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com uso de vagina artificial, duas vezes por semana, sendo 10 coletas por animal, totalizando 40
ejaculados. Após a coleta, cada ejaculado foi previamente avaliado quanto ao volume (medido em
tubo graduado), concentração (por espectrofotometria), motilidade massal, percentual de
espermatozóides móveis e vigor, segundo Chemineau et al. (1991). Foram utilizados apenas
ejaculados com volume superior a 0,5 mL, concentração mínima de espermatozóides de 3,5 x 10
9
sptz/mL, motilidade massal e vigor mínimo de 3,5, percentual de espermatozóides móveis superior a
80% e percentual de patologias espermáticas inferior a 10%.
A criopreservação foi realizada em etapas segundo metodologia de Chemineau et al. (1991)
modificada. Foram utilizados os diluentes ACP-102c (pH 7,0; 434 mOsm/Kg) e TRIS (pH 6,8; 302
mOsm/Kg) para a criopreservação. Ambos diluentes foram divididos em duas frações (fração “A” e
“B”). A fração “A” do diluente ACP-102c (ACP Biotecnologia, Fortaleza-Ceará, Brasil), foi preparada
segundo recomendação do fabricante, com acréscimo de 40 mg de gentamicina e 15% de gema de
ovo, enquanto a fração “A” do diluente TRIS consistiu de 3,786 g de TRIS, 2,11 g de ácido cítrico, 1,0
g de frutose, 40 mg de gentamicina, 20% de gema de ovo, em 100 mL de água destilada (Singh et al.,
1995). A fração “B” de cada diluente teve a mesma constituição da fração “A”, mas acrescida de 10%
de glicerol, de modo a obter, após a diluição, concentração final de 5% de glicerol. As amostras de
sêmen de cada ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas nas frações “A” de ACP-102c e
TRIS. Estas diluições foram realizadas a 32
o
C de modo a obter uma concentração de 800x10
6
sptz/mL.
Em seguida o sêmen diluído foi resfriado até 5
o
C em 120 minutos, quando então foi realizada a adição,
em três etapas, da fração “B” de cada diluente, obtendo concentração final de 400x10
6
sptz/mL. O
sêmen foi mantido em equilíbrio a 4
o
C por duas horas, quando então foram envasado em palhetas de
0,25 mL, colocadas em suportes e congeladas em vapor de nitrogênio líquido, a 3,5 cm acima do nível
do nitrogênio líquido, por 10 minutos, quando então eram imersas em nitrogênio líquido,
acondicionadas em racks e estocadas em botijões criogênicos. Uma palheta por diluente, por
ejaculado, foi descongelada 15 dias após criopreservação, por imersão das mesmas em banho-maria a
37
o
C por 30 segundos, e seu conteúdo seminal alocado em tubos modelo Eppendof
®
mantidos em
banho-maria à mesma temperatura.
As análises morfométricas foram realizadas tanto com o sêmen fresco como criopreservado
em ACP-102c e TRIS. Cinco microlitros de sêmen fresco diluído ou criopreservado foram diluídos/re-
diluídos em solução citrato-glicose (Evans & Maxwell, 1990), e incubados por cinco minutos a 37
o
C,
de modo a obter uma concentração de 50x10
6
espermatozóides/mL. Cinco microlitros desta suspensão
foram utilizados para confecção de esfregaço em lâminas para microscopia e secas ao ar. Estas
lâminas foram coradas segundo metodologia de Talbot & Chacon (1981) e adaptado por Garde et al.
(1992), sem o uso dos corantes azul de tripan e marrom de Bismark. Os esfregaços foram fixados por
30 minutos em solução de gluteraldeído 3% tamponada a pH 7,2, seguida de lavagem com água
destilada e secagem ao ar. As lâminas foram coradas por imersão em solução de Rosa Bengala 0,8%
tamponada a pH 5,3, sendo submetidas a uma última lavagem com água destilada e secagem ao ar,