grupo que
trabalha (72,6±10,2 contra 68,7±12,3), com tendência a significância estatística
(P=0,082).
No WHOQOL-OLD, apenas o domínio PARTICIPAÇÃO SOCIAL (P=0,02),
mostrou uma média significativamente maior entre os que trabalham (71,0±13,9) em
comparação aos que pararam de trabalhar (63,6±16,5). Observa-se também uma
tendência a significância estatística, com média maior no grupo dos que mantêm
22
atividade remunerada, para os domínios ATIVIDADES PASSADAS, PRESENTES E
FUTURAS (P=0,085) e MORTE E MORRER (P=0,090). O valor total do módulo, a
partir da soma de todas as questões, apresentou uma média um pouco maior entre
os que permanecem trabalhando (73,4±10,3), em comparação àqueles que o têm
mais atividade remunerada (70,3±13,2), porém essa diferença não foi
estatisticamente significativa (P=0,193).
Tabela 2: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de qualidade de
vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF e
WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que
tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto
Alegre-RS, em 2008.
TESTE
Idosos que
trabalham
m±dp
Idosos que
não trabalham
m±dp
p*
Total
m±dp
GDS
4,76 ± 3,713 6,57 ± 5,044 0,040 5,68 ± 4,51
WHOQOL-BREF
Questão 1 78,92 ±16,103 73,58 ±17,275 0,107 76,20 ± 16,845
Questão 2 70,59 ±21,039 67,45 ± 19,967 0,437 68,99 ± 20,461
Geral 74,75 ±14,468 70,52 ± 16,279 0,164 72.60 ± 15,489
Domínio Físico 75,49 ±13,459 68,06 ± 15,668 0,011 71,70 ± 15,027
Domínio Psicológico 75,57 ±11,815 70,13 ± 12,836 0,027 72,80 ± 12,587
Domínio Relações Pessoais 71,08 ±14,563 70,91 ± 14,583 0,954 70,99 ± 14,503
Domínio Meio Ambiente 67,95 ±11,723 66,98 ± 14,523 0,709 67,46 ± 13,169
Total 72,62 ±10,217 68,72 ± 12,299 0,082 70,64 ± 11,440
WHOQOL-OLD
Funcionamento Sensório 78,19 ±20,324 78,97 ± 17,017 0,833 78,58 ± 18,639
Autonomia 67,77 ±15,071 70,28 ± 17,843 0,440 69,05 ± 16,510
Atividades Passadas,
Presentes e Futuras.
70,38 ±15,351 64,86 ± 16,727 0,085 67,54 ± 16,234
Participação Social 70,96 ±13,910 63,56 ± 16,524 0,015 67,19 ± 15,670
Morte e Morrer 79,29 ±21,560 71,23 ± 26,213 0,090 75,18 ± 24,268
Intimidade 73,53 ±13,727 72,76 ± 19,844 0,819 73,14 ± 17,042
Total 73,38 ±10,306 70,29 ± 13,198 0,193 71,80 ± 11,911
m±dp = média ± desvio padrão. * Teste t de Student para amostras independentes.
23
Na tabela 3, são mostradas as questões da escala de depressão geriátrica,
com a comparação da freqüência de respostas afirmativas entre os grupos. Nesse
instrumento, observa-se diferença significativa (P<0,05) nas questões 10 (Sente-se
freqüentemente adoentado e só?), 20 (Para você é difícil começar novos projetos?),
26 (É difícil para você concentrar-se?), 27 (Sente-se bem ao despertar?) e 29 (É fácil
para você tomar decisões?). ainda uma tendência a significância na diferença
das questões 14, 20 e 28 (0,05<P<0,10). Em todas essas questões, o grupo dos
idosos que não trabalham apresentou uma maior freqüência de respostas
relacionadas a sintomas depressivos.
Tabela 3: Freqüência de resposta afirmativa nas questões da escala de depressão geriátrica (GDS)
em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma
atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em
2008.
Questão
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
1. Você está satisfeito com sua vida? 96,1 94,3 1,000
$
2. Abandonou muitos de seus interesses e
atividades?
41,2 54,7 0,167
3. Sente que a sua vida está Vazia? 3,9 13,2 0,161
$
4. Sente-se freqüentemente Aborrecido? 19,6 22,6 0,705
5. Você tem fé no futuro? 90,2 83,0 0,284
6. Tem pensamentos negativos? 25,5 32,1 0,459
7. Na maioria do tempo está de bom humor? 94,1 92,5 1,000
$
8. Tem medo de que algo de mal vá lhe
acontecer?
23,5 22,6 0,914
9. Sente-se feliz na maioria do tempo? 96,1 94,3 1,000
$
10. Sente-se freqüentemente adoentado, só? 5,9 18,9 0,045
11. Sente-se freqüentemente intranqüilo? 23,5 28,3 0,579
12. Prefere ficar em casa a sair? 64,7 66,0 0,887
* Teste do qui-quadrado.
$
Teste exato de Fisher.
24
Tabela 3: (Continuação). Freqüência de resposta afirmativa nas questões da escala de depressão
geriátrica (GDS) em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que
tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto
Alegre-RS, em 2008.
Questão
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
13. Preocupa-se muito com o futuro? 37,3 30,2 0,446
14. Tem mais problema de memória que os
outros?
9,8 22,6 0,077
15. Acha bom estar vivo? 100 98,1 1,000
$
16. Fica freqüentemente triste? 15,7 11,3 0,514
17. Sente-se inútil? 5,9 7,5 1,000
$
18. Preocupa-se muito com o passado? 13,7 11,3 0,711
19. Acha a vida interessante? 100 96,2 0,495
20. Para você é difícil começar novos
projetos?
27,5 45,3 0,059
21. Sente-se cheio de energia? 84,3 81,1 0,668
22. Sente-se sem esperança? 7,8 11,3 0,742
$
23. Acha que os outros têm mais sorte que
você?
5,9 15,1 0,127
24. Preocupa-se com coisas sem
importância?
15,7 22,6 0,368
25. Sente freqüentemente vontade de
chorar?
19,6 28,3 0,300
26. É difícil para você concentrar-se? 15,7 34,0 0,031
27. Sente-se bem ao despertar? 98,0 84,9 0,031
$
28. Prefere evitar as reuniões sociais? 33,3 50,9 0,069
29. É fácil para você tomar decisões? 82,4 60,4 0,013
30. O seu raciocínio está claro como
antigamente?
82,4 69,8 0,135
* Teste do qui-quadrado.
$
Teste exato de Fisher.
25
As questões do WHOQOL-BREF que compõem o domínio FÍSICO são
apresentadas na tabela 4. Foi observada uma diferença estatisticamente significante
entre os grupos (P=0,015) na questão 4, onde o grupo que não trabalha respondeu
precisar mais de tratamento médico para levar a vida diária. Nas questões 17 (Quão
satisfeito você está com a capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-
dia?) e 18 (Quão satisfeito você está com sua capacidade para o trabalho?) observa-
se uma maior freqüência de insatisfação no grupo que parou de trabalhar, com
tendência a significância estatística (P=0,062 e 0,064, respectivamente).
Nas questões do domínio PSICOLÓGICO (tabela 5), a principal diferença
entre os grupos é observada na questão 5 (O quanto você aproveita a vida?), onde
64,7% dos idosos que trabalham e 37,8% dos que não trabalham responderam
“Bastante”/”Extremamente” (P=0,014). Uma maior freqüência de resposta “Nunca”
foi observada no grupo que trabalha, quando perguntado “Com que freqüência você
tem sentimentos negativos tais como mau-humor, desespero, ansiedade,
depressão?” (questão 26), com tendência a uma diferença de resposta significativa
entre os grupos (P=0,088).
Nenhuma das questões relacionadas aos domínios RELAÇÕES SOCIAIS
(tabela 5) e MEIO AMBIENTE (tabela 7) apresentou uma distribuição da freqüência
de respostas estatisticamente diferente entre os grupos. Podemos observar apenas
um tendência (P=0,067) na questão 12 (Você tem dinheiro suficiente para satisfazer
suas necessidades?), onde 21,5% dos que trabalham responderam negativamente
(contra 24,5% dos que não trabalham) e 29,4% respondera positivamente (contra
18,9%).
Em relação ao módulo para idosos do questionário de qualidade de vida, para
as questões dos domínios FUNCIONAMENTO DOS SENTIDOS (tabela 8),
AUTONOMIA (tabela 9) e ATIVIDADES PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS
(tabela 8), não se observa nenhuma diferença entre os grupos. A questão 17 do
domínio PARTICIPAÇÃO SOCIAL mostra uma forte tendência a significância
estatística (P=0,056), onde se observa a uma maior freqüência de satisfação com o
nível de atividade no grupo de idosos que permanece trabalhando (tabela 11). As
questões dos domínios MORTE E MORRER (tabela 12) e INTIMIDADE (tabela 13)
não apresentaram uma freqüência de respostas estatisticamente diferente entre os
grupos.
26
Tabela 4: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Físico do questionário de qualidade
de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF), em idosos que mantêm uma
atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60
anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
3 - Em que medida
você acha que sua
dor (física) impede de
você fazer o que
você precisa?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
47,1
23,5
25,5
3,9
0,0
41,5
26,4
20,8
11,3
0,0
0,499
4 - O quanto vo
precisa de tratamento
médico para levar
sua vida diária?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
29,4
37,3
17,6
15,7
0,0
7,5
30,2
35,8
24,5
1,9
0,015
10 - Você tem
energia suficiente
para o seu dia-a-dia?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
0,0
2,0
21,6
60,8
15,7
1,9
7,5
26,4
43,4
20,8
0,310
15 - Quão bem você
é capaz de se
locomover?
Muito ruim
Ruim
Nem ruim nem bom
Bom
Muito bom
0,0
2,0
9,8
45,1
43,1
0,0
3,8
15,1
47,2
34,0
0,689
16 - Quão satisfeito
você está com o seu
sono?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
9,8
9,8
60,8
19,6
0,0
15,1
52,8
17,0
0,670
17 - Quão satisfeito
você está com sua
capacidade para
desempenhar as
atividades de seu dia-
a-dia?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
0,0
11,8
68,6
19,6
0,0
13,2
11,3
60,4
15,1
0,062
18 - Quão satisfeito
você está com sua
capacidade para o
trabalho?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
2,0
15,7
60,8
21,6
1,9
17,0
15,1
54,7
11,3
0,064
* Teste do qui-quadrado.
27
Tabela 5: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Psicológico do questionário de
qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF), em idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade
remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
5 - O quanto vo
aproveita a vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
0,0
15,7
19,6
54,9
9,8
5,7
11,3
45,3
34,0
3,8
0,014
6 - Em que medida
você acha que sua
vida tem sentido?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
0,0
3,9
9,8
66,7
19,6
1,9
1,9
20,8
50,9
24,5
0,315
7 - O Quanto você
consegue se
concentrar?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
Não respondeu
0,0
5,9
19,6
62,7
11,8
0,0
0,0
9,4
34,0
47,2
7,5
1,9
0,286
11 - Você é capaz de
aceitar sua aparência
física?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
0,0
0,0
17,6
45,1
33,3
3,9
0,0
3,8
22,6
30,2
41,5
1,9
0,328
19 - Quão satisfeito
você está consigo
mesmo?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem
insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
3,9
11,8
49,0
35,3
0,0
5,7
13,2
66,0
15,1
0,124
26 - Com que fre-
qüência você tem
sentimentos nega-
tivos tais como mau
humor, desespero,
ansiedade,
depressão?
Nunca
Algumas vezes
Freqüentemente
Muito frequentemente
Sempre
Não respondeu
45,1
47,1
3,9
3,9
0,0
0,0
22,6
58,5
3,2
3,8
0,0
1,9
0,088
* Teste do qui-quadrado.
28
Tabela 6: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Relações Sociais do questionário de
qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF), em idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade
remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
20 - Quão satisfeito
você está com suas
relações pessoais
(amigos, parentes,
conhecidos,
colegas)?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
3,9
9,8
52,9
33,3
0,0
1,9
13,2
58,5
26,4
0,754
21 – Quão satisfeito
você está com sua
vida sexual?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
Não respondeu
3,9
13,7
39,2
41,2
2,0
0,0
5,7
9,4
39,6
37,7
5,7
1,9
0,770
22 – Quão satisfeito
você está com o
apoio que você
recebe de seus
amigos?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
5,9
7,8
52,9
33,3
0,0
3,8
13,2
54,7
28,3
0,759
* Teste do qui-quadrado.
29
Tabela 7: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Meio Ambiente do questionário de
qualidade de vida resumido da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF), em idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade
remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
8 – Quão seguro você
se sente em sua vida
diária?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
0,0
2,0
23,5
56,9
17,6
1,9
7,5
15,1
67,9
7,5
0,182
9 – Quão saudável é
seu ambiente físico
(clima, barulho,
poluição atrativos)?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
0,0
7,8
19,6
60,8
11,8
1,9
7,5
20,8
58,5
11,3
0,908
12 – Você tem dinheiro
suficiente para
satisfazer suas
necessidades?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
3,9
17,6
49,0
23,5
5,9
9,4
15,1
56,6
5,7
13,2
0,067
13- Quão disponíveis
para você estão às
informações que
precisa no seu dia-a-
dia?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
0,0
2,0
27,5
52,9
15,7
2,0
1,9
5,7
26,4
39,6
24,5
1,9
0,563
14 – Em que medida
você tem oportunidade
de lazer
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
0,0
13,7
43,1
33,3
9,8
0,0
11,3
15,1
34,0
24,5
13,2
1,9
0,141
23 – Quão satisfeito
você está com as
condições do local
onde mora?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
3,9
5,9
60,8
29,4
1,9
3,8
7,5
56,6
30,2
0.886
24 – Quão satisfeito
você está com o seu
acesso aos serviços de
saúde?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
3,9
13,7
19,6
47,1
15,7
0,0
5,7
15,1
60,4
18,9
0,272
25 – Quão satisfeito
você está com o seu
meio de transporte?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
3,9
2,0
3,9
72,5
17,6
1,9
5,7
7,5
62,3
22,6
0,623
* Teste do qui-quadrado.
30
Tabela 8: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Funcionamento dos Sentidos do
módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde
(WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles
que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto
Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
1 - Até que ponto as
perdas nos seus sentidos
(por exemplo, audição,
visão, paladar, olfato,
tato), afetam a sua vida
diária?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
43,1
25,5
21,6
9,8
0,0
41,5
17,0
24,5
15,1
1,9
0,636
2 - Até que ponto as
perdas, por exemplo,
audição, visão, paladar,
olfato, tato, afeta a sua
capacidade de participar
em atividades?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
51,0
23,5
15,7
9,8
0,0
58,5
22,6
11,3
7,5
0,0
0,850
10 - Até que ponto as
perdas nos seus sentidos
(por exemplo, audição,
visão, paladar, olfato,
tato), afeta a sua
capacidade de interagir
com outras pessoas?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
64,7
9,8
17,6
7,8
0,0
71,7
15,1
9,4
1,9
1,9
0,292
20 - Como você avaliaria o
funcionamento dos seus
sentidos, por exemplo,
audição, visão, paladar,
olfato, tato?
Muito ruim
Ruim
Nem ruim nem boa
Boa
Muito boa
Não respondeu
0,0
2,0
17,6
56,9
23,5
0,0
0,0
1,9
20,8
62,3
13,2
1,9
0,623
* Teste do qui-quadrado.
31
Tabela 9: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Autonomia do módulo para idosos do
questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade
remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
3 - Quanta liberdade você
tem para tomar suas
próprias decisões?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
0,0
0,0
7,8
54,9
37,3
0,0
1,9
7,5
41,5
49,1
0,428
4 - Até que ponto você
sente que controla o seu
futuro?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
Não respondeu
15,7
11,8
31,4
35,3
3,9
2,0
9,4
9,4
24,5
41,5
13,2
1,9
0,516
5 - O quanto você sente
que as pessoas ao seu
redor respeitam a sua
liberdade?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
2,0
5,9
13,7
54,9
23,5
1,9
5,7
15,1
45,3
32,1
0,878
11 - Até que ponto você
consegue fazer as coisas
que gostaria de fazer?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
0,0
9,8
35,3
43,1
11,8
3,8
13,2
37,7
28,3
17,0
0,364
* Teste do qui-quadrado.
32
Tabela 10: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Atividades Passadas, Presentes e
Futuras do módulo para idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da
saúde (WHOQOL-OLD), em idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município
de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
12 - Até que ponto
você está satisfeito
com as suas oportu-
nidades para conti-
nuar Alcançando
outras realizações
na sua vida?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
3,9
5,9
35,3
39,2
15,7
5,7
15,1
45,3
20,8
13,2
0,201
13 - O quanto você
sente que recebeu o
reconhecimento que
merece na sua vida?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
0,0
9,8
35,3
35,3
17,6
2,0
7,5
7,5
28,3
39,6
17,0
0,0
0,339
15 - Quão satisfeita
você está com
aquilo que alcançou
na sua vida?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
7,8
13,7
47,1
31,4
1,9
9,4
11,3
52,8
24,5
0,778
19 - Quão feliz você
está com as coisas
que você pode
esperar daqui para
frente?
Muito infeliz
Infeliz
Nem feliz nem infeliz
Feliz
Muito feliz
0,0
0,0
17,6
62,7
19,6
0,0
3,8
28,3
54,7
13,2
0,247
* Teste do qui-quadrado.
33
Tabela 11: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Participação Social do módulo para
idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em
idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma
atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em
2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
14 - Até que ponto
você sente que tem
o suficiente para
fazer a cada dia?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
0,0
5,9
21,6
60,8
11,8
0,0
7,5
41,5
39,6
11,3
0,127
16 - Quão satisfeito
você está com a
maneira com a qual
você usa o seu
tempo?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
Não respondeu
0,0
2,0
15,7
62,7
19,6
0,0
1,9
5,7
28,3
52,8
9,4
1,9
0,219
17 - Quão satisfeito
você está com o seu
nível de atividade?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
3,9
5,9
76,5
13,7
1,9
9,4
22,6
54,7
11,3
0,056
18 - Quão satisfeito
você está com as
oportunidades que
você tem para
participar de
atividades da
comunidade?
Muito insatisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
0,0
11,8
35,3
37,3
15,7
5,7
9,4
37,7
43,4
3,8
0,129
* Teste do qui-quadrado.
34
Tabela 12: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Morte e Morrer do módulo para
idosos do questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em
idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma
atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em
2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
6 - Quão preocupado você
está com a maneira pela
qual irá morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
60,8
21,6
9,8
5,9
2,0
54,7
11,3
17,0
13,2
3,8
0,334
7 - O quanto você tem
medo de não poder
controlar a sua morte?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
70,6
13,7
9,8
3,9
2,0
60,4
11,3
9,4
9,4
9,4
0,376
8 - O quanto você tem
medo de morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
68,6
13,7
9,8
7,8
0,0
62,3
11,3
9,4
13,7
3,8
0,572
9 - O quanto você teme
sofrer dor antes de
morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
33,3
19,6
9,8
33,3
3,9
28,3
15,1
17,0
28,3
11,3
0,466
* Teste do qui-quadrado.
35
Tabela 13: Freqüências das respostas nas questões do Domínio Intimidade do módulo para idosos do
questionário de qualidade de vida da organização mundial da saúde (WHOQOL-OLD), em idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e naqueles que tinham uma atividade
remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
Questão Resposta
Idosos que
trabalham
%
Idosos que não
trabalham
%
p*
21 - Até que ponto você
tem sentimento de
companheirismo em sua
vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
Não respondeu
2,0
0,0
17,6
70,6
9,8
0,0
5,7
5,7
17,0
62,3
7,5
1,9
0,391
22 - Até que ponto você
sente amor em sua vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
Não respondeu
0,0
2,0
9,8
70,6
17,6
0,0
0,0
3,8
9,4
60,4
24,5
1,9
0,688
23 - Até que ponto você
tem oportunidade para
amar?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
0,0
2,0
23,5
47,1
27,5
0,0
3,8
3,8
15,1
45,3
30,2
1,9
0,517
24 - Até que ponto você
tem oportunidade para ser
amado?
Nada
Muito pouco
Médio
Muito
Completamente
Não respondeu
3,9
3,9
19,6
47,1
25,5
0,0
3,8
7,5
17,0
43,4
26,6
1,9
0,884
* Teste do qui-quadrado.
36
4.3 ANÁLISE ESTRATIFICADA POR SEXO
Quando analisados apenas os idosos do sexo masculino, observa-se que os
escores totais do GDS, do WHOQOL-BREF e do WHOQOL-OLD não se mostram
diferentes, de forma significativa, entre os que continuam trabalhando e os que
pararam de trabalhar (tabela 14). Nenhum dos domínios do WHOQOL-BREF
mostrou também uma diferença estatisticamente significante. No WHOQOL-OLD
observa-se uma menor média de qualidade de vida no grupo dos idosos que
continuam trabalhando, para os domínios AUTONOMIA (P=0,023) e ATIVIDADES
PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS (P=0,071), não havendo diferença
significativa para os demais domínios.
A análise apenas do sexo feminino (tabela 15) evidencia menores escores do
GDS para as mulheres que permanecem trabalhando (4,1±3,1), em comparação às
que pararam de trabalhar (6,7±5,2), com P=0,021. No escore total do WHOQOL-
BREF, observa-se uma média de qualidade de vida maior entre as idosas que
seguem trabalhando (P=0,039), assim como nos domínios FÍSICO (P=0,018),
PSICOLÓGICO (p=0.034) e na questão 1 (“Como você avaliaria sua qualidade de
vida?”) (p=0,055). O mesmo acontece, no escore total do WHOQOL-OLD (P=0,033)
e nos domínios ATIVIDADES PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS (P<0,001) e
PARTICIPAÇÃO SOCIAL (P=0,001) do mesmo instrumento.
37
Tabela 14: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de qualidade de
vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF e
WHOQOL-OLD), em homens idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naqueles que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município
de Porto Alegre-RS, em 2008.
TESTE
Idosos que
trabalham
m±dp
Idosos que
não trabalham
m±dp
p*
Total
m±dp
GDS
5,67 ± 4,36 6,33 ± 4,89 0,670 5,94 ± 4,54
WHOQOL-BREF
Questão 1 75,00 ±11,180 75,00 ± 16,366 1,000 75,00 ± 13,363
Questão 2 72,62 ±17,509 70,00 ± 10,351 0,608 71,53 ± 14,824
Geral 73,81 ±12,440 72,50 ± 10,774 0,744 73,26 ± 11,632
Domínio Físico 76,36 ±11,871 74,29 ± 11,783 0,607 75,50 ± 11,711
Domínio Psicológico 74,80 ± 9,902 73,06 ± 9,944 0,606 74,07 ± 9,815
Domínio Relações Pessoais 64,68 ±18,239 70,56 ± 15,387 0,317 67,13 ± 17,130
Domínio Meio Ambiente 67,11 ± 7,882 72,08 ± 13,283 0,169 69,18 ± 10,595
Total 71,61 ± 9,028 72,76 ± 10,109 0,723 72,09 ± 9,369
WHOQOL-OLD
Funcionamento Sensório 77,68 ±23,433 79,17 ± 16,480 0,834 78,30 ± 20,566
Autonomia 63,10 ±13,391 74,17 ± 14,147 0,023 67,71 ± 14,600
Atividades Passadas,
Presentes e Futuras.
62,19 ±15,239 71,67 ± 14,343 0,071 66,25 ± 15,399
Participação Social 65,18 ±14,466 68,75 ± 16,870 0,500 66,67 ± 15,382
Morte e Morrer 85,12 ±17,949 76,25 ± 24,798 0,221 81,42 ± 21,207
Intimidade 69,05 ±12,099 70,83 ± 19,998 0,741 69,79 ± 15,634
Total 70,36 ±11,313 73,47 ± 11,771 0,435 71,70 ± 11,446
m±dp = média ± desvio padrão. * Teste t de Student para amostras independentes.
38
Tabela 15: Resultados da escala de depressão geriátrica (GDS) e dos questionários de qualidade de
vida resumido e módulo para idosos da organização mundial da saúde (WHOQOL-BREF e
WHOQOL-OLD), em mulheres idosas que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos e
naquelas que tinham uma atividade remunerada até os 60 anos e pararam de trabalhar, no município
de Porto Alegre-RS, em 2008.
TESTE
Idosos que
trabalham
m±dp
Idosos que
não trabalham
m±dp
p*
Total
m±dp
GDS
4,13 ± 3,10 6,66 ± 5,16 0,021 5,54 ± 4,53
WHOQOL-BREF
Questão 1 81,67 ±18,492 73,03 ± 17,803 0,055 76,84 ± 18,486
Questão 2 69,17 ±23,382 66,45 ± 22,718 0,630 67,65 ± 22,880
Geral 75,42 ±15,908 69,74 ± 18,063 0,180 72,24 ± 17,257
Domínio Físico 74,88 ±14,635 65,60 ± 16,449 0,018 69,70 ± 16,238
Domínio Psicológico 76,11 ±13,128 68,97 ± 13,758 0,034 72,12 ± 13,852
Domínio Relações Pessoais 75,56 ± 9,268 71,05 ± 14,465 0,143 73,04 ± 12,561
Domínio Meio Ambiente 68,54 ±13,901 64,97 ± 14,660 0,311 66,54 ± 14,336
Total 73,33 ±11,067 67,13 ± 12,834 0,039 69,87 ± 12,394
WHOQOL-OLD
Funcionamento Sensório 78,54 ±18,254 78,89 ± 17,452 0,938 78,73 ± 17,680
Autonomia 71,04 ±15,526 68,75 ± 19,057 0,596 69,76 ± 17,499
Atividades Passadas,
Presentes e Futuras.
75,83 ±13,000 62,17 ± 17,005 <0,001 68,20 ± 16,720
Participação Social 75,00 ±12,172 61,51 ± 16,150 <0,001 67,46 ± 15,927
Morte e Morrer 75,21 ±23,182 69,24 ± 26,809 0,338 71,88 ± 25,267
Intimidade 76,67 ±14,113 73,52 ± 20,000 0,468 74,91 ± 17,595
Total 75,38 ± 9,230 69,00 ± 13,673 0,033 71,86 ± 12,232
m±dp = média ± desvio padrão. * Teste t de Student para amostras independentes.
39
4.4 RESULTADOS QUALITATIVOS
Na tabela 16, observa-se que o grupo dos idosos que mantêm atividade
profissional indica como fatores importantes para ter qualidade de vida aqueles
relacionados à manutenção da saúde (como ter saúde, alimentação saudável,
praticar uma atividade física, ter tranqüilidade), seguidos por fatores pessoais e
interpessoais (relacionamento, alegria e felicidade, autonomia e liberdade, ser
respeitado, e esperança), os relacionados à manutenção da vida ativa (diversão e
lazer, vida ativa, atividades intelectuais), a manutenção da atividade profissional
(trabalho e objetivos) e os financeiros (estabilidade, segurança, conforto). Este grupo
valoriza a importância do trabalho vendo o mesmo como fonte de satisfação e
realização pessoal, seguido da manutenção da vida ativa, das relações pessoais,
colocando os aspectos financeiros com menor relevância (tabela 17).
A continuidade da atividade profissional remunerada se deve, principalmente
pela satisfação, por gostar de trabalhar, seguido da manutenção da vida ativa, que
enfatiza o sentir-se útil e produtivo. Os fatores financeiros e as relações
interpessoais ficam com menor prioridade (tabela 18).
O grupo dos idosos que pararam de trabalhar apresenta semelhanças ao dos
que continuam trabalhando em relação aos conceitos e fatores relevantes para ter
qualidade de vida. Priorizam a manutenção da saúde, os fatores pessoais e
interpessoais, porém, indicam os fatores financeiros como sendo mais importantes
do que os relacionados à manutenção da vida ativa e da atividade profissional
(tabela 19). Para esse grupo, o trabalho também tem um grande significado, pois
trouxe satisfação e realização pessoal. O fator financeiro é mais relevante que a vida
ativa e as relações interpessoais (tabela 20).
Ao ser questionado se gostaria de continuar exercendo alguma atividade
profissional se tivesse oportunidade, 54,7% dos idosos que pararam de trabalhar
responderam que sim.
40
Tabela 16: Fatores importantes para ter qualidade de vida identificados na avaliação qualitativa do
grupo dos idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos (n=51), no município de
Porto Alegre-RS, em 2008.
CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES FATOR – N
Relacionados à manutenção da saúde
Ter saúde – 29
Alimentação saudável – 17
Atividade física – 15
Tranqüilidade – 7
Pessoais / interpessoais
Relacionamento interpessoal – 35
Alegria / felicidade – 5
Autonomia / liberdade – 4
Ser respeitado – 3
Fé / esperança – 3
Relacionados á manutenção da vida
ativa
Diversão / lazer – 10
Vida ativa – 06
Atividades intelectuais – 04
Relacionados à manutenção da atividade
profissional
Trabalho – 12
Ter objetivos – 06
Estabilidade financeira
Estabilidade / segurança financeira – 10
Conforto / habitação – 04
N = número de idosos que referiram
41
Tabela 17: Importância do trabalho, identificada na avaliação qualitativa do grupo dos idosos que
mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos (n=51), no município de Porto Alegre-RS, em
2008.
CLASSIFICAÇÃO DA IMPORTÂNCIA IMPORTÂNCIA – N
Satisfação/Realização Pessoal
Muito importante / tudo – 25
Adora / gosta de trabalhar – 15
Prazer / satisfação – 15
Relaxa / distrai – 15
Sentido para a vida – 11
Realização – 10
Reconhecimento – 5
Manutenção da vida ativa
Sente-se útil – 15
Continuar ativo – 8
Atualização – 6
Relações interpessoais
Oportuniza contatos – 12
Financeiro
Financeiro – 10
N = número de idosos que referiram
42
Tabela 18: Motivos que levaram a continuar trabalhando, identificados na avaliação qualitativa do
grupo dos idosos que mantêm uma atividade remunerada após os 60 anos (n=51), no município de
Porto Alegre-RS, em 2008.
CLASSIFICAÇÃO DO MOTIVO MOTIVO – N
Satisfação / realização pessoal
Gostar de trabalhar – 29
Prazer / satisfação – 22
Realização – 11
Liberdade / autonomia – 7
Para ter qualidade de vida – 3
Manutenção da vida ativa
Sentir-se útil / produtivo – 20
Passatempo – 12
Ser ativo – 11
Motivos financeiros
Questões financeiras – 21
Ajudar os filhos – 6
Relações interpessoais
Contato com pessoas – 7
N = número de idosos que referiram
43
Tabela 19: Fatores importantes para ter qualidade de vida, identificados na avaliação qualitativa do
grupo dos idosos que tinham atividade remunerada até os 60 anos e que depois pararam de trabalhar
(n=53), no município de Porto Alegre-RS, em 2008.
CLASSIFICAÇÃO DO MOTIVO MOTIVO – N
Relacionados à manutenção da saúde
Ter Saúde – 32
Alimentação Saudável – 10
Tranqüilidade – 9
Atividade Física – 7
Assistência Médica – 4
Pessoais / interpessoais
Relacionamento Interpessoal – 31
Alegria/Felicidade – 2
Autonomia/ Liberdade – 2
Fé/ Esperança – 5
Estabilidade financeira
Estabilidade/Segurança Financeira – 18
Conforto/Habitação – 2
Relacionado á manutenção da vida ativa
Diversão/ Lazer – 6
Vida Ativa – 8
Atividades Intelectuais – 3
Relacionados à manutenção da atividade
profissional
Trabalho – 2
Ter objetivos – 4
N = número de idosos que referiram
44
Tabela 20: Significados que o trabalho teve na vida, identificados na avaliação qualitativa do grupo
dos idosos que tinham atividade remunerada até os 60 anos e que pararam de trabalhar (n=53), no
município de Porto Alegre-RS, em 2008.
CLASSIFICAÇÃO DO SIGNIFICADO SIGNIFICADO – N
Satisfação / realização pessoal
Muito importante / tudo – 30
Adora / gosta de trabalhar – 23
Realização – 10
Sentido de vida – 10
Aprendizado / experiência – 8
Prazer / satisfação – 5
Financeiro
Ajudou na estabilidade atual – 16
Vida ativa
Aprendizado/Experiência – 8
Energia – 2
Relação interpessoal
Sociabilidade – 5
N = número de idosos que referiram
45
5 DISCUSSÃO
O presente estudo avaliou a qualidade de vida, a prevalência de sintomas
depressivos e a significação atribuída ao trabalho em dois grupos de idosos. O
primeiro grupo é de idosos que permanecem exercendo atividades remuneradas
após os sessenta anos e o segundo é de idosos que pararam de trabalhar.
Até o presente momento, a revisão da literatura realizada não mostrou
estudos investigando a associação da continuidade do trabalho com a qualidade de
vida e a sintomatologia depressiva em idosos. Muitos estudos foram encontrados
sobre a investigação da qualidade de vida nesta faixa etária, entretanto, poucos
aplicaram os instrumentos utilizados nesta pesquisa. Uma explicação pode ser o fato
do questionário WHOQOL-OLD ter validade recente. estudos recentes que
relacionam qualidade de vida e intensidade de sintomas depressivos em idosos.
4,16
A amostra presente nesta pesquisa foi constituída de 68 mulheres e de 36
homens, este maior número de mulheres se deu em função do banco de dados
utilizado, que a população idosa de Porto Alegre é predominantemente deste
sexo, e pelos critérios de inclusão e exclusão. A idade média dos dois grupos é de
aproximadamente 69 anos e a maioria (60,2%) é composta por viúvos, separados ou
solteiros, denotando uma menor prevalência de idosos que vivem com
companheiro(a). O grau de escolaridade predominante é de ensino básico e
fundamental (80,4%) demonstrando tratar-se de uma amostra com baixa
escolaridade. A maioria dos idosos que continuam trabalhando, exerce uma
atividade o especializada (59,25%), sem vínculo empregatício (96,1%) e tem
renda de um a seis salários mínimos (78,5%). Esses fatores podem indicar a
manutenção das atividades profissionais como complementação de renda e busca
de satisfação e realização pessoais, evidenciados na pesquisa qualitativa. Pode
estar associado, também, à dificuldade de encontrar um emprego em função da
idade, escolaridade e dos paradigmas sociais associados ao envelhecimento.
O trabalho informal consiste, na maioria das vezes, em ocupações precárias e
com baixa remuneração. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde
31
,
muitos idosos sustentam a si mesmos e a outros, trabalhando neste setor,
especialmente em países em desenvolvimento.
Segundo o estudo de Barreto & Giatti
32
, intitulado Saúde, Trabalho e
Envelhecimento no Brasil, mais de um quarto dos idosos brasileiros que viviam em
46
regiões metropolitanas trabalhavam em 2003. Referem também que idosos
saudáveis, com autonomia física e mental, mantêm boas perspectivas de vida e
podem assumir papéis relevantes na sociedade e associam boas condições de
saúde à permanência na vida ativa.
A participação de pessoas idosas no mercado de trabalho no Brasil
acompanha uma tendência internacional. No período compreendido entre 1986 a
1996, a taxa de participação dos homens idosos no mercado de trabalho passou de
28,5% para 38,8%, e a das mulheres idosas de 5,6% para 14,3%. Estes dados
mostram uma tendência significativa e de grande relevância social.
15
O valor total do WHOQOL-BREF apresentou uma média maior no grupo que
trabalha com tendência a significância estatística indicando que este grupo tem
melhor qualidade de vida em comparação ao grupo que não exerce atividades
profissionais. O escore total do WHOQOL-OLD mostrou uma média um pouco maior
para o grupo que trabalha, mas a diferença não foi estatisticamente significativa.
O conceito de qualidade de vida é muito subjetivo, sua natureza é abrangente
e por estar estreitamente ligado aquilo que o próprio indivíduo sente e percebe, tem
um valor intrínseco e intuitivo.
4
No idoso, a qualidade de vida pode ser percebida como boa ou ruim de
acordo com a forma como cada indivíduo vivencia a velhice. Nesse sentido, a
qualidade de vida depende da interpretação emocional que cada indivíduo faz dos
fatos e eventos e está intimamente relacionada à percepção subjetiva dos
acontecimentos e condições de vida.
33
Em relação aos domínios do WHOQOL-BREF, observou-se diferenças
significativa nos domínios físico e psicológico, mostrando que nestes domínios os
idosos que mantêm atividades profissionais remuneradas têm melhores escores de
qualidade de vida. O domínio físico abrange questões relacionadas a dor e
desconforto, energia e fadiga, sono e repouso, mobilidade, atividades da vida
cotidiana, dependência de medicação e capacidade para o trabalho. O domínio
psicológico é composto por questões associadas a sentimentos positivos e
negativos, pensar, aprender, auto-estima, imagem corporal e espiritualidade. Esses
resultados corroboram as teorias do envelhecimento ativo e produtivo, que associam
a atividade ao bem estar físico e psicológico e sugerem que pessoas ativas estão
menos propensas a doenças, desajustamentos e patologias. Neri e cols.
22
defendem
que a atividade favorece a obtenção de satisfação pessoal para o idoso, uma vez
47
que empresta significado à existência e pode contribuir para a ocorrência de
interação social significativa, para a profilaxia e cura do estresse e para a prevenção
de doenças, prolongando o tempo de vida.
22
Em relação aos domínios do WHOQOL-OLD, houve significância no domínio
participação social. Este abrange a satisfação com o uso do tempo, nível de
atividade e oportunidades para participar de atividades na comunidade. Observamos
também uma tendência a melhor qualidade de vida nos idosos que permanecem
trabalhando nos domínios atividades passadas, presentes e futuras e morte e
morrer. Estes últimos estão relacionados à satisfação com as realizações da vida,
com os objetivos a serem alcançados e com a preocupação e medo da morte. A
partir dos nossos resultados, podemos supor que, em geral, os idosos que trabalham
estão mais satisfeitos com as atividades diárias, realizações, tem mais expectativas,
aproveitam melhor o tempo e tem pouca preocupação com a morte.
Os escores alcançados nos três instrumentos apresentam variações
significativas quando analisados separadamente nos dois sexos. Entre os homens,
não apareceu diferença entre os que continuam e os que não continuam trabalhando
no resultado do GDS, no escore total e nem nos domínios do WHOQOL-BREF e no
escore total do WHOQOL-OLD. A única diferença significativa aparece no domínio
autonomia e uma tendência a diferença aparece no domínio atividades passadas,
presentes e futuras. Nos dois, observa-se que o grupo que parou de exercer
atividades profissionais apresentou, em média, uma melhor qualidade de vida. Nas
questões do domínio autonomia, os homens que trabalham expressam ter menor
liberdade para tomar decisões, sentem-se menos respeitados pelas pessoas em
relação a sua liberdade em comparação aos idosos que pararam de trabalhar. Nas
questões do domínio atividades passadas, presentes e futuras, os homens que
exercem atividades profissionais, sentem-se menos satisfeitos com suas conquistas,
com menores expectativas de continuar alcançando realizações e menos
reconhecidos do que os idosos que pararam de trabalhar. Esse resultado pode
estar associado, a falta de tempo livre, em função do trabalho e aos paradigmas
sociais que, ainda, atribuem ao homem a responsabilidade pelo sustento da família,
exigindo deles, produtividade, empenho e elevada carga horária. Muitas vezes, os
homens não podem fazer escolhas ou buscar uma atividade gratificante, nesses
casos, o trabalho pode representar algo ruim, estressante, que tira a liberdade. Além
disso, alguns homens, por terem a obrigação de trabalhar desde a juventude,
48
sonham com a aposentadoria e com a possível liberdade gerada por ela. Uma outra
hipótese pode estar associada ao fato de que os idosos que se mantêm ativos,
apresentam um nível de exigência e de ambição maior do que os que pararam de
trabalhar.
Por outro lado, na análise qualitativa, a maioria dos homens que continuam
trabalhando, consideram o trabalho uma fonte de satisfação e realização e a
continuidade das atividades se deve à manutenção da vida ativa, ao gostar de
trabalhar e aos ganhos financeiros, nesta ordem. Este resultado indica que o
trabalho tem um papel central na vida do homem, é importante em função da sua
representação e está inerente a sua vida. Estamos vivenciando uma nova
concepção de trabalho que busca equilíbrio, qualidade de vida e gratificação, mas,
em função dos padrões históricos e culturais, o homem ainda não conseguiu esta
harmonia, mantendo uma relação ambivalente com o trabalho.
No sexo feminino, ocorreram diferenças significativas na maioria do escores.
Estes resultados apareceram no total do WHOQOL-BREF, nos domínios físico,
psicológico, na questão 1, no escore total do WHOQOL-OLD, e nos domínios
atividades passadas, presentes e futuras e participação social. Esses resultados
demonstram que as mulheres que continuam trabalhando têm melhor qualidade de
vida em comparação as que pararam de exercer atividades profissionais. Isso está
associado, provavelmente, a mudança cultural e social que deu espaço e
importância para o papel da mulher no contexto profissional. Além disso, muitas
mulheres têm a oportunidade de escolher a sua profissão, gerando gratificação e
prazer, outras, transformam um hobby numa atividade remunerada e outras
trabalham para ter independência, autonomia e estabilidade financeira.
Os idosos brasileiros, principalmente as mulheres, o um segmento
populacional cada vez mais visível da sociedade, não porque são mais
numerosos, mas também porque têm se envolvido na conquista de espaço na
sociedade e porque estão criando novas demandas para as instituições e os
agentes sociais. O novo poder feminino é plasmado pela negação da submissão aos
controles sociais a que sempre responderam.
22
De acordo com dados demográficos, divulgados em 1995 pela ONU, o
número de pessoas em todo o mundo com 60 anos de idade ou mais compreende
302 milhões de mulheres e 247 milhões de homens. A feminização da velhice
também é indicada pelo crescimento relativo da taxa de mulheres idosas que são
49
chefes de família e que fazem parte da população economicamente ativa. O Censo
Demográfico de 1991 registrou 44,0% de mulheres com mais de 60 anos chefes de
domicílio, frente a 66,0% de homens na mesma faixa etária.
8
“A boa qualidade de vida”, segundo definição de Calman,
18
está presente
quando as esperanças e as expectativas de um indivíduo o satisfeitas pela
experiência. Na análise qualitativa, que também avaliou a qualidade de vida,
percebeu-se fatores relevantes. A idéia de que qualidade de vida constitui um
construto multidimensional ficou evidente na heterogeneidade dos vários aspectos
contidos nas respostas. uma tendência de associação entre qualidade de vida e
bem estar ou sentir-se bem. Salientaram-se também aspectos de qualidade de vida
considerados por vários grupos de idosos, tais como saúde, sociabilidade, suporte
social, atividade física, possibilidade de dar suporte e apoio e sentimento de
utilidade.
4
No grupo de idosos que permanecem trabalhando, os aspectos mais citados
estão relacionados à manutenção da saúde (saúde, alimentação saudável, atividade
física, tranqüilidade), seguidos da relação interpessoal e de fatores e valores
pessoais (relacionamento, alegria e felicidade, autonomia e liberdade, ser
respeitado, fé e esperança). Ressaltam a importância da vida ativa e da manutenção
das atividades profissionais para ter uma boa qualidade de vida nesta fase do
desenvolvimento. O aspecto com menor relevância para este grupo foi o financeiro.
É provável que, por manterem uma atividade remunerada, além da aposentadoria,
estes idosos acabam não dando tanta relevância a este fator.
O grupo de idosos que pararam de trabalhar, também enfatizou como fator
mais importante para ter qualidade de vida nesta idade, os aspectos relacionados à
manutenção da saúde, seguidos da relação interpessoal e de fatores e valores
pessoais. A diferença se apresenta na atribuição dada aos fatores financeiros, que
antecederam a manutenção da vida ativa e de atividades profissionais. Para este
grupo, a fonte de renda provém da aposentadoria ou de pensão, sendo provável
uma maior preocupação com este aspecto.
Os escores totais do GDS mostraram diferenças significantes demonstrando
que os idosos que permanecem ativos profissionalmente apresentam menor
prevalência de sintomas depressivos do que os idosos que pararam de trabalhar.
Quatro questões deste instrumento tiveram resultados com diferenças significativas
(Sente-se freqüentemente adoentado, ?), difícil para você concentra-se?),
50
(Sente-se bem ao despertar?), fácil para você tomar decisões?). Podemos
concluir, com esse resultado que quem está ativo se percebe com boa saúde, não
possui sentimentos de solidão, pois, através do trabalho, desenvolvem e mantêm
relações sociais, têm mais coragem e ousadia para o novo, para enfrentar mudanças
e tomar decisões.
Nos resultados estratificados por sexo, o escore total do GDS não se mostrou
diferente nos homens que trabalham dos que pararam de trabalhar. No sexo
feminino houve diferença significativa, evidenciando que as mulheres que trabalham
apresentam menor prevalência de sintomas depressivos. Esse resultado pode estar
associado ao sentimento de utilidade, auto-eficiência e independência.
Segundo Debert
34
, pessoas física e psicologicamente ativas, com estilo de
vida produtivo, e com grande envolvimento social, são pessoas mais seguras e
realizadas.
Os indivíduos constroem suas identidades tendo como referência a ocupação
profissional. A perda desse papel e a concomitante perda da identidade geram
estresse, ansiedade e predisposição à depressão. Essas percepções de perdas, da
auto-estima, de segurança, de papéis significativos na família e na sociedade podem
predispor à desesperança.
22,35,36,37
Segundo um estudo de Bruns
25
, antes da aposentadoria são feitos diversos
planos do que se deseja realizar depois dela, no entanto, a maioria se mostra
desencantada por não saber gerenciar com prazer a existência sem uma ocupação
profissional. A ausência de projetos para serem concretizados, provoca sentimentos
de angústia e solidão, somados a sentimentos de desvalia.
Os estudos que visam compreender especificamente o impacto da perda
social do trabalho mostram o seu efeito sobre a saúde física e mental, mas não é
apropriado generalizar essas noções para a totalidade dos aposentados.
Características como tipo de personalidade, alta importância dada ao trabalho ou
mesmo perdas do suporte social podem predizer a depressão.
8,40
Envelhecer satisfatoriamente depende, assim, do delicado equilíbrio entre os
limites impostos pelos anos vividos e as capacidades e potencialidades do indivíduo.
Na questão qualitativa (Qual é a importância do trabalho na sua vida?), a
maioria dos idosos que permanecem em atividade, classificou o trabalho como
“Tudo”, “muito importante”, “adoro/gosto” “prazer” “sentido para a vida”, revelando a
importância da satisfação e da realização. Após, elegeram a manutenção da vida
51
ativa (sentir-se útil, continuar ativo, atualizado), seguido das relações interpessoais e
em último, os fatores associados ao dinheiro. Isto revela o amplo significado do
trabalho, que não é somente uma fonte de renda e sim de gratificação, realização,
poder, status, inserção, engajamento e relacionamentos.
Segue alguns exemplos citados pelos idosos, que continuam em atividade a
respeito do significado do trabalho:
“Com o trabalho se vive uma vida mais completa”.
“É mais importante que tudo, é fundamental”.
“Me fortalece no dia a dia. Dá prazer em sentir que sou útil”.
“É a minha própria vida, ele faz parte dela. Amo o que faço”.
“Importante para sentir-se ativa e ligada com a realidade”.
“Muito importante, me sinto mais útil, feliz e realizada”.
“Propicia melhor qualidade de vida”.
O grupo que parou de exercer atividades respondeu “O que o trabalho
significou na sua vida?”. Os resultados foram muito semelhantes ao grupo que
continua em atividade. A ênfase recaiu sobre a satisfação e a realização pessoal
(muito importante, tudo, adorava, gostava, sentido de vida, aprendizado e
experiência, prazer e satisfação, reconhecimento). A diferença se deu, no fator
financeiro que antecede a vida ativa e as relações interpessoais.
Exemplos citados por este grupo:
“Significou tudo, crescimento, segurança, realização, aumento da auto estima,
sentir-se útil”.
“O trabalho teve muita importância porque ele abriu novos horizontes”.
“Muita coisa. O trabalho foi muito importante. É a vida das pessoas”.
“O trabalho foi um presente que dei a mim mesmo”.
“Tudo. O trabalho é como o ar que respiramos”.
“O trabalho foi extremamente importante no meu desenvolvimento como ser,
como pessoa. Foi maravilhoso ser produtiva”.
Os motivos que levaram os idosos a continuarem a atividade profissional
estão associados à satisfação e realização (gostar de trabalhar, prazer, realização,
liberdade e autonomia, qualidade de vida) seguidos da manutenção da vida ativa
(sentir-se útil, ativo, passar o tempo), das questões financeiras e das relações
52
interpessoais. É relevante observar que, mesmo tratando-se de uma amostra que
predomina a baixa escolaridade, o emprego informal, não especializado e de renda
baixa, o fator financeiro não aparece como prioritário para a motivação da
continuidade das atividades profissionais. Este fato reforça a idéia de que o trabalho,
a vida ativa, é gratificante, oportuniza bem estar e satisfação.
A maioria dos idosos que pararam de trabalhar demonstraram desejo de
continuar se tivessem oportunidade, outros gostariam, mas sentem-se limitados em
função da idade ou por problemas de saúde. De qualquer forma, este desejo revela
novamente, o grau de relevância do trabalho.
Envelhecer com qualidade de vida e bem estar requer do idoso o
gerenciamento de seu projeto de vida, a administração das perdas e a reavaliação
de desejos e perspectivas em função das suas possibilidades.
53
6 CONCLUSÕES
- Existem associações significativas entre trabalho, qualidade de vida e
depressão.
- Os resultados demonstram médias maiores de qualidade de vida para os
idosos que permanecem em atividade, nos domínios físico e psicológico do
WHOQOL-BREF e participação social do WHOQOL-OLD.
- Esses resultados tiveram diferenças estatisticamente significativas, na
análise estratificada, apenas no sexo feminino, que mostrou também uma maior
qualidade de vida no domínio atividades passadas, presentes e futuras do
WHOQOL-OLD e nos escores globais dos dois instrumentos.
- No sexo masculino, apenas no domínio autonomia do WHOQOL-OLD, os
homens que pararam de trabalhar apresentaram uma média de qualidade de vida
maior do que os que continuam em atividade.
- Através da análise das questões do WHOQOL-BREF e do WHOQOL-OLD,
que tiveram diferenças significativas, observou-se que permanecer trabalhando se
associou com maior satisfação com as atividades do dia a dia, realização,
aproveitamento da vida, expectativa e esperança.
- A média de sintomas depressivos (GDS) é significativamente menor nos
idosos que continuam trabalhando. Este resultado revela que a continuidade das
atividades profissionais contribui para a menor prevalência de sintomas depressivos
em idosos. Esta diferença foi estatisticamente significativa apenas no sexo feminino.
No sexo masculino, nosso estudo não tinha poder suficiente para mostrar uma
diferença, que foi menos pronunciada, devido ao pequeno tamanho amostral.
- Na análise qualitativa, os conceitos de qualidade de vida foram associados a
saúde, tranqüilidade, alegria e felicidade, autonomia e liberdade, respeito,
sociabilidade, senso de utilidade, trabalho, esperança e fé.
54
- O trabalho tem um valor muito significativo para os dois grupos pesquisados,
sendo fonte de satisfação, realização, manutenção da identidade, inserção social, e
sociabilidade.
- A continuidade das atividades foi atribuída ao gostar de trabalhar, ao prazer
e a satisfação, ao senso de utilidade e eficiência, ao engajamento social e com
menor importância ao aspecto financeiro.
- A maioria dos idosos que pararam de trabalhar voltariam se tivessem
oportunidades.
- Os resultados deste estudo corroboram as teorias de que o envelhecimento
ativo, produtivo, contribui para o bem estar físico e emocional, para as relações
sociais, emprestando significado e satisfação à existência. Embora, de forma geral, a
continuidade do trabalho se mostre benéfica no processo de envelhecimento, existe
uma diversidade de situação que individualiza esta concepção.
- Sugerem-se novos estudos a fim de explorar a relação trabalho, qualidade
de vida e depressão. Acredita-se que esses venham auxiliar os profissionais da área
da saúde e a população de um modo geral no entendimento das peculiaridades,
mudanças e de novas concepções do processo de envelhecimento.
55
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e dependência. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. Brasília 1998; 15(1):
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society. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
APÊNDICES
59
APÊNDICE 1: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
DADOS GERAIS DO IDOSO
Nome:
Número:
1. Onde reside?
Bairro:..............................................................
2. Sexo
(1) masculino
(2) feminino
3. Atual estado civil:
(1) solteiro
(2) casado
(3) viúvo
(4) desquitado
(5) separado
(6) não sabe
(7) não respondeu
4. Idade? [_ _ _] (em anos completos)
4.1. Data de nascimento: _ _/ _ _/ _ _.
4.2. (escolha)
(1) 60 - 64 anos
(2) 65 - 70 anos
(3) 71 - 74 anos
(4) 75 - 80 anos
(5) 81 - 84 anos
(6) 85 - 90 anos
(7) 91 anos ou mais
5. Escolaridade:
(1) analfabeto
(2) alfabetizado fora da escola
(3) primário incompleto
(4) primário completo
(5) ginasial incompleto
(6) ginasial completo
(7) complementar
(8) secundário incompleto
(9) secundário completo
(10) superior incompleto
(11) superior completo
(12) não sabe
(13) não respondeu
6. Atualmente o(a) senhor(a) mora:
(1) sozinho
60
(2) com cônjuge /companheiro (a)
(3) com companheiro e filho(s)
(4) com filho(s)
(5) com filho(s) e neto(s)
(6) com companheiro (a), filho(s) e neto(s)
(7) com parentes (irmãos, tios, sobrinhos)
(8) com pessoas não parentas (amigos, conhecidos)
(9) com pais e/ou sogros
(10) com netos
(11) com empregada
(12) com profissional de enfermagem
(13) outros
(14) não sabe
(15) não respondeu
7. Qual a sua principal ocupação atual?
ANOTAR: _________________________________
31.1. (escolha)
(1) proprietário
(2) administrador, gerente
(3) profissional de nível superior universitário
(4) funções de escritório: corretor, contador, secretário, datilógrafo, auxiliar de escritório,
caixa.
(5) trabalhador especializado (técnico): individuo que possui curso técnico de nível médio
(6) trabalhador semi-especializado: mecânico, eletricista, armadores, soldadores, choferes,
técnicos de indústria de transformação e construção civil, cabeleireiros·.
(7) trabalhador não especializado: pedreiros, lixeiros, serventes, empregados domésticos,
estivadores, pescadores, operadores de maquinas, vendedores ambulantes, policiais (sem
treinamento técnico), vendedores, frentistas de postos de gasolina, office-boys, vigias,
guardas-noturnos
(8) indivíduos fora da PEA: donas de casa, estudantes, pensionistas, aposentados,
desempregados e doentes·.
(9) não sabe/não respondeu
8. O (o) senhor está aposentado?
(1) sim
(2) não
(3) NR
9. Com que idade se aposentou?
(EM ANOS COMPLETOS)
(1) menos de 40 anos
(2) de 41 a 44 anos
(3) de 45 a 48 anos
(4) de 49 a 52 anos
(5) de 53 a 56 anos
(6) de 57 a 60 anos
(7) de 61 a 64 anos
(8) de 65 a 68 anos
(9) acima de 69 anos
(10) não se aposentou
(11) não sabe
(12) não respondeu
61
10. Qual o motivo de sua aposentadoria?
(1) tempo de serviço.
(2) idade.
(3) problemas de saúde.
(4) acidente.
(5) aposentadoria especial.
(6) não está aposentado
(7) outros.
(8) não sabe.
(9) não respondeu
11. O que o(a) senhor(a) faz atualmente?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) trabalho doméstico.
(2) trabalho eventual.
(3) trabalho voluntário.
(4) trabalho remunerado com carteira profissional.
(5) trabalho remunerado sem carteira
profissional.
(6) empregador.
(7) autônomo.
(8) pequenos serviços não-remunerados.
(9) não se aplica.
(10) outros.
(11) não sabe.
(12) não respondeu.
E. RENDA
12. Qual a sua última renda mensal? R$[ _ _ _, 00]
12.1. (escolha)
(1) Até 1 salário mínimo
(2) + de um salário. até 2 salários mínimos
(3) + de dois salários. até 3 salários mínimos
(4) + de 3 salários. até 4 salários mínimos
(5) + de 4 salários. até 5 salários mínimos
(6) + de 5 salários. até 6 salários mínimos
(7) + de 6 salários. até 7 salários mínimos
(8) + de 7 salários. até 8 salários mínimos
(9) + de 8 salários. até 9 salários mínimos
(10) + de 9 salários mínimos.
(11) não tem renda própria.
(12) não sabe.
(13) não respondeu.
13. Qual a origem da sua renda?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) aposentadoria
(2) salários
(3) aluguel
(4) poupança
(5) pensão
(6) serviços eventuais
62
(7) serviços permanentes
(8) abono permanência
(9) outros
(10) não se aplica/não sabe
14. Qual sua principal fonte de renda?
(1) aposentadoria
(2) salário
(3) aluguel
(4) poupança
(5) pensão
(6) serviços eventuais
(7) abono permanência
(8) aposentadoria e pensão
(9) outros
(10) não se aplica
(11) não sabe
(12) não respondeu
15. Da sua renda, qual a sua principal despesa.
(1) saúde
(2) habitação.
(3) ajuda familiar.
(4) remédios.
(5) vestuário.
(6) outros.
(7) não se aplica.
(8) não sabe.
(9) não respondeu.
16. Quantas pessoas vivem desta renda? [_ _ _]
16.1. (escolha)
(1) 1 pessoa (idoso só).
(2) 2 pessoas.
(3) 3 pessoas.
(4) 4 pessoas.
(5) 5 pessoas.
(6) seis pessoas.
(7) (7 ou mais).
(8) não sabe.
(9) não respondeu
17. Qual sua participação econômica no núcleo familiar?
(1) único responsável
(2) major responsável
(3) divide responsabilidades
(4) sem participação
(5) outros
(6) não sabe
(7) não respondeu
63
F. ASPECTOS SOCIO-CULTURAIS
18. Como o (a) senhor (a) ocupa seu tempo livre?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) assiste televisão.
(2) conversa com amigos.
(3) ouve radio.
(4) lê (jornais, revistas e livros).
(5) ouve música.
(6) faz trabalhos manuais (crochê, tricô).
(7) realiza atividades físicas.
(8) participa de atividades sócio-recreativas (passeios, visitas, bailes, etc.)
(9) nenhuma atividade.
(10) outros.
(11) não sabe.
(12) não respondeu
19. Nos últimos três meses, praticou algum tipo de atividade física regular?
(1) sim, uma vez /semana.
(2) sim, duas vezes /semana.
(3) sim, três vezes /semana.
(4) sim, mais de três vezes /semana.
(5) não praticou
(6) não sabe
(7) não respondeu
20. Qual a atividade física realizada?
(MÚLTIPLA ESCOLHA)
(1) caminhar
(2) pedalar (bicicleta)
(3) nadar
(4) fazer ginástica
(5) outra
(6) não se aplica
(7) não sabe
(8) não respondeu
21. Como diria que está sua audição no momento?
(1) surdo total
(2) ouve com muita dificuldade
(3) ouve com dificuldade
(4) ouve com alguma dificuldade (mínima)
(5) sem problemas
(6) não sabe
(7) não respondeu
22. Para movimentar-se:
(1) caminha sem problema, inclusive sobe escadas.
(2) caminha, mas não sobe escadas ou meio fio.
(3) caminha, sob supervisão.
(4) caminha, com meios artificiais, sem supervisão.
64
(5) caminha com meios artificiais, com supervisão.
(6) desloca-se em cadeira de rodas, geralmente sem auxilio.
(7) desloca-se em cadeira de rodas, com auxilio.
(8) restrito ao leito ou a cadeira
(9) não sabe
(10) não respondeu
65
APÊNDICE 2: QUESTÕES QUALITATIVAS
Para a amostra que permanece realizando atividades profissionais:
1.Que fatores você considera importantes para ter qualidade de vida na sua idade?
2. Qual é a importância do trabalho na sua vida?
3. Quais são os motivos que levaram a continuidade desta atividade?
Para a amostra que parou de exercer atividades profissionais:
1. Que fatores você considera importantes para ter qualidade de vida na sua idade?
2. O que o trabalho significou na sua vida?
3. Se você tivesse oportunidade, gostaria de exercer alguma atividade profissional?
ANEXOS
67
ANEXO 1: APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - PUCRS
68
ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está convidado a participar da pesquisa A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO NA
QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO, que tem como objetivo estudar a importância do trabalho
na qualidade de vida do idoso e como este fator interfere na qualidade de vida e no
surgimento de sintomas depressivos.
Sua participação não causará nenhum risco adicional e sua privacidade será
garantida bem como poderás desistir a qualquer momento sem nenhuma repercussão na
atividade. Para tanto necessitamos o seu consentimento através da assinatura do termo a
seguir:
Eu,.................................................................................. fui informado dos objetivos da
pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Recebi informação a respeito do estudo e
esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas
informações e modificar minha decisão se assim eu desejar. A pesquisadora responsável
Ivana Werner de Oliveira Torelly 51.99113139 certificou-me de que todos os dados desta
pesquisa referentes à minha pessoa são confidenciais e terei liberdade de retirar meu
consentimento de participação na pesquisa, face a estas informações. Estou ciente que
poderei contatar também o orientador do pesquisador Doutor Irênio Gomes da Silva Filho e
o Comitê de Ética em Pesquisa Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
51.3320.3345.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Compromisso.
Assinatura do Idoso_________________Nome______________________ Data__________
Assinatura do Pesquisador___________________Nome_________________Data________
69
ANEXO 3: PROJETO IDOSOS DE PORTO ALEGRE
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Número do paciente Número do avaliador
Identificação:
Nome: _______________________________________________________
Endereço: Rua: _____________________________________Num: ________Apto: _________
Bairro: __________________________________________CEP__________ÁREA: ________
Informação Adicional: _______________________________________________________________
70
DADOS GERAIS DO IDOSO
1. Onde reside?
Bairro:...........................................................
...
2. Onde o (a) senhor (a) nasceu?
Município:.....................................................
..........
Estado:.........................................................
..........
País:.............................................................
...........
3. O (a) senhor (a) nasceu em meio
urbano ou rural?
(a) urbano
(b) rural
(c) não sabe
(d) não respondeu
4. Sexo
(a) masculino
(b) feminino
5. Cor
(a) branca
(b) preta
(c) amarela
6.Atual estado civil:
(a) solteiro
(b) casado
(c) viúvo
(d) desquitado
(e) separado
7. Atual estado civil:
(a) não sabe
(b) não respondeu
8. Idade? [_ _ _] (em anos completos)
Data de nascimento: _ _/ _ _/ _ _.
(a) 60 - 64 anos
(b) 65 - 70 anos
(c) 71 - 74 anos
(d) 75 - 80 anos
(e) 81 - 84 anos
9. Idade? [_ _ _] (em anos completos)
Data de nascimento: _ _/ _ _/ _ _.
(a) 85 - 90 anos
(b) 91 anos ou mais
10. Escolaridade:
(a) analfabeto
(b) alfabetizado fora da escola
(c) primário incompleto
(d) primário completo
(e) ginasial incompleto
11. Escolaridade:
(a) ginasial completo
(b) complementar
(c) secundário incompleto
(d) secundário completo
(e) superior incompleto
12. Escolaridade:
(a) superior completo
(b) não sabe
(c) não respondeu
B. QUALIFICAÇÃO DA MORADIA E INFRA-
ESTRUTURA
71
13. Atualmente o (a) senhor (a) mora:
(a) sozinho
(b) com cônjuge /companheiro (a)
(c) com companheiro (a) e filho(s)
(d) com filho(s)
(e) com filho(s) e neto(s)
14. Atualmente o (a) senhor (a) mora:
(a) com companheiro (a), filho(s) e neto(s)
(b) com parentes (irmãos, tios, sobrinhos)
(c) com pessoas não parentas (amigos,
conhecidos)
(d) com pais e/ou sogros
(e) com netos
15. Atualmente o (a) senhor (a) mora:
(a) com empregada
(b) com profissional de enfermagem
(c) outros
(d) não sabe
(e) não respondeu
16. Como são suas relações familiares?
(a) satisfatórias
(b) insatisfatórias
(c) não mantém relações familiares
(d) não sabe
(e) não respondeu
17. De quem recebe ajuda / auxilio?
(ESCOLHA MULTIPLA)
(a) cônjuge /companheiro
(b) filho (a) ou filhos (as)
(c) neto (a) ou netos (as)
(d) Parentes
(e) Amigos
17. De quem recebe ajuda / auxilio?
(ESCOLHA MULTIPLA)
(a) Vizinhos
(b) Outros
(c) não recebe
(d) não sabe
(e) não respondeu
D. OCUPAÇÃO
18. Qual foi a sua principal ocupação, durante
a maior parte de sua vida?
ANOTAR:
________________________________
(a) proprietário
(b) administrador, gerente.
(c) profissional de nível superior universitário.
(d) funções de escritório: corretor, contador,
secretário, datilógrafo, auxiliar de escritório, caixa.
(e) trabalhador especializado (técnico): individuo
que possui curso técnico de nível médio
18. Qual foi a sua principal ocupação, durante
a maior parte de sua vida?
(a) trabalhador semi-especializado: mecânico,
eletricista, armadores, soldadores, choferes,
técnicos de indústria de transformação e
construção civil, cabeleireiros.
(b) trabalhador não-especializado: pedreiros,
lixeiros, serventes, empregados domésticos,
estivadores, pescadores, operadores de
Maquinas, vendedores ambulantes, policiais (sem
treinamento técnico), vendedores-frentista de
postos de gasolina, Office - boy, vigias, guarda
noturnos.
(c) indivíduos fora da PEA: donas de casa,
estudantes, pensionistas, aposentados,
desempregados e doentes.
(d) não sabe
(e) não respondeu:
18. Vincular com os setores econômicos
72
(a) Agrícola: agropecuária extração vegetal
e pesca.
(b) Indústria de transformação: metalurgia,
metal. Mecânica, ind.móveis, papel e
celulose, Couros e peles, Vestuário e
sapatos, Química, Plásticos, farmacêuticos
e produtos veterinários, petróleo, têxteis,
editorial e gráfica.
(c) Indústria da construção civil
(d) Outras atividades industriais: extração
mineral, serviços industriais de utilidade
pública (energia elétrica, abastecimento de
Água e serviços de esgoto /saneamento
limpeza publica e remoção de lixo).
(e) Comércio de mercadorias:
supermercados, armazéns, feiras-livres,
casas de departamentos, comércio
atacadista, açougues, postos de gasolina,
comércio de material usado e ferro-velho,
garrafeiros e papeleiros.
19. Vincular com os setores econômicos
(a) Serviços: alojamento e alimentação
(hotéis, pensões, restaurantes, bares etc.),
reparação e conservação (oficinas
mecânicas), serviços pessoais e
domiciliares (cabeleireiros, alfaiatarias,
serviços domésticos), diversões, higiene,
conservação de prédios e estiva.
(b) Serviços auxiliares de atividades
econômicas: bancos, financeiras,
seguradoras, imobiliárias, cartórios,
contadores e serviços jurídicos.
(c) Transportes e comunicações: transporte
de passageiros, transportes de carga,
correios, telecomunicações, imprensa
geral.
(d) Social: atividades comunitárias e sociais
(seguridade social, sindicatos, assistência
social), serviços médicos e odontológicos
(públicos e privados), ensino, hospitais, igrejas.
(e) Administração publica: serviços
administrativos federais, estaduais, municipais,
entidades publicas, legislativo, justiça, serviço de
segurança pública (Exercito, Marinha,
Aeronáutica, Policia e Bombeiros)
20. Vincular com os setores econômicos
(a) Outras atividades ou setores não classificados
anteriormente
(b) Indivíduos fora da População
Economicamente Ativa: donas de casa,
pensionistas, aposentados sem outra ocupação,
estudantes, desempregados.
(c) não sabe
(d) não respondeu
21. Qual a sua principal ocupação atual?
ANOTAR:
_________________________________
(a) proprietário
(b) administrador, gerente
(c) profissional de nível superior universitário
(d) funções de escritório: corretor, contador,
secretário, datilógrafo, auxiliar de escritório, caixa.
(e) trabalhador especializado (técnico): individuo
que possui curso técnico de nível médio
22. Qual a sua principal ocupação atual?
(a) trabalhador semi-especializado: mecânico,
eletricista, armadores, soldadores, choferes,
técnicos de indústria de transformação e
construção civil, cabeleireiros·.
(b) trabalhador não especializado: pedreiros,
lixeiros, serventes, empregados domésticos,
estivadores, pescadores, operadores de
maquinas, vendedores ambulantes, policiais (sem
treinamento técnico), vendedores, frentistas de
postos de gasolina, office-boy, vigias, guardas-
noturnos.
73
(c) indivíduos fora da PEA: donas de casa,
estudantes, pensionistas, aposentados,
desempregados e doentes·.
(d) não sabe/não respondeu
23. Vincular com os setores econômicos
(a) Agrícola: agropecuária extração vegetal
pesca.
(b) Indústria de transformação: metalurgia,
ind.mecânica, ind.móveis, ind.papel e
celulose, ind.couros e peles, vestuário e
sapatos, química, plásticos, farmacêuticos
e produtos veterinários, petróleo, têxteis,
editorial e gráfica.
(c) Indústria da construção civil.
(d) Outras atividades industriais: extração
mineral,
serviços industriais de utilidade publica
(energia elétrica, abastecimento de água e
serviços de esgoto / saneamento, limpeza
publica e remoção de lixo).
(e) Comércio de mercadorias:
supermercados, armazéns, feiras livres,
casas de departamentos, comércio
atacadista, açougues, postos de gasolina,
comércio de material usado e ferro-velho,
garrafeiros e papeleiros.
24. Vincular com os setores econômicos
(a) Serviços: alojamento e alimentação
(hotéis, pensões, restaurantes, bares),
reparação e conservação (oficinas
mecânicas), serviços pessoais e
domiciliares (cabeleireiros, alfaiatarias,
serviços domésticos), diversões, higiene,
conservação de prédios e estiva.
(b) Serviços auxiliares de atividades
econômicas: bancos, financeiras,
seguradoras, imobiliárias, cartórios,
contadores e serviços jurídicos.
(c) Transportes e comunicações: transporte de
passageiros, transportes de carga, correios,
telecomunicações, imprensa geral.
(d) Social: atividades comunitárias e sociais
(seguridade social, sindicato, assistência social),
serviços médicos e odontológicos (públicos e
privados), ensino, hospitais, igrejas.
(e) Administração pública: serviços
administrativos federais, estaduais, municipais,
entidades públicas, legislativo, justiça, serviço de
segurança publica (Exército, marinha,
Aeronáutica, Policia e Bombeiros).
25. Vincular com os setores econômicos
(a) Outras atividades ou setores não classificados
anteriormente.
(b) Indivíduos fora da PEA: donas de casa,
pensionistas, aposentados sem outra ocupação,
estudantes, desempregados.
(c) não sabe.
(d) não respondeu.
26. Com que idade 0(a) senhor (a) começou a
trabalhar em atividade remunerada? ______
em anos completos
(a) menos de 10 anos
(b) de 11 a 14 anos
(c) de 15 a 18 anos.
(d) de 19 a 22anos
(e) acima de 23 anos.
27. Com que idade 0(a) senhor (a) começou a
trabalhar em atividade remunerada? ______
em anos completos
(a) não sabe.
(b) não respondeu.
(c) não se aplica.
28. O (o) senhor (a) está aposentado?
(a) sim
74
(b) não
29. Com que idade se aposentou? (EM
ANOS COMPLETOS)
(a) menos de 40 anos
(b) de 41 a 44 anos
(c) de 45 a 48 anos
(d) de 49 a 52 anos
(e) de 53 a 56 anos
30. Com que idade se aposentou? (EM
ANOS COMPLETOS)
(a) de 57 a 60 anos
(b) de 61 a 61 anos
(c) de 65 a 68 anos
(d) acima de 69 anos
(e) não se aposentou
31. Com que idade se aposentou? (EM
ANOS COMPLETOS)
(a) não sabe (b) não respondeu
32. Qual o motivo de sua aposentadoria?
(a) tempo de serviço.
(b) idade.
(c) problemas de saúde.
(d) acidente.
(e) aposentadoria especial.
33. Qual o motivo de sua aposentadoria?
(a) não está aposentado
(b) outros.
(c) não sabe.
(d) não respondeu
34. O que o (a) senhor (a) faz
atualmente?
(a) trabalho doméstico.
(b) trabalho eventual.
(c) trabalho voluntário.
(d) trabalho remunerado com carteira profissional.
(e) trabalho remunerado sem carteira profissional.
35. O que o(a) senhor(a) faz atualmente?
(a) empregador.
(b) autônomo.
(c) pequenos serviços não-remunerados.
(d) não se aplica.
(e) outros.
36. O que o (a) senhor (a) faz atualmente?
(a) não sabe.
(b) não respondeu.
E. RENDA
37. Qual a sua última renda mensal?R$ [_ _,
00]
(a) 1 salário mínimo
(b) um salário. 2 salários mínimos
(c) dois salários. 3 salários mínimos
(d) 3 salários. 4 salários mínimos
(e) 4 salários. 5 salários mínimos
38 Qual a sua última renda mensal?R$[_ _, 00]
(a) 5 salários. 6 salários mínimos
(b) 6 salários. 7 salários mínimos
(c) 7 salários. 8 salários mínimos
(d) 8 salários. 9 salários mínimos
(e) 9 salários mínimos ou mais.
39. Qual a sua última renda mensal? REAL $
[_ _ _, 00]
(a) não tem renda própria.
(b) não sabe.
(c) não respondeu.
40. Qual a origem da sua renda? (ESCOLHA
MULTIPLA)
(a) aposentadoria
75
(b) salários
(c) aluguel
(d) poupança
(e) pensão
41. Qual a origem da sua renda?
(ESCOLHA MULTIPLA)
(a) serviços eventuais
(b) serviços permanentes
(c) abono permanência
(d) outros
(e) não se aplica/não sabe
42. Qual sua principal fonte de renda?
(a) aposentadoria
(b) salário
(c) aluguel
(d) poupança
(e) pensão
43. Qual sua principal fonte de renda?
(a) serviços eventuais
(b) abono permanência
(c) aposentadoria e pensão
(d) outros
(e) não se aplica
44. Qual sua principal fonte de renda?
(a) não sabe
(b) não respondeu
45. Da sua renda, qual a sua principal
despesa.
(a) saúde
(b) habitação.
(c) ajuda familiar.
(d) remédios.
(e) vestuário.
46. Da sua renda, qual a sua principal
despesa.
(a) outros.
(b) não se aplica.
(c) não sabe.
(d) não respondeu.
47. Qual a renda mensal de sua família?R$[_,
00]
(a) 1 salário mínimo
(b) 1 salário 2 salários mínimos
(c) 2 salários 3 salários mínimos
(d) 3 salários 4 salários mínimos
(e) 4 salários 5 salários mínimos
48. Qual a renda mensal de sua família? R$
[_,00]
(a) 5 salários 6 salários mínimos
(b) 6 salários 7 salários mínimos
(c) 7 salários 8 salários mínimos
(d) 8 salários 9 salários mínimos
(e) 9 salários mínimos ou mais.
49. Qual a renda mensal de sua família? R$
[ _ _,00]
(a) não tem renda própria.
(b) não sabe.
(c) não respondeu
(d) não se aplica.
50. Quantas pessoas vivem desta renda? [_ _
_]
(a) 1 pessoa (idoso só).
(b) 2 pessoas.
(c) 3 pessoas.
(d) 4 pessoas.
(e) 5 pessoas.
51. Quantas pessoas vivem desta renda? [_ _]
(a) seis pessoas.
76
(b) (7 ou mais).
(c) não sabe.
(d) não respondeu
52. Qual sua participação econômica no
núcleo familiar?
(a) único responsável
(b) major responsável
(c) divide responsabilidades
(d) sem participação
(e) outros
53. Qual sua participação econômica no
núcleo familiar?
(a) não sabe
(b) não respondeu
F. ASPECTOS SOCIO-CULTURAIS
54. Como o (a) senhor (a) ocupa seu
tempo livre?
(ESCOLHA MÚLTIPLA)
(a) assiste televisão.
(b) conversa com amigos.
(c) ouve radio.
(d) lê (jornais, revistas e livros).
(e) ouve música.
55. Como o (a) senhor (a) ocupa seu
tempo livre?
(ESCOLHA MÚLTIPLA)
(a) faz trabalhos manuais (crochê, tricô).
(b) realiza atividades físicas.
(c) participa de atividades sócio-recreativas
(passeios, visitas, bailes, etc.)
(d) nenhuma atividade.
(e) outros.
56. Como o (a) senhor (a) ocupa seu
tempo livre?
(ESCOLHA MÚLTIPLA)
(a) não sabe.
(b) não respondeu.
57. Como o(a) Senhor (a) gostaria de ocupar
seu tempo livre?
________________________________________
________________________________________
__
58. Participa de alguma atividade associativa?
(ESCOLHA MÚLTIPLA).
(a) Associação cultural
(b) Associação esportiva
(c) Associação recreativa
(d) Associação religiosa.
(e) Associação assistencial / caritativa.
59. Participa de alguma atividade associativa?
(ESCOLHA MÚLTIPLA).
(a) Associações comunitárias
(b) Associação sindical.
(c) Associação política.
(d) Outros.
(e) Não participa.
60. Participa de alguma atividade associativa?
(ESCOLHA MÚLTIPLA).
(a) Não sabe.
(b) Não respondeu.
61. Qual a sua religião?
ANOTAR: _____________________
(a) católica (romana, ortodoxa e brasileira)
(b) evangélica (anglicana, episcopal, luterana,
batista, congregação cristã do Brasil, pentecostal,
adventista, testemunha de Jeová, outras).
(c) espírita.
(d) judaica (israelita).
(e) afro-brasileira (umbanda, candomblé).
77
62. Qual a sua religião?
(a) outra (budista, xintoísta, maometana,
esotérica).
(b) nenhuma
(c) não sabe
(d) não respondeu.
63. É praticante de sua religião.
(a) não.
(b) sim.
64. Acredita que, com o passar dos
anos, o (a) senhor (a).
(a) ficou mais religioso.
(b) ficou menos religioso.
(c) não mudou em relação à religiosidade.
(d) não sabe.
(e) não respondeu.
G. ENVELHECIMENTO
65. Em sua opinião, o que faz uma
pessoa ter vida longa.
(a) a alimentação adequada.
(b) o destino.
(c) a vida organizada.
(d) o trabalho.
(e) a ocupação
66. Em sua opinião, o que faz uma
pessoa ter vida longa.
(a) os hábitos saudáveis.
(b) gostar de viver.
(c) outros - anotar.
(d) não sabe.
(e) não respondeu.
67. Na impossibilidade de viver só ou
com a família, o (a) senhor (a) gostaria de
viver:
(a) com amigos
(b) com parentes
(c) em casa comum com amigos
(d) em casa geriátrica
(e) em hospital
68. Na impossibilidade de viver ou com a
família, o (a) senhor(a) gostaria de viver:
(a) outros anotar:
(b) não sabe
(c) não respondeu
69. Para o (a) senhor (a), o que é mais
importante na vida?
(a) dinheiro
(b) educação
(c) família
(d) trabalho
(e) religião
70. Para o (a) senhor (a), o que é mais
importante na vida?
(a) lazer
(b) respeito
(c) segurança
(d) valorização
(e) amor
71. Para o (a) senhor (a), o que é mais
importante na vida?
(a) saúde
(b) não sabe
(c) não respondeu
I. SAÚDE
117. Em geral diria que sua saúde é:
78
(a) ótima
(b) boa
(c) regular
(d) má
(e) péssima
118. Em geral diria que sua saúde é:
(a) não sabe
(b) não respondeu
119. O (a) senhor (a) consultou o médico
nos últimos seis meses?
(a) sim
(b) não
(c) não se aplica
(d) não sabe
(e) não respondeu
120. Em que local consultou a última
vez?
(a) Posto de saúde do bairro
(b) Outro posto de saúde
(c) Pronto socorro
128. Nos últimos três meses, praticou
algum tipo de atividade física regular?
(a) sim, uma vez /semana.
(b) sim, duas vezes /semana.
(c) sim, três vezes /semana.
(d) sim, mais de três vezes /semana.
(e) não praticou
129. Nos últimos três meses, praticou
algum tipo de atividade física regular?
(a) não sabe
(b) não respondeu
130. Qual a atividade física realizada?
(a) caminhar
(b) pedalar (bicicleta)
(c) nadar
(d) fazer ginástica
(e) outra
131. Qual a atividade física realizada?
(a) não se aplica
(b) não sabe
(c) não respondeu
132. Qual o número de refeições que realiza
por dia?
(a) uma
(b) duas
(c) três
(d) quatro
(e) cinco
133. Qual o número de refeições que realiza
por dia?
(a) não sabe
(b) não respondeu
152. Nos últimos seis meses, tem ou teve
algum outro problema em tratamento?
ESPECIFICAR: ____________________ (a) sim,
com receita médica e com orientação.
(b) sim, sem receita médica e com orientação.
(c) sim, sem receita médica e sem orientação.
(d) não
(e) não sabe/ não respondeu
153. Como diria que está sua visão no
momento?
(a) cega
(b) péssima
(c) ruim
(d) regular
(e) boa
154. Como diria que está sua visão no
momento?
79
(a) excelente
(b) não sabe
(c) não respondeu
155. A que atribui sua falta de visão?
(a) falta ou problema de óculos
(b) catarata
(c) glaucoma
(d) diabete
(e) pressão alta
156. A que atribui sua falta de visão?
(a) idade
(b) falta de dinheiro para tratamento
(c) outro motivo
(d) não se aplica
(e) não sabe/não respondeu
157. Como diria que está sua audição no
momento?
(a) surdo total
(b) ouve com muita dificuldade
(c) ouve com dificuldade
(d) ouve com alguma dificuldade (mínima)
(e) sem problemas
158. Como diria que está sua audição no
momento?
(a) não sabe
(b) não respondeu
159. A que o (a) senhor (a) atribui a sua
dificuldade de audição?
(a) idade
(b) doença do ouvido
(c) falta de aparelho
(d) falta de dinheiro para tratamento
(e) outro motivo
160. A que o (a) senhor (a) atribui a sua
dificuldade de audição?
(a) não Se aplica
(b) não sabe
(c) não respondeu
161. 0(a) senhor(a) costuma ter dificuldade
para mastigar?
(a) nunca
(b) raramente
(c) freqüentemente
(d) sempre
(e) não sabe/ não respondeu
162. Para movimentar-se:
(a) caminha sem problema, inclusive sobe
escadas.
(b) caminha, mas não sobe escadas ou meio fio.
(c) caminha, sob supervisão.
(d) caminha, com meios artificiais, sem
supervisão.
(e) caminha com meios artificiais, com
supervisão.
163. Para movimentar-se:
(a) desloca-se em cadeira de rodas, geralmente
sem auxilio.
(b) desloca-se em cadeira de rodas, com auxilio.
(c) restrito ao leito ou a cadeira
(d) não sabe
(e) não respondeu
164. Qual a causa de sua dificuldade de
movimentação?
(a) derrame cerebral
(b) distúrbios da visão
(c) reumatismo articular
(d) queda com fratura
(e) acidente de trânsito
165. Qual a causa de sua dificuldade de
80
movimentação?
(a) mal de Parkinson
(b) vertigem
(c) falta de interesse ou recusa a
movimentar-se
(d) outra
(e) não se aplica
166. Qual a causa de sua dificuldade de
movimentação?
(a) não sabe
(b) não respondeu
169. Necessita diretamente de ajuda de
algum destes aparelhos relacionados?
(a) óculos ou lentes de contato
(b) aparelho auditivo
(c) prótese dentária
(d) muleta
(e) bengala
170. Necessita diretamente de ajuda de
algum destes aparelhos relacionados?
(a) membro artificial
(b) colostomia /cateter
(c) outros
(d) não necessita
(e) não sabe/ não respondeu
J. VIDA DE RELAÇÃO E ATIVIDADES DE
VIDA DIARIA
172. O (a) Sr.(a) necessita auxílio para
realizar as atividades de casa (limpeza,
manutenção, preparo de refeições...)?
(a) não
(b) sim
(c) não sabe
(d) não respondeu
173. Necessita de auxilio para tomar seus
remédios?
(a) não
(b) sim
(c) não sabe
(d) não respondeu
174. Necessita de auxilio para realizar sua
higiene (banhar-se, pentear-se, vestir-se,
cortar unhas, etc..)?
(a) não
(b) sim
(c) não sabe
(d) não respondeu
175. Necessita de auxílio para alimentar-se?
(a) não
(b) sim
(c) não sabe
(d) não respondeu
176. Necessita de auxilio para movimentar-se
(sentar, levantar, deitar, andar, subir
escadas.)?
(a) não
(b) sim
(c) não sabe
(d) não respondeu
FUMO E ALCOOL
RESPONDA AS QUESTOES SOBRE USO DE
ALCOOL OU TABACO COM SIM
OU NÃO, CONFORME LHE PAREÇA
ADEQUADO.
177. Alguma vez sua família, seus amigos, seu
médico ou seu sacerdote comentou ou
sugeriram que o(a) senhor(a) estava bebendo
81
demasiadamente?
(a) não
(b) sim
178. Alguma vez tentou deixar de beber,
mas não conseguiu?
(a) não
(b) sim
179. O (a) senhor(a) teve dificuldades no
trabalho por causa da bebida, tais como
beber ou faltar ao trabalho ou estudo?
(a) não
(b) sim
180. O(a) senhor(a) tem-se envolvido em
brigas ou foi preso por estar
embriagado?
(a) não
(b) sim
181. lhe pareceu alguma vez que
estava bebendo demasiadamente?
(a) não
(b) sim
182. 0(a) senhor(a) tem o habito de usar
tabaco?
(a) não
(b) sim
K. AREA PSICOGERIATRICA
RESPONDA AS QUESTOES COM SIM
OU NÃO, SEGUNDO LHE PAREÇA
ADEQUADO. NÃO QUESTÕES
CERTAS OU ERRADAS, E SIM
SITUAÇÕES QUE PODEM OU NÃO OCORRER
COM O (A) SENHOR (A).
183. O (a) senhor (a) acorda bem e
descansado na maioria das manhãs?
(a) não
(b) sim
184. Sua vida diria é cheia de acontecimentos
interessantes?
(a) não
(b) sim
185. O(a) senhor(a) teve, por vezes, vontade
de abandonar o lar?
(a) não
(b) sim
186. O (a) senhor (a) tem muito
freqüentemente a sensação de que ninguém
realmente o (a) entende?
(a) não ·
(b) sim
187. O (a) senhor (a) teve períodos (dias,
meses, anos) em que não pode tomar conta de
nada porque, na verdade, não estava
agüentando mais?
(a) não ·
(b) sim
188. Seu sono ó agitado ou conturbado?
(a) não
(b) sim
189. 0(a) senhor(a) é feliz na maior parte do
tempo?
(a) não
(b) sim
82
190. Sente que o mundo ou as pessoas
estão contra o (a) senhor (a)?
(a) não
(b) sim
191. 0(a) senhor(a) se sente, por vezes,
inútil?
(a) não
(b) sim
192. Nos últimos anos, tem-se sentido
bem durante a maior parte do tempo?
(a) não
(b) sim
193. Tem problemas de dores de
cabeça?
(a) não
(b) sim
194. 0(a) senhor(a) se sente fraco(a)
durante a maior parte do tempo?
(a) não
(b) sim
83
ANEXO 4: QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA DA OMS – (WHOQOL-
BREF)
Instruções para Aplicação Assistida
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e
outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem
certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a
que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha. Por
favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos
perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência as duas últimas
semanas. Por exemplo, pensando nas ultimas duas semanas, uma questão poderia ser:
Nada Muito
pouco
médio Muito Completamente
Você recebe dos outros o apoio de que
necessita?
1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o
apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número
4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.
Nada Muito
pouco
médio muito Completamente
Você recebe dos outros o apoio de que
necessita?
1 2 3 5
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Nada Muito
pouco
médio muito Completamente
Você recebe dos outros o apoio de que
necessita?
2 3 4 5
4
1
84
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número que lhe
parecer a melhor resposta.
Muito
ruim
Ruim Nem ruim
nem boa
boa muito boa
1 Como você avaliaria sua
qualidade de vida?
1 2 3 4 5
Muito
insatisfeit
o
Insatisfei
to
Nem
satisfeito
nem
insatisfeito
satisfeito Muito satisfeito
2 Quão satisfeito (a) você está
com a sua saúde?
1 2 3 4 5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas
duas semanas.
Nada Muito
pouco
Mais ou
menos
bastante
Extremamente
3 Em que medida você acha que sua dor
(física) impede você de fazer o que você
precisa?
1 2 3 4 5
4 O quanto você precisa de algum
tratamento médico para levar sua vida
diária?
1 2 3 4 5
5 O quanto você aproveita a vida?
1 2 3 4 5
6 Em que medida você acha que a sua vida
tem sentido?
1 2 3 4 5
7 O quanto você consegue se concentrar?
1 2 3 4 5
8 Quão seguro (a) você se sente em sua
vida diária?
1 2 3 4 5
9 Quão saudável é o seu ambiente físico
(clima, barulho, poluição, atrativos)?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz
de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
85
nada
Muito
pouco
médio muito Completament
e
10 Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
11 Você é capaz de aceitar sua aparência física?
1 2 3 4 5
12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas
necessidades?
1 2 3 4 5
13 Quão disponíveis para você estão as informações
que precisa no seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
14 Em que medida você tem oportunidades de
atividade de lazer?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito
de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
muit
o
ruim
ruim
Nem
bom
nem
ruim
bom Muito bom
15 Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito
insatisfeit
o
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
Satisfeit
o
Muito
Satisfeito
16 Quão satisfeito (a) você está com o seu
sono?
1 2 3 4 5
17 Quão satisfeito (a) você está com sua
capacidade de desempenhar as
atividades do seu dia-a-dia?
1 2 3 4 5
18 Quão satisfeito (a) você está com sua
capacidade para o trabalho?
1 2 3 4 5
19 Quão satisfeito (a) você está consigo
mesmo?
1 2 3 4 5
20 Quão satisfeito (a) você está com suas
relações pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
1 2 3 4 5
86
21 Quão satisfeito (a) você está com sua
vida sexual?
1 2 3 4 5
22 Quão satisfeito (a) você está com o apoio
que você recebe de seus amigos?
1 2 3 4 5
23 Quão satisfeito (a) você está com as
condições do local onde mora?
1 2 3 4 5
24 Quão satisfeito (a) você está com o seu
acesso aos serviços de saúde?
1 2 3 4 5
25 Quão satisfeito (a) você está com o seu
meio de transporte?
1 2 3 4 5
As questões seguintes referem-se à com que freqüência você sentiu ou experimentou
certas coisas nas últimas duas semanas.
nunca algum
as
vezes
freqüentemen
te
muito
freqüentemen
te
Sempr
e
26 Com que freqüência você tem sentimentos
negativos tais como mau humor, desespero,
ansiedade, depressão?
1 2 3 4 5
27-O que é para o (a) Sr. (a) ter qualidade de vida ou não ter qualidade de vida? E
como é sua qualidade de vida?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
___________________________________________________
87
ANEXO 5: WHOQOL-OLD
88
89
90
91
92
ANEXO 6: ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA
(Geriatric Depression Scale)
QUESTÕES
RESPOSTAS
1. Você está satisfeito com sua vida?
sim não
2. Abandonou muitos de seus interesses e atividades?
sim não
3. Sente que a sua vida está Vazia?
sim não
4. Sente-se freqüentemente Aborrecido?
sim não
5. Você tem fé no futuro?
sim não
6. Tem pensamentos negativos?
sim não
7. Na maioria do tempo está de bom humor?
sim não
8. Tem medo de que algo de mal vá lhe acontecer?
sim não
9. Sente-se feliz na maioria do tempo?
sim não
10. Sente-se freqüentemente adoentado, só?
sim não
11. Sente-se freqüentemente intranqüilo?
sim não
12. Prefere ficar em casa a sair?
sim não
13. Preocupa-se muito com o futuro?
sim não
14. Tem mais problema de memória que os outros?
sim não
15. Acha bom estar vivo?
sim não
16. Fica freqüentemente triste?
sim não
17. Sente-se inútil?
sim não
18. Preocupa-se muito com o passado?
sim não
19. Acha a vida interessante?
sim não
20. Para você é difícil começar novos projetos?
sim não
21. Sente-se cheio de energia?
sim não
22. Sente-se sem esperança?
sim não
23. Acha que os outros têm mais sorte que você?
sim não
24. Preocupa-se com coisas sem importância?
sim não
25. Sente freqüentemente vontade de chorar?
sim não
26. É difícil para você concentrar-se?
sim não
93
27. Sente-se bem ao despertar?
sim não
28. Prefere evitar as reuniões sociais?
sim não
29. É fácil para você tomar decisões?
sim não
30. O seu raciocínio está claro como antigamente?
sim não
Total
Avaliação:
Conte 1 ponto para cada resposta depressiva (compatível com depressão)
.0-
10 normal
.11-20
depressão média
. 21-30 depressão moderada/severa
Livros Grátis
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