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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
LUCIANA JUNQUEIRA RAMOS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL, DE SEIS DOMÍNIOS DA QUALIDADE
DE VIDA E DA CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO DE IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS E NÃO-INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE
PORTO ALEGRE, RS
Porto Alegre
2008
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LUCIANA JUNQUEIRA RAMOS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL, DE SEIS DOMÍNIOS DA QUALIDADE
DE VIDA E DA CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO DE IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS E NÃO-INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE
PORTO ALEGRE, RS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Instituto
de Geriatria e Gerontologia, como
requisito à obtenção do grau de Mestre
em Gerontologia Biomédica.
ORIENTADOR: PROFESSOR JOSÉ ROBERTO GOLDIM
Porto Alegre
2008
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Rosária Maria Lúcia Prenna Geremia
Bibliotecária CRB10/196
R175v Ramos, Luciana Junqueira
Variação do estado nutricional, da qualidade de vida e da capacidade de tomar
decisão de idosos institucionalizados e não-institucionalizados no município de Porto
Alegre, RS / Luciana Junqueira Ramos; orient. José Roberto Goldim. Porto Alegre:
PUCRS, 2008.
00f.: tab.
Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Instituto de Geriatria e Gerontologia. Mestrado em Gerontologia Biomédica.
1.
ESTADO NUTRICIONAL. 2. QUALIDADE DE VIDA. 3. ATIVIDADES COTIDIANAS. 4.
IDOSO. 5. SAÚDE DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO. 6. AUTONOMIA PESSOAL. 7. ESTUDOS
TRANSVERSAIS
. I.Goldim, José Roberto. II. Título.
C.D.D. 361.32
C.D.U. 316.621-053.9:613-058(816.5)(043.3)
N.L.M. WT 30
LUCIANA JUNQUEIRA RAMOS
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL, DE SEIS DOMÍNIOS DA QUALIDADE
DE VIDA E DA CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO DE IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS E NÃO-INSTITUCIONALIZADOS NO MUNICÍPIO DE
PORTO ALEGRE, RS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Instituto de Geriatria e Gerontologia, como requisito à obtenção
do grau de Mestre em Gerontologia Biomédica.
FOLHA DE APROVAÇÃO
________________________________________________
Professor José Roberto Goldim – Orientador
________________________________________________
Professora Josiane Siviero
________________________________________________
Professor Rodolfo Herberto Schneider
Porto Alegre
2008
AGRADECIMENTOS
Prof. Dr. José Roberto Goldim, pela orientação desta dissertação, pelas
importantes contribuições, discussões e a oportunidade de convivência e
aprendizado constante.
À Profa. Alessandra Campani Pizzato, colaboradora deste estudo, pelo
incentivo e apoio, sobretudo na concepção do projeto.
Às acadêmicas responsáveis pela coleta de dados, Gabriela Penter, Paula Z.,
Camila Chitolina, Luana Haar. e em especial a incansável Betina Ettrich pela
dedicação e disponibilidade com a qual desde o início me ajudou com muita doçura
e espontaneidade.
À Coordenação, aos professores, colegas e funcionários do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
À Daniela Benzano do Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (GPPG), pelo auxílio nas análises estatísticas.
Aos meus pais pelo apoio incondicional, pela compreensão, pela carinhosa
dedicação e pelo incansável incentivo.
Ao meu noivo, Fabrício, pela paciência, compreensão, companheirismo e
motivação ao longo destes dois anos de duração do mestrado.
Aos amigos, pela compreensão pela ausência nos momentos de dedicação
ao trabalho.
RESUMO
Introdução: O envelhecimento populacional tornou-se realidade em nosso meio e
surge acompanhando uma transição social. A busca por Instituições de Longa
Permanência (ILPs) para idosos, surge como uma alternativa para as famílias de
baixa renda ou para idosos que perderam seus vínculos familiares. As doenças que
surgem com o avanço da idade, podem levar a diminuição drástica da qualidade de
vida. Mais do que nunca, enfatiza-se a identificação dos fatores que promovem o
bem-estar, incluindo saúde, estado nutricional e forma física. Hábitos nutricionais
positivos influenciam claramente a qualidade da vida que uma pessoa pode esperar
nos seus últimos anos. O que está em jogo na velhice é a autonomia, que está
intimamente relacionada à capacidade de tomar decisões à medida que é
necessário que o indivíduo tenha capacidade de exercê-la, de determinar e executar
seus próprios desígnios. Objetivo: Avaliar o estado nutricional, seis domínios da
qualidade de vida e a capacidade de tomar decisão em idosos institucionalizados e
não-institucionalizados no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Método:
Foi realizado um estudo do tipo transversal, com idosos institucionalizados e não
institucionalizados, de Porto Alegre - RS. Foram estudados 248 idosos, sendo
realizadas as avaliações do estado nutricional, através da Mini-Avaliação Nutricional
e da antropometria, de seis domínios da qualidade de vida, utilizando o instrumento
WHOQOL-old e da capacidade de tomar decisão (Instrumento Desenvolvimento
Psicológico-Moral). Resultados: Dos 248 idosos, 71% residiam em suas casas, 79%
da amostra total eram mulheres, a média etária do grupo institucionalizado
permaneceu mais alta (81±7 anos) e ambos grupos foram classificados com
sobrepeso pelo IMC, apenas 2% da amostra foi classificada com desnutrição pela
MAN. O grupo não institucionalizado apresentou melhor qualidade de vida. Os dois
grupos permaneceram na fase conscienciosa do desenvolvimento psicológico-moral,
o que lhes garante capacidade para tomada de decisão. Considerações Finais: As
associações entre as variáveis estudadas e a institucionalização ou não dos
participantes teve apenas repercussão na qualidade de vida, que foi superior nos
idosos não-institucionalizados.
ABSTRACT
Introduction: The growth of the elder population has become an issue in our living
circle and appears accompanied by a social transition. The search for Care
Institutions as a residence for old people arises as an alternative for low-income
families or for old individuals who have lost their family bonds. The illnesses that
appear with the age progression can lead people to drastic quality of life
deterioration. Now, more than ever, the identification of factors that promote the well-
being, which include health care and nutritional and physical status are emphasized.
Positive nutritional habits have a clear influence on the quality of someone’s last
years of life. What matters for elders is the autonomy, which is intimately related to
the decision making ability, as the individual must have the power to enact its own
intentions. Objective: To evaluate associations between the nutritional status, the
quality of life and the decision making ability on old individuals who reside or not at
Care Institutions in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Brazil. Method:
A cross section study was performed in a sample of 248 seniors, who lives at home
or in institutions in Porto Alegre, RS, Brazil. The research evaluated the nutritional
status, using Mini Nutritional Assessment and anthropometry measures, six domains
of quality of life, using WHOQOL-old instrument and a Psychological-Moral
Development Instrument, based on Loevinger theory. Results: From the 248 old
individuals, 71% resided at their own house, 79% of the total sample were women,
the average age of the residents of Institutions was higher (81±7 years) and both
groups were classified as overweight by the Body Mass Index (BMI), only 2% of the
sample was classified with malnutrition by the Mini Nutritional Assessment (MNA).
The group that live at home showed a better quality of life. Both groups remained on
the consciousness stage of the psychological-moral development, this stage
demonstrates that theses persons maintain their decision making capacity. Final
Considerations: The relationships between the studied variables was not significant,
except that quality of life in home residents was superior than the institutionalized
seniors.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ILP – Instituição de Longa Permanência
ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos
OMS – Organização Mundial de Saúde
IMC - Índice de Massa Corporal
MAN – Mini Avaliação Nutricional
RCQ – Razão Cintura-Quadril
WHOQOL-OLD – Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida para Idosos
WHO – World Health Organization
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação do Índice de Massa Corporal .............................................25
Quadro 2 - Valores de referência do National Health and Nutrition Examination
Survey (NHANES I) para homens ............................................................26
Quadro 3 - Valores de referência do National Health and Nutrition Examination
Survey (NHANES I) para mulheres ..........................................................26
Quadro 4 - Adequação da Circunferência do Braço...................................................27
Quadro 5 - Risco de complicações metabólicas associadas à obesidade pela
circunferência da cintura ..........................................................................27
Quadro 6 - Classificação das fases de desenvolvimento psicológico-moral de
acordo com a média dos valores obtidos utilizando o instrumento de
Souza .......................................................................................................29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características demográficas....................................................................31
Tabela 2 - Perfil nutricional dos idosos.......................................................................32
Tabela 3 - Classificação do estado nutricional, segundo IMC....................................32
Tabela 4 - Classificação quanto ao risco para desnutrição pela Mini Avaliação
Nutricional nas diferentes faixas etárias do grupo em estudo ................32
Tabela 5 - Percentis da Circunferência do Braço .......................................................33
Tabela 6 - Adequação da Circunferência do Braço....................................................33
Tabela 7- Complicações Metabólicas Associadas à Obesidade ................................34
Tabela 8 - Indicativo de Risco para Desenvolvimento de Doenças............................34
Tabela 9 - Características dos Participantes quanto a Qualidade de Vida.................35
Tabela 10 - Comparação dos escores dos módulos do WHOQOL-OLD de acordo
com os grupos de idosos (N=248)..........................................................35
Tabela 11 - Setor de atuação no mercado de trabalho ..............................................36
Tabela 12 - Escolaridade da amostra.........................................................................37
Tabela 13 - Fases do Desenvolvimento Psicológico-Moral da amostra .....................37
Tabela 14 - Fases do Desenvolvimento Psicológico-Moral e Sexo dos
Participantes...........................................................................................38
Tabela 15 - Variáveis nutricionais e da qualidade de vida nas diferentes faixas
etárias dos idosos...................................................................................38
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.....................................................................6
LISTA DE QUADROS.................................................................................................7
LISTA DE TABELAS ..................................................................................................8
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................11
2 REVISÃO DA LITERATURA ...........................................................................14
3 OBJETIVOS.....................................................................................................22
3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................22
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................22
4 MÉTODO..........................................................................................................23
4.1 DELINEAMENTO...........................................................................................23
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..........................................................................23
4.3 COLETA DE DADOS.....................................................................................24
4.3.1 Dados demográficos................................................................................24
4.3.1.1 Sexo e Idade ...........................................................................................24
4.3.2 Avaliação do estado nutricional .............................................................24
4.3.2.1 Mini Avaliação Nutricional (MAN) ............................................................24
4.3.2.2 Antropometria..........................................................................................25
4.3.3 Qualidade de vida.....................................................................................28
4.3.3.1 WHOQOL-Old .........................................................................................28
4.3.4 Capacidade de tomar decisão.................................................................29
4.3.4.1 Questionário sobre Capacidade de Tomar Decisão................................29
4.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................30
4.5 ASPECTOS ÉTICOS.....................................................................................30
5 RESULTADOS.................................................................................................31
6 DISCUSSÃO ....................................................................................................40
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................48
10
REFERÊNCIAS.........................................................................................................49
APÊNDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .....................................57
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO............58
ANEXO A - MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL .......................................................60
ANEXO B - QUESTIONÁRIO WHOQOL-OLD .........................................................63
ANEXO C - QUESTIONÁRIO SOBRE CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO .......66
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um processo universal que se inicia com a concepção do
indivíduo, tendo como conseqüência natural sua última fase, a velhice. Envelhecer
provoca modificações biológicas, psicológicas e sociais no organismo, porém é na
velhice que este processo se evidencia com maior clareza.
Proporcionar à pessoa idosa uma atenção abrangente à saúde é uma
decorrência dos múltiplos aspectos que caracterizam o envelhecimento. Deve-se
não apenas controlar as doenças, mas em especial buscar o bem-estar físico,
psíquico e social, propiciando uma atenção multidimensional.
É atribuição dos gerontólogos, estimular e realizar pesquisas e transmitir
conhecimentos acerca do fenômeno do envelhecimento, de modo que se possa
implementar medidas que tornem efetiva a assistência abrangente de atenção à
saúde do idoso. É buscando a geração de conhecimento que se poderão entender
as alterações não patológicas deste processo, instruir e propor meios para um
envelhecimento bem-sucedido; este, hoje em dia, vem sendo associado ao baixo
risco de doenças e incapacidades funcionais relacionadas às doenças,
funcionamento mental e físico excelentes, e envolvimento ativo com a vida.
A velhice representando a última etapa do ciclo vital, do mesmo modo que as
etapas precedentes, também apresenta aspectos positivos e negativos, satisfações
e dificuldades, mas de maneira alguma deve ser vista como sinônimo de
enfermidade. A forma e as características que se vive neste período estão ligadas
em grande parte à imagem social predominante em cada cultura e também a
aspectos intrínsecos do indivíduo.
É sabido que o envelhecimento causa alterações no corpo humano, as quais
podem interferir no estado nutricional de uma pessoa; deste modo, a avaliação
nutricional é de suma importância, pois se realizada periodicamente pode detectar
alterações precoces e assim intervir de forma adequada, com objetivo de prevenir
doenças, promover uma vida mais saudável, mantendo ou recuperando o estado
12
nutricional. A avaliação nutricional deve ser criteriosa e levar em conta que o idoso
enfrenta uma alteração da composição corporal, inerente ao envelhecimento, com o
aumento do tecido adiposo e diminuição da massa magra, o que pode resultar em
modificações da força e da mobilidade, favorecendo a possibilidade de quedas e
refletindo diretamente na diminuição do metabolismo basal.
A avaliação nutricional é realizada pelo nutricionista, que pode optar dentre os
diferentes métodos de avaliação, o que está de acordo e é recomendado para o
indivíduo que atende, variando conforme a população-alvo. No caso do idoso, são
muitas as variáveis que interferem em uma alimentação de boa qualidade
nutricional. Assim, para sua avaliação é fundamental ressaltar a história alimentar,
questionando a ele e/ou seus familiares sobre alterações de peso, restrições
alimentares voluntárias ou não, alcoolismo, depressão, alterações gastrintestinais,
doenças crônicas e uso de medicamentos. Para avaliação nutricional em idosos são
necessários métodos que determinem o estado nutricional de maneira precisa, uma
vez que muitas variáveis utilizadas são afetadas por doenças agudas.
Outra importante dimensão a ser avaliada é a da qualidade de vida, ou seja, a
percepção do indivíduo tanto de sua posição na vida, no contexto da cultura e nos
sistemas de valores nos quais se insere, como em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo de classificação, que
pode ser afetado de modo complexo pela saúde física da pessoa, pelo seu estado
psicológico, por suas relações sociais e por seu nível de independência.
A qualidade de vida compreende uma série de variáveis, não significando
apenas saúde física e mental, mas também, estar de bem consigo mesmo, com a
vida e com as pessoas que os cercam, enfim, sentir-se em equilíbrio.
O local onde o indivíduo vive é uma das variáveis que pode interferir na
qualidade de vida. A definição de lar, como sendo o lugar onde se vive é bastante
simples, pois lar também é o ambiente em que é possível sentir-se fazendo parte,
sendo importante, aceito, útil, único, desempenhando o papel destinado a cada um.
E esse é hoje um dos tantos desafios frente às questões da institucionalização na
velhice.
13
As causas que com maior freqüência motivam a transferência do idoso para
instituições podem ser agrupadas em três categorias: médicas, sociais e
econômicas. As causas médicas consistem na deterioração física ou cognitiva que
aumentam o estado de dependência e dificultam a realizão das atividades diárias
de forma independente. Das causas sociais pode-se citar o estado de solidão, a
carência familiar ou de redes sociais, a desintegração da família e o esgotamento
familiar frente a doenças de longa duração. Dentre os problemas econômicos estão
a perda de poder aquisitivo, a impossibilidade de se alimentar adequadamente, de
pagar serviços, de atender à deterioração da moradia. No geral, a motivação à
institucionalização é uma concorrência de várias causas.
Todo idoso deve ter preservado o reconhecimento da sua autonomia, o que
com freqüência é questionado, em especial em idosos institucionalizados. Contudo,
suas convicções pessoais merecem ser respeitadas. O que se torna importante na
velhice é avaliar o grau de capacidade que o indivíduo tem para tomar suas
decisões. Muitas vezes, a participação ativa do idoso no processo de tomada de
decisões é restringida pela família ou pela instituição, de forma errônea.
Este estudo se propõe a discutir os temas acima apresentados visando
conhecer melhor a situação de uma amostra de idosos institucionalizados e não-
institucionalizados, da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
2 REVISÃO DA LITERATURA
O envelhecimento populacional há pouco tempo restrito a países
desenvolvidos, tornou-se realidade em nosso meio
1
e surge acompanhando uma
transição social, que apresenta famílias menores, cujas necessidades financeiras
exigem a participação das mulheres no mercado de trabalho, reduzindo a
perspectiva de envelhecimento em um ambiente familiar seguro
2
. A busca por
Instituições de Longa Permanência (ILP) para idosos surge como uma alternativa
para as famílias de baixa renda ou para idosos que perderam seus vínculos
familiares
3
. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (2005), o Brasil será
o sexto país com maior número de pessoas idosas até 2025
4
.
Ao mesmo tempo que o incremento do número de idosos provoca um
aumento bastante significativo nas despesas com tratamentos médicos e
hospitalares, também impõe desafios para o governo e para a iniciativa privada,
traduzidos na emergência da necessidade de novos paradigmas e métodos de
planejamento, de gerência e de prestação de cuidados, ainda mais que os modelos
vigentes se mostram ineficientes e de alto custo
5
.
Os idosos brasileiros vivem cotidianamente angústias com a desvalorização
das aposentadorias e pensões, com medos e depressão, com a falta de assistência
e de atividades de lazer, com o abandono em hospitais ou asilos, e sofrem, ainda,
todo tipo de obstáculo para assegurar alguma assistência por meio de planos de
saúde. À desinformação, ao preconceito e desrespeito aos cidadãos da terceira
idade, somam-se a precariedade de investimentos públicos para atendimento às
necessidades específicas da população idosa, a falta de instalações adequadas, a
carência de programas específicos e mesmo de recursos humanos, seja em
quantidade, seja em qualidade
6
.
A nova realidade demográfica e epidemiológica brasileira aponta para a
urgência de mudanças e inovação nos paradigmas de atenção à saúde da
população idosa e reclama estruturas criativas, com propostas de ações
15
diferenciadas a fim de que o sistema ganhe efetividade e o idoso possa usufruir
integralmente os anos proporcionados pelo avanço da ciência. Sabe-se que esse
viver mais é importante na medida em que agregue qualidade aos anos adicionados
de vida. Autonomia, participação, cuidado, auto-satisfação, possibilidade de atuar
em variados contextos sociais e elaboração de novos significados para a vida na
idade avançada são, hoje, conceitos-chave para qualquer política destinada aos
idosos
7
.
As doenças que surgem com o avanço da idade, podem levar ao
envelhecimento precoce e a diminuição drástica da qualidade de vida
8
. O
reconhecimento de que a qualidade de vida constitui um tema importante para a
promoção da saúde física e mental e para o bem-estar social das pessoas, tem
estimulado o Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde a
realizar estudos envolvendo o tema
9
. Deste modo, torna-se relevante para os
profissionais de saúde entender o conceito de qualidade de vida. Segundo a própria
Organização Mundial da Saúde (OMS), é multidimensional e abrange fenômenos
físicos, psicológicos e sociais e foi definida como sendo “a percepção do indivíduo
de sua posição na vida, no contexto da cultura e o sistema de valores nos quais ele
vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”
10
.
Também pode ser definida como uma avaliação subjetiva da positividade ou
negatividade de atributos que caracterizam a vida de um indivíduo
11
.
Residentes de Instituições de Longa Permanência para Idosos encaram a
perda da independência, privacidade e ambiente familiar, fatores estes que levam a
uma alta prevalência de solidão, depressão e baixa qualidade de vida
12
.
Desta forma, o idoso institucionalizado constitui, quase sempre, um grupo
privado de seus projetos, pois se encontra afastado das relações nas quais sua
história foi construída. Pode-se associar a esta exclusão social as marcas e
seqüelas das doenças crônicas não transmissíveis, que são os motivos principais de
sua internação, inclusive nas ILPs
13
. É razoável salientar que, de forma antagônica,
existem pesquisadores na área do envelhecimento humano
14
, que partem da
premissa que a institucionalização na velhice está passando por uma redefinição do
seu papel na sociedade, de modo que os asilos podem possibilitar aos idosos
relações interpessoais saudáveis, ressignificação de suas trajetórias de vida e a
16
vivência de uma dignidade na velhice no âmbito de instituições de longa
permanência.
Apesar das ILPIs serem representadas como um lócus importante e
necessário para as pessoas idosas que não possuem familiares, são consideradas,
muitas vezes, a única “alternativa” viável para preservar mecanismos de
sobrevivência, diante das dificuldades sócio-econômicas, afetivas e familiares. Por
outro lado, percebe-se a necessidade de uma efetiva reforma político-social dessas
instituições, uma vez que elas vêm funcionando como depósito para o confinamento
social e afetivo, o que torna a velhice sinônimo da espera/preparação apenas para a
morte, de modo que não há participação dos idosos em atividades sócio-recreativas,
tornando-se quase inexistente a sua rede de apoio social
15
.
Mais do que nunca, enfatiza-se a identificação dos fatores que promovem o
bem-estar, incluindo saúde, estado nutricional e forma física. Hábitos nutricionais
positivos influenciam claramente a qualidade da vida que uma pessoa pode esperar
nos seus últimos anos
16
.
Estudos têm associado grupos alimentares, alimentos ou nutrientes a
doenças crônicas e chegam ao consenso de que o papel das variáveis nutricionais
na etiologia destas doenças tem gradativamente emergido
17
.
A população idosa (idoso, indivíduo de 60 anos ou mais) é particularmente
propensa a problemas nutricionais devido a fatores relacionados com as alterações
fisiológicas e sociais, ocorrência de doenças crônicas, uso de medicamentos,
problemas na alimentação, depressão e alterações da mobilidade com dependência
funcional. O nível de independência funcional é também um fator preditor de
complicações
18
.
O processo de envelhecimento traz consigo significativas alterações
corporais
19
decorrentes do processo fisiológico de envelhecimento e que podem
comprometem a ingestão de nutrientes, podendo levar à desnutrição
20
, de maneira
que a desnutrição não deve ser associada ao processo normal de envelhecimento. A
perda de peso involuntária, redução de apetite e caquexia, são comuns na
população geriátrica
18
. Além da perda de peso, a estatura tende a diminuir, bem
como a massa magra. O padrão de gordura corporal sofre modificações, o tecido
17
gorduroso dos braços e pernas diminui, mas aumenta no tronco
21
. A desnutrição por
vezes pode ser difícil de ser distinguida das alterações resultantes do processo
natural de envelhecimento, porém se não detectada, resulta no agravamento de
condições clínicas e aumento da mortalidade. Observa-se na literatura pertinente,
uma falta de consenso em relação aos critérios diagnósticos de desnutrição,
inexistindo um padrão ouro
18
. As principais causas da desnutrição dos idosos são a
ingestão alimentar diminuída, as necessidades alteradas de nutrientes
20, 22
e a má
absorção
20
.
O grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo
alcançadas para manter a composição e função adequada do organismo, resultando
do equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes, é expresso pelo estado
nutricional. Alterações deste estado contribuem para o aumento da morbi-
mortalidade
16,
18
. Especialmente nos países em desenvolvimento, o grupo da
população com maior prevalência de desnutrição é o de idosos
18,
23, 24
.Os objetivos
da avaliação do estado nutricional são: identificar os pacientes com risco aumentado
de apresentar complicações associadas ao estado nutricional, para que possam
receber terapia nutricional adequada e monitorizar a eficácia da intervenção
dietoterápica
18
.
O peso corresponde à soma de todos os componentes de cada nível da
composição corporal. É uma medida aproximada das reservas totais de energia do
corpo, e mudanças no peso refletem alterações no equilíbrio entre ingestão e
consumo de nutrientes
18
.
O índice de massa corporal (IMC), criado por Quetelet, teve a sua utilização
na prática clínica proposta há três décadas
25
. Alguns autores
26, 27
chamam atenção
para três limitações do IMC: 1) Relação com a proporcionalidade do corpo, pessoas
com pernas curtas para sua altura terão o IMC aumentado; 2) Relação com a massa
livre de gordura, especialmente em homens, pois atletas e indivíduos musculosos
podem ter IMC na faixa da obesidade; 3) Relação com a estatura, que, apesar de
baixa, pode ser significativa, especialmente em menores de 15 anos
25, 27, 28
. Anjos
26
sugeriu, ainda, que, apesar de o IMC não indicar a composição corporal, a facilidade
de sua mensuração e sua relação com morbi-mortalidade parecem ser motivos
18
suficientes para sua utilização como indicador do estado nutricional em estudos
epidemiológicos em associação ou não com outras medidas antropométricas
18
.
Dentre os fatores que afetam a ingestão alimentar, destacam-se a falta de
recursos econômicos para compra de alimentos, os hábitos alimentares típicos de
pessoas solitárias, a dentição, a confusão mental, além da pequena motivação para
alimentar-se. Da mesma forma, a prevalência de doenças crônicas tende a
aumentar com o envelhecimento, o que pode contribuir para o aparecimento de
anorexia e aumento das necessidades nutricionais
20
.
No entanto, a presença de uma doença crônica não significa que o idoso não
possa gerir sua própria vida e encaminhar o seu dia-a-dia de forma totalmente
independente. A maior parte deles é, na verdade, absolutamente capaz de decidir
sobre seus interesses e organizar-se sem nenhuma necessidade de ajuda
29
, pois se
sabe que as habilidades (possibilidade de envolver-se com o assunto, de
compreender ou avaliar o tipo de alternativas e a possibilidade de comunicar a sua
preferência) necessárias ao processo de tomada de decisão, não são unicamente
dependentes da idade cronológica do indivíduo. Esta capacidade deve ser vista
como uma função contínua e não do tipo “tudo ou nada”. A pessoa idosa não tem
obrigatoriamente perda da capacidade de tomar decisões, ao contrário, pode ter
uma melhor compreensão do processo como um todo
30
. Assim sendo, como novo
paradigma da saúde pública frente ao envelhecimento, o conceito de saúde inclina-
se para a manutenção da autonomia, mesmo na presença de doenças crônicas
(controladas)
31
.
Existe uma sobreposição conceitual envolvendo capacidade, competência e
autonomia. Freqüentemente capacidade e competência são confundidas com
autonomia, porém, trata-se de atribuições diferenciadas. A noção de autonomia
refere-se a um atributo do sujeito como pessoa, com a potencialidade de dar a si
mesmo o sentido e a norma da existência, tendo suas raízes na filosofia. Já a
capacidade ou competência refere-se à aptidão ou idoneidade para realizar uma
tarefa que tem suas origens nos campos da psicologia do direito, representando o
lado operativo ou funcional da autonomia pessoal. Por sua vez, capacidade e
competência são também muitas vezes utilizadas indistintamente, pois o motivo pelo
qual se questiona a competência de uma pessoa é a suspeita ou a convicção de que
19
ela não possui uma adequada capacidade. Contudo, embora estejam estreitamente
relacionadas, possuem origens distintas e peculiaridades que as diferenciam
32
.
O que está em jogo na velhice é a autonomia, que está intimamente
relacionada à capacidade de tomar decisões à medida que é necessário que o
indivíduo tenha capacidade de exercê-la, de determinar e executar seus próprios
desígnios.
O pressuposto é de que aceitar uma situação favorável ou recusar uma
situação desfavorável atende aos melhores interesses da pessoa, não sendo exigida
uma alta capacidade para tomada de decisão. Por outro lado, recusar uma situação
favorável ou aceitar uma desfavorável exige uma alta capacidade para a tomada de
decisão
33
, contudo, ainda persiste a dúvida sobre quais os métodos eficazes de
mensuração desta capacidade desde o ponto de vista moral
34
.
No campo da psicologia e, até mesmo da filosofia, a capacidade tem sido
associada – direta ou indiretamente – ao grau de desenvolvimento psicológico e
moral do indivíduo. Vários pesquisadores buscaram estabelecer os limites de
capacidade do individuo em cada uma de suas fases de vida, sendo os mais
destacados Jean Piaget
35
, Kohlberg
36
, Loevinger & Wessler
37
e Turiel
38
. A rigor,
todos estes autores, mais do que estabelecer o desenvolvimento moral em si,
fizeram propostas de teorias sobre o desenvolvimento do julgamento moral, isto é,
da capacidade do indivíduo decidir com base em argumentos morais
39
.
Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas
mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada uma
de estruturas precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente
as estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio. Cada uma destas
construções que observam um determinado padrão por idades é chamado de
estágio. Porém, a idade não é o fator mais importante em relação ao surgimento
destes estágios, mas, a ordem em que aparecem
40
. Piaget considera que o
desenvolvimento da moral abrange três fases. A primeira delas é a fase da anomia,
onde as crianças de até cinco anos ainda não utilizam ou seguem regras. Nesta fase
o indivíduo ainda não coteja as relações através de noções de bem e mau, mas pelo
sentido do dever. A fase seguinte é a da heteronomia, em que as crianças de até
20
dez anos de idade consideram a moral como a autoridade. Nesta fase as regras não
correspondem a um acordo mútuo firmado entre os jogadores, mas seriam
estabelecidas pela tradição e, portanto, não seria permitido mudá-las. Por fim, a
autonomia, fase correspondente ao último estágio do desenvolvimento da moral.
Nesta fase as regras são legitimadas e a criança entende a moral na perspectiva da
reciprocidade. As regras são respeitadas como decorrências dos acordos mútuos
entre os jogadores, sendo possível que cada sujeito estabeleça as regras
cooperativamente entre os membros de um grupo
40
. Um dos pontos fundamentais
da concepção de autonomia do Piaget foi justamente não relacionar a autonomia ao
isolamento, mas ao estabelecimento de relações cooperativas, caracterizando a
autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais
com o pressuposto do respeito recíproco
41
. Kohlberg, baseado na teoria de Piaget,
propõe que o desenvolvimento moral compreende seis estágios, distribuídos em três
níveis: Pré-convencional, Convencional e Pós-convencional. Tanto para Piaget,
quanto Kohlberg, a seqüência de estágios pelos quais a pessoa passa é universal,
ou seja, as pessoas de todas as culturas passam pela mesma seqüência de
estágios, na mesma ordem. Porém, a consideração deste caráter universal da
moralidade não significa negar a influência da cultura sobre uma série de valores. A
universalidade a que os autores se referem significa que há determinados valores
centrais, como os relativos à moral sexual, a rituais, que podem variar de cultura
para cultura
39
. Loevinger, em 1966, baseando-se nos trabalhos de Piaget e
Kohlberg, propôs uma outra classificação para o desenvolvimento moral. Denominou
sua proposta de desenvolvimento do ego
42
, por ser mais abrangente e por não
simplificar um processo que, por definição, é complexo. Segundo esta proposta o
ego do indivíduo desenvolve-se pela integração das estruturas existentes e não por
uma simples sucessão de estágios. A classificação do desenvolvimento do ego
proposta por Loevinger estabelecia sete níveis: pré-social, impulsivo, oportunista,
conformista, consciencioso, autônomo e integrado
34
.
A autonomia está intimamente relacionada à capacidade à medida que é
necessário que o indivíduo tenha capacidade de exercer a sua própria autonomia.
Esta capacidade é intrínseca a cada pessoa, e resulta de uma construção gradativa
e individual, tornando-se bastante difícil afirmar o exato momento em que o indivíduo
atinge a sua capacidade plena devido a subjetividade do processo
34
.
21
De acordo com Goldim
43
, o princípio da autonomia não pode ser mais
entendido apenas como sendo a autodeterminação de um indivíduo, esta é apenas
uma de suas várias possíveis leituras. A inclusão do outro na questão da autonomia
trouxe, desde o pensamento de Kant, uma nova perspectiva que alia a ação
individual com o componente social. Desta perspectiva é que surge a
responsabilidade pelo respeito à pessoa, que talvez seja a melhor denominação
para este princípio.
Qualquer pessoa que chegue aos 80 anos capaz de gerir sua própria vida e
determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer, convívio social
e trabalho (produção em algum nível), certamente será considerada uma pessoa
saudável
44
.
Além disso, a voluntariedade preservada garante ao indivíduo o poder de
decidir algo, no seu melhor interesse, livre de pressões externas. Deste modo, o
indivíduo organiza a sua vida com base em um conjunto de crenças, valores,
interesses, desejos e objetivos. Estes elementos permitem que a decisão de cada
um seja peculiar. Por outro lado, a restrição parcial ou total da autonomia da pessoa
pode fragilizá-la, de modo que se torne facilmente manipulável
45
.
O incremento do número de idosos requer um aumento da efetividade em
todas as formas de cuidado de saúde dirigidas a tal população. Esta necessidade
inclui a potencialidade do autocuidado para manter e melhorar a qualidade de vida
no seu meio
22
.
Dentre os problemas psico-sociais mais comuns em idosos, a solidão,
aborrecimentos, depressão, limitação de recursos econômicos, ingresso em
instituições e dificuldade para transporte são os mais freqüentes
23
. No Brasil ainda
faltam estudos representativos com a população idosa institucionalizada e não-
institucionalizada
18
. Uma das questões que merece ser avaliada é se existe uma
variação no estado nutricional, em alguns aspectos da qualidade de vida e na
capacidade de tomar decisões de idosos institucionalizados e não-institucionalizado
com diferentes poderes aquisitivos.
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional, seis domínios de qualidade de vida para idosos e
capacidade de tomar decisão em idosos institucionalizados e não-institucionalizados
no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar o estado nutricional, através da Mini Avaliação Nutricional e de
medidas antropométricas, em idosos institucionalizados e não-institucionalizados.
Avaliar os seis domínios de qualidade de vida para idosos, através do uso do
WHOQOL-OLD, em idosos institucionalizados ou não.
Avaliar a capacidade de tomar decisão, através do desenvolvimento
psicológico-moral utilizando o referencial de Loevinger, em idosos institucionalizados
ou não.
4 MÉTODO
4.1 DELINEAMENTO
Foi realizado um estudo do tipo transversal descritivo-analítico. Fizeram parte
do estudo, idosos institucionalizados e não institucionalizados, de Porto Alegre - RS.
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Foram estudados 248 indivíduos com idade superior ou igual a 60 anos,
divididos em dois grupos: idosos não-institucionalizados e idosos institucionalizados.
Foram feitas coletas de dados em diferentes instituições do município, podendo ser
filantrópicas (Lar Santo Antônio, Sociedade Porto Alegrense de Auxílio aos
Necessitados, Lares Vila Vicentina 2 e 3) ou privadas (Residencial Menino Deus,
Residencial Raio de Sol, Centro Geriátrico Vitalis). Os idosos não-institucionalizados
eram moradores de diferentes regiões da cidade. Parte deste grupo era proveniente
do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre, realizada pelo Instituto de
Geriatria e Gerontologia da PUCRS.
Foram excluídos do estudo os idosos: permanentemente acamados; com
doenças neuro-degenerativas; com seqüelas de doença neurológica; ou que não
aceitaram participar do estudo.
O cálculo do tamanho amostral foi feito com base em um α=0,05, um erro
β=0,20 e uma diferença de 15% 46. Foi estimada, inicialmente, uma amostra de 372
indivíduos. Posteriormente, com base em uma análise interina de dados, este valor
foi reestimado para 248 idosos.
24
4.3 COLETA DE DADOS
Foram coletados dados demográficos, como idade e sexo, assim como dados
com relação ao estado nutricional, a qualidade de vida e à sua capacidade de tomar
decisões (Apêndice A).
4.3.1 Dados demográficos
4.3.1.1 Sexo e Idade
A idade foi obtida em anos, a partir da data de nascimento (dia, mês e ano),
informada pelo próprio entrevistado.
4.3.2 Avaliação do estado nutricional
Foi realizada avaliação do estado nutricional através da Mini-Avaliação
Nutricional e da antropometria.
4.3.2.1 Mini Avaliação Nutricional (MAN)
A Mini Avaliação Nutricional (MAN) é um inquérito que verifica estado
nutricional por meio de uma abordagem quantitativa. Consiste no registro e
somatório de respostas. O instrumento é dividido em: triagem, avaliação global e
avaliação do estado nutricional. A Mini-Avaliação Nutricional (Anexo A) classifica o
idoso através da sua pontuação, podendo ele estar: normal, com possibilidade de
desnutrição, com risco para desnutrição ou desnutrido
47, 48
.
25
4.3.2.2 Antropometria
4.3.2.2.1 Peso e Altura
O peso (em kg) foi mensurado por meio de uma balança digital portátil da
marca Plenna. Para aferição do peso, o idoso estava descalço e com vestimentas
leves.
A altura (em cm) foi aferida com o auxílio de um estadiômetro de parede. Para
obtenção da altura, o idoso foi posicionado, com os pés lado a lado, encostando
calcanhares, nádegas, omoplatas e parte posterior da cabeça na régua do
estadiômetro (na parede).
4.3.2.2.2 Índice de Massa Corporal (IMC)
O IMC foi obtido através da fórmula: peso/altura2, sendo o peso usado em
quilogramas e a altura em metros.
IMC (kg/m²) Classificação
< 16,0 Magreza Grau III
16,0 – 16,9 Magreza Grau II
17,0 – 18,4 Magreza I
18,5 – 24,9 Eutrofia
25,0 – 29,9 Sobrepeso
30,0 – 34,9 Obesidade Grau I
35,0 – 39,9 Obesidade Grau II
40,0 Obesidade Grau III
Quadro 1 - Classificação do Índice de Massa Corporal
Fonte: OMS, 1998
49
.
4.3.2.2.3 Circunferências
Para obter medições precisas das circunferências, foi aplicada uma fita
métrica, de plástico inelástica, na superfície da pele, de maneira que ficasse
esticada, porém não apertada; o que serviu para evitar a compressão da pele, que
26
poderia acarretar num resultado menor que o normal. As medidas foram aferidas
três vezes em cada local e posteriormente foi realizada uma média dos resultados
50
.
4.3.2.2.3.1 Circunferência do Braço
Esta medida representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo,
muscular e gorduroso do braço. Para a sua obtenção, o braço a ser avaliado foi
flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo de 90°. Foi localizado e
marcado o ponto médio entre o acrômio e o olécrano. Solicitou-se ao indivíduo que
ficasse com o braço estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para
coxa. Contornou-se o braço com a fita métrica no ponto marcado. O resultado obtido
foi comparado aos valores de referência do National Health and Nutrition
Examination Survey (NHANES I) demonstrados em quadro por Frisancho
51, 52
.
Percentil
5 10 15 25 50 75 85 90 95
Idade
(anos)
Homens
60,0 - 64,9 26,6 27,8 28,6 29,7 32,0 34,0 35,1 36,0 37,5
65,0 – 69,9 25,4 26,7 27,7 29,0 31,1 33,2 34,5 35,3 36,6
70,0 – 74,9 25,1 26,2 27,1 28,5 30,7 32,6 33,7 34,8 36,0
Quadro 2 - Valores de referência do National Health and Nutrition
Examination Survey (NHANES I) para homens
Percentil
5 10 15 25 50 75 85 90 95
Idade
(anos)
Mulheres
60,0 - 64,9 25,0 26,1 27,1 28,4 30,8 34,0 35,7 37,3 39,6
65,0 – 69,9 24,3 25,7 26,7 28,0 30,5 33,4 35,2 36,5 38,5
70,0 – 74,9 23,8 25,3 26,3 27,6 30,3 33,1 34,7 35,8 37,5
Quadro 3 - Valores de referência do National Health and Nutrition
Examination Survey (NHANES I) para mulheres
Fonte: Frisancho, 1990
51
.
A adequação da Circunferência do Braço (CB) foi determinada por meio da
equação, a seguir, e o estado nutricional classificado de acordo com o quadro 4:
Adequação da CB (%) = (CB obtida / CB percentil 50) x 100
27
Desnutrição
Grave
Desnutrição
Moderada
Desnutrição
Leve
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
CB < 70% 70 – 80% 80 – 90% 90 –
110%
110 –
120%
>120%
Quadro 4 - Adequação da Circunferência do Braço
Fonte: Blackburn & Thornton, 1979
52
.
4.3.2.2.3.2 Circunferência da Cintura
A medida foi realizada com o indivíduo em pé, a fita circundou a linha natural
da cintura, na região mais estreita entre o tórax e o quadril, no ponto médio entre a
última costela e a crista ilíaca. O quadro abaixo fornece valores limítrofes de
circunferência da cintura associados ao desenvolvimento de complicações
relacionadas à obesidade.
Risco de Complicações Metabólicas Associadas à Obesidade
Elevado Muito Elevado
Homem 94 cm 102 cm
Mulher 80 cm 88 cm
Quadro 5 - Risco de complicações metabólicas associadas à
obesidade pela circunferência da cintura
Fonte: OMS, 1998
49
.
4.3.2.2.3.3 Circunferência do Quadril
A fita métrica circundou o quadril na região de maior perímetro entre a cintura
e a coxa.
4.3.2.2.3.4 Razão Cintura-Quadril
A razão cintura-quadril (RCQ) é o indicador mais freqüentemente utilizado
para identificar o tipo de distribuição de gordura, sendo determinada por meio da
seguinte equação:
RCQ = circunferência da cintura / circunferência do quadril
28
Uma razão superior a 1,0 para homens e 0,85 para mulheres é indicativa de
risco para o desenvolvimento de doenças
53
.
4.3.3 Qualidade de vida
4.3.3.1 WHOQOL-OLD
A busca de um instrumento que avaliasse qualidade de vida dentro de uma
perspectiva genuinamente internacional fez com que a Organização Mundial da
Saúde (OMS) organizasse um projeto colaborativo multicêntrico. O resultado deste
projeto foi a elaboração do WHOQOL
54
.
Pelo fato do WHOQOL-OLD ser um instrumento de auto-avaliação, ele é
auto-explicativo. Quando o respondente não entendia o significado de alguma
pergunta, o entrevistador a repetia de forma lenta, não utilizando sinônimos ou
"explicações da questão em outras palavras" (aplicação assistida). Quando o
respondente não tinha condições de ler o questionário em função de suas condições
de saúde ou de alfabetização, o entrevistador o fez.
O WHOQOL-OLD compreende vinte e quatro itens, os quais são divididos em
seis domínios, onde cada item segue uma escala de um a cinco pontos. Cada
domínio possui quatro questões que geram um escore independente que pode variar
de quatro a vinte pontos (convertidos na sintaxe para uma escala de 0-100). Os
resultados dos seis domínios, combinados com as vinte quatro questões resultam no
escore total do instrumento. Quanto maior forem os escores, melhor a qualidade de
vida
55
.
Os domínios deste instrumento indicam: 1) Habilidade Sensorial; 2)
Autonomia; 3) Atividades do passado, presente e futuro; 4) Participação Social; 5)
Morte e morrer; 6) Intimidade;
29
4.3.4 Capacidade de tomar decisão
4.3.4.1 Questionário sobre Capacidade de Tomar Decisão (Anexo C)
A capacidade de tomar decisões de forma autônoma foi avaliada utilizando-se
o referencial de Loevinger sobre as diferentes fases do ego
37
para tanto foi utilizada
uma versão modificada do instrumento proposto por Souza
42
, que implica em
assinalar, dentre um conjunto de frases simples, aquelas que mais correspondam ao
gosto pessoal do indivíduo. Com base na média dos resultados obtidos
individualmente, cada um dos participantes foi classificado em uma das sete fases
do desenvolvimento psicológico-moral.
As respostas ao instrumento de coleta são analisadas segundo a codificação
proposta pela autora do mesmo. O instrumento é composto por trinta afirmações,
distribuídas de acordo com as fases do desenvolvimento moral. Portanto, a cada
alternativa é atribuído o valor numérico correspondente à respectiva fase. Dentre
estas trinta alternativas propostas, o participante deve escolher nove delas que
correspondam as suas preferências pessoais. Uma vez preenchido o instrumento,
soma-se o valor atribuído às nove alternativas selecionadas pelo respondente e
calcula-se a média dos pontos. O valor obtido nesta média corresponde à fase do
desenvolvimento moral a qual a pessoa pertence.
Fases do
desenvolvimento
Psicológico-moral
Pontuação
Características
1) Pré-social
(0,1 – 1,0) Início do desenvolvimento, ainda pré-verbal.
2) Impulsiva
(1,1 – 2,0) O indivíduo toma decisões por impulso, baseado apenas em seu
desejo, não considerando as informações.
3) Oportunista
(2,1 – 3,0) Supervalorização dos desejos e a valorização das informações
para atingi-los.
4) Conformista
(3,1 – 4,0) As crenças do indivíduo se sobrepõem aos seus próprios desejos
e justificam as contingências impostas pelo meio.
5) Conscienciosa
(4,1 – 5,0)
O indivíduo é capaz de tomar decisões de forma mais autônoma,
cotejando os desejos e as crenças, mas, ainda é passível de
constrangimento, pois não tem a noção de regra introjetada.
6) Autônoma
(5,1 – 6,0) O indivíduo já possui as regras introjetadas e é capaz de tomar
decisões livres de constrangimento de forma independente.
7) Integrada
(6,1 – 7,0)
O indivíduo possui a noção da regra individual introjetada, mas se
vê como parte de um todo, com a compreensão da
interdependência existente.
Quadro 6 - Classificação das fases de desenvolvimento psicológico-
moral de acordo com a média dos valores obtidos utilizando o
instrumento de Souza
Fonte: Souza, 1968
42
.
30
4.4 ANÁLISE DOS DADOS
Foram analisadas as características gerais dos idosos (sexo, idade, ser ou
não institucionalizado) como também o estado nutricional, a qualidade de vida e a
capacidade de tomar decisão.
Os resultados foram expressos em tabelas em forma de percentual (%),
média ± desvio padrão (M ± DP). A significância estatística foi definida como p <
0.05. Os dados foram tabulados e analisados com auxílio do programa SPSS 14.0.
Os testes que avaliaram a associação entre os dados foram: qui-quadrado e
correlação linear. As diferenças foram verificadas através do teste t e da análise de
variância (ANOVA).
4.5 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão Científica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia (IGG) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Todos os participantes que aceitaram participar do estudo assinaram um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).
5 RESULTADOS
O presente estudo avaliou 248 idosos, dos quais 175 (71%) moram em suas
casas e 73 (29%) são moradores de instituições.
Quanto ao sexo, 195 indivíduos (79%) são mulheres e 53 (21%) homens. Dos
idosos do grupo não-institucionalizado, 129 (74%) são do sexo feminino e 46 (26%)
são do sexo masculino. No grupo de idosos institucionalizados obteve-se 66 (90%)
idosas e 7 idosos (10%).
A média etária foi de 73±9, sendo a média etária das mulheres e homens
respectivamente 73±9 e 73±7 anos (p=0,866). A Tabela 1 mostra as características
gerais dos dois grupos.
Tabela 1 - Características demográficas
Institucionalizados Não
Institucionalizados
P
Idade (anos), média±DP 81±7 70±7 <0,001*
Sexo Feminino, n (%) 66 (90%) 129 (74%) 0,006**
* Teste de Student para amostras independentes.
** Teste de qui quadrado.
As características dos participantes, com relação ao estado nutricional, estão
descritas na Tabela 2. Os idosos não institucionalizados apresentaram média de
IMC significativamente maior que os institucionalizados (27,4±4,7 vs. 25,4±4,3
kg/m
2
, respectivamente). Avaliando a média de IMC nos homens e mulheres, tem-se
que a média masculina é um pouco menor que a feminina, mas ambos encontram-
se classificados em sobrepeso, a média para eles é de 26,4±3,6 e para elas é de
26,9± 4,9 (p=0,359). Deste modo estes valores além de não possuírem relevância
clínica também não são significativos estatisticamente. A avaliação do estado
nutricional, em cada um dos grupos, está apresentada na Tabela 3, onde se observa
maior prevalência de sobrepeso em ambos grupos.
32
A Mini Avaliação Nutricional classificou 2%(n=4) dos indivíduos para
desnutrição, 16%(n=40) em risco para desnutrição e 82%(n=204) sem risco para
desnutrição. Dados referentes a faixas etárias criadas a partir dos 60 anos
(indivíduos com menos de 69 anos, indivíduos entre 70 e 79 anos e com mais de 80
anos.) para melhor entendimento da classificação do estado nutricional através da
Mini Avaliação Nutricional estão na Tabela 4.
Tabela 2 - Perfil nutricional dos idosos
Geral Institucionalizados Não
Institucionalizados
P
Peso (kg) 67±13,1 61±11,3 70±12,9 <0,001
Altura (cm) 158±13,5 154±8,5 159±14,8 0,011
IMC (kg/m
2
) 26,8±4,6 25,4±4,3 27,4±4,7 0,003
Mini-avaliação 25,9±2,7 24,3±2,9 26,5±2,4 <0,001
Tabela 3 - Classificação do estado nutricional, segundo IMC
Não
Institucionalizados
n=175
Institucionalizados
n=73
Total
Magreza grau I, n(%) 2(1,1%) 3(4,1%) 5(2%)
Eutrofia, n(%) 58(33,1%) 29(39,7%) 87(35,1%)
Sobrepeso, n(%) 74(42,3%) 28(38,4%) 102(41,1%)
Obesidade grau I, n(%) 30(17,1%) 12(16,4%) 42(16,9%)
Obesidade grau II, n(%)
Obesidade grau III, n(%)
7(4%)
4(2,3%)
1(1,4%)
-
8(3,2%)
4(1,6%)
Total
175 73 248
Teste qui quadrado.
Tabela 4 - Classificação quanto ao risco para desnutrição pela Mini
Avaliação Nutricional nas diferentes faixas etárias do grupo em
estudo
< 69 anos 70 – 79 anos > 80 anos
Desnutridos - 2(2,6%) 2(2,9%)
Em risco de desnutrição 9(8,8%) 19(24,7%) 12(17,4%)
Sem risco de desnutrição 93(91,2%) 56(72,7%) 55(79,7%)
Total
102 77 69
Teste qui quadrado.
Pearson Chi-Square=0,020.
33
Observa-se uma tendência ao aumento de desnutridos e de idosos em risco
de desnutrição com o aumento da idade. Nos idosos com até 69 anos, 91,2% não
apresentavam risco de desnutrição, nos idosos com mais de 80 anos este
percentual cai para 79,7%.
Os resultados que se referem ao percentil da circunferência do braço que
classifica idosos de ambos os sexos, com idades entre 60 e 74,9 anos (NHANES I),
mostram que dos 140 que puderam ser avaliados por este parâmetro, 41 encontram-
se na média no percentil 50 (P50), ou seja, 29,3% dos idosos, 31,2% estão abaixo
do P50 e 39,3% acima do P50. Veja os resultados na a seguir.
Tabela 5 - Percentis da Circunferência do Braço
Não
aval.
P5 P10 P15 P25 P50 P75 P85 P90 P95 >P95 Total
N 46 3 2 9 26 37 28 6 8 2 8 175
S 62 1 - 2 1 4 3 - - - - 73
Total
108 4 2 11 27 41 31 6 8 2 8 248
As características com relação à adequação da circunferência do braço estão
descritos na Tabela 6, onde verifica-se que dos 140 idosos que puderam ser
avaliados: 94 estão em eutrofia (67,2%), 16 abaixo de eutrofia (11,4%) e 30 acima
de eutrofia (21,4%). Ninguém apresentou desnutrição grave.
Tabela 6 - Adequação da Circunferência do Braço
Setores
Total n(%)
Não
Institucionalizados
n=175
Institucionalizados
n=73
Não avaliados 108 46 62
Desnutrição Moderada 1(0,7%) 1(0,8%) -
Desnutrição Leve 15(10,7%) 12(9,3%) 3(27,3%)
Eutrofia 94(67,2%) 88(68,2%) 6(54,5%)
Sobrepeso 19(13,6%) 17(13,2%) 2(18,2%)
Obesidade 11(7,8%) 11(8,5%) -
Total
248 175 73
34
Analisando o risco de complicações metabólicas associadas à obesidade com
base na circunferência da cintura, que seriam: hipertensão arterial, dislipidemia,
hiperinsulinemia e diabetes tipo II, não se obtiveram dados significativos (p=0,781), e
os valores estão descritos na Tabela 7.
Tabela 7- Complicações Metabólicas Associadas à Obesidade
Não Apresenta
Risco
Risco Elevado Risco Muito
Elevado
Não Institucionalizados 22,9% 21,7% 55,4%
Institucionalizados 24,7% 17,8% 57,5%
Total
23,4% 20,6% 56%
Todavia, ao analisar o indicativo de risco para desenvolvimento de doenças
como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, hiperlipidemias e diabetes tipo
II, avaliado com base na razão cintura-quadril, foram alcançados valores
significativos (p<0,001) apontando que idosos institucionalizados apresentam maior
risco para desenvolvimento de doenças, como está descrito na Tabela 8.
Tabela 8 - Indicativo de Risco para Desenvolvimento de Doenças
Não Apresenta Risco Apresenta Risco
Não Institucionalizados 60% 40%
Institucionalizados 26% 74%
Total
50% 50%
Na avaliação da qualidade de vida, através do questionário WHOQOL-OLD
(Anexo B), que a divide em seis domínios, a amostra apresentou os seguintes
valores demonstrados na Tabela 9.
35
Tabela 9 - Características dos Participantes quanto a Qualidade de
Vida
Média Mediana
Habilidade Sensorial 47,3±15,2 50,0000
Autonomia 34,1±20,0 25,0000
Ativ. Pas-Pres-e Futuro 48,5±15,4 50,0000
Participação Social 72,5±17,4 75,0000
Morte e Morrer 69,3±16,2 68,7500
Intimidade 69,6±23,1 75,0000
Total
56,8±10,9 57,2917
Nos seis módulos do WHOQOL-OLD, todos os valores foram estatisticamente
significativos. As correlações entre os grupos N (não institucionalizado) e S
(institucionalizado) e os seis módulos do instrumento estão demonstrados na Tabela
10.
Tabela 10 - Comparação dos escores dos módulos do WHOQOL-OLD
de acordo com os grupos de idosos (N=248)
Não
Institucionalizados
n=175
Institucionalizados
n=73
p
Habilidade Sensorial_Soma 12±2,2 10,4±2,4 <0,001
Habilidade Sensorial_Média 3±0,5 2,6±0,6 <0,001
Habilidade Sensorial_(0-100) 50,2±14,2 40±15,1 <0,001
Autonomia_Soma 9,8±3,3 8,5±2,6 0,001
Autonomia_Média 2,4±0,8 2,1±0,6 0,001
Autonomia_(0-100) 36,5±20,9 28,3±16,5 0,001
At. Pas.-Pres.-Fut._Soma 12,4±2,1 10,1±2,4 <0,001
At. Pas.-Pres.-Fut._Média 3,1±0,5 2,5±0,6 <0,001
At. Pas.-Pres.-Fut._(0-100) 52,6±13,4 38,5±15,2 <0,001
Participação Social_Soma 16,2±2,5 14,1±2,7 <0,001
Participação Social_Média 4±0,6 3,5±0,6 <0,001
Participação Social_(0-100) 76,2±16,1 63,6±17,1 <0,001
Morte e Morrer_Soma 15,6±2,4 13,7±2,5 <0,001
Morte e Morrer_Média 3,9±0,6 3,4±0,6 <0,001
Morte e Morrer_(0-100) 72,6±15,2 61,2±15,7 <0,001
Intimidade_Soma 15,9±3,4 13,1±3,4 <0,001
Intimidade_Média 3,9±0,8 3,2±0,8 <0,001
Intimidade_(0-100) 74,7±21,7 57,3±21,7 <0,001
Escore Total_Soma 82±8,9 70,2±9,3 <0,001
Escore Total_Média 3,4±0,3 2,9±0,3 <0,001
Escore Total_(0-100) 60,5±9,2 48,2±9,7 <0,001
Valores apresentados em Média±DP.
Teste de Student para amostras independentes.
36
Percebe-se que a média total da qualidade de vida permaneceu maior nos
indivíduos do sexo masculino do que no sexo feminino, 60,5± 8,8 e 55,9±11,3
respectivamente, com um p=0,007, demonstrando significância estatística. Quando
se avalia a diferença de média de qualidade de vida total nos diferentes grupos
verifica-se que o grupo dos não institucionalizados possui melhor qualidade de vida,
com uma média total de 60,5±9,3 contra 48,2±9,7 dos institucionalizados, valores
também estatisticamente significativos (p<0,001).
Não foram observadas correlações significativas estatisticamente para IMC e
os escores de qualidade de vida, exceto pelo escore das habilidades sensoriais, com
uma baixa correlação, onde r=0,126 e p=0,048.
Os dados que descrevem as profissões dos entrevistados foram agrupados e
classificados conforme classificação que indica o setor de trabalho, para facilitar sua
análise e estão demonstrados na Tabela 11. Tem-se que 0,4% trabalham no setor
primário, 5,6% no setor secundário, 73,8% no setor terciário e 20,2% no setor que
destinamos a trabalhadores domésticos.
Tabela 11 - Setor de atuação no mercado de trabalho
Freqüência n(%)
Setor Primário (agricultura) 1(0,4%)
Setor Secundário (indústria) 14(5,6%)
Setor Terciário (comércio/prestação de serviços) 183(73,8%)
Trabalho em casa (donas de casa) 50(20,2%)
Total
248
Para valores de escolaridade, categorizou-se as variáveis de modo a obter
oito categorias, sendo elas: 1) analfabetismo, 2) Ensino fundamental incompleto, 3)
Ensino fundamental completo, 4) Ensino Médio incompleto, 5) Ensino Médio
completo, 6) Ensino Superior incompleto, 7) Ensino Superior completo e 8) Pós-
Graduação. Mais da metade da amostra concentrou-se do Ensino Fundamental
37
completo para baixo. Os valores estão descritos mais detalhadamente na Tabela 12
que segue:
Tabela 12 - Escolaridade da amostra
Total n(%)
Não
Institucionalizados
n=175
Institucionalizados
n=73
Analfabetismo 15(6%) 6(3,4%) 9(12,3%)
Fundamental Incompleto 84(33,9%) 51(29,1%) 33(45,2%)
Fundamental Completo 46(18,5%) 32(18,3%) 14(19,2%)
Médio Incompleto 13(5,2%) 10(5,7%) 3(4,1%)
Médio Completo 46(18,5%) 38(21,7%) 8(11%)
Superior Incompleto 5(2%) 5(2,9%) -
Superior Completo 24(9,7%) 22(12,6%) 2(2,7%)
Pós-Graduação 15(6%) 11(6,3%) 4(5,5%)
Total
248 175 73
Apenas a qualidade de vida total, o domínio participação social e a
capacidade de tomar decisão foram significativas estatisticamente associadas a
escolaridade, com os respectivos valores para p: 0,006, 0,027 e <0,001. Não foi
possível associar significativamente a escolaridade e IMC.
Pela análise, foi avaliada a capacidade de tomar decisões, sendo observado
que a amostra concentra-se entre a fase oportunista e autônoma; ninguém foi
classificado nas fases pré-social, impulsiva ou integrada do desenvolvimento
psicológico-moral. Os resultados estão evidenciados na Tabela 13.
Tabela 13 - Fases do Desenvolvimento Psicológico-Moral da amostra
Fases do
Desenvolvimento
Psicológico-Moral
Freqüência n(%)
< 69 anos
70-79 anos
> 80 anos
1) Pré-Social - - - -
2) Impulsiva - - - -
3) Oportunista 37(14,9%) 10(9,8%) 14(18,2%) 13(18,8%)
4) Conformista 98(39,5%) 41(40,2%) 28(36,4%) 29(42%)
5) Conscienciosa 100(40,3%) 41(40,2%) 34(44,2%) 25(36,2%)
6)Autônoma 13(5,2%) 10(9,8%) 1(1,3%) 2(2,9%)
7) Integrada - - - -
Total
248 102 77 69
38
As médias para a variável do desenvolvimento psicológico-moral dos
diferentes grupos permaneceram próximas, sem diferença de classificação, ambas
permanecendo na fase conscienciosa, sendo a média de 4,6±0,7 para o grupo de
idosos institucionalizados e 4,8±0,7 para o outro grupo (p=0,004).
Homens e mulheres apresentaram poucas diferenças percentuais nas fases
de desenvolvimento psicológico-moral, assim como mostra a Tabela 14; as suas
médias, respectivamente foram 4,7±0,8 e 4,8±0,7 (p=0,281).
Tabela 14 - Fases do Desenvolvimento Psicológico-Moral e Sexo dos
Participantes
3 4 5 6
Feminino 13,3% 39,5% 42,1% 5,1%
Masculino 20,7% 39,6% 34% 5,6%
Ao criar diferentes categorias para a variável idade, pode-se notar com mais
clareza que algumas das variáveis são modificadas com o aumento dos anos. A
Tabela 15 mostra média e desvio padrão das variáveis que se mostraram
significativas estatisticamente quando analisadas com as faixas etárias criadas.
Tabela 15 - Variáveis nutricionais e da qualidade de vida nas
diferentes faixas etárias dos idosos
<69 anos 70 – 79 anos > 80 anos p
IMC (kg/m
2
)
27,9±5,1 26,6±4,3 25,4±4
0,001
Mini-avaliação
26,8±2,2 25,3±3 25,1±2,8
<0,001
Autonomia
39,6±22,4 32,1±19,5 28,3±14,5
0,001
At. Pas.Pres.Fut.
54,1±13,8 46,5±16 42,5±14,3
<0,001
Intimidade
73,6±21,1 69,3±25,5 64±22,3
0,029
Whoqol-OLD Total
60,3±9,5 56±11,8 52,9±10,6
<0,001
Valores em Média ± DP.
Anova seguido de Turkey para comparações múltiplas.
Observamos que com o aumento da idade as variáveis nutricionais IMC e
MAN, as variáveis da qualidade de vida autonomia, atividades do passado-presente
39
e futuro, intimidade e a qualidade de vida como um todo reduzem, sendo todos os
dados significativos estatisticamente.
6 DISCUSSÃO
A amostra estudada constitui-se na maior parte por idosos do sexo feminino
(79%). Isto reflete a realidade brasileira e está de acordo com o que vem sendo
descrito na literatura
56
, por ser característica do processo de envelhecimento.
Contudo, o motivo da amostra institucionalizada estudada ser constituída em sua
maioria por mulheres, provavelmente deve-se ao fato de que uma das instituições só
aceitava idosos do sexo feminino; no todo, este fato talvez pudesse ser explicado
pelo fato de que as mulheres em geral possuem uma expectativa de vida maior que
a dos homens. No grupo dos idosos institucionalizados isto fica ainda mais evidente,
uma vez que as mulheres prevalecem neste grupo (90%) e que a média etária é
superior ao do outro grupo (81±7 anos vs 70±7). Estudo de Marin
57
destaca que o
número de mulheres institucionalizadas é bem maior que o de homens, bem como
possuem idade mais avançada e hoje se sabe que a idade é um dos fatores mais
importantes da institucionalização. Um estudo realizado com idosos da região
metropolitana de Porto Alegre confirmou que a proporção de homens em um grupo
de idosos é raramente mais alta do que 20%
58
.
Em Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1989, observou-se
predomínio de idosos residentes em área urbana
59,60
, havendo no país maior
proporção de mulheres (77%) do que de homens (68%) vivendo nesta situação
60
. A
predominância observada de mulheres confirma maior expectativa de vida deste
grupo, resultante do crescimento excedente de mortalidade masculina em relação à
feminina em todas as idades
61
.
A explicação para a média etária encontrar-se mais elevada no grupo dos
idosos institucionalizados, pode estar no fato de que grande parte das pessoas que
procuram uma Instituição de Longa Permanência são levadas a isto por
apresentarem complicações de saúde devido ao avanço da idade e a dificuldade de
gerir a própria vida de forma independente. Isto pode ser devido ao fato de já terem
perdido seu parceiro e de a família não conseguir auxiliá-lo como gostaria, o que
tende a acontecer em uma idade mais avançada.
41
A avaliação nutricional, de grande importância na prática clínica, não dispõe
de padrão-ouro para diagnóstico das desordens nutricionais. O melhor método
depende dos objetivos da avaliação. Assim sendo, a OMS preconiza a utilização do
Índice de Massa Corporal (IMC), em se tratando de estudos populacionais. Todavia,
existem outros instrumentos desenvolvidos para avaliar estado nutricional de idosos;
dentre eles, merece destaque a MAN, instrumento que foi utilizado nesta pesquisa
por englobar antropometria, avaliação dietética, avaliação clínica global e
autopercepção de saúde e estado nutricional.
O IMC, segundo classificação da OMS encontra-se ligeiramente aumentado
nos idosos não institucionalizados, o que poderia demonstrar uma tendência à perda
de peso com o avanço da idade, já que o outro grupo é mais velho.
Na admissão, a avaliação nutricional de instituições para idosos, com
freqüência mostra significantes marcadores - história de perda de peso, sinais de
desidratação, baixo IMC - comparados com idosos que vivem na comunidade. O
pobre estado nutricional desta população resulta de altos fatores de co-morbidades,
uso excessivo de medicamentos e incapacidade para realização das atividades
diárias de vida
62,63,64,65
. Existe na verdade, uma relação de causa e efeito de dupla
via, já que a piora do estado de saúde poderá levar a um pobre estado nutricional ou
este levar a uma piora do estado de saúde.
Devido às dificuldades do emprego do IMC nos idosos, pelo fato de se tratar
de um indicador que não leva em consideração a composição corporal, nas últimas
décadas surgiram estudos visando estabelecer pontos de corte mais altos para o
IMC em idosos e sua correlação com outros métodos de avaliação nutricional.
LIPSCHITZ
66
reforça que nesses pacientes, valores de IMC inferiores a 22 kg/m
2
seriam indicativos de significante déficit de nutricional, todavia, no presente estudo,
julgamos melhor a utilização do referencial da OMS.
Apesar de vários estudos já demonstrarem que o fenômeno da transição
nutricional já atinge indivíduos com mais de 60 anos de idade, é preciso investigação
mais detalhada se este fenômeno atingiria todas as faixas etárias da geriatria ou
apenas as primeiras décadas, já que se sabe da tendência natural a modificações
da composição corporal que em tese viriam a favorecer a perda de peso. De
42
encontro a estas informações tem-se os dados de que a média de altura é menor no
grupo institucionalizado. Apesar disso, nenhum dos grupos apresenta altos índices
de desnutrição e tampouco para rico de desnutrição, contudo, temos que a média da
MAN foi mais baixa no grupo institucionalizado, com significação estatística. Morley
67
refere que o estado nutricional inadequado está associado a altas taxas de
morbidade e mortalidade e que a presença de problemas de saúde, interferindo na
alimentação do idoso, é algo comum na instituição, indicando um fato que merece
ser valorizado pelas equipes de saúde e pelas pessoas responsáveis pela
alimentação.
No grupo dos idosos não institucionalizados nota-se que a maioria está com
sobrepeso (42,3%), seguido pela eutrofia (33,1%), já no outro grupo observamos o
inverso, 39,7% estão eutróficos e 38,4% com sobrepeso. Não se encontrou
diferenças na avaliação do IMC do sexo masculino para o sexo feminino, ambos
classificam-se em sobrepeso. Apenas 2% dos idosos da amostra total está
desnutrida; confirmando o já então citado fenômeno da transição nutricional, 16%
apresentam risco de desnutrição e a grande maioria (82%) de acordo com a MAN
não apresenta risco de desnutrição. Estudo com idosos participantes da Pesquisa de
Saúde e Nutrição do Rio de Janeiro mostrou que nas três faixas etárias dos idosos,
foi observada maior proporção de sobrepeso
68
, tal como no presente estudo. Em
Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição de 1989, o sobrepeso foi mais freqüente
nas regiões sul e sudeste e mais prevalente nas áreas urbanas de todas as regiões
para homens e mulheres em todos os graus. A maior causa da obesidade parece
ser a transição nutricional para dietas ricas em lipídios combinadas com a
diminuição da atividade física
59,60
.
À semelhança dos inquéritos nacionais, foi encontrada maior freqüência de
excesso de peso do que de baixo peso. Existem controvérsias quanto ao significado
da obesidade entre idosos e seu impacto, o qual, segundo alguns autores como
Visscher
79
parece ser menor do que o observado para adultos quanto à mortalidade.
Contudo, o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para variado número de
agravos à saúde, dos quais os mais freqüentes são doença isquêmica do coração,
hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, diabete mellitus tipo 2, colelitíase,
osteoartrite (especialmente de joelhos), neoplasia maligna de mama pós-menopausa
e de endométrio, esofagite de refluxo, hérnia de hiato e problemas psicológicos
70, 71
.
43
O fato é que, conforme a World Health Organization, o crescente aumento da
prevalência da obesidade caracteriza-se como uma pandemia global, constituindo-
se em grave problema para o âmbito de Saúde Pública
49
demonstrando que o
problema da escassez tem sido rapidamente substituído pelo excesso alimentar,
fenômeno denominado transição nutricional.
No presente estudo, os idosos apresentaram, com relação à circunferência do
braço, que a maioria está acima do percentil 50 (P50), ou seja, 39,3% da amostra,
seguido por 31,2% que estão abaixo do P50 e 29,3% que estão acima. Porém ao
analisar os dados nos diferentes grupos, vê-se que no grupo institucionalizado (S)
tem-se o mesmo número de indivíduos tanto acima quanto abaixo do P50, o que não
ocorre no outro grupo, onde é observado que um número maior de idosos encontra-
se acima do P50. Analisando a adequação da circunferência do braço, nota-se que
ninguém, em nenhum dos grupos foi avaliado com desnutrição grave e felizmente
67,2%, a maior parte da amostra mostra, adequação, encontrando-se eutróficos. No
grupo não institucionalizado foi constatado novamente um aumento na prevalência
de sobrepeso e obesidade quando comparados ao outro grupo.
A circunferência da cintura é indicador da distribuição abdominal da gordura e
também da gordura corporal total
71
, porém, não obtivemos dados significativos
estatisticamente, avaliando-a como preditor de risco para complicações associadas
à obesidade; contudo, grande parte dos indivíduos, independentemente do grupo ao
qual pertencia, apresentou ou risco elevado ou muito elevado para estas
complicações. Em estudo realizado em São Paulo/SP têm-se indicações de que
aproximadamente 25% e 50% de idosos homens e mulheres, respectivamente, de
todos os grupos etários, apresentam indicativo de risco para doenças
cardiovasculares e desordens metabólicas pela circunferência da cintura
72
. No
presente estudo, constatou-se, independentemente de sexo, um elevado percentual
que aponta para o risco de complicações metabólicas associadas à obesidade, com
base na circunferência da cintura, ainda que este dado não aponte significância.
Por sua vez, ao analisar o indicativo de risco para desenvolvimento de
doenças, utilizando a razão cintura-quadril, obtiveram-se valores estatisticamente
significativos que demonstram que idosos institucionalizados apresentam maior risco
44
(74%) do que os não institucionalizados (40%). Todavia, ao levar em consideração a
amostra total, tem-se que metade (50%) não apresenta risco e a outra metade, sim.
Estudos como o de Merlim
73
enfatizam que a vida em uma instituição está
amplamente relacionada ao aumento da vulnerabilidade do idoso à depressão
74
e ao
prejuízo na qualidade de vida
75
. Estudo com idosos realizado na Áustria em 2005
76
demonstra que manter contato com a família está altamente associado à satisfação
de viver. Estudo realizado com institucionalizados e não institucionalizados no Chile,
revelou que os institucionalizados não são mais frágeis do ponto de vista da saúde,
porém contavam com menor apoio familiar, social e econômico
57
.
No que se refere aos escores de qualidade de vida, eles são uma escala
positiva (quanto maior o escore, melhor a qualidade de vida), e não existem pontos
de corte que determinem um escore abaixo ou acima do qual se possa avaliar a
qualidade de vida como “ruim” ou “boa”
77
. Sendo assim, viu-se que por ordem de
maior satisfação dentre os seis domínios a amostra total indicou em primeiro lugar a
participação social, em segundo, a intimidade e sucessivamente a morte e o morrer,
atividades do passado-presente-e futuro, habilidade sensorial e, por fim, a
autonomia. Em todos os domínios, e por conseqüência na qualidade de vida total,
tem-se uma média superior no grupo dos não institucionalizados (N), demonstrando
que eles possuem melhor qualidade de vida que os idosos que se encontram em
instituições de longa permanência, fato que obteve significância estatística. A partir
da observação de que os homens possuem maior qualidade de vida do que as
mulheres, comprovado pelo p=0,007, resta o questionamento de este fato é devido
às mulheres viverem mais e por isso apresentarem piora da qualidade de vida ou se
esta queda esta relacionada a outro fator.
Todos os resultados de um estudo realizado em Viena, na Áustria
76
,
asseguram alguns fatores positivamente associados à satisfação de viver, como: a
manutenção do contato com a família, atividade física, redução do tabagismo,
padrão de sono satisfatório e, sobretudo, um sentimento positivo com relação à vida.
De uma forma geral, pode-se, então, argumentar que as pessoas que têm maior
contato social vivem mais e com melhor saúde do que as com menor contato
social
78
.
45
Observou-se no estudo de Carneiro
9
que o grupo asilar apresentou a maior
percentagem de idosos com depressão e tais dados, são concordantes com revisão
de estudos de Merlin
73
, na qual enfatizam que a vida em uma instituição está
amplamente relacionada ao aumento da vulnerabilidade do idoso a depressão
74
e ao
prejuízo na qualidade de vida
75
.
Já um estudo realizado na Holanda com residentes de ILPIs sugere que
refeições no estilo familiar preveniriam o declínio da qualidade de vida, da forma
física e do peso corporal destes residentes que não possuem demência
12
. Hickson
& Frost
79
, em pesquisa sobre a relação sobre a qualidade de vida, estado nutricional
e função física em idosos de Londres, Inglaterra, concluíram que o estado nutricional
não influenciaria a qualidade de vida, tal qual constatado neste estudo.
Najman & Levine
80
concluíram que o principal determinante da percepção de
alta satisfação com a vida é um relacionamento social estável e sugerem que os
fatores associados à satisfação com a vida na velhice, de alguma maneira, estão
relacionados à sensação de conforto e bem-estar, independentemente de serem
indicadores de renda ou de estrato social.
Sprangers et al.
81
mostraram que fatores como idade avançada, sexo
feminino, baixo nível de escolaridade, características da nossa amostra, estão
relacionados a baixos níveis de qualidade de vida.
Segundo Garcia
82
, a idade avançada esteve associada a piores níveis de
qualidade de vida relacionada à saúde, o que reforça a idéia de que por o grupo S
ser mais velho, poderia em conseqüência apresentar piora da qualidade de vida.
No idoso, a qualidade de vida pode ser percebida como boa ou ruim de
acordo com a forma como cada indivíduo vivencia a velhice, podendo variar entre os
dois extremos (muito bom e péssimo). Nesse sentido, a qualidade de vida depende,
então, da interpretação emocional que cada individuo faz dos fatos e eventos e está
intimamente relacionada à percepção subjetiva dos acontecimentos e condições de
vida. A diminuição da visão, por exemplo, pode não significar o mesmo para dois
indivíduos diferentes; a perda funcional tem importâncias emocionais e sociais
diferentes para cada indivíduo
83
.
46
É válido ressaltar, que para cada indivíduo, há uma forma de operacionalizar
sua avaliação, e a avaliação de um mesmo individuo pode variar com o tempo, com
a variação de prioridades ao longo da vida e com as circunstâncias pelas quais a
vida pode se modificar
84
.
Os resultados que se referem aos setores de atuação no mercado de
trabalho, confirmam a idéia de que a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, é
uma cidade com predomínio da prestação de serviços e comércio (73,8%), seguido
por donas de casa (20,2%), a indústria (5,6%) e por fim a agricultura (0,4%). Em
estudo realizado em Porto Alegre, em 2007
34
, encontrou-se percentual semelhante
ao do presente estudo no que se referem às donas de casa (23,3%).
Esta amostra, em termos de escolaridade, concentrou-se do ensino
fundamental completo para baixo, com 6% de analfabetismo. Porém verificou-se, ao
separar os grupos, que nos não institucionalizados a maioria encontra-se do ensino
fundamental completo para cima, sendo assim um grupo com escolaridade mais
elevada.
Não houve diferença nas classificações dos grupos com relação ao
desenvolvimento psicológico-moral, sendo que a amostra concentrou-se em maioria
nas fases conscienciosa e conformista. Ao realizar uma análise diferenciando os
indivíduos conforme o sexo, observa-se uma prevalência invertida, onde para as
idosas a maioria encontrou-se na fase conscienciosa (42,1%) seguido pela fase
conformista (39,5%); nos idosos, 39,6% encontrou-se na fase conformista seguidos
por 34% na conscienciosa.
Observou-se uma tendência ao declínio de algumas variáveis nutricionais e
de qualidade de vida com o incremento da idade. Variáveis como IMC e MAN
demonstraram que atualmente os idosos em maior risco para desnutrição seriam os
maiores de 80 anos. O estudo ainda mostra que há uma redução na qualidade de
vida total e dos domínios autonomia, atividades do passado-presente e futuro e
intimidade, que a compõem. Fato que nos atenta para a necessidade de um cuidado
diferenciado nas diferentes faixas etárias da velhice. A capacidade de tomar decisão
não se mostrou afetada significativamente com o aumento da idade dos idosos.
47
Em estudo realizado com idosos não institucionalizados de Porto Alegre, por
Raymundo
34
também foi constatado maior percentual de idosos na fase
conscienciosa, porém em um percentual mais elevado que no nosso estudo.
A pesquisa em saúde está intimamente relacionada à assistência, pois graças
ao conhecimento adquirido através das observações e experimentações é possível
aprimorar ou propor novas técnicas cuja repercussão será a sua aplicação na
assistência
34
; deste modo, não se pode descartar a possibilidade de a obesidade ter
uma forte influencia na carga de morbidade, na diminuição da independência
funcional e na queda de qualidade de vida do idoso
86
. Assim sendo, estudos
complementares que investiguem tais relações são necessários, para saber se o
tempo de exposição aos riscos da obesidade poderia contribuir de modo significativo
no impacto desta condição para o desenvolvimento de doenças crônico-
degenerativas.
Grandes gastos não garantiriam, em si, a melhoria da qualidade de vida dos
idosos, sejam eles institucionalizados ou não e se faz necessário trabalhar para
mudança nos princípios que regem a atenção a saúde.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos no presente estudo foi possível verificar
que:
- A associação entre o estado nutricional e a qualidade de vida foi fraca e
apenas no domínio da habilidade sensorial.
- Não foi possível estabelecer associações significativas estatisticamente
entre o estado nutricional e a capacidade de tomar decisão, tampouco do
estado nutricional com o grau de escolaridade.
- A qualidade de vida total, a participação social (domínio do WHOQOL-OLD)
e a capacidade de tomar decisão foram associadas significativamente com
a escolaridade.
- Os idosos institucionalizados comparados aos não-institucionalizados
apresentaram diferenças significativas nas variáveis idade, peso, altura,
IMC e qualidade de vida total e de todos os domínios individualmente
porém não da capacidade de tomar decisão.
- Com o incremento da idade ocorre declínio significativo de variáveis como
IMC, MAN, WHOQOL-OLD total, domínios autonomia, atividades do
passado-presente e futuro e intimidade.
Ainda são necessários mais estudos antropométricos com este segmento da
sociedade, principalmente, com idosos institucionalizados, os quais ainda são pouco
avaliados.
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Apêndices
APÊNDICE A
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Data ___/___/___ Institucionalizado: (N/S):
DADOS GERAIS
Nome:
Sexo: ( )masculino ( )feminino
Data de nascimento: Idade:
DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Peso corporal (kg): Altura (cm):
IMC: Classificação:
Circunferência braço (cm):
Circunferência da cintura (cm):
Circunferência do quadril (cm):
Razão cintura-quadril:
Circunferência panturrilha (cm):
RESULTADO DA MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
RESULTADO DO WHOQOL-OLD
RESULTADO DO QUESTIONÁRIO DE CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estamos convidando você a participar de uma pesquisa que visa avaliar estado
nutricional, verificar qualidade de vida e capacidade de tomar decisão por meio de
questionários e medidas antropométricas.
Como parte deste estudo, você participará de entrevistas, em que você responderá
sobre seus valores, aspirações, prazeres, preocupações e terá algumas medidas do
seu corpo aferidas, como circunferência do braço, da cintura, do quadril e da
panturrilha.
No caso de ter dúvidas, no decorrer da pesquisa, você tem o direito de solicitar
esclarecimentos.
A equipe de pesquisadores envolvida assume o compromisso de manter em sigilo
sua identidade.
Se for de seu interesse, ao final do projeto, você poderá agendar uma entrevista
para ser informado sobre os seus resultados.
CONSENTIMENTO
Eu concordo em fornecer informações sobre aspectos da minha vida para participar
do projeto de pesquisa acima mencionado. Estou ciente dos objetivos da pesquisa e
da implicação da minha participação neste projeto.
Os pesquisadores me explicaram o caráter voluntário das atividades, sobre o direito
de negar meu consentimento e da confidencialidade da minha identidade.
Declaro, após leitura deste documento, ter interesse em participar do projeto.
__________________________________________ ____________________
Assinatura do voluntário Data
__________________________________________ ____________________
Assinatura do pesquisador Data
Em caso de dúvida, você pode entrar em contato com Dr. José Roberto Goldim pelo
telefone (51) 21017615, ou com Luciana Junqueira Ramos, telefone (51) 99452887,
ou ainda com o Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS pelo número de telefone
(51) 33203345.
Anexos
ANEXO A
MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Mini Avaliação Nutricional®
Mini Nutritional Assessment MNATM
Sobrenome:
Nome:
Sexo: Data:
Idade: Peso (kg):
Altura (cm): Leito:
Preencher a primeira parte deste questionário, indicando a resposta. Somar os
pontos da Triagem. Caso o escore seja igual ou inferior a 11, concluir o questionário
para obter a avaliação do estado nutricional.
Triagem
A Nos últimos três meses houve diminuição da ingesta alimentar devido a perda de
apetite, problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?
0 = diminuição severa da ingesta
1 = diminuição moderada da ingesta
2 = sem diminuição da ingesta
B Perda de peso nos últimos meses
0 = superior a três quilos
1 = não sabe informar
2 = entre um e três quilos
3 = sem perda de peso
C Mobilidade
0 = restrito ao leito ou à cadeira de rodas
1 = deambula mas não é capaz de sair de casa
2 = normal
D Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda
nos últimos três meses?
0 = sim 2 = não
E Problemas neuropsicológicos
0 = demência ou depressão graves
1 = demência leve
2 = sem problemas psicológicos
F Índice de massa corpórea (IMC = peso [kg] / estatura [m]2 )
0 = IMC < 19
1 = 19 £ IMC < 21
2 = 21 £ IMC < 23
3 = IMC ³ 23
61
Escore de triagem (subtotal, máximo de 14 pontos)
12 pontos ou mais normal;
desnecessário continuar a avaliação
11 pontos ou menos possibilidade de desnutrição;
continuar a avaliação
Avaliação global
G O paciente vive em sua própria casa (não em casa geriátrica ou hospital)
0 = não 1 = sim
H Utiliza mais de três medicamentos diferentes por dia?
0 = sim 1 = não
I Lesões de pele ou escaras?
0 = sim 1 = não
J Quantas refeições faz por dia?
0 = uma refeição
1 = duas refeições
2 = três refeições
K O paciente consome:
• pelo menos uma porção diária de leite ou derivados (queijo, iogurte)?
( ) sim ( ) não
• duas ou mais porções semanais de legumes ou ovos?
( ) sim ( ) não
• carne, peixe ou aves todos os dias?
( ) sim ( ) não
0,0 = nenhuma ou uma resposta «sim»
0,5 = duas respostas «sim»
1,0 = três respostas «sim»
L O paciente consome duas ou mais porções diárias de frutas ou vegetais?
0 = não 1 = sim
M Quantos copos de líquidos (água, suco, café, chá, leite) o paciente consome por
dia?
0,0 = menos de três copos
0,5 = três a cinco copos
1,0 = mais de cinco copos
N Modo de se alimentar
0 = não é capaz de se alimentar sozinho
1 = alimenta-se sozinho, porém com dificuldade
2 = alimenta-se sozinho sem dificuldade
62
O O paciente acredita ter algum problema nutricional?
0 = acredita estar desnutrido
1 = não sabe dizer
2 = acredita não ter problema nutricional
P Em comparação a outras pessoas da mesma idade, como o paciente considera a
sua própria saúde?
0,0 = não muito boa
0,5 = não sabe informar
1,0 = boa
2,0 = melhor
Q Circunferência do braço (CB) em cm
0,0 = CB < 21
0,5 = 21 £ CB £ 22
1,0 = CB > 22
R Circunferência da panturrilha (CP) em cm
0 = CP < 31 1 = CP ³ 31
Avaliação global (máximo 16 pontos)
Escore da triagem
Escore total (máximo 30 pontos)
Avaliação do Estado Nutricional
de 17 a 23,5 pontos risco de desnutrição
menos de 17 pontos desnutrido
ANEXO B
QUESTIONÁRIO WHOQOL-OLD
Instruções
Este questionário pergunta a respeito dos seus pensamentos, sentimentos e sobre
certos aspectos de sua qualidade de vida, e aborda questões que podem ser
importantes para você como membro mais velho da sociedade. Por favor,
responda todas as perguntas. Se você não está seguro a respeito de que resposta
dar a uma pergunta, por favor escolha a que lhe parece mais apropriada. Esta pode
ser muitas vezes a sua primeira resposta.
Por favor tenha em mente os seus valores, esperanças, prazeres e preocupações.
Pedimos que pense na sua vida nas duas últimas semanas. Por exemplo,
pensando nas duas últimas semanas, uma pergunta poderia ser:
Nada Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante Extremamente
O quanto você se preocupa com
o que o seu futuro poderá trazer?
1
2
3
4
5
Você deve circular o número que melhor reflete o quanto você se preocupou com o
seu futuro durante as duas últimas semanas. Então você circularia o número 4 se
você se preocupou com o futuro “Bastante”, ou circularia o número 1 se não tivesse
se preocupado “Nada” com o futuro. Por favor leia cada questão, pense no que
sente e circule o número na escala que seja a melhor resposta para você para cada
questão.
Muito obrigado(a) pela sua colaboração!
As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos
nas últimas duas semanas:
Nada Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante Extremamente
F25.1 Até que ponto as perdas nos seus
sentidos (por exemplo, audição, visão,
paladar, olfato, tato), afetam a sua vida
diária?
1
2
3
4
5
Nada Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante
Extremamente
F25.3 Até que ponto a perda de, por
exemplo, audição, visão, paladar, olfato,
tato, afeta a sua capacidade de participar
em atividades?
1
2
3
4
5
64
Nada
Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante
Extremamente
F26.1 Quanta liberdade você tem de
tomar as sua próprias decisões?
1
2
3
4
5
F26.2 Até que ponto você sente que
controla o seu futuro?
1
2
3
4
5
F26.4 O quanto você sente que as
pessoas ao seu redor respeitam a sua
liberdade?
1
2
3
4
5
F29.2 Quão preocupado você sta pela
maneira pela qual irá morrer?
1
2
3
4
5
F29.3 O quanto você tem medo de não
poder controlar a sua morte?
1
2
3
4
5
F29.4 O quanto você tem medo de
morrer?
1
2
3
4
5
F29.5 O quanto você teme sofrer dor
antes de morrer?
1
2
3
4
5
A seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se sentiu
apto a fazer algumas coisas nas duas últimas semanas:
Nada Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante Completamente
F25.4 Até que ponto o funcionamento dos
seu sentidos (por exemplo, audição, visão,
paladar, olfato, tato) afeta a sua
capacidade de interagir com outras
pessoas?
1 2 3 4 5
F26.3 Até que ponto você consegue fazer
as coisas que gostaria de fazer?
1 2 3 4 5
F27.3 Até que ponto você está satisfeito
com as suas oportunidades para continuar
alcançando outras realizações na sua vida?
1 2 3 4 5
F27.4 O quanto você sente que recebeu o
reconhecimento que merece na sua vida?
1 2 3 4 5
F28.4 Até que ponto você sente que tem o
suficiente para fazer em cada dia?
1 2 3 4 5
As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito,
feliz ou bem sobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas:
Muito
Insatisfeito
Insatisfeito
Nem
Satisfeito,
Nem
Insatisfeito
Satisfeito
Muito
Satisfeito
F27.5 Quão satisfeito você está
com aquilo que alcançou na sua
vida?
1
2
3
4
5
F28.1 Quão satisfeito você está
com a maneira com a qual você
usa o seu tempo?
1 2 3 4 5
F28.2 Quão satisfeito você está
com o seu nível de atividade?
1 2 3 4 5
F28.7 Quão satisfeito você está
com as oportunidades que você
tem para participar de atividades
da comunidade?
1 2 3 4 5
65
Muito
Infeliz
Infeliz Nem Feliz,
Nem Infeliz
Feliz Muito
Feliz
F27.1 Quão feliz você está com as coisas que
você pode esperar daqui para frente?
1 2 3 4 5
Muito
Ruim
Ruim Nem Ruim,
Nem Boa
Boa Muito
Boa
F25.2 Como você avaliaria o funcionamento dos seus
sentidos (por exemplo, audição, visão, paladar,
olfato, tato)?
1 2 3 4 5
As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você
possa ter. Por favor, considere estas questões em relação a um companheiro ou
uma pessoa próxima com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais
do que com qualquer outra pessoa em sua vida:
Nada
Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante Extremamente
F30.2 Até que ponto você tem um
sentimento de companheirismo em sua
vida?
1 2 3 4 5
F30.3 Até que ponto você sente amor em
sua vida?
1 2 3 4 5
Nada Muito
Pouco
Mais ou
Menos
Bastante Completamente
F30.4 Até que ponto você tem
oportunidades para amar?
1 2 3 4 5
F30.7 Até que ponto você tem
oportunidades para ser amado?
1 2 3 4 5
VOCÊ TEM ALGUM COMENTÁRIO SOBRE O QUESTIONÁRIO?
OBRIGADO (A) PELA SUA COLABORAÇÃO!
ANEXO C
QUESTIONÁRIO SOBRE CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO
Instrumento Desenvolvimento Psicológico-Moral
Nome:____________________________________________________________
Idade:_________ anos Profissão:____________________________
Data de Preenchimento:____/____/____
Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) 3º grau incompleto
( ) 1º grau incompleto ( ) 3º grau completo
( ) 1º grau completo ( ) Especialização
( ) 2º grau incompleto ( ) Mestrado
( ) 2º grau completo ( ) Doutorado
Assinale 3 afirmações que correspondam ao seu gosto pessoal:
( ) Poder contar com amigos que me ajudam.
( ) Realizar um trabalho bem feito.
( ) Estar numa posição de dar ordens.
( ) Fazer o que é moralmente certo.
( ) Não alimentar preconceitos.
( ) Ser coerente com o que digo e faço.
( ) Ter amigos protetores.
( ) Retribuir os favores que me fazem.
( ) Estar em harmonia comigo mesmo.
( ) Ter relações influentes.
( ) Não se deixar influenciar por convenções sociais.
( ) Ser generoso para com os outros.
Assinale 2 conteúdos que o preocupam mais freqüentemente com relação a si mesmo: ( )
Compromissos assumidos.
( ) Não ser dominado pelos outros.
( ) Aprimoramento pessoal.
( ) Desejos sexuais.
( ) Estar bem trajado.
( ) Harmonia interior.
Assinale 2 conteúdos que o preocupam mais freqüentemente com relação a si mesmo:
( ) Prestígio.
( ) Coerência.
( ) Autonomia.
( ) Autocrítica exagerada.
( ) Competição.
( ) Impulsividade.
Assinale 2 conteúdos que o preocupam mais freqüentemente com relação a si mesmo:
( ) Medo à vingança.
( ) Boa reputação.
( ) Conflito de necessidades.
( ) Independência.
( ) Ter um rendimento ótimo.
( ) Obter vantagens.
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