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pois o microrganismo envolvido neste foco infeccioso distante pode migrar por
via hematogênica e colonizar a ponta do CVC, podendo levar a ICS-CVC
posteriormente (Darouiche, 2003; Newman, 2006). Dos artigos selecionados na
revisão de literatura, somente um (Almuneef et al, 2006), avaliou a presença de
doença infecciosa como fator de risco para ICS-CVC não mostrando
significância estatística (p=0,28). Neste estudo este fator de risco também não
apresentou relevância, apesar de em 81% dos casos existirem uma ou mais
doenças infecciosas concomitantes ao uso de CVC. Pelo contrário, a presença
de foco infeccioso remoto se mostrou como um fator de proteção (RR = 0,44,
IC 0,25-0,78).
É possível que o uso de antimicrobianos por tempo prolongado para
tratar estas infecções concomitantes possa ter sido um fator de proteção para
tais infecções nestes pacientes.
Um dos fatores de risco mais importantes para ICS-CVC é o tempo de
permanência do CVC. Quanto maior o tempo médio de permanência, maior
será o risco de ICS-CVC tanto em população adulta quanto na população
pediátrica (Darouiche 2003,; Newman CD 2006; Mermel, Farr & Sheretz, 2001).
Em estudo realizado na Índia, o tempo de permanência se mostrou fator de
risco relevante para ICS-CVC (Lakshmi et al, 2007). Em outro estudo
multicêntrico realizado em 20 UTIP na Espanha, analisando fatores de risco
para ICS-CVC, demonstrou um RR de 5,9, (95% IC 3,63-9,4), p=0,001, nos
pacientes que utilizaram CVC por mais de 12 dias (Garcia Teresa, et al 2007).
Neste estudo, a média de dias de permanência de CVC nas crianças
que apresentaram ICS-CVC foi de 12,58 dias e a média de dias de
permanência dos que não apresentaram ICS-CVC foi de 9
,03 dias. Na análise