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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
FLÁVIA PORTO MELO FERREIRA
AVALIAÇÃO POSTURAL DOS IDOSOS DE PORTO ALEGRE-RS COM O USO DA
TÉCNICA DE MOIRÉ DE SOMBRA
Porto Alegre
2008
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FLÁVIA PORTO MELO FERREIRA
AVALIAÇÃO POSTURAL DOS IDOSOS DE PORTO ALEGRE-RS COM O USO DA
TÉCNICA DE MOIRÉ DE SOMBRA
Orientador: Dr. Rodolfo Herberto Schneider
Porto Alegre
2008
Tese apresentada como requisito para
obtenção do grau de Doutor, pelo
Programa de Pós-
graduação em
Gerontologia Biomédica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F383a Ferreira, Flávia Porto Melo
Avaliação postural dos idosos de Porto Alegre – RS com o uso da
Técnica de Moiré de Sombra. / Flávia Porto Melo Ferreira. / Porto
Alegre, 2008.
138 f.
Tese. (Doutorado) – Instituto de Geriatria e Gerontologia.
Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica. PUCRS,
2008.
Orientador: Dr. Rodolfo Herberto Schneider
1. Gerontologia Biomédica. 2. Idoso. 3. Topografia de Moiré. 4.
Postura. I. Título
CDD 618.97
Bibliotecária Responsável
Anamaria Ferreira
CRB 10/1494
FLÁVIA PORTO MELO FERREIRA
AVALIAÇÃO POSTURAL DOS IDOSOS DE PORTO ALEGRE-RS COM O USO DA
TÉCNICA DE MOIRÉ DE SOMBRA
Aprovada em 30 de julho de 2008.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Dra. Carla Helena Augustin Schwanke - PUCRS
___________________________________________________
Prof. Dra. Thais de Lima Resende – UFRGS
___________________________________________________
Prof. Dra. Thais Russomano - PUCRS
Tese apresentada como requisito para o
grau de Doutor, pelo Programa de s-
graduação em Gerontologia Biomédica
do Insti
tuto de Geriatria e Gerontologia
da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul.
Dedico este trabalho ao meu companheiro Jonas Lírio Gurgel, pelo enorme incentivo à
minha carreira acadêmica, desde sempre. Por me fazer acreditar que o conhecimento é o
bem mais precioso que existe e por estar ao meu lado nos momentos mais importantes da
minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao fim de qualquer trabalho, percebemos que o seu desenvolvimento e a sua
conclusão foram possíveis sobretudo pela colaboração, direta ou indireta, de outras pessoas.
Embora haja a possibilidade de omitir algum nome, este é, sem dúvida, o momento ideal para
expor meus sinceros e profundos agradecimentos.
Em primeiro lugar, agradeço ao meu companheiro de todas as horas, Prof. Dr. Jonas
rio Gurgel, por ter contribuído significativamente para esta etapa de minha formação
acadêmica. Seus conselhos e, principalmente, seu apoio incondicional à minha carreira, que
por muitas vezes se mostrou uma jornada deveramente árdua, foram essenciais para que eu
seguisse adiante. Seu incentivo e as discussões acadêmicas foram importantes para o meu
crescimento pessoal e profissional. Além disso, no que se refere ao equipamento utilizado
neste estudo para a aplicação da Técnica de Moiré de Sombra (TMS), sua contribuição foi
fundamental para o desenvolvimento e o uso do método a partir da orientação do Trabalho de
Conclusão de Curso da professora de Educação Física, Esp. Hellen Raquel Galle Hertz.
Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza (“in memmorian”) por ter acreditado na
minha proposta de estudo para o Doutorado e ter aceitado ser meu orientador, após minha
admissão para o Programa de s-Graduação em Gerontologia Biomédica, do Instituto de
Geriatria e Gerontologia, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGGB/
IGG/ PUCRS), mesmo sem me conhecer “a priori”. Agradeço as importantes contribuições à
minha formação acadêmica e pela oportunidade a mim concedida na participação ativa no
Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA). Participação essa nas fases
de elaboração do protocolo para a coleta de dados da área da Educação sica, da coleta, em
si, e do processamento e posterior publicação dos resultados. Embora tenha ausentado-se de
maneira bastante trágica, a continuidade do EMIPOA por ele idealizado gerará, ainda, bons
frutos e, para sempre, esse profissional será lembrado e homenageado.
Ao Prof. Dr. Rodolfo Herberto Schneider por ter se comprometido com os orientandos
do Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza e, a meu ver, ter desempenhado o papel com
competência. Agradeço a dedicação e o auxílio em meu trabalho.
À minha família, em especial aos meus pais, Rogerio e Jocelen, aos meus irmãos,
Joyce e Heleno, e ao meu sobrinho e afilhado, Lucas. O constante incentivo e o carinho foram
muito importantes para que a distância sica entre a gente fosse, de alguma forma,
minimizada.
A todos meus familiares, agregados e amigos que, de longe, incentivaram-me na
conquista do título acadêmico e compreenderam a minha ausência fundamentalmente nos
momentos de confraternização, nascimento e/ou morte de entes queridos. Os momentos
difíceis e a distância foram amenizados, também, pelo apoio de vocês.
À Prof. Dra. Maria Cristina Lírio Gurgel pela revisão lingüística deste trabalho e pelo
apoio e amizade, sempre presentes, ao longo de minha formação acadêmica.
À Prof. Dra. Thais Russomano, que acreditou em meu trabalho e me proporcionou
valiosos momentos de aprendizado durante os anos em Porto Alegre. Principalmente,
agradeço pela confiança em mim depositada, abraçando um grande projeto de vida e que hoje
possui bastante visibilidade, o Laboratório de Biomecânica Aeroespacial (NUBA).
Também, obrigada pela amizade e por aceitar em fazer parte da minha banca de Defesa de
Doutorado; agradeço as importantes contribuições nesta obra.
À Prof. Dra. Carla Helena Augustin Schwanke por fazer parte das minhas bancas de
Qualificação e de Defesa de Tese.
À Prof. Dra. Thais de Lima Resende por fazer parte da minha banca de Defesa de
Doutorado, pela amizade e pelas oportunidades profissionais a mim oferecidas. Também,
agradeço as sugestões dadas para esta obra.
Aos amigos e companheiros de trabalho (antes, alunos e, agora, professores!) que
acreditaram na nossa proposta de formação do NUBA e, junto conosco, proporcionaram a
ascensão do grupo e, também, o crescimento pessoal de cada um. Amigos esses que,
inclusive, participaram efetivamente do EMIPOA (objeto de estudo desta tese), os professores
de Educação sica: Esp. Fabiano Souza Gonçalves, Esp. Felipe Lima Flores, Esp. Fernando
Vianna Sant’Anna, Gustavo Sepúlveda Silva, Esp. Hellen Raquel Galle Hertz, Esp. Ismael
Baldissera.
Obrigada a todos os colaboradores, alunos e professores, que passaram ou
permanecem no NUBA, e que propiciaram a minha busca por aprimoramento acadêmico e a
tentar oferecer um melhor trabalho, sempre. Agradecimentos especiais aos graduandos de
Educação sica, Gabriel Espinosa da Silva e Renata Calvi Vivian.
A todos os colegas do Centro de Microgravidade (Faculdade de Engenharia - FENG/
PUCRS) e do Laboratório de Óptica (IDEIA/ PUCRS). Em especial, ao técnico Arno Steiger
pela importante participação na construção do protótipo para o emprego da TMS neste
trabalho.
A todos os colegas, professores e alunos que participaram do EMIPOA, pela amizade,
companheirismo e profissionalismo.
A todos os idosos que, voluntariamente, fizeram parte do fascinante EMIPOA. Muito
obrigada, pois sem vocês, esta tese não existiria.
A todos os colegas, professores e funcionários do IGG/ PUCRS. Em especial, aos
amigos Ft. Esp. Caren Lara Martins, Arq. Me. Fabiane Azevedo de Souza, Ft. Me. João
Borges de Lima e aos funciorios do IGG, Nair Mônica Ribascik do Nascimento e Paulo
Cesar Escouto Rodrigues.
Ao Prof. Dr. Márcio Pinho e ao estagiário do Grupo de Realidade Virtual, André
Tomasi (Faculdade de Informática - FACIN/ PUCRS) pela disponibilidade em ajudar e na
indicação do software de análise dos topogramas de Moiré usado neste estudo.
À Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto (FEFID/ PUCRS), em nome
da Diretora, Prof. Me. Sônia Beatriz da Silva Gomes, por possibilitar o crescimento do NUBA
cedendo o espaço físico e os alunos de orientação para Trabalhos de Conclusão de Curso.
Também, pela concessão de espaço sico para a realização do EMIPOA.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa
PROSUP/CAPES a mim concedida neste último ano de Doutoramento.
Uma primeira verdade sobre o envelhecimento é que todos envelhecem. A segunda
verdade é que todos envelhecem de formas diferentes.
SPIRDUSO (2005)
RESUMO
Introdução: O Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA) avaliou
homens e mulheres a partir de 60 anos de idade sob uma perspectiva multidisciplinar.
Objetivo: Avaliar os desvios posturais do tronco dos idosos de Porto Alegre com o uso da
Técnica de Moiré de Sombra. Metodologia: A amostra (n= 444, 331 mulheres, 113 homens)
foi selecionada aleatoriamente da populão idosa de Porto Alegre. As variáveis foram:
alinhamento da coluna vertebral e região escapular no plano frontal, profundidade das regiões
escapulares direita e esquerda e da cifose torácica. Também, verificou-se a relação entre as
diferenças posturais e o gênero, o índice de massa corporal (IMC), a perimetria abdominal e
entre si. Os topogramas foram analisados em software, semi-automaticamente. Para tratar os
dados, utilizou-se software estatístico nas funções de estatística descritiva, testes de
normalidade Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov, correlações de Pearson e Spearman, teste
t de Student para amostras independentes, Mann-Whitney e Qui-quadrado; p≤0.05.
Resultados: A variação angular da coluna no plano frontal dos homens foi maior no grupo de
60-69 anos. As mulheres apresentaram diminuição desse quesito até os 79 anos, aumentando-
o, a partir dos 80 anos. Porém, não houve diferenças estatísticas entre os gêneros quanto aos
desvios posturais da coluna no plano frontal. O alinhamento entre as escápulas no plano
frontal diminuiu com o avanço da idade, nos homens, e a partir dos 80 anos, nas mulheres.
Apesar das diferenças, homens e mulheres se mostraram semelhantes quanto a isso em todas
as faixas etárias. A cifose torácica aumentou conforme a idade para homens e mulheres e não
foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros. Referente à presença de
gibosidades, houve diferenças significativas entre os gêneros para o lado direito no grupo
etário de 60-69 anos (p=0.002). Para o lado esquerdo, homens e mulheres mostraram-se
diferentes nas faixas etárias de 60-69 anos (p=0.000) e 70-79 anos (p=0.016). A cifose
torácica aumentou com a idade para ambos os gêneros e não houve diferenças significativas
nas faixas etárias. Ainda, não houve relação entre: o alinhamento entre as escápulas no plano
frontal e a variação angular da coluna no plano frontal para homens e mulheres; o
alinhamento entre as escápulas no plano transverso e a variação angular da coluna no plano
frontal de ambos os gêneros; o IMC e a cifose torácica nos homens, entre a perimetria
abdominal e a cifose torácica de homens; entre o perimetria abdominal e a cifose torácica de
idosas; o IMC e a variação angular da coluna no plano frontal de homens. As correlações
confirmadas foram para as mulheres entre o IMC e a cifose torácica (ρ=0.156; p=0.007), e o
IMC e a variação angular da coluna no plano frontal (ρ=0.156; p=0.007). Conclusão: A
Técnica de Moiré de Sombra mostrou-se útil para a avaliação da topografia do tronco dos
idosos de Porto Alegre. As características antropométricas estudadas correlacionaram-se com
os desvios posturais apresentados apenas pelas mulheres.
Palavras-chave: Idoso. Topografia de Moiré. Postura.
ABSTRACT
Introduction: The Multidimensional Study of the Elderly Population of Porto Alegre-RS
(EMIPOA) evaluated in a multidisciplinary perspective subjects with 60 years and on.
Objective: Evaluate the thoracic postural deviations of elderly population of POA using the
Shadow Moire Technique (SMT). Methods: The sample (n=444; 331 women, 113 men) was
randomly selected from the elderly POA population. The variables analyzed were: Vertebral
spine and scapular region alignment in frontal plane, deepness of right and left scapula and
thoracic kyphosis. The sex influence on posture, body mass index (BMI), and abdominal
circumference was even analyzed. The topograms was analyzed in a semi-automatic way by
software. Statistical analysis was made using SPSS software. Descriptive statistics was used
to describe the data, normality tests as Shapiro-Wilk and kolmogorov-smirnov, Pearson and
Spearman correlations, Student t test, Mann-Whitney and Chi-square functions (p≤0.05) were
used too. Results: The angular spine variation of men on frontal plane was higher in 60-69
years group. The women presented a reduction tendency until 79 years, starting increasing by
80 years. Otherwise, the data didn’t show statistical differences between genders for postural
deviations on frontal plane. For men, progressive aging showed a reduction in scapular
alignment, this started only at 80 years for women. Behalf the genders differences, men and
women showed similarities in this variable for all ages. Thoracic kyphosis showed increases
with aging for men and women, and no statistical differences was found between genders.
Otherwise, one age group showed statistical differences on right side gibosity (p=0.002). For
left side, men and women showed differences on 60-69 years (p=0.000) and 70-79 years
(p=0.016). The thoracic kyphosis increases with aging for both genders and didn´t showed
significant differences on age groups. Some variable didn’t showed relations the scapular
alignment on frontal plane and angular spine variation on frontal plane; alignment between
scapulas on transverse plane and angular spine variation on frontal plane of men and for
women; the BMI and thoracic kyphosis for men (ρ=0.064; p=0.506), between PAb and
thoracic kyphosis for men; the BMI and PAb and elderly women thoracic kyphosis; BMI and
angular spine variation on frontal plane of men. The confirmed correlations was for women
between BMI and thoracic kyphosis (ρ=0.156; p=0.007), and between BMI and angular spine
variation on frontal plane (ρ=0.156; p=0.007). Conclusion: The SMT was useful for trunk
topographic evaluation of elderly population of Porto Alegre. Studied anthropometrics
characteristics showed significant correlation with postural deviations only for women
Keywords: Aged. Moire Topography. Posture.
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 – Cálculo para o índice de massa corporal........................................................... 43
Equação 2 – Cálculo para o momento de inércia total de um corpo. ..................................... 47
Equação 3 – Fórmula para cálculo de profundidade das franjas............................................ 70
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Organização e Faculdades participantes do Estudo Multidimensional dos Idosos de
Porto Alegre-RS. ...............................................................................................33
Figura 2 – Curvaturas normais da coluna vertebral nos planos sagital (vista lateral esquerda) e
frontal (vista posterior)....................................................................................... 36
Figura 3 – Perfil de sujeitos com deformidades posturais no plano sagital............................ 38
Figura 4 – Evolução da postura corporal em função do envelhecimento...............................39
Figura 5 – Escoliose............................................................................................................. 40
Figura 6 Possibilidades de geração do fenômeno de Moiré conforme espaçamento (período)
e posicionamento das grades..............................................................................50
Figura 7 - Efeito de Moigerado no dorso da mão com retículo de 0,5mm x 0,5mm...........50
Figura 8 – Efeito de Moiré gerado na palma da mão com retículo de 1mm x 2mm. .............. 51
Figura 9 - Esquemático da Técnica de Moiré de Sombra......................................................52
Figura 10 - Topograma de Moiré do dorso de um indivíduo................................................. 55
Figura 11 - Esquema montado para a aplicação da TMS para a análise postural dos idosos..65
Figura 12 – Captura de imagem de Moiré............................................................................. 66
Figura 13 – Fenômeno de Moiré obtido das costas do indivíduo...........................................67
Figura 14 – Linha média da coluna desenhada em software.................................................. 68
Figura 15 – Variação angular dos desvios laterais da coluna................................................. 69
Figura 16 - Medida do ponto médio das escápulas................................................................69
Figura 17 – Medida do alinhamento entre as escápulas, em graus, no plano frontal.............. 70
Figura 18 - Aferição de estatura. ..........................................................................................72
Figura 19 - Aferição da massa corporal................................................................................72
Figura 20 Correlação de Spearman (p≤0,05) para verificar a relação entre alinhamento das
escápulas no plano transverso e variação angular da coluna no plano frontal dos
homens idosos de Porto Alegre.......................................................................... 97
Figura 21 - Correlão de Spearman (p≤0,05) para verificar a relão entre alinhamento das
escápulas no plano transverso e variação angular da coluna no plano frontal das
idosas de Porto Alegre. ......................................................................................99
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estimativa de crescimento da proporção da população brasileira de 60 anos ou
mais de idade, conforme o gênero (2000-2020)..................................................27
Gráfico 2 - Distribuição percentual da população residente de 60 anos ou mais de idade, em
relação à população residente total, conforme grupos de idade – 2000................28
Gráfico 3 - Proporção da população residente de 60 anos ou mais de idade, segundo os
municípios das capitais brasileiras, de acordo com o Censo - 2000..................... 29
Gráfico 4 Classificação dos homens idosos de Porto Alegre, de 60 a 69 anos, quanto ao
IMC................................................................................................................... 75
Gráfico 5 – Classificação das idosas de Porto Alegre, de 60 a 69 anos, quanto ao IMC. ......75
Gráfico 6 - Classificação dos homens idosos de 70 a 79 anos, quanto ao IMC......................76
Gráfico 7- Classificação das idosas de 70 a 79 anos, quanto ao IMC.................................... 76
Gráfico 8 - Classificação dos homens idosos de 80 a 89 anos, quanto ao IMC......................77
Gráfico 9 - Classificação das idosas de 80 a 89 anos, quanto ao IMC................................... 77
Gráfico 10 – Classificação das idosas de 90 anos ou mais quanto ao IMC............................ 78
Gráfico 11 Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 60 a 69 anos,
quanto à classificação do desvio lateral da coluna..............................................80
Gráfico 12 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 70 a 79 anos,
quanto à classificação do desvio lateral da coluna..............................................81
Gráfico 13 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 80 a 89 anos,
quanto à classificação do desvio lateral da coluna..............................................81
Gráfico 14 Prevalência de concavidade para o lado direito na avaliação da coluna no plano
frontal de mulheres com 90 anos ou mais de idade.............................................82
Gráfico 15 Classificação das concavidades no plano frontal da coluna espinhal de homens
idosos de Porto Alegre....................................................................................... 83
Gráfico 16 - Classificação das concavidades no plano frontal da coluna espinhal de idosas de
Porto Alegre. .....................................................................................................83
Gráfico 17 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes ao ângulo mínimo
do desvio lateral da coluna.................................................................................88
Gráfico 18 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes ao ângulo máximo
do desvio lateral da coluna.................................................................................88
Gráfico 19 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes à variação angular
do desvio lateral da coluna.................................................................................89
Gráfico 20 Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre referente ao
alinhamento escapular no plano frontal.............................................................. 90
Gráfico 21 Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto ao
alinhamento escapular no plano transverso (número de centróides no lado direito).
.......................................................................................................................... 92
Gráfico 22 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto ao
alinhamento escapular no plano transverso (número de centróides no lado
esquerdo)...........................................................................................................92
Gráfico 23 Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto à
profundidade da região torácica. ........................................................................94
Gráfico 24 Diagrama de dispersão da correlação entre alinhamento das escápulas no plano
frontal e a variação angular da coluna no plano frontal de homens idosos de Porto
Alegre................................................................................................................95
Gráfico 25 - Diagrama de dispersão da correlação entre alinhamento escapular no plano
frontal e variação angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto
Alegre................................................................................................................96
Gráfico 26 - Diagrama de dispersão da correlação entre centróides lado direito e varião
angular no plano frontal da coluna de homens idosos de Porto Alegre................98
Gráfico 27 - Diagrama de dispersão da correlação entre centróides lado esquerdo e
variação angular no plano frontal da coluna de homens idosos de Porto Alegre..98
Gráfico 28 - Diagrama de dispersão da correlação entre centróides lado direito e varião
angular no plano frontal da coluna das idosas de Porto Alegre. ........................ 100
Gráfico 29 - Diagrama de dispersão da correlação entre centróides lado esquerdo e
variação angular no plano frontal da coluna das idosas de Porto Alegre. .......... 100
Gráfico 30 – Diagrama de dispersão da correlação entre o IMC e a cifose torácica nos homens
idosos de Porto Alegre..................................................................................... 101
Gráfico 31 – Diagrama de dispersão para as variáveis profundidade da cifose torácica e o IMC
das mulheres idosas de Porto Alegre................................................................ 102
Gráfico 32 Diagrama de dispersão da correlação entre PAb e arco cifótico torácico de
homens idosos de Porto Alegre........................................................................ 103
Gráfico 33 Diagrama de dispersão da correlação entre as variáveis PAb e profundidade da
cifose torácica das idosas de Porto Alegre........................................................ 104
Gráfico 34 – Diagrama de dispersão para as variáveis IMC e variação angular no plano frontal
da coluna do homens idosos de Porto Alegre.................................................... 105
Gráfico 35 – Diagrama de dispersão da correlação entre o IMC e a variação angular da coluna
no plano frontal de idosas de Porto Alegre....................................................... 106
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 População residente de 60 anos ou mais de idade, em números relativos, por
gênero, segundo as Grandes Regiões – 2000...................................................... 27
Tabela 2 – Classificação do índice de massa corporal (IMC)................................................44
Tabela 3 – Classificação do índice de massa corporal para idosos. ....................................... 44
Tabela 4 Idade e características antropométricas dos idosos de Porto Alegre submetidos à
TMS. .................................................................................................................74
Tabela 5 Parâmetros, em graus, medidos no plano frontal da coluna vertebral dos homens
idosos. ...............................................................................................................79
Tabela 6 - Parâmetros, em graus, medidos no plano frontal da coluna vertebral das idosas...79
Tabela 7 Valores de média e desvio padrão, em graus, da coluna vertebral conforme a
classificação dada para os desvios no plano frontal............................................84
Tabela 8 Alinhamento das escápulas, em graus, no plano frontal de homens e mulheres
idosos de Porto Alegre....................................................................................... 85
Tabela 9 Resultados descritivos dos desvios ântero-posteriores, em mm, da coluna torácica
de homens e mulheres idosos de Porto Alegre....................................................85
Tabela 10 – Alinhamento escapular no plano transverso dos idosos de Porto Alegre............86
LISTA DE SIGLAS
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CEE – Centro de Estudos do Envelhecimento
CEI-RS – Conselho Estadual do Idoso do Rio Grande do Sul
CEPAL
– Comissão Econômica para América Latina e o Caribe
COG – Centro de Gravidade
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
E – Estatura
EMIPOA - Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre-RS
EP – Erro Padrão
EPIDOSO – Projeto Epidemiologia do Idoso
EPM – Escola Paulista de Medicina
FACIN – Faculdade de Informática
FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FEFID – Faculdade de Educação sica e Ciências do Desporto
FENG – Faculdade de Engenharia
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
G – Gênero
GEPIMPE - Grupo de Estudos e Pesquisa em Intervenção Motora para Populações Especiais.
HSL – Hospital São Lucas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEIA – Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento
IGG – Instituto de Geriatria e Gerontologia
IMC - Índice de Massa Corporal
LAPAFI – Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física
MG – Minas Gerais
NUAP – Fundo de População das Nações Unidas
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial da Saúde
PPGGB – Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
PROSUP – Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
RS – Rio Grande do Sul
SABE - Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento
TM – Topografia de Moiré
TMS – Técnica de Moiré de Sombra
TMP – Técnica de Moiré de Projeção
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 24
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................26
2.1 O fenômeno do envelhecimento e os estudos populacionais..................................26
2.2 Alterações biológicas na velhice relacionadas à mudança da postura corporal....... 34
2.2.1 Sistema Esquelético......................................................................................35
2.2.2 Sistema Muscular..........................................................................................41
2.2.3 A antropometria interferindo na postura corporal do idoso: perspectiva
biomecânica acerca das medidas de índice de massa corporal e perimetria abdominal ..43
2.3. A Técnica de Moiré de Sombra como Método de Avaliação Postural ...................47
2.3.1. Materiais e Métodos...................................................................................... 48
2.3.1.1 O Princípio............................................................................................... 49
2.3.1.2 As Técnicas de Moiré................................................................................52
2.3.1.3 Calibração do Equipamento...................................................................... 54
2.3.1.4 Análise dos Topogramas...........................................................................55
2.3.1.5 Aplicações do Método............................................................................... 57
2.3.1.6 Cuidados na Aplicação.............................................................................59
3 AVALIAÇÃO POSTURAL DE IDOSOS DE PORTO ALEGRE-RS COM O USO DA
TÉCNICA DE MOIRÉ DE SOMBRAESTUDO POPULACIONAL ...............................60
3.1 Situação-problema................................................................................................60
3.2 Objetivos..............................................................................................................60
3.2.1 Geral.............................................................................................................60
3.2.2 Específicos.................................................................................................... 60
3.3 Hipóteses.............................................................................................................. 61
3.4 Justificativa ..........................................................................................................61
3.5 Relevância............................................................................................................62
3.6 Metodologia ......................................................................................................... 62
3.6.1 Amostra........................................................................................................ 63
3.6.1.1 Critérios de Inclusão da Amostra..............................................................64
3.6.1.2 Critérios de Exclusão da Amostra............................................................. 64
3.6.2 Piloto............................................................................................................64
22
3.6.3 Técnica de Moiré de Sombra.........................................................................65
3.6.3.1 Processamento das Imagens de Moiré ..........................................................67
3.6.4 Perimetria Abdominal (PAb)......................................................................... 71
3.6.5 Índice de Massa Corporal (IMC)................................................................... 71
3.6.6 Tratamento Estatístico...................................................................................73
3.7 Resultados............................................................................................................73
3.7.1 Descrição Antropométrica............................................................................. 73
3.7.2 Descrição da Avaliação Postural no Plano Frontal......................................... 78
3.7.2.1 Alinhamento da Coluna............................................................................. 78
3.7.3 Alinhamento das Escápulas........................................................................... 84
3.7.4 Descrição da Avaliação Postural no Plano Sagital......................................... 85
3.7.3 Descrição da Avaliação Postural no Plano Transverso...................................86
3.7.6 Testes de Hiteses.......................................................................................86
HIPÓTESE 1: As mulheres diferem dos homens quanto aos desvios posturais da
coluna no plano frontal ............................................................................................ 87
HIPÓTESE 2: As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as
escápulas no plano frontal........................................................................................ 90
HIPÓTESE 3: As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as
escapulas no plano transverso..................................................................................91
HIPÓTESE 4: As mulheres diferem dos homens quanto à magnitude do arco cifótico
torácico.................................................................................................................... 93
HIPÓTESE 5: O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre .... 94
HIPÓTESE 6: O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre................. 95
HIPÓTESE 7: O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está
relacionado à variação angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de
Porto Alegre.............................................................................................................96
HIPÓTESE 8: O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está
relacionado à variação angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto
Alegre.......................................................................................................................99
HIPÓTESE 9: Há relação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de Porto
Alegre..................................................................................................................... 101
23
HIPÓTESE 10: relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas de Porto
Alegre..................................................................................................................... 102
HIPÓTESE 11: relação entre a PAb e a cifose torácica nos homens idosos de
Porto Alegre........................................................................................................... 103
HIPÓTESE 12: Há relação entre a PAb e a cifose torácica em idosas de Porto Alegre
............................................................................................................................... 104
HIPÓTESE 13: relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da
coluna vertebral de homens idosos de Porto Alegre................................................ 105
HIPÓTESE 14: relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da
coluna vertebral de idosas de Porto Alegre ............................................................ 106
SUMÁRIO DOS RESULTADOS............................................................................. 107
3.8 Discussão ........................................................................................................... 109
3.9 Conclusão........................................................................................................... 120
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 121
LIMITAÇÕES................................................................................................................... 123
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 124
APÊNDICE A – Ficha de Avaliação.................................................................................. 134
ANEXO A – Aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS ................ 135
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................................ 136
24
1 INTRODUÇÃO
O efeito de Moiré é um fenômeno físico óptico que pode ser gerado quando duas
grades são sobrepostas, a uma determinada angulação, produzindo um padrão de
interfencia. Esse femeno pode ser empregado para estudar a topografia de superfícies,
que as franjas de Moi formam as linhas de contorno (ou as curvas de nível) da superfície do
objeto em análise. Dependendo da técnica empregada, entretanto, o femeno de Moipode
ser obtido por meios distintos, mas mantendo-se a mesma funcionalidade como método
topográfico.
O Moiré, como fenômeno físico, foi descoberto no século XIX. Porém, foi somente a
partir de 1970, que a Topografia de Moi (TM) passou a ser utilizada em avaliações clínicas
sobretudo acerca das deformidades do tronco. A partir disso, o método tem se desenvolvido e
sido aplicado no mundo inteiro, com o enfoque principal no rastreamento de escoliose em
jovens nas escolas.
No Japão, país no qual a TM foi primeiramente aplicada para fins médicos, o método
encontra-se bastante difundido. A metodologia aplicada, inicialmente, foi baseada na Técnica
de Moiré de Sombra (TMS) e o segmento corpóreo estudado foi o tronco, através dos desvios
posturais da coluna.
No Brasil, o método, ainda, permanece pouco difundido, embora apresente muitas
vantagens como ser um método não-invasivo e não produzir radiação como ocorre em um
exame com raio-X. Ainda, não necessitar de avaliadores altamente treinados para a aplicação
do método por ser simples, apresentar baixo custo, poder substituir a avaliação com o raio-X
ou servir de método complementar no diagnóstico de doenças e permitir que muitas pessoas
sejam avaliadas em curto período de tempo.
Neste estudo, a TMS foi utilizada na avaliação postural do tronco dos idosos de Porto
Alegre, na qual foram estudados aspectos nos planos frontal, sagital e transverso das regiões
escapulares e da coluna torácica. Foram avaliados 444 idosos (n=444; 331 mulheres e 113
homens) durante os meses de Janeiro e Setembro de 2006. A pesquisa tratou-se de um projeto
maior, o Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA) que foi coordenado
pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (IGG/PUCRS), com apoio do Hospital São Lucas e participação de oito áreas
profissionais da mesma universidade.
25
Os desvios posturais foram caracterizados e comparados quanto ao gênero, entre si e
com relação a parâmetros antropométricos como índice de massa corporal (IMC) e perimetria
abdominal (PAb).
O trabalho está dividido em duas partes: na primeira, são abordados os aspectos
teóricos sobre o tema, incluindo uma revisão bibliográfica sobre Moiré e suas técnicas para
medidas topográficas do corpo humano. As, é apresentada a pesquisa, com o delineamento
da amostra, também os critérios de inclusão e exclusão, a metodologia e os equipamentos
empregados para o desenvolvimento do estudo, os resultados obtidos, a discussão e a
conclusão. Finalmente, são apresentadas as limitações do estudo, as considerações finais e as
referências utilizadas na tese. O apêndice e os anexos presentes facilitarão o entendimento do
trabalho.
Ressalta-se que, à medida que os resultados foram processados, procurou-se divulgá-
los em congressos científicos da área. Inclusive, no XVI Congresso Brasileiro de Geriatria e
Gerontologia, ocorrido em 2008, o estudo obteve o prêmio de melhor trabalho na categoria
Gerontologia do evento. Finalmente, esta tese obedece às normas de formatação elaborada
pelo Setor de Referência da Biblioteca Central da PUCRS, disponíveis em seu website
website”.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O fenômeno do envelhecimento e os estudos populacionais
Sob o ponto de vista cronológico, o início da velhice pode variar de acordo com o
contexto social da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
1
, em países
desenvolvidos, o limite inferior para a classificação do indivíduo como idoso é de 65 anos.
Entretanto, em países em desenvolvimento como o Brasil, esse limite é menor, de 60 anos
2
.
Além do fator avanço da idade, outros elementos norteiam o processo de
envelhecimento e estão relacionados às questões social, psicológica e biológica
3
. Talvez isso
explique as diferenças encontradas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento,
inclusive entre diferentes regiões demográficas de um mesmo país. Essas discrepâncias
referem-se à quantidade de pessoas idosas existentes e à longevidade
a
alcançada nessas
localidades. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
5
, embora haja
um crescimento expressivo da população idosa em países em desenvolvimento, ainda, é uma
proporção bem inferior àquela encontrada nos países desenvolvidos.
O número de idosos vem aumentando, no mundo inteiro. Em termos de Brasil, o
IBGE
5
afirma que, em 1980, a proporção entre idosos e crianças era de, aproximadamente,
16%. Após 20 anos, essa proporção duplicou e a estimativa é que, em 2020, a população idosa
brasileira chegue a representar cerca de 13% da população total, contando com uma diferença
entre o número de homens e mulheres (Gráfico 1).
a
Diferenciam-se os termos ‘longevidade’ de ‘expectativa de vida’: o primeiro refere-se à qualidade do que é
longevo. a ‘expectativa de vida’, segundo Spirduso
4
, corresponde à média do número de vida que resta para
uma população de indivíduos, todos da mesma idade. Ou, ainda, à média dos anos de vida que os recém-nascidos
têm expectativa de sobreviver.
27
Gráfico 1 - Estimativa de crescimento da propoão da população brasileira de 60 anos ou mais de idade,
conforme o gênero (2000-2020).
Fonte: IBGE
5
.
Dados do IBGE
5
apontam, ainda, que o número de idosas é bastante superior ao de
idosos, no Brasil, conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – População residente de 60 anos ou mais de idade, em números relativos, por gênero, segundo as
Grandes Regiões – 2000.
População residente de 60 anos ou mais de idade, por gênero
Relativo (%)
Grandes Regiões
Homens Mulheres
Brasil
44,9 55,1
Norte
50,3 49,7
Nordeste
45,4 54,6
Sudeste
43,7 56,3
Sul
44,7 55,3
Centro-oeste
49,4 50,6
Fonte: Adaptado de IBGE
5
.
Somado a isso, os brasileiros estão alcançando uma longevidade maior. No Gráfico 2,
percebe-se que, comparando-se os anos de 1991 e 2000, os segmentos de todas as faixas
etárias, a partir de 60 anos de idade, aumentou percentualmente no Brasil.
28
Gráfico 2 - Distribuição percentual da população residente de 60 anos ou mais de idade, em relação à
população residente total, conforme grupos de idade – 2000.
Fonte: IBGE
5
.
Na cidade de Porto Alegre-RS, dados da Prefeitura
6
apontam que a expectativa de vida
é de 71,4 anos, sendo que, em média, as mulheres vivem mais que os homens: 76,2 anos
contra 66,2 anos.
Os resultados obtidos com o Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre
(EMIPOA), foco desta obra, entretanto, apontam para uma idade média de idosos avaliados
de 70,8 anos (± 7,6), sendo a idade média das mulheres de 70,4 anos (±7,6) e dos homens, de
70,6 anos (±7,7). Essas divergências entre os valores oficiais apontados pela Prefeitura de
Porto Alegre e aqueles obtidos no EMIPOA, contudo, podem ser explicadas pela quantidade
de idosos que não compareceram às avaliações (na segunda etapa do projeto), tendo-se em
vista o caráter voluntário da pesquisa. E, ainda, supondo que o perfil dos idosos que não
compareceram às coletas de dados foi de faixa etária mais velha podendo ser o motivo das
faltas atribuído a possíveis limitações físicas desses indivíduos. Outro argumento é que, pelo
menos na área da Educação Física, mais mulheres foram avaliadas (n=335) no EMIPOA
comparadas à quantidade de homens (n=137). Mesmo assim, os resultados quanto à faixa
etária dos idosos de Porto Alegre acompanharam os dados do Censo Demográfico 2000
(Gráfico 2).
A evolução etária no Brasil tem se tornado rápida e as informações acerca desta
parcela da população ainda são relativamente escassas, o que pode comprometer a qualidade
29
de vida desses idosos, diminuindo a oferta de serviços e atendimentos realmente úteis a este
perfil de sujeitos da população.
O Censo Demográfico 2000
5
mostrou que, dentre os municípios brasileiros, Rio de
Janeiro e Porto Alegre apresentaram as maiores concentrações de idosos residentes (Gráfico
3).
Gráfico 3 - Proporção da população residente de 60 anos ou mais de idade, segundo os municípios das
capitais brasileiras, de acordo com o Censo - 2000.
Fonte: IBGE
5
.
Ressalta-se, a partir do Gráfico 3, que apesar de a cidade de São Paulo apresentar uma
população geral superior (10.434.252 habitantes
7
) comparada à população de Porto Alegre
(1.360.590 habitantes
6
)
b
, esta última concentra uma quantidade maior de idosos. Outro
elemento a ser destacado, é que cidades da região Sudeste do Brasil ocupam os primeiros
lugares conforme mostra o Gráfico 3, o que indica uma distribuição numericamente
heterogênea da população idosa brasileira e que pode ser atribuído, inclusive, ao femeno da
migração.
b
Em 2007, a quantidade de pessoas residentes na cidade de São Paulo era de 10.886.518. em Porto Alegre, o
número era de 1.420.667
8
.
30
Com base nessas informações, indaga-se: a sociedade brasileira está preparada para
atender, com qualidade, esses idosos? Afinal, qual o perfil desses idosos? Que informações
específicas importantes há, até o momento, sobre eles?
A epidemiologia é uma ferramenta extremamente útil em casos como esses, de querer
se conhecer o perfil de uma determinada população. Tratando-se de um tipo de pesquisa
descritiva
9
, a epidemiologia é o estudo dos fenômenos mais freqüentes em uma população
considerando os aspectos de saúde e os riscos para o desenvolvimento de doenças.
Algumas iniciativas vêm sendo tomadas a esse respeito no Brasil com o intuito de
fornecer informações especializadas sobre os vários âmbitos da vida deste segmento
populacional, que vem apresentando um crescimento considerável em quantidade e
longevidade – nos últimos tempos
c
. Essas informões permitirão que poticas públicas sejam
mais bem formuladas para atender a esta parcela da população e poderão ajudar a transformar
o processo de envelhecimento em uma etapa de vida com mais qualidade para os indivíduos.
Inclusive, de acordo com Ramos
3
, a função do sistema de saúde é preservar a capacidade
funcional do idoso, mantendo-o na comunidade pelo maior tempo possível e apresentando
uma maior independência. Acredita-se que quanto mais informado o sistema de saúde estiver
acerca dos pacientes que atende, como os idosos, melhor será o atendimento gerado e a
otimização dos custos envolvidos.
O Projeto Epidemiologia do Idoso (EPIDOSO), desenvolvido a partir de 1991, foi o
primeiro estudo longitudinal com idosos na América Latina. Por mais de 10 anos, esse projeto
avaliou a capacidade funcional de indivíduos com idades superiores a 65 anos. Também,
objetivou identificar fatores de risco para a mortalidade geral que poderiam ser incorporados
ao atendimento clínico (nível primário de atenção à saúde
d
). O Projeto EPIDOSO foi
coordenado pelo Centro de Estudos do Envelhecimento (CEE) da Escola Paulista de
Medicina, Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP), e realizado no município de
São Paulo
15
.
Conforme Ramos
15
, estudos longitudinais com amostras populacionais e delineados de
modo a avaliar fatores de risco para a mortalidade de idosos são raros na literatura científica.
Para Ramos
3
, esses estudos têm importância porque se proem a analisar os elementos que
isolada ou conjuntamente explicam o risco que um idoso tem de morrer em curto prazo,
fornecendo subsídios de uma perspectiva cnica e epidemiológica. Acredita-se, porém, que os
c
Outros países pareceram demonstrar a mesma preocupação com seus idosos, realizando estudos populacionais,
como o México
10
, a Malásia
11
, o Chile
12
e a China
13
.
d
Ou ação preventiva primária, corresponde à ação em prol da promoção da saúde no envelhecimento no âmbito
da prevenção às doenças. Ou seja, o objetivo é evitar o aparecimento de doenças
14
.
31
altos custos envolvidos, a dificuldade de financiamento para esses projetos de pesquisa e os
problemas inerentes à condução de estudos longitudinais, principalmente no que tange ao
controle das variáveis intervenientes à pesquisa, podem ser elementos que expliquem essa
escassez de trabalhos científicos.
Pesquisas transversais de base populacional são mais freqüentes e destacam-se, dentre
os estudos brasileiros com abordagem no idoso, em ordem cronológica: o Estudo
Multidimensional das Condições de Vida do Idoso, em 1995; o Projeto Bambuí, em 1997; o
Projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE), em 2000; e o EMIPOA, em 2006.
O Estudo Multidimensional das Condições de Vida do Idoso foi desenvolvido em
1995 pelo Conselho Estadual do Idoso do Rio Grande do Sul (CEI-RS), em cooperação com
14 universidades gaúchas, incluindo a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS). A amostra foi selecionada aleatoriamente sendo avaliados idosos de ambos os
gêneros, com mais de 60 anos, não-institucionalizados e residentes no Estado do Rio Grande
do Sul
16
. Este estudo foi a primeira versão do EMIPOA que ocorreu 11 anos depois e que se
abordado, com mais detalhes, no Capítulo 3 (página 59) desta obra.
Em 1997, entrou em vigor o Projeto Bambuí: um estudo transversal cujo objetivo era
traçar o perfil da saúde dos idosos residentes no município de Bambuí-MG. A amostra foi
composta por indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, submetidos a entrevistas e
exames clínicos, além de avaliações sicas. Nas entrevistas, foram coletadas informações
sobre: condições cio-demográficas, percepção da saúde e morbidade auto-referida, uso de
medicamentos, acesso a serviços e planos de saúde, atividades físicas, consumo de fumo e
álcool, hábitos alimentares, história reprodutiva, função sica, eventos da vida, recursos
sociais e saúde mental. Os idosos realizaram exames hematológicos e bioquímicos, sorologia
para Trypanosoma cruzi”, além de avaliações antropométricas, de pressão arterial e
eletrocardiografia. Os participantes, ainda, são acompanhados, anualmente. O Projeto Bambuí
foi conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, com
financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
17
.
O Projeto SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento) foi uma iniciativa da
Organização Pan Americana de Saúde/OMS em convênio com outras instituições
e
e objetivou
averiguar as condições dos idosos em diferentes países da América Latina e Cuba, dentre eles:
e
Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL); Fundo de População das Nações Unidas
(NUAP); Programa de Envelhecimento das Nações Unidas; Organização Internacional do Trabalho (OIT);
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
32
Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, México e Uruguai. No Brasil, a Faculdade de Saúde
Pública, da Universidade de São Paulo, coordenou o estudo. Os dados foram coletados entre
Janeiro de 2000 e Março de 2001, na cidade de o Paulo
18
.
No Brasil, o Projeto SABE contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de o Paulo (FAPESP) e do Ministério da Saúde. Envolveram-se no
projeto: 3 coordenadoras, 4 profissionais nas funções de codificador, digitador e ctico de
digitação, 25 enfermeiras e assistentes sociais na função de entrevistadoras, 12 profissionais
da Saúde e estudantes de Nutrição para a coleta de dados antropométricos. A amostra do
estudo foi composta por 2.143 idosos: 1.568 por amostra probabilística e 575 acrescentados
para compensar a mortalidade na população de indivíduos maiores de 75 anos e completar o
número desejado de entrevistas nesta faixa etária
18
.
Percebe-se que o apoio financeiro de entidades governamentais a esse tipo de pesquisa
científica, à semelhança do que ocorreu com o Estudo Multidimensional das Condições de
Vida do Idoso, o Projeto Bambuí e o Projeto SABE, pode ser um indicativo de que a política
nacional mostra-se preocupada em conhecer o perfil dos idosos brasileiros.
Quanto ao EMIPOA, o Estudo teve sua coleta de dados ocorridas entre Janeiro e
Setembro de 2006. O EMIPOA caracterizou-se como uma pesquisa transversal
f
, exploratória
g
e observacional
h
. A iniciativa originou-se do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS
com apoio do Hospital São Lucas da PUCRS. O objetivo desse estudo, que se mostrou um
dos mais abrangentes do país, foi apontar as mudanças ocorridas na população idosa desse
município em um intervalo de 11 anos. A meta era que os resultados obtidos auxiliassem na
elaboração de políticas para esse público cada vez mais longevo.
Participaram do EMIPOA, em caráter voluntário, 40 professores, mais de 100 alunos
de graduação e pós-graduação, e quase 20 outros profissionais. Cada idoso passou por uma
bateria de testes realizados por 8 (oito) diferentes áreas profissionais orientada por seus
respectivos coordenadores. Primeiramente, a amostra foi rastreada em seus domicílios por
profissionais da Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Em um segundo momento, os idosos
foram submetidos a avaliações físicas e exames clínicos e laboratoriais realizados no
ambiente da PUCRS gerenciados por profissionais de Arquitetura e Urbanismo, Educação
f
Pesquisa transversal é um tipo de estudo observacional cujas medições são feitas em um único momento e cujo
objetivo é descrever variáveis e seu padrão de distribuição
19
.
g
Na pesquisa exploratória, a ênfase é dada às descobertas de determinadas práticas e na elaboração de
alternativas que possam ser substituídas
20
.
h
Pesquisa observacional é uma técnica de pesquisa descritiva cuja observação é o meio de coletar os dados
9
.
33
Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Geriatria, Nutrição e Psicologia. A Figura 1
ilustra o esquema organizacional do EMIPOA e as Faculdades envolvidas.
Figura 1 – Organização e Faculdades participantes do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto
Alegre-RS.
Fonte: A autora (2008).
Na Figura 1, nota-se a participação do Laboratório de Biomecânica Aeroespacial
(NUBA
i
) relacionada à Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto (FEFID/
PUCRS). Isso porque o NUBA foi o responsável pela elaboração do protocolo de avaliações
físicas coletadas por voluntários do mesmo Laboratório e da FEFID. A coleta envolveu dados
antropométricos (estatura, massa corporal, perimetria de segmentos corpóreos, diametria
óssea, percentual de gordura - através de estimativa com os métodos de dobras cutâneas,
bioimpedância de balança e bioimpedância manual), e de avaliação postural, através da
i
Entidade pertencente ao Centro de Microgravidade, da Faculdade de Engenharia, PUCRS. Destaca-se que um
dos parceiros do NUBA foi a FEFID/ PUCRS, parceria esta que permaneceu por quatro anos (2004-2008).
34
Técnica de Moi de Sombra (TMS) e do uso do Posturógrafo. a análise do nível de
atividade física e dos hábitos de vida por meio de aplicação de questionários técnicos
específicos da área, também, foi realizada pela FEFID, por meio de pesquisadores voluntários
do Grupo de Estudos e Pesquisa em Intervenção Motora para Populações Especiais
(GEPIMPE).
A metodologia detalhada do EMIPOA será descrita a seguir, no Capítulo 3:
“Avaliação postural dos idosos de Porto Alegre com o uso da Técnica de Moide Sombra”,
localizado na página 59 deste estudo.
Chama-se a atenção para o fato de que a maioria dos estudos populacionais sobre os
idosos e aqui relatados foi desenvolvida na cidade de São Paulo-SP. Embora a cidade
apresente uma densidade populacional grande, a quantidade de idosos residentes naquele
município não o torna um dos primeiros da lista, no “rank” delineado pelo IBGE
5
, conforme
mostra o Gráfico 3 (página 25). De qualquer modo, estudos científicos de base populacional,
de naturezas transversal e/ou longitudinal, com apoio ou o de entidades blicas
governamentais, apresentam-se, sem exceção, de suma importância para o embasamento de
iniciativas poticas efetuadas em prol dos idosos.
Outro elemento relevante a ser considerado acerca dessas pesquisas, no que se refere à
descrição de cada estudo populacional de investigação dos idosos no Brasil, é que as
avaliações sicas realizadas durante esses projetos parecem indicar que alguns parâmetros de
exame físico não foram contemplados. Quanto a isso, o aspecto da avaliação postural dos
idosos, por exemplo, parece não ter sido um fator levado em consideração pelos autores dos
respectivos projetos, exceto no EMIPOA, de 2006, de acordo com estudos publicados por
Hertz et al.
21
e Porto et al.
22, 23
, e que, também, serão abordados nessa obra.
2.2 Alterações biológicas na velhice relacionadas à mudança da postura corporal
A manifestação do processo de envelhecimento é variável tanto em indivíduos da
mesma espécie como de espécies diferentes. Esta constatação motiva pesquisadores a
buscarem inúmeras definições sobre o que vem a ser ‘envelhecimento’. O que não impede que
essas várias definições tenham algo em comum, que é a idéia de declínio das funções
fisiológicas do corpo, perda da funcionalidade com o avanço da idade, aumento da incidência
de doenças e elevação da probabilidade da morte
24
.
35
Na tentativa de tentar entender como ocorre o envelhecimento e quais os fatores de
risco para a aceleração deste processo, diversas teorias têm sido desenvolvidas para explicar
como e por que as pessoas envelhecem. Spirduso
4
afirma que a busca desse entendimento, em
grande parte, deve-se ao ensejo das pessoas de conseguirem retardar, deter ou reverter o
processo de envelhecimento. Mota, Figueiredo e Duarte
24
afirmam que são centenas as teorias
biológicas do envelhecimento, mas que elas podem ser agrupadas em duas grandes categorias,
as Teorias Genéticas e as Teorias Estocásticas. As primeiras não negam a importância dos
fatores ambientais, entretanto, enfatizam a determinante participação dos genes neste
fenômeno. Já as Teorias Estocásticas, propõem que as transformações biológicas que ocorrem
com o envelhecimento devem-se à acumulação aleatória de lesões, associadas ao fator
ambiental.
Matsudo
25
complementa afirmando que, apesar da mobilização da comunidade
científica em tentar responder qual a causa do envelhecimento, a ciência, ainda, não
conseguiu determinar as causas exatas desse fenômeno. Inclusive, de acordo com a autora,
nenhuma das teorias consegue explicar, por si só, todas as mudanças que ocorrem com o
envelhecimento.
Este pico trata de descrever algumas mudanças biológicas que ocorrem em função
do envelhecimento e que comprometem a função da postura corporal em bipedestação.
2.2.1 Sistema Esquelético
A redução da massa óssea é uma das mudanças no estado funcional decorrente do
envelhecimento
26, 27
. Essa redução começa a ocorrer a partir dos 50 anos de idade
28
e deve-se
a uma diminuição do metabolismo ósseo com aumento da reabsorção óssea
27
.
A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto caracterizada por diminuição da
massa óssea e comprometimento da arquitetura e aumento da fragilidade do osso
27, 29
. A
osteoporose predispõe os indivíduos mais idosos a fraturas nos ossos
26, 27, 29
.
A postura corporal apresenta, muitas vezes, o resultado das transformações biológicas
que ocorrem com o envelhecimento, principalmente no que tange às mudanças no tecido
ósseo da coluna vertebral. Essas mudanças estão, inclusive, intimamente ligadas com as
cargas mecânicas as quais as estruturas são submetidas ao longo da vida.
36
De acordo com Norkin e Levangie
30
, a coluna vertebral tem as funções de: fornecer a
base de sustentação da cabeça; proteger órgãos internos; servir de base estável para a inserção
de ligamentos, ossos e músculos das extremidades, gradeado costal e pelve; constituir o elo
entre as extremidades superiores e inferiores do corpo; fornecer mobilidade para o tronco e;
proteger a medula espinhal.
A coluna vertebral saudável apresenta curvaturas no plano sagital. Thompson e
Floyd
31
afirmam que as regiões cervical e lombar apresentam concavidade posterior e essas
curvaturas são ditas como lordose cervical e lordose lombar. as regiões torácica e sacral
possuem concavidade anterior, sendo as curvaturas chamadas de cifose torácica e cifose sacra.
A função dessas curvaturas é equilibrar e facilitar a distribuição do peso e das forças de
compressão, impedindo a sobrecarga de áreas específicas. Quanto a isso, Schultz, Warwick,
Berkson e Nachemson
32
já afirmavam que o conhecimento sobre o comportamento mecânico
da coluna vertebral é útil para avaliar as doenças que acometem a região.
no plano frontal, a coluna vertebral saudável não apresenta curvaturas. A Figura 2
ilustra uma coluna vertebral saudável vista nos planos sagital e frontal subdividida nas
diferentes regiões.
Figura 2 – Curvaturas normais da coluna vertebral nos planos sagital (vista lateral esquerda) e frontal
(vista posterior).
Fonte: Merino
33
.
37
A forma das vértebras depende do local de posicionamento na coluna e das funções
que exercem neste segmento. Deste modo, a região sacral possui vértebras particulares que
correspondem a ossos fundidos, que não permitem movimentação. O cóccix, também
visualizado na Figura 2, refere-se à quinta vértebra sacral da coluna espinhal.
As fraturas vertebrais são as mais comuns das fraturas osteoporóticas e as menos
conhecidas epidemiologicamente
27
. Talvez seja o principal motivo das mudanças na forma da
coluna, perceptíveis na postura corporal de indivíduos mais velhos.
A estatura humana diminui em função das mudanças morfo-fisiológicas ocorridas na
coluna vertebral devido ao envelhecimento
4, 11
. Essa diminuição da estatura é maior nas
mulheres que nos homens. Isso pode ser explicado por instalação da osteoporose, níveis de
atividade física, dieta, hereditariedade e massa corporal total
4
.
Spirduso
4
afirma que as alterações degenerativas na coluna espinhal afetam a postura
de forma deletéria. Para Salter
34
, as repetidas fraturas microscópicas ocorridas na coluna
vertebral produzem, gradualmente, deformidade em forma de cunha nos corpos vertebrais e
diminuição da altura total do segmento. Quanto a isso, de acordo com Oliveira
27
, são as
fraturas de achatamento do corpo vertebral anterior as responsáveis pela deformidade em
dorso curvo (formato de cunha).
Com o envelhecimento, os discos inter-vertebrais se tornam mais chatos e menos
resilientes, sendo que a osteoporose deixa-os, também, mais porosos
4
. Para Salter
34
, a
curvatura anormal da cifose torácica (também, chamada de saliência de Dowager
j
ou
hipercifose torácica) aparece em indivíduos com osteoporose avançada. Inclusive, de acordo
com Brigs, Greig e Wark
35
, parece que, após a primeira fratura vertebral, o risco de uma
fratura subseqüente aumenta significativamente.
A Figura 3 mostra os perfis posturais de indivíduos com deformidades no plano
sagital.
j
Deformidade da coluna vertebral, popularmente conhecida como “corcunda de viúva”
4, 27
.
38
Figura 3 – Perfil de sujeitos com deformidades posturais no plano sagital.
Fonte: Kendall, Mccreary, Provance
36
.
Percebe-se que as posturas admitidas na Figura 3, recebem uma classificação,
conforme sua aparência. Essa classificação postural é dada por uma análise de predomincia
subjetiva. Em uma avaliação postural, busca-se detectar desvios (curvaturas) que fogem à
normalidade bem como assimetrias, na comparação entre os lados direito e esquerdo. No caso
da coluna vertebral como foco de estudo, o averiguadas curvaturas acentuadas no plano
sagital nas diferentes regiões da coluna, podendo ser diagnosticadas como hipercifose ou
hiperlordose e podem ser visualizadas regiões planas que deveriam ter curvaturas normais (ou
fisiológicas).
Como visto na Figura 3, ao proporem essa classificação de alinhamento postural no
plano sagital, Kendall, Mccreary e Provance
36
admitiram como alinhamento ideal aquele
verticalizado. Ou seja, supondo um fio de prumo estendido e alocado ao lado de um indivíduo
em posição de bipedestação, o alinhamento ideal seria aquele no qual o fio de prumo passaria
lateralmente pelo maléolo lateral e pelo lóbulo da orelha, ambos do mesmo lado. Diante disso,
os desvios posturais seriam caracterizados conforme os segmentos corporais se afastassem do
eixo vertical do corpo e de acordo com os arcos acentuados das regiões vertebrais.
39
Os desvios posturais parecem acentuar-se com a velhice, principalmente devido à
instalação da osteoporose. Granito
37
avaliou e comparou grupos de adultos jovens, idosos sem
osteoporose e idosos com osteoporose. A autora verificou que o grau de cifose foi
significativamente maior nos idosos com osteoporose, seguido daqueles sem osteoporose e,
depois, dos adultos jovens. Deste modo, dificilmente, idosos apresentam uma postura corporal
em ‘alinhamento ideal’, conforme a classificação de Kendall, Mccreary e Provance
36
.
Por outro lado, não apenas as fraturas vertebrais combinadas com osteoporose podem
estar relacionadas às mudanças nas curvaturas ântero-posteriores da coluna. No que tange ao
sistema ósseo, as fraturas no esterno podem, também, ocorrer em pessoas osteoporóticas e
estar relacionadas com o aumento da cifose torácica
38
.
A Figura 4 mostra o típico comportamento da postura corporal, vista lateralmente, em
função do envelhecimento.
Figura 4 – Evolução da postura corporal em função do envelhecimento.
Fonte: Science Photo Library
39
.
Apesar do que afirma ampla literatura científica e comentada anteriormente, o
aumento do arco das curvaturas vertebrais pode não estar associado somente a deformações
dos ossos vertebrais. Em estudo recente, Prince, Devine e Dick
40
objetivaram correlacionar a
prevalência de hipercifose com a incidência de deformidades vertebrais em 434 idosas de 70 a
82 anos. Os autores afirmaram que a cifose severa não correspondeu a um indicativo provável
de deformidade vertebral suficiente para se tornar um parâmetro útil ao se selecionarem
indivíduos para avaliação futura com desvios acentuados na coluna.
40
Referente às deformidades da coluna vertebral no plano frontal, a escoliose
caracteriza-se como curvaturas laterais da coluna neste plano (Figura 5).
Figura 5 – Escoliose.
Fonte: GOOGLE
41
.
A escoliose adulta é definida como uma deformidade da coluna vertebral cujo ângulo
de Cobb
k
é maior que 10° no plano frontal
42
. Estudo realizado por Cox
43
avaliou pacientes
com mais de 50 anos diagnosticados com escoliose, entretanto os pacientes haviam passado
por cirurgia vertebral. Em cinco anos, as curvas progrediram a uma média de na maioria
dos pacientes. E, nos casos mais graves, percebeu-se translação nas vértebras.
Muitas vezes, a escoliose é acompanhada de dor
42, 43
, o que pode interferir na
qualidade de vida dos portadores dessa deformidade vertebral
42
. Pode limitar, inclusive, a
realização de determinados movimentos não somente pela dor, mas pelo desequilíbrio
muscular da região do tronco que, muitas vezes, está presente.
No decorrer do envelhecimento, além da alteração do formato da coluna, este
segmento corpóreo pode, ainda, se tornar mais rígido, menos maleável e menos resiliente. Em
estudo desenvolvido por Hinman
44
, mulheres jovens (entre 21 a 51 anos) e idosas (entre 66 e
88 anos) foram comparadas quanto à flexibilidade ou maleabilidade da coluna.
Primeiramente, as pacientes foram submetidas a uma medida de curvatura torácica com o uso
de um “flexicurve ruller” em duas situações. Na primeira medida, a mulher deveria ficar em
pé, no seu posicionamento ortostático usual. Na segunda situação, a mesma paciente deveria
permanecer na postura mais ereta possível. Os resultados demonstraram que, além da
k
O ângulo de Cobb é um método baseado em exames radiológicos cujos ângulos entre cada vértebra e a
curvatura da coluna vertebral podem ser medidos, em graus.
41
curvatura torácica ser mais acentuada nas mulheres idosas que nas jovens, aquelas também
apresentaram mais rigidez na coluna que as mulheres de menos idade.
Estudo realizado com cadáveres frescos
32
verificou que a região lombar era a mais
acometida por deformidades da coluna vertebral e que alterações na forma das vértebras, na
parte posterior, podiam aumentar a amplitude de movimentos de extensão e torsão da coluna,
e diminuir a amplitude dos movimentos de flexão e flexão lateral do segmento.
Os desvios posturais da coluna podem comprometer outros âmbitos da vida do idoso e,
obviamente, o desconforto vai muito além do aspecto estético do indivíduo. Takahashi et al.
45
hipotetizaram que a postura anormal no plano sagital poderia levar a uma limitação das
atividades da vida diária de mulheres japonesas com mais de 65 anos. Os autores utilizaram a
cinemetria baseada em fotografias, com o uso de marcadores passivos afixados em regiões
específicas da coluna (C7, T6 e L4), no trocânter maior, no côndilo femoral e no maléolo
lateral todos do lado esquerdo do sujeito. Os resultados demonstraram que as deformidades
do tronco como a hipercifose, as costas planas e a hiperlordose lombar prejudicaram
atividades como passeios ao shopping, deslocamentos ao banco e ao hospital.
Estudo semelhante foi, anteriormente, realizado por Miyakoshi, Itoi, Kobayashi e
Kodama
46
. Os resultados do estudo demonstraram que a qualidade de vida de pacientes
japoneses idosos fora afetada pelas deformidades posturais, principalmente a hipercifose
torácica. Segundo Adachi et al.
47
(2002), as fraturas osteoporóticas interferem na qualidade de
vida dos idosos por gerar conseqüências de ordem física, psicológica e social.
2.2.2 Sistema Muscular
Dentre as mudanças ocorridas no estado funcional em virtude do processo de
envelhecimento, no sistema muscular, destacam-se: na massa muscular
10, 26, 27
e na
flexibilidade
26, 48
. A reduzida flexibilidade pode, também, afetar movimentos e tarefas do
cotidiano deixando o idoso mais dependente de cuidadores.
A sarcopenia é o fenômeno responsável pela deterioração do sistema muscular do
idoso, levando-o a um estado de fragilidade. Isso porque, associada à perda de massa
muscular, está a perda da geração de força pelos músculos
10, 13, 48-51
. A sarcopenia representa
uma síndrome altamente perigosa uma vez que aumenta o risco de quedas, fraturas,
incapacidade funcional, dependência, hospitalização recorrente e mortalidade
51
.
42
Sabe-se que a sarcopenia está relacionada ao envelhecimento, mas não se conhece
exatamente a causa dessa condição
10, 51, 52
. Apesar disso, alguns fatores são associados ao
surgimento da sarcopenia principalmente os relacionados aos hábitos de vida - tabagismo,
inatividade sica, etc.
13
Taylor e Johnson
52
complementam que se pode dizer que dois
principais grupos de fatores responsáveis pelo surgimento da sarcopenia: os fatores
neurogênicos e os fatores mionicos, não descartando a possibilidade de uma combinação
entre esses fatores.
Gallagher
50
comparou a sarcopenia à osteoporose visto que se apresenta como um
fenômeno progressivo, gradual e silencioso. O comprometimento da musculatura, em função
da sarcopenia, envolve a perda de massa, força e qualidade do tecido essa qualidade diz
respeito à composição das fibras, à inervação, à contratilidade e às características de fadiga
49
.
Ressalta-se, porém, que essa perda da massa e da força musculares pode ser revertida através
de programas de treinamento de força
51
.
Taylor e Johnson
52
afirmam que o gradual desuso (diminuição da atividade sica) que
ocorre com as pessoas que envelhecem é o principal responsável pela diminuição da área de
secção transversa da fibra muscular. Essa perda é mais comum de fibras do tipo contração
rápida, o que pode ser explicada, também, pela diminuição de movimentos ‘explosivos
executados por indivíduos mais velhos.
Alguns estudos publicados na literatura científica confirmaram o fenômeno de perda
de força muscular em função do envelhecimento. Sinaki, Brey, Hughes, Larson e Kaufman
53
avaliaram a força muscular produzida por 25 idosos com mais de 60 anos, estratificando-os
em dois grupos: 1) 12 idosos diagnosticados com hipercifose relacionada à osteoporose, mas
sem a evidência de fraqueza muscular, e 2) 13 idosos compondo o grupo controle,
caracterizado por ausência de osteoporose ou hipercifose. Os movimentos avaliados foram a
abdução de quadril, extensão de joelhos, flexão e extensão plantares, em teste de contração
voluntária máxima. Os resultados dos testes demonstraram que a força muscular foi
significativamente menor no Grupo 1 (p<0,05) para todos os movimentos testados, exceto
para o movimento de flexão plantar do lado direito dos avaliados.
Referente à força produzida pela musculatura do tronco, Granito
37
verificou que, com
o envelhecimento, ocorre a diminuição do pico de torque do movimento de extensão do
tronco e isso pode ser agravado pela presença de osteoporose em ossos vertebrais. Contudo,
43
apesar de o torque
l
flexor de tronco também diminuir em pessoas com mais de 60 anos, a
osteoporose parece não agravar essa situação. A partir disso, pode-se concluir que a
degradação da postura corporal verificada em indivíduos idosos também pode ser explicada
pela alteração na função muscular.
Também, Abreu, Mello, Trovão e Fontenelle
48
avaliaram indivíduos jovens e adultos
escolióticos quanto à capacidade de realizar exercícios abdominais. O exercício abdominal
com membros inferiores estendidos foi executado por menos da metade dos indivíduos do
grupo mais velho, de 41 a 60 anos (46%). o exercício abdominal com os joelhos fletidos,
foi realizado por cerca de 15% dos indivíduos da mesma faixa etária. De acordo com os
resultados do estudo, os autores concluíram que tanto a mobilidade da coluna como a
capacidade de geração de força pelos músculos abdominais diminui com o avanço da idade.
2.2.3 A antropometria interferindo na postura corporal do idoso: perspectiva
biomecânica acerca das medidas de índice de massa corporal e perimetria
abdominal
No presente estudo, pretendeu-se comparar o índice de massa corporal (IMC) e a
perimetria abdominal (PAb), estudando-se as possíveis relações com as deformidades
posturais encontradas nos idosos. De acordo com Carvalhães Neto
14
, a idade avançada, a
obesidade e o gênero feminino são alguns dos fatores de risco para a incapacidade na velhice.
O IMC é um parâmetro da composição corporal que expressa a massa corporal em
relação à estatura do indivíduo. Essa variável é calculada conforme mostra a Equação 1.
2
)(
)(_
mestatura
kgcorporalmassa
IMC
Equação 1 – Cálculo para o índice de massa corporal.
l
Torque ou momento de força é a ação de uma força aplicada a um corpo em relação a um ponto distante da
linha de ação desta força, gerando movimentos de rotação. É obtido pelo produto da força aplicada pela distância
desta aplicação em relação ao eixo de movimento. Unidade SI: Nm
44
Quanto maior o IMC, maior a probabilidade de um adulto ter uma maior proporção de
gordura corporal
4
. A Tabela 2 mostra a classificação do IMC conforme o National Institutes
of Health (1985 apud SPIRDUSO
4
).
Tabela 2 – Classificação do índice de massa corporal (IMC).
Faixa de massa corporal IMC (kg/m²)
Abaixo da massa corporal <20
Massa corporal normal 21-24
Acima da massa corporal 25-29
Obeso >30
Fonte: Spirduso
4
.
Lebrão e Duarte
18
apresentam uma classificação do estado nutricional baseado no IMC
adotada para idosos (Tabela 3). Essa classificação será adotada para o desenvolvimento deste
estudo.
Tabela 3 – Classificação do índice de massa corporal para idosos.
Classificação do estado nutricional IMC (kg/m²)
Baixo peso <22
Peso normal 22-27
Sobrepeso 28-29
Obesidade ≥30
Fonte: Lebrão e Duarte
18
.
Spirduso
4
afirma que um valor muito baixo de IMC pode ser devido a uma deficiência
da massa muscular. um valor muito alto de IMC, refere-se a uma gordura excessiva. Para
Najas e Nebuloni
54
, valores de IMC abaixo da normalidade indicam presença de doenças
infecciosas e fome, enquanto que valores acima da normalidade representam um aumento do
risco de doenças cardiovasculares, câncer e diabetes.
Acrescenta-se o fato de que indivíduos considerados obesos, através do lculo do
IMC, podem apresentar um baixo nível de atividade física, sendo, portanto, considerados
sedentários, também. Deste modo, a força muscular (que se relaciona à quantidade de massa
muscular) pode, também, estar relacionada a um IMC alto. A própria postura hipercifótica,
característica de idosos e relacionada à presença de osteoporose, pode levar a uma deficiência
45
na geração de força muscular, conforme mostram alguns estudos, como o de Granito
37
e de
Abreu, Mello, Trovão e Fontenelle
48
.
Embora o IMC não seja uma medida muito sensível a redistribuições de massa livre de
gordura, é, normalmente, utilizado como substituto para a gordura corporal relativa
4
. Para
Najas e Nebuloni
54
, o IMC é um indicador do estado nutricional do idoso e, mesmo que não
indique a composição corporal do indivíduo
55
, tem a vantagem de fácil aplicação
54, 55
.
Na comparação entre os gêneros e as faixas etárias quanto ao IMC, Frisancho (1990
apud Spirduso
4
) mostrou que as mulheres norte-americanas apresentavam um IMC maior que
os homens e atingiram seu valor de pico entre 60 e 70 anos de idade – os homens atingem seu
valor mais alto entre 45 e 49 anos. Já em idosos da Malásia, avaliados durante estudo
populacional
11
, o IMC tendeu a diminuir conforme aumentava a idade dos indivíduos. No
Brasil, o Projeto SABE, realizado na região urbana do município de São Paulo, demonstrou
que o IMC de mulheres era maior que o de homens e tendia à diminuição, entre os dois
gêneros, conforme o avanço da idade. Nas idosas brasileiras no município de São Paulo, o
pico do IMC foi constatado na faixa etária de 60 a 64 anos (=28,34) e nos homens, na faixa
etária de 65 a 69 anos (= 25,92)
56
.
a PAb, também trata-se de uma medida antropométrica destinada a estimar o risco
para doenças cardiovasculares
54, 57
. Acredita-se que, por se tratar de uma variável de fácil
mensuração, também, se torna útil no mapeamento da antropometria de idosos na prática
clínica tal como ocorre com a medição da perimetria da cintura, como afirmam Najas e
Nebuloni
54
. Para Matsudo
25
, o risco para doenças aumenta para circunferências acima de
80cm (risco alto) e 88cm (risco muito alto) para mulheres e 94cm (risco alto) e 102cm (risco
muito alto) para homens.
Neste estudo, a utilização de parâmetros de composição corporal como o IMC e a PAb
o foram focados, primariamente, na idéia de estado nutricional do idoso, como sugerem
Najas e Nebuloni
54
e Matsudo
25
. Neste caso, a iia de utilizar esses parâmetros foi no sentido
de proporcionalidade do corpo humano em relação à distribuição de massa corporal total. Ou
seja, verificar se a grande quantidade de massa corporal distribuída aleatoriamente no corpo
dos indivíduos bem como a menor proporcionalidade entre as medidas estudadas poderiam
estar relacionadas aos desvios posturais apresentados pelos idosos neste estudo. Soma-se a
isso, a debilitação do sistema musculoesquelético, que pode não conseguir gerar tensão
suficiente para manter a postura ereta sem gastar tanta energia para isso.
Biomecanicamente, a postura corporal ortostática pode ser explicada por uma
condição de equilíbrio admitida pelo indivíduo. Ou seja, o equilíbrio de um corpo depende da
46
interação entre a ação de forças que nele atuam e a sua capacidade de resistir a qualquer
movimento que elas possam vir a provocar. Enoka
58
afirma que, na condição de equilíbrio de
um corpo, o somatório de forças e momentos de força atuantes em um corpo é zero, não
gerando, portanto, movimentos de rotação.
A questão do equilíbrio corporal e toda a complexidade inerente na obtenção e na
manutenção desta condição são notadas quando o indivíduo assume a posição ereta. A tarefa
de manter o equilíbrio assume-se como extremamente difícil quando a capacidade de manter a
postura ereta se deteriora. Tal fato pode ocorrer quando o corpo é acometido por doenças no
sistema neuromotor, distúrbios de algum sistema sensorial que auxilia na tarefa do equilíbrio,
como o vestibular, além de acidente vascular cerebral e Mal de Parkinson
59
.
O controle postural é uma tarefa motora bastante complexa, pois depende da interação
de diversos sistemas orgânicos como o vestibular, o somatossensorial e o visual
59
, além dos
aspectos mecânicos que interferem na estabilidade de um corpo: projão do centro de
gravidade (COG), tamanho da base de sustentação, inércia, coeficiente de atrito e altura da
localização do centro de gravidade.
Neste estudo, pretendeu-se correlacionar variáveis antropométricas que poderiam
interferir mecanicamente na estabilidade do corpo e, conseqüentemente, na forma da postura
bipodal admitida pelo indivíduo idoso. Neste caso, o IMC torna-se uma medida de
proporcionalidade do corpo, que relaciona as medidas de estatura e massa corporal. E a PAb,
como uma medida da circunferência do tronco, relacionada à localização do COG e,
conseqüentemente na sua projeção na base de sustentação do indivíduo.
O COG é o ponto por onde passa o suporte do vetor resultante do somatório das forças
Peso do corpo. É um ponto virtual, equivalente ao centro de equilíbrio de um corpo, pois é
onde sua massa se distribui, uniformemente
58
.
A estabilidade do corpo está relacionada, mais especificamente, à projeção do COG na
base de sustentação. Essa base significa a área que suporta o restante do corpo em qualquer
posição. Deste modo, a estabilidade de um corpo é mais garantida se a projeção do COG faz-
se no centro geométrico de sua base de suporte, dentro do perímetro da base
60
. Isto quer dizer
que, quando a projeção do COG do indivíduo afasta-se do centro geométrico de seu polígono
de suporte, a soma das forças e dos torques aplicados no seu corpo estará diferente de zero e,
portanto, seu corpo tenderá a movimentos de rotação.
O fato de a mudança na posição corporal, o aumento da massa e a sua distribuição no
corpo serem identificados como fatores que influenciam na localização do COG e, portanto,
na sua projão na base de sustentação do indivíduo, faz com que as medidas antropométricas
47
utilizadas como elementos deste estudo sejam parâmetros coerentes de correlação com as
características posturais dos idosos de Porto Alegre.
Conforme comentado, a inércia traduz-se em um dos aspectos mecânicos que
interferem na estabilidade de um corpo. Trata-se de um quesito não mensurável, entretanto,
estimado conforme a quantidade de massa que o corpo possui
61
. Essa variável confere mais
estabilidade para o indivíduo uma vez que um corpo com mais quantidade de massa, que
apresente maior inércia, possui mais estabilidade em manter seu estado de movimento
comparado a um outro com menos massa.
No que tange à postura corporal humana, outro conceito torna-se mais aplicável,
similar ao quesito inércia, sendo que o fator oferece resistência a movimentos rotacionais: o
momento de inércia (I). Hall
62
afirma que o I total de um corpo é calculado através da soma
de todos os momentos de inércia de suas diferentes partículas de massa, conforme mostra a
Equação 2.
Equação 2 – Cálculo para o momento de inércia total de um corpo.
Na qual, m é a massa do corpo e r o raio de rotação.
Sendo r elevado ao quadrado, torna-se evidente que a distribuição da massa com
relação ao eixo do movimento é muito mais importante que a quantidade total de massa do
corpo. Neste caso, não somente a massa é importante, mas a sua distribuição no corpo com
relação ao eixo de movimento é crucial para determinar a resistência do estado de movimento
de um corpo. Chama-se a atenção para o fato de que o I é uma quantidade modificável porque
muitos outros eixos nos quais o corpo pode girar.
Esses aspectos mecânicos que interferem na postura e no controle postural do
indivíduo acoplam-se à forma do corpo (incluindo as curvaturas da coluna) e aos sistemas
biológicos para desenvolver tal tarefa.
2.3. A Técnica de Moiré de Sombra como Método de Avaliação Postural
Neste estudo, utilizou-se um método óptico, também adotado em avaliação postural,
denominado Técnica de Moide Sombra (TMS). O fato de esse método ser pouco difundido
48
no Brasil tornou necessária, para melhor entendimento do estudo, uma abordagem detalhada
sobre o fenômeno físico de Moiré e as técnicas de mensuração topográfica com base no
Moiré.
Este pico tem o objetivo de apresentar uma revisão bibliográfica sobre as principais
características do fenômeno de Moiré e a sua utilização como método topográfico para
diagnósticos clínicos, sobretudo os relativos às alterações posturais do tronco. Ressalta-se
que, baseado neste tópico, desenvolveu-se um artigo científico de revisão bibliográfica
encaminhado à publicação em revista de Qualis A, de Circulação Internacional, conforme
mostra o Anexo A.
A introdução do fenômeno de Moiré em estudos científicos deu-se em 1874, por
Raylegh, quando comparou a sobreposição de duas grades iguais
63
.
Desde a proposta de Takasaki
64
no emprego da topografia de Moi (TM) para a
análise da superfície do corpo humano, outros autores publicaram estudos com o objetivo de
explicar, aperfeiçoar e empregar o método em indivíduos de diferentes características bem
como utilizar outras possibilidades de técnicas que a TM abrange
22, 23, 65-73
. O próprio
Takasaki, inclusive, pareceu preocupar-se em acompanhar a evolão da técnica e suas
diversas possibilidades de aplicações
74, 75
, após sua primeira publicação, em 1970.
Ainda assim, atualmente, poucos instrumentos voltados à avaliação da superfície
corpórea humana são disponibilizados no mercado embora se reconheça as vantagens da
TM como ferramenta diagnóstica e de profilaxia de eventos clínicos, especialmente os desvios
posturais da coluna. Talvez, essa lacuna percebida seja devida ao pouco conhecimento sobre o
fenômeno físico de Moiré e, conseqüentemente, suas opções de aplicação na área médica.
2.3.1. Materiais e Métodos
Para a constituição do corpus de análise desta revisão bibliográfica, a pesquisa de
levantamento foi dividida em duas fases. Na primeira fase, foi feita uma busca de estudos nas
fontes de pesquisa acadêmica Pubmed, Science Direct e Google Acadêmico. Também, foi
utilizada a ferramenta de Pesquisa Múltipla, disponível no “website” da Biblioteca Irmão José
Ótão da PUCRS. Essa ferramenta permite, com apenas um comando, realizar pesquisas
múltiplas em diversas fontes de informação disponíveis na Biblioteca da PUCRS. Desta
forma, recupera, de uma vez, artigos científicos em texto completo disponíveis em bases de
49
dados eletrônicas, dentre elas: Proquest, Ebsco, Biological Abstracts, Scielo e PubMed.
Somado a isso, alguns trabalhos foram adquiridos por meio de contato direto com os autores,
via correio eletnico (e-mail). na segunda fase, foi feito um levantamento bibliográfico
baseado na lista de refencias dos trabalhos anteriormente consultados.
Para essa revisão, o critério de busca e seleção dos artigos foi o rastreamento de
material bibliográfico nas fontes supracitadas através de termos-chave, nos idiomas português
e inglês, incluindo: “Moiré”, “Moiré topography”, Shadow Moiré” e Moiré Technique”.
Também, se consultaram livros-texto de Física, com abordagem em Óptica (“Optics source
book” e “Optical measurement methods in biomechanics”).
Todas as obras literárias obtidas foram submetidas à técnica de “Scanning” (Goodman,
1976 apud Kleiman
76
), que corresponde a uma leitura superficial dos artigos com o intuito de
melhor selecionar os trabalhos úteis ao desenvolvimento do estudo. Alguns artigos cujas
publicações são anteriores a 1980, apesar de o se apresentarem atuais do ponto de vista
de descobertas científicas, foram importantes para a caracterização do estado da arte da TM.
Esses trabalhos foram obtidos através do Serviço de Comutação disponível, também, na
“homepage” da Biblioteca Irmão José Ótão da PUCRS.
Como características de análise, foram adotadas: 1) a descrição do fenômeno de Moiré
e a origem da palavra estrangeira; 2) as técnicas de avaliação baseadas nesse femeno físico,
incluindo os instrumentos empregados, a calibração dos equipamentos, a análise da imagem e
os cuidados na aplicação e; 3) as áreas médicas de aplicação.
A seguir, o tema será delineado sob o formato de tópicos, sendo eles: o princípio físico
de Moiré, as técnicas baseadas no femeno de Moiré, a calibração dos equipamentos para a
aplicação da técnica, a análise dos topogramas (ou seja, as imagens de Moiré), as aplicações
do método e os cuidados necessários para o emprego da TM.
2.3.1.1 O Princípio
O fenômeno de Moitambém, chamado de efeito, padrão ou franjas de Moiré é
formado quando, segundo Oster
77
, um conjunto de curvas é sobreposto a outro conjunto de
curvas formando um novo conjunto. Essa sobreposição das grades (ou curvas) deverá ser sob
um ângulo menor que 45° para gerar uma interfencia. Essa interferência formada pela
interseção das linhas da grade é o que caracterizará o padrão de Moiré
65, 77-79
.
50
O fenômeno pode, ainda, ser gerado quando existirem pequenas diferenças na
espessura e no espaçamento das malhas da grade (ou retículo), inclusive com o uso de formas
circulares dos padrões de Moiré. As Figuras 6, 7 e 8 ilustram algumas possibilidades de
criação do padrão de Moiré.
Figura 6 – Possibilidades de geração do fenômeno de Moiré conforme espaçamento (período) e
posicionamento das grades.
Fonte: Ramirez
80
.
Figura 7 - Efeito de Moiré gerado no dorso da mão com retículo de 0,5mm x 0,5mm.
Fonte: A autora.
Mesmo espaçamento
Espaçamento diferente
51
Figura 8 – Efeito de Moiré gerado na palma da mão com retículo de 1mm x 2mm.
Fonte: A autora.
Dependendo da técnica utilizada, contudo, é possível que as duas grades usadas para a
geração do fenômeno de Moinão sejam objeto físico, de fato. Isso ocorre na TMS, na qual a
sombra da grade projetada na supercie de análise funciona como a segunda grade
22, 23, 70, 77
e
na Técnica de Moiré de Projeção (TMP), na qual a primeira grade é projetada sobre a
superfície de análise e o fenômeno óptico é gerado posteriormente por meio do processamento
da imagem em software
81
.
O Moipode ser empregado para estudar a topografia de superfícies, pois as franjas
de Moiré formam as linhas de contorno ou as curvas de nível da superfície do objeto em
análise
68, 70
.
A palavra Moiré deriva do termo em francês ‘molhadoou ‘ondulado’ para designar
um tecido de seda importado da China, no qual os fios fornecem uma aparência peculiar ao
pano
79, 82
. No Brasil, o tecido de mesma aparência é o Tafetá ou a Chamalote. De acordo com
o Glossário Têxtil, fornecido pela empresa Hering
83
, a Chamalote é um tecido furta-cor, cuja
posição dos fios produz um efeito ondeado (Moiré). A Chamalote é, também, caracterizada
como um tecido feito de lo ou de camelo, em geral com mistura de seda, conferindo o
mesmo aspecto visual de Moiré.
52
2.3.1.2 As Técnicas de Moiré
As técnicas de Moisão um conjunto de técnicas baseadas no fenômeno sico de
Moi
69
. São métodos estereométricos de análise tridimensional da forma de objetos a partir
de uma imagem bidimensional
65, 67
. alguns tipos de técnicas de Moiré, entre elas: Moi
em plano, Moiré de Sombra, Moiré de Projeção, Moi de Interferometria, Moi
Microscópico, Moiré Holográfico e Moiré de Interferência
68, 72
. As técnicas diferem-se uma
das outras pelo modo como o fenômeno de Moiré é gerado e utilizado nas análises
topográficas.
Em geral, a TM constitui-se de um método simples e requer umamera, uma fonte de
luz e uma grade. As imagens obtidas (topogramas) são formadas por franjas claras e escuras
alternadas
65, 67, 84, 85
, sendo as escuras denominadas franjas de Moiré
72
. A partir dessas franjas,
pode-se analisar a superfície do objeto.
Dependendo da técnica de Moi empregada, a geração do femeno óptico
modificar-se-á tal como acontece na TMS, em que a sombra da grade funciona como uma
segunda grade
22, 23, 70, 77
. Neste caso, a sombra do objeto em análise é deformada pela forma
de sua supercie
72
.
No que tange à TMS, por exemplo, o princípio funciona da seguinte forma: uma fonte
de luz P incide obliquamente através de uma grade G na superfície de análise, S. Um
observador O (ou uma câmera fotográfica) é posto em frente à grade. As sombras formadas na
superfície de análise e vistas pelo observador (ou capturadas pela câmera) serão como um
mapa topográfico, resultante de um processo óptico
86
. A Figura 9 ilustra este esquema.
Figura 9 - Esquemático da Técnica de Moiré de Sombra.
Fonte: Turner-Smith
86
.
53
O posicionamento da câmera fotográfica e da fonte de luz pode variar, como, por
exemplo, a fonte de luz acima da câmera e ambas alinhadas num mesmo plano
87
. Ainda, a
fonte de luz pode ser posicionada um pouco à frente da câmera e mais próxima à grade
68
.
Uma alternativa é alocar a fonte de luz e a mera fotográfica uma ao lado da outra, em um
mesmo plano, porém mantendo a incidência oblíqua da luz na grade
21-23, 73, 88-90
. Além disso,
uma câmera fotográfica pode ser substituída por câmera filmadora
68, 86
.
Percebe-se uma carência de padronização no emprego das técnicas de Moiré para a
análise topográfica do corpo humano. Poucos estudos mencionam as medidas de distância
entre os elementos da técnica (câmera, fonte de luz, grade, indivíduo) e outras características
importantes, como o detalhamento do retículo
73, 87, 88, 91
ou a calibração do equipamento
81
. Isso
se torna preocupante na medida em que a replicabilidade do estudo fica comprometida pela
falta de informações.
Outro aspecto a ser considerado é que o equipamento utilizado para a TM nos
diferentes estudos analisados, em sua maioria, foi de origem inespecífica, o que pode
significar que foi desenvolvido pelo próprio laboratório acolhedor da pesquisa ou não.
Destacam-se os estudos de Hamra e Volpon
87
, Hertz
21, 88-90
, Castro
73
, Porto et al.
22, 23
, que
utilizaram a TMS e esclareceram que as grades foram desenvolvidas pelos respectivos grupos
de pesquisa, tendo, também, fornecido mais informações sobre elementos relativos à
metodologia aplicada.
Por outro lado, mesmo quando, no estudo, mencionado o fabricante do equipamento
no estudo, como o de nguez et al.
81
, que utilizaram a TMP para a análise de desvios
posturais da coluna vertebral em sujeitos com escoliose, não foram especificadas as
características do projetor, do retículo projetado tampouco as distâncias utilizadas.
Ainda, no que tange ao esquema experimental, outras montagens do aparato utilizado
na TM são permitidas, dependendo do método utilizado, dentro das várias técnicas de Moi
existentes. Na TMS, por exemplo, pode-se optar por uma grade móvel que se movimenta no
plano horizontal diante do objeto em análise
78
ou por uma grade estacionária
21-23, 73, 87-90
.
Quanto às características da câmera, a abertura do equipamento deve ser suficiente
para incluir, dentro do campo de visão, a grade e sua sombra
87
podendo, para tanto, utilizar-se
do zoom óptico da máquina
22, 88
.
A geração do topograma de Moié dependente do posicionamento do objeto atrás da
grade. Portanto, faz-se necessária a padronização da posição do objeto que está sendo
avaliado
65, 87
. Este cuidado pode ser justificado, também, pela quantificação dos desvios
apresentados, como a noção de profundidade, proposta por Takasaki
64
.
54
Percebe-se, na literatura científica, que algumas técnicas de Moiré são mais utilizadas
que outras na análise da supercie do corpo humano. A TMS aparece com grande destaque na
avaliação das deformidades da coluna vertebral e/ou do tronco
21-23, 64, 66, 73, 88-90, 92
, o que pode
ser explicado pelo fato de, especificamente, a TMS ter sido primeiramente aplicada para a
avaliação topográfica do corpo humano e, ainda, a região do tronco humano ter sido a
primeira estudada através desta técnica.
Por outro lado, outras regiões do corpo humano têm sido estudadas através da TMS,
como o arco plantar
68, 87
, os membros inferiores
68
e a região escapular
93
.
Nos últimos anos, a TMP tem surgido com mais freqüência na literatura científica
sobretudo nas avaliações posturais do tronco
67, 71, 81
. Isso pode ser explicado pela evolução
tecnológica atual principalmente na área de processamento de imagens, o que permite,
inclusive, que a TM possa ser utilizada em análises topográficas de regiões corpóreas mais
delicadas e complexas, como os ossos, através da Técnica de Moiré de Interferometria
94
.
2.3.1.3 Calibração do Equipamento
O procedimento de calibração na TM significa analisar a supercie de um objeto com
geometria conhecida para evitar que sejam feitas marcações diretas na superfície que está
sendo avaliada
95
. Além disso, é possível reconstruir a geometria do objeto conhecido a partir
das franjas geradas e calcular o erro padrão do instrumento prevendo a confiabilidade do
equipamento utilizado para a técnica
88, 90
.
Na TMS, um procedimento de calibração é descrito por Hertz
88
. Na ocasião, foi
utilizado um cone branco (altura= 30mm) confeccionado em TECNIL (material tipo náilon),
com marcações, tal como anéis, a cada 5mm de profundidade do objeto (total de seis
marcações efetuadas). O cone foi afixado em uma estrutura de madeira e posicionado detrás
da grade (retículo), a uma distância de 10mm. A imagem foi capturada a uma resolução de
96x96pp e zoom óptico da máquina fotográfica de 2x. As a análise das imagens, calculou-
se o erro padrão do instrumento (EP= 0,05136), que, segundo a autora, se mostrou bastante
aceitável para uma significância de 5%. Com o procedimento de calibração, verificou-se que a
distância entre cada franja formada equivalia a 4,9mm.
Na TMP, uma típica calibração do aparato é descrita por Mínguez et al.
81
. Segundo os
autores, duas imagens obtidas da grade projetada na superfície plana (sem o objeto de análise)
55
são capturadas em duas posições com distância de 400mm entre elas. Essas imagens são
chamadas de ‘grade da frente’ e ‘grade de trás’. Após, o indivíduo a ser avaliado é
posicionado em frente àquela superfície plana e passa a corresponder à grade de trás’ (nota-
se que o espaçamento estipulado em 400mm é aquele suficiente para caber uma pessoa entre
as duas grades projetadas, a ‘grade da frente’ e a ‘grade de trás’). A idéia é que, após a
geração das franjas de Moi na supercie do corpo do indivíduo, a grade projetada
anteriormente sirva de base para os cálculos seguintes, no processamento do topograma.
Ainda quanto à TMP, alguns autores optam pela colocação de um objeto de referência
ao lado do objeto cuja superfície será estudada, para que as distâncias entre as franjas sejam
calibradas. Esse objeto pode ser um retângulo com medidas conhecidas
95
ou qualquer outro
objeto de geometria conhecida.
2.3.1.4 Análise dos Topogramas
A análise médica das imagens de Moiré é baseada na simetria das franjas de ambos os
lados em diferentes regiões do corpo
84
, conforme ilustra a Figura 10. Portanto, uma análise de
predomincia qualitativa
66
.
Figura 10 - Topograma de Moiré do dorso de um indivíduo.
Fonte: A autora (2008).
56
A avaliação dica qualitativa dos topogramas produzidos, baseada em inspeção
visual das imagens, pode ser uma tarefa extremamente cansativa, principalmente quando se
pretende avaliar deformidades posturais de um grande número de pessoas em curto período de
tempo como ocorre em estudos populacionais
22, 23
ou no rastreamento de escoliose em
crianças em ambiente escolar
66
. Ainda, Kim et al.
67, 96
afirmaram que o cansaço provocado
por uma avaliação de predominância subjetiva pode interferir no julgamento das imagens de
Moiré. Para tanto, segundo os autores, é necessária a automatização do procedimento de
análise dos topogramas capturados do dorso de indivíduos.
Diante disso, Porto et al.
22, 23
, em estudo populacional de avaliação postural de idosos
com mais de 60 anos (o EMIPOA), propuseram a utilização de um software livre, para a
análise dos topogramas, de modo que não detectasse automaticamente as deformidades na
região dorsal do indivíduo, mas que facilitasse a avaliação, fornecendo, com mais precisão,
as medidas de desvio angular e profundidade.
A partir de fotografias com 256 tons de cinza, que variavam de 0 (preto) a 255
(branco), capturadas do dorso de cada idoso, Porto et al.
22, 23
avaliaram os desvios laterais da
coluna torácica com medida (em graus) dos ângulos articulares formados e a caracterização
das concavidades presentes, o desalinhamento das escápulas no plano frontal com a medição
dos desvios angulares, em graus, o desnivelamento das regiões escapulares através da
contagem do número de centróides formadas como uma noção de profundidade e, a
hipercifose torácica. Para essa avaliação, os autores dispuseram de software livre (Power
Draw 2D Vector Application) e conseguiram otimizar o processo de avaliação das imagens.
Anteriormente, outros autores
21, 73, 88-90
propuseram características similares de
avaliação e, ainda, buscaram um parâmetro numérico nas avaliações dos sujeitos. Entretanto,
nesses estudos, foi feito o uso de instrumentos mais sticos para a análise dos desvios
posturais dos indivíduos como papel, pis ou caneta, transferidor e régua.
O aspecto limitante de uma avaliação postural com teor altamente subjetivo é que,
segundo Kim et al.
67
, a informação numérica do grau de assimetria é útil na avaliação da
deformidade da supercie corporal apresentada. Por isso, embora as tentativas de autores em
quantificar os desvios posturais de maneira não automatizada ainda não sejam as melhores
opções a serem seguidas, essas iniciativas mostram a preocupação do setor em melhor
desenvolver essa área de avaliação biomecânica. Isso pode sugerir, inclusive, que a vontade
de se aplicar uma avaliação postural, fidedigna e vantajosa, baseada na TM, pode esbarrar em
obstáculos financeiros.
57
A automatização do procedimento de avaliação das imagens de Moileva vantagens
como estudar um maior número de pessoas em período mais curto que se fosse realizado de
modo visual, manual ou semi-automático. Kim et al.
71
, por exemplo, ao proporem uma nova
técnica de detecção automática da escoliose, conseguiram avaliar 1.200 topogramas obtidos
de indivíduos jovens.
2.3.1.5 Aplicações do Método
A TM tem as vantagens de ser um método não-invasivo e não produzir radiação como
ocorre em um exame com raio-X
63, 68
; não necessitar de avaliadores altamente treinados para
a aplicação dotodo por ser simples
63, 68, 84
; permitir que muitas pessoas sejam avaliadas em
curto espaço de tempo
63, 68
, ser replicável
63, 84
; apresentar baixo custo
68, 84
; poder substituir a
avaliação com o raio-X ou servir de método complementar no diagnóstico de doenças
21, 68, 88-
90
.
A TM mostra-se bastante eficaz na análise topográfica de objetos com superfícies
irregulares e não tão rígidas, como um monte de areia, a superfície da água ou o corpo
humano
75
. Entretanto, admite-se que a TM é um método bastante versátil, podendo ser
utilizada para situações de tensão-deformação e de deflectometria, além de análises
topográficas
78
.
A utilização da TM na análise topográfica do corpo humano é possível por poder
identificar a localização das estruturas esqueléticas sob a pele, indiretamente, através do
relevo
93
. Devido a isso, a TM possui muitas aplicações para os profissionais da saúde nas suas
avaliações clínicas de pacientes ou alunos. Essas aplicações incluem: a detecção precoce da
escoliose
68, 75, 97
; a reconstrução não-invasiva da coluna vertebral com base nos topogramas
gerados
78
; a detecção de outras deformidades da coluna vertebral (escolioses, hipercifoses,
hiperlordoses, dorso plano, gibosidades) em diferentes planos ortogonais (sagital, frontal e
transverso) a partir de uma única imagem obtida do dorso de um indivíduo
21-23, 73, 84, 88-90
; a
avaliação do arco plantar
68, 87
; a caracterização da morfologia palatal e os fatores que a
influenciam
91
; a caracterização da forma e a detecção de anormalidades de membros
inferiores
68
; a descrição da forma das escápulas e a simetria com relação à coluna vertebral e
entre si
93
; a verificação da influência da prática de esportes na morfologia do tronco
92
.
58
O Japão foi o pioneiro no uso da TM para o rastreamento de escolioses em crianças
nas escolas. Atualmente, 11 prefeituras (de um total de 47, incluindo Tóquio) empregam a
TMS para o rastreamento de escoliose em crianças nas escolas. Segundo Kim et al.
67
, em
1977, o Ministro da Educação do Japão iniciou um programa de detecção precoce da
escoliose em crianças e jovens nas escolas japonesas. Porém, a detecção da escoliose em
estágios iniciais era feita a partir de exame clínico com a realização de flexão de tronco do
paciente. Considerou-se este teste o-reprodutivo e não-objetivo. Deste modo, a TMS se
mostrou um método alternativo, através da visualização da assimetria das franjas de Moino
dorso do indivíduo. E é justamente por este motivo – a fácil visualização das franjas de Moiré
na pele do sujeitoque o método se tornou tão popular.
Alguns pesquisadores aplicaram a TMS em grande escala especialmente para a
detecção precoce de desvios posturais (rastreamento de escoliose) em crianças e jovens em
idade escolar, como Adler, Csongradi e Bleck
66
, Yeras, Peña e Junco
68
.
Adler, Csongradi e Bleck
66
avaliaram 327 meninas, quanto à escoliose, em cinco das
oito escolas blicas de Santa Clara, na Califórnia, Estados Unidos. Os autores aplicaram o
exame postural clínico e a TMS para estudar a assimetria das franjas. Comparando os dois
métodos empregados, os autores encontraram uma baixa correlação (r=0,16), o que foi
atribuído ao sistema de Moiré empregado e à não-replicabilidade da TMS em todas as escolas
avaliadas.
Yeras, Peña e Junco
68
avaliaram 203 jovens entre 10 e 15 anos de uma escola em
Havana, Cuba. Os autores compararam a TMS em observão direta das franjas de Moiré nas
costas das crianças com a observação direta das mesmas franjas de Moigravadas em uma
fita de vídeo. Além disso, compararam a TMS com o clássico exame cnico realizado por
médicos ortopedistas que incluía: exame físico completo, medida de alinhamento vertical com
o uso de um fio de prumo e flexão de tronco para a detecção de escoliose idiopática. Os
resultados sugerem que a TMS se mostrou mais acurada que a tradicional avaliação cnica
visual e bastante sensível em detectar os falso-positivos.
A TM também foi utilizada para o rastreamento de deformidades de tronco e coluna
em indivíduos idosos, porém o número de estudos que focam este determinado perfil de
sujeitos é ínfimo comparado àqueles que estudaram pessoas mais jovens. O destaque vai para
o NUBA (Centro de Microgravidade/ FENG/ PUCRS) que, junto com o IGG/ PUCRS e a
FEFID/ PUCRS, avaliou idosos residentes em município do Rio Grande do Sul, no
EMIPOA
21-23
.
59
2.3.1.6 Cuidados na Aplicação
Quando se busca um método alternativo de avaliação médica, priorizando custos mais
reduzidos, é necessário que o método substitutivo seja preciso e acurado. Nesse sentido, a
precisão da TM exige que haja reprodutibilidade nas medições efetuadas repetidas vezes.
Estatisticamente, a acurácia de um instrumento é melhor avaliada quando comparada a um
método padrão-ouro ou a uma técnica de referência tida como acurada
98
.
uma grande carência na literatura científica de estudos que objetivaram avaliar a
acurácia da TM para avaliações da superfície do corpo humano. Daruwalla e
Balasubramaniam
99
avaliaram a acurácia da TM aplicada no dorso de indivíduos jovens
comparando os resultados com a radiografia de cada pessoa examinada. Foram estudados
1.342 topogramas de crianças de uma escola de Singapura, obtidos em 1982. Os resultados do
estudo demonstraram que a acurácia do lado das curvas foi identificada em 68% na coluna
torácica, 54% na coluna tóraco-lombar e 15% na região lombar. Os autores acreditam que o
teste de flexão do tronco seja uma ferramenta econômica mais oportuna para um programa em
massa de mapeamento dos desvios posturais e a TM como um método complementar de
diagnóstico.
Faz-se necessária uma padronização no protocolo de avaliação estipulado bem como
na montagem do esquema experimental, idéia que é corroborada por Ikeda e Terada
63
.
Segundo Drerup
65
, o fato de o topograma de Moiré depender da posição do objeto posto em
análise atrás da grade talvez seja um agravante principalmente se for avaliada uma pessoa
com deformidades importantes no tronco.
Na literatura científica, percebe-se que muito mais estudos que tratam da aplicação
clínica da TM em detrimento de estudos que enfocam a acurácia do método e padronização
das medidas.
Uma das desvantagens é que a TM pode ser demasiadamente trabalhosa na fase de
avaliação das imagens. Outros autores concordam com o fato de haver necessidade de um
sistema de análise automático das imagens de Moiré
63, 67, 71, 84
.
60
3 AVALIAÇÃO POSTURAL DE IDOSOS DE PORTO ALEGRE-RS COM O USO
DA TÉCNICA DE MOIRÉ DE SOMBRA – ESTUDO POPULACIONAL
3.1 Situação-problema
Quais os desvios posturais do tronco mais presentes na população idosa de Porto
Alegre detectados com a Técnica de Moiré de Sombra (TMS)?
3.2 Objetivos
3.2.1 Geral
Avaliar, com o uso da TMS, os desvios posturais do tronco verificados nos planos
frontal, sagital e transverso de homens e mulheres acima de 60 anos residentes no município
de Porto Alegre-RS.
3.2.2 Específicos
a. Caracterizar os possíveis desvios laterais da coluna através da análise de topogramas de
Moiré em software;
b. Verificar o alinhamento das escápulas, em graus, no plano frontal;
c. Verificar e comparar a profundidade das regiões escapulares direita e esquerda;
d. Mensurar a profundidade da região torácica (curvatura cifótica);
e. Verificar e comparar as diferenças posturais estudadas quanto ao gênero (G) e as
características antropométricas de Índice de Massa Corporal (IMC) e Perimetria
Abdominal (PAb).
61
3.3 Hipóteses
H1. As mulheres diferem dos homens quanto aos desvios posturais da coluna no plano
frontal
H2. As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as escápulas no plano
frontal
H3. As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as escapulas no plano
transverso
H4. As mulheres diferem dos homens quanto à magnitude do arco cifótico torácico
H5. O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à variação angular
da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre
H6. O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à variação angular
da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre
H7. O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está relacionado à variação
angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre
H8. O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está relacionado à variação
angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre
H9. Há relação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de Porto Alegre
H10. Há relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas de Porto Alegre
H11. Há relação entre a PAb e a cifose torácica nos homens idosos de Porto Alegre
H12. Há relação entre a PAb e a cifose torácica em idosas de Porto Alegre
H13. relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna vertebral de
homens idosos de Porto Alegre
H14. relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna vertebral de
idosas de Porto Alegre
3.4 Justificativa
Embora o raio-X seja considerado o método padrão-ouro para a avaliação de
deformidades estruturais da coluna vertebral, incluindo a degeneração óssea
28
, tal
procedimento apresenta algumas desvantagens quanto à exposição do avaliado à radiação
68
62
especialmente para indivíduos submetidos a longos períodos de tratamento e aos custos
envolvidos. Por conta disso, métodos alternativos vêm sendo propostos para a mesma
finalidade. Przysada et al.
100
afirmam que muitas pesquisas têm sido desenvolvidas para
determinar os melhores métodos de diagnóstico, profilaxia, reabilitão e avaliação dos
efeitos do tratamento das dores nas costas (principal queixa de indivíduos que apresentam
desvios posturais acentuados da coluna).
3.5 Relevância
A TMS é um método óptico bastante utilizado em alguns países, como o Japão, no
rastreamento de deformidades posturais como a escoliose. No Brasil, o método ainda não é
muito difundido, o que pode estar relacionado ao pouco conhecimento sobre a técnica. A
proposta de utilização de um método de avaliação postural como a TMS é de extrema
importância para os profissionais da saúde que lidam com este tipo de atividade. Isso porque o
método apresenta-se com vantagens bastante atrativas do ponto de vista técnico e financeiro
(precisão nas medições, fácil aplicação, sem risco de radiação ao paciente, custos reduzidos).
3.6 Metodologia
Este estudo faz parte de um projeto maior, o EMIPOA, que se caracteriza como
transversal, exploratório e observacional com amostra de base populacional para os
fenômenos mais freqüentes na população idosa.
O estudo foi aprovado pelo Comi de Ética em Pesquisa da PUCRS ( de
aprovação: 1.066/05-CEP, em 07 de novembro de 2005; vide Anexo B). Os voluntários foram
informados sobre a pesquisa e os testes envolvidos, e puderam esclarecer suas dúvidas com os
pesquisadores. Após, leram e assinaram um termo de consentimento (Anexo C) autorizando a
divulgação de seus dados para a pesquisa.
Na Fase I do EMIPOA, foram entrevistados 1.164 (mil, cento e sessenta e quatro)
idosos em seus domicílios. O questionário utilizado, com 120 questões, foi o mesmo
empregado para a pesquisa de 1995, o Estudo Multidimensional das Condições de Vida do
63
Idoso, e foi elaborado pela PUCRS junto com demais universidades participantes. A
Faculdade de Serviço Social da PUCRS foi a entidade supervisora dessas entrevistas, sendo as
informações coletadas por 20 estudantes desta mesma Universidade. a Fase II englobou
avaliações físicas e exames laboratoriais realizados por equipe multidisciplinar da PUCRS.
A presente obra apresenta dados referentes às avaliações posturais dos idosos
efetuadas com o uso da TMS.
3.6.1 Amostra
A amostra faz parte da população de idosos de Porto Alegre-RS. Para a seleção da
amostra, foi utilizada a metodologia empregada no Estudo Multidimensional das Condições
de Vida do Idoso, de 1995, com base no Censo Demográfico Populacional de 2000.
O n amostral foi determinado a partir do número de indivíduos avaliados no estudo
anterior para cada bairro da cidade de Porto Alegre-RS, atualizados pelo IBGE de acordo com
as estimativas de variação populacional para 2005 que foram calculadas a partir dos
resultados do Censo Demográfico Populacional de 2000.
Neste estudo, considerou-se, para o cálculo da amostra, o mesmo percentual de 0,69%
da população acima de 60 anos, que foi estimada, para 1995, como sendo de 168.577
indivíduos.
Na Fase II do EMIPOA, foram avaliados, pela área da Educação Física, 472 desses
idosos (n= 472, 335 mulheres, 137 homens). Admite-se que outros 50 idosos, entre homens e
mulheres, foram tamm, avaliados por estarem acompanhando os indivíduos selecionados
aleatoriamente para o EMIPOA.
Deste modo, considerando os fatores de exclusão e não incluindo os indivíduos extras
(acompanhantes dos idosos selecionados aleatoriamente para este estudo), foram submetidos
às avaliações posturais com a TMS, 444 idosos (n= 444 idosos; 331 mulheres e 113 homens).
64
3.6.1.1 Critérios de Inclusão da Amostra
Foram incluídos todos os indivíduos selecionados na Fase I deste estudo, que
obedeceu a um critério de amostra populacional com base no Censo 2000 do IBGE.
3.6.1.2 Critérios de Exclusão da Amostra
Para as avaliações posturais, foram excluídos os indivíduos que não conseguiam
permanecer em pé para as fotos sem o uso de implementos de apoio como muletas ou
bengalas, além de deficientes físicos usuários de cadeira de rodas (cadeirantes).
3.6.2 Piloto
Na Fase 2 do EMIPOA, todos os idosos foram avaliados por profissionais de oito
áreas profissionais distintas em um único dia, no ambiente da PUCRS. Para tanto, cada uma
das áreas possuía 20min para efetuar suas avaliações em cada idoso. Ao término desse
período, quando, então, era acionado um sinal sonoro, o idoso passava o grupo profissional
seguinte, até concluir toda a bateria de exames.
Para que houvesse sincronismo, organização e o cuidado necessário para as coletas, os
pesquisadores da área da Educação Física foram previamente treinados para as coletas de
dados. Os pré-testes ocorreram nas mesmas condições que os testes oficiais.
Nesse caso, o tempo foi cronometrado e o ambiente, subdividido em estações:
Estação 1: Perimetrias, diametrias ósseas, dobras cutâneas;
Estação 2: Posturógrafo;
Estação 3: TMS, estatura;
Estação 4: Massa corporal, bioimpedância de balança, bioimpedância manual;
Estação 5: Questionários.
65
Cada idoso recebia um número de identificação (tal como o ocorrido no EMIPOA).
Esse número e seu nome eram transcritos na sua ficha de avaliação (Apêndice A).
Optou-se, também, por avaliadores experientes em cada uma das estações para a
minimização de erros decorrentes de procedimentos inadequados durante a avaliação.
Ressalta-se que as idosas avaliadas durante os dias de coleta pré-teste foram alunas
participantes da Ação Comunitária FEFID/ PUCRS, que atuaram voluntariamente nesses dias.
3.6.3 Técnica de Moiré de Sombra
Os exames aconteceram no Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física
(LAPAFI/ FEFID/ PUCRS). A coleta de dados foi realizada no período de Janeiro a Setembro
de 2006.
Para a aplicação da TMS, foi montado um esquema experimental conforme mostra a
Figura 11, com os seguintes componentes:
Grade: estrutura em madeira no formato de um quadrado vazado (lado =
600mm), na qual foram afixados os fios de nailon, formando o retículo, com
período de 1mm x 1mm;
Câmera fotográfica digital (Marca Canon, Modelo 7i);
Tripé;
Fonte de luz de 100W.
Figura 11 - Esquema montado para a aplicação da TMS para a análise postural dos idosos.
Fonte: Lino e Fabbro
69
.
d =
400
mm
h = 1.950mm
66
O ambiente foi escurecido com panos pretos (tipo TNT) e luz apagada (exceto a do
equipamento fonte de luz). A calibração do equipamento foi feita conforme descrito por
Hertz
88
. Para o teste, os idosos foram orientados a permanecerem descalços e a retirarem suas
vestimentas, deixando suas costas nuas. Após, foram posicionados atrás da grade, de costas
para o objeto, em posição ortostática. A distância foi tão próxima quanto possível de modo a
o se encostarem no retículo.
A Figura 12 ilustra o procedimento empregado para a captação das imagens de Moi
das costas dos idosos no presente estudo e as franjas de Moiré visualizadas no dorso do
avaliado.
Figura 12 – Captura de imagem de Moiré.
Créditos: Gilson Oliveira (Vídeo PUCRS).
Do dorso de cada idoso, foram obtidas duas imagens com 256 tons de cinza, que
variam de 0 (preto) a 255 (branco). A Figura 13 apresenta uma imagem de Moiré captada para
posterior análise.
67
Figura 13 – Fenômeno de Moiré obtido das costas do indivíduo.
Fonte: A autora (2008).
A análise das imagens foi feita em software (Power Draw 2D Vector Application), em
computador (DELL, Pentium 4) sendo avaliados elementos nos planos frontal, sagital e
transverso, sendo eles:
Desvios laterais da coluna torácica com medida dos ângulos articulares formados (em
graus) e caracterização das concavidades presentes;
Alinhamento das escápulas no plano frontal com a medição dos desvios angulares,
quando presentes, em graus;
Profundidade das regiões escapulares através da contagem do número de centróides;
Profundidade torácica.
3.6.3.1 Processamento das Imagens de Moiré
Primeiramente, a imagem em formato JPG foi inserida no software de análise. Após,
acionaram-se as ferramentas “lock selection” e “snap to near object”, no menu “Options” com
o botão direito do “mouse” e na barra de ferramentas do software, respectivamente.
68
Uma linha média da coluna foi traçada a partir de segmentos de reta desenhados
unindo os pontos colocados nos vértices de cada franja de Moiré formada (ferramenta “draw
polyline”) (Figura 14).
Figura 14 – Linha média da coluna desenhada em software.
Fonte: A autora (2008).
A seguir, para cada ponto marcado nos vértices, trou-se uma reta horizontal
(ferramenta “drawline” + Ctrl). Depois disso, com a ferramenta “Angle Dimline”, mensurou-
se o ângulo entre o determinado segmento de reta (da linha média da coluna) e a reta
horizontal, neste momento, traçada. A partir disso, foi calculado o desvio angular do vértice
de uma franja com relação à franja acima (Figura 15). Considerou-se o desvio angular
negativo, quando o ângulo formado era superior a 90°. Quando inferior, o desvio era tido
positivo.
69
Figura 15 – Variação angular dos desvios laterais da coluna.
Fonte: A autora (2008).
Para a verificação de alinhamento entre as escápulas no plano frontal, foi selecionada
a primeira centróide, de dentro para fora, dos lados direito e esquerdo na altura de cada
escápula do indivíduo. Com a ferramenta “Draw Rectangle”, desenhou-se um quadrilátero em
volta de cada centróide, contornando as bordas externas das mesmas. Depois, calculou-se o
ponto médio da diagonal interna (ferramenta “Aligned Dimline”) do polígono gerado (Figura
16).
Figura 16 - Medida do ponto médio das escápulas.
Fonte: A autora (2008).
70
Em seguida, os pontos médios das diagonais internas dos quadriláteros foram inter-
ligados (ferramenta “Drawline”). Traçou-se, então, uma linha reta horizontal (ferramenta
Drawline” + Ctrl) e o ângulo de inclinação da reta que liga os pontos médios das diagonais
internas mensurado (ferramenta “Angle DimLine”) (Figura 17).
Figura 17 – Medida do alinhamento entre as escápulas, em graus, no plano frontal.
Fonte: A autora (2008).
Ainda referente à região das escápulas, verificou-se a simetria da região, do ponto de
vista de profundidade (gibosidades, plano transverso), com base no número de centróides
escapulares presentes em cada lado.
Para a verificação de hipercifose torácica nos voluntários, contou-se o número de
franjas que apareciam a partir dos centróides escapulares até a C7 (vértebra proeminente).
Depois, este número era inserido na Equação 3 e, assim, calculado o desvio ântero-posterior
da região com base no cálculo de profundidade das franjas.
n
s
d
ln
h
n
.
Equação 3 – rmula para cálculo de profundidade das franjas.
Fonte: Takasaki
64, 74, 75
, Hamra e Volpon
87
.
71
Na qual, h é a profundidade da franja em relação à grade; n, a ordem da franja; l, a
distância da câmera à grade (= 1.950mm); d, a distância da fonte de luz à mera (= 400mm);
s, a distância entre os fios da tela (período=1mm).
3.6.4 Perimetria Abdominal (PAb)
A PAb foi medida com o uso de uma fita métrica (Sanny®). O avaliador posicionava-
se à frente do indivíduo, que permanecia em pé, com os braços estendidos ao longo do corpo e
os pés juntos. Considerou-se a maior circunferência do tronco, geralmente, situada na altura
do umbigo. A medição era realizada ao final de uma expiração normal do avaliado estando
com os braços relaxados ao lado do corpo.
3.6.5 Índice de Massa Corporal (IMC)
Para a medida da estatura, os idosos foram posicionados em com os calcanhares
unidos, de costas para um estadiômetro (Sanny®) afixado na parede. Eles deveriam
permanecer tão próximos quanto possíveis do equipamento e mantendo o olhar para a frente
(Plano de Frankfurt). A Figura 18 ilustra a medição de estatura.
72
Figura 18 - Aferição de estatura.
Fonte: A autora (2008).
A massa corporal foi medida com o uso de uma balança digital de bioimpedância
(Plenna®) e os idosos foram orientados a se posicionarem sobre a balança com os pés
descalços e sem meias (Figura 19).
Figura 19 - Aferição da massa corporal.
Fonte: A autora (2008).
73
As a realização das medidas, os idosos tiveram seu IMC calculado e classificado
conforme valores sugeridos por Lebrão e Duarte
18
.
3.6.6 Tratamento Estatístico
Os dados foram tratados estatisticamente em software (SPSS 11.5 for Windows),
foram realizados o teste de normalidade de Shapiro-Wilk (p≤0,05), quando o n amostral era
menor ou igual a 50, e o de Kolmogorov-Smirnov (p≤0,05), quando o n amostral era superior
a 50, segundo orientações de Dancey e Reid
101
. Também, foi efetuada estatística descritiva
dos dados. Testes de correlação foram realizados para verificar se existia relacionamento entre
as variáveis estudadas, sendo aplicada correlação de Pearson (p≤0,05), quando os supostos
eram paramétricos, e a correlação de Spearman (p≤0,05), quando os supostos eram não-
paramétricos. Para a comparação entre os grupos, foram realizados teste t de Student para
amostras independentes (p≤0,05), quando os dados eram paramétricos, e Mann-Whitney
(p≤0,05), quando os dados eram não-paramétricos; também, foi utilizado o teste Qui-
quadrado (p≤0,05).
3.7 Resultados
3.7.1 Descrição Antropométrica
Foram submetidos à TMS 444 idosos, entre homens e mulheres (n= 444 idosos; 331
mulheres e 113 homens). Alguns parâmetros antropométricos não puderam ser avaliados
devido à limitação dos equipamentos e/ ou por algum problema sico do voluntário, que
impedisse o avaliador de efetuar as medidas necessárias. A Tabela 4 mostra as características
antropométricas da amostra, que foi dividida em quatro grupos etários. Na faixa etária de 90
anos em diante, apenas houve representantes femininos na amostra.
74
Tabela 4 – Idade e características antropométricas dos idosos de Porto Alegre submetidos à TMS.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
Homens
60-69 55 78.7 16.3 55.3 57.7 64.1 78.0 89.5 101.9 110.8
70-79 45 75.4 16.7 51.2 54.4 65.7 71.3 84.4 96.2 107.9
Massa
corporal
(kg) 80-89 12 68.2 8.5 55.3 55.5 59.3 70.6 75.9 78.7 79.4
60-69 55 168.8 7.5 155.3 159.2 163.7 169.3 174.7 179.0 179.2
70-79 46 166.4 6.8 153.6 157.2 161.9 165.8 170.7 174.6 179.5
Estatura
(cm)
80-89 12 165.9 5.8 158.0 158.4 161.5 165.7 168.7 177.2 179.5
60-69 55 27.4 4.3 21.0 22.7 24.4 27.2 29.6 34.6 36.1
70-79 45 27.2 5.2 18.8 20.0 23.6 27.69 30.3 35.7 36.4
Índice de
Massa
Corporal
(kg/m²)
80-89
12 24.8 2.6 20.4 20.8 22.4 25.1 26.9 28.4 28.8
60-69 55 100 12.9 79.4 83.7 89.6 101.6 109.1 116.9 123.5
70-79 46 98.7 12.9 76.0 79.6 89.2 99.9 108.1 115.9 119.2
Perimetria
Abdominal
(cm) 80-89 12 93.3 8.9 71.0 75.2 90.2 95.4 100.4 102.1 102.6
Mulheres
60-69 153 72 16.9 50.7 54.2 60.5 69.5 80.3 88.6 99.2
70-79 102 68.4 13.7 46.6 51.3 59.4 68.5 75.6 85.5 94.3
80-89 40 57.8 11.2 41.4 44.5 49.3 56.9 65.2 74.5 82.4
Massa
corporal
(kg)
90+ 3 56.3 13.7 44.8 44.8 44.8 52.7 71.3 71.3 71.3
60-69 154 154.8 6.3 143.2 146.4 150.2 155.3 159.5 162.5 164.1
70-79 103 152.5 9.8 143.1 145.0 148.5 153.0 157.5 162.3 165.1
80-89 40 150.6 6.6 140.1 141.9 144.7 151.3 155.0 160.5 161.8
Estatura
(cm)
90+ 3 151.2 4.8 148.3 148.3 148.3 148.5 156.7 156.7 156.7
60-69 153 30.0 6.7 21.5 23.2 25.5 29.1 33.5 37.9 41.6
70-79 103 29.7 11.6 20.1 22.3 25.2 28.9 32.6 35.8 41.3
80-89 40 25.5 4.7 18.4 19.8 21.8 24.4 30.1 32.4 35.0
Índice de
Massa
Corporal
(kg/m²) 90+ 3 24.4 4.4 20.3 20.3 20.3 24.0 29.0 29.0 29.0
60-69 153 96.6 14.0 74.5 77.2 88.5 96.5 104.9 113.1 118.7
70-79 100 97.6 14.0 72.0 79.5 88.8 96.5 105.6 116.9 122.0
80-89 40 90.0 13.0 72.8 74.7 81.7 87.1 98.6 108.1 119.7
Perimetria
Abdominal
(cm)
90+ 3 88.9 15.7 72.2 72.2 72.2 90.9 103.5 103.5 103.5
Fonte: A autora (2008).
De acordo com a Tabela 4, mais mulheres foram avaliadas, de todos os grupos etários,
quando se comparou ao número de homens. Todos os quesitos antropométricos diminuíram
em função da progressão da idade, para ambos os gêneros. Contudo, nas mulheres, a média da
PAb teve um pequeno aumento da faixa etária de 60-69 anos para 70-79 anos. Após, tornou a
diminuir tal como os outros parâmetros avaliados. Também, as idosas apresentaram os
menores valores antropométricos, exceto os de IMC, nas faixas etárias de 60-69 anos e 70-79
75
anos. Os Gráficos 4-7 ilustram a classificação dos idosos quanto ao IMC, de acordo com a
faixa etária.
Gráfico 4 – Classificação dos homens idosos de Porto Alegre, de 60 a 69 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 5 – Classificação das idosas de Porto Alegre, de 60 a 69 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
Os resultados visualizados nos Gráficos 4 e 5 mostram que a maior parte dos homens
avaliados, de 60-69 anos, encontrou-se na categoria de ‘peso normal’, enquanto que as
mulheres de mesma faixa etária apresentaram-se, predominantemente, com o perfil ‘obeso’.
no que se refere à faixa etária de 70-79 anos, os homens mantiveram a mesma
tendência de perfil (conforme o IMC) dos homens de 60-69 anos: a maioria ficou classificada
como estando com ‘peso normal’. Entretanto, percebeu-se uma distribuição mais homogênea
entre as quatro categorias, com aumento da proporção do grupo de idosos com baixo peso
(Gráfico 6).
76
Gráfico 6 - Classificação dos homens idosos de 70 a 79 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
As mulheres na faixa etária de 70-79 anos apresentaram a mesma tendência de perfil
relacionado ao IMC, comparando-se com o grupo etário anterior, estando a maioria
apresentando quadro de obesidade (Gráfico 7).
Gráfico 7- Classificação das idosas de 70 a 79 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
Os resultados demonstraram que mais da metade dos homens com idades entre 80-89
anos apresentaram ‘peso normal’, segundo a classificação com base no IMC (Gráfico 8).
77
Gráfico 8 - Classificação dos homens idosos de 80 a 89 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
Por outro lado, embora a quantidade de obesas e de mulheres com ‘sobrepeso’, de
acordo com o IMC, tenha diminuído na faixa etária de 80-89 anos, as mulheres idosas com
esses perfis somam 30% do grupo etário total. Ainda, a quantidade de mulheres obesas
sobrepõe-se à quantidade de mulheres com ‘sobrepeso’ (Gráfico 9).
Gráfico 9 - Classificação das idosas de 80 a 89 anos, quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
Apenas na faixa etária dos 90+ anos, não foram verificadas mulheres com obesidade,
estando os três outros perfis ‘baixo peso’, ‘peso normal’ e ‘sobrepesodistribuídos, de
maneira uniforme (Gráfico 10).
78
Gráfico 10 – Classificação das idosas de 90 anos ou mais quanto ao IMC.
Fonte: A autora (2008).
3.7.2 Descrição da Avaliação Postural no Plano Frontal
3.7.2.1 Alinhamento da Coluna
No que tange às avaliações posturais baseadas nos topogramas de Moiré, a técnica
empregada na análise das imagens não permitiu que todos os indivíduos fossem avaliados
devido às limitações da qualidade da foto e/ou pela grande deformidade do tronco apresentada
pelo indivíduo.
As Tabelas 5 e 6 mostram os valores encontrados resultantes da avaliação no plano
frontal da coluna vertebral de homens e mulheres, respectivamente.
79
Tabela 5 – Parâmetros, em graus, medidos no plano frontal da coluna vertebral dos homens idosos.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
60-69 55 -5.8 7.3 -18.0 -14.4 -8.0 -4.0 0.0 0.0 0.0
70-79 46 -4.0 5.2 -14.6 -10.6 -7.3 -4.0 0.0 1.0 2.0
Ângulo
mínimo
80-89 12 -2.0 4.9 -17.0 -13.1 -2.3 0.0 0.0 0.0 0.0
60-69 55 5.6 5.2 0.0 0.0 0.0 5.0 9.0 12.4 13.8
70-79 46 5.6 6.2 0.0 0.0 0.8 4.5 9.0 13.0 18.7
Ângulo
máximo
80-89 12 3.3 6.9 0.0 0.0 0.0 0.0 4.3 19.1 23.0
60-69 55 11.4 9.8 0.0 0.0 5.0 10.0 19.0 22.8 26.0
70-79 46 9.6 9.0 0.0 0.0 0.0 8.0 16.3 21.6 28.0
Variação
Angular
80-89 12 5.3 11.8 0.0 0.0 0.0 0.0 6.5 32.2 40.0
DP = Desvio-padrão.
Fonte: A autora (2008).
Tabela 6 - Parâmetros, em graus, medidos no plano frontal da coluna vertebral das idosas.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
60-69 113 -5.6 5.6 -17.3 -13.6 -9.0 -4.0 -1.0 0.0 1.0
70-79 64 -5.2 6.4 -18.5 -12.5 -8.8 -4.0 0.0 0.0 1.8
80-89 23 -4.4 6.4 -16.6 -14.6 -9.0 -2.0 0.0 3.2 5.6
Ângulo
mínimo
90+ 2 -2.5 3.5 -5.0 -5.0 -5.0 -2.5 0.0 0.0 0.0
60-69 108 4.8 4.8 -2.0 0.0 1.0 4.0 8.0 11.0 13.0
70-79 63 4.6 5.1 -1.8 -0.6 0.0 4.0 9.0 12.0 14.6
80-89 21 7.9 7.8 0.0 0.0 1.5 7.0 13.0 18.0 30.7
Ângulo
máximo
90+ 2 12.5 17.7 0.0 0.0 0.0 12.5 25.0 25.0 25.0
60-69 109 10.6 7.1 0.0 2.0 6.0 10.0 14.0 18.0 25.0
70-79 63 9.9 9.2 0.0 0.0 2.0 9.0 15.0 21.6 25.6
80-89 22 12.1 12.3 0.0 0.0 2.8 8.5 19.3 30.4 46.8
Variação
Angular
90+ 2 15.0 21.2 0.0 0.0 0.0 15.0 30.0 30.0 30.0
DP = Desvio-padrão.
Fonte: A autora (2008).
A Tabela 5 mostrou que os ângulos mínimos e máximos encontrados nos homens
tenderam a diminuir conforme o avao da idade. a variação angular, foi maior no grupo
etário mais jovem, de 60-69 anos.
Quanto às mulheres (Tabela 6), percebeu-se um comportamento diferente daquele
apresentado pelos homens, no que se refere à avaliação da coluna no plano frontal. Nesse
80
sentido, nas mulheres, observou-se que os ângulos máximos e mínimos tenderam a diminuir
até os 79 anos. A partir da faixa etária de 80-89 anos, contudo, os ângulos passaram a
aumentar – fato que se repetiu, conseqüentemente, com a varião angular dos desvios laterais
da coluna. Ainda, verificou-se que a média dos valores extremos (ângulos mínimo e máximo),
de ambos os gêneros, indicaram desvio postural, em algum grau, em todas as faixas etárias.
A partir da caracterização dos desvios posturais da coluna no plano frontal dos idosos
de Porto Alegre, apresentada nas Tabelas 5 e 6, prosseguiu-se para a classificação da alteração
postural dos indivíduos conforme as concavidades presentes. Assim sendo, a classificação dos
desvios laterais da coluna dos sujeitos foi realizada em 70,8% dos homens (n= 80) e em
42,6% das mulheres (n= 141). Os Gráficos 11-14 mostram esses resultados.
Gráfico 11 – Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 60 a 69 anos, quanto à
classificação do desvio lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
81
Gráfico 12 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 70 a 79 anos, quanto à
classificação do desvio lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 13 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre, de 80 a 89 anos, quanto à
classificação do desvio lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
1 = Côncavo para direita
2 = Côncavo para esquerda
4 = Côncavo-convexo para esquerda
82
Gráfico 14 – Prevalência de concavidade para o lado direito na avaliação da coluna no plano frontal de
mulheres com 90 anos ou mais de idade.
Fonte: A autora (2008).
Os Gráficos 15 e 16 mostram esses resultados estratificados por faixa etária de homens
e mulheres, nesta ordem. Os homens mais jovens foram os que mais apresentaram desvios
posturais da coluna do tipo “S” (côncavo-convexo para direita e para esquerda). as
mulheres de mesma faixa etária, apresentaram predominância de concavidade para direita
seguida do desvio tipo côncavo-convexo para esquerda.
83
Gráfico 15 – Classificação das concavidades no plano frontal da coluna espinhal de homens idosos de
Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 16 - Classificação das concavidades no plano frontal da coluna espinhal de idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
A Tabela 7 descreve os resultados da média e desvio padrão dos valores mínimo e
máximo, e da variação angular de cada alteração postural da coluna no plano frontal
84
apresentada pela amostra de idosos de Porto Alegre avaliada. Ainda de acordo com a Tabela
4, as maiores variações angulares ocorreram nos desvios em ‘S’ (tipos 3 e 4), para ambos os
gêneros.
Tabela 7 – Valores de média e desvio padrão, em graus, da coluna vertebral conforme a classificação dada
para os desvios no plano frontal.
1 2 3 4
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Ângulo
mínimo
-5.4
(±3.2)
-5.5
(±4.6)
-7,9
(±7.6)
-4.5
(±5.0)
-4,5
(±4.3)
-9.7
(±7.3)
-10,0
(±8.9)
-8.3
(±6.9)
Ângulo
máximo
3.4
(±4.0)
4.9
(±5.6)
6
(±5.2)
4.6
(±3.5)
11,9
(±6.3)
8.3
(±5.5)
7.6
(±4.2)
8.6
(±6.0)
Variação
Angular
8.7
(±5.3)
10.4
(±5.8)
13,8
(±2,37)
9.1
(±5.1)
16.4
(±7.4)
18.0
(±10.9)
17.6
(±11.3)
16.8
(±9.4)
1 = Côncavo para direita, 2 = ncavo para esquerda, 3 = Côncavo-convexo para direita, 4 = Côncavo-
convexo para esquerda.
Fonte: A autora (2008).
3.7.3 Alinhamento das Escápulas
Referente ao alinhamento das escápulas no plano frontal, o procedimento de análise
dos topogramas de Moiré de ser feito em 75,2% dos homens avaliados (n=85) e em 55,9%
das mulheres (n=185). Os resultados demonstraram que as maiores diferenças entre os lados
direito e esquerdo aumentaram conforme a idade, nos homens, e, nas mulheres, isso foi
percebido a partir dos 80 anos de idade. Também, nos homens, predominou um desvio das
escápulas no plano frontal no qual o lado direito se mostrou mais elevado que o esquerdo.
nas mulheres, o lado elevado predominante variou conforme a faixa etária estudada. Ressalta-
se que, apesar dos desvios posturais apresentados, a maioria dos grupos etários mostrou
menos de 1º (um grau) de diferença entre um lado e outro. Para ambos os gêneros, contudo, os
desalinhamentos mais acentuados foram verificados nos voluntários de mais idade (Tabela 8).
85
Tabela 8 – Alinhamento das escápulas, em graus, no plano frontal de homens e mulheres idosos de Porto
Alegre.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
60-69 45 0.2 6.0 -9.00 -7.4 -4.0 0.0 3.0 6.0 10.2
70-79 36 0.7 5.2 -8.2 -5.3 -3.0 .50 4.0 8.3 10.3
Homens
80-89 4 2.3 3.6 -1.0 -1.0 -0.8 1.5 6.0 7.0 7.0
60-69 105 0.9 5.8 -9.7 -6.4 -3.0 0.0 4.5 8.4 9.0
70-79 58 -0.7 5.2 -11.0 -10.1 -4.0 -0.5 3.00 6.0 8.0
80-89 21 -1.2 6.7 -20.5 -6.6 -5.0 -3.0 3.5 7.0 8.8
Mulheres
90+ 2 5.5 9.2 -1.0 -1.0 -1.0 5.5 12.0 12.0 12.0
DP = Desvio-padrão.
Fonte: A autora (2008).
3.7.4 Descrição da Avaliação Postural no Plano Sagital
A avaliação da curvatura torácica ântero-posterior foi possível de ser realizada com
100% da amostra (n=444; 113 homens e 331 mulheres). Os resultados mostraram um
aumento da curvatura da cifose torácica conforme o avanço da idade para homens e mulheres
(Tabela 9).
Tabela 9 – Resultados descritivos dos desvios ântero-posteriores, em mm, da coluna torácica de homens e
mulheres idosos de Porto Alegre.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
60-69 55 38.1 19.2 0.0 0.0 29.7 39.8 50.0 65.5 66.5
70-79 46 43.9 22.2 1.7 19.7 29.7 42.3 55.1 70.7 84.7
Homens
80-89 12 44.7 21.2 0.0 8.9 31.0 42.3 55.1 78.1 81.3
60-69 170 39.8 21.5 0.0 10.3 29.7 39.8 50.0 65.5 76.0
70-79 114 42.5 24.0 0.0 0.0 29.7 39.8 55.1 68.1 97.2
80-89 43 42.6 24.7 0.0 0.0 29.7 39.8 60.3 68.6 88.7
Mulheres
90+ 4 57.1 41.1 0.0 0.0 15.1 65.5 90.6 97.2 97.2
DP = Desvio-padrão.
Fonte: A autora (2008).
86
3.7.3 Descrição da Avaliação Postural no Plano Transverso
No plano transverso, foi avaliado o alinhamento da região escapular. Os resultados
demonstraram presença de gibosidades em 77,9% dos homens (n=88) e em 82,8% das
mulheres (n=274). A Tabela 10 mostra esses resultados.
Tabela 10 – Alinhamento escapular no plano transverso dos idosos de Porto Alegre.
Faixa
etária
n Média DP Percentil
5 10 25 50 75 90 95
Homens
60-69 44 2.8 1.4 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 5.0
70-79 37 2.0 1.5 0.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 4.3
Nº de
centróides no
lado direito 80-89 4 1.8 0.5 1.0 1.0 1.3 2.0 2.0 2.0 2.0
60-69 45 2.6 1.2 1.0 1.0 2.0 2.0 3.0 4.0 5.0
70-79 39 2.3 1.4 1.0 1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
Nº de
centróides no
lado esquerdo 80-89 4 2.0 0.8 1.0 1.0 1.3 2.0 2.8 3.0 3.0
Mulheres
60-69 146
2.1 1.3 0.0 0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 4.7
70-79 93 1.8 1.4 0.0 0.0 1.0 2.0 2.5 4.0 4.0
80-89 33 1.4 0.9 0.0 0.0 1.0 1.0 2.0 2.6 3.0
Nº de
centróides no
lado direito
90+ 2 2.0 1.4 1.0 1.0 1.0 2.0 3.0 3.0 3.0
60-69 146
1.7 1.1 0.0 0.0 1.0 1.5 2.0 3.0 4.0
70-79 93 1.6 0.9 0.0 1.0 1.0 2.0 2.0 3.0 3.0
80-89 33 1.1 0.9 0.0 0.0 0.5 1.0 2.0 2.6 3.0
Nº de
centróides no
lado esquerdo
90+ 2 2.0 0.0 2.0 2.0 2.0 2.0 2.0 2.0 2.0
DP = Desvio-padrão.
Fonte: A autora (2008).
3.7.6 Testes de Hipóteses
No Capítulo 3 (página 61) desta tese, foram delineadas as afirmações provirias sobre
o que se desejava verificar com o desenvolvimento do estudo. Afirmações essas, que, segundo
87
Bisquerra, Sarriera e Martinez
102
, corresponderam às hiteses científicas. A partir disso,
conforme orientações de Callegari-Jacques
103
, utilizou-se estatística inferencial com base na
formulação de hiteses estatísticas de modo a permitir conclusão a respeito das hipóteses.
HIPÓTESE 1: As mulheres diferem dos homens quanto aos desvios posturais da coluna no
plano frontal
A fim de se testar a primeira hipótese científica admitida para este estudo, considerou-
se as seguintes hipóteses estatísticas
103
:
H0-1: Não há diferença estatisticamente significativa quanto aos desvios posturais da
coluna no plano frontal entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
H1: diferença estatisticamente significativa quanto aos desvios posturais da
coluna no plano frontal entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
As a realização do teste de normalidade, foi utilizado o Teste t de Student (p≤0,05)
para amostras independentes e Mann-Whitney (p0,05), conforme o caso. Foram comparados
os valores de ângulos mínimo e máximo, e varião angular dos desvios laterais da coluna. Os
Gráficos 17-19 mostram esses resultados.
88
Gráfico 17 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes ao ângulo mínimo do desvio
lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
De acordo com o Gráfico 17, homens e mulheres idosos de Porto Alegre são
semelhantes em relação ao ângulo nimo do desvio lateral da coluna vertebral nas faixas
etárias de 60-69 anos (p=0.67), 70-79 anos (p=0.409) e 80-89 anos (p=0.265).
Gráfico 18 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes ao ângulo máximo do desvio
lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
89
Os resultados do Gráfico 18 mostram que não houve diferenças entre homens e
mulheres idosos de Porto Alegre em relação ao ângulo máximo do desvio lateral da coluna
vertebral nas faixas etárias de 60-69 anos (p=0.416), 70-79 anos (p=0.374) e 80- 89 anos
(p=0.106).
Gráfico 19 - Comparação entre as médias de homens e mulheres referentes à variação angular do desvio
lateral da coluna.
Fonte: A autora (2008).
No que tange à variação angular dos desvios posturais da coluna no plano frontal
(Gráfico 19), os resultados demonstraram não haver diferenças significativas entre homens e
mulheres nas faixas etárias de 60-69 anos (p=0.939), 70-79 anos (p=0.790) e 80-89 anos
(p=0.130).
A fim de verificar se existiam diferenças significativas entre homens e mulheres
quanto à classificação do desvio postural da coluna no plano frontal, foi realizado o teste Qui-
quadrado (p≤0,05). Homens e mulheres mostraram-se semelhantes quanto a este parâmetro,
nas faixas etárias de 60-69 anos (p=0.066), 70-79 anos (p=0.215) e 80-89 anos (p=0.223).
Com base nos resultados apresentados, a hitese nula H0-1 foi aceita, ou seja, não
diferenças estatísticas entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto aos desvios
posturais da coluna no plano frontal.
90
HIPÓTESE 2: As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as escápulas no
plano frontal
Para testar a segunda hipótese científica, foram formuladas as hipóteses estatísticas:
H0-2: Não diferença estatisticamente significativa quanto ao alinhamento entre as
escápulas no plano frontal entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
H2: diferença estatisticamente significativa quanto ao alinhamento entre as
escápulas no plano frontal entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
As a realização do teste de normalidade, foi utilizado o Teste t de Student (p≤0,05)
para amostras independentes e Mann-Whitney (p≤0,05), de acordo com a situação. Os
resultados demonstraram que não houve diferenças estatisticamente significativas entre
homens e mulheres, no que tange ao alinhamento escapular no plano frontal, nas faixas etárias
de 60-69 anos (=0.361), 70-79 anos (p=0.205) e 80-89 anos (p=0.324). O Gráfico 20 mostra
esses resultados.
Gráfico 20 – Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre referente ao alinhamento
escapular no plano frontal.
Fonte: A autora (2008).
91
Apesar das diferenças nominais encontradas nos valores apresentados por homens e
mulheres referentes ao alinhamento entre as escápulas no plano frontal, os resultados obtidos
levaram a aceitar a hipótese nula H0-2, ou seja, considera-se que não há diferenças estatísticas
significativas entre homens e mulheres no que tange a esse parâmetro de avaliação postural.
HIPÓTESE 3: As mulheres diferem dos homens quanto ao alinhamento entre as escapulas no
plano transverso
Para esta hitese científica, foram formuladas as hipóteses estatísticas:
H0-3: Não diferença estatisticamente significativa quanto ao alinhamento entre as
escápulas no plano transverso entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
H3: diferença estatisticamente significativa quanto ao alinhamento entre as
escápulas no plano transverso entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
Posteriormente à realização do teste de normalidade, foi utilizado o teste de Mann-
Whitney (p≤0,05). Foram comparados os lados direito e esquerdo das regiões escapulares dos
idosos com relação à profundidade das áreas (número de centróides apresentadas). Para o lado
direito, os resultados demonstraram que houve diferenças estatisticamente significativas entre
homens e mulheres apenas na faixa etária de 60-69 anos (=0.002). nas faixas etárias de 70-
79 anos (p=0.412) e 80-89 anos (p=0.308), os idosos de ambos os gêneros, mostraram-se
semelhantes quanto a esse parâmetro. Para o lado esquerdo, os resultados mostraram
diferenças estatísticas entre homens e mulheres nas faixas etárias de 60-69 anos (p=0.000) e
70-79 anos (p=0.16). Já na faixa etária de 80-89 anos, as diferenças não se mostraram
estatisticamente significativas (p=0.065). Os Gráficos 21 e 22 mostram esses resultados.
92
Gráfico 21 – Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto ao alinhamento
escapular no plano transverso (número de centróides no lado direito).
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 22 - Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto ao alinhamento
escapular no plano transverso (número de centróides no lado esquerdo).
Fonte: A autora (2008).
*
*
93
Os resultados apresentados levaram a rejeitar a hipótese nula H0-3, ou seja, considera-
se que diferenças estatísticas significativas entre homens e mulheres no que tange ao
alinhamento da região escapular no plano transverso.
HIPÓTESE 4: As mulheres diferem dos homens quanto à magnitude do arco cifótico torácico
Para que fosse testada a Hitese 4, foram formuladas as seguintes hipóteses
estatísticas:
H0-4: Não diferença estatisticamente significativa entre a cifose torácica entre
homens e mulheres idosos de Porto Alegre.
H4: diferença estatisticamente significativa entre a cifose torácica entre homens e
mulheres idosos de Porto Alegre.
As o teste de normalidade, foram efetuados os testes t de Student para amostras
independentes (p≤0,05) e Mann-Whitney (p0,05), segundo o caso. Os resultados
demonstraram que não houve diferenças estatisticamente significativas entre homens e
mulheres quanto à profundidade da região torácica, em mm, nas faixas etárias de 60-69 anos
(p=0.901), 70-79 anos (p=0.813) e 80-89 anos (p=0.791). O Gráfico 20 mostra esses
resultados.
94
Gráfico 23 – Comparação entre homens e mulheres idosos de Porto Alegre quanto à profundidade da
região torácica.
Fonte: A autora (2008).
A hipótese nula H0-4 foi aceita, ou seja, homens e mulheres idosos de Porto Alegre
são semelhantes quanto à curvatura da cifose torácica.
HIPÓTESE 5: O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre
Para que fosse testada essa suposição, foram formuladas as hipóteses estatísticas:
H0-5: Não relação entre o alinhamento escapular no plano frontal e a variação
angular no plano frontal da região torácica dos homens idosos de Porto Alegre (H0-5: ρ =
0).
H5: relação entre o alinhamento escapular no plano frontal e a variação angular
no plano frontal da região torácica dos homens idosos de Porto Alegre (H5: ρ = 0).
95
As o teste de normalidade, foi realizada a prova de correlação de Spearman
(p≤0,05). Os resultados demonstraram uma correlação não-significativa e uma fraca
correlação negativa (ρ=-0.017; p=0.876) entre as variáveis testadas. A variância de 0.02% do
alinhamento entre as escapulas no plano frontal explicavam a variação dos desvios angulares
no plano frontal da coluna vertebral dos homens idosos avaliados. Com base nesses
resultados, a hitese nula (H0-5: ρ = 0) foi aceita.
O Gráfico 24 mostra o diagrama de dispersão de correlação entre essas variáveis.
Gráfico 24 – Diagrama de dispersão da correlação entre alinhamento das escápulas no plano frontal e a
variação angular da coluna no plano frontal de homens idosos de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
HIPÓTESE 6: O alinhamento entre as escápulas no plano frontal está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre
As hipóteses estatísticas para que essa suposição fosse testada foram:
H0-6: Não relação entre o alinhamento escapular no plano frontal e a variação
angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre (H0-6: ρ = 0).
96
H6: relação entre o alinhamento escapular no plano frontal e a variação angular
no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre (H6: ρ = 0).
As o teste de normalidade, foi realizada a prova de correlação de Spearman
(p≤0,05). Os resultados demonstraram uma correlação não-significativa e uma fraca
correlação negativa (ρ=-0.075; p=0.412) entre as variáveis testadas. A variância de 0.6% do
alinhamento escapular no plano frontal das idosas examinadas explicava a variância dos
desvios posturais da coluna no plano frontal das mesmas. Desta forma, a hitese nula H0-6
foi aceita (H0-6: ρ = 0).
O Gráfico 25 mostra o diagrama de dispersão do alinhamento escapular no plano
frontal e da variação angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre.
Gráfico 25 - Diagrama de dispersão da correlação entre alinhamento escapular no plano frontal e
variação angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
HIPÓTESE 7: O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre
Foram formuladas as seguintes hipóteses estatísticas:
97
H0-7: Não relação entre o alinhamento escapular no plano transverso e a
variação angular no plano frontal da coluna torácica dos homens idosos de Porto Alegre
(H0-7: ρ = 0).
H7: relação entre o alinhamento escapular no plano transverso e a variação
angular no plano frontal da coluna torácica dos homens idosos de Porto Alegre (H7: ρ = 0).
As o teste de normalidade, foi realizada a prova de correlação de Spearman
(p≤0,05). Os resultados demonstraram que não houve correlação significativa entre os
parâmetros analisados. Ainda, o grau de correlão mostrou-se fraca (Figura 20).
Variação angular no
plano frontal da
coluna vertebral
Nº centróides lado
direito
-0.174
Coeficiente
de correlação
Nº centróides lado
esquerdo
0.088
Nº centróides lado
direito
0.112
Rho de Spearman
Sig. (bilateral)
Nº centróides lado
esquerdo
0.416
Figura 20 – Correlação de Spearman (p≤0,05) para verificar a relação entre alinhamento das escápulas no
plano transverso e variação angular da coluna no plano frontal dos homens idosos de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
A variância de 3% do número de centróides no lado direito e de 0.7% do número de
centróides no lado esquerdo explicavam a variância dos desvios angulares da coluna no plano
frontal dos homens idosos avaliados. De acordo com os resultados apresentados, a hitese
nula foi aceita (H0-7: ρ = 0).
Os Gráficos 26 e 27 mostra os resultados da correlação entre essas variáveis.
98
Gráfico 26 - Diagrama de dispersão da correlação entre Nº centróides lado direito e variação angular no
plano frontal da coluna de homens idosos de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 27 - Diagrama de dispersão da correlação entre Nº centróides lado esquerdo e variação angular
no plano frontal da coluna de homens idosos de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
99
HIPÓTESE 8: O alinhamento entre as escápulas no plano transverso está relacionado à
variação angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre
Consideraram-se as hiteses estatísticas:
H0-8: Não relação entre o alinhamento escapular no plano transverso e a
variação angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre (H0-8: ρ =
0).
H8: relação entre o alinhamento escapular no plano transverso e a variação
angular no plano frontal da região torácica das idosas de Porto Alegre (H8: ρ = 0).
As o teste de normalidade, foi realizada a prova de correlação de Spearman
(p≤0,05). Os resultados demonstraram que não houve correlação significativa entre os
parâmetros analisados. E o grau de correlação variou de fraco positivo para regular positivo
para as mulheres (Figura 21).
Variação angular no
plano frontal da
coluna vertebral
Nº centróides lado
direito
0.042
Coeficiente
de correlação
Nº centróides lado
esquerdo
0.587
Nº centróides lado
direito
0.072
Rho de Spearman
Sig. (bilateral)
Nº centróides lado
esquerdo
0.352
Figura 21 - Correlação de Spearman (p≤0,05) para verificar a relação entre alinhamento das escápulas no
plano transverso e variação angular da coluna no plano frontal das idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
A variância de 0.2% do número de centides no lado direito e de 34.5% do número de
centróides no lado esquerdo explicavam a variância dos desvios angulares da coluna no plano
100
frontal dos homens idosos avaliados. De acordo com os resultados apresentados, a hitese
nula foi aceita (H0-8: ρ = 0).
Gráfico 28 - Diagrama de dispersão da correlação entre Nº centróides lado direito e variação angular no
plano frontal da coluna das idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
Gráfico 29 - Diagrama de dispersão da correlação entre Nº centróides lado esquerdo e variação angular
no plano frontal da coluna das idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
101
HIPÓTESE 9: Há relação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de Porto Alegre
Foram consideradas as hipóteses estatísticas:
H0-9: Não há correlação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de Porto
Alegre (H0-9: ρ = 0).
H9: Há correlação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de Porto Alegre
(H9: ρ ≠ 0).
As o teste de normalidade, foi realizada a prova de correlação de Spearman
(p≤0,05). Os resultados demonstraram uma correlação o-significativa e uma fraca
correlação positiva (ρ=0.064; p=0.506) entre os parâmetros avaliados. Isso indica que 0.4% da
variância no IMC se explicavam pela variância na profundidade da região da cifose torácica
dos homens idosos de Porto Alegre. Porém, o fato de ter se mostrado uma correlação não-
significativa do ponto de vista estatístico, diz-se que essas duas variáveis não se relacionam
(H0-9: ρ = 0). O Gráfico 30 ilustra o diagrama de dispersão referente a essa correlação.
Gráfico 30 – Diagrama de dispersão da correlação entre o IMC e a cifose torácica nos homens idosos de
Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
102
HIPÓTESE 10: Há relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas de Porto Alegre
Consideraram-se as hiteses estatísticas:
H0-10: Não relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas de Porto Alegre
(H0-10: ρ = 0).
H10: Há relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas de Porto Alegre (H10: ρ
0).
As o teste de normalidade, foi efetuado o teste de correlação de Spearman (p0,05).
Os resultados indicaram correlação significativa, porém uma correlação fraca positiva
(ρ=0.156; p=0.007) entre as duas varáveis testadas. Ou seja, 2,4% da variância no IMC se
explicavam pela variância na profundidade da cifose torácica nas mulheres idosas de Porto
Alegre. A correlação significativa mostrou que, mesmo fraca, relação entre as duas
variáveis testadas (H10: ρ 0). O diagrama de dispersão do IMC em relação à cifose torácica
das mulheres é mostrado no Gráfico 31.
Gráfico 31 – Diagrama de dispersão para as variáveis profundidade da cifose torácica e o IMC das
mulheres idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
103
HIPÓTESE 11: relação entre a PAb e a cifose torácica nos homens idosos de Porto
Alegre
Foram formuladas as hipóteses estatísticas:
H0-11: Não relação entre a PAb e a cifose torácica de homens idosos de Porto
Alegre (H0-11: ρ = 0).
H11: relação entre o PAb e a cifose torácica de homens idosos de Porto Alegre
(H11: ρ ≠ 0).
Depois de realizado o teste de normalidade, foi efetuado o teste de correlação de
Spearman (p≤0,05), visualizado no Gráfico 32. Os resultados indicaram correlação o-
significativa e uma correlão fraca positiva (ρ=0.028; p=0.768) entre as duas varáveis
testadas. Apenas a variância de 0.0784% da PAb se explicavam pela variância da cifose
torácica dos homens idosos de Porto Alegre. Com base nos resultados, a hipótese nula foi
aceita (H0-11: ρ = 0).
Gráfico 32 – Diagrama de dispersão da correlação entre PAb e arco cifótico torácico de homens idosos de
Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
104
HIPÓTESE 12: Há relação entre a PAb e a cifose torácica em idosas de Porto Alegre
Foram formuladas as hipóteses estatísticas:
H0-12: Não há relação entre a PAb e a cifose torácica de idosas de Porto Alegre (H0-
12: ρ = 0).
H12: relação entre a PAb e a cifose torácica de idosas de Porto Alegre (H12: ρ
0).
As o teste de normalidade, foi efetuado o teste de correlação de Spearman (p0,05).
O Gráfico 33 mostra o diagrama de dispersão dessas variáveis. Os resultados indicaram
correlação não-significativa e uma correlação fraca positiva (ρ=0.097; p=0.096) entre as duas
vaveis testadas. A variância de somente 0.9% da PAb explicavam a variação na cifose
torácica das idosas avaliadas. Portanto, a hitese nula foi aceita (H0-12: ρ = 0).
Gráfico 33 – Diagrama de dispersão da correlação entre as variáveis PAb e profundidade da cifose
torácica das idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
105
HIPÓTESE 13: relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna
vertebral de homens idosos de Porto Alegre
H0-13: Não correlação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da
coluna vertebral dos homens idosos de Porto Alegre (H0-13: ρ = 0).
H013: correlação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna
vertebral dos homens idosos de Porto Alegre (H13: ρ ≠ 0).
Depois de realizado o teste de normalidade, efetuou-se o teste de correlação de
Spearman (p0,05). Os resultados indicaram correlação não-significativa e uma correlação
fraca positiva (ρ=0.038; p=0.691) entre as duas varáveis testadas. A variância de apenas 0.1%
do IMC explicavam a variação do parâmetro ‘variação angular’ no plano frontal da coluna
dos homens idosos avaliados. Com base nos resultados obtidos, a hitese nula foi aceita (H0-
13: ρ = 0).
O Gráfico 34 mostra o diagrama de dispersão dessa correlação.
Gráfico 34 – Diagrama de dispersão para as variáveis IMC e variação angular no plano frontal da coluna
do homens idosos de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
106
HIPÓTESE 14: relação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna
vertebral de idosas de Porto Alegre
H0-14: Não correlação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da
coluna vertebral das idosas de Porto Alegre (H0-14: ρ = 0).
H14: correlação entre o IMC e a variação angular no plano frontal da coluna
vertebral das idosas de Porto Alegre (H14: ρ ≠ 0).
As o teste de normalidade, realizou-se o teste de correlação de Spearman (p≤0,05).
Os resultados indicaram correlação significativa, porém, uma correlão fraca positiva
(ρ=0.156; p=0.007) entre as duas varáveis testadas. Uma variância estatisticamente
significativa de 0.02% do IMC das idosas avaliadas explicava a variância da variação angular
da coluna vertebral no plano frontal. O Gráfico 35 mostra a correlação entre as variáveis.
Gráfico 35 – Diagrama de dispersão da correlação entre o IMC e a variação angular da coluna no plano
frontal de idosas de Porto Alegre.
Fonte: A autora (2008).
107
SUMÁRIO DOS RESULTADOS
1. A amostra submetida à avaliação postural com a TMS foi composta por 444 idosos (331
mulheres e 113 homens).
2. Os idosos tinham 60 anos ou mais de idade. Na faixa etária de 90 anos em diante, apenas
houve representantes femininos na amostra.
3. Mais mulheres foram avaliadas, de todos os grupos etários em todos os parâmetros,
comparando-se com o número de homens.
4. Em geral, a estatura, o IMC e a PAb diminuíram com o avanço da idade de todos os
indivíduos.
a) As idosas apresentaram os menores valores antropométricos, exceto os de IMC, nas
faixas etárias de 60-69 anos e 70-79 anos.
5. Quanto ao IMC, a maior parte dos homens de todos os grupos etários (60-89 anos)
apresentaram ‘peso normal’. as mulheres, apresentaram-se obesas’ dos 60-79 anos e
com ‘sobrepeso’, dos 80-89 anos. A partir dos 90 anos, as mulheres apresentaram
predominantemente perfis de ‘baixo peso’, ‘peso normal’ e ‘sobrepeso’.
6. A técnica de análise dos topogramas de Moiré não permitiu que todos os parâmetros fossem
avaliados em todos os idosos, exceto pela profundidade da curvatura da cifose torácica.
7. A variação angular da coluna no plano frontal diminuiu com a progressão da idade nos
homens e aumentou, nas mulheres.
8. A classificação dos desvios posturais da coluna no plano frontal dos sujeitos foi realizada
em 70,8% dos homens (n= 80) e em 42,6% das mulheres (n= 141). Os homens mais
jovens apresentaram mais desvios laterais da coluna do tipo “S” (côncavo-convexo para
direita e para esquerda). As mulheres de mesma faixa etária, apresentaram predominância
de concavidade para direita seguida do desvio tipo ncavo-convexo para esquerda.
Ainda, as maiores variações angulares da coluna no plano frontal ocorreram nos desvios
em S’, para direita ou esquerda, para ambos os gêneros. Não houve diferenças
significativas entre homens e mulheres.
9. A avaliação do alinhamento das escápulas no plano frontal pôde ser feito em 75,2% dos
homens (n=85) e em 55,9% das mulheres (n=185). As maiores diferenças entre os lados
direito e esquerdo aumentaram conforme a idade, nos homens, e, nas mulheres, isso foi
percebido a partir dos 80 anos de idade. Porém, a maioria dos grupos etários, entre
108
homens e mulheres, mostrou menos de (um grau) de diferença entre um lado e outro.
Não houve diferenças significativas entre homens e mulheres.
10. A avaliação do alinhamento entre as escápulas no plano transverso demonstrou presença
de gibosidades em 77,9% dos homens (n=88) e em 82,8% das mulheres (n=274). Houve
diferenças significativas entre homens e mulheres.
11. A profundidade da curvatura torácica ântero-posterior foi possível de ser realizada com
100% da amostra e aumentou com o avanço da idade. Não houve diferenças significativas
entre homens e mulheres.
12. Não houve relação entre:
a) O alinhamento escapular no plano frontal e a variação angular no plano frontal da
região torácica de homens e mulheres.
b) O alinhamento escapular no plano transverso e a variação angular no plano frontal
da coluna torácica de homens e mulheres.
c) O IMC e a cifose torácica nos homens.
d) A PAb e a cifose torácica de homens e mulheres.
e) O IMC e a variação angular no plano frontal da coluna vertebral de homens
13. Houve relação entre:
a) Há relação entre o IMC e a cifose torácica nas idosas.
b) O IMC e a variação angular no plano frontal da coluna vertebral de mulheres.
109
3.8 Discussão
Desde que Takasaki
64
demonstrou as diversas aplicações para o fenômeno de Moiré,
sobretudo na área clínica, a TMS passou a ser utilizada na detecção de deformidades da
coluna
21-23, 66, 68, 73, 75, 78, 84, 88-90, 96, 99, 104
. No Japão, o uso da TM é bastante comum: cerca de
23% das prefeituras empregam o todo para o rastreamento de escoliose em crianças nas
escolas e, anualmente, são obtidas cerca de 300.000 imagens somente no município de
Chiba
67, 96
. Talvez por isso, as inovações no procedimento de análise dos topogramas de
Moipareçam tão visíveis naquele país. No Brasil, contudo, o método, ainda, encontra-se
pouco difundido. Mas, é possível encontrar alguns estudos pontuais focando diferentes
aplicações, como o formato do arco plantar
87
e os desvios posturais do tronco
21-23, 88-90
.
Przysada et al.
100
e Batouche
104
afirmam que é possível, com o uso da TM, analisar
parâmetros nos três planos ortogonais de análise do movimento tal como realizado neste
estudo e que é possível determinar com precisão características como o comprimento, a
profundidade e a angulação das supercies corpóreas estudadas.
Os métodos alternativos de avaliação da topografia do tronco foram desenvolvidos
com a finalidade de diminuir a quantidade de exames radiológicos necessários para
diagnosticar e acompanhar o tratamento de pessoas com escoliose idiopática
81
, além de
propiciar opções menos custosas, não-invasivas e vantajosas, como as que TM apresenta
21, 68,
88-90
.
No presente estudo, propôs-se uma avaliação quantitativa dos desvios posturais
apresentados pelos idosos de Porto Alegre. Muito embora seja comum os médicos checarem o
padrão assimétrico das curvas de Moipara a avaliação de desvios posturais da coluna, por
observação direta (ou simples visualização) da imagem de Moi
96, 104
, a representação
numérica dos desvios angulares é bastante útil na avaliação da deformidade
96
. Com base
nisso, a proposta de um método quantitativo, porém não-automático, para a detecção dos
desvios posturais, é justificada. Não incomuns, porém, são estudos que, ainda, adotam
critérios predominantemente qualitativos para a avalião dos topogramas de Moi
66, 68, 99
em
suas análises posturais, com teor subjetivo bastante presente.
Na tentativa de afirmar as vantagens técnicas do uso da TM e a sua confiabilidade nos
resultados para as avaliações posturais, pesquisadores comparam o método com outros mais
usuais e com custos relativamente mais baixos, também. Nem sempre é possível se obter
resultados satisfatórios de comparação que os métodos utilizados para a comparação são
110
demasiadamente subjetivos. Adler et al.
66
aplicaram uma técnica subjetiva de análise dos
topogramas de Moicom base na observação da assimetria das franjas. Os autores avaliaram
327 meninas em duas escolas secundárias na cidade norte-americana de Santa Clara,
Califórnia. Os resultados foram determinados como ‘negativo (normal) ou ‘positivo
(anormal) para a detecção de escoliose durante a avaliação postural com base na assimetria
das franjas por observação direta. Os resultados foram confrontados em datas distintas, por
diferentes avaliadores e, também, por exame postural clínico. A correlação entre os dois
procedimentos de diagnóstico foi baixa (r= 0,16).
No Brasil, empiricamente, é comum o uso de grade de posturógrafo para a avaliação
subjetiva da postura ortostática de indivíduos. No EMIPOA, os idosos foram, também,
avaliados com o uso desse instrumento por profissionais de Educação Física. Porto et al.
105
mostraram que a avaliação pelo posturógrafo no plano sagital, vista lateral direita, dos homens
idosos de Porto Alegre (protocolo de avaliação proposto por Kendall, McCreary e
Provance
36
), mostrou-se similar à TMS (C=0,2087, p=0,599; p≤0.05). Ressalta-se, porém, que
no estudo, apenas um parâmetro foi comparado, em um único plano ortogonal de observação
e somente com a amostra masculina. Estudos adicionais são imprescindíveis para
entendimento mais conclusivo sobre o assunto.
Faz-se necessário, contudo, a comparação da TM com métodos mais precisos.
Segundo Hulley, Newman e Cumming
98
, a acurácia de uma medição é melhor avaliada
quando confrontada com um todo padrão-ouro ou uma técnica de referência acurada. No
estudo de Adler et al.
66
, pode ter havido falha na precisão do instrumento, ou seja, na
replicabilidade das medições.
Em avaliações posturais, o ideal é que a comparação seja feita com radiografias da
coluna para que a acurácia seja também verificada. Mínguez et al.
81
verificaram correlação
entre a TM por luz estruturada e os ângulos de Cobb e rotação da coluna nos planos frontal
(r=0.668) e transverso (r=0.706). Prince, Devine e Dick
40
concluíram que a amplitude do arco
cifótico o condiz com prejuízos no tecido ósseo das vértebras quando compararam a TMP e
raio-X. Quanto a isso, de fato, a TM não permite que se consiga diagnosticar danos na
estrutura óssea do indivíduo, mas a forma que o corpo assume em uma determinada posição,
através das características de sua superfície.
Em Singapura, uma pesquisa de rastreamento de escoliose em crianças nas escolas
avaliou 1.342 indivíduos comparando os resultados obtidos com a TM com exames de raio-X.
Os autores afirmaram que a acurácia das medições foi obtida em 68% na região torácica, 54%
na região raco-lombar e 15% na região lombar
99
. No EMIPOA, a escolha pela análise da
111
região torácica dos idosos ocorreu também devido à dificuldade de inspeção das curvas de
nível na região lombar.
Pearsall, Reid e Hedden
97
compararam três métodos não-invasivos de detecção de
desvios posturais da coluna vertebral com radiografias panorâmicas da coluna. O objetivo foi
estudar a escoliose idiopática em adolescentes. Os resultados demostraram que houve
correlação entre os três métodos testados (TM, escoliômetro e dispositivo para verificação do
contorno do tronco). Quanto à TM, os resultados revelaram correlação significativa entre a
rotação do tronco e as mensurações do ângulo de Cobb (r=0.8; p<0.05), mas não houve
relação entre as medidas da região lombar (r=0.42).
Percebe-se que não há consenso na literatura acerca dos benefícios reais de se adotar a
TM para exames clínicos, sobretudo os relacionados a desvios posturais do tronco. Não se
admite que a TMS possa ser substituída por métodos mais usuais ou, ainda, que continue sem
tanta visibilidade no Brasil haja vista que o método tem sido utilizado em vários países, para
avaliar um grande número de pessoas de uma única vez ou em curto espaço de tempo. Talvez
os resultados pouco satisfatórios demonstrados (ou não conclusivos) em alguns estudos
expliquem-se pelo controle das variáveis intervenientes à avaliação o ter sido devidamente
realizado.
Ainda, a não automatização completa da TMS é um dos fatores que pode ter
comprometido a acurácia das medidas
98
, além da perda de algumas imagens pela
qualidade (inclusive, como ocorreu neste estudo) que pode ser atribuída à natureza translúcida
da pele do avaliado, ao rigor na construção da grade
75
e ao cuidado na aplicação do teste
fazendo com que o indivíduo, durante o exame, não se mova enquanto é obtida a fotografia
63,
75
.
No presente estudo, apesar de alguns topogramas de Moinão terem sido analisados
devido à qualidade das fotos, pretendeu-se minimizar os erros de interpretação dos padrões de
Moidurante o exame postural através, também, da padronização no posicionamento dos
voluntários durante o teste e na utilização de avaliadores treinados para o exame, conforme
orientações Drerup
65
.
No que tange aos estudos populacionais, devem ser levados em consideração a grande
quantidade de indivíduos geralmente a serem avaliados, o número de avaliadores disponíveis
e o tempo previsto para a realização da pesquisa. Kim et al.
67
atentaram que a inspeção visual
de muitos topogramas de Moi em curto espaço de tempo podia causar exaustão nos
avaliadores e influenciar no julgamento das imagens. Provavelmente por isso, Adler et al.
66
recomendam que, para uma avaliação qualitativa usando a TMS, é recomendável a atuação de
112
três avaliadores, o que necessário seria a utilização da média das mensurações repetidas para
melhorar a precisão das medidas
98
.
Aliás, segundo Kim et al.
96
, o principal exame usado em rastreamento de escoliose em
jovens é o teste clínico de flexão de tronco realizado por médicos. Entretanto, o teste
apresenta muitas limitações por ser pouco replivel, muito subjetivo e leva muito tempo para
avaliar um grande número de pessoas. Nos idosos, por outro lado, a saúde da coluna vertebral,
geralmente, é verificada a partir de exames mais sofisticados como o raio-X e a densitometria
óssea
27
A técnica empregada na análise dos topogramas de Moi neste estudo fora
anteriormente utilizada
21-23, 73, 88-90
. Mesmo que não tenha permitido que todos os idosos
fossem avaliados, na maioria dos parâmetros designados, foram detectadas alterações
posturais nos três planos ortogonais. Isso é vantajoso à medida que apenas com uma
fotografia possa ser obtido um laudo técnico sobre a topografia do dorso de um indivíduo.
Isso reduz custos, aumenta a viabilidade do método, além das várias outras vantagens
inerentes à TMS, previamente descritas no Capítulo 2 (página 26).
Em estudo recente, Mínguez et al.
81
, ao proporem método alternativo de avaliação de
escoliose idiopática por meio de topografia de superfície do dorso, com o uso de técnica de
luz estruturada, os autores utilizaram estratégias similares às adotadas nesta pesquisa para a
avaliação de alterações posturais nos planos frontal e transverso. No plano frontal, os autores
verificaram as assimetrias a partir de marcadores em regiões como axilas, ombros (escápulas)
e espinha ilíaca stero-superior. Na região das escápulas, o procedimento também foi
sugerido por Batouche
104
. no plano transverso, também, avaliou-se a diferença de
profundidade em pontos simétricos das escápulas e da espinha ilíaca stero-superior.
Os resultados desta tese indicaram algum tipo de desvio lateral da coluna nos
participantes de ambos os sexos. Aqui, levou-se em consideração os valores extremos
(máximo e nimo) de desvio, além da variação angular da coluna vertebral no plano frontal.
Essas variáveis foram também analisadas por outros pesquisadores que fizeram uso da TMS
93
.
Neste estudo, os resultados das análises demonstraram que as maiores variações
angulares dos desvios do plano frontal da coluna vertebral ocorreram na presença de duplas-
concavidades (Tabelas 5 e 6, página 78). Os desvios laterais da coluna foram apresentados por
todos os voluntários avaliados, sendo a variação angular mínima encontrada, de 5,3° nos
homens e 9,9° nas mulheres. É possível que a grande variação encontrada possa ser devido a
uma rotação da coluna, comum nas escolioses
84
. Ou, ainda, que o indivíduo tenha se
posicionado inadequadamente, rotando o tronco no momento da captura da foto
97
.
113
A caracterização da escoliose, usando a TMS, é baseada primariamente na assimetria
das franjas de Moiré projetadas nas costas do indivíduo
75
. O diagnóstico de escoliose por
Moié bem diversificado na literatura científica. Percebe-se uma carência de padronização
nos procedimentos de avaliação e nos equipamentos empregados, o que torna difícil a
comparação dos resultados deste estudo com os obtidos por outros autores, inclusive pelo
perfil de sujeitos avaliado no presente trabalho (idosos) e o que é comumente analisado na
maioria dos estudos científicos pesquisados (crianças e adolescentes).
Nas últimas décadas, pesquisadores trabalharam na tentativa de avaliar a escoliose
através de detecção e avaliação automática das franjas de Moiré, através de tratamento das
imagens em software
65, 67, 71, 78, 84, 85, 96
. Porém, é fato que isso pode aumentar o custo do
emprego da TM embora se considere uma boa relação custo-benefício.
Hertz
88
, Hertz et al.
21, 89, 90
, Porto et al.
22, 23, 105
e Castro
73
empregaram uma técnica
quantitativa não-automática de análise dos topogramas e, quanto aos desvios no plano frontal
da coluna, classificaram essas deformidades em escoliose em ‘S’ ou em C’, ou, ainda, de
acordo com as concavidades presentes. Essa estratégia também foi aplicada no presente
estudo.
As deformações na coluna vertebral podem ser do tipo funcional ou estrutural. Muitas
vezes, as deformidades aparecem no plano frontal fazendo a coluna vertebral assumir um
formato em C ou S, conforme citado. Nos casos mais graves, o tratamento das escolioses é
cirúrgico e muitas vezes, a deformidade é acompanhada de dor
96
. Batouche e Benlamri
84
confirmam que a TM permite, tamm, detectar esses dois tipos de escoliose.
Muitas doenças podem levar a alterações estruturais no conjunto cintura escapular,
colunas cervical e torácica
106
. A osteoporose é comumente citada como a principal causa das
deformidades ósseas e do comprometimento na qualidade de vida dos indivíduos portadores
46
.
A etiologia desta doença nos idosos deve-se principalmente ao hiperparatireoidismo
secundário que está presente na osteoporose da s-menopausa
28
. Essa doença não tem cura e
os tratamentos objetivam minimizar os efeitos e, em alguns casos, obter certo aumento ou
manutenção da massa óssea do indivíduo, como estimulação por vibrações mecânicas
107
. Os
danos causados pela osteoporose vão além da fragilidade óssea, em si, mas englobam uma
fragilidade sistêmica que acomete o indivíduo e pode interferir significativamente em sua
qualidade de vida.
Ao avaliar a postura de idosos em posição ortostática, é provável que as alterações
encontradas sejam deformidades do tipo estrutural causadas por instalação de osteoporose
37,
114
43
, fraturas vertebrais
27
, fraturas no esterno
38
e bitos de vida
4
que, conforme comentados no
Capítulo 2, podem comprometer a função e forma do sistema músculo-esquelético.
As escolioses são tratadas como um problema de saúde pública, principalmente as de
causa idiopática
27
. As dores nas costas estão entre as principais causas de afastamento do
trabalho, tratando-se de um problema não apenas médico como também sócio-econômico
100
.
No Japão, a fim de se evitar ou diminuir o afastamento do trabalho por jovens com problemas
de coluna, incluindo dores, o país realiza rastreamentos para a detecção precoce de escoliose
em crianças e adolescentes em idade escolar. No Brasil, o rastreamento em idosos com a TMS
foi inovador já sob uma perspectiva descritiva.
Nos idosos, a escoliose pode ser associada à osteoporose, principalmente em
mulheres
108
, e não necessariamente à perda de massa óssea em vértebras; as alterações no
tecido ósseo do fêmur podem influenciar a postura da coluna nesse aspecto
109
. Apesar disso,
no EMIPOA, a avaliação postural dos idosos com o uso da TMS não distinguiu homens e
mulheres quanto ao indício de escoliose.
Neste estudo, a variação angular da coluna vertebral no plano frontal diminuiu com a
progressão da idade nos homens e aumentou, nas mulheres. Os resultados das idosas podem
ser explicados pela quantidade de tecido adiposo corporal comprovada pelos resultados de
IMC e pela correlação existente entre as duas variáveis. Acrescenta-se que o sedentarismo
acompanhado da deficiência na musculatura do tronco podem ser outros fatores que
expliquem as correlações existentes entre o IMC e as deformidades da coluna nos planos
frontal e transverso verificados em mulheres. Além disso, estudos comprovam a progressão
da escoliose em idosos com o decorrer da idade
43, 110
.
No que tange à análise dos topogramas de Moi para a região das escápulas,
Batouche, Benlamri e Kholladi
85
afirmam que apesar de as imagens de Moiré obtidas do
dorso difiram de pessoa para pessoa, muitas características em comum entre elas. Nota-se
que as franjas na região da cavidade escapular são curvas concêntricas – chamadas centides.
O centro da cavidade escapular pode ser caracterizado como o centro da franja inerente àquela
área. Esse princípio, também, foi um dos parâmetros adotados por Chalupová
93
em seu estudo
de modelagem biomecânica das escápulas usando a TMS e em outros estudos sobre avaliação
postural
9, 21-23, 73, 88-90, 105
.
Mesmo que haja um erro embutido ao considerar o COG do quadrilátero traçado em
volta dos centróides como sendo equivalente ao COG do respectivo centróide, já que algumas
vezes esses COGs não coincidem visualmente, esse foi, também, um procedimento de
avaliação dos topogramas utilizado por outros autores
21-23, 73, 81, 88-90, 105
. Além disso,
115
considerando que o COG de um objeto refere-se ao ponto virtual no qual sua massa se
distribui uniformemente
62
, assume-se que o COG estará localizado onde estiver mais massa
distribuída
58, 62
. De qualquer forma, a fim de se verificar a eficácia e a confiabilidade deste
procedimento de avaliação do alinhamento entre as escápulas no plano frontal, estudos que
utilizem softwares e empreguem a TMS e a TMP já estão em andamento pela autora. O
intuito é testar se uma boa correlação entre o COG do centróide e o COG do quadrilátero
traçado em volta do mesmo centide.
O fato de cada centide ou franja de Moicaracterizar-se como uma curva de nível,
admite-se que quanto mais franjas apresentar determinada região, mais profunda ela é (ou
sobressalente, dependendo do ponto de vista). Deste modo, pode-se atribuir essas curvas
sobressalentes da diferença entre os lados direito e esquerdo à presença de gibosidade nas
costas do indivíduo. Essa iia também foi admitida por Mínguez et al.
81
e Batouche
104
.
É importante salientar que se tratando de um método topográfico, a TMS abrange toda
a região superficial que está sendo avaliada. Por isso, deve ser considerado que além das
deformidades ósseas que podem ser visualizadas na superfície de um corpo, outros elementos
contribuem para o resultado de uma análise. Acrescenta-se que edemas, excesso de pele, pêlos
em abundância e equizemas são fatores que podem interferir nesse aspecto. O exame de raio-x
seria a alternativa ideal ao se desejar um diagnóstico detalhado da estrutura óssea do
indivíduo sendo assessorado por exames de outra natureza, como as densitometrias ósseas.
Batouche e Benlamri
84
afirmaram que a assimetria da região escapular no plano
transverso estava relacionada ao desalinhamento das escápulas no plano frontal. Neste estudo,
extrapolou-se e supôs-se que as gibosidades presentes estavam relacionadas desalinhamentos
entre as escápulas no plano transverso, e à coluna, no plano frontal. Essa suposição foi
levantada por outros autores
97
, mas negada, neste estudo. É possível que os resultados sejam
devido a uma compensação das estruturas articulares a fim de manter o equilíbrio e o mínimo
gasto energético na manutenção da postura ortostática.
O alinhamento das escápulas pode interferir na função desenvolvida pelos ombros e,
por conseguinte, pelos membros superiores. O prejuízo dessa função nos idosos já foi objeto
de estudo por alguns autores
111
.
Em vários aspectos, as mulheres apresentam mais riscos que os homens a
desenvolverem certos tipos de doenças, o que pode ser amenizado ou reforçado de acordo
com os hábitos de vida, a dieta alimentar, o uso de medicamentos, etc. Carvalhães Neto
14
trata
o gênero feminino como um fator de risco para a incapacidade na velhice, que associado a
outras características, como a obesidade, acentuam mais o quadro. Vogt et al.
112
estudaram
116
homens e mulheres brancos de 70-79 anos (n=3.075) quanto à prevalência de dor nos ombros
e no pescoço, relacionando-a com outros fatores. Constatou-se que as mulheres sentiam mais
dor e que outros elementos interferiam nesses resultados, como a baixa escolaridade, a
depressão, os problemas cardíacos e a artrite. Além disso, comprovou-se que, na presença de
dor em um outro local, ombros e pescoço poderiam sentir uma dor irradiada.
Os resultados referentes à análise da cifose torácica mostraram que os homens se
distanciavam da linha média do corpo, aproximadamente, 40mm para frente (flexão), aos 60-
69 anos, até ±50mm, na faixa etária de 80-89 anos. Nas mulheres, aos 90 anos, a profundidade
podia ser maior, de ±60mm. Esses valores são consideráveis tendo-se em vista que a medição
foi feita a partir da região escapular considerando-se quanto aquele segmento vertebral se
afastou da linha média do corpo.
A incidência de hipercifose torácica foi medida com base na premissa de que os
pontos que pertencem à mesma franja, têm a mesma altitude. E a diferença entre as franjas de
Moivizinhas paralelas é relativamente constante
64, 85
.
O fato de se ter encontrado curvaturas importantes nessa região da coluna vertebral
merece atenção e corrobora com a questão de que idosos, realmente, apresentam um perfil
cifótico comparado a indivíduos mais jovens
4, 11, 27, 34, 44
.
Kendall, Mccreary e Provance
36
afirmaram que o aumento da curvatura cifótica da
região torácica contribui para o desalinhamento da escápula com rotação inferior (na qual o
ângulo inferior projeta-se medialmente à raiz da espinha escapular) e inclinação anterior (na
qual o ângulo inferior projeta-se para fora do rax). Kebaetse, McClure e Pratt
113
verificaram
que a posição da coluna torácica pode afetar os movimentos da cintura escapular, inclusive
diminuir a força nos movimentos do ombro. Ressalta-se que os desalinhamentos escapulares,
em alguns casos, podem ser corrigidos com manobras de correção postural
114
e fortalecimento
muscular
34, 106
.
Estudos recentes têm discutido a relação entre a curvatura cifótica acentuada de
indivíduos idosos, a presença de osteoporose vertebral e a influência desses elementos na
qualidade de vida do sujeito.
O enfraquecimento e a piora da qualidade do tecido ósseo leva a uma série de
pequenas fraturas. Após a primeira fratura vertebral, o risco de uma nova fratura subseqüente
aumenta consideravelmente. A isso se o nome de ‘fenômeno da cascata da fratura
vertebral’
35, 40
. Essas fraturas provocam danos que vão muito além do aspecto estético, como
o aumento da curvatura cifótica fisiológica do indivíduo. Brigs, Greig e Wark
35
afirmam que
esta cascata de fraturas vertebrais afetam propriedades neurofisiológicas sobretudo
117
relacionadas ao controle do equilíbrio e da mobilidade do tronco. Mais especificamente, Greig
et al.
115
verificaram, em seu estudo, que a instabilidade do equilíbrio postural pode ser devido
à uma fratura em local específico da coluna, mais do que o conjunto de fraturas apresentado e
a conseqüente deformidade da coluna vertebral que isso acarreta.
Quanto aos resultados antropométricos, na Tabela 4 (Página 73), observou-se que a
quantidade de pessoas avaliadas dentro de cada grupo etário tendeu a diminuir com o avanço
da idade, para ambos os neros, porém, mantendo-se a diferença de número entre homens e
mulheres. Isso corrobora com outros estudos populacionais apresentados na literatura
científica
11, 12, 116, 117
.
Dados antropométricos mostraram, também, uma diminuição da estatura com o
avanço da idade, sendo que as mulheres apresentaram as menores medidas, o que vai ao
encontro com dados da literatura
4, 11
.
Embora não seja foco do estudo a abordagem das variáveis antropométricas avaliadas,
sob o ponto de vista nutricional, é de se destacar que as mulheres apresentaram uma média de
PAb em elevação da faixa etária 60-69 anos para 70-79 anos. Ainda, comparadas aos
homens, elas apresentaram os maiores valores de IMC aos 60-69 anos e 70-79 anos. Esses
resultados não são positivos, pois está havendo um amulo de fatores de risco para a
incapacidade na velhice
14
pelas idosas de Porto Alegre. Além do prejuízo pessoal, há uma
sobrecaraga no sistema de saúde, do ponto de vista de sociedade, à medida que o tratamento
de doenças é mais oneroso que a prevenção de doenças. Bons exemplos de países
desenvolvidos devem ser seguidos quando se tem o enfoque na prevenção de doenças (através
do rastreamento de escolioses em jovens e outros parâmetros de saúde em idosos).
Na literatura científica, percebe-se uma lacuna em estudos populacionais com
abordagem no idoso no sentido de que nem todas as dimensões sicas do envelhecimento são
contempladas. Em rios países, incluindo o Brasil, o enfoque maior é dado nas
características antropométricas e na estimativa de gordura corporal no idoso, predizendo os
riscos cardiovasculares desses indivíduos
11, 12, 15, 116-118
. Algumas suposições explicam isso.
Primeiramente, estudos populacionais, geralmente, envolvem um n amostral grande, que deve
ser avaliado em um determinado período, com datas pré-estabelecidas, por pessoas
qualificadas e capacitadas. As, é necessário que haja um retorno dessas informações
muitas vezes realizada na forma de publicações científicas.
Em segundo lugar, devem ser considerados os custos envolvidos na infra-estrutura, na
logística e na mobilização de pessoal – pesquisadores e avaliados. É possível que essas
condições não permitam que todos ou muitos dos parâmetros desejáveis sejam avaliados nos
118
idosos no determinado período de tempo estipulado. Deste modo, faz-se necessária a escolha
de características imediatamente relevantes à sociedade de modo que forneçam uma retro-
alimentação sobre o perfil de saúde dos idosos. Em terceiro lugar, partindo-se dos princípios
acima listados, a avaliação postural não seria um dos aspectos escolhidos em detrimento de
composição corporal, por exemplo.
Por outro lado, defende-se a idéia de que: primeiro, o apoio financeiro a esse tipo de
pesquisa é extremante importante e, apesar de, no Brasil, alguns estudos terem recebido verba
e auxílio para o desenvolvimento da pesquisa, essa o é uma prática comum e poucos são os
Estados brasileiros que possuem algum tipo de delineamento de sua população idosa (apesar
dos números mostrarem que a população envelhece e cresce nesta parcela). Além disso, o
EMIPOA é um bom exemplo de que contou com o voluntariado dos pesquisadores durante
toda a pesquisa. E, conforme fora dito, somou-se mais de cem pessoas.
Segundo, o perfil postural do indivíduo traz muitas informações relevantes acerca de
sua saúde sica, de sua aparência física. E pode servir como método de avaliação
complementar fornecendo informações cruzadas para permitir dados mais conclusivos sobre o
aspecto de saúde do idoso.
Finalmente, mesmo que não haja tempo hábil para a realização de avaliações
posturais, devem ser pesados os prós e contras para a não realização dessas averiguações. De
qualquer modo, a partir das intervenções (públicas ou privadas) realizadas embasadas nos
resultados dos estudos populacionais as análises posturais podem ser novamente sugeridas
como acompanhamento do tratamento/ treinamento ministrado (partindo-se do princípio que
uma das estratégias seria o oferecimento de exercícios sicos em programa estruturado por
equipe multidisciplinar de profissionais da saúde).
Espera-se que a população envelheça de forma saudável e apresentando o nimo de
depenncia possível
3
. Também, é desejável que o sistema de saúde esteja preparado para
atender à população de forma eficiente e otimizada. Dados como os apresentados referentes
ao IMC, mais do que a hipótese de interferir na manutenção da postura ortostática, pode levar
a prejuízos não somente à saúde do sujeito como a gastos com saúde desnecessários. Uma vez
que o que se preconiza é a prevenção em detrimento do tratamento de doenças (quando
possível).
No presente estudo, sugeriu-se a TMS como um método complementar das avaliações
posturais. Não se pretendeu afirmar que a curvatura ântero-posterior acentuada dos idosos
deve-se a presença de osteoporose, mas que pode ser um indício disso. Isso porque o melhor
método de avaliar a presença de fraturas vertebrais é a radiografia
28, 68
. Ainda, seria necessário
119
a comparação entre os dois métodos. Inclusive a presença de fraturas de vértebra
diagnosticadas através de radiografia da coluna lombar já permite o tratamento da
osteoporose, mesmo sem a quantificação através da densitometria óssea. Em idosos, porém, é
mais interessante que seja feita uma investigação da fratura antes de se tratar a osteoporose
28
.
O estudo trouxe, também, dados de percentis sobre as variáveis estudadas. Isso torna-
se relevante na medida em que, segundo Vincent, os percentis traduzem-se em parâmetros de
comparação. Ou seja, dizer que um idoso de 70 anos possui um valor de profundidade de
cifose torácica de 5mm não significa muita coisa. Mas, comparando esse valor com as
medidas apresentadas pela população idosa, diríamos que este idoso possui uma curvatura
mais acentuada que mais de 50% da população daquela faixa etária.
Os percentis são utilizados no controle de treinamento de atletas (Vincent) e foram
utilizados na descrição de parâmetros estudados em estudos populacionais de idosos
11, 12, 116,
119
120
3.9 Conclusão
A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que:
1) Os desvios posturais da coluna no plano frontal dos idosos de Porto Alegre foram
caracterizados na maioria dos homens (70,8%), porém em menos da metade do
número de mulheres (42,6%). Os desvios em “S” foram mais presentes nos
homens mais jovens, enquanto que as mulheres de mesma faixa etária, além disso,
também, apresentaram deformidade em C”.
2) O alinhamento das escápulas no plano frontal dos idosos de Porto Alegre foi
avaliado em mais homens (75,2%) que mulheres (55,9%). As diferenças entre os
lados direito e esquerdo foram maiores nos indivíduos mais velhos. Contudo, essas
diferenças foram menores que para ambos os gêneros, na maioria das faixas
etárias.
3) O alinhamento entre as escápulas no plano transverso demonstrou presença de
gibosidades na maioria dos indivíduos, entre homens e mulheres.
4) A curvatura torácica ântero-posterior foi avaliada em 100% da amostra e foi maior
conforme a progressão da idade, para ambos os gêneros.
5) Referente aos desvios posturais estudados, as diferenças estatísticas quanto aos
gêneros somente foram encontradas quanto ao alinhamento entre as escápulas no
plano transverso.
6) Referente às características antropométricas de IMC e PAb, foram encontradas
correlações apenas para o gênero feminino, com a cifose torácica e a variação
angular no plano frontal da coluna vertebral.
121
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em 1995, desenvolveu-se o Estudo Multidimensional das Condições de Vida do Idoso
que enfocou a população com mais de 60 anos do Estado do Rio Grande do Sul
16
. Cerca de 11
anos depois, o EMIPOA entrou em vigor, porém abordando somente a população idosa da
capital gaúcha, Porto Alegre. Embora, inicialmente, a iia fosse comparar as mudanças
ocorridas no perfil dessa população no dado intervalo de tempo, alguns parâmetros não
puderam ser re-avaliados possuindo, portanto, um caráter inédito a partir do EMIPOA. Isso
torna comparações sob este aspecto inviáveis, como as avaliações posturais.
A avaliação postural é uma importante etapa de uma avaliação física global. A postura
corporal retrata a aparência do indivíduo, os hábitos e cios posturais e podem indicar um
caminho a seguir em um programa de exercícios físicos.
Os idosos apresentam uma postura ortostática típica, com aumento da base de
sustentação, aumento do arco cifótico e da cavidade torácica, diminuição da estatura, entre
outras características físicas. Muitos desses aspectos podem ser explicados por transformações
biológicas, doenças instaladas, uso de medicamentos e hábitos de vida adquiridos. Por isso,
acredita-se que uma avaliação postural deve complementar a investigação acerca do idoso.
Em estudo populacional, devido à sua forma organizacional e os propósitos que o
movem, aceita-se o fato de se enfocar alguns parâmetros antropométricos, que levem a
predizer riscos de doenças cardiovasculares para o determinado indivíduo, e exames de
natureza laboratorial, para a averiguação bioquímica. Entretanto, a postura corporal do idoso
associada com outros fatores de investigação pode significar muito sobre sua vida, incluindo
aspectos emocionais e sicos (debilitação do sistema musculoesquelético, por exemplo).
O emprego da TMS na avaliação postural de idosos mostrou-se inovador, mas alguns
aspectos da etapa de análise devem ser aprimorados e automatizados, como já está o sendo. O
estudo trouxe um mapeamento do perfil postural dos idosos de Porto Alegre, propiciando
informações interessantes sobre as diferenças entre os gêneros e as relações com as
características antropométricas. Associadas com os dados de outros parâmetros pesquisados, a
população com mais de 60 anos de Porto Alegre, acredita-se, terá o seu perfil bem delineado.
Pesquisas futuras são necessárias enfocando o aprimoramento e a padronização das
rotinas da TMS. Espera-se que o estudo estimule o uso da TMS para o rastreamento de
deformidades posturais, também, dos idosos.
122
Também, as informações coletadas acerca da população idosa de Porto Alegre devem
ser cruzadas para permitir um entendimento mais efetivo (e conclusivo) sobre os indivíduos.
E, principalmente, que auxiliem em uma maior compreensão dos femenos investigados
nessa tese.
A partir disso, espera-se que iniciativas tomadas em prol dos idosos de Porto Alegre,
do ponto de vista de serviços, cuidados e atendimento, possam ser melhor orientadas baseadas
nos resultados do EMIPOA
123
LIMITAÇÕES
Algumas limitações foram identificadas no decorrer deste estudo. O caráter voluntário
da pesquisa de base populacional trouxe algumas conseqüências como o não comparecimento
de alguns idosos selecionados na Fase 1 do EMIPOA. Além disso, a magnitude do estudo,
envolvendo oito distintas áreas acadêmicas e cerca de 100 profissionais, de certa forma,
dificultou a organização dos dados e a divulgação de informações importantes e comuns entre
as áreas. Sem deixar de mencionar, obviamente, a trágica partida do coordenador do Projeto,
Prof. Dr. Antônio Carlos Araújo de Souza. As circunstâncias fizeram que, por algum
momento, houvesse uma pausa na divulgação de outros dados da pesquisa.
O emprego da TMS no estudo foi, também, um fator limitador visto que a literatura
pareceu não apontar uma padronização dos procedimentos de teste. Ainda, a ausência de
estudos que tenham abordado a técnica em idosos impediu que os resultados fossem
confrontados com estudos de mesma natureza. Além disso, a não-automatização do processo
foi um fator que dificultou a análise de um grande número de imagens.
124
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134
APÊNDICE A – Ficha de Avaliação
AVALIADO
TURNO DA AVALIÇÃO
MATRÍCULA
MANHÃ ( ) TARDE ( )
DATA
IDADE
ESTAÇÃO 1- COMPOSIÇÃO CORPORAL
ESTATURA
DOBRAS
CUTÂNEAS
1 2 3 MEDIANA
PERIMETRIA DIÂMETROS
(H) PEITORAL
ABDÔMEN
BIACROMIAL
(M) TRICEPS
CINTURA
BIESTILÓIDE
(M) SUPRA-
ILÍACA
QUADRIL
UMERAL
(H)
ABDOMINAL
COXA
FEMORAL
(AMBOS)
COXA
PANTURRILHA
BIMALEOLAR
BRAÇO RELAX
ESTAÇÃO 2 - BIOIMPEDÂNCIA
BIOIMPEDÂNCIA
MANUAL
BIOIMPEDÂNCIA
BALANÇA
MASSA CORPORAL
ESTAÇÃO 3 – AVALIAÇÃO POSTURAL ESTAÇÃO 4 – TÉCNICA DE MOIRÉ
FOTO POSTURAL VP
FOTO MOIRÉ 1
FOTO POSTURAL
VLD
FOTO MOIRÉ 2
CHECKLIST
COMPOSIÇÃO
CORPORAL
TÉCNICA DE
MOIRÉ
BIOIMPEDÂNCIA ESTATURA
AVALIAÇÃO
POSTURAL
135
ANEXO A – Aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS
136
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estudo Multidimensional do Idoso de Porto Alegre - Fase II
Justificativa e Objetivos: Estamos desenvolvendo uma pesquisa chamada Estudo
Multidimensional do Idoso de Porto Alegre que tem como objetivo avaliar aspectos bio psico
sociais de idosos de ambos os sexos residentes em Porto Alegre.
Procedimento: A avaliação proposta consiste em um exame sico realizado por geriatras,
onde será verificada a pressão arterial, realizado um eletrocardiograma e um exame para
avaliar a massa óssea que será feito no pé direito.
O voluntário também participará de outras avaliações que tem como objetivo
determinar a capacidade de levantar de uma cadeira, de caminhar por poucos metros e voltar a
sentar. Outro teste consiste em avaliar o equilíbrio, devendo para isto encostar-se de lado em
uma parede e com os pés levemente afastados inclinar o braço direito esticado para frente.
A força de preensão da mão, fundamental para segurar objetos e segurar-se quando for
cair será avaliada apertando um aparelho medidor de força com a mão que será
complementado pela avaliação do músculo feito por um aparelho parecido com um
eletrocardiograma.
Um teste para avaliar a capacidade do pulmão para inspirar e expirar será feito através
de um aparelho onde deverá assoprar por um pequeno tubo ligado ao aparelho. Na hora de
assoprar, para que parte do ar não saia pelo nariz, precisamos apertar o nariz com os dedos ou
de outra forma que não seja desconfortável.
Também será feita uma avaliação postural onde voficará de pé com os pés afastados
naturalmente e posicionado atrás um equipamento parecido com uma tela sobre uma base
giratória sem o perigo de cair. Serão tiradas fotos de costas e de lado.
Para medir o quanto de gordura tem o corpo do voluntário, a altura e demais medidas
corporais utilizando os seguintes equipamentos uma balança, um papel milimetrado colado a
uma parece onde será fotografado para posteriormente obter todas as medidas necessárias, A
medida da gordura corporal deverá ser estimada pela medida de dobras de pele em alguns
137
pontos do corpo e por um aparelho semelhante ao um volante em que o voluntário segura com
as mãos. Para a medida da altura, cintura e quadril se utilizada uma fita métrica
(estadiômetro). Todas estas medidas serão realizadas tomando-se o máximo cuidado de não
constranger o voluntário.
A avaliação da memória e capacidade de pensar será feita por um questionário onde o
voluntário descreve sua capacidade para lembrar nomes, números de telefone, notícias, onde
guarda objetos e de realizar lculos. O teste fluência verbal avalia à habilidade de produzir
fala espontânea.
A parte nutricional será avaliada por meio de duas entrevistas diretas com o
voluntário, uma que o mesmo contará exatamente o quer comeu e bebeu no dia anterior e a
outra será para conhecer o que o voluntário costuma ingerir em cada refeição, a quantidade,
como é preparado os alimentos e bebidas consumidas.
A avaliação farmacêutica é composta por um questionário sobre quais os
medicamentos utilizados, a forma de uso e se ocorre algum efeito colateral.
Faremos uma coleta de sangue para avaliar açúcar no sangue, veis de colesterol.
Como não dispomos no momento de recursos, uma parte do sangue será guardado para
posteriormente ser analisado. Da mesma forma estudos de genes para doenças poderão ser
pesquisados neste material.
Para isto precisaremos da sua autorização, assim como precisamos saber se o Sr.(a)
tem interesse de saber dos resultados quando tivermos. A identificação deste sangue coletado
ficará sob a guarda do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS.
Qualquer tipo de avaliação deste material será possível mediante a autorização
expressa do Comitê de Ética da PUCRS. O voluntário será avaliado por meio de perguntas em
relação a capacidade de estar independente, seu auto cuidado, a qualidade de vida, sobre a
vacinação e o uso de preservativo nas relações sexuais. O voluntário terá a liberdade de
responder ou não as perguntas.
Os dados obtidos nas entrevistas são de responsabilidade dos pesquisadores
envolvidos e a Pontifícia Universidade Católica do RS.
Fui igualmente informada/o:
da garantia de receber resposta a qualquer esclarecimento acerca dos
procedimentos e outros assuntos relacionados à pesquisa;
da liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo sem que isto traga prejuízo ao cuidado e tratamento no
serviço de saúde;
138
da segurança de que não serei identificada/o e o caráter confidencial das
informações relacionadas a minha privacidade;
de que se existirem gastos para a minha participação estes serão absorvidos
pelo orçamento da pesquisa.
Eu, _________________________________ fui informada dos objetivos da pesquisa
acima de maneira clara e detalhada. Esclareci minhas vidas. Sei que em qualquer momento
poderei solicitar novas informações. Para qualquer pergunta sobre os meus direitos como
participante deste estudo ou se penso que fui prejudicado pela minha participação ou ainda, se
quiser fazer novas perguntas sobre este estudo, posso chamar Dr. Antonio Carlos Araújo de
Souza (pesquisador responsável) no telefone (51) 3336 - 8153 ou o Comitê de Ética e
Pesquisa da PUCRS pelo telefone: (51) 3320 - 3345.
Declaro que recebipia do presente Termo de Compromisso.
______________________ ______________________ ____________
Assinatura do Paciente Nome Data
______________________ ______________________ ____________
Assinatura do Pesquisador Nome Data
Este formulário foi lido para _________________________________ (nome do paciente) em
____/____/______ (data) pelo _____________________ (nome do pesquisador) enquanto eu
estava presente.
______________________ ______________________ _____________
Assinatura da testemunha Nome Data
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