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A Região Oceânica, originalmente, era recoberta de vegetação arbustiva
característica da mata atlântica, onde ainda hoje existem manchas remanescentes como a
que recobre a Serra Grande e a Serra da Tiririca (vertente voltada para Niterói). Drenada
pelas bacias dos rios Jacaré e João Mendes entre outros, todos tributários do sistema
lagunar Piratininga - Itaipu, a região se caracteriza pela alternância de baixadas, restingas,
morros, costões rochosos e algumas escarpas. Há extensas áreas de planícies muito baixas
que dificultam o escoamento superficial ocasionando alagamentos e transbordamentos de
rios e canais por ocasião de chuvas mais fortes.
Os primeiros núcleos populacionais da área se desenvolveram a partir do século
XVIII: em Piratininga foram construídas as igrejas de Nossa Senhora de Bonsucesso (1670-
1701) que era em frente à lagoa de Piratininga. A de Nossa Senhora da Penha (1745), no
Imbuí; e entre 1711 e 1716 foi construída num morro em frente à Lagoa de Itaipu a igreja
de São Sebastião de Itaipu, elevada a categoria de paróquia independente em 1721. O
núcleo se consolidou com a criação da Freguesia de São Sebastião de Itaipu em 12.01.1755,
tendo como base econômica a pesca e a agricultura (SOUZA, 1993).
Há registros de que várias fazendas surgiram como as do Engenho do Mato, da
Piiba Grande, da Piiba dos Malheiros, do Engenho Novo, da Itaocaia e a Fazenda
Piratininga entre muitas outras. A imprecisão de suas delimitações durante o processo de
ocupação, deu margem a muitas áreas de titulação irregular, fonte de multiplicação de
posseiros e grileiros (NITERÓI: DADOS DE REFERÊNCIA, 1999).
A Freguesia de São Sebastião de Itaipu, passa a fazer parte da nova Vila Real da
Praia Grande, em 1819, onde de acordo com Souza:
Pelo alvará, com força de lei, de 10 de maio de 1819, Dom
João VI erigiu a povoação de São Domingos da Praia Grande
em vila, com o nome de Vila Real da Praia Grande,
constituída, então, das duas mencionadas povoações e das
quatro freguesias vizinhas de São Gonçalo, todas
desmembradas do termo da cidade do Rio de Janeiro, a que
pertenciam como partes integrantes (SOUZA, 1993).
De acordo com Souza (1993), em abril de 1821 foi feito um recenseamento de
eleitores da Corte e da Província, realizado pelo Exército, mas não foi incluída a freguesia
de São Sebastião de Itaipu. Em 1840 foi realizado um recenseamento registrado como