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ENCE
Escola Nacional de Ciências Estatísticas
MESTRADO EM ESTUDOS POPULACIONAIS E PESQUISAS
SOCIAIS
Área 1:DEMOGRAFIA
João Raposo Belchior
CHEFIA FEMININA:
Feminização e
Transmissão Intergeracional da Pobreza
Dissertação de Mestrado apresentada a
ENCE - Escola Nacional de Ciências
Estatísticas, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Estudos
Populacionais, sob a orientação da
Professora Doutora Maria Salet Ferreira
Novellino
Rio de Janeiro
2007
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ii
BELCHIOR, João Raposo
CHEFIA FEMININA: Feminização da Pobreza e
Transmissão Intergeracional da Pobreza - João Raposo
Belchior – Rio de Janeiro: Escola Nacional de Ciências
Estatísticas, 2007.
Orientadora: Prof. Drª Maria Salet Ferreita Novellino
Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e
Pesquisas Sociais) – Escola Nacional de Ciências
Estatísticas, 2007.
Introdução 1. Chefia Feminina: marco teórico,
construção conceitual e indicador da condição feminina 2.
Fonte de dados, critérios de seleção e classificação dos
domicílios 3. Domicílios chefiados por mulheres, com
crianças e adolescentes, sem a presença de outros adultos
residindo no domicílio (DCMS) 4. Considerações Finais
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iii
______________________________________________
Profª. Drª. Maria Salet Ferreira Novellino
______________________________________________
Profª. Drª. Zuleica Lopes Cavalcanti de Oliveira
______________________________________________
Prof. Dr. Kaizô Iwakami Beltrão
Rio de Janeiro, 29 de março de 2007.
iv
Dedico essa dissertação aos amigos ibgeanos com quem
tive a honra e o prazer de partilhar experiências que
construíram uma das partes fundamentais do conhecimento
que possibilitou o seu desenvolvimento. Muito obrigado a tantos
que foram, e continuam a ser, bons companheiros de trabalho,
incentivadores, fonte de inspiração e mestres:
v
Agradeço ao IBGE,
que tem como uma de suas diretrizes a
formação e aperfeiçoamento de seus funcionários.
Diretriz essa que é coordenada e exercida de modo exemplar pela
Escola Nacional de Ciências de Estatísticas, uma instituição de excelência.
Agradeço a oportunidade de poder conviver
cotidianamente com companheiros de trabalho
que também partilham na fé pela manutenção dessa diretriz institucional e
a exercitam cotidianamente, representados na especial pessoa de
Luiz Antônio Pinto de Oliveira.
Agradeço de modo especial à Professora Doutora
Maria Salet Ferrreira Novellino,
por sua orientação, incentivo, e forma tão generosa de compartilhar
suas pesquisas, dando-me a possibilidade de poder contribuir
para o conhecimento de tema tão relevante.
.
vi
Nessa dissertação buscou-se traçar o perfil sócio-demográfico das mulheres
responsáveis por seus domicílios residindo com menores, sem a presença de outros
adultos, situando-as como um dos elementos centrais para a origem da tese sobre a
“Feminização da Pobreza”. Buscou-se também situar esse caso particular no tema da
“Transmissão Intergeracional da Pobreza”, visto que os arranjos familiares constituem
parte central de um dos modelos de interpretação do tema. Tendo como objetivo avaliar
empiricamente por meio dos dados obtidos pelo Censo Demográfico de 2000, buscou-se
responder às duas questões centrais propostas nos dois temas que são intimamente
relacionadas. Esse tipo de arranjo:
Pode ser considerado como um indicador de pobreza?
É preponderante na determinação de indicadores como escolarização dos menores?
vii
The main objective of this dissertation is to trace the socio-demographic
profile of a very specific kind (type) of women head of households (those ones
responsible for their residences and living with minors, without the presence of
others adults), situated as a central element for the origin of the thesis
“Feminization of Poverty”. This particular case is also included at the theme
“Intergenerational Transmission of Poverty for the reason that the demographic
compositions constitute the major part of the theses’ interpretation model. Our
goal is to evaluate - empirically according to the dates provided for the 2000
Demographic Cense if it is possible to answer the two principal central
questions relate with both themes. This kind of arrangement:
Can It be considered a poverty indicator?
Is It preponderant at the determination of indicators like school enrollment?
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. 1
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................ 4
LISTA DE CARTOGRAMAS..................................................................................... 5
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 6
1. CHEFIA FEMININA: MARCO TEÓRICO, CONSTRUÇÃO CONCEITUAL E
INDICADOR DA CONDIÇÃO FEMININA. ................................................................. 8
1.1 A chefia feminina ................................................................................................... 8
1.2 A chefia feminina e a feminização da pobreza....................................................... 9
1.3 A chefia feminina e a feminização da pobreza no contexto brasileiro................. 21
1.4 A chefia feminina e a transmissão intergeracional da pobreza. ........................... 23
1.5 A conceituação de chefia...................................................................................... 27
1.6 A participação feminina no mercado de trabalho brasileiro na década de 1990 .. 31
2. FONTE DE DADOS, CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS
DOMICÍLIOS................................................................................................................. 38
2.1 Classificação dos domicílios segundo o rendimento domiciliar per capita.......... 40
2.2 Avaliação da declaração de responsabilidade pelo domicílio .............................. 44
3. DOMICÍLIOS CHEFIADOS POR MULHERES, COM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES, SEM A PRESENÇA DE OUTROS ADULTOS RESIDINDO NO
DOMICÍLIO (DCMS).................................................................................................... 48
3.1 O crescimento dos DCMS entre 1991 e 2000, e sua distribuição por Unidades da
Federação.................................................................................................................... 48
3.2 A prevalência do DCMS nos estratos inferiores do rendimento domicliar per
capita........................................................................................................................... 54
3.3 O perfil sócio-demográfico da mulher responsável por DCMS........................... 58
3.3.1 Nupcialidade.................................................................................................. 58
3.3.2 Idade média e anos de estudo ........................................................................ 60
3.3.3 Rendimentos: níveis e principais fontes. ....................................................... 62
3.3.4 Rendimento Domiciliar per capita................................................................ 65
3.3.5 Rendimentos, ocupação, anos de estudo, idade e cor.................................... 67
3.4 Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em dcms ........................................... 78
3.4.1 Níveis de rendimento domiciliar per capita, anos de estudo da responsável e
escolarização das pessoas de 0 a 17 anos de idade................................................. 81
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 89
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................ 96
ANEXO: Avaliação da Precisão das Estimativas do Censo Demográfico 2000. .......... 99
1
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Distribuição dos domicílios particulares, segundo o número de
famílias existentes no domicílio. Brasil – 2000.....................................
38
Tabela 2 -
Domicílios particulares, segundo tipos de arranjos domiciliares.
Brasil – 2000..........................................................................................
39
Tabela 3 -
Distribuição dos domicílios com pessoas de 10 a 17 anos de idade
que trabalham, segundo a proporção percentual do rendimento de
trabalho dos menores no rendimento de todas as fontes dos adultos.
Brasil – 2000..........................................................................................
43
Tabela 4 -
Distribuição percentual dos domicílios com pessoas de 10 a 17 anos
de idade que trabalham, segundo os quintos obtidos pelo rendimento
domiciliar per capita calculado com o rendimento dos adultos
residentes no domicílio, por quintos obtidos pelo rendimento
domiciliar per capita calculado com o rendimento de todos os
residentes no domicílio.- 2000...............................................................
44
Tabela 5 -
Distribuição percentual dos domicílios particulares, e dos domicílios
com responsável mulher sem cônjuge, segundo a relação entre os
rendimentos dos responsáveis e os rendimentos dos outros adultos
residentes no domicílios. Brasil – 2000.................................................
45
Tabela 6 –
Distribuição percentual dos domicílios particulares, e dos domicílios
com responsável mulher sem cônjuge, segundo a relação entre o
número de horas trabalhadas pelos responsáveis e o número de horas
trabalhadas pelos outros adultos residentes no domicílios. Brasil
2000.......................................................................................................
46
Tabela 7 –
Distribuição percentual dos domicílios particulares, dos domicílios
DCMS, e proporção percentual dos domicílios DCMS urbanos, por
unidades da Federação.Brasil – 2000....................................................
49
Tabela 8 –
Domicílios particulares, domicílios particulares DCMS e sua
proporção percentual, e a relação entre o crescimento dos domicílios
particulares e o crescimentos dos domicílios DCMS, por unidades da
Federação. Brasil - 1991/2000...............................................................
50
Tabela 9 –
Distribuição dos DCMS, segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita.Brasil – 2000.......................................................
54
Tabela 10 –
Média, mediana, e valor mínimo do rendimento domiciliar per
capita nos domicílios DCMS, por quintos do rendimento domiciliar
per capita.Brasil – 2000........................................................................
55
Tabela 11 -
Distribuição percentual dos DCMS, segundo os quintos do
rendimento domiciliar per capita. Brasil - 1991/200............................
55
Tabela 11a
Distribuição percentual das mulheres responsáveis por DCMS, e
mulheres residentes em outros tipos de domicílios, por quintos do
rendimento domiciliar per capita, segundo a relação com o
responsável pelo domicílio.
Brasil – 2000......................................................................................... 56
Tabela 11b -
Distribuição percentual das pessoas com 0 a 17 anos de idade
residentes em DCMS, e das pessoas de 0 a 17 anos de idade
residentes em outros domicílios, segundo quintos do rendimento
domiciliar per capita. Brasil - 2000 57
2
Tabela 12 -
Mulheres de 18 a 54 anos de idade responsáveis por domicílios
DCMS, total e percentual, segundo o estado conjugal.Brasil -
1984/2000..............................................................................................
58
Tabela 13 -
Mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios DCMS,
total e percentual, segundo o estado civil.Brasil – 2000....................... 59
Tabela 14 -
Idade média das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por
domicílios DCMS, segundo o estado civil. Brasil – 2000.....................
60
Tabela 15 -
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais,
responsáveis por domicílios DCMS, segundo o estado civil.Brasil
2000.......................................................................................................
61
Tabela 16 -
Média de anos de estudo das mulheres com 18 anos e mais,
responsáveis por domicílios DCMS, segundo o estado civil. Brasil
2000.......................................................................................................
61
Tabela 17 -
Mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios DCMS,
por anos de estudo, segundo o estado civil. Brasil – 2000....................
62
Tabela 18 -
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais,
responsáveis por domicílios DCMS, por estado civil, segundo a
principal fonte entre os rendimentos. Brasil – 2000..............................
63
Tabela 19 -
Média do rendimento em salários mínimos das mulheres com 18
anos e mais responsáveis por domicílios DCMS, por estado civil,
segundo a principal fonte entre os rendimentos. Brasil – 2000.............
64
Tabela 20 -
Número médio de pessoas de 0 a 17 anos de idade nos domicílios
DCMS, por estado civil das mulheres responsáveis, segundo a
principal fonte entre os rendimentos dessas mulheres.Brasil – 2000...
65
Tabela 21 -
Média do rendimento domiciliar per capita em salários mínimos nos
domicílios DCMS, por estado civil, segundo a principal fonte dentre
os rendimentos das mulheres responsáveis.Brasil – 2000.....................
66
Tabela 22 -
Mulheres solteiras com 18 anos e mais responsáveis por domicílios
DCMS, por ter vivido ou não em união consensual, segundo o
rendimento mensal de todas as fontes. Brasil – 2000............................
67
Tabela 22a -
Distribuição percentual das mulheres solteiras com 18 anos e mais
responsáveis por domicílios DCMS, por ter vivido ou não em união
consensual, segundo o rendimento mensal de todas as fontes. Brasil –
2000.......................................................................................................
67
Tabela 23 -
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por
domicílios DCMS, por quintos do rendimento domiciliar per capita,
segundo os anos de estudo. Brasil – 2000.............................................
68
Tabela 23a -
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS, por quintos do rendimento
domiciliar per capita, segundo os anos de estudo. Brasil
2000.......................................................................................................
69
Tabela 24 -
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas, responsáveis por domicílios
DCMS, total absoluto e relativo, e coeficientes de variação
associados às estimativas (CV), segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita, e posição na ocupação. Brasil
2000.......................................................................................................
70
3
Tabela 24a-
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas, responsáveis por domicílios
DCMS, total absoluto e relativo, e coeficientes de variação
associados às estimativas (CV), segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita, e posição na ocupação. Brasil
2000.......................................................................................................
71
Tabela 25 -
Mulheres com 18 anos e mais responsáveis por domicílios DCMS,
por cor, segundo anos de estudo e quintos do rendimento domiciliar
per capita. Brasil – 2000.......................................................................
74
Tabela 26 -
Distribuição absoluta e relativa das mulheres ocupadas responsáveis
por domicílios DCMS, e coeficientes de variação associados às
estimativas (CV), por cor, segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita, e posição na ocupação. Brasil
2000.......................................................................................................
75
Tabela 27 -
Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, por quintos
do rendimento domiciliar per capita, segundo grupos de idade. Brasil
– 2000....................................................................................................
78
Tabela 28 -
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade
residentes em DCMS, por quintos do rendimento domiciliar per
capita, segundo grupos de idade. Brasil – 2000....................................
79
Tabela 29 -
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade
residentes em DCMS, por quintos do rendimento domiciliar per
capita, segundo grupos de idade. Brasil – 2000....................................
79
Tabela 30 -
Proporção percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes
em DCMS, que freqüentam creche, pré-
escola, ou escola, por
quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo grupos de
idade. Brasil – 2000...............................................................................
82
Tabela 31 -
Pessoas de 7 a 14 anos de idade residentes em DCMS, total e
percentual que freqüenta escola, segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita. Brasil – 2000......................................................
83
Tabela 32 -
Pessoas de 7 a 14 anos de idade residentes em DCMS, total e
percentual que freenta escola, segundo os anos de estudo das
responsáveis. Brasil – 2000...................................................................
83
Tabela 33 -
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total e
distribuição absoluta e relativa das residentes em domicílios do
primeiro e segundo quintos do rendimento domiciliar per capita,
segundo a situação de trabalho e estudo. Brasil –- 2000.......................
84
Tabela 34 -
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total e
percentual que freqüenta escola, segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita. Brasil – 2000......................................................
84
Tabela 35 -
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total e
percentual que freqüenta escola, segundo os anos de estudo da
responsável. Brasil – 2000.....................................................................
85
Tabela 36 -
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS do primeiro
quinto do rendimento domiciliar per capita, total e percentual que
freqüenta escola, segundo os anos de estudo da responsável. Brasil
2000.......................................................................................................
86
Tabela 37 -
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS com
responsável com 11 anos ou mais de estudo, total e percentual que
freqüentam escola, segundo os quintos do rendimento domiciliar per
capita. Brasil – 2000..............................................................................
86
4
Tabela 37a–
Distribuição percentual das pessoas de 15 a 17 anos de idade que
freqüentam escola, residentes em DCMS onde a responsável tem 11
anos e mais de estudo, por condição de ocupação das mulheres
responsáveis, segundo quintos do rendimento domiciliar per capita.
Brasil – 2000..........................................................................................
87
Tabela 37b–
Distribuição percentual das pessoas de 15 a 17 anos de idade que
freqüentam escola, residentes em DCMS do primeiro quinto, onde a
responsável tem 11 anos e mais de estudo, por condição de ocupação
das mulheres responsáveis, segundo quintos do rendimento
domiciliar per capita. Brasil – 2000......................................................
87
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Proporção dos domicílios particulares DCMS. Brasil - 1991/2000.....
48
Gráfico 2 –
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
e responsáveis por domicílios DCMS, por quintos do rendimento
domiciliar per capita, segundo anos de estudo. Brasil – 2000..............
69
Gráfico 3 –
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais
responsáveis por domicílios DCMS, segundo a cor ou raça. Brasil
2000.......................................................................................................
72
Gráfico 4 –
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais
responsáveis por domicílios DCMS, por quintos do rendimento
domiciliar per capita, segundo a cor ou raça. Brasil – 2000.................
72
Gráfico 4a–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais, por
quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo a cor ou raça.
Brasil – 2000................. 73
Gráfico 4b–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS, por cor ou raça, segundo a
posição na ocupação. Brasil – 2000................. 74
Gráfico 4c–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS do primeiro quinto da
distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor ou raça,
segundo a posição na ocupação. Brasil – 2000................. 76
Gráfico 4d–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS do segundo quinto da
distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor ou raça,
segundo a posição na ocupação. Brasil – 2000................. 76
Gráfico 4e–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS do terceiro quinto da distribuição
do rendimento domiciliar per capita, por cor ou raça, segundo a
posição na ocupação. Brasil – 2000................. 76
Gráfico 4f–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS do quarto quinto da distribuição
do rendimento domiciliar per capita, por cor ou raça, segundo a
posição na ocupação. Brasil – 2000................. 77
5
Gráfico 4g–
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas,
responsáveis por domicílios DCMS do último quinto da distribuição
do rendimento domiciliar per capita, por cor ou raça, segundo a
posição na ocupação. Brasil – 2000................. 77
Gráfico 5 –
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade
residentes em DCMS, segundo os quintos do rendimento domiciliar
per capita. Brasil – 2000.......................................................................
80
Gráfico 6a –
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade
residentes em DCMS, por anos de estudo da responsável pelo
domicílio, segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita.
Brasil - 2000..........................................................................................
80
LISTA DE CARTOGRAMAS
Cartograma 1 - Total de DCMS, por Unidades da Federação. Brasil - 2000............
49
Cartograma 2 –
Razão entre o percentual de DCMS e o percentual de domicílios
particulares, por unidades da Federação. Brasil – 2000...................
51
Cartograma 3 –
Razão entre o percentual de DCMS com até ½ salário mínimo per
capita e o percentual de domicílios particulares, por unidades da
Federação. Brasil – 2000..................................................................
52
Cartograma 4 –
Razão entre o percentual de DCMS com mais de 2 salários
mínimos per capita e o percentual de domicílios particulares, por
unidades da Federação. Brasil – 2000..............................................
53
6
INTRODUÇÃO
Nessa dissertação buscou-se traçar o perfil sócio-demográfico das mulheres
responsáveis por seus domicílios, que residem com menores, sem a presença de outros
adultos, já que esse tipo de chefia foi fundamental para a origem da tese sobre a
“Feminização da Pobreza”. Buscou-se também situar esse caso particular no tema da
“Transmissão Intergeracional da Pobreza” (TIP).
Tendo como objetivo avaliar empiricamente o fenômeno da feminização da
pobreza, por meio dos dados obtidos pelo Censo Demográfico de 2000, buscou-se
verificar a existência do mesmo no contexto brasileiro, respondendo às duas questões
centrais propostas nos dois temas que são intimamente relacionadas. Esse tipo de
arranjo:
pode ser considerado como um indicador de feminização da pobreza?
é preponderante na determinação de indicadores como escolarização dos
menores, estando relacionado com a TIP?
A dissertação está dividida em quatro capítulos, além dessa introdução. No
primeiro, é apresentada a revisão da bibliografia centrada em estudos sobre a chefia
feminina. Tanto do ponto de vista de sua construção conceitual, quanto de seu uso
enquanto indicador relevante em temas como a Feminização da Pobreza e a
Transmissão Intergeracional da Pobreza. E ainda, estudos que situam a chefia feminina
no contexto das relações entre padrões demográficos e participação da mulher no
mercado de trabalho.
O segundo capítulo trata da apresentação das fontes de dados e aspectos
relacionados às definições e justificativas para os critérios definidores dos
procedimentos de seleção e classificação dos dados. A escolha por tais critérios, baseada
em argumentos de natureza teórica e empírica, determinaram que as análises fossem
7
focadas nos domicílios com responsável mulher e menores de 0 a 17 anos de idade
residindo no domicílio, sem a presença de cônjuge e outros adultos.
.O terceiro capítulo trata da análise dos dados, com enfoque:
(a) na evolução, entre 1991 e 2000, dos domicílios selecionados, bem como a
caracterização quanto à sua distribuição espacial e níveis de rendimento;
(b) no perfil das mulheres responsáveis pelos domicílios selecionados;
(c) na construção de indicadores relacionados às pessoas de 0 a 17 anos, aos
níveis de rendimento dos domicílios e à escolaridade das responsáveis pelos domicílios,
com o objetivo de verificar se evidências empíricas que corroborem, ou não, a tese
da Transmissão Intergeracional da Pobreza.
Nas considerações finais, buscou-se responder às questões apresentadas na
introdução.
8
1. CHEFIA FEMININA
: MARCO TEÓRICO, CONSTRUÇÃO
CONCEITUAL E INDICADOR DA CONDIÇÃO FEMININA
.
1.1 A chefia feminina
O interesse pelos domicílios chefiados por mulheres foi estimulado devido ao
crescente acúmulo de evidências de que os membros de tais domicílios eram
freqüentemente os mais pobres entre os pobres. Havendo também evidências de que o
número de domicílios chefiados por mulheres era crescente. (United Nations, 1984: 6)
Segundo Berquó (2002), que tomou como base a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) de 1999 e o Censo Demográfico de 1970, no Brasil o número de
famílias chefiadas por mulheres dobrou em 30 anos, passando de 13% em 1970 para
26% em 1999. Ainda segundo a autora, o termo chefia feminina possui vários
significados:
“Uma chefia feminina têm vários significados: uma mulher solteira, separada
ou viúva, com filhos, tendo ou não parentes e/ou agregados em casa; mulher
solteira, separada ou viúva, sem filhos morando em casa, ou porque não os teve,
ou porque, adultos, saíram de casa ou faleceram, tendo ou não parentes
e/ou agregados vivendo no domicílio; mulher solteira, separada ou viúva,
morando sozinha, ou mulher casada chefiando a família mesmo tendo um
marido ou companheiro em casa” . (Berquó,2002: 246)
Buvinic & Gupta (1997) chamam a atenção para o fato de que a chefia feminina
pode ser um aspecto transitório no ciclo de vida das famílias, e que também é útil
distinguir entre as unidades residenciais (domicílios chefiados por mulheres) e as
unidades de parentesco (famílias chefiadas por mulheres). Uma família chefiada por
uma mulher pode residir em um domicílio chefiado por um homem.
As autoras listam alguns antecedentes demográficos e sociais entre os fatores
que estimulam o crescimento do número de domicílios chefiados por mulheres, como a
9
migração específica por sexo - em que homens emigram de áreas rurais deixando para
trás mulheres como chefes de domicílios, ou então quando as mulheres se destinam às
áreas urbanas estabelecendo aí seus domicílios.
Além dos fatores apresentados, somam-se a ruptura de matrimônios e o aumento
na fecundidade de adolescentes fora do casamento, assim como a erosão do sistema de
famílias extensas e da tradicional rede de apoio - o que deixa as mães solteiras e
mulheres viúvas por conta própria. Guerras e conflitos civis também podem contribuir
com um excedente de mulheres em uma população nativa ou refugiada. (Buvinic &
Gupta ,1997: 260)
Desde a década de 1980 a ONU, por meio da promoção de estudos, ressalta que
“para os propósitos de políticas sociais, três tipos de domicílios chefiados por mulheres
são de especial interesse”:
“(a) Domicílios com mulheres sozinhas; (b) Domicílios onde mulheres e
crianças, mas não homens adultos; (c) Domicílios onde homens adultos estão
presentes, mas onde devido à invalidez, desemprego, alcoolismo ou outros fatores, uma
mulher é a principal provedora econômica”. (United Nations, 1984: 6-7)
1.2 A chefia feminina e a feminização da pobreza
Esse contexto de crescente interesse sobre as condições demográficas e sócio-
econômicas das famílias chefiadas por mulheres tem, entre seus antecedentes, a
divulgação da tese sobre a Feminização da Pobreza”, cunhada por Diane Pearce em
fins da década de 1970, nos Estados Unidos da América.
Pearce (1978), por meio de estudo sobre as condições sócio-econômicas das
mulheres americanas, afirma que “a pobreza está rapidamente tornando-se um problema
10
feminino”. Pearce observa, com base em dados de 1976 do “Bureau of the Census
1
que
quase dois terços dos 15 milhões de pessoas pobres acima de 16 anos eram mulheres.
Observa ainda, com base nos dados de 1977 do Women’s Bureau”, que o desnível era
maior ainda em certos grupos, como entre os idosos, em que mais de 70% dos pobres
eram mulheres e como entre as mulheres negras, cuja proporção na população era de
6,1%, e entre os pobres representavam 17%, em 1975.
Importantes e relevantes mudanças demográficas estavam ocorrendo o
aumento na expectativa de vida, o aumento no número de divórcios, o aumento no
número de nascimentos fora do casamento - ao mesmo tempo em que era perceptível o
declínio na posição econômica das mulheres. E, entre as mudanças demográficas
apontadas, talvez a mais notável fosse o crescimento do número de famílias chefiadas
por mulheres. (Pearce, 1978:28)
O termo chefia feminina” é utilizado por Pearce enquanto termo oficial do
Bureau of the Census
1
. A autora define as famílias chefiadas por mulheres como
aquelas em que entre os adultos uma mulher, e não homens. A autora observa
que esse tipo de família, em fins da década de 1970, representava quase metade das
famílias pobres nos Estados Unidos da América.
A partir dos dados obtidos do Bureau of Census, 1976e do Womens Bureau,
1977”, segundo os quais o número de famílias chefiadas por mulheres havia passando
de 10,1% em 1950 para 14% em 1976 - o que representou um aumento de cerca de 40%
- e, o número de famílias chefiadas por mulheres abaixo da linha de pobreza haver
dobrado no mesmo período, Pearce observa que, em paralelo ao crescimento das
famílias chefiadas por mulheres, estava ocorrendo a erosão da segurança e bem-estar
econômico desse grupo.
1
Bureau of the Census, U.S. Department of Commerce.
11
Desse modo, a autora classifica como paradoxal o fato de que o declínio
econômico apontado por ela estivesse ocorrendo em paralelo às tendências que
indicavam potencial para melhorar a posição social das mulheres. Tendências estas
associadas ao aumento na participação das mulheres na força de trabalho, à
implementação das “ações afirmativas”, e à crescente participação de mulheres em
postos de trabalho que exigem melhores qualificações. No entanto, os dados observados
por Pearce, como a relação entre os rendimentos e as taxas de desemprego entre homens
e mulheres, indicavam grandes desvantagens para as mulheres.
No desenvolvimento da tese sobre a “Feminização da pobreza”, Pearce afirma
que seu principal interesse no estudo é focar a questão enquanto desigualdades entre
gêneros. Segundo suas palavras, apesar das estatísticas apontarem para as mulheres
como um grupo que representava uma grande e crescente proporção economicamente
em desvantagem, o que as estatísticas não revelavam é que, enquanto muitas mulheres
eram pobres porque residiam em domicílios chefiados por homens, também pobres, um
crescente número tornava-se pobre por sua própria conta. Mulheres que eram pobres
porque eram mulheres.
2
O exame das fontes de rendimentos acessíveis às mulheres, e principalmente às
mulheres chefes, é ponto fundamental no desenvolvimento da tese sobre a Feminização
da pobreza. Assim, Pearce buscou compreender qual seria o papel que as fontes de
2
While many women are poor for reasons other than, or in addition to, their gender, in this
paper I will focus on the question: what are the economic and social consequences of being female that
result in higher rates of poverty.” (Pearce 1978: 28)
12
rendimento - enquanto rendimentos provenientes de trabalho, transferências privadas e
públicas - representavam para a diminuição ou manutenção de mulheres na pobreza.
3
Quanto aos ganhos obtidos no mercado de trabalho, Pearce observa que eles
eram altamente limitados em função da segregação ocupacional e discriminação
salarial. A crescente entrada de mulheres no mercado de trabalho se dava de modo a
concentrar a maioria das mulheres em poucas e mal remuneradas ocupações. Então,
quanto maior a concentração de mulheres numa determinada ocupação, mais baixa era a
média do rendimento obtido. Em adição, grande parte da demanda por mão-de-obra
feminina estava voltada para trabalhos em tempo parcial.
O fato das mulheres trabalhadoras serem consideradas permanentemente como
trabalhadoras temporárias, para Pearce, explica muito da condição feminina no mercado
de trabalho. Para a autora, a condição de trabalhadora temporária era reforçada,
permanentemente, pela visão - tanto de mulheres como de empregadores - de que o
principal comprometimento das mulheres trabalhadoras era com suas casas e suas
famílias, enfim, com as funções reprodutivas. E assim, o empregador não investia na
qualificação da mulher trabalhadora.
Em paralelo a essa visão, outro fator vinha reforçando a demanda por
trabalhadoras em tempo parcial. Em grande parte devido às mudanças na estrutura
econômica, a crescente demanda por mulheres trabalhadoras observada por Pearce, se
dava em atividades que estavam baseadas na utilização da mão-de-obra por um ou dois
meio-períodos em detrimento do simples período de oito horas. Nessas atividades havia,
não somente, a distinção salarial e de benefícios entre trabalhadores de meio-período e
3
As transferências privadas são representadas, principalmente, pelo apoio econômico (pensão
alimentícia), de pais ausentes, no provimento dos filhos menores. Já as transferências públicas
correspondem aos benefícios obtidos em função da participação no mercado de trabalho seguridade
social - ou, enquanto transferências provenientes de programas sociais de combate à pobreza.
13
de tempo integral, mas também a distinção nas oportunidades de promoção e aquisição
de treinamento pelas trabalhadoras.
Quanto às transferências privadas, essas são classificadas por Pearce como
aquelas transferências ocorridas, principalmente, na família nuclear, em que o marido
trabalhador transfere parte de seus rendimentos para a esposa não trabalhadora - em
função das despesas com a casa e com os filhos. Nesse contexto, em virtude da
crescente taxa de divórcios, as transferências internas de recursos foram
institucionalizadas na forma de pensão alimentícia em caso de divórcio. Na época, um
em três casamentos resultava em divórcio, ocorrendo cada vez mais cedo,
freqüentemente em casamentos recentes e que resultavam em jovens mulheres
divorciadas com filhos muito novos. No entanto, Pearce ressalta, baseada em dados e
estudos, que a maioria dos homens divorciados não realizavam integralmente as
transferências, em parte por estarem desempregados, em parte por terem registros
criminais e, na maioria dos casos, por serem trabalhadores semi ou não qualificados.
Segundo estatísticas levantadas por Pearce, 40% não contribuíam, e 60% contribuíam
em média com cerca de 15% do que seria a média do rendimento familiar, entre todas as
famílias.
No que concerne às doações e aos investimentos em educação dos filhos feitos
pelos pais - definidos por Pearce como transferência intergeracional de recursos a
autora os situa em um contexto de restrições impostas às mulheres. Sendo assim,
freqüentemente, as filhas divorciadas não recebiam ajuda dos pais e os filhos eram
privilegiados na obtenção da educação superior em detrimento das filhas.
As transferências públicas eram realizadas por duas vias. Em relação àquelas
recebidas em função da participação das mulheres no mercado de trabalho, Pearce
14
percebeu que as mulheres estavam sub-representadas tanto entre os beneficiários,
quanto em relação ao montante de benefícios pagos.
Acerca do seguro desemprego, muitas situações impediam ou limitavam o
acesso de muitas mulheres trabalhadoras a tal benefício. As trabalhadoras domésticas e
trabalhadoras na agricultura eram excluídas do benefício. Muitas trabalhadoras
requisitadas para meio-período, em função da reestruturação do trabalho na indústria,
eram excluídas por serem qualificadas como incapazes para o trabalho em tempo
integral. Em muitos Estados, a gravidez era associada à incapacidade física e o
benefício suspenso durante a gravidez. Finalmente, muitas mulheres estavam ocupadas
no “mercado informal” – atividades ilegais, semi-ilegais, marginais ou estabelecidas por
barganhas.
Quanto às transferências públicas referentes aos programas de redução da
pobreza - nos Estados Unidos da América, o programa de redução da pobreza voltado
para as mulheres trabalhadores na época era o AFDC Aid to Families with Dependent
Children” -, Pearce ressalta que o número de beneficiários do AFDC se manteve estável
em torno de 5% da população - na década anterior ao seu estudo. Já a respeito do valor
do benefício, Pearce destaca tomando como base o ano de 1967 a existência de um
declínio de cerca de 1,4% ao ano, entre 1974 e 1976. Além disso, a autora aponta vários
senões em relação aos cálculos do valor do benefício pago. Por exemplo, as diferenças
estaduais em relação às estimativas do custo-de-vida que serviam de base para o cálculo
do valor do “AFDC” em cada Estado não eram levadas em consideração quando do
cálculo da linha de pobreza pelo Bureau of Labor Statistics”. Em muitos Estados, o
tamanho médio das famílias era estabelecido de modo arbitrário. Assim, segundo a
autora, essas diferenças geravam como conseqüência a relativamente pequena
proporção de famílias que escapavam da pobreza via “AFDC”.
15
Analisando a construção e a evolução do sistema público de benefícios e
transferência de renda americano, Pearce conclui que o sistema impunha
condicionamentos que contribuíam para reproduzir as condições adversas enfrentadas
pelas mulheres americanas no processo de entrada e permanência no mercado de
trabalho, condições principalmente representadas pela segregação ocupacional e
discriminação salarial.
Portanto, de acordo com as observações feitas e descritas acima, Pearce conclui
que as mulheres americanas, independentemente da fonte do rendimento, recebiam
menos do que precisavam e, freqüentemente, muito menos que o rendimento definido
pela linha de pobreza. Ela conclui que os programas de transferências de renda não
permitiam que essas mulheres sobrepujassem a condição de pobreza. Dessa forma
estariam comprometendo o seu próprio futuro, bem como o de seus filhos.
Decorridos mais de 20 anos após a apresentação da tese sobre a feminização da
pobreza, Bianqui (1999) observa que, nos Estados Unidos, a pobreza, quando medida
enquanto risco relativo, realmente aumentou para as mulheres na década de 1970, mas
declinou para as mulheres em idade ativa, a partir do começo dos anos de 1980. A
diminuição do risco relativo ocorreu em função do aumento da taxa de ocupação das
mulheres e do declínio no desnível salarial entre os sexos. Esses fatores ocorreram
combinados à diminuição da oferta de trabalho na indústria e trabalho do tipo family
wage”, o que representou uma queda salarial para os homens.
Assim, segundo Bianchi, em relação à população em idade ativa, houve um
aumento na probabilidade das mulheres permanecerem acima da linha da pobreza. Fato
que ocorreu em paralelo ao aumento na probabilidade de que homens com níveis
educacionais mais baixo - e suas famílias ficassem na pobreza, a partir do início dos
anos de 1980.
16
Em função das tendências descritas acima - que somadas à observação no
aumento de uniões fora do casamento, da elevada proporção de pais e es solteiros, e
das dificuldades relacionadas ao recebimento de pensão alimentícia, principalmente por
parte das mães-solteiras - Bianchi observa que a pobreza estava tendendo a se
concentrar nas famílias chefiadas por mulheres com crianças.
Bianchi afirma que Pearce não analisou, em sua tese, as taxas de pobreza, de
forma sistemática, ao longo do tempo. E que, além da proporção de mulheres entre os
pobres, era necessário observar a razão entre a proporção de mulheres pobres e a
proporção de homens pobres, como fizeram McLanahan, Sorenson e Watson (apud
Bianchi, 1999). A feminização da pobreza, que passa a ser assim compreendida como o
risco relativo da mulher estar na pobreza em relação ao homem, segundo Bianchi, é
confirmada por McLanahan, Sorenson e Watson (apud Bianchi, 1999), que mostram,
por meio desse indicador, o aumento do risco relativo durante os anos de 1950, 1960 e
em menor extensão nos anos de 1970.
Segundo Bianchi a feminização da pobreza compreendida como risco relativo,
quando comparada com o risco absoluto de pobreza – expresso pela proporção de
pobres entre mulheres - mostra um outro paradoxo. Ao mesmo tempo em que o risco
relativo de pobreza entre as mulheres estava aumentando, o risco absoluto estava
declinando. Segundo a autora, isso é particularmente verdadeiro para as mulheres
brancas com mais de 65 anos, para as quais o risco relativo elevou-se de 1,13 para 1,76
–entre 1950 e 1980-, enquanto o nível absoluto de pobreza declinou de 62% em 1950
para 15% em 1980. Ou seja, a pobreza absoluta declinou mais rapidamente entre os
homens do que entre as mulheres.
Em relação ao aparente paradoxo, Bianchi observa que a divergência mostra a
importância que deve ser dada tanto às mudanças que estão ocorrendo no numerador,
17
quanto às mudanças que ocorrem no denominador, com vistas ao entendimento das
tendências para as quais as medidas relativas apontam.
Bianchi também aponta a relevância das análises feitas por meio de grupos
etários. Utilizando dados da pesquisa anual “Current Population Survey (CPS)” a autora
observa distintas tendências entre os grupos etários: 18 a 29, 30 a 64, e 65 anos e mais.
Para o total de 18 anos e mais, apesar das flutuações, a tendência é de aumento do risco
relativo da pobreza, entre 1968 (1.55) e o final da década de 1970 (1.72). Nas palavras
da autora, durante os anos de recessão que ocorreram na década de 1980, o risco
relativo cai para 1.47, porque apesar das taxa absoluta de pobreza ter crescido tanto
entre os homens quanto entre as mulheres (numerador), cresceu mais entre os homens
(denominador). A partir da segunda metade da década de 1980 e até a primeira metade
da década de 1995, a taxa de pobreza absoluta flutuou entre 50 e 60%.
No entanto, Bianchi ressalta que estes resultados mascaram as diferentes
tendências por idade e que - assim como England (apud Bianchi, 1999) e McLanahan e
Kelly (apud Bianchi, 1999) haviam observado - os dados da CPS sobre as mulheres
de 30 a 64 anos mostram a estabilidade no risco relativo durante a década de 1970, e o
posterior declínio em 1980 (1.6) chegando a 1.39 em 1996. Enquanto para as mulheres
com 65 anos e mais, o risco relativo continuava crescente, mesmo durante a década de
1980 e início da década de 1990. E apesar desse grupo corresponder ao termo
feminização da pobreza enquanto interpretação do risco relativo, o risco absoluto no
grupo decresceu ao longo do mesmo período.
As tendências observadas acima por Bianchi se referem a todas as mulheres
adultas. Quanto à análise sobre o crescimento das famílias chefiadas por mulheres e da
proporção dessas abaixo da linha da pobreza - um dos pontos centrais na tese de Pearce
Bianchi propõe procedimento semelhante, comparando ao longo do tempo os riscos
18
absoluto e relativo de estar na pobreza, entre as famílias chefiadas por mulheres e outros
tipos.
Bianchi afirma que se em 1966 somente cerca de um quarto dos membros de
famílias pobres viviam em famílias em que a e estava sozinha com seus filhos, na
metade da década de 1990 a proporção era de 50%. No entanto, Bianchi, citando
números obtidos por Garfinkel e MacLanahan, argumenta que entre o total de famílias
chefiadas por mulheres com filhos a taxa de pobreza diminui de 60% para 40%.
Após 1980, o crescimento das famílias chefiadas por mulheres com filhos se
torna mais lento. Durante as décadas de 1960 e 1970, o crescimento foi dominado pelo
aumento do número de divórcios e separações. A partir da década de 1980, passa a ser
dominado pelo aumento do número de jovens mães solteiras e seus filhos e a taxa de
pobreza entre as famílias chefiadas por mulheres com filhos tende a flutuar entre 44% e
47%. (Bianchi 1999)
Em termos do risco relativo de pobreza em famílias mantidas por mulheres,
quando comparadas com outros tipos de famílias, o processo de feminização da pobreza
se acentua nos anos de 1960. Particularmente na segunda metade da cada de 1960, a
taxa de pobreza cai em todas as famílias com crianças. No entanto, cai de forma mais
acentuada entre as famílias em que um homem estava presente (Bianchi, 1999).
O reverso acontece no princípio da década de 1980 quando a pobreza cresce nas
famílias nucleares, após anos de declínio. A pobreza cresce também entre as famílias
chefiadas por mulheres com filhos, mas de forma menos intensa. Portanto, entre a
segunda metade da década de 1970 e a primeira metade da década de 1980, o risco
relativo de pobreza diminui entre as famílias chefiadas por mulheres com filhos, em
relação às outras famílias (Bianchi, 1999).
19
Enquanto que a taxa de pobreza era sete vezes maior entre as famílias chefiadas
por mulheres com filhos do que entre famílias nucleares em 1974, em 1984 diminui
para cinco vezes. Desde o meio da década de 1980, a percentagem de famílias chefiadas
por mulheres com filhos na pobreza tem flutuado e, a razão entre a sua taxa de pobreza
e a taxa de pobreza entre as famílias nucleares tem sido mais alta do que em 1984
(Bianchi, 1999).
Para Bianchi, o baixo nível de rendimentos é o maior problema para muitas
mulheres, especialmente para aquelas que tentam criar seus filhos sozinhas. Entretanto,
a avaliação ou medição da “feminização da pobreza” é complicada devido à carência de
precisão tanto em relação à definição do conceito, quanto ao conjunto de medidas
estatísticas utilizadas para sustentar a afirmação de “pobreza feminizada”.
Segundo Bianchi, as tendências diferem, dependendo se o foco está nos riscos
relativos ou nos níveis absolutos de pobreza. Em termos absolutos, as mulheres estão
em maior risco de pobreza de que os homens e, as famílias chefiadas por mulheres com
filhos experimentam níveis muito mais altos de pobreza do que as famílias nucleares.
Mas, com respeito aos riscos relativos e tendências na “feminização da pobreza”,
importantes singularidades e não-linearidades. Estas incluem: (1) a “desfeminização” da
pobreza entre as mulheres em idade ativa após a década de 1980; (2) a flutuação no
risco relativo das famílias chefiadas por mulheres com filhos comparada com as
famílias nucleares; (3) acentuado crescimento nos riscos relativos de pobreza entre as
mulheres com 65 anos e mais, comparativamente aos homens nessa mesma faixa etária,
mesmo com diminuição acentuada dos níveis de pobreza absoluta (Bianchi, 1999).
Ao apresentar o conceito de risco relativo Bianchi “relativiza” a aplicação do
conceito de “Feminização da Pobreza”. Com relação à chefia feminina, o fenômeno fica
restrito à observação do crescimento, ao longo do tempo, das famílias chefiadas por
20
mulheres entre os mais pobres, somente quando esse se dá de forma mais intensa do que
o crescimento das famílias nucleares entre os mais pobres.
Assim, se tomarmos as análises de Bianchi como referência, a questão da sobre-
representação dos domicílios chefiados por mulheres entre os mais pobres, bem como as
condições que determinam a sua reprodução, passam a ser desconsiderada enquanto
“Feminização da Pobreza” se, ao longo de um período analisado, as proporções se
mantenham as mesmas - mesmo sendo altas - quando comparadas a uma ligeira
flutuação na proporção de domicílios com famílias nucleares entre os mais pobres,
mesmo que em patamares bastante inferiores aqueles experimentados nos domicílios
chefiados por mulheres.
Em se tratando da sobre-representação, enquanto indicador que evidencia a
associação entre chefia feminina e pobreza, Buvinic & Gupta (1994) realizaram estudo
sobre 61 pesquisas realizadas na América Latina, Caribe, Ásia e África. As autoras
afirmam que, entre as pesquisas estudadas, em 38 delas os pesquisadores concluíram
que sobre-representação. relacionada a diversos indicadores como: rendimento
domiciliar total ou per capita, rendimento médio por adulto equivalência, gastos em
consumo total ou per capita, rendimento dos chefes, acesso a serviços e propriedade da
terra e bens. E segundo as autoras, em 8, os pesquisadores não encontraram evidências
empíricas e, entre as 15 restantes, a sobre-representação estava associada a somente
certos tipos de chefia feminina, ou que a associação somente se evidenciava para certos
indicadores de pobreza.
21
1.3 A chefia feminina e a feminização da pobreza no contexto brasileiro
No Brasil, a temática sobre a feminização da pobreza também se evidenciou em
fins da década de 1970 no estudo de Barroso (1978), que mesmo não fazendo uso do
termo cunhado por Pearce (1978) situa, assim como fez a autora estadunidense, o
contexto de dificuldades enfrentadas pelas mulheres pobres que se separam de seus
maridos ou companheiros, ou daquelas que nunca os tiveram, para manterem seus
domicílios e filhos, relacionando-o principalmente às dificuldades enfrentadas pelas
mulheres no mercado de trabalho.
Esse contexto de dificuldades se confirmou, empiricamente, no perfil traçado
para as mulheres chefes, segundo os dados levantados por Barroso (1978), por meio da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD):
(1) Quase metade das mulheres chefes tinha 50 anos e mais;
(2) O nível de instrução era bem mais baixo que aqueles apresentados pelos
homens;
(3) Menos da metade das mulheres chefes era economicamente ativa;
(4) Menos de 20% recebiam pensão ou aposentadoria;
(5) Os rendimentos das mulheres chefes eram muito inferiores aos apresentados
pelos homens.
O conceito “Feminização da Pobreza” é abordado, de forma explícita, em fins da
década de 1980 por Castro (1989:405). A autora afirma, em sua tese de doutoramento,
que não havia evidências empíricas que sustentassem a relação entre chefia feminina e a
tese da “Feminização da Pobreza”. A autora, observando os dados dos Censos
Demográficos de 1960 e 1980, conclui que mesmo sendo alta a proporção de mulheres
chefes de domicílios pobres a “feminização” não se evidenciava, visto que a proporção
22
de mulheres chefes no estrato mais pobre era mais alta em 1960 do que em 1980, ou
seja, decresceu ao longo do tempo.
em fins da década de 1990, Castro (2001) argumenta que a temática relativa à
“feminização da pobreza”, observada pela autora no contexto do mercado de trabalho e
de políticas públicas de emprego - ativas e compensatórias - estaria sendo utilizada para
justificar medidas compensatórias.
Também produzido em fins da década de 1990, o estudo de Barros, Fox &
Mendonça (1997), por sua vez, evidencia a sobre-representação de domicílios chefiados
por mulheres entre aqueles que apresentavam os menores níveis de rendimento. No
entanto, segundo os autores, essa não é uma característica apresentada por todos os
domicílios chefiados por mulheres. No todo, esse conjunto aparece como um grupo
bastante heterogêneo. A nítida sobre-representação somente se evidencia quando no
domicílio a presença de menores e não a presença de outros adultos além da
mulher responsável pelo domicílio - o mesmo grupo estudado por Pearce em 1978, nos
Estados Unidos, e que forneceu as bases empíricas para a elaboração da tese sobre a
“Feminização da pobreza”.
A questão à respeito da sobre-representação ser ou não um indicador da
feminização da pobreza também aparece no estudo de Costa, Pinheiro, Medeiros &
Queiroz (2005). Os autores defendem o argumento de que feminização e sobre-
representação são fenômenos distintos, mesmo estando relacionados.
Para os autores: “Enquanto o primeiro diz respeito à constatação de uma maior
pobreza entre as mulheres ou famílias por elas chefiadas em um determinado momento,
o segundo refere-se a mudanças ocorrendo entre dois pontos na história”. A
“feminização” seria, então, um processo que tem uma dimensão temporal (Costa,
Pinheiro, Medeiros & Queiroz, 2005: 13-14).
23
Analisando os dados da PNAD 2003, os autores afirmam que:
“Ordenando-se a população em décimos de acordo com a renda per capita,
observa-se uma sobre-representação de famílias do tipo “mulher sem cônjuge
com filhos” e “casais com filhosnos estratos de renda mais baixos; o inverso
ocorre com os outros tipos de família analisados. Assim, o que parece ser mais
importante na determinação de maior ou menor incidência da pobreza para certo
tipo de família é a presença ou ausência de filhos, e não o tipo de chefia (se
casal ou mulher sem cônjuge). (Medeiros, 2005: 23)
A análise do processo de “feminização da pobreza”, no que se refere ao aumento
da proporção de pessoas que vivem em famílias chefiadas por mulher sem cônjuge entre
os pobres, no período de 1983 a 2003, segundo os autores, revelou um crescimento de
63% na proporção de pessoas nessas famílias. Porém, esse aumento seria um reflexo do
processo de mudança demográfica da população brasileira no período. (Medeiros, 2005:
25)
Assim, para os autores, tanto a sobre-representação quanto a “feminização da
pobreza”, não foram evidenciadas no período analisado - 1983 a 2003 - segundo os
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios .
No entanto, entre todos os trabalhos analisados nessa seção, somente Barros,
Fox & Mendonça trabalham com o tipo de família que deu origem aos estudos sobre a
“feminização da pobreza” mulher responsável com filhos menores sem a presença de
outros adultos.
1.4 A chefia feminina e a transmissão intergeracional da pobreza.
Segundo Castañeda & Aldaz-Carrol a “Transmissão Intergeracional da Pobreza”
(TIP) é “o processo pelo qual os pais pobres transmitem pobreza e desvantagens para
seus filhos”. (1992:2)
A busca por relações e conexões entre estrutura familiar e características
parentais com o bem-estar de crianças e adolescentes, em muitos estudos, é orientada
24
por modelos de interpretação desenvolvidos no contexto do tema da “Transmissão
Intergeracional da Pobreza” (TIP).
O modelo de interpretação que desenvolve argumentos sobre a existência de
desvantagens que são correlacionadas com a pobreza parental, ou que a causem,
incorpora o arranjo familiar (e, em específico a chefia feminina) como fator que pode
comprometer o desenvolvimento das crianças mantendo-as presas à pobreza, por afetar
os seus rendimentos escolares, aumentar a fecundidade na adolescência, e aumentar o
desemprego nos primeiros anos da vida adulta. (Corcoran, 1995: 243)
O principal argumento apresentado pelos defensores do modelo sobre
desvantagens correlacionadas está baseado em pesquisas empíricas que procuram
demonstrar que, apesar do grande peso que os recursos econômicos disponíveis para as
famílias e para a comunidade representam para a aquisição de habilidades pelas
crianças, existem fatores relacionados aos recursos parentais não-econômicos (maior ou
menor comprometimento e disponibilidade de tempo para supervisionar a educação,
prover cuidados com a alimentação e a saúde) que associados aos recursos econômicos
podem ampliar ou diminuir as chances das crianças na vida adulta. (Corcoran 1995:
251-253)
Assim, o arranjo familiar teria um peso específico, ao estar associado a outros
fatores - como níveis de educação e rendimentos parentais, entre outros – podendo, com
isso, contribuir em maior ou menor grau para o bem-estar das crianças.
Barros, Fox & Mendonça (1997) afirmam que os baixos níveis de rendimentos e
a alta incidência de baixa escolaridade entre as mulheres chefes se apresentavam
altamente correlacionadas com as baixas taxas de escolarização, principalmente entre os
adolescentes mais velhos residentes nos domicílios chefiados por mulheres, quando
comparadas com as taxas de escolarização de adolescentes residentes em outros tipos de
25
domicílios. Além disso, os adolescentes residentes em domicílios chefiados por
mulheres apresentavam maior probabilidade de estar no mercado de trabalho e fora da
escola.
No estudo empírico que Castañeda & Aldaz-Carrol (1999) realizaram em
dezesseis países da América Latina (inclusive Brasil), os autores indicaram a forte
correlação entre o número de anos de estudo das mães e a probabilidade dos filhos
completarem o segundo grau. E, apesar do positivo e significante efeito que o nível de
rendimento domiciliar representa nas chances que os filhos têm de completar o segundo
grau, o efeito do nível de educação das mães é similar tanto em domicílios com altos
níveis de rendimento, quanto em domicílios com baixos níveis de rendimento.
De acordo com os autores, a escolaridade do pai, apesar de ser estatisticamente
significante e positiva em 10 dos 16 países pesquisados, apresenta-se com menor efeito
que a escolaridade da mãe, como havia sido demonstrado em outros estudos. No
entanto, a área de residência é significativa em todos os países pesquisados. As crianças
residentes nas áreas urbanas têm maior probabilidade de concluir o segundo grau do que
aquelas crianças residentes nas áreas rurais e, em alguns países, a probabilidade é duas
vezes mais alta.
O número de irmãos tem um efeito negativo e estatisticamente significante nas
chances de completar o segundo grau ou nível dio, em todos os países analisados. E
na maioria, o efeito é similar, independente do vel de rendimento apresentado pelo
domicílio.
Buvinic & Gupta (1997: 268-269) - ao fazerem uma revisão de 29 estudos
empíricos a respeito da influência da chefia feminina sobre o bem-estar das crianças,
realizados na África, Ásia, América Latina e Caribe - verificam que, em relação a
indicadores como situação nutricional das crianças e rendimento escolar, a chefia
26
feminina algumas vezes parece ser um fator de proteção contra a pobreza e, outras vezes
parece reproduzi-la.
Segundo as autoras, nos estudos em que foram examinados os impactos da
chefia feminina na educação dos filhos, quatro estudos reportaram um efeito positivo
quanto à educação dos filhos apresentar maior probabilidade de receber prioridade em
domicílios chefiados por mulheres, do que em domicílios chefiados por homens.
Em seis estudos, foi reportado um efeito negativo, sendo apresentados como
explicação a carência de trabalho adulto adicional, associada aos baixos níveis de
rendimentos existentes nos domicílios chefiados por mulheres - o que forçaria
freqüentemente os filhos a abandonar a escola em função da necessidade de cuidar do
serviço doméstico e das crianças menores.
As autoras argumentam que esses resultados, apesar de parecerem, não são
contraditórios. Eles, apenas, evidenciam a quebra do efeito positivo representado pela
chefia feminina na medida em que o empobrecimento se agrava. É apresentada a
evidência de que, quando é estabelecido o conflito entre dispor de todos os recursos
disponíveis em função da sobrevivência e o desejo de investir na educação dos filhos,
esse desejo é quebrado. E nesse caso, a penúria econômica é transmitida à próxima
geração.
Os estudos apresentados nessa seção mostram evidências empíricas relacionadas
à “Transmissão Intergeracional da Pobreza”. No entanto, como observa Handa (1994), a
definição do conceito de chefia feminina pode influenciar fortemente os indicadores que
demonstrariam a relação entre o tipo de chefia e o bem-estar dos filhos. A mudança da
definição do conceito de chefia feminina auto-declarada, para o conceito de chefia
feminina definido por meio do número de horas trabalhadas implica em melhores
27
indicadores quanto à escolarização e à participação na força de trabalho entre os
adolescentes de 14 a 17 anos de idade residentes em domicílios chefiados por mulheres.
Na seção que segue, esse e outros estudos, que tratam sobre a conceituação de
chefia serão apresentados.
1.5 A conceituação de chefia.
Vários estudos alertam para as dificuldades e limitações que envolvem a
utilização do conceito “chefia”, quando esse conceito é derivado unicamente da
declaração sobre quem é a “pessoa de referência” no domicilio ou na família. Em
princípio, o termo “pessoa de referência” é utilizado em Censos e Pesquisas Amostrais
visando estabelecer as relações familiares no interior do domicílio e também para evitar
dupla contagem. (Barros, Fox & Mendonça, 1997; Buvinic & Gupata, 1994; Farid,
1999; Handa, 1994; Vu Manh Loi, 1996; Rogers, 1995; Rosenhouse, 1994)
Assim, na presente seção serão examinados estudos que propõem definições
alternativas para o conceito de chefia e buscam avaliar empiricamente a auto-declaração
de chefia face às definições alternativas adotadas.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD: IBGE 2005),
a “Pessoa de referência” é a “pessoa responsável pela unidade domiciliar (ou pela
família) ou que assim fosse considerada pelos demais membros”.
Assim, contemporaneamente, não é perguntado ao entrevistado o que define “ser
responsável pela unidade domiciliar”. Se tal responsabilidade é exercida pelo membro
que assume o papel de principal provedor econômico, ou se aquele que toma as
principais decisões em assuntos familiares, ou ambas. E, se o papel econômico e de
28
hierarquia de poder na família é definidor da responsabilidade, como se daria a escolha
tanto no caso da ausência temporária por motivo de migração daquele membro que é o
principal provedor ou toma as principais decisões familiares mesmo estando afastado,
quanto no caso de famílias onde as funções de prover e decidir assuntos familiares são
compartilhadas igualmente entre membros. A escolha poder recair ainda sobre o
componente mais idoso, ou em função do membro ser o proprietário ou responsável
pelo imóvel de moradia. (United Nations, 1984)
Levando em consideração essas limitações, alguns estudiosos buscaram
estabelecer definições alternativas para o conceito de “chefia” feminina. Rogers (1995)
4
sugere três definições alternativas e as compara com a auto-declaração: (1) a ausência
de adultos do sexo masculino com 18 a 60 anos de idade; (2) mulher com salário que
represente 50% ou mais da soma dos rendimentos de trabalho de todos os componentes
ou (3) 50% ou mais na soma dos rendimentos de todas as fontes de todos os
componentes (Principal contribuição para o rendimento domiciliar).
Rogers (1995) observa que, entre todos os domicílios onde houve declaração de
chefia feminina, em somente 52,4% dos domicílios não havia presença de homem
adulto - definição alternativa (1). Em 42,1% a mulher chefe detinha o principal ganho
de salários - definição alternativa (2). E em somente 17,5% a mulher declarada como
responsável tinha a principal contribuição para o rendimento domiciliar - definição
alternativa (3).
Rosenhouse (1994), por meio de dados provenientes da Pesquisa Sobre
Padrões de Vida realizadas no Peru entre 1985 e 1986 (World Bank'sLSMS), utiliza o
número de horas trabalhadas no mercado de trabalho para avaliar a autodeclaração de
chefia. A autora propõe esse procedimento, objetivando avaliar se o membro declarado
4
Segundo o autor os dados são provenientes de pesquisa domiciliar sobre rendimentos, gastos e consumo
alimentar, nacionalmente representativa, conduzida na República Dominicana entre janeiro e novembro
de 1986.
29
como chefe era aquele que exercia o maior esforço em prol da manutenção do
domicílio, representado pelo número de horas trabalhadas no mercado de trabalho.
Utilizando essa definição alternativa, a autora observa que o número de mulheres chefes
aumenta de 17% para 29% na amostra e que a prevalência dos domicílios chefiados por
mulheres entre aqueles com menores rendimentos (o quinto inferior) aumenta de 20%
para 34%.
Handa (1994), por meio de dados provenientes da Pesquisa Sobre Padrões de
Vida realizada na Jamaica em 1989 (World Bank's LSMS), seguindo o estudo de
Rosenhouse (1994), também utiliza o número de horas trabalhadas no mercado de
trabalho para obter uma definição alternativa para chefia e assim, avaliar a chefia
declarada. Assim, nos domicílios com responsável mulher, em somente 62% deles a
responsável estava trabalhando na data da pesquisa. Desses, em somente 65,7% a
mulher declarada como responsável era o componente que detinha o maior número de
horas trabalhadas. Em 12,3% era o cônjuge que detinha o maior número de horas
trabalhadas, em 13,5% um filho, em 0,2% um dos pais, em 7,4% um outro parente, e em
1% não parentes.
Em 27,2% dos domicílios em que uma mulher foi declarada responsável, um
homem seria o responsável se o critério adotado fosse o número de horas trabalhadas.
Handa utiliza quatro definições de chefia - responsável homem com (1), e sem
cônjuge (2), responsável mulher com (3), e sem cônjuge (4) cruzadas, ora com o
conceito de chefia declarada, ora com a definição alternativa de chefia dada pelo
número de horas trabalhadas.
No Brasil, utilizando dados da PNAD 1984, Barros, Fox, & Mendonça (1997)
propõem avaliar a declaração de responsabilidade pelo domicílio por meio da utilização
30
de variáveis sobre rendimentos e horas trabalhadas no mercado de trabalho, como
aproximação para medir o principal esforço feito em prol da manutenção do domicílio.
No estudo realizado sobre domicílios chefiados por mulheres, os autores avaliam
se a chefia declarada corresponde aos membros que teriam os maiores rendimentos e
número de horas trabalhadas orientadas para o mercado de trabalho, buscando
compreender o significado do termo chefia. Os autores propõem utilizar duas definições
alternativas para a chefia. Na primeira, o chefe seria o membro com o maior rendimento
e na segunda, o membro com o maior número de horas trabalhadas. Quando a diferença
entre número de horas trabalhadas, ou entre os rendimentos dos membros do domicílio é
menor que 10%, o domicílio foi considerado como tendo uma chefia compartilhada
entre dois membros ou mais.
Na pesquisa, em 18,7% dos domicílios uma mulher foi declarada chefe. Segundo
ambas as classificações alternativas, a proporção de domicílios chefiados por mulheres
está bem próxima desse número. As mulheres chefes segundo o maior rendimento
correspondem a 20% e as mulheres chefes segundo o maior número de horas
trabalhadas correspondem a 18,3%. Quando os critérios são utilizados em conjunto, o
número de domicílios chefiados por mulheres com o maior rendimento e o maior
número de horas trabalhadas passa para 16.4%.
Os autores chegam à conclusão de que, em aproximadamente 90% dos
domicílios, o adulto que é declarado chefe do domicílio (pessoa de referência) tem as
maiores responsabilidades econômicas para com o bem estar do domicílio.
Nos estudos examinados até aqui, a base para a construção de definições
alternativas está fundamentada no pressuposto de que a chefia estaria intimamente
ligada ao papel de principal provedor (aquele membro que detém o maior rendimento,
salário ou número de horas trabalhadas no mercado de trabalho).
31
o estudo que Vu Manh Loi (1996) realiza, ênfase - por meio das
evidências empíricas levantadas no estudo - ao caráter multifacetado que o conceito de
chefia feminina apresenta. No estudo realizado por Vu Manh Loi, por meio dos dados
obtidos pelo Vietnam 1989 Census” e pela pesquisa “The Vietnam Life History Survey
(VN LHS) conduzida em 1991, o autor conclui que, no contexto vietnamita, os
determinantes mais significativos para a chefia feminina são: (1) a idade tem efeito
positivo; (2) o estado civil tem efeito positivo, quando a mulher está divorciada,
separada, viúva, e casada, mas com marido ausente. E tem efeito negativo, quando a
mulher está solteira; (3) lugar de residência tem efeito positivo; (4) a presença de pais,
ou filhos adultos, residindo no domicílio têm efeito negativo; (5) número de anos de
estudo tem efeito positivo.
Em resumo, nessa seção ficou evidenciado, por meio de vários estudos
empíricos - exceto no estudo apresentado por Barros, Fox e Mendonça (1997) - a fraca
associação entre a auto-declaração de chefia feminina e o papel de principal provedor
econômico.
Em função dos estudos apresentados nessa seção, a necessidade de realizar uma
avaliação empírica da auto-declaração de responsabilidade pelo domicílio - nos dados
obtidos pelo Censo Demográfico de 2000 - se fez presente, objetivando definir a escolha
do conceito de chefia que foi adotado nessa dissertação. Tal procedimento de avaliação
foi desenvolvido na seção 3.2.
1.6 A participação feminina no mercado de trabalho brasileiro na década
de 1990
Na medida em que os estudos sobre a “Feminização da pobreza” e sobre a
Transmissão Intergeracional da Pobreza se objetificam nos domicílios chefiados por
32
mulheres, na ausência de um homem adulto que assuma o papel de principal provedor, o
foco do fenômeno relaciona-se diretamente à forma de participação das mulheres chefes
no mercado de trabalho - a qual se dá no contexto mais geral das formas de participação
das mulheres no mercado de trabalho.
Assim, na presente seção são contemplados estudos objetivando traçar o perfil
da participação das mulheres no mercado de trabalho, no Brasil, na década de 1990,
com foco nas principais restrições relacionadas à participação feminina no mercado de
trabalho: (1) prevalência de mulheres trabalhando em tempo parcial ou em regime de
trabalho temporário; (2) discriminação salarial; (3) concentração em ocupações que
exigem menor qualificação e com menor remuneração; (4) concentração nos mais
baixos níveis da economia informal.
No Brasil, Bruschini (1998) observa que o padrão feminino de participação no
mercado de trabalho sofreu importantes alterações, remetidas não às necessidades
econômicas e oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho, mas também às
transformações demográficas, sociais e culturais que têm afetado as mulheres e as
famílias brasileiras. A acentuada queda da fecundidade, a expansão da escolaridade, o
maior acesso às universidades são fatores que viabilizam a participação da mulher no
mercado de trabalho e que ocorrem associados às “transformações nos padrões culturais
e valores relativos ao papel social da mulher, intensificadas pelo impacto dos
movimentos feministas desde os anos setenta e pela presença cada vez mais atuante das
mulheres no espaço público...” (Bruschini 1998: 20-22)
Como indicadores da transformação ocorridas no perfil da mão-de-obra
feminina, Bruschini (1998) ressalta as alterações na participação econômica por idade e
por condição na família: “As trabalhadoras que, até o final dos anos setenta, em sua
33
maioria, eram jovens solteiras e sem filhos, passaram a ser mais velhas, casadas e
mães”. (Bruschini 1998: 23).
No entanto, apesar de constatar a alteração no padrão feminino de participação
no mercado, a autora também observa, através de indicadores como segregação
ocupacional e desigualdades salariais, que no período compreendido entre 1985 e 1995
a continuidade marca mais que as mudanças:
“As mulheres ativas sempre estiveram concentradas em atividades do setor de
serviços e sua presença no segmento informal e desprotegido do mercado de
trabalho têm sido expressiva, seja no emprego doméstico não-registrado, seja na
atividade por conta própria, na familiar não remunerada ou na domiciliar. O
trabalho doméstico sempre foi considerado inatividade econômica, embora
mantenha ocupada boa parte das mulheres”. (Bruschini 1998: 70)
Para Bruschini, apesar da presença relevante nos setores de serviços, na
administração pública e no setor social – ensino, saúde e assistência social - as mulheres
permaneceram concentradas em um leque menor de ocupações de trabalho, enfrentando
restrições ao acesso a cargos mais elevados com melhores remunerações e
desigualdades salariais, em qualquer situação. A autora ressalta que, a esse conjunto de
restrições estabelecidas no setor formal, somam-se fatores como “menores índices de
registro em carteira e de contribuição para a Previdência Social, assim como níveis mais
baixos de sindicalização, resultando em menor poder de barganha (Bruschini 1998:70-
71)”.
Bruschini também observa persistirem continuidades que prejudicam o acesso e
a presença das mulheres no mercado de trabalho. A principal responsabilidade com as
atividades domésticas e com os cuidados com as crianças pequenas guarda, educação,
cuidados - permanecem sendo exercidas pelas mulheres. E o peso por tais atividades é
agravado em um contexto de baixos rendimentos e insuficiência na oferta de
equipamentos coletivos como creches, somente contornados, em parte, quando a mãe
34
trabalhadora pode contar com outros arranjos como o apoio de redes de parentesco ou
de vizinhança. (Bruschini 1998:27)
Lavinas (2002), observando o perfil das mulheres economicamente ativas
ocupadas em atividades não-agrícolas, destaca que no período entre o início da década
de 1980 e fins da década de 1990, o principal fator observado foi a ampliação da
participação das mulheres no mercado de trabalho nas áreas urbanas não-metropolitanas
(61% em 1997, contra 53% em 1981).
Uma segunda informação destacada pela autora diz respeito à melhora
significativa na distribuição do perfil de escolaridade feminina. Segundo a autora, as
mulheres ocupadas apresentam aumentos substancias nos níveis de escolaridade. Cai,
por sua vez, substancialmente o número das mulheres ocupadas sem a conclusão do
primeiro grau. Em 1997 tal proporção caiu para menos da metade, enquanto dobrou o
peso das ocupadas com nível superior completo (passando de 4,6% para 8,3%).Um
terço das mulheres empregadas em 1997 tinha, pelo menos, o segundo grau completo.
Lavinas ressalta que houve um amadurecimento substantivo da mão-de-obra
feminina ocupada - fator também observado por Bruschini (1998). Segundo Lavinas,
entre 1981 e 1990, aumentou a representatividade dos grupos etários entre 24 e 45 anos
de idade, em detrimento do grupo de 15 a 23 anos de idade. Com o aumento substantivo
da participação de mulheres cônjuges e chefes de família entre as ocupadas, em
detrimento das filhas, cuja participação caiu de 38%, em 1981, para 23%, em 1997.
Entretanto, assim como Bruschini (1998), Lavinas (2002) observa que o nível de
segregação ocupacional pouco se alterou entre 1981 e 1997. As mulheres ainda estavam
concentradas em ocupações relacionadas ao serviço doméstico, às funções de escritório,
e ao setor público envolvido com saúde, educação e justiça (47,6% em 1997). Contudo,
a autora observa o crescimento da participação feminina no comércio varejista e
35
atacadista, e nos serviços prestados no setor hoteleiro, além da queda na participação na
indústria da confecção. (Lavinas, 2002: 38)
Para a autora, a existência da desigualdade de remuneração entre homens e
mulheres e a forma lenta como o diferencial se reduz é forma característica na
reprodução das desigualdades entre gêneros, mesmo que essa forma varie segundo o
nível de instrução e forma de inserção no mercado de trabalho. Entretanto, segundo a
autora o diferencial entre os rendimentos por sexo, expresso pela razão salários das
mulheres dividido pelos salários dos homens, passou de 30% no início da década de
1980 para cerca de 65% em fins de 1998.
Lavinas observa ainda que, apesar da grande variação no período - entre as
mulheres com 25 a 65 anos de idade - são as mulheres com o primeiro grau incompleto
e aquelas com nível superior completo que melhoram de posição com a redução do
diferencial de rendimentos entre os sexos. Entre as mulheres com o primeiro grau
completo, o diferencial se eleva e entre as mulheres com o segundo grau completo, a
redução do diferencial pouco avançou.
A análise dos diferencias por setor mostrou que, no comércio, as mulheres
obtiveram ganhos superiores aos homens. Enquanto esses, em 1998, somente
recuperaram os níveis que tinham em 1982, as mulheres obtiveram ganhos reais de
15%.
no setor de serviços, segundo Lavinas, até o início da década de 1990, os
homens obtiveram ganhos maiores que as mulheres. A partir desse período, as mulheres
inverteram a situação, obtendo maiores rendimentos, principalmente após o Plano Real.
Na indústria, apesar da perda de postos entre as mulheres, em função da reestruturação
industrial, elas conseguiram manter a posição em relação aos homens. E mesmo com a
baixa participação no setor, estando concentradas em ramos tradicionais como vestuário
36
e têxtil, onde o nível salarial fica abaixo da média do setor, as mulheres conseguiram
recuperar os níveis salariais do início da década de 1980 registrados nas áreas
metropolitanas. (Lavinas 2002: 46-47)
A análise setorial feita pela autora mostra que foram as mulheres com nível
superior completo as que obtiveram maiores ganhos absolutos e melhoraram a posição
relativa no mercado de trabalho.
No entanto, segundo Lavinas, se nas regiões metropolitanas os diferenciais
salariais entre homens e mulheres diminuíram em função do melhor desempenho das
mulheres, isso contribui para aumentar o diferencial salarial entre elas.
A autora aponta que as mulheres com nível superior no setor de serviços e
aquelas em atividades autônomas foram mais favorecidas pela estabilização econômica
e pelas mudanças estruturais no perfil dos empregos, visto que aumentou o desemprego
entre as mulheres com primeiro e segundo grau, entre 1990 e 1998. Para as mulheres
com nível superior completo, houve pouca variação em relação aos níveis de
desemprego.
Nessa seção, por meio dos estudos apresentados, ficou evidenciado que na
década de 1990 ocorreram mudanças significativas na forma de participação das
mulheres brasileiras no mercado de trabalho. O aumento da participação das mulheres
chefes e cônjuges, associado ao aumento na idade média indicaram a maior
permanência das mulheres no mercado de trabalho. Também são tendências positivas
apontadas, a maior presença das mulheres em setores mais dinâmicos da economia, que
exigem melhor qualificação, associada à tendência de queda no desnível salarial entre
homens e mulheres, principalmente para as mulheres com curso superior completo.
No entanto, a segregação ocupacional e o forte desnível salarial entre homens e
mulheres - mesmo que esse tenha apresentado tendência de queda - foram as marcas da
37
continuidade apresentada na década. Por outro lado, o aumento do desnível salarial
entre as mulheres que detêm nível superior completo e aquelas com baixa escolaridade,
foi acentuado nessa década.
38
2. FONTE DE DADOS, CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DOS DOMICÍLIOS.
A amostra do Censo Demográfico de 2000 constitui-se na principal base de
dados investigada nesse trabalho. É preciso observar que se trata de uma amostra com
grande grau de precisão. Não obstante, em alguns cruzamentos de variáveis, quando as
freqüências são muito baixas, é necessário observar o erro padrão associado às
estimativas.
Segundo dados do Censo Demográfico, no Brasil em 2000, o número de
domicílios particulares era de aproximadamente 45 milhões. Entre esses domicílios, em
6% havia mais de uma família, configurando os domicílios com famílias conviventes.
Domicílios e famílias são conceitos distintos
5
que envolvem várias
possibilidades de arranjos. Dado que o principal objetivo do estudo é traçar o perfil das
5
Segundo o IBGE (2002):
Domicílio: é o local estruturalmente separado e independente que se destina a servir de habitação a uma ou mais
pessoas, ou que esteja sendo utilizado como tal na data de referência do Censo.
Nos domicílios particulares considera-se Família:
- a pessoa que mora sozinha;
- o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco ou de dependência doméstica;
- as pessoas ligadas por normas de convivência.
Total números relativos (%)
Total............................................................................................................... 45 023 429 100,0
Uma ............................................................................................................... 42 128 907 93,6
Duas ou mais.................................................................................................. 2 894 522 6,4
Tabela 1
Distribuição dos domicílios particulares, segundo o número
de famílias existentes no domicílio.
Brasil - 2000
Número de famílias
Domicílios particulares
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Total números relativos (%)
Total............................................................................................................... 45 023 429 100,0
Uma ............................................................................................................... 42 128 907 93,6
Duas ou mais.................................................................................................. 2 894 522 6,4
Tabela 1
Distribuição dos domicílios particulares, segundo o número
de famílias existentes no domicílio.
Brasil - 2000
Número de famílias
Domicílios particulares
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
39
mulheres responsáveis por domicílios e por menores - sem a presença de outros adultos
residentes - foram selecionados os domicílios em que havia somente uma família, e o
responsável tinha 18 anos e mais.
Do total de domicílios com somente uma família, dentre aqueles com
responsáveis com 18 anos e mais de idade, aproximadamente 5% são chefiados por
mulheres sem a presença de outros adultos, tendo sob sua responsabilidade crianças e
adolescentes (a partir daqui identificados pela sigla DCMS “Domicílio Chefiados por
Mulher sem a presença de outros adultos”). Entre esses domicílios, aproximadamente
91% estão concentrados na área urbana.
Como pode ser observado, o grupo a ser analisado é pequeno em relação ao
total. E com o objetivo de delimitar as possibilidades de interpretação que podemos ter
Dependência doméstica: a situação de subordinação dos empregados dosticos e dos agregados em relação à pessoa
responsável pela família.
Normas de convivência: as regras estabelecidas para convivência de pessoas que residem no mesmo domicílio e não
estão ligadas por laços de parentesco ou de dependência doméstica.
Componentes da família são: pessoa responsável pela família; cônjuge; filhos ou enteados; pais ou sogros;
netos e bisnetos; irmãos; outros parentes; agregados, pensionistas, empregados domésticos; e parentes dos
empregados domésticos.
Total........................................................ 42 051 018 100,0
Casal....................................................... 30 110 997 71,6
Com crianças e adolescentes................ 21 921 573 52,1
Sem adultos....................................... 16 080 895 38,2
Com adultos....................................... 5 840 678 13,9
Sem crianças e adolescente.................. 8 189 424 19,5
Sem adultos....................................... 4 631 333 11,0
Com adultos....................................... 3 558 091 8,5
Responsável homem sem cônjuge........ 3 449 942 8,2
Com crianças e adolescentes................ 540 118 1,3
Sem adultos....................................... 237 240 0,6
Com adultos....................................... 302 878 0,7
Sem crianças e adolescente.................. 2 909 824 6,9
Sem adultos....................................... 2 060 763 4,9
Com adultos....................................... 849 061 2,0
Responsável mulher sem cônjuge......... 8 490 078 20,2
Com crianças e adolescentes................ 4 026 510 9,6
Sem adultos....................................... 2 068 081 4,9
Com adultos....................................... 1 958 429 4,7
Sem crianças e adolescente.................. 4 463 568 10,6
Sem adultos....................................... 2 043 790 4,9
Com adultos....................................... 2 419 778 5,8
2 - Responsáveis com 18 anos e mais.
Tabela 2
Domicílios particulares, segundo tipos de arranjos domiciliares.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
Números
relativos (%)
Total
Domicílios particulares
Tipos de arranjos domiciliares
40
como cruzamento de algumas variáveis, para cada tabela feita será apresentada em
anexo uma tabela semelhante com os coeficientes de variação associado às estimativas,
visto que em muitos cruzamentos serão geradas células com freqüências baixas, ou
muito baixas.
2.1 Classificação dos domicílios segundo o rendimento domiciliar per
capita.
Em geral, o rendimento domiciliar é obtido pela soma dos rendimentos de todas
as fontes das pessoas residentes no domicílio. o rendimento domiciliar per capita é
calculado por meio da divisão do rendimento domiciliar pelo total de pessoas residentes
no domicílio. O rendimento domiciliar per capita é um indicador que pode ser utilizado
para classificar os domicílios do menor para o maior nível de rendimento.
Existem outros métodos para avaliar o nível de rendimento nos domicílios. A
utilização de escalas de equivalência é apresentada em estudos que buscam medir a
pobreza. Assim, o critério adulto-equivalente é uma alternativa ao critério per capita.
Na abordagem per capita todas as pessoas residentes no domicílio têm peso 1,
enquanto na abordagem adulto-equivalente as crianças e os idosos têm peso menor do
que 1.
As escalas de equivalência podem estar baseadas no consumo e dependência da
renda (como, por exemplo, as necessidades nutricionais, ou necessidades calóricas), ou
na estrutura demográfica presente nos domicílios, como o número de pessoas
moradoras, e a idade delas. (ROCHA, 1998; CASAS, DOMÍNGUEZ e HERRERÍAS,
2005; MANCERO, 2001)
41
Entretanto, segundo CASAS, DOMÍNGUEZ e HERRERÍAS:
“... no existe aún ningún análisis empírico concluyente que nos ayude a determinar la escala más
adecuada, por lo que el uso de una u otra implica, en general, una decisión en cierto sentido
arbitraria y no hay un criterio claro para determinar una escala que tenga aceptación general.
(2005: 280)
Além disso, implicações em se estabelecer um peso menor para as crianças,
principalmente porque “atribuir peso unitário às crianças permite atribuir prioridade na
delimitação da população pobre ou indigente às famílias de baixa renda com crianças,
com o objetivo de identificá-las e protegê-las.” (ROCHA, 1998: 13)
No presente estudo a opção foi utilizar a abordagem per capita. Essa escolha foi
feita objetivando manter o modelo utilizado nos estudos empíricos selecionados como
principal referência.
Assim, definido o critério per capita no caso do presente estudo, os domicílios
foram ordenados do menor para o maior rendimento domiciliar per capita, e separados
em cinco partes iguais, cada uma com 20% dos domicílios. Essas partes são definidas
como quintos do rendimento domiciliar per capita.
Entre os cinco estratos definidos por esse procedimento, a primeira parte tem
como principal característica concentrar os domicílios com os mais baixos níveis de
rendimentos, sendo denominado como quinto inferior. o terceiro quinto apresenta a
característica de concentrar os domicílios com o rendimento domiciliar per capita em
torno da mediana. O último quinto concentra os domicílios com os melhores níveis de
rendimento, sendo denominado como quinto superior.
Assim, essa classificação possibilita, por meio de gradações bem distintas em
relação ao nível de rendimento – por exemplo: baixo = primeiro quinto, médio =
terceiro quinto, e superior = último quinto - traçar o perfil dos moradores dos domicílios
e efetuar comparações em função do nível do rendimento domiciliar per capita.
42
Barros, Fox & Mendonça (1997: 239-240) defendem o argumento de que, sendo
objetivo do estudo analisar possíveis relações entre o nível de rendimento do domicílio
e a presença de pessoas de 10 a 17 anos de idade no mercado de trabalho e na escola
dada pela posição relativa que o domicílio ocupa, dentro da classificação obtida pelo
ordenamento dos domicílios segundo o rendimento domiciliar per capita -, é
conveniente obter o rendimento domiciliar somando somente os rendimentos dos
adultos residentes; excluindo-se assim os rendimentos obtidos pelas pessoas de 10 a 17
anos de idade no mercado de trabalho. Os autores argumentam que a posição relativa do
domicílio na classificação pode mudar em função da soma ou não dos rendimentos das
pessoas de 10 a 17 anos de idade de idade. E de fato, utilizando dados obtidos pela
PNAD 1984 na Região Metropolitana de São Paulo, verificam que somente 88,3% dos
domicílios classificados no quinto inferior segundo os rendimentos dos adultos,
permanecem no mesmo quinto, quando a classificação é feita incluindo-se os
rendimentos do trabalho obtidos pelas pessoas de 10 a 17 anos de idade.
Baseado-se em tal argumento e evidência, no presente estudo buscou-se
observar, nos dados obtidos pelo Censo 2000, qual o impacto da contribuição do
rendimento de trabalho obtido pelas pessoas de 10 a 17 anos de idade, verificando as
alterações que ocorrem quando a classificação é feita com os rendimentos somente dos
adultos e quando é feita com o rendimento domiciliar, incluindo-se os rendimentos de
trabalho das pessoas de 10 a 17 anos de idade.
Tomando-se o total de domicílios com somente uma família e responsáveis com
18 anos e mais de idade, observa-se que, em aproximadamente dois milhões desses
domicílios (5%) há pessoas com 10 a 17 anos de idade que contribuem com rendimento
de trabalho para o rendimento domiciliar. Na maioria desses domicílios (61,5%), o
rendimento de trabalho das pessoas de 10 a 17 anos de idade representa 20% ou mais do
43
rendimento de todas as fontes dos adultos. Em 22% dos domicílios, a participação do
rendimento é expressiva, corresponde a 60% ou mais do rendimento dos adultos e, em
4%, corresponde a todo o rendimento disponível no domicílio, visto que nesses
domicílios os adultos não possuem rendimentos (Tabela 3).
Em função desses números, apresentados na Tabela 3, as duas classificações
foram feitas com todos os domicílios. Na comparação entre ambas constatou-se que em
cerca de 97% do total de domicílios (42.051.018) não há mudança de quintos. No
entanto, em 32% do total de domicílios com pessoas com 10 a 17 anos de idade que
contribuem com rendimento de trabalho para o rendimento domiciliar (2.051.131)
mudança de quinto quando a classificação feita com o rendimento dos adultos é
substituída pela classificação feita com o rendimento domiciliar (Tabela 4).
Por exemplo, quando utilizamos o rendimento domiciliar per capita, obtido com
os rendimentos somente dos adultos, 31% desses domicílios são classificados no quinto
inferior. Caso o rendimento domiciliar per capita seja obtido com os rendimentos dos
adultos e pessoas de 10 a 17 anos de idade, o percentual passa para 19%, ou seja,
somente 62,7% dos anteriormente classificados no quinto inferior permanecem nesse
quinto.
Absolutos Relativos (%)
Total......................................................................................................................... 2 051 131 100,0
Até 20...................................................................................................................... 789 956 38,5
Mais de 20 a 40....................................................................................................... 552 536 26,9
Mais de 40 a 60....................................................................................................... 256 178 12,5
Mais de 60 a 80....................................................................................................... 135 426 6,6
Mais de 80 a 100..................................................................................................... 236 047 11,5
Adultos sem rendimentos..................................................................................... 80 987 4,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 3
Distribuição dos domicílios com pessoas de 10 a 17 anos de idade que trabalham, segundo
a proporção percentual do rendimento de trabalho dos menores no
rendimento de todas as fontes dos adultos.
Brasil - 2000
Nota: Domicílios particulares com somente uma família, e responsáveis com 18 anos e mais.
Proporção percentual do rendimento de
trabalho das pessoas de 10 a 17 anos
de idade no rendimento de todas as
fontes dos adultos
Domicílios com pessoas de 10 a 17 anos
de idade que trabalham
Números
44
Assim, no presente estudo, foi feita a opção por obter o rendimento domiciliar
per capita por meio da divisão do total dos rendimentos das pessoas com 18 anos ou
mais pelo número de pessoas residentes no domicílio.
2.2 Avaliação da declaração de responsabilidade pelo domicílio
No presente estudo, também foi realizada uma avaliação da declaração de
responsabilidade pelo domicílio por meio da comparação dos veis de rendimentos e
horas trabalhadas entre os membros adultos do domicílio. Essa avaliação tomou como
base àquela que Fox, Barros & Mendonça realizaram no contexto brasileiro - utilizando
dados da PNAD 1984 para as Regiões Metropolitanas de Recife, São Paulo e Porto
Alegre - sobre a declaração de responsabilidade pelo domicílio. (1997: 234-237).
Os resultados obtidos por Barros, Fox & Mendonça (1997) permitiram que os
autores afirmassem que em cerca de 90% dos casos a pessoa declarada como
responsável era a pessoa que podia ser definida como o principal provedor econômico,
ou era do mesmo sexo que esta.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total................................................................... 100,0 19,4 27,9 23,9 20,1 8,6
Primeiro..................................................................... 31,0 19,4 11,0 0,5 0,1 -
Segundo.................................................................... 28,6 - 16,9 11,2 0,4 -
Terceiro..................................................................... 18,9 - - 12,1 6,7 -
Quarto........................................................................ 14,6 - - - 12,9 1,7
Último........................................................................ 6,9 - - - - 6,9
Nota: Domicílios particulares com somente uma família, e responsáveis com 18 anos e mais.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Total
Quintos obtidos com o rendimento de todos os moradores
Domicílios com pessoas de 10 a 17 anos de idade que trabalham
Quintos obtidos com o
rendimento dos adultos
Tabela 4
Distribuição percentual dos domicílios com pessoas de 10 a 17 anos de idade que trabalham, segundo
os quintos obtidos pelo rendimento domiciliar per capita calculado com o rendimento dos adultos
residentes no domicílio, por quintos obtidos pelo rendimento domiciliar per capita
calculado com o rendimento de todos os moradores do domicílio.
Brasil - 2000.
45
Entretanto, os autores o avaliaram a composição demográfica segundo o sexo
da pessoa responsável. No presente estudo, buscou-se investigar se os resultados obtidos
para o total dos domicílios também se aplicavam a um grupo específico. Assim, foram
selecionados os domicílios em que havia como responsável uma mulher sem a presença
de cônjuge residindo no domicílio, mas havia pelo menos um outro adulto além da
responsável residindo no mesmo domicílio, que segundo a Tabela 2 representam 10,4%
do total de domicílios. Os resultados obtidos para esses domicílios são comparados com
aqueles obtidos para o total de domicílios.
Na Tabela 5, são comparados os rendimentos entre o responsável e os outros
adultos. Observa-se que, no total de domicílios, em cerca de 73% o responsável detém
todo ou o maior rendimento entre os adultos. Essa proporção baixa para cerca de 55%
entre os domicílios com responsável mulher.
Na comparação entre o número de horas trabalhadas em todos os trabalhos
(Tabela 6), em cerca de 55% do total de domicílios o responsável é o único ocupado, ou
Total....................................................................................................................................... 100,0 100,0
Responsável sem rendimentos........................................................................................................... 9,9 10,4
Outro adulto com rendimentos......................................................................................................... 4,8 7,9
Todos os adultos sem rendimentos.................................................................................................. 5,2 2,5
Outro adulto tem rendimento maior que o responsável...................................................................... 12,6 28,2
Diferença é menor ou igual a 10%................................................................................................... 1,1 1,8
Diferença é maior que 10%.............................................................................................................. 11,4 26,4
Outro adulto tem rendimento igual ao do responsável........................................................................ 5,0 6,7
Somente o responvel tem rendimentos........................................................................................... 44,0 22,0
O rendimento do responvel é o maior entre os adultos................................................................... 28,5 32,7
Diferença é maior que 10%.............................................................................................................. 27,1 30,4
Diferença é menor ou igual a 10%................................................................................................... 1,4 2,3
Tabela 5
Distribuição percentual dos domicílios particulares e do domicílios com responsável mulher sem cônjuge, segundo a
relação entre os rendimentos dos responsáveis e os rendimentos dos outros adultos
residentes no domicílio.
Brasil - 2000
Relação entre os rendimentos dos responsáveis e os
rendimentos dos outros adultos residentes no domicílio
Domicílios particulares
Total
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
2 - Responsáveis com 18 anos e mais.
Mulher
responsável
sem
cônjuge
3 - No arranjo domiciliar necessariamente deve haver outro adulto além do responsãvel.
4 - Rendimentos de todas as fontes.
46
tem o maior número de horas trabalhadas. Já entre os domicílios com responsável
mulher, essa proporção baixa para cerca de 22% e a proporção em que a responsável
não estava ocupada é de cerca de 59%. No total de domicílios, a proporção de
responsáveis não ocupados é de 29%.
.
Visto que no total, em cerca de 84% dos domicílios a pessoa declarada como
responsável é o principal provedor econômico (Tabela 5), e que essa proporção baixa
para aproximadamente 66% quando a mulher é responsável e vive com outros adultos,
verifica-se que outros critérios com peso significativo, além do nível de rendimentos
e do número de horas trabalhadas, que são levados em consideração pelos membros do
domicílio para definir quem é o responsável pelo domicílio, quando a mulher é
responsável e vive com outros adultos.
Em função das limitações impostas pela ausência de outros indicadores
provenientes do Censo Demográfico que possam melhor qualificar o sentido dado à “ser
responsável pelo domicílio”, e em função da escolha por privilegiar o grupo que
Total.................................................................................................................................................. 100,0
100,0
Responsável não ocupado............................................................................................................. 29,4
59,1
Outro adulto ocupado..................................................................................................................... 11,5
36,9
Todos os adultos não ocupados..................................................................................................... 18,0
22,2
Outro adulto tem total de horas maior que o responsável........................................................... 8,6
12,2
Diferença é menor ou igual a 10%.................................................................................................. 1,4
1,3
Diferença é maior que 10%............................................................................................................ 7,2
10,8
Outro adulto tem total de horas igual ao do responsável............................................................ 10,3
6,8
Somente o responsável é ocupado................................................................................................ 36,6
13,9
O total de horas do responsável é o maior entre os adultos....................................................... 15,2
8,0
Diferença é maior que 10%............................................................................................................. 13,3
6,7
Diferença é menor ou igual a 10%.................................................................................................. 1,9
1,3
Relação entre o número de horas trabalhadas pelos responsáveis e o número
de horas trabalhadas pelos outros adultos residentes no domicílio
Domicílios particulares
Total
4 - Horas trabalhadas em todos os trabalhos.
Mulher
responsável
sem
cônjuge
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
2 - Responsáveis com 18 anos e mais.
3 - No arranjo domiciliar necessariamente deve haver outro adulto além do responsável.
Tabela 6
Distribuição percentual dos domicílios particulares e do domicílios com responsável mulher sem cônjuge, segundo a
relação entre o número de horas trabalhadas pelos responsáveis e o número
de horas trabalhadas pelos outros adultos residentes no domicílio.
Brasil - 2000
47
fundamentou o desenvolvimento da tese da “Feminização da pobreza” por Diane Perce,
no presente estudo, as análises serão centradas nos domicílios onde a mulher é
responsável sem contar com a presença de outros adultos residindo no mesmo, e onde
residam pessoas com até 17 anos de idade.
48
3. DOMICÍLIOS CHEFIADOS POR MULHERES, COM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES, SEM A PRESENÇA DE
OUTROS ADULTOS RESIDINDO NO DOMICÍLIO
(DCMS).
3.1 O crescimento dos DCMS entre 1991 e 2000, e sua distribuição por
Unidades da Federação.
Por meio do levantamento do número de DCMS e de sua respectiva proporção
percentual em relação ao total de domicílios, podemos ver pelos Censos Demográficos
de 1991 e 2000 que no Brasil houve um pequeno crescimento na participação dos
DCMS no total de domicílios, passando de 4,2% em 1991 para 4,9% em 2000.
Gráfico 1
Proporção percentual de domicílios particulares DCMS.
Brasil - 1991/ 2000
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
1991 2000
Fonte: Censo Demográfico s1991 e 2000. Microdados da amostra.
49
Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia concentram
quase 50% dos domicílios DCMS e, em geral, as maiores proporções de domicílios
DCMS estão naqueles Estados que têm as maiores proporções de domicílios
particulares.
Total.................................................................................. 100,0 100,0 91,0
São Paulo.......................................................................... 23,5 20,6 96,5
Minas Gerais..................................................................... 10,7 9,7 93,2
Rio de Janeiro.................................................................. 9,6 10,1 97,9
Bahia................................................................................. 7,0 8,0 81,3
Rio Grande do Sul............................................................ 6,9 6,5 93,1
Paraná............................................................................... 6,0 5,5 93,6
Pernambuco..................................................................... 4,3 5,0 86,7
Ceará................................................................................ 3,8 4,2 84,1
Santa Catarina.................................................................. 3,4 2,8 91,3
Goiás................................................................................. 3,2 3,5 97,1
Pará................................................................................... 2,8 2,8 85,1
Maranhão.......................................................................... 2,7 3,3 73,0
Espírito Santo................................................................... 1,9 1,9 93,9
Paraíba.............................................................................. 1,9 2,0 82,8
Mato Grosso..................................................................... 1,5 1,4 95,3
Rio Grande do Norte........................................................ 1,4 1,5 83,8
Piauí.................................................................................. 1,4 1,6 79,1
Alagoas............................................................................. 1,4 1,6 81,0
Mato Grosso do Sul......................................................... 1,3 1,4 95,2
Distrito Federal................................................................. 1,2 1,7 97,7
Amazonas......................................................................... 1,2 1,3 92,3
Sergipe............................................................................. 1,0 1,2 79,3
Rondônia.......................................................................... 0,8 0,8 86,1
Tocantins.......................................................................... 0,6 0,7 91,7
Acre................................................................................... 0,3 0,4 87,9
Amapá............................................................................... 0,2 0,3 95,5
Roraima............................................................................ 0,2 0,2 92,2
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000, dados da Amostra. Microdados da amostra.
Tabela 7
Distribuição percentual dos domicílios particulares, dos domicílios DCMS, e proporção
percentual de domicílios DCMS urbanos, por unidades da federação.
Brasil - 2000
Domicílios
DCMS
(%)
Proporção
percentual de
domicílios
DCMS urbanos
Unidades da Federação
Domicílios
particulares
(%)
Total.................................................................................. 100,0 100,0 91,0
São Paulo.......................................................................... 23,5 20,6 96,5
Minas Gerais..................................................................... 10,7 9,7 93,2
Rio de Janeiro.................................................................. 9,6 10,1 97,9
Bahia................................................................................. 7,0 8,0 81,3
Rio Grande do Sul............................................................ 6,9 6,5 93,1
Paraná............................................................................... 6,0 5,5 93,6
Pernambuco..................................................................... 4,3 5,0 86,7
Ceará................................................................................ 3,8 4,2 84,1
Santa Catarina.................................................................. 3,4 2,8 91,3
Goiás................................................................................. 3,2 3,5 97,1
Pará................................................................................... 2,8 2,8 85,1
Maranhão.......................................................................... 2,7 3,3 73,0
Espírito Santo................................................................... 1,9 1,9 93,9
Paraíba.............................................................................. 1,9 2,0 82,8
Mato Grosso..................................................................... 1,5 1,4 95,3
Rio Grande do Norte........................................................ 1,4 1,5 83,8
Piauí.................................................................................. 1,4 1,6 79,1
Alagoas............................................................................. 1,4 1,6 81,0
Mato Grosso do Sul......................................................... 1,3 1,4 95,2
Distrito Federal................................................................. 1,2 1,7 97,7
Amazonas......................................................................... 1,2 1,3 92,3
Sergipe............................................................................. 1,0 1,2 79,3
Rondônia.......................................................................... 0,8 0,8 86,1
Tocantins.......................................................................... 0,6 0,7 91,7
Acre................................................................................... 0,3 0,4 87,9
Amapá............................................................................... 0,2 0,3 95,5
Roraima............................................................................ 0,2 0,2 92,2
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000, dados da Amostra. Microdados da amostra.
Tabela 7
Distribuição percentual dos domicílios particulares, dos domicílios DCMS, e proporção
percentual de domicílios DCMS urbanos, por unidades da federação.
Brasil - 2000
Domicílios
DCMS
(%)
Proporção
percentual de
domicílios
DCMS urbanos
Unidades da Federação
Domicílios
particulares
(%)
Total de DCMS
Até 25 mil
Mais de 25 a 50 mil
Mais de 50 a 100 mil
Mais de 100 a 200 mil
Mais de 200 mil
KM
10005000
Fonte: IBGE, Malha digital municipal do Brasil, 2000.
Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Cartograma 1
Total de DCMS por Unidades da Federação.
Brasil - 2000
50
Entretanto, em alguns Estados, a proporção de DCMS é maior que a proporção
de domicílios particulares, como o Rio de Janeiro. Em outros, é menor, como em Minas
Gerais.
. Para tornar relativo o peso do total de domicílios particulares em cada um dos
Estados, na contribuição que cada um deles tem no total de DCMS, será observada a
razão entre a proporção de DCMS de cada estado no total de DCMS, e a proporção de
domicílios de cada Estado no total de domicílios existentes no Brasil.
Caso a razão seja menor que 1, significa que o Estado contribui com um número
menor de DCMS, do que contribui com o número de domicílios no total do Brasil. E
sendo superior a 1, significa que a contribuição se com mais intensidade no número
de DCMS do que no número de domicílios particulares.
O objetivo desse procedimento é apontar para questões relacionadas à
distribuição espacial da dinâmica sócio-econômica no Brasil, relacionando-a com as
Total
( B )
Proporção
(%)
Total
( D )
Proporção
(%)
Total............................................. 32 503 285 1 358 846 4,2 42 051 018 2 068 083 4,9 1,8
Rondônia..................................... 241 987 9 398 3,9 331 417 17 311 5,2 2,3
Acre.............................................. 82 545 5 391 6,5 120 418 8 535 7,1 1,3
Amazonas.................................... 353 896 16 615 4,7 501 892 25 948 5,2 1,3
Roraima........................................ 49 916 1 853 3,7 69 590 4 316 6,2 3,4
Pará.............................................. 853 154 37 444 4,4 1 162 866 57 718 5,0 1,5
Amapá.......................................... 47 445 2 623 5,5 87 896 5 391 6,1 1,2
Tocantins..................................... 181 448 8 540 4,7 265 325 14 737 5,6 1,6
Maranhão..................................... 908 887 54 993 6,1 1 122 089 68 401 6,1 1,0
Piauí............................................. 478 664 25 254 5,3 605 241 33 183 5,5 1,2
Ceará............................................ 1 235 642 59 642 4,8 1 617 836 86 885 5,4 1,5
Rio Grande do Norte................... 470 799 20 492 4,4 608 992 31 268 5,1 1,8
Paraíba......................................... 638 616 31 862 5,0 779 570 40 824 5,2 1,3
Pernambuco................................ 1 461 360 76 581 5,2 1 814 418 103 238 5,7 1,4
Alagoas........................................ 486 298 24 175 5,0 598 040 33 730 5,6 1,7
Sergipe......................................... 308 827 17 024 5,5 404 401 24 937 6,2 1,5
Bahia............................................ 2 357 172 122 880 5,2 2 930 661 164 924 5,6 1,4
Minas Gerais................................ 3 483 949 132 251 3,8 4 495 478 200 578 4,5 1,8
Espírito Santo.............................. 580 382 23 412 4,0 796 262 39 522 5,0 1,8
Rio de Janeiro............................. 3 237 537 145 287 4,5 4 016 140 209 664 5,2 1,8
São Paulo..................................... 7 573 875 250 657 3,3 9 871 493 426 448 4,3 2,3
Paraná.......................................... 1 960 838 69 200 3,5 2 539 999 113 520 4,5 2,2
Santa Catarina............................. 1 048 315 32 121 3,1 1 424 952 57 812 4,1 2,2
Rio Grande do Sul....................... 2 339 108 90 522 3,9 2 880 573 135 040 4,7 2,1
Total
( B )
Proporção
(%)
Total
( D )
Proporção
(%)
Total............................................. 32 503 285 1 358 846 4,2 42 051 018 2 068 083 4,9 1,8
Rondônia..................................... 241 987 9 398 3,9 331 417 17 311 5,2 2,3
Acre.............................................. 82 545 5 391 6,5 120 418 8 535 7,1 1,3
Amazonas.................................... 353 896 16 615 4,7 501 892 25 948 5,2 1,3
Roraima........................................ 49 916 1 853 3,7 69 590 4 316 6,2 3,4
Pará.............................................. 853 154 37 444 4,4 1 162 866 57 718 5,0 1,5
Amapá.......................................... 47 445 2 623 5,5 87 896 5 391 6,1 1,2
Tocantins..................................... 181 448 8 540 4,7 265 325 14 737 5,6 1,6
Maranhão..................................... 908 887 54 993 6,1 1 122 089 68 401 6,1 1,0
Piauí............................................. 478 664 25 254 5,3 605 241 33 183 5,5 1,2
Ceará............................................ 1 235 642 59 642 4,8 1 617 836 86 885 5,4 1,5
Rio Grande do Norte................... 470 799 20 492 4,4 608 992 31 268 5,1 1,8
Paraíba......................................... 638 616 31 862 5,0 779 570 40 824 5,2 1,3
Pernambuco................................ 1 461 360 76 581 5,2 1 814 418 103 238 5,7 1,4
Alagoas........................................ 486 298 24 175 5,0 598 040 33 730 5,6 1,7
Sergipe......................................... 308 827 17 024 5,5 404 401 24 937 6,2 1,5
Bahia............................................ 2 357 172 122 880 5,2 2 930 661 164 924 5,6 1,4
Minas Gerais................................ 3 483 949 132 251 3,8 4 495 478 200 578 4,5 1,8
Espírito Santo.............................. 580 382 23 412 4,0 796 262 39 522 5,0 1,8
Rio de Janeiro............................. 3 237 537 145 287 4,5 4 016 140 209 664 5,2 1,8
São Paulo..................................... 7 573 875 250 657 3,3 9 871 493 426 448 4,3 2,3
Paraná.......................................... 1 960 838 69 200 3,5 2 539 999 113 520 4,5 2,2
Santa Catarina............................. 1 048 315 32 121 3,1 1 424 952 57 812 4,1 2,2
Rio Grande do Sul....................... 2 339 108 90 522 3,9 2 880 573 135 040 4,7 2,1
Mato Grosso do Sul.................... 402 988 17 551 4,4 531 772 28 345 5,3 1,9
Mato Grosso................................ 431 649 15 723 3,6 621 555 27 982 4,5 1,8
Goiás............................................ 934 508 44 238 4,7 1 338 438 72 104 5,4 1,5
Distrito Federal............................ 353 479 23 117 6,5 513 706 35 721 7,0 1,2
Tabela 8
Domicílios particulares, domicílios particulares DCMS e sua proporção percentual, e relação entre o crescimento
dos domicílios particulares e o crescimento dos domicílios DCMS, por Unidades da Federação.
Brasil. 1991/2000.
Relação
((D-B)*A) /
((C-A)*B)
Nota: 1 - Domicílios particulares com somente uma família.
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991 e 2000. Microdados da amostra.
Unidades da Federação
Domicílios
particulares
( A )
1991
Domicílios
particulares
( C )
Domicílios DCMS Domicílios DCMS
2000
51
tendências apontadas na literatura sobre o tema da chefia feminina. Esses estudos
indicam a maior concentração dos DCMS entre aqueles domicílios que têm os menores
níveis de rendimento.
No Cartograma 2, podemos observar as Unidades da Federação que mais
contribuem para o total de DCMS, independentemente da grandeza do número de
domicílios particulares. Na Região Norte, os Estados de Rondônia, Acre, Roraima,
Amapá, e Tocantins se destacam. Na região Nordeste, todos. No Sudeste, Rio de Janeiro
e Espírito Santo. E, na Região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, e Goiás.
Como afirmamos acima, a literatura indica que entre os DCMS uma grande
concentração de domicílios com baixos veis de rendimento. Considerando somente o
rendimento da mulher responsável - visto que com ela residem pessoas com menos
de 17 anos -, em cerca de 50% (aproximadamente um milhão) dos DCMS o rendimento
domiciliar per capita é de até ¼ do salário mínimo. No cartograma 3 , podemos
observar os estados que mais contribuem com esses números.
Razão: % de DCMS / % de DOM
Menor que 1
Maior que 1
KM
10005000
Cartograma 2
Razão entre o percentual de DCMS e o percentual de domicílios particulares no Brasil, por Unidades da Federação.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Malha digital municipal do Brasil, 2000.
Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
52
Espacialmente, podemos observar os estados que, relativamente, mais
contribuem para o total de DCMS com os mais baixos níveis de rendimento. As Regiões
Norte, Nordeste, e Centro-Oeste (a exceção de Mato Grosso e Distrito Federal) são
aquelas que mais contribuem para o número elevado de DCMS nos estratos de
rendimentos mais baixos.
É preciso levar em conta as limitações inerentes à definição do limite e
amplitude no intervalo determinado para a categorização proposta: “menor que 1” e
“maior que 1”. Por exemplo, no cartograma 3, os Estados de Mato Grosso, Minas
Gerais e Espírito Santo aparecem em condições semelhantes ao Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No entanto, nos três primeiro
estados citados a razão está mais próxima a 1 do que nos cinco últimos.
Também com base nos estudos sobre os domicílios chefiados por mulheres e na
nossa pesquisa empírica com os dados obtidos do Censo, verificamos que apesar do
conjunto de DCMS concentrarem um grande número de domicílios com os mais baixos
rendimentos, ele não é um grupo homogêneo. domicílios DCMS com melhores
níveis de rendimentos. Cerca de 14% dos DCMS possuem rendimentos acima de dois
Razão: % de DCMS / % de DOM
Menor que 1
Maior que 1
KM
10005000
Cartograma 3
Razão entre o percentual de DCMS com até 1/2 salário mínimo per capita e percentual de domicílios particulares,
por Unidades da Federação.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Malha digital municipal do Brasil, 2000.
Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
53
salários mínimos per capita. No cartograma 4, podemos visualizar os Estados que mais
contribuem para a sua formação.
Os Estados da Região Sul estão entre aqueles que mais contribuem com os
DCMS com melhores veis de rendimento, junto com São Paulo e Rio de Janeiro. Na
Região Norte, destacam-se Rondônia e Roraima.
Razão: % de DCM / % de DOM
Menor que 1
Maior que 1
KM
10005000
Cartograma 4
Razão entre o percentual de DCMS com mais de 2 salários mínimos per capita, e o percentual de domicílios particulares,
por Unidades da Federação.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Malha digital municipal do Brasil, 2000.
Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
54
3.2 A prevalência do DCMS nos estratos inferiores do rendimento
domicliar per capita.
Após a ordenação e classificação de todos os domicílios segundo o rendimento
domiciliar per capita, nesse conjunto ordenado e classificado foram selecionados os
domicílios DCMS cujas proporções em cada quinto aparecem na tabela abaixo.
Do total de DCMS, aproximadamente 36% estão concentrados no primeiro
quinto, contra aproximadamente 9% que estão entre aqueles que detêm os mais altos
níveis de rendimentos (último quintos). Enquanto no quinto intermediário estão
aproximadamente 14% dos domicílios. São aproximadamente quatro domicílios nos
estratos de renda mais baixos para cada um nos estratos mais altos.
Os domicílios no primeiro quinto de rendimento, o estrato mais baixo,
apresentam rendimento médio em torno de 23 reais per capita, com valor máximo em
Total Números relativos (%)
Total....................................................................... 2 068 081 100,0
Primeiro.................................................................. 753 452 36,4
Segundo................................................................. 571 054 27,6
Terceiro.................................................................. 306 677 14,8
Quarto..................................................................... 243 213 11,8
Último...................................................................... 193 685 9,4
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Domicílios DCMS
Tabela 9
Distribuição dos DCMS, segundo os quintos do
rendimento domiciliar per capita.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
.
2 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
3 - Responsáveis com 18 anos ou mais.
Total Números relativos (%)
Total....................................................................... 2 068 081 100,0
Primeiro.................................................................. 753 452 36,4
Segundo................................................................. 571 054 27,6
Terceiro.................................................................. 306 677 14,8
Quarto..................................................................... 243 213 11,8
Último...................................................................... 193 685 9,4
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Domicílios DCMS
Tabela 9
Distribuição dos DCMS, segundo os quintos do
rendimento domiciliar per capita.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
.
2 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
3 - Responsáveis com 18 anos ou mais.
55
torno de 60 reais. Nesse estrato, em torno de 1% dos domicílios tem rendimento igual a
zero, por dependerem dos rendimentos provenientes do trabalho de menores.
É acentuada a presença dos DCMS entre os domicílios com os mais baixos
níveis de rendimento. Essa situação de concentração nos estratos mais baixos
praticamente não se alterou entre 1991 e 2000, como é possível observa comparando-se
os dados apresentados nas Tabela 11. Entretanto, houve variações percentuais que
conduziram ao crescimento da proporção de domicílios no segundo quinto,
compensados principalmente pela diminuição no primeiro e no terceiro quinto.
Média Mediana Valor mínimo
Total.................................................................... 189,8 75,5 0,0
Primeiro............................................................... 23,3 25,0 0,0
Segundo.............................................................. 86,0 75,5 60,0
Terceiro............................................................... 162,6 153,3 125,0
Quarto................................................................. 302,5 295,0 212,8
Último.................................................................. 1045,6 750,0 450,0
Quintos do rendimento
domiciliar per capita
Rendimento domiciliar per capita em reais
Tabela 10
Média, mediana e valor mínimo do rendimento domiciliar per capita nos domicílios DCMS,
por quintos do rendimento domiciliar per capita..
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - Rendimento domiciliar calculado com o rendimento dos adultos.
2 - Valor do salário mínimo na data do Censo: 151 reais.
.
Média Mediana Valor mínimo
Total.................................................................... 189,8 75,5 0,0
Primeiro............................................................... 23,3 25,0 0,0
Segundo.............................................................. 86,0 75,5 60,0
Terceiro............................................................... 162,6 153,3 125,0
Quarto................................................................. 302,5 295,0 212,8
Último.................................................................. 1045,6 750,0 450,0
Quintos do rendimento
domiciliar per capita
Rendimento domiciliar per capita em reais
Tabela 10
Média, mediana e valor mínimo do rendimento domiciliar per capita nos domicílios DCMS,
por quintos do rendimento domiciliar per capita..
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - Rendimento domiciliar calculado com o rendimento dos adultos.
2 - Valor do salário mínimo na data do Censo: 151 reais.
.
1991 2000
Total............................................................................ 100,0 100,0
Primeiro........................................................................ 39,2 36,4
Segundo....................................................................... 23,2 27,6
Terceiro........................................................................ 16,2 14,8
Quarto.......................................................................... 11,5 11,8
Último........................................................................... 9,9 9,4
Tabela 11
Distribuição percentual dos DCMS, segundo os quintos do
rendimento domiciliar per capita.
Brasil 1991/2000
Quintos do rendimento domiciliar per capita
DCMS
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991 e 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1 - O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
2 - Exclusive os domicílios com mais de uma família.
3 - Responsáveis com 18 anos ou mais.
56
A comparação entre as mulheres responsáveis por DCMS e as mulheres
residentes em outros domicílios (Tabela 11a), por quintos do rendimento domiciliar per
capita, também evidencia a sobre-representação no estrato de renda inferior
experimentada pelas mulheres responsáveis por DCMS. Entre essas mulheres a relação
é de aproximadamente quatro mulheres no primeiro quinto para cada uma que está no
último quinto. Em nenhuma outra situação observada na tabela 11a esse nível de
desigualdade é evidenciado.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total................................................... 100,0 19,1 20,6 19,6 20,6 20,1
Responsáveis por DCMS................. 100,0 36,4 27,6 14,8 11,8 9,4
Residentes em outros tipos............. 100,0 18,3 20,3 19,9 21,0 20,5
Responsáveis...................................... 100,0 13,1 16,8 24,1 21,9 24,1
Cônjuges............................................. 100,0 21,2 21,4 18,9 19,9 18,6
Filhas, enteadas.................................. 100,0 15,7 20,2 18,6 22,8 22,8
Outras parentes e agregadas............. 100,0 11,5 19,9 20,9 24,6 23,1
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1- Mulheres com 18 anos e mais residentes em domicílios com somente uma família.
2- Exclusive pensionistas, empregadas domésticas e parentes de empregadas domésticas.
3- O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Tabela 11a
Distribuição percentual das mulheres responsáveis por DCMS, e mulheres residentes em outros tipos de domicílios, por
quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo a relação com o responsável pelo domicílio.
Brasil - 2000
Relação com o responsável
pelo domicílio Total
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Em relação às crianças e adolescentes, a sobre-representação também se
evidencia em outros tipos de domicílios (Tabela 11b). Entretanto, entre aquelas
residentes em DCMS, a sobre-representação no primeiro quinto é ainda maior (47,7%
contra 34%), apresentando-se cerca de 40% mais alta. O segundo quinto apresenta
proporções semelhantes. Entretanto, a partir do terceiro quinto a distribuição é
amplamente favorável às crianças e adolescentes residentes em outros tipos, em relação
àquelas residentes em DCMS.
57
Total....................................................................................................... 100,0 100,0
Primeiro.................................................................................................. 47,7 34,0
Segundo................................................................................................. 24,7 25,2
Terceiro.................................................................................................. 11,9 16,5
Quarto..................................................................................................... 9,0 14,1
Último..................................................................................................... 6,7 10,3
Tabela 11b
Distribuição percentual das pessoas com 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, e das pessoas de 0 a 17 anos de
idade residentes em outros domicílios, segundo quintos
do rendimento domiciliar per capita . Brasil 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1- Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em domicílios com somente uma família e
responsáveis com 18 anos e mais.
2- Exclusive pensionistas, empregados domésticos e parentes de empregados domésticos.
3- O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Residentes
em DCMS
Residentes em
outros domicílios
Quintos do rendimento
domiciliar per capita
Pessoas de 0 a 17 anos de idade
A partir dessa constatação, propomos avaliar e caracterizar, de acordo com as
possibilidades dadas pelos quesitos do Censo Demográfico de 2000, a situação da
mulher chefe - sem a presença de outros adultos no domicílio - e das crianças e
adolescentes sob suas responsabilidades.
58
3.3 O perfil sócio-demográfico da mulher responsável por DCMS.
3.3.1 Nupcialidade.
Segundo os dados da PNAD 1984, entre as mulheres responsáveis por
domicílios DCMS com 18 a 54 anos de idade, as mulheres separadas, desquitadas e
divorciadas com 39,9% constituíam o principal grupo, seguido de perto pelas solteiras
com 36,6%. Dezesseis anos depois, segundo o Censo de 2000, o principal grupo entre
as mulheres responsáveis por domicílios tipo DCMS era representado pelas mulheres
solteiras com 49,2%. Em 1984, a relação entre as que tinham vivido com cônjuge e
aquelas que nunca tinha vivido era de aproximadamente 2 para 1, essa proporção
aumenta para quase 4 por 1 em 2000.
O corte etário de 18 a 54 anos na Tabela 12 foi feito para possibilitar a
comparabilidade entre as informações obtidas pela PNAD e pelo Censo, já que os
quesitos sobre nupcialidade em 1984 fazem parte do suplemento sobre fecundidade e
que foi aplicado somente às mulheres de 15 a 54 anos de idade. E aproximadamente 190
mil responsáveis por DCMS tinham mais de 54 anos e não responderam aos quesitos.
Total....................................................................................... 818 567 100,0 1 833 554 100,0
Casada................................................................................... 19 656 2,4 285 619 15,6
Separada, desquitada ou divorciada........................................ 326 881 39,9 452 943 24,7
Viúva........................................................................................ 172 216 21,0 206 102 11,2
Solteira..................................................................................... 299 814 36,6 888 891 48,5
Já viveu com cônjuge............................................................ 197 401 24,1 694 734 37,9
Nunca viveu........................................................................... 102 413 12,5 194 157 10,6
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1984 e Censo Demográfico 2000. Base de microdados.
Notas: 1 - Casadas: não viviam com o cônjuge e a natureza da última união podia ser: civil e religioso, só civil, só religioso, ou união consensual.
2 - Separadas: em 1984 foram incluídas aquelas que estavam separadas judicialmente ou não. Em 2000 foram incluídas somente as separações
homologadas judicialmente.
3 - Em 1984 pesquisou-se o estado civil e/ou conjugal. Em 2000 pesquisou-se o estado civil.
Tabela 12
Mulheres de 18 a 54 anos de idade responsáveis por domicílios DCMS,
total e percentual, segundo o estado conjugal.
Brasil – 1984/2000.
Percentual
1984 2000
Total Total
Estado conjugal
Percentual
59
No Censo de 2000 os quesitos sobre nupcialidade foram aplicados a todas as pessoas
acima de 10 anos de idade.
Analisando especificamente o Censo Demográfico de 2000, entre as mulheres
responsáveis por domicílios tipo DCMS, as mulheres solteiras apresentam a maior
proporção, com aproximadamente 45,7%. E dessas, aproximadamente 78% declararam
ter vivido com companheiro ou cônjuge. As mulheres chefes desquitadas, separadas
ou divorciadas, em conjunto, aparecem com a segunda maior fração, com
aproximadamente 23%; seguidas das mulheres chefes viúvas, com aproximadamente
16%.
Uma parcela significativa, cerca de 15%, declarou estarem casadas, mas não
viviam com o cônjuge. Entre as mulheres chefes que declararam estarem casadas,
50,8% declararam estarem casadas no civil e religioso, 41,8% civil e somente 7,4%
declararam estarem casadas só no religioso ou em união consensual.
Total............................................................................ 2 068 081 100,0
Casada......................................................................... 309 757 15,0
Civil e religioso........................................................... 157 217 7,6
Só civil....................................................................... 129 510 6,3
Só religioso e união consensual.................................. 23 030 1,1
Desquitada ou separada judicialmente........................... 263 651 12,7
Divorciada..................................................................... 211 308 10,2
Viúva............................................................................ 338 108 16,3
Solteira......................................................................... 945 257 45,7
Já viveu com cônjuge................................................ 740 493 35,8
Nunca viveu............................................................... 204 763 9,9
Tabela 13
Mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios DCMS,
total e percentual, segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Estado civil
Total Percentual
60
3.3.2 Idade média e anos de estudo
A idade média das mulheres chefes de DCMS está em torno de 39 anos. As
solteiras apresentam uma idade média de aproximadamente 36 anos. As casadas,
desquitadas ou separadas e divorciadas têm idade média ligeiramente superior às
solteiras, em torno de 39 anos. Já a idade média das viúvas é bem mais alta, com
aproximadamente 51 anos.
A maior parte das mulheres responsáveis por domicílios DCMS, à exceção das
viúvas, têm menos de 40 anos de idade, aproximadamente 61,3%. A faixa de 30 a 39
anos de idade concentra as maiores proporções.
Total
39,2
Casada
.............................................................................
38,6
Civil e religioso
................................................................
39,4
Só civil
...........................................................................
37,4
Só religioso e união consensual
...........................................
40,2
Desquitada ou separada judicialmente
.....................................
38,2
Divorciada
.........................................................................
38,7
Viúva
...............................................................................
50,9
Solteira
.............................................................................
35,5
Já viveu com cônjuge
........................................................
35,7
Nunca viveu
....................................................................
34,6
Estado civil
Idade Média
Tabela 14
Idade média das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios
DCMS, segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Total
39,2
Casada
.............................................................................
38,6
Civil e religioso
................................................................
39,4
Só civil
...........................................................................
37,4
Só religioso e união consensual
...........................................
40,2
Desquitada ou separada judicialmente
.....................................
38,2
Divorciada
.........................................................................
38,7
Viúva
...............................................................................
50,9
Solteira
.............................................................................
35,5
Já viveu com cônjuge
........................................................
35,7
Nunca viveu
....................................................................
34,6
Estado civil
Idade Média
Tabela 14
Idade média das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios
DCMS, segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
61
As mulheres chefes divorciadas possuem em média uma maior escolaridade,
com aproximadamente nove anos de estudo. Seguidas das desquitadas ou separadas,
com aproximadamente oito anos de estudo.
As viúvas, por fazerem parte de uma coorte de idade mais avançada, possuem
média bem mais baixa, com aproximadamente quatro anos de estudo. Cerca de 50%
Total......................................................... 100,0 19,7 41,5 22,5 16,3
Casada..................................................... 100,0 15,2 47,4 24,7 12,7
Desquitada ou separada judicialmente..... 100,0 12,7 50,7 27,5 9,2
Divorciada................................................ 100,0 9,2 51,2 30,4 9,2
Viúva........................................................ 100,0 3,9 23,4 23,8 48,9
Solteira..................................................... 100,0 31,1 41,3 18,1 9,5
Total
Grupos de idade
Mulheres responsáveis por domicílios DCMS
Estado civil
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: Casadas: não viviam com o cônjuge e a natureza da última união podia ser: civil e religioso, só civil, só religioso, ou união consensual.
Tabela 15
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios DCMS,
segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Menos de 30
anos
30 a 39
anos
40 a 49
anos
50 anos
e mais
Total.............................................................................................................. 6,3
Casada.......................................................................................................... 6,2
Desquitada ou separada judicialmente.......................................................... 7,9
Divorciada..................................................................................................... 8,8
Viúva............................................................................................................. 4,2
Solteira.......................................................................................................... 6,0
Já viveu com cônjuge................................................................................. 5,6
Nunca viveu............................................................................................... 7,4
Tabela 16
Média de anos de estudo das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por
domicílios DCMS, segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Estado civil Média de
anos de estudo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
62
delas tem menos de quatro anos de estudo. Chama a atenção o fato das mulheres chefes
casadas e solteiras apresentarem médias em torno de seis anos, sendo que somente 20%
tem mais de 11 anos de estudo e cerca de 30% tem menos de 4 anos.
3.3.3 Rendimentos: níveis e principais fontes.
Os dados sobre rendimentos seguem a tendência apresentada nos dados sobre
escolaridade. A mulheres chefes divorciadas apresentam os mais altos rendimentos com
uma média aproximada de seis salários mínimos. As desquitadas ou separadas vem a
seguir, com aproximadamente cinco salários mínimos. Viúvas com três, casadas com
2,6 e solteiras com 2,3 salários mínimos apresentam-se com rendimentos menores.
A análise das fontes de rendimentos contribui para a compreensão dos níveis de
rendimentos entre as mulheres chefes de DCMS. Nas tabelas abaixo, são apresentados
dados sobre a distribuição das mulheres responsáveis por DCMS, por estado conjugal,
segundo a principal fonte de rendimentos.
Para estabelecer a principal fonte, o procedimento adotado foi verificar,
primeiramente se rendimento de trabalho. Caso houvesse fonte de trabalho e essa
fosse a maior dentre as fontes, ou igual a uma outra fonte – e essas fossem as maiores -,
Menos de 4 4 a 7 8 a 10 11 ou mais
Total................................................................ 100,0 28,5 31,0 14,9 24,6
Casada............................................................ 100,0 27,7 32,1 15,0 24,2
Desquitada ou separada judicialmente............. 100,0 16,2 28,5 16,7 37,8
Divorciada....................................................... 100,0 12,1 24,3 17,3 45,5
Viúva................................................................ 100,0 48,4 27,4 9,5 13,5
Solteira............................................................. 100,0 28,7 34,0 15,8 20,4
Já viveu com cônjuge.................................... 100,0 31,4 35,2 15,0 17,1
Nunca viveu.................................................. 100,0 18,9 29,6 18,6 32,1
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.Microdados da amostra.
(1) Inclusive anos de estudo não determinados.
Total (1)
Anos de estudo
Tabela 17
Mulheres com 18 anos e mais responsáveis por domicílios DCMS, por anos de estudo,
segundo o estado civil.
Brasil - 2000.
Mulheres responsáveis por domicílios DCMS
Estado civil
63
essa seria classificada como trabalho. E assim foi feito sucessivamente, com todas as
outras fontes, estabelecendo como prioridade a seguinte ordem:
Trabalho
Aposentadoria ou pensão
Aluguel, pensão alimentícia, doação ou mesada.
Renda Mínima, Bolsa-Escola, Seguro-Desemprego.
Outros rendimentos.
O trabalho aparece como a principal fonte para todos os grupos, com as
aposentadorias e pensões como segunda maior fonte - exceto para as viúvas em que a
relação se inverte. No quesito sobre pensão alimentícia, também são lançadas mesadas e
doações, sendo essa a terceira maior fonte de rendimentos.
Total......................................................................... 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Trabalho................................................................... 55,3 57,7 66,9 69,6 26,0 58,7
Aposentadoria e pensão........................................... 20,3 11,9 10,7 10,3 63,2 12,6
Aluguel...................................................................... 1,5 1,5 1,7 2,0 1,9 1,2
Pensão alimentícia, mesada, doação....................... 7,4 9,7 9,4 9,1 2,0 7,7
Renda Mín., Bolsa-Esc., Seguro Desemprego......... 0,7 0,7 0,7 0,5 0,2 0,9
Outros rendimentos.................................................. 1,9 2,9 1,3 1,3 1,1 2,1
Sem rendimento....................................................... 12,9 15,7 9,3 7,1 5,6 16,9
Nota: Valor do salário mínimo: 151 reais.
Tabela 18
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais, responsáveis por domicílios DCMS,
por estado civil, segundo a principal fonte entre os rendimentos.
Brasil - 2000
Principal fonte entre os rendimentos Total Casadas
Desquitadas,
ou
separadas
judicialmente
Divorciadas Viúvas Solteiras
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
64
Observando as médias dos rendimentos segundo as principais fontes, percebe-se
que os grupos com os menores níveis de rendimento são as viúvas que têm nas
aposentadorias e pensões sua principal fonte (cerca de 63% das viúvas), com uma média
de apenas 2,4 salários nimos, e as solteiras que têm rendimento médio abaixo de três
salários nimos em todas as fontes, exceto no trabalho, com aproximadamente três
salários mínimos. As divorciadas, desquitadas e separadas aparecem com as melhores
médias.
A proporção de viúvas, divorciadas, desquitadas e separadas, na categoria outros
rendimentos como principal fonte, representam aproximadamente 1% em cada grupo, as
casadas são cerca de 3% do total de casadas, apresentando assim, freqüências baixas.
No entanto, essas mulheres apresentam-se com médias de rendimentos expressivas, no
contexto das responsáveis por DCMS.
Na categoria outros rendimentos estão incluídos: abono de permanência em
serviço (benefício que era concedido à pessoa que, embora tivesse tempo de serviço
suficiente para se aposentar, permaneceu trabalhando sem requerê-la), pensão paga
Total.......................................................................... 3,6 3,1 5,0 6,1 3,2 2,8
Trabalho................................................................... 4,1 3,3 5,5 6,6 4,8 3,1
Aposentadoria e pensão........................................... 2,6 2,4 3,5 4,3 2,4 2,4
Aluguel...................................................................... 3,6 2,8 4,0 4,8 4,9 2,6
Pensão alimentícia, mesada, doação....................... 2,8 2,9 4,0 4,6 3,0 1,9
Renda Mín., Bolsa-Esc., Seguro-Desemprego......... 1,2 1,1 1,5 1,6 1,2 1,2
Outros rendimentos.................................................. 3,1 3,2 4,3 5,2 7,1 1,8
Notas: 1 - Valor do salário mínimo: 151 reais.
2 - Exclusive sem rendimentos.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 19
Média do rendimento em salários mínimos das mulheres com 18 anos e mais responsáveis por domicílios DCMS,
por estado civil, segundo a principal fonte entre os rendimentos.
Brasil - 2000
Principal fonte entre os rendimentos
Total
Casadas Divorciadas Viúvas Solteiras
Desquitadas,
ou
separadas
judicialmente
65
integralmente por seguradora ou entidade de previdência privada aberta, juros de
aplicações financeiras, dividendos, juros de renda fixa, etc.
Na análise da composição do rendimento dessas mulheres, o rendimento de
trabalho aparece como a segundo principal fonte, sendo inexpressivas as demais fontes.
Entre as casadas a média do rendimento de trabalho em salários mínimos é de 1,7 e a
média de outros rendimentos é de 2,8. Entre as separadas ou desquitadas as médias são
1,9 e 3,6, respectivamente. Entre as divorciadas 2,7 e 4,2. As viúvas, nesse grupo que
tem em outros rendimentos a principal fonte, são aquelas que apresentam a menor
dependência do rendimento de trabalho na composição dos rendimentos com 1,5 em
comparação com outros rendimentos que tem a média de 6,1 salários mínimos.
3.3.4 Rendimento Domiciliar per capita.
Nos domicílios DCMS há, em média, duas pessoas com 0 a 17 anos de idade por
domicílio, e o rendimento médio per capita gira em torno de 1,5 salários mínimos.
Os domicílios em que a pensão alimentícia, mesada ou doação, programas de
transferência de renda e outros rendimentos são as principais fontes de rendimento,
além de apresentarem os menores níveis de rendimento, são aqueles que apresentam as
maiores médias quanto ao número de pessoas de 0 a 17 anos de idade.
Total.......................................................................... 1,9 2,0 1,8 1,8 1,8 1,9
Trabalho.................................................................... 1,9 2,0 1,8 1,7 1,9 1,8
Aposentadoria e pensão........................................... 1,7 1,9 1,8 1,8 1,7 1,8
Aluguel...................................................................... 1,7 1,9 1,7 1,6 1,6 1,7
Pensão alimenticia, mesada, doação........................ 2,0 2,1 2,0 1,9 1,9 2,1
Renda Mín., Bolsa-Esc., Seguro-Des....................... 2,5 2,7 2,2 1,9 2,6 2,5
Outros rendimentos.................................................. 2,0 2,1 1,9 1,7 1,9 2,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 20
Número médio de pessoas de 0 a 17 anos de idade nos domicílios DCMS, por estado civil das mulheres
responsáveis, segundo a principal fonte entre os rendimentos dessas mulheres.
Brasil - 2000
Principal fonte entre os rendimentos
Total
Casadas Divorciadas Viúvas Solteiras
Desquitadas
ou
separadas
judicialmente
66
Por meio da observação dos valores do rendimento domiciliar per capita (obtido
pela divisão do rendimento da mulher chefe pelo total de pessoas presentes no
domicílio), tem-se a indicação de que somente as mulheres divorciadas, desquitadas ou
separadas - que têm no trabalho sua principal fonte de rendimentos - e as viúvas que
têm no aluguel sua principal fonte de rendimento - superam a faixa de dois salários
mínimos per capita. Os níveis mais baixos de rendimento domiciliar per capita estão
nos domicílios que, por não disporem de outras fontes de rendimento, contam com os
programas de transferência de renda como principal fonte.
Como visto anteriormente, o maior grupo entre as mulheres responsáveis por
domicílios tipo DCMS é composto por mulheres solteiras. Uma análise em separado
desse grupo mostra que, em relação ao rendimento domiciliar per capita, as mulheres
que viveram em união (só casamento religioso ou união consensual) possuem níveis
mais baixos de rendimento que as mulheres que nunca viveram em união.
A média do rendimento domiciliar per capita das solteiras que viveram em
união é de 131,76 reais e a metade delas vive com até 65 reais per capita. Em
Total............................................................ 1,44 1,17 1,99 2,47 1,29 1,17
Trabalho...................................................... 1,66 1,26 2,20 2,71 1,89 1,30
Aposentadoria e pensão............................ 1,05 0,91 1,37 1,75 1,00 1,00
Aluguel........................................................ 1,49 1,05 1,63 1,98 2,12 1,06
Pensão alimencia, mesada, doação.......... 1,06 1,03 1,46 1,73 1,22 0,73
Renda Mín., Bolsa-Esc., Seg.-Desemprego 0,44 0,35 0,56 0,62 0,42 0,41
Outros rendimentos..................................... 1,21 1,18 1,65 2,10 2,77 0,75
Notas: 1 - Valor do salário mínimo: 151 reais.
2 - Exclusive sem rendimentos.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 21
Média do rendimento domiciliar per capita em salários mínimos nos domicílios DCMS, por estado civil, segundo a
principal fonte entre os rendimentos das mulheres responsáveis.
Brasil - 2000
Principal fonte entre os rendimentos
Total
Casadas
Desquitadas,
ou separadas
judicialmente
Divorciadas Viúvas Solteiras
67
comparação, a média para aquelas que nunca viveram em união é de aproximadamente
203,03
reais, sendo que a metade vive com mais de 100 reais.
Entre as solteiras que nunca viveram em união, a proporção daquelas sem
rendimentos é menor, e a proporção daquelas com mais de dois salários mínimos é
maior.
3.3.5 Rendimentos, ocupação, anos de estudo, idade e cor.
Os dados do Censo Demográfico de 2000 indicam que o trabalho é a principal
fonte para os rendimentos das responsáveis por DCMS. Indicam também que uma
desigualdade nítida entre dois grupos: as solteiras, com rendimentos e escolaridade bem
Total................................................................ 945 257 740 493 204 763
Sem rendimentos............................................ 159 618 129 449 30 169
Até 2 SM......................................................... 517 796 417 423 100 374
Mais de 2 SM.................................................. 267 842 193 621 74 222
Rendimento
mensal de todas as fontes
em salários mínimos
Total
Viveram em união
em casamento
religioso ou
união consensual
Tabela 22
Mulheres solteiras com 18 anos e mais responsáveis por domicílios DCMS, por ter vivido ou
não em união, segundo o rendimento mensal de todas as fontes.
Brasil - 2000
.
Nunca
viveram
em união
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Total...................................................................... 100,0 100,0 100,0
Sem rendimentos.................................................. 16,9 17,5 14,7
Até 2 SM............................................................... 54,8 56,4 49,0
Mais de 2 SM........................................................ 28,3 26,1 36,2
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 22a
Distribuição percentual das mulheres solteiras com 18 anos e mais responsáveis por domicílios DCMS,
por ter vivido ou não em união, segundo o rendimento mensal de todas as fontes.
Brasil - 2000.
Rendimento
mensal de todas as fontes
em salários mínimos
Total
Viveram em união,
em casamento
religioso ou
união consensual
Nunca
viveram
em união
68
inferiores aos rendimentos e escolaridade das divorciadas, desquitadas e separadas. O
primeiro quinto concentra grande parte das solteiras. Nesse estrato, 55,9% das
responsáveis por DCMS são mulheres solteiras, 17,7% são casadas, 11,6% viúvas, 9%
desquitadas e separadas, e 5,8% são divorciadas.
No gráfico 2 e nas tabelas 23 e 23a, podemos verificar que as mulheres
responsáveis ocupadas presentes no primeiro quinto (24,4%), em sua grande maioria
(92,8%), não possuem onze anos de estudo, equivalente à conclusão do grau, sendo
que aproximadamente 42,8% tinha menos de quatro anos de estudo. No segundo
quinto, onde estão 29% das mulheres responsáveis ocupadas, apesar de diminuir a
proporção daquelas com menos de quatro anos de estudo - aproximadamente 22,5% -
ainda é forte a baixa escolaridade, visto que 83% não concluíram o equivalente ao
grau. Em oposição, nos estratos de renda mais altos (quarto e último quintos) é forte a
presença de mulheres chefes ocupadas com onze anos ou mais de estudo.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total........................................................ 1 272 265 310 585 365 738 238 071 194 464 163 408
Até 3........................................................ 258 996 132 998 82 361 30 203 10 959 2 475
4 a 7........................................................ 390 641 121 122 150 522 78 388 33 593 7 015
8 a 10...................................................... 209 389 34 035 70 835 54 784 37 285 12 449
11 ou mais............................................... 400 689 17 561 57 824 72 670 111 753 140 881
Não determinados................................... 12 551 4 870 4 195 2 026 874 587
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Tabela 23
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por domicílios DCMS, por quintos do rendimento
domiciliar per capita, segundo anos de estudo.
Brasil - 2000
Total
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Anos de estudo
69
Esses números indicam que, no caso das mulheres responsáveis presentes nos
estratos de renda mais baixos, os rendimentos provenientes do trabalho são em grande
medida menores devido à falta de qualificação, que está sendo indicada pela baixa
escolaridade. O que não permite que essas mulheres chefes ocupem postos de trabalho
com melhores rendimentos.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total....................................................... 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Até 3....................................................... 20,4 42,8 22,5 12,7 5,6 1,5
4 a 7....................................................... 30,7 39,0 41,2 32,9 17,3 4,3
8 a 10..................................................... 16,5 11,0 19,4 23,0 19,2 7,6
11 ou mais.............................................. 31,5 5,7 15,8 30,5 57,5 86,2
Não determinados.................................. 1,0 1,6 1,1 0,9 0,4 0,4
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Tabela 23a
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por domicílios DCMS,
por quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo os anos de estudo.
Brasil - 2000
Anos de estudo Total
Quintos do rendimento domiciliar
per capita
Gráfico 2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Nota: 1 - Rendimento domiciliar calculado somente com os rendimentos dos adultos.
Não determinados
11 ou mais
8 a 10
4 a 7
Até 3
Anos de estudo
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por domicílios DCMS,
por quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo anos de estudo.
Brasil - 2000
70
A proporção de mulheres responsáveis ocupadas jovens é baixa em todos os
estratos. A idade média é de 36 anos no primeiro quinto, 37 anos no segundo, 38 anos
no terceiro e 39 anos nos dois últimos estratos.
A Tabela 24 apresenta as proporções de mulheres ocupadas por posição na
ocupação em cada quinto. No primeiro quinto, em que as mulheres com baixa
escolaridade predominam, o trabalho sem carteira - principalmente trabalhadoras
domésticas e por conta própria - é a principal posição ocupada. Nos estratos de
rendimentos mais altos, a escolaridade é maior e a proporção de empregadas com
carteira assinada e como funcionárias públicas estatutárias aumenta substancialmente,
em relação aos estratos inferiores.
Total Percentual
Total 1 272 265 100,0 0,2
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 86 856 6,8 0,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 212 692 16,7 0,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 407 778 32,1 0,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 284 412 22,4 0,5
5 - Empregador 21 375 1,7 1,9
6 - Conta-própria 232 721 18,3 0,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 1 929 0,2 6,3
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 2 272 0,2 5,8
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 22 230 1,8 1,8
Primeiro quinto 310 585 100,0 0,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 20 743 6,7 1,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 103 643 33,4 0,9
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 37 533 12,1 1,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 63 643 20,5 1,1
5 - Empregador 337 0,1 15,0
6 - Conta-própria 65 482 21,1 1,1
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 720 0,2 10,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 1 502 0,5 7,1
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 16 982 5,5 2,1
Segundo quinto 365 737 100,0 0,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 40 074 11,0 1,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 74 472 20,4 1,0
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 113 642 31,1 0,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 74 947 20,5 1,0
5 - Empregador 1 140 0,3 8,1
6 - Conta-própria 56 275 15,4 1,2
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 382 0,1 14,1
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 472 0,1 12,6
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 4 334 1,2 4,2
Terceiro quinto 238 073 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 19 814 8,3 2,0
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 25 877 10,9 1,7
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 99 196 41,7 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 49 904 21,0 1,2
5 - Empregador 1 667 0,7 6,7
6 - Conta-própria 40 663 17,1 1,4
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 215 0,1 18,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 97 0,0 27,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 640 0,3 10,9
Quarto quinto 194 463 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 5 879 3,0 3,6
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 8 059 4,1 3,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 87 830 45,2 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 50 087 25,8 1,2
5 - Empregador 4 053 2,1 4,3
6 - Conta-própria 37 873 19,5 1,4
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 321 0,2 15,3
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 149 0,1 22,5
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 214
Total Percentual
Total 1 272 265 100,0 0,2
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 86 856 6,8 0,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 212 692 16,7 0,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 407 778 32,1 0,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 284 412 22,4 0,5
5 - Empregador 21 375 1,7 1,9
6 - Conta-própria 232 721 18,3 0,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 1 929 0,2 6,3
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 2 272 0,2 5,8
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 22 230 1,8 1,8
Primeiro quinto 310 585 100,0 0,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 20 743 6,7 1,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 103 643 33,4 0,9
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 37 533 12,1 1,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 63 643 20,5 1,1
5 - Empregador 337 0,1 15,0
6 - Conta-própria 65 482 21,1 1,1
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 720 0,2 10,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 1 502 0,5 7,1
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 16 982 5,5 2,1
Segundo quinto 365 737 100,0 0,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 40 074 11,0 1,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 74 472 20,4 1,0
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 113 642 31,1 0,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 74 947 20,5 1,0
5 - Empregador 1 140 0,3 8,1
6 - Conta-própria 56 275 15,4 1,2
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 382 0,1 14,1
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 472 0,1 12,6
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 4 334 1,2 4,2
Terceiro quinto 238 073 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 19 814 8,3 2,0
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 25 877 10,9 1,7
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 99 196 41,7 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 49 904 21,0 1,2
5 - Empregador 1 667 0,7 6,7
6 - Conta-própria 40 663 17,1 1,4
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 215 0,1 18,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 97 0,0 27,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 640 0,3 10,9
Quarto quinto 194 463 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 5 879 3,0 3,6
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 8 059 4,1 3,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 87 830 45,2 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 50 087 25,8 1,2
5 - Empregador 4 053 2,1 4,3
6 - Conta-própria 37 873 19,5 1,4
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 321 0,2 15,3
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 149 0,1 22,5
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 214 0,1 18,8
Último quinto 163 408 100,0 0,7
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 346 0,2 14,8
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 642 0,4 10,8
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 69 577 42,6 1,0
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 45 830 28,0 1,3
5 - Empregador 14 178 8,7 2,3
6 - Conta-própria 32 428 19,8 1,5
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 292 0,2 16,1
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 52 0,0 38,0
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 62 0,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 24
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS, total e percentual, e coeficientes
de variação associados às estimativas (CV), segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita e posição na ocupação. Brasil - 2000
Quintos do rendimento domiciliar per capita
,
e posição na ocupação.
Mulheres ocupadas responsáveis por DCMS
CV (%)
71
Na tabela 24a são apresentadas as posições mais freqüentes, ordenadas da maior
para a menor, dentro de cada quinto do rendimento domiciliar per capita. Cerca de 80%
das trabalhadoras no primeiro quinto estão no setor informal.
Nas análises por cor foi feita a opção por tratar como um mesmo grupo as
mulheres de cor preta e parda. Essa decisão está apoiada em evidências empíricas que
autores tem destacado, sobre as semelhanças existentes em relação às características
sócio-econômicas desses dois grupos no contexto brasileiro. (Oliveira, Porcaro e
Araújo, 1985; Medeiros, 2004)
No total de chefes de DCMS, as mulheres de cor preta e parda são
aproximadamente 49% contra 50% das mulheres de cor branca (Gráfico 3).
Total Percentual
Total 1 224 459 96,2 0,2
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 407 778 32,1 0,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 284 412 22,4 0,5
6 - Conta-própria 232 721 18,3 0,6
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 212 692 16,7 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 86 856 6,8 0,9
Primeiro quinto 291 044 100,0 0,5
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 103 643 35,6 0,9
6 - Conta-própria 65 482 22,5 1,1
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 63 643 21,9 1,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 37 533 12,9 1,4
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 20 743 7,1 1,9
Segundo quinto 359 410 100,0 0,5
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 113 642 31,6 0,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 74 947 20,9 1,0
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 74 472 20,7 1,0
6 - Conta-própria 56 275 15,7 1,2
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 40 074 11,1 1,4
Terceiro quinto 235 454 100,0 0,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 99 196 42,1 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 49 904 21,2 1,2
6 - Conta-própria 40 663 17,3 1,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 25 877 11,0 1,7
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 19 814 8,4 2,0
Quarto quinto 189 727 100,0 0,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 87 830 46,3 0,9
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 50 087 26,4 1,2
6 - Conta-própria 37 873 20,0 1,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 8 059 4,2 3,1
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 5 879 3,1 3,6
Último quinto 162 655 100,0 0,7
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 69 577 42,8 1,0
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 45 830 28,2 1,3
6 - Conta-própria 32 428 19,9 1,5
5 - Empregador 14 178 8,7 2,3
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 642 0,4 10,8
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 24a
Brasil - 2000
Quintos do rendimento domiciliar per capita ,
e posição na ocupação.
Mulheres ocupadas responsáveis por DCMS
CV (%)
Mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS, total e percentual, e coeficientes
de variação associados às estimativas (CV), segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita e posição na ocupação. Brasil - 2000
72
Entretanto, no primeiro quinto de rendimento, a relação é de aproximadamente
62% contra 37%. No segundo, 52% contra 37%. No terceiro, 41% contra 58%. No
quarto, 32% contra 67% no quarto. E, finalmente, 20% contra 78% no último quinto do
rendimento domiciliar per capita. Por meio desses números, podemos perceber que as
mulheres chefes de cor preta e parda são preponderantes no quinto de renda inferior, e
minoria no quinto de renda superior (Gráfico 4).
Gráfico 3
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais responsáveis por DCMS, segundo a cor ou raça.
Brasil - 2000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Branca Preta+Parda
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Gráfico 4
Distribuição percentual das mulheres com 18 anos e mais responsáveis por DCMS, por quintos
do rendimento domiciliar per capita, segundo a cor ou raça.
Brasil - 2000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto
Outras
Preta+Parda
Branca
Fonte: IBGE, IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
73
A distribuição das mulheres responsáveis em DCMS por quintos do rendimento
domiciliar per capita é semelhante à distribuição de todas as mulheres de 18 anos e
mais residentes em domicílios com somente uma família, que é apresentada no gráfico
4a.
Gráfico 4a
Distribuição percentual das mulheres, segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita, e a cor ou raça.
Brasil - 2000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto
Outras
Preta ou Parda
Branca
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Notas: 1- O rendimento domiciliar
per capita
foi calculado com a exclusão dos rendimentos dos menores de idade.
2- Mulheres com 18 anos e mais, residentes em domicílios particulares com somente uma família.
Na distribuição das mulheres responsáveis em DCMS, por quintos do
rendimento domiciliar per capita e anos de estudo (Tabela 25), é possível perceber que
as mulheres de cor preta e parda apresentam os níveis mais baixos de escolaridade. No
primeiro quinto, enquanto a maior proporção entre as mulheres de cor preta e parda está
na faixa de 0 a 3 anos de estudo, entre as mulheres de cor branca é maior a proporção
daquelas que têm entre 4 e 7 anos de estudo.
Essa situação se mantém no segundo quinto. A partir do terceiro quinto, o nível
intermediário, uma aproximação na distribuição por cor e anos de estudo. É onde a
desigualdade quanto à escolaridade, entre brancas e pretas mais pardas, menos aparece.
As mulheres pretas e pardas que conseguem estar com os mesmos níveis de
rendimentos que as brancas são aquelas que atingem um perfil de escolaridade
74
semelhante. No entanto, a partir do quarto quinto as mulheres brancas tornam-se
maioria, chegando a representar 78% no último.
A análise da distribuição por cor e posição na ocupação (Tabela 26 e Gráficos 4b
a 4g) mostra que no total é mais acentuada a posição de trabalhadora doméstica sem
carteira assinada entre as mulheres de cor preta e parda do que entre as mulheres de cor
branca.
Branca Preta+Parda
Total............................................... 100,0 100,0
Até 3 ..................................................... 20,2 36,9
4 a 7.................................................. 29,7 32,3
8 a 10.................................................. 16,4 13,5
11 e mais.............................................. 32,8 16,0
Primeiro............................................... 100,0 100,0
34,6 47,9
40,4 35,2
14,1 9,9
9,7 5,5
Segundo.............................................. 100,0 100,0
28,0 38,3
38,5 33,5
18,0 14,9
14,5 11,8
Terceiro............................................... 100,0 100,0
14,2 19,8
31,9 32,7
22,7 20,3
30,3 26,3
Quarto.................................................. 100,0 100,0
6,2 9,8
18,0 21,9
18,9 19,5
56,5 48,3
Último.................................................... 100,0 100,0
1,9 3,3
4,8 9,2
7,6 10,4
85,4 76,7
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Cor
Tabela 25
Mulheres com 18 anos e mais responsáveis por DCMS, por cor,
segundo anos de
estudo e quintos do rendimento domiciliar
per capita.
Brasil - 2000.
Mulheres responsáveis por DCMSAnos de estudo e quintos do
rendimento domiciliar
per capita
Até 3 .....................................................
4 a 7..................................................
8 a 10..................................................
11 e mais..............................................
Até 3 .....................................................
4 a 7..................................................
8 a 10..................................................
11 e mais..............................................
Até 3 .....................................................
4 a 7..................................................
8 a 10..................................................
11 e mais..............................................
Até 3 .....................................................
4 a 7...................................................
8 a 10...................................................
11 e mais...............................................
Até 3 ......................................................
4 a 7...................................................
8 a 10...................................................
11 e mais...............................................
Gráfico 4b
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta + Parda
75
No entanto, no quinto de rendimento inferior a distribuição por posição na
ocupação é semelhante entre brancas e pretas ou pardas, apesar do trabalho doméstico
sem carteira ser a posição mais freqüente para ambos os grupos.
A partir do segundo quinto o trabalho doméstico perde posição, passando a ser a
posição de empregada a mais freqüente. No entanto, é a partir do segundo quinto, até o
quarto que as diferenças entre brancas de um lado e pretas ou pardas de outro ganham
nitidez quanto ao trabalho sem carteira assinada, tanto para as empregadas, quanto para
as trabalhadoras domésticas.
Absoluta Relativa (%) Absoluta Relativa (%)
Total 667 517 100,0 0,3 587 687 100,0 0,4
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 38 142 5,7 1,4 47 829 8,1 1,3
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 84 723 12,7 0,9 125 534 21,4 0,8
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 246 612 36,9 0,6 156 194 26,6 0,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 150 796 22,6 0,7 129 893 22,1 0,8
5 - Empregador 16 722 2,5 2,1 4 181 0,7 4,2
6 - Conta-própria 122 277 18,3 0,8 106 410 18,1 0,8
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 1 172 0,2 8,0 728 0,1 10,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 1 054 0,2 8,5 1 157 0,2 8,1
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 6 019 0,9 3,5 15 761 2,7 2,2
Primeiro 104 243 100,0 0,9 201 991 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 7 456 7,2 3,2 13 160 6,5 2,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 34 684 33,3 1,5 67 738 33,5 1,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 14 348 13,8 2,3 22 686 11,2 1,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 21 480 20,6 1,9 41 236 20,4 1,4
5 - Empregador 137 0,1 23,5 180 0,1 20,5
6 - Conta-própria 21 108 20,2 1,9 43 230 21,4 1,3
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 323 0,3 15,3 386 0,2 14,0
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 649 0,6 10,8 823 0,4 9,6
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 4 058 3,9 4,3 12 551 6,2 2,5
Segundo 171 645 100,0 0,7 189 751 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 17 704 10,3 2,1 21 893 11,5 1,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 32 610 19,0 1,5 41 020 21,6 1,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 57 811 33,7 1,1 54 547 28,7 1,2
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 958 20,4 1,5 39 138 20,6 1,4
5 - Empregador 628 0,4 11,0 512 0,3 12,1
6 - Conta-própria 26 191 15,3 1,7 29 294 15,4 1,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 165 0,1 21,4 207 0,1 19,1
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 188 0,1 20,0 265 0,1 16,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 1 389 0,8 7,4 2 876 1,5 5,1
Terceiro 135 529 100,0 0,7 99 729 100,0 0,9
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 9 946 7,3 2,8 9 684 9,7 2,8
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 12 805 9,4 2,4 12 840 12,9 2,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 59 605 44,0 1,1 38 576 38,7 1,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 28 057 20,7 1,6 21 281 21,3 1,9
5 - Empregador 1 112 0,8 8,2 538 0,5 11,8
6 - Conta-própria 23 403 17,3 1,8 16 476 16,5 2,1
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 151 0,1 22,3 56 0,1 36,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 70 0,1 32,8 27 0,0 52,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 379 0,3 14,1 251 0,3 17,3
Quarto 128 527 100,0 0,8 63 308 100,0 1,1
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 2 852 2,2 5,1 2 929 4,6 5,1
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 4 292 3,3 4,2 3 636 5,7 4,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 60 045 46,7 1,1 26 749 42,3 1,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 32 166 25,0 1,5 17 230 27,2 2,1
5 - Empregador 3 050 2,4 5,0 938 1,5 9,0
6 - Conta-própria 25 592 19,9 1,7 11 673 18,4 2,5
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 271 0,2 16,7 49 0,1 39,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 121 0,1 25,0 28 0,0 51,8
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 138 0,1 23,4 76 0,1 31,5
Último 127 573 100,0 0,8 32 908 100,0 1,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 184 0,1 20,3 163 0,5 21,5
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 332 0,3 15,1 299 0,9 15,9
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 54 803 43,0 1,2 13 636 41,4 2,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 134 26,8 1,5 11 009 33,5 2,6
5 - Empregador 11 795 9,2 2,5 2 013 6,1 6,1
6 - Conta-própria 25 983 20,4 1,7 5 737 17,4 3,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 262 0,2 17,0 30 0,1 50,0
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 26 0,0 53,6 14 0,0 73,3
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 55 0,0 37,0 7 0,0 104,9
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.Microdados da amostra.
Tabela 26
Distribuição absoluta e relativa das mulheres ocupadas, responsáveis por DCMS,
e coeficientes de variação associados às estimativas (CV), por cor,
segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita,
e posição na ocupação. Brasil - 2000
Distribuição
CV (%)CV (%)
Quintos do rendimento domiciliar per capita,
e posição na ocupação.
Distribuição
Branca Preta + Parda
Mulheres ocupadas, responsáveis por DCMS, por cor
Absoluta Relativa (%) Absoluta Relativa (%)
Total 667 517 100,0 0,3 587 687 100,0 0,4
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 38 142 5,7 1,4 47 829 8,1 1,3
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 84 723 12,7 0,9 125 534 21,4 0,8
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 246 612 36,9 0,6 156 194 26,6 0,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 150 796 22,6 0,7 129 893 22,1 0,8
5 - Empregador 16 722 2,5 2,1 4 181 0,7 4,2
6 - Conta-própria 122 277 18,3 0,8 106 410 18,1 0,8
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 1 172 0,2 8,0 728 0,1 10,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 1 054 0,2 8,5 1 157 0,2 8,1
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 6 019 0,9 3,5 15 761 2,7 2,2
Primeiro 104 243 100,0 0,9 201 991 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 7 456 7,2 3,2 13 160 6,5 2,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 34 684 33,3 1,5 67 738 33,5 1,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 14 348 13,8 2,3 22 686 11,2 1,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 21 480 20,6 1,9 41 236 20,4 1,4
5 - Empregador 137 0,1 23,5 180 0,1 20,5
6 - Conta-própria 21 108 20,2 1,9 43 230 21,4 1,3
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 323 0,3 15,3 386 0,2 14,0
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 649 0,6 10,8 823 0,4 9,6
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 4 058 3,9 4,3 12 551 6,2 2,5
Segundo 171 645 100,0 0,7 189 751 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 17 704 10,3 2,1 21 893 11,5 1,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 32 610 19,0 1,5 41 020 21,6 1,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 57 811 33,7 1,1 54 547 28,7 1,2
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 958 20,4 1,5 39 138 20,6 1,4
5 - Empregador 628 0,4 11,0 512 0,3 12,1
6 - Conta-própria 26 191 15,3 1,7 29 294 15,4 1,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 165 0,1 21,4 207 0,1 19,1
Absoluta Relativa (%) Absoluta Relativa (%)
Total 667 517 100,0 0,3 587 687 100,0 0,4
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 38 142 5,7 1,4 47 829 8,1 1,3
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 84 723 12,7 0,9 125 534 21,4 0,8
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 246 612 36,9 0,6 156 194 26,6 0,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 150 796 22,6 0,7 129 893 22,1 0,8
5 - Empregador 16 722 2,5 2,1 4 181 0,7 4,2
6 - Conta-própria 122 277 18,3 0,8 106 410 18,1 0,8
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 1 172 0,2 8,0 728 0,1 10,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 1 054 0,2 8,5 1 157 0,2 8,1
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 6 019 0,9 3,5 15 761 2,7 2,2
Primeiro 104 243 100,0 0,9 201 991 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 7 456 7,2 3,2 13 160 6,5 2,4
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 34 684 33,3 1,5 67 738 33,5 1,1
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 14 348 13,8 2,3 22 686 11,2 1,8
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 21 480 20,6 1,9 41 236 20,4 1,4
5 - Empregador 137 0,1 23,5 180 0,1 20,5
6 - Conta-própria 21 108 20,2 1,9 43 230 21,4 1,3
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 323 0,3 15,3 386 0,2 14,0
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 649 0,6 10,8 823 0,4 9,6
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 4 058 3,9 4,3 12 551 6,2 2,5
Segundo 171 645 100,0 0,7 189 751 100,0 0,6
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 17 704 10,3 2,1 21 893 11,5 1,9
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 32 610 19,0 1,5 41 020 21,6 1,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 57 811 33,7 1,1 54 547 28,7 1,2
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 958 20,4 1,5 39 138 20,6 1,4
5 - Empregador 628 0,4 11,0 512 0,3 12,1
6 - Conta-própria 26 191 15,3 1,7 29 294 15,4 1,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 165 0,1 21,4 207 0,1 19,1
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 188 0,1 20,0 265 0,1 16,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 1 389 0,8 7,4 2 876 1,5 5,1
Terceiro 135 529 100,0 0,7 99 729 100,0 0,9
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 9 946 7,3 2,8 9 684 9,7 2,8
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 12 805 9,4 2,4 12 840 12,9 2,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 59 605 44,0 1,1 38 576 38,7 1,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 28 057 20,7 1,6 21 281 21,3 1,9
5 - Empregador 1 112 0,8 8,2 538 0,5 11,8
6 - Conta-própria 23 403 17,3 1,8 16 476 16,5 2,1
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 151 0,1 22,3 56 0,1 36,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 70 0,1 32,8 27 0,0 52,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 379 0,3 14,1 251 0,3 17,3
Quarto 128 527 100,0 0,8 63 308 100,0 1,1
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 2 852 2,2 5,1 2 929 4,6 5,1
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 4 292 3,3 4,2 3 636 5,7 4,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 60 045 46,7 1,1 26 749 42,3 1,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 32 166 25,0 1,5 17 230 27,2 2,1
5 - Empregador 3 050 2,4 5,0 938 1,5 9,0
6 - Conta-própria 25 592 19,9 1,7 11 673 18,4 2,5
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 271 0,2 16,7 49 0,1 39,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 121 0,1 25,0 28 0,0 51,8
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 138 0,1 23,4 76 0,1 31,5
Último 127 573 100,0 0,8 32 908 100,0 1,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 184 0,1 20,3 163 0,5 21,5
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 332 0,3 15,1 299 0,9 15,9
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 54 803 43,0 1,2 13 636 41,4 2,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 134 26,8 1,5 11 009 33,5 2,6
5 - Empregador 11 795 9,2 2,5 2 013 6,1 6,1
6 - Conta-própria 25 983 20,4 1,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 188 0,1 20,0 265 0,1 16,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 1 389 0,8 7,4 2 876 1,5 5,1
Terceiro 135 529 100,0 0,7 99 729 100,0 0,9
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 9 946 7,3 2,8 9 684 9,7 2,8
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 12 805 9,4 2,4 12 840 12,9 2,4
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 59 605 44,0 1,1 38 576 38,7 1,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 28 057 20,7 1,6 21 281 21,3 1,9
5 - Empregador 1 112 0,8 8,2 538 0,5 11,8
6 - Conta-própria 23 403 17,3 1,8 16 476 16,5 2,1
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 151 0,1 22,3 56 0,1 36,7
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 70 0,1 32,8 27 0,0 52,9
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 379 0,3 14,1 251 0,3 17,3
Quarto 128 527 100,0 0,8 63 308 100,0 1,1
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 2 852 2,2 5,1 2 929 4,6 5,1
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 4 292 3,3 4,2 3 636 5,7 4,6
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 60 045 46,7 1,1 26 749 42,3 1,7
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 32 166 25,0 1,5 17 230 27,2 2,1
5 - Empregador 3 050 2,4 5,0 938 1,5 9,0
6 - Conta-própria 25 592 19,9 1,7 11 673 18,4 2,5
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 271 0,2 16,7 49 0,1 39,2
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 121 0,1 25,0 28 0,0 51,8
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 138 0,1 23,4 76 0,1 31,5
Último 127 573 100,0 0,8 32 908 100,0 1,5
1 - Trabalhador doméstico com carteira de trabalho assinada 184 0,1 20,3 163 0,5 21,5
2 - Trabalhador doméstico sem carteira de trabalho assinada 332 0,3 15,1 299 0,9 15,9
3 - Empregado com carteira de trabalho assinada 54 803 43,0 1,2 13 636 41,4 2,4
4 - Empregado sem carteira de trabalho assinada 34 134 26,8 1,5 11 009 33,5 2,6
5 - Empregador 11 795 9,2 2,5 2 013 6,1 6,1
6 - Conta-própria 25 983 20,4 1,7 5 737 17,4 3,6
7 - Aprendiz ou estagiário sem remuneração 262 0,2 17,0 30 0,1 50,0
8 - Não remunerado em ajuda a membro do domicílio 26 0,0 53,6 14 0,0 73,3
9 - Trabalhador na produção para o próprio consumo 55 0,0 37,0 7 0,0 104,9
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.Microdados da amostra.
Tabela 26
Distribuição absoluta e relativa das mulheres ocupadas, responsáveis por DCMS,
e coeficientes de variação associados às estimativas (CV), por cor,
segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita,
e posição na ocupação. Brasil - 2000
Distribuição
CV (%)CV (%)
Quintos do rendimento domiciliar per capita,
e posição na ocupação.
Distribuição
Branca Preta + Parda
Mulheres ocupadas, responsáveis por DCMS, por cor
76
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta+Pada
Gráfico 4c
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS do
primeiro quinto da distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta+Pada
Gráfico 4d
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS do
segundo quinto da distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta+Pada
Gráfico 4e
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS do
terceiro quinto da distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
77
No último quinto (Gráfico 4g), ainda aparecem empregadas domésticas com
proporções quase iguais entre as mulheres brancas e pretas mais pardas, entretanto as
freqüências são muito baixas, e apresentam CV entre 15 e 20%. O número alto de
empregados sem carteira nesse estrato se deve à presença de funcionários públicos
estatutários.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta+Pada
Gráfico 4f
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS do
quarto quinto da distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
1 -
Trabalhador
doméstico
com carteira
de trabalho
assinada
2 -
Trabalhador
doméstico
sem carteira
de trabalho
assinada
3 -
Empregado
com carteira
de trabalho
assinada
4 -
Empregado
sem carteira
de trabalho
assinada
5 -
Empregador
6 - Conta-
própria
7 - Aprendiz
ou estagiário
sem
remuneração
8 - Não
remunerado
em ajuda a
membro do
domicílio
9 -
Trabalhador
na produção
para o próprio
consumo
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Branca
Preta+Pada
Gráfico 4g
Proporção percentual de mulheres com 18 anos e mais ocupadas e responsáveis por DCMS do
ultimo quinto da distribuição do rendimento domiciliar per capita, por cor,
segundo a posição na ocupação. Brasil 2000.
78
3.4 Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em dcms
O número de pessoas de 0 a 17 anos de idade residindo em domicílios tipo
DCMS é de, aproximadamente, 3,9 milhões. Em média, nesses domicílios há,
aproximadamente, duas pessoas com menos de 18 anos de idade, sendo a maior parte
composta por pessoas de 0 a 11 anos.
O primeiro quinto (estrato com os rendimentos mais baixos) concentra a maior
proporção de crianças e adolescentes, com 47,7% (Tabela 28). Nesse estrato, a média é
de aproximadamente 2,5 pessoas de 0 a 17 anos de idade por domicílio, enquanto nos
outros estratos, a média gira em torno de 1,5.
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total............................................... 3 903 386 1 861 120 962 471 464 418 352 504 262 873
Até 3 anos....................................... 547 889 316 795 119 344 53 423 35 404 22 923
4 a 6 anos.................................... 598 823 314 870 137 722 66 374 46 529 33 328
7 a 9 anos.................................... 676 995 334 126 163 708 76 500 58 122 44 539
10 e 11 anos.................................... 510 942 237 746 127 270 61 712 47 343 36 871
12 a 14 anos.................................... 814 198 358 996 209 149 103 702 81 042 61 309
15 a 17 anos.................................... 754 539 298 587 205 278 102 707 84 064 63 903
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Tabela 27
Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, por quintos do rendimento domiciliar
per capita, segundo grupos de idade.
Brasil - 2000
Grupos de idade
Total
Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Quintos do rendimento domiciliar per capita
79
No primeiro quinto, a proporção de pessoas de 0 a 11 anos é de
aproximadamente 65%, enquanto nos outros estratos, gira em torno de 55% (Tabela 29).
A leitura desses números indica a situação de precariedade em que vivem as
crianças em domicílios que estão no primeiro quinto da distribuição do rendimento
domiciliar per capita. Esses domicílios, além de serem aqueles com os menores níveis
de rendimento, concentram crianças que vivem com as mulheres chefes que detêm os
mais baixos níveis de escolaridade (Gráfico 6)).
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total............................................... 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Até 3 anos...................................... 14,0 17,0 12,4 11,5 10,0 8,7
4 a 6 anos.................................... 15,3 16,9 14,3 14,3 13,2 12,7
7 a 9 anos.................................... 17,3 18,0 17,0 16,5 16,5 16,9
10 e 11 anos.................................. 13,1 12,8 13,2 13,3 13,4 14,0
12 a 14 anos.................................. 20,9 19,3 21,7 22,3 23,0 23,3
15 a 17 anos.............................. 19,3 16,0 21,3 22,1 23,8 24,3
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Grupos de idade
Total
Tabela 29
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, por quintos do rendimento domiciliar
per capita, segundo grupos de idade.
Brasil - 2000
Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total............................................. 100,0 47,7 24,7 11,9 9,0 6,7
Até 3 anos................................... 100,0 57,8 21,8 9,8 6,5 4,2
4 a 6 anos................................ 100,0 52,6 23,0 11,1 7,8 5,6
7 a 9 anos................................ 100,0 49,4 24,2 11,3 8,6 6,6
10 e 11 anos............................... 100,0 46,5 24,9 12,1 9,3 7,2
12 a 14 anos.............................. 100,0 44,1 25,7 12,7 10,0 7,5
15 a 17 anos.............................. 100,0 39,6 27,2 13,6 11,1 8,5
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Grupos de idade
Total
Tabela 28
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, por quintos do rendimento
domiciliar per capita, segundo grupos de idade.
Brasil - 2000
80
Gráfico 5
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, segundo os quintos do rendimento
domiciliar per capita
Brasil - 2000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Gráfico 6
Distribuição percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS, por anos de estudo
da responsável pelo domicílio, segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita..
Brasil - 2000
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar per capita foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Até 3 anos
4 a 7 anos
8 a 10 anos
11 anos e mais
81
3.4.1 Níveis de rendimento domiciliar per capita, anos de estudo da
responsável e escolarização das pessoas de 0 a 17 anos de idade.
Nas Tabelas 28 e 29, que apresentam as proporções percentuais relativas ao
número de pessoas de 0 a 17 anos de idade que residem em domicílios tipo DCMS - no
total e em cada um dos quintos do rendimento domiciliar per capita, é possível perceber
que há sobre-representação entre aqueles que residem em domicílios do primeiro quinto
(estrato com os menores rendimentos).
Do total de pessoas de 15 e 17 anos de idade, 9,7% vivem em domicílios DCMS.
Entretanto, de todos os que residem em domicílios que estão no quinto inferior do
rendimento domiciliar per capita 12,1% residem em domicílios tipo DCMS.
Em relação ao número de pessoas de 7 a 17 anos de idade que não estavam
freqüentando escola, a sobre-representação não se verifica. Enquanto no total de pessoas
de 7 a 14 anos de idade, 5,5% não freqüentavam escola, nos domicílios DCMS essa
proporção é de 5,1%. Essa relação é de 22,3% para 19,6% entre as pessoas de 15 a 17
anos.
É importante observar que, entre as pessoas de 15 a 17 anos de idade que não
freqüentam escola e residem em domicílios tipo DCMS, a proporção dos que trabalham
é ligeiramente maior do que a média. Nos domicílios DCMS, entre as pessoas de 15 a
17 anos de idade que não estudam, 39,6% trabalham, enquanto que no total de pessoas
de 15 a 17 anos de idade que não estudam a proporção dos que trabalham é de 38,8%.
(Tabela 33)
O primeiro quinto apresenta os piores resultados quanto ao acesso das crianças e
adolescentes à escola. Em todas as faixas etárias, o acesso é bem menor. Mas, o que
marca profundamente o diferencial entre o primeiro e os demais quintos é o baixo
82
acesso das crianças de 0 a 3 anos à creche, e o baixo acesso dos adolescentes de 15 a 17
anos de idade à escola (Tabela 30).
3.4.1.1 Pessoas de 7 a 14 anos
Do total de pessoas de 7 a 14 anos residentes em DCMS, 5,1% (cerca de
102.387 mil crianças) não freqüentavam escola. Desse contingente, aproximadamente
91% reside em domicílios que estão no primeiro e segundo quintos, sendo que,
aproximadamente 90% dessas crianças residem em domicílios com mulheres chefes que
têm menos de oito anos de estudo.
Na distribuição das crianças de 7 a 14 anos residentes em DCMS, a proporção
das que freqüentam escola, segundo os quintos do rendimento domiciliar per capita,
(Tabela 31), aumenta em função do vel de rendimento domiciliar per capita e dos
anos de estudo das mulheres chefes dos domicílios (Tabela 32).
Primeiro Segundo Terceiro Quarto Último
Total................................................. 76,7 69,4 79,0 83,6 87,5 92,8
Até 3 anos........................................ 16,5 11,8 17,6 22,0 26,7 45,5
4 a 6 anos..................................... 66,2 57,9 68,2 76,0 82,8 93,1
7 a 9 anos..................................... 94,9 92,2 96,5 98,1 98,9 98,8
10 e 11 anos.................................... 96,8 94,9 97,8 98,8 99,2 99,4
12 a 14 anos.................................... 93,6 90,3 94,6 96,8 97,9 98,8
15 a 17 anos.................................... 80,4 71,6 80,6 87,2 91,0 95,8
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Nota: O rendimento domiciliar
per capita
foi calculado com os rendimentos dos adultos.
Grupos de
idade
Total
Proporção das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS que freqüentam
creche, pré-escola, ou escola
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Tabela 30
Proporção percentual das pessoas de 0 a 17 anos de idade residentes em DCMS que freqüentam creche, pré-escola, ou escola,
por quintos do rendimento domiciliar per capita, segundo grupos de idade.
Brasil - 2000
83
3.4.1.2 Pessoas de 15 a 17 anos de idade
Na Tabela 33 são apresentadas dados sobre as pessoas de 15 a 17 anos de idade
por freqüência à escola e condição de ocupação. A maior parte desses adolescentes
concentram-se em domicílios dos primeiro e segundo quintos do rendimento domiciliar
per capita (67%). No entanto, dentre aqueles que não freqüentam escola, há uma nítida
sobre-representação no primeiro e no segundo quintos (84%).
Total
Freqüentando
Escola (%)
Primeiro........................................................................ 930 869 92,2
Segundo....................................................................... 500 127 96,0
Terceiro........................................................................ 241 914 97,7
Quarto.......................................................................... 186 508 98,6
Último........................................................................... 142 720 99,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 31
Pessoas de 7 a 14 anos de idade residentes em DCMS, total e percentual que freenta escola,
segundo os quintos do rendimento domiciliar
per capita.
Brasil - 2000
Pessoas de 7 a 14 anos residentes em DCMS
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Total
Freqüentando
Escola (%)
Menos de 4 anos............................................................................. 631 934 90,6
4 a 7 anos....................................................................................... 638 659 95,6
8 a 10 anos..................................................................................... 277 030 97,3
11 anos e mais................................................................................ 430 704 98,6
Anos de estudo da responsável
Pessoas de 7 a 14 anos residentes em DCMS
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 32
Pessoas de 7 a 14 anos de idade residentes em DCMS, total e percentual que freqüenta escola,
segundo os anos de estudo da responsável .
Brasil - 2000
84
Cerca de 85% dos adolescentes que não estudam e trabalham residem em
domicílios pertencentes ao primeiro e segundo quintos. A proporção dos que não
estudam e não trabalham também é, significativamente, elevada (84%). Esses resultados
podem estar indicando que, além da pressão para ajudar na renda domiciliar, os
adolescentes residentes nos domicílios que estão presentes no primeiro e segundo
quintos precisem ajudar nos cuidados com os irmãos menores - posto que nesses quintos
é bem menor o acesso das crianças de 0 a 6 anos à creche e pré-escola.
Na Tabela 34, é possível perceber que a proporção de pessoas de 15 a 17 anos de
idade freqüentando a escola aumenta, na medida em que aumenta o rendimento
domiciliar per capita.
Total............................................................................. 754 538 503 866 66,8
Não estudam................................................................ 147 811 124 441 84,2
Trabalham................................................................. 58 539 49 532 84,6
Não trabalham........................................................... 89 272 74 909 83,9
Estudam....................................................................... 606 727 379 425 62,5
Trabalham................................................................. 136 798 95 406 69,7
Não trabalham........................................................... 469 929 284 019 60,4
Tabela 33
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total, e distribuição absoluta e relativa das residentes em
domicílios do primeiro e segundo quintos do rendimento domiciliar per capita,
segundo a situação de trabalho e estudo. Brasil - 2000
Situação de trabalho
e estudo
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Total
No primeiro
e segundo quintos
Total Percentual
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
.
Total
Freqüentando
Escola (%)
Total....................................................................................... 754 539 80,4
Primeiro................................................................................. 298 587 71,6
Segundo................................................................................ 205 278 80,6
Terceiro................................................................................. 102 707 87,2
Quarto................................................................................... 84 064 91,0
Último................................................................................... 63 903 95,6
Tabela 34
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total e percentual que freqüenta escola,
segundo os quintos do rendimento domiciliar, per capita.
Brasil - 2000
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
85
Assim como a freqüência à escola aumenta com o aumento do rendimento, ela
também aumenta em função do aumento do número de anos de estudo da responsável
pelo domicílio, como é possível perceber na Tabela 35.
A tendência apontada anteriormente também se verifica entre as pessoas de 15 a
17 anos de idade residentes nos domicílios classificados no quinto inferior do
rendimento domiciliar per capita. Mesmo nos domicílios em que os mais baixo
níveis de rendimento, a freqüência escolar entre as pessoas de 15 a 17 anos de idade
cresce em função do aumento do número de anos de estudo da responsável pelo
domicílio (Tabela 36).
Total
Freqüentando
Escola (%)
Total............................................................................................ 754 539 80,4
Menos de 4 anos......................................................................... 250 447 70,7
4 a 7 anos................................................................................... 232 227 79,2
8 a 10 anos................................................................................ 100 580 86,5
11 anos e mais.......................................................................... 162 468 93,4
Não determinados..................................................................... 8 815 80,7
Tabela 35
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS, total e percentual que freqüentam escola,
segundo os anos de estudo da responsável. .
Brasil - 2000
Anos de estudo da responsável
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
86
Os resultados acima são consistentes com aqueles encontrados por Castañeda e
Aldaz-Carrol (1999) em 15 países, dos 16 pesquisados na América Latina (incluindo o
Brasil). Os autores verificam que o nível educacional das mães tem um efeito muito
significante e positivo na conclusão do ensino dio, e que o efeito é similar tanto em
domicílios com altos rendimentos quanto naqueles com baixos rendimentos.
Dentre os adolescentes de 15 a 17 anos de idade que residem em domicílios que
estão no primeiro quinto do rendimento domiciliar per capita, e onde a responsável tem
11 anos de estudo ou mais (17.381, 2
a
linha na Tabela 37), aproximadamente 86%
freqüentam escola. Quando observamos a distribuição desses adolescentes, segundo a
Total
Freqüentando
Escola (%)
Total........................................................................................... 298 587 71,6
Menos de 4 anos........................................................................ 146 974 66,3
4 a 7 anos.................................................................................. 100 813 73,6
8 a 10 anos................................................................................ 28 864 82,4
11 anos e mais........................................................................... 17 381 86,3
Não determinados...................................................................... 4 555 77,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Tabela 36
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS do primeiro quinto do rendimento domiciliar
per capita, total e percentual que freqüenta escola, segundo os anos de estudo da responsável. .
Brasil - 2000
Anos de estudo da responsável
Pessoas de 15 a 17 anos de idade
Total
Freqüentando
Escola (%)
Total........................................................................................... 162 468 93,4
Primeiro...................................................................................... 17 381 86,3
Segundo..................................................................................... 24 035 90,1
Terceiro..................................................................................... 27 902 92,1
Quarto........................................................................................ 41 738 94,6
Último........................................................................................ 51 412 97,2
Tabela 37
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS com responsável com 11 anos ou
mais de estudo, total e percentual que freqüenta escola, segundo
os quintos do rendimento domiciliar per capita.
Brasil - 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000. Microdados da amostra.
Quintos do rendimento domiciliar per capita
Pessoas de 15 a 17 anos de idade residentes em DCMS
87
condição de ocupação da responsável (2
a
linha na Tabela 37a) observa-se que 57,2%
residem em domicílios em que a responsável não estava ocupada.
Ocupada Não ocupada
Total........................................................ 100,0 78,2 21,8
Primeiro................................................... 100,0 42,8 57,2
Segundo.................................................. 100,0 80,4 19,6
Terceiro................................................... 100,0 81,5 18,5
Quarto..................................................... 100,0 82,2 17,8
Último...................................................... 100,0 83,0 17,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Total
Condição de ocupação da responsávelQuintos do rendimento domiciliar
per capita
Tabela 37a
Distribuição percentual das pessoas de 15 a 17 anos de idade que freqüentam escola, residentes em
DCMS onde a responsável tem 11 anos e mais de estudo, por condição de ocupação das
mulheres responsáveis, segundo quintos do rendimento domiciliar per capita .
2000
Nesses domicílios do primeiro quinto em que a responsável tinha 11 anos ou
mais de estudo e não estava ocupada, a maior proporção de adolescentes (71%) residiam
com responsáveis que não tinham rendimentos. Por outro lado, 14% residiam em
domicílios em que a responsável tinha na aposentadoria e pensão sua maior fonte de
rendimento, sendo que aproximadamente 11% residiam em domicílios em que a
responsável tinha na pensão alimentícia, mesada ou doação, sua principal fonte de
rendimentos (2
a
coluna da Tabela 37b).
Ocupada Não ocupada
Total........................................................ 100,0 100,0 100,0
Trabalho.................................................. 40,4 94,4 -
Aposentadoria e pensão......................... 8,9 1,9 14,1
Aluguel.................................................... 1,1 0,1 1,9
Pensão alimenticia, mesada, doação..... 6,9 1,9 10,6
Renda Mín., Bolsa-Esc., Seguro-Des..... 0,3 - 0,6
Outros rendimentos................................ 1,1 0,0 1,9
Sem rendimento...................................... 41,3 1,7 71,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Microdados da amostra.
Tabela 37b
Distribuição percentual das pessoas de 15 a 17 anos de idade que freqüentam escola, residentes em
DCMS do primeiro quinto, onde a responsável tem 11 anos e mais de estudo, por condição de
ocupação das mulheres responsáveis, segundo quintos do rendimento
domiciliar per capita . 2000
Quintos do rendimento domiciliar
per capita Total
Condição de ocupação da responsável
88
O tipo de arranjo familiar pode contribuir, junto a outros fatores, mas não é um
determinante por si dos rendimentos educacionais de crianças e adolescentes.
Tomando como exemplo a escolarização dos adolescentes, vemos que a proporção de
adolescentes estudantes cresce na medida em que cresce, tanto o rendimento, quanto a
escolaridade das mulheres responsáveis por seus domicílios. É consenso que o nível de
rendimento é altamente correlacionado ao nível de escolaridade, quanto mais alta a
escolaridade, mais alto é o nível de renda, e por conseqüência, maiores os níveis
educacionais apresentados por crianças e adolescentes.
Assim, no contexto dos domicílios chefiados por mulheres sem a presença de
outros adultos, no Brasil em 2000, é possível considerar o vel de escolaridade das
mulheres chefes, assim como o nível de rendimentos, enquanto fatores que influenciam
fortemente os níveis de escolarização dos adolescentes. Sendo, portanto, possível
afirmar que o perfil sócio-demográfico das mulheres contribui para estabelecer os níveis
de indicadores sobre crianças e adolescentes, como por exemplo, a escolarização.
89
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre os DCMS, que representavam cerca de 5% do total de domicílios
particulares com somente uma família e responsável com 18 anos ou mais de idade - em
2000 - havia quase quatro domicílios no estrato de rendimento mais baixo, para cada um
nos estratos de renda mais alto.
Portanto, como foi apontado na literatura sobre o tema, a sobre-representação de
domicílios com baixos níveis de rendimento se verifica entre os DCMS. O grupo
aparece nitidamente sobre-representado, a maior parte (64,4%) está entre os 40%
domicílios brasileiros com os menores níveis de rendimento, e cerca de 21,1% dos
DCMS estão entre os domicílios que têm os melhores veis de rendimento (quarto e
último quinto).Este cenário foi mantido entre 1991 e 2000, visto que, segundo os dados
do Censo Demográfico de 1991, o primeiro e segundo quintos concentravam 62,4% e
nos dois últimos quintos a proporção era de 21,4%.
A análise dos dados do Censo 2000 mostrou que no primeiro quinto de
rendimento - o estrato mais baixo - o rendimento médio per capita era de
aproximadamente 23,3 reais, menos de ¼ do salário mínimo de 151 reais. Nesse estrato,
estão cerca de 26 mil domicílios que, se não contassem com os rendimentos
provenientes do trabalho dos menores, teriam rendimento igual a zero.
As mulheres solteiras aparecem como o maior grupo entre as mulheres chefes de
DCMS, sendo que a maior parte viveu em união. As solteiras apresentam a maior
proporção, com aproximadamente 45,7%, e dessas aproximadamente 78% declararam já
ter vivido com companheiro ou cônjuge. As mulheres chefes desquitadas, separadas ou
divorciadas, em conjunto, aparecem com a segunda maior fração, com
aproximadamente 23%.
90
A idade média das mulheres chefes de DCMS está em torno de 39 anos. As
solteiras apresentam uma idade média de aproximadamente 36 anos. As casadas,
desquitadas ou separadas e divorciadas têm idade média ligeiramente superior em torno,
de 39 anos.
As mulheres chefes divorciadas possuem, em média, uma maior escolaridade,
com aproximadamente nove anos de estudo; seguidas das desquitadas ou separadas,
com aproximadamente oito anos de estudo. Chama a atenção o fato das mulheres chefes
casadas e solteiras apresentam médias em torno de seis anos, tendo em vista que
somente 20% tem mais de 11 anos de estudo e cerca de 30% tem menos de 4 anos.
A classificação das fontes de rendimento, segundo a importância para a
composição do rendimento domiciliar, mostrou que a maior fonte de rendimentos dos
DCMS era proveniente do trabalho das mulheres chefes. Em segundo lugar, aparecem
as aposentadorias e pensões e, em terceiro, as pensões alimentícias, mesadas e doações.
As transferências via programas sociais aparecem em último lugar, bem atrás de “outros
rendimentos” e aluguéis.
A tendência apontada pela análise dos dados sobre escolaridade também se
verifica na análise dos dados sobre rendimentos. As mulheres chefes divorciadas
apresentam os mais altos rendimentos, com uma média aproximada de seis salários
mínimos. As desquitadas ou separadas, com aproximadamente cinco salários mínimos,
aparecem no mesmo patamar das divorciadas. As mulheres solteiras, com 2,3 salários
mínimos, apresentam rendimentos menores.
Os dados sobre rendimentos e escolaridade indicam que uma desigualdade
nítida entre dois grupos. As mulheres solteiras apresentam rendimentos e escolaridades
bem inferiores aos rendimentos e escolaridades das divorciadas, desquitadas e
separadas. O primeiro quinto concentra grande parte das mulheres solteiras. Nesse
91
estrato, 55,9% das responsáveis por DCMS são mulheres solteiras e somente 14,8% são
desquitadas, separadas, ou divorciadas.
O primeiro quinto é marcado pela baixa escolaridade das mulheres chefes.
Aquelas que estavam ocupadas e presentes no primeiro quinto (24,4%), em sua grande
maioria (92,8%), não possuem onze anos de estudo, equivalente à conclusão do grau
- sendo que aproximadamente 42,8% tinham menos de quatro anos de estudo.
No primeiro quinto, onde as mulheres com baixa escolaridade predominam, o
trabalho sem carteira - trabalhadoras domésticas e por conta própria - é preponderante.
Nos estratos de rendimentos mais altos, a escolaridade é maior e, a proporção de
empregadas com carteira assinada e como funcionárias públicas estatutárias aumenta
substancialmente, em relação aos estratos inferiores.
A distribuição das mulheres chefes de DCMS por quintos também é
profundamente marcada pela cor. Se, no total, há quase um equilíbrio demográfico entre
brancas de um lado, pretas e pardas de outro; por quintos, esse equilíbrio aparece no
quinto intermediário. A relação é de aproximadamente 62% contra 37% no primeiro
quinto, 52% contra 37% no segundo, 41% contra 58% no terceiro, 32% contra 67% no
quarto, e 20% contra 78%. Essa distribuição é semelhante a que é apresentada para o
total de mulheres com 18 anos e mais residentes em domicílios com somente uma
família.
As mulheres de cor preta e parda apresentam os níveis mais baixos de
escolaridade. No primeiro quinto, enquanto a maior proporção entre as mulheres de cor
preta e parda está na faixa de 0 a 3 anos de estudo, entre as mulheres de cor branca a
maior proporção é daquelas que têm entre 4 e 7 anos de estudo.
A análise da distribuição por cor e posição na ocupação mostra que nos quintos
de rendimentos inferiores a presença de trabalhadoras domésticas sem carteira e conta
92
própria é mais acentuada entre as mulheres de cor preta e parda, do que entre as
mulheres de cor branca.
Observando ser o trabalho a principal fonte de renda para a maioria das mulheres
chefes de DCMS, e que estas se apresentam também em sua grande maioria com baixos
níveis de escolaridade, concentrando-se principalmente em ocupações que exigem
baixos níveis de qualificação - principalmente no setor informal que oferece baixos
níveis de remuneração - é possível afirmar que essa situação de precariedade está
intimamente relacionada às formas mais gerais de participação da mulher no mercado
de trabalho.
As mulheres em sua maioria - e principalmente aquelas com baixa escolaridade
e baixos veis de qualificação - ainda experimentam segregação ocupacional e
discriminação salarial.
Levando em consideração o conjunto das características apresentadas, é possível
afirmar que ser responsável por um DCMS é um indicador de pobreza para a maioria
das mulheres chefes.
A maioria das pessoas de 0 a 17 residentes em DCMS, aproximadamente 72%,
estão concentradas no primeiro e segundo quintos do rendimento domiciliar per capita,
sendo que aproximadamente 48% no quinto inferior. Nesse estrato, a média é de
aproximadamente 2,5 pessoas de 0 a 17 anos de idade por domicílio, enquanto nos
outros a média gira em torno de 1,5.
Como ficou evidenciado, o primeiro quinto além de apresentar os menores
níveis de rendimento também apresenta as mulheres chefes com níveis muito baixos de
escolaridade. Essa conjunção de fatores - baixos veis de rendimento, baixa
escolaridade das mães, maior número de irmãos e irmãs - remete ao que foi apontado na
93
literatura sobre a “Transmissão Intergeracional da Pobreza”, por comprometer os
desempenhos educacionais de crianças e adolescentes.
Entre as pessoas de 15 a 17 anos de idade que não freqüentam escola e residem
em domicílios DCMS, a proporção dos que trabalham é ligeiramente maior do que a
média, 39,6% contra 38,8%.
O primeiro quinto apresenta os piores resultados quanto ao acesso das crianças e
adolescentes à escola. O baixo acesso das crianças de 0 a 3 anos à creche e o baixo
acesso dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade à escola marcam profundamente o
diferencial entre o quinto inferior e os demais quintos do rendimento domiciliar per
capita.
Do total de pessoas de 7 a 14 anos de idade residentes em DCMS, 5,1% não
freqüentam escola, sendo que 91% residem em domicílios que estão no primeiro e
segundo quintos, e aproximadamente 90% residem em domicílios com chefes com
menos de oito anos de estudo.
Na distribuição das pessoas de 7 a 14 anos de idade, a proporção das que
freqüentam escola, aumenta em função do nível de rendimento domiciliar per capita e
dos anos de estudo das mulheres chefes de DCMS.
A maior parte das pessoas com 15 a 17 anos de idade se concentram em
domicílios que estão no primeiro e segundo quintos do rendimento domiciliar per capita
(68%). No entanto, dentre aqueles que não freqüentam escola uma nítida sobre-
representação no primeiro e segundo quintos (86%). Cerca de 85% dos que não estudam
e trabalham residem em domicílios pertencentes ao primeiro e segundo quintos. A
proporção dos que não estudam e não trabalham também é bem elevada (84%).
94
A proporção de pessoas de 15 a 17 anos de idade freqüentando escola cresce,
tanto na medida em que aumenta o rendimento domiciliar per capita, quanto na medida
em que aumenta o número de anos de estudo da responsável pelo domicílio.
Entretanto, mesmo nos domicílios onde há os mais baixo níveis de rendimento, a
freqüência à escola entre as pessoas de 15 a 17 anos de idade cresce em função do
aumento do número de anos de estudo da responsável pelo domicílio, como foi
verificado no quinto inferior do rendimento domiciliar per capita.
Os resultados acima são consistentes com aqueles encontrados por Castañeda e
Aldaz-Carrol (1999) em 15 países, de 16 pesquisados, na América Latina (inclusive o
Brasil). Os autores verificam que o nível educacional das mães tem um efeito muito
significante e positivo na conclusão do ensino dio, e que o efeito é similar tanto em
domicílios com altos rendimentos quanto com baixos rendimentos.
Por meio dos dados observados, podemos afirmar que o tipo de arranjo familiar
contribui, junto com outros fatores, mas não é um determinante por si dos
rendimentos educacionais de crianças e adolescentes.
Tomando como exemplo a escolarização das pessoas de 15 a 17 anos de idade,
vemos que a proporção de adolescentes estudantes aumenta, tanto em função do
rendimento, quanto em função da escolaridade das mulheres chefes de domicílio,
mesmo entre os DCMS.
É consenso que o nível de rendimento é altamente correlacionado ao vel de
escolaridade, quanto mais alta a escolaridade, mais alto é o nível de renda, e por
conseqüência maiores serão os níveis educacionais de crianças e adolescentes.
Assim, no contexto dos domicílios chefiados por mulheres, sem a presença de
outros adultos, é possível considerar o nível de escolaridade das mulheres chefes, assim
95
como o nível de rendimentos, enquanto fatores que influenciam fortemente os níveis de
escolarização dos adolescentes.
Sendo possível afirmar que o perfil cio-demográfico das mulheres contribui
para estabelecer os níveis de indicadores sobre crianças e adolescentes, como por
exemplo, a escolarização.
Entretanto, na medida em que se verifica a sobre-representação no quinto
inferior do rendimento domiciliar per capita, em níveis que não se verificam na
população, podemos afirmar que o fato de residir em DCMS é para crianças e
adolescentes tanto um indicador de pobreza, quanto um indicador de “Transmissão
Intergeracional da Pobreza”.
96
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99
ANEXO: Avaliação da Precisão das Estimativas do
Censo Demográfico 2000.
As conclusões de uma pesquisa por amostra devem ser apoiadas nas estimativas
produzidas. Essas, por sua vez, embutem um erro amostral que deve situar-se dentro de
um nível de confiança fixado para a tomada de decisão. Assim, a avaliação dos erros
amostrais é um ponto fundamental, pois dele decorre o grau de confiança nas
conclusões analíticas que subsidiam a tomada de decisão. Para cada estimativa derivada
da pesquisa é possível obter uma medida de precisão que auxilia na análise e
interpretação dos dados resultantes da pesquisa.
Os erros amostrais podem ser avaliados através das estimativas dos coeficientes
de variação ou dos erros padrão calculados a partir das estimativas das variâncias.
Embora seja possível estimar os erros amostrais de acordo com a metodologia
usada na obtenção dos pesos, o método direto é bastante complexo [Särndal, Swensson
e Wretman(1992)]. Sugere-se, então um método simples e rápido para obtenção de uma
aproximação do erro padrão da estimativa, que pode ser usado para a construção de
intervalos com níveis de confiança fixados. Como a amostra usada no Censo
Demográfico 2000 é bastante grande e os domicílios se distribuem de forma aleatória
dentro de cada setor censitário, pode-se aproximar o cálculo do erro padrão, segundo
Cochran (1977), supondo que o esquema de seleção da amostra foi de amostragem
aleatória simples sem reposição. Dessa maneira, um estimador do erro padrão de um
estimador de total de uma característica
y
, representado por
Y , é dado por:
)(
)1(
)
ˆ
(
2
ysN
f
f
Yep
=
onde:
)
ˆ
(Yep é o erro padrão do estimador de total,
Y , para o domínio em questão;
100
f é a fração efetiva de amostragem observada no domínio em questão;
N é o total de unidades da população no domínio em questão;
2
1
2
)(
1
1
)(
=
=
n
i
i
yy
n
ys é a variância amostral para o domínio em questão;
=
=
n
i
i
y
n
y
1
1
é a média amostral no domínio em questão;
i
y é o valor da característica
y
na i-ésima unidade da amostra no
domínio;
n é o total de unidades da amostra no domínio em questão.
No arquivo
“Frações.doc”
são dadas as frações amostrais, em porcentagem,
observadas para os domínios Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação,
Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.
Como a maior parte das estimativas derivadas das informações coletadas na
amostra do Censo Demográfico de 2000 é proveniente de variáveis categóricas, para as
quais
y
i
assume somente os valores 0 (se a unidade não pertence à categoria em
questão), ou 1 (se a unidade pertence à categoria em questão), a expressão do estimador
ep Y
(
) reduz-se a:
1
)
ˆ
(
ˆ
)1(
)
ˆ
(
=
fN
YNYf
Yep
Nas Tabelas de 1 a 33 são apresentados valores de erros padrão calculados para
alguns valores de estimativas de características de pessoas e domicílios para o Brasil,
Grandes Regiões e Unidades da Federação.
O erro padrão é utilizado para construir intervalos de confiança que conterão o
101
valor do total populacional
6
, Y, com uma certa probabilidade decorrente do nível de
confiança desejado na tomada de decisão, ou seja,
α
αα
=+<< 1)]
ˆ
(
ˆ
)
ˆ
(
ˆ
[
22
YepzYYYepzYP
onde:
α
é o nível de significância e (1 -
α
) é o nível de confiança;
2
α
z
é a ordenada da distribuição Normal padrão no ponto
2
α
.
Assim, para um nível de confiança de 95% tem-se
96,1
2
=
α
z e o intervalo de
confiança é dado por:
)]
ˆ
(96,1
ˆ
);
ˆ
(96,1
ˆ
[ YepYYepY +
Pela Tabela 1 caso haja interesse em estimar um total de uma característica
relativa às pessoas e essa estimativa para Brasil seja da ordem de 10 000 000 (dez
milhões) vê-se que seu erro padrão seria da ordem de 8 445. Portanto, de acordo com as
fórmulas anteriores, um intervalo de 95% de confiança para o total da característica de
interesse será dado por [9 983 448; 10 016 552]. Em termos percentuais pode-se dizer
que a estimativa da característica desejada é 10 000 000, com uma margem de erro
relativo de 0,17% para cima ou para baixo.
Na prática, um intervalo de confiança de 95%, por exemplo, indica que, em cada
100 amostras selecionadas com o mesmo desenho, 95 produzirão estimativas
Y
cujo
intervalo de confiança conterá o valor verdadeiro da população e em apenas 5 amostras
este valor estará fora do intervalo de confiança.
6
O valor da população é, de um modo geral, desconhecido, exceto para as
características investigadas censitariamente.
102
Naturalmente, quanto maior o nível de confiança, maior será a amplitude do
intervalo de confiança. A decisão sobre o nível de confiança decorre do grau de precisão
que o usuário necessita em seu trabalho analítico.
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