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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
FACULDADE DE MEDICINA
ROSANGELA LOPES OUTEIRAL
ESTADO NUTRICIONAL PROTÉICO-CALÓRICO E FUNÇÃO MUSCULAR
PERIFÉRICA EM PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA
INTESTINAL AMBULATORIAL
Rio de Janeiro
Setembro 2008
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ROSANGELA LOPES OUTEIRAL
ESTADO NUTRICIONAL PROTÉICO-CALÓRICO E FUNÇÃO MUSCULAR
PERIFÉRICA EM PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA
INTESTINAL AMBULATORIAL
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Clínica Médica - Setor Gastroenterologia da
Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Ciências.
Orientadoras: Cyrla Zaltman
Carmen Lucia Natividade de Castro
Rio de Janeiro
Setembro 2008
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Outeiral, Rosangela Lopes.
Estado nutricional protéico-calórico e função muscular periférica em pacientes
com doença inflamatória intestinal ambulatorial / Rosangela Lopes Outeiral –
Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2008.
89 f. : il. ; 31 cm.
Orientadores: Cyrla Zaltman e Carmen Lúcia Natividade de Castro.
Dissertação (mestrado) -- UFRJ, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-
graduação em Clínica Médica, 2008.
Referências bibliográficas: f. 70 - 75.
1. Enteropatias inflamatórias. 2. Desnutrição protéico-energética. 3.
Estado nutricional. 4. Composição corporal. 5. Avaliação nutricional. 6.
Atividade motora - fisiologia. 7. Força muscular - fisiologia. 8.
Antropometria - métodos. 9. Pacientes ambulatoriais. 10. Ciências - Tese. I.
Zaltman, Cyrla. II. Castro, Carnen Lúcia Natividade de. III. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-
graduação em Clínica Médica. IV. Título.
ESTADO NUTRICIONAL PROTÉICO- CALÓRICO E FUNÇÃO MUSCULAR
PERIFÉRICA EM PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
AMBULATORIAL
Rosangela Lopes Outeiral
Orientadoras: Cyrla Zaltman
Carmen Lucia Natividade de Castro
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós Graduação em Clínica Médica
- Setor Gastroenterologia da Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre
em Ciências.
Aprovada por,
_____________________________________________
Presidente, Prof. Dr. José Egídio Paulo de Oliveira
_____________________________________________
Profª. Drª. Valéria Bender Bráulio
_____________________________________________
Prof. Dr. Antonio Cláudio Goulart Duarte
Rio de Janeiro
Setembro de 2008
A Deus que com sua generosidade me fez renascer em uma
família maravilhosa na qual aprendi a dar valor a educação e a
ética.
Ao seu filho Nosso Senhor do Bom Fim e ao querido Santo
Antônio, Mestres, exemplos de sabedoria e caridade.
AGRADECIMENTOS
As profa Cyrla Zaltman, Carmen Lúcia Natividade de Castro, Valéria Bender
Bráulio pelas orientações, minha gratidão e carinho.
Ao Prof. Antonio Cláudio Goulart Duarte da CATNEP, exemplo de mestre,
pelo incentivo e orientações.
Ao meu amigo e colega de trabalho na CATNEP Fabrizzio dos Reis Castellani
pela grande ajuda na realização deste trabalho.
A amiga Mariana Pimentel de Vasconcellos responsável pela coleta de dados
antropométricos.
As amigas Ana Paula Cony e Andréa da Costa Pereira pela contribuição na
realização deste tabalho.
As amigas Patrícia Padilha, Michelle Trindade, Patrícia Thurler,Simone
Garrit, Cínara Costa, ao aluno do PINC Filipe Bezerra e ao secretário da
CATNEP Eudes dos Santos pela cooperação.
A todos os pacientes que colaboraram neste projeto que Deus os abençoe.
RESUMO
OUTEIRAL, Rosangela Lopes. Estado nutricional protéico-calórico e Função muscular
periférica em pacientes com doença inflamatória intestinal(DII) ambulatorial.
Dissertação (Mestrado em Clínica Médica) - Setor Gastroenterologia da Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são doenças crônicas que causam impacto
negativo na qualidade de vida dos pacientes. A desnutrição protéica-calórica e a
mudança na composição corporal podem acarretar redução da função muscular
periférica de pacientes com DII. O Objetivo desse estudo é avaliar o estado nutricional e
a composição corporal de pacientes ambulatoriais com DII, verificando potenciais
deficiências e sua relação com capacidade funcional muscular. Foram classificadas
segundo o grau de atividade de doença através do Índice de Atividade de Doença de
Crohn(CDAI) e Truelove-Wittis para Retocolite ulcerativa idiopática(RCUI). Estudo
transversal com 82 pacientes com DII (48 DC e 34 RCUI) submetidos a avaliação do
estado nutricional por antropometria- Índice de Massa Corporal (IMC), Área Muscular
do Braço (AMB), Dobra Cutânea Triciptal (DCT); Composição corporal por
bioimpedância tetrapolar (BIA): Massa Magra (MM Kg e %), índice Massa Magra
(IMM), Massa Gorda (MG Kg e %), índice Massa Gorda (IMG); Detecção de
deficiência nutricional por uso de : Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar
(QFCA) e Avaliação Subjetiva Global(ASG); Avaliação da função muscular por
medida de força de quadríceps (FQ), força de preensão (FP), teste de velocidade de
marcha de 4 metros e teste sentar-levantar; Grau de atividade física: avaliado por
questionários de Baecke e do Município do Rio de Janeiro. A ASG identificou 4% de
desnutrição moderada, todos com DC. Verificou-se exclusão de gorduras (78%), fibras
(73%) e alimentos lácteos (62%). O peso no grupo DC foi inferior ao do grupo RCUI. O
IMC foi menor na DC que na RCUI, (p=0,008), nos homens com DC ativa se
comparados aos em remissão ( p=0,005) e nas mulheres com DC em relação à RCUI
(p=0,03). Houve 8,5 % de desnutrição, segundo IMC, todos pacientes com DC ativa.
Obesidade ocorreu em 15,8% dos pacientes, predomínio no sexo feminino com RCUI.
DCT e AMB foram inferiores nos homens com DC ativa se comparado com DC em
remissão (p=0,04). Segundo a BIA, a MM e o IMM foram inferiores nos homens com
DC ativa que naqueles em remissão(p=0,004; p=0,02 respectivamente), a MG e o IMG
foram maiores na RCUI em relação à DC(p=0,02;p=0,03 respectivamente). A FP foi
menor (p=0,04) nos homens com DC em atividade do que nos com RCUI apresentando
associação com a presença de atividade (r=-0,279,p=0,01), peso(r=0,288, p=0,01),
MM(r=0,559, p=0,0001), e FQ(r=0,504 p=0,0001). A FQ foi inferior entre o grupo
masculino com DC do que com RCUI (p=0,005) e nos homens de ambos os grupos
(p=0,004) em remissão comparado a pacientes em atividade (p=0,006). Houve
associação da FQ com grau de atividade de doença (r=-0,376, p=0,009), peso(r=0,318,
p=0,004) e MM (r= 0,330, p=0,003). O teste sentar e levantar foi mais afetado no sexo
masculino com DII ativa do que naqueles em remissão (p=0,04) e esteve associado
com CDAI(r= 0,362, p=0,014),FQ(r= -0,365, p=0,001), FQ/P( r=-0,396, p=0,0001),
FQ/MM (r=-0,239, p=0,034). A velocidade de marcha foi similar nos 2 grupos. No
questionário de Baecke, verificou-se que 56% dos 63 pacientes estudados eram
sedentários e 44% eram ativos. No questionário do Município do RJ , 70% dos
pacientes referiram nunca ou quase nunca ter realizado atividade física no mês anterior.
A presença de DC, déficit de MM, doença ativa e baixo nível de atividade física parece
ter influenciado negativamente a força de quadríceps e o teste de sentar e levantar.
Conclusão:Aspectos nutricionais e avaliação da performance muscular de pacientes com
DII devem ser pesquisados precocemente durante o acompanhamento pois se
modificados podem comprometer a qualidade de vida individual.Intervenções como
orientação dietética, atividade física e o controle adequado da atividade de doença são
necessários e devem ser considerados durante o tratamento.
Palavras chaves: Doença inflamatória intestinal, função muscular, atividade física,
estado nutricional
ABSTRACT
OUTEIRAL, Rosangela Lopes. Estado nutricional protéico-calórico e Função muscular
periférica em pacientes com doença inflamatória intestinal(DII) ambulatorial.
Dissertação (Mestrado em Clínica Médica) - Setor Gastroenterologia da Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.
IBD are chronic diseases that can cause a negative impact on the quality of life .The
protein calorie malnutrition and an altered body composition can cause an impaired
muscular function of lower limbs. The aim of this study is to evaluate the nutritional
status and body composition of IBD outpatients, verifying the potential deficiencies and
their relation with the muscular functional capacity. It was classified by Crohn´s
Disease Index Activity (CDAI) and Truelove-Wittis for Ulcerative Colitis. Transversal
study with 82 IBD outpatients (48 CD and 34 UC). Nutritional status was evaluated by
anthropometry : Body Mass Index (BMI), ),mid-arm muscle circumference (MAMC),
Triceps skin fold (TSF); Body composition was assessed using tetrapolar bio-
impedance analysis (BIA) with measures of Fat-free mass (FFM Kg and %), Fat-free
mass index (FFMI), Fat mass ( FM Kg and %), Fat Mass Index (FMI); The food
frequency was evaluated by: Questionnaire Frequency of dietary intake (QFCA) and the
Subjective Global Assessment (SGA); Muscular performance was measured using:
quadriceps strength (QS), hand-grip strength (HGS), sit-up test and 4 meter gait
velocity. Physical activity was verified by: Baecke 's and Município do Rio de Janeiro
questionnaires. The SGA identified 4% of moderately malnourished patients and all
were CD. A dietary exclusions of fat (78%), fibers (73% ) and dairy products (62%)
were detected. The weight of CD patients was lower than UC patients as well the BMI
(p=0.04). According to BIA, FFM and FFMI were lower in men with active CD
compared to patients in remission (p=0.004; p=0.02 respectively), the FM and the FMI
were higher in UC than CD patients (p=0.02;p=0.03 respectively). The HGS was
reduced (p=0.04) only in IBD male patients with disease activity, and there was a
correlation with disease activity (r=-0.279, p=0.01), weight (0.288, p=0.01),
FFM(0.559, p=0.0001), e QS( 0.504, p=0.0001). The QS was lower in CD male
patients relative to UC male patients (p=0.005) and in male IBD patients in
remission (p=0.004) comparatively to active disease groups (p=0.006) but with normal
values, women were lower values as compared with control but with no significant
differences. The QS was correlated with disease activity (r=-0.376, p=0.009), weight
(r=0.318, p=0.004) and FFM (r= 0.330, p=0.003). The sit-up test was more affected in
IBD male patients with active disease than in remission patients (p=0.04),
being correlated with CDAI (r= 0.362, p=0.014), QS (r= -0.365, p=0.001), QS/W( r=-
0.396, p=0.0001), QS/FFM(r=-0.239, p=0.034). Gait velocity was similar in all groups.
According to Baecke's questionnaire, 56% of 63 patients did not practice any type of
exercises in the last year and 44% were physical active. The patients were 70%
sedentary in the last month by using the questionnaire of the Município do Rio de
Janeiro’s. The DC presence, FFM deficit, disease activity and reduced level of physical
activity correlated negatively with quadriceps strength and sit-up test. Conclusion:
Nutritional status and muscular performance of IBD patients must be evaluated earlier
during their follow up as the modifications of these aspects could impair the individual
quality of life. Interventions as diet orientation, physical activity and the control of
disease activity are necessary and must be considered during the treatment.
Key Words : IBD, muscular performance, physical activity, nutritional status.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Classificação do estado nutricional segundo IMC 32
Quadro 2 Força de quadríceps não dominante (Kgf) 39
Quadro 3 Força de preensão não dominante (Kgf) 39
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Estado nutricional em pacientes com DII 43
Figura 2 Estado nutricional em pacientes com DII segundo atividade da doença 43
Figura 3 IMC em pacientes com DC vs RCUI 44
Figura 4 Pacientes eutróficos com DC vs RCUI segundo a atividade de doença 44
Figura 5 Pacientes com sobrepeso com DC vs RCUI segundo atividade de doença 45
Figura 6 Pacientes obesos com DC vs RCUI segundo atividade de doença 45
Figura 7 Dobra cutânea triciptal em pacientes com DC vs RCUI 46
Figura 8 Área muscular do braço em pacientes com DC vs RCUI 47
Figura 9 Massa magra dos pacientes masculinos com DII segundo 50
atividade de doença
Figura 10 Índice de massa gorda nas pacientes femininas com DII 51
Figura 11 Força de preensão da mão não dominante nos grupos 53
masculinos DC e RCU
Figura 12 Força de Quadríceps no grupo masculino de DC e RCUI 54
segundo a atividade de doença
Figura 13 Teste sentar e levantar nos grupos masculinos de DC e RCUI 56
segundo a atividade de doença
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Características gerais dos pacientes dos grupos DC e RCUI 29
Tabela 2 Antropometria e composição corporal em adultos caucasianos 35
Tabela 3 Estado nutricional dos grupos DC e RCUI 48
Tabela 4 Valores médios de medidas antropométricas segundo sexo e
tipo de DII 48
Tabela 5 Composição corporal nos grupos DC e RCUI 50
Tabela 6 Força de preensão nos grupos DC e RCUI segundo sexo e grau
de atividade 52
Tabela 7 Força de quadríceps não dominante nos grupos DC e RCUI
segundo sexo e atividade de doença 54
Tabela 8 Teste sentar levantar 56
Tabela 9 Velocidade de marcha nos grupos DC e RCUI segundo sexo e
atividade de doença 57
Tabela 10 Atividade física no grupo de obesos segundo o tipo de doença 59
LISTA DE SIGLAS
AACE/ACE Associação Internacional para Prevenção da Obesidade
ALL Atividades Físicas de Lazer e Locomoção
AMB Área Muscular do Braço
ASG Avaliação Subjetiva Global
BIA Bioimpedância Elétrica
CB Circunferência do Braço
CDAI Índice Atividade de Doença de Crohn
CONEP Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
DC Doença de Crohn
DCT Dobra Cutânea Triciptal
DEXA Absortiometria de Raio X de Dupla Energia
DII Doença Inflamatória Intestinal
DP Desvio Padrão
DPC Desnutrição Protéico-Calórica
EFL Exercícios Físicos no Lazer
FP Força de Preensão
FQND Força de Quadríceps não Dominante
FQ/P Força de Quadríceps/Peso
FQ/MM Força de Quadríceps/Massa Magra
HIV Human Immunodeficiency Virus
HUCFF-UFRJ Hospital Universitário Clementino Fraga Filho-
Universidade Federal do Rio de Janeiro
IL-6 Interleucina-6
IMC Índice de massa corporal
IMG Índice de massa gorda
IMM Índice de massa magra
METS Unidades Metabólicas
MG Massa Gorda
MM Massa Magra
PCR Proteína C Reativa
PP Perda de Peso
PU Peso Usual
QID Quadrante Inferior Direito
QFCA Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar
RCUI Retocolite Ulcerativa Idiopática
SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
TNF-alfa Fator de Necrose Tumoral Alfa
LISTA DE UNIDADES DE MEDIDAS
A ampere
Cm centímetro
Π pi
Kg quilograma
Kgf quilograma força
Kg/m
2
quilograma por metro quadrado
kHz kilohertz
mm milímetro
m/s metros por segundos
s segundos
LISTA DE ADENDOS
Adendo A Aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/
HUCFF-UFRJ) 75
Adendo B Termo de consentimento livre e esclarecido 76
Adendo C Questionário de anamnese e avaliação nutricional 77
Adendo D Exames laboratoriais 78
Adendo E Medidas antropométricas 79
Adendo F Ficha de avaliação subjetiva global 80
Adendo G Questionário de Freqüência de consumo alimentar 81
Adendo H Protocolo de força muscular e capacidade física 82
Adendo I Questionário de atividade de Baecke 83
Adendo J Questionário de atividade física do Município do RJ para indivíduos
maiores de 12 anos 85
Adendo K Condições básicas para realização da avaliação pelo método de
impedância bioelétrica 86
Adendo L Classificação Truelove-wittis 86
Adendo M Índice de atividade de Doença de Crohn 87
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 16
1.1 OBJETIVOS GERAIS 17
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17
2 REVISÃO DA LITERATURA 18
2.1 ESTADO NUTRICIONAL NA DII 18
2.1.1 Prevalência da Desnutrição Protéico-Calórica 19
2.1.2 Prevalência de Obesidade
20
2.1.3 Associação entre obesidade e doença inflamatória intestinal 20
2.2 COMPOSIÇÃO CORPORAL NAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS
INTESTINAIS 22
2.2.1 Composição Corporal e localização da doença 23
2.3 FUNÇÃO MUSCULAR NA DII 23
3 METODOLOGIA 26
3.1 TIPO DE ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS 26
3.2 CASUÍSTICA 26
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 27
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 27
3.5 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 29
3.5.1 Avaliação Subjetiva Global 30
3.5.2 Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar (QFCA) 30
3.5.3 Antropometria 31
3.5.3.1 Peso Corporal (Kg) 31
3.5.3.2 Índice de Massa Corporal (IMC) 31
3.5.3.3 Dobra Cutânea 32
3.5.3.4 Dobra Cutânea Triciptal (DCT) 32
3.5.3.5 Circunferência do Braço (CB) 33
3.5.3.6 Área Muscular do Braço (AMB) 33
3.5.3.7 Composição Corporal 34
4 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA 36
4.1 QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA DE BAECKE 36
4.2 QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA DO MUNICÍPIO DO
RIO DE JANEIRO 37
5 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA 38
5.1 FORÇA DE PREENSÃO 38
5.2 FORÇA DE QUADRÍCEPS 38
5.3 TESTE DE SENTAR E LEVANTAR 40
5.4 TESTE DE VELOCIDADE DE MARCHA DE 4 METROS 40
6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 42
7 RESULTADOS 43
7.1 ESTADO NUTRICIONAL 43
7.1.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG) 43
7.1.2 Consumo Alimentar 43
7.1.3 Composição Corporal 44
7.1.3.1 Antropometria 44
7.1.3.1.1 Peso e IMC 44
7.1.3.1.2 DCT e AMB 47
7.1.3.2 Bioimpedância 50
8 FUNÇÃO MUSCULAR 53
8.1 FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA 53
8.1.1 Força de preensão (Kgf) 53
8.1.2 Força de quadríceps (Kgf) 54
8.1.3 Comparação da força muscular entre pacientes com DII e grupo
controle 56
8.2 TESTES DE CAPACIDADE FUNCIONAL DE MEMBROS INFERIORES 56
8.2.1 Teste Sentar e Levantar(s) 56
8.2.2 Velocidade de marcha (m/s) 58
9 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL 59
9.1 QUESTIONÁRIO DE BAECKE 59
9.2 QUESTIONÁRIO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 59
10 DISCUSSÃO 61
11 CONCLUSÕES 69
REFERÊNCIAS 70
ADENDOS 75
16
1 INTRODUÇÃO
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) representadas pela Retocolite
Ulcerativa (RCUI) e pela Doença de Crohn (DC) são enfermidades crônicas, de incidência
universal, caracterizadas por alterações teciduais no tubo digestivo, de natureza inflamatória
não relacionada a um agente etiológico específico.
As DII não são raras, tendo grande impacto no Brasil e no mundo, por
acometerem indivíduos jovens (20 a 40 anos), de ambos os sexos. São de baixa mortalidade,
mas de alta morbidade, interferindo nas condições de vida de população economicamente
ativa. Nos países onde foi verificada a incidência destas doenças, relata-se o aparecimento de
novos casos, a cada ano, na proporção de 3 a 20/100 000 pessoas, sendo a RCUI mais
freqüente que a DC. Entretanto, no cálculo das tendências de incidência, a RCUI tem
mostrado certa estabilidade e a DC um aumento progressivo
1
.
O esclarecimento da etiologia e da patogênese das DII se apóia no estudo de
várias observações e teorias, destacando-se entre elas, o papel da nutrição. Na literatura
verifica-se uma preocupação quanto a possível influência da alimentação no desenvolvimento
das DII, assim como o impacto da doença no estado nutricional desses pacientes.
Déficits nutricionais, fadiga de causa multifatorial manifestações músculo-
esquelética são problemas extra-intestinais freqüentes nas DII que podem levar a um baixo
nível de atividade física, redução da massa magra corporal e comprometimento da força
muscular . Apesar das repercussões funcionais que os eventos acima podem causar na
capacidade para as atividades laborativas, da vida diária e na qualidade de vida dos pacientes
com DII, ainda são poucos os estudos enfocando estes aspectos
2,3,4,5,6,7,8
.
Recentemente, Wiroth et al (2005, p. 296-303)
18
verificaram redução de 25% no
desempenho de testes físicos de membros inferiores em 41 pacientes com Doença de Crohn
17
em remissão clínica, sem uso de corticóides e independente da quantidade de massa magra.
Não se encontrou estudos publicados sobre a função muscular na RCUI.
Com a finalidade de verificar o perfil nutricional, de composição corporal e da
função muscular em pacientes com DII em acompanhamento no Serviço de Gastroenterologia
do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Universidade Federal do Rio de Janeiro
(HUCFF-UFRJ), foi idealizado o presente estudo com os objetivos propostos a seguir.
1.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado nutricional e a capacidade funcional muscular dos pacientes com
doença inflamatória intestinal
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar o estado nutricional e capacidade funcional entre:
-Tipos de doença inflamatória intestinal
-Fases de doença inflamatória intestinal
-Gêneros na doença inflamatória intestinal
Verificar associação entre:
-Composição corporal e força muscular periférica e capacidade funcional
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ESTADO NUTRICIONAL NA DII
As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são acompanhadas normalmente de
perda de peso podendo causar Desnutrição Protéico-Calórica (DPC). Os mecanismos que
levam à desnutrição são: anorexia, redução da atividade motora voluntária, ineficiência
anabólica e catabolismo de proteínas aumentado, tudo isso resultado da ativação da resposta
inflamatória sistêmica, além da redução da ingestão oral visando minimizar os sintomas
gastrointestinais. Deficiências múltiplas de macro e micro nutrientes são comuns nas DII,
especialmente na Doença de Crohn (DC)
8,9
.
As DII são associadas a um número de deficiências nutricionais incluindo anemia,
hipoalbuminemia, hipomagnesemia, hipocalcemia, deficiência de ácido fólico, niacina,
Vitamina A, B12, C, e D como também de Ferro, zinco e Cobre. Alterações no metabolismo
energético resulta em um aumento na oxidação de lipídios em pacientes com DII
3,11
, estando
relacionado a gravidade da doença. Estudos com calorimetria indireta demonstraram aumento
moderado de metabolismo basal em pacientes com DC, mas este hipermetabolismo não
explica a desnutrição, e a dificuldade em restabelecer o peso ideal em pacientes com DC
11
. A
caloria é armazenada principalmente sob a forma de tecido adiposo. Invariavelmente quando
ocorre um balanço lipídico negativo, há uma mobilização deste tecido levando a um
emagrecimento. O aumento na oxidação lipídica demonstrada em estudos realizados pode
explicar a dificuldade de ganho de peso em pacientes com DII, em especial em DC
3,11
.
As conseqüências da desnutrição são inúmeras e inclui a redução na densidade
óssea pela diminuição de absorção do cálcio secundária ao uso de corticóides, com
19
conseqüente osteoporose, retardo no crescimento e desenvolvimento em crianças e jovens
com DII
11
.
A perda de peso se dá não pelo aumento do metabolismo basal, mas pela
diminuição na ingestão de alimentos, pela anorexia, desconforto abdominal, presença de
diarréia, dietas inadequadas. Pacientes com DII mesmo em remissão podem apresentar
deficiências nutricionais, principalmente de antioxidantes. A hipótese seria a existência de um
desequilíbrio entre o aumento das espécies oxidativas e a diminuição dos antioxidantes
levando à lesão tecidual
12
.
2.1.1 Prevalência da Desnutrição Protéico-Calórica na DII
A Desnutrição Protéico-Calórica(DPC) ocorre de 20 a 85% dos pacientes com
DII. Essa extensa variação de prevalência resulta da heterogeneidade da doença, como
extensão e atividade inflamatória. Apesar de a DPC ser mais freqüente em pacientes com DII
hospitalizados, deficiências funcionais e nutricionais podem ocorrer em pacientes
ambulatoriais com doença em fase de remissão, especialmente naqueles com doença de longa
data e uso contínuo de corticóide
9,13
. Dois fatores podem ser relevantes para determinar a
gravidade e o tipo de DPC nas DII:
1) O tempo de doença que normalmente é mais longo na DC e
2) A forma aguda de aparecimento da doença que prevalece na RCUI,
Portanto a DPC é predominantemente do tipo marasmático ou mista na DC e do
tipo Kwashiokor na RCUI.
20
2.1.2- Prevalência de Sobrepeso e Obesidade na DII
Estudo recente realizado com 78 pacientes com DC (47 mulheres e 31 homens)
constatou que mais de 30% dos pacientes apresentavam excesso de peso (IMC>25Kg/m
2
),
sendo 8% considerados obesos (IMC>30Kg/m
2
)
14
.
2.1.3-Associação entre obesidade e doença inflamatória intestinal.
Atualmente considera-se o tecido adiposo não apenas como um depósito de
gordura, mas um órgão endócrino ativo e imunomodulador. Isto explica a relação entre
obesidade e doenças como, o diabetes e doença cardiovascular. Tem se estabelecido uma
relação entre a presença de maior concentração de tecido adiposo mesentérico e doenças
gastrointestinais, tais como: Esteatose Hepática, Pancreatite Aguda e Doença de Crohn
(DC)
15,16
.
Os adipócitos secretam proteínas biologicamente ativas (adipocinas), que atuam
localmente e em sítios a distância, influenciando vários processos metabólicos e
imunológicos, tais como: balanço energético, homeostasia, sensibilidade insulínica, função
imune e apetite. O aumento da expressão de adipocinas (interleucina-6, leptina, resistina,
adipsina,TNF-alfa etc) é associado a obesidade, problemas coronarianos e diabetes. As
adipocinas: leptina, resistina e adiponectina têm papel importante na regulação dos níveis
sistêmicos de inflamação. A hipertrofia dos adipócitos na obesidade acarreta um aumento das
adipocinas, sendo a leptina e a resistina aumentadas consideradas responsáveis pela
modulação da resposta imunológica e a resistência insulínica. A adiponectina apresenta
propriedades anti-inflamatória e anti-aterogênica, aumentando a sensibilidade à insulina.
Níveis elevados de adipocinas na mucosa intestinal podem causar uma resposta imune
elevando a concentração de ácidos graxos livres circulantes e influenciando a permeabilidade
da mucosa intestinal, com conseqüente aumento da sua exposição aos antígenos luminais
15,16
.
21
Pacientes de DC em remissão(<150 pontos no CDAI) têm a permeabilidade da
mucosa intestinal aumentada devido ao incremento local de Fator de Necrose Tumoral Alfa
que pode atuar como regulador de aporte de antígenos no endossoma celular
15,16
. O
tratamento com Infliximabe (droga anti-TNFα) está portanto associado à redução da
permeabilidade intestinal em pacientes com DC ativa. Entretanto, índices elevados de
Interleucina-6 (IL-6) também estão associados ao aumento de permeabilidade intestinal e
choque hemorrágico.
15,16
Atualmente está clara a importância da gordura mesentérica no aparecimento das
DII, sendo a hipertrofia do tecido mesentérico e o seu envolvimento pela gordura
reconhecidos como fatores de inflamação em pacientes com DC contribuindo para a
gravidade da doença e o aparecimento de complicações. A atuação da gordura pode ser
evidenciada nos diferentes aspectos da DC sob o ponto de vista histopatológico: fibrose,
inflamação perivascular, estenoses de artérias, e infiltração significativa de células
inflamatórias com número aumentado de adipócitos. Estes achados são corroborados pela
infiltração maciça de linfócitos T CD3- e CD68- sugerindo a presença de processo
inflamatório na mucosa intestinal e no mesentério adjacente. Verifica-se que a hipertrofia da
mucosa mesentérica pela gordura promove um aumento na produção de TNF, IL-6 e outras
citocinas pró-inflamatórias e intensificação da sintomatologia do paciente
15,16
. Apesar da
obesidade não aumentar o risco da DC, ela está associada a maior morbidade e maior
desenvolvimento de fístulas.
15,16
Simultaneamente pode ser verificada a existência de esteatose hepática na DC,
anteriormente relacionada ao uso de corticóide de longa data e atualmente considerada como
resultante da exposição prolongada de níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias.
15,16
Portanto medidas que reduzam os depósitos de gordura como, a remoção do
tecido adiposo cirurgicamente, exercícios físicos, redução do consumo calórico, podem
22
reduzir os níveis das adipocinas pró-inflamatórias com decréscimo da atividade inflamatória
na DC
15,16
.
2.2 COMPOSIÇÃO CORPORAL NAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
A composição corporal reflete o estado nutricional sendo resultante de processos
fisiológicos, entretanto nas doenças crônicas inflamatórias os processos envolvidos são
fisiopatológicos. Nas doenças inflamatórias intestinais, as citocinas pró-inflamatórias (TNF-α,
IL-1, IL-6) são responsáveis pela disfunção do metabolismo. Estudos recentes demonstram
possíveis diferenças na composição corporal entre a DC e a Retocolite Ulcerativa Idiopática
(RCUI), como: menor peso corporal, menor Indice de Massa Corporal (IMC) e menor
porcentagem de gordura nos pacientes com DC
13
. Estudos do metabolismo ósseo utilizando o
método de densitometria óssea demonstram redução de massa óssea nos pacientes com DC
em relação aos com RCUI, o que pode ser comprovado pela alta prevalência de osteoporose e
osteopenia na DC
4,13
.
O IMC reflete o estado nutricional podendo indicar nas DII quando reduzido, uma
depleção nutricional secundária a atividade da doença. Pacientes com RCUI apresentam IMC
superiores aos dos pacientes com DC
13
.
No que se refere a composição corporal segundo o sexo, nota-se que pacientes do
sexo masculino com DC estão com a composição corporal e medidas antropométricas mais
comprometidas que o sexo feminino
6
. Se comparados grupos de pacientes masculinos com
DC e RCUI constata-se que o grupo DC tem massa magra inferior a de grupo RCUI, assim
como menor teor mineral ósseo
13
.
23
2.2.1 Composição Corporal e localização da doença
Ao contrário do que ocorre na DC que pode acometer todo o trato gastrointestinal,
com preferência pelo íleo terminal, a RCUI é limitada a mucosa colônica
13
.
Pacientes com DC de localização ileal apresentam características metabólicas
peculiares, apresentando menor peso corporal do que pacientes com RCUI e indivíduos
saudáveis, mesmo se estiverem em fase de remissão de doença sem uso de corticóide ou
suporte nutricional. Sob o ponto de vista metabólico, verificou-se que este grupo DC com
localização ileal utiliza lipídios como principal substrato, diferentemente dos pacientes com
RCUI, com conseqüente redução de Massa Gorda (MG), porém preservando a Massa Magra
(MM).
2
2.3 FUNÇÃO MUSCULAR NA DII
São poucos os estudos sobre a capacidade funcional muscular em pacientes com
doença inflamatória intestinal. Geerling et al (1998, p 514-521)
4
verificaram redução de força
dos músculos flexores da coxa em pacientes com DC, com preservação da força muscular
dos quadríceps. O estudo realizado com 32 pacientes considerados clinicamente em remissão
(18 mulheres e 14 homens) e comparados com 32 indivíduos saudáveis pareados por sexo. A
hipótese destes autores é que as fibras musculares do tipo IIb presentes em maior
porcentagem no grupo muscular flexor que no quadríceps possam estar comprometidas
devido ao uso prolongado de corticóide que seria responsável pela atrofia seletiva de fibras
IIb. A redução de força muscular observada não se correlacionou com a dose e tempo de uso
do corticóide, mostrando ser um processo reversível. Os autores destacam a importância da
avaliação do estado nutricional mesmo em pacientes com DC em fase de remissão clinica da
24
doença, pois podem apresentar ou desenvolver deficiências nutricionais, especialmente de
antioxidantes. Portanto, estes transtornos podem apresentar alta morbidade como
conseqüência da associação da má nutrição com imunodisfunção, redução da qualidade de
vida e aumento no dano oxidativo tecidual
3,13
.
Pacientes com DII demonstram reduzida capacidade de executar exercícios físicos
após cirurgias de grandes ressecções intestinais, como foi observado por Brevinge et al (1995,
p. 1040-1045 )
41
, no estudo realizado com 29 pacientes de DC submetidos a proctocolectomia
com ou sem ressecção de intestino delgado. Os pacientes foram investigados através de teste
ergométrico e de questionário para avaliar sua atividade física onde se evidenciou redução na
capacidade máxima de exercício em: 9% de pacientes sem ressecção de delgado, 22% em
pacientes com ressecção moderada de delgado (15-30 % de ressecção), 40% em pacientes
com ressecções extensas de delgado (> 50%). Esses autores concluem que a significativa
redução na capacidade física desses pacientes é multifatorial, sendo um dos motivos a má
absorção com conseqüente redução na massa magra
41
.
Em trabalho mais recente de Wiroth et al. (2005, p. 296 -303)
18
, no qual foram
estudados 41 pacientes com DC em remissão clínica sem uso de corticóides foi encontrado
decréscimo na função muscular dos membros inferiores, independente da quantidade de
massa magra e sem influência do estado inflamatório. Os pacientes foram considerados como
portadores de doença acentuada, caso fizessem uso de imunosupressor, e/ou infliximabe, ou
tivessem história prévia de 2 ou mais ressecções cirúrgicas (29 casos). Todos os demais foram
classificados como tendo doença moderada. O estado inflamatório foi avaliado pela dosagem
sérica de proteína C reativa (PCR) e a composição corporal foi estimada por bioimpedância.
A força e resistência musculares foram avaliadas por medida da força de preensão com
dinamômetro, força isométrica de quadríceps e tempo para realizar o teste motor de sentar e
levantar. Em relação ao grupo controle, pareado por sexo e idade, os pacientes com DC não
25
apresentaram diferenças no MG ou MM, no entanto, foram mais lentos no teste de sentar e
levantar e apresentaram valores reduzidos de força isométrica, principalmente nos membros
inferiores. Quanto à performance muscular segundo o sexo, nos grupos com doença acentuada
e moderada, as mulheres com DC apresentaram maior deficiência quando comparadas aos
homens, entretanto não houve diferença na comparação dos sexos no grupo controle. Os
resultados demonstram que a DC afetou mais as mulheres do que os homens, talvez porque
mulheres em geral, sejam menos ativas fisicamente do que os homens. Não houve diferença
estatística entre os grupos de DC no que se refere a força de preensão, sugerindo que a função
muscular do membros superiores está preservada na DC e que sofre menor influência da
doença, se comparada a dos membros inferiores. Os autores consideraram este
comportamento, semelhante ao que ocorre no envelhecimento, quando observa-se a
musculatura de membros superiores preservada, em detrimento da musculatura de membros
inferiores em conseqüência de desuso, já que os músculos dos membros superiores são mais
utilizados nas tarefas diárias. O estado infamatório, apenas ligeiramente aumentado nos
pacientes, não mostrou correlação com os parâmetros musculares. O nível de atividade física
entre pacientes com DC e o grupo controle, medido através de questionário, mostrou que os
pacientes com DC não tinham redução de atividade física diária, mas por outro lado, o índice
de prática desportiva menor em pacientes com DC pode influenciar negativamente a
performance muscular
18
. Os autores concluíram que é necessário aprofundar o estudo das
causas da disfunção muscular em paciente com DC em remissão, principalmente a influência
do estado inflamatório e o efeito da medicação.
26
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS
Este é um estudo descritivo do tipo transversal realizado no período de agosto de
2005 a junho de 2007. O estudo teve início após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universidade Federal do Rio
de Janeiro (HUCFF-UFRJ) (Projeto nº 142/06 (Anexo A). A inclusão de cada paciente no
estudo foi feita mediante autorização formal, por meio de assinatura de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B), após esclarecimentos sobre os objetivos e
procedimentos do estudo por parte do pesquisador, de acordo com as normas estabelecidas
pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP - lei 196/1996) e Conselho Nacional
de Saúde (1987).
3.2 CASUÍSTICA
Foram estudados 82 pacientes, 48 com DC (média de idade: 36.1±11anos, 60.4%
do sexo feminino e 39.6% do sexo masculino) e 34 com RCUI (média de idade: 42.6±11.1
anos, sendo 70.6% do sexo feminino e 29.4% masculino), em atendimento no ambulatório
especializado de doenças inflamatórias intestinais do HUCFF-UFRJ. Dos 82 pacientes
estudados 51 pacientes foram submetidos a sua primeira avaliação nutricional e os outros 31
já estavam em acompanhamento ambulatorial.
27
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
1) Pacientes de ambos os sexos com idade entre 18 - 59 anos.
2) Diagnóstico confirmado através de critérios clínicos, radiológicos,
endoscópicos e histopatológicos
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
1) Pacientes com < 30 dias de alta hospitalar.
2) Evidência clínica de perfuração intestinal, megacólon tóxico, sangramento
gastrointestinal maciço, oclusão intestinal completa, abscesso abdominal ou
fístulas jejunais.
3) Ressecção intestinal com um remanescente intestinal < 1,80cm, com
ileostomia.
4) Diabetes Mellitus insulino-dependente.
5) Doença hepática crônica
6) Doença por HIV com ou sem Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA)
7) Neoplasia maligna
8) Insuficiência renal crônica
9) Portadores de deficiência física
10) Doença tireoidiana.
Na avaliação clínica dos pacientes foram avaliados os seguintes sinais e sintomas:
a presença de diarréia crônica com ou sem sangue e muco associada à dor abdominal,
urgência a defecação, presença de sintomas gerais proeminentes (febre, anorexia, e perda de
peso), massa palpável no quadrante inferior direito (QID) e de doença perineal
19
.
28
Segundo o Índice Atividade de Doença Crohn (CDAI)
20
, os pacientes com DC
foram classificados em: doença em remissão (< 150 pontos), leve (150-250 pontos), moderada
(250-350 pontos) ou acentuada (> 350 pontos). A avaliação de atividade de RCUI foi
realizada através da classificação de Truelove e Wittis (1955, p.1041-1048)
21
, sendo
considerada atividade leve, moderada ou acentuada, segundo gravidade dos sintomas. Do total
de 82 pacientes com DII, 45.1% (37/82) apresentavam atividade de doença, 40.2% (33/82) em
fase de remissão e 14.6% (12/82) com doença controlada por uso de corticóide. (tabela 1)
O tempo médio de diagnóstico foi de 3.4±3.8 anos em pacientes com RCUI, e
2.4±3.4 anos em pacientes com DC. A localização da DC foi predominante na região íleo-
colônica 81.2% (39/48) e na RCUI prevaleceu a proctite 56% (19/34). No grupo de DC,
44.5% (21/48) usavam corticóide e 18% (37.5/48) usavam imunossupressor associado ou não
a outro medicamento. Dos pacientes com DC 21% (7 mulheres e 3 homens) tinham realizado
cirurgia. As características clínicas e demográficas assim como a utilização de medicamentos
podem ser observadas na tabela 1.
29
Tabela-1 Características gerais dos pacientes dos grupos DC e RCUI
DC RCUI
Homem Mulher Total Homem Mulher Total
(N=19) (N=29) (N=48) (N=10) (N=24) (N=34)
idade (anos)
31.8±11.2 39.0±11.3 36.1±11.0 38.0±12.1 44.6±10.3 42.6±11.1
altura (m)
1.7±0.1 1.6±0.1 1.6±0.1 1.7±0.1 1.6±0.1 1.6±0.1
peso ( Kg )
64.5±15.6 62.1±14.1 63.0±14.0 71.8±14.5 69.6±16.3 70.2±15.6
tempo de diagnóstico (anos)
2.3±3.0 2.5±3.3 2.4±3.4 2.3±3.5 3.9±4.0 3.4±3.8
DC localização da doença
íleo%(N) 10.5(2) 14(4) 12.5(6)
íleocolônica%(N) 79(15) 83(24) 81.2(39)
colônica%(N) 10.5(2) 3(1) 6.3(3)
DC tipo evolutivo
penetrante%(N) 16(3) 21(6) 19(9)
estenosante%(N) 53(10) 52(15) 52(25)
inflamatória%(N) 31(6) 27(8) 29(14)
CDAI
125.0±60.6 179.0±170.0 157.6±172.1
remissão%(N) 42(8) 38(11) 40(19)
atividade%(N) 37(7) 38(11) 37(18)
Controlada%(N) 21(4) 24(7) 23(11)
RCUI localização da doença
pancolite%(N) 20(2) 33(8) 29(10)
hemicolite%(N) 10(1) 17(4) 15(5)
proctite%(N) 70(7) 50(12) 56(19)
Truelove -Wittis
remissão%(N) 60(6) 33(8) 41(14)
Atividade
leve%(N) 0 25(6) 18(6)
moderada%(N) 10(1) 12.5(3) 12(4)
severa%(N) 20(2) 29.5(7) 26(9)
controlada%(N) 10(1) 0(0) 3(1)
Corticóide % ( N) 42(8) 45(13) 44.5(21) 20(2) 37.5(9) 32(11)
Imunossupressor % (N) 42(8) 34(10) 37.5(18) 10(1) 17(4) 15(5)
Cirurgias prévias %(N) 16(3) 24(7) 21(10) 0 0 0
Tabagismo %(N) 0 7(2) 4.5(2) 20(2) 0 6(2)
N= número de pacientes, DC= doença de Crohn, RCUI= retocolite ulcerativa idiopática, CDAI=índice atividade de doença de Crohn,†
média±desvio padrão
3.5 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Não existe um método padrão ouro para a avaliação nutricional em pacientes com
DII, portanto a definição de desnutrição protéico-calórica não poderá depender de um único
método. Serão utilizados como parâmetros de avaliação do estado nutricional: Avaliação
30
Subjetiva Corporal, e a Composição Corporal pela Antropometria e a Bioimpedância. Estes
pacientes serão subagrupados posteriormente de acordo com o grau nutricional em pacientes
com DC com e sem desnutrição, RCUI com ou sem desnutrição.
Foram utilizados os métodos descritos a seguir.
3.5.1 Avaliação Subjetiva Global(adendo F)
A Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um método de avaliação do estado
nutricional. Com este método o paciente pode ser classificado em: Bem Nutrido (< 17
pontos), Desnutrido Moderado (> 17 < 22 pontos) ou Desnutrido Grave (> 22 pontos) baseado
em características nutricionais relevantes da história clínica do paciente e exame físico
22
.
3.5.2 Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar (QFCA) (adendo G)
Permite avaliar a ingestão dietética através da aplicação de uma lista pré definida
com os diferentes grupos de alimentos: 1 - leite e derivados; 2 - carne e ovos; 3 - leguminosas;
4 - cereais e feculentos; 5 - açúcares e gordura; 6 - bebidas; 7 - fruta; 8 - legumes e verduras.
Foram avaliados: o tipo e número de refeições diárias, o tipo de alimento ingerido e com que
freqüência (número de vezes por dia, semanal, quinzenal ou nunca)
22
.
Não foram
quantificados os macro e micronutrientes, apenas verificamos a freqüência de ingestão dos
alimentos, determinando os alimentos excluídos após o diagnóstico da doença.
31
3.5.3 Antropometria
3.5.3.1 Peso Corporal (Kg)
O peso corporal representa o somatório dos compartimentos de minerais, água
corporal total (intra e extra celular), glicogênio, proteína e gordura. O peso corporal em
adultos sadios varia menos que 0,1Kg/dia, sendo que a perda superior a 10% em seis meses
apresenta significância clínica. A medição do peso foi realizada em balança antropométrica da
marca FILIZOLA. O paciente foi pesado usando camisola hospitalar sobre suas vestes
íntimas, sem sapatos. Foi utilizada a equação segundo Blackburn et al. (DUARTE, 2002, p.
34 - 57)
22
:
(% perda de peso) % pp = peso usual (PU) – peso atual/ peso usual (PU) x 100,
sendo considerado como valor normal até 10%. Pacientes que apresentarem perda
de peso acima de 10% em seis meses são considerados desnutridos.
3.5.3.2 Índice de Massa Corporal (IMC)
O IMC ou índice de QUETELET é um índice simples onde se divide o peso pela
estatura, sendo utilizado para classificação do estado nutricional, especialmente em adultos
(DUARTE, 2002, p. 34 - 57)
22
.
IMC = peso (Kg) / estatura (m
2
) =_______Kg/m
2
Os valores médios estabelecidos de IMC para homens e mulheres são
respectivamente: 22 e 20,8 Kg/m
2
.
32
Quadro 1 - Classificação do estado nutricional segundo IMC.
Grau IMC
Obesidade
III > 40
II 35 – 39,9
I 30 – 34,9
Sobrepeso
Normal
25 – 29,9
>18,5 - <24,9
Desnutrição proteico-energética
I 17,0 – 18,4
II 16,0 – 16,9
III < 15,9
IMC=P/A
2
(Kg/m
2
) ; P=peso ; A= altura
Fonte: AACE/ACE – IOTF, 1998.
3.5.3.3 Dobra Cutânea
A espessura da dobra cutânea reflete a espessura da pele e tecido adiposo
subcutâneo em locais específicos do corpo. A aferição da dobra cutânea é um método
relativamente simples, de baixo custo, não invasivo, que tem como objetivo estimar a gordura
corporal total. O pressuposto de que os compartimentos de tecido adiposo subcutâneo
refletem a gordura corporal total varia com a idade, com o local de mensuração , entre
indivíduos e populações
22
.
Foi utilizada a dobra descrita a seguir.
3.5.3.4 Dobra Cutânea Triciptal (DCT)
É dentre as outras dobras a mais utilizada na prática clínica para monitoramento
do estado nutricional. Para tal, foi necessário localizar com auxílio de fita métrica graduada, o
ponto médio entre o acrômio e o olecrânio com o braço flexionado junto ao corpo, formando
um ângulo de 90º. A prega foi mensurada, na parte posterior do braço direito com os braços
relaxados e estendidos ao longo do corpo. Foi realizada a aferição da prega por três vezes pelo
33
mesmo examinador, sendo considerado o valor final a média, em milímetros, das três medidas
obtidas.
A DCT foi usada como indicativo de massa de gordura corporal.
Os resultados são expressos em milímetros e foram comparados com o padrão
estabelecido por Anselmo (1992, p. 46-56)
24
, dados nacionais, e Frisancho (1974, 1052-
1058)
23
de acordo com sexo e idade.
Foi considerado como déficit, valores abaixo da média
menos duas vezes o desvio padrão.
3.5.3.5 Circunferência do Braço (CB)
A Circunferência do Braço foi utilizada para estimar a proteína somática e tecido
adiposo. Embora possa ser considerada independente, freqüentemente é combinada com a
dobra cutânea triciptal para cálculo da circunferência muscular do braço.
Para esta medição o paciente ficou de pé com o braço relaxado na lateral do corpo
e palma da mão voltada para a coxa. A marcação do ponto médio foi realizada conforme
técnica descrita para dobra cutânea triciptal
22
.
3.5.3.6 Área Muscular do Braço (AMB)
Para interpretação foi utilizada a tabela de Frisancho e Anselmo (1992, p. 46-56)
24
segundo sexo e idade.
A fórmula utilizada incluindo foi:
AMB = (CBmm - πDCT)
2
/ 4π
AMB = Área muscular do braço em milímetros ao quadrado;
CB = Circunferência do braço em milímetros
Π = 3,14
34
DCT = Dobra cutânea triciptal em milímetros
22,38
Fator de correção homens = - 10 e mulheres = - 6.5
3.5.3.7 Composição Corporal
A avaliação da composição corporal por bioimpedância baseia-se na passagem de
uma corrente elétrica de baixa intensidade (800 A) e freqüência fixa (50 kHz) pelo corpo do
indivíduo, determinando-se a resistência (impedância) oferecida pelos diversos tecidos do
organismo. Se por um lado 75% da musculatura (massa magra) é formada por água verifica-
se que o índice de hidratação da gordura é praticamente nulo (10%), o que resulta na
condução elétrica mais fácil no músculo do que na gordura. Desta forma é possível se estimar
a percentagem de gordura, massa magra, água corporal total e metabolismo energético diário
da pessoa.
De modo geral, se dois indivíduos tiverem o mesmo peso e estatura, aquele com
maior quantidade de gordura apresentará um valor de bioresistência maior e vice-versa.
A composição corporal foi medida por meio de um aparelho de bioimpedância
tetrapolar BIODYNAMICS BODY COMPOSITION modelo 310 (50 kHz, 800A) após o
ajuste do mesmo para as características do paciente como: peso, altura, sexo, idade, segundo
metodologia específica. As medidas foram feitas no dimídio direito, em decúbito dorsal, com
os eletrodos posicionados ao nível da face dorsal do punho e da mão, do tornozelo e face
dorsal do pé, com no mínimo 6 h de jejum.
A massa magra (MM) foi estimada por algoritmo específico do equipamento e a
massa gorda (MG) subtraindo-se a MM do peso corporal. Para os casos de IMC > 30 foi
empregada a fórmula de Gray (1989, p. 255)
25
para obesos MM = 0.000985 * (altura ao
quadrado) – 0.0387 * resistência + 0.158 * peso (Kg) – 0.124 * idade em anos + 29.612.
35
Para diagnosticar déficit de MM e MG foi aplicada a fórmula de MM de Kyle et
al (2003, p. 255-60)
26
para caucasianos, por não termos outra disponível; foi utilizado os
pontos de corte preconizados por estes autores, considerado como déficit valores abaixo da
média menos duas vezes o desvio padrão. (Tabela-2).
MM = -4.104 + (0.518 *altura ao quadrado/resistência em ohms) + ( 0.231 * peso
kg ) + ( 0.130 * reactância) + ( 4.229* sexo [homem = 1, mulher = 0] ).
Tabela 2 - Antropometria e composição corporal em adultos caucasianos
Homens
18-39 anos
40-59 anos
Percentil 15
Mínimo
Máximo
Mínimo
Máximo
Altura (cm)
164.3
191.1
161.5
187.9
Peso (Kg)
55.9
91.5
56.6
93.0
IMC (Kg/m2)
18.5
28.1
19.3
29.7
MM (Kg)
48.9
70.9
48.3 69.9
IMM (Kg/m2)
16.4
21.6
18.0
22.2
Gordura Corporal (Kg)
3.9
23.5
4.6
26.6
Gordura Corporal (%)
8.7
27.9
9.9
31.1
Índice gordura corp (Kg/m2)
1.3
7.3
1.7
8.5
Mulheres
18-39 anos
40-59 anos
Altura (cm)
153.2
178
151 174.6
Peso (Kg)
43.5
73.5
51.0 73.5
IMC(Kg/m2)
16.5 26.1
16.8 28.8
MM (Kg)
34.7 50.7
34.6 51.4
IMM (Kg/m2)
13.4 17.8
13.6 18.8
Gordura Corporal (Kg)
6.4 25.2
5.9 29.1
Gordura Corporal (%)
16.3 36.7
16.7 39.9
Índice gordura corporal (Kg/m2)
2.3 9.1
2.2 11
Kyle et al(2003)
26
36
4 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
4.1 QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA DE BAECKE(ADENDO I)
Questionário para medir a prática de atividade física habitual de indivíduos de
ambos os sexos nos últimos 12 meses com validação para a língua portuguesa (FLORINDO,
2003, p. 129-35)
28
. Este questionário leva em consideração três níveis de atividade física,
com um total de 16 questões:
a) Ocupação principal do paciente contendo 08 perguntas com 05 pontuações de
intensidade.
b) Atividade desportiva contendo 04 perguntas incluindo a prática ou não da
mesma, com pontuações de intensidade, tempo e proporção.
c) Prática de atividade física nas horas de lazer (não desportivo) contendo 04
perguntas com 05 níveis de intensidade.
A pontuação total será a soma dos três níveis de atividade física (trabalho) +
(esporte) + (não desportivo).
Foram considerados como tendo atividade física todos os indivíduos com
pontuação total 7.0, e aqueles que praticavam exercícios físicos no lazer (EFL) como a
prática de esportes ou atividades físicas de lazer e locomoção (ALL) maior ou igual a uma
hora por dia.
37
4.2 QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO(ADENDO J)
Questionário aplicado em um estudo realizado com 4331 indivíduos com 12 anos
ou mais moradores do Município do Rio de Janeiro que participaram de um inquérito
domiciliar em 1996 (GOMES et al, 2001, p. 969 - 976)
29
. Questionário composto de oito
perguntas que incluem tipo de ocupação do paciente no último mês com respectiva freqüência
em horas por semana e prática ou não de esporte com freqüência e horas por semana.
Foram considerados como tendo atividade todos os indivíduos que afirmaram
sempre praticar atividade física regular ou esportes no último mês.
38
5 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FÍSICA
5.1 FORÇA DE PREENSÃO
A força de preensão é considerada um bom preditor de aptidão físico e também
indicador fidedigno de estado evolutivo em diversas doenças.
A força isométrica máxima de preensão foi mensurada por meio de dinamômetro
hidráulico – JAMAR (Model # BK-7498, Fred Sammons, Inc., Burr Ridge, IL). Foram
realizadas três aferições sendo considerado o maior valor obtido. A aferição é feita com o
paciente sentado e o membro superior pendente, ao longo da linha axilar média com o
antebraço em extensão (DA NÓBREGA et al., 1997, P. 175-180)
45
. Procede-se ao
posicionamento correto da agulha do dinamômetro e solicita-se ao paciente que pressione
com os dedos a empunhadura do instrumento empregando o máximo de força. A trave da
empunhadura é mantida no segundo encaixe. Os resultados foram expressos em valores
absolutos (Kgf). A avaliação foi feita através da medida da força de preensão da mão não
dominante
30,31,32
.
5.2 FORÇA DE QUADRÍCEPS
O músculo quadríceps por ser o maior grupo muscular dos membros inferiores,
além da sua importância na marcha e para subir e descer escadas, tem sido considerado o
grupo muscular representativo da função dos membros inferiores.
A força isométrica máxima de quadríceps foi mensurada por meio de
dinamômetro eletromecânico de cadeira IsoTeste Kroman-Thrigger, uma mesa de Bonnet
com os braços de alavanca laterais conectados a uma balança sob a cadeira. Um mostrador
39
digital indica a força realizada em gramas, os resultados foram expressos em quilograma
força (Kgf). Três aferições no lado não dominante foram realizadas e considerado o valor
médio. A aferição foi feita com o paciente sentado na cadeira mantendo o quadril e o joelho
fletidos a 90º e os braços cruzados à frente do tronco. A cadeira dispõe de cada lado interno
do braço de alavanca, de uma barra vertical fixa, perpendicular ao seu eixo, de altura
regulável. Esta barra deve estar posicionada à frente da perna, à altura do tornozelo. Procede-
se à calibração do instrumento e solicita-se ao paciente que empurre a barra horizontal com a
maior força possível. Esta manobra é realizada com um membro inferior de cada vez. O
avaliador considera a força que o paciente consegue manter por cerca de 5 segundos.
O avaliador considerou a força que o paciente conseguiu manter por cerca de 5
segundos. O resultado foi expresso em valor absoluto (Kgf). Para efeito de comparação,
foram empregados os valores abaixo, de força isométrica máxima, obtidos em grupo controle
sadio (n = 146, idade18 a 59 anos) testado com os mesmos equipamentos empregados na
pesquisa. O ponto de corte para identificar o déficit de força foi abaixo do percentil 15
Quadro 2 - Força de quadríceps não dominante (Kgf)
Déficit de Força
Homem <36,8
Mulher < 35,6
Quadro 3 - Força de preensão não dominante (Kgf)
Déficit de Força
Homem < 32
Mulher < 20
40
5.3 TESTE DE SENTAR E LEVANTAR
Avalia a resistência muscular dos membros inferiores, através do registro do tempo gasto para
realizar o mais rápido possível 5 repetições do movimento de sentar e levantar de uma cadeira, sem braços
33,34
.
Apresenta uma correlação teste/reteste de 0.73
29
.
Posiciona-se uma cadeira de espaldar reto e sem braços, encostada em uma parede. Antes do início
do teste, solicita-se que o paciente, sentado, com os braços cruzados à frente do tórax levante-se da cadeira,
assumindo a posição de pé. Este procedimento avalia se o paciente pode realizar o teste. A seguir, inicia-se o
teste propriamente dito. O tempo é registrado em segundos, pelo examinador com um cronômetro digital com
aproximação de centésimos de segundos. A contagem do tempo inicia-se no instante que o paciente eleva o
corpo da cadeira na primeira repetição e termina quando o mesmo atinge a posição de pé, na quinta e última
repetição
33
.
5.4 TESTE DE VELOCIDADE DE MARCHA DE 4 METROS
A medida da velocidade da marcha é o parâmetro isolado que melhor define a capacidade de
deambular, podendo ser empregadas diversas distâncias de percursos. Nesta pesquisa adotou-se o percurso de 4
metros, proposto por Guralnik (1995, 556-561)
33,34
O teste de velocidade de 4 metros, apresenta uma correlação
entre examinadores maior que 0,93 e uma correlação teste - reteste de 0.89.
O participante é orientado a percorrer andando, na sua cadência natural, um percurso de 8 metros,
marcados no chão. A contagem do tempo inicia-se quando o pé ultrapassa a marca de 2 metros e termina quando
o pé ultrapassa a marca de 6 metros. Desta maneira são descartados os 2 primeiros e os 2 últimos metros do
percurso, que são considerados períodos de aceleração e de desaceleração, respectivamente.O tempo é registrado
em segundos, pelo examinador com um cronômetro digital com aproximação de centésimo de segundos.
Foi considerado valor de 0.8m/s como ponto de corte para indicar redução da capacidade de
deambulação
35,36,37
.
41
6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para entrada e armazenamento dos dados foi utilizado o programa Microsoft
®
Excel versão 2003
as análises foram feitas no programa estatístico “SPSS for Windows
®
“ versão 11.0. Na análise exploratória, os
dados foram expressos em média ± desvio padrão (DP) para variáveis numéricas e por percentual para as
variáveis qualitativas. Foram empregados testes paramétricos e não paramétricos, quando apropriados.
A comparação das variáveis numéricas entre grupos foi realizada pelo teste t de “Student” ou pelo
teste de Mann-Whitney, quando a análise foi realizada com valores de média e mediana, respectivamente. A
comparação entre três grupos foi realizada pela análise de variância “one way” ou teste de Kruskal-Wallis,
quando a análise foi realizada com valores de média ou mediana, respectivamente. As correlações entre as
variáveis numéricas foram investigadas pelo coeficiente de correlação de Pearson ou de Spearman. Adotou-se
como critério de significância estatística valor de p < 0.05.
42
7 RESULTADOS
7.1 ESTADO NUTRICIONAL
7.1.1 Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Na ASG, considerando-se o grupo total de indivíduos estudados, 4% (2/48)
pacientes de DC eram desnutridos moderados e 96% (46/48) eram bem nutridos. O grupo
RCUI era bem nutrido em sua totalidade.(Tabela 3)
7.1.2 Consumo Alimentar
Do total de pacientes submetidos ao questionário de freqüência e consumo
alimentar (QFCA), verificou-se a exclusão alimentar nos seguintes grupos:
Grupo 1 - leite e derivados: 62% dos pacientes excluíram leite e derivados.
Grupo 2 - carnes e ovos : 41% dos pacientes excluíram carnes vermelhas.
Grupo 4 - Cereais e feculentos:73% excluíram feculentos.
Grupo5 - Açúcares e gorduras: 78% excluíram manteiga.
43
7.1.3 Composição Corporal
7.1.3.1 Antropometria
7.1.3.1.1 Peso e IMC
46%
28%
16%
10%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
eutrófico sobrepeso obeso desnutrido
porcentagem
Figura 1 Estado Nutricional em pacientes com DII
26
5
8
39
52
38
37
43
54
100
0
20
40
60
80
100
eutrófico sobrepeso obeso desnutrido
porcentagem %
doença controlada
remissão
doença ativa
Figura 2 Estado Nutricional em pacientes com DII segundo atividade da doença
44
50%
29%
6,2%
14,6%
41%
26%
29%
3%
0
10
20
30
40
50
60
eutrófico sobrepeso obeso desnutrido
porcentage
m
DC
RCUI
Figura 3 IMC em pacientes com DC vs RCUI
42%
36%
21%
57%
37%
7%
0
10
20
30
40
50
60
DC remissão RCUIremissão DC at iva RCUI ativa DC controlada RCUIcont rolada
porcentagem
Figura 4 Pacientes eutróficos com DC vs RCUI segundo atividade de doença
45
50%
56%
43%
44%
7%
0
10
20
30
40
50
60
DC remissão RCUIremissão DC ativa RCUI ativa DC controlada RCUIcontrolada
porcentagem
Figura 5 Pacientes sobrepeso com DC vs RCUI segundo atividade de doença
33%
7%
30%
67%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
DC remissão RCUIremissão DC ativa RCUI ativa DC controlada RCUIcontrolada
porcentagem
Figura 6 Pacientes obesos com DC vs RCUI segundo atividade de doença
A atividade de doença não influenciou o IMC tanto no grupo feminino DC como
no grupo de RCUI ( teste t Student p = 0.875, p = 0.259 respectivamente).
Verificamos na amostra a presença de desnutrição, segundo IMC, em 7 pacientes
do grupo DC, sendo 5 do sexo masculino e 2 do feminino, todos com doença em atividade e
em apenas 1 do grupo RCUI em fase de remissão de doença. (tabela 3)
.
46
7.1.3.1.2 DCT e AMB
A DCT e AMB dos grupos DC e RCUI não foram significativamente diferentes
(teste t Student p = 0.172 e p = 0.173, respectivamente) (tabela 3).
16,6
19,4
9,8
11,3
21,2 21,2
10,9
7,9*
0
5
10
15
20
25
DC RCUI DChomem RCUI
homem
DC mulher RCUI
mulher
DC homem
remissão
DC homem
ativa
valores médios mm
Figura 7 Dobra cutânea triciptal em pacientes com DC vs RCUI; doença de
Crohn(DC); Retocolite Ulcerativa Idiopática(RCUI)
p > 0,05 em relação homens e mulheres com DC vs RCUI; *p=0,04 para homens
com DC em remissão vs homens com DC ativa.
Valores normais homens=12,8±5,1; mulheres=24,9±7,8.
47
4934
5516
5343,2
6304,7
4665,3
5105
6154,9
3951,6*
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
DC RCUI DChomem RCUI
homem
DC mulher RCUI
mulher
DC homem
remissão
DC homem
ativa
média de valores mm2
Figura 8 Área muscular do braço em pacientes com DC vs RCUI; doença de
Crohn(DC); Retocolite Ulcerativa Idiopática(RCUI)
p > 0,05 em relação homens e mulheres com DC vs RCUI; *p=0,04 para homens
com DC em remissão vs homens com DC ativa.
Valores normais homens=5539±929; mulheres=3850±719.
48
Tabela 3 - Estado nutricional dos grupos DC e RCUI
N=número, †média± desvio padrão, ASG= avaliação subjetiva global, IMC=índice de massa muscular segundo
OMS (1998), DCT= dobra cutânea triciptal e AMB= área muscular do braço segundo Anselmo(1992),*p=teste
t de Student.
Tabela 4 - Valores médios de medidas antropométricas segundo sexo e tipo de DII
DC RCUI
Total P
N=48 N=34 N=82
ASG pontos %(N)
eutrófico<17 96(46) 100(34) 98(80)
desnutrido moderado17<22 4(2) 0 2(2)
desnutridograve>22 0 0 0(0)
PESO(Kg)
63.04±15.6 70.2±15.6 0.03*
IMC(Kg/m
2
)
23.7±4.9 27.03±6.2 0.008*
eutrófico%(N) 50(24) 41(14) 46(38)
sobrepeso%(N) 29(14) 26(9) 28(23)
obeso%(N) 6.2(3) 29(10) 16(13)
desnutrido%(N) 14.6(7) 3(1) 10(8)
DCT(mm)
masculino 9.8±4.6 11.3±6.1 0.53
feminino 21.2±7.4 22.5±6.5 0.34
AMB(mm
2
)
masculino 5343.2±1523.6 6304.7±1746.3 0.16
feminino 4665.3±1214.9 5105±1868.9 0.31
HOMEM (DC) HOMEM(RCUI)
PESO(Kg) IMC(Kg/m2) AMB(mm2) DCT(mm) PESO(Kg) IMC(Kg/m2) AMB(mm2) DCT(mm)
Eutrófico(14) 62.8±6.2 21.7±1.8 5260±1050.4 9.1±4.1 61.2±7.8 21.5±1.8 5696.8±1920.2 6.7±4.5
Sobrepeso(9) 84.0±11.7 27.5±1.3 6894.4±896.2 13.2±4.5 77.8±5.5 26.2±0.4 6574.5±1496.2 14.9±2.7
Obeso(01) 101 34.1 8265 20
Desnutrido(5) 47.04.6 16.7±1.2 3721.4±1066.3 6.1±2.7
IMC=índice de Massa Corporal, AMB= área muscular do braço, DCT= dobra cutânea triciptal, teste t Studente p>0.05 para todos os valores
MULHER (DC)
MULHER(RCUI)
PESO(Kg) IMC(Kg/m2) AMB(mm2) DCT(mm) PESO(Kg) IMC(Kg/m2) AMB(mm2) DCT(mm)
Eutrófico(24) 53.5±5.6 21.7±1.4 3907.3±755.8 18.5±6.1 58.8±6.9 22.7±1.8 3982.4±673.9 17.1±3.4
Sobrepeso(14) 71.6±4.4 28.4±0.1 5315.9±507.5 25.6±4.6 68.7±10.2 27.8±1.4 5018.2±705 24.0±8.1
Obeso(12) 89.1±3.4 34.5±0.6 6799±948.1 29.2±6.9 84.4±12.4 34.7±5.0 6563.1±2165.5 27.9±2.1
Desnutrido(3) 42.6±7.6 17.0±1.8 4221.5±1728.9 9.0±3.5 37.0 17.0 2520.0 15.0
IMC=índice de Massa Corporal, AMB= área muscular do braço, DCT= dobra cutânea triciptal, teste t Studente p>0.05
para todos os valores
49
7.1.3.2 Bioimpedância
A análise dos resultados destes parâmetros nos grupos DC e RCUI, segundo sexo
e idade podem ser visualizados na tabela 4 e foram analisados comparativamente com os
valores de Kyle et al (2003, p. 537-543)
39
.
Ao se avaliar o IMM dos grupos DC e RCUI não se evidenciou diferença
significativa (teste t Student p = 0.22), porém o IMG foi superior no grupo RCUI com
diferença significativa (teste t Student p = 0.006). A MM não foi diferente nos grupos DC e
RCUI (teste t Student p = 0.249), a MG (teste t Student p = 0.026) foi significativamente
superior no grupo RCUI.
Nos grupos masculinos DC e RCUI verificamos que o IMM, IMG, MM, MG e %
gordura, foram superiores no grupo RCUI, mas sem diferenças significativas (teste t Student p
= 0.252, p = 0.121, p = 0.226, p = 0.07, p = 0.778 respectivamente). Nos grupos femininos
DC e RCUI verifica-se que não há diferença significativa quanto ao IMM (teste t Student p =
0.631), porém o IMG apresentou diferença significativa(teste t Student p = 0.032) com
prevalência de obesidade no grupo de RCUI. Os demais parâmetros não apresentaram
diferenças significativas, MM (teste t Student p = 0.259), MG (teste t Student p = 0.149), %
gordura (teste t Student p = 0.053). (gráfico 2)
No grupo masculino DC com doença ativa o IMM e a MM foram inferiores ao
grupo DC em remissão (teste t Student p = 0.025; teste t Student p = 0.004, respectivamente)
sendo inferiores ao percentil 15 (IMM = 16.2Kgm
2
e MM =45.7Kg) (Gráfico 1). Neste
mesmo grupo masculino, o IMG, MG e %gordura não apresentaram diferença significativa na
presença ou ausência de atividade de doença (teste t Student p = 0.436, p = 0.394, p = 0.577,
respectivamente).
Nos grupos femininos DC e RCUI não houve diferença significativa quando
realizada a analise destes parâmetros na presença ou não de atividade de doença. (tabela 4)
50
Tabela 5 - Composição corporal nos grupos DC e RCUI (N = 82)
DC RCUI TOTAL P
N=48 N=34 82
Idade
masculino 31.8±11.2 38.0±12.1 0.18
feminino 39±11.3 44.6±10.3 0.07
IMM Kg/m
2†
masculino 17.8±3.6 19.9±2.0 0.252
feminino 17.5±2.8 19.3±3.9 0.631
IMG Kg/m
2†
masculino 4.6±2.4 7.0±5.0 0.121
feminino 7.1±2.9 8.8±3.9 0.032*
Massa Magra Kg
masculino 52.0±12.0 56.5±6.3 0.226
feminino 44.0±8.2 48.1±9.9 0.259
Massa Gorda Kg
masculino 13.6±8.1 19.8±13.5 0.07
feminino 17.9±7.5 21.7±9.5 0.149
%Gordura
masculino 18.7±8.0 19.8± 7.7 0.778
feminino 28.1±6.4 30.3±8.4 0.053
N = número, †média ± desvio padrão,,% G (porcentagem de gordura), IMM = índice de massa
magra, IMG = índice de massa gorda, teste t de Student p < 0.05
58,9
54,8
60,4
38,4*
0
10
20
30
40
50
60
70
DC RCUI
Massa Magra ( Kg)
remissão
atividade
Figura 9 Massa Magra dos pacientes masculinos com DII, segundo Atividade de Doença
*=p=0,004 em relação aos pacientes masculinos com DC vs RCUI.
51
Figura 10 Índice de massa gorda nas pacientes femininas com DII
8,3
*6,1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
DC RCUI
IMG(Kg/m2)
r
P
=0.01
DC vs RCUI
*=p=0,01 em relação aos pacientes femininas com DC vs RCUI
52
8 FUNÇÃO MUSCULAR
As variáveis de força muscular, ou seja, força muscular periférica e teste de
capacidade funcional de membros inferiores foram analisadas segundo o sexo.
8.1 FORÇA MUSCULAR PERIFÉRICA
8.1.1 Força de preensão (Kgf)
Na análise dos grupos masculino DC e RCUI a força de preensão não teve
diferença significativa (teste t Student p=0.484), entretanto, considerando a atividade de
doença, verificou-se que o grupo com DC em atividade apresentava força de preensão
significativamente inferior ao grupo RCUI (teste t student p=0.04).
Os grupos femininos DC e RCUI não apresentaram diferenças significativas
na força de preensão (teste t student p = 0.417), o mesmo ocorrendo na presença ou não
de atividade de doença (teste t Student p = 0.148).(tabela-5)
Tabela 6 - Força de preensão grupos DC e RCUI segundo sexo e grau de atividade
Força de preensão (Kgf) DC RCUI
p
Homens (n=27) 39.0±12.0 41.2±2.7 0.484
Mulheres (n=53) 21.9±6.1 23.4±6.6 0.417
Homens remissão(n=18) 42.8±14.0 41.7±3.4 0.87
Média ± DPM teste t Student * p < 0.05
Mulheres remissão(n=28) 20.5±4.2 25.3±7.4 0.35
Homens atividade(n=10) 31.6±5.2 41.0±1.0 0.04*
Mulheres atividade(n=26) 20.5±4.4 22.5±6.5 0.148
53
42,8
41,7
41
31,6*
0
10
20
30
40
50
DC RCUI
Força de Preensão(Kgf)
remissão
atividade
Figura 11 Força de preensão da mão não dominante nos grupos masculinos DC e RCUI
*=p=0,04 em relação homens com DC em atividade vs homens com RCUI em atividade
Na análise das correlações verificou-se associação significativa entre a força de
preensão com o grau de atividade de doença (correlação inversa Pearson r = -0.279, p = 0.01),
o peso (Pearson r = 0.288 p = 0.01), a Massa Magra (Pearson r = 0.559 p = 0.0001) e a força
de quadríceps (Pearson r = 0.504, p = 0.0001).
8.1.2 Força de quadríceps (Kgf)
Na análise da força de quadríceps nos grupos masculinos de DC e RCUI,
verificou-se que o grupo DC apresentava valores significativamente inferiores ao do
grupo RCUI (teste Mann-Whitney p = 0.005), o mesmo ocorrendo ao analisarmos a
presença ou não de atividade (teste Mann-Whitney p = 0.006 e p = 0.004). Nos grupos
femininos DC e RCUI não foram encontradas diferenças significativas. (tabela 6)
54
Tabela 7 - Força de quadríceps nos grupos DC e RCUI segundo sexo e atividade de doença
Força de quadríceps (Kgf) DC RCUI
p
Homens (n=28) 38.7±9.4 42.0±1.2 0.005*
Mulheres (n=53) 35.7±9.3 37.4±6.7 0.703
0.004
Homens remissão(n=18) 40.8±0.9 42.5±1.3
Mulheres remissão(n=28) 40.5±0.9 40.6±3.5 0.53
0.006
§
Homens atividade(n=10) 40.9±0.7 41.2±0.4
Mulheres atividade(n=26) 40.5±1.3 35.7±7.7 0.947
Teste Mann-Whitney, comparação entre homens com DC vs RCUI
* p < 0.05, † comparação entre homens DC vs RCUI em remissão, §
comparação entre homens com DC vs RCUI em atividade de doença.
Não houve diferença significativa no valor médio da força de quadríceps entre
homens (p = 0,246) utilizando (11) ou não corticóides (17) como também entre mulheres (p
= 0,06) utilizando (31) ou não corticóides (22).
Na análise das correlações da força de quadríceps encontrou-se associação
significativa entre e os seguintes parâmetros: CDAI (Spearman relação inversa r = -0.376, p =
0.009), Peso (Spearman r = 0.318, p = 0.004), MM (Spearman r = 0.330, p= 0.003)
41,2
42,5
40,8*
40,9**
39,5
40
40,5
41
41,5
42
42,5
43
DC RCUI
Força de quadceps (Kgf)
remissão
atividade
Figura 12 - Força de Quadríceps no grupo masculino de DC e RCUI segundo a atividade
de doença
.
*=p=0,004 em relação força de quadríceps do grupo masculino DC em remissão vs o grupo
masculino RCUI em remissão; **=p=0,006 em relação ao grupo DC vs RCUI em atividade de
doença.
55
8.1.3 Comparação da força muscular entre pacientes com DII e grupo controle
Déficit de força de preensão estava presente em 33,3 % dos homens e em 25,6%
das mulheres, acometendo principalmente pacientes com DC em atividade de doença.
Déficit de quadríceps estava presente apenas nas mulheres. Excetuando-se, 1 caso
em remissão, todas tinham grau leve a moderado de doença, com prevalência semelhante na
DC (6 casos) e na RCUI (8 casos), perfazendo 26,9 % do total de pacientes com este deficit,
duas das quais estavam desnutridas.
Considerando o total de casos, 26% apresentava déficit de força de preensão e
19,7 % déficit de força de quadríceps.
8.2 TESTES DE CAPACIDADE FUNCIONAL DE MEMBROS INFERIORES
8.2.1 Teste Sentar e Levantar(s)
Neste teste não houve diferença significativa entre os grupos DC e RCUI (teste t
Student p = 0.821) porém o grupo masculino DC em atividade apresentou maior tempo para
execução do teste que o grupo masculino RCUI em atividade, sendo esta diferença
significativa (teste t Student p = 0.04).(tabela 7)
56
Tabela 8 -Teste sentar e levantar nos grupos DC e RCUI segundo sexo e atividade de doença.
Sentar/levantar(s)
DC RCUI
p
Homens (n=27) 0.582
8.1±2.1 7.4±1.7
Mulheres (n=53) 9.2±4.5 9.6±3.0 0.820
Homens remissão(n=18) 8.4±2.4 8.6±1.0 0.69
Mulheres remissão (n=28) 8.1±2.2 9.6±2.4 0.17
Homens atividade(n=10) 8.5±1.8 5.5±0.5 0.04*
Mulheres atividade(n=26) 8.1±2.4 9.7±3.4 0.15
S=segundos,média ± DPM, teste t student * p < 0.05
Verificou-se associação significativa entre o teste sentar/levantar e os seguintes
parâmetros: CDAI (teste de Pearson r = 0.362, p = 0.014), FQ (teste de Pearson r = -0.365, p
= 0.001), FQ/P (teste de Pearson r = -0.396, p = 0.000), FQ/MM (teste de Pearson r = -0.239,
p = 0.034).
8,4
8,6
8,5
5,5
0
2
4
6
8
10
DC RCUI
segundos
remissão
atividade
Figura 13 - Teste Sentar e Levantar nos grupos masculinos de DC e RCUI
segundo a atividade de doença
57
8.2.2 Velocidade de marcha (m/s)
Na velocidade de marcha não houve diferença significativa entre os grupos DC e
RCUI (teste de Mann-Whitney p = 0.953), independente de sexo (grupos masculinos DC vs
RCUI p = 0.62; grupos femininos DC vs RCUI p = 0.35) ou da presença de atividade de
doença (grupo DC em remissão vs RCUI em remissão e grupo DC em atividade vs RCUI em
atividade p = 0.32 e p = 0.97 ; p = 0.38 e p = 0.15 respectivamente) (tabela 8).
Tabela 9 - Velocidade da marcha nos grupos DC e RCUI segundo sexo e atividade de doença.
Velocidade da marcha(m/s) DC RCUI
p
Homens (n=27) 0.9±0.2 0.9±0.2 0.62
Mulheres (n=53) 1.1±0.4 1.0±0.2 0.35
Homens remissão(n=18) 0.9±0.2 1.0±0.1 0.32
Mulheres remissão(n=28) 1.0±0.4 1.0±0.2 0.97
Homens atividade(n=9) 1.0±0.1 0.9±0.2 0.38
Mulheres atividade(n=26) 1.0±0.4 1.0±0.3 0.15
Média ± DPM, teste de Mann-Whitney * p < 0.05
No estudo das correlações verificou-se associação significativa entre os seguintes
parâmetros: CDAI (teste Spearman´s r = 0.351, p= 0.018), FQ/P (teste Spearman´s r = -
0.364, p = 0.001), FQ/MM (teste Spearman´s r = -0.228, p = 0.044).
58
9 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL
9.1 QUESTIONÁRIO DE BAECKE
Na análise dos 63 pacientes que responderam ao questionário de Baecke,
verificou-se na retrospectiva dos últimos 12 meses que 56% (35) dos pacientes eram
sedentários, com pontuação <7.0, sendo que 17% (6) destes pacientes apresentavam atividade
de doença e 83% (29) estavam em fase de remissão; 44% (28) eram fisicamente ativos com
pontuação 7.0 e destes, 68% (19) estavam em remissão de doença e 32% (9) com doença
em atividade. Não houve diferença significativa entre o nível de atividade física habitual na
comparação dos pacientes em remissão com aqueles em atividade doença (teste do
quiquadrado p = 0.101). Treze pacientes eram obesos, 46% dos quais eram sedentários e 54%
ativos.
Não houve correlação entre a pontuação total do questionário de Baecke com a
força de quadríceps ou com o IMC.
9.2 QUESTIONÁRIO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Ao se empregar o questionário do Município do Rio de Janeiro, dos 60 pacientes
respondedores verificou-se que 71% (43) não tinham ocupação (estudantes, dona de casa e
aposentados). Dentre os que trabalhavam fora, 21%(13) tinham ocupação leve e 8% (4)
tinham ocupação moderada. 68,3 % dos pacientes declararam no mês anterior, nunca ter
realizado atividade física, 23,3 % fizeram algumas vezes e 8,3 % realizaram sempre.
No grupo que nunca realizava atividade física havia predomínio de mulheres
(63,4 % em atividade de doença (57,% ), embora sem diferença estatística (sexo: p = 0,432;
atividade da doença p = 0.929). A média de idade dos grupos que nunca realizava e sempre
59
realizava era semelhante (38,3 ± 11,4 vs 30,8 ± 9,0; p = 0,16). De acordo com a doença, foi
superior o número de pacientes com RCUI que nunca realizavam atividade física (62,8 % vs
76%) e inferior o número que dos que realizavam sempre (4% vs 11,4%). Pacientes que
nunca realizavam atividade física tinham o IMC maior do que aqueles que sempre
realizavam (25,8 ± 6,4 vs 22,3 ± 22,3; p = 0,02). Obesidade estava presente em 16,7 % do
total, apenas em mulheres (3 com DC em remissão, 7 com RCUI, sendo 5 em atividade
leve / moderada da doença), nenhuma das quais realizava qualquer atividade física de lazer
e/ou esporte. A média de horas assistindo TV ou utilizando computador, destas mulheres era
de 3.5 ± 3.6 h/dia.
O percentual de desnutridos foi de 10 %, dos quais 3,3%, referiram realizar
atividade física algumas vezes. Dos cinco pacientes que faziam sempre atividade física,
quatro eram homens com DC em remissão.
Tabela 10 - Atividade física no grupo de obesos segundo o tipo de doença.
Atividade Física DC RCUI Total
N=3 N=10 N=13
Questionário de Baecke
Obesos Sedentário %(N) 67(2) 40(4) 46(6)
Obesos Ativo%(N) 33(1) 60(6) 54(7)
Atividade física lazer e
locomoção % (N) 67(2) 70(7) 69(9)
Questionário Município RJ
Horas p/dia assistindo TV 4.0±2.6 4.0±3.8 3.5±3.2
N = número, †média ± desvio padrão; Questionário de Baecke total de pontos = 14, atividade
física 7.0 pontos.
60
10 DISCUSSÃO
Poucos estudos têm investigado simultaneamente composição corporal, estado
nutricional e função muscular na doença inflamatória intestinal. Os estudos eram direcionados
para grupos em sua maioria de mulheres jovens com doença em remissão e com atividade
leve.
O estado nutricional foi avaliado pela ASG e IMC, indicando respectivamente 4
% e 10% de desnutridos moderados, todos com DC exceto, 1 paciente com RCUI. As razões
desta discrepância entre os métodos podem ser explicadas devido a ASG ser feita através de
pontuação da história clínica relatada pelos pacientes, ser uma doença crônica que pode ter se
modificado com melhora clínica dos pacientes após intervenções terapêuticas e aos critérios
de seleção.
Em um estudo nacional com 45 pacientes realizado em Salvador (BA) por Santos
et al (2003, p. 169-174)
40
sobre estado nutricional com DC e RCUI , detectou que 10% dos
pacientes com DC e 12% dos pacientes com RCUI estavam abaixo do IMC de 18.5Kg/m
2
.
Entretanto, Capristo et al (1998, p. 9)
2
estudando grupos de pacientes com DC e RCUI
encontraram nos pacientes com DC valores inferiores com diferença significativa no grupo
DC ao serem comparados com grupos RCUI e controle.
Guerreiro et al (2007, p. 2551-2556)
14
ao estudar pacientes portugueses com DC
segundo suas características demográficas e de gravidade da doença também avaliou o estado
nutricional empregando estes dois métodos e detectou menos de 5% de desnutridos na
amostra.
Neste estudo, o peso e o IMC do grupo DC foram significativamente inferiores ao
grupo de RCUI como já anteriormente descrito nos trabalhos de Capristo et al (1998, 339 -
347)
3
e Jahnsen et al (2003, p. 556-562)
6
, diferentemente dos achados de Geerling et al
61
(2000, p. 514-521)
4
que não encontraram diferença significativa entre os dois grupos.
Recentemente, Filippi et al (2006, p. 185 - 191)
9
estudando 54 pacientes com DC não
encontrou diferenças entre o peso e o IMC quando comparados a grupo controle, porém no
estudo de Guerreiro et al (2007, p. 2551-2560)
14
com 78 pacientes de DC ambulatoriais .com
doença em atividade leve a moderada, o peso e o IMC destes pacientes foram
significativamente inferiores ao grupo controle.
No estudo atual verificou-se que o peso e o IMC foram diferentes entre pacientes
com DC do sexo masculino em atividade de doença versus àqueles em remissão, podendo ser
justificado pela baixa ingestão alimentar e o aumento da oxidação lipídica nos pacientes com
atividade de doença. Ao contrário de relatos de estudos anteriores não se observou alta
prevalência de desnutrição, que pode estar relacionado a redução do risco de desnutrição
secundário ao diagnóstico mais preciso e precoce, a eficácia de novas drogas e ao
acompanhamento sistemático destes pacientes. Um achado interessante do estudo, foi um
percentual de obesos (15,8%) superior ao de desnutridos, o que corrobora os achados de
Guerreiro et al (2007, p. 2551-2560)
14.
Neste estudo os pacientes eram predominantemente
do sexo feminino e com RCUI, nem sempre utilizando corticóide que por este motivo não
seria o responsável pelo ganho de peso. Estudos epidemiológicos apontam que o aumento
gradativo da obesidade nas últimas décadas está associada a nutrição inadequada e a falta de
atividade física. Estudo sobre prevalência de sobrepeso e obesidade nas regiões nordeste e
sudeste do Brasil, constatou que 28.3% dos indivíduos adultos apresentam sobrepeso e 9.7%
obesidade.
42
O tecido adiposo pode ser considerado um órgão endócrino ativo e
imunomodulador e os níveis elevados de adipocinas na mucosa intestinal podem elevar a
resposta imune com aumento de ácidos graxos livres circulantes e da permeabilidade da
mucosa intestinal aumentando a exposição aos antígenos luminais
15,16
. Por estes motivo
esperava-se neste estudo que por haver predomínio de obesidade no grupo RCUI, a doença
62
estivesse mais ativa, entretanto estes pacientes estavam no momento da avaliação em fase
remissão de doença.
O consumo alimentar é um aspecto importante da avaliação nutricional para
identificar e justificar as possíveis deficiências nutricionais. O padrão alimentar dos pacientes
foi de exclusão de gorduras (78%), fibras (73%) e alimentos lácteos (62%), semelhante ao
estudo de Santos et al (2003) com grupos de pacientes com DC e RCUI que detectou
restrição de gorduras em 68% dos pacientes com RCUI, 37.5% em alimentos lácteos nos
pacientes com DC e 55.5% nos pacientes de RCUI. Estas exclusões se justificam por
orientação da equipe de saúde, após o diagnóstico, ou para evitar o desconforto
gastrointestinal relacionado à ingestão destes alimentos. Isto poderia justificar a existência de
deficiências de certos nutrientes em pacientes que mantiveram este tipo de dieta de exclusão,
mesmo após a remissão da doença
6
. O baixo consumo de alimentos lácteos, ricos em cálcio e
vitamina A certamente acarretará em longo prazo a osteopenia e osteoporose nestes pacientes,
e a restrição de fibras e gorduras implicará na deficiência de antioxidantes, como o zinco a
Vitamina C, vitamina D
4
. Portanto devemos atentar para o fato que estes pacientes devam ser
corretamente orientados, quanto à substituição destes alimentos por outros de igual valor ou
suplementados.
A composição corporal foi analisada por antropometria e bioimpedância para
identificar possíveis déficits de massa magra e massa gorda e suas conseqüências na reserva
protéica e calórica. Na bioimpedância, se verificou maior prevalência da perda de massa
gorda (63.6%) do que de massa magra (52.4%), sendo este fato presente apenas em pacientes
masculinos com DC em atividade. Esta característica foi também observada em homens com
DC por outros investigadores ao estudarem pacientes de ambos sexos com DC em
atividade
43,14
e resultados semelhantes foram descritos por Geerling et al (2000, p. 514-521)
46
apesar de terem empregado DEXA, em pacientes masculinos com RCUI.
63
Nos pacientes do sexo masculino com DC 31.6% (6 pacientes) com DC em
atividade tinham redução de MM em relação aos pontos de corte de Kyle et al (2003, p. 597-
604)
26
. No estudo de Guerreiro et al (2007, p. 2551-2560)
14
esta redução foi de 11.2% em
comparação ao controle.Embora a porcentagem de massa magra entre os estudos sejam
semelhantes (74.6% vs 72.7%) a comparação fica limitada pois o número de pacientes com
DC em atividade estudados foi pequena (7 pacientes) em relação ao de Guerreiro
14
(31
pacientes).
Neste estudo não foi verificado déficit de DCT, parâmetro indicativo de massa
gordurosa, na comparação com grupo controle brasileiro Anselmo (1992, p. 46 - 56)
24
, de
ambos os sexos. Guerreiro et al (2007, p. 2551-2560)
14
no entanto, estudando DC, verificou
perda de massa gorda somente no sexo masculino.
Capristo et al (1998, p. 2411-2419)
2,3
através da calorimetria indireta demonstrou
que pacientes com DC apresentam aumento na peroxidação lipídica com baixo quociente
respiratório basal em comparação aos pacientes de RCUI e o grupo controle, podendo este
fato ser responsável pela perda de massa gordurosa. A causa de maior espoliação nos
homens ainda não está esclarecida.
As mulheres com RCUI, 1/3 das quais obesas, apresentaram IMG (80.6%)
significativamente maior que as mulheres com DC. Este resultado é divergente do obtido por
Capristo et al (1998 p. 2411-2419)
2,3
que verificou diferença de massa gordurosa entre DC e
RCUI, mas no estudo não foi realizada analise separada por sexo, e todos os pacientes
estavam em remissão da doença e sem haver nenhum caso de obesidade.
Apenas nos homens, o tipo e a atividade da doença parecem ter afetado a força de
preensão, com valores mais baixos na DC do que na RCUI. No total de pacientes, estava
reduzida em 1/3 dos homens e em 25,6 % das mulheres com DC, em relação ao grupo
controle. É interessante destacar que metade dos homens com déficit de força de preensão
64
tinha desnutrição e déficit de massa magra enquanto que entre as mulheres com este deficit,
apenas 1 estava desnutrida e com redução de massa magra. As demais tinham sobrepeso e 1
obesidade. A força de preensão, tem sido considerada um marcador nutricional funcional
principalmente em pacientes internados, porque a sua redução está associada à perda protéica
(RUSSEL et al., 1984, p. 185-194)
48
e tem mostrado valor preditivo para complicações pós-
operatórias (WEBB et al., 1983, p. 30-33)
49
. Segundo Lopes et al. (1982, p. 602-610,)
47
, a
alteração da função muscular na desnutrição é multifatorial e precede a perda de massa magra.
O acompanhamento destes casos com redução da força de preensão, poderia confirmar se eles
realmente estariam em risco nutricional.
Embora tenha sido verificado valor menor de força de quadríceps nos homens
com DC em atividade do que em remissão, nenhum deles apresentava déficit muscular,
quando comparado ao grupo controle. Quadro diferente ocorreu nas mulheres que, embora
com médias semelhantes de força de quadríceps entre DC e RCUI, 22,4 % apresentava
redução da força em relação ao grupo controle, nenhuma com déficit
nutricional ou de massa magra, a maioria com doença com grau leve ou
moderado de atividade. As associações inversas da força de quadríceps com a pontuação
do CDAI e com a MM, parecem confirmar a relação da atividade da doença e da composição
corporal com o déficit de força. Como o grau de associação foi fraco, outros fatores podem
estar implicados. Wiroth et al (2005, p. 296-303)
18
., compararam a força de preensão e de
quadríceps normalizadas pela massa magra, em pacientes com CD em remissão, sem uso de
corticóide, e um grupo controle verificando redução apenas da força de quadríceps. Déficit de
extensores da coxa foi também detectado por Brevinge et al (1995, p. 1040-1045,)
41
, em
pacientes com DC submetidos à teste de esforço máximo em bicicleta ergométrica. Estes
resultados diferem do estudo de Geerling et al (1998, p. 919-920)
13
., em pacientes com DC,
quanto ao grupo muscular de membros inferiores afetado. Apenas a força dos flexores da coxa
65
estava reduzida, o que pode ser explicado por diferenças metodológicas na medida da força
muscular e pelo uso de prednisona por 41% dos pacientes.
Dos 3 grupos de medicamentos utilizados no tratamento dos pacientes deste
estudo, (aminosalicilatos,corticóides,imunomoduladores) apenas os corticóides tem efeito
deletérios confirmados no músculo esquelético. A miopatia por esteróides, tem um padrão de
comprometimento proximal da musculatura dos membros inferiores (flexores da coxa e
quadríceps) afetando preferencialmente as fibras de contração rápida do tipo 2B, glicolíticas.
A fraqueza muscular induzida pelo corticóide pode ser desencadeada pelo uso agudo de altas
doses ou uso continuado de pequenas doses. Tem sido muito estudada nas doenças
respiratórias com relatos de afetar cerca de 64 % de pacientes asmáticos em doses acima de
40 mg/dia de prednisolona e induzir redução da força de quadríceps em pacientes com
DPOC, utilizando 4 mg/dia de metilprednisolona durante 6 meses (DECRAMER et al., 1994,
p. 11-16)
50
.
Embora 44,4 % dos pacientes com déficit de quadríceps estivessem em uso de
corticóide (dose média diária: 20mg de prednisona), a ausência de diferença significativa da
força de quadríceps entre os casos com e sem uso de corticóide, indica que a corticoterapia
não foi o fator determinante nos menores valores da força dos extensores da coxa, nestes
pacientes.
Ainda é discutível a influência no músculo esquelético, do estado inflamatório
sistêmico que ocorre em doenças crônicas inflamatórias. Na doença pulmonar obstrutiva
crônica, na qual ocorre aumento do níveis séricos de interleucinas (IL) 6 e 8, estudos
mostram que a inflamação sistêmica podem promover desequilíbrio entre anabolismo e
catabolismo protéico resultando na perda da massa muscular e em conseqüência, também da
força muscular (JAGOE et al., 2003, p. 52s-63s)
51
.
66
Nas DII, Minderhoud et al (2003, p. 1088-1093)
46
em seu estudo do efeito de
Infliximabe na fadiga de pacientes com DC, não encontrou associação entre o grau de fadiga
física e os níveis séricos de TNF alfa, IL-6, IL-10 e IL-18). Wiroth et al (2005, p. 296-303)
18
,
não encontrou associação entre força muscular e níveis séricos de proteína C-reativa nos
pacientes com DC em remissão. Em seu estudo o achado de valores significativamente
maiores de força de quadríceps nos casos que haviam tomado corticóde por período de 2 a 6
meses antes da medida da força, foi justificado pelos autores, como decorrente pelo efeito
anti-inflamatório dos glicocorticóides, compensando o possível comprometimento da função
contrátil muscular pelo estado inflamatório sistêmico.
O efeito do sedentarismo no déficit de força de quadríceps das mulheres, é
provável, embora este aspecto não tenha sido confirmado nos testes de correlação.
A correlação moderada entre a força de preensão e de quadríceps indica que a
força de preensão não deve ser utilizada como único marcador da força muscular periférica e
da função dos membros inferiores em pacientes com DII.
O desempenho nos testes de sentar e levantar e velocidade da marcha, foi
semelhante em homens e mulheres, e independente do tipo de doença. A atividade da doença
parece ter afetado o desempenho nestes testes funcionais de membros inferiores, devido a
correlação inversa entre a pontuação do CDAI e o tempo de realização de em ambos os
testes. Os homens com DC em atividade foram mais lentos no teste de sentar e levantar que
aqueles em remissão. A importância da força de quadríceps no movimento de sentar e na
velocidade da macha foi confirmada pela associação inversa entre o tempo para completar as
cinco repetições do teste e para completar o percurso de 4 metros, com o valor absoluto da
força assim como com os valores relativos da força normalizada pelo peso e pela massa
magra. Wiroth et al (2005, p. 296-303)
18
, estudando apenas pacientes com DC em remissão,
utilizou o teste de sentar e levantar com 12 repetições normalizado pela massa magra e
67
verificou que eram 25% mais lentos do que o grupo controle. Fazendo o cálculo para 5
repetições, constata-se que o tempo de 8,7 segundos é bem semelhante ao valor médio de 8,8
segundos verificado neste estudo.
No subgrupo de 63 pacientes, a atividade física habitual verificada pelo
questionário de Baecke com o recordatório dos12 últimos meses, indicou que 44% dos
indivíduos eram ativos (18% DC e 26 % RCUI), incluindo a atividade ocupacional e de lazer
(esporte e atividade física). Este percentual está de acordo com o estudo internacional de
Rawsthorne et al
(1999, p. 697-703,)
44
que refere taxa de 3 a 42% de pacientes com DC com
prática regular de atividade física. Não se encontrou na literatura dados sobre atividade física
em pacientes com RCUI.
A atividade física no último mês, avaliada pelo questionário de Gomes et al
(2001, p. 969-976)
29
em 60 pacientes, detectou que menos de 10 % dos pacientes com DII
relataram ter realizado sempre atividade física neste período. Este mesmo parâmetro, avaliado
por Gomes et al, (2001, p. 969-976)
29
, em uma amostra probabilística do Município do Rio
de Janeiro, obteve frequências de 40,2% e 22,2 % para homens e mulheres, respectivamente.
Estes valores não podem ser comparados devido ao reduzido número de casos de DII e porque
a amostra da população do Rio de Janeiro estudada foi com indivíduos a partir de 12 anos
de idade.O IMC mais elevado no grupo que nunca realizava atividade física e a ausência total
de atividade física nas mulheres obesas, ndica ser o sedentarismo fator importante no ganho
ponderal destas pacientes. As recomendações atuais de limiares de atividades físicas que
resultam em benefícios à saúde classificam como ativos os indivíduos que realizam pelo
menos 150 minutos por semana de atividades físicas, moderadas (> 3 METS) (American
College of Sports Medicine, 2000). De acordo com este critério, apenas 6 % de 63 pacientes
atingiram este patamar.
68
11 CONCLUSÕES
1 - A desnutrição foi um achado incomum, sendo inferior a presença de sobrepeso
e obesidade que foram predominantes no grupo feminino com RCUI em fase
de remissão. Houve redução de massa magra na composição corporal de
pacientes masculinos com DC em atividade em comparação aos com remissão.
2 - A força muscular periférica (preensão e quadríceps) se mostrou menor no sexo
masculino, principalmente com DC, porém dentro dos parâmetros normais. As
mulheres apresentaram valores inferiores ao controle, porém sem diferença
significativa.
3 - O teste de sentar e levantar confirmou a redução da força de quadríceps nos
homens com DC em atividade.
4 - Houve correlação em grau moderado da força de quadríceps com a massa
magra
5 - Presença de DC, déficit de massa magra, atividade de doença e baixo nível de
atividade física parecem ter influenciado negativamente a força de quadríceps
e o teste de sentar e levantar.
69
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74
ADENDOS
75
ADENDO A – APROVAÇÃO DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA (CEP/HUCSS-UFRJ)
76
ADENDO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ESTADO NUTRICIONAL E FUNÇÃO MUSCULAR EM PACIENTES COM DOENÇA
INFLAMATÓRIA INTESTINAL
As doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e retocolite ulcerativa) cursam com perda de
peso, depleção nutricional, podendo haver perda de massa muscular e / ou massa óssea causadas por
vários fatores, tais como: hormônios, medicação, deficiência na ingestão de alimentos.
Este estudo visa a fazer uma avaliação nutricional da composição corporal total (massa magra,
gordura) e da força muscular em pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Serão avaliados:
dobras cutâneas, peso, altura, exame de sangue, que poderá causar algum desconforto como: dor,
desmaio, porém de fácil resolução, pois é colhido por pessoal treinado; medida da circunferência de
quadril e cintura. Será utilizado também a bioimpedância exame para avaliação da quantidade de
gordura em seu corpo, em posição deitada e relaxada na maca, é colocado 02 eletrodos (objetos
metálicos revestidos que conduz a corrente) na mão direita e dois eletrodos no pé direito, por onde
passa uma corrente elétrica de baixa intensidade que não lhe provocará dor ou desconforto ou nenhum
risco para sua saúde.O exame dura apenas 5 minutos.Os dados e os materiais coletados para a pesquisa
serão utilizados somente para esta pesquisa e os dados pessoais dos pacientes permanecerão
confidenciais.O resultado da pesquisa será para publicação em revistas e periódicos.
A sua participação nesta pesquisa é voluntária, se por qualquer motivo, você não quiser participar, isso
em nada afetará seu atendimento neste hospital.
Este estudo está sendo coordenado pelas professoras: Dra Carmen Lúcia N. de Castro e Dra. Cyrla
Zaltman.
Qualquer dúvida o voluntário poderá entrar em contato com a nutricionista Dra Rosangela Outeiral,
pelo telefone 2562-2565 ou toda terça-feira, a partir das 13h na sala 228.
CONSENTIMENTO
Eu ___________________________________ , aceito participar da pesquisa “Avaliação Nutricional
da Composição Corporal e da Força Muscular” em pacientes com doença inflamatória intestinal
por minha livre e espontânea vontade. Estou ciente que meus dados permanecerão confidenciais e que
não receberei ajuda de custo pela minha participação.
Declaro que recebi duas cópias para serem igualmente assinadas, deste termo de consentimento e que
tive oportunidade de questionar todos os detalhes do estudo que me foram completamente esclarecidos
após a leitura das informações.
Rio de Janeiro,______ de ______________ de 200
Nome do Voluntário__________________________________
Assinatura do voluntário________________________________
Nome do Pesquisador___________________________________
Assinatura do pesquisador__________________________________
77
ADENDO C - QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Nome:_________________________________________ Sexo: Fem. ( ) Masc. ( )
Idade: _________________________ Telefone: ______________ Data: ___/___/___
Nº. de Prontuário: __________________
1) Diagnóstico
a) RCUI ( ) proctite/proctosigmoidite
( ) hemicolite esquerda
( ) pancolite
b) CROH ( ) TGI alto tipo evolutivo: ( ) penetrante
( ) delgado ( ) estenosante
( ) íleo/ileocecal ( ) inflamatória
( ) colo
( ) ileocolonica
( ) perianal
Doenças associadas: __________________________________________________
Tabagismo: ( ) sim ( ) não
Nº de cigarros por dia: ________
Nº de cigarros/Nº de cigarros do maço X Nº dde anos de tagbagismo ____________
Bebida alcoólica: ( ) sim ( ) não
Tipo de bebida: _____________________________ Tempo de uso: ____________
2) Classificação
Crohn -CDAI: ____________ RCUI – Truelove/Wittes: ___________
3) Cirurgia Prévia
( ) sim ( ) não
( ) apendicetomia ( ) hemicolectomia ( ) ileostomia ( ) outros ___________
4) Nedicamentos em uso
( ) imunossupressor tempo de uso: ____________ dose máxima: ______________
( ) corticóide ( ) via oral ( ) uso tópico ( ) IV tempo de uso ______ dose: ______
( ) sulfa e derivados 5 ASA ( ) via oral ( ) uso tópico tempo de uso ____ dose __
( ) probióticos via oral, tempo de uso: ______________ dose: ________________
( ) suplementros orais:
( ) modulen ( ) nutren ( ) ácido fólico
( ) polivitamínico ( ) fibras solúveis ( ) fibras insolúveis ( ) ferro
( ) outros medicamentos: _______________________________________________
5) Avaliação Nutricional
1 – Área corporal ( ) Atrofia ( ) Trófico
2 – Músculo temporal bilateral ( ) Atrofia ( ) Trófico
3 – Bolas de bichat ( ) Atrofia ( ) Trófico
4 – Lojas tênar e hipotênar ( ) Atrofia ( ) Trófico
5 – Panturrilhas ( ) Atrofia ( ) Trófico
6 – Edema ( ) Atrofia ( ) Trófico
7 – Evidência das fossas supra e intra-claviculares ( )
8 – Evidência das articulações condroestemais ( )
9 Anemia ( )
10 Desidratação ( )
11 – Abdomem escavado ( )
12 – Alterações em pleos e fâmeros ( )
78
ADENDO D - EXAMES LABORATORIAIS
EXAMES LABORATORIAIS DATA DATA
Hemácia (milh/mm)
Hemoglobina (g/dL)
Hematócrito (%)
Leocócitos (mil/mm)
Linfócitos
Albumina
Proteínas Totais
Uréia
Ácido Úrico
Creatinina
TGO
TGP
GGT
Falc
Ferro
Ferritina
Mucoproteína
VHS
Proteína C reativa
Cálcio
Fósforo
Colesterol Total
HDL
LDL
Glicose
Triglicerídeos
Ácido Fólico
Vitamina B12 plasmática
TAP
PTT
79
ADENDO E - MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
MEDIDAS
ANTROPOMÉTRICAS
1º. MEDIÇÃO 2ª. MEDIÇÃO 3ª. MEDIÇÃO
Massa corporeal (Kg)
Estatura (m)
IMC (Kg/m
2
)
Circ. braço esq. (cm)
Circ. braço dir. (cm)
Circ. da centura (cm)
Circ. do abd. (cm)
Circ. do quadril (cm)
Circ. da coxa esq. (cm)
Circ. da coxa dir. (cm)
Circ. da pant. Esq. (cm)
Circ. da pant. Dir. (cm)
DCT (mm)
DCB (mm)
DSC escap. (mm)
DSC ilíaca (mm)
DC coxa (mm)
DC pant (mm)
80
ADENDO F - FICHA AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL
A – Anamnese
1. Peso corpóreo
(1) Mudou nos últimos 6 (seis) meses
( ) sim ( ) não
(1) Continua perdendo atualmente
( ) sim ( ) não
Peso atual ....... kg
Peso habitual ......... kg
Perda de peso (PP .........%)
se > 10% (2) ( ) se < 10(1) ( )
Total parcial de pontos { }
B – Exame Físico
(0) normal
(-1) leve ou moderadamente depletado
(+2) gravemente depletado
( ) perda de gordura subcutânea (tríceps,
tórax)
( ) músculo estriado
( ) edema sacral
( ) ascite
( ) edema tornozelo
Total parcial de pontos { }
2. Dieta
(1) Mudança de dieta
( ) sim ( ) não
A mudança foi para
(1) ( ) dieta hipocalórica
(2) ( ) dieta pastosa hipocalórica
(2) ( ) dieta líquida > 15 dias ou solução de intravenosa > 5
dias
(3) ( ) jejum > 5 dias
(2) ( ) mudança persistente > 30 dias
Total parcial dos pontos { }
Somatório do total parcial de
pontos {}
C – Categoria da ASG
Bem nutrido < 17 pontos
Desnutrido moderado 17 < 22 pontos
Desnutrido grave > 22 pontos
3. Sintomas gastrointestinais (persistem por mais de duas
semanas)
(1) ( ) disfagia ou odinofagia
(1) ( ) náuseas
(1) ( ) diarréia
(2) ( ) anorexia, distensão abdominal, dor abdominal
Total parcial dos pontos { }
4. Capacidade funcional física (por mais de duas semanas)
(1) ( ) abaixo do normal
(2) ( ) acamado
Total parcial dos pontos
5. Diagnóstico
(1) ( ) baixo estresse
(2) ( ) moderado estresse
(3) ( ) alto estresse
Total parcial dos pontos { }
81
ADENDO G - QUESTIONÁRIO DE FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR
Refeições realizadas
Desjejum ( ) Colação ( ) Almoço ( )
Lanche ( ) Jantar ( ) Ceia ( )
GRUPO DE ALIMENTOS
Nunca
Diária
Semanal
> Semanal
Porcionalmente por
vez
1. Leites e derivados
Iogurte
Leite
Queijo
2. Carnes e ovos
Carne bovina
Carne de porco
Frango
Fígado
Lingüiça
Ovo
Peixe
3. Leguminosas
Feijão preto
4. Cereais e Feculentos
Arroz
Batata
Biscoito
Farinha
Macarrão
Pão
5. Açúcar e Gorduras
Açúcar refinado
Balas. Bolo e doces
Manteiga/margarina
6. Bebidas
Refrigerante
Bebida alcóolica
7. Frutas
8. Legumes e Verduras
82
ADENDO H - PROTOCOLO DE AVALIACÃO DA FORÇA MUSCULAR E
CAPACIDADE FÍSICA
Nome: _____________________________________________________________________
Idade: ___________ Peso: ___________ Altura: ____________
DC ( ) RCUI ( ) Tempo de diagnóstico: ______
Medicamentos:
__________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Comorbidades:
__________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
Dextro ( ) Sinistro ( )
FORÇA DO QUADRÍCEPS
DIREITO ESQUERDO
F1 ( ) ( )
F2 ( ) ( )
F3 ( ) ( )
Fm ( ) ( )
FORÇA DE PREENSÃO
DIREITO ESQUERDO
F1 ( ) ( )
F2 ( ) ( )
F3 ( ) ( )
Fm ( ) ( )
CAPACIDADE FÍSICA
Teste de sentar/levantar: _______________________________________________________
___________________________________________________________________________
Velocidade de marcha de 4m.: __________________________________________________
___________________________________________________________________________
83
ADENDO I - QUESTIONARIO DE ATIVIDADE DE BAECKE
TRABALHO
1. Qual sua ocupação principal? ______________________________________________
1. leve 3. moderado 5. Pesado
2. No trabalho, você permanece sentado
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. sempre
3. No trabalho, você fica em pe.
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. sempre
4. No trabalho, você anda
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. sempre
5. No trabalho, você levanta peso.
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
6. Após o trabalho, você se sente cansado
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
7. No trabalho, você fica suado
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
8. Em comparação com pessoas de sua idade, você acha que o seu trabalho e fisicamente
1. muito mais leve 2. mais leve 3. tão pesado quanto 4. mais pesado 5. muito mais pesado
ESPORTE
9. Pratica algum tipo de esporte? ( ) sim ( ) não
Se pratica:
- qual o tipo de esporte que você pratica freqüentemente? ___________________________
(Intensidade: baixo nível = 0.76, médio nível = 1,26, alto nível = 1,76)
- quantas horas por semana? _________________________________________________
- quantos meses por ano? _______________________________________________-____
S1 = intensidade X tempo X proporção = ___________________________
Se pratica um segundo esporte
- qual o esporte que você pratica mais freqüentemente? ____________________________
- quantas horas por semana? __________________________________________________
- quantos meses por ano? ____________________________________________________
S2 = intensidade X tempo X proporção = ___________________________
S1 + S2 = ____________________________________________________
OBS.: Se praticar segundo esporte o S1 passa a ser S1 + S2.
10. Em comparação com outras pessoas de sua idade, você acha que sua atividade física durante as
horas de lazer é
5. muito mais intensa 4. mais intensa 3. a mesma intensidade
2. menos intensa 1. muito menos intensa
84
11. Durante suas horas de laser, você fica suado
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
12. Durante suas horas de laser, você pratica esportes
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
13. Durante suas horas de laser, você assiste televisão
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
14. Durante suas horas de laser, você anda
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
15. Durante suas horas de laser, você anda de bicicleta
1. nunca 2. raramente 3. algumas vezes 4. freqüentemente 5. Muito freqüentemente
16. Quantos minutos você anda a pé ou de bicicleta por dia, para o trabalho, escola ou para as
compras? ________________________ minutos.
Pontuação Total = (trabalho) + (esporte) + (não desportivo)
Nível energético de ocupação Baecke, 1982
NIVEL BAIXO NIVEL MEDIO NIVEL ALTO
Pastor
Motorista
Vendedor de loja
Professor
Estudante
Dona de casa
Medico
Professor universitário
Trabalhador em pecuária
criação de gado
Bombeiro elétrico
Carpinteiro
Estivador
Construção civil
Desportista profissional
Atividade esportiva (durnim and Passmore, 1967)
BAIXO NIVEL – 0.76MJ/h NIVEL MEDO – 1.26MJ/h NIVEL ALTO - 1.76 MJ/h
Box
Badmington
Bilhar
Basquetebol
Futebol
Rugby
Ciclismo
Vela
Dança
Natação
Boliche
Golfe
Remo
Tênis
85
ADENDO J - QUESTIONÁRIO DE ATIVIADADE FÍSICA DO MUNICÍPIO DO RJ
PARA INDIVÍDUOS MAIORES DE 12 ANOS
Nome. __________________________________________________ Nº. Prontuário ___________
1) Qual foi sua ocupação no último mês?
( ) não teve ( ) dona de casa
código _________ dias por semana __________
2) Além da sua ocupação tem outra?
( ) sim ( ) não
código __________ dias por semana ___________
3) Como vai para o trabalho?
( ) não vai, não se aplica ( ) bicicleta ( ) andando
( ) transporte coletivo ( ) carro ( ) outro _______________
4) Se vai de bicicleta ou outro meio que despenda energia (patins, etc...), quanto tempo gasta por dia
somando ida e volta? ________ minutos por dia.
5) Quantas horas assiste TV ou vídeo ou videogame/computador?
________ horas por dia _________ horas por semana ( ) não assiste
6) Toma conta de crianças menores de 3 anos?
( ) não
( ) sim ______ vezes por semana _____ horas por dia
7) Faz atividade física regular ou esportes?
( ) nunca ou quase nunca ( ) algumas vezes ( ) sempre
8) Pratica atividade física, alem da locomoção para o trabalho e escola?
( ) sim ( ) não
Se for sim, preencha o quadro a seguir. Se mais de uma atividade do mesmo grupo, some freqüência e
duração.
GRUPOS FREQUENCIA DURACÃO EM MINUTOS
I – Caminhadas _____ vezes/dia
_____ vezes/semana
II – Andar em alta velocidade, correr,
bicicleta, vôlei, ginastica, dança,
musculação, pegar ondas.
_____ vezes/dia
_____ vezes/semana
III – Natação, futebol, alpinismo,
basquete.
_____ vezes/dia
_____ vezes/semana
Outros. Quais?. _____ vezes/dia
_____ vezes/semana
86
ADENDO K - CONDIÇÕES BÁSICAS PARA REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO
PELO MÉTODO DE IMPEDÂNCIA BIOELÉTRICA
1. Não ingerir bebida alcoólica 48h antes do teste.
2. Evitar exercício intenso 12h antes do teste.
3. Evitar comer ou beber (especialmente produtos cafeinados) 4h antes do teste.
4. Esvaziar a bexiga 30 minutos antes do teste.
5. Evitar todos os diuréticos nos últimos 7 dias antes do teste (somente se possível).
6. Fazer o teste somente após o paciente estar acordado por 3h.
7. Não fazer o teste em mulheres em período pré-menstrual por apresentarem retenção hídrica.
8. Avaliar o paciente descalço e com os pés limpos.
9. Em determinações seriadas, fazê-las sempre no mesmo horário.
10. Não fazer medições em período inferior a 4 semanas.
ADENDO L- CLASSIFICAÇÃO TRUELOVE-WITTIS(RCUI)
CLASSIFICACÃO DE TRUELOVE- WITTS (RETOCOLITE)
Diarréia: ( ) sim ( ) não
N.º. de Evacuações: ( ) 2 – 4 ( ) 4 – 6 ( ) > 6
Sangue: ( ) sim ( ) não
Muco: ( ) sim ( ) não ( ) pouco ( ) muito
Pus: ( ) sim ( ) não
Febre: temperatura > ou = 37,5º ( ) diária ( ) ocasional ( ) períodos ____ dias.
Taquicardia ( ) Anemia ( ) ( ) Pulso radial _______
Exames laboratoriais: HB __________ VHS ____________
ATIVIDADE: ( )leve ( ) moderada ( ) severa
87
ADENDO M Índice de Atividade de Doença de Crohn(CDAI)
Data___/___/____
Nome: ____________________________________________________Pront:________
1-Número de evacuações líquidas na última semana:
Total:_______x 2=__________
2- dor abdominal:
Total:_______x 5=__________
Ausente=0; leve=1; moderada=2; grave=3
3-Estado geral:
Total:_______x 7=__________
Ótimo=0; bom=1; regular=2; mau=3; péssimo=4
4-Número de sintomas e sinais associados:
a) artralgia, artrite ( ) sim ( ) não
b) irite, uveíte ( ) sim ( ) não
c) eritema nodoso, pioderma gangrenoso, aftas orais ( ) sim ( ) não
d) fissura anal, fístula ou abcesso ( ) sim ( ) não
e) outras fístulas ( ) sim ( ) não
f) febre ( ) sim ( ) não
( Max de 120)
Total:________x20=___________
5-Consumo de antidiarréico(lomotil, opiáceos):
( ) sim (0) ( ) não (1) Total:________x30=____________
6-Massa abdominal:
(0) ausente (1) duvidosa (2) bem definida Total:_______x 10=___________
7-Hematócrito:
47-____=_____x6=______(homens)
42-____=_____x6=______(mulheres) Total:__________x6=______________
8-Peso:
[(usual-atual)/ usual] x 100=________% TOTAL________
( ) < 150= remissão ( ) 150- 250 = leve ( ) 250- 350= moderada ( ) > 350 = grave
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