passeios estreitos, com alta concentração de comércio e serviços , e sobrecarga de
trânsito de pessoas e veículos , seria um entrave ao novo processo de
desenvolvimento da cidade, gera do a partir da industrialização do início da década
de 1970, era, com certeza, naquele momento, o maior problema para aqueles que
pensavam a cidade.
O conjunto de ações prev istas no I Plano Diretor visava renovar o centro
da cidade com um único objetivo: adequar o espaço urbano mais significativo da
cidade para seus cidadãos, em um ambiente com ares de modernidade, dinâmico,
com espaço, fácil de circular, adequado ao processo de produção e escoamento da
produção capitalista. A idéia do chamado centro “ clean”, aberto, largo, claro, d everia
vigorar, nem que para iss o fosse necessário processar uma cirurgia nos velhos
moldes decantados por Le Corbusier, Robert Moses, Hausmann ; era preciso
estabelecer o novo, não a partir do velho, mas, sim, apesar do velho.
Cardoso Júnior define muito bem a expansão do s ítio urbano da cidade e,
sobretudo, da área central do município desde os seus primórdios, em seu trabalho.
Montes Claros entre 1930 e 1964: o interior da urbe em expansão. Espaço c omum,
realidades antagônicas. Entre 1930 e 1964, Montes Claros passou por um processo
de intensas transformações. Contudo, na maior parte desse período, fora o
município espacialmente e socialmente concentrado. Historicamente, conforme
escreveu Cândida Maria dos Santos Veloso, a expansão da municipalidade deu -se
de forma contida, alicerçada em um núcleo central – a praça Dr. Chaves – e
manteve-se, no decorrer das primeiras décadas do século XX, circuns crita aos
limites estabelecidos: de um lado, o Rio Vieira; e, de outro, pelos trilhos da Estrada
de ferro da Central do Brasil (EFCB).
Durante longos decênios , Montes Claros cresceu sob o ímpeto sempre
irregular da expansão urbana não planejada. Ess e crescimento, alimentado por um
significativo fluxo migratório , foi impulsionado pela chegada dos trilhos e marcado
por um apreciável salto demográfico entre os anos de 1940 e 1950 , encontrando
limites apenas nos acidentes naturais e históricos que marcavam a paisagem
local