CAPÍTULO 2. TRABALHOS RELACIONADOS 11
As imagens obtidas com câmeras digitais comuns têm o ângulo de abertura maior em
relação às fotografias aéreas controladas ou às imagens de satélite, o que causa maior
distorção radial e radiométrica. Ainda devido à baixa altitude, geralmente necessita-se de
inúmeras imagens a partir de diferentes pontos de vista, sendo que a projeção perspec-
tiva caracteriza as imagens dessas câmeras, em contraposição à projeção ortogonal, ou
muito próxima desta, conseguida usando câmeras fotogramétricas ou imagens de satélite,
Notamos que o processo de mosaicamento será utilizado, justamente quando a área de
estudo é maior que a imagem disponibilizada pela câmera, visando cobrir melhor a área
de interesse.
Como as imagens aéreas de pequeno formato possuem distorções diversas, é necessá-
rio um processamento minucioso para corrigi-las. A não realização desta etapa acarreta
informações incorretas presentes no mosaico. Por exemplo, pixels localizados nas re-
giões de recobrimento das imagens podem não coincidir, não havendo qualidade visual,
como também não permitindo a obtenção de dados confiáveis e mensuráveis. Além disso,
torna-se impossível a adoção de um sistema de coordenadas e a definição de uma escala,
essencial quando se deseja realizar medidas sobre as fotos.
Além dos sistemas comerciais e outros acima citados, vimos na literatura alguns proje-
tos que usam técnicas de registro de imagem para correção geométrica antes do processo
de geração do mosaico [Grandi et al. 2000, Zhu et al. 2001, Lhuillier et al. 2001, Hsu
2001, Xiao et al. 2004]. As técnicas de registro de imagens propiciam corrigir pequenas
distorções geométricas, presentes em imagens de grande formato, principalmente pela
baixa resolução, mesmo com distorções irrelevantes, usando uma variedade de pontos de
controle (pontos no terreno). Observamos que este modelo é diferente para as imagens de
pequeno formato, cujos sistemas de aquisição não têm os mesmos requisitos. No presente
projeto, estaremos empregando SFAIs não controladas e com vários tipos de distorções
e, o que complica mais, usaremos poucos pontos de controle devido à região de trabalho
ser marinha, dificultando a sua aquisição. Observamos que o mosaico final é mais rico
de detalhes, por usarmos imagens com escala maior, obtidas mais próximas da superfície
terrestre. Por outro lado, projetos que utilizam BFAI permitem monitorar áreas maiores,
apesar do custo de aquisição ser maior.
Não encontramos na literatura sistemas que utilizem metodologias suportadas por
SFAI para geração de mosaicos georreferenciados, visando a monitoramento e controle
de superfícies terrestres, incluindo a correção geométrica e radiométrica. Conjeturamos
que isto é devido à existência de técnicas cartográficas mais apuradas, deixando, portanto,
as técnicas menos precisas de lado, apesar de essas últimas serem substancialmente mais
baratas. O uso de técnicas mais ou menos apuradas e mais ou menos precisas deve ser