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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
DISSERTAÇÃO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PROCESSAMENTO
E ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS
Rendimento do filé de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)
criada em tanques-rede
JOSÉ LEONALDO LINA DE FARIAS
Campina Grande – Paraíba
Junho, 2006
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG
F224r Farias, José Leo
naldo Lina de
2006 Rendimento do filé de tilápia do Nilo (
Oreochromis niloticus) criadas em tanques-rede
/ José Leonaldo Lina de Farias. Campina Grande, 2006.
74f. il.
Referências.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola)
– Universidade Federal de
Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais.
1 Piscicultura – Tilápia - Filé 2 Tilápia – Criação em Tanques - Rendimento 3-
Filetagem – Tilápia - Rendimento I Título
CDU 639.33
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José Leonaldo Lina de Farias
Rendimento do filé de tilápia do Nilo (O. niloticus) criada em tanques-rede
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Processamento e Armazenamento de
Produtos Agrícolas
ORIENTADORES: Profº. Dr. Francisco de Assis Santos e Silva
Profº. Dr. Walter Moreira Maia Junior
Campina Grande – Paraíba
Junho, 2006
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola da
Universidade Federal de Campina Grande,
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Agrícola.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelas graças recebidas. A Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, A meus
pais, Hesbelo Ribeiro de Farias e Ercina Lina de Farias, exemplo de dignidade,
A minha esposa, Edjane Maria, pelo amor, compreensão, apoio e o companheirismo
pelo amor, confiança e incentivo aos estudos. Aos meus irmãos: João Linaldo e Ednaldo (in-
memorian), a minha irmã Maria Nazaré e meu cunhado Joel Cosme de Brito pelo apoio e
amizade. Aos meus orientadores, Prof. Francisco de Assis, Prof. Walter Maia, a Profª
Josivanda Palmeira e o Profº Jogerson Pinto, pelas orientações, atenção, paciência e apoio
durante a realização deste trabalho. Aos funcionários do PEASA/UFCG, e PaqTc-PB, pelo
apoio logístico. A coordenação e aos professores do Curso de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Campina Grande. As comunidades de
Pescadores de Serra Branca, Marizópolis e Jericó, PB.A Sra. Rivanilda e Aparecida pela
atenção e ajuda dada durante o curso. Ao meu amigo Eronilson Vieira e família pela amizade
e dedicação. A todos meus colegas do curso de pós-graduação. Aos amigos Nicácio e José
Vidal de Negreiros, Amauri Viana, Geraldo Gomes, Paulo Marcelo, Orlando Vilar,
Reginaldo Guedes, Francisca Constantino, Prof. Jacob, Hênio Júnior, Honório Pedrosa pela
companhia e amizade. Em especial ao Prof. Dr. Carlos Minor pela valiosa ajuda na
realização deste trabalho. Enfim, aos que influenciaram de alguma forma nesta conquista.
RESUMO
No Brasil, a criação de tilápias em tanque-rede, apresenta alto potencial de produção, de vez que o
Nordeste brasileiro tem possibilidade de explorar de 1,0 a 1,5 milhão de hectares nesta atividade; ante
esta alvissareira notícia, o objetivo neste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes classes de peso da
tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, criada em tanques-rede, sobre o rendimento de seus filés com
ou sem pele. O cultivo das tilápias em tanques-rede ocorreu no açude de São Gonçalo, em Souza, PB,
e a filetagem na Unidade de Beneficiamento de Jericó, PB. Utilizaram-se 2.700 alevinos-juvenis
revertidos de Tilápia do Nilo, provenientes da piscicultura do DNOCS - Departamento Nacional de
Obras Contra as Secas, município de Caicó, RN. Os alevinos-juvenis foram distribuídos em seis
tanques-rede de 4,00 m
3
, na densidade de 112,5 peixes/m
3
, com médias biométricas de 62,8 g de peso
e 13,72 cm de comprimento. O experimento teve duração de 120 dias, com verificação periódica do
desenvolvimento biométrico. Verificaram-se as principais variáveis meteorológicas e limnológicas e
se coletaram amostras de água na área dos tanques-rede, em profundidade de 50 cm. Os parâmetros
analisados se mantiveram dentro dos limites desejados para crescimento da espécie utilizada. Ao final
do experimento, dez tilápias de cada tanque-rede foram analisadas quanto ao desempenho zootécnico.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em um esquema fatorial 3 x 2 constituído
de três classes de peso com presença e ausência de pele no processamento para rendimento do filé,
totalizando 60 exemplares divididos em três classes de peso (C1 = 500 a 600 g, C2 = 601 a 700 g e C3
= 701 a 800 g); dois filés de cada peixe, um com pele e outro sem pele foram retirados;por outro lado
as classes de peso e a presença ou não da pele, causaram variações no comprimento e na altura dos
filés analisados, ressaltando-se que os filés com pele apresentaram maior rendimento em relação aos
filés sem pele (com pele = 36,18% e sem pele = 34,28%), diferindo significativamente (P < 0,05) entre
si. Independentemente da presença ou não da pele, os filés provenientes de tilápias maiores (classes
C2 e C3) proporcionaram melhores resultados quanto ao rendimento. Os rendimentos médios dos filés
das classes C1, C2 e C3, considerando-se o fator classe de peso, não diferiram significativamente entre
si (C1 = 35,00%, C2 = 35,47% e C3 = 35,22%).
Palavras-chave: piscicultura, filetagem, rendimento de filetagem, processamento de pescado
ABSTRACT
In Brazil the creation of tilapias fish in tank built with nets presents high potential of
production. The Northeast region may explore from 1.0 to 1.5 million hectares in this activity.
The objective of this work was to evaluate the effect of different classes of weight of tilápia of
Nile, Oreochromis niloticus, created in tank-net, in relation to the quantity of filet with skin or
without. The fishes breeding was in the artificial lake of Sao Gonçalo, in Sousa, Paraiba State,
and the filet industrial process was made in Jerico-Paraiba. It was used 2,700 fingerlings,
produced by DNOCS National Department of Workmanships Against Droughts, city of
Caico, RN. The fingerlings were distributed in six tank-net of 4 m³, with density of 112.5
fishes/m³, with biometric averages of 62.8 g of weight and 13.72 cm of length. The
experiment was conducted in 120 days, with frequently verification of the biometric
development. It were verified the parameters of temperature, rainfall and limnology and the
water samples were collected at 50 cm depth. The analyzed parameters kept up among the
established limits for the growth of the species. At the end of the experiment was choosing ten
fishes from each tank for zoo technical performance analyses. The experimental design was
entirely randomized, in 3 x 2 factorial scheme with three sort of weight with skin and without
skin in the fillet processing, with a total of 60 units shared in three weight classes (C1 = 500
to 600 g, C2 = 601 to 700g e C3 = 701 to 800 g). It was taken out two filets of each fish, one
of them with skin and another one without skin and it observed that the weight with presence
or not of skin caused variations in length and height of the analyzed filets. The filets with skin
showed greater profit than the ones without skins (with skin = 36.18% and without skin =
34.28%), differing significantly amongst the values (P < 0.05). The filets from bigger fishes
(C2 and C3) presented better results as for profit independently of skin presence or not. As
referred to weight, the averages profit values of filets in C1, C2 and C3 had not differed
significantly amongst themselves (C1 = 35.00%, C2 = 35.47% and C3 = 35.22%).
Key words: fish culture, filet profit, filet process, fish handling
1. INTRODUÇÃO
Segundo os dados estatísticos da FAO, é crescente a contribuição da aqüicultura
para o fornecimento de peixes, crustáceos e moluscos. De acordo com a FAO (2000), a
produção mundial de organismos aquáticos oriundos da aqüicultura, passou de 25,70, no ano
de 1996 para 35,60 milhões de toneladas em 2000. De todos os setores de produção animal, a
aqüicultura é a atividade que cresce mais rapidamente, haja vista que desde 1970 a aqüicultura
cresceu a taxas médias de 9,2% ao ano, enquanto a pesca extrativa cresceu a taxas de 1,4% e a
criação de animais para produção de carne a taxas de 2,8%. Estima-se que, em 2010, ela
deverá suprir 25% da colheita aquática mundial (FAO, 2004).
Como atividade economicamente emergente e apesar de sua origem milenar, a
aqüicultura se encontra, hoje, diante do desafio de se moldar ao conceito de sustentabilidade,
nos moldes como este foi descrito, de maneira global, para o conjunto das atividades
humanas, o que implica agregar novas dimensões à racionalidade que move a produção de
conhecimentos e as práticas do setor (ASSAD e BURSZTYN, 2000). Em sentido mais amplo,
aqüicultura é o processo de produção em cativeiro de organismos com habitat
predominantemente aquático, em qualquer estágio de desenvolvimento, ou seja, ovos, larvas,
pós-larvas, juvenis ou adultos, para estocagem em viveiros, povoamento de lagos, açudes ou
outras coleções de água, principalmente de animais que possam ser utilizados para a
alimentação humana. A aqüicultura moderna está embasada em três pilares: na produção
lucrativa, na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento social (VALENTI, 2000).
O potencial de produção dos recursos hídricos tem sido apontado por inúmeros
pesquisadores, como o celeiro mundial com múltiplas alternativas para o suprimento
alimentar da população. E nesse contexto a piscicultura se desenvolveu rapidamente em
vários países, devido à capacidade que apresenta de ofertar alimento saudável e rico em
nutrientes. O grande potencial hídrico do território brasileiro, estimado em 5,3 milhões de
hectares de água doce represada em grandes reservatórios naturais e artificiais, associado às
condições climáticas adequadas e à disponibilidade de rações completas e balanceadas para a
piscicultura intensiva, permite uma grande expansão da piscicultura em tanques-rede no País.
O Nordeste brasileiro,por exemplo, tem possibilidade de explorar de 1,0 a 1,5 milhão de
hectares, gerando de 500 mil a 700 mil empregos diretos, com receita estimada de 6 a 7
bilhões/ano (ROCHA, 1997).
De acordo com OSTRENSKY et al. (2000), a produção aqüícola do Brasil passou de
23.390 toneladas métricas em 1991 para 115.398 toneladas métricas em 1998, um aumento de
393%, com crescimento médio de 26% ao ano, passando da 35ª posição em 1991, para a 26ª
posição, em 1997, conforme o ranking estabelecido pela FAO.
A criação de peixes em tanques-rede é uma das formas mais intensivas de criação
atualmente praticadas e se tem tornado popular devido ao cil manejo e rápido retorno de
investimento (CHRISTENSEN, 1989). Dentre os vários fatores que influenciam a capacidade
de suporte, o desempenho e a sobrevivência da criação de peixes em tanques-rede, a escolha
da espécie, a qualidade da água, as dimensões do tanque-rede, a alimentação e a densidade de
estocagem, recebem especial atenção (BEVERIDGE 1984; 1987). Uma das espécies mais
estudadas para aproveitamento em criação intensiva em tanques-rede é a tilápia do Nilo,
Oreochromis niloticus que, introduzida no Brasil em 1971, em açudes do Nordeste, se
difundiu para todo o País (PROENÇA e BITTENCOURT, 1994). Originária dos rios e lagos
africanos, é a segunda espécie de peixe mais criada no mundo (POPMA e LOVSHIN, 1996).
Com a intensificação da piscicultura no Brasil, o cultivo da tilápia do Nilo tem sido
expressivo, principalmente na região Nordeste. A tilápia vem ocupando lugar de destaque na
piscicultura em tanques-rede em virtude de apresentar algumas vantagens adicionais que a
coloca entre os peixes de maior excelência para criação: alimenta-se dos itens básicos da
cadeia trófica, aceita grande variedade de alimentos, é resistente a doenças, parasitas e
superpovoamento (o desempenho da tilápia em altas densidades é maior em relação a outras
espécies de peixes), além das excelentes características organolépticas e nutricionais, baixo
teor de gordura (0,9 g/100g de carne) e de calorias (172 kcal/100g de carne), ausência de
espinhos em forma de “Y” (mioceptos); um outro fator determinante para tornar a criação de
tilápias excelente alternativa para sistemas de criação em larga escala, é o rendimento de filé,
entre 35,0 e 40,0%. Para a tilápia do Nilo capturada nos açudes do Nordeste, exemplares com
peso médio de 450,9g têm alcançado a 41,0% (HILSDORF, 1995; SILVA, 1996;
FITZSIMMONS, 1997; BRASIL, 2000).
A importância de estudos sobre o rendimento da tilápia no beneficiamento para a
filetagem diz respeito não só pela carência de trabalhos nesta área, mas, também, pela
aplicação direta em um manejo mais adequado e, conseqüentemente, aumento da
lucratividade; e, o presente trabalho visa avaliar o efeito de diferentes classes de pesos da
tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus criadas em tanques-rede no açude de São Gonçalo,
localizado no município de Sousa, PB, sobre o rendimento de seus filés, com e sem pele, em
um processo de filetagem em série, por mais de uma pessoa, conforme metodologia
empregada pela indústria.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Avaliar o efeito de três classes de pesos da tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus) criada em tanques-rede no açudeo Gonçalo, localizado no município de
Sousa, PB sobre o rendimento de seus fis, com e sem pele.
2.2. Objetivos Específicos
Os objetivos específicos propostos nesse trabalho, são:
Avaliar os aspectos zoocnicos de desempenho (peso dio, crescimento médio e
altura média) da tilápia do Nilo.
Testar duas metodologias de corte para obteão de filés de tilápias em função de três
classes de peso; de 500 a 600, 601 a 700 e de 701 a 800 g.
Avaliar as dimensões (comprimento, largura e espessura) e rendimento dos fis, com
e sem pele; da tilápia do Nilo, em fuão das ts classes de peso.
Desterminar o percentual médio de resíduos por classe de peso as o filetamento.
Avaliar o percentual de pele bruta para exemplares das diferentes classes de pés utilizadas
no experimento.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Dados de Pluviometria e Volume do Açude São Gonçalo
Segundo o LMSRH, a pluviosidade registrada para o período de fevereiro a maio de
2005, no açude São Gonçalo, está na ordem de 600 mm (Figura 1).
Figura 1. Precipitação acumulada no período de fevereiro a maio de 2005
Fonte: LMSR/UFCG/SEMARH
Do volume total do açude, 44.600.000 m
3
, foram observados, no período de coleta,
volumes oscilando entre 84,7 a 80,9%, respectivamente em maio e junho (Figura 2); esses
percentuais representam os volumes de 37.776.200 m
3
, em maio, e 36.068.721 m
3
em junho.
Figura 2. Volume acumulado no peodo de junho de 2004 a junho de 2005
Fonte: LMSR/UFCG/SEMARH,30/06/2005
As condições meteorológicas de contorno durante a realização das coletas incluem,
além do acompanhamento das variáveis climatológicas mais importantes ao longo do período
de criação, a caracterização dos fatores climáticos durante os dias de coleta de campo,
conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Valores mensais de parâmetros climáticos precipitação pluviométrica,
temperaturas máxima e mínima no sistema implantado para criação de Tilápia
(O. niloticus) em seis tanques-rede no ude de São Gonçalo (Sousa, PB) no
período de 15/04/05 a 15/08/05
PARÂMETRO ABRIL MAIO JUNHO
JULHO AGOSTO
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(ºC) 30,0 32,0 29,5 29,5 29
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A (ºC) 26,5 25,0 25,0 26,0 26
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A (Mm)
40,00 30,00 30,2 20,5 0,0
3.2. A Importância da Criação de Tilápias
3.2.1 Origem e Introdução das Tilápias no Brasil e no Nordeste
divergências sobre qual teria sido a primeira espécie de tilápia introduzida no
Brasil. Conforme relato de GODOY (1959) foi a tilápia do Congo, em 1952, então
classificada como Tilápia melanopleura. De acordo com GURGEL (1998), a primeira espécie
teria sido a Tilápia rendalli, trazida também em 1952, quando se tem registro do desembarque
de 40 alevinos no aeroporto do Rio de Janeiro, que foram transportados para a antiga Divisão
de Caça e Pesca/RJ (hoje IBAMA/MMA) e 30 para a Empresa Luz e Força de São Paulo, em
Cubatão, SP, procedentes de Elizabethville, atual República Democrática do Congo.
As tilápias foram trazidas para o Nordeste brasileiro no momento em que a ictiofauna
nordestina enfrentava a ausência de espécies que atingissem grandes dimensões e, após
seleção de alguns peixes nativos, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS)
direcionou ões para a aclimatização de espécies oriundas de outras bacias hidrográficas
nacionais ou mesmo espécies exóticas que se adaptassem à estática das águas dos açudes e
ocupassem nichos ecológicos sabidamente inexplorados ou incompletamente aproveitados
(PAIVA et al., 1981)
O histórico da chegada da espécie no estado do Ceará, sede central do DNOCS, data
de 1956, quando foram cedidos 46 alevinos de tilápia do Congo ao Serviço de Piscicultura do
DNOCS (atual Diretoria de Pesca e Piscicultura) pela Diretoria Geral de Produção Animal do
Estado de Pernambuco (LOVSHIN et al., 1981); no mesmo ano, a Divisão de Proteção e
Produção de Peixes e Animais Silvestres do Estado de São Paulo cedeu outros 40 exemplares
(GURGEL, 1982). Com o objetivo de controlar a excessiva vegetação aquática existente na
quase totalidade dos açudes da região, tentou-se a aclimatização da tilápia do Congo a partir
da Estação de Piscicultura Valdemar C. de França, do DNOCS (Maranguape, CE); a primeira
desova nos tanques daquela Estação foi observada em 12 de setembro de 1956 (FONTENELE
e NEPOMUCENO, 1982).
A partir de 1973, por sugestão do Dr. Jacques Bard, cientista francês que assessorava
o DNOCS, foram trazidas duas outras espécies, de biologias conhecidas e criadas com
sucesso em cativeiro: a tilápia do Nilo (O. niloticus) e a de Zanzibar (O. hornorum). A
primeira seria utilizada para realizar o povoamento e promover o aproveitamento da riqueza
planctônica dos açudes e, também, fomentar criações intensivas e semi-intensivas a partir da
produção de híbridos entre as duas espécies (BARD, 1976a, b, 1977; BURGOS e SILVA,
1989); em setembro de 1971, essas duas espécies foram introduzidas no Brasil a partir da
Unidade Experimental de Piscicultura Intensiva do DNOCS (Pentecoste, CE), trazidas da
Costa do Marfim-África (CARNEIRO SOBRINHO et al., 1982; SILVA et al., 1975;
LOVSHIN, 1977a; LOVSHIN et al., 1981;).
Devido à boa adaptabilidade às condições climáticas do Nordeste do Brasil, fácil
reprodução e por ocupar nicho ecológico ainda não preenchido por representantes da
ictiofauna nativa, a tilápia do Nilo foi amplamente disseminada nas bacias hidrográficas da
Região (SILVA et al., 1992).
A maior razão para se utilizar a tilápia do Nilo em reservatórios, tem sido a
habilidade da espécie em utilizar as algas azuis e verdes predominantes nos açudes do
Nordeste; assim, a introdução da tilápia do Nilo no povoamento dos açudes no Nordeste
brasileiro teve, como principal motivação, o fato de, sendo uma espécie fitófaga, utilizar a
abundante massa planctônica existente nesses açudes, fato constatado nos estudos
limnológicos (SILVA e CHACON, 1983).
A partir de 1981 foram introduzidas, no Brasil, as tilápias vermelhas, que são
mutantes genéticos selecionados de espécies do gênero Oreochromis sp. utilizados na
produção de híbridos (LOVSHIN, 2000a).
3.2.2. Hábito Alimentar da Tilápia
O bito alimentar das espécies de tilápias tem sido estudado por diversos
especialistas. De maneira geral, este tipo de peixe apresenta grande diversificação em termos
de regime alimentar, podendo ocorrer modificações, mesmo intra-específicas, em função da
idade, freqüência do alimento no ambiente, da questão do acesso ao alimento e da presença de
competidores (PHILIPPART e RUWET, 1982).
Diversos trabalhos foram desenvolvidos no sentido de se identificar o tipo de
alimento ingerido pela tilápia do Nilo em seu ambiente natural. MORIARTY (1973) destacou
a habilidade da espécie em digerir algas cianofíceas, sendo pioneiro na descrição do papel do
ácido gástrico no processo digestivo.
As tilápias do Nilo são micrófagas e omnívoras, consumindo algas, além de usar
muito o zooplâncton em sua alimentação (SILVA, 1981). A alimentação dos exemplares
jovens consiste, principalmente, de zooplâncton, sendo também utilizada a parte do
fitoplâncton. A espécie consome, ainda, larvas de insetos e, às vezes, moluscos (RIEIRA et al;
1985).
As tilápias ingerem grande variedade de alimentos naturais, incluindo plâncton,
folhas verdes, organismos bentônicos, invertebrados aquáticos, detritos e matéria orgânica em
decomposição e aceita bem alimentos artificiais (SILVA, 2001). As tilápias têm sido
consideradas, freqüentemente, peixes filtradores, porque podem capturar eficientemente
organismos planctônicos e em peixes desta espécie as brânquias secretam um muco ao qual
aderem as células planctônicas e o bolo, rico em plâncton, é então ingerido; tal mecanismo
permite que tilápias capturem organismos do fitoplâncton menores que 5,0m de diâmetro
(POPMA e LOVSHIN, 1994). As espécies de tilápias estão devidamente adaptadas a este
regime alimentar, como algas filamentosas, planctônicas e as cianobactérias no que se refere à
presença de longo e enrolado intestino, de dentes nos maxilares e de afiados dentes faríngeos,
usados para triturar os alimentos (TREWAVAS, 1982 , 1983).
3.2.3. Avaliação do Crescimento
Maia Jr. (2004) estudando a dinâmica das variações limnológicas em sistemas de
criação de peixes em viveiros escavados em solo natural encontrou, ao final de 120 dias de
experimento, tilápias do Nilo com peso médio de 514,94 ± 54,06 g; comprimento médio de
28,72 ± 0,83 cm e altura média de 11,56± 0,68 cm, enquanto SOUSA et al. (2000),
comparando o desempenho produtivo de machos revertidos de tilápia nilótica, Oreochromis
niloticus (linhagem tailandesa) e de tilápia vermelha tetrahibrida (linhagem de Israel)
cultivadas em tanques de alvenaria com fundo de terra encontraram, ao final de 118 dias de
cultivo, peso dio de 375,8 g para a tilápia do Nilo e 116,9 g para a tilápia vermelha;
CARNEIRO et al. (1999) ao estudarem a produção de tilápia vermelha em tanques-rede sob
diferentes densidades de estocagem, encontraram peso médio de 279,54 g e comprimento
médio de 18,72 cm ao final de 253 dias de cultivo.
O crescimento é o aspecto quantitativo do desenvolvimento dos peixes, processo que
se inicia com a eclosão e acompanha o animal até o final de sua vida (FONTELES FILHO,
1989). Embora prontamente observável e aparentemente fácil de ser medido, o crescimento é
uma das atividades mais complexas do organismo, ou seja, representa o produto líquido de
uma série de processos comportamentais e fisiológicos que têm início na ingestão do alimento
e terminam com a deposição de matéria orgânica no organismo do animal, modificando sua
forma e tamanho (BRETT, 1979).
O crescimento deve ser visto como uma série de acréscimos e produtos de
determinado organismo, resultado do metabolismo, que irá aumentar não apenas seu tamanho
em certo tempo, mas também a extensão e tamanho de sua dinâmica interna, adicionando a
sua estrutura ou potencial para formação de novos organismos (WEATHERLEY e ROGERS,
1978).
Todo animal cresce, não em comprimento mas também em peso e a relação entre
essas duas variáveis vem sendo utilizada na aqüicultura como meio de estimar o peso de um
indivíduo, em função de seu crescimento e como indicador de sua condição nutricional,
reprodutiva e de bem-estar geral (ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1977).
Considerando-se a crescente exploração dos recursos naturais, conclui-se que o
estudo do crescimento de peixes se reveste de fundamental importância para o conhecimento
dos ecossistemas envolvidos, podendo fornecer subsídios para a preservação, manejo e
produção de ecossistemas naturais e artificiais (SÁ, 1989).
A relação peso/comprimento total em peixes, tem sido analisada como informação
biológica, sob dois aspectos ou objetivos diferentes: facilitar a estimativa do peso dos
indivíduos, através do conhecimento de seu comprimento e como medida da avaliação do
peso esperado para o comprimento de um peixe ou grupo de indivíduos, indicando suas
condições gerais, ou seja, acúmulo de gordura, bem-estar geral e desenvolvimento gonadal
(ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1977).
De acordo com HEPHER (1990), espécies diferentes podem variar em termos do
potencial de crescimento; entretanto, variações consideráveis podem existir entre indivíduos
ou grupos de uma mesma espécie e os fatores que afetam as taxas de crescimento podem ser
de origem endógena, relacionada com características genéticas, sexo, estado fisiológico,
hormônios, desenvolvimento gonadal etc, citando-se dentre os exógenos, as condições
ambientais de qualidade de água (temperatura, oxigênio dissolvido, luz, salinidade), o
suprimento alimentar (qualidade e quantidade), e a densidade dos indivíduos durante a
criação. BOWERING (1978), afirma que, dentre os fatores que interferem no crescimento, o
suprimento de alimento é o mais importante, porque somente quando o alimento disponível é
suficiente o peixe pode atingir seu tamanho máximo nas condições ambientais existentes,
destacando-se que fatores como temperatura, dependência da densidade e abundância das
espécies competidoras, atuam indiretamente sobre a suficiência no suprimento de alimentos.
3.3. Perspectivas da Tilapicultura em Reservatórios de Criação
A participação relativa da produção de pescado no Brasil, no período de 1997 a
2003, apresentou um comportamento de declínio para a pesca extrativa registrando, em 2003,
uma participação de 71,9%, contra 88,0% em 1997; enquanto isso, a aqüicultura apresentou
um comportamento de crescimento ao longo de todo o período registrando, em 2003, uma
participação de 28,1%, contra 12,0% em 1997 (Figura 3).
Figura 3. Produção total (t) da pesca extrativa e da aqüicultura em águas marinhas e
continentais, 1997 – 2003
A aqüicultura continental, com uma produção de 180.173,00 tonelada em 2002,
produziu 177.125,50 toneladas em 2003 correspondendo a um decréscimo de 1,7%. Esta
produção responde por 17,9% da produção total de pescado brasileiro; a aqüicultura
continental apresentou crescimento nas regiões Nordeste e Centro-Oeste (IBAMA, 2003).
De 1999 para 2000, o incremento na produção de tilápias no Brasil foi de 36,0%, o
que representou 15 mil toneladas a mais; em 1999, a produção foi de 43 mil toneladas e, no
ano 2000, de 59 mil toneladas; em 2001 o aumento foi de 20,0% na produção de tilápias,
alcançando 69 mil toneladas de peixe, cerca de 30,0% da criação nacional de aqüicultura
(IBAMA, 2003).
Diversos estudos enfatizam aumento na produtividade da pesca nos açudes do
Nordeste, após a introdução de O. niloticus, havendo reservatórios em que o aumento foi
superior a 100,0%; no período de 1988 a 1998, a tilápia do Nilo foi responsável por 34,34%
da produção de pescado em 100 açudes controlados pelo DNOCS na região Nordeste e a
participação da tilápia do Congo foi de 3,99%. Introduzida no Nordeste a partir de 1973,
cinco anos depois a tilápia do Nilo se destacava com a primeira posição na captura de pescado
nos reservatórios da região mantendo, nos últimos anos, participação em torno de 35,0% do
total capturado, observando-se ligeiro decréscimo na produção média anual, assim como
ocorre com as demais espécies. Em alguns açudes a produção de tilápia do Nilo representa
mais de 75,0% do total de pescado produzido (SILVA, 2001).
Estudando a produção pesqueira em 10 açudes do Nordeste no período de 1979 a
1998, o mesmo autor encontrou que O. niloticus liderou a produção de peixes, em número de
indivíduos capturados por área e em peso, representando 28,7 e 30,6%, respectivamente, da
captura total, enquanto a Tilápia do Congo contribuiu com apenas 0,80% e, em produtividade,
a tilápia do Nilo ficou em terceiro lugar, abaixo dos tucunarés e da pescada do Piauí, tendo
verificado, em alguns casos, como no açude Orós, produtividade elevadíssima.
A reversão sexual da tilápia do Nilo atualmente feita no Nordeste, emprega técnicas
modernas e apresenta bom rendimento no que se refere a número de alevinos obtidos e
percentagem de machos. Em algumas tilapiculturas se faz a incubação artificial de ovos e,em
outras, a coleta de larvas.
Registros do DNOCS destacam rápida expansão da tilapicultura no Nordeste e
informam que em 1998 a região produziu, em criação, cerca de 1.500 toneladas de tilápias,
12,7% da produção nacional, com mais de 500 viveiros estocados, utilizando-se o híbrido de
tilápias e machos sexados de O. niloticus, além de outras espécies, e inúmeros projetos em
funcionamento criando machos sexados e sexualmente revertidos de tilápia do Nilo e
vermelha (BRASIL, 1999).
Os projetos de criação de tilápias apresentam áreas inferiores a 54,0 ha e
produtividade em torno de 18,0 t/ha/ano, podendo alcançar 38,8t./ha/ano com aeração noturna
e emergencial. Projetos de médio e grande porte produzem seus próprios alevinos, sendo
comum a venda de seus excedentes de uns para os outros (SILVA, 1998).
A estrutura, área e volume dos tanques-rede para criação de tilápias, colocados em
açudes, represas, canais e viveiros, oferecem boas condições; neles se utilizam machos de
tilápias do Nilo, quase sempre a tailandesa e a vermelha, usualmente em densidades de 100,0
a 200,0 peixes/m
3
, podendo alcançar 300,0 peixes/m
3
. Alguns projetos analisados no ano de
1999 produziram 6,0 a 120,0t, com produtividade de até 300 kg/m
3
/ano. Os problemas mais
freqüentes relativos à criação em tanques-rede são baixa qualidade dos peixes e da ração, e
alta taxa de mortalidade e crescimento reduzido na estação das chuvas (SILVA, 1998;
COSTA et al., 2000).
Com a implantação do Programa de Desenvolvimento da Aqüicultura no Nordeste
(PRODANE) foi incrementada a tilapicultura em viveiros e tanques-rede, bem como nos
açudes nordestinos (BRASIL, 1999).
Constitui obstáculo à criação de tilápias na Região, a incipiente estrutura de
comercialização, afetando o padrão de qualidade ofertado para consumo, principalmente do
produto da pesca extrativa, ficando com os intermediários a72,0% do lucro resultante da
atividade. O preço de venda das tilápias criadas tem sido bastante compensador e se observa,
nas capitais dos Estados nordestinos, ligeira preferência pela tilápia vermelha, sem que isto
influencie no preço de venda; assim, como peixarias e supermercados em que são
comercializadas em forma de filé, evisceradas e resfriadas, os “pesque-pague” representam
mercado potencial para tilápias vivas (BURGOS e SILVA, 1989)
Outros nichos de mercado para tilápias no Nordeste são os restaurantes
institucionais, merenda escolar e lanchonetes. O mercado externo também é franco
comprador, principalmente os EUA, Japão e União Européia. O País vem timidamente
participando desses mercados (SILVA, 2001).
Para incentivo à tilapicultura nordestina, o BNDES dispõe de 250 milhões de reais
para financiamentos, concedendo até 50 mil reais por piscicultor, além de linhas de crédito
disponíveis para pagamento em até 12 anos, com quatro anos de carência e juros de 5,0% a.a;
também há possibilidade de financiamentos através dos Governos Estaduais, envolvendo
instalação de plantas de processamento, fábricas de gelo, produção de alevinos e outras
atividades de fomento e assistência técnica. Em alguns Estados existem, também, programas
governamentais para criação de tilápias em tanques-rede nos grandes reservatórios. As
universidades, órgãos federais, estaduais e alguns municípios, têm direcionado, em muito,
suas atividades de pesquisa, fomento e extensão, no campo da criação de tilápias (SILVA,
2001).
A produção de pescado nos reservatórios do Nordeste está estimada em 97,5 mil
toneladas/ano, o que corresponde a 15,0% de toda a produção nacional. Dados do PRODANE
(DNOCS, 1999), contabilizam o enorme potencial que representam os reservatórios do
Nordeste para a tilapicultura, com capacidade para produzir 22,1 mil toneladas/ano de
pescado somente nos açudes controlados pelo DNOCS e, adicionalmente, poderiam ser
produzidos em tanques-rede mais 150 mil toneladas/ano de tilápias, mediante a utilização de
apenas 0,5% dos espelhos d’água desses reservatórios. O incremento na produção também
pode advir da utilização dos canais de transposição de águas e de irrigação, e da implantação
de viveiros em áreas localizadas ao longo de rios perenizados e de canais de transposição de
água, à jusante dos açudes e nos perímetros irrigados (quando não se prestarem à agricultura),
sendo possível produzir mais de 50mil t/ano de tilápias somente nos perímetros dos udes
controlados pelo DNOCS (SILVA, 2001).
É inquestionável a amplitude do mercado nordestino para tilápias, uma população
estimada de mais de 44 milhões de habitantes e mesmo o mercado nacional com população
em torno dos 180 milhões de habitantes, também se reforça a condição estratégica do Brasil
onde se verifica baixo consumo per capita e grande demanda reprimida. O clima e demais
condições favoráveis para a criação de tilápias, ampliam a perspectiva de transformação do
Nordeste em grande produtor, atraindo empreendedores de outras regiões do País.
Considerando-se todos os aspectos positivos referenciados para o incremento da
tilapicultura no Nordeste brasileiro, é de se esperar uma grande contribuição da atividade para
o desenvolvimento social, econômico e tecnológico em âmbito regional e nacional, geração
de alimentos, renda e novas oportunidades em ramos associados.
3.4. Produção de Peixes em Tanques-redes
A Tabela 2 representa a atividade de criação de tilápia em tanque-rede na região do
Baixo São Francisco, desenvolvida por associações de produtores e cadastrada pela CHESF,
em 2003, conforme se pode observar na Tabela 5.
O sistema de criação de peixes em tanques-rede é classificado como um sistema
intensivo de renovação contínua de água e a tilápia nilótica é uma das espécies mais indicadas
para a criação em regime intensivo.
Os tanques-rede são estruturas de tela ou rede, fechadas por todos os lados, que
retêm os peixes e permitem a troca completa da água, de forma a remover os metabólitos e
fornecer oxigênio aos peixes confinados (BEVERIDGE, 1987). A criação de peixes em
tanques-rede e gaiolas é uma das formas mais intensivas de criação atualmente praticadas e se
tem tornado popular devido ao fácil manejo e rápido retorno do investimento
(CHRISTENSEN, 1989).
Tabela 2. Produção de pescado em tanque-rede de Associações/Colônias na Bahia, Sergipe e
Alagoas Ano 2003
Municípios
Nº
A
ss
oc
.
Nº
Tan
ques
-
rede
Nº
Ci
cl
os
Produtividade
Taques/ano
(t)
Paulo
Afonso,
BA
6 994 3
1,27
Delmiro
Goveia, AL
1 16 3
0,40
Dágua do
Casado,
AL
1 6 3
0,45
Pão de
Açúcar, AL
2 16 4
1,50
Taipu, AL 1 8 4 1,10
Igreja
Nova
Penedo,
AL
1 5 4
0,72
Penedo,
AL
1 27 3
0,87
Piaçabuçú,
AL
1 7 2
0,47
Po
Redondo,
SE
1 10 3
0,45
Canhoba,
SE
2 12 3
0,45
Amparo do 2 57 3 0,45
S.
Francisco,
SE
Propr,
SE
1 4 3
0,90
Santana
do S.
Francisco,
SE
1 10 3
0,48
Total 21
1172
9,51
Fonte: CHESF/Brasil
De acordo com CARBERRY e HANLEY (1997), em sistemas com alta renovação
de água e aeração é possível a produção de 49.500 a 402.000 kg de tilápia/ha/safra e a tilápia
nilótica apresenta ótimos resultados quando criada em tanque-rede. Com o uso de rações
completas e gaiolas de pequeno volume, é possível atingir produtividades médias de 10 a 70
kg/m
3
. Tilápias permitem densidades de estocagem de até 250 kg/m
3
, tendo sido registradas
produções recordes de 300 kg/m
3
para a espécie nesse tipo de sistema (COCHE, 1982;
GUERRERO III, 1980; LOVSHIN, 1997; SCHMITTOU, 1993).
O sistema de criação de peixes em tanques-rede apresenta vantagens e desvantagens
em relação à produção de peixes em viveiros; como vantagens, citam-se: menores variações
dos parâmetros físico-químicos da água durante a criação; maior facilidade na retirada dos
peixes para a venda (despesca); menor investimento inicial (60 a 70% menor que viveiros
convencionais); facilidade de movimentação e recolocação dos peixes; intensificação da
produção; facilidade de observação dos peixes, melhorando o manejo; redução do manuseio
dos peixes e diminuição dos custos com tratamento de doenças e, como desvantagens, tem-se:
necessidade de fluxo constante de água através das redes, suficientes para manter um bom
nível de oxigênio; dependência total do sistema em rações balanceadas; risco de rompimento
da tela do tanque e perda de toda a produção; possibilidade de introdução de doenças ou
peixes no ambiente, prejudicando a população natural (MASSER, 1992; MCGINTY, 1991;
SCHMITTOU, 1997).
As densidades nas quais diferentes espécies podem ser estocadas, é um importante
fator na determinação do custo de produção em relação ao capital investido. Se a taxa de
sobrevivência e o crescimento não sofrerem alterações, quanto maior a densidade de
estocagem menor será o custo unitário de produção; deve-se esperar que as densidades variem
de espécie para espécie, fator este que, aliado à idade, ao tamanho, manejo, condições
ambientais e alimentação, é crucial para obtenção de crescimento e produtividade
máximos/ótimos (COCHE, 1978).
A medida em que aumenta o número de peixes por m
3
, a taxa de crescimento
individual dos peixes decresce porém a biomassa total obtida é maior; por outro lado, a
homogeneidade de peso entre os peixes aumenta sempre que se eleva a densidade de
estocagem. A densidade de estocagem ótima é representada pela maior quantidade de peixes
produzida eficientemente por unidade de volume de um tanque-rede. Produção eficiente não
significa o peso ximo que pode ser produzido mas, sim, o peso que pode ser produzido
com uma baixa conversão alimentar em um período razoavelmente curto e com um peso final
acatado pelo mercado consumidor (CARRO-ANZALOTTA e MCGINTY, 1986; COCHE,
1978; GUERRERO III, 1980; SCHMITTOU, 1969).
Os tanques-rede utilizados na tilapicultura no Nordeste brasileiro são, geralmente,
construídos com armação de canos de plástico (PVC) de 25 ou 40 mm e telas de plástico ou
de arame grosso, plastificado, malhas de 13 a 25 mm, para os de engorda e de 5 mm nos de
alevinagem. Como flutuadores são usados, quase sempre, canos de plástico (PVC) de 100 ou
150 mm, vedados nas extremidades, tambores de plástico ou de ferro zincado. O volume útil
de cada tanque-rede varia de 2 a 40 m
3
, sendo mais usados os de 6 m
3
(2,00 x 2,00 x 1,50 m),
9 m
3
(3,00 x 2,00 x 1,50 m) ou 12 m
3
(3,00 x 2,00 x 2,00 m), estes com menor freqüência; são
colocados em udes, represas, canais, viveiros, lagoas e outras coleções de água parada ou
com pequena correnteza e profundidade superior a 3,00 m (SILVA, 1998).
Os peixes mais criados em tanques-rede são machos, sexados ou sexualmente
revertidos, das tilápias do Nilo, linhagens comum e tailandesa, e vermelha, variando as
densidades de estocagem de 100 a 300 peixes/m
3
, mais freqüentemente, 100 a 200. As tilápias
são alimentadas com rações balanceadas, peletizada ou extrusada, teores protéicos variando
de 28 a 56%, fornecidas pelas indústrias especializadas, permanecendo as taxas de
alimentação entre 2 a 5% da biomassa/dia; já os cultivos são feitos em ciclos que variam de 4
a 6 meses e as produtividades oscilam entre 40 a 300 kg/m
3
/ano. As taxas de sobrevivência
são também elevadas.
O PRODANE (DNOCS, 1999) sugere 2 módulos de projetos para criação de tilápias
em tanques-rede, no Nordeste brasileiro, em que o módulo I diz respeito ao tamanho mínimo
que um projeto deve ter para apresentar resultado econômico satisfatório. Utilizará 32
tanques-rede, cada um medindo 2,0 x 2,0 x 1,2 m (volume total de 4,8 m
3
e útil de 4,0 m
3
, o
que dá um volume útil total de 128,0 m
3
). O espelho de água necessário será da ordem de 512
m
2
e a produção esperada de 27.648 kg de pescado/ano. Os tanques-rede serão estocados com
alevinos machos revertidos da tilápia do Nilo, peso médio de 50 g, numa densidade de 200
peixes/m
3
; portanto, 800 por tanque-rede para um período de engorda de 4 meses, o que 3
ciclos de engorda por ano.
O PRODANE proagnosticou a despesca de 2 tanques-rede por semana, 8 por mês e
96 por ano. Esperando sobrevivência de 90%, o Programa prevê a produção, semanal, de
1.440 tilápias, com peso médio de 400 g, o que corresponde a 576 kg, 2.304 kg/mês e 27.648
kg/ano. Os peixes receberão ração balanceada, extrusada, com 24% de proteína bruta,
distribuída em anéis alimentadores, na base de 3% da biomassa/dia e em duas refeições
diárias. O Programa espera, ainda, conversão alimentar de 2:1 e um consumo de 48.384 kg de
ração/ano.
O módulo II destina-se a empresários e antecipa a utilização de 375 gaiolas
flutuantes, com volume útil unitário de 4 m
3
, o que um total de 1.500 m
3
utilizará 10.000
m
2
de espelho de água e pretende produzir 324 toneladas/ano de machos de tilápias para
consumo. As técnicas de cultivo serão idênticas às do módulo anterior.
3.5. Criação de Peixes e Efeitos da Qualidade da Água
Qualquer estudo que vise à criação de peixes, deve ter como ponto de partida a
análise dos fatores físicos e químicos existentes no ecossistema aquático (SIPAÚBA-
TAVARES, 1995).
O estudo dos fatores físicos e químicos dos ambientes aquáticos é de grande
importância em virtude da sua influência sobre os processos metabólicos.
O pH, potencial hidrogeniônico, descreve exatamente o grau de acidez (ou
alcalinidade) de uma solução. No meio aquático, em geral além de ferramenta para
determinação de variáveis químicas de interesse ambiental como alcalinidade e CO
2
pode ser
usado como indicador de mudanças do “estado fisiológico”. O pH exerce papel
importantíssimo no controle de todas as atividades metabólicas dos peixes (RANDALL,
1991), e no meio aquático (ESTEVES, 1988). Segundo PIEDRARITA e SEALAND (1986) e
RANDALL (1991), as variações de pH têm efeito marcante sobre o desempenho dos peixes.
Para POPMA e LOVSHIN (1994) o crescimento da tilápia é melhor em águas
neutras ou levemente ácidas; entretanto os autores afirmam que elevações do pH até 10
aparentemente não afetam sua produção, outros autores consideram valores de pH até 9,0
adequados ao crescimento dos peixes (BOYD, 1988, 1990; COLT, 1991). Em estudo do perfil
de viveiros com tilápia vermelha, FROSSARD (1999), observou que o aumento do pH teve
efeito negativo sobre o crescimento dos peixes, sendo de 17,0% a redução na taxa de
crescimento para um aumento de apenas uma unidade de pH.
A temperatura é função da energia calorífica resultante da absorção da radiação solar
(comprimento de onda maior que 740 nm), em que os comprimentos de onda vermelho e
infravermelho são fortemente absorvidos nas primeiras camadas de água e o se calor pode
propagar parcialmente para as camadas inferiores, através de um processo lento de condução
de energia (ESTEVES, 1988). Menos da metade da energia solar que atinge a superfície
alcança a profundidade de dois metros, e o restante é absorvido pela água, causando elevação
da temperatura (ESTEVES, 1988). A importância da irradiação é facilmente compreendida,
uma vez que é a fonte de calor necessária para a alteração da densidade da água. Quanto
maior a irradiação, maior será também a quantidade de calor disponível para ser absorvida
pela água. De acordo com BOYD (1990), os efeitos ximos da insolação ocorrem entre
14:00 e 17:00 h. Temperaturas uniformes ou com poucas flutuações para um mesmo horário
ao longo do ano, são típicas de regiões tropicais.
Tem-se, na temperatura, a variável ambiental independente mais importante haja
vista que interfere diretamente na solubilidade dos gases na água, sobretudo o oxigênio
dissolvido e gás carbônico, na velocidade das reações químicas e, conseqüentemente, na
elevação da taxa de degradação da matéria orgânica na água, na circulação da água e na taxa
de alimentação que, por sua vez interfere no crescimento e no metabolismo dos peixes
(ALABASTER e LLOYD, 1982). É a temperatura, como fator ecológico, que caracteriza a
dinâmica da comunidade aquática como um todo (BARRIONUEVO, 1991). Como as
condições climáticas são mais variáveis em zonas temperadas que em regiões frias e tropicais,
a maioria dos peixes de águas quentes possui uma ampla faixa de tolerância aos fatores físicos
e químicos, que vai de 25,0 a 35,0 ºC (PARKER; 1987). HUET (1978), considera a tilápia
como peixe de sangue quente com ótimo desenvolvimento entre 20,0 e poucos a mais de 30,0
o
C; segundo ele, as temperaturas mínimas críticas seriam de 12,0 a 13,0 ºC.
Em estudos limnológicos, em diversos açudes paraibanos, realizados por BARBOSA
et al. (2000), foram observados níveis de temperatura semelhantes aos registrados no açude
São Gonçalo.
Segundo MORALES (1983) quanto maior a temperatura maior será a velocidade de
crescimento dos animais cultivados, sempre que todas as demais variáveis se mantenham em
condições ótimas; quanto mais constante a temperatura mais previsível será o comportamento
dos animais e, portanto mais fácil será seu desenvolvimento nas referidas condições.
Outro fator ecológico de fundamental significação em sistemas de criação de peixes
é o oxigênio dissolvido (OD), que vem a ser o gás mais abundante na água, depois do
nitrogênio, e também o mais importante, agindo diretamente sobre a sobrevivência dos peixes
e na decomposição da matéria orgânica (LUCAS, 1993). É considerado uma das variáveis
mais determinantes para caracterização ambiental além de sensível indicador dos fenômenos
biológicos e químicos do meio aquático. As concentrações de oxigênio dissolvido observado
em um corpo de água o influenciadas por diversos fatores. As principais fontes de
suplementação da presença de O
2
nesse meio se deve à solubilidade do gás na água,
intensificada pela influência de trocas na interface água/atmosfera (ventos, chuvas, pulsos
etc), pelas atividades fotossintéticas do fictoplâncton, cuja eficiência está diretamente
relacionada com a quantidade de radiação solar, nutrientes dissolvidos e concentração de
algas. As perdas ocorrem através do metabolismo dos peixes, respiração dos organismos
aquáticos (plânctons e bentos), pela decomposição bacteriana dos resíduos e da matéria
adicionada e pela oxidação dos íons metálicos. À noite, como não atividade fotossintética,
ocorre naturalmente um declínio do oxigênio na água, sendo a intensidade desta remoção
dependente das relações quantitativas entre as diversas reações citadas e, por este motivo
varia de um ambiente para outro (BOYD et al, 1990). Nos ecossistemas naturais, como rios,
lagos e córregos, a decomposição da matéria orgânica autóctone ou alóctone resulta na
eliminação parcial ou total do oxigênio dissolvido na água, o qual é consumido nas reações
bioquímicas da matéria biodegradável (CHANG e OUYANG, 1988).
Um aspecto a se considerar no balanço de oxigênio é a relação
temperatura/solubilidade dos gases, pois quanto maior a temperatura menor a concentração de
gases, causando aumento da taxa metabólica e provocando maior consumo (SCHAFER,
1984). Para DIANA e FAST (1989), diferentes taxas de renovação, embora não interferindo
na sobrevivência e no crescimento dos peixes, causam diferença nas concentrações de
oxigênio.
Os índices de concentração de O
2
revelam as boas condições para o desenvolvimento
da Piscicultura. Os níveis de oxigênio dissolvido no açude São Gonçalo estão dentro da faixa
registrada por MELO NIOR (2004) em cultivo realizado em tanques-rede na Fazenda Boa
Vista, no qual foram registrados concentrações variando de 4,51 a 8,80 ppm na água
superficial.
A tilápia é um peixe oxi-conformista, isto é, que significa que a espécie apresenta
respiração independente da PO
2
(pressão parcial do oxigênio), enquanto esta for maior que u
certa pressão crítica; abaixo desta pressão crítica, apresenta uma respiração dependente da
concentração de oxigênio dissolvido do meio. A transferência do oxigênio dissolvido na água
para o sangue dos peixes se através de um gradiente, cuja tensão do O
2
decresce
gradativamente em direção ao meio celular. Neste trajeto, os principais pontos de resistência
são as membranas branquiais, a própria circulação sangüínea e as membranas celulares dos
tecidos. Situações de hipóxia desencadeiam respostas fisiológicas responsáveis por manter o
gradiente necessário às vias metabólicas aeróbicas; por sua vez, essas repostas geram um
gasto de energia extra que pode restringir a energia disponível para o crescimento e ganho de
peso. Quando ocorre anóxia, os peixes passam a utilizar vias metabólicas anaeróbicas, casos
em que o glicogênio armazenado é degradado e utilizado como fonte de energia (MARINS e
RANTIN, 1984).
A capacidade da tilápia em regular a tomada de oxigênio em condições de hipóxia,
foi observada em vários trabalhos (FERNANDES at al., 1986); esta condição se mediante
um incremento na ventilação branquial juntamente com maior perfusão da lamela secundária
e alta afinidade da hemoglobina ao oxigênio; porém FERNANDES e RANTIN (1989)
constataram uma redução elevada na eficiência da extração de oxigênio com a queda na
concentração de oxigênio para aproximadamente 18,0 mm de Hg (equivalente a 1,02 mg/L) e,
devido à alta viscosidade da água o aumento da ventilação branquial se às custas de uma
grande elevação no consumo energético; esses mesmos autores relatam que em condições de
normóxia (7,4 mg/L), o custo energético da respiração é baixo, apenas 2,9% do oxigênio
consumido, porém quando a concentração de oxigênio da água é reduzida para 2,6 mg/L sofre
uma variação substancial, que pode chegar a 18,4% do oxigênio consumido.
COCHE (1982) reportou que tilápias (O. niloticus) criadas em tanques-rede
sobreviveram vários dias com 0,7 mg/L (9,0% saturação). CHERVINSKI e LAHAV (1976)
relatou que O. niloticus sobreviveu por um curto período a 0,1 mg/L; relatos de
sobrevivência a 0mg/L de OD durante mais de 6,0 horas com O. niloticus em Honduras
(GREEN et al., 1994). KUBITZA (2000), relata que alevinos entre 10,0 a 25,0 g suportaram
concentrações entre 0,4 a 0,7 mg/L pelo tempo de 3 a 5 h, durante 2 a 4 manhãs consecutivas,
sem registro de mortalidade. GREEN et al. (1989), afirmaram que a tilápia do Nilo tolerou
oxigênio zero por até 6 horas, sugerindo a possibilidade desse peixe realizar a respiração
anaeróbica, mas quando expostas freqüentemente expostas à anaerobiose, ficam mais
susceptíveis às doenças, apresentando desempenho reduzido; quando a concentração atinge
45,0 a 50,0% da saturação (3,0 a 3,5 mg/L, a 28,0-30,0
o
C), os peixes começam a reduzir sua
atividade e, portanto, o consumo, conservando energia mediante redução da atividade, em
resposta à anoxia (ROSS e ROSS, 1983).
FERNANDES e RANTIN (1989) ao estudarem a fisiologia da tilápia (O. niloticus),
verificaram que em ambientes hipóxicos, ao invés desses peixes disporem de energia para
convertê-lo em ganho de peso, seu gasto energético se restringe à manutenção da ventilação
branquial. Tem-se, ainda, que o crescimento da tilápia é inibido quando são expostas a
concentrações inferiores a 2,0 mg/L durante longo período de tempo e, como conseqüência
ocorre mortalidade (CHERVINSKI et al., 1996). Segundo TSADIK e KUTTY (1987), em
experimento onde o oxigênio foi reduzido de 90,0% de saturação (cerca de 7,0 mg/L) para
cerca de 20,0% de saturação (1,5% mg/L) o consumo de alimento decresceu também de
90,0%.
Ocorrendo baixa concentração de oxigênio dissolvido, além dos peixes muitos outros
organismos que habitam o sedimento poderão morrer, alterando a química da água; além
disso, as concentrações de nitrito, amônia e gás sulfídrico poderiam contribuir para o
desenvolvimento de um quadro de anóxia na água (CHANG, 1986).
A transparência da água é a medição da visibilidade do disco de Secchi (VDS), e
fornece uma estimativa confiável da profundidade da zona eufótica, para quando a turbidez é
de origem orgânica; para sua correta utilização é necessário que as medidas sejam efetuadas
entre 9:00 e 15:00 h, evitando-se dias nublados (BOYD, 1990).
Considerando-se os valores de transparência da água do açude São Gonçalo nos
tanques-rede variando entre 55 e 80 cm e a classificação de KUBITZA e ONO (1999) e que
20,0cm é o valor nimo recomendado para criação de peixes, pode-se classificar o ambiente
do experimento como sendo mesotrófico. MOREDJO (1998) classificou o açude São Gonçalo
com características mesotróficas a eutróficas.
MELO NIOR et al. (2004) verificaram, em um cultivo de peixe em tanque-rede,
que a variação da transparência da água também pode ocorrer por fatores hidrológicos, dentre
os quais, se observou que, após intensa chuva, ocorreu aumento do material em suspensão
resultando em decréscimo aproximado de 22 cm na transparência da água, porém esta redução
de transparência não possui efeito prolongado.
Segundo ALABASTER e LLOYD (1982), a precipitação pode influenciar a
qualidade da água dos tanques-rede, visto trazer material particulado para o seu interior,
provenientes das cabeceiras dos rios de abastecimento, poeiras, partículas de sais e resíduos
de áreas agrícolas; além de estar associada a uma redução na insolação, a precipitação pode
agir diretamente no resfriamento da superfície dos corpos de água (DELINCÉ, 1992); no
presente trabalho, a parte experimental foi desenvolvida no semi-árido, no período de verão, e
a incidência de chuvas certamente não teve maior significância para os resultados.
Em lagos, onde a maior parte das partículas da coluna de água pertence ao
fitoplâncton, uma estimativa empírica da quantidade do fitoplâncton pode ser obtida através
da medida de transparência, enquanto a medida da penetração da luz também pode ser
utilizada em piscicultura, como indicador de baixas concentrações de oxigênio dissolvido
(OD) e também indicadora de produção primária, de acordo com DELINCÉ (1992) que
encontrou uma relação muito próxima entre essas duas variáveis.
A criação de peixes em regime intensivo é baseada em elevadas densidades de
estocagem e na utilização de rações de alta qualidade. Sistema em que os peixes são
totalmente dependentes do alimento externo que obviamente, contenham todos os nutrientes
necessários para um crescimento adequado; os resíduos desse tipo de criação (alimentos não
consumidos e material fecal) aumentam o teor de nutriente do sistema principalmente
nitrogênio e fósforo, enriquecendo o ambiente; esses dois nutrientes inorgânicos, associados à
luz solar, são considerados fatores fundamentais para o crescimento, abundância e
produtividade do fitoplâncton em ecossistemas aquáticos (DOWNES, 1991); tal
enriquecimento é benéfico até o ponto em que promove aumento da população de peixes do
ambiente natural; entretanto, o superenriquecimento do ambiente se torna poluição uma vez
que favorece a proliferação de algas e o acúmulo de lodo anaeróbio, o que diminui a
disponibilidade de oxigênio no meio (BEVERIDGE, 1984; SCHMITTOU, 1997).
Acarretando um problema que pode ser minimizado através de um dimensionamento
adequado da produção, no qual são estipulados limites máximos de fornecimento de ração por
dia.
A estabilização do resíduo orgânico na água é alcançada pela interação entre
bactérias, protozoários e algas. O período de tempo exigido para a estabilização é afetado por
parâmetros ambientais, como luminosidade, temperatura, pH e disponibilidade de oxigênio, e
pela presença ou ausência de compostos tóxicos como pesticidas, metais pesados, amônia e
detergentes (MCGARRY NASH, 1977).
O fósforo é o principal nutriente que determina o processo de eutrofização nas águas
tropicais; ela é baseada nos veis de sólidos totais em suspensão e em componentes
nitrogenados e fosfatados dissolvidos no efluente. A medida da visibilidade do disco de
Secchi ou transparência da água (capacidade de penetração da luz) é comumente usada em
tanques e represas destinados à aqüicultura, como indicador da concentração de fitoplâncton
e da possibilidade da ocorrência de níveis críticos de oxigênio dissolvido (OD) durante o
período noturno. Sob condições de transparência maior que 40cm é muita rara a ocorrência de
níveis de OD abaixo de 2 mg/L. (KROM et al., 1985).
Locais adequados para instalação de tanques-rede devem apresentar o mínimo possível
de eutrofização da água. A leitura da transparência da água através do disco de Secchi é uma
maneira simples de se avaliar o grau de eutrofização. Segundo BOYD (1990), se a
transparência da água for maior que 200cm pode-se esperar uma produtividade dos tanques-
rede elevada, acima de 200 kg/m
3
; se, porém, a transparência da água estiver entre 80 e
200cm, ou seja, o ambiente apresentar nível médio de enriquecimento em nutrientes, a
produtividade esperada será de a 200 kg/m
3
. Nos casos em que a transparência da água
estiver entre 40 e 80cm, a produtividade esperada será de até 150 kg/m
3
.
O oxigênio dissolvido (OD) é o parâmetro de qualidade da água de maior
importância para o crescimento e desempenho dos peixes em regime de criação intensiva.
Tilápias são extremamente tolerantes a baixo níveis de OD na água; no entanto, o nível de
3mgOD/L deve ser considerado o limite inferior para a criação de tilápias em gaiolas visto
que abaixo deste valor ocorre decrescimento na taxa de crescimento dos peixes.
ZONNEVELD e FADHOLI (1991) observaram que o OD tem influência direta na taxa de
ingestão de alimentos pelos peixes. O manejo correto da qualidade da água é fundamental
para o sucesso de qualquer empreendimento na piscicultura e na maioria das vezes, o baixo
crescimento, doenças, parasitas e grande mortandade, estão associados a problemas na
qualidade da água (MASSER, 1989).
3.6. Rendimento do Filé de Tilápias
Poucos são os estudos referentes ao processamento de pescado, principalmente
quanto aos rendimentos de carcaça e filé de peixes, faltando ainda a definição de um peso de
abate da tilápia do Nilo que proporcione maior rendimento de processamento. Na literatura
são encontrados dados de rendimento de filé relacionados ao peso bruto do peixe, cujos
valores variam desde 25,4% até valores próximos a 42% (CONTRERAS-GUZMÁN, 1994;
CLEMENT e LOVELL, 1994).
Sabe -se que, no Brasil, a literatura referente à avaliação do processamento de peixes
de água doce é escassa e os dados são controversos em relação à padronização dos termos
não havendo um consenso na sua utilização, o que dificulta a comparação dos resultados de
diferentes trabalhos (MACEDO-VIEGAS et al., 1997, 2000; NOVATO, 2000).
O principal interesse do produtor está relacionado ao peso do peixe a ser entregue à
indústria; contudo, para a indústria é importante a carcaça de peixe, principalmente quanto à
preparação do produto, aos tipos de corte, à produção e rendimento de filé; enfim, aos
processos que vão desde o abate até a industrialização e apresentação do produto ao
consumidor (SANTOS et al., 1995).
No Brasil, alguns trabalhos m sido realizados com o objetivo de se analisar o
rendimento do processamento de filetagem em função do peso, forma ou método de
filetagem, formato anatômico, destreza do filetador, densidade de estocagem e espécie. EYO
(1993) relata que o rendimento do peixe depende da estrutura anatômica, ou seja, peixes de
cabeça grande em relação à sua musculatura apresentam menor rendimento de filé
comparados àqueles com cabeça pequena.
A relação inversa entre o peso da cabeça e o rendimento potencial já é comprovada;
o peso da cabeça é um bom indicador do rendimento do corpo limpo pois, a medida em que o
tronco vai sendo manipulado, a correlação diminui, atingindo menor valor para filé sem pele;
desta forma, o aprimoramento vai introduzindo fatores independentes do tamanho da cabeça,
como espessura da pele e carne retirada da coluna vertebral; portanto, a definição do tipo de
corte para decapitar o peixe é importante para reduzir a perda do tecido muscular.
Considerando-se os tipos de corte de cabeça empregados nas indústrias, torna-se interessante
analisar os mesmos métodos porém aplicados manualmente, para serem utilizados na unidade
de beneficiamento e/ou pesqueiros, de modo geral (SOUZA et al., 2000).
Quanto ao rendimento de carcaça em peixes, CONTRERAS-GUZN (1994),
apresenta valores do rendimento de partes comestíveis de 29 espécies marinhas e 13 fluviais,
analisados por vários pesquisadores brasileiros. Segundo o autor, o corpo limpo representa,
em média, 62,6% do peso dos peixes marinhos e de água doce; mediante essa porcentagem do
corpo limpo ou carcaça, pode-se comparar as espécies, avaliar fatores críticos e visualizar o
potencial de industrialização; porém, dependendo da espécie de peixe, o mais importante é
conhecer o rendimento de filé, que é o produto pronto para a industrialização.
Para a tilápia vermelha, o rendimento depende do tamanho do peixe, sendo o melhor
resultado obtido com os peixes acima de 750 g (RIBEIRO et al., 1998). Segundo GURGEL
(1972) e FREITAS et al. (1979), citados por CONTRERAS -GUZMÁN (1994), a Tilápia do
Nilo pesando 530 g apresentou rendimento de carcaça de 56,1% (sem cabeça e vísceras) e um
rendimento de filé de 32,2%; valores próximos foram obtidos por SOUZA (2000), com 525,6
g de peso médio, um rendimento de filé de 32,7%. De certa forma, o rendimento de filé
depende, além da eficiência das quinas filetadoras e da destreza manual do operário, da
forma anatômica do corpo, do tamanho da cabeça e do peso das vísceras, pele e nadadeiras.
O todo de filetagem também influencia no rendimento de filé da tilápia do Nilo,
havendo diferenças quanto à forma de retirada da pele e quanto ao tipo de corte da cabeça
(decapitação). No primeiro caso, retirando-se a pele com auxílio de alicate e depois o filé,
obtém-se o maior rendimento de filé (36,67%), comparado com a filetagem seguida da
remoção da pele, com auxílio de uma faca (32,89%) (SOUZA et al., 1999). Também SOUZA
e MACEDO-VIEGAS (2001), compararam quatro todos de filetagem utilizados para a
tilápia do Nilo, com peso médio de 359,60 g sobre o rendimento do processamento e
obtiveram 36,59 e 34,58% de rendimento de fi, para os mesmos métodos mencionados e
34,50 e 33,66%, respectivamente, para os métodos nos quais o peixe foi decapitado,
eviscerado, retirada a pele com alicate e posterior remoção do filé, e o outro método em que o
peixe, também decapitado e eviscerado, foi filetado (filé com pele) e depois foi removida a
pele do filé. Em relação à segunda forma, e quanto ao tipo de corte da cabeça, SOUZA et
al..(2000) realizaram um experimento analisando o tipo de corte de cabeça e categoria de
peso, para a tilápia do Nilo e obtiveram, como resultado, o corte contornado (32,64 a 35,18%)
e oblíquo (31,86 a 35,27%) como indicado para obtenção de maiores rendimentos de filé.
NOVATO e VIEGAS (1997) afirmam que a categoria de peso influencia no
rendimento de filé em tilápia vermelha (Oreochromis sp.), cujo melhor resultado (38,85%) foi
com peixes de 451 a 550 g; por outro lado, SOUZA et al. (1998), analisando a influência da
densidade de estocagem no rendimento de filé constataram que a menor densidade (3
peixes/m3) proporcionou um rendimento de 37,14% e, a maior (9 peixes/m
3
) um rendimento
de 31,73%.
A padronização das técnicas de filetagem e a definição do tamanho economicamente
viável, são parâmetros que necessitam ser estabelecidos para obtenção de maiores
rendimentos de filé; portanto, necessidade de estudos para se avaliar os rendimentos de
processamento, e as porcentagens de subprodutos que podem ser utilizados para a
industrialização, em função do peso de abate dos peixes.
RIBEIRO et al. (1998) obtiveram um rendimento em torno de 31,89%, para tilápia-
do-nilo com peso entre 351 e 550 g, valor bem inferior aos obtidos neste experimento; esses
mesmos autores realizaram a filetagem e depois removeram a pele da musculatura utilizando
faca.
SOUZA et al. (1999) obtiveram rendimentos de 32,89 e 36,67% para filé de tilápias-
do-nilo submetidas aos métodos de filetagem, remoção do filé e depois retirada da pele do filé
e retirada da pele com alicate e filé; tais resultados o semelhantes àqueles obtidos neste
experimento, cujos valores foram, respectivamente (C1 = 36,38%, C2 = 36,45% e C3 =
35,70%) para o rendimento de filé com pele nas três classes de peso e (C1 = 33,64% C2 =3
4,40% e C3 = 34,72%) para os filés sem pele.
MAKRAKIS et al., (2000) trabalhando na engorda de tilápias com quatro diferentes
tipos de ração de uso comercial, utilizadas na região oeste do Paraná, encontraram resultados
que não demonstraram diferença significativa quanto à eficiência dessas dietas em relação ao
rendimento em filé (32,6-35,0%), pele e vísceras.
PEREIRA e CAMPOS (2000), filetando um lote de aproximadamente 300,0 kg
formado de tilápias com peso médio de 500,0 g, obtiveram o seguinte rendimento: 40,0% de
filé, 13,0% de cabeça, 5,0% de pele, 3,0% de barriga, 16,0% de vísceras e 22,0% de carcaça.
MAIA JÚNIOR (2004) estudando a dinâmica das variações limnológicas em
sistemas de criação de peixes em viveiros escavados em solo natural encontrou, ao final de
120 dias de experimento, tilápias do Nilo com rendimento médio de filé de 28%.
Existe certa diversidade de referências na literatura quanto ao rendimento de filé para
tilápia do Nilo relacionado ao peso bruto do peixe. Vários são os autores que publicaram
resultados com valores diferenciados, como: CLEMENT e LOVELL (1994), citaram
rendimentos da ordem de 33,0 e 37,3% para a classe de 250-300 g.
MACEDO-VIEGAS et al. (1998) estudaram a influência do tempo de estocagem em
gelo, antes do filetamento, e concluíram que este tempo não afetou a percentagem dos
resíduos, cabeça, carcaça e vísceras, embora tenham ressaltado que a porcentagem de pele
aderida ao filé aumentou para os espécimes cujo filetamento se procedeu após tempo mais
longo de estocagem.
As tilápias criadas no Nordeste brasileiro apresentam, quase sempre, corpo alto e
espesso e cabeça relativamente pequena (na tilápia do Nilo a cabeça corresponde a 22,3% do
corpo nas meas e 21,0% nos machos, segundo FREITAS et al. (1979). Entre as diversas
variedades de tilápias beneficiadas na região, a literatura relata que o aproveitamento da carne
da tilápia do Nilo capturada nos açudes nordestinos, oscila entre 40,0 e 41,0%. FREITAS e
GURGEL (1984), comparam a O. niloticus que apresenta cabeça menor (21,7%) que a T.
rendalli (24,3%), do peso corporal. Dados de rendimento obtidos considerando-se a retirada
de cabeças, nadadeiras, escamas e vísceras, para a tilápia do Congo, apontam para perdas da
ordem de 44,0%, enquanto para a tilápia do Nilo este percentual correspondeu a 40,3%,
podendo-se considerar bom o rendimento em filé desta espécie (GURGEL e FREITAS,
1973).
Quanto à forma anatômica do corpo, EYO (1993), realizou um estudo com dez
espécies de peixes e constatou que o rendimento é um reflexo da estrutura anatômica, ou seja,
peixes com cabeça grande em relação ao corpo apresentam menor rendimento na filetagem, se
comparados com os de cabeça pequena em relação ao corpo. Segundo MARENGONI (1999),
a tilápia do Nilo fornece filés de alta qualidade e bom tamanho, carne firme com poucas
espinhas, bom sabor e apropriada para consumo fresco, desidratado, salgado ou defumado.
A máxima de um sistema ideal de criação é crescer mais tilápias, em número e
tamanho, com menor quantidade de água, menos alimento e menor tempo de cultivo, para
assim prover duplo benefício, pela redução dos custos de crescimento e redução na poluição
ambiental (FITZSIMMONS, 1997). Embora seja extremamente importante a qualidade
nutricional do pescado também é necessário verificar a produção, através do rendimento do
processamento do peixe, isto é, rendimento da carcaça, filé, músculos abdominais, partes
comestíveis totais (filé e músculos abdominais).
Segundo SANTOS MELO e LOPES (1995), para a indústria, é imprescindível a
carcaça do peixe, principalmente quanto à preparação do produto, tipos de corte, produção e
rendimento de filé; enfim, aos processos que vão desde o abate até o processamento e
apresentação do produto ao consumidor, enquanto para o produtor interessa apenas o peso do
peixe a ser entregue à indústria.
Em um processo de filetagem o rendimento de filé é o aspecto mais significativo,
embora seja interessante conhecer o seu peso; por exemplo, atualmente, nos Estados Unidos,
o consumidor tem preferência pelo filé de tilápia em duas classificações de peso, que são
"cinco a sete onzas" (correspondentes a um filé de 141 a 198 g) e "sete a nove onzas" (198 a
255 g) (CASTILLO CAMPO, 2001).
Fazem-se oportunas outras investigações em relação a diferentes métodos de
filetagem praticados por unidades de beneficiamento, que levem em consideração a categoria
de peso, destreza do filetador e tempo de filetagem empregado para cada método.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material Biológico
Animais da espécie Tilápia nilótica ou Tilápia do Nilo - Oreochromis niloticus,
(LINNAEUS, 1757), foram utilizados no experimento e provinham de um sistema de
incubação artificial, foram utilizados 2.700 alevinos juvenis revertidos, oriundos da Estação
de Piscicultura de Itans/DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra Secas do
município de Caicó, RN, de onde foram transportados e acondicionados em caixas
apropriadas (transfish) até o açude São Gonçalo, em Souza, PB, sendo então os alevinos-
juvenis distribuídos em seis tanques-rede enfileirados, formando o sistema de bateria.
Em cada tanque-rede foram estocados 450 animais a uma densidade de 12,5 peixes
por metro cúbico, peso médio inicial de 62,8 g e comprimento médio de 13,72 cm. O
experimento teve duração de 120 dias, com início em 15 abril de 2005 e despesca final em 15
de agosto de 2005.
4.2. Manejo
Utilizou-se a ração da marca GUABI, produzida pela Mogiana Alimentos S.A (São
Paulo, SP), conforme protocolo de alimentação proposto pelo fabricante, indicado a seguir, na
Tabela 03. Durante o período de criação, procederam-se aos reajustes dos valores
quantitativos da ração oferecida, individualmente em cada tanque-rede, ajustes esses baseados
nos resultados das biometrias sistemáticas realizadas a cada 20 dias.
Tabela 03. Guia de arraçoamento adotado para criação de Tilápia (O. niloticus) para os seis tanques-
rede implantados no açude São Gonçalo (Sousa, PB) no período de 15/04/05 a 15/08/05
Ração Freqüência
Semanas
de
cultivo
Peso (g)
Tipo
Percentual
biomassa
%
g/dia Acumulada Vezes/dia
1 50-65 45% - 2 mm 4,5 6.210,0 43,5
6
2 65-80 40 % - 3 mm 4,0 6.960,0
5
3 80-100 40% - 3 mm 3,8 8.208,0
5
4 100-125 40% - 4 mm 3,5 9.450,0
5
5 125-150 40% - 4 mm 3,2 10.560,0 246,2
5
6 150-180 36% - 4 mm 3,0 11.880,0
4
7 180-210 36% - 4 mm 3,0 14.040,0
4
8 210-245 36% - 4 mm 2,8 15.288,0 985,3
4
9 245-280 32% - 5 mm 2,6 16.380,0
4
10 280-320 32% - 5 mm 2,5 18.000,0
4
11 320-370 32% - 5 mm 2,4 19.872,0
4
12 370-420 32% - 5mm 2,3 21.804,0
4
13 420-470 32% - 5mm 2,2 23.496,0
4
15 520-570 32% - 8 mm 2,0 26.160,0
3
16 570-620 32% - 8 mm 2,0 28.560,0
3
17 620-670 32% -8 mm 2,0 30.960,0
3
19 720-780 32% - 8 mm 2,0 36.000,0
3
20 780-840 32% - 8 mm 2,0 37.920,0 1.525,4
3
Fonte: Guabi Mogiana Rações S.A (São Paulo, SP) 2004
4.3. Área de Estudo
O açude São Gonçalo, localizado nos municípios de Souza e Marizópolis, no sertão
da Paraíba, e inserido no alto curso da bacia hidrográfica do Rio Piranhas, nas coordenadas
geográficas 06º 51' 34“ S e 38º 20' 11" W, seu volume total e capacidade máxima de
44.600.000 m
3
, serviu neste trabalho como área para instalação de experimento, com um
volume de 17.793.540 (em 21/01/2005), o que corresponde a 39,9% do volume total.
(SEMARH, 2005a).
Nesses municípios, citados a precipitação pluviométrica anual estimada é de 980.9
mm; durante o último período anual foi registrado índice de precipitação de 737.0 mm
(SEMARH, 2005 b).
A primeira parte do experimento, denominado etapa produtiva, foi desenvolvida no
açude de São Gonçalo e a segunda, denominada etapa de filetagem, foi desenvolvida na
Unidade de Beneficiamento e Processamento de Pescado, na comunidade de pescadores de
Jericó, PB, assistida tecnicamente pelo PEASA/UFCG - Programa de Estudos e Ações para o
Semi-Árido da Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, na cidade de Campina
Grande, PB.
4.4. Instalações Experimentais
Para realização do experimento foram utilizados seis tanques-rede, confeccionados
em multifilamento, revestidos com PVC com estrutura de formato retangular e dimensões
lineares, medindo 2,00 x 2,00 x 1,50 m, totalizando um volume total de aproximadamente
6,00 m
3
e de área útil de estoque, com uns 4,00 m
3
, os quais estão dispostos em uma fileira no
sentido perpendicular ao canal de entrada dágua na represa do manancial.
4.5. Delineamento Experimental, Análise de Variância e de Regressão
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, no esquema fatorial 3 x 2
com 10 repetições, constituído de três classes de peso e presença ou ausência de pele no filé;
nele se usou o programa de software ASSISTAT Versão 7.3 beta (SILVA e AZEVEDO,
2002). As repetições, em número de 10, foram assim distribuídas: 10 classe 1 com pele, 10
para a classe 1 sem pele, 10 para a classe 2 com pele, 10 para a classe 2 sem pele, 10 para a
classe 3 com pele e 10 para a classe 3 sem pele, com o proposto de se analisar o rendimento
do processamento, sendo considerado o filé a unidade experimental, enquanto os dados foram
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a nível de 5%
de probabilidade.
As curvas de crescimento em peso, comprimento e altura, em função do tempo, dos
peixes observados, foram ajustadas através da análise de regressão linear utilizando-se a
ferramenta Microsoft Excel 2.0
4.6. Variáveis Climatológicas e Volume do Açude
Levantaram-se das informações sobre o comportamento das principais variáveis
meteorológicas durante o período da criação dos peixes, monitorando os seguintes
parâmetros: temperatura, pluviosidade, radiação solar e fotoperíodo; as informações foram
fornecidas pelo Laboratório de Meteorologia Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da
UFCG (Campina Grande, PB), obtidas no site: http://www.lmrs-semarh.ufcg.edu.br/.
4.7. Variáveis Físicas e Químicas de Qualidade da Água e Metodologias Utilizadas
O critério para definição das variáveis a serem monitoradas baseou-se em sua
importância para a caracterização limnológica dos tanques-rede. Por outro lado as variáveis a
serem medidas, e as respectivas metodologias de análise, são apresentadas na Tabela 04.
Os dados físico-químicos descritos neste trabalho foram coletados diretamente da
coluna de água, em profundidade de 50 cm, utilizando-se sondas eletrônicas, excetuando-se a
transparência que foi verificada com disco de Sechi.
Tabela 04 - Metodologia para determinação das variáveis médias dos parâmetros Físicos e Químicos
das águas do açude de São Gonçalo no sistema implantado para criação de Tilápia (O. niloticus) em
seis tanques-rede no período de 27/11/01 a 27/03/02.
Variáveis Unidade
Método -
Equipamento
Fonte
PH
ud. Potenciométrico
Phâmetro
Eaton et al. (1995)
OXIGÊNIO D
ISSOLVIDO
mg/L Polarográfico
Oxímetro
Eaton et al. (1995)
TEMPERATURA ºC Eletromagnético
Termistor
Eaton et al. (1995)
TRANSPARÊNCIA cm Comparação Visual-
Disco de Secchi
Esteves (1998)
4.8. Amostragens
Biométricas
Para as biometrias, realizadas com intervalos de 20 dias, foram anotandos o peso (g)
e comprimento (cm) dos animais, os peixes foram capturados com punçá, de malha de 10 mm
de lado (medido entre duas junções consecutivas). O tamanho das amostras, escolhidas ao
acaso, para cada biometria, foi superior ao tamanho mínimo de 10 exemplares, determinado
para um erro ximo permitido de 5,0% e intervalo de confiança de 95,0%, utilizando-se a
fórmula para populações finitas, segundo COCHRAM (1977).
Os peixes eram retirados do punçá ao acaso e colocados em baldes de polipropileno,
com capacidade para 40,0 L, preenchidos com água do próprio ude. Para cada lote
amostrado por tanque-rede, os peixes foram retirados do balde, medidos e pesados
individualmente, usando-se ictiômetro graduado em milímetros e balança eletrônica de
fabricação Filizola modelo CS15 com divisões de uma casa decimal, de acordo com
VAZZOLER (1981), registrando-se os dados em formulários apropriados, após a biometria,
os peixes eram devolvidos aos respectivos baldes, e então recolocados no tanque-rede de
origem.
Ao final do experimento, uma biometria foi realizada, se procedendo à despesca de
cada tanque-rede, contabilizando o número total de 60 exemplares para a realização da
filetagem e as respectivas medidas de comprimento (cm), peso (g) e altura (cm).
4.9. Conversão Alimentar Aparente
A conversão alimentar aparente foi obtida segundo MELO,(1993), pela expressão:
C = Q
RF
/C
LA
. Em que: Q
RF
é a quantidade de ração fornecida (kg) e C
LA
é o crescimento
líquido da biomassa acumulada (kg)
4.10 Eficiência da Conversão Alimentar
O percentual de eficiência da conversão alimentar, também denominada Eficiência
de Produção de Carne, foi estimado conforme MOHANTY et al., (1990) e MAZUR et al.
(1993), pela expressão:
E = 100(B
f
- B
i
)/R
Em que:
E - eficiência de conversão (%)
Bf - biomassa final (kg)
Bi - biomassa inicial (kg)
R - a quantidade de alimento (ração) fornecido (kg)
4.11. Rendimento em Filés
Foram utilizados dez exemplares de cada tanque-rede, escolhidos aleatoriamente
durante a biometria final, no encerramento do experimento. As tilápias foram abatidas através
de choque térmico (imersão em água gelada), para determinação do desempenho zootécnico.
Imediatamente após o abate, foram tomados, para cada exemplar, o comprimento total em
centímetro e peso total em grama; em seguida, retirou-se a pele, com utensílios apropriados
(facas de corte e alicate de bico), sendo então retirados os filés (direito e esquerdo) pela
técnica de cortes longitudinais, iniciando logo abaixo da cabeça, próximo ao opérculo aa
extremidade caudal, conforme recomendado por SOUZA e MACEDO-VIEGAS (2000),
procedeu-se à pesagem dos filés, individualmente.
Os pesos totais individuais foram considerados como referência (100,0%) e
estimados os valores relativos de resíduos totais e de filés, alem de obtida a média dos valores
relativos por tanque-rede. Determinaram-se as relações entre comprimento/peso/altura dos
indivíduos e comprimento/peso/altura/espessura dos filés e daí, estabelecida a relação peso
dos filés e resíduos total (carcaça com vísceras), e ainda o peso das peles e resíduos (restos de
músculo e escamas). Admitindo-se que o rendimento do filé corresponde à razão entre o peso
do fie o peso vivo do peixe, levantaram-se análises de variância em relação à média das
medidas dos peixes quanto ao rendimento dos filés obtidos.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Resultados da Análise Físico-Química da Água do Açude São Gonçalo
Os valores apresentados na Tabela 5 mostram os parâmetros pH, temperatura,
oxigênio dissolvido e transparência, em termos de máximo, mínimo e valores médios, com
indicação do desvio padrão, coeficiente de variação e o número de dados coletados, para cada
um dos seis tanques-rede de criação, durante o período de 120 dias em que se desenvolveu o
experimento.
Tem-se, na Tabela 5, tem-se que os valores de pH da água dos seis tanques-rede
ficaram na faixa entre 6.76-8.10, os valores da temperatura variaram de 27,5 a 30,5 ºC e o
oxigênio dissolvido (OD) variando de 5,35 a 7,43 mg/L; quanto à transparência, seus valores
mínimo e máximo ficaram na faixa de 55-80 cm.
De acordo com RANDALL (1991), o limite ácido letal para peixes é de
aproximadamente 4,0 e o limite alcalino é 11,0; o mesmo autor considera, ainda, que a
maioria das espécies de peixes apresenta crescimento satisfatório quando o pH da água dos
tanques-rede varia de 6,5 a 9,0. Nos ambientes estudados neste experimento, o pH médio da
água ficou em torno de 7,0 deduzindo-se, portanto, que a “saúde” dos peixes nos tanques-rede
não chegou a ser comprometida em nenhum momento, o que permite concluir-se que esta
variável não afetou o crescimento dos peixes. Saliente-se que os valores medidos de pH estão
dentro da faixa tolerável para tilápias segundo POPMA e LOVSHIN (1994), que é de 5,0 a
11,0.
Nos tanques-rede localizados no açude de São Gonçalo, foram encontrados valores
de pH variando de 6,76 até 8,10 e com média 7,49 ± 0,17 na água superficial; esses resultados
são semelhantes aos encontrados por MOREDJO (1998) no mesmo açude, variando o pH
entre 6,81 a 8,02 com média de 7,14.
Os resultados de pH observados no ude São Gonçalo estão dentro da faixa para
desenvolvimento de piscicultura, situados entre 5,0 e 9,5 (KUBITZA e ONO, 1999;
SIPAUBA e TAVARES, 1994). O pH se torna, portanto, uma das variáveis importantes como
indicador de qualidade da água. Sabe-se que, em ambientes mais ácidos a taxa de crescimento
dos peixes é bem menor que nos alcalinos.
Neste experimento, a temperatura da água nos tanques-rede apresentou, no decorrer
do período de criação, amplitude máxima de variação de 3,0
o
C entre a temperatura máxima
(30,5
o
C) e mínima (27,5
o
C), permanecendo na faixa considerada boa para tilápias,
admitindo-se que entre 27,0 e 32,0
o
C conforto térmico para a espécie e, fora desta faixa,
os animais reduzem o apetite e o crescimento (BALARIN e HALLER, 1982; HEPHER e
KUBITZA, 1999; PRUGININ, 1982; POPMA e LOVSHIN, 1994). FROSSARD (1999)
trabalhou com tilápia vermelha com densidade de 1,75 peixes/m
2
e considerou a temperatura
mínima fator crítico em criações em regiões tropicais observando, em seu experimento, uma
faixa entre 26,1 e 28,3
o
C; concluiu,então, que, destacadamente, foi o fator com maior
influência sobre a taxa de crescimento dos peixes, seguido do oxigênio.
Um aspecto positivo nas condições de contorno do presente experimento foi a
existência de uma estreita relação entre a temperatura ambiente e a dos tanques-rede. A
amplitude de variação entre a máxima e mínima alcançou 3,5
o
C. Não foram observadas
diferenças significativas de temperatura entre os seis tanques-rede. De acordo com os dados
obtidos, a temperatura, como fator isolado, foi favorável ao desenvolvimento dos peixes não
exercendo influência negativa sobre o comportamento biológico das tilápias, visto que sua
variação se manteve na faixa propícia ao crescimento desses organismos.
Os dados de temperatura obtidos nos tanques-rede para água superficial estão dentro
da faixa ideal para cultivo de peixes, apresentando semelhança aos resultados obtidos por
BARBOSA et al. (2000); MELO JÚNIOR (2004); OLIVEIRA et al. (2000).
Tabela 5. Variação dos parâmetros físicos e químicos – valores de máximo, mínimo, média, mediana,
desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV), no sistema implantado para criação de
tilápia (O. niloticus) em seis tanques-rede no açúde São Gonçalo Sousa, PB, no período de
15/04/05 a 15/08/05
Variável
Tanque-
rede
Máximo
Mínimo Mediana
Média DP CV(%)
n
TR1
7,60 7,45 7,55 7,54 0,05 0,67%
32
TR2
8,10 7,04 7,53 7,62 0,36 4,72%
32
TR3
7,68 6,76 7,45 7,32 0,35 4,73%
32
TR4
8,10 7,45 7,64 7,73 0,25 3,30%
32
TR5
7,60 6,76 7,43 7,32 0,28 3,86%
32
PH
TR6
7,60 6,80 7,50 7,43 0,24 3,29%
32
TR1
30,00 28,00 28,00 28,56 0,73 2,54%
32
TR2
30,00 28,00 28,70 28,67 0,67 2,33%
32
TR3
30,50 27,50 28,20 28,52 0,89 3,12%
32
TR4
30,50 28,00 28,30 28,86 1,02 3,53%
32
TR5
28,00 27,50 28,00 27,94 0,17 0,60%
32
Temperatura
(
o
C)
TR6
29,00 28,50 29,00 28,94 0,17 0,58%
32
TR1
7,43 5,35 5,88 6,14 0,74 12,01%
32
TR2
7,09 5,61 6,28 6,33 0,44 7,00%
32
TR3
6,75 6,06 6,65 6,53 0,24 3,61%
32
TR4
7,09 5,35 6,60 6,25 0,62 9,86%
32
TR5
7,13 5,61 6,24 6,32 0,47 7,37%
32
Oxigênio
Dissolvido
(mg/L)
TR6
7,43 5,70 6,42 6,43 0,51 8,01%
32
TR1
80,00 55,00 60,00 66,11 10,54 15,94%
32
TR2
80,00 55,00 60,00 63,89 10,24 16,03%
32
TR3
80,00 55,00 60,00 63,89 10,24 16,03%
32
TR4
70,00 55,00 55,00 56,67 2,50 4,41%
32
TR5
80,00 60,00 70,00 77,78 4,41 5,67%
32
Transparência
(cm)
TR6
70,00 55,00 60,00 59,44 1,67 2,80%
32
n - número de dados coletados
As concentrações de O
2
observadas nos seis tanques-rede situados no açude São
Gonçalo, foram de valores mínimos e máximos de 5,35 e 7,46 mg/L (água superficial). Os
resultados aqui inicados o maiores que os descritos por MOREDJO (1998) que apresentam
concentrações variando entre 1,70 até 6,20 ppm; entretanto, estão situados dentro do padrão
recomendado por BOYD (1990), que é de 3,0 mg/L de OD.
5.2. Avaliação do Crescimento e Produção das Tilápias
5.2.1. Desempenho Zootécnico da Espécie
Os resultados gerais da criação experimental de tilápias no sistema de tanques-rede,
implementado no açude de São Gonçalo, Sousa, PB, no período de 15 de abril de 2005 a 15
de agosto de 2005, com enfoque para os dados de crescimento, estão apresentados na Tabela
6.
Com o uso de rações completas e gaiolas de pequeno volume, é possível atingir
produtividades médias de 10 a 70 kg/m
3
. Tilápias permitem densidades de estocagem de até
250 kg / m
3
, tendo sido registradas produções recordes de 300 kg/m
3
para a espécie, nesse tipo
de sistema (COCHE et al.; 1993); entretanto, os valores de produção de tilápia no Nordeste
estão ainda muito inferiores aos valores citados pelos autores acima mencionados.
Tabela 6. Informações gerais sobre o sistema implantado para criação de tipia (O. niloticus) em
seis tanques-rede no açude São Gonçalo, Sousa,PB, no período de 15/04/05 a 15/08/05
V
V
a
a
r
r
i
i
á
á
v
v
e
e
i
i
s
s
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
1
1
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
2
2
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
3
3
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
4
4
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
5
5
T
T
a
a
n
n
q
q
u
u
e
e
R
R
e
e
d
d
e
e
6
6
Data do início da
estocagem
15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05 15/04/05
Data da despesca 15/08/05 15/08/05 15/08/05 15/08/05 15/08/05 15/08/05
Duração do
experimento (dias)
120 120 120 120 120 120
Volume dos tanques-
rede (m
3
)
4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
Taxa de estocagem
(ind./m
3
)
112,5 112,5 112,5 112,5 112,5 112,5
Densidade (n
o
de
indivíduos)
400 450 450 450 450 450
Peso médio inicial (g)
59,80 63,10 53,80 62,10 64,80 68,90
Comprimento médio
inicial (cm)
13,34 14,08 12,85 14,01 14,17 14,25
Total de ração
fornecida (kg)
376,18 364,09 408,98 381,51 391,73 432,16
Peso médio final (g)
669,00 600,00 707,00 647,00 670,00 757,00
Comprimento médio
final (cm)
29,80 29,40 29,90 30,10 29,70 31,10
Total de ração
fornecida (kg)
376,18 364,09 408,98 381,51 391,73 432,16
Biomassa final (kg) 264,92 251,10 286,0
264,94 268,31
296,0
Sobrevivência (%) 88,0 93,0 90,0
91,0 89,0
87,0
Biomassa ganha (kg) 238,01 222,60 261,79
236,99 239,15
264,99
Conversão alimentar
aparente
1,42 1,45 1,43
1,44 1,46
1,46
Eficiência Conversão
Alimentar
63,02 61,08 69,98
62,12 61,04
61,42
Na Tabela 7 e nas Figuras 4, 5 e 6, são apresentados os resultados do desempenho
zootécnico das tilápias criadas nos seis tanques-rede, mediante avaliação dos indicadores de
crescimento dos peixes (comprimento, peso e altura) durante os períodos de criação.
As tilápias foram retiradas, aleatoriamente, dos respectivos tanques-rede para as
amostragens e os espécimes coletados apresentaram variação quanto ao comprimento, peso e
altura.
Os resultados mostrados na Tabela 7 indica que, no início do experimento, os
parâmetros peso, comprimento e altura das tilápias, não apresentavam diferenças
significativas. Decorridos 30 dias do início do experimento, o parâmetro peso já mostrava
diferenças entre os seis tanques-rede, uma vez que a média de peso variou de 163 g no
tanque-rede 01 a 318 g no tanque-rede 02; quanto ao parâmetro comprimento, este variou de
17,30 cm (tanque-rede 06) a 23,20 cm (tanque-rede 02). A altura média foi o parâmetro que
apresentou as menores variações entre os seis tanques, que variou de 8,0cm (tanques-rede
01, 05 e 06) a 10,20 cm (tanque-rede 02). Decorridos 60, 80 e 100 dias do experimento, os
parâmetros médios (peso, comprimento e altura) continuaram apresentando diferenças entre
os seis tanques-rede. No final do experimento, aos 120 dias, pode-se observar, na Tabela 6,
que o peso médio das tilápias variou de 600 g no tanque-rede 01 a 75 7g no tanque-rede 06. O
parâmetro comprimento médio não apresentou diferença significativa, uma vez que variou de
29,40 cm no tanque-rede 02 a 30,10 nos tanques-rede 04 e 06; a altura média também não
apontou diferença significativa entre os seis tanques-rede que esta variou de 11,30 cm no
tanque-rede 05 a 12,80 cm no tanque-rede 06. MAIA JÚNIOR. (2004) estudando a dinâmica
das variações limnológicas em sistemas de criação de peixes em viveiros escavados em solo
natural constatou, ao final de 120 dias de experimento, tilápias do Nilo com peso médio de
514,94 ± 54,06 g; comprimento médio de 28,72 ± 0,83 cm e altura média de 11,56 ± 0,68 cm,
enquanto SOUSA et al. (2000) comparando o desempenho produtivo de machos revertidos
de tilápias nilótica, Oreochromis niloticus (linhagem tailandesa) e de tilápia vermelha
tetrahibrida (linhagem de Israel) cultivadas em tanques de alvenaria com fundo de terra
encontraram, ao final de 118 dias de cultivo, peso médio de 375,8g para a tilápia do Nilo e
116,9 g para a tilápia vermelha; CARNEIRO et al. (1999) ao estudarem a produção de
tilápia vermelha em tanques-rede sob diferentes densidades de estocagem, encontraram peso
médio de 279,54 g e comprimento médio de 18,72 cm ao final de 253 dias de cultivo.
Tabela 7. Altura, comprimento e peso médio observados no sistema implantado para criação de
Tilápia (O. niloticus) em seis tanques-rede no ude São Goalo, Sousa,PB, no período
de 15/04/05 a 15/08/05
Tanques-redes
Biometrias
(dias)
Variáveis
1 2 3 4 5 6
Médias
Peso 59,80
63,10
53,80
62,10
64,80
68,90
62,08
Comprimento
13,34
14,08
12,85
14,01
14,17
14,25
13,78
1
Altura 3,70 3,90 3,70 3,90 3,90 4,00 3,85
Peso 162,00
318,00
311,00
289,00
163,50
167,00
235,08
Comprimento
18,10
23,20
22,40
22,00
18,00
17,30
20,17
2 - 30
Altura 8,00 10,20
10,00
9,70 8,00 8,00 8,98
Peso 409,00
468,90
466,90
447,80
443,70
398,80
439,18
Comprimento
25,80
25,60
26,90
25,90
26,00
25,90
25,18
3 - 60
Altura 9,39 10,20
10,35
9,78 9,85 9,57 9,82
Peso 436,00
479,00
579,00
530,00
614,00
525,00
527,17
Comprimento
18,77
25,80
28,00
27,20
29,00
27,30
26,02
4 - 80
Altura 10,00
10,70
10,39
10,00
11,40
11,00
10,58
Peso 452,50
548,50
640,50
437,00
641,00
462,50
530,33
Comprimento
26,60
28,60
30,00
26,50
29,40
27,20
28,05
5 - 100
Altura 10,00
11,40
11,80
10,85
11,70
11,10
11,14
Peso 669,00
600,00
707,00
647,00
670,00
757,00
675,00
Comprimento
29,80
29,40
29,90
30,10
29,70
31,10
30,00
6 - 120
Altura 12,20
11,50
12,40
11,70
11,30
12,80
11,98
5.3. Resultado das Análises de Regressão
As curvas de crescimento em peso médio, comprimento médio e altura média, em
função do tempo e com relação aos peixes observados, foram ajustadas através da análise de
regressão linear e da ferramenta Microsoft Excel 2.0; para tanto, observou-se o melhor ajuste
das variáveis ao modelo, através do coeficiente de determinação (R
2
) e das equações
apresentadas nas Figuras 4, 5 e 6.
0
150
300
450
600
750
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (dias)
Peso (g)
y = 4,9382x + 90,49
R2 = 0,967
Figura 4. Valores médios na relação peso/tempo em exemplares de Tilápia do Nilo (O. niloticus)
ao longo do peodo de cultivo no sistema de tanques-rede
Todo animal cresce tanto em comprimento quanto em peso e a relação entre essas duas
variáveis vem sendo utilizada na aqüicultura como meio de estimar o peso de um indivíduo
em função de seu crescimento e como indicador de sua condição nutricional, reprodutiva e de
bem estar geral (ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1977).
0
5
10
15
20
25
30
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (dias)
Comprimento (cm)
y = 0,1301x + 15,41
R2 = 0,9521
Figura 5. Valores dios na relão comprimento/tempo em exemplares de Tilápia do Nilo (O.
niloticus) ao longo do período de cultivo no sistema de tanques-rede
Dados sobre crescimento de peixes têm sido comumente analisados como informação
biológica, descrevendo, matematicamente, a relação, de modo que um elemento possa avaliar
a obtenção do outro, e com medida da variação do peso esperado para o comprimento de um
peixe ou grupos de indivíduos, indicando sua condição para as diferentes necessidades
(ROSSI-WONGTOSCHOWSKI, 1977).
0
5
10
15
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (dias)
altura (cm)
y = 0,0597x + 5,5122
R2 = 0,8393
Figura 6. Valores médios na relação altura/tempo em exemplares de tilápia do Nilo (O.
niloticus) ao longo do período de cultivo no sistema de tanques-rede
Na relação altura/tempo, pode-se observar que o comportamento de crescimento dos
peixes tem sido linear e crescente, acentuando-se após o vigésimo dia de cultivo; comumente
se analisa este comportamento como sendo uma informação biológica, sob dois aspectos
diferentes: facilitar a estimativa da altura biométrica através do conhecimento de seu
comportamento durante o cultivo e como medida da avaliação da altura esperada para o final
do experimento.
No presente estudo os dados de peso médio, foram superiores aos obtidos por
LAZARD et al. (1988) e CHIAYVAREESAJJA et al. (1990) quando, cultivando tilápia
nilótica em gaiolas, eles registraram um peso médio de 137 g após 226 dias de cultivo e de
150 g após 67 dias, respectivamente; os observados por LEBOUTE et al. (1993), criando
esta mesma espécie durante 120 dias, foram próximos aos registrados no presente estudo.
SOSINSKI (1996) referindo-se ao crescimento do peixe comenta que, embora seja
aparentemente fácil de ser observado, ele é uma das atividades mais complexas do organismo
pelo fato de representar uma série de processos comportamentais e fisiológicos. Esses
processos, conforme BEVERIDGE (1996) podem ser influenciados, entre outras coisas, pela
temperatura, pH, teores de oxigênio, profundidade e localização dos tanques-rede, quantidade
e qualidade da ração.
5.4. Análise de Variância
Tabela 8. Médias de classe de peso e do fator pele (com pele e sem pele) para o rendimento do filé de
tilápia do Nilo (O. nilóticus) cultivadas em tanques-rede
Média de classe Médias do Fator Pele
01 35,01 a 34,28 b
02 35,47 a 36,18 a
03 35,22 a
DMS
01,22 0,82
As médias seguidas da letra, não diferem estatisticamente entre se a nível de 5% de
probabilidade, de acordo com o teste de Tukey
Tabela 9. Resultado da análise de variância com relação ao rendimento do filé de tilápia do Nilo (O
nilóticus) cultivadas em tanques-rede
Fonte de variação Grau de liberdade Quadro médio
Classe de peso (C) 2 1.06 NS
Fator Pele (P) 1 54.34 **
Interação C x P 2 3.97 NS
Resíduo 54 2.54
** Significativo a nível de 1% de probabilidade
NS Não significativos
Média geral = 35.23
Coeficiente de variação = 4.23
Não se aplicou o teste de comparação de médias uma vez que o F de interação não foi
significativo.
5.5. Avaliação do Rendimento de Carcaça e de Filés
Os resultados das análises de peso e rendimento efetuadas para uma amostragem de
60 exemplares de tilápia, composta de dez indivíduos coletados aleatoriamente de cada um
dos seis tanques-rede da criação experimental implantados no açude São Gonçalo, Sousa, PB,
são dispostos nas Tabelas 8, 9 e 10; as tilápias foram classificadas segundo três classes: C1
(500–600 g), C2 (601–700 g) e C3 (701–800 g).
Uma visão geral de como se procedeu à coleta de dados do presente experimento,
pode ser observada nas Figuras 9 a 20 em anexo.
Os resultados mostram que o peso médio dos peixes inteiros na classe (C1) foi de
579,00 ± 19,26 g; na classe (C2) de 646,00 ± 34,06 g e na classe (C3) foi de 738,00 ± 19,26
g; quanto ao comprimento dos peixes classificados na C1, ocorreu variação de 28,00cm
(mínimo) a 31,00 cm (máximo), com média de 29,90 ± 0,88 cm; para os peixes da C2, o
comprimento mínimo e máximo foi, respectivamente, 30,00 cm e 33,00 cm, com
comprimento médio de 31,40 ± 0,84 cm; já o comprimento da C3 variou de no mínimo 31,00
cm a no máximo 35,00 cm, com um comprimento médio de 32,80 ± 1,23 cm; no tocante à
altura das tilápias da C1, variou de 10,00 a 13,00 cm, com altura média de 11,70 ± 0,82 cm;
a altura das tilápias da C2 oscilou de 11,00 a 13,00 cm, sendo a altura média desta classe de
11,95 ± 0,60 cm; a C3 apresentou altura variando de 13,00 a 14,00 cm e altura dia de
13,10 ± 0,32cm. Nas Tabela 8, 9 e 10 constam os pesos e rendimentos dos filés e as perdas
ocorridas com a filetagem (resíduos). O peso do filé variou em função da classe de peso e em
relação à presença ou não da pele; em relação aos rendimentos médios dos filés das classes
C1, C2 e C3 e se levando em consideração apenas o fator classe de peso, conclui-se que não
diferiram significativamente entre si (C1 = 35,00%, C2 = 35,47% e C3 = 35,22%) enquanto
os rendimentos médios dos filés, atentando-se para o fator (com pele e sem pele), diferiram
significativamente (P < 0,05) entre si. Os rendimentos médios dos filés das classes (C1, C2 e
C3) com pele = 36,18%, se apresentaram superiores aos filés sem pele igual a 34,28%
Nos rendimentos médios dos filés com pele, as classes C1, C2 e C3 não houve
discrepância significativa entre si (C1 = 36,38%, C2 = 36,45% e C3 = 35,70%); os
rendimentos médios dos filés sem pele das três classes também não discordavam
significativamente entre si (C1 = 33,64% C2 = 34,40% e C3 = 34,72%).
O percentual médio de resíduos não variou significativamente entre as classes (C1 =
57,63%, C2 = 57,33% e C3 = 57,23%) no caso das tilápias que foram submetidas à retirada da
pele dos filés; quanto as tilápias cuja pele de seus filés não foi retirada, o percentual médio de
resíduos também não variou significativamente entre as classes (C1 = 55,82%, C2 = 55,30% e
C3 = 55,59%).
Observando-se os dados de rendimento de carcaça e de filés encontrados nas classes
(C1, C2 e C3), verifica-se tendência de que, quanto maior forem o comprimento e o peso
médio do peixe, maior também seo rendimento do filé e, sendo menores e menos pesados,
maior o percentual de resíduo por exemplar.
Os resultados das medições efetuadas nos exemplares coletados no presente
experimento mostram que a porcentagem da pele bruta não diferiu (P > 0,05) para os
exemplares das diferentes classes de peso (6,00, 5,85 e 5,56%), respectivamente para as
classes C1, C2 e C3 o que também se constata em relação ao percentual médio de resíduos
(57,63, 57,33 e 56,86%), respectivamente para as classes C1, C2 e C3. De acordo com
CONTRERAS-GUZMÁN (1994), a pele perfaz, em média, 7,5% do peso dos peixes
teleósteos, o que parece compatível com os resultados obtidos para a tilápia nilótica neste
experimento, considerando-se que nos percentuais de pele bruta se incluem também as
escamas e o resto de músculos aderidos à pele.
Os rendimentos médios de resíduos neste estudo, calculados tendo em vista somente
a retirada do filé, entre 55,00 e 60,71% para peixes com peso variando entre 500,0 a 600,0 g,
foram inferiores aos resultados obtidos por SOUZA et al. (2002), que trabalharam com tilápia
do Nilo pesando entre 324-513g e observaram rendimentos de carcaça com cabeça entre 88,4
e 89,1%; O fato ocorrido também com relação ao verificado por MACEDO-VIEGAS (1997),
que obtiveram rendimentos de 86,3 e 92,2% para exemplares de tilápia pesando entre 250-450
g; entretanto, se euqiparam aos valores encontrados por MAIA JÚNIOR (2004) que trabalhou
com tilápias pesando entre 111,0 a 545 g.
Tabela 10 - Rendimento de carca e de filés, no sistema implantado para criação de Tilápia (O. niloticus) no ude o Gonçalo, Sousa,PB,
Classe 1 (500 a 600g)
Comp.: Comprimento, COEF. VAR: Coeficiente de Varião
Comp.
Peso
Altura
Comp.
Largura
Espessura
Pele
Resíduos
Pele Limpa
Pele Total
Pele
Filé
Filé Total
Rendimento
Resíduos
Resíduos
cm
g
cm
cm
cm
cm
g
g
g
g
%
g
g
%
g
%
31,00 605,00 13,00 20,00 8,00 1,30 24,00 12,00 15,00 47,50 8,48% 115,00 225,00 37,50% 350,00 60,71%
28,00 555,00 10,00 16,00 6,30 0,90 10,00 5,00 5,00 25,00 4,50% 80,00 165,00 29,46% 315,00 55,00%
30,00 582,50 12,00 19,00 7,85 1,00 16,00 7,00 10,00 32,00 5,49% 95,00 192,50 33,33% 332,50 57,20%
29,90 579,00 11,70 18,58 7,49 1,07 17,33 7,28 10,05 34,65 6,00% 97,50 195,00 33,64% 333,50 57,63%
0,88 19,26 0,82 0,94 0,64 0,11 3,38 1,90 2,33 6,39 1,22% 8,81 17,16 2,19% 12,03 2,01%
0,77 371,11 0,68 0,88 0,41 0,01 11,43 3,62 5,42 40,78 0,01% 77,63 294,44 0,05% 144,72 0,04%
2,93% 3,33% 7,04% 5,04% 8,51% 10,55% 19,51% 26,14% 23,16% 18,43% 20,27% 9,04% 8,80% 6,52% 3,61% 3,49%
Comp.
Peso
Altura
Comp.
Largura
Espessura
Pele
Resíduos
Pele Limpa
Pele Total
Pele
Filé
Filé Total
Rendimento
Resíduos
Resíduos
cm
g
cm
cm
cm
cm
g
g
g
g
%
g
g
%
g
%
31,00 595,00 12,00 19,00 9,00 1,30 27,50 18,00 17,00 52,00 9,41% 115,00 220,00 39,09% 345,00 59,65%
29,00 510,00 11,00 15,20 5,90 0,90 17,00 7,00 5,00 37,00 6,32% 90,00 190,00 34,45% 270,00 52,73%
30,00 567,50 12,00 18,05 6,95 1,20 24,00 9,50 15,00 48,00 8,28% 102,50 207,50 36,17% 320,00 55,62%
30,30 566,50 11,60 17,71 7,04 1,12 23,05 9,60 13,45 46,10 8,15% 103,00 206,00 36,38% 316,50 55,82%
0,67 25,39 0,52 1,17 0,67 0,14 2,87 2,20 2,95 5,24 1,00% 6,57 10,49 1,52% 23,34 2,31%
0,46 644,72 0,27 1,37 0,45 0,02 8,23 4,86 8,68 27,43 0,01% 43,16 110,00 0,02% 544,72 0,05%
2,23% 4,48% 4,45% 6,62% 9,56% 12,49% 12,45% 22,96% 21,91% 11,36% 12,22% 6,38% 5,09% 4,16% 7,37% 4,14%
COEF. VAR. (%)
MEDIANA
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
MEDIDAS DA PELE PESO
MÁXIMO
MÍNIMO
PEIXE FILÉCLASSE 01
500 a 600 g
COM PELE
MÍNIMO
MEDIANA
CLASSE 01
500 a 600 g
SEM PELE
PESO
VARIÂNCIA
PEIXE FILÉ MEDIDAS DA PELE
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
VARIÂNCIA
COEF. VAR. (%)
MÁXIMO
Tabela 11. Rendimento de carcaça e de fis no sistema implantado para criação de Tilápia (O. niloticus) no açude São Gonçalo, Sousa,PB, Classe
2 (601 a 700g)
Comp.: Comprimento , COEF. VAR: Coeficiente de Variação
Comp.
Peso
Altura
Comp.
Largura
Espessura
Pele
Resíduos
Pele Limpa
Pele Total
Pele
Filé
Filé Total
Rendimento
Resíduos
Resíduos
cm
g
cm
cm
cm
cm
g
g
g
g
%
g
g
%
g
%
33,00 695,00 13,00 20,00 9,00 1,40 21,50 11,00 14,00 42,00 6,26% 130,00 255,00 37,50% 390,00 59,84%
30,00 605,00 11,00 15,00 6,50 0,90 16,00 7,00 7,00 33,00 5,45% 92,00 187,00 30,91% 350,00 55,40%
31,00 640,00 12,00 18,50 7,25 1,10 18,00 7,50 10,00 38,00 5,77% 110,00 222,50 34,01% 370,00 57,52%
31,40 646,00 11,95 18,41 7,42 1,13 18,88 8,15 10,73 37,75 5,85% 111,35 222,70 34,40% 370,00 57,33%
0,84 34,06 0,60 1,15 0,79 0,13 1,89 1,17 2,01 2,37 0,30% 11,61 23,13 2,03% 13,94 1,52%
0,71 1160,00 0,36 1,31 0,62 0,02 3,58 1,37 4,04 5,63 0,00% 134,87 535,12 0,04% 194,44 0,02%
2,69% 5,27% 5,01% 6,23% 10,65% 11,87% 10,02% 14,37% 18,74% 6,28% 5,18% 10,43% 10,39% 5,89% 3,77% 2,65%
Comp.
Peso
Altura
Comp.
Largura
Espessura
Pele
Resíduos
Pele Limpa
Pele Total
Pele
Filé
Filé Total
Rendimento
Resíduos
Resíduos
cm
g
cm
cm
cm
cm
g
g
g
g
%
g
g
%
g
%
33,00 680,00 13,00 19,00 7,90 1,50 31,00 12,00 20,00 58,00 8,53% 125,00 245,00 37,90% 380,00 56,56%
30,00 610,00 12,00 16,00 7,00 1,10 16,00 7,00 9,00 38,00 6,03% 105,00 225,00 35,11% 335,00 53,97%
30,75 632,50 12,00 17,75 7,30 1,30 22,80 7,90 15,00 45,55 7,26% 117,50 235,00 36,28% 350,00 55,34%
30,95 641,00 12,40 17,78 7,35 1,28 23,19 8,29 14,91 46,38 7,23% 116,75 233,50 36,45% 354,50 55,30%
1,07 23,55 0,52 0,81 0,25 0,09 2,72 1,37 1,80 4,96 0,66% 5,20 6,26 1,14% 15,71 0,89%
1,14 554,44 0,27 0,66 0,06 0,01 7,40 1,86 3,25 24,64 0,00% 27,04 39,17 0,01% 246,94 0,01%
3,44% 3,67% 4,16% 4,58% 3,46% 7,14% 11,73% 16,48% 12,10% 10,70% 9,10% 4,45% 2,68% 3,13% 4,43% 1,61%
PESO
VARIÂNCIA
PEIXE FILÉ MEDIDAS DA PELE
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
VARIÂNCIA
COEF. VAR. (%)
MÁXIMO
MÍNIMO
MEDIANA
CLASSE 02
601 a 700g
SEM PELE
MEDIDAS DA PELE PESO
MÁXIMO
MÍNIMO
PEIXE FILÉCLASSE 02
601 a 700 g
COM PELE
COEF. VAR. (%)
MEDIANA
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
Tabela 12. Rendimento de carcaça e de fis no sistema implantado para criação de Tilápia (O. niloticus) no açude São Gonçalo, Sousa,PB, Classe
03 (701 a 800g)
Comp.: Comprimento , COEF. VAR: Coeficiente de Variação
Comp. Peso Altura Comp. Largura Espessura Pele Resíduos Pele Limpa Pele Total Pele Filé Filé Total Rendimento Resíduos Resíduos
cm g cm cm cm cm g g g g % g g % g %
35,00 780,00 14,00 20,00 9,00 1,50 23,00 13,00 15,00 44,00 6,11% 145,00 285,00 36,77% 455,00 59,09%
31,00 705,00 13,00 17,50 7,00 1,00 16,50 6,50 9,00 35,00 4,52% 105,00 235,00 32,47% 400,00 51,92%
32,50 732,50 13,00 19,00 8,00 1,30 21,75 8,75 12,00 41,00 5,57% 127,50 256,00 34,44% 415,00 57,23%
32,80 738,00 13,10 19,33 7,75 1,27 20,49 8,85 11,64 40,98 5,56% 128,10 256,20 34,72% 419,50 56,86%
1,23 28,89 0,32 0,73 0,50 0,13 2,36 1,69 1,81 2,88 0,46% 8,89 14,10 1,33% 19,07 1,97%
1,51 834,44 0,10 0,53 0,25 0,02 5,57 2,84 3,27 8,32 0,00% 79,04 198,84 0,02% 363,61 0,04%
3,75% 3,91% 2,41% 3,78% 6,45% 10,35% 11,51% 19,06% 15,53% 7,04% 8,33% 6,94% 5,50% 3,84% 4,55% 3,47%
Comp. Peso Altura Comp. Largura Espessura Pele Resíduos Pele Limpa Pele Total Pele Filé Filé Total Rendimento Resíduos Resíduos
cm g cm cm cm cm g g g g % g g % g %
35,00 790,00 14,00 22,00 10,00 1,50 35,00 15,00 21,00 64,50 8,22% 145,00 285,00 36,84% 450,00 57,14%
32,00 735,00 12,00 18,00 9,00 1,00 25,90 8,00 15,00 51,80 6,95% 125,00 260,00 34,44% 385,00 52,03%
33,00 755,00 13,00 21,00 9,00 1,30 28,75 9,40 19,80 56,25 7,54% 135,00 267,50 35,67% 425,00 56,15%
33,10 759,00 12,95 20,55 9,33 1,28 28,75 10,10 18,65 57,49 7,57% 135,50 271,00 35,70% 422,00 55,59%
0,74 20,66 0,50 1,00 0,41 0,13 2,22 1,91 1,95 3,63 0,39% 6,05 9,37 0,68% 18,14 1,70%
0,54 426,67 0,25 1,00 0,17 0,02 4,94 3,65 3,78 13,17 0,00% 36,58 87,78 0,00% 328,89 0,03%
2,23% 2,72% 3,84% 4,86% 4,36% 10,14% 7,73% 18,91% 10,43% 6,31% 5,12% 4,46% 3,46% 1,90% 4,30% 3,05%COEF. VAR. (%)
MEDIANA
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
MEDIDAS DA PELE PESO
MÁXIMO
MÍNIMO
PEIXE FILÉCLASSE 03
701 a 800 g
COM PELE
MÍNIMO
MEDIANA
CLASSE 03
701 a 800 g
SEM PELE
PESO
VARIÂNCIA
PEIXE FILÉ MEDIDAS DA PELE
MÉDIA
DESVIO PADRÃO
VARIÂNCIA
COEF. VAR. (%)
MÁXIMO
As porcentagens médias de rendimento de filé neste experimento para a classe 1
(500 a 600 g), se situaram em torno de 36,38 ± 1,52% superiores, portanto,à calculado para
exemplares da mesma espécie com classes de peso 150-350 e 351-550 g por RIBEIRO et
al. (1998), cujos rendimentos foram 31,5 ± 1,5% e 31,9 ± 2,5%, respectivamente. Os
autores trabalharam com uma amostra de 129 tilápias criadas em tanques de alvenaria com
ração extrusada, capturadas na caixa de coleta, selecionadas ao acaso, abatidas por choque
térmico em água com gelo e submetidas a filetagem manual, sem prévia evisceração,
separando as peles da musculatura; após a obtenção dos dois filés, calcularam o seu
rendimento dos filés em percentagem do peso total, enquadrando os resultados obtidos em
quatro lotes, de acordo com as classes de peso: 31,49 ± 1,5% (Classe 1 = 150-350 g); 31,9
± 2,50% (Classe 2 = 351-550 g); 32,5 ± 2,25% (Classe 3 = 551-750 g); 33,7 ± 3,04%
(Classe 4 = 751-950 g).
Semelhante aos resultados obtidos no presente trabalho, SOUZA et al.(1999)
alcançaram rendimento de filé em tilápias em função do tamanho dos peixes, cujos valores
foram de 37,3, 36,4 e 32,0%, respectivamente, para a faixa de 250-300, 301-350 e 351-400
g. SOUZA e MACEDO VIEGAS (2000), testando o rendimento de quatro diferentes
métodos de filetagem no processamento de tilápias, obtiveram resultados na faixa de 33,7 a
36,6%.
SOUZA et al. (1998) abatendo a mesma espécie com peso médio entre 395 e 530 g,
obtiveram os valores entre 32,09 e 37,14%. SOUZA e MARANHÃO (2001) e relatam, para
tilápias-do-nilo de 300 a 500g de peso corporal, um rendimento de filé de 36,50 a 36,84%, quando
submetidas ao método de filetagem realizado em série por mais de uma pessoa, em que os peixes
foram primeiramente eviscerados, sua pele foi retirada e somente depois foram filetados. Os valores
obtidos neste experimento estão de acordo com os dos autores mencionados.
A padronização das técnicas de filetagem e a definição do tamanho
economicamente viável, são parâmetros que necessitam ser estabelecidos para obtenção de
maiores rendimentos de filé; portanto, necessidade de estudos para se avaliar os
rendimentos de processamento e as porcentagens de subprodutos que podem ser utilizados
para a industrialização, em função do peso de abate dos peixes.
6. CONCLUSÕES
Com base nos resultados desse trabalho, concluir-se que:
Os parâmetros de desempenho zootécnicos obtidos mantiveram-se dentro dos
limites considerados normais para a espécie utilizada.
O peso médio obtido nas tilápias nas classes: C1 foi 572,5 g, na C2, 643,5 g e, na
C3; 747,5 g. O parâmetro comprimento médio nas classes: C1 foi 30,1 cm; na C2
31,18 cm, na C3 32,95 cm. O parâmetro altura média nas classes: C1 foi 11,65 cm,
na C2 12,17 cm e na C3, 13,03 cm, entre os seis tanques-rede.
As metodologias utilizadas testando-se três classes de peso e a presença ou não de
pele causaram variações no comprimento e largura dos filés analisados. Os maiores
filés foram os pertencentes à classe C3, com a pele.
Os rendimentos médios dos filés das classes C1, C2 e C3; levando-se em
consideração apenas o fator classe de peso, não diferiram significativamente entre si
(C1 = 35,00%, C2 = 35,47% e C3=35,22%).
Os rendimentos médios dos filés; tendo em vista o fator (com pele e sem pele),
divergiram significativamente (P < 0,05) entre si (com pele = 36,18% e sem pele =
34,28%).
Os rendimentos médios dos filés com pele, das classes, C1, C2 e C3, não diferiram
significativamente entre si (C1 = 36,38%, C2 = 36,45% e C3 = 35,70%).
Os rendimentos médios dos filés sem pele das três classes também não diferiram
significativamente entre si (C1 = 33,64% C2 = 34,40% e C3 = 34,72%).
Na avaliação das dimensões, os dados de rendimento de carcaça e de filés
encontrados nas classes (C1, C2 e C3), mostram a tendência de que quanto maior
forem o comprimento e peso médio da tilápia, maior também será o rendimento do
filé e, sendo menores e menos pesados, maior o percentual de resíduo por exemplar.
O percentual médio de resíduo das três classes foram: C1 = 57,63%, C2 = 57,33% e
C3 = 57,23% no caso das tilápias que foram submetidas à retirada da pele dos filés.
Nas tilápias de cujos filés não se retirou a pele, o percentual médio de resíduos
foram: C1 = 55,82%, C2 = 55,30% e C3 = 55,59%.
O porcentual médio da pele bruta para os exemplares das diferentes classes de peso
foram: C1 = 6,00%, C2 = 5,85% e C3 = 5,56%.
6.1 Recomendações
Alguns resultados alcançados nesta pesquisa possibilitam recomendar algumas
medidas que possam otimizar o manejo dos tanques-rede de criação e melhorar o
desempenho zootécnico da tilápia do Nilo, dentre as quais se destacam: o monitoramento
das principais variáveis físicas, químicas e biológicas, a partir dos resultados observados
neste estudo, ajustes de parâmetros como duração dos períodos de estocagem, densidade e
manejo, a fim de melhorar a eficiência e viabilidade da criação de tilápias do Nilo em
tanques-rede. Buscar alternativas que visem a agregar valores ao pescado, e sugestões de
novos produtos para incentivar o consumo de peixe, é bastante importante, tanto para o
piscicultor como para a indústria de processamento de pescado.
6.2. Perspectivas
Acredita-se que o presente trabalho possa abrir caminhos para uma série de outros
estudos na área de criação de peixes em tanques-rede utilizando-se o potencial das águas
nordestinas, represadas nos grandes açudes e em reservatórios, particularmente encontrados
no semi-árido, neste sentido despontam algumas linhas de pesquisa e, mesmo, sugestões
para outros trabalhos, tais como:
Estudos de densidade de estocagem para outras dimensões de tanques-rede em
diferentes ambientes de cultivo, para geração de mais informações, com o objetivo de
aumentar a rentabilidade dos piscicultores.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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