O objetivo central deste estudo foi analisar a relação entre os fatores de
risco para o desenvolvimento do câncer colorretal e o polimorfismo do gene
CYP1A1. Para tanto foram aplicadas ferramentas moleculares, técnicas de reação
em cadeia de polimerase (PCR) e análise do polimorfismo por enzima de restrição
(RFLP) e posterior eletroforese para a analise dos resultados.
Na primeira parte do trabalho, realizamos um processo de seleção de
pacientes e coleta de dados, que foi relevante para caracterizar o grupo de estudo e
o grupo controle, tornando possível relacionar o perfil social dos indivíduos com as
características da doença. Com esta finalidade, todos os pacientes foram
entrevistados e os prontuários foram consultados para obtenção das informações
relativas ao estadiamento da doença, grau de diferenciação, data do diagnóstico e
situação atual na última consulta (com doença, sem doença). O grupo controle,
constituído de pacientes ambulatoriais sem câncer foram selecionados e submetidos
à entrevista de forma semelhante ao do grupo caso.
Entre os 114 indivíduos com câncer estudados, a prevalência foi semelhante
em ambos os sexos, sendo mais comum após a 5ª. década assim como já foi
descrito por outros autores (Greenlee et al, 2000), sendo que setenta e seis por
cento tinham mais que 50 anos. Estudos de estimativa publicados pelo INCA
descrevem que a maioria dos doentes tem entre 50 e 70 anos (INCA.gov.br, 2005).
Quanto ao estádio clínico, a maioria dos doentes era estádio II ou III (91%), sendo
que os demais eram estádio I, doença inicial ou IV, doença metastática. Estes
percentuais também são descritos por outros estudos (Greenlee et al, 2000), o
mesmo se verificando quando avaliamos o grau de diferenciação do tumor, a grande
maioria dos tumores era bem ou moderadamente diferenciado (92%) (Huban,1998).
Observamos que 52% dos pacientes do grupo caso apresentavam algum
tipo de história familiar, o oposto foi observado entre os indivíduos do grupo controle,
onde apenas 35% dos indivíduos tinham este antecedente, sendo esta diferença
significante (p=0,012). Grover et al (2004) compararam a historia familiar através de
consultas médicas e verificaram que 50% dos mesmos apresentavam algum tipo de
antecedente de câncer na família, no entanto apenas 17% apresentaram correlação
entre história famíliar e alteração genética.