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MANOEL ROBERTO DE PAULA MACEDO
A IMPORTÂNCIA DE ALGUNS ADESIVOS DENTAIS E DE VÁRIOS
TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE SOBRE A DENTINA HUMANA IN
VITRO. ANÁLISE DA RESISTÊNCIA ADESIVA POR MICRO-
CISALHAMENTO
São Paulo
2008
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Manoel Roberto de Paula Macedo
A IMPORTÂNCIA DE ALGUNS ADESIVOS DENTAIS E DE VÁRIOS
TRATAMENTOS DE SUPERFÍCIE SOBRE A DENTINA HUMANA IN
VITRO. ANÁLISE DA RESISTÊNCIA ADESIVA POR MICRO-
CISALHAMENTO
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo, para obter o título de
Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em
Odontologia.
Área de Concentração: Dentística
Orientador: Prof. Dr. Narciso Garone Netto
São Paulo
2008
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Macedo MRP. A importância de alguns adesivos dentais e de vários tratamentos de
superfície sobre a dentina humana in vitro. Análise da resistência adesiva por micro-
cisalhamento [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
São Paulo, ___/___/2008
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr(a). _________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: ________________________________
2) Prof(a). Dr(a). _________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: ________________________________
3) Prof(a). Dr(a). _________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: ________________________________
4) Prof(a). Dr(a). _________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: ________________________________
5) Prof(a). Dr(a). _________________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: _______________________
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Catalogação-na-Publicação
Serviço de Documentação Odontológica
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Macedo, Manoel Roberto de Paula
A importância de alguns adesivos dentais e de vários tratamentos de
superfície sobre a dentina humana in vitro. Análise da resistência adesiva por
micro-cisalhamento / Manoel Roberto de Paula Macedo; orientador Narciso
Garone Netto. -- São Paulo, 2008.
81p. : fig., tab.; 30 cm.
Tese (Doutorado - Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Área de
Concentração: Dentística) -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo.
1. Dentina Tratamento de superfície 2. Dentina Adesivos dentinários
3. Dentística
CDD 617.675
BLACK D2
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,
DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO.
São Paulo, ____/____/____
Assinatura:
E-mail:
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"Deus nos fez perfeitos e portanto não escolhe os capacitados,
capacita os escolhidos".
Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e
perseverança.
Albert Einstein
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DEDICATÓRIA
Dedico esta tese a toda minha família; cada um de sua maneira me ajudou durante toda a
minha vida até eu chegar aqui.
Um obrigado especial à minha Mãe que com sua coragem e amor pela vida descobriu um
novo sentido nas coisas e mais uma vez ensinando os valores de nossas existências
Muito obrigado aos meus irmãos Fezão e Alemão por fazerem parte da minha família.
Muito obrigado ao meu Pai por ajudar a me fazer existir.
Muito obrigado aos meus amigos por também dividirem minha alegrias e tristezas e estarem
sempre ao meu lado.
Muito obrigado a Paulinha; a futura senhora de Paula Macedo por ter me encontrado,
vigiado e acreditado na gente; de seu sempre Betão.
E um muito, muito obrigado a todos vocês aí de cima
Obrigado por sempre existirem em minha vida
Amo de coração todos vocês
7
Ao
Prof.; ao Dr. Narciso; ao Dr. Garone; ao
Prof. Dr. Narciso Garone Netto, ou simplesmente ao Narciso
entre outras tantas identidades,
agradeço em especial ao meu professor que, além de
“não ter me deserdado” nessa segunda jornada,
conseguiu aumentar ainda mais o
respeito que tenho e que sempre terei por ele.
Não pense que o senhor estará livre de mim!!!
Obrigado pelo carinho e pela amizade,
Do seu sobrinho “AINDA FOCADO”
Beto
8
AGRADECIMENTOS
A todos os professores do Departamento de Dentística (FOUSP);
À CAPES pelo apoio cedido com a bolsa de estágio de Doutorado no exterior;
À Maria Amélia pela compreensão por ceder horas e mais horas de estudos que
“roubei” seus finais de semana;
Ao Prof. Jack L Ferracane e ao Prof. Tom Hilton da OHSU que me receberam de
braços abertos durante todo esse ano durante meu estágio de Doutorado no exterior;
Ao pessoal do INPE, em especial ao Prof. Corat e ao Prof. Vladimir; pelas
indispensáveis informações para a realização deste trabalho;
À Vânia (bibliotecária), por me ajudar a entregar a tese dentro do prazo;
A todos os pós-graduandos do Departamento de Dentística (FOUSP);
Ao Davi, Soninha e Ana da secretaria do Departamento de Dentística (FOUSP);
À Kátia, Alexandra e Nair do Departamento da Pós-Graduação;
E a todos os amigos que fiz durante esses 5 anos aqui na faculdade.
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Macedo MRP. A importância de alguns adesivos dentais e de vários tratamentos de
superfície sobre a dentina humana in vitro. Análise da resistência adesiva por micro-
cisalhamento [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi estudar a ação sobre a dentina humana (in vitro) de vários
tratamentos de superfície: Lixa, IADR-GM, CVDt e CVDi e de alguns adesivos dentais:
Adper Sigle Bond 2 (SB), Clearfil SE Bond (CF) e Adper Prompt L-Pop (PL) avaliando:
rugosidade e resistência adesiva por micro-cisalhamento. Foram utilizados 72 terceiros
molares hígidos que foram divididos ao meio. As superfícies oclusais das 144 metades
dentais foram removidas e padronizadas com Lixa #600. Após receberem os tratamentos de
superfície citados, foi avaliada a rugosidade média superficial (Ra) da dentina. Em seguida
realizou-se a hibridização e a confecção dos cilindros de resina composta (RC) para finalizar
o preparo dos corpos de prova (cps). Após armazenagem de 24h em água destilada a 37
0
C
realizou-se o teste de micro-cisalhamento com velocidade de deslocamento de 1mm/min.
Os resultados foram submetidos a testes de analise estatística (ANOVA) onde foi
comprovado que a menor Ra foi encontrada nas superfícies instrumentadas com Lixa #600
seguida pelo CVDi, IADR-GM que apresentaram rugosidade intermediaria e se igualaram e
pelo CVDt que produziram as superfícies mais rugosas. para o tratamento de superfície,
o CVDi foi que apontou os piores valores de resistência de adesão que com Lixa e IADR-
GM. Nos resultados para os adesivos, o PL apresentou valores de resistência à união
inferiores ao SB e CF que se igualaram. para a interação entre os tratamentos de
superfície e os adesivos não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos
10
tratados com Lixa #600, IADR-GM e CVDt e hibridizados com SB ou CF. Concluiu-se: que a
Ra produzida em dentina pelo CVD variou de acordo com o tipo de movimento (CVDt
produz maior rugosidade que o CVDi); que não foi possível estabelecer uma correlação
entre Ra e valores de resistência adesiva; que o PL apresentou valores de resistência à
adesão inferiores aos obtidos pelos adesivos SB e CF; que a interação dos tratamentos
Lixa, IADR-GM e CVDt com os três adesivos (SB, CF, PL) mostrou valores mais altos para o
SB e CF que se igualaram e menores para o PL; que o fator tratamento não produziu
diferença de resistência adesiva para o adesivo CF e o mesmo ocorreu com o PL.
Palavras-chave: Adesão, adesivos dentais, rugosidade, micro-cisalhamento, ponta
diamantada, CVD, ultra-som
11
MACEDO MRPM. The relevance of some dental adhesives and different surface
instrumentations on human dentin (in vitro). Micro-shear bond strength analyses [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008.
ABSTRACT
The aim of this in vitro study was to evaluate the micro-shear bond strength and the
roughness to human dentin using different instrumentations (SiC #600, diamond rotary bur,
CVDt and CVDi) and three dentin adhesive/composite resin systems: Adper Sigle Bond 2
(SB), Clearfil SE Bond (CF) e Adper Prompt L-Pop (PL). Seventy-two third molars were split
in the middle. The oclusal third from the one hundred and forty and four halves were
removed and standardized using the SiC #600. After the prepared surfaces, which were
analyzed the roughness average (Ra) with a surface perfilometer and hybridization. The
specimens were then stored in distillated water for 24 hours at 37
0
C. The specimens were
then were attached to a micro-shear apparatus and subjected to a micro-shear strength test
at a crosshead speed of 1mm/min until failure occurred. The two-way ANOVA indicated that
there was significant differences in average roughness between the instrumentations which
SiC #600 was the smoothest surface. No differences were detected between dentin surface
prepared with diamond bur and CVDi (intermediate in the roughness assessment) and the
CVDt gave the roughest surface. The bond strengths varied slightly, though dentin
instrumentations with CVDi showed the lowest values than the surfaces prepared with SiC
#600 and diamond bur. The bond strengths varied slightly, though adhesives, PL showed
lower micro-shear bond strength than SB and CF, which were no significant relevance. The
interaction of SiC #600, diamond bur and CVDt using SB and CF showed no significant
12
difference in micro-shear bond strength and higher than PL. The instrumentation showed no
significant differences in micro-shear bond strength using CF and PL.
Keyword: adhesion, roughness, micro-shear bond strength, diamond bur, CVD, ultrasound
13
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................14
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................16
3 PROPOSIÇÃO ....... ......................................................................................40
4 MATERIAL E MÉTODO ..............................................................................41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................58
6 CONCLUSÕES ...............................................................................................73
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 75
14
1 INTRODUÇÃO
O objetivo final de uma restauração é se possível devolver a forma, a função
e a estética ao elemento dental. Se isso for realizado com restaurações adesivas, é
possível chegar ao objetivo desejado de maneira mais conservadora possível. Essa
união depende de diversas variáveis que incluem a geometria do preparo, a
adaptação do material à superfície dental e a composição química do material
restaurador (FINGER; MANABE; ALKER, 1989).
A maioria dos estudos que avaliam a resistência de união entre os adesivos
dentais e a estrutura dental é realizada em superfícies planas preparadas com lixa
#600 de carbeto de silício. No entanto, quando nos deparamos com a realidade
clínica, essa comparação não é realista, pois os preparos geralmente são realizados
com instrumentos abrasivos diamantados rotatórios (IADR) que apresentam
características topográficas e de espessura da camada de esfregaço bem
conhecidas. Com intuito de minimizar os efeitos indesejados que o sistema rotatório
proporciona como: o aquecimento, a formação de espessa camada de esfregaço, a
dor durante o tratamento e o trauma psicológico associado, surgiram novas
possibilidades de instrumentação cavitária como o laser de alta potência Er:YAG, os
jatos abrasivos (Óxido de Alumínio) e mais recentemente os instrumentos abrasivos
diamantados obtidos pela técnica Chemical Vapor Deposition utilizados em ultra-
som (TRAVA-ARIOLDI et al., 2002).
15
Com o surgimento desses novos tratamentos de superfície, o consenso é
cada vez menor entre correlação da morfologia impressa pelos diferentes sistemas
de desgaste e a adesão (AYAD; ROSENSTIEL; HASSAN, 1996).
Além dos avanços tecnológicos dos equipamentos destinados ao desgaste
dental, podemos citar também os avanços conseguidos nos sistemas adesivos.
Apesar dos altos valores de união dos adesivos do sistema all-etch conseguidos
pelos diversos testes que avaliam a resistência adesiva, a infiltração de monômeros
na dentina desmineralizada é dificultada podendo causar nano-infiltrações
(KENSHIMA et al., 2005). Estas entre outras desvantagens tem despertado o
interesse dos pesquisadores para o comportamento dos adesivos do sistema self-
etch. Os adesivos self-etch não necessitam condicionamento ácido prévio o que
reduz o tempo operatório e minimiza os problemas relacionados com a técnica; outra
vantagem é que a infiltração dos monômeros ocorre simultaneamente com o
processo de auto condicionamento dental pelo primer ácido (FINGER; MANABE;
ALKER, 1989; LELOUP et al., 2001; PASHLEY, 1984).
Dessa maneira um grande interesse na odontologia de instrumentação de
estruturas dentais associados ao uso dos adesivos self-etch.
16
2 REVISÃO DA LITERATURA
A revisão de literatura apresentada a seguir foi dividida por assuntos, com a
finalidade de torná-la mais didática.
2.1 Ultra-som
Catuna (1953) foi o primeiro a escrever sobre o uso do ultra-som na
Odontologia. O ultra-som (magnetoestrictivo) foi inicialmente desenvolvido para
preparar cavidades dentais tendo sido fabricado pela Cavitron Corporation de Nova
York. A ponta ativa desenvolvia movimentos lineares de vai-e-vem produzindo
grande concentração de energia. O autor demonstrou a eficiência dessa nova
tecnologia realizando preparos cavitários em dentes extraídos.
Pashley et al. (1988) analisaram em microscópio eletrônico de varredura
(MEV) o resultado de uma nova técnica de remoção da camada de esfregaço
produzida durante o preparo cavitário. Essa técnica consistia em utilizar a vibração
ultra-sônica na limpeza cavitária. Após a produção in vitro de uma camada de
esfregaço por diferentes métodos (lixa #320, #600 e ICR-C), as superfícies
desgastadas foram submetidos a um tratamento em cuba ultra-sônica por 10
17
minutos. Segundo os autores as vibrações promovidas pelo ultra-som promoviam a
remoção parcial do esfregaço dentinário.
Laird e Walmsley (1991) explicaram as propriedades físicas do ultra-som em
geral que poderiam apresentar possíveis efeitos biológicos. As ondas e cavitações
ultra-sônicas, efeitos térmicos, micro-corrente acústica e forças de radiação são os
principais ações apresentadas pelo ultra-som. Na odontologia, a geração de ultra-
som é obtida por um transdutor que geralmente é o piezoelétrico ou o
magnetoestrictivo que converte energia elétrica em energia mecânica.
Em 2002, Lea, Landini e Walmsley investigaram e sugeriram o uso do
escâner de vibração a laser (SLV PSV-300-F/S High Frequency Vibrometer
System) para a de captação de dados e imagens para análise dos movimentos da
cureta periodontal utilizada em ultra-som. Mesmo apresentando movimentos
nanométricos (média de 60 nanômetros), o equipamento mostrou-se eficaz na
detecção dos dados, indicando ainda que a amplitude de oscilação da cureta
periodontal diminui com o aumento da irrigação.
Guerisoli et al. (2002) avaliaram in vitro com auxílio do MEV a remoção da
camada de esfregaço intra-radicular após instrumentação endodontica (K-Flex). Foi
utilizado ácido etilenediamino tetra-acético (EDTAC) e hipoclorito de sódio (NaOCl)
associado ou não à agitação ultra-sônica. Ao final das instrumentações
endodonticas, uma lima de número 15 foi acoplada ao ultra-som em baixa potência
para tentar promover a limpeza dos condutos radiculares. De acordo com a
metodologia utilizada, o emprego do ultra-som nos canais irrigados com NaOCl a 1%
e EDTAC a 15% removeu a camada de esfregaço, os canais irrigados com água
destilada ou NaOCl a 15% não removeram efetivamente a camada de esfregaço.
18
2.2 Instrumentos abrasivos
Hartley et al. (1957) relataram a utilização de instrumentos abrasivos
diamantados rotatório de granulação média (IADR-GM) demonstrando sua eficiência
no desgaste de esmalte. Os autores avaliaram a perda das partículas de diamante
aderida à haste dos IADR-GM utilizados em diferentes velocidades (3000, 5000,
10000 e 15000rpm) após desgaste em vidro (0.25 polegadas de espessura).
Concluíram que quanto maior a velocidade, mais rápida era a perda das partículas
de diamante sendo maior na região periférica do que na região central da haste.
Lammie (1957) utilizou o perfilômetro para mensurar a rugosidade superficial
de dentes humanos após desgaste com vários instrumentos rotatórios: IADR-GM,
disco de carburundum e instrumento cortante rotatório de aço (ICRa). O grupo que
utilizou IADR-GM proporcionou ranhuras mais profundas. O grupo dos ICRa
necessitou mais de dois ICRa para a realização de cada desgaste. o grupo que
utilizou discos de carburundum apresentou as superfícies mais lisas, proporcionado
pelo tamanho reduzido das partículas abrasivas. Segundo o pesquisador, as
características das ranhuras vão depender do tipo de instrumento (IADR-GM,
carburundum, ICRa), granulometria e sentido de corte/abrasão utilizados.
Pines, Schulman e Vaidyanathan (1981) compararam análises realizadas em
MEV da topografia do IADR-GM de sete marcas comerciais. Observaram diferenças
significantes entre as pontas diamantadas analisadas. Mesmo as pontas de um
mesmo fabricante apresentavam-se com diferentes morfologias. Esse sistema de
19
fabricação proporciona falhas no processo de seleção das partículas de diamantes e
da agregação das mesmas à haste.
Em 1993, Wahle e Wendt Jr. avaliaram com um perfilômetro a rugosidade
superficial dentinária de 48 dentes humanos após serem preparados com diferentes
granulações de lixa, instrumento cortante rotatório de carbide (ICRC) e IADR-GM.
Dentre os instrumentos utilizados concluíram que não existia padrão de
granulometria das partículas de diamantes entre os fabricantes analisados e que a
espessura da camada de esfregaço variava com o padrão de rugosidade impressa
na dentina. A lixa #60 é a que mais se assemelha às superfícies preparadas com
IADR-GM.
Em 1996 Laufer, Pilo e Cardash compararam a rugosidade média superficial
(Ra) com o rugosímetro e analisaram em microscópio eletrônico de varredura (MEV)
as margens dos preparos protéticos realizados com instrumentos em alta rotação
IADR-GM, instrumentos abrasivos diamantados rotatório de granulação fina (IADR-
F) e instrumentos abrasivos diamantados rotatório de granulação extra-fina (IADR-
FF), com instrumentação manual e com pontas diamantadas acopladas ao ultra-
som. Os resultados de Ra não mostraram diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos preparados com IADR-GM, IADR-F e IADR-FF; o acabamento
manual do preparo não apresentou melhores resultados e o grupo preparado com o
ultra-som apresentou maior Ra.
Trava-Airoldi et al. (1996) demonstraram os primeiros resultados na produção
de diamante poli-cristalínico obtido pela técnica Chemical Vapor Deposition na
tecnologia do filamento aquecido. Esse estudo demonstrou que o crescimento de
20
diamante é possível em espessuras superiores a 10µm em superfícies irregulares,
sendo esses resultados mais eficientes que em superfícies lisas.
Em 1996, Valera et al. avaliaram a resistência ao desgaste das pontas CVD
rotatório com relação a três marcas comerciais de IADR-GM onde o processo de
fixação do de diamante é proveniente de solda galvânica. A cada 10 perfurações
as pontas eram analisadas em microscópio ótico onde percebia-se a perda de
partículas de diamantes da haste. Ao final das 50 perfurações os diamantes haviam
sido completamente removidos. nas pontas CVD rotatório, os testes continuaram
até 1000 perfurações sem apresentar desgaste, descolamento ou fratura do filme de
diamante.
Em 1996 Ayad, Rosenstiel e Hassan, em estudo in vitro se propuseram a
analisar em perfilômetro e em MEV as características morfológicas relevantes de
superfícies dentinárias preparadas com IADR-GM, ICR-C e ICR-C para acabamento
(ICR-CF). Foram realizados preparos dentinários de coroas totais utilizando uma
máquina desenvolvida para padronizar os preparos. Diferenças estatisticamente
significantes foram encontradas na morfologia dentinária superficial dos tipos de
instrumentação realizada. A média de rugosidade superficial encontrada foi de
8.6m, e 6.8m para dentes preparados com IADR-GM e ICR-C respectivamente. E
o grupo que apresentou-se com maior lisura superficial foi o realizado com ICR-CF
com 1.2m de média de rugosidade superficial. Os autores concluíram que o dente
que recebeu preparo protético, apresentou significantes diferenças na morfologia na
parede dentinária quando se variava o tipo de preparo dentinário.
Em 1998 Siegel e Fraunhofer em uma revisão bibliográfica avaliaram a
evolução do IADR. Demonstraram que os primeiros instrumentos abrasivos
21
diamantados foram idealizados no final do século 19 por Willman e Schroeder para a
realização de preparos protéticos. após a segunda guerra mundial, os IADR
começaram a ser fabricados como os atuais pois até então era impossível a
realização de preparos precisos pois possuíam enormes partículas de diamantes.
Atualmente o de diamante (natural ou sintético) varia de 80 a 160µm e é fixado à
haste pela deposição de uma matriz melica composta basicamente de níquel,
processo conhecido como deposição eletrolítica.
Em 1999, Borges et al., investigaram o potencial de corte e a resistência ao
desgaste do instrumento diamantado rotatório do tipo CVD rotatório. Os autores
compararam as foto-micrografias realizadas em MEV das pontas diamantadas CVD
rotatório e IADR-GM após serem submetidas ao desgaste em vidro e dente.
Relataram que as pontas CVD rotatório não apresentaram descolamento de
diamante por não possuírem solda galvânica para fixação do pó de diamante.
Em 2000 Bianchi, Freitas e Bianchi em estudo in vitro, estudaram o
desempenho de diferentes granulações de diamantes naturais e sintéticos. Relatam
que poucos autores se preocupam em estudar o comportamento da vida útil das
pontas diamantadas. Foram padronizados os valores de tensão e da corrente
elétrica do motor da caneta (modelo N270) que trabalhava a uma velocidade
máxima de 24000rpm. Os IADR-GM cilíndricos especialmente desenvolvidos para
este experimento foram conectados a um computador que coletava os dados
durante os cortes em vidro (155mm de altura por 90mm de comprimento e 8mm de
espessura). Os IADR-GM apresentavam-se com a parte ativa de 6mm de diâmetro e
12mm de comprimento com granulação que variava de 120 a 140µm. Segundo os
autores, a importância de escolher o formato cilíndrico se deve ao fato de uma
menor ocorrência de erros operacionais no posicionamento durante os ensaios. As
22
canetas eram presas a uma máquina retificadora plana que padronizavam os
desgastes. A máquina foi configurada com deslocamento transversal de 0.0055m/s e
velocidade tangencial de corte de 7.1m/s com penetração do IADR-GM no vidro de
400µm por passada. Os autores ainda ressaltaram que o desempenho dos IADR-
GM variou com: o tipo de abrasivo escolhido (natural ou sintético que pode ter
variação no grau de homogeneidade estrutural), o tamanho médio dos grãos, o tipo
de aglutinante assim como o modo irregular da disposição dos grãos. Todos esses
fatores reunidos não garantem que seja possível conferir exatamente sempre os
mesmos níveis de qualidade para todos os IADR-GM, ainda que pertençam a um
mesmo lote.
Em 2002, Trava-Arioldi et al., conseguiram comprovar uma alta aderência do
diamante produzido pela tecnologia CVD à um substrato metálico (molibdênio).
Avaliou-se a interface de união entre o diamante e o molibdênio com o intuito de
analisar a difusão entre o carbono e o hidrogênio no crescimento do diamante.
Utilizou-se um reator aquecido por filamento à temperatura aproximada de 700-
900
o
C, em atmosfera saturada principalmente por hidrogênio e nitrogênio. Nas
condições experimentais deste estudo, foi constatado que o diamante se forma da
maneira esperada. As propriedades mecânicas do molibdênio foram mantidas,
melhorando a aderência do diamante.
Em 2002 Vieira e Vieira em um estudo in vitro utilizaram lupa estereoscópica
e MEV, para avaliar o aspecto final das paredes cavitárias preparadas em dentes
humanos com IADR-GM e ponta diamantada CVD quantificando as estrias e
camada de esfregaço dentinário. Nas cavidades preparadas com ultra-som, apenas
20% apresentaram riscos em suas paredes axiais, enquanto os túbulos dentinários
estavam obstruídos com uma fina camada de esfregaço. Nas cavidades preparadas
23
com IADR-GM, 85% apresentaram ranhuras circulares e em quase sua totalidade
apresentavam espessa camada de esfregaço sem evidências de exposição de
túbulos dentinários.
Em 2003 Conrado et al., analisaram in vitro as rugosidades das superfícies de
esmalte e dentina humana após serem instrumentadas com instrumentos abrasivos
diamantados rotatório de granulação grossa (IADR-GG), IADR-FF, CVD rotatório e
CVD. As superfícies preparadas foram analisados em MEV demonstrando que em
ambas as superfícies (esmalte e dentina), as pontas CVD rotatório ou CVD,
apresentaram maior lisura superficial que a apresentada pelo IADR-GG.
Conde em 2004, avaliou em MEV a morfologia superficial e a camada de
esfregaço produzida em dentina preparadas com IADR-GG e pontas diamantadas
CVD. Para as paredes instrumentadas com CVD, as características da morfologia
superficial mostrava-se alisada e ainda com paredes em lascas e pouca formação
da camada de esfregaço. Dependendo do sentido do movimento oscilatório da
ponta. As cavidades preparadas com o IADR-GG apresentaram-se com ranhuras
paralelas sem regularidade na profundidade e com maior formação de esfregaço.
Lima et al. em 2006 avaliaram in vitro o perfil de cavidades preparadas
(dentina e esmalte) utilizando instrumentos diamantados CVD de diferentes formatos
(cilíndrico e esférico). Concluiu que a largura e a profundidade dos preparos
cavitários realizados em dentina foram maiores que em esmalte, independente do
formato da ponta. Esse estudo concluiu que: a ponta diamantada CVD esférica
produziu preparos mais largos. Independente do sentido do movimento vibracional
da ponta diamantada CVD, os preparos cavitários se assemelhavam em largura e
profundidade, exceto para os realizados em esmalte.
24
Carvalho et al. (2007) apresentaram dois casos clínicos de preparos ultra-
conservadores utilizando uma nova alternativa aos IADR-GM. Em ambos relatos,
utilizaram pontas ultra-sônicas CVD. No primeiro caso, o paciente reclamava de
dores no dente 11 que após exame clínico e radiográfico, comprovou-se a presença
de uma carie proximal (classe III). No segundo caso clínico, o paciente relatava dor
quando em contato com bebida gelada e a sensibilidade cessava quando o estimulo
era removido. Após exame clínico e radiográfico, foi diagnosticada carie incipiente.
Para a remoção de ambas as caries, foram utilizadas pontas CVD acopladas ao
ultra-som. Os autores concluíram que as vantagens de se realizar preparos
cavitários com o equipamento de ultra-som era: uma diminuição do ruído durante a
remoção das caries, uma maior precisão de desgaste, uma não agressão aos
tecidos moles quando em contato. Quando questionado, o paciente relatou um maior
conforto e apresentou melhor sensação dolorosa durante o tratamento.
2.3 Camada de esfregaço
Peyton e Mortell (1956) descreveram uma nova alternativa para a análise da
superfície dental desgastada. Os autores sugeriram o recobrimento prévio com
cobre da estrutura a ser analisada. No experimento, os dentes foram desgastados
tanto em baixa como em alta rotação. Descobriram que as superfícies analisadas
25
não apresentaram significantes diferenças entre os grupos apresentados,
comprovando também que o recobrimento com cobre foi eficiente.
Scott e O’Neil Jr. (1961) revolucionaram a análise da camada de esfregaço
em um estudo de microscopia eletrônica de transmissão. Relataram as grandes
diferenças na textura deixada pelos IADR-GM e ICR-C. Demonstraram que o
esfregaço formado foi identificado como hidroxiapatita e que a dentina cortada
estava sempre irregular e com obstrução dos túbulos dentinários.
Eick et al. (1970) avaliaram o uso do MEV como instrumento para estudar as
diferenças na topografia superficial de dentes humanos desgastados e identificar
quimicamente o esfregaço produzido. Estabeleceu também o padrão de desgaste
dos IADR-GM e ICR- C em alta-rotação (200.000rpm) com e sem irrigação. As
superfícies desgastadas com IADR-GM apresentaram-se mais rugosas. Partículas
dentais suspensas foram encontradas sobre um filme orgânico (camada de
esfregaço) variando de 15 a 0.5µm de diâmetro. Os desgastes realizados sem
refrigeração apresentaram maior espessura de esfregaço.
Em 1984 Pashley anunciou que a camada de esfregaço era formada pelo
corte ou abrasão produzido por instrumentos manuais ou rotatórios. A variação de
espessura dependia: do corte, do tipo de irrigação do tamanho e forma do preparo
cavitário e do instrumento utilizado, podendo chegar a 15µm de espessura,
obstruindo a permeabilidade dentinária. Segundo o autor esse esfregaço dificultaria
a hibridização da dentina.
Em 2004 Kaose et al. se propuseram a comparar in vitro a resistência de
união (micro-tração) de 2 adesivos self-etch de passo único: Xeno CF Bond, Adper
Prompt L-Pop (PL) e 1 adesivo self-etch experimental de 2 passos (ABF). Após
26
armazenagem por 24h em água destilada a 37
0
C, os palitos (0.7mm de largura)
foram colados com cola de cianoacrilato no jig de Ciucchi; o conjunto fixado em uma
máquina de teste universal (EZ Test) utilizando uma velocidade de carga de
1mm/min. Os autores concluíram que a camada de esfregaço é mais espessa
quando utilizou-se o IADR-GM. Os adesivos de passo único testados melhoraram a
resistência de união quando a dentina foi preparada com IADR-FF, no entanto o
adesivo experimental de 2 passos não apresentou diferenças estatisticamente
significantes em ambos os tratamentos de superfície.
Macedo em 2005 avaliou in vitro as características da superfície desgastada e
a camada de esfregaço produzida em dentina após serem instrumentadas. Foram
preparados 24 cps e divididos em 4 grupos (IADR-GM, CVD rotatório, CVD ação
tangencial (CVDt) e CVD ação impacto (CVDi). Após os desgastes dentinários
descritos, os corpos de prova (cps) foram analisados em MEV. Em análise
qualitativa as foto-micrografias realizadas no MEV demonstraram significantes
diferenças, os cps instrumentados com o sistema rotatório (IADR-GM e CVD
rotatório) apresentaram ranhuras com traçado retilíneo e paralelo, maior produção
de espessura de esfregaço e maior comprimento de smear plug. Os cps
instrumentados com o sistema ultra-sônico (CVDt e CVDi) apresentaram padrões de
ranhuras e traçados próprios, com menores espessuras de esfregaço e menor
comprimento de smear plug.
Em 2006 Matson et al., avaliaram em MEV a superfície dentinária de preparos
classe V realizados com ICR-C, IADR-GM e pontas CVD em dentes pré-molares. As
cavidades foram realizadas nas faces vestibulares e linguais, próximo ao limite
amelo-cementaria com comprimento de 2/3 e a largura de ¼ da face utilizada e
profundidade de 2mm. Com as analises em MEV, os autores concluíram que a
27
superfície dentinária produzidas pelas pontas CVD apresentam menos formação da
camada de esfregaço com a presença de vários túbulos dentinários expostos, porém
sem alargamento de sua desembocadura. nos grupos que foram instrumentados
com IADR-GM e ICR-C apresentaram uma camada de esfregaço mais espessa com
total recobrimento dos bulos dentinários. Quando as superfícies dentinárias foram
condicionadas com ácido fosfórico 37%, apresentaram aspecto semelhante aos
realizados com os outros instrumentos.
2.4 Adesão dentinária frente aos diferentes instrumentos abrasivos
Finger, Manabe e Alker (1989) avaliaram cinco adesivos dentais (Clearfil New
Bond, Gluma, Scotchbond, Scotchbond 2 e Tenure) em quatro tipos de preparo
dentinário IADR-GG, IADR-GM, IADR-F, IADR-FF e ICR-C. O estudo foi realizado in
vitro onde a face oclusal dos pré-molares foi removida e planificada com uma
seqüência de lixas de carbeto de silício (SiC) (180#, 240#, 320#, 400#, 600# e
4000#). Após os preparos, avaliou-se a rugosidade média (Ra) e a profundidade
(Rz) das ranhuras para serem comparadas com os diferentes tipos de adesivos.
Após a confecção dos cps, foi realizado o teste de tração. Segundo os autores, as
diferentes formas de instrumentação permitiu a mesma eficácia na adesão dentinária
mesmo com grandes diferenças de rugosidade.
28
Leloup et al. em 2001, fizeram uma revisão de literatura analisando os dados
referentes a resistência de união dental publicados entre 1992 e 1996. Esta revisão
quantitativa foi meta-analítica (analise estatística de resultados analíticos com o
propósito de integrar os resultados). Uma observação importante é que esses
trabalhos eram realizados com diferentes metodologias. Ressaltaram ainda que
existem discrepâncias entre resultados de um mesmo produto em testes realizados
por diferentes laboratórios.
Al-Omari, Mitchel e Cunningham (2001) avaliaram in vitro a rugosidade
superficial em perfilômetro e em MEV e o molhamento (água destilada) do esmalte e
dentina humano preparados com ICR-C, ICR-C multi-laminada e IADR-GM. Não
houve diferença estatisticamente significante entre a superfície de esmalte e a de
dentina preparados com o mesmo tipo de instrumento rotatório. A superfície mais
lisa foi obtida com o ICR-C multi-laminada enquanto o IADR-GM produziu a
superfície mais rugosa. Concluíram que a rugosidade superficial não produzia
diferenças estatisticamente significantes na molhamento.
Inoue et al., em 2001 se propuseram a comparar in vitro a resistência de
união (teste de micro-tração) de 2 adesivos de passo único em superfícies
dentinárias preparadas com IADR-GM e IADR-FF. Os palitos (0.7mm de largura)
foram armazenados por 24h a 37
0
C e tracionados em máquina de teste universal. O
adesivo que apresentava um pH elevado (MZ-2000, Sun Medical) demonstrou
resultados de adesão inferiores; por ser considerado incapaz de dissolver a espessa
camada de esfregaço. O adesivo de pH baixo (One Up Bond F) não apresentou
diferença estatisticamente significante entre os grupos instrumentados. Quando o
MZ-2000 foi utilizado em dentina instrumentada com IADR-GM os resultados foram
os mais baixos. No entanto a dentina condicionada com MZ-2000 e instrumentada
29
com IADR-FF e a dentina condicionada com One Up Bond F tanto em dentina
instrumentada com IADR-GM quanto em IADR-FF demonstraram que a camada de
esfregaço formada foi em sua maioria dissolvida.
Ayad Rosenstiel e Hassan em 1996 compararam in vitro a diferença entre a
instrumentação dentinária utilizando IADR-GM e IADR-FF e diferentes
concentrações de condicionamento ácido. Trinta e cinco molares humanos foram
utilizados neste estudo onde os resultados apresentaram diferenças significativas. O
MEV foi utilizado para analisar a morfologia da superfície dentinária. Foram
encontradas diferenças topográficas em dentina humana quando comparados os
instrumentos abrasivos onde o IADR-GM imprimiu uma superfície mais rugosa. As
ranhuras observadas apresentavam-se paralelas à direção da rotação do
instrumento. A quantidade da camada de esfregaço removida variou com o tipo e o
grau de acidez do ácido empregado. O condicionamento dentinário com ácido
fosfórico a 32% (pH 0.16) demonstrou ser o mais agressivo apresentado as maiores
mudanças morfológicas como o alargamento na abertura dos túbulos.
Koibushi, Yasuda e Nakabayashi (2001) investigaram in vitro o efeito da
camada de esfregaço em dentina humana por teste de micro-tração (Mini-Dumbbell
3 X 2mm
2
). A superfície oclusal dentinária de quinze dentes foram instrumentadas
com lixa #180 (para simular a camada de esfregaço produzida pelo IADR-GM) ou
#600 (padrão standard). A hibridização dentinária foi realizada com Clearfil SE Bond
(CF). Após 24h de armazenagem em água destilada a 37
0
C o ensaio mecânico foi
realizado em máquina universal de teste com velocidade de carga de 1mm/min.
Concluíram que a presença e a qualidade da camada de esfregaço altera a
resistência adesiva no sistema self-etch. Em observações do MEV, concluíram que
30
os pontos mais frágeis na camada hibrida se deu em dentinas que apresentaram
camada de esfregaço mais espessa (lixa #180).
Em 2002 Tani e Finger investigaram in vitro o efeito da espessura da camada
de esfregaço na resistência de união de 3 adesivos self-etch all-in-one (AC Bond, pH
2.1; AQ Bond, pH 2.5 e PL, pH 1.1). As superfícies dentinárias foram abrasionadas
com diferentes granulações de lixa (#80, #180, #240, #320, #400, #600 e #4000) e
diferentes granulações de IADR (IADR-GG, IADR-GM, IADR-F e IADR-FF). Com o
teste de cisalhamento realizado (máquina de teste universal, modelo 1474) e as
interfaces analisadas em microscopia eletrônica de varredura, os autores relataram
que apesar da grande diferença de pH entre os 3 adesivos, todos resultados
demonstraram-se equivalentes. A espessura da camada de esfregaço aumenta com
a diminuição granulação da lixa e aumenta com o aumento da granulação do IADR.
Em 2003, Pioch et al. se propuseram a avaliar in vitro o efeito da integridade
da interface entre a parede cavitária e a RC. Foram preparadas cavidades classe II
tipo slot em dentes decíduos sendo metade preparados com instrumento oscilatório
e metade preparado com instrumento rotatório. A interface de união foi avaliada em
microscópio eletrônico confocal a laser demonstrando que a espessura da camada
de esfregaço formada entre os grupos (oscilatório = 6.12m e rotatório = 6.04m)
não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Após relatarem que a
camada de esfregaço pode afetar a adesão. Ressaltaram também que existem
poucos autores que estudaram a espessura da camada de esfregaço produzida por
equipamentos oscilatórios. Após prepararem biseis em todas as margens, os
autores concluíram que a morfologia dos cavos superficiais do grupo preparado com
instrumento oscilatório “assemelham-se a ondas” sem a presença de efeitos
deletérios à interface de união, quando comparados aos preparos com IADR-GM.
31
Em 2005 Barros et al., se propuseram a avaliar in vitro a interface de união
adesiva entre a resina composta (RC) e dentina de dentes permanentes
instrumentados com IADR-GM e ICR-C condicionados com ácido fosfórico à 36%. A
camada hibrida e o selamento da interface foram analisados em MEV. Nas
superfícies preparadas com ICRc foi observado uma menor quantidade de smear
plug residual. Os grupos condicionados com o sistema self-etch Non Rinse
Conditioner (NRC), apresentam maior quantidade de smear plug residual que os
condicionados com ácido fosfórico, que por sua vez, permitem um melhor selamento
na interface de união. Os autores concluíram que as superfícies instrumentadas com
ICR-C favorecem uma melhor difusão do agente adesivo.
De Munck et al. (2005), avaliaram in vitro a efetividade de adesão e a
interação entre o esmalte e a dentina humana de adesivos self-etch de passo único
(PL pH 0.41, Adhese pH 1.40, OptiBond Solo Plus self-etch pH 1.48) e de dois
passos (CF pH 1.92 e OptiBond FL 1.72). Para avaliar a resistência de união, o teste
escolhido foi o de micro-tração (máquina de teste universal LRX). Utilizando
velocidade de carga de 1mm/min os palitos (1.2mm de largura) foram tracionados
após serem armazenados por 24h em água destilada a 37
0
C. As camadas hibridas
foram mensuradas em MEV e comprovaram que o PL apresentava uma espessura
de 1.7 a 4.5m, o Adhese de 2.1 a 2.4m, o OptiBond Solo Plus SE de 2.1 a 2.4m,
o CF de 0.7 a 1m e o OptiBond FL de 4 a 5m. Os autores comprovaram que a
caracterização da ultra-morfologia e o pH dos adesivos self-etch estão
evidentemente correlacionados. A interação com a dentina irá variar a partir de uma
variação sub-microscópica de hidroxiapatita na formação da camada híbrida do
adesivo CF e uma diminuição para o PL.
32
Kenshima et al. (2005) avaliaram in vitro os efeitos da espessura da camada
de esfregaço na formação de gaps e teste de micro-tração em dentina humana
utilizando adesivos self-etch (CF, Optibond Solo Plus self-etch primer + Optibond
Solo Plus, Tyrian self priming etchant + One Step Plus) e como grupo controle o SB
e ScotchBond Multi-Purpose. A camada de esfregaço foi padronizada com Lixa
#600. Previamente ao teste de micro-tração (Kratos Dinamômetros - velocidade de
carga de 0.5mm/min), os palitos (0.8mm de largura) foram examinados em lupa
(400X de aumento). Os autores concluíram que apesar da espessura da camada de
esfregaço não ter afetado os resultados de micro-tração, uma espessa camada pode
afetar negativamente a amplitude dos gaps formados. Os valores de micro-tração
também não foram afetados pelos diferentes graus de acidez dos primers do
sistema self-etch, no entanto, os adesivos self-etch agressivos mostraram uma
menor amplitude na formação dos gaps. os adesivos all-etch apresentaram-se
com os melhores resultado de micro-tração e as menores amplitudes nas formações
dos gaps.
Semerano et al. em 2006, compararam a resistência adesiva dentinária de
superfícies desgastadas com IADR-GM e IADR-FF, hibridizadas com adesivos self-
etch (CF, G-Bond, SSB-200, PL). Para o teste de micro-tração foram utilizados 24
discos de molares humanos hígidos, onde foram hibridizados e cortados em palitos
com aproximadamente 0.7mm de largura e sub-divididos aleatoriamente em 8
grupos. Cada palito foi colado com cola de cianoacrilato no jig de Ciucchi e
tracionado a uma velocidade de carga de 1mm/min. Segundo os autores, o tipo de
IADR pode afetar a resistência de união à dentina de adesivos do sistema self-etch.
Selecionar um tipo apropriado de IADR é importante para melhorar a resistência de
união de alguns adesivos self-etch.
33
Yazici et al. em 2007, se propuseram a avaliar in vitro a resistência adesiva
em esmalte e dentina (superficial e profunda) instrumentados com lixa #600 com os
adesivos SB, AQ Bond, CF e Tyrian SPE + One-step Plus. Após a realização do
ensaio mecânico em esmalte, o mesmo dente era novamente lixado até chegar à
dentina superficial, então confeccionava-se novamente o corpo de prova e após o
ensaio mecânico o dente era novamente lixado até chegar à dentina profunda.
Independente do sistema adesivo, os valores obtidos no teste de cisalhamento em
esmalte foram estatisticamente superiores aos grupos realizados em dentina
superficial e em dentina profunda. Os resultados obtidos no teste de cisalhamento
entre a resistência de união em dentina superficial e dentina profunda não
mostraram diferenças.
Cardoso et al. (2008) avaliaram in vitro as alternativas de técnicas de
tratamentos de superfície dentinária (IADR-GM, CVD rotatório, CVD, Er,Cr:YSGG
laser). Após instrumentação, as dentinas foram hibridizadas com PL, CF e Clearfil
S3 Bond. Os resultados de micro-tração (máquina de teste universal LRX) foram
obtidos após os palitos (1.1mm de largura) serem armazenados em água destilada
por 24h a uma temperatura de 37
0
C. Os palitos foram fixados no jig de Ciucchi com
cola de cianoacrilato e tracionados a uma velocidade de carga de 1mm/min. Os
autores concluíram que independentemente do adesivo utilizado, as dentinas
instrumentadas com CVD rotatório, CVD e Er,Cr:YSGG laser, apresentaram menor
resistência a adesão.
Kawaguchi et al. em 2008, avaliaram in vitro a resistência de união por tração
sob a influência do tratamento de superfície (Lixa #600, CVDi CVDt) em esmalte e
dentina humana utilizando dois diferentes adesivos (SB e CF). Após armazenamento
em água destilada por 24h à 37
0
C os cps (4mm de diâmetro na base) foram
34
tracionados em máquina de teste universal (modelo 5565) com velocidade de carga
de 0.5mm/min. Os autores relataram que quanto menor a espessura da camada de
esfregaço melhor a adesão para sistemas adesivos self-etch de acidez moderada
como o CF, devido a simultâneo condicionamento e permeabilização dos
monômeros não deixando espaços entre as fibras colágenas e a dentina inter
tubular. Para os autores, os tratamentos com CVDi e CVDt não tiveram diferenças
estatisticamente significantes quando comparados aos do grupo controle.
2.5 Micro-cisalhamento
McDonough et al. (2002) se propuseram a melhorar o design do teste de
micro-cisalhamento com intuito de obter resultados mais precisos e confiáveis. Neste
trabalho de pesquisa, os substratos avaliados foram o esmalte e a dentina humana.
Para cada dente foram utilizados 5 a 6 tubos plásticos (Tygon) que preenchidos com
RC formaram cilindros de aproximadamente 0.7mm de diâmetro e 0.4mm de altura.
A velocidade de carga utilizada foi de 0.5mm/min (máquina de teste universal -
Newport 850A). Importante ressaltar que o ponto onde foi aplicada a carga foi o mais
próximo possível da interface de união entre o cilindro de RC e o substrato dental.
Os resultados demonstraram que o teste de micro-cisalhamento pode ser uma
ferramenta útil para entender a complexa interação na interface de união dente-
resina composta.
35
Em 2003 Toba et al. se propuseram a avaliar in vitro a resistência ao micro-
cisalhamento dentinário utilizando 2 sistemas adesivos. Foram utilizados 30 molares
humanos não cariados que foram seccionados em forma de discos onde em cada
um foram aderidos de 3 a 4 cilindros (0.5mm de altura e 0.75mm diâmetro). Os cps
foram armazenados em água a 37
0
C por 24h. A velocidade de carga aplicada foi de
1mm/min (máquina de teste universal modelo EZ test 500N). Não houve
diferenças estatisticamente significantes entre o CF e o SB. Porém a resistência de
união do SB foi estatisticamente significante menor quando testado em dentina
desidratada. Em MEV, constatou-se que a camada híbrida formada pelo CF em
dentina superficial foi de aproximadamente 1m e a do SB foi de aproximadamente
de 3-4m de espessura, no entanto a espessura de ambos foi menor quando
formada em dentina profunda. Variações estruturais e morfológicas em dentina
podem ter influência negativa nos valores de resistência de adesão realizados em
dentina profunda.
Sasakawa et al., em 2005 analisaram os resultados do teste de micro-
cisalhamento em dentina humana comparando 5 diferentes marcas comerciais de
adesivos self-etch de passo único (PL, AQ Bond Plus, OBF, Reactmer Bond and
Xeno III) comparando com um adesivo self-etch de 2 passos (CF) servindo de grupo
controle. O teste utilizou tubos Tygon com 1mm de altura e 0.79mm de diâmetro
interno sendo que o cilindro remanescente foi tracionado por um fio de aço de
0.2mm de diâmetro com velocidade de 1mm/min em uma máquina de teste universal
(modelo EZ-500N). Esse estudo comprovou que nenhum adesivo de passo único,
com exceção do AQBond Plus, teve resultados de micro-cisalhamento igual ou
superior ao grupo controle.
36
Roh e Chung Jin em 2005 testaram a resistência adesiva à dentina de
adesivos associados à resina composta de seu respectivo fabricante. Para avaliar a
resistência adesiva o teste selecionado foi o de micro-cisalhamento que utilizou
tubos Tygon (0.7mm de diâmetro interno e 0.4mm de altura) para confeccionar os
cilindros; foi utilizado um fio de aço (0.2mm de diâmetro) e aplicada a uma
velocidade de carga de 0.5mm/min em uma máquina de teste universal (modelo EZ-
500N). Todas as interfaces analisadas tiveram fraturas mistas. Os autores
ressaltaram a importância de se utilizar adesivos e RC da mesma marca comercial.
Concluíram que nenhum aumento especifico de resistência de união foi encontrado
frente as combinações de adesivos e RC de um mesmo fabricante. O que afeta os
resultados de micro-cisalhamento no sistema all-etch é o tipo de RC utilizada e para
o sistema self-etch é o tipo de adesivo.
Banomyong et al. (2007) estudaram in vitro a resistência de uno dentinária
frente a simulação um fluido dentinário sob pressão de 1.3kPa. O teste selecionado
para realizar este estudo foi o de micro-cisalhamento comparando cimento de
ionômero de vidro a dois sistemas de adesão (all-etch e self-etch). A seqüência
utilizada foi: dentina abrasionada com lixa #600, micro-tubo de polivinil (1.8mm de
diâmetro interno e 1.5mm de altura), fio de aço inoxidável de 0.32mm de diâmetro e
velocidade de carga aplicada de 1mm/min utilizando uma máquina de teste universal
(modelo - Imperial 1000). Os autores concluíram que a adesão com o sistema all-
etch foi significantemente pior sendo afetados pela pressão do fluido, devido a alta
movimentação hidráulica através da dentina condicionada. Por outro lado, os
resultados de micro-cisalhamento não foram afetados nos grupos que utilizaram o
cimento de ionômero de vidro e o sistema self-etch.
37
Adebayo, Burrow e Tyas em 2008a testaram por micro-cisalhamento a
resistência de união em esmalte humano utilizando um adesivo self-etch de dois
passos (CF) e um adesivo all-etch (SB) avaliando a habilidade operacional entre
operadores. Neste estudo, os autores utilizaram de 2 a 4 micro-tubos translúcidos de
cloreto de polivinil com 0.75mm de diâmetro interno e 1.5mm de altura para
confecção dos cilindros de RC para cada dente. O teste foi realizado com velocidade
de carga de 1mm/min preso a um fio de aço inoxidável (0.35mm de diâmetro) que
tracionava em máquina de teste universal (modelo: Imperial 1000) o cilindro de RC.
Concluíram que com o tempo de prática operatória dos operadores, os resultados
foram superiores quando comparados com os resultados obtidos nos grupos iniciais,
ou seja, os autores concluíram que prática operatória é um dos principais fatores
para se obter resultados homogêneos e valores mais altos. Os autores ainda
ressaltaram que a mesma habilidade adquirida durante esta pesquisa, também pode
ser extrapolada para o dia a dia no consultório onde se utiliza pela primeira vez um
adesivo. Sendo importante que a curva de aprendizagem seja respeitada para que o
profissional se familiarize com novos produtos a assim atinja os resultados
esperados.
Também em 2008b, Adebayo, Burrow e Tyas investigaram in vitro a
importância das diferentes orientações dos túbulos dentinários na influencia da
resistência de união adesiva por micro-cisalhamento. Foram testados 2 adesivos
self-etch de 2 passos (CF e Optibond Solo Plus SE Bond) e 5 adesivos de passo
único (CF S
3
Bond, Optibond All-in-one Bond, G-Bond, Go!, XenoIV) em dentina
humana padronizadas com lixa #600. Para a realizão do teste, foram utilizados
seis micro-tubos translúcidos (1.5mm de altura e 0.75mm de diâmetro interno) para
cada cps e micro-cisalhados com velocidade de carga de 1mm/min utilizando uma
38
máquina de teste universal (modelo: Imperial 1000). Os autores puderam concluir
que a maioria dos adesivos de passo único o tiveram diferenças estatisticamente
significantes mesmo variando a orientação dos túbulos ou a profundidade dentinária;
o self-etch CF de dois passos apresentou resultados significantemente superiores
que os demais.
39
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho foi estudar a importância da ação sobre a dentina
humana (in vitro) de vários tratamentos de superfície: Lixa, IADR-GM, CVDt e CVDi
e de alguns adesivos dentais: Adper Sigle Bond 2 (SB), Clearfil SE Bond (CF) e
Adper Prompt L-Pop (PL) avaliando:
2.1 Rugosidade
2.2 Resistência adesiva por micro-cisalhamento para
2.2.1 Tratamentos de superfície
2.2.2 Adesivos dentais
2.2.3 Interação entre tratamentos de superfície e adesivos dentais.
40
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Materiais e instrumentos
Dentes - Foram utilizados setenta e dois (72) terceiros molares humanos
hígidos, com características anatômicas semelhantes, de pacientes adultos
jovens com idade variando de 15 a 30 anos. Extraídos por indicação
terapêutica e sob consentimento do cirurgião dentista, mediante documento
de doação assinado pelo responsável (Anexo A) e aprovação do projeto pelo
Comitê de Ética em Pesquisa (parecer de aprovação - protocolo 65/07, Anexo
B).
Sabão neutro (Unilever, BR);
Taça de borracha (KG Sorensen, BR);
Pedra pomes (SS. White, BR);
Cureta periodontal (SS. White, BR);
Disco diamantado (Extec Corp. C.T., USA);
Disco diamantado (Kavo do Brasil, BR);
Cola a base de éster de cianoacrilato (Superbonder Gel, Loctite, BR);
Discos de lixa de Carbeto de Silício de granulação 240, 400 e 600 (3M-ESPE,
BR);
41
Instrumento abrasivo diamantado rotatório (IADR) cilíndrico, número 1091 (KG
Sorensen, BR);
Instrumento abrasivo diamantado CVD acionado por ultra-som cilíndrico, n
o
8.2173 (CVDentus, BR);
Ácido fosfórico 35%;
Adesivo all-etch (SB) com condicionamento prévio com ácido fosfórico (Quadro
4.1 e 4.2);
Adesivo self-etch de baixa acidez (CF) (Quadro 4.1 e 4.2);
Adesivo self-etch de alta acidez (PL) (Quadro 4.1 e 4.2).
Quadro 4.1 Adesivos utilizados
Marca Comercial
Fabricante
Ativação
Lote
Data de
Validade
SB (Adper Single
Bond 2)
3M ESPE
Foto-ativado
7MN
2010-08
CF (Clearfil SE Bond)
Kuraray
Foto-ativado
51401
2009-02
PL (Adper Prompt L-
Pop)
3M ESPE
Foto-ativado
A22688285130
2009-06
42
Adesivo
Ácido
Fosfórico
Primer
Bond
pH
SB
35%
HEMA, Bis-GMA, dimetacrilatos, fotoiniciador
ácido polialquenóico com grupos metacrilatos pendentes
Ácido
fosfórico
0.16
CF
______
Água, etanol, MDP, HEMA,
dimetacrilato hidrofílico,
conforoquinona, N,N-dietil
p-toluidina
MDP, Bis-GMA, HEMA,
dimetacrilato hidrofóbico,
conforoquinona, N,N-dietil
p-toluidina, sílica coloidal
silanizada, água
Primer: 2 e
Bond:1.8
PL
______
Éster de Metacrilato
fosfórioco, Bis-GMA,
canforquinona,
estabilizadores
Água, HEMA, ácido
polialquenóico,
estabilizadores
0.8
Obs: As composições químicas de cada produto estão de acordo com as informações cedidas pelos
respectivos fabricantes
Quadro 4.2 Composição e pH dos adesivos utilizados
Resina composta (RC) Glacier (SDI, Au), micro-híbrida de cor A2 cujo lote e
data de fabricação foram 040948 e 2009-09, respectivamente.
Peça de mão e micromotor (Kavo do Brasil, BR);
Glutaraldeído (Sigma Chemical Company);
Etanol (Merck, BR);
Hexamethyldisilazane (HMDS) (Electron Microscopy Sciences, EUA);
Suporte porta-espécime de alumínio (Electron Microscopy Sciences, EUA);
Tubos Plásticos (Tygon R-3603, Saint-Gobain Performance Plastics, USA);
43
Lâmina de bisturi;
Fio de aço com 0,2mm de diâmetro (Dentaurum, Al).
4.2 Equipamentos utilizados
Microscópio Estereoscópico (Nikon, Japão);
Geladeira (Cônsul, BR);
Aparelho foto-polimerizador Luz LED - RADII (SDI, AU);
Radiômetro analógico (Demetron, Kerr, EUA);
Máquina de corte seriado para tecido duro Labcut 1010 (Extec, EUA);
Máquina Politriz Ecomet 3 (Buerhler Ltda, Jake Bluf, EUA) (Projeto FAPESP
03/12182);
Lupa (Olympus SZ-PT, Japão);
Motor de alta rotação (Roll Air 3 Kavo do Brasil S. A.);
Aparelho de ultra-som (Jet-Sonic Four Plus Gnatus, Brasil);
Estufa Retilínea Fanem (Orion-502; Fanem, BR);
Metalizador/Sputering (Balzers Union FL-9496 Balzers/Furstentum
Liechtenstein);
Microscópio Eletrônico de Varredura (Jeol 6100, Nikon; Japão);
Rugosímetro (Suftest SJ-201P, Mitutoyo; Japão);
Máquina de ensaio universal Mini Instron (modelo 4442, EUA).
44
4.3 Método
4.3.1 Limpeza e armazenamento dos dentes
Imediatamente após a exodontia os dentes foram lavados com água corrente
e sabão neutro, limpos com curetas periodontais para remoção de indutos e
resíduos orgânicos e finalmente realizada a profilaxia com taça de borracha, pedra
pomes e água, sendo conservados em água destilada à 4
o
C até sua utilização.
Os dentes limpos foram examinados em lupa com aumento de 40 vezes para
visualização e descarte de dentes que possuíssem trincas e fissuras.
4.3.2 Obtenção dos fragmentos dentais
Os cortes dentais foram realizados em baixa rotação utilizando discos de
carburundum. O primeiro corte (perpendicular ao longo eixo do dente), removeu a
45
porção oclusal expondo a dentina superficial. O segundo corte dividiu o dente ao
meio (seguindo o longo eixo do dente).
As raízes dos dentes divididos foram incluídas individualmente em resina
acrílica em cilindros plásticos; imersos e armazenados em recipientes com água
destilada, em estufa a 37
o
C durante 24h.
4.3.3 Tratamentos de superfície dentinária
Para a execução dos quatro tratamentos de superfície, inicialmente realizou-
se o polimento com Lixa na superfície de dentina dos fragmentos e três grupos (1, 2,
3) assim permaneceram (Quadro 4.3), a seguir os demais tratamentos foram
realizados sobre as demais superfícies já polidas com a seqüência de Lixas.
Para a padronização da superfície dentinária, os fragmentos dentais foram
posicionados de maneira que a superfície dentinária permanecesse paralela sobre a
lixa de carbeto de silício da politriz automática (Projeto FAPESP 03/12182-4),
realizando um polimento seqüencial decrescente (#240, #400 e #600).
Imediatamente antes dos procedimentos, realizou-se o último desgaste com lixa de
granulação #600 para obtenção de uma camada de esfregaço padronizada
(PASHLEY, 1984).
Foram utilizados dois tipos de instrumentos abrasivos diamantados, os IADR-
GM fabricados pelo método convencional e os CVD fabricados pelo método
46
Chemical Vapor Deposition e acionados por ultra-som, todos com formato cilíndrico
e tamanho equivalente.
A ponta ativa dos IADR-GM é confeccionada a partir da eletrodeposição do pó
de diamante e metais como o cromo, silício, ferro e níquel (BORGES et al., 1999).
O Instrumento abrasivo diamantado fabricado pela técnica de chemical vapor
deposition acionado por ultra-som (CVD) é formado no interior de uma câmara
lacrada com uma atmosfera de saturada basicamente com hidrogênio e metano sob
baixa pressão e aquecida por um filamento de tungstênio, resultando na deposição
das partículas de diamante na área desejada, formando uma única camada de
diamante. Essa união do diamante chemical vapor deposition à haste possibilita que
o conjunto resista aos movimentos ultra-sônicos e aos impactos gerados durante o
desgaste dental.
As ondas de ultra-som são ondas eletromagnéticas que geram a propagação
mecânica de energia. Esse fenômeno é registrado quando partículas do meio são
energizadas levando a uma vibração e a transferência dessa energia para partículas
adjacentes.
O equipamento de ultra-som utilizado foi do tipo piezoelétrico que transforma
energia elétrica em estímulos mecânicos. Essa energia elétrica é modulada por
sistemas eletrônicos do equipamento e transmitida para a peça de mão onde se
encontra o transdutor. Este por sua vez é o centro gerador dos movimentos
vibratórios coerentes de vai-e-vem. Esses movimentos se tornam pendulares porque
a ponta ativa possui uma dobra fazendo com que a extremidade da ponta vibre,
lembrando o movimento do pendulo de um sino.
47
Essa oscilação nanométrica é extremamente rápida, podendo gerar uma
freqüência de até 32.000 ciclos por segundo.
Independente do tipo de preparo, as superfícies dentinárias oclusais sofreram
um desgaste médio de 0,5 1mm em espessura, sendo descrito a seguir.
Nos grupos (4, 5 e 6 - Quadro 4.3) que utilizaram o IADR-GM em alta rotação,
as pontas diamantadas foram posicionadas de tal maneira que seu longo eixo
permanecesse paralelo à superfície dentinária.
Nos grupos que utilizaram o CVD em ultra-som, o posicionamento das pontas
diamantadas dependia do tipo de ação utilizada. Quando se pretendia a ação
tangencial, o posicionamento do instrumento diamantado permitia que o movimento
oscilatório da ponta CVD tangenciasse a superfície a ser desgastada (CVDt) (grupos
7, 8 e 9 Quadro 4.3). Se a ação desejada fosse a de impacto, o posicionamento da
ponta CVD permitia que a superfície fosse desgastada pelo impacto perpendicular
(CVDi) (grupos 10, 11 e 12 Quadro 4.3). Nesses grupos, a ponta diamantada CVD
utilizada foi cilíndrica (n
o
8.2137) com 1mm de diâmetro e 4mm de comprimento da
ponta ativa, dimensões semelhantes ao IADR-GM (nº 1091) utilizado neste
experimento.
A técnica empregada para confeccionar os desgastes dentinários por ultra-
som requer movimentos firmes e contínuos de vai-e-vem associado a uma “leve“
pressão sobre os fragmentos dentais (indicação de uso recomendada pelo
fabricante).
A intensidade média recomendada é de 70% da potência máxima do aparelho
de ultra-som, com um gotejamento constante de água como irrigação minimizando o
aquecimento da ponta e conseqüentemente da estrutura dental.
48
4.3.4 Avaliação da rugosidade
A topografia de todas as superfícies dentinárias desgastadas foi analisada em
rugosímetro. Após os desgastes dentinários, as amostras foram secas em papel
absorvente e submetidas à análise quantitativa de rugosidade média superficial (Ra).
O rugosímetro foi calibrado a fim de aferir 3 leituras de cada amostra de 1,25mm de
comprimento e cut-off de 0,25 mm.
De posse dos valores numéricos de Ra, conseguiu-se uma média de cada
corpo de prova. A partir das médias conseguidas, realizou-se análise estatística do
conjunto dos resultados utilizando o teste estatístico paramétrico de Análise de
Variância (ANOVA) com nível de significância de 5%.
4.3.5 Aplicação dos adesivos dentais
Após os tratamentos de superfície na dentina serem realizados, foram aplicados
os adesivos dentais de modo a compor os grupos relacionados no Quadro 4.3.
49
Grupos
Tratamentos de Superfície
Adesivos Dentais
1
LIXA
All-Etch (SB)
2
LIXA
Self-Etch Baixa Acidez (PL)
3
LIXA
Self-Etch Alta Acidez (CF)
4
LIXA + IADR-GM
All-Etch (SB)
5
LIXA + IADR-GM
Self-Etch Baixa Acidez (PL)
6
LIXA + IADR-GM
Self-Etch Alta Acidez (CF)
7
LIXA + CVDt
All-Etch (SB)
8
LIXA + CVDt
Self-Etch Baixa Acidez (PL)
9
LIXA + CVDt
Self-Etch Alta Acidez (CF)
10
LIXA + CVDi
All-Etch (SB)
11
LIXA + CVDi
Self-Etch Baixa Acidez (PL)
12
LIXA + CVDi
Self-Etch Alta Acidez (CF)
Quadro 4.3 Grupos para tratamentos de superfície e adesivos dentais
4.3.5.1 Adper Single Bond 2 (SB) all etch
Pela característica do sistema adesivo all-etch, a necessidade do
condicionamento dentinário prévio com ácido fosfórico. Nesse caso, a camada de
esfregaço é removida pelo condicionamento ácido.
1. Lavar com spray (ar/água) por 15 segundos;
2. Secar com papel absorvente;
3. Condicionamento dentinário com ácido fosfórico a 35% por 10 segundos;
50
4. Lavar com spray (ar/água) por 15 segundos;
5. Secar com papel absorvente (tomando o cuidado para não desidratar a
dentina);
6. Agitar o frasco, para homogeneizar as substâncias do adesivo que
eventualmente poderiam ter sofrido decantação;
7. Dispensar uma gota de adesivo em um casulo descartável;
8. Aplicar duas camadas de adesivo em toda superfície dentinária com
auxilio de um pincel tipo microbrush durante 20 segundos;
9. Aguardar por 10 segundos;
10. Secar com leve jato de ar livre de água e óleo (promover a evaporação do
solvente com jatos de ar durante 5 segundos com a ponta da seringa
tríplice de 5 cm à 10 cm de distância);
11. Foto-ativação com luz LED por 10 segundos (Após o posicionamento dos
tubos plásticos ver 4.3.6).
5.3.5.2 Clearfil SE Bond (CF) - self-etch
Pela característica do sistema adesivo self-etch, não a necessidade do
condicionamento prévio com qualquer tipo de ácido, pois se trata de um sistema que
incorpora componentes ácidos ao primer. Nesse caso a camada de esfregaço é
modificada pelo adesivo e incorporada à camada adesiva.
51
1. Lavar com spray (ar/água) por 15 segundos;
2. Secar com papel absorvente;
3. Agitar os frascos, para homogeneizar as substâncias do adesivo que
eventualmente poderiam ter sofrido decantação;
4. Dispensar uma gota de primer (frasco 1) em um casulo descartável;
5. Aplicar generosa quantidade de primer em toda superfície dentinária com
auxílio de um pincel tipo microbrush durante 20 segundos;
6. Aguardar por 10 segundos;
7. Com leve jato de ar livre de água e óleo, promover a evaporação do
solvente durante 5 segundos com a ponta da seringa de 5cm à 10cm de
distância;
8. Dispensar uma gota de bond (frasco 2) em um casulo descartável;
9. Aplicar generosa quantidade de bond em toda superfície dentinária com
auxílio de um pincel tipo microbrush;
10. Aguardar por 10 segundos;
11. Com leve jato de ar evaporar o solvente durante 5 segundos com a ponta
da seringa de 5 cm à 10 cm de distância;
12. Foto-ativação com luz LED por 10 segundos (Após o posicionamento dos
tubos plásticos ver 4.3.6).
52
4.3.5.2 Adper Prompt L-Pop (PL) self-etch
1. Lavar com água por 15 segundos;
2. Secar com papel absorvente, tomando o cuidado para não desidratar a
dentina;
3. Segurar a haste do aplicador descartável com uma das mãos;
4. Com o polegar e o indicador da outra mão aperte o reservatório vermelho,
começando da ponta externa em direção ao aplicador;
5. Quando o reservatório vermelho estiver totalmente vazio, a área do
reservatório amarelo estará visivelmente convexa, voltada para fora. Essa
convexidade visível indica que o produto foi ativado corretamente;
6. Apertar o reservatório vermelho até que fique completamente vazio e
dobrá-lo cuidadosamente na altura da conexão com o reservatório
amarelo;
7. Para evitar que o fluido volte ao reservatório vermelho, mantenha o outro
apertado enquanto estiver dobrado;
8. As seções dos reservatórios vermelho e amarelo estarão agora na parte
superior de cada um (apenas a parte final do reservatório verde estará
visível);
9. Começando com a ponta externa novamente, force o fluido para fora do
reservatório amarelo, em direção ao verde;
10. Assim que o fluido estiver no reservatório verde, agite-o no aplicador;
11. Remova o aplicador do reservatório;
12. Esfregue o adesivo em toda a superfície por 15 segundos;
53
13. Remova o excesso de solvente do adesivo com ar até que se torne uma
película fina;
14. Foto-ativação com luz LED por 10 segundos (Após o posicionamento dos
tubos plásticos ver 4.3.6).
4.3.6 Confecção dos corpos de prova
Originalmente foram utilizados 72 dentes que foram divididos ao meio no
sentido de seu longo eixo. As 144 metades dentais foram subdivididas em 12 grupos
(Quadro 4.3) (n=12).
Após a instrumentação dentinária e aplicação do adesivo, foram posicionados
de 3 a 4 tubos plásticos com diâmetro interno de 0,75mm e comprimento de 0,5mm
por cada metade dental e, a seguir, realizada a foto-ativação (MCDONOUGH et al.,
2002). Com o conjunto (dentina, camada híbrida e tubo) fixado, a resina composta
foi inserida no interior dos tubos e em seguida foto-ativada. Estas amostras foram
armazenadas em temperatura ambiente por 1 hora previamente à remoção dos
tubos, realizada com auxílio de uma lâmina de bisturi e em seguida armazenados
em água destilada a 37
0
C por 24h (BANOMYONG et al., 2007; ROH; CHUNG JIN,
2005; TOBA et al., 2003).
Antes de serem submetidos ao ensaio de micro-cisalhamento, os cilindros de
RC foram analisados em lupa estereoscópica com aumento de 40X. Os cilindros que
apresentaram algum tipo de falha na interface de união como, bolhas ou inclinações
foram eliminados. Para evitar desidratações, os cps permaneceram armazenados
54
em água destilada com temperatura ambiente até o momento do ensaio mecânico.
4.3.7 Ensaio mecânico por micro-cisalhamento
Após o período de armazenagem, os espécimes foram fixados a um
dispositivo especialmente projetado para esse experimento. O ensaio de resistência
ao micro-cisalhamento foi realizado na máquina universal de ensaios Mini Instron,
com célula de carga de 50 KN e velocidade de deslocamento de 1 mm/min (TOBA et
al., 2003). A força necessária para a fratura é dada em Newton (N) no display da
máquina, e posteriormente convertido em Mega Pascal (MPa) (N/mm²) descrita a
seguir.
Um fio de aço com 0,2mm de diâmetro foi fixado à parte superior do
dispositivo. A interface de união dente-resina que estava fixada na porção inferior do
dispositivo, foi cuidadosamente envolvida pelo fio. Deste modo a interface, o fio de
aço e o centro da célula de carga ficaram alinhados um ao outro, assegurando a
correta realização do teste de micro-cisalhamento.
55
Figura 4.1 e 4.2 As figuras demonstram o modo de fixação do cps à Instron, o posicionamento do
fio de aço e os cilindros de RC
Depois de realizadas as fraturas, superfícies dentinárias foram imediatamente
analisadas em lupa com 40x de aumento, para se determinar o tipo de fratura. Estas
foram classificadas em: adesiva; coesiva no substrato dental ou coesiva em resina
composta e são apresentadas no Apêndice A.
4.3.8 Conversão dos dados
Os valores da resistência de união registrados na máquina de ensaio
mecânico foram convertidos de Newton (N) para Mega Pascal (MPa), utilizando as
medidas das áreas do estrangulamento registradas previamente à fratura, como
descrito na fórmula abaixo.
56
t = F(πR
2
)
Onde t foi a resistência do cisalhamento na interface de união, F foi a carga
aplicada na quebra e R foi o raio do cilindro de resina composta.
Os resultados de resistência de união obtidos pela máquina de ensaios
mecânicos (Mini Instrom) são mensurados em N. Para saber a real resistência de
união obtida, deve-se transformar para MPa os valores obtidos e N. Esse cálculo
segue a fórmula descrita a seguir:
MPa = N /área dos espécimes
Os resultados foram submetidos a lculos estatísticos utilizando o teste
estatístico paramétrico de Análise de Variância (ANOVA) com nível de significância
de 5%.
57
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Avaliação da Rugosidade
Após a execução dos diferentes tratamentos de superfície em dentina, obteve-
se com o rugosímetro os valores de rugosidade superficial média (Ra). Os dados
originais foram primeiramente analisados pelo teste estatístico conhecido como
análise de variância. Por meio deste teste é possível saber se as médias dos valores
de rugosidade dia (Tabela 5.1) são ou não diferentes entre si segundo as
condições experimentais utilizadas. No teste de análise de variância
convencionamos como hipótese significante a 5% como critério de confiança,
depositado nos resultados da pesquisa.
Tabela 5.1 - Resultados da análise de variância da rugosidade média superficial (Ra) para
tratamentos de superfície (m)
Fonte da
variação
SQ
gl
MQ
F
valor-P
F crítico
Entre
grupos
27,84492611
3
9,281642037
55,36788795
1,1384E-08
3,238866952
Dentro dos
grupos
2,682173333
16
0,167635833
Total
30,52709944
19
58
A análise da Tabela 5.1 mostra que houve diferença significativa das Ra para
os tratamentos superficiais executados. Assim afirmamos que existem diferenças
entre as médias obtidas nas Ra. Entretanto, não podemos saber qual ou quais
médias diferem entre si. Desta forma, aplicamos o teste de Tukey, a 5% de
confiança, para saber quais diferem entre si.
Na Tabela 5.2 observamos o resultado do teste de Tukey (valor crítico) para
comparação com as médias de Ra dos tratamentos de superfície empregados. Os
tratamentos com a mesma letra não apresentaram diferença significativa entre si,
enquanto os com letras diferentes apresentaram diferenças significativa a 5% de
confiança.
Tabela 5.2 Médias da Rugosidade média (Ra) dos tratamentos de superfície executados (m), valor
crítico de Tukey (5%) para contraste e respectivos grupos
Tratamento de
superfície
Média da Ra (m)
Valor Crítico
Lixa
0,18
3.32
A
IADR-GM
1,00
B
CVDi
1,52
B
CVDt
3,39
C
Observou-se uma menor rugosidade média nas superfícies instrumentadas
com Lixa seguida pelo CVDi, IADR-GM que apresentaram rugosidade intermediaria
e se igualaram e pelo CVDt que produziram a superfície mais rugosa (Tabela 5.2).
Nossos resultados não confirmados por Ayad, Rosenstiel e Hassan (1996) e Macedo
(2005) que constataram que a largura das ranhuras variam de acordo com o tipo de
tratamento de superfície. Macedo (2005) demonstrou que a média das ranhuras em
dentina instrumentadas com IADR-GM, CVDi e CVDt eram 69.8m, 82m e 109m
respectivamente.
59
Conrado et al. (2003), encontraram valores de rugosidade em dentina na
seguinte ordem decrescente: IADR-GG, IADR-FF, CVD rotatório e CVD ultra-som
(não descreveram o movimento: CVDt e CVDi). Independentemente das
características da ponta utilizada dentinas preparadas com o sistema rotatório,
apresentaram no traçado padrões retilíneos e paralelos (AYAD, 2001; AYAD,
ROSENSTIEL, HASSAN, 1996; MACEDO, 2005). os movimentos pendulares do
ultra-som imprimem na superfície abrasionada dois padrões de desgaste: CVDt cria
ranhuras curvas e paralelas (LAUFER; PILO; CARDASH, 1996) e CVDi cria
desgaste em forma de lascas (MACEDO, 2005).
Macedo em 2005, em análises realizadas em MEV relatou que as alterações
topográficas em dentina desgastada representam a imagem em negativo do
instrumento abrasivo, como também se relacionam o tipo de movimento utilizado.
Os IADR-GM apresentam pouca padronização de granulometria dos
diamantes sendo que as espículas possuem tamanhos menores, irregulares e
afilados (Figura 5.1). os CVD apresentam uma maior padronização dimensional
dos diamantes com uma formação continuada dos aglomerados de diamante
(Figura 5.2).
60
Figura 5.1 - Foto-micrografia (MEV) do IADR-
GM utilizado neste trabalho, é
possível reparar que o existe
padrão dimensional das partículas
de diamante que estão fixadas à
haste por uma matriz metálica.
Percebe-se também que apesar
deste IADR-GM nunca ter sido
utilizado, existe um alvéolo vazio,
demonstrando a fraca aderência
das partículas de diamante à haste
proporcionada por esse sistema
Figura 5.2 - Foto-micrografia (MEV) do CVD
utilizado neste trabalho, é possível
reparar uma maior padronização
dimensional dos aglomerados de
diamante. Percebe-se também que
neste sistema, não existe nenhum
agente de união entre o diamante e
a haste, o que supostamente
aumentaria a resistência da ponta
ao desgaste
Apesar das diferentes características morfológicas entre o IADR-GM e o CVD,
quando desgastam a dentina imprimem rugosidade média (Ra) semelhante entre si
quando comparada a Ra do IADR-GM e CVDi, sendo que a lixa apresentou-se mais
lisa e o CVDt mais rugoso. Ou seja, neste caso o que está gerando a diferença na
Ra é o movimento da ponta abrasiva e não apenas o tipo de instrumento abrasivo.
Percebeu-se que para o mesmo instrumento abrasivo (CVD), o movimento de
impacto (CVDi) gerou uma Ra menor que o movimento tangencial (CVDt).
61
5.2 Resistência adesiva por micro-cisalhamento
Os valores obtidos através dos testes de resistência adesiva imediata por
micro-cisalhamento em MPa dos cps após diferentes tratamentos de superfície com
diferentes adesivos dentais sobre dentina humana, encontram-se na Tabela 5.3.
Os dados originais foram primeiramente analisados pelo teste estatístico
conhecido como análise de variância. Por meio deste teste é possível saber se as
médias dos valores de resistência adesiva por micro-cisalhamento apresentados na
Tabela 5.3 são ou não diferentes entre si segundo as condições experimentais
utilizadas. No teste de análise de variância convencionamos como hipótese
significante a 5% como critério de confiança, depositado nos resultados da pesquisa.
Tabela 5.3 - Resultados da análise de variância para a resistência adesiva após os tratamentos de
superfície e diferentes adesivos dentais (MPa)
Fonte da
variação
SQ
gl
MQ
F
valor-P
F crítico
Adesivos
2378,47852
2
1189,23926
39,4296696
0,00%
3,06475556
Tratamentos
490,561866
3
163,520622
5,42158699
0,15%
2,67321809
Ades X Trat.
531,806811
6
88,6344685
2,93870874
1,01%
2,16795115
Dentro
3981,25533
132
30,1610252
Total
7382,10253
143
A Tabela 5.3 permite verificar que houve diferença significativa das
resistências adesivas para os adesivos dentais avaliados, para os tratamentos de
superfície executados e também para a interação adesivos dentais e tratamentos de
62
superfícies. Assim afirmamos que existem diferenças entre as médias obtidas nas
resistências adesivas por micro-cisalhamento. Entretanto, não podemos saber qual
ou quais médias diferem entre si. Desta forma, aplicamos o teste de Tukey, a 5% de
confiança, para saber quais diferem entre si.
5.2.1 Tratamentos de superfície
A maioria dos estudos que investigam a resistência de união à superfície
dentinária o realizadas em superfícies instrumentadas e padronizadas com Lixa
#600. No entanto essa metodologia produz superfícies planas e lisas que o
simulam as condições clínicas reais, tanto para a formação da camada de
esfregaço quanto para a morfologia da superfície dental que geralmente são
instrumentadas com IADR.
A análise da Tabela 5.3 mostra que houve diferença significativa das
resistências adesivas quando se variou o tratamento de superfície. Porém, não
podemos saber qual ou quais tratamentos diferem entre si. Desta forma, aplicamos o
teste de Tukey, a 5% de confiança, para saber quais médias diferem entre si Tabela
5.4.
Na Tabela 5.4 observamos o resultado do teste de Tukey (valor crítico) para
comparação com as médias dos tratamentos de superfície empregados. Os
tratamentos com a mesma letra não apresentaram diferença significativa entre si,
63
enquanto os com letras diferentes apresentaram diferença significativa a 5% de
confiança.
Tabela 5.4 - Médias da resistência adesiva por micro-cisalhamento dos tratamentos de
superfície executados (MPa), valor crítico de Tukey (5%) para contraste
Tratamento de Superfície
Média
Valor Crítico
Lixa
IADR-GM
CVDt
CVDi
14,53
13,02
12,68
9,36
3.31
A
A
A B
B
Como podemos observar na tabela 5.4 o tratamento de superfície CVDi foi o
que apontou os piores valores de resistência de adesão por micro-cisalhamento
quando comparado com Lixa e IADR-GM. Pelo teste de Tuckey aplicado percebe-se
também que o CVDt e CVDi igualaram-se.
Quando se confronta os valores de Ra com os valores da resistência adesiva
quanto a tratamentos de superfície não é possível encontrar uma correlação.
5.2.2 Adesivos dentais
Apesar dos altos valores de união dos adesivos do sistema all-etch
conseguidos pelos diversos testes que avaliam a resistência adesiva, a infiltração de
64
monômeros na dentina desmineralizada é dificultada podendo causar nano-
infiltrações (KENSHIMA et al., 2005). Estas entre outras desvantagens tem
despertado o interesse dos pesquisadores para o comportamento dos adesivos do
sistema self-etch. Os adesivos self-etch não necessitam condicionamento ácido
prévio o que reduz o tempo operatório e minimiza os problemas relacionados com a
técnica; outra vantagem é que a infiltração dos monômeros ocorre simultaneamente
com o processo de auto condicionamento dental pelo primer ácido (FINGER;
MANABE; ALKER, 1989; LELOUP et al., 2001; PASHLEY, 1984).
Existe uma grande variedade de adesivos self-etch no mercado. Eles diferem
pelo número de frascos, número de passos e graus de acidez do primer, o que
proporciona diferentes tipos de camada hibrida, variando desde a parcial
desmineralização até a total incorporação da camada de esfregaço.
Neste estudo dois adesivos dentais do sistema self-etch (CF = pH 1.8 e PL =
pH 0.8) foram selecionados de acordo com o grau de acidez, sendo que para o
grupo controle o sistema adesivo escolhido foi o sistema all-etch (SB) que necessita
o condicionamento prévio com ácido fosfórico a 37% (pH = 0.6).
Na Tabela 5.5 observamos o resultado do teste de Tukey (valor crítico) para
comparação com as médias dos adesivos dentais empregados. Os adesivos dentais
com a mesma letra não apresentaram diferença significativa entre si, enquanto o
com letra diferente apresentou diferença significativa a 5% de confiança.
65
Tabela 5.5 Médias da resistência adesiva poor micro-cisalhamento dos adesivos dentais (MPa)
empregados, valor crítico de Tukey (5%) para contraste
Adesivos Dentários
Média
Valor Crítico
SB (Adper Single Bond 2)
CF (Clearfil SE Bond)
PL (Adper Prompt L-Pop)
15,75
14,68
6,65
2.62
A
A
B
A análise da tabela 5.5 mostra que o PL apresentou valores de resistência à
união por micro-cisalhamento inferior ao SB e CF que se igualaram.
Segundo Finger, Manabe e Alker (1989), Kaose et al. (2004); Koibushi,
Yasuda e Nakabayashi (2001), Macedo (2005), Pashely (1984) e Sasakawa et al.
(2005) a instrumentação com IADR-GM propicia a formação de uma camada de
esfregaço espessa e granulosa que parece afetar negativamente a adesividade do
PL. Segundo Kaose et al. (2004) ainda são poucas as informações entre a
correlação da dissolução da camada de esfregaço e formação da camada hibrida e
pH dos adesivos do sistema self-etch. Segundo Kenshima et al. (2005), a habilidade
de se manter os baixos valores de pH na presença de componentes com
capacidade tampão da camada de esfregaço é também relevante. Os adesivos self-
etch considerados agressivos possuem maiores porcentagens de solventes com
intuito de promover uma completa ionização dos monômeros ácidos.
Conseqüentemente a camada adesiva após a evaporação do solvente pode
apresentar-se fina que por sua vez pode proporcionar uma inadequada
polimerização devido a camada inibitória de oxigênio. Segundo Adebayo, Burrow e
Tyas (2008a) a indicação pelo fabricante de aplicação ativa do adesivo PL,
provavelmente ajude na infiltração do adesivo na dentina mas talvez proporcione
uma técnica de aplicação mais sensível.
66
5.2.3 Interação entre adesivo dental X tratamentos de superfície
Na Tabela 5.6 observamos o resultado do teste de Tukey (valor crítico) para
comparação com as médias dos adesivos dentais empregados interagindo com os
tratamentos de superfície. Os grupos dos adesivos dentais X tratamentos de
superfície com a mesma letra não apresentaram diferenças significantes entre si,
enquanto os com letras diferentes apresentaram diferenças significativas a 5% de
confiança.
Tabela 5.6 Médias de resistência adesiva por micro-cisalhamento para adesivos dentais e tratamentos de
superfície (MPa), valor crítico de Tukey (5%) para contraste
Adesivos Dentais
Tratamentos de Superfície
Média
Valor Crítico
SB
Lixa
IADR-GM
CVDt
CVDi
17,20
20,63
15,43
9,76
7,45
A B
A
A B C
B C D E F
CF
Lixa
IADR-GM
CVDt
CVDi
16,79
14,23
15,27
12,46
A B
A B C D
A B C
B C D
PL
Lixa
IADR-GM
CVDt
CVDi
9,18
4,21
7,34
5,87
C D E F
F
D E F
E F
67
As superfícies mais rugosas apresentam uma camada de esfregaço mais
espessa porém não uniforme (KAOSE et al., 2004). Essa afirmação é valida para
os sistemas rotatórios, porém essas características não se repetem quando o
sistema ultra-sônico é empregado (MACEDO, 2005). O poder limpante (cavitação
ultra-sônica) do sistema ultra-sônico remove a camada de esfregaço produzida
durante o desgaste dental, o que foi comprovado por Macedo em 2005 que
mensurou a espessura da camada de esfregaço onde a superfície instrumentada
com IADR-GM obteve uma espessura média da camada de esfregaço de 6.9m,
valores confirmadas por Pashley (1984) e Ayad (2001); já a superfície instrumentada
com CVDt obteve uma média de 2.5m e quando instrumentada com CVDi obteve
uma média de 1.5m.
De Munck et al. (2005), Kaose et al. (2004) e Semerano et al. (2006)
comprovaram a importância de se selecionar um apropriado IADR para melhorar a
adesão dentinária quando for utilizar adesivos do sistema self-etch; ou seja, a
resistência de união de adesivos self-etch em dentina também esta correlacionado
às características da camada de esfregaço.
A Figura 5.4 nos mostra de uma maneira geral uma superioridade numérica
dos adesivos dentais SB e CF sobre o adesivo PL mesmo nas interações com os
tratamentos de superfície. A Tabela 5.6 nos mostra os resultados das interações de
uma maneira mais clara.
68
Figura 5.4 Mostra a interação entre os tratamentos de superfície e os adesivos
Percebemos nesse trabalho, que os resultados de resistência de adesão por
micro-cisalhamento não apresentaram diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos tratados com Lixa (#600), IADR-GM e CVDt e hibridizados com SB
ou CF. Segundo Inoue et al. (2001) e Tani e Finger (2002) os melhores resultados
de resistência de união foram quando os adesivos self-etch são utilizados em
superfícies dentinárias lisas o que não confirma os resultados por nós obtidos.
Kaose et al. em 2004, demonstraram que o adesivo PL na dentina
instrumentada com IADR-GM obteve os piores resultados, enquanto nossos
resultados mostraram isso apenas numericamente, não havendo diferenças
estatísticas. Segundo alguns autores os resultados em testes de resistência adesiva
utilizando adesivos do sistema self-etch de passo único dependem da espessura da
camada de esfregaço dentinária formada, resultados confirmados por Finger,
Manabe e Alker (1989), Kaose et al. (2004), Kawaguchi et al. (2008), Koibushi,
69
Yasuda e Nakabayashi (2001), Pashely (1984) e Sasakawa et al. (2005) mas
contrários aos obtidos por Cardoso et al. em 2008 e Kenshima et al. em 2005. Para
as superfícies instrumentadas com Lixa #600, nossos resultados confirmaram os
achados de Adebayo, Burrow e Tyas (2008), Sasakawa et al. (2005) e Toba et al.
(2003) onde o adesivo SB não apresentou diferenças estatisticamente significantes
ao CF, mas estatisticamente diferente do PL.
Por promover a limpeza da camada de esfregaço simultaneamente ao
desgaste (GUERISOLI et al., 2002 e MACEDO, 2005), acreditamos que o sistema
ultra-sônico facilite a infiltração dos monômeros na dentina e promova uma posterior
polimerização e formação de uma camada hibrida mais homogênea.
Pela Tabela 5.6 e figura 5.4 podemos verificar que os diferentes tipos de
tratamentos apresentaram resultados iguais para o adesivo PL. O mesmo ocorreu
com o adesivo CF. Embora o adesivo PL e CF apresentem pH diferentes ocorreu
uma conduta uniforme para os adesivos self-etch.
O adesivo all-etch (SB) apresentou características comportamentais distintas
aos obtidos pelos do sistema self-etch. Apesar do sistema all-etch (SB)
instrumentados com Lixa, IADR-GM e CVDt demonstrarem resultados
numericamente superiores estes não foram estatisticamente superiores quando
comparados aos grupos do sistema self-etch (CF). Resultados interessantes, mesmo
com as grandes diferenças na espessura da camada de esfregaço formada pelos
diferentes tratamentos (MACEDO, 2005), não houve diferenças estatisticamente
significantes nos grupos citados.
Quando avaliou-se os resultados obtidos com o SB, o tratamento com CVDi
apresentou numericamente os piores resultados. Embora a instrumentação CVDi
70
apresente a menor formação de esfregaço e ranhuras em forma de lascas
(MACEDO, 2005); acreditamos que esse tipo tratamento (CVDi) associada ao
agressivo condicionamento com ácido fosfórico promovam sub-superfícies
dentinárias mais frágeis resultando em resultados de resistência à adesão por micro-
cisalhamento piores.
A avaliação dos tipos de fratura (Apêndice A) mostra que a maioria das
interfaces analisadas foram classificadas como fraturas adesivas (A). Nossos
resultados foram confirmados por Adebayo, Burrow e Tyas (2008a) e contraditórios
aos encontrados por Roh e Chung Jin (2005) e Toba et al. (2003) que apresentaram
fraturas coesivas na maioria das interfaces analisadas e ainda contraditórios aos
resultados encontrados por Sasakawa et al. (2005) e Toba et al. (2003) que
apresentaram em sua maioria fraturas mistas.
71
6 CONCLUSÕES
Com a metodologia empregada, onde foi utilizada a dentina humana (in vitro)
instrumentada e sobre a qual foram realizados procedimentos adesivos foi possível
concluir que nos itens avaliados:
6.1 Rugosidade
A rugosidade média superficial (Ra) foi maior quando
instrumentada em CVDt, seguida pelo CVDi e IADR-GM que
apresentaram menor rugosidade e se igualaram e pela Lixa #600
que produziu as superfícies mais lisas;
A Ra produzida em dentina pelo CVD variou de acordo com o tipo
de movimento utilizado: o CVDt produz maior rugosidade que o
CVDi.
72
6.2 Resistência adesiva por micro-cisalhamento
6.2.1 Para tratamentos de superfície
Não foi possível estabelecer uma correlação entre Ra e
valores de resistência adesiva para os diferentes tratamentos
de superfície;
6.2.2 Para adesivos dentais
O PL apresentou valores de resistência à adesão inferiores
as obtidos pelos adesivos SB e CF.
6.2.3 Para interação (tratamentos de superfície e adesivos)
A interação dos tratamentos de superfície com Lixa, IADR-
GM e CVDt com os três adesivos (SB, CF, PL) mostrou
valores mais altos para o SB e CF que se igualaram e
menores para o PL.
O fator tratamentos de superfície não produziu diferença de
resistência adesiva para o adesivo CF e o mesmo ocorreu
com o PL.
73
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79
Apêndice A Relação dos tipos de fratura após micro-cisalhamento (A fratura adesiva e C/D
fratura coesiva em dentina) e a moda ocorrida nas interações (tratamento e adesivos).
As analises foram realizadas em lupas de 40X de aumento
Interações
Tipo de Fratura
Moda
Lixa + SB
A
C/D
C/D
A
A
A
A
A
C/D
A
A
C/D
A
Lixa + PL
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
Lixa + CF
A
C/D
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
IADR-GM + SB
C/D
A
A
A
C/D
A
A
A
A
A
A
C/D
A
IADR-GM + PL
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
IADR-GM + CF
A
A
A
A
C/D
A
A
A
A
A
A
A
A
CVDt + SB
A
A
A
C/D
C/D
A
A
A
A
A
A
A
A
CVDt + PL
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
CVDt + CF
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
C\D
A
CVDi + SB
C/D
A
A
C/D
A
A
A
D/D
C/D
A
A
C/D
A
CVDi + PL
A
C/D
A
A
C/D
A
A
A
C/D
A
A
C/D
A
CVDi + CF
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
C/D
A
80
ANEXO A - Instrumento de Doação de Dentes
Manoel de Paula Pereira, cirurgião-dentista inscrito no CROSP sob nº 6509, com consultório
a Rua Vieira de Moraes n º 1446, São Paulo, vem por esta e melhor forma de direito
DOAR
ao CD Manoel Roberto de Paula Macedo, para fins de pesquisa aprovada por Comitê de Ética em
Pesquisa, 74 3
os
Molares, declarando, sob as penas da lei, que os dentes objeto da presente doação
foram extraídos por indicação terapêutica, cujos históricos circunstanciados fazem parte dos
prontuários dos pacientes de quem se originam, e que se encontram arquivados sob a sua
responsabilidade.
São Paulo, 30 de novembro de 2005.
...........................
Assinatura
81
Anexo B Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
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