Download PDF
ads:
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
DEIZE SBARAI SANCHES
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL NO
PROJETO
URBANO:
COMPLEXO RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
FLORIANÓPOLIS
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Arquiteta Deize Sbarai Sanches
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PÓSARQ
-
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Área de Concentração
PROJETO E TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
Linha
de pesquisa
DESENHO URBANO E PAISAGEM
AVALIAÇÃO
DA
QUALIDADE
AMBIENTAL NO
PROJETO
URBA
NO
:
COMPLEXO RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
Mestranda
Deize
Sbarai
Sanches
Orientadora Profa Dra. Sônia Afonso
ads:
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
3
DEIZE SBARAI SANCHES
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL NO
PROJETO
URBANO:
COMPLEXO RIVIERA
DE SÃO LOURENÇO
Esta dissertação foi julgada e aprovada para obtenção do grau de Mestre em
Arquitetura e Urbanismo no programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis,
24 de novembro
de 2.008.
______________________________________
Coordenadora PósARQ
-
Dra.
Carolina Palermo
B
anca examinadora
______________________________________
Orientadora
-
Dra. Sônia Afonso
__________________________________________
Examinadora
-
Dra.
Alina G
onçalves Santiago
______________________________________
Examinador
-
Roberto Lamberts, PhD
______________________________________
Examinador externo
-
Dr. Nelson Popini Vaz
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
4
AGRADECIMENTOS
Agrade
ço a todos os colegas que fizeram desta minha
taref
a, algo menos difícil, banhado por momentos
prazerosos, pautado por relações de simpatia,
cordialidade,
compr
eensão, paciência e ajuda mútua;
Aos professores Alina Gonçalves Santiago, Maria de
Assunção
Ribeiro Franco
,
Nelson
Popini
Vaz e Roberto
Lamberts
,
que colaborara
m no enriquecimento da pesquisa;
À Prof
a
Sonia Afonso, pela oportunidade e orientação;
Aos meus pais Walter e Ester, pela formação que me
proporcionaram
e apoio determinante para chegar at
é
esse
momento tão importante na minha vida;
À minha querida irmã Eliana, que sempre esteve presente
em cada passo
que conquistei;
Ao meu
esposo
, Ricardo que me encorajou a seguir esta
nova fase
com muito companheirismo
e amor
;
Ao meu filho Rafael e à minha filha Camila, que está prestes
a nascer,
pelo
amor incondicional que tenho por eles e
me
inspiram
a viver
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
5
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE
QUADROS
LISTA DE SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
CAPÍTULO
1. INTRODUÇÃO ............
..
..................
.......................
............
.............
.........
13
1.1. Problema de Pesquisa
13
1.2. Justificativa e Relevância
14
1.3. O
bjetivos
15
1.3.1. Objetivo Geral
15
1.3.2. Objetivos Específicos
15
1.4. Limitações da Pesquisa
15
1.5. Estrutura do Tr
abalho
16
CAPÍTULO
2. METODOLOGIA ...........
.
.......
...............
.........................
........
.
..................
17
2
.1. Estrutura Metodológica
17
2.2. Métodos e Procedimentos
19
2.2.1
.
Levantamento Bibliogr
áfico
19
2.2.2. Estudo Comparativo e Definição de Parâmetros de Qualidade
Ambiental
19
2.3. Estudo de Caso
21
CAPÍTULO
3
.
QUALIDADE AMBIENTAL URBANA
..................
...................
.
.....
.........
22
3.1. Ambi
ente Natural e Ambiente C
onstruí
do
23
3.2. Qualidade Urbana e seus Aspectos Históricos, Sociais e Ambientais
24
3.2.1. Aspectos Históricos
24
3.2.2. Aspectos Sociais
32
3.2.
3. Aspectos Ambientais
34
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
6
3.3. A
Ética e o Ecodesenvolvimento
37
3.3
.1. Conceito de Ética
37
3
.3.2. Ética Ambiental
38
3.3.3. Princípi
os de Ecodesenvolvimento
39
3.3
.4. Me
tabolismo das Cidades
40
CAPÍTULO
4
.
INSTRUMENTOS
DE
AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE
AMBIENTAL
.............
..................................................................................
..
........
.
..........
44
4.1. Legislação Ambiental
44
4.2. Certificações Ambientais
53
4.3. Normas Ambientais
62
4.4. Análise Comparativa dos Instrumentos de Avaliação da Qualidade
Ambiental
64
4.5.
Definição de Parâmetros para Avaliação Ambiental do Projeto Urbano
68
CAPÍTULO
5
. EXPERIÊNCIAS DE PROJETOS URBANOS COM
QUALIDADE AMBIENTAL ....
.
.........................................
............................
...................
72
5
.1.
Home Village
Califórnia
EUA
72
5.1.1.
Aspectos Ambientais
74
5.1.2.
Aspectos Sociais
78
5.1.3.
Conclusão da Anál
ise do Home Village
79
5.2. Hammarby Sjöstad
Estocolmo
Suécia
80
5.2.1
.
Aspectos Ambientais
83
5.2.2.
Aspectos Sociais
85
5.2.3.
Conclusão da Análise do Hammarby
88
5.3.
Resi
d
encial Gênesis
São Paulo
Brasil
89
5.3.1.
Certificação ISO 14001
92
5.3.2.
Aspectos Ambientais
93
5.3.3.
Aspectos Sociais
95
5.3.4.
Conclusão da Análise do Gênesis
97
5
.4. Síntese
das experiências de Projetos Urbanos
98
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
7
CAPÍTULO
6.
ESTUDO DE CASO
RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
..........
................
100
6
.1
. Caracteri
zação
10
2
6.1.1.
Análise
Regional
-
Baixada Santista
10
2
6.1.2.
Análise
Urbana
-
Município de Bertioga
10
5
6.1.3.
Análise
Local
-
Enseada de São Lourenço
1
09
6.2
. Problematização
11
1
6.2
.1. Análise Regi
onal
-
Baixada Santista
11
1
6.2
.2. Análise Urbana
-
Município de Bertioga
11
3
6.2
.3. Análise Local
-
Enseada de São Lour
enço
11
4
6.
3
. Avaliação da Implantação da Riviera
a partir das Exigências L
egais
118
6.3.1.
Certificação Ambienta
ISO 14001
11
8
6.3.2.
Le
gislação Ambiental
12
3
6.3.3.
Normas Ambientais
12
5
6.4
. Avaliação
da Qua
lidade Sócio
-
ambiental a partir da
aplicação
dos
parâmetros estabelecidos
12
7
6.4.1.
Ar, atmosfera e energia
12
7
6.4.2.
Solo
12
8
6.4.3.
Água
130
6.4.4.
Vegetação
13
4
6.4.5.
Comun
idade
13
5
6.4.6.
Educação
13
6
6.4.7.
Saúde
13
7
6.4.8. Mobilidade
13
7
6.4.9.
Resíduos
13
8
6.5
. Conclusões do Estudo de Caso
140
7. CO
NSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÒ
ES
.............
...................
..................
143
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
........................................
.........................
......
....
148
ANEXO
S
............................................................................................
.............................. 1
59
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
-
Conceito de desenvolvimento sustentável.
Figura
2 -
Modelo de metabolismo linear das cidades.
Figura
3 -
Modelo de metabolismo circular das cidades.
Figura 4
-
ISO 14000 de Normas de Gestão Amb
iental
.
Figura 5
-
Localização do Village Homes.
Figura
6 -
Foto
Village Homes
.
Figura
7 -
Implantação do Village Homes
.
Figura
8 -
Insolação das residência
s.
Figura 9
- D
renagem natural
-
Village Home
s.
Figura 1
0 -
Áreas
comuns entre o grupo de 8 casas
-
Village Home
s.
Figura 1
1 -
Caminhos para pedestre
.
Figura 12
Planejamento Urbano do
Hammarby Sjötad
Estocolmo
, Suécia
.
Figura 13
-
Área Redaren & Sjofarten ampliada
Figura 14
-
Painéis solares no telhado dos edifícios.
Figura 15
-
Espaços acessíveis
cercados por vegetação.
Figura 16
-
A água da chuva
é coletada para o canal.
Figura 17
-
Transportes públicos integrados e diversificados.
Figura 18
-
Coletores de lixo.
Figura 19
-
Localização do Gênesis I e II.
Figura 20
-
Foto
s
aérea
s
de 1994.
Figur
a 21
-
Antes do reflorestamento
jun/2004 e durante o reflorestamento
abr/2005.
Figura
22
-
Análise do Gênesis I e II.
Figura
23 -
Mapa de localização da área de estudo
-
Riviera de São Lourenço.
Figura 24
-
Mapa da Região Metropolitana da Baixada Santi
sta
Figura 2
5 –
Foto
Aérea
do Município de Bertioga.
Figura 26
-
Mapa topográfico de Bertioga
Ano de 1971
Figura
27
-
Sistema viário da Riviera.
Figura 28
-
Configuração dos módulos da Riviera
Figura
29
-
Foto aér
ea da Enseada de São Lourenço de
1973
e 1994
.
Figura
30
-
Uso e Ocupação do Solo da Enseada de São Lourenço de 1962.
Figura 3
1 -
Uso e Ocupação do Solo da Enseada de São Lourenço de 1994.
Figura
32
-
Ciclovia na Riviera.
Figura 3
3 -
Canal de drenagem.
Figura
34
-
Sistem
a sanitário.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
9
Figura 35
ETA
-
Estação de tratamento de água.
Figura 36
-
Laboratório de controle da água.
Figura 3
7 –
Processo da Estação de Tratamento de Esgoto.
Figura
38
-
Aquário na ETE
Estação de Tratamento de Esgoto.
Figura
39
-
Central de triagem
LISTA DE QUADROS
Quadro 1
Estrutura metodológica.
Quadro 2
Métodos e procedimentos aplicados.
Quadro 3
Evolução da qualidade ambiental
urbana
.
Quadro 4
Legislação Ambiental.
Quadro 5
Requisitos sócio
-
ambientais da Agenda 21.
Q
uadro 6
Principais Sistemas de Avaliação Ambiental do Edifício.
Quadro 7
Requisitos sócio
-
ambientais do BRE checklist.
Quadro 8
Requisitos sócio
-
ambientais do LEED
-
ND.
Quadro 9
Requisitos sócio
-
ambientais do HQE2R.
Quadro 10
Quadro comparativo do
s
instrumentos
de avaliação da qualidade ambiental
urbana
Quadro 11
Parâmetros de qualidade sócio
-
ambiental urbana.
Quadro 12
Requisitos sócio
-
ambi
entais da ISO 14001 na Riviera
.
Quadro 13
Legislação Ambiental Brasileira aplicada à Riviera.
Quadr
o 14
Normas Ambientais aplicadas à Riviera.
Quadro 15
Parâmetros de qualidade ambiental
Categoria Ar.
Quadro 16
Parâmetros de qualidade ambiental
Categoria Solo.
Quadro 17
Parâmetros de qualidade ambiental
Categoria Água.
Quadro 18
Parâmetr
os de qualidade ambiental
Categoria Vegetação.
Quadro 19
Parâmetros de qualidade social
Categoria Comunidade.
Quadro 20
Parâmetros de qualidade social
Categoria Educação.
Quadro 21
Parâmetros de qualidade social
Categoria Saúde.
Quadro 22
P
arâmetros de qualidade social
Categoria Mobilidade.
Quadro 23
Parâmetros de qualidade social
Categoria Resíduos.
Quadro 24
Resultados alcançados.
LISTA DE SIGLAS
AA
Auditoria Ambiental
AANP
Aspectos Ambientais em Normas de Produtos
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACV
Avaliação do Ciclo de Vida
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
10
ADA
Avaliação do Desempenho Ambiental
BRAiE
Programa Nacional de Avaliação de Impactos Ambientais do Edifício
BREEAM
Building Research Establisment Environmental Assessment M
ethod
CETESB
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CIRED
Centre International de Recherche Sur L’Environment
CNU
Congresso para o Novo Urbanismo
CNUMAD
Conferência das Nações
Unidas Sobre o Meio Ambiente e
Desenv
.
CONAMA
Conselho Naciona
l do Meio Ambiente
CONDEPHAT
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico
CONMETRO
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
CO2
Dióxido de carbono
CSTB
Centre Scientifique et Techniqu
e du Bâtiment
DER
Departamento de Estradas e Rodagem
EIA
Estudo de Impacto Ambiental
EMS
Environmental Management System
ETA
Estação de Tratamento de Água
ETE
Estação de Tratamento de Esgoto
FBDS
Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável
HQE
Haute Qualit
é Environnementale
HQE2R
Haute Qualité Environnementale Économie et Réhabilitation
IBAMA
Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
I
SO
International Organization for Standar
d
ization
LEED
Leadership in Energy and Environmental Design
LEED-
ND
Leadership in Energy and Environmental Design for Neighborhood
Development
MIT
Massachusetts Institute of Technology
PNUMA
Programa das
Nações Unidas
para o
Meio Ambiente
RIMA
Relatório de Impacto Ambiental
SEEDA
South East England Development Agency
SGA
Sistema de Gestão Ambiental
UNICAMP
Universidade Estadual de Campinas
USGBC
Unit
ed States Green Building Counci
l
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
11
RESUMO
O processo de urbanização das cidades brasileiras ocorre de maneira muito rápida e
desordenada,
gerando problemas sociais e desequilíbrios ambientais, que comprometem a
sobrevivência sustentável do
ambiente
natural
.
Neste contexto, esta pesquisa buscou a partir de
instrumentos
de avaliação
da
sustentabilidade sócio-ambiental urbana
presente
s nos projetos certificados ambientalmente,
formular parâmetros necessários para um planejamento que considere a qualidade ambiental
urbana
.
De modo complementar, r
ealizamos
uma avaliação da qualidade social e ambiental d
o
Complexo Urbano Riviera de São Lourenço no município de Bertioga
São Paulo, aplicando os
parâmetros estabelecidos.
Com
este estudo concluímos que é notória a necessidade de critérios de avaliação da
qualidade ambiental para os projetos urbanos brasileiros para melhorar a qualidade de vida do
ser humano e
para preservar
os recursos naturais sem agredir o ambiente natural.
PALAVRAS
-
CHAVE:
Qualidade ambiental urbana,
instrumentos
de avaliação da
sustentabilidade
, projeto urbano.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
12
ABSTRACT
The urbanization process in Brazilian cities takes place in a very fast and chaotic way,
producing social disorders and
environmental
instability, compromising environment’s
sustainability.
In this context, and based on social and environmental assessment tools found in
environmentally
certified projects, this research aims to set parameters for planning that
considers the urban environmental quality.
In addition, a social and environmental assessment using the established parameters
was conducted in the Complexo Urbano Riviera de São Lourenço, at Bertioga city, in São
Paulo.
This study concludes that the use of evaluation criteria for the environmental quality of
urban Brazilian projects is essential to improve human being’s quality of life and to preserve
natural resources, without causing prejudice to the natural environment.
KEYWORDS:
urban environmental quality,
tools for sustainability assessment
, urban project.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
13
CAPÍTULO
1. INTRODUÇÃ
O
1.1.
PROBLEMA DE PESQUISA
O Brasil sofreu um intensivo processo de urbanização a partir da década de 1970,
que
aliado
à ausência de planejamento ocasionou uma desordenada ocupação do solo e
aus
ência
de infra-estrutura sica, refletindo principalmente sobre os recursos
naturais
e prejudicando a
qualidade de vida da população.
A ação antrópica, fortemente concentrada nas cidades
,
gerou
grande impacto
no
ambiente
construído e no meio físico em que este se inseriu. O aumento da população
associado à diminuição de recursos naturais conduz as cidades a uma situação de
esgotamento iminente. Esgotamento de recursos não renováveis e degradação que ocorre no
solo, água e ar, pois o
ser humano
retira
do ambiente natural
,
os recursos necessários para sua
sobreviv
ência e
age
como se estes fossem infinitos. Acrescente-se a isto que os dejetos
produzidos não voltam para o ambiente natural de maneira produtiva. Todo este processo tem
um caráter linear, aumentando assombrosamente o risco de escassez destes recursos (LY
LE,
1994).
Outro fator que não podemos deixar de lado é o atual modelo
da
civilização, que tem o
petróleo como principal fo
nte de energia e
a construção
civil
como
a maior indústria responsável
pelo esgotamento do planeta e, também, a que provoca uma maior contaminação,
principalmente nas áreas urbanas. O esgotamento e a poluição resultantes do uso do petróleo,
da água e de todos os resíduo
s
da construção são responsáveis por muitas das
destruições
globais, como o
efeito
estufa, mudança
s
climática
s
, chuvas
ácidas
e
ntre
outros.
O livro “Handbook of Sustainable Building” (ANINK; BOONSTRA; MARK
,1998)
mostra
que 40% dos gastos de energia são utilizados na construção civil e 40% da poluição
também
resulta da indústria da construção civil
.
O ambiente
construído
,
c
om
seus edifícios, atividades,
serviços e transportes, co
nso
mem mais de 50% das fontes mundiais de energia e
é
responsável por grande parte da emissão de gases
que causa as
mudança
s
climática
s
, além de
consumir grande parte da matéria
-
prima existente no pl
aneta. (YEANG, 1999).
As áreas urbanas precisam ser repensadas de forma a minimizar esses impactos
negativos e os crescentes processos de degradação. É fundamental a consciência ecológica
intr
ínseca
ao pensamento arquitetônico na busca de soluções que vis
am
harmonia entre as
ações do ser humano e o
ambiente natural
nos projetos urbanos
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
14
A qualidade ambiental deve prevalecer em todas
as
fases
de um projeto urbano; da
concepção até
su
a implantação e manutenção; p
ara
reduzir o consumo de materiais, energia e
água.
Para que tudo isso ocorra, precisamos de
instrumentos
de avaliação da qualidade
ambiental urbana
adequado
s às condições existentes no nosso próprio país e que possam nos
oferecer
bons resultados
sociais, econômicos e ambientais
.
A
seleção e adoção de leis ambientais, certificações e normatizações para avaliação da
qualidade
ambiental
em projetos urban
os
dar
ão
o embasamento
desta pesquisa
.
1.2.
JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
Avaliar
a
qualidade
ambiental
no planejamento e execução de projetos urbanos
br
asileiros
é o principal ponto a ser desenvolvido n
est
a pesquisa, pois a sustentabilidade
ambiental
é vista cada vez mais como o principal argumento do desenho arquitetônico e urbano
no século XXI para se obter melhores condições
sócio
-
ambientais.
Os p
rojet
os urbanos precisam cumprir um rigoroso planejamento no processo de busca
de uma
cidade
com menor impacto humano e ambiental. Podemos citar três importantes
focos
de estudo na construção de um projeto urbano sustentável que devem ser elaborados desde a
con
cepção inicial do projeto. Um deles é a análise do
terreno
,
passando a existir maior
preocupação com a correta utilização dos recursos naturais e a redução dos impactos
ambientais, o segundo, é
a análise
da edificação
em si
,
como, o
consumo de água,
de ene
rgia e
dos
materiais construtivos e
a
qualidade do ambiente interno, e o terceiro, em que não es
tes
aspectos citados estariam incorporados, como também a ética ambiental, com mudanças
estruturais em toda a sociedade, com a alteração de hábitos e estilos de vida, chegando
finalmente a um modo de v
ida sustentável (COOK, 2001
; ROGERS, 2001; SILVA 2000
).
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
em
1972,
trás
os
primeiros esforços conjuntos para estruturar várias metodologias na construção de indicadore
s
ambientais e
instrumentos
de avaliação da
sustentabilidade
ambiental. Eles surgiram da
necessidade de desenvolver um
critério
de
qualificação
ambiental que pudesse auxiliar os
pesquisadores, os
técnicos
e a população em geral
a
monitora
r e avaliar o
desenvolvimento das
mudanças,
seus impactos sobre o
ambiente
e
o nível de
sustentabilidade no contexto urbano
.
Assim, te
re
mos nesta pesquisa a preocupação de estudar os
instrumentos
de avaliaçã
o
da sustentabilidade ambienta
l
existentes
para
definir parâmetros de qualidade ambiental
para
os
projetos
urbanos
brasileiros
. O foco principal da pesquisa será
a
busca
d
a relação harmônica
entre
o ambiente construído
e o ambiente natural
;
a qualidade ambiental
urbana
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
15
1.3.
OBJETIVOS
1.3.1.
OBJETIVO GE
RAL
De
f
inir
parâmetros
de
qualidade
sóci
o-ambiental urbana
para
a
avali
ação de
projetos
urbanos
no Brasil
.
1.3.2.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a. Analisar os
instrumentos
de avaliaç
ão de qualidade ambiental exist
entes na dimensão
urbana.
b
.
Realizar um estudo comparativo entre os
instrumentos
de avaliação
da
sustentabilidade
ambiental
existentes
.
c. Estabelecer parâmetros de
qualidade
sócio
-ambiental urbana com base nos
instrumentos
analisados.
d
.
Avaliar a qualidade sócio-
ambiental
n
o
estudo de caso -
Comp
lexo
Riviera de São
Lourenço
a partir
dos parâmetros estabelecidos
.
1.4. LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Esta pesquisa por se tratar de um tema atual - a avaliação da qualidade ambiental nos
projetos urbanos na busca de
material
bibliográfico
nacional e
intern
acional, foram
encontrados certificações em fase de amadurecimento; onde os critérios urbanos estão sendo
aplicados em projetos
pilotos para validar os requisitos
estipulados
.
Durante a revisão bibliográfica, foram estudados alguns documentos redigidos na
Europa,
França e Inglaterra, de grande valor na questão da aval
iação da qualidade urbana. São
guias
com uma listagem de requisitos sócio-ambientais para se obter uma qualidade ambiental
ade
quada em loteamentos e bairros, mas ainda estão em fase de estudo para futuras
certificações.
O maior volume de material sobre qualidade ambiental, está direcionado ao ambiente
construído. A existência de diversos
instrumentos
de avaliação ambiental
do edifício nos mostra
o excesso de preocupação direcionada para a escala da unidade edificada, esquecendo a
importância do
estudo
da área do conjunto das unidades edificadas;
o
sítio
onde ocorrem os
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
16
primeiros impactos ambientais no momento da construção. Desta maneira, a avaliação do
ambiente urbano nos possibilitaria a red
ução desses
impacto
s ambientais
.
Outra dificuldade foi encontrar exemplos de projetos
urbanos internacionais
com
certificações ambientais e análise da qualidade ambiental. Temos alguns projetos pilotos
europeus
em fase de construção
,
mas não possuem nenhu
m parecer final.
A falta de integração e coerência entre as leis ambientais municipais, estaduais e
federais nos leva a uma limitação da pesquisa; pois inibe e dificulta a relação entre o ambiente
natural e o construído. Para se realizar uma avaliação da qualidade ambiental é importante que
fique claro a abrangência de cada lei ambiental vigente no sítio; seja ela, municipal, estadual e
federal.
1.5. ESTRUTURA DA PESQUISA
Este trabalho encontra
-
se estruturado em sete capítulos.
Dedica
-se o primeiro capítulo a apresentar o tema e especificar o problema; assim
como, apresentar os objetivos, a justificativa
, as limitações
e a estrutura
da pesquisa
.
O segundo capítulo descreve a metodologia aplicada no trabalho, enfatizando as etapas:
a
estrutura
metodológi
ca
, os métodos e procedimentos e a apresentação do
estudo de caso.
No terceiro capítulo temos uma fundamentação teórica, onde é realizada uma revisão de
literatura sobre o conceito de qualidade ambiental urbana e seus aspectos históricos,
ambientais e
soci
ais, assim como a ética e o ecodesenvolvimento
.
O quarto capítulo trata dos instrumentos de avaliação da sustentabilidade ambiental
urbana
legislação, certificações e normas ambientais e define os parâmetros de qualidade
ambiental para projetos urbanos
.
O quinto capítulo analisa as experiências de projetos urbanos ambientalmente
qualificados nacionais e internacionais
.
No sexto capítulo é realizada a avaliação da qualidade ambiental urbana do Complexo
Riviera de São Lourenço, com análise dos dados e resul
tados alcançados.
No sétimo capítulo, são relatadas as conclusões observadas a partir dos resultados da
pesquisa e as recomendações para futuros trabalhos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
17
2
. METODOLOGIA
2.1. ESTRUTURA METODOLÓGICA
A metodológica desenvolvida nesta pesquisa, se estrut
ura em 4 principais ítens:
1. Pesquisa inicial
-
Revisão bibliográfica
2. Base Metodológica
2.1. Estudo exploratório
.
2.2. Estudo comparativo
e definição de parâmetros.
2.3. Estudo de experiências de projetos urbanos.
3. Estudo de Caso
4. Conclus
ão
Para uma melhor estruturação teórica, foram pesquisados os conceitos de qualidade
ambiental da cidade, as preocupações sócio-ambientais urbanas ao longo do tempo e os
importantes instrumentos
de avaliação da qualidade ambiental
leis, certificações e
normas.
Como base metodológica, partimos de três questões principais:
-
O que fazer,
-
Como fazer e
-
Onde foi feito.
Para cada pergunta foram desenvolvidas as respostas com base num estudo
exploratório
estudo dos
instrumentos
de avaliação da qualidade ambiental que seriam
interessantes e de grande valor para aplicar no ambiente
construído
, um estudo comparativo
entre os critérios que foram selecionados e um estudo de
experiências de projetos urbanos
, que
possuíssem algum tipo de certificação ambiental urbana para um melhor conhecimento do
conceito abordado na pesquisa.
Com os dados acima descritos, tivemos um aprofundamento dos principais conceitos
necessários para
definir
os parâmetros de qualidade ambiental urbana, aplicá-los no estudo de
caso e o
bter as conclusões necessárias para a pesquisa.
A seguir temos o quadro 1 para melhor entendimento da estruturação
metodológica da
pesquisa.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
18
QUADRO 1
ESTRUTURA
METODOLÓGICA
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
19
2
.2. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Os
métodos e
procedimentos
aplicados
nesta pesquisa foram organizados
a
partir do
objetivo geral
e
dos objetivos específicos que nos fornecer
ão
prováveis
re
sultados
(Quadro 2) e
desenvolvidos de acordo com as etapa
s descritas abaixo
.
2
.2.1. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Realização de uma revisão
bibliográfica de qualidade ambiental no desenvolvimento das
cidades buscando mostrar o nível de consciência ambiental durante todo o processo de
crescimento dos centros urban
os.
Elaboração de um levantamento bibliográfico dos principais instrumentos de avaliação
da qualidade ambiental no desenvolvimento dos projetos urbanos, buscando selecionar os
critérios
mais completos e apropriados para a pesquisa
.
Apresentação de projetos urbanos nacionais e internacionais que possuem certificações
ou normatizações de qualidade ambiental urbana para mostrar o que está sendo produzido em
termos de conscientização ambiental nas cidades a nível mundial.
2.2.2. ESTUDO COMPARATIVO E DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE
AMBIENTAL
Com base em uma revisão bibliográfica, serão comparados os aspectos sociais e
ambientais dos instrumentos de avaliação da
qualidade
urbana; a norma ISO 14001
(Organização Internacional de Normatização Ambiental 14001), a legislação ambient
al
AGENDA 21 e as certificações LEED-
ND
(Liderança em Energia e Design Ambiental para o
Desenvolvimento do Bairro), HQE2R (Alta Qualidade Ambiental em Economia e Renovação) e
o BRE
-
checklist
(Guia de Planejamento Sustentável Urbano)
.
Após
o estudo comparativo
foram
definidos parâmetros de qualidade ambiental
para
ser
em aplicados nos
futuros
projetos urbanos, onde c
ada
instrumento
de avaliação
da
qualidade ambiental selecionado na pesquisa oferece diferente foco de interpretação das
questões
sócio
-ambientais e trasua importante contribuição na definição das diretrizes de
qualidade ambiental nos projetos urbanos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
20
QUADRO
2 –
MÉTODOS E PROCEDIMENTOS APLICADOS
OBJ. GERAL
OBJETIVOS
MÉTODOS
RESULTADOS ESPERADOS
OBJETIVO ESP. 1
A partir de uma revisão bibliográfica
O estudo dos instrumentos de
foram selecionados cinco instrumentos
avaliação da qualidade ambiental
Analisar os
de avaliação da qualidade ambienal e
nos oferece uma base teórica
instrumentos
realizado um recorte, onde serão
para estabelecer parâmetros
de avaliação
selecionados os aspectos
de qualidade ambiental urbana.
da qualidade
sócio-ambientais de cada critério:
ambiental na
AGENDA 21
- legislação ambiental é
dimensão urbana
um marco no controle dos impactos
ambientais causados pelo ser humano.
LEED-ND
- certificação voltada para o
ambiente urbano - loteamento e bairros.
HQE2R
- projeto de qualidade ambiental
urbana para renovação de bairros.
BRE checklist
- guia de planejamento
urbano sustentável com uma listagem
de requisitos.
ISO 14001
- normatização em busca da
qualidade ambiental e do produto.
OBJETIVO ESP. 2
Com os 5 critérios de avaliação ambiental
A realização deste quadro
selecionados (AGENDA 21, LEED-ND,
comparativo resulta em uma
Realizar um estudo
HQE2R, BRE checklist e ISO 14001), foi
lista de procedimentos a
Definir
comparativo entre
realizado um quadro comparativo entre eles
serem cumpridos e exigidos
parâmetros
os instrumentos de
e selecionado apenas os aspectos sócio-
nos projetos urbanos
de qualidade
avaliação ambiental
ambientais de cada critério: ar/atmosfera/
para controlar os impactos
sócio-
urbana.
energia, solo, espaços verdes,
ambientais e oferecer melhor
ambiental
água, comunidade, educação, saúde,
qualidade ambiental na área e
urbana para
mobilidade e resíduos.
no entorno do projeto urbano.
avaliação
OBJETIVO ESP. 3
A elaboração do quadro comparativo
Os parâmetros de qualidade
de projetos
entre os critérios de avaliação ambiental,
ambiental estabelecidos
urbanos
Estabelecer
identificou os parâmetros que deverão
deverão ser aplicados na
no Brasil.
parâmetros de
ser tomados como diretrizes para a
elaboração de projetos
qualidade sócio-
elaboração de projetos urbanos.
urbanos brasileiros para
ambiental urbana
urbanos.
colaborar na conscientização
com base nos
ambiental e na redução da
instrumentos
degradação da natureza pelo ser
analisados.
humano, assim como oferecer um
critério de avaliação ambiental
urbana sustentável.
OBJETIVO ESP. 4
Com os parâmetros estabelecidos
Mostrar que a certificação
no quadro comparativo e com a
ISO 14001 recebida pelo Complexo
Avaliar a qualidade
análise realizada no cap. 6 -
Urbano Riviera de São Lourenço
sócio-ambiental
Avaliação da Riviera de São Lourenço
não impede os impactos
no estudo de Caso -
segundo a certificação ISO 14001
ambientais nem oferece
Riviera de São
e demais informações coletadas
resultados ambientais satisfatórios
Lourenço a partir no próprio local pôde ser analisada
no planejamento e execução do
dos parâmetros
a sustentabilidade deste projeto.
projeto urbano a partir dos
estabelecidos.
métodos descritos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
21
2.3
. ESTUDO DE CASO
De acordo com Yin (2001), “o estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga
um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto de vida real, quando a fronteira entre o
fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são
utilizada
s
”.
De forma sintética, Yin (1989) apresenta quatro aplicações para o Método do Estudo de
Caso:
1. Para explicar ligações causais nas intervenções na vida real que são muito complexas
para serem abordadas pelos
'surveys'
ou pelas estratégias experimentais;
2.
Para descre
ver o contexto da vida real no qual a intervenção ocorreu;
3.
Para fazer uma avaliação, ainda que de forma descritiva, da intervenção realizada e,
4. Para explorar aquelas situações onde as intervenções avaliadas não possuam
resultados claros e específicos.
A
preferência pelo uso do Estudo de Caso deve ser dada quando os comportamentos
relevantes não
podem
ser manipulados, mas onde é possível fazer observações diretas e
entrevistas sistemáticas. O Estudo de Caso se caracteriza pela
...
capacidade de lidar com
uma completa variedade e evidências documentos, artefatos, entrevistas e observaç
ões
(YIN, 1989)
.
Nesta pesquisa, a aplicação do estudo de caso, está vinculada a
um estudo exploratório
,
intervindo com uma avaliação da qualidade ambiental de um contexto
real
um ambiente
construído
. O objeto de estudo, a priori, não apresenta resultados satisfatórios em relação aos
objetivos especificados, necessitando assim, de uma análise mais detalhada, onde serão
aplicados parâmetros de avaliação da qualidade ambient
al urbana
.
O
objeto de estudo será o Complexo Urbano Riviera de São Lourenço em Bertioga,
litoral norte de São Paulo,
onde
será
realizada uma avaliação da aplicação da certificação ISO
14001 no projeto, construção e ocupação,
analisa
n
do
o nível de conscien
tiza
ção ambiental do
empreendimento
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
22
3
.
QUALIDADE AMBIENTAL URBANA
Em
meados do século XIX a população urbana representava 1,7% da população total do
planeta, atingindo em 1960 (um século depois) 25% e em 1980 esse número passou para
41,1% (SANTOS, 1981). Em 1995 a população urbana mundial atingiu 46% do total, o
equivalente a um universo de 2,7 milhões de pessoas. De acordo com
dados d
a ONU, cerca de
metade da população do planeta
era urbana.
No Brasil, a intensificação da urbanização
deu
-
se
de forma mais acentuada a partir da
década de 1950, principalmente com o advento da indústria que serviu como atrativo para o
estabelecimento de um grande contingente populacional nas cidades em busca de trabalho e
melhores condições de vida.
Assim, como fruto da ur
ba
nização desenfreada, a problemática ambiental se agrava.
Como se sabe, o século XIX marcou profundamente o avanço da urbanização com a carência
de infra-
estrutura
,
que resultou nas condições atuais das cidades que concentram cada vez
mais, grande parte da
população do planeta.
A partir desse cenário, pode-se tentar compreender a importância que assume
a
qualidade ambiental urbana, vista como elemento fundamental para o alcance da melhoria da
qualidade de vida do
ser humano
e da preservação do ambiente natur
al
.
L
uengo
(1998) nos dá uma definição ampla do conceito de qualidade ambiental urbana:
“Entendemos por calidad ambiental las condiciones óptimas que rigen el
comportamiento del espacio habitable en términos de comfort asociados a lo ecológico,
biológico
, económico-productivo, socio-cultural, tipológico, tecnológico y estético en sus
dimensiones espaciales. De esta manera, la calidad ambiental urbana es por extensión,
producto de la interacción de estas variables para la conformación de un hábitat
saludab
le, confortable y capaz de satisfacer los requerimientos básicos de
sustentabilidad de la vida humana individual y en interacción social dentro del medio
urbano.”
(LUENGO, 1998)
De acordo com Lombardo (1985) a qualidade da vida humana está diretamente
re
lacionada com a interferência da obra do ser humano no ambiente construído. A natureza
humanizada, através das modificações no ambiente, alcança maior expressão nos espaços
ocupados pelas cidades
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
23
Nesse cenário, visto como um novo período histórico, a humanidade enfrentará os
efeitos negativos dos últimos duzentos anos de crescimento populacional e econômico que
provocaram o desequilíbrio ecológico e a degradação do meio ambiente físico e social
(MAZZETO, 2000). Desta forma, discutir qualidade ambiental constitui objeto de bastante
relevância
, haja visto um forte incremento demográfico aliado a uma sociedade de consumo
exacerbado, onde a degradação ambiental
surge
como uma das mais graves conseqüências do
atual sistema econômico mundial.
3
.1.
AMBIENTE NATUR
AL E AMBIENTE CONSTRUÍDO
A idéia de meio ambiente como sinônimo de natureza é apenas um dos aspectos do
Meio Ambiente, hoje definido como ambiente natural (OLIVEIRA e HERRMANN, 2001).
O
chamado
ambiente natural, ou físico, engloba ar, água, solo, subsolo, flora e fauna. Talvez seja
o primeiro do qual nos recordamos por sua condição primordial: a ausência de preservação ou
de utilização racional dos recursos ambientais de nosso planeta pode trazer conseqüências
catastróficas
.
Ao lado do ambiente natural,
temos o ambiente construído, ou artificial, aquele produzido
pela ação do ser humano ao transformar a natureza: as cidades. cidades que nos parecem
limpas, arborizadas, bonitas, pois tiveram seu crescimento planejado, e outras, que crescera
m
desordenada
mente. Um ambiente construído sadio contribui para o bem estar da população
que ali vive e, ao contrário, um ambiente
construído
hostil gera não apenas sensação de
angústia em seus habitantes como também termina por levar ao abandono e descas
o.
Conforme Oliveira e Herrmann (2001),
o
fundamental é o discernimento que nos per
mita
utilizar e transformar o
ambiente
natural
sem precisar destruí-lo, pois as cidades são os
ambientes
construídos
no qual
a
Natureza se trans
forma em Habitat humano
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
24
3
.2
.
QUALI
DADE URBANA E SEUS ASPECTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS E
AMBIENTAIS
.
A qualidade urbana depende dos fatores históricos, culturais e do seu desenvolvimento,
assim como dos aspectos sociais, ambientais e econômicos.
3.2.1.
ASPECTOS HIST
ÓRICOS
Os primeiros indícios de preocupação entre o
ambiente
natural e o
construído
na
civilização ocidental
foram
descritos
no Tratado de Arquitetura escrito por Vitrúvio, no século
I
a.C
.
, com
suas recomendações de
implantação, orientação do sol e iluminação natural.
No final do século XVIII, a insalubridade observada na maior parte das cidades
industriais
européias, demandou ações corretivas voltadas ao resgate da qualidade ambiental.
O apelo à qualificação estética de
áreas
da cidade, também ganhou importância tanto quanto a
busca da higienização. Neste período, na Inglaterra o parque surge como fato urbano de
relevância, atingindo seu pleno desenvolvimento apenas cem anos depois. O Parque Urbano
passou a responder pela demanda de equipamentos para as atividades de recreação e lazer
d
ecorrentes
da intensificação da expansão urbana da cidade industrial.
Dois processos distintos marcaram a criação dos primeiros parques urbanos na
Inglaterra: a absorção dos grandes espaços livres representados pelos jardins dos palácios da
Corte, que foram abertos ao público e incorporados à estrutura urbana e
os
empreendimentos
imobiliários promovidos pela iniciativa privada.
O movimento dos Parques Americanos liderado por Frederick Law Olmsted, se coloca
contra os males das cidades industrializadas e surgem os grandes jardins contemplativos, os
parques de paisagem, os
parkways
(parques lineares) e os parques de vizinhança americ
ana,
como o Central Park
em Nova Iorque,
1863.
Com base nestas preocupações, Olmsted realiza em Boston a primeira experiência
de
organização de um sistema de parques que considera o conjunto da cidade. Na concepção
desse sistema de parques, conhecido como
Emerald
Necklace
”, pelo fato de se tratar de um
conjunto de espaços interligados, Olmsted
teve como preocupação, além da ques
tão do lazer, a
questão do saneamento do ambiente urbano e da sua recuperação.
As preocupações da humanidade com relação ao
ambiente
natural
e a qualidade
ambiental
no processo de desenvolvimento se fortaleceram no período que sucedeu a Segunda
Guerra Mundial. A destruição das cidades influenciou um novo modo de pensar o desenho
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
25
urbano; como a redução da destruição de solos, o
aumento das áreas permeáveis,
a
redução
do custo de infra
-
estrutura urbanística,
a
redução da poluição e
a
descentralização.
Na década de 60, a deterioração ambiental e sua relação com o estilo de crescimento
econômico já eram objeto de estudo e preocupação internacional. Nesse sentido, pode
mos
citar
como exemplos: Albert Shweitzer, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz ao popularizar a ét
ica
ambiental
,
o livro
Primavera Silenciosa
, de Rachel Carson, lançado em 1962, que trata do uso e
dos
efeitos dos produtos químicos sobre os recursos ambientais e o livro Design With Nature,
de Ian Mcharg, em 1969, sobre
o planejamento urbano com bases ec
ológicas.
O legado mais relevante deixado por Mcharg, foi o da importância do planejamento do
uso e cobertura do solo de acordo com o valor ecológico e a sensibilidade de cada paisagem,
sendo que a distribuição dos espaços abertos deveria responder aos processos naturais,
permitindo o desenvolvimento sem o rompimento dos pro
cessos ecológicos (LITTLE, 1990
).
O método desenvolvido por Mcharg estabelece prioridades para esse desenvolvimento,
por meio da criação de mapas de áreas cujos processos antrópicos estejam causando impacto
sobre os processos naturais (LITTLE, 1990).
Cada feição fisiográfica, como por exemplo, declividade, várzeas, afloramentos
rochosos, rios ou linhas de cumeada, são desenhados em diferentes transparências. Essas
transparências, quando sobrepostas e vistas sobre um papel branco, geram um mapa onde
apareceram áreas em branco, o que indica as áreas aptas ao desenvolvimento, ou seja, sem
restrições; áreas com pouca sobreposição de cores, que são as áreas com algumas restrições;
e naquelas onde muita sobreposição de cores não se recomenda o desenvolvimento
(LITTLE, 1990).
A técnica de sobreposição de mapas marcou um grande passo na direção do
planejamento
urbano
com abordagem sustentável, pois foi utilizado para a composição
de
ambientes
urbanos e
con
servação
dos ambientes naturais
.
A partir da década de 70, formam-se grupos de discussão cujo enfoque principal era a
preocupação ambiental e sua importante influência para o desenvolvimento mundial. O Clube
de Roma, um dos primeiros grupos a se concretizar, nasceu em 1968, congregando cientistas,
economistas e altos funcionários governamentais, com a finalidade de
analisar
os problemas
ambientais,
s
ob uma perspectiva ecológica de
Sistema G
lobal
.
O arcabouço teórico do pensamento do Clube de Ro
ma reside na idéia de que o planeta
é um sistema finito de recursos, submetido às pressões do crescimento exponencial da
população e da produção econômica. As suas conclusões apontavam o horizonte do colapso
do sistema e as suas propostas se organizavam em torno da noção de um gerenciamento
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
26
global da demografia e da economia, a fim de alcançar um estado de equilíbrio dinâmico.
Severas medidas de controle da natalidade e mudanças radicais nos modelos produtivos eram
as recomendações centrais da nova escola d
e pensamento ecológico.
A publicação em 1972 do relatório Os limites do Crescimento (Meadows et al., 1972)
pelo Clube de Roma denunciava o crescente consumo mundial
que
ocasionaria um colapso do
ecossistema global. Realizado pela equipe do Professor Meadow
s,
do MIT Massachusetts
Institute of Technology, o relatório atentava para a preocupação com as principais te
ndências
do ecossistema mundial: industrialização acelerada, forte crescimento populacional,
insuficiência crescente da produção de alimentos, esgotamento dos recursos naturais não
renováveis e degradação irreversível do
ambiente
natural
.
A necessidade de investir em novas fontes energéticas trouxe pela primeira vez a
aplicação da ciência
e
da tecnologia na exploração de fontes renováveis de energia que
pudessem substituir os combustíveis fósseis, co
mo
solar, eólica e térmica
(RUANO, 1999)
.
As questões relativas à qualidade ambiental se fortaleceram com os três mais
importantes trabalhos científicos realizados: a Reunião de Estocolmo de 1972 na
Suécia
, o
Relatório Brundtland de 1987
realizado
pela Organização das Nações Unidas e a Conferência
das Nações Unidas sobre M
eio Ambie
nte e Desenvolvimento
CNUMAD em 1992 no
Brasil
.
Na reunião de Estocolmo foram discutidos os potenciais efeitos
nocivos
das mudanças
climáticas e
os estilos de desenvolvimento sócio
-
econômico dos paí
ses em re
lação ao ambiente
natural
. Tratou
-
se
das questões am
bientais e
da qualidade de vida e buscaram
alternativas para
o uso dos recursos naturais com o objetivo de satisfazer as necessidades
globais
de
subsistência da população, como moradia, educação, saúde e alimentação. Ao final, foram
agendadas futuras reuniões internacionais para o acompanhamento desse assunto.
Em 1974, surge o CIRED (Centre International de Recherche sur l’Environnment et
Le
Déve
loppement),
onde Ignacy Sachs e sua equipe ampliam e diversificam a questão do
ecodesenvo
lvimento, criada em 1972 em Estocolmo. A base do planejamento sustentável é a
simbiose entre o ser humano e a
ambiente natural
, difundindo
uma nova consciência dos limi
tes
dos recursos naturais e seu equilíbrio e estabelecendo um novo enfoque ao desenvolvimento
sócio
-
econômico.
O relatório Brundtland presidido por Gro Harlem Brundtland,
ex
-primeira ministra da
Noruega
, líder em desenvolvimento sustentável e saúde pública, discute intensamente a
proteção
ambiental e o conceito de desenvolvimento sustentável (Figura 1), o qual tem como
base conceitual três pilares: a atividade econômica, o meio ambiente e o bem estar da
sociedade.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
27
Figura 1. Con
ceito de desenvolvimento sustentável
.
Fonte: Adaptação
pela autora
do
CIB,
1996
.
O desenvolvimento sustentável busca hoje uma interação entre o desenvolvimento
econômico, a qualidade ambiental e a satisfação das necessidades do ser humano. É um
processo de modificações no qual está previsto que a exploração de recursos, a direção dos
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais
deverão ser feitas consistentemente para atender as necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades
(BRUN
DTLAND, 1987). Para que isso se torne realidade é necessária uma série de ações
conjuntas e cooperadas entre o poder público e a iniciativa privada, além de um consenso
internacional. Há também os movimentos sociais formados principalmente por ONG´s, que
defendem melhores condições de vida associadas à preservação do ambiente
natural
e a uma
condução da economia adequada a tais exigências.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
28
“O desenvolvimento sustentável pretende combater a miséria humana sem repudiar a
natureza ou desconsiderar as especificidades locais. Introduzir o objetivo global de um
crescimento econômico e social duradouro, e que não dilapide o patrimônio natural”.
(AGENDA 21, 1996)
A sustentabilidade tem, por um lado, o ambiente natural enquanto fornecedor de
recursos naturais, receptor de dejetos oriundos das atividades de produção e consumo e
espaço onde se dão as interações entre processos naturais e sócio-culturais. E, por outro, o
ambiente construído enquanto qualidade do hábitat. Neste segundo caso, trata-se da dimensão
que corresponde à infra-estrutura física e sócio-institucional capaz de influenciar as condições
gerais de vida das populações em termos de habitação, trabalho, recreação e auto-
rea
lização
existencial (SACHS, 1986
).
Segundo Ribeiro (2000), a característica central do desenvolvimento sustentável é a sua
capacidade de perdurar ao longo do tempo, mantendo padrões de vida adequados. Para que
uma forma de vida seja sustentável, é preciso que a taxa de utilização de recursos seja no
mínimo igual à de reposição ou de geração de substitutos para esses recursos. Da mesma
forma, a taxa de emissão de efluentes tem de ser no máximo igual à taxa de regeneração do
ambiente natural. Se essas condições não forem alcançadas, haverá crescente deterioração
ambiental e diminuição da base de recursos.
A sustentabilidade constitui um conceito dinâmico, que levou em conta as necessidades
crescentes das populações, num contexto internacional em constante expansão. “O
desenvolvimento sustentável não representa um estado estático de harmonia, mas um
processo
de mudança, no qual a exploração dos recursos, a dinâmica dos investimentos, e a
orientação das inovações tecnológicas e institucionais são feitas de forma consistente face às
necessidades tanto atuais quanto futuras”
(SVEDIN, 1987).
O Relatório Brundtland cria o conceito desenvolvimento sustentável, com intenção de
despertar a opinião pública para a necessidade de melhorar a gestão do meio ambiente como
forma de
preservar os recursos
d
o planeta.
A
CNUMAD
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
contou
com
a
participação dos principais líderes de mais de cem nações. As pesquisas
científicas realizadas até aquele ano não deixavam mais nenhuma margem de dúvida quanto
ao perigoso caminho traçado pelo ser humano, em sua insaciável busca por padrões de vida
incompatíveis com a capacidade de suporte do planeta. Esta conferência foi baseada em três
princípios:
análise da totalidade do ciclo de vida dos materiais, desenvolvimento do uso de
matérias
-
primas e energias
renováveis
e a recic
lagem de resíduos
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
29
A questão ambiental embasada nesses três preceitos acima propiciou a celebração de
diversos acordos internacionais, com destaque para a Agenda 21 e as Convenções do Clima e
da Biodivers
idade.
A Agenda 21 foi assinada em 1992 por 178 país
es.
É uma Agenda de Desenvolvimento
Sustentável onde predomina uma proposta que rompe com o planejamento com enfoque
econômico e destaca o ambiente natural. Ela discute a essência do que é desenvolvimento
sustentável, o processo através do qual ele pode ser alcançado e as ferramentas de
gerenciamento necessárias para alcançá-
lo.
A Agenda 21 não é restrita às questões ligadas à
preservação e conservação da natureza, mas sim,
às
questões estratégicas ligadas: à geração
de emprego e de renda, à diminuição das disparidades regionais e inter-
pessoai
s de renda, às
mudanças nos padrões de produção e consumo, à construção de cidades sustentáveis e à
adoção de novos modelos e instrumentos de gestão
(HADDAD, 2002).
As Conferências sobre as Mudanças Climáticas realizadas no Rio de Janeiro em 1992
(Brasil) e em Montreal em 2005 (Canadá), discutiram medidas de redução das emissões de
gases
na camada de ozônio e a mitigação do seu impacto no planeta.
Na
Conferência de Kyoto, realizada no Japão entre a 12 de dezembro de 1997, os
países membros da Convenção sobre Mudanças Climáticas assinaram o Protocolo de Kyoto,
que
cria leis e dita metas de redução e combate ao aquecimento global, onde os países
industrializados terão que reduzir, entre 2008 e 2012, o equivalente a 5,2% das emissões
mundiais de gases responsáveis pelo aquecimento global. As metas previstas pelo Protocolo
estabelecem 8% para a União Européia, 7% para os Estados Unidos e 6% para o Japão, por
serem esses os maiores emissores de gases que geram o efeito estu
fa.
O Protocolo de kyoto
foi aberto para assinaturas em 16 de março de 1998 e entrou em vigor somente em 16 de
fevereiro de 2005, noventa dias após ser ratificado pela Rússia, totalizando 61,6% das
emissões dos países que fazem parte do tratado.
A partir da década de 90, surge a preocupação em avaliar o nível de qualidade
ambiental dos projetos urbanos em alguns países da Europa e nos
EUA
. Assim, temos e
m
1996
, a implantação da ISO 14001, norma de gestão ambiental fundada na Genebra S
uíça
,
para o uso sustentável dos recursos naturais
com
aplicação em empreendimentos urbanos em
suas diversas etapas
projeto,
execução
e manutenção
.
Após a ISO 14001,
temos
na França
em
2001, a implantação d
o HQE2R
(Alta Qualidade
Ambiental em Economia e Renovação) método de avaliação da qualidade ambiental urbana
para
áreas degradadas que necessitam de renovação, em 2002 no Reino Unido, um guia de
planejamento sustentável urbano com uma listagem de requisitos para serem aplicados em
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
30
novos empreendimentos urbanos e obter qualidade sócio-ambiental e em 2007 nos EUA, a
certificação LEED-ND (Liderança em Energia e Desgin Ambiental para o Desenvolvimento do
Bairro) para aplicação em
áreas urbanas e loteamentos.
Com a preocupação
em
avaliar e certificar os ambientes construídos e obter qualidade
ambiental urbana, países como a China e o EUA, maiores poluidores mundiais, se esfor
çam
para mostrar
sua capacidade
de
preservar o ambiente
natural
e criar metodologias sustentáveis
de vida.
O governo chinês es
erguendo
a primeira cidade sustentável do mundo;
Dongtan
.
Ela
está
localizada na terceira maior ilha da China,
Chongming,
perto da desembocadura do Rio
Yangtze numa área de 86 km2. A área urbana ocupará apenas 1/3 de sua área total, sendo os
2/3 remanescentes reservados à agricultura e à preservação do ambiente natural.
Foi
projetada
para abrigar 10.000 pessoas até 2010, onde as casas serão planejadas para tirar o melhor
proveito possível das condições naturais do clima, diminuindo o uso de sistemas de
aquecimento ou resfrime
nto,
que consomem muita energia e os prédios terão no máximo 6
andares, dispensando o uso de elevadores, também visando o consumo de energia
.
A cidade
será auto-suficiente em energia e água. serão admitidas fontes alternativas e renováveis,
como a força dos ventos, além de biogás e de biomassa, sobretudo a partir de casca de arroz.
O sistema de água será duplo, com encanamentos de água potável e não potável, o segundo,
usado para descargas e irrigação, por exemplo. Cerca de 80% do lixo será reciclado e até os
dejetos serão processados e reutilizados como adubo. Os veículos tradicionais serão banidos,
por possuirem altos índices de emissão de gases poluentes, serão priorizados no transporte o
uso de bicicletas e lambretas movidas a bateria ou carros à base de hidrogênio e, para isso,
os
moradores deverão percorrer apenas 7 minutos de caminhada
para
deslocar
-
se
de
suas
casas
até
a infra
-
es
trutura da cidade, como escolas e
hospitais (
D
IAS
, 2007
).
O
projeto urbano sustentável nos EUA
é
uma ilha
artificial, a Treas
ure Island, na baía de
São Francisco. Em uma antiga base da Marinha, um grupo de arquitetos está criando uma área
habitacional compacta com cerca de 6 mil unidades residenciais em torno de um terminal de
ônibus e de barcas. Cerca de 65% da área será destinada a parques, espaços abertos e
fazendas orgânicas. O plano é torná-la auto-suficiente em matéria de energia gerada por várias
fontes alternativas. O caso dessa cidade do futuro flutuante, entretanto, é especial, pois foi
necessário encontrar solução par
a
um problema bastante específico e atual,
a grave ameaça de
elevação do nível do mar. O projeto inclui algumas medidas geotécnicas de curto prazo para
protegê
-la de inundações, além de planos estratégicos que permitem à ilha
adaptar
-
se
a
possíveis condiçõe
s adversas
(
LOBO, 2008
).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
31
P
odemos ver
dif
erentes esforços no
pensar e criar uma cidade
com qualidade ambiental
.
De acordo com A
cserald
(1999), uma cidade é considerada
sustentável
na medida em que é
capaz de evitar a degradação e manter a saúde de seu sistema ambiental, reduzir a
desigualdade social, prover seus habitantes de um ambiente construído saudável, bem como
construir pactos políticos e ações de cidadania que o permitam enfrentar desafios presentes e
futuros.
O quadro 3 sintetiza a origem e a evolu
ção
da qualidade ambiental
urbana
até os dias
de hoje
.
QUADRO 3
– EVOLUÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL URBANA
Século I a.C.
Século XIX
1945
VITRUVIUS
se utiliza do sol
PENSAMENTO HIGIENISTA
II GUERRA MUNDIAL (1939-1945)
e do vento na escolha
Novo conceito de preservação
da implantação e do
da natureza - "City beautiful".
Novo modo de pensar o desenho
traçado das cidades.
das cidades após a sua destruição.
FREDERICK OLMSTED
Pai do paisagismo do EUA
1940 - 1970
1970 1972
FUNDADA A ISO (Organização
Clube de Roma - Grupos de
CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
Internacional de Padronização)
discussão sobre a preocupação
Busca por soluções de problemas
Genebra - Suíça ambiental mundial.
ambientais e qualidade de vida.
"OS LIMITES DO CRESCIMENTO"
Ian Mcharg - EUA - 1969
Alerta os riscos de um modelo
PNUMA
- Programa das Nações
SIG - Planejamento Urbano
de crescimento econômico que
Unidas para o Meio Ambiente
não leva em conta o meio físico.
1974 1987 1992
CIRED
(Centro Internacional de
RELATÓRIO BRUNDTLAND
ECO 92 - Conferência das
Pesquisa sobre Ambiente e
Discutido o conceito de
Naçoes Unidas sobre o Meio
Desenvolvimento)
Desenvolvimento Sustentável
Ambiente e Desenvolvimento
PROTOCOLO MONTREAL
Rio de Janeiro - Brasil
Ignacy Sachs
Relativo às substâncias que
AGENDA 21 - Documento que
Amplia e diversifica questões
empobrecem a camada de
prescreve princípios
sobre
ECODESENVOVLIMENTO
ozônio.
sustentáveis
1996 1997
2001 - 2004
ISO 14001 - Organização Norma ambiental.
CONFERÊNCIA DE KYOTO
HQE2R - critério de qualidade
Internacional de Normas
ambiental urbana para áreas
Ambientais
Redução das emissões de CO2
degradadas.
Genebra - Suiça
pelos países industrializados.
França
2002 2003 2005
BRE - checklist
LEED-ND
certificação
CONFERÊNCIA DE MONTREAL
Listagem de qualidade
ambiental urbano para bairros e
Relativo à redução da emissão de
ambiental urbana
loteamentos
gases na camada de ozônio.
Reino Unido
EUA
Montreal - Canadá
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
32
3
.2.2.
ASPECTOS
SOCIA
IS
A qualidade ambiental urbana não é obt
ida
apenas da qualidade e quantidade de
recursos naturais, depende da qualidade e integração do
ambiente
construído com os recursos
naturais;
adequação de formas e funções às necessidades sociais e características naturais
.
Segundo
Monte
-mór
(1994),
a sustentabilidade no espaço urbano tem relação direta com o gra
u
de permeabilidade e integração entre o espaço natural e o espaço social, centrados na
conservação das condições ecológicas adequadas às distintas comunidades.
Van Bellen (2004) afirma que para a realização de uma análise consistente da
sustentabilidade é necessário conhecer a combinação de bem-estar humano e ecológico, indo
ao encontro d
o entendimento de Monte
-
Mor acerca da sustentabilidade urbana.
“U
ma sociedade esmais próxima de ser sustentável se sua condição (bem-
estar)
é
alta, e o estresse (oposto do bem-estar ambiental) sobre o sistema ecológico é baixo” (VAN
BELLEN, 2004).
Com base nestas discussões que propõe que a sustentabilidade urbana seja construída
através de uma simbiose entre sustentabilidade social (bem-estar humano alcançado pelo
aces
so aos serviços
ofertados)
e sustentabilidade ambiental (gestão adequada de
ecossistemas)
estudaremos os aspectos sociais (
res
íduos, comunidade, educação ambiental
,
sa
úde e mobilidade
) e os aspectos ambientais
(solo,
vegetação, ar
e água).
Os aspectos soci
ais
e ambientais estão relacionados entre si, podendo ser, classificados de diferentes maneiras à
elaborada pela pesquisa; os resíduos poderiam ser classificados como aspecto ambiental pela
agressão ao ambiente natural, assim como vegetação, lazer e comunidade também fazem
parte de um mesmo contexto de bem estar em relação às áreas verdes
.
a)
RESÍDUOS
O aumento do número de habitantes no Planeta, associado à concentração das
populações nas cidades, vem agravar a problemática do lixo. Hoje, o mundo tem mais de seis
bilhões de habitantes, que geram resíduos sólidos em quantidades colossais, e dos mais
diversos tipos.
A problemática dos resíduos sólidos se intensifica quando eles são dispostos de forma
imprópria na natureza, acarretando sérios impactos ambientais, como a poluição dos lençóis
freáticos e do solo por produtos químicos tóxicos e outros, riscos de incêndio com a formação
de gás metano, poluição atmosférica e proliferação de doenças respiratórias.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
33
Em primeiro lugar é necessário estudar uma estratégia de redução dos resíduos sólidos
e de seus componentes nos projetos urbanos e, em segundo lugar, realizar a coleta seletiva
dos resíduos recicláveis e a sua reutilização. Com o reaproveitamento do material consegue-
se
economizar e até mesmo produzir ener
gia por meio do calor gerado por esses dejetos.
Além dos resíduos recicláveis, temos também os lixos orgânicos, que servem como
adubo, e os não-
recicláveis.
Esses resíduos necessitam de uma disposição segura para uma
satisfatória salubridade do ambiente e
dos seus habitantes.
Planos eficientes devem abranger o manejamento e o depósito de resíduos, assim como
novas formas de reaproveitamento dos recicláveis.
b)
COMUNIDADE
A sustentabilidade na cidade, reside na qualidade e no acesso democraticamente
distr
ibuído aos benefícios da vida urbana.
S
egundo Ruano
(1999)
é necessário sugerir algumas
medidas
na execução de um projeto urbano para se obter qualidade de vida
;
tais
como
prover a
cidade de espaços públicos e a interação do ser humano e orientar o planejamento para os
pedestres, ciclistas e para o transporte público. Tais atitudes atuam como catalizadores do
desenvolvimento de comunidades equilibradas com um autêntico sentido de pertencer a um
grupo e a um lugar. Este sentimento irá resu
ltar na sustentabil
idade social
das comunidades.
c)
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental deve buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o
respeito
, por meio de formas democráticas de atuação, baseada em práticas interativas e
dialógicas. Isto se con
solida
em
criar novas atitudes e comportamentos, face ao consumo na
nossa sociedade, e de estimular a mudança de valores individuais e coletivos.
A educação para
a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as
diversa
s formas de participação, em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de
concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação.
A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as
pe
ssoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida.
d)
MOBILIDADE
Os automóveis e o planejamento urbano baseado no veículo
privado
são responsáveis
por grande parte dos problemas urbanos. Os veículos
contaminam
o ar
e
causam
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
34
congest
ionamento, o qual não acarreta problemas respiratórios, como grandes perdas
econômicas, já que se perde muito tempo dev
ido ao trânsito e aos acidentes (RUANO, 1999).
As
estratégia
s
para esse tipo
de planejamento
, voltado
ao problema de
transporte inclui:
- tecidos urbanos compactos, com variedade de usos viver, trabalhar, educar e se
divertir
em
locais pr
óximos, com pequenas distâncias,
-
densidades altas para justificar
sistemas de transporte público e
- incorporação de infra-
estru
turas de telecomunicação mais avançadas para facilitar a
comunicação à distância
(RUANO, 1999)
.
Portanto, é importante no planejamento urbano contemplar o sistema de transporte
público de baixo impacto e a circulação para pedestres e bicicletas.
e)
SAÚDE
A
saúde
envolve diversos aspectos sociais
,
tais
como
: saneamento, educação,
e
higiene. Assim precisamos dar atenção especial à infra-
estrutura
urbana: abastecimento de
água tratada, coleta e tratamento de esgoto, drenagem das águas da chuva, coleta e
trata
mento do lixo, transporte público e iluminação pública.
3
.2.3.
ASPECTOS AMBIENTAIS
Os aspectos ambientais são aqueles relacionados ao ambiente natural solo, água, ar,
vegetação, e necessitam ser integrados ao ambiente construído e preservados com quali
dade.
Segundo A
cserald
(1999), uma cidade é considerada sustentável na medida em que é
capaz de evitar a degradação e manter a saúde de seu sistema ambiental, reduzir a
desigualdade social, prover seus habitantes de um ambiente construído saudável, bem com
o
construir pactos políticos e ações de cidadania que o permitam enfrentar desafios presentes e
futuros.
Portanto, a qualidade ambiental urbana é aqui avaliada a partir de uma combinação de
indicadores sociais e ambientais que indiquem tendências de resposta a pressões e desafios
futuros.
São eles: solo, vegetação, ar, atmosfera, energia e água.
a)
SOLO
A topografia e o tipo de solo (arenoso, argiloso e outros)
precisa
m ser analisados para
implantar um empreendimento e as interações do projeto com a área escolhida. Dependendo
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
35
da área a ser utilizada é necessária uma licença ambiental por órgãos federais, como IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Após a escolha do terreno é
im
portante
no controle das possíveis degradações do solo,
tais como: erosões, escorregamento de encostas e poluição do solo, que podem ocorrer na
implantação do projeto urbano.
“A ocupação humana altera as condições naturais do solo, podendo torná-lo instável e
ativando processos de degradação, como afundamentos, deslizamentos e outros riscos”
(SPIRN, 1995).
O adensamento do solo também é um problema na implantação dos projetos urbanos. A
compactação aumenta a quantidade de calor que o solo absorve, reduz o movimento de ar e
água, inibe o crescimento de raízes e extermina os microorganismos que produzem nutrientes
para as plantas. É extremamente importante avaliar a necessidade e a intensidade de
compactação do solo durante a execução do projeto, assim como a presença de aterros.
meios de prevenir os riscos causados pela utilização do solo, como manter as
encostas intocadas, controlar as inclinações dos taludes e a drenagem superficial e
subterrânea, conduzir movimento de terra com cautela e evitar o paisagismo de regiões com
características m
uito distintas da projetada.
O solo é, cada vez mais, um depósito de resíduos tóxicos. O lixo e resíduos são
enterrados
e embora invisíveis, têm efeito de longo alcance. Encontrar um local adequado
para o lixo é o grande desafio para as cidades. Os depósitos representam risco à saúde, não
apenas durante sua operação, mas por muitos anos. Podemos citar algumas conseqüências
desta contaminação desenfreada: a água poluída pelos resíduos infiltra no subsolo e contamina
os lençóis freáticos, o gás metano com o dióxido de carbono envenena plantas e os produtos
químicos e radiotivos trazem trágicas conseqüências, como aumento de abortos, defeitos
congênitos e distúrbios.
b)
VEGETAÇÃO
O ambiente natural oferece qualidade aos espaços
urbanos
, melhoram a imagem de
um
a cidade, diminuem a poluição sonora e atmosférica, servem de abrigo contra o vento,
impõem limites, trazem conforto, previnem a erosão e o deslizamento do solo e colaboram na
moderação das enchentes.
O primeiro passo na concepção de um projeto urbano é a iniciativa de proteger e
conservar ao máximo a cobertura vegetal existente
;
restinga, mangues, cerrados, florestas
entre outros e finalizar o projeto urbano em harmonia com o ambiente natural. Caso não seja
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
36
possível manter a vegetação intacta, é importante
a conscientização dos efeitos da alteração da
vegetação sobre o ambiente natural, como as mudanças do clima, da umidade e da velocidade
do vento
e a morte de espécies que dependem do eco
s
sistema
.
Outro importante fator é a solução de problemas urbanos com a vegetação; como a
criação de um paisagismo que reduza as ilhas de calor e os ruídos nos centros urbanos, o
controle das enchentes com a criação de áreas verdes e a irrigação de jardins com o uso
eficiente da água
.
As áreas verdes, além de serem os pulmões das cidades, também podem ser
projetadas como áreas de lazer
, trazendo
harmonia não apenas ambiental, mas também social.
c)
AR,
ATMOSFERA E ENERGIA
O ar que respiramos precisa ser cuidadosamente respeitado porque, uma vez
contaminado, acarreta desconfortos e doenças respiratórias. A melhoria da qualidade do ar
aumenta o conforto térmico e conserva a energia.
Os projetos urbanos necessitam ser adaptados às condições climáticas do local evitando
o desperdício de energia e colaborando
na redução do
efeito
estufa.
Para manter um ar puro é importante evitar a geração de vibrações, de poeira e de
gases e criar soluções de purificação do ar utilizando a vegetação
.
As áreas verdes criam diversas vantagens para a melhoria da qualidade do ar; como
purificação do ar pela redução dos microorganismos; redução da poluição sonora,
especialmente por espécies aciculiformes (pinheiros); criação de micro clima mais ameno que
exerce a função de centro de alta pressão e se reflete de forma marcante sobre a dinâmica da
ilha
de calor e do domo de poluição; despoluição do ar de partículas sólidas e gasosas,
dependendo do aparelho foliar, rugosidade da casca, porte e idade das espécies arbóreas entre
outras (TROPPMAIR & GALINA, 2003).
d)
ÁGUA
A qualidade ambiental urbana precisa integrar e proteger a água, elemento essencial da
paisagem natural. Uma solução sustentável para o ambiente construído é a utilização da água
da chuva para fins estéticos e de conforto térmico
,
como uso em fontes e chafariz,
sem
desperdiçá
-
la,
pode
ndo
assegurar um ambiente agradável e eficiente. A água de chuva deve
ser monitorada para evitar sérios problemas de enchente e desmoronamento nos ambientes
construídos. O controle da vazão da água, em épocas de altos índices pluviométricos, pode ser
realizado com projetos paisagísticos integrados ao projeto urbano e com a manutenção da
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
37
permeabilidade do solo natural; soluções simples e eficazes. Um paisagismo que integre o uso
da água da chuva
nos trará uma redução no uso da água potável.
Evitar a poluição das águas, realizando um saneamento básico, tratamento de esgoto e
a disposição correta dos resíduos, assim como, controlando a contaminação da água com
produtos químicos e outros resíduos lançados nos corpos de água pela ação do ser humano
são medidas fundamentai
s.
3
.3. A
ÉTICA
E
O ECODESENVOLVIMENTO
A questão ética envolve todas as relações da vida humana. Os problemas éticos são
apresentados aos seres humanos, relativamente às atividades econômicas, ao trabalho, ao
lucro e à concorrência, à riqueza e à pobreza e às relações sociais. “Nas últimas décadas,
crises de âmbito mundial, como fome e miséria, migração da pobreza e superpopulação,
destruição ininterrupta do ambiente natural e guerras, despertaram a exigência de uma
responsabilidade mais ética” (ENDERLE,
1997).
A ética
varia
de acordo com o estágio de desenvolvimento do ser humano e de suas
relações
em sociedade.
L
ima
(1999) esclarece que ser ético “significa ter consciência dos procedimentos
permitidos e proibidos dentro da sociedade, dando o exemplo de
conduta positiva, zelando para
que todos observem os princípios legais, desenvolvendo
-
se e educando
-
se continuamente”.
3
.3.1.
CONCEITOS DA ÉTICA
Etimologicamente
a palavra ética deriva do grego
éthos
que significa costume
designando a doutrina do agir correto, ou seja, do agir bem e o vocábulo moral deriva do latim,
mos, mores que significa costumes, hábito. A ética e a moral, originalmente m o mesmo
significado, entretanto, uma distinção entre ambas. “Moral designa o que se faz, portanto as
convençõ
es, o habitual, a moral de todos os dias, a moral da mediania, enquanto ética indica a
reflexão, se o que é habitual realmente é bom e certo” (ENDERLE, 1997). V
ázquez
define a
ética como a “teoria ou ci
ência do comportamento moral do ser humano
em sociedad
e, ou seja,
é ciência de uma forma específica de comportamento humano” (2002). Em suma, a ética é a
ciência da moral. Ele esclarece ainda que a moral não é considerada ciência, mas objeto de
estudo da
ciência; sendo
,
neste sentido, por ela estudada e inves
tigada.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
38
L
ima
(1999), além de esclarecer que “A ética é a exteriorização dos juízos morais
(ciência da conduta)”, descreve que a Ética é a filosofia que estuda a conduta do
ser
h
umano
e
os critérios pelos quais valoram os comportamentos e a escolha
.
Par
te da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem,
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito
da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer
realida
de social
”.
(HOUAISS 2001)
3
.3.2.
ÉTICA AMBIENTAL
A
Ética da Terra de autoria de Aldo Leopold (décadas de
19
30 e
1940
) serviu de
inspiração para os princípios ecocêntricos da Ética Ambiental Contemporânea: A ética da Terra
é uma abordagem ética holística, derivada de mais de um paradigma biológico que de uma
tradição filosófica. Leopold definiu uma ética a partir desse ponto
de partida biológico como uma
limitação da liberdade de ação na luta pela vida. Assim, a ética ecológica, amplia os limites da
comu
nidade para incluir solos, águas, plantas e animais, ou a
própria
Terra.
Para
Leopold “Uma
coisa é correta quando tende a preservar a integridade, a estabilidade e a beleza da
comunidade biótica. E é errada quan
do tende a ter outro resultado”.
Em meio a
es
ta visão ecocêntrica, surge a Ética Ambiental como uma nova relação de
consciência entre o
ser
h
umano
e o ambiente natural: o ser humano faz parte do ambiente
natural
e não é o seu dono, não a tem para servi-
lo,
mas para que ele sobreviva em harmonia
com os demais seres. Nesta nova concepção, o ser humano passa a se preocupar com suas
ações e, como conseqüência, passa a praticar ões coerentes com o ambiente natural. Deve
agir contra os desastres
cotidia
nos
nas c
idades
, como o
desmatamento
,
a ocupação de
encostas e fundos de vale, o esgoto e lixões a céu
aberto,
a
poluição das águas de nascentes,
a
poluição das praias,
a
venda
de animais silvestres em feiras livres e
o
comércio de plantas
nativas em extinção, entre
outros
.
A
alternativa para viabilizar a continuidade da vida num planeta, sujeita a tantas
degradações
,
é a consciência ambiental
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
39
3
.3.3.
PRINCÍPIOS D
E ECO
DESENVOLVIMENTO
Para Sachs, ecodesenvolvimento é um “desenvolvimento endógeno e, dependente de
suas próprias forças, submetidas à lógica das necessidades do conjunto da população,
consciente de sua dimensão ecológica e busca estabelecer uma relação de harmonia entre o
ser humano
e
o ambiente natural
”.
Os princípios básicos do ecodesenvolvimento foram formulados por Ignacy Sachs
(1993),
dentro de uma nova proposta de desenvolvimento sustentável, tendo como pressuposto
a existência de cinco dimensões
,
que propõe ações que explicitam a necessidade de tornar
compatíveis a melhoria nos níveis de qualidade de vida e a preservação ambiental. São elas as
cinco dimensões:
a.
E
conômica:
aumentar a lucratividade e crescimento por meio do uso mais eficiente de
recursos, incluindo mão
-
de
-
obra, materiais, água e energia;
b.
A
mbiental:
evitar efeitos perigosos e potencialmente irreversíveis no ambiente
por
meio de uso cuidadoso de recursos naturais, minimização de resíduos, e proteção e, quando
possível, melhoria do ambiente;
c.
Social
: responder às necessidades de pessoas e grupos sociais envolvidos em
qualquer estágio do processo de construção (do planejamento a demolição), provendo alta
satisfação do cliente e do usuário, e trabalhando estreitamente com clientes, fornecedores,
funcionários e comunidades locais;
d.
Geográfica: necessidade de se buscar uma configuração rural-urbana mais
equilibrada e de se estabelecer uma rede de reservas da biosfera para proteger a diversidade
biológica e, ao mesmo tempo, ajudar a população local a viver melhor;
e. Cultural: talvez, constitua o critério mais difícil de ser concretizado, na medida em que
implica que o processo de modernização deva ter raízes endógenas, buscando a mudança em
sintonia com a continuidade cultural vigente em contextos específicos.
Na proposta de ecodesenvolvimento, a educação ambiental contribui para a
compreensão fundamental da relação e interação da humanidade com todo o ambiente natural
e fomenta uma ética ambiental a respeito do equilíbrio ecológico e da qualidade de vida,
despertando nos indivíduos e nos grupos sociais organizados o desejo de participar da
construção de sua cidadania.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
40
3
.3.4.
METABOLISMO DAS CIDADES
O conceito de metabolismo das cidades, segundo o desenvolvimento sustentável,
consiste no balanço da entrada de recursos naturais e saída de resíduos. O metabolismo
urbano explica a dinâmica de uma cidade e a relação com seus integrantes: mora
dores,
indústrias, veículos, lixo e outros
que constituem
o
ambiente
construído
.
Na visão de Tickell (2001) “as cidades são como organismos que absorvem recursos e
emitem resíduos”. E é sob este prisma que se considera o metabolismo urbano das cidades,
como forma de compreender o impacto de seus processos no ambiente
natural
.
A cidade precisa de insumos para manter sua população e seus processos produtivos: a
energia em suas diversas formas, tais como elétrica, solar, eólica, entre outras, os alimentos, a
água e a matéria-
prima
. A produção ou extração de cada um desses insumos impacta de forma
mais ou menos intensa a área onde ocorre. A poluição do ar, os efluentes líquidos, os resíduos
sólidos e os produtos químicos são resíduos que
preci
sam de uma área capaz de a
ssimilá
-
los.
Essas áreas sofrem sérios impactos ambientais.
Essas áreas impactadas são conceituadas como Pegada Ecológica por Wackernagel
e
Rees
(
1996
) que se basearam no conceito de “capacidade de carga”, a qual permite calcular
a
área de terreno produtiva necessária para sustentar o estilo de vida do ser humano.
Na
cidade, a P
egada
Ecológica
é vista como a área impactada no processo de produção
de seus insumos necessária à vida do ser humano somada ainda à área necessária para a
dis
posição e a assimilação de seus resíduos, mas seu conceito pode ser utilizado em diversas
escalas,
da individual à planetária. Sobre esta questão, a explicação dada pela equipe da
organização Urban Ecology Austrália
é a seguinte:
A pegada ecológica é uma ferramenta muito simples para nos dizer quanta natureza
temos, quanta usamos. Nós precisamos olhar para a pegada ecológica para olhar para a
saúde dos serviços ecossistêmicos que suportam nossa economia. Nós podemos fazê-
lo no nível global, no nível nacional, no nível municipal ou até no nível indiv
idual
(GIRARDET, 1997).
a)
METABOLISMO LINEAR
Com estas considerações pode-se analisar o metabolismo das cidades do século XX
como um metabolismo linear, no qual são recebidos insumos e emitidos dejetos quase que
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
41
indiscriminadamente. Pode-se então representar esse metabolismo graficamente tal como o f
ez
Girardet
(Figura 2
):
Figura 2. Modelo de metabolismo linear das cidades.
Fonte: Adaptação
elaborada pela autora
a partir
de
GIRARDET, 1997
.
b)
METABOLISMO CIRCULAR
Girardet (1997) propõe um metabolismo circular em que a entrada de insumos feita
linearme
nte no modelo
anterior
possa ser diminuída por meio de controle de e
ntrada de energia
e maximização de reciclagem, conseqüentemente reduzindo a produção de resíduos
(Figura 3)
.
Figura 3. Modelo de metabolismo circular das cidades.
Fonte: Adaptação
elaborada pela autora
a partir
de
GIRARDET, 1997
.
Analisando o metabolismo circular temos no processo de entrada os alimentos, a
energia
e as mercadorias. A partir do consumo destes recursos pela cidade teremos as
conseqüências negativas no processo de saída dos resíduos e a necessidade de propor
diferentes soluções para o consumo sustentável dos recursos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
42
Em termos urbanísticos, o própr
io desenho das cidades pode ser pensado para melhorar
as condições de conforto e saúde e as qualidades ambientais, como por exemplo, reduzindo
gastos com climatização e gerando caminhos de ventos adequados para manter um equilíbrio
climático.
A reciclagem de produtos e de embalagens pode tornar menor a quantidade de matéria-
prima necessária para a indústria, diminuir a mineração e a extração de materiais da natureza,
diminuir a quantidade de energia necessária e diminuir ainda a poluição gerada no momento
da
produção.
A poluição do ar nas cidades é produzida na maior parte pelos meios de transporte
movidos a combustíveis fósseis que precisam ser substituídos
.
Os veículos que venham adotar
tecnologias renováveis e menos poluentes trarão melhores condições e
efic
iência para os
transportes e irão colaborar para alterar a entrada no modelo de metabolismo circular
contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável.
A poluição da água, por vezes, é decorrente do descaso com relação aos efluentes.
Estes precisa
m ser recolhidos e tratados de maneira apropriada, antes de serem devolvidos aos
corpos de água. Outra forma de contaminação é a transferência da poluição do ar e do solo
para a água.
Os solos urbanos também passam pelo problema da poluição ao se tornarem
brownfields
(campos marrons)
. Termo que surgiu em 1992, nos EUA, durante uma investigação
de campo conduzida pela Northeast Midwest Congressional Coalition, grupo de representantes
que estudam os problemas
ambientais
dos estados americanos
.
Sánchez (2001) define
brownfields
como edifícios ou terrenos previamente usados para
fins industriais ou para determinados fins comerciais, que estão desocupados e freqüentemente
contaminados
por baixas concentrações de lixo tóxico ou poluição, e que possui o potencial
para ser reutilizado desde que seja limpo
.
Terrenos que apresentam altas concentrações de lixo
tóxico não podem ser enquadrados na classificação de brownfields.
Não se pode esquecer outra importante fonte de contaminação dos solos e dos lençóis
freáticos
, que são os dejetos, seja na forma dos esgotos que muitas vezes correm ao ar livre
ou são acumulados em fossas construídas de forma inadequada ou em terrenos que não as
comportam
ou dos lixões que ocorrem em terrenos sem preparo.
Os lixões são áreas de disposição final de resíduos sólidos que não contam com
preparação anterior do solo, e nem com sistema de tratamento do chorume, efluente líquido que
escorre do lixo, penetra na terra e contamina solo e lençóis freáticos. Moscas, pássaros e ratos
circul
am a céu aberto, enquanto crianças, adolescentes e adultos catam comida e materiais
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
43
recicláveis para vender. o aterro sanitário é constituído por um sistema de drenagem de
efluentes líquidos percolados (chorume) acima de uma camada impermeável de polietileno de
alta densidade - PEAD, sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de
material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. O chorume
deve ser tratado e/ou recirculado causando assim uma menor poluição a
o meio ambiente.
A idéia do metabolismo circular prevê que parte do resíduo que deixa as cidades no
metabolismo linear seja reaproveitada, servindo-lhe de insumo, ao mesmo tempo em que
compõe uma componente cíclica do sistema. A redução dos resíduos e da poluição da cidade é
proporcional à redução de consumo de recursos naturais pelo ser humano.
A produção de energia, alimentos e mercadorias pela cidade causam um impacto
negativo no ambiente natural. Os dejetos produzidos em grande escala nas áreas urbanas são
despejados na natureza, na maioria das vezes sem cuidados, aumentando as áreas
necessárias para sua disposição final e, conseqüentemente, aumentando as Pegadas
E
coló
gicas das cidades.
Para obter um metabolismo circular no funcionamento das cidades são essenciais
atitudes por parte do governo, dos empreendedores e do cidadão na busca de tecnologias que
reduzam os impactos das at
ividades
do ser humano, como a produção de insumos de forma
mais limpa e a disposição de resíduos de forma correta: como a neutralização do lixo tóxico e o
tratamento e reaproveitamento dos resíduos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
44
CAPÍTULO
4.
INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE
AMBIENTAL
O
ambiente natural sofreu, por muito tempo, com a atividade predatória do ser humano
,
que estimulado por sua ganância, retirando de forma irresponsável, sem controle ou
planejamento, as r
iquezas naturais, em busca de
lucro.
A resposta da natureza para essas atividades foi catastrófica e, a partir das três
últimas
décadas
, os Governos mundiais passaram a se preocupar com meios legais de defesa contra a
degradação ambiental.
A partir do lançamento do conceito do desenvolvimento sustentável em meados da
década de 1980 e sua popularização após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), um dos principais desafios
foi
a mensuração da
qualidade ambiental a partir de instrumentos de avaliação, pois estes também seriam
critérios
essenciais
para
subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso alcançado rumo ao
desenvolvimento sustentável.
4
.1.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
No Brasil, tivemos as leis voltadas para a co
nservação ambiental a partir de 1965, com o
Código Florestal
(Lei
4771)
, que
dispõe sobre o ordenamento e manejo das florestas
existentes no território nacional e das demais formas de vegetação (
BRASIL
, 1965), o qual foi
alterado em 1989, pela Lei
7803.
Em 1981, temos
a lei
Federal
6.938,
que criou a Política Nacional do Meio Ambiente
PNU
MA
incorporando o licenciamento ambiental para o controle de atividades efetivas ou
potencialmente poluidoras e, em 1988, a Constituição Federal, ao dedicar, de forma inovadora,
todo um capítulo ao
a
mbiente
natural
.
Duas resoluções do CONAMA são de extrema importância para a preservação do Meio
Ambiente. A “Resolução 01/1986” além de definir o termo impacto ambiental, estabeleceu as
diretrizes para a implementação da Avaliação do Impacto Ambiental como um dos instrumentos
da “Política Nacional do Meio Ambiente”, vinculando o licenciamento de atividades
modificadoras do meio ambiente à aprovação, por parte de órgão estadual competente e pelo
IBAMA, de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
45
ser elaborado pelo interessado. A seguir, é transcrita a definição de impacto ambiental
conforme o art 1º da referida Resolução:
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humana que, diretamente ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem
-
estar
da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente e
a qu
alidade dos recursos ambientais (BRASIL,
1986)
Enquanto o EIA contempla as atividades técnicas a serem desenvolvidas, como o
diagnóstico ambiental do meio físico, meio biológico e meio sócio-econômico (art. 6º), o RIMA
reflete as conclusões do primeiro, devendo apresentar os objetivos, as justificativas e a
descrição do projeto, com suas alternativas, a síntese dos prováveis impactos e a
caracterização da futura qualidade ambiental da área de influência art. . Cabe ressaltar a
obrigatoriedade de descrever os efeitos esperados para as medidas mitigadoras a serem
tomadas em relação aos impactos negativos.
Em 1997 o CONAMA editou a Resolução 237 revisando os procedimentos e critérios
utilizados no licenciamento ambiental, e incorporando a este os instrumentos de gestão
ambiental. Em seu inciso IV, art. 1º, define “Impacto Ambiental Regional” como “[...] é todo e
qualquer impacto ambiental que afete diretamente [...], no todo ou em parte, o território de dois
ou mais Estados, sendo que estes deverão ter seu licenciamento autorizado pelo IBAMA
(BRA
SIL, 1997)
.
A legislação ambiental brasileira, para atingir seus objetivos de preservação, criou
direitos e deveres para o cidadão, instrumentos de conservação do meio ambiente, normas de
uso dos diversos ecossistemas, normas para disciplinar
as
atividade
s relacionadas à ecologia e
ainda diversos tipos de unidades de conservação. As leis partem do princípio de conservação e
uso sustentável dos recursos naturais como o solo, a água, as plantas, os animais e os
minerais. Os recursos naturais de uma determinada área é seu capital básico e o mau uso dos
mesmos constitui uma perda econômica. Do ponto de vista ecológico, a conservação inclui
também a manutenção das reservas naturais e da fauna, enquanto do ponto de vista cultural
inclui a preservação dos lugares
históricos.
A ocupação urbana do Brasil
deu
-
se
de forma desordenada. Uma das mais graves
conseqü
ências desse problema é a destruição da Mata Atlântica, bioma que concentra a maior
parte da população brasileira, cerca de 120 milhões de pessoas, hoje reduzido a cerca de 7%
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
46
da sua área original. O Código Florestal e o Estatuto da Cidade, são
leis
que, ao menos,
minimiza
m esse processo
,
impedindo
o avanço da fronteira urbana em restingas, encostas,
brejos,
falésias, lagunas, manguezais, margens de rios, entre outros locais definidos como
áreas de preservação permanente devido à importância que possuem para a integridade de
processos ecológicos e para o bem-
estar
do ser humano. A lei chegou tarde e a
proteção
dessas áreas, entretanto,
ainda
está em risco.
Em 2001
,
a implantação do Estatuto da Cidade, lei
10.257, de 10 de julho de 2001,
estabelece
u normas de ordem pública e interesse social que irão regular o uso da propriedade
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do
equilíbrio ambiental
no Brasil.
(
BRASIL
, 2001)
.
As normas constantes do Estatuto da Cidade, apesar de ligadas mais diretamente ao
campo do direito urbanístico e não do direito ambiental, apresentam repercussões evidentes na
proteção do ambiente construído
, como também,
do ambiente natural
(ARAÚJO, 2003)
:
- Ordenação e controle adequado do uso do solo, direcionados a evitar entre outros
problemas,
a
utilização
inadequada dos imóveis urbanos
,
a proximidade de usos
incompatíveis
ou inconvenientes, a deterioração das áreas urbanizadas e a poluição e a degradação
ambiental
.
- A adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão
urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do
Município e do território s
ob sua área de influência.
- A proteção, preservação e recuperação do ambiente natural e construído, do
patrimônio cultural, histórico, artísti
co, paisagístico e arqueológico.
Com a aprovação do Estatuto da Cidade em 2001, foram definidas as bases para a
e
laboração
de uma lei municipal obrigatória para as cidades com população superior a 20.000
habitantes;
o Plano Diretor, que tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. É um instrumento de
gestão territorial e ambiental urbana, sobretudo pelo fato de não haver uma tradição de política
ambiental em nível municipal no Brasil.
As principais funções do Plano Diretor são garantir o atendimento das necessidades da
cidade levando a uma melhor qualidade de vida, preservar e restaurar os sistemas ambientais,
promover a regularização fundiária e consolidar os princípios da reforma urbana.
O documento do Ministério do Meio Ambiente intitulado,
Cidades
Sustentáveis
(MMA,
2000)
, para formulação
e implementação de políticas públicas
compatíveis com os princípios de
desenvolvimento sustentável definidos na Agenda 21, estabelece quatro estratégias de
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
47
qualidade ambiental urbana identificadas como prioritárias para o desenvolvimento sustentável
das c
idades brasileiras, duas
das quais remetem diretamente ao Plano Diretor:
1.
aperfeiçoar a regulação do uso e da ocupação do solo urbano e promover o
ordenamento do território, contribuindo para a melhoria das condições de vida da população,
considerando a
promoção da eqüidade, eficiência e
qualidade ambiental;
2.
promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de
planejamento e gestão democrática da cidade, incorporando
no processo a dimensão ambiental
urbana e assegurando a efetiv
a
participação da sociedade.
O plano diretor, elaborado pelas prefeituras em conjunto com vereadores e
representantes da sociedade, através de conselhos gestores, traça as diretrizes para áreas de
um município
como
: ocupação do solo, habitação, meio ambiente e prioridades de
investimentos econômicos e sociais.
O quadro de legislação ambiental (Quadro 4) retrata as exigências ambientais e sociais
que os projetos urbanos devem cumprir,
descrimin
ando
sua ão em relação ao ambiente
natural
de modo geral e em relação a cada uma das categorias ambientais ar, solo, água e
vegetação
e sociais
educação, mobilidade, saúde e
resíduos
, amenizando assim, os impactos
ambientais.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
48
QUADRO 4
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
aspectos
categorias
conteúdo
Lei nº 6938/1981
"Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Data da legislação: 31/08/1981.
Resolução CONAMA nº 001/1986
"Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de
ambiente
Impacto Ambiental - RIMA" - Data da legislação: 23/01/1986.
natural
Lei nº 7661/1988
"Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras
providências". - Data da legislação: 16/05/1988.
Resolução CONAMA nº 237/1997
Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental da "Política
Nacional do Meio Ambiente" - Data da legislação: 22/12/1997.
Resolução CONAMA nº 303/2002
"Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de preservação
permanente" - Data da legislação: 20/03/2002.
Lei nº 10.257/2001
- Estatuto da Cidade de 10/07/2001.
Resolução CONAMA nº 005/1989
"Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar -
PRONAR"- Data da legislação: 15/06/1989.
ar/
Resolução CONAMA nº 003/1990
atmosfera
"Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR"
energia
Data da legislação: 28/06/1990.
aspectos
"Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR" -
ambientais
Data da legislação: 06/12/1990.
Lei nº 6766/1979
solo
"Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências"
Data da legislação: 19/12/1979.
Lei nº 9433/1997
"Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos".
Data da legislação: 08/01/1997.
Lei nº 9984/2000
"Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas - ANA, entidade
federal de Implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e
de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
água
Hídricos" - Data da legislação: 17/07/2000.
Resolução CONAMA nº 357/2005
"Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o enquadramento, estabelece as condições e padrões
de lançamento de efluentes e dá outras providências".
Data da legislação: 17/03/2005.
(
cont.
)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
49
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
aspectos
categorias
conteúdo
Lei n
º
4771/1965
"Institui o novo
Código Florestal
" - Data da legislação: 15/09/1965.
Resolução CONAMA nº 010/1988
"Dispõe sobre a regulamentação das APAs"
Data da legislação: 14/12/1988
Lei nº 7803/1989
"Altera a redação da Lei nº 4.771 (Código Florestal), de 15 de setembro
de 1965, revoga as Leis nºs 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511,
de 7 de julho de 1986." - Data da legislação: 18/07/1989
Resolução CONAMA nº 249/1999
vegetação
"Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento
Sustentável da Mata Atlântica" - Data da legislação: 29/01/1999
Lei nº 9985/2000
aspectos
"Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e
ambientais
dá outras providências" - Data da legislação: 18/07/2000
Lei nº 9605/1998
"Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
atividades lesivas ao meio ambiente." - Data da legislação: 12/02/1998.
Lei nº 11428/206
"Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa da Mata
Atlântica, e dá outras providências" - Data da Legislação: 22/12/2006.
Lei nº 9795/1999 - Lei de Educação Ambiental
educação
"Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências".
Data da legislação: 27/04/1999
Resolução CONAMA nº 005/1988
"Dispõe sobre o licenciamento de obras de saneamento básico" -
Data da legislação: 15/06/1988.
saúde
Lei Nº 5318/1967
"Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional
de Saneamento" - Data da legislação: 26/09/1967.
Lei Nº 10.098/2000
Lei de Acessibilidade a portadores de deficiência - “Estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
aspectos
mobilidade
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
sociais
outras providências.”
Data da legislação: 19/12/2000.
ABNT
NBR 9.050
– Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços
e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004.
Resolução CONAMA nº 308/2002
"Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos
sólidos urbanos gerados em mnicípios de pequeni porte."
Data da legislação: 21/03/2002
resíduos
Resolução CONAMA nº 307/2002
"Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil" - Data da legislação: 05/07/2002.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
50
Assim como as leis ambientais brasileiras especificada
s no quadro 4, temos a Agenda
21,
uma legislação de abrangência mundial,
assinada por 178 países em 1992
.
A Agenda 21 é um documento composto de 27 princípios e 40 capítulos distribuídos em
4 secções, formulados para orientar investimentos nos setores ambientais, econômicos e
sociais
com princípios sustentáveis e promover a qualidade ambiental em harmonia com o ser
humano
.
Na A
genda
21 brasileira, o que se busca é uma integração entre transformações
produtivas, eqüidade social e redução da degradação ambiental (Haddad, 2002), onde
foram
selecionadas
seis áreas temáticas para compor os requisitos sustentáveis: Agricultura
Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-
estrutu
ra e Integração Regional, Gestão dos Recursos
Naturais, Redução das Desigualdades Sociais e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento
Sustentável. A escolha desses temas centrais foi feita de modo a abarcar a complexidade do
Brasil e suas regiões dentro do conceito da sustentabilidade ampliada. Com efeito, são
dimensões da realidade brasileira que estão presentes e dissecadas no
processo de construção
da Agenda
21.
Na pesquisa em desenvolvimento será abordado, dentre os 40 capítulos da Agenda 21,
apenas a
queles
relacionados aos aspectos
sociai
s e
ambientais
, onde
serão
aplicados
com
o
instrumentos
de qualidade ambiental
no
projeto
urbano.
O quadro 5 foi elaborado a partir de dados selecionados da tese de doutorado
de
(SILVA, 2003)
que analisa os princípios
da Agenda 21
(VER ANEXO 1)
.
Neste quadro foram abordadas as possibilidades de ação relacionadas aos aspectos
sócio
-ambientais descritos na Agenda 21, os quais serão utilizados na construção dos
parâmetros de qualidade ambiental para o projeto urbano brasil
eiro.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
51
QUADRO
5 –
REQUISITOS SÓCIO
-
AMBIENTAIS DA AGENDA 21
AGENDA 21
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
1. Evitar emissão de gases causadores
mudanças climáticas do efeito estufa.
ar/
1. Evitar a emissão de substâncias
atmosfera
dano à camada de ozônio nocivas à camada de ozônio.
energia
1. Evitar emissão de poluentes do ar
em áreas urbanas causados por:
qualidade do ar
1.1. Transporte urbano
1.2. Uso intenso de energia
2. Usar energia renovável.
1. Evitar poluição do solo causado por:
1.1. Produção e armazenamento de
materiais
poluição do solo 1.2. Atividades de preparação do terreno
1.3. Materiais com produtos lixiviáveis
1.4. Resíduos de uso de edifícios
2. Prover infra-estrutura para evitar
poluição do solo.
1. Observar cuidados na preparação
aspectos
do sítio, como movimentos de terra e
ambientais
solo
dessertificação e erosão conservação da cobertura vegetal.
2. Observar padrões de drenagem
natural do terreno.
1. Selecionar área para novos projetos
de modo a:
1.1. Direcionar crescimento urbano
evitando densidades muito baixas.
urbanização e 1.2. Priorizar vazios urbanos e
assentamentos
recuperação de áreas degradadas
1.3. Evitar áreas aráveis ou de pecuária
permanente.
1. Evitar poluição - prover coleta e
tratamento de esgoto
oceanos, mares e áreas
2. Ocupar adequadamente as áreas
costeiras litorâneas
água
1. Conservar e reduzir o consumo de
água.
2. Resguardar permeabilidade do solo.
3. Evitar poluição - tratamento da água
água doce
que deixa o ambiente construído e
retorna aos corpos de água.
4. Prover facilidades sanitárias e de
coleta, tratamento e disposição
adequada de resíduos.
5. Incentivar o reuso de água e
aproveitamento da água da chuva.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir
de Silva, 2003
(VER ANEXO 1)
. (
cont.
)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
52
AGENDA 21
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
1. Tomar precauções para conservar
a vegetação e a camada de solo
ecossistemas e superficial durante a obra.
espécies-chaves 2. Selecionar áreas que priorizem
vegetação
a proteção de áreas verdes e a
recuperação de áreas degradadas.
1. Utilizar critério na seleção de área de
novos empreendimentos.
florestas 2. Não usar madeira de espécies
ameaçadas.
1. Gerar empregos diretos, indiretos e
justiça
emprego
induzidos com salários adequados.
social
alfabetização 1. Encorajar programas de alfabetiz.
e aumento de escolaridade.
educação
conscientização pública 1. Realizar políticas de educação
ambiental
abastecimento de água 1. Aumentar acesso a infra-estrutura
de abastecimento de água tratada.
2. Realizar programas de
saúde
conscientização
1. Aumentar acesso a infra-estrutura
esgoto sanitário para coleta e tratamento de esgoto
1. Prover infra-estrutura adequada
drenagem urbana
de drenagem.
2. Reduzir áreas impermeáveis.
aspectos
sociais
1. Prover coleta e destinação
limpeza urbana e coleta apropriada de lixo e resíduos sólidos.
de lixo
1. Prover e melhorar infra-estrutura de
transporte público urbano.
mobilidade
2. Planejar para evitar pressionar o
sistema viário existente.
acessibilidade 3. Reduzir distância percorrida.
4. Criar programas para redução do
uso de automóveis.
1. Reciclar resíduos e reutilizar
componenetes.
resíduos
gestão de resíduos
2. Realizar programas de coleta seletiva,
reciclagem, reuso e diposição de
resíduos tóxicos.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir de Silva, 200
3
(VER ANEXO 1)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
53
4
.2
. CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Na década de 90 a consciência ecológica se fortalece com os princípios da AGENDA 21
e
surgem
as primeira
s
certificações
de avaliação ambiental
aplicadas
em projetos arquitetônicos
nos
países da Euro
pa, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japã
o.
A
necessidade
de avaliar quão eficiente eram suas construções e a necessidade de
quantificar e qualificar os investimentos e benefícios das
modernas
edificações sustentáveis fez
com que os programas de avalia
ção ambiental se difundissem mundialmente
(Quadro 6
)
.
QUADRO 6
PRINCIPAIS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO EDIFÍCIO
.
ANO
NOME
LOCAL
CONTEÚDO
BREEAM
- Building Research Avaliação do desempenho de edifícios nas áreas:
1990
Establishment Environmental Reino gestão e uso de energia, saúde e bem-estar,
Assessment Method.
Unido poluição, transporte, uso do solo, ecologia,
(BRE Método de Avaliação uso de materiais e uso da água.
Ambiental)
(BREEAM, 2006).
É um método com base em critérios e avaliações
1990
ESCALE
França
Pondera apenas os itens nos níveis inferiores.
O resultado é um perfil de desempenho global,
detalhado por sub-perfis.
(CHATAGNON et al, 1998)
BEAT
- Building Environmental É uma ferramenta LCA publicada pelo BRI
1991
Assessment Tool (Instrumento para
Japão
(Building Research Institute) em 1991.
Avaliação Ambiental da Construção)
BEPAC
- Building Environmental É um método de avaliação ambiental inspirado
Performance Assessment Criterial no BREEAM e dedicado a edifícios comerciais
1993
(Critério de Avaliação do
Canadá
novos ou existentes.
Desempenho Ambiental)
(AHO, 2002; HUOVILA et al., 2002).
É um método com base em critérios e avaliações
hierárquicos, influenciado pelo BREEAM. Possui
1994
EcoProfile
Noruega
2 versões: edifícios comerciais e residenciais.
(PETTERSEN, 2002; GLAUMANN; VON
PLATEN, 2002)
Sistema de avaliação de desempenho de edifícios,
GBC
- Green Building Challenge desenvolvido especificamente para analisar
1996
(Desafio para a Construções Verdes)
Canadá
tecnologias, tradições construtivas e valores
culturais de diferentes países ou regiões em um
mesmo país.
(COLE; LARSSON, 2000).
(cont.)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
54
ANO
NOME
LOCAL
CONTEÚDO
HK-BEAM
- Hong Kong Building
Método adaptado do BREEAM 93 para Hong
1996
Environmental Assessment Method
Hong
Kong em versões para edifícios de escritórios
(HK Método de Avaliação Ambiental
Kong
novos ou em uso e residenciais.
do Edifício)
Método que toma por referência princípios
LEED
- Leadership in Energy and ambientais e de uso de energia. Divide-se em 6
1999
Environmental Design
E.U.A.
áreas: sítios sustentáveis, uso eficiente da água,
(Liderança em Energia e Projeto energia e atmosfera, materiais e recursos,
Ambiental) qualidade do ambiente interno, e inovação e
processo de projeto, as quais são subdivididas
em itens e cada um é avaliado individualmente.
Cada item tem pontuação a alcançar para
receber a certificação. São 4 os níveis de
pontuação: o certificado de 26 a 32 pontos, o
prata de 33 a 38 pontos, o ouro de 39 a 51 pontos
e o plantina de 52 a 69 pontos.
(USGBC, 2001).
É um método para calcular e avaliar cargas
ambientais causadas por um edifício ao longo
de uma vida útil assumida. Avalia uso de
energia e de materiais, ambiente interno,
1999
ECOEFFECT
Suécia ambiente externo e custos ao longo do ciclo
de vida. A avaliação de uso de energia e de uso
de materiais é feita com base em LCA
(Avaliação do Ciclo de Vida); enquanto a
avaliação de ambiente interno e de ambiente
externo é feita com base em critérios.
(GLAUMMAN, 1999).
Programa Nacional de Avaliação de Impactos
2000
BRAiE
Brasil Ambientais do Edifíco.
(SILVA et al., 2000).
NABERS
- National Australian É um método com base em critérios e avaliações
Building Environment Rating Scheme para edifícios novos e existentes. Atribui uma
2001
(Sistema de Classificação de Austrália classificação única, com base em critérios
Desempenho Ambiental para as diferentes para proprietários e usuários.
Construções Australianas)
(VALE et al , 2001).
HQE
- Haute Quali É um método de avaliação com base no
2001
Environnementale
França
desempenho mínimo de 14 categorias quanto à
(Alta Qualidade Ambiental) qualidade ambiental, sanitária e conforto de
(VER ANEXO 5)
edificações (CSTB, 2002).
CASBEE
- Comprehensive Critério Inspirado na GBTool composto por
Assessment System for Building várias ferramentas para diferentes estágios do
2002
Environmental Efficiency
Japão
ciclo de vida. O projeto trabalha com um índice
(Sistema Global de Avaliação para de eficiência ambiental do edifício (BEE), e aplica
Eficiência Ambiental da Construção)
ponderação fixa em todos os níveis (JSBC, 2002).
Trata os efeitos ambientais da perspectiva do
2002
BEAT 2002
Dinamarca uso de energia e materiais.
(GLAUMMAN; VON PLATEN, 2002).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
55
A estratégia para implementação da pesquisa sobre avaliação da qualidade ambiental
do edifício no Brasil se deu com o BRAiE - Programa Nacional de Avaliação de Impactos
Am
bientais de Edifício, coordenada pela
UNICAMP
- Universidade Estadual de Campinas, que
contempla a formação de uma rede nacional de pesquisa que, após o delineamento inicial da
metodologia no estado de São Paulo, se gradualmente implementada para validação em
outras regiões do país (SILVA; SILVA; JOHN; AGOPYAN; 2000).
Após esse interesse mundial em métodos de avaliação ambiental do edifício, surge uma
nova preocupação; avaliar a qualidade ambiental do ambiente urbano; o sítio.
Em 2002, o
BRE
- Building Research Establishment em parceria com o SEEDA -
South
East England Development Agency (Agência de Desenvolvimento Sudeste da Inglaterra)
cria
um
guia de planejamento sustentável
urbano
, contendo uma listagem de requisitos s
ócio
-
ambientais para aplicar em novos empreendimentos urbanos
e
obter a qualidade ambiental
adequada
, o BRE Checklist (VER ANEXO 6)
.
A listagem sempre que possível irá utilizar
sistemas existentes e padrões de desempenho, tais como BREEAM e EcoHomes (Casas
S
ustentáveis).
Ela
considera do ambiente urbano
,
os aspec
tos sociais, ambientais e
econô
micos de sustentabilidade sob os seguintes oito
itens
gerais:
utilização do solo, forma e
desenho urbano; transportes; e
nergia;
impacto de edifícios; recursos naturais; e
cologia;
q
uestões comunit
árias e n
egócios.
O Ecohomes, o BREEAM e o Secured by D
esign
(Segurança através do D
esign)
são
ferramentas que
avaliam
a sustentabilidade de projetos individuais de novas casas e edifícios
,
o BRE Checklist complementa estes por olhar para questões relevantes na dimensão urbana
de desenvolvimento, ajudando
profissionais
, autoridades locais e outras partes interessadas a
produzir
comunidades sustentáveis.
A partir dos requisitos exigidos no BRE Checklist (VER ANEXO 6) para o
desenvolvimento de um planejamento urbano sustentável, foi elaborado o quadro 7 com as
necessidades de ação sócio
-
ambientais.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
56
QUADRO 7
REQUISITOS SÓCIO
-
AMBIENTAIS DO BRE CHECKLI
ST
-
2002
BRE - CHECKLIST
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
1. Aumentar a eficiência de energia
através da concepção e gestão
ar/
eficiente de energia
atmosfera
2. Promover aumento da utilização de
energia
energia fontes renováveis de energia.
3. Reduzir a emissão de CO2 e a
dependência de combustíveis fósseis
4. Incentivar o uso de energia solar.
5. Reduzir impactos sonoros.
1. Utilizar adequadamente os recursos
solo
do solo.
1. Evitar o risco de enchentes com
forma adequada de utilizar o solo.
2. Demarcar os pontos propícios de
enchentes
enchentes.
água
1. Reduzir o uso de água potável para
usos não-potáveis.
aspectos
2. Fazer reuso da água da chuva.
ambientais
3. Desenvolver estratégicas de uso
água doce
sustentável da água.
3. Evitar a poluição dos corpos de
abastecimento de água: aquíferos e
subterrâneos.
1. Reduzir o efeito estufa com o
uso de vegetação.
ecossistemas e 2. Planejar o tipo de paisagismo a ser
espécies-chaves implantado no projeto urbano para ser
atraente e adequado ao meio ambiente
vegetação
local.
3. Garantir áreas verdes para uso
público de lazer.
4. Manter a biodiversidade e proteger
os habitats naturais existentes.
5. Melhorar o valor ecológico do local
e os habitats existentes.
6. Plantar árvores e arbustos para
contribuir com o valor ecológico local.
1. Promover na comunidade redes de
interação.
aspectos
comunidade
2. Promover o envolvimento da
sociais
comunidade no projeto para
melhorar a aceitabilidade.
3. Evitar a desigualdade social.
Fonte: Elabo
rado pela
autor
a
a part
ir do BRE, 2002
(VER ANEXO 6).
(cont.)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
57
BRE - CHECKLIST
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
1. Promover a infra-estrutura local.
saúde
infra-estrutura
1. Aumentar a segurança do local
trazendo iluminação nas vias públicas.
segurança
1. Incentivar o transporte público.
aspectos
2. Realizar redes de transporte público
sociais
mobilidade
com uso de energia renovável.
3. Reduzir o número de estacionamento
com a utilização de transporte público.
4. Promover o uso de biclicleta em
trajetos mais curtos para substituir
o uso do automóvel.
5. Reduzir as distâncias a ponto de
se realizar a pé.
6. Incentivar a realização de ciclovias.
1. Reduzir a produção de resíduos.
resíduos
2. Realizar a compostagem com os
resíduos orgânicos.
Fonte: Elaborado pela autora a partir do BRE, 2002
(VER ANEXO
6)
.
A USGBC - United States Green Building Co
uncil
em 2003 expandiu seu alcance,
ultrapassa
ndo
a dimensão do edifício único para avaliar e certificar o desenvolvimento de
loteamentos, urbanismo e equipamentos comunitários
com
o
certificado
LEED for N
eighborhood
Development
(Liderança em Energia e Design Ambiental para o Desenvolvimento do Bairro). A
idé
ia de aproveitar o LEED, uma norma verde para além do domínio da arquitetura e do
desenho
para o
desenvolvimento
urbano,
tomou forma
com
a
colaboração
d
o
CNU
-
Con
gresso
para o Novo Urbanismo e o Conselho de
Defe
sa dos Recursos Naturais - dois grupos distintos
com s
obr
eposição de interesses
.
O documento de referência do Congresso do Novo Urbanismo
foi a Carta do Novo Urbanismo
elaborada
no
s EUA em 1996
e
estabelecida
por profissionais
cujo objetivo era de formalizar um enfoque para o urbanismo explorando as possibilidades reais
do desenvolvimento das cidades norte
-
americanas.
Após mais de quatro anos de elaboração e revisão desta nova certificação, uma
comissão
de representantes
do
LEED ND
,
lançou
uma versão final da sua classificação padrão.
O LEED–
ND
(VER ANEXO 4) avalia nos projetos uma lista de requisitos, incluindo a
localização, a densidade, a conservação das zonas úmidas e terras agrícolas, a redução da
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
58
dependência do aut
o
móvel, a p
roximidade da habitação e do emprego, a eficiência energética e
uma série de outras medidas. No total,
o
LEED-ND tem nove
itens
principais para mensuração
e 49 categor
ias possíveis para que os projetos possa
m ser avaliados.
O
LEED-
ND
está no momento numa fase-
piloto
com mais de 200 projetos aceitos para
certificação considerando que é essencialmente uma prática para ver como a classificação
padrão trabalha e onde é preciso melhorar.
No início de 2007
a
USGBC
convi
da empreendedores interessados em participar do
LEED-ND fase piloto. O plano inicial era aceitar 120 projetos, mas cerca de 400 projetos
manifestaram interesse na fase piloto. Desses, 238 acabaram apresentando seus pedidos
.
Os
projetos aceitos representam 39 estados e seis países, embora a maioria esteja localiz
ada
principalmente
na Califórnia - EUA
.
O programa-piloto está previsto para terminar em 2008
(USGBC, 2003)
.
Com as informações obtidas da certificação LEED-
ND
(VER ANEXO 4) foi desenvolvido
uma síntese com os requisitos sócio-ambientais necessários para a elaboração de projetos
urbanos sustentáveis, conforme qua
dro
8.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
59
QUADRO 8
REQUISITOS SÓCIO
-
AMBIENTAIS DO LEED
-
ND
-
2003
LEED-ND
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
1. redução da poluição do ar.
qualidade do ar 2. redução das ilhas de calor.
ar/
atmosfera
1. renovação dos recursos energéticos.
energia
energia 2. usar energia renovável.
3. orientação solar.
1. estudo da área de implantação do
poluição do solo empreendimento.
1. conservação das área úmidas.
solo
dessertificação e erosão 2. reabilitação de áreas degradadas.
aspectos
3. conservação de terras agrícolas.
ambientais
1. assentamento compacto
2. diversidade de usos.
urbanização e 3. envolvimento comunitário.
assentamentos
4. produção de alimentos locais.
1. conservar dos corpos de água.
2. evitar inundações e enchentes.
3. infra-estrutura para os resíduos da
água.
água
água doce
4. redução dos desperdícios da água.
5. reuso da água.
6. administração e tratamento
das enchurradas.
ecossistemas e 1. conservação das espécies
vegetação
espécies-chaves
ameaçadas.
1. acesso a espaços públicos.
lazer
2. acesso a espaços de atividades.
saúde
1.infra-estrutura
1. mobilidade e facilidade de transporte
aspectos
público urbano.
sociais
2. redução da dependência do
automóvel.
mobilidade
acessibilidade 3. execução de ciclovias.
4. proximidade entre residência e
trabalho.
5. facilidades no trânsito.
6. redução das áreas de estacionam.
resíduos
1. gestão de resíduos.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir do USGBC, 2003
(VER ANEXO 4)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
60
De 2001 a 2004 temos o desenvolvimento do HQE2R (Alta Qualidade Ambiental e
m
Economia e
Renovação)
- um projeto de sustentabilidade ambiental para áreas que necessitam
de renovação urbana coordenado pelo CSTB - Centro Científico e Tecnológico de Bâti
ment
na
França
.
O objetivo do projeto é desenvolver uma nova abordagem em conjunto com as
ferramentas necessárias para promover o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida
no crucial e desafiador nível de subúrbios. O HQE2R visa proporcionar ferramentas para
melhorar a qualidade ambiental dos municípios e seus subúrbios, concentrando-se nas metas
dos habitantes e usuários dos bairros.
Os principais objetivos do
HQE2R
são:
1. Proporcionar e disseminar uma nova abordagem reprodutível com método
s
operacionais e ferr
amentas para uma renovação do
plane
j
amento urbano
;
2.
Melhorar a qualidade de vida nos bairros, especialmente tendo em conta as
necessidades d
os
usuários, bem como melhorar
a
qualidade do ambiente;
3.
Integrar o desenvolvimento sustentável na renovação urb
ana
sobretudo por gestão e
reciclagem dos recursos (água, energia, materiais, etc), e por uma melhor utilização do espaço
urbano (através da l
imitação ou gestão urbana e da melhor localização das funções urbanas).
Os requisitos sócias e ambientais desenvolvidos no HQE2R foram reproduzidos no
quadro
9 e, posteriormente, serão utilizados na formulação dos parâmetros de qualidade
ambiental urbana.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
61
QUADRO 9
REQUISITOS SÓCIO
-
AMBIENTAIS DO HQE2R
2001
HQE2R
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
ar/
1. reduzir o consumo de energia.
atmosfera
energia 2. melhorar a gestão da energia.
energia
3. Melhorar a qualidade do ar.
4. Reduzir a poluição sonora.
1. evitar a contaminação do solo.
solo
2. gestão do solo
aspectos
ambientais
1. preservar e evitar a contaminação
água
água doce
da água.
2. Melhorar a qualidade da água.
ecossistemas e 1. preservar e melhorar a qualidade da
vegetação
espécies-chaves paisagem natural.
1. assegurar a diversidade da população.
comunidade
2. assegurar a diversidade de funções
educação
1. aumentar os níveis de educação.
1. melhorar a higiene.
saúde
infra-estrutura 2. assegurar a qualidade da
infra-estrutura.
aspectos
1. melhorar a segurança e administrar
sociais
segurança
os riscos.
1. melhorar a acessibilidade por
meios de transporte com baixo custo.
mobilidade
2. assegurar a integração da vizinhança
trazendo qualidade de vida e espaços
de lazer.
resíduos
desperdícios 1. minimizar os desperdícios.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir do CSTB, 2004.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
62
4
.3
. NORMAS AMBIENTAIS
Na década de 90,
surge
outro importante
instrumento
de avaliação da sustentabilidade,
que são as normatizações, métodos mais eficientes para elevar o nível de desempenho
ambiental
.
A ISO 14001 (VER ANEXO 2), norma de gestão ambiental para o uso sustentável
dos recursos naturais irá
contempla
r todas as dimensões da gestão ligadas a um
empreendimento (meio ambiente, qualidade e outras) em suas diversas fases programa,
projeto e execução.
“A ISO é uma norma, ou um acordo documentado contendo especificações técnicas a
serem utilizadas como uma regra, a fim de assegurar que os materiais, produtos, processos e
serviços sejam adequados a sua finalidade”
(
ISO, 19
95
).
A ISO - International Organization for Standard
ization
(Organização Internacional de
normatização)
é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Genebra-
Suíça,
responsável
pelo desenvolvimento e promoção de normas voluntárias de aceitação internacional. É
composta por mais de 100 países membros, sendo que o representante brasileiro é a
Associação
Brasileira de Normas Técnicas (
ABNT
).
Fundada em 1940, a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
é
uma entidade
privada, sem fins lucrativos, rec
onhecida como único Foro Nacional de Normal
ização através da
Resolução 07 do CONMETRO, de 24.08.1992
,
responsável pela normalização técnica no
país,
a qual fornece
a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Por ocasião da Eco
-
92 foi ap
resentada a proposta de criação de um grupo especial para
estudar a elaboração de normas de gestão ambiental, com o intuito de serem
in
ternacionalmente reconhecidas. Em março de
1993
, instalou-se o Comitê T
écnico
207,
exatamente
com
est
a função; de elaborar uma série de normas, batizadas de série ISO 14.000
(
TIBOR e
FELDMAN,1996)
.
As primeiras normas foram publicadas em meados de 1996, incluindo o documento de
especificação ISO 14.001,
chamado
de
EM
S (Environmental Management System) ou,
especificamente no Brasil, de SGA (Sistemas de Gestão Ambiental). Seus elementos incluem a
criação de uma política ambiental, o estabelecimento de objetivos e alvos, a implementação de
um programa para alcançar esses objetivos, a monitoração e medição de sua eficácia, a
cor
reção de problemas e a análise e revisão do sistema para aperfeiçoá-lo e melhorar o
desempenho ambiental geral (
ISO, 1995
)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
63
O Sistema de gestão ambiental pode
disponibilizar
, para as empresas interessadas,
ferramentas para que elas implantem um sistema de gestão ambiental capaz de auxiliá-las na
obtenção de seus objetivos ambientais e econômicos.
O trabalho do Comitê cnico 207 da ISO engloba normas nas seguintes áreas:
SGA
Sistemas de gestão ambiental, AA Auditoria Ambiental, ADA Avaliação do dese
mpenho,
Rotulagem Ambiental
,
ACV
Avaliação do ciclo de vida
,
AANP
Aspectos ambientais em
normas de produtos e
Terminologia utilizada e definições
.
Est
as áreas se situam em dois grupos gerais, o de avaliação da organização e o da
avaliação de Produtos e
Processos
(Figura
4).
Figura 4. Normas de Gestão Ambiental
da ISO 14001
.
Fonte:
Adaptação
pela autora
da ISO, 1995
.
Esta norma foi idealizada com o lido propósito de colaborar para a proteção ambiental
e para a redução da poluição com o crescimento sócio-econômico de uma organização. Na
prática, deveria consistir numa forma eficaz do equacionamento do desenvolvimento
sustentável
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
64
4.4. ANÁLISE COMPARATIVA DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA
QUALIDADE AMBIENTAL
As certificações de qualidade ambiental urbana internacional, como m
encionada
anteriormente,
estão em fase piloto na aplicação
de
projetos
urbanos
, como o LEED-
ND
-
Leadership in Energy and Environmental Design for Neighbourhood
Development
, o HQE2R -
Haute Qualité Environnementale, Économie et Réhabilitation e o BRE checklist, mas são
documentos de grande importância para nos ajudar na formulação dos parâmetros ambientais
brasileiros.
a.
O LEED
-
ND, uma certificação
americana
estruturada a partir de um padrão LEED, um
forte selo verde do edifício, demonstra sua preocupação ambiental para o bairro ou loteamento,
criando
um planejamento de integração do ambiente natural com as atividades do ser humano.
Com a fase piloto do LEED para o desenvolvimento do bairro, atualmente em curso, os seus
organizadores esperam estabelecer uma nova forma de criar e avaliar a sustentabilidade
ambiental na concepção e desenvolvimento do projeto urbano. Atualmente, o LEED-
ND
está
sendo aplicado em cidades americanas, mas
é
um
a certificação pioneira no ambiente urbano
que
e possui um grande potencial de crescimento, pelo investimento maciço que está sendo
feito para sua difusão e aprimoramento, podendo ser utilizado como um dos instrumentos ba
se
para a formulação dos parâmetros de qualidade ambiental em qualquer parte do mundo. Seus
requisitos não são direcionados para solucionar problemas ambientais americanos ou trazer
qualidade ambiental apenas para os EUA, constituem uma visão ampla de sustentabilidade e
englobam possibilidades de ação comum a todos os países.
b.
O HQE2R, um indicador de alta qualidade urbana criado na França para regeneração
dos seus municípios e subúrbios com problemas ambientais, evidencia sua preocupação em
oferecer condições favoráveis de qualidade de vida associada à qualidade do ambiente natural.
Este critério foi criado a partir da identificação de problemas sociais, ambientais e econômicos
vivenciados em bairros e loteamentos
franceses
e da formulação de estratégias
de recuperação
de áreas degradadas a partir de requisitos estabelecidos. O HQE2R, mesmo sendo um
instrumento de avaliação ambiental utilizado na França, tem requisitos básicos de qualidade
ambiental podendo ser utilizado em outros países. Assim, o HQE2R procura controlar os
impactos sobre o ambiente natural e oferecer condições sócio-ambientais favoráveis para o ser
humano; aspectos essenciais para a formulação dos parâmetros de qualidade ambiental
urbana.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
65
c.
O BRE checklist, um critério sem certificação apresentado na Inglaterra pelo
BREEAM, é uma listagem de requisitos para se obter qualidade ambiental no projeto urbano
fundamentado a partir de experiências vivenciadas no próprio país. Para nossa pesquisa é um
importante documento que tem como objetivo checar o nível de qualidade ambiental do bairro
ou da vizinhança e propor alterações necessárias para reduzir os impactos ambientais.
d. A legislação AGENDA 21, com uma participação mundial de 178 países, tem um
importante reconhecimento como pioneira no desenvolvimento sustentável das cidades e a
partir da qual, foi formulada uma agenda específica para aplicação no planejamento urbano
brasileiro.
Os requisitos apresentados pela AGENDA 21 abrangem de uma forma completa
todas as categorias exibidas (ar, solo, água, vegetação, mobilidade, saúde, comunidade,
educação e res
íduos) e foi desenvolvido para ser aplicado em qualquer ambiente urbano.
e.
A ISO 14001, lançada na Suíça, a qual garante a qualidade ambiental para todo e
qualquer empreendimento que cumpra com os requisitos solicitados na norma em questão,
servirá como mediador entre os critérios internacionais escolhidos para embasar a
fundamentação dos parâmetros ambientais a serem aplicados no Brasil e o que podemos
realmente utilizar e adaptar para a nossa
realidade.
Após
a seleção dos principais instrumentos de avaliação da qualidade urbana (
a
AGENDA 21 como representação de
legislação,
o LEED-ND, HQE2R e BRE
checklist
como
certificações ambientais
e
a ISO 14001, uma norma ambiental) foi desenvolvido o qua
dro
10;
um quadro comparativo para se obter os parâmetros de qualidade ambiental desejado, em
relação aos seus
aspectos ambientais
-
solo, vegetação, ar, atmosfera, energia e água
e sociais
-
comunidade, educação, saúde, mobilidade e resíduos
.
Para facilitar a compreensão da estrutura do quadro de parâmetros de qualidade sócio-
ambiental (Quadro 11), foram destacados
em
cinza
no quadro comparativo (Quadro 10)
os
requisitos
selecionados.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
66
QUADRO 10
– QUADRO COMPARATIVO DOS INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO DA Q
UALIDADE AMBIENTAL URBANA
AGENDA 21
BREEAM
HQE2R
LEED - ND
ISO 14001
aspectos
categorias
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
1.evitar emissão de gases causadores
1. aumentar a eficiência de energia
1. reduzir o consumo de energia.
1. redução da poluição do ar.
1. evitar a geração de ruídos e vibrações
do efeito estufa.
através da concepção e gestão
2. melhorar a gestão da energia.
2. redução das ilhas de calor.
2. evitar a geração de poeira
2. evitar a emissão de substâncias
eficiente de energia
3. Melhorar a qualidade do ar.
3. renovação dos recursos energéticos.
3. evitar e emissão de gases
ar/
nocivas à camada de ozônio.
2. promover aumento da utilização de
4. Reduzir a poluição sonora.
4. usar energia renovável.
4. reduzir a energia utilizada.
atmosfera
3. emissão de poluentes do ar em
fontes renováveis de energia.
5. orientação solar.
5. gestão e conservação de energia.
energia
áreas urbanas causados por
3. reduzir a emissão de CO2 e a
6. gestão da qualidade do ar.
transporte urbano.
dependência de combustíveis fósseis
4. reduzir o uso intenso de energia
4. incentivar o uso de energia solar.
5. usar energia renovável.
5. reduzir impactos sonoros.
1. evitar poluição do solo causado por:
1. utilização adequada dos recursos
1. evitar a contaminação do solo.
1. estudo da área de implantação do
1. evitar a remoção do solo
a. produção e armazenamento de
do solo.
2. gestão do solo
empreendimento.
2. evitar a formação de cortes no terreno
materiais
2. conservação das área úmidas.
3. evitar a impermeabilização do solo
b. atividades de preparação do terreno
3. reabilitação de áreas degradadas.
4. reduzir as superfícies expostas à erosão
c. materiais com produtos lixiviáveis
4. conservação de terras agrícolas.
5. licenciamento ambiental
d. resíduos de uso de edifícios
5. assentamento compacto
6. legislação de uso e ocupação do solo.
e. prover infra-estrutura para evitar
6. diversidade de usos.
7. zoneamento costeiro
poluição do solo.
7. envolvimento comunitário.
8. preservar as unidades de conservação
solo
2. observar cuidados na preparação
8. produção de alimentos locais.
9. evitar a erosão do solo.
do sítio, como movimentos de terra e
10. utilização do plano diretor.
aspectos
conservação da cobertura vegetal.
11. projeto de urbanização
ambientais
3. observar padrões de drenagem
natural do terreno.
4. selecionar área para novos projetos
de modo a:
a. direcionar crescimento urbano
evitando densidades muito baixas.
b. priorizar vazios urbanos e
recuperação de áreas degradadas
c. evitar áreas aráveis ou de pecuária
permanente.
5. reduzir áreas impermeáveis.
1. evitar poluição - prover coleta e
1. evitar o risco de enchentes com
1. preservar e evitar a contaminação
1. conservar os corpos de água.
1. proteção da água
tratamento de esgoto
forma adequada de utilizar o solo.
da água.
2. evitar inundações e enchentes.
2. saneamento ambiental
2. ocupação adequada de áreas
2. reduzir o uso de água potável para
2. Melhorar a qualidade da água.
3. infra-estrutura para os resíduos da
3. abastecimento de água potável.
litorâneas.
usos não-potáveis.
água.
4. não desperdiçar água potável e pluvial.
água
3. conservar e reduzir o consumo de
3. reuso de água da chuva.
4. redução dos desperdícios da água.
5. reduzir o consumo de água potável.
água.
4. desenvolver estratégicas de uso
5. reuso da água.
6. gestão e conservação da água.
4. resguardar permeabilidade do solo.
sustentável da água.
6. administração e tratamento
5. evitar poluição - tratamento da água
5. evitar a poluição dos corpos de
das enchurradas.
que deixa o ambiente construído e
abastecimento de água: aquíferos e
retorna aos corpos de água.
subterrâneos.
6. prover facilidades sanitárias e de
coleta, tratamento e disposição
adequada de resíduos.
7. incentivar o reuso de água e
aproveitamento da água da chuva.
1. tomar precauções para conservar
1. reduzir o efeito calor estufa com o
1. preservar e melhorar a qualidade da
1. conservação das espécies
1. proteção da vegetação nativa.
a vegetação e a camada de solo
uso de vegetação.
da paisagem natural.
ameaçadas.
2. evitar crimes ambientais.
superficial durante a obra.
2. planejar o tipo de paisagismo a ser
3. aumentar a quantidade de árvores no
2. selecionar áreas que priorizem
inserido no projeto urbano para ser
empreendimento.
a proteção de áreas verdes e a
atraente e adequado ao meio ambiente
4. conservação do cobertura vegetal.
vegetação
recuperação de áreas degradadas.
local.
5. critério na seleção de área de
3. critério na seleção de área de
3. garantir áreas verdes para uso
novos empreendimentos.
novos empreendimentos.
público de lazer.
6. não usar madeira de espécies
4. não usar madeira de espécies
4. manter a biodiversidade e proteger
ameaçadas.
ameaçadas.
os habitats naturais existentes.
5. melhorar o valor ecológico do local
e os habitats existentes.
6. plantar árvores e arbustos para
contribuir com o valor ecológico local.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
67
QUADRO 10
QUADRO COMPARATIVO DOS
INSTRUMENT
OS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL URBANA
AGENDA 21
BREEAM
HQE2R
LEED - ND
ISO 14001
aspectos
categorias
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
possibilidade de ação
1. gerar empregos diretos, indiretos e
1. promover na comunidade redes de
1. assegurar a diversidade da
1. acesso a espaços públicos.
1. promover o envolvimento da
induzidos com salários adequados.
interação.
população.
2. acesso a espaços de atividades.
comunidade no projeto para melhorar
2. promover o envolvimento da
2. assegurar a diversidade de funções
2. promover o envolvimento da
comunidade no projeto para melhorar
comunidade no projeto para melhorar
comunidade
a qualidade e a aceitabilidade no
desenvolvimento.
3. evitar a desigualdade social.
1. encorajar programas de alfabetiz.
1. aumentar os níveis de educação.
e aumento de escolaridade.
educação
2. políticas de educação ambiental
1. aumentar acesso a infra-estrutura
1. promover a infra-estrutura local.
1. melhorar a higiene.
1.infra-estrutura
de abastecimento de água tratada.
2. aumentar a segurança do local
2. assegurar a qualidade da
2. programas de conscientização.
trazendo iluminação nas vias públicas.
infra-estrutura.
3. aumentar acesso a infra-estrutura
para coleta e tratamento de esgoto
saúde
4. prover infra-estrutura adequada
de drenagem.
5. prover coleta e destinação
aspectos
apropriada de lixo e resíduos sólidos.
sociais
1. prover e melhorar infra-estrutura de
1. incentivar o transporte público.
1. melhorar a acessibilidade por
1. mobilidade e facilidade de transporte
transporte público urbano.
2. realizar redes de transporte público
meios de transporte com baixo custo.
público urbano.
2. planejar para evitar pressionar o
com uso de energia renovável.
2. assegurar a integração da vizinhança
2. redução da dependência do
sistema viário existente.
3. reduzir o número de estacionamento
trazendo qualidade de vida e espaços
automóvel.
3. reduzir distância percorrida.
com a utilização de transporte público.
de lazer.
3. execução de ciclovias.
4. criar programas para redução do
4. promover o uso de biclicleta em
4. proximidade entre residência e
mobilidade
uso de automóveis.
trajetos mais curtos para substituir
trabalho.
o uso do automóvel.
5. facilidades no trânsito.
5. reduzir as distâncias a ponto de
6. redução das áreas de estacionam.
se realizar a pé.
6. incentivar a realização de ciclovias.
1. reciclar resíduos e reutilizar
1. reduzir a produção de resíduos.
1. minimizar os desperdícios.
1. gestão de resíduos
1. evitar a geração de resíduos sólidos
componenetes.
2. realizar a compostagem com os
2. reduzir a geração de efluentes sanitários
resíduos
2. programas de coleta seletiva,
resíduos orgânicos.
3. gestào de resíduos sólidos.
reciclagem, reuso e diposição de
resíduos tóxicos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
68
4.5.
DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS
DE QUALIDADE SÓCIO
-
AMBIENTAL URBANA
Após uma revisão bibliográfica sobre qualidade ambiental no capítulo 3 e uma síntese
dos instrumentos de avaliação da qualidade ambiental urbana existente, no capítulo 4, foi
possível a definição dos parâmetros sociais e ambientais para aplicação no estudo de caso
Comple
xo Riviera de São Lourenço, e assim, obter as devidas conclusões da pesquisa para
propor a aplicação dos parâmetros estabelecidos em futuros projetos urbanos, com intuito de
controlar os impactos ambientais e oferecer melhor qualidade ambiental na área e no entorno
do projeto urbano.
Conforme quadro 11, os requisitos estipulados para cada categoria referente aos
aspectos ambientais e sociais foram trazidos dos cinco critérios ambientais urbanos (AGENDA
21, HQE2R, LEED-ND, BRE checklist e ISO 14001) abordados na pesquisa e para sua
aplicação foi estipulado o método atende, não atende e não aplicado ao projeto urbano em
questão.
A partir desses requisitos estabelecidos e dos pré-
requisitos
legislação ambiental,
plano diretor e as devidas certificações ou normatizações recebidas pelo projeto urbano a ser
avaliado, podemos analisar o seu grau de qualidade ambiental e fazer as devidas
recomendações para se obter um ambiente construído em harmonia com o ambiente natural.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
69
QUADRO 11
PARÂMETROS DE QUALIDADE S
ÓCIO
-
AMBIENTAL URBANA
ASP
CATEGORIAS
REQUISITOS
CRITÉRIOS
atende
não
não
UTILIZADOS
atende
aplica
1. evitar emissão de gases e o efeito estufa.
AGENDA 21, ISO 14001
2. evitar a emissão de substâncias nocivas à camada
AGENDA 21
de ozônio.
3. evitar a emissão de poluentes no ar.
AGENDA 21
4. reduzir o consumo de energia.
AGENDA 21, HQE2R,
ISO 14001
AR
5. usar energia renovável - ex: energia solar.
AGENDA 21, BREEAM,
ATMOSFERA
LEED-ND
ENERGIA
6. aumentar a eficiência energética - gestão de energia
HQE2R, ISO 14001
7. reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e a
AGENDA 21, BREEAM
dependência de combustíveis fósseis.
8. reduzir a poluição sonora.
BREEAM, HQE2R,
ISO 14001
9. reduzir as ilhas de calor.
LEED-ND
10. estudar a orientação solar.
LEED-ND
11. evitar a geração de poeira.
ISO 14001
1. evitar poluição do solo causado por:
AGENDA 21
a. produção e armazenamento de materiais.
AGENDA 21
b. atividades de preparação do terreno.
AGENDA 21
c. materiais com produtos lixiviáveis.
AGENDA 21
d. resíduos de uso de edifícios.
AGENDA 21
e. prover infra-estrutura para evitar poluição do solo.
AGENDA 21
A
2. observar cuidados na preparação do solo, como
AGENDA 21, LEED-ND
S
movimentos de terra e erosão.
P
3. conservar a cobertura vegetal.
AGENDA 21
E
4. observar padrões de drenagem natural do terreno.
AGENDA 21
C
5. selecionar área para novos projetos de modo a:
T
a. direcionar o crescimento e evitar densidades baixas.
AGENDA 21
O
SOLO
b. priorizar vazios urbanos e recuperar áreas.
AGENDA 21, LEED-ND
S
c. evitar áreas aráveis ou de pecuária permanente.
AGENDA 21, LEED-ND
d. utilizar adequadamente os recursos do solo.
BREEAM
A
6. reduzir áreas impermeáveis.
AGENDA 21, ISO 14001
M
7. conservar as áreas úmidas.
LEED-ND
B
8. obter diversidade de usos.
LEED-ND
I
9. realizar assentamento compacto.
LEED-ND
E
10. reabilitar as áreas degradadas.
LEED-ND
N
11. obter o licenciamento ambiental
ISO 14001
T
12. utilizar a legislação de uso e ocupação do solo.
ISO 14001
A
13. utilizar o zoneamento costeiro.
ISO 14001
I
14. utilizar o plano diretor.
ISO 14001
S
15. evitar a remoção do solo.
ISO 14001
16. evitar a formação de cortes no terreno.
ISO 14001
17. preservar as unidades de conservação.
ISO 14001
1. evitar poluição - prover coleta e tratamento de esgoto.
AGENDA 21
2. ocupação adequada de áreas litorâneas.
AGENDA 21
3. conservar e reduzir o consumo de água.
AGENDA 21, LEED-ND,
ISO 14001.
4. resguardar permeabilidade do solo.
AGENDA 21
5. executar infra-estrutura sanitária.
AGENDA 21, LEED-ND
6. incentivar o reuso e aproveitamento da água de chuva.
AGENDA 21, BREEAM,
ÁGUA
LEED-ND.
7. evitar o risco de enchentes e inundações
BREEAM, LEED-ND
8. evitar a poluição dos corpos de abastecimento de
BREEAM, HQE2R
água: aquíferos e subterâneos.
9. reduzir os desperdícios de água potável e pluvial.
LEED-ND, ISO 14001
10. gestão da água.
ISO 14001.
(Cont.)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riv
iera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
70
ASP
CATEGORIAS
REQUISITOS
CRITÉRIOS
atende
não não
UTILIZADOS
atende
aplica
1. conservar a vegetação e a camada de solo superficial.
AGENDA 21, HQE2R,
LEED-ND, ISO 14001.
2. selecionar áreas que priorizem a proteção de áreas
AGENDA 21
verdes.
3. exibir critérios na seleção da área a ser urbanizada.
AGENDA 21, ISO 14001
4. não usar madeira de espécies ameaçadas.
AGENDA 21, ISO 14001
5. reduzir o efeito calor estufa com o uso de vegetação.
BREEAM
6. planejar o paisagismo adequado ao meio ambientel.
BREEAM
VEGETAÇÃO
7. garantir áreas verdes para uso público.
BREEAM
8. manter a biodiversidade e proteger os habitats
BREEAM
naturais existentes.
9. plantar árvores e arbustos para contribuir com o valor
BREEAM, ISO 14001
ecológico local.
10. conservação das espécies ameaçadas.
LEED-ND, ISO 14001
11. recuperar áreas degradadas.
AGENDA 21
1. gerar empregos diretos e indiretos.
AGENDA 21
2. promover na comunidade redes de interação.
BREEAM
3. promover o envolvimento da comunidade no projeto
BREEAM, ISO 14001
para melhorar a qualidade a a aceitabilidade.
4. evitar a desigualdade social.
BREEAM
COMUNIDADE
5. promover o envolvimento comunitário com atividades.
BREEAM, ISO 14001
6. assegurar a diversidade da população.
HQE2R
7. assegurar a diversidade de funções.
HQE2R
8. garantir acesso a espaços públicos.
LEED-ND
9. garantir acesso a espaços de atividades.
LEED-ND
1. encorajar programas de alfabetização e aumento de
AGENDA 21
escolaridade.
EDUCAÇÃO
2. criar políticas de educação ambiental.
AGENDA 21
3. aumentar os níveis de educação.
HQE2R
1. aumentar acesso a infra-estrutura de abastecimento
AGENDA 21, LEED-ND,
de água tratada.
BREEAM
2. criar programas de conscientização.
AGENDA 21
A
3. aumentar acesso a infra-estrutura para coleta e
AGENDA 21, LEED-ND,
S
tratamento de esgoto.
BREEAM
P
SAÚDE
4. prover infra-estrutura adequada de drenagem.
AGENDA 21
E
5. prover coleta e destinação apropriada de lixo e
AGENDA 21
C
resíduos sólidos.
T
6. aumentar a segurança do local - iluminação nas vias
BREEAM
O
públicas.
1. prover infra-estrutura de transporte público.
AGENDA 21, BREEAM,
S
HQE2R, LEED-ND
O
2. planejar novo sistema viário adequado
AGENDA 21
C
3. reduzir distância percorrida.
AGENDA 21, BREEAM,
I
ISO 14001
A
4. criar programas para redução do uso do automóvel.
AGENDA 21
I
MOBILIDADE
5. incentivar o transporte público.
BREEAM, LEED-ND
S
6. usar energia renovável para transporte público.
BREEAM.
7. promover o uso de biclicletas e ciclovias.
BREEAM, LEED-ND
8. assegurar a integração da vizinhança - espaços lazer
HQE2R
9. reduzir a dependência do automóvel.
LEED-ND
10. reduzir as áreas de estacionamento.
LEED-ND
1. reciclar resíduos e reutilizar componentes.
AGENDA 21
2. Coleta seletiva, reciclagem e disposição dos resíduos
AGENDA 21
RESÍDUOS
3. reduzir a produção de resíduos.
BREEAM, ISO 14001
4. realizar a compostagem com os resíduos orgânicos.
BREEAM
5. minimizar os desperdícios.
HQE2R
6. reduzir a geração de efluentes sanitários.
ISO 14001
7. criar gestão de resíduos sólidos.
ISO 14001
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
71
A partir do quadro comparativo e do quadro de parâmetros de qualidade sócio-
ambiental urbana podemos analisar os pontos fortes de cada certi
ficação utilizada.
Na
categoria ar, atmosfera e energia, percebe-
se
que a maioria dos instrumentos de
avaliação da qualidade ambiental mostra uma preocupação com a qualidade do ar, propondo
uma redução de emissão de poluentes no ar e o uso de energias renováveis. a categoria
solo
tem como requisito principal, evitar a poluição do solo adequando o projeto urbano às
condições do local sem provocar a impermeabilização do solo e demais agressões.
Preservar e evitar a poluição da água está em evidência em todos os critérios
selecionados na categoria
água
; e desenvolver estratégias de uso sustentável da água faz
parte da AGENDA 21 e do BRE checklist.
A preservação da mata nativa e o critério para selecionar a área de implantação do
projeto urbano, como: tipo de paisagismo, áreas verdes para lazer e plantio de novas árvores
fazem parte da categoria
vegetação
de todos os instrumentos selecionados.
Quando analisamos os aspectos ambientais dos instrumentos selecionados,
percebemos uma preocupação ampla da AGENDA 21; pois ela busca mais possibilidades
distintas de ação para cada categoria do que os demais critérios, e o BRE checklist, mesmo
sendo uma listagem de requisitos sem a emissão de certificado nos um leque de ações de
grande importância para se obter u
m projeto urbano com qualidade ambiental.
Quanto aos aspectos sociais comunidade e educação, temos possibilidades de ação
distintas em cada instrumento de avaliação da qualidade ambiental, mas a categoria
saúde
se
concentra em promover uma infra-
estrutu
ra com qualidade para o projeto urbano e a categoria
mobilidade
, em incentivar o transporte público em percursos mais longos e substituir o
automóvel pela bicicleta em trajetos mais curtos.
A última categoria dos aspectos sociais são os
resíduos
; onde de forma geral, os
instrumentos analisados, se propõem a incentivar a redução da produção do lixo promovendo
coleta seletiva, reciclagem e reuso.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
72
CAPÍTULO
5
. E
XPERIÊNCIAS DE PROJETO
S URBANOS COM
QUALIDADE
AMBIENTAL
Após uma revisão de literatura
sobre
qualidade urbana e instrumentos de avaliação da
sustentabilidade ambiental urbana, foi selecionado três diferentes experiências de projetos
urbanos
com preocupações na qualidade sócio
-
ambiental urbana
: um americano, um europeu e
um brasileiro
, de acordo c
om os requisitos estabelecidos no quadro de parâmetros de qualidade
ambiental
.
5
.1.
VILLAGE HOMES
CALIFÓRNIA
EUA
O
Village Homes construído em 1973 na parte oeste da cidade de
Davis
na Califórnia
EUA
(Figura 5) ocupa uma área de sessenta hectares e foi concebido para favorecer o
desenvolvimen
to de um senso de comunidade e
a conservação dos recursos naturais.
Figura 5. Localização do Village Homes.
Fonte:
G
oogle
Earth
, 2008
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
73
Este empreendimento, de visão de planejamento urbano ampliado, começou a sua
construção em 1973, em terras agrícolas, próxima à Universidade da Califórnia. O projeto foi
idealizado pelo arquiteto ambientalista Michael Corbett, onde o desenho urbano tem dimensões
controladas, grandes cinturões verdes e agrícolas, diversos usos do solo, como habitações,
comércio, empresas de pequeno porte e uma rede de caminhos para pedestres e ciclovias que
é
interligado na rede da cidade (Figura 6). O empreendimento possui 225 casas e 20 unidades
de apartamentos.
Figura 6.
Foto do
Village Homes.
Fonte: Cen
ter of Excellence for Sustainable Development
, 2008
.
O objetivo dos empreendedores do Village Homes era criar uma comunidade modelo de
vizinhança, visando às questões ambientais como: conservação de energia, coleta seletiva de
lixo, aproveitamento da compostagem para hortas e pomares, reaproveitamento da água da
chuva através dos canais de infiltração, produção de alimentos no local e redução do uso do
automóvel.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
74
5.1.1.
ASPECTOS AMBIENTAIS
a)
AR, ATMOSFERA E ENERGIA
As ruas são estreitas no sentido leste-oeste com cul de sacs
(Figura
7) ; ruas que
terminam em bolsões sem saída, minimizando o uso de automóveis e, conseqüentemente,
reduzindo a poluição do ar.
As vias são compostas por um alinhamento de árvores caducifóliar, que permite
um
sombreamento
no
verão, reduzindo a temperatura ambiente até 10 graus
e
a poluição do ar
.
As
ruas mais estreitas não reduzem a intensidade e a velocidade do tráfego
,
economizam
dinheiro e espaço
, como exigem menos material de pavimentação, melhorando o microclima de
ver
ão: como a sombra das árvores cobre toda a rua, é muito menor a quantidade de asfalto que
absorve e irradia o calor do Sol. Combinadas com o design solar passivo e a adequada
disposição local, essas características aumentam o conforto e reduzem pela metade
ou em dois
terços as contas de energia.
Figura 7. Implantação do Village Homes.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
75
Fonte: Community Greens, 2008
.
Todas as moradias são alinhadas no sentido norte-sul para melhor aproveitamento
energétic
o com o uso de painéis solares (um sistema natural
que
aquece a água em uma placa
lisa colecionadora, uma vez que sobe para um tanque de armazenamento isolado, facilitando o
aquecimento e a refrigeração natural
)
. Apesar do clima quente no verão não é necessário o uso
do ar condicionado.
As residências estão bem isoladas e incorporam
massa térmica. A massa absorve calor
e
xcessivo durante o dia e dissip
a
à noite quando as temperaturas caem
.
A energia solar contribui entre 50% e 75% das necessidades de calor. Todas as casas
têm 60% ou mais das suas vidraças no lado sul (F
igura
8)
.
A maior parte dos recursos básicos
solar é calculada sobre a projeção sul das fachadas, criando uma sombra das casas no v
erão,
mas que permitem sol para as casas no inverno.
Fi
gura 8. Insolação das residências.
Fonte: Community Greens, 2008
.
b
) ÁGUA PLUVIAL
O sistema de drenagem de águas pluviais foi resolvido por meio de canais de infiltração
como córregos sazonais com pedras, arbustos e árvores (Figura 9). A água que corre das ruas
vão diretamente para estes largos canais que pode vagarosamente penetrar no solo para não
interromper o ciclo hidrológico. Esse sistema teve dificuldades para a sua aprovação no
departamento de drenagem da cidade de Davis, mas hoje, com as chuvas fortes ocorridas na
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
76
região, provou sua eficiência suportando uma capacidade superior ao sistema de drenagem
tradicional.
Figura 9. D
renagem natural
Fonte:
Community Greens, 2008
.
O uso das depressões naturais na drenagem proporcionou, em vez dos custosos drenos
subterrâneos de concreto, uma economia de 800 dólares de investimento por unidade
habitacional. Tal economia pagou grande parte do paisagismo dos vastos parques e cinturões
verdes. O próprio sistema de drenagem permitiu que essas áreas absorvessem muita água, de
modo que suas necessidades de irrigação caíram de um terço à metade. As próprias
depressões da drenagem integram-se às alamedas que proporcionam não só as vias de
circulação de pedestres e as ciclovias como também são um foco de vida comunitária.
b)
VEGETAÇÃO
E SOLO
Village Homes tem uma filosofia de utilização do solo e criação de áreas verdes. Os
m
oradores detêm um interesse
comum em três tipos de terreno
:
Áreas comunitárias - Estas áreas estão localizadas entre grupos de 8
casas
ao longo do
leste
-oeste da comunidade (Figura 10)
.
Embora
, cada um
dos
moradores
seja
o principal
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
77
responsável
pela área imediatamente adjacente ao seu lote, os
oito
vizinhos
reunirão,
uma vez
ou duas vezes por ano, para discutir a forma como o espaço comum será utilizado e
seu
paisag
ismo
.
Figura 10.
Áreas comuns entre o grupo de 8 casas
-
Village Homes.
Fonte:
Community Greens, 2008
.
Cinturão verde - São as áreas verdes dos parques e zonas ornamentais mantidas pelos
jardineiros.
Estas terras estão localizadas ao longo das princ
ipais
vias
norte
-
sul
e
caminhos que
correm ao longo do leste e oeste
ao lado
da comunidade.
Terras Agrícolas - Temos dois tipos de terras ag
rícolas
: os jardins ribeirinhos para o uso
privado dos moradores e os pomares e vinhas encontrados em toda a comunidade,
mantidos
principalmente pelos jardineiros e podem ser colhidas por todos os moradores.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
78
5.1.2.
ASPECTOS SOCIAIS
a)
COMUNIDADE
A partir do desenho urbano de uma comunidade de vizinhança foi possível integra
r
os
moradores
criando
espaços comunitários a cada grupo de oito casas. Além desses espaços, a
comunidade possui outras áreas de convivência, como os pomares, áreas de lazer e um centro
comercial administrado pela p
rópria comunidade. Tudo é interligado por uma re
de de ciclovias e
caminhos para
pedestres
(Figura 1
1)
.
Figura 11. Caminhos para pedestre.
Fonte: Community Greens,
2008
.
Um estudo recente feito pela Universidade da Califórnia revelou que em Village Homes
os moradores conhecem em média 42 pessoas em sua vizinhança comparado à 17 pessoas de
outros empreendimentos convencionais. Isto torna o condomínio mais seguro fazendo com que
se reduza a taxa de crimes na região.
Os espaços residenciais são intercalados com espaços de usos comerciais e para a
agricultura, e áreas comuns promovem a interação social. Os residentes cultivam vegetais,
frutas, flores e ervas para uso do
méstico
e uma comissão de moradores que gerencia a
colheita e a distribuição
desses alimentos
.
Além dos moradores participarem do fornecimento dos alimentos, também
estão
,
diretamente envolvidos no processo de tomada de decisões, promovendo assim a int
eração
entre os vizinhos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
79
c)
LAZER
As áreas comuns entre as casas são utilizadas para o lazer das crianças, assim como,
d
ois grandes parques com extenso cinturão verde, caminhos para pedestres e bicicletas.
As ruas mais estreitas reduzem a velocidade e a i
ntensidade
do tráfego, proporcionando
condições saudáveis para as crianças brincarem tranqüilamente.
c)
RESÍDUOS
A comunidade tem um grande cuidado com o tratamento a ser dado para os resíduos
gerados, participando ativamente do programa de coleta seletiva de lixo,
assim
como
, do
seu
aproveitamento para compostagem
e adubagem das
hortas e pomares
.
5.1.3.
CONCLUSÃO
DA ANÁLISE DO VILLAGE HOMES
De acordo com Andrade (2003), alguns princípios de desenvolvimento urbano
sustentável podem ser identificados no Village Homes, como modelo de Cidade-Jardim, tais
como: tamanho controlado com acessibilidade aos espaços verdes e aos pedestres,
preservação de áreas verdes, máximo aproveitamento da energia solar, sistema viário
privilegiando pedestres e ciclistas, uso misto de zoneamento e reaproveitamento de resíd
uos
sólidos em terras agrícolas. Porém, outros princípios precisam ser incorporados, como o uso
sustentável da água e do solo, programas de educação ambiental, tratamento de esgoto, infra-
estrutura adequada
entre outros
.
Uma das grandes críticas ao modelo de Cidade-
Jardim
, sob o ponto de vista da
sustentabili
d
ade
, é o efeito da suburbanização que este causou, ou seja, a expansão urbana
com baixas densidades. Apesar
disto,
os princípios de qualidade sócio-
amb
iental
aplicados
no
Village Homes
por
Howard, um utopista do século XX, possibilitou o planejamento de uma
comunidade balanceada com mistura de classes sociais, desenvolvimento econômico, sistema
de cooperativismo e bem estar social atrelado ao desenho da
paisagem
(ANDRADE, 2003)
.
O Village Homes é uma experiência de qualidade sócio-ambiental de grande valor para
os nossos dias, principalmente pela preocupação demonstrada nos anos setenta, de
repensar a forma de vida urbana com características sustentáveis, incorporando condições
sociais e econômicas ao ambiente natural.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
80
5
.2. HAMMARBY SJÖSTAD
ESTOCOLMO
-
SUÉCIA
O desenvolvimento ambientalmente sustentável ascendeu como uma das principais
prioridades da
Suéci
a. Este país escandinavo foi dos primeiros países do mundo a re
conhecer
a importância da proteção e preservação do ambiente e a incluir este tema na sua agenda
política, fruto de uma ampla consciência ambiental
.
A Suécia ocupa, assim, uma posição líder no desenvolvimento e uso de tecnologia
ambien
tal nos domínios da energia, purificação do ar, água, efluentes e transportes
sustentáveis.
Conhecida internacionalmente como a
cidade
mais limpa da Europa, a
capital da Suécia,
Estocolmo
,
insere
-se numa região cuja dinâmica constitui o motor de crescimento da economia
sueca. Com mais de 2,5 milhões de habitantes, a região acolhe aproximadamente 25% da
população sueca e gera 30% do Produto Interno Bruto do país.
A elevada sensibilidade e consciência ambiental da população têm convertido a região
num mercado ideal para a indústria, em estreita colaboração com instituições intensivas em
investi
gação, testar e lançar novas idéias, conceitos e produtos ecológicos, funcionando como
um excelente ponto de partida para a expansão destes tipos de produtos do mercado e
uropeu
para o mercado mundial.
Estocolmo é, portanto, uma
cidade
que se caracteriza por um crescimento econômico
ambientalmente sustentável como resultado de uma política conscienciosa de ambiente e de
um setor privado que ado
ta os princípios do desenvolv
imento sustentável.
O Hammarby Sjostad (Figura 12
)
é um bairro localizado ao Sul de Estocolm
o,
às
margens do lago Hammarby Sjö, que nasceu da recuperação de uma antiga zona industrial em
2005, com uma área aproximada de 70 hectares, e é hoje, habitado por 10 mil pessoas e
considerado
um bom exemplo de elevada consciência ambiental no seio da sociedade sueca,
pela
população, empresas, inst
ituições e autoridades públicas
.
Inicialmente pensado para a localização da Vila Olímpica dos jogos olímpicos do Verão
de 2004, tratou-se de um dos maiores projetos urbanos com construções planejadas de
Estocolmo, em que os edifícios se inserem harmoniosamente num moderno ambiente urbano
.
Seu planejamento urbano (Figura 12) foi
desenvolvido
,
em
15 áreas ao redor do lago
Ha
mmarby Sjo, sendo que
três
delas
,
Henriksdalshamnen
,
Fredriksdal
e
Mårtensdal
, ainda
estão em fase de projeto.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
81
Figura 12. Planejamento Urbano do Hammarby
Sjostad
Estocolmo, Suécia
Fonte:
Stockholm
, 2008
Figura 13.
Área Redaren & Sjofarten ampliada (Á
rea 2)
Fonte:
Stockholm
, 2008
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
82
LEGENDA:
1.
Área Hammarby Gard - Área com edifícios residenciais - 1.000 apartamentos, escritórios e
áreas comerciais.
As á
reas verdes
ficam
no centro dos quarteirões.
2.
Ár
ea Redaren & Sjofarten - Área com edifícios residenciais com comércio no térreo e áreas
verdes no centro dos quarteirões, edifícios com escritórios e um parque.
3.
Área Godsfinkan - Área com shopping, áreas verdes, parque, passarelas, ciclovias, canais
de
drenagem e caminhos largos para pedestre, arborização.
4. Área Luma
Área com shopping center , áreas verdes, parque, passarelas, ciclovias, canais
de drenagem e caminhos largos para pedestre com arborização.
5.
Area Kölnan - Área com 400 residências, acomodação para estudantes, uma escola e área
verde.
6.
Área Sickla Kaj- Área com edifícios residenciais - 1.000 apartamentos foram ocupados de
2002
2004 e áreas verdes.
7.
Área Sjöstadsporten - Área com edifícios residenciais - 215 apartamentos, 110 morad
ias
para estudantes e áreas de negócios.
8.
Área Sickla Kanal - Área com edifícios residenciais - 250 apartamentos. A construção
começou em 2002
e a ocupação 2003
2004.
9.
Área Sickla udde - Área com edifícios residenciais - um total de 1.200 apartamentos foram
entregues em 2003.
10. Área Forsen - O quarteirão Forsen foi construído com 110 residências e 135 moradia para
estudantes.
11.
Área Vågskvalpet - O quarteirão Vagskalpet teve 110 residências e uma sala de jogos. a
construção iniciou em 2003 e a ocu
pação de 2004 à 2005.
12.
Area Lugnet - Área com edifícios residenciais - 650 apartamentos e um centro cultural
numa parte do Lugnet.
13.
Area Henriksdalshamnen - O planejamento d
est
a área ainda não está finalizado. A
construção foi programada para começar na primavera de 2008 com o primeiro residente se
mudando em 2009.
14. Área Fredriksdal
-
O novo planejamento urbano ainda será implantado
.
15.
Área Mårtensdal
-
Área sem definição de planejamento urbano.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
83
As quinze áreas foram projetadas para satisfazer as necessidades dos moradores e
trazer qualidade ambiental para um espaço degradado com o uso industrial. Há um zoneamento
misto (áreas residenciais, comerciais e salas de escritórios), parques e áreas verdes com
caminhos para pedestres e ciclovias, escolas e áreas de lazer e cultura.
O desenho das áreas possui de forma geral, uma configuração padrão: largas avenidas
oferecendo boa ventilação e iluminação para as construções, edifícios com uso misto ocupando
as bordas dos quarteirões e na parte central, áreas verdes comunitárias, conforme o desenho
ampliado da área 2
-
Área Redaren & Sjofarten
(Figura 13).
Para atender as questões ambientais, foi planejado e executado, canais de drenagem a
céu aberto com caminhos para pedestre às suas margens e passarelas ao longo da água,
aproveitando a proximidade do lago Hammarby Sjo e do canal Sickla, largas avenidas com um
projeto paisagístico para melhorar as condições ambientais e colaborar na redução da poluição,
blocos de edifícios com áreas verdes nas áreas centrais e um sistema de transporte público
integrando ônibus, trens e posteriormente, metrô.
Hammarby é um bairro onde tudo se aproveita e quase nada se perde, em que cada residente
usa metade da energia de um bairro convencional, consome apenas 100 litros de águ
a por dia
por pessoa (menos 30% que em Portugal), produz menos lixo, vive em casas construídas com
materiais ecológicos e prefere andar a pé ou de bicicleta.
5.2.1
.
ASPECTOS AMBIENTAIS
a)
AR, ATMOSFERA E ENERGIA
As energias alternativas; eólica, biogás e solar são utilizadas neste projeto urbano
acarretando uma redução no consumo de energia. As casas são adaptadas para não emitir gás
carbônico e, conseqüentemente, não contribuir para o efeito estufa.
Os edifícios possuem painéis solares (Figura 14) instalados nos seus telhados para
captação da energia solar e aquecimento dos chuveiros, assim, os residentes devem produzir
metade da energia que consomem.
O biogás proveniente das águas residuais é utilizado nos fogões das residências e no
transporte público, o lixo recolhido na cidade é levado para uma central de tratamento onde
sofre combustão e retorna às residências em forma de eletricidade assegurando o aquecimento
e arrefecimento das casas.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
84
Figura 14
. Painéis solares no telhado dos edifícios.
Fonte:
Hammarbysjstad, 2008
b)
VEGETAÇÃO
Durante a implantação do projeto, foi realizada uma descontaminação das áreas
poluídas
pelas antigas indústrias
,
a
construção de parques e espaços verdes em todos os
quarteirões
(Figura 15) e o plantio de árvores nativas ao longo do sistema vi
ário
, além da
utilização de material de construção sustentável
para evitar maiores índices de poluição
.
Figura
15
. Espaços acessíveis cercados por vegetação
.
Fonte:
Hammarbysjstad, 2008
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
85
As largas avenidas e os blocos habitacionais com suas áreas comunitárias verdes
oferecem uma qualidade cio-ambiental aos moradores, além da
existência
de uma
infra
-
estrutura
; como os canais de drenagem a céu aberto
,
que
foi projetada para tirar partido da
paisagem, dos parques e da luz solar
.
c
)
ÁGUA
A água da chuva (Figura
16
)
,
armazenada
nos canais e n
os
telhados dos edifícios é
conduzida até
um
a central de
armazenamento
e servirá para uso de descarga sanitária
controlada.
Figura
16
.
A água da chuva
é coletada para o
s canais
.
Fonte:
Stockholm, 2008
A água residual é levada por tubulações até uma Estação de Tratamento de Esgoto
ETE,
onde sofre alguns processos de purificação podendo ser utilizada novamente para
irrigação de jardins, limpeza das ruas e lavação de autos. O biogás também é produzido com o
uso das águas residuais.
5.2.2
.
ASPECTOS SOCIAIS
a)
C
OMUNIDADE E LAZER
O planejamento das áreas verdes
permeando
os blocos residenciais foi pensado de
maneira a melhorar as condições climáticas do ambiente e reduzir a poluição do ar, criando
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
86
espaços de integração e lazer da comunidade. Os largos passeios com ciclovias, são utilizados
no dia-a-dia como meio de transporte, e mais intensamente nos finais de semana como áreas
de lazer e passeio.
b)
MOBIL
IDADE
A mobilidade do bairro é eficiente, trazendo
alguns
meios de transporte
integrados, trens
e ônibus,
(
Figura 17) e, posteriormente o metrô,
que utilizam energia renovável
para con
forto do
morador, o qual
pode também, circular a pé ou de bicicleta, pelos caminhos projetados.
Temos também como opção de transporte, os veículos amigos do ambiente que têm
uma
taxa baixa de poluição do ar, utilizam combustíveis renováveis, o biogás e cond
uzem
diferentes pessoas (carona) tendo
o proprietário
como condutor
do veículo.
Figura 17
. Transportes públicos integrados e diversificados
.
Fonte:
Hammarbysjstad, 2008
c
)
RESÍDUOS
O lixo doméstico é separado, onde uma parte irá assegurar o fornecimento de
biogás
e
os sistemas de aquecimento e arrefecimento urbanos e o restante é reciclado e transformado
em fertilizante agrícola.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
87
O sistema de captação do lixo é subterrâneo, contendo 26.700 metros de encanamento
ligando os coletores (Figura 18) à central de contêineres
.
Os coletores despejam o lixo
acumulado na rede de canos e este é transportado à vácuo até seu destino, onde será
separado em contêineres. Por este sistema, controlado por computadores, pode ser
transportado qualquer tipo de dejeto: desde lixo orgânico, restos de comida, até material a
ser
reciclado. Em Hammarby, a capacidade é para 811 toneladas de resíduos por ano.
O mesmo vácuo, gerado por enormes ventiladores que estão na ponta final do
sistema
,
limpa o encanamento evitando a contaminação, por exemplo, dos produtos recicláveis pelo
m
aterial orgânico. O ar que sai dos canos é tratado antes de jogado de volta ao meio ambiente.
Figura 1
8
. Coletores de lixo.
:
Font
e:
Hammarbysjstad, 2008
O esquema foi capaz de reduzir o número de caminhões que deveriam atender as 9 mil
famílias que moram em Hammarby, caso fosse usado o sistema tradicional de coleta de lixo.
Isto significa menor impacto no ambiente e soma-se neste caso, menos barulho, menos sujeira
e menos trânsito.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
88
5.2.3
.
CONCLUSÃO
DA ANÁLISE DO HAMMARBY SJOSTAD
Hammarby
Sjostad
é uma experiência européia
na cidade de
Estocolmo, Suécia, onde a
valorização do ambiente
natural
é
indispensável
para o bem-estar dos moradores e o uso de
novas tecnologias é essencial para se obter uma qualidade ambiental
no
espaço
urbano
.
É importante verificar que as tecnologias aplicadas ao projeto Hammarby, como a
captação de lixo subterrânea por vácuo, são estudadas e implantadas para as condições
ambientais do local; país europeu com baixas temperaturas o ano inteiro, não comprometendo
o desempenho do sistema, nem poluindo o ambiente natural. No caso do Brasil, não seria
possível utilizar as mesmas tecnologias sem um prévio estudo da técnica aplicada e das
condições ambientais locais de implantação.
Quanto à construção dos edifícios, foi dada clara prioridade à utilização de fontes
renováveis de energia
com
o
a utilização de células fotovoltaicas
na captação de energia solar
, à
uti
lização de produtos ecológicos e não tóxicos e à colocação de vidros que minimizem as
perdas de calor
,
enfim, à
utilização da inovação tecnológica como parte integrante na efetivação
da qualidade ambiental dos edifícios de Hammarby.
A cidade após sua degradação ambiental, sofreu adaptações em termos de estruturas
ambientais, para obter uma qualidade ambiental; assim como, a instalação de uma estação de
tratamento de águas residuais e de reciclagem, o estabelecimento de um eficiente sistema de
transportes
marítimo e terrestre, a disponibilização de transportes alternativos ambientalmente
sustentáveis
,
a instalação de um sistema de captação de lixo
,
a de
scontaminação
de áreas
poluídas e
a construção de pa
rques e espaços
verdes
.
No caso de Hammarby, estaremos analisando um projeto urbano que foi planejado
numa área onde os recursos naturais foram degradados pelas antigas indústrias
instaladas. Assim, as tecnologias aplicadas são para se obter uma renovação urbana, recuperar
os recursos naturais, como a á
gua, solo, ar e vegetação e oferecer qualidade de vida a partir da
implantação de equipamentos urbanos ligados ao lazer, comunidade, transporte, saúde e
educação.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
89
5
.3
.
RESIDENC
IAL GÊNESIS
– SP - BRASIL
Os Residenciais Gênesis I e II (Figura 19) estão l
ocalizados
no município de Santana do
Parnaíba, no estado de São Paulo, implantados respectivamente nos anos de 2004 e 2006
,
numa área de 360 hectares
,
com 1064 lotes (466
lotes
no Gênesis I e 598 lotes no Gênesis II)
.
O
projeto
de urbanização,
incluindo l
oteamentos e sistema
viário
,
foi desenvolvido pelo arquiteto
Reinaldo Pestana numa área desmatada e impactada pelo uso
predominantemente
de
pasto
(
Takaoka, 2005
).
Figura 1
9
. Localização do Gênesis I e II.
Fonte: G
oogle
Earth
, 2008.
O Gênesis foi implantado numa cla
reira da M
ata
Atlântica
(F
igura
20
)
que corresponde a
apenas 27% da área total do empreendimento, sendo 16% a ocupação com os lotes e 11% o
sistema viário,
e
os outr
os 73% são áreas verdes com vegetação arbórea
nativa
.
Um grupo de ambientalistas da
FBDS
- Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável
está
executando um projeto para a constituição da bordadura florestal (F
igura
20
)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
90
O projeto inclui
o plantio
de espécies com o objetivo de formar um cinturão de proteção ao redor
da mata nativa existente, possibilitando a preservação das espécies nativas e o aumento da
biodiversidade
no empreendimento
.
Figura
20
: Fotos aéreas de 1994.
Antes do Residencial Gênesis
I e II
.
Gênesis
I
em azul,
Gênesis II em
amarelo
e área
de reflorestamento em rosa
.
Fonte: Takaoka, 2005
A área verde total de mata atlântica foi aumentada em 24,8%, mais de 50 hectares,
atingindo
73,
4% do projeto, com a execução do programa de recuperação e conservação
ambiental, que contempla um programa de
reflorestamento
(F
igura
21
), programas de
enriquecimento da biodiversidade
e proteção dos mananciais
.
Figura
21
Antes do reflorestamento
-
jun/2004 e durante o reflorestamento
-
abr/2005.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
91
Fonte: Takaoka, 2005.
A restauração florestal
(F
i
gura
21
)
deve levar de cinco a dez anos, mas o monitoramento
deste trabalho deverá ser constante, com o apoio da comunidade local. A int
eração de todas as
espécies, como as que fazem sombra e as que preparam o solo, é que trará de volta o
equilíbrio do ecossistema. Na
exuberante
paisagem destacam
-
se o cedro
-
rosa, a quaresmeira e
o pau-jacaré, algumas das espécies que povoam a floresta do Gênesis. Como parte dos
cuidados com a proteção do meio ambiente, a terra vegetal, com sua composição de nutrientes
do próprio local,
é removida e armazenada para uso no paisagismo do loteamento.
A conservação e restauração dessas áreas verdes previnem a ocorrência de
aquecimento do ar,
pois
a maior parte da luz do sol na região, de aproximadamente 400 cal /
cm2 por dia, é usada para evaporar a água através da transpiração das plantas. Nesse
processo, o calor incidente é transformado em calor latente, evit
ando a formação de “bolsões de
aquecimento” tão característicos de outras áreas urbanizadas onde não se considerou o
controle ambiental
(TAKAOKA
et al.
, 2005)
.
As imagens
seguintes
(Figura 22
)
são interpretações da Terradatum do Landsat 5
(12/set/88), solicitadas pela
FBDS
- Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
,
das diferentes situações da área do empreendimento. A primeira imagem mostra as áreas de
matas em cor verde, os pastos em cor creme, e aquelas destinadas à agricultura em preto.
A
segunda imagem mostra as áreas que serão reflorestadas em rosa e a implantação dos
Gênesis I e II
em cinza
.
Figura 2
2 –
Análise d
o Gênesis I e II.
Área de pastagem
em creme
(antes de 2004).
Área
de reflorestamento em rosa
e área de
á
rea de implantação do
Gênesi
s
em cinza
(2004)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
92
Fonte: Takaoka, 2005.
No planejamento do Projeto Gênesis, medidas foram tomadas para evitar os impactos
ambientais negativos e para restaurar as características ambientais originais da Mata Atlântica
da região. As áreas de pastagem tiveram p
arte
dela
desmatada, e o resto da floresta
remanescente
teve suas características
originais
alteradas
devido à remoção de espécies mais
nobres de árvores.
5.3.1.
CERTIFICAÇÃO
ISO 14001
A implantação da ISO 14.001 no Projeto Gênesis se deu em julho de 2004, com o
desenvolvimento das seguintes
etapa
s
para
implantação
da certificação
:
a)
Identificação dos processos;
b) Identificação dos aspectos e impactos ambientais;
c)
Identificação da legislação ambiental;
d)
Definição da Política Ambiental;
e)
Estabelecimento dos objetivos, metas e indicadores;
g)
Treinamento, conscientização e
f) Desenvolvimento dos procedimentos;
competência;
h)
Realização de auditorias internas;
i)
Realização de ações corretivas, preventivas e de melhorias;
j)
Realização da
Pré
-
auditoria e Auditoria Final.
A identificação dos impactos ambientais e a definição da política ambiental nos mostram
o nível de preocupação do empreendimento com o meio ambiente.
Os principais problemas encontrados nas áreas urbanizadas, com impactos ambientais,
especialmente em extensas regiões metropolitanas tais como São Paulo e seus subúrbios, são
os seguintes:
a.
remoção da vegetação, com perda total da flora regional típica e,
consequentemente,
sua fauna;
b.
redução da permeabilidade do solo, com o aumento do fluxo de águas de chuva na
superfície, o que causa inundações nas áreas mais baixas quando ocorrem fortes chuvas, e
redução
na recarga de água subterrânea;
c.
produção de “ilhas de calor” provindas da energia solar, com aumento na temperat
ura,
o que causa calor desconfortável na população, e aumenta a demanda de energia devido à
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
93
necessidade de usar os sistemas de ar
-
condicionado;
d.
contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos pela poluição,
especialmente pelo esgoto urba
no, e, em muitos casos
, pelos efluentes industriais;
e.
contaminação dos recursos hídricos pelas águas de chuva, que, em seu curso, vêm
carregando diferentes tipos de resíduos e lixo;
f.
escassez de á
gua na superfície e sob o solo
, fazendo faltar o vo
lume necessário para
a recarga dos aqüíferos existentes;
g.
poluição do ar, causada pelos sistemas de transporte aéreos e terrestres, assim
como pelas fábricas e indústrias;
h.
poluição visual devido à urbanização, nem sempre com preocupação paisagística, e
proliferação de favelas;
i.
poluição sonora provinda do trânsito pesado e de buzinas de carros, assim como o
constante burburinho de áreas densamente habitadas.
No planejamento do Projeto Gênesis, medidas foram tomadas para evitar os impactos
ambien
tais negativos, e para restaurar as características ambientais originais da Mata Atlântica
da
região,
uma vez
que parte da área foi desmatada, e o resto da floresta remanescente mudou
devido à remoção de espécies mais nobres de árvores.
Partindo dos impactos ambientais que trouxeram conseqüências negativas para a área
de imp
la
ntação do Residencial Gênesis, i
dentificar
emos
, os aspectos ambientais e sociais que
tiveram uma atenção especial por parte dos empreendedores, para melhorar a qualidade do
ambiente.
5.3.2.
ASPECTOS AMBIENTAIS
a)
VEGETAÇÃO
As áreas ocupadas por formações de árvores foram preservadas, e desenvolveu-se um
projeto de plantio de espécies de árvores, com um número estimado de no mínimo 120
espécies por hectare, bem superior ao que a legislação estadual estipula
da
, que é um mínimo
de 80 espécies de árvores para as áreas incluídas neste projeto (resoluções SMA 21 e SMA
47). Este enriquecimento inclui espécies características das florestas originais da região
(
TAKAOKA
et al.
, 2005
).
As
árvores frutíferas também foram selecionadas para esse programa de plantio para
enriquecimento, para atrair a fauna, assim como espécies de árvores com propriedades
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
94
fitoterapêuticas para uso da população local no futuro.
Construíram
-
se passagens especiais para
animais, para locomoverem
-
se pelas matas, e
juntamente com tais corredores de biodiversidade, providenciou-se área tão grande quanto
possível visando à sobrevivência e reprodução da fauna relativa aos sistemas florestais. Esses
corredores também se conec
tam com os
fragmentos de floresta remanescentes.
Outro aspecto que merece destaque é a prioridade dada à formação de extensas áreas
de floresta natural ao invés dos muitos fragmentos isolados de verde que têm resultado das
diretrizes
governamentais em várias áreas de proteção ambiental. A biodiversidade da fauna é
a maior beneficiária, uma vez que as grandes extensões de terra são da mais alta importância
para as suas condições de vida, alimentação e procriação.
b)
FAUNA
Em relação à fauna, destacam-
se
medidas como os corredores de árvores frutíferas,
que irão atrair pássaros e outros animais capazes de conviver com o ser humano para fazê-
los
circular em áreas seguras; e a construção de
túneis
de dois metros de altura, para que a
floresta não seja interr
ompida com o arruamento e os animais não fiquem isolados.
c)
ÁGUA
O
empreendimento que terá uma demanda estimada de 1.328 m3/dia, foi realizado de
acordo com a disponibilidade dos recursos hídricos da região. Desse total, 426m3/dia vêm de
aqüífero
s subterrâneos e 902m3/dia provêm de um lago artificial que é abastecido pelas
nascentes locais. Tais fluxos não
influenciam
nos estoques médios de água disponíveis na
bacia de drenagem s
ubterrânea, onde o projeto foi
planejado.
A penetração de águas de chuva no solo, tanto nos campos como nas áreas florestais,
purifica a água que flui durante a estação de chuvas. Essa melhor qualidade de água é obtida
através de três mecanismos principais: a) ação mecânica do solo, que retém partículas através
de filtro direto; b) ação físico-química da argila do solo, que fixa substâncias em solução; e c)
ação biológica de microorganismos no solo, que destroem os microorganismos patogênicos, e
decompõem matéria orgânica.
A infiltração de água no solo causada por grandes áreas florestais, aumenta a recarga
dos aqüíferos subterrâneos, o que, por sua vez, mantém a reserva de água no subsolo ao
mesmo tempo em que evita inundações nas áreas mais baixas.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
95
Para maximizar o uso de recursos hídricos, planeja-se também a reutilização da água
efluente da usina de tratamento de esgoto. Para se conseguir isso e prevenir-se contra a
contaminação dos recursos hídricos, foi planejada uma usina de tratamento de esgoto. Após a
cloração, a água efluente pode ser reciclada para reutilização em várias atividades,
especialmente na irrigação de áreas gramadas e nas áreas florestais para prevenção de
incêndios que podem vir a ocorrer em anos com longos períodos de estiagem.
c)
AR, ATMOSFERA E ENERGIA
Outro benefício ambiental é o plantio de árvores em grandes extensões na área de
implantação do Gênesis I e II
,
atuando
com
o controlador
do efeito estufa
, devido à transferência
do dióxido de carbono da atmosfera para a biosfera onde ela se fixa. Nas áreas florestais (Mata
Atlântica), a fixação de CO2 é de aproximadamente 26-37 tons/ha/ano durante o período de
crescimento das plantas. Considerando toda a área a ser reflorestada e preservada, de mais ou
menos 250 ha, um estoque de aproximadamente 100.000 toneladas de CO2 será mantido a
longo prazo, incluindo os diferentes compartimentos dos sistemas florestais (matéria viva acima
do solo, matéria viva abaixo do solo, matéria orgânica morta sobre o solo e matéria orgânica
característica do solo).
Quanto à energia utilizada para ambientação de novos espaços, em vez da instalação
de ar-condicionado, a empresa procura priorizar a utilização de ventilação natural cruzada, que
é feita por meio de aberturas reguláveis nas construções, e de criação de mecanismos de
pro
teção à irradiação solar, como
brises soleis
e ant
eparos, vidros refletivos, entre outros.
5.3.3.
ASPECTOS SOCIAIS
Os principais aspectos sociais tratados no projeto Gênesis o: atender às
necessi
dades de moradia do
ser
h
umano
e conduzir atividades de pesquisa e de consultoria
junt
amente com universidades e ONGs. Essas ões v
isam
o aperfeiçoamento e replicação do
projeto; disseminando o conhecimento acumulado através da mídia acadêmica, técnica e
empresarial, com vistas à divulgação do projeto e a sua replicação; melhorando as
condições
ambientais e s
ociais;
promovendo
a educação ambiental no seio da comunidade, para
transformar em conquistas permanentes as ações pró-
ambien
tais e pró-sociais implementadas
pelos empreendedores e
ger
ando mais empregos e
riqueza na região.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
96
a)
LAZER
O loteamento apres
ent
a como diferencial uma estrutura de lazer para atender aos
anseios do público-
alvo
e um ponto de confraternização dos moradores
.
Os equipamentos
urbanos que foram implantados para os proprietários são: trilhas na mata, lago com 38 mil
metros quadrados, quadra poliesportiva, quadra de tênis, um health club ou espaço para saúde
e entretenimento, salão social para a realização de festas e eventos, piscinas s
emi
-olímpica e
infantil
,
home theater, loja de conveniência e um business office, salas de reunião de trabalho
para us
o dos moradores
.
O
centro de lazer
é
equipamento com rampas e faixas de sinalização
para pessoas com
dificuldade de locomoção.
b)
COMUNIDADE
Foi criada uma associação dos proprietários e moradores dos Gênesis I e II, com regras
comunitá
rias que estabelecem critérios para o uso e ocupação do solo, para a manutenção e
segurança das áreas comuns e da infra-estrutura dos loteamentos, dando condições para a
preservação do meio ambiente, ao seu redor, de forma sustentável e evitando invasões e a
ocupação sem planejamento desse ecossistema.
c)
EDUCAÇÃO
Em termos de educação, a
construtora
Takaoka
incentiva e auxilia financeiramente seus
funcionários em programas de treinamento e capacitação profissional em todos os níveis
hierárquicos e de formação escolar. A empresa tem buscado, de modo contínuo, solidificar
equipes de trabalho multidisciplinares compostas por profissionais de alta qualificação, fato que
demanda um processo contínuo de melhoria de seu quadro de funcionários.
No âmbito interno, foi reforçada pela construtora, via realização de eventos e palestras,
a disseminação de nossos códigos de ética, integridade, governança corporativa e gestão de
riscos.
Para manter o trabalho de preservação ambiental, a Takaoka criou programas de
ensino, desenvolvidos por meio de cursos, palestras e visitas monitoradas com alunos de
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
97
escolas da região, a fim de envolver e educar a comunidade local, inclusive no que diz respeito
à proteção do meio ambiente.
5.3.4.
CONCLUSÃO
DA ANÁLISE DO GÊNESIS
Este projeto brasileiro foi planejado numa área com problemas ambientais devido às
antigas
áreas de pastagem, trazendo uma ausência de preservação dos recursos naturais do
local
e necessitando uma atenção especial para a questão do desmatamento que se o for
sanado,
proporciona
outros problemas ambientais, como a erosão do solo, poluição
atmosférica, elevação da temperatura
local
, extinção de algumas espécies
dentre outros.
A implantação da certificação ISO 14001 no Gênesis, parte de um panorama ambiental
alterado anteriormente com o desmatamento, tendo alguns impactos ambientais a serem
compensados em relação às conseqüências da deterioração ambiental pré-
estabelecida
; perda
da vegetação e da fauna, redução da permeabilidade, contaminação dos recursos hídricos e
su
a escassez, e outros que serão provocados com a implantação do empreendimento; como a
poluição do ar causada pelo sistema de transportes, poluição visual devido à urbanização e
poluição sonora provinda do trânsito e dos moradores.
Quando analisamos as ações compensatórias que a Takaoka propôs para o
recebimento da certificação ISO 14001, verifica-se uma preocupação em solucionar os
problemas causados com o desmatamento. A recuperação da vegetação nativa está presente,
de maneira marcante, desde a idealização do projeto; pois a meta principal foi revitalizar toda
a
área de pasto com o reflorestamento
.
Os impactos ambientais descritos na ISO 14001 relacionados à implantação do
loteamento (1064 residências, áreas comunitárias e esportivas e o seu sistema viári
o),
tiveram
como compensatória o desenvolvimento de uma infra-estrutura; tratamento e reuso do esgoto,
tratamento da água, reciclagem do lixo
, transporte público
, iluminação das vias e áreas de lazer,
mas
não temos compensatórias relacionadas à poluição do ar causada pelos veículos, à
poluição visual causada pela urbanização da área e à impermeabilização do solo com
su
as
edificações.
Apesar
da certificação ambiental ISO 14001 não ser o método ideal de avaliar a
qualidade ambiental de um projeto urbano, o
nesis
incorporou
várias diretrizes de
desenvolvimento sustentável, buscando o equilíbrio ambiental e social, conscientizando
a
comunidade da importância de construir um projeto urbano em harmonia com o ambiente
natural
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
98
Considerando que:
1. O
seu
dimensio
namento foi feito de acordo com os recursos hídricos da região;
2. O
s lotes ocupam apenas 15,9% da área total;
3.
73,4% da área
foi
destinada à preservação ambiental de matas e animais, com uma
área final de floresta 24,8% maior do que a inicial;
4. T
od
a a área a ser reflorestada e preservada ocupa 250 hectares proporcionando um
estoque de aproximadamente 100.000 toneladas de CO2 que será mantido à longo prazo,
incluindo os diferentes compartimentos dos sistemas florestais;
5.
Foi elaborada uma associação de moradores com regras comunitárias que dão
condições para a preservação do meio ambiente d
e forma sustentável;
6.
Mais empregos e riquezas foram gerado
s
na região, o Gênesis é um exemplo de
projeto urbano com proposta de planejamento urbano com princípios sustentáveis ambientais e
sociais, contribuindo para a melhoria das condições sócio
-
ambientais
.
5.4. S
Í
NTE
SE DAS EXPERIÊNCIAS APRESENTADAS
As três experiências de projetos com qualidade ambiental possuem características
próprias, que precisam ser avaliadas no momento que seu planejamento e projetos foram
desenvolvido
s, para que as ações sustentáveis propostas sejam coerentes com a realidade do
local.
O Village Homes é um projeto americano com preocupações ecológicas que surgiu após
a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo no ano de 1972, como
resposta
ao
efeito da suburbanização nos EUA com subdivisões residenciais, zoneamento com
faixas comerciais e parques industriais e comerciais, isolados fisicamente, causando vários
impa
ctos ambientais, dentre eles: a dependência do automóvel, o aumento da poluição,
devastação de florestas e terras agrícolas, a concentração de pobreza nas áreas centrais e
altos custos de urbanização. Além disso, causando também o enfraquecimento do espíri
to
comunitário.
Nesta pesquisa, a análise do Village Homes é mostrar os princípios de sustentabilidade
sócio
-ambiental incorporados por Howard, de acordo com o panorama político sócio-
econômico
da década de 70, ao planejamento do condomínio, mesmo não possuindo ferramentas de
avaliação da qualidade ambiental urbana como temos hoje.
Na análise do HammarbySjostad, percebe-se que o objetivo do planejamento urbano é
sanar os efeitos de degradação ambiental causadas anteriormente pelo uso industrial com
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
99
tecnolo
gias sustentáveis. Os recursos ambientais do local foram degradados, e agora, o
importante é dimensionar o bairro, de acordo com as leis e normas ambientais, assim como as
taxas de ocupação e índice de aproveitamento, promover uma infra-estrutura adequada e
oferecer qualidade ambiental aos moradores.
O residencial Gênesis planejado numa área de desmatamento devido às antigas áreas
de pastagem, pode ser
comparado ao HammarbySjostad, que é um bairro planejado numa área
degradada pela indústria. Ambos m seu planejamento urbano desenvolvido numa área com
degradação ambiental e o mesmo objetivo; recuperar os recursos naturais do local e oferecer
qualidade de vida aos moradores.
Com a análise destes três projetos urbanos, percebe-se a necessidade de seguir
a
lgumas diret
rizes de projeto
para obter
um planejamento urbano sustentável:
a. Escolha do local (coleta das informações para planejamento) e estudos de
implantação;
b. Avaliação do meio físico clima, relevo, topografia, ventilação e insolação, índice
pl
uviométrico;
c. Avaliação dos aspectos sociais e ambientais relacionados ao uso de matérias-
primas
(energia e água), emissão de poluentes, geração de resíduos e reutilização, reciclagem e
disposição final, utilização de transporte alternativo, reuso da água residual, utilização da água
pluvial, entre outros.
d. Política ambiental e exigências legais do local;
e
.
Integração ao local e à paisagem: geografia local; identificação dos ecossistemas que
serão afetados; reconhecimento e adequação à história local
.
f. Critério de avaliação da qualidade ambiental urbana, conforme a listagem de
parâmetros estabelecidos no capítulo 4.
Durante a análise dos projetos urbanos (Village Homes, Hammarby Sjostad e Gênesis
)
não foi possível obter todas as informações referentes às diretrizes citadas acima, mas
foram
analisadas
di
versas
ações sustentáveis
em
cada projeto,
que
evidenciaram
a necessidade
de
estudar
a realidade do local
para
proporcionar uma qualidade sócio
-
ambiental.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
100
CAPÍTULO
6
.
ESTUDO DE CASO
-
RIVIERA DE SÃO
LOURENÇO
Neste capítulo
se
rão
avaliados
o cumprimento das leis e normas ambientais do local, a
qualidade sócio-
ambiental
do Complexo
Urbano
Riviera
de São Lourenço à luz dos parâmetros
estabelecidos
no capítulo 4 e
a
certificação ISO 14001 (ISO 14001, 19
95)
recebida pelo
empreendimento
.
A escolha do Riviera de São Lourenço como estudo de caso, surgiu com a preocupação
em avaliar a eficiência da certificação ISO 14001, como método de avaliação da qualidade
ambiental urbana
no Brasil
.
O E
stado de São Paul
o possui uma zona costeira formada pelo
:
a.
Litoral Sul
Ig
uape, Ilha Comprida e Cananéia;
b.
Baixada Santista
– Bertioga, Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Mongaguá,
Itanhaém e Peruíbe e
c.
Litoral Norte
Ubatuba, Caraguatatuba, São
Sebastião
e Ilha Bela
.
O Complexo
Rivie
ra de São Lourenço (Figura 23) está localizado na Região
Metropolitana da Baixada Santista, no município de Bertioga
,
litoral do Estado de São Paulo e
ocupa
toda a enseada de São Lourenço - 4,5 km de praia. Tem como limitadores o Morro da
Enseada e o
Morro de São Lourenço
.
A implantação do Complexo Riviera de São Lourenço iniciou em 1980 em uma área de
nove milhões de m
2
sendo 2,6 milhões de área verde preservada
,
projetado pelos arquitetos
Oswaldo Correa Gonçalves e Benno Perelmutter e executado pela construtora Sobloco.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
101
Figura 2
3
. Mapa de localização da Riviera de São Lourenço.
Fonte:
Elaborada pe
la autora a partir de imagens do
G
oogle
Earth, 2008
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
102
6
.1
. C
AR
ACTERIZAÇÃO
A partir de uma
escala
regional, iremos
analisar
as características predominantes da
Região Metropolitana da Baixada Santista que irão prevalecer sobre o Município de Bertioga e,
pontualmente,
sobre
a área
de estudo;
a Riviera de São Lourenço.
6.1
.1.
ANÁLISE
REGIONAL
-
BAIXADA SANTISTA
A Região Metropolitana da Baixada Sant
ista
está localizada em uma pequena faixa da
planície litorânea, delimitada fisicamente pela Serra do Mar e pelo Oceano Atlântico, o que lhe
proporciona um formato alongado (Figura 2
4
).
Figura 2
4
. Mapa da Região Metropolitana da Baixada Santista
Fonte:
Instituto Geográfico e Cartográfico, 2007
.
A Baixada Santista é formada por nove municípios: P
eruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia
Grande, São Vicente, Santos, Cubatão, Guarujá e
Bertioga
, dispostos em um território de 2.373
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
103
km², com uma população de 1.625.115 habitantes
de acordo com o censo demográfico de 2000
(
BRASIL, 2001
), quase totalmente urbana
(99,60%)
, representando 4,1% do total estadual.
a)
HISTÓRICO
A cidade de São Paulo teve sua primeira ligação com o litoral paulista, cidade de Santos,
com a construção da ferrovia São Paulo Railway, no final do Século XIX, favorecendo
economicamente toda a Baixada Santista. Inicialmente com a atividade portuária e comercial
ligada à cultura do ca e, posteriormente, com o complexo petroquímico e siderúrgico em
Cubatão. Esse processo, vinculado à melhoria dos meios de transporte, favoreceu a Baixada
Sant
ista em detrimento do restante do litoral. (AFONSO, 2005)
A partir da década de 1950, a zona costeira paulista sofreu um intenso processo de
parcelamento do solo e construção de segundas residências, associado à expansão da rede
rodoviária estadual. A planície litorânea próxima ao mar é urbanizada, transformando dunas e
Matas de Restinga em um contínuo urbano linear que se estende por quilômetros,
interrompendo por obstáculos geográficos como morros e manguezais (AFONSO, 2005)
A urbanização é incompatível com a manutenção da vegetação nativa, a cobertura
vegetal preexistente é completamente eliminada e os padrões de drenagem são alterados,
desconsiderando totalmente as condições ambientais do local e levando à transformação
radical da dinâmica natural e d
a paisagem (MACEDO, 1993).
Com a construção de novas vias de acesso ao litoral norte, como a rodovia Rio - Santos
em 1975, e conseqüentemente, a valorização das terras, facilitou a expansão turística para o
Município de Bertioga e ocorre um desenvolvimento de áreas até então desconhecidas. Um
crescimento do número de loteamentos proporcionou um aumento da população e uma
retalhação da vegetação natural.
No período de 1977 a 1986, destacam-se, além da evolução da ocupação, a dinâmica
das características naturais, tais como o desenvolvimento da vegetação secundária que ocupa
as áreas desmatadas e a modificação de certos usos. (ROSA, 1999)
b)
ECOSSISTEMAS
As múltiplas características da topografia e solo associadas às condições
meteorológicas resultam em formas de vida raras em termos da fauna e flora na Baixada
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
104
Santista.
Podemos verificar a presença de seis ecossistemas:
as
matas de encosta,
as
restingas,
o
estuário,
os
manguezais,
os
cordões de areia e
os
cordões rochosos.
As matas de encosta representam as matas da Serra do Mar, fazendo parte da Mata
Atlântica. Possui uma vegetação exuberante, com uma grande diversidade de plantas, com
condições favoráveis de umidade e iluminação, propiciando o desenvolvimento de árvores
copadas e de vegetação baixa. Destacam-se as canelas, os cedros, as figueiras, as
quaresmeiras
, os ipês,
as palmeiras e os palmitei
ros.
Essa mata abriga uma grande variedade de vertebrados típicos da Floresta Atlântica
como os primatas: mono-
carvoeir
o,
guariba e o macaco-
prego
.
O rato-
de
-
taqu
ara é uma
espécie frequente e pássaros como o tucano-
de
-bico preto
,
araçari
-
banana,
gavião
-
rea
l
,
o
gavião
-
pega
-
macaco
e o jacutinga
.
Entre os anfíbios o sapo de chifre e a perereca-
verde
-
arborícola
são espécies comuns.
A restinga
constitui
-se da faixa de areia depositada paralelamente ao litoral, e também
conhecida como
jundu
. A vegetação padrão apresenta espécies de porte arbustivo-
arbóreo,
sendo algumas
,
comestíveis. O solo é arenoso, pobre em argila e matéria orgânica.
Atualmente,
e
ncontra
-
se praticament
e ocupada pelo avanço da expansão urbana
.
É marcante a presença de grande variedade de bromélias
.
A restinga desempenha
importante papel na sobrevivência de muitas espécies de aves e mamíferos, muitos são
endêmicos como os pássaros saíra marrom e o sangue
-
de
-
boi
e o rato
-
de
-
espinho.
O estuário é a desembocadura larga e funda de um rio no litoral, ficando sujeita aos
efeitos da maré, e correspondendo a um vale submerso. São geralmente utilizados para
instalações portuárias.
Os manguezais
se
estende
m por todo o complexo es
tuári
o e ao longo dos cursos de
água, até onde se faz sentir o fluxo do mar, sob influência das marés. Constituem um
ecossistema complexo e dinâmico, com tendências para o aterramento e o assoreamento ao
longo do tempo.
A vegetação é densa, c
om espécies que suportam a umidade e a salinidade do
solo. A fauna associada é composta de caranguejos, siris e camarões, além de algumas
espécies
de peixes, moluscos e larvares.
Os cordões de areia são as praias arenosas expostas, desprovidas de vegetação e
os
cordões rochosos são os trechos de praias sem areia, mas com rochas. Além das aves que
vivem na costa paulista, muitas espécies migratórias, principalmente os pássaros marinhos,
como
o albatroz, habitam a região litorânea. Acredita-se que na orla marítima ocorram 66
espécies de aves
.
(
CARMO
, 2004
)
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
105
c)
RECURSOS HÍDRICOS
A Baixada Santista possui uma importante fonte de recursos hídricos; a Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista. L
ocalizada
a sudeste do Estado de São Paulo, entre as
coordenadas 23
o
30’
e 24
o
26’ latitude sul e 45
o
10’ e 47
o
04’ longitude oeste, ao longo do litoral,
numa extensão aproximada de 160 km. Os municípios integrantes são: Bertioga, Cubatão,
Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Sua área de
dr
enagem é de 2.788,82 km², compreendendo a região do estuário de Santos, São Vicente e
Cubatão, as bacias do litoral norte em Bertioga, e as do litoral sul e centro-sul em Peruíbe,
Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande. Suas nascentes encontram-se na vertente marítima da
Serra do Mar e, após vencer desníveis de até 1.100 m, conformam planícies flúvio-
marinhas,
drenam manguezais e desaguam no oceano ou canais estuarinos.
(CARMO
, 2004)
A região apresenta largas formações vegetais halófilas - manguezais, assentadas sobre
intrincada rede de drenagem. Sua composição geomorfológica é identificada por duas grandes
unidades morfológicas: escarpas da Serra do Mar e Planície Litorânea ou Costeira. Apresenta
ainda, duas importantes ilhas: a de São Vicente e a de Santo Amaro, estreitamente ligadas ao
continente.
São seus cursos d’água principais: Rios Cubatão, Mogi e Quilombo ao centro; Rios
Itapanhaú, Itatinga e Guaratuba com seus mangues preservados ao norte, e Rios Branco ou
Boturoca e Itanhaém, ao sul.
O litoral da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista possui os maiores sistemas de
manguezais distribuídos ao longo dos inúmeros canais e rios, especialmente na área do
estuário de Santos
, no Rio Itapanhaú e no Canal de Bertioga.
6.1
.2.
ANÁLISE
URBANA
-
MUNICÍPIO DE BERTIOGA
O
município de Bertioga (F
igura
25), recentemente emancipado ano de 1991
,
é um
dos municípios com maior taxa de crescimento nos últimos dez anos no estado, em função
principalmente da migração. No ano de 2000, com 30.9
03
habitantes (BRASIL, 2001
),
apre
sentou taxa de crescimento de 11,36% ao ano entre 1991 e 2000, 9,49% entre 1980 e
1991, contra 2% ao ano na década de1970.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
106
Figura 2
5
. Foto
Aérea
do Município de Bertioga.
Fonte: G
oogle
Earth
, 2008
Bertioga possui uma extensão territorial de 482 km², sendo que 85% desta área está
legalmente instituída como Área de Prese
rvação Ambiental. Encontra
-
se incorporada ao Parque
Estadual da Serra Mar uma área de 222,16 km², portanto, aproximadamente 46% da área total.
Conta com sete praias, Enseada, Vista Linda, Indaiá, São Lourenço, Itaguaré,
Guaratuba e Boracéia, que se estendem por 36 km e estão separadas por três morros.
Localiza
-se na linha periférica da R
egião
Metropolitana da B
aixada
S
antista
, ao longo do
Oceano Atlântico e do Canal de Bertioga.
Bertioga faz divisa com os municípios de Santos, Mogi das Cruzes, Biritiba-
Mi
rim,
Salesópolis e São Sebastião, com acesso pelas rodovias Rio-Santos, Mogi-Bertioga ou através
de ferry
-
boat que liga este município ao Guarujá.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
107
É um município rico em cursos de água e vegetação, com remanescentes significativos
de Mata Atlântica, Mangue e Mata de Restinga e apresenta fortes restrições ambientais à
ocupação urbana, de acordo com o Código Florestal (BRASIL, 1965) e demais
leis
ambientais,
que asseguram a preservação dos ecossistemas; como as unidades de conservação, o
gerenciamento costeir
o, o uso e ocupação do solo e o próprio Plano Diretor.
No Município de Bertioga existem três bacias de pequenos rios: Itapanhaú, Itapuré e
Guaratuba. Eles são formados nos esporões da Serra do Mar, espalhando suas águas ainda
limpas por terras baixas, desembocando suavemente no Atlântico. A região pode ser dividida
em três partes: uma quase ao nível do mar, onde está concentrado o desenvolvimento urbano e
onde vive praticamente toda a população local. Em seguida, existe a cota 100, terras 100
metros acima d
o nível do mar, formadas por matas e capoeiras, com cobertura vegetal natural e
reflorestamento. Mais acima está a Serra do Mar, com altitude chegando a 500 metros acima do
mar. Essa região ainda é inexplorada, representando, além de tudo, uma grande Reser
va
F
lorestal
(Figura 2
6).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
108
Figura 2
6
. Mapa topográfico de Bertioga
Ano de 1971
.
Fonte:
Insti
tuto de Geociências
USP, 1971
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
109
6.1.3. ANÁLISE LO
CAL
-
ENSEADA DE SÃO LOURENÇO
Em 1979, temos o início do projeto de urbanização de uma área de nove milhões de m2
ocupando toda a Enseada de São Lourenço até as margens da rodovia Rio Santos com o
empreendimento imobiliário Riviera de São Lourenço, projetado pelos arquitetos Oswaldo
Correa Gonçalves e Benno Perelmutter e executado pela construtora Sobloco.
Em 1986, a área apresenta todo um traçado de ruas, avenidas, canais e praças
paralelas e horizontais à praia, ocupando quase que a totalidade da enseada de São Lourenço
e, na orla da praia, apenas as extremidades sul e norte não apresenta a urbanização. A estação
de tratamento de água e algum comércio estavam implantados, assim como poucas
construções habitacionais concentradas mais na parte centr
o-
sul da praia. (CASELLA, 2004)
Em 1995, o sistema viário estava concluído (Figura 27). Ele é formado por uma
avenida principal, com duas vias, perpendicular à orla marítima que liga a rodovia Rio Santos
ao empreendimento, duas avenidas extensas e planas, que se estendem perpendicularmente à
linha da praia e ruas radiais que se entrecruzam e confluem para as avenidas.
Figura 27. Sistema viário da Riviera.
Fonte: Sobloco S/A, 2005
As ruas radiais não fazem ligação de uma avenida à outra, mas adentram os módulos,
possuindo traçado sinuoso e finalizando no denominado “cul de sac”; uma espécie de bolsão
em círculo ou rua sem saída.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
110
Este sistema viário permite que o fluxo intenso de veículos seja minimizado nas ruelas
que dão acesso aos módulos residenciais, oferecendo tranqüilidade aos pedestres e aos
moradores.
O empreendimento é dividido em 33 módulos (Figura
28
), sendo que cada módulo
contém a divisão de lotes particulares e o zoneamento urbano se divide em 3 zonas: turística,
residencial e mista.
A zona turística abrange os módulos de 1 a 9, mais próximos do cordão litorâneo, a zona
residenci
al abrange os módulos de 10 à 22 e a zona mista os módulos de 23 à 33.
Figura
28
. Configuração dos módulos da Riviera
e o módulo 28 ampliado
.
Fonte: Sobloco S/A, 2005
A Riviera de São Lourenço é um empreendimento voltado para a classe média e
alta,
devido ao
custo
elevado
do metro quadro dos lotes. Foi planejado com a intenção de satisfazer
os turistas economicamente mais favorecidos e reproduz
as
características de um ambiente
construído
, sem nenhuma identidade com Bertioga.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
111
6.2
. PROBLEMATIZAÇÃO
Os ecossistemas costeiros são áreas frágeis e com uma enorme concentração de
biodiversidade.
Com o crescimento dos centros urbanos da Baixada Santista, e também, com o
recente desenvolvimento dos municípios menores, os ecossistemas costeiros têm estado cada
vez mais ameaçados, devido às pressões humanas.
Toda esta região é alvo da especulação imobiliária para a construção de condomínios
residenciais de alto padrão para casas de veraneio, apesar da inexistência de amparo legal
para tais empreendimentos, seja em razão da proteção conferida pelo Código Florestal, seja
pelas normas específicas de proteção às Áreas de Prese
rvação Permanente.
6.2
.1. ANÁLISE REGIONAL
BAIXADA SANTISTA
a)
DEGRADAÇÃO DOS MANGUES
Os manguezais estão sujeitos à degradação progressiva devido a vários tipos de ações,
tais como, contaminação por produtos químicos, especialmente petróleo e derivados, resíduos
domiciliares, desmatamentos, represamentos, lançamento de esgotos, canalizações, mudanças
no fluxo de água ou no sistema de escoamento das águas e aterramentos para implantação de
habitações ou áreas industriais.
As áreas razoavelmente preservadas até 1962 apresentam atualmente um grau de
deterioração bastante avançado, principalmente no entorno do Estuário de Santos/São Vicente
e na bacia do Itapanhaú/Canal de Bertioga, nos Municípios de Santos e Guarujá.
Embora
-
de acordo com
a Resolução CONAMA
nº 303 (BRASIL, 2002) e
o Plano Direto
de Bertioga (B
ERTIOGA
, 1998) - os Mangues pertençam a áreas de preservação permanente,
os mesmos vem sendo degradados por atividades poluidoras industriais e a implantação de
áreas urbanas, mediante extensos aterramentos, responsáveis pela desestruturação da sua
funcionalidade.
b) EROSÃO
A erosão é um processo geológico que atua continuamente na superfície do planeta e
caracteriza
-se pela remoção e pelo transporte de partículas de solo ou de rochas, sendo que a
água
é o principal agente erosivo. É um importante fenômeno na modelagem da paisagem
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
112
terrestre e na redistribuição de energia no interior da bacia hidrográfica, podendo ocorrer
naturalmente, ou desencadeado por fatores antrópicos. Mudanças significativas no
co
mportamento das condições naturais da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, causadas
por processos naturais ou atividades antrópicas, geraram alterações, efeitos e/ou impactos nos
seus fluxos energéticos, desencadeando desequilíbrios ambientais e, portanto, a degradação
da paisagem
. (COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFCIA DA BAIXADA SANTISTA, 1995).
b)
ÁREAS ASSOREADAS
Os processos de assoreamento estão intimamente associados aos erosivos que atuam
nas encostas e nos vales. Correspondem a fenômenos de deposição acentuada de sedimentos
em meio aquoso ou aéreo, ocorrendo quando a energia do agente transportador é suplantada
pela energia do agente gravitacional, ou quando há condições favoráveis à deposição de
partículas sólidas. Em regiões costeiras os processos de assoreamento são naturalmente muito
intensos, pois o oceano constitui o menor nível de base regional. Na Baixada Santista, devido à
presença de um grande estuário e de estuários menores, pode-se prever que esses processos
sejam muito significativos. (COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFCIA DA BAIXADA SANTISTA,
1995).
d) ÁREAS SUSCETÍVEIS A INUNDAÇÕES
No sopé da serra, as calhas dos rios Cubatão e Mogi passam a escoar sobre leitos com
declividades reduzidas, atingindo valores mínimos nas desembocaduras ou nos estuários,
sujeitando
-se aos meandramentos e extravazamentos, estes últimos agravados pela ação das
marés. Precipitações intensas e grandes volumes de água associada à redução de velocidade
provocam grandes inundações na Baixada Santista.
e)
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
As fontes de poluição do ar localizadas no parque industrial de Cubatão aceleraram a
degradação da cobertura vegetal da Serra do Mar, afetando porção significativa da vegetação
de suas encostas. As áreas mais afetadas estão localizadas próximas à área do co
mplexo
industrial. Entre os poluentes que atacam a vegetação destacam-se os fluoretos gasosos,
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
113
dióxido de enxofre (S02), óxidos de nitrogênio (N02), amônia (NH3), hidrocarbonetos (HC) e
outros materiais particulados (poeiras).
No final de 1985, o alto grau de degradação da vegetação contribuiu para a ocorrência
de grande número de escorregamentos, deixando cicatrizes nas vertentes dos maciços mais
próximos à Cubatão
(
CARMO,
2004)
.
e)
SUB
-
HABITAÇÕES E FAVELAS
Os principais núcleos de habitações clandestinas, sem infra-estrutura, especialmente
com falta de condições sanitárias, são encontradas nas margens do Rio Boturoca, Rio Cubatão,
Ilha de São Vicente e Ilha de Santo Amaro. De acordo com o Código Florestal (BRASIL, 1965)
,
estas áreas são de preservação per
manente.
Além dos aspectos sociais, a precária infra-estrutura dessas ocupações (principalmente
de saneamento básico, tanto de água como de esgoto, sistema de drenagem e coleta de lixo)
produz também conseqüências ambientais envolvendo a destruição do ecossistema natural
original, particularmente de manguezais e de restingas e contribuindo para a poluição do
estuário.
6.2
.2. ANÁLISE URBANA
– MUNICÍPIO DE BERTIOGA
A degradação ambiental de Bertioga se concentra na faixa litorânea devido à alta
concentraç
ão demográfica e seus problemas de infra-estrutura e nas margens dos rios e de
morros, onde temos as habitações irregulares de famílias de baixa renda, que se transferem
para pontos menos valorizados.
Seus atrativos naturais motivaram a intensa especulação imobiliária, ampliação da
indústria da construção civil voltada para a produção de residências secundárias de veraneio, e
à ampliação do setor de serviços voltados para a população turística, principais atividades
econômicas do município. Estas dinâmicas geram o aprofundamento do problema habitacional
e urbano, com um número crescente de pessoas vivendo em favelas e assentamentos
precários, agravados pela inexistência de uma política de habitação e desenvolvimento urbano
nos últimos anos (COMARU, 2004).
O rápido crescimento do município não tem sido acompanhado pela oferta de infra-
estrutura adequada. O município apresenta graves problemas de saneamento ambiental, com
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
114
apenas 20% das residências com cobertura da rede de esgoto; e de transportes e mobilida
de
urbana, em função principalmente da fragmentação da malha viária.
Os loteamentos fechados e condomínios de residências secundárias têm sido apontados
como um dos principais desafios para as políticas urbanas. Vistos como uma das mais
importantes atividades econômicas locais por causa da sua capacidade de geração de
empregos, a construção civil e imobiliária voltadas para este tipo de empreendimento é também
responsável pelo isolamento e privatização de grandes áreas do município, por consistirem em
área
s de acesso restrito, que interrompem o sistema de circulação (ROSA, 1999).
Este desenvolvimento urbano baseado na implantação de condomínios e loteamentos
residenciais fechados de uso ocasional produziu dois terços dos domicílios do município. A
população
flutuante chega ser quatro vezes a população fixa em períodos de alta temporada no
verão. Moradores identificam a construção civil como principal atrativo da intensa migração de
população de baixa renda, que habitam as favelas do município. O surgimento d
e novas favelas
e seu crescimento coincide com a construção dos condomínios, a partir do final da década de
1970. Apesar de não possuir dados precisos, estima-se que cerca de sete mil pessoas (22,5%
da população total) habitem as 15 favelas do município. A favela Indaiá, a segunda maior de
todas, com 430 domicílios em 2002, surgiu logo após o início das obras para a construção do
Complexo Rivi
era de São Lourenço. (ROSA, 1999).
6.2
.3
. ANÁLISE
LOCAL
RIVIERA
A enseada de São Lourenço apresentou uma modificação brusca no uso e ocupação do
solo na década de 80. O que se via, anteriormente, era um enorme tapete de vegetação nativa;
Mata de Restinga e Mata Atlântica, cobrindo toda a planície litorânea e onde eram facilmente
perceptíveis os cordões litorâneos e,
atualmente
, temos o desmatamento da paisagem natural e
os severos impactos ambientais (Figura
29
).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
115
Figura
29
. Fotos aéreas da Enseada de São Lourenço de 1973 e 1994
Fonte: Base Ae
r
ofotogrametria e Projetos S/A.
De acordo com as informações obtidas na revista de geografia da USP sobre a
paisagem e a evolução do uso e ocupação do solo em Bertioga (ROSA, 1999), nota-se na
figura
30
uma ausência de loteamentos e de população na Enseada de São Lourenço, sendo
uma área coberta na sua maioria pela Restinga, Mata Atlântica e a Faixa Litorânea, e alguns
pontos isolados com os campos sujos e os campos antrópicos.
O campo sujo corresponde à unidade de vegetação caracterizada pela predominância
de gramíneas e herbáceas com arbustos e subarbustos espaçados entre si e
as
pastagens e/ou
campo antrópico compreendem as terras ocupadas por pastagens tipicamente cultivadas
(campo antrópico) efetivamente utilizadas em exploração animal.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
116
Figura
30
. Uso e Ocupação do Solo da Enseada de São Lourenço
-
Ano 1962
Fonte:
Rosa, 1999
Em 1995, o loteamento Riviera de São Lourenço apresenta o arruamento 100%
implantado, ocupando uma área da planície costeira, que inicialmente era composta de
restinga, uma vegetação litorânea que faz parte do Complexo Mata Atlântica e que por só se
desenvolver nas áreas planas das zonas costeiras foi fortemente devastada, restando poucas
áreas no litoral brasileiro com vegetação nativa, como se pode notar na fotografia aérea de
1994
(Figura 31)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
117
Figura
31
. Uso e Ocupação do Solo da Enseada de São Lourenço
Ano1994
Fonte: Rosa, 1999.
Na Riviera, o traçado elaborado ocupa grande parta da mata original, com pretensões de
futuramente ocupar o restante (Figura
31
). A parte que foi realmente protegida é mínima,
representa
ndo 30% do que inicialmente existia e se localiza entre as zonas residenciais,
construídas e não construídas que estão sendo comercializadas.
A maior crítica feita ao projeto é que, à medida que novas áreas vão sendo urbanizadas,
a vegetação nativa vai dando lugar a novas construções e os ecossistemas pré-existentes são
muito pouco valorizados no projeto. A própria praia, com coqueiros plantados em toda a sua
orla, tem suas características originais praticamente destruídas, em função da imagem da praia
id
ealizada (MACEDO, 1993).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
118
6.3
.
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DA RIVIERA A PARTIR DAS
EXIGÊNCIAS
LEGAIS
.
Neste item trataremos das exigências legais que deve
ria
m ser cumpridas na
implantação da
Riviera de São Lourenço, para aprofundar a avaliação da sua qualidade sócio-
ambiental
:
a Certificação ISO 14001 (ISO 14001, 1995), que norteou todo o planejamento
urbano
do empreendimento
, as leis e normas ambientais federais e o plano diretor do município
do Bertioga
.
6.3
.1.
CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
ISO 14001
Em dezembro
de 2001, a Sobloco Construtora S/A recebe a certificação ISO 14001 para
o empreendimento Riviera de São Lourenço. O certificado foi expedido pelo órgão certificador
ABS Quality Evaluations
, empresa americana, líder global em auditoria de gestão e certific
ação
,
tornando a Riviera o primeiro projeto de desenvolvimento urbano a receber este
reconhecimento
no Brasil
.
O plano de objetivo e meta elaborado pela construtora é utilizado para prevenir e reduzir
os impactos ambientais dos processos, produtos e serviços, principalmente em relação ao
tratamento de resíduos sólidos, efluentes líquidos e do processo de uso e ocupação do solo,
proporcionando uma melhoria contínua do meio ambiente.
O requisito básico para a Riviera de São Lourenço obter a Certificação ISO 14001 foi
implantação e manutenção de um Sistema de Gestão Ambiental; conjunto de medidas e
procedimentos elaborados e aplicados que
ir
ão colaborar na redução e controle dos impactos
que o empreendimento venha causar sobre o ambiente, conforme os itens esp
ecificados
abaixo:
a
)
POLÍTICA AMBIENTAL
A construtora Sobloco definiu uma política ambiental e assegurou seu compromisso com
ela, de forma que fosse apropriada à natureza,
defini
ndo
os impactos ambientais de suas
atividades; incluindo o comprometimento com a melhoria contínua e a prevenção da poluição;
incluindo
o comprometimento com o atendimento da legislação e normas ambientais aplicáveis
;
documentando e disponibilizando ao blico
interessado,
avalia
ndo o desempenho ambiental e
realiza
ndo
auditorias
periódicas.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
119
b
)
PLANEJAMENTO
A Construtora formulou um plano que satisfizesse as políticas ambientais descritas
acima, da seguinte maneira:
1
.
IDENTIFICANDO OS ASPECTOS AMBIENTAIS
O aspecto ambiental é o elemento das atividades, produtos e/ou serviços de u
ma
organização que possam interagir com o meio ambiente
(ISO 14001, 1995).
Foram identificados 11 aspectos ambientais decorrentes da execução e instalação do
Condomínio na Mata Atlântica que pudessem ser controlados e influenciados: remoção da
vegetação,
remoção de solo, formação de cortes, geração de ruídos, geração de vibrações,
geração de poeira, emissão de gases, geração de resíduos sólidos, geração de resíduos
líquidos (efluentes sanitários), impermeabilização do solo e circulação de veículos de maior
porte.
2.
IDENTIFICANDO OS IMPACTOS AMBIENTAIS
O impacto ambiental é definido na Cláusula 3.3 da ISO 14001 como qualquer mudança
no meio ambiente, seja adversa ou benéfica, total ou parcialmente resultante das atividades,
produtos ou serviços da organiza
ção
.
Foram identificados 11 impactos ambientais significativos relacionados aos aspectos
ambientais: perda de hábitat para a fauna, aceleração do processo erosivo acarretando perda
de solo, que pode causar o maior aporte de sedimentos a cursos de água e descalçamento de
outras formas de uso e ocupação. O maior aporte de sedimentos a cursos de água pode causar
o turvamento da água e o assoreamento do canal, o que pode favorecer a ocorrência de
inundações a jusante do empreendimento, cujas conseqüências vão depender do tipo de
ocupação atingida, aceleração do processo de escorregamento, cujas conseqüências vão
depender do tipo de ocupação existente na crista de taludes e a vazante da maré do local
,
aumento de ruído, aumento de vibrações, aumento de quantidade de partículas sólidas em
suspensão na atmosfera, aumento de partículas gasosas na atmosfera, a disposição da
geração de resíduos sólidos de forma inadequada pode gerar a contaminação do solo e das
águas superficiais e subterrâneas, comprometendo-os para outros usos, e ser foco de vetores
de doenças infecto-contagiosas, a liberação de efluentes sanitários sem tratamento acarreta a
contaminação das águas superficiais comprometendo-as para outros usos, a redução da
quantidade de água que infiltra no solo e
alimenta o nível de água subterrânea, podendo causar
seu rebaixamento, o que prejudicaria captações de água subterrânea e o desenvolvimento de
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
120
coberturas vegetais de maior porte que utilizam essa água e o aumento do número de veículos
circulando na região, cujas conseqüências (congestionamento, maior consumo de energia não-
renovável, acidentes de trânsito com perdas materiais, ferimentos ou óbitos) vão depender de
situações específicas.
3.
ESTABELECENDO PROCEDIMENTO PARA CUMPRIR AS EXIGÊNCIAS LEGAIS
E A TODOS OS REQUISITOS QUE SE APLICASSEM AOS ASPECTOS AMBIENTAIS DAS
ATIVIDADES
:
L
icenciamento ambiental
,
unidades de conservação, zoneamento costeiro,
parcelamento
e uso e ocupação do solo
,
proteção da água
,
proteção da vegetação
,
crimes ambientais
,
abastecime
nto de água
,
acústica
,
água pluvial
,
aterro
,
bueiro
,
código de obras
,
coletor solar
,
fossa séptica
,
Plano Diretor
,
solo
e
urbanismo.
4
.
ESTABELECENDO METAS E OBJETIVOS AMBIENTAIS DOCUMENTADAS,
CONSIDERANDO OS REQUISITOS LEGAIS
:
Reduzir
a energia utilizada nas residências, reduzir a água utilizada nas residências,
reduzir as superfícies expostas à erosão e aumentar a quantidade de árvores no
empreendimento.
5.
CRIANDO SEU PRÓPRIO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA):
Gestão de conservação de energia, gestão de conservação de água, gestão de
conservação de erosão, gestão de conservação da cobertura vegetal, gestão de avaliação pós-
ocupação, gestão de resíduos sólidos e gestão da qualidade do ar.
Sistema de Gestão Ambiental é definido na ISO 14001 como é aquela parte do sistema
total de gestão ambiental que inclui a estrutura organizacional, as atividades de planejamento,
as responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver,
implementar, alcançar, proceder à avaliação crítica e m
anter as políticas ambientais
.
c
) IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
A construtora estabeleceu uma estrutura, sendo que as funções, as responsabilidades e
autoridades foram definidas, documentadas e comunicadas, a fim de facilitar uma gestão
ambien
tal eficaz. Foram estabelecidas atividades de treinamento para os funcionários
envolvidos na certificação, assim como, procedimentos para o controle de toda a documentação
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
121
e as atividades associadas aos aspectos ambientais e treinamento para identificar situações de
aciden
tes e emergências associados aos impactos ambientais.
d
) VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA
A construtora Sobloco estabeleceu procedimentos para monitorar e medir
periodicamente, as características principais de suas atividades que possam ter impactos
signific
ativos sobre o meio ambiente avaliando seu desempenho ambiental contra os objetivos e
alvos. Estabeleceu programas e procedimentos para auditorias periódicas do Sistema de
Gestão Ambiental.
e
) ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO
A administração da Riviera analisa periodicamente e criticamente o Sistema de Gestão
Ambiental, assegurando sua conveniência, adequação e eficácia contínua no desempenho
ambiental. Esta análise é
documentada.
A partir destes dados foi elaborado
o
quadro
12
dos requisitos sócio
-
ambi
entais exigidos
pela ISO 14001 para a construtora Sobloco receber a certificação.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
122
QUADRO 12
REQUISITOS SÓCIO
-
AMBIENTAIS DA ISO 14001 NA RIVIERA
ISO 14001 - RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
aspectos
categorias
sub-categorias
possibilidade de ação
ar/
1. evitar a geração de ruídos e vibrações
atmosfera
qualidade do ar 2. evitar a geração de poeira
energia
3. evitar e emissão de gases
4. reduzir a energia utilizada.
5. gestão e conservação de energia.
6. gestão da qualidade do ar.
1. evitar a remoção do solo
2. evitar a formação de cortes no terreno
3. evitar a impermeabilização do solo
solo
desertificação e erosão 4. reduzir as superfícies expostas à erosão
5. licenciamento ambiental
6. legislação de uso e ocupação do solo.
7. zoneamento costeiro
8. preservar as unidades de conservação
9. evitar a erosão do solo.
1. utilização do plano diretor.
urbanização e 2. projeto de urbanização
assentamentos
aspectos
ambientais
1. proteção da água
2. saneamento ambiental
água
água doce
3. abastecimento de água potável.
4. não desperdiçar água potável e pluvial.
5. reduzir o consumo de água potável.
6. gestão e conservação da água.
1. proteção da vegetação nativa.
2. evitar crimes ambientais.
ecossistemas e 3. aumentar a quantidade de árvores no
espécies-chaves empreendimento.
4. conservação do cobertura vegetal.
vegetação
1. critério na seleção de área de
novos empreendimentos.
florestas 2. não usar madeira de espécies
ameaçadas.
1. evitar a geração de resíduos sólidos
aspectos
2. reduzir a geração de efluentes sanitários
sociais
resíduos
gestão de resíduos
3. gestào de resíduos sólidos.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir
da ISO 14001,1995
(
VER ANEXO 2)
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
123
6.3
.2.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Analisando o contexto político ambiental
do
Munic
ípio de Bertioga em 19
79
, quando se
iniciou
a
execução
da Riviera, tínhamos
apenas
vigente a Lei
4771/1965 - Código Florestal
(BRASIL, 1965), referente à proteção da vegetaç
ão;
as demais exigências legais descritas para
cumprimento na implantação da ISO 14001, foram estabelecidas posteriormente, como a
Lei
6766/1979 de Parcelamento e Uso e Ocupação do S
olo
,
Lei
6938 de 1981 de L
icenciamento
A
mbiental
,
Lei
7661/1988 de Zoneamento C
osteiro,
Lei
9605/1998 de Crimes A
mbientais
,
Lei
315/1998
, o
Plano Diretor
e a
Lei
9985/2000 das
Unidades de C
onservação
.
O planejamento urbano do empreendimento, assim como os impactos ambientai
s
causados pela sua imp
lantação
antecede
m ao surgimento das leis ambientais descritas no
quadro 13 e um período de 20 anos entre o início d
a
execução
do Riviera e o recebimento
da certificação ISO 14001, no qual a preocupação com o ambiente natural se fortalece e a
legislação
ambiental brasileira amplia seus horizontes,
concretizando
leis específicas para a
proteção dos recursos naturais
. Isso nos mostra que
após
o processo de implantação do Riviera
algumas
medidas
compensatórias tiveram que ser desenvolvidas para atender as e
xigências
legais
solicitadas na ISO 14001.
De acordo com o Código Florestal, a
Restinga
é considerada uma vegetação de
preservação permanente. A diversidade de habitats faz desta vegetação um dos mais
complexos ecossistemas existentes no Brasil. Essa característica, que lhe confere especial
interesse e valor, é em parte responsável, por sua fragilidade e extrema suscetibilidade às
perturbações causadas pelo ser hu
mano
. Como podemos analisar, todo o empreendimento foi
realizado sobre área integralmente prese
rvad
a, com vegetação nativa
.
Assim sendo, o
empreendimento não poderia ser devidamente licenciado se está suprimindo toda esta
vegetação nativa.
Um estudo da CETESB realizado em 1998
(LAMPARELLI
et al., 1988) mostrou que de
toda a Restinga que originalmente ocupavam cerca de 413Km² da Baixada Santista, apenas
90Km² havia sobrado. Isto representa 22% de áreas remanescentes.
Na década de 80, a maioria das
ações
ambientais n
o
Município de
Bertioga
fo
ram
projetos de atuação pontual. No entanto, o envolvimento com as questões ambientais é um
fenômeno recente e tem sido influenciado pelas atuações estaduai
s,
como o Plano de
Gerenciamento Costeiro e o Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte. O processo de
elaboração dos Planos Diretores dos municípios também tem ampliado o leque de interlocução
entre as instituições municipais e estaduais
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
124
QUADRO 13
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA APLICADA À RIVIERA
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
aspectos
categorias
conteúdo
Lei nº 6938/1981
"Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Data da legislação: 31/08/1981.
licenciamento
Resolução CONAMA nº 001/1986
ambiental
"Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA" - Data da legislação: 23/01/1986.
Resolução CONAMA nº 237/1997
Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental da "Política
Nacional do Meio Ambiente" - Data da legislação: 22/12/1997.
Resolução CONAMA nº 303/2002
"Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de preservação
permanente" - Data da legislação: 20/03/2002.
Lei nº 10.257/2001
- Estatuto da Cidade de 10/07/2001.
Lei nº 7661/1988
zoneamento
"Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e dá outras
costeiro
providências". - Data da legislação: 16/05/1988.
Lei nº 9985/2000
unidades de
"Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
aspectos
conservação e dá outras providências" - Data da legislação: 18/07/2000
sócio-
ambientais
parcelamento
Lei nº 6766/1979
e uso e
"Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e outras Providências"
ocupação
Data da legislação: 19/12/1979.
do solo
Lei nº 24.643/1934
água "Código das águas" - Data da legislação: 10/07/1934
Lei Nº 5318/1967
saneamento
"Institui a Política Nacional de Saneamento e cria o Conselho Nacional
básico
de Saneamento" - Data da legislação: 26/09/1967.
Lei n
º
4771/1965
vegetação
"Institui o novo
Código Florestal
" - Data da legislação: 15/09/1965.
Lei nº 9605/1998
crimes
"Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de
ambientais
atividades lesivas ao meio ambiente." - Data da legislação: 12/02/1998.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
125
6.3
.3.
NORMAS AMBIENTAIS
Algumas normas ambientais foram utilizadas como exigências legais do projeto urbano
da Riviera
para
obter a certif
icação ISO 14001
(Quadro 14
).
Dentre elas, temos o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Município de
Bertioga aprovado em 1998, pela Lei 315/1998 (BERTIOGA, 1998). Os principais obje
tivos
definidos pelo Plano relacionados à qualidade sócio-ambiental urbana do município de Bertioga
abrangendo o Complexo Urbano Riviera de São Lourenço são o respeito ao
ambiente
natural
e
a garantia à manutenção da Mata Atlântica; racionalização do uso do solo para a perfeita
adequação da mancha urbana da cidade e viabilização da infra-estrutura; atendimento à
população nas questões de saúde, educação, saneamento básico e drenagem e a
hi
rarquização do sistema viário para permitir a rápida circulação de pessoas, bens e serviços,
com critérios de segurança e bem estar, separando o tráfego local daquele regional.
Quanto às questões relacionadas ao
ambiente natural
temos:
a. D
elimitação das áreas de preservação permanente:
Parque Estadual da Serr
a do Mar;
várzeas dos corpos de água, consoante legislação federal pertinente; áreas de manguezais;
morros
, objeto de legislação específica de proteção do CONDEPHAT (Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico)
e praias.
b. P
roibição
do lançamento de dejetos aos corpos de água situados no território de
Bertioga, e retirada
da
água deles, sem expressa autorização do Poder Público Municipal e
Estadual.
c. Proibição da retirada de qualquer tipo de vegetação componente da mata ciliar dos
c
ursos perenes de
água, bem como sua retificação
ou modificação de curso.
d.
Proibição da retirada de minerais dos leitos do sistema hídrico de Bertioga, sem
autorização dos órgãos ambientais.
e. Utilização somente de espécies da flora da Mata Atlântica na recomposição da
vegetação, sendo vedada a utilização de
espécies
exóticas da região.
f.
Proibição da retirada de areia das praias, excetuando-se casos devidamente aferidos
de assoreamentos de valas de drenagem ou de foz de cursos de água perenes, mediante
prévia autorização dos órgãos competentes e da Prefeitura Municipal.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
126
QUADRO 14
NORMAS
AMBIENTAIS APLICADAS À RIVIERA
NORMAS (ABNT) - RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
aspectos
categorias
ação
NBR 12212
Fixa condições mínimas na elaboração de projetos de poços de
captação de água subterrânea para abastecimento público.
NBR 12244
abastecimento
Fixa condições exigíveis na construção de poço para captação de
de água
água subterrânea, destinada ao abastecimento público.
NBR 12266
Fixa condições exigíveis para projeto e execução de valas para
assentamentos de tubulações de água, esgoto e drenagem urbana.
NBR 10844
água
Fixa exigências e critérios necessários aos projetos das instalações
pluvial
de drenagem de águas pluviais.
NBR 10151
Fixa condições exigíveis para avaliação de aceitabilidade de ruídos
em comunidades.
NBR 12175
Prescreve método para determinação de ruído emitido por máquinas
acústica
de terraplenagem durante um ciclo de trabalho simulado.
NBR 11471
Prescreve método para determinação de ruído emitido por máquinas
de terraplenagem na condição de ensaio parado.
NBR 5681
aterro
Fixa condições mínimas a serem preenchidas no controle tecnológico
da execução de aterros em obras de construção das edificações.
aspectos
NBR 6496
sócio-
Fixa condições gerais específicas a serem observadas na construção
ambientais
bueiro
de bueiros de alvenaria.
NBR 12286
código
Fixa diretrizes a observar no preparo, redação e apresentação do
de obras
Código de Obras Municipal.
NBR 12267
Plano Diretor
Fixa condições para orientar a elaboração de planos diretores, nos
termos do artigo 182 da Constituição Federal.
NBR 10703
Define termos empregados nos projetos e pesquisas em geral,
relacionados à análise, controle e prevenção da degradação do solo.
solo
NBR 7250
Identificação e descrição de amostras de solo obtidas em sondagens
de simples reconhecimento do solo.
NBR 6506
urbanismo
Estabelece símbolos convencionais para utilizar no planejamento
urbano e regional, normalizando a representação gráfica.
Fonte: Elaborado pela
autor
a
a partir da A
BN
T.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
127
6.4
.
AVALIAÇÃO DOS
ASPECTOS AMBIENTAIS
E SOCIAIS
A revisão bibliográfica da evolução urbana do Município de Bertioga, com um estudo do
uso e ocupação do solo, assim como as visitas ao local do estudo e a interpretação das
exigências legais para a execução e planejamento do Complexo Urbano Riviera, nos
possibilit
ou a avaliação dos aspectos ambientais e a identificação dos requisitos que foram ou
não atendidos conforme os parâmetros estipulados, relacionados às categorias ambientais:
ar/atmosfera e energia, solo, água e vegetaç
ão e à
s categorias sociais: comunidade
, educação,
saúde, mobilidade e resíduos
.
6.4.1. AR,
ATMOSFERA E ENERGIA
A implantação do Riviera trouxe alguns impactos ambientais na categoria ar, atmosfera
e energia que iniciaram com o desmatamento da vegetação natural acarretando o aumento da
geraçã
o de ruídos, de vibrações e de partículas sólidas em suspensão
na atmosfera; a poeira
.
A
abertura das vias internas do loteamento e a configuração de um sistema viário
integrado com a Rodovia Rio -
Santos
proporcionaram uma circulação de veículos na região
,
até então coberta por mata nativa, que provocará emissão de gases na atmosfera e um maior
consumo de energia não
-
renovável
.
A emissão de gases e substâncias nocivas à camada de ozônio se limita ao tráfego de
veículos na área da Riviera e como alternativa de
reduç
ão dos poluentes na atmosfera
foi
implantada as ciclovias
,
substituindo o
automóvel pela bicicleta
nas áreas
comuns
(
Figura 3
2)
Figura 3
2
. Ciclovia na Riviera.
Fonte: arquivo pessoal, 2007
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
128
Quanto às ilhas de calor e a insolação no
planejamento das edificações, temos uma taxa
de ocupação de acordo com o zoneamento: turístico, residencial e misto. Na zona turística, o
coeficiente de aproveitamento é 1,5 e a taxa de ocupação varia de 20 a 40% do terreno. Esses
parâmetros oferecem uma boa insolação e ventilação aos edifícios
evitando
o aumento da
temperatura em pontos isolados. Na zona residencial, a taxa de ocupação é 50% e na zona
restritamente comercial chega a 75%.
A redução de energia elétrica e o uso de energia renovável, como a energia solar, não
são
exigência
s do empreendimento
.
De acordo com o interesse do proprietário, a energia solar
é utilizada para aquecimento da água, mas a maioria das residências é desprovida deste
mecanismo.
QUADRO 15
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE AMBIENTAL
CATEGORIA AR
categorias
requisitos
atende
não não
atende
aplica
1. evitar emissão de gases e o efeito estufa. X
2. evitar a emissão de substâncias nocivas à camada X
de ozônio.
3. evitar a emissão de poluentes no ar. X
ar
4. reduzir o consumo de energia. X
atmosfera
5. usar energia renovável - ex: energia solar. X
energia
6. aumentar a eficiência energética - gestão eficiente X
de energia.
7. reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e a X
dependência de combustíveis fósseis.
8. melhorar a gestão de energia. X
9. reduzir as ilhas de calor. X
10. estudar a orientação solar. X
11. evitar a geração de poeira.
X
Total dos requisitos
3
5
3
6.4.2.
SOLO
Quanto aos impactos relacionados ao solo temos
su
a e
xposição
com a retirada da mata
nativa ocasionando um
a ace
leração do processo erosivo e
perda de solo;
a f
ormação de cortes
,
provocando a a
celeraçã
o do processo de escorregamento e a impermeabilização do solo
,
r
eduzindo
a quantidade de água que infiltra no solo e alimenta o nível de água subterrânea,
podendo causar seu rebaixamento, o que prejudicaria captações de água subterrânea e o
desenvolvimento
de coberturas vegetais de maior porte que utilizam essa água.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
129
A construtora, diante destes impactos,
previu
apenas
um sistema de drenagem de
águas pluviais com seu des
aguamento
na praia para evitar futuras enchentes (Figura 33). O
sistema é constituído de
sete
canais
principais
e canaletas
secundárias
que recolhem a
água da
chuva
das áreas mais distantes do loteamento, despejando nos canais. Atualmente, a Riviera
tem
53,37 km de canais e canaletas de drenagem, sendo: 870 m de canais com revestimento
em con
creto, 20,67 km de canais com revestimento em grama, 27,7 km de canaletas e 4,13 km
de galerias.
Figura 3
3
. Canal de drenagem.
Fonte:arquivo pessoal, 2007
O plantio de mudas de coqueiro em toda a área comum do loteamento colaborou para a
redução da exposição do solo, mas provocou alterações ambientais na flora e na fauna ao
substituir a vegetação nativa por coqueiros trazidos da Bahia.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
130
QUADRO 16
PARÂMETROS DE QUALIDADE AMBIENTAL
CATEGORIA SOLO
categorias
requisitos
atende
não não
atende
aplica
1. evitar poluição do solo causado por:
a. produção e armazenamento de materiais. X
b. atividades de preparação do terreno. X
c. materiais com produtos lixiviáveis. X
d. resíduos de uso de edifícios. X
e. prover infra-estrutura para evitar poluição do solo. X
2. observar cuidados na preparação do solo, como X
movimentos de terra e erosão.
3. conservar a cobertura vegetal. X
4. observar padrões de drenagem natural do terreno. X
5. selecionar área para novos projetos de modo a:
a. direcionar o crescimento evitando baixa densidade. X
solo
b. recuperar áreas degradadas
X
c. evitar áreas aráveis ou de pecuária permanente. X
d. utilizar adequadamente os recursos do solo. X
6. reduzir áreas impermeáveis. X
7. conservar as áreas úmidas. X
8. obter diversidade de usos. X
9. realizar assentamento compacto. X
10. reabilitar as áreas degradadas. X
11. obter o licenciamento ambiental X
12. utilizar a legislação de uso e ocupação do solo. X
13. utilizar o zoneamento costeiro. X
14. utilizar o plano diretor. X
15. evitar a remoção do solo. X
16. evitar a formação de cortes no terreno. X
17. preservar as unidades de conservação.
X
Total dos requisitos
7
7
10
6.4.3.
ÁGUA
Os impactos relacionados à gestão da água; como a geração de efluentes, teve como
resposta a elaboração de um sistema sanitário (Figura 34), com Estação de Tratamento de
Água (ETA) e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A água é captada na cabeceira do rio
Itapanhaú, conduzida e armazenada nas caixas de água instaladas na Riviera. É então
bombeada à ETA (Figura 35), onde é tratada à base de cal, polímero e sulfato de alumínio,
eliminando microorganismos e partículas em suspensão. O líquido ainda passa pelos
floculadores e decantadores até atingir os filtros de carvão e areia, onde são retiradas as
impurezas restantes. Recebe ainda adição de cloro e flúor antes de chegar às residências.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
131
Figura 3
4
. Sistema sanitário.
Fonte:
Arquivo pessoal, 2007.
Figura 3
5
.
ETA
-
Estação de tratamento de água.
Fonte: Arquivo pessoal, 2007.
Todo esse processo é monitorado por laboratório próprio (Figura 36), dotado de
eq
uipamentos capazes de garantir, com segurança e eficiência, a qualidade da água. De forma
paralela, vários pontos da rede de distribuição são inspecionados periodicamente para
assegurar as ótimas condições da água consumida no empreendimento.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
132
Figura 3
6
.
Laboratório de controle da água
Fonte: Arquivo pessoal, 2007.
A Riviera possui um sistema de tratamento dos esgotos que garante a ausência de
poluição no mar que banha os seus 4,5 km da praia. O esgoto coletado junto às residências
e
estabelecimentos comerciais é enviado a uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
,
localizada a 3 km da praia, por intermédio de um sistema, composto por rede de recalque,
estações elevatórias e torres de carga.
O
tratamento do esgoto (Figura 37) é composto por
três
processos
básicos:
a. Tratamento primário avançado (processo físico-
químico),
adição de produto químico
para decantar a matér
ia orgânica sólida em suspensão;
b. Secundário (processo biológico), lagoas de oxidação que depuram o esgoto ali
despejado através da ação das bactérias. Devido à presença de luz e nutrientes, se
desenvolvem algas que
pr
oduzem oxigênio através da fotossíntese e ajudam as bactérias
na
degradação da matéria orgânica.
c. Terciário (processo físico-químico), tanques com a função de eliminar os patógenos,
constituindo
-se numa pré-desinfecção e complementando a digestão biológica do efluente das
lagoas facultativas. É denominado tanque de maturação, que permite a redução da quantidade
de cloro utilizado posteriormente na desinfecção.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
133
Figura 3
7
.
Processo da Estação de
Tratamento de esgoto.
Fonte: Arquivo pessoal, 2007.
O projeto Aquarius (Figura 38), inaugurado em outubro de 1994, tem também o objetivo
de moni
torar a qualidade do tratamento do esgoto na Riviera. Na
ETE
foram instalados aquários
abastecidos com a água do efluente final do tratamento, onde são criados peixes de diversos
tamanhos e espécies. A sobrevivência dos peixes nesta água atesta a eficiência do sistema de
tratamento do esgoto
.
Análises periódicas monitoram a qualidade da água dos aquários, garantindo o controle
permanente do efluente final lançado no rio Itapanhaú.
Figura 3
8
. Aquário na ETE.
.
Fonte: A
rquivo pessoal, 2007.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
134
QUADRO 17
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE AMBIENTAL
CATEGORIA ÁGUA
categorias
requisitos
atende
não não
atende
aplica
1. evitar poluição - coleta e tratamento de esgoto. X
2. ocupação adequada de áreas litorâneas. X
3. conservar e reduzir o consumo de água. X
4. resguardar permeabilidade do solo. X
5. executar infra-estrutura sanitária. X
6. reuso e aproveitamento da água de chuva. X
7. evitar o risco de enchentes e inundações como X
água
forma adequada de utilizar o solo.
8. evitar a poluição dos corpos de abastecimento de X
água: aquíferos e subterâneos.
9. reduzir os desperdícios de água potável e pluvial. X
10. gestão da água.
X
Total dos requisitos
5
4
1
6.4.4.
VEGETAÇÃO
O empreendimento imobiliário Riviera de São Lourenço provocou uma acentuada
transformação na paisagem natural, até então intocada, com abertura de arruamentos e início
da construção de edifícios. Em 1977 a planície litorânea da enseada era recoberta em toda a
sua extensão pela Restinga, onde eram facilmente perceptíveis os cordões litorâneos.
Atualme
nte, a vegetação natural foi cedendo lugar a arruamentos e construções, sendo alguns
terrenos desmatados e mantidos assim por longo tempo, à espera de valorização imobiliária ou
para evitar que alguma lei proíba o desmatamento, o que se destacam como grandes áreas de
solos expostos (
ROSA,
1999).
A remoção da vegetação nativa, assim como o plantio de árvores sem valor ecológico
local, os coq
ueiros;
acarret
aram
a perda de hábitat para a fauna, assim como outros impactos
descritos nos itens acima.
O baixo índice de aproveitamento dos lotes nos oferece áreas verdes para uso dos
moradores, com parque e ciclovias.
O projeto previu quase 1/3 de sua
área para áreas verdes e
institucionais, numa área total de 2 milhões e 600 mil m2.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
135
QUADRO 18
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE AMBIENTAL
CATEGORIA VEGETAÇÃO
categorias
requisitos
atende
não não
atende
aplica
1. conservar a vegetação e a camada de solo. X
2. selecionar áreas que priorizem a proteção de áreas X
verdes.
3. exibir critérios na seleção da área a ser urbanizada X
4. não usar madeira de espécies ameaçadas. X
5. reduzir o efeito calor estufa com uso de vegetação X
6. planejar o paisagismo adequado ao meio ambiente. X
vegetação
7. garantir áreas verdes para uso público. X
8. manter a biodiversidade e proteger os habitats X
naturais existentes.
9. plantar árvores e arbustos para contribuir com o X
valor ecológico local.
10. conservação das espécies ameaçadas. X
11. recuperar áreas degradadas.
X
Total dos requisitos
3
6
2
6.4.5.
COMUNIDADE
A Riviera de São Lourenço promove eventos para a comunidade; com atividades
esportivas, culturais e sociais, mas não podemos deixar de mencionar o elevado padrão social
dos moradores e o alto custo dos imóveis no loteamento, acarretando a desigualdade social.
A diversidade da população e de funções é gerada pelos diversos empregos diretos e
indiretos na rede comercial e de serviços do empreendimento e pelo forte turismo do litoral
norte de São Paulo.
O acesso aos espaços públicos não é vetado para os usuários de forma geral, mas o
acesso à praia de São Lourenço é restrito pelo sistema viário principal ou por vias secundárias
que finalizam em corredores entre os loteamentos internos.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
136
QUADRO 19
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE SOCIAL
CATEGORIA COMUNIDADE
categorias
requisitos
atende
não
não
atende
aplica
1. gerar empregos diretos e indiretos. X
2. promover na comunidade redes de interação. X
3. promover o envolvimento da comunidade no projeto X
para melhorar a qualidade a a aceitabilidade.
4. evitar a desigualdade social. X
comunidade
5. promover o envolvimento comunitário com atividade. X
6. assegurar a diversidade da população. X
7. assegurar a diversidade de funções. X
8. garantir acesso a espaços públicos. X
9. garantir acesso a espaços de atividades.
X
Total dos requisitos
6
3
0
6.4.6.
EDUCA
ÇÃO
O empreendimento criou a Fundação 10 de Agosto. Idealizada pelo engenheiro Luiz
Carlos Pereira de Almeida, diretor da Sobloco Construtora, oferece educação e qualificação
profissional, incentivando a convivência e a integração dos moradores e a consci
entização
ambiental.
QUADRO 20
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE SOCIAL
CATEGORIA EDUCAÇÃO
categorias
requisitos
atende
não
não
atende
aplica
1. encorajar programas de alfabetização e aumento X
de escolaridade.
educação
2. criar políticas de educação ambiental. X
3. aumentar os níveis de educação.
X
Total dos requisitos
3
0
0
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
137
6.4.7
.
SAÚDE (SANEAMENTO BÁS
ICO)
Os requisitos relacionados à infra-estrutura foram todos atendidos conforme descritos
nos itens acima; como abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto,
drenagem
pluvial
, coleta e destinação adequada de lixo e resíduos sólidos e
ilu
minação das
vias públicas para maior segurança dos moradores.
Quanto aos programas de conscientização, a construtora implantou o
Programa Sobloco
de Educação Ambiental que visa envolver estudantes, professores, pais e diretores a
desenvolve
rem
a criatividade e a iniciativa para implantar melhorias e sistemas sustentáveis,
bem como adotar hábitos e atitudes de conservação ambiental. Bertioga é equipada com
4
escolas estaduais, 17 municipais e 4 escolas privadas, com um total de aproximadamente 8 mil
estudan
tes, do ensino infantil ao ensino médio.
QUADRO
21
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE SOCIAL
CATEGORIA SAÚDE
categorias
requisitos
atende
não
não
atende
aplica
1. aumentar acesso a infra-estrutura de X
abastecimento de água tratada.
2. criar programas de conscientização. X
3. aumentar acesso a infra-estrutura para coleta e X
tratamento de esgoto.
saúde
4. prover infra-estrutura adequada de drenagm. X
5. prover coleta e destinação apropriada de lixo e X
resíduos sólidos.
6. aumentar a segurança do local - iluminação nas X
vias públicas.
Total dos requisitos
5
1
0
6.4.8
.
MOBILIDADE (SI
S
TEMA VIÁRIO)
Quanto
às medidas tomadas para melhorar as condições de mobilidade local, temos
a
implanta
ção do
trevo
Riviera
e
d
a
avenida
principal com duas vias largas que liga a rodovia Rio
Santos
à orla de São Lourenço
. Mas
,
esse sistema vi
ário local
não ameniza o intenso fluxo de
entrada e saída para a Rodovia Rio/Santos nos finais de semana e na alta
temporada,
acarretando um tráfego intenso
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
138
A Translitoral é a empresa rodoviária
que faz o
transporte público
e
tem acesso
à Riviera
de São Lourenço até a avenida principal, onde temos os pontos de ônibus com abrigo para os
passageiros
. As empresas
Breda
,
Viação Ultra e Litorânea
apenas
passam
pelo trevo da
Riviera na Rodovia Rio/Santos vindo de São Paulo, Caraguatatuba, Santos, Bertioga, Mogi e
São Sebastião.
O incentivo para a redução do uso do
automóvel no empreendimento foi
a construção de
ciclovias
e o próprio sistema viário implantado com os cul de sac que dificulta transitar nas
áreas internas dos módulos.
A praia de São Lourenço é o maior espa
ço
de lazer para a integração dos moradores.
Temos tamb
ém
as áreas verdes ao longo dos m
ódulos
residenciais
e o shopping com seus
atrativos.
QUADRO
22
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE SOCIAL
CATEGORIA MOBILIDADE
categorias
requisitos
atende
não
não
atende
aplica
1. prover infra-estrutura de transporte público. X
2. planejar novo sistema viário para evitar pressionar X
o sistema viário existente.
3. reduzir distância percorrida. X
4. criar programas para redução do uso do automóvel. X
5. incentivar o transporte público. X
6. usar energia renovável para transporte público. X
mobilidade
7. promover o uso de biclicletas e a realização X
de ciclovias.
8. assegurar a integração da vizinhança trazendo X
espaços de lazer.
9. reduzir a dependência do automóvel. X
10. reduzir as áreas de estacionamento.
X
Total dos requisitos
8
2
0
6.4.9
.
RESÍDUOS
Os impactos ambientais provocados pela geração de resíduos só
lidos s
ão compensados
com a coleta seletiva de lixo (F
igura
39
). Consciente do dano causado ao ambiente pelo lixo e
das limitações técnicas, financeiras e operacionais do poder público para sua correta coleta e
tratamento, a Sobloco criou um Programa de Gerenciamento de Resíduos da Riviera de São
Louren
ço. O objetivo é reduzir o volume de resíduos destinados ao aterro controlado pel
o
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
139
município,
reaproveitar os resíduos, diminuindo o desperdício de materiais e
envolver
a
comunidade no equacionamento do problema do lixo e da manutenção da qualidade ambient
al.
F
igura
39
. Central de triagem.
Fonte: Arquivo pessoal, 2007.
QUAD
RO 23 –
PAR
ÂMETROS DE QUALIDADE SOCIAL
CATEGORIA RESÍDUOS
categorias
requisitos
atende
não
não
atende
aplica
1. reciclar resíduos e reutilizar componentes. X
2. programas de coleta seletiva, reciclagem, reuso e X
diposição de resíduos tóxicos.
3. reduzir a produção de resíduos. X
resíduos
4. realizar a compostagem com os resíduos orgânicos. X
5. minimizar os desperdícios. X
6. reduzir a geração de efluentes sanitários. X
7. criar gestão de resíduos sólidos.
X
Total dos requisitos
6
1
0
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
140
6
.5
.
CONCLUS
Õ
ES D
O ESTUDO DE CASO
Embora o empreendimento tenha começado a ser idealizado em 1977, quando ainda
não existia a resolução CONAMA 001, de 1986 (BRASIL, 1986), que exigia prev
iamente
o
Estudo de Impacto Ambiental EIA, o qual deve compreender todo o ambiente natural afetado,
prever
e descrever possíveis impactos e atender à legislação expressa na Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente
e o R
elatório de Impacto Ambiental
RIMA,
um
relatório que reflete
todas as conclusões apresentadas no EIA
;
a SOBLOCO
afirma a execução d
o referido estudo e
preservado 30% de toda área, mais do que a legislação atual obriga, cerca de 15%, mas o
processo de ocupaç
ão urbana
transformou a enseada de São Lourenço em extensão da cidad
e
como bairro de veraneio causando drásticas transformações no ambiente natural, levando a
o
extrati
vismo vegetal e animal do local e intensificando a destruição dos recursos naturais
existentes.
A Riviera está toda assentada sobre a planície costeira, que inicialmente era composta
de restinga, uma vegetação litorânea que faz parte da Mata Atlântica e que por se
desenvolver nas áreas planas das zonas costeiras foi fortemente devastada.
Os ecossistemas pré-existentes são muito pouco valorizados no projeto em questão,
toda a cobertura vegetal nativa foi destruída, não prevendo no trecho em urbanização
nenhuma
área de conservação, apesar das extensas e inúmeras áreas verdes configuradas, todas
ajardinadas. A própria praia, ao ter em toda sua extensão o plantio dos coqueiros, tem suas
características originais praticamente destruídas em função da imagem de praia idealizada, que
deve ser toda lade
a
da de coqueirais.
Uma sugestão a ser feita, seria o reflorestamento das áreas devastadas
que
foram
cobertas com gramíneas e coqueiros, conforme observamos no capítulo 5, com a experiência
do Projeto Urbano Reside
ncial Gênesis, no estado de São Paulo
-
Brasil.
Outro dado de grande importância a ser analisado é
a
redução da ocupação máxima
prevista
para 60 mil pessoas, a qual atualmente, conta com uma população fixa de 3.000
pessoa
s,
uma flutuante de cerca de 10 mil pessoas nos finais de semana e 30 mil, em férias e
feriados.
Analisando o critério de avaliação da qualidade ambiental adquirido pela Riviera,
percebemos que a certificação ISO 14001 não garantiu que o empreendimento obtivesse um
ambiente com qualidade s
ócio
-
ambiental
, mas tão somente,
desenvolvesse
elementos básicos
de um sistema de gestão ambiental com suas metas e objetivos a cumprir, visto que a
implantação do empreendimento se deu anteriormente às leis ambientais (Quadro 13).
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
141
A ISO 14001 por si não impede os impactos ambientais, nem garante resultados
ambientais satisfatórios. Como vimos da lista de impactos ambientais nem todos tiveram uma
compensatória, principalmente se tratando da questão do desmatamento da Mata Atlântica e
Perda da Fauna.
Uma
questão que não podemos deixar de abordar é o i
mpacto
a
mbienta
l
que
a Riviera causará com sua ocupação completa - moradores, turistas e funcionários; estimada
em
60
mil habitantes,
o qual
não foi
analisado
pela ISO 14001.
A expansão do turismo é o
utro
fa
tor
prejudicial ao ambiente natural que ocorre na
Riviera de São Lourenço.
A proximidade da re
gião metropolitana de São Paulo
e a facilidade de
acesso dos habitantes de classe média e alta às praias do litoral tornam este espaço um alvo
especial do processo de especulação imobiliária, trazendo a implantação intensa de
empreendimentos
de alto padrão
e a segregação social.
O
recebimento da certificação ISO 14001 tem como benefícios, a conquista de novos
mercados
pela construtora e a promoção da sua imagem, evidenciando a postura correta da
empr
esa em relação ao ambiente natural e para a comunidade, a perspectiva de atender os
consumidores com opinião cada vez mais rígida em preferir produtos ambie
ntalmente corretos
.
A preocupação da construtora Sobloco S/A
com
a qualidade ambiental
do
empreendimento
ao implantar a certificação ISO 14001 em 2001, valoriza a propriedade
ecologicamente correta e promove conseqüentemente, uma seleção natural dos moradores
aqueles que m condições de pagar a mais pelo verde. A população de menor renda não
tendo condições de aquisição de moradia, se desloca para regiões periféricas de Bertioga
,
causando
aumento
populacional e ocupando áreas ambientalmente mais frágeis:
mananciais,
áreas de relevo mais acidentado e solo mais frágil
,
ou
sujeito
a
inundações
.
A relação existente entre os moradores de menor renda de Bertioga e os
da Riviera
é de
mão de obra barata, como funcionários do empreendimento na limpeza, segurança e
manutenção; funcionários do comércio local; diaristas, faxineiras, babás e jardineiros nas
residências
, apartamentos e viveiros de mudas.
(CASELLA, 2004)
Outro fator que demonstra a segregação social na Riviera, segundo CRUZ (2003), é o
isolamento por meio de barreiras imaginárias. O fenômeno da privatização da praia de São
Lourenço, que embora ocorra de maneira bem sutil, age no âmbito psicológico da população de
Bertioga. Neste caso, as barreiras são geralmente impostas pela predominância de um dado
comportamento social hegemônico do ponto de vista da condição social de seus indivíduos,
estando camuflado por uma aparente ausência de limites precisos entre o bem de uso comum e
a propriedade privada.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
142
A partir da observação desses problemas, a construtora Sobloco, criou a Fundação 10
de Agosto, com o intuito de auxiliar os menos favorecidos que lhe servem como mão-de
-obra e
restaurar uma harmonia na Riviera.
A aplicação do quadro de parâmetros estabelecidos na Riviera foi essencial para
verificar se atende ou não a
os
requisito
s
ambientais e sociais,
e
avaliar
se existe ou não
uma
qualidade
satisfatória do ambiente urbano apenas com o recebimento da certificação ISO
14001.
Podemos observar a partir da análise efetuada da Riviera de São Lourenço que a
qualidade dos aspectos sociais, como mobilidade, comunidade, lazer e
resíd
uos
estão
presente
s e são valorizados na concepção do projeto, mas são direcionados aos moradores do
empreendimento
agravando a segregação social.
Quanto à qualidade urbana referente aos aspectos ambientais; vegetação, ar e solo não
atenderam na sua maioria aos requisitos exigidos, mostrando a falta de preservação dos
recursos naturais do local e, em relação ao aspecto ambiental
água;
uma preocupação com
o
tratamento da mesma e do esgoto, além da execução dos canais de
drenagem
para evitar
possíveis
ench
entes.
Ne
sta análise fica em evidência o poder da empresa privada sobre o poder público. A
questão ambiental e social da Riviera é 100% controlada pela Sobloco
,
mostrando
seu
controle
sobre uma área pertencente ao município de Bertioga e o contraste entre a cidade de Bertioga,
administrada pelos órgãos públicos e o empreendimento, administrado pela construtora
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
143
7
.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Conforme quadro de resultados alcançados (Quadro 24), a pesquisa alcançou na sua
totalidade os objetivos apresentados no capítulo 1, de acordo com as etapas de metodologia
propostas.
QUADRO
24
RESULTADOS ALCANÇADOS
OBJET. GERAL
OBJETIVOS
MÉTODOS
RESULTADOS ALCANÇADOS
OBJETIVO ESPECÍFICO 1
ESTABELECIMENTO DE
Analisar os instrumentos
DIRETRIZES DE QUALIDADE
de avaliação da qualidade
ESTUDO
SÓCIO-AMBIENTAL URBANA
ambiental na dimensão
EXPLORATÓRIO
A partir da análise de instrumentos
urbana.
de avaliação ambiental urbana.
OBJETIVO ESPECÍFICO 2
QUADRO COMPARATIVO
LISTA DE PROCEDIMENTOS
Realizar um estudo
Procedimentos a serem exigidos
comparativo entre os
ESTUDO
nos projetos urbanos para:
instrumentos de avaliação
COMPARATIVO
controlar os impactos ambientais;
Definir
ambiental urbana.
oferecer qualidade ambiental na
parâmetros
área e no entorno do projeto.
de qualidade
OBJETIVO ESPECÍFICO 3
ESTABELECIMENTO DE
sócio-ambiental
PARÂMETROS
urbana para
Estabelecer parâmetros
Colaborar na conscientização
a avaliação
de sustentabilidade
DEFINIÇÃO DE
ambiental e na redução do
de projetos
ambiental urbana com
PARÂMETROS
impacto ambiental;
no Brasil.
base nos instrumentos
Oferecer um critério de avaliação
analisados.
ambiental urbana sustentável.
OBJETIVO ESP. 4
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE
SÓCIO-AMBIENTAL NO
Avaliar a qualidade sócio-
ESTUDO DE CASO
ambiental da Riviera
ESTUDO DE CASO
A Certificação ISO 14001
de São Lourenço.
recebida pela Riviera não impediu
os impactos ambientais nem
ofereceu resultados ambientais
satisfatórios.
O estudo
dos
instrumentos de avaliação da sustentabilidade ambiental urbana
exi
stente
a nível mundial, possibilitou o estabelecimento de uma listagem de diretrizes de qualidade
sócio
-
ambiental
, que foram
analisadas e selecionadas de acordo com a
necessidade
brasileira
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
144
Cada um dos instrumentos selecionados e comparados na pesquisa (Quadro 10);
a
Agenda 21, LEED-ND, BRE Checklist, HQE2R e a ISO 14001
,
nos oferece uma lista de
requisitos ambientais e sociais que possibilita obter ações sustentáveis em futuros projetos
urbanos no Brasil
.
A aplicação dos parâmetros estabelecidos no capítulo 4 (Quadro 11)
possibilita
avaliar a
qualidade
sócio
-
ambiental
dos projetos urbanos, após a realização de alguns procedimentos,
tais
como:
a. realizar
uma análise morfológica da área
e sua avaliação
;
b. desenvolver
alguma
s diretrizes de projeto (área de ocupação do empreendimento,
loc
al
ização, topografia, insolação e
venti
lação
)
de acordo
com
as possibilidades ambientais
;
c.
verificar se as exigências legais vigentes (leis e normas ambientais) estão sendo
atendidas
;
d.
verificar a atuação dos órgãos ambientais municipais, estaduais e federais no local a
ser implantado o projeto;
tendo
como objetivo
s:
a.
controlar os impactos ambientais
;
b.
colaborar na conscientização ambiental e na q
ualidade de vida do ser humano;
c.
proporcionar melhor qualidade ambiental na área
e no entorno do projeto urbano
e
d. avaliar a qualidade ambiental urbana nos projetos brasileiros a partir de um critério
,
até então, inexistente
.
Com a avaliação do estudo de caso,
concluímos
que os impactos ambientais causados
pela implantação do Riviera de São Lourenço não foram impedidos e as medidas
compensatórias o sanaram os problemas causados, principalmente a eliminação da
vegetação nativa. Assim, percebe-se que
a certificação ISO 14001 não é um instrumento de
avaliação eficiente para qualificar um projeto urbano
, é
necess
ár
io outras medidas
complementares para se obter melhores condições ambientais; dentre elas, verificar se as
exigências legais foram atendidas, realizar os procedimentos de análise do local para
implantação do empreendimento e utilizar um critério de avaliaç
ão da sustentablidade ambiental
urbana
que ofereça requisitos
ambientais
(ar, água, solo e vegetação) e sociais (
comunidade,
educação, saúde, mobilidade e resíduos)
,
que deverão ser atendidos, para trazer qualidade
sócio
-
ambiental ao projeto,
de acordo com
os parâmetros estabelecidos
na pesquisa.
O estudo da evolução da qualidade ambiental nas cidades, de acordo com o quadro 3,
que evidencia iniciativas pontuais, com o ambiente natural e o ser humano, desde o início do
século XX com as conseqüências da Revo
lução
Industrial
nos mostra um amadurecimento no
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
145
pensamento do ser humano quanto à importância de promover conferências e elaborar estudos
e documentos que propiciem o desenvolvimento do ambiente construído satisfatório
ambientalmente e socialmente.
O interesse em pesquisar o Village Homes, nos EUA, o Hammarby Sjostad, na Suécia e
o Gênesis, no Brasil, se justifica pelo objetivo comum apresentado por estes: a sustentabilidade
sócio
-
ambiental
(projetos urbanos
desenvolvidos
com
a preocupação na qualidade ambiental e
no
bem estar da população) e pelas suas
especificidades
(
projetos
de
diferentes partes do
mundo e épocas com enfoque para sanar problemas ambientais específicos
)
.
O
Village Homes é um projeto americano de 1973, numa área de 60 hectares
constitui
n
do
uma vila com aproximadamente 1.000 moradores (225 casas e 20 apartamentos)
.
O maior valor
desta
experiência internacional apresentada na pesquisa é por se tratar de uma
referência
de
qualidade ambiental, anterior ao conceito de sustentabilidade e ser até hoje, base
para
modernos
projetos urbanos com interesse nas questões de preservação do ambiente
natural
.
A experiência européia de 2004, o bairro de
Hammarby
Sjostad
na Suécia, numa área
de 70 hectares e com aproximadamente 10.000 moradores,
apresenta
u
ma excelente qualidade
ambiental
como
resultado de uma intervenção urbana num antigo bairro industrial, onde as
questões sociais e a
mbientais foram bem resolvidas com uma grande dependência
do incentivo
financeiro por parte de órgãos públicos, da tecnologia das empresas privadas e do grau de
conscientização da população
.
O Residencial G
ênesis
, implantado de 2004 a 2006
numa
área de 360 hectares para
1064 lotes (aproximadamente 5.000 moradores) é um importante modelo atual de projeto
sustentável
no Brasil, q
ue
demonstra a preocupação de alguns arquitetos, engenheiros e
profissionais da área,
com
o ambiente
natural
e
a qualidade de vida. O grande valor
desta
experiência
está na
recuperação de uma
área
degradada com
o
reflorestamento
de
mata nativa
em harmon
ia com o ambiente construído
.
A pesquisa nos mostrou um panorama do projeto urbano e arquitetônico
atual
e uma
crise dos recursos ambientais que só terá como solução
,
a busca de maior sustentabilidade nos
projetos nacionais e internacionais. O Brasil tem se mostrado, um país com grandes
preocupações
com a qualidade do edifício, abordando critérios internacionais de avaliação, mas
não foi identificado nenhum estudo mais atual sobre a redução dos impactos ambientais
causados pelo projeto urbano. Temos como su
porte
apenas
o
EIA
- Estudo de Impacto
Ambiental
que deve atender
à
legislação ambiental
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
146
O território brasileiro, no atual contexto da globalização, produto da acelerada expansão
urbana e
intensa degradação ambiental
necessita
de ações que possibilitam a
revitaliza
ção dos
ambientes urbanos e
ofereçam
maior
sustentabilidade
sócio
-ambiental para as cidades. Assim,
essa pesquisa poderá colaborar com a aplicação dos parâmetros de qualidade
sócio
-
ambiental
definidos no quadro 11 para iniciar um planejamento urbano adequado à necessidade da
nossa
sociedade.
Após a pesquisa, a avaliação da qualidade ambiental urbana se apresen
tará
não
como uma nova visão para
arquitetos
e pesquisadores da área, como também um foco de
estu
do
para abranger as diferentes características do Brasil. O país, com seus vastos limites
territoriais,
apresenta uma diversidade muito marcante de elementos naturais e sociais a serem
explorados
.
Como consideração final, é notória a necessidade
de
um critério de avaliação
da
qualidade ambiental nos projetos urbanos brasileiros para complementar os demais
procedimentos necessários para a implantação de um empreendimento
sustentáve
l; como
a
avaliação geral do local e o cumprimento d
as
exigências legais (legislação federal, estadual e
municipal
, normatizações e certificações)
e
para fornecer
diretrizes
,
tanto para os novos
projetos, como para as áreas degradadas que sofrerão intervenção
;
podendo assim, oferecer
um diagnóstico da situação atual do
local
e propor as devidas
benfeitorias
para amenizar os
futuros
impactos ambientais, oferecendo uma uniformidade no planejamento urbano.
RECOMENDAÇÕES
PARA FUTURAS PESQUISAS.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, surgiram algumas lacunas que deveriam ser
abordadas
com maior dedicação para um conhecimento mais aprofundado do tema e para
co
mplementar os estudo realizados. D
entre eles:
a)
V
alidar
(
ponderar
) cada requisito estipulado na planilha de parâmetros sócio-
ambiental estabelecida. Assim será possível, a partir da ponderação, analisar os pontos fraco
s
e fortes do projeto e sugerir as devidas alterações.
b)
E
stipular
n
íveis
de desempenho de sustentabilidade ambiental, de acordo com a
pontuação atingida pelos projetos urbanos analisados; por exemplo: boa prática, desempenho
intermediário, desempenho a
vançado.
A partir do nível de desempenho é possível
desenvolver
um diagnóstico das principais necessidades.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
147
c) Criar possibilidades de ação para cada requisito analisado no quadro de parâmetros
de qualidade ambiental para colaborar na execução de um laudo
com as possíveis intervenções
urbanísticas.
d) Analisar outros projetos urbanos brasileiros em fase de implantação, tendo em mãos
a ponderação e os níveis de desempenho estipulados, possibilitando uma comparação de
dados e resultados.
e) Aplicar os parâmetros de qualidade ambiental em áreas urbanas degradadas, criar
um diagnóstico e formular propostas de recuperação para melhorar as condições sócio-
ambientais do local
.
f
)
Associar a aplicação dos parâmetros de qualidade ambiental ao próprio desenho das
cidades
brasileiras
que podem ser
re
pensados para terem um melhor desempenho sócio-
ambiental
.
g) Avaliar no projeto urbano se as áreas de Preservação Permanente estão sendo
respeitadas e verificar as
taxas de ocupação e índice de aproveitamento
de acordo
com
o Plano
Diretor vigente.
h) Transformar diagnósticos em normas técnicas que dêem suporte aos Planos
Diretores e aos Códigos de Edificações.
i
)
Avaliar as limitações e desempenho de cada certificação ambiental urbana
internacional utilizada na pesqui
sa
para aplicação no Brasil.
j) B
uscar
mais informações com a conclusão das certificações ambientais urbanas
internacionais,
que estão
em fase piloto e
,
dentro em breve
,
estarão disponíveis para
aplicação.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
148
8
.
BIBLIOGRAFIA
AB'
SABER
,
Aziz
Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas
.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
________.
A Evolução Geomorfológica. In: A Baixada Santista: Aspectos Geográficos
.
EDUSP, São Paulo,1965.
ACSERALD, H. Discursos da sustentabilidade urbana. Revista Brasileira de Estudos
Urbanos e Regionais, Campinas, nº
1, maio. 1999.
AFONSO, Cíntia M. Transformação Ambiental e Paisagística na Baixada Santista, SP
.
Revista Paisagem e ambiente: ensaios. Universidade de São Paulo, Faculda
de de Arquitetura e
Urbanis
mo. nº
20, S
ão Paulo, 2005
.
AFONSO, S
.
Urbanização de Encostas: Crises e Possibilidades. O Morro da Cruz como
um Referencial de Projeto de Arquitetura da Paisagem. São Paulo, 1999. Tese
(Doutorado)
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.
AGEND
A 21. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
.
Brasília, Senado Federal subsecretaria de edições Técnicas, 1996.
AGENDA 21 Local do Município de Florianópolis Meio Ambiente Quem Faz é a
Gente/Fórum Agenda 21 Local Município de Florianópolis. Florianópolis: Prefeitura
Munici
pal de Florianópolis, 2000.
AGOPYAN, V. Agenda 21 para a construção sustentável. Tradução do Relatório CIB
Publicação 237. International Council For Research And Innovation In Building And
Construction.
Tradução de I. Go
nçalves; T. Whitaker; ed. de G.
Weinstock, D.M. Weinstock.
São
Paulo: s.d. 2000.
ANDRADE, Liza M. S. O Conceito de Cidades-Jardins: uma adaptação para cidades
sustentáveis.
Arquitextos Vitruvius, 2003. Disponível em:
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq042/arq.042_02.asp.
Acesso em: 15/03/2007.
ANDRADE, M.A.B. & LAMBERTI, A. A Baixada Santista. Aspectos geográficos. As bases
físicas
.
Editora da Universidade de São Paulo,
São Paulo,
1965.
ANINK, D.; BOONSTRA, C.; MARK, J. Handbook of Sustainable Building, James & James,
London, 1998.
ARAÚJO, Sueli. O Estatuto da Cidade e a Questão Ambiental. Consultoria Legislativa
da
Câmara dos Deputados, Brasília, 2003. Disponível em: http: //
www.camara.gov.br
. Acesso em
20/02/2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de Gestão
Ambiental
. Rio de Janeiro. 199
6.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
149
BASE AEROFOTOGRAMETRIA E PROJETOS S/A. Fotografia aérea de Bertioga. Escala
1:25.000, obra n 189, faixa 298 h,1973 e obra n 14, faixa 02,1994.
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
Resolução
001/1986, de 23 de
janeiro de 1986. Dispõe sobre os critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de
Impacto Ambiental
RIMA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1986.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
Resolução
020/1986, de 18
de junho de 1986. Estabelece a classificação de águas doces, salobras e salinas. Diário Oficial
da União, Brasília, DF,1986.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
Resolução
005/1988, de 16
de novembro de 1988. Dispõe sobre o licenciamento de obras de saneamento básico. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1988.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
Resolução
010/1988, de 14
de dezembro de 1988. Dispõe sobre a regulamentação das APAs. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1988.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
Resolução
005/1989,
de 15
de junho de 1989. Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar
PRONAR. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1989.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA
Resolução
nº 003/1990
, de 28 de
junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 1990.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA
Resolução
008/1990 de 6 de
deze
mbro de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR, Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1990.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA.
Resolução
nº 237/1997
de 22 de
dezembro de 1997. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na
Política Nacional do Meio Ambiente, Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1997.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
C
ONAMA.
Resolução
nº 249/1999
de 1º de
fevereiro de 1999. Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da
Mata Atlântica. Diário Oficial da Uni
ão, Brasília, DF, 1999.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA.
Resolução
nº 303/2002
de 20 de
março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de preservação
permanente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2002.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA.
Resolução
nº 317/2002
de 19 d
e
dezembro de 2002. Regulamentação da Resolução 278, de 24 de maio de 2001, que dispõe
sobre o corte e exploração de espécies ameaçadas de extinção da flora da Mata Atlântica.
Diário Oficial da
União, Brasília, DF
, 2002.
________. Conselho Nacional do
Meio Ambiente
CONAMA.
Resolução
nº 357/2005
de 17 de
março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
150
seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2005.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA
. Resolução
nº 377/2006
de 10 de
outubro de 2006. Dispõe sobre licenciamento ambiental simplificado de Sistemas de
Esgotamento Sanitário. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2006.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA
. Resolução
nº 380/2006
de 31 de
outubro de 2006. Retifica a Resolução CONAMA 375/2006 - Define critérios e
procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de
esgoto sanitário e seus produtos derivados, e outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 2006.
________. Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONAMA.
Resolução
nº 382/2006
de 02 de
janeiro de 2007. Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para
fontes fixas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2006.
BRASIL.
Lei 11428/2006, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção
da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 20
06.
_______.
Lei 10.25
7/2001
, de 10 de julho de 2001. Institui O Estatuto da Cidade. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 2001.
_______.
Lei nº 9984/2000, de 17 de julho de 2000. Dispõe sobre a criação da Agência
Nacional de Águas
-
ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e
o
utras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2000.
_______.
Lei n
º 9795/1999
, de 27 de a
bril de 1999.
Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1999.
_______.
Lei 9605/19
98
, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de atividades lesivas ao meio ambiente. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1998.
________.
Lei 9433/1997, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o
inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. da Lei 8.001, de 13 de março
de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1997.
________.
Lei 7803/1989, de 18 de julho de 1989. Código Florestal. Altera a redação da Lei
4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis nºs 6.535, de 15 de junho de 1978, e
7.511, de 7 de julho de 1986. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
1
989.
________.
Lei n
º
7661/1988
, de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro e dá outras providências
. Diário Oficial da União, Brasília,
DF,
1988
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
151
________.
Lei 6938/1981, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1981.
________.
Lei 6766/1979, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do
Solo Urbano
e dá outras Providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1979.
________.
Lei 4771/1965, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal.
Diário O
ficial da União, Brasília, DF, 1965.
BRASIL.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Censo Demográfico 2000.
Brasília,
DF. IBGE, 2001.
BERTIOGA.
Lei 315/1998, de 29 de setembro de 1998. Dispõe sobre a Aprovação do Plano
Diretor de Desenvolvimento Sustentado de Bertioga - fixando seus conceitos, objetivos e
diretrizes gerais. Câmara Municipal de Bertioga, Bertioga, SP, 1998.
BRUN
DTLAND, G. H. Our Common Future: The World Commission on Environment and
Development. Oxford: Oxford University
Press
,
1987.
BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT BRE. Building Research Establishment
Environmental Assessment Method - BREEAM OFFICES 2006. UK, 2006. Disponível em
http://www.breeam.org/offices.html
. Acesso em:
10/10/07.
_________.
Checklist South East. UK, 2002. Disponível em:
http://southeast.sustainability
-
checklist.co.uk/
.
Acesso em: 03/04/2008
.
CARDOSO, F
rancisco
F
erreira.
Certificação de “Empreendimento Comercial de Elevado
Desempenho A
mbiental
2002”
. PUC USP/CSTB. São Paulo, 2003.
CARMO, Silvia C. Bacellar do. Câmara e Agenda 21 Regional para uma Rede de Cidades
Sustentáveis: A Região Metropolitana da Baixada Santista
.
Dissertação de Mest
rado,
Programa de Pós
-
Graduação em Engenharia Urbana
,
Universidade Federal
de São Carlos, São
Carlos, 2004
.
CARRIÇO, José M. Legislação Urbanística e Segregação Espacial nos Municípios
Centrais da Região Metropolitana da Baixada Santista. Dissertação de Mestrado, Programa
de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2002.
CARVALHO, Herculano S. Do desenvolvimento (in)suportável à sociedade feliz”, in
GOLDENBERG, M, Ecologia, ciência e política, Rio de Ja
neiro, Revan, 1992
CARVALHO, Pompeu F. de; BRAGA, Roberto
.
Perspectivas de Gestão Ambiental em
Cidades Médias
. Rio
Claro: LPM
-
UNESP, 2001
.
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAIXADA SANTISTA CBH-
BS
.
Plano de Bacia
UGRHI 7. Disponível em
http://www.sigrh.sp.gov.br
. Acesso em 20 de janeiro de 2008. São
Paulo, 1995.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
152
CENTER OF EXCELLENCE FOR SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Succes Stories. Disponível
em:
http://www.su
stainable.doe.gov
. Acesso em 23 de janeiro de 2008.
CIB.
Agenda 21 para a Construção Sustentável. Tradução do relatório CIB Publicação 237.
São Paulo: Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construção Civil,
2000.
COELHO, Christianne R.C.S. Complexidade e Sustentabilidade nas organizações.
Florianópolis. Tese de doutorado da UFSC, 2001.
COMARU
, Francisco de Assis. Políticas de Habitação e Desenvolvimento Urbano em
Municípios Saudáveis: O Caso de Bertioga. Tese de Doutorado, Faculdade de Saúde
Públic
a da Universidade de São Paulo.
São Paulo,
2004
.
COMMUNITY GREENS. Srared Parks in Urban Blocks.
Disponível em:
http://communitygreens.org
. Acesso em 10 de janeiro de 2008.
COOK,
Jeffr
ey
Millennium Measures of Sustainability: Beyond Bioclimat Architecture”-
In: Proceedings of PLEA 2001 Conference
The 18 th International Conference on Passive and
Low Energy Architecture Renewable Energy for a Sustainable Development of Built
Envir
onment, Florianópolis, 2001.
CRUZ, Rita de Cássia A, da. Introdução à Geografia do Turismo. Editora Roca. São Paulo,
2003.
CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment).
HQE
-
Haute
Qualité
Environnementale
, França, 2002. Disponível em:
http://www.assohqe.org/
.
Acesso em
10/05/2007.
CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment).
HQE2R
- Sustainable Renovation of
Buildings for Sustainable
Neighbourhoods
, France, 2004. Disponível em:
http://hqe2r.cstb.fr/
. Acesso em 03/03/2008.
DA SILVA, Marcos Virgílio; Feridas e Curativos A questão Ambiental Urbana em Debate.
Disponível em
htt
p://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp278.asp
. Acesso em
12/junho/2006
DEL CARLO, Ualfrido - “Algumas questões de limites para a sustentabilidade”
,
NUTAU
mimeo, 2001.
________________
“Arquitetura Sustentabilidade Meio Ambiente e Economia”
,
U
niversidade de Guarulhos, São Paulo, mimeo, 1999.
DIAS, Beatriz Marques. “Uma Ilha Verde na China”.
Publicação:
Revista Exame. São Paulo.
26/09/207. Disponível em:
http://planetasustentável.abril.com.
br
. Acesso em 20/dezembro/2007.
ECO, Umberto.
Como se faz uma Tese
. São Paulo. Perspectiva, 1977
EDWARDS, Brian. Guia Básica de la Sostenibilidad
.
Barcelona
, E
ditora
Gustavo
Gili S.A.
2004.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
153
ENDERLE, Georges, et al.
Dicionário de Ética Econômica.
Traduzi
do por Benno Dischinger et
al.
São Leopoldo: Editora UNISINOS, 1997.
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP
.
Subsídios para Revisão do Plano Diretor de
Bertioga
à luz do Estatuto da Cidade Contribuições dos membros da sociedade civil por
meio do Projeto Bertioga Município Saudável
.
CEPEDOC
- Faculdade de Saúde Pública da
USP,
São Paulo,
2002.
FACULDADE DE SAÚDE BLICA DA USP
;
Comissão Intersetorial do Projeto Bertioga
Município
Saudável. Curso de Formação de Agentes Multiplicadores para Assentamentos
Humanos
Saudáveis
Relatório. CEPEDOC - Faculdade de Saúde Pública da USP,
São
Paulo,
2001.
FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Planejamento Ambiental: Fator indutor do
Desenvolvimento Sustentável
. São Paulo, FAU/USP, tese de Livre Docência, 1997, 241p.
________
Planejamento Ambiental para a Cidade sustentável. São Paulo, Annablume,
2000, 296p.
GILBERT, Michael J.;
ISO 14001/BS7750: Sistema de Gerenciamento Ambiental
; São Paulo:
IMAM; 1995.
GIRARDET, Herbert. Sustainble Cities. A Contradiction in Terms?” in AD Architectural
Design The Architecture of Ecology, London, 1997.
GONÇALVES,
P
ólita
.
A Reciclagem Integradora dos Aspectos Ambientais, Sociais e
Econômicos.
Rio de Janeiro: DP&A
Fase,
2003.
GOOGLE EARTH. Disponível em
http://earth.google.com
Acesso em 15 de janeiro de 2008.
GUIA BERTIOGA. Disponível em
http://guiabertioga.com.br
. Acesso em 10 de janeiro de 2008.
HADDAD, Paulo R. Processo de Elaboração Texto Informa
tivo
- Agenda 21 Brasileira
Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional
Secretaria
-
Executiva, abril 2002.
HAMMARBYSJOSTAD. Disponível em:
http://www.hammarbysjostad.se/
.
Acesso em 15 de
janeiro de 2008.
HENKELS, Carina; A Identificação de Aspectos e Impactos Ambientais: Proposta de Um
Método de Aplicação; Dissertação de Mestrado; Programa de Pós-graduação em Engenharia
de Prod
ução, UFSC, Florianópolis; 2002.
HOUAISS, Ant
ônio; VILLAR, Mauro de Salles.
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
Rio
de Janeiro: Objetiva, 2001.
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Mapa Topográfico de
Bertioga. Estado de São Paulo,
Escala 1:50.000. Folha SF
-
23
-Y-D-
IV
-
4.
S
ão Pa
ulo,
1971.
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO. Disponível em http://
www.igc.sp.gov.br
.
Acesso em 15 de outubro de 2007.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
154
ISO 14001 - Environmental Management S
ystems
Specification with guidance for use.
February
,
1995.
KRONKA MÜLFARTH, Roberta
Consentino
. A Sustentabilidade e a Arquitetura. AU.
Arquitetura e Urbanismo, v. 147, p. 70
-
73, 2006.
LAKATOS, Eva M
aria
; MARCONI, Marina de Andrade
.
Metodologia científica. São Paulo:
Atlas, 1982.
LAMBERTS, R.; Dutra, L.; PEREIRA, Fernando O R
.
Eficiência Energética na Arquitetura, 2.
ed. São Paulo: PW editores, 2004.
LAMBERTS, R. Sustentabilidade, Conforto e Eficiência Energética nas Habitações
Disponível
em
http://www.antac.org.br/seminario/lamberts_sbpc6.pdf
, Florianópolis, 2006
.
LAMPARELLI, C.C.; MOURA, D.O.; VINCENT, R.C.; RODRIGUES, F.O.; LOPES, C.F. &
MILANELLI, J.C.C. Mapeamento dos ecossistemas costeiros do estado de São Paulo. São
Paulo: Sec
retaria do Meio Ambiente, CETESB,1988.
LEOPOLD,
Aldo.
(1949)
A Sand County Almanac
.
Artigo:
Ética Ambiental. New York.
Ballantine Books
, 1966
.
LIMA, Alex Oliveira Rodrigues de. Ética global: legislação profissional no terceiro milênio. São
Paulo: Iglu,
1999.
LITTLE, C. E. Greenways for America. Baltimore and London: The Johns Hopkins University
Press. 1990.
LOBO, Márcio. Cidade dos
Sonhos
.
Publicação
Revista A, Edição maio e junho, 2008,
disponível em http://planetasustenta
vel.abril.com.br. Acesso em
julho
/2008.
LOBO, A.; MARQUES, I.; PEREIRA, M.; PROENÇA, M.; CLARO, M.A. Ambiente, Inovação e
Competitividade da Economia. Lisboa, Ed. Dep
artamento
de Prospectiva e Planejamento e
Relações Internacionais, 2007.
LOMBARDO, M. A. Ilha de Calor nas Metrópoles: o exemplo de São Paulo. São Paulo:
Hucitec
, 1985. 244p.
LUCAS, Frederico. Exemplo Sueco: Os Segredos da Cidade Perfeita in Expresso,
Maio,
2008, disponível em
http://aeiou.expresso.pt/
, acesso em abril/2008.
LUENGO, Gerardo. Elementos para la definición y evaluación de la calidad ambiental urbana.
Una propuesta teórico-
metodológica
. Anais do IV Seminário Latinoamericano de Calidad de
Vida Urbana
.
Tandil(Argentina), 8 a 11 de setembro de 1998
LYLE, J
ohn
T
illma
n - “Regenerative design for Sustainable Development”- Polytechnic
University, Pomona; publicação John Wiley & Sons - Califórnia / Estados Unidos da América,
1994.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
155
LYLE, John Tillman - “Design for Human Ecosystems - Landscape, Land Use, and Natural
Resour
ses”
-
Pol
ytechnic University, Pomona; Publicação Van Nostrand Reinhold - Califórnia /
Estados Unidos da América, 1985
.
MACEDO, Silvio.
Paisagem, Urbanização e Litoral do Éden à Cidade
. São Paulo, 1993. Tese
de Livre docência da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo de São Paulo.
MAZZETO, F. A. P. Qualidade de vida, qualidade ambiental e meio ambiente urbano: breve
comparação de conceitos. In: Sociedade e Natureza (Revista do Instituto de Geografia da
UFU). Uberlândia: EDU
FU, Ano 12, n 24
Jul/dez 2000
.
McHARG, I. Design with nature
.
E
dition
United States of America: John Wiley & Sons,
New
York: Doubleday, 1971.
MEADOW
S, Donella H. et al (1972)
.
Os limites do Crescimento (tit. Orig. The Limits of
Grow)
, Pub. Dom Quixote: Lisboa, 1972
.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Cidades Sustentáveis; Subsídios à Elaboração da
Agenda 21 Brasileira
,
Brasília: Consórcio Parceria 21 IBAM-
ISER
-REDEH, 2000.
MONTE
-MOR, Roberto Luis de. “Urbanização extensiva e lógicas de povoamento: um
olhar ambiental”. In
Território, global
ização e fragmentação
. São Paulo, Hucitec, 1994.
MORIN, E. Sociologia. A Sociologia do Microssocial ao Macroplanetário. Portugal:
Publicações Europa
-
América, 1998.
NEGREIROS, Iara; ABIKO Alex. Análise de Métodos de Avaliação Ambiental para
Loteamentos Ur
banos
. In: ELECS IV Encontro Nacional e II Encontro Latino Americano
Sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis. Campo Grande
.
2007.
OLIVEIRA, L. A Percepção da Qualidade Ambiental. In: Ação do homem e a
Qualidade
Ambiental. Rio Claro: ARGEO e Câmara
Municipal, 1983.
OLIVEIRA, M. A. T.; HERRMANN, M. L. P. Ocupação do Solo e Riscos Ambientais na Área
Conurbada de Florianópolis. In: Impactos Ambientais Urbanos no Brasil. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2001.
PRANDINI
, F. L.; NAKASAWA, V. A. Desafios ambientais da civilização urbana: uma
síntese.
Primeira Oficina de Desenho Urbano de Florianópolis. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, 1994.
REIS, Maurício J. L.
IS
O 14000 Gerenciamento Ambiental. Um Novo Desafio para a sua
Competitivid
ade
.
Qualitimark Editora,
Rio de Janeiro,
1995
.
RIBEIRO,
Maurício Andrés
.
Ecologizar. Pensando o Ambiente Humano
.
Editora Roma, Belo
Horizonte,
2000.
RIVIERA:
Um Paraíso ao lado do Atlântico. Revista JB. Disponível em
http://www2.uol.com.br/jbaixada/2000103.htm
. Acesso em: 12/junho/2006
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
156
RIVIERA DE SÃO LOURENÇO. Disponível em http://
www.rivieradesaolourenco.com.br
Acesso
em 20/maio/2007.
ROGERS, Richard. Cidades para um Pequeno Planeta. Editora Gustavo Gili S.A., Barcelona,
2001
.
ROSA, F.S. A paisagem X evolução do uso e ocupação do solo em Bertioga, Litoral
Paulista.
Revista do Departamento de Geografia
da USP, ed
ição nº
13
, São Paulo, 1999
.
RUANO,
Miguel
.
Ecourbanismo. Entornos Humanos Sostenibles: 60 proyectos. Editora
Gustavo Gili S.A.
,
Barcelona, 1999.
SACHS, I
gnacy
.
Ecodesenvolvimento: Crescer sem Destruir
. São Paulo. Vértice, 1986.
_______
Estratégias de Transição para o Século XXI: Desenvolvimento e Meio Ambiente
,
Stúdio Nobel/Fundação do Desenvolvimento Administrativo,
São Paulo,
1993
.
_______
Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável
. Rio de Janeiro, Garamond, 2002.
_______
Desenvolvimento Includente, Sustentável, Sustentado. Rio de Janeiro, Garamond,
2004.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Desengenharia: O passivo ambiental na desativação de
empreendimentos industriais.
São Paulo, Edusp, 2001.
SANTOS
, M.
A Urbanização Desigual
A Especificidade do Fenômeno
Urbano em Países
subdesenvolvidos
. Petrópolis, Vozes, 1980.
_______
, M.
Manual de Geografia Urbana
. 2 ed.
São Paulo: Hucitec, 1981.
_______, M. A
Urbanização brasileira
. 3 ed. São Paulo: Hucitec, 1993.
SENADO FEDERAL. ESTATUTO DA CIDADE: Guia para Implementação pelos municípios
e cidadãos
. Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, Brasília, 2001.
SILVA,
Vanessa Gomes da
.
Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios
brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo, 2003. 210p.
Tese
de doutorado.
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
SILVA,
Sandra R. Mota
.
Indicadores de Sustentabilidade Urbanas perspectivas e as
limitações de operacionalização de um Referencial Sustentável
.
São Paulo, 2000.
Dissertação de mestrado
da Engenharia Urbana. Uni
versidade Federal de São Carlos
.
SILVA, V. G.; SILVA, M.G.; JOHN, V.M.; AGOPYAN, V. Perspectives for development of
environmental assessment of buildings in Brazil. In: Sustainable Buildings 2000/GRC 2000
Section. Proceedings. Maa
stricht, NOVEM/CIB/GBC, October, 2000.
SPIRN, Anne W.
O Jardim de Granito
. São Paulo, Editora da USP, 1995.
SOBLOCO
S/A. Disponível
em http://
www.sobloco.com.br
.
Acesso em maio/2007.
STOCKHOLM. Dis
ponível em:
http://www.stockholm.se/hammarbysjostad
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
157
Acesso em 03 de outubro de 2008.
SVEDIN, U. The Challenge of sustainability. The search for a dynamic relationship between
ecosystemic, social and economic factors. Trabalho apresentado no Workshop Internacional
sobre sustentabilidade Ecológica do Desenvolvimento Regional. Vilnus (URSS), 1987.
TAKAOKA,
Marcelo V.
;
SALATI,
Eneas;
FELDMANN,
Fabio;
AMATO,
Fernando;
LIMA,
João
da
R.
Jr.;
JOHN,
Vanderley
M. Uma Área Residencial com mais Sustentabilidade. Estudo de
Caso do Projeto Gênesis
.
Trabalho Apresentado no
SB05
- World Sustainable Building
Conference
,
T
ókio,
2005.
TIBOR, Tom; FELDMAN, Ira. ISO 14000; Um Guia para as Normas de Gestão Ambiental
.
São
Paulo, Futura, 1996.
TICKELL, Crispin. “Introdução”. In: ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta.
Barc
elona, Gustavo Gili, 2001.
TRIANA, M. A.; LAMBERTS, R.
Metodologia de Avaliação Ambiental Brasileira para o Setor
Residencial: Eficiência Energ
ética.
In: IX Encontro Nacional e V Latino Americano de
Conforto no Ambiente Construído, 2007, Ouro Preto. Metodologia de Avaliação Ambiental
Brasileira para o Setor Residencial: Efic
iência Energética. Porto Alegre
: Antac, 2007.
TRIANA,
Mari
a A.
Diretriz
es para incorporar conceitos de sustentabilidade no
planejamento e projeto de arquitetura residencial multifamiliar e comercial em
Florianópolis
. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-
graduação
em Arquitetura e
Urbanismo
da
UFSC, Florianópolis, 2005.
TROPPMAIR, H.; GALINA, M.H.
Áreas Verdes. Território & Cidadania
. Rio Claro, n
.
2, 2003.
US
GBC
.
LEED
Leardership in Energy & Environmental Design. Green Building Rating
System Version 2.1. USA, 2002.
US
GBC
.
LEED for Neighborhood Development Community,
200
3, USA. Disponível em:
http://www.usgbc.org/
. Acesso em: 20/11/2007.
VAN BELLEN, Hans Michael. “Sustainable development: presenting the main
measurement methods”
. 2002.
Ambiente Sociedade
, v. 7, n. 1, Campinas,
2004.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez.
Ética.
Tradução: João Dell’Anna. 23. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002.
VIEIRA, P. F.; WEBER, J. Gestão dos Recursos Naturais Renováveis e Desenvolvimento:
Novos Desafios para a Pesquisa Ambiental. São Paulo
, Cortez, 1997.
VITRÚVIO,
Marcos.
Tratado de Arquitetura. Traduzido por M. Justino Maciel. São Paulo,
Martins Fontes, 2007.
WACKERNAGEL, Mathis; R
EES
, W
. E
.
Our Ecological Footprint
Reducing Human Impact
on The Earth.
New Society Publishers, Gabriola
Island, British Columbia, Canada, 1996.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
158
YEANG, Ken. “The Green Skyscraper - The Basic for Designing Sustainable Intensive
Building”
, Prestel, New York, 1999.
YIN, Robert K. Case Study Research Design a
nd
Methods. Sage Publications Inc., USA,
1989.
YIN
, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Tradução: Daniel Grassi. 2 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
ZAMBRANO,
L.
M.
A; BASTOS, L.E.G; SLAMA,J.G. (2004) Gestão ambiental e avaliação do
desempenho da edificação: estudo de caso na indústria farma
cêutica.
In: I ClaCS’04
ENTAC’04. São Pau
lo.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
159
ANEXOS
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
160
ANEXO 1
POSSIBILIDADES DE AÇÃO EM RELAÇÃO AOS ASPECTOS
AMBIENTAIS E SOCIAIS
DA
AGENDA 21
.
Tema
Sub
-
tema
Possibilidades de ação relacionadas ao setor
ASPECTOS AMBIENTAI
S
1. Atmosfera (9)
Mudança climática
Evitar emissão de gases causadores de efeito
estufa (GHG), durante:
Produção de materiais de construção,
(processos mais limpos
;
uso de energia renovável
; e
adição de resíduos e materiais reciclados
aos produtos )
Transporte de materiais de construção,
promovendo o
uso de materiais locais
.
Operação de edifícios (NOx, SOx28)
Dano à camada
de ozônio
Evitar uso e planejar a substituição de materiais de
construção e componentes de sistemas prediais
(combate a inc
êndio e ar condicionado), cuja produção ou
uso envolva emissão de substâncias nocivas à camada
de ozônio (CFCs29, HCFCs30 e halogêneos).
Qualidade do ar
Evitar emissão de poluentes do ar em áreas urbanas,
causados principalmente por:
Produção, transport
e e armazenamento de
materiais
Canteiros de obras e atividades de manutenção
e demolição (poeira e emissões liberadas pelos
equipamentos)
Operação de edifícios (NOx, SOx)
Transporte urbano
Aspectos Ambientais
Poluição do Solo
Evitar poluição: do solo, ca
usada principalmente
por:Produção e armazenamento de materiais
(necessidade de processos de produção mais limpa);
Atividades de preparação do terreno (limpeza,
movimento de terra);
RCD (necessidade de processos de construção mais
limpa); e materiais com
produtos lixiviáveis;
Resíduos de uso de edifícios Fazer gestão de resíduos
(ver Padrões de
produção e consumo)
Agricultura (14)
Critério na seleção de área para novos empreendimentos:
evitar áreas aráveis ou de pecuária permanente
Critério na seleção de
área de novos empreendimentos
Florestas (11)
Usar madeira de maneira responsável:
Não usar espécies ameaçadas
Privilegiar compra de madeira proveniente de fontes de
manejo sustentável/certificadas
Aderir a grupos de compradores de madeirar certificada
Anexo 1:
P
ossibilidades de ação em relação aos aspectos ambientais e sociais
da
agenda 21
.
Fonte: SILVA, 200
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
161
Desertificação (12)
e erosão
Observar cuidados na preparação do sítio (movimento de
terra, com conservação da cobertura vegetal e camada
superficial de solo)
Observar padrões de drenagem natural do terreno
2. Solo (10) (equilíbrio de usos competitivos
do solo)
Urbanização (7) e
Assentamentos
Selecionar área para novos empreendimentos de
modo a: Direcionar crescimento urbano evitando
densidades muito baixas (que competem com outros
usos e podem contribuir para perda de biodiversidade),
áreas aráveis, d
e pecuária permanente, de valor
ecológico
Priorizar vazios urbanos e recuperação áreas
degradadas
Controle da proliferação de assentamentos
informais
Planejamento de necessidade e uso de transporte
3. Oceanos, mares e áreas costeiras (17)
Evitar poluição
: Prover facilidades adequadas para coleta
e tratamento de esgoto
Ocupação adequada de áreas litorâneas.
4. Água doce (18)
Quantidade de
água
Conservar e reduzir o consumo de água
Resguardar permeabilidade do solo
Aspectos Ambientais
Qualidade da águ
a
Evitar poluição: Tratamento da água que deixa o
ambiente construído e retorna aos corpos d’água
Reduzir uso de fertilizantes (eutroficação) e pesticidas
(poluição do ar, do solo e da água)
na manutenção de jardins públicos e privados
Nos canteiros de ob
ra:
Prover facilidades sanitárias e ligação adequada à rede
municipal de esgoto
Prover facilidades adequadas para retenção
de materiais poluentes (silte, particulados,
óleos, água alcalina residual etc) antes de
descarga na rede pública
Empregar materiais
sem produtos lixiviáveis
Na escala urbana: prover facilidades
sanitárias e de coleta, tratamento e disposição
adequada de resíduos municipais
5. Saneamento
Evitar poluição:
Prover infra
-
estrutura de
saneamento básico para reduzir
poluição do solo
e corpos
d’água
Anexo 1:
P
ossibilidades de ação em relação aos aspectos ambientais e sociais
da
agenda 21
.
Fonte: SILVA, 2003.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
162
6. Biodiversidade (15)
Ecossistemas e espécies chave
Selecionar áreas para novos empreendimentos
para direcionamento de
crescimen
to urbano, que
priorizem a proteção de áreas contendo
ecossistemas
-
chave e
a recuperação de
ecossistemas e áreas degradadas
.
Estudo de implantação para minimizar
perturbação em sítios com valor ecológico
.
Tomar precauções para conservação de
vegetação e
camada de solo superficial
durante a
execução da obra
.
7. Reservas de recursos
Aspectos Sociais
ASPECTOS SOCIAIS
Erradicação de
pobreza (3)
Gerar empregos diretos, indiretos induzidos,com salários
adequados
Igualdade de
gênero (24)
Reduzir desigual
dade de salários e acesso a
oportunidades de carreira para homens e mulheres
Relações
trabalhistas
Política de remuneração justa e melhoria das relações
trabalhistas
1. Justiça social
Fortalecimento de
comunidades locais
Usar recursos humanos locais
2.
Educação (36)
Capacitação técnica
e para
Sustentabilidade
Encorajar programas formais de treinamento e
atualização profissional e ambiental
Alfabetização
Encorajar programas de alfabetização e aumento
de escolaridade
Conscientização
Pública
Divulgar
relatos de sustentabilidade de empresas,
edifícios e produtos de construção para conscientização e
permitir LCA
3. Saúde (6)
Qualidade do
ambiente interno
Incluindo a emissão de VOCs31, limpeza e renovação
do ar
Saúde e segurança
no trabalho
Reduzir e
xposição a LER32; observar ergonomia
na r
ealização de tarefas
.
Melhorar segurança no ambiente de trabalho
(redução de acidentes)
Anexo 1:
P
ossibilidades de ação em relação aos aspectos ambientais e sociais
da
agenda 21
.
Fonte: SILVA, 2003
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
163
Disponibiliz
ar equipamentos de segurança para
trabalho
em situações de risco e manuseio de
substâncias
perigosas
Infra
-
estrutura adequada para pessoal
operacional do edifício
Condições
sanitárias
Abastecimento de água
Aumentar acesso a infra
-
estrutura de
abastecim
ento de água tratada
Procurar reduzir demanda na rede municipal
Programas de conscientização
Esgotamento Sanitário
Aumentar acesso a infra
-
estrutura para coleta e
tratamento de esgoto
(redução de enfermidades e
poluição de corpos d’água)
Procurar reduzir
carga na rede municipal
Drenagem Urbana
Prover infra
-
estrutura adequada de drenagem
Reduzir áreas impermeáveis
Procurar reduzir carga na rede municipal
Usar mecanismos de retenção de partículas
sólidas e produtos de erosão do solo,
evitando entupimentos
Usar mecanismos de retenção de óleos e
poluentes liberados por veículos automotores,
evitando poluição de lençol freático e cursos
d’água
Aspectos Sociai
s
Limpeza Urbana e Coleta de Lixo
Prover coleta e destinação apropriada de lixo e
resíduos sólidos (com separação e tratamento da
fração reciclável)
Procurar reduzir pressão nas facilidades
municipais
4. Infra
-
estrutura e acesso a serviços urbanos
A
cesso a parques e áreas de lazer/áreas públicas em edifícios
Transporte
Reduzir o
deficit
e recuperar a capacidade de
investimento em infra
-
estrutura de serviços urbanos
Prover e melhorar infra
-
estrutura de transporte
público urbano (menor uso/alternativas mais limpas)
Planejar pra evitar pressionar o sistema viário/de
transporte existente
Habitação(7) e
condições de
vida urbana
Reduzir o
deficit
de habitações
(quantitativo e
qualitativo).
Formalizar políticas, estratégias e
mecanismos de crédito e fina
nciamento
.
Melhorar qualidade de vida nos assentamentos
formais e informais (inclui urbanização de favelas)
Anexo 1:
P
ossibilidades de ação em relação aos aspectos amb
ientais e sociais da agenda 21
.
Fonte: SILVA, 20
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
164
5. Padrões de produção e consumo (4)
Consumo de
materiais
Aumentar eficiência
na produção e uso de
materiais
:
Reduzir resíduos da indústria de materiais de
construção
Melhorar qualidade da construção (gestão)
Aumentar durabilidade (de materiais e edifícios) e
planejamento da manutenção
Re
duzir desperdício e RCD (práticas construtivas
e tecnologias com uso eficiente de materiais).
Aumento no uso de reciclados como materiais de
construção. Fortalecer reciclagem de RCD.
Modular e otimizar dimensionamento
Gestão de
resíduos (19
-
22)
Reciclar
resíduos e reutilizar componentes
Estabelecimento de programas de coleta seletiva,
reciclagem, reuso e disposição de RCD e
resíduos da indústria
Uso de energia
Reduzir intensidade de uso de energia e
aumentar eficiência no uso de energia na
produção de materiais e na operação de edifícios
Suprir demanda por tecnologias de conservação
de energia
Usar energia renovável
Uso de água
Conservar água
Investigar e incentivar reuso de água e
aproveitamento de água de chuva
Transporte
Reduzir distância percorrida
por modo de
Reduzir distância percorrida por funcionários (uso
de recursos humanos locais)
(interface com
Fortalecimento
de comunidades
locais (social)
Criar programas para redução uso de automóveis
Anexo 1:
P
ossibilidades de ação em relação aos aspectos ambientais e sociais
da Agenda 21
.
Fonte: SILVA, 2003
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
165
ANEXO 2
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL DA ISO 14001
0. Introdução
1. Escopo
2. Referências
3. Definições
4. Requisitos para sistemas de gestão ambiental
4.1 Geral
4.2 Políticas ambientais
4.3 Planejamento
4.3.1 Aspectos ambientais
4.3.2 Exigências legais e outras
4.3.3 Alvos e objetivos
4.3.4 Programas de gestão ambiental
4.4 Implementação e operação
4.4.1 Estrutura e responsabilidade
4.4.2 Treinamento, conscientização e competênia
4.4.3 Comunicação
4.4.4 Documentação do sistema de gestão ambiental
4.4.5 Controle da documentação
4.4.6 Controle da operação
4.4.7 Prontidão e resposta a emergências
4.5 Verificação e ação corretiva
4.5.1 Monitoração e medição
4.5.2 Não conformidade e ação corretiva e preventiva
4.5.3 Registros
4.5.4 Auditoria do sistema de gestão ambiental
4.6 Revisão crítica de gerência
Anexo A (informativo) - Orientação para o uso das especificações
Anexo B Bibliografia
Anexo 2
Sistema de gestão ambiental
Fonte:
IS
O 14001, 1995
.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
166
ANEXO 3
ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO
AMBIENTAL
DO LEED
Créditos
categorias
pontos
Sítios sustentáveis
14
Pré-requis. Controle de eroão e sedimentação
Crédito 1 Seleção do terreno
Crédito 2 Densidade de desenvolvimento
Crédito 3 Redesenvolvimento de áreas contaminadas
Crédito 4.1 Transporte alternativo. Acesso ao transporte público
Crédito 4.2 Transporte alternativo. Estacionamento de bicicletas e vestiários
Crédito 4.3 Transporte alternativo. Veículos com o uso de combustíveis alternativos
Crédito 4.4 Transporte alternativo
Crédito 5.1 Redução de perturbações dos sítios. Proteger e restaurar o espaço aberto.
Crédito 5.2 Redução de perturbações dos sítios. Rastro de desenvolvimento
Crédito 6.1 Administração da água da chuva. Taxas e quantidades
Crédito 6.2 Administração da água da chuva. Tratamentos
Crédito 7.1 Paisagismo e projeto de áreas externas para a redução de ilhas de calor.
Sem cobertura
Crédito 7.2 Paisagismo e projeto de áreas externas para a redução de ilhas de calor.
Com cobertura
Crédito 8 Redução de poluição luminosa
Uso eficiente da água
5
Crédito 1.1 Paisagismo com uso eficiente de água. Reduzido para 50%
Crédito 1.2 Paisagismo com uso eficiente de água. Uso de água não potável,
sem irrigação
Crédito 2 Tecnologias inovadoras para reutilização de água
Crédito 3.1
Redução do uso da água. 20% de redução
Crédito 3.2
Redução do uso da água. 30% de redução
Energia e atmosfera
17
Pré-requis.1 Sistemas fundamentais de comissionamento de edicios
Pré-requis.2 Otimização do desempenho energético
Pré-requis.3 Redução de HCFC (hidroclorofluorcarbono) em equipamentos de
condicionamento
Crédito 1 Otimização do desempenho energético
Crédito 2.1 Energia renovável 5%
Crédito 2.2 Energia renovável 10%
Crédito 2.3 Energia renovável 20%
Crédito 3 Comissionamento adicional
Crédito 4 Deleção de ozônio
Crédito 5 Mensuração e verificação
Crédito 6
Energia "verde"
Anexo 3
:
Estrutura de Avaliação
Ambiental do LEED
Fonte: USGBC
, 2002
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
167
Materiais e recursos
13
Pré-requis. Local para depósito e coleta de recicláveis
Crédito 1.1 Reutilização do edifcio. Mantendo 75% da estrutura original
Crédito 1.2 Reutilização do edifcio. Mantendo 100% da estrutura original
crédito 1.3 Reutilização do edifiício. Mantendo 100% da estrutura original e 50%
do restante dos componentes
Crédito 2.1 Gestão dos desperdícios de obra. Desvio de 50%
Crédito 2.2 Gestão dos desperdícios de obra. Desvio de 75%
Crédito 3.1
Reuso de recursos 5%
Crédito 3.2
Reuso de recursos 10%
Crédito 4.1 Conteúdo reciclado 5% (pós-consumo + 1/2 pós-industrial)
Crédito 4.2 Conteúdo reciclado 10% (pós-consumo + 1/2 pós-industrial)
Crédito 5.1 Materiais regionais/locais. 20% manufaturado localmente
crédito 5.2 Materiais regionais/locais. Mais de 20% manufaturado localmente.
50% colhido na região
Crédito 6 Materiais rapidamente renováveis
Crédito 7 Madeira certificada
Qualidade do ambiente interno
15
Pré-requis.1 Performance mínima da qualidade do ar interno
Pré-requis.2 Controle ambiental da fumaça do cigarro
Crédito 1 Monitoramento de dióxido de carbono (CO2)
Crédito 2 Ventilação eficaz
Crédito 3.1 Plano de gestão da qualidade do ar interno durante o processo
de construção
Crédito 3.2 Plano de gestão da qualidade do ar interno antes da ocupação
Crédito 4.1 Materiais com baixa liberação de compostos voláteis. Adesivos e selantes
Crédito 4.2 Materiais com baixa liberação de compostos voláteis. Tintas
Crédito 4.3 Materiais com baixa liberação de compostos voláteis. Carpetes
Crédito 4.4 Materiais com baixa liberação de compostos voláteis.
Madeiras compostas e fibras
Crédito 5 Controle de poluição interna de origem química
Crédito 6.1 Controlabilidade dos sistemas. Perimetral
Crédito 6.2 Controlabilidade dos sistemas. Não perimetral
Crédito 7.1 Conforto térmico. De acordo com a Norma ASHRAE 55-1992
Crédito 7.2 Confoto térmico. Sistemas de monitoramento permanentes
Crédito 8.1 Luz natural e vistas. Espaços iluminados por 75% de luz natural
Crédito 8.2 Luz natural e vistas. 90% dos espaços com vista
Inovação e processo de projeto
5
Crédito 1.1, 1.2, 1.3, 1.4
Inovação de projeto
Crédito 2
Envolvimento de profissional habilitado pelo LEEDtm
Anexo 3
:
Estrutura de Avaliação Ambiental do LE
ED
Fonte: USGBC, 2002
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
168
ANEXO 4
ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL URBANA DO
LEED
ND
1.
ÁREA PEQUENA E
INTEGRADA
Pré
-
requisito 1: Pequena área
mobilidade e facilidade de transporte público.
Pré
-
requisito 2: Proximidade da água e in
fra
-
estrutura para os res
íduos da água.
Pré
-
requisito 3:
Conservação de e
spécies
ameaçadas
e comunidades ecol
ógicas.
Pré
-
requisito 4: Conservação das
zonas
úmidas e dos corpos de água.
Pré
-
requisito 5: Conservação das terras agr
ícolas.
Pré
-
requi
sito 6: Evitar inundações.
Crédito 1:
Reabilitação
de
á
reas degradadas.
Crédito 2: Grande prioridade para a reabilitação de áreas degradadas.
Crédito 3: Preferência pela localização
Crédito 4: Redução da dependência pelo automóvel.
Crédito 5: Ciclov
ias.
Crédito 6: Proximidade entre residência e trabalho.
Crédito 7: Proximidade das escolas.
Crédito 8: Proteção de encostas íngremes
.
Cr
édito 9: Novo desenho para o habitat ou conservação das zonas úmidas.
Crédito 10: Restauração de habitat ou zonas úmida
s (áreas degradadas).
Crédito 11: Conservação e administração de habitas e área degradadas.
2. BAIRRO PADRÃO E DESENHO
Pré
-
requisito 1: Comunidade aberta
Pré
-
requisito 2: Desenvolvimento compacto
Crédito 1: Desenvolvimento compacto.
Crédito 2: Diversidad
e de usos.
Crédito 3: Diversidade de tipos de casas.
Crédito 4: Aluguel de casas acessíveis
Crédito 5: Casas para venda a preços acessíveis
Crédito 6: Redução das áreas de estacionamento.
Crédito 7: Ruas com capacidade de locomoção e mobilidade.
Crédito 8:
Ruas de ligação.
Crédito 9: Facilidades no trânsito.
Crédito 10: Administração da demanda de transportes.
Crédito 11: Acesso
ao entorno e proximidades.
Crédito 12: Acesso
a
espaços públicos
Cr
édito 13: Acesso a espaços de atividades
Crédito 14: Acessibili
dade universal
Crédito 15: Envolvimento comunitário e organização de idéias pela comunidade.
Crédito 16: Produção de alimentos locais.
Anexo 4
:
Estrutura de avaliação ambiental urbana do LEED
-
ND
.
Fonte
:
USGBC,
2003
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
169
3. CONSTRUÇÃO VERDE E TECNOLOGIA
Pré
-
requisito 1: Prevenç
ão de poluentes nas construções.
Crédito 1: Certificação de construção verde
LEED
Crédito 2: Construção com eficiência energética.
Crédito 3: Redução do desperdício de água.
Crédito 4: Reuso
da água e devidas adaptações.
Crédito 5: Reuso para as construções antigas.
Crédito 6: Minimizar distúrbios com o projeto urbano.
Crédito 7: Minimizar distúrbios durante a construção.
Crédito 8: Redução da contaminação em terrenos baldios e remediações.
Cr
édito 9: Administração das fortes águas: enchentes, tempestades etc.
Crédito 10: Redução das ilhas de calor.
Crédito 11: Orientação solar.
Crédito 12: Geração de energia local.
Crédito 13: Capacidade de renovação dos recursos energéticos.
Crédito 14: Aquec
imento e resfriamento do bairro.
Crédito 15: Infra
-
estrutura em energia eficiente.
Crédito 16: Administração dos desperdícios da água.
Crédito 17: Reciclagem na infra
-
estrutura.
Crédito 18: Administração das perdas.
Crédito 19: Administração da abrangência
das perdas.
Crédito 20: Redução dos poluentes da energia (iluminação)
4. INOVAÇÃO E PROCESSO DE DESENHO
Crédito 1: Inovação e performace exemplar
Crédito 2: LEED atributos profissionais.
Anexo 4
:
Estrutura de avaliação ambiental urbana
do LEED
-
ND
.
Fon
te
:
USGBC,
2003
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
170
ANEXO 5
– ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO
HQE
Eco
-
construção
Alvo 1. Relação do edifício com o entorno
1.1. Consideração das vantagens e desvantagens do contexto para definir a morfologia do
projeto e o seu plano de massas
Alvo 2. Escolha integrada dos produtos, sistemas e processos construtivos
2.1. Escolha integrada dos produtos de construção incluindo critérios de qualidade ambiental
Selecio
nar produtos cujas características sejam verificadas
Estratégia de escolha de produtos incluindo critérios ambientais
2.2. Escolha dos sistemas construtivos a fim de
melhorar a adaptabilidade do empreendimento
Escolha de produtos a fim de melhorar a adaptabilidade do empreendimento
Escolha de produtos a fim de facilitar a futura renovação e reforma do empreendimento
Adequação dos sistemas construtivos à vida útil do empreendimento
2.3. Escolha de produtos de construção a fim de limitar os impactos ambientais
do empre
e
ndimento
Alvo 3. Canteiro de obras com baixo impacto ambiental
3.1. Projeto do canteiro objetivando limitar a produção do resíduo e otimizar a sua gestão
Reduzir a produção de resíduos
Quantifica
r os resíduos do canteiro
Organizar a triagem e a estocagem dos resíduos no canteiro
3.2. Otimização da gestão dos resíduos do canteiro
Assegurar a qualidade da triagem
Assegurar a traçabilidade dos resíduos
Retroalimentar a
experiência do canteiro quanto à gestão dos resíduos
3.3. Redução dos incômodos e das poluições
Sensibilizar e implicar os funcionários quanto aos incômodos e às poluições causados
pelo canteiro
Sensibilizar e implicar os vizinhos qu
anto aos incômodos e às poluições causados pelo
C
anteiro
Limitar os incômodos
Limitar as poluições
3.4. Controle dos recursos água e energia
Controlar o consumo de água no canteiro
Controlar o consumo de energia
no canteiro
3.5. Demolição e desconstrução seletiva (quando houver demolição)
Realizar projeto de de
s
construção objetivando otimizar o grau de de
s
construção
Realizar projeto de de
s
construção objetivando limitar seus incômodos e poluições
Ge
renciar o canteiro de modo a otimizar técnica e economicamente a gestão dos resíduos de
Des
construção
Anexo 5
:
Estrutura de avaliação ambiental urbana do HQE
Fonte
:
CSTB, 200
2
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
171
Eco
-
gestão
Alvo 4. Gestão de en
ergia
4.1. Redução do consumo de energia primária não renovável
Reduzir o consumo de energia primária não renovável
Melhorar a capacidade do envelope do edifício a reduzir as necessidades de calefação
Melhorar a capacidade do edif
ício a reduzir os consumos ligados ao resfriamento interior
por meio
de soluções passivas
Melhorar a capacidade do envelope do edifício a reduzir o uso do condicionamento de ar
Melhorar a eficiência dos equipamentos energéticos e a sua gestão
Utilizar energias renováveis locais
4.2. Controle das poluições geradas pelo consumo de energia
Limitar a contribuição ao efeito estufa
Limitar a contribuição ao fenômeno das chuvas ácidas
Limitar a produção de resíduos radioativos
Alvo 5. Gestão da água
5.1. Redução dos consumos de água potável
5.2. Gestão das águas pluviais no sítio
Gestão da infiltração
Gestão da retenção
Gestão das águas superficiais poluídas
Alvo 6.
Gestão dos resíduos
6.1. Estimativa da produção de resíduos
Quantificar por categoria de resíduo e explorar as alternativas locais de reciclagem e reuso
6.2. Garantia da adequação entre coleta interna e externa
6.3. Otimização do s
istema de coleta interna
Otimizar a coleta nos locais de produção
Otimizar os circuitos de coleta entre os locais de produção, de estocagem, de agrupamento e
de coleta
Otimizar a coleta nos locais de estocagem, de agrupamento e de c
oleta
Alvo 7. Gestão da manutenção
7.1. Facilidade de limpeza e de manutenção de produtos e equipamentos incorporados ao
E
difício
7.2. Facilidade de acesso para a execução da limpeza e da manutenção
Assegurar a facilidade de a
cesso para a execução da manutenção e da limpeza do edifício
Assegurar a facilidade de acesso para a execução da manutenção das instalações relacionadas à
gestão da energia
Assegurar a facilidade de acesso para a execução da manutenção das inst
alações relacionadas à
gestão dos resíduos
Assegurar a facilidade de acesso para a execução da manutenção das instalações relacionadas à
gestão da ventilação e da climatização
Assegurar a facilidade de acesso para a execução da manutenç
ão das instalações em geral e para
a movimentação de equipamentos passíveis de serem substituídos
7.3. Simplicidade de concepção e de uso das instalações
Definir as competências necessárias à operação do empreendimento
Padronizar as instalaç
ões de modo a simplificar sua concepção e operação
Assegurar a modularidade das instalações
Assegurar a di
sponibi
li
dade de componentes de reposição
Minimizar os desconfortos dos usuários durante as intervenções de manutenção
Assegurar a
operação do empreendimento em situações de falha temporária de instalações e
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
172
E
quipamentos
7.4. Disponibilização de meios para assegurar o desempenho durante a fase de Uso
Disponibilizar meios para assegurar a gestão de energia
Disponibiliz
ar meios para assegurar a gestão da água
Disponibilizar meios para assegurar a gestão dos resíduos
Disponibilizar meios para assegurar a gestão da ventilação e da climatização
Disponibilizar meios para assegurar a qualidade da água
Dispo
nibilizar meios para assegurar o conforto higrotérmico
Disponibilizar meios para assegurar o trabalho da equipe de manutenção
Conforto
Alvo 8. Conforto higrotérmico
8.1. Criação de condições de conforto higrotérmico
no inverno e na meia
-
estação
Definir/ obter um nível adequado de temperatura nos ambientes quando ocupados, em função do uso
Assegurar uma velocidade do ar par
a não prejudicar o conforto
Controlar as correntes de ar devidas à ventilação
Assegu
rar um nível adequado de umidade nos ambientes quando ocupados em função do seu uso
Assegurar a estabilidade das temperaturas durante a ocupação
Controlar o desconforto devido às incidências solares
Permitir o controle pelos usuários das características térmicas dependentes do sistema de calefação
8.2. Criação de condições de conforto higrotérmico no verão em edifícios não climatizados
Assegurar um nível mínimo de conforto térmico
C
ontrolar as vazões de ar por meio de
abertura das janela
s
Assegurar um nível de conforto mesmo com as janelas fechadas, de modo a levar em conta a
exposição aos ruídos
8.3. Criação de condições de conforto higrotérmico no verão em edifícios ou ambientes
C
limatizados
Definir um nível adequado de temperatura nos diferentes ambientes climatizados
Assegurar uma velocidade do
ar
par
a não prejudicar o conforto
Assegurar a presença de um sistema de ventilação específico
Assegurar a estabilidade das temperaturas no início do perío
do de ocupação
Permitir o controle pelos usuários das características térmicas
Controlar o desconforto devido às incidências solares
Alvo 9. Conforto acústico
9.1. Adoção de disposições arquitetônicas espaciais favorecendo um b
om conforto acústico
Disposições arquitetônicas espaciais favorecendo um bom conforto acústico no que se refere às
condições de vizinhança entre ambientes num mesmo plano
Disposições arquitetônicas espaciais favorecendo um bom conforto acústico no
que se refere à
D
isposição interior dos ambientes
Disposições arquitetônicas espaciais favorecendo um bom conforto acústico no que se refere às
condições de superposição de ambientes
9.2. Garantia de bom isolamento acústico
Assegurar
um nível sonoro máximo
Limitar os ruídos aéreos exteriores
Limitar os ruídos aéreos interiores
Limitar os ruídos devidos a equipamentos
Limitar os ruídos de impa
ctos
9.3. Garantia de correção acústica de ambientes quand
o necessário
Limitar o tempo de reverberação
9.4. Proteção da vizinhança e dos usuários de edifícios circunvizinhos quanto ao ruído
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
173
Alvo 10. Conforto visual
10.1. Aproveitamento ótimo do bem estar da iluminação natural evitando s
eus
I
nco
n
venientes
Locais de ocupação prolongada dispondo de acesso à luz do dia
Zonas de ocupação prolonga
da
dispondo de acesso a vistas externas
Zonas de ocupação prolongada dispondo de nível mínimo de iluminação natural
Evitar o
fuscamento direto ou indireto
10.2. Dispor de iluminação artificial confortável
Dispor de nível ótimo de iluminância em função das atividades previstas
Assegurar uma boa uniformidade da iluminância de fundo em ambientes de mais de 20m2
Ev
itar ofuscamento devido à iluminação artificial e buscar equilíbrio de iluminâncias no ambiente
luminoso interior
Assegurar uma qualidade agradável da luz refletida
Possibilitar o controle pelos usuários do ambiente visual
Alvo 11. c
onforto olfativo
11.1. Redução das fontes de odores desagradáveis
Controlar as emissões de odores provenientes dos produtos de construção
Reduzir as outras fontes de odores
Controlar as emissões de odores provenientes de equipa
mentos e mobiliários
11.2. Garantia de uma ventilação eficaz
Assegurar a observância das exigências higiênicas regulamentares
Assegurar o conforto olfativo
Assegurar as vazões de ar na fase de Uso
Assegurar a estanqueidade das t
ubulações de ventilação
Assegurar a estanqueidade do edifício
Assegurar a filtragem do ar insuflado
Assegurar a renovação diária completa do ar do edifício antes da entrada dos ocupantes
Assegurar a renovação completa do ar do edifício
antes da sua entrega após a execução
Assegurar a possibilidade de controle das vazões
Assegurar o conforto olfativo nos ambientes que possuam fachadas expostas a ruídos, no caso de
ventilação garantida unicamente pela abertura de janelas
S
aúd
e
Alvo 12. Qualidade sanitária dos ambientes
12.1. Limitação dos incômodos devidos ao ambiente interior e às suas superfícies
Limitar os incômodos devidos a campos eletromagnéticos
Limitar os incômodos devidos aos revestimen
tos interiores
12.2. Criação de boas condições de higiene específicas
Alvo 13. Qualidade sanitária do ar
13.1. Controle das fontes poluidoras
Controlar as emissões de odores provenientes dos produtos de construção
Reduzir as
outras fontes de odores
Controlar as emissões de odores provenientes de equipamentos e mobiliários
Anexo 5
:
Estrutura de avaliação ambiental urbana do HQE
Fonte
:
CSTB, 2002.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
174
13.2. Garantia de uma ventilação eficaz
As
segurar a observância das exigências higiênicas regulamentares
Assegurar o conforto olfativo
Assegurar as vazões de ar na fase de Uso
Assegurar a estanqueidade das tubulações de ventilação
Assegurar a estanqueidade do edifício
Assegurar a filtragem do ar insuflado
Assegurar a renovação diária completa do ar do edifício antes da entrada dos ocupantes
Assegurar a renovação completa do ar do edifício antes da sua entrega após a execução
Assegurar a possibilidade de contr
ole das vazões
Assegurar o conforto olfativo nos ambientes que possuam fachadas expostas a ruídos, no caso de
ventilação garantida unicamente pela abertura de janelas
Alvo 14. Qualidade sanitária da água
14.1. Garantia da qualidade
e da durabilidade dos materiais empregados nas redes internas
Assegurar a compatibilidade dos materiais empregados com a regulamentação sanitária
Escolher materiais compatíveis com a água
Aplicar materiais com durabilidade assegurada
14.2. O
rganização das redes
Organizar as redes por tipo de uso
Sinalizar as redes
14.3. Proteção das redes públicas e internas de água potável contra os retornos da água
Proteger os equipamentos ligados às redes
Proteger as redes
Proteges as conexões
Separar a rede de água pot
ável das outras redes e reduzir
os riscos de ligação acidental
14.4. Garantia da circulação e da estabilidade de temperatura nas redes de água potável
Assegurar a boa concepção das instalaçõe
s individuais de água quente para uso sanitário
Assegurar a boa concepção das instalações coletivas de água quente para calefação e de água fria
para uso sanitário
14.5. Controle dos tratamentos anti
-
corrosão e anti
-
carbonatação
Assegurar a
adequação de tratamento eventual de água
Assegurar a qualidade dos produtos de tratamento
Controlar o desempenho dos tratamentos anti
-
corrosão e anti
-
carbonatação
Anexo 5
:
Estrutura de avaliação ambiental urbana do HQE
Fo
nte
:
CSTB, 2002
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
175
ANEXO
6 - ESTRUTURA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL URBANA DO BRE -
CHECKLIST
1.
Alterações climáticas e energia
Inundações
1,1
Para garantir que sites e desenvolvimentos ter na devida conta do risco de che
ias, e onde ela está
presente, tomar as medidas adequadas.
1,2
Para reduzir o risco de inundações em desenvolvimento proposto sites e áreas adjacentes da terra
Ilhas de Calor
1,3
Para reduzir o calor ilha efeitos inerentes às zonas urbanas através de medidas passivas design.
Em caloroso verão dias, o ar nas zonas urbanas pode ser 6-
8 ° F mais quente do que as zonas
envolventes.
Cientistas
chamada essas áreas "ilhas de calor urbano".
Isto é devido aos materiais
de construção (particularmente sombrio materiais como betuminoso, pesado e materiais como
betão) e absorvendo calor radiante.
Água E
ficiência
1,4
Para reduzir o consumo global
de água potável para usos não
-
potáveis.
1,5
Para garantir que o espaço seja utilizado telhado produtiva para minimizar água demanda e gestão
da água run
-
off no site.
Energia Sustentável
1,6
Para aumentar a eficiência global do desenvolvimento atrav
és da concepção e gestão eficiente da
energia.
1,7
Para promover o aumento da utilização de fontes
de energia renováveis para reduzir a dependência
dos combustíveis fósseis produzem emissões de CO
2.
1,8
Para aumentar o uso de técnicas sustentáveis aquecimento.
1,9
Para incentivar a integração da energia solar / pv tecnologias durante a fase de concepção.
1,10
Para incentivar o uso futuro do activo tecnologias solares, quando não tenham sido inicialmente
oferecidos.
Site Infrastructure
1,11
Para proporcionar um acesso fácil ao site serviço das infra
-
estruturas e comunicações, com o
mínimo de perturbação exigênci
a e necessidade de reconstrução, e permitindo um crescimento
futuro no sector dos serviços.
1,12
Para garantir que o masterplan considera o site da grande distribuição on
-
site produzido energia
renovável.
1,13
Evoluir para um sistema de gestão de energia e for
necer ao público, com fácil acesso às energias
renováveis informação.
2. Comunidade
Promover redes de interação comunitária
2,1
Para evitar efeitos negativos sobre a comunidade envolvente e destacar assuntos que
o
desenvolvimento questões que o desenvolvimento tem de enfrentar.
Envolvimento na tomada de decisão
2,2
Para promover o envolvimento da comu
nidade no projeto de desenvolvimento para assegurar as
suas necessidades, ideias e conhecimentos são tidos em conta para melhorar a qualidade e
aceitabilidade do desenvolvimento.
Colabor
ar com os serviços públicos, economia social e estrutura da comunidade
2,3
Para incentivar sustentável estilos de vida e ajudar a integração na comunidade local.
Comunidade Gestão do desenvolvimento
2,4
Para garantir que a comunidade instalações são mantidas e comu
nidade tem senso de propriedade.
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
176
3. Place Making
Utilização eficiente da terra
3,1
Para garantir a mais eficaz e eficiente utilização dos solos, aplicando uma abordagem sequencial.
3,2
Para garantir a mais eficaz e eficiente a utilização de terras.
3,3
Para assegurar uma efectiva re
-
utilização de edifícios apt.
Design Process
3,4
Para garantir que a preparação de uma declaração de intenções design, que é informada pelos
estudos do local e seus arredores, é discutido com os partidos adequado antes da finalização.
3,5
Para garantir que o regime de paisagis
mo é atraente e adequado ao meio ambiente local.
Forma de Desenvolvimento
3,6
Para atingir visual e físico conectividade que torna muito mais fácil encontrar o desenvolvimento e
para navegar ao redor.
3,7
Para tornar a circulação pedonal at
raente e segura, reduzindo confiança depositada sobre
automóveis particulares para viagens locais.
3,8
Para criar um lugar, com uma clara identidade que seja fácil de compreender e navegar.
3,9
Para garantir que a construção frontages incentivar uso de ruas pedonais contribuindo para
vitalidade.
3,10
Para criar espaços defensável qu
e definem claramente espaços públicos e privados.
3,11
Para garantir que o desenvolvimento responde ao carácter local, embora reforçando a sua própria
identidade.
Espaço aberto
3,12
Para garantir o acesso a espaços verdes públicos de alta qualidade para todos.
3,13
Para promover recreação ao ar livre, a saúde ea comunidade interação.
Adaptabilidade
3,14
Para assegurar que
os novos edifícios podem ser adaptadas às exigências dos novos usos.
Inclusiva comunidades
3,15
Para evitar que as desigualdades sociais e promover uma comunidade socialmente inclusiva.
3,16
Para atrair uma nova comunidade diversificada, que reflete as tendências demográficas
circundante.
Crime
3,17
Para aplicar princípios des
ign para aumentar a segurança do desenvolvimento.
Street iluminação / poluição
3,18
Para garantir que a rua é a iluminação energeticamente eficientes quanto possível e minimizar a luz
derrame.
Segurança iluminação
3,19
Para garantir que a iluminação de segurança é um elemento cuidadosamente concebido, instalado
com a devida consideração da sua aptidão para a função e os seus efeitos sobre os vizinh
os eo
meio ambiente.
Anexo 6: Requisitos de qualidade
ambiental do BRE
checklist. Fonte:
BRE,
2002
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
177
4. Transpo
rte e Circulação
4,1
Para incentivar e per
mitir a utilização de transportes públicos.
4,2
Para promover o uso da comunicação virtual como uma alternativa ao transporte, sempre que
possível.
Os transportes públicos
4,3
Para assegurar a disponibilidade de frequentes e convenientes transportes públicos para tr
einar,
eléctrico ou tubo.
4,4
Para permitir o acesso fácil aos tr
ansportes públicos.
4,5
Para incentivar a utilização mais frequente do transporte público durante todo o ano, pelo que
espera áreas que são consideradas seguras e fora do estado do tempo.
Estacionamento
4,6
Para reduzir os níveis de parque de estacionamento disponível como um incentivo à utilização dos
transportes públicos e outros métodos de mobilidade e comunicação.
4,7
Para prestados espaço flexível, que pode acomodar outros usos fora das zonas d
e estacionamento
pico de demanda.
4,8
Para reduzir o impacto da carga sobre os veículos pesados de mercadorias das estradas públicas.
Peões e ciclistas
4,9
De promoção da bicicleta como uma verdadeira alternativa à utilização dos automóveis particulares
para trajectos mais curtos, enquanto reduzir o medo do crime.
4,10
De promoção da bicicleta como uma verdadeira alternativa à utilização dos automóveis particulares
para trajectos mais curtos, enquanto reduzir o medo do crime.
Proximidade do local amenities
4,11
Para reduzir qualquer necessidade ou obrigação de viajar de carro a instalações essenciais, tendo
-
lhes dentro de uma distância razoável a pé.
Gestão de tráfego
4,12
Para garantir veículo velocidades são adequadas a todos os utentes.
4,13
Para ativar residentes de usar e gozar espaço em redor casas, mantendo veicular acesso.
Comunidade Car Club
4,14
Para reduzir dependência residentes em automóvel privado propriedade e utilização.
5. Ecologia
Conservação
5,1
Para determinar o valor ecológico dos habitats dentro e em redor do local, a fim de manter e
promover a biodiversidade e proteger os habitats naturais existentes.
Reforço da ecologia
5,2
Para melhorar o valor ecológico do local e habitats existentes.
5,3
Para
melhorar o valor ecológico do local e apoiar a viabilidade das espécies e habitats, associando
populações.
Plantação
5,4
Para garantir que as árvores e arbustos que são especificadas contribuem para o valor ecológico do
local.
Anexo 6: Requisitos
de qualidade ambiental do BRE
checklist. Fonte:
BRE,
2002
Avaliação da Qualidade
A
mbiental no Projeto Urbano
: Complexo Riviera de São Lourenço
Deize Sbarai Sanches
178
6. Recursos
Utilização adequada dos recursos naturais
6,1
Para garantir que o patr
imónio ou archaeologically características importantes são conservados ou
conservados, se presentes.
Impacto ambiental
6,2
Para aumentar o volume de baixo impacto ambiental materiais utilizados durante a construção de
evolução.
6,
3
Pa
ra aumentar a percentagem de madeira utilizada na construção provém de fontes
sustentavelmente geridas e temperado.
Reconhecidas credenciais incluem o Forest Stewardship
Council Esquema de Certificação e Pan European Forest Certification.
Valorização dos materiais locais.
6,4
Para aumentar a proporção de localmente valorizadas ou materiais reciclados utilizados na
construção de estradas, pavimentação, espaços públicos e carparks.
6,
5
Para aumentar a proporção
de fontes localmente materiais utilizados no processo de construção.
6,6
Para aumentar a proporção de baixo impacto ambiental materiais utilizados no abastecimento de
água e sistema de esgotos tubagem construção.
Planejamento dos resíduos da água
6,7
Para desenvolver uma estratégia sustentável da água eficiência em um masterplanning nível de
todo o site.
6,8
Para garantir que qualquer desenvolvimento no site não negativamente impacto sobre
locais
públicos ou privados abastecimento de água através de poluentes acquifers ou subterrâneas.
Recusar Compostagem
6,9
Para promover o aumento dos níveis de cozinha e jardim / pais
agismo compostagem.
A poluição sonora
6,10
Para reduzir o impacto do ruído sobre o desenvolvimento.
Construção resíduos
6,11
Para minimizar os resíduos produzidos a partir do desenvolvimento depositados em aterros.
7. Edifícios
Especiaficação BREEAM
7,1
Para garantir edifícios individua
is propiciar a sustentabilidade do desenvolvimento.
Anexo 6: R
equisitos
de qualidade ambiental do BRE
checklist
.
Fonte:
BRE,
2002
This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
This page will not be added after purchasing Win2PDF.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo