Humberto Maturana e Francisco
Varela (1928 -; 1946-2001) Chile
• Eu → resultante existencial de
organização e estabilidade que se
molda no processo de sua própria
produção e transformação – as
comunidades que freqüento, os
vínculos que estabeeço,os espaços
que circulo-, sua fronteira sendo uma
função de sua competência mutante.
• Eu → é pura operação recursiva,
cuja recorrência estabiliza e cria
coerências comunicacionais nos
diversos acoplamentos sociais e
lingüísticos que dele participam e dos
quais ele é resultante.
• Autopoiése: rede de processos de
produção, transformação e
destruição, cujos componentes
reproduzem permanentemente, por
suas interações, a própria rede que os
produziu.
• Sistema autopoiético → produção
de si próprio de modo contínuo.
• Só há relações e seus termos são
imanentes ao próprio sistema
autopoiético, que é, no mesmo ato,
produtor e produto.
• Fronteiras que integram e resultam
da própria organização autopoiética.
• Circularidade: inseparabilidade
entre o ser humano e o mundo (entre
eu e cidade, portanto).
Gilles Deleuze e Félix Guattari
(1925-1995; 1930-1992) França
• Rizoma: teoria das multiplicidades.
Sistema a-centrado, não hierárquico e
não significante, que se define
unicamente pela circulação de
estados de um ponto a outro
qualquer. Opção pelo nomadismo;
renúncia à ontologia, ao fundamento,
ao fim e ao começo; a escolha do
estar “entre”.
• Multiplicidades → prescindem de
qualquer unidade, totalidade ou
dualismo, sem sujeito nem objeto, a-
centrada. Definem-se pelo fora,
mudam de natureza ao se conectarem
às outras.
• Princípio de conexão→ qualquer
ponto de um rizoma pode ser
conectado a qualquer outro.
• Heterogeneidade → as conexões se
dão entre modos de codificação muito
diversos.
• Ruptura a-significante → um rizoma
pode ser rompido ou quebrado em
um lugar qualquer, e retomado
segundo alguma de suas linhas ou
mesmo de uma outra linha. Processo
de desterritorialização e
reterritorialização.
• Fazer rizoma é construir um mapa a
partir da experimentação ancorada
no real. Mapa aberto, construído,
desmontável, reversível e conectável
em todas as suas dimensões, com
múltiplas entradas e saídas, suscetível
de receber modificações
constantemente. Questão de
performance e não de competência.
Pierre Lévy (1956-) Tunísia
• Informatização digital → mutação
antropológica: afeta a informação, a
comunicação, os corpos, o
funcionamento econômico, os quadros
coletivos da sensibilidade, o exercício
da inteligência.
• Três pólos do espírito: a oralidade
primária, a escrita e a informática,
• Quatro espaços antropológicos: a
Terra, o Território, a Mercadoria e o
Saber.
• Oralidade primária / Terra →
hipertextos próximos, significações
cerradas e velocidade de metamorfose
baixa.
• A escrita → correlata da agricultura
enquanto tecnologia de sedentarização,
fixação e separação. Desterritorializa a
fala, separando-a do corpo vivo, e a
sedentariza, por reinscrevê-la em um
suporte inerte.
• Espaço das mercadorias → princípio
organizador é o fluxo: de energias,
matérias-primas, mercadorias, capitais,
mão-de-obra, informações.
• Terceiro tempo do espírito → rede
digital ou pólo informático-midiático.
Espaço do saber. Transformações
sociais e cognitivas propiciadas pelas
novas tecnologias de base digital.
• Ciberespaço mundial no qual todo
elemento de informação encontra-se em
contato virtual com todos e com cada
um. Cibercultura → pulverizou os
pólos de concentração, totalização e
universalização. Colocou tudo e todos
em conexão e interatividade.
• Cibercidade → espaço de habitação
dos imigrantes da subjetividade que
habitam, portanto, todos os meios com
os quais interagem.
Albert-László Barabási (1967-)
România
• Diferentes Sistemas (a cidade, a
economia, a célula, a malha
rodoviária, o tráfego aéreo, a
linguagem e a Internet) organizados
por redes, apresentam
comportamentos semelhantes,
podendo ser utilizados para explicar
um ao outro.
• Redes Complexas → modelam
grandes sistemas, muitas conexões
cuja estrutura não segue um padrão
regular, uma vez que cada nó possui
um número diferente de links.
• Redes Aleatórias → aborda a
complexidade a partir da
aleatoriedade. Universo democrático
em que predominam as médias.
• Redes sem escala → sistemas que
apresentam uma quantidade enorme
de nós com poucas conexões, e alguns
poucos nós (hubs), que são pólos de
irradiação e convergência, com uma
quantidade enorme de conexões com
outros nós. Resisência contra falhas e
vulnerabilidade a ataques
coordenados.
• Nosso universo interconectado não é
aleatório, mediano e muito menos
democrático.
• Assim como a cidade, também
somos redes de formações, campos de
força colocados em jogo
constantemente à medida que nos
conectamos com os espaços, de
maneira imbricada e interdependente.
Estas situações relacionais que
borram os limites e dissolvem as
fronteiras que nos separam da cidade.