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Universidade de São Paulo
Escola de Engenharia de São Carlos
Programa de Pós-graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (ESPACIAL E TEMPORAL) DE
MACRÓFITAS AQUÁTICAS NO RESERVATÓRIO DO LOBO (BROA),
ITIRAPINA/BROTAS, SP.
Danieli Delello
Orientador: Prof. Dr. Evaldo Luiz Gaeta Espíndola
São Carlos - SP
2008
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Danieli Delello
COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (ESPACIAL E TEMPORAL) DE
MACRÓFITAS AQUÁTICAS NO RESERVATÓRIO DO LOBO (BROA),
ITIRAPINA/BROTAS, SP.
Dissertação apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos, da Universidade
de São Paulo, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre em Ciências da
Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Evaldo Luiz Gaeta Espíndola
São Carlos - SP
2008
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Dedico este trabalho a minha mãe Marlene,
meu pai Hélio e minha avó Guilhermina,
pessoas importantíssimas que sempre me
apoiaram e acreditaram na minha realização.
Amo muito vocês!!!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, aquele que sempre está olhando por nós, por ter me concedido
vida, saúde e força de vontade para que eu conseguisse concluir mais uma etapa da minha
vida.
Ao Prof. Dr. Evaldo Luiz Gaeta Espíndola, pela oportunidade oferecida, orientação
concedida, paciência dispensada, profissionalismo e amizade. Minha gratidão e admiração a
você!!
Ao Prof. Dr. Frederico Fábio Mauad, por ter me recebido muito bem quando cheguei
ao CRHEA e pela oportunidade do meu ingresso nessa universidade.
Ao CNPQ pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Prof. Dr. Antonio Fernando Monteiro Camargo (UNESP / Rio Claro) e Prof
a
. Dra.
Maria Inês Salgueiro (UFSCar) pelas sugestões e contribuições em relação às identificações
de táxons.
A todos os professores do PPG-SEA e demais, os quais acrescentaram maior
conhecimento em minha vida, ampliando meus horizontes.
À Elektro, em especial aos funcionários Marcos Berbes e Alessandro Garcia, pela
disponibilização dos dados hidrodinâmicos do reservatório.
Aos meus queridos amigos Patrícia Giloni Lima pela super, hiper, mega ajuda na
identificação dos táxons, pelos ensinamentos, incentivo, amizade, carinho e companheirismo,
e Vanderlei Lima pelas várias sugestões, ensinamentos e amizade. Meus queridos, minha
eterna gratidão, admiração, carinho e profunda amizade a vocês. Espero um dia poder
retribuir, pelo menos um pouquinho, tudo o que vocês fizeram por mim.
Às minhas queridas amigas de trabalho, confraternizações gastronômicas, boas
risadas, desabafos, confissões e de todas as horas: Giselle Queiroz, Janete Brigante, Fernanda
Marciano e Márcia Eler. Obrigada pela amizade, carinho, ajuda, incentivo, momentos de
alegria, enfim...por tudo!!
Às amigas Graziela Aguilar e Paulinha Mazzoco, pelo carinho e amizade mesmo
estando distantes. Meninas, adoro vocês!!
Aos amigos do CRHEA: Liliane Lazzari, pela amizade e ajuda desde o início dessa
etapa; Cláudio Turene, pela amizade, sugestões e confecção dos mapas e demais artes;
Andréa, Edna, Fabiano, Domingos, Danilo, Evelyn, Wellington, James, Felipe, Diego e
Carlos, pela amizade, sugestões, auxílio, inúmeras caronas e companheiros de bandejão.
Aos técnicos do Núcleo de Estudos de Ecossistemas Aquáticos (NEEA/CRHEA)
Marcelo e Amandio, pela ajuda na realização dos trabalhos de campo e laboratório.
Aos funcionários do CRHEA, por toda atenção e carinho dispensados: Mara, Nelson,
Achilles, Rogério, Sônia, Paulo, Claudete, Clarice, Prof
a
. América, Prof. Matheus, Dona
Lourdes, Dona Suemi e ao Cido e à Regina, que contribuíram de maneira deliciosa no preparo
dos almoços durante a minha estada no CRHEA. Vou sentir muita falta de vocês .... das
batatas chips .... e do arroz doce.
A todos os funcionários da Biblioteca (EESC) que sempre me atenderam com muito
carinho e prestatividade.
À minha família que tanto amo!!! Aos meus pais, Hélio e Marlene e minha avó
Guilhermina, pelo alicerce familiar, amor incondicional, paciência, confiança, ensinamentos
de vida e humildade, apoio financeiro para que eu pudesse continuar, incentivo para que eu
nunca desistisse dos meus ideais, amparo e força nas horas mais difíceis e compartilhamento
dos momentos mais felizes. Minha mãe querida, obrigada por seu esforço esses anos
todos...se Deus quiser eu vou conseguir retribuir tudo isso em dobro a você!!!
Às minhas irmãs Darlene, Denise e Dislaine e respectivos cunhados pela
prestatividade e carinho.
Ao Rodrigo Schneider, amor da minha vida, companheiro de todas as horas, obrigada
pelo imenso amor e carinho, cumplicidade, dedicação, paciência, ajuda e apoio nas horas boas
e ruins em que mais precisei.
Enfim, muito obrigada a todos que de alguma maneira fizeram tornar possível a
realização dessa pesquisa!!!
RESUMO
DELELLO, D. Composição e distribuição (espacial e temporal) de macrófitas aquáticas no
Reservatório do Lobo (Broa), Itirapina/Brotas, SP. São Carlos, 2008. 159p. Dissertação
(Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
A presente pesquisa teve por objetivo analisar a composição e distribuição das
espécies de macrófitas aquáticas no reservatório do Lobo (Broa), em quatro períodos do ano
de 2007: março, maio, agosto e novembro. Para atender os objetivos propostos, variáveis
limnológicas envolvendo os compartimentos água (pH, condutividade, temperatura, oxigênio
dissolvido, clorofila, formas nitrogenadas e fosfatadas, silicato reativo e material em
suspensão) e sedimento (granulometria, matéria orgânica, fósforo e nitrogênio) foram
analisadas em 8 pontos de amostragem na região litorânea do reservatório. Simultaneamente,
exemplares de macrófitas foram fotografados e coletados para identificação, buscando-se uma
relação com as características limnológicas, hidrológicas (vazão e tempo de residência) e
climatológicas (temperatura do ar, precipitação, vento e radiação). Os resultados da análise
das variáveis físicas, químicas e biológicas dos diversos pontos de amostragem mostraram
que existe uma diferenciação espacial e temporal no reservatório, verificando-se aumento do
grau de trofia do mesmo em relação aos estudos anteriores. Quanto à composição e
distribuição das macrófitas, estas se encontram mais concentradas na área alagada formada
pelo barramento das águas do rio Itaqueri e ribeirão do Lobo, embora a maior riqueza de
espécies tenha ocorrido no ribeirão do Lobo e córrego das Perdizes, sendo mais elevada em
comparação com estudos anteriores. A distribuição espacial e temporal das macrófitas
aquáticas apresenta relação com as características morfométricas, hidrodinâmicas e com o
aporte de nutrientes pelos tributários, além das condições climatológicas, que inserem
modificações na dinâmica do reservatório e, conseqüentemente, no estabelecimento e
estruturação das comunidades.
Palavras-chave: Reservatório do Lobo. Macrófitas aquáticas. Eutrofização.
ABSTRACT
DELELLO, D. Composition and distribution (spatial and temporal) of aquatic macrophytes in
the Lobo Reservoir (Broa), Itirapina / Brotas, Brazil. São Carlos, 2008. 159p. Dissertation
(Masters Degree) - School of Engineering of São Carlos, University of São Paulo.
The objective of this study was to examine the composition and distribution of aquatic
macrophytes species in the Lobo Reservoir (Broa) in four periods of the year 2007: March,
May, August and November. To achieve the proposed objectives, limnological variables
involving water (pH, conductivity, temperature, dissolved oxygen, chlorophyll, nitrogen and
phosphated forms and reactive silicate) and sediment (grain, organic matter, phosphorus and
nitrogen) compartments were analyzed at 8 sample stations in the littoral region of the
reservoir. Meanwhile, samples of macrophytes were photographed and collected for
identification, seeking a relationship with the limnological, hydrological (flow and length of
residence time) and weather (air temperature, precipitation, wind and radiation)
characteristics. The results of physical, chemical and biological variables of the various
sample points showed that there is a spatial and temporal differentiation in the reservoir,
verifying the increasing of the trophic levels in relation to previous studies. As to the
composition and distribution of macrophytes, they are more concentrated in the flooded area
formed by the barred waters of Itaqueri River and Lobo River, although the greatest wealth of
species has occurred in Lobo River and Perdizes, being higher compared with earlier studies.
The spatial and temporal distribution of aquatic macrophytes presents relationship with the
morphometric and hydrodynamic characteristics and intake of nutrients by the rivers, in
addition to climatic conditions, which inserts changes in the dynamics of the reservoir and,
consequently, the establishment and structure of communities.
Keywords: Lobo Reservoir. Aquatic macrophytes. Eutrophication.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Tipologia ecológica de macrófitas aquáticas. ___________________________________ 19
Figura 2. Localização do município de Itirapina no Estado de São Paulo._____________________ 29
Figura 3. Mapa da Bacia Hidrográfica do Reservatório do Lobo. ___________________________ 30
Figura 4. Imagem de satélite da região da Represa do Lobo (Broa). _________________________ 33
Figura 5. Distribuição dos pontos de amostragem no reservatório do Lobo. ___________________ 36
Figura 6. Características gerais do ponto de amostragem “Lobo”.___________________________ 37
Figura 7. Características gerais do ponto de amostragem “Itaqueri”. _________________________ 38
Figura 8. Características gerais do ponto de amostragem Geraldo. __________________________ 39
Figura 9. Características gerais do ponto de amostragem “Perdizes”. ________________________ 40
Figura 10. Características gerais do ponto de amostragem “Estiva”. ________________________ 41
Figura 11. Características gerais do ponto de amostragem “Vila Pinhal”. ____________________ 42
Figura 12. Características gerais do ponto de amostragem “Mina das Pedrinhas”.______________ 43
Figura 13. Características gerais do ponto de amostragem “Próximo da Barragem”. ____________ 44
Figura 14. Variação da temperatura média mensal do ar (ºC) e da precipitação total acumulada (mm)
na área de estudo, durante o ano de 2007. ______________________________________________ 52
Figura 15. Variação da velocidade do vento (m/s) na área de estudo, durante o ano de 2007. _____ 52
Figura 16. Variação da radiação solar (µE.m
2
.s
-1
) na área de estudo durante o ano de 2007. ______ 53
Figura 17. Vazão média (m
3
/s) e tempo de residência (dias) da água no reservatório do Lobo durante
o ano de 2007.____________________________________________________________________ 54
Figura 18. Variação dos valores de temperatura da água nos pontos amostrados no reservatório do
Lobo no período de estudo. _________________________________________________________ 55
Figura 19. Valores de pH da sub-superfície da água nos pontos amostrados no reservatório do Lobo,
durante o período de estudo. ________________________________________________________ 55
Figura 20. Valores de oxigênio dissolvido da sub-superfície da água nos pontos amostrados no
reservatório do Lobo, durante o período de estudo._______________________________________ 56
Figura 21. Valores de condutividade da sub-superfície da água nos pontos amostrados no reservatório
do Lobo, durante os períodos de coleta.________________________________________________ 57
Figura 22. Concentração de nitrogênio orgânico total nas estações de coleta do reservatório do Lobo,
no período de estudo. ______________________________________________________________ 58
Figura 23. Concentração de nitrito (µg.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo, no
período de estudo._ _______________________________________________________________ 58
Figura 24. Concentração de nitrato (µg.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo, no
período de estudo._ _______________________________________________________________ 59
Figura 25. Concentração de íon amônio (ug.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo, no
período de estudo._ _______________________________________________________________ 60
Figura 26. Concentração de fósforo total g.L
-1
) da água nas estações de coleta do reservatório do
Lobo, no período de estudo._________________________________________________________ 60
Figura 27. Concentração de fosfato inorgânico g.L
-1
) da água, nas estações de coleta do
reservatório do Lobo no período de estudo._____________________________________________ 61
Figura 28. Concentração de fosfato total dissolvido na água (µg.L
-1
), nas estações de coleta do
reservatório do Lobo no período de estudo._____________________________________________ 62
Figura 29. Concentração de silicato reativo na água (mg.L
-1
), nas estações de coleta do reservatório
do Lobo no período de estudo._______________________________________________________ 62
Figura 30. Concentração de material em suspensão total (MST), material em suspensão inorgânico
(MSI) e material em suspensão orgânico (MSO), em mg.L
-1
, nas amostras de água dos pontos de
coleta do reservatório do Lobo, durante o período de estudo. _______________________________ 64
Figura 31. Concentração de clorofila a total (µg.L
-1
), nas estações de coleta do reservatório do Lobo
no período de estudo. ______________________________________________________________ 65
Figura 32. Índice de estado trófico das estações de coleta do reservatório do Lobo no período de
estudo.___________ ______________________________________________________________ 66
Figura 33. Cluster dos escores de PCA para as coletas mensais.____________________________ 71
Figura 34. Porcentagem de nitrogênio total (%) no sedimento encontrado nas estações de coleta
durante período de estudo. __________________________________________________________ 72
Figura 35. Concentração de fósforo total (µg.g
-1
) no sedimento, encontrado nas estações de coleta no
período de estudo.__ ______________________________________________________________ 73
Figura 36. Porcentagem de matéria orgânica (%) no sedimento das estações de coleta do reservatório
do Lobo, durante o período de estudo._________________________________________________ 73
Figura 37. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Lobo durante o período de
estudo.___________ ______________________________________________________________ 75
Figura 38. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Itaqueri durante o período
de estudo.___________ ____________________________________________________________ 76
Figura 39. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Geraldo durante o período
de estudo.___________ ____________________________________________________________ 77
Figura 40. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Perdizes durante o período
de estudo.___________ ____________________________________________________________ 78
Figura 41. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Estiva durante o período de
estudo.___________ ______________________________________________________________ 79
Figura 42. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Vila Pinhal durante o
período de estudo.___ _____________________________________________________________ 80
Figura 43. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Mina durante o período de
estudo.__________ _______________________________________________________________ 81
Figura 44. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Próximo da Barragem
durante o período de estudo. ________________________________________________________ 82
Figura 45. Cluster dos escores da PCA para os pontos de amostragem .______________________ 84
Figura 46. Porcentagem de ocorrência entre os tipos ecológicos encontrados no reservatório. ____ 87
Figura 47. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Lobo. ___________________________________ 87
Figura 48. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Itaqueri. _________________________________ 88
Figura 49. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Geraldo._________________________________ 88
Figura 50. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Perdizes. ________________________________ 88
Figura 51. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Estiva. __________________________________ 89
Figura 52. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Vila Pinhal. ______________________________ 89
Figura 53. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Mina. ___________________________________ 89
Figura 54. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Próximo. da Barragem. _____________________ 90
Figura 55. Riqueza de espécies encontradas ao longo das estações de amostragem no reservatório do
Lobo, no período de estudo._________________________________________________________ 90
Figura 56. Cluster dos escores de PCA para os pontos de amostragem .______________________ 95
Figura 57. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo, durante o período
de estudo.______________ ________________________________________________________ 154
Figura 58. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo, durante o período
de estudo._____________ _________________________________________________________ 155
Figura 59. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer desse
estudo.____________ ____________________________________________________________ 156
Figura 60. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer desse
estudo.____________ ____________________________________________________________ 157
Figura 61. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer desse
estudo.____________ ____________________________________________________________ 158
Figura 62. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer desse
estudo._____________ ___________________________________________________________ 159
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características gerais da bacia hidrográfica do reservatório do Lobo. ________________ 31
Tabela 2. Características gerais do reservatório do Lobo.__________________________________ 32
Tabela 3. Variáveis físicas e químicas analisadas da água e metodologias de análise utilizadas.____ 46
Tabela 4. Variáveis físicas e químicas do sedimento analisadas e métodos de análise. ___________ 48
Tabela 5. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para março de 2007_________ 68
Tabela 6. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para maio de 2007__________ 68
Tabela 7. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para agosto de 2007.________ 69
Tabela 8. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para novembro de 2007. _____ 69
Tabela 9. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para os oito pontos de
amostragem._____________ ________________________________________________________ 83
Tabela 10. Família, espécie e hábito das macrófitas aquáticas encontradas nas estações de coleta ao
longo do reservatório do Lobo. ______________________________________________________ 85
Tabela 11. Classificação das espécies, em ordem alfabética, encontradas e a freqüência de
ocorrência.___________ ___________________________________________________________ 91
Tabela 12. Índice de similaridade de Sorensen. _________________________________________ 93
Tabela 13. Comparação das espécies encontradas em trabalhos realizados no reservatório do Lobo
anteriormente com as da atual pesquisa. _______________________________________________ 93
Tabela 14. Relação de valores (máximos e mínimos) de variáveis físicas e químicas obtidas em
estudos no reservatório do Lobo desde a década de 1980 até a atual pesquisa (2008). ___________ 101
Tabela 15. Valores máximos e mínimos de nitrogênio e das formas nitrogenadas obtidas em estudos
no reservatório do Lobo, desde a década de 70 até a atual pesquisa._________________________ 104
Tabela 16. Concentrações de formas fosfatadas e silicato reativo registradas durante estudos
anteriores realizados no reservatório do Lobo. _________________________________________ 107
Tabela 17. Variáveis climatológicas e hidrológicas (médias) ocorridas durante o ano de 2007.___ 137
Tabela 18. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de março. _________________________________________________________ 137
Tabela 19. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de maio. __________________________________________________________ 138
Tabela 20. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de agosto._________________________________________________________ 138
Tabela 21. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de novembro.______________________________________________________ 139
Tabela 22. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento sedimento, realizadas no
reservatório do Lobo durante os quatro períodos de coleta no ano de 2007.___________________ 139
Tabela 23. Composição granulométrica dos pontos amostrados durante os quatro períodos de coleta
no ano de 2007.______ ___________________________________________________________ 140
Tabela 24. Índice do Estado Trófico dos pontos amostrados no reservatório do Lobo durante os
quatro períodos de coleta no ano de 2007._____________________________________________ 140
Tabela 25. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito da
sazonalidade.________ ___________________________________________________________ 141
Tabela 26. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito temporal entre
os meses de coleta._______________________________________________________________ 143
Tabela 27. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito espacial entre os
pontos de amostragem.____________________________________________________________ 144
Tabela 28. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito da sazonalidade._________________________________________________ 145
Tabela 29. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito temporal entre os meses de coleta.___________________________________ 146
Tabela 30. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito espacial entre os pontos de coleta.___________________________________ 147
Tabela 31. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito da sazonalidade. ________ 148
Tabela 32. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito temporal entre os meses de
coleta.__________________ _______________________________________________________ 149
Tabela 33. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta pelas
dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito espacial entre os pontos de
amostragem._____________ _______________________________________________________ 150
Tabela 34. Freqüência de ocorrência das espécies encontradas, considerando-se os oito pontos de
amostragem durante os quatro períodos de coleta._______________________________________ 151
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _________________________________________14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _____________________________15
2.1. Reservatórios _____________________________________________________ 15
2.2. Ecologia de macrófitas aquáticas ______________________________________ 17
3. OBJETIVOS____________________________________________27
3.1. Objetivo geral _____________________________________________________ 27
3.2. Objetivos específicos _______________________________________________ 27
4. ÁREA DE ESTUDO______________________________________28
4.1. Caracterização geral da área de estudo__________________________________ 28
5. MATERIAIS E MÉTODOS _______________________________35
5.1. Período e localização dos pontos de coleta ______________________________ 35
5.2. Variáveis climatológicas e hidrodinâmicas ______________________________ 45
5.3. Análises Físicas e químicas do compartimento água _______________________ 45
5.4. Índice de Estado Trófico do reservatório ________________________________ 46
5.5. Análises físicas e químicas do compartimento sedimento ___________________ 47
5.6. Macrófitas aquáticas________________________________________________ 48
5.6.1. Análise de riqueza, freqüência de ocorrência e similaridade _____________ 48
5.7. Análise dos dados__________________________________________________ 49
6. RESULTADOS__________________________________________51
6.1. Variáveis climatológicas_____________________________________________ 51
6.1.1. Precipitação e temperatura do ar __________________________________ 51
6.1.2. Velocidade do vento____________________________________________ 52
6.1.3. Radiação solar_________________________________________________ 53
6.2. Variáveis hidrodinâmicas ____________________________________________ 53
6.2.1. Vazão e tempo de residência _____________________________________ 53
6.3. Análises físicas e químicas do compartimento água _______________________ 54
6.3.1. Temperatura da água ___________________________________________ 54
6.3.2. Potencial hidrogeniônico ________________________________________ 55
6.3.3. Oxigênio dissolvido ____________________________________________ 56
6.3.4. Condutividade_________________________________________________ 56
6.3.5. Transparência da água __________________________________________ 57
6.3.6. Nitrogênio total e formas nitrogenadas _____________________________ 57
6.3.7. Fósforo total e formas fosfatadas __________________________________ 60
6.3.8. Silicato reativo ________________________________________________ 62
6.3.9. Material em suspensão (Total, Orgânico e Inorgânico) _________________ 63
6.3.10. Clorofila a____________________________________________________ 64
6.3.11. Índice de Estado Trófico_________________________________________ 65
6.4. Análises estatísticas ________________________________________________ 66
6.5. Análises físicas e químicas do compartimento sedimento ___________________ 72
6.5.1. Nitrogênio orgânico ____________________________________________ 72
6.5.2. Fósforo Total _________________________________________________ 72
6.5.3. Matéria orgânica_______________________________________________ 73
6.5.4. Granulometria_________________________________________________ 74
6.5.5. Análise estatística ______________________________________________ 83
6.6. Macrófitas aquáticas________________________________________________ 85
6.6.1. Riqueza de espécies ____________________________________________ 90
6.6.2. Freqüência de ocorrência ________________________________________ 91
6.6.3. Índice de similaridade___________________________________________ 92
6.6.4. Análise estatística das macrófitas__________________________________ 94
7. DISCUSSÕES ___________________________________________96
7.1. Caracterização limnológica do reservatório do Lobo: uma análise espacial e
temporal._______________________________________________________________ 96
7.2. Composição e distribuição das macrófitas aquáticas no reservatório do Lobo e sua
relação com as características físicas e químicas do sistema ______________________ 113
8. CONCLUSÕES_________________________________________120
REFERÊNCIAS ______________________________________________123
ANEXOS ____________________________________________________136
ANEXO 1 – Tabelas_____________________________________________________ 136
ANEXO 2 – Figuras _____________________________________________________ 153
14
1. INTRODUÇÃO
Os reservatórios são ecossistemas aquáticos artificiais, os quais possuem
características intermediárias entre ambientes lóticos (rios) e lênticos (lagos), sendo
construídos com a principal finalidade de atender a geração de energia elétrica, além de
abastecimento público, navegação, pesca e recreação, servindo ainda como elemento
importante no desenvolvimento de diversas atividades na bacia hidrográfica, embora muitos
impactos ambientais ocorram no período de construção e durante as diferentes fases de seu
funcionamento (MARGALEF, 1983).
Por se tratar de sistemas intermediários entre rios e lagos, os reservatórios apresentam
algumas peculiaridades, como a formação de três regiões distintas (lacustre, intermediária e
fluvial), o que, associado às variabilidades temporal (decorrentes de variações climatológicas)
e espacial (horizontal e vertical), às características morfométricas e geológicas, aos usos da
bacia hidrográfica e ao mecanismo operacional da barragem, para a estrutura e funcionamento
do sistema, implicando ainda no estabelecimento das comunidades, entre elas, a das
macrófitas aquáticas.
No reservatório do Lobo (Broa), localizado na região central do Estado de São Paulo,
embora em menor escala a situação não é diferente. Considerado um sistema oligo-
mesotrófico (TUNDISI, 1988), nos últimos anos tem sido verificada a alteração da qualidade
da água, com aumento do grau de trofia e, consequentemente, com modificações na
composição e diversidade da comunidade biótica (MOTHEO, 2005), o que se aplica também
às macrófitas aquáticas.
Apesar da importância das macrófitas aquáticas para o sistema, poucos estudos foram
realizados no reservatório do Lobo, principalmente para se avaliar as modificações na
composição de espécies, a distribuição espacial e as variações intranuais, considerando-se
ainda as alterações físicas e químicas da água e a sazonalidade, o que foi abordado na presente
pesquisa.
15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. RESERVATÓRIOS
Os reservatórios são ambientes caracterizados como intermediários entre rios e lagos
em função de suas características morfométricas e hidrológicas, apresentando a organização
vertical do lago e horizontal do rio. O fato dos reservatórios sofrerem regulação de vazão
acaba por influenciar em seu nível fluviométrico, profundidade e tempo de residência,
alterando suas propriedades físicas, químicas e biológicas (MARGALEF, 1983).
Conforme mencionado por Tundisi & Straskraba (1999), a construção de grandes
reservatórios para fins de abastecimento público atingiu seu desenvolvimento máximo nas
décadas de 1960 e 1970. Atualmente existem no mundo aproximadamente 36.228
reservatórios distribuídos em diversas regiões, variando em capacidade (os menores com 1,5
milhões de m
3
e os maiores com 100-200 bilhões de m
3
) e morfometria, sendo que a maioria
possui padrão dendrítico, caracterizando-se também pela baixa declividade e pela inundação
de grandes áreas (PIRCHER, 1992 apud TUNDISI, MATSUMURA-TUNDISI & ROCHA,
1999a). Independente de seu porte e morfometria, os reservatórios são utilizados para diversos
fins, tais como a produção de energia elétrica, irrigação, abastecimento público, produção
pesqueira, recreação e transporte hidroviário (TUNDISI, 1991).
Apesar de sua importância econômica, os reservatórios ocasionam, indiretamente ou
diretamente, diversos efeitos na dinâmica dos ecossistemas aquáticos e terrestres, além de
atmosféricos, alterando as características físicas, químicas e biológicas da água e a ecologia
da rede hidrográfica em que está inserido, mencionando-se ainda as mudanças sociais na
região onde são construídos (BRANCO & ROCHA, 1977; STRASKRABA, 1993). Tais
alterações são decorrentes da criação de um ecossistema lêntico, que ao longo de sua evolução
temporal irá apresentar substituição gradativa de espécies, sendo esses sistemas colonizados
por macrófitas em maior ou menor escala (THOMAZ et al.,1997) o que, no decorrer do
16
funcionamento do reservatório, poderá trazer novos distúrbios às comunidades presentes, uma
vez que os usos inadequados implicam no aporte contínuo de materiais (nutrientes,
sedimentos, poluentes), os quais ficam, em sua maior parte, armazenados no sistema (via
incorporação biológica ou processo de sedimentação).
Associado ao fator de uso menciona-se ainda a morfometria da bacia de captação em
que está inserido um reservatório, bem como sua construção, profundidade e os
procedimentos operacionais (vazão e tempo de residência), os quais afetam de forma direta a
dinâmica das comunidades bióticas nele presentes (AGOSTINHO & GOMES, 2005). Por
outro lado, a própria formação de zonas diferenciadas (zonas de rio, transição e lacustre),
segundo Thorton et al. (1990), contribui para a distribuição heterogênea das comunidades e
das propriedades físicas e químicas, com gradientes longitudinais resultantes do fluxo
principal de água no reservatório (ZANATA, 2001). Salienta-se, ainda, a profundidade dos
reservatórios, o que, associado a outros fatores, tem influência nos padrões de circulação do
sistema aquático, promovendo alterações substanciais nas dinâmicas biótica e abiótica do
sistema.
No Brasil, a maioria dos lagos e reservatórios são relativamente rasos, mas com uma
morfometria (dendrítica) que possibilita a formação de extensas regiões litorâneas, as quais
são amplamente ocupadas por macrófitas. Essas regiões são consideradas as principais
responsáveis pela produtividade biológica dos sistemas aquáticos e são extremamente
vulneráveis aos impactos causados pelo homem, como a poluição e a turbidez da água,
ocasionada pelo material inorgânico proveniente da erosão dos solos e carregado pelas chuvas
(WETZEL, 1975; ESTEVES, 1998; THOMAZ & BINI, 1999).
Em relação ao processo de eutrofização em um reservatório, este propicia a
proliferação do fitoplâncton, em especial de cianobactérias, e de macrófitas aquáticas,
principalmente as espécies Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes. Além disso, os materiais
em suspensão na água provocam a diminuição da zona eufótica, reduzem a concentração de
O
2
dissolvido na água e a produção primária fitoplanctônica e podem ainda, ocasionar
mortalidade em massa de peixes e macrófitas (TUNDISI, 1999). Outro problema associado à
eutrofização é a redução da vida útil dos reservatórios, devido ao aporte de sedimentos
oriundos da erosão do solo das áreas de entorno (TUNDISI, MATSUMURA-TUNDISI &
ROCHA, 1999a; ESPÍNDOLA, et al., 2004). A sedimentação, além de contribuir para a
redução da vida útil de reservatórios, também promove a redução do nível da água em áreas
mais rasas, ampliando a região alagada e favorecendo o estabelecimento e a expansão das
macrófitas aquáticas, como pode ser encontrado em vários reservatórios do país; como é o
17
caso do reservatório de Salto Grande, localizado no município de Americana, São Paulo
(ESPÍNDOLA et al, 2004).
A presença de macrófitas aquáticas em reservatórios de regiões subtropicais e tropicais
é comum devido à ocorrência de mudanças causadas pela construção do reservatório, tais
como redução da velocidade da água, controle da variação do nível da água, estabilidade do
sedimento e desenvolvimento de áreas protegidas, podendo estas áreas se tornar ambientes
caracterizados pelo crescimento excessivo de macrófitas. Em geral, na área de desembocadura
dos rios em reservatórios, as macrófitas aquáticas emersas podem apresentar elevada
biomassa. Já na região próxima à barragem, devido à maior profundidade de penetração da
luz, as macrófitas aquáticas submersas é que podem se constituir em importantes produtores
de matéria orgânica para o sistema. Situação similar foi identificada por Thomaz (2005) em
alguns reservatórios dos Estados do Paraná e São Paulo. Cavenaghi et al., (2005), por outro
lado, concluiu em seu estudo realizado em cinco reservatórios da bacia do rio Tietê, que a
sedimentação nas margens e nas regiões de entrada de tributários nos reservatórios está
diretamente associada às grandes infestações por macrófitas marginais e flutuantes.
Apesar de sua importância ecológica, o crescimento excessivo de macrófitas aquáticas
em reservatórios pode causar diversos problemas ambientais, além de prejuízos à geração de
energia e à navegação, entre outros usos múltiplos (JUNK et al., 1981), o que tem promovido
discussões entre empreendedores, comunidade científica, órgãos ambientais e gestores
públicos que procuram compreender as causas, conseqüências e formas de controle da
proliferação de macrófitas aquáticas.
2.2. ECOLOGIA DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS
A definição de macrófitas aquáticas difere dependendo de cada autor. Por exemplo,
uma das primeiras definições sobre essas plantas foi proposta por Weaner & Clements (1938)
apud Esteves (1988), que definiam as macrófitas aquáticas como plantas herbáceas que
crescem na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água. Para Fasset
(1966), Cook (1974) e Irgang & Gastal Jr.(1996), as macrófitas aquáticas são vegetais visíveis
a olho nu, que possuem partes fotossintéticas ativas permanentes ou presentes durante
diversos meses a cada ano, podendo ser flutuantes ou submersas, parcial ou totalmente, em
água doce ou salobra (POTT & POTT, 2000).
18
Para o Programa Internacional de Biologia (IBP), as macrófitas aquáticas são vegetais
que habitam desde brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos. Esta ultima definição é a
mais aceita, segundo Esteves (1988).
As macrófitas são classificadas segundo seu biótipo, conforme citações de Esteves
(1988) e Pott & Pott (2000), como pode ser observado na Figura 1:
Anfíbia: plantas que podem viver tanto em áreas alagadas como fora da água,
tendo sua morfologia geralmente modificada da fase aquática para terrestre quando
as águas estão baixas. Exemplos: Ludwigia, Brachiaria, Cyperus, etc.;
Emergente: enraizadas no sedimento, porém com folhas fora da água. Exemplos:
Pontederia, Eleocharis, Typha, etc.;
Flutuante fixa: enraizadas no fundo, porém com caules e folhas flutuantes.
Exemplos: Nymphoides, Nymphea, etc.;
Flutuante livre: não enraizadas, flutuando livremente e podendo ser arrastadas
pelo vento, correnteza e animais. Exemplos: Salvinia, Eichhornia, Pistia, etc.;
Submersa fixa: enraizadas no sedimento, crescendo totalmente debaixo d’água,
podendo as flores saírem para fora da água. Exemplos: Vallisneria, Egeria,
Mayaca, etc.;
Submersa livre: não enraizadas, totalmente submersas, podendo apenas as flores
serem emergidas. Exemplos: Ceratophyllum, etc.
Epífita: se instalam sobre outras plantas aquáticas. Exemplo: Utricularia, etc.
Normalmente estes diferentes grupos ecológicos se distribuem paralelamente da
margem para o interior do lago, começando pelas anfíbias e emersas, seguidas pelas folhas
flutuantes e por último as submersas enraizadas (ESTEVES, 1988).
19
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Figura 1. Tipologia ecológica de macrófitas aquáticas: 1. Anfíbia, 2. Emergente, 3. Flutuante fixa, 4.
Submersa livre, 5. Submersa fixa, 6. Flutuante livre, 7.Epífita. Fonte: Adaptado de Riemer (1984) e
modificado por Cláudio Turene.
As macrófitas aquáticas podem ser encontradas nas margens e áreas mais rasas de rios,
reservatórios, lagos, cachoeiras e áreas alagadas (ARBER,1920; WETZEL, 1981 e
ESTEVES, 1988). Wetzel (1993) cita que as zonas litorâneas são áreas de grande
produtividade e diversidade de espécies, devido à produção primária das macrófitas, perifíton
e fitoplâncton e, também, às maiores concentrações de nutrientes, resultantes do aporte de
materiais orgânicos e inorgânicos, caracterizando-as como áreas de grande importância
ecológica. Além disso, as macrófitas da região litorânea de lagos e reservatórios são
responsáveis pela síntese de matéria orgânica, contribuindo de modo significativo para a
produção e regulação do metabolismo de todo o ecossistema aquático, além de possuírem um
importante papel na produção de matéria orgânica e na organização espacial do ambiente
(WETZEL, 1975). As plantas aquáticas possuem, portanto, um papel de grande importância
nos ecossistemas aquáticos, por servirem de base da cadeia alimentar desse meio ecológico.
Assim, áreas alagadas são consideradas importantes para o funcionamento dos
ecossistemas aquáticos, funcionando não somente como habitat, proteção, fonte de alimento,
20
mas também como filtro ecológico que retém, por meios de mecanismos físicos (barreira
física/adsorção) ou biológicos (absorção), os nutrientes e demais materiais que são carreados
por meio de fontes difusa ou pontual para dentro dos reservatórios. Lopes-Ferreira (2000), por
exemplo, verificou uma redução de 50% de nitrito, 63% de fosfato inorgânico, 32% de
fósforo e 90% da densidade de coliformes fecais na água do reservatório de Salto Grande,
Americana, São Paulo. Para essa autora, o papel da comunidade de macrófitas aquáticas
associadas às áreas alagadas é imprescindível para a conservação dos recursos hídricos, sendo
reconhecidas suas importantes capacidades de filtração e despoluição, bem como de absorver
metais pesados.
Whitaker (1993) menciona que as áreas alagadas fornecem habitat com elevada
diversidade e exercem função reguladora dos ecossistemas adjacentes, modificando a
hidrologia e o transporte dos sedimentos, absorvendo nutrientes inorgânicos presentes em
águas de ecossistemas a jusante e purificando águas poluídas, regulando desta forma a
produtividade primária e, consequentemente, controlando a eutrofização. Tundisi,
Matsumura-Tundisi & Rocha (1999a) também consideram as áreas alagadas como
importantes compartimentos associados aos reservatórios, com relevante papel na reposição
de estoque de peixes, eliminação de nitrogênio, retenção de metais pesados e fósforo e
aumento da biodiversidade.
Esse fato foi confirmado por meio da pesquisa realizada por Lopes-Ferreira (1995),
que constatou o efeito depurador de macrófitas no tratamento de esgotos sanitários, reduzindo
a carga de nutrientes, de coliformes e a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), por meio da
adsorção de material orgânico particulado e dissolvido pelas raízes. O autor ainda afirma que
a alta concentração de nutrientes satura as plantas, podendo ocorrer degeneração no
metabolismo das mesmas.
A capacidade das macrófitas aquáticas em colonizar ambientes aquáticos com
diferentes características físicas e químicas se deve a suas adaptações morfofisiológicas. O
tempo de colonização dos reservatórios pelas macrófitas está relacionado às características
morfométricas e aos fatores físicos e químicos da água, ao “pool” regional de espécies, à
composição do sedimento, aos mecanismos de dispersão e às interações interespecíficas. O
aumento da heterogeneidade espacial possibilita o aumento da riqueza de espécies (THOMAZ
& BINI, 1999).
Segundo Tundisi, Matsumura-Tundisi & Rocha (1999), vários fatores podem interferir
na composição, sucessão, biomassa, produtividade e colonização das comunidades nos
21
ecossistemas aquáticos, incluindo as fontes de variabilidades espacial e temporal, tais como
flutuação de nível e tempo de retenção da água no sistema, precipitação e vento.
Coutinho (1984), confirmou a influência desses fatores ambientais estudando a
ecologia populacional de Eichhornia azurea na Lagoa do Infernão (Luiz Antônio SP), onde
foi verificado que a abundância das macrófitas aquáticas em regiões tropicais se deve às
condições ambientais como temperatura elevada, radiação solar, regime pluviométrico e
variações sazonais do nível da água, contribuindo com maior ou menor quantidade de matéria
orgânica autóctone para o sistema, dependendo das características morfológicas e fenológicas
de cada espécie.
Thomaz et al. (2005), ainda citam que a concentração de nutrientes e a radiação
subaquática estão intimamente relacionada com a distribuição, crescimento e riqueza de
espécies das macrófitas aquáticas. Além disso, sua distribuição e abundância podem ser
também determinadas pela composição dos sedimentos e ão dos herbívoros (BIANCHINI,
2003). Thomaz (2005) menciona que em pesquisa realizada nos reservatórios do rio
Paranapanema, pode ser observado que a alcalinidade (fator normalmente relacionado com as
características geológicas da bacia de drenagem) e a transparência da água também são fatores
que estão relacionados com o padrão de distribuição das espécies de macrófitas aquáticas.
Esse autor ainda cita que foi observado que a diminuição do nível da água no reservatório de
Itaipu reduziu de forma acentuada a biomassa de macrófitas submersas (Egeria najas);
demorando 40 meses para se recuperarem; e para as espécies flutuantes o crescimento foi
maciço: E. crassipes e Salvinia herzogii cobriram 18 hectares em 68 dias, resultando em uma
massa de 69 toneladas de peso seco. Ainda segundo esse autor, a declividade da bacia de
drenagem é outro fator que acaba por afetar o desenvolvimento de bancos de macrófitas
submersas, pois quanto maior a declividade menor será a chance das plantas submersas se
desenvolverem, devido à instabilidade do sedimento. Carvalho et al. (2005), pesquisando a
relação existente entre a turbidez das represas do rio Tietê e as espécies de macrófitas
encontradas, puderam observar que as espécies flutuantes e emersas ocorrem em reservatórios
com maior turbidez e as submersas em reservatórios com menor turbidez, porém Eichhornia
crassipes (aguapé) foi observada em grande escala em todos os reservatórios, independente da
turbidez da água, confirmando o cosmopolitismo da espécie. Thomaz & Bini (1999),
consideram que a distribuição de macrófitas também pode ser explicada segundo algumas
interações específicas como competição, herbivoria, parasitismo, entre outros.
Por outro lado, as macrófitas aquáticas não somente são influenciadas por uma
diversidade de fatores ambientais, mas também alteram as características do meio. Petracco
22
(1995), por exemplo, ao estudar a represa de Barra Bonita, no Estado de São Paulo, pode
observar que bancos de macrófitas emersas influenciavam diretamente a temperatura e as
propriedades físico-químicas da água, sendo acentuadas as diferenças nas concentrações do
oxigênio dissolvido e nutrientes dissolvidos e totais dentro e fora dos bancos de macrófitas.
Além de efeitos em menor escala, a ocorrência (densidade e biomassa) de macrófitas
aquáticas de maneira descontrolada em reservatórios é um problema de importância crescente.
A colonização excessiva dessas plantas aquáticas vem causando prejuízos em grande parte
dos reservatórios de várias regiões, tanto pela infestação quanto pela decorrente interrupção
temporária da geração de energia, ocasionando prejuízos à produção desta e a outros usos da
água. As espécies mais preocupantes são as flutuantes livres Eichhornia crassipes e Salvinia
spp e as submersas Egeria densa e Egeria najas (THOMAZ ;BINI, 1998; POMPÊO;
MOSCHINI – CARLOS, 2003).
A proliferação descontrolada pode impedir a navegação, obstruir as grades de tomada
d’água dos reservatórios, diminuindo a produção de energia elétrica, impedindo as atividades
recreacionais e favorecendo a formação de habitats propícios à proliferação de vetores de
doenças de veiculação hídrica. Também podem arrastar as bóias de orientação das hidrovias,
aumentando o risco de acidentes e entupir as tubulações de captação de água para irrigação
(MARCONDES et al., 2003).
Esse fato pode ser confirmado no reservatório de Barra Bonita, onde Velini (1998)
constatou, em relação às espécies de plantas aquáticas e seus níveis de infestação, que a área
ocupada em 2001 era de 27.718 ha e anteriormente era de 1.871 ha, ou seja, 6,75% do total da
área de alagamento, sendo identificadas 17 espécies dessas plantas aquáticas na represa. Em
seqüência, o reservatório de Bariri, possuindo uma área de alagamento de 5.318 ha,
apresentou uma área de 426 ha infestada por 15 espécies de macrófitas, correspondendo a
8,0% do total da área alagada (GALO et al., 2002). Os estudos desenvolvidos na represa de
Salto Grande, Americana, SP, também mencionam uma ampla distribuição das macrófitas,
cobrindo quase que 15% da área superficial, trazendo sérios problemas de ordens ambiental,
social e econômica (ESPINDOLA et al, 2004).
Concessionárias de energia de outros Estados também passam por problemas com a
proliferação de macrófitas aquáticas. Pompêo (1999) descreve em sua pesquisa que a Light,
Concessionária de Energia Elétrica do Rio de Janeiro, no sistema Piraí Paraíba do Sul,
gastou cerca de três milhões de dólares com a retirada de cerca de 40 caminhões diários de
macrófitas aquáticas do reservatório.
23
Ainda segundo Pompêo (1999), a Companhia Hidroelétrica do São Francisco
(CHESF) também apresentou problemas com a proliferação de macrófitas no sistema Moxotó
Paulo Afonso (BA). A Companhia, em 1995/1996, dispendeu muitos recursos visando
apenas retirar a macrófita aquática submersa Egeria densa, que ficava retida nas grades de
proteção de entrada de água das turbinas. Outro local que apresentou recentemente problemas
com a proliferação de macrófitas aquáticas flutuantes foi o reservatório de Itá, localizado no
Estado do Rio Grande do Sul, o qual possui uma área de espelho d’água de aproximadamente
150 km
2
, sendo 1/3 dessa área superficial ocupada por essas plantas.
Marcondes et al. (2003), em trabalhos realizados no reservatório de Jupiá, puderam
observar que devido à ocorrência de entupimento das grades protetoras da turbina, ocasionado
pelas macrófitas, uma diminuição da passagem da água, provocando oscilação de potência
da energia. Essas oscilações e uma maior pressão sobre as grades acabam por deformá-las e
até rompê-las, tornando inevitável a interrupção do funcionamento da unidade geradora para
substituição da grade danificada. Os autores ainda citam, que para evitar a parada das turbinas
a geração de energia é reduzida em até 60% ou mais. Entre os anos de 1990 e 1999, a usina
Engenheiro Souza Dias teve 1016 unidades de grades substituídas, sendo que para cada
substituição de grade a unidade geradora teve que ser parada por aproximadamente 40 horas.
Fidelman (2004), estudando os impactos causados pelo crescimento excessivo de E.
crassipes na bacia do rio Cachoeira, Sul da Bahia, verificou que durante períodos de maiores
vazões do rio Cachoeira e devido ao crescimento excessivo dessa e de outras espécies de
plantas aquáticas, um grande transporte da biomassa destas plantas para o litoral, cobrindo
parte das praias do município de Itabuna e Ilhéus, comprometendo a paisagem e trazendo
prejuízos às atividades turísticas e de recreação.
Para Martins et al., (2003), o levantamento de infestações por plantas aquáticas em
reservatórios faz-se necessário por permitir a análise do grau de infestação e distribuição das
diferentes espécies nos corpos d'água estudados. A partir desses dados, decisões podem ser
tomadas a respeito da maneira mais correta de interagir com essas plantas, desde um simples
monitoramento de infestação e distribuição até uma prática de controle.
Porém, apesar de todos os problemas provocados pelas macrófitas aquáticas, sabe-se
também que estas plantas desempenham um importante papel na estrutura e funcionamento
dos ecossistemas aquáticos. Agostinho et al. (2003), mencionam que em vários reservatórios
brasileiros, em diferentes escalas espaciais, ocorre uma relação positiva entre a cobertura de
macrófitas e a diversidade de peixes. Essas plantas aquáticas também funcionam como
24
habitats e refúgios contra predadores para diversas espécies animais (ESTEVES, 1988). Além
disso, servem como bioindicadoras de características ambientais ou do estado trófico de
sistemas lóticos e lênticos (PEDRALLI, 2003).
As macrófitas também atuam como importante fonte de alimento para muitos tipos de
peixes. Miyazaki & Pitelli (2003), em experimento feito com pacu (Piaractus
mesopotamicus), em laboratório, verificaram que este peixe pode ser um bom agente de
controle biológico de Egeria densa, E. najas e Ceratophyllum demersum, podendo trazer bons
resultados no manejo integrado de plantas aquáticas.
Exercem influência na química da água, atuam como substrato para algas, sustentando
a cadeia de detritos e de herbivoria e funcionam como compartimento armazenador de
nutrientes (WETZEL, 1981). Possuem papel relevante nos ambientes aquáticos em que se
encontram devido à alta produtividade primária, importância na ciclagem de nutrientes e
contribuição como filtro ecológico (NOGUEIRA, 1989; ESTEVES, 1998) e ajudam na
proteção e estabilização das margens (ESTEVES, op. cit.). Além disso, a biomassa destas
plantas aquáticas também pode ser usada na produção de adubo orgânico. Para testar essa
possibilidade a CHESF, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE), fez um experimento onde foi confirmada a viabilidade de transformação de Egeria
densa em adubo orgânico de solo, possibilitando a incorporação de nutrientes ao solo e
aumentando a produção agrícola (SAMPAIO & OLIVEIRA, 2005).
Faria (2002), em sua pesquisa realizada no reservatório de Salto Grande, Americana,
SP, avaliou uma nova alternativa para a retirada das macrófitas aquáticas. Segundo o autor, a
utilização das macrófitas em tijolos de adobe é viável, sendo uma alternativa não somente
para a retirada das plantas, mas também para a redução do problema de moradia de baixo
custo. Ainda segundo esse mesmo autor, essas plantas aquáticas também podem ser utilizadas
como complemento alimentar animal, visto que podem conter de 10 a 30% de proteínas como
a maioria das forragens; polpa para produção de papel, fibras para a montagem de artesanatos,
construções de pequenas embarcações ou cobertura de construções, alem da produção de
biogás, já que contém 70% de metano e 30% de dióxido de carbono; algumas espécies, como
o espinafre aquático (Ipomoea aquatica ou Ipomoea reptans) e o arroz (Oriza sativa), entre
outras, podem ser usadas na alimentação humana.
No reservatório do Lobo, local de desenvolvimento da presente pesquisa, muitos
estudos já foram desenvolvidos desde 1971 (TUNDISI & MATSUMURA-TUNDISI, 1995),
caracterizando o sistema como um dos ambientes de água doce mais estudados do país. São
25
inúmeros os trabalhos realizados em relação às variáveis limnológicas, sedimentológicas,
fatores climatológicos, balneabilidade, entre outros, podendo ser citados alguns autores como:
Strixino (1973), Marins (1975), Godinho (1976), Tundisi (1977), Barbieri (1978), Moraes
(1978), Rocha (1978), Hino (1979), Trindade (1980), Panitz (1980), Calijuri (1985), Tundisi
(1986), Simonato (1986), Oishi (1990), Tundisi; Matsumura-Tundisi (1995), Queiroz (2000),
Tundisi et al. (2000), Tundisi (2003), Argenton (2004) e Motheo (2005).
No entanto, os estudos sobre macrófitas aquáticas ainda são escassos, apesar de sua
ampla distribuição no sistema, o que está relacionado, segundo Strixino (1973), ao fato da
represa apresentar quase que 60% de sua área com profundidade menor que 4m, conferindo
ao sistema características típicas litorâneas.
As pesquisas desenvolvidas no reservatório do Lobo e relacionadas com macrófitas
aquáticas foram aquelas de: Soares (1981), que estudou a produtividade do perifíton em
algumas espécies de macrófitas como Panicum rivulare Trin., Nymphoides indica Kuntze,
Pontederia cordata L. e Nymphaea ampla DC.; Santos (1981), que avaliou a fixação de
nitrogênio em rizosfera de seis espécies de macrófitas aquáticas; Azevedo (1982), que estudou
parâmetros relacionadas com a decomposição das macrófitas aquáticas Nymphoides indica e
Mayaca sellowiana; Gazarini (1983), que pesquisou aspectos ecológicos, dentre eles o
fenológico, da espécie Mayaca fluviatilis; Camargo (1984), que estudou a associação de
macroinvertebrados na decomposição da biomassa de Nymphoides indica, Pontederia cortada
e Mayaca fluviatilis; Menezes (1984), que analisou a biomassa, produção primária e de
detritos das espécies Nymphoides indica (L) O Kuntze, Pontederia cordata (L) e Utricularia
breviscapa; Barbieri (1984), que estudou a composição química de Nymphoides indica,
Pontederia cordata, Andropogon bicornis e Utricularia breviscapa Griseb; e Whitaker
(1993), que avaliou a área alagada da represa do Lobo e os processos ecológicos associados
ao potencial de desnitrificação dos sedimentos.
Em relação às principais espécies existentes no reservatório em questão, Trindade
(1980) registrou na região brejosa da represa as seguintes famílias e gêneros: Onagraceae
(Ludwigia), Polygonaceae (Polygonum), Pontederiaceae (Pontederia), Mayacaceae (Mayaca),
Menyanthaceae (Nymphoides), Nymphaceae (Nymphaea), Lentibulariaceae (Utriculária),
Xyridaceae (Xyris), Scrophulariaceae, Eriocaulaceae, Iridaceae, Cyperaceae e Gramineae.
na parte periférica da represa foram encontrados outras famílias e gêneros tais como:
Lycopodiaceae (Lycopodium), Sphagnaceae (Sphagnum), Droseraceae (Drosera) e Gramineae
(Andropogon).
26
Menezes (1984), estudando a biomassa e produção primária de macrófitas aquáticas
na represa do Lobo (Broa), pôde observar a ocorrência de 40 diferentes espécies, sendo que
Nymphoides indica (L.) O Kuntze, Pontederia cordata e Utricularia breviscapa apresentavam
extensas áreas de distribuição e valores elevados de biomassa.
Barbieri (1984) estudou, na mesma represa e na mesma época, a distribuição das
mesmas espécies anteriormente citadas, além de Andropogon bicornis L., que apesar de não
ser uma macrófita própriamente dita, participava do metabolismo da represa. Esse autor
considera Nymphoides indica a espécie mais importante, dentre as 4 espécies por ele
estudadas e acima citadas, no ciclo de material orgânico e nutrientes (N e P), funcionando
como bombeadoras de nutrientes do sedimento para a coluna d’água, podendo esse fato
explicar as condições mesotróficas da parte superior da represa.
Motheo (2005) menciona em trabalho realizado no reservatório do Lobo (Broa), que
desde 1999 essa represa vem sofrendo alterações bruscas em sua qualidade ambiental,
podendo ser citadas a mortandade de peixes ocorrida no mês de março deste mesmo ano, as
florações de Microcystis aeruginosa observadas próximo à barragem e a substituição de
espécies de macrófitas na parte superior da represa, tais como Nymphaea elegans,
Nymphoides indica e Mayaca sp por Pistia stratiotes, caracterizando a transição das
condições da represa de mesotróficas para eutróficas.
Verifica-se, portanto, que nos últimos anos não foram desenvolvidas pesquisas sobre
as macrófitas aquáticas no reservatório do Lobo, ocorrendo apenas menções das alterações na
composição e distribuição destas em pesquisas direcionadas a comunidade planctônica,
balneabilidade, qualidade da água, entre outras. A partir dos resultados dos trabalhos
anteriormente mencionados é possível inferir que o reservatório vem apresentando alterações
decorrentes do uso e ocupação da bacia hidrográfica, envolvendo atividades de agricultura,
reflorestamento, turismo, expansão dos loteamentos e clubes, além do aporte de efluentes
domésticos, os quais alteram a composição química da água, a estrutura física do sistema e
estabelecem nova organização biótica, o que justifica a presente pesquisa.
27
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da pesquisa foi avaliar a composição e distribuição das macrófitas
aquáticas no reservatório do Lobo (Broa), considerando todas as áreas com presença de
macrófitas, em quatro períodos do ano (chuvoso, seco e intermediários).
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos da pesquisa foram:
Avaliar as características limnológicas do reservatório, envolvendo os compartimentos
água e sedimento.
Avaliar a composição e distribuição das macrófitas aquáticas e sua relação com as
características físicas e químicas da água e sedimento.
Analisar as mudanças na composição e distribuição das espécies em função das
alterações climatológicas (precipitação, temperatura, vento), hidrológicas (variáveis
físicas e químicas) e hidrodinâmicas (vazão, tempo de residência e volume da água no
reservatório).
Avaliar as alterações na composição das macrófitas aquáticas em função do grau de
trofia do sistema, considerando estudos anteriores.
28
4. ÁREA DE ESTUDO
4.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
A pesquisa foi realizada no reservatório do Lobo (Broa), que está localizado na região
central do Estado de São Paulo, entre os municípios de Brotas e Itirapina (SP), a uma latitude
de 22º15’S, longitude de 47 º 49’W e altitude de 705m (TUNDISI et al., 2000), conforme
apresentado nas Figuras 2 e 3.
29
Figura 2. Localização do município de Itirapina no Estado de São Paulo, a partir da América do
Sul, e a cidade de Itirapina entre as bacias de drenagem (Ilustração elaborada por Cláudio Turene)
5
0
º
4
0
º
0
º
2
0
º
1
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0
0
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0
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1
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4
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2
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º
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3
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2
º
1
5
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2
2
º
3
0
`
2
1
º
4
5
`
2
2
º
1
5
`
25º
20º
45º
São Paulo
Tietê/Jacaré
150Km
0
50º
I
t
i
r
a
p
i
n
a
Minas
Gerais
Mato Grosso
Paraná
do Sul
30
Figura 3. Mapa da Bacia Hidrográfica do Reservatório do Lobo e seus respectivos tributários
(Ilustração de Cláudio Turene).
Área Urbana
Itirapina
Represa
do Lobo
M
o
n
j
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l
i
n
h
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F
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j
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o
Escala
5 2.5 0 2.5 5
7.5
10 km
SW
SE
S
NW
W
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P
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s
W
NE
N
E
do Lobo
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa
do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
Próximo da
Ribeio do Feio
SW
SE
S
NW
31
O reservatório foi construído em 1936 pela Central Elétrica de Rio Claro S.A
(SACERC), que hoje faz parte da Elektro/Centrais Elétricas de São Paulo (CESP), com a
finalidade de produção de energia elétrica. Mais tarde, passou a ser utilizada também como
área de lazer, recreação, pesca e pesquisas experimentais (TUNDISI, 1988; ARGENTON,
2004).
Oreservatório está inserido na sub-bacia hidrográfica do ribeirão do Lobo, afluente do
rio Jacaré-Guaçu, o qual é tributário da margem direita do rio Tietê. A rede hidrográfica é
formada principalmente pelo represamento do ribeirão do Lobo e rio Itaqueri (com os
afluentes ribeirão da Água Branca e córrego do Limoeiro) e pelos córregos do Geraldo, das
Perdizes, Água Branca/Limoeiro e ribeirão da Onça (este último flui indiretamente para a
represa), segundo Marins (1972), os quais estão enquadrados, de acordo com a resolução
CONAMA 20/86 (atual 357/2005) como corpos de água do tipo Classe 2 (ARGENTON,
2004; MOTHEO, 2005).
O rio Itaqueri e o ribeirão do Lobo são responsáveis por 80% do total de água que
entra no reservatório (Tundisi, 1977), e é através deles, também, que chega a maior parte de
sedimentos, sendo considerados como as principais fontes de entrada de nutrientes para a
represa (MORAES, 1978).
As características gerais da bacia hidrográfica do Lobo e do reservatório do Lobo
estão descritas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.
Tabela 1. Características gerais da bacia hidrográfica do reservatório do Lobo (TUNDISI et al., 2000).
Área 227,7 Km
2
Densidade de drenagem 0,75 Km/Km
2
Declividade média da bacia 0,00575 m/m
Altitude máxima 940 m
Altitude média 770 m
Altitude mínima 680 m
32
Tabela 2. Características gerais do reservatório do Lobo (TUNDISI, 1986).
Comprimento 8,0 Km
Largura máxima 2,0 Km
Largura média 0,9 Km
Profundidade máxima 12,0 m
Profundidade média 3,0 m
Área de superfície 6,8 Km
2
Perímetro 21,0 Km
Volume 22,0 x 10
6
m
3
Segundo Queiroz (2000), o reservatório do Lobo está inserido na Área de Proteção
Ambiental (APA) do Corumbataí, Botucatu e Tejupá, criada pelo Decreto Estadual nº.
20.960, de 8 de junho de 1983. Este Decreto Estadual foi instituído pelo fato da região possuir
uma diversidade de ambientes naturais razoavelmente conservados, ricos patrimônios
arqueológico e histórico, recursos hidrológicos de qualidade e elementos da paisagem que se
destacam entre os atributos ecológicos. No entanto, diversos usos não compatíveis com a
sustentabilidade ambiental ocorrem na região, destacando-se os usos destinados às atividades
turísticas, a pesca predatória, a construção de condomínios e o desmatamento em áreas de
preservação permanente, o plantio de Eucaliptus e Pinus, a expansão do cultivo de cana-de-
açúcar (Figura 4), entre outros impactos verificados em toda a extensão próxima aos rios
Itaqueri e Lobo.
33
Figura 4. Imagem de satélite da região da Represa do Lobo (Broa), localizada entre os
municípios de Brotas e Itirapina (São Paulo), com destaque para os principais tributários e alguns usos
preponderantes. Modificado de Queiroz (2000).
A área da represa e suas adjacências são formadas por rochas da formação Serra Geral
(arenito, basalto, intertrap e diabásio) e sedimentos holocênicos (areias, cascalhos e argilas),
apresentando em alguns pontos intrusão de basalto, materiais estes provenientes do desgaste
da formação Botucatu-Pirambóia e do Grupo Bauru (CALIJURI, 1988; QUEIROZ, 2000).
Segundo Strixino (1973), a represa do Lobo possui um declive longitudinal mediano
pouco acentuado com sentido da cabeceira (profundidade aproximada de 3m) para a barragem
(profundidade aproximada entre 10 e 11,5 m), sendo observado por esse autor que 50% da
área total possui 3m de profundidade e apenas 15% da represa possui profundidades
superiores a 6m.
Em relação ao solo, este se apresenta predominantemente arenoso (originados do
quartzo), podendo ser distinguidos oito tipos de solos diferentes, tais como: hidromórficos,
orgânicos, latossolos (amarelo e vermelho), regossolo, solos litólicos, terra roxa (derivado do
basalto) e solos podzóicos e arenosos (MARINS, 1975; OISHI, 1990)
34
Quanto à vegetação, o Cerrado apresenta-se predominante em toda a bacia e, nos locais onde
a área é mais úmida e fértil, a vegetação é substituída por mata de galeria com alta diversidade
de fauna; na porção superior dos rios podem ser observadas áreas com pântano (TUNDISI,
1986). Segundo Souza (1977), a região brejosa da represa apresenta macrófitas submersas
(total ou parcial) e emersas de várias espécies. A bacia também possui área de reflorestamento
de Pinus sp e Eucaliptus sp, áreas de agriculturas permanente e ocasional e porções alagadas
na parte superior da bacia (OISHI, 1990).
O reservatório do Lobo é raso, polimítico e turbulento devido à ação constante de
ventos durante todo o ano (direção sul para norte) o que provoca efeitos nas composições
químicas da água e sedimento, com períodos limitados de estratificações térmica e química e
com nutrientes limitantes ao crescimento e à produção primária do fitoplâncton. O tempo
médio de residência da água no reservatório é de aproximadamente 20 dias (TUNDISI, 1977;
CALIJURI, 1988; TUNDISI, 2003).
O clima da região é do tipo Cwa, segundo Köppen, ou seja, subtropical mesotérmico,
sendo controlado pelas massas de ar equatorial e tropical, com períodos de verão úmido
(novembro a abril) e inverno seco (maio a outubro), devido à influência de frentes frias vindas
do sul, principalmente na época de outono e inverno, podendo atingir até 10 Km/h nesta época
e de 2 a 3 Km/h durante o período de verão. A pluviosidade média varia entre 1300 e 1500
mm por ano, ocorrendo maior precipitação no verão. A evapotranspiração varia entre 900 e
1000 mm/ano e a umidade relativa média é em torno de 75% (TUNDISI et al., 1986;
TUNDISI & MATSUMURA-TUNDISI, 1995; TUNDISI et al., 2003).
Em 1990, Calijuri;Tundisi (1990) classificaram o reservatório como um sistema
oligo-mesotrófico, com poucos nutrientes, porém trabalhos mais recentes, como os de Tundisi
et al. (2003), Argenton (2003) e Motheo (2005) demonstraram que está havendo um crescente
aumento na concentração de nutrientes (como nitrogênio e fósforo) e, consequentemente,
eutrofização, com aparecimento de espécies bioindicadoras de sistemas mais eutrofizados
(como a cianobactéria Microcystis sp, a macrófita Pistia sp e a espécie zooplanctônica
Notodiaptomus iheringi, Copepoda Calanoida).
35
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. PERÍODO E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA
As coletas foram realizadas nos meses de março, maio, agosto e novembro de 2007,
compreendendo os períodos de cheia, seca e estações intermediárias.
Para estabelecer os locais de amostragem, a região litorânea do reservatório foi
percorrida em sua totalidade em março de 2007, utilizando-se um barco a motor, a velocidade
constante, em distância máxima de 3m da margem, o que possibilitou a visualização dos
bancos de macrófitas submersas, emersas e flutuantes.
As coletas de água, sedimento e macrófitas foram realizadas de forma assistêmica,
tendo sido os pontos de amostragem distribuídos conforme as áreas com presença de
macrófitas, como pode ser observado nas Figuras de 5 a 13.
36
do Lobo
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa
do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
5
4
8
Próximo da
Ribeirão do Feijão
SW
SE
S
NW
W
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E
Figura 5. Distribuição dos pontos de amostragem no reservatório do Lobo.
37
Figura 6. Características gerais do ponto de amostragem “Lobo”.
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balnrio
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
5
4
8
Ribeio do Feijão
SW SE
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E
do Lobo
Pximo da
38
Figura 7. Características gerais do ponto de amostragem “Itaqueri”.
rrego do Geraldo
Vila Pinhal
rrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
rrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
5
4
8
Ribeirão do Feijão
SW
SE
S
NW
W
NE
N
E
do Lobo
Próximo da
39
Figura 8. Características gerais do ponto de amostragem Geraldo.
6
7
5
4
8
Ribeirão do Feio
SW
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S
NW
W
NE
N
E
do Lobo
Pximo da
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balnrio
Santo Annio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
40
Figura 9. Características gerais do ponto de amostragem “Perdizes”.
5
4
8
Ribeirão do Feijão
SW
SE
S
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W
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E
do Lobo
Próximo da
6
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Annio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
7
41
Figura 10. Características gerais do ponto de amostragem “Estiva”.
3
6
7
5
4
8
Ribeirão do Feijão
SW
SE
S
NW
W
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N
E
do Lobo
Pximo da
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
42
Figura 11. Características gerais do ponto de amostragem “Vila Pinhal”.
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balneário
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
5
4
8
Ribeio do Feijão
SW SE
S
NW
W
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N
E
do Lobo
Próximo da
43
Figura 12. Características gerais do ponto de amostragem “Mina das Pedrinhas”.
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balnrio
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
5
4
8
Ribeirão do Feio
SW SE
S
NW
W
NE
N
E
do Lobo
Pximo da
44
Figura 13. Características gerais do ponto de amostragem “Próximo da
Barragem”.
5
4
8
Pximo da
Ribeirão do Feijão
SW SE
S
NW
W
NE
N
E
do Lobo
Córrego do Geraldo
Vila Pinhal
Córrego
Ribeirão
Rio Itaqueri
Minas das Pedrinhas
Córrego
das Perdizes
do Estiva
Balnrio
Santo Antônio
Barragem
Iate Clube
Represa do Lobo
0 m 2.000 m
1.000 m
2
1
3
6
7
45
5.2. VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS E HIDRODINÂMICAS
Os resultados das variáveis climatológicas foram obtidos na Estação Climatológica do
Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA/EESC/USP), localizada no
município de Itirapina, São Paulo. Foram consideradas as medidas de temperatura do ar,
precipitação, velocidade do vento e radiação solar.
Os dados de vazão defluente e as cotas de volume do reservatório foram obtidos junto
a Elektro – Centrais Elétricas de São Paulo (CESP). Com os valores dessas duas variáveis, foi
calculado o tempo de residência da água.
5.3. ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS DO COMPARTIMENTO ÁGUA
As variáveis temperatura, pH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica foram
medidas in situ, com o auxílio de um multisensor da marca HORIBA - modelo U-10. As
medidas de transparência da água foram realizadas utilizando um disco de Secchi e uma corda
graduada, com peso, para determinação da profundidade. Deve-se mencionar, no entanto, que
as estações de coleta foram sempre próximas às margens, em profundidade inferior a 1,5m.
Para as análises de nutrientes, material em suspensão e clorofila da água, as amostras
foram coletadas na sub-superfície, com utilização da garrafa do tipo Van Dorn e, em seguida,
levadas para determinação no Laboratório de Limnologia do Núcleo de Estudos em
Ecossistemas Aquáticos (NEEA) - CRHEA/EESC/USP. Os métodos utilizados para a
determinação das variáveis físicas e químicas, incluindo também material em suspensão na
água (utilizando filtros GF/C-WHATMAN, com porosidade de 0,45µm, previamente
calcinados e pesados) constam na Tabela 3.
Para as análises de clorofila, 500 mL de cada amostra foram filtrados, com réplicas,
em filtro GF/C-WHATMAN, com porosidade de 0,45µm. Após a filtração os filtros foram
colocados em envelopes de papel, acondicionados em frasco escuro contendo sílica-gel e
mantidos em temperatura abaixo de 0ºC até o momento de extração.
A extração da clorofila a na primeira coleta foi feita segundo o método de Nusch
(1980), utilizando apenas choque térmico e etanol como solvente (a 80%), aquecido a 75 ºC.
Após a extração, as amostras permaneceram refrigeradas e no escuro por um período mínimo
de 14 horas e, em seguida, as absorbâncias foram lidas em espectrofotômetro marca
MICRONAL B280, nos comprimentos de onda de 665 nm e 750 nm.
46
A partir da segunda coleta optou-se pela utilização do etanol a 90%, aquecido a 75
o
C,
incluindo a maceração mecânica dos filtros em almofariz, além do método anterior (avaliação
simultânea), procurando-se obter um melhor resultado nas análises. Como as concentrações
foram maiores com a maceração mecânica, optou-se em analisar as amostras das coletas de
agosto e novembro de 2007 desta segunda forma. Os resultados foram obtidos a partir da
seguinte equação:
Clorofila a (µg/L) = 27,9 { ( E
µ
665
-
E
µ
750
). v / V. I
Onde:
27,9 = coeficiente de absorção da clorofila
E
µ
= amostra não acidificação
v = volume do etanol (em ml)
V = volume da amostra filtrada (em litros)
I = percurso óptico da cubeta (em cm)
Tabela 3. Variáveis físicas e químicas analisadas da água e metodologias de análise utilizadas.
Variáveis Unidade Método Autor
Nitrogênio org. total mg.L
-1
Espectrofotometria Golterman et al. (1978)
Nitrito
µg.L
-1
Espectrofotometria Golterman et al. (1978)
Nitrato
µg.L
-1
Espectrofotometria Mackereth et al. (1978)
Amônio µg.L
-1
Espectrofotometria Koroleff (1976)
Fósforo total µg.L
-1
Espectrofotometria APHA (1995)
Fosfato total dissolvido µg.L
-1
Espectrofotometria Golterman et al. (1978)
Fosfato inorg. dissolvido µg.L
-1
Espectrofotometria Golterman et al. (1978)
Silicato reativo mg.L
-1
Espectrofotometria Golterman et al. (1978)
Material em suspensão mg.L
-1
Gravimetria Wetzel & Likens (1991)
5.4. ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DO RESERVATÓRIO
A classificação do grau de trofia do reservatório foi feita através da metodologia
proposta por Carlson (1977) e modificada por Toledo et al. (1983). Este índice utiliza quatro
47
avaliações de estado trófico em função dos valores obtidos para as variáveis: transparência da
água, fósforo total, fosfato inorgânico e clorofila a.
onde:
IET
M
(S) = 10*{6-[(0,64+ln Transp)/ln2]}
IET
M
(P) = 10*{6-[ln(80,32/PT)/ln2]}
IET
M
(PO
4
) = 10*[6-ln(21,67/OF)/ln2]
IET
M
(Cl a) = 10*[6-(2,04-0,695ln Cl a /ln2)]
sendo:
S = leitura da transparência da água pelo disco de Secchi (m)
P = concentração de fósforo total (µg/L) na superfície
PO
4
= concentração de fosfato inorgânico (µg/L) na superfície
Cl a = concentração de clorofila a g/L) na superfície
De acordo com Toledo et al. (1983), a profundidade do disco de Secchi é muito
afetada pela elevada turbidez dos reservatórios na maior parte do ano. Assim, para controlar
tal problema, estes autores sugerem ponderar o IET médio, de forma a dar menor peso à
variável transparência da água, da seguinte forma:
IET (médio) = IET(S) + 2[IET(P) + IET(PO
4
) + IET(CL)] / 7
A partir do IET médio obtido pela última equação o critério de classificação adotado
foi:
Oligotrófico se: IET 44
Mesotrófico se: 44 < IET < 54
Eutrófico se: IET 54
5.5. ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS DO COMPARTIMENTO
SEDIMENTO
As amostras de sedimento foram coletadas nos mesmos pontos de coleta de água, com
o auxílio de uma draga de Eckman, sendo acondicionadas em potes plásticos, devidamente
etiquetados e, em seguida, transportadas para análise até o Laboratório de Limnologia, do
48
NEEA/CRHEA/EESC/USP. As amostras foram secas à temperatura ambiente e em seguida
submetidas a análises para avaliação quanto ao teor de matéria orgânica, granulometria e
concentrações de fósforo e nitrogênio totais, conforme descrito na Tabela 4.
Tabela 4. Variáveis físicas e químicas do sedimento analisadas e métodos de análise.
Variáveis Unidade
Método Autor
Nitrogênio org. total % Espectrofotometria Kjeldhal - descrito por
Esteves & Camargo (1982)
Fósforo total µg.g
-1
Espectrofotometria Andersen (1976)
Matéria orgânica % Incineração Trindade (1980)
Granulometria % Peneiramento ABNT (1968)
5.6. MACRÓFITAS AQUÁTICAS
O levantamento da composição e distribuição das macrófitas aquáticas no reservatório
foi realizado nos meses de março, maio, agosto e novembro de 2007, procurando-se
identificar o maior mero de espécies existentes na região abrangente dos pontos de
amostragem.
As macrófitas aquáticas foram fotografadas ainda em campo e coletadas para posterior
classificação quanto a família, gênero e espécie (quando possível), procurando ainda avaliar
as espécies predominantes em cada região do reservatório.
A identificação das espécies foi feita através de consulta às bibliografias
especializadas tais como: Hoehne (1940); Fassett (1957); Cook (1974); Joly (1979); Hoehne
(1979); Notare (1992); Miller & Warren (1996); Kissmann (1997); Kissmann & Groth
(1997); Lorenzi & Souza, (1999); Dias et al. (1999); Pott & Pott (2000); sites especializados
como Flora Brasiliensis, Plantas palustres do Estado de São Paulo, entre outros; e ajuda de
profissionais da área, seguindo-se ainda a metodologia utilizada por Tavares (2003).
5.6.1. Análise de riqueza, freqüência de ocorrência e similaridade
- Riqueza de espécies:
A riqueza de espécies foi representada, através de um gráfico, pelo número total de
espécies registradas em cada ponto de coleta.
49
- Freqüência de ocorrência:
A freqüência de ocorrência foi calculada em relação à ocorrência de cada espécie nos
oito pontos de amostragem durante os quatro períodos de coleta, sendo este resultado
expresso em porcentagem e os táxons classificados da seguinte forma:
Constantes = F > 50%
Comuns = 10% < F 50%
Raros = F 10%
- Índice de similaridade
Os pontos amostrados no reservatório do Lobo foram comparados quanto à ocorrência
de macrófitas, através do índice de similaridade de Sorensen (1948), sendo utilizada a
seguinte equação:
S = [(2c) / (a + b)] x 100
onde:
c = número de espécies comuns entre os pontos a e b
a = número de espécies presentes no ponto a
b = número de espécies presentes no ponto b
O coeficiente é igual a 100 quando duas comunidades são compostas pelas mesmas
espécies e igual a 0 quando duas comunidades m espécies inteiramente diferentes, sendo os
dados expressos em % de similaridade.
5.7. ANÁLISE DOS DADOS
Os métodos de análise multivariada podem avaliar as diferenças das comunidades
bióticas e das variáveis abióticas, sendo úteis para explorar os dados e gerar hipóteses
relevantes para testes (RIBEIRO, 1994). Dessa forma, para interpretação e análise dos dados
da água e dos sedimentos foram realizadas análises exploratórias multivariadas (MANOVA,
PCA, Cluster), além de testes de hipótese.
As hipóteses testadas verificaram as possíveis diferenças sazonais entre os períodos de
coleta e entre os pontos de amostragem do reservatório. Em seguida, foi realizada uma análise
de componentes principais (PCA), hierarquizando as variáveis limnológicas e uma análise de
agrupamento (Cluster) para verificar a similaridade entre as estações e épocas de coleta,
ambas de acordo com os resultados gerados pelos testes de hipótese.
50
Sobre o cálculo do IET da água, foi realizada uma análise de variância univariada
(ANOVA) com medida repetida no tempo, para verificar se havia diferença significativa entre
os índices calculados nos últimos anos.
Para avaliar a distribuição de macrófitas foi computada a riqueza das espécies e o
cálculo de freqüência de ocorrência das mesmas, para comparação entre as diferentes coletas
(março, maio, agosto e novembro) e entre os pontos de amostragem.
Foi realizada também a análise de Cluster, com medida de similaridade de Sorensen
(MAGURRAN, 1989) para dados qualitativos como coeficiente de associação e método de
ligação do tipo UPGMA (média de grupo), sobre os dados de presença e ausência. Em
seguida, foi calculado o coeficiente de correlação cofenética para ser verificada a proporção
expressa com que os resultados representam os dados originais, admitindo-se serem
significativos os valores acima de 0,8 (LEGENDRE & LEGENDRE, 1983).
Os programas computacionais estatísticos utilizados na análise dos dados foram o
Bioestat e Estatística 7.0.
51
6. RESULTADOS
6.1. VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS
6.1.1. Precipitação e temperatura do ar
Na Figura 14 estão apresentados os dados de precipitação acumulada e as médias
mensais de temperatura do ar entre janeiro e dezembro de 2007, verificando-se valores de
precipitação elevados em janeiro, fevereiro, novembro e dezembro, com chuva atípica no mês
de julho de 2007. Ausência total de chuva ocorreu somente em agosto e setembro. Os valores
de temperatura também caracterizam períodos bem distintos, com máximos e mínimos
ocorrendo em março e junho, respectivamente.
O valor de precipitação mais elevado foi de 381,3 mm (em janeiro) e o total anual foi
de 1.502,2 mm. A temperatura do ar variou entre 25,7
o
C, em março, e 18,3
o
C, em junho.
Durante as semanas que antecederam os dias das coletas, o maior valor de precipitação
foi de 61,5 mm, registrado na coleta de novembro, e o menor valor de precipitação foi
registrado em agosto, mês em que não houve precipitação. As temperaturas atingiram valores
máximo e mínimo de 25,5
o
C e 20,4
o
C, em março e agosto, respectivamente.
52
244,9
161,4
194,2
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Precipitação (mm)
10
15
20
25
30
Temperatura C)
Precipitação mensal Precipitação semana da coleta Temperatura
Figura 14. Variação da temperatura média mensal do ar (ºC) e da precipitação total acumulada
(mm) na área de estudo, durante o ano de 2007.
6.1.2. Velocidade do vento
A velocidade do vento durante o período de estudo foi maior nos meses de novembro
(4,44 m/s) e setembro (4,31 m/s), e as menores velocidades foram registradas nos meses de
janeiro e junho (ambas 1,39 m/s), conforme pode ser observado na Figura 15.
0
1
2
3
4
5
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Meses
Velocidade (m/s)
Figura 15. Variação da velocidade do vento (m/s) na área de estudo, durante o ano de 2007.
53
6.1.3. Radiação solar
A radiação solar média mensal atingiu maiores valores em fevereiro (519,6 µE.m
2
.s
-1
)
e março (512,9 µE.m
2
.s
-1
) (Figura 16), coincidindo também com a ocorrência de maiores
temperaturas, enquanto o menor valor de radiação foi registrado em julho (285,8 µE.m
2
.s
-1
).
Em geral, os menores valores de radiação foram observados no período de estiagem, no qual
ocorreram também as menores temperaturas.
Radiação solar anual - 2007
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
µE.m
2
.s
-1
Figura 16. Variação da radiação solar (µE.m
2
.s
-1
) na área de estudo durante o ano de 2007.
6.2. VARIÁVEIS HIDRODINÂMICAS
6.2.1. Vazão e tempo de residência
Os maiores valores de vazões defluentes ocorreram, em geral, no período de chuvas
mais intensas (janeiro) e as menores, no período de menor precipitação (de maio a setembro,
excetuando-se julho), sendo que a variação do tempo de residência (TR) foi inversamente
proporcional aos valores de vazão (Figura 17). A maior vazão defluente foi acima de 20 m
3
/s
(janeiro), permanecendo abaixo de 10 m
3
/s em todos os demais meses. Conseqüentemente, os
valores de TR foram menores em janeiro (abaixo de 20 dias) e maiores nos demais, com
maior valor de TR ocorrendo em setembro e outubro (aproximadamente 90 dias).
54
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses - 2007
Vazão (m
3
.s
-1
)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo de residência (dias)
vazão defluente TR (dias)
Figura 17. Vazão média (m
3
/s) e tempo de residência (dias) da água no reservatório do Lobo
durante o ano de 2007.
6.3. ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS DO COMPARTIMENTO ÁGUA
6.3.1. Temperatura da água
Na Figura 18 estão apresentadas as variações espaciais e temporais dos valores de
temperatura ocorridos durante o período de estudo.
As temperaturas mais elevadas foram observadas no mês de março, principalmente
nos pontos Próximo a Barragem (32,5ºC) e da Mina (32,3ºC); as mínimas foram registradas
nos pontos Lobo (18,1ºC) e Estiva (20,9ºC), em agosto, demonstrando a ocorrência de
inverno e verão bem definidos. Salienta-se, no entanto, que julho foi um mês atípico, com
valores de precipitação bem elevados (acima de 150mm), caracterizando um inverno com
baixa temperatura, porém, menos seco. Também deve ser mencionado que os valores de
temperatura mais elevados registrados nos pontos Próximo a Barragem e Mina estiveram
associados ao horário de realização das coletas e, nos casos dos tributários, ao aporte de água
mais fria advinda dos mesmos.
55
0
5
10
15
20
25
30
35
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Temperatura (ºC)
março maio agosto novembro
Figura 18. Variação dos valores de temperatura da água nos pontos amostrados no reservatório
do Lobo no período de estudo.
6.3.2. Potencial hidrogeniônico
O valor de pH mais elevado foi registrado no ponto Lobo (6,68) no mês de março. Já
os demais pontos apresentaram valores mais acentuados no mês de novembro, sendo o
máximo observado no ponto Próximo a Barragem (6,60) e mínimo no ponto Itaqueri (3,53),
conforme está apresentado na figura 19. Já os menores valores foram obtidos, em sua maioria
no mês de agosto, sendo os valores mínimo registrado no ponto Lobo (3,41) e máximo no
ponto Próximo a Barragem (4,07). Em geral, os valores de pH estiveram entre 3,0 e 6,0,
caracterizando um sistema com águas mais ácidas.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
pH
mao maio agosto novembro
Conama 357/05
pH entre 6,0 e 9,0
Figura 19. Valores de pH da sub-superfície da água nos pontos amostrados no reservatório do
Lobo, durante o período de estudo.
56
6.3.3. Oxigênio dissolvido
As concentrações mais altas de oxigênio dissolvido foram registradas, em sua maioria,
nos meses de março e maio. Em março, a concentração mais elevada ocorreu no ponto da
Estiva (10,6 mg.L
-1
) e a mínima no ponto do Itaqueri (1,9 mg.L
-1
). Em maio, a concentração
máxima ocorreu nos pontos da Estiva e da Mina (ambas 8,9 mg.L
-1
) e a mínima no ponto do
Lobo (6,5 mg.L
-1
). Como pode ser observado na Figura 20, os valores de oxigênio dissolvido
foram menores nas porções superiores (Lobo e Itaqueri) e maiores nas demais, refletindo,
talvez, o elevado aporte de matéria orgânica dos principais tributários, a menor contribuição
da comunidade fitoplanctônica e a elevada taxa de consumo de oxigênio dissolvido.
0
2
4
6
8
10
12
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Oxig. Dissolvido (mgO
2
.L
-1
)
março maio agosto novembro
t
Conama 357/05
Mínimo de 5,0 mg.O
2
.L
-1
Figura 20. Valores de oxigênio dissolvido da sub-superfície da água nos pontos amostrados no
reservatório do Lobo, durante o período de estudo.
6.3.4. Condutividade
Os valores de condutividade elétrica estão apresentados na Figura 21, verificando-se
que, em geral, os menores valores de condutividade ocorreram em março, com máximo de 15
µS.cm
-1
no ponto Itaqueri e mínimo de 1 µS.cm
-1
no ponto da Estiva. A maioria dos pontos de
coleta, com exceção dos pontos Lobo, Itaqueri e Perdizes, mantiveram valores de
condutividade bem próximos durante os meses de maio, agosto e novembro.
Os maiores valores de condutividade ocorreram no ponto Itaqueri em todos os meses,
com máximos de 14,8 µS.cm
-1
(em maio) e 32,5 µS.cm
-1
(em novembro), caracterizando a
porção do sistema que recebe maior aporte de materiais em relação aos demais.
57
O ponto de amostragem Lobo foi o que apresentou os menores valores de
condutividade em maio, agosto e novembro de 2007, com máximo de 10 µS.cm
-1
e mínima de
7,9 µS.cm
-1
, demonstrando águas menos impactadas em relação aos demais, principalmente
ao ponto Itaqueri.
0
5
10
15
20
25
30
35
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Condutividade (uS.cm
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 21. Valores de condutividade da sub-superfície da água nos pontos amostrados no
reservatório do Lobo, durante os períodos de coleta.
6.3.5. Transparência da água
Quase todos os pontos de amostragem, em todas as coletas, apresentaram
transparência total, com exceção dos pontos Lobo (profundidade de 1,50 e transparência de
0,70m) e Vila Pinhal (profundidade de 1,30m e transparência de 0,80) em novembro de 2007,
embora o limite da zona eufótica (considerando 1% da luz incidente) tenha atingido o
sedimento.
6.3.6. Nitrogênio total e formas nitrogenadas
Em relação às concentrações de nitrogênio total da água (Figura 22), os maiores
valores foram observados em agosto, no ponto Vila Pinhal (1,03 mg.L
-1
) e em novembro, no
ponto Itaqueri (0,98 mg.L
-1
). Os menores valores foram observados nos meses de março (0,28
mg.L
-1
) e novembro (0,23 mg.L
-1
), ambos no ponto Geraldo. Verifica-se, ainda, acentuada
58
alteração temporal nas concentrações de nitrogênio total, com valores mais elevados a partir
de maio, na maioria das estações de coleta.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Nitrogênio total (mg.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 22. Concentração de nitrogênio orgânico total nas estações de coleta do reservatório do
Lobo, no período de estudo.
Quanto ao nitrito, a maior concentração foi de 7µg.L
-1
(Itaqueri, em novembro) e os
menores valores foram registrados em agosto, na maioria das estações, com concentrações
geralmente abaixo de 2 µg.L
-1
, sendo a mínima encontrada no ponto Perdizes (0,95 µg.L
-1
) e a
máxima no ponto Itaqueri (1,69 µg.L
-1
). Menciona-se, ainda, o decréscimo temporal dos
valores obtidos de nitrito, conforme apresentado na Figura 23.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Nitrito (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 23. Concentração de nitrito g.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo, no
período de estudo.
59
Na análise de nitrato (Figura 24), verifica-se que as maiores concentrações, em todos
os períodos, ocorreram no ponto Geraldo, com valor máximo de 90,2 µg.L
-1
no mês de agosto
e mínimo de 13,86 µg.L
-1
em março. Já a menor concentração foi encontrada em maio, no
ponto Próximo da Barragem (4,77 µg.L
-1
). Destacam-se, em agosto, os elevados valores de
nitrato nos pontos Lobo e Geraldo (acima de 70 µg.L
-1
), sendo que nos demais pontos as
maiores concentrações ocorreram em novembro.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Nitrato (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 24. Concentração de nitrato g.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo, no
período de estudo.
Para o íon amônio, as maiores concentrações foram observadas no mês de março, em
quase todos os pontos de coleta, com valor máximo de 189,05 µg.L
-1
(no ponto Mina) e
mínimo de 63,92 µg.L
-1
(no ponto Lobo). Em geral, nos demais meses de coleta as
concentrações foram similares em todos os pontos de amostragem (abaixo de 80 µg.L
-1
),
verificando-se a redução das mesmas nos meses de março a novembro (diferença sazonal),
conforme está apresentado na Figura 25.
60
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Íon amônio (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 25. Concentração de íon amônio (ug.L
-1
) nas estações de coleta do reservatório do Lobo,
no período de estudo.
6.3.7. Fósforo total e formas fosfatadas
Na análise de fósforo total (Figura 26), verifica-se que as maiores concentrações
ocorreram em março, com valores geralmente acima de 150 µg.L
-1
, apresentando novamente
decréscimo temporal, com maior concentração no ponto Geraldo (700 µg.L
-1
). Nos demais
meses, principalmente em agosto e novembro, as concentrações estiveram abaixo de 100
µg.L
-1
.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Fósforo total (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 26. Concentração de fósforo total (µg.L
-1
) da água nas estações de coleta do reservatório
do Lobo, no período de estudo.
61
Para a variável fosfato inorgânico dissolvido, as maiores concentrações ocorreram no
ponto Itaqueri, em março (50,47 µg.L
-1
), maio (48,85 µg.L
-1
) e agosto (23,82 µg.L
-1
),
conforme pode ser observado na Figura 27. Dos quatro períodos de coleta estudados, o meses
de março e maio foram os que apresentaram as maiores concentrações de fosfato inorgânico
dissolvido, e as menores ocorreram nos meses de agosto e novembro, sendo a máxima de 1,59
µg.L
-1
no ponto Mina e a mínima de 0,39 µg.L
-1
no ponto Perdizes.
0
10
20
30
40
50
60
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Fosfato inorg. dissolvido (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 27. Concentração de fosfato inorgânico (µg.L
-1
) da água, nas estações de coleta do
reservatório do Lobo no período de estudo.
Quanto à variável fosfato total dissolvido (PTD), novamente as maiores concentrações
ocorreram no ponto Itaqueri, nos quatro períodos analisados, atingindo concentrações máxima
de 67,16 µg.L
-1
(em maio) e mínima de 43,78 µg.L
-1
(em agosto). Nos demais pontos de
amostragem as concentrações foram similares, variando entre 9,81 µg.L
-1
e 23,53 µg.L
-1
conforme está demonstrado na Figura 28.
62
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Fosfato total dissolvido (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 28. Concentração de fosfato total dissolvido na água (µg.L
-1
), nas estações de coleta
do reservatório do Lobo no período de estudo.
6.3.8. Silicato reativo
Para o silicato reativo (Figura 29), as maiores concentrações foram observadas em
agosto, nos pontos Lobo (7,51 mg.L
-1
) e Geraldo (5,77 mg.L
-1
). Para os demais pontos de
amostragem a concentração máxima foi observada em maio, no ponto Mina (3,98 mg.L
-1
) e a
mínima em março, nos pontos Geraldo e Mina (ambas com 0,70 mg.L
-1
). Os resultados
obtidos também demonstram tendência de aumento das concentrações nas escalas temporal e
espacial.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Silicato reativo (mg.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 29. Concentração de silicato reativo na água (mg.L
-1
), nas estações de coleta do
reservatório do Lobo no período de estudo.
63
6.3.9. Material em suspensão (Total, Orgânico e Inorgânico)
Os resultados obtidos na análise de material em suspensão podem ser visualizados na
Figura 30, verificando-se que a concentração máxima de material em suspensão total foi
registrada em novembro, no ponto Mina (23,34 mg.L
-1
) e a mínima em agosto, no ponto
Próximo a Barragem (2,2 mg.L
-1
).
Em relação ao material em suspensão inorgânico, os valores máximos e mínimos
foram novamente observados no mês de novembro, variando entre 10,06 mg.L
-1
(no ponto
Mina) e 0,06 mg.L
-1
(no ponto Itaqueri).
A concentração máxima de material em suspensão orgânico foi encontrada no ponto
Mina (13,28 mg.L
-1
), no mês de novembro e a mínima no ponto Lobo (1,44 mg.L
-1
), em maio.
Material em suspensão total
0
5
10
15
20
25
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
(mg/L
-1
)
Março maio agosto novembro
Material em suspensão inorgânico
0
2
4
6
8
10
12
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
(mg/L
-1
)
Março maio agosto novembro
64
Material em suspensão orgânico
0
2
4
6
8
10
12
14
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
(mg/L
-1
)
Março maio agosto novembro
Figura 30. Concentração de material em suspensão total (MST), material em suspensão
inorgânico (MSI) e material em suspensão orgânico (MSO), em mg.L
-1
, nas amostras de água
dos pontos de coleta do reservatório do Lobo, durante o período de estudo.
6.3.10. Clorofila a
Os resultados apresentados correspondem à determinação de clorofila a total, com
diferença de métodos no mês de março e maio (sem maceração) e agosto e novembro (com
maceração). Como é apresentado na Figura 31, as maiores concentrações de clorofila a foram
obtidas em novembro, em todos os pontos, com valores máximo de 12,20 µg.L
-1
(no ponto
Lobo) e mínimo de 8,13 µg.L
-1
(no ponto Geraldo). Já as menores concentrações foram
observadas em maio, sendo a máxima de 0,21 µg.L
-1
, no ponto Vila Pinhal e a mínima de 0,01
µg.L
-1
, no ponto Lobo. Verifica-se que os valores elevados observados em novembro
correspondem, de forma evidente, ao aumento da concentração da fração orgânica do material
em suspensão.
65
0
2
4
6
8
10
12
14
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Clorofila a total (ug.L
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 31. Concentração de clorofila a total (µg.L
-1
), nas estações de coleta do reservatório do
Lobo no período de estudo.
6.3.11. Índice de Estado Trófico
Os resultados do índice de estado trófico, obtidos para as estações de coleta durante o
período de estudo, estão representados na Figura 32. Pode-se observar que, em geral, nos
meses de março e novembro foram obtidos os maiores valores dos índices de estado trófico
em todos os pontos, com redução em maio e agosto. No mês de março o maior índice foi
registrado no ponto Geraldo (54,63); classificando-o como eutrófico neste mês e o menor no
ponto Próximo da Barragem (46,51). Em maio, o maior índice foi determinado no ponto Mina
(49,17) e o menor no ponto Lobo (40,42). Em agosto, o maior índice foi observado no ponto
Itaqueri (45,12) e o menor no Perdizes (33,08), enquanto em novembro o maior valor foi
registrado no ponto Próximo a Barragem (57,59), classificando-o também como eutrófico
neste mês e o menor no Estiva (47,62). Considerando a média dos IET’s para os diferentes
meses, as estações de coleta foram classificadas em mesotróficas, excetuando-se o ponto
Perdizes, caracterizado como oligotrófico.
66
30
35
40
45
50
55
60
mar mai ago nov
Meses de coleta
Índice de Estado Trófico
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes
Estiva Vila Pinhal Mina Próx. Barragem
Figura 32. Índice de estado trófico das estações de coleta do reservatório do Lobo no período de
estudo.
6.4. ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Na análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
por quinze variáveis abióticas, testou-se sobre o conjunto de dados gerais o efeito da
sazonalidade, da freqüência mensal de coleta e da diferença entre os pontos de coleta (Anexo
1 Tabela 24 a 26). Admitindo-se que o nível de corte de probabilidade aceito foi de 5%, os
resultados indicaram que somente a sazonalidade foi significativa para esse conjunto de dados
(p = 0,051).
O passo seguinte foi realizar uma Análise de Componentes Principais (PCA) sobre as
variáveis abióticas, de maneira a hierarquizar os indicadores que compunham cada uma
dessas matrizes. Para isso foram feitas quatro PCAs, caracterizando os diferentes meses de
coleta (março, maio, agosto e novembro de 2007). Em seguida, utilizaram-se os escores
obtidos nas PCAs para a análise de cluster. Essa análise consiste em estabelecer os grupos
naturais de objetos (formados a partir da distância ou similaridade entre eles) ou de
descritores (estabelecidos pela dependência entre eles), de modo a reuni-los num mesmo
conjunto. Dentre os métodos existentes, optou-se pelo agrupamento pela associação não
ponderada (UPGMA), recomendado por Romesburg (1984), por atribuir similaridade entre
pares de grupos de forma menos extrema que os demais métodos e, também, por proporcionar
a utilização de qualquer coeficiente de associação (RIBEIRO, 1994).
67
Em março, os componentes oxigênio dissolvido, nitrito, temperatura da água, íon
amônio, condutividade e fósforo total dissolvido explicaram, juntos, 88,3% da variância total
dos dados (Tabela 5). O primeiro componente (61,7%) foi composto por oxigênio dissolvido,
nitrito, temperatura da água e íon amônio, todos com carga superior a 0,7. O segundo
componente explicou 26,6% da variância, tendo selecionado a condutividade e o fósforo total
dissolvido.
As variáveis nitrogênio total, fosfato inorgânico, material em suspensão orgânico,
silicato, pH, nitrato, material em suspensão inorgânico, material em suspensão total e fósforo
total não foram incluídas nessa análise por não apresentarem carga mínima de 0,70.
Em maio, os dois primeiros componentes explicaram, juntos, 81,2% da variância total
dos dados (Tabela 6). O primeiro componente (55,9%) foi composto por oito das quinze
variáveis. As variáveis que contribuíram negativamente para este eixo foram íon amônio e
nitrato. O segundo componente explicou 25,3% da variância, tendo selecionado somente o
material em suspensão (total e inorgânico).
Em agosto, os dois primeiros componentes explicaram, juntos, 90,2% da variância
total dos dados (Tabela 7). O primeiro componente (53,1%) foi composto por cinco das
quinze variáveis analisadas, sendo elas silicato, pH, nitrato, temperatura e condutividade. O
segundo componente explicou 37,1% da variância, tendo selecionado o material em
suspensão total, fósforo total, material em suspensão orgânico e nitrito.
E em novembro, os dois primeiros componentes explicaram, juntos, 85,98% da
variância total dos dados (Tabela 8). O primeiro componente (67,6%) foi composto por nove
variáveis, sendo elas material em suspensão orgânico, nitrato, temperatura, oxigênio
dissolvido, material em suspensão total, nitrito, fósforo total, pH e fósforo total dissolvido. O
segundo componente explicou 18,38% da variância, tendo selecionado a condutividade (carga
negativa) e o íon amônio (carga positiva).
68
Tabela 5. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para março de 2007
Variáveis selecionadas Component loading
Comp 1 Comp 2
Oxigênio Dissolvido (O.D.)
0.938
-0.264
Nitrito (NO
2
)
0.874
-0.371
Temperatura da água (ºC)
0.855
0.378
Íon amônio (NH
4
)
0.852
0.458
Condutividade 0.566
0.724
Fósforo total dissolvido (PTD) 0.529
0.717
% da Variância explicada por eixo 61.68% 26.62%
% total da Variância explicada 88.3%
Tabela 6. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para maio de 2007
Variáveis selecionadas Component loading
Comp 1 Comp 2
Nitrito (NO
2
)
0.910
0.029
Silicato reativo (SIO)
0.903
-0.113
Condutividade
0.856
-0.154
Oxigênio Dissolvido (O.D.)
0.846
-0.154
Material susp. Orgânico (MSO)
0.802
0.560
Íon amônio (NH
4
)
-0.780
0.244
Nitrogênio Total (NT)
0.742
0.319
Nitrato (NO
3
)
-0.711
0.489
Material susp. Inorgânico (MSI) -0.150
0.974
Material susp. total (MST) 0.408
0.905
% da Variância explicada por eixo 55.9% 25.3%
% total da Variância explicada
81.2%
69
Tabela 7. tes principais (PCA) para agosto de 2007.
Variáveis selecionadas Component loading
Comp 1 Comp 2
Silicato reativo (SIO)
0.982
-0.076
Potencial hidrogeniônico (pH)
0.963
0.082
Nitrato (NO
3
)
0.913
0.088
Temperatura da água (ºC)
0.872
0.308
Condutividade
0.763
0.615
Material susp. Total (MST) 0.549
0.777
Fósforo total (PT) 0.298
0.941
Material susp. orgânico (MSO) 0.434
0.861
Nitrito (NO
2
) 0.370
0.784
% da Variância explicada por eixo 53.1% 37.1%
% total da Variância explicada
90.2%
Tabela 8. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para novembro de 2007.
Variáveis selecionadas Component loading
Comp 1 Comp 2
Material susp. Orgânico (MSO)
0.972
-0.072
Nitrito (NO
2
)
0.966
0.075
Temperatura da água (ºC)
0.953
-0.113
Oxigênio dissolvido (OD)
0.940
-0.305
Material susp. total (MST)
0.911
0.217
Nitrato (NO
3
)
0.859
0.013
Fósforo total (PT)
0.828
0.270
Potencial hidrogeniônico (pH)
0.726
0.519
Fosfato total dissolvido (PTD)
0.704
0.534
Condutividade 0.553
-0.795
Íon amônio (NH
4
) -0.436 0.768
% da Variância explicada por eixo 67.67% 18.31%
% total da Variância explicada
85,98%
70
Partindo das PCAs realizadas, procurou-se descobrir padrões de similaridade entre as
estações estudadas, utilizando as matrizes dos escores gerados nas mesmas. Em todas as
análises de agrupamento foram utilizados a Distância Euclidiana Média e o método UPGMA
de ligação, além de calculados os coeficientes de correlação cofenética, para os quais,
segundo LEGENDRE & LEGENDRE (1983), devem ser aceitos valores superiores a 0,8.
Uma vez que todos os fatores testados (sazonalidade, meses de coleta e pontos de
amostragem) apresentaram diferença significativa (p<0,05), optou-se por realizar a análise de
agrupamento (cluster) contendo todos os pontos de coleta, discriminando os meses nos quais
foram realizadas as campanhas de campo.
O cluster dos dados limnológicos indicou a formação de quatro grandes grupos que
correspondem aos meses de coleta (março, maio, agosto e novembro), possuindo um
coeficiente de correlação cofenético de 0,9456 (Figura 33). Para a maioria dos pontos de
coleta o agrupamento ocorreu distribuído entre esses quatro meses.
Dentro do Grupo 1, que corresponde à coleta de março, os pontos que mais se
assemelharam foram Itaqueri (coleta de março) e Mina (coleta de maio), que também faz
parte do Grupo 1. Já no Grupo 2, correspondente à coleta de maio, os pontos mais próximos
foram Itaqueri e Vila Pinhal. No Grupo 3, referente à coleta de novembro, os pontos que mais
se assemelharam foram Perdizes e Estiva e no Grupo 4, referente ao mês de agosto, Estiva e
Mina. As exceções ficaram para os pontos Mina (coleta de maio), Lobo e Geraldo na coleta
de agosto, e Lobo e Mina na coleta de novembro.
O ponto Mina, em maio, apresentou alta similaridade com os pontos da coleta do mês
de março (Grupo 1), por isso no cluster encontra-se no Grupo 1. Os pontos Lobo e Geraldo,
em agosto, apresentaram similaridade limnológica em maio e novembro. os pontos Lobo e
Mina, em novembro, apresentaram maior similaridade com os pontos de coleta em agosto.
71
Cluster Tree
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Distances
Case 1
Case 2
Case 3
Case 4
Case 5
Case 6
Case 7
Case 8
Case 9
Case 10
Case 11
Case 12
Case 13
Case 14
Case 15
Case 16
Case 17
Case 18
Case 19
Case 20
Case 21
Case 22
Case 23
Case 24
Case 25
Case 26
Case 27
Case 28
Case 29
Case 30
Case 31
Case 32
Case 1 = Lobo (março), Case 2 = Itaqueri (março), Case 3 = Geraldo (março), Case 4 = Perdizes (março), Case 5 = Estiva
(março), Case 6 = V.Pinhal (março), Case 7 = Mina (março), Case 8 = Barragem (março), Case 9 = Lobo (maio), Case 10 =
Itaqueri (maio), Case 11 = Geraldo (maio), Case 12 = Perdizes (maio), Case 13 = Estiva (maio), Case 14 = V.Pinhal (maio),
Case 15 = Mina (maio), Case 16 = Barragem (maio), Case 17 = Lobo (agosto), Case 18 = Itaqueri (agosto), Case 19 = Geraldo
(agosto), Case 20 = Perdizes (agosto), Case 21 = Estiva (agosto), Case 22 = V.Pinhal (agosto), Case 23 = Mina (agosto), Case
24 = Barragem (agosto), Case 25 = Lobo (agosto), Case 26 = Itaqueri (agosto), Case 27= Geraldo (agosto), Case 28 =
Perdizes (agosto), Case 29 = Estiva (agosto), Case 30 = V.Pinhal (agosto), Case 31 = Mina (agosto), Case 32= Barragem
(agosto).
Figura 33. Cluster dos escores da PCA para as coletas mensais (cf = 0,9456).
Grupo 1
(março)
Grupo
2
(maio)
Grupo
3
(novembro)
Grupo
4
(agosto)
72
6.5. ANÁLISES FÍSICAS E QUÍMICAS DO COMPARTIMENTO
SEDIMENTO
6.5.1. Nitrogênio orgânico
Em março a maior porcentagem de nitrogênio foi observada no ponto Lobo (17,29 %)
e a menor no ponto Mina (0,26 %), enquanto em maio a máxima foi registrada no ponto
Estiva (14,51 %) e a mínima no ponto Mina (0,23 %). No mês de agosto, a máxima ocorreu
no ponto Estiva (11,15 %) e a menor no Perdizes (0,19 %), sendo que em novembro o valor
máximo foi registrado no ponto Lobo (15,68 %) e o menor no ponto Mina (0,30%), conforme
apresentado na Figura 34.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Nitrogênio total (%)
março maio agosto novembro
Figura 34. Porcentagem de nitrogênio total (%) no sedimento encontrado nas estações de
coleta durante período de estudo.
6.5.2. Fósforo Total
A maior concentração de fósforo total, no mês de março, foi de 3,56 µg.g
-1
(ponto
Itaqueri) e a menor (0,38 µg.g
-1
) ocorreu nos pontos Perdizes e Mina. Em maio o maior valor
(5,06µg.g
-1
) foi obtido no ponto Geraldo e o mínimo (0,08 µg.g
-1
) no ponto Mina, enquanto a
concentração máxima de agosto foi de 1,52 µg.g
-1
, no ponto Vila Pinhal, e a mínima foi de
0,11 µg.g
-1
, no ponto Mina. Em novembro a maior concentração (4,35 µg.g
-1
) foi registrada
no ponto Itaqueri e a mínima (0,13 µg.g
-1
) no ponto Mina, conforme apresentado na Figura
35.
73
0
1
2
3
4
5
6
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Fósforo total (ug.g
-1
)
março maio agosto novembro
Figura 35. Concentração de fósforo total (µg.g
-1
) no sedimento, encontrado nas estações de
coleta no período de estudo.
6.5.3. Matéria orgânica
Analisando os valores de matéria orgânica no sedimento, verificou-se que em março a
maior porcentagem ocorreu no ponto Lobo (8,23%) e a mínima no ponto Mina (0,09 %). Em
maio, a máxima contribuição foi registrada no ponto Estiva (9,65 %) e a mínima no Lobo
(0,42 %). No mês de agosto os valores variaram entre 7,73 % (Vila Pinhal) e 0,07 % (Mina),
enquanto em novembro a maior concentração foi encontrada no ponto Próximo a Barragem
(15,12 %) e a mínima no ponto Perdizes (0,54 %), conforme apresentado na Figura 36. Em
geral, os menores valores foram registrados nos pontos de coleta Perdizes e Mina.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Prox.
Barragem
Estações de coleta
Matéria orgânica (%)
março maio agosto novembro
Figura 36. Porcentagem de matéria orgânica (%) no sedimento das estações de coleta do
reservatório do Lobo, durante o período de estudo.
74
6.5.4. Granulometria
Nas Figuras 37 a 44 podem ser avaliados os resultados da análise granulométrica do
sedimento dos oito pontos de coletas durante o período estudo. Em geral, a composição dos
sedimentos apresentou maior contribuição de areia fina e areia média, enquanto a fração
argila foi encontrada em menor proporção.
O ponto Lobo apresentou as maiores porcentagens de argila e silte no mês de março
(3% e 32%, respectivamente), areia fina em novembro (52%), areia média em agosto (68%) e
areia grossa em novembro (13%).
No ponto Itaqueri as maiores porcentagens de argila e silte também foram registradas
no mês de março (6% e 25% respectivamente), areia fina e média em agosto (47% e 34%
respectivamente) e areia grossa em novembro (13%).
No ponto Geraldo, as maiores porcentagens de argila foram obtidas no mês de março
(2%), silte em novembro (16%), areia fina em agosto (49%), areia média em maio (56%) e
areia grossa em março (25%).
As porcentagens de argila, silte e areia fina, no ponto Perdizes, foram mais elevadas
no mês de março (1%, 7% e 54% respectivamente), areia média em novembro (62%) e areia
grossa em maio (20%).
No ponto Estiva as maiores concentrações de argila ocorreram em maio (2%), silte em
março (21%), areia fina em maio (54%), areia média em agosto (35%) e areia grossa em
novembro (24%).
Para o ponto Vila Pinhal, as maiores concentrações de argila e silte foram registradas
em novembro (2% e 20% respectivamente), areia fina em março (57%), areia média em maio
(65%) e areia grossa em novembro (20%).
No ponto Mina não se verificou a ocorrência de argila. As maiores concentrações de
silte e areia fina ocorreram em março (3% e 67% respectivamente), areia média em maio
(58%) e areia grossa em novembro (19%).
As maiores porcentagens de argila, no ponto próximo da Barragem, foram encontradas
no mês de maio (3%), silte e areia fina em março (14% e 79% respectivamente), areia média
em agosto (39%) e areia grossa em novembro (8%).
75
Figura 37. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Lobo durante o período de estudo.
76
Figura 38. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Itaqueri durante o período de estudo.
77
Figura 39. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Geraldo durante o período de estudo.
78
Figura 40. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Perdizes durante o período de estudo.
79
Figura 41. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Estiva durante o período de estudo.
80
Figura 42. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Vila Pinhal durante o período de
estudo.
81
Figura 43. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Mina durante o período de estudo.
82
Figura 44. Granulometria das amostras de sedimento coletadas no ponto Próximo da Barragem durante o
período de estudo.
83
6.5.5. Análise estatística
A análise de variância multivariada (MANOVA) foi realizada por meio de uma matriz
composta por oito variáveis abióticas, onde se testou, sobre o conjunto de dados gerais, o
efeito da sazonalidade (seca e cheia), dos quatro meses de coleta e da similaridade entre os
pontos de coleta (Anexo 1 – Tabela 27 a 29).
Admitindo-se que o nível de corte de probabilidade aceito foi de p<0,05, os resultados
indicaram que a sazonalidade (p = 0,678) e os meses (p = 0,239) não apresentaram variações
significativas para esse conjunto de dados. Já a diferença entre os pontos de coleta apresentou-
se significativa (p = 0,029*) e por isso optou-se por analisar as matrizes dos dados em função
da semelhança entre os oito pontos de amostragem.
Realizou-se, então, uma Análise de Componentes Principais (PCA) sobre as oito
variáveis abióticas, de maneira a hierarquizar os indicadores que compunham cada uma
dessas matrizes, desconsiderando as variações ocorridas entre os meses de coleta.
Os dois componentes explicaram, juntos, 81,31% da variância total dos dados. O
primeiro componente (53,7%) foi composto por silte, nitrogênio total, fósforo total, matéria
orgânica e areia média, todos com carga superior a 0,7. O segundo componente explicou
27,6% da variância, tendo selecionado areia fina e areia grossa. A variável que contribuiu
negativamente para este eixo foi a areia fina (Tabela 9).
Tabela 9. Resultados das análises de componentes principais (PCA) para os oito pontos de
amostragem.
Variáveis selecionadas Component loading
Comp 1 Comp 2
Silte
0.925
0.077
Nitrogênio Total (NT)
0.888
0.187
Fósforo total (PT)
0.882
0.269
Matéria orgânica (MO)
0.871
0.247
Areia média
0.710
0.586
Areia fina 0.270
-0.894
Areia grossa 0.040
0.784
% da Variância explicada por eixo
53.7%
27.6%
% total da Variância explicada
81.31%
*A variável argila não integrou essa análise por ter carga abaixo de 0,7.
84
Da mesma maneira descrita nas análises da água, no cluster realizado para a análise
dos sedimentos utilizou-se a Distância Euclidiana Média, o método UPGMA de ligação e o
cálculo do coeficiente de correlação cofenética.
O cluster das variáveis analisadas no sedimento indicou a formação de quatro grandes
grupos, possuindo um coeficiente de correlação cofenético de 0,8611 (Figura 45). Os pontos
de amostragem Itaqueri, Vila Pinhal e Estiva representam o grupo de maior similaridade entre
os pontos (Grupo 3), seguido pelo grupo formado pelo Lobo e Geraldo (Grupo 2). Dando
continuidade, o terceiro grupo de maior similaridade entre os pontos de coleta foi o que
incluiu os pontos Mina e Perdizes (Grupo 1). O único ponto de coleta que se difere de todos
os demais é o ponto Próximo da Barragem (Grupo 4).
Cluster Tree
0 1 2 3
Distances
Case 1
Case 2
Case 3
Case 4
Case 5
Case 6
Case 7
Case 8
Case 1 = Lobo, Case 2 = Itaqueri, Case 3 = Geraldo, Case 4 = Perdizes, Case 5 = Estiva, Case 6 = Vila Pinhal,
Case 7 = Mina, Case 8 = Próx. Barragem.
Figura 45. Cluster dos escores da PCA para os pontos de amostragem (cf = 0,8611).
G3
G2
G1
G4
85
6.6. MACRÓFITAS AQUÁTICAS
Nas estações de amostragem, ao longo do reservatório do Lobo, foram identificadas
69 espécies, pertencendo a 42 gêneros e 26 famílias (Ver fotos das espécies no Anexo 2). As
famílias com maior representatividade foram: Cyperaceae - 13 espécies; Poaceae (Gramineae)
11 espécies; Araceae 4 espécies; Onagraceae 4 espécies; Pontederiacea 4 espécies e
Xyridaceae 4 espécies. Em relação aos gêneros, os que apresentaram o maior número de
espécies foram: Cyperus (4), Eleocharis (4), Ludwigia (4), Rynchospora (4) e Xyris (4).
Todas as espécies identificadas, as estações de coleta nas quais foram encontradas e os
hábitos de cada uma estão apresentadas na Tabela 10.
Tabela 10. Família, espécie e hábito das macrófitas aquáticas encontradas nas estações de coleta ao
longo do reservatório do Lobo.
Família Gênero e espécies *Hábito * Estações de coleta
ANGIOSPERMAE
Alismataceae
Echinodorus tenellus (Mart.) Buch.
E
1
Apiaceae
(Umbelliferae)
Hydrocotyle c.f. ranuncloides L.f.
Hydrocotyle umbelatatta
A ou E
A ou E
1,2,5
4,5,6,8
Araceae Pistia stratiotes L.
Urosphata sagittifolia (Rudge) Schott
Xanthosoma striatipes (Kunth & Bouché) Mad.
Xanthosoma sp
FL
E
A
A
1,2,3,4,5
6
6
6
Asteraceae Eupatorium ballotaefolium Kunth
Eupatorium sp
A
A
1
1
Compositae Baccharis Trimera (Less.)DC.
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera
A
A
1
1
Cyperaceae Cyperus brevifolius (Rottb.) Hassk.
Cyperus difformis L.
Cyperus distans L. f.
Cyperus sp
Eleocharis capillaceae
Eleocharis equisetoides
Eleocharis obtusetrigona
Eleocharis sp
Fuirena incompleta Ness
Rhynchospora aurea
Rhynchospora corymbosa (L.) Britt.
Rhynchospora sp 1
Rhynchospora sp 2
A
A
A
A
E
E
E
E
A
A ou E
A ou E
A ou E
A ou E
8
1,7
1
1,4
1,2,4,5
1
1,2,4,5,6,8
1,3,4,5,6,8
1
1
1
8
1,7,8
Eriocaulaceae Eriocaulon sp
Syngonanthus sp 1
Syngonanthus sp 2
E
E
E
1,4
1,6
1,4
Gentianaceae Irlbachia alata (Aubl.) Maas A 4
Haloragaceae Myriophyllum sp E 4,5
Hydrocharitaceae Egerea sp SF 4
86
Lamiaceae Hyptis atrorubens Poit. A 5,8
Lemnaceae Wolffia brasiliensis Wedd. FL 2
Lentibulariaceae Utricularia gibba L. SL ou Ep 1,2
PTERIDOPHYTA
Lycopodiaceae
Lycopodium sp
A
6
Mayacaceae Mayaca fluviatilis Aubl. SF 1,2,4,5,6
Melastomataceae Rhynchanthera grandflora (Aubl.) DC.
Rhynchanthera novemnervia DC.
A
E
1
1,8
Menyanthaceae Nymphoides indica (L.) Kuntze FF 1,2,3,4,5,6,7,8
Nynphaeaceae Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF 2,3
Onagraceae Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara
Ludwigia sp 1
Ludwigia sp 2
Ludwigia torulosa
A ou E
A
A
A
1,2,4,5,6,7,8
1,2,7,8
1
1
Orchidaceae Habenaria repens Nutt.
Habenaria sp
FF
FF
1
1
Poaceae
(Gramineae)
Acroceras zizianioides (H.B.K.) Dandy
Andropogon bicornis L.
Brachiaria sp
Eragrostis ciliaris (L.) R. Br.
Graminea sp 1
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees
Panicum pernambucense (Spreng.) Mez
Panicum cf. repens
Panicum sp
Paspalidium paludivagum (Hitchc. & Chase) Parodi
Schizachyrium condensatum (Kunth) Nees
A ou E
A ou E
A
A
A
A ou E
E
E
E
E
A ou E
1,2,8
4
1,2,3,4,5,6,7,8
1,7
1,2,3,4,5,6,7,8
1,7
1,2,3,5,8
4,8
1,2,4
7,8
1,2,4
Pontederiaceae Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
Pontederia cordata L.
Pontederia parviflora Alexander
Pontederia sp
FL
E
E
E
2,3
1
1,2,3,7
1,3,5,6
Rubiaceae Oldenlandia salzmanii A 1,2,4,5,6,8
Salvinaceae Salvinia auriculata Aubl.
Salvinia biloba Raddi emend. De la Sota
FL
FL
1,2,3,4,5,6,7
1,2,3,4,5,6,7
Scrophulariaceae Bacopa salzmannii (Benth.) Wettst. Ex Edwall
Bacopa sp
E
E
1,2,4,5,6
4,5
Xyridaceae Xyris sp 1
Xyris sp 2
Xyris sp 3
Xyris sp 4
E
E
E
E
1,4,6
6
1,2,4,5,7
1,2,4,6,8
*Hábito: A - anfíbia, E - emergente, A ou E - anfíbia ou emergente, FF - flutuante fixa, FL - flutuante livre, SF -
submersa fixa, SL ou EP - submersa livre ou epífita.
*Estações de coleta: 1 - Lobo, 2 - Itaqueri, 3 Geraldo, 4 Perdizes, 5 Estiva, 6 Vila Pinhal, 7 Mina, 8
Próximo da Barragem.
87
Considerando todos os pontos de coleta, o tipo ecológico de maior ocorrência no reservatório
foram as espécies emergentes e anfíbias, e as de menor ocorrência foram as macrófitas submersas
livres ou epífitas, conforme pode ser observado na Figura 46.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecogicos
Ocorrência no reservatório
*Legenda: A - anfíbia, E - emergente, A ou E - anfíbia ou emergente, FF - flutuante fixa, FL -
flutuante livre, SF - submersa fixa, SL ou EP - submersa livre ou epífita.
Figura 46. Porcentagem de ocorrência entre os tipos ecológicos encontrados no reservatório.
Já a ocorrência dos tipos ecológicos, em cada ponto de amostragem, podem ser
observados nas figuras de 47 a 55.
Ponto Lobo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 47. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Lobo.
88
Ponto Itaqueri
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 48. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Itaqueri.
Ponto Geraldo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorncia
Figura 49. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Geraldo.
Ponto Perdizes
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorncia
Figura 50. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Perdizes.
89
Ponto Estiva
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 51. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Estiva.
Ponto Vila Pinhal
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 52. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Vila Pinhal.
Ponto Mina
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 53. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Mina.
90
Ponto Próx. Barragem
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
A E A ou E FF FL SF SL ou EP
Tipos ecológicos
Ocorrência
Figura 54. Tipos ecológicos ocorridos no ponto Próximo. da Barragem.
6.6.1. Riqueza de espécies
Considerando todos os períodos de coleta, as estações de amostragem que
apresentaram a maior riqueza de espécies foram Lobo (49), Perdizes (28) e Itaqueri (25),
enquanto as estações Geraldo (11) e Mina (14) foram as que apresentaram as menores
riquezas de espécies (Figura 47).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Lobo Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva Vila Pinhal Mina Próx.
Barragem
Número de escies
Estações de coleta
Figura 55. Riqueza de espécies encontradas ao longo das estações de amostragem no
reservatório do Lobo, no período de estudo.
91
6.6.2. Freqüência de ocorrência
Os gêneros com maior distribuição no reservatório foram: Hydrocotyle, Pistia,
Eleocharis, Mayaca, Nymphoides, Ludwigia, Brachiaria, Panicum, Oldenlandia, Salvinia,
Bacopa e Xyris, além de uma espécie de gramínea não identificada. Os de distribuição mais
restrita foram Echinodorus, Urosphata, Xanthosoma, Eupatorium, Baccharis, Cyperus,
Rynchospora, Irlbachia, Egerea, Wolfia, Lycopodium, Rhynchantera, Habenaria e
Andropogon, conforme apresentado na Tabela 11. No total de espécies coletadas, 34 foram
consideradas raras, 28 comuns e 7 constantes em relação à freqüência de ocorrência.
Tabela 11. Classificação das espécies, em ordem alfabética, encontradas e a freqüência de ocorrência.
Espécies
Freqüência de
ocorrência Classificação
Acroceras sp 22% comuns
Andropogon bicornis L. 6% raras
Baccharis trimera (Less.) DC. 13% comuns
Bacopa salzmannii (Benth.) Wettst. Ex Edwall 44% comuns
Bacopa sp 22% comuns
Brachiaria sp 100% constantes
Cyperus brevifolius (Rottb.) Hassk. 3% raras
Cyperus difformis L. 6% raras
Cyperus distans L. f. 3% raras
Cyperus sp 6% raras
Echinodorus tenellus (Mart.) Buch. 3% raras
Egerea sp 3% raras
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms 6% raras
Eleocharis capillacea 25% comuns
Eleocharis equisetoides 6% raras
Eleocharis obtusetrigona 19% comuns
Eleocharis sp 63% constantes
Eragrostis ciliaris (L.) R. Br. 9% raras
Eriocaulon sp 6% raras
Eupatorium ballotaefolium Kunth 3% raras
Eupatorium sp 3% raras
Fuirena incompleta Nees 3% raras
Graminea sp 66% constantes
Habenaria repens 3% raras
Habenaria sp 3% raras
Hydrocotyle c.f. ranunculoides L.f. 31% comuns
Hydrocotyle c.f. umbellatata 28% comuns
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees 6% raras
Hyptis atrorubens Poit. 6% raras
Irlbachia alata (Aubl.) Maas 3% raras
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara 63% constantes
Ludwigia sp 1 28% comuns
Ludwigia sp 2 6% raras
92
Ludwigia torulosa 6% raras
Lycopodium sp 13% comuns
Mayaca fluviatilis Aubl. 38% comuns
Myriophylum sp 25% comuns
Nymphea ampla (Salisb.) DC. 16% comuns
Nymphoides indica (L.) Kuntze 100% constantes
Oldenlandia salzmanii 47% comuns
Panicum pernambucense (Spreng.) Mez 31% comuns
Panicum cf. repens 6% raras
Panicum sp 13% comuns
Paspalidium paludivagum (Hitchc. & Chase) Parodi 6% raras
Pistia stratiotes L. 38% comuns
Pluchea sagittalis 3% raras
Pontederia cordata L. 3% raras
Pontederia parviflora Alexander 34% comuns
Pontederia sp 22% comuns
Rynchantera grandflora (Aubl.) DC. 3% raras
Rynchantera novemnervia DC. 6% raras
Rynchospora áurea 3% raras
Rynchospora corimbosa (L.) Britton 9% raras
Rynchospora sp 1 3% raras
Rynchospora sp 2 13% comuns
Salvinia auriculata Aubl. 63% constantes
Salvinia biloba Raddi emend. De la Sota 63% constantes
Schizachyrium condensatum (Kunth) Nees 19% comuns
Syngonanthus sp 1 9% raras
Syngonanthus sp 2 9% raras
Urospatha sagittifolia (Rudge) Schott 13% comuns
Utricularia gibba L. 13% comuns
Wolffia brasiliensis Weed. 3% raras
Xanthosoma striatipes (Kunth & Bouché) Mad. 13% comuns
Xanthosoma sp 13% comuns
Xyris sp 1 13% comuns
Xyris sp 2 3% raras
Xyris sp 3 31% comuns
Xyris sp 4 38% comuns
6.6.3. Índice de similaridade
Os resultados obtidos na análise de similaridade entre os pontos de coleta estão
apresentados na Tabela 12, verificando-se que os valores estiveram compreendidos entre 28%
(Barragem e Geraldo) e 69% (Estiva e Perdizes). A estação de coleta Itaqueri foi a que
apresentou maior similaridade com as demais, incluindo Lobo (59%), Geraldo (56%),
Perdizes (60%) e Estiva (65%), sendo que a estação de coleta Próxima a Barragem foi a que
apresentou a menor similaridade com as demais (de 28 a 47%).
93
Tabela 12. Índice de similaridade de Sorensen (1948), relacionado à composição das espécies de
macrófitas entre os pontos de coleta, sendo 1 - Lobo, 2 - Itaqueri, 3 - Geraldo, 4 - Perdizes, 5 - Estiva,
6 - Vila Pinhal, 7 - Mina e 8 – Barragem.
Pontos de coleta
Lobo
Itaqueri Geraldo Perdizes Estiva V. Pinhal Mina P. Barragem
Lobo
- 59 30 55 49 41 41 36
Itaqueri
59 - 56 60 65 49 46 47
Geraldo
30 56 - 31 50 39 48 28
Perdizes
55 60 31 - 69 54 33 39
Estiva
49 65 50 69 - 59 40 46
V. Pinhal
41 49 39 54 59 - 35 42
Mina
41 46 48 33 40 35 - 44
P. Barragem
36 47 28 39 46 42 44 -
Comparando-se as espécies encontradas na atual pesquisa com as encontradas por
Trindade (1980), Soares (1981), Santos (1981) e Menezes (1984), também no reservatório do
Lobo (Tabela 13), verificou-se que a grande maioria continua sendo encontrada, porém
algumas espécies como Nymphaea ampla, Andropogon virgatus, Andropogon bicornis, Pistia
stratiotes, Utricularia gibba, foram encontradas em menor quantidade e freqüência de ocorrência,
enquanto outras como Ludwigia leptocarpa, Mayaca fluviatilis, Nymphoides indica e Pontederia
cordata, continuam sendo encontradas em grande quantidade e freqüência de ocorrência, além do
aparecimento de outras como Salvinia biloba e Salvinia auriculata, grande indicadoras de ambientes
eutrofizados.
Tabela 13. Comparação das espécies encontradas em trabalhos realizados no reservatório do Lobo
anteriormente com as da atual pesquisa.
Autores Espécies encontradas
Trindade (1980)
Ludwigia sp
Mayaca fluviatilis
Nymphoides indica
Polygonum sp
Pontederia cordata
e representantes das famílias Scrophulariaceae,
Eriocaulaceae, Iridaceae, Cyperaceae e
Gramineaceae
94
Soares (1981)
Nymphoides indica
Nymphaea ampla
Panicum pernambucensis
Pontederia cordata
Santos (1981)
Andropogon virgatus
Andropogon bicornis
Graminea não identificada indica
Mayaca fluviatilis
Nymphoides indica
Panicum pernambucensis
Pontederia cordata
Menezes (1984)
Mayaca fluviatilis Aubl.
Nymphoides indica
Nymphaea ampla
Panicum rivulare
Pistia stratiotes
Pontederia cordata
Utricularia gibba
Atual pesquisa
Brachiaria sp
Eleocharis sp
Graminea não identificada
Hydrocotyle sp
Ludwigia leptocarpa
Mayaca fluviatilis Aubl.
Nymphoides indica
Panicum pernambucensis
Pontederia sp
Salvinia biloba
Salvinia auriculata
6.6.4. Análise estatística das macrófitas
As análises de variância Multivariada (MANOVA), seguidas dos testes de hipótese
sobre os fatores sazonalidade, meses de coleta e pontos de amostragem apresentaram
diferença significativa (p<0,05) somente para o fator pontos de amostragem (Anexo 1 – tabela
95
30 a 32). Esse resultado permitiu a análise de agrupamento (cluster), desconsiderando as
variações ocorridas entre os meses de coleta e os grupos sazonais.
Por meio de uma análise de agrupamento (Cluster) das variáveis bióticas sobre a
comunidade das macrófitas ficou indicado a formação de três grandes grupos, possuindo um
coeficiente de correlação cofenético de 0,8234 (Figura 48 ). O Grupo 2 foi o maior grupo,
formado pelos pontos de coleta Itaqueri, Perdizes, Vila Pinhal e Estiva, seguido pelos Grupos
3 formado pelos pontos Geraldo, Mina e Próximo a barragem, e Grupo 1 formado pelo ponto
de coleta Lobo. De todos os pontos de coleta, os que apresentaram maiores similaridades
foram os pontos Perdizes com Itaqueri e Geraldo com Mina. Em contrapartida, o ponto de
coleta que se difere de todos os demais, sendo o de maior dissimilaridade, é o ponto Lobo.
Cluster Tree
0.0 0.5 1.0 1.5
Distances
Case 1
Case 2
Case 3
Case 4
Case 5
Case 6
Case 7
Case 8
Case 1 = Lobo, Case 2 = Itaqueri, Case 3 = Geraldo, Case 4 = Perdizes, Case 5 = Estiva, Case 6 = Vila Pinhal,
Case 7 = Mina, Case 8 = Próx. Barragem.
Figura 56. Cluster dos escores de PCA para os pontos de amostragem (Cf = 0,8234).
G3
G2
G1
96
7. DISCUSSÃO
7.1. CARACTERIZAÇÃO LIMNOLÓGICA DO RESERVATÓRIO DO
LOBO: UMA ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL
A construção de reservatórios promove grandes alterações no regime hidrológico e
também na dinâmica ecológica de rios e da bacia hidrográfica, interferindo nos processos
químicos, físicos e biológicos em níveis diferenciados (BIANCHINI Jr., 1994), os quais
também estão diretamente relacionados aos fatores climáticos inerentes a cada região (RIOS,
1999). Além disso, o novo ambiente formado é caracterizado por um gradiente longitudinal, o
qual resulta em três zonas distintas (rio, transição e lacustre), com características limnológicas
que diferem entre sí. Adicionalmente, o sistema também é influenciado pelos mecanismos de
operação da barragem, com vazão e tempo de residência diferenciados, o que implica na
constante reorganização espacial e temporal do sistema.
O reservatório do Lobo, de forma similar aos demais sistemas construídos para atender
a demanda energética do país, além de outras finalidades (incluindo turismo, produção
pesqueira e lazer), também está sob a influência climatológica e hidrológica da região onde
está inserido, com efeito acentuado da precipitação no verão e do vento, durante o período de
inverno (TUNDISI, 1977). Na atual pesquisa, os maiores valores de precipitação, vazão,
radiação solar e velocidade do vento ocorreram nos meses de janeiro e fevereiro e de outubro
a dezembro e os menores, de março a setembro, similar aos anos anteriores, exceto em julho,
no qual o volume de chuvas foi de 161,4 mm, influenciando, entre outros, na concentração
elevada de material em suspensão encontrada no reservatório.
As altas precipitações ocorridas no final do mês de fevereiro também contribuíram
com a entrada de material em suspensão total nos pontos Lobo e Itaqueri. O volume de
precipitação no final do mês de outubro e início do mês de novembro (dias consecutivos de
precipitação antes da coleta) e a alta velocidade do vento neste mesmo mês (máxima
97
registrada em 2007) contribuíram para a desestratificação da coluna d’água, aumentando a
turbidez. Esse fato explica as altas concentrações de material em suspensão total registradas
em novembro e a redução da transparência da água nos pontos Lobo e Vila Pinhal.
Segundo Tundisi (1977), o vento é uma das principais funções de força do ciclo
estacional no reservatório do Lobo, chegando até 8 m/s. Neste trabalho, as maiores
velocidades do vento ocorreram nos meses de setembro e novembro, não atingindo, no
entanto, 5 m/s. Soares (1981), ao estudar o reservatório do Lobo, observou que as maiores
velocidades de vento ocorreram no verão, indicando um padrão sazonal menos definido na
região, uma vez que se espera que a ação do vento seja mais intensa no período seco,
conforme relatado em estudos anteriores.
A ação do vento é um dos principais fatores que afetam a colonização por plantas
aquáticas, devido à desestabilização do sedimento provocada por ondas na coluna d’água.
Mortiner (1942) apud Moraes (1978) cita que a movimentação da água produzida pelo vento,
juntamente com a turbulência são os principais agentes transportadores de calor e substâncias
dissolvidas para a coluna d’água. Os ventos mais fortes podem contribuir com o aumento de
nutrientes pelo aporte de resíduos sólidos como areia e restos vegetais da região terrestre de
entorno, aumentando o potencial de nutrientes do meio aquático.
Em relação aos valores de vazão, os mais elevados ocorreram no período caracterizado
como cheia. Dentre os períodos de coleta, o mês de novembro foi o que apresentou a maior
vazão e consequentemente o menor tempo de residência; no mês de maio foram registrados a
menor vazão e o maior tempo de residência. Tal fato decorre do processo operacional da
barragem, tendo como objetivo o armazenamento da água no reservatório ou liberação da
mesma para geração de energia elétrica em períodos diferenciados do ano. No entanto, as
alterações no volume de água do reservatório ocasionam modificações na estruturação das
comunidades.
Quanto ao tempo de residência da água, a maioria dos trabalhos realizados nesse
reservatório leva em consideração o tempo médio de retenção da água calculado por Calijuri
(1985), que é de 20 dias. Porém, os valores encontrados na atual pesquisa diferem daqueles
calculados pela referida autora, estando bem acima da média, mas próximos aos estabelecidos
por Rietzler (1990), que obteve um tempo de residência máximo de 84 dias, em setembro e
mínimo de 58 dias, entre julho/agosto de 1989. Essa variável também está relacionada com o
fluxo de água dos afluentes e nível de saída da água, além dos ciclos hidrologicamente
dominantes, propiciando modificações na altura do nível do reservatório (TUNDISI, 1988) e,
consequentemente, na biota, como verificado por Thomaz (2005), no reservatório de Itaipu.
98
Segundo o autor, as macrófitas submersas, em função da alteração do nível da água, sofreram
perda de biomassa, enquanto as principais flutuantes livres não foram afetadas em sua
freqüência de ocorrência; porém, houve crescimento maciço de algumas espécies logo após o
retorno do nível de água. Pompêo et al. (1997), também verificaram resposta semelhante na
represa de Jurumirim (SP).
Em relação às variáveis limnológicas estudadas nessa pesquisa, procurou-se avaliar e
discutir os resultados somente em relação à sazonalidade das mesmas, visto que foi esta o
único parâmetro a apresentar diferença significativa na análise de variância multivariada
(MANOVA). Ou seja, não foram observadas diferenças significativas na escala espacial,
embora os rios Itaqueri e Lobo sejam diferentes entre si e caracterizados por contribuições
diferenciadas de nutrientes e materiais suspensos, entre outros, em virtude dos usos também
diferenciados da bacia hidrográfica de cada um.
No compartimento água, a maioria dos pontos de coleta apresentou um padrão de
temperaturas mais elevadas nos períodos de cheia e transição (março e novembro), atingindo
valores acima de 30ºC nos pontos Perdizes, Vila Pinhal, Mina e Próximo da Barragem,
estando dentro de uma faixa de valores obtida por outros autores nesse reservatório, como
Barbieri (1984), Menezes (1984), D’arienzo (1989) e Argenton (2004). Na pesquisa de Souza
(1993), no entanto, as temperaturas não ultrapassaram 19ºC no inverno e 26ºC no verão.
Esteves (1988) cita que devido à maioria dos lagos e reservatórios tropicais ser
bastante raso, como é o caso do reservatório do Lobo, é comum ser observado na região
litorânea uma densa colonização de macrófitas aquáticas, as quais amenizam a ação do vento,
promovendo pouca circulação da massa d’água e conseqüente estratificação e armazenamento
de calor na coluna d’água, podendo chegar a 6ºC de diferença entre as camadas superficiais.
Uma vez que as coletas foram efetuadas em áreas próximas às margens, com presença de
macrófitas aquáticas e o em áreas abertas, os resultados podem indicar o efeito da presença
das mesmas na temperatura da água.
Em relação aos valores de pH, estes apresentaram distribuições espacial e temporal
bem definidas, sendo mais elevados na maioria dos pontos de coleta em novembro,
principalmente no ponto Próximo da Barragem. Os menores valores de pH ocorreram no
ponto de coleta Lobo, em agosto e no Itaqueri, em março e novembro, caracterizando o aporte
de águas mais ácidas ao sistema. Os valores de pH obtidos estão abaixo dos encontrados por
Tundisi (1977), que registrou valores entre 5,4 (no período de cheia) e 6,1 (no período de
seca). Soares (1981), analisando cinco pontos de coleta dentro do reservatório, também
99
registrou valores mais altos de pH em relação à atual pesquisa, no ponto Próximo a Barragem
no mês de abril (7,0). o valor médio encontrado na área alagada no mês de outubro (4,7)
esteve próximo do encontrado para essa mesma área, no mês de novembro, no presente
estudo. Outros autores, no entanto, registraram valores de pH mais ácidos (4,1 no Lobo e 4,4
no Itaqueri), como Carvalho (2002), ao estudar a composição e densidade do fitoplâncton no
reservatório do Lobo. O mesmo foi observado em relação aos resultados encontrados por
Argenton (2004), que registrou um valor mínimo de 3,8 (no ponto Geraldo) em outubro de
2002 e máximo de 7,7 (no ponto ribeirão do Lobo) em julho de 2002.
A maioria dos valores de pH obtidos neste trabalho encontra-se fora do padrão
estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05, que estabelece valores de pH entre 6,0 e 9,0
para corpos d’água do tipo Classe 2, que é o caso das águas que compõem o reservatório em
estudo. Segundo Tundisi (1977), os baixos valores de pH estão relacionados à formação
geológica da região, a qual é constituída por solos ácidos. No entanto, acredita-se que outros
fatores como a expansão da atividades agropastoris e mineradora também podem estar
contribuindo de forma direta e indireta para a redução do pH.
De um modo geral, as concentrações de oxigênio dissolvido no ecossistema aquático
aumentam com a diminuição da temperatura e aumento da pressão, ou também podem
apresentar baixas concentrações na presença de decomposição de matéria orgânica
(ESTEVES, 1988). Os resultados obtidos nessa pesquisa estiveram relacionados com a
temperatura e também com a presença de matéria orgânica em decomposição. As menores
concentrações foram registradas nos pontos localizados na cabeceira do reservatório (Lobo e
Itaqueri), os quais estão inseridos em uma região de área alagada, onde a maior ocorrência
de macrófitas aquáticas do reservatório, resultando em maior acúmulo de matéria orgânica.
Assim, durante o processo de decomposição da mesma, reduz-se consideravelmente a
concentração de oxigênio dissolvido, sendo que os valores mais elevados foram observados
nos períodos de cheia (março) e transição de seca (maio).
Esse fato também foi confirmado por Gerber et al., (1979) apud Cancian (2007),
Beyruth (1992) e Esteves (1998), que citam que no reservatório do Lobo, por ser este um
ecossistema aquático raso, as maiores amplitudes de variação de oxigênio dissolvido ocorrem
nas camadas superficiais da coluna d’água, principalmente em períodos de cheia, e esse fato
ocorre devido ao aporte de grande quantidade de matéria orgânica, provocando um
decréscimo nas concentrações de oxigênio dissolvido. Outros fatores responsáveis pelas
baixas concentrações de oxigênio dissolvido encontradas nesses dois pontos (Itaqueri e Lobo)
são o despejo do esgoto da cidade de Itirapina, que atinge uma parte dessa área alagada
100
através do rio Itaqueri e a entrada de nutrientes fosfatados devido às fezes de animais e aos
resíduos de agricultura provindos do tributário Lobo.
Os valores de oxigênio dissolvido no reservatório do Lobo, obtidos na presente
pesquisa, apresentaram-se próximos aos observados por Soares (1981), que registrou
concentrações médias entre 6,67 mg.L
-1
e 8,43 mg.L
-1
. Já o valor máximo, encontrado nessa
pesquisa, apresentou-se maior e o valor mínimo menor, quando comparados com os de
Carvalho (2002), que registrou valor máximo de 9,8 mg.L
-1
entre agosto e setembro de 1999,
no ponto à jusante do reservatório
e mínimo de 3,8 mg.L
-1
em dezembro do mesmo ano, no
ponto Itaqueri. Valores semelhantes aos do presente estudo também foram obtidos por
Argenton (2004).
Os valores de oxigênio dissolvido encontrados nesse trabalho encontram-se dentro dos
limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/07 para águas de Classe 2 (5 mgO
2
.L
-1
),
com exceção dos registrados nos pontos Itaqueri e Lobo, nos períodos de cheia e transição
(março e novembro), como já citado anteriormente.
Quanto à condutividade elétrica, não houve um padrão temporal bem definido,
ocorrendo os maiores valores no ponto Itaqueri, em todos os períodos, com maior valor no
mês de novembro, o que pode ter ocorrido devido à concentração elevada de nutrientes e
matéria orgânica no sistema, elevadas, entre outros motivos, pela descarga de efluente urbano
da cidade de Itirapina/SP. Segundo Tundisi (1977), os altos valores de condutividade no verão
ocorrem devido ao grande volume de precipitação; no inverno, devido à maior
decomposição, principalmente pela contribuição por parte das macrófitas.
Os valores de condutividade do período de seca foram mais altos do que os
encontrados por Menezes (1984), para o mesmo reservatório, que registrou valor máximo de
4,5 µS.cm
-1
na seca e 14,0 µS.cm
-1
no período de cheia. Alves (1993), em estudo realizado na
Lagoa Dourada (SP), em área próxima ao reservatório do Lobo, registrou valores ainda mais
baixos de condutividade, quando comparados aos da atual pesquisa, sendo o valor máximo de
8,9 µS.cm
-1
em outubro e o mínimo de 2,4 µS.cm
-1
, em janeiro. Esses valores, provavelmente,
ocorrem pelo fato do reservatório ser de pequeno porte e de conter muitas macrófitas que
entram em freqüente decomposição. Porém, os valores foram bem mais baixos se comparados
com os resultados obtidos por Barroso (2000), que registrou no reservatório Duas Bocas
(Reserva Biológica de Duas Bocas -ES) valores médios de 35,6 µS.cm
-1
no período de seca e
36,7 µS.cm
-1
no período de cheia, caracterizando o reservatório do Lobo como um sistema
ainda menos impactado.
101
Quanto à transparência da água, apenas os pontos Lobo e Vila Pinhal, no período de
transição de cheia (novembro), não apresentaram transparência total. Isso ocorreu,
provavelmente devido, à velocidade do vento nesse mês e à entrada de grande quantidade de
material em suspensão orgânico e inorgânico, provindos dos tributários e do solo de entorno e
trazidos pela precipitação, além da matéria orgânica representada pelo fitoplâncton e
macrófitas aquáticas em decomposição.
Uma síntese dos resultados obtidos pode ser verificada na Tabela 13, na qual se
verifica as alterações dos valores de pH, oxigênio dissolvido e condutividade ocorridas
durante os últimos 14 anos, demonstrando principalmente a redução de pH.
Tabela 14. Relação de valores (máximos e mínimos) de variáveis físicas e químicas obtidas em
estudos no reservatório do Lobo desde a década de 1980 até a atual pesquisa (2008).
Autores/
Variáveis
Temp. água
(ºC)
pH Oxig. dissolv.
(mg.L
-1
)
Condutividade
(µS.cm
-1
)
Barbieri (1984) 21,6 – 30,0 6,2 – 7,5 - 5,5 – 9,0
Oishi (1990) 18,4 – 27,0 5,1 – 7,8 7,4 – 8,6 8,0 – 14,0
Souza (1993) 17,0 – 29,5 5,0 – 7,0 6,0 – 12,0 6,0 – 22,5
Rodrigues (1997) 20,6 - 22,8 5,9 - 7,8 7,8 - 9,4 4,0 – 9,0
Queiroz (2000) 16,3 – 26,7 5,1 – 7,9 6,1 - 12,2 1,0 – 9,0
Argenton (2004) 14,5 – 28,0 3,8 – 7,7 3,0 – 10,3 4,0 – 24,0
Delello (2008) 18,1 – 32,5 3,5 – 6,8 1,9 – 10,6 1,0 – 15,0
Quanto aos nutrientes disponíveis no compartimento água, estes são considerados
fatores importantes para a composição da comunidade de macrófitas aquáticas, pois
estimulam o desenvolvimento de espécies flutuantes livres e provocam a redução de espécies
submersas (THOMAZ & BINI, 1998).
O nitrogênio, juntamente com o fósforo, é um dos componentes mais importantes no
metabolismo do ecossistema aquático, devido a sua participação na formação das proteínas
que compõem a biomassa, sendo a precipitação, os materiais orgânico e inorgânico e a
fixação de nitrogênio molecular, dentro do próprio lago, suas principais fontes naturais, além
dos efluentes domésticos, industriais e agrícolas (ESTEVES, 1988; WETZEL, 1993).
No reservatório do Lobo, as maiores concentrações de nitrogênio orgânico total foram
encontradas na maioria dos pontos, no período de transição de cheia (novembro),
principalmente nos pontos Itaqueri e Lobo, provavelmente devido à entrada de seus
respectivos tributários. Já no período de seca (agosto) os pontos Vila Pinhal e Itaqueri
apresentaram as maiores concentrações, podendo este fato estar relacionado ao aporte de
esgoto doméstico do condomínio Vila Pinhal e das casas de veraneio próximas, além dos
102
resíduos deixados por pescadores amadores, que utilizam a região próxima do ponto Geraldo
como local de pesca. As concentrações desse nutriente foram bem elevadas quando
comparadas aos resultados observados por Moraes (1978), que registrou valores bem menores
de nitrogênio orgânico total no reservatório. Barbieri (1984), no entanto, registrou
concentrações bem mais altas na região das macrófitas, sendo a média de 858,1 µg.L
-1
e
metade da concentração na região pelágica, com uma média de 409,5 µg.L
-1
.
Os valores máximos apresentaram-se bem abaixo do observado por Alves (1993) na
Lagoa Dourada, com concentração máxima de 14,8 mg.L
-1
na estação II em dezembro e
mínima de 0,031 mg.L
-1
na estação VI em agosto. O mesmo ocorreu em trabalho realizado por
Santos (2003), que registrou valores bem mais altos no reservatório, com a concentração
máxima de 3,2 mg.L
-1
em junho/2000 e mínima de 0,4 mg.L
-1
em outubro/99. Já Argenton
(2004) observou concentração máxima de nitrogênio no ponto Itaqueri (1,77 mg.L
-1
) no
período de transição de cheia (dezembro) e mínima no ponto Geraldo (0,01 mg.L
-1
) no
período de cheia (março), de forma semelhante ao obtido no presente estudo.
Dentre as formas nitrogenadas, o íon amônio foi o que apresentou as maiores
concentrações, sendo mais elevadas em março, principalmente no ponto Mina. nitrito foi a
forma que apresentou as menores concentrações, mostrando valores mais altos em novembro,
nos pontos Itaqueri e Lobo. As concentrações do íon amônio apresentaram-se altas se
comparadas com valores encontrados por Camargo (1984), que registrou concentrações
máxima de
53,0 µg.L
-1
em maio/80 e mínima de 2,0 µg.L
-1
em junho/1980 em áreas
colonizada por macrófitas. Porém, esse autor obteve uma concentração máxima de 210,0
µg.L
-1
em março/1981, que ultrapassa os valores encontrados nesse mesmo mês na atual
pesquisa. O mesmo foi observado por Argenton (2004), que registrou concentração máxima
de 109,2 µg.L
-1
no ponto Itaqueri em julho/2002 e mínima de 1,0 µg.L
-1
no ponto próximo da
Mina em fevereiro/2002.
Quanto ao nitrito, Moraes (1978) observou concentrações quase não detectáveis dessa
forma nitrogenada em todo o reservatório em 1974 e 1975, concluindo que esse fato ocorria
devido ao alto teor de oxigênio dissolvido. Os valores obtidos no presente estudo
apresentaram-se altos se comparados com os observados por Barbieri (1984) que registrou
concentrações que variaram de 1,8 µg.L
-1
à não detectável. Barroso (2000) não encontrou
valores detectáveis de superfície no reservatório Duas Bocas (ES), sendo a concentração
máxima de 0,9 µg.L
-1
e mínima de 0,4µg.L
-1
no período de seca e máxima de 1,1 µg.L
-1
e
mínima de 0,9 µg.L
-1
no período de cheia. Santos (2003) registrou, no reservatório do Lobo,
concentrações entre 1,8 µg.L
-1
(outubro/99 e abril/00) e 2,5 µg.L
-1
(junho/00). As
103
concentrações obtidas no presente estudo também estão elevadas quando comparadas com as
de Argenton (2004), que registrou concentrações médias entre 1,3 e 1,7 µg.L
-1
. Porém, essa
última autora observou valores mais altos do que os encontrados no presente estudo no ponto
Itaqueri (19,5 µg.L
-1
) em agosto/2002. Ao compararmos os resultados obtidos no reservatório
do Lobo com aqueles realizados em reservatórios maiores, verifica-se que as concentrações de
nitrito são bem inferiores às encontradas, por exemplo, por Rodgher (2001), em Barra Bonita,
que registrou valor médio de 83,12 µg.L
-1
.
Esse fato se deve à uma entrada menor de nutrientes e materiais alóctones nos
córregos que deságuam no reservatório do Lobo, pois os mesmos passam por regiões menos
urbanizadas e com ausência de grandes indústrias, em relação aos rios que percorrem as
cidades grandes. No entanto, tais resultados, se comparados com os de outros trabalhos
realizados anteriormente no reservatório, mostram que está ocorrendo um aumento crescente
da concentração desse nutriente.
as concentrações de nitrato, que variaram de 4,7 a 90,2 µg.L
-1
, apresentaram-se
crescentes no decorrer dos períodos de coleta, sendo o ponto Geraldo o que apresentou as
maiores concentrações em todos os períodos, com destaque para o período de seca (agosto) e
o ponto Lobo, também no mesmo período. Os valores encontrados são bem mais elevados se
comparados com os encontrados por Menezes (1984), que registrou valores entre não
detectável e 6,9 µg.L
-1
no período de cheia (fevereiro) e de não detectável a 1,1 µg.L
-1
no
período de seca (maio). Também se apresentaram altos em relação às concentrações
observadas por Santos (2003), que registrou no reservatório valores máximo de 64,9 µg.L
-1
e
mínimo de 7,3 µg.L
-1
.
No entanto, os valores passam a ser considerados baixos quando comparados com os
obtidos no trabalho realizado por Argenton (2004), que observou valor máximo de 569,5
µg.L
-1
no ponto Itaqueri e mínimo de 3,5 µg.L
-1
no ponto próximo a Mina, ambos no período
de seca (agosto). Cavenaghi (2003) também observou, no reservatório de Barra Bonita,
valores bem acima dos encontrados na atual pesquisa, registrando concentrações máxima de
25,25 mg.L
-1
e mínima de 0,12 mg.L
-1
.
Na Tabela 14 são apresentadas as concentrações de nitrogênio total e das fases
nitrogenadas registradas no reservatório do Lobo desde a década de 1970 até dias atuais,
verificando-se o crescente aumento desses nutrientes nos últimos 30 anos e demonstrando o
resultado dos aportes diferenciados de materiais em função dos usos e ocupação da bacia
hidrográfica.
104
Tabela 15. Valores máximos e mínimos de nitrogênio e das formas nitrogenadas obtidas em estudos
no reservatório do Lobo, desde a década de 70 até a atual pesquisa.
Autor
Variáveis
Nitrato (µg.L
-1
) Nitrito (µg.L
-1
) Amônio (µg.L
-1
) Nitrog. org.
total (mg.L
-1
)
Moraes (1978) 0,0 – 11,0 - - -
Barbieri (1984) não detec. – 6,1 o detec. – 1,5 4,5 – 10,0 -
Oishi (1990) 1,90 - 60,6 0,5 – 1,3 2,5 – 16,9 -
Souza (1993) 2,5 – 62,0 0,2 – 2,1 5,0 – 38,0 -
Rodrigues (1997) 1,8 – 10,9 0,8 – 1,9 6,7 – 17,7 0,2 – 0,7
Queiroz (2000) - - 22,0 – 65,0 -
Santos (2003) 7,3 – 64,9 1,8 – 2,5 1,2 – 16,0 0,4 – 3,2
Argenton (2004) 3,5 – 569,5 0,3 – 19,5 1,0 – 107,3 0,1 – 1,8
Delello (2008) 13,86 – 90,2 1,2 – 6,7 63,9 – 189,1 0,2 – 1,0
Em relação aos compostos fosfatados presentes no ecossistema aquático, este pode ter
origem natural como a dissolução de componentes dos solos e a decomposição da matéria
orgânica, ou podem ter origem antropogênica, por meio do aporte de efluentes domésticos e
industriais, detergentes, fertilizantes agrícolas e dejetos animais. Sua presença aumenta os
níveis de fertilidade e crescimento de plantas aquáticas, acelerando, muitas vezes, o processo
da eutrofização (ESTEVES, 1988; SPERLING, 1996; SHARPLEY E TUNNEY, 2000 apud
DANIEL, 1998). Bini et al. (1999), por exemplo, em estudo realizado em bancos de
macrófitas de quatro braços do reservatório de Itaipu, observou que a ocorrência das espécies
flutuantes de macrófitas aquáticas está intimamente relacionada com as concentrações altas de
fósforo na água.
Em geral as maiores concentrações de fósforo total ocorreram no período de cheia
(março), principalmente no ponto Geraldo, o que se justifica, conforme também verificado
por Argenton (2004), pelo fato desse córrego atravessar propriedades rurais, carregando
consigo material fecal de criação animal e de animais silvestres existentes nessa região, como
por exemplo, a capivara. Além disso, essa região é bastante utilizada por pescadores
amadores, os quais podem estar contribuindo com o aumento de matéria orgânica em função
do descarte de restos de comidas e do uso de iscas para pesca. as menores concentrações
foram verificadas no período de transição de cheia (novembro), principalmente no ponto
Itaqueri, talvez por ter ocorrido, nesse período, alto volume de precipitação, diluindo as
concentrações existentes. Mesmo assim, todas as concentrações registradas em todas as
coletas e todos os pontos encontraram-se fora dos padrões recomendados pela Resolução
105
CONAMA 357/05, de 17 de março de 2005, que estabelece um limite de 25 µg.L
-1
de fósforo
total para as águas de rios de classe 2.
Os valores obtidos no presente estudo foram elevados (de 21 à 700µg.L
-1
) se
comparados com os que Barbieri (1984) registrou na região pelágica da parte baixa da represa
(mínima de 8,5 µg.L
-1
em março/81 e máxima de 22,0 µg.L
-1
em setembro/80) e na região de
área alagada (mínima de 10 µg.L
-1
e máxima de 151 µg.L
-1
). Também foram altos quando
comparados com os resultados encontrados por Argenton (2004), que registrou concentrações
entre 18,4 µg.L
-1
(no ponto Mina, em março) e 163,8 µg.L
-1
(no ponto Itaqueri, em
dezembro), e por Barroso (2000) no reservatório Duas Bocas (ES), que registrou
concentrações entre 37,0 µg.L
-1
e 28,5 µg.L
-1
no período de seca e entre 23,4 µg.L
-1
e
12,3
µg.L
-1
no período de cheia.
Quanto ao fosfato total dissolvido e fosfato inorgânico dissolvido, estes apresentaram
as maiores concentrações no ponto Itaqueri, praticamente durante todos os períodos de coleta,
sendo que a primeira forma fosfatada aqui citada apresentou pico de concentração máximo
durante o período de transição de seca (maio) e a segunda forma fosfatada durante o período
de cheia (março). As altas concentrações de fosfato total dissolvido e fosfato inorgânico
dissolvido observadas no ponto Itaqueri são provenientes do efluente da lagoa de
estabilização da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da cidade de Itirapina-SP, o qual é
despejado praticamente in natura nas águas do Córrego Água Branca, que por sua vez é
despejado no rio Itaqueri, posteriormente desaguando no reservatório do Lobo. Além disso, a
quantidade de fosfato natural no sistema aquático depende, também, do conteúdo de fosfato
presente nos minerais primários das rochas da bacia de drenagem, sendo este precipitado
quando o hipolímnio se encontra em condições aeróbias. Já quando o hipolímnio encontra-se
em estado anaeróbio, o fosfato é liberado para a coluna d’água. Sua distribuição na coluna
d’água em reservatórios está diretamente relacionada com a concentração de oxigênio e o
regime de estratificação térmica, além da quantidade de fitomassa quando da inundação
inicial do reservatório, podendo apresentar concentrações maiores do que lagos eutrofizados
(ESTEVES, 1998).
Esse fato vem sendo verificado em trabalhos realizados no reservatório nas últimas
décadas, como o de Oishi (1990). A autora, avaliando as águas dos córregos que compõem a
bacia hidrográfica da represa do Lobo, observou que apenas os córregos Água Branca,
Limoeiro e Itaqueri apresentaram-se intensamente impactados, enquanto os demais córregos e
a própria represa encontraram-se mais preservados, sendo classificados como oligotróficos.
106
Quanto ao fosfato inorgânico dissolvido, os valores foram altos quando comparados
aos resultados de Barbieri (1984), que registrou na região pelágica concentração máxima de
6,0µg.L
-1
em novembro e mínima de 1,3 µg.L
-1
em março de 1981. nas áreas com maior
biomassa de macrófitas, o valor máximo obtido foi de 77,0 µg.L
-1
(em maio de 1980) e
mínimo de 0,3 µg.L
-1
(em fevereiro e abril de 1980). As concentrações também foram
elevadas quando comparadas com os resultados obtidos por Santos (2003), que registrou no
reservatório valor máximo de 4,1 µg.L
-1
em outubro/99 e mínimo de 2,7 µg.L
-1
em abril/00.
Argenton (2004) registrou valor máximo mais elevado no ponto referente ao Itaqueri (60,3
µg.L
-1
) e mínimo de 0,7µg.L
-1
no ponto referente a Mina, valor esse bem abaixo do
encontrado atualmente para este ponto.
Verifica-se,no entanto, que as concentrações observadas na atual pesquisa estiveram
bem abaixo das encontradas por Zanata (1999), que registrou no reservatório de Salto Grande
(Americana/SP) valores máximo de 48,8 µg.L
-1
e mínimo de 22,2 µg.L
-1
no período de cheia,
e máxima de 90,7 µg.L
-1
e mínimo de 6,1 µg.L
-1
no período de seca, caracterizando um
ambiente bem mais eutrófico do que o reservatório do Lobo.
O fosfato inorgânico dissolvido, também conhecido como ortofosfato, é considerado
uma das frações fosfatadas mais importantes por Esteves (1988), visto que é a forma mais
assimilada pelos vegetais aquáticos, principalmente em lagos tropicais que, por possuírem alta
temperatura, fazem com que o metabolismo dos organismos aumente e o assimilem com
maior rapidez, e por isso apresentam-se em baixas concentrações nas análises limnológicas.
Em relação ao fosfato total dissolvido, os valores estiveram bem acima dos
encontrados por Calijuri (1985), que registrou no reservatório do Lobo concentração máxima
de 3,18 µg.L
-1
e mínima de 0,65 µg.L
-1
. Oishi (1990) registrou valores de fosfato total
dissolvido bem abaixo do encontrado no atual estudo, variando entre 7,07 µg.L
-1
no inverno e
7,49 µg.L
-1
no verão (na região de cabeceira do reservatório) e entre 6,18 µg.L
-1
no inverno e
7,48 µg.L
-1
no verão, na região mediana do reservatório. Santos (2003) registrou, no mesmo
reservatório, valores máximo de 9,6 µg.L
-1
em abril/00
e mínimo de 5,8 µg.L
-1
em janeiro/00.
O mesmo ocorreu quando comparados os resultados foram aos de Argenton (2004), que
obeteve concentração máxima de 60,8 µg.L
-1
no ponto referente ao Itaqueri (em junho/02) e
mínima de 5,4 µg.L
-1
no ponto próximo da Mina (em julho/02).
Analisando os valores de fosfato total dissolvido registrados nesse estudo, verifica-se
que apenas o ponto Itaqueri, em todos os períodos de coleta, e o ponto Lobo, no mês de
novembro, encontraram-se acima dos padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA
107
357/05, no qual o valor limite de fósforo total para águas do tipo Classe 2 é de 0,020 mg.L
-1
ou 20 µg. L
-1
.
Em relação ao silicato reativo (variando de 0,7 a 7,5 mg.L
-1
), as concentrações em
geral foram mais elevadas nos meses de maio e novembro em quase todos os pontos, porém
com valores maiores no mês de agosto nos pontos Lobo e Geraldo. As concentrações
seguiram um padrão crescente da cabeceira do reservatório para a barragem e apresentaram-se
altas se comparadas com trabalho de Reis & Barbosa (1993), realizado na Lagoa dos Mares
(BH), onde foi observado concentração média de 1,40 mg.L
-1
. Também apresentaram-se
bastante altas quando comparadas com valores encontrados no reservatório do Lobo por
Santos (2003), sendo a máxima registrada de 0,69 mg.L
-1
em outubro/99 e nima de 0,60
mg.L
-1
em janeiro/00. No entanto, os valores são bastante semelhantes aos obtidos por
Argenton (2004), que obteve concentração máxima de 7,12 mg.L
-1
no ponto referente ao
Córrego do Geraldo (em outubro/02) e mínima de 0,40 mg.L
-1
também no Córrego do
Geraldo, em agosto/02. Os resultados mostram-se bem menores quando comparados aos de
Zanata (1999) no reservatório de Salto Grande (Americana/SP), que registrou valores entre
3,4 e 5,6 mg.L
-1
no período de cheia e entre 2,0 e 6,9 mg.L
-1
no período de seca.
Na Tabela 15 são apresentados alguns dos resultados obtidos para as formas fosfatadas
e silicato reativo no reservatório do Lobo nos últimos 30 anos, verificando-se um aumento
significativo do fosfato inorgânico, dissolvido e total, além de silicato reativo.
Tabela 16. Concentrações de formas fosfatadas e silicato reativo registradas durante estudos
anteriores realizados no reservatório do Lobo.
Autor
Variáveis
POI
g.L
-1
)
PTD
g.L
-1
)
PT
g.L
-1
)
SiO
2
(mg.L
-1
)
Moraes (1978) - 0,6 – 26,1 7,8 – 30,9 0,1 – 3,1
Barbieri (1984) 1,3 – 6,0 1,5 – 6,5 8,5 – 22,0 -
Oishi (1990) 0,41 – 3,46 4,03 – 7,48 - 1,42 – 1,96
Souza (1993) 0,8 – 5,1 1,0 – 12,5 - 0,4 – 6,3
Rodrigues (1997) 2,17 – 4,17 6,41 – 8,25 28,49 – 10,13 -
Queiroz (2000) - - 4,71 - 122,69 -
Santos (2003) 2,7 – 4,1 5,8 -9,6 36,9 – 46,2 0,60 – 0,69
Argenton (2004) 0,7 – 60,3 5,4 – 60,8 18,4 – 163,8 0,40 – 7,12
Delello (2008) 0,39 – 50,47 9,81 – 67,16 21,92 – 746,02 0,70 – 7,51
Quanto ao material em suspensão no reservatório, notou-se que o período de transição
de cheia (novembro) foi aquele em que se registraram as maiores concentrações, tanto de
material em suspensão total como da fração inorgânica e orgânica, sendo todas registradas no
ponto Mina. Isso ocorreu, provavelmente devido, à ocorrência das chuvas que tiveram início
no final do mês de outubro, perdurando até um dia antes da coleta, provocando, dessa forma,
108
a entrada de sedimento e matéria orgânica através dos tributários e do solo de entorno e,
também, ocasionando o revolvimento do sedimento e matéria orgânica, tanto deste ponto
como dos demais encontrados mais acima. Como o ponto Mina encontra-se em uma área de
remanso e próximo de um banco de areia, o material em suspensão dos pontos acima podem
ter ficado retidos nessa região.
No período de seca (agosto) o material em suspensão total e a fração orgânica
apresentaram concentrações mais elevadas no ponto Geraldo e a fração inorgânica no ponto
Vila Pinhal, no período de transição de seca (maio). Isso também pode ser explicado devido a
ocorrência de chuvas intensas nos meses de abril, maio e julho (de 157,6 a 161,0mm). Na área
de localização do ponto Geraldo existem extensos bancos de Nymphoides, Brachiaria e
Pontederia e no ponto Vila Pinhal muitas macrófitas anfíbias e emergentes, o que pode
também contribuir para o aumento do material em suspensão na região.
Oishi (1990) observou que as menores concentrações de material em suspensão e
biomassa ocorreram no inverno e as maiores no verão, sendo o efluente da cidade de Itirapina
e as atividades da mineradora de areia os principais responsáveis pelas alterações nas
concentrações de material em suspensão e de nutrientes inorgânicos. Tundisi (1977) e Moraes
(1978) citam que era praticamente mínima a entrada de matéria orgânica no reservatório,
sendo este fato atribuído ao tipo de vegetação (Cerrado) de entorno do reservatório e à
qualidade da água dos tributários.
Os valores das concentrações de material em suspensão obtidos na atual pesquisa são,
em geral, semelhantes aos encontrados por Santos (2003) no reservatório do Lobo, o qual
mostrou variação de material em suspensão total entre 9,9 mg.L
-1
em junho/00 e 2,1 mg.L
-1
em abril/00, e observou predominância de material em suspensão orgânico em todos os
períodos. Argenton (2004) também registrou maiores valores da fração orgânica em quase
todos os pontos, com exceção dos tributários que apresentaram maior contribuição da fração
inorgânica, como o rio Itaqueri (38,6 mg.L
-1
). Os demais valores foram semelhantes entre as
duas pesquisas.
Em relação aos valores de clorofila a, não houve uma variação espacial bem definida,
porém, quanto à variação temporal pode ser observado aumento crescente das concentrações,
com valores bem mais elevados, em todos os pontos, no período de transição de cheia
(novembro). Esse fato pode estar relacionado com o alto volume de precipitação ocorrido no
final do mês de outubro e início de novembro, associado às altas temperaturas, fazendo com
que grandes quantidades de nitrogênio e fósforo fossem carreados para dentro do reservatório,
aumentando a biomassa de macrófitas aquáticas, acelerando o processo de decomposição da
109
matéria orgânica e liberando nutrientes para incorporação pelas algas, fato também observado
por Rodgher (2001) nos reservatórios em cascata do Médio e Baixo Tietê.
As concentrações de clorofila a foram baixas se comparadas com as obtidas em
trabalho anterior realizado por Carvalho (2002), que observou variação sazonal com maiores
concentrações no período de maior precipitação e temperatura, apresentando máxima de 26,34
µg.L
-1
no ponto Perdizes (no período de cheia, em março)
e mínima de 0,34 µg.L
-1
no ponto
Lobo (no período seca, em junho). Quando comparado aos resultados obtidos por Santos
(2003), que registrou concentração máxima de 18,2 µg.L
-1
no mês de outubro e mínima de
5,2 µg.L
-1
no mês de abril, também existem diferenças. Argenton (2004) observou maiores
concentrações de clorofila a nos pontos localizados na porção mediana e baixa do
reservatório, sendo a máxima registrada no ponto Mina (62,1 µg.L
-1
), na época de cheia
(fevereiro) e mínima no ponto Geraldo (0,6 µg.L
-1
), no período de seca (julho). O valor
máximo encontrado por esse autor é bastante alto quando comparado com resultados da atual
pesquisa, os quais se distribuem entre a cabeceira e região mediana do reservatório, o valor
mínimo se assemelha aos resultados atuais. Comparando os valores de clorofila a com aqueles
obtidos por Zanata (1999), que registrou concentração máxima de 32,8 µg.L
-1
e mínima de 1,1
µg.L
-1
no reservatório de Salto Grande e por Rodgher (2001), que registrou nos reservatórios
em cascata do Médio e Baixo Tietê, valores máximo de 27,9 µg.L
-1
em Bariri Jusante e
mínimo de 1,22 µg.L
-1
em Barra Bonita Montante, pode-se verificar a diferença das condições
tróficas de alguns reservatórios do Estado de São Paulo, indicando os efeitos dos usos
diferenciados de cada bacia hidrográfica nas características tróficas do corpo hídrico, como
bem mencionado por Goodin et al (1993).
Segundo Esteves (1988), o processo de eutrofização representa o aumento da
concentração de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos,
que tem como conseqüência o aumento de suas produtividades. Na presente pesquisa, todos
os pontos de coleta apresentaram-se mais eutrofizados nos períodos de cheia (março) e
transição de cheia (novembro). Nesses dois períodos os pontos Geraldo e Barragem,
apresentaram-se eutróficos, podendo esse fato estar relacionado com a maior entrada de
nutrientes provenientes das chuvas dos meses e semanas que antecederam as coletas e da
maior decomposição de matéria orgânica, sendo estes arrastados da cabeceira do reservatório
até a barragem, acumulando–se nessa região. no período de seca (agosto), a maioria dos
pontos, com exceção do ponto Itaqueri (mesotrófico), apresentou-se como oligotrófico; no
período de transição de seca (maio) os pontos Lobo e Geraldo foram classificados como
oligotróficos e os demais, mesotróficos. Esse fato pode ter ocorrido devido a grande
110
quantidade de macrófitas aquáticas existentes nessa região, que podem ter absorvido grandes
concentrações dos nutrientes alí existentes. Porém, quando foi obtida a média final do índice
de estado trófico dos quatro meses estudados, apenas o ponto Perdizes foi classificado como
oligotrófico, enquanto os demais se enquadraram, segundo a classificação de Carlson (1977)
modificada por Toledo et al. (1983), como mesotróficos.
Souza (1993) classificou a parte superior do reservatório como mesotrófico e a porção
inferior como oligotrófica. Esse autor afirmou que não observou, ao longo do tempo,
alterações marcantes na qualidade da água dos rios e represa, levando-se em consideração os
valores físicos e químicos observados nos trabalhos de outros autores.
Argenton (2004) classificou o reservatório do Lobo como mesotrófico (valor médio de
44,75) e oligotrófico (22,24), mas valores máximos de IET foram obtidos na foz do Itaqueri
(64,53 - eutrófico) em dezembro/01 e mínimos no ponto Barragem (33,6 - oligotrófico) em
fevereiro/02, demonstrando as diferenças espaciais e sazonais existentes no grau de trofia. Os
resultados médios e máximos encontrados por essa autora são menores quando comparados
aos obtidos no presente estudo, com exceção do ponto Itaqueri, que apresentou valor máximo
mais alto do que o observado atualmente.
Em relação ao compartimento sedimento, este é considerado por Esteves (1988) um
dos mais importantes dos ecossistemas aquáticos continentais quanto a ciclagem de matéria e
fluxo de energia, sendo considerado o resultado da integração dos processos ocorridos em um
ecossistema aquático e onde ocorrem processos químicos, físicos e biológicos que
influenciam o metabolismo de todo o sistema. Ainda segundo esse autor, a sedimentação em
reservatórios é bastante preocupante devido à diminuição da vida útil do mesmo, sendo que
seu aporte irá depender da conservação do solo e intensidade do processo erosivo da área de
drenagem, morfometria e tempo de retenção.
No presente estudo, as variáveis analisadas para as amostras de sedimento foram
discutidas em relação à semelhança entre os pontos de coleta, uma vez que na análise de
variância multivariada (MANOVA) foi o único parâmetro entre sazonalidade, meses de coleta
e semelhança entre os pontos de amostragem a apresentar diferença significativa, com um
coeficiente de correlação cofenético de 0,8611.
O nitrogênio e o fósforo total nesse compartimento foram observados em maiores
quantidades nos pontos Lobo e Itaqueri no período de cheia (março) e as menores
concentrações no ponto Mina, praticamente em todos os períodos de coleta. As maiores
concentrações ocorreram nos períodos citados, possivelmente devido à ocorrência de maiores
volumes de precipitação nos meses de fevereiro/março e outubro/novembro, implicando em
111
maior contribuição de nutrientes pelos dois principais tributários acima citados. Quanto ao
ponto Itaqueri, as concentrações de nitrogênio originam-se, ainda, do esgoto recebido pelo
tributário que deságua nessa região, enquanto as concentrações obtidas nos pontos Lobo e
Estiva se devem aos sedimentos trazidos por seus correspondentes tributários e pela
decomposição de material vegetal do próprio reservatório (macrófitas) e da vegetação de
entorno.
Zanata (1999) observou valores de nitrogênio, no reservatório de Salto Grande, bem
abaixo do registrado na atual pesquisa, sendo que no período de seca a porcentagem máxima
foi de 1,5% e a média de 0,77%. No período de cheia os valores variaram entre máxima de
1,0%, média de 0,64% e até concentrações não detectáveis.
Em relação ao fósforo total no sedimento, os pontos Itaqueri e novamente o Lobo
apresentaram as maiores concentrações no período de transição de seca (maio). Quando o
nível de oxigênio dissolvido da parte inferior da coluna de água encontra-se reduzido,
liberação de nutrientes pelo sedimento, em especial de fósforo e fases fosfatadas.
Provavelmente isso explica a ocorrência de concentrações altas de fósforo em todos os pontos
estudados no reservatório do Lobo, principalmente no período de cheia (mês de março e
novembro), conforme mencionado por Esteves (1988), Santos (1995) e Cavenaghi (2003).
Os valores encontrados para essa variável foram bem reduzidos quando comparados
aos resultados encontrados por Zanata (1999), no reservatório de Salto Grande, sendo o valor
máximo obtido de 1.597,4 e nimo de 259,4 µg.g
-1
no período de seca. no período de
cheia a autora observou valores máximo de 1.603,2 µg.g
-1
e mínimo de 250,4 µg.g
-1
.
Segundo Cavenaghi et al., (2005), os teores de fósforo no sedimento aparentemente
refletem as características do solo ao redor de cada reservatório, assim como a idade do
mesmo. O reservatório do Lobo não tem construção recente e, apesar de estar localizado na
APA de Corumbataí, tem recebido o aporte de sedimentos da área de entorno, decorrentes da
substituição do Cerrado pelas atividades agropastoris, além do maior número de habitantes,
atividades turísticas, pesca e efluente urbano.
As maiores concentrações de matéria orgânica foram localizadas nos pontos Próximo
a Barragem e Lobo, no mês de novembro; as menores nos pontos Mina e Perdizes, em todos
os meses e Lobo, nos períodos de transição de seca (maio) e seca (agosto). Os resultados
foram semelhantes aos encontrados por (1979), que registrou as maiores concentrações
nos pontos Lobo e Itaqueri, devido a grande presença de vegetação aquática nessa região.
Os sedimentos dos pontos Próximo a Barragem e Lobo, no período de transição de
cheia (novembro), foram considerados, segundo a classificação de Naumann (1930) apud
112
Esteves (1988), como orgânicos, pois apresentaram mais de 10% de matéria orgânica do peso
seco em sua composição; e os demais pontos, por apresentarem uma porcentagem menor de
10% de matéria orgânica em seu peso seco, foram considerados como sedimento mineral ou
inorgânico.
Segundo Esteves (1988), em lagos tropicais é raro a concentração de matéria orgânica
e nutrientes do sedimento representarem o nível de produção do sistema, pois a reciclagem da
matéria orgânica ocorre de maneira muito rápida na água, devido a alta temperatura e
turbulência, não dando tempo suficiente de se acumularem no sedimento durante períodos
longos.
Quanto à composição do sedimento da região litorânea do reservatório, esta mostrou
predominância da areia fina e areia média, apresentando nítida mudança na composição do
sedimento com o passar dos anos, em relação ao estudo realizado por Strixino (1973), que
observou que aproximadamente 2/3 do reservatório era ocupado por sedimento silte-argiloso.
(1979) observou que a areia fina era predominante no reservatório, passando a silte-
argilosa em apenas 1/3 de todo o reservatório, sendo toda a região de margem composta por
areia grossa.
Analisando de forma conjunta todos os resultados obtidos na pesquisa, verifica-se que
as diferentes áreas amostradas, que representam aportes diferenciados de pequenos e médios
tributários do reservatório do Lobo, caracterizam ambientes oligo ou mesotróficos em sua
maioria. No entanto, tributários que recebem maior contribuição de efluentes ou estão
localizados em áreas de maior intervenção antrópica, classificam-se como eutróficos, como é
o caso dos rios Itaqueri e Lobo, sendo mais pronunciado no primeiro.
Espacialmente as diferenças são menos perceptíveis em relação às concentrações de
nutrientes, material em suspensão, clorofila a e composição do sedimento, indicando, de
forma generalista, uma resposta do reduzido tempo de residência da água, com renovação
mais pida da água, bem como a distribuição dos pontos de amostragem em áreas mais
litorâneas, além do pequeno porte do sistema. No entanto, diferenças mais acentuadas para
muitas variáveis são identificadas na escala sazonal (considerando-se um ano de estudo) ou
temporal (em relação aos anos anteriores), indicando alterações na qualidade da água, como a
maior concentração de nutrientes nitrogenados, fosfatados e silicato reativo e redução dos
valores de pH, entre outros aspectos que caracterizam um ambiente em crescente estado de
degradação. Comparativamente a outros reservatórios do Estado de São Paulo, como os
pertencentes às bacias dos rios Tietê e Piracicaba, o reservatório do Lobo ainda pode ser
considerado como menos impactado, com possibilidade de reversão, caso medidas
113
emergênciais sejam implementadas, o que inclui, entre outras, a recuperação das matas
ciliares da região de entorno dos tributários, o tratamento dos efluentes da cidade de Itirapina
e os provenientes das casas de veraneio e do iate clube, e maior controle do fluxo de turistas e
pescadores (com uso de materiais adversos ao ambiente), entre outras ações voltadas para a
recuperação e manejo de curto, médio e longo prazo.
7.2. COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DAS MACRÓFITAS
AQUÁTICAS NO RESERVATÓRIO DO LOBO E SUA RELAÇÃO
COM AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DO
SISTEMA
As regiões litorâneas da maioria dos reservatórios artificiais são colonizadas por
macrófitas, as quais desempenham um papel de grande importância no metabolismo de todo
ecossistema aquático e terrestre de entorno (ESTEVES & CAMARGO, 1986). A alta
produtividade das macrófitas aquáticas nessa região é responsável pela grande diversidade de
nichos ecológicos e diversidade de espécies (ESTEVES, 1988).
Por outro lado, sabe-se que a ocorrência de cada tipo ecológico de macrófitas está
intimamente relacionada com fatores morfométricos como a topografia da bacia de drenagem
e do próprio reservatório, vazão, turbidez, variação do nível da água, tempo de residência,
sedimentação, concentração de nutrientes, pH, radiação solar, velocidade do vento e
temperatura, resultando em águas com maior ou menor penetração de luz e perda de
nutrientes na coluna de água (ESTEVES, 1988; CAMARGO & ESTEVES, 1996; THOMAZ,
2002).
Assim, muitos são os fatores relacionados à composição e distribuição da comunidade
de macrófitas em reservatórios. Bini et al. (1999), por exemplo, estudando quais fatores
ambientais estavam relacionados com a distribuição das macrófitas aquáticas no reservatório
de Itaipu, observaram que o pH, a concentração de fósforo do compartimento água e
sedimento e a radiação solar foram os fatores de maior importância. Junk & Piedade (1993) e
Pompêo (1996) apontam a variação do nível da água como um dos principais fatores de
distribuição, alteração de biomassa e composição dos bancos de macrófitas, o que também é
mencionado por Tundisi (1985). Rorslett (1991) apud Tavares (2003), cita que o tamanho da
área é uma das variáveis que mais explica a riqueza de espécies de macrófitas aquáticas, pois
possibilita a existência de novos habitats. Esteves (1998) menciona o vento como um dos
principais fatores que afeta a colonização por macrófitas, pelo fato das ondas provocarem
114
desestabilização no sedimento, interferindo no crescimento das mesmas. Esse fato também foi
observado por Thomaz et al. (2003), nos reservatórios de Rosana e de Itaipu, que mencionam
que o comprimento do fetch e o grau de exposição ao vento podem explicar a distribuição das
macrófitas em reservatórios. Ferreira (1994) e Riis et al. (2000) consideram a composição do
substrato e o uso do solo da área de entorno os principais fatores que irão determinar a
composição e distribuição das macrófitas.
Porém, as macrófitas aquáticas possuem uma grande capacidade de adaptação em
diferentes ambientes, quanto à suas características químicas e físicas, possibilitando que uma
mesma espécie colonize diferentes tipos de ambientes, tornando-se, dessa forma, difícil o
estabelecimento de uma correlação das características específicas de cada ambiente com as
espécies de macrófitas nele existentes (CAVENAGHI, 2003).
No reservatório do Lobo, no presente estudo, foram identificadas 69 espécies em toda
a região litorânea, sendo este número bem maior do que o citado por Menezes (1984), que em
sua pesquisa catalogou 40 espécies. Temporalmente, não se pode afirmar o quanto houve de
aumento da diversidade de espécies existentes no reservatório desde seu enchimento até os
dias atuais, visto que o único autor a mencionar a quantidade de espécies observada
anteriormente foi Menezes (1984). Esse autor relatou a existência de 40 espécies de
macrófitas no reservatório, porém cita o nome das espécies que apresentavam maiores
biomassa e ocorrência. Diante desse fato o que se pode afirmar é que, em relação às
determinadas espécies, como Pistia stratiotes e Utricularia gibba, bastante mencionadas em
trabalhos realizados nas décadas de 1980 e 1990, notou-se que houve uma redução tanto em
densidade como em freqüência de ocorrência. Já para outras, como Pontederia cordata,
Nymphoides indica, Nymphaea ampla, Mayaca fluviatilis, Panicum rivulare (citado no atual
estudo como Panicum pernambucensis) observou-se que continuam abundantes no
reservatório.
Em pesquisa realizada por Trindade (1980) na área alagada do reservatório do Lobo, a
autora cita a presença de Ludwigia sp, Polygonum sp, Pontederia cordata, Mayaca fluviatilis,
Nymphoides indica e representantes das famílias Scrophulariaceae, Eriocaulaceae, Iridaceae,
Cyperaceae e Gramineaceae. Em trabalho realizado por Soares (1981), o autor verificou que
as macrófitas de maior abundância no reservatório eram: Nymphoides indica, Nymphaea
ampla, Panicum pernambucensis e Pontederia cordata. Santos (1981) cita a presença de
Andropogon virgatus, Andropogon bicornis, Nymphoides indica, Panicum pernambucensis,
Pontederia cordata, Mayaca fluviatilis e uma espécie de gramínea.
115
O número de espécies encontradas na atual pesquisa pode ser considerado alto se
comparado com os resultados de outros trabalhos realizados em outros reservatórios, como
por exemplo, o levantamento feito por Reis & Barbosa (1993), na lagoa dos Mares (BH);
local cercado por loteamento balneário e vegetação basicamente de cerrado; onde foram
encontradas 14 espécies de macrófitas, sendo 10 delas emergentes enraizadas, embora
Salvinia herzogii tenha sido a mais abundante. Thomaz et al. (1999), em estudo realizado no
reservatório de Itaipu binacional, registrou 62 espécies. Tanaka et al. (2002), realizando
levantamento de macrófitas nos reservatórios de Três Irmãos, Jupiá, Ilha Solteira, Porto
Primavera, Paraibuna e Jaguari em 1999, identificou 29 espécies de plantas em 17 famílias
diferentes. Carvalho (2003), em levantamento feito no reservatório de Barra Bonita, registrou
17 espécies de macrófitas. Tavares (2003), realizando levantamento de macrófitas em doze
lagos do Vale do Médio Rio Doce (MG), registrou a ocorrência de 53 espécies, sendo a
família Cyperaceae a de maior representatividade. Já em levantamentos realizados nos
reservatórios do médio e baixo rio Tietê, a autora registrou 47 espécies, sendo as famílias
Cyperaceae e Onagraceae as de maior representatividade. Bini et al. (2005), em levantamento
da riqueza e da composição de espécies de macrófitas aquáticas no reservatório de Cachoeira
Dourada (GO-MG), registraram a presença de 16 espécies.
A tipologia ecológica de maior ocorrência no reservatório do Lobo foram as
emergentes (33%) e as anfíbias (27%), estando esse fato relacionado com a declividade da
região litorânea e com o tipo de sedimento (areia média e areia fina), que disponibilizam
maior estrutura de fixação, além da disponibilidade de nutrientes que ficam retidos na região
litorânea do reservatório. Deve-se ressaltar que a presença de espécies enraizadas restritas as
zonas litorâneas, podem não ser influenciadas pelo estado trófico do ambiente, uma vez que a
mesma retira seus nutrientes do sedimento (BIANCHINI, 2003).
Considerando-se todos os pontos de coleta, as macrófitas de maior freqüência de
ocorrência ou ditas constantes foram Brachiaria sp, Nymphoides indica, Ludwigia leptocarpa,
Salvinia biloba, Salvinia auriculata e Eleocharis sp, além de uma espécie de gramínea não
identificada na presente pesquisa.
O gênero Brachiaria sp caracteriza plantas anfíbias típicas de margens de mata e áreas
alagadas de lagos e reservatórios, em solos argilosos ou siltosos e em arenosos férteis. A
espécie Ludwigia leptocarpa é uma erva anfíbia, característica de solos úmidos e pantanosos,
muito abundante em beira de lagoas com superfície rica em matéria orgânica, enquanto
Eleocharis sp é uma planta emergente, típica de solo arenoso rico em nutrientes, podendo se
116
desenvolver tanto em solos úmidos como inundados (LORENZI, 2000; POTT & POTT,
2000).
A espécie Nymphoides indica esteve presente em todos os pontos de coleta, formando
extensos bancos. Por ser uma macrófita do tipo flutuante enraizada, o dependendo dos
nutrientes existentes na água para expandir sua biomassa e sim da concentração existente no
sedimento, pode ocorrer em diferentes regiões. Essa macrófita é comum em áreas de
mananciais de água parada ou com pouca movimentação, tornando-se infestante e cobrindo
grandes extensões da superfície da água quando há um alto nível de poluentes na água
(LORENZI, 2000).
As macrófitas Salvinia biloba e Salvinia auriculata estiveram presentes em quase
todos os pontos de coleta, mas apresentaram maior densidade (avaliada somente visualmente)
nos pontos Lobo e Itaqueri. Devido sua tipologia ecológica (livre-flutuante) e pelo fato de,
segundo Rio (2003), o vento soprar na direção de norte para o sul, ou seja, da barragem para a
cabeceira do reservatório, essas espécies se concentram na desembocadura dos rios. Essa
espécie de macrófita se desenvolve preferencialmente em ambientes com alta concentração de
nitrogênio e fósforo, podendo também apresentar elevada biomassa em ambientes com baixas
concentrações de nutrientes, conforme foi observado em estudo realizado por Rubim &
Camargo (2001), no Porto Boacica (braço do Rio Preto), em Itanhaém/SP. Conforme Lorenzi
(2000), essas espécies são encontradas com freqüência em mananciais de água parada ou com
pouca movimentação em quase todo o país. São dominantes tanto em lagoas de água pobre
em nutrientes quanto em alagados com solos férteis, possuindo capacidade de purificação e
oxigenação da água até sua senescência, pois depois desse estágio passa a diminuir a
oxigenação da água (POTT & POTT, 2000).
Em termos de maior densidade (considerando avaliação visual), os meses de maio e
agosto foram os que apresentaram a maior contribuição das macrófitas. Talvez esse fato esteja
relacionado com o menor nível de água no reservatório no período de seca, ficando as
macrófitas enraizadas mais aparentes, sendo os pontos Lobo e Itaqueri os que mostraram com
maior quantidade de biomassa de macrófitas. Além disso, ambos os pontos estão inseridos em
uma região de área alagada mais ampla, funcionando como um filtro na retenção de nutrientes
e sedimento e produção de matéria orgânica, propiciando assim um ambiente mais propício
para o aumento de biomassa, além da extensão da área em relação aos outros pontos de coleta.
Através da análise de agrupamento (Cluster) das variáveis bióticas sobre a
comunidade das macrófitas, pode ser observado que os pontos com maior semelhança entre sí,
com relação à riqueza de espécies e freqüência de ocorrência, foram Itaqueri com Perdizes e
117
Geraldo com Mina. Os dois primeiros pontos citados apresentaram a maior riqueza de
espécies (depois do ponto Lobo) e os dois últimos, a menor.
Quanto à composição e distribuição das espécies, observou-se que o ponto Lobo foi o
que apresentou a maior riqueza de espécies, sendo as de maior ocorrência as de tipologia
emersas e anfíbias, tais como Brachiaria sp, Baccharis trimera, Eleocharis obtusetrigona,
Eleocharis sp, Graminea sp, Hydrocotyle c.f. ranunculoides, Ludwigia leptocarpa, Ludwigia
sp1, Oldenlandia salzmanii, Panicum pernambucensis, Pontederia parviflora e Rynchospora
corimbosa, a flutuante fixa Nymphoides indica, a submersa fixa Mayaca fluviatilis e as livres-
flutuantes Pistia stratiotes, Salvinia biloba e Salvinia auriculata .
O fato de o ponto Lobo apresentar a maior riqueza de espécies se deve,
provavelmente, à sua localização em uma área alagada, onde grande concentração de
nutrientes, matéria orgânica e retenção de sedimentos trazidos pelo tributário Ribeirão do
Lobo, o qual passa por áreas rurais com criação de gado e agricultura, carregando, em suas
águas, resíduos de fezes e agrotóxicos, conforme foi observado por Argenton (2004). Os
maiores fatores de influência nesse ponto foram a ação e direção do vento, declive,
concentrações de nitrito, nitrato, material em suspensão orgânico, nitrogênio, fósforo, matéria
orgânica do sedimento e silicato reativo.
No ponto Itaqueri, as espécies com maior freqüência de ocorrência foram as
emergentes e anfíbias tais como Acroceras sp, Brachiaria sp., Graminea sp, Hydrocotyle c.f.
ranunculoides, Ludwigia leptocarpa, Ludwigia sp1, Panicum pernambucensis, Xyris sp3,
Xyris sp4, Pontederia parviflora, a flutuante fixa Nymphoides indica e as flutuantes livres
Pistia stratiotes, Salvinia biloba e Salvinia auriculata. Os fatores de maior influência que
contribuem com a presença das macrófitas nesse ponto foram a ação e direção do vento,
declive, alta concentração de fosfatos total e inorgânico dissolvido na água, nitrogênio
orgânico total, nitrogênio e fósforo total do sedimento, além de material em suspensão
orgânico. Esse ponto rebece uma grande concentração de nutrientes, em especial o fósforo,
proveniente da lagoa de estabilização da ETE da cidade de Itirapina, propiciando um
ambiente rico em matéria orgânica e nutrientes.
No ponto Geraldo as macrófitas aquáticas de maior ocorrência foram as emergentes e
anfíbias, como Brachiaria sp, Graminea sp e Pontederia parviflora, as flutuantes fixas
Nymphoides indica e Nymphea ampla e as flutuantes livres Salvinia biloba e Salvinia
auriculata. Esse ponto sofre influência antrópica por parte de pescadores que contribuem com
o aumento de nutrientes pelo uso da ceva, além de seu tributário que passa por propriedades
rurais com criações animais, favorecendo o aporte de resíduos agrícolas e excretas, além dos
118
animais silvestres, que contribuem com o aumento de nitrogênio e fósforo por causa das fezes
depositadas no local, conforme citado por Argenton (2004). Os principais fatores de
influência para esse ponto foram nitrato, amônio, fósforo total, silicato reativo, material em
suspensão orgânico e inorgânico e fósforo do sedimento.
No ponto Perdizes as mais representativas foram as emergentes e anfíbias Bacopa
salzmannii, Bacopa sp, Brachiaria sp, Eleocharis sp, Myriophylum sp, Schizachyrium
condensatum, Ludwigia leptocarpa; a flutuante fixa Nymphoides indica; as flutuantes livres
Salvinia biloba e Salvinia auriculata e a submersa fixa Mayaca fluviatilis. Esse ponto de
coleta foi o único em que foi possível a visualização nítida de “tapetes submersos” de Mayaca
fluviatilis. Neste local está inserido o condomínio Eco Village, o qual construiu uma barreira
separando as águas desse ponto. Os principais fatores que influenciaram a presença das
macrófitas foram íon amônio, fósforo total na água e material em suspensão orgânico e
inorgânico.
No ponto Estiva as macrófitas aquáticas mais representativas foram as emergentes e
anfíbias Bacopa sp, Brachiaria sp, Eleocharis sp, Myriophylum sp e uma espécie de gramínea
não identificada, além da flutuante fixa Nymphoides indica. Esse ponto apresentou influência
do nitrogênio orgânico total da água, nitrogênio total do sedimento e matéria orgânica do
sedimento.
Para o ponto Vila Pinhal, as espécies de maior ocorrência foram as emergentes e
anfíbias Bacopa sp, Brachiaria sp, Eleocharis sp, Hydrocotyle c.f. umbellatata, Lycopodium
sp, Oldenlandia salzmanii, Urospatha sagittifolia, Pontederia sp, Xanthosoma striatipes,
Xanthosoma sp e a flutuante fixa Nymphoides indica. Esse ponto sofre influência do
condomínio Vila Pinhal, o qual contribui com a entrada de nutrientes para essa região. Os
principais fatores de influência foram nitrogênio orgânico total da água, íon amônio, silicato
reativo, material em suspensão orgânico, nitrogênio total do sedimento e matéria orgânica.
No ponto Mina as duas únicas espécies de maior ocorrência foram Brachiaria sp e
Nymphoides indica. A existência de poucas espécies nesse ponto se deve à composição
granulométrica que é praticamente composta por areia e baixas concentrações de nutrientes.
Os fatores de maior influência foram nitrogênio orgânico total da água, amônio, silicato
reativo e material em suspensão orgânico.
No ponto Barragem as macrófitas aquáticas com maior representatividade foram as
emergentes e anfíbias Brachiaria sp, Eleocharis sp, Ludwigia leptocarpa, Xyris sp 4 e a
flutuante fixa Nymphoides indica, sendo os principais fatores de influência o nitrogênio
119
orgânico total da água, íon amônio, silicato reativo, material em suspensão orgânico e matéria
orgânica.
Verifica-se, a partir dos dados obtidos, que o número de espécies de macrófitas
aquáticas no reservatório do Lobo é elevado, em comparação a outros lagos ou reservatórios
do Brasil, demonstrando, entre outros aspectos, a heterogeneidade dos tributários que afluem
ao reservatório, o efeito do aporte de nutrientes na riqueza e densidade das espécies e a
importância de um maior esforço amostral no levantamento de espécies. Observa-se, ainda,
que algumas espécies encontram-se amplamente distribuídas no reservatório e outras, de
maior incidência, caracterizam locais com maior concentração de nutrientes. Especial atenção
deve ser alocada à expansão do gênero Brachiaria, notadamente na foz do rio Itaqueri, o que
tem contribuído, entre outros aspectos, para uma maior retenção de sedimentos, redução do
fluxo de água e ampliação da área alagada, reduzindo a profundidade local e contribuindo
para o estabelecimento de plantas de maior porte, principalmente do gênero Pinus, os quais
estão se distribuindo de forma expressiva na área de entorno do reservatório do Lobo.
120
8. CONCLUSÕES
Os resultados das variáveis limnológicas indicaram o crescente aumento das
concentrações das formas nitrogenadas e fosfatadas quando comparados aos estudos
realizados no reservatório do Lobo (Broa) desde 1977, considerando os compartimentos
água e sedimento, além de demonstrarem a ocorrência de valores de pH mais ácidos
(geralmente abaixo que 5, indicando a acidificação do sistema) e a redução dos valores de
oxigênio dissolvido;
Em geral, as maiores concentrações de nutrientes nos compartimentos água e sedimento
foram obtidas nos rios Itaqueri, Lobo e Geraldo, caracterizando as ações antrópicas
desenvolvidas na região, o que inclui a substituição do Cerrado por monoculturas de
Eucaliptus e Pinus, as atividades pastoris e o avanço da monocultura da cana-de-açúcar,
bem como os impactos oriundos do turismo, lançamento de esgoto do município de
Itirapina, das casas de veraneio e dos clubes localizados na região de entorno, que também
contribuem para as modificações nas características limnológicas do reservatório;
O reservatório, em relação ao Índice de Estado Trófico, foi classificado entre mesotrófico
e eutrófico na maioria das estações de coleta nos períodos de cheia e transição e mais
oligotrófico no período de seca. Em comparação aos resultados obtidos em estudos
anteriores, fica claro o crescente processo de eutrofização no reservatório do Lobo;
As áreas com maior ocorrência de macrófitas aquáticas (maior densidade, sendo esta
estimada visualmente pela área ocupada pelas plantas) foram os pontos de coleta do Lobo
e Itaqueri, o que reflete as condições nutricionais existentes (elevados teores de nitrogênio
e fósforo), além do maior aporte de sedimento, disponibilizando maior área para
colonização. Além disso, a ação do vento promove de forma constante o transporte e
121
acúmulo de macrófitas flutuantes livres, concentrando-as nas áreas mencionadas, como
observado para as espécies Salvinia biloba e Salvinia auriculata, as quais são
normalmente associadas aos locais com maior concentração de nutrientes, sendo
indicadoras de regiões poluídas organicamente.
Os pontos de coleta Lobo e Perdizes foram os que apresentaram a maior riqueza, enquanto
no Mina e Geraldo o número de espécies foi menor. No ponto de coleta Perdizes, a
riqueza de espécies pode estar associada à concentração de nutrientes na água, com efeito
direto da variação do nível de água (maior riqueza foi obtida na fase seca); o que também
foi similar ao Lobo; e pela menor turbulência (área mais protegida), possibilitando o
estabelecimento de um maior número de espécies, embora em menor densidade.
Das 69 espécies encontradas (número elevado em comparação aos estudos anteriores),
33% foram do tipo emergente e 27% anfíbias, sendo que as de maior freqüência de
ocorrência, considerando todos os pontos de coleta analisados foram Brachiaria sp,
Nymphoides indica, Gramínea sp, Ludwigia leptocarpa, Salvinia biloba, Salvinia
auriculata e Eleocharis sp;
Não foi verificado um padrão sazonal bem definido entre os pontos de coleta em relação à
composição e distribuição das macrófitas aquáticas (variação aleatória em relação à
riqueza de espécies e período de coleta), registrando-se, no entanto, o efeito do aumento
do nível da água do reservatório nos meses de março e novembro na composição e
ocorrência das espécies;
Por meio de uma análise de agrupamento (Cluster), na qual se avaliou o tipo ecológico,
riqueza de espécies e freqüência de ocorrência sobre a comunidade das macrófitas,
verificou-se que os pontos de coleta que apresentaram maior similaridade entre foram
Perdizes com Itaqueri e Geraldo com Mina, enquanto o ribeirão do Lobo se diferiu dos
demais;
Os resultados obtidos em estudos anteriores não permitem concluir sobre as possíveis
modificações que ocorreram na composição e distribuição das macrófitas aquáticas no
reservatório do Lobo, uma vez que muitos dos autores somente mencionam o total de
122
espécies registradas, destacando as mais abundantes. Reconhece-se, no entanto, que um
maior número de espécies foi obtido (talvez em decorrência do maior esforço amostral) e
que algumas espécies normalmente mencionadas (como Pistia stratiotes e Utricularia sp)
continuam sendo encontradas, embora com distribuição mais restrita e em menor
densidade (estimada visualmente na área de ocorrência), enquanto outras como
Nymphoides indica, Nymphaeae ampla, Mayaca fluviatilis, Pontederia cordata e Panicum
rivulare continuam sendo encontradas em maior densidade (estimada visualmente na área
de ocorrência).
123
REFERÊNCIAS
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361, maio.
136
ANEXOS
ANEXO 1 – TABELAS
137
Tabela 17. Variáveis climatológicas e hidrológicas (médias) ocorridas durante o ano de 2007.
Meses/ variáveis
Temp. do ar (°C)
Precipitação (mm)
Veloc. do vento (2m/s)
Jan
24,0 381,3 1,4
Fev
25,1 244,9 2,2
Mar
25,7 93,2 1,4
Abr
22,8 95,6 2,0
Mai
19,7 62,0 1,7
Jun
18,3 13,7 1,4
Jul
18,7 161,4 2,4
Ago
19,7 0,0 2,7
Set
22,5 0,7 4,3
Out
22,6 129,3 2,2
Nov
22,0 194,2 4,4
Dez
22,5 125,9 2,0
Meses/ variáveis
Rad. solar (µE.m
2
.s
-1
)
Vazão defluente (m
3
/s)
Tempo residência (dias)
Jan
424,4 21,7 12
Fev
519,6 9,2 28
Mar
512,9 6,8 39
Abr
404,6 7,0 37
Mai
293,6 4,4 60
Jun
322,3 4,4 60
Jul
285,8 5,9 44
Ago
360,9 4,6 57
Set
407,4 2,9 90
Out
441,6 2,9 90
Nov
445,0 7,8 34
Dez
427,4 5,6 47
Tabela 18. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de março.
Variáveis Lobo Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina P. Barrag.
Temperatura (ºC) 23,6 23,73 27,6 31,97 27,9 31,6 32,3 32,5
pH 6,8 4,52 4,5 4,52 4,8 4,95 4,7 5,07
Oxig.Dissolvido (mg.L
-1
) 5,96 1,88 8,13 7,85 10,6 9,37 10,2 9,5
Condutividade (µS.cm
-1
) 2,0 15,0 2,0 4,0 1,0 5,0 3,0 5,0
Profundidade do ponto (m) 1,0 1,0 1,0 1,9 0,5 1,0 1,0 0,5
Transparência (m) Total Total Total Total Total Total Total Total
Nitrito (µg.L
-1
) 5,0 4,9 3,8 4,1 4,0 4,3 3,68 3,44
Nitrato (µg.L
-1
) 11,5 8,9 13,9 8,7 8,9 5,81 6,01 7,11
Amônio (µg.L
-1
) 63,9 77,9 175,2 181,8 117 119,07 189,1 187,47
Nitrog. Org. Total (mg.L
-1
) 0,42 0,61 0,28 0,33 0,79 0,37 0,42 0,84
Fósforo total (µg.L
-1
) 415,46
275,46 746,02 429,07 370,74
256,02 160,74
193,80
Fosfato inorgânico (µg.L
-1
) 9,88 50,47 11,46 9,06 11,55 6,49 9,06 9,06
Fosfato total dissolvido (ug.L
-1
) 13,86 63,55 17,54 15,82 17,66 17,06 15,98 16,65
Silicato reativo (mg.L
-1
) 0,81 0,81 0,70 0,77 0,77 0,71 0,70 0,81
Mat. Suspensão Total (mg.L
-1
) 6,85 5,22 4,34 2,98 3,72 5,07 3,22 5,4
Mat. Suspensão Inorg. (mg.L
-1
) 3,76 0,95 1,06 0,54 0,75 1,56 0,79 1,61
Mat. Suspensão Org. (mg.L
-1
) 3,08 4,27 3,28 2,44 2,97 3,51 2,43 3,79
Clorofila a (µg.L
-1
) 0,27 0,17 0,19 0,105 0,151 0,154 0,237 0,092
138
Tabela 19. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de maio.
Variáveis Lobo Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina P. Barrag.
Temperatura (ºC) 19,55 24,9 24,2 22,4 23,8 23,9 23,8 22,8
pH 4,90 5,50 4,64 3,70 5,18 4,91 5,34 4,36
Oxig.Dissolvido (mg.L
-1
) 6,5 7,6 7,3 7,6 8,9 8,1 8,9 8,3
Condutividade (µS.cm
-1
) 8,6 14,8 11,6 13,2 14,5 13,8 14,7 14,8
Profundidade do ponto (m) 0 ,6 0,4 0 , 5 0,7
0,6
0, 9 0,4 0 ,6
Transparência (m) Total Total Total Total Total Total Total Total
Nitrito (µg.L
-1
) 4,55 3,82 4,57 4,21 4,04 3,23 3,48 3,50
Nitrato (µg.L
-1
) 16,38 11,0 36,7 10,7 9,2 6,07 14,64 4,77
Amônio (µg.L
-1
) 88,81 81,3 81,9 74,9 74,72 76,18 80,96 72,69
Nitrog. Org. Total (mg.L
-1
) 0,37 0,37 0,42 0,47 0,42 0,93 0,56 0,56
Fósforo total (µg.L
-1
) 182,13
143,24 100,46 133,52 110,19
145,19 259,91
189,91
Fosfato inorgânico (µg.L
-1
) 7,22 48,85 7,36 6,28 8,34 8,19 5,94 5,85
Fosfato total dissolvido (µg.L
-1
) 17,21 67,16 16,39 17,63 17,46 15,94 13,15 15,84
Silicato reativo (mg.L
-1
) 2,16 2,78 2,52 2,60 3,14 3,56 3,98 3,95
Mat. Suspensão Total (mg.L
-1
) 2,45 3,22 4,44 5,48 2,59 5,54 5,5 2,7
Mat. Suspensão Inorg. (mg.L
-1
) 1,01 0,74 2,06 2,04 0,24 1,31 2,05 0,28
Mat. Suspensão Org. (mg.L
-1
) 1,44 2,48 2,38 3,44 2,35 4,23 3,45 2,42
Clorofila a (µg.L
-1
) 0,01 0,12 0,05 0,18 0,11 0,21 0,17 0,13
Tabela 20. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de agosto.
Variáveis Lobo Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina P. Barrag.
Temperatura (ºC) 18,1 21,2 21,3 22,2 22 20,9 22,1 22,1
pH 3,41 3,80 3,76 4,00 3,98 3,90 3,98 4,07
Oxig.Dissolvido (mg.L
-1
) 7,1 6,6 7,1 7,6 7,6 7,3 7,7 7,6
Condutividade (µS.cm
-1
) 7,9 16,3 13,2 13,7 12,9 14,4 14,6 14,1
Profundidade do ponto (m) 0,6 0,6 0,7 0,7 0,8 1,0 0,4 0,4
Transparência (m) Total Total Total Total Total Total Total Total
Nitrito (µg.L
-1
) 1,15 1,7 1,4 1,0 1,1 1,0 1,12 1,03
Nitrato (µg.L
-1
) 71,47 22,1 90,2 17,5 19,7 19,31 22,2 19,75
Amônio (µg.L
-1
) 60,84 17,5 51,8 54,9 39,82 34,59 39,32 45,87
Nitrog. Org. Total (mg.L
-1
) 0,42 0,98 0,79 0,56 0,61 1,03 0,65 0,79
Fósforo total (µg.L
-1
) 52,00 83,04 72,98 59,80 70,90 69,36 66,75 63,28
Fosfato inorgânico (µg.L
-1
) 1,36 23,82 0,8 0,39 0,56 1,96 1,79 1,68
Fosfato total dissolvido (µg.L
-1
) 9,81 43,78 9,95 11,95 13,70 13,66 14,19 15,72
Silicato reativo (mg.L
-1
) 7,51 2,97 5,77 2,59 2,98 2,77 2,74 2,43
Mat. Suspensão Total (mg.L
-1
) 3,59 5,17 9,03 2,22 3,65 3,97 3,63 2,2
Mat. Suspensão Inorg. (mg.L
-1
) 0,96 1,25 5,04 0,34 0,78 0,82 0,79 0,3
Mat. Suspensão Org. (mg.L
-1
) 2,63 3,92 3,99 1,88 2,87 3,15 2,84 1,9
Clorofila a (µg.L
-1
) 0,48 0,59 0,61 0,38 0,26 0,39 0,37 0,33
139
Tabela 21. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento água, realizadas no reservatório
do Lobo no mês de novembro.
Variáveis
Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina P. Barrag.
Temperatura (ºC) 22,0 21,8 24 25 24,5 24,2 24,5 24,1
pH 5,74 3,53 5,12 5,72 5,80 5,34 5,46 6,60
Oxig.Dissolvido (mg.L
-1
) 4,8 5,3 7,6 8,0 7,5 7,4 8,1 7,9
Condutividade (µS.cm
-1
) 10,0 32,5 19,0 11,5 13,5 13,5 13,0 13,0
Profundidade (m) 1,5 1,4 0,8 0,9 1,0 1,3 0,4 0,7
Transparência (m) 0,7 Total Total Total Total 0,8 Total Total
Nitrito (µg.L
-1
) 5,30 6,7 2,7 1,5 1,8 1,9 2,31 1,14
Nitrato (µg.L
-1
) 25,66 22,2 36,6 31,5 32,6 31,74 31,36 31,89
Amônio (µg.L
-1
) 43,74 18,0 21,3 22,6 21,46 22,45 18,35 12,43
Nitrog. Org. Total (mg.L
-1
) 0,93 0,98 0,23 0,75 0,56 0,89 0,79 0,84
Fósforo total (µg.L
-1
) 40,64 21,92 45,06 47,55 47,23 61,88 109,09
81,14
Fosfato inorgânico (µg.L
-1
) 4,34 5,86 4,82 2,39 2,25 3,51 1,59 10,16
Fosfato total dissolvido (µg.L
-1
) 23,53 65,60 15,41 11,24 14,15 13,57 17,17 12,59
Silicato reativo (mg.L
-1
) 1,74 2,91 3,50 2,97 3,25 3,18 3,14 3,92
Mat. Suspensão Total (mg.L
-1
) 5,75 2,47 9,17 10,64 11,18 14,82 23,34 12,4
Mat. Suspensão Inorg. (mg.L
-1
) 2,87 0,06 1,56 0,92 1,08 2,48 10,06 1,7
Mat. Suspensão Org. (mg.L
-1
) 2,88 2,41 7,61 9,72 10,1 12,34 13,28 10,7
Clorofila a (µg.L
-1
) 12,20 9,46 8,13 10,43 8,99 9,73 9,9 11,84
Tabela 22. Resultados das variáveis analisadas para o compartimento sedimento, realizadas no
reservatório do Lobo durante os quatro períodos de coleta no ano de 2007.
Março
Variáveis Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Nitrogênio total (%) 17,29
12,13 2,01 1,8 10,48
9,78 0,26
1,52
Fósforo total (mg.g) 3,13 3,56 0,86 0,38 1,56 1,67 0,38
0,63
Matéria orgânica (%)
8,23 7,09 3,27 1,01 7,71 6,14 0,09
2,57
Maio
Variáveis Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Nitrogênio total (%) 0,37 10,73 9,59 0,49 14,51
7,07 0,23
2,08
Fósforo total (mg.g) 0,11 4,71 5,06 0,16 0,93 0,40 0,08
1,12
Matéria orgânica (%)
0,42 8,67 7,41 0,88 9,65 6,22 0,47
2,77
Agosto
Variáveis Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Nitrogênio total (%) 0,28 4,88 0,4 0,19 11,15
10,45 0,56
1,14
Fósforo total (mg.g) 0,12 1,10 0,14 0,14 0,99 1,52 0,11
0,56
Matéria orgânica (%)
0,14 3,13 0,15 0,31 7,56 7,73 0,07
1,21
Novembro
Variáveis Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Nitrogênio total (%) 15,68
12,58 4,11 0,49 0,47 7,63 0,30
0,98
Fósforo total (mg.g) 3,37 4,35 2,27 0,16 2,20 2,94 0,13
0,99
Matéria orgânica (%)
11,94
7,15 5,02 0,54 6,23 6,56 2,46
15,12
140
Tabela 23. Composição granulométrica dos pontos amostrados durante os quatro períodos de coleta
no ano de 2007.
Março
Tipo de sedimento (%) Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Areia grossa 7,60 5,0 22,7 4,0 6,6 3,6 6,7 1,0
Areia média 17,4 19,0 42,3 30,0 25,0 17,5 21,4 5,0
Areia fina 33,1 34,1 16,1 48,4 43 53,9 64 69
Silte 28,9 20,9 8,9 5,8 19,7 17,2 2,5 12,7
Argila 2,9 5,2 1,5 1,0 0,6 0,5 0,0 0,3
Maio
Tipo de sedimento (%) Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Areia grossa 3,20 10,0 14,0 19,1 8, 0 6,3 6,7 0,0
Areia média 62,8 19,0 52,2 25,9 22,0 63,7 55,4 9,0
Areia fina 29,1 39,1 15 48,1 52,3 20,0 33,3 68,7
Silte 1,3 16,9 10,8 1,0 12,7 8,0 0,4 7,5
Argila 0,4 1,7 0,7 0,2 1,9 1,2 0,0 2,3
Agosto
Tipo de sedimento (%) Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Areia grossa 8,60 10,0 4,1 15,0 5,0 11,0 4,0 4,0
Areia média 76,0 31,0 44,9 55,00 34,0 25,10 42,0 36,1
Areia fina 11,6 44 46 25,3 37,0 40,9 50,7 44,9
Silte 0,8 6,6 0,4 2,9 19, 0 15,9 0,3 6,5
Argila 0,0 0,5 0,0 0,0 1,0 0,6 0,3 1,2
Novembro
Tipo de sedimento (%) Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
V. Pinhal Mina
P. Barrag.
Areia grossa 12,0 11,9 11,0 15,0 22,9 18,4 19,0 7,3
Areia média 27,0 23,1 22,2 60,0 23,3 25,7 46,0 31,7
Areia fina 49,3 40,0 43,8 20,0 35,6 29 32,4 46,0
Silte 4,8 17,5 14,3 0,5 13,2 18,5 0,3 6,5
Argila 0,6 0,8 0,0 0,0 0,0 1,4 0,0 0,0
Tabela 24. Índice do Estado Trófico dos pontos amostrados no reservatório do Lobo durante os
quatro períodos de coleta no ano de 2007.
Março
Pontos de
coleta
IET Médio
(Secchi)
IET Médio
PT
IET Médio
PO
4
IET Médio
Clorofila a
IET
Médio
Estado Trófico
Lobo 50,77 83,71 48,67 26,47 52,64 M
Itaqueri 50,77 77,78 59,87 21,89 52,84 M
Geraldo 50,77 92,15 50,81 22,84 54,63 E
Perdizes 41,51 84,17 47,42 17,00 48,39 M
Estiva 50,77 82,07 50,92 20,64 51,15 M
Vila Pinhal 50,77 76,72 42,61 20,84 47,30 M
Mina 50,77 70,01 47,42 25,16 47,99 M
Próx. Barragem 53,99 72,71 47,42 15,68 46,51 M
Maio
Pontos de
coleta
IET Médio
(Secchi)
IET Médio
PT
IET Médio
PO
4
IET Médio
Clorofila a
IET
Médio
Estado Trófico
Lobo 58,14 71,81 44,14 -3,57 40,42 O
Itaqueri 63,99 68,35 42,22 18,13 45,91 M
Geraldo 55,91 63,23 44,42 9,01 41,32 O
Perdizes 55,91 67,33 42,13 22,63 45,73 M
Estiva 58,14 64,56 46,22 17,62 44,99 M
141
Vila Pinhal 52,29 68,54 45,96 24,04 47,05 M
Mina 63,99 76,94 41,33 21,83 49,17 M
Próx. Barragem 58,14 72,41 41,11 18,80 46,11 M
Agosto
Pontos de
coleta
IET Médio
(Secchi)
IET Médio
PT
IET Médio
PO
4
IET Médio
Clorofila a
IET
Médio
Estado Trófico
Lobo 58,14 53,73 20,06 32,14 38,57 O
Itaqueri 53,99 60,48 36,09 34,35 45,12 M
Geraldo 55,91 58,62 12,40 34,57 38,16 O
Perdizes 55,91 55,74 2,04 30,02 33,08 O
Estiva 60,77 58,20 7,26 26,27 34,89 O
Vila Pinhal 50,77 57,88 25,33 30,17 39,65 O
Mina 63,99 57,33 24,02 29,66 40,86 O
Próx. Barragem 63,99 56,56 23,11 28,34 40,00 O
Novembro
Pontos de
coleta
IET Médio
(Secchi)
IET Médio
PT
IET Médio
PO
4
IET Médio
Clorofila a
IET
Médio
Estado Trófico
Lobo 44,92 50,17 36,80 64,68 49,75 M
Itaqueri 55,91 41,26 45,28 62,13 50,46 M
Geraldo 53,99 51,66 38,31 60,61 50,74 M
Perdizes 52,29 52,44 28,19 63,11 48,54 M
Estiva 50,77 52,34 27,32 61,62 47,62 M
Vila Pinhal 46,98 56,24 33,74 62,42 50,25 M
Mina 63,99 64,42 22,31 62,59 51,80 M
Próx. Barragem 55,91 60,15 49,07 64,38 57,59 E
*Legenda = O - oligotrófico, M- mesotrófico, E – eutrófico.
Tabela 25. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito da
sazonalidade.
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
SAZON (2 levels)
1,2
Number of cases processed: 32
Dependent variable means
Estimates of effects B = (X'X) X'Y
NT NO2 NO3 NH4
CONSTANT 0.475 1.317 2.901 4.022
SAZON 1 0.000 0.137 -0.054 -0.034
NT NO2 NO3 NH4 PT
0.475 1.317 2.901 4.022 4.744
PTD POI SIO MST MSI
2.797 1.745 1.212 1.806 0.822
MSO TAG PH OD COND
1.557 3.220 4.769 2.123 2.396
142
Test for effect called: SAZONALIDADE
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 0.000 1 0.000 0.000 0.998
0.649 30 0.022
NO2 0.598 1 0.598 3.693 0.064
4.855 30 0.162
NO3 0.095 1 0.095 0.198 0.660
14.359 30 0.479
NH4 0.037 1 0.037 0.065 0.801
17.221 30 0.574
PT 0.481 1 0.481 0.732 0.399
19.726 30 0.658
PTD 0.061 1 0.061 1.710 0.201
1.063 30 0.035
POI 2.476 1 2.476 6.061 0.020
12.255 30 0.408
SIO 1.743 1 1.743 13.110 0.001
3.988 30 0.133
MST 1.683 1 1.683 8.315 0.007
6.074 30 0.202
MSI 0.343 1 0.343 1.477 0.234
6.957 30 0.232
MSO 1.757 1 1.757 10.356 0.003
5.090 30 0.170
TAG 0.199 1 0.199 16.547 0.000
0.362 30 0.012
PH 5.900 1 5.900 10.693 0.003
16.553 30 0.552
OD 0.023 1 0.023 0.389 0.538
1.789 30 0.060
COND 2.032 1 2.032 6.013 0.020
10.139 30 0.338
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.051 19.767 15,16 0.000
Pillai Trace 0.949 19.767 15,16 0.000
Hotelling-Lawley Trace
18.531 19.767 15,16 0.000
143
Tabela 26. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito
temporal entre os meses de coleta.
Test for effect called: MESES DE COLETA
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 0.156 3 0.052 2.948 0.050
0.493 28 0.018
NO2 3.814 3 1.271 21.714 0.000
1.639 28 0.059
NO3 8.632 3 2.877 13.839 0.000
5.822 28 0.208
NH4 14.194 3 4.731 43.238 0.000
3.064 28 0.109
PT 16.183 3 5.394 37.532 0.000
4.024 28 0.144
PTD 0.212 3 0.071 2.166 0.114
0.912 28 0.033
POI 10.926 3 3.642 26.807 0.000
3.804 28 0.136
SIO 4.528 3 1.509 35.119 0.000
1.203 28 0.043
MST 3.494 3 1.165 7.647 0.001
4.264 28 0.152
MSI 0.588 3 0.196 0.817 0.495
6.712 28 0.240
MSO 3.852 3 1.284 12.001 0.000
2.995 28 0.107
TAG 0.360 3 0.120 16.748 0.000
0.201 28 0.007
PH 10.282 3 3.427 7.885 0.001
12.170 28 0.435
OD 0.048 3 0.016 0.251 0.860
1.765 28 0.063
COND 8.054 3 2.685 18.252 0.000
4.118 28 0.147
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.000 30.240 45,42 0.000
Pillai Trace 2.847 19.826 45,48 0.000
Hotelling-Lawley Trace
199.321 56.105 45,38 0.000
THETA S M N Prob
0.994 3 5.5 6.0 0.000
144
Tabela 27. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas quinze variáveis abióticas analisadas para o compartimento água, observando o efeito espacial
entre os pontos de amostragem.
Test for effect called: PONTOS DE AMOSTRAGEM
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 0.182 7 0.026 1.333 0.278
0.467 24 0.019
NO2 0.777 7 0.111 0.569 0.773
4.676 24 0.195
NO3 3.458 7 0.494 1.078 0.407
10.996 24 0.458
NH4 0.809 7 0.116 0.169 0.989
16.449 24 0.685
PT 0.308 7 0.044 0.053 1.000
19.899 24 0.829
PTD 0.219 7 0.031 0.829 0.574
0.905 24 0.038
POI 1.602 7 0.229 0.418 0.881
13.129 24 0.547
SIO 0.078 7 0.011 0.047 1.000
5.653 24 0.236
MST 0.827 7 0.118 0.409 0.887
6.930 24 0.289
MSI 2.232 7 0.319 1.510 0.211
5.068 24 0.211
MSO 0.779 7 0.111 0.440 0.867
6.068 24 0.253
TAG 0.121 7 0.017 0.946 0.491
0.440 24 0.018
PH 2.553 7 0.365 0.440 0.867
19.899 24 0.829
OD 0.855 7 0.122 3.059 0.019
0.958 24 0.040
COND 2.262 7 0.323 0.783 0.608
9.910 24 0.413
Multivariate Test Statistics
THETA S M N Prob
0.953 7 3.5 4.0 0.009
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.001 1.253 105,73 0.153
Pillai Trace 3.307 0.955 105,112 0.593
Hotelling-Lawley Trace
26.335 2.078 105,58 0.001
145
Tabela 28. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito da sazonalidade.
Test for effect called: SAZONALIDADE
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 0.102 1 0.102 0.528 0.473
5.773 30 0.192
PT 0.181 1 0.181 3.308 0.079
1.644 30 0.055
MO 70.268 1 70.268 2.963 0.095
711.485 30 23.716
Areia grossa 19.790 1 19.790 1.567 0.220
378.844 30 12.628
Areia média 31.984 1 31.984 5.212 0.030
184.089 30 6.136
Areia fina 1.810 1 1.810 0.448 0.508
121.190 30 4.040
Silte 72.606 1 72.606 3.412 0.075
638.388 30 21.280
Argila 0.245 1 0.245 0.200 0.658
36.730 30 1.224
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.678 1.365 8,23 0.263
Pillai Trace 0.322 1.365 8,23 0.263
Hotelling-Lawley Trace
0.475 1.365 8,23 0.263
146
Tabela 29. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito temporal entre os meses de coleta.
Test for effect called: MESES DE COLETA
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 0.292 3 0.097 0.489 0.693
5.582 28 0.199
PT 0.263 3 0.088 1.570 0.219
1.563 28 0.056
MO 133.440 3 44.480 1.921 0.149
648.312 28 23.154
Areia grossa 95.654 3 31.885 2.947 0.050
302.980 28 10.821
Areia média 48.079 3 16.026 2.671 0.067
167.994 28 6.000
Areia fina 5.251 3 1.750 0.416 0.743
117.749 28 4.205
Silte 111.547 3 37.182 1.737 0.182
599.447 28 21.409
Argila 6.975 3 2.325 2.170 0.114
30.000 28 1.071
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.239 1.637 24,61 0.062
Pillai Trace 1.062 1.576 24,69 0.073
Hotelling-Lawley Trace 2.052 1.682 24,59 0.054
THETA S M N Prob
0.581 3 2.0 9.5 0.072
147
Tabela 30. Análise de variância multivariada (MANOVA) e teste de hipótese, realizada sobre a
matriz composta pelas oito variáveis abióticas analisadas para o compartimento sedimento,
observando o efeito espacial entre os pontos de coleta.
Test for effect called: PONTOS DE AMOSTRAGEM
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
NT 3.317 7 0.474 4.447 0.003
2.557 24 0.107
PT 0.913 7 0.130 3.428 0.011
0.913 24 0.038
MO 388.153 7 55.450 3.381 0.012
393.599 24 16.400
Areia grossa 131.768 7 18.824 1.693 0.158
266.866 24 11.119
Areia média 66.449 7 9.493 1.523 0.207
149.624 24 6.234
Areia fina 39.004 7 5.572 1.592 0.186
83.995 24 3.500
Silte 418.387 7 59.770 4.902 0.002
292.607 24 12.192
Argila 9.855 7 1.408 1.246 0.318
27.120 24 1.130
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.029 1.609 56,96 0.020
Pillai Trace 2.307 1.414 56,161 0.049
Hotelling-Lawley Trace 6.140 1.676 56,107 0.011
THETA S M N Prob
0.720 7 0.0 7.5 0.144
148
Tabela 31. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito da sazonalidade.
Test for effect called: SAZONALIDADE
Univariate F Test
Source SS df MS F P
Anfíbia 0.110 1 0.110 0.381 0.542
8.681 30 0.289
Emergente 0.022 1 0.022 0.039 0.844
17.111 30 0.570
Anf. e Emerg. 0.025 1 0.025 0.083 0.775
8.991 30 0.300
Flut.Fixa 0.004 1 0.004 0.172 0.681
0.691 30 0.023
Flut.Livre 0.036 1 0.036 0.121 0.730
8.978 30 0.299
Sub. Fixa 0.014 1 0.014 0.184 0.671
2.349 30 0.078
Sub.livre ou Epífita 0.033 1 0.033 1.111 0.300
0.904 30 0.030
Riqueza 0.058 1 0.058 0.054 0.819
32.286 30 1.076
Freq. relativa 0.545 1 0.545 0.062 0.805
262.459 30 8.749
Multivariate Test Statistic
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda
0.901 0.230 10,21 0.990
Pillai Trace
0.099 0.230 10,21 0.990
Hotelling-Lawley Trace
0.110 0.230 10,21 0.990
149
Tabela 32. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito temporal entre os
meses de coleta.
Test for effect called: MESES DE COLETA
Source SS df MS F P
Anfíbia 0.267 3 0.089 0.293 0.830
8.523 28 0.304
Emergente 0.445 3 0.148 0.249 0.861
16.688 28 0.596
Anf. ou Emerg. 0.322 3 0.107 0.346 0.793
8.694 28 0.311
Flut. Fixa 0.044 3 0.015 0.626 0.604
0.651 28 0.023
Flut. Livre 0.0411 3 0.137 0.446 0.722
8.603 28 0.307
Sub. Fixa 0.033 3 0.011 0.131 0.941
2.330 28 0.083
Sub.livre ou Epífita 0.067 3 0.022 0.718 0.550
0.871 28 0.031
Riqueza 0.867 3 0.289 0.257 0.856
31.477 28 1.124
Freq. relativa 7.285 3 2.428 0.266 0.849
255.719 28 9.133
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-
Statistic
df Prob
Wilks' Lambda
0.419
0.648
30,56
0.900
Pillai Trace
0.684
0.620
30,63
0.924
Hotelling-
Lawley Trace
1.149
0.676
30,53
0.875
THETA S M N Prob
0.478
3
3.0
8.5
0.547
150
Tabela 33. Análise de variância multivariada (MANOVA), realizada sobre a matriz composta
pelas dez variáveis abióticas analisadas para macrófitas, observando o efeito espacial entre os
pontos de amostragem.
Test for effect called: PONTOS DE AMOSTRAGEM
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
Anfíbia 6.513 7 0.930 9.806 0.000
2.277 24 0.095
Emergente 13.633 7 1.948 13.352 0.000
3.501 24 0.146
Anf. ou Emerg. 6.359 7 0.908 8.205 0.000
2.657 24 0.111
Flut.Fixa 0.345 7 0.049 3.390 0.012
0.349 24 0.015
Flut.Livre 5.664 7 0.809 5.796 0.001
3.350 24 0.140
Sub. Fixa 1.598 7 0.228 7.161 0.000
0.765 24 0.032
Sub.livre ou Epífita 0.402 7 0.057 2.571 0.040
0.536 24 0.022
Riqueza 25.692 7 3.670 13.242 0.000
6.652 24 0.277
Freq. relativa 208.216 7 29.745 13.030 0.000
54.788 24 2.283
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda
0.001
3.355
70,94
0.000
Pillai Trace
3.825
2.530
70,147
0.000
Hotelling-Lawley
Trace
19.280
3.659
70,93
0.000
THETA S
M
N Prob
0.896
7
1.0
6.5
0.002
151
Tabela 34. Freqüência de ocorrência das espécies encontradas, considerando-se os oito pontos de amostragem durante os quatro períodos de coleta.
Lobo
Itaqueri
Geraldo
Perdizes
Estiva
Vila
Mina
Barragem
Acroceras sp
1 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Andropogon bicornis L.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Baccharis trimera (Less.) DC.
1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Bacopa salzmannii (Benth.) Wettst. Ex Edwall
1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Bacopa sp
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Brachiaria sp
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Cyperus brevifolius (Rottb.) Hassk.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Cyperus difformis L.
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Cyperus distans L. f.
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cyperus sp
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Echinodorus tenellus (Mart.) Buch.
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Egerea sp
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eichhornia crassipes (Mart.) Solms
0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eleocharis capillacea
0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eleocharis equisetoides
0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eleocharis obtusetrigona
1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eleocharis sp
1 1 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1
Eragrostis ciliaris (L.) R. Br.
0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Eriocaulon sp
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eupatorium ballotaefolium Kunth
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Eupatorium sp
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fuirena incompleta Nees
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Graminea sp
0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1
Habenaria repens
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Habenaria sp
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydrocotyle c.f. ranunculoides L.f.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydrocotyle c.f. umbellatata
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1
Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
Hyptis atrorubens Poit.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Irlbachia alata (Aubl.) Maas
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara
1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 1
Ludwigia sp 1
1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0
Ludwigia sp 2
1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
152
Ludwigia torulosa
1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Lycopodium sp
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Mayaca fluviatilis Aubl.
1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Myriophylum sp
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nymphea ampla (Salisb.) DC.
0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nymphoides indica (L.) Kuntze
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Oldenlandia salzmanii
1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0
Panicum pernambucense (Spreng.) Mez
1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Panicum cf. repens
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Panicum sp
1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Paspalidium paludivagum (Hitchc. & Chase)
Parodi
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Pistia stratiotes L.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pluchea sagittalis
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pontederia cordata L.
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pontederia parviflora Alexander
1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
Pontederia sp
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Rynchantera grandflora (Aubl.) DC.
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rynchantera novemnervia DC.
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Rynchospora aurea
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rynchospora corimbosa (L.) Britton
1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rynchospora sp 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Rynchospora sp 2
0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Salvinia auriculata Aubl.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Salvinia biloba Raddi emend. De la Sota
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Schizachyrium condensatum (Kunth) Nees
0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Syngonanthus sp 1
1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Syngonanthus sp 2
0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Urospatha sagittifolia (Rudge) Schott
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Utricularia gibba L.
1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Wolffia brasiliensis Weed.
0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Xanthosoma striatipes (Kunth & Bouché) Mad.
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Xanthosoma sp
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Xyris sp 1
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Xyris sp 2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Xyris sp 3
1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Xyris sp 4
0 0 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1
153
ANEXO 2 – FIGURAS
154
Acroceras sp
Baccharis trimera (Less.) DC. Bacopa salzmannii (Benth.)
Wettst. Ex Edwall
Bacopa sp Brachiaria sp Cyperus brevifolius (Rottb.)
Hassk.
Cyperus distans L.f. Echinodorus tenellus (Mart.)
Buch
Eichhornia crassipes (Mart.)
Solms
Figura 57. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo, durante o
período de estudo.
155
Eleocharis capillacea Eleocharis obtusetrigona Eragrostis ciliaris (L.) R. Br.
Eriocaulon sp. Eupatorium ballotaefolium
Kunth
Fuirena incompleta Nees
Habenaria repens Hydrocotyle c.f. umbellatata Hydrocotyle c.f. ranunculoides
L.f.
Figura 58. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo, durante o
período de estudo.
156
Hyptis atrorubens Poit. Irlbachia alata (Aubl.) Maas Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H.
Hara
Ludwigia sp1 Ludwigia torulosa Lycopodium sp.
Mayaca fluviatilis Aubl Myriophylum sp
Nymphea ampla (Salisb.) DC.
Figura 59. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer
desse estudo
157
Oldenlandia salzmanii Panicum pernambucense
(Spreng.) Mez
Panicum sp.
Pistia stratiotes L. Pontederia cordata L. Pontederia parviflora Alexander
Rynchantera grandflora (Aubl.)
DC.
Rynchantera novemnervia
DC.
Rynchospora aurea
Figura 60. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer
desse estudo
158
Rynchospora corimbosa
(L.) Britton
Rynchospora sp.2 Salvinia auriculata Aubl
Salvinia biloba Raddi
emend. De la Sota.
Schizachyrium condensatum
(Kunth) Nees
Syngonanthus sp.1
Urospatha sagittifolia
(Rudge) Schott
Utricularia gibba L. Wolffia brasiliensis Weed.
Figura 61. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer
desse estudo
159
Wolffia brasiliensis Weed. Xanthosoma striatipes (Kunth &
Bouché) Mad
Xyris sp1
Xyris sp1 Xyris sp2 Xyris sp3
Figura 62. Ilustração de algumas macrófitas identificadas no reservatório do Lobo no decorrer
desse estudo
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